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JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO | 2017 • ALDEIASINFANTIS.ORG.BR

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JANEIRO • FEVEREIRO • MARÇO | 2017 • ALDEIASINFANTIS.ORG.BR

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CARTA AO LEITOR

SANDRA GRECO DA FONSECAGESTORA NACIONALALDEIAS INFANTIS SOS BRASIL

EXPEDIENTEdiretor-presidente: Pedro Paulo Elejalde de Camposgestora nacional: Sandra Greco da Fonsecagerente de comunicação: Rodrigo Zavalacoordenadora de comunicação: Larissa Ocampos-MTB 64361SP projeto gráfico, direção de arte e diagramação: Renato Marcondestiragem: 23.700 exemplaresdistribuição: Gratuitarealização: Aldeias Infantis SOS Brasil

Neste ano que se inicia, enfrentaremos importantes desafios na de-fesa e promoção dos direitos de crianças, adolescentes e jovens. Mas buscamos inspiração para superar este contexto no apoio de pessoas engajadas na causa da infância e juventude, como você. 

A sua participação é fundamental para que possamos dar continuidade às ações já desenvolvidas em nossos programas. E nos dá ainda mais força para atuarmos fortemente na incidência política, com a defesa intransigente dos direitos de todas as crianças, adolescentes e jovens brasileiros, para que nenhum deles cresça sozinho.  

Uma boa leitura!

Em 2016, 36 jovens de escolas e comunidades pró-

ximas ao programa de Rio Bonito, em São Paulo,

participaram do Goteach Dhedicar, curso profissio-

nalizante realizado em parceria com a empresa de

logística DHL. A formação, realizada aos sábados,

amplia os horizontes dos adolescentes, auxiliando-

-os na entrada no mercado de trabalho. Durante as

aulas, aprenderam sobre comunicação, desenvol-

vimento humano, informática, empregabi-

lidade, ética e cidadania. Todos os profes-

sores, colaboradores da DHL, trabalharam

voluntariamente para passar seu conheci-

mento. Para Vanessa Nascimento, 16 anos,

a experiência foi inesquecível: “eu cresci e

amadureci. Agora sei que faculdade quero

cursar no futuro”.

Durante as visitas, Dr. Pressler pôde conhe-

cer as casas de oportunidades para ado-

lescentes e jovens e visitar casas-lares com

crianças acolhidas, creches e centros comu-

nitários onde atuamos.

VISITAEm novembro, o Dr. Christoph-March Pressler, re-

presentante da Holler-Stiftung Foundation, maior

doadora internacional da Aldeias Infantis, veio ao

Brasil para visitar dois programas da organização: Rio

Bonito e Poá, ambos no estado de São Paulo.

FUTUROS PROFISSIONAIS SE FORMAM EM SÃO PAULO

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QUEMSOMOSA Aldeias Infantis SOS é uma organização humanitária internacional, presente em 134

países, que atua há 50 anos em comunidades vulneráveis pelo Brasil, defendendo o

direito de crianças, adolescentes e jovens. Oferecemos alternativas de cuidado, fortale-

cemos famílias e comunidades e promovemos melhorias em políticas públicas para que

nenhuma criança cresça sozinha.

Apoiamos crianças e famílias por meio de projetos em educação, esporte, lazer e em-

pregabilidade, com foco na quebra do ciclo de pobreza e violência.

MENSAGEM DO

“Se todos fizermos a nossa parte, construiremos um mundo melhor

com mais amor e humanidade!”.

Consuelo – Bahia

“É uma honra poder colaborar com uma causa tão nobre e tão carecida de apoio.

Tenho certeza de que, juntos, podemos ajudar na vida dessas crianças e jovens!”

Tatiane – Mato Grosso

REINTEGRAÇÃO FAMILIAR

PARA ALÉM DO REFÚGIO A partir de agora, a Aldeias Infantis SOS Brasil

conta com o projeto “Além das Fronteiras”.

A iniciativa tem como objetivo acolher uma

família em situação de refúgio e facilitar sua

integração à sociedade, fortalecendo seus

vínculos familiares e comunitários. Este é o

primeiro projeto no Brasil que alia o acolhi-

mento de refugiados ao fortalecimento de

crianças e suas famílias, buscando promover

a sua inserção integral na sociedade.

Para a aplicação do “Além das Fronteiras”, a

organização assinou um termo de parceria

com a organização I Know My Rights (IKMR),

que promove a defesa dos direitos das crian-

ças refugiadas no país, para realizar o aten-

infância regada de amor e afeto, que recebe

diariamente de sua família. Da Aldeias Infantis,

guarda muito carinho: “obrigado por tudo o

que vocês fizeram por mim nesse tempo, cui-

dando de mim. Eu estou muito, muito feliz”.

dimento à família de maneira colaborativa. A

atriz Bruna Marquezine, ativista humanitária

pela causa, prestigiou o evento.

Wesley tem 11 anos e está mais feliz a cada

dia. Acolhido em uma casa-lar da Aldeias

Infantis SOS de Santa Maria (RS) no primeiro

semestre de 2016 por estar em situação de

vulnerabilidade social, em setembro passou a

viver com os avós em Esperança do Sul, mu-

nicípio a 5 horas de distância do programa.

“Eu estava com saudades das cosquinhas do

meu avô, da comida gostosa da minha avó, e

da minha vaquinha mimosa”, contou anima-

do, por telefone, à equipe técnica do progra-

ma.Já adaptado à vida em uma cidade dife-

rente e com novos amigos, Wesley vive uma

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80 casas-lares

12 estados

+ DF

24 Programas

156mães sociais

(cuidadoras residentes)

Veja o que a sua doação

faz:

3467famílias apoiadas

18 projetos de fortalecimento familiar e comunitário

4846 crianças, adolescentes e jovens com atividades no contra-turno escolar

*dados de dezembro/2016

759crianças,

adolescentes e jovens acolhidos

Aldeias Infantis SOS Brasil em números

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A relação de afeto e confiança com a mãe social

foi essencial para que ele enxergasse as possibi-

lidades de um futuro. No começo da adolescên-

cia, aprendeu dança de salão em uma academia

próxima e, por mérito próprio, conseguiu uma

bolsa de estudos de dança em uma escola con-

ceituada da região. Além disso, fez das aulas de

capoeira na Aldeias Infantis dos 11 aos 17 anos,

quando foi adotado por Marli.

Sobre a relação com a mãe, fala com orgulho:

“Eu costumo dizer que ela é minha mãe desde

sempre, porque a minha vida começou depois

que eu vim para a Aldeias Infantis. É como se eu

tivesse nascido com 11 anos, sabe?”.

Mesmo com todos os compromissos no traba-

Educador social, professor de dança e capoeira, estudante de educação física e pai da

Jhulia, de 1 ano. Com todas estas atribuições, é difícil imaginar que Marcos Aurélio Araújo

dos Santos, 23 anos, viveu uma infância sem perspectivas. “Eu morava em um abrigo gran-

de, onde não tinham muita preocupação conosco. A gente não tinha educação, cuidado e

atenção. Eu vivia no descaso. Para mim, viver ou não existir eram a mesma coisa”.

Marcos foi transferido para a Aldeias Infantis SOS de Brasília. E essa mudança ressignificou

completamente sua vida. Chegando lá, foi acolhido na casa-lar da Marli, que deu o melhor

de si para que ele se sentisse parte da nova família.

lho e na faculdade, Marcos queria fa-

zer mais. Foi aí que decidiu se tornar

educador social no Centro de Apoio

Social do Paranoá, onde a Aldeias In-

fantis oferece projetos culturais, edu-

cacionais e esportivos a 150 crianças

de comunidades vulneráveis.

“Lá, a gente faz um plano de evolução

das crianças, que vai além das aulas.

Nós queremos mostrar que elas po-

dem pensar no seu futuro, aproveitar

as oportunidades. Que podem estu-

dar, ter uma profissão, sonhar e per-

seguir seus sonhos. Fizeram isso por

mim. E eu quero fazer isso por eles”.

É COMO SE EU TIVESSE NASCIDO COM 11 ANOS”

HOJE, MARCOS DÁ AULAS DE DANÇA E CAPOEIRA NOS PROJETOS DA ALDEIAS INFANTIS

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ADOÇÃO TARDIA: QUANDO O DESEJO DE TER UMA FAMÍLIA FALA MAIS ALTO

Desde 2010, Pedro, 13 anos, teve como endereço

uma casa-lar da Aldeias Infantis SOS de Porto Ale-

gre, onde recebeu muito carinho e atenção, tanto

de sua mãe social, como da equipe técnica e de

seus irmãos e irmãs SOS. Mesmo assim, não se sen-

tia completamente feliz. Ele tinha um sonho: ter a

sua própria família. “Eu gostava bastante da tia que

cuidava de mim, mas queria muito ser adotado.”

A cada dia, esse sonho parecia mais distante. Pela

sua idade, Pedro estava fora do perfil de adoção no

Brasil que, segundo o Cadastro Nacional de Adoção,

compreende crianças mais novas. Atualmente, das

mais de 38.000 pessoas interessadas em adotar,

80% buscam meninos e meninas

de até 5 anos de idade. Das 4.867

crianças disponíveis, apenas 6% se

enquadram neste perfil. Mesmo as-

sim, Pedro não desistia de seu obje-

tivo. E falava constantemente sobre

isso para a assistente social que o

acompanhava.

Foi em 2013 que a história começou

a mudar, com a chegada de uma

nova pessoa em sua vida. Contrata-

da pela Aldeias Infantis, Kelen Farias

Rodrigues, 39, foi trabalhar como

auxiliar de casa-lar justamente onde o menino mo-

rava. “Eu gostava de todas as crianças, mas ele de-

monstrou que tinha uma mágica, que queria uma

família. Aí comecei a me apegar a ele”.

Esse vínculo foi crescendo até que Kelen falou à equi-

pe do programa sobre o interesse em adotá-lo. “Meu

marido e eu sempre quisemos adotar. Mas nunca teve

um perfil de criança. Até porque, nessas horas, é o

coração que manda. E, para o amor, não existe perfil”.

Depois de meses de ansiedade e espera, a famí-

lia Farias Rodrigues conta com um novo membro:

um menino tímido, que agora tem um semblante

calmo e sorriso solto, e que faz

questão de estar sempre por per-

to da mãe. “A guarda saiu há dois

meses. Ele está muito mais feliz e

apegado. Hoje somos um o porto-

-seguro do outro”, conta, animada,

a mãe de primeira viagem.

“NESSAS HORAS, É O CORAÇÃO QUE MANDA.

E, PARA O AMOR, NÃO EXISTE PERFIL”

KELEN

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Em outubro, o Papa Francisco fez uma visi-

ta surpresa à Aldeias Infantis SOS Roma, na

Itália, onde passou a tarde com as crianças

e a equipe da organização. A visita fez par-

te de seu projeto “Sextas-feiras da Miseri-

córdia”, fazendo visitas surpresa durante o

Jubileu da Misericórdia na Igreja Católica. 

 

O Papa passou bastante tempo com as

crianças nas casas-lares. “Ele trouxe mui-

tos doces e se sentou com as crianças para

comê-los. Ele riu e brincou com eles. De-

pois, os beijou e os abraçou, um por um. Eu

estou sem palavras, realmente. Ele reiterou

que nosso trabalho é importante porque

CRIANÇAS SE DIVERTEM COM PAPA FRANCISCO NA ALDEIAS INFANTIS SOS ITÁLIA

CENTRAL DE RELACIONAMENTO COM O DOADOR0800 777 0123 | [email protected]

sim... nenhuma criança nasce para cres-

cer sozinha”, contou Pier Carlo Visconti,

diretor do programa.

 

E como as crianças se sentiram com a

visita do Papa? Visconti conta: “Eles es-

tavam muito felizes e queriam beijá-lo e

abraça-lo. Um deles perguntou ‘Mas ele

é o Papa verdadeiro?’”.

 

A Aldeias Infantis SOS Roma foi funda-

da em 1987. Atualmente, o condomínio

tem seis casas-lares, que acolhem 33

crianças e jovens.

INTERNACIONAL