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IX Encontro Tricordiano de Linguística e Literatura – Cadernos de Resumos

24 a 26 de outubro de 2019

Universidade Vale do Rio Verde – Departamento de Letras

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Coordenação geral

Cilene Margarete Pereira

Ricardo Junqueira Del Carlo

Comissão organizadora

Amanda Heiderich Marchon

Cilene Margarete Pereira

Francisco Antonio Romanelli

Gleicione Aparecida Dias Bagne de Souza

Luciano Marcos Dias Cavalcanti

Magna Leite Carvalho Lima

Renan Belmonte Mazzola

Terezinha Richartz Santana

Comissão científica

Alex Sandro Martoni (CES-JF)

Ana Lúcia de Campos Almeida (UEL)

Cilene Margarete Pereira (UNINCOR)

Denise Almeida Silva (URI)

Edmon Neto de Oliveira (CES-JF)

Israel de Sá (UFU)

Luana Teixeira Porto (URI)

Luciana Carmona Garcia Manzano (UNIFRAN)

Luciano Marcos Dias Cavalcanti (UNINCOR)

Marcos de Carvalho (UNIFAL)

Maria Alzira Leite (UNIRITTER)

Maria Flávia Figueiredo (UNIFRAN)

Paulo Roberto Almeida (UEL)

Rosângela Rodrigues Borges (UNIFAL)

Terezinha Richartz Santana (UNINCOR)

Thayse Figueira Guimarães (UFGD)




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RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES NOS GRUPOS DE TRABALHO

FORMAÇÃO DOCENTE, ENSINO DE LÍNGUA E LITERATURA

Coordenação:

Dr. Eloésio Paulo dos Reis (UNIFAL-MG)

Dra. Rosângela Rodrigues Borges (UNIFAL-MG/USP)

Excedente de visão na escrita de pré-universitários

Fabrício José da Silva (UNIFAL)

Resumo: Norteia esta pesquisa a hipótese de que o pré-universitário, na escrita do gênero do discurso Redação do Enem, pressupõe a

existência de um esquema de texto, que lhe permite escrever um bom texto e atender às expectativas da banca de examinadora, seu

destinatário imediato. No processo de escrita, porém, outros destinatários se afiguram, quais sejam: o sobredestinatário e o destinatário

presumido. Nesse contexto, busca-se investigar pistas linguísticas indicativas das réplicas – mais (ou menos) marcadas – a seus possíveis

destinatários (banca examinadora, voz social da academia e da escola, o ex-professor da Educação Básica/do Cursinho). Na análise, busca-

se, em gestos de linguagem do escrevente, na seção introdução do gênero do discurso Redação do Enem, indícios de como esse escrevente,

a partir do excedente de visão, estrutura o cronotopo do endereçamento (BORGES, 2017) como forma de dialogar com seus possíveis

destinatários, com vistas a refletir sobre processos de práticas de escrita e de formação de professor para o ensino de escrita. Para a análise,

utiliza-se a noção de Paradigma Indiciário (GINZBURG, 2006) ao buscar indícios de como o escrevente constrói sua escrita.

Palavras-chave: Excedente de visão; cronotopo do endereçamento; escrita.

A produção de texto na perspectiva dos multiletramentos

Geanne dos Santos Cabral Coe (FADMINAS)

Resumo: As revoluções tecnológicas vivenciadas pela sociedade nas últimas décadas também têm impactado a esfera educacional, de

modo especial, o ensino de línguas. Entretanto, as produções textuais ainda conservam uma proposta metodológica tradicional na maioria

das instituições de educação básica, que acabam por se eximir da possibilidade de trabalhar na perspectiva dos multiletramentos. A questão

que orienta esta investigação se pauta na busca de estratégias didático-metodológicas para a produção de textos no ensino médio, que

contemplem o uso de recursos digitais. Nessa direção, considerando as demandas sociais que exigem a interação com textos que conjugam




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diferentes linguagens, elegeu-se o seguinte problema: Que contribuições os recursos digitais podem trazer para uma ressignificação da

produção de textos na escola? Assim, propõe-se analisar possibilidades teórico-metodológicas trazidas pelos recursos tecnológicos para o

trabalho com a produção de textos multissemióticos em sala de aula. Estudos sobre os multiletramentos evidenciam que nas práticas de

linguagem contemporânea os gêneros estão cada vez mais multissemióticos, o que demanda novas formas de produzir, de disponibilizar,

de replicar textos e de interagir com os pares. A pesquisa empreendida contou com uma pesquisa teórica sobre os conceitos basilares

relacionados aos multiletramentos, à multimodalidade, às multissemioses, bem como um relato sobre uma experiência de produção de

textos multissemióticos. A partir do trabalho empreendido, constatou-se que as teorias sobre os multiletramentos apresentam avanços

substanciais para se pensar o ensino de língua portuguesa na escola e para a ressignificação de metodologias que exijam dos alunos

capacidades variadas de usos das diferentes linguagens nos textos produzidos.

Palavras-chave: Produção de texto; multimodalidade; multissemiose; formação de professores

Aluno ativo, aprendizagem significativa: propostas de ensino de língua portuguesa

Roberta da Costa de Sousa (UFRJ)

Resumo: Projetos, como feira de livros, campanha eleitoral e peça de teatro, e uso de materiais concretos presentes no cotidiano dos alunos

constituíram estratégias para a aprendizagem significativa nas aulas de língua portuguesa, a fim de combater o desinteresse dos estudantes

e a dificuldade de interpretação de textos. As propostas de ensino se basearam no fato de que: “Aprender é um ato de conhecimento da

realidade concreta, isto é, da situação real vivida pelo educando, e só tem sentido se resulta de uma aproximação crítica dessa realidade.”

(LUCKESI, 1994, p. 66). Isso se alia ao paradigma das aprendizagens significativas, que considera o espaço educativo “ambiente de

superação de desafios pedagógicos” (SILVA, 2008, p. 10), com o intuito de fomentar a potencialidade de aprender dos alunos no processo

de construção permanente de conhecimento. O diálogo entre professor e educandos e estes entre si corresponde ao foco do

desenvolvimento de trabalhos em grupo em consonância ao contexto social, como a possibilidade de vivenciarem o processo eleitoral em

sala de aula justamente em ano eleitoral. Tal postura converge com a forma de pensar a questão educacional, a partir de visão mais ampla,

“capaz de colaborar para um novo reposicionamento do homem e da mulher neste mundo.” (MORAES, 2011, p. 69).

Palavras-chaves: prática de ensino, pedagogia de projetos, interdisciplinaridade

Uma Reflexão para o Ensino de Literatura no Ensino Médio

Vítor Hugo da Silva (Faculdade Pedro II)

Resumo: O presente trabalho justifica uma interpelação da Literatura no ensino médio apontando inconsistência certificada à disciplina

numa concepção histórica desse ramo do saber, considerando, em especial, como é ministrada a disciplina Literatura para estudantes do




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ensino médio nas últimas décadas, através de análise e reflexão na composição de grande parte dos compêndios didáticos. Dessa maneira,

sugere-se um estudo voltado para o diálogo entre texto e leitor na tentativa de melhorar o processo de aquisição da leitura dos alunos,

como também, o repertório literário de nossa língua como passaporte para sensibilização do educando, que apresenta peculiaridades nesta

fase do desenvolvimento e requisita novas formas de conceber a literatura e, assim, construindo um cenário de expectativas e significação

para esse sujeito leitor. Dessa maneira, as respostas obtidas nesta análise empírica realizadas no ensino médio, em especial o 3ª ano, a

partir de textos de Carlos Drummond de Andrade, Guimarães Rosa, Clarice Lispector e outros autores renomados, foi possível investigar

e detectar alguns problemas relacionados com a leitura e a consequente escrita desses educandos. Conclui-se que essa proposição

oportunize a proximidade desse jovem leitor com o texto literário, assim como, sentido e coerência dos textos e a preparação dos docentes

para a leitura contribuindo, de forma expressiva, à formação do indivíduo, motivando-o a analisar o meio social, parte fundamental do

saber, que esteia nossas interpretações e nos viabiliza a compreensão do outro e do mundo.

Palavras-chaves: Literatura. Ensino. Docente. Discente.

GT MÚSICA POPULAR BRASILEIRA E POESIA

Coordenação:

Prof. Dr. Luciano Marcos Dias Cavalcanti (UNINCOR)

Prof. Dr. Francisco Antonio Romanelli (UNIVÁS)

Pelo retrovisor: a MPB e as "inconveniências do corpo", a partir de Silviano Santiago

Carina Ferreira Lessa (UNESA)

Resumo: A Música Popular Brasileira surge como movimento performático entre o corpo cultural da classe média Zona Sul do Rio de

Janeiro e o corpo cultural de classe popular. Ambos se fundiram e tomaram um caminho de força diante da necessidade de ressignificar

os corpos como forma de atuação política contra a Ditadura Militar. Recentemente, em Conferência na LASA, Silviano Santiago retoma

algumas reflexões em torno do seu "Cadê Zazá? Ou a vida como obra de arte" para lançar a ideia das "inconveniências do corpo como

resistência política". O ensaísta lança um olhar valoroso às performances do artista no palco do que efetivamente para as letras (que

compõem o cenário). A ideia gira em torno do corpo libertário, na perspectiva semiótica, que desestabiliza o regime antidemocrático por

se apresentar de forma indecorosa, não escondendo a verdadeira face das letras. Silviano Santiago faz uma comparação entre as

apresentações de Ney Matogrosso e o cantor de Bossa Nova, tendo em vista as letras sobrepostas pela performance corporal do artista e,

ainda, pensando esses corpos como responsáveis pela transgressão do público jovem nas relações cotidianas como forma de resistência.

Partindo desse conceito de "inconveniência do corpo", o presente trabalho busca pensar artistas mulheres, cantoras de MPB, na




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contemporaneidade, que atravessam o comportamento jovem, em tempos de novo desequilíbrio democrático. Partiremos das leituras de

artistas como "Sara não tem nome", "Anavitória", intermediadas pelo movimento "Slam das Minas", que promove a transgressão do termo

MPB, como filosofia de reconstrução identitária em suas variantes sexuais e culturais.

Palavras-chave: MPB; inconveniência do corpo; Resistência; Silviano Santiago

Noel: samba, malandragem, prontidão e filosofia

Francisco Antonio Romanelli (UNIVÁS)

Resumo: Noel Rosa inaugurou dois momentos de reconhecida importância no cancioneiro nacional: a revisão da ideia de malandragem

no mundo do samba e a linguagem poética com base no questionamento reflexivo do cotidiano pobre daquele universo. Com isso,

transformou radicalmente a canção brasileira e possibilitou ao samba adquirir o status de ritmo nacional, representante de um dos fatores

de identificação do povo brasileiro, como é internacionalmente conhecido. Não apenas isso. Inspirado nos ideais do modernismo que

chegara, pouco antes de sua produção artística, ao Rio de Janeiro, Noel criou uma poética nova, poética essa que mostrou que o samba era

um elemento cultural hábil para alimentar grande parcela da indústria da cultura de massa, capaz de ser o porta-voz de um pensamento

reflexivo que apontava para uma nova forma de questionar e denunciar o cotidiano da população pobre e desvalida. Não sem sentido, o

cancionista foi apodado de “poeta da vila” e de “filósofo do samba”. O caminho aberto por Noel e por ele configurado é o objeto de

reflexão desta pesquisa.

Palavras-chave: Samba. Noel Rosa. Malandragem. Filosofia

Samba em Discurso: Memória e Interpretação

Gustavo Faria (UNIVÁS)

Resumo: Tendo como filiação teórica a Análise de Discurso de linha francesa, propomos observar a regularidade da palavra “Povo” no

samba em seu funcionamento discursivo. Buscamos compreender as relações existentes entre música, memória e sociedade a partir do

funcionamento do discurso do samba. Para tanto, o ponto principal da análise é pensar discursivamente a temática Povo em músicas de

samba do século XX, levando em conta os efeitos de sentido produzidos. Interessa-nos pensar a constituição, a formulação e a circulação

de tais músicas, colocando questões sobre a representatividade do Povo a partir desse gênero musical e observando as formações

imaginárias que estão em jogo nos sambas.

Palavras-chave: Samba, discurso, memória




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Estudando Tom Zé: do menino de Irará ao inventivo tropicalista

Igor dos Santos Alves (IFSULDEMINAS)

Resumo: O objetivo geral é fazer um breve itinerário junto da vida e obra do compositor Tom Zé, no sentido de se pensar de que forma é

estabelecida a relação desse artista com a tradição na qual ele está inserido: a Música Moderna Ocidental, a Música Popular Brasileira, a

cultura Nordestina, Baiana e, posteriormente, Paulistana (especialmente o Tropicalismo); e como essa relação auxilia na configuração de

sua estética. Tentaremos ainda um esboço de aproximação dessa obra/vida, tomando como ponto de partida sua autobiografia, com a teoria

de alguns autores, como Octavio Paz e José Miguel Wisnik, especialmente com a ideia do que é inerente à trajetória de Tom Zé, que é

justamente esse limiar tênue entre as expressões, que torna sua obra de tão difícil classificação, por alcançar linguagens, temas e

possibilidades de expressão distintas e, por isso mesmo, (in) disciplinado, multidisciplinar, transdisciplinar, ou como versa o próprio

compositor: "não era música, era vida".

Palavras-chave: Tom Zé, MPB, Poesia, Tropicalismo

A representação da cultura gaúcha: O masculino e o feminino em Gildo de Freitas

Juliana Felipetto da Silva (UNINCOR)

Resumo: A cultura de um povo se mostra através de símbolos fortes de uma tradição passada por gerações e pela história e constantemente

revivida pela tradição. Essa, caracteriza-se pela busca e manutenção de suas raízes através desses símbolos que representam a identidade

de seu povo e que se encontram associados às roupas, à dança, ao vocabulário, à literatura e à música. Não obstante, é na música gauchesca,

associada ao Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) e difundidas nos Centros de Tradições Gaúchas, os CTGs, que são cantadas as

façanhas de um tipo imaginário criado na formação desse Estado: o gaúcho. Nesse sentido, essa comunicação, recorte da dissertação de

Mestrado em desenvolvimento, tem como objetivo analisar as diferentes representações do povo através dos símbolos da cultura gaúcha

na letra da canção “Eu reconheço que sou grosso” do cantor e compositor Gildo de Freitas.

Palavras-chave: cultura, tradicionalismo, gaúcho, Gildo de Freitas.

O canto político e utópico de “Sabiá”, de Chico Buarque de Holanda e Antônio Carlos Jobim

Luciano Marcos Dias Cavalcanti (UNINCOR)

Resumo: O engajamento político das canções de Chico Buarque salta aos olhos de qualquer ouvinte de suas canções; no entanto, é

importante destacar que em seu universo poético não encontramos apenas um discurso político. A poesia de Chico Buarque faz uma análise

crítica da sociedade, coloca-se contra a ideologia oficial e contesta a insensibilidade do sistema para com os humildes, mas nunca deixa




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de considerar o apuro estético para construção de suas composições, distanciando-o muito do puro engajamento político, aquele que

privilegia apenas o conteúdo político-social para a elaboração da canção. Esta comunicação busca verificar a relação existente entre a

Música Popular Brasileira e utopia, por meio da leitura da canção “Sabiá”, de Chico Buarque de Holanda e Antônio Carlos Jobim.

Palavras-chave: MPB, política, utopia

Sinhá, sinhazinha: histórias da História do Brasil por Chico Buarque, João Bosco e Céu

Mayra Moreyra Carvalho (USP)

Resumo: Em A história da vida privada no Brasil, Luiz Felipe Alencastro reflete sobre uma fotografia, tirada em Recife em 1860, em que

se vê uma mulher negra sentada ao centro enquanto um menino branco a abraça com ternura. A conhecida análise do historiador conclui:

“O mistério dessa foto feita há 130 anos chega até nós. A imagem de uma união paradoxal mas admitida. Uma união fundada no amor

presente e na violência pregressa. A violência que fendeu a alma da escrava, abrindo o espaço afetivo que está sendo invadido pelo filho

do senhor. Quase todo o Brasil cabe nessa foto” (1998, p. 440). A partir dessas reflexões de Alencastro, aproximamo-nos de duas obras

recentes do cancioneiro brasileiro, “Sinhá”, de Chico Buarque e João Bosco, de 2011, e “Rapsódia Brasilis”, de Céu, de 2016. Em ambas,

ecoa a questão da organização servil e patriarcal da sociedade brasileira que encontra raízes na escravidão vigente por mais de 300 anos e

cujos efeitos pairam ainda no presente. Nossa proposta discute como as canções tocam em feridas abertas da História do Brasil ao dar voz

a seres silenciados. A partir de duas narrativas imaginadas, mas possíveis e prováveis, concedem aos escravizados a possibilidade de

argumentação. Quase todo o Brasil cabe nessas duas canções, na mescla de sonoridades africanas e batidas contemporâneas; no tom de

lamento que perpassa a entoação dos cantos; no exame de consciência que tanto Chico e João Bosco como Céu manifestam ao tecer criação

estética e olhar crítico sobre a História.

Palavras-chave: Canção, História do Brasil, Escravidão, Poesia

GT DE (IN)VISIBILIDADES E VIOLÊNCIAS: REFLEXÕES SOBRE PRODUÇÕES CULTURAIS E MIDIÁTICAS

BRASILEIRAS

Coordenação:

Profa. Dra. Cilene Margarete Pereira (UNINCOR)

Profa. Dra. Luana Teixeira Porto (URI)




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Ditadura militar brasileira e política contra a desmemória: literatura e cinema

Ana Paula Teixeira Porto (URI) / Luana Teixeira Porto (URI)

Resumo: Este trabalho aborda a representação da crueldade e da violência no contexto da Ditadura Militar Brasileira na ficção brasileira

contemporânea, com o objetivo de identificar traços formais e temáticos de narrativas literárias e cinematográficas produzidas a partir da

segunda metade do século XX. Interessa investigar a construção de discursos que tematizam a vivência da crueldade e da opressão imposta

pelo regime militar a civis, observando como são construídas as memórias desse episódio histórico; Tendo como subsídio teórico-crítico

textos de Ângela Maria Dias, Márcio Seligmann-Silva e Jaime Ginzburg, o estudo propõe uma análise de contos de Caio Fernando Abreu

e Bernardo Kucinski publicados, respectivamente, em Morangos mofados (1982) e Você vai voltar pra mim e outros contos (2014), e do

documentário 15 filhos (1996), de Maria Oliveira e Marta Nehring. O exame dos contos dos escritores e do discurso dos depoentes no

filme aponta a representação de cenas de violência e crueldade traços singulares do período bem como, de um lado, a dificuldade de narrar

o trauma decorrente das ações vivenciadas pelas vítimas da opressão, e, de outro, a necessidade de verbalizar o ocorrido como estratégia

de compreender o evento. Nessa perspectiva, entende-se que há uma confluência entre o discurso ficcional dos contos literários analisados

e dos depoimentos do documentário – manifestada pela forma fragmentada de construção do discurso narrativo – e uma tendência social

das obras em acentuar a contrariedade a uma política de desmemória acerca da Ditadura Militar Brasileira – esta alicerçada na buscar por

representar o evento e assinalar a barbárie dos atos. Tais observações são sinais de que a produção cultural e midiática brasileira tem se

mostrado interessada em problematizar eventos traumáticos por meio da experimentação estética e elaboração do discurso narrativo, o que

aponta para o engajamento social da arte e sua relevância na formação do horizonte crítico do interlocutor.

Palavras-chave: literatura brasileira, conto, cinema, Ditadura Militar Brasileira, desmemória.

Nos Jardins, “não há nenhum”: leitura do conto “Região”, de Zulmira Ribeiro Tavares

Carine Paula de Andrade (PMTC/UNINCOR)

Resumo: Em nossa dissertação intitulada “Teatralização do casamento em Joias de Família, de Zulmira Ribeiro Tavares”, defendida em

2019, ao examinar a obra citada, pudemos observar alguns aspectos que pontuam a narrativa da autora paulista, como a crítica social ácida

em relação ao modo de composição burguês e o desmantelamento das relações familiares, além das relações de dominação entre classes

sociais, bastante nítida na composição das personagens Maria Braúlia e Maria Preta, respectivamente patroa e empregada. Considerando

essa verve crítica da autora e as relações de violência amparadas em desigualdades sociais, que podemos denominar de violência estrutural

(CONTI, 2016), essa comunicação objetiva discutir o conto “Região”, publicado no livro homônimo de Zulmira Ribeiro Tavares, em

2012. No conto, duas personagens (in)visibilizadas se destacam, um morador de rua e uma vendedora, localizados em uma região bastante




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aburguesada da cidade de São Paulo, os Jardins, a qual, já de saída, é anunciada pelo narrador “habitante do solo” (TAVARES, 2012, p.

292) como lugar “onde não há nenhum” jardim (TAVARES, 2012, p. 291).

Palavras-chave: conto, violência, relações sociais, invisibilidade

Da violência de ser invisível: notas sobre a narrativa de Wander Piroli

Cilene Margarete Pereira (UNINCOR)

Resumo: O mineiro Wander Piroli foi um sujeito múltiplo em sua jornada literária, que se estendeu da década de 1950 ao ano de sua morte,

em 2006. Sua obra está bastante relacionada à sua vivência e ao exercício do jornalismo. Ambos, o homem e o jornalista – forjadores do

escritor – foram observadores atentos e amorosos do cotidiano à sua volta, sintetizado pelo bairro boêmio e operário da Lagoinha, região

central de Belo Horizonte. Se parte de sua força literária vem da Lagoinha e do modo como ela formata uma visão de mundo particular;

outra – que com a primeira se relaciona de maneira bastante óbvia – vem da experiência de repórter e editor do Caderno de Polícia do

jornal Estado de Minas. Essa fusão entre vida e obra aponta para a empatia que Piroli tem por seres socialmente esquecidos, ignorados,

silenciados, representados em sua narrativa. A partir das considerações acima, esta comunicação reflete sobre como os temas da violência

e da invisibilidade social aparecem na obra do escritor mineiro, destacando algumas de suas narrativas.

Palavras-chave: narrativas; Wander Piroli; invisibilidade; violência

“Da nossa memória fabulamos nóis mesmos” – ficção e história em Branco sai, preto fica

Fernando Cambauva Breda (UNICAMP)

Resumo: O longa-metragem Branco sai, preto fica (2014), dirigido por Adirley Queirós, foi originalmente pensado para ter a forma de

um documentário. No entanto, o tema representado - violência policial em um baile black da cidade Ceilândia -, a precariedade técnica da

produção, bem como a experiência pessoal de alguns dos membros da equipe realizadora, acabou por atuar como força histórica a impor

escolhas formais na fatura do filme. De um documentário, o longa converteu-se numa ficção científica. A proposta deste trabalho é discutir

sentidos estéticos e políticos destas transformações, procurando pensá-las, comparativamente, à luz de uma certa tradição cinematográfica

brasileira no tratamento estético da violência contra populações periféricas, na construção de uma identidade nacional e nas projeções de

“futuro do país” que tais filmes esboçam.

Palavras-chave: Forma artística; Conflitos sociais; Cultura brasileira; exclusão

Cuidado, o “cidadão de bem” está armado: leitura da crônica “Pode ser um assalto”, de Fernando Bonassi

Flávia Luciano Santos (PMTC/UNINCOR-FCTE)




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Resumo: Esta comunicação apresenta um recorte da pesquisa “A representação da violência nas crônicas de A boca no mundo, de Fernando

Bonassi”, em desenvolvimento no Programa de Mestrado em Letras da Universidade Vale do Rio Verde (UninCor), associado à linha de

pesquisa Literatura, História e Cultura. A pesquisa busca refletir sobre os modos de representação da violência nas crônicas do livro citado,

publicado no ano de 2007. Em suas crônicas, Bonassi revela acontecimentos do cotidiano impressos na grande cidade, que muitas vezes

passam despercebidos por nós, utilizando uma linguagem coloquial (própria da crônica). O olhar do autor se volta para a realidade dos

menos favorecidos, vítimas de um sistema social que os oprime e os exclui de seus direitos fundamentais, aludindo a uma violência

estrutural, que resulta, muitas vezes, em uma violência direta. Entre as cem crônicas que compõem A boca do mundo, escolhemos, para

essa comunicação, refletir sobre “Pode ser um assalto”. Na crônica, é possível analisar como Bonassi ressiginfica os qualificativos

“civilizado” e “marginal”, rompendo com os estereótipos associados ao chamado “cidadão de bem”, ao evidenciar a violência vinda deste,

propondo uma reflexão sobre violentados e violentadores.

Palavras-chave: Bonassi. Crônica. Violência. Violentados. Marginalizados.

Faces da violência: uma análise da obra O homem duplicado, de José Saramago

Girlane Araújo Braz da Rosa Sousa (UERJ)

Resumo: A presente pesquisa visa abordar três manifestações da violência presentes na obra, a simbólica, intrafamiliar e institucional, e

como são representadas na narrativa de José Saramago, principalmente através da personagem Tertuliano Máximo, protagonista e de seu

antagonista António Claro no romance de ficção O Homem duplicado (2002), obra de expressão da segunda fase romanesca de Saramago,

marcada pelas tensões e reflexões sobre o homem moderno. No decorrer de sua trajetória, Saramago preocupou-se em narrar, dialogando

com o contexto histórico e o social, desconstruindo imagens de heróis e figura icônicas da historiografia, para valorizar feitos populares e

denunciar mazelas enfrentadas por membros das camadas menos favorecidas da sociedade. Nas narrativas da segunda fase de sua obra

romanesca, iniciada com a publicação de Ensaio sobre a cegueira, em 1995, é comum encontrarmos essas denúncias de problemas que

afetam a sociedade lusitana como um espelho para todo o mundo. A partir da análise das obras de Saramago, enquanto tratamos da pós-

modernidade, com os estudos de Baumam (1999) sobre as construções identitárias e as marcas da pós-modernidade, tão presentes no nosso

objeto de pesquisa. Ao abordarmos os elementos da violência na narrativa, partiremos das pesquisas de Minayo (2009), Michel Foucault

(1987) e Bourdieu (1989), para compreendermos as relações entre a violência e constituição do homem moderno. O estudo se justifica

pela necessidade de abordar em uma obra da pós-modernidade lusitana traços não somente de crises identitárias causadas por diferentes

violências sofridas pelo sujeito, mas também estudar os elementos da violência causadores dessas crises, concernentes à sociedade

ficcional e tantas outras sociedades desse mundo globalizado atual.

Palavras-chave: O homem duplicado, Saramago, representação, Violência.




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Engajamento e violência em “Falcão”, do rapper Djonga

Icaro de Oliveira Leite (UNINCOR/CAPES)

Resumo: Esta comunicação apresenta um recorte da dissertação “Universo em crise”: o engajamento no rap de Djonga, em

desenvolvimento na Universidade Vale do Rio Verde (UninCor), na qual analisamos o discurso do rapper mineiro considerando aspectos

como linguagem e os temas da violência e do compromisso social. Para esta comunicação, escolhemos analisar a canção “FALCÃO”,

presente em seu álbum mais recente, Ladrão, lançado em março de 2019. Na letra da canção, poderemos perceber a atitude engajada do

rapper, associado ao papel de porta-voz da comunidade. Além do engajamento, a violência e as relações de dominação são peças

fundamentais nas letras do rapper mineiro, presente principalmente no conflito entre “nós” (pobres, marginais, pretos) e “eles” (os

playboys, a elite). Preocupando-nos com a questão do engajamento e da violência no rap, a faixa analisada nos permitirá entender o ponto

de vista do rapper sobre si mesmo, mas também sobre aqueles de onde ele veio, pobres, pretos etc., que sofrem diariamente com a violência

e com as relações de dominação, que vão sendo, muitas vezes, naturalizadas pelos dominados.

Palavras-chave: Djonga. Rap. Engajamento. Violência.

Minha quebrada, meu espaço: a voz da periferia no rap de Flávio Renegado

Joseli Aparecida Fernandes (PMTC/UNINCOR)

Resumo: Em um passado não muito distante, pensar a periferia significa apontar apenas aspectos negativos de sua realidade, entendendo-

a como espaço de violência e de conflitos, advindos do tráfico de drogas e de problemas decorrentes de situação de exclusão social. Norma

Takeuti no artigo “Refazendo a margem pela arte e política”, afirma, nesse sentido, que “[...] se antes a ‘periferia’ era visível apenas como

lugar da infâmia (violências diversas, crimes, tráfico de drogas...) ela passou a expor também um cenário em que se disseminam

inventividades artísticos-literários-culturais-esportivos com produções que chegam a ecoar para fora dela” (TAKEUTI, 2010, p.14).

Afirmações como essa nos conduzem a pensar que a periferia começa a ser vista e reconhecida como um cenário produtor de diversas

atividades culturais, dentre as quais se destacam a literatura e a música, criando, de certa maneira, a possibilidade de um agir consciente

dentro e fora da comunidade e em prol dela. E é nesse sentido que o movimento hip hop vem ganhando cada vez mais espaço, e dentro

dele o rap manifestação artístico-cultural no qual os artistas expressam questões de cunho social e político, composto a partir de uma

multiplicidade de vozes, de discursos que representam diferentes posicionamentos, organizados por uma narrativa, caracterizada muitas

vezes pelo caráter de denúncia, revolta e, em algumas situações, até mesmo de incitação à violência. Considerado este contexto, esta

comunicação busca refletir sobre o espaço periférico a partir das letras do rapper mineiro Flávio Renegado. Para tanto, propomos uma

análise da canção “Conexão Alto Vera Cruz Havana”, nas quais é possível observar como Renegado descreve a sua comunidade como um

espaço de mudança, de voz, de poder por meio da cultura e da arte.




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Palavras-chave: rap, periferia, arte.

A violência passiva ligada ao discurso nos livros de autoajuda: “o que deus uniu o homem não separe”

Lígia Gonçalves Dias Pedrosa (UNIFRAN)

Resumo: Esta pesquisa é motivada pela observação, na prática de mediação judicial, de um processo de violência passiva no cotidiano das

relações interpessoais, inscrita na linguagem, que contribui para a construção de subjetividades e está na base dos conflitos trabalhados na

mediação. Esses conflitos estão na relação matrimonial e convocam a refletir sobre a violência que incide na mulher como responsável

pelo esteio familiar. Nesse sentido, a produção de manuais de conservação do casamento nos chama atenção. Nossa hipótese é a de que,

nesses manuais, há enunciados que inscrevem uma violência discursiva porque partem de um imperativo de indissolubilidade cristalizados

sobre o matrimônio. O objetivo da pesquisa é observar de que modo esses enunciados são formulados e podem ser observados como

elementos de um dispositivo de controle que constrói subjetividades para a mulher casada, fazendo funcionar uma violência que se tece

em palavras. O arcabouço teórico-metodológico está constituído na Análise do Discurso (AD) de perspectiva foucaultiana, a partir das

reflexões de Michel Foucault sobre as relações de poder no/do discurso, o dispositivo de controle e os processos de

subjetivação/subjetividade. Também nos pautamos na AD pêcheutiana para operar analiticamente sobre os enunciados, visto que o

processo analítico se dá em um batimento descritivo, a partir da formulação dos discursos. Propomos um diálogo com a psicologia, com

base no conceito de Rosenberg sobre comunicação não violenta. Os resultados esperados estão ligados à compreensão da influência da

violência passiva no nosso cotidiano e suas consequências, assim como a da comunicação violenta nas práticas discursivas.

Palavras-chave: Palavras-chave: Violência; Autoajuda; Mulheres; Análise do Discurso.

O processo de constituição, formulação e circulação de sentidos nas práticas de letramentos de (re)existência

Magna Leite Carvalho Lima (UNINCOR)

Resumo: Em todas as épocas, os movimentos de (re)existência tiveram suas forças postas nas mais variadas formas de linguagem. As

práticas de letramentos nas mais variadas culturas e as discussões sobre suas particularidades nos fazem analisar como os discursos são

postos em circulação a partir da relação que se estabelece entre o lugar e a posição que os sujeitos ocupam no quadro da dinâmica política

e econômica. A violência, por seu turno sempre esteve ligada a relações de dominação de espaços. Dessa forma, determinadas práticas

podem circular tanto dentro do campo da oralidade como da escrita, dentro ou fora da escola. No caso deste trabalho, as práticas que

circulam fora da escola são as que mais nos interessam, principalmente porque consideramos não só o papel da memória (histórica e

particular), como o da constituição dos sentidos na escrita e na oralidade. Dessa forma, nosso objetivo é, a partir de conceitos também




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advindos da análise de discurso de linha francesa, analisar, especialmente, a constituição, a formulação e a circulação dos chamados

letramentos de (re)existência representados em algumas produções culturais/sociais.

Palavras-chave: Letramento, Circulação de sentidos, (re)existência

“Troca de alianças” e “Boi”: das violências e suas representações nos contos de Marcelino Freire e Marçal Aquino

Marine Lúcia Melo (UNINCOR/FCTE) / Cilene Margarete Pereira (UNINCOR)

Resumo: Esta comunicação objetiva apresentar resultados parciais do projeto de Iniciação Científica “Temas sociais na Literatura

Brasileira contemporânea: um estudo das obras de Marcelino Freire e Marçal Aquino”, que propõe uma reflexão sobre os modos pelos

quais a literatura brasileira contemporânea, particularmente as de Marcelino Freire e Marçal Aquino, corpus deste projeto, abordam temas

sociais, tais como exclusão, racismo, marginalidade e a própria violência. O tema da violência é alçado a protagonista em muitas histórias,

sendo representada de diversas formas, tais como a física, a estrutural e/ou a cultural. Para o projeto, selecionamos os contos “Muribeca”,

“Troca de alianças” e “Faz de conta que não foi. Nada”, de Marcelino Freire, e “Sábado”, “Santa Lúcia” e “Boi”, de Marçal Aquino,

publicados, respectivamente, em Angu de sangue, de 2000, e Famílias terrivelmente felizes, de 2003. Nesta comunicação, deter-nos-emos

em apenas dois: “Troca de alianças” e “Boi”. Em “Troca de alianças”, vemos uma relação afetiva violenta que é naturalizada por meio das

posições antagônicas existentes entre gêneros. Em “Boi”, os protagonistas são moradores de rua submetidos à violência da cidade, que os

exclui, enquanto tentam sobreviver.  

Palavras-chave: Violência, conto, relações de dominação, Aquino, Freire

Relatos de violência no conto “A confissão de Leontina”, de Lygia Fagundes Telles

Stephany Moure Porto (UNINCOR)

Resumo: Essa comunicação objetiva discutir os tipos de violência descritas na história do conto “A confissão de Leontina”, de Lygia

Fagundes Telles, com base nas considerações de Linda L. Dahlberg; Etienne Krug (2006), Thomas Conti (2016), entre outros. O conto

citado é narrado em primeira pessoa por Leontina, que conta sua história marcada pela violência e pelo abandono. No conto, ela está presa,

acusada de roubo e homicídio. De origem pobre e órfã, Leontina é dada pelo padre da cidade para ser empregada em uma família. Nesta

família, ela sofre maus tratos por parte da dona da casa. Ao fugir da casa, encontra Rogério, um homem que a convida para morar em um

hotel, que a abandona. Sem saída e sem ter de onde tirar seu sustento, Leontina conhece Rubi, que a convida para trabalhar em um salão

como dançarina. Um dia, ela sai para comprar um sapato e se apaixona por um vestido na vitrine de uma loja. Sem ter dinheiro para

comprar o vestido, ela o aceita como presente de um senhor interessado em favores sexuais. Ao se negar a ter relações com o homem, a




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personagem é brutalmente espancada e, para se defender, atinge o “velho” com uma barra de ferro, matando-o. Presa e humilhada, Leontina

descreve as dores de uma vida inteira de violências.

Palavras-chave: Figura feminina, violência, família

A violência é a solução? Uma análise de “Assim ficou melhor para todo mundo”, de Wander Piroli

Thainara Cazelato Couto (UNINCOR/CAPES)

Resumo: Essa comunicação tem o objetivo de apresentar um recorte da pesquisa de Mestrado em Letras em desenvolvimento “Das

violências e dos violentados: uma leitura de É proibido comer a grama, de Wander Piroli”, que tem como proposta examinar a construção

da violência e dos seres violentados nos contos do livro citado, publicado postumamente em 2006 – ano da morte de seu autor. Diante essa

temática, deter-nos-emos, aqui, na análise do conto “Assim ficou melhor para tudo mundo”, narrativa em primeira pessoa protagonizada

pela filha que, cansada dos atos violentos do pai, após o nascimento de seu filho, fruto de um aliciamento, encontra um desfecho para

solução dos problemas da família. No conto, além de uma violência física, expressa no corpo, há uma violência cultural que "legitima" as

ações do pai, e uma violência estrutural presente na desigualdade de poder entre a menina de quatorze anos e seu aliciador.

Palavras-chave: Contos; Violência; Violentados; Wander Piroli.

A narrativa de Wander Piroli no Suplemento Literário de Minas Gerais: a tradição do “realismo feroz”

Vanessa Marlene Mendes (UNINCOR/FCTE) / Cilene Margarete Pereira (UNINCOR)

Resumo: A presente comunicação busca apresentar o projeto de pesquisa de Iniciação Científica “A narrativa de Wander Piroli no

Suplemento Literário de Minas Gerais” e alguns de seus resultados. A pesquisa, orientada pela Profa. Dra. Cilene Pereira, no âmbito do

Programa de Mestrado em Letras da Universidade Vale do Rio Verde (UninCor) como objetivos: (1) fazer o levantamento da produção

de Wander Piroli publicada no Suplemento; (2) selecionar, do material encontrado, apenas as narrativas relacionadas ao gênero conto,

modalidade literária mais praticada pelo autor; (3) analisar os contos de Piroli, observando sua inserção na literatura brasileira

contemporânea, a partir da vertente e dos temas praticados pelo autor. Com base no site http://www.letras.ufmg.br/websuplit, relativo ao

material catalogado e digitalizado do Suplemento, foram identificados seis contos, excetuando os publicados na edição especial do

periódico, dedicado ao autor, de novembro de 2011. Considerando o interesse deste projeto pela narrativa curta de Piroli, destacamos, para

esta comunicação, os contos “A extensão da pele” (publicado em dezembro de 1983), “Pela última volta” (de junho de 1984), nos quais o

autor coloca em cena, como protagonistas femininas, prostitutas.

Palavras-chave: Wander Piroli; realismo feroz; contos; violência.




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A imagem como (re)construção da memória política brasileira: análise do documentário Democracia em vertigem

Polyanna Aparecida Silva (UNINCOR) / Fabíola Procópio Sarrapio (UNINCOR)

Resumo: A memória é construída através de fatos que são vividos ou experienciados pelo sujeito de forma social ou coletiva, onde toma-

se para si uma lembrança entrelaçada através de narrativas e imagens. Assim, para torná-la efetiva, utilizam-se de mecanismos os sentidos

corporais, tais como visão, audição, tato, olfato e paladar. Uma das formas de fácil acesso, são os documentários audiovisuais, que retratam

fatos e arquivos históricos através de filmagens/imagens e áudios de uma determinada situação. Desta forma, como afirma Moreira apud

Durant (2016, p. 133) “a imagem poderia atuar onde as margens de manobra são bastante reduzidas, podendo-se praticar uma política de

memória um pouco mais flexível, uma vez que as questões de enunciação não se colocariam no interior de um novo conjunto de condições

específicas de produção, mas na interface do novo e do antigo.” Assim, Petra Costa, em seu documentário Democracia em Vertigem

(2019), traz a relação entrelaçada de fatos políticos históricos e atuais da construção da democracia brasileira como forma de manifesto

sobre o progresso e o retrocesso do cenário político brasileiro frente à crise da (des)contrução da democracia. O objetivo desta comunicação

é trabalhar a construção da memória através do arquivo audiovisual do documentário acima citado, onde relata fatos ocorridos entre o

golpe militar de 1964 com o cenário político atual, trazendo como questão a psique dos brasileiros ao caos da divisão em que o país se

encontra.

Palavras-chave: memória, política, documentário.

O curta metragem como ferramenta pedagógica para o estudo dos Direitos Humanos

Cleverson Florêncio (UNINCOR) / Cilene Margarete Pereira (UNINCOR)

Resumo: Esta comunicação tem o objetivo de apresentar o projeto de pesquisa “O curta metragem como ferramenta pedagógica para o

estudo dos Direitos Humanos”, em desenvolvimento no Programa de Mestrado Profissional em Gestão, Planejamento e Ensino, sob

orientação da Profa. Dra. Cilene Pereira. Para Marcos Napolitano, “Trabalhar com o cinema em sala de aula é ajudar a escola a reencontrar

a cultura ao mesmo tempo cotidiana e elevada, pois o cinema é o campo no qual a estética, o lazer, a ideologia e os valores sociais mais

amplos são sintetizados numa mesma obra de arte” (NAPOLITANO, 2003, p. 12). Considerando a reflexão proposta por Napolitano e o

atual panorama político do país, que avança para uma pauta conservadora, o projeto propõe pensar o cinema como ferramenta pedagógica

para a discussão dos Direitos Humanos na realidade escolar, partindo da seguinte reflexão: como os Direitos Humanos e questões

concernentes a ele são refletidas e/ou discutidas no cinema, particularmente em filmes de curta-metragem? Como consequência desta

pergunta, outra pode ser feita: como o audiovisual, como instrumento de representação do mundo e objeto artístico, inserido “num grande

campo de atuação pedagógica chamado ‘mídia educação’ (BELLONI, 2001)” (NAPOLITANO, 2003, p. 12), pode contribuir para a

formação humana e crítica do aluno? Para mobilizarmos essas questões, partimos da discussão de dois curtas-metragens: Amapô

(GOIFMAN, 2013), um documentário que aborda a questão de gênero, bem como ponderações sobre intolerância em conformidade com a




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realidade social, e Rua São Paulo (MASSARANDUBA, RIBEIRO, 2002), que aborda a temática da moradia na grande São Paulo, sobre o

ponto de vista dos sem tetos. Ambos os grupos sociais tratados nos dois curtas são invisibilizados socialmente e violentados por um discurso

que ignora (consciente e inconsciente) os Direitos Humanos e suas pautas.

Palavras-chave: Direitos Humanos; curta-metragem; Educação.

GT A REPRESENTAÇÃO DISCURSIVA DA MULHER EM DIFERENTES ESPAÇOS SOCIAIS:

CONFLUÊNCIAS E RUPTURAS

Coordenação:

Profa. Dra. Lilian Aparecida Arão (CEFET-MG)

Doutoranda Aline Mara de Almeida Rocha (CEFET-MG)

A resistência do corpo gordo: análise do ethos discursivo de duas mulheres

Adriana Maria Cunha (CEFET-MG)

Resumo: Repensar os padrões estéticos que se impõem sobre o corpo da mulher é fundamental no contexto das lutas feministas.

Considerando os vários tipos de violências sofridas neste sentido, observa-se o crescente aumento de grupos da sociedade civil e ativismos

no ciberespaço, destinados a denunciar as opressões vivenciadas pelas mulheres. Percebem-se, também, tentativas de desconstrução destes

padrões e de valorização das diferenças entre os sujeitos. Como objetivo, pretende-se analisar o ethos empreendido em dois textos

publicados no site “Blogueiras feministas” que tratam do tema: “Gordofobia, grande é o seu preconceito”, de autoria da estudante e

blogueira Thais Ulrichsen Fernandes; e “Gordofobia: um assunto sério”, de autoria de Jarid Arraes, cordelista e colunista na Revista

Fórum. Os textos tratam de questões comuns ao universo das mulheres gordas, tais como a vigilância alheia que incide sobre seu peso e

sobre o que comem; como o fato de serem gordas em uma sociedade que prega a hegemonia da magreza, afeta com violência suas

autoestimas; o discurso presente na mídia e na indústria de repressão às pessoas gordas; como o fato de não se encaixarem no padrão

estético vigente, coloca-se como um empecilho para uma vida afetiva e sexual saudável, dentre outras questões. As duas colunistas também

se dedicam a desconstruir discursivamente, percepções sociais equivocadas e comprometidas com a “lógica da magreza”. A metodologia

de análise estará ancorada, principalmente, em Maingueneau (2005) e Amossy (2005).

Palavras-chave: gordofobia, ethos, feminismo

A Representação discursiva da mulher nas canções de autoria feminina na MPB

Aline Mara de Almeida Rocha (CEFET-MG)




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Resumo: Este trabalho tem como principal objetivo analisar discursivamente as representações sobre a mulher em algumas canções de

autoria feminina, produzidas a partir da década de 70 até o ano de 2015 na música popular brasileira. A relevância do tema está ligada à

necessidade de colocar em evidência as produções de autoria feminina, historicamente ignoradas ou apagadas pelo discurso hegemônico.

A questão a ser problematizada é se há, de fato, um discurso de auto-representação da mulher que se diferencie dos discursos presentes

nas canções de autoria masculina veiculadas pela mídia brasileira. O escopo de nossa pesquisa fundamenta-se nos estudos de gênero sob

uma perspectiva interdisciplinar e pós-estruturalista, que dialoga com os estudos culturais e com a análise do discurso para investigar como

as narrativas sobre a mulher nas composições de autoria feminina são construídas e obstruídas no espaço midiático brasileiro. Traz em seu

bojo, em amplo contexto, as condições de produção do discurso feminino na música brasileira, discussões ligadas ao papel da mídia na

política de distribuição da arte feminina. Somente com a articulação dessas discussões será possível situar as tradicionais representações

da mulher e fazer emergir outras identidades, segundo a concepção de Foucault (2008), na complexa e na dispersa relações entre saber e

poder. Identidades essas que são identificadas também nos estudos de Stuart Hall (2006) como desestabilizadoras da noção centralizada

do sujeito cartesiano e sociológico. Deste modo, pressupõe-se um resgate histórico do seu discurso sobre os espaços sociais do trabalho e

da política.

Palavras-chave: Discurso; mulher; identidade; música; mídia

Imagens discursivas de torcedoras de futebol membros de torcidas organizadas do Sul do Brasil

Anna Gabriela Rodrigues Cardoso (CEFET-MG)

Resumo: A presença das mulheres nas arquibancadas de futebol é visto por diferentes pesquisadores como algo crescente, destacando

sempre o fato de que as torcedoras sempre estiveram nas arquibancadas, desde as primeiras décadas do esporte no Brasil. Em um corpus

com depoimentos de 15 torcedoras, retirado de um vídeo disponível no site do Museu do Futebol de São Paulo à respeito do 1º Encontro

de Mulheres de Arquibancada, selecionamos para este estudo as declarações de 4 participantes representantes de torcidas organizadas do

sul do país. A escolha se faz na busca por encontrar as imagens discursivas dessas torcedoras sulistas para, posteriormente, em minha

dissertação, também baseada na teoria semiolinguística de Charaudeau (2005, 2017) e no conceito de Ethos para Maingueneau (2014) e

Amossy (2014), analisar outras torcedoras, de outras regiões brasileiras, na busca pelas imagens de si construídas pelas e sobre essas

mulheres que se posicionam como representantes de um time e de uma torcida. Pensar a participação das mulheres em práticas construídas

socialmente vistas como masculinas faz-se necessário na busca pelas suas imagens discursivas, visto que, ao mesmo tempo em que surgem

denúncias de assédio e machismo nesse espaço, também aparecem torcedoras que defendem suas torcidas organizadas dizendo que

“nunca” passaram por esse tipo de situação, além de outras necessidades dentro e fora das arquibancadas.

Palavras-chave: mulheres nas arquibancadas; torcedoras; imagens discursivas




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Mulheres em um outro mundo possível: narrativas ambientalistas, dissociação e o apocalipse da Amazônia

Erika Cristina Dias Nogueira (CEFET-MG) / Lilian Aparecida Arão (CEFET-MG)

Resumo: Nosso trabalho propõe compreender as narrativas de mulheres ambientalistas no Facebook sobre a série de queimadas na

Amazônia Brasileira, em agosto de 2019. O espaço digital ainda se apresenta como favorável para o compartilhamento de discursos

ativistas, devido a possibilidade de escrita autônoma, universal e subjetiva. Mesmo diante de limitações políticas, sociais e econômicas

que restringem a visibilidade do conteúdo ativista no Facebook, as ambientalistas têm se apropriado do site para compartilhar narrativas

em busca de transformação de pontos de vistas, bem como para expressarem suas indignações. Observamos o investimento discursivo em

propor mudanças de hábitos e comportamentos, revelando o que acontece de apocalíptico com relação à questão ambiental no Brasil, em

específico na Amazônia, e o que poderia representar um "outro mundo possível" (KRENAK, 2019). Nesse primeiro ponto, são

apresentados os inimigos da preservação ambiental, em denúncias que se baseiam, muitas vezes, em narrativas da mídia tradicional.

Quanto às mudanças propostas, elas revelam ações que se apresentam como apropriadas à natureza, indicadas pelas vozes das

ambientalistas, que se posicionam como autoras de ações ambientais micropolíticas, como o consumo de alimentos orgânicos, a plantação

de árvores e o exercício da agroecologia. Diante de um cenário apocalíptico, atravessado por um exercício criminoso e reacionário, a

exemplo das queimadas na Amazônia, o que observamos frente ao material coletado é o que chamamos de "dissociação ambientalista",

devido ao compartilhamento de narrativas que revelam ações heroicas, porém sem evocar as consequências reais da atividade humana na

natureza ( ZIZEK, 2012).

Palavras-chave: Ambientalismo, Amazônia, Narrativas, Facebook.

ENTRE O TEXTO E O DISCURSO: INVESTIGAÇÕES CONTEMPORÂNEAS NAS CIÊNCIAS DA LINGUAGEM

Coordenação:

Profa. Dra. Camila de Araújo Beraldo Ludovice (UNIFRAN)

Profa. Dra. Luciana Carmona Garcia Manzano (UNIFRAN)

Sob o signo da ausência: o caráter invisível da dêixis e a sua problemática de constituição a partir de uma imagem mental

Caio César Costa Santos (UFS)

Resumo: O teor da escritura desta comunicação vai muito além de um estudo meramente bibliográfico-descritivo sobre a teoria da dêixis.

Diagnosticamos que, nos estudos atuais sobre este fenômeno linguístico, não há aparentemente uma pesquisa calcada na problemática da




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origem deste fenômeno. Sendo assim, com base na Filosofia Analítica, na Linguística e na Fenomenologia, apresentamos um estudo atual

sobre o complexo processo de constituição da categoria da dêixis, partindo-se de uma imagem mental esboçada por Buhler (1967): a de

que o sistema dêitico assemelha-se a um grupo de fuzileiros posicionados verticalmente em marcha erecta. A partir desta imagem mental,

descrevemos todo o itinerário fenomenológico da dêixis, trazendo à luz o seu caráter invisível, indireto, memorial, ausente, opaco,

demonstrativo, fantasmagórico, etc. Caracteres estes pouco analisados nas pesquisas atuais. O nosso objetivo geral é o de fazer conhecer

o outro lado da dêixis, o seu caráter invisível, a partir de reflexões em Hanks (2008), Lahud (1979), Peirce (1977), Récanati (2001) e

Santos (2014, 2016, 2018). Não estamos nos tratando da situação verbal em si, mas da situação fantasmática, do “signo da ausência”,

como exposto no título desta comunicação. Ausência de que? Ausência de elementos que fossem mais perceptíveis ou visíveis no primeiro

contato com o objeto, elementos estes que pudessem se enquadrar mais linguisticamente às cadeias remissivas do sistema dêitico por

excelência. Salientamos, por fim, a importância de se investigar um fenômeno que, no campo da linguística, é raramente discutido.

Palavras-chave: Dêixis. Problemática. Fenomenologia. Invisível.

Reflexões bakhtinianas e ensino de gramática

Camila de Araújo Beraldo Ludovice (UNIFRAN)

Resumo: As pesquisas sobre o ensino de língua materna continuam mostrando que predomina ainda no ensino um acentuado prescritivismo

gramatical, embora, quando entrevistados, os professores relatem que dão maior importância ao trabalho com textos. Os linguistas

asseguram que a linguística tem grande contribuição a dar ao professor de ensino de língua materna e, quando ministram cursos de

atualização para o professor de ensino fundamental e médio, tentam convencê-los de que ensinar a norma gramatical não deve ser a

preocupação maior de um projeto de ensino de língua materna e que o trabalho com leitura e produção de textos, ancorado na estilística e

nas teorias enunciativas, constitui-se na garantia de um ensino produtivo da língua. Este trabalho tem por objetivo analisar as contribuições

que podem ser dadas pelas reflexões de Mikhail Bakhtin (2010,2013) para o ensino de gramática escolar, em especial, da análise sintática.

Ele foi um filósofo preocupado com as relações entre o homem e suas interlocuções sociais por meio da linguagem. O fulcro de sua

filosofia é o conhecimento do homem de uma forma abrangente, na concretude de suas relações sociais, somando-se as experiências

acumuladas e a interação dessas experiências. As considerações filosóficas de Bakhtin podem fundamentar um trabalho produtivo com a

gramática na escola, porque coloca a estilística e a interação como centro da preocupação pedagógica com a linguagem e, assim, indica a

necessidade de a reflexão sobre a normatividade gramatical vir a ser função da interlocução, do uso real da linguagem e não de um saber

sobre a linguagem. Desse modo, torna-se possível um trabalho mais interessante sobre a gramática e a análise sintática como meio de se

alcançar a interlocução viva e primordial para a vida em sociedade para que os alunos consigam aprender a fazer opções diante de situações

em que tenham de fazer uso das diferentes possibilidades de construção textual e discursiva que a língua coloca à disposição dos falantes.

A metodologia consistirá em uma revisão bibliográfica sobre o ensino da gramática ao longo dos anos e a apresentação de princípios




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pedagógicos para o ensino da gramática à luz das reflexões de Bakhtin sobre estilística e interação. Espera-se com esta pesquisa apresentar

uma colaboração efetiva para o ensino de língua materna, pela integração do estudo da gramática à estilística e à perspectiva interacionista.

Palavras-chave: Bakhtin; gramática; estilística; interação; ensino.

O ensino da sintaxe em uma perspectiva bakhtiniana

Jéssica Duarte de Souza (UNIFRAN) / Camila de Araújo Beraldo Ludovice (UNIFRAN)

Resumo: O ensino da análise sintática vem provocando desde sempre nos alunos uma aversão às aulas de língua portuguesa que, muitas

vezes, estão baseadas apenas nas gramáticas tradicionais. No livro Questões de estilística no ensino da língua, Bakhtin apresenta um

método que é centrado na reescrita das orações subordinadas sem conjunções, modificando-as em subordinadas com conjunções,

mostrando aos estudantes que nas subordinadas sem conjunção há uma maior expressividade e dramaticidade em relação às subordinadas

com conjunções. Esta pesquisa tem como objetivo avaliar o método bakhtiniano e averiguar como se pode colocá-lo em prática no ensino

fundamental. A metodologia consistirá no experimento de coleta dos trechos escritos e reescritos por alunos do 8º ano do Ensino

Fundamental durante as aulas de redação, que considerou os seguintes aspectos do processo de leitura e escrita: o aluno e seu universo

linguístico, o processo da fala e da escrita, o professor com a sua concepção da tarefa de ler e escrever e com o seu projeto de ensino.

Realizamos um estudo com base na análise de um relato pessoal produzido pelos estudantes sobre algum fato ocorrido com eles, quando

eram ainda muito pequenos, a fim de verificar como e quais características de expressividade das formas linguísticas compõem os seus

textos. Espera-se, com os resultados obtidos, comparar as reações e descobertas dos discentes participantes dessa prática de ensino com

as dos alunos descritos por Bakhtin.

Palavras-chave: Gramática, Estilística, Bakhtin

O dispositivo da moda no corpo: o esquadrinhamento do corpo gordo

Luciana Carmona Garcia Manzano (UNIFRAN)

Resumo: Ao longo dos anos, a mudança da silhueta assistiu a uma transformação radical das formas e padrões corporais, principalmente

no que tange ao público feminino. Aos poucos, a conquista de um corpo saudável e bonito passa a ser entendida, no movimento discursivo

da moda, como um objeto individual a ser apreendido por meio de um autocontrole, envolvendo restrições e vigilâncias constantes, afinal,

força, rigidez, juventude, longevidade, saúde e beleza passam a ser os novos critérios que avaliam o valor do sujeito e condicionam suas

ações. Sob essa perspectiva, os saberes e os poderes, por meio da moda, marcam o corpo do(s) sujeito(s), de forma a determinar o certo e

o errado, o bonito e o feio, o normal e o anormal, o visível e o dizível. Nessa comunicação, buscamos estudar os discursos da moda acerca

do corpo dito e visto como gordo. E assim, para adentrarmos na opacidade da linguagem e a multiplicidade dos sentidos que circulam




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entre nós, lançamos mãos de práticas de interpretação embasadas na metodologia de análise da Análise de Discurso de orientação francesa

e de conceitos engendrados no interior dos estudos discursivos foucaultianos. Vislumbra-se, com tal discussão, em uma comunhão entre

discurso, corpo e moda, problematizar esta última como um dispositivo que autoriza dizibilidades e visibilidades sobre o corpo feminino

dito e visto pelo outro como gordo, por isso, não-padrão, a partir dos discursos extraídos da revista ELLE Brasil Edição Especial de

Aniversário, #VocênaCapa, de maio de 2015.

Palavras-chave: Corpo; Moda; Dispositivo; Gordo

O romance espírita: a materialidade psicográfica à luz das concepções bakhtinianas

Nícolas Vladimir de Souza Januário (UNIFRAN) / Camila de Araújo Beraldo Ludovice (UNIFRAN)

Resumo: Ditada pelo espírito de Luiz Sérgio, com a mediação de Alayde de Assunção e Silva (médium), o romance espírita, “O mundo

que encontrei”, foi publicado pela primeira vez no Brasil, em 1976, pela Editora Recanto. A obra narra as experiências de um jovem de

23 anos, após sua morte (física). A narrativa apresenta descrições do mundo espiritual de forma descritiva dentre outras situações além-

túmulo que fazem parte da doutrina kardecista. A comunidade espírita brasileira recebeu a obra psicografada de maneira acolhedora,

afirmando que a mesma pode contribuir efetivamente, no que concerne aos estudos doutrinários. Nesse contexto, temos a referida obra

como nosso objeto de estudo e temos como objetivo uma análise qualitativa comparativa sobre a questão do gênero discursivo, romance,

à luz das concepções bakhtinianas e o quão tais concepções promovem o entendimento do processo dialógico na construção de sentidos.

Ademais, pretendemos ainda, ratificar que a obra possui importância ao ser caracterizada como obra literária. A pesquisa está em

andamento, tendo como arcabouço teórico as obras de Bakhtin (2009, 2010, 2011 e 2012), Beth Brait (2016), Brandão (2013), Lejeune

(2008), Faraco (1996, 2006), Volochinov (1926, 1930), Kardec (1994), Fiorin (2016). A compreensão da obra como romance e os aspectos

dialógicos a serem verificados contribuirão para entendê-lo como materialidade sociocultural e comunicativa, ratificando seus valores de

verossimilhança e de intersubjetividade.

Palavras-chave: Romance Espírita; Relações dialógicas; Cronotopo; Verossimilhança.

Análise de um discurso acerca do sofrimento psíquico

Renata de Fuccio (UNIFRAN)

Resumo: Este trabalho tem o objetivo de analisar o discurso de um ícone da Igreja Católica no Brasil, o Padre Marcelo Rossi. Conhecido

por sua atuação midiática que arrebanha milhares de fiéis para a igreja. Em outubro de 2013, foi diagnosticado com depressão. Ele, um

padre que vendeu milhões de exemplares de livros e CDs, publicou o livro Philia, que foi por ele escrito baseado em sua experiência

pessoal na luta para derrotar a depressão. Neste livro, ele aconselha o leitor com exemplos práticos e sugestões de comportamentos no dia




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a dia e ressalta a importância da oração e do amor fraterno para superar a doença, que se caracteriza por uma tristeza intensa e persistente.

Tanto no livro Philia quanto em suas inúmeras entrevistas, o padre relata não ter feito nenhum tipo de tratamento psicológico nem

farmacológico. Declara-se se curado com o poder da oração. Tendo em vista o conteúdo da obra e entrevistas publicadas em revistas de

circulação nacional, nossa questão é buscar compreender os modos como o discurso subjetiva o indivíduo que sofre de depressão, haja

vista que o Brasil é um país majoritariamente católico, que lidera, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o ranking do país

mais ansioso do mundo e ocupa o quinto lugar entre os países mais deprimidos. Para buscar responder à questão de pesquisa apresentada

neste estudo, vamos empregar os fundamentos teóricos e metodológicos da Análise de Discurso, com enfoque nas reflexões de Michel

Foucault.

Palavras chaves: discurso; depressão

A inversão da ordem no inferno da Visão de Thurkill

Ricardo Boone Wotckoski (UNIFRAN)

Resumo: A Visão de Thurkill serve como arremate final à grande tradição de narrativas sobre o além-mundo que se discriminou pela

Europa Medieval, antes da chegada da grande obra de Dante Alighieri (1265-1321), a Comédia. Registrada como fato verídico em um

livro de crônicas datada de 1206, A Visão de Thurkill se ocupa de uma descrição pormenorizada da geografia do inferno e dos castigos

infligidos às almas danadas pelos demônios que conduzem o lugar. Thurkill, um camponês anglo-saxão, deixa seu corpo, enquanto sua

alma, guiada por São Juliano, parte numa jornada que compreende o inferno, o purgatório e o paraíso. É no inferno, local marcado pela

dor e sofrimento físico, que o visionário toma conhecimento da inversão da ordem que a justiça divina inflige sobre a sociedade medieval

caracterizada por seus vícios e pecados sociais. Na Visão, como em outras do período, o inferno é descrito como local onde prevalece o

deboche, o riso e a alegria dos demônios enquanto torturam fisicamente os corpos grotescos dos danados, que sofrem proporcionalmente

o inverso de suas vidas de prazer e alegria no mundo dos vivos. Dessa forma, a visão sobre o além-mundo permite que, momentaneamente,

o homem simples do medievo, se regozija no castigo dos poderosos e na inversão de sua alegria em sofrimento, enquanto encontra no

paraíso a inversão de seu sofrimento em alegria.

Palavras-chave: carnavalização; grotesco; visão do além-mundo; Thurkill; inferno

A sororidade na rede: o discurso da aliança feminina no cyberespaço

Sindylara Gregório de Lima (UNIFRAN) / Luciana Carmona Garcia Manzano (UNIFRAN)

Resumo: A comunicação ora proposta é parte do projeto de pesquisa de mestrado, a partir do qual se busca observar de que modo a

sororidade, entendida como acontecimento, na esteira das reflexões de Michel Foucault, se materializa e funciona discursivamente nas




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redes sociais. A partir da compreensão de que, dentro da luta feminista, a ideia de sororidade como uma relação de empatia fraterna de

gênero é uma demanda que vem ganhando espaço e se fixando como elemento integrante do movimento das mulheres, nossa hipótese é a

de que a sororidade se inscreve como um discurso de resistência no fortalecimento do que podemos afirmar como vários movimentos

feministas, que clamam visibilidade a causas distintas e que, talvez, por esse motivo, entre em um jogo discursivo polêmico, que, ao

mesmo tempo em que afirmam a sororidade, denunciam um modo de segregação. Para analisar essa prática discursiva, buscaremos compor

um corpus de pesquisa a partir de postagens que circulam nas maiores redes sociais da atualidade, como o Instagram, o YouTube e o

Facebook, de perfis públicos associados a movimentos feministas.

Palavras-chave: Discurso; redes sociais; resistência; sororidade.

A Seicho-No-Ie e a legitimação de um espaço no campo discursivo da religiosidade

Carlos Alberto Baptista (PUC-SP)

Resumo: O discurso religioso faz parte dos discursos que Maingueneau (1995, 2000, 2006, 2008, 2010, 2014) define como constituintes,

ou seja, aqueles que legitimam os discursos de uma sociedade, desempenhando o papel de fundadores. São discursos que ocupam um lugar

limite no interdiscurso, pois fundam outros e não são fundados por eles. Para desempenhar esse papel, tais discursos devem gerir suas

condições de emergência, recebendo sua legitimidade de uma fonte legitimadora. Neste sentido, a emergência de um novo posicionamento

no campo discursivo religioso deve estar relacionada a um processo de constituição e de legitimação concernente às características dos

discursos constituintes. Com o intuito de examinar esse processo de constituição e de verificar essa hipótese, selecionamos os discursos

que marcam a emergência da doutrina Seicho-No-Ie. A Seicho-No-Ie surgiu no Japão em 1929, quando seu fundador, Masaharu Taniguchi,

vivenciou as primeiras revelações divinas. Foi introduzia no Brasil na década de 1960, principalmente, com a publicação da coletânea de

livros A verdade da vida. Para a realização da análise, selecionamos o primeiro volume desse livro. Utilizamos como embasamento teórico-

metodológico a Análise do Discurso de linha Francesa, na perspectiva enunciativo-discursiva desenvolvida por Maingueneau, da qual

selecionamos as categorias de discursos constituintes, paratopia, interdiscurso e cenas de enunciação. Também nos embasamos na teoria

dos campos produzida por Bourdieu, da qual selecionamos os conceitos de campo, legitimação e capital simbólico. Os discursos analisados

apontam que, em sua constituição doutrinal, os discursos da Seicho-No-Ie buscam, na constituição da cenografia da revelação divina,

legitimar-se por um processo enunciativo paratópico, cujo enunciador recebe sua autoridade enunciativa de um Enunciador divino.

Palavras chave: Análise do Discurso; discursos constituintes; campo discursivo religioso; Seicho-No-Ie




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GT GÊNEROS TEXTUAIS E ENSINO

Coordenação:

Profa. Dra. Jocyare Cristina Pereira de Souza (UNINCOR)

Produções textuais em língua inglesa por meio do gênero cartaz

Alessandra Alves de Carvalho Nogare (UNINCOR)

Resumo: Bakhtin inicia os estudos sobre os gêneros do discurso enfatizando que todas as relações humanas se dão por meio da língua e é

por essa razão que nos deparamos com uma diversidade de gêneros do discurso. Também evidencia que todas essas atividades

comunicacionais se concretizam “em forma de enunciados (orais e escritos) concretos e únicos, que emanam dos integrantes duma ou

outra esfera da atividade humana” (BAKHTIN, 2000, p. 279). Tendo em vista que o ensino de língua estrangeira não parte apenas de

vocábulos isolados, é pertinente que o ensino dela seja feito por meio de aplicações desse vocabulário em um determinado contexto. Em

se tratando de alunos que estão iniciando os estudos em uma segunda língua, é importante que os textos não sejam muito longos, porém

sejam atrativos. Sendo assim, o objetivo deste trabalho é apresentar uma forma simples, dinâmica e rápida de produção textual em língua

inglesa, que envolva a aplicação do vocabulário estudado na produção do cartaz motivacional “Keep calm and carry on”, produzido

inicialmente pelo governo do Reino Unido em 1939 e redescoberto em 2000.

Palavras-chave: Gêneros do discurso. Produção textual. Língua inglesa.

A cultura afro-brasileiras e sua abordagem nos livros didáticos do ensino fundamental II no Estado de Minas Gerais em

cumprimento a LDB

Anilton Bueno de Oliveira (UNINCOR) / Jocyare Cristina Pereira de Souza (UNINCOR)

Resumo: A cultura afro-brasileira foi responsável pelo desenvolvimento econômico, financeiro e cultural do Brasil, sendo de suma

importância o estudo da história deste povo e os costumes que influenciam o país. A escravidão no Brasil durou por quatro séculos, sendo

o Brasil o país que escravizou o maior número de africanos e o último país do mundo cristão a abolir a escravidão. Mesmo depois da

abolição dos escravos, continua o preconceito e as desigualdades sociais. A cultura afrodescendente também influencia a formação da

gramática do povo brasileiro. Além de outros preceitos legais, o estudo afro-brasileiros está determinado no ordenamento jurídico

brasileiro conforme artigo 26 A da Lei de Diretrizes Básicas Nacional, Lei 9.394/1996 e Lei 11.645/08 e outros preceitos legais. O trabalho

problematiza a forma em que o estudo da cultura afro-brasileira está sendo abordado em algumas escolas do Estado de Minas Gerais e sua

apresentação nos livros didáticos do ensino fundamental II fornecidos pelo Estado de Minas Gerais.




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Palavras-chave: afro-brasileiros; cultura; gramática

Temáticas redacionais do Enem: dialogismo e ideologia política

Cláudia de Fátima Oliveira (UNIFRAN) / Camila de Araújo Beraldo Ludovice (UNIFRAN)

Resumo: Esta pesquisa objetiva observar a temática das redações propostas pelo ENEM – Exame Nacional de Ensino Médio, dos anos de

2000 até 2020, pelo viés dos estudos bakhtinianos, contextualizando as questões dialógicas em relação aos valores ideológicos dos

governos que vigeram neste período. Desde a publicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa do Ensino Médio,

em 2000, a ênfase na interação por meio da linguagem se faz presente de forma massiva e amplia, agora, com a implementação da BNCC,

Base Nacional Comum Curricular. Dessa forma, a partir do referencial teórico sobre a linguagem e os gêneros do discurso realizados pelo

Círculo de Bakhtin, nosso objetivo é compreender as relações dialógicas entre os discursos de poder dos governos dos anos de 2000 a

2020 e como isso se faz presente em temas de redação do gênero discursivo-argumentativo do ENEM. Assim, nossos estudos nascem a

partir de discussões que ensejam a elaboração desses temas e dos questionamentos por eles suscitados, no âmbito acadêmico e escolar.

Analisaremos as temáticas, destacando os possíveis diálogos com os discursos de poder de cada período e, sob o ponto de vista bakhtiniano,

traçaremos o percurso dessas temáticas. Em seguida, ressaltaremos a mudança de governo e analisaremos em, até que ponto, os ideários

que regem um país por meio dos governantes se fazem refletir em temáticas a serem discutidas. Após estabelecermos as semelhanças e

diferenças entre as situações a serem analisadas, poderemos levantar as hipóteses de como o cronótopo, evidenciado por Bakhtin,

influencia tais relações.

Palavras-chave: Análise do Discurso; gêneros do discurso; dialogismo; temas de redação do ENEM.

Texto informativo veículo de contextualização entre passado e presente

Jaqueline Maria Pereira de Souza (SRE-Varginha)

Resumo: Muito tenho feito por meio dos textos informativos desde que ingressei no magistério há 14 anos. O tempo passou e mudanças

e permanências estão aí como provas incontestáveis de que tudo é processo. Sujeitos históricos somos todos nós. O texto informativo,

gênero textual que contempla um tema e traz informações e conhecimentos sobre este. É essencial para o ensino e construção do

conhecimento. Letras de músicas principalmente clássicas e populares, também são textos informativos, pois são ricas em informações de

épocas, culturas e povos. também a musicalidade presente nestes textos informativos viabiliza o acesso a sujeitos com dificuldades de

concentração, falta de envolvimento, inversão de valores e ou papéis nos grupos de convívio. O texto informativo (música) e em

consolidação dos saberes o desenho, maquetes, gráficos, linhas do tempo podem chegar a qualquer lugar de erudição ou não. Para letrados,

em processo ou não. Um bom texto informativo tem o poder de colocar o sujeito em um contexto e envolvê-lo na problemática a qual se




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refere. Faz despertar o sentimento de pertencimento. E esse sentimento motiva a busca por mais conhecimentos e comprovação da

veracidade ou das informações, sejam elas fatos, números, locais, gente...sempre no intuito de agregar e simplificar a construção de um

conhecimento embasado e que sustenta a realidade.

Palavras-chave: texto-informativo-passado-presente.

Oralidade: perspectiva eficaz de ensino para as competências

Jocyare Cristina Pereira de Souza (UNINCOR)

Resumo: A importância do trabalho eficaz com o gênero exposição oral, considerando suas especificidades teóricas e práticas, contribui

para definir o domínio desse gênero assim como enaltecer a necessidade do quanto precisa ser trabalhado no meio escolar/acadêmico.

Como já dissemos, o espaço escolar/acadêmico deve formalizar o trabalho didático que se pretende desenvolver sobre o gênero exposição

oral. Normas pré-estabelecidas devem definir os procedimentos do expositor a fim de que competências linguísticas trabalhadas

desenvolvam habilidades de leitura, análise, escrita, oralidade, escuta específicas desse gênero de texto. A formalização do momento da

exposição deve: i) se constituir de coesão temática, o texto tomado como um todo coeso; ii) apresentar de forma clara a hierarquização

das ideias - as ideias primárias / as ideias secundárias; iii) possibilitar a exemplificação a fim de contemplar a realidade do público-alvo a

que se pretende atingir; iv) constituir-se de retomadas elucidativas a fim de favorecer a compreensão lexical. Deixamos clara nossa posição

de que o gênero exposição oral tem lugar de destaque na organização dos conteúdos conceituais, atitudinais, procedimentais, logo deve

ser tomado enquanto objeto de ensino complexo que solicita um grande número de conhecimentos teóricos e práticos.

Palavras-chave: Exposição Oral. Fala. Escrita. Ensino.

O Ensino de Gêneros Textuais: eficácia de letramento na Modalidade EJA

Liliana Antônia Pagani Fonseca (UNINCOR) / Jocyare Cristina Pereira de Souza (UNINCOR)

Resumo: No mundo letrado e globalizado, para a sociedade, ser alfabetizado é insuficiente para vivenciar plenamente a cultura.

Justificamos, portanto, a relevância que a presente pesquisa nos possibilitará investigar, o problema social através de gêneros textuais entre

jovens e adultos na modalidade de ensino EJA. Objetivamos assim, conhecer as especificidades que identificam a educação de jovens e

adultos – EJA, a fim de contemplar informações úteis a gestores, professores e profissionais que atuam ou pretendem atuar nesta

modalidade de ensino. Pretende-se trabalhar com a modalidade EJA em sua heterogeneidade e diversidade, buscando alternativas

pedagógicas em gêneros textuais que possibilitem a socialização da sala e correspondam ao desafio dos professores. Assim, considera-se

que a aplicação dos gêneros textuais na modalidade EJA é uma metodologia eficaz para a socialização da classe e desempenho bem-




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sucedido do professor, gerando uma integração dos alunos, fazendo-os aprender com o cotidiano, adaptando-os à escola de uma maneira

simples e produtiva.

Palavras-chave: Gêneros Textuais. EJA – Educação de Jovens e Adultos. Alfabetização. Socialização. I

A importância dos gêneros textuais na formação do corpo docente de uma escola indígena do Sul de Minas Gerais

Melissa Toti Ribeiro (UNINCOR) / Jocyare Cristina Pereira de Souza (UNINCOR)

Resumo: O objetivo do presente estudo é identificar os gêneros textuais utilizados na formação acadêmica do corpo docente de uma escola

indígena no Sul de Minas Gerais. O ensino com gêneros textuais contribui para o processo de ensino-aprendizagem da língua indígena. O

objeto de estudo é a tribo indígena Xukuru-Kariri, acampada no Sul do Estado de Minas Gerais. O estudo justifica-se pela importância da

utilização dos gêneros textuais na qualidade do ensino aprendizagem. A questão problema que norteia o estudo: O corpo docente de uma

escola indígena do Sul de Minas Gerais utilizou-se de gêneros textuais na sua formação acadêmica? A metodologia utilizada será a pesquisa

bibliográfica e documental, com abordagem qualitativa. Os resultados do estudo ainda não foram finalizados, uma vez que o mesmo se

encontra em desenvolvimento. Palavras-chaves: Escola indígena; Formação acadêmica; Gêneros Textuais e ensino; Professores indígenas.

Palavras-chave: Escola indígena; Formação acadêmica; Gêneros Textuais e ensino; Professores indígenas

Gêneros textuais e formação docente: a importância do ensino da leitura orientada

Osmarli Emilia da Silva (UNINCOR)

Resumo: Nossa vida social se organiza em torno da leitura e da escrita, pois tais práticas estão presentes em todos os espaços, a todo o

momento, cumprindo diferentes funções. O ato de ler pressupõe certa experiência textual e o contato com diferentes gêneros textuais. A

compreensão dos usos e funções sociais da leitura e da escrita nos espaços de formação docente implica, primeiramente, na exploração de

textos de diferentes gêneros. O conhecimento de sua funcionalidade e presença em diferentes suportes proporciona aos licenciandos não

somente a familiaridade com os gêneros textuais, mas também o desenvolvimento da leitura com compreensão. A compreensão leitora

envolve atitudes e habilidades que precisam ser mobilizadas pelo leitor no ato da leitura propriamente dito, no momento que a antecede e

também no momento posterior à leitura. O contato com os gêneros textuais contribui no desenvolvimento de tais habilidades,

configurando-se em prática ativa, crítica e transformadora, pois é na dimensão dialógica e discursiva que a leitura é desenvolvida na

relação entre autor/leitor e entre aluno/ professor. O planejamento da ação pedagógica voltada para a leitura orientada dos gêneros textuais

desenvolve as capacidades de leitura e também a produção textual, uma vez que leitura e escrita sempre caminham juntas. Numa

perspectiva dialógica e interativa, propomos o compartilhamento de reflexões, experiências e conhecimentos sobre a importância da leitura

orientada dos gêneros textuais nos espaços de formação docente.




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Palavras-chave: Leitura Orientada. Gêneros Textuais. Formação Docente.

GT NOVAS TECNOLOGIAS, ENSINO, LINGUAGEM: REPENSAR AS PRÁTICAS E PROPOR CAMINHOS

Coordenação:

Prof. Dr. Renan Belmonte Mazzola (UNINCOR)

Profa. Dra. Helena Maria Ferreira (UFLA)

Uma análise da videoanimação “In a Heartbeat”: mecanismos semióticos e processos de produção de sentidos

Camila Lessa do Carmo (UFLA) / Taísa Rita Ragi (UFLA) / Helena Maria Ferreira (UFLA)

Resumo: Este trabalho elege como objeto de discussão a videoanimação "In a Heartbeat”, que aborda a questão das diversidades presentes

no cotidiano social. Nesse sentido, o trabalho tem como objetivo analisar uma produção fílmica, elegendo as suas potencialidades de

aperfeiçoamento e as habilidades linguístico-semiótico-discursivas do aluno-cidadão, com vistas a enfatizar o papel das práticas educativas

na promoção dos multiletramentos. Para essa consecução, foi realizada uma pesquisa teórica fundamentada em Ferreira, Villarta- Neder,

Vieira (2014; 2015), Vieira, Silvestre (2015), Rojo (2012), Baccega, (1998), Moita (2017). A análise incidiu sobre a organização da

narrativa, sobre o circuito de produção, circulação e recepção, os mecanismos semióticos, o projeto de dizer. A partir dos estudos teóricos

e da análise empreendida, foi possível constatar que a leitura analítica das animações possibilita aos estudantes experiências que

contribuam para a ampliação dos letramentos, de forma a “possibilitar a participação significativa e crítica nas diversas práticas sociais

permeadas/constituídas pela oralidade, pela escrita e por outras linguagens”, conforme pontuado pela Base Nacional Comum Curricular

(BRASIL, 2018, p. 68). Geraldi (2005) afirma que a constituição do sujeito se dá por meio da alteridade, na/pela relação com o outro,

no/pelo diálogo, pois construímos “nossas consciências com diferentes palavras que internalizamos e que funcionam como contrapalavras

na construção de sentidos do que vivemos, vemos, ouvimos, lemos”. Ao propor um trabalho com textos multissemióticos em sala de aula,

estará contribuindo para a ampliação da proficiência leitora e para uma atuação reflexiva e ética nas diversas práticas sociais.

Palavras-chave: linguístico-semiótico-discursivas-produção

Da inclusão à educação social: um ato de formação em sala de aula

Giuliane Aparecida Petronilho (UFLA) / Saulo Gilvan Francisco (UFLA)

Resumo: O presente trabalho elege como objeto de estudo o uso de videoanimações em sala de aula, uma vez que é de suma importância

a inserção de textos multimodais, nas aulas de língua portuguesa. Diante disso, o objetivo deste trabalho é lançar uma discussão acerca




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das práticas inclusivas, no contexto escolar. Para a consecução do objetivo proposto, empreendeu-se uma pesquisa teórica fundamentada

em autores que estudam os processos multissemióticos constitutivos dos textos (VIEIRA, 2015), (VIEIRA RIBEIRO; ARNONI, 2018),

(VILLARTA-NEDER, FERREIRA, 2017). Tais autores embasaram as discussões acerca das seguintes questões: multimodalidade em

sala de aula, videoanimações e inclusão às pessoas com necessidades especiais. Além disso, foi realizada uma análise da videoanimação

“Cuerdas”. Essa análise buscou trazer uma reflexão sobre como as práticas inclusivas são importantes para a inserção dos alunos com

necessidades especiais em sala de aula. Diante disso, pode-se notar que nas aulas de línguas é imprescindível a realização de diferentes

tipos de leituras, de modo que sejam desenvolvidas estratégias metodológicas que explorem diferentes linguagens, uma vez que vivemos

em uma sociedade multiletrada. Dessa forma, é de grande relevância a leitura de textos multimodais, assim como é importante tratar

temáticas sócio inclusivas, no espaço escolar, considerando que esses saberes não se limitam ao processo de ensino de conteúdos

disciplinares, mas permitem a exploração de questões que integram o cotidiano social, necessárias para a formação de um cidadão

reflexivo.

Palavras-chave: Multimodalidade, vídeo animações e educação inclusiva.

Ensino de produção textual a partir de letramentos digitais: é possível?

Renan Belmonte Mazzola (UNINCOR)

Resumo: Este trabalho aborda possibilidades de integração entre as novas tecnologias de informação e comunicação (TICs) e o ensino-

aprendizagem na educação básica brasileira. Tal abordagem se justifica pelo fato das novas tecnologias móveis com conexão à internet

serem relativamente disseminadas entre os jovens brasileiros, porém pouco efetivas/aproveitadas em ambientes escolares. O propósito

deste trabalho é discutir em que medida essas novas tecnologias podem ser realmente efetivas em sala de aula e demonstrar a utilização

de um aplicativo (Padlet) com potencialidades para o ensino de produção textual no Ensino Médio. Esse intento será conseguido, num

primeiro momento, através de um levantamento de diversos “letramentos digitais” que podem ser trabalhados com a incorporação dessas

tecnologias em sala de aula. Esses letramentos digitais são habilidades que os alunos podem desenvolver a partir do contato – mediado

pelo professor – com as novas tecnologias, aprendendo a lidar tanto com questões técnicas (aplicativos, softwares, hardwares, buscas

online, recursos virtuais, jogos, etc.) como com questões de formação crítica (filtrar notícias falaciosas, perceber propagandas

programadas, programar sua identidade online, aumentar sua compreensão do texto multimodal, etc.). Em um segundo momento,

intencionamos apresentar a ferramenta Padlet como um recurso a ser utilizado nas aulas de produção textual: um ambiente de coleta crítica

de textos divergentes a respeito de determinados assuntos. Este estudo, em andamento, tem evidenciado que alguns recursos online, como

é o caso do Padlet, podem influenciar positivamente na construção do “repertório do estudante”, diagnosticado frequentemente como um

ponto fraco dos alunos na fundamentação de suas argumentações em redações escolares. A ferramenta Padlet surge, por isso, como um

ambiente para desenvolver, justamente, a construção de repertório nos alunos do Ensino Médio.




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Palavras-chave: Novas tecnologias. Ensino. Letramentos Digitais. Produção Textual. Redação.

Prática de leitura em textos não verbais: inserção do gênero videoanimação nas aulas de Língua Portuguesa

Teciene Cássia de Souza (UFLA)

Resumo: Considerando a diversidade de recursos disponíveis no cotidiano dos alunos na contemporaneidade, o presente trabalho tem

como objetivo discutir o papel do professor no processo de ensino nos dias atuais, considerando a perspectiva da pedagogia dos

multiletramentos. Para a consecução do objetivo proposto empreendeu-se uma pesquisa teórica fundamentada em Cope e Kalantzis (2008)

e Cherubin (2012). Para tal este faz-se necessária uma discussão em relação a Pedagogia dos Multiletramentos (ROJO, 2012; NETO et al,

2013; COPE e KALANTZIS, 2000) e também adentrar a Multimodalidade (VIEIRA, 2015). Além da pesquisa teórica, apresenta-se uma

proposta de atividade de leitura de videoanimação (FERREIRA; VILLARTA-NEDER, 2017), um gênero que possibilita uma abordagem

de diferentes assuntos. Tal proposta justifica-se pelo fato que, diante de uma sociedade altamente tecnológica, torna-se necessário que o

ambiente escolar e os profissionais que estão inseridos nele se atentem às mudanças que fazem parte do cotidiano dos sujeitos envolvidos

no processo de ensino e aprendizagem, incorporando nas práticas de leitura uma reflexão acerca dos mecanismos de textualização e do

processo de produção de sentidos em textos não verbais.

Palavras-chave: Práticas de leitura. Multiletramentos. Tecnologias.

Semântica na periferia: a prática de professores de língua portuguesa com livro didático adotado em Imperatriz/MA

Yasmine Sthefane Louro da Silva (UEMASUL)

Resumo: O presente artigo é fragmento de uma pesquisa que visa realizar o levantamento das práticas educacionais dos professores do

Ensino Fundamental de Imperatriz/MA, especificamente a abordagem dos aspectos semânticos contidos no livro didático adotado, em sala

de aula. O objetivo do plano de trabalho, portanto, é compreender como os professores de Língua Portuguesa de escolas municipais de

bairros periféricos utilizam o livro didático e como reproduzem as sugestões didáticas para ensinar os aspectos semânticos contidos no

livro. A fundamentação teórica será norteada pelos apontamentos de Cabral (1984) sobre a educação maranhense; Marques (1996) e

Bechara (2004) auxiliarão a respeito da questão semântica; e os estudos de Cruz (2012;2013) acerca do percurso educacional

imperatrizense. A metodologia da pesquisa é qualitativa, pois investigou-se o espaço social dos professores mediante entrevistas e

aplicação de questionários, assim como reconhecer o potencial das informações por creditar a cientificidade dos depoimentos recolhidos

no ato de transcrever as informações obtidas oralmente. Desse modo, como resultados obteve-se encontros e entrevistas com os professores

das escolas selecionadas do Polo Vila Nova, o campo da pesquisa. Os entrevistados mantiveram uma perspectiva bastante positiva sobre

a educação nas suas respectivas instituições escolares, sempre estimulados a continuarem os seus esforços para ofertar um ensino de




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qualidade, independente das condições limitadas impostas por um calendário escolar ou insuficiência de conteúdos no livro didático. Seus

métodos de ensino vão desde a utilização de vídeo-aulas, criação de grupos de WhatsApp, indicação para leitura de feed de notícias a

utilização de brinquedos para desenvolvimento de narrativas.

Palavras-chave: Semântica; Língua Portuguesa; Práticas Educacionais.

Novas tecnologias no processo de alfabetização nos 1º e 2º anos: explorando conteúdos em jogos pedagógicos digitais

Liani Teresinha Klipel Xavier (UNINCOR) / Renan Belmonte Mazzola (UNINCOR)

Resumo: As novas tecnologias foram introduzidas na década de 1970, estampando um novo desafio a professores acostumados a uma prática

pedagógica rotineira. Elas vêm cada vez mais adquirindo relevância no cenário educacional, destacando os jogos digitais pedagógicos.

Propõe-se, então, verificar o porquê alguns alunos, ainda, não são alfabetizados (o índice é grande) se existem as ferramentas digitais que

estão ao alcance das instituições facilitando o ensino-aprendizagem e melhorando a qualidade. A educação escolar brota e procura na

sociedade com suas tecnologias podendo incorporar o uso do computador que beneficie os alfabetizando como recurso potencializador do

ator de ler e escrever bem como outros conhecimentos necessários. Por meio de diversas leituras de diferentes teóricos e com o uso de

metodologia qualitativa, procedeu-se com docentes de uma Escola Municipal de Três Corações, com alunos do 1º e 2º anos, em dois

momentos, questionários sobre como usavam, as tecnologias em benefícios dos alunos e num segundo momento, se deu certo a aplicação

dos jogos digitais propostos. O estudo em desenvolvimento espera-se que dê certo e para obter-se um bom resultado, é necessário que as

instituições escolares, os espaços sociais vivenciem uma nova era de informação, práticas pedagógicas repensadas, alunos alfabetizados e

letrados com habilidades e competências consolidadas.

Palavras-chave: novas tecnologias, escola, Três Corações.

Tecnologia na sala de aula: construção de um jogo pedagógico para o auxílio em matemática

Valéria Aparecida Palmeira (UNINCOR) / Renan Belmonte Mazzola (UNINCOR)

Resumo: Trata-se de um projeto sobre a tecnologia digital como um instrumento pedagógico dentro da sala de aula, utilizando os smartphone

para auxiliarem na disciplina de matemática. Dadas as condições que na educação escolar os dispositivos moveis não são bem vistos perante

os diretores e professores, pois olham para os mesmos como um dispositivo que traz distração para sala de aula e não como um dispositivo

que possa auxiliar no processo de ensino aprendizagem dos alunos. O objetivo desde trabalho será promover o uso de novas tecnologias na

sala de aula, a partir da construção do protótipo de um jogo pedagógico digital na área de matemática para auxiliar nas séries 4º e 5º anos

do Ensino Fundamental I. Este trabalho está sendo feito através de pesquisa bibliográfica acerca dos estudos que articulam novas tecnologias




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de informação e comunicação e ensino, por meio de fontes secundárias. O protótipo de um jogo pedagógico digital voltado para a disciplina

de matemática pode ajudar os professores no ensino da disciplina de forma dinâmica, os alunos já possuem um contato com os smartphones,

embora suas funcionalidades não sejam aproveitadas no contexto da sala de aula, também há pouca articulação entre as novas tecnologias

e o ambiente - ou processos - de ensino.

Palavras-chave: novas tecnologias, ensino, matemática.

ANÁLISE DE DISCURSO REVISITADA: GÊNEROS E NARRATIVAS NO ESPAÇO-TEMPO

Coordenação:

Profa. Dra. Maria Marta Furlanetto (UNISUL)

Profa. Dra. Silvânia Siebert (UNISUL)

Fé e morte: a interpelação ideológica pelo discurso religioso

Carolina Pinheiro Barros (UNISUL)

Resumo: Este trabalho está fundamentado num entendimento de como os dispositivos de poder, na religião protestante, atingem e

sistematizam a produção e reprodução de subjetividades, de forma singular. John Allen Chau (JAC), um ativista religioso, foi morto no

dia 28 de novembro de 2018, ao tentar catequizar os índios da ilha de Sentinela, na Índia. O objetivo é compreender o processo de

assujeitamento de JAC e a forma de constituição desse sujeito sobre a interpelação por meio da ideologia religiosa, a partir de um estudo

bibliográfico e documental. A materialidade discursiva constitui-se de recortes registrados por John Allen Chau em seu diário de bordo, e

que posteriormente, foram publicados pelos jornais: The Washington Post, BBC News e na rede social Instagram. A partir dos autores que

constituem a fundamentação teórica para a análise, apresentam-se noções, como: interpelação ideológica, interdiscurso, sujeito e

subjetividade em Louis Althusser (1974), Michel Pêcheux (1988), Eni Orlandi (1987; 2013), dentre outros.

Palavras-chave: Discurso religioso. Interpelação ideológica. Subjetividade.

A literatura fantástica brasileira: Cibercultura e a busca por uma identidade cultural

Fabíola Cristina A C de Queiroz (CES-JF)

Resumo: A presente pesquisa objetiva a coleta e análise de dados das obras de ficção fantástica nacionais publicadas entre 1999 e 2019 a

fim de descobrir o quantitativo de publicações dessa categoria em cada ano e relacionar ao desenvolvimento e evolução do Ciberespaço,




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levando em consideração como tal aspecto influencia os autores e editoras. Procura-se averiguar o tema e as característica dos principais

livros de ficção fantástica do período, considerando se trabalha fontes e lendas estrangeiras ou busca raízes no folclore nacional. Pretende-

se averiguar a hipótese de que antes do advento da internet a publicação do presente tipo literário era rara, baseada na ficção fantástica

internacional e repleta de entraves editoriais. Serão utilizadas as metodologias de análise bibliográfica e catalográfica, fundamentadas nas

obras As Tecnologias da Inteligência e Cibecultura, de Pierre Lévy; O Poder do Mito, de Joseph Campbell e Cultura da Convergência, de

Henry Jenkins com fins de demonstrar o crescimento da quantidade de obras publicadas dentro da presente categoria e seus temas. O

escritor brasileiro de ficção fantástica passa por uma fase de transformação política e cultural na qual pode deixar de se apoderar do

imagético internacional e procurar sua própria identidade e, por consequência da presente categoria literária, em território nacional face

às modificações culturais ocorridas na contemporaneidade em relação aos meios midiáticos e a globalização. Além de procurar uma

resposta para a dificuldade da literatura fantástica de encontrar espaço próprio e culturalmente nacional nas prateleiras e na mente do leitor.

Palavras-chave: Literatura Fantástica Brasileira. Cibercultura. Identidade Cultural. Ficção.

Quando há fumaça, há fogo? Análise de teorias da conspiração da web e o percurso narrativo do efeito de evidência

Israel Vieira Pereira (UNISUL)

Resumo: Teorias da conspiração que buscam encontrar as razões por trás de grandes incêndios existem, pelo menos, desde a época do

imperador romano Nero (BROTHERTON, 2016). Tragédias desse tipo, especialmente aquelas que adquirem grande repercussão e causam

comoção pública, podem suscitar a ressonância de narrativas conspiratórias. Argumentamos que tais teorias, por sua vez, criam uma

pretensa estabilidade sobre o acontecimento, construindo uma linha temporal que busca explicar suas origens e seus fins, ressignificando

histórica e politicamente os espaços nos quais ele se desenvolveu. Com isso, diremos que elas materializam narratividade, entendida como

“a maneira pela qual uma memória se diz em processos identitários apoiados em modos de individuação do sujeito, afirmando/vinculando

seu pertencimento a espaços de interpretação determinados, consoantes a específicas práticas discursivas” (ORLANDI, 2016, p. 30) Ao

se posicionar, o sujeito significa o tempo, o espaço e o outro tal como em uma narrativa, tornando os sentidos transparentes. Estes princípios

nortearão a análise de nosso corpus, uma série de declarações de influenciadores digitais bolsonaristas atribuindo a culpa por diversos

incêndios, de florestas a prédios, a figuras ligadas à esquerda que enunciaram termos relacionados a “fogo” em outras circunstâncias.

Busca-se, com a análise, compreender melhor o funcionamento de teorias da conspiração na web e o papel da narratividade na constituição

do efeito de evidência, separando o que é metáfora do que não é para cada sujeito.

Palavras-chave: Teorias da Conspiração. Discurso. Narrativa. Metáfora.

Narratividade em Análise de Discurso: uma reflexão sobre "como a memória se diz"

Maria Marta Furlanetto (UNISUL)




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Resumo: Ao retomar noções utilizadas em suas obras anteriores de Análise de Discurso, Orlandi, em Eu, tu, ele (2017), dá atenção especial

ao processo de narratividade (não narração, nem narrativa), para estabelecer uma noção de caráter discursivo, associada intrinsecamente

à memória discursiva no estudo de textos – texto como unidade de entrada para chegar ao funcionamento do discurso, em que a

historicidade é um componente de fundo para a interpretação. A narratividade, como movimento, implica o saber discursivo instalado na

memória interdiscursiva, na produção de um acontecimento. Assim concebida, participa do processo que implica, nas práticas sociais, o

movimento de identidade do sujeito em suas formas de individuação (ilusória). Ocorre uma formulação, e surgem as relações alteritárias:

eu, tu, ele, Outro (ideologia, inconsciente). A narratividade, para Orlandi, flagra a memória em movimento, e ali algo fala. Essa memória

discursiva é a do esquecimento – não a memória institucional (lugares de inscrição, arquivos); ou a memória psicológica, que permite a

lembrança. É o caso, então, de ver na narratividade uma perspectiva estruturante para o estudo da memória; como tal, existe

subterraneamente em qualquer prática. A partir desse quadro, a proposta é pensar em seu entorno: como considerar o que não for

inconsciente? qual a relação com o campo da narratologia, implicando a literatura em geral (ficção e não ficção) e sua memória literária?

No cruzamento dessas reflexões, dadas as implicações relativas à racionalidade e à irracionalidade, que Orlandi também evoca, sobrevêm

os efeitos de deriva: o funcionamento da metáfora, que convém atualizar.

Palavras-chave: Discurso. Narratividade. Memória. Metáfora.

Mito e Discurso: In Aureum Imaginis Veritas?

Ricardo Ribeiro Elias (UNISUL)

Resumo: O texto tem como proposição analisar a relação entre discurso e mito. Se no interdiscurso linguístico a língua é atravessada por

memórias de registros escritos, o mito transporta uma infinidade de memórias visuais, pensado aqui como o interdiscurso imagético. O

que produz efeito nelas recorda a necessidade de observar tais aspectos imaginados, carregados e significados. A mitologia movimenta

esse mecanismo há muitos anos, muitos deles imemoriais e esquecidos, e serve como aporte para esse diálogo. A motivação de análise é

o interesse sobre o termo Idade de Ouro, que transcorre várias mitologias e emprega o debate sobre, entre outras coisas, as idades míticas

e suas particularidades. Salvamos a ideia, assim como Orlandi (1984-85), de que o mito é um universo pouco explorado em termos

discursivos.

Palavras-chave: Mito. Discurso. Idade de Ouro. Idades míticas.

A Proposta Multirrede Discursiva (MR-D) os estudos de língua e literatura articulados ao discurso e a cultura

Silvânia Siebert (UNISUL)




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Resumo: Nesse trabalho busco apresentar questões que estão presentes no trabalho, que está no prelo, em um livro editado pela editora

Pontes, composto por artigos de pesquisas teóricas e aplicadas envolvendo a Proposta Multirrede Discursiva (MR-D), desenvolvida pela

professora Silvana Serrani, da Unicamp. Trago para este GT a discussão que realizo em um dos capítulos do livro, intitulado: Proposta

Multirrede discursiva para estudantes de Língua Portuguesa no Ensino Médio – O gênero crônica. Neste estudo trabalhei com as noções

de público e privado e realizei uma pesquisa aplicada, em uma escola pública de Santa Catarina. Propus uma discussão que julgo necessária

diante desse novo território “virtual” criado pelas mídias digitais, que permite compartilhar fotos, textos, sons, vídeos, praticamente em

tempo real. Busquei problematizar e compreender, por exemplo, as fronteiras entre a intimidade e a coletividade, como os sujeitos se

significam e são significados nestas regiões de sentido, como leitores e autores.

Palavras-chave: Multirrede discursiva. Gênero. Crônica. Pesquisa aplicada.

Os sentidos em circulação nas campanhas e movimento antivacinação no Brasil

Simone Catarina Silva Archanjo (UNIVÁS)

Resumo: Segundo a Organização Mundial de Saúde (1984), “Saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas

a ausência de doença”. Este é um ideal a ser seguido pelos governos apesar de toda a opacidade envolvida nos sentidos produzidos por

esse enunciado. Para tanto, os governos criam mecanismos para tornar real o inatingível: um País sem doenças e com cidadãos social e

mentalmente saudáveis; para atingir este objetivo somos bombardeados a todo o tempo por informações sobre todos os assuntos, e dentro

das ações do Sistema de Saúde brasileiro, não é diferente. O Estado, que deve promover a saúde do cidadão, utiliza-se da publicidade para

circulação de informações. A partir da compreensão dos gestos de interpretação em funcionamento nas campanhas disponibilizadas pelo

governo, realizou-se apontamentos que procuram responder a alguns questionamentos sobre o retorno de doenças consideradas erradicadas

do Brasil, dentre elas: Sarampo e Poliomelite, doenças que eram consideradas já erradicadas do Brasil e que voltaram a fazer vítimas. A

disseminação de doenças consideradas já erradicadas tem sido ainda mais alavancada pelo movimento antivacinação que está crescendo

no mundo nos últimos tempos. A campanha de vacinação no Brasil está dezoito por cento abaixo do previsto pela Organização Mundial

de Saúde (FIOCRUZ, 2019). Realizou-se levantamento de informações sobre os motivos pelos quais as pessoas optam por não vacinar,

para percebermos as bases que sustentam o discurso antivacinação, relacionando-o com o discurso da ciência.

Palavras-chave: Sentidos. Vacinação. Discurso.




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GT DIMENSÕES LITERÁRIAS DA MEMÓRIA

Coordenação:

Profa. Dra. Roberta Guimarães Franco (UFLA)

Prof. Dr. Rodrigo Garcia Barbosa (UFLA

Poesia: caminho, verdade e vida - a religiosidade no Modernismo de 30

Alice Vidal de Vasconcelos Batista (UFLA)

Resumo: Esta pesquisa se propôs estudar a poesia modernista da década de 30, especialmente sua tendência espiritualista, levando em

consideração o contexto artístico e social no qual ela se desenvolveu, suas inspirações e críticas, seus poetas e as inquietações que

motivaram suas obras. Considerando que as formas e os temas dessa poesia remetem a uma religiosidade católica, praticada por seus

autores, e a presença aparentemente contraditória de referências pagãs contidas nos poemas, lançou-se mão dos pressupostos teóricos do

escritor e filósofo Georges Bataille, que a partir das relações entre religião, erotismo, poesia e morte, proporcionaram uma compreensão

transgressora das experiências humana e literária.

Palavras-chave: Literatura Brasileira. Modernismo de 30. Poesia espiritualista.

O elo narrativo no entre-lugar: As relações identitárias em Boa tarde às coisas aqui em baixo

Carmem Roquini Juliacci Santana (UFSJ)

Resumo: Boa tarde às coisas aqui em baixo (2003), escrito pelo autor português António Lobo Antunes, traz em sua narrativa Angola pós-

guerra e os impactos advindos do fim do conflito colonial e da independência angolana. Dividido estruturalmente em prólogo, três livros

e epílogo, o romance polifônico traz cinco narradores, quatro portugueses e uma mulher angolana. Os personagens apresentam a dicotomia

identitária entre Portugal e Angola, a partir de agentes portugueses, que vão à antiga colônia para a manutenção de sua identidade

imperialista, e angolanos, que fazem parte do núcleo de convivência desses portugueses, revelando a tensa relação entre eles e as

imbricações na construção individual dos personagens. Entre as figuras que narram a história, uma personagem em questão destoa dos

outros relatos. Marina, sobrinha do angolano que fazia o contrabando de diamantes e que motiva a missão civil lusitana e a ida dos

portugueses a Angola, apresenta conflitos de identidade em suas memórias, mas ao mesmo tempo que se revela conflituosa, a personagem

também exerce o papel de ligação entre os portugueses e Angola, perpassando os três livros que integram o romance. Assim, a partir do

protagonismo da personagem em questão, com aporte teórico nos estudos pós-coloniais de Homi Bhabha (1998), Spivak (2018) e Stuart

Hall (2006), além das referências relacionadas a Portugal em Boaventura Santos (2004), Eduardo Lourenço (2016) e Margarida Calafate




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Ribeiro (2004), o presente trabalho propõe o estudo da obra referida e das relações identitárias e narrativas que a percorre, com enfoque

na personagem Marina.

Palavras-chave: Pós-colonial, Identidade, Literatura Portuguesa

Ancestralidade e Memória no livro Contos Indígenas Brasileiros de Daniel Munduruku

Everton Alexandre Garcia Faria (UFLA)

Resumo: A literatura concebida por Daniel Munduruku na contemporaneidade é uma ruptura diante da imposição cultural eurocêntrica

vivida por muito tempo pela sociedade ocidental, dado que as obras que são apresentadas a nós constituem-se apenas de uma única

perspectiva de mundo, sendo essa uma visão branca, cristã e patriarcal. Considerando então o caráter multicultural da sociedade moderna:

onde se encontram as vozes daqueles que não se estão; na centralidade histórica perpetuada ao longo dos séculos? O seguinte trabalho tem

como objetivo analisar o livro “Contos Indígenas Brasileiros” (2004) do autor indígena Daniel Munduruku, que contem oito contos

selecionados de diferentes povos indígenas, como os Guarani, os Munduruku, os Kaingang e Tukano, que por meio de seus mitos retratam

a realidade de cada grupo sobre questões do mundo. A análise busca refletir a dicotomia cultural e epistemológica Norte x Sul proposta

por Santos (2009) e seu efeito no silenciamento de vozes específicas no multiculturalismo atual e na cristalização de estereótipos na

representação literária do indígena. Por fim, o trabalho pretende identificar a influência da memória e da história ancestral na (re)construção

de suas narrativas por meio da comparação da obra com o livro Baquete dos Deuses (2011) também de Daniel Munduruku e que oferece

um subsídio das experiências vividas por ele ao longo da vida na forma de uma narração. Os conceitos de memória coletiva de Maurice

Halbwachs (1990) e de memória e esquecimento de Pollak (1989) serão base para a análise, assim como os estudos de Maria Elisa Cevasco

(2003) e Stuart Hall (2003).

Palavras-chave: memória - indígena – representação

O processo da tradução da peça Noche de Guerra en el Museo de Prado, de Rafael Alberti.

Guilherme Assis dos Reis (UNIFAL)

Resumo: Este trabalho conta como foi o processo de tradução de uma peça teatral do escritor espanhol Rafael Alberti, Noche de Guerra

en el Museo de Prado. A peça, que foi escrita durante o período de exílio de Alberti, retrata uma ação realizada por ele mesmo, junto com

um grupo de artistas no momento pré Guerra Civil, em 1936. Tal tradução tem importância significativa pelo fato de que a obra representa

um retrato histórico, social e cultural da Espanha do início do século XX, por tratar da Guerra Civil espanhola a partir de um diálogo

intertextual com os discursos relacionados às guerras napoleônicas e com diferentes obras que se encontram no Museu do Prado. Para

escrevê-la, o autor utiliza-se da intertextualidade e da interação entre artes, principalmente o teatro e as artes plásticas, para resgatar esse




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momento tão importante e simbólico que a Espanha viveu no começo do século XX. Os resultados obtidos a partir do processo de tradução

se mostram bastante interessantes, uma vez que a tradução aqui serve como uma ponte que liga a história espanhola, a arte literária, as

artes plásticas e também recupera a memória de um tempo que o governo ditatorial, que segue a guerra, tenta apagar a todo custo. Este

trabalho, então, fala dos processos que culminaram na tradução crítica da obra.

Palavras-chave: guerra civil espanhola, teatro espanhol, memória, história das artes

Memória, representação e (re)invenção em As meninas, de Lygia Fagundes Telles

Hanna Andressa do Carmo Furtado Oliveira (UFSJ)

Resumo: As fronteiras estabelecidas nas relações entre a História e a Literatura vêm sido cada vez mais desmistificadas pelo uso da

memória coletiva nos textos literários – em se tratando tanto dos próprios romances históricos como também em narrativas permeadas

pela ficcionalidade. À vista disso, e também pelas elucidações das teorias da Nova História, as discussões sobre o uso da literatura como

forma de documentação história vêm se firmando nos campos dos estudos sociais. Isso devido ao espaço que essas literaturas abrem a

micro-narrativas (GINZBURG, 2007) que, de maneira consciente ou não, ficaram aquém das grandes narrativas da História Oficial. Na

Literatura e História brasileiras esse fato pode ser facilmente identificado nos desdobramentos do conhecido período da ditadura militar –

que entre censuras e silenciamentos – calou importantes narrativas contrárias ao governo autocrático. A obra As meninas (1974) de Lygia

Fagundes Telles, publicada ainda em meio ao absolutismo militar brasileiro, traz a retratação de relatos ex-cêntricos (HUTCHEON, 1991)

pela história de três estudantes em 1969 – e de forma sincrônica, a autora usa das experiências e vivências de suas personagens para

também (re)criar e (re)contar o latente cenário dos anos de chumbo. A partir daí, então, procuraremos discutir, dentro da narrativa de As

meninas (1974), a presença de uma memória individual e coletiva não reveladas e marginalizadas pela construção sócio-histórica, tanto

arquitetada pela própria autocracia a época quanto perpetuada pelas mídias contemporâneas.

Palavras-chave: Memória, História, Literatura, Representação

A chave é a justificação da família Jorge Manoel Venâncio Martins

Jorge Manoel Venâncio Martins (PUC-MINAS)

Resumo: Pretende-se discutir, neste exercício textual, a escrita poética de Carlos Drummond de Andrade, abordando o modo como

escreveu suas memórias poéticas e a grandeza dessas memórias no discurso da poesia do poeta. Trata-se de um recorte para se pensar a

articulação existe entre as lembranças da/de família e a poética da memória encenada nos poemas escolhidos para este artigo e a reflexão

sobre os efeitos da presença da família nessa escrita poética. Para tanto, servi-me do poema Justificativa (2007, p. 883) e o poema A chave

(2007, p. 1245) para compreender o que Candido (2004, p. 83) sobre a dimensão das inquietudes e da peculiaríssima poesia familiar.




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Utilizamos a Antologia Poesia Completa publicada pelo próprio poeta. O poema Justificação faz parte da sessão Pretérito-Mais-Que-

Perfeito do livro Boitempo, ele nos mostra que o sujeito lírico é um continuum, traz em si uma procissão de fatos, nos revela que o sujeito

poético está umbilicalmente ligado à sua ancestralidade, é possível perceber o que Candido chama de inquietudes poéticas nos versos: E

as alianças de família, o monsenhor, a Câmara, os seleiros de bezerros mugindo no clariscuro, a bota, Nota-se o tom irônico e o processo

metonímico de apresentar o espaço onde nasceu e viveu, através da memória pessoal e a memória coletiva. O poema A chave (2007,

p.1245) se encontra no livro Corpo publicado em 1984. Este poema o sujeito poético parece nos mostrar o seu compromisso com os seus

mortos, Sou devedor do meu passado, cobrado pela chave. (ANDRADE, 2007, p. 1245).

Palavras-chave: Dimensões, memória, poesia, Carlos Drummond de Andrade

Literatura, história e memória: Xica da Silva, de Ana Miranda

Josiane de Oliveira Pinto Ribeiro (UFLA)

Resumo: A obra contemporânea Xica da Silva: A cinderela negra (2016), da escritora Ana Miranda, retrata de forma diferenciada a vida

da ex-escrava que se tornou companheira do contratador das minas de diamantes e aquela que participou ativamente da sociedade do

Distrito Diamantino, nas Minas Gerais, no período colonial brasileiro. A protagonista conhecida inicialmente através da oralidade

transfigurou-se de várias formas até tornar-se objeto de estudo mais detalhado para a historiografia. Com base na proposta de Linda

Hutcheon que denomina produções contemporâneas voltadas para temas históricos como "metaficção historiográfica" (HUTCHEON,

1991), esse trabalho tem como objetivo realizar uma revisão bibliográfica e desenvolver uma análise da obra de Ana Miranda de forma a

buscar compreender a reconstrução de uma história anteriormente sedimentada.

Palavras-chave: Metaficção historiográfica, Xica da Silva, Literatura Brasileira

Tocata para dois clarins, de Mário Cláudio: uma (re)criação de memórias portuguesas

Karol Sousa Bernardes (UFLA)

Resumo: O Estado Novo português durou de 1933 a 1974, tendo fim com a Revolução dos Cravos em 25 de abril de 1974. Esse período

esteve marcado, dentre outros aspectos, pela propagação de discursos oficiais que buscavam legitimar o regime autoritário imposto por

Salazar. Com base nisso, tem-se a obra Tocata para dois clarins (1992), do escritor português Mário Cláudio, que traz a história de António

e Maria, que é um casal que vive em Portugal no período do Salazarismo. Pretende-se neste trabalho, então, analisar, a partir dessa relação

da obra com o período histórico, a memória e seus múltiplos desdobramentos dentro da narrativa, considerando que o romance apresenta

diferentes perspectivas sobre o Estado Novo a partir de três vozes que narram os acontecimentos. Desse modo, será considerada a memória

coletiva, tanto no que se refere ao regime de Salazar quanto em relação ao passado de Portugal, que era tido como “grandioso”, e também




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a memória individual dos narradores inseridos nesse contexto do Salazarismo. A partir desses aspectos, a obra será explorada como forma

de testemunho do Estado Novo português. Para as análises, serão consideradas as contribuições de Le Goff, Maurice Halbwachs,

Seligmann-Silva, entre outros. Este trabalho é parte do projeto FAPEMIG “Poder e silêncios(s): a pós-colonialidade entre o discurso oficial

e a criação ficcional”, coordenado pela profa. Dra. Roberta Guimarães Franco Faria de Assis.

Palavras-chave: Salazarismo; Memória; Testemunho.

Relações intersemióticas entre Renè Magritte e João Cabral de Melo Neto: uma questão de memória

Larissa Sena Rocha do Nascimento (UFLA)

Resumo: O intuito do presente trabalho é tecer um estudo acerca da relação entre as obras do poeta modernista João Cabral de Melo Neto

e os trabalhos do artista belga de vanguarda Renè Magritte. A relação entre Literatura e outras artes pode ser considerada uma proposta

intersemiótica, ou seja, ligada a dois tipos de linguagens: a verbal e a não-verbal. A relação existente entre um poema e uma obra de arte

plástica consiste em um processo análogo à memória, já que é possível dizer que no momento em que uma obra de arte evoca outra

promove uma reminiscência, uma recordação. Em outras palavras, há uma relação de sobrevivência ou de memória quando uma obra

literária retoma ou evoca uma obra de arte visual. Renè Magritte, como um artista representante do Surrealismo, possui uma produção que

se mostra muito característica, levando a uma reflexão sobre a própria representação, de acordo com Márcia Arbex (2006). Considerando,

assim, a influência surrealista e a questão da representação, é possível identificar relações entre a obra do pintor belga e a poesia de João

Cabral. Para tanto, este trabalho terá como base o respaldo teórico de Márcia Arbex (2001) e Leo H. Hoek (2006), entre outros, e as

análises serão feitas a partir de obras selecionadas dos dois artistas que permitam identificar e explorar as questões propostas.

Palavras-chave: Modernismo brasileiro; Renè Magritte; Memória

De Mariana às três Marias: a intertextualidade como memória literária na escrita das "Novas Cartas Portuguesas"

Lisa Galvão Elisei (UFLA)

Resumo: A obra Novas Cartas Portuguesas, Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa (1972) é composta por

cartas, textos e poemas que fazem uma releitura do livro Cartas Portuguesas (1669) que traz cinco cartas amorosas escritas pela freira

Mariana Alcoforado, de Beja, para seu amante, o oficial francês Noël Bouton de Chamilly. Enquanto as cartas de Mariana tinham tom

romântico e dramático, as Novas Cartas Portuguesas trazem uma noção completamente diferente, principalmente no que diz respeito à

uma noção cristalizada e romantizada do que é próprio do feminino, e não da feminilidade. Este trabalho, parte do projeto "Novas Cartas

Portuguesas: Política, Sexualidade e Protagonismo Feminino", financiado pelo PIBIC-CNPq e orientado pela profa. Dra. Roberta

Guimarães Franco Faria de Assis, pretende analisar os efeitos da intertextualidade como memória literária na escrita das "Novas Cartas




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Portuguesas". Nesse sentido, a intertextualidade entre a obra do século XX e as cartas dos séculos XVII, apresenta uma perspectiva crítica

sobre a condição do feminino frente a uma sociedade patriarcal e silenciada pelo contexto político do Estado Novo. Portanto, a voz de

Mariana Alcoforado é retextualizada e problematizada pelas três Marias, ressignificando a personagem histórica à partir de um novo olhar

sobre o feminino.

Palavras-chave: Intertextualidade, Memória, Feminino, Escrita coletiva

Memórias de Três Corações nas crônicas de Victor Cunha

Maria Beatris do Nascimento Junqueira (PMTC/UNINCOR-FCTE)

Resumo: Este trabalho trata das representações (ou imagens) de Três Corações construídas pelo escritor tricordiano Victor Cunha (1929-

2014) no livro inédito Crônicas. Tal abordagem se faz necessária, pois visa a construir referências para pesquisa futuras, tendo em vista a

inexistência de fortuna crítica sobre Cunha. O objetivo deste estudo é apresentar um breve conjunto das representações da cidade de Três

Corações e da memória cultural tricordiana presentes textos que integram o volume Crônicas. Este intento será conseguido mediante

metodologia mista, composta por três frentes de trabalho, a saber: 1) revisão bibliográfica acerca da história cultural da cidade e das

relações entre crônica, história e literatura, com foco nos trabalhos da historiadora Sandra Jatahy Pesavento; 2) conceituação das noções

de memória individual e coletiva, a partir das reflexões do historiador Jacques Le Goff 3) análise de três crônicas constantes no volume

Crônicas. Por se tratar de trabalho em andamento, a pesquisa visa a demonstrar que os textos de Victor Cunha constituem um projeto de

pedagogia da memória cultural local, visando não só a apresentar, aos tricordianos, o passado recente de Três Corações, mas intervir na

construção das imagens de passado, presente e futuro da cidade.

Palavras-chave: Palavras-chave: Crônica. Memória. Três Corações.

Adélia Prado: memória em poesia

Pedro Augusto de Almeida Luciano (UFLA)

Resumo: A poesia adeliana tem notadamente lastros na memória. Desde Bagagem (1976), o primeiro livro publicado da mineira Adélia

Prado, é possível perceber que em sua obra há espaço para as reminiscências. Cenários, imagens, objetos, pessoas, animais e rituais,

corroboram para as análises que visam verificar como a poeta recupera os acontecimentos da vida, impregnando-os de vestígios

autobiográficos. Nos poemas a subjetivação torna possível perceber a dimensão histórica dos fatos mais corriqueiros, em lugares como a

cozinha e a igreja; o quarto e o confessionário; a sala e sacristia; de modo que fica evidente o constante trânsito do sujeito. “O que a

memória ama, fica eterno.” (2016), com escrita oscilante entre questões de ordem prosaica e transcendente, Adélia Prado rememora com

lirismo e em tom testemunhal aquelas que são experiências comuns do humano. Para o filósofo Maurice Merleau-Ponty, “ser corpo é estar




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atado a um certo mundo, e nosso corpo não está primeiramente no espaço: ele é no espaço.” (1999), ou seja, o ser humano é identificado

pelo corpo. Isto significa dizer que a sensibilidade, subjetividade e memória coincidem com os processos corporais, pois “o corpo é o

veículo do ser no mundo” (1999). Este trabalho pretende demonstrar a importância que o corpo, enquanto locus, ocupa como instância de

recuperação do tempo e através do qual são manifestados os sentidos, os gestos e as experiências pessoais. Portanto, a memória não pode

ser discutida senão a partir das experiências do corpo, porque no mundo o corpo é o próprio sujeito da percepção.

Palavras-chave: poesia, memória, corpo, subjetividade

Metáforas da caça e da memória em poemas de João Cabral de Melo Neto e Lêdo Ivo

Raisa Gonçalves Faetti (UFLA)

Resumo: O pernambucano João Cabral de Melo Neto e o alagoano radicado em Recife Lêdo Ivo foram amigos pessoais que

compartilharam, entre outras coisas, o gosto pela literatura, sendo considerados importantes poetas do modernismo brasileiro. Nesse

sentido, a metáfora da caça, com seus principais elementos, como as figuras do caçador, do animal caçado, da bala e das armas, encontram-

se presentes direta ou indiretamente em dois poemas destes autores, que serão nosso objeto de análise. O primeiro poema, “Uma faca só

lâmina”, foi publicado por João Cabral de Melo Neto em Duas águas, coletânea de 1956. O segundo, intitulado “O Caçador”, foi escrito

por Lêdo Ivo e publicado no livro Calabar, publicado em 1985. Considerando o contexto metafórico da caça, pretendemos discutir como

tais poemas dialogam entre si ao elaborarem questões referentes à memória, ao tempo e à morte, tanto em nível de uma experiência pessoal

quanto em nível da própria linguagem.

Palavras-chave: João Cabral de Melo Neto; Lêdo Ivo; Memória

Ginga de Angola: recriações diferentes na literatura e na história Sílvio Geraldo Ferreira da Silva (UFLA)

Resumo: A Rainha Ginga Mbandi, soberana dos reinos da África Central Ndongo e Matamba e considerada capital inimiga do Reino de

Portugal durante o período das invasões em Angola, tem passado por um processo de larga visibilidade dentro da academia. São percebidas

várias matizes na figuração da citada soberana centro-africana tanto na literatura quanto na história. O presente trabalho pretende apresentar

esta personagem histórico-literária através de uma análise comparativa entre duas obras literárias de grande importância sobre a temática,

sendo elas: Nzinga Mbandi, de Manuel Pedro Pacavira, e A Rainha Ginga: e de como os africanos inventaram o mundo, de José Eduardo

Agualusa. As recriações sobre a personagem apresentam ideias diferentes, sendo a obra de Pacavira mais pautada no valor sociopolítico

de Ginga e a obra de Agualusa pautando mais na vida e impressões do narrador, o padre pernambucano Francisco José da Santa Cruz.

Este trabalho, portanto, justifica-se pelo fato de que análises como esta são muito importantes para a compreensão da importância política




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e identitária que representa Ginga Mbandi na formação cultural de Angola. Para a elaboração desta investigação serão tomados como base

os princípios da literatura comparada, assim, as obras serão postas em investigação juntamente com as produções históricas que se tem

sobre Ginga.

Palavras-chave: Ginga Mbandi - Literatura Comparada – Angola

“Estarei mentindo? Julgo que não”: Graciliano Ramos suspeita de 'Memórias do Cárcere'

Tiago de Holanda Padilha Vieira (UFMG)

Resumo: A hipótese de o livro 'Memórias do Cárcere' (1953) comprometer-se com certa ideia “tradicional” de responsabilidade – cuja

configuração inclui concepções de sujeito e verdade – é defendida ou sugerida por vários críticos, entre os quais Antonio Candido em

'Ficção e confissão'. A presente análise, semelhantemente a outros trabalhos, tem o objetivo de contribuir para que essa opinião seja revista.

Propomos que, na narrativa autobiográfica de Graciliano Ramos, aquele compromisso é não apenas assumido, mas também

problematizado. Graciliano ressalta “falhas” componentes da tentativa de responder devidamente a pessoas que lhe pediam o relato.

Tematizando acontecimentos e problemas de ordem social e política, a narrativa sinaliza o esforço de um sujeito para articular a própria

experiência e “reencontrar-se”, ainda que também indique óbices ao reencontro. Nossa análise baseia-se em reflexões teóricas sobre as

formas autobiográficas, sobretudo em obra de Leonor Arfuch (2010), e na discussão que Judith Butler (2017) desenvolve sobre o

significado de responsabilidade.

Palavras-chave: Memórias do Cárcere; Graciliano Ramos; autobiografia; responsabilidade

GT LITERATURA, FILOSOFIA E DIREITO

Coordenação:

Prof. Dr. Gilberto Alvaro (FADIVA)

Ler a cidade no “Poema tirado de uma notícia de jornal” Gilberto Alvaro (FADIVA)

Resumo: O presente estudo assume o desafio de ler a cidade. A cidade, cenário do cuidar da população enquanto prática de governo, do

desenvolvimento da economia política, polo de atração e exclusão onde "se faz viver e se deixa morrer". Ela vem visitada na poética de

Manuel Bandeira, num olhar para a espacialidade desrealizada constante do "Poema tirado de uma notícia de jornal", uma intertextualidade

entre notícia, conto e poesia, publicado no livro Libertinagem, em 1930. Literatura, Filosofia e Direito se tocam numa cumplicidade




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perturbadora entre ficção e realidade que inspira o como pensar o Direito por meio da Arte e a espacialização urbana no horizonte de um

diagnóstico do presente.

Palavras-chave: Literatura, Biopolítica, Direito à cidade

O Cento Virgilianus de temática cristã Keila Ketlem Oliveira (UNIFAL)

Resumo: O centão é um gênero literário que consiste na fragmentação dos versos de autores canônicos e sua reorganização, a fim de

formar um novo poema que conta com sentido diferente do original, geralmente tem um teor cômico. Especula-se que esse modelo de

escrita tenha ganhado prestígio durante o séc. IV, devido ao início de sua composição por autores reconhecidos. Cento Virgilianus é o

nome que se dá aos centões criados a partir das obras de Virgílio (Eneida, Bucólicas e Geórgicas), que foram de extrema importância para

a produção do centão latino, uma vez que havia a necessidade de um cânone literário (GOUVÊA, 2011). O presente trabalho tem como

objetivo analisar o centão de temática cristã De Ecclesia, de Mavórcio, que faz parte do conjunto de obras contidas no manuscrito Parisinus

10318, e reconhecer os recursos semânticos e formais que o autor utilizou em sua composição. Sendo assim, serão analisados elementos

textuais, tais quais: recursos utilizados na referência a divindades; semelhanças e diferenças entre as cenas originais retiradas da Eneida e

as descritas no poema de Mavórcio e análise das assimilações que o autor espera que seus leitores façam em determinados trechos da obra.

Através dessa análise, objetiva-se não só compreender as influências que o cristianismo sofreu do classicismo pagão, como também os

recursos utilizados pelos autores de centões cristãos para criar um texto com uma temática tão diferente do original. Palavras-chave: Centão; Cento Virgilianus; Poética Cristã

Manual da paixão solitária, de Moacyr Scliar, e o percurso exegético: Bíblia à Literatura Leonardo de Souza (IFSULDEMINAS/TC)

Resumo: Baseado na perícope 38 do livro do Gênesis que faz parte do bloco literário do capítulo 37 a 50, Moacyr Scliar, recria, em

“Manual da paixão solitária”, o contexto bíblico a partir de um congresso no qual o assunto é um pergaminho encontrado na caverna de

Israel. Trata-se de uma narrativa na qual Shelá transcreve suas emoções e perspectiva sobre sua realidade e trata de assuntos considerados

polêmicos na cultura judaica. Para Massaud (2006), o romance apresenta uma visão global do mundo, no qual em sua essência consiste

em recriar a realidade. Moacyr é um experiente narrador, um contador de histórias e partir de um contexto histórico bíblico transforma o

texto em romance com enorme criatividade. Neste trabalho pretendemos empreender uma ação hermenêutica voltada para a narrativa de

“Manual da paixão solitária”. Para tanto, consideramos que a hermenêutica caracteriza-se como método que nos permite o aprimoramento

cognitivo, criando várias possibilidades interpretativas (RICOEUR, 1978). Assim, compreenderemos que o romance “consiste em recriar




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a realidade, recompõe-na, reconstrói o fluxo da existência com meios próprios, de acordo com uma concepção peculiar, única e original”

(MASSAUD, 2006). Scliar procura abarcar o máximo, em amplitude e profundidade, com as antenas da intuição, observação e fantasia

de modo a captar as formas do mundo, todas as facetas, convicto de haver uma interação conduzindo os seres e objetos, buscando detectá-

la e transfundi-la num palco imaginário.

Palavras-chave: Literatura - Bíblia - Criação - Exegese -

Análise da proposição da "Eneida" Miguel Ângelo Andriolo Mangini (UFSC)

Resumo: Em “Notas sobre o gênero épico”, João Adolfo Hansen aponta que a epopeia perdeu espaço na literatura a partir da segunda

metade do século 18, principalmente em virtude da influência que a mais-valia passou a exercer sobre a sociedade, transformando as

relações humanas em meramente monetárias. Nesse contexto, nenhum herói, por mais corajoso e forte, é capaz de superar o poder da

burguesia, e desde então o heroísmo simplesmente não é verossímil para os leitores. Além disso, como as epopeias já estão bem afastadas

temporalmente, para Hansen há uma distância que separa dos leitores atuais as concepções antigas de vida, linguagem e literatura. É no

ensejo dessa reflexão que esta comunicação objetiva uma análise da proposição da "Eneida", de Virgílio. Pretende-se fazer uma leitura

introdutória e explicativa dos primeiros sete versos do poema que reduza um pouco daquela distância apontada por Hansen, através de

bibliografia sobre os seus dados expressivos – poéticos e retóricos – e históricos. A diminuição da tradição épica nos tempos modernos é

um fato, mas isso não significa que deva ser esquecida. Na verdade, a importância das epopeias antigas para a literatura posterior é inegável,

a ponto de T. S. Eliot considerar Virgílio como o único clássico possível do ocidente, por causa da influência irrepetível do latim e da

"Eneida" sobre a literatura ocidental. Esta comunicação se justifica pela intenção de reduzir as barreiras para o conhecimento desta grande

e fundacional expressão poética do espírito humano, que, se a mais-valia só cresce em valor, mais periga ser esquecida. Palavras-chave: Eneida. Proposição. Épica. Literatura antiga. Literatura latina.

GT GÊNERO EDITORIAL NA ESCOLA: DA TRADIÇÃO RETÓRICA À TRADIÇÃO DISCURSIVA

Coordenação:

Prof. Dr. Francisco de Assis Carvalho (UNINCOR)

Morte e Luto na Escola: Perspectivas para a intervenção do Psicólogo junto aos adolescentes

Ana Carolina Dionísio Brito (UNINCOR) / Francisco de Assis Carvalho (UNINCOR)




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Resumo: A morte é um fenômeno que está sempre presente e afeta direta e indiretamente, nossa vida social, familiar, escolar, ela nunca

deixou de existir e mesmo sendo tão vigente é ainda um assunto considerado “tabu’’ em pleno o século XXI. A morte integra todos os

ciclos vitais da vida, infância, adolescência, fase adulta até o envelhecer. Está tão situada no nosso cotidiano quanto à vida, porém é mais

elementar sempre falar e ressaltar sobre os benefícios e nunca sobre os malefícios, sobre as rosas e nunca sobre os espinhos, sobre a vida

e nunca sobre a morte, ponderamos sempre que somos seres eternos. Segundo Kovács (2005, p.486): “[...] Frequentamos escolas por mais

de vinte anos de nossa existência e assim nos preparamos para a vida social; da mesma forma deveríamos também nos preparar, pelos

mesmos ‘’ vinte anos ‘’ para o fim da nossa existência [...].” A morte não escolhe idade, raça, cultura ou gênero. A morte traz consigo

sentimento de perda, tristeza, negação e por isso nós a negamos como meio de não ter que vivenciar a dor da perda, evitando sentir tristeza

e assim consecutivamente negando qualquer vínculo com a morte assim não elaborando o sofrimento e luto. Posteriormente falaremos

sobre o luto. O luto seria o processo de elaboração de perdas vividas, rompimento de vínculos, ele não se encaixa somente quando se é

citada a morte ele pode ajustar-se em fim de relacionamentos, perdas de vínculos afetivos como amizade, mudança de rotina entre outras

coisas que remetem o seu significado falaremos sobre o luto seguido da morte, pois. Além de afetar com o ser humano no seu todo,

fisiologicamente, psicologicamente, emocionalmente. O psicólogo exerce um papel importante quando se fala em morte e luto, pois através

de anos de preparação, experiência e bagagem o profissional da psicologia e até mesmo de outras áreas estão aptos a prestar acolhimento,

escuta terapêutica para os clientes que estão passando por essa fase dolorosa de suas vidas. O intuito do trabalho é demonstrar como e de

que maneira o psicólogo deve abordar o tema com os adolescentes, além de identificar quais estratégias e intervenções utilizar.

Palavras-chave: Morte, Luto, Adolescente, Escola, Psicologia

A Formação do Professor

Ana Carolina Ribeiro Sandroni Dos Santos (UNINCOR) / Cristiane Thaise Bonfim (UNINCOR) / Marizaura de Fátima Pinto

(UNINCOR) / Marcio José Lopes (UNINCOR) / Marco Antônio Godoy (UNINCOR) / Francisco de Assis Carvalho (UNINCOR)

Resumo: É preciso compreender o significado da formação do professor como formação inicial e formação continuada, ambas com seus

problemas e refletir sobre possíveis soluções para a busca do ensino de qualidade. Atualmente, 40% dos profissionais brasileiros não

possuem a formação mínima exigida para a docência, e os demais, com o ensino superior exigido, nem sempre têm a formação adequada

para a prática, pois, esta formação inicial oferecida em cursos superiores enfrenta alguns problemas como: o tempo reduzido de duração

do curso e a falta de importância dada aos estágios supervisionados. Além da adequação destes problemas, alguns critérios são básicos

para a oferta de ensino superior de qualidade, como competência técnica; competência pedagógica; competência científica e competência

Ético-política. Repensando a organização dos currículos das universidades. Já a formação continuada que, compreende a busca pessoal do

professor para aperfeiçoamento e preocupação da gestão escolar em oferecer condições e oportunidades para esta formação (relacionada

às necessidades do corpo docente), muitas vezes não acontece. Algumas ações viabilizariam esta ação, como: criar espaço para a reflexão




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a respeito da própria prática pedagógica em conjunto com embasamento teórico; estimular o professor a conhecer a realidade da escola

onde atua e a registrar sua prática, valorizando seu fazer pedagógico. Porém, isto apenas não basta. Para falar de educação de qualidade

muitos fatores externos e internos são implicados (fatores que diferem nas diferentes regiões do país). Não se pode culpabilizar apenas o

professor. Mas pode-se agir, refletindo sobre a formação eficiente deste como um caminho em busca da qualidade.

Palavras-chave: Formação, Formação continuada, formação inicial.

O cantar junto como multimodalidade na aprendizagem

André Carvalho Santos (IFSULDEMINAS-TC) / Emanuela Francisca (IFSULDEMINAS-TC) / Aliciane Rodrigues André Santos

(IFSULDEMINAS-TC) /Helder Nascimento (IFSULDEMINAS-TC)

Resumo: O cantar junto como multimodalidade na aprendizagem. Este trabalho tem por objetivo apresentar o multiletramento realizado

no projeto de extensão II Encantus no Campus: Prática de Canto Coral no Campus Avançado de Três Corações. O projeto visa proporcionar

aos alunos um letramento através da prática de canto coral, tendo como participantes integrantes discentes do IFSULDEMINAS Campus

Avançado Três Corações, comunidade externa e discentes da APAE – Três Corações. Uma das principais abordagens do projeto é a

conexão dos participantes a uma linguagem musical possibilitando uma nova maneira de interpretação textual, na qual a sensibilidade e

familiaridade com o universo musical dão uma maior margem de percepção aos mesmos. Outra abordagem do projeto que também deve

ser lavada em consideração é a condução por parte dos docentes a uma análise mais aprofundada da linguagem empregada nos textos em

questão, tanto em seu conteúdo quanto em seu modo de transmissão, estimulando uma melhor leitura de textos gestuais e orais. Este

projeto tem como diferencial proporcionar um coral misto, em que a inclusão se faz pelo cantar junto. Tem-se como aporte teórico estudos

de Mari (2017) e Górgias (2005).

Palavras-chaves: Linguagem Musical; Desenvolvimento cognitivo-sócio-emocional; Aquisição do Conhecimento

Planejamento e ação docente no espaço da sala de aula: uma reflexão a partir do texto de Maria Lúcia Vasconcelos

Andréa Pereira Martins Vinhas (UNINCOR) / Julio Cesar Enézio (UNINCOR) / Luiz Augusto Reis Almeida (UNINCOR) /

Francisco de Assis Carvalho (UNINCOR)

Resumo: A análise do texto parte do “fazer do educador” apontando este fazer como pleno de possibilidades, de sonhos e de utopias,

impulsionadores para o agir concreto, objetivo e racional. Dentro desta reflexão são elencados vários fatores que interferem neste processo.

Em relação ao professor são discutidos aspectos que interferem e determinam a sua prática pedagógica. Ele tem em si a sua

responsabilidade profissional na busca de resultados, mas não podem ser responsabilizados por todos os problemas que enfrenta a educação

hoje. Visto hoje como um “funcionário burocratizado” e carregando diversos estigmas e rótulos sociais. Também inserido neste contexto




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esta a instituição escolar: questionada e desvalorizada, mas ainda reconhecida como necessário instrumento social de instrução, formação

e socialização, além de exercer o papel de agência certificadora da formação para o mundo do trabalho. Outro aspecto considerado é que

o mundo mudou e o aluno mudou também. O aluno real, tão diferente do aluno ideal (que é inexistente); traz para a sala fragmentos da

complexa realidade em este vive. Em a relação prática pedagógica deve-se evidenciar a importância do planejar, e este planejamento deve

considerar todas as dimensões envolvidas neste processo. Nesta análise procura-se discutir o papel do professor na atualidade. Questões

surgem e precisam ser discutidas. Qual a real função deste professor no contexto social e político atual? Como planejar ações para a

efetividade do processo de ensino e aprendizagem? Estas entre outras questões precisam ser discutidas para se analisar “o fazer do

educador”.

Palavras-chaves: Planejamento; Ação docente; Sala de aula.

Ensino Religioso, Argumentação e Ideologia

Francisco de Assis Carvalho (UNINCOR)

Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo analisar o discurso da mídia sobre a implantação do ensino religioso nas escolas públicas do

Estado do Rio de Janeiro. O corpus compreende quatro editoriais, sendo dois do jornal O Globo e dois do jornal Folha de S. Paulo, todos

veiculados no período de 2003 a 2004. O foco da pesquisa se concentra na observação de como são utilizadas as estratégias discursivas

no desenvolvimento desse discurso que pode ser analisado como polêmico e como se dá o processo argumentativo, visando a destacar

marcas ideológicas das relações que estão implícitas na produção desse discurso. Alicerçamos nossos estudos na Teoria da Argumentação,

a partir do que indicam Chaim Perelman e Lucie Olbrechts-Tyteca (2000), e na Análise Crítica do Discurso (ACD), segundo as pesquisas

de Teun A. van Dijk (1983; 2000; 2004 e 2005), entre outros. Como todo fato divulgado pela imprensa não pode ser apartado de seu

contexto específico de produção, este trabalho também observa como os decretos indicaram a implantação do ensino religioso nas escolas

públicas do Estado do Rio de Janeiro dentro dos parâmetros político-educacionais, buscando destacar, por meio da análise do Corpus, o

papel desempenhado pela mídia (a imprensa) como construtora de imagens e sentidos.

Palavras-chaves: Ensino Religioso, Argumentação, Ideologia.

Bullying: Violência no ambiente escolar.

Genaina Fernanda Borges Martins (UNINCOR) / Francisco de Assis Carvalho (UNINCOR)

Resumo: Esta pesquisa é de suma importância para toda sociedade, nela será abordado assuntos relacionados ao BULLYING, como

conceitos, características, métodos de intervenção, papéis assumidos na problemática e atuação do Psicólogo Escolar. A escola que outrora

representava um ambiente de segurança, atualmente tem causado na população sentimentos de medo, angústia, insegurança, incerteza. Em




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muitos países, inclusive no Brasil, têm crescido o número de tragédias no meio escolar, estas, em sua maioria, são resultantes da prática

do bullying. Mesmo sendo algo que acontece a muitos anos e em diversos contextos sociais e geográficos, tendo em vista que ele pode

resultar em consequências irreversíveis, cabe uma reflexão sobre a temática. O bullying escolar se caracteriza por agressões morais ou

físicas que ocorrem repetidamente contra outros alunos, essas agressões acontecem longe do olhar de professores ou quaisquer outros

responsáveis da instituição. Segundo o autor Olweus (1993), o bullying se constitui por agressores, vítimas e testemunhas. O papel que o

estudante ocupa, em relação ao bullying, irá depender da posição que ele assume ao vivenciar a violência escolar, havendo a possibilidade

de ocupar uma ou mais posições nessas ocorrências. A escola sendo um ambiente favorável àqueles que praticam o bullying, pode

proporcionar meios de prevenção e intervenção, para sanar as possíveis ocorrências. Porém, há uma dificuldade em identificar os casos e

até mesmo os agressores, pois muitas vítimas optam pelo silêncio, dificultando a ação dos pais, professores e responsáveis pela escola.

Sendo assim, cabem aos gestores escolares, psicólogos e até mesmo aos pais/responsáveis, proporcionarem às vítimas e aos agressores

meios de conscientização para que se tenha a possibilidade de dialogarem sobre o assunto.

Palavras-chave: Bullying; Violência Escolar; Psicólogo Escolar.

A Epistemologia da Cultura Corporal no Âmbito Escolar

Jackson Faustino Ferreira (UNINCOR) / Francisco de Assis Carvalho (UNINCOR)

Resumo: A proposta desse trabalho é realizar uma abordagem filosófica das atividades físicas e das atividades intelectuais ao longo dos

tempos, para entendermos o papel que a Educação Física Escolar ocupa nos dias de hoje, e se ela está desempenhando a função de educar

o físico ou de educar o indivíduo. Essa situação nos guiará para um entendimento pedagógico dualista, ou seja, em tese a existência de

uma educação para o corpo e o físico e outra educação para o espírito e a mente criando uma dualidade que origina uma espécie de

inferioridade de uma para a outra. A filosofia, a antropologia e a educação colocam o intelectual o psíquico ou a mente do homem como

os valores mais nobres, colocando assim a Educação Física Escolar em uma posição submissa em relação as demais ciências. Á luz dessas

abordagens pretende-se imaginar a Educação de maneira global, e não unitária, o homem é corporeidade é expressão é presença. Essa

presença se torna movimento que através dos gestos se torna fala, onde se instaura a criatividade.

Palavras-chaves: Corporeidade Filosófica; Dualidade Pedagógica; Educação

Vulnerabilidade em adolescentes que se engajam em comportamentos auto lesivos: o papel da família e da escola

João Lino da Costa Filho (UNINCOR)

Resumo: O presente trabalho tem como tema a Vulnerabilidade em adolescentes que se engajam em comportamentos auto lesivos: o papel

da família e da escola. Atualmente os comportamentos auto lesivos tem se tornado uma questão de saúde pública, fazendo com que as




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famílias e demais seguimentos da sociedade sofram os efeitos desses atos praticados por muitos jovens. Uma vez que as primeiras

instituições que o indivíduo tem como agentes socializadores são a família e a escola onde passam a maior parte do tempo, propõe-se

analisar nesta relação o fenômeno desses comportamentos, visando a identificação de vulnerabilidades que possam contribuir para que

eles ocorram, bem como a busca por questões existenciais que possam estar por de trás desses atos. Este projeto estrutura-se em três

seções, em que através de uma pesquisa bibliográfica discute-se na primeira seção o período da adolescência e suas características; na

segunda, são abordados alguns conceitos e definições de comportamentos auto lesivos e na terceira discorre-se sobre a relação família x

escola e sua importância diante do tema abordado. Espera-se que a discussão sobre o tema possa contribuir para a construção de

conhecimentos, que visem à promoção de suporte emocional, psicológico e social aos adolescentes nessa relação família x escola, com

vistas à prevenção de sua adesão aos comportamentos auto lesivos.

Palavras-chave: Adolescência, Comportamentos, Auto lesivos, Família, Escola,

A escola, uma possível replicadora de pensamentos coloniais

Nelida Reis Caseca Machado (UNINCOR) / Ana Luiza Ribeiro Pereira (UNINCOR)

Resumo: O pensamento decolonial foca no entrelaçando da teoria-prática com histórias locais de vida e perspectivas de luta, com formas

decoloniais de viver e pensar. Isso implica uma desvinculação da matriz colonial de poder e seus “universais” da modernidade ocidental

e do capitalismo global, e se envolve com argumentos e lutas por dignidade e vida contra a morte, destruição e desespero civilizacional.

É através desta perspectiva que se fará um estudo de caso, consistente num relato anônimo de uma adolescente na escola. Considerando

isso, este trabalho tem como objetivo analisar o relato da adolescente, lésbica assumida, que deixou de usar sutiã e foi convocada pela

diretora da escola para que voltasse a usá-lo porque esse comportamento incitaria os alunos do sexo masculino. Ao ser rebatida pela aluna

com argumentos de liberdade, relacionados às lutas femininas, a diretora alegou que a adolescente estaria praticando ato ilícito (atentado

ao pudor), e responderia por crime. Materiais e Métodos: Estudo de caso e pesquisa bibliográfica para coletar informações, que serão

analisados através do método hipotético-dedutivo. Resultado: Feita a pesquisa sobre o tipo penal alegado pela diretora, tem-se que o

atentado ao pudor foi substituído pelo ato obsceno em público, que corresponde à conduta de expor, em público, as partes íntimas ou de

forma exibicionista, o que não era o caso da aluna, que apenas deixou e usar sutiã, logo ela não estaria praticando crime, mas sendo alvo

de julgamento moral. Conclusão: Nos termos desta pequena descrição e pesquisa, visualiza-se que, no ambiente escolar, por parte da

direção, ainda há a propagação de discursos coloniais, que se alicerça no poder, neste caso específico, sobre os corpos, numa relação de

violência advindo deste colonialismo, que culmina na contenção do comportamento da aluna como se houvesse prática de crime, que não

se configura.

Palavras-chaves: Escola. Gênero. Colonialidade




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Delinquência Juvenil na escola: Olhando de maneira ética e social

Rafael Rezende Silva (UNINCOR) / Francisco de Assis Carvalho (UNINCOR)

Resumo: O que entendemos por delinquência? Para responder a essa questão devemos recorrer antes à etimologia da palavra. A palavra

delinquente, vem do latim Delinquere que significa fazer algo errado. Já trazendo para a Língua Portuguesa, a palavra delinquente vem do

verbo delinquir, que significa cometer um crime ou fazer algo ruim. Tudo isso relacionado ao nível moral da sociedade, então delinquir

pode significar não cumprir uma ordem social, uma regra cultural e assim por diante, até mesmo os níveis mais graves, como desrespeitar

uma lei judicia ou constitucional. Este projeto de pesquisa intenciona abordar a delinquência nas escolas públicas de ensino básico, tendo

como pressuposto entendê-la e saber como ela acontece. Como podemos caracterizar a delinquência no ambiente escolar e ligá-la ao do

ambiente familiar do aluno (?), e também todo o contexto que leva um adolescente a se tornar um delinquente, ou a cometer atos de

delinquência (?). A delinquência deve ser vista como doença ou é fruto do meio social? Bem sabemos que a adolescência é um momento

onde o sujeito se encontra em estado de vulnerabilidade, onde os exageros se tornam constantes e a influência familiar se torna um

importante fator para o comportamento do jovem na escola.

Palavras-chave: Delinquir; Social; Ensino; Jovem; Escola

A retórica sobre o mito de Faetonte em Primero sueño de Sor Juana Inés de la Cruz e sua aplicação na escola

Vagner Luiz da Fonseca (UNB)

Resumo: Primero sueño é o poema mais importante da poetisa mexicana Sor Juana Inés de la Cruz, devido à presença de elementos

poéticos que dão maior expressão ao trabalho do que a outros que escreveu, e por elementos semânticos que tornam visível o contraste

das ideias, reforçada pelos paradoxos contidos no poema. Esta pesquisa examina o caráter intertextual que é o lema do trabalho da escritora,

especialmente a interação entre sua poesia e a do poeta espanhol Luis de Gôngora. A pesquisa centra-se na desacralização do mito à

medida que se move através da história e é incorporada às artes e ao pensamento. O foco desta pesquisa se concentra em temas mitológicos

à medida que são desenvolvidos no poema Primero sueño. Dialogando teoricamente com as reflexões de Octavio Paz e Alejandro Soriano

Vallés sobre o trabalho de Sor Juana, bem como os estudos de Walter Benjamin, entre outros. Através deste diálogo podemos argumentar

que a chave interpretativa do texto de Sor Juana é o uso alegórico do mito de Faetonte em relação à construção do poema.

Palavras-chave: Sor Juana. Primero sueño. Mito. Retórica. Intertextualidade.




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GT MULTILETRAMENTO E MULTIMODALIDADE DO TEXTO NOS CAMPOS LINGUÍSTICOS E LITERÁRIOS EM

TEMPOS DE CULTURA DIGITAL

Coordenação:

Profa. Dra. Carina Adriele Duarte de Melo Figueiredo (UNIS)

Profa. Dra. Edilaine Gonçalves Ferreira de Toledo (CEFET-MG/Varginha)

Multiletramento Literário na formação de professores

Carina Adriele Duarte de Melo Figueiredo (UNIS) / Ana Amélia Furtado de Oliveira (UNIS)

Resumo: Espera-se que o perfil de um ingressante em Letras seja marcado pela prática de leitura, no entanto, muitos estudantes chegam

ao ensino superior com escassa bagagem de letramento literário. Visando ampliar o repertório e contribuir para uma melhor formação dos

profissionais de Letras, este trabalho apresenta os desafios e resultados de práticas de multiletramento literário desenvolvidas no curso de

Licenciatura em Letras, na modalidade de ensino a distância. Os resultados mostram que, com o auxílio das novas tecnologias e da

criatividade, é possível desenvolver projetos colaborativos dentro da prática dos multiletramentos literários. Muitos são os desafios

encontrados na formação de professores hoje no Brasil, sobretudo no que se refere às condições da formação básica dos ingressantes na

licenciatura. Dessa forma, os cursos de Letras necessitam repensar práticas e desenvolver ações que fomentem a leitura, inclusive, dos

licenciandos.

Palavras-chave: Multiletramento literário. Prática de leitura. Formação de professores.

Interpretação auditiva: uma experiência com o conto Pedro e o Lobo

Carlos Daniel de Carvalho (IFSULDEMINAS/TC) / Nicolle Mesquita Silva Oliveira (IFSULDEMINAS/TC) / Emanuela Francisca

Ferreira Silva (IFSULDEMINAS/TC)

Resumo: Este trabalho tem o intuito de levar aos alunos uma forma de ensino diferente daquilo que está proposto no modelo atual,

viabilizando o diálogo entre cultura e a música, e proporcionando outro método de aprendizagem. Tem-se como objetivo proporcionar

uma interpretação textual pelo audiovisual, levando o discente a fazer conexões entre o que ele ouve e o que ele vê. Para tanto, se fará

uma análise de uma aula em que se usou como texto o conto Pedro e o Lobo, musicalizado e orquestrado por Prokofiev (1936). Nesta

aula, se apresentou o conto somente pelo viés auditivo e visual. Os discentes foram levados a conhecer o conto e identificar personagens

e enredo pelo som característico de instrumentos musicais. Essa perspectiva multimodal de se interpretar um texto não- verbal, parte-se

do pressuposto que categorizar e discretizar é uma característica da aprendizagem e, que pode auxiliar no ensino do dia a dia escolar. Tem-




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se como aporte teórico Mari (2017) e Silva (2016) e suas reflexões sobre música, aprendizagem e experenciação, e Górgias (2005) sobre

a teoria do Ethos. Este trabalho faz parte do projeto “CATEGORIZAÇÕES AUDITIVAS E A EXPERENCIAÇÃO: A diversificação

sonora e o trabalho com textos orais em sala de aula”, financiado pelo IFSULDEMINAS.

Palavras-chave: Música, linguagem, experenciação.

Protocolo “Chartum”: reflexões sobre multimodalidade e habilidades leitoras

Edilaine Gonçalves Ferreira de Toledo (CEFET-MG/Varginha)

Resumo: É muito comum ouvir que os alunos de ensino médio apresentam sérias dificuldades ligadas à questão da leitura, que muitas

habilidades para ler e compreender um texto não foram trabalhadas devidamente em séries anteriores, e que este fato denota o baixo

rendimento em leitura, dificuldades para interpretar, e alto desinteresse para ler variedades textuais. É neste contexto que esta pesquisa se

propôs a realizar abordagens cognitivas através de alguns textos não vbais, como charges e cartuns, que potencializam a mobilização das

competências e habilidades cognitivas de ensino e aprendizagem, no que tange à leitura e à escrita. Com referenciais teóricos que envolvem

leitura, texto multimodal e cognição, assim como as premissas do decodificar- compreender – inferir – analisar, materializadas na

tipificação expositiva - narrativa – injuntiva- descritiva – argumentativa que charge e cartum evidenciam frequentemente, a pesquisa

delineou uma sugestão de protocolo metodológico que permite explorar fases importantes da formação e consolidação de habilidades

leitoras, e que posteriormente, serão suporte para habilidades de escrita, no âmbito da educação básica, com ênfase ao ensino médio. Por

meio de questionários, revisão bibliográfica, observação e exposição dos potenciais “chartuns” - charges e cartuns - , a investigação, em

fase de coletas e reflexões, objetiva facilitar e ampliar os caminhos do desenvolvimento e consolidação da competência e formação leitora

de jovens alunos, tão necessária nestes tempos de amplitude de informações e liquidez digital.

Palavras-chave: Leitura. Multimodalidade. Letramentos. Habilidades.

O cantar junto como multimodalidade na aprendizagem

Helder Nascimento Oliveira (IFSULDEMINAS/TC) / Emanuela Francisca (IFSULDEMINAS/TC) / Aliciane Rodrigues

(IFSULDEMINAS/TC) / André Santos (IFSULDEMINAS/TC)

Resumo: Este projeto de extensão tem uma faceta denominada pesquisa. Os bolsistas do projeto têm reunião semanais para pesquisarem

sobre a influência da música no desenvolvimento cognitivo de quem está diretamente ligado a ela. Como o coral é misto – possui

integrantes de duas instituições respectivamente: APAE Três Corações e IFSULDEMINAS – Campus Avançado Três Corações, além da

comunidade externa ao Campus – pretende-se perceber como “cantar junto” influi no desenvolvimento cognitivo-sócio-emocional. Para

tanto se realizou um questionário com participantes do coral, e a partir deste grupo focal pretende-se analisar se houve ou não uma melhora




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no desenvolvimento humano. Como referencial teórico tem-se Bastian (2009) e a interação pela música, Berkley (1984) e a aquisição do

conhecimento.

Palavras-chave: Linguagem Musical; Desenvolvimento cognitivo-sócio-emocional; Aquisição do Conhecimento.

O poder da música no dia a dia de uma indústria

Maria Fernanda Santos da Rosa Paixão ((IFSULDEMINAS/TC) / Emanuela Francisca Ferreira Silva (IFSULDEMINAS/TC) /

Luiz Henrique Ribeiro Silva (IFSULDEMINAS/TC) / Luciellen Ribeiro (IFSULDEMINAS/TC) / Maria Fernanda Rosa

(IFSULDEMINAS/TC)

Resumo: Esse projeto pretende discutir como a Música pode interferir positivamente na saúde de trabalhadores que cantam em coral e que

não cantam em coral,de uma indústria de Três Corações. Se apresentará a análise das hipóteses obtidas, bem como o referencial teórico:

todo organismo funciona de modo complementar com três operações de processamento: a categorização, a discretização e a percepção

gestáltica. (MARI, 2017, p. 09); teóricos Barsalou (2008) e Edelman (1998) e sua teoria sobre corporificação; Lida (2005) e Ruiz (2011)

que discutem as questões da ergonomia no trabalho, principalmente no que tange os efeitos do ruído. A teoria da experenciação se junta a

teoria da Ergonomia e da saúde do trabalho. Segundo Lida (2005, p. 2) há um caráter interdisciplinar da ergonomia que “é a interação do

homem e do trabalho, no sistema homem-máquina-ambiente”. No Manual Estudo do Ruído (2011, p. 8) Ruiz afirma que “no Brasil a

surdez é a segunda maior causa de doença profissional”. O ruído afeta o homem tanto no plano físico, psicológico e social. Percebemos

que a percepção auditiva é muito importante para a vida humana, até mesmo no dia a dia do trabalho. Esse projeto é uma prévia de uma

pesquisa que será realizada em 2020 com trabalhadores de uma indústria de nossa cidade. Pretende-se, através de uma entrevista

semiestruturada e de um questionário analisar como a música interfere no dia a dia de quem canta e de quem não canta. Serão apresentadas

metodologias e análises que se pretende realizar.

Palavras-chaves

Categorização; Discretização; Coral; Linguagem Musical

Multiletramentos Literários no Contexto de Comunidades Leitoras

Paula Kerner Coelho dos Santos (UNIS) / Carina Adriele Duarte de Melo (UNIS)

Resumo: Este trabalho analisa as ações do Coletivo Cultural Polígono Sul-Mineiro e suas contribuições quanto ao letramento literário nas

comunidades regionais. O objetivo da pesquisa é observar as intervenções do Polígono e sua influência na formação de comunidades

leitoras e o impacto de suas ações na sociedade e escola. Já que com o auxílio dos grupos de leitores o aluno também desenvolve seu

repertório, criando uma moldura na qual o leitor poderá se mover e construir o mundo e ele mesmo (COSSON, 2006 p.47). Uma vez que




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a Literatura não precisa ser subserviente aos paradigmas que são trabalhados há mais de duzentos anos na escola, a proposta do projeto

inclui práticas mais democráticas de trabalhar a educação e a práxis dentro e fora da sala de aula. Espera-se com a pesquisa encontrar

formas de agregar com os processos atuais com novas perspectivas, enquanto pensamos métodos diferentes de como trabalhar a educação

de modo mais solidário e diferente. Usando nesse recorte a Literatura e os Coletivos com o intuito de observar esses fenômenos,

contribuindo com o desenvolvimento humano, o escopo do projeto busca entender as relações do Letramento Literário, comunidades

leitoras, academia e escola. Como objeto de estudo desse projeto, e lutando também contra o esquecimento de autores mineiros não

canônicos, o Polígono Sul-Mineiro entra como uma organização ampla atuando em mais de 250 localidades desde sua criação em 2000,

fazendo a produção, distribuição, circulação, promoção, mediação e fruição dos livros; com isso, enseja-se a aproximação e valorização

da cultura sul-mineira a partir dos trabalhos conjuntos e aproximação das instituições.

Palavras-chave: Educação, Multiletramentos, Literatura, Coletivos, Letramento Literário.

Grimm e Majidí na sala de aula da Rede Estadual de São Paulo

Dayse Oliveira Barbosa (USP)

Resumo: Este trabalho propõe a realização de uma sequência didática com alunos do terceiro ano do ensino médio da rede estadual de

São Paulo que tem como base o estudo comparativo da relação de cumplicidade existente entre os irmãos protagonistas do conto João e

Maria (versão de Jacob e Wilhelm Grimm) e do filme iraniano Filhos do paraíso (dirigido por Majid Majidí, em 1998). Apesar de estarem

situados em diferentes contextos histórico-político-culturais, os irmãos apresentados no conto e no filme superam a situação de extrema

pobreza material em que vivem, bem como as adversidades impostas pelos adultos. O estudo da cumplicidade no terceiro ano do ensino

médio contribui para o desenvolvimento da habilidade interpessoal dos estudantes – tão requerida na sociedade contemporânea – ao passo

que realizar um estudo comparativo intermidiático auxilia os jovens no desenvolvimento da competência leitora em diferentes meios de

comunicação, mais especialmente, meios artísticos, que exploram a linguagem de maneiras distintas. Para a realização deste trabalho foi

realizado um estudo acerca da poética e do alcance da obra dos irmãos Grimm e de Majid Majidí; as sequências didáticas fundamentam-

se, a princípio, na análise do conto e o filme separadamente; posteriormente, são construídas correlações, considerando as especificidades

e as similaridades das obras em estudo no tocante aos vínculos construídos pelos protagonistas das obras examinadas. São consideradas

nesse trabalho as contribuições teóricas de Vladimir Propp, Nelly Novaes Coelho e Maria Tatar, na área de literatura, e de Jacques Aumont,

Alessandra Meleiro e Marcel Martin na área do cinema.

Palavras-chave: conto de fadas, cinema, ensino, sequência didática, linguagens

Multiletramento e ensino: logomarcas na pré-escola

Silvani Kátia Nascimento Santos (UNINCOR)




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Resumo: Este trabalho visa a discutir como atividades relacionadas ao multiletramento auxiliam no processo de apropriação da leitura e

da escrita de crianças ainda na pré-escola. Tal abordagem se justifica pela hipótese de que o ambiente sociocultural influencia o processo

de letramento. Para o desenvolvimento desta investigação, propomos a interface teórica entre os postulados da Linguística Aplicada acerca

do letramento (KLEIMAN, 1995; ROJO, 2012; SOARES, 2012; STREET, 2014), bem como estudos sobre a multimodalidade, abordados

por autores como Coscarelli (2006, 1999), Dionísio (2014), Kress (1989), Ribeiro (2013, 2016). Esta pesquisa de campo exploratória

qualitativa e quantitativa foi desenvolvida em duas escolas de Três Corações, com diferentes perfis socioculturais, sendo uma pública e

outra privada. Trabalhou-se com um catálogo de logomarcas nacionais e locais, que foi apresentado aos alunos, a fim de analisarmos se

as crianças reconheciam os recursos multissemióticos que constituem esse gênero textual, bem como o produto a que as logomarcas se

referem.

Palavras-chave: letramento; multiletramento; multimodalidade; logomarca.

Novos letramentos e multimodalidade: uma experiência didática com o gênero discursivo digital meme nas aulas de língua

portuguesa

Heloane Baia Nogueira (UNIFAP) / Rosivaldo Gomes (UNIFAP)

Resumo: A presente comunicação objeta apresentar resultados de uma experiência didática realizada com práticas de multiletramentos,

multimodalidade e letramentos digitais em aulas de Língua Portuguesa em uma escola técnica federal no Estado do Amapá. Para o

desenvolvimento das ações, foram elaboradas atividades de leitura e produção textual digital em uma oficina intitulada “Remixagem e

meme: aprimorando a compreensão do uso de multilinguagens e (multi)letramentos o gênero discursivo multimodal meme”. Mais

especificamente, buscamos discutir de que maneira a constituição multimodal/multissemiótica, realizada pelos alunos participantes da

oficina, contribui para a construção de efeitos de sentidos nos textos produzidos. Para definição de gênero discursivo ancoramo-nos na

perspectiva dialógica da linguagem a partir das categorias definidas nas teorias de Bakhtin (2003[1952-3/1979]) – conteúdo

temático/axiológico, estrutura composicional e estilo. Para fundamentação do trabalho tomamos por base ainda os pressupostos teóricos

da Pedagogia dos Multiletramentos (COPE; KALANTZIZ, 2006 [2000]), dos Novos Letramentos (COIRO, KNOBEL, LANKSEHEAR,

LEU, 2008; LANKSHEAR, KNOBEL (2007), bem como autores brasileiros que têm desenvolvido pesquisas no campo da educação

linguística e da Linguística Aplicada com o uso de tecnologias digitais conjugadas com práticas de multiletramentos (ROJO, 2012, 2017,

ROJO; BARBOSA, 2013, 2014; ROJO, 2017; GOMES, 2017). A análise, caracterizada como qualitativa-interpretativista e feita à luz dos

princípios da Pedagogia dos Multiletramentos a partir dos quatro eixos do “Como” propostas pelo New London Group (1996) – Prática

Situada, Instrução Explícita, Concepção Crítica e Prática Transformada – aos processos de conhecimento Experienciando,

Conceitualizando, Analisando e Aplicando, propostos por Kalantzis e Cope (2011). Os resultado mostram que ao propomos aos alunos




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que se colocarem no lugar de “lautor” (ROJO, 2012) ou de “produsuário” (BRUNS, 2009) de seus próprios discursos, houve engajamentos

desses na construção dos memes a partir de designs digitais disponíveis, sendo que os alunos mobilizaram conhecimentos práticos e

competência técnica para compreensão da produção funcional de ferramentas para elaboração do gênero, mas também mobilizaram

letramentos críticos no momento da escolha desses designs disponíveis que constituíram sentidos transformados a partir do que

consideraram relevante.

Palavras-chave: Novos (multi)letramentos. Práticas digitais. Gênero même.

Elaboração de material didático digital para (multi)letramentos e para o uso de novas tecnologias digitais em sala de aula no

ensino de língua portuguesa

Rosivaldo Gomes (UNIFAP)

Resumo: Os materiais didáticos, especificamente os livros didáticos, se constituem como instrumentos que agregam diversos objetos de

ensino, sendo essa ainda uma das principais ferramentas a partir das quais são desenvolvidas ações didáticas pelo professor nas práticas

do letramento escolar. Além dos impressos, com a disseminação das tecnologias digitais novas reconfigurações – tanto didáticas quanto

multissemióticas – possibilitaram a elaboração de novos materiais para o ensino de línguas, no caso Protótipos Didáticos Digitais (ROJO,

2013, 2017). Neste texto, objetivamos apresentar e discutir a construção de um livro digital interativo transmídia voltado para o ensino de

produção e interpretação textual do gênero notícia digital. Para isso, apresentamos uma discussão de caráter bibliográfico a respeito da

elaboração do material, sustentando essa discussão com base em teorizações sobre práticas sociais, práticas de linguagem, ensino e

tecnologias. Em seguida, discutimos a respeito das contribuições da Pedagogia dos Multiletramentos para o trabalho de elaboração de

materiais didáticos e também tratamos sobre a proposta de protótipos de ensino, abordagens teóricas sobre propostas de planejamento

didático de materiais para o ensino de línguas e desenho de material educacional digital para o ensino aprendizagem de línguas (RAMOS,

RAMOS, ASEGA, 2017; BEHAR, 2009, RAMOS, 2009). Ao final, apresentamos alguns fragmentos do material didático elaborado,

evidenciando a potencialidade deste e das tecnologias digitais para ensino e aprendizagem de língua portuguesa.

Palavras-chave: Ensino. Tecnologias. Livro didático digital.

GT ARGUMENTAÇÃO E(M) LINGUAGEM: MÚLTIPLOS OLHARES

Coordenação:

Profa. Dra. Amanda Heiderich Marchon (UNINCOR)

Profa. Dra. Giselle Maria Sarti Leal (UNIRIO)




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A sutil arte de argumentar: multimodalidade e implícitos textuais

Amanda Heiderich Marchon (UNINCOR)

Resumo: As ações de linguagem que realizamos diariamente são sempre permeadas por intenções e argumentatividade (KOCH, 2008). O

indivíduo, ao interagir por meio da linguagem, o faz visando a estabelecer relações, causar efeitos, desencadear determinados

comportamentos. Em última instância, o ser humano – por ser gregário – quer quase sempre agir sobre o outro; tenta convencê-lo ou

intenta persuadi-lo. A argumentação está tão presente na interação humana que, de acordo com Ducrot (1987), já está inscrita na própria

língua. Pensar a respeito da argumentação é se perguntar, portanto, até que ponto o homem é capaz de influenciar os demais, em maior ou

menor grau, através do discurso. Balizados pela Teoria Multimodal da Comunicação, que defende a ideia de que os significados são

produzidos por diversos modos semióticos (KRESS; VAN LEEUWEN, 2001), e pelos pressupostos teóricos da Semiolinguística sobre os

Modos de Organização do Discurso (CHARAUDEAU, 2009), propomos analisar a argumentação construída por meio de índices

multimodais e implícitos textuais. Para tanto, nosso corpus de análise é constituído por notícias e reportagens sobre questões políticas

nacionais e internacionais da contemporaneidade. Mais especificamente, analisaremos como a aparente contradição entre manchetes e

fotos podem representar importante estratégia argumentativa e revelar a neutralidade ilusória dos veículos de comunicação midiática, que

teriam a função primeira de informar, e informar com imparcialidade

Palavras-chave: Argumentação, multimodalidade, implícitos textuais

Polifonia e implícito como estratégias de patemização na polêmica da Lei Antiterrorismo

Daniele Valle Machado da Silva Ribeiro (UNINCOR)/ Amanda Heiderich Marchon (UNINCOR)

Resumo: Esta pesquisa propõe uma análise das estratégias linguístico-discursivas utilizadas em artigos de opinião publicados pelo jornal

Folha de S. Paulo, na coluna Tendências/Debates, em março e outubro de 2015, acerca do então Projeto de Lei 2016/2015 – que, mais

tarde, seria transformado na Lei 13.260/2016 (Lei Antiterrorismo). Busca-se correlacionar esses textos à teoria do Direito Penal do Inimigo

de Günther Jakobs e evidenciar como ocorre a construção da argumentação, numa perspectiva micro e macrotextual, utilizando-nos do

aporte teórico de estudiosos do discurso – como Ruth Amossy e Christian Plantin. Propõe-se identificar a doxa social sobre o terrorismo

no Brasil, no recorte temporal supracitado, a partir da delimitação de crenças e valores que os articulistas utilizam em seus argumentos.

Por fim, investigar o implícito e a polifonia enquanto recursos argumentativos de patemização, na polêmica sobre a legislação antiterror

brasileira.

Palavras-chave: Antiterrorismo; polêmica; implícito, polifonia; discurso.

Análise da polêmica nos debates políticos pré-eleitorais de 2018




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Fabrício Lage Santana (UNINCOR)

Resumo: Este projeto tem como objetivo analisar o funcionamento retórico da polêmica na política, especialmente no contexto dos debates

televisionados que antecederam as eleições de 2018. Esse tema possui relevância tanto teórica como social. Teoricamente, ao estudarmos

a configuração da polêmica em debates políticos televisionados, estaremos contribuindo para o resgate e para a produtividade da teoria

retórica e seus conceitos fundamentais (éthos, pathos, logos, antifonia, etc.) no funcionamento da política atual e das campanhas eleitorais

brasileiras. Socialmente, este estudo abrirá caminho para compreendermos também as configurações da grande mídia, sua relação com as

mídias digitais, a influência da mídia nas campanhas eleitorais contemporâneas, o funcionamento do marketing político, etc. O corpus

deste projeto é constituído por quatro debates pré-eleitorais de 2018, transmitidos por quatro emissoras de televisão brasileiras: Globo,

Record, Band e RedeTV. Os vídeos serão consultados através dos portais online dessas emissoras, e também através do Youtube. Nesses

debates, percebemos que há enunciados e personagens que geraram mais polêmicas que outros, possibilitando-nos mapeá-las a partir do

funcionamento do éthos dos candidatos (a imagem que um orador constrói de si mesmo quando discursa), do pathos do auditório real e

dos telespectadores (das emoções despertadas na plateia) e do logos (o discurso e as estratégias argumentativas selecionadas em cada

debate público).

Palavras-chave: Discurso; Polêmica; Politica; Retórica.

Logos e pathos na publicidade

Giselle Maria Sarti Leal (UNIRIO)

Resumo: O objetivo deste trabalho é a análise de estratégias argumentativas na publicidade, por meio do agenciamento e da associação da

razão e da emoção. Pretende-se operar com as noções da retórica clássica aristotélica - logos e pathos - cuja releitura é feita por Patrick

Charaudeau (1992; 2008; 2010), em sua Teoria Semiolinguística do Discurso, aparato teórico principal que norteia a investigação que se

apresenta. Busca-se compreender como, no contrato de comunicação publicitário, se constrói a orientação argumentativa na enunciação,

mediante o emprego de estratégias fundadas no raciocínio lógico, tais como o uso de operadores argumentativos, bem como de estratégias

que visem a provocar emoção no interlocutor, tais como o uso de termos que remetem a sentimentos. A argumentatividade inscrita na

Língua, de Oswald Ducrot (1987), e a argumentação da emoção, de Christian Plantin (2010; 2011), são, também, conceitos basilares para

o desenvolvimento deste trabalho, que se constitui num recorte de uma pesquisa maior.

Palavras-chave: Discurso; publicidade; argumentação; razão; emoção

A Poética do Réu em Marília de Dirceu de Tomás Antonio Gonzaga

Rodrigo Carvalho da Silveira (IFRJ)




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Resumo: Aristóteles define a Retórica como “a faculdade de ver teoricamente o que, em cada caso, pode ser capaz de gerar a persuasão”

(ARISTÓTELES, 1999, p.33) determinando que a finalidade desta arte consiste em aduzir provas que decidam a instância do verdadeiro,

que convençam e produzam credibilidade e verossimilhança. O filósofo define que entre as provas fornecidas pelo discurso distinguem-

se três espécies: as que residem no caráter moral do orador (Ethos); outras, nas disposições que criam no ouvinte (Pathos); e aquelas que

residem no próprio discurso, pelo o que ele demonstra ou parece demonstrar (Logos). Tomás Antonio Gonzaga, em seus poemas que

compõem Marília de Dirceu, utiliza como mecanismo estruturador de seu livro a retórica de gênero judiciário, transforma a linguagem

retórica do direito em linguagem literária, reunindo em sua poética, ambas as linguagens. Aristóteles define o gênero judiciário como uma

ação que “comporta a acusação e a defesa”, neste caso, o que importa ao poeta é a defesa, que é dividida em duas grandes partes: defesa

como noivo ideal e defesa como inocente da acusação de participante da inconfidência mineira. Estas formas de defesa correspondem a

Parte 1 e a Parte 2, respectivamente, do livro de poemas Marília de Dirceu. Assim, pretende-se apresentar Marília de Dirceu, de Tomás

Antônio Gonzaga, a partir da visão das duas partes como componentes de um todo orgânico organizado através de um eixo estruturador:

a retórica de gênero judiciário. A esta forma lírica de Tomás Antonio Gonzaga chamaremos de “A poética do réu”.

Palavras-chave: Retórica; Marília de Dirceu; Literatura; Réu.

Educação sexual nas escolas: o pathos e o logos na construção da argumentação

Taciana de Souza Pereira (UNINCOR) / Amanda Heiderich Marchon (UNINCOR)

Resumo: Este trabalho propõe-se a analisar a polêmica que perpassa a discussão sobre a implantação ou não de aulas sobre educação

sexual nas escolas. Tal abordagem se justifica pela relevância do tema atualmente, uma vez que o governo atual suscitou discussões em

relação à proibição das mesmas por questões religiosas e morais. Este estudo, à luz das pesquisas sobre discurso e argumentação

(AMOSSY, 2017; 2018), tem por finalidade discutir como a polêmica pode ser entendida como uma estratégia argumentativa. Para tanto,

propomos a análise de dois artigos de opinião, um a favor e um contra a educação sexual nas escolas, que foram publicados na coluna

Tendências e Debates do jornal Folha de São Paulo no dia 12/01/19. Como resultados parciais, foi possível identificar que o artigo que

partiu de um embasamento jurídico fez mais uso de argumentos lógicos, enquanto o artigo que se apropriou de um ponto de vista voltado

ao campo da religião recorreu a estratégias pathêmicas como meio de convencer o leitor.

Palavras-chave: Artigo de opinião; Polêmica; Estratégias argumentativas

A construção discursiva da argumentação em notícias online

Viviane Ruiz Potma Gonçalves (UNINCOR)




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Resumo: Este trabalho busca discutir, segundo a perspectiva da Semiolinguística de Patrick Charaudeau, como os modos descritivo e

enunciativo de organização do discurso contribuem para a construção da argumentação. Para tanto, serão analisadas duas notícias

publicadas por jornais mineiros em suas versões online. A pesquisa é realizada por meio da revisão bibliográfica e da análise documental

das duas notícias dos jornais O tempo e Estado de Minas, publicadas em abril e maio de 2015. A escolha do corpus se deve ao fato de que

esta pesquisa é parte de uma dissertação de mestrado que analisa a construção da imagem do adolescente autor de ato infracional pelos

mesmos jornais anteriormente citados. As notícias utilizadas na análise foram publicadas por ambos os jornais. Através do estudo dos

modos de organização do discurso e da análise dos exemplos apresentados, propomos a reflexão de como tais modos de organização são

utilizados no gênero notícia de jornal online para a construção de um enunciado em que a instância midiática emite julgamentos a respeito

do fato noticioso, influenciando assim a sociedade por meio de sua enunciação.

Palavras-chave: Semiolinguística; Modo descritivo; Modo enunciativo; Argumentação; Jornais online.

GT REPRESENTAÇÕES DA MEMÓRIA NA LITERATURA IBERO-AMERICANA

Coordenação:

Profa. Dra. Fernanda Aparecida Ribeiro (UNIFAL)

Profa. Dra. Kátia Aparecida Oliveira (UNIFAL)

A influência da astronomia na Corte de Afonso X

Alan da Silva Barreto (UNIFAL)

Resumo: O estudo literário da fonte se refere à influência da Astronomia no século XIII, no reinado de Afonso X, adotando como fonte

historiográfica a obra “O libro del Saber de Astologia”. Identificaremos se essa obra mostra elementos que indiquem a importância do

estudo da Astronomia nessa época e na forma como foi retomada e registrada na Península Ibérica e se a Escola de Tradutores Toledo

desempenhou uma função de destaque, não só para a Península Ibérica como para outros reinos cristãos europeus, ao retomar textos

astrológicos clássicos e propagar um saber que até o século XV foi bastante debatido pelos pensadores da Igreja. Será realizada uma

abordagem das questões relativas à memória nos costumes, impactos e condições sociais, relações de poder, política e religião da sociedade

medieval retratadas na memória registrada e no contexto da obra de Afonso X, bem como levantar os possíveis vestígios do porquê desse

interesse desse autor em patrocinar o estudo. Pretendo fazer reflexões sobre a astronomia e na forma como foi retomada e registrada na

Península Ibérica do século XIII. A astrologia podia relacionar-se com o poder? O discurso além de alcançava um valor político, moral e

discursivo que influenciava seu povo, relação entre o homem e os corpos celestiais através desses registros literários que possam interpretar

o passado.




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Palavras-chave: Astronomia - Afonso X - Idade Média

Uma visão de tradução a partir da memória e intertextualidade

Bruna Cardoso de Oliveira (UNIFAL)

Resumo: Ao considerar a literatura como algo que pode recuperar a memória, podem ser feitas diversas abordagens em relação a como

isso ocorre e aos motivos pelos quais isso é importante. O presente trabalho tem como finalidade discutir o processo de tradução do conto

espanhol “Esquina inferior del cuadro” (2011) de Miguel A. Zapata, para o português brasileiro, considerando a discussão gerada ao serem

observados elementos intertextuais que a obra recupera do romance “O Retrato de Dorian Gray” (The Picture of Dorian Gray) (1890), de

Oscar Wilde. Para analisar tais elementos foi utilizada a visão de Tiphaine Samoyault em seu livro “A Intertextualidade” (2008), que

discute o papel da memória na literatura e como isso ocorre através da intertextualidade. Dessa forma, os aspectos presentes no conto têm

ligação direta com um romance anterior, que também recupera conceitos e ideias criados antes dele, mostrando esse jogo de referências

que é resultado dessa conexão entre memória e literatura. Como diz Samoyault: “A literatura se escreve com a lembrança daquilo que é,

daquilo que foi (...) de lembranças e de re-escrituras, cujo trabalho faz aparecer o intertexto.” (2008, p.47).

Palavras-chave: Miguel A. Zapata; Oscar Wilde; Conto espanhol contemporâneo; Tiphaine Samoyault

Uma leitura do romance-histórico "Os Rios Turvos" de Luzilá Gonçalves Ferreira

Bruna Sousa Diniz (UNIFAL)

Resumo: O presente estudo almeja analisar o entrecruzamento histórico e literário presente na obra de Luzilá Gonçalves Ferreira, Os Rios

Turvos, redigido em 1993. Nesse romance-histórico a autora enaltece o protagonismo feminino ao edificar a personagem, Filipa Raposa,

com atributos que rompem e transgredem com as imposições da sociedade patriarcal em pleno século XVI. Diante disso, aspira-se debruçar

sobre a composição textual supramencionada, porquanto a dividiremos em dois momentos: a análise histórica que abarca a colônia

brasileira quinhentista e a perspectiva literária envolta pela escritora ao compor as idiossincrasias das personagens centrais. Tal escolha

justifica-se pela notória relevância que apresenta ao impulsionar a desmistificação e enaltecimento dos oprimidos e heróis do cotidiano,

restaurar projeções com viés histórico pouco exploradas, enfatizar a preeminência dos aspectos sociais de uma determinada época, bem

como resgatar uma figura brasileira tão significativa e que, antagonicamente, havia permanecido silenciada durante um longo período da

história.

Palavras-chave: Romance-histórico, literatura feminista, Filipa Raposa, Bento Teixeira

El juego de cartas de Max Aub e as vanguardas espanholas




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Catharina Klie Dupont (UNIFAL)

Resumo: O presente trabalho visa analisar e discutir as relações entre imagens e textos encontradas nas 106 cartas que compõe a obra El

Juego de Cartas (1964) do escritor espanhol Max Aub. Esta obra literária, constituída de forma original – um baralho completo, que no

verso conta com textos que se apresentam como cartas escritas por diferentes personagens –, é uma das menos estudadas do repertório do

escritor espanhol dada a escassa circulação que teve na Espanha e em outros países. Para este trabalho deverão ser reconhecidas as relações

intertextuais e simbólicas que compõem a obra, considerando especialmente a relação entre imagem e texto e suas dimensões lúdicas e

experimentais. A escolha da obra se deve não apenas ao seu caráter inovador e vanguardista, mas também pelas múltiplas possibilidades

de organização textual e de sentidos que o texto oferece. Considerando, ainda a influência das vanguardas na obra de Aub e, em especial

do surrealismo, reconhecendo sua relação com Picasso e Breton, reconhece-se na construção simbólica do baralho as relações com as

ideias que fundamentam tais movimentos artísticos e que contribuíram para os sentidos da obra

Palavras-chave: literatura espanhola, vanguardas, surrealismo, Max Aub. Naipe

(Re)construindo o herói: as relações familiares do Cid no Romancero Viejo

Gabrielly Aparecida Araújo (UNIFAL)

Resumo: Por volta do século XV surge, na Espanha, uma série de poemas épicos escritos anonimamente e que refletem o contexto histórico

e cultural da sociedade castelhana da época. Eles são chamados de romances e hoje constituem um gênero literário consolidado e que

ilustra o processo de formação da literatura espanhola e suas relações com a oralidade bem como seu desenvolvimento histórico e social,

de forma a exemplificar a Idade Média na Península. No lugar de protagonistas de alguns destes poemas surgem heróis históricos e, dentro

do gênero, este tipo de personagem adquire grande importância, já que os textos (re)construíram estas figuras de modo a transformá-las

em mitos do período histórico retratado. Desse modo, neste trabalho são apresentadas análises de três exemplares de romances a partir dos

quais, e em conjunto com as teorias históricas e literárias, se pretende discutir o modo como se deu a transposição destes personagens

históricos para a literatura, comprovando que, no caso destes poemas, é possível entender o registro literário como documento

historiográfico. Os poemas selecionados apresentam as relações do Cid com alguns membros de sua família e exemplificam aspectos que

parecem ser menos evidentes em outras construções, mas que se justificam por manifestar características essenciais à sua formação e

construção como personagem heroico. Procura-se demonstrar como se dá a representação da figura deste herói no contexto da época por

meio desse gênero literário e como a figura mítica do herói pode assumir um papel social e histórico significativo para o imaginário

coletivo da época.

Palavras-chave: Romancero Viejo; Herói; Mio Cid; Sociedade Ibérica.




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Lazarillo de Tormes: elementos históricos e reverberações na formação do personagem João Grilo, de Ariano Suassuna

Jozyclécio Mégda (UNIFAL) / Kátia Aparecida Oliveira (UNIFAL)

Resumo: Pretendemos elucidar os elementos históricos presentes na obra Lazarillo de Tormes, entre os anos de 1552 e 1554, na Espanha,

do século XVI, bem como analisar as possíveis reverberações da picaresca clássica na obra O Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna,

de 1955. Acreditamos nas equivalências históricas e narrativas permeadas pelo gênero picaresco. Nesse sentido, o personagem João Grilo

será tomado como herança do anti-herói popular, típico da cultura nordestina, em sentido restrito, e da cultura brasileira, em sentido amplo.

Supõe-se que a obra de Suassuna possibilita uma associação entre a representação dos costumes da sociedade e os traços folclóricos da

personagem1. Para tanto, a teoria das residualidades, a literatura comparada e a literatura como documentação histórica devem servir para

uma abordagem de questões relativas aos costumes sociais e relações de poder da sociedade medieval retratadas no contexto da obra

Lazarillo de Tormes, bem como levantar os possíveis vestígios da picaresca, presentes na obra O auto da Compadecida, aproximando de

forma cuidadosa o protagonista João Grilo, do pícaro Lázaro de Tormes. Pretendemos realizar pesquisa bibliográfica de obras e artigos

que tenham correlação com o tema, utilizando os descritores: Micro-história, literatura comparada, imaginário narrativo século XVI,

novela picaresca, Auto da Compadecida, Lazarillo de Tormes. O estudo e desenvolvimento deste projeto visualiza ainda a construção de

um objeto educacional de aprendizagem que promova a interação teórica entre o imaginário narrativo da sociedade espanhola do século

XVI e as reverberações herdadas pela literatura de Ariano Suasssuna no nordeste brasileiro.

Palavras-chave: Imaginário narrativo sec. XVI.; Novela picaresca espanhola; Intertextualidade; Auto da Compadecida;

As Cantigas de Santa Maria de Alfonso, El Sábio: a representação Mariana na Cantiga X.

Lidiana Ferreira Gouvêa (UNIFAL)

Resumo: O trabalho que se apresenta teve como objetivo analisar a cantiga 10 das Cantigas de Santa Maria, do rei Don Alfonso X, O

Sábio. Para tanto, foi feito um estudo prévio sobre o período medieval em que o rei vivia, meados do século XIII, considerando em especial

o período erudito de Don Alfonso X, sua religiosidade e suas escrituras literárias. Primeiramente foi feita a leitura e fichamento da

bibliografia selecionada, uma das principais sendo CANAVAGGIO (1995) e CHEVALIER e GHEERBANT (1986). depois foi analisado

As Cantigas de Santa Maria como um todo, dando atenção às suas principais características temáticas e estruturais com apoio das autorias

que pesquisaram também sobre as cantigas, LEÃO (2011) e MONGELLI (2009). A presente pesquisa parte dos estudos históricos e

literários relacionados à cultura medieval espanhola, considerando o desenvolvimento das diversas culturas na Península Ibérica e suas

relações com os estudos do rei Alfonso X, o Sábio. Busca-se assim compreender como se constrói o pensamento cultural e literário do

período. Neste trabalho, foi analisada a cantiga X que buscou reconhecer a forma como se constrói o conceito de mulher, especialmente

uma mulher considerada divina. Considera-se que no poema, Maria é tomada como um arquétipo da representação feminina e um modelo




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de conduta, tanto para a religião como para o âmbito social. O período medieval é marcado por uma alta elevação do valor social da

religião, que sem se limitar à vivência da fé, era um modelo de vida a ser seguido promovendo normas de conduta da igreja e da corte. O

estudo da Cantiga X, das Cantigas de Santa Maria permite analisar a representação de uma personagem de significado especial para a

história medieval e cristã, considerando também sua importância para a criação de um modelo de mulher inspirado em Maria.

Palavras-chave: Alfonso X, Cantigas de Santa Maria; Lírica medieval;

O protagonismo de Inés Suárez na conquista do Chile sob uma ótica literária

Rafaela Campos Rocha (UNIFAL)

Resumo: Trata-se de um estudo feito sobre a importância de Inés Suárez na conquista e dominação das terras onde hoje é o Chile. Ela

lutou ao lado de seu companheiro Pedro de Valdívia, mas a História a relegou o anonimato, somente através de alguns estudos feitos pela

escritura Isabel Allende é que um outro prisma começou a ser desvendado sobre o protagonismo dessa espanhola. Então, o objetivo do

estudo é evidenciar a verdadeira contribuição feminina, de Inés Suárez para o Chile e os chilenos.

Palavras-chave: protagonismo - Chile - Inés Suárez – conquista

GT CIDADE E LITERATURA: ENTRE ESPAÇOS E VIAGENS

Coordenação:

Profa. Dra. Luciana Marino do Nascimento (UFRJ)

Doutorando Luciano Mendes Saraiva (UFRJ)

Discurso de viagem: impressões do imperador sobre a educação

Adelzita Valéria Pacheco de Souza (UFRJ)

Resumo: A educação escolar vem se configurando em desafios na sociedade brasileira, esperando-se muito, investindo-se abaixo do

suficiente e a demanda é bem maior que oferta. As condições educacionais no Brasil não são ainda favoráveis, não obstante vir melhorando

na travessia dos séculos. No período imperial, mais precisamente no segundo período, a instrução pública foi elemento que abrigou o

sonho de ser um dos caminhos para implantar uma identidade nacional, com modelo eurocêntrico. O Imperador D. Pedro II, realizou

inspeção nas unidades educacionais das províncias, visando averiguar a efetividade dos trabalhos desenvolvidos, a exemplo da viagem ao

Espírito Santo, com visitas as salas de aula. Neste estudo, trazemos, breve reflexão sobre alguns dos discursos proferidos por D. Pedro II




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ao se deparar com a realidade educacional da época. Como metodologia, utilizamos a pesquisa bibliográfica aportada em Rocha (1980),

Primitivo (1937), Bakhtin (2006;2011), Foucault (2011;1998), dentre outros. Como resultados obtidos, averiguamos que o discurso

utilizado incidia sobre a frequência escolar, desempenho dos estudantes no tocante a grafia, gramática e aritmética, religião e qualidade

do trabalho docente. As condições das escolas eram precárias e era notória a insatisfação do monarca com a realidade escolar encontrada.

Passados séculos, é notório que a realidade educacional ainda não é satisfatória, havendo ainda questionamentos quanto a qualidade do

ensino e da aprendizagem realizadas nos processos educacionais no Brasil. Ainda sendo questionados pela sociedade nos seus diferentes

aspectos, apontados pelos resultados da Prova Brasil e Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica – SAERB.

Palavras-chave: Educação. Avaliação Educacional. D. Pedro II. Viagem. Memória.

As cidades dentro dos presídios: um estudo sobre o espaço dentro do sistema carcerário

Alessandra Mara Vieira (IFMG)

Resumo: Logo na apresentação do livro Prisioneiras, Dráuzio afirma que “é o último de uma trilogia”, indicando categoricamente que sua

produção literária sobre o sistema carcerário no Brasil se encerra com o livro sobre as mulheres. É também nessa apresentação que Doutor

Dráuzio deixa claro como as instalações da prisão, para cumprirem seu papel, precisavam de trabalho de linguagem, pois se perguntou

como “falar sobre um presídio com mais de 7 mil detentos para leitores que não tinham a menor ideia das instalações”. Embora ele esteja

se referindo a como nasce o livro Carandiru ̧a configuração do espaço que separa os homens e mulheres do restante da sociedade foi

grande conflito na construção de toda a trilogia. O autor discorre, também nessa apresentação de Prisioneiras, sobre como as divisões

internas dos prédios são inseparáveis das interações antropológicas e diferencia, inclusive, como o espaço auxilia na configuração das

relações entre detentos, chamando atenção para o fato de que são diferentes nos presídios masculinos e nos femininos. Para ele, numa

relação dialética, o espaço é construído de acordo com o gênero, mas a presença de um ou outro gênero influencia na dinâmica de

organização do espaço. Todo esse mundo - à parte da cidade onde localiza o presídio - configura-se, em si, a invenção de outro conceito

para cidade e altera sensivelmente a sociabilidade daqueles seres humanos, colocando em discussão, também, como a própria sociabilidade

se organiza.

Palavras-chave: Literatura e prisão; Literatura e espaço prisional; prisioneiras e literatura

A mulher do Rio de Janeiro no século XIX

Ana Eliza Silva Barbosa (UFLA)

Resumo: Pensar na imagem construída da mulher atualmente é uma tarefa de grande complexidade. Desse modo, o presente trabalho

contempla uma busca que visa melhor entender e analisar aspectos relacionados ao convívio social da mulher atualmente, reflexos de




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processos históricos-políticos manifestados no século XIX e que não são observados e identificados entre a sociedade. Assim, o trabalho

pretende investigar em que medida a mulher contemporânea ainda carrega - mesmo muitas vezes à revelia de suas vontades - valores

criados nessa sociedade nascente no século XIX. Procura-se também compreender as expectativas da sociedade para o papel feminino

hoje, originárias de conformações sociais estabelecidas nos séculos passados. Dessa maneira, objetiva-se propor uma breve discussão a

respeito do conto de Machado de Assis, intitulado “D. Benedita” tendo por referencial teórico autores como Mary Del Priore, Margareth

Rago, Antônio Candido e John Gledson.

Palavras-chave: Literatura; Contemporaneidade; Conformações Sociais.

“Já não pertence mais à Praça”. Traços do Rio de Janeiro na memória de Cartola e Zé Keti

Beatriz Coelho Silva (CES-JF)

Resumo: Segundo o antropólogo Alejandro Sanmiguel, a modernidade europeia do fim do século XIX, chegou às Américas na forma de

música urbana criada pelas populações pobres que, egressas da escravidão, migraram para a periferia das grandes cidades. O grosso dessas

populações, majoritariamente de origem africana, não teve acesso ao voto, à eletricidade ou às ferrovias. Em compensação criou gêneros

musicais que misturavam elementos europeus com os cantos de suas festas religiosas. O jazz e o blues norte-americanos, a salsa e a rumba

cubanos, o tango e a milonga argentinos tiveram correspondência no samba brasileiro. Lá, como cá, as canções descreviam a paisagem

física e humana das cidades em que seus compositores e intérpretes viviam e também faziam a crônica de seu cotidiano. No Rio de Janeiro,

esta música difundiu-se na Praça Onze. O bairro, demolido em 1942, entrou para a mitologia da cidade como locus de um capítulo

importante da história carioca: foi berço do samba, do carnaval e das escolas de samba, como conhecemos hoje. Desde a demolição, a

Praça Onze é tema de músicas que contam o que ocorria nesta parte da cidade. Neste trabalho se fará uma análise lítero-musical de duas

canções: Tempos idos, de Cartola e Carlos Cachaça, e Praça Onze, berço do Samba, de Zé Keti, buscando identificar os recursos literários

e musicais usados para descrever esta parte da cidade, para cristalizar a memória sobre o bairro.

Palavras-chave: Praça Onze - letra e música - samba - Cartola - Zé Keti

A Vida Carioca em Revista: Literatura e vida social no Rio de Janeiro nos frementes anos 20

Brenda dos Santos Cerqueira (UFRJ)

Resumo: A urbanização e a invenção da cidade moderna exerceram grande fascínio nos literatos, ensejando novas sociabilidades, pois o

espaço urbano moderno tornou-se um cenário intenso, conflituoso e contraditório. Walter Benjamin (1994), ao estudar a modernidade

literária de Baudelaire, nos afirma que a cidade emerge nas páginas dos livros, revistas e jornais, ensejando a voga da literatura urbana e

dessa forma, as cidades passaram a ser imortalizadas pela pena dos escritores. Neste trabalho, foi trabalhado as crônicas publicadas no




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periódico Vida Carioca (1921, n. 01 e 02), com foco a vida social, o cotidiano e as relações entre literatura e experiência urbana. No Brasil,

a partir da virada do século XIX para o XX se observou no imaginário brasileiro a ideia de modernidade e o Rio de Janeiro, então Distrito

Federal foi o polo irradiador de cultura. Portanto, a cidade se modernizava e a imprensa incorporava às suas páginas a crônica da vida

mundana, o cotidiano e a fotografia, técnica esta que sintetizava a rapidez e a efemeridade do moderno. (ARRIGUCCI Jr.; CANDIDO;

SÁ). Realizou-se uma pesquisa de cunho documental aliada ao aporte de uma bibliografia teórica, na qual foi feito um estudo das crônicas

em dois números do periódico em tela, tendo como foco representações da cidade na crônica literária, com ênfase, na representação da

vida social, pois a década de 1920 constitui um período de acelerada modernização no país, tendo sido chamado de “frementes anos 20”.

(SEVCENKO,1992).

Palavras-chave: Rio de Janeiro; Imprensa; Literatura; Cidade; Modernidade.

Luzes e sombras: Os ciganos no Rio de Janeiro da Belle Époque. Estudo da obra de Alexandre Mello Moraes - Factos e Memórias

Isabella de Jesus Lima Rodrigues (UFRJ)

Resumo: A apreensão do espaço urbano como objeto de estudo na literatura ganha importância na medida em que as relações humanas

são analisadas a partir de uma ótica que transcende a historiografia. Não obstante, a modernidade surge como fator decisivo nas questões

de territorialidade e (des)organização das classes sociais que compõem a cidade. A partir dessa lógica, esta pesquisa pretende investigar a

presença dos ciganos no Rio de Janeiro no século XIX, durante o período da Belle Époque. Logo, trata-se de um estudo sobre a

representação desses grupos no jornal “O Paiz” (1904) e, especialmente, na obra “Factos e Memórias” - Cap. “Quadrilha de Ciganos”

(1904), do folclorista Mello Moraes Filho. Com o amparo de um corpus teórico que conta, essencialmente, com a “Sociologia” (1985) de

Benjamin e “A Crônica: o gênero, sua fixação e suas transformações no Brasil” (1992) de Antonio Candido, a análise deste trabalho

consiste no levantamento de material historiográfico e na posterior redação de um artigo científico. Ao final, espera-se delimitar um

panorama da vida social dos ciganos no Brasil, incluindo uma avaliação sobre os fatores que culminaram no processo de marginalização

e de perpetuação do preconceito contra esses povos. É importante frisar que a ciganologia contida neste trabalho é de caráter puramente

literário, ou seja, não há intenção de expandir esta pesquisa ao campo antropológico, já que se trata de uma análise que busca contemplar

a perspectiva de caráter ficcional, bem como o impacto deste gênero no imaginário da população carioca.

Palavras-chave: ciganos; literatura; modernidade; Belle Époque, Rio de Janeiro

Uma babel de crenças e avessos na crônica de João do Rio

Jéssica Leonila de Sousa (UFRJ)




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Resumo: Este projeto trata-se de uma pesquisa de caráter documental e tem como objetivo estudar as crônicas de João do Rio e sua

importância para a compreensão das construções discursivas relacionadas à cidade do Rio de Janeiro no período da Belle Époque e a

conexão entre experiência urbana e literatura, evidenciando as manifestações religiosas populares e como estas foram colocadas à margem

da sociedade da época, através dos discursos de modernização que fundamentaram a formação do espaço urbano moderno. Para analisar

os impactos da modernidade e seus efeitos sobre a vida urbana, este projeto tem como metodologia a pesquisa bibliográfica, em que será

feito um levantamento de material literário e historiográfico, assim como a coleta de anúncios publicados nos jornais Gazeta de Notícias

do Rio de Janeiro e O Paiz, relacionados às diversas manifestações religiosas e suas representações no início do XX. Entre as crônicas de

João do Rio, serão utilizadas, especificamente, as que ele escreveu para a coluna “As religiões no Rio”, publicadas na Gazeta de Notícias

do Rio de Janeiro entre janeiro e março de 1904. Para analisar os textos de João do Rio, será estudado o contexto histórico-social em que

essas crônicas foram produzidas, e como elas se relacionam com os processos de reorganização do espaço urbano. Através dos textos do

autor, espera-se recuperar o valor sociológico e artístico de sua obra, e colaborar para a reconstrução histórica e cultural da formação de

uma sociedade e de um espaço urbano que comportava, e ainda comporta, realidades tão opostas.

Palavras-chave: Belle Époque, João do Rio, Religiões, discurso, cidade

Resistência e história na imagem do flâneur

Jorge Benedito de Freitas Teodoro (UNIFAL)

Resumo: Destacando que a imagem do flâneur pode conter o todo da constelação benjaminiana da modernidade, esta apresentação pretende

reconstruir o traçado da historiografia de Walter Benjamin a partir do flâneur entendido como o momento de irrupção de uma outra história,

não obstante, fadado a desaparecer.

Palavras-chave: Flâneur. Modernidade. Benjamin.

Hoje avental, amanhã luva: a adaptação de uma comédia francesa ao cenário do Rio de Janeiro

Jorge Eduardo Magalhães de Mendonça (UFF)

Resumo: Este trabalho tem como objetivo uma análise sobre a cidade do Rio de Janeiro e seus recantos, com suas paisagens, como pano

de fundo na comédia Hoje avental, amanhã luva, de Machado de Assis, tendo em vista que a citada comédia é uma adaptação de uma

comédia francesa. Obviamente, serão brevemente citados outros textos teatrais e a prosa de Machado de Assis e alguns estudos históricos

para situar o cenário físico com as localidades da cidade do Rio de Janeiro em meados do Século XIX.

Palavras-chave: Teatro, Machado de Assis, Rio de Janeiro, Comédia.




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A Invisibilidade da Mulher Negra nas Pautas Femininas

Julie Angel da Silva Dias (UFRJ) / Luciana Marino do Nascimento (UFRJ)

Resumo: Esta pesquisa analisa as transformações e permanências na história das mulheres, destacando o contraste entre as conquistas

alcançadas pelas mulheres brancas do século XIX e pelas mulheres negras da mesma época. Foram analisadas as edições de 1885 do

periódico Jornal das Senhoras e o texto As Ganhadeiras. Com base nas observações sobre a imprensa feminina, pode-se afirmar que seu

principal objetivo era promover educação para que as mulheres fossem capazes de debater sobre os mais diversos assuntos e instruir seus

filhos. O texto As Ganhadeiras, relata o contexto histórico-social da Bahia no século XIX abordando as relações escravistas em Salvador,

que eram estabelecidas pelo sistema de ganho. A mulher negra se destacou no mercado de trabalho urbano através do ganho, o ofício das

‘’ganhadeiras’’ garantia a elas uma permanência demorada nas ruas. ‘’Esta "regalia" possibilitou às negras a construção de um universo

próprio, formado por elas mesmas, seus fornecedores e clientes africanos. Uma rede econômica que era também social e até política.”

(MOREIRA,1996). Tendo em vista as pautas levantadas pelo Jornal das Mulheres, nota-se que existe uma relação de poder dentro do

universo feminino da época, controlado por mulheres brancas de elite, no sentido de levantarem suas pautas como únicas. Os dilemas

enfrentados pela mulher branca do século XIX estavam relacionados exclusivamente ao seu gênero, enquanto a luta da mulher negra vai

além das questões de gênero, uma vez que a mulher negra está submetida às questões raciais, o que torna a análise mais complexa no que

tange ao espaço da mulher negra na sociedade.

Palavras-chave: Mulher, emancipação, conquista

A Avenida: os caminhos para a modernidade na virada do século

Laura Silva Ribeiro (UFRJ)

Resumo: As primeiras décadas do século XX no Brasil são marcadas pela euforia urbana brasileira mediante ao futuro que se aproximava,

a modernidade que se alastrava pelas ruas da cidade e pelo cotidiano carioca. A belle époque, a imprensa, os folhetins e periódicos

compõem o cenário da antiga capital que fervilhava no sabor da modernização. Dentro da visão de Marshall Berman, o século XIX e a

transição para o XX carrega o real sentido dessa inovação e ideologia, o vigor medido para a mudança, o qual se revelou aqui promovendo

um sentimento estimulante para os anos que se seguiram na nova República. Nesse estudo, pretende-se identificar a ideia de modernidade

pulsante no início do século XX e, para tanto, é considerada a importância da imprensa local e seu estágio no momento em questão. Foca-

se, para tais fins, na primeira edição do periódico A Avenida analisando seus elementos componentes e reveladores da sociedade e contexto

que o produziu. Com os resultados desse trabalho, ainda em andamento, espera-se melhor compreender a expectativa quanto às novidades

da virada do século e sua relação com a imprensa.

Palavras-chave: modernidade; imprensa; cidade; avenida; periódico




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Lima Barreto na sala de aula – os temas e as crônicas do escritor maldito

Lucia Maria de Assis (UFF)

Resumo: A crônica é o gênero literário menos estudado da obra barretiana, apesar de sua análise ser indispensável, pois foi o que mais

funcionou como instrumento direto do posicionamento explícito do autor ante a realidade. Essa explicitude deve-se principalmente a dois

motivos: o gênero não sofria imposições de editores, como os livros, e atingia mais diretamente a camada popular cuja visão e defesa Lima

Barreto procurou assumir. Nas crônicas de Lima Barreto estão, portanto, presentes o confronto entre o velho e o novo, a busca pela

reprodução do específico de cada linguagem, bem como a recusa da linguagem ornamental no jornalismo e na literatura. Isso demonstra

como o literato fez desse gênero um espaço de emissão da palavra do autor, como se o escritor se instalasse ao lado do cidadão comum,

no bonde, nos cafés, nas esquinas e, após uma troca de ideias, tornasse pública a opinião que seria partilhada com o leitor. Este trabalho

pretende, portanto, discutir como as crônicas barretianas podem ser incorporadas às aulas de língua e literatura no Ensino Médio,

mostrando, ao mesmo tempo, questões de linguagem e do universo literário.

Palavras-chave: Lima Barreto; Crônica; Literatura e Ensino

A Cidade e suas vitrines na literatura

Luciana Marino do Nascimento (UFRJ)

Resumo: A cidade como palco de lutas e de encenação para o progresso em fins do século XIX/início do século XX tornou-se lócus

privilegiado para a escrita literária. Neste trabalho, pretende-se tecer algumas considerações sobre a imagem do fenômeno urbano na

literatura e sua presença no imaginário social, tomando-se como base a releitura de importantes textos que trataram a relação entre

literatura, experiência urbana e modernidade, tais como Simmel; Berman, Bradbury; Schorske; Benjamin. Este trabalho constitui recorte

do projeto de pesquisa intitulado Cartografias Urbanas: Centros e margens, que conta com financiamento do CNPq- Conselho Nacional

de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, por meio de concessão de Bolsa de Produtividade em Pesquisa e por meio de financiamento

do Edital Universal 2018.

Palavras-chave: literatura; experiência urbana; modernidade

Reflexos da modernização latino-americana nas crônicas de José María Fernandez Saldaña

Luciano Mendes Saraiva (UFRJ)




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Resumo: Não podemos pensar em modernidade sem olhar para os acontecimentos e mudanças ocorridas no final do século XIX e início

do XX, época em que a sociedade, no contexto mundial, passou por muitas transformações no âmbito político, econômico e social. A ideia

de progresso estava presente no imaginário da época, momento em que se vislumbrava na Europa, os avanços tecnológicos e científicos,

os quais se expandiram para outros continentes, como foi o caso da América Latina. Esse período ficou conhecido como Belle Époque,

quando ocorreu a consolidação da classe burguesa e o desenvolvimento de um processo civilizador como destaca Elias (1993), em boa

parte do mundo. As cidades latino-americanas acompanharam tal processo. Nesse sentido, destacamos a cidade de Montevidéu, que

também sofreu mudanças em seus aspectos físicos e nos modus vivendi, conforme nos mostra o cronista José María Fernandez Saldaña

Saldaña (1967). Pretende-se estudar através das crônicas El Alcazar Lírico e Los transvías de la Capital, de Saldaña, como a modernização

europeia também foi absorvida no espaço uruguaio. Os textos de Berman (1986), Rama (1985) e Ramos (2008) nos servirão de aporte

para discutir a ideia de modernidade na América Latina. Este trabalha caracteriza-se por ser uma pesquisa de cunho bibliográfico,

qualitativa e descritiva.

Palavras-chave: Crônica literária. Modernidade. América-latina. Montevidéu

De grinaldas e donas de casa: uma leitura sobre o concurso “A melhor dona de casa carioca de 1952”.

Manoela Mickosz Villa Verde (UFRJ)

Resumo: Com o final da II Guerra Mundial, apesar do Brasil viver um período de ascensão da classe média, ainda prevaleciam as distinções

entre os papéis femininos e masculinos. A mulher era criada “para casar” e aquela que trabalhava fora ou que não queria ter filhos

enfrentava preconceitos, uma vez que constituir família era considerado o objetivo central de sua vida. Fazia parte da “natureza da mulher”

querer se dedicar ao lar e sua educação era focada num destino pré-determinado: o casamento. Ser uma “boa esposa” era uma espécie de

missão. Já o homem buscava se casar com uma “moça de boa família”. Naquele período, o jornal era considerado um gênero textual de

grande importância, pois além de informativo, era instrutivo. Assim, este estudo buscou tecer considerações sobre os discursos ali

presentes, destacando o concurso promovido pelo Jornal vespertino A Noite, que escolheu “a melhor dona de casa carioca” de 1952. Quem

eram aquelas donas de casa que se candidataram? Qual a finalidade de um Jornal promover um concurso como aquele? Por que uma

candidata chegou a ser capa do Jornal por se inscrever no concurso? Neste estudo de cunho bibliográfico, qualitativo e descritivo, foram

utilizados como aportes teóricos Foucault (1988;1996), Bakthin (2003) e Anderson (2008). Dentre os resultados, destacam-se a

compreensão das relações entre o discurso e o poder da sociedade patriarcal carioca e o entendimento do modus operandis dessa sociedade,

que vivenciou os ditos Anos Dourados brasileiro.

Palavras-chave: Jornal A Noite. Discurso. Anos Dourados. Mulher.

A cidade de Manaus no romance Dois Irmãos, de Milton Hatoum




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Marcelo Leal Lima (UFRJ/UNIR)

Resumo: A cidade tem sido teorizada como nunca antes, potencialmente quando tratamos das cidades ambientadas nas tessituras literárias.

Com a “virada espacial” na literatura, visceralmente a teoria urbana ficou em evidência como construto teórico para a compreensão da

paisagem e sua modificação no texto literário, uma vez que nas narrativas da modernidade, a urbanização implica naturalmente na alteração

da paisagem. Assim, através de uma abordagem interdisciplinar ao interseccionar a teoria urbana, a pesquisa sociológica e a prática

arquitetônica que ensejam em contribuições para a leitura de narrativas contemporâneas, esta comunicação objetiva a leitura da cidade de

Manaus no período da Belle Époque, no romance Dois Irmãos, de Milton Hatoum.

Palavras-chave: Manaus; Milton Hatoum; Literatura amazônica; Belle Époque; Urbanização.

A Vida em Revista: Uma leitura do periódico “Para Todos”

Milena da Silva Valente (UFRJ)

Resumo: A pesquisa trata da Revista ‘’Para Todos’’, periódico que foi produzido no final do século XIX e no início do século XX no

Brasil. Tendo como base a influência dos ideais Iluministas que nortearam a França, ela foi uma das responsáveis pela propagação de um

ideal de modernidade no Rio de Janeiro, capital brasileira neste período. Foram analisadas as edições nº 160 e 211 nas seções de literatura

- poesia e conto -, cinema – filmes da semana – e, por último, as propagandas de produtos femininos. A análise percorreu parte do discurso

para estabelecer um perfil de público alvo. Nesse sentido, os temas mais recorrentes encontrados nos textos literários da ‘’Para Todos’’

foram: a relação nostálgica entre o sujeito e a natureza, a mudança do espaço natural para paisagem urbana, laços afetivos e ideais de

beleza feminina. A seção de cinema faz parte do maior interesse desse púbico leitor, pois, na época, a indústria cinematográfica ganhava

cada vez mais destaque no Brasil. Nas propagandas, encontrou-se uma idealização da definição de mulher bela através da moda e estilos

veiculados nas edições. Dessa forma, buscou-se traçar na revista um ambiente literário permeado pela modernidade e influenciado

culturalmente pela França. Estes aspectos modelaram o público leitor da época.

Palavras-chave: Modernidade/ revista/ Para Todos/ Públicos/ Literatura

Os avessos da Belle Èpoque no Rio de Janeiro - deportações e revoltas

Monique Gomes de Macedo (UFRJ)

Resumo: A passagem do século XIX para o século XX se destacou no imaginário social como um período de grandes transformações

econômicas e sociais, advindas de um progresso material que se apoiava nas conquistas da ciência, com reflexos no campo artístico-

literário. Nesse sentido, novos personagens ingressaram na cena literária e ainda permanecem até hoje, a saber: os trabalhadores, a cidade




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e sua pobreza e as mulheres destituídas de elegância. Interessa-nos, aqui, estudar a representação da cidade como pano de fundo para a

Revolta da Vacina ocorrida no Rio de Janeiro da Belle Époque, através das crônicas publicadas no Jornal O Paiz. (Mês de Novembro de

1904, 6 exemplares) Trata-se de uma pesquisa de caráter documental, na hemeroteca da Fundação Biblioteca Nacional, aliada a um estudo

bibliográfico. Para tanto, utilizaremos um referencial teórico acerca da modernidade, tendo como base os conceitos de Benjamim (1995)

e Berman (1986). Utilizaremos também um referencial sobre a cidade moderna: Willliams (1989); Nascimento (2011) e também os estudos

de Sá (2008) e Candido (1992) sobre o gênero crônica. Temos por objetivo estudar nas crônicas publicadas durante o mês de novembro

no Jornal O Paiz, os conflitos sociais ocorridos durante o processo de modernização e sua importância para a compreensão das construções

discursivas relacionadas à cidade do Rio de Janeiro no período da Belle Époque.

Palavras-chave: Belle Èpoque; cidade; modernidade; revoltas

João do Rio e a tatuagem da cidade moderna

Renata de Freitas Santos (UFRJ)

Resumo: A comunicação retrata o surgimento da metrópole e o conceito de multidão, no Rio de Janeiro, entre os séculos XIX e XX,

através da perspectiva do cronista João do Rio. A tatuagem é discorrida como um novo elemento que contribui para as transformações na

paisagem e em cada indivíduo, reforçando a ideia de uma cidade moderna onde se quer, cada vez mais, ser visto. As vitrines são abordadas

também como componente de fundamental importância para se entender o porquê do surgimento do desejo pela visibilidade e para mostrar

como não somente os comportamentos foram alterados, mas igualmente a arquitetura urbana.

Palavras-chave: cidade moderna, tatuagem, vitrine, multidão

No Ranger das Rendas: o Alcazar Lírico na Crônica Cotidiana e na Vida da Cidade.

Roberta Saraiva de Oliveira (UFRJ) / Luciana Marino do Nascimento (UFRJ)

Resumo: Inspirada na belle époque parisiense, a cidade do Rio de Janeiro despertava no auge da modernidade, com seus luxuosos cafés e

casas de espetáculos, marcando a nova identidade da vida noturna no final do século XIX. Este trabalho tem como objetivo, a análise da

casa de espetáculos mais comentada do período, o Alcazar Lírico e da influência desse teatro no comportamento da nova sociedade e do

impacto gerado consequentemente nas crônicas de Machado de Assis e Joaquim Manuel de Macedo.

Palavras-chave: Alcazar, teatro, RJ

De palcos de lutas ao fascínio urbano: uma leitura da cidade na letra da música New York, New York

Saide Feitosa da Silva (UFRJ)




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Resumo: No século XIX, a cidade desponta como um dos principais ícones da modernidade, tal qual um poliedro de cristal, que pode ser

visto por diversos prismas, tanto pelo fascínio como também pela expectativa de uma vida melhor nas urbes promissoras, como foi o caso

de Nova Iorque, objeto desse estudo. Dada sua importância, a cidade moderna foi descrita por meio de diferentes olhares e contextos

culturais, tais como: na literatura, na pintura, no cinema, no teatro e na música. Nesse estudo, pretendemos fazer uma leitura da letra da

canção New York, New York, interpretada por Frank Sinatra, tendo como foco a representação da cidade de Nova Iorque através do sujeito

poético presente na cena musical. Assim, intencionamos compreender quais os discursos presentes na letra imortalizaram essa cidade e

tornaram-na um produto turístico. Para alcançarmos tal objetivo, lançamos mão dos estudos de Berman (1986); Bakhtin (2003); Hall

(2009) e Benjamim (1994), os quais nos servirão de suporte para a leitura em tela.

Palavras-chave: Cidade. Modernidade. Discurso. Cultura. Música.

Quem relembra inventa, tudo começa de novo: Apontamentos acerca da viagem em Uma Viagem à Índia de Gonçalo. M Tavares

Taciane Aparecida Couto (UFJF)

Resumo: Em Uma Viagem à Índia de Gonçalo M. Tavares tem-se o deslocamento físico e psicológico do personagem principal - Bloom.

Assim, da viagem física percorrida por Bloom decorre uma viagem psicológica, “interna” aos seus sentimentos. Além disso, é também

uma viagem pela literatura ao deixar claro a alusão aos Lusíadas, de Camões e ao tomar emprestado o nome do personagem tido como o

novo Odisseu, de James Joyce, em Ulysses. E de outras constantes referências à literatura. Deste modo, parte-se da ótica de que Uma

viagem à Índia foge do modelo esquemático dos guias de turismo e destaca uma jornada para além da mera descrição de viagens realizadas.

O viajante não mais contempla as glórias e feitos de seu país, pois Bloom, também português, parte de Lisboa e através da construção de

uma escrita anti-epopeica vivencia peripécias até chegar a seu destino final, a Índia. Trata-se, portanto, de uma intertextualidade com a

tradição literária e especialmente com as viagens circunscritas na tradição da literatura portuguesa.

Palavras-chave: Intertextualidade. Viagem. Tradição Literária.

Assis Brasil: Entre rios e fronteiras

Willianice Soares Maia (IFSULDEMINAS)

Resumo: Assis Brasil é um município do estado do Acre que faz fronteira com a cidade de Iñapari no Perú. Dentre os municípios do Acre

esse é rota ao oceano pacífico e a cidade Cuzco, onde se encontra as ruínas Incas de Machupichu. Mesmo sendo passagem para turista, a

cidade de Assis Brasil é pouco visitada e conhecida, todavia é importante ressaltar sobre o lugar, a história daquele lugar que foi muito

representativo tanto para o Acre e, porque não dizer para o Brasil. Este trabalho tem interesse em focar no espaço, cenário dessa cidade e




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seus autores no desenvolvimento do período da borracha, auge da economia acreana, até os dias atuais com as novas modelagens e

características do urbano. A metodologia é fazer uma retomada histórica do Acre e de Assis Brasil para perceber as nuances e mudanças

que ocorreram até hoje. O principal objetivo é de escrever o espaço urbano ficcional e real da cidade. Portanto, fazer um recorte do Acre

colocando este município em destaque é a principal proposta desse trabalho e ainda por se tratar de um lugar tão esquecido na história e

que tem muita coisa a ser dita sobre ele.

Palavras-chave: Acre. Cidade. Fronteira.

GT A INTERSECCIONALIDADE ATRAVESSANDO A VIDA DAS MINORIAS SOCIAIS NOS DIVERSOS PRODUTOS

CULTURAIS

Coordenação:

Profa. Dra. Terezinha Richartz (UNINCOR)

Doutorando Diego Henrique Pereira (FACECA/UNIVÁS)

Minorias e a estranha identificação na relação com o outro

Aline Nogueira Silva (UNIS/MG)

Resumo: Desde a conquista do Brasil, muitos grupos participaram de seu povoamento. Mesmo antes de sofrer invasões, o Brasil já possuía

diversidade de povos e línguas. A coroa portuguesa enviou o capitão Martim Afonso de Souza, para fazer o mapeamento da colônia e

iniciar o povoamento do país, criando colônias no território que até então quase não havia sido explorado. Desde a ocupação europeia o

país teve muitos momentos de expansão da miscigenação, desde a exploração dos corpos dos escravos, índios, até a entrada de refugiados

de guerra europeus que passaram a integrar a diversidade do Brasil. Assim, este trabalho tem a intenção de integrar uma visão histórica

inalienável de exploração e segregação de direitos no Brasil, assim como consequências sociais do sentimento de Estranho diante da

identificação. Estranho na psicanalise, que acentua o retorno de algo que causa medo e estranhamento, algo desconhecido no momento,

mas que carrega sua carga de familiar. Na identificação com o outro, que causa aversão e rancor, tem-se a trilha do sujeito em tornar-se

esse outro, segundo Freud. Na identificação, para Lacan, esse sujeito é constituído pelas causas do Eu ratificadas por esse outro, um fator

para estranhamento que remete ao familiar. Se Freud explica o Brasil? Talvez pela senda das arbitrariedades nas identificações e seus

efeitos no estranho, seja o medo, a violência, a intolerância ou o isolamento.

Palavras-chave: Diversidade; Identificação; Estranho; Familiar.




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O nó da exclusão social e o papel da escola contemporânea na vida dos alunos advindos de famílias configuradas homoafetivamente

Camila Aparecida Tavares (UNIS/MG) / Terezinha Richartz (UNINCOR)

Resumo: A conquista de direitos e as novas concepções acarretaram uma sociedade moderna, porém intolerante quanto ao que se julga

diferente do conhecido “padrão”, o núcleo familiar também passou por mudanças significativas. Quando se trata da adoção de filhos por

famílias homoafetivas, a questão se torna ainda mais burocrática e polêmica já que, a preferência para com o processo, concentra-se em

famílias heteronormativas, Nesse contexto, a pesquisa se justifica pela dificuldade em se traçar estratégias de trabalho pedagógico que

tratem do que ainda pode ser considerado diferente, contemplando-se que a educação é um direito assegurado e irrestrito. Para tanto,

objetiva-se analisar a maneira pela qual, escolas da contemporaneidade transferem valores de igualdade aos alunos advindos de lares

homoafetivos, através de atividades pedagógicas executadas no âmbito escolar. A partir dessa perspectiva, o estudo bibliográfico será

guiado por embasamento teórico em leis, fundamentando-se no PNE, em sua vertente que garante a inclusão e o atendimento à diversidade

humana, sendo consideradas como pontos de investigação para estudiosos e pesquisadores da área. Na intenção de uma abordagem

esclarecedora, espera-se que formas de trabalho inovadoras sejam práticas possíveis para que se trate o aluno de maneira igualitária, sem

nenhum tipo de discriminação, até pela existência de amparo legal. E, exercendo o papel de difusora da igualdade, a escola deve estar

atenta com atividades rotineiras que propaguem e estimulem a cultura do respeito para se evitar práticas de bullying, bem como, exclusões

do tipo direta ou indireta por que passam esses alunos devido à sua estruturação familiar.

Palavras-chave: Prática pedagógica. Famílias homoafetivas. Direito à educação. Escola inclusiva

Paralisação e movimento(s): sentidos de greve no Brasil em maio de 2018

Diego Henrique Pereira (FACECA/UNIVÁS)

Resumo: O funcionamento discursivo de alguns enunciados produzidos nas/pelas paralisações ocorridas em maio de 2018, no Brasil,

significada como ‘Greve dos caminhoneiros’ é o objetivo geral deste trabalho, que toma como lugar de conhecimento a Análise de Discurso

de viés Pechêuxtiano e Orlandiano. Para tanto, o corpus deste artigo é constituído por três recortes, sendo o primeiro uma fotografia de

uma faixa que circulava na internet na ocasião das manifestações, bem como duas imagens retiradas do site do governo do Brasil na mesma

época. As análises que compõem este trabalho não buscam tecer um posicionamento em relação ao acontecido, muito menos cristalizar

sentidos relacionados às manifestações, pelo contrário, examina os possíveis sentidos de greve nas condições de produção das

manifestações ocorridas no Brasil, em maio de 2018. Logo, inquieto-me com a seguinte questão: De que forma a paralisação se inscreve

como movimento? Deslocamentos e deslizamentos são percebidos a partir do vocábulo greve – como manifestação, paralisação,

movimento – que não por acaso produzem diferentes sentidos.

Palavras-chave: Greve. Paralisação. Greve dos caminhoneiros. Análise de Discurso.




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O Preto Velho na Umbanda e a memória da pobreza e da escravidão

Gracielle Rafaela Campos Baldiotti (PMTC/UNINCOR-FCTE)

Resumo: O objetivo desta comunicação é analisar o ponto cantado de Preto Velho, presente na Umbanda. Os pontos cantados permeiam

todos os trabalhos dentro de um terreiro. Os pontos podem servir como um meio de chamar as entidades ao trabalho, também para sustentar

a entidade no corpo do médium, além de serem cantados para a despedida das entidades e dos trabalhos, tais como abrir e fechar a sessão,

reverenciar o altar e principalmente nos trabalhos de desenvolvimento dos fiéis, onde ocorre a incorporação, ou transe. Nesta comunicação,

o ponto a ser analisado será de Preto Velho, que são as entidades mais velhas em um terreiro de Umbanda que através da figura retorcida

pelo avanço da idade homenageia aqueles que sofreram com a pobreza e a escravidão. “Os pretos-velhos são, possivelmente, as entidades

espirituais mais conhecidas do público em geral, independentemente da religião”. (REZENDE, 2017, p.62). Será utilizada a pesquisa

bibliográfica como metodologia. Especialmente nos pontos de Preto Velho, pudemos perceber a importância que ele carrega por estar

diretamente ligado à formação do povo brasileiro, nos remetendo ao período da escravidão, através da memória passada de geração em

geração.

Palavras-chave: Umbanda; Ponto cantado; Preto Velho; Religiões de matriz Africana.

A sexualidade no conto: Luamanda de Conceição Evaristo

Jocelane Fernanda Cruz (PMTC/UNINCOR-FCTE)

Resumo: A sexualidade no conto: Luamanda de Conceição Evaristo Essa comunicação trata de um recorte da dissertação em andamento

"A construção do sujeito feminino no conto Olhos d'água de Conceição Evaristo", publicado em 2015 pela editora Pallas. Será apresentada

a análise do conto Luamanda presente no mesmo livro. Esta análise se dará com o entrelaçamento de gênero, raça e sexualidade. Conceição

Evaristo apresenta uma escrita interpelada pela sua vivência, sua escrita se dá pela escrevivência, na qual relata sua experiência de mulher

negra, pobre, nascida na periferia de Belo Horizonte. Seus escritos trazem a vivência de diferentes mulheres (de diferentes idades,

vivências, experiências,sexualidade) que trazem a vivência e o apagamento da mulher negra, contando suas experiências. O conto

Luamanda traz uma interconexão entre raça, gênero, classe social e sexualidade.O conto relata a busca de uma mulher de meia idade a

procura do amor.Apresenta uma narrativa que percorre as cinco décadas de experiência sexual fazendo uma conexão com a lua em seus

momentos de gozo-prazer. É através desse viés que a autora discute o a intersecção entre gênero, raça e sexualidade.

Palavras-chave: Conceição Evaristo, escrevivência, Afro-descendentes, patriarcado

Postura papal sobre os arquétipos da homossexualidade na Amoris Laetitia




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Maria Amélia Paixão (UNINCOR-FCTE) / Terezinha Richartz (UNINCOR)

Resumo: Este trabalho analisa o rompimento de arquétipos estabelecidos aos homossexuais. Tal abordagem é devido ao fato da publicação

do decreto pontifício “Amoris Laetitia” (AL – “A alegria do amor”), a Exortação apostólica pós-sinodal “sobre o amor na família”, recolhe

resultados de dois Sínodos sobre a família convocados pelo Papa Francisco em 2014 e 2015. O propósito deste estudo é estabelecer uma

relação entre esse diálogo reflexivo do texto papal, que trata de assuntos disciplinares, reformulando as normas de seus predecessores,

buscando evidenciar a complexidade do tema que requer aprofundamento e discussões mais elaboradas. O estudo será realizado a partir

de pesquisa bibliográfica comparando este documento oficial, já mencionado e o destaque pela sua amplitude e articulação sobre a

realidade e os desafios da sociedade atual que provoca uma mudança no posicionamento da igreja sobre a temática. O documento citado

evidencia a amplitude e articulação insistindo no caráter concreto e realista destacando-se o papel da consciência, pois nem todos os

problemas que assolam a humanidade devem ser resolvidos impondo as normas magisteriais católicas, pois é possível buscar as reflexões

que levarão as mudanças sociais de uma maneira realista e concreta.

Palavras-chave: Papa Francisco. AmorisLaetitia. Arquétipos.Homossexuais.

Inseparabilidade estrutural: a interseccecionaldiade gênero, raça e pobreza atravessando a vida de Carolina Maria de Jesus no

diário Quarto

Terezinha Richartz (UNINCOR)

Resumo: Carolina Maria de Jesus é uma mulher negra e favelada. Relata nas páginas do diário Quarto de despejo, a sua luta cotidiana para

que ela e seus filhos tenham o que comer. As forças econômicas, culturais e sociais que escondem a desigualdade, também camuflam o

poder da subordinação à que estão submetidos os grupos marginalizados. Para Kimberlé Crenshaw (2002), a interseccionalidade busca

capturar as consequências estruturais e dinâmicas da interação entre os eixos de subordinação. No caso da protagonista, a sua

vulnerabilidade é decorrente do cruzamento de mais de uma base opressiva. Nesse sentido, o objetivo desta comunicação é discutir a

importância de se compreender os eixos interseccionais que atravessam a vida de Carolina Maria de Jesus, e, a partir daí, observar a

dificuldade por que passam as mulheres racialmente marginalizadas e empobrecidas para se ter uma vida digna, diferentemente das que

se enquadram em outras categorias sociais menos sujeitas aos nós da exclusão social. A análise sugere a impossibilidade de se separar,

estruturalmente, os eixos de subordinação, visto que, quando se entrecruzam, potencializam as dificuldades. Quarto de despejo trata, então,

em sua personagem principal, a discriminação tripla por ser mulher, pobre e negra; destacando detalhes de sua vida sofrida.

Palavras-chave: Carolina Maria de Jesus. Interseccionalidade. Gênero. Raça. Classe social.




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Ensino de Libras no curso de pedagogia e a superação da discriminação do aluno surdo

Vanessa Cristina Augusto (UNIS)

Resumo: A oficialização da Língua Brasileira de Sinais (Libras), a partir do Decreto nº 5.626/05 trouxe para o ensino superior, com

destaque para os cursos de Licenciaturas, a implementação da disciplina de Língua Brasileira de Sinais. A partir de 2006, as Instituições

de Ensino Superior têm incluído, sob a determinação da norma legal, a oferta da disciplina de Libras nas matrizes curriculares em seus

cursos. Atualmente o número de alunos surdos tem aumentado no ensino fundamental, médio e superior por isso o presente estudo

bibliográfico tem como objetivo discutir sobre a inserção do componente curricular Libras – Língua Brasileira de Sinais nos currículos

dos cursos de formação de professores. Pretende, ainda, apresentar a importância de discentes de pedagogia para dominar a libras para

atuarem junto aos alunos surdos nas escolas regulares. Os resultados apontam que o professor, imerso no novo cenário educativo que se

deseja construir na ótica das práticas inclusivas, terá muito mais facilidade de mediar o ensino/aprendizagem em salas com alunos surdos,

especialmente os mais pobres que tem na escola a chance de desenvolver a linguagem oral e escrita, e assim, estar apto para viver em

sociedade e ser produtivo Apesar dos avanços com a obrigatoriedade da lei, ainda percebe-se carência de profissionais qualificados, para

atuarem na docência superior, até a ausência de metodologias específicas, assim como material didático para o ensino e aprendizagem de

Libras no Curso de Pedagogia.

Palavras-chave: Pedagogia. Libras. Formação de Professores

A Educação Inclusiva em Escolas de Minas Gerais: reflexões de um ex-aluno

Webert do Nascimento Brito (UNIS)

Resumo: O trabalho aqui apresentado é a narrativa autobiográfica do processo de inserção escolar no ensino público mineiro de um aluno

surdo que hoje é estudante de Pedagogia. O objetivo deste artigo é compartilhar através de pesquisa narrativa autobiográfica a experiência

como discente surdo e com isso contribuir para a sensibilização, reflexão e quem sabe reestruturação da educação de surdos no ensino

público regular, a partir das dificuldades e falhas encontradas no processo de ensino/aprendizagem, com professores não formados na

Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). A pesquisa autobiográfica se fez relevante, pois assim como este aluno, outros surdos e demais

agentes educacionais interessados poderão identificar-se e repensar sua prática bem como sua própria aprendizagem. Este formato de

pesquisa tem-se popularizado pois, permite ao autor e seu leitor estabelecer um diálogo favorável para a construção de novos saberes. A

pesquisa narrativa autobiográfica é aquela que conta ao leitor um recorte de fatos ou situações vividas pelo autor, com a intencionalidade

de motivar, sensibilizar, expor, provocar suas concepções e crenças acerca do problema. O discente apresenta os fracassos, dificuldades e

os prejuízos no aprendizado. Relata que ficou com defasagem em conteúdo específico, no uso e produção escrita da Língua Portuguesa e




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no desenvolvimento da inteligência lógico-matemática, além do sentimento de frustração durante o processo de educação no ensino público

regular.

Palavras-chave: surdez, educação, inclusão, intérprete, metodologias

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