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J ORNAL - LABORATÓRIO C URSO DE J ORNALISMO DO U NI FIAMFAAM A NO 27 J UNHO 2006 N º 126 Histórias de um bairro que ganha vida e autonomia SOLIDARIEDADE EM ALTA Vários são os projetos sociais que tornam a vida de quem mora em Paraisópolis menos sofrida. pág. 6,7,8 e 11 PERTO DO PARAÍSO A comunidade de Paraisópolis convive com um vizinho rico, o bairro do Morumbi, um dos mais sofisticados de São Paulo. pag. 3 E VIVA O ARMAZÉM mil pequenos comércios que Sem grandes redes de lojas, a saída é fazer compras em um dos 1,2 abastecem a comunidade. pág. 5 PARAISÓPOLIS PARAISÓ POLIS

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JORNAL-LABORATÓRIO CURSO DE JORNALISMO DO UNIFIAMFAAM ANO 27 J UNHO 2006 N º 126

Histórias de um bairro queganha vida e autonomia

SOLIDARIEDADE EM ALTAVários são os projetos sociais que

tornam a vida de quem mora emParaisópolis menos sofrida.

pág. 6,7,8 e 11

PERTO DO PARAÍSOA comunidade de Paraisópolis convive com

um vizinho rico, o bairro do Morumbi, um dosmais sofisticados de São Paulo. pag. 3

E VIVA O ARMAZÉM

mil pequenos comércios que

Sem grandes redes de lojas, a saídaé fazer compras em um dos 1,2

abastecem a comunidade. pág. 5

PARAISÓPOLISPARAISÓPOLIS

Novo Momento================================================================= 2

A comunidade tem até uma administraçãoprópria e uma associação de moradores quetenta cuidar de todos os problemas

AAAAACE - ASSOCIAÇÃO DE CULCE - ASSOCIAÇÃO DE CULCE - ASSOCIAÇÃO DE CULCE - ASSOCIAÇÃO DE CULCE - ASSOCIAÇÃO DE CULTURTURTURTURTURA E ENSINOA E ENSINOA E ENSINOA E ENSINOA E ENSINO

Presidente: Dr Dr Dr Dr Dr. Edevaldo Alves da Silva. Edevaldo Alves da Silva. Edevaldo Alves da Silva. Edevaldo Alves da Silva. Edevaldo Alves da SilvaDiretoria: Dra. Labibi Elias Alves da Silva, Dr Dra. Labibi Elias Alves da Silva, Dr Dra. Labibi Elias Alves da Silva, Dr Dra. Labibi Elias Alves da Silva, Dr Dra. Labibi Elias Alves da Silva, Dr. Eduar. Eduar. Eduar. Eduar. EduardododododoElias Alves da Silva,DrElias Alves da Silva,DrElias Alves da Silva,DrElias Alves da Silva,DrElias Alves da Silva,Dr. Edson Elias Alves da Silva. Edson Elias Alves da Silva. Edson Elias Alves da Silva. Edson Elias Alves da Silva. Edson Elias Alves da Silva

Reitor: P P P P Prrrrrofofofofof. Edson Antonio Miranda. Edson Antonio Miranda. Edson Antonio Miranda. Edson Antonio Miranda. Edson Antonio MirandaVice-reitor: P P P P Prrrrrofofofofof. Dr. Dr. Dr. Dr. Dr. Mar. Mar. Mar. Mar. Marco Antonio Barbosaco Antonio Barbosaco Antonio Barbosaco Antonio Barbosaco Antonio Barbosa

CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

Coordenador: PPPPPrrrrrofofofofof. Ms. Raul F. Ms. Raul F. Ms. Raul F. Ms. Raul F. Ms. Raul Fonseca Silvaonseca Silvaonseca Silvaonseca Silvaonseca Silva

COORDENADORES DE HABILITAÇÕES

- Jornalismo: Profa. Ms. Márcia Furtado Avanza- Jornalismo: Profa. Ms. Márcia Furtado Avanza- Jornalismo: Profa. Ms. Márcia Furtado Avanza- Jornalismo: Profa. Ms. Márcia Furtado Avanza- Jornalismo: Profa. Ms. Márcia Furtado Avanza- P- P- P- P- Publicidade e Publicidade e Publicidade e Publicidade e Publicidade e Prrrrropaganda: Popaganda: Popaganda: Popaganda: Popaganda: Prrrrrofofofofof. Ms. Raul F. Ms. Raul F. Ms. Raul F. Ms. Raul F. Ms. Raul Fonseca Silvaonseca Silvaonseca Silvaonseca Silvaonseca Silva- Rádio, TV e Vídeo: P- Rádio, TV e Vídeo: P- Rádio, TV e Vídeo: P- Rádio, TV e Vídeo: P- Rádio, TV e Vídeo: Prrrrrofofofofof. Ms. Mário Ramão V. Ms. Mário Ramão V. Ms. Mário Ramão V. Ms. Mário Ramão V. Ms. Mário Ramão Villalva Fillalva Fillalva Fillalva Fillalva Filhoilhoilhoilhoilho- Relações Públicas: Profa. Ms. Márcia Furtado Avanza- Relações Públicas: Profa. Ms. Márcia Furtado Avanza- Relações Públicas: Profa. Ms. Márcia Furtado Avanza- Relações Públicas: Profa. Ms. Márcia Furtado Avanza- Relações Públicas: Profa. Ms. Márcia Furtado Avanza

Jornal-laboratório produzido pelos alunos do 5° semestredo curso de Jornalismo do UniFIAMFAAM Centro

Universitário

PROFESSORES RESPONSÁVEISJosé Alves TJosé Alves TJosé Alves TJosé Alves TJosé Alves Trigo e Edgarrigo e Edgarrigo e Edgarrigo e Edgarrigo e Edgard de Oliveira Barrd de Oliveira Barrd de Oliveira Barrd de Oliveira Barrd de Oliveira Barrososososos

PROJETO GRÁFICOJosé Alves TJosé Alves TJosé Alves TJosé Alves TJosé Alves Trigorigorigorigorigo

Contato:Contato:Contato:Contato:Contato:AvAvAvAvAv. Morumbi, 501 - SP/SP. Morumbi, 501 - SP/SP. Morumbi, 501 - SP/SP. Morumbi, 501 - SP/SP. Morumbi, 501 - SP/SP CEPCEPCEPCEPCEP: 05607-000: 05607-000: 05607-000: 05607-000: 05607-000Fone: 11-3814-0544Fone: 11-3814-0544Fone: 11-3814-0544Fone: 11-3814-0544Fone: 11-3814-0544Fax: 11-3032-7955Fax: 11-3032-7955Fax: 11-3032-7955Fax: 11-3032-7955Fax: 11-3032-7955website: wwwwebsite: wwwwebsite: wwwwebsite: wwwwebsite: www.fiamfaam.br.fiamfaam.br.fiamfaam.br.fiamfaam.br.fiamfaam.bre-mail: [email protected]: [email protected]: [email protected]: [email protected]: [email protected]

A segunda maior favelade São Paulo não estádesamparada. Paraisópolisconta com o apoio daAssociação dos Moradoresdo Bairro e a principalpreocupação do seupresidente, José Rolim, éformar um elo do moradorcom o poder público.

Rolim conta com a ajudade voluntários e sai embusca de parcerias com ainiciativa privada. Sua últimaconquista foi o projeto“Paraisópolis sem fome”, queserve refeições para cerca de200 pessoas por dia.Francinilda Oliveira da Silva éresponsável pelo cardápiodiário, além de fazer grupos de atividades comidosos e mulheres desempregadas.

A associação faz o que pode para ajudar osmoradores. Arrecada cestas básicas, móveis eoutros objetos ou fornece todo tipo deinformação, desde pagamento de contas atéobtenção de bolsas família da prefeitura. Alémdisso, oferece cursos de inglês, telemarketing,manutenção e montagem de computadores.Agora os estudantes também têm acesso àinternet.

Rolim está no comando há seis anos e nessetempo conseguiu fechar parcerias importantes parao desenvolvimento social da comunidade. Aprincipal é o projeto Albert Einstein, queproporciona ajuda médica para 15 mil crianças. Hátambém o Projeto Florescer Recicla Jeans, quecomercializa jeans reciclados por artesãos da favelae já tem uma loja aberta no Shopping D. O outroprojeto é o Meninos do Morumbi que tira criançascarentes das ruas e, através da música, reintegra-osno meio social. O sucesso do projeto é tão grandeque os meninos já se apresentam ao lado degrandes nomes da MPB. O projeto que Rolim maisse orgulha é a Biblioteca Escola Graduada que já seexpandiu na comunidade e abriu uma filial. Abiblioteca conta com mais de 3 mil livros, e é a únicana região do Morumbi, onde fica a favela. Rolimacredita que educação é a melhor maneira paraintegrar os moradores com a sociedade.

Hoje a comunidade conta com o menor índicede desemprego, 20% dos moradores trabalham nocomércio local. O restante é formado por babás,empregadas domésticas, motoristas e zeladores,mão de obra barata e que não exigeespecialização.

Rossi revela que a favela cresceu 85% nosúltimos 12 anos, a grande maioria formada pornordestinos e seus filhos, “e isso trás para a favelaa cultura do nordeste”, diz, acrescentando que écomum encontrar pela comunidade diversos salõesde forró e comércios vendendo produtos do Norte.

O objetivo de Rossi é desenvolver na política oque ele aprendeu nos 27 anos na Paraisópolis.“Um sonhador nunca para de sonhar”, diz .

Educação e emprego são os maiores problemas

Reportagem: Michelle

JORNALISMO COMUNITÁRIOJORNALISMO COMUNITÁRIOJORNALISMO COMUNITÁRIOJORNALISMO COMUNITÁRIOJORNALISMO COMUNITÁRIONA FNA FNA FNA FNA FAAAAAVELAVELAVELAVELAVELA

A turma do 5º. Semestre de Jornalis-A turma do 5º. Semestre de Jornalis-A turma do 5º. Semestre de Jornalis-A turma do 5º. Semestre de Jornalis-A turma do 5º. Semestre de Jornalis-mo do UniFIAMFmo do UniFIAMFmo do UniFIAMFmo do UniFIAMFmo do UniFIAMFAAM rAAM rAAM rAAM rAAM recebeu uma novaecebeu uma novaecebeu uma novaecebeu uma novaecebeu uma novatarefa no primeiro semestre de 2006: pre-tarefa no primeiro semestre de 2006: pre-tarefa no primeiro semestre de 2006: pre-tarefa no primeiro semestre de 2006: pre-tarefa no primeiro semestre de 2006: pre-parar um jornal voltado para uma comu-parar um jornal voltado para uma comu-parar um jornal voltado para uma comu-parar um jornal voltado para uma comu-parar um jornal voltado para uma comu-nidade, acompanhando o cotidiano, osnidade, acompanhando o cotidiano, osnidade, acompanhando o cotidiano, osnidade, acompanhando o cotidiano, osnidade, acompanhando o cotidiano, osproblemas enfrentados e as soluções en-problemas enfrentados e as soluções en-problemas enfrentados e as soluções en-problemas enfrentados e as soluções en-problemas enfrentados e as soluções en-contradas. A região escolhida foicontradas. A região escolhida foicontradas. A região escolhida foicontradas. A região escolhida foicontradas. A região escolhida foiPPPPParaisópolis, bairraraisópolis, bairraraisópolis, bairraraisópolis, bairraraisópolis, bairro vizinho ao ro vizinho ao ro vizinho ao ro vizinho ao ro vizinho ao requinta-equinta-equinta-equinta-equinta-do Morumbi, que reúne 80 mil moradoresdo Morumbi, que reúne 80 mil moradoresdo Morumbi, que reúne 80 mil moradoresdo Morumbi, que reúne 80 mil moradoresdo Morumbi, que reúne 80 mil moradorese muitas histórias. O resultado está aqui.e muitas histórias. O resultado está aqui.e muitas histórias. O resultado está aqui.e muitas histórias. O resultado está aqui.e muitas histórias. O resultado está aqui.Além de boas fotos e reportagens, o tra-Além de boas fotos e reportagens, o tra-Além de boas fotos e reportagens, o tra-Além de boas fotos e reportagens, o tra-Além de boas fotos e reportagens, o tra-balho propiciou aos alunos uma grandebalho propiciou aos alunos uma grandebalho propiciou aos alunos uma grandebalho propiciou aos alunos uma grandebalho propiciou aos alunos uma grandeoportunidade de conhecer pessoas, luga-oportunidade de conhecer pessoas, luga-oportunidade de conhecer pessoas, luga-oportunidade de conhecer pessoas, luga-oportunidade de conhecer pessoas, luga-res e situações que certamente contribui-res e situações que certamente contribui-res e situações que certamente contribui-res e situações que certamente contribui-res e situações que certamente contribui-rá na formação da função maior do jorna-rá na formação da função maior do jorna-rá na formação da função maior do jorna-rá na formação da função maior do jorna-rá na formação da função maior do jorna-lismo: a arte de ser rlismo: a arte de ser rlismo: a arte de ser rlismo: a arte de ser rlismo: a arte de ser repórterepórterepórterepórterepórter.....

O líder comunitário acabou virando vereador pelo PSDB

Líder fez campanhanos muros do bairro

Saúde ainda é umagrande dor de cabeça

"Eu não quero ter que levar meu filho parao hospital pelo fato dele ter levado um tiro.Nem que o hospital seja de graça". Odesabafo é de Lenilza de Jesus, 37 anos,moradora em Paraisópolis. Mais da metade dacomunidade sofre com a falta de saneamentobásico, falta de energia, falta de comida e coma violência. Para auxiliar nessa situação, aSociedade Beneficente do Hospital AlbertEinstein vem oferecendo, desde 1997, remédioe atendimento médico gratuitos, além deatividades sócio-educacionais.

Apesar dessa ajuda, os maiores problemasa serem resolvidos são a falta de dinheiro e deinfra-estrutura para atender mais pessoas doque o projeto já atende. De acordo com apresidente do programa, Telma Sobolla, 55, "ohospital não tem como investir mais do que jáinveste. O número de habitantes da favela é 80mil e só temos capacidade para atender 10 mil".

O hospital atende crianças de 0 a 10 anos,que são cadastradas nos programas de saúdee de atividades educacionais com atestado depobreza, mas, mesmo assim, quando ohospital abre, às 7h, a fila já está grande. "Oprograma do hospital é muito bom, mas, sevocê tiver pressa de ser atendido, tem quechegar cedo. Tem muita fila, e eles sócomeçam a dar senha às 7h", completa amoradora Lenilza.

A arrecadação de dinheiro para a comprade remédios e manutenção da unidade vem doinvestimento do Hospital Albert Einstein e da

realização debazares. Osbazares são feitospelos voluntáriosna unidade dohospital, noMorumbi.

Reportagem: Débora Frattini

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Reportagem: Maria Eduarda DallozFotos: Herbete Ana Silvia

Uma comunidade com 80 mil habitantes, ummilhão de metros quadrados de barracos,terrenos, comércio e muito, muito mato. AParaisópolis, localizada na zona sul da capital, éa segunda maior favela do Estado de São Paulo.

O “Complexo Paraisópolis”, como também éconhecido por sua imensidão, se torna aindamaior, pois abrange as comunidades de JardimColombo e Porto Seguro. Mas quem analisa onome Paraisópolis percebe uma certaambigüidade. O “polis” vem do grego e significacidade. No caso, uma cidade dentro da outra,que possui toda estrutura, um certo aparato degoverno, violência, divergências, centro eperiferia. Enfim, um mundo com suas raízes,assim como São Paulo ou qualquer outracidade. Já o termo “paraíso” está um poucodistante do cenário onde as pessoas vivemtodos os dias.

Já na entrada da favela nota-se o acúmulo delixo. Os córregos passam no meio de ruas evielas estreitas, muitas delas não asfaltadas. Osbarracos são frágeis e podem ser levados pelaschuvas a qualquer momento. Falta de água e luzsão alguns dos problemas mais críticos dosmoradores da favela.

Gente como Maria Helena Silva, 46 anos,acredita e luta pela melhoria das condições devida na favela. Moradora há 14 anos do JardimColombo, agregado à Paraisópolis, lembra dasdificuldades que passou há alguns anos. “Minhavida melhorou muito. Era ruim chegar em casa enão ter luz e nem água. O acesso também eradifícil, pois como o caminho não é asfaltado, euandava por cima de umas tábuas de madeira. Foientão que os moradores se juntaram e,contando com a ajuda do Genilson Pereira dosSantos, que é o presidente da Associação dosMoradores do Jardim Colombo, a genteconseguiu água e luz. Depois foi construído umescadão, melhorando muito o acesso até minhacasa”, relembra Maria Helena.

Para tentar acabar com os problemas daParaisópolis, o governo do Estado e a Prefeiturade São Paulo desenvolveram um projeto demelhoria da comunidade. Obras de melhoriaviária, iluminação, canalização de córregos eampliação de redes de água e esgoto fazemparte dos projetos do governo, que prevê aindaa remoção de 750 famílias que hoje vivem emáreas de risco.

Como nada é perfeito, a favela ainda sofrecom a falta de escolas, saneamento básico,postos médicos e desemprego. Por isso apresença de Ongs é essencial e ajuda a reduziros problemas cooperando para o avanço dacomunidade.

A Pastoral do Menor mantém parceria com aIgreja São Bento do Morumbi, localizada noColégio Santo Américo. A igreja cede um espaçoe com a ajuda de voluntários oferece atividadespara adolescentes interessados em aprender.Criada em 1998 com o objetivo de contribuir dealguma maneira com esses jovens, a Pastoraltenta minimizar os problemas sociais vividospor eles e estimulá-los ao estudo.

“Graças a Deus, meus filhos têm aoportunidade de estudar ao invés da ficarem

largados nas ruas. A Pastoral do Menor abrigameus filhos enquanto estou no serviço. Alémdisso, todo final de ano recebo cesta de Natal edoações. Isso é muito gratificante”, afirmaGracilene dos Santos.

Não só a Pastoral, mas diversas outrasONGS atuam na Paraisópolis. O “ProgramaEinstein na Comunidade de Paraisópolis” (PECP)atende dez mil crianças com até dez anos deidade, oferecendo atendimento médico ehospitalar gratuito.

A ONG Florescer, coodernada por NadiaRubio Bacchi, mãe da atriz Karina Bacchi,também desempenha papel diferenciado, poiscolabora para o desenvolvimento educacional epsicológico das crianças. Muitas descobrem seustalentos e novas profissões. Hoje, crianças ejovens da comunidade contam com um espaçofixo para aulas teóricas, sempre ministradas porvoluntários. O sucesso tem sido tão grande quea ONG atende cerca de 700 crianças.

Conscientemente ou não a comunidade lutaa cada dia para transformar seu imenso espaçoem um “paraíso” real.

A dois passos do paraíso

Como em todos os meses que precedem aseleições, diversos candidatos ao governo doEstado ou a Presidência da República agendamsuas visitas às comunidades mais carentes.

A favela Paraisópolis, a segunda maior deSão Paulo, é uma das mais visadas pelospolíticos que procuram angariar votos e captaro apoio dos líderes locais.

O líder dos moradores e do comércio da região,José Rolim, eleito vereador pelo PSDB, já prevê ointenso fluxo de candidatos. “O apoio é semprebem vindo, pois assim podemos mostrar osproblemas e apontar soluções”, garante Rolim.

Bem vindo para o vereador e mal visto pelosmoradores. Muitos afirmam que suas apariçõesnão trazem benefício algum para a comunidade.“Já tive oportunidade de conversar com todosos candidatos à presidência e ao governo doEstado nas últimas eleições. Descrevi osproblemas de Paraisópolis, mas quase nada foifeito”, relata o comerciante Manoel Oliveira, quereside há 32 anos na região.

Os projetos de alfabetização de adultos, osatendimentos gratuitos de oftalmologistas e oos cursos de inglês, informática e balé sãoapoiados pela principal associação dacomunidade, mas já não possuem tantacredibilidade perante a população.

Os motivos variam desde promessas nãocumpridas, à falta de interesse e de políticaspúblicas voltadas para a comunidade. “Seobtivéssemos a garantia de que possuímosnossas próprias casas, a nossa segurança eestabilidade aumentariam”, afirmou a moradoraMaria de Fátima.

Comenta-se entre os moradores que muitose promete nessas visitas, mas logo após aeleição eles são deixados em segundo plano, oque gera um gigantesco sentimento dedescrença. “Eu voto só para não perder odocumento”, desabafa o jovem Gilson Pereira.

Em tempo de eleiçõeseles aparecem na região

O paraíso pode estar perto. Mas certamente não estána comunidade onde o esgoto corre a céu aberto e aluz e água vão sendo supridas conforme a criatividadedos seus moradores

Córregos passam ao lado das casas

Não faltam projetos para o bairro

Reportagem: Kate Azevedo

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Reportagem: Fábio Rayel

Estar perto de avenidas consideradas “chiques” como aGiovanni Gronchi, só aumenta o preconceito. Para muitos,morar na favela é símbolo de estar em um lugar violento

A coisa que Luiz Fernando Paes mais querianeste momento era ser advogado. É seu sonho.Se já fosse formado, talvez conseguisse tirarseus irmãos da cadeia. Fernando tem 21 anos eé o irmão mais velho dos três filhos de MariaLucia. Não conhece o pai. Divide seu tempoentre estudo e trabalho. Todo dia, às 7 damanhã,está abrindo as portas da sua Kombi quefica estacionada entre os prédios e escritórios dealto nível da Rua Rocio, na Vila Olímpia. Elepassa o dia inteiro vendendo o “hot dog daMaria Lucia”,sua mãe.

“Ficamos abertos até as 8 horas da noite. Écansativo, mas não dá para fugir. A genteprecisa pagar as contas, o supermercado e oadvogado que leva um dinheirão”,diz Fernando.

Essa é a rotina de todos os dias. Depois dotrabalho, Fernando enfrenta um ônibussuperlotado no caminho de sua casa. Chega,

Ele quer ser advogado para tirar os irmãos da cadeia

“É como se todos nós fôssemos bandidos”. Areclamação é do metalúrgico Eduardo da SilvaPeixinho, de 31 anos, morador há 15 anos dafavela Paraisópolis. Localizada ao lado doMorumbi, um dos bairros nobres da Capital,abriga aproximadamente 84 mil habitantes, quevivem em condições precárias. Eduardo é um dosque mais constantemente são confundidos combandidos e traficantes do local, vistos com cautelapelos moradores e pela polícia. “Tem gente que seesconde nas lojas quando vê alguém maishumilde. Os policiais vivem parando e revistando”.

Esse contraste social cria uma relação de medoe desconfiança. As residências no Morumbi sãocercadas por todo tipo de seguranças, e osmoradores pouco se expõem. “É difícil ver aspessoas caminharem por essas ruas. Elas estãosempre de carro e com os vidros fechados”, disseEduardo. Marcelo Pereira Sousa, de 35 anos, édono de uma banca de jornal na Avenida GiovanniGronchi. Há anos ele acompanha a violência dolocal. “Eu já fui assaltado uma vez”, disse eacrescenta: “Já presenciei muitos assaltos aqui.Eles abordam as pessoas quando estacionam seuscarros ou quando estão saindo de algum lugar”.

A favela é considerada uma das mais perigosasde São Paulo. Os habitantes convivem com ostraficantes e suas regras e ações quase sempreviolentas. A polícia faz ronda na região, mas oresultado não chega a ser expressivo. “Elesconhecem a rotina dos policiais”, disse Marcelo. Otráfico de drogas apenas agrava essa situação. Omovimento de moradores do lado nobre que vaiem busca dos entorpecentes é grande. É assimque alguns desses consumidores acabam sofrendoemboscadas.

Muitos trabalham nos sinais de trânsito aolado de crianças e mendigos que passam o diapedindo dinheiro. São nesses locais queacontecem cenas deixando clara a relação de medoe preconceito. Muitos fecham os vidros doscarros, e alguns procuram mudar de faixa na pistapara evitar assaltos. “Essa situação nunca vaimudar. Às vezes eu chego a pensar que os ricostêm razão. Tem muita gente ruim na favela”,conclui o metalúrgico Eduardo.

O preconceito em volta da comunidade

janta e começa a estudar. Faz cinco nos queLuiz Fernando tenta entrar na faculdade deDireito.” Quero entrar na São Francisco.Sei quesou inteligente e só me faltou um bomcolégio”, conta, emocionado. Fernando ganhaapostilas e livros de seus colegas queestudaram em colégios particulares e tentaassim, suprir o que faltou no ensino básico. Eleé o único filho de Maria que está solto. Seusirmãos Karlos Augusto e Julio estão presos, porassalto à mão armada. “A primeira vez elesroubaram bonés e nada aconteceu. Depois elesroubaram uma bicicleta e nada aconteceu. Nabalada começaram a usar armas e na tentativade roubar um carro no farol da Faria Lima, foramsurpreendidos pela polícia e presos”, contaFernando.

Para engrossar o orçamento, nos finais desemana Fernando trabalha de barmen em uma

grande casa noturna de São Paulo. Já lutou Jiu-Jitsu durante nove anos, ganhando até algunscampeonatos. “Gosto de me relacionar compessoas que fazem faculdade particular e têmcarro importado. A maioria sabe onde eu moro,mas não tem o que falar. Tenho assunto paraconversar sobre qualquer coisa”, explicaFernando.

Mesmo sem ter conhecido o pai, com doisirmãos presos e enfrentando todas asdificuldades financeiras possíveis, Luiz Fernandonunca teve dúvidas de que poderia ser alguém.“Essa história de não ter pai ou ter família nacadeia não muda nada para mim. Tive chance deroubar, fumar e cheirar e nunca quis. É umaquestão de escolha. Eu não vou passar a vidatoda na cadeia ou fugindo da polícia .Eu opteipor ser feliz e livre”, finaliza.

Foto: Herbert Ana Silva

Os habitantes da comunidade vivem em condições precárias

Reportagem: Isabella Pugliesi

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Quem poderia imaginar um morador, de umadas maiores favelas do Brasil, ter um faturamentomensal de R$ 3mil? É exatamente isso o queacontece com João Batista do Amaral, 48,morador da Favela Paraisópolis em São Paulo.

Dono de uma revendedora de água mineral,fornece galões para centenas de moradores dafavela e também para os diversos condomínios deprédios que rodeiam o local. Mesmo tendo todoesse faturamento, Batista não pretende deixar delevar uma vida modesta dentro da favela, poisnão paga aluguel, luz ou água. “Gosto de moraraqui. Tenho uma freguesia feita. Não pagoaluguel, água ou luz. Até TV a cabo eu tenho.

Ele ganha dinheiro vendendo água na comunidade

Mesmo depois de perder a mão direita,Fernando de Souza, de 27 anos, não desistiude tentar conquistar seus objetivos. Moradorda comunidade de Paraisópolis, ele sofreu umacidente de trânsito, há cinco anos quandoainda trabalhava como motoboy. Fernando seassustou com todas as dificuldades que iriaencontrar para voltar a trabalhar. “Fiqueimuito triste na época, mas, hoje vejo que foiDeus quem me deu a oportunidade de crescer,mesmo depois do acidente.”, diz Fernando.Naquele momento, ele não era só ummorador de Paraisópolis, que enfrentavamuitos preconceitos. Havia se tornado umdeficiente físico. A moto na qual trabalhavaera tudo o que tinha. O tempo foi passando eos empregadores não o contratavam. Decidiuentão, abrir um comércio na comunidade.Mesmo sem uma das mãos, fez questão deaprender com sua mãe o ofício de cabeleireiro.Usou o dinheiro da venda da moto parainvestir num salão, dentro da sua própriacasa. Hoje, Fernando atende cerca de 150clientes por mês e emprega três jovens.

Mas não é só Fernando quem sobrevive docomércio legal em Paraisópolis. Entre os 80mil habitantes, 1,2 mil são donos decomércios dentro da comunidade. Cerca de20% da população local está empregada poraqui.

José Rolim, presidente da Associação deMoradores de Paraisópolis, diz que, acomunidade, que tem 59 anos de existência,começou a ser povoada por nordestinosque chegavam em São Paulo em busca deoportunidades de emprego. Uma grandeparcela das moradoras trabalha comodoméstica, nos bairros nobres, vizinhos àfavela.

Numa comunidade que tem 30% de suapopulação de moradores jovens, José Rolimcomemora por ter apenas 1% entre jovens eadultos da população envolvidos no tráfico dedrogas. “Tentamos criar oportunidades aosjovens”. Existem muitas organizações nãogovernamentais, que nos ajudam. Meu

objetivo agora é atrair cada vez mais jovenspara o seu primeiro emprego. Sei que é difícil,mas Paraisópolis tem chance ainda. Nãosomos como as favelas do Rio de Janeiro. Opoder ainda não está nas mãos do comércioilegal de drogas. “Precisamos que o governode São Paulo nos ajude nesta luta,” diz JoséRolim. Ele acredita que investir na educaçãodas crianças e dos jovens é fundamental paracomeçar uma mudança.

A partir de sonhos e atitudes osmoradores da comunidade de Paraisópolisultrapassam as barreiras do preconceito e vãoconquistando o seu espaço no mercado detrabalho, dentro e fora da comunidade.

Os pequenos comerciantes são mais de mil

Então, tudo que ganho com a venda dos galõesde água sustento minha família e pago o colégiodos meus filhos”, orgulha-se.

Mesmo sabendo que o local onde mora émarcado pela violência, Batista não tem medoque o fato de ganhar bem possa despertarciúmes. “Aqui todos se respeitam. Mesmoaqueles que vivem na marginalidade. O marginalnão mexe com pessoas decentes daqui, eles aténos protegem. Sei que o dinheiro que ganhopode chamar atenção dos meliantes, mas nãoacredito que possam fazer algo contra mim ouminha família. Quem aqui vive precisa se adequarao “sistema” daqui. Não vejo a mínima

possibilidade de algo de ruim acontecer porque jáfaço isso (revenda de água) há mais de 4 anos”.

Dentro de dois anos pretende aumentar o seufaturamento abrindo mais duas unidades (derevenda de água) em bairros mais afastados dafavela. “Sei que o que vendo só aqui e para oscondomínios que estão a minha volta é osuficiente para se viver, mas pretendo atingiroutros bairros e para isso não posso ficarrestrito a minha vendinha ou até mesmo à favela.Sou ambicioso, quero expandir o meu negócio”,conclui.

Num local marcado pela dificuldade em se conseguir emprego epela ausência das grandes redes de lojas, a saída é criar umpequeno estabelecimento e....sobreviver.

Comércio é marcado por pequenosestabelecimentos

Reportagem: Mel FriasFotos: Carolina Maia e Kate Azevedo

Reportagem: Renato São Pedro

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Reportagem e fotos: Luciane Carnevali Miyatta

O projeto Cáritas, com o apoio de voluntários,atende a comunidade de Paraisópolis desde1999 com trabalhos de alfabetização

São 11 horas da manhã. Amovimentação é grande nopátio improvisado do ProjetoCáritas, localizado no bairro doMorumbi, zona Sul de SãoPaulo. É hora de almoço para osalunos que freqüentam oprojeto. Crianças eadolescentes, entre sete e trezeanos, transitam no espaço quehoje corresponde a 5 mil metrosquadrados, recebido comodoação para a realização desteprojeto social. Cheios decuriosidade, os alunoscaminham devagar em direçãoao refeitório. Muitas vezesparam para observar as visitas.Como as irmãs Franciely, 9anos, e Verônica dos Santos, 11anos, alunas do projeto que àtarde vão para a escola.

O objetivo desta ação socialnão é alfabetizar, visto que osalunos que fazem parte doCáritas têm de estarmatriculados nas escolas. Afinalidade é proporcionarreforço na alfabetização,estimular as aptidões artísticas eprofissionais, reforçar a auto-estima e desenvolver acidadania, a disciplina e os valoreshumanitários. Mais do que isso, é umaorganização que zela pelo sonho. “Eu quero sermédica quando crescer”, diz Verônica. Eaproveita para perguntar ao repórter “quantoserá que custa a faculdade?”.

Na sala dos voluntários, que fica ao lado deum brechó, no mesmo contêiner, como são asinstalações do projeto, Ione Guimarães Santoro,explica que todo o trabalho do Cáritas é, na suagrande maioria, feito por voluntários. “Somentepor amor ao próximo é que a pessoa larga seusafazeres, disponibiliza seu tempo, a suaexperiência, o seu conhecimento e os seustalentos a favor do crescimento dosnecessitados e dos excluídos”, define.

Criado e idealizado pela igreja católica, emcaráter mundial, o Cáritas é uma organizaçãosem fins lucrativos que promove o exercíciofraterno da caridade e promoção humana, semdistinção de raça, cor ou credo. O Cáritas daParóquia Santa Suzana atende mais de 300pessoas das comunidades de Paraisópolis, VilaPraia e Jardim Colombo, desde 1999.

Noel Castro, um dos funcionários doprojeto, afirma que é um grande incentivo aosjovens. Auxilia e direciona os adolescentes parao seu primeiro emprego. “Além das crianças, quea partir dos sete anos já podem freqüentar oCáritas, os adolescentes têm a possibilidade dese profissionalizar”, conclui Noel. Os cursosoferecidos são para auxiliar de escritório ecabeleireiro.

Voluntários dão aulas de reforço para crianças

O projeto atende mais de 300 crianças

Voluntários auxiliam no atendimento às crianças

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Reportagem e fotos: Michele Ruiz

Associação de moradores distribui comida“Tem gente que só come quando cata lixo ou

papelão para vender. Oito por cento dapopulação de Paraisópolis vive abaixo da linhade pobreza”. O desabafo é de José Rolim,presidente da Associação dos Moradores daParaisópolis. Diante desse quadro, a associaçãocriou o projeto Paraisópolis Sem Fome, cujoobjetivo é dar comida a quem tem fome. Oprojeto já atendeu mais de 45 mil pessoas.Homens, mulheres e crianças, não há distinção,todos são atendidos. A coordenadora doprojeto é Francinilde Oliveira.

Na falta de políticas públicas com projetossociais direcionados à Paraisópolis, quem faz adiferença são os moradores. José Rolim diz que épreciso fazer alguma coisa. “Se você não faznada pela comunidade onde mora, quem vaifazer? Estávamos cansados de ver as coisas

erradas e fechar os olhos. Uma hora isso tudose volta contra você”, pondera.

Faça sol ou chuva, dezenas de voluntáriospreparam os alimentos que são doados por umsupermercado local, que prefere não seridentificado. Comida pronta, é só alimentar ascentenas de moradores, que levam sua vasilhaspara encher de comida.

João de Souza, 50 anos, é um deles. Sempreque precisa ele vai à associação. “Às vezesacordo pela manhã e não tenho nada paracomer. Não tem café, não tem pão. Depois,chega a hora do almoço e também não temnada. Passo o dia inteiro com fome. Pior ainda éver os filhos com a barriga vazia, chorando odia inteiro. E eu tenho seis filhos”, desabafa.

João continua se lamentando da vida. “Eupego minha vasilha e encho de comida na

associação. É muito bom, ver meus filhoscomendo e sorrindo. Não tenho outrasambições na vida, só quero ter o que comer”.

Os alimentos são servidos todos os dias,menos aos domingos. Sempre de segunda asábado a partir das 9h às 18h.

A voluntária Jeane Pereira diz que “o nossoobjetivo não é gerar comodismo com projetosassistencialistas. Isso é só o começo. Queremostentar fazer parcerias com empresas eencaminhar essas pessoas para área de mercadode trabalho.”

Quem puder ajudar a comunidade doandoalimentos não perecíveis para a associação devecontatar Jeane Pereira.

Associação dos Moradores de Paraisópolis,telefone 8488 – 6890.

Em meio a tanta pobreza, surgem osprojetos que ajudam a comunidade a sedesenvolver, como é o caso do POF (Postode Orientação Familiar). O projeto começoua sua história em 1993, quando aFederação Israelita do Estado de São Paulo,decidiu abrir um centro de promoção socialpara trabalhar junto à comunidade. Oobjetivo inicial era proporcionaratendimento social e o trabalho começoucom uma assistente e um pequeno grupo devoluntários.

Hoje o projeto, em parceira com o ProjetoGuri e o Programa Meninos do Morumbi,atende cerca de 300 crianças que têmatendimento psicológico, aulas deinformática, reforço escolar, artes, coral,violão. Elas recebem alimentação, com umcardápio variado a cada dia. São duasrefeições diárias com acompanhamentoeducacional. Os atendimentos psicológicossão individuais. As salas de informática sãoabertas para toda a comunidade, ochamado Programa Acessa São Paulo, quetem parceria com o Governo de São Paulo.

O projeto trabalha em conjunto com oMunicípio de São Paulo para o atendimentoda pré-escola, para crianças de 4 a 6 anos .A Prefeitura cede os professores. A

professora Cleuza dos Santos Gimenez quetrabalha na Prefeitura há 15 anos é umadas participantes do projeto.”Trabalharaqui é muito bom. São crianças carentes

com muitas dificuldades em casa. Faltade diálogo. Tudo é agressão. Tudo émuito precário. Eu dou um exemplo: das30 crianças que eu dou aula apenasduas dormem em quartos separados, emsuas casas. Os outros dividem o colchãocom outros irmãos, ou dormem com ospais”.

A professora Cleuza leciona há umano no projeto. A maioria dosfuncionários do projeto é formada porvoluntários, como o professor de

Federação israelita mantém centro depromoção social

Uma parceria entre diversas entidades e omunicípio de São Paulo garante fornecimento decomida e educação para crianças

Educação Física, José Henrique da Luz, quetrabalha no projeto há um ano emeio.”Trabalhar com criança é especial,criança é criança, as dificuldades são asmesmas, a única diferença dessas criançaspara as outras é a parte econômica”.

O projeto também atende crianças de 7 a10 anos, o chamado CEI, ComplementoEscolar Infantil, e crianças de 11 a 14 anos,o CEA, Complemento Escolar paraAdolescentes. Voltado para as mulheres dacomunidade, o projeto tem a oficina decozinha e artesanato, com duplo objetivo:capacitação e reflexão conjunta, comacompanhamento de psicólogas.

Reportagem: Simara Souza

As crianças atendidas têm de quatro a seis anos

As crianças recebem duas refeições diárias

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Reportagem: Guilherme FreitasFoto: Michele Ruiz

Arcanjos também dançamAlgumas pessoas realizam façanhas

surpreendentes quando se dedicam a ajudar opróximo. É o caso de Bruno Facundini, quemontou um grupo de dança de salão nacomunidade de Paraisópolis, em São Paulo.

É lá que Bruno mora e começou a seinteressar pela dança. Era a única atividadeque podia desenvolver no horário entre afaculdade que freqüenta e o seu trabalho.Começou a praticar, sem compromisso, nocentro da cidade. Aos poucos foi seaperfeiçoando, tornou-se professor e resolveucriar um grupo de dança e transmitir tudo oque aprendeu na academia para seusvizinhos. Começou como voluntário eatualmente recebe contribuições dos alunospara continuar o projeto chamado Arcanjos –Dança de Salão, nome que ele mesmoidealizou.

O grupo existe há cinco anos e já fezdiversas apresentações em festas econfraternizações. “A dança desperta acriatividade e a cultura, além docondicionamento e da percepção do próprio

corpo e do ambiente”, diz Bruno.O projeto de dança tem divisões e quanto

mais os alunos se dedicam e se aperfeiçoammais avançam nos módulos, que sãoatualmente I para iniciante, II paraintermediário e III para avançado. O Arcanjos– Dança de Salão conta com quase 60participantes entre homens e mulheres. Adivulgação do grupo é feita pelo próprioprofessor Bruno e as poucas apresentaçõessão realizadas por equipes de no máximo dezpessoas. Um show de dança do Arcanjosrealizado em uma festa de confraternizaçãopode render até R$1,2 mil. Os dançarinosganham parte do dinheiro, e a outra partefica guardada para eventuais despesas.

Hoje em dia, além de querer tirar jovensmoradores da marginalidade e colocá-los naatividade da dança, o Grupo Arcanjos –Dança de Salão quer mostrar que a dança desalão faz parte de um mercado maior de lazere entretenimento. A idéia é levar o projetopara casas noturnas, academias e torná-lomais conhecido para conseguir patrocínio.

O técnico de futebol feminino ClaudivanAlexandre Cabral é o legítimo bom exemplode Paraisópolis. Ele encarna o espírito dacomunidade e ao lado do se seu irmão, que éfamoso pela biblioteca, desenvolve projetossociais.

Claudivan comanda a Sociedade EsportivaFlamengo, um time feminino que disputadiversas competições amadoras pela cidade.O trabalho do treinador tem um duplosignificado já que ao mesmo tempo em queas garotas estão praticando um esporte,estão longe da marginalidade, do crime e dasdrogas.

“Fico feliz em vê-las jogando ao invés deestarem se drogando ou roubando. Já tivealgumas jogadoras que preferiram o outrocaminho”, resume. O projeto social está nosangue da família. Seu irmão tem um grandeacervo de livros e ajuda pessoas carentes dacomunidade, desde 1995, quando começou adar aulas em casa. Foi graças a Claudivan,que seu irmão, Claudemir, ficou famoso.

“Certo dia a jornalista Patrícia Villalba, dojornal O Estado de S. Paulo, fez umareportagem sobre o meu time e se assustoucom o número de livros que tinha em casa.Contei para ela que eram todos do meuirmão. Ela voltou depois só para fazer umareportagem com ele. Foi ai que a bibliotecacresceu”, conta o técnico.

Em 2005, Claudemir Cabral ganhou o“Prêmio Dolce Vita Amigo do Morumbi” porseu projeto social para a comunidade. Hojeele é muito requisitado por jornalistas, queconstantemente freqüentam sua biblioteca.Já estiveram lá, entre outros, os jornalistasda Rede Globo Chico Pinheiro e MárcioCanuto.

Natural da Zona Leste de São Paulo,Claudivan vive em Paraisópolis há 21 anos eafirma que nunca sentiu vontade de deixar obairro. Ressalta que muitas coisas aindaprecisam ser melhoradas. “Sempre há o quemudar em todos os sentidos aqui. Asfaltaralgumas vias, dar um jeito nos córregos queestão a céu aberto e ampliar os pontos deiluminação”, disse.

O treinador afirma que o dia-a-dia dapopulação da favela é igual ao de qualquercomunidade carente da periferia, pois tem osaltos e os baixos. Para ele, tudo ocorre comnaturalidade. As tragédias que acontecemsão conseqüências dos atos da minoria dacomunidade.

Com mais de duas décadas deParaisópolis, Claudivan afirma que játestemunhou muitas coisas no local. O queele nunca vai esquecer, no entanto, foi ofalecimento de seu pai, que também moravana favela. “Já vi de tudo aqui, coisas ruinscomo marginalidade, drogas, crimes e coisasmuito boas também, como os projetossociais, as Ongs e as pessoas de bem, quetrabalham o dia inteiro para sustentar suafamília”, conclui.

“A solidariedade mora em Paraisópolis”

Um técnico de futebol feminino une esportes elivros para ajudar as pessoas carentes

Danilo Barros

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Cleonice, Hortência, Maria, Mocinha e Nenê.O que essas mulheres têm em comum? Elas sãonordestinas, moradoras da comunidade deParaisópolis e protagonistas do curta metragem:“ As Mulheres de Paraisópolis”, da jornalistaCláudia Mesquita. A partir do depoimento decinco mulheres, o documentário conta atrajetória de vida de cada uma e tece suasperspectivas de vida dentro da comunidade deParaisópolis.

O filme tem 40 minutos e é resultado de umapesquisa etnográfica de Ronaldo de Almeida eTiarajú D’Andrea, dois pesquisadores do Centrode Estudos da Metrópole. Dele também faz partea diretora Cláudia Mesquita. A pesquisaevidencia a importância dos órgãos de ajuda àsregiões carentes e a relação de poder entre ostraficantes e moradores, que existe nas favelas.

A proposta, em princípio, era abordar aquestão das redes de ajuda mútua nascomunidades. Até que se optou pelo ponto devista feminino. Foram entrevistadas mais de 25famílias, e uma delas era composta somente pormulheres. Tímidas, foi difícil fazer com que seacostumassem com a presença das câmeras. Apartir de então ficou decidido que o filmetrataria dessas questões sob o olhar feminino.

Mas a favela de Paraisópolis já teve outrodocumentário. “O menino, a Favela e as Tampasde Panela”, direção de Cao Hamburger,conhecido diretor do seriado infantil, “CasteloRá-Tim-bum”, da TV Cultura. O filme, ganhadordo prêmio de Melhor Curta Metragem de TV no5º Festival Internacional de Cinema paraCrianças e Jovens do Uruguai, em 1996, levoucerca de dois meses para ficar pronto. Em cincominutos o filme mostra, de uma forma muitocriativa, o cotidiano de um garoto de oito anoschamado Felipe da Silva Oliveira. O menino,morador de Paraisópolis, participava da ala debateria da Escola de Samba Rosas de Ouro. Elefaz travessuras para conseguir tampas depanela e se divertir.

Claudivan Alexandre Cabral, 35 anos, moradorhá 21 da comunidade, ajudou a produzir os doisfilmes e relata que houve um trabalho de pesquisabastante intenso para a sua realização. “O filmeAs Mulheres de Paraisópolis foi bastantetrabalhoso, apesar de o processo ter duradoapenas dois meses”. Claudivan trabalhou 11 anoscom José Mojica Marins, o Zé do Caixão, e diz queapesar de já ter experiência com cinema aindaencontrou dificuldades. “ No filme ‘o menino, afavela e as tampas de panela’ tivemos problemas.A pouca idade do protagonista fazia com que elenão tivesse paciência. De repente, ele dizia que nãoqueria mais gravar. Se não fosse isso, o filmepoderia ter sido feito em menos tempo”.

Para o produtor, fazer um filme na favela não éfácil, mas gratificante. “Paraisópolis é um mundo àparte. Existem milhares de histórias que poderiamvirar filme. Aqui é o verdadeiro paraíso para quemestá em busca de fazer, de um cotidiano, umverdadeiro roteiro de cinema”, declara.

As mulheres de Paraisópolis

A jornalista Cláudia Mesquita fez um documentário comcinco mulheres, contando a trajetória de vida de cada umae suas perspectivas na comunidade de Paraisópolis

O filme mostra a rO filme mostra a rO filme mostra a rO filme mostra a rO filme mostra a relação de poderelação de poderelação de poderelação de poderelação de poderentrentrentrentrentre traficantes e moradore traficantes e moradore traficantes e moradore traficantes e moradore traficantes e moradores daes daes daes daes da

comunidadecomunidadecomunidadecomunidadecomunidade

Reportagem: Aline RoseFoto: Glauber

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Reportagem e fotos: Bruna Monteiro

Vanusa Aguiar, moradora deParaisópolis, uma das maiores da cidade deSão Paulo, é empregada doméstica etrabalha próximo à sua casa. Tem doisfilhos, ambos com Síndrome de Down.Atualmente tem três empregos fixos. Alémdisso “faz bicos” nos finais de semana nacasa dos vizinhos que cuidam de seus filhosenquanto ela sai para trabalhar durante asemana. É a maneira de “pagar a atenção”deles para com seus filhos. Limpa e organizaas suas casas.

Sua vida é uma constante batalha pelasobrevivência. Aos 26 anos, ficou viúva.Perdeu seu marido há três meses, vítima daviolência em Paraisópolis. “Ele foi vítima detraficantes”, conta.

“Meus patrões me ajudam a comprarcomida e remédios para meus filhos masnem sempre aceito, pois sei que estão sendoeducados comigo, desabafa. Vanusaacredita que isso é bondade de gente “rica”.Seus amigos da comunidade não a ajudam deverdade, apenas trocam favores.

“A violência está assustando osmoradores da favela. Apesar de todos seremamigos e companheiros, ainda tem muitosassaltos, mortes e até seqüestros por ali,mas como estamos ao lado, preferimos ficarquietos, sem saber de nada”.

Por ser uma das mais perigosas da

cidade, a Policia Militar freqüentaa favela para fiscalizar, mas nemsempre funciona. “Alguns policiasse fingem de mortos para não secomprometerem com os chefõesdali”, revela Vanusa.

A empregada acredita que nãohá como controlar tanta violênciano local, “meu marido foiassassinado há três meses. Não sesabe na verdade quem matou,dizem que estava envolvido comos traficantes da região, mas nãoacredito pois ele era trabalhador,batalhador, assim como eu”.

Ainda abalada com toda a históriaVanusa pretende sair da comunidade assimque conseguir recursos para morar emoutro local. “Posso morar em outra favelaou em qualquer lugar, mas não quero maisfazer parte de um local onde meus filhosficam o dia todo sem nenhuma segurança”.

Vanusa acredita que a luta que enfrentadiariamente ajudará seus filhos, “quero quetenham condições de sobreviver em umlocal decente, sem violência. Por seremdeficientes, as pessoas ignorantes seassustam quando vêem pessoas diferentes.São crianças especiais e não monstros,como os bandidos que moram ao meulado.”

Você trocaria sua casa por um Chevette?Então procure o Zé do Rolo. Zé do Rolo é ofamoso José Araújo, morador da comunidadeParaisópolis.

Zé do Rolo ganha a vida assim. Faz serviçosde ajudante de pedreiro e troca seus produtos,suas tralhas por algo de seu interesse. Ele temCarburador de carro, teclado de computador,chinelo, bola de tênis, sapato, aspirador depó e mais um monte de coisas que guarda nacasa de amigos.

Sem sombra de dúvidas, o seu produto detroca mais “valioso’’ é um Chevette. Issomesmo, um Chevette 1989 cor prata. “ Eufiquei com esse carro quando meu pai faleceu,já faz seis anos. Como não tenho um lugarbom para dormir tô trocando ele por umacasa,’’ comenta Zé do Rolo.

Zé acorda todos os dias às seis horas damanhã, escolhe seus melhores produtos emonta sua barraca, que só é recolhida às oitoda noite. “Ruim mesmo são os dias dechuva.Não da para trabalhar.Mas, assim que

eu conseguir um dinheiro vou fazer umabarraca com cobertura”, justifica.

Ele não tem um ponto fixo para fazer assuas trocas, quando cansa de um lugarcoloca as coisas no carro e procura outrocanto para trabalhar. Assim, sua chance émaior.

Zé do Rolo já trocou liquidificadorquebrado por sapatos, porta - guardanapospor camisa social, chuveiro queimado porquebrador de gelo que não funciona, mas amaioria de suas trocas é feita por comida.

“Como eu já sou conhecido pelo pessoalaqui da comunidade, eles sempre me oferecemum prato de comida em troca de alguma coisaque gostam. Aí se eu vejo que vale a pena eutroco’’, analisa José.

Quem tiver alguma coisa naquelequartinho dos fundos sem utilidade alguma,que encare a aventura, que vá até aParaisópolis e procure o Zé do Rolo. Se dersorte poderá sair de lá dirigindo um Chevette.“ Só não troco a sogra’’, conclui Zé do Rolo.

Lutando contra a Síndrome de Down

Ele troca um Chevette por sua casa

Como se já nao bastasse enfrentar a falta deempregos e a violência, empregada tem doisfilhos com Síndrome de Down

Vanusa pretende mudar-se para um lugar commais segurança para seus filhos

Renato Carrelas

Uma luz no fim do túnel

Almas Errantes. Esse é o nome do grupo de RAP queAlmas Errantes. Esse é o nome do grupo de RAP queAlmas Errantes. Esse é o nome do grupo de RAP queAlmas Errantes. Esse é o nome do grupo de RAP queAlmas Errantes. Esse é o nome do grupo de RAP queresgatou Ronaldo Macedo do mundo do crime. Para mui-resgatou Ronaldo Macedo do mundo do crime. Para mui-resgatou Ronaldo Macedo do mundo do crime. Para mui-resgatou Ronaldo Macedo do mundo do crime. Para mui-resgatou Ronaldo Macedo do mundo do crime. Para mui-tos, essa é apenas mais uma história que se repete em todotos, essa é apenas mais uma história que se repete em todotos, essa é apenas mais uma história que se repete em todotos, essa é apenas mais uma história que se repete em todotos, essa é apenas mais uma história que se repete em todoveículo de comunicação.veículo de comunicação.veículo de comunicação.veículo de comunicação.veículo de comunicação.

Filho de paraibanos que vieram tentar a vida em SãoFilho de paraibanos que vieram tentar a vida em SãoFilho de paraibanos que vieram tentar a vida em SãoFilho de paraibanos que vieram tentar a vida em SãoFilho de paraibanos que vieram tentar a vida em SãoPaulo, Ronaldinho, como é conhecido na favela daPaulo, Ronaldinho, como é conhecido na favela daPaulo, Ronaldinho, como é conhecido na favela daPaulo, Ronaldinho, como é conhecido na favela daPaulo, Ronaldinho, como é conhecido na favela daParaisópolis, não pôde terminar o colegial. Foi preso pelaParaisópolis, não pôde terminar o colegial. Foi preso pelaParaisópolis, não pôde terminar o colegial. Foi preso pelaParaisópolis, não pôde terminar o colegial. Foi preso pelaParaisópolis, não pôde terminar o colegial. Foi preso pelaprimeira vez aos 16 anos por ato de vandalismo. Ronaldo eprimeira vez aos 16 anos por ato de vandalismo. Ronaldo eprimeira vez aos 16 anos por ato de vandalismo. Ronaldo eprimeira vez aos 16 anos por ato de vandalismo. Ronaldo eprimeira vez aos 16 anos por ato de vandalismo. Ronaldo eseus amigos costumavam pixar ruas e avenidas.seus amigos costumavam pixar ruas e avenidas.seus amigos costumavam pixar ruas e avenidas.seus amigos costumavam pixar ruas e avenidas.seus amigos costumavam pixar ruas e avenidas.

“““““A delegacia era o inferno. Éramos em 16 pessoas den-A delegacia era o inferno. Éramos em 16 pessoas den-A delegacia era o inferno. Éramos em 16 pessoas den-A delegacia era o inferno. Éramos em 16 pessoas den-A delegacia era o inferno. Éramos em 16 pessoas den-tro de uma única cela. O calor e o cheiro eram simplesmen-tro de uma única cela. O calor e o cheiro eram simplesmen-tro de uma única cela. O calor e o cheiro eram simplesmen-tro de uma única cela. O calor e o cheiro eram simplesmen-tro de uma única cela. O calor e o cheiro eram simplesmen-te insuportáveis,” conta Ronaldinho.te insuportáveis,” conta Ronaldinho.te insuportáveis,” conta Ronaldinho.te insuportáveis,” conta Ronaldinho.te insuportáveis,” conta Ronaldinho.

Dias depois, o atual vocalista da banda Almas ErrantesDias depois, o atual vocalista da banda Almas ErrantesDias depois, o atual vocalista da banda Almas ErrantesDias depois, o atual vocalista da banda Almas ErrantesDias depois, o atual vocalista da banda Almas Errantesfoi solto. Mas, o crime seguinte seria piorfoi solto. Mas, o crime seguinte seria piorfoi solto. Mas, o crime seguinte seria piorfoi solto. Mas, o crime seguinte seria piorfoi solto. Mas, o crime seguinte seria pior. “R. “R. “R. “R. “Roubei a casa dooubei a casa dooubei a casa dooubei a casa dooubei a casa dopatrão porque estava precisando muito de dinheiro. Nãopatrão porque estava precisando muito de dinheiro. Nãopatrão porque estava precisando muito de dinheiro. Nãopatrão porque estava precisando muito de dinheiro. Nãopatrão porque estava precisando muito de dinheiro. Nãosou e nunca fui ruim. Só precisava pagar umas dívidas,”sou e nunca fui ruim. Só precisava pagar umas dívidas,”sou e nunca fui ruim. Só precisava pagar umas dívidas,”sou e nunca fui ruim. Só precisava pagar umas dívidas,”sou e nunca fui ruim. Só precisava pagar umas dívidas,”explicou Ronaldo.explicou Ronaldo.explicou Ronaldo.explicou Ronaldo.explicou Ronaldo.

Com 21 anos, procurado pela polícia por tentativa frus-Com 21 anos, procurado pela polícia por tentativa frus-Com 21 anos, procurado pela polícia por tentativa frus-Com 21 anos, procurado pela polícia por tentativa frus-Com 21 anos, procurado pela polícia por tentativa frus-trada de fuga para o Rio de Janeiro, foi preso com mais 14trada de fuga para o Rio de Janeiro, foi preso com mais 14trada de fuga para o Rio de Janeiro, foi preso com mais 14trada de fuga para o Rio de Janeiro, foi preso com mais 14trada de fuga para o Rio de Janeiro, foi preso com mais 14pessoas.pessoas.pessoas.pessoas.pessoas.

“Não éramos uma quadrilha, mas a polícia agiu como“Não éramos uma quadrilha, mas a polícia agiu como“Não éramos uma quadrilha, mas a polícia agiu como“Não éramos uma quadrilha, mas a polícia agiu como“Não éramos uma quadrilha, mas a polícia agiu comose fossemos monstros organizados. Peguei três anos dese fossemos monstros organizados. Peguei três anos dese fossemos monstros organizados. Peguei três anos dese fossemos monstros organizados. Peguei três anos dese fossemos monstros organizados. Peguei três anos decadeia e lembrcadeia e lembrcadeia e lembrcadeia e lembrcadeia e lembro cada dia que vivi naquele lugaro cada dia que vivi naquele lugaro cada dia que vivi naquele lugaro cada dia que vivi naquele lugaro cada dia que vivi naquele lugar,” explica,,” explica,,” explica,,” explica,,” explica,emocionado.emocionado.emocionado.emocionado.emocionado.

Na cadeia começou a cantar por hobbyNa cadeia começou a cantar por hobbyNa cadeia começou a cantar por hobbyNa cadeia começou a cantar por hobbyNa cadeia começou a cantar por hobby, na tentativa de, na tentativa de, na tentativa de, na tentativa de, na tentativa defazer com que seus dias fossem mais alegres e sem a menorfazer com que seus dias fossem mais alegres e sem a menorfazer com que seus dias fossem mais alegres e sem a menorfazer com que seus dias fossem mais alegres e sem a menorfazer com que seus dias fossem mais alegres e sem a menordúvida descobriu sua paixão e vocação pela música. Osdúvida descobriu sua paixão e vocação pela música. Osdúvida descobriu sua paixão e vocação pela música. Osdúvida descobriu sua paixão e vocação pela música. Osdúvida descobriu sua paixão e vocação pela música. Osanos se passaram e Ronaldo foi novamente colocado emanos se passaram e Ronaldo foi novamente colocado emanos se passaram e Ronaldo foi novamente colocado emanos se passaram e Ronaldo foi novamente colocado emanos se passaram e Ronaldo foi novamente colocado emliberdade. Mas dessa vez, tudo seria diferente. Disposto aliberdade. Mas dessa vez, tudo seria diferente. Disposto aliberdade. Mas dessa vez, tudo seria diferente. Disposto aliberdade. Mas dessa vez, tudo seria diferente. Disposto aliberdade. Mas dessa vez, tudo seria diferente. Disposto aseguir a profissão de músico, os amigos do lado de fora oseguir a profissão de músico, os amigos do lado de fora oseguir a profissão de músico, os amigos do lado de fora oseguir a profissão de músico, os amigos do lado de fora oseguir a profissão de músico, os amigos do lado de fora oesperavam para abrir o show de uma banda famosa de Resperavam para abrir o show de uma banda famosa de Resperavam para abrir o show de uma banda famosa de Resperavam para abrir o show de uma banda famosa de Resperavam para abrir o show de uma banda famosa de RAPAPAPAPAP,,,,,na Colombo, casa noturna localizada na Zona Leste de Sãona Colombo, casa noturna localizada na Zona Leste de Sãona Colombo, casa noturna localizada na Zona Leste de Sãona Colombo, casa noturna localizada na Zona Leste de Sãona Colombo, casa noturna localizada na Zona Leste de SãoPaulo.Paulo.Paulo.Paulo.Paulo.

“Quando a gente entra lá, a galera vibra. T“Quando a gente entra lá, a galera vibra. T“Quando a gente entra lá, a galera vibra. T“Quando a gente entra lá, a galera vibra. T“Quando a gente entra lá, a galera vibra. Todas asodas asodas asodas asodas asfavelas da Zona Leste conhecem nossa música. Fazemosfavelas da Zona Leste conhecem nossa música. Fazemosfavelas da Zona Leste conhecem nossa música. Fazemosfavelas da Zona Leste conhecem nossa música. Fazemosfavelas da Zona Leste conhecem nossa música. Fazemosconexão entre as comunidades,” comenta empolgado.conexão entre as comunidades,” comenta empolgado.conexão entre as comunidades,” comenta empolgado.conexão entre as comunidades,” comenta empolgado.conexão entre as comunidades,” comenta empolgado.

Sendo assim, a banda de Hip-Hop e Rap tornou-se aSendo assim, a banda de Hip-Hop e Rap tornou-se aSendo assim, a banda de Hip-Hop e Rap tornou-se aSendo assim, a banda de Hip-Hop e Rap tornou-se aSendo assim, a banda de Hip-Hop e Rap tornou-se avida de Ronaldo.vida de Ronaldo.vida de Ronaldo.vida de Ronaldo.vida de Ronaldo.

“Se não fosse a banda com certeza eu estaria preso. E“Se não fosse a banda com certeza eu estaria preso. E“Se não fosse a banda com certeza eu estaria preso. E“Se não fosse a banda com certeza eu estaria preso. E“Se não fosse a banda com certeza eu estaria preso. Eprovavelmente teria cometido crimes piores. Aprendi tudoprovavelmente teria cometido crimes piores. Aprendi tudoprovavelmente teria cometido crimes piores. Aprendi tudoprovavelmente teria cometido crimes piores. Aprendi tudoprovavelmente teria cometido crimes piores. Aprendi tudoque você pode imaginar na cadeia. O pós-doutorado doque você pode imaginar na cadeia. O pós-doutorado doque você pode imaginar na cadeia. O pós-doutorado doque você pode imaginar na cadeia. O pós-doutorado doque você pode imaginar na cadeia. O pós-doutorado docrime está lá dentro. Basta querer que você aprende a sercrime está lá dentro. Basta querer que você aprende a sercrime está lá dentro. Basta querer que você aprende a sercrime está lá dentro. Basta querer que você aprende a sercrime está lá dentro. Basta querer que você aprende a serruim. É só querruim. É só querruim. É só querruim. É só querruim. É só querererererer,” comenta R,” comenta R,” comenta R,” comenta R,” comenta Ronaldo.onaldo.onaldo.onaldo.onaldo.

Hoje, com cinco anos de banda e muitas dificuldadesHoje, com cinco anos de banda e muitas dificuldadesHoje, com cinco anos de banda e muitas dificuldadesHoje, com cinco anos de banda e muitas dificuldadesHoje, com cinco anos de banda e muitas dificuldadesvencidas, Ronaldo se dedica a aulas de canto e instrumen-vencidas, Ronaldo se dedica a aulas de canto e instrumen-vencidas, Ronaldo se dedica a aulas de canto e instrumen-vencidas, Ronaldo se dedica a aulas de canto e instrumen-vencidas, Ronaldo se dedica a aulas de canto e instrumen-to, além de trabalhar como office-boy de uma grande em-to, além de trabalhar como office-boy de uma grande em-to, além de trabalhar como office-boy de uma grande em-to, além de trabalhar como office-boy de uma grande em-to, além de trabalhar como office-boy de uma grande em-presa.presa.presa.presa.presa.

“Não existe salário no mundo que pague a sua liberda-“Não existe salário no mundo que pague a sua liberda-“Não existe salário no mundo que pague a sua liberda-“Não existe salário no mundo que pague a sua liberda-“Não existe salário no mundo que pague a sua liberda-de. É o maior bem que possuímos. E ouça isso de mim, poisde. É o maior bem que possuímos. E ouça isso de mim, poisde. É o maior bem que possuímos. E ouça isso de mim, poisde. É o maior bem que possuímos. E ouça isso de mim, poisde. É o maior bem que possuímos. E ouça isso de mim, poisfiquei preso com ratos e baratas circulando ao meu lado. Eufiquei preso com ratos e baratas circulando ao meu lado. Eufiquei preso com ratos e baratas circulando ao meu lado. Eufiquei preso com ratos e baratas circulando ao meu lado. Eufiquei preso com ratos e baratas circulando ao meu lado. Eusei o quanto vale a libersei o quanto vale a libersei o quanto vale a libersei o quanto vale a libersei o quanto vale a liberdade. Pdade. Pdade. Pdade. Pdade. Posso dizerosso dizerosso dizerosso dizerosso dizer, talvez não me-, talvez não me-, talvez não me-, talvez não me-, talvez não me-lhor que poeta, mas com certeza, com mais verdade.”lhor que poeta, mas com certeza, com mais verdade.”lhor que poeta, mas com certeza, com mais verdade.”lhor que poeta, mas com certeza, com mais verdade.”lhor que poeta, mas com certeza, com mais verdade.”

Reportagem: Renata Saporito

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Maria de Fátima Britto, 40 anos, moradorada favela de Paraisópolis há cinco anos, eseus oito filhos vivem vendendo latinhaspara sustentar a casa. Aliás foi reciclandoque a família Britto começou a ganharsustento para se manter.

Os oito filhos, Bárbara, 8 anos, Caio, 13,Marcos, 18, Vitor, 21, e Geraldo, 24, ajudama mãe a manter a família. A idéia surgiu deum amigo de Vitor, que começou a venderlatinhas para ganhar uns trocados.Necessitando de dinheiro, a família começoua fazer o mesmo e passou a ter lucros. Marialembra que começou a reciclar porque seusfilhos estavam passando fome. “Eu já não viaoutra solução”. Só que ela tem outrosproblemas. Além dos 5 filhos, “tambémsustenta mais três de uma amigairresponsável, que engravida e dá os filhospara eu cuidar”, diz Maria Britto. Um delestem problemas mentais, inclusive não podeficar sozinho. Ela explica que é uma situaçãodifícil. “Às vezes eu nem posso sair, porquenão há com quem deixar o menino. Todas ascrianças são pequenas, e sou eu quem cuida.Que é que eu vou fazer? Vou deixá-los narua? Não posso”, desabafa.

A situação da família não é fácil. Porémgraças à reciclagem e a ajuda dos vizinhos elaconsegue “segurar a barra”. Alguns dosvizinhos também não têm muito. Às vezesdoam bolacha, brinquedos velhos. “Nósgastamos demais”, diz Maria, exemplificandoque cozinha três pacotes de arroz, dois defeijão e mistura quando tem. “Casocontrário, compramos pão e enchemos a

Reportagem: Pamela

Uma coleção que conquistou as vitrinesdos shoppings e passou a estampar editoriaisde moda de revistas especializadas. Roupasque podem ser usadas nas ruas e conceitosque inspiram a criação ou transformação doguarda-roupa de qualquer pessoa. Quantomais rasgada melhor. Assim é a coleção dasroupas produzidas pelo Projeto Recicla Jeans,confeccionadas pelos artesãos carentes dacomunidade Paraisópolis.

O Projeto Recicla Jeans nasceu dentro daONG Florescer e consiste na criação econfecção de peças e acessórios a partir dareciclagem de jeans e resíduos têxteis. “Este éum projeto ambicioso que democratiza amoda, colocando-a a serviço de umacomunidade carente de recursos mas cheia decriatividade”, define a fundadora da entidadeNadia Rubio Bacchi.

Devido ao enorme sucesso de vendas e agrande procura pelos jeans reciclados, oProjeto Florecer ganhou uma loja, que foicedida gratuitamente pelo Shopping D aoprojeto Recicla Jeans. “Este projeto estácontribuindo para gerar renda a muitasfamílias carentes e potencializar ainda mais aprojeção já alcançada pela ONG”, diz acoordenadora Lia Aguilar.

Trinta e duas mulheres, moradoras daFavela de Paraisópolis, participam daconfecção das peças. Essas mulheres, que játinham ou não experiência com costura,orientam os jovens e se encarregam dafabricação das peças. Todas elas ganham umsalário por seu trabalho. Os desenhos daspeças ficam por conta de Nadia Bacchi, quealém de presidente e fundadora da ONG étambém estilista.

Restos de jeans viram matéria prima

Reciclagem garante sustento

A idéia é simples. Nada mais que um grupo de costureirasreformando alguns jeans. Mas essa proposta ganhou umaamplitude nacional e hoje o Recicla Jeans virou uma ONG de grife.

Reportagem: Camila LibonatiFoto: Meire Borges

barriga. “É difícil fazer comida todos os dias,cuidar das crianças e ter que trabalhar”,desabafa.

A favela foi o lugar onde dona Mariaresolveu morar, porque não tinha outraalternativa. “Na época, havia umas casinhase foi numa delas que consegui-me abrigar, eestou nela até hoje”, conta.

Foto: Flávia Noronha

Criado em novembro de 2005, o Banco Metropolitano deEmpregos, BME já cadastrou mais de 3 mil interessados,agendou 720 entrevistas e encaminhou 153 candidatospara entrevistas e/ou processos de seleção. 32 candidatosjá foram contratados e outros estão em processo de seleçãoou aguardando resposta das empresas.

O Banco Metropolitano de Empregos – BME foiimplantado pelo Uni FMU visando proporcionar aos alunose ex-alunos do Uni FMU, do Uni FIAM FAAM e da FISP,um serviço de busca de vagas no mercado de trabalho.Nessa ocasião foi formada parceria com a Força Sindicale com a Associação Comercial de São Paulo. O BME iniciousuas atividades de atendimento em janeiro de 2006,ocasião em que completou a infra-estrutura tecnológicaque possibilitou a ligação “on-line” com o SIGAE, sistemado Ministério do Trabalho.

Através do “aluno on line” o Uni FMU disponibilizainformações sobre o novo departamento em sua página naInternet, incluindo um campo especifico para pré-inscrições. Os alunos efetuam a sua pré-inscrição e oBME envia e-mails solicitando que agendem umaentrevista em sua sede na Rua Taguá, 150, PraçaAcadêmica, para fazerem um cadastro completo.

Os atendimentos personalizados e os cadastramentospelo sistema começaram em fevereiro. Quando surge umaoportunidade de emprego, o candidato é imediatamenteencaminhado à empresa interessada. Desde o início desuas atividades o Banco Metropolitano de Empregosrecebeu diversas ligações de alunos e ex-alunos formandosrecentes ou antigos em busca do respaldo da faculdadepara se colocar ou se recolocar no mercado de trabalho.

Repercussão no meio empresarial

Diversas empresas tem procurado o BME como objetivode preencher vagas com alunos e ex-alunos do Uni FMU.Nestes casos, o Banco solicita o envio de um e-mail cominformações sobre a empresa e o perfil da vaga, incluindoremuneração, horário de trabalho e benefícios. Entre estasempresas cadastradas no BME estão a Nestlé, a Sadia eCentral de Estágios Gelre.

O BME procura entre os currículos já cadastrados,alunos que preencham os requisitos das vagas em questãoe contata esses alunos para verificar seu interesse. Alémdisso divulga as vagas no site e nos murais da instituição.

Apesar de estar no início de suas atividades, o BancoMetropolitano de Empregos mostra grandes perspectivasde crescimento, pois atende com entusiasmo e eficiênciaas empresas e os alunos da instituição.

Muitas Empresas cadastradas

Trinta e duas empresas cadastraram-se no período demarço a maio deste ano no BME, oferecendo mais de 130vagas, através da Associação Comercial de São Paulo.

Foram consultadas também mais de seis mil vagasmês pelo convênio firmado com a Força Sindical/CST/Ministério do Trabalho nas seguintes áreas:

- Assistente Geral Administrativo (Atelier),- Supervisor Call Center (Telefônica São Paulo),- Operador de Help Desk (Telefônica São Paulo),- Operador de Telemarketing Retenção (Telefônica São Paulo),- Estágio de Educação Física (Via de Acesso),- Estágio de Educação Física (Personal Brasil ACAF),- Analista de Webmarter Pleno (Luandre),- Operador de Call Center Cobrança (Usydata),- Operador de Call Center SAC (Usydata),- Auxiliar Jurídico (Grupo Skill),

BANCO METROPOLITANO DE EMPREGOS

- Auxiliar Jurídico Jr (Grupo Skill),- Auxiliar de Vendas (Transvoltec Elet. Ind e Com Ltda.),- Pro motor de Vendas (Grupo Plus Advance),- Assistente Pleno (Banco ABC) – vaga para deficiente físico,- Estágio de Fisioterapia (Liberdade),- Estágio Advocacia (AFC Advogados Associados),- Estágio Relações Internacionais (Consulado Suíço),- Estágio Comunicação Social (Atendimento ao cliente),- Estágio Marketing (Omnion),- Estágio diversas áreas (Banco Santander),- Estágio Ciências Contábeis (Via de Acesso),- Estágio diversas áreas (Nestlé),- Estágio Ciências Atuárias (Strategy),- Estágio Direito – Assistente Jurídico (Multinacional),- Estágio Comercio Exterior (Gelre Central de Estágios),- Estágio Educação Física (Personal Brasil ACAF Ltda.),- Estágio Farmácia (Prolife Importação e Exportação),- Estágio Tecnologia da Informação (Brasil Telecon),- Estágio Ciências Contábeis (Banco BMC S.A.),- Estágio Tecnologia (Omnion),- Professor de Educação Infantil (Só... Toquinho),- Assistente de Planejamento (Tradhr)

Os primeiros resultados têm sido animadores. Entreos dias 18 de janeiro e 22 de maio deste ano o BancoMetropolitano de Empregos registrou:

- 2.938 Pré-cadastros; 720 agendamentos paraentrevista; 389 entrevistas realizadas realizou média de6 atendimentos por dia; 153 encaminhamentos decandidatos para entrevista e/ou processo de seleção. 32candidatos já foram contratados. Outros estão emprocesso de seleção ou aguardam resposta dasempresas.

Quadro geral de cadastramento Quantidade de alunoscadastrados por curso no período de 18/01/06 a 23/05/06

Cursos Cadastros %Direito 105 27Enfermagem 42 11Administração 27 7Com. Social 25 6Relações Internacionais 19 5Pedagogia 17 4Letras 12 3Educação Física 12 3Psicologia 11 3Serviço Social 11 3Demais Cursos 108 28Total: 308 100%

Como participar do BME?

1º - Pré-cadastre-se no site: www.fmu.br. Logo na primeirapágina você verá um banner do Banco Metropolitano deEmpregos.Acesse o BME, preencha a ficha com seus dados pessoais, RA. enos envie. Caso você seja ex-aluno e não tenha o número doR.A. contate-nos pelo telefone 3346-6200, ramais 237/259.2º - Agende sua entrevista. Logo você receberá um contato pelaforma indicada (telefone, e-mail), convidando-o para umaentrevista em dia e horário de sua conveniência, com osAnalistas de Recursos Humanos Anderson Nascimento e/ouRoberta Teixeira.3º - Entrevista: trata-se de uma conversa personalizada, com tempomédio de 35 a 40 minutos ao longo dos quais você informará suasqualificações e o seu interesse em relação ao mercado de trabalho.Ao final da entrevista já poderá ser identificada uma oferta deemprego cujas características lhe serão informadas: cargo, local daempresa, salários, benefícios, etc. Caso não haja adequação entreo seu perfil e o de alguma solicitação do mercado, continuaremos apesquisar outras vagas sempre que você solicitar.4º - Procure-nos a qualquer momento em nossa sede à ruaTaguá, 150, Praça Acadêmica, pelo telefone: 3346-6200 ramais237/259, ou pelo e-mail [email protected].

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