j. cabral - religiÕes , seitas e heresias

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RELIGIÕES, SEITAS E HERESIAS

J. CABRAL

RELIGIÕES, SEITAS E HERESIASÀ LUZ DA BÍBLIA

"Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrina de demônios;. .

I T im óteo 4.1

"Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos."

Mateus 24.24

C O LE Ç Ã O R E IN O DE DEUS

1 9 8 0

RELIGIÕES, SEITAS E HERESIAS à Luz da Bíblia

1.a Edição: 10.000 exemplares

Editado pela:

UNIVERSAL PRODUÇÕES - INDÚSTRIA E COMÉRCIOCaixa Postal 1815 Rio de Janeiro — RJ

Coleção REINO DE DEUS

DIREITOS RESERVADOS

Àqueles que amam a verdade e se alistam no combate ao erro, à mentira e ao engano.

SUMÁRIO

P re fá c io ........... ....................................................................................... 9

Introdução ............................................................................................. 11

Capítulo I — D ia lo g a n d o ....................................................... 15Capítulo II — A Religião no Egito e na B a b ilô n ia ........... 28Capítulo III — A s tro lo g ia ................................................. .. 37Capítulo IV — O Hinduísmo ................................................. 45Capítulo V — B ud ism o ............................................................ 53Capítulo VI — Confucionismo .............................................. 65Capítulo V II — 0 Catolicismo R om ano ................................. 74Capítulo V III — Xintoísmo ....................................................... 85Capítulo IX — T a o ísm o ............................................................ 89Capítulo X — 0 Islamismo .................................................... 93Capítulo XI — 0 Rosacrucianismo ...................................... 102Capítulo XII — M açonaria......................................................... 110Capítulo X III — O Espiritismo ................................................. 119Capítulo X IV — V o d u .................................................................. 139Capítulo XV — B aha ísm o......................................................... 146Capítulo XVI — O M o rm o n ism o .............................................. 151Capítulo X V II — Adventismo de 7.° Dia (Sabatismo) . . . . 164Capítulo X V III — Testemunhas de Jeová (Russelismo) . . . . 175Capítulo X IX — A Ciência Cristã (E ddy ism o)......................... 189Capítulo XX — A Teosofia ....................................................... 194Capítulo XXI — Perfect L iberty .............................................. 202Capítulo X X II — Igreja Messiânica M u n d ia l.............................. 210Capítulo X X III — Seicho-No-le . \ .............................................. 215Capítulo X X IV — Hare K ris h n a .................................................... 221Capítulo X XV — Os Meninos de D eus ...................................... 229

8 S U M Á R IO

Capítulo X X V I — Moon — A Igreja da Unificação ................ ..... 235Capítulo X X V II — Seitas do Espírito Santo?............................... ..... 241

— A Congregação C r is tã ................................... ......241— A Obra da Restauração...................................... 244— Católicos Pentecostais..........................................251

PREFÁCIO

Mais uma vez, o professor J. Cabral é usado por Deus para presentear a todos os amantes da verdade com uma obra de inestimável valor. RELIGIÕES, SEITAS E HERESIAS era o livro que estava faltando na literatura evangélica para mostrar aos sinceros buscadores da verdade os descaminhos nos quais o homem na sua vã e cega procura do conhecimento de Deus e do sobrenatural tem enveredado.

RELIGIÕES, SEITAS E HERESIAS é um livro prático, dinâm ico, atual e se propõe em uma linguagem simples, po­rém convincente e estritamente baseada nos ensinamentos da Bíblia — A Palavra de Deus, trazer à luz o que está por detrás das cortinas das religiões e seitas que estão assolando a huma­nidade, mostrando que não passam de elucubrações do nosso arqui-inim igo, o diabo, que se faz passar por "an jo de luz".

Desde as mais remotas religiões, até as mais recentes, in­clu indo as diversas manifestações do espiritismo, o professor J. Cabral denuncia com m uita felicidade neste verdadeiro compêndio de heresiologia, a mácula que está sendo colocada na pureza e na singeleza do Evangelho de Jesus.

Sem este livro, as bibliotecas não estariam completas. Em­bora o autor não tenha a pretensão de ser esta, a ú ltim a palavra sobre o assunto, nos lega uma gama de conhecimentos que faz deste livro uma extraordinária obra e o que de mais com pleto e atual existe no m omento sobre assunto de tão grande importância para pastores, seminaristas, obreiros e todo o povo em geral.

Este livro precisa ser lido e divulgado. A humanidade precisa conhecer a grande camuflagem que o "ex-portador dfe

10 P REFÁC IO

luz", o diabo, tem usado para afastar o homem de Deus. A humanidade precisa conhecer a Palavra de Deus, e nela, so­mente nela, ilum inar os seus caminhos.

"Lâm pada para os meus pés é a Tua Palavra, e Luz para os meus cam inhos.'' (Salmo 119:105)

R. R. Soares

INTRODUÇÃO

0 homem é um ser religioso. Deus já o fez assim e onde quer que se encontrem seres humanos encontram-se vestígios de religião. A palavra “ re lig ião" vem do latim "re liga re " e, na sua essência significa "ligar-se novamente", o que em si mesma já transm ite a idéia de que o homem está separado.

A B íblia, o livro de Deus, mostra como se deu a separação entre o homem e seu criador,1 e desde então existe a neces­sidade natural e latente no ser humano de voltar-se para a divindade. A verdadeira religião portanto , é aquela que através dos seus ensinamentos leva o homem a voltar-se para Deus, o criador e mantenedor de todas as coisas.

É lógico que Deus teria de revelar ao homem os meios necessários para que uma vez separado pela desobediência e pelo pecado, ele pudesse encontrar condições de vo lta r à Sua comunhão. A í temos uma verdade insofismável: a redenção do homem parte do seu criador, de Deus, e nunca dos seus esforços próprios. É justamente aqui que começa a razão de ser deste livro.

As Escrituras Sagradas ensinam que a nossa geração parte de uma só fam ília -tronco — a de Noé.2 Dos seus filhos Sem Cão e Jafé descendem todas as pessoas, o que nos leva a entender que o conhecim ento de Deus transm itido a Noé e seus filhos deveria ser o mesmo hoje em todas as raças, tribos e nações. O que vemos, entretanto, são dezenas de religiões e

1 Génesis 3.1-24.

2 Gênesis 9.17-19.

12 IN T R O D U Ç Ã O

milhares de seitas falsas assolando o pensamento humano. A humanidade vive num trem endo caos espiritual e cremos que milhares de pessoas bem intencionadas e que sentem o natu­ral desejo de um reencontro com Deus encontram d if ic u l­dades na escolha do cam inho que possa levá-las à verdadeira comunhão com o Criador.

Estão todas as religiões certas? as seitas são "a ta lhos" que levam ao verdadeiro caminho? todas as formas de cu lto levam a Deus? é claro que não! Deus não é confusão e como prova disso deu à humanidade um livro, a B íblia, que é a Sua Palavra. A B íblia precisa ser lida e compreendida pelo homem para que este não viva em desarmonia com os desígnios d iv i­nos.

Infe lizm ente há um ser antagônico a Deus; Lúcifer, Diabo, Satanás, A n jo do mal ou ou tro nome pelo qual seja conhecido, que vive procurando enganar ao homem e evitar que este tenha comunhão com Deus.3 Uma das maiores preo­cupações do Diabo é fazer crer aos homens que ele não existe; dessa maneira pode agir com mais liberdade sem ser notado ou evitado.

Enganam-se aqueles que acreditam na atuação do diabo como um ser de garfo e chifres e que solta fogo pelas narinas correndo atrás de indefesos pagãos. Ele age de acordo com o ambiente, cu ltura e determinação de cada um. é inteligente e sagaz; juntam ente com os seus anjos, os demônios, procura expressar-se por in term édio do homem e distanciá-lo cada vez mais do seu Senhor. O "exu-caveira" da Quimbanda pode ser o "D r . F r itz " do espiritualism o ou o m entor intelectual de certas filosofias que separam o homem das verdades divinas descritas na Palavra de Deus.

Uma estratégia m u ito inteligente do diabo e seus anjos é a de não podendo destru ir a B íb lia nem contestar as suas pala­vras, procurar desacreditar, esconder ou to rcer as suas verda­des. Nesse trabalho maligno, in felizm ente o diabo tem sido bem sucedido e tem enganado a muitos. O resultado está aí: milhares de religiões e seitas falsas, todas fundamentadas em pensamentos e filosofias humanas num esforço in ú til e desvai­

3 Ezequiol 28 .11-19, onde o rei de T iro é descrito como semelhante àquele anjo que era revestido de g ló ria , mas caiu até as profundezas por causa da sua soberba; descreve a origem , a natureza e a queda de Satanás.

IN T R O D U Ç Ã O 13

rado do homem em fazer algo que cabe a Deus — estabelecer os meios e métodos para a redenção da humanidade.

O nosso estudo das principais religiões e seitas falsas e suas principais heresias está d is tribu ído em ordem crono ló ­gica. Iniciamos com o que a história conhece acerca da re li­gião, focalizando o Egito e a Babilônia, passamos pelo HIN- DUISMO, que tem suas origens no Vedismo (2000 a.C.?) e vamos até as seitas mais modernas cobrindo assim o surgi­m ento das principais religiões e seitas falsas num período de quase 4000 anos!

Deus abençoe a cada um na leitura ou no estudo deste livro. Cabe aos crentes sinceros pregarem a Palavra de Deus como ela é; na sua integridade. Talvez, por estarmos falhando na nossa missão, as heresias florescem e tomam corpo. Preci­samos, cheios do Espírito Santo, sair em campo e proclam ar a verdade, na missão que nos fo i outorgada pelo p róprio Jesus Cristo:

"Ide , portanto , fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do F ilho e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as cousas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século." (Mateus 28.19,20)

CAPÍTULO I

DIALOGANDO

O que é uma heresia? Para nós, os evangélicos, é toda doutrina que em matéria de fé sustenta opiniões contrárias às da Palavra de Deus.1 No estudo de heresiologia (tratado sobre as heresias) procuramos apresentar uma descrição sintética das principais religiões e seitas, dando uma noção geral da história, literatura, doutrinas e outros conhecimentos que as caracterizam refutando-as com as verdades imbatíveis das Es­crituras Sagradas.

Muitos crentes juigam desnecessário o estudo dessa maté­ria, afirm ando que não nos interessa estudar heresias, mas apenas a Palavra de Deus. Sem querer c ritica r os que pensam assim, dentre muitos outros motivos, julgamos os seguintes, suficientes para nos levarem a estudar as religiões e seitas falsas. O seu estudo:

— Nos capacita a combatê-las. 0 apóstolo Paulo conhecia as falsas doutrinas e fo i um árduo lutador no seu com ­bate. Precisamos conhecer o in im igo que vamos en­frentar. Quanto mais conhecermos suas táticas e sua natureza, mais teremos possibilidades de vencê-lo.

“ Mas, ainda que nós, ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que temos pregado, seja anátema." (Gálatas 1.8)

— Nos auxilia na evangelização. Não sabemos quais os tipos de pessoas que vamos encontrar quando prega­

1 G ála tas 5.20; I C orín tios 11.9; I I Pedro 2.1.

16 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E HERESIAS

mos o Evangelho. Conhecendo seu credo e suas d o u tr i­nas, teremos m aior facilidade para falar do amor de Deus. É necessário que o cristão conheça a verdade para combater a mentira, daí dizer que além do conhe­c im ento das seitas falsas o cristão deve possuir um bom conhecimento da Bíblia, a Palavra de Deus.2

— Aumenta nossa fé. Quando nos deparamos com as doutrinas das falsas seitas, na maioria das vezes rid ícu ­las e sem fundam ento, temos mais segurança naquilo em que temos crido, daí podermos dizer como Paulo:

" . . . porque sei em quem tenho crido, e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele d ia ." (II T im óteo 1.12)

— Aumenta nossa responsabilidade. 0 cristão é ind iv i­dualmente responsável pela busca do conhecim ento da verdade e pelo combate à mentira. Ser con trá rio ao erro e à mentira sem vestir a armadura da verdade é falta òe responsabilidade cristã.

"Esta i, pois, firmes, cingindo-vos com a ver­dade, e vestindo-vos da couraça da justiça . . . tom ai também o capacete da salvação e a Espada do Espírito , que é a Palavra de Deus . . . " (Efésios 6.14,17)

COMO ID E N T IF IC A R U M A HERESIA

Não é m u ito d ifíc il para o cristão sincero iden tifica r uma heresia. Existem alguns aspectos básicos que observados mos­trarão a moderna estratégia do diabo, que é a conquista das mentes. A batalha encetada no m om ento em todo o mundo é uma batalha mental, onde as falsas ideologias, falsas filosofias e falsas crenças subestimam a Palavra de Deus.

1. Desarmonia com a Bíblia — No tra to com as d o u tr i­nas da Bíblia, podemos d iv id ir os argumentos da seguinte maneira:

2 I C o rín tios 2 .12,13 ; Filipenses 1.9; I Tessalonicenses 5 .21,22 ; I João 4.1.

D IA L O G A N D O 17

a) Argum ento Bíblico.b) Argum ento extra-bíb lico.c) Argumento anti-bíblico.

O argumento b íb lico é aquele extraído da Bíblia, em uma interpretação correta e lógica. Foi o argumento usado por Jesus em uma sinagoga em Nazaré acerca de sua missão.3

O argumento extra-bíb lico é o argumento que não tem base na Bíblia, entretanto não se choca com os seus ensina­mentos. Muitos pregadores usam argumentos extra-bíblicos para transm itirem seus sermões; isso deve ser fe ito com muita cautela e é necessário uma certa dose de segurança por parte de quem o está usando.

0 argumento an ti-b íb lico é aquele que fere, torce, subtrai, acrescenta ou se choca com as verdades enunciadas na Palavra de Deus. A qu i encontramos as heresias que são anti-bíblicas, desarmonizam-se com os ensinamentos do cris­tianism o. Algumas vezes são fundamentadas em um versículo ou uma expressão isolada da Bíblia, quando basta um pe­queno conhecimento dos princíp ios auxiliares da Herme­nêutica para refutá-las.

2. Unilateralidade de apreciação doutrinária — Em muitos casos a heresia é caracterizada pelo fa to de “ escolher” uma doutrina para nela descarregar suas atenções em de tri­mento das outras. Afirma-se, por exemplo, a divindade de Cristo, abandonando-se sua humanidade ou vice-versa; dá-se ênfase à unidade de Deus e se obscurece a doutrina da T rin ­dade; preocupa-se com o corpo do homem e se esquece da sua alma ou do seu espírito.

3. Contradição com os fatos — Histórias e doutrinas ba­seadas em fatos que não fornecem base para tal; increduli­dade para com ensinamentos baseados em fatos reais, bíblicos ou com raízes bíblicas. Infelizm ente muitos bons cristãos têm sido enganados por coisas deste jaez.

4. Incoerência lógica — Nada impede que o bom senso e a razão sejam usados em matéria de religião. A maioria das heresias não resiste a um con fron to lógico com a história, ciência, Bíblia ou com a religião propriamente d>ia. - E r i

3 Lucas 4.16-22.

18 R ELIGIÕES, S EITAS E HERESIAS

prevê o surgimento e a evolução das heresias como um sinal dos tempos.4

COMO ID E N T IF IC A R UM A S E ITA FALSA

Seria redundante dizer que para iden tifica r uma seita falsa, basta verificar se ela está fundamentada em heresias. Existem alguns aspectos m uito comuns às seitas falsas; dentre eles, destacamos os seguintes:

1. Jesus não é o centro das atenções — As seitas falsas, de um modo geral, subestimam o valor de Jesus. As orientais têm os seus deuses ou profetas que colocam acima de tudo e as ocidentais ou substituem Jesus por ou tro “ C ris to " ou co lo­cam o F ilho de Deus em posição secundária, tirando-lhe a divindade e os atributos divinos em conseqüência.

2. Têm outras fontes doutrinárias além da Bíblia — Crêem apenas em partes da Bíblia. Adm item e aceitam como “ inspirados" escritos de seus fundadores ou de pessoas que repartem com eles boa dose daquilo em que crêem. Algumas chegam a desacreditar da Bíblia, da qual fazem muitas restri­ções.

3. Dizem serem os únicos certos — Uma das principais características de uma seita falsa é esta. Pode ter sido fundada há 5, 10, 20 ou 100 anos; não im porta — é a única certa e ai daqueles que não lerem pela sua cartilha! tais pessoas deve­riam pelo menos ter o cuidado de não serem tão presunçosas.

4. Usam de falsa interpretação — As interpretações que fazem do tex to b íb lico , desprezando os princíp ios auxiliares da Hermenêutica têm levado inúmeras pessoas às vezes bem intencionadas a fundarem uma seita falsa. De um modo geral isso acontece pela to ta l ignorância das regras de interpretação do nosso próprio idioma que são ensinadas em nossos colé­gios.

5. Ensinam ao homem a desenvolver sua própria sal­vação — Não somente ensinam os homens a se salvarem mas

4 I T im ó teo 4.1 ; 11 Pedro 2.1.

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prometem uma salvação inteiramente naturalista em seu con­ceito. É a vida deste mundo repetida, retiradas as suas feições desagradáveis. Os antigos egípcios ensinavam: "preparai-vos para os julgamentos de Os íris observando as regras da boa conduta". Confúcio preceituava: "A nda i nas veredas pisadas; sede bons cidadãos do império celeste” . Na India, o Buda aconselhava: "A nda i no nobre caminho dos o ito passos". O maometismo recomenda: "F irm ai-vos ju n to dos Cinco Pilares da C onduta". De um modo geral as religiões e seitas falsas ensinam aos homens a se salvarem e a desenvolverem sua própria salvação.

6. São proselitistas — Uma das atividades principais das falsas seitas é "pescar no aquário dos outros". Fazem seus neófitos não entre os doentes, aflitos, desesperados ou neces­sitados. Aproveitam a fé de que já é possuído aquele que têm em mira e com um pouco de sutileza conseguem desenca­m inhar para o seu meio até mesmo muitos bons cristãos. Devemos estar com os nossos olhos bem abertos para com essa gente!

"O ra, o Espírito afirma expressamente que, nos ú lt i­mos tempos alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de dem ônios." (I T i­móteo 4 .1 )

OS "ISM OS" DO PENSAMENTO HUM ANO

A busca do saber por parte do homem é conhecida teo ri­camente por F ILO SO FIA , de phílos, "am igo ", "am ante", e sophía, "conhecim ento , saber", form ado do adjetivo e subs­tan tivo gr. philósophos, "que ama o saber", "am igo do co­nhecimento.

A filosofia , segundo a tradição que remonta a Aristóteles, começa historicam ente no século V I a.C., nas colônias gregas da Âsia Menor, entretanto, sabemos que o ser humano co­meçou a filosofar desde que intentou no seu coração afastar- se de Deus.5 Infelizm ente, o pensamento humano, no in tu ito de descobrir ou redescobrir sua natureza, origem e razão de

5 Gênesis 3.1-7.

20 R ELIGIÕES, S EITAS E HERESIAS

ser, tem criado os "ism os" que na realidade afastam cada vez mais a criatura do seu Criador.

A pregação apostólica combate ferrenhamente a f i lo ­sofia6 ou sabedoria dos gregos e ensina que a verdadeira sabe­doria vem do alto, de Deus e nunca de esforços humanos:

"Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida.” (Tiago 1.5)

Reunimos aqui as escolas de pensamento filosó fico mais conhecidas, e as suas falsas filosofias, no in tu ito de mostrar ao le ito r uma síntese do esforço inú til do homem através dos séculos no propósito de adquirir a sua própria salvação ou redenção. O mais im portante é que essas escolas de pensa­mento fornecem às falsas religiões e seitas o material neces­sário à sua pregação. Há vestígios de uma ou mais filosofias seculares no contexto doutriná rio de cada religião ou seita falsa em detrim ento das verdades divinas registradas na Pala­vra de Deus. Um exame cuidadoso e sincero mostrará isso.

AGNOSTICISMG — O vocábulo ing. agnosticism fo i forjado em 1869 por Thomas H. Huxley, calcado, por oposição ao gnosticismo, no adjetivo gr. ágnõstos, "ignorante, incogniscí- vel” . Filosofia naturalista e afeita às coisas e relações da ciência experimental.

"É o sistema que ensina que não sabemos, nem podemos saber se Deus existe ou não. Dizem: a mente fin ita não pode alcançar o in fin ito . Ora, não podemos abarcar a terra, mas podemos tocá-la! (I João 1.1). A frase predileta do Agnosti- cismo é: "N ão podemos crer". Um resumo de seu ensino é o seguinte: o ateísmo é absurdo, porque ninguém pode provar que Deus não existe. O teísmo não é menos absurdo, porque ninguém pode provar que Deus existe. Não podemos crer sem provas evidentes. Mentores do Agnosticismo: Hüxley, Spencer e outros. Estão todos puramente enganados, porque Deus é facilm ente compreensível pela alma sequiosa, honesta e constante. Ler Romanos 1 .20 ".7

6 I C o rín tios 1.22; Colossenses 2 .8 ; l T im ó teo 6.20.

7 In trodução à Heresiologia.

D IA L O G A N D O 21

AN IM ISM O — Uma das características do pensamento p ri­m itivo, que consiste em a tribu ir a -todos os seres da natureza uma ou várias almas. Segundo Edward Burnett T y lo r (1832-1917) é também toda a doutrina de índole espiri­tualista, em oposição ao materialismo. Essa teoria considera a alma como a causa primária de todos os fatos.

ASCETISMO — Teoria e prática da abstinência e da m o rtif i­cação dos sentidos. Tem como objetivo assegurara perfeição espiritual, submetendo o corpo à alma. Há ainda o ascetismo natural (busca da perfeição por motivos independentes das relações do homem com Deus) que fo i praticado pela escola pitagórica. É m u ito praticado pelas religiões e seitas orientais.

ATEÍSM O — Teoria que nega a existência de um Deus pes­soal. Desde a Renascença, o term o passou a indicar a atitude de quem não admite a existência de uma divindade. Cha­mam-se ateus os que não admitem a existência de um ser Absoluto, dotado de individualidade e personalidade reais, livre e inteligente.

CETICISMO — Se caracteriza por uma atitude antidogmá- tica de indagação, que torne evidente a inconsistência de qualquer posição, defin indo como única posição justa a abs­tenção de aceitá-las. Foi fundada por Pirro, filóso fo grego em 360 a.C. Ensina que visto que só as sensações, instáveis ou ilusórias, podem ser a base dos nossos juízos sobre a reali­dade, deve-se praticar o repouso mental em que há insensibili­dade e em que nada se afirma ou se nega, de modo a a ting ir a felicidade pelo equ ilíb rio e a tranqüilidade. Tais pessoas não vivem, vegetam . . .

DEISMO — O deísmo distingue-se radicalmente do teísmo. Para o teísmo, Deus é o autor do mundo, entidade pessoal revelada aos homens, dramaticamente, na história. Para o deísmo, Deus é o p rinc íp io ou causa do mundo, infuso ou difuso na natureza, como o arqu ite to do universo.

Elaborado dentro do contexto da chamada religião natu­ral, cujos dogmas são demonstrados pela razão, o conceito deísta de Deus pode confundir-se com o conceito de uma lei, no sentido racional-natural do termo. Trata-se do Deus de todas as religiões e seu conceito não está associado às idéias

22 R ELIG IÕES, SEITAS E HERESIAS

de pecado e redenção, providência, perdão ou graça, conside­rados " irrac iona is". É antes um Deus da natureza do que um Deus da humanidade e, como um eterno geômetra, mantém o universo em funcionam ento, como se fosse um relógio de precisão.8

0 deísmo surgiu dentro do contexto dos prim órdios do racionalismo sob a influência de Locke e Newton. Volta ire, um dos maiores contestadores da Bíblia dos ú ltim os tempos, era deísta.

D U ALISM O — Em sentido técnico rigoroso, dualismo signi­fica a doutrina ou o sistema filosó fico que admite a existência de duas substâncias, de dois princíp ios ou de duas realidades como explicação possível do mundo e da vida, mas irre d u tí­veis entre si, inconciliáveis, incapazes de síntese final ou de subordinação de um ao outro . No sentido religioso são também dualistas as religiões ou doutrinas que admitem duas divindades sendo uma positiva, p rinc íp io do bem, e outra, sua oposta, destruidora, negativa, p rinc íp io do mal operando na natureza e no hom em.9

Descartes (1596-1650) é quem estabelece essa doutrina no campo da filoso fia moderna.

ECLETISMO — Sistema filosó fico que procura conciliar te ­ses de sistemas diversos conform e critérios de verdade deter­minados. Procura aproveitar o que há de melhor de todos os sistemas. No século X IX o ecletismo espiritualista, que se preocupava com o uso do m étodo introspectivo, deu origem ao chamado espiritualismo contemporâneo.

EMPIRISMO — Posição filosófica segundo a qual todo o co­nhecimento humano resultaria da experiência (sensações ex­teriores ou interiores) e não da razão ou do intelecto. A firm a que o único c rité rio de verdade consistiria na experiência. É essa a teoria do "ve r para crer".

EPICURISMO — Nome que recebe a escola filosófica grega fundada por Epicuro (341-270 a.C.). A firm a o p rinc íp io do

8 H is to ry o f English th o u g h t in the eighteenth cen tury.

9 The revo lt against dualism ; an in q u iry concerning the existence o f ideas.

D IA L O G A N D O 23

prazer como valor supremo e finalidade do homem, e pres­creve: 1) aceitar todo prazer que não produza dor; 2) evitar toda dor que não produza prazer; 3) evitar o prazer que im ­peça um prazer ainda maior, ou que produza uma dor maior do que este prazer; 4) suportar a dor que afaste uma dor ainda maior ou assegure um prazer maior ainda. Por prazer entende a satisfação do espírito, proveniente de corpo e alma sãos, e nunca de Deus. Buscar prazer e satisfação apenas na saúde ou no inte lecto é não ter desejo de encontrar a ver­dadeira fonte da felicidade.

ESOTERISMO — Sistema filosó fico religioso oculto . Dou­trina secreta só comunicada aos iniciados. O esoterismo é ocultista e caracteriza-se pelo estudo sistemático dos símbolos. Há simbologia em tudo o que existe e no estudo dessa simbologia o homem poderá compreender as razões fundamentais de sua existência. Vem a ser uma ramificação do Espiritismo.

ESPIR ITU ALISM O — Denominação genérica de doutrinas filosóficas segundo as quais o espírito é o centro de todas as atividades humanas, seja este entendido por substância psí­quica, pensamento puro, consciência universal, ou vontade absoluta. O espírito é a realidade prim ord ia l, o bem supremo.

O Espiritualism o é dualista, pluralista, teísta, panteísta e agnóstico. É o espiritism o com um nome mais sofisticado. É doutrina de demônios. Aceita a reencarnação e a evolução do espírito.

ESTOICISMO — Escola filosófica grega fundada por Zenão de C ítio (334-262 a.C.), sua doutrina e a de seus seguidores. O nome deriva do gr. stoa (portada) porque Zenão ensinava no pó rtico de Pecilo em Atenas. O estoicismo afirm a que a sabedoria e a felicidade derivam da virtude. Essa consiste em viver conform e a razão, submetendo-se às leis do universo, a fim de obter-se a im perturbalidade de espírito (ataraxia). É uma form a de panteísmo empirista que pretende to rna r o homem insensível aos males físicos pela obediência irrestrita às leis do universo.

EVO LUCIO NISM O — O Evolucionismo é uma filosofia c ien tífica que ensina que o cosmos desenvolveu-se por si

24 R ELIG IÕES, SEITAS E HERESIAS

mesmo, do nada, bem como o homem e os animais que exis­tem por desenvolvimento do im perfe ito até chegar ao presente estado avançado. Tudo por meio de suas próprias forças. É preciso mais fé para crer nas hipóteses da Evolução do que para crer nos ensinos da Bíblia, isto é, que fo i Deus que criou todas as coisas. Gênesis 1.1; 1.21,24, 25 .10

GNOSTICISMO — Do verbo gr. gnõstikós “ capaz de conhe­cer, conhecedor". Significa, em tese, o conhecimento m ístico dos segredos divinos por via de uma revelação. Esse conheci­mento compreende uma sabedoria sobrenatural capaz de le­var os indivíduos a um entendim ento com pleto e verdadeiro do universo e, dessa forma, à sua salvação do mundo mau da matéria. Opõe-se radicalmente ao mundo e ensina a m o rtif i­cação do corpo e a rejeição de todo prazer físico. É panteísta e, segundo a trad ição,11 deve-se a Simão Mago com o qual o apóstolo Pedro travou polêmica em Samaria a sua difusão no meio cris tão.12

H U M ANISM O — É a filoso fia que busca separar o homem e todo o seu relacionamento, da idéia de Deus. O homem, nessa filosofia , é o centro de todas as coisas, o centro do universo e da preocupação filosófica. O seu surto se verificou no fim do século X IV . Marx é o fundador do humanismo comunista.

L IB E R A LIS M O — É liberdade mental sem reservas. Esse sis­tema afirma que o homem em si mesmo é bom, puro e justo. Não há um inferno literal. O nosso fu tu ro é incerto, a Bíblia é falível e Deus é um Pai universal, de todos, logo, por criação somos todos seus filhos, tendo nossa felicidade garantida.

M A TE R IA L IS M O — A firm a que a filosofia deve explicar os fenômenos não por meio de mitos religiosos, mas pela obser­vação da própria realidade. Ensina que a matéria, incriada e indestrutível, é a substância de que todas as coisas se com ­põem e à qual todas se reduzem e que a geração e a corrupção das coisas obedecem a uma necessidade não sobrenatural, mas

1 0 In trodução a Heresiologia.

1 ' A tos 8.9-24.

1 2 Apolog ia.

D IA L O G A N D O 25

natural, não ao "d e s tin o ", mas a leis físicas. Segundo essa filosofia , a alma faz parte da natureza e obedece às mesmas leis que regem seu m ovim ento e o homem é matéria, como todas as demais coisas.

MONISMO — Os sistemas monistas são variados e con trad i­tórios, entretanto têm uma nota com um : é a redução de to ­das as coisas e de todos os princíp ios à unidade.

A substância, as leis lógicas ou físicas e as bases do com ­portam ento se reduzem a um p rinc íp io fundam ental, único ou un itá rio , que tudo explica e tudo contém. Esse p rinc íp io pode ser chamado de "deus", "na tu reza", "cosm os", "é te r" ou qualquer ou tro nome.

PANTEÍSMO — Do gr. pas, pari, " tu d o , todas as coisas" e théos, "deus". Como o próprio nome sugere, é a doutrina segundo a qual Deus e o mundo form am uma unidade; são a mesma coisa, constituindo-se num todo indivisível. Deus não á transcendente ao mundo, dele não se distingue nem se se­para; pelo contrário , lhe é imanente, confunde-se com ele, dissolve-se nele, manifesta-se nele e nele se realiza com o uma só realidade to ta l, substancial.13

PIETISMO — Teve in íc io no século XVI11 através da obra de Philipp Spener e August Francke. É uma teoria do protestan­tism o liberal que dá ênfase à correção doutrinária sem deixar lugar para a experiência da fé. Interpreta as doutrinas do Cristianismo apenas à luz da experiência sentimental de cada indivíduo.

PLU R A LIS M O — Não é bem uma Escola de Pensamento, mas uma doutrina que aceita a existência de vários mundos ou planos habitados, oferecendo um âm bito universal para a evolução do espírito . Naturalmente, para cada "m u n d o ", um tip o de "deus". É a doutrina desposada pelas filosofias espí­ritas ou espiritualistas.

POLITEÍSM O — Crença em mais de um Deus. As forças e elementos da natureza são deuses. Há deuses para os senti-

1 3 Spinoza et le panthéism e re lig ieux.

26 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E HERESIAS

mentos, para as atividades humanas e até mesmo deuses do­mésticos. Os hindus têm milhões de deuses que associam às suas diversas religiões.

POSITIVISM O — Doutrina filosófica pregada por Auguste Comte, (1798-1857) que foi inspirado a criar uma religião da humanidade. Em 1848 fundou a Sociedade Positivista, da qual se originou a Igreja Positivista.

O positivism o religioso ensina que nada há de sobrenatu­ral ou transcendente. Suas crenças são todas baseadas na ciência, com cu lto , templos e práticas litúrgicas. É o cu lto às coisas criadas em lugar do C riador.14

R AC IO N ALISM O — A expressão racionalismo deriva do substantivo razão e, como indica o próprio term o, é a f i lo ­sofia que sustenta a primazia da razão, da capacidade de pensar. Considera a razão como a essência do real, tan to na­tural quanto histórico. Ensina que não se pode crer naquilo que a razão desconhece ou não pode esquadrinhar.

U N ITA R IS M O — Fundado na Itá lia por Lélio e Fausto So- cino. Segue a linha racionalista de Erasmo de Rotterdan. F ilo ­sofia religiosa que nega a divindade de Jesus Cristo, embora o venere. É uma filoso fia criada dentro do protestantism o que afirm a dentre outras coisas, a salvação de todos. Não crê err toda a Bíblia, no pecado nem na Trindade. Semelhante ac Universalismo.

U N IVE R S A LIS M O — Pensamento religioso da Idade Médic que estendia a salvação ou redenção a todo gênero humano É, talvez, o precursor do m ovim ento ecumênico moderno. C centro da história é o povo judeu, por sua aliança com Deus e depois, a Igreja cristã. A firm a que a redenção é universa mente imposta a todas as criaturas . . .

1 4 Romanos 1.25.

D IA L O G A N D O 27

Depois de Sócrates, a filosofia ateniense se divide: o pensamento platô­nico procura a explicação do mundo nas idéias; o aristotélico, na orga­nização das próprias coisas. (Escola de Atenas, afresco de Rafael.)

C A P Í T U L O II

A RELIGIÃO NO EGITO E NA BABILÓNIA

Desde a confusão de Babel,1 o homem tem se espalhado por todo o mundo. A extraordinária fe rtilidade da Bacia dos rios Tigre e Eufrates, na Mesopotâmia, entretanto, fez com que ali se agrupassem, com o passar do tempo, povos de diferentes origens étnicas. Essas populações, formadas por pe­quenos grupos independentes, praticavam cultos a deuses lo ­cais, representados geralmente sob form a animal.

0 Egito,2 com uma não menos extraordinária fertilidade no vale do N ilo, fo i também im portante pólo pré-histórico de antigas civilizações e, tan to no Egito como na Babilônia, a religião constitu iu um sistema in terpre ta tivo do universo, com a finalidade de explicar religiosamente o esplendor das civilizações, bem como jus tifica r a estrutura das sociedades e as tarefas que cabiam a cada categoria social.

A R ELIG IÃ O NO EGITO

Na fase pré-histórica, os cultos eram de natureza local, com predominância das divindades representadas sob a form a de animais, entretanto, na fase histórica, os deuses egípcios ganharam formas humanas ou aparência híbrida (parte hu­mana, parte animal).

1 Gênesis 11.1-9.

2 Os egípcios são descendentes de M izra in, f i ih o de Cão, f i lh o de Noé. (Gênesis 10.6).

A R E L IG IÃ O NO E G IT O E N A B A B IL Ô N IA 29

A religião era praticada por grupos isolados, sem formas litürgicas ou corpo de doutrinas. De um modo geral, os deu­ses garantiriam o equ ilíb rio do cosmos; a estrutura da socieda­de, a felicidade na vida, a sobrevivência após a morte, o ritm o das enchentes ou a fe rtilidade do solo.

Mais tarde, com o advento da escrita, os deuses passam a ser representados sob form a humana ou, através de um fenômeno de sincretismo, com corpo humano e cabeça de animal. Dentre as inúmeras formas híbridas assumidas pelas divindades, destaca-se Anúbis — acompanhante dos mortos perante o tribuna l d iv ino — deus com cabeça de chacal.

Faraós — filhos dos deuses

A unificação do Egito, no quarto m ilên io a.C., provocou transformações na ordem religiosa. 0 faraó e seus auxiliares detinham os conhecimentos de astronomia e geometria, que tornavam possível o aproveitamento das enchentes do Nilo. Assim, o sucesso nos empreendimentos agrícolas era recebido pelo povo como uma dádiva dos deuses, confirm ando a f i ­liação divina do faraó.3

A Religião do Estado

Da divinização do faraó à religião do estado, não houve m uita d ificuldade. Cabia aos faraós, na terra, manter a co n ti­nuidade da organização cósmica. Desse modo, cria-se que a natureza era regulada pela intercessão faraônica, especial­mente manifestada através do contro le das enchentes e canali­zação do N ilo , presente d iv ino de fartura e riqueza ao povo egípcio.

A religião do Estado reforçava constantemente o im por­tante papel que cabia aos reis, cuja filiação divina se asso­ciava, nos períodos de m aior esplendor da civilização egípcia, aos principais deuses solares — Ra, Amon-Ra e A to n . 4

Na qualidade de deus e, portanto , im orta l, cabe ainda ao faraó o papel de mediador dos homens perante as divindades, devendo para isso constru ir templos, presidir cultos, organizar

3 Gênesis 3.5; Ezequiel 28.11 -1 S.

4 As Grandes Religiões da Humanidade.

30 R E LIG IÕ E S , S EITA S E HERESIAS

ritos funerários, norteado sempre pelos ensinamentos da deusa Maat, símbolo da verdade, equilíbrio e justiça.

Os inúmeros templos, pirâmides e obeliscos,5 entre as quais os mais conhecidos remontam à quarta e quinta dinas­tias (2613-2345 a.C.), demonstram essas atribuições dos faraós. Muitos desses monumentos são dedicados a Ra, o deus-Sol, sendo seu culto institucionalizado pelo faraó, o "filho do Sol" e Rei do Alto e Baixo Egito.

A Noção de um deus primordial

Uma vez que a religião constituía a forma básica de con­trole e da organização social, cada mudança de dinastia acar­retava alterações no culto, conforme o estilo flexível do sis­tema religioso. Quando predomina o poder central, preva­lecem os deuses-cósmicos; ao ressurgir a força popular, revita- lizam-se os deuses locais.

Desse modo, o panteão dos deuses egípcios é muito di­verso e variado. Ftá, era o criador que coexistia com mais oito deuses primordiais, entre os quais Aton.

Aton, representando a inteligência e a vontade, passa, no tempo de Amenófis IV a representar o disco e os raios sola-

Urna funerária de Tutankhamon, Museu do Cairo.

5 Egyptian art; in tro d u c to ry studies.

A R E L tG IÃ O NO EG ITO E N A B A B IL Ô N IA 31

O deus-gato Bast ven­ce a serpente Apep, adversária de Ra.

res. Horus representava o horizonte; Osfris era tid o como um faraó que ressuscitou nos braços da esposa isis e fo i v in ­gado pelo seu filh o Horus. Todos os três componentes da “ fa m ília " foram divinizados e eram adorados no panteão egípcio.

Essas idéias religiosas, das quais já se encontram vestígios desde 2050 a.C., acham-se formuladas nos inúmeros papiros que, reunidos, compõem o con jun to designado como "L iv ro dos M ortos". As inúmeras descobertas arqueológicas feitas no Egito têm também trazido à luz as inúmeras formas de ado­ração praticadas por aquele povo.

A R ELIG IÃ O NA B A BILÔ NIA

Os princíp ios que regeram a formação religiosa do Antigo Egito são os mesmos aplicados à explicação religiosa da Meso- potâmia, com exceção da divinização dos reis.

O monarca não era considerado " f i lh o dos deuses"; estes, o adotavam somente após a sua consagração. Durante m uitos anos o poder religioso era submetido ao contro le do Sobera­no, porém com a secularização — separação entre a ordem

32 R E LIG IÕ E S , S EITAS E HERESIAS

ísis, irmão e esposa do deus Osíris.

pública e a religiosa — torna-se um p rinc íp io através do Có­digo de Hamurabi (século X V III a.C.) a não participação do monarca no poder religioso dos templos locais.6

Como conseqüência, passam os templos a exercer m aior in fluência po lítica no reino. Sob ou tro aspecto, a relativa secularização da sociedade constitu iu o fundam ento para a insegurança psicoiógica e religiosa da mesopotâmia.

Os deuses

A concepção religiosa do povo envolvia um panteão nu­meroso, governado por deuses arbitrários, senhores do des­tin o de cada ser humano,7 deuses contrad itórios, bons e te rr í­veis. Entre os homens e as divindades erguia-se um com plexo sistema de relações, no qual se incluía o cu lto , o exorcismo e a magia.

6 The b irth o f c iv iliza tio n in the Near East.

’ Romanos 14.12.

A R E L IG IÃ O NO E G ITO E N A B A B IL Ô N IA 33

O rei Hamurábi recebe de Sharna, o deus-Sol, as leis que deviam imperar sobre os homens. (Museu do Louvre, Paris.)

O panteão form ado pelos deuses era vastíssimo. Nele se agrupavam, segundo relação encontrada na b iblioteca de As- surbanípai >668-628 a.C.), em Nínive, mais de 2.500 e n ti­dades divinas, Essa relação inicia-se com os nomes de Anu, pai dos deuses, Enlil, a deusa-mãe, e outros deuses infernais presididos por Nergal.9,

A Religião de Marduk

Com a reforma política e religiosa de Hamurabi (1792-1750 a.C.}, Marduk, deus da Babilônia (nona capita! do reino), é elevado a deus principal. Filho de Ea, é o senhor da sabedoria, entendida como transmissão mágica do poder de curar e da vida superior. Todos os anos, na festa do Ano

8 A prática da m ediunidade e a adoração aos dem ônios não é coisa nova. E ncontram os suas origens, p rinc ipa lm en te na re lig ião babilónica.

34 R E LIG IÕ E S , SE ITA S E HERESIAS

Novo, representava-se dramaticamente sua v itó ria sobre as po­tências do caos e do mundo in ferio r.

A religião de M arduk converteu-se na ú ltim a das grandes sínteses das correntes espirituais mesopotâmicas. Nesse sen­tido , o sincretismo ganhou importância. A figura de M arduk9 tinha dois rostos, correspondentes à sua dupla personalidade (representando as cidades da Babilônia e Eridu), como o filh o do sol e deus da magia, filh o das águas profundas.

Diversos

OS Z IG U R A TH — Eram construções compostas por pata­mares superpostos, cujo número simbolizava a quantidade de planetas conhecidos. Tinha-se acesso a esses monumentos através de escadas externas.

Imaginava-se que os deuses desciam do céu para esses “ montes" sagrados, retirando-se apenas depois de consumado o cu lto que lhes era devido. Segundo a crença popular, os zigurath constitu íam a ligação entre o céu e a terra, sendo provável que neles se tenha baseado a narrativa bíb lica sobre a torre de Babel.10 Em sua parte mais secreta e inacessível repousavam as estátuas e os emblemas dos deuses.

Reconstrução de um Zigurath de Ur, cidade de onde saiu Abraão, para ser o pai da nação israelita e o pai da fé de todos os cristãos.

9 O deus M arduk tam bém era conhecido po r Bei. Veja o que a B íb lia d iz a respeito desse deus: 1 saias 46 .1 ; Jeremias 50.2; 51.44.

10 Gênesis 11.1-9.

A R E L IG IÃ O NO E G ITO E N A B A B IL Ô N IA 35

O M UNDO DOS MORTOS — Para os assírios e babilônios, a hora da morte era uma decisão dos deuses. O m undo dos m ortos consistia num universo de sombras que se esvaíam, prisão sem saída, sinistro reino de Nergal. Face à desespe­rança numa verdadeira vida fu tura , tornava-se mais preciosa a vivência incerta do presente.11

O CULTO — A prim eira form a do cu lto consistia na oração e na liturg ia de atendim ento aos deuses. Estes, como os m or­tais, deviam comer e beber, do rm ir e amar.

Estátuas representavam as divindades,12 ornadas de ouro e prata, para as quais faustosos banquetes eram servidos sobre o aitar, a "mesa dos deuses", segundo ritual cotid iano, m i­nuciosamente observado.

Carnes de carneiro, vaca e porco, peixes e legumes, prepa­rados com cuidados dignos dos divinos convivas, além de be­bidas, como o hidrom el, v inho e cerveja, compunham o ban­quete cerim onial, finalm ente consumido pelos sacerdotes.

A O RAÇ ÃO — A oração, por vezes cantada em coro, expri­mia a admiração dos celebrantes, exaltava o poder da d iv in ­dade e suplicava por sua intercessão: "Õ valoroso Marduk, cuja cólera é como a de um ciclone, /Mas cuja bênção é a de um pai compassivo! /N inguém escutou meu apelo: eis o que me destrói! /N inguém respondeu a meu grito : eis o que me to rtu ra ! . . .”

A uma oração como esta, a B íblia tem uma palavra bem de acordo:

"Prata e ouro são os ídolos deles, obras das mãos de homens.Têm boca e não falam;têm olhos e não vêem;têm ouvidos, e não ouvem . . .têm nariz, e não cheiram ." (Salmo 115.4,5)

11 I Pedro 5.1; Romanos 8.1 7.

1 2 Nabucodonosor, rei ba b ilôn io , reconheceu que o Deus de Daniel era o Senhor dos senhores (Daniel 2.47). Mesmo assim, fez uma estátua, provavelm ente dedicada a M arduk, e exig iu a adoração de todos os seus súditos. Os verdadeiros servos de Deus não se curvam perante ou tros "deuses". Daniel 3.1-30.

36 RELIG IÕ E S , S E ITA S E HERESIAS

0 HORÓSCOPO — Os atuais horóscopos são a evolução dos calendários que tinham as obrigações, abstinências e opo rtu ­nidades para cada pessoa, de acordo com os meses ou perío­dos do ano.13

"Mês de Elul. Sexto dia. Nefasto. Ofereça a seu deus (pessoal) os alimentos que lhe convenham e ele os aceitará. Recite um salmo penitencial se não quiser ser vencido por seu adversário. Sétimo dia. Completamente propício . Ofereça a li­mentos a Zabala. Décimo dia. Nefasto. Ofereça sacrifícios a Ichtar e a Papsukal."

Como se pode ver, os horóscopos nada têm de científicos. São, na realidade, ordenanças ou previsões demoníacas.

OS DEMÔNIOS — Os Babilônios acreditavam que todo mal, fís ico ou psíquico, ligava-se ao pecado ou ocorria por ação de demônios, instigados por feiticeiros. Chegavam a culpar os próprios deuses pelo fa to de liberarem os dem ônios.14

O EXORCISMO — Uma dimensão mágica na religião da me- sopotâmia era a prática do exorcismo. Orações, penitências, ritos especiais e outras práticas orientadas por sacerdotes- exorcistas (os "as ipu ") eram feitas com o in tu ito de afastar as forças maléficas e abo lir as causas do m al.15

13 Isaías 47 .13,14.

14 D euteronôm io 17.7; I C orín tios 10.20.

1 5 Tiago 2.19; Marcos 16.17; Apocalipse 1 6.14.

CAPÍTULO I I I

ASTROLOGIA

É a Astrologia uma seita falsa? Pode-se considerar here­sias os seus métodos? É uma ciência, uma arte, uma religião ou mero charlatanismo?

Essas perguntas e outras que podem passar na mente do le ito r poderão ser respondidas à medida que examinamos o assunto nas linhas que se seguem.

HISTÓRICO

Do gr. "á s tro n ", astro e "lógos". Palavra, dissertação, dis­curso, temos a palavra "astrologia” , que tem a sua principal form a de expressão através do Horóscopo, do gr. "h ó ra ", instante, divisão do dia, hora, e "skopéo", examino, que observa etc.

A Astrologia é uma ciência d iv inatória que supõe a in­fluência dos astros sobre o curso dos acontecimentos e sobre o destino dos seres humanos. Pretende que a posição dos corpos celestes num dado mom ento (o do nascimento da criança) condicione seu fu tu ro , favorável ou desfavoravel­mente. A vida torna-se, então, previsível e predizível, pelo exame do céu. Tudo fica a depender da exata configuração do firm am ento na hora do nascimento do homem, que é a base dos horóscopos.

Pelos documentos antigos que podem ser encontrados na biblioteca Assíria, sabe-se que a idéia do homem adorar, cu l­tuar e mesmo pensar ser d irig ido pelos astros data desde os prim órdios da humanidade. A í estão os verdadeiros princípios

38 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E HERESIAS

Concepção artística do homem Neanderthal (Idade da Pedra) entre duas filas de monóli- tos, fazendo a sauda­ção ao sol nascente.

da astrologia. Suas raízes são místico-religiosas; a identifi­cação dos planetas como deuses, na Babilônia e Assíria, levou à noção de que tais planetas, tendo presidido a nascimentos, não poderiam deixar de influir na vida dos nascidos.

Nos seus começos, a astrologia era privilégio da ciasse sacerdotal, portanto, puramente religiosa. Como os reis tinham funções sacerdotais, passou a ser chamada "arte real" e era aplicada para descobrir o destino do rei e do Estado teocrático oriental.

Depois da evolução da Astronomia, esta sim, a ciência que estuda os astros, a astrologia pretendeu se assemelhar a ela, mas no decorrer do tempo o sentido divinatório e pagão da astrologia, sempre ligada a adivinhação fez com que as duas caminhassem separadas.

OS ASTROS-DEUSES

Segundo Ptolomeu1 (90-168 d.C), já se previam os eclipses em 747 a.C. O curso do Sol e de outros planetas haviam sido estabelecidos por volta do ano 1000 a.C. Cinco planetas do sistema solar eram conhecidos. A eles se juntaram o sol e a lua, e formou-se então o número místico sete.

1 The royal A r t o f Astrology.

A astrologia fez a cada um a correspondência de uma divindade maior: Marduk ou Nebiru (Júpiter), Ishtar ou Mi- lita (Vênus) Ninurta ou Ninib (Saturno) Nebo ou Nabu (Mer­cúrio) Nergal ou Meinodhac (Marte), Sin ou Nannaru (Lua), Samas ou Shamash (Sol). Esses deuses-planetas eram chama­dos "intérpretes", pois permitiam interpretar o futuro, o qual, era na realidade a realização da vontade dessa "assem­bléia divina".

"Deuses não descem a minúcias". Assim, a crença num destino escrito nas estrelas não implicava na aceitação de um cego determinismo. Isso iria permitir, na Idade Média, a acei­tação, embora relutante, da astrologia pela Igreja Católica.

Quando nasceu a Astrologia, pensava-se que o Sol, a Lua e os planetas giravam em torno da terra, cada signo corres­pondendo assim a uma determinada organização da faixa (ou cinto) celeste, mas com as revolucionárias descobertas da/4s-

A S TR O LO G IA 39

A concepção de que os astros dirigem a vida do homem é fruto do desconhecimento de Deus.

40 R E LIG IÕ E S , S EITAS E HERESIAS

tronomia, na época de Galileu e seus sucessores, os cálculos astrológicos entraram em grande confusão.

Já havia mais que sete planetas, ao passo que o Sol e a Lua deviam ser riscados do rol planetário. Não era a Terra o centro do sistema, mas o Sol, de quem a Lua era apenas um satélite; dessa maneira a astrologia sofreu golpe mortal e hoje, embora adaptada para os nossos conhecimentos, não passa de uma crença em que sobrevivem resíduos do paganismo e mis­ticismo antigos.

QUE É O ZODÍACO?

A Astrologia tomou esse termo da Astronometria (ciência que estuda as posições e os movimentos dos astros) do gr. "astro” , mais "m etría", medição, mensuração.

O centro do Sol descreve na esfera celeste um círculo máximo. Sua trajetória aparente é plana e situada no plano que contém a Terra. A tal plano, dá-se o nome de "eclíptica” , pois os eclipses só se produzem quando a Lua o atravessa. A zona limitada pelos dois círculos paralelos situados a 8o,5, de cada lado da ecl íptica, recebe o nome de "zodíaco” .

Esta zona, por onde circulam os planetas do sistema solar, foi cortada em doze casas de 30° cada, nas quais o Sol parece

Zodíaco de Denderah. (Foto Roger-Viollet.)

A S T R O L O G IA 41

progredir à razão de 1o por dia; em outras palavras, a nossos olhos, ele percorre cada casa em um mês: esses os signos do zodíaco.2 Assim, a expressão "ter nascido sob o signo de Carneiro", por exemplo, significa ter visto a luz durante o período da primavera — de 21 de março a 21 de abril —, durante o qual o Sol residia na primeira casa do zodíaco, pois que a tradição o faz começar em Áries (carneiro).

OS SIGNOS DO ZODÍACO

A astrologia moderna se baseia na história envolvida nos signos do zodíaco. Como, porém, podemos explicar a existên­cia desses signos? Quando os consideramos, descobrimos que não passam de invencionices e que são muito especiais e peculiares.

Influência dos signos do zodíaco sobre o corpo humano. (Foto Roger- Viollet.)

2 Plutão, o mais recente planeta descoberto, não entra ainda nessa história.

42 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E HERESIAS

Uma m ulher com um ram o3 em uma das mãos e algumas espigas de m ilho na outra; um tou ro que se arremete furiosa­mente; dois peixes atados com uma corda pela cauda; um homem derramando a água de um vaso; e assim por diante. Mesmo para o observador mais despreocupado ou desprecon- ceituado, está claro que nada existe, em absoluto, na disposi­ção das estrelas, que sugira as várias figuras com as quais são identificadas no zodíaco.

CRENDICE POPULAR

Os hindus têm a astrologia como base fundamental de sua religião, o mesmo acontecendo com outros povos orientais. No Ocidente, a astrologia é largamente d ifund ida e consul­tada. Astrólogos montam seus "consu ltó rios " e d istribuem para jornais, revistas, gibis ou mesmo revistas especializadas os seus horóscopos. Nos programas de rádio e televisão, p rin ­cipalmente nos noticiosos não fa ltam as informações astro ló­gicas que exploram a boa fé popular. A técnica de adivi­nhação usada pela astrologia é a principal em uso corrente em todo o mundo ocidental.

A A STR O LO G IA E A BÍBLIA

Embora alguns estudiosos (ou curiosos) tentem com binar a astrologia com a B íb lia4 , as referências específicas encon­tradas nas Escrituras à Astrologia, são realmente poucas e colocadas dentro do t í tu lo geral de adivinhação, que é te rm i­nantemente proib ida, como sendo uma form a de ido la tria e abominação aos olhos do Senhor:

— Deus falou ao povo de Israel contra essa prática que considerava como erro dos pagãos dos dias prim itivos. Deuteronõm io 4.19:

3 0 Zodíaco e a B íblia.

* Chegam a d izer que houve uma astrologia d iv ina d ife ren te da que existe hoje, porém ascendente desta; e que os signos do zodíaco conhecidos te riam sido transm itidos à hum anidade pe lo p ró p rio Adão e quando lidos corre tam ente, apre­sentam a h is tó ria de Cristo.

A S T R O L O G IA 43

"Guarda-te de levantares os oihos para os céus e, vendo o sol. a lua e as estrelas, a saber, todo o exército do céu, não sejas seduzido a inclinar-te perante eles, e dês cu lto àquelas coisas que o Senhor teu Deus repartiu a todos os povos debaixo de todos os céus."

Se tal "c iênc ia " fosse verdadeira, a B íblia a apoiaria. Eis o que está escrito em Isaias 47.13:

"Cansaste-te na m ultidão dos teus conselhos; levantem-se pois agora os agoureiros dos céus, os que contemplam os astros, os prognosticadores das luas novas, e salvem-te do que há de v ir sobre t i . " (ironia)

Na "lim peza " do rei Josias, encontramos em II Reis 23.5:

"Tam bém destitu iu os sacerdotes que os reis de Judá estabeleceram para incensarem sobre os altos nas cidades de Judá, e ao redor de Jerusalém, como também os que incensavam a Baal, ao sol e à lua, e aos planetas, e a todo o exército dos céus."

Os magos de Mateus 2 não eram astrólogos, como querem afirm ar, mas homens tementes a Deus e que esperavam a vinda do Messias de Israel (Lucas 2.25), a quem fo i dado um grande sinal da parte de Deus.

Não são os astros que governam nossas vidas, e sim Deus, que nos põe em contato com Jesus Cristo. I C oríntios 10.13:

"Deus é fiel e não perm itirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário , juntam ente com a tentação, vos proverá livram ento, de sorte que a possais suportar."

A B íblia ainda nos recomenda a fug ir da idolatria . I C oríntios 10.14:

"P o rtan to , meus amados, fugi da ido la tria ."

44 R ELIG IÕ E S , S EITAS E HERESIAS

A Astrologia é de origem pagã e idólatra. Seus "sacerdo­tes" são na maioria espiritualistas (espíritas) e se envolvem com o ocultism o. Quando não o são, fazem da astrologia uma profissão que é uma das mais rendosas no mom ento, exp lo ­rando comercialmente suas "pred ições."

Como essas predições só podem dar certo ou errado, a percentagem de acerto é de 50%, sem contar com os "acertos" que encaixam bem para qualquer pessoa como: "você tem um grande problema para resolver"; "H á alguém na sua v ida"; "V ocê vai passar por uma d ificu ldade"; "C u i­dado com o seu relacionamento com a pessoa amada"; "Cuidados com a Saúde"', e coisas assim. Em quem não se encaixam essas predições?

A volta do oriente sobre o ocidente,5 ilustrada por livros diversos e pelo crescimento da Astrologia, do Espiritism o, da Teosofia e demais seitas e pensamentos orientais, tornou-se possível pela apostasia de grandes grupos do mundo ocidental que anteriorm ente se diziam cristãos, tendo na igreja Católica seu principal representante.

Cabe aos verdadeiros cristãos o combate a essas abomina­ções para que elas não tentem substitu ir a fé na direção divina e providencial:

"Porque dois maies cometeu o meu povo: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas rotas, que não retêm as águas." (jeremias 2.17)

5 O Caos das Seitas.

C A P I T U L O IV

O HINDUtSMO

0 H in d u ísmo é uma religião de cerimônias e observações rituais. Tem como base o sacrifíc io de animais, o que os seus adeptos fazem, não com o propósito de agradarem aos deuses, mas, julgando através do sacrifício, alcançarem pode- res sobrenaturais sobre esse mundo e sobre todas as coisas.

Peia sua relação com todos os aspectos da vida, o H in ­du ísmo tem mais expressão social do que religiosa propria­mente. Modela toda a estrutura social, desde os atos comuns da vida diária e, inclusive, a literatura e a arte. Fugindo da teoria, o H indu ísmo é uma religião popular e polite ísta, da qual a maioria dos seus adeptos nada conhece senão seus rituais e práticas. Nesse aspecto, é semelhante ao baixo espiri­tism o praticado no Brasil, onde os fiéis, pelo m ístico medo do sobrenatural, ouvindo os conselhos dos mais velhos, se lançam à prática da religião aconselhada.

O ensino do Hindu ísmo acerca de Deus, não confere com os ensinamentos do Próprio Deus dado aos profetas de Israel, para todos os homens, nem tam pouco com os de Jesus Cristo, o F iiho de Deus.

Se cremos que de Sem, Cão e Jafé, filhos de Noé, são descendentes todos os homens da terra, temos de adm itir que os povos orientais, como os hindus, estão afastados de Deus, pela desobediência a Seus preceitos que eram conhecidos pelos seus antepassados, dando ouvido a ensinamentos pro­movidos pelo diabo e seus assessores.1

1 Gênesis 9.8-19.

46 RELIG IÕ E S , S EITAS E HERESIAS

Oferendas num templo hinduísta em Bali, Indo­nésia.

DADOS HISTÓRICOS

0 Hinduísmo, religião popular da India, Paquistão, Ceilão e Birmânia, possui mais de meio bilhão de adeptos. Suas raízes são muito remotas e pode-se considerá-ia como um produto de duas outras religiões: Vedismo e Bramanismo.

Entre 2000 a 1500 a.C., invasores arianos introduziram o Vedismo no noroeste da India e influíram sobre a religião animista dos nativos, os drávidas e os mundas ou coléricos. Certas formas de seu culto à natureza, como os seus grandes festivais, foram posteriormente absorvidos e modificados pelo Hinduísmo popular; mas algumas tribos (Santalis, Bhil, Gondes) conservam até hoje as religiões animistas. As repre­sentações de deuses do Hinduísmo-védico posterior revelam a diversidade de antigas culturas da região.2

2 Essays and lectures ch ie fly on the re lig ion o f the Hindus.

O H IN D U ÍS M O 47

Da mistura do vedismo com á m ito logia popular, começou a aparecer uma forma de religião que veio deno­minar-se Bramanismo e que permaneceu como religião da India até cerca de 250 a.C., quando o rei Asoka, da dinastia de Maurya (321-185 a.C.) aceitou o Budismo como religião suprema. Com a m orte do rei, os brâmanes deixaram de cele­brar os seus m itos e de estudar os VEDAS (saber ou ciência), um documento composto de quatro compilações herdado pelos brâmanes do vedismo.

Da união do bramanismo esfacelado com outros cultos populares3 já existentes na índia, surgiu o Hinduísmo, que não possui doutrina única nem classe sacerdotal organizada, nem um corpo de rituais plenamente estabelecido. Não pode ser considerado religião no sentido geralmente aceito dessa palavra; não existe a "Igre ja H indu ís ta", os tempos são desti­nados a diferentes divindades e com completa autonomia, sem qualquer submissão a uma hierarquia ou disciplina. Os escritores religiosos seguem esse mesmo sistema. Em geral, os seus deuses e as suas crenças são oriundos do vedismo-brama- nismo.

OS VEDAS

Um documento composto de quatro compilações, m uito usado pelo Bramanismo. No Hinduísmo, o estudo dos Vedas não é de muita importância, exceto em algumas escolas f i lo ­sóficas.

1. Rig Veda — Ou "Veda das Estrofes". Contém 1028 hinos dedicados às divindades. É uma espécie de anto­logia onde a maioria dos hinos se refere ao sacrifício, elemento fundamentai do Bramanismo.

2 Yajur Veda — Ou "Veda das Fórmulas". Reúne uma combinação de diversas fórmulas que acompanham a liturgia, seguidas de comentários em prosa.

3. Sarna Veda — Ou "Veda das Melodias". É semelhante ao Rig Veda, sendo porém acompanhados por nota-

Les castes de l'In d e : nature, fo n c tio n , origenes.

48 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E HERESIAS

ções musicais e se destina especificamente à execução do canto sagrado.

4. Atharva Veda — Também semelhante ao Rig Veda, porém de caráter mágico e especulativo.

Existem várias escolas filosóficas no pensamento hindu. Cada uma dessas escolas apresentam dogmas, pensamentos ou liturgias diferentes. O H induísm o bem como qualquer outra religião hindu, parte de princíp ios dos "Três C am inhos":4

1. Caminho do Conhecimento (Jnanamarga) — D outrina que declara que o bem supremo pode ser ob tido através do conhecim ento.5

2. Caminho da Ação (Mimamsakas) — Declara que o mais alto grau da ascensão espiritual que o homem pode almejar só pode ser realizado pelos sacrifícios e outras observações ritua is.6

3. Caminho do A m or (Bhaktimarga) — Declara que o mais alto grau da ascensão espiritual se realiza através do amor e da devoção à divindade. Esse cam inho tor- nou-se o mais im portante dos três na religião h indu.7

Há várias correntes no hinduísm o moderno, representadas por inúmeras seitas, que tendem a m isturá-lo com o Cristia­nismo, como é o caso de Rãma-krishna*, considerado santo por seus seguidores, que tinha "visões" de Rãma, Siva, Kãli, Aiá e Jesus, e dizia que todos eram um só Deus, para quem a humanidade caminhava por vias diversas.9

A India, berço de muitas religiões, é um fo rte centro de convivência e de absorção de vários sistemas filosóficos e reli­giosos. O H induísm o continua a ter a maioria da população (85%), seguindo-se o Islamismo (9,9%), o Cristianism o (2,3%), o S ikhismo (1,7%), o Jainismo (0,5%), o Budismo (apenas 0,1%) e outras (0,5%).

4 A h is to ry o f Indian ph ilosophy.

5 11 C orín tios 1.12; Tiago 3.1 7.

6 Hebreus 10 .12 , 26 ; I Pedro 2.5.

7 I João 3 .16; 4.7.

8 Gadadhara C hattopadhyaya, d irigen te re lig ioso ind iano nascido emBengala (1836-1886).

5 João 17.3.

O H IN D U IS M O 49

A imagem do deus Gane- sha é levada para o ba­nho, no festival Ganpati,Bombaim, índia.

Considerando-se a percentagem de cristãos e sabendo-se que aí estão incluídos a grande maioria católica, não seria demais afirmar que a fndia necessita urgentemente ser alcan­çada peio Evangelho de Cristo. Oremos para que muitos obreiros se levantem em diversas partes do mundo com o propósito de evangelizar os hindus.

ENSINOS DO HINDUfSM O

Como já vimos, o Hinduísmo não tem um corpo de dou­trinas definido; os seus ensinamentos, de um modo geral, vêm do Vedismo-bramanismo, onde está a base das suas escolas filosóficas. Nas linhas seguintes, apresentamos alguns dos en­sinamentos que mais se destacam nessa falsa religião:

OS DEUSES — Os hindus têm uma infinidade de deuses.10 Entre os mais famosos estão Brama, o "criador de todas as coisas", Vishnu, o conservador do universo, e Siva, o des­truidor, também chamado de "O Consolador". A deusa Kali também é bastante adorada e sempre lembrada nos rituais.

Brama, Vishnu e Siva, compõem a "trindade" máxima do Hindu ísmo. O paraíso hindu abriga 330 milhões de deuses

1 ° Êxodo 20.1; Miquéias 7.18; Deuteronômio 10.17.

50 R E LIG IÕ E S , S EITAS E HERESIAS

que são expressão de um Brãman único que encerra em si mesmo o universo todo.

BR AM A — Procede de Brahman, causa primeira, e é iden ti­ficado como o p rinc íp io de todas as coisas e a suprema reali­dade para a qual tende o universo. Recebe por esse m otivo a designação de Suayambhu (aquele que criou) ou Aja (o in- criado). Surgiu da escuridão prim ord ia l, criou as águas e nela depositou uma semente. Essa semente tornou-se um ovo dourado do qual ele próprio teria nascido como Brama. 11

OS ANJOS (Devas "b rilhan tes ") — São deuses ainda em es­tágio inferior. Normalmente são colocados como guardiães da trindade, como é o caso de Bhaktapur e Nepal, ou auxiliares dos deuses. Estão numa planície nos céus chamada "de- vachan".12

OS DEMÔNIOS — São forças hostis aos deuses e aos homens. Impedem o sacrifíc io e a concentração durante os rituais. São esculpidos nas portas externas dos templos, a fim de que, ao vê-los, os fiéis evitem os seus maléficos artifíc ios. Podem se manifestar sob diversas formas.

O HOMEM — É uma criatura como as outras, sujeito a um novo nascimento (punajarm). É a reencarnação sucessiva, a esperança de a ting ir uma casta mais elevada. A salvação con­siste na liberação desse ciclo e na fusão final com Deus, de quem emana.13

A T E O R IA DO K A R M A — É a famosa doutrina da reencar­nação.14 Através de reencarnações sucessivas, o homem vai adquirindo méritos espirituais jun to às divindades. A lei do Karma atinge a todos os seres vivos, inclusive os próprios deuses, e atua de maneira infalível.

0 SAM SÃRA — Ou transmigração da alma.15 Diz que a alma retornará ao corpo de um homem depois de te r renascido 84

1 1 João 5.20.

12 Apocalipse 19.10; 22.9.

1 3 Gênesis 2.7; Jó 14.10; Salmo 144.4; Hebreus 9.27.

14 Hebreus 9.27; Salmo 103.5.

1 s Tessalonicenses 5 .23; Tiago 5.20.

O H IN D U IS M O 51

Laksa (ou seja, 84 x 100 000 vezes). V in te laksa como planta, nove como animal aquático, onze como inseto, dez como ave, trin ta como boi, quatro como macaco.

Depois deverá nascer 2 x 100.000 vezes nas mais diversas condições humanas antes de libertar-se defin itivam ente do Samsâra, ciclo de mortes e renascimentos sucessivos. Eis a razão pela qual os hindus adoram animais, fazendo-os sagra­dos. Segundo a crença hindu, ao matar uma mosca, você poderá estar atrapalhando a evolução de uma alma.

O SAC R IFÍC IO — Os sacrifícios podem, inclusive, levar os deuses àqueles que os fazem. É o meio mais seguro de al­cançar poder sobre este mundo e a realidade sobrenatural, tanto em relação aos seres visíveis quanto invisíveis, criaturas animadas ou inanimadas.

Saber efetuar o sacrifíc io é ser um "m estre do m u n d o ".16 Aquele que o faz perfeitamente, terá seus desejos satisfeitos e suas aspirações realizadas. O sacrifício, para os hindus, tem um efeito mágico e não se faz com o in tu ito de agradar, oferecer nem obter ajuda de um deus. O efeito é m ístico no sentido de trazer poder a quem o pratica. Os sacrifícios, na sua maioria, são semelhantes aos "despachos' que muitas vezes vemos nas encruzilhadas. Um animal m orto , tigelas com comidas especiais, fitas coloridas, bebidas e velas, podem ser usados.

A S A LV A Ç Ã O — O destino do homem não depende de nenhum dos seus deuses, mas no esforço de cada um .17 O homem pode condenar-se ou salvar-se dos sofrim entos causa­dos pelo samsâra, a roda da vida que gira sem cessar, produ­zindo nascimentos e renascimentos sucessivos. A salvação consiste na liberação desse ciclo e na fusão final com a d iv in ­dade.

A L IB E R TA Ç Ã O — A libertação do mundo (onde tudo é mau) é o bem suprem o.18 A participação (bhakti) é uma doutrina que ensina que a participação afetiva do homem no divino, por in term édio do amor, fé e devoção emocional que

16 Marcos 12.33; Hebreus 10.5; 10.12; I Pedro 2.5.

1 A tos 4.1 2; Hebreus 2.10; Apocalipse 7.10.

18 Isaías61.1; Romanos 11.26.

52 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E HERESIAS

se manifestam através de um desejo apaixonado de união com o Senhor, por um abandono da vontade própria e a submissão ao Senhor ou aos mestres que fac ilitam o acesso a ele.

A P U R IF IC AÇ ÃO — Se dá através de certas práticas, como por exemplo, a de mergulhar no rio Ganges, em Benares.

A peregrinação ao rio Ganges é fe ita de doze em doze anos, nos dias determinados pelos astrólogos como favoráveis. Os fiéis reúnem-se numa grande m ultidão, na confluência dos rios Ganges e Jumna para lavar seus pecados. De repente, a um só tempo, obedecendo ao ritual, todos se precipitam em direção às águas. Centenas de fiéis morrem pisoteados, mas satisfazem a seus anseios de purificação.19

OS CULTOS — Os cultos e rituais variam enormemente. Há cerimônias para esperar o nascimento de uma criança, para acompanhar as várias etapas da infância, o m atrim ônio, o enterro. Só a Brama Samaj20 (ramo do H induísm o) estabe­leceu um ritual comum em todos os templos. Os sacerdotes cuidam das imagens, oferecendo-lhes comida. As festas reli­giosas relacionam-se com os acontecimentos sociais.

A YO G A (União ou regra) — É a prática consciente ou vo lun­tária que visa a dominação da tota lidade dos planos da vida inferior, concentrando a energia da vida vegetativa. Existem dois tipos de Yoga: a Hatha Yoga, praticada para se conse­guirem poderes mágicos; e a Raja-Yoga, para se alcançar per­feição espiritua l.21 A Yoga praticada no Ocidente, embora o seja com a finalidade de "m e lhora r o fís ico e a mente'" é uma evolução da Yoga indu.

O BSERVAÇÃO : As refutações bíblicas para o H in­duísmo podem ser as mesmas do Espiritismo, Vodu e outras seitas falsas. Como se pode ver, as heresias contra Deus e contra os ensinamentos bíb licos são quase sempre as mesmas nas diversas seitas. O que varia é a form a como se apresenta a heresia.

19 Salmo 119.9; Ezequiel 37.23; Hebreus 9.14.

30 Sociedade Bramanista fundada em Calcutá, em 1828. Chegou a co n s titu irum m ovim ento in flue n te na alta sociedade de Bengala.

21 Tiago 1.17.

CAPÍTULO V

O BUDISMO

As transformações sociais ocorridas na India por volta dos séculos V II e V I a.C., possibilitaram o florescim ento de novas ideologias religiosas, dentre as quais o Budismo. Este, aban­donando antigos conceitos, fez do próprio ser humano, alheio a qualquer divindade ou ajuda exterior, a única fon te de sal­vação.

Budismo é a denominação dada pelos ocidentais ao sis­tema religioso fundado na India, por volta do século V a.C. por Sidarta Gautama, cognominado o Buda (do sânscrito Buddha, "Desperto, Ilum inado"). No Oriente é denominado Buddha-marga (Caminho de Buda) ou Buddha-dharma (Lei de Buda) ou Sad-dharma (Lei correta ou perfeita). Visa a realização plena da natureza humana e criação de uma so­ciedade perfeita e pacífica .1

A tradição budista adm ite que além de Sidarta Gautama, cujo nascimento se deu por vo lta de 560 a.C., outros Budas tenham vivido sem se darem a conhecer. Todo aquele que busca a ilum inação,2 bem como os que depois de consegui-la, dedicam-se a salvar o próx im o, tornam-se Bodhisattvas (Bu­das).

O Budismo é uma religião tão falsa com o as outras do seu tipo . Surgindo em meio às confusões religiosas e herdando a milenar "sabedoria" dos Vedas e as doutrinas do Brama- nismo, o Budismo é um m isto de filoso fia e espiritism o que

1 I C o rfn tios 1 3 .10.

3 Salmo 19.8; Efésios 5.18.

R E LIG IÕ E S , S E ITA S E H ERESIAS

visa endeusar o homem. O centro da verdadeira religião éC ris to !3

RESUMO HISTÓRICO

Existem cerca de 578 biografias sobre a vida de Buda, cada uma mais fantasiosa que a outra. 0 prim eiro tex to co­nhecido a tra ta r de sua vida fo i escrito 400 anos após sua morte, se bem que existam inscrições budistas anteriores em esteias de pedra.

Os textos referentes ao nascimento de Buda, quase sempre envolvem esse acontecimento numa atmosfera poética e piedosa. F ilho do rei Shuddodana, Buda é concebido no ventre da rainha Maya, durante o sono, por um pequeno elefante branco. Sem causar nenhum sofrim ento à sua mãe, vem ao mundo num bosque tranqü ilo cercado de flores, fo n ­tes e árvores fru tífe ras. Nasceu com quarenta dentes dizendo: "Sou o Senhor do m undo", conhecendo 74 alfabetos, inc lu ­sive o chinês, e com oitenta e tantos sinais físicos d is tin tivos do fu tu ro Buda. Essaé uma das lendas do seu nascimento.

Das informações mais comprovadas,4 sabemos que Si­darta Gautama nasceu por vo lta de 560 a.C. (556? ) em Kapi- lavastu, capital de um pequeno reino p róx im o ao Himalaia, na atual fron te ira do Nepal. Passou a infância e juventude na corte de seu pai, o rei Suddhodana, cercado de luxo p rinc i­pesco. Casou-se ainda jovem com sua prima Yassodhara e teve um filh o a quem deram o nome de Rahula.

Sidarta teve sua crise religiosa perto dos tr in ta anos. Tudo o que se diz da sua experiência religiosa se baseia na lenda dos quatro encontros.

A LENDA DOS QUATRO ENCONTROS

Fora d ito ao rei Suddhodana5 que, se ele quisesse evitar que o f ilh o o abandonasse, devia isolá-lo do m undo e

3 II C o rin tios 5.17.

4 The centra l ph ilosophy o f Buddism ,

5 The life o f Buddha as legend and h is to ry .

0 BUDISM O 55

impedi-lo de ver o sofrim ento. Um pouco d ifíc il imaginar como teria conseguido fazer isso e ao mesmo tem po, educá-lo para governar.

Em todo caso, essas medidas não adiantaram. Sidarta, acompanhado de seu escudeiro-cocheiro Xanna, fez quatro passeios sucessivos. No prim eiro, viu um velho enrugado, trê ­mulo, apoiado a uma bengala. "O que é isso? "É a vida, meu senhor", respondeu este. E a mesma coisa aconteceu quando Sidarta encontrou um enterro e um doente coberto de chagas.

Dessa form a, Sidarta conheceu a dor, a m orte e o tempo que tudo consome. Mas, no quarto passeio, avistou um homem com uma magreza espantosa, nu, possuindo apenas uma tigela de esmolas, que entretanto, tinha o olhar sereno de um vencedor. Era um monge asceta, um homem que ven­cera a dor, a morte e a angústia em busca do A tm an (eu) e o colocara em conexão com o mar eterno do ser que flu i das aparências ilusórias.

Depois da festa no palácio, em louvor ao nascimento de seu filh o , pela manhã, Sidarta beija a mulher e o filh o que dormem e foge conduzido por seu cocheiro. Mais à frente, troca de roupa com um mendigo, corta os cabelos com uma espada e, descalço, encaminha-se ao encontro dos ascetas.

Rompeu os vínculos com as ilusões; busca agora a certeza e o absoluto que dêem sentido à vida.

A ILU M IN A Ç Ã O

Por volta de 532 a.C., Sidarta renunciou ao ascetismo. Seus cinco discípulos abaridonaram-no escandalizados por vê-lo tom ar um banho no rio e aceitar uma refeição oferecida por uma jovem. De acordo com a lenda,6 Sidarta reconheceu não ser a m ortificação pessoal que conduz à libertação.7

Após a refeição, sentiu-se mais disposto a buscar a ilu m i­nação "B o d h i" e, tom ando posição de yoga, colocou-se sob

* I T im ó teo 4.7 ; II Pedro 1.1 6.

João 8 .36 ; A tos 7 .3 4 ; Romanos 6 .18,

Fiéis no templo de Wat Po, Bangkok, Tai­lândia.

R E LIG IÕ E S , S E ITA S E HERESIAS

O BUDISM O 57

uma figueira8 e pôs-se a meditar. A í começa a sua vida pro ­priamente dita.

Terminada a meditação da figueira, Sidarta procurou seus cinco companheiros e anunciou-lhes a descoberta: é possível anular as novas encarnações, o "Samsâra", e escapar aos so fri­mentos do mundo. Sua premissa básica era: Todo viver é sofrer. Teria o homem de iden tifica r os laços que unem os sofrimentos à vida e tentar eliminá-los. Daí, as Quatro Verda­des Nobres e o Caminho dos Oito Passos, que veremos mais adiante.

Buda faleceu com oitenta anos. Após a sua morte, o bu­dismo esfacelou-se dando origem às diversas seitas budistas, cada qual com sua interpretação das palavras do Buda. A lgu­mas seitas o divinizaram; outras, alegam que ele, atingindo o“ N irvana", deixou de e x is t ir . . .

DISSEM INAÇÃO DO BUDISMO

Os centros mais im portantes do Budismo são: Indochina, Tibete, Nepal, China, Japão, Coréia e Ceilão. Na índia existem apenas cerca de 200 000 budistas, pois o Isiamismo marcou o seu fim no seu país de origem.

Na Europa, muitos aderiram ao Budismo, mais por moda do que outra coisa. Nos Estados Unidos ele se in troduziu de form a mais séria através da seita japonesa ZEN e possui cerca de 300 000 adeptos.

A tualm ente, devido a razões políticas, o budismo está em franca decadência na China e no T ibet, mas em outros países asiáticos está passando por uma fase de reavivamento, asso­ciando-se muitas vezes a movimentos nacionalistas. Expoentes da cultura indiana contemporânea como Gandhi, Tagore, Nehru e Radh-krishnan, têm demonstrado grande simpatia pelo budismo.

No Brasil, um prim eiro grupo de budistas9 se form ou no Rio de Janeiro, na década de 20. Em 1955 fo i reavivado com a introdução do Budismo Zen. O movimento tom ou o nome

s Natanael, certa vez estava debaixo de uma figue ira , fo i visto por Jesus e 2‘cançou grande salvação (João 1.47-51).

5 A Reconstrução Humana.

R E LIG IÕ E S , S E ITA S E HERESIAS

de Sociedade Budista do Brasil que tem um tem plo no Rio de Janeiro e conta com adeptos e núcleos em São Paulo e Brasí­lia. Os budistas japoneses imigrantes têm escolas budistas cen­tralizadas em São Paulo sob diversas denominações.

No século X V I o cardeal Barônio u tilizou na polêmica com os luteranos o exemplo da vida de dois santos assinala­dos no m artiro lóg io cristão no dia 27 de novembro: São Barlaam e São Josaphat. São Josaphat era nada menos que Sidarta Gautama!

O número de adeptos do budismo em todo o m undo já ultrapassa os 300 000 000.

A LITERATURA BUDISTA

Cada uma das numerosas seitas do Budism o10 possui sua própria versão das escrituras sagradas, ao lado de um vasto corpo de comentários filosó ficos e devocionais, imersos muitas vezes no m ito , na lenda e no milagre, apresentando, conseqüentemente, variações qualitativas.

Durante cerca de 400 anos, os ensinamentos de Buda foram transm itidos de form a orai. Grande parte da literatura das seitas perdeu-se. O que há de mais im portante, e que é a base de quase todas as outras, são os seguintes cânons:

Cânon Theravada (T ip itaka — "O s três cestos") — Textos escritos na língua páli e inteiram ente preservado no Ceilão. Existem também duas coleções desses textos em línguas ch i­nesa e tibetana. Esse cânon divide-se em três partes:

1. Vinaya — "c o n d u ta " Contendo regras de disciplina.2. Dharma — "d o u tr in a " Discursos doutrina is a tribu ídos

ao Buda.3. Abhidharma — Elaboração sistemática das idéias ex­

postas no Dharma.

Cânon Mahayana — Escrito em sânscrito. Divide-se em duas partes:

1. Mahavastu — A grande história.

' 0 B uddhism ; its essence and developm ent.

0 BUDISM O 59

Budas em Wat Po, Bangkok, Tailândia.

2. Lalita-vistara — Relato m inucioso da vida do Buda, desde a sua decisão de nascer até o seu prim eiro sermão.

Dois cânons que merecem citação são os Sino-japonês e Tibetano, tendo este ú ltim o sido traduzido para diversos id io ­mas. Existem mais textos esparsos em sânscrito, mandchu, mongol e em vários dialetos da Ásia central, como o tangut.

FACÇÕES DO BUDISMO

Dentre as diversas facções do Budismo, as mais destacadassão:

60 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E HERESIAS

— Hinayana ("Pequeno C am inho"): Sudoeste da Ásia.— Mahayana ("Grande C am inho"): Japão, China, Grécia

e outros.— Vajrayana ("C am inho do D iam ante"): China, Japão e

outros.— Zen-Budismo: Estados Unidos e outros.— "Lamaísmo (M istura do Budismo com a demonolatria

tibetana): Tibete.— Tendai: Japão, Tailândia e Birmânia.— Zenm ui: Ceilão e outros países.— Asoka: fndia, China, Ceilão e outros.— Theravada: Vários países.

DOUTRINAS

DEUS — No Budismo orig inal não existe a idéia de um deus supremo que opera sobre o mundo. A idéia da divindade para Buda, era semelhante à dos brâmanes,11 com a exceção de não adm itirem um Deus criador12 (Ishvara).

O UNIVERSO — O Budismo difere do hinduísm o acerca da concepção do universo. As criações periódicas dos sistemas cósmicos são regidas por uma lei eterna e o processo nunca teve começo nem nunca terá f im .13

BR AM A — "Mas, se um homem . . ., não deixa esquecido ente algum, no mundo, que tenha form a e vida, e a todos envolve em sentimentos de amor, de piedade, de simpatia e de serenidade crescente, incessante e sem medida, então, na verdade, esse homem conhecerá14 o cam inho que leva à união com Brahm a." (Buda)

11 Encontram -se no Budism o elem entos do u trin á rio s pan-indianos ao lado de ou tros especificam ente budistas. Os elem entos pan-ind ianos seguem a linha Vedismo-Bramanismo.

Os elem entos pan-ind ianos seriam a cosm ologia , a d o u tr in a do tem po c íc lico e os conceitos de Karm a, samsâra e moksha.

12 Gênesis 1,1; João 1,1-1'2.

13 A noca l ipse 2 1 .1 ,

jo ã c 1 4 j6 ; A ios 18.26.

0 BUDISM O 61

BUDA — Algumas seitas o divin izaram , outras alegam ter ele deixado de ex is tir ao atingir o Nirvana; outras, afirm am que ele continua vindo ao mundo em diferentes e sublimes reen- carnações. Muita fantasia e m u ito m isticismo se une à sua pessoa. Os nomes que lhes dão mostram o pensamento acerca de Buda:15

— Sidarta Gautama - Sidarta, nome próprio , Gautama, nome da fam flia .

— Shakyamuni — O sábio da tr ib o dos Shakyas.— Bhagavat — O bem-aventurado.— Tathãgata — O perfe ito que veio e partiu .— Jina — O vitorioso.— Buda — O ilum inado, o homem que despertou.

M A R A — É o demônio das ilusões, pai de três filhas: V o lú ­pia, Cobiça e Inquietude. De acordo com o Budismo, M A R A luta constantemente com o homem não perm itindo que este atinja o Nirvana.

SAM SÃRA — É o c írcu lo de renascimentos sucessivos.16 Com a transmigração da alma para outros corpos, havia também uma retribuição. O Samsâra para o Budismo é in f i­n ito ; até os deuses estavam sujeitos à essa lei. Somente a tin ­gindo o Nirvana, o homem ficaria livre do Samsâra.

O K A R M A — Nas reencarnações, o que alguém pratica em uma vida, incorpora-se à próxim a. Se o ind iv íduo fo i bom, continuará a sê-lo ao longo das in fin itas vidas; se fo i mau, irá se degradando e acabará por nascer escravo ou bicho. É a lei do "Quem faz aqui, aqui paga!"17

O HOMEM — A visão budista da natureza humana ensina que o homem em sua existência não é bom nem mau, po­dendo tornar-se bom ou mau conform e sua conduta. Algumas escolas acreditam que o homem tem tendências inatas para o

15 L ife o f Budha, according to the legends o f ancient India.

1 6 Hebreus 9 .2 7 ;17 Romanos 14.12; João 8.36.

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bem; outras, realçam que a natureza humana, com o egoísmo, a ignorância e outros fatores negativos tem d ificu ldade ou impossibilidade de deixar que o homem vença pelos seus pró­prios esforços.

0 N IR V A N A — "O discípulo que renunciou ao prazer e ao desejo, e o que é rico de sabedoria, esse alcança, neste mundo mesmo, a libertação da morte, 0 N IR V A N A , a morada “ te rn a ."18 (Buda)

O Nirvana é a extinção do ser, uma auto-extinção onde toda a idéia de personalidade individual cessa, deixa de existir. Não havendo, por conseguinte, nada para renascer, a alma se extingue no nada, a felicidade eterna, o não ser.

Toda a doutrina budista visa levar o homem a se auto-ex- tingu ir. É o único meio de escapar aos horrores do Samsâra. O homem que consegue chegar a esse estágio é um liberto- vivo. Felicidade não existe, é a libertação da dor. A libertação da dor dá no N AD A !

Imaginem os leitores, perder tanto tem po na terra com especulações filosóficas, religiosidade e outras coisas mais, para chegar a nada! . . .

O SOFRIM ENTO - "É m uito d ifíc il penetrar com a ponta de um cabelo quebrado umas cem vezes um pedaço de cabelo igualmente quebrado. É mais d ifíc il ainda, compreender o fato de que tudo é so frim en to .19 A universalidade da dor só se evidencia paulatinamente, à medida que o homem adquire uma experiência de ilum inação espiritual, vencendo assim a causa do sofrim ento e do flu x o transm igratório, a saber, a ignorância, a ilusão, o sono em que jaz a maioria dos ho­mens.” (Buda)

O SU IC ÍD IO — O Budismo não adm ite o suicíd io, que con­sidera in ú til, visto levar o homem a uma nova reencarnação, à volta ao mundo e às dores. Entretanto , se o homem já atingiu

I ! Parece-nos que a noção do u trin á ria do N irvana de Buda d ife re dainterpretaçao de m u itos autores. Nesse caso, seria o N irvana, o estado de extinção do so fr im en to hum ano pela libertação da ilusão e consciência de sua verdadeira natureza.

1 5 Gálatas 5 .22; I Pedro 1,8.

O B U D ISM O 63

o Nirvana, o suicíd io é indiferente; eie já não mais existe. Nessa caso, julgando estarem fazendo o bem, monges budistas morrem carbonizados em protesto à alguma coisa que aflija os homens.

Deixando de exis tir, repousará na incomensurável paz do Nirvana, o não ser!20

AS TRÊS M ARCAS — Tradicionalm ente, o Budismo é dis­tin to das outras religiões, através das chamadas três marcas: impermanência, insubstancialidade e nirvana.21

A idéia da impermanência é a de que não existe nada no mundo que seja eterno e perene. A de insubstancialidade é a de que os fenômenos não possuem núcleo estável que deter­mine sua natureza; são meras combinações. A idéia do N ir­vana já observamos em item anterior.

AS Q U ATR O VER D AD ES NOBRES - É, na visão budista, a lei fundam ental do universo, doutrina-base de todas as esco­las e seitas do Budismo.

1. Sobre a d o r : 0 nascimento é dor, a velhice é dor, a doença é dor, a m orte é dor, o conta to com o desagra­dável é dor, a separação daquilo que é agradável é dor, não realizar o seu desejo é dor. Em suma, os com po­nentes da individualidade (a saber, o corpo, as sensa­ções, as percepções, as formações psíquicas e a cons­ciência (conhecim ento) são dor.

2. Sobre a origem da dor\ É o desejo de ex is tir que conduz ao renascimento, que traz o prazer e a cobiça, que aqui e ali procura sua satisfação — a sede de experiência sensual, a sede de continuar a viver.

3. Sobre a supressão da d o r : A extinção completa do desejo, a fim de que não haja paixão. Bani-lo, renun­ciar a ele, libertar-se dele e não lhe deixar lugar.

4. Sobre o caminho que leva à supressão da dor\ O sa­grado cam inho de O ito Passos — visões retas, vontade reta, linguagem reta, conduta reta, meios retos de sub-

” João 14.2; Apocalipse 21 .1-8 .

5-jocfhts.m; its essence and development.

64 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E HERESIAS

sistência, esforço reto, reto desvelo e concentração reta.22

Como podemos notar, o Budismo é uma falsa religião. Suas doutrinas fogem aos princíp ios do Deus Criador dos céus e da terra, de acordo com a revelação dada aos seus servos através da Bíblia.

Se cremos que Deus é universal, não podemos crer que a "Ilum inação " encontrada por Sidarta veio dEle. Deus não se contradiz. O profeta Isaías, que pro fe tizou mais de cem anos antes de Buda nascer, já alegrava nossos corações com pala­vras como estas:

"Verdadeiram ente ele tom ou sobre si as nossas enfer­midades, e as nossas dores levou sobre si. . . e pelas suas pisaduras fomos sarados." (Isaías 53.4,5)

Altar de oferendas, num templo em Nepal.

35 I sã Tas 53.4,5.

CAPÍTULO VI

CONFUCIONISMO

IN TR O D U Ç ÃO

O Confucionism o, conhecido peios chineses como Ju Chaio (ensinamentos dos sábios), é mais um sistema filosó fi- co-religioso-pol ítico, do que religião propriam ente dita. 0 ca­ráter do Confucionism o é um bom senso prático, u tilitá r io e de um grande amor pela humanidade, segundo os seus segui­dores.

Todo o seu sistema se fundamenta nos deveres recíprocos dos homens, divid idos em relações entre príncipes e súditos; entre pais e filhos e entre concidadãos, além de dar um novo brilho à antiga religião dos antepassados. A educação do homem, dos povos e dos governos é a grande meta do C onfu­cionismo.

O FUNDADO R

O fundador do C onfucion ism o1 e o mais notável mestre e filóso fo da China chamava-se K'ong Fu-tse, em chinês, daí o nome Confúcio. Há poucos dados sobre a sua vida, que mistu- ra-se a várias lendas. Nasceu no estado de Lu , por volta do ano 551 a.C e diz-se que para obter a graça celeste de uma gravidez, sua mãe teria realizado uma peregrinação à m on­tanha Ni-K ieou. Lá, a vegetação abriu-se à sua passagem e ela

1 The life and teachings o f C onfucius.

66 R E LIG IÕ E S , SEITA S E HERESIAS

Confúcio, cerâmica da época Kang Hsi.

CON FUCI ON ISMO 67

encontrou cinco personagens e um unicórnio, animal benfa­zejo.

As cinco personagens eram representativas da madeira, fogo, terra, metal e água, os cinco elementos considerados popularmente como responsáveis pela origem das coisas te r­renas. Foi-lhe então revelado o nascimento de um filho , fu ­tu ro "re i sem coroa".

O relato da infância de C on fúc io ,2 apresentava-o como uma criança exemplar, desde cedo interessada nos ritos e tra­dições. Conta-se que, ainda bem jovem , conquistou discípulos até mesmo entre os senhores de Lu, tendo também exercido cargos im portantes no Estado; intransigente, porém aos seus princípios, Confúcio abandonou diversas vezes funções de im ­portância, trocando-as pelo estudo e comentários dos Livros Sagrados. Passou quase toda a sua vida à procura de um "p rínc ipe sábio" que o tomasse por conselheiro e realizasse um governo de acordo com suas orientações.

Aos 55 anos de idade, Confúcio visitou Estados vizinhos, falando aos senhores feudais sobre suas idéias. Foi recebido como um erud ito , mas nenhum dos governantes pensou em pô-las em prática. V o ltou para casa com a intenção de con­centrar-se no ensino, onde fo i bem sucedido.

Alguns dos seus alunos atingiram posições de autoridade que o p róp rio Confúcio fo i incapaz de alcançar. Seus d iscípu­los se com portaram sempre como m inistros à espera de um dignatário, porém Confúcio morreu em 479 a.C. sem jamais ter ocupado um alto cargo no Estado.

RESUMO HISTÓRICO

A doutrina confucion ista surgiu no século V I a.C. Pro­curava sobretudo elaborar um sistema p o lítico baseado em conceitos religiosos que idealizavam o passado de uma China gloriosa. Depois da m orte de Confúcio, ocorrida em 479 a.C., os discípulos se d ivid iram pelo menos em o ito seitas diversas, M uitos deles tornaram-se professores famosos, m inis­tros de Estados, governantes e tutores de reis. Eram disputa-

2 C onfuc ius; the man and the m y th .

68 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E HERESIAS

dos por serem os únicos a conservar em suas escolas uma disciplina regular de treinam ento para o serviço público. V u l­garizaram e distorceram o Confucionism o, inventando lendas e tradições, bem como alterando a doutrina para conciliá-la com as outras correntes intelectuais, ou para torná-!a mais agradável aos poderosos, às custas dos quais viviam.

Só depois de sofrer profundas modificações, o C onfucio­nismo veio a tr iu n fa r na China por volta do século I I a.C. Quando adotado como religião ofic ia l do Império, o Confu­cionismo apresentava-se com conteúdo, conceitos e normas mesclados a crenças anim istas.J Confúcio fo i venerado nos templos e elevado à categoria de deus, em 1906, pelos sobera­nos da dinastia Manchu.

Em 1973, a estimativa dos adeptos do Confucionism o no mundo era a seguinte:

América do N o r te ...................................... 90 000

A L ITE R A TU R A CONFUCION!STA

O dom ín io da escrita chinesa requeria m uitos anos de estudo e os letrados ou escribas, encarregados da adminis­tração, tornaram-se também os intérpretes dos livros sagra­dos, cuja leitura exigia o conhecimento de 10 000 signos. O Confucionism o reforça a posição dos letrados, que se to rna­ram um sustentáculo do poder imperial.

OBRAS TR A D IC IO N A IS DO CONFUCIONISM O

Os Cinco Livros Sagrados — "E u nada crio , apenas trans­m ito " dizia Confúcio. Sua obra constituiu-se essencialmente

América do SulE u ro p a ............Ásia .................Oceania ..........

305 175 000 40 000

100 000 50 000

No Mundo 305 455 000

3 The econom ic princip les o f C onfucius and his school.

C O N FU C IO N IS M O 69

no com entário dos Cinco Livros Sagrados da China. Outros livros clássicos uniam-se aos livros sagrados e serviram de base para toda a doutrina confucionista.

i-Ching (L ivro das Mutações) — Apresentava-se como um manual d iv ina tó rio propondo determ inados com portam entos para realizar desejos e evitar adversidades. Segundo as iendas, a prim eira parte dessa obra fo i entregue por um dragão voador ao m ístico im perador Fu-Hi e in troduz iu nova técnica d ivinatória na China. Confúcio fez m uitos comentários sobre essa obra e afirm ou que se pudesse recomeçar a sua vida, dedicá-la-ia inteira ao estudo do l-Ching.

Che-Ching (L ivro dos Ritos) — Era uma obra composta de poemas populares transform ados em poesia e divulgadas entre a nobreza. Compilados por Confúcio, esses poemas indicavam o modo correto do com portam ento individua l, condição bá­sica para o equ ilíb rio do sistema monárquico.

Li-Chi (L ivro dos Ritos) — Era uma das mais im portantes obras sagradas. Compilado em época posterior a Confúcio, o Li-Chi especificava as cerimônias cívicas, estabelecia as ob ri­gações do homem para com o cosmo e com a sociedade e determinava a form a de organização de vários costumes sócio- religiosos.

Houve épocas em que proliferaram escolas para o ensino exclusivo do Li-Chi.

Chou-Ching (L ivro da H istória) — Através de máximas e leis, essa obra narrava a história de uma China remota, mes­clando realidade e m ito . Um de seus capítuios, o "H o n f- Fan", estabelecia as vinculações entre a estrutura po lítica re­comendada pelo Confucion ism o e as determinações de uma ordem superior, estritam ente religiosa.

Tchuen-Tsieu (Primavera e Outono) — Expunha os p rin c í­pios básicos do sistema imperial. Sobre sua importância, Con­fúc io declarou que "A quele que me conhece, não me conhece melhor senão após a leitura do Primavera e O utono; aquele que me acusar, não o fará mais após a le itura do Primavera e O u tono ."

Tai-Ho (Grande Estudo) — Discutia a essência da natureza humana e descrevia as almas como claridades celestiais inseri-

70 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E H ERESIAS

das nos homens. Segundo o Tao-Ho, a sabedoria possibilitaria compreensão dos m istérios e desígnios da ordem cósmica. Ela nascia do conhecim ento pro fundo e do conta to com o ele­mento d iv ino no presente espírito . 0 auto-conhecim ento era o principal fator.

Tchong-long (Meio Invariável) — Propunha a im parciabili- dade como a v irtude essencial ao soberano. O Im perador era comparado à estrela polar, "que fica móvel em seu lugar, enquanto todas as outras giram em seu redor e a tom am por guia” . Essa era a maneira correta de restabelecer a ordem e a justiça.

Pequeno Estudo — Escrito por Tchu Hi, sistematizava os preceitos confucionistas sobre a moral e a vida e destinava-se "aos que não seguiriam as carreiras dos letrados” . É uma espécie de atualização do Confucion ism o ante as religiões da época.

Mêricio4 — F ilósofo cuja obra se to rnou clássica na lite ra ­tura confucion ista (século V a.C.). Fez várias m odificações na dou trina e costumava dizer: "O céu vê com o o povo vê; o céu escuta com o o povo escuta” . Mêncio dava mais poder ao povo do que ao próp rio Imperador.

DO UTR IN A S

DEUS — Em Confúcio, a idéia de Deus5 aparecia definida, sobretudo como um p rinc íp io cósmico imaterial denominado Tien. Mas não se negava a noção mais antiga de um Deus an tropom órfico chamado Shant-ti, pai do universo, adorado num cu lto estatal. Admitia-se também a idéia de Deus como Tao (caminho) que assumiu o aspecto de uma lei sobrenatu­ral, determ inante das relações cosmos-sociedade e realizada através da prática de ritos inflexíveis.

0 CÉU — Era como uma natureza reguladora de tudo o que existe no mundo. Assim, o céu regulava todos os aconteci­

4 Ib idem .

5 Eclesiastes 8.1 ; I C o rín tios 1 „20; A tos 14.1; I C o rfn tios 8.5.

C O N FU C IO N IS M O 71

mentos a atos humanos, punindo ou recompensando a cada um de acordo com a sua sabedoria para compreender os fenô­menos do céu que é quase sempre uma testemunha silenciosa dos seus atos.6

AS D IV IN D A D E S — Embora o homem do povo acreditasse na harmonia cósmica, não deixava também de venerar os mais diversos poderes sobrenaturais. Cada divindade possuía uma função específica — havia desde espíritos protetores das ca­sas, caminhos e cidades, até espíritos conselheiros dos deuses no governo do m undo.7

Os servos (os pobres) não tinham m uita preocupação com os governos, mas sim, com as suas próprias pessoas, daí aplicar o Confucion ism o às coisas espirituais, m isturando-o com as religiões existentes.

0 HOMEM — Confúcio era racionalista. Suas idéias foram , com o tempo, obtendo caráter m ístico, de acordo com as interpretações de sua doutrina. 0 Confucionism o aperfeiçoou a idéia do homem existente entre os chineses. O homem com- punha-se de um flu id o celeste, o Shen, e de um a tribu to grosseiro, o "K ru e i". Esses, formavam a alma e só se desliga­vam m u ito tem po depois da m orte .8

OS TEMPLOS — Não há igrejas, clero ou credos no C onfucio­nismo. Seu fundador estava m u ito mais voltado para este mundo do que para a contemplação do sobrenatural.9 Ainda assim, acreditava no céu, embora o interpretasse em termos naturalistas. Influenciou também o costume chinês da vene­ração dos ancestrais, onde realizavam ritos de sacrifícios.

O IN T E R M E D IÁ R IO — 0 monarca firmava sua autoridade de pon tífice m áxim o, in term ediário entre o céu e a terra. No cu lto o fic ia l ao Senhor do céu ("S hang-ti"), o imperador cele­brava sacrifícios com um bezerro novo que era queimado

6 A tos 7 .49; Efésios 4.1 0 ; I Pedro 3.1 0 ; Apocalipse 21.1.

7 êxo do 18 „11; D euteronôm io 1 8.20.

s I T im ó te o 4.4 .

9 Mateus 6 .33.

72 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E HERESIAS

para que sua fumaça subisse ao céu. Após essa cerimônia, a população comia um touro dedicado ao prim eiro ancestral d inástico .10

Com o Confucionismo, essa cerimônia popular desti­tuiu-se da pompa e passou a ser um mero ato ofic ia l, onde o povo atuava apenas como espectadores.

O CULTO AOS ANCESTRAIS — Quando podia exercer in­fluência benéfica sobre a sua fam ília , por várias gerações, o defunto merecia ser venerado durante o período anterior à separação do Shen e do Kuei (uma alma dualista).

Esse cu lto iniciava-se após o cortejo funerário. O filh o do m orto instalava em sua casa uma prancha representativa do pai. Era a primeira oferenda. O defunto passava então a ser considerado como um antepassado digno de merecer homena­gens.11 Confúcio exaltou esse cu lto que passou a ser fe ito com grandes cerimoniais e grande aparato. T inha até mestre de cerimônias.

H AR M O N IA CÕSMICA — As forças celestes, a terra e o homem se correlacionam. "H á uma correspondência íntima entre o céu no alto e o povo em baixo. Quem reconhecê-la no fundo de si mesmo torna-se verdadeiramente um sáb io ".12 Confúcio.

ORDEM CÕSMICA - O Yin, p rinc íp io fem in ino negativo e o Yang, p rinc íp io masculino positivo, embora contrários, se complementam e se equilibram . Geram todos os elementos do Cosmos. Impulsionam os cinco estados m utativos da natu­reza, através do chamado “ princípio de destruição" : a terra absorve a água, a água apaga o fogo, o fogo derrete o metal, o metal corta a madeira, a madeira trabalha a te rra .1 1

O ser humano pulsa ritm icam ente com todo o universo e os fenômenos do céu repercutem na sua vida física, moral e espiritual, através dessa orientação natural e cósmica. Como

1 0 Lucas 9.60; Eclesiastes 9.5 .

1 1 Eclesiastes 9.5 ; Provérbios 21.1 6.

1 2 Salmo 11.10; Provérbios 3.1 3; Tiago 1.5.

13 Romanos 8.28; Hebreus 11.3.

C O N FU C IO N IS M O 73

in term ediário entre o céu e a terra, o imperador completava com a sua sabedoria, a harmonia universal.

O ESTADO — Para Confúcio, o Estado era uma empresa cooperativa visando o bem-estar e a felicidade geral, organi­zado em benefício da comunidade de acordo com a harmonia e a ordem cósmica. Um governo eficiente deve dispor de armas e alimentos suficientes além da confiança de todo o povo. A confiança do povo era o mais im portante.

O Confucion ism o visa um Estado perfe ito onde todas as forças, inclusive as celestes, contribuam para a formação desse Estado. Difere em m uito , dos ensinamentos de Jesus, onde diz:

"Buscai antes o Reino de Deus e a sua justiça e todas essas coisas vos serão acrescentadas." ( Lucas 12.31)

Não fo i d if íc il ao Comunismo, que prega doutrina seme­lhante, penetrar e dom inar na China. No in íc io da década de 70, logo após a "revolução c u ltu ra l" daquele país, Confúcio passou a sim bolizar para o regime, influências reacionárias no plano cu ltu ra l e f ilo s ó fic o .14

1 4 Os P rincíp ios E conôm icos de C onfúc io e Sua Escola.

CAPÍTULO VI I

O CATOLICISMO ROMANO

A Igreja Católica afirm a ser a única e verdadeira Igreja de Cristo, alegando sua existência desde o in íc io do cristianismo, considerando inclusive ser a Igreja que Jesus Cristo fundou, tendo em Pedro, um dos seus discípulos, o seu prim eiro papa.

0 Catolicism o Romano pode ser encarado com o uma religião tão falsa com o as outras estudadas neste livro. In fe liz ­mente, nos ú ltim os tempos, a Igreja Católica está usando uma estratégia que está enganando a m uitas pessoas. Trata-se do Ecumenismo que tem como principal finalidade enredar to ­dos os credos na teia católica e que tem sido aceito até mesmo por alguns evangélicos desapercebidos.

HISTÓRICO

Depois do Pentecostes, os cristãos passaram a pregar o Evangelho em larga escala. Após grande esforço entre os ju ­deus, por cerca de dois anos, as missões cristãs, coadjuvadas pelos que estiveram presentes no dia de Pentecostes1, passa­ram a evangelizar os gentios com grande ardor missionário. Um exemplo disso está na própria igreja de A n tióqu ia que enviou a Barnabé e a Paulo.

Até aí, as igrejas eram autônomas e não tinham nenhuma forma de governo eclesiástico. A dm itiam serem guiadas e orientadas pelo Espírito Santo, o Consolador prom etido por Jesus. Respeitavam as orientações dos apóstolos e não reco-

1 A tos 2.9-11

O C A TO LIC IS M O R O M A N O 75

nheciam líder algum sobre eles que tivesse a incumbência de representar a Cristo quer espiritualmente, quer adm in istra ti­vamente, papel a tribu ído ao p róprio E spírito Santo.2

Muitas perseguições vieram de encontro aos cristãos, co­meçando com Nero (54 a 68 AD ), Im perador Romano, até o ano 311, quando apareceu o Édito de tolerância, publicado por Galério, imperador romano do oriente, reconhecendo a insânia da perseguição aos cristãos.

Em 323, Constantino passou a dom inar todo o Império Romano, uma vez que o im pério do ocidente havia caído. Esse imperador revolucionou a posição do cristianismo em todos os aspectos. Primeiramente, proporcionou igualdade de direitos a todas as religiões, e depois, passou a fazer ofertas valiosas ao cristianism o, constru indo igrejas, isentando-o dos impostos e até mesmo sustentando clérigos.

Podemos colocar aí, o in íc io do Catolicismo Romano\ nessa condição, o cristianism o veio a ser praticam ente a re li­gião o fic ia l do im pério. Isso resultou da entrada de m uita gente para a igreja, somente porque era a religião apoiada pelo governo.

Os verdadeiros cristãos, foram na realidade, marginaliza­dos por não concordarem com tal situação, form ando grupos à parte que sempre marcharam paralelos com a igreja favore­cida e entremeada de pessoas que buscavam interesses p o lí­ticos e sociais. Esses cristãos, por não aceitarem tal situação, no decurso da história, eram agora perseguidos pelos outros "c ris tãos" e m uitos dos seus líderes eram queimados na fo ­gueira em praça pública, taxados de heréticos.

O C oncílio de Nicéia

O C oncílio de Nicéia, na Ásia Menor (325 A D ),3 presi­dido por Constantino, bem como os outros que lhe sucede­ram, eram compostos de todos os bispos, alguns nomeados pelo Imperador, outros que se auto-nomeavam e outros que eram nomeados por líderes religiosos das diversas com uni­dades.

2 C o rfn tios 12.13; II C o rfn tio s 3 .17; Gálatas 3 .3 ; Efésios 1.3 ,14; Hebreus 3.7 ; I Joéo 5.6 ; etc.

3 H is tória Universal — H n G. Wells.

76 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E HERESIAS

Com o decorrer do tem po, o bispo de Roma passou a exerger autoridade sobre os demais; isso é lógico, pelo fa to de pertencer ele à antiga capital do mundo. A palavra papa, que era usada para todos os bispos, passou a ser reservada para o bispo de Roma.

O Concilio de Constantinopla

O C oncílio Ecumênico de Constantinopla (381) consa­grou ofic ia lm ente a designação "ca tó lica " aplicada à igreja organizada por Constantino — "C re io na Igreja una, santa, católica e apostó lica" —, daí por diante inserida no sím bolo dessa fé. A Igreja ortodoxa e as Igrejas reformadas também admitem essa qualificação.

O primeiro Papa

Roma teve m uitos bispos, entretanto o prim eiro a sus­tentar e defender sua autoridade, exercendo o d ire ito de im ­por as suas ordens aos bispos de toda a parte, fo i LEÃO I (440-461) que pode ser considerado o prim eiro papa do Cato­licismo Romano.4

O paganismo católico

Depois de Constantino, o cristianismo passou a assimilar práticas pagãs; isso porque m uitos pagãos entraram na igreja sem conversão, passando a exercer grande influência no cu lto .

O cu lto aos santos e a veneração aos mártires e a outros homens e mulheres famosos, passaram a ter plena aceitação. Foram criados rituais que eram um misto de cerimônias pagãs, herdadas de diversas religiões, com as cerimônias sacer­dotais do Antigo Testamento.

Os santos passaram a ser considerados como pequenas divindades, cuja intercessão era valiosa diante de Deus. Surgiu a veneração de relíquias e até mesmo de lugares. Antes do ano 500 o cu lto da virgem Maria já estava v ito rioso. O paga-

4 Pedro não fo i sequer bispo em Roma. Não existe nenhum a referência digna de aceitação que nos fale de o u tro s "pa p a s" anteriores que tenham exercido essa função.

0 C A T O LIC IS M O R O M A N O 77

nismo romano teve grande influência na formação do cu lto católico; daí dizer-se católico-romano.

Um estudo interessante sobre a adaptação das divindades pagãs ao cristianism o pode ser fe ito na obra Mitologia Dupla de A rch im fn ia Barreto.5

DIFERENÇAS ENTRE A IGREJA CATÓLICA E A IGREJA EVANGÉLICA

São tantas as diferenças entre a Igreja Católica e a Igreja Evangélica, que precisaríamos escrever alguns volumes para estabelecê-las. Apresentaremos resumidamente alguns con­ceitos da fé católica, comparando-os com o conceito da fé que professamos, de acordo com a B íblia, mostrando a falsi­dade dos ensinamentos católico-romanos.

Procissão da Sexta-Feira Santa, diante da Igreja de La Merced, Guate­mala.

5 JUERP,

78 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E H ERESIAS

Sobre a Bíblia

Igreja Católica

— Não aconselha o uso da B íblia a todos os fié is .6

— Ensina que sua leitura é perigosa aos indoutos.

— Diz que ninguém deve atrever-se a in te rp re ta ra Bíblia de maneira contrária a interpretação católica ou sem o consentimento dos padres.

— Aceita como canônicos (inspirados) livros que não constam do cânon hebreu.

— Venera e aceita outros escritos além da B íblia:

• as tradições;• os escritos dos "p a is " da Igreja;• os ensinos da própria Igreja Católica;• os ditames infalíveis do papa.

Igreja Evangélica

— Recomenda a todos a leitura da Bíblia.

— Reconhece que não se necessita sabedoria intelectual para entender as verdades fundamentais da fé cristã.

— Aceita Deuteronôm io 6.6-9:

"Estas palavras que hoje te ordeno, estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo ca­m inho, e ao deitar-te e ao levantar-te.

Também as atarás como sinal na tua mão e te serão por fron ta l entre os teus olhos.

E as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas."

— Tem a B íblia como única regra de fé e prática da vida cristã.

6 C oncílio T r id e n tin o (1545-1568).

7 Mateus 11.25.

O C A T O LIC IS M O R O M A N O 79

Sobre a Igreja

Igreja Católica

— Diz que é a única e verdadeira igreja e que fora dela não há salvação.

— Diz que fo i fundada sobre Pedro, a rocha.8— Diz que é a única que tem os sinais da verdadeira

Igreja: que é santa, una, católica, apostólica e romana.

Igreja Evangélica

— Baseia-se somente na Palavra de Deus.— Se compõe de todos os que estão unidos em Cristo por

uma fé viva nEle com o O Filho de Deus e Salvador do Pecador, sem outros intermediários.

— Crê que Jesus é o fundam ento e a cabeça da Igreja.— Crê que Jesus é o único Salvador e o único mediador

entre Deus e o homem.— Não está disposta a aceitar as idéias católicas e nem

tam pouco reclama algum tí tu lo para si.

Sobre as Doutrinas

Igreja Católica

— Diz ser apostólica, fundada por Pedro e prega suas doutrinas baseando-se no fa to de ter sido fundada por Pedro e outros apóstolos.

— Aceita doutrinas baseadas em interpretações daqueles que chama "pais da igre ja", ou dos papas.

Igreja Evangélica

— As doutrinas cristãs e apostólicas são as da B íblia. O que os apóstolos ensinaram para doutrina da Igreja consta da Palavra de Deus.

8 Baseiam-se em Mateus 16 .18 , onde Jesus a firm a que a pedra sobre a qual Sua Igreja seria ed ificada é a afirm ação de Pedro "T u és o C ris to , o F ilh o do Deus v iv o " — versículo 16, e não o apósto lo .

R E LIG IÕ E S , S E ITA S E H ERESIAS

Papa Paulo VI aben­çoando os fiéis diante do Vaticano.

O C A T O LIC IS M O R O M A N O 81

Abaixo, uma lista de doutrinas que qs apóstolos pregaram e que a Igreja Católica tem m odificado:

— Cristo é o fundamento da Igreja

"Porque ninguém pode lançar ou tro funda­mento, além do que fo i posto, o qual é Jesus C ris to ." (I C oríntios 3.11)

— Cristo é a cabeça da Igreja

" , . . acima de todo o principado, e potestade, e poder, e dom ín io , e de todo o nome que se possa referir não só no presente século, mas no vindouro.

E pôs todas as coisas debaixo dos seus pés e, para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à Igreja." (Efésios 1.21,22).

— Cristo é o único mediador

"Porquanto há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, o hom em ." (I T im óteo 2.5)

A Igreja Católica tem m odificado estas e outras doutrinas, por isso, não pode chamar-se "apostó lica ". Além disso, criou e agregou muitas outras doutrinas e dogmas novos, por exemplo:

— A doutrina do p u rg a tó r io — 600 d.C.— O começo do papado — 380 a 600— A veneração de relíquias — 400— A canonização dos santos — 1000— O sacrifíc io da missa — 1100— Os sete sacramentos — 1215— A transubstanciação — 1215— A confissão auricular — 1216— A tradição — 1546— A in fa lib ilidade do papa — 1870— Autorização dos livros apócrifos na Bíblia — 1547— A venda de indulgência — 1563— Credo do papa Pio IV que in troduz iu novas doutrinas

- 1560.— A imaculada conceição de Maria — 1950

82 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E H ERESIAS

Igreja Católica

— Invoca, venera e adora os santos, colocando-os como mediadores entre Deus e os homens. Notemos a fla ­grante contradição com a Bíblia no ensinamento de Cristo e dos apóstolos:

"E u sou a porta. Se alguém entrar por m im , será salvo; entrará e sairá e achará pastagens." (João 10.9)

"Por isso também pode salvar to ta lm ente os que por ele chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles." (Hebreus 7.25)

"F ilh inhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos advogado jun to ao Pai, Jesus Cristo, o ju s to ." (I João 2.1)

Leia ainda: Atos 4.10; Mateus 7.7; I T im óteo 2.5; He­breus 4,16; 20.20 e outros.

— Ensina a confissão auricular e obrigatória ao sacerdote. Vejamos o que diz a Bíblia a respeito:

"Porque se perdoares aos homens as suas ofen­sas, também vosso Pai celeste Vos perdoará." (Ma­teus 6.14)

"Confessei-te o meu pecado e a minha in iq ü i­dade não mais oculte i. Disse: confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoastes a in iqu i­dade do meu pecado." (Salmo 32.5)

"Confessai, pois, os vossos pecados uns aos ou­tros, e orai uns pelos outros, para serdes curados. M u ito pode por sua eficácia a súplica do jus to .” (Tiago 5.16)

Sobre o Purgatório

A Igreja Católica ensina que existe um lugar chamado Purgatório, aonde vão parar as almas de todos os que partem desta vida. A li têm que purgar as manchas ou pecados veniais

0 C A TO LIC IS M O R O M AN O 83

que lhes tenham ficado desta vida terrena, antes de poderem entrar no céu.9

As orações de parentes ou amigos, bem como as missas, podem lhes ajudar a a liviar suas penas.10

As almas do purgatório padecem um torm ento m uito semelhante ao das almas do inferno, com a única diferença de que as últimas nunca poderão sair do inferno, enquanto que as do purgatório hão de sair de lá (não se sabe quando).11

Em toda a Bíblia não se encontra nem um. ind íc io de algum lugar chamado purgatório. A B íblia fala de dois luga­res: o inferno e o céu; não menciona nenhum lugar interm e­diário aonde vá a alma do defunto.

O sangue de Jesus Cristo é o único meio que Deus tem dado para lim par nossos pecados:

"Sendo justificados gratuitam ente por sua graça, me­diante a redenção que há em Cristo Jesus." (Romanos 3.25)

"C om efe ito, quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue, e sem derramamento de sangue, não há remissão-'' (Hebreus 9.22)

"Se porém, andarmos na luz, como ele está na luz mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu filh o , nos purifica de todo o pecado.” (I João 1.7)

As Escrituras ensinam que não se espera longo tempo depois da m orte para chegar ao céu, senão que o traslado é imediato:

"Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso." (Lucas 23.43)

"O ra, de um lado e de outro , estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente m elhor.” (Filipenses 1.23)

9 Pequeno D ic ioná rio C ató lico — A n tô n io Maia.

I 0 D ic ionário da D ou trina Católica — Pe. José Loürenço.

I I C oncílio de Florença — 1439.

84 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E HERESIAS

CONCLUSÃO

Estamos certos, depois do que vimos em síntese, que a religião com o aparatoso e arrogante t í tu lo CATOLICISM O APOSTÓLICO ROM ANO, nada tem de cristianismo.

Na verdade é uma descentralização do verdadeiro cristia­nismo como praticado pelos primeiros apóstolos, alicerçado em doutrinas falsas e dogmas humanos destituídos do verda­deiro espírito de Cristo.

Pedro nunca fo i papa da Igreja Católica. Paulo, escre­vendo aos Romanos, saúda a todos os seus amigos e coopera- dores que lá estavam (veja Romanos, 16.1-24) e não men­ciona o seu nome. Por que será que não inclu i na relação o nome de Pedro? acaso esqueceu?

Assim, estão arraigados quase todos os ensinamentos da Igreja Católica: sobre histórias fic tíc ias, tradições e manda­mentos dos homens e dogmas absurdos. Deus tenha com ­paixão dos católicos. Oremos e preguemos o Evangelho puro e v iv ificante para eles.

CAPÍTULO V I I I

XINTOÍSMO

Esta religião japonesa surgiu da adoração da natureza e dos ancestrais, em alguma época anterior ao século V I, quando apareceram os primeiros escritos. Em japonês, "s h ín tõ " quer dizer "cam inho dos ou para os deuses" e surgiu na época, para diferenciá-lo do budismo, que era então im ­portado já do continente chinês.

O X in to ísm o é fundam entalm ente um con junto de costu­mes e rituais, mais que um sistema ético ou moral. Seus segui­dores partic ipam de festas e peregrinações e valorizam a pu­reza cerim onial e a higiene corporal. M uitos xintoístas são também praticantes budistas.

A religião possui um com plexo de Kami, ou divindades, dentre elas a deusa do sol, conhecida como "governante dos céus".1 Também são venerados os imperadores deifiçados, espíritos guardiães de famílias, heróis nacionais, divindades de árvores, rios, cidades e fontes de água.

O advento dos deuses no X in to ísm o teve in íc io com cinco grandes divindades:2

— Amenominakanushi (Senhor do Augusto Centro do Céu)

— Takam imusubi (A lto Gerador do Deus Prodigioso)— Kamimusubi (D ivino Gerador do Deus Prodigioso)

Am aterasu, deusa que segundo a trad ição x in to ís ta , surgiu de trajes aban­donados de Izanagi, m arido da deusa Izanam i.

: The meaning o f S h in tõ .

86 R E LIG IÕ E S , SE ITA S E HERESIAS

— Umashiashikabihikoji (0 Mais velho soberano do Cá- lamo'

— Am enotokotachi (0 Eternamente Deitado no Céu)

A sequência prossegue com "as sete gerações divinas", dois deuses e mais cinco pares, que se m ultip licam infinita-

Completamente dividido entre o desenvolvimento (simbolizado na in­dústria} e a necessidade espiritual fo misticismo e a religiãoI, o homem moderno procura raízes no passado tendo o futuro como objetivo. Dentro desta equação, nenhum país representa melhor a divisão do homem dos nossos dias que o Japão.

mente. Existem também as divindades maiéficas e divindades representativas dos astros.3

OS RITOS FÚNEBRES

Uma vez que o cu lto dos antepassados desempenha papei proeminente no X in to ísm o, os ritos fúnebres possuem igual­mente grande valor. O elemento central do cu lto m ortuário é o mitamaya, “ casa augusta das almas” , pequeno cofre branco em cujo in te rio r se coloca a tábula tamashiro, "marca das aimas", que tem inscrito o nome do defunto com sua idade e ano da morte.

O mitamaya é considerado, pesa fam ília , o aítar dos ante­passados, diante do qua! realizam-se as oferendas devidas às almas e aos "kam is ".

X IN T O ÍS M O 87

Xintoísmo: procissão no paianquim sagrado.

3 A Study of ShintS, the reíigion o f the jspanese nation.

88 R E LIG IÕ E S , SEITA S E HERESIAS

OS LUGARES SAGRADOS

Variam de pequenas capelas à beira de caminhos até gran­des santuários nacionais, como no caso do kashikodokoro, santuário do palácio imperial de Tóqu io , construídos e dedi­cados à divindade ou às divindades.

Cada casa x in to ís ta tem um altar sagrado no qual está colocado um santuário de madeira em m iniatura, contendo tábuas em que estão inscritos os nomes dos ancestrais venera­dos.

Além de adorar a m uitos deuses, todos eles criados pela imaginação popular ou fe itos deuses pela benevolência eru­dita dos seus líderes, os x intoístas cultuam os seus antepassa­dos; práticas contrárias aos ensinamentos bíb licos e à vontade divina.4

4 Jeremias 22 .10 ; Ezequiel 24 .17; Lucas 20 .38; Apocalipse 14.13.

CAPÍTULO IX

TAOÍSMO

Juntamente com o Confucionismo, o Taoísmo in fluen­ciou a filoso fia e a cu ltu ra chinesa. Constitui-se na realidade de dois movimentos: a filoso fia (Tao Chia) e a religião (Tao Chiao). Ambos originam-se do filóso fo Lao-Tse, que, segundo a tradição, viveu no século V I a.C.

No livro Tao-tehking, a tribu ído a Lao-Tsé, afirma-se que o Tao (caminho ou rota) não pode ser expressado em palavras e nem pode ser defin ido.

A filoso fia do Taoísm o,1 adotando um naturalismo radi­cal, prega a aceitação de "todas as coisas em seu estado natu­ra l" e deplora a paixão, invenções desnecessárias, cerimônias a rtific ia is e atividades governamentais como a guerra e os impostos.

Há um interesse prático pela higiene, por problemas rela­tivos à d ietética e ao regime, e pela medicina. A moral sexual e a sobriedade nas obrigações cotidianas devem ser observadas como parcelas somáveis à cosmologia e ao m isticismo.

OS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

O Taoísmo filo só fico 2 concebe um p rinc íp io absoluto, o Tao, ina tivo e concentrado, cuja emanação gerou o que existe: "O Tao produziu o Um; o Um produziu os Dois (o yin

1 T a o is m : the pa rting o f the w a y .

2 Ib idem .

90 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E HERESIAS

Detalhe do Mural dos Dragões, cerâmica colorida, da época Ming (sécs. XIV-XVII). Na sua juventude, Confúcio manteve uma entrevista com Lao-Tsé, fundador do Taoísmo. Esse encontro marcou profundamente o jovem filósofo, que teria afirmado: "Sou incapaz de saber como o dra­gão sobe ao céu nos ventos e nas nuvens. Hoje vi o Lao-Tsé. Ele é como o dragão ".

e o Yang);3 os deis produziram os três (céu, terra, homem); os Três produziram as dez mil coisas."4

O Taoísmo religioso surgiu no prim eiro século sob a lide­rança de Chang Tao-iin, um líder religioso popular que curava os doentes e que fundou um grande número de mosteiros, conventos e templos. Mos quatro prim eiros séculos seguintes, Ch'ien-Chih destaca-se dentre os que lhe sucederam pelo fato de te r in s titu ído elaborados cerimoniais e dado nomes às di­versas entidades.

O Taoísmo caracterizou-se por grande número de seitas e sociedades. Desde um breve período de apoio estatal durante a dinastia T ang (618-907), tem sido a religião dos semi-alfa- betizados.

3 Y in , p r in c íp io fe m in in o negativo. Yang, p r in c íp io masculino pos itivo (videC o n fuc ion ism o j,

4 O tao ísm o e as relig iões chinesas.

TA O fSM O 91

LAO-TSE (604 a.C.)

O suposto fundador do Taoísmo nasceu, conform e nor­malmente se aceita, em 604 a.C., na província de Honan, China, mas não se sabe ao certo se ele realmente existiu. Seu nome significa apenas "o velho filó s o fo ".

Segundo a tradição chinesa, Lao-Tse nasceu com o nome de Li Erh. Viveu como recluso e tornou-se arquivista da corte Chou. Consta que em 571 a.C., ele encontrou seu contem po­râneo Confúcio, a quem repreendeu por sua vaidade e am­bição. Quando se aposentou, já em idade avançada, Lao-Tse viajou para o ocidente e nunca mais se ouviu fa lar dele. Diz a lenda que ao sair de Honan, o guardião da província pediu-lhe que escrevesse o que pensava sobre o Tao. Lao-Tse então criou o Tao Teh-King, te x to que se to rnou a base da filosofia taoísta.

O monge taoísta e o filósofo confuciano: duas visões do mundo e dos homens. Ao contrário dos confucianos, que pregavam a justiça social, os taoístas eram radicalmente individualistas. (Retratos de chineses da épo­ca Ming, século X IV , Museu P. Pezzoli, Mi Ião.)

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DOUTRINAS

O Taoísmo não dispõe de um corpo dou triná rio ou de um con junto de práticas estabelecidas mediante inspiração divina a um profeta ou um eleito. Ao contrário , pressupõe üma cosmovisão individual buscada no Tao, p rim eiro p rinc íp io do universo entrevisto ou sentido e não racionalizado — através do êxtase.

O SENTIDO DO COSMO

Qualquer elemento existente — mineral, vegetal ou animal— é influenciado pelo p rinc íp io absoluto do Tao que habita e opera em tudo e dele procede o destino de cada ser.

Em conseqüência, atua em qualquer elemento existente e a alma de cada coisa, em separado, expressa verdadeira parti­cipação do p rinc íp io universal. Só as almas que aprenderam o grande segredo da unidade reintegram-se no absoluto cons­ciente e captam o sentido do cosmo.

Viver de acordo com o Tao significa obedecer aos im pu l­sos naturais e afastar-se de todas as artificialidades. A passivi­dade e a harmonia são im portantes para manter a “ s im plic i­dade original da natureza humana".

O TAO ÍSM O MODERNO

O Taoísmo moderno, já se to rnou altamente instituc iona­lizado, caracterizando-se por numerosos deuses e seitas in­fluenciados pelas idéias budistas.

O uso da mágica e da superstição e uma ênfase exagerada em bênçãos terrestres como riqueza, vida longa, saúde, sabe­doria e outras coisas ligadas à terra caracterizam essa religião, que como as outras é to ta lm ente destituída do tempero evan­gélico de acordo com os ensinamentos de Jesus.5

5 Colossenses 3.1 ,2 ; Marcos 13 .11; Lucas 12.11; I Joâo 2.15; 5.19; Apocalipse 11.1 5,

CAPÍTULO X

O ISLAMISMO

0 Islamismo é a religião fundada pelo profeta Maomé (cerca de 570 a 632 AD ), em 622, em la tribe (atual Medina, Arábia Saudita). A palavra árabe Islã significa "submissão a Deus" e os seguidores dessa religião são denominados maome­tanos (seguidores de Maomé) ou muçulmanos (palavra fran­cesa que vem do árabe "m ussu lm in i" o que se entrega de corpo e alma a Deus).

No Islamismo não há sacerdócio profissional, e reco­menda-se aos seguidores que se abstenham de tom ar vinho. Além da aceitação e da récita do credo "chahada", o devoto tem mais quatro obrigações: a oração, o je jum durante o mês lunar de Ramadan, a d istribu ição de esmolas e uma peregrina­ção à cidade santa de Meca, se possível.

É uma religião missionária, mas os muçulmanos não con­sideram os judeus e cristãos como pagãos e geralmente permi- tiram-lhes que continuassem a praticar sua religião quando conquistados. Em séculos passados, os exércitos muçulmanos ocuparam grande parte da India e chegaram certa vez aos arredores de Paris.

O Islamismo, embora esteja agora tentando corrig ir, ado­tou certas práticas como a guerra, usada como meio de ex­pandir a religião e o Estado, a poligamia, a escravidão e in to ­lerância.

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RESUMO HISTÓRICO

0 fundador do Islamismo, segundo a onomástica árabe, chamava-se1 Abulgasim Mohammad ibn Abdullah ibn Abd al-M utta!ib ibn Hãshim. 0 nome Maomé vem de Mohammad e significa "a ltam ente louvado". Nasceu em Meca, na atual Arábia Saudita, provavelmente no ano 570 DC, f ilh o de um pobre mercador da tr ib o Quaraych. Seus pais morreram pouco depois do seu nascimento e ele fo i educado por um avô e mais tarde por um tio . Foi, em sua juventude, pastor e guia de caravanas de comerciantes.

Maomé casou-se com Khádidja, uma rica viúva bem mais velha que ele, quando tinha vinte e cinco anos. Estabeleceu-se então em Meca como próspero mercador e in iciou uma vida contemplativa. Quinze anos depois, na caverna do monte Hira, ao norte de Meca, Maomé diz te r tid o uma visão quando lhe fo i ordenado que pregasse. Diz te r tid o muitas outras revelações e visões de anjos e arcanjos. Em Hira, diz-se que apareceu a ele o anjo Gabriel que ihe deu um manuscrito para

Aqui a multidão correu ao encontro de Maomé. "E o fértil oásis de Yatrib passou a chamar-se Medina, a cidade do profeta."

1 Maomá e as grandes conquistas árabes.

0 IS LA M IS M O 95

ler e disse-lhe que ele era o profeta enviado de Deus aos homens.

Conta-se também que certa vez, no deserto, um eremita cristão fo i revelado que Maomé era profeta e identificou-o por uma mancha branca nas costas que dizia ser a marca que identificava o profeta. Maomé passou a ouv ir vozes que o mandavam pregar ou que lhe transm itiam certos ensina­mentos, registrados mais tarde no Alcorão.

A "Chamada”

Convencido da sua "cham ada", Maomé passou a pregar a sua dou trina .2 Os árabes o consideram como o único profeta de Deus. Possíveis descendentes de Abraão, através de Ismael, f ilh o de Agar, julgam ser o Islamismo o cum prim ento da promessa de Deus em Gênesis 17.20:

"Q uan to a Ismael, eu te ouvi: abençoá-lo-ei, fá-lo-ei fe­cundo e o m ultip licare i extraordinariam ente; gerará doze príncipes e dele farei uma grande nação."

Maomé conseguira alguns discípulos em Medina (colônia judaica ali residente). Esse nome, significa em aramaico "a c idade". Dos seus discípulos, o mais fie l era Abu-Bekr, com ­panheiro de todas as horas. Depois de uma conspiração dos coraixitas, Maomé fugiu, para não ser m orto, para Medina, chegando ali em 22 de setembro de 622, data que marca a Égira (emigração) e o in íc io do calendário muçulmano. A í fo i fundada ofic ia lm ente a sua religião.

Por interm édio de uma "revelação" de Alá, Maomé, che­fiando os muçulmanos, em 628, partiu para a invasão de Meca. Depois de um acordo com os coraixitas, entrando na cidade, destruiu todos os ídolos da Caaba (não con fund ir r jm Cabala) e anunciou o advento de uma era de paz e prosperidade geral. Decorridos cerca de dois anos, os vultos de maior projeção .em Meca já tinham aderido ao Islão.

Depois da sua morte, ocorrida em 08 de junho de 632, seu fie l d iscípulo Abu-Bekr empenhou-se na islamização das

2 Grandes Personagens da H istória Universal.

96 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E H ERESIAS

tribos e empreendeu expedições para a conquista da Síria e da Pérsia. Abu-Bekr fo i m orto em 634 e teve como sucessor Omar, que governou durante dez anos e estendeu os dom í­nios do Estado Islâmico até a India, vencendo as forças de Bizâncio para tom ar a Síria e a Palestina, bem como o Egito e outros te rritó rios pertencentes ao Império Persa. Omar fo i assassinado em 644 e Othman o substitu iu à frente do já então Império Muçulmano. Othman dedicou-se a redigir a versão de fin itiva do Alcorão. Governou até 655 e fo i m orto por A li, cunhado de Maomé, que seria o quarto dos califas eleitos. Depois dele, a chefia dos muçulmanos passou a ser hereditária.3

A Expansão do Islamismo

Antes do aparecimento de Maomé, os árabes viviam em tribos. Eram politeístas e não tinham governo centralizado. Maomé, através da religião, contro lou toda a Arábia e à me­dida que dominava os povos, pela guerra, impunha-lhes também a religião muçulmana. Surge então o Império Árabe, politicam ente falando. A conquista das terras para o Estado do Islão tornou-se então o prim eiro fa to r, enquanto a prega­ção da religião seria a conseqüência das conquistas.

Após a m orte de Maomé (632), os quatro primeiros ca li­fas (sucessores de Maomé) expandiram o islão. A derrota do Império B izantino em Damasco (635) e Jerusalém (638) e a do Império Persa em Nehavend (643) marcaram o in íc io dessa expansão. Depois, englobaram o Egito e a Líb ia, mes- clando-se com os povos berbere, egípcio e outros. A dinastia Omíada (661-750) sem grande preocupação religiosa, empe- nhou-se em ocupar Ifr ik ia e o Magheb ao norte da Á frica.

O general muçulmano T a rik ,4 aproveitando a confusão po lítica em Ceuta, atravessou o estreito de G ibra ltar e deu in íc io à conquista da Espanha (711), sob o dom ín io visigouu. O reino franco também fo i invadido. A ú ltim a realização dos Omíadas, fo i a fundação do Em irato de Córdoba em 756, seis

3 Ibidem .

4 A Expan.são M uçulm ana.

0 IS LA M IS M O 97

anos depois de já estabelecido o califado denominado Abás- sida.

A máxima expansão dos árabes, no século X I, já não correspondeu a um im pério unido, pois governavam califados independentes.

Atualm ente, entre as principais áreas de influência do isla- mismo, estão o Oriente Médio, norte da Á frica , Ásia Oci­dental e numerosas comunidades nas Filipinas, Indonésia e Malásia; essa influência aumenta rapidamente ainda, nos países africanos do sul do Saara. É a segunda maior religião do mundo, com mais de meio bilhão de adeptos.

Facções do Ssfamismo

Antigos debates sobre o "C a lifa ” (sucessor de Maomé) levaram às cisões dentro do Islamismo. As mais importantes ocorreram com os sunitas, os xiitas e os kharidjitas que diver­giam em relação às cerimônias e leis. Outros movimentos mais modernos incluíram os bahis e os wahabis.5

 Literatura do Islamismo

O ALC O RÃO — "A l Q uran" ou Corão — Essa palavra signi­fica "recitações". Contém as revelações místicas de Maomé. Segundo o profeta, o A lcorão é inspirado por Deus.6

Num tota l de 114 surates (capítulos) e 6.226 versículos, o A lcorão é um con junto de dogmas e preceitos morais e, se­gundo os muçulmanos, a única fonte do d ire ito , da moral, da administração etc.

É na realidade, uma mistura de zoroastrismo, judaísmo, budismo, confucion ism o e ainda boas porções do Novo Testa­mento, interpretados pela fé rtil mente de Maomé.

SUNA — Uma coleção de tradições (provérbios morais e anedotas) que identificam a tradição árabe com o Islamismo.

- As Grandes religiões.

C o rfn tios 1 1.4.

98 R E LIG IÕ E S , SEITAS E HERESIAS

Muçulmanos orando na Mesquita de Badshahi, em Lahore, Paquistão.

U M A — Este, estabelece a crença de que a maioria dos mu­çulmanos não poderia concordar em erro. 0 A lcorão, a Suna e o Ijma são os três alicerces da doutrina islâmica.

A LG U M AS D O U TR IN AS DO 1SLAMSSMO

A TR IN D A D E — 0 Islamismo não aceita a doutrina cristã da Trindade.7 Acredita no Espírito Santo como uma força que emana de Deus e vê em Jesus Cristo apenas um profeta depois de João Batista.

DEUS — O Islamismo prega a unidade de Deus e também a sua unicidade. É o mesmo Deus de Abraão que term inou sua revelação em Maomé.

7 I J o io 4 .6-10.

0 IS LA M IS M O 99

JESUS CRISTO — Maomé é considerado "o ú ltim o dos pro­fetas” , aquele que veio depois de Adão, Noé, Abraão, Moisés e Jesus. Nesse caso, nega a Jesus todos os a tributos e concei­tos que o cristianismo Lhe dá ou Lhe a tribu i.'0,

O CÉU — O Céu é um "super-oásis” , o sonho de um povo que vive no deserto. Nele, os bem-aventurados que seguiram os preceitos do Senhor, encontrarão rios de leite, mel e vinho e m ultidões de virgens com olhos negros de Gazela. A posição in ferior que a m ulher ocupava nos clãs patrilineares dos be­duínos era perpetuada no céu.

Os soldados m ortos em Guerra Santa para expandir o Islão, tinham entrada garantida nos oito círculos do paraíso, mesmo antes do julgam ento fina l. Lá de cima poderiam ouvir os gritos que vinham do inferno e molestar com chacotas os condenados.

O INFERNO — 0 inferno do Islamismo nada tem de espe­cial, apenas óleo fen/ente e fogo para aqueles que não segui­ram aos preceitos de Alá.

A O RAÇÃO — Os muçulmanos rezam cinco vezes por dia: ao amanhecer, ao meio-dia, durante a tarde, no crepúsculo e à noite. Nas orações que têm por objetivo dar graças e g lorificar a Alá (Deus), o fiel senta-se sobre os calcanhares com as mãos estendidas na direção de Meca. A liturg ia pública principal ocorre na sexta-feira ao meio-dia, geralmente nas mesquitas (templos).

Costumam rezar também com o rosto no chão em de­monstração de submissão, respeito e adoração a Alá.

IMAGENS — Homens, animais, plantas e pedras são criação divina e por isso os homens não devem recriá-los. Embora entre os turcos apareçam livros muçulmanos com miniaturas que representam imagens, a proibição continuou para os re­cintos religiosos, e quase sempre para o rosto de Maomé.

A PREDESTINAÇÃO — Para os muçulmanos, o homem tem um destino traçado. Quando acontece qualquer coisa, diz

* Gálatas 4 C4; Efésios 4.1 3; Coiossenses 2*9.

100 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E HERESIAS

o árabe: "estava e sc rito !" Se, por uma contradição inexplicá­vel, acontecer qualquer desgraça, aí, diz-se ser o homem res­ponsável pelos seus atos. Foi conseqüência deles . . .

A G UER R A — Chamava-se "Guerra Santa", toda a guerra que se fazia para expansão do Islamismo. Tinha entrada ga­rantida no céu quem morresse nessas guerras (os muçulma­nos).''Maomé. massacrou aqueles que se colocavam em seu caminho. Certa vez, sanguinariamente, depois de massacrar um exército que havia invadido Medina enquanto estava em Meca, enterrou perto de seiscentos homens na praça do mer­cado de Medina. Assim queria Alá! . . ,9

A C A A B A — No in te rio r da Caaba (espécie de tem plo pa­gão) existiam 360 ídolos: o sol, a lua, os astros, o destino, vários espíritos ou anjos, e entidades sobrenaturais relaciona­das com a morte.

Era uma espécie de panteão dos espíritos tribais dos be­duínos. Maomé, quando entrou em Meca com seu exército, destruiu todos os ídolos da Caaba, deixando apenas a grande pedra negra, que segundo a tradição fo i trazida do céu pelo arcanjo Gabriel.

A Caaba era considerada o centro da terra. A pedra negra, possivelmente teria sido um m eteorito. Era sím bolo de A lá e diz-se que estava prim itivam ente no céu.10

PEREGRINAÇÕES A C A A B A — Foi aconselhada por Maomé (pelo menos uma vez no ano) e é uma das mais an ti­gas tradições do povo árabe. Já existia antes de Maomé, de­pois dele, a peregrinação à Caaba ganhou novo significado.

PECADO O R IG IN A L — Alá criou o mundo, o homem e também os anjos. Feitos de luz e destituídos de sexo, os anjos são liderados por quatro arcanjos: J ib ril, K ikha il, Israfii e Izrail.

Um dos anjos, Iblis, por te r se recusado a adorar o homem recém-criado, fo i expulso do paraíso e provocou o

9 Mateus 5.21,22.

10 Caaba era in ic ia lm en te o nome da pedra que se encontra na mesquita de Meca, esse nome, po r extensão, passou a denom inar o p ró p rio tem plo .

0 IS LA M IS M O 101

ex ílio de Adão e Eva; o Islam, porém, desconhece o pecado orig ina l,11 uma vez que o erro de Adão não recaiu sobre sua descendência. !bIis comanda um exército de.demônios feitos de fogo.

ESCATO LO G IA — A história humana term inará, segundo a escatologia islâmica, com o ju lgam ento fina l, que será prece­dido por acontecimentos terríveis, como, por exemplo, a vinda de personagens maléficos ou propícios: O Mahdi, es­pécie de Messias; o A n ti-C ris to , falso messias que aparecerá entre o Iraque e a Síria; e Cristo, que matará o A n ti-C ris to .12

CONCLUSÃO

De uma ou outra form a, o Islamismo crê nas doutrinas do judaísmo, da qua! uma vez ou outra tira ingredientes para m isturar com doutrinas de outras religiões. Disse Maomé: "E u acredito em Deus, em seus afijos, livros e mensageiros, no ú ltim o dia, na ressurreição dos mortos, na predestinação por Deus, no bem e no ma!, no julgam ento, na justiça, no paraíso e no fogo do in fe rn o ."

Não resta dúvida de que Maomé fo i um falso profeta. A medida que fo i dom inando as nações e o seu próprio poderio fo i aumentando, as "revelações de Deus" mudaram de estilo e começaram a responder diretam ente às questões de po lítica local e beduína, tornando-se por isso, muitas vezes obscuras para nós.

Seus ensinamentos chocam-se muitas vezes com os ensina­mentos de Jesus que dentre outras coisas, afirm ou que o Seu reino não era desse mundo . . .

"Porque surgirão falsos cristos e faisos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos." (Mateus 24.24)

■ 1 Romanos 5 .12; 8„3; Hebreus 10.17.

: M oham m edanism ; an h is to rica l survey.

CAPÍTULO XI

O ROSACRUCIANISMO

Há, de im ediato, grande d ificu ldade para quem estuda o culto Rosacruz: é o fa to de várias organizações pretenderem ser a única seita Rosacruz verdadeira.

Hoje em dia, por exemplo, há duas organizações, uma chamada Ordem dos Rosa Cruzes (Antiga e Mística Ordem Rosae Crucis) e a outra, Sociedade dos Rosa-Cruzes. Cada qual pretende possuir a verdade em detrim ento da ou tra .1

Diante disto, há muitas divergências quanto à origem ver­dadeira desta seita. Embora m uitos historiadores rosa-cruzes situem a origem do cu lto na época dos faraós egípcios, antes do nascimento de Cristo, os primeiros vestígios concretos do que posteriormente fo i denominado Fraternidade Rosa-Cruz, encontram-se na Europa em 1597. Naquele ano, um a lqu i­mista percorreu a Europa procurando criar uma sociedade dedicada às pesquisas alquímicas. Sabe-se m uito pouco deste homem, mas atribuem a ele a autoria de um livro com a primeira constitu ição rosa-cruz.

Em 1614, fo i publicado um outro livro, in titu lado "A Reforma Gerai do M undo". Esta obra incluía a história da ordem.

HISTÓRICO

Segundo o livro "A Reforma Geral do M undo” , um ado­lescente chamado pelo nome de CRISTIANUS ROSEN-

1 As Sociedades Secretas.

0 ROSACRUCIANISMO 103

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Aatio M . p ç , m

Primeiro documento rosa-cruz, datado de 1614.

KREUZ, fo i enviado a um mosteiro para aprender o grego e o latim . Aos 16 anos, um monge o levou a uma peregrinação à Terra Santa. O monge morreu no meio do caminho, em Chipre, e Rosenkreuz fo i deixado sozinho. V iajou para a Arábia e andou pelo Egito, onde estudou com os sacerdotes, voltando à Europa com a intenção de u tiliza r seus conheci­mentos para a fundação da ordem.

Como não conseguiu nada na Europa, Rosenkreuz regres­sou à Alemanha. A li, reuniu lentamente alguns discípulos. Segundo consta, morreu com a idade de 150 anos. As pessoas da época diziam que ele não morreu porque tinha que morrer, mas porque quis! . . .

104 R E LIG IÕ E S , SEITA S E HERESIAS

Em 1604, seus discípulos abriram a sepultura e encontra­ram no in te rio r inscrições estranhas e um manuscrito de letras douradas. Com o passar dos anos, a organização se tornou cada vez mais secreta. Podiam invocar espíritos e diziam pos­suir o dom da invisibilidade! Eram habilidosos em encontrar pedras preciosas e a finalidade ofic ia l da Ordem era redes- cobrir os segredos da ciência, sobretudo da medicina.

Diz-se que cem anos depois de sua fundação, a ordem dos Rosa-Cruzes sofreu muitas perseguições por parte dos maçons, o que fez com que se introduzisse na ordem muitos usos e costumes maçons.

Os rosa-cruzes possuem atualmente cerca de cem templos no mundo in te iro . Nos Estados Unidos, o movimento possui dois ramos. O maior e mais poderoso é a Ordem dos Rosa Cruzes (Antiga e Mística Ordem Rosae Crucis — AMORC), cuja sede, o Templo Supremo da América do Norte e Sul, está localizada no Parque Rosa-Cruz em São José, na C alifó r­nia.2 Suas revistas, Rosicrucian Digest e Rosicrucian Forum tiram 2.000.000 de exemplares, e insistem m uito sobre o tema da fraternidade universal. Esta organização conta com mais de 50.000 membros e opõe-se firm em ente à outra seita norte-americana, a Sociedade Rosa-Cruzt3 que considera um movim ento dissidente.

M A X H E IN D EL

A Sociedade Rosa-Cruz fo i fundada por Max Heindel, que se dedicou desde jovem ao estudo do ocultism o. Diz-se que durante um transe m ístico4 recebeu autorização de um mestre anônimo para escrever suas opiniões sobre os ensina­mentos de Rudolp Steiner, grande estudioso da história e dos princípios rosa-cruzes, que havia sido seu professor na Eu­ropa.

2 O D om fn io da V ida.

3 A tua lm en te d irig ida pela viúva de Max Heindel, apóstolo do Rosacrucianismo m oderno, que d is tr ib u i as reimpressões dos livros de seu marido e inúm eros panfletos e cursos por correspondência.

4 The Rosicrucian Philosophy.

0 R 0 S A C R U C 1A N IS M 0 105

Max Heindel afirm a ter recebido, mediante práticas psico- espíritas, não só princípios, mas também doutrinas contidas nas suas obras. Em 1911, fundou uma pequena impressora no su! da Califórnia e publicou ali uma série de livros e opiniões pessoais sobre o m ovimento rosa-cruz. Sua atividade ficou lim itada aos escritos, porém após sua morte, sua viúva pros­seguiu em sua obra enviando publicações para todas as partes do mundo.

Os principais movimentos da ordem, considerados em conjunto , contam com aproximadamente 100.000 adeptos e graças às diversas publicações e propagandas pode ser conside­rada uma força poderosa no mundo atual. Na opinião dos estudiosos no assunto, o m ovim ento rosa-cruz é um dos que mais cresce no mundo.

Existe na Alemanha a FR A TE R N ID A D E G ERM ÂN IC A DOS ROSA-CRUZES que diz ser a única e autêntica fra te rn i­dade rosa-cruz e não reconhece as obras de Max Heindel.

A AMORC

A AMORC, como as demais ramificações rosacruzes, afirma ser a continuação de uma sociedade que teria seu nas­cim ento em uma escola de m istério, de sabedoria secreta, no antigo Egito, durante a X V III Dinastia, ou no reinado do Faraó Amenhotep IV, cerca de 1350 a.C.D

Segundo essa organização, Francis Bacon é reconhecido como autor de fo lhetos sobre a Fama Fraternitaris Rosae Crucis, em 1610 e o Confessio Ft:. C:. Fraternitaris, em 1615, primeiras publicações rosacruzes a aparecerem com a propagação da imprensa.

A finalidade dessa institu ição, segundo suas publicações, pode ser entendida na observação dos seguintes aspectos:

— Descobrir os mistérios do ser.— A dualidade do Eu.— Conhecimento in tu itivo .— Conhecimento das leis da natureza.

5 O DomíYiio da V ida.

106 RELIG IÕ E S , SEITAS E HERESIAS

— Conhecimento além dos cinco sentidos.— Consciência cósmica.— Uma existência mais plena.

Naturalmente, esse é o ponto de partida. Daí, o neófito , que é arrebanhado mediante propaganda por correspon­dência, na sua maioria, vai se embrenhando no cam inho do m isticismo e de experiências ditas miraculosas.

Os Rosacruzes perdem-se em especulações filosóficas, atrapalham-se em estudos metafísicos e enovelam-se em as­suntos de ordem religiosa. 0 que dizem acerca de assuntos como a cruz, os mundos, a evolução do homem, a evolução universal e outros, fogem completamente às verdades enun­ciadas na Bíblia, a Palavra de Deus. Basta uma pequena "o lh a ­dela" nos seus ensinamentos para descobrir quão falsos são. O que há na realidade, é uma empresa m u ito bem montada, amparada por grande propaganda, com o in tu ito de vender livros e cursos, além de manter um quadro enorme de "asso­ciados" que contribuem mensalmente para com a Ordem.

A D O U TR IN A RO SACR UCIANA E A B ÍB L IA *

JESUS6 — "F o i um espírito pertencente à evolução humana como também o fo i Gautama Buddha. O espírito de Cristo que entrou no corpo de Jesus era um raio do Cristo cósmico. Jesus teve várias encarnações."

A T R IN D A D E 7 — "O Pai é o Iniciado mais elevado entre a humanidade do Período Saturnino. A humanidade comum desse período são agora os senhores das mentes."

"O F ilho (Cristo) é o Iniciado mais elevado do Período Solar. A humanidade desse período são agora os arcanjos."

* Fontes: The Rosicrucian P hilosophy — Max H eindel; The Cosmo-Con- ception or M ystic C ris tian ity — Max H eindel; The M ystica l In te rp re ta tio n o f Christmas — Max H eindel; As Sociedades Secretas — C iayton M atthews; O Caos das Seitas — Van Baalen.

6 João 3.16; Mateus 24.23; II C o rín tios 5.19; Colossenses 3.11; I João 2.22.

Mateus 28.1 9; I C o rín tio s 1 2.4-6; Efésios 2.1 8; Apocalipse 1.4,5.

0 R O S AC R U C IA N ISM O 107

"O Espírito Santo (Jeová) é o Iniciado mais elevado do Período Lunar. A humanidade comum desse Período são agora os An jos.”

O ESPIRITO SAN TO 8 — É necessário que todos os seres, sejam eles elevados ou baixos na escala da existência, pos­suam veículos de expressão para uso em qualquer mundo em que queiram manifestar-se. Mesmo os Sete Espíritos ante o Trono, hão de possuir esses veículos essenciais que, com o é natural, são diferentem ente condicionados para cada um dEles, Coletivamente, Eles são Deus e constituem a Divindade Tri-uma, e Ele se manifesta de maneira diferente através de cada um dEles".

D IV IN D A D E DO HO M EM 9 — "H á progresso in findo , pois somos divinos como nosso Pai no céu, e não pode haver lim itações.”

PAN TEÍSM O 10 — "Perguntaríamos: Que quereis dizer por natureza? Bacon diz que Deus e a natureza diferem apenas como a impressão difere do selo . .

P A T E R N ID A D E 11 — "Se não houver um Ego buscando in­corporação através dos cônjuges, seus esforços serão in fru tífe ­ros . . . sabemos que se m isturarmos hidrogênio com oxigênio em determinadas proporções, sempre conseguiremos água; sa­bemos que a água escorrerá sempre m orro abaixo; e assim todas as ieis da natureza são invariáveis, de maneira que, se não houvesse ou tro fa to r além da m istura quím ica do sêmen e óvulo, haveria sempre um desfecho. E esse fa to r desconhe­cido e invisível é o Ego reencarnador que vai aonde lhe apraz e sem o qual não pode haver prole. Se o inqu irido r orar fervorosamente ao anjo Gabriel, que é o embaixador do Re­gente da Lua na Terra e, portan to um fa to r prim o na geração

8 Lucas 11.13; I Pedro 4 .14 ; I saías 4.4 ; João 14.17,

9 Jó 9 ,2 ; Mateus 19 .26 ; A tos 5 .38 ; II T im ó teo 3.13; Efésios 4 2 -9.27.

* 0 M a te u s 1 1 .2 4 ; I Jo ão 4 .8 ; I T im ó te o 1 .1 7 ; Isa ías 6^3 ' z. ' i11 Mateus 11.25; 28.19; João 1.14; Atos 1.4; a = ~e-os £•» acrmic Q l

108 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E HERESIAS

Acima: Templo Supremo no Parque Rosa-cruz, S. José, Califórnia, onde são realizadas as con­vocações fraternais. À direita: Vista do Leste.

de corpos (vide a B fbiia), pode ser que valha para trazer o resultado desejado.

A melhor hora é na segunda-feira ao nascer do soí, e da lua nova até a cheia".

O R A Ç Ã O 12 — "Santificado seja o teu nome : oração do es­p ír ito humano ao Espírito Santo para o corpo do desejado.

Venha o teu reino: oração do Espírito v ita l ao filh o para o corpo v ita l" .

A C R IA Ç Ã O — "N o p rinc íp io de um dia de Manifestação, um certo Grande Ser (só no mundo ocidental chamado Deus) limita-se a uma determinada porção do espaço, na qua! Ele resolve criar um Sistema Solar para a evolução da consciência adicional dos sentidos. Tudo começa com a Substância Radi­cal Cósmica que é uma expressão do pólo negativo do Espí­rito Universal, enquanto o Grande Ser Criador que nós cha­mamos Deus (do qual nós, no caráter de espíritos, fazemos parte) é uma expressão da energia positiva do mesmo Espírito absoluto Universal Da operação de um sobre o ou tro , resul­tou tudo que vemos ao redor de nós.

12 Salmo 141.2; A tos 6 .4 ; 12 .2 ; Hebreus 10.22; .João 16 .23,24; Sslrfi© 18 .41 .

0 R O S A C R U C IA N IS M 0 109

Ora, há sete mundos, não separados por espaço ou dis­tância (como acontece com a Terra em relação aos outros planetas) e sim pela sua velocidade de oscilação . . . mas, cada mundo, assim como o homem, passa por sete Períodos de renascimentos. Os nomes dos sete Períodos são os seguintes:

1. Período de Saturno.2. Período Solar.3. Período Lunar.4. Período Terrestre.5. Período de Júpiter.6. Período de Vênus.7. Período de Vulcano.

Esses nomes nada têm a ver com os nossos planetas; são apenas os nomes rosacrucianos dos sucessivos renascimentos de nossa terra.

Os períodos de renascimento, são o acesso à divindade. Quando tiver passado por estes períodos, o homem será igual a Deus "A d q u ir iu força de alma e mente criadora como resul­tado de sua peregrinação através da matéria. Avançou da im ­potência para a Onipotência, da nescidade para a Onis- ciência."

Como podemos observar, embora os rosacruzes afirmem não serem uma religião, seus ensinamentos nos provam o con­trário . Suas doutrinas chocam-se fronta lm ente com a B íblia, a qual ainda têm a ousadia de mandar consultar para ratificação de alguns ensinamentos.

Como na maioria dos casos no espiritualismo, os rosa­cruzes crêem na evolução do espírito até a divindade. Um absurdo. Não existe literalm ente nada que essa gente não saiba e explique. Julgam-se os donos da verdade e por mais sábio que seja o homem, se não afinar com o diapasão deles está apenas "com eçando".

A lm ejam , no fim de tudo, serem Deus. Sabemos a h istória de um anjo que teve a mesma intenção, V ide Ezequiel 2 8 !!!

Os verdadeiros cristãos se contentam em serem servos de Deus no presente e têm a grande esperança de servi-Lo na vida eterna. Mateus 5.12.

CAPÍTULO XI!

MAÇONARIA

Basicamente falando, a Maçonaria é uma sociedade se­creta de fins filan tróp icos e hum anitários com uma filosofia religiosa semelhante ao deísmo inglês do começo do século X V III.

É lógico, entretanto, que a Maçonaria já se d iv id iu sobre­maneira, de tal form a que não existe hoje um padrão maçom que possa ser aplicado a todas as suas divisões. Conseqüente­mente, a definição de Maçonaria dependerá do País no qual é praticada; da filoso fia própria de cada uma de suas divisões ou ainda do conceito que se lhe a tribu i.

UM A R E LIG IÃ O FALSA?

Embora alguns maçons façam questão de afirm ar que a Maçonaria não é uma religião, as mais aitas autoridades maçó­nicas do mundo se referiram a ela como ta l.1 Do D icionário de Maçonaria tiram os a seguinte defin ição que nos deixa claro o seu aspecto religioso:

"É um sistema sacramental que, como todo sacra­mento, tem um aspecto externo e visível, consistente de seu cerim onial, doutrinas e símbolos e ou tro aspecto in­terno, mental e espiritual, ocu lto sob as cerimônias, dou­trinas e símbolos, e acessível só ao maçom que haja

1 A Maçonaria e A Igreja Cristã, pag. 1 2-1 6,

M A Ç O N A R IA 111

aprendido a usar a imaginação espiritual e seja capaz de apreciar a realidade velada pelo sím bolo ex te rno ." (W ilmshurst, The Meaning o f Masonry)

A Maçonaria não é uma igreja; entre tanto em seu aspecto religioso inegável e insofismável, é um culto. Exige dos candi­datos a crença em Deus e na im orta lidade da alma, o que inclui a existência fu tu ra . Chama Deus de "O Grande A rq u i­te to do Universo" e o cu lto a Ele consiste principalm ente nas boas obras, através das quais se aguarda a salvação. Visam seus adeptos a ting ir um padrão moral acima do das demais pessoas e crêem que esse padrão lhes garantirá condições para habitar na Glória.

Analisando a Maçonaria à luz das Sagradas Escrituras se chega a conclusão que é anti-cristã, deísta e racionaüsta e que

agora, um tanto excêntrica —

112 R E LIG IÕ E S , SEITAS E H ERESIAS

se enquadra perfeitamente no rol das religiões e se tas 'Bisas. Procuraremos neste pequeno esforço mostrar a incomoarà: - dade que há entre o cristianismo b íb lico e essa socieòace secreta.

H iSTÕRICO

A Maçonaria surgiu nos meados do século X V II quando as associações de pedreiros livres da Inglaterra deixaram de ser simples associações profissionais para adm itirem como membros honorários gente da nobreza, do clero anglicano e outros profissionais liberais. Em 1717, fo i fundada a Grande Loja de Londres, pelo reverendo anglicano James Anderson e peio huguenote refugiado Jean Théophile Desaguliers. Seus principais princíp ios, no in íc io foram ; tolerância religiosa; fé no progresso da humanidade; fé em Deus; certo racionalismo que exclui as formas exteriores da religião organizada como Igreja; aversão contra o sacerdócio ofic ia l e contra a fé em milagres e outros.

Essa organização social dos pedreiros2 livres deu origem logo a seguir a cerca de 1700 Lojas ou Oficinas, como são chamados os locais de reunião da Maçonaria. Em 1730, os ingleses in troduziram as Lojas nos Estados Unidos. Nesse país está o maior número de maçons do mundo.

SALO M ÃO FO! M AÇOM ?

É m uito discutida a origem da Maçonaria. Alguns autores situam-na nos prim órd ios da antigüidade orienta l, outros admitem que o seu fundador fo i Hiram A b if, a rqu ite to do tem plo de Salomão, que teria sido um maçom; outros ainda, que deriva de corporações operárias criada por NUM A, em 715 a.C. Certo au to r maçom afirm ou que Jesus usou muitos ensinamentos maçons em sua doutrina e que a origem da maçonaria se perde na noite dos tempos . . .

No Brasil a Maçonaria teve in íc io nos tempos do Império e afirm a ter in flu íd o grandemente da história nacional, prin-

2 A palavra maçom vem do francês e s ignifica "p e d re iro " , na sua e tim o log ia .

M A Ç O N A R IA 113

cipalmente na Independência. M uitos vultos históricos da vida nacional tiveram seus nomes ligados de uma ou outra maneira à Maçonaria.

A tradição impede o ingresso de mulheres, embora a fir­mem os maçons que nada acontece lá dentro que a m ulher não possa saber ou conhecer e que a sua proib ição é pura­mente trad ic ional. Já existe em todo o mundo e especial­mente nos Estados Unidos a Maçonaria fem inina organizada nos mesmos padrões da Maçonaria secular.

A verdadeira origem da Maçonaria está, como vimos acima, na socialização dos pedreiros livres da Inglaterra; o mais é lenda e fantasia.

0 5 SEGREDOS M AÇÓNICOS

Muita lenda e superstição gira em to rno da Maçonaria. Os maçons não estão preocupados em desfazê-las pois lhes agrada serem vistos pelos menos esclarecidos como pessoas misteriosas, super-dotadas, anormais, diabólicas ou coisas assim. Riem daqueles que fazem m istério acerca de suas vidas e se divertem da "ignorânc ia " dos profanos (nome que se dá ao não maçom).

Os "segredos m açónicos" constam de símbolos, alegorias, ritos, cerimônias, sinais de identificação, doutrinas filosóficas ou dogmas religiosos que já foram ocasionalmente revelados. 0 maior segredo do qual o neó fito tom a conhecim ento ao penetrar na Maçonaria é o fa to de saber que na realidade a coisa não é nada daquilo que pensava.

Os "a ltos segredos", de um modo gera), são ritos, dogmas e mistérios tirados do judaísm o e do paganismo babilón ico e egípcio que misturados no caldeirão maconico dão um caído semelhante ao que é ingerido pelas sociedades espiritualistas.

A Maçonaria, para defender-se. pode afirm ar que fora dela há também o secretismo, entre tanto è bom afirm ar que há diferença entre um assunto secreto e um privativo. Numa fam ília , firm a ou igreja, pode haver assuntos privativos os quais mudam ou desaparecem, mas na Maçonaria, estes são secretos e firmes.

Na Igreja Evangélica nada há em ocu lto ; tudo é fe ito à vista de todos e as suas reuniões privativas nada têm de secre-

114 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E H ERESIAS

tismo, pois tal coisa entra em choque com os ensinamentos da Palavra de Deus.3

A ESTRUTURA DA M A Ç O N A R IA

A Maçonaria é organizada em Ritos, sendo estes divid idos em graus. 0 r ito Escocês tem 33 graus, equivalentes aos 10 graus do r ito York. Cada grau procura ensinar uma moral. Os graus 1 a 3 são os mesmos nos dois ritos acima mencionados. Ao a ting ir o grau 3 o maçom tem que escolher o r ito Escocês ou o Y ork, se pretender subir a escada hierárquica.

O rito Escocês tem 33 graus que são conhecidos por nú­meros ou títu lo s . Os do rito Y o rk são conhecidos apenas por títu los .

— Os juramentos'. Para cada grau da Maçonaria há um juram ento específico. Muitas vezes os maçons con fun­dem as suas juras com as promessas evangélicas. O fa to é que o maçom jura não revelar coisas que ainda nem conhece!

— O ritua l de iniciação : Para o 1.° grau — Apren­diz, lhe é posta uma venda nos olhos e com vestes especiais é conduzido à porta do tem plo onde afirm a ser um profano que está v indo para a luz da Maço­naria. Pode um crente fie l fazer ta l afirmação sem con­tra ria r a Palavra de Deus? Assim, semelhantemente se sucedem os rituais para cada grau . . .

— Os símbolos'. Instrumentos de pedreiro e arqu ite to são m uito usados, bem com o aqueles usados pelos sacerdo­tes no Antigo Testamento. O Delta, triângu lo que tem no centro um olho que representa todos os a tributos da divindade, fica acima do trono do Venerável Mestre entre o Sol e a Lua que representam as forças do sumo Criador. O esquadro representa a moralidade; o nível a igualdade e o prüm o, a retidão.

3 João 13„20; Efésios 5.11-13; Levíticos 5.4; D euteronôm io 29.29; Mateus 5.14-1 6„

M A Ç O N A R IA 115

— O Culto \ O 2 .° Código maçónico diz que o verdadeiro cu lto a Deus consiste nas boas obras. No ritual para o candidato a Mestre Maçom (Grau 3), o Venerável abre e encerra o trabalho em nome de Deus e de um pa­droeiro, no caso, São João da Escócia. É latente a blasfêmia em ligar o nome de Deus a de um santo padroeiro.

— As orações: Fazem orações, entretanto não as fazem em nome de Jesus como ensina a Bíblia, nem tam ­pouco fazem citações a Ele ou menção do Seu nome. Parece que nunca leram João 14.13 ss.

— Cerimónias fúnebres: Nos funerais há uma cerimônia na Loja, sem a presença do falecido; outra em uma Igreja ou residência, e outra no cem itério. Em todas elas a salvação pelas obras é enfatizada e diz-se estar o falecido passando da Loja Terrestre para a Loja Celes­tia l, o que logicamente implica no fa to de crer a Maço­naria que o seu adepto está salvo; salvação sem Cristo e seu sangue expiador. Veja João 10.1-9.

POR QUE NÃO PODE UM V E R D A D E IR O CRISTÃO SER MAÇOM

1. A Maçonaria ensina que as boas obras podem levar o ind ivíduo a ating ir um padrão tão elevado de moral, pu­reza e justiça que ao morrer ingressa na Loja Celestial. Isso se contradiz com a Palavra de Deus que ensina a salvação peia graça, por meio da fé. Efésios 2.5-8.

2. A Maçonaria exige que se jure guardar segredos que ainda não se conhecem previamente. Tal procedimento pode levar o adepto a desmerecer a soberania moral do Senhor ern ocasiões que a Maçonaria venha a exigir.

O secretismo maçom faz do adepto um elemento fe­chado e sem condições de esclarecer determinadas si­tuações. Veja o que diz a Bíblia em Mateus 5.14-16.

3. O secretismo maçom se opõe ao plano divino. As socieda­des secretas se caracterizam pela sua origem pagã e são

11S R E LIG IÕ E S , S E ITA S E HE RE S IA S

0 Venerável Mestre empunha o malho, e traz ao peito o " Olho da Providência".

repugnantes à Palavra de Cristo e ao caráter do Cristia­nismo.

4. Â Maçonaria é uma sociedade que prega a fraternidade, ou seja, a comunhão entre todas as pessoas. Exige que se jure solene fraternidade entre os seus adeptos. Como adm itir isto se Cristo disse não poder haver comunhão entre a luz e as trevas?

A Palavra de Deus nos pro íbe o jugo desigual com os infié is e ordena que saíamos do meio deles. V ide II Corín- tios 6.14-18; I C orín tios 15.33.

5. A Maçonaria chama a Deus de 0 Grande A rq u ite to do Universo, entretanto parece ser o "deus” da Maçonaria um deus diferente do da Bíblia, Vejamos:

— A Maçonaria não crê ns Trindade. {1 J o io 2 ,23)4— A dm ite que pods levar qualquer pessoa A Loja Celes­

tia l, desde que esta seja maçom e pratique as boas obras. (I João 2.23)

— Aceita qualquer nome para Deus: A lá, Brama, Buda, Krhisria, Zum bi ou qualquer ou tro . Todos são id e n tif i­cados com Jeová. Dessa maneira, o deísmo, filoso fia

4 Maçonaria e Sgreja C rista.

M A Ç O N A R IA 117

herética é praticada pela Maçonaria, (Deuteronôm io6.15,15).

A Maçonaria é uma sociedade profanadora onde existem símbolos, ritos, dogmas e mistérios, oriundos do ju ­daísmo e do paganismo egípcio e babilónico. Cerimônias e objetos b íb licos são usados com finalidades diferentes ao bel-prazer maçónico em um flagrante desrespeito às Escrituras Sagradas.

O Deus da Bíblia continua a ser " 0 Deus Zeloso" que não consente ser representado por imagens e concepções falsas que lhe são abomináveis. Apenas Jesus Cristo é uma representação digna de Deus. Eie só é a sua expressão tangível. (Hebreus 1.3).

Com respeito ao Senhor Jesus Cristo no período de 12 aos 30 anos, diz a Maçonaria simbólica que H - seus ar­quivos conservados religiosamente pelos monges do Tibete no Himalaia, aos quais foram confiadas tradições e documentos da maçonaria egípcia, consta que Jesus per­maneceu durante anos com os monges do T ibete sendo ali conhecido com o nome de Profeta Issa.

Saindo do convento, Jesus teria passado a pregar tudo aquilo que aprendeu com os "veneráveis monges''. Dentre os ensinamentos de Jesus, o que existe na verdade são fragmentos da doutrina maçónica . . .

Não sei se os maçons escreveram isso para que acredi­tássemos ou para que déssemos risadas. No segundo caso, queremos dizer-lhes que apreciamos sobremodo o seu senso de humor.

Embora a B íb lia não descreva a vida de Jesus durante esse período, coisa sem im portância, pois seu m inistério se desenrolou após os tr in ta anos, quando se dava a maio­ridade judaica; no L ivro de Marcos, cap. 6, versículo 3, vemos logo no in íc io do Seu m in istério que Ele era co­nhecido como " o ca rp in te iro ". Se Ele tivesse saído do Convento, d iriam : "N ão é este o monge; ou o sacerdote; ou coisa parecida? Ademais, pelas palavras dos seus amigos não apenas nesse tex to , pode-se sem nenhum es­fo rço deduzir que Ele passou a sua mocidade exercendo a profissão de seu pai, José.

118 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E H ERESIAS

Não pode ser maçom um verdadeiro cristão; pois crenças como esta devem causar repúdio ao verdadeiro servo do Senhor. Julguem os leitores, com a B íblia na mão e a cons­ciência voltada para Deus se tal coisa pode acontecer. . .

CAPÍTULO Xífi

O ESPIRITISMO

Livros e mais livros têm sido escritos sobre o espiritismo nos seus diversos aspectos. O povo evangélico brasileiro, pa rti­cularmente, dispõe de algumas obras significantes quanto a história, doutrinas e refutações bíblicas no que se refere a essa seita-religião que de acordo com as denominações que recebe, mostra a manifestação de satanás no meio do "seu povo".

A palavra espírito vem do Gr. "pneum m a", sopro, exal­tação, sopro vita l, espírito. O sufixo Gr. ''ism ós '', indica dou­trina filosófica religiosa, daí, espiritismo.

A doutrina espírita universal resume-se em cinco pontos básicos que servem de ponto de partida para as demais d o u tr i­nas:1

1. Existência de Deus — Inteligência cósmica responsável pela criação e manutenção do Universo.

2. Existência do Espírito — ou alma, envolvido pelo pe- risp írito , conservando a memória mesmo após a m orte e assegurando identidade individual a cada pessoa.

3. Lei da Reencarnação — Pela qual, todas as criaturas, sucessivamente, vão evoluindo ao plano intelectual e moral, enquanto expiam os erros do passado,

4. Lei da Pluralidade de Mundos — A existência de vários planos habitados que oferecem um âm bito un i­versal para a evolução do espírito.

The h is to ry o f m odem sp iritua lism .

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5. Lei do Carma — ou da casualidade moral, pela qual se interligam as vidas sucessivas do espírito , dando-se-lhe destino condizente aos seus atos praticados.

HISTÓRICO

A primeira sessão espírita teve lugar no Édem, onde a serpente serviu de médium, Satanás de guia e Eva de assis­tente. A té hoje, as sessões espíritas são feitas com esses ele­mentos: os médiuns, os demônios ou guias e os assistentes.2

Desde a queda do homem no Édem, o espiritismo passou a ser praticado. Em determinadas épocas com mais intensi­dade do que em outras, porém o diabo nunca deixou o homem, seu fie l “ cavalo".

E claro, que não podendo comungar com Deus e os anjos, por te r sido lançado do céu, nem com os homens, por terem estes corpos físicos, o diabo e seus anjos só podem viver no espaço, entre o céu e a terra, que aliás, Deus não achou bom ao criar, visto estar reservado para a habitação dos seres de­caídos.3

Como é impossível a Satanás a comunhão com Deus, o astuto anjo decaído, juntam ente com seus seguidores, pro­cura habitar entre os homens e o faz através de encarnações mediúnicas, encostos ou usando outros métodos com o: "p ro ­tegendo” , "a judand o" etc.

Querem, estes seres, o poder da expressão; daí usarem preferivelmente o homem, de quem usam as faculdades para mesmo que disfarçadamente o levar ao afastamento de Deus e à destruição. São inim igos de Deus, rebeldes e predestinados para o lago de fogo, para onde não querem ir sozinhos.4

Entre os cananeus e os egípcios era comum a prática da fe itiça ria .5 Os gregos tinham o costume de consultar orá­culos. Pitágoras, que viveu de 580 a 500 a.C cria na transmi-

2 Gênesis 3.1-6

3 Gênesis 1.6,7; Ezequiel 28.

4 Mateus 25.41.

5 É xodo 9 .1 1 ; 8 .7 ; D euteronôm io 18 .9-14; I Samuel 28 .1 -15 ; I C o rín tios 10.3; etc.

0 ESP IR IT ISM O 121

gração das almas (metempsicose). Entre outras afirmações de Pitágoras encontramos a que diz que os astros são deuses.

Entre os romanos era comum a prática de consultar os mortos. As Sibilas, lendárias sacerdotizas de Apoio, viviam na S icília e eram médiuns que adivinhavam ou prediziam o fu ­turo. 0 próprio Alexandre, O Magno, consultou uma dessas sacerdotizas, após o quê partiu para a conquista do mundo.

Na Idade Média houve uma verdadeira praga de fe it i­ceiros, bruxas, endemoninhados famosos etc. A Igreja Cató­lica queimou centenas deles na fogueira da inquisição.

O ESPIRITISMO MODERNO

O espiritism o moderno é o desenvolvimento das práticas espíritas antigas, Franz A n ton Mesmer, médico alemão, uma curiosa m istura de gênio, pesquisador e charlatão, assombrou a Europa com seus prodígios na prática do espiritism o e hipnotism o. Achava que os astros eram responsáveis pelas doenças e começou suas experiências em 1774.

Swedemborg, contemporâneo de Mesmer, era um filóso fo m ístico que dizia te r recebido de Deus poder para explicar as Escrituras (como A llan Kardec) e comunicar-se com o ou tro mundo.

As americanas Magie e Katie Fox, deram in íc io de fin itivo ao espiritism o moderno, em Hydesville no Estado de Nova Iorque em 1848. O espírito de Charles Rosna, assassinado com a idade de tr in ta e um anos, começou a se com unicar com essas irmãs através de estalidos de dedos e pancadas. Porções de esqueleto humano foram realmente encontradas na adega, o que deu ao fa to divulgação tão grande que atraiu pessoas de todas as camadas sociais. Ao que tudo indica, mais tarde, as irmãs Fox desfizeram as crenças que haviam d ifu n ­dido, contando suas fraudes.

As práticas espíritas eram chamadas antigamente, como podemos notar nas páginas das Escrituras, de necromancia ou magia. Seus praticantes, eram chamados de: magos, pitonisas, adivinhos, bruxas, fe itice iros etc. Os centros, tendas ou te r­reiros eram chamados oráculos, cavernas ou antros.

Hoje, dependendo do ramo a que pertencem, os nomes são diversos. Desde o Vodu até o " a lto " espiritism o, a es­

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sência é a mesma. Através dos tempos, têm sido redutos do espiritismo, a China, a India, o Tibete, o Haiti, a Á frica, o Brasil e os povos indígenas em geral. 0 Brasil é hoje o líder mundial do espiritismo que tem seu foco principal no Estado do Rio de Janeiro. Em uma estatística publicada em uma de nossas revistas, afirmava-se que 70% dos católicos brasileiros são freqüentadores de centros espíritas.

Podemos, para efeito de estudo, d iv id ir o espiritism o, da seguinte form a:

— Espiritismo comum.— Baixo espiritismo.— Espiritismo c ien tífico .— Espiritismo Kardecista.

Espiritismo comurí) — Quiromancia, Cartomancia, Grafologia (Um ramo), H idromancia, Astrologia etc.

Baixo espiritismo — Espiritismo pagão, incu lto , sem dis­farce . . . encontramos nessa classificação: Vodu, Candomblé, Umbanda, Quimbanda, Macumba (sem formas nem d o u tr i­nas), e outras manifestações.

Espiritismo científico — Também chamado A lto espiritismo, Espiritismo O rtodoxo, Espiritismo profissional ou Espiri­tualismo.

Aqui, encontramos inclusive "sociedades" que se dizem filosóficas, teológicas, científicas ou beneficentes. Satanás coloca nomes bonitos, que apelam na maioria das vezes para o intelecto. Pura farsa . . . normalmente suas doutrinas são diferentes das de A llan Kardec.

Ecletismo, Esoterismo, LBV, Teosofismo, Rosacru- cianismo e outros "ism os" que fazem parte de uma lista imensa que poderíamos fazer, também se enquadram nessa classificação.

Espiritismo Kardecista — O espiritism o praticado no Brasil. Tem como base as obras de A llan Kardec, o cod ificador das crenças espíritas.

H ippo lyte Léon Denizard Rivail (1804-1869), tom ou o pseudônimo de A llan Kardec, porque acreditava ser ele a reencarnação de um poeta celta com esse nome. Começou seu movimento em 30 de abril de 1856, na França, onde depois

0 E SP IR IT ISM O 1 23

de abandonar a medicina e a Igreja Católica, passou a escrever as obras que o tornaram a figura principal do espiritism o moderno. Entre outros livros, escreveu: O Evangelho segundo o Espiritismo, O Livro dos Médiuns. O Céu e o Inferno e Gênesis.

De uma ou de outra forma, o espiritismo tem se alastrado em todo o mundo e torna-se uma ameaça terrível à hum ani­dade. Deus, fe lizm ente, nos ú ltim os tempos, tem levantado o Seu povo para lu tar contra as investidas satânicas.

PRINCIPAIS TESES DG ESPIRITISMO B R A S ILE IR O

1. Possibilidade e conveniência de comunicações com enti­dades espirituais desencarnadas.

2. Crença na reencarnação.

3. Crença na " le i da causa e do e fe ito ". Não podemos es­capar às conseqüências de nossos atos.

4. Crença na pluralidade de mundos habitados. A terra é considerada um planeta de expiação. Seus habitantes são espíritos exilados de ou tro planeta, que Francisco Cândido Xavier chama de Cabra ou Capela. 6

5. Não há distinção entre o natural e o sobrenatural, nem entre religião e ciência. Não há graça. 0 progresso relativo dos indivíduos depende exclusivamente do m érito pessoal acumulado nesta e em encarnações posteriores.

6. A caridade é a v irtude principal — talvez única — e se aplica tanto aos vivos como aos m ortos (desencarnados).

7. Deus, embora existente, é por demais longínquo e se perde na distância incomensurável de um ponto espiritual que mal podemos vislumbrar.

8. Mais próxim os estão os "gu ias" (espíritos que se incor­poram nos médiuns), im portantes no cu lto espírita, e que

6 A Cam inho da Luz.

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nos ajudam por amor. Também existem os maus e por estes, os vivos é que precisam fazer a caridade.

9. Jesus Cristo é visto como a grande entidade encarnada — a m aior que já apareceu no mundo. O Evangelho fo i rs in­terpretado, segundo o espiritism o, no famoso liv ro de Alian Kardec — O Evangelho segundo o Espiritismo.

ALGUMAS D O U TR IN AS ESPÍRITAS

Possibilidade de comunicação de espíritos mortos com os vivos — Deus, na Sua Palavra proíbe explic itam ente ta! prá- tica ,7 por ser enganosa. Na realidade, são os demônios que se fazem passar por pessoas mortas. A B íblia declara que aos homens, é perm itido ou ordenado morrerem uma só vez, vindo depois disto o ju ízo. Veja Hebreus 9.27,28.

A Reencarnaçao — Classificam os espíritos, de um modo geral, em quatro categorias: imperfeitos, bons, superiores e puros. Essa doutrina anula a idéia de salvação e invalida a obra da redenção do pecador mediante a m orte de Nosso Senhor e Salvador Jesus C ris to .3

Salvação — Crêem que se aperfeiçoam pela evolução espiritual através do sofrim ento e pela prática de Boas Obras. A B íblia nos mostra que a salvação só se alcança mediante a fé em Jesus Cristo como Salvador, e nunca m eritoriam ente.9

Existência de diferentes mundos, para habitação dos espíritos em vários estágios de evolução espiritual. Usam João 14.2, onde Jesus diz que na casa do Pai há muitas moradas, como base bíb lica para essa doutrina.

7 D euteronôm io 18.9-14; Isaías 8 .19,20 ; Levítico 19.31; Ê xodo 22.18; Levíticos 20.6

8 Hebreus 9.27; João 9 .2 ,3 ; Lucas 16.22-29; Filipenses 1.21-24; Apocalipse 14.13; Jó 10.21.

9 João 1.12; 3 .16; 5 .24; 6 .47; A tos 16.31; Romanos 3 .10-12; 22 .38 ; Isaías64.6.

O E SP IR IT ISM O 125

A expressão de Jesus diz respeito a "m u ito lugar", mos­trando a am plitude do reino de Deus, e não a divisões com ­partimentais do universo conform e pretendem .10

Fora da caridade não há salvação — Em Efésios 2.8,9 encon­tramos: "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus. Não vem de obras para que ninguém se g lorie".

No versículo seguinte (10), Paulo esclarece que as boas obras são conseqüência da vida daquele que é salvo por Cristo, e não a causa de sua salvação.

Deus existe, mas está longe demais e só se manifesta por meio de intermediários — os "gu ias". Toda a B íblia ensina que Deus nos busca, quer comungar conosco e nos é inteiramenteacessível.11

Jesus é um homem que alcançou grande desenvolvimento es­p iritua l — Uma das grandes preocupações do diabo é tentar provar ao homem que Cristo não é Deus. O espiritismo, claro, sua religião de base, não poderia deixar de adotar esse satâ­nico ensinamento.

Que Jesus é Deus, não restam dúvidas. Os livros de Teolo­gia estão por aí para, se não bastarem os fatos, nos ensinar, entretanto, a B íblia nos fornece em larga escala referências a is to .12

O espiritism o julga ser, ele próprio , a ' Terceira Revelação", pretendendo ser o Espírito Santo prom etido por Jesus. A firm a que a primeira revelação veio através de Moisés, a segunda, através de Jesus, a terceira é o espiritism o, que com­plementa a segunda! Os leitores devem estar lembrados que Joseph Smith Jún io r também veio com a mesma história acerca do L ivro de Mórmon. A B íblia não concorda com tais afirmações.13

10 João 3.3 .18; Lucas 23.43, etc.

11 João 14.23; Isaías 55.6; 59.1; Levíticos 19.31; 20 .6 ; D euteronôm io 18.9-12; Isaías 8 .19,20 , etc.

12 João 1.1; Mateus 16.15-17; Joâò 6.38; Mateus 1.23; Filipenses 2.10; Apocalipse 17.14; etc.

13 Gálatas 1.8,9; I T im ó teo 4.1.

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Nega a existência do céu, inferno» condenação eterna e sobre­tudo do diabo. Aliás, uma das maiores preocupações do diabo é tentar provar à humanidade que ele não existe. Assim acon­tecendo poderá fazer o que bem entender e ficar desper­cebido. Grande idéia . . . Veja o que a Bíblia diz acerca dessas coisas:

— Existência do Céu: Lucas 23.43; Mateus 5.12; F ili- pensies 3.20; Colossenses 15; Apocalipse 21 e 22.

— Existência do Inferno: Mateus 5.29,30; II Pedro 2,4; Mateus 25.31.

— Existência do Diabo: Mateus 25.41; Apocalipse 20.10; Efésios 4.27; Tiago 4.7.

— Existência de Demônios: Apocalipse 12.9; Mateus 25.41; Lucas 4.33, etc.

O espiritismo nega todas as doutrinas básicas da fé cristã. Os livros, jornais, revistas e publicações espíritas nada têm de cristão. Espiritismo cristão não existe. É mero ró tu lo . Cristo é apenas um espírito a mais ou no governo da terra ou no mundo dos espíritos.14

De Ailan Kardec

Aliar, Kardec, o “papa" do Espiritismo.

14 À margem d o Espiritism o - Imbassahy; O R eform ador — J o rn a l; O Nosso — Jom al de Yokaanam ; Obras de A ilan Kardec; S p ir it o f T r u th and S p ir it o f E rro r — K s ith Brooks.

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Entre as seitas ou sociedades secretas ligadas ao Espiri­tismo, bem como certas práticas, temos ainda: O loguismo, o Faquirismo, o Manuseio de Serpentes, o Culto do Mago Abram elim , o Culto das Bruxas, o Culto do Pavão, Culto ans Discos Voadores, Culto aos Duendes e Fadas, etc.

Estejamos certos também de que o mesmo Satanás que incita o homem a lhe cultuar, também o faz esquecer-se de Deus levando-o à incredulidade e ao materialismo, bem como ao ateísmo ou mesmo a uma vida m onótona e "sossegada", desligado da Igreja de Cristo estabelecida na terra. Os verda­deiros cristãos não podem ficar parados . . . essa é que não!

CULTOS ESPIRITAS

1. Umbanda

A Umbanda é um misto de espiritismo kardecista, cato­licismo, budismo e mediunismo. Não tem um corpo de dou­trinas defin ido e está se estabelecendo rapidamente no Brasil.

Os terreiros de Umbanda aparecem da noite para o dia, principalmente nos bairros mais pobres das cidades p ra ti­cando a fe itiçaria e prometendo resolver os problemas dos necessitados.

A palavra Umbanda quer dizer "d o lado de Deus, ou do b e m ".15 Essencialmente é religião de magia e fe itiçaria, po li­teísta, fetichista e m itológica, m u ito semelhante ao Can­domblé.

A tônica da Umbanda é a adoração e subserviência aos orixás (deuses) que aparecem sempre como forças divinizadas da natureza que se incorporam nos médiuns "evo lu ídos" para fazerem o bem. Quanto aos Exus (espíritos opressores ou obsessores), são representados em sua maioria por forças ne­gativas representativas de tudo o que não é bom, como por exemplo: adultério, prostitu ição, pederastia, contendas, morte, maldade etc. São estes ú ltim os, os freqüentadores de encruzilhadas, cemitérios, florestas, pântanos e coisas desse jaez.

1 5 Umbanda e Quimbanda.

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0 orixá é adorado, servido e m otivo de orgulho para o médium (ou cavaio). A eie se faz oferendas e para ele, banhos de purificação ou preparação do ambiente (casa ou terre iro) com insenso ou perfumes.

O exu é evitado. Quando em uma seção se incorpora, é logo afastado, muitas vezes depois de ser doutrinado. Em alguns terreiros aconselha-se fazer-lhe oferendas para que se afaste, em outros essa oferenda é fe ita para cob rir uma outra que já lhe fo i feita e colocá-lo assim ao serviço do ú ltim o ofertante.

Tipos de reuniões

1. Linha branca — Muitas vezes se apresenta como Centro de Mesa. O dirigente fica sentado a uma mesa tendo ao redor os médiuns. Quase sempre usam o nome de Jesus para dar abertura à reunião. Algumas mesas têm perfumes e flores; em raros casos também aparecem as velas.

Em algumas cerimônias do espiritismo, particularmente da Umbanda e Candomblé, nota-se as mesmas características cerimoniais católicas e de algumas religiões orientais.

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Os médiuns concentram-se e sob sons de cânticos os pretos veíhos e os caboclos se manifestam. De uma maneira geral não incorporam orixás para que não se m isturem com os antepassados. Nesse tip o de reunião, pode-se consultar espí­ritos de pessoas que morreram recentemente.16

2. Terreiro — 0 Pai ou mãe de santo, normalmente ves­tido de branco, dirige a "g ira ” ao som de palmas e pontos. Todos se vestem de branco ou com a roupa preferida do seu guia e dançam sob o batuque do "a tabaque" (espécie de tam bor sagrado).

À medida que as entidades vão se incorporando, os médiuns vão "prestando a caridade" aos assistentes. A cada reunião a evolução do médium é observada. Chegar a Pai de Santo ou Mãe de Santo é o ideal da maioria deles. Dizemos da maioria, porque m uitos estão ali forçados por um problema ou uma doença. Nesses casos, após uma consulta, lhes fo i d ito que precisavam desenvolver, que o mal era espiritual etc. Dessa maneira m uitos crédulos têm se deixado arrastar para as teias malignas do Espiritismo.

Explicações, passes e bênçãos são dados aos interesseiros que se dirigem às reuniões nas horas de d ificuldade. 0 "você precisa desenvolver" é m u ito comum, entretanto, após resol­vido o problema a maioria não vo lta mais, até uma outra necessidade.

Sabemos que há m uito charlatanismo nos terreiros e que podem ex is tir muitas supostas manifestações, entretanto sabemos que na maioria dos casos os espíritos realmente in­corporam; não espíritos de pessoas que morreram, mas demô­nios, ilud indo ao povo e muitas vezes operando sobrenatural­mente.

2. Quimbanda

Umbanda e Quimbanda são semelhantes. É m u ito comum a realização de sessões de quimbanda nos terreiros de um ­banda. Embora sejam semelhantes não são iguais; embora usem freqüentemente os mesmos pontos e invoquem as

16 Eclasiastés 9.5 ; Salmo 11 5.1 7.

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mesmas entidades, há grande rivalidade, pelo menos teórica entre as duas. Somente quem já viveu nesse ambiente e parti­cipou de suas reuniões pode compreender exatamente a d ife ­rença existente. Na maioria das vezes nem os próprios "p a is " ou "m ães" de santos compreendem perfeitam ente o lim ite entre um e outro culto.

A d ificu ldade existe por causa do grande sincronismo que existe entre as duas formas de espiritism o. Na maioria dos terreiros, vê-se uma m istura dos dois cultos, entre tanto, anali­sando basicamente cada uma delas, podemos notar as tendên­cias de cada terre iro.

1. A Umbanda dedica-se à prática do bem, embora algu­mas vezes faça o mal a alguma pessoa.

2. A Quimbanda preocupa-se m uito mais em fazer o mal, atendendo solicitações de seus adeptos ou admi­radores.

3. Uma das práticas mais comuns na Umbanda, é "desfa­zer" o trabalho ruim , normalmente fe ito pelos adeptos da Quimbanda.

4. Na Quimbanda, uma das práticas mais comuns é re­forçar ou fazer um trabalho m aior do que fo i fe ito na Umbanda no in tu ito de agradar mais aos exus para obter seus favores, para o bem ou para o mal.

5. Na Umbanda, as flores, velas, perfumes e enfeites pre­dominam nas oferendas.

6. Na Quimbanda, a predominância está no sangue, no sacrifíc io de animais.

7. Na Umbanda, as cores branco e azul são as preferidas.8. Na Quimbanda, o preto e o vermelho predominam.9. A Umbanda se divide em sete linhas (agrupamentos

de espíritos que trabalham nas macumbas), que se dividem em sete falanges, que por sua vez se subdi­videm em falanges pequenas. Cada falange pequena se divide ainda em sete grupos etc. Cada linha é che­fiada por um orixá (caboclos com nomes de santos. A té o nome de Jesus entra nessa . . .) e cada falange, por um ogun (espíritos de índios que têm a finalidade de fazerem o trabalho de demanda.

10. A Quimbanda tem a mesma divisão sistemática da Umbanda, sendo que os chefes das linhas e falanges

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são Exus. Exu é uma divindade diabólica na m ito logia africana, o mesmo que diabo ou espírito maligno, que segundo eles, também fazem o bem . . .

11. Frase comum na Umbanda: "Deus é pai de todos . .12. Frase comum na Quimbanda: "Deus é bom mas o

diabo não é mau".

Culto aos demônios

Os exus recebem vários nomes e atuam em vários lugares. Formam um exército numeroso e estão sob as ordens de Satanás a quem adoram abertamente principalm ente na 2.a feira de carnaval. A Satanás, são oferecidos trabalhos san­grentos e perversos. Coisa curiosa é que os quimbandistas têm satanás com o chefe principal, mas crêem em Deus e têm São Miguel Arcanjo, o p ro te to r da Umbanda, como objeto de veneração.

Enquanto nos Evangelhos os demônios são combatidos, no espiritism o eles são servidos, agradados e até mesmo ado­rados, como no caso da Quimbanda.

É m uito comum, por exemplo, ver-se em uma sessão de Quimbanda, pessoas sob a influência dos exus rasgarem com os dentes o pescoço de uma galinha, bebendo-lhe o sangue e usarem a pólvora para simbolicamente destruírem os seus in i­migos.

Nesse cu lto demoníaco, há exus protetores de prostitutas, de pederastas, de viciados, de valentões, de ladrões etc. Muita bebida, principalm ente cachaça (marafo) é consumida por seus adeptos, embora essa seja uma característica m aior da Macumba.

3. Candomblé

Candomblé é um cu lto fe tich ista semelhante à Q uim ­banda. Talvez o le ito r esteja se perguntando: Mas se a Um ­banda é Semelhante à Quimbanda e se a Quimbanda é seme­lhante ao Candomblé, todos então são semelhantes? Sim, todos são semelhantes, mas não iguais, conform e já vimos na comparação entre Umbanda e Quimbanda.

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Filha de santo de Oxum, deusa orixá das águas. Fazer a cabeça é uma das práticas ca­racterísticas do can­domblé.

É o mesmo espírito que opera nesses cultos: satanás e seus demônios. Altera-se a form a, os nomes e os rituais, porém a essência é a mesma em todas as sessões onde se pratica o espiritism o, seja ele a lto ou baixo, de mesa ou de terreiro, c ien tífico ou incu lto .

O ocultismo

0 ocultism o no Candomblé é segredo mesmo para aqueles que o praticam. Praticamente não existem livros sobre o can­domblé, suas doutrinas, seus rituais e sua prática. 0 que se sabe a seu respeito, são declarações de pessoas que saíram

0 E SP IR IT ISM O 133

daquele lamaçal e entregaram suas vidas ao Senhor Jesus Cristo. Acontecem coisas no Candomblé que se fossem pub li­cadas, a polícia, a saúde pública e até mesmo Organizações que lutam pelos d ire itos humanos tom ariam providências a respeito.

Para se te r uma idéia da diferença entre o Candomblé e a Umbanda e Quimbanda, podemos anotar o seguinte:

1. O sangue do candomblé é verde. Seu segredo baseia-se nas folhas e ervas que usam nos trabalhos. Umas se destinarn a fazer o mal, outras o bem. A maioria delas vem da A frica, por contrabando.

2. O Umbandista, achando o "o r ix á " poderoso demais para ser facilm ente invocado, chama espíritos desen­carnados e espíritos menores para os representarem. O Quimbandista Adora ao Exur ao próprio satanás, a quem faz oferendas, embora creiam também nos orixás. 0 Candombiista tem os orixás como deuses ou espíritos bons, supiicados para o cliente conseguir fa­vores. Faz-se sacrifícios e oferendas aos exus, mas so­mente para afastá-los.

. 3. O Candomblé não invoca “ pretos velhos" ou "a lm as", pois como já dissemos, os orixás constituem sua p rin ­cipal veneração.

4. Misturas de ervas com pós, terra de lugares santos, pedras e coisas desse tip o são feitas para a obtenção de várias finalidades. Pó do amor; bebida para fechar o corpo: pó da sedução; banhos para afastarem mau olhado, inveja ou para receberem benefícios, são re­ceitados por suas mães de santos ou babás. É claro que por trás disso tudo existe um grande comércio de bugingangas na exploração da ingênua fé do povo.

5. O Candomblé, em cerimônias como o Ossê (p u rif i­cação) Bori (expiação) Otá (sacrifício) Ofertas das primícias, proibições de comer certas comidas e Urr.peza do acampamento, é uma m istificação demo­níaca de práticas do A ntigo Testamento para enganar o povo.

6. No Candomblé, o âmago dos sacrifícios são as pedras que representam deuses e que após uma obrigação de sangue são batizadas com o nome do respectivo orixá.

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7. Por trás dos sacrifícios sangrentos do Candomblé, das oferendas de comida e dos banhos, há um poder maligno que quer contro lar e destru ir a vida de seus seguidores.

8. A prática de "faze r cabeça” é uma maneira de se vender a alma ao orixá. É uma chantagem diabólica que obriga a pessoa a renunciar, enquanto vive à sua própria salvação. Daí os adeptos do Candomblé julga­rem que nunca mais o poderão deixar. Para estes, é boa essa palavra de Jesus:

"Se pois o F ilho vos libertar, verdadeiramente sereis livres." (João 8.36)

Advertências Bíblicas

1. Não cu ltuar aos astros nem forças celestes: Deuteronôm io 4.19.

2. Não conservar material dessas religiões falsas: Deutero­nômio 13.17.

3. Não m u tila r o corpo: Deuteronôm io 18.9-12.4. Não praticar a fe itiçaria: Deuteronôm io 18.9-12.5. Não consultar aos astros (horóscopos): Isaías 47.13.6. Não praticar o espiritismo sob qualquer form a: Deutero­

nôm io 32.17,20,21,39; II Crônicas 33.6.7. Não servir a mais ninguém, além de Deus: Josué 24.20.8. Não queimar incenso: II Reis 22.17.9. Não sacrificar animais: Salmo 50.9; Isaías 1.11 ss.

10. Não entrarão no céu os fe itice iros e idólatras: Apocalipse 22.15.

4. Macumba

O term o é genérico e comumente empregado em relação a Umbanda, Quimbanda, Candomblé, Vodu, bem como aos seus rituais ou oferendas. É chamado candomblé (Bahia); tambor-de-mina, tambor-crioulo (Maranhão); xangô (Per­nambuco, Alagoas); babaçuê (Pará); Curimba etc.

Os espíritas praticantes de qualquer dos cultos acima cita­dos, preferem considerar a macumba como uma form a pro­fana e liberal na prática do mediunísmo.

0 ESP IR IT ISM O 135

De modo geral, pode-se considerar como Macumba, o cu lto fetichista, de origem africana e de prática popular, sem normas, formas, doutrinas ou proibições.

Acontece de tudo nos terreiros de macumba. Há uma mistura de orixás, exus, pretos-ve lhos, almas desencarnadas, espíritos de luz etc. De acordo com cada te rre iro , são aceitos ou rejeitados ou comungam da mesma maneira todos os espí­ritos.

Quanto aos rituais, assimilam dos demais cultos espíritas as suas práticas, porém sem nenhum compromisso sério. Fazem de tudo. No Rio de Janeiro, principalm ente na Bai­xada Fluminense e em São Paulo, na chamada Periferia, esses terreiros são m u ito comuns. É claro que as ' tendências" de cada terre iro estão de acordo com os princíp ios do pai ou mãe de santo que os dirige.

A prática desse cu lto , como os demais cultos africanos, começou aqui no Brasil com os escravos africanos. Após a Lei Aurea, continuaram a praticar o cu lto que fo i aos poucos angariando adeptos, principalm ente dentre os pobres e favela­dos.

Hoje, pode-se ver m uita "gente boa” nessas reuniões. Filas de carros se fazem defronte a terreiros de macumba, oriundos de todas as partes da cidade. É comum observar-se com tristeza, dentre os praticantes, inclusive, muitas crianças, às vezes de colo . . .

As Sessões de Macumba

As sessões são também chamadas giras ou engiras e de um modo geral seguem a seguinte ordem:

1. Limpeza espiritual do te rre iro com defumador. O cambono (auxiliar) defuma prim eiram ente médium por médium, depois o te rre iro e às vezes também os assistentes. Chamam a isso de "descarga".

2. Cum prim entos pelos médiuns ao babalaô (chefe do te rre iro) e aos atabaques (homens que tocam um tam bor com esse nome).

3. O ogã (elemento que puxa o ponto) inicia os cânticos de pontos com os quais saúdam os orixás.

136 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E H ERESIAS

4. Prece de abertura onde oxalá (Jesus) e os orixás dão licença para a realização da sessão.

5. Ponto para despachar o exu (satanás) e chamada dos guias. Há terreiros que realizam sessões separadas para caboclos, orixás e exus, estes ú ltim os normalmente têm sessão às sextas-feiras à meia-noite.

6. Manifestações de guias, danças, passes, consultas, brincadeiras etc.

Oferendas

Na macumba, o "g u ia " exige oferendas. Marca dia e hora e local para que ela seja entregue e costuma se manifestar na hora em que o macumbeiro a coloca no lugar indicado.

A isto chama-se também "obrigação’ ’, que serve para atender um pedido ou uma paga em favor de algo recebido. Também faz parte da comunhão entre o médium e seu guia.

Essas oferendas são compostas de elementos de acordo com a vontade de cada "gu ia ". Farofa, pipoca, cachaça ou outras bebidas costumam ser comuns.

Descargas

Os macumbeiros chamam de descarga ao que imaginam ser o afastamento de más influências. Elas podem ser feitas com defumações, banhos, riscos, ou com a entrega de oferen­das que normalmente são feitas nas matas, no mar, nos rios, em cem itérios ou encruzilhadas. A pólvora também costuma ser usada para as "descargas mais pesadas".

O Grande Segredo do Espiritismo

O grande segredo do espiritismo, nas suas diversas formas, é abrir a vida às forças do inferno e ficar escravo dos espí­ritos, pagando um preço incrível pelos favores que o diabo presta.

5. Kardecismo

O espiritismo kardecista está apoiado nos princíp ios de Aílan Kardec. Seus praticantes costumam dizer que são os

0 E SP IR IT ISM O 137

verdadeiros espíritas, sendo que os demais são espiritistas ou mediunistas.

Como já afirmamos várias vezes, a essência é a mesma. É certo que existe uma grande influência dos ensinos de Jesus na doutrina de Kardec. Este, chegou a escrever o livro "O Evangelho segundo o E sp iritism o", afirm ando ser este ditado pelo "esp írito da verdade".

O que é bom deixar claro, entretanto, é que os ensinos de Jesus no citado livro e nos demais que Kardec e seus asseclas escreveram, encontram-se dramaticamente torcidos e m utila ­dos. É uma tentativa delirante de procurar equacionar os ensi­namentos sublimes do Senhor Jesus Cristo aos ensinamentos demoníacos e falsos do espiritismo.

A prática

O Kardecismo, como os demais cultos espíritas, não tem uma doutrina sólida. Os ortodoxos defendem apenas os ensi­nos de Kardec, enquanto que a maioria assimila também os ensinamentos de diversos autores espíritas como, no Brasil, Pastorino, Chico Xavier, Bezerra de Menezes, Imbassay e outros.

De modo geral usam as seguintes práticas:

— Comunicação com mortos: espíritos de pessoas que viveram entre nós e que ora necessitam de caridade; ora são mensageiros celestes.

— Comunicação com espíritos evoluídos: espíritos de seres que estão em plano superior no éter. Alguns desses dizem habitar outros planetas.

— Comunicação com extra-terrestres: espíritos que não viveram entre nós; de outra esfera espiritual; superevo- luídos.

— Caridade espiritual: fe ita a espíritos errantes, obses­sores, em evolução (conselhos, doutrina, imprecações magnéticas etc.).

— D outrinam ento: para os adeptos. Palestras baseadas na doutrina kardecista, palestras feitas por mensageiros do além, estudos nos livros espíritas etc.

— Cânticos: usam cânticos durante as reuniões: têm co­rais, conjuntos de jovens etc.

138 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E HERESIAS

Os centros kardecistas têm um m entor espiritual (o pai de santo da umbanda) um p ro te to r (entidade desencarnada) e organizações sociais que contribuem para com orfanatos, asilos etc.

Já vimos anteriorm ente as referências bíblicas que contra­dizem os ensinamentos espíritas kardecistas, entre tanto, que­remos grafar este:

" . . . tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela, destes afasta-te . . .. . . que aprendem sempre, e nunca podem chegar ao co­nhecimento da verdade . . . " (II T im óteo 3.5,7)

Quanto às demais manifestações do espiritism o, podere­mos reconhecê-las nas seitas que se seguem.

CAPÍTULO XIV

VODU

O Vodu é uma seita secreta e misteriosa cujos adeptos são levados através de cerimônias e rituais a fazer um verdadeiro cu lto aos demônios.

O cu lto Vodu é de origem Gege-Daomeanai, praticado nas Antilhas por escravos vindos da Á frica.

A princíp io , o cu lto teve uma história idêntica a da Ma­cumba aqui no Brasil. Começou a ser praticado às escondidas e sofreu muita perseguição. A partir de 1803, os negros das Antilhas foram levados cada vez em maior número para os Estados Unidos e fo i lá que o Vodu passou a receber certa organização.

Vodu ou Zum bi, era um deus que dominava a noite e cuidava dos seus "p ro teg idos” . Os adeptos dessa seita julgam que através certos sacrifícios, cerimônias, mortificações etc., podem alcançar a "g raça" do Zum bi, recebendo poder para dominarem sobre o mundo e as pessoas.

ALGUM AS INFORM AÇÕES SOBRE O CULTO VO DU

— Foi estabelecido inicia lm ente em Nova Orleans, onde existe até hoje.

— Atualm ente, o país considerado a sede mundial do Vodu é o Haiti e ilhas próximas onde toda a população pratica o culto.

140 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E H ERESIAS

— Toda cerim ônia do Vodu possui um rei e uma rainha, um pai e uma mãe. A rainha tem m aior poder porque o cu lto é matriarcal.

— A serpente é considerada sím bolo do poder, por isso está quase sempre presente nos cultos, enrolada nos braços ou no pescoço dos praticantes. Veja em Gênesis 3 o ju ízo de Deus quanto à serpente.

— As primeiras cerimônias livres do Vodu, foram realiza­das às margens do Lago Pontchartrain em Nova Orleans.

— Uma das primeiras rainhas ou mãe-de-santo conhecida historicamente fo i Sanite Dede, considerada a organi­zadora desse cu lto selvagem. Chegou ao auge de sua fama em 1825.

— Entre as rainhas mais famosas podemos encontrar Marie Laveau e sua filha , também Marie. Realizava ses­sões em uma casa por volta de 1830.

D O U TR IN AS

O Vodu não tem doutrinas básicas, entretanto, crê na re- encarnação e tem na prática da necromancia o seu ponto alto. Os espíritos dos mortos, bem como os "deuses” , são os res­ponsáveis pela sua maneira de pensar quanto a vida ou re li­gião. Os seus adeptos vivem o presente; sua escatologia resu­me-se em crer que todos os homens chegarão à prática do Vodu e que Zambi e seus espíritos dom inarão e reinarão no mundo.

No Vodu, o que interessa é a prática do cu lto . Os rituais e cerimoniais são o centro da religião. Não existem detalhes; a prática é o essencial.

C ER IM Ô N IAS

As cerimônias Vodus variam de acordo com os pratican­tes. Não há uma regra geral, entretanto, alguns aspectos podem ser notados:

V O D U 141

A cerimônia africana inicia quase sempre com o ofi­ciante tirando uma cobra de um cesto e permitindo que esta lamba seu rosto. Acreditam receber por meio desse contato uma visão especial e poderes mágicos! I !

Na cerimônia dos Estados Unidos não é muito comum o uso da cobra. Um negro dançarino representando o deus Vodu ou Zambi, faz evoluções alucinógenas, en­quanto a mãe-de-santo sobe em um caixote e através de passes, transm ite seu poder aos demais fiéis que seguram freneticamente em suas mãos.

O Vodu pode até matar.

142 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E H ERESIAS

— As ofertas feitas ao deus (galinhas, cachorros, sapos, e sempre uma cobra) são jogadas em um caldeirão de água fervendo. 0 vapor que sobe da panela — altar — tem grande efe ito de purificação.

— Em algumas ocasiões o passista veste-se com uma tanga vermelha, salta no meio do terre iro com um pequeno caixão na mão, e com uma dança alucinada e violenta coloca-o aos pés da sacerdotiza (rainha). Após isso, rodopia em volta da fogueira até cair exausto no chão. 0 ato de rodopiar até cair desmaiado tem o significado de “ estar sendo possuído por Z u m b i". Normalmente, quando o praticante volta a si, traz lindas estórias e "maravilhosas visões" do além, conseqüência pura do seu estado psíquico-alucinógeno.

— A dança ao som dos tambores, tendo como fundo m u­sical os urros e gritos fantasmagóricos tendo algumas vezes a panela dos sacrifícios sobre a fogueira como "bá lsam o" e o ta fiá (cachaça) como estimulante, fa­zendo com que os praticantes caiam extasiados no te r­reiro, é agradável aos olhos de Zum bi.

PRÁTICAS

Os adeptos do Vodu têm práticas condenadas tan to pela Palavra de Deus, quanto pela medicina, higiene etc. Vejamos:

— O in iciante deverá deixar um dos adeptos da seita, possuído por qualquer espírito , sugar o seu sangue, através de um corte no braço, no pulso, nas costas ou em outra região do corpo que possibilite "bom f lu x o ” .

— Fazem ricos e curiososgris-gris (despachos) onde co lo­cam entre outras coisas, pedaços de carne, potes de sangue, sapos, lagartos, farofas e tafias.

— Os novos adeptos são colocados em um c írcu lo tra ­çado no chão. Cada qual recebe entre outras coisas o seguinte: um pedaço de osso humano, um boneco de cera e fios de crina de cavalo. A mãe-de-santo bate com uma pá de madeira na cabeça do iniciado e, com o cântico de um "p o n to " bem ritm ado começam a trem er, o que significa estar "recebendo poder” .

V O D U 143

— Quando o praticante "recebe” ta l poder, sai rodo­piando, pulando, emite línguas estranhas e entra na dança. Recebeu o "ba tism o” de Zum bi ou Zambi, o deus Vodu!

— Se o iniciado, por qualquer m otivo sai do círcu lo , to ­dos lhe voltam as costas. Depois do in iciante cair des­maiado no chão, é acordado, e presta o seu juram ento a Vodu.

— Em alguns cultos Vodus, após o juram ento, o iniciante é massageado em todo o corpo com o pó da sedução, uma espécie de mistura de pó do cem itério com pó de osso passado pelo incensário fe ito de ervas daninhas. Esse pó tem a v irtude de deixá-los em condição de atra ir os espíritos.

— Usam amuletos, quase sempre fe itos com pedaços de osso, pedras coloridas, poeira de cem itério, sal grosso, pimenta vermelha em pó e outros, os quais costuram nas bainhas das saias ou calças, ou presos nas ligas. Usa-se também colocar essa m istura em um saquinho que possa ser pendurado no pescoço.

— A prática de usar um boneco e fisgar espetos transfe­rindo os sofrim entos para a pessoa representada é de origem africana, sendo que no Vodu do Haiti e dos Estados Unidos não tem tanta ênfase como se tem d ito .

— Há alguma verdade nas histórias terríveis de mortes provocadas pelo Vodu. Existem casos documentados em que os curandeiros vodus realizaram suas cerim ó­nias secretas e as vítim as de suas invocações morreram de fa to ou enlouqueceram.

O poder da sugestão é fortíss im o. Em regra geral ele ex­plica as mortes provocadas pelo Vodu. É um cu lto verdadeira­mente diabólico, onde existem duas espécies de vítim as: a que pratica e a que é vitim ada pelo praticante. Lançam m ald i­ções sobre as pessoas, que se tive r uma mente impressionável poderá ser levada à morte. Exemplos:

— Transpassar uma boneca com alfinetes, transferindo assim os sofrim entos para a pessoa representada.

144 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E HERESIAS

— Assar um peixe com o nome da vítima no seu interior.

— Soltar pequenos barcos no rio, com o nome da vítima dentro. Isso fará a vítima "desaparecer".

— Enterrar caixões com o nome da vítima dentro, feito de acordo com as cerimônias vodus. Levará a vítima à morte.

— Sangue de morcegos, pó de cemitério e velas queima­das coiocados em um gris-gris com o nome de um inimigo, pode também levá-lo à morte.

M ARIE LAVEAU

Marie Laveau, aprendeu com a mãe, que tinha o mesmo nome, os mistérios do cu lto vodu. Era considerada a chefona de Nova Orleans. Dirigia a maior parte das atividades de sua casa em St Ann Street. Recebia ali, o dia in te iro , uma quantidade enorme de clientes. Usava os mais diversos amule­tos, que vendia quando executava seus serviços. Os preços dos seus serviços dependiam da situação econômica dos clientes. Alguns custavam até quinhentos dólares. A morte de um in i­migo custava no m ín im o m il dólares! Matou muita gente e segundo dizem, tinha o poder de amaldiçoar as pessoas até a

Vodu: animais empalhados, bonecas pintadas, sinais cabalísticos, cobras, dentes de crocodilo e imagens de prata: assim começa uma infernal cerimônia Vodu.

V O D U 14b

quarta geração (Vd. Êxodo 20.1-4). Entre outras coisas, diz-se que fazia o seguinte:

— Invocava os espíritos dos mortos.

— Fazia os quadros caírem das paredes com um simples olhar.

— Causou muitas desgraças entre as famílias,

— Escrevia o nome da v ítim a em um balão, amarrava no cordão uma imagem de São Expedito e soltava o balão no ar. O infeliz cujo nome estava escrito ali sumia na mesma direção que o balão, levado pelo vento! Será? . . .

— Era especialista em ganhar processos na justiça, fa ­zendo com os nomes dos jurados, p rom oto r e ju iz o seguinte: Com os nomes num pedaço de papel, co lo ­cava-o dentro de uma pedra de gelo e cobria com açú­car. Acendia nove velas em volta da pedra de gelo, batia nove vezes no chão recitando orações em uma língua desconhecida. Em casos mais difíceis, apelava para outros objetos como vela preta ou animais como sapos, lagartos, cobras e outros, até alcançar v itória .

— Fazia bolas de cera com pedaços de carne (de prefe­rência humana) e espetava-as com alfinetes ou mar- cava-as com sangue. As bolinhas podiam causar a m orte ou qualquer efe ito desejado.

Embora muitas pessoas acreditem que o cu lto Vodu só é praticado no Haiti, a verdade é que está espalhado no mundo inteiro. Aqui na América do Sul existem m uitos cultos semelhantes e continua sendo seguido, na sua forma antiga em muitos países da Á frica. Em 1962, a po líc ia de Nova Y o rk fechou vários postos de vendas de artigos vodus.

Os praticantes do cu lto vodu, são mais um grupo de pessoas que estão servindo a satanás. Oremos por eles . . . Jesus Cristo também os ama e gostaria de recebê-los nos tabernáculos eternos. Inclua-os na sua oração. Peça a Deus que envie alguém para trabalhar entre eles.

CAPITULO XV

BAHAiSMO

Religião fundada em Acre, na Palestina, por um nobre exilado persa, nascido em 1817 e descendente dos reis sassâ- nidas, de nome Mirzá Husayn 'AlT N uri, hoje conhecido pelo nome de Baha Allah (G lória de Deus) e institu ída pelo seu filh o , Sir Abdul-Bahá Bahai ou "Servo da G lória de Deus" (1894-1921). Essa seita, declara te r mais de um m ilhão de adeptos e diz que metade da Am érica é Baha'i.

HISTÓRICO

Considera-se o S a id 'A li Muhammad, de Chiraz, o precur­sor desse m ovim ento religioso. Cognominado o "B a b " (porta), A li Muhammad fo i tid o como o meio pelo qual se pode passar ao conhecim ento pleno da verdade divina, de onde vem a expressão a ele associada, Bab el-Din "p o rta da fé " .

Influenciado por contatos com fontes gnósticas, sufitas e xiitas, o Bab, que fora reconhecido por dirigentes da seita islâmica x iita como o sucessor de Maomé, anunciou m od ifica ­ções que se deveriam fazer no corão, o que revoltou os o rto ­doxos islamitas.

Depois de grandes e bárbaras perseguições aos adeptos dessa seita, sobretudo porque o Bab se dizia sucessor de Moisés, Cristo e Maomé, o Bab fo i m orto em 1850, em Tabriz. Após sua execução, foram expatriados m uitos segui­dores da seita, inclusive Baha A llah, que após alguns anos chegou a Acre, na Palestina, onde se proclam ou o novo pro-

B AH AÍSM O 147

feta. Quanto à A li Muhammad, Baha A llah dizia que ele teria sido uma espécie de João Batista, que veio com a missão de preparar o cam inho para o verdadeiro profeta.

O centro adm in istra tivo do bahaísmo está em Haifa, Israel, Os dois principais tem plos encontram-se na Rússia (em isqabad) e nos E.U.A. (W ilm ette, Illino is). Existem mais de quinhentas comunidades dessa religião no Irã, cerca de no­venta nos E.U.A,, e outras tantas espalhadas por mais de cem países do m undo. Publicam além de relatórios bienais, a re­vista mensal "W orld Order Magazine".

BAHA A LLA H

Segundo ensinava, a periódica revelação de Deus aos ho­mens por meio de um profeta especial como Moisés, Jesus, Maomé, não term inara, como ensinara o fundador do isla- mismo, na revelação de Meca e Medina. Agora Deus falava de novo por in term édio dele.

Sua missão consistia em anunciar a nova era, que se ca­racterizaria pela união de todos os homens, culturas, línguas, religiões, sob a bandeira do Bahaísmo, o qual não pretendia ser outra coisa senão a comunhão de todas as religiões . . .

Por determ inação testamentária, o filh o mais velho do fundador, Abdul-Bahá, seria universalmente considerado o verdadeiro intérprete da religião. Da mesma form a, passou a chefia do m ovim ento, depois da m orte deste, ao neto do fundador, Shoghi E ffe n d i.1

D O U TR IN A S

JESUS — Foi um profeta como Moisés, Maomé e Baha A llah. É uma manifestação de Deus, sendo que o Baha Allah é uma manifestação mais recente. Veja as palavras de Jesus:

"e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consu­mação dos séculos.” (Mateus 28.20)

' Essai sur le béhaísme, son h is to ire , sa portée sociale.

148 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E HERESIAS

Israei, vista do Monte Sinai, fo i a terra onde Baha Ai/ah se proclamou o novo profeta.

Ü A H A lS M O 149

R E LIG IÃ O U N IV E R S A L — O Bahaísmo é uma seita fa b ri­cada para atender a todos. Embora tenha cunho islâmico, tenta a tra ir a hindus, cristãos e judeus. A dm ite outros p ro fe ­tas de outras religiões e diz que todas as religiões são essen­cialmente iguais.2

PANTEÍSMO — Se aceita a todas as religiões e aos seus p ro fe ­tas, conseqüentemente aceita seus deuses. Logo, é uma re li­gião panteísta que também crê na evolução do homem até que ele alcance o nível da divindade.

ESPIRITISMO — O Bahaísmo adota quase todas as d o u tr i­nas espíritas. Nesse caso, as referências bíblicas usadas para aquela religião se enquadram bem.

R E LIG IÃ O V A G A — Como o m ovim ento adm ite a união de todas as religiões sem que estas tenham que abandonar seus preceitos e doutrinas, evidentemente, não pode discorrer sobre certos ensinamentos. Não pode te r dogmas doutrinários e não ensina nada que venha a fe rir d iretam ente as outras religiões.

PRINCÍPIOS — Alguns princíp ios do Bahaísmo, são idéias fundamentais que embora bem elaboradas para atenderem a todos, chocam-se seriamente com alguns princíp ios cristãos:

— Um só Deus e uma só religião. (I C orín tios 6.9,10)— Uma só humanidade. (II C orín tios 6.14,15)— Livre busca da verdade. (João 14.6)— Abandono de preconceitos. (II T im ó teo 3.14)— Paz internacional. (João 14.27)— Idioma internacional. (I C orín tios 13.1)— Igualdade social e sexual. (Mateus 26.11; Apocalipse

22.15)— Abolição da riqueza e pobreza (espécii; de com ii

nismo). (Mateus 26.11)— Santidade pessoal (sempre ligada ao trabalho) (I l*«»< li o

1.16)

N n r tn lld a d s n íío n c o n te c e ass im . N o llv tn " l u i l i t w im im u ii i ln •>•>) i lt<>i Uihn l John I mmby, 0 clnrn a ovidônciti do mm im ........ .. mhii.i

150 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E H ERESIAS

Haverá um dia em que alguns desses princíp ios serão esta­belecidos na terra, porém nunca da maneira como pensam os bahaístas. Somente debaixo da mão poderosa de Jesus Cristo poderá a humanidade dobrar-se.

"Pelo que também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome; para que ao seu nome se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra.

E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai." (Filipenses 2.9-11)

CAPÍTULO XVI

O MORMONISMO

Embora os mórmons sejam um povo aparentemente sim­pático e tenham um programa de beneficência social igual aos melhores do mundo, o m orm onism o é uma das piores seitas falsas de que se tem conhecim ento. São verdadeiros lobos vestidos de cordeiros. Apresentam-se como membros da Igreja de Jesus Cristo e na visitação de casa em casa (seu método predile to) usam term ino log ia cristã, con fund indo e lançando dúvidas acerca das doutrinas básicas do cristianis­mo, bem como da integridade das igrejas evangélicas.1

Usam a Bíblia apenas para "com eçar"; quando o prosélito já está em condições de "e n tende r" então passam para o livro de Mórmon, que consideram como tendo a mesma autoridade da Bíblia e, na prática, merece m u ito mais honra.

Têm milhares de missionários espalhados em dezenas de países. Esses missionários são na maioria, jovens que se apre­sentam como vo luntários para o campo missionário, sustenta­dos por economias feitas anteriorm ente ou pelos próprios pais. Os missionários são itinerantes e instáveis. Daí não se poder precisar exatamente o número dos mesmos. De vez em quando, fazem um trabalho de expansão em um país, descar­regando ali centenas deles para esse trabalho.

HISTÓRICO

O "p ro fe ta " dos Mórmons, Joseph Sm ith Júnior, nasceu em 23 de dezembro de 1805 em Sharon, Estado de Verm ont.

' The La tte r-day Saints in the M odern Day W orld.

152 R E LIG IÕ E S , SE ITA S E HERESIAS

Foi criado na pobreza e superstição. Não teve instrução al­guma e em 1820, quando tinha quinze anos, já residente em Palmira, estado de Nova Iorque, havendo nesse tempo um grande movimento evangelfstico na região, Smith foi orar num bosque e (segundo eles) quando perguntava a Deus a qual igreja devia pertencer, apareceram dois anjos resplande­centes que ficaram pairados sobre a terra. Eram Deus e Cristo!!! Deus apontou para Cristo e disse ao jovem de apenas quinze anos: "José, este é o meu filho, ouve-o." Smith pergun­tou a qual igreja devia pertencer e Deus disse-lhe que todas as igrejas estavam desviadas; que ele não se unisse a nenhuma. O evangelho de Cristo em breve seria restaurado . . .

A 22 de setembro de 1827,2 diz te r recebido de um anjo um livro escrito em estranhos h ieroglifos e composto em placas de ouro, o qual traduziu com grande dificu ldade e publicou como The Book o f Mormon (1830; O Livro de M órm on). Fundou a 6 de abril de 1830 a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Ü ltim os Dias. Aquele livro e mais, A Book o f commandments (1833; Um Livro de mandamentos) form am hoje, com outros escritos, a base da doutrina e orga­nização da seita.

Mudou-se para o Estado de Ohio e, depois, fixou-se em ■Commerce, Illino is, onde d irig iu despoticamente a primeira colônia de mórmons. Ao pregar a poligamia (1843), abriu um cisma na seita (Sm ith teve 27 esposas e 44 filhos) e depois de vários casos com a políc ia o fundador dessa seita, juntamente com seu irmão Hiram, foram seqüestrados por uma m ultidão enfurecida que os matou a tiros em 27 de junho de 1844, em Carthage, Illino is, E.U.A.

O LIVR O DE MÕRMON

Conta Sm ith que estava orando a Deus no seu quarto, quando de repente seus aposentos foram banhados em luz e apareceu-lhe por várias vezes o anjo Moroni, o qual lhe reve­lou que no Monte Cumorah, perto de Palmyra, estavam es­condidas as placas de ouro contendo o puro evangelho; a história dos p rim itivos habitantes do continente americano; o

2 L 'o ffensive des sectes.

0 M O R M O N ISM O 153

U rim e Tum im , que serviriam para traduz ir as placas e o peitoral sacerdotal.

Isso aconteceu cerca de dois anos depois da prim eira visão de Sm ith. Após a tradução, Sm ith devolveu as placas de ouro e os objetos ao anjo que os guarda até o dia de hoje! pura invencionice.

No p rin c íp io do livro de M órm on, pode-se ler o depoi­mento de três e de mais o ito testemunhas do im portante achado.3 Das "testem unhas", têm-se apenas o depoim ento e nada mais. Algumas delas se desligaram do m orm onism o ainda no in íc io do m ovim ento.

Citam Ezequiel 37.16,17 com o referência b íb lica ao livro de Mórm on. Dizem que Lehi e seus descendentes (persona­gens do liv ro ) eram da tr ib o de José e seu registro ou "v a ra " é verdadeiramente apresentado no L ivro de M órm on, como também a vara de Judá é representada pela Bíblia.

Esse registro pode ser encontrado no livro de M órm on em Nefi 5.14 e III Nefi 10.17, onde diz que Lehi emigrou de Jerusalém para a América do N orte através do Pacífico com sua fam ília e vários acompanhantes. Lá teve dois filhos: Nefi e Laman. Deus designou o filh o mais novo Nefi para ser o chefe da tr ib o . Houve briga entre Nefi e Laman. Os nefitas foram destruídos no ano 420 a.D pelos lamanitas. O profeta e líder dos nefitas chamava-se Mórmon, o qual antes do exter­m ín io do seu povo escreveu a revelação divina e fatos h is tó ri­cos em placas de ouro. O f ilh o de M órm on, chamado M oroni escondeu essas placas no monte Cumorah e em 1823, já evo­lu ído como anjo e mandado por Deus, revelou a José Sm ith o local das placas. Os lamanitas, que eram judeus das dez tribos, deram origem aos índios americanos . . .

Diz o L ivro supra citado, que Jesus Cristo após a sua ressurreição, m in is trou aos Nefitas, aqui na América. C itam João 10.14-16.4 O evangelho eterno de Apocalipse 14.6,7, segundo eles, é o L ivro de M órm on emprestado a Joseph Sm ith! Pode um verdadeiro cristão crer nessas coisas? ? ?

' L iv ro d l M ó rm on .

' I I I Nwtl 1 t i,21

154 R E L IG IÕ E S , S E IT A S E H E R E S IA S

Jesus Cristo aparece ao povo Nefita.

0 M O R M O N ISM O 155

A V E R D A D E ACERCA DO L IVR O DE MÓRMON

Em 1812, um pastor presbiteriano aposentado chamado Salomão Spaulding escreveu um liv ro contendo uma história f ic tíc ia dos p rim itivos habitantes americanos. Morreu sem pu­blicar tal livro . O manuscrito caiu nas mãos de um ex-pastor batista chamado Sidney Rigdon. Era homem dou to e in te li­gente. Foi o teólogo de Sm ith. Fundaram então uma religião baseada nesse livro . Mais tarde aparece em cena Parley Pratt, que os auxilia na composição do L ivro de M órm on.5

Existe um ou tro manuscrito tam bém de autoria de Sa­lomão Spaulding que os mórm ons citam para desfazer a origem do livro. Trata-se de " A H istória do M anuscrito” . O manuscrito usado como base para o livro de M órm on é o chamado "O Manuscrito Encontrado".

Se Salomão Spaulding soubesse que uma simples brinca­deira literária de sua autoria daria nessa coisa que aí está, por certo teria queimado seus manuscritos.

O L ivro de M órm on, além de conter vários trechos do Antigo Testamento adulterados, é uma fraca im itação da Bíblia. Contém também vários trechos dos livros litúrg icos das Igrejas Anglicana e Metodista. Como explicar isso se essas igrejas foram organizadas em 1539 e 1739 respectivamente? Contém ainda expressões e idéias modernas que não podiam ser conhecidos pelo seu suposto au to r em 420 A. D.

Solapa a B íblia declarando-a insufic iente e faz acréscimos e alterações aos trechos bíb licos. Traz ainda extensas citações da B íblia na Tradução Inglesa do ano de 1611.6

A IGREJA DE JESUS CRISTO DOS SANTOS DOS Ú LTIM O S DIAS

Foi organizada em 1830, em Fayette, Estado de Nova Iorque, depois que Joseph Sm ith Jún io r conseguiu convencer a algumas pessoas sobre a fantástica h istória das visões. Em 1831 uma "revelação" ordenou aos "san tos" que fossem ha­b ita r em Missouri, a "te rra de S ião", K irtland , Estado de Chio.

* O Cnos das Seistas.

* I toldam.

166 R E LIG IÕ E S , SEITAS E H ERESIAS

De Missourí, após algumas desavenças de ordem po lítica e financeira, foram expulsos por ordem do governador Boggs em 1839. Encontrando acolh im ento em Illino is , erigiram a cidade de "N auvoo ". A í, o "p ro fe ta " anunciou-se entre ou­tras coisas, candidato à presidência dos EUA.

Após a m orte de Sm ith, Brighan Young chegou da Ingla­terra, onde estivera granjeando prosélitos, e, pela força de sua personalidade, tornou-se o líder reconhecido da maioria dos mórmons. Um pequeno grupo não aceitou a liderança de Young e tom ou o t í tu lo de/4 Igreja Reorganizada dos Santos dos Últimos Dias. Escolheram para sua liderança um filh o de Joseph Sm ith.

Um grupo ficou sendo chamado "b righam itas" e ou tro "joseph itas". Entre outras diferenças, os josephitas rejeitam a poligamia e aceitam a tradução "insp irada " da B íblia feita por Sm ith, contrários aos brighamitas. Aos poucos os m ór­mons começaram a se d iv id ir e existem hoje pelo menos seis grupos de mórmons assim constitu ídos:

1. Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias — É o m aior grupo e embora não gostem de falar sobre a poligamia, seu au tor contemporâneo John J. Stewart a firm a: " A Igreja nunca renunciou, nem jamais renun­ciará essa doutrina . A revelação sobre o m atrim ónio pluralista ainda faz parte integrante das escrituras dos SUD e sempre o fa rá ."7

2. Igreja Reorganizada de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias — Rejeita a poligamia e aceita a "T ra ­dução Inspirada" de Smith.

3. Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias Strangistas — Tem esse nome porque seguiu a lide­rança de J. Strang, que se recusou a seguir Brighan Young.

4. Igreja de Cristo do Lote do Templo — Tem esse nomeporque se acha situada no terreno que Sm ith indicoucomo local em que seria reconstruído o tem plo deSião. Não adota a poligamia.

7 Brighan Young and his Wives.

O MORMONISMO 157

Mórmon despede-se de uma nação outrora grande.

5. Igreja de Jesus Cristo Bickertonista — É o menor de todos os grupos. Não aceita a poligamia. Foi fundada por W. Bickerton em 1862.

6. Igreja de Jesus Cristo Cutlerista — Também é muito pequena. Não aceita a poligamia — Foi fundada por A. Cutler em 1853.

A LITERATURA DOS MÓRMONS

A Bíblia — "Cremos que a Bíblia é a Palavra de Deus até onde for corretamente traduzida." Eles não são fiéis a essa decla­ração.

A "Versão Inspirada da B íb lia " — Feita por Smith e impressa em 1866 pelo grupo dissidente chamado Igreja Reorganizada. Dependendo da conveniência, usam o texto canônico ou essa versão.

Livro de Mórmon — Publicado em 1830 como de autoria de Smllh. Nas edições sucessivas Smith aparece apenas como

158 RELIG IÕ E S , SEITAS E HERESIAS

tradu tor. 0 livro conta a vinda de Cristo ressurreto à Amé­rica, onde Ele teria pregado aos habitantes, resultando isso na formação de uma igreja cristã na América no 1 .° século. Essa Igreja teria desaparecido no decorrer do 4 .° século AD.

No decorrer do processo de escreverem o livro, aparece outro personagem. O liver Cowdry, que fora o escriba de Smith e quem lhe deu a idéia de fundarem uma nova igreja. Cada qual batizou e ordenou o ou tro , sob as supostas ordens de João Batista.

Cowdry, é também uma das três testemunhas que assinam a declaração de que tinham visto as placas. Cowdry fo i ex­pulso da igreja logo após e negou suas declarações.8

Pactos e Mandamentos, Doutrinas e Convênios, Doutrinas e Pactos — O livro fundamental dos mórmons. Contém 163 revelações dadas por Deus a Smith, de 1830 ã 1843, como sendo a Palavra do Senhor. É também chamado pela Igreja Reorganizada de "L ivro dos Mandamentos". Nesse livro Deus fo i apresentado como tendo corpo de carne e osso.9

Pérola de Grande Valor — É composto do L ivro de Moisés e L ivro de Abraão. No 2 .° livro, já se nota um n ítido po li­teísmo: Deus é apresentado como um entre vários deuses.

Possui ainda algumas revelações que se diz terem sido dadas por Deus a Smith e os 13 artigos de fé do mormo- nismo. Diz o fundador do mormonismo que Abraão e Moisés escreveram os livros que têm seus nomes!

Discurso do Ancião King Folle t — Discurso pro ferido por Sm ith no funeral do ancião King Follet. Fala sobre a d ivin iza­ção do homem e a humanização de Deus. Desse discurso surgiu o seguinte aforisma de Lorenzo Snow: "O que o homem é agora, Deus já o fo i. O que Deus é agora, nós seremos depois."

O Diário "Deseret News" — É o jornal o fic ia l dos mórmons, editado na cidade de Salt Lake.

8 O liver C ow dry , Defense. (Logo depois da expulsão de C ow dry , S idneyRigdon tornou-se teó logo de S m ith , com o qual já estava em con ta to e que é um dos fundadores da igreia.)

9 Doctr ines and Covenants.

O M O R M O N IS M O 159

ALGUNS ENSINOS DO MORMONISMO

Usamos a expressão "a lguns", porque pela sua literatura podemos sentir que é vasto o campo de ensino dos mórmons. Abordaremos apenas os assuntos mais ligados diretam ente à fé cristã. Verificaremos que os mórmons nem precisam da Bíblia, pois suas doutrinas não são retiradas dela, e sim das revelações de Joseph Smith.

DEUS — "O Pai tem um corpo de carne e osso tão tangível quanto o do homem. O F ilho de Deus também é assim." Citam Gênesis 1 .2 6 '0

"Deus nosso pai celestial fo i talvez uma criança e m ortal como somos agora, e elevou-se passo a passo na escala de progresso até o pon to em que se encontra agora ."11

TR IN D A D E — A firm am que existem três deuses e não uma triunidade, no prim eiro artigo da declaração de fé m órm on.12 Nos escritos de seus autores, existem muitas con­tradições, principalm ente comparando com o p róprio livro de Mórmon em A lm a 3.3-16.

A C R IA Ç Ã O — "T u d o que existe, seja visível ou invisível, é eterno e sempre existiu . Deus não criou nada, apenas reuniu e coordenou aquilo que era m a té ria ."13

O HOMEM — O m orm onism o eleva o homem ao nível de Deus e rebaixa Deus ao nível do homem. (M ilenial Star, vol 23).

"O homem estava no o rin c íp io com Deus." (Progress o f Man)

' 0 Ib idem ; Journa l o f Discourses — Tiago 1.17; Núm eros 23 .19 ; Romanos 1.23,25 ; Hebreus 13.8.

1 1 Idem , ib idem .

' 1 Gênesis 1.1 ; IsaTas 6.8 ; Mateus 3.1 6,1 7; João 15.26.

1 1 Pnrfluntaríam os: e quem criou aqu ilo que Deus reuniu? Leia Romnnos <1 I / , C o lO itsnM I 1 .16 ,17 ; Hebreus 11.3; Salm o 148.1-5; Efésios 3.9 ; Apocnllp««III tl n m itu in iitln rflnc ias.

160 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E H ERESIAS

Exalta a queda do homem. Diz ter sido além de uma oportunidade para "abrirem os olhos", um direito a terem descendência . . . (Livro de Moisés). Afirmam ainda que a morte temporal do homem não poderia ter deixado de acon­tecer, pois nesse caso, destruiria o grande plano de felicidade. (Alma 4 2 .8 ).14

O PECADO — "Pecado é uma realidade que contribui para impedir ou retardar o desenvolvimento da alma humana (Tal- mage). Aqui, os mórmons têm muito a ver com o espiritismo, aliás, para os bons observadores, já deve ter ficado na mente a grande semelhança entre a doutrina dos mórmons e a dos espíritas.15

SALVAÇÃO — A salvação vem pelas obras, principalmente pela obediência aos preceitos e às cerimônias da igreja mórmon. (Alma 40.21)

O homem, após a morte, terá ainda uma segunda oportu­nidade mediante o batismo pelos mortos. Os mórmons vivos passam pelo batismo e outras cerimônias com a finalidade de beneficiarem os mortos que estão no mundo dos espíritos; sendo que estes, têm o direito de aceitarem ou rejeitarem a obra feita para eles.1 6

JESUS — "Quando a virgem Maria concebeu o menino Jesus, Ele não foi gerado pelo Espírito Santo. E quem é seu pai? É o primeiro da raça humana: Adão! (Journal of Dis­cou rses, vol. 2).

Afirmam que após a ressurreição, Jesus veio a América do Norte, pregou a seus habitantes, escolheu doze apóstolos e deixou uma igreja organizada que perdurou por quase 200 anos. Afirmam ainda que Jesus é o irmão mais velho da hu­manidade. Foi gerado como nós. Tomam como base Colos- senses 1.15 e Apocalipse 1.5. É claro que a palavra "primogê­nito" nessas passagens não significa apenas o prim eiro gerado, mas também:

1 4 Gênesis 3 .5 ; Isaías 14.14; Gênesis 1 .26; Mateus 19 .4 ; Jó 38 .4; Romano* 5.12 a 19.

15 Romanos 5.1 2; 6 .23; Ezequiel 1 8 .20; Tiago 1.15 etc.

1 6 A tos 4.1 2; Efésios 1.7 ; I Pedro 1.1 8 .19; Hebreus 9 .27 ; R om ono i B.O

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— Preeminente em tudo — Salmo 89.27; Êxodo 4.22; I Coríntios 15.23.

— Herdeiro de tudo — Hebreus 1.2.— O que tem direito sobre tudo — Apocalipse 5.9.

No livro de Mórmon, em Éter 3.3-16, afirma-se que o Pai e Cristo são os mesmos nomes dado ao Senhor e que o corpo de que o Senhor dispõe é o corpo do Seu espírito . . .

A B IBLIA — Atribuem a Deus, no livro II Nefi, cap. 29, as seguintes palavras: "Tu, tolo, dirás: Uma Bíblia; temos uma Bíblia e não necessitamos mais de Bíblia . . . porque falei uma palavra, não suponhais que não poderei dizer outras . . .

Dessa maneira, não somente abusam da inspiração da Bíblia, como ainda admitem outros livros inspirados por Deus da mesma forma que o sagrado livro. É claro, que com isto estão apenas abrindo o caminho para que se aceite o livro de Mórmon como inspirado por Deus e conseqüentemente uma seqüência da Bíblia.

O ESPIRITO SANTO — Afirmam que é uma substância etérea, espalhada no espaço, fluido divino superior a eletrici­dade ou magnetismo. É somente concedido aos homens através da imposição das mãos pelos sacerdotes mórmons.

Brighan Young, no Journal of Discourses, Vol. 1, declara: "Quando a virgem Maria concebeu o menino Jesus o Pai o tinha gerado à sua própria semelhança. Não foi gerado pelo Espírito Santo. Quem então é o seu Pai? "É o primeiro da raça humana — lembrai-vos, pois, de agora em diante e para todo o sempre, que Jesus Cristo não foi gerado pelo Espírito Santo."

Os mestres do mormonismo contradizem descaradamente a Bíblia. Mas não é só; contradizem-se uns aos outros e até mesmo ao livro de Mórmon. Pode alguém de bom senso crer nos seus ensinamentos? 17

BATISMO PELOS MORTOS E POR PROCURAÇÃO - Tomam I Coríntios 15.29 como base bíblica. Nessa pas­

' 1 A l o i B.3,4; 10 .19,20; Salm o 139; Mateus 28 .19 ; Jó 33.4; Lucas 3 .22; IC orín tios 12.11; Romanos 8 .26 — Journal o f D iscourses: Orson P ra tt, V o l. 2 e Éter 3.3-1 6.

RELIG IÕ E S , SEITAS E HERESIAS

sagem, embora existam dezenas de explicações razoáveis para o ato, Paulo não ra tifica tal prática; pelo contrário, uSa o exemplo de uma prática sem fundam ento b íb lico praticada pelos seus oponentes em C orin to para mostrar a sua incoerên­cia. O verdadeiro sentido da morte é explicado por Paulo logo a seguir no versículo 31.

A incoerência dos oponentes de Paulo está no fa to de negarem a ressurreição e, no entanto, aceitarem o batismo pelos mortos. Tal batismo era praticado pelas seitas heréticas dos Marcionitas e Montanistas. Em 393 AD o concílio de Hipona proscreveu tal prática.

No liv ro Doutrinas e Pactos, esse ensinamento é claro. Whalen, inform a que em 1857 o Presidente W oodruff afirm ou que ele tinha sido batizado por procuração mais de 100 vezes a favor de homens eminentes como Jòão Wesley, Colombo, etc; e que só no decorrer do ano de 1962 a Igreja registrou 2.566.476 batismos pelos m ortos.18

CASAM ENTO — Os que forem realizados segundo os precei­tos da Igreja Mórmon, perdurarão pela eternidade, desde que haja afinidade espiritual entre os cônjuges. A doutrina de Sm ith acerca do m atrim ônio contém dois elementos: a plura­lidade de esposas e o m atrim ôn io esp iritua l.19

P O LIG A M IA — "Se um homem casar com uma jovem e, por consentimento desta casar com outra, e ambas forem dele somente, não há a d u lté rio ." Se vier assim a casar com outras dez, não comete adultério, pois todas lhe pertencem; é ju s tif i­cado seu a to ."

"Jesus Cristo fo i polígam o: Maria e Marta, as irmãs de Lázaro, eram suas esposas pluralistas, e Maria Madalena, era outra. A festa de Caná era de um dos seus próprios casamen­to s ."20

1 8 O Caos das Seitas.

1 9 Mateus 22.29,30.

20 W ife n .° 19, cap X X X V ; The T rue O rig in o f M órm on Polygam y — C onfira com Marcos 10 .7 ,8 ; I C o rfn tios 7.2 ; I T im ó teo 3.12; T ito 1.6; Romanos 7.2,3.

O M O R M O N ISM O 163

IGREJA — Todas as igrejas estão desviadas; eles são os ún i­cos certos. O genuíno Evangelho fo i restaurado por Joseph Smith mediante revelação direta de Deus (II Nefi 28,29).

A V IN D A DE JESUS — Crêem na segunda vinda de Cristo, porém pervertendo o sentido b íb lico . A cidade de Sião será construída na América do Norte e também o tem plo do M ilê­n io .21

R E V E LA Ç Ã O D IV IN A IN CO M PLETA — "Cremos em tudo o que Deus revelou e que Ele ainda revelará muitas coisas grandes e im portantes ao reino de Deus."22

OS ANJOS — Crêem que as almas evoluem após a morte. Elas chegam a ser anjos e prosseguem na escala ascendente. Citam Hebreus 12.23.23

Os anjos não são oriundos de homens aperfeiçoados. São superiores aos homens e foram criados antes dele. Um ponto alto de seu m in istério é assistir à Igreja: Hebreus 1.14; Salmo 91.11,12. Dominam forças e elementos da natureza: Apoca­lipse 7.1; 14.18; 16.4 etc.

21 Zacarias 14.4; 8 .3 ,22 ; I saías 2.3; A to s 1.1 1,1 2.

22 Confira Hebreus 1 .1 ,2. A expressão "p o r ú lt im o " não dá lugar para as revelações de S m ith nem das Sras. E ddy ou W híte . Veja Marcos 12.6,7; Gálatas 1.8,9; etc.

11 Hnbrous 1 .4 ; I C o rfn tio s 4 .9 ; Mateus 1 3 .4 1 ; 2 4 .3 1 ; Salm o 9 1 .1 1 ,1 2 , Vido i i Iih Iii 11 J o io 11 ii 1 2 .

C A P ÍTU LO X V I I

ADVENTISMO DE 7.° DIA(Sobciflsmo)

O Sabatismo não é como muita gente pensa "uma deno­minação igual às outras com a única diferença de guardar o sábado". É uma seita falsa perigosa que mistura muitas verda­des bíblicas com erros tremendos no que se refere às doutri­nas cristãs ou interpretações de profecias.

Embora o Adventismo de 7 .° Dia tenha muitas divergên­cias do Cristianismo evangélico, existem quatro pontos de maior destaque:

1. O sono após a morte — Spicer, escritor sabatista diz o seguinte: "Entre a morte e a ressurreição os mortos dormem." Vd. Lucas 16.22ss Filipenses 1.23,24; II Coríntios 5.1-8; Salmo 73.24; Apocalipse 6.9,10; etc.

2. O aniquilamento dos ímpios — "O ensino positivo das Escrituras é que o pecado e os pecadores serão exter­minados para não mais existirem . . ." Spicer Vd. Ro­manos 2.6-9; Apocalipse 20.10,13; etc.

3. A Expiação — Segundo a doutrina sabatista, a ex­piação é feita por Jesus e Satanás. Em Levítico 16.5-10, 20,22, enxergam que o bode sacrificado re­presenta Cristo e o emissário representa Satanás, le­vando o pecado dos remidos para o inferno onde será aniquilado.

Duas heresias se nota nesse ensino: a primeira, fala de Satanás como co-salvador de Jesus trabalhando na obra da expiação e a segunda dizendo que Satanás será aniquilado (Vd. Apocalipse 20.10).

A D V E N T IS M O DE 7 ° D IA 165

Esses dois bodes representam ou tipificam as duas fases da expiação de Cristo:

— Expiação pela morte: Romanos 3.24-26; I Pedro 2.24.

— Remoção pelo perdão: Isaías 43.25; Salmo103.3,12.

Para reforçar sua doutrina sobre a expiação, os sabatistas ainda apresentam uma outra heresia da pu­rificação do santuário, o que veremos mais adiante.

4. O Sábado — Diz a Sra. White que em uma visão, contemplou a arca no céu. Na arca ela viu as duas tábuas de pedra que continham os Dez Mandamentos, sendo que na visão, o quarto mandamento destaca­va-se dos demais circundado por uma auréola de luz. Veremos também mais adiante alguma coisa acerca do sábado . . .

HISTÓRICO

Guilherme Miller, fazendeiro, batista, tendo arranjado uma licença para pregar (embora tivesse muito boa vontade, era ignorante e de pouca instrução), tomou Daniel 8.13,14 e ensinou daí que as 2300 tardes e manhãs são 2.300 anos. Somou 2.300 ao ano 457 a.C., data em que Esdras chegou a Jerusalém vindo da Babilônia, e encontrou o ano 1843 a.D. Passou a pregar que Cristo voltaria à terra nesse ano e esse ensino passou a ser a base da sua pregação. Daí o títu lo "adventista". Como tal não aconteceu, Miller alegando um erro de cálculo por ter usado o calendário hebraico em vez do romano, marcou nova data para 22 /10 /1844 . Tendo sido de­cepcionado outra vez, Miller teve que fugir de uma multidão enfurecida frustrada pela vã espera. O fazendeiro, depois disso, cessou suas atividades, desistiu da nova religião e se­gundo alguns comentadores voltou à comunhão de sua igreja. Miller, foi o precursor do movimento sabatista, porém ele nunca ensinou acerca da guarda do sábado como ensinam os sabatistas, embora tenha ensinado que os homens ainda são sujeitos à lei. Vd. Lucas 16.16; Atos 1.7; Mateus 24.36; etc. e ainda: Gólntas 4.4,5,30,31.

166 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E HERESIAS

Dentre os adeptos de Miller, surgiu a Sra. Hellen G. White, que se tornou a profetisa e papisa dos sabatistas. Em meio àquele ambiente de confusão que reinava em torno de Miller e do ensino do advento, aparece "oportunamente" a Sra. White e com tremenda sutileza procura dar uma explica­ção do que houvera acontecido, remediando a situação com a teoria do "Santuário". Passou a ensinar que o Santuário de Daniel 8 .13,14 está no cóu e não na Terra. Cristo veio em 22/10 /1844 a esse santuário do céu para purificá-lo, o que ainda está fazendo; depois sim, virá .’l Terra.

A Sra. White procurou Miller para lhe transmitir as "boas novas", mas estando saindo do movimento, Miller não aceitou. A Sra. White, ainda quando Miller pregava a vinda de Cristo para o ano de 1843, teve uma visão que conta no seu livro "Spiritual Gifts" com as seguintes palavras: "Eis vi que Deus estava na proclamação do tempo em 1843."!!!

Tendo amenizado o problema com a doutrina do san­tuário, marcou outras datas como sejam os anos: 1847, 1850, 52, 54, 55, 66, 67, 68, 77 etc., e nunca Cristo veio! Que pensa o leitor dum sistema doutrinário corn uma base como esta?

FALSAS D O UTRINA S

Como já ficou claro anteriormente, os sabatistas mistu­ram algumas verdades com seus abundantes erros, daí poder enganar aos que com sinceridade se lançam em busca da ver­dade. Normalmente, citam a Bíblia, porém sem o cuidado de examinar o contexto. Suas interpretações acerca de profecias e doutrinas, esbarram na hermenêutica e na exegese. Não respeitam as regras estabelecidas por estas e crêem naquilo que querem sem aceitar o diálogo.

Consideram os livros da Sra. White "inspirados" por Deus e no mesmo nível da Bíblia, que citam apenas para compro­var o que ensinam, buscando versículos ou passagens isoladas. O livro "O Conflito dos Séculos''é considerado a obra-prima da Sra. White e recomendam-no largamente. Tal livro já foi editado em 31 línguas com cerca de 2.000.000 de exemplares vendidos. Entre outras obras da Sra. White as mais importan-

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tes são: Vida de Jesus, Patriarcas e Profetas, Vereda de Cristo, O Desejado de Todas as Nações etc.

Mantém um serviço hospitalar muito bom e os periódicos de maior circulação são: Vida e Saúde e Atalaia. Para divulga­ção dos seus escritos, os sabatistas admitem grande número de colportores que de casa em casa vendem livros em excelen­te encadernação e com o indicativo de procedência levando apenas o nome CASA PUBLICADORA B RASILEIRA . Não se identificam com facilidade como "Adventistas de sétimo dia", têm medo de espantar o freguês!

Os Adventistas de sétimo dia já usaram através dos tempos os seguintes títulos:

— Igreja Cristã Adventista (1855).— Adventistas do Sétimo dia (1860).— União da Vida e Advento (1864).— Igreja de Deus Adventista (1866).-- Igrejas de Deus Jesus Cristo Adventistas (1921).— Igreja Adventista.— Igreja Adventista Reformada.— igreja Adventista da Promessa.— Igreja Adventista do Sétimo Dia (atual).

Existem outros grupos como Igreja Adventista da Pro­messa, Igreja Adventista do Pacto, etc; porém o mais impor­tante é Igreja Adventista do Sétimo Dia, conhecida como Sabatista ou Sabatismo.

A Teoria do Santuário — Essa teoria diz que Jesus veio em 22/10 /1844 ao santuário do céu para purificá-lo, o que ainda está fazendo; depois virá à Terra.

0 atual trabalho de Cristo é intercessão e não purificação, Hebreus 1.3; 9,24. Cristo entrou no santuário do céu 40 dias após a sua morte e ressurreição. O santuário celeste não pode estar "sujo" e o trabalho de purificação já terminou (Hebreus 1.3). No AT, vemos, que os sacerdotes não se sentavam quan­do ministravam. A prova de que Cristo já terminou o seu tra­balho quanto à salvação, sacrifício etc., é que Ele está sen­tado (Hebreus 8.1). Seu trabalho agora é apenas de interceder pelos santos (Hebreus 7.25). Vd. ainda Hebreus 1.3.

168 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E H ERESIAS

Lei Moral e Cerimonial — Para sua conveniência os sabatistas dividem a Lei em Moral e Cerimonial. Chamam ao decálogo Lei Moral e ao restante Lei Cerimonial. Ensinam que a Lei Cerimonial foi abolida por Cristo mas a Moral permanece. Essa distinção não é encontrada na Bíblia. Em várias pas­sagens bíblicas chama-se de "le i" tanto ao que está no decá­logo como ao que se encontra no resto:

Romanos 7.7 — passagem do decálogo.Lucas 24.44 — O Pentateuco é chamado "lei de Moisés". Mateus 12.5 — passagem de Números.Mateus 22.36 — Jesus não perguntou: "De qual Lei? " João 10.34 — Aqui, Jesus cita uma passagem do Salmo 82.6 e chama "Lei".

A parte mais importante da Lei não é o Decálogo."E um deles, intérprete da Lei, experimentando-o, lhe pergun­

tou: Mestre, qual é o grande mandamento na Lei? Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. 1 O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.2" (Mateus, 22.35-39)

1 D euteronôm io 6.5.

1 Levíticos 19.18.

A D V E N T IS M O DE 7 ° D IA 169

A parte mais importante da Lei não é o decálogo ao qual chamam "L e i M ora l" (Mateus 22.35-40). Nenhum dos dois mandamentos se acham no decálogo.

0 primeiro: Deuteronômio 6.5.0 segundo: Levíticos 19.18.Jesus afirma que toda a Lei depende destes dois manda­mentos!

Afirmam que a “ Lei Cerimonial" foi abolida, porém a mesma está repleta de preceitos morais que nos governam. Dizem que tudo o que não for decálogo é le i cerimonial. Quando dizemos a eles que o decálogo foi abolido, repenti­namente perguntam: "Então agora podemos matar, roubar, cobiçar?". Mas dizem que a Lei Cerimonial foi abolida e no entanto enquanto aqui vivermos teremos de observar coisas como:

— "Sereis santos.” (Levíticos 19.2)— "Não torcerás o ju ízo .” (Deuteronômio 16.19)— "Perfeito serás.” (Deuteronômio 18.13)— "Não seguirás a multidão para fazeres o mal." (Êxodo

23.2)— "Não te vingarás nem guardarás ira.” (Levíticos 19.18)— Etc.

A aniquilação de Satanás — Apocalipse 20.10.

O sono após a m orte — Ensinam que após a morte, o espírito que não é uma personalidade, mas apenas um "fôlego de vida" desaparece juntamente com o corpo. Vd. Lucas 16.19-31; II Coríntios 5.1-8; Atos 7.59,60 etc.

O aniquilamento dos ímpios — Qs sabatistas ensinam que, quando os homens ressuscitarem, tanto justos como ímpios, os justos receberão a vida eterna por Jesus (justos são aqueles que guardaram o sábado e os outros nove mandamentos) e os ímpios serão julgados e lançados no inferno.

— Morte e separação são coisas distintas de aniquila­mento.

— Morte física é separação do espírito do corpo.

170 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E H ERESIAS

— Morte espiritual é a separação do espírito de Deus.— Morte eterna é a separação para sempre ou banimento

do espírito no corpo ressuscitado da presença e in­fluência de Deus.

V.d. Gênesis 2.17; I Timóteo 5.6; Efésios 2.1; Lucas 15.32; etc.

A punição dos ímpios é de duração eterna — Mateus 25.41, 46; Isaías 33.14; Daniel 12.2; Marcos 9. 42-48; II Tessaloni- censes 1.8,9; etc.

Os sabatistas perdem-se em interpolações desordenadas na interpretação das profecias. Não vale comentar dado à con­fusão que fazem os seus ensinos sobre os livros de Daniel, Ezequiel, e Apocalipse, sendo este último aquele que mais "torcem" ou desvirtuam.

Como o ponto mais forte do seu ensino é O Sábado, nos deteremos ainda sobre o ensino e refutações ao nosso alcance.

A guarda do Sábado — Os sabatistas insistem no fato de que a guarda do sábado deve ser observada por todos os homens da terra. Vemos em Deuteronômio 5.15 que Deus ordenou a guarda do sábado em memória ou lembrança da libertação do povo de Israel do Egito. Isto mostra que a instituição do sábado é exclusivamente israelita. Ora, se em memória de algum fato, não poderiam ter guardado antes de tal fato ter acontecido! Esta passagem, pois, não prova que o sábado fosse observado antes de ser dado a Israel no Egito (Êxodo 20 . 1).

Na introdução ao seu opúsculo, o Rev. Matta descreve o seguinte: "Havia 11 semanas de 8 dias no calendário bíblico. A semana era móbil. Em cada ano as datas estavam sempre no mesmo dia semanal, em virtude de os sábados inteiros e os cerimoniais tornarem a semana móbil. Não interessa precisar o dia do qual eram contados os sábados inteiros. Para uns, começavam do dia seguinte ao sábado cerimonial da páscoa; para outros, do sábado semanal da semana dos asmos. O que é certo é que eles eram intercalados nas semanas.

Levando em consideração a variedade de sentido do verbo taman, donde o radical tonsin, o qual foi empregado por

A D V E N T IS M O DE 7.0 D IA

Ezequiel no cap. 22, v. 15 de seu livro com o sentido de remover, cremos que poderíamos traduzir por sábados intei ros, sábados móbeis: em cada uma das sete semanas cada um deles passava para o dia semanal seguinte.

Assim se sucediam:

1 7 7 6 5 4 3 2 1 2 3 4 5 6

2 1 7 7 6 5 4 3 1 2 3 4 5 6Daí a con firm ação de que

3 2 1 7 7 6 5 4 todos os dias da semana 1 2 3 4 5 6eram sábado.

4 3 2 1 7 7 6 5 1 2 3 4 5 6

5 4 3 2 1 7 7 6 1 2 3 4 5 6

6 5 4 3 2 1 7 7 1 2 3 4 5 6

7 6 5 4 3 2 1 7 1 2 3 4 5 6

Cada dia da semana teve todos os números de 1 a 7. Num dos 7 se trabalhava; no outro, descansava. Gênesis 2.2. Eram dois 7 sucessivos: um dia de 48 horas, visto que o ponto inicial ou procedência era incluso: de 0 a 7 um, e de 7 a 0, um também, porém com número positivo em cada um, evidente­mente apresentam-se como 2, neste caso, 7,7. Num deles Deus trabalhou e no outro descansou. Assim Jesus quando terminou a obra redentora; no sábado trabalhou na sua própria ressurreição; no domingo, o segundo sábado, ou se­gunda parte de um dia de 48 horas, descansou, aparecendo aos discípulos.

Os sabatistas descansam no primeiro dos dois 7, em que Jesus trabalhou na criação e na ressurreição; nós, cristãos, no segundo dos dois 7, em que Jesus descansou de ambas as obras.

Notemos que Moisés não mandou contar semanas e sim, sábados. Semana é chabua e sábado shabbath. Tinham de contar sete shabbathôth e não sete chabuim. Na verdade, constituindo um dia duplo, reciprocamente se completavam. Um era o complemento do outro. Eram, assim, sete sábados inteiros ou completos. "Todos os Dias da Semana Eram Sábado" (Rev. Matta).

172 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E HERESIAS

ALGUMAS RAZÕES PORQUE GUARDAMOS O 2P SÁBADO

1. Jesus ressuscitou dentre os mortos no primeiro dia da semana. (João 20.1)

2. Jesus apareceu a dez de seus discípulos naquele primeiro dia da semana. (João 20.19)

3. Jesus esperou uma semana, e no outro primeiro dia da semana apareceu aos onze discípulos. (João 20.26)

4. A promessa da vinda do Espírito Santo cumpriu-se no primeiro dia da semana — no dia cie Pentecoste, que pela lei caía no primeiro dia da semana. (Levítico 23.16)

5. No mesmo primeiro dia da semana foi pregado pelo após­tolo Pedro o primeiro sermão evangelístico sobre a morte e ressurreição de Jesus. (Atos 2.14)

6. Nesse primeiro dia da semana os três mil conversos foram unidos à primeira ecclesia neo-testamentária. (Atos 2.41)

7. No mesmo primeiro dia da semana o rito do batismo cristão em nome do Pai, Filho e Espírito Santo, foi admi­nistrado pela primeira vez. (Atos 2.41)

8. Em Trôade os cristãos reuniam-se para o culto no pri­meiro dia da semana. (Atos 20.6-7)

9. Paulo instruiu os cristãos em Corinto a fazer contribui­ções no primeiro dia da semana. (I Coríntios 16.2)

10. No primeiro dia da semana Cristo veio ao apóstolo João na Ilha de Patmos. (Apocalipse 1.10)

20 (VINTE) RAZÕES PELAS QUAIS NÃO GUARDAMOS O SÁBADO

1. O sábado faz parte de um concerto ou pacto entre Deus e o povo israelita. (Êxodo 20.1; 19.1 a 24.8; Romanos 2.14)

2. Antes do concerto do Sinai Deus não ordenou a ninguém que guardasse o sábado. (Gênesis 3.16)

3. O sábado era um pacto perpétuo para todas as gerações dos judeus. 0 pacto era bilateral, só teria validade com o cumprimento de ambas as partes. (Êxodo 20,1,2)

A D V E N T IS M O DE 7 ° D IA 173

4. O sábado consta do Decálogo e esta não é a parte mais importante da lei de Deus (Mateus 22.36-40; Marcos 12.28-31)

5. A palavra "le i" em nenhuma das 400 vezes que ocorre na Bíblia se refere somente ao decálogo. (Gálatas 5.3,4;3.10)

6. Os Dez Mandamentos são apenas um resumo da lei. (I Coríntios 14.34; Mateus 22.40)

7. O sábado não é uma instituição perpétua. (Êxodo 31.16,17; 12.14; Levítico 23.21)

8. Deus aborrece o sábado (Isaías 1,13,14), porque envolve um preceito cerimonial carente da verdadeira fé. (Marcos 9.2,13; Gálatas 2.19)

9. No calendário atual, em concordância com o calendário bíblico antigo, o sábado não é um dia fixo. (Gênesis 2.2)

10. Jesus foi a última pessoa que teve a obrigação de guar­dá-lo. (Gálatas 4.4; Mateus 5.17; Romanos 15.8; João 5.16; Gálatas 2.14-17) II Coríntios 3.14)

1 1 .0 sábado faz parte da lei e esta foi abolida totalmente por Cristo. Colossenses 2.14; Colossenses 2.16,17; II Corín­tios 3.3-14; Hebreus 7.18, etc.)

12. Estamos em um novo concerto. (Hebreus 8.6-13; 10.7,9; Gênesis 12.3; Gálatas 3.17; Romanos 8.1, 2; I Coríntios 14.33)

13. No novo concerto sob o qual estamos não existe manda­mento para guardar o sábado, embora encontremos todos os outros do decálogo:

AT NT

1.° Mandamento: Êxodo 20.2,3 I Coríntios 8.4-6; Atos 17.23-312 .° Mandamento: Êxodo 20.5,6 I João 5.213.° Mandamento: Êxodo 20.7 Tiago 5.124 .° Mandamento: Êxodo 20.8-11 ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ? ?5.° Mandamento: Êxodo 20.13 Efésios 6.1-36 .° Mandamento: Êxodo 20.13 Romanos 13.97.° Mandamento: Êxodo 20.14 1 Coríntios 6.9,108 .° Mandamento: Êxodo 20.15 Efésios 4.289 .° Mandamento: Êxodo 20.16 Colossenses 3.9; Tiago 4.11

10.° Mandamento: Êxodo 20.17 Efésios 5.3.

174 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E H ERESIAS

14. Jesus Cristo, nosso Salvador nunca mandou ninguém guardá-lo.

15. 0 apóstolo Paulo era apóstolo dos gentios e embora tenha dito que tudo de proveitoso ele ensinou e que anunciou todo o conselho de Deus, nada ensinou acerca da guarda do sábado (Atos 20.20.27).

16. Os grandes acontecimentos do cristianismo se deram no domingo. (Marcos 16.9.11; Lucas 24.1,5,6; João 20.19,26; Mateus 28.1,8-10; Lucas 24.13-15; Marcos 16.9-13; João 20.1, 11-18; João 20.19; João 20.22; Marcos 16.14-16; João 20.21, etc.)

17. A Igreja Primitiva guardava o domingo. (Não foi insti­tuído pelo papa, nem por Constantino como dizem os sabatistas. Constantino apenas oficializou algo que existia desde os primórdios do cristianismo.) (Colossenses 4.13, 16; Apocalipse 3.14)

18. Homens santos e abençoados por Deus guardavam o do­mingo. (Apocalipse 13.16; 19.20; 14.10,11) Vd.: Tertu- liano, na África, 200 AD; Cipriano, Cartago 250 AD; Anatólio, em Laodicéia, 270 AD; Eusébio, 324 AD; etc. (Constantino ordenou aos cristãos guardarem o domingo em 321 aD.)

19. Os crentes gentios que começaram a guardar o sábado e outros dias, no conceito do apóstolo Paulo poderiam des­viar do "caminho". Gálatas 4.10,11; Romanos 14.5)

20. Não estamos ligados a um lugar ou a um tempo para adorar a Deus. Jesus deixou isso bem claro. (João 4.21-24)

Diante de tão grandes verdades, só nos resta orar pelos sabatistas e rogar a Deus que afaste de suas mentes os con­ceitos errados que têm das doutrinas ensinadas por Cristo, como também, rogar ao Senhor que os liberte do jugo da lei e os traga à maravilhosa liberdade em Cristo Jesus através do poder do Espírito Santo.

CAPÍTULO X V I I I

TESTEMUNHAS DE JEOVÁ (Russelismo)

A seita que tem esse nome é falsa e anti-cristã. Falsa porque diz obedecer à Bíblia e na realidade, deturpa e mutila os seus ensinamentos. É anti-cristã, porque além de negar a divindade de Cristo, nega também as doutrinas básicas do cristianismo.

As "Testemunhas de Jeová" são os mestres do malaba­rismo exegético. Usam a Bíblia para atrair os incautos, porém possuem a sua "Bíblia" particular, de tradução adaptada aos seus conceitos, onde torcem a Palavra de Deus. A "Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas", que felizmente não tem o nome de Bíblia, é arranjada para as doutrinas que pregam.

Afirmam ser a única igreja certa, e que todas as outras estão erradas e são obras de satanás. Não são evangélicos como muitos pensam e o único grupo religioso que tem alguma semelhança com eles são os Adventistas, de onde saiu Russel, o seu fundador.

Costumam andar de dois em dois e preferem as casas dos evangélicos, onde se apresentam comumente como "membros de uma sociedade de estudo da Bíblia", para iniciar o prose­litismo. O seu programa de doutrinação começa com a intro­dução de livros nas mãos das pessoas, prossegue através da segunda visita, estudo de livros, assistência no Salão do Reino, assistência a reuniões de ofício, atividade na publica­ção (distribuição de livros e folhetos) e batismo.

Nos seus ensinos, misturam verdades com mentiras e levam o prosélito a uma grande confusão, tirando-o dela com uma "interpretação certa"!

176 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E H ERESIAS

Reúnem-se em salões aos quais chamam “Salão do Reino" onde dão ênfase ao estudo da sua literatura. En­quanto nós os evangélicos temos a Bíblia como única regra de fé e prática só apreciando outros livros quando estes estão em harmonia com ela, as “Testemunhas" se lançam aos seus li­vros usando a Bíblia apenas para ratificar as suas doutrinas, o que fazem apelando descarada e vergonhosamente.

HISTÓRICO

Charles Taze Russel, nascido em 1852 na Pensilvânia, E.U.A., foi criado na Igreja Presbiteriana, foi membro da Igreja Congregacional o ingressou na Igreja Adventista, aban­donando-a logo depois. Em 1872, Russel conseguiu reunir um grupo de discípulos sem qualquer títu lo e dizendo-se falsa­mente conhecedor das línguas originais da Bíblia e denomi­nando-se "Pastor Russel", reunia seus discípulos para estudar a Bíblia regularmente.

Em 1874, o grupo recebeu o nome de Torre de Vigia de Sião e depois, Aurora do Milênio, Associação do Púlpito do Povo (1909), Associação Internacional dos Estudantes da Bíblia (1914), Sociedade de Folhetos da Torre de Vigia, So­ciedade da Bíblia e Tratados da Torre de Vigia (título oficial) Testemunhas de Jeová (1931 — títu lo comum), Sociedade do Novo Mundo e Russelitas (assim chamados por serem segui­dores de Russel).

Russel foi homem de maus procedimentos. Casou-se em 1879. Várias vezes compareceu a tribunais, inclusive por ações movidas por sua esposa, quando a situação tornou-se intolerável. Ela não podendo mais suportar os maus tratos e o seu regime de prepotência, abandonou-o em 1897 e dele divorciou-se em 1913. Essa senhora foi levada a tal, não so­mente devido o regime de tirania em casa, mas também pelos casos imorais de Russel com sua empregada Rose Bali. Outra coisa repulsiva era a sua prática de induzir moribundos a doar bens à organização russelita. Viu-se muitas vezes em apuros na justiça devido a escândalos financeiros.

Após a morte de Russel, Joseph Franklin Rutherford, nascido em 1896, advogado praticante, tomou a direção da seita e somente a deixou na sua morte em 1942. O chefe

TE S TE M U N H A S DE JEO VA 177

"Embora o Reino assumisse o poder em 1914, Jeová não destruiu imediatamente os que o serviam."

atual, sucessor de Rutherford, chama-se Nathan H. Knorr, já em idade bastante avançada.

Em textos como I Timóteo 4.1-6; II Pedro 2.1 e 3.17, Deus adverte ao Seu povo contra tais pessoas. Nós, os cris­tãos evangélicos que fomos feitos filhos de Deus ao descer o Espíritc.Santo em nossos corações, somos as verdadeiras Tes­temunhas de Cristo. (Atos 1.8ss).

OUTROS DADOS

As "Testemunhas de Jeová" dão grande ênfase à divul­gação de seus escritos, têm uma emissora, uma editora e um Instituto Bíblico em Nova Iorque. As revistas Despertai e Sentinela são publicadas juntamente com o livreco A Ver­dade que Conduz à Vida Eterna, em mais de 80 idiomas.

Na revista Atalaia de 15 de setembro de 1910, aparece a seguinte declaração de Russel acerca dos seus livros: "Os seis tomos de Estudos nas Escrituras constituem praticamente a Bíblia, não são meramente um comentário acerca da Bíblia, mas praticamente a própria Bíblia . . . Não se pode descobrir o plano divino estudando somente a Bíblia. Se alguém coloca de lado os Estudos, mesmo depois de familiarizar-se com eles . . . e se dirige apenas à Bíblia, dentro de dois anos volta às trevas . . . e se dirige aos Estudos nas Escrituras com as suas

178 R E LIG IÕ E S , SEITAS E H ERESIAS

citações, ainda que não tenha lido sequer uma página da Bíblia, ao cabo de dois anos estará na luz.”

Entre outros livros, que publicam sem nome de autores, encontramos os seguintes:

— Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas (Bíblia de edição particular).

— Estudo nas Escrituras (base das suas doutrinas tendo os seis primeiros volumes sido escritos por Russel e o sétimo, " 0 Mistério Consumado” , escrito por Rutherford).

— Seja Deus Verdadeiro (edições de 1949 e 1955) — Contém grande parte dos seus falsos ensinos.

— A Verdade Que Conduz à Vida Eterna. Livreto que é publicado em 84 idiomas, já tendo sido impressos 59.000.000 de exemplares. É o livro usado para estu­dos nas residências.

— Estas Boas Novas do Reino. Resumo das doutrinas da seita.

— Do Paraíso Perdido ao Paraíso Restaurado.— A Verdade vos Tornará Livres, Religião, Salvação, Ini­

migos, Jeová, Qualificados para o Ministério e ou­tros . . .

Seus livros são vendidos por preços acessíveis. Têm boa encadernação feita quase sempre em vinyl, embora o papel usado para o texto não seja de boa qualidade. Alguns desses livros são muito bem ilustrados com desenhos em preto e branco ou a cores.

As "Testemunhas" debaixo de constante pressão e com medo mortal de, pelo fato de não venderem quantidade sufi­ciente de literatura, serem rebaixados à "classe de maus servos", se lançam pelas praças, ruas e casas a fim de propagar sua literatura.

FALSOS ENSINOS

Russel, que considerava Guilherme Miller, fundador do Adventismo um grande mestre, herdou dos sabatistas a mania de fixar datas dos eventos bíblicos, criou um sistema com­

TE S TE M U N H A S DE JE O V Á 179

plexo de doutrinas, já corrigidas em alguns pontos pelos seus sucessores, porém continuando falsas, e que não vale a pena comentar muito a respeito. É perder tempo e valorizar here­sias! Citaremos a seguir, com o propósito de ter uma idéia apenas dos seus ensinos, algumas doutrinas nas quais as "Tes­temunhas" mais se firmam, com o propósito de advertir àqueles que muitas vezes inocentemente andam em busca da verdade.

Sobre a Trindade — Dizem que a Doutrina da Trindade é uma superstição herdada do paganismo egípcio e babilónico. "Es­tudos . . ." pág. 64; "Seja Deus Verdadeiro"; e outros.

Refutação Bíblica — Gênesis 1.26, Elohim, é plural, indi­cando mais de uma pessoa. Veja ainda: Neemias 9.6; João 1.3; Jó 26.13; Salmo 80.5; II Coríntios 10.1; Salmo 143.10; Efésios 1.19; Filipenses 3.21; Atos 5.3,4; Hebreus 13.8, etc.

A Divindade de Cristo — Negam que Jesus Cristo seja Deus. Afirmam que é um ser criado como o são os anjos e o homem. Dizem que Deus criou a Jesus como filho e então usou-o como Seu sócio . . . "Seja Deus Verdadeiro", pag. 35; "Novo Mundo" pag. 17. Vd.: João1.1-3; João 10.30; Roma­nos 9.5; Colonenses 2.9; Hebreus 1.3; 13.8; e outras passa­gens.

O Espírito Santo — Dizem que o Espírito Santo é um poder ou influência de Deus para executar a Sua vontade. É a invi­sível força ativa do Todo Poderoso ou um fluido que emana de Jeová Deus.

Sabemos que o Espírito Santo é uma pessoa da Trindade, portanto Deus. A ̂ referências bíblicas seguintes nos provam:

O Espírito Santo agindo como pessoa: Fala (Atos 8.29); intercede (Romanos 8.26,27); Se entristece (Efé­sios 4.20); Dá ordens (Atos 16.6.7; 13.2); Tem vontade (I Coríntios 12.11); Ama (Romanos 15.30); Convida (Apo­calipse 22,17); Pode ser resistido (Atos 7.51); etc. Veja ainda: A.tos 5.3,4; Salmo 139.7-12; Atos 10.19,20; Lucas 3.21,22

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NOTA — O significado da palavra pessoa, para nós significa uma coisa muito diferente do que significava na Igreja primitiva. A mudança de significado é o que causou toda a confusão em torno da Trindade. A mudança de significado de algumas palavras é co­mum em todos os idiomas. A palavra igreja, é um exemplo. A princípio, era apenas uma reunião de membros do parlamento grego, hoje, pode se refe­rir a um templo. A palavra grega "PROSOPON", pessoa, tem no grego o seguinte sentido: apa­rência, aspecto exterior visível, de um ser húmano, animal ou coisa. Em conseqüência disto, quando os Pais da Igreja chamaram "pessoas" ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, estavam dizendo que esses três eram manifestações ou revelações que Deus fazia de Si ao Mundo, e por meio das quais o mundo pôde ver Deus e saber o que era Deus. (Estudando a Bíblia — Castex).

A Pátria — As "Testemunhas de Jeová", recusam publica­mente servir à Pátria, saudar a bandeira e outros deveres que a pátria nos impõe. Afirmam ser ato de idolatria. Essa posição tem posto os "Testemunhas" de vez em quando em conflito com os tribunais.

Transfusão de Sangue — O livreto Sangue, Medicina e a Lei de Deus, é uma apologia da posição que assumem contra a trans­fusão. Citam textos como: Gênesis 9.3,4; Levítico 3.17; Deu- teronômio 12.23-35; I Salmo 14.32,33; Atos 15.28,29. A fir­mam que sendo o sangue a alma, não podemos passá-la a outra pessoa pois desobedecemos ao mandamento de amar a Deus com toda a alma.

A palavra "Alm a" vem da hebraica "Nephesh” e da grega "Psyché" e tem nas Escrituras cinco significados:

1. Alma como o sangue — Deuteronômio 12.23; Leví­tico 17.14. Veja I Coríntios 15.50.

2. Alma como pessoa — Gênesis 46.22,27.3. Alma como vida — Levítico 22.3.4. Alma como coração — Deuterômio 2.30.

TE S TE M U N H A S DE JE O V Á 181

5. Alma como alma — Alma é o centro da vida moral do homem, é responsável e será julgada. Não confundir com Espírito que é o centro da vida espiritual. Veja a diferença: Hebreus 4.12; I Tessalonicenses 5.23; Jó 12.10 :À lma\ I Pedro 2.11; Mateus 10.28; Atos 20.10; etc.

A Morte — A pergunta: "Onde vai a alma dos que morrem?'', as "Testemunhas de Jeová respondem enfaticamente: "A parte alguma, pois não existem". Que a alma existe, já vimos no ponto anterior. Veremos que com a morte do homem a sua alma toma um destino imediato. Para isso devemos atentar para o seguinte:

Segundo os originais hebraico e grego, através do uso das palavras "Gava", "Teleute", "Mavet", "Anairesis" e Muth ou Thánatos", a palavra morte tem o seguinte significado: Um expirar, dar o último suspiro, um fim e término de tudo nesta vida, uma separação entre o corpo e a alma e uma elevação ou levantamento a outro nível de vida.

De acordo com a Bíblia, conhecemos cinco classes de morte. Vejamos:

1. Morte espiritual — É a separação causada pelo pecado do espírito humano e do Espírito de Deus. Gênesis 2.17; Efésios2.1; I Coríntios 15.22.

2. Morte em herança — Trata-se da morte de Cristo ao pecado que é herdado por aqueles que entram na "fa­m ília" divina. João 1.12. Veja II Coríntios 5.14,15.

3. Morte ao pecado — Fala da morte pessoal, real que o homem experimenta quando se rende total e absolu­tamente a Cristo. Veja Romanos 6.2; I Pedro 2.24; Romanos 6.1 2.

4. A "Segunda morte" — Essa morte é a morte da alma, significando "separação". É a morte reservada a todos os homens que não aceitaram a Cristo como seu Sal­vador, perseverando na impiedade até a morte física. Apocalipse 21.8.

5. A morte física — É a morte do corpo. Hebreus 9.27.

Que a alma continua após a morte do corpo, isso é ló­gico . . . Atos 7.59; Filipenses 1.21; Lucas 23.42-43; Hebreus 12.22,23; Atos 1.25; Apocalipse 7.9.14; Lucas 16.19-31; etc.

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O Inferno — Algumas vezes, dizem que o inferno é este mundo, outras vezes, dizem que o inferno é a morte ou a sepultura. Não têm certeza de para onde vão, e negam o inferno com medo da realidade que e!e encerra. "Reconci­liação", "Seja Deus Verdadeiro", "Essas Boas Novas . . (II Tessalonicenses 1.8; Mateus 8.2; II Samuel 22.6; Ezequiel 32.21; Salmo 55.15; I Samuel 2.6; Os 13.14; Salmo 45.15; etc.)

A história do Rico e Lázaro, fala do Sheol, onde havia o paraíso (Seio de Abraão) e o lugar de tormentos. Com a

Os Russelitas crêem que o paraíso será restabelecido na Terra.

TE S TE M U N H A S DE JE O V Á 183

ressurreição de Jesus, o paraíso foi transferido para as regiões celestiais. (I Pedro 3.19; Efésios 4.8; Mateus 12.39,40; João 14.2; etc.)

A Segunda Vinda de Cristo - Ezequiel 37.13,14; Mateus 16.27; II Tessalonicenses 1.7-10; Atos 1.11; Apocalipse 1.7; etc.

As "Testemunhas de Jeová" dizem que a Segunda Vinda de Cristo aconteceu no ano de 1914. Como não aconteceu depois de 1914 aquilo que a Bíblia diz acerca da Vinda de Cristo, dizem que "Embora o Reino assumisse o poder em 1914, Jeová não destruiu imediatamente . . . "Jeová é vaga­roso com respeito à Sua promessa . . ." "A verdade que . . ."

Consultemos as seguintes referências: Mateus 24.27; Apo­calipse 1.7; II Tessalomicenses 1.7,8; I Tessalonicenses 4.13-17; e muitas outras.

Os 144.000 — Russel começou ensinando que somente iriam para o céu, as fiéis "Testemunhas de Jeová" (os seus seguidores naquela época). Quando completassem 144.000 adeptos fiéis, estaria pronto o "rebanho" de Deus. Acontece que a seita cresceu mais do que o seu fundador imaginou e o total de adeptos superou esse número. Foi fácil conciliar as coisas. . . Em 1935 Rutherford apresentou a "Doutrina da Grande Multidão" que se resume no seguinte: 144.000 são os servos escolhidos para reinar com Cristo no reino celeste. As demais "Testemunhas" viverão aqui na terra sob o domínio de Cristo e da Sua Igreja no céu. Os 144.000 também são chamados de "O pequeno rebanho", é a única e verdadeira Igreja. Os que ficarem na terra não serão considerados como "Igreja" (Seja Deus Verdadeiro).

A Palavra de Deus não faz discriminação entre os salvos na eternidade. Veja João 14.1-3; I Coríntios 15.51,52; Apo­calipse 3.21; João 17.24.

Poderíamos continuar descrevendo os seus ensinos refu­tando os com a Palavra de Deus, porém não nos interessa muito ter "conhecimento profundo" daquilo que eles ensi­nam, porque nada é aproveitável e não serve para a nossa edificação. O Crente estudioso da Palavra de Deus, saberá refutá-los a qualquer momento com o uso da própria Palavra como o fazia Jesus.

184 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E H ERESIAS

Cremos que essa pequena apreciação dos seus ensinos já foi suficiente para sabermos do perigo que essa seita repre­senta para o mundo e sobretudo para a verdadeira Igreja de Deus, a qual atacam e fazem alvo do seu proselitismo. Convém que os crentes, as verdadeiras Testemunhas de Jesus se preparem e sejam propagadores do Evangelho genuíno de Jesus Cristo.

Muitas pessoas bem intencionadas aceitam o ingresso na seita pensando que estão se tornando crentes. Não sabem diferenciar a ovelha do lobo fantasiado de ovelha. Cabe a nós alertá-los. (Mateus 7.15; Atos 20.29)

PORQUE OS CHAMADOS "TESTEMUNHAS DE JEOVÀ" NAO SAO CRISTÃOS!

Não crêem em Jesus Cristo como a Bíblia O apresenta. Negam a Sua divindade e não reconhecem a Sua verdadeira missão. Não existe um único "Testemunha de Jeová" que se conheça por pecador perdido e que necessita de um Salvador sobrenatural. Dizem que Jesus era um filho de Deus, que foi usado apenas como Seu sócio . . . (Seja Deus Verdadeiro, pag. 35).

Veja o que diz a Bíblia: João 1.1-3; 10.30; Romanos 9.5; Colossenses 2.9; Hebreus 1.3; Hebreus 13.8; etc.

— Dizem que o Espírito Santo é um poder ou influência de Deus para executar a Sua vontade. É uma força ou um fluido que emana de Jeová, é semelhante à brisa ou ao vento (Seja Deus Verdadeiro, pág. 88).

Isso discorda totalmente da Bíblia e de Cristo. Não podem ser considerados cristãos aqueles que não concordam com Cristo, pois Ele mesmo disse que o Espírito Santo fala (Marcos 13.11) e ensina (Lucas 12.12).

É fácil provar que o Espírito Santo é uma pessoa, veja­mos: O Espírito Santo fala (Atos 8.29; Marcos 13.11); Inter­cede (Romanos 8.26,27); Se entristece (Efésios 4.20); Dá or­dens (Atos 16.6,7; 13.2); Tem vontade (I Coríntios 12.11); Ama (Romanos 15.30); Convida (Apocalipse 22.17); Pode ser resistido (Atos 7.51). Veja ainda: Atos 5.3,4; Salmo 139.7-12; Atos 10.19,20; Lucas 3.21,22.

TE S TE M U N H A S DE JE O V Á 185

— Não crêem na Segunda Vinda de Cristo conforme Ele anunciou e toda a Bíblia declara. Dizem que Jesus Cristo veio em 1914 e embora não tenha tomado nenhuma atitude ine­rente à Sua vinda, criou a classe do Servo, que começou a funcionar em 1918, estabelecendo a Teocracia na terra (A Verdade que Conduz à Vida Eterna, pag. 95; Seja Deus Ver­dadeiro, pags. 188e 189).

Desde quando Jesus Cristo estabeleceu datas??? Veja Atos 1.711!

Como podem os "Testemunhas de Jeová" serem cristãos se não aceitam também os ensinamentos de Cristo e da Bíblia acerca de Sua Vinda.

Doze razões pelas quais Cristo vem outra vez

1. Para consumar a salvação dos fiéis. (Hebreus 8.28; I Pedro 1.5; Mateus 10.22)

2. Para ressuscitar os mortos e vestir os corpos de incor­ruptibilidade e transfigurá-los. (I Coríntios 15.35-55)

3. Para julgar a todos, castigando os maus e recompen­sando aos bons. (II Tessalonicenses 1.6-10; Mateus 25.31-46)

4. Para fazer juízo contra as nacões. (Isaías 51.5; Salmo96.10)

5. Para manifestar os intentos dos coracões. (I Coríntios 4.5)

6. Para trazer à luz as coisas ocultas, explicar todos os mistérios e vindicar a sabedoria, amor e justiça de Deus (I Coríntios 4.5)

7. Para ser glorificado em seus santos e fazer-se admirável naquele dia em todos os que crerem. (II Tessalonicenses 1.10)

8. Para arrebatar a Sua Igreja nas nuvens. (I Tessaloni­censes 4.7)

9. Para destruir o anti-Cristo. (II Tessalonicenses 2.8)10. Para destruir satanás, a besta e o falso profeta, a todos

os anjos rebelados e à própria morte. (Apocalipse 19.20; 20.10; Judeus 6)

11. Para restaurar todas as coisas. (Atos 3.21)12. Para reinar Onipotente em Seu reino eterno. (Daniel

7.14; Apocalipse 11.15)

186 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E HERESIAS

Não crêem na Trindade. Dizem que nós, os evangélicos tiramos a doutrina da Trindade "dos antigos babilónicos e de outras mitologias'' (Seja Deus Verdadeiro pag. 81).

0 último ataque que desferem contra a Trindade é que nós a apoiamos em um só texto, o de I João 5.7, e argumen­tam que tal texto é espúrio, que não figura nos manuscritos mais antigos do Novo Testamento etc. Vejamos outros tex­tos bíblicos que provam categoricamente a Trindade:

a) O primeiro tipo de prova são as múltiplas declaraçõesbíblicas com relação a TRÊS NOMES DISTINTOScom que se apresenta a Divindade.

— O fato de não existir na Bíblia o vocábulo "Trin­dade" não quer dizer que ela não exista.

— O fato de a Trindade ser ensinada de modo seme­lhante ao que os cristãos crêem, pelos antigos, não quer dizer que é doutrina exclusiva deles. Os anti­gos babilónicos e egípcios criam e ensinavam sobre satanás, e os "Testemunhas de Jeová" crêem nele . . .

Consulte estes textos: Mateus 28.18-20; João 14.26;Judeus 20,21; I Pedro 2; II Coríntios 13.13; Mateus3.16,17.

b) A palavra traduzida por Deus em Gênesis 1.1, é"E L O H IM ", que em hebraico é uma palavra plural.Vejamos biblicamente esta verdade:

— Façamos . . . (Gênesis 1.26).— . . . . o homem se tornou como um de nós . . . (Gê­

nesis 3.22).— "A quem enviarei, e quem há de ir por nós . . .

(Isaías 6.18).— Aqui, Jesus Cristo é quem está falando! vejamos os

versículos 16 e 17! Perceba como Jesus Cristo e Jeová se fundem em uma só pessoa! (Isaías 48.16).

— A palavra ELOHIM figura mais de 2.200 vezes no Antigo Testamento. Por que se usou centenas e milhares de vezes o termo no plural DEUSES e não o termo no singular "Deus" para dirigir-se à di­vindade??? SIMPLESMENTE PORQUE DEUS,,

TE S TE M U N H A S DE JE O V Á 187

QUE É UM, TEM UMA PLU R A LID A D E DE EXISTÊNCIA!

— Outra particularidade que tem a palavra ELOHIM é que ainda que seja plural, o verbo que a acom­panha vem sempre no singular, o que prova que ainda que haja uma pluralidade de existência nesse Deus, o Deus é UM, pois se fossem vários deuses, o verbo indispensavelmente teria que ir para o plural.

c) Em Deuteronômio 6.4 se diz: "Ouve Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor". No singular hebraico se diz: Shema Yisrael, lehová Eloheinu lehová, Ejad". Literalmente, esta passagem poderia ser traduzida como toda propriedade: O que era, o que é e será, é nosso Deus;". Um pequeno conhecimento de gramá­tica hebraica, talvez falte aos "Testemunhas de Jeová".

d) As Escrituras, por outro lado, reconhecem que o que uma pessoa da Trindade fez, todas as outras também o fizeram, devido precisamente a este fato, de que as Três são uma. Assim, por exemplo, sobre a orientação do mundo, sobre a salvação, sobre o perdão, sobre a saúde física, sobre a vida eterna, e tantas outras coisas ainda, se atribuem tanto ao Pai, ao Filho, como ao Espírito Santo.

e) Das três se diz igualmente que são poderosas. Fili- penses 3.21; Deuteronômio 4.37; Colossenses 1.16; Lucas 24.29)

f) Das três se diz também que são eternas. (João 1.1,2; Isaías 9.6; Hebreus 5.6)

g) E ainda que são cheias de sabedoria. (I Coríntios 2.10; Colossenses 2.3; I Pedro 1.2)

h) Finalmente, nenhuma das três busca a Sua própria glória, mas a das outras. Por exemplo, Cristo buscava a glória do Pai (João 12.28) e não só a do Pai, mas de toda a Trindade (I Pedro 4.11). Por outro lado, o Pai buscava a glória do Filho (João 17.5; 5.23) e o Espí­rito Santo contribuía para a glória do Filho (Mateus 1.20); etc.

188 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E HERESIAS

— O fundador da seita que hoje se chama "Testemunhas de Jeová" não foi Jesus Cristo, e sim um garoto de vinte anos de idade chamado Charles Taze Russel, que anteriormente foi membro da Igreja Congregacional e da Igreja Adventista. Este jovem denominou-se a si mesmo "Pastor Russel", reunindo em torno de si um grupo de discípulos, em 1872.

— Não pode ser cristã uma seita cujo fundador foi homem de maus procedimentos. Casou-se em 1879, várias vezes compareceu a tribunais, inclusive por ações movidas por sua esposa. Quando a situação tornou-se intolerável, ela não podendo mais suportar os maus tratos e o seu regime de prepotência, abandonou-o em 1897 e dele divorciou-se em 1913. Esta senhora foi levada a tal, não somente devido ao regime de tirania em casa, mas também pelos casos imorais de Russel com sua empregada Rose Bali.

— Outra coisa também repulsiva era a prática do funda­dor das "Testemunhas de Jeová" em induzir moribundos a doar bens à organização russelita. Viu-se muitas vezes em apuros na justiça devido a escândalos financeiros. Pode uma pessoa de boa índole seguir os ensinamentos de um homem como este? Os mestres do russelismo escondem estas coisas dos seguidores da seita, porém um dia terão de dar contas a Deus!!!

É claro e óbvio, que se os chamados "Testemunhas de Jeová" não crêem no que Cristo ensinou e nem no que a Bíblia declara, é muito lógica a conclusão de que NÃO SÃO CRISTÃOSIU

CAPÍTULO XIX

A CIÊNCIA CRISTÃ (Eddyismo)

A Ciência Cristã é uma mistura de filosofia, sistema de cura e religião. Na realidade, não tem nada de ciência nem de cristã. Foi fundada por Mary Baker Eddy, nascida em 15 de julho de 1821, em Bow, Estado de New Hampshire, E.U.A. A Sra. Eddy quando jovem pertenceu a igreja Congre- gacional de Tilton.

Foi influenciada por um curandeiro, o Sr. Quimby, relo­joeiro a quem intitulava "doutor" e que era dado a práticas de ocultismo, psiquismo, espiritualismo etc. Após algum tempo de estudo com o "dr." Quimby, a Sra. Eddy, aplicando suas próprias conclusões, passou a aplicar o sistema de cura através de esclarecimentos mentais, dizendo ter recebido tal revelação diretamente de Deus e repudiando o Sr. Quimby. Diz-se que entrava em transe quando da prática de tal cura.

Não foi muito difícil passar desse estágio para "igreja" Em 1879, organizou oficialmente a igreja que tem o título de: IGREJA DE CRISTO CIENTISTA tendo os seus adeptos o nome de cristãos cientistas.

Afirmou ser a mulher de Apocalipse 12 e escreveu o livro Ciência e Saúde, que é a "bíblia" da Ciência Cristã (mais tarde publicado com uma Chave das Escrituras). Dizia abertamente que o próprio Deus ditou esse livro para ela.

Em 1877 casou (pela 3.a vez) com o Sr. Asa Gilbert Eddy, que fez desse livro alta fonte de renda. Nessa época ela fundou em Boston o Colégio de Metafísica, onde tudo girava em torno do dinheiro fácil. Um curso de seis lições, custava 200 dólares e um de doze, 300! . . .

190 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E H ERESIAS

A Sra. Eddy morreu em 2 de dezembro de 1910 com a idade de oitenta e nove anos, acometida de doenças próprias da velhice, embora tenha dito que “ Deus é tudo, Deus é Vida, e portanto a Doença e a Morte não çxistem".

Deixou bens avaliados em 3 milhões de dólares e os últi­mos anos de sua vida, viveu-os solitária e sobressaltada com o magnetismo animai, que, dizia ela, seus inimigos viriam matá- la mentalmente.

O Magnetismo Anim ai Maligno (M .A .M .) representava, para a Sra. Eddy, os pensamentos maliciosos e hostis dirigidos contra a pessoa. Embora a Ciência Cristã negue a existência do diabo, o M.A.M. tem todas as suas características quanto a relação para com o homem.

Um outro ensinamento básico é o da "mente m orta l" que existe em oposição a Deus e ao bem. Essa mente está repleta de erro, devendo ser-lhe atribuído todo o aparente mal. Uma vez que o mal é mental, deve ser alijado pelo racio­cínio e silenciado pela Mente Divina. Veja como satanás tra­balha no sentido de negar aos homens a sua existência! . . .

ALGUMAS INFORMAÇÕES

— Estão espalhados em todo o mundo.— 75% dos seus adeptos são do sexo feminino.— Colocam o manual da Sra. Eddy acima da Bíblia.— Negam todas as doutrinas básicas Cristãs.— Denomina-se "A Ünica e Verdadeira Religião".— É conhecida também como EDDYISM O.— Seus adeptos mostram-se gentis e afáveis e dizem-se

seguidores da Bíblia.

A BÍBLIA E A CIÊNCIA CRISTA

Anjos

"Anjos são puros pensamentos vindos de Deus, alados de Verdade e Amor, seja qual for seu individualismo . . . Meus anjos são pensamentos exaltados." (Sra. Eddy)

A C IÊ N C IA C R IS TÃ 191

A Bíblia

"A Bíblia tem sido minha única autoridade. Não tive ne­nhum outro guia no "caminho reto e estreito" da Verdade." Quanta hipocrisia! . . . (Sra. Eddy)

"A Bíblia não tem maior valor para o nosso bem espiri­tual do que um livro histórico sobre a América ou Europa." Veja a contradição!

Jesus Cristo"Jesus é o homem humano, e o Cristo é a divina idéia; daí

o dualismo de Jesus o Cristo." (Sra. Eddy)"Jesus foi o fruto da comunhão auto-consciente de Maria

com Deus." (Sra. Eddy)"A Virgem-mãe concebeu essa idéia de Deus, e deu a seu

ideal o nome de Jesus." (Sra. Eddy)Veja: João 1.1-12; Efésios 1.17; Mateus 26.28; João

20.31; etc.

Oração

"Deus não sofre influência por parte do homem." (Sra. Eddy)

"Iremos pedir ao princípio divino de toda a bondade que faça seu próprio trabalho? Seu trabalho está realizado." (Sra. Eddy)

"Aqui me seja permitido apresentar o que entendo ser o sentido espiritual do Pai Nosso:

Pai-Mãe Deus nosso, todo harmonioso.Ser adorávelTeu reino já veio; Tu estás sempre presente.Faze-nos saber como no céu, assim também na terra Deus é onipotente, supremo;Dá-nos graça para o dia de hoje; alimenta as afeições fa­mintas;E o Amor é refletido no AmorE Deus não nos conduz à tentação; Ele nos livra do pe­cado, da enfermidade e da morte;Pois D ouh é infinito, todo-poder, todo Vida, verdade, Amor, lobr» tudo, e Tudo." (Sra. Eddy)

Veja! Mliimto <».(»; II Coríntios 7.14.

192 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E HERESIAS

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O Espírito Santo

" 0 Consolador de quem Jesus fala, entendo ser a Ciência Divina. Em Gênesis, onde o Espírito aparece colaborando na construção do Universo, há qualquer idéia errônea." (Sra. Eddy)

Veja: João 16.13,14 e outros.

O Batismo

"Nosso batismo é uma purificação de todo o erro. Purifi­cação por Espírito submersão por Espírito."

A Matéria

"Deus é espírito; não um Deus pessoal, logo é oposto a matéria. A matéria é um conceito humano oriundo da mente mortal."

Doença ou Dor

"Deus é tudo que é bom. Doença não é coisa boa, logo, não é de Deus, e tudo o que não é de Deus não existe. Quem insistir que sofre dor ou que há dor é porque não chegou ao

A C IÊ N C IA CR IS TÃ 193

ponto em que a mente divina tr iu n fa sobre a mente m o rta !.'' (Sra. Eddy)

Veja: Tiago 5.14-16; Marcos 16.17,18; Isaías 53.3,4; etc.

Inferno

"É uma ilusão da Mente M orta l. Para que um inferno para castigar o pecador, se não existe pecado? " (Sra. Eddy)

Casamento

"A té que se discirna a criação espiritual e se apreenda a união dos sexos no senso da alma, esse r ito deve con tinua r.” (Sra. Eddy)

"Só é admissível até quando sentirmos ou julgarmos que temos corpos, mas o ideal é que não haja casamento. Deus é o Pai de todos, a geração não vem do sexo." Cf. I T im óteo 4.1-3. (Sra. Eddy)

Ressurreição

" Is to não haverá . . . " (Veja João 5.25-29)

Satanás

"N ão existe. É o mesmo que mentira, erro, mal . . . " (Sra. Eddy)

Veja: Mateus 4.1-11; João 8.44; Jó 1.8,9; etc.

Os adeptos dessa religião seguem cegamente esses ensina­mentos, entre outros, encontrados no livro Ciência e Saúde. Satanás aparece usando esses homens para pregar que não existe pecado, m orte, dor, in ferno e outras coisas que o homem gostaria que não existisse para poder levar a vida no ritm o que queira, sem nenhuma obrigação para com Deus.

Inclua na sua lista de oração as pessoas que foram laça­das por essa falsa seita. Jesus Cristo também os quer salvar . . .

CAPÍTU LO XX

A TEOSOFIA

INTRODUÇÃO

O termo teosofia vem do grego e significa literalmente sabedoria divina. A SOCIEDADE TEOSOFICA é uma organi­zação religiosa, embora não o seja no sentido comum. Se­gundo a definição da própria sociedade, é "Uma sociedade de pessoas de boa vontade de todas as raças e religiões que lutam pelas relações melhores entre os indivíduos e as nações. A Sociedade Teosófica esforça-se para que as pessoas encontrem a verdade espontaneamente e organizem suas vidas em função desta descoberta."

Os três objetivos principais da sociedade são:

1) Formar um núcleo da Fraternidade Universal da Humani­dade sem distinção de raça, credo, sexo, classe ou cor.

2) Encorajar o estudo da religião, da filosofia e das ciências.

3) Investigar as leis desconhecidas da natureza e os poderes latentes no homem.

Como podemos notar, a teosofia procura abranger a reli­gião, a filosofia e as ciências, juntamente com uma parte do misticismo. Orgulham-se de possuir a chave do saber divino. Quanto mais o homem adquire sabedoria, mais se aproxima da divindade. Deus é sabedoria, o homem sábio poderá ser igual a Deus, em outros ciclos da existência. Acham que todas as religiões estão apenas "começando".

A T E O S O F IA 195

HISTÓRICO

O Teosofismo é uma ramificação do espiritism o, isto é, originou-se aí. Suas crenças satânicas remontam a séculos e são originárias do Oriente. A palavra "teoso fia ” fo i usada in icia lm ente por um filóso fo bastante conhecido chamado A m ónio Saccas, que fo i mestre de P lotino. Na realidade, a teosofia fo i criada pelas religiões pagãs do oriente, sendo fortem ente influenciada por elas. A té mesmo os escritos de Buda exerceram certa influência sobre as doutrinas teosófi- cas. Sua sede está localizada em Adyar, no sul da India.

A SOCIEDADE TEO SÕ FICA americana fo i fundada em 1875, em Nova Y o rk , por uma russa, madame Helena Bla- vatsky. Helena Petrovna nasceu na Rússia em 1831. Seu pai era Peter Hahn, descendente de uma fam ília nobre alemã. Aos dezessete anos. Helena casou-se com o general czarista Blavatsky. Ele era alguns anos mais velho que ela, e Helena o abandonou, apenas três meses após o casamento. Não era uma m ulher to lerante e possuía um tem peram ento explosivo.

Diz-se que Helena era médium espírita e esteve durante dez anos sob o con tro le de um dem ônio que dizia chamar-se João King. Pouco depois de abandonar o marido, viajou durante alguns anos. Interessou-se pelas religiões místicas e estudou-as sob todas as formas no Tibete, na India, no Egito, na América e em outros países. Ao regressar residiu algum tem po em Nova Y o rk e fundou ali a Sociedade Teosófica com mais dois homens, o coronel H. S. O lco tt e W. O. Judge, sendo que ambos acreditavam fo rtem ente na teosofia.

Quatro anos depois. Helena partiu dos Estados Unidos, prim eiro com destino à India, depois mudou-se para Londres. Foi ali que W. O. Judge d iv id iu a sociedade em 1895. Mais tarde a sua organização fo i d iv id ida igualmente em dois m ovi­mentos, a FR A T E R N ID A D E U N IV E R S A L E SOCIEDADE TEOSÕFICA e a SOCIEDADE TEO SÕ FICA DA A M É R IC A . Judge d irig iu a Sociedade Teosófica de A dyar até a sua m orte em 1896. Madame Blavatsky fundou também a Escola Eso­térica de Teosofia, em Londres, dotada de uma inteligência autoritária Helena Blavatsky d irig iu a Sociedade Teosófica com m io firm e até o m om ento da sua m orte em 1891. Deixou v/irííis obras com o fSIS R E V E LA D A e A D O U T R IN A

196 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E HERESIAS

Madame Blavatsky, fundadora da Sociedade Teosófica.

SECRETA, considerada como divinamente inspirada e a "bíblia" dos teosofistas.

Annie Wood Besant, a quem madame Blavatsky associara o destino da sociedade, dirigiu a organização até o momento de sua morte em 1933, sendo o membro mais importante da Sociedade Teosófica Britânica, além de exercer uma forte influência junto à sede principal da Sociedade na índia.

Fundou o Colégio Central Hindu em Benares, na índia, em 1898, e a Liga Indiana em 1916. Em 1917, foi eleita presidente do Congresso indiano, atuando de maneira decisiva

A TE O S O FIA 197

Annie Besant, continuadora da teosofia.

sobre a vitória política da India. Annie Besant respeitava reli­giosamente os ensinamentos de madame Blavatsky e foi sempre uma discípula extremamente dedicada. Era uma mulher muito religiosa e muito mística. Em 1925, afirmou que seu filho adotivo chamado KRISHNAMURTI ou KRISHNAJI era o Messias mais recente reencarnado. Em ou­tros palavras, era o Chefe Messiânico e Reencarnação de Jesus Cr Isto I

Depois de sua morte, George Arundale e C. Jinara Jodosa asBUmlrnm n direção da Sociedade Teosófica.

198 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E H ERESIAS

PRINCÍPIOS E ENSINOS DO TEOSOFISMO

0 Teosofismo pretende ser o fundamento de todos os tipos de credos e religiões. Alega ser a um só tempo, uma religião, um sistema filosófico e uma ciência.

— É panteísta. Deus é tudo e tudo é Deus. O homem é uma partícula da divindade embutida na matéria.

— Crê na reencarnação. 0 homem através de encarnações sucessivas, volverá à imagem divina.

— A Bíblia tem partes inspiradas por Deus, outras não. Alguns escritores da Bíblia escreveram por si mesmo.

— Deus é conhecido por iluminação especial ou por in­tuição.

— A sabedoria verdadeira se adquire sem nenhum esforço pessoal. É uma iluminação especial dada aos merecedores. Os merecedores são homens capacitados mentalmente e espiri­tualmente.

— Ensina a reencarnação com muita diferença do Espiri­tismo. Ensinam que após a morte o homem habita um pe­ríodo longo ou curto no céu que eles chamam devachan (pa­lavra hindu). Aqui o homem descansa de seus trabalhos. Mais cedo ou mais tarde surge nele o desejo de regressar à Terra a fim de conseguir mais experiência e dar cumprimento à le i do carma. Por meio desta lei o homem opera sua salvação defini­tiva.

— Deus não é criador pessoal. “ Isso seria limitar a Deus" dizem eles. Não resistem a uma discussão segura sobre esse assunto.

— A Trindade existe apenas de nome. Deus é Força, Sa­bedoria e Atividade. A soma dessas pessoas mais a Matériai, é Deus. A Matéria, ou quarta pessoa divina, chama-se MAE. Citam Lucas 1.38.

Deus no seu sentido espiritual tem três pessoas: Força, Sabedoria e Atividade. No sentido material, tem quatro. A quarta pessoa é a matéria.

A T E O S O FIA ien

— O homem tem dois corpos, um natural e outro espiri tual. O espiritual é constituído das mesmas pessoas da Trin­dade!!! Força, Sabedoria e Atividade. O corpo natural é mais complicado; tem quatro partes:

1. O corpo físico, duplamente constituído, (movimento e ação) (A U R A )

2. O corpo astral, emoções e desejos.3. O corpo mental, que se ocupa do pensamento.Cada parte do corpo natural tem relação com um mundo

diferente. Existem três mundos: O físico, o astral e o mental.Quando o homem dorme ou entra em transe, ele abando­

na o corpo físico e passa a agir no corpo astral. Enquanto o Espiritismo ensina que a mente do médium pode entrar em contacto com o mundo dos espíritos através da telepatia e clarividência, o Teosofismo ensina que o próprio homem deixa o corpo físico e penetra no mundo astral. 0 mundo astral é o mundo invisível ao nosso redor onde habitam os esp íritos desencarnados.

Quando alguém entra no mundo astral, seu corpo poderá ser habitado por um espírito qualquer desse mundo!

NOTA: Os Teosofistas não gostam que os chamem de espí­ritas! !!

— 0 corpo mental é o mais importante dos três, pois pode habitar no mundo mental que corresponde ao céu. Esse mundo é habitado pelos "devas" ou anjos aperfeiçoados no mundo astral.

— O homem precisa alcançar a perfeição (como Buda e outros). Para isso, pode apressá-la com certas práticas como: Yoguismo, Faquirismo, Controle do pensamento etc. O Cur­rículo Esotérico da Comunhão do Pensamento, em São Paulo, possui obras referentes a esse assunto.

— Reencarnação. Cada existência vivida na Terra equivale a um dia na Escola do Carma. Um elemento muito imperfeito volta logo do céu. Fica lá apenas uns cem anos somente e logo volta. Um outro mais perfeito permanece até vinte sécu­los lá. Um indivíduo pode reencarnar até 800 vezes . . .

Uma criança que morre prematuramente, demonstra que seus pais foram maus para alguma criança na reencarnação anterior.

200 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E HERESIAS

— Os homens divinos feitos perfeitos, podem habitar no céu ou nos montes "sagrados" do Tibete. Esses homens são chamados "Mahatmas'', que significa Mestres, Sábios. Há um chefe acima de todos os Mahatmas que é o Supremo Mestre. Quando este se encarna, temos um Cristo. Assim sendo, todo homem é um Cristo em potencial.

— A humanidade está na terceira raça-tronco. Cada raça dessas teve várias sub-raças. Por sua vez, cada sub-raça levou muitos milênios para dar lugar à seguinte.

1.a Raça — A Lemúria2.a Raça — A Atlante3.a Raça — A ArianaA humanidade atual é a quinta sub-raça, chamada Teutô-

nica. Publicam um mapa que dizem ter recebido dos Devas, do mundo há 800.000 anos. Dizem que a raça Atlante habi­tou o cdntinente do mesmo nome há oitocentos mil anos atrás.

O continente Atlante ocupava parte do leito do Oceano Atlântico. Havia ainda outro continente entre a fndia e a Austrália chamado Lemúria. Dizem os Teosofistas que apren­deram por meios ocultos que há 11.500 anos, houve uma grande catástrofe que submergiu os referidos continentes, le­vando para o fundo do mar 64.000.000 de pessoas.

— Ao iniciar-se cada sub-raça, surge um Cristo. Noutras palavras: o Supremo Mahatma do mundo encarna em alguém. Por conseguinte, a atual raça-tronco Ariana já teve até agora cinco Cristos, ou seja, cinco encarnações do Supremo Mestre no Mundo, que foram:

BUDA, na India (1.a sub-raça).HERMES, no Egito (2.a sub-raça).ZOROASTRO, na Pérsia (3.a sub-raça).O RFEU, na Grécia (4.a sub-raça).JESUS, na Palestina (5.a sub-raça).Cada sub-raça presta uma contribuição especial à humani­

dade. A da sub-raça atual (5.a) é prover o homem intelectual. A da próxima será prover o homem espiritual.

— Se a sexta sub-raça está para surgir, isso significa que daqui a pouco teremos um novo Cristo, que será mais podero­so do que o nosso Senhor Jesus Cristo, porque será o Cristo

A T E O S O F IA 201

da sub-raça espiritual que fará a união de todas as religiões numa só; um dos principais ensinamentos da Teosofia.

— Dizem que o mal está na matéria. Por outro lado afir­mam que a matéria é Deus, entendam uma coisa dessa . . .

— Os anjos são seres que partindo do homem atingiram a perfeição através da lei do Carma.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Teosofismo é uma doutrina de demônios, segundo I Timóteo 4.1. Esses homens insurgem contra a palavra de Deus e tentam explicar as coisas divinas a seu bel-prazer. Cumpre-se no teosofismo o que está escrito também em II Coríntios 4.4. Aquele que tem fé genuína na Palavra de Deus e em Jesus Cristo, deve sempre dar glória a Deus por não ter entregue sua vida a tal prática. Glória a Deus pela fé que nos tem dado.

— Os Teosofistas não têm fundamento na Bíblia. (Isaías 2 .6 )

— A entrada no reino dos céus não é pela reencarnação. (Mateus 7.21; João 1.12)

— A união das religiões é antibíblica. (Gálatas 1.8; João 10,11)

— O ensino que Jesus e Cristo são duas pessoas é diabó­lico. (I João 2.22)

— O homem no mundo astral é antibíblico. (II Coríntios5.1-14; Filipenses 3.21)

— A reencarnação de Cristo como o atual mestre da sub-raça (Hebreus 9.26)

— A reencarnação de todos os homens. (Hebreus 9.27)— Mahatmas e Cristos habitando no Tibete. (Mateus

24.24-26)— Deus é quem nos liberta dos pecados e não a lei do

carma. (Isaías 1.18; I João 1.9; etc.)

Todas as refutações ao espiritismo, já estudado anterior­mente, se aplicam aos princípios teosóficos.

LEMBRE-SE: Eles não gostam que se diga que são reli­giosos e se enfurecem se os chamarmos espíritas! . . .

C A PÍTU LO XXI

PERFECT LIBERTY

A Perfect Liberty (PL) é uma seita japonesa que tem como tema central de sua doutrina o princípio "V ID A É A R TE ".

Assim sendo, seus adeptos crêem que vivendo de acordo com os princípios ensinados pelos Patriarcas da PL (dizem que esses princípios foram recebidos por "iluminação", em uma imitação flagrante do budismo) poderão viver a liber­dade verdadeira, para progredir, desenvolver-se e serem feli­zes.

A "liberdade verdadeira", segundo eles, é aquela que só pode ser alcançada mediante os ensinamentos da PL. Através de preces, juras, conselhos, promessas, trabalho em prol da seita e contribuição financeira, prometem ao adepto receber graças maravilhosas.

HISTÓRICO

Tokuharu Miki, desde os oito anos de idade, ingressara num monastério de budismo zen. Aos 41 anos de idade, de­pois de várias tentativas para fundar sua seita, conheceu um homem a quem chamava "Mestre Kanada". Tal elemento dizia ter recebido de Deus ensinamentos profundos que pode­riam abalar o mundo.

Miki ingressou na seita de Mestre Kanada da qual cinco anos mais tarde já era um mestre. Por ocasião da morte de Kanada, ele nomeou Miki seu sucessor, a quem transmitiu os 18 preceitos que iriam mais tarde constituir as bases da PL.

PER FECT L IB E R T Y 203

Miki, após anos de meditação em frente a árvoro o ao Himorogui sagrado, recebeu de Deus (segundo afirmava) trôs preceitos que juntando aos dezoito que lhe foram transmi­tidos por Kanada, fizeram os 21 preceitos sagrados que servi­ram de base para que finalmente fundasse a sua seita.

A seita de Miki, enquanto tinha a influência de Mestre Kanada, conseguiu sobreviver, entretanto em 1936, após de­sentendimentos e divisões, foi desfeita. Miki morreu dois anos mais tarde.

Em 1946, Toruchira Miki, filho de Tokuharu M iki, resol­veu ressuscitar a seita de seu pai na cidade de Tossu, em Saga, no Japão. De posse dos 21 preceitos sagrados criou um sem número de dogmas, juramentos e cerimônias, moldando a PL como a temos hoje. Toruchira Miki tem o cognome de OSHIEOYÁ-SAMÁ, que quer dizer "o pai dos ensinamentos" e é o atual patriarca da PL.

A sede central da Instituição encontra-se em Tonda- bayashi, próxima a Osaka, no Japão. Afirmam que somente no Brasil a PL tem mais de 300.000 adeptos espalhados nas suas atuais 120 sedes.

Grande Templo Central em Tondabayashi, local da Grande Sede Centraldo Jnpiío.

204 RELIG IÕES, S E ITA S E HERESIAS

PALAVRAS MÁGICAS DA PL

Shik iri — É o ato de prom eter alguma coisa a Deus. Dizem que é um ato religioso m u ito sério e só deve ser fe ito por quem realmente vai cum pri-lo.

Prece de Oyashikiri — Dizem que pro ferindo as cinco sílabas dessa palavra, pode-se receber a força e todas as graças em iti­das pelo S h ik iri do Patriarca.

Para fazer o O yashikiri, é preciso fazer uma oferta em d inheiro num envelope especial, ao que chamam de Hôshô e jurar seguir por toda a vida a PL. Só dessa maneira pode-se receber as graças . . .

Mishirassê — Problemas, doenças, insucessos, acidentes, in fo r­túnios e coisas desse jaez.

Mioshiê — Orientação sagrada dada pelos líderes da PL, sempre seguida de juramentos. O Mioshiê é sempre usado em relação às doenças.

Kaisetsu — Orientação individual sobre problemas particu la­res dada pelos mestres da PL.

Missassaguê — Sentim ento que leva o homem a trabalhar a ti­vamente, p rincipa lm ente na PL, com o: lim par a sede, conse­guir adeptos, co n tr ib u ir financeiramente etc. Muitas graças são prom etidas àqueles que praticam o missassaguê.

Aramitamá e Omitamá — Juramentos sagrados que devem ser fe itos pelos adeptos. Os Peelistas são obrigados a ju ra r de manhã as suas decisões do dia.

Rensei — Estudos da doutrina peelista m inistrados em suas sedes ou em locais especiais de encontros. São m inistrados pelos mestres ou auxiliares.

Kyosso-sai — Festejos com fogos por ocasião do aniversário da m orte de Tokuaru M ik i, pai do atual patriarca, ocorrida em 1938.

HIERARQUIA DA PL

Na PL, a ascensão ao cargo de Patriarca é sucessória. Pelo menos é a afirm ação que fazem, porque até hoje ninguóm

P ER FEC T L IB E R T Y 205

sucedeu a Toruchica Miki, que tem assim resguardada a sua liderança até a morte.

Patriarca — Chamado "O SHIEO YÃ -SA M Á ". È o todo-pode- roso da PL, homem das virtudes divinas que garante graças extraordinárias aos seus discípulos.

Bispos — Não usam essa designação, mas a função é exata­mente-esta. São chamados "O YÃ -SA M Á ". São os represen­tantes continentais ou regionais da PL. A Eles, os adeptos solicitam o "M iosh iê ". Através de sua intuição altamente de­senvolvida o adepto é esclarecido e fica em condições de receber a cura e a resolução dos problemas.

Mestres — Discípulos de OSHIEOYÁ. Os mestres devem re­nunciar a tudo em prol da PL e em qualquer circunstância seguir a orientação de OSHIEOYÁ-SAM Á. São os dirigentes das sedes ou salões de reunião.

Assistentes de Mestre — Pessoas que voluntariamente e sem qualquer recompensa material ajudam os Mestres a transmitir aos adeptos os ensinamentos.

Nem toda boa intenção é bíblica. Aliás, alguém já disse que de bem intencionados o inferno deve estar cheio.

Os "mestres” da PL pregam o paraíso na terra e acham que se o homem viver em plena harmonia com o universo, combinando a isso uma maneira criativa de viver, conseguirá a Paz Universal e assim viverá em perfeita liberdade.

Como no TAOÍSMO, usam da mágica e da superstição e dão ênfase exagerada a bênçãos terrestres como riquezas, vida longa, saúde, paz, felicidade e coisas assim.

Não têm corpo doutrinário nem escatologia; não se preocupam com coisas como alma, céu, inferno, julgamento, ressurreição; estão sim, é preocupados com as coisas desta vida!

OS PRECEITOS DA PL Ã LUZ DA BÍBLIA

Um exame dos seus preceitos à luz da Bíblia mostrará quilo fulsa e enganosa é esse seita que a cada dia enriquece mulN <* milll o seu patrimônio.

R E LIG IÕ E S , S E ITA S E HERESIAS

1. V ID A É ARTE — Ensinam a viver em harmonia com o mundo, quando Jesus mandou que desprezássemos o mundo. Pregam a vida física como o centro das atenções do homem.

"Não andeis ansiosos pela vossa vida . . . não an­deis, pois, a indagar o que haveis de comer ou beber. . . buscai antes de tudo o reino de Deus e estas coisas vos serão acrescentadas . . (Lucas 12.22-31)

2. A V ID A DO HOMEM É A SUA AUTO-EXPRESSÃO - Eis um preceito grosseiramente materialista! Tiram a de­pendência do homem de Deus e não dão lugar à ação divina na vida do homem.

"Se alguém vem a mim e não aborrece . . . e ainda a sua própria vida, não pode ser meu discípulo." (Lucas 14.26)

"Porquanto para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro." (Filipenses 1.21)

3. O EU REAL É A EXPRESSÃO DE DEUS - Conceito deísta absorvido pelos Peelistas. Deus, nesse caso é um Deus da natureza e não um Deus da humanidade. Assim, crêem que o homem é uma "parte" da divindade e assim como Deus é reconhecido pela natureza, o é também pela vida do homem.

"Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, e a lua e as estrelas que estabelecestes, que é o homem, que dele te lembres? e o filho do homem para que o visites?" (Salmos 8.3,4)

4. SOFRE QUEM NÃO EXPRESSA O QUE SENTE - Querem dizer que se o elemento sabe o que sente e se esforça para não sofrer, principalmente praticando os an­tídotos Peelistas, o sofrimento não mais existirá. Aliás, existem nas reuniões verdadeiras "lavagens cerebrais" que ensinam o homem a acreditar que sofrimento não existe.

"Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não são para comparar com a glória por vir a ser revelada em nós." (Romanos 8.18)

PER FECT L IB E R T Y 207

5 . 0 HOMEM SE PERDE QUANDO D O M INADO POR SENTIM ENTO S EM OTIVOS - Há muito de verdade nesta frase, entretanto, em si é vazia. Nada há de mais aí que a caracterize como "divina", "recebida por ilumina­ção" etc.

6. A PERSO NALIDADE REAL, ESTA NA AUSÊNCIA DO EGO — Este pensamento só estaria completo se acrescen­tassem: "E NA PRESENÇA DE CRISTO ".

7. TUDO CO-EXISTE NA M Ú TU A R E LA T IV ID A D E - Nem tudo. Não pode haver relatividade mútua entre a luz e as trevas; Cristo e satanás; Igreja e o mundo . . .

8. V IV A R A D IA N TE COMO 0 SOL — Como mensagem de otimismo é boa. 0 sol seria um grande exemplo não fossem as violentas explosões que se processam em seu interior e as manchas negras de sua superfície.

9. TODOS SÃO IG UAIS — A Bíblia fala de ovelhas e bodes; benditos e malditos; justos e infiéis; salvos e condenados; crentes e incrédulos; puros e imundos.

10. BENEFICIE A SI E AOS OUTROS - Não sei se de pro­pósito, mas o a SI está mencionado primeiro do que aos outros. Jesus, em mensagem semelhante, porém muito mais sublime, inverteu a ordem:

"Amarás o teu próximo como a ti mesmo." (Ma­teus 22.39)

11. BASEIE TU D O EM DEUS - Mas em que Deus? no deus. dos Peelistas, impessoal, desinteressado e alheio, nesse, claro que não!

12. PARA CADA D EN O M IN A Ç Ã O HÁ UM A FUNÇÃO - Este é um pensamento que traduz aquele que diz: "Tudo o que existe vem da parte de Deus, logo tudo é divino."

"Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convém." (I Coríntios 6.12)

208 R ELIGIÕES, S E ITA S E HERESIAS

13. HA UM PROCEDIM ENTO PAR A O HOMEM E UM PARA A M U LH ER — Esse preceito se contradiz com o preceito n .° 9. Se todos são iguais, porque há procedi­mentos peculiares a cada um?

14. TUDO PELA PAZ M U N D IA L - Paz sem Cristo é utopia. A verdadeira paz não é ausência de guerra, mas presença de amor. Jesus disse que não veio trazer paz à terra, mas espada. (Mateus 10.34)

15. TUDO É ESPELHO — Dessa maneira, pensam que tudo o que existe, apenas reflete algo doutra coisa. Ora, se tudo é reflexo, onde está a essência; Dizem que é Deus, e aí voltam ao deísmo onde esclarecem que Deus é tudo em todos. Veja o preceito 3.

16. TUDO PROGRIDE E DESENVO LVE - É a famosa teoria espírita da evolução tão refutada pelos ensinamen­tos das Sagradas Escrituras. (Hebreus 9.27; Apocalipse 20.12; 22.15; etc.)

17. FO C ALIZE O PONTO C E N TR A L - Também há verdade nesta expressão, entretanto, sem um discernim ento espiri­tual do que é verdadeiramente central, como focalizá-lo? para os Peelistas o "P on to ce n tra l" é aquele que eles ind i­cam . . .

18. S A IB A QUE ESTA SEMPRE ENTRE O BEM E O M A L— Com esse "n o vo ” e "surpreendente" ensinamento da PL, encerram-se os 18 preceitos de Mestre Kanada; os três seguintes foram recebidos após anos de meditação ju n to à árvore e ao H im orogui sagrado por Tokuharu M ik i.

19. F A Ç A AO PERCEBER — Em outras palavras: "não deixe para amanhã o que pode fazer ho je "; "O que tem a fazer, faze-o logo "; etc. Realmente é um "g rande" p rincíp io sagrado . . .

20. V IV A EM E Q U IL ÍB R IO E S P IR ITU A L E M A T E R IA L - Enquanto a PL ensina que as coisas materiais devem ser equilibradas com as espirituais, a Bíblia ensina que deve-

P ER FEC T L IB E R T Y 209

mos desprezar as primeiras em pro l das segundas. (Mateus 6.25-34)

21. V IV A A V E R D A D E IR A PER FEITA LIB E R D A D E - A verdadeira perfeita liberdade, para eles, é a escravidão aos preceitos da PL jurada e prom etida por seus fiéis.

Com suas juras, posições marciais para determ inados tipos de preces; imposições enganosas para recolherem dinheiro dos adeptos e abundantes promessas de "graças maravilhosas"; "vida agraciada por Deus"; "Paz Universal"; "Força e fé " e coisas assim, a Perfect L ibe rty (até o nome já traz o sinal do engano) vive ilud indo os incautos e ensinando uma fé d ife ­rente daquela encontrada na B íblia e vivida pelos seguidores de Jesus Cristo.

CAPITULO X X I I

IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL

A Igreja Messiânica, de messiânica só tem o nome. Não há qualquer referência evangélica, nem ao nome glorioso do Mes­sias de Israel, Jesus Cristo, o nosso Salvador. Os "messiâni­cos" afirm am que como igreja, conseguirão mudar os rumos da humanidade levando o nosso planeta a ser o verdadeiro "Paraíso Celestial” .

H ISTÓRICO

A Igreja Messiânica Mundial (IM M ) nasceu no Japão, fu n ­dada por M o k iti Okada, hoje chamado por seus adeptos M EISHU-SAM A (Senhor da Luz). Embora afirm em os mes­siânicos existirem há mais tem po, somente em 1947 a Igreja Messiânica Mundial fo i reconhecida e oficia lizada pelo go­verno japonês.

Com sua sede geral na cidade de A tam i, no Japão, a IMM começou a se espalhar pelo mundo. Em 1955 chegou ao Brasil trazida na pessoa de Nobu H iko Shoda. A liderança da IMM tem sido sustentada pela fam ília Okada, sucedendo-se diretam ente: pai, mãe e atualmente a terceira filha do casal, conhecida e adorada por seus adeptos como KYO SHU-SAM A (Mestre que ensina a Luz).

Segundo suas estatísticas, a IMM conta hoje no Japão com mais de 700 m il adeptos. No Brasil, calcula-se uns 60 m il sendo apenas 15% desse to ta l de origem nipônica.

IG R E J A M E S S IÂ N IC A M U N D I A L 211

Amizade, ausência de preconceitos, autoridade, originalidade, auto-rea- lização ou experiências verdadeiras, seja lá o que for, o certo é que milhares de pessoas estão buscando nas seitas orientais algo que, tenho certeza, encontrariam com grande facilidade em nossas igrejas, desde que aceitássemos o verdadeiro desafio de Cristo!

D O U TR IN A S

É PROIBIDO PRO IBIR — Essa é a tese central messiânica. Tudo é líc ito ; tudo é válido; o homem deve fazer tudo o que acha que o realiza. Nos dias de hoje, m uitos querem uma igreja assim. (I C orín tios 6.12; 10.23)

DEUS — Qualquer pessoa que leia uma publicação messiânica logo se deparará com uma grande realidade: sempre que falam em Deus, associam ao Seu nome o de M EISHU-SAM A. Assim

212 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E HERESIAS

sendo, a divindade não é suficiente em si mesma. Há uma espécie de Confucionism o nisso tudo , no que se refere à ado­ração de ancestrais. (Salmo 115.17; Eclesiastes 9.5; Mateus 22.32)

M EISHU-SAM A — O cognome de M o k iti Okada. Em verdade, este é o verdadeiro "deus" dos messiânicos. Usam o nome de DEUS apenas para angariar a simpatia ocidental. Não conse­guem desfazer o b inôm io DEUS-MEISHU-SAMA.

P U R IF IC A Ç Ã O — Esta dou trina prega que todo sofrim ento, seja mental, fís ico ou espiritual, tem uma causa espiritual. Deus, a causa de todas as coisas, perm ite então as dificuldades e sofrim entos para que o ind iv íduo possa livrar-se de seus pecados. Assim, um verdadeiro "m essiânico" jamais deverá queixar-se de sua sorte, pois ela é uma oportunidade para a sua participação espiritual (Salmo 119.9; I João 3.3; I João 1.7)

JOHREI — É uma cerimônia especial onde os líderes espiri­tuais estendem a palma da mão sobre as outras pessoas, a fir­mando que com esse ato estão liberando todos os males fís i­cos, mentais e espirituais. A firm am que o JOHREI é a canali­zação da luz divina através de M EISHU-SAM A, como graça divina para ajudar as pessoas a atingirem o estado de cons­ciência espiritual. Segundo os Messiânicos, o JOHREI pode libertar o homem de toda a miséria de sua vida. (João 8.36; Mateus 10.7,8; 18.19,20; João 8.32; 14.6)

OH I KA Ri — É uma espécie de amuleto, antigamente em form a de um saquinho de pano, hoje na form a de uma medalha dourada^ que a pessoa leva ju n to ao peito, pendu­rada por um cordão de ouro ou mesmo um barbante.

Entende-se que aquela medalha (ou o saquinho de pano) é "o sagrado ponto focal através do qual se canaliza a luz de Deus e M EISH U-SAM A, seu fundador.

A verdadeira luz de Deus é manifestada através da obra de Jesus C risto:

"E u vim como luz para o mundo, a fim de que todo aquele que crê em m im não permaneça nas trevas." (João 12.46)

IG R E J A M E S S IÂ N IC A M U N D I A L 213

JESUS CRISTO — Os "messiânicos" não falam em Cristo. Nem tomam conhecim ento de sua existência. É uma seita completamente destituída de qualquer v íncu lo com a pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo.

"Respondeu-lhes Jesus: Eu sou o caminho, e a ver­dade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por m im ." (João 14.6)

"E u sou a porta. Se alguém entrar por m im , será salvo; entrará e sairá e achará pastagens." (João 10.9)

O ESPIRITO SANTO — Os "messiânicos" desconhecem o Espírito Santo. Aliás, todos os valores cristãos e bíb licos não constam da fé messiânica, o que a caracteriza como uma seita falsa semelhante a tantas outras já estudadas neste livro. Como já dissemos, a Igreja Messiânica Mundial nada tem a ver, sob qualquer aspecto, com a revelação de Deus, a Bíblia Sagrada.

"Perguntou-lhes: Recebestes, porventura, o Espírito Santo quando crestes? Ao que lhe responderam: Pelo contrário , nem mesmo ouvimos que existe o Espírito Santo." (A tos 19.2)

A situação dos "messiânicos", bem como a dos Peelistas, ou Budistas e os demais istas que estamos estudando, é ainda pior do que a desses homens citados no versículo acima. Es­tes, pelo menos tinham ouvido falar de Jesus e já criam nEle. Daí, bastou que Paulo impusesse as mãos sobre eles para que fossem cheios do Espírito Santo.

" . . . E o Espírito é o que dá testemunho, porque o Espí­rito é a verdade." (I João 5.6b)

O grande e rápido desenvolvimento dos messiânicos deve-se ao facilism o que pregam e, sobretudo, à falta de exi­gências para que os adeptos mudem ou deixem seus costu­mes, vícios e a própria religião. Pregam uma religião onde só se recebe e a única coisa que realmente deve ser dada são as ofertas voluntárias . . .

Esta é o tip o de religião que agrada, porém choca-se lite ­ralmente com as palavras de Jesus:

"E todo aquele que tive r deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai ou mãe, ou m ulher, ou filhos, ou campos,

RELIG IÕES, S E ITA S E HERESIAS

por causa do meu nome, receberá muitas vezes mais, e herdará a vida eterna." (Mateus 19.29)

CONCLUSÃO

As palavras do Apósto lo Paulo a T im óteo devem servir para a nossa meditação diária, no sentido de que estejamos prevenidos contra todo e qualquer vento de doutrina seme­lhante a este . . .

"C on ju ro -te diante de Cristo Jesus . . . prega a pala­vra, insta a tem po e fora de tem po, admoesta, repreende, exorta, com toda a longanimidade e ensino. Porque virá tem po em que não suportarão a sã doutrina ; mas, tendo grande desejo de ouv ir coisas agradáveis, ajuntarão mes­tres segundo os seus próprios desejos e não só desviarão os ouvidos da verdade, mas se voltarão às fábulas." (II T im óteo 4.1-4)

CAPITULO XXIf l

SEICHO-NO-IE

O M O VIM EN TO SEICHO-NO-IE, é uma mistura mal fe ita de X in to ísm o, Budismo e Cristianismo. A firm a ser a harmonia de todas as coisas do universo e a reunião de todas as religiões.

Ensinam que Cristo, na Judéia, Buda, na India e o X in ­to ísm o, no Japão, que venera miríades de deuses, são mani­festações do Deus absoluto A M E N O M IN A K A N U S H I, e que todas as religiões têm como base fundam enta! uma verdade única, a de que todos os homens são filh o s de Deus.

Concluem que a missão da SEICHO-NO-IE é transm itir essa verdade única ilum inando e v iv ificando todas as religiões e com pletando os ensinamentos de C risto e de Buda que não haviam sido ainda suficientem ente esclarecidos.

O emblema da Seicho-no-le é cons titu ído de três partes: Uma parte externa com raios, é o sol, s ím bolo do X in to ísm o; parte branca, parecida com a cruz suástica, é a lua, sím bolo do Budismo; parte interna em form a de cruz, com as pontas picadas, também estrela, sím bolo do cristianism o, sendo que os três astros representados. Sol, Lua e Estrela, são sím bolos do universo.

Seu próp rio sím bolo traduz a sua pretensa finalidade: Harmonizar todas as coisas do universo e reunir todas as re li­giões. . .

H ISTÓRICO

Após ter escrito o liv ro C R IT IC A A DEUS, tendo Judas como herói, M A S A H A R U T A N IG U C H I, nascido em Kôbe,

R ELIGIÕES, S EITAS E HERESIAS

no Japão, a firm ou te r recebido a "Revelação" e começou a escrever a revista Seicho-no-le (Lar do progredir in fin ito ) , que com o seu prim eiro número publicado em 1930, deu in íc io ao movimento SEICHO-NO-IE, afirm ando ser o Movimento de Iluminação da Humanidade.

Em 1932, TAN IG U C H I publicou o livro A Verdade da Vida, obra que contém a filoso fia do m ovim ento, hoje com mais de 12 milhões de exemplares vendidos. Taniguchi pub li­cou mais de 300 livros, todos tendo as curas milagrosas como principal ensinamento.

Em 1963, começou o m ovim ento em diversos outros países, depois de uma visita de Taniguchi, inclusive no Brasil, adotando o nome de IGREJA SEICHO-NO-IE DO BRASIL. Embora em São Paulo o m ovim ento seja bem mais fo rte , essa falsa igreja está espalhada por quase todos os estados da Fede­ração, tendo fe ito adeptos principalm ente entre aquelas pes­soas que vivem atrás de curas.

Esta seita, com o as suas " irm ã s", tem a crendice na base da compensação no campo m aterial: saúde, d inheiro , bem- estar. Quando invocam o lado espiritual da vida, o fazem com a finalidade de trazer benefícios materiais, onde o corpo é o mais im portante. Têm uma revista mensal chamada ACEN­DEDOR, que se apresenta como sendo a revista que traz felicidade . . .

Um enorme público de 40 mH pessoas lotou o grande Ginásio do Ibi- rapuera, em 1973, para ouvir as palavras do "Homem Milagroso do Japão".

SEICHO -NO -IE 217

DOUTRINAS

DEUS - "A M E N O M IN A K A N U S H I, é o Deus absoluto. As demais religiões o conhecem por diversos nomes, mas na rea­lidade todas as crencas e todos os deuses levam a ele.” (Isaías 44.8; 45.22; João 4.24; I C orín tios 14.33)

S A LV A Ç Ã O — "Ser verdadeiramente salvo é compreender por que a doença se cura; porque é possível ter uma vida financeira confortável e porque se pode estabelecer harmonia no la r." (Acendedor n .° 71). Vê-se claramente o conceito materialista que têm da vida e particu larm ente da salvação. Tal conceito adapta-se perfeitam ente à doutrina com u­nista . . . (João 4.42; Efésios 5.23; Marcos 5.34; Efésios 2.5,8;I T im óteo 2.4)

C AR M A — Crêem semelhante aos espíritas. Aliás, a Seicho- no-le, é um armazém onde se encontra de tudo , ao gosto do freguês. Têm doutrinas espíritas, evangélicas (m uito poucas); católicas, budistas, xintoístas, etc.

Dentre os "testem unhos" que publicam em sua revista, encontramos um de uma jovem que sofria perturbações e ficou curada depois de ler uma prece da Seicho-no-le para o esp ír ito de sua avó . . .

CÉU — O Reino dos Céus, segundo ensinam, se faz aqui na terra mesmo. O homem pode viver um "re in o do céu" desde que compreenda que não existe doença, males, dores, etc. . . . (João 1.51; 3.3; Hebreus 1.10; Apocalipse 21.1)

PECADO — Como as doenças; os males e a m orte , não existem. Essas coisas são ilusões da mente; não são existen­ciais reais porque Deus não os criou. (João 1.29; Romanos 5.13; 14.23; I C orín tios 15.17; João 9.31)

PERFEIÇÃO — Dizem que o homem é perfe ito . " A mente em Jusão cria, pela imaginação, um estado completamente diferente do estado perfe ito e harmonioso do JISSO ." (Salmo 119.96; Hebreus 6.1; Colossenses 1.28)

. 'I l l R E LIG IÕ E S , S E ITA S E H ERESIAS

JISSO — "É a Realidade perfeita criada por Deus, a verda­deira existência, a natureza verdadeira do ser, ou o aspecto verdadeiro e pe rfe ito do homem. O JISSO não se revela aos nossos sentidos.” Dessa form a ensinam que o homem é per­fe ito , basta que compreenda seu estado!

SHINSOKAN — "É uma oração, uma prece m editativa, uma prática espiritual, através da qual nós nos identificam os e tornamos UM com Deus (com a Perfeição, com o Jisso), f ita ­mos a perfeição (JISSO) do verdadeiro EU, aprofundamos a convicção: “ sou filho de Deus" e também purificam os o nosso ser, e lim inando todos os pensamentos e sentimentos irregula­res, tais com o ódio, tristeza, mágoa, ciúme, cobiça, com ­plexos, etc. . . . que estão acumulados no nosso subcons­ciente. Conseqüentemente, aparecem a saúde e a fe lic idade.”

Caracteriza-se aí, perfeitam ente, o pensamento estóico, onde se crê que o homem pode tornar-se insensível aos males físicos pela obediência irrestrita às leis do Universo. Veja a incoerência: "pu rificam os o nosso ser e lim inando todos os pensamentos e sentimentos irregulares . . . " Agora, vejamos a Bíblia:

"Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo, para perdoar os pecados e nos purifica r de toda a injus­t iç a ." (I João 1.9)

" . . . e o sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo o pecado." (I João 1.7b)

REEIMCARNAÇÃO — " A m orte não significa o fim do homem verdadeiro. Significa que a alma do homem, sabendo que o corpo material que neste mundo lhe servia como veí­culo e instrum ento já chegou ao lim ite de tem po de uso e não pode mais ser consertado, abandona-o e parte, a fim de mudar para um ou tro ins trum en to ."

"Porque ao homem está ordenado m orrer uma só vez, v indo depois disso, o ju íz o ." (Hebreus 9.27)

ORAÇÕES — Têm orações para tudo. São preces, escritas na m aioria pelo "M es tre " TA N IG U C H I. Há preces para en-

SEICHO -NO -IE 219

contrar a fu tu ra esposa, para curar doenças, para resolver problemas, etc. Dessa maneira, o valor está na prece em si, e não na pessoa para quem ela é dirigida. Norm almente dirigem suas "orações" a Deus, só que não é o da Bíblia, pois o espírito com que elas são feitas não se coaduna com o pensa­mento b íb lico . (Lucas 11.1; João 14.13; 15.16; Romanos 8.26, etc.)

LEI D A CAUSA E EFEITO — Dizem que as dores, os males e os sofrim entos, ou são projeções da mente ou têm uma causa prim ária. No prim eiro caso, basta livrar-se dos maus pensamentos ou da ilusão, e as dores, males ou so fri­mentos desaparecem; no segundo, um obre iro da Seicho-no-le, ilum inado, poderá ajudar a descobrir a causa e assim essas coisas serão eliminadas. Um exemplo que contam em uma das suas revistas, é a de uma mulher que sofria desde criança de dores de ouvido. Médicos, igrejas e remédios não a consegui­ram curar; indo a uma reunião da Seicho-no-le, lhe fo i d ito que ela, em algum tem po teria ouvido um conselho de alguém mais experiente e não o aceitou. A m ulher lembrou-se de que uma tia falecida lhe tinha dado um conselho para que não namorasse um rapaz e ela não aceitou ta l conselho. Daí, a solução fo i simples: Lhe fo i aconselhado que lesse alguns te x ­tos sagrados da Seicho-no-le para o espírito dessa tia, o que a mulher fez durante alguns dias, ficando então curada . . . Cremos que tal estupidez, m u ito do agrado dos espíritas nem mereça comentários . . .

A MENTE É A FO RÇA C R IA D O R A — "Há poder in f in ito na mente que tan to pode criar (imaginar) as coisas negativas, quanto as positivas." Acreditam na existência de dois egos ou "E U S ", um positivo e um negativo, sendo que o EU positivo deve lu tar para superar o negativo. 0 positivo, no caso, é o verdadeiro aspecto do JISSO, enquanto que o negativo é criado pela ilusão da mente.

0 MESTRE — Taniguchi é sempre citado como 0 MESTRE. Suas palavras são infa líveis e "ilum inadas". Tudo o que es­creve torna-se doutrina da seita. Taniguchi diz ser a " t ro m ­beta", baseado em Mateus 24.27-31 e que os que se reúnem ouvindo o clangor dessa trom beta, são os anjos dos céus que

220 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E HERESIAS

têm a missão de reunir os escolhidos que estão espalhados pelos quatro cantos do mundo . . . (Acendedor n .° 42).

MISSÃO S A G R A D A — É o ato de assinar de p róprio punho o seu nome em um livro que chamam Registro Espiritual, comprometendo-se a co n tr ib u ir financeiramente para com o "M ovim ento de Iluminação da Humanidade". Este livro, é enviado ao Japão e é depositado na Arca Sagrada para receber diariamente as vibrações da luz das orações Shinsokan e Kanro No Hoou na Igreja Matriz do Japão.

É prom etido àqueles que se tornam membro da "m issão", as benéficas orações da Igreja m atriz, graças, saúde, harmonia no lar e prosperidade . . .

ACENDEDOR — É a revista da Seicho-no-le. Dizem ser a revista que traz a felicidade ou ainda; a Luz do Am or, Sabe­doria e Prosperidade. Nela, Taniguchi e seus "apósto los" transm item uma mensagem para cada dia do mês, onde disse­minam a sua falsa doutrina.

Como os Testemunhas de Jeová, fazem campanhas espe­ciais para que tal literatura alcance o maior número possível de pessoas, levando-a aos lares, vendendo-as em bancas de jornais, livrarias, etc. DENDO IN , ou "d ivu lgadora" é a pessoa que se torna vendedora dessa revista.

A Paz m undial, a pregação de milagres, a felicidade e o paraíso terrestre são preocupações máximas de.seus adeptos. Como já afirmamos, têm de tudo por lá, é um verdadeiro supermercado preparado para atender a todos. Queimam in­censo, cultuam aos antepassados, citam passagens bíblicas, crêem no Nirvana, como os budistas, enfim , é uma salada iiabólica que, in felizm ente tem enganado a muita gente!

C A P Í T U L O X X I V

HARE KRISHNA

De repente, vemos surgir entre nós um grupo estranho e que possui grande atração, principalm ente entre os jovens. Seus aderentes têm seus nomes trocados para nomes com significado hindu; vestem-se de mantos alaranjados fazendo-se andarilhos empenhados na venda de livros que propagam uma nova doutrina e abandonam seus lares passando a habitar sob um mesmo te to com os mestres e demais adeptos do m ovi­mento.

0 m ovim ento HARE K R IS H N A (Sociedade Internacional Para a Consciência de Krishna) é uma das muitas seitas orien­tais que pro liferam no Brasil. É uma seita falsa, quando exa­minada à luz da B íblia, a Palavra de Deus.

O objetivo do cu lto é prom over "esclarecimento espiri­tu a l" e espalhar o puro amor de Deus (Krishna) no seio da sociedade moderna. Os devotos seguem um tradic ional asce­tism o hindu e têm um estilo de vida com unitário onde os novos adeptos são submetidos diariamente a uma constante lavagem cerebral.

HISTÓRICO

Na longínqua fndia, desenvolveu-se por volta do ano 1 de nossa Era Cristã, um novo estágio da religião p rim itiva — o hinduísmo. Tratava-se da mais recente revelação escriturística daquela religião — o Bhagavad-gita, uma literatura devocional apresentada em form a de encenação que tem seu começo numa agitada cena de batalha.

222 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E HERESIAS

Nessa escritura, o principal orador é o deus K R ISH N A que se apresenta na form a de um conduto r de carros. Krishna declara-se a encarnação do deus Brahma, até então um deus impessoal. Daí por diante, têm aparecido vários gurus d i­zendo serem encarnações do deus Krishna. 0 mais recente deles, fo i o guru A. C, B H A C T IV E D A N T A SWAMI PR ABHUPADA, hoje reverenciado quase como um deus por todos os adeptos do m ovim ento Hare Krishna, que o apresen­tam como "o representante de uma corrente de mestres espi­rituais que começou com Krishna, a Suprema Personalidade de Deus e o Mestre Espiritual O rig ina l".

SUA D IV iN A GRAÇA

Prabhupada, que tem o t í tu lo de "Sua Divina Graça", entre os adeptos do m ovim ento, nasceu em Calcutá, India, em 1896. Aos 26 anos de idade, conheceu Saravasti, que

A juventude é o principal alvo dos adeptos do Hare Krishna.

H A R E K R IS H N A 223

passou a ser seu "m estre esp iritua l" e lhe solic itou que d ifu n ­disse o conhecim ento védico através da língua inglesa.1

Com essa história, Prabhupada após publicar a revista "D e Vo lta ao Suprem o" e 3 volumes de com entários do Srimad- Bhagavatam (um dos livros védicos), chegou aos Estados U ni­dos em 1965, na cidade de Nova Yorque. Já em ju lho de 1966 o Guru conseguiu estabelecer sua prim eira comunidade, passando daí em diante a publicar dezenas de com entários e estudos dos clássicos filosó ficos da India, m oldando aos poucos a sua própria religião que tom ou o nome de Socie­dade Internacional Para a Consciência de Krishna. Esta en ti­dade é responsável pela divulgação de toda a lite ra tu ra do m ovim ento Hare Krishna em outras línguas, a saber, as p rin c i­pais: inglês, francês, espanhol, português, e outras. No Brasil encontram-se à venda mais de v in te obras — sendo que duas delas acham-se desdobradas em v in te e um e dezessete vo lu ­mes, respectivamente; somando então um to ta l de 56 (cin­qüenta e seis volumes).

DOUTRINAS

O DEUS K R IS H N A — Krishna significa litera lm ente "o completamente a tra tivo ". Toda a lite ra tura védica o apre­senta com o um personagem extremam ente belo e desejado ardentemente das milhares de "pasto rinhas" que com ele vivem. Krishna diz-se ser o criador das CASTAS (os brâ­manes, a casta sacerdotal e in te lectua l; os xátrias, os gover­nantes e guerreiros; os vaisias, os agricultores e artesãos; e a classe in fe rio r, os sudras), atualm ente abolidas ofic ia lm ente pela Constitu ição Indiana.

PANTEÍSMO — 0 Senhor Krishna tem quatro deuses assis­tentes: Vasudeva e Sankarsana estão no meio, à esquerda e à d ireita, Pradyumma está à d ire ita de Sankarsana e A n irudha está à esquerda de Vasudeva; assim estão situadas as quatro deidades.2

1 A ldm do N ascim ento e da M orte .

; S rim iid-Bhagavatan.

224 RELIGIÕES, S E ITA S E HERESIAS

Aquilo que muitos estão procurando nos movimentos orientais pode ser encontrado facilmente nas páginas da Bíblia, a Palavra de Deus.

O M A N T R A HARE K R IS H N A — Hare significa energia, e Krishna é o Senhor supremo. Dizem que quando entoam o mantra, recebem a energia do Senhor Supremo. O mantra, que cantam pela manhã, à noite, andando pelas ruas, em cerimônias etc, é o seguinte: Hare Krishna, Hare Krishna, Krishna, Krishna, Hare, Hare/Hare Rama, Hare Rama, Rama, Rama, Hare Hare.

Dizem que essa é a única oração que se pode oferecer ao Senhor em troca da aceitação d 'E le .3 Coisa completamente d iferente daquela ensinada por Jesus, afirm am que o pão de cada dia não precisa ser pedido e que não há sentido em se orar pedindo, pois sempre o conseguimos.

3 A lá m do Nascimento e da M orte .

H A R E K R IS H N A 225

A LEI DO K A R M A — Ensinam que todos os seres vivos estão sujeitos à lei do Karma e são obrigados a sofrer e gozar os resultados fru itivos do seu próprio trabalho. 0 verdadeiro devoto está livre de ta l reação por causa da m isericórdia sem causa da Autoridade Suprema, a Personalidade de Deus.

Assim, após a m orte, lhe é outorgado um corpo trans­cendental p róp rio para a associação com o Senhor. Este corpo está livre das afinidades materiais e está investido de três qua­lidades transcendentais primárias: eternidade, liberdade dos modos materiais e liberdade das reações das atividades fru it i- vas.4 No capítu lo Espiritismo já tivemos oportun idade de comentar acerca de tal pensamento.

JESUS CRISTO — "Jesus Cristo, Buda e Maomé foram apenas reformadores religiosos ou "acaryas" que ensinaram de acordo com todas as instruções védicas cujo ob je tivo é a ting ir a meta ú ltim a da vida — vo lta r ao Suprem o".5

Jesus nunca ensinou ta l coisa. O homem não veio do Supremo, para que fosse ensinado a vo lta r para Ele: .

"Porque o F ilho do Homem há de v ir na glória de seu Pai, com seus anjos, e então re tribu irá a cada um con­form e as suas obras." (Romanos 2.6)

"V o lta r ao Suprem o", como ensinam, significa que o homem, antes era um espírito pe rfe ito associado ao Senhor, vindo passar pela purgação dos renascimentos e mortes para vo lta r então à pura associação anterior. Onde na B íb lia tal ensinamento fo i dado e em que passagem do Novo Testa­mento encontramos Jesus ensinando dessa maneira? Citam João 3.1-15, aliás, passagem bíb lica de m u ito agrado dos espí­ritas porque fornece condições para uma interpretação falsa e distorcida do sublime ensinamento de Jesus em relação ao Novo Nascimento. O versículo 12 do te x to c itado acima, naturalmente deverá servir de lição para ta l gente:

"Se tra tando de coisas terrenas não me credes, com o crereis se vos fa lar das celestiais?"

4 Srlinad Bhagavatan.

’ A lilm do N a ic im en to e da M orte .

R E LIG IÕ E S , S E ITA S E HERESIAS

SAM SÃRA — A única diferença entre a crença no Samsâra budista e a dos adeptos de Krishna é que o budista é in fin ito e até os deuses estavam sujeitos à essa lei e o Krishnaísta é fin ito :

"D o planeta mais elevado no mundo material até o planeta mais baixo, todos são lugares de miséria onde nascimentos e m orte se repetem. Mas aquele que atinge minha morada nunca nasce novam ente." (K rishna)6

Agora, vejamos a contradição com a B íblia:

"Pois está ordenado ao homem m orrer uma só vez, vindo depois disso, o ju íz o ." (Hebreus 9.27)

O CORPO — "O corpo deve ser considerado como uma con­dição doente. Um homem doente não pode se satisfazer ade­quadamente.7 " " A menos que nos curemos desta concepção doente da vida corpórea, não podemos saborear a doçura da vida esp iritua l".

Contradições não fa ltam a essa falsa seita. Observem:

"O u não sabeis que o vosso corpo é o tem plo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?" (I C orín tios 6.19)

A A L M A — "Para a alma nunca há nascimento nem morte. E, uma vez que exista, ela nunca deixa de existir. Ela é não- nascida, eterna, sempre-existente, im orta l e p r im o rd ia l."8

"E fo rm ou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem fo i fe ito alma v ivente ." (Gênesis 2.7)

V ID A EM OUTROS PLAN ETAS - "O universo é d iv id ido nos sistemas planetários superior, in term ediário e in fe rio r. A terra é considerada um membro do sistema planetário inter­mediário. Krishna chama a atenção para o fa to de que mesmo que se entre no planeta mais elevado entre todos os planetas.

Bhagavad-gita.

7 A lém do Nascim ento e da M orte .

8 Bhagavad-gita.

H A R E K R IS H N A 227

chamado BRAHM ALOKA, ainda assim vai haver a repetição de nascimentos e mortes. Os outros planetas no universo estão cheio de entidades vivas. . . mesmo que entremos nos planetas onde residem os grandes semideuses, continuaremos sujeitos à morte. Novamente, Krishna repete que se atingimos Seu planeta, não temos de vo lta r a nascer."9

Krishna não pode ser o Deus da B íblia. Seus princípios, seus conceitos, sua habitação, sua revelação, são com pleta­mente diferentes.

"A s dores se m ultip licarão àqueles que fazem oferen­das a ou tro "d e u s " ; . . . O Senhor é a porção da minha herança e do meu cálice; Tu sustentas a minha so rte ." (Salmos 16.5,6)

GOZO M A T E R IA L — "Aquele que progrediu na vida devo- cional e que está saboreando o serviço a Krishna tornar-se-á automaticam ente desapegado do gozo material. O sintoma de uma pessoa absorta em bhakti (serviço devocional) é que ela está completamente satisfeita com K rishna ."10

Existem quatro regras básicas de conduta que todos os novos membros devem observar. Essas regras são cruciais para o estilo de vida dentro do Hare Krishna:

1. Não jogar — Essa regra inclu i inclusive passatempos e esportes. Jogo de nenhuma espécie pode ser praticado pelos adeptos. Em adição a isso, os devotos não podem conversar nada que não seja referente ao M ovi­mento para a Consciência de Krishna ou a execução de suas regras. Todas outras conversas ou leituras são consideradas mera especulação ou luxurias não perm i­tidas ao devoto.

2. Não se in tox ica r — Essa regra inclu i narcóticos, bebi­das alcoólicas, fum o, café, chá ou qualquer t ip o de drogas. Remédios podem ser usados apenas quando absolutamente necessários, desde que não possuam em sua composição substâncias narcóticas. O mantra Hare Krishna é considerado m elhor que qualquer re­médio para qualquer doença do corpo. Crêem que as

9 A lém do Nascim ento e da M orte.

10 Ibidem.

RELIG IÕ E S , S E ITA S E HERESIAS

doenças são um aviso de Krishna para que relembrem que "esses não são seus corpos".

3. Não praticar sexo ilíc ito — Relações sexuais são per­m itidas apenas entre casados. 0 casamento é uma união entre dois devotos de Krishna para servi-lo melhor. Se o devoto acha que servirá m elhor a Krishna casando-se, então deve casar. O principal p ro ­pósito do casamento visa proporcionar a descendência na Consciência de Krishna.

4. Não comer carne, peixes ou ovos — A comida dos devotos é preparada sob severa dieta. É um ato de serviço, dizem. Regulamentos e oferendas são prescri­tos cerim onia lm ente por Krishna. Quando viajando ou em determinadas circunstâncias, os adeptos podem comer apenas fru tas e leite, que não precisam prepara­ção "especia l".

SERVIÇO NO TEM PLO — Após o devoto te r participado do serviço ob riga tó rio no tem p lo , usualmente 6 meses, ele é eleito para a iniciação, quando é marcada a cerim ônia deno­minada Harer-nama, ou "nom e sagrado de in ic iação". Daí por diante, o adepto passa a ser um verdadeiro escravo de Krishna.

UM G R AN D E PERIGO

Esse m ovim ento constitui-se em um grande perigo, p rinc i­palmente para a nossa juventude, pois é aí que eles mais procuram suas vítim as. A Editora Bhaktivedanta B o o kT ru s t, é o departam ento ed itoria l da Sociedade e publica anual­mente mais de 15 milhões de volumes de lite ra tura védica (ao modo deles) em mais de 30 idiomas.

Esse veneno tem sido espalhado em nosso país e embora alguns escândalos já tenham surgido, considerem o Brasil como um dos centros onde o m ovim ento mais cresce no mundo.

Os Hare Krishnas são um desafio para nós, os verdadeiros cristãos, no sentido de procurarm os dar mais de nós mesmos pelos jovens de nossa sociedade e dos nossos próprios lares. Desafiam-nos quanto à nossa oportun idade de testemunhar de C risto onde quer que estejamos.

CAPÍTULO XXV

OS MENINOS DE DEUS

Em plena época do m ovim ento hippie nos Estados U ni­dos, que chegou a in fluenciar a juventude m undial, onde o desabafo dos jovens contra a sociedade organizada se m istu­rou com a leviandade que levou milhares de adolescentes a abandonarem seus lares e passarem a viver como nômades e peregrinos, surge uma nova seita: OS M ENINOS DE DEUS!

Esta nova seita fo i uma tentativa de adaptar um sistema religioso ao modo de vida de hippies e viciados, quando o ideal teria sido o inverso; daí, o abandono da fam ília , a liber­tinagem e o sexo, bem com o os vícios, fazerem parte do "m odus v ivend i" dos adeptos da nova religião.

É certo que com o tem po passado e com o fim do pesa­delo hippie pelo qual o mundo passou, a seita mudou algumas das suas doutrinas, entretanto continua a ser um grande perigo para a nossa juventude, pois como iremos ver adiante, os principais valores morais do cristianism o são desprezados ou tornam-se em m otivos de zombarias da parte dos "m es­tres" dessa terrível falsa seita.

HISTÓRICO

OS MENINOS DE DEUS é o nome de uma seitn fundada em 1970 por David Brandt Berg, um "evangelista itine ran te '' da Aliança Cristã e Missionária nos Estados Unidos 1

1 Y o u th , Brainwashing, and the E x trem is t Cults.

230 R ELIG IÕES, S E ITA S E HERESIAS

Berg, dizendo te r recebido de Deus uma revelação acerca de uma missão "d ife re n te ” , começou seu trabalho na C a lifó r­nia, em 1968 entre Hippies e viciados em tóxicos. Pregando um evangelho apocalíp tico e atacando a sociedade americana, bem como as igrejas organizadas, Berg não teve dificuldades para atra ir seus prim eiros seguidores.

Por alguns meses, Berg, sua fam ília e perto de uns cin­quenta discípulos, viajaram pelos EEUU e Canadá pregando suas doutrinas liberais e confusas, com sabor especial para hippies e viciados. Durante esse período eles passaram a cha­marem-se a si mesmos de "M E N IN O S DE DEUS" e seu líder, agora era chamado de MOISÉS D A V ID ou "M O ". O nome Moisés é uma homenagem ao Moisés da B íblia do novo "p ro ­fe ta ".

Berg fo rm u lou então seu programa de estruturação da nova seita e via jou à Europa e Israel para explorar as possibili­dades de estabelecer colônias ou comunidades no estrangeiro.

Em 1970, cerca de 120 adeptos da nova seita haviam ob tido permissão para propagar ofic ia lm ente a dou trina no Texas e C alifó rn ia através da T V , o que fizeram em associa­ção com ou tro grupo bem mais fo rte na época, O POVO DE JESUS que lhes concedeu toda a facilidade para divulgarem a nova heresia.

De um número de aproximadamente 500 membros na­quele tem po, o grupo se expandiu e cresceu para aproxim ada­mente 4.000 membros que dedicavam tem po integral à orga­nização. Tudo isso aconteceu em pouco mais de um ano quando organizaram cerca de 400 colônias por todo o mundo.

A ESTRUTURA IN T E R N A C IO N A L 2

A estrutura internacional dos Meninos de Deus se apre­senta com o uma teocracia, com Deus reveiando através do Rei Davi, isto é, MO as d iretrizes a serem seguidas pelo m ovi­mento.

Berg é sustentado pela sua "F a m ília Real” de descenden­tes e suas esposas com quem estão as regras dessa Nova

1 O bservations on the Children o f G od.

OS M E N IN O S DE DEUS 231

Nação. Os membros da Família Real também ocupam boas posições no C oncílio de M inistros com todas as responsabili­dades das atividades particulares da seita sob a supervisão de um Prim eiro M inistro.

A ba ixo do C oncílio de M inistros estão os Bispos. O mundo é d iv id ido em 12 grandes áreas com um Bispo respon­sável por cada uma. A ba ixo dos Bispos estão os Pastores Dis­tr ita is e os pastores nomeados para as colônias.

As colônias norm alm ente se reúnem em uma casa onde buscam ter tudo em com um . Quando uma pessoa passa a fazer parte de uma dessas colônias ela é chamada "b e b ê ", só

"Todas as coisas são puras para os puros". Com essa máxima, não exigem mudança de vida, conversão ou santificação. É uma religião onde vale tudo. . .

232 RELIGIÕES, SEITAS E HERESIAS

depois de três meses de tre inam ento onde aprende a se sub­meter à nova form a de vida, se engaja ao grupo de visitação que sai pelas portas ou pelas ruas e praças anunciando as mensagens de MO.

Quando uma pessoa se liga aos MENINOS DE DEUS, tem de assinar uma declaração doando todos os seus bens à orga­nização. A to ta l independência é uma das principais exigên­cias para ser ligado ao grupo.

D O U TR IN AS

CRISTÃOS NÔMADES R EVO LU C IO N ÁR IO S - Gostam de serem chamados assim. A firm am que são cristãos e que andam com o os apóstolos de Cristo, que não têm onde recli­nar a cabeça.

THANKCO G — Vem de Thank (obrigado) e COG (Children o f God — Meninos de Deus) e é um term o aplicado aos paren­tes e amigos dos adeptos que contribuem regularmente para a manutenção das colônias.

FREECOG — Um grupo de pais que estão dispostos a cede­rem livremente seus filhos para a organização. Normalmente, os adeptos são sustentados por um fundo financeiro formado da arrecadação da doação dos THANKCO G ou FREECOG, ou ainda das vendas de impressos assinados por MO.

TODAS AS COISAS SÃO PURAS PARA OS PUROS - Com este pensamento básico para os meninos de Deus, nada é p ro ib ido ou indecente ou im puro. É uma religião onde vale tudo. Não exige mudança de vida, conversão ou santificação, mas adaptação à sua maneira libertina de viver.

A L IT E R A T U R A — Qualquer pessoa que já tenha manuseado um fo lhe to escrito por MO e que representa a filoso fia do m ovim ento, pode notar a irreverência para com Deus e para com os p rinc íp ios cristãos.

Seus escritos são impúdicos, imorais e indecentes. Já esti­veram envolvidos com as autoridades por diversas vezes não somente por causa da literatura que distribuem mas também pelo modo como vivem.

OS M E N IN O S DE DEUS 233

O SEXO É L IV R E — Desde que haja amor, o sexo é livre. "N ós temos um Deus sexy, e uma religião sexy e um líder m uito sexy com um grupo de jovens seguidores extrema­mente sexy. Se você não gosta de sexo, que vá embora en­quanto pode." M O .3

Havendo amor, a poligamia, pode até ser aceita, depen­dendo do país onde estão os adeptos de MO, que é claro, recomenda que se procure obedecer as autoridades para "não criar problemas” .

O CASAM ENTO — "Casamento é simplesmente de fin ido com o do rm ir com alguém ou ter relações com alguém. Se você dorme com alguém, então você casou com essa pessoa. Não existe uma cerimônia form al nos M ENINOS DE DEUS quando duas pessoas querem se casar. Nós simplesmente faze­mos uma festa e eles dormem juntos. Daí em diante estão considerados casados.” (MO)

O R AÇ ÃO — Têm o costume de orar por tudo o que vão fazer, desde o simples andar em uma bicicleta até coisas de grande responsabilidade. "N ós sempre oramos juntos pela manhã. Esta é uma das primeiras coisas que fazemos após nos levantarmos. Nós nos reunimos em uma sala e seguramos nas mãos e oramos de mãos dadas. Às vezes fazemos um círcu lo e colocamos nossos braços sobre aqueles que estão ao nosso lado e oramos abraçados. Por outras vezes nós temos momentos de comunhão quando partim os o pão e bebemos vinho jun tos ."

De que adianta orarem se suas vidas quase sempre não estão em verdadeira comunhão com Deus?

JESUS CRISTO — Enaltecem a vida de Jesus somente até o ponto em que se preocupam em fazer comparações que lhes agradem. Dizem que era como eles: nômade, não tinha p ro­priedades, pregava o amor, era revolucionário, se levantava contra a sociedade e as religiões organizadas e queria que um reino fosse levantado no mundo de acordo com suas con­vicções.

Dizem que o Reino de Davi está se cum prindo agora com a pregação que fazem. Às pessoas que não são unidas a eles

' Y o u th , Brainwashing, and the E x trem is t Cults.

234 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E H ERESIAS

ou que não os tem em simpatia, chamam de "servos do d iabo” , " ro b ô s ", "decadentes", "decrép tos", "desobedien­tes", "eclesiásticas", "sem Deus", "m o rta s ", etc.

PREGAÇÃO — Em resumo, a pregação dos MENINOS DE DEUS é a seguinte:

Dizem terem sido chamados e mandados como nômades pelo mundo afora para praticarem to ta lm ente o cristianismo. Abandonam tudo , deixam a Babilônia, o Sistema e sofrem perseguição por causa de sua fé.

Berg e seus seguidores dizem não procurarem ninguém para o aprisco. Eles empregam a imagem do "v in h o novo". A velha geração (E a í incluem todas as pessoas que não aceitam o vinho novo de Deus como a nova revelação através de Berg) está em "vasilhas velhas” que seriam quebradas pelo seu im­pacto. Eles buscam apenas as "novas vasilhas" nas quais possam colocar seu vinho novo e estas eles esperam achar entre os jovens e particu larm ente os "deserdados" e "ca ídos".

Dentre as suas crenças, os Meninos de Deus procuram fazer crer que estão em condições de tre inar pessoas para juntos enfrentarem a Grande Confusão e Tribulação que há de vir. Para isso estão dispostos a pregarem e ensinarem suas regras de conduta com o fim de preparar o povo para o pós-Advento do Reino. Eles crêem que esta mensagem deve ser pregada através do m undo para todas as nações antes da Vinda de C risto, mesmo que o tenham de fazer clandestina­mente.

UM ROBÔ DE MOISÉS D A V I — O que acontece na realidade com uma pessoa que se torna adepta dessa falsa religião, é que se torna um robô nas mãos de Moisés Davi, o "M O ". Centenas de jovens que abandonaram o grupo têm dado teste­munhos alarmantes acerca da vida com unitária dos Meninos de Deus e afirm am após saírem de lá que não viviam, eram apenas zum bis, robôs, nas mãos profanas dos "pastores" de "M O ".

"A o homem herege, depois de uma e outra admoes­tação, evita-o. Sabendo que esse tal está pervertido, e peca, estando já em si nmsmo condenado." (T ito 3.10)

CAPÍTULO XXVI

MOON — A IGREJA DA UNIFICAÇÃO

"Igre ja da Unificação” é o nome da “ Associação cio Espí­rito Santo para a Unificação do Cristianismo M undia l", fu n ­dada em Seoul, Korea em 1954 por SUN M YUNG MOON, e estabelecida na América em 1973.

Essa falsa seita é também identificada em todo o mundo por diversas frentes, inc lu indo : One W orld Crusade; Interna­tiona l Cultural Foundation; Creative C om m unity Project; D.C. Striders Track C lub; Colegiate Association fo r the Research o f Principies (CARP), e muitas outras.1

É uma falsa seita que se espalha rapidamente em todo o mundo. A tualm ente há muitas tentativas de fixa r de fin itiva ­mente o cu lto no Brasil. Há da parte de m uitos críticos, uma associação bem grande entre o relacionamento de Moon com seus seguidores com os fanáticos da Guiana em seu relaciona­mento com seu líde r Jim Jones. Têm os mesmos princíp ios, como veremos adiante.

HISTÓRICO

De repente, apareceu um homem dizendo-se apto para trazer "novas esperanças" e "um a nova era". Sun Myung Moon, Koreano, evangelista, m ilionário , industrial e fundador da Igreja da Unificação. Nascido na Koreia do Norte em 1920, de pais presbiterianos, Moon começou pregando "coisas extraord inárias" quando tinha apenas 12 anos.

1 Y ou th , Brainwashing, and the E x trem is t C ults.

236 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E H ERESIAS

Não somente o indivíduo, mas todo o universo deve tornar à sua forma primitiva e todos devem ser um com Deus - Filosofia moonita.

A firm a , que em 1936 estava orando em um m onte quando Jesus Cristo apareceu a ele e lhe disse que havia sido sele­cionado para uma grande e im portante missão. Moon relata que fo i chamado para assumir a tarefa de com pletar o cris­tianism o inacabado.

M oon afirm a ainda que durante nove anos que se segui­ram à "reve lação", uma série de "p rin c íp io s ” lhe fo i revelada, o que resultou em sua capacidade de entender claramente a natureza do universo, o significado real da h istória e a in ter­pretação " re a l" das parábolas e símbolos bíb licos.

A revelação fo i recebida progressivamente através da oração, estudo de todas as escrituras religiosas, meditação, comunicação espiritual com algumas pessoas como Jesus, Moisés e Buda, e d ireta comunicação com Deus.

No f im deste tem po, os m oonitas afirm am que o Reve­rendo Moon tem sido escolhido para resolver o vasto quebra- cabeças espiritual e trazer a sua revelação para o Mundo.

Publicamente, os M oonitas relutam em identificá-lo com o "Messias", o Senhor do Segundo Advento. Em uma entrevista a uma das nossas revistas, M oon disse que era o cabeça da " fa m ília p e rfe ita " que Deus quer estabelecer na terra. Tal

M OO N - A IG R E JA D A U N IF IC A Ç Ã O

" fa m ília " falhou com Adão e Eva, por causa do pecado, fa lhou com Jesus e Maria Madalena por causa da m orte de Jesus antes de casar e agora está sendo levantada com ele e sua esposa! . . .

Seus adeptos o chamam "papa M o o n " e estão preocupa­dos em ganharem " f i lh o s " para form arem a grande fam ília espiritual que d irig irá a terra e unificará todas as formas de cu lto , com plem entando o cristianismo que está inacabado, com seus ensinamentos.

ALGUIVIAS DQUTRÍNAS FALSAS

U N IF IC A Ç Ã O COM DEUS — Oram sempre pedindo que a Palavra de Deus, a personalidade e o coração de Deus, os un ifiquem com a divindade. Acreditam que através do aper-

A família perfeita — o sonho dourado de Moon e seus seguidores, a ser estabelecida na terra.

238 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E H ERESIAS

feiçoamento individual pode o homem ser um com Deus — a própria essência da divindade . . .

PROPÓSITO DA C R IAÇ ÃO — Crêem que o propósito p rinc i­pal da criação é o de estabelecer a fam ília perfeita. Assim, lutam pelo retorno à glória de Deus como teria havido entre Adão, Eva e seus filhos antes do pecado. Pregam a volta ao estado p rim itivo e paradisíaco do homem e crêem que Moon é o homem escolhido por Dous para form ar esta fam ília .

PAZ U N IV E R S A L — Pregam a perfeição própria do homem e a Paz, liberdade e felicidade. Isto se aplica ao ind ivíduo , fa m í­lia, sociedade, nação e universo. Todas as coisas devem vo lta r ao seu estado natural criado por Deus.

SATAN — O IN IM IG O Dizem que o mundo está nas mãos de Satanás; fo i perdido pelo homem que deve lu ta r para re­conquistá-lo.

O R AÇ ÃO — Suas orações são decoradas, chavões ensinados por Moon; verdadeiras lavagens cerebrais que devem ser p ra ti­cadas pelos seus fiéis. São destituídas to ta lm ente do sabor b íb lico e cristão.

T R A B A LH O — Em suas orações, prometem sempre o tra­balho árduo e con tínuo em pro l do estabelecimento da verda­deira fam ília . Prometem fidelidade absoluta a Moon e aos seus p rincíp ios até o fim de suas vidas.

PROMETEM DAR A V ID A — Aqui está um grande perigo na fé dos fanáticos moonitas. Como os adeptos de Jim Jones, prometem dar a própria vida na luta pelos seus ideais e se responsabilizam tota lm ente prom etendo levar a cabo o dever e a missão que lhes fo i con fe rida .2

UM A S E ITA FALSA

Se o le ito r fixou bem em sua mente as características liiinc ipa is de um.i seita falsa, já pôde perceber com muita

' l l i i i lim .

MOON - A IG R E JA D A U N IF IC A Ç Ã O 239

facilidade que a Igreja da Unificação se enquadra perfe ita­mente nelas:

1. Jesus não é o centro das atenções — Negam a Sua divindade e não o colocam em prim eiro lugar no seu cu lto . A firm am , em contrapartida que Moon é o Mes­sias moderno, uma segunda revelação de Cristo.

2. Têm outras fontes doutrinárias além da Bíb lia — Crêem na B íblia de acordo com as interpretações de Moon, que afirm a ter recebido de Deus a revelação correta e a correta interpretação de muitas passagens não compreendidas pelos homens.

3. Dizem serem os únicos certos — Aquele que não per­tencer à fam ília Moonita não poderá ser restaurado. Todas as religiões estão erradas e se não forem u n if i­cadas em Moon, serão todas destruídas.

4. Usam de falsa interpretação — As interpretações fan­tasiosas de Moon servem apenas para satisfazerem suas falsas doutrinas. Moon prega, como todos os seus equivalentes, que a sua interpretação é a única certa, pelo fa to de tê-la recebido por “ revelação d iv i­na” , entretanto, um exame cuidadoso dos seus ensina­mentos mostrará a falsidade da declaração.

'5. Ensinam ao homem a desenvolver sua própria salva­ção. Para Moon, Salvação, in ferno, julgam ento e dou­trinas básicas do cristianism o não têm o mesmo signi­ficado que se lhe atribuem todos os cristãos. Ser salvo é mudar a mentalidade para aceitar suas doutrinas; é pertencer ao seu grupo . . .

6. São proseiitistas Fazem seus neófitos, não pregando para os doentes a flitos e necessitados. Aproveitam a fé de pessoas menos experientes e jogam a rede em qualquer aquário que encontram.

A história de Moon é semelhante a todas aquelas que são contadas pelos fundadores das falsas seitas. Pode o le ito r observar que os princíp ios são os mesmos:

240 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E HERESIAS

— Foram "ilum inados desde crianças".— Tiveram uma visão, ilum inação, aparição etc.— Foram escolhidos para uma "nova missão".— Recebem "d o n s " especiais.— Se escoram sempre em Buda, Jesus ou Maomé.— Têm uma mensagem diferente.— Vão revolucionar o mundo.— Pretendem encampar todas as religiões.

São sonhos, ilusões. Seus adeptos vivem esse fantasioso sonho e lutam para a tra ir pessoas às suas comunidades,- vivem de ilusão, de máscara e de fantasia até que Cristo, com sua voz compassiva e amorosa seja entronizado em seus cora­ções. A í, deixam tudo . . . reconhecem que a verdade é Cristo e que somente na Bíblia podem encontrar a verdadeira revela­ção de Deus.

Papai e Mamãe Moon, durante o festival religioso em Nova York: a felicidade nasce da disciplina.

C AP ITULO X X V I I

SEITAS DO ESPÍRITO SANTO?

A época hodierna está saturada de heresias. Centenas de religiões e seitas falsas se apresentam ao ser humano com os mais variados preceitos, prometendo-lhe uma nova dimensão de vida ou dizendo-se portadoras de uma nova revelação. En­tre elas estão inclusive as que têm aparência cristã e procuram base na Escritura Sagrada.

Modernamente, com o grande desenvolvimento do Pente- costalismo, que dá ênfase aos dons espirituais1 e à in terpreta­ção literal das Escrituras, têm surgido principalm ente no Bra­sil seitas que se dizem levantadas pelo Espírito Santo para essa ou aquela tarefa.

Tais seitas, quando sob a bandeira evangélica, são fanáticas, extremistas e têm doutrinas e práticas em comum, das quais destacamos o lava-pés;uso de véu; ceia com pão asmo ; batismo só em r io ; ósculo santo e batismo somente no nome de Jesus.

Se fôssemos analisar somente essas seitas, dado a diversida­de de doutrinas e costumes que possuem, já teríam os de escre­ver alguns grossos volumes; entre tanto, veremos a seguir ape­nas os princíp ios de três movimentos que nos fornecem subsí­dios para termos uma idéia dos ensinamentos da maioria delas:

A CONGREGAÇÃO CRISTÃ

Além das práticas acima referidas, o que veremos mais adiante, a Congregação Cristã do Brasil tem práticas e costu­

1 I Coríntlos 12.1-11.

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mes que adicionados a algumas doutrinas lhe tiram o caráter evangélico e lhe colocam à margem em relação às denomina­ções evangélicas:

— Orgulho religioso. Só eles estão certos . . . São exclusi­vistas, usam uma saudação diferente de todos os cristãos e chamam de irmãos somente àqueles que são membros da or­ganização. Jesus classificou tais pessoas como hipócritas que ensinam preceitos de homens. (Tiago 4.11)

— Não tem pastores. Chama a seus líderes de anciãos. De acordo com a Bíblia, a Igreja tem Pastores, Mestres, Apósto­los, Evangelistas, Presbíteros, Diáconos etc. A B íblia manda obedecer aos pastores. (Hebreus 13.7,17; E fésios4.11; F ili- penses 1.1)

— Não aceita toda a Bíbiia. Dizem que devem se apegar apenas aos quatro evangelhos, e neles, nas palavras ditas d ire­tamente por Jesus. Jesus Cristo não escreveu nenhum dos livros do Novo Testamento; se não aceitam o que os apósto­los ou discípulos nos aconselham como inspirados por Deus, como crêem no que escreveram???

— Não dão o dízimo. A prática de dar o d íz im o é ante­rio r à Lei e não fo i abolida por Jesus. Os dízim os são do Senhor e a B íb lia chama de ladrão àquele que não o entrega. (Gênesis 14.20; Levíticos 27.30; Malaquias 3.8-10 e Mateus 23.23)

— Batizam apenas em nome de Jesus. É a doutrina do "reba tism o" criada pelo Unitarianismo Modernista. A firm am que o batismo nas águas deve ser "em nome de Jesus". A fó rm ula estabelecida por Cristo, a quem devemos im itar, é a de Mateus 28.19: "em nome do Pai, e do F ilho, e do Espírito Santo".

O argumento dos unitarianos, afirm ando que Pedro rece­bera uma "nova revelação" (A tos 2.38) no dia de Pentecoste, é com pletam ente absurdo e incoerente. Jesus não seria capaz de mudar a posição sobre um assunto, a respeito do qual se pronunciara poucos dias antes de ascender aos céus. Ademais, a tradução literal das palavras de Pedro é: "seja batizado so­bre o nome de Jesus", o que significa que aos judeus, a quem

S E ITA S DO E S P IR ITO SANTO ? 243

a mensagem era d irig ida, repousariam sua esperança e con­fiança na autoridade messiânica.

A literatura da Igreja p rim itiva testemunha que ela man­teve a ordenança de Jesus. Justino M ártir, Inácio, Tertu liano e Clemente de A lexandria , pastores que viveram no prim eiro século, bem com o os demais que se mantiveram fiéis a Cristo, nunca deixaram de defendê-la das maléficas heresias, inclusive desta.

— São predestinistas. Acreditam que Deus já tem uma lista daqueles que serão salvos. Se uma pessoa está na " lis ta '', mas cedo ou mais tarde chegar-se-á à Congregação Cristã. Por isso não pregam . . .

— Não aceitam a cultura. Dizem que os anciãos não pre­cisam estudar; que todo o conhecim ento necessário é dado pelo E spírito Santo. Quem fo i Mateus, Lucas, Paulo???

— Vivem de "sentimentos". Tudo o que fazem dentro ou fora do tem plo atribuem ao fa to de "te rem sentido pelo Espí­r ito " . Agem como fossem simples robôs de Deus que deve tocá-los sempre que têm alguma coisa a fazer. (Hebreus 9.27)

— Não pregam em público. Jesus pregou na beira do mar, na montanha, pregava nas ruas. Paulo pregou na praça e também à beira do rio. Não existe lim itação geográfica para a pregação do Evangelho. Onde estiver o elemento humano há a necessidade. (V ide Marcos 16.16; Mateus 5.1; 8.1; Lucas 13.26; A tos 17.17; 16.13 etc.)

— Só oram de joelhos. Torcem as palavras de Filipenses 2.10. Em Lucas 22.41 Jesus realmente se ajoelhou para orar, mas não há uma form a estática para esse ato:

Ezequias orou deitado. (II Reis 20.15; Isaías 38.1-5)Jonas orou no ventre do peixe. (Jonas 2.1-10)Jesus orou em pé ju n to ao tú m u lo de Lázaro. (João11.41-43)Jesus orou na cruz. ( Lucas 23.34)Os discípulos receberam o derramamento do E spíritoSanto quando estavam assentados. (A tos 2.1-4)Dnvomos orar sempre e em todo lugar. (I Tessalonicenses5.17; Efésios 6.18; I T im óteo 2.8)

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— Não subsidiam os obreiros. A B íblia ensina que o tra ­balhador é digno do seu alim ento. (Mateus 10.10; Lucas 10.7;I C orín tios 9.14.) Paulo recebia donativos e ofertas das igre­jas. (Filipenses 4.15-17.) Os pastores não devem se embaraçar com negócios seculares. (II T im ó teo 2.4; A tos 6.4.)

— Não dão chance às mulheres. A mulher na Congrega­ção Cristã não tem chance para nada! A mãe de Samuel, Lídia, Cláudia e outras, eram mulheres de destaque na igreja p rim itiva , na qual haviam até profetizas . . . Foram duas m u­lheres as encarregadas de anunciar aos discípulos a ressur­reição de Cristo.

— São proselitistas. Uma das práticas mais mesquinhas dessa seita é viver procurando seus fu tu ros adeptos entre os membros das igrejas evangélicas. Aproveitam o fa to de que a pessoa está evangelizada, coisa que eles não fazem, e injetam em sua fé o veneno do fanatismo. A B íblia manda que nos acautelemos contra os falsos profetas. (Mateus 7.15)

A Congregação Cristã tem suas doutrinas fundamentadas ém versículos isolados e mal interpretados. Qualquer pessoa que tenha o m ín im o de conhecim ento da Palavra de Deus sabe que isso é impraticável.

Coisa que causa estranheza é o fa to de m uitos adeptos dessa seita se preocuparem com pormenores da natureza do que vim os acima e em contraposição, fumarem, beberem até ficarem embriagados e darem mau testem unho em suas com u­nidades.

Pelos textos bíb licos mencionados vemos que quem pro­cede assim não tem base b íb lica nem histórica. Talvez pos­samos dizer que estejam enquadrados entre aqueles que coam um m osquito e engolem um camelo!

A OBRA D A RESTAURAÇÃO

Enquanto a Congregação Cristã do Brasil tem seu Quartel General em São Paulo onde se concentra o m aior número dos seus adeptos, a OBRA DE R ESTAU R AÇ ÃO o tem no Rio de Janeiro, onde fo i fundada por um ex-oastor batista que a fir­mam ter-se suicidado.

S E ITA S DO ESP IR ITO SANTO? 245

O m ovim ento iniciou-se praticam ente em 18 de dezembro de 19612 quando o Pr. Magno Guanais Simões da Igreja Ba­tista de Monte Carmelo enviou uma circu la r às Igrejas Batistas do Brasil e também à Ordem dos M inistros Batistas do Brasil, relatando os acontecimentos de um re tiro espiritual realizado por sua igreja, onde fo i levantada pelo Espírito Santo uma irmã a quem fo i dado o dom de profecia.

O pastor Magno começou a ensinar baseado nas profecias, que o "Tem po da Restauração de todas as coisas" de A tos 3.19-21 havia chegado. Dizia que Deus havia decretado o fim de todas as denominações, pois elas eram responsáveis pela apostasia dou trinária da Igreja de Cristo, abandonando alguns pontos doutrinários do Novo Testamento que seriam agora colocados nos seus devidos lugares.

A "O b ra " começou com o nome de "O Santo Concerto do Senhor", mas aos poucos seus adeptos passaram a afirm ar que ela não tinha nome, o que não impediu que passasse a ser chamada por "O bra de Restauração."

V ieram , por in term édio da profetiza-chefe, várias profe­cias consideradas como decretos d ivinos, inclusive dando t í tu ­los e posições aos membros mais influentes do movim ento.

Após um escândalo que envolveu o Pastor supra-citado e a profetiza em questão em um caso de adultério, passaram a pregar que a criança que viria a nascer da união seria o ISAQUE, figura representativa de Cristo. Daí começaram as divisões sendo que alguns pastores que estavam na liderança do m ovim ento se afastaram ou foram excluídos da Igreja.

O m ovim ento fo i esfacelado por muitas divisões e p rinc i­palmente com a no tíc ia do "s u ic íd io " do Pastor Magno, duv i­doso em v irtude de o atestado de ób ito apresentado estar com o nome do médico ilegível.

Outras seitas

Quase todas as seitas que se originaram desse movimento mudaram algumas doutrinas e costumes originais, entretanto, grande parte delas pertence à escola das seitas fanáticas espalhadas por todo o território nacional sob a bandeira evan-

2 C irc u la r ás Ig re jas B atis tas d o B ras il ( 1 8 / 1 2 / 6 1 ) ; R ev is ta " E s tu d a n d o a B íb lia e m C lass e" ( 1 . ° S e m . /7 5 — R e s ta u ra ç ã o ); A " R e s ta u ra ç ã o " e o u tra s H e re ­sias — B ra u lin o J . V ie ira .

246 R E LIG IÕ E S , S E ITA S E HERESIAS

gélica e que se caracterizam pela semelhança doutrinária ba­seada em interpretações literais de textos isolados da Bíblia que dão margem aos seus errados ensinamentos.

Refutação aos falsos ensinamentos

Como já tentamos esclarecer, os falsos ensinamentos refu­tados a seguir, form am uma escola doutrinária defendida por dezenas de seitas que têm histórias semelhantes a da Obra da Restauração, citada nessa obra apenas como uma represen­tante das demais. Em regra geral, os ensinamentos dessas sei­tas seguem a mesma linha doutrinária .

— Os tempos da restauração de tudo . . . A tos 3.19-21; afirmam que esse tem po já in ic iou e que eles são os precurso­res.

O te x to de A tos 3.19-21 bem como Mateus 19.28; II Pedro 3.13; Apocalipse 21.1-5 e outros, refere-se a restauração universal que iniciará com a segunda vinda de Cristo. São figuras de ou tro mundo (Mateus 12.32), isto é, do Céu, da Pátria Celestial e do novo céu e qova terra.

— A queda das denominações. "Deus derrubou as deno­minações e levou-as no sentido do "e x " e decretou a sua obra na terra que está predita nas Escrituras". Citam A tos 3.19 a 21; Jeremias 23.3,4; Habacuque 1.5; Isaías 29.14; A tos 13.40 etc.

Todas essas passagens bíblicas se referem a Israel. Vejam o uso do A T . Onde está escrito que Deus derrubou as deno­minações? e por onde anda o "decre to ” de que falam? Além disso, na realidade o que fizeram fo i criar outra denominação, ou por acaso "Obra de Restauração" não é um nome???

Vejamos a seqüência do "de c re to ", segundo os restaura- cionistas:

• 18 de dezembro de 1961 — A Igreja em Bonsucesso aprovou a C ircular anunciando a Restauração da Igreja Geral M ilitante.

® 6 de agosto de 1962 — A boca do Senhor deu o prim e iro toque sobre as denominações de então d i­zendo: " . . . a Minha Igreja É UMA SÓ, não olheis para as Denominações."

S E IT A S DO E S P IR IT O SANTO? 247

• 14 de ou tubro de 1962 — A boca do Senhor deu o segundo toque dizendo: . . Não é denominação que vale. Registra agora: É O SANGUE DO MEU F ILH O QUE V A L E ."

• 21 de ou tub ro de 1962 - O Senhor fa lou à Igreja sobre a obra e disse: "É R E S T A U R A Ç Ã O ."

• 24 de novembro de 1962 — A boca do Senhor deu o terceiro toque, dizendo: "E is que as Denominações ja ­zem em trevas. Eis que derribarei uma por um a."

• 31 de março de 1963 — Deus decretou em profecia de glória e luz a queda das Denominações.

• 11 de ju lho de 1963 e 30 de ju lho de 1963 — Foram entregues ao Presidente da A liança Batista Mundial e ao Sec. Geral da Confederação Evangélica do Brasil, respectivamente, o “ Documento Universal da Queda das Denominações Evangélicas.1'

Podemos exam inar na H istória das denominações existen­tes se essas profecias se cum priram . Se não se cum priram , está provado que são realmente falsos profetas (Mateus 24.24). Podemos ainda considerar tais pessoas com o Evangélicos e irmãos em Cristo??? M edite nisto.

— Saudação com ósculo santo — A firm am que o Senhor restabeleceu na Igreja a saudação com ósculo santo e citam Romanos 16.16; I C orín tios 16.20; I Tessalonicenses 5.26; I Pedro 5.14 etc. Esta saudação fo i adm itida segundo profecia de 21 de ou tub ro de 1963.

O ósculo era um modo de saudação usado no oriente desde os tempos patriarcais. Era saudação com um tan to entre crentes como descrentes (Mateus 26.48,49). Paulo não inven­tou essa saudação e nem a deu com o mandamento. O seu conselho é que o ósculo fosse santo, isto é, sem maldade ou hipocrisia, como o de Judas (II C orín tios 13.12; Mateus 26.48). Dizem: "O senhor nos revelou que o ósculo na mão é a saudação b íb lica ". O único te x to que cita a parte do corpo osculada é Lucas 7.38-45. Por que não beijam os pés uns dos outros, se querem usar a B íb lia literalm ente?

— O uso do véu na Igreja — D izem: "O Espírito Santo restabeleceu o uso do véu na Igreja, com o está escrito na

?4B R E LIG IÕ E S , S E ITA S E HERESIAS

Bíblia, para as suas servas cobrirem a cabeça na hora do cu lto . T ipo figura tivo na promessa da graça m u ito antes da Lei do Sinai (Gênesis 24 .64 ,65 ).'' A profecia acerca do uso do véu é de 15 de junho de 1963.

O uso do véu na Grécia, era um costume regional e tem ­porário. Não fo i Paulo quem levou esse costume para Co­rin to , nem tam pouco deu o significado que tinha.

Em C orin to , os homens livres andavam com a cabeça des­coberta e a m ulher que cortasse os cabelos ou se apresentasse em público sem véu, era suspeita. As viúvas também usavam o cabelo cortado, era um sinal de viuvez. (I C orín tios II. 4-16)

As mulheres de vida livre tinham também o seu sinal: cabeça raspada. Paulo pregou a igualdade entre homens e mulheres diante do Senhor. As irmãs de C orin to in terpreta­ram mal o ensinamento de Paulo e passaram a tom ar parte nos cultos sem véu. Se fosse um mandamento para toda a Igreja, naturalm ente, pelo menos em todas as cartas de Paulo ele seria registrado.

Paulo, para evitar ainda ser mal compreendido, diz no v. 16 que as outras igrejas não tinham esse costume, mas as irmãs de C orin to , de modo nenhum deveriam vio la r os costu­mes do País. Cristo também mandou respeitar a Lei do País (Lucas 20.22-26). Por que os restauracionistas não andam também de vestidos e turbante?

— O batismo em rio — "O Espírito Santo restabeleceu a ordenança do batismo em rio, um só batismo . . . o batismo no tanque é an tib íb lico . . . o batismo no tanque, no mar ou no poço não tem parte na ordenança de Cristo . . . " Citam Efésios 4.5; Mateus 3.13; João 3.22,23 etc.

Perguntamos aos falsos profetas: Onde a B íb lia diz que o batismo tem que ser em rio ou água corrente?

Como a fam ília do carcereiro poderia te r sido batizada no rio de F ilipos (A tos 16.13), de madrugada (A tos 16.25-33) se as portas da cidade estavam fechadas à noite (A tos 16.13)?

Como Paulo poderia tê-los levados ao rio, se ele não saiu da cidade (A tos 16.28,35-40)?

Onde foram batizados, no dia de pentecostes três mil crentes, em Jerusalém? Não havia rio na cidade, mas sim piscinas públicas. Nem se existissem trens naquela época da-

S E ITA S DO E SP IR ITO SANTO? 249

riam para transportar tanta gente até o rio mais p róx im o de ida e de volta em um tão pouco tem po!

— Ceia do Senhor com pão asmo — "Desde a institu ição da prim eira páscoa, Deus pro ib iu o ferm ento neste ato glo­rioso. O ferm ento é sím bolo do pecado.” (Êxodo 12.15; Lu­cas 12.1; Mateus 26.17; I C orín tios 11.23,24)

Não conhecem a B íblia. Na festa de Pentecostes os judeus ofereciam pães levedados ao Senhor (Levítico 23.15-17). O pão asmo que os judeus comiam na festa da páscoa lembrava a pressa com que saíram do Egito (Vd Êxodo 11.1; L2.8,11,17). Veja o cum prim ento disso noa versículos 33 a 39. Era um mandamento Para Israel! Por que não comem também ervas amargas (Êxodo 12.9) e não sacrificam cordei­ros (Êxodo 12.21) como diz todo o mandamento???

— A ordenança do lava-pés — Dizem: "E m 6 de junho de 1964 o Senhor decretou a ordenança do LAVA-PÉS na Igreja, como está na B íblia, em Reunião com a Igreja no A rpoador” . Citam João 13.3 a 5 e I T im óteo 5.9,10.

O lava-pés era um gesto de hospitalidade entre os orien­tais. Os homens daquele tem po usavam sandálias e cam inha­vam a pé ou no dorso de animais pelas estradas poeirentas da Palestina. Era com um , principalm ente entre os judeus. As fam ílias mais ricas possuíam até um escravo para fazer esse trabalho.

Em João 13.1-15, Jesus dá uma lição prática condenando o orgulho e mostrando o valor da humildade. Isso também era necessário, porque havia por parte dos discípulos uma certa concorrência para saber quem seria o maior, e conse­qüentemente o substitu to de Cristo no colégio apostólico.

Em I T im óteo 5.10, o lavar os pés não significa uma ceri­mônia religiosa, mas sim um gesto de hospitalidade entre os cristãos. Os apóstolos entenderam o espírito desse gesto. Não inventaram nenhuma cçrim ônia. Tampouco Paulo quando doutrina sobre a Ceia em I C orín tios 11, nada fala a respeito.

''Porque eu vos dei o exem plo.” Que quis dizer Cristo com isso? Acha que devemos reproduzir litera lm ente o que ele fez, ou im ita r o espírito por ele revelado neste ato? A Igreja católica também aceita o prim e iro sentido, como os restauracionistas. Nós aceitamos o segundo. Quem escolheu a melhor parte?

2bO RELIGIÕES, SEITAS E HERESIAS

— A única Igreja certa — Como todas as seitas falsas, também a "Restauração" afirm a ser a única igreja certa. "Assim Deus está recolhendo suas ovelhas e levando-as a viver como nos tempos prim itivos, preparando a Igreja para o Grande dia do A rrebatam ento ."

Consideram todas as igrejas evangélicas com o que "apos- tatadas" e desviadas do Senhor. Citam I Pedro 4.17; Hebreus 10.26-31; Ezequiel 20.36,37; I C orfn tios 3.12 a 15; Judas 22,23 etc.

— A " Obra de Restauração" é a Rocha — "N a Rocha está todo aquele que pratica a Palavra de Deus; quem não pratica está edificado na areia. A B íb lia pode julgar, ainda é tempo de ser edificado na Rocha, pela obediência a todos os pontos doutrinários do Novo Testam ento."

Tais elementos estão enquadrados em Deuteronôm io 4.2; 12.32; Provérbios 30.6; Apocalipse 22.18. O Senhor que tem dado tais revelações e profecias não pode ser o mesmo no qual nós cremos (II C orfn tios 11.13-15). Um conselho de Paulo aos irmãos: II C orfn tios 11.2-4; Gálatas 1.6-9. Cuidado com esse povo (Mateus 7.15; 24.11)!

Usando a bandeira evangélica e dizendo-se levantadas peto Espírito Santo, diversas seitas fanáticas têm colocado " vendas" ou "antolhos" em seus seguidores.

S EITA S DO ESP IR I TO SANTO? 251

CATÓLICOS PENTECOSTAIS?

O m ovim ento pentecostal moderno alcançou a América Latina a pa rtir do in íc io do século X X , onde em poucas décadas passou a representar cerca de 70% do número to ta l de evangélicos. Tal m ovim ento já teria se tornado v itorioso sobretudo nos EEUU por interm édio de igrejas como Assembly o f God e Four Square Gospel.

Sociologicamente falando, atribui-se o m ovim ento ao crescimento da religiosidade popular, sobretudo nos centros urbanos. H istoricamente, o m ovim ento tem sido associado com as classes sócio-econômicas mais baixas da população. Em anos recentes, o Pentecostalismo tem saltado dentro das salas de visita dos Episcopais, Presbiterianos, O rtodoxos Orientais e outros grupos que têm perm itido algumas mani­festações dos dons carismáticos sob con tro le através dos anos.

Em novembro de 1961, em Nova Delhi, India, o C oncílio Mundial de Igrejas recebeu dentro de sua comunidade dois grupos Pentecostais do Chile.

Espiritualmente, a Cristandade através dos séculos tem falado da vida cristã de duas maneiras. Primeiro, há a expe­riência inicial da justificação ou salvação. Depois, a contínua experiência de santificação.

O m ovim ento Pentecostal e o mais recente Neo-Pentecos- tal afirm am existir, à disposição, outra bênção específica do Espírito Santo. Esta é chamada "P len itude do Espírito Santo” ou "Batism o com o Espírito Santo” . Assim vemos que os grupos pentecostais acreditam que o Espírito Santo obra de três maneiras: justificação, santificação e plenitude do Espírito.

Falar em línguas

O m ovim ento Pentecostal e a maioria dos neo-pentecos- tais dizem ser o sinal inicial e a evidência exte rio r do batismo, ou plenitude do Espírito Santo, o fa lar em outras línguas ou "língua desconhecida". O term o técnico correspondente a falar em línguas é "g lossola lia" (línguas — giossais; fa lar — ialein).

Grupos carismáticos

As características desses grupos, já reveladas em m uitos outros períodos da história da Igreja, se prendem ao propó­sito manifesto de reavivar a sua própria fé. Alguns, trazem como conseqüência o seu rom pim ento com a hierarquia re li­giosa e a form ação de uma nova seita; outros, mantendo a ligação original criam comunidades ou associações e outrós, os mais modernos, tornam-se ecumênicos ficando também, logicamente ligados aos grupos de origem.

Outras seitas

Em muitas seitas e religiões, em alguns casos encontramos até naquelas que não têm qualquer ligação com o cristia­nismo, com o no caso dos mórmons, grupos que se dizem carismáticos ou em outras palavras, foram batizados com o Espírito Santo. Há m u ito engano, muita m entira em tudo isto. Em alguns casos, há explicações que podem ser encon­tradas na própria psicologia e em outros, as perturbações mentais causadas por demónios podem criar tal crença.

Tanto o batism o com o E spírito Santo com o o falar em línguas desconhecidas, como evidência ou não do batismo, são bíb licos. Encontramos a experiência em A tos 2; 10.46; 19.6 e a d is tribu ição desse dom é encontrada em I C orín tios 12-14.

Não vamos entrar no m érito da questão, para explicar se as manifestações são válidas ou não para os nossos dias ou se as interpretações corretas dos textos citados são as desse ou daquele grupo. Isso é m u ito mais uma questão de fé do que de discussão teológica dado à natureza do assunto; entre­tan to , existem alguns p rincíp ios básicos em tudo isso nos quais podemos nos firm ar para fazer uma análise séria de tais grupos.

Católicos pentecostais

Os grupos carismáticos também se manifestam entre os católicos romanos, sob formas variadas e independentes (Jesus Freaks, Gospel Crusaders etc), dos E.U.A.

Nos ú ltim os anos tem surgido um m ovim ento cuja his­tó ria está narrada no liv ro Católicos Pentecostais, de Kevin e

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S E ITA S DO ESP IR ITO SANTO ? 253

D oro thy Ranaghan, onde um grupo de católicos universitá­rios, diz te r recebido o batismo com o Espírito Santo. Tal m ovim ento, in iciado em 1966 nos E.U .A. ganhou vu lto entre os católicos de todo o m undo e tem tid o um grande apoio de católicos também no Brasil.

Batismo e línguas

Embora o Batismo com o Espírito Santo tenha a evi­dência ou como conseqüência o dom de falar em línguas estranhas, deve fica r bem claro que fa lar em línguas estranhas nem sempre é evidência de te r sido alguém batizado com o Espírito Santo.

— A parapsicologia ensina que existe a Xenoglossia, uma faculdade do inconsciente de fa la r línguas.

— No baixo espiritism o pessoas falam línguas estranhas quando sob influência de demônios.

— Existe o caso da im itação que pode ser consciente ou inconsciente que pode levar uma pessoa a fa lar em línguas.

— Doenças mentais como Esquizofrenia Paranóica ou ou­tras que demonstram retardamento mental podem também fazer com que uma pessoa fale em línguas estranhas ou em uma linguagem in inte lig íve l.

O Espírito Santo glorifica a Cristo

No caso b íb lico , o batismo com o Espírito Santo tem a finalidade de outorgar poder para que as pessoas sejam verda­deiras testemunhas de Cristo. (A tos 1.8)

Dentre as diversas tarefas do Espírito Santo, está a de guiar os cristãos em toda a verdade:

"Tenho ainda m u ito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora; quando vier, porém, o Espírito da verdade, Ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tive r ouvido, e vos anunciará as cousas que hão de v ir .” (João 16.12,13)

Não é de bom alvitre querer associar o Batismo com o Espírito Santo, algo sublime e imensurável, com m anifesta­

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ções mesquinhas irracionais e contraditórias. M uito menos o é associá-lo à ido la tria romana, como vemos a seguir:

— "Renova tuas maravilhas em nosso tem po, como em um novo Pentecoste, e concede que a santa Igreja perseverando unânime e continuam ente em oração, ao lado de Maria, a mãe de Jesus, e também sob a orientação de São Pedro, possa aumentar o reino do D ivino Salvador, o reino da verdade e da justiça, o reino do amor e da paz. A m ém ." (Papa João XX I I I — Humanae Salutis)3

Aqu i, o p róprio papa João XX I I I , considerado por m uitos como o precursor desse m ovim ento moderno, fala da mãe de Jesus e do reino de Jesus, entretanto coloca o Pentecoste, ou o m ovim ento do Espírito Santo, sob a orientação de São Pedro, ao lado de Maria . . .

— "E m fevereiro de 1967, os quatro católicos de Pittsburg haviam recebido o batismo com o Espírito Santo . . . todos experimentaram um interesse m u ito m aior em partic ipar da vida sacramental da Igreja do que antes . . , " 4

— "Depois que o Espírito habitou em m im . . . A assis­tência diária à missa tornou-se minha maneira de v i­v e r . . , " s

— " 0 m ovim ento pentecostal não separou ou excluiu os católicos da sua Igreja. Ao con trá rio , renovou seu amor pela Igreja e edificou uma fé viva na comunidade ca tó lica ."6

— " 0 Espírito Santo tem preenchido cada parte da m i­nha experiência religiosa. Descobri um novo grau de significação em todos os sacramentos, especialmente na confissão e na eucaristia. Descobri uma profunda devoção a Maria . . . " 7

3 Católicos Pentecostais (pag. 7).

4 Ib idem pag. 32.

5 Ib id pag. 44.

6 Ib id pag. 73.

1 Ib id pag. 92.

SEITAS DO ESPIRITO SANTO? 255

— "O Espírito Santo renovou nosso amor pela Igreja. As devoções naturais, com o a de Maria, por exem plo to r­naram-se mais significativas (e eu era um dos que co lo­cavam Maria completamente fora de cena, anos atrás). Especialmente a vida sacramental da Igreja tem se to r­nado mais significativa, particu larm ente o sacramento da Penitência . . . " 8

— "F o i nessa reunião que recebi o dom de línguas para louvar a Deus o Pa i . . . Meu interesse p ro fundo pela Missa aumentou e meu am or e compreensão pelos nos­sos clérigos também aum entou ."9

— "N ão somos pentecostais . . . Somos católicos que tive­mos uma experiência pen tecosta l. . . uma experiência em profundidade com o Espírito S an to ."10

A julgar pelos testemunhos dos católicos que se dizem batizados com o Espírito Santo, podemos declarar sem medo de errar, apoiados pelos ensinamentos da Bíblia , a Palavra de Deus, que estamos diante de um m ovim ento falso e reves­tido de d iabólico engano.

Cristo jamais encheria alguém com o Espírito Santo para que essa pessoa se tornasse idólatra ou para acentuar a sua idolatrió, como sfirm am os testemunhos citados.

Cremos que o Espírito Santo pode batizar, ou encher, ou revestir uma pessoa em quaiquer lugar que ela se encontre; entretanto, depois da experiência, é impossível para esta pes­soa continuar no erro, no engano ou na mentira.

0 Espírito Santo dá poder para testemunhar de Cristo; para viver uma vida de santidade; para satisfazer plenamente o espírito humano, sem necessidade de "m ediadores" ou "confissores"; para v iv ifica r nossos corpos mortais; para nos ajudar a orar de m odo sobrenatural e, sobretudo, para nos guiar em toda a verdade. Textos bíb licos com o A tos 1.8; Romanos 8.1,2,13; João 14.16; Romanos 8.11,26 e João 16.12,13 nos orientam e nos ensinam o verdadeiro significado do que vem a ser uma vida cheia do Espírito Santo.

8 Ib id pag. 114.

9 Ib id pag. 132.

1 0 The N ational C atho lic R eporter.

266 RELIGIÕES, SEITAS E HERESIAS

Quem tem verdadeiramente a mente dé Cristo não pode viver no engano e sabe discernir as coisas que são realmente do Espírito Santo. Não, leitores, de maneira alguma podeis aceitar que idólatras, mariólatras, pessoas dadas a práticas pagãs, separatistas, e que não possuem sinal algum de ju s tif i­cação ou santificação, pois dentre outras coisas, a maioria delas permanece fum ando, bebendo e em ín tim a relação com o m undo pecaminoso, estejam cheias do Espírito Santo ou tenham sido batizadas por Ele.

"M as o Espírito expressamente diz que nos ú ltim os tem pos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espí­ritos enganadores, e a doutrinas de demônios; pela h ipo ­crisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência." (I T im óteo 4.1,2)

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HERESIOLOGIARELIGIÕES, SEITAS E HERESIAS

A LUZ DA BÍBLIA

Jm a estratégia m u ito inteligente do diabo e seus anjo a de não podendo destru ir a B íb lia nem contestar as si paiavras, procurar desacreditar, esconder ou to rce r as si verdades.

Nesse trabalho maligno, in fe lizm ente ele tem sido b sucedido e tem enganado a muitos. O resultado está aí: lhares de religiões e seitas falsas, todas fundamentadas pensamentos e filosofias humanas num esforço in ú til e d vairado do homem em fazer algo que cabe a Deus — estabe cer os meios e métodos para a redenção da humanidade.

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