janeiro/2018 - nº 69 - ano vi confiança e trabalho · 2017-12-18 · a cada dia da nossa...

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Janeiro/2018 - Nº 69 - Ano VI “Se o Senhor quiser, e se viver- mos, faremos isto ou aquilo”. (Tiago, 4:15.) (...) “Age para o bem, sabendo que apenas o bem guarda força bas- tante para o sustento da paz”. ¹ Se imaginarmos o mundo como um templo respeitável, onde cada pessoa permanecesse em estado de adoração contínua, certamente de nada adiantaria, pois os problemas que surgissem, fossem quais fossem eles, não seriam resolvidos e o mun- do que nos foi confiado, morreria. A cada dia da nossa existência, somos abençoados com infinitas pos- sibilidades de fazer o bem, o útil ou o nobre, e somente a incorporação dessa atitude, no nosso dia a dia, será capaz de promover e sustentar a paz, iniciada sempre – já tantas vezes – dentro de nós. Se não estamos em paz conosco, não somos capazes de fazê-lo com o mundo, porque nenhum culto exte- rior, mesmo cuidadoso, não importa a crença, salvaria o planeta ou nosso mundo íntimo. (...) “Se o conhecimento superior já te clareia o espírito, não desco- nheces que todas as realizações es- tão subordinadas à Divina Supervi- são.”¹ O conhecimento que possuímos – vale lembrar que são migalhas diante da Sabedoria de Deus – é o que te- mos para ofertar a Ele, aguardando que Sua misericórdia conceda-nos a oportunidade de compartilhá-lo com nossos companheiros de jornada. O conhecimento nobre exige atividade nobre – “A fé, se não tiver obras, é morta em si mesmo e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras”. (Tg, 2:17). Dentro e fora de nós a fé deve rei- nar sublime. De nada adiantam ora- ções primorosas, louvores e cânticos se, ao nosso redor, existem campos de trabalho ao desamparo. Funda- mental se torna, portanto, a materia- lização desse conhecimento. “Não te creias, desse modo, em comunhão com a Divina Majestade, simplesmente porque te faças cuida- doso no culto externo da religião a que te afeiçoas.”² Emmanuel, com clareza, adverte a todos nós da neces- Confiança e Trabalho Leda Maria Flaborea sidade de estabelecermos, em nossa vida, os binômios: Prece – Trabalho; Santuário – Oficina; Cultura – Cari- dade e Ideal – Realização. Jesus é o exemplo indiscutível e não há como fugir dessa realidade. “A criatura humana dispõe de livre arbítrio para criar o destino, porém, cada individualidade, nesse ou naquele plano de existência, atua num campo determinado de tempo.” ¹ Cada criatura encontra-se, por ora, em um momento evolutivo pró- prio, o que nos mostra que – se qui- sermos ver – não é possível cobrar do outro o que ele ainda não tem para nos dar. É como pretender que uma criança que se inicia nas primeiras letras leia e compreenda um texto complexo. É como querer que ame- mos a Deus quando, na verdade, mal conseguimos amar o próximo. Continuamos, ainda, de situação em situação, queixando-nos de Deus, da sorte, do abandono dos santos de nossa devoção, dos nossos guias espirituais, culpando o outro pelas nossas aflições, com tempo sobrando para lamúrias e queixumes, sentindo- -nos perseguidos e desamparados, sem terminarmos o serviço pelo qual nos responsabilizamos e repetindo as mesmas lições, como aluno que não aprende. Insistimos em não aceitar a ideia de que somos os gestores de nossa existência, mas, sim, subordi- nados passivos de ordens superiores. Tão mais fácil culpar o outro – não importando quem ou o que seja... Tão menos trabalhoso que aceitar a realidade, refazendo caminhos... Entretanto, o tempo – Ah, o tem- po!... – nosso grande aliado, vem em nosso socorro. Todos nós para- mos um dia para o exame das nossas obras: tiranos, santos, malfeitores ou heróis... Porque, indiscutivelmente, em cada um de nós, a consciência se apresentará, frente à Justiça Divina, a nos cobrar exame e reparação. É a Vida a nos dizer: “Basta! Não mais”. Por tudo isso, mister se faz que formemos nossos planos de ação – com erros, acertos ou novos aprendi- zados – na busca da elevação, tudo fazendo, tudo usando, seja inteligên- cia, autoridade, palavras, laços afe- tivos, dinheiro, atendendo ao Bem, pois, crendo ou não, aceitando ou não, a verdade é que caminharemos com nossa tarefa até o ponto em que Deus permitir. Somente quando aprendermos – e aprenderemos! – a confiar na Lei da Vida, é que reconheceremos que tudo é patrimônio divino. Bibliografia: XAVIER, F. C. – Pa- lavras de Vida Eterna – ditado pelo Espírito Emmanuel – 20ª edição – CEC Editora – Uberaba/ MG – lição 105 (1), lição 5 (2) e lição 106. LOJA DO IDEFRAN LIVROS QUE EDUCAM A ALMA AMBIENTE FRATERNO E ACOLHEDOR

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Page 1: Janeiro/2018 - Nº 69 - Ano VI Confiança e Trabalho · 2017-12-18 · A cada dia da nossa existência, ... Sempre que se inicia um novo ano o mundo comemora e fala em paz, alegria,

Janeiro/2018 - Nº 69 - Ano VI

“Se o Senhor quiser, e se viver-mos, faremos isto ou aquilo”. (Tiago, 4:15.)

(...) “Age para o bem, sabendo que apenas o bem guarda força bas-tante para o sustento da paz”. ¹

Se imaginarmos o mundo como um templo respeitável, onde cada pessoa permanecesse em estado de adoração contínua, certamente de nada adiantaria, pois os problemas que surgissem, fossem quais fossem eles, não seriam resolvidos e o mun-do que nos foi confiado, morreria.

A cada dia da nossa existência, somos abençoados com infinitas pos-sibilidades de fazer o bem, o útil ou o nobre, e somente a incorporação dessa atitude, no nosso dia a dia, será capaz de promover e sustentar a paz, iniciada sempre – já tantas vezes – dentro de nós.

Se não estamos em paz conosco, não somos capazes de fazê-lo com o mundo, porque nenhum culto exte-rior, mesmo cuidadoso, não importa a crença, salvaria o planeta ou nosso mundo íntimo.

(...) “Se o conhecimento superior já te clareia o espírito, não desco-nheces que todas as realizações es-tão subordinadas à Divina Supervi-são.”¹

O conhecimento que possuímos –

vale lembrar que são migalhas diante da Sabedoria de Deus – é o que te-mos para ofertar a Ele, aguardando que Sua misericórdia conceda-nos a oportunidade de compartilhá-lo com nossos companheiros de jornada. O conhecimento nobre exige atividade nobre – “A fé, se não tiver obras, é morta em si mesmo e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras”. (Tg, 2:17).

Dentro e fora de nós a fé deve rei-nar sublime. De nada adiantam ora-ções primorosas, louvores e cânticos se, ao nosso redor, existem campos de trabalho ao desamparo. Funda-mental se torna, portanto, a materia-lização desse conhecimento.

“Não te creias, desse modo, em comunhão com a Divina Majestade, simplesmente porque te faças cuida-doso no culto externo da religião a que te afeiçoas.”² Emmanuel, com clareza, adverte a todos nós da neces-

Confiança e TrabalhoLeda Maria Flaborea

sidade de estabelecermos, em nossa vida, os binômios: Prece – Trabalho; Santuário – Oficina; Cultura – Cari-dade e Ideal – Realização. Jesus é o exemplo indiscutível e não há como fugir dessa realidade.

“A criatura humana dispõe de

livre arbítrio para criar o destino, porém, cada individualidade, nesse ou naquele plano de existência, atua num campo determinado de tempo.” ¹

Cada criatura encontra-se, por ora, em um momento evolutivo pró-prio, o que nos mostra que – se qui-sermos ver – não é possível cobrar do outro o que ele ainda não tem para nos dar. É como pretender que uma criança que se inicia nas primeiras letras leia e compreenda um texto complexo. É como querer que ame-mos a Deus quando, na verdade, mal conseguimos amar o próximo.

Continuamos, ainda, de situação em situação, queixando-nos de Deus, da sorte, do abandono dos santos de nossa devoção, dos nossos guias espirituais, culpando o outro pelas nossas aflições, com tempo sobrando para lamúrias e queixumes, sentindo-

-nos perseguidos e desamparados, sem terminarmos o serviço pelo qual nos responsabilizamos e repetindo as mesmas lições, como aluno que não aprende. Insistimos em não aceitar a ideia de que somos os gestores de nossa existência, mas, sim, subordi-nados passivos de ordens superiores. Tão mais fácil culpar o outro – não importando quem ou o que seja... Tão menos trabalhoso que aceitar a realidade, refazendo caminhos...

Entretanto, o tempo – Ah, o tem-po!... – nosso grande aliado, vem em nosso socorro. Todos nós para-mos um dia para o exame das nossas obras: tiranos, santos, malfeitores ou heróis... Porque, indiscutivelmente, em cada um de nós, a consciência se apresentará, frente à Justiça Divina, a nos cobrar exame e reparação. É a Vida a nos dizer: “Basta! Não mais”.

Por tudo isso, mister se faz que formemos nossos planos de ação – com erros, acertos ou novos aprendi-zados – na busca da elevação, tudo fazendo, tudo usando, seja inteligên-cia, autoridade, palavras, laços afe-tivos, dinheiro, atendendo ao Bem, pois, crendo ou não, aceitando ou não, a verdade é que caminharemos com nossa tarefa até o ponto em que Deus permitir.

Somente quando aprendermos – e aprenderemos! – a confiar na Lei da Vida, é que reconheceremos que tudo é patrimônio divino.

Bibliografia: XAVIER, F. C. – Pa-lavras de Vida Eterna – ditado pelo Espírito Emmanuel – 20ª edição – CEC Editora – Uberaba/MG – lição 105 (1), lição 5 (2) e lição 106.

LOJA DO IDEFRANLIVROS QUE EDUCAM A ALMA

AMBIENTE FRATERNO E ACOLHEDOR

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Pergunta: Em um Centro Espírita pode haver rituais? E a manifestação dos chamados “pretos-velhos”? Cidinha

Resposta: Sua pergunta, estimada leitora, é formulada em duas etapas. Respondendo

à primeira, dizemos-lhe que a Doutrina Espírita se caracteriza por não realizar qualquer tipo de ritual. Por se tratar de uma doutrina que procura promover o contato da criatura com o seu Criador sem qualquer intermediário, sem qualquer paramento ou veste especial, sem qualquer ritual, sem sacerdote ou pessoa responsável pela condução dos demais crentes. Baseia-se, especialmente, na mudança moral do adepto do Espiritismo. Tanto é assim que Allan Kardec, o codificador da Doutrina Espírita, fez constar do capítulo XVII, de O Evangelho Segundo o Espiritismo a afirmativa: “conhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral...” Ora, fica evidente que não precisamos de qualquer ritual para atingirmos a transformação moral preconizada pela Doutrina, que é toda interior, toda espiritual.

Por outro lado, quanto à manifestação de entidades caracterizadas de “preto-

Você perguntaFelipe Salomão

Esta seção responde a perguntas dos leitores?velho”, orienta a Doutrina que, embora seja desnecessária tal caracterização, em virtude da plasticidade do perispírito, que pode assumir outras formas de manifestação, algumas entidades preferem se apresentar como se fossem “pretos-velhos”, a fim de darem mais autenticidade às suas manifestações e, também, apraz-lhes tal atitude por lhes relembrar uma encarnação na qual desenvolveram acentuados processos no campo da humildade. O fato de se apresentarem dessa maneira, não significa que não tenham sabedoria e conhecimento para sugerirem atitudes e conceitos oportunos aos que os ouvem.

Envie sua pergunta: [email protected].

Mágoa

Livros que nos trazem luz Aprendendo com os espíritos

Se você possui na família um ninho de aflições, é forçoso anotar que o benefício da educação pede a base da escola.

Se a impaciência lhe marca os ges-tos habituais, acalme-se, observando que os pequeninos desequilíbrios in-tegram, por fim, as grandes perturba-ções.

Seja qual for o seu problema, lembre--se de que toda mágoa é sombra des-trutiva e de que sombra alguma con-segue permanecer no coração que se acolhe ao trabalho, procurando servir.

André Luiz - Chico XavierLivro Ideal Espírita

Se a mágoa lhe bate à porta, entorpe-cendo-lhe a cabeça ou paralisando--lhe os braços, fuja dessa intoxicação mental enquanto pode.

Se você está doente, atenda ao corpo enfermiço, na convicção de que não é com lágrimas que você recupera um relógio defeituoso.

Se você errou, busque reconsiderar a própria falta, reajustando o caminho sem vaidade.

Se você caiu em tentação, levante--se e prossiga adiante, na tarefa que a vida lhe assinalou, na certeza de que ninguém resgata uma dívida ao preço de queixa inútil.

Qual herança deixarás para seus familiares e amigos?Uma casa, um carro, um barco?Tais objetos em breve tempo não existirão mais.Deixa uma filosofia, o amor pelo trabalho, teu otimismo.Deixa versos de esperança, uma música suave, uma árvore.Assim, serás lembrado a cada dia e louvado a cada noite.Herança não é o amontoar incessante de coisas a serem transferidas com a tua morte.É o doar perene do que tu és.Não te preocupes em demasia em imaginar qual o montante a ser deixado.Ele pode ser de palavras, de gestos, de sorrisos, de afagos.Oferece tua presença e verás que ela será mais apreciada que os bens que amontoas.

Excerto do texto original

O homem que veio da sombraLuiz Gonzaga PinheiroEditora EME

HERANÇA

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Sempre que se inicia um novo ano o mundo comemora e fala em paz, alegria, prosperidade e, sobre-tudo, em esperança na melhoria de vida.

Comemorar sadiamente com as pessoas amadas é bom, necessário e sempre deve ser estimulado. Afinal, o isolamento contraria a lei natu-ral pois gostamos de companhia e, como aprendemos com a espirituali-dade superior no Livro dos Espíritos, Deus fez o homem para viver em so-ciedade. Também fomos ensinados que a convivência é algo instintivo e que, somente com a ajuda mútua, os homens treinam o abandono do egoísmo e, consequentemente, pro-gridem na escala evolutiva.

Infelizmente, na maioria das ve-zes a citada melhoria de vida que ansiamos a cada nova oportunidade que nos é ofertada de vivermos mais um ano vem focada no aspecto mate-rial de nossas existências, deixando de lado a questão mais importante, que sempre foi e continuará sendo a evolução do espírito.

Afinal, por que estamos encarna-dos? Seguramente não é para que te-nhamos uma vida de gozos inconse-quentes e fúteis conquistas materiais. O grande objetivo de cada encarna-ção é o progresso moral resultante de atitudes vividas no campo do bem, da caridade para com todos e do in-cremento das aspirações mais puras em direção à reforma íntima.

Sabemos que não é tarefa fácil! Porém, cada ano que a Providência Divina coloca em nossa frente deve ser encarado como um degrau a ser

Pág. 03Suplemento - USE - Franca - A Nova Era - Janeiro 2018

2018subido com passada firme e com âni-mo renovado, em direção ao grande objetivo de nossas vidas. O novo ano representa apenas um passo a mais dentre os muitos que ainda teremos nesta e em futuras encarnações.

Procuremos aproveitá-lo bem. Façamos com que valham a pena os

Ademir Gomes Pinheiro

cuidados que a espiritualidade amiga tem conosco, colocando amorosos amparos ao nosso redor, sempre con-fiando que aproveitaremos a nova oportunidade e agiremos em favor do progresso moral de todos e, con-sequentemente, da ascensão de nosso planeta em sua inevitável caminhada

regenerativa.Que Jesus, em seus infinitos atri-

butos, aí incluída a enorme paciência para com todos, acolha nossos bons propósitos e ampare toda a huma-nidade, derramando sobre a Terra aquilo que atualmente mais necessi-tamos: Bênçãos de Paz!

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Pág. 04 Suplemento - USE - Franca - A Nova Era - Janeiro 2018

Dava dó ver Nhô Chico da Cancela.Era choro e tremura o dia inteiro...Dizia ser picado de barbeiroE sofrer batedeira na espinhela.

Um dia veio a médium Dona Bela...Nhô Chico, em grupo, indaga a Irmão CarneiroOnde ficava o bicho traiçoeiro...Toda noite, era nova espetadela.

Presente, o guia então disse: “Nhô Chico,Olha nos pés da cama que eu te explico...”Nisso, a colcha mexida se arregaça.

No quarto, o povo, ali, viu, de repente,Enrolada num saco de água quente,Uma garrafa cheia de cachaça.

O bicho oculto

Cantinho da poesia

Cornélio PiresLivro: Poetas Redivivos, psicografia Francisco Cândido Xavier