joão mostra tudo - joaoxxiii.com.br · icônicos ou imagens de quadros famosos. e outra mostra...

7
Foto: Rafael Wilhelm www.joaoxxiii.com.br - 2016 , Novembro Dezembro As cortinas que abriram um dos gran- des espetáculos do João em 2016 – a Mos- tra Cultural – tinham jardins tatuados na superfície translúcida. Além de belas, as rosáceas desenhadas com canetas perma- nentes sobre plástico pelos alunos do 9º ano proporcionaram o encontro das Artes com a Matemática, exigindo o manuseio da régua e do compasso, o estudo do círcu- lo, da circunferência, do raio do diâmetro e dos polígonos, entre outros conteúdos. Após essa barreira transparente e convida- tiva, que mais mostrava do que escondia, a Mostra espraiou-se pelas dependências da Escola, exibindo trabalhos de todas as dis- ciplinas e de todos os níveis. Apenas uma ausência foi sentida: a dos estudantes do Ensino Médio participantes do Enem, mar- cado para a mesma data e horário (manhã do dia 5 de outubro). João mostra TUDO

Upload: vudat

Post on 08-Nov-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Foto

: Raf

ael W

ilhel

m

www.joaoxxiii.com.br

- 2016,Novembro Dezembro

As cortinas que abriram um dos gran-des espetáculos do João em 2016 – a Mos-tra Cultural – tinham jardins tatuados na superfície translúcida. Além de belas, as rosáceas desenhadas com canetas perma-nentes sobre plástico pelos alunos do 9º ano proporcionaram o encontro das Artes com a Matemática, exigindo o manuseio da régua e do compasso, o estudo do círcu-lo, da circunferência, do raio do diâmetro e dos polígonos, entre outros conteúdos. Após essa barreira transparente e convida-tiva, que mais mostrava do que escondia, a Mostra espraiou-se pelas dependências da Escola, exibindo trabalhos de todas as dis-ciplinas e de todos os níveis. Apenas uma ausência foi sentida: a dos estudantes do Ensino Médio participantes do Enem, mar-cado para a mesma data e horário (manhã do dia 5 de outubro).

João mostra

TUDO

2 3

Jornal do Colégio João XXIII

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL JOÃO XXIIIPresidente: Laura Maria Da C. Eifler SilvaVice Presidente: Tuchaua Pereira RodriguesDiretor Financeiro: Jose Alencar LummertzDiretor de Obras e Patrimônio: Demétrio Luis GuadagninDiretor Jurídico: Candice Orlandin Premaor GulloDiretor de Comunicação: Edgar Da Silva Aristimunho

INSTITUTO EDUCACIONAL JOÃO XXIIIDiretora Geral: Anelori LangeVice-Diretora: Maria Tereza CoelhoJornalista Responsável: Rosina Duarte Assessoria de Imprensa e Colaboração: Luana Dalzotto Castro AlvesDiagramação e editoração: Patrick de MedeirosFotos: Audiovisual João XXIII

Enquanto o Brasil se ressente com a redução das disciplinas li-gadas às áreas humanas, o João dá sinais de vigor nas Artes, nas Ciên-cias, na Literatura e da Educação Musical por meio do Festival de Música (3 de outubro) e da Mostra Cultural (5 de outubro). Em am-bos, a participação da comunidade escolar foi maciça e entusiasmada.

Uma rápida conferida na pro-gramação dos eventos não deixa dúvidas quanto à produção criativa dos professores e seus alunos por meio de projetos multidisciplinares capazes de reunir as mais diver-sas áreas do conhecimento. Essa dinâmica acompanha a proposta pedagógica da Escola, que pratica uma educação humanista, sempre conectada com a formação de ci-dadãos conscientes e comprometi-dos com a preservação do Planeta.

A Mostra, por exemplo, contou com 51 trabalhos envolvendo estu-dantes de todos os níveis, desde a Classe-Bebê até a 3ª série do Ensi-no Médio. Já no Festival de Música a plateia ouviu 19 apresentações, incluindo afinadas vozes infantis a capela e execuções musicais de adolescentes quase em nível pro-fissional, já que, além de uma forte educação musical, o João abriga a Escola de Música Toque Musical.

A cultura vive!Viva a cultura!

transparentes decoradas com mandalas. Já na entrada, obras do 9º ano, diante das quais os visitantes paravam para se fo-tografar, produzindo um efeito de tatuagem sobre a própria imagem. Igualmente impossível passar pelo gazebo central sem interromper a caminhada para escutar as apresentações de música responsáveis pela trilha sonora do evento que, além de canções em português e inglês, incluíram um projeto singular, o Música do Japão e o Vocaloide, ainda do 9º ano. O 1º ano, in-clusive, lançou um Caderno de Cantigas, organizado pelas dis-ciplinas de Música, Língua Ingle-sa e Educação Física.

O cardápio de temas da Mostra atendia a todos os gos-

MOSTRA CULTURAL VOA ALTO

O Mapa Mundi – feito com colagens de tecidos pelas crianças da Educação Infantil – não tem fronteiras nem lado certo. Este visual “meio Klimt” – como definiu a pro-fessora Clara Coelho, do Maternal B, refe-rindo-se ao pintor austríaco Gustav Klimt – é uma espécie de espelho da mente nos seus primeiros anos de vida, quando todas as possibilidades se abrem.

Exposta na sala 305 durante a Mostra Cultural, a irreverente colagem vizinhava com outros trabalhos relacionados à desco-berta dos muitos mundos da infância. Por um tapete ladrilhado com pedacinhos rasgados de mapas antigos mergulhava-se no mágico universo infantil, com cavernas, trilhas de for-migas, seres de folhas, ampulhetas de água e também mapas afetivos com fragmentos das vidas familiares. “Com ajuda do pessoal do Laboratório, as crianças pesquisaram até no Google Earth e foram se localizando até chegar em casa”, explicou Clara.

Sem fronteirastos. O projeto Crie seu egípcio, do 6º ano, por exemplo, atraía olhares pelo capricho das peças expostas. Múmias enfaixadas nos seus sarcófagos dourados, faraós com adornos e maquia-gem exóticos, pirâmides mi-niaturais, a enigmática esfinge, bem como deuses e gatos sa-grados criavam um clima de museu em pleno pátio ilumina-do e barulhento. As exposições Esculturas Olímpicas (6º ano), Os ciclistas (2º ano), igualmente arrebataram as atenções.

Na Alameda das árvores, um projeto de História, Por-tuguês e Geografia – o painel grafitado Preconceito: o que eu tenho a ver com isso? – desen-volvido com os estudantes do 8º ano, quebrava o desgastado

estereótipo de relacionar o es-tudo da cultura africana às infor-mações sobre escravidão. Para compô-lo, a gurizada assistiu ao filme “A que horas ela volta?” e conversou com o artista Ricar-do Zigomático, além de reali-zar saídas de campo a diversos locais onde existem traços da presença afro, os chamados “territórios negros”.

Textos intimistas produzi-dos pelos alunos do 9º ano na Oficina de Escrita escancara-ram as inquietações da pré--adolescência. “A depressão é um vazio do tamanho do abis-mo que se abre dentro de nós” foi uma das frases selecionadas. A irreverência própria da ida-de, porém, estava expressa no próprio nome do projeto, que

afasta a possibilidade do drama: Fazendo Cena. Meninos e me-ninas do 8º assinaram a curiosa exposição Desenhando com História, em que fizeram cola-gens envolvendo personagens icônicos ou imagens de quadros famosos. E outra mostra vistosa do evento, a dos trabalhos do 2º ano do Ensino Médio, enfeitava as vidraças do bar. O EM, aliás, estava desfalcado, pois os vesti-bulandos de 2017 participavam do Enem.

Cinco, quatro, três, dois ... Zuuuuum. Os foguetes cor--de-rosa do 9º ano decolaram rumo ao céu claro no ensolara-do sábado, 5 de outubro, quan-do aconteceu a Mostra Cultural do João. A experiência, realiza-da na quadra de piche, fez parte do projeto Astronomia – um mundo muito além do nosso planeta, um dos 51 trabalhos apresentados no evento, que envolveu todos os níveis e dis-ciplinas da Escola. Até os be-bês contribuíram com curiosos pássaros esculpidos com papel amassado.

Para as 1.400 pessoas que lotaram a Escola no dia da Mos-tra, era difícil escolher para onde olhar primeiro. Parada obrigató-ria eram as esvoaçantes cortinas

Foto

s pá

g.2-

3: R

afae

l Wilh

elm

e A

udio

visu

al Jo

ão X

XIII

4 5

Bola na lata(África do Sul)

Materiais: 6 latas de achocolata-do, folha preta, cola, fita colorida, três bolas de plástico.Modo de fazer: Colocar a folha preta em volta da lata com cola. Juntar as latas em fila com a fita colorida. Colocar em cima de uma mesinha. Cada participantes re-cebe três bolas de plástico. Vence quem acertar mais bolas.

O mundo é um brinquedo

Crianças nascidas em todos os pontos cardeais da Rosa dos Ventos, no Polo Norte ou no deserto do Saara, no tempo das ca-vernas ou nos dias atuais, na guerra ou na paz, na miséria ou nas cortes têm um ponto em comum: elas brincam. Mas será que to-das as crianças do mundo brincam do mes-mo jeito? Os estudantes do 1º ano foram buscar as respostas para essa pergunta pro-posta pelo projeto homônimo apresentado na Mostra Cultural. Eles descobriram que não, mas algumas brincadeiras de países distantes são parecidas com jogos antigos. O Dandy Sandy, da Jamaica, lembra o Caça-dor, e o Otedama japonês tem parentesco com os torneios de Cinco Marias. Confira três descobertas da gurizada, conforme a própria descrição das turmas:

Dandy Shandy(Jamaica)

1. Três jogadores ficam em fila e os demais ficam na torcida2. Os jogadores das pontas tentam acertar o jogador do meio com a bola e ele tem que tentar desviar3. Quem acertar a bola no jogador do meio troca de lugar com ele.

Otedama(Japão)

1. Jogar os saquinhos para cima com uma mão e pegar com a outra2. Jogar um saquinho para cima e pegar com a outra3. Passar o saquinho que estava na outra para a mão que jogou primeiro. Essas duas manobras são feitas ao mesmo tempo.

A bonequinha de luxo – com seu elegante vestido negro, coque banana, piteira entre os dedos cobertos por luvas de cano longo – desfilou pela Mostra, trocando olhares cúmplices com um estranho que escondia os cabelos ruivos sob uma peruca loura. Os misteriosos personagens eram Morgan e Oliver, ou melhor, Ana Carolina Pecoits e Mateus Aristimunho, estu-dantes do 9C. O sol, a música, as risadas e o burburinho geral da Mostra eram um cenário absoluta-mente inadequado para uma trama de mistério. Entretanto, foi ali mesmo que se desenro-lou uma novela noire pontilha-da de enigmas propostos pelos alunos do 9º ano. Eles distri-buíam enigmas aos frequenta-dores da Mostra e, assim, iam montando a história sobre um crime cometido para encobrir o desvio de uma fortuna para a Suíça. No jogo, tipo caça ao tesouro, o desafio era des-cobrir quem era o assassino. Qualquer semelhança com a realidade é coincidência, mas nem tanto, informavam.

O assassino misterioso

Os segredos do corpo humano foram desvenda-dos e revelados pelos alunos do 5º ano durante a Mostra Cultural. Disciplinadamen-te sentados em mesinhas enquanto o pátio era pura festa, eles explicavam com paciência e clareza o fun-cionamento de cada um dos sistemas do organismo.

O projeto Corpo Hu-mano e a Função de Nutri-ção estava instalado na Sala de Música que, naquele dia, trocou as melodias pela ma-téria de Ciências. Um corpo desenhado foi estendido no

chão e um esqueleto em-prestado pelo Laboratório perfilava-se como um por-teiro. A “caveira”, como chamavam as crianças, assi-nalava o espaço do Sistema Ósseo. Na mesa vizinha, os visitantes conheciam o Sis-tema Digestório e podiam assistir a um experimento.

A água representava o sangue, e saquinhos de chá, o intestino delgado. Diante da assistência, Gabriela Cas-sol Scalco e Amanda Viegas, ambas do 5G, mergulhavam os sachês, que imediata-mente tingiam o líquido:

“Viram? É assim que os nutrientes se dissolvem no sangue”. Um pouco adian-te, suas colegas Luana Aita Isaias Kindel e Laura da Silva Cruse (5C) demonstravam o papel da bile na dissolução da gordura utilizando leite e detergente. A experiên-cia do Sistema Excretor e Urinário, por sua vez, teve como porta voz Ana Clara Fehlberg Seidel (5E) que se valeu de um filtro de café para depurar água com ter-ra. Simples e didático.

Corpo sem segredos

Foto

s: R

afae

l Wilh

elm

Foto

s pá

g.4:

Aud

iovi

sual

João

XX

III

6 7

Festival de Música

“A música tem o poder de formar a personalidade”, dizia Aristóteles. “A música é um meio mais poderoso do que qualquer outro porque o ritmo e a harmonia têm sua sede na alma”, ecoava Platão. E Confú-cio indagava: “Minhas crianças por que não aprendem can-ções? Elas são capazes de vos dar encorajamento e estímulo; elas podem ensinar-vos a ob-servar e preservar as coisas; podem ensinar-vos a associar, a compreender com profundi-

dade; são capazes de apagar a vossa raiva”.

Os sábios já diziam, e o João nasceu sabendo, que a música faz parte da educa-ção de qualquer ser humano. Por isso, desde a fundação oferece Educação Musical, e todos o anos promove o Fes-tival de Música que, em 2016, apresentou-se inovador. As meninas da Partiu Vocal, por exemplo, cantaram “Cabelos de Algodão” acompanhadas apenas por palmas e percus-

são feitas com a mão em di-versas partes do corpo. Já os Cup Songs – como sugere o nome – usaram vistosos co-pos cor de laranja sobre uma mesa para marcar o ritmo de “Whem I’m Gone”. E Vitória Batistela introduziu o idioma francês com “Papaoutai”.

Outra novidade de tirar fô-lego foi a composição de Heloi-sa Marshall – “Quer morrer?” – acompanhada por arranjo eletrônico feito pela própria autora. Com letra dramática

e interpretação pungente, a música introduziu a temáti-ca social no evento. Eclético, o Festival também banhou o pátio com humor, proporcio-nado pela apresentação da Rai-nha da Caxirola, aliás Guilher-me Sager nesta noite vestindo minissaia rosa pink de cetim e coroa amarelo-gema com de-bruns dourados.

Ocorrido em 3 de outu-bro, o Festival envolveu a par-ticipação de toda a Escola e foi dividido em duas faixas: Infan-

to-Juvenil (5º ao 7º ano do En-sino Fundamental) e Juvenil (8º ano do EF à 3ª série do Ensino Médio). As categorias foram solo (cover e original) e banda (cover e original). Embora a competição não seja a ênfase do evento, a comissão julga-dora é integrada por músicos respeitados na cena cultural da cidade. A última contou com os intérpretes e compositores Nei Lisbôa e Frederico Ritter, além do flautista Leonardo Loureiro Winter.

O Rio Grande redu-ziu de tamanho e virou um mundo liliputiano nas mãos dos estudantes do 5º ano, que moldaram símbolos da cultura gaú-cha em argila. Gaudérios, prendas, cuias de chimar-rão, igrejas missioneiras e até as tradicionais esferas do Parque da Expointer compuseram a exposição Esculturas do Rio Grande do Sul. Mas os artistas fo-ram além da matéria ao escreveram inspirados textos sobre o tema.

“O Negrinho do Pas-toreio está chorando por piedade e a única luz que tem é a vela para não entrar na escuridão do luar”. Essa quase poesia

minimalista assinada pelos alunos André Prediger, Lucas Noronha, João Pau-lo Correa Lima e Tiago Castellan estava ao lado da estatueta do pequeno escravo castigado por um dono cruel.

Já o rancho de beira de estrada era acompa-nhado pelo poema “Uma casa no Rio Grande”, de Manoela Cardoso, Yasmin Gomes, Rafaela Dienstmann, Gabriela Scalco e Pedro Henrique Custódio: “Uma casa no meio do nada/ No co-ração do Rio Grande/ E um gaúcho sentado/ Com seu chimarrão/ E um João de Barro/ Com sua linda canção”.

Pequeno Rio Grande

Os músicos premiados da edição 2016 foram:

Faixa Infanto-juvenil:Vencedores categoria banda/cover

1º lugar: Partiu Vocal2º lugar: The cups

songs

Faixa Juvenil:Vencedores categoria intérprete solo/cover:

1º lugar: Vitória Batistela

2º lugar: João Pedro Abarno

Vencedores categoria banda/cover:

1º lugar: Rainha da Caxirola

2º lugar: The Bmor´sVencedores categoria canção original:

1º lugar: Heloísa Marshall

2º lugar: Raphael Mayer

Vencedores categoria banda original:

1º lugar: Rainha da Caxirola

2º lugar: Broken Boners

8 9

“A vida necessita de pausas”, disse o poeta Carlos Drummond de Andrade. Em uma versão estu-dantil, a mesma frase poderia ser “As aulas precisam de recreio”. Mas será que o recreio – ou a pau-sa além do horário do lanche e do almoço – também não é bem-vinda para os trabalhadores espantarem a rotina, aproximar-se e conhecer ainda mais os alunos? Dez funcioná-rios administrativos do João não du-vidam disso. No dia 26 de setembro eles participaram de uma atividade singular na Educação Infantil. O evento girava em torno de histórias, mas os papéis foram invertidos. Em vez de os adultos lerem os livros em voz alta, como é costume, as crian-ças assumiram a narração.

Por meia hora, a turma NH, da professora Luciene Barroso, socia-lizou parte de seus trabalhos com 10 trabalhadores, incluindo a ge-rente administrativa, Fátima Esch-berger, e a psicóloga institucional, Maria Fernanda Hennemann. A atividade envolveu o projeto Con-tos clássicos sob o olhar curioso, criativo e investigativo das crianças por meio do qual os alunos estão criando novas versões para algu-mas histórias infantis.

Além de escolherem as cinco histórias recontadas, as crianças desenharam cenas para ilustrar as novas narrativas. Enquanto rabis-cavam, surgiram questões básicas para a formulação dos “problemas de pesquisa”. “Como nasce uma floresta?”, “Por que toda bruxa tem um gato de estimação?”, “Se o mar está marrom, ele está po-

luído?”, “Os lobos só aparecem na lua cheia?” e “Quais bichos nascem do ovo?” Para buscar as respostas, os pequenos investiga-dores contaram com os diversos setores da Escola, como a Biblio-teca, o Laboratório de Ciências, o Audiovisual e o Setor de Compras e de Manutenção.

O encontro entre os trabalha-dores e os alunos da Educação In-fantil deu a real dimensão do traba-lho desenvolvido pelo pedagógico. “As crianças explicaram todos os processos com muita autonomia e conhecimento de causa”, comen-tou a advogada do Colégio, Stella Rodrigues. “Foi supergratificante, porque às vezes não entendemos as especificidades dos pedidos vin-dos do pedagógico e conhecendo o trabalho, fica bem mais fácil com-preender. A apresentação dos pe-quenos fez com que a gente se em-penhasse cada vez mais para buscar os materiais”, declarou Éder Dor-neles, supervisor de compras. Sér-gio Ivan Barbosa Júnior, supervisor de manutenção, acrescentou “foi um momento das crianças reconhe-cerem os processos realizados pelo Administrativo que, muitas vezes, ficam no backstage das atividades realizadas por elas”, falou.

Para Maria Fernanda, foi uma experiência rica e significativa para todos. “Para as crianças, porque tiveram a oportunidade de apre-sentar a pesquisa, e para os pro-fissionais, porque identificaram no projeto a sua participação diária, seja no fornecimento, seja na con-fecção dos materiais”, analisou.

Um recreio para os trabalhadores

O João nasceu e continua huma-nista e solidário. Além de proporcio-nar uma educação de qualidade para seus alunos, essas características ainda rendem reconhecimento por parte da sociedade. O Prêmio de Responsabi-lidade Social, conferido pela Assem-bleia Legislativa do Rio Grande do Sul em 23 de novembro, é uma prova dis-so. Além da filantropia - realizada por meio do Serviço Comunitário (Secom) e de trabalhos sociais na Creche Boa Esperança, o projeto socioambiental O Mundo Passado a Limpo – que esti-mula a consciência ética, social e am-biental- foi responsável pela conquista do troféu na categoria Instituição de Educação Básica.

Incentivar e reconhecer a realiza-ção de projetos voltados para o bem--estar social e para a preservação do meio ambiente estão entre os objetivos do evento promovido em parceria com 14 entidades, entre elas a Fiergs, o Ob-servatório de Responsabilidade Social das Universidades Brasileiras, o Sesi, o Sesc, a ONG Parceiros Voluntários e a Associação Riograndense de Imprensa.

A presidente da Fundação Educa-cional João XXIII, Laura Eifler Silva, re-presentou a Instituição no palco do Te-atro Dante Barone. Também estavam

presentes o vice-presidente Tuchaua Rodrigues, a diretora jurídica Candice Gullo e a diretora geral do Instituto Anelori Lange. O João XXIII participa e recebe o certificado de Responsa-bilidade Social desde a criação da ini-ciativa, e este ano, pela terceira vez, ganhou o prêmio. Em 2006, quando estreou na premiação, foi a primeira instituição de ensino a ser reconhecida com o troféu.

Desta vez, foram fundamentais ini-ciativas como a instalação de cisternas que armazenam água para a limpeza da Escola e para regar as plantas, criadas na prática pedagógica Ideias e Inven-ções; o João Solidário, por meio do qual alunos e professores promovem ações beneficentes tanto no entorno do Colégio quanto fora dele; o projeto ciberbullyng,que debate a ética digital; a doca de resíduos, através da qual alunos e funcionários discutem os caminhos do lixo na Escola; as práticas pedagó-gicas Educação Financeira e Identidade Cidadã. A importância deste prêmio reside no reconhecimento público das ações que a Fundação Educacional João XXIII desenvolve no sentindo de con-tribuir para uma sociedade melhor nas áreas de aprendizagem, inclusão social e meio ambiente.

Material escolar customizadoé antídoto contra o desperdício

A moda da customização não é privi-légio do vestuário. No João- que desen-volve em caráter permanente o projeto multidisciplinar O mundo passado a lim-po- o material escolar também entrou na onda do reaproveitamento e da persona-lização. Agendas, mochilas e estojos dos alunos do Ensino Fundamental utilizados em 2016 foram reciclados para enfrentar o ano letivo de 2017. As várias atividades oferecidas aos alunos a partir do 4º ano representaram um verdadeiro antídoto contra o desperdício.

A primeira delas foi um workshop de customização ocorrido nos dias 28 e 29 de novembro, das 8h às 10h45min e das 13h30min às 16h, no gazebo do pátio cen-tral. Conduzida na parte da manhã pelas dinamizadoras do Joãozinho Legal e na parte da tarde pela professora de Artes, Marisa Camillo Borges, a atividade esti-mulou atitudes sustentáveis ao propor a reutilização de materiais como cadernos, pastas, mochilas, estojos. Para incentivar a criatividade, a Escola disponibilizou ma-teriais como adesivos e papeis coloridos. Até o início do ano letivo de 2017, outras edições do workshop de reciclagem deve-rão acontecer, inclusive, para preparar a agenda escolar.

O tradicional “Troca-troca de livros didáticos” também faz parte da iniciativa, sendo realizado na Biblioteca Zilah Totta desde o final de novembro. Alunos da 3ª série foram convidados a refletir sobre quais livros devem acompanhá-los na nova etapa de suas vidas e quais podem ser doados. “Além de diminuir os custos financeiros, as ações atenuam impactos no meio ambiente, pois incentivam a conscientização sobre o valor econômico e simbólico dos objetos e livros e a res-significação de forma criativa, inteligente e solidária”, afirma Mirian Zambonato, supervisora pedagógica do João.

João recebe prêmio na Assembleia

A frase não está errada. É, mesmo Foco NO (e não NA) Foca (com maiúscula). Isso porque Foca é o nome do novo veículo eletrônico do João, que contém as principais notícias divulgadas no site da Escola e circula todas as sextas-feiras. A proposta é filtrar informações com maior interesse para as famí-lias e facilitar, assim, o acesso às informações divulgadas na página

O “experimóvel” é um laboratório am-bulante. Circulando pela etapa do 1º ao 5º, o veículo foi criado a partir dos conteúdos estu-dados na disciplina de Ciências, berço do “Clu-binho de Experiências”. Com isso, a brincadei-ra de experimentos feitos na hora do recreio – até então restritos ao 3º ano – “contaminou” as demais turmas da etapa.

Por enquanto, o “experimóvel”, pensado pela professora da prática pedagógica Ideias e Invenções, Anna Maria Daniele, e desenvolvi-do pelo Serviço de Manutenção da Escola para carregar instrumentos de laboratório como lupa, proveta, corante, potes para coleta de materiais, pinça, óleo e álcool gel, estará dispo-nível para a criançada nas segundas-feiras. Mas a ideia é que, ano que vem, os alunos possam brincar de fazer experimentos todos os dias.

Foco no Foca

Experimóvel incentiva pequenos cientistas

eletrônica do João. O nome Foca é uma brincadeira relacionada com o verbo Focar. Mas também remete a um termo muito comum em jornalis-mo. Nas redações, os profissionais iniciantes são chamados de focas. A razão? O animalzi-nho tem um ar puro e inocente, sempre entra numa fria, fica boiando a maior parte do tem-po, mas aprende rápido a realizar tarefas.

Foto

: Tuc

haua

Rod

rigue

s

10 11

Fim do ano. A simples pro-núncia desse dois termos juntos já nos assusta. Compromissos, confraternizações, despedidas. Em todos os espaços da vida so-cial somos bombardeados pelos eventos comemorativos, aquele instante mágico de passar a régua no ano que termina e quem sabe planejar os próximos passos do ano que entra. No Colégio João XXIII não é diferente, e a marca máxima dessa passagem são as formaturas. Muitas. A mais sig-nificativa é aquela dos que neste

final de ano fecham o ciclo de estudos do ensino médio. A for-matura do Terceiro Ano.

Sempre promete este mo-mento único, misto de tristeza (a despedida do colégio) e felici-dade (o brinde ao fim da época do colégio). A maioria dos pais e alunos da Escola acompanha de longe a preparação para a forma-tura dos maiores, os estudantes do 3º Ano. Mas nem por isso toda a movimentação ao redor dela não é notada: os eventos fi-nais, as pinturas pelo colégio, as marcas que todos eles deixaram ao final deste ano letivo. Daí por-que ser tão importante a Festa de Formatura do 3º Ano como um momento de passagem da vida “escolar” para a vida “adul-ta”, ainda que muitos formando já tenham a plena capacidade crítica sobre o mundo em que vivem, a tal ponto de serem eles próprios cidadãos protagonis-tas. Esses mesmos adolescentes

que, a seguir, adultos, pensarão nas experiências vividas aqui e as transmitirão aos seus colegas de faculdades, de trabalho, e depois para próprios filhos. Tudo isso para mostrar que o melhor sen-timento que encontramos entre os formandos do João XXIII não é o de tristeza por ir embora, mas o de saber que pertenceu a um lugar fantástico, humano, respeitador; os amigos (e o con-vívio) estão aí para provar.

Quantos não são os pais hoje no Colégio João XXIII que estão vendo os seus filhos se forma-rem? Quantos ainda percorre-rão a jornada dos anos do ensino fundamental até chegar ao ensi-no médio, demonstrando com isso uma confiança no projeto pedagógico da Escola? Quantos pais não estão lá no Conselho Deliberante decidindo junto o futuro do Colégio João XXIII? Muitos. Nesses todos, podemos dizer, o João deixou marcas.

Por vezes saudade para aque-les que neste final de ano estão se formando no ensino médio; noutras vezes, essa saudade é traduzida no retorno, anos mais tarde, com a matrícula dos filhos de ex-alunos. E é este o espírito que mantém vivo esta escola: o acolhimento, a vivência, o com-partilhamento único de experi-ências. Muitos dos cidadãos for-mados pelo Colégio João XXIII mais cedo ou mais tarde voltam para cá. As marcas, o carinho e a memórias dos bons dias aqui vividos são eternas e garantem esse retorno.

As marcas ficam. São per-manentes, ficam gravadas na memória, nesse convívio depois de tantos anos juntos. São boas lembranças, desses que saem hoje mas voltam amanhã.

Edgar Aristimunhopai do Mateus do 9º ano C

AS MARCAS

O coração pulsa forte

O Planejamento Estra-tégico do João decolou em 2016. Não por acaso, sua lo-gomarca – lançada neste Fala João - é um foguete. Desde de março foram forma-dos um Grupo de Trabalho (GT) e um Comitê Gestor, escolhida a empresa consul-tora (Beringer Consulting), apresentada a proposta aos profissionais do Colégio e realizado um workshop de Análise Estratégica com a comunidade escolar, entre outras atividades.

O primeiro passo, dado logo no início deste ano leti-vo, foi a constituição de um Grupo de Trabalho formado por diretores da Fundação, bem como de conselheiros e funcionários do administra-tivo e do pedagógico da Es-

Rumo ao futurocola. O GT debruçou--se na pre-paração e na elaboração de diretrizes, en-volvendo questões relacionadas tanto com a estrutura física quanto com aspectos pedagógicos. A se-guir, foram analisadas cinco empresas de consultorias, sendo escolhida a Beringer.

Em setembro, profes-sores e funcionários foram reunidos para conhecer mais de perto a proposta. “Desenhar o quê e onde a Instituição quer chegar, re-pensar valores e princípios são objetivos do Planeja-mento Estratégico”, afirmou o consultor Ricardo Karsten. Ele também entrevistou os

profissionais do Colégio, in-vest igando quais as suas propostas e expectat i -

vas futuras tanto na área

o p e r a c i o n a l quanto na área física.

Ultrapassada essa etapa, ocorreu, no dia 29 de outubro, o primeiro “Workshop de Análise Estra-tégica”. A atividade reuniu cerca de 60 pessoas entre Conselho, Diretoria Execu-tiva, Direção Geral, equipe técnica, profissionais, pais e alunos do Conselho de Alu-nos e do Grêmio Estudantil. Divididos em grupos, os parti-cipantes refletiram sobre oito estratégias, entre elas a mis-são, a visão para 2023 e a pro-posta de valor da Escola. A se-guir os grupos apresentaram

publicamente suas propostas, gerando mais debate e refle-xões. No dia 4 de novembro, o Comitê Gestor analisou o resultado do encontro.

“O Planejamento Estratégico está de acordo com a concepção do João, em que todos constroem juntos”, celebra a presiden-te da Fundação Educacional João XXIII, Laura Eifler Sil-va. Para a diretora Anelori Lange, “ele assegura o futu-ro da Instituição, sendo uma forma de garantir a conclu-são de projetos desejados por nós”. E a supervisora pedagógica Mirian Zam-bonato complementa: “O processo garante o fortale-cimento do João a partir de uma proposta diferenciada, agregando valor às práticas pedagógicas que desenvol-vemos e que nos tornam um Colégio único”.

A diretora da Escola, Anelori Lan-ge, costuma dizer que a Biblioteca é o coração do João. Pois este coração pul-sou forte em 2016. O número de em-préstimos, por exemplo, de janeiro a

novembro, foi de 23.707 livros. Um volume significativamente maior do que os 18.313 de todo 2013. Em 2016, ocorreram 1091 aulas na Biblioteca com freqüência es-timada- entre idas e vindas - de aproximadamente 50 mil alunos.

Outro dado a ser comemorado são as 650 novos títulos incorpora-

dos ao acervo.Os números não deixam dúvida que

a Biblioteca é viva. Mais do que as es-tatísticas, porém, a própria Biblioteca é uma prova disso. Clara e cheia de cor, abriga também obras de arte produzidas pela comunidade escolar. “É iluminada em todos os sentidos”, brinca a bibliote-cária Eliane Santa Brígida, referindo-se tanto às luzes do saber quanto às das amplas janelas encortinadas pela renda das folhagens pendentes nos vasos.

Muito além do labirinto das estan-tes, o cenário é irreverente. Um sofá amarelo solar, um baobá de papel plantado no meio do recinto, quadros de fábulas, um guarda-chuva de poe-sias (o Chuvesia), inusitadas caixinhas penduradas no teto que mesclam recortes tridimensionais de práticas esportivas com pinturas de Tarcila do Amaral e um “Estacionamento de Vassouras” somente para bruxas são alguns dos elementos decorativos presentes. São trabalhos feito em aula nos diversos níveis do Colégio. “No começo, eu pedia aos professores, hoje, eles mandam espontaneamen-te”, comemora Eliane.

Radiante com os bons resultados, ela tece planos para tornar o local ain-da mais acolhedor, mágico e libertário, mas guarda surpresa sobre os detalhes. Em 2017 sonha em ver caras novas, sem esquecer jamais o público cativo. “Tem pai e mãe que vêm aqui todo dia e ficam lendo histórias para seu filhos”, relata, maravilhada.

18.313

EMPRÉSTIMOS

20.169

22.972

24.511

FREQUÊNCIA DE LEITORES - 2016De janeiro a novembro. Leitores em aula Leitores espontâneos

1000

2000

3000

4000

Olhares e palavras

O projeto interdisciplinar Vivenciando olhares envolveu Geografia, Ciências, Português, Inglês, Arte e Matemática. Começou com uma saída de campo ao o Ecoparque Sperry, em Gramado, onde os alunos observaram várias formas de relevo e vegetação. Para cada componente curricular, houve um tipo de desdobramento. O álbum fotos e textos foi a tarefa proposta pela professora de Português, Cláudia Santos, ao 6º ano. Além da excursão, o trabalho envolveu a leitura do livro “Antes que o mundo acabe”, escrito por Marcelo Carneiro da Cunha.