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N.08 janeiro 2017 O maior projeto mundial de energia de fusão Hugo Camacho, COO da Martifer Metallic Constructions Construção e Reparação Naval em velocidade cruzeiro Windart - O maior projeto de arte contemporânea do mundo, em altura Soluções inovadoras para novos desafios arquitetónicos entrevista martifer metallic constructions martifer renewables investigação e desenvolvimento iter

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N.08 janeiro

2017

O maior projeto mundial de energia de fusão

Hugo Camacho, COO da Martifer Metallic Constructions

Construção e Reparação Naval em velocidade cruzeiro

Windart - O maior projeto de arte contemporânea do mundo, em altura

Soluções inovadoras para novos desafios arquitetónicos

entrevista martifer metallic constructions

martifer renewablesinvestigação e desenvolvimento

iter

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2 mnews | janeiro 2017 | n.08 3mnews | janeiro 2017 | n.08

EDSU

PROPRIEDADEGrupo Martifer, Apartado 17,3684-001 Oliveira de FradesPortugal

DIRETORCarlos Martins

DIRETOR DE REDAÇÃOPaulo César Ferreira

REDAÇÃOComunicação

COLABORARAM NESTA EDIÇÃOAna Santos, Carlos Costa, Carlos Martins, Carlos Pombinho, Cláudio Rocha, Cristina Fernandes, David Martins, Diogo Marquez, Esther Navarro, Filipe Denis, Hugo Camacho, Jorge Martins, Marco Costa, Nuno Pina, Paulo César Ferreira, Raquel Ferreira, Santos Lima, Sérgio Ferreira

DESIGN E PAGINAÇÃOSandra Cruz

FOTOGRAFIABanco de imagens do grupo Martifer, Banco de imagens da DouroAzul, iter.org, projeto Wind Art

PERIODICIDADE Anual

Esta publicação adota o novo Acordo Ortográfico

CAPA

iter

O maior projeto mundial de energia de fusão

editorial

3 editorial 2016 - Um ano com muita energia

4 entrevista Hugo Camacho, COO da Martifer Metallic Constructions

10 preparar o futuroEncarar o futuro com otimismo

11 opinião“O caminho que agora queremos fazer já não se compadece de fronteiras”

12 em foco ITER - O maior projeto mundial de energia de fusão nuclear

16 investigação e desenvolvimentoSoluções inovadoras para novos desafios arquitetónicos

20 presença globalRenewable energy - Worldwide projects

22 metallic constructions We’ve been building

A produzir torres eólicas para quatro países

Construção e Reparação Naval em velocidade cruzeiro

34 renewables Windart - O maior projeto de arte contemporânea do mundo

38 empreender Martifer distinguida na categoria “Soluções de Engenharia”

sumário

2016 ficou marcado pela conclusão dos parques eólicos Âncora, participados pela Ventinveste (172 MW). Valerá a pena relembrar o longo caminho per-corrido para chegar até aqui. Em 2007 a Ventinveste ganhou a fase B do concur-so público para a atribuição de potência de geração eólica, tendo-se obrigado, em conjunto com a Senvion (então RE-power), Martifer Energia e Efacec, jun-tamente com mais alguns fornecedores, a realizar investimentos produtivos que permitissem o fabrico dos aerogerado-res, torres e pás, bem como a constru-ção dos parques e respetiva logística.

Com a chegada da crise financeira em 2008, o acesso ao crédito foi impossibi-litado, tendo os projetos ficado parados até que Portugal regressasse aos merca-dos financeiros e fosse possível contratar financiamento. Dos 400 MW contrata-dos, a Ventinveste tinha já construído 12 MW do projeto de Vale Grande, ten-do alienado 216 MW à EDP em 2015 e concluiu este ano os restantes 172 MW num projeto a que chamámos Âncora, juntando a Ventinveste e a Ferrostaal.

Este foi, sem dúvida, o projeto de maior dimensão em que a Martifer Renewa-bles participou, a juntar-se a tantos outros que já tivemos oportunidade de realizar em países como a Espanha, a Polónia, a Roménia e o Brasil. Em 2016 foi ainda contratada a venda de mais 280 MW solares no Brasil, a juntar-se aos 220 MW contratados em 2015 e aos 246,5 MW eólicos anteriormente construídos e vendidos.

Com a conclusão dos projetos em Portugal, coloca-se o desafio de abrir novos mercados, onde a América Latina se perspetiva com possibilidades de ex-pansão, nomeadamente para mercados como a Argentina e a Colômbia.

2016 foi ainda marcado pela alienação de 100 % do capital da Martifer Solar à Vol-tália, ficando assim o grupo Martifer fo-cado em duas áreas de negócio, a Cons-trução Metálica, englobando os alumínios e construção e reparação naval, com os estaleiros navais da Navalria, na Gafanha da Nazaré e da West Sea, em Viana do Castelo, por um lado, e as energias reno-váveis agora exclusivamente através da Martifer Renewables, por outro.

Devemos realçar o sucesso da área Na-val que juntamente com as Renováveis têm sido os geradores de caixa permi-tindo a liquidez necessária para sobrevi-ver à crise do setor da construção.

Se para 2017, estas duas áreas demons-tram estabilidade com carteira de en-comendas e projetos que permitem a consolidação destes negócios, a Martifer Construções tem o grande desafio de se continuar a adaptar à realidade dum mundo instável para o setor, no qual para sobreviver é preciso competir pelo preço. Para tal é preciso ter uma organi-zação leve e flexível, com as competên-cias certas que o mercado valoriza sem esquecer a produtividade mas, com o foco no custo.

Para ser competitivo no preço, só pode-mos ter o essencial, descartando tudo aquilo que o cliente não valoriza, mas principalmente o que não está disponí-vel para pagar.

O caminho não é fácil, pois sabemos que em Portugal não há mercado no setor da construção, que continua numa situação muito difícil, e o setor financeiro continua abalado, mas é continuando a caminhar que encontraremos soluções.

2016 - um ano com muita energia

Jorge Martins Vice-Presidente do grupo Martifer e CEO Martifer Renewables

...é preciso ter uma organização leve e flexível, com as competências certas que o mercado valoriza sem esquecer a produtividade mas, com o foco no custo.

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EN entrevista

Hugo Camacho conta com mais

de 15 anos de experiência no

setor da construção. Com um portefólio

de referência em diversas geografias,

é hoje COO da Martifer Metallic

Constructions. Em entrevista,

mostra-nos a sua visão do Grupo, do

setor da construção e do contexto

económico atual.

não há muitas empresas no mundo

com a capacidade técnica de engenharia

que a martifer tementrevista a hugo camacho, coo da martifer metallic constructions

MNEWS | A Martifer está hoje presente em vários mercados, com característi-cas diferentes entre eles. Qual o merca-do mais exigente, atualmente, do ponto de vista operacional? E qual o que até agora, criou menos dificuldades?

HUGO CAMACHO | Existem hoje muitas diferenças entre as diversas geografias onde a Martifer opera. Se na Europa o “maior conforto/estabilidade sócio-política” con-trasta claramente com uma maior agressivi-dade comercial e exigência técnica, que nos faz hoje trabalhar com margens operacio-nais muito reduzidas, países como Angola e a Arábia Saudita, obrigam as nossas equipas de gestão a um forte ajuste cultural à reali-dade local, muito diferente em costumes e hábitos, quer sociais quer de trabalho.

É também certo e reconhecido por todos os nossos clientes, a nossa forte capacida-de de mobilização e adaptação aos mais diversos ambientes de trabalho. Este tem sido um dos mais fortes pilares da Martifer, para além da forte capacidade e conheci-mento técnico.

MN | Quais são os principais desafios, atualmente, da atividade operacional da Martifer Metallic Constructions?

HC | Enquanto empresa integramos o setor da construção, um dos em maior receção e com maiores dificuldades nesta última crise económica mundial.A contração continuada dos mercados em que operamos obrigou-nos a fortes reduções e adaptações da nossa estru-tura de custos.

Enquanto estratégia macro definimos a re-centralização das nossas atividades no core e génese da Martifer, as cons-truções metalomecânicas.

Um dos nossos maiores desafios continua a ser a garantia de trabalho sustentado em geografias/clientes com os quais possamos trabalhar de uma forma saudável numa relação win-win.

MN | O Grupo apresentou, na sua es-tratégia, o objetivo de melhorar a sua eficiência operacional, principalmente

na Martifer Metallic Constructions. O que tem sido feito para essa melhoria? E o que ainda falta fazer?

HC | Durante 2016 realinhámos equi-pas, reforçando a nossa capacidade de gestão e controlo, vetores sempre as-sociados ao nosso enorme know-how.

Seguindo a estratégia de centralização na nossa atividade core, nas estruturas metálicas e alumínios, reforçámos a nossa atividade comercial e de produ-ção em dois produtos com maior ren-tabilidade, os alumínios e o fabrico de torres eólicas.

Contamos que o setor dos alumínios, onde estamos a crescer quer em vo-lume quer em resultados possa, já em 2017, representar 30 a 40 % do volume de negócios do setor metalomecânico. Acreditamos fortemente que em pa-ralelo com o setor naval, também com um crescimento forte e sustentado, os alumínios possam ser uma das fortes âncoras do nosso futuro mais próximo.

Durante 2015 e 2016 retomámos o fabrico de torres eólicas, onde conta-mos com umas das melhores fábricas na Europa, com elevados graus de sa-tisfação/aceitação pelos nossos clientes

No setor das estruturas metálicas, não obstante a forte crise instalada a nível europeu e mundial, temos conseguido encontrar “nichos” de mercado específicos onde baseados numa forte relação com os nossos clientes temos desenvolvidos projetos extremamente interessantes.

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entrevista

reconhecidos pela adjudicação constate de novos projetos. Neste setor tere-mos sempre de contar com a forte concorrência de geografias como a China, as quais erradamente protegidas pela lei de “antidumping” na importação de matéria prima, conseguem importar produto acabado a valores muito infe-riores aos nossos custos de produção.

No setor das estruturas metálicas, não obstante a forte crise instalada a nível europeu e mundial, temos conseguido encontrar “nichos” de mercado es-pecíficos onde baseados numa forte relação com os nossos clientes temos desenvolvidos projetos extremamente interessantes.

É disso exemplo o desempenho da geo-grafia de Angola. Em 2016, não obstante as dificuldades crescentes do mercado, esperamos executar cerca de 40 M€ de obra, tendo desenvolvido importantes projetos, como é o caso da fábrica da cer-veja da Sodiba, e acreditamos que serão a plataforma para novos e interessantes projetos já no ano de 2017.

Na Arábia Saudita, mercado no qual foi verificada uma contração/realinhamen-to da economia, decretada fundamen-talmente pelo preço atual do barril de petróleo e situação geopolítica, continu-amos a ser reconhecimentos pela nossa enorme capacidade técnica, razão pela qual nos foram adjudicadas no final de 2016 duas novas obras, uma ponte de estrutura metálica (a nossa terceira no país) para o metro de Riade e a remo-delação de um centro comercial em Riade, obra extremamente complexa no valor de mais de 10 MUSD.

MN | É possível explicar-se, de forma simples, o processo de um projeto na Martifer?

HC | Trabalhamos hoje de forma mais integrada com total envolvimento de todos os departamentos, desde a fase mais embrionária de qualquer projeto. Desde cedo a produção (fabrico e gestão de obra) em conjunto com os demais departamento de suporte (téc-nico, compras e qualidade) suportam

os nossos comerciais na avaliação de um novo projeto.

Temos hoje casos de obras que nos são adjudicados numa primeira fase só como desenvolvimento de projeto di-retamente para o cliente final, para que depois possamos integrar a equipa do empreiteiro geral quando este é sele-cionado pelo cliente final.

Ao nível do desenvolvimento de um qualquer projeto, não obstante recor-rermos a subcontratação quando picos de produção assim o exigem, ou por uma qualquer estratégia comercial, con-tinuamos a ter hoje total capacidade para o desenvolvimento de todas as atividades do mesmo “in house”, desde a avaliação técnica, ao desenvolvimento do cálculo estrutural ou outro, à prepa-ração/modelação, fabrico e montagem.

Genericamente todas as obras que hoje executamos contemplam a exe-cução de projeto, quer este seja o mais simples cálculo de ligações de estrutu-ras metálicas ou o total desenvolvimen-

to de todas as soluções a aplicar em obra, existindo em muitos casos a exe-cução dos mais diversos e complexos ensaios em laboratório à escala real de mockups, para a validação de todos os requisitos de projeto.

Seguidamente e em paralelo desen-volvemos toda a preparação de obra recorrendo a diversos softwares de desenho 3D, servindo estes para gerar os mais diversos desenhos para a apro-vação do cliente das soluções a aplicar em obra, assim como desenhos de fa-brico e montagem.

Toda a nossa cadeira de valor, desde o projeto à montagem, está devidamente integrada e sustentada em sistemas de gestão que permitem a perfeita integra-ção de todos os departamentos. Uma qualquer peça a aplicar em obra é des-de cedo numerada para que possa ser facilmente identificada durante todo o processo de execução, como se de um puzzle se tratasse.

O departamento de projeto/técnico participa também de forma ativa na definição da melhor metodologia de montagem da obra com a direção de obra, sempre tendo presente os mais elevados requisitos de qualidade e segurança do cliente, assim como um cumprimento de um rigoroso orça-mento de obra.

O fabrico e a montagem são na sua quase totalidade executados por meios internos ou quando subcontratados, coordenados de forma muito próxima pelas equipas da Martifer, para que sejam sempre assegurados os prazos e qualidade, pela qual a Martifer é reco-nhecida junto dos seus clientes.

MN | Estando na Martifer há já vários anos, como tem visto a evolução da empresa? O que mudou e o que se mantém na cultura da empresa ao longo dos últimos anos?

HC | Julgo que a nossa capacidade téc-nica e resiliência para enfrentar novos e cada vez mais difíceis desafios são duas das mais fortes características que defi-nem a equipa Martifer.

Não obstante as fortes adversidades, temos conseguido reter ao longo dos anos muitos daqueles que com a Mar-tifer cresceram e que hoje a suportam, de forma inquestionável.

MN | A Martifer refere a capacidade de engenharia como um dos seus princi-pais elementos diferenciadores. Como engenheiro com uma vasta experiên-cia, tanto nacional como internacio-nal, como vê a engenharia nacional, quando comparada com os mercados internacionais? Que pontos é impor-tante melhorar na formação dos futu-ros engenheiros portugueses, para que possam tornar-se cada vez mais numa referência internacional?

HC | Conhecendo vários mercados nas mais diversas geografias é sempre com grande orgulho que oiço os nossos clientes ou parceiros falarem da enor-

Julgo que a nossa capacidade técnica e resiliência para enfrentar novos e cada vez mais difíceis desafios são duas das mais fortes características que definem a equipa Martifer.

Uma qualquer peça a aplicar em obra é desde cedo numerada para que possa ser facilmente identificada durante todo o processo de execução, como se de um puzzle se tratasse.

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entrevista

Hugo Camacho é desde 2011 administrador da Martifer sendo hoje COO da Martifer Metallic Constructions, no setor das es-truturas metálicas e alumínios. Licenciado em Engenharia Civil pelo Instituto Superior Técnico, conta com uma vasta experiência na área de gestão de obra, em várias geografias.

Em 2001 iniciou o seu percurso profissional com um estágio na Martifer Construções. Foi Engenheiro adjunto/diretor de obra na Mota-Engil, S.A. e adjunto da direção geral na Mota-Engil Madeira. Em 2005, desafiado pelo engº Carlos Martins, abraçou o desafio da Direção de Produção na Polónia. Após 2 anos na Polónia, re-gressa a Portugal por um curto espaço de tempo, aceita um novo desafio e lidera a equipa da Martifer na construção do novo ter-minal do Aeroporto de Dublin, obra concluída no início de 2010.

Desde então tem vindo a assumir mais e maiores responsabilida-des dentro do grupo Martifer sendo, atualmente, administrador responsável pela área da construção metálica, não perdendo no entanto nunca o gosto/prazer de participar ativamente na gestão de obra, como aconteceu no projeto do estádio de futebol da Arábia Saudita em 2013.

Considera-se uma pessoa resiliente, ligeiramente impaciente e assume que trabalhar é um vício. Viajar é também uma paixão e as duas cidades de eleição são Londres e o Rio de Janeiro.

HUGO CAMACHO38 ANOS

coo da martifer metallic constructions

me capacidade técnica e de execução dos Portugueses.

Do ponto de vista mais pragmático e não obstante o nosso excelente ensino ao nível de engenharia civil, continuamos a verificar uma maior focalização desta no setor da “pura” construção civil, com

poucas oportunidades ou conhecimento lecionados ao nível de áreas mais especí-ficas como sejam, por exemplo, as asso-ciadas aos setores do alumínio.

Dentro da Martifer temos tentado colmatar esta lacuna com constantes formações internas e outras, mais es-

pecíficas, lecionas tanto em Portugal como no estrangeiro, maioritariamente em Inglaterra, mercado com forte cul-tura neste setor.

Temos neste último ano apostado fortemente no aumento do conhe-cimento técnico e diversificação das nossas equipas de gestão e técnicas de obra. Estamos desde setembro passado em formação no setor dos alumínios, formação esta mais direcionada aos quadros mais habituados às estruturas metálicas. Contamos com isto não só aumentar o conhecimento transversal das nossas equipas, como flexibilizar as mesmas, por forma a que a nossa capa-cidade de resposta seja cada vez maior e melhor, não estando assim constran-gidos pelo facto de termos equipas especializadas apenas em estruturas metálicas e outras em alumínios.

MN | Como vê a Martifer daqui a cin-co anos?

HC | Sendo otimista e podendo até es-perar um futuro com ligeiras melhorias ao nível do setor da construção, que associadas às alterações/adaptações que temos vindo a efetuar na Martifer nos possam assegurar um futuro me-lhor, não podemos nunca ficar iludidos e deixar de perseguir uma política de maior rigor e constantemente poten-ciar o aumento da nossa produtividade.

Só assim, e sustentados pela nosso know-how e resiliência, conseguiremos vencer as atuais e cada vez mais difíceis realidades do mercado.

Julgo que suportados nisto teremos, certamente, um melhor futuro enquan-to empresa.

... não podemos nunca ficar iludidos e deixar de perseguir uma política de maior rigor e constantemente potenciar o aumento da nossa produtividade.

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PF preparar o futuro

A DouroAzul e a Martifer são, ao fim de 8 embarcações construídas, muito mais do que parceiros; são uma equipa que une e reúne esforços para construir em Portugal, com matérias-primas nacionais, com mão de obra nacional e com a certeza de que ambos contribuem, indubitavelmente, para o crescimento da região e do país.

o caminho que agora queremos fazer já não se compadece de fronteiras

Muito do caminho do sucesso da Dou-roAzul foi feito, com a certeza de que tínhamos parceiros que estavam dis-postos a fazer esse caminho connosco. Décadas de conquistas, mas também de desafios, de perseverança e de resposta a mercados cada vez mais competitivos e exigentes.

Em março deste ano, a DouroAzul bati-zará mais dois navios-hotel construídos pelo grupo Martifer. Celebraremos en-tão, não apenas a chegada destes dois novos navios, mas também o passado e o futuro. A DouroAzul e a Martifer são, ao fim de 8 embarcações construídas, muito mais do que parceiros; são uma equipa que une e reúne esforços para construir em Portugal, com matérias--primas nacionais, com mão de obra nacional e com a certeza de que ambos contribuem, indubitavelmente, para o crescimento da região e do país.

Ao longo dos anos, a Martifer tem de-monstrado ser sinónimo de confiança, competência, capacidade técnica e humana. Os caminhos que temos tri-lhado em conjunto, compilam anos de inovação e dedicação, muitas vezes as-sentes em deadlines apertados, mas que

No ano de 2016, o grupo Martifer continuou com a execução do Plano Estratégico adotado em 2015, tendo concretizado um conjunto de ações cruciais, destacando-se:

• A conclusão da fusão de várias so-ciedades que exerciam atividades se-melhantes ou complementares entre si, o que permitiu simplificar a estrutura societária do Grupo, eliminar duplica-ções e redundâncias de recursos, criar sinergias, melhorar a coordenação das atividades desenvolvidas pelas socieda-des participadas, otimizar os recursos técnicos e financeiros, reduzir custos de contexto e melhorar a capacidade competitiva e a solidez das sociedades incorporantes. Foram igualmente liqui-dadas algumas sociedades que se en-contravam inativas, em Portugal e nos mercados externos.

• A alienação de vários ativos não core, nomeadamente ativos imobiliários que

contribuíram para a tendência de redu-ção do endividamento do Grupo.

• A alienação da participação financeira na Martifer Solar, S.A., ao grupo Voltalia.Após esta operação o grupo Martifer mantém-se como um player relevante na área das energias renováveis, agora exclusivamente através da Martifer Renewables, que manteve um desem-penho positivo ao longo do exercício de 2016.

• A renegociação de contratos de for-necimento e serviços externos, o que permitiu uma redução de custos sem afetar o nível e a qualidade dos forne-cimentos.

• Ao nível da estrutura de recursos humanos foram tomadas medidas no sentido de ajustar a organização à reali-dade e desafios de cada área de negó-cio e geografia, reforçando a estrutura da construção e reparação naval e ao

nível da construção metálica, reafetan-do colaboradores de geografias onde a atividade está estagnada para geografias onde a carteira de encomendas tem vindo a crescer. O Grupo tem tomado várias iniciativas no sentido de desen-volver e reter os recursos humanos de maior potencial, procurando promover know how e polivalência.

O ano de 2016 foi particularmente difícil no segmento da construção prevendo-se que 2017 seja um ano igualmente desafiante, em virtude da instabilidade do contexto internacional. Contudo, a firme convicção no plano de ação em curso, bem como, o capital humano e resiliência do grupo Martifer permitem-nos encarar o futuro com otimismo.

em momento algum deixaram de ser cumpridos. Isso é eficácia, organização e confiança. É com base nesta confiança mútua que avançamos todos os anos mais um pouco na persecução de novos mercados, novos desafios, novas formas de levar Portugal além-fronteiras.

A verdade é que o caminho que agora queremos, e que estamos a fazer, já não se compadece de fronteiras. As nossas metas e os nossos olhos estão postos em águas muito maiores: os oceanos. O desafio é grande, mas o futuro é auspi-cioso a bordo do navio de expedição que estamos a construir com a Martifer. Este novo paquete irá realizar cruzeiros oceânicos e fluviais em zonas como Antártida, Chile, Amazónia, entre outras. Estamos, por isso, a projetar as tendên-cias e desafios das próximas décadas, e para tal estamos, mais uma vez, a fazer este caminho em conjunto.

Concluo com uma ideia que me tem guiado desde sempre. Devemos lembrar o passado. Devemos viver o presente. Mas devemos, sobretudo, trabalhar para o futuro.

Mário Ferreira

Mário Ferreira CEO da DouroAzul

OP opinião

encarar o futuro com otimismo

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EF em foco

O ITER (International Thermonuclear Experimental Reator) é hoje um dos pro-jetos mais ambiciosos do mundo.

É um projeto que visa a construção do maior reator experimental de fusão nu-clear do mundo, um dispositivo de fusão magnética que foi projetado para provar a viabilidade da fusão como fonte de ener-gia em grande escala e livre de carbono, com base no mesmo princípio do Sol e das estrelas. Estima-se que a central, no sul de França, deverá entrar em produção em 2025.

O ITER será o primeiro dispositivo de fu-são a produzir energia líquida. O ITER será o primeiro dispositivo de fusão a manter a fusão por longos períodos de tempo. E o ITER será o primeiro dispositivo de fusão a testar as tecnologias integradas, os ma-

teriais e os regimes de física necessários para a produção comercial de eletricidade baseada na fusão.

Milhares de engenheiros e cientistas con-tribuíram para a conceção do ITER, desde que a ideia de uma experiência inter-nacional conjunta em fusão foi lançada em 1985. Os membros do ITER - China, União Europeia, Índia, Japão, Coreia, Rússia e Estados Unidos - estão agora envolvidos numa colaboração para construir e ope-rar este dispositivo experimental.

O que fará o ITER e quais as vantagens?O reator experimental de fusão nuclear foi projetado especificamente para: - Produzir 500 MW de potência de fusão - Demonstrar a operação integrada de

tecnologias para uma fábrica de fusão - Conseguir um plasma de deutério-trítio no qual a reação é sustentada através de aquecimento interno - Testar a criação de trítio - Demonstrar as características de segu-rança de um dispositivo de fusão

A fusão de átomos liberta quatro milhões de vezes mais energia do que a reação química como a queima do carvão, com-bustíveis ou gás. E liberta quatro vezes mais energia do que a fissão nuclear, a energia usada atualmente.

Não emite dióxido de carbono (CO2) para a atmosfera, contribuindo assim para o combate às alterações climáticas, um dos grandes desafios mundiais nos próxi-mos anos.

Os resíduos são menos perigosos. Na energia nuclear atual, os resíduos nu-cleares mantêm-se perigosos durante milhares de anos, sendo por isso indis-pensável o correto armazenamento. Na fusão, os resíduos mantêm-se perigosos por um período entre 50 a 100 anos.

A fusão também não possibilita que venham a ter lugar acidentes como na central japonesa de Fukushima, por-que no caso de haver alguma inter-rupção ao processo, o reator de fusão arrefece rapidamente e a reação é interrompida, aponta o ITER.

Os custos mais baixos de produção desta energia também são uma das vantagens.

Portugal está presente na construção deste projeto, com a participação da Martifer desde 2013.

A Martifer foi responsável pelo projeto de ligações, fabrico e montagem de cerca de 5 940 toneladas de estrutura metálica para o edifício nº 13 (Assembly Hall), 391 toneladas para o edifício nº 17 (Cleaning Facility) e 343 toneladas para o edifício nº 61 (Site Services). Para os edifícios nº 11, nº 14 e nº 74 foram for-necidas cerca de 7 000 placas embutidas.

A construção do Assembly Hall foi o maior desafio para a Martifer. Com 60 metros de altura, 97 metros de com-primento e 60 metros de largura, esta construção cumpre com exigentes pa-drões de fabrico, montagem e qualidade. Para além de todos os outros trabalhos que incluíram cerca de 2 500 m2 de gra-dil, 4 000 metros lineares de guardas e 18 escadas de marinheiro, a montagem da cobertura do edifício foi realizada através da técnica de “Heavy Lift”, por forma a facilitar os trabalhos de monta-

gem e a dimininuir o tempo de monta-gem inicialmente previsto pelo cliente.

A cobertura com cerca de 700 tone-ladas, constituída por 11 treliças que chegam a atingir 54,3 m de comprimen-to, foi toda montada no solo e elevada de uma só vez através de um sistema hidráulico sincronizado, num processo contínuo de 16 horas, no qual estiveram envolvidas 21 pessoas.

Outra das particularidades deste edifi-cio é que está equipado com 2 pontes rolantes de 1 500 toneladas. Esta pontes rolantes são suportadas por 20 vigas carril com cerca de 21 toneladas cada uma, que foram montadas a 40 metros de altura.

A conclusão de um projeto com a im-portância do ITER, demonstra a capaci-dade da Martifer para a construção de obras emblemáticas e com um elevado grau de exigência técnica.

itero maior projeto mundial de energia de fusão nuclear

international thermonuclear experimental reator

a martifer está presente na construção desta obra emblemática

O Assembly Hall (edifício 13) foi o maior desafio para a Martifer, com 60 metros de altura, 97 metros de comprimento e 60 de largura, esta construção cumpre com exigentes padrões de fabrico, montagem e qualidade.

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14 mnews | janeiro 2017 | n.08 15mnews | janeiro 2017 | n.08

100 000 quilómetros 100 000 quilómetros de fios supercondutores de nióbio-estanho (Nb3Sn) são necessários para os magnetos de campo toroidal do ITER.

104 quilómetrosOs componentes mais pesados da máquina ITER serão transportados para o porto mediterrânico mais próximo e depois transportados ao longo de 104 quilómetros de estrada especialmente modifi-cada conhecida como Itinerário do ITER.

115 000 visitantesOs últimos números estão em: 115 000 pessoas visitaram o site ITER desde o início dos trabalhos em 2007 para limpar e nivelar as terras para a futu-ra instalação científica.

150 milhões de °CA temperatura na nossa superfície do Sol é de 6 000 °C, e em seu núcleo -15 milhões °C. No Itam Tokamak, as temperaturas atingirão 150 mi-lhões de °C, ou dez vezes a temperatura no centro do nosso Sol.

23 000 toneladasA máquina ITER pesará 23 000 toneladas.

42 hectaresA principal característica do site ITER de 180 hec-tares em Saint Paul-lez-Durance, no sul da França, é uma plataforma de nível artificial que foi concluída em 2009. Esta plataforma de 42 hectares mede 1 km de comprimento por 400 metros de largura e compara em tamanho com 60 campos de futebol.

60 metrosO edifício Tokamak será ligeiramente mais alto que o Arco do Triunfo em Paris. Medindo 73 metros (60 metros acima do solo e 13 metros abaixo), será a estrutura mais alta do ITER.

840 metros cúbicosO Tokamak (reator de fusão) ITER será o maior já construído, com um volume de plasma de 840 metros cúbicos.

em foco

2005Decisão de construir o projeto em França

2006Assinatura do Acordo ITER

2007Criação formal da Organização ITER

2007/2009Limpeza e nivelamento da terra

2010/2014Estrutura de apoio ao solo e fundações sísmicas para o Tokamak

2012Marco de licenciamento nuclear: o ITER torna-se uma instalação nuclear de base, segundo a legislação francesa

2014/2021*Construção do Edifício Tokamak (acesso para as atividades de montagem em 2019)

2010/2021*Construção da instalação ITER e edifícios auxiliares para o primeiro plasma

2008/2021*Fabrico dos principais componentes do primeiro plasma

2015/2021*Os principais componentes são transpor-tados ao longo do Itinerário ITER

2018/2025*Fase de montagem I

2024/2025*Fase de comissionamento integrada (co-missionamento por sistema começa vários anos antes)

Dez 2025*Primeiro Plasma

2035*Operação Deutério-Tritio

* conforme previsão em novembro de 2016

Fonte: iter.org

timeline

Fonte: iter.org

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16 mnews | janeiro 2017 | n.08 17mnews | janeiro 2017 | n.08

ID investigação e desenvolvimento

A Torre 30 é um edifício de escritórios que se situa junto da M30, uma via rápida que circunda a cidade de Madrid. Construída em 1998, foi recen-temente remodelada com pro-jeto do gabinete de arquitetos António Ruiz Barbarin e con-sultoria de fachadas da ENAR - Envolventes Arquitetónicas. A Martifer, tendo como cliente a Hill International (gestor da propriedade) foi o empreiteiro geral desta obra que consistiu na construção de uma segunda pele do edifício.

Composta por cerca de 6 000 m2 de bandejas de chapa de alumínio, sustentadas por uma estrutura em aço e alu-mínio criada especificamente

para este projeto, inclui 4 000 metros de tubo redondo, for-mando anéis nos 14 pisos do edifício.

A Martifer terminou a sua intervenção em setembro de 2016, atingindo todos os objeti-vos a que se propôs, mostrando o seu know-how na execução de fachadas com procedimentos de montagem complexos e acabamentos exigentes.

torre 30 - madrid

sobre a torre 30

A Martifer procura, diariamente, garantir uma maior qualidade e rentabilidade nos seus projetos. A aposta na inovação no processo de investigação e desenvolvimento é uma prioridade para alcançar os objetivos. O fabrico e a montagem de fachadas exigem soluções leves, onde o detalhe garanta uma estética que satisfaça as exigências arquitetó-nicas do projeto.

Para o projeto da Torre 30, e atenta às evoluções das fachadas em alu-mínio, a equipa técnica do projeto, lidou com alguns desafios: prazos de execução apertados, necessidade na simplificação do fabrico e a exi-gência de uma estrutura leve e de montagem expedita.

Através de um estudo aprofundado, a soldadura de alumínio permitiu que fosse possível reduzir os custos de fabrico, criar ligações mais leves realçando uma estrutura com me-nos acessórios, para além de facilitar a execução da montagem da estru-tura em estaleiro.

mais leve, mais económica, mais rápida

CONCEITO INICIAL: Ligação princi-pal com tubo perimetral aparafusada

CONCEITO FINAL: Ligação com tubo perimetral soldado

esquema da alteração da ligação original para a ligação proposta4 000 metros de tubo de alumínio, com 200 mm de diâmetro

cerca de 6 000 m2 de bandejas de chapa de alumínio perfuradas, com 3 mm de espessura

O fabrico e a montagem de fachadas exigem soluções leves,

onde o detalhe garanta uma estética que satisfaça as exigências

arquitetónicas do projeto.

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18 mnews | janeiro 2017 | n.08 19mnews | janeiro 2017 | n.08

investigação e desenvolvimento

A soldadura de alumínio estrutural exi-giu rigor, discernimento e um trabalho contínuo de investigação. Este tipo de soldadura é reconhecido pelo seu ele-vado grau de complexidade e de exe-cução, de forma a cumprir as diretrizes definidas no Eurocódigo.

A Coordenação de Soldadura da Mar-tifer iniciou o processo desenvolvendo todas as etapas para a caraterização da ligação soldada e posteriormente, a aná-lise técnica da Direção de Projeto. Fo-ram realizados vários ensaios para testar a aplicação operacional do processo de soldadura MIG-Pulsado, semiautomático e robotizado. Foram também desenvol-vidos testes em chapas de alumínio com soldaduras lineares, e posteriormente, soldaduras circulares, utilizando a mesma liga que posteriormente foi utilizada em obra e a mesma tipologia das peças.

A análise química do material a soldar, as suas variações e a influência dos elementos químicos na liga de alumínio 6000 foram essenciais para realizar ajustes do modo operatório de ambos os processos utilizados.

Após a afinação do modo de execução, realizaram-se vários ensaios não destru-tivos para caracterizar as zonas da solda-

A Coordenação da Soldadura em cooperação com uma entidade externa, parceira neste projeto para o fornecimento de consumíveis e componentes de soldadura, desen-volveram uma ação de formação para o grupo de colaboradores envolvidos no projeto. Os formandos produziram várias peças soldadas com as técnicas de monopasses em soldaduras de canto lineares e circulares nas posições de soldadura vertical ascendente e horizontal. A ação de formação terminou com a realiza-ção de um exame para qualifica-ção de soldadores, de acordo com a norma EN 9606-2.

Este projeto de formação exigiu a aquisição de máquinas de soldar adequadas ao processo, das mais avançadas e ferramentas apropria-das e ajustadas à sensibilidade das ligas de alumínio para evitar danifi-cações físicas e contaminações.

Esta é uma certificação que possi-bilita a execução de projetos futu-ros com esta exigência.

dura (zona fundida e zona termicamente afetada) tendo em conta as variações de parâmetros e condições do ambiente. Esta análise permitiu rentabilizar e ma-ximizar o processo de fabrico e assim atingir os objetivos propostos.

Estes testes foram feitos recorrendo à inspeção visual, líquidos penetrantes e aos ensaios mecânicos em laboratórios acre-ditados. O objetivo foi garantir a qualida-de final e global das soldaduras quanto às propriedades físicas e morfológicas, que influenciam a resistência da ligação solda-da. A influência inerente ao processo de soldadura MIG-pulsado aplicado em sol-daduras estruturais de ligas de alumínio 6000, são representativas, mas a envol-vente, tem o seu peso e deve ser levada também em conta.

A sensibilidade da soldadura de ligas de alumínio 6000 é muito elevada e os maiores riscos são as porosidades e a fissuração na soldadura. Ultrapassar estas questões exige um rigor muito elevado na execução dos trabalhos.

soldadura de alumínio estrutural

certifcação para a soldadura em alumínio

A soldadura de alumínio estrutural exigiu rigor, discernimento e um trabalho contínuo de investigação. Este tipo de soldadura é reconhecido pelo seu elevado grau de complexidade, de execução de forma a cumprir as diretrizes definidas no Eurocódigo.

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20 mnews | janeiro 2017 | n.08 21mnews | janeiro 2017 | n.08

PG

250 mw (eólica)1 500 mwp (solar)

150 mw (eólica) 150 mwp (solar)

eurocab (6 parques): 7.23 mwn (solar)

16.8 mw (wind) - 8 wtg

196.8 mw (eólica)8 mwp (solar)

spee 2: 12.6 mw (eólica)6 turbinasspee 3: 6.3 mw (eólica)3 turbinasvale grande: 12.3 mw (eólica)6 turbinasprojeto âncora: 171.6 mw (eólica)84 turbinas

babadag I e babadag II: 42.0 mw (eólica) 20 turbinas

25 mwp (solar)

brasil

argentina

espanha

portugal

roménia

polónia

colômbia

projetos em desenvolvimento

projetos em desenvolvimento

projetos em operação

projetos em desenvolvimento

projetos em desenvolvimento

projetos em operação

projetos em operação

projetos em desenvolvimento

presença global

renewable energy worldwideprojects

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22 mnews | janeiro 2017 | n.08 23mnews | janeiro 2017 | n.08

MC

Situado na capital francesa, junto ao aeroporto Charles de Gaulle, o Paris-Asia Business Center é um complexo de negócios com cerca de 200 000 m2, dedicado às ativida-des de importação/exportação com a Ásia.

Um ponto de encontro comercial que visa reforçar projetos de desen-volvimento locais e internacionais.

A Martifer é responsável pelo for-necimento, transporte e montagem das fachadas de alumínio e vidro para 22 edifícios de comércio e restaurantes, com uma área total de fachada de 14 500 m2.

Foi inaugurado, depois de 6 anos de projeto o Forum Les Halles, no coração de Paris. A Martifer terminou a sua intervenção na obra em fevereiro de 2016 e vemos agora mais um projeto com a nossa intervenção, tornar--se um ex-líbris de uma das mais importantes capitais europeias.

A Martifer é parte integrante do con-sórcio constituído pela GTM Batiment Aquitaine (mandatária do consórcio), Soletanche, SIDF, Cobarec, Coveris e Freyssinet.

Para este projeto, a Martifer é res-ponsável pelo fabrico e montagem de cerca de 790 toneladas de estru-tura metálica e 2 722 m2 de chapa colaborante.

O novo edifício, pretende gerar sinergias na região de Aquitaine, albergando três entidades culturais: a ECLA - Écrit Ciné-ma Livre Audiovisuel, a FRAC - Fonds Régional d’Art Contemporain e a OARA - Office Artistique de la Région Aquitaine.

Maison de L’économie Creative et de la Culture en Aquitaine

martifer metallic constructions

paris - asiaparis, frança

paris, frança

bordéus, frança

forum les halles

meca

metallic constructions

we’ve been building

Nos últimos anos a Martifer tem colabo-rado na construção de importantes infra-estruturas de saúde, no Reino Unido.

O novo Hospital de Liverpool foi constru-ído junto do antigo edifício que foi demo-lido, após o final da obra. A Martifer foi responsável pelo fabrico e instalação de 10 500 m2 de fachada modular, dos quais 3 000 m2 em vidro e 7 500 m2 em painel compósito.

Com 150 anos de vida, é o hospital mais importante de Liverpool. Terá agora mo-dernas instalações com 646 camas, 18 anfi-teatros e 23 unidades clinicas e enfermarias.

O projeto do novo Hospital Metropolita-no de Midland é um dos mais inovadores projetos de construção de infraestruturas de saúde do Reino Unido. Situado em San-dwell, a oeste de Birmingham, ocupa uma área de 6,76 hectares e entrará em funcio-namento em 2018.

Com arquitetura do gabinete Edward

William Architects este hospital tem 3 ní-veis: a parte superior inclui as áreas de en-fermagem, no centro as áreas clinicas e, no piso inferior, os parques de estacionamento.

O seu interior tem várias praças e jardins proporcionando iluminação natural para grande parte das instalações.

A Martifer integra o projeto desde julho de 2016 e tem a responsabilidade de fornececer, transportar e montar 16 500 m2 de fachadas modulares do pódio, com revestimentos em terracota e em madeira.

liverpool e birmingham, reino unido

royal liverpool university hospital e midland metropolitan hospital

A central elétrica de Battersea come-çou a ser construída em 1933 por Gi-les Gilbert Scott e, depois de algumas décadas em funcionamento, em 1983 parou de gerar energia.

Localizada na margem sul do Rio Tamisa, em Battersea, distrito central do sudoeste de Londres, esteve abandonada 30 anos e tornou-se uma das mais mediáticas atra-ções turísticas da cidade.

A sua popularidade deve-se em parte por ter sido capa do álbum “Animals” dos Pink Floyd e ter aparecido ainda no filme “Help” dos Beatles.

O projeto ambicioso de reabilitação tem como objetivo transformar Battersea numa atração comercial, com apartamen-tos, lojas e espaços de lazer.

A Martifer é responsável pelo fornecimen-to e montagem de1 800 m2 de fachadas de vidro, com junta vertical com silicone, 750 m2 de fachadas de painel de alumínio, 50 m2 de portas de alumínio e corta fogo, 220 m2 de guardas de vidro com sistema de fixação de Glass Fin com rótula de inox, 160 m2 de palas em vidro, 700 m2 de re-vestimentos em lâminas e em aço inox, 50 m2 de portões de inox, 900 m2 de tetos em alumínio e 300 m2 de isolamento e revestimento de pedra.

londres, reino unido

battersea

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24 mnews | janeiro 2017 | n.08 25mnews | janeiro 2017 | n.08

A Martifer iniciou o fabrico da estru-tura da ponte para a linha 4 do metro de Riade, na Arábia Saudita. Com 264 metros de comprimento, esta ponte atravessa a autoestrada principal (King Fahd Road) de Riade, o que representa um desafio em termos de processo de montagem para a equipa da Martifer, no médio oriente.No total, serão fabri-cadas e montadas 2 347 toneladas de estrutura metálica.

riade, arábia saudita

metro de riadeponte king fahd road

Tendo como cliente a Mota Engil e dono de obra a ANA Aeroportos, a Martifer é responsável pelo fabrico, transporte e montagem de 2 200 t de estrutura me-tálica (pilares, vigas das costelas e reforços de estruturas existentes) e 10 200 m² de revestimentos de coberturas Roofzip, 3 600 m² de fachadas e 2 600 m² de reves-timentos em compósito.

A obra no Aeroporto está a decorrer com o mesmo em funcionamento, o que exige cuidados redobrados du-rante a montagem.

A Ikea Centres adjudicou à Martifer o fornecimento e a montagem de 1 000 m2 de painel compósito de alu-mínio em cassete, 820 m2 de remates em chapa de alumínio, 4 000 m2 de revestimentos em lã de rocha, 65 tone-ladas de subestruturas metálicas, 4 200 m2 de painel compósito e chapa tridimensional de alumínio perfurada.

A particularidade deste projeto é o re-vestimento tridimensional em pirâmides que exigiu um desenvolvimento técnico para o sistema de fixação.

As pirâmides de painel compósito e chapa perfurada são assembladas em fábrica, em Oliveira de Frades, e se-guem para a obra em módulos.

O projeto de construção da nova fá-brica de produção de cerveja e engar-rafamento de água do Bom Jesus, em Catete, pertencente ao grupo SODIBA - Sociedade Distribuidora de Bebidas de Angola, Lda. é o primeiro grande projeto de construção industrial que a Martifer desenvolve de raíz, no país.

Como empreiteiro geral, a Martifer es-teve envolvida no projeto desde o início. Foi responsável pelo desenvolvimento do projeto de execução, a partir do layout industrial fornecido pela Sodiba, bem e pelos estudos geotécnicos e to-pográficos, assegurando a sua coordena-ção com a empresa Triede - Consultoria

e Projetos de Engenharia Civil , nas mais diversas especialidades, enquanto desen-volvia a construção do complexo.

Ao longo do projeto, salientam-se dois grandes desafios: a coordenação da construção e das infraestruturas com a montagem do equipamento industrial de produção da cerveja e água, traba-lhando segundo os padrões de constru-ção europeus, ultrapassando dificuldades logísticas de importação de materiais e equipamentos.

Ultrapassados os desafios e depois de 24 meses, com uma área de construção superior a 33 600 m2 e 100 000 m2 de área modelada, a Martifer foi responsável por 120 000 m3 de terra movimentada, 23 000 m2 de arruamentos, 11 000 m3 de betão armado, 1 200 t de estrutura metálica e 32 000 m2 de revestimentos de fachadas e coberturas.

faro, portugal

loulé, portugal

luanda, angola

aeroporto de faro

centro comercial de loulé

fábrica da sodiba

metallic constructions

A Nova Sede do Banco Popular, em Madrid, constituída por vários edifícios, reflete nas suas fachadas a exploração do conceito de transparência. O apro-veitamento da luz, através das grandes fachadas de vidro, deixa claro o obje-tivo do gabinete Ayala Arquitectos - Transparência e Sustentabilidade. A Martifer é responsável pela construção da fachada do edifício do auditório desta nova sede, uma fachada composta por dupla pele com 2 vidros, onde cada um mede 9,5 metros de altura por 2,6 me-tros de largura e pesa aproximadamente 1,3 toneladas. Recorrendo ao sistema Glass Fin, entre as duas faces, garante a estabilidade com apenas um perfil de

alumínio de 30 x 27 mm colado estru-turalmente ao vidro, seguindo a estética definida pelo projeto de arquitetura: uma grande caixa de vidro com o mínimo de elementos estruturais. De forma a garantir a resistência desta fachada, foram feitos vários ensaios com situações simuladas de vento e outras que garantam a sua estanqueidade. Foi a pri-meira vez que a Martifer montou vidros com estas dimensões e o seu manusea-mento é extremamente exigente. Apeli-dados de Vidros Jumbo, são cada vez mais utilizados na arquitetura moderna e a sua dimensão exige equipamentos muito es-pecificos, como cavaletes e ventosas.

madrid, espanha

banco popular

A Martifer finalizou a sua intervenção no viaduto El Hachef, em Marrocos, o maior viaduto do troço do TGV em Marrocos que fará a ligação entre Tanger a Kenitra.

Com 3,5 km e 40 metros de altura, no ponto mais alto, o viaduto atravessa um terreno bastante acidentado e a sua exi-gência técnica de construção é das mais elevadas (EXC4 da normativa EN 1090-2).

Num consórcio criado em 2013 com a empresa URSSA, a Martifer teve a seu cargo a execução do lado Sul do viaduto, correspondendo a 1 950 metros (36 vãos, cada um com cerca de 50 metros de com-primento), num total de 9 500 toneladas. O processo de colocação da ponte na sua posição final foi o processo de em-purre, com um total de 10 lançamentos.

tanger - kenitra, marrocos

viaduto el hachef

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26 mnews | janeiro 2017 | n.08 27mnews | janeiro 2017 | n.08

metallic constructions

moimenta I (Âncora)portugalNº de torres: 7Cada torre é composta por 4 troços, 3 destes cilíndricos com diâmetro de 4,30 m e 1 troço cónico, que termina com um diâmetro de 2,95 m. Cada torre tem uma altura 100 m e as 7 torres totalizam 1 310 toneladas.

moimenta ii (âncora)portugalNº de torres: 21Cada torre é composta por 4 troços, 3 destes cilíndricos com diâmetro de 4,30 m e 1 troço cónico, que termina com um diâmetro de 2,95 m. Cada torre tem uma altura 100 m e as 21 torres totalizam 3 930 toneladas.

3 marcos (âncora)portugalNº de torres: 19Cada torre é composta por 3 troços, 1 destes cilíndrico com diâmetro de 4,30 m, 1 troço cónico, que termina com um diâmetro de 2,95 m e 1 cilín-drico com diâmetro de 2,95 m. Cada torre tem uma altura 80 m e as 19 torres totalizam 2 430 toneladas.

quinssaines ifrançaNº de torres: 6Cada torre é composta por 4 troços, 2 destes cilíndricos com diâmetro de 4,30 m e 2,95 m, 1 troço cónico, que termina com um diâmetro de 2,95 m e 1 cilíndrico com diâmetro de 2,95 m. Cada torre tem uma altura 100 m e as 6 torres totalizam 1 130 toneladas.

enerconreino unidoNº de torres:15Cada torre é composta por 5 troços cónicos, que começam com 4,77 m e terminam com um diâmetro de 2,25 m. Cada torre tem uma altura 67 m e as 15 torres totalizam 2 445 toneladas.

tormywheelreino unidoNº de torres: 15Cada torre é composta por 3 troços, 1 destes cilíndrico com diâmetro de 4,00 m, 1 troço cónico, que termina com um diâmetro de 2,95 m e 1 cilín-drico com diâmetro de 2,95 m. Cada torre tem uma altura 64 m e as 15 torres totalizam 1 515 toneladas.

coober pedyaustráliaNº de torres: 2Cada torre é composta por 3 troços, 1 destes cilíndrico com diâmetro de 4,30 m, 1 troço cónico, que termina com um diâmetro de 2,95 m e 1 cilín-drico com diâmetro de 2,95 m. Cada torre tem uma altura 80 m e as 2 torres totalizam 256 toneladas

em 2016

a produzir torres eólicas

para quatro países

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28 mnews | janeiro 2017 | n.08 29mnews | janeiro 2017 | n.08

metallic constructions

indústria naval

construção e reparação naval em velocidade cruzeiroA indústria naval é uma atividade de referência para o grupo Martifer. Com os seus dois estaleiros a trabalharem em parceria, os projetos vão fazendo crescer o portefólio, já de referência, para a construção e reparação naval.Os estaleiros da West Sea e da Navalria têm, atualmente, cinco navios em construção, os Navios Patrulha Oceânicos e três navios hotel, e vários projetos de reparação. Com um crescimento sustentado os estaleiros contam já com mais de 320 colaboradores diretos.

A West Sea iniciou uma fase importante para a história da construção naval da empresa - o arranque da construção em estaleiro dos Navios Patrulha Oceânicos 3 (Sines) e 4 (Setúbal) para a Marinha Portuguesa.

O corte da primeira chapa, em fevereiro de 2016, foi o arranque deste projeto. Na cerimónia que assinalou a data, o corte foi iniciado pelo Superintende do Material da Marinha Portuguesa, Vice Almirante António Mendes Calado, que simbolica-mente operou a máquina de corte.

Estiveram presentes vários elementos da Marinha Portuguesa, representantes da

Edisoft e da West Sea.

Em julho, uma nova visita assinalou o iní-cio da montagem dos blocos do Navio Patrulha Oceânico NRP Sines, no cais de construção da West Sea.

As várias entidades congratularam a West Sea e a Edisoft pelos avanços nos trabalhos neste projeto tão exigente.

O Navio Patrulha Oceânico - NPO Sines, com 700 toneladas de aço está já em fase de instalação de blocos e tem cerca de 75 % dos blocos em doca.

A especificidade e complexidade destes

navios e a exigência técnica dos critérios de qualidade, requerem esforços de capacitação e de resposta redobrados das várias equipas.

O navio tem flutuação prevista para abril de 2017.

Navio Patrulha Oceânico - NPO Se-túbal, iniciará a instalação em março, tendo já mais de 70 % de blocos pré--fabricados. Encontra-se na fase de união de megablocos e de instalação de enca-namentos.

construção naval

sobre os navios partrulha oceânicos

navios partrulha oceânicos

Os Navios Patrulha Oceânicos são navios com um deslocamento entre as 750 e as 2 000 toneladas utilizados, prioritariamente, em ações não combatentes. As principais missões são de segurança e autoridade do Estado, e missões de interesse público. São navios com grande capacidade de operar em alto mar, e de enfrentar condições de mar adversas, e possuem uma autonomia considerável, o que lhes permite permane-cer no mar, em missão, durante largos perí-odos sem necessidade de apoio logístico. Navios particularmente vocacionados para atuar na zona económica exclusiva nacional desenvolvendo as seguintes tarefas:

- Busca e salvamento marítimo- Fiscalização da pesca- Controlo dos esquemas de separação de tráfego- Prevenção e combate à poluição marinha- Prevenção e combate a atividades ilegais como o narcotráfico, imigração ilegal, tráfico de armas e outros ilícitos, em colaboração com outras autoridades nacionais Para além das tarefas referidas, estes navios têm capacidade para cooperar em:

- Operações militares de baixa intensidade- Ações decorrentes da promulgação do

estado de sítio ou emergência- Apoio humanitário na sequência de desastre natural- Patrulha das águas territoriais e áreas críticas visando a manutenção da liberdade de utilização das águas e portos nacionais- Efetuar lançamento de minas em campos defensivos- Efetuar o transporte de forças militares de pequena dimensão.

Fonte Marinha Portuguesa

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30 mnews | janeiro 2017 | n.08 31mnews | janeiro 2017 | n.08

Em março de 2016, foi batizado o pri-meiro navio construído pela West Sea, o Viking Osfrid. A cerimónia de batismo realizou-se no Cais de Gaia e contou com intervenções de Mário Ferreira (CEO da DouroAzul) e de Torstein Hagen (Chair-man da Viking River Cruises).

Seguiu-se a bênção do navio por D. Antó-nio Francisco dos Santos, Bispo do Porto e por fim, a madrinha deste navio, a Minis-tra do Mar, Ana Paula Vitorino realizou o ritual de batismo.

O Viking Osfrid é uma embarcação muito semelhante aos dois navios-hotel que a DouroAzul pôs ao serviço em março de 2014, tendo 79 metros de comprimento, capacidade para 106 passageiros, 53 luxu-

osas cabines e suites, utilizando a mais moderna tecnologia em termos de propulsão, de navegação e também ao nível da eficiência energética.

O Viking Osfrid, que será operado em exclusividade pela empresa norte americana Viking River Cruises, além de vários salões para lazer dos passa-geiros, de ginásio e piscina, dispões de um shuflleboard, um jardim de ervas aromáticas e uma zona panorâmica que permite uma excelente visão da paisagem das margens do Douro, consideradas património mundial pela UNESCO.

Na construção deste navio foram utilizadas 650 toneladas de aço, cinco toneladas de vidro, cerca de 15 quiló-metros de tubos, 8 mil litros de tinta e 150 quilómetros de cabos de cobre.

Em abril, a West Sea entregou o segundo navio construído no seu estaleiro de Viana do Castelo o mais recente navio-hotel da Scenic Tours, Scenic Azure, e o primeiro a operar em Portugal e no rio Douro. Tem um comprimento de 80 m e uma largura de 11,4 m. Tem capacidade para 96 passageiros e 43 tripulantes.

Conta com um sistema inovador de redução de ruído e vibrações designa-do por “bootge-bootge” e adota siste-mas de construção diferenciadores, como por exemplo, o bloco das cabi-nes panorâmicas, localizado na popa do navio, que assenta em sinoblocos pneumáticos e está completamente desligado da estrutura do casco prin-cipal, assegurando um conforto acres-cido aos passageiros.

Neste navio, os passageiros poderão também usufruir de outras comodi-dades existentes, como a piscina com hidromassagem, localizada no open deck, um ginásio totalmente equipado, spa e cabeleireiro, assim como zonas de lazer e esplanadas que permitirão, por certo, apreciar na sua plenitude as belas paisagens do Douro.

construção naval

viking osfrid e scenic azure já navegam no douro

Em abril 2016, foi assinalado o acordo de financiamento para a construção dos no-vos navios-hotel da DouroAzul: o Douro Elegance e o Douro Serenity. Este acordo foi assinado pelo presidente da DouroA-zul, Mário Ferreira, e pelo administrador da AICEP - Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, Luis Castro Henriques. O Primeiro Ministro, António Costa, presidiu a este evento que contou ainda com a intervenção da Ministra do Mar, Ana Paula Vitorino e do Presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, José Maria Costa.

A construção dos dois navios-hotel foi iniciada nos estaleiros navais da West Sea, no mês de maio, e posteriormente foi na Navalria que os trabalhos continuaram. Uma troca de sinergias entre os dois esta-leiros, uma mais valia para a execução de vários projetos em simultâneo, acrescen-tando valor e flexibilidade ao setor naval do grupo Martifer.

Os navios incluem a transformação de 1 312 toneladas de aço, 10,3 toneladas de vidro, cerca de 32 quilómetros de en-canamentos, 18 mil litros de tinta e 312 quilómetros de cabos de cobre.

Terão um comprimento de 79 metros e cada um deles terá capacidade para 126 passageiros. A construção na West Sea das duas par-celas dos navios foi executada em tempo recorde de 10 semanas. Este processo de construção, repartida entre os dois estalei-ros, exige o reboque por mar das parcelas do navio, percorrendo a costa desde Viana do Castelo ao porto de Aveiro.

Esta manobra exigiu o calculo de estabili-dade das parcelas, o tamponamento das aberturas de fundo costado e convés, assim como a colocação de acessórios para as

manobras de saída e entrada em doca e acessórios para a manobra de rebocagem.

Os navios-hotel serão finalizados no estalei-ro da Navalria, com a montagem dos blo-cos de casco. Aí serão colocados todos os aprestamentos (encanamentos, eletricidade, ventilação, ar condicionado, isolamentos) e, posteriomente, os materiais decorativos, o emaçamento do casco exterior e a pintura. Seguir-se-ão as provas ao cais, as provas de mar e a entrega ao cliente.

Para a Scenic Cruises a West Sea está a construir o Scenic Emerald . Terá um com-primento de 80 metros e capacidade para 112 passageiros.A construção decorreu em tempo recor-de. Entre o início de corte e a instalação em doca passaram apenas 2 meses, o que obrigou a um esforço redobrado por parte das equipas.

As Provas de Mar e a entrega do navio deverão ocorrer no primeiro semestre de 2017.

construção naval

douro elegance, douro serenity e emerald radiance aumentam o portfolio de contrução de navios-hotel

metallic constructions

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32 mnews | janeiro 2017 | n.08 33mnews | janeiro 2017 | n.08

O reforço na capacidade de reparação é um objetivo continuo na West Sea. Prevê-se que o aumento da atividade num dos setores mais competitivos do país, continue durante os próximos anos com os novos projetos em carteira.

Comprimento: 91,63 mBoca: 21 mDWT: 8180 Trabalhos normais de reparaçãoSubstituição de encanamentos de “jetwater” no porão e casa das bombasSubstituição de todas as linhas de descarga no porãoSubstituição de aço nas chapas de fecho do propulsor Schottel de BBBeneficiação dos dois propulsores SchottelSubstituição das juntas de vedação das portas de fundoSubstituição de aço

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Comprimento: 105,14 mBoca: 15,7 mDWT: 5771Tratamento e pintura do navioRemoção e substituição dos vedantes da linha de veiosRemoção e reparação do lemeBeneficiação da máquina principalBeneficiação das bombas de carga, do condensador de carga e reaquecedorDiversos trabalhos de todas as especialidades

Comprimento: 119,65 Boca: 20 mDWT: 6770 Tratamento e pintura do navioRecuperação das duas lanças das gruasBeneficiação de diversos motores eléctricos, incluindo o motor eléctrico do propulsorBeneficiação de diversas bombas e refrigeradoresSubstituição de aço no casco e tanques de lastroSubstituição de diversos encanamentos

Comprimento: 131,2 mBoca: 27 mDWT: 4835 Tratamento e pintura do navio e áreas interiores (do piso das baleeiras à antepara da superestrutura)Caixas de mar e refrigeradoresLimpeza e remoção dos santos de botadura à proa e à réBeneficiação do impulsor retráctil

reparação naval

francesco di giorgio

telma kosanlaura s

reforma pemexdraga

navio tanque lpgporta contentores

navio passageiros

metallic constructions

projetos de reparação em destaqueEm 2016 destacamos os seguintes projetos reparados:

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34 mnews | janeiro 2017 | n.08 35mnews | janeiro 2017 | n.08

Joana Vasconcelos e Vhils foram os artis-tas convidados, pela Âncora Wind Ener-gia Eólica SA, para assinar duas das maio-res obras de arte contemporânea do mundo, em altura - o projeto WindArt.

Os artistas, internacionalmente reco-nhecidos, projetaram e desenharam os elementos que revestem duas torres eólicas, com cerca de 100 metros de altura e 50 metros de envergadura (pá), num total de 150 metros.

O WindArt celebra a construção do Parque Eólico do Douro Sul, um dos maiores da Europa, com 150MW de po-tência instalada, num verdadeiro tributo às energias renováveis.

Para José Manuel Saldanha Bento, Pre-sidente do Conselho de Administração da Âncora Wind Energia Eólica SA, “a energia faz parte da nossa cultura e da nossa identidade – e falar de energia é falar de energia eólica. Atualmente cerca de um quarto da energia consumida em Portugal tem esta origem. Com o WindArt Project, e através de excelen-tes parceiros, unimos energia a energia,

numa celebração à grandiosidade da cultura, recursos naturais e paisagem portuguesas.”

Localizado na Serra de Leomil, em Moi-menta da Beira, o projeto WindArt, visa explorar a integração das torres eólicas na paisagem circundante – quer humana, quer natural - estabelecendo um jogo subtil de interação com a mesma, numa simbiose perfeita e de promoção desta região do país.

De acordo com José Eduardo Ferreira, Presidente da Câmara Municipal de Moimenta da Beira, “a Serra de Leomil reúne condições únicas de vento num local de extrema beleza – uma zona granítica de transição e paisagem tipica-mente beiraltina. Não temos dúvidas de que o projeto WindArt será um marco para a nossa região.”

Joana Vasconcelos caracteriza o proje-to como “um verdadeiro desafio, pela dimensão e localização inesperadas. Sendo, provavelmente, o maior projeto de arte contemporânea, em altura, do Mundo.”

Centrada na memória e cultura da região, a intervenção de Joana Vasconcelos retrata uma expres-são de amor à vila que o acolhe, traduzida no enorme coração direcionado para o centro do município de Moimenta da Beira. O dinamismo do desenho e a explosão de cores remete para a energia gerada pelos ventos da serra, pontuado por estrelas que exaltam a altitude e as excecionais condições para uma observação de um límpido e brilhante céu noturno.

O conceito desenvolvido por Alexandre Farto, Vhils, “simboliza a riqueza de texturas naturais de espécies de árvores da região, estabelecendo uma ligação com os elementos que dão vida e energia ao próprio local. Entre estes elementos gráficos, emerge a forma de um olho humano, que visa representar, simbolicamente, um farol, que humaniza e ilumina o espaço à sua volta.”

windarto maior projeto

de arte contemporânea

do mundo,em altura

RE renewables

moimenta da beira

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36 mnews | janeiro 2017 | n.08 37mnews | janeiro 2017 | n.08

renewables

windart

4 parques eólicos em portugal

As duas torres intervencionadas fazem parte do Parque Eólico do Douro Sul, do Projeto Âncora, que engloba 73 ae-rogeradores para produção de energia eólica. Está localizado nos municípios de Moimenta da Beira, Sernancelhe, Castro Daire e Viseu.

O projeto Âncora tem um portfólio de 171,6 MW distribuídos por quatro par-ques eólicos localizados nos concelhos de Góis, Castanheira de Pera, Sernancelhe, Castro Daire, Viseu e Moimenta da Beira. Tem como acionistas a Ventinveste (deti-da pela Galp Energia e pela Martifer) e a Ferrostaal.

A Martifer Renováveis, subsidiária da Martifer Renewables no Brasil, acordou, em agosto, vender um projeto de ener-gia solar com 60 MW. Este projeto é uma extensão do projeto com 90 MW que a Martifer Renováveis acordou vender em 2015 à Tractebel (do grupo Engie) e está localizado no município de Assú, no Rio Grande do Norte, no nordeste brasileiro. Dando continuidade ao desenvolvi-mento de projetos no Brasil, a Martifer

mais de 100 colaboradores inteiramente dedicados ao projeto

95 000 litros de tinta

84 torres eólicas175 000 horas dedicadas ao projeto

mais de 14 800 toneladas de aço

47 quilómetros de soldadura

Renováveis prepara-se para expandir a sua atividade para outros países da América Latina, como a Argentina e/ou a Colômbia.

Desde 2008, ano em que iniciou as suas atividades no Brasil, a Martifer Re-nováveis vendeu já cerca de 475 MW em projetos de energias renováveis.

Apesar da crise política, económica, financeira e social que se tem assistido no Brasil nos últimos anos, o Governo

Brasileiro tem mantido a organização dos leilões públicos de energia, tendo contratado anualmente cerca de 3 GW de projetos de energia eólica e solar.

martifer renewables no brasil

projeto âncora | 2014-2016

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38 mnews | janeiro 2017 | n.08 39mnews | janeiro 2017 | n.08

EM empreender

No dia 11 de novembro, o Museu do Oriente foi o palco da edição de 2016 dos Sapa Portugal Awards com a apre-sentação de Cristina Ferreira e Nilton.Os prémios Sapa Building System 2016 destacaram as obras que se evidencia-ram no ano de 2015 em categorias tão distintas como Shopping Centers, Enge-nharia, Área de Saúde, Reabilitação Esco-lar, Espaços de Interesse Público, Centros Escolares, Hotelaria Nacional, Hotelaria Internacional e Espaços Residenciais. A Martifer foi distinguida com o prémio “Soluções de Engenharia” com o seu traba-lho no projeto Horizon, em Moçambique. A Sapa Building System desenvolve so-luções de Alumínio para Arquitetura e já trabalha com a Martifer há vários anos.

O grupo Martifer tem agora um novo site para os mercados de língua francesa.

Em www.martifer.fr encontra o site institucional do Grupo em francês.

Desta forma o Grupo conta agora com esta ferramenta de comunicação para todos os mercados de língua Portugue-sa, Espanhola, Inglesa e Francesa.

A Martifer recebe, todos os anos, cerca de 200 alunos de várias instituições de ensino nacionais e internacionais. Estas visi-tas permitem uma maior ligação entre as instituições de ensino e a empresa, ajudan-do a captar novos talentos e contribuindo ativamente para a formação dos mesmos. Em 2016, destacaram-se duas visitas no âmbito do projeto Histwin - High-Streng-th Steel Tower for Wind Turbines, um projeto de investigação para a construção de uma torre eólica alternativa, no qual a Martifer participou. A Martifer recebeu dois grupos de estu-dantes internacionais que, para além da visita técnica à fábrica de torres eólicas e estruturas metálicas, participaram num workshop. Este programa de atividades foi desenvolvido em conjunto com o Ins-tituto para a Sustentabilidade e Inovação em Engenharia de Estruturas e teve como oradores professores desta instituição e colaboradores da Martifer.

A 6ª edição das Jornadas de Engenharia Civil da Universidade de Aveiro, teve a presença da Martifer no painel de ora-dores, com Hugo Tavares, Coordenador de Projeto. Esta iniciativa, organizada pelo Núcleo de Estudantes de Engenharia Civil, realizou-se nos dias 2, 3 e 4 de novembro.

Este ano, os temas abordaram a inser-ção profissional no mercado de traba-lho e a concretização de projetos em meio empresarial.

Com o tema “Aplicação de Alumínio na Arquitetura”, Hugo Tavares abordou vários tópicos desde a análise compara-tiva entre a utilização de alumínio e aço, a explicação das tipologias de fachadas, as definições, os esquemas estruturais, as ligações tipo, até às principais verifi-cações segundo as normas europeias.

Como estudo de caso, apresentou o projeto de remodelação do edifício Torre 30, em Madrid. Neste estudo in-cluiu a identificação dos vários elemen-tos que compõem a fachada e apresen-tou a conceção estrutural adotada para cumprir os requisitos de arquitetura e a estabilidade estrutural. Por fim, falou das exigências no que respeita ao fabri-co e à tecnologia de soldadura estrutu-ral em alumínio utilizada.

O Museu do Amanhã recebeu o Lea-ding Culture Destinations Award, consi-derado o “Óscar dos museus”, na cate-goria Melhor Novo Museu nas Américas do Sul e Central. O prémio reconhece instituições e cidades que deram um contributo exemplar à cultura interna-cional, fomentando o turismo cultural.

O edifício, do arquiteto Santiago Cala-trava, integra o projeto Porto Maravilha e tem 320 metros de comprimento, 23 metros de altura e 16 000 m² de área construída.

A Martifer participou no projeto com o fornecimento e montagem de cerca de 3 522 toneladas de estrutura me-tálica bem como o fornecimento de alumínio.

martifer distinguida na categoria “soluções de engenharia”

novo site

visitas de estudo

engenharia civil

museu do amanhã conquista prémio

para os mercados de língua francesa

jornadas na universidade de aveiro

melhor museu novo das américas do sul e central

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