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PAINEL DE CONJUNTURA MACROECONÔMICA JANEIRO 2017 SEMANA 2

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BOLETIM DE CONJUNTURA MACROECONÔMICANovembro | 2016

PAINEL DE CONJUNTURAMACROECONÔMICA

JANEIRO

2017SEMANA 2

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Atento ao quadro de instabilidade econômica e com o intuito de auxiliar nas tomadas de decisões do mercado, o ISAE reuniu profissionais das áreas financeira e econômica e criou o Comitê Macroeconômico, com o objetivo de agregar valor à sociedade por meio de pesquisas, análises e interpretações de dados macroeconômicos.

O Comitê Macroeconômico é coordenado por Rodrigo Casagrande, professor do Mestrado em Governança e Sustentabilidade do ISAE, e Fabio Alves da Silva, executivo de finanças da Renault. É composto por profissionais que possuem competências complementares, provenientes de diferentes instituições, como ISAE, Banco Central do Brasil, Renault e SEBRAE.

O comitê também conta com a participação de alunos do CFO Strategic, programa do ISAE em parceria com o IBEF (lnstituto Brasileiro de Executivos de Finanças), que capacita o profissional de finanças com foco nas pessoas que impulsionam as ações e potencializam os resultados, além de alunos do Programa de Mestrado em Governança e Sustentabilidade do ISAE.

Equipe TécnicaAndré AlvesAdriano BazzoChristian BundtLuciano De ZottiJeferson Marcondes

Coordenação TécnicaFabio Alves da Silva

Coordenação GeralRodrigo Casagrande

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Brasil

• Atividade Econômica: confiança abalada de consumidores e empresários.

• Preço e Juros: mercado prevê corte acentuado em janeiro.

• Balança comercial: superávit de 2016 atribuído ao Real desvalorizado e as commodities do agronegócio, associados à recessão econômica e redução do poder de consumo das famílias.

• Mercado de Trabalho: aumento dos processos trabalhistas.

• Setor Público: a morosidade na tomada de decisões.

Paraná

• Balança comercial: superávit de 2016 vem do aumento das exportações de commodities, especialmente soja e também de produtos industrializados.

• Mercado de trabalho: situação do emprego no Paraná está melhor do que no restante do país.

AGENDA DA SEMANA

Dia Indicador / Evento

9 Balança Comercial (semanal)10 Reunião do Copom (1º dia)10 IGPM (Prévia Jan)10 Pesquisa mensal do comércio (Nov)11 Produção Agrícola (Dez)11 Reunião do Copom (2º dia)11 IPCA13 IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central)

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Atividade econômica: Confiança abalada de consumidores e empresários mostra seus efeitos.

A pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), da CNC, divulgada no final de dezembro de 2016, apontou decréscimo no endividamento das famílias brasileiras. O que parece ser uma boa notícia aos ouvidos leigos, para o comércio é um mau sinal. Em dezembro de 2015, 61,1% das famílias tinham algum tipo de dívida. Em novembro de 2016, esse percentual era de 57,3%; já em dezembro foi de 56,6%, o menor patamar desde maio de 2012. O endividamento (crédito), que foi uma das alavancas do crescimento recente da economia do país, parece perder campo, por força dos juros altos e do desemprego crescente.

Já o Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio apontou queda de 6,6% nas vendas do comércio brasileiro em 2016. O indicador acompanha seis atividades do varejo, conforme o quadro a seguir, que mostra o resultado do indicador para cada um dos setores pesquisados.

Destaque para o setor de combustíveis e lubrificantes, que conseguiu apresentar crescimento em 2016. Os demais setores, inclusive o de alimentos e bebidas, apresentaram queda. É o pior resultado do índice em 16 anos. Será mesmo que o pior já passou?

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PIB: no início de 2017 as perspectivas seguem estáveis.

Conforme aponta o primeiro Relatório Focus de 2017, do BACEN, para o primeiro mês do ano a expectativa do mercado para o comportamento do PIB brasileiro em 2017 se mantém estável, ou seja, os pesquisados continuam acreditando que o PIB brasileiro crescerá somente 0,50% neste ano. Os entrevistados se mostraram mais otimistas em relação à produção industrial de 2017, cujo índice vem apresentando melhoras sucessivas: há quatro semanas apontava crescimento de 0,75% e hoje marca crescimento de 1%. Já a opinião sobre a produção industrial em 2016 mostrou queda, com baixa de 6,58% para 6,65%, praticamente o mesmo patamar do começo do último Dezembro.

No cenário paranaense, o PIB segue a mesma tendência do nacional, com viés de alta em função do agronegócio, que dá notícias de safra recorde das culturas de verão se o clima não afetar a produção. Além disso, o comportamento do câmbio (do dólar) também aponta valores interessantes, que favorecerão as exportações de grãos. O gráfico a seguir mostra o comportamento do PIB brasileiro e paranaense e as projeções para alguns anos futuros.

Na comparação com 2016, este ano deverá ser melhor, conforme apontam várias pesquisas e índices de estimativa. A esperança e a autoconfiança são marcas destacadas dos brasileiros.

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Inflação: 2016 dentro da meta.

O IPCA de 2016, a ser divulgado nesta quarta (11) pelo IBGE, deve fechar em 6,35% segundo o relatório Focus, abaixo do teto da meta. Pela mediana agregada, a previsão do IPCA 2016 veio de 6,40% para 6,38% e agora para 6,35%, na nona redução semanal consecutiva. A inflação fechou novembro em 6,99%, ante 7,87% até outubro no acumulado em 12 meses.

Para 2017 e 2018, intervalos de tolerância da meta para a inflação passam para 1,5 pontos percentuais. O centro da meta, de 4,5% a.a., está mantido, com 6,0% de limite superior e 3% de limite inferior. O Gráfico 2 mostra a trajetória de redução do IPCA.

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SELIC: mercado prevê corte acentuado em janeiro (III).

A produção industrial de novembro, abaixo do esperado pelo mercado, reforça apostas no corte mais agressivo da taxa básica de juros pelo COPOM na reunião desta semana (quarta, dia 11). Com a inflação de 2016 consolidada e a projetada para 2017 oscilando em torno do centro da meta, o BC já sinaliza a taxa de 10,25% para a SELIC no final de 2017.

Existe espaço para a SELIC de apenas 1 dígito no fim de 2017. Há uma percepção de que o conservadorismo do BACEN esteja sendo um remédio muito amargo, mais do que a própria necessidade de contenção do índice inflacionário para reversão do movimento ainda depressor da cambaleante economia brasileira. Segundo o BACEN, essas (aparentemente) pequenas variações das taxas básicas de juros têm a capacidade de mover toda a estrutura de crédito disponível ao tomador.

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O Superávit da Balança Comercial 2016.

Segundo dados do MDIC – Ministério do Desenvolvimento Indústria, Comércio e Serviços, foi registrado o maior superávit da balança comercial desde 1989.

Com saldo de exportações em US$ 185,24 bilhões, registrando uma redução de 3,5% em relação a 2015 e importações com saldo de US$ 137,6 bilhões, uma queda de 20,1% em relação a 2015, foi obtido um resultado superavitário de US$ 47,7 bilhões.

As causas foram atribuídas ao Real desvalorizado e às commodities do agronegócio, associados à recessão econômica e redução do poder de consumo das famílias. Na exportação a soja foi o destaque, seguida do açúcar. O lado negativo foi à queda de volumes financeiros e quantidades.

Para 2017 o MDIC e o AEB – Associação de Comercio Exterior do Brasil estimam um superávit maior, entre US$ 47 e US$ 51 bilhões, considerando um câmbio médio de R$/US$ 3,40.

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Câmbio

A cotação do dólar encerrou a primeira semana de 2017 em R$/US$ 3,2054, de acordo com a PTAX 800 divulgada pelo BACEN. Uma queda de 1,64% em relação ao fechamento de dezembro de 2016. O mercado está em ritmo de férias, com poucos players no mercado resultando em pouco fluxo. Após a ata do FOMC (Comitê Federal de Mercado Aberto), o mercado entendeu que o FED não deverá elevar a taxa de juros em 2017, como previsto. Com isso, o mercado voltou a apostar em queda da cotação da moeda.

O Superávit da Balança Comercial 2016 do Paraná

De acordo com recentes dados do MDIC, o Paraná apresentou US$ 4,1 bilhões de superávit seguindo o resultado da Balança Comercial Nacional. Este resultado representa 8,59% das exportações e importações do país.

Este foi o terceiro melhor resultado desde o ano 2000, apresentando um crescimento de 65,77% em relação a 2015. O resultado é fruto de US$ 15,2 bilhões de exportações, que equivalem a um aumento de 1,76% em relação a 2015 e US$ 11,2 bilhões de importações, representando uma queda de 10,9% comparada a 2015.

Além do destaque para o agronegócio, que tem a soja na liderança como o produto mais vendido ao exterior, a exportação de produtos industrializados cresceu US$ 786 milhões em comparação a 2015. Em 2016, as exportações de automóveis e tratores cresceram 55,94% e 25,12%, respectivamente, enquanto que as importações registraram forte queda para os produtos de óleos brutos de petróleo e bens de capital.

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Mercado de Trabalho: aumento de processos trabalhistas em 2016

Baseado em números preliminares, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) estima que o número de ações trabalhista tenha aumentado em 13% em relação a 2015. Isso equivale a três milhões de novas ações trabalhistas, conforme informação dada pelo Presidente do TST, ministro Ives Gandra da Silva Martins Filho, ao Jornal ESTADÃO. Os principais fatores do aumento da taxa de desemprego, que de acordo com o IBGE está em torno de 11,9% em nov/2016, é o aumento da informalidade.

Para 2017, o desafio dos tribunais do trabalho é acelerar os julgamentos dessas ações. Contudo, assim como todo o judiciário brasileiro, esbarra na limitação de orçamento para implementar melhorias. A possível retomada do crescimento econômico, aliado à efetivação da reforma trabalhista apresentada no final de 2016, bem como a redução da informalidade trabalhista, seriam chaves para contribuir na redução do número de processos.

Variação do Emprego no Paraná está melhor que o nacional

Apesar da variação de emprego nos últimos doze meses estar negativa tanto no Brasil como no Paraná, de acordo com o CAGED, a variação acumulada (Dez-15 a Nov-16) do estado está em 2,78 pontos percentuais, enquanto a nacional está com 3,65 pontos percentuais, totalizando a diferença em 0,87 pontos percentuais, o que demonstra que estado está numa situação menos deteriorada que a nacional. Destacam-se o setor da construção civil que no Paraná encolheu 3,13 p.p. a menos que na apuração nacional, o setor de comércio que apresentou uma variação 0,84 p.p. a menos em relação ao nacional e setor de serviços 1,07 p.p. em relação ao nacional, conforme apresentado no gráfico a seguir.

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Setor Público: a morosidade na tomada de decisões

Nesta semana de cenas dantescas vindas dos presídios de Manaus e Roraima, é um bom momento para lembrar que a Arena Amazônia, construída para sediar quatro jogos da Copa do Mundo: Camarões x Croácia; Honduras x Suíça; EUA x Portugal; Inglaterra x Itália, custou R$ 669 milhões. A FIFA não pediu isso, O Brasil já tinha estádios o suficiente.

Considerando que, segundo o Datafolha, em pesquisa realizada há menos de um mês, 51% dos brasileiros acham a gestão de Temer ruim ou péssima e 63% são favoráveis à sua renúncia, causa espécie a letargia do governo em tomar atitudes para debelar a crise nas penitenciárias que eclodiram no norte do País.

Ficou marcada somente para 17 de janeiro uma reunião com os secretários estaduais de segurança pública com vistas a discutir medidas ¨imediatas¨ para a crise penitenciária. No caso da tomada de decisão sobre a saída de Geddel do Ministério da Secretaria de Governo, também o que se viu foi uma morosidade de difícil compreensão.

A demora e falhas nas respostas deixam o governo ainda mais fraco perante a opinião pública.

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