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JIM & RACHEL BRITTS

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JIM & RACHEL BRITTS

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Todos os direitos em língua portuguesa reservados por© 2010, BV Films Editora Ltdae-mail: [email protected] Visconde de Itaboraí, 311 – Centro – Niterói – RJ CEP: 24.030-090 – Tel.: 21-2127-2600www.bvfilms.com.br / www.bvmusic.com.br É expressamente proibida a reprodução deste livro, no seu todo ou emparte, por quaisquer meios, sem o devido consentimento por escrito.

Originalmente publicado em inglês com o título:TO SAVE A LIFE - A Novel Based on The MovieCopyright © 2009 Jim and Rachel BrittsAll Rights Reserved This edition is published by special arrangement with OUTREACH INC.Vista, CA 92081

Classificação: Romance FicçãoEste romance é uma obra de ficção. Nomes, personagens, lugares e incidentes são produtos da imaginação dos autores e são utilizadas ficticiamente. Qualquer semelhança com eventos reais, locais, organizações ou pessoas vivas ou mortas, trata-se de mera coincidência alheia à intenção dos autores e da editora.

Editor Responsável: Claudio RodriguesCoeditor: Thiago RodriguesDesign Gráfico e Layout: Alexia Wuerdeman Edição: Josee Brenda e Toni Ridgaway Editoração: Josnei FormagioTradução: Roseli Ferreira da Silva de LimaRevisão de texto: Cristiane Marins Moreira de Oliveira Kelly Cristina Gonçalves Barros Christiano Titoneli Santana Mitsue Siqueira da Silva

ISBN: 978-85-61411-46-61ª edição - Outubro 2010Impressão: Imprensa da Fé

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Dedicatória

Para todos os adolescentes com os quais tivemos

o privilégio de trabalhar ao longo dos últimos dez anos.

Pedimos a Deus que esta história possa motivá-los

a mudar o mundo.

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1Que ótimo, Jake pensou melancolicamente consigo mes-

mo, enquanto relutantemente saía de sua caminhonete em direção à garoa sombria. As minúsculas gotas de água em sua pele formi-gavam, e ele estremecia. Por que eu vim aqui? ele se perguntava. Do que vai adiantar agora?

Ele forçou-se a caminhar em direção ao pequeno grupo reunido à frente. Eles sussurravam, abraçavam-se e colocavam as mãos nos bolsos, tentando aquecer tanto seus corações dormentes quanto seus corpos. Lá estava a mãe de Roger, tentando parecer bem, mas sem muito sucesso. A pequena irmã de Roger estava perto dela, com os olhos perdidos no ar. Lá estava a vizinha de Jake, a Sra. Jones, com a aparência dócil e gentil de sempre, mas seus olhos estavam verme-lhos e inchados, e seu sorriso sempre presente havia desaparecido hoje. Lá estava Clyde Will, com suas tatuagens aparecendo por fora da camisa.

Assim que Jake se aproximou, um homem, de talvez uns trinta e cinco anos, afastou-se do grupo e começou a falar. Ele parecia sentir-se quase tão desajeitado e inseguro quanto Jake.

“Bem, hoje nos reunimos para lembrar a vida de Roger Andrew

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Dawson.” Ele fez uma pausa, respirou, e então continuou: “Apesar de sabermos que ainda havia muita vida nele, agradecemos a Deus pelos dezoito anos durante os quais estivemos com Roger”.

A mãe de Roger começou a tremer incontrolavelmente enquan-to tentava segurar os soluços. De repente, a gravata de Jake começou a sufocá-lo. Por que estou aqui?

Férias de verão, antes do início da quinta série - uma tarde quente de julho. Jake e Roger pedalam lentamente por todo o bairro em suas bicicletas, apáticos e sem muita conversa.

De repente, Roger se vira para Jake com um de seus sorrisos travessos. “Eu tenho uma ideia”, ele sorri. “Oh, se tenho. Achei a mina de ouro. Vamos ficar ricos!”

Sensações conhecidas estremecem o corpo de Jake. As ideias mais absurdas de Roger sempre surgiam do nada. “Vou ficar de castigo novamente?” protesta ele.

“Jake, esse é um risco que estou disposto a correr. De qual-quer forma, quem consegue dizer ‘não’ para este sorriso?” Roger exibe seus dentes perolados e brilhantes.

Jake sorri novamente com uma onda de receio. Mas a atração de uma aventura o cativa e sua curiosidade vence.

Minutos depois, Jake e Roger estão correndo pela rua, cada um dando tudo de si em suas fantasias: capas e máscaras en-contradas amassadas no fundo do armário de Jake e duas das fronhas de sua mãe. Os gritos alegres dos meninos ecoam pela vizinhança. Toda a inibição se foi. Jake abana seus braços, sa-code a cabeça empinando-se como uma gaivota asfixiada e faz com que Roger tenha uma crise de riso. Brincando, ele empurra Jake, cuja capa preta emaranha-se entre suas pernas e o atira ao chão. Roger se lança sobre ele, porém, Jake o imobiliza pelo pescoço e o faz rodopiar em uma manobra digna de um confronto da federação mundial de luta livre. “Euuuuuuuuuuuuuuu sou o campeãoooooooooooooooo!” Jake retira o cinto e ergue os bra-ços anunciando a vitória. Ele ajuda Roger a levantar-se e ambos ajustam suas capas e máscaras antes de correr para alcançar o gramado da vizinha. Eles batem na porta insistentemente.

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A Sra. Jones aparece à porta, uma mulher de beleza natural, cujo rosto sorridente dá-lhe uma aparência muito mais jovem do que os seus cinquenta anos. Mas antes que ela consiga dizer uma palavra...

“Gostosura ou travessura!” Roger e Jake anunciam.

A Sra. Jones ri dos super-heróis maltrapilhos à sua porta. “Meninos, estamos no meio de julho!”

Roger solta: “Eu amei o que a Sra. fez no cabelo!”

A Sra. Jones instintivamente corre seus dedos através de seus cabelos recém-tingidos de vermelho chamativo e cede: “Deixe-me ver o que eu tenho”.

Quando a Sra. Jones vira de costas, Jake e Roger tocam as mãos espalmadas, na cumplicidade de um “Toca aqui”. Foi mais fácil do que esperavam!

A Sra. Jones retorna um minuto depois com uma barra de granola e uma caixa de suco para cada um deles. Antes de os produtos alcançarem o fundo das fronhas, Roger arranca uma margarida atrás de si.

“E isto é para você!” Mesmo com uma piscadela antiquada, seu sorriso não poderia ser mais encantador. Quando ela aceita a flor com satisfação, os meninos se retiram para a rua, gritando: “Obrigado!” enquanto olham para trás.

Na esquina, Jake olha para trás a fim de ver Roger. “Hei, de onde veio a flor?”

Roger sorri e aponta para o canteiro de flores no quintal da frente da casa da Sra. Jones.

“Você é sinistro, cara!” Jake admira, e sai em disparada em direção à casa do próximo vizinho do outro lado da rua.

“JAKE!!!”

O grito de Roger faz com que Jake levante a cabeça abrup-tamente, em tempo de ver um utilitário esportivo acelerar exata-mente em sua direção. Seus olhos se encontram com os do mo-torista distraído, que alcança os freios um pouco tarde demais. Jake observa, petrificado, enquanto o carro vem em sua direção.

“Nãooooo!” Ele ouve Roger gritar novamente.

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A próxima coisa de que Jake se lembra é de ter sido empur-rado de um lado e de ter caído ao chão a alguns centímetros do carro que tentava frear. Ele ouve um temível ruído de ossos sendo quebrados. Atordoado, com um fio de sangue escorrendo de seu joelho ralado, Jake se vira e olha para a rua. Seu melhor amigo está imóvel sob o para-choque do carro, com sua perna di-reita dobrada na direção contrária, e sua capa vermelha cobrindo o seu rosto como se fosse uma mortalha.

Jake estremeceu com a lembrança daquele dia, oito anos antes, e apenas olhou para a Sra. Jones, de pé à sua frente, na chuva. O homem, que devia ser o pastor, ainda estava dizendo algo.

“Nenhum de nós faz ideia da dor que Roger estava sentindo ou dos demônios que atormentavam a sua mente. Nós não compreen-demos o porquê de Deus permitir que estas coisas aconteçam, mas nós conhecemos bem o Seu coração. E nós confiamos nele em meio à nossa dor.”

O que eu estou fazendo aqui? Jake pensou novamente.

É o início da sétima série — numa fresca manhã de outono. O Jake do Ensino Fundamental dribla a bola pelo campo com um controle incrível, passando rapidamente pelos zagueiros, que são muito mais lentos. Os pais gritam como loucos nas linhas laterais enquanto ele passa pelos defensores. O esporte está no sangue de Jake. Ele é o primeiro a se interessar por qualquer jogo que as crianças estejam jogando.

Nas linhas laterais, tentando acompanhar o seu melhor ami-go passo a passo, Roger grita com todo o fôlego que seus pul-mões conseguem reunir. Ele corre, mancando perceptivelmente, arrastando sua perna direita por trás do resto de seu corpo, fican-do para trás e muito distante de Jake a cada passo desajeitado.

Jake ataca uma nova dupla de zagueiros que se aproxima e chuta a bola para longe do alcance da investida do goleiro. Ele levanta suas mãos triunfantemente, e todos da equipe o rodeiam

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– quase todos. Roger continua fora do campo, com sua camisa branca o suficiente para estrelar um comercial de sabão em pó. Ele fica saltitando sozinho.

O árbitro apita o fim do jogo. Um dos companheiros de time de Jake, Doug Moore, o arrasta junto com alguns outros jogado-res até o seu pai.

“Bom jogo, meninos!” O Sr. Moore entrega nas mãos de cada um deles um sorvete que tinha acabado de comprar na lanchonete.

Jake estica o braço para pegar o sorvete e percebe que Ro-ger está a poucos metros. Jake sorri para o seu amigo por trás de uma bola de chiclete e segue em sua direção. Mas os seus companheiros o envolvem primeiro e, distraído pelo papo, Jake começa a demonstrar os passes que fez no jogo, por insistência da multidão. Afinal de contas, foi sensacional, pensa Jake. De qualquer forma, Roger está na companhia de sua mãe.

Jake olhou para a mãe de Roger, com suas lágrimas misturando--se às gotas de chuva que rolavam pelo seu rosto.  Por onde ela tem andado? Pensou Jake. Como ela pôde permitir que isso acontecesse?

O jovem pastor finalizou suas palavras, e o caixão de Roger des-ceu lentamente ao solo, como se o mesmo contivesse o peso de cada um presente naquele local. Familiares e amigos aglomeravam-se à beira da cova para jogar um punhado de terra. Jake apenas olhava para a terra em sua mão. Cada músculo em seu corpo implorava-lhe para correr na direção contrária. Finalmente, Jake arremessou o seu punhado de terra também. O baque da terra sobre o caixão ecoou em seus ouvidos. Esse foi o seu insulto final: passar-se como um dos fiéis amigos de Roger.

Sim, amigo.

A equipe de filmagem tinha armado o equipamento a menos de trinta metros de distância. Pela primeira vez na vida, a imprensa causava repugnância a Jake. Ele virou-se para pegar a sua caminho-nete.

“Jake”.

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A voz familiar interrompeu-lhe a fuga, e Jake lentamente se vi-rou para enfrentá-la. A mãe de Roger o abraçou antes de ele respon-der. Seus braços não conseguiam abraçá-la em retribuição.

“Eu sinto muito, muitíssimo. O fato de você ter vindo significa tanto para mim. Vocês dois —” a Sra. Dawson irrompeu em so-luços. Jake acariciou-lhe as costas levemente, aliviado quando um parente aproximou-se e apertou-lhe o ombro para sinalizar que era hora de ir.

A Sra. Dawson desprendeu-se de seu abraço desesperado, enxu-gando os olhos com um lenço já encharcado. “Onde foi que erra-mos?” ela perguntou. “Vocês se falaram ultimamente? Ele te falou alguma coisa?”

Jake apenas meneou a cabeça e olhou para os seus pés. A Sra. Daw-son finalmente lançou-lhe um olhar melancólico e seguiu em dire-ção ao carro que estava à espera.

O que eu estou fazendo aqui?

Metade do primeiro ano – uma linda noite de sexta-feira. O ginásio do Pacific High School está repleto de torcedores estu-dantis e pais que carregam a atmosfera com um ar de ansiedade, rivalidade, hormônios e suor. Enquanto o locutor praticamente canta a escalação inicial, o nome de cada jogador provoca um novo barulho na casa cheia.

“E no ataque, com uma média de quinze pontos e onze pas-ses, o calouro fenômeno JAKE... TA-AAA-YLOR!” Jake abre um sor-riso, pula de sua cadeira, distribui socos ao ar e junta-se a seus companheiros ouvindo as músicas cantadas pela torcida.

Desde a abertura, Jake lidera sua equipe de juniores e os demais companheiros nos movimentos e na determinação. Ele vai para cima de cada bola solta, fazendo-a quicar pela quadra, e, de alguma forma, fazendo-a ricochetear contra jogadores muito maiores. Após apenas dez de seus jogos vestindo as cores do time do colégio, os esforços corajosos de Jake rapidamente pro-

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vocaram intermináveis gritos dos torcedores.

+++Ainda faltando quatro minutos para terminar o jogo, Jake le-

vou seu time para a liderança com uma vantagem de cinco pon-tos. Suas quatro belas cestas de três pontos, dez passes e seus rebotes trouxeram tanto fãs quanto adversários aos seus pés. Cada veia de seu corpo pulsava com adrenalina, cada nervo se agitava com o objetivo. Seus movimentos fluiam livre e esponta-neamente.

Jake dribla por toda a quadra, seus olhos analisam e avaliam cada possibilidade em um nanossegundo enquanto desenvolve a jogada. Ele finge ir para a direita e realiza uma ponte aérea para um membro da equipe que se encontra sob a cesta e arremessa a bola com força. Segundos depois, Jake dá um rebote e leva a bola a uma enterrada incontestável.

Oh, a vida é boa. Os pés ágeis de Jake correm para trás na defesa, e o seu olhar desvia-se em direção às líderes de torcida ao longo da parede traseira. Seus olhos emparelham-se com os de uma bela caloura, de cabelos loiros, que se movia nos passos ensaiados da dança. Enquanto o tumulto no ginásio é ensurde-cedor, o mundo de Jake fica inerte e o coração acelera em seu peito. Amy Briggs. Só em pensar na estudante, Jake estremece sob seu suor, mas apenas por um segundo. Seu foco retorna e ele se apodera da quadra.

O armador do time adversário desfere um passe por cima da cabeça para o seu companheiro, que corre para a linha lateral direita e passa por Jake em direção à cesta. Ele faz um passe perfeito de volta para um dos companheiros de Jake, que finaliza a jogada com uma enterrada incrível. Jake pragueja em voz baixa em seu momentâneo lapso de concentração, enquanto o seu trei-nador grita com ele da linha lateral. Um jogador arma um passe do meio da quadra para Jake, que dribla com três passos e faz outra cesta de três pontos, desta vez de quatro metros atrás da

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linha. Que cesta!

Jake não gasta tempo comemorando, mas prepara uma es-tratégia agressiva de defesa. Não haverá mais cestas fáceis pelo que ele pode prever.

+++Após o jogo, Jake dá uma volta fora do vestiário, onde pais

e amigos esperam pelos jogadores. Ele recebe muitos elogios e cumprimentos, mas como de costume, seus pais não estão pre-sentes. Ver Amy Briggs, no entanto, o ajuda a esquecê-los. Ela se apoia em um poste, cercada por um grupo de rapazes da equipe de calouros que disputam o seu sorriso, mas a sua atenção está voltada para Jake.

“Vinte e dois pontos, onze assistências. Você faz com que nós, calouros, tenhamos uma boa reputação”, ela sorri quando Jake passa.

“Ah, obrigado.” E aquela palpitação no peito recomeça.

Amy abandona a multidão de rapazes para acompanhar Jake, e seus ombros nus se encostam nos braços dele. Ela olha para a mochila esportiva que ele carrega. “Por que você tem um peque-no pássaro estampado em sua mochila?”

“É o mascote da Universidade de Louisville. Vou jogar bas-quete lá algum dia.” Por algum motivo, essa frase não soa tão interessante ao ser pronunciada. Soa melhor em seus sonhos. Mas Amy não parece notar.

“Ah, sim”, Amy sorri. “Bem, você vai para a festa hoje à noi-te?”

“Sim.” Jake faz uma pausa. “Que festa?”

Amy sorri novamente. “Você é muito engraçado. Então, será que a gente podia ir juntos?”

Ela para de andar e olha para Jake, tocando em seu braço. Seu toque envia uma corrente através de seu corpo. “Onde está o seu telefone”, ela sussurra, aproximando-se.

O Jake confiante, que fez a quadra pegar fogo minutos an-tes, apalpa o bolso tentando encontrar o objeto de sua procura.

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Ele dá o celular para Amy, torcendo para que ela não perceba as palmas suadas de suas mãos. Enquanto ela grava o número no celular dele, Jake olha por cima de seus ombros e vê Roger aproximando-se, mancando em sua direção. Jake se encolhe. Quando Roger passa arrastando-se pelas pessoas, um silêncio se instaura enquanto seus olhares o acompanham. Jake ainda ouve algumas risadas abafadas. Por que Roger não consegue se enturmar? Ele está mancando até menos ultimamente, mas ainda assim é bem perceptível, uma lembrança permanente e amarga daquele dia fatídico, há três anos.

Desde o Ensino Fundamental, a capacidade natural de adap-tação de Jake em qualquer esporte o coloca rapidamente na tri-lha da popularidade. Infelizmente, “o acidente” havia acabado com as chances de sucesso no esporte para Roger, e ele sim-plesmente não conseguia acompanhar o novo e crescente grupo de amigos de Jake. Eles ainda saíam de vez em quando, mas era sempre Roger que ligava. E, para ser sincero, Jake gostava de sua interessante nova reputação. Às vezes temia perdê-la por ser visto com Roger. Ainda assim, havia sempre uma culpa incômoda que ele não podia ignorar.

“Meu amigo, Roger – nós íamos sair. Está tudo bem se ele vier também?”

Jake pede relutantemente, enquanto Amy devolve-lhe o telefo-ne. Amy acompanha o olhar de Jake até Roger.

“O carro só tem espaço para mais um”, ela dá de ombros. “Você entende o que quero dizer?”

Ela aperta os dedos de Jake antes de encontrar suas ami-gas, que a esperavam perto de um Mustang conversível vermelho vivo, com o teto aberto. Os olhos de Jake seguem o movimento sedutor de sua minissaia, até que a voz de Roger o traz de volta.

“Estou vendo coisas, ou você acabou de falar com Amy Briggs?”

Roger sorri. Jake devolve-lhe o sorriso, ainda meio enfeitiçado.

“Bem, vamos sair daqui. Minha mãe já pediu a pizza.”

Roger brinca, dando um leve soco no braço de Jake, a apenas alguns centímetros do local onde Amy tinha tocado. Jake estreita os olhos.

“Rog, eu não posso ir.”

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“Como?”

“Nós combinamos ainda agora, antes do jogo.”

Jake olhou para cima. Como ele podia deixar passar uma oportunidade como essa?

“Eu disse a Amy que iria a essa festa.”

Os ombros de Roger pesam e seu sorriso desaparece.

“Hum, tudo bem, pizza fria também é gostosa. Onde é a festa?”

Jake respira fundo.

“Você não pode ir.”

Silêncio. Roger se inclina como se as palavras fossem uma pancada. Depois de um momento, ele resmunga: “Entendi. As coisas são diferentes agora”. Ele se vira e se distancia, man-cando.

“Rog!” Jake chama, meio culpado e meio irritado porque seu amigo não entende. Com um suspiro, Jake segue Amy, mas ele ouve Roger esmurrar um armário antes de sair se arrastando.

Jake estava ancorado ao gramado impecável do cemitério, vendo a mãe de Roger afastar-se. Ainda chovia forte.

“No primeiro ano, Sra. Dawson”, ele finalmente sussurrou. “Foi a última vez que falei com ele. No primeiro ano.”

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AGRADECIMENTOS

A Jesus Cristo, nosso melhor amigo, Salvador e Pai. Tu és a nossa maior motivação e inspiração para tudo o que fazemos.

À nossa incrível equipe de edição: Jennifer Dion, Brenda Josee e Ridgaway Toni. Obrigado por nos desafiarem a sermos melhores a cada passo do caminho.

A Scott Evans e ao resto da equipe Outreach, por capacitar-nos a viver este sonho.

À nossa família da igreja New Song Community, por ter servido tanto de inspiração para a história.

A toda equipe de produção e marketing de Para Salvar Uma Vida, por seu empenho em levar essa história para cada adolescente que precisa ouvi-la.

A nossas famílias incríveis, por todo seu apoio extraordinário.

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SOBRE OS AUTORES

Jim e Rachel Britts compartilham uma paixão que é servir a Deus e impactar a vida de jovens e adolescentes. Os Britts conhe-ceram-se ainda estudantes de graduação da Universidade de Biola, na qual Jim recebeu seu diploma em cinema e Rachel sua licen-ciatura em Inglês. Ambos também fizeram mestrado — Jim em Ministério Geral no Seminário Western e Rachel em Educação

na Universidade de Biola

Hoje, os Britts estão vivendo o seu sonho no Sul da Califórnia. Jim é um pastor de jovens experiente na igreja New Song Commu-nity em Oceanside. Ele é bem conhecido entre os seus alunos por seu senso de humor excêntrico, sua semelhança com Jim Carrey, e sua paixão por ajudar os alunos a viverem a própria fé de maneira autêntica. Rachel ensina Inglês em Oceanside High School, onde ela odeia dar notas em dissertações, mas ama cumprimentar os es-tudantes na porta com um sorriso e forçá-los a dar o melhor de si.

As personagens do filme Para Salvar Uma Vida são inspiradas na experiência da vida real do casal com os seus alunos, e a história re-vela uma compaixão para com os adolescentes e uma compreensão dos desafios que enfrentam. Se você assistir ao filme com atenção, você verá a igreja, a cozinha e o descolado jipe preto de Jim e Rachel.