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IV BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO DO HOSPITAL DO SUBÚRBIO Salvador/BA 2017

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IV BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO

DO HOSPITAL DO SUBÚRBIO

Salvador/BA

2017

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HOSPITAL DO SUBÚRBIO

Diretor Presidente: Jorge Antonio Duarte Oliveira

Diretora Geral: Lícia Maria Cavalcanti Silva

Diretor Técnico: Jorge Marcelo da Cruz Oliveira Motta

Gerente de Práticas Assistenciais: Humberto Torreão Herrera

Gerente de Segurança do Paciente: Vilma Ramos Silva Cavalcante

Coordenador de Ensino e Pesquisa: André Gusmão Cunha

Assessoria de Pessoas: Simone Wendling Vargas

Tecnologia e Informação: José Carlos Couto Souza Júnior

Assistente de Diretoria: Lucimeire de Souza Silva

___________________________________________________________________________

IV Boletim Epidemiológico do Hospital do Subúrbio, 2017.

Cyntia Maria Lins Sant’Ana de Lima (Organizadora)

Salvador/BA, 2017.

___________________________________________________________________________

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COLABORADORES

Adroaldo Guimarães Rossetti Junior Coordenador Médico do Serviço de Neurocirurgia

Ana Célia Diniz C. Barbosa Romeu Coordenadora Médica do Serviço de Cirurgia Geral

André Luis de Carvalho Soledade

Coordenador Médico da Pediatria

Brisa Dourado Nunes Médica do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH)

Carolina Alves Neves Coordenadora Médica do Serviço de Bioimagem

Caroline Almeida Rangel Coordenadora da Gestão de Acesso

Cyntia Maria Lins Sant’Ana de Lima Coordenadora Médica do Serviço de Medicina Intensiva Adulto

Comissão de Revisão e Análise de Óbitos

Deise Graciele Pereira Santana Serviço de Nutrição Clínica

Edleide de Almeida Xavier Sanitarista do Núcleo Hospitalar de Epidemiologia

Eduardo Salles de Carvalho Administrador de Banco de Dados

Flávia Pedrosa Moura Coordenadora Médica do Serviço de Neurologia Clínica

Gervásio Batista Campos Coordenador Médico do Serviço de Anestesiologia

Isa Menezes Lyra Coordenadora Médica da Agência Transfusional

Jamil Rocha Sousa Junior Coordenador Médico da Emergência

Jeane Xavier dos Santos Farias Coordenadora do Serviço de Fisioterapia

Joicilene Mendes Borges Enfermeira da Educação Permanente

Leila Santos de Souza Enfermeira do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH)

Marcio Duarte Ribeiro Coordenador Médico do Serviço de Bioimagem

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Niara da Silva Menezes Arapiraca Enfermeira do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH)

Renata Silva Gomes Coordenadora do Serviço de Fonoaudiologia

Ricardo Britto Cotias Coordenador Médico do Serviço de Ortopedia e Traumatologia

Rodrigo Paixão de Souza Analista de Tecnologia da Informação

Rogério Luis Palmeira da Silva Coordenador Médico do Serviço de Medicina Hospitalar

Simone dos Santos Alencar Coordenadora do Serviço Social

Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos, Tecidos e Transplantes (CIHDOTT)

Tânia Regina Fonseca Paixão Coordenadora Médica do Serviço de Terapia Nutricional

Tatiane Alves de Oliveira Coordenadora da Terapia Renal Substitutiva - Hemodiálise

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A todo o corpo técnico e colaboradores, pelo empenho

e compromisso com a ética no cuidar.

E aos pacientes, centro de nossa atenção e dedicação,

pelos quais nos aprimoramos a cada dia.

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APRESENTAÇÃO

O IV Boletim Epidemiológico do Hospital do Subúrbio identifica-se pela maturidade, cultura da

qualidade e segurança que a instituição adquiriu, nos seus seis anos de funcionamento, sob a gestão e

operação da Prodal Saúde. Em setembro de 2016, o hospital conquistou o certificado de Acreditação

Hospitalar Nível 3 – Acreditado com Excelência, conferido pela Organização Nacional de Acreditação

(ONA), após avaliação do Instituto Qualisa de Gestão (IQG - Health Services Accreditation). É, ainda, a

primeira e única unidade hospitalar pública da Bahia e primeira pública do Nordeste a conquistar o nível

máximo de certificação da qualidade dos serviços de saúde prestados à população.

Ser um hospital acreditado com excelência significa atender aos critérios de segurança do

paciente em todas as áreas de atividade, possuir uma gestão integrada com fluidez dos processos e uma

cultura organizacional de melhoria contínua com maturidade institucional. Tudo isso se traduz na prática,

para o paciente atendido no HS, na satisfação do usuário quando procura os serviços da unidade e é

atendido nas suas necessidades com dignidade, humanização e ética. A qualidade do atendimento é a

maior garantia que um hospital de excelência pode dar ao seu paciente.

O Brasil conta atualmente com 97 hospitais que alcançaram o nível de excelência de acordo com

os parâmetros estabelecidos pela ONA. Destes, 14 são públicos, distribuídos em São Paulo (7), Pará (2),

Rio de Janeiro (1), Rio Grande do Sul (1), Ceará (1) e Bahia, com o Hospital do Subúrbio. Para ingressar

nessa lista, a equipe do HS dedicou-se, desde a sua implantação, a perseguir critérios de qualidade

assistencial, instituindo normas e padrões para garantir a segurança do paciente, com cuidados na sua

estrutura física, materiais, equipamentos e mão de obra qualificada. Além disso, investe em educação

permanente, reunindo profissionais dos diversos serviços em um trabalho integrado e multidisciplinar.

A evidência desta conquista está expressa na apresentação da sua produção, quantitativa e

qualitativa dos seus indicadores, os quais são analisados mensalmente pelos gestores, buscando sempre

as melhorias da prática assistencial no cuidado aos pacientes. Além destas análises, estratégias foram

implantadas visando o fortalecimento do perfil institucional, que, junto à melhoria da Rede de Saúde do

Distrito Sanitário do Subúrbio Ferroviário, da implementação do grupo de desospitalização e das

frequentes reuniões com as lideranças comunitárias, qualifica melhor o acesso, garantindo a priorização

dos atendimentos para os pacientes de maior gravidade e risco.

Com todos os esforços desprendidos, o cenário do HS ainda se apresenta com alta demanda de

atendimentos que, aliada à complexidade dos pacientes, produz internações, contribuindo para a

superlotação.

Continuaremos com o propósito de persistir na busca de melhor rede de serviços públicos e o HS

se propõe a contribuir no aprimoramento da gestão dos serviços de saúde.

Lícia Maria Cavalcanti Silva Diretora Geral

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SUMÁRIO

1 SOBRE O HOSPITAL DO SUBÚRBIO 13

1.1 ESTRUTURA 14

1.2 REFERÊNCIA 14

1.3 PRÊMIOS 15

1.4 CRESCIMENTO 16

2 ESTATÍSTICA DOS ATENDIMENTOS 17

2.1 PROCEDÊNCIA 18

2.2 ACOLHIMENTO E CLASSIFICAÇÃO DE RISCO 19

2.3 FAIXA ETÁRIA E GÊNERO 21

2.4 ATENDIMENTO POR ESPECIALIDADE 23

2.5 PERFIL NOSOLÓGICO DOS ATENDIMENTOS 25

3 ESTATÍSTICA DAS INTERNAÇÕES 28

3.1 TAXA DE OCUPAÇÃO 29

3.2 MÉDIA DE PERMANÊNCIA 29

3.3 FAIXA ETÁRIA E GÊNERO 31

3.4 INTERNAÇÕES POR ESPECIALIDADES 33

3.5 PERFIL NOSOLÓGICO DAS INTERNAÇÕES 34

3.6 INTERNAÇÕES POR CAUSAS EXTERNAS 36

3.7 INTERNAÇÕES E DOENÇAS RENAIS 39

4 UNIDADES DE INTERNAÇÃO ABERTAS 41

4.1 INDICADORES HOSPITALARES DAS UI’S 41

4.2 PERFIL NOSOLÓGICO DAS UI’s 43

5 TERAPIA INTENSIVA 46

5.1 INDICADORES HOSPITALARES DAS UTI’S 46

5.2 PERFIL NOSOLÓGICO DAS UTI’S 47

6 BLOCO CIRÚRGICO 53

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7 SERVIÇO DE APOIO DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICO (SADT) 55

8 AGÊNCIA TRANSFUSIONAL 56

9 ESPECIALIDADES CLÍNICAS 57

9.1 CLÍNICA MÉDICA 57

9.2 NEUROLOGIA 58

10 ESPECIALIDADES CIRÚRGICAS 60

10.1 ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA 60

10.2 CIRURGIA GERAL 62

10.3 UROLOGIA 65

10.4 CIRURGIA PLÁSTICA 66

10.5 NEUROCIRURGIA 68

10.6 CIRURGIA VASCULAR 69

10.7 CIRURGIA TORÁCICA 70

10.8 CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA BUCOMAXILOFACIAL 71

10.9 CIRURGIA PEDIÁTRICA 73

11 LINHA DE CUIDADO DO PACIENTE COM AVC 75

12 LINHA DE CUIDADO DO PACIENTE POLITRAUMATIZADO 83

13 LINHA DE CUIDADO DO PACIENTE PEDIÁTRICO 89

14 MORTALIDADE 92

14.1 MORTALIDADE E TEMPO DE INTERNAÇÃO 92

14.2 FAIXA ETÁRIA E GÊNERO 93

14.3 CONDIÇÕESASSOCIADAS À MORTALIDADE 95

14.4 MORTALIDADE E LOCAL DE OCORRÊNCIA 96

14.5 MORTALIDADE INFANTIL 97

14.6 MULHER EM IDADE FÉRTIL (MIF) 98

14.7 MORTALIDADE EM FAIXA ETÁRIA ACIMA DE 60 ANOS 99

14.8 MORTALIDADE POR CLÍNICAS 100

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14.9 MORTALIDADE ASSOCIADA ÀS CAUSAS EXTERNAS 100

15 INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE 103

15.1 DENSIDADE DE INCIDÊNCIA GLOBAL DE IRAS 103

15.2 DISTRIBUIÇÃO DAS IRAS POR TOPOGRAFIA 103

15.3 DISTRIBUIÇÃO DA INCIDÊNCIA DAS IRAS POR SETOR 104

15.4 INFECÇÃO PRIMÁRIA DA CORRENTE SANGUÍNEA (IPCS) 105

15.5 PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA (PAV) 106

15.6 INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO (ITU) 107

15.7 INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO (ISC) 108

15.8 PERFIL DE SENSIBILIDADE BACTERANA 110

16 DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA 112

17 CAPTAÇÃO DE ÓRGÃOS 115

17.1 MORTE ENCEFÁLICA 115

17.2 CAPTAÇÃO DE CÓRNEA 116

18 CONCLUSÃO 117

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1 SOBRE O HOSPITAL DO SUBÚRBIO

Primeira instituição de saúde no Brasil a funcionar através de uma Parceria Público Privada

(PPP), o Hospital do Subúrbio (HS), sob a gestão e operação da concessionária Prodal Saúde S.A.,

continua em destaque pela qualidade do atendimento prestado à população e por seu modelo de gestão,

que ousa na forma de pensar e agir, quebrando paradigmas.

Inaugurado em 13 de setembro de 2010, com a missão de prestar assistência médico-hospitalar

de urgência e emergência com qualidade e indiscriminadamente aos usuários do Sistema Único de

Saúde (SUS), a instituição tem seu modelo de gestão fundamentado na valorização da Ética e

Humanização, sempre atenta a epidemiologia e necessidades da população atendida, num processo

transparente que busca a melhoria contínua.

O HS incentiva comportamentos que contribuam para relações positivas, baseadas no respeito

mútuo, com interações consistentes entre os participantes, sejam profissionais das equipes médicas,

técnicas, ou administrativas, e usuários. Além disto, ressalta a visão sistêmica, numa cadeia de

agregação de valor para o paciente, por processos, onde a atuação de cada profissional é fundamental

para o sucesso do trabalho em equipe.

Neste caminho, em agosto de 2012, o HS

conquistou a certificação de Hospital Acreditado, através

do Instituto Qualisa de Gestão (IQG), de acordo com as

diretrizes da Organização Nacional de Acreditação

(ONA). Obteve o upgrade para Hospital Acreditado Pleno

em 2014 e Acreditado com Excelência em 2016, reflexo

da maturidade institucional e cultura de qualidade e

segurança.

A unidade é localizada no distrito do Subúrbio Ferroviário de Salvador, no bairro de Periperi,

numa área próxima a rodovia que acessa a capital. Representa um importante hospital da rede de saúde

do estado da Bahia, com perfil de atendimento de urgência e emergência, sob demanda espontânea e

referenciada, para pacientes adultos e pediátricos, nas várias especialidades clínicas (clínica médica,

neurologia, nefrologia e pediatria) e cirúrgicas (cirurgia geral, cirurgia torácica, cirurgia plástica,

cirurgia vascular, neurocirurgia, ortopedia e traumatologia, urologia, cirurgia pediátrica, cirurgia

bucomaxilofacial), além de dispor de anestesiologia, medicina intensiva, radiologia e radio

intervenção.

2014

2012

2010 - Início das Atividades

2016

2017

201

CERTIFICAÇÕES - HS

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1.1 ESTRUTURA

Baseado em um modelo assistencial que concilia qualidade, segurança clínica e tecnologia, o

HS possui uma estrutura física e de recursos humanos adequada, por meio da qual os pacientes

recebem todos os cuidados necessários, assistidos por uma equipe multidisciplinar. Atualmente dispõe

de 1.429 funcionários, incluindo 246 enfermeiros, 611 técnicos de enfermagem, 50 fisioterapeutas,

sendo os demais profissionais de áreas técnicas, serviços de apoio, administração e corpo diretivo.

Conta, ainda, com um corpo clínico composto por 367 médicos das mais diversas especialidades.

Ao todo, são 373 leitos censáveis, sendo 253 leitos de internação em enfermaria, 60 em terapia

intensiva e 60 sob regime de assistência domiciliar. Dos leitos de terapia intensiva, 50 são para

pacientes adultos e 10 para pacientes pediátricos. Diante do cenário de superlotação, ainda existem

leitos excedentes, não censáveis (leitos operacionais reversíveis).

O HS possui um moderno parque de medicina diagnóstica, com bioimagem (radiologia digital,

ultrassonografia, ecocardiografia, endoscopia digestiva e respiratória, tomografia, ressonância

magnética e hemodinâmica) e laboratório de análises clínicas. Apresenta um centro cirúrgico com

excelentes instalações e um ambulatório destinado ao atendimento de pacientes egressos.

1.2 REFERÊNCIA

Referência pelos serviços prestados à população, o hospital continua a despertar interesse de

diversas organizações e autoridades que visitam a unidade de saúde para conhecer de perto suas

instalações e modelo de gestão. O hospital recebeu, por exemplo, a visita do presidente do Banco

Mundial, Jim Yong Kim, e do presidente da Internacional Finance Corporation (IFC), Jin Yong Cai.

Na ocasião, Jim Yong Kim, que também é médico, comentou que o hospital tem o melhor em termos

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de infraestrutura e tecnologia em saúde, além de profissionais qualificados e preparados para os

atendimentos.

Também visitaram a instituição a diretora geral da Organização Pan-Americana da Saúde

(OPAS), Mirta Roses Periago, o representante da OPAS no Brasil, Joaquim Molina, o especialista

sênior em saúde do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Frederico Guanais, e o ministro

da saúde, na época, Alexandre Padilha, dentre outras autoridades.

1.3 PRÊMIOS

O hospital acumula quatro prêmios internacionais e dois nacionais como reconhecimento do

competente trabalho que tem realizado. Além disto, tem sido destaque em diversas publicações

nacionais, a exemplo do jornal Valor Econômico e Revista Época, e internacionais, a exemplo do

jornal britânico Financial Times.

Em agosto de 2012, a publicação Infrastruture 100: World Cities Edition, resultado de uma

pesquisa patrocinada pela empresa de consultoria KPMG Internacional, sediada na Inglaterra,

classificou o projeto de Parceria Público-Privada (PPP) do Hospital do Subúrbio como “um dos 100

melhores no setor de infraestrutura pública do mundo nos últimos cinco anos, estando entre os 10

projetos líderes na área de saúde”. Em janeiro de 2013, o HS destacou-se como “Melhor Projeto de

Saúde da América Latina” no Public-Private Partnerships Award, promovido pela revista britânica

World Finance. Em abril do mesmo ano, recebeu o terceiro prêmio internacional, desta vez concedida

pela Internacional Finance Corporation (IFC) e pelo Infrastructure Journal, que classificaram a

unidade entre os “10 melhores projetos de Parceria Público Privada (PPP) da América Latina e do

Caribe”. Este prêmio foi concedido um mês após a visita do presidente do Banco Mundial à unidade.

O IFC é membro do Grupo Banco Mundial e a maior instituição de desenvolvimento global voltada

para o setor privado nos países em desenvolvimento. Em 2015, a instituição foi premiada pela

Organização das Nações Unidas (ONU) por “Melhoria na Entrega de Serviços Públicos”, segundo

lugar entre os concorrentes da América Latina na categoria. O Secretário Geral da ONU, Ban Ki-

Moon, declarou que o Prêmio reconhece que inovação e liderança contribuem para que a comunidade

e grupos marginalizados recebam serviços melhores e de confiança.

Dos prêmios nacionais, em 2011 o HS recebeu o troféu “Amigo do Transplante” como

reconhecimento da atuação no incentivo à doação de órgãos e tecidos no estado da Bahia, e em 2015,

o “Prêmio Práticas Inovadoras Dr. Luiz Plínio Moraes de Toledo’, concedido pelo Instituto Qualisa de

Gestão (IQG), sendo o escolhido dentre todas as instituições brasileiras acreditadas ou em processo de

acreditação do ano. Na entrega deste prêmio foi destacada a utilização de indicadores como base para

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tomada de decisão, a atuação da Gestão de Acesso e a da Comissão de Revisão e Análise de Óbitos,

num processo de melhoria assistencial.

1.4 CRESCIMENTO

Entendendo a importância do ensino para a qualificação dos serviços de saúde e para formação

de profissionais fidelizados e diferenciados, que conheçam e valorizem cada vez mais o sistema

público de saúde dentro de um contexto de integralidade, o Hospital do Subúrbio conquistou, no em

2014, o credenciamento das residências médicas nas áreas de clínica médica, ortopedia, pediatria e

cirurgia do trauma. Além disto, foram feitas parcerias com universidades/faculdades com cursos

voltados para a saúde. Ressalta-se que a instituição é campo de estágio curricular e extracurricular para

alunos do curso de medicina, assim como recebe alunos de enfermagem, fisioterapia, farmácia e

nutrição.

Em 2016, o HS iniciou o Projeto Trainee para a enfermagem, contribuindo para a capacitação

e aprimoramento destes profissionais sem experiência no exercício de sua profissão, nos aspectos

técnicos assistenciais, científicos e de liderança, visando uma assistência mais qualificada e com

sustentabilidade.

Dentro de uma proposta de adequação dos serviços e instalações hospitalares à realidade

epidemiológica da população assistida e da rede pública de saúde, conforme previsto no contrato de

concessão, o Hospital do Subúrbio, com a aprovação da Secretaria de Saúde da Bahia (SESAB) e de

órgãos de controle, vem em fase de Remodelagem de suas atividades assistenciais.

PREMIAÇÕES – HOSPITAL DO SUBÚRBIO

2011 - “Amigo do Transplante” como reconhecimento da atuação no incentivo à doação de órgãos e tecidos

no estado da Bahia.

2012 - “Infrastructure 100: Wold Cities Edition”, como um dos 100 projetos mais inovadores do mundo,

concedido pela organização internacional KPMG – Cutting Through Complexity.

2013 - "Melhores projetos de PPP na América Latina”, considerado pela revista World Finance.

2013 - “Emerging Partnerships Award”, concedido pela International Finance Corporation (IFC) e pelo

Infrastruture Journal.

2015 - “Melhoria na Entrega de Serviços Públicos”, segundo lugar entre os concorrentes da América Latina

na categoria, concedido pela Organização das Nações Unidas (ONU).

2015 - “Prêmio Práticas Inovadoras Dr. Luiz Plínio Moraes de Toledo”, concedido pelo Instituto Qualisa

de Gestão (IQG).

-

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2 ESTATÍSTICA DOS ATENDIMENTOS

O Hospital do Subúrbio (HS) oferece atendimento de urgência e emergência, de alta e média

complexidade, num distrito sanitário do município de Salvador que vem gradativamente aprimorando

sua rede básica e unidades de pronto atendimento, com melhor gestão dos serviços. No entanto, o

cenário do HS ainda é marcado por uma alta demanda de atendimentos, que aliada à complexidade dos

pacientes, gera internações, contribuindo para a superlotação.

Ao longo dos seis anos, estratégias foram implementadas visando o fortalecimento do perfil

institucional, que junto à melhoria da rede de saúde do distrito e a conscientização do usuário,

favoreceram para a redução do número de atendimentos, conforme demonstrado no gráfico 1. Assim,

foi desenvolvido com as lideranças comunitárias, um trabalho de conscientização e parceria,

qualificando melhor o acesso e garantindo a priorização de atendimentos para os pacientes de maior

gravidade e risco.

Gráfico 1: Número de Atendimentos - HS - Ano 1 a 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

No gráfico 1, pode-se também observar que a marcante redução foi relacionada aos

atendimentos de urgência e emergência, ao passo que os atendimentos no Ambulatório de Egressos

aumentou, fato justificado pela maior quantidade de procedimentos cirúrgicos realizados na

instituição, como será demonstrado no capítulo 6.

No sexto ano de funcionamento do hospital, ocorreram 72.252 atendimentos, sendo 56.100 de

urgência e emergência (77,7%) e 16.152 no Ambulatório de Egressos (22,3%). As tabelas 1, 2 e 3

mostram a quantidade de atendimentos nos diversos setores do hospital, sendo evidenciado

predomínio de pacientes adultos, tanto na Emergência quanto no Ambulatório, com 35.089 (68,3%) e

13.699 (84,8%), respectivamente. Ressalta-se que os atendimentos de urgência ortopédica são

realizados no Ambulatório durante o período diurno, atendendo tanto os pacientes adultos,

quanto pediátricos.

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6

Total de Atendimentos 112.200 126.970 100.625 82.311 79.395 72.252

Urgência e Emergência 103.524 113.122 85.237 67.217 63.137 56.100

Ambulatório de Egressos 8.677 13.850 15.388 15.092 16.258 16.152

0

40.000

80.000

120.000

160.000

mer

o

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Tabela 1: Número de atendimentos na Emergência – HS – Ano 6

Atendimentos na Emergência Período 14/09/2015 a 13/09/2016

Emergência Adulto 35.089 68,3%

Emergência Pediátrica 16.258 31,7%

Total de Atendimentos 51.347 100,0% 6 6

Fonte: Sistema Informatizado - HS

Tabela 2: Número de atendimentos de Urgência Ortopédica no Ambulatório - HS – Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado - HS

Tabela 3: Número de atendimentos no Ambulatório de Egressos –HS – Ano 6

Atendimentos no Ambulatório (Egressos) Período 14/09/2015 a 13/09/2016

Ambulatório Adulto 13.699 84,8%

Ambulatório Pediatria 2.453 15,2%

Total de Atendimentos 16.152 100,0%

Fonte: Sistema Informatizado - HS

2.1 PROCEDÊNCIA

Na análise da distribuição dos atendimentos considerando o endereço referenciado como

moradia, conforme gráfico 2 e tabela 4, pode-se evidenciar que o declínio anteriormente comentado,

foi relacionado aos pacientes provenientes do distrito do Subúrbio Ferroviário, que, apesar de

continuar sendo a principal procedência, de 71.328 atendimentos no Ano 1, reduziu para 31.384 no

último ano, representando uma queda de 56%. Este fato corrobora com o fortalecimento do perfil

institucional e a melhoria da assistência à saúde no distrito, que passou a absorver os atendimentos de

menor complexidade e risco nas unidades de atenção primária e secundária.

Gráfico 2: Percentual dos atendimentos por procedência - HS - Ano 1 a 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Atendimentos no Ambulatório (Urgência Ortopedia) Período 14/09/2015 a 13/09/2016

Urgência Ortopédica/Ambulatório 4.753 100,0%

Total de Atendimentos 4.753 100,0%

0

20

40

60

80

100

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6

%

Subúrbio Ferroviário

Entorno

Outros bairros

Outros municípios

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Tabela 4: Número de atendimentos por procedência - HS - Ano 1 a 6

Fonte: Sistema Informatizado - HS

Vale ressaltar que a manutenção da demanda de atendimentos de outras procedências,

especialmente de outros bairros de Salvador e de outras cidades, reflete o perfil institucional de

urgência e emergência, justificando um maior deslocamento, bem como a proximidade da rodovia de

acesso à capital.

2.2 ACOLHIMENTO E CLASSIFICAÇÃO DE RISCO

O acolhimento com avaliação e classificação de risco é um processo dinâmico de

identificação das condições dos usuários que buscam um tratamento imediato. No HS, de acordo com

sua condição clínica, grau de sofrimento e potencial de risco, o paciente é estratificado e priorizado

para o atendimento, com sinalização de quatro grupos: Vermelho (emergência, com atendimento

imediato), Amarelo (urgência), Verde (não urgência) e Azul (não urgência e de baixa complexidade).

Os pacientes classificados como Azul são orientados e encaminhados para unidades de pronto

atendimento e ambulatórios, de acordo com suas necessidades, com o apoio do Serviço Social.

A Assertividade do Protocolo de Acolhimento e Classificação de Risco é avaliada a partir da

confirmação feita pelo médico durante o atendimento. No sexto ano de funcionamento do hospital,

atingiu o valor de 95,7%, sendo 94% na Emergência Adulto, 98,3% na Emergência Pediátrica e 99,4%

na Urgência Ortopédica.

No gráfico 3 está demonstrada o comportamento dos atendimentos de urgência e emergência

conforme o Protocolo de Acolhimento e Classificação de Risco ao longo dos seis anos. Pode-se

observar que a redução do número de atendimentos a partir do terceiro ano, conforme previamente

demonstrado no gráfico 1, foi relacionada aos pacientes classificados como Azuis e Verdes,

corroborando com o perfil institucional, onde os pacientes Amarelos e Vermelhos, de maiores riscos,

são prioritários.

Atendimentos por Procedência – Ano 1 a 6

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6

Procedentes do Subúrbio

Ferroviário

71.328 68.576 48.586 38.264 37.156 31.384

63,6% 54% 48,3% 46,5% 46,8% 43,4%

Procedentes do entorno do

Subúrbio Ferroviário

15.679 22.331 19.873 15.189 13.691 13.458

14% 17,6% 19,8% 18,5% 17,3% 18,6%

Procedentes de outros

bairros de Salvador

17.743 25.148 21.709 19.640 18.960 18.167

15,8% 19,8% 21,6% 23,9% 23,9% 25,1%

Procedentes de outros

municípios

7.450 10.915 10.457 9.218 9.573 9.243

6,6% 8,6% 10,4% 11,2% 12,1% 12,8%

Total 112.200 126.970 100.625 82.311 79.395 72.252

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Gráfico 3: Atendimentos na Emergência e Urgência Ortopédica por classificação

de risco – HS - Ano 1 a 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Ao separar os atendimentos realizados na Emergência Adulto e Pediátrica, como demonstrado

nos gráficos 4 e 5 e tabelas 5 e 6, foi observado que a redução de pacientes com o risco Verde e Azul

ocorreu nos dois setores. No entanto, de modo marcante no Adulto.

No último ano, com a mudança do modelo assistencial e implantação da Linha de Cuidado do

Paciente Pediátrico, houve expressiva queda nos atendimentos de pacientes classificados como Azuis

e Verdes e aumento dos Amarelos, que junto com os Vermelhos representaram 54,3% do total de

atendimentos no setor (gráfico 5 e tabela 6).

Gráfico 4: Atendimentos por classificação de risco Gráfico 5: Atendimentos por classificação de risco

na Emergência Adulto - HS - Ano 1 a 6 na Emergência Pediátrica – HS – Ano 1 a 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS Fonte: Sistema Informatizado – HS

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6

Azul 32.839 35.860 17.654 10.909 7.218 5.517

Verde 45.802 49.622 38.101 28.641 31.118 25.471

Amarelo 22.677 23.091 27.255 21.400 22.192 22.261

Vermelho 2.206 3.861 2.214 2.111 2.511 2.638

0

15.000

30.000

45.000

60.000

mero

0

8.000

16.000

24.000

32.000

Azul Verde Amarelo Vermelho

Emergência Adulto - Ano 1 a 6N

0

8.000

16.000

24.000

32.000

Azul Verde Amarelo Vermelho

Emergência Pediátrica - Ano 1 a 6N

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Tabela 5: Atendimentos por classificação de Risco Tabela 6: Atendimentos por classificação de Risco -

na Emergência Adulto - HS - Ano 1 a 6 na Emergência Pediátrica - HS - Ano 1 a 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS Fonte: Sistema Informatizado – HS

2.3 FAIXA ETÁRIA E GÊNERO

Na avaliação dos atendimentos realizados no sexto ano, de 56.100 atendimentos na

Emergência e Urgência Ortopédica, 30.039 foram do gênero masculino (53,6%) e 26.061 do feminino

(46,4%). Conforme demonstrado no gráfico 6, pode-se observar aumento na proporção do masculino

desde a abertura do hospital, refletindo o perfil institucional de urgência e emergência, onde as causas

externas constituem importante motivo de atendimento.

Gráfico 6: Atendimentos na Emergência e Urgência Ortopédica

por gênero - HS - Ano 1 a 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

O gráfico 7 mostra o percentual dos atendimentos por grupo etário ao longo dos seis anos,

sendo observado maiores prevalências nos grupos até 18 anos e acima de 18 a 40 anos. No entanto,

nota-se que o grupo acima de 60 anos vem crescendo, passando de 11,3% do total de atendimentos no

Ano 1 para 17,5% no Ano 6, o que representa um crescimento de 6,2%. Este fato reflete o aumento do

perfil de pacientes idosos e com doenças crônicas e degenerativas.

48,2 51,849,1 5150,4 49,55248

53,746,3

53,646,4

0

20

40

60

80

100

Masculino Feminino

%

Emergência Adulto

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6

25.754 28.628 12.723 6.518 1.146 2.906

35,9% 36,2% 21,9% 15,7% 3,5% 8,3%

29.786 32.135 23.127 16.837 13.321 15.959

41,6% 40,6% 39,9% 40,5% 40,3% 45,5%

14.279 14.559 20.302 16.327 16.268 13.991

19,9% 18,4% 35,0% 39,3% 49,3% 39,9%

1.853 3.385 1.831 1.868 2.188 2.052 2,6% 4,3% 3,2% 4,5% 6,6% 5,8%

Emergência Pediátrica

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6

6.722 7.129 4.487 4.391 5.189 2.041

22,5% 22,2% 18,6% 20,4% 21,2% 12,6%

14.418 16.024 12.359 11.804 13.033 5.358

48,2% 49,9% 51,2% 54,9% 53,4% 33,0%

8.396 8.511 6.916 5.073 5.882 8.242

28,1% 26,5% 28,6% 23,6% 24,1% 50,7%

353 438 382 243 322 585

1,2% 1,4% 1,6% 1,1% 1,3% 3,6%

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Gráfico 7: Atendimentos na Emergência e Urgência Ortopédica por faixa etária – HS – Ano 1 a 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Na avaliação comparativa dos 56.100 atendimentos de urgência e emergência realizados no

sexto ano do hospital, considerando o gênero e faixa etária, conforme gráficos 8 e 9, foi marcante a

diferença observada, onde até os 50 anos predominou o gênero masculino e acima de 50 anos, o

feminino. Tal comportamento decorre da maior exposição às causas externas no masculino, que

representou o principal motivo de atendimento, como será mostrado no tópico 2.5.

Gráfico 8: Distribuição dos atendimentos do gênero masculino por faixa etária – HS – Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Gráfico 9: Distribuição dos atendimentos do gênero feminino por faixa etária – HS – Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado - HS

32,835,8

20,111,3

31,335,8

20,512,4

31,5 33,5

20,814,2

35,131,2

19,114,4

42

25,917 15,2

32,829,8

20 17,5

0

25

50

75

100

Até 18 a > 18 a 40 a >40 a 60 a >60 a

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6

3.231

2.0792.762

2.373

5.2994.397

3.0032.657

2.196

1.379663

0

1.500

3.000

4.500

6.000

Até 2 > 2 a 5 >5 a 12 >12 a 18 >18 a30 >30 a 40 >40 a 50 >50 a 60 >60 a 70 >70 a 80 > 80 anos

Gênero MasculinoN N 30.039

2.744

1.5481.847 1.788

3.575 3.430

2.702 2.8332.368

1.8151.411

0

1.500

3.000

4.500

6.000

Até 2 > 2 a 5 >5 a 12 >12 a 18 >18 a 30 >30 a 40 >40 a 50 >50 a 60 >60 a 70 >70 a 80 > 80 anos

Gênero FemininoN N 26.061

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Os gráficos 10 e 11 mostram que os grupos até 18 anos e maior do que 18 a 40 anos

predominam nos dois gêneros, com maior proporção no masculino. Os grupos etários acima de 40 a 60

anos e acima de 60 anos predominaram no feminino.

Gráfico 10: Distribuição dos atendimentos do Gráfico 11: Distribuição dos atendimentos do

gênero masculino por grupo etário – HS – Ano 6 gênero feminino por grupo etário – HS – Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS Fonte: Sistema Informatizado – HS

2.4 ATENDIMENTO POR ESPECIALIDADES

Na distribuição dos atendimentos de urgência e emergência por especialidades, conforme o

gráfico 12, foi evidente que a redução ocorrida com o tempo foi principalmente devido a Clínica

Médica, o que pode ser justificado pelo fortalecimento do perfil institucional aliado a melhoria da rede

de saúde do distrito e do seu entorno, com abertura de novas Unidades de Pronto Atendimento

(UPA’s).

Gráfico 12: Atendimentos na Emergência e Urgência Ortopédica por especialidades – HS – Ano 1 a 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

34,8

32,3

18,9

14,1

Gênero Masculino

Até 18

>18 a 40

>40 a 60

>60 anos

29,6

26,9

21,2

21,5

Gênero Feminino

Até 18

>18 a 40

>40 a 60

>60 anos

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6

Clínica Médica 53.945 57.350 41.186 27.649 19.046 21.830

Ortopedia 7.796 11.568 10.114 10.039 11.510 9.703

Cirurgia Geral 5.273 7.204 7.825 7.539 8.939 8.824

Pediatria 24.892 27.040 20.748 18.365 21.477 14.741

Outras 11.617 9.959 5.364 3.625 2.165 1.002

0

15.000

30.000

45.000

60.000

mer

o

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A partir do terceiro ano houve também a redução de atendimentos de outras especialidades,

dentre elas a Pediatria e, principalmente, Otorrinolaringologia e Oftalmologia, que foram absorvidas

pelas UPA’s, num contexto de não urgência, nem emergência.

Outro ponto marcante foi o aumento progressivo dos atendimentos realizados pela Cirurgia

Geral, que passou de 5.273 no primeiro ano para 8.824 no último ano, representando um crescimento

de 67,3%. Este fato é justificado pela maior demanda de patologias cirúrgicas em um hospital de

urgência e emergência, de média e alta complexidade.

No sexto ano, conforme demonstrado na tabela 7, a Clínica Médica foi a especialidade

predominante nos atendimentos da Emergência Adulto, com 62,2%, seguida da Cirurgia Geral

(24,9%) e Ortopedia (10,6%). Na Emergência Pediátrica, o atendimento clínico também foi o mais

freqüente, com 90,7%, porém com inversão de posições entre a Ortopedia (7,5%) e a Cirurgia Geral e

Pediátrica (juntas 1,4%).

Tabela 7: Atendimentos por especialidades na Emergência – HS – Ano 6

Atendimentos na Emergência - 14/09/2015 a 13/09/2016

Adulto N % Pediátrica N %

Clínica Médica 62,2

Cirurgia Geral 24,9

Ortopedia 10,6

Urologia 0,8

Bucomaxilofacial 0,6

Neurocirurgia 0,4

Cirurgia Vascular 0,3

Neuroclínica 0,2

Outros 0,0

Pediatria Clínica 90,7

Ortopedia 7,5

Cirurgia Pediátrica 0,9

Cirurgia Geral 0,5

Bucomaxilofacial 0,3

Oftalmologia 0,0

Urologia 0,0

Neurocirurgia 0,0

Total 35.089 100,0 Total 16.258 100,0

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Os atendimentos realizados na Urgência Ortopédica, que no período diurno funciona no

Ambulatório, não foram considerados na tabela 7 por não diferenciar a faixa etária. Mas,

corresponderam a 4.753, que somando com os realizados por esta especialidade nas Emergências

Adulto e Pediátrica, representaram 9.703 atendimentos (17,3% do total).

Em relação ao Ambulatório de Egressos, diante da proposta de ser destinado ao atendimento

de pacientes que necessitam de seguimento ou reavaliação após sua alta hospitalar, as especialidades

cirúrgicas foram as prevalentes, sobressaindo a Ortopedia, Cirurgia Geral, Neurocirurgia e Urologia

no paciente adulto, e Ortopedia e Cirurgia Pediátrica no paciente com idade de até 16 anos, que foi a

faixa de idade definida pela instituição para o atendimento pediátrico (tabela 8).

21.830

8.735

3.735

291

203

145

92

55

3

14.741

1.215

151

89

45

8

7

2

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Tabela 8: Atendimentos por especialidades no Ambulatório de Egressos – HS – Ano 6

Atendimentos no Ambulatório de Egressos - 14/09/2015 a 13/09/2016

Adulto N % Pediatria N %

Ortopedia 60,6

Cirurgia Geral 10,3

Neurocirurgia 9,8

Urologia 7,8

Bucomaxilofacial 4,2

Cirurgia Plástica 3,0

Clínica Médica 2,6

Cirurgia Vascular 1,0

Infectologia 0,6

Outros 0,2

Ortopedia 82,1

Cirurgia Pediátrica 17,8

Bucomaxilofacial 0,0

Otorrinolaringologia 0,0

Pediatria Clínica 0,0

Total 13.699 100,0 Total 2.453 100,0

Fonte: Sistema Informatizado – HS

2.5 PERFIL NOSOLÓGICO DOS ATENDIMENTOS

As tabelas 9 e 10 demonstram os motivos de atendimento de pacientes adultos e pediátricos,

respectivamente, no sexto ano do HS, na Emergência e na Urgência Ortopédica. Os grupos

nosológicos foram categorizados a partir do Código Internacional de Doenças (CID) informado pelo

médico durante o atendimento.

As causas externas foram os principais motivos, tanto nos pacientes adultos (48,1%), quanto

nos pediátricos (43,4%). Os sintomas, sinais e achados anormais de exames clínicos e de laboratório,

não classificados em outra parte, ficaram como a segunda causa em ambos os grupos etários (14% e

15,9%, respectivamente), seguidos das doenças do aparelho circulatório nos pacientes adultos (8,8%) e

das doenças do aparelho respiratório nos pacientes pediátricos (13,8%).

Nas tabelas 9 e 10 também estão demonstrados os números de internações geradas a partir

destes atendimentos, para cada grupo nosológico descrito. Chama à atenção, nos adultos, as causas

externas, as doenças do aparelho circulatório e do aparelho digestivo, e na faixa pediátrica as causas

externas, as doenças do aparelho respiratório e as doenças da pele e do tecido celular subcutâneo.

No atendimento ambulatorial, considerando todas as faixas etárias, conforme descrito na

tabela 11, predominaram as lesões decorrentes de causas externas (73,3%), seguidas das doenças do

aparelho digestivo (7,3%), das doenças osteomusculares e tecido conjuntivo (5,2%) e do aparelho

genitourinário (4,3%), corroborando com as especialidades mais prevalentes: ortopedia, cirurgia geral,

neurocirurgia e urologia. Esta última relacionada ao tratamento de urolitíase, com inserção e retirada

de cateter duplo J. O perfil nosológico que gerou maior número de internações a partir dos

atendimentos no Ambulatório de Egressos foi o relacionado à causa externa, seguido das doenças do

aparelho urinário.

8.306

1.414

1.340

1.065

576

409

350

132

84

23

2.014

436

1

1

1

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Tabela 9: Perfil nosológico dos pacientes adultos com atendimento médico - HS - Ano 6

Entrada Emergência e Urgência Ortopédica – Adulto - 14/09/2015 a 13/09/2016

Descrição Atendimentos

N %

Internações geradas

N %

Lesões, envenenamentos e algumas outras consequências de causas externas (S00 - T98) e causas externas de morbidade e de mortalidade (V01 – Y98) 14.671 48,1 3.053 20,8

Sintomas, sinais e achados anormais de exames clínicos e de laboratório, não classificados em outra parte (R00 - R99)

4.269 14,0 378 8,9

Doenças do aparelho circulatório (I00 - I99) 2.698 8,8 1.735 64,3

Doenças do aparelho geniturinário (N00 - N99) 2.033 6,7 841 41,4

Doenças do aparelho digestivo (K00 - K93) 1.928 6,3 1.222 63,4

Doenças osteomusculares e do tecido conjuntivo (M00 - M99) 1.068 3,5 93 8,7

Algumas doenças infecciosas e parasitárias (A00 - B99) 856 2,8 560 65,4

Doenças do aparelho respiratório (J00 - J99) 699 2,3 435 62,2

Doenças do sistema nervoso (G00 - G99) 617 2,0 156 25,3

Doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas (E00 - E90) 331 1,1 134 40,5

Doenças de pele e tecido subcutâneo (L00 - L99) 235 0,8 81 34,5

Neoplasias (C00 - D48) 153 0,5 57 37,3

Outros 951 3,1 97 10,2

Total 30.509 100,0 8.842 29,0

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Tabela 10: Perfil nosológico dos pacientes pediátricos com atendimento médico - HS - Ano 6

Entrada Emergência e Urgência Ortopédica – Pediatria (até 16 anos) – 14/09/2015 a 13/09/2016

Descrição Atendimentos

N %

Internações geradas

N %

Lesões, envenenamentos e algumas outras conseqüências de causas externas (S00 – T98) e causas externas de morbidade e mortalidade (V01 – Y 98)

4.784 43,4 581 12,2

Sintomas, sinais e achados anormais de exames clínicos e de laboratório, não classificados em outra parte (R00 – R99)

1.760 15,9 38 2,2

Doenças do aparelho respiratório (J00 – J99) 1.519 13,8 519 34,2

Algumas doenças infecciosas e parasitárias (A00 – B99) 635 5,8 122 19,2

Doenças do aparelho digestivo (K00 – K93) 462 4,2 204 44,2

Doenças de pele e tecido subcutâneo (L00 – L99) 426 3,9 219 51,4

Doenças do aparelho geniturinário (N00 – N99) 336 3,0 125 37,2

Doenças do ouvido e da apófise mastóide (H60 – H95) 278 2,5 33 11,9

Doenças osteomusculares e do tecido conjuntivo (M00 – M99) 195 1,8 27 13,9

Doenças do sistema nervoso (G00 – G99) 183 1,7 46 25,1

Outros 458 4,2 171 37,3

Total 11.036 100,0 2.085 18,9

Fonte: Sistema Informatizado – HS

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Tabela 11: Perfil nosológico de todas as faixas etárias do Ambulatório de Egressos - HS – Ano 6

Entrada Ambulatório de Egressos – Todas as faixas etárias - 14/09/2015 a 13/09/2016

Descrição Atendimentos

N %

Internações geradas

N %

Lesões, envenenamentos e algumas outras consequências de causas externas (S00 - T98) e causas externas de morbidade e mortalidade (V01 – Y 98)

11.518 73,3 538 4,7

Doenças do aparelho digestivo (K00 - K93) 1.142 7,3 14 1,2

Doenças osteomusculares e do tecido conjuntivo (M00 - M99) 814 5,2 73 9,0

Doenças do aparelho geniturinário (N00 - N99) 670 4,3 114 17,0

Doenças do aparelho circulatório (I00 - I99) 322 2,0 4 1,2

Neoplasias (C00 - D48) 172 1,1 1 0,0

Doenças de pele e tecido subcutâneo (L00 - L99) 137 0,9 6 0,0

Doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas ( E00 - E90) 61 0,4 10 16,4

Doenças do sistema nervoso (G00 - G99) 60 0,4 7 11,7

Sintomas, sinais e achados anormais de exames clínicos e de laboratório, não

classificados em outra parte (R00 - R99) 60 0,4 2 3,3

Outros 756 4,8 91 12,0

Total 15.712 100,0 860 5,5

Fonte: Sistema Informatizado - HS

A Taxa de Conversão dos atendimentos de urgência e emergência em internamentos foi de

29% nos pacientes adultos (tabela 8) e de 18,9% nos pacientes pediátricos (tabela 9). Ao ser incluído

os pacientes orientados e encaminhados para unidades de pronto atendimento ou ambulatorial

(pacientes com classificação de risco Azul), considerando todas as faixas etárias, a proporção de

internações geradas a partir dos atendimentos de urgência e emergência passa a ser de 19,9%,

correspondendo a 11.147 internações de 56.100 atendimentos.

No Ambulatório de Egressos, a Taxa de Conversão foi de 5,5% (tabela 10), justificada diante

da necessidade de intervenção cirúrgica, especialmente nas áreas de ortopédico e urologia.

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28

3 ESTATÍSTICA DAS INTERNAÇÕES

A avaliação de desempenho hospitalar é feita através de indicadores, que quando analisados

sequencialmente, podem indicar a direção e a velocidade de mudanças, que devem ser percebidas e

tratadas visando à melhoria contínua. No entanto, deve ser considerado o contexto externo, interno e

principalmente o perfil epidemiológico da população atendida.

Assim, desde a sua implantação, o Hospital do Subúrbio apresenta-se com o perfil

institucional de urgência e emergência, de média e alta complexidade, onde pacientes adultos ou

pediátricos, agudos ou com doenças crônicas agudizadas, sob demanda espontânea ou referenciada,

são atendidos e internados. O comportamento dos indicadores, conforme a tabela 12, evidencia o

fortalecimento deste perfil, ao demonstrar que a grande maioria das internações procederam da

Emergência e Urgência Ortopédica, representando 92,3% no sexto ano, e que houve progressivo

aumento das Taxas de Conversão dos atendimentos em internações, atingindo 19,9%.

Tabela 12: Indicadores Hospitalares – HS – Ano 1 a 6

Indicadores Hospitalares Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6

Número de internações 9.702 13.374 13.032 12.625 13.898 12.074

Percentual de todos os atendimentos da Emergência e

Urgência Ortopédica que foram internados (%) 9,0 11,1 14,0 17,3 20,4 19,9

Percentual de Internações com Procedência da

Emergência e Urgência Ortopédica (%) 96,2 94,1 91,7 92,1 92,5 92,3

Percentual de Internações com Procedência do

Ambulatório de Egressos (%) 3,8 5,1 8,3 7,9 7,5 7,7

Taxa de Ocupação (%) 103,6 104,4 110,8 110,9 114,7 98,6

Média de Permanência (dias) 8,99 8,35 9,71 10,07 9,42 9,32

Taxa de Mortalidade Institucional (%) 8,5 8,5 9,4 8,9 8,9 8,5

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Vale ressaltar que no último ano houve redução significativa da Taxa de Ocupação hospitalar,

com valor de 98,6%, bem como do Tempo Médio de Permanência e da Taxa de Mortalidade

Institucional, demonstrando a melhoria da qualidade assistencial.

Os nós que emperram o fluxo da assistência à saúde devem ser mapeados e monitorados, com

definição de ações sistêmicas, integradas e multidisciplinares, focadas no paciente e na Linha do seu

Cuidado, garantindo assim a continuidade assistencial.

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3.1 TAXA DE OCUPAÇÃO

Calculada a partir da relação entre o número de paciente-dia e leitos operacionais, a Taxa de

Ocupação avalia o grau de utilização dos leitos hospitalares e sofre influência da demanda de

pacientes que geram as internações e da Média de Permanência. Sabe-se que o leito hospitalar é um

recurso caro e complexo, devendo o seu uso ser racional, com indicação apropriada, de forma a

atender as necessidades da população.

A Taxa de Ocupação do HS vinha se mantendo acima de 100%, atingindo 114,7% no quinto

ano de operação (tabela 12). No entanto, num processo de melhoria contínua, com ações de controle

de acesso aliada à qualidade assistencial e a implementação do grupo de desospitalização, houve

redução deste indicador para 98,6% no sexto ano, representando uma queda de 16,1%. No gráfico 13,

está demonstrado o comportamento mensal da Taxa de Ocupação ao longo dos seis anos, sendo

evidente a sua redução no último ano.

Gráfico 13: Taxa de Ocupação – HS – Ano 1 a 6

Fonte: Sistema Informatizado - HS

Vale ressaltar que a alta demanda de internações, acima da capacidade instalada, resulta em

pacientes mantidos em leitos na Emergência, seguindo critérios institucionais de criticidade e risco.

3.2 MÉDIA DE PERMANÊNCIA

O tempo médio de permanência hospitalar é um indicador que reflete a qualidade da

assistência prestada, mas deve ser analisado considerando o perfil nosológico e as características

demográficas dos pacientes internados. Assim, pacientes vítimas de trauma, neurológicos agudos e

com comorbidades crônicas descompensadas, geralmente associadas à infecção, foram frequentes e

contribuíram para o resultado deste indicador, como será demonstrado nos tópicos 3.3 e 3.5.

0

20

40

60

80

100

120%

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30

Ao longo dos seis anos, conforme evidenciado na tabela 12, houve aumento da Média de

Permanência hospitalar, atingindo um valor de 10,07 dias no quarto ano. Um fator importante para o

entendimento deste comportamento foi a maior gravidade e complexidade dos pacientes que

procuraram o hospital, refletido no aumento das internações que tiveram a classificação de risco

Amarelo, conforme evidenciado no gráfico 14. Simultaneamente, pode-se observar que houve redução

das internações de pacientes classificados com o risco Verde e Azul.

Gráfico 14: Distribuição das internações hospitalares pela classificação de

risco – HS – Ano 1 a 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

O gráfico 15 mostra o percentual das internações com classificação de risco Amarelo e

Vermelho ao longo dos seis anos do hospital, sendo observado aumento progressivo, atingindo, as

duas, 79,3% no último ano. Este comportamento define diretamente uma população de maior risco e

indiretamente de maior gravidade.

Gráfico 15: Internações com classificação de risco Amarelo

e Vermelho – HS – Ano 1 a 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

A despeito do alto percentual de internações com classificação de risco Amarelo e Vermelho,

foi observado que do quarto para o quinto ano do HS, conforme demonstrado no gráfico 16, houve

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6

Azul 1.584 390 12 20 21 27

Verde 3.472 4.849 3.245 3.404 3.655 2.478

Amarelo 3.365 4.915 7.320 7.891 8.526 7.832

Vermelho 912 2.236 1.376 1.306 1.689 1.732

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

mero

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6

Vermelho 9,4 16,7 10,6 10,3 12,2 14,4

Amarelo 34,7 36,8 56,2 62,5 61,4 64,9

0

20

40

60

80

100

%

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31

diminuição da Média de Permanência de 10,07 para 9,42 dias, correspondendo a 6,5% de redução. No

sexto ano, o valor deste indicador reduziu para 9,32 dias. Este fato pode ser atribuído as medidas que

visam otimizar os processos assistenciais, incluindo os relacionados à gestão do leito, como a

implementação da previsão de alta, o monitoramento dos pacientes com longa permanência e o

direcionamento para regulação de pacientes fora do perfil, o que ainda apresenta dificuldade de

atendimento pela rede de saúde do estado.

Gráfico 16: Internações com risco Amarelo e Vermelho e Média de Permanência – HS – Ano 1 a 6

Fonte: Sistema Informatizado - HS

3.3 FAIXA ETÁRIA E GÊNERO

No sexto ano, de 12.074 internações, 6.933 foram do gênero masculino (57,4%) e 5.141 do

feminino (42,6%). Conforme demonstrado no gráfico 17, o predomínio do masculino vem sendo

mantido desde a abertura do hospital, refletindo o perfil institucional de urgência e emergência, onde

as causas externas constituem importante motivo de atendimento e de internação hospitalar.

Gráfico 17: Percentual de internações por gênero - HS - Ano 1 a 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

O gráfico 18 mostra o percentual das internações por grupo etário ao longo dos anos, sendo

observado que pacientes acima de 60 anos ainda são os mais prevalentes, refletindo também um perfil

44,153,5

66,7

72,9 73,6 79,3

8,99 8,35 9,7110,07

9,42 9,32

0

6

12

18

24

30

0

20

40

60

80

100

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6

dia

s%

Internações Amarelo e Vermelho Média de Permanência

57

43

55,7

44,3

56,4

43,6

57,5

42,5

57,4

42,6

57,4

42,6

0

25

50

75

100

Masculino Feminino

%

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de pacientes idosos e com doenças crônicas e degenerativas. O grupo de 18 a 40 anos também é

frequente e mais associado às causas externas.

Gráfico 18: Distribuição das internações por faixa etária – HS – Ano 1 a 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Na avaliação das internações considerando o gênero e faixa etária, conforme os gráficos 19 e

20, pode-se observar que o gênero masculino foi mais prevalente nas faixas mais jovens, com

marcante diferença de 18 a 30 e de 30 a 40 anos. As faixas etárias acima de 60 anos predominaram no

feminino. Tal comportamento reflete a maior exposição às causas externas no masculino, que

representaram o principal motivo de internação no hospital no último ano.

Gráfico 19: Distribuição das internações no gênero masculino por faixa etária – HS – Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Gráfico 20: Distribuição das internações no gênero feminino por faixa etária – HS – Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

26,223,1 19,5

31,323,2 22,6 21,6

32,6

21,9 23,3 20,4

34,4

22 27,1 21,929

22,2 26,5 21,429,9

21,127,1

22,829

0

25

50

75

100

Até 18 a > 18 a 40 a >40 a 60 a >60 a

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6

379198

410597

1.250

990

723854

747

494291

0

500

1.000

1.500

2.000

Até 2 > 2 a 5 >5 a 12 >12 a 18 >18 a30 >30 a 40 >40 a 50 >50 a 60 >60 a 70 >70 a 80 > 80 anos

Gênero MasculinoN N 6.933

326147

258 234486 546 513

667 706 669 589

0

500

1000

1500

2000

Até 2 > 2 a 5 >5 a 12 >12 a 18 >18 a 30 >30 a 40 >40 a 50 >50 a 60 >60 a 70 >70 a 80 > 80 anos

Gênero FemininoN N 5.141

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33

Os gráficos 21 e 22 mostram a distribuição dos pacientes no gênero masculino e feminino,

respectivamente, por grupos etários. Nota-se que 22,8% dos pacientes masculinos tinham até 18 anos e

32,2% entre 18 e 40 anos, contrapondo com 38,2% das internações no feminino acima de 60 anos.

Gráfico 21: Distribuição das internações do gênero Gráfico 22: Distribuição das internações do gênero

masculino por grupo etário – HS – Ano 6 feminino por grupo etário – HS – Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS Fonte: Sistema Informatizado – HS

3.4 INTERNAÇÕES POR ESPECIALIDADES

Como previamente demonstrado, dos 72.252 atendimentos realizados no sexto ano do

hospital, 56.100 foram de urgência e emergência (77,7%) e 16.152 no Ambulatório de Egressos. A

partir destes atendimentos, ocorreram 12.074 internações, sendo 11.147 oriundas da urgência e

emergência (92,3%) e 927 do Ambulatório (7,7%).

Dos atendimentos de urgência e emergência, conforme demonstrado na tabela 13, pode-se

observar que a clínica médica foi a principal especialidade, não apenas em número de atendimentos,

com 21.830 (38,9%), como também em número de internações geradas, com 5.416 (48,6%),

resultando numa Taxa de Conversão de 24,8%.

Tabela 13: Internações por especialidades procedentes da urgência e emergência – HS – Ano 6

Drescrição Atendimentos Internamentos Taxa de Conversão

N % N % %

Clínica Médica 21.830 38,9 5.416 48,6 24,8

Pediatria 14.741 26,3 1.847 16,6 12,5

Ortopedia 9.703 17,3 1.500 13,5 15,5

Cirurgia Geral 8.824 15,7 2.046 18,4 23,2

Urologia 298 0,5 136 1,2 45,6

Cirurgia Bucomaxilofacial 248 0,4 73 0,7 29,4

Cirurgia Pediátrica 151 0,3 20 0,2 13,3

Neurocirurgia 147 0,3 51 0,5 34,7

Cirurgia Vascular 92 0,2 36 0,3 39,1

Neurologia 55 0,1 21 0,2 38,2

Outras 11 0,02 1 0,0 9,1

Total 56.100 100,0 11.147 100% 19,9%

Fonte: Sistema Informatizado – HS

22,8

32,3

22,8

22,1

Gênero Masculino

Até 18

>18 a 40

>40 a 60

>60 anos

18,8

20,1

23

38,2

Gênero Feminino

Até 18

>18 a 40

>40 a 60

>60 anos

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Embora a maior proporção dos atendimentos iniciais e suas consequentes internações a partir

da urgência e emergência terem sido da clínica médica, as clínicas cirúrgicas predominaram, chegando

a 53,6% das saídas hospitalares no último ano (gráfico 23). Este fato pode ser justificado pela

necessidade cirúrgica após encerrada a investigação diagnóstica, levando a mudança da especialidade,

e pelo menor tempo de permanência do paciente cirúrgico, resultando em um maior giro de leito. A

clínica médica correspondeu a 32,1% das saídas e a Pediatria 14,3%.

Gráfico 23: Percentual de saídas por clínicas - HS - Ano 1 a 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

3.5 PERFIL NOSOLÓGICO DAS INTERNAÇÕES

Assim como nos atendimentos da Emergência, foi observada diferença no perfil nosológico

das internações de acordo com a idade. Nas tabelas 14 e 16 são mostradas as prevalências dos motivos

de internação por grupos nosológicos no sexto ano, no paciente adulto e pediátrico, respectivamente, a

partir do CID informado pelo médico.

Nos pacientes adultos, as causas externas foram as mais prevalentes, com 3.501 internações

(36,1%), seguidas pelas doenças do aparelho circulatório, com 1.693 (17,5%) e digestivo, com 1.198

(12,4%). Vale salientar que dentre as doenças do aparelho circulatório estão incluídas as doenças

cerebrovasculares, que representaram 9,6% das internações (930 casos), conforme tabela 15, que

mostra as dez principais doenças não relacionadas às causas externas neste grupo etário. As infecções

também foram motivos relevantes, especialmente as de foco respiratório, e contribuíram para

descompensações de doenças previamente existentes.

Muitas das patologias do aparelho digestivo foram cirúrgicas, particularmente os processos

inflamatórios relacionados aos transtornos da vesícula, vias biliares e pâncreas e as doenças do

apêndice. Estas patologias representaram 5,3 e 3,1% das internações no paciente adulto (tabela 15).

27,2

44

17,9

34,4 41,2

18,7

34

45,6

17,2

32,9

49,1

18

31,6

51,4

17

32,1

53,6

14,3

0

25

50

75

100

Clínica Médica Clínica Cirúrgica Pediatria

Ano 1

Ano 2

Ano 3

Ano 4

Ano 5

Ano 6

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Tabela 14: Perfil nosológico das internações de pacientes adultos – HS - Ano 6

Internações de pacientes adultos (17 anos ou mais) - 14/09/2015 a 13/09/2016

Descrição Internações

N %

Média de Permanência

(dias)

Lesões, envenenamentos e algumas outras consequências de causas externas

(S00 - T98) e causas externas de morbidade e de mortalidade (V01 - Y98) 3.501 36,1 10,0

Doenças do aparelho circulatório (I00 - I99) 1.693 17,5 16,7

Doenças do aparelho digestivo (K00 - K93) 1.198 12,4 8,8

Doenças do aparelho geniturinário (N00 - N99) 897 9,2 14,6

Algumas doenças infecciosas e parasitárias (A00 - B99) 520 5,4 25,1

Doenças do aparelho respiratório (J00 - J99) 394 4,1 18,6

Sintomas, sinais e achados anormais de exames clínicos e de laboratório,

não classificados em outra parte (R00 - R99) 381 3,9 11,5

Doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo (M00 - M99) 195 2,0 16,7

Doenças do sistema nervoso (G00 - G99) 184 1,9 15,4

Neoplasias (C00 - D48) 168 1,7 20,5

Doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas (E00 - E90) 121 1,2 12,9

Doenças de pele e tecido subcutâneo (L00 - L99) 112 1,2 37,4

Outros 686 7,1 -

Total 9.698 100,0 -

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Tabela 15: Doenças mais prevalentes nas internações de adultos, excluídas causas externas - HS - Ano 6

Internações de pacientes adultos - 14/09/2015 a 13/09/2016

Não relacionados às Causas Externas N %*

1- Doenças cerebrovasculares (I60 – I69.8)

2- Transtornos da vesícula, vias biliares e pâncreas (K80.0 – K87.0)

3- Outras doenças bacterianas (A30.9 – A49.9)

4- Calculose renal (N20.0 – N21.9)

5- Outras formas de doenças do coração (I31.3 – I51.6)

6- Doenças do apêndice (K35.0 – K38.2)

5- Influenza (gripe) e pneumonia (J12.9 – J18.9)

6- Doenças isquêmicas do coração (I20 – I25.5)

9- Outras doenças do aparelho urinário (N30.0 – N39.9)

10- Insuficiência renal (N17 – N19)

930

513

429

388

324

302

250

241

216

185

9,6

5,3

4,4

4,0

3,3

3,1

2,6

2,5

2,2

1,9

Fonte: Sistema Informatizado – HS

*Percentual em relação ao total geral de internações de pacientes adultos

Nas internações pediátricas (tabela 16), prevaleceram as causas externas, com 637 internações

(29,2%), seguidas das doenças do aparelho respiratório, com 509 (23,3%), doenças de pele e tecido

subcutâneo, com 232 (10,6%) e do aparelho digestivo, com 212 (9,7%).

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Tabela 16: Perfil nosológico das internações de pacientes pediátricos - HS - Ano 6

Internações de pacientes pediátricos (até 16 anos) - 14/09/2015 a 13/09/2016

Descrição Internações

N %

Média de Permanência (dias)

Lesões, envenenamentos e algumas outras consequências de causas externas

(S00 - T98) e causas externas de morbidade e de mortalidade (V01 - Y98) 637 29,2 6,7

Doenças do aparelho respiratório (J00 - J99) 509 23,3 8,6

Doenças de pele e tecido subcutâneo (L00 - L99) 232 10,6 6,8

Doenças do aparelho digestivo (K00 - K93) 212 9,7 7,1

Doenças do aparelho geniturinário (N00 - N99) 130 6,0 6,3

Algumas doenças infecciosas e parasitárias (A00 - B99) 104 4,8 8,9

Doenças do sangue e dos órgãos hematopoéticos e alguns transtornos

imunitários (D50 – D89) 55 2,5 8,4

Sintomas, sinais e achados anormais de exames clínicos e de laboratório,

não classificados em outra parte (R00 - R99) 55 2,54 8,6

Doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo (I00 - I99) 54 2,5 7,7

Doenças do sistema nervoso (G00 - G99) 40 1,8 12,4

Outros 155 7,1 -

Total 2.183 100,0 -

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Tabela 17: Doenças mais prevalentes nas internações pediátricas, excluídas causas externas - HS - Ano 6

Internações de pacientes pediátricos - 14/09/2015 a 13/09/2016

Não relacionados às Causas Externas N %*

1- Infecções de pele e do tecido subcutâneo (L01.0 – L08.0)

2- Influenza (gripe) e pneumonia (J12.9 – J18.9)

3- Doenças crônicas das vias aéreas inferiores (J43.9 – J45.9)

4- Doenças do apêndice (K35.0 – K38.9)

5- Outras infecções agudas das vias aéreas inferiores (J20.8 – J22)

6- Doenças infecciosas intestinais (A06.2 – A09)

7- Outras doenças do aparelho urinário (N30.0 – N39.9)

8- Anemias hemolíticas (D57.0 – D59.9)

9-Doenças dos órgãos genitais masculinos

10- Outras doenças bacterianas (A30.0 – A49.9)

215

205

147

129

114

45

43

42

40

29

9,8

9,4

6,7

5,9

5,2

2,1

2,0

1,9

1,8

1,3

Fonte: Sistema Informatizado – HS

*Percentual em relação ao total geral de internações de pacientes pediátricos

3.6 INTERNAÇÕES POR CAUSAS EXTERNAS

Como demonstrado nas tabelas 14 e 16, as causas externas foram importantes motivos de

internação, tanto na população adulta, quanto na pediátrica. O gráfico 24 mostra que nos seis anos do

HS houve aumento das internações por este perfil nosológico, atingindo 4.163 no sexto ano (34,5% do

total), mas com nítida redução de sua Média de Permanência, chegando a 8,5 dias no último ano. Este

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37

fato pode ser atribuído as algumas ações implementadas, incluindo a reestruturação do Serviço de

Ortopedia e a Linha de Cuidado do Paciente Politraumatizado.

Gráfico 24: Número de internações por causas externas e Média de Permanência – HS – Ano 1 a 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Na tabela 18 está demonstrado o comportamento da Média de Permanência dos principais

grupos de causas externas, considerando todas as faixas etárias, sendo observada redução deste

indicador nos dois últimos anos.

Tabela 18: Média de Permanência nos principais grupos de causas externas – HS – Ano 1 a 6

Média de Permanência (dias) – Ano 1 a 6

Descrição Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6

Traumatismo do joelho e da perna

(S82 – S89.9)

10,7

8,3 10,2 11,7 8,8 8,9

Traumatismo da cabeça

(S00 – S09.9)

9,7 11,5 11,7 11,9 10,2 10,4

Traumatismo do quadril e da coxa

(S70.0 – S75.0)

15,7 16,1 16,9 18,7 14,5 11,2

Traumatismo do cotovelo e do antebraço

(S51.0 – S56.4)

5,3 5,2 6,3 7,9 6,1 6,1

Traumatismo do tornozelo e do pé

(S90.0 – S99.9)

9,6 6,9 6,9 8,1 6,2 6,1

Traumatismo do ombro e do braço

(S41.0 – S49.7)

7,6 6,8 9,8 9,9 7,6 6,1

Traumatismo do abdômen, dorso, lombar e pelve

(S30.2 – S39.9)

9,3 11,6 10,4 11,1 9,0 8,3

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Algumas peculiaridades sobre as internações por causas externas merecem ser apontadas, a

exemplo de sua distribuição por procedência. Conforme demonstrado no gráfico 25, 47,8% dos

pacientes foram procedentes do distrito do Subúrbio Ferroviário e do seu entorno, porém 27,9%

vieram de outros bairros de Salvador e 24,3% de outros municípios. Isto reforça o perfil institucional

de urgência e emergência, que inclui o atendimento referenciado ao trauma.

2.558

3.483 3.670 3.760

4.5824.163

7,8 8,3 9,611,2

8,9 8,5

0

6

12

18

24

30

0

1.500

3.000

4.500

6.000

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6

dia

s

mero

Internações por causa externas Média de Permanência

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Gráfico 25: Internações das causas externas por procedência – HS – Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Considerando as características demográficas dos pacientes internados por este perfil

nosológico, conforme gráfico 26, foi observado predomínio do gênero masculino, com 71% das

internações. Vale salientar a nítida diferença na distribuição das internações por gênero e faixa etária,

como demonstrado nos gráficos 27 a 30, onde 1.497 pacientes masculinos (50,7%) e 317 femininos

(26,2%) tinham entre 18 e 40 anos, enquanto 287 masculinos (9,7%) e 406 femininos (33,6%) tinham

acima de 60 anos. Estes dados podem ser justificados por uma maior exposição a este risco na

população masculina, desde a adolescência à fase adulta.

Gráfico 26: Distribuição das internações por causas externas por

gênero – HS – Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Gráfico 27: Internações das causas externas por faixa etária no gênero masculino – HS – Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

29,4

18,4

27,924,3

Subúrbio Ferroviário Entorno do Subúrbio Outros bairros Outros municípios

Procedência (%)

2.955

pacientes

71%

1.208

pacientes

29%

Masculino

Feminino

34 56

171

324

883

614

312274

15283 52

0

250

500

750

1.000

Até 2 > 2 a 5 >5 a 12 >12 a 18 >18 a30 >30 a 40 >40 a 50 >50 a 60 >60 a 70 >70 a 80 > 80 anos

Gênero MasculinoN N 2.955

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Gráfico 28: Internações das causas externas por faixa etária no gênero feminino – HS – Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Gráfico 29: Internações das causas externas no Gráfico 30: Internações das causas externas no

gênero masculino por grupo etário – HS – Ano 6 gênero feminino por grupo etário – HS – Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS Fonte: Sistema Informatizado – HS

3.6 INTERNAÇÕES E DOENÇAS RENAIS

A insuficiência renal é uma condição clínica prevalente no hospital, seja como motivo

primário de admissão ou somando-se a outras disfunções de órgãos, a exemplo dos pacientes que

internam com Sepse e Choque Séptico. Ressalta-se que muitos dos pacientes desconheciam ter o

diagnóstico e já chegavam com quadros urêmicos, em urgência dialítica. Isto reflete uma fragilidade

na rede básica de atenção à saúde em relação ao diagnóstico, tratamento e acompanhamento de

pacientes que possuem comorbidades frequentemente relacionadas, como a hipertensão arterial e o

diabetes mellitus.

A instituição possui Serviço de Hemodiálise para pacientes agudos, tendo realizado

4.637 sessões no último ano, representando uma média de 12,7 sessões por dia. O gráfico 31

mostra o quantitativo mensal de hemodiálises realizadas, com evidente crescimento.

27 34 78 68159 158 128 150 130 144 132

0

250

500

750

1.000

Até 2 > 2 a 5 >5 a 12 >12 a 18 >18 a 30 >30 a 40 >40 a 50 >50 a 60 >60 a 70 >70 a 80 > 80 anos

Gênero FemininoN N 1.208

19,8

50,7

19,8

9,7

Gênero Masculino

Até 18

>18 a 40

>40 a 60

>60 anos

17,1

26,2

23

33,6

Gênero Feminino

Até 18

>18 a 40

>40 a 60

>60 anos

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Gráfico 31: Número de sessões de hemodiálise por mês – HS – Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

A alta demanda de pacientes renais dialíticos no hospital reflete não apenas a

quantidade de internamentos, mas, principalmente a grande dificuldade para sua

desospitalização. Após a estabilização do quadro clínico e o controle metabólico, é necessário

garantir a continuidade da terapia renal substitutiva em serviços ambulatoriais da rede de

saúde, que vem se mostrando insuficiente.

O gráfico 32 mostra a Média de Permanência hospitalar dos pacientes que foram

cadastrados para matrícula em Clínicas de Hemodiálise, evidenciando também o grande

tempo de espera após este cadastro.

Gráfico 32: Média de Permanência de pacientes que aguardam Hemodiálise ambulatorial – HS – Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

É evidente o impacto negativo da elevada permanência dos pacientes que aguardam

hemodiálise ambulatorial, não apenas nos indicadores institucionais quantitativos e

qualitativos (Taxa de Ocupação Hospitalar, Média de Permanência e Giro de Leito), como

principalmente no grau de ansiedade e angustia gerado nos pacientes e seus familiares.

345400

361 361323

331307

374 372

448

554

461

11,5 12,9 12 11,7 10,4 11,4 9,912,5 12

14,917,9

15,4

0

10

20

30

40

0

200

400

600

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º Mês

Méd

ia d

iária

mero

Total mensal Média diária

58,9

97,3

56,7

7779,8

94,7

45,8

68,6

41,4

64,158

70,2

41,8

85,1

46,456,3

66,575,7

30,6

54,9

24,5

44,3 47,852

0

50

100

150

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º Mês

Méd

ia d

e P

erm

an

ên

cia

(dia

s)

Média de Permanência Tempo em lista de espera

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4 UNIDADES DE INTERNAÇÃO ABERTAS

O hospital interna pacientes para diversas especialidades e adota o modelo de Medicina

Hospitalar na área de Clínica Médica. Sabe-se que a imersão do médico nas Unidades de Internação

Abertas (UI’s) proporciona uma maior integração da equipe multidisciplinar, permite reavaliações de

pacientes mais graves e ajustes terapêuticos mais precoces, favorecendo o processo assistencial.

4.1 INDICADORES HOSPITALARES DAS UI’s

Na tabela 19, estão demonstrados alguns indicadores hospitalares das UI’s estratificados por

tipo de clínicas no sexto ano. Chamam atenção as altas Taxas de Ocupação, especificamente nas UI’s

destinadas aos pacientes adultos, tanto clínicos, quanto cirúrgicos, refletindo a alta demanda aliada a

perfis de maior permanência.

Tabela 19: Indicadores das Unidades de Internação abertas - HS – Ano 6

Unidades Leitos

Operacionais

N

Número de

Internações

N

Taxa de

Ocupação

%

Média de

Permanência

dias

Unidades Cirúrgicas

UI Adulto I

UI Adulto II

UI Adulto Térreo II

31

28

12

1.753

1.834

1.735

97,1

98,1

38,6

6,3

5,5

3,1

Unidades Clínicas

UI Adulto III

UI Adulto IV

UI Adulto Térreo

30

29

27

884

934

730

100,0

98,3

97,2

12,7

11,2

13,2

Unidades Pediátricas

UI Pediátrica I

UI Pediátrica II

32

20

2.225

78

78,1

4,0

4,1

3,4

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Os gráficos 33 e 34 evidenciam o comportamento das Médias de Permanência nas Unidades

Cirúrgicas e Clínicas, respectivamente. Nota-se que as Unidades Clínicas tiveram maiores Médias de

Permanência, sendo crescente em relação aos anos anteriores. Isto decorre da mudança no perfil

nosológico de suas internações, aliada as dificuldades enfrentadas para a desospitalização, a exemplo

dos pacientes com insufiiciência renal em terapia dialítica e dos pacientes oncológicos, que requerem

tratamento específico, ou mesmo dos pacientes que se tornam crônicos e que permanecem internados

por falta de acesso a rede de serviços públicos.

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A UI Adulto Térreo II, com 12 leitos, foi iniciada a partir do segundo ano do hospital e

direcionada aos pacientes cirúrgicos de menor complexidade e curta permanência. Vem mantendo

Média de Permanência baixa, possibilitando um maior número de internações.

Gráfico 33: Média de Permanência das UI’s Cirúrgicas - HS - Ano 1 a 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Gráfico 34: Média de Permanência das UI’s Clínicas - HS - Ano 1 a 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

O gráfico 35 mostra as Médias de Permanência nas unidades pediátricas, com marcante

redução no último ano. Ressalta-se que houve mudança do modelo assistencial na pediatria, onde o

paciente passa a ter seu acompanhamento integral pela mesma equipe de especialistas, desde o

atendimento inicial até a alta hospitalar, constituindo-se a Linha de Cuidado Pediátrica.

Gráfico 35: Média de Permanência das UI’s Pediátricas - HS - Ano 1 a 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

5,3 5,15,6 52,8

7,3 6,4

2,7

7,7 6,7

3

6,4 6,7

2,9

6,35,5

3,1

0

10

20

30

UI Adulto I UI Adulto II UI Adulto Térreo II

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6

7,2 8,1 7,47,1 8,2 8,19,8 10 10,69,4 10,6 11,211,6 12,9 12,612,7

11,213,2

0

10

20

30

UI Adulto III UI Adulto IV UI Adulto Térreo

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6

5,2 5,25,3 5,36,8 6,46,3 5,55,3 4,94,1 3,4

0

10

20

30

UI Pediátrica I UI Pediátrica II

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6

UI’s Cirúrgicas

UI’s Clínicas

UI’s Pediátricas

dias

dias

dias

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Visando a otimização dos leitos no hospital, considerando as Taxas de Ocupação das unidades

Pediátricas I e II, que no Ano 5 foram de 80,7% e 78,4%, respectivamente, no início do Ano 6 a UI

Pediátrica II foi destivada. Vale ressaltar que esta medida não impactou negativamente na oferta de

leitos de pediatria, uma vez que houve aumento no número de internações, passando de 1.797 para

2.225 no último ano, com Taxa de Ocupação mantida em 78,1%.

4.2 PERFIL NOSOLÓGICO DAS UI’s

As tabelas 20, 21 e 22 mostram os principais motivos de internação, com suas Médias de

Permanência nas Unidades Cirúrgicas, Clínicas e Pediátricas, justificando as diferenças observadas

neste indicador.

Visando à otimização da assistência diante da demanda, a UI Adulto I foi definida para o

tratamento de pacientes pela especialidade de ortopedia e traumatologia, a UI Adulto II para as demais

especialidades cirúrgicas e a Adulto Térreo II para todas, porém para pacientes com perfil de menor

complexidade e previsão de menor tempo de internação.

Assim, na UI Adulto I predominou os traumas de extremidades, na UI Adulto II o trauma

craniano e os transtornos da vesícula biliar, vias biliares e pâncreas e apêndice e na UI Adulto Térreo

II a calculose renal, os transtornos da vesícula biliar, vias biliares e pâncreas, as doenças do apêndice e

os traumas de extremidades que requerem menor permanência hospitalar (tabela 20).

Tabela 20: Perfis Nosológicos mais prevalentes nas UI’s Cirúrgicas – HS – Ano 6

UI Adulto I UI Adulto II UI Adulto Térreo II

N 1.753 - MPe 6,3 N 1.834 - MPe 5,5 N 1.735 - MPe 3,1

Descrição % dias % dias % dias

Traumatismo do joelho e perna

(S80.9-S89.9)

29,6 8,9 1,4 8,8 7,9 5,3

Traumatismo do quadril e coxa

(S72-S76.1)

25,9 8,6 0,9 7,2 3,3 5,5

Traumatismo cotovelo e antebraço

(S51.8-S56.2)

12,7 6,3 0,8 5,7 5,2 4,4

Traumatismo do tornozelo e pé

(S90.0-S98.3)

9,4 6,3 0,6 4,8 4,6 3,8

Traumatismo do ombro e braço

(S42.0-S46.7)

9,0 6,9 0,7 5,4 4,2 5,0

Traumatismo abdômen, dorso, lombar e

pelve (S32.0-S36.7)

1,5 12,6 4,8 5,8 2,9 5,6

Traumatismo de cabeça

(S02.0-S06.9)

0,4 7,9 16.6 7,1 8,7 4,1

Transtornos da vesícula biliar, vias biliares e

pâncreas (K80.1-K86.0)

- - 10,5 5,5 9,7 3,1

Doenças do apêndice

(K35.0-K35.9)

- - 8,0 4,8 9,0 3,3

Calculose Renal

(N20.0-N21.9)

- - 4,5 5,4 10,6 3,2

Fonte: Sistema Informatizado – HS

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Nas Unidades Clínicas, chama a atenção que a maior Média de Permanência observada foi na

UI Adulto Térreo, com 13,2 dias. Esta unidade é prioritariamente destinada para internações das

especialidades de neurologia clínica e nefrologia, justificando assim a alta prevalência de pacientes

com doenças cerebrovasculares (67,4%) e insuficiência renal (13,6%), com Média de Permanência de

10,8 dias e 44,9 dias, respectivamente (tabela 21). Vale salientar a dificuldade de desospitalização dos

pacientes que demandam de Terapia Dialítica na Rede Ambulatorial, impactando inclusive no

indicador hospitalar de Tempo Médio de Permanência.

Nas demais Unidades Clínicas destacaram-se as internações por infecção, especialmente

pneumonias, as doenças do coração, entre elas as doenças isquêmicas, as doenças hipertensivas, e o

diabetes mellitus, além das doenças cerebrovasculares e insuficiência renal, que embora menos

frequentes, impactam no tempo de internação.

Vale ressaltar a internação nestas unidades de pacientes com comorbidades crônicas e com

disfunções orgânicas, favorecendo para uma maior permanência hospitalar.

Tabela 21: Perfis Nosológicos mais prevalentes nas UI’s Clínicas – HS – Ano 6

UI Adulto III UI Adulto IV UI Adulto Térreo

N 884 - MPe 12,7 N 934 - MPe 11,2 N 730 - MPe 13,2

Descrição % dias % dias % Dias

Influenza (gripe) e pneumonia

(J15.3-J18.9)

10,9 15,1 9,1 14,8 0,5 5,7

Outras formas de doenças do coração

(I31.3-I51.1)

10,3 10,7 10,4 10,2 1,1 21,5

Doenças hipertensivas

(I10-I11.9)

8,7 14,1 8,1 9,8 3,7 26,3

Doenças isquêmicas do coração

(I20.0-I25.2)

7,4 11,0 8,4 9,3 - -

Outras doenças do aparelho urinário

(N30.0-N39.0)

7,4 13,8 7,1 11,9 0,2 27,0

Outras doenças bacterianas

(A40.3-A49.9)

7,1 22,8 4,8 24,3 0,5 33,7

Diabetes Mellitus

((E10.0-E14.9)

5,2 15,1 5,5 14,6 1,9 41,8

Insuficiência renal

(N17.0-N19)

4,8 12,8 4,0 13,8 13,6 44,9

Doenças cerebrovasculares

(I60.3-I69.4)

3,8 30,3 5,4 21,7 67,4 10,8

Fonte: Sistema Informatizado – HS

As Unidades Pediátricas apresentaram perfis nosológicos semelhantes, com predomínio das

doenças respiratórias, de pele e do tecido subcutâneo e as doenças do apêndice. Também foram

frequentes as internações devido aos traumas de extremidades. Todos estes perfis com baixas Médias

de Permanência hospitalar (tabela 22).

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Tabela 22: Perfis Nosológicos mais prevalentes nas UI’s Pediátricas – HS – Ano 6

UI Pediátrica I UI Pediátrica II

N 2.225 - MPe 4,1 N 78 - MPe 3,4

Descrição % dias % dias

Infecções de pele e do tecido subcutâneo

(L01.0-L08.9) 10,5 5,9 1,6 6,0

Influenza (gripe) e pneumonia

(J12.8-J18.9)

9,6 7,4 4,8 4,3

Doenças crônicas das vias aéreas inferiores

(J45.0-J45.9)

7,2 4,1 4,8 4,7

Doenças do apêndice

(K35.0-K35.9)

6,1 5,0 6,3 4,3

Traumatismo da cabeça

(S00.9-S09.9)

5,7 5,5 9,5 7,2

Traumatismo do cotovelo e do antebraço

(S52.0-S53.4)

5,7 3,7 9,5 2,4

Outras infecções agudas das vias aéreas

inferiores (J20.8-J22)

5,4 5,0 - -

Traumatismo do ombro e do braço

(S42.2-S42.4)

4,7 3,6 6,3 4,3

Traumatismo do joelho e da perna

(S81.0-S86.0)

3,0 6,0 4,8 6,7

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Diante da alta demanda para internamento de pacientes adultos, os 20 leitos da unidade

Pediátrica II, atualmente desativados, deverão ser incorporados à UI Adulto Térreo II, logo que

aprovada a Remodelagem do HS.

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5 TERAPIA INTENSIVA

As unidades de terapia intensiva (UTI’s) possuem uma estrutura capaz de fornecer suporte

para pacientes graves, com potencial risco de vida. Contudo, o envelhecimento da população e a

sobrevivência de pacientes às doenças previamente fatais, tornando-se crônicos e criticamente

enfermos, são desafios para o equilíbrio entre a oferta e o uso racional deste recurso. Soma-se a isto, a

deficiência da rede básica e a dificuldade de acesso a assistência à saúde, retardando diagnósticos e

favorecendo a progressão de doenças, muitas delas vistas já em situações de gravidade maior.

O Serviço de Terapia Intensiva do HS possui 60 leitos que são distribuídos em quatro

unidades com perfis bem definidos. As UTI’s Adulto I e II (20 leitos) e a UTI Adulto III (20 leitos)

são gerais, enquanto a UTI Cirúrgica (10 leitos) é destinada para pacientes adultos em pós-operatório e

a UTI Pediátrica (10 leitos) para pacientes com faixa etária de até 16 anos.

5.1 INDICADORES HOSPITALARES DAS UTI’S

Na tabela 23 estão demonstrados os indicadores das UTI’s no sexto ano do hospital, sendo

observadas altas Taxas de Ocupação, especialmente nas unidades de pacientes adultos, o que reflete a

alta demanda de pacientes críticos na instituição. A UTI Pediátrica apresentou uma Taxa de Ocupação

de 79,7%, porém foi a unidade com menor Média de Permanência (4,7 dias).

Tabela 23: Indicadores das Unidades de Terapia Intensiva - HS - Ano 6

Unidades Leitos

Operacionais

N

Número de

Internações

N

Taxa de

Ocupação

%

Média de

Permanência

dias

UTI Adulto I e II 20 642 98,0 11,2

UTI Adulto III 20 696 93,6 9,8

UTI Cirúrgica 10 444 97,7 8,0

UTI Pediátrica 10 618 79,7 4,7

Fonte: Sistema Informatizado – HS

As Médias de Permanência das UTI’s Adulto I e II e UTI Adulto III foram as maiores, com

11,2 e 9,8 dias, respectivamente, sendo justificáveis considerando o perfil nosológico e o risco

estimado pelo escore Apache II, como será mostrado posteriormente. Ressalta-se que diante da alta

demanda de pacientes críticos, são priorizados os mais instáveis e com necessidade de procedimentos

invasivos, a exemplo de ventilação mecânica e terapia dialítica, seguindo os critérios institucionais de

prioridade de admissão em UTI, o que impacta na Média de Permanência dos pacientes.

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O gráfico 36 mostra o comportamento da Média de Permanência nas Unidades Intensivas ao

longo dos seis anos, sendo observada estabilização deste indicador nas unidades gerais (UTI Adulto I e

II e UTI Adulto III). Vale salientar que a UTI Adulto III até o segundo ano do hospital era uma

unidade Semi Intensiva, que sofreu readequação diante da demanda de pacientes críticos. A Unidade

Cirúrgica apresentou aumento da Média de Permanência de 6,9 dias para 8,0 dias, diante da internação

de pacientes clínicos, atendendo a demanda interna. A UTI Pediátrica apresenta redução progressiva

deste indicador, atingindo 4,7 dias no último ano.

Gráfico 36: Média de Permanência das Unidades Intensivas - HS - Ano 1 a 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

5.2 PERFIL NOSOLÓGICO DAS UTI’s

As UTI’s Adulto I e II e UTI Adulto III são unidades que geralmente atendem a demanda da

Emergência, tendo perfis nosológicos semelhantes, com predomínio de pacientes clínicos. Porém, não

foi incomum o encaminhamento de pacientes procedentes do Centro Cirúrgico, justificada pelo

próprio perfil institucional de urgência e emergência, onde as internações por causas externas e de

especialidades cirúrgicas foram as mais frequentes.

O gráfico 37 traz a distribuição das internações nas UTI’s Adulto I e II por grupos

nosológicos, onde as doenças do aparelho circulatório foram as mais prevalentes, com 26,2%,

seguidas das doenças infecciosas, com 20,0% e das causas externas, com 16,3%. Chama a atenção que

são perfis de patologias com maior demanda de procedimentos invasivos e de tempo de internação na

unidade.

Conforme a tabela 24, que apresenta as principais doenças por grupos de CID e por ordem de

prevalência, predominou as doenças bacterianas, doenças cerebrovasculares e o traumatismo craniano.

Vale salientar que muitas das internações com comprometimento neurológico foram em pós-

operatório de craniotomias, para descompressões e drenagens de hematomas.

6,6 5,3 5,5 5,2

9,67,3 7,6 7,6

11,3 108,4 7,2

10,5 9,87,3 6,2

10,7 10,16,9 5,9

11,2 9,88

4,7

0

10

20

30

UTI Adulto I e II UTI Adulto III UTI Cirúrgica UTI Pediátrica

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6

Unidades Intensivas dias

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Gráfico 37: Internações por grupos nosológicos nas UTI’s Adulto I e II – HS – Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Tabela 24: Doenças mais prevalentes nas UTI’s Adulto I e II – HS – Ano 6

UTI’s Adulto I e II - 14/09/2015 a 13/09/2016

Descrição Internações

N %

Média de

Permanência (dias)

Outras doenças bacterianas (A41 – A49.9) 116 18,7 15,6

Doenças cerebrovasculares (I60 – I69.4) 96 15,5 12,4

Traumatismo da cabeça (S02.0 – S09.9) 46 7,4 16,4

Sintomas e sinais gerais (R56.8-R58) 42 6,8 8,4

Outras formas de doenças do coração (I34.0 – I51.3) 37 6,0 7,6

Influenza (gripe) e pneumonia (J15 – J18.9) 27 4,4 10,7

Insuficiência renal (N17 – N18.9) 23 3,7 5,9

Sintomas e sinais relativos ao aparelho digestivo e abdomen (R10) 17 2,7 9,1

Traumatismo do quadril e coxa (S72 – S72.9) 14 2,3 4,4

Doenças isquêmicas do coração (I20 – I25.5) 13 2,1 8,3

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Na UTI Adulto III, conforme gráfico 38, os principais grupos nosológicos foram das doenças

do aparelho circulatório, com 32,1%, doenças infecciosas, com 17,4%, e as causas externas, com

16,2%. Dentre as patologias mais prevalentes, também foram marcantes as doenças cerebrovasculares,

doenças bacterianas e o traumatismo craniano, assim como nas UTI’s Adulto I e II (tabela 25).

Dentre os motivos de admissão na UTI Adulto III, chamou atenção o internamento por

insuficiência renal, com 11% das admissões, contrastando com 3,7% das admissões na UTI Adulto I e

II. Este fato é justificado pela presença de um leito rotativo na unidade que é direcionado para a

terapia dialítica, tendo alguns pacientes convertidos para internação por instabilização do seu quadro

clínico.

26,2

16,3

20,0

7,6

4,5

4,8

4,41,6

14,5

UTI's Adulto I e II Circulatório

Causa Externa

Infeccioso

Respiratório

Genitourinário

Digestivo

Neurológico

Neoplasia

Outros

%

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Gráfico 38: Internações por grupos nosológicos na UTI Adulto III – HS – Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Tabela 25: Doenças mais prevalentes na UTI Adulto III – HS – Ano 6

UTI Adulto III - 14/09/2015 a 13/09/2016

Descrição Internações

N %

Média de

Permanência (dias)

Doenças cerebrovasculares (I60 – I69.4) 120 18,2 12,0

Outras doenças bacterianas (A41 – A49.9) 108 16,3 12,5

Insuficiência renal (N17 – N18.9) 73 11,0 6,2

Traumatismo da cabeça (S02.0 – S09.9) 52 7,9 13,4

Outras formas de doenças do coração (I34.0 – I51.3) 45 6,8 8,7

Sintomas e Sinais gerais (R56.8-R58) 29 4,4 10,6

Doenças isquêmicas do coração (I20 – I25.5) 31 3,8 7,1

Influenza (gripe) e pneumonia (J15 – J18.9) 28 4,2 5,6

Sinais e sintomas relativos ao aparelho digestivo e abdômen (R10.0) 16 2,4 10,3

Traumatismo do quadril e coxa (S72 – S72.9) 13 2,0 3,0

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Na UTI Cirúrgica, conforme o gráfico 39 e tabela 26, as causas externas foram marcantes,

com 32,6% das internações, chamando a atenção o traumatismo de cabeça e do quadril e coxa. Outro

grupo prevalente foi o relacionado às doenças do aparelho circulatório, com 23,8%, que inclui as

doenças cerebrovasculares, as doenças do coração e vasculares periféricas. As doenças do aparelho

digestivo e as infecciosas também foram vistas, especialmente em pós-operatório.

A despeito do perfil cirúrgico, casos clínicos foram admitidos na contingência, por não

disponibilidade de leitos nas outras unidades intensivas. Neste contexto, os pacientes são

posteriormente redirecionados, conforme disponibilidade do leito e respeitando-se a condição clínica

para o transporte seguro.

32,1

16,2

17,4

5,9

11,6

3,51,8 1,1

10,7

UTI's Adulto III Circulatório

Causa Externa

Infeccioso

Respiratório

Genitourinário

Digestivo

Neurológico

Neoplasia

Outros

%

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Gráfico 39: Internações por grupos nosológicos na UTI Cirúrgica – HS – Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado - HS

Tabela 26: Doenças mais prevalentes na UTI Cirúrgica – HS – Ano 6

UTI Cirúrgica - 14/09/2015 a 13/09/2016

Descrição Internações

N %

Média de

Permanência (dias)

Doenças cerebrovasculares (I60 – I69.4) 61 14,8 11,7

Traumatismo da cabeça (S02.0 – S09.9) 47 11,4 10,1

Sintomas e sinais relativos ao aparelho digestivo e abdômen (R10 – R10.4) 38 9,2 6,6

Traumatismo do quadril e coxa (S72 – S72.9) 25 6,1 4,1

Outras doenças bacterianas (A41 – A49.9) 23 5,6 7,9

Sintomas e sinais gerais (R56.8-R58) 21 5,1 9,7

Doenças isquêmicas do coração (I20.0 – I25.5) 11 2,7 9,4

Outras formas de doença do coração (I30.1-I50.9) 10 2,4 8,4

Traumatismo envolvendo múltiplas regiões do corpo (T01.1 – T07) 10 2,4 11,0

Traumatismo do abdômen, dorso, coluna lombar e pelve (S31.1 – S36.7) 9 2,2 2,1

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Na UTI Pediátrica, conforme gráfico 40 e tabela 27, foram prevalentes as doenças do aparelho

respiratório, com 40,9% das internações, seguida pelas causas externas, com 19,5%, das doenças do

aparelho digestivo, com 8% e das doenças infecciosas, com 6,2%. Destacou-se a Pneumonia como o

principal motivo (17,4%), seguido das doenças crônicas de vias aéreas inferiores (10,7%) e o

traumatismo craniano (9,8%).

Ressalta-se que, aliado a qualidade da equipe multiprofissional da unidade, foram condições

clínicas com menor demanda de procedimentos e consequente menor tempo de internação,

contribuindo para a redução da Média de Permanência alcançada no último ano.

23,8

32,66,6

3,4

3,4

5,4

2,2

5,1

17,4

UTI Cirúrgica Circulatório

Causa Externa

Infeccioso

Respiratório

Genitourinário

Digestivo

Neurológico

Neoplasia

Outros

%

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Gráfico 40: Internações por grupos nosológicos na UTI Pediátrica – HS – Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Tabela 27: Doenças mais prevalentes na UTI Pediátrica– HS – Ano 6

UTI Pediátrica - 14/09/2015 a 13/09/2016

Descrição Internações

N %

Média de

Permanência (dias)

Influenza (gripe) e Pneumonia (J15 – J18.9) 104 17,4 7,2

Doenças crônicas das vias aéreas inferiores (J43.9 – J45.9) 64 10,7 3,4

Traumatismo da cabeça (S02.0 – S09.9) 59 9,8 3,9

Outras infecções agudas das vias aéreas inferiores (J20.8 – J22) 44 7,3 3,6

Outras doenças do aparelho respiratório (J95.8 – J96.9) 24 4,0 4,2

Doenças infecciosas intestinais (A08.3-A09) 17 2,8 3,6

Outras doenças bacterianas (A41 – A49.9) 16 2,7 9,3

Outras doenças dos intestinos (K56.1 –K63.1) 16 2,7 2,7

Doenças do apêndice (K35.0 – K35.9) 15 2,5 3,1

Traumatismo do abdômen, dorso, lombar e pelve (S39.9) 15 2,5 3,1

Fonte: Sistema Informatizado - HS

Diante da demanda de pacientes críticos na instituição, a partir do quarto ano do hospital, a

área da Emergência destinada para estabilizar pacientes foi readequada em recurso humano e

tecnológico, passando a funcionar como UTI. Assim, 535 pacientes foram internados no setor de

Estabilização no último ano, com Média de Permanência de 6,7 dias.

Neste setor, dentre os perfis mais prevalentes, destacaram-se as doenças do aparelho

circulatório (36,1%), as doenças Infecciosas (23,1%) e as Doenças do Aparelho Respiratório (10%),

conforme demonstrado no gráfico 41 e Tabela 28.

2,5

19,5

6,2

40,9

2,3

8,0

3,80,5

16,0

UTI Pediátrica Circulatório

Causa Externa

Infeccioso

Respiratório

Genitourinário

Digestivo

Neurológico

Neoplasia

Outros

%

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Gráfico 41: Internações por grupos nosológicos na Estabilização – HS – Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Tabela 28: Doenças mais prevalentes na Estabilização – HS – Ano 6

Estabilização - 14/09/2015 a 13/09/2016

Descrição Internações

N %

Média de

Permanência (dias)

Outras doenças bacterianas (A41 – A49.9) 101 21,6 9,3

Doenças cerebrovasculares (I60 – I69.4) 95 20,3 7,2

Insuficiência renal (N17 – N18.9) 32 6,8 5,9

Outras formas de doenças do coração (I34.0 – I51.3) 30 6,4 7,1

Influenza (gripe) e Pneumonia (J15 – J18.9) 28 6,0 6,1

Doenças isquêmicas do coração (I20.0 – I25.5) 26 5,6 5,2

Sintomas e sinais gerais (R57-R69) 26 5,6 6,5

Traumatismo da cabeça (S02.0 – S09.9) 9 1,9 4,3

Outras doenças do aparelho digestivo (K91.3-K92.0) 9 1,9 6,8

Fonte: Sistema Informatizado – HS

36,1

6,6

23,1

10,0

8,1

4,12,6

1,7 7,7

Estabilização Circulatório

Causa Externa

Infeccioso

Respiratório

Genitourinário

Digestivo

Neurológico

Neoplasia

Outros

%

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6 BLOCO CIRÚRGICO

Nos seis anos do hospital, conforme demonstrado no gráfico 42, foi observado aumento

progressivo do número de procedimentos cirúrgicos, com pico de 11.666 no quinto ano e mantendo

11.475 no último ano, o que representou uma média de 31,4 procedimento-dia. Este fato pode ser

atribuído a alta demanda de pacientes na instituição com o perfil cirúrgico, aliado a maior eficiência

do Centro Cirúrgico no gerenciamento do seu processo e a reestruturação do Serviço de Ortopedia e

Traumatologia, o seu maior cliente.

Vale salientar que este aumento ocorreu tanto no paciente adulto, quanto no pediátrico,

conforme demonstrado no gráfico 43.

Gráfico 42: Procedimentos cirúrgicos – HS – Ano 1 a 6

Fonte: Sistema Informatizado - HS

Gráfico 43: Distribuição dos procedimentos por faixa etária – HS – Ano 1 a 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

A tabela 29 apresenta a distribuição dos procedimentos realizados ao longo dos seis anos do

hospital no paciente adulto, conforme as especialidades. Foi observado que houve aumento dos

procedimentos praticamente em todas as especialidades, com destaque para a ortopedia, cirurgia geral,

urologia, cirurgia plástica e neurocirurgia.

6.263

7.8839.118

9.660

11.666 11475

17,2

21,525 26,5

32 31,4

0

20

40

60

0

5.000

10.000

15.000

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6

Méd

ia d

e P

ro

ced

imen

to-d

ia

To

tal d

e P

ro

ced

imen

tos

Número de Procedimentos Média de Procedimento-dia

5.0656.346

7.4127.941

9.375 9217

1.1981.537 1.706 1.719 2.284 2258

0

5.000

10.000

15.000

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6

Adulto Pediátrico

N

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54

Tabela 29: Procedimentos cirúrgicos em pacientes adultos – HS – Ano 1 a 6

Especialidade ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6

N % N % N % N % N % N % Ortopedia 1.628 32,1 1.968 31,0 1.980 26,7 2.196 27,7 2.921 31,2 2.946 32,0

Cir. geral 1.478 29,2 2.025 31,9 1.905 25,7 1.934 24,4 2.212 23,6 2.097 22,8

Urologia 747 14,7 913 14,4 1.106 14,9 1.029 13,0 1.120 11,9 1.076 11,7

Cir. Plástica 382 7,5 541 8,5 587 7,9 635 8,0 900 9,6 1.103 12,0

Neurocirurgia 306 6,0 337 5,3 468 6,3 520 6,5 629 6,7 736 8,0

Cir. Vascular 200 3,9 289 4,6 354 4,8 365 4,6 378 4,0 315 3,4

Cir. Torácica 173 3,4 119 1,9 170 2,3 157 2,0 152 1,6 287 3,1

Bucomaxilo 58 1,1 86 1,4 137 1,8 103 1,3 147 1,6 128 1,4

Outros 93 1,8 68 1,1 705 9,5 1.002 12,6 916 9,8 529 5,6

Total 5.065 100,0 6.346 100,0 7.412 100,0 7.941 100,0 9.375 100,0 9.217 100,0

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Vale salientar que no grupo “Outros Procedimentos” estão considerados os procedimentos

percutâneos (cateterismo cardíaco, arteriografia cerebral e periférica), as instalações de acessos

vasculares (cateter de sorensen) e os procedimentos endoscópios (endoscopia digestiva, colonoscopia,

gastrostomia endoscópica e broncoscopia). Também fazem parte deste grupo os relacionados à

especialidade de oftalmologia.

No paciente pediátrico, conforme tabela 30, merece destaque o aumento progressivo dos

procedimentos realizados pela cirurgia pediátrica, que atingiu a proporção de 60,2% no último ano.

Tabela 30: Procedimentos cirúrgicos em pacientes pediátricos – HS – Ano 1 a 6

Especialidade ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6 N % N % N % N % N % N %

Cir. geral 422 35,2 699 45,5 921 54,0 1.024 59,6 1.378 60,3 1.359 60,2

Ortopedia 332 27,7 440 28,6 430 25,2 370 21,5 472 20,7 484 21,4

Cir. Vascular 118 9,8 62 4,0 12 0,7 26 1,5 16 0,7 19 0,8

Cir. Plástica 72 6,0 128 8,3 125 7,3 104 6,1 114 5,0 128 5,7

Cir. Torácica 60 5,0 43 2,8 54 3,2 48 2,8 89 3,9 62 2,7

Neurocirurgia 60 5,0 57 3,7 66 3,9 62 3,6 62 2,7 66 2,9

Urologia 59 4,9 70 4,6 61 3,6 58 3,4 76 3,3 109 4,8

Bucomaxilo 17 1,4 9 0,6 11 0,6 9 0,5 17 0,7 20 0,9

Outros 58 4,8 29 1,9 26 1,5 9 0,5 60 2,6 11 0,6

Total 1.198 100,0 1.537 100,0 1.706 100,0 1.710 100,0 2.284 100,0 2.258 100,0

Fonte: Sistema Informatizado – HS

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7 SERVIÇO DE APOIO DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICO (SADT)

O SADT do Hospital do Subúrbio é constituído pelo laboratório de análises clínicas, serviço

de bioimagem, métodos gráficos (eletrocardiograma e eletroencefalograma), endoscopia (endoscopia

respiratória e digestiva) e laboratório de hemodinâmica. Este último realiza procedimentos

diagnósticos nas áreas de cardiologia, cirurgia vascular e neurologia, complementados por

procedimentos terapêuticos coronarianos, conforme demanda e gravidade clínica.

O serviço de bioimagem engloba as modalidades de radiologia geral, tomografia

computadorizada, ultrassonografia e ressonância magnética, atuando 24 horas por dia e nos 7 dias da

semana. Tem foco nas demandas internas e, no caso da ressonância magnética, atende também

pacientes externos através da Central Estadual de Regulação de Alta Complexidade do estado da

Bahia (CERAC).

Foram mais de 2 milhões de procedimentos de apoio diagnóstico e terapêutico nos seis anos

do hospital, conforme demonstrado na tabela 31. No entanto, houve marcante redução do número de

exames até o terceiro ano, quando a instituição incorporou o “Exame Consciente” na Política de

Segurança do Paciente. Isto favoreceu a racionalização deste recurso, evitando o desperdício e

otimizando o desempenho assistencial.

Vale salientar ainda que a redução pode também ser justificada pela diminuição dos

atendimentos dos pacientes classificados como Verdes e Azuis, na urgência e emergência,

concomitante com a melhoria da rede de atenção primária e secundária do distrito, conforme

previamente comentado.

Tabela 31: Número de procedimentos de apoio diagnósticos e terapêutico – HS – Ano 1 a 6

Procedimento Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano4 Ano 5 Ano 6 Laboratório 439.440 387.221 182.303 186.862 199.827 169.713

Radiografia 53.172 50.567 46.195 47.669 54.596 47.566

Tomografia 14.185 15.831 14.383 14.817 17.080 16.267

ECG / EEG 9.118 8.836 6.720 6.735 6.812 5.459

Ultrassom 2.860 9.753 6.923 5.949 5.460 4.446

Ressonância Magnética 670 2.312 1.752 2.010 2.145 2.043

Métodos Endoscópicos 1.617 1.337 627 284 285 200

Hemodinâmica* - - 705 543 246 202

Total 521.062 475.857 259.608 259.775 286.451 246.013

Fonte: Sistema Informatizado – HS

*Os procedimentos de Hemodinâmica foram considerados apenas os realizados em pacientes não internados

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8 AGÊNCIA TRANSFUSIONAL

A Agência Transfusional do HS possui uma equipe especializada em prestar assistência

hemoterápica cujas competências estão definidas de acordo com a legislação vigente. É vinculada ao

Hemocentro Coordenador - HEMOBA, responsável pelo suprimento dos hemocomponentes de todos

os hospitais que compõem a rede de assistência do estado da Bahia vinculadas ao SUS.

O Hospital do Subúrbio, diante do seu perfil institucional de urgência e emergência,

predominantemente cirúrgico, onde as causas externas constituem o mais prevalente motivo de

internação, necessita de suporte de hemoterapia eficaz e eficiente. Logo, a Agência Transfusional do

HS vem acompanhando a programação de procedimentos invasivos e cirúrgicos e interagindo com as

especialidades médicas na busca da adequação da indicação clínica, conforme protocolos

institucionais estabelecidos. Além disto, vem realizando o gerenciamento de estoque dos

hemocomponentes. Estas ações impactam na adequação da demanda a oferta para esta terapia e na

redução do risco de complicações relacionadas.

No sexto ano do HS, ocorreram 6.305 hemotransfusões. No gráfico 44 está demonstrada a

distribuição da utilização de hemocomponentes por tipo, sendo observada maior prevalência de

concentrado de hemáceas (61,6%), seguido de plasma fresco (19,6%), plaquetas (11,3%) e

crioprecipitado (7,5%).

Gráfico 44 : Distribuição do uso de hemocomponente - HS – Ano 6

Fonte: Hemoterapia / Sistema Informatizado – HS

3884

61,6%

1236

19,6%

712

11,3%

473

7,5%

Concentrado de hemácea Plasma

Plaquetas Crioprecipitado

N 6.305

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9 ESPECIALIDADES CLÍNICAS

9.1 CLÍNICA MÉDICA

O Serviço de Clínica Médica encontra-se estruturado no modelo de Medicina Hospitalar, que

busca a qualidade da assistência através da participação efetiva do médico, atuando como líder no

planejamento da linha do cuidado assistencial.

Vale ressaltar que a integralidade do cuidado, numa atuação multiprofissional, permite um

melhor desempenho clínico, mesmo dentro de um perfil cuja complexidade e gravidade dos pacientes

se mostram crescentes. São desenvolvidas ações como rondas clínicas diárias (“rounds”) e visitas

multidisciplinares, que auxiliam no planejamento seguro do cuidado e na tomada de decisão, além de

melhorar a comunicação e o alinhamento entre os membros da equipe, reduzindo complicações e

propiciando a desospitalização precoce.

Os médicos da Clínica Médica atuam nas Unidades de Internação Adulto III e IV, respondem

interconsultas e acompanham, em conjunto com outras especialidades, alguns pacientes no pré e pós-

operatório, pacientes neurológicos e nefrológicos. Os médicos hospitalistas têm o desafio de assistir

aos pacientes com quadros agudos, boa parte deles com agravos múltiplos e com doenças crônicas,

muitas recém diagnosticadas e desconhecidas até então pelos pacientes.

No sexto ano do hospital, foram internados 884 e 934 pacientes nas Unidades de Internação III

e IV, respectivamente, conforme previamente demonstrado na tabela 19, num total de 1.818

internações. Dentre os principais motivos de admissão, foram prevalentes as doenças do coração,

especialmente as doenças isquêmicas e a insuficiência cardíaca, e as pneumonias (tabela 21). São

unidades com altas Médias de Permanência (tabela 32), justificadas pelo perfil de pacientes

internados, muitos dos quais com quadros crônicos e avançados de doença, com alta dependência e

internação prévia na Terapia Intensiva.

Tabela 32: Média de Permanência nas Internações de Clínica Médica – HS – Ano 1 a 6

ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6

Internações Clínicas

UI Adulto III

UI Adultoa IV

7,2

8,1

7,1

8,2

9,8

10,0

9,4

10,6

11,6

12,9

12,7

11,2

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Vale salientar que o comportamento da Média de Permanência foi associado ao aumento da

complexidade dos pacientes, desde suas admissões, e dependência funcional, necessitando maior

tempo para recuperação. As doenças cerebrovasculares, com 3,8% das internações na Unidade III e

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5,4% na Unidade IV, foram patologias de grande impacto na Média de Permanência, com 30,3 dias e

21,7 dias, respectivamente.

Quanto as interconsultas, a tabela 33 mostra a distribuição das solicitações nas unidades de

internação cirúrgicas (UI Adulto I, UI Adulto II e UI Adulto T II). Foram 242 solicitações, geralmente

para avaliação pré-operatória e para o manejo de complicações, resultando, algumas vezes, em

transferência de assistência para as unidades clínicas. O tempo médio de resposta da interconsulta foi

de 24 horas, dentro do acordo estabelecido entre estes processos.

Tabela 33: Distribuição das interconsultas por unidade cirúrgica solicitante – HS – Ano 6

Unidade

Número Percentual

UI Adulto I

33 13,6

UI Adulto II

169 69,8

UI Adulto Térreo II

16,5 10,5

Fonte: Sistema Informatizado – HS

A busca do aprimoramento na formação e capacitação profissional é meta estratégica do

Hospital do Subúrbio. Assim, o Serviço de Clínica Médica disponibiliza programa de Residência

Médica, credenciado pelos Ministérios da Educação e da Saúde, e oferece campo de estágio para o

Internato do 10º semestre da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. A estratégia adotada de

ensino faz parte do esforço para a formação de um profissional imbuído nos valores éticos, humanos e

de integralidade no cuidado.

9.2 NEUROLOGIA

O Serviço de Neurologia Clínica é caracterizado pelo compromisso com a qualidade

assistencial, tanto no acompanhamento de pacientes internados e nas respostas de interconsultas,

quanto nos plantões presenciais na Emergência durante o período diurno.

As patologias neurológicas constituíram um importante motivo de internação hospitalar.

Dentre elas, houve destaque para as doenças cerebrovasculares, que, no sexto ano do HS,

corresponderam a 930 internações (9,6% do total das admissões nos pacientes adultos). O

acompanhamento pela especialidade foi definido para os casos Isquêmicos e Hemorrágicos não

cirúrgicos.

Diante da prevalência das doenças cerebrovasculares no contexto institucional e de sua

morbimortalidade, em julho de 2015 foi implantada a “Linha de Cuidado do Paciente com Acidente

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Vascular Cerebral (AVC)”. Esta tem o racional de olhar para o paciente com suspeita de AVC desde

o seu atendimento inicial até o processo de desospitalização e encaminhamento para reabilitação,

conforme demanda. Tem uma visão multidisciplinar integrada, com definição de marcadores de

processos que impactam na efetividade do resultado (a exemplo da Taxa de Adequação da Terapia

Trombolítica), assim como os seus indicadores de desempenho, que vem sendo analisados, com ciclos

de melhoria contínua. No capítulo 11 está descrito os dados relacionados a esta linha estratégica.

Em relação às respostas de interconsultas, foram 2.472 no sexto ano, resultando em uma

média de 6,8 por dia, com tempo médio de resposta foi de 5,6 horas, demonstrando a organização e

eficiência do serviço.

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10 ESPECIALIDADES CIRÚRGICAS

10.1 ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA

O Serviço de Ortopedia e Traumatologia do HS tem como objetivo o atendimento integral do

paciente portador de trauma ortopédico. Busca realizar o atendimento inicial fazendo o diagnóstico das

afecções ortopédicas, aplicar o tratamento definitivo (cirúrgico ou conservador), acompanhar o

paciente através do Ambulatório de Egressos até a consolidação das fraturas e reabilitação funcional e

efetuar procedimentos secundários, se necessários, durante o seguimento do paciente.

A equipe se divide entre plantões de emergência e atividades nas alas de internação e no

Ambulatório de Egressos, além de realizar os procedimentos cirúrgicos. Vale salientar que a

especialidade sofreu reestruturação, com a incorporação de uma médica clínica para o

acompanhamento dos pacientes internados nas enfermarias, que aliado ao Serviço de Anestesiologia e

a Agência Transfusional na busca de redução do tempo pré-operatório, promoveu melhoria nos

indicadores quantitativos e qualitativos, a exemplo do aumento no número de atendimentos e de

procedimentos cirúrgicos, redução da média de permanência e da mortalidade por grupo nosológico.

No sexto ano do hospital, foram 9.703 atendimentos realizados pela especialidade na

Emergência e Urgência Ortopédica e 10.320 no Ambulatório de Egressos, conforme gráficos 45 e 46,

correspondendo a 17,3% e 63,9% do total de atendimentos nestes setores, respectivamente.

Gráfico 45: Atendimentos na Urgência e Emergência Gráfico 46: Atendimentos no Ambulatório de Egressos

pela Ortopedia e Traumatologia – HS – Ano 6 pela Ortopedia e Traumatologia – HS – Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS Fonte: Sistema Informatizado – HS

A tabela 34 mostra o número de atendimentos realizados pela especialidade ao longo dos seis

anos do hospital, tendo ocorrido 9.703 atendimentos de urgência e emergência no último ano e 10.320

atendimentos no Ambulatório de Egressos, estes distribuidos em quatro turnos semanais. Em ambos,

predominaram pacientes adultos.

9.703;

17,3%

Urgência e Emergência

Ortopedia e

Traumatologia

Outros

10.320;

63,9%

Ambulatório de Egressos

Ortopedia e

Traumatologia

Outros

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A tabela também mostra o quantitativo de interconsultas para a especialidade, com 2.925

solicitações, representando uma média de 8,0 por dia. O tempo médio de resposta foi de 6,9 horas.

Tabela 34: Quantitativo de atendimentos – Serviço de Ortopedia e Traumatologia – HS – Ano 1 a 6

ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6

Urgência e Emergência

Total

Média diária

7.797

21,4

11.568

31,7

10.114

27,7

10.039

27,5

11.510

31,5

9.703

27,9

Ambulatório de Egressos

Total 4.896 8.367 9837 9.005 9.678 10.320

Interconsultas

Total

Média diária

1.872

5,1

2.790

7,6

2.995

8,2

3.264

8,9

3.773

10,3

2.925

8,0

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Em relação aos procedimentos cirúrgicos, foram realizados 3.430 no sexto ano, representando

29,9% do total (gráfico 47). Na tabela 35 pode ser observado que houve aumento progressivo do

número de procedimentos, atingindo uma média de 9,4 por dia, sendo predominante em pacientes

adultos, com 85,9%.

Gráfico 47: Procedimentos cirúrgicos da Ortopedia e Traumatologia – HS – Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Tabela 35: Procedimentos cirúrgicos – Serviço de Ortopedia e Traumatologia – HS – Ano 1 a 6

Procedimentos

Cirúrgicos

ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6

Pacientes adultos

Pacientes pediátricos

Total

Média diária

1.628

332

1.960

5,4

1.968

440

2.408

6,6

1.980

430

2.410

6,6

2.196

370

2.566

7,0

2.921

472

3.393

9,3

2.946

484

3.430

9,4

Fonte: Sistema Informatizado – HS

3.430;

29,9%

Procedimentos Cirúrgicos

Ortopedia e

Traumatologia

Outros

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A tabela 36 mostra os principais procedimentos cirúrgicos ortopédicos realizados no sexto ano

do hospital, onde as fraturas complexas prevaleceram.

Tabela 36 : Principais procedimentos da Ortopedia e Traumatologia – HS - Ano 6

Descrição Quantidade

Tratamento cirúrgico de fraturas da diáfise da tíbia 256

Tratamento cirúrgico de fraturas maleolares do tornozelo 242

Tratamento cirúrgico de fraturas da diáfise do fêmur 178

Tratamento cirúrgico de fratura metáfise distal de antebraço 163

Retirada fixador externo 156

Tratamento cirúrgico de fraturas transtrocantérica 140

Tratamento cirúrgico de fratura do planalto de tíbia 121

Retirada de placas e/ou parafusos 104

Fonte: Sistema Informatizado – HS

No ano de 2014, o HS iniciou a residência médica própria em Ortopedia, disponibilizando

duas vagas por ano, com duração de 03 anos. A pesquisa vem também sendo fomentada de forma

crescente, já com alguns trabalhos publicados.

10.2 CIRURGIA GERAL

O Serviço de Cirurgia Geral, ao longo do sexto ano de funcionamento do hospital, mantém a

qualidade no atendimento de urgência e emergência à população e segue na aptidão da educação de

jovens estudantes e formação de novos cirurgiões, congregando-os em torno da observação e

seguimento dos preceitos da “Cirurgia Segura”.

Conta com a participação de médicos especialistas em Cirurgia Geral, atuando em regime de

plantão na urgência e emergência, responsáveis pelo atendimento inicial do paciente, reavaliações e

procedimentos cirúrgicos, conforme demanda. Além disto, em visitas às enfermarias e unidades

intensivas, conta com médicos diaristas, que acompanham os pacientes, discutem com os médicos

residentes e estudantes de graduação, e definem o Plano Terapêutico assistencial.

No sexto ano do HS, conforme gráficos 48 e 49, foram 8.824 pacientes atendidos de urgência

e emergência pela Cirurgia Geral (15,7% do total de atendimentos no setor) e 1.414 no Ambulatório

de Egressos (8,8% do total), representando a segunda especialidade cirúrgica em número de

atendimentos nos dois setores.

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Gráfico 48: Atendimentos na Urgência e Emergência Gráfico 49: Atendimentos no Ambulatório de Egressos

pela Cirurgia Geral – HS – Ano 6 pela Cirurgia Geral – HS – Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS Fonte: Sistema Informatizado – HS

A tabela 37 mostra o número de atendimentos realizados pela especialidade na Emergência, no

Ambulatório de Egressos e de Respostas de Interconsultas, ao longo dos seis anos do hospital. A

média de atendimentos de urgência e emergência no último ano foi de 24,2 por dia.

Tabela 37: Quantitativo de atendimentos – Serviço de Cirurgia Geral – HS – Ano 1 a 6

ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6

Emergência

Total

Média diária

5.273

14,5

7.201

19,7

7.825

21,4

7.539

20,7

8.939

24,5

8.824

24,2

Ambulatório de Egressos

Total 1.237 1.678 1.667 1.838 1.707 1.414

Interconsultas

Total

Média diária

2.099

5,8

3.075

8,4

3.109

8,5

3.002

8,2

3.322

9,1

2.866

7,9

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Em relação aos procedimentos cirúrgicos, foram realizados 2.097 no sexto ano, representando

18,3% do total (gráfico 50). Vale salientar que houve aumento na quantidade de procedimentos

realizados, atingindo uma média de 5,8 por dia no último ano, conforme demonstrado na tabela 40.

Gráfico 50: Procedimentos cirúrgicos da Cirurgia Geral – HS – Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

8.824;

15,7%

Emergência

Cirurgia Geral

Outros

1.414;

8,8%

Ambulatório de Egressos

Cirurgia Geral

Outros

2.097;

18,3%

Procedimentos Cirúrgicos

Cirurgia Geral

Outros

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Tabela 38: Procedimentos cirúrgicos – Serviço de Cirurgia Geral – HS – Ano 1 a 6

Procedimentos

Cirúrgicos

ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6

Total

Média diária

1.478

4,1

2.025

5,6

1.905

5,2

1.934

5,3

2.212

6,1

2.097

5,8

Fonte: Sistema Informatizado – HS

A tabela 39 mostra os principais procedimentos cirúrgicos realizados pelo Serviço de Cirurgia

Geral no sexto ano do hospital. Prevaleceram as laparotomias exploradoras, com 706 procedimentos

(8,0% do total), indicadas para o tratamento de diversas condições nosológicas, seja por abdômen

agudo inflamatório, obstrutivo ou hemorrágico, este último associado aos traumas abdominais,

corroborando com o perfil institucional de urgência e emergência.

Vale ressaltar o tratamento cirúrgico das patologias de vesícula, vias biliares e pâncreas e o

tratamento das apendicites. Em ambos, à abordagem via laparoscópica foi a mais utilizada,

favorecendo para um menor tempo de internação destes perfis nosológicos na instituição.

Tabela 39: Principais procedimentos da Cirurgia Geral - HS - Ano 6

Descrição Quantidade

Laparotomia exploradora 706

Colecistectomia videolaparoscópica 277

Toracostomia com drenagem fechada 261

Apendicectomia videolaparoscópica 230

Apendicectomia 225

Liberação de aderências intestinais 159

Debridamento de fasceite necrotizante 76

Drenagem de abscesso pélvico 63

Enterectomia 58

Hemicolectomia 53

Fonte: Sistema Informatizado – HS

A partir de julho de 2015, seguindo a vocação assistencial e acadêmica do Hospital do

Subúrbio, em um esforço conjunto e multidisciplinar dos seus diversos profissionais e com o apoio

decisivo do seu corpo diretivo, foi desenvolvida e aplicada a “Linha de Cuidado do Paciente

Politraumatizado”. A sistematização do atendimento ao paciente, desde sua chegada até o momento

da alta hospitalar, promoveu maior eficácia na comunicação e padronização de condutas, na busca do

melhor resultado para o paciente.

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A linha ocorre sob espírito de equipe coordenado por um líder intitulado “Capitão do

Trauma”, cuja função é garantir o atendimento ao paciente, de acordo com os protocolos previamente

estabelecidos. No capítulo 12 está descrito os dados relativos a esta linha no Ano 6.

Paralelamente às atividades assistenciais, o Serviço de Cirurgia Geral do Hospital do

Subúrbio, mantendo seu compromisso com a educação continuada e pesquisa, neste último ano

apresentou 12 trabalhos científicos no Congresso do Colégio Brasileiro de Cirurgiões e no XXIX

Panamerican Congress of Trauma Critical Care and Emergency Surgery. Neste último, recebeu o

prêmio do melhor trabalho na categoria geral: “Factors related to mortality in subjects admitted to the

Red Wave Protocol”.

10.3 UROLOGIA

A Urologia do Hospital do Subúrbio tem como objetivo prestar assistência de urgência e

emergência de forma plena, com responsabilidade e qualidade. Funciona em regime de plantão diurno

por 12horas e sobreaviso noturno. O plantonista faz o atendimento na Emergência e no Ambulatório

de Egressos, acompanha os pacientes internados e realiza as cirurgias de urgência e emergência, além

das cirurgias eletivas, conforme programado.

A tabela 40 mostra o número de atendimentos realizados pela especialidade ao longo dos seis

anos do hospital, onde foi evidente a redução no número de atendimentos de urgência e emergência no

sexto ano, com 298, mas mantendo o quantitativo alto de interconsultas e de atendimentos

ambulatoriais.

Tabela 40: Quantitativo de atendimentos pela Urologia – HS – Ano 1 a 6

ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6

Urgência Emergência

Total

Média diária

996

2,7

1.345

3,7

1.037

2,8

596

1,6

546

1,5

298

0,8

Ambulatório de Egressos

Total 578 988 1.406 1.281 1.387 1.065

Interconsultas

Total

Média diária

1.212

3,3

1.873

5,1

1.680

4,6

1.618

4,4

1.497

4,1

1.564

4,3

Fonte: Sistema Informatizado – HS

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Em relação aos procedimentos cirúrgicos, conforme a tabela 41, pode-se observar um

comportamento estável da especialidade, com 1.198 procedimentos no último ano.

Tabela 41: Procedimentos cirúrgicos da Urologia – HS – Ano 1 a 6

Procedimentos

Cirúrgicos

ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6

Total

Média diária

809

2,2

983

2,7

1.167

3,2

1.087

3,0

1.196

3,3

1.198

3,3

Fonte: Sistema Informatizado – HS

A tabela 42 mostra os principais procedimentos urológicos realizados, onde o tratamento de

calculose renal ou de hidronefrose prevaleceram. Assim, realizada por via endoscópica, a instalação

cateter duplo J, a cistolitotomia e/ou retirada de corpo estranho e a ureterolitotomia corresponderam a

908 procedimentos.

Tabela 42 : Principais procedimentos da Urologia – HS - Ano 6

Descrição Quantidade

Instalação endoscópica de cateter duplo J 338

Ureterolitotomia 294

Cistolitotomia e/ou retirada de corpo estranho na bexiga 276

Exploração cirúrgica da bolsa escrotal 60

Cistoscopia e/ou ureteroscopia e/ou uretroscopia 50

Orquidopexia unilateral 43

Orquiectomia unilateral 40

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Vale ressaltar que para a retirada de cateter de duplo J nem sempre houve a necessidade de

internação hospitalar, sendo possível este procedimento ser realizado a nível ambulatorial, através de

fio externo deixado no intraoperatório.

O Serviço de Urologia do HS se tornou, ao longo do tempo, referência estadual em urgências

e emergências urológicas, destacando-se pela presteza, agilidade na resolução das urgências, qualidade

da assistência e resolutividade.

10.4 CIRURGIA PLÁSTICA

A Cirurgia Plástica é constituída por 03 cirurgiões plásticos que atuam diariamente na

instituição. É dado apoio as demais especialidades (cirurgia geral, ortopedia, neurocirurgia, vascular,

urologia, clinica médica, etc) na reparação de defeitos traumáticos, nas rotações de retalhos para

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fechamento de lesões e no cuidado de pacientes com úlceras por pressão, incluindo a realização de

debridamentos. Os pacientes após a alta são acompanhados no Ambulatório de Egressos até a

finalização do tratamento.

Conforme evidenciado na tabela 43, foram 557 interconsultas solicitadas e 409 atendimentos

no Ambulatório de Egressos, sendo este realizado em três turnos semanais.

Tabela 43: Quantitativo de atendimentos da Cirurgia Plástica – HS – Ano 1 a 6

ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6

Ambulatório de Egressos

Total - 295 429 429 465 409

Interconsultas

Total

Média diária

402

1,1

541

1,9

657

1,8

575

1,6

643

1,8

557

1,5

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Quanto aos procedimentos cirúrgicos, conforme demonstrado na tabela 44, pode-se observar

expressivo aumento ao longo do tempo, atingindo uma marca de 1.231 no sexto ano, o que representa

uma média diária de 3,4 procedimentos por dia. Em geral foram procedimentos de debridamento

cirúrgico, enxertias de pele, rotação de retalhos, tratamento de queimados, reconstrução após trauma

de pálpebras, orelha, lábio, etc.

Tabela 44: Procedimentos cirúrgicos da Cirurgia Plástica – HS – Ano 1 a 6

Procedimentos

Cirúrgicos

ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6

Total

Média diária

454

1,2

669

1,8

712

2,0

739

2,0

1.014

2,8

1.231

3,4

Fonte: Sistema Informatizado – HS

A tabela 45 mostra os principais procedimentos realizados pela especialidade no último ano.

Tabela 45 : Principais procedimentos da Cirurgia Plástica – HS - Ano 6

Descrição Quantidade

Desbridamento de úlcera/tecido desvitalizado 1.148

Enxerto dermo-epidérmico 50

Excisão e sutura de lesões com plástica em Z/ rotação de retalho 15

Retirada de corpo estranho na intimidade dos ossos de face 6

Enxerto composto 4

Tratamento de queimado 4

Fonte: Sistema Informatizado – HS

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10.5 NEUROCIRURGIA

Para o atendimento de urgência e emergência, o Serviço de Neurocirurgia funciona com um

médico plantonista de 12 horas e sobreaviso noturno. Além disto, um médico diarista acompanha os

pacientes internados, responde interconsultas e atende no Ambulatório de Egressos.

A tabela 46 mostra a produção do serviço ao longo dos seis anos do hospital. Foram 147

atendimentos diretos da especialidade na Emergência no último ano, excluindo-se os atendimentos

secundários, 1.340 no Ambulatório de Egressos e 3.539 interconsultas.

Tabela 46: Quantitativo de atendimentos – Serviço de Neurocirurgia – HS – Ano 1 a 6

ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6

Urgência Emergência

Total

Média diária

619

1,7

906

2,5

1.143

3,1

560

1,5

303

0,8

147

0,4

Ambulatório de Egressos

Total 519 883 709 1.244 1.447 1.340

Interconsultas

Total

Média diária

1.624

4,5

2.671

7,3

3.398

9,3

3.757

10,3

4.699

12,9

3.539

9,7

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Vale ressaltar que ao final do terceiro ano estabeleceu-se uma nova sistemática de

atendimento aos pacientes da Emergência, com o atendimento inicial passando a ser feito pela

Cirurgia Geral e Clínica Médica, justificando a redução dos atendimentos primários da especialidade e

o aumento das solicitações de interconsultas.

Quanto aos procedimentos, destaca-se o aumento progressivo desde o primeiro ano, conforme

demonstrado na tabela 47, atingindo 802 no último ano, com uma média de 2,2 procedimentos por dia.

Tabela 47: Procedimentos cirúrgicos – Serviço de Neurocirurgia – HS – Ano 1 a 6

Procedimentos

Cirúrgicos

ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6

Total

Média diária

366

1,0

394

1,1

534

1,5

582

1,6

691

1,9

802

2,2

Fonte: Sistema Informatizado – HS

A tabela 48 mostra os principais procedimentos realizados pela neurocirurgia no sexto ano.

Dentre eles, destacaram-se a derivação ventricular externa, craniotomia descompressiva e drenagem

de hematomas, corroborando com o perfil institucional de urgência e emergência.

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Tabela 48 : Principais procedimentos da Neurocirurgia – HS - Ano 6

Descrição Quantidade

Implante de derivação ventricular externa (DVE) 108

Angiografia cerebral de 4 vasos 88

Reconstrução craniana 68

Tratamento cirúrgico de hematoma subdural crônico 60

Tratamento cirúrgico de fístula liquórica 59

Craniotomia descompressiva 55

Microcirurgia vascular intracraniana 39

Tratamento cirúrgico de hematoma intracerebral 32

Tratamento cirúrgico de hematoma extradural 30

Tratamento cirúrgico de hematoma subdural agudo 26

Fonte: Sistema Informatizado – HS

10.6 CIRURGIA VASCULAR

A Cirurgia Vascular desde a sua formação em 2010 vem sendo modificado e ampliado. Além

de plantão presencial de 12 horas na Emergência e de diarista para avaliação dos pacientes internados

e interconsultas, o serviço dispõe de método de imagem, com realização de duplex scan, atende no

Ambulatório de Egressos, para o seguimento de pacientes operados na unidade, e atua no Serviço de

Hemodinâmica, para diagnóstico e terapia em casos selecionados.

No sexto ano do HS, conforme demonstrado na tabela 49, ocorreram 92 atendimentos na

Urgência e Emergência e 132 atendimentos no Ambulatório de Egressos. O número de solicitações de

interconsultas para a especialidade foi de 1.383 no último ano, que representou uma média de 3,8 por

dia.

Tabela 49: Quantitativo de atendimentos da Cirurgia Vascular – HS – Ano 1 a 6

ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6

Urgência Emergência

Total

Média diária

441

1,1

537

1,5

420

1,2

279

0,8

236

0,7

92

0,3

Ambulatório de Egressos

Total 327 442 244 154 228 132

Interconsultas

Total

Média diária

749

2,1

1.348

3,7

1.415

3,9

1.450

4,0

1.662

4,6

1.383

3,8

Fonte: Sistema Informatizado – HS

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70

A tabela 50 mostra o número de procedimentos realizados pela Cirurgia Vascular ao longo dos

seis anos do hospital, onde pode ser observada estabilização no quantitativo, com 334 procedimentos

no último ano. Dentre eles, prevalesceu os debridamentos e amputações, assim como as

revascularizações, seja cirúrgica ou por via percutânea (tabela 51), refletindo o perfil dos pacientes

atendidos, onde portadores de doença vascular periférica crônica agudizada e pé diabético superaram,

nesta especialidade, os atendimentos ao trauma.

Tabela 50: Procedimentos cirúrgicos da Cirurgia Vascular – HS – Ano 1 a 6

Procedimentos

Cirúrgicos

ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6

Total

Média diária

318

0,9

351

1,0

366

1,0

391

1,1

394

1,1

334

0,9

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Tabela 51: Principais procedimentos da Cirurgia Vascular – HS - Ano 6

Descrição Quantidade

Amputação / desarticulação 93

Tratamento cirúrgico de lesões vasculares traumáticas 55

Revascularização cirúrgica de membros 39

Arteriografia de membros 33

Embolectomia arterial 10

Revisão de coto amputado 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

10.7 CIRURGIA TORÁCICA

A Cirurgia Torácica como especialidade encontra-se presente no Hospital do Subúrbio desde

sua fundação. Atualmente conta com a colaboração de 03 cirurgiões que atuam 03 dias por semana. O

modelo assistencial adotado consiste no acompanhamento dos pacientes com moléstias torácicas que

possam demandar alguma necessidade de abordagem cirúrgica. Também atua como suporte para as

especialidades clinicas e cirúrgicas, especialmente na terapia intensiva, onde é responsável pela

realização de traqueostomia.

Assim, conforme a tabela 52, foram 849 solicitações de interconsultas no último ano, com

tempo médio de resposta de 34,9 horas, dentro do preconizado pela instituição.

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71

Tabela 52: Quantitativo de atendimentos da Cirurgia Torácica – HS – Ano 1 a 6

ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6

Ambulatório de Egressos

Total - 72 88 22 - -

Interconsultas

Total

Média diária

340

0,9

659

1,8

926

2,5

986

2,7

1.229

3,4

849

2,3

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Na tabela 53 está demonstrado o número de procedimentos cirúrgicos realizados ao longo dos

seis anos, onde pode ser observado aumento no último ano, com 349 procedimentos. Dentre eles,

foram 281 traqueostomias (tabela 54), geralmente indicada em pacientes com quadros neurológicos,

que não protegiam as vias aéreas, ou em pacientes que necessitavam de suporte ventilatório mecânico

por tempo prolongado, conforme elegibilidade definida em protocolo institucional.

Tabela 53: Procedimentos cirúrgicos da Cirurgia Torácica – HS – Ano 1 a 6

Procedimentos

Cirúrgicos

ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6

Total

Média diária

233

0,6

162

0,4

224

0,6

205

0,6

241

0,7

349

1,0

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Tabela 54 : Principais procedimentos da Cirurgia Torácica – HS – Ano 6

Descrição Quantidade

Traqueostomia 281

Decorticação pulmonar 33

Pneumorrafia 17

Pleurostomia 8

Videotoracoscopia 7

Lobectomia pulmonar 5

Fonte: Sistema Informatizado - HS

10.8 CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA BUCOMAXILOFACIAL

O Hospital do Subúrbio destaca-se por ser referência em Salvador e região Metropolitana no

atendimento dos indivíduos que são acometidos por politrauma e traumas de face, comumente

secundários aos acidentes automobilísticos, as agressões físicas, aos traumas ocasionados por armas de

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fogo ou armas brancas, aos acidentes esportivos ou acidentes ocasionais, como acidentes de trabalho

ou quedas. Assim, a Cirurgia Bucomaxilofacial atua em plantões presenciais e de sobreaviso na

Emergência, atende pacientes no Ambulatório de Egressos, responde interconsultas e realiza os

procedimentos cirúrgicos necessários.

Na tabela 55 está demonstrado o quantitativo de atendimentos ao longo dos seis anos, onde

pode ser observada redução dos atendimentos na Emergência em relação ao último ano.

Tabela 55: Quantitativo de atendimentos da Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial – HS – Ano 1 a 6

ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6

Urgência Emergência

Total

Média diária

1.223

3,4

1.756

4,8

1.072

2,9

748

2,1

563

1,5

248

0,7

Ambulatório de Egressos

Total 401 332 504 493 687 577

Interconsultas

Total

Média diária

539

1,5

744

2,0

797

2,2

892

2,4

1.087

3,0

837

2,3

Fonte: Sistema Informatizado – HS

No atendimento da Emergência é feita a avaliação do tipo de lesão em face ou cavidade bucal

e a indicação de tratamento conservador ou cirúrgico. Também são realizadas suturas e tratamento de

traumas dento-alveolares.

O atendimento no Ambulatório de Egressos ocorre em dois turnos semanais e o

acompanhamento e as avaliações de pacientes internados com traumas de face ou lesões em cavidade

bucal ocorrem diariamente.

Na tabela 56 pode-se observar o número de procedimentos realizados ao longo dos seis anos,

atingindo 148 no último ano. Destes, 128 foram em pacientes adultos (86,5%) e 20 em pediátricos

(13,5%). A tabela 57 mostra os procedimentos mais prevalentes.

Tabela 56: Procedimentos cirúrgicos da Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial – HS – Ano 1 a 6

Procedimentos

Cirúrgicos

ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6

Total

Média diária

75

0,2

95

0,3

148

0,4

112

0,3

164

0,5

148

0,4

Fonte: Sistema Informatizado – HS

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73

Tabela 57 : Principais procedimentos da Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial – HS - Ano 6

Descrição Quantidade

Osteossíntese de fratura de mandíbula 99

Osteossíntese de fratura orbito-zigomático-maxilar 25

Redução cirúrgica de fratura dos ossos próprios do nariz 51

Osteossíntese de fratura de osso zigomático 23

Osteossíntese de fratura complexa do maxilar 12

Tratamento cirúrgico de fratura de osso zigomático 10

Reconstrução do sulco gengivolabial 7

Redução de fratura alveolodentária sem osteossíntese 6

Reconstrução da mandíbula/maxila 3

Fonte: Sistema Informatizado - HS

10.9 CIRURGIA PEDIÁTRICA

A Cirurgia Pediátrica do Hospital do Subúrbio atua em todos os setores de atendimento

pediátrico, desde a entrada do paciente na Emergência até seu acompanhamento ambulatorial pós-

operatório como egresso. É constituída por 3 especialistas que prestam assistência às patologias

cirúrgicas incidentes nesta faixa etária, com seus variados níveis de complexidade, sejam nas

urgências cirúrgicas torácicas, abdominais ou geniturinárias.

Desde a inauguração do hospital, a especialidade vem se destacando por sua produção. No

sexto ano, a despeito do número de atendimentos na Emergência ter reduzido, foi mantido o

expressivo número de procedimentos cirúrgicos, com 1.359, conforme mostrado nas tabelas 59.

Tabela 58: Quantitativo de atendimentos da Cirurgia Pediátrica – HS – Ano 1 a 6

ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6

Urgência Emergência

Total

Média diária

1.033

2,8

1.227

3,4

1.136

3,1

1.049

2,9

365

1,0

151

0,4

Ambulatório de Egressos

Total 328 606 476 473 422 436

Interconsultas

Total

Média diária

292

0,8

685

1,9

616

1,7

649

1,8

571

1,6

144

0,4

Fonte: Sistema Informatizado – HS

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Tabela 59: Procedimentos cirúrgicos da Cirurgia Pediátrica – HS – Ano 1 a 6

Procedimentos

Cirúrgicos

ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6

Total

Média diária

422

1,2

699

1,9

921

2,5

1.024

2,8

1.378

3,8

1.359

3,7

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Dentre os principais procedimentos, conforme demonstrado na tabela 60, apendicectomia,

laparotomia exploradora, ressecção de eplipon e liberação de aderências intestinais, além de drenagem

torácica, prevaleceram.

Tabela 60 : Principais procedimentos da Cirurgia Pediátrica – HS - Ano 6

Descrição Quantidade

Laparotomia exploradora 211

Liberação de aderências intestinais 153

Toracostomia com drenagem pleural fechada 131

Apendicectomia 123

Instalação de cateter duplo lumen 116

Drenagem de abscesso pélvico 54

Ressecção de eplipon 35

Colorrafia por via abdominal 34

Enterotomia e/ou enterorrafia 21

Fonte: Sistema Informatizado - HS

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11 LINHA DE CUIDADO DO PACIENTE COM AVC

A implantação de diretrizes clínicas num olhar sistêmico e integrado é importante para a

melhoria da qualidade assistencial. Assim, no ano de 2015 foi estruturada a Linha de Cuidado do

Paciente com Acidente Vascular Cerebral (AVC), ressaltando o contexto multidisciplinar, onde os

papeis e responsabilidades foram definidas, com revisão dos processos e inserção de novos protocolos,

numa cadeia de valor para o paciente.

A Linha de Cuidado do paciente com AVC foi implantada no Hospital do Subúrbio em 01 de

julho de 2015, com o objetivo de estruturar um atendimento integrado e contínuo, favorecendo o

reconhecimento precoce, tratamento e reabilitação, contribuindo para a reintegração do paciente ao seu

convívio social.

No sexto ano do hospital, conforme já demonstrado na tabela 15, as doenças cerebrovasculares

representaram a segunda causa de internação na população adulta, após as causas externas. Foram 930

pacientes, que correspondeu a 9,6% dos internamentos de adultos. Destes, 599 foram inseridos nesta

Linha de Cuidado com o diagnostico de AVC isquêmico (64,4%). No gráfico 51 está demonstrado o

número de pacientes com AVC isquêmico inseridos nesta Linha de Cuidado no último ano por

trimestre.

Gráfico 51: Número de pacientes com AVC Isquêmico por trimestre – HS – Ano 6

F

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Os gráficos 52 e 53 mostram a distribuição dos pacientes com AVC isquêmico de acordo com

o gênero e faixa etária, respectivamente, onde se verifica coerência com o observado a nível

populacional. Houve prevalência no gênero feminino, com 331 casos (55,3%) e nas faixas etárias

acima de 60 anos, com 444 casos (74%). Acima de 70 anos foram 280 pacientes (46,8%) e acima de

80 anos foram 123 pacientes (20,5%), refletindo um perfil de pacientes idosos.

168120

157 154

0

100

200

300

400

1º Trim 2º Trim 3º Trim 4º Trim

N 599 pacientesN

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76

Gráfico 52: Distribuição dos pacientes com AVC isquêmico por gênero – HS – Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Gráfico 53: Distribuição dos pacientes com AVC isquêmico por faixa etária – HS – Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Dos 599 pacientes com AVC Isquêmico, 70 foram submetidos à terapia trombolítica (11,7%),

sendo 52 com tempo porta-agulha de acordo com a meta estabelecida de até 60 minutos (74,2%) e 67

com tempo até 80 minutos (95,7%). Dos pacientes com o tempo maior que 60 minutos, 08 foram por

condições inerentes ao paciente, como por necessidade de controle pressórico, portanto consideradas

inevitáveis (30,8%).

Vale ressaltar que em relação ao ano anterior, houve aumento de 133,3% na utilização da

terapia trombolítica para o tratamento de AVC isquêmico, conforme demonstrado no gráfico 54, e os

pacientes que não utilizaram não foram elegíveis devido ao tempo de início dos sintomas ser maior do

que 4,5 horas. Isto reflete o melhor preparo da equipe assistencial da Emergência em identificar os

casos de AVC elegíveis a esta terapia, num processo multidisciplinar e integrado com as áreas de

apoio diagnóstico.

A equipe foi capacitada na utilização da escala de ROSIER (Recognition of Stroke in

Emergency Room), ferramenta que possibilita o reconhecimento rápido de pacientes com suspeita de

AVC e aplicada no momento do Acolhimento e Classificação de Risco. Dos 70 pacientes que foram

trombolisados, 63 (90%) foram identificados pela equipe através da utilização desta escala.

44,7

55,3

0

25

50

75

100

Masculino Feminino

1 317

39

96

163 157

123

até 20 > 20 a 30 >30 a 40 >40 a 50 >50 a 60 >60 a 70 >70 a 80 >80 anos

0

50

100

150

200

N - 599

Masculino - 268

Feminino - 331

N

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77

Gráfico 54: Número de pacientes com AVC Isquêmico trombolisados – HS – Ano5 e 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Diante da alta demanda de pacientes críticos na instituição, muitos dos pacientes com AVC

isquêmico foram tratados na Emergência, na sua fase inicial. Nesta decisão são considerados os

critérios de prioridade para internação em UTI, conforme protocolo institucional, a avaliação de riscos

do paciente e necessidade de procedimentos invasivos.

A Média de Permanência dos pacientes com AVC isquêmico no período foi de 12,7 dias, com

Mediana de 7,2 dias. Na análise deste indicador considerando os pacientes que receberam a terapia

trombolítica, não houve diferença significativa, com Média de 11,4 dias e Mediana de 7,6 dias. No

entanto, é necessário um maior número de casos trombolisados para esta análise. A tabela 61 mostra a

permanência em relação ao desfecho alta e óbito.

Tabela 61: Permanência hospitalar dos pacientes com AVC Isquêmico – HS – Ano 6

AVC ISquêmico Total Com Trombólise

Alta Óbito Alta Óbito

Número de pacientes 507 76 60 10

Média de Permanência 11,1 dias 22,8 dias 10,8 dias 14,5

Mediana de Permanência 6,3 dias 15,9 dias 7,2 dias 10,8

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Vários fatores interferem no prognóstico funcional do paciente com AVC, dentre eles, o tipo,

a extensão e localização da lesão. Sabe-se que sua recuperação segue uma curva ascendente, com pico

entre 3 e 6 meses após o episódio, alcançando de 85 a 90% do possível entre 12 e 18 meses. No

entanto, intervenções de reabilitação iniciadas em até 48 horas, seguindo um planejamento adequado

às necessidades do paciente, favorece este processo. Assim, o envolvimento da equipe

multiprofissional no Plano e Projeto Terapêutico do paciente com AVC, através da atuação precoce

das diversas categorias profissionais, favorece esta recuperação, contribuindo para um melhor

desfecho funcional na alta hospitalar.

30

70

2,5

5,8

0

2

4

6

8

10

0

25

50

75

100

Ano 5 Ano 6

Méd

ia m

ensa

l

mer

o p

aci

ente

s

trom

boli

sad

os

Total

Média Mensal

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Dos pacientes com diagnóstico de AVC isquêmico inseridos na Linha de Cuidado, o Serviço

de Fisioterapia avaliou 534 (89,1%). A Taxa de Avaliação Funcional em até 48 horas, conforme

gráfico 55, foi de 97,9%, superior a meta estabelecida acima de 90%. Ressalta-se que os pacientes não

avaliados receberam alta nas primeiras 48 horas da internação e que os pacientes atendidos fora desta

meta de tempo foram avaliados em até 72 horas.

Gráfico 55: Taxa de Avaliação Funcional em até 48 horas – Serviço Fisioterapia – HS – Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Do total de pacientes avaliados pelo fisioterapeuta, 507 (94,9%) receberam alta hospitalar.

Destes, 88,5% permaneceram internados por mais do que 48 horas e foram inseridos no Protocolo de

Reabilitação Precoce. Na avaliação inicial, 208 pacientes (46,2%) estavam restritos ao leito devido ao

grau de comprometimento ou limitação da função motora, 161 (35,9%) deambulavam com auxílio e

80 (17,9%) não tinham alteração da mobilidade. Já no momento da alta hospitalar, apenas 99 pacientes

(22,2%) estavam restritos ao leito, 200 (45,5%) deambulavam com auxílio e 150 (33,3%) tinham

deambulação independente (gráfico 56). Esta melhora da mobilidade demonstra efetividade do

protocolo numa atuação da Fisioterapia junto a Linha de Cuidado.

Gráfico 56: Evolução do Grau de mobilidade – Serviço Fisioterapia – HS – Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

96,5 99 95,7 100

1º Trim 2º Trim 3º Trim 4º Trim

0

25

50

75

100

Avaliação até 48 h

Meta > 90%

AVC isquêmico - ANO 6

Pacientes avaliados - 534

Avaliação até 48 h - 97,9%

208

99

161

200

80

150

Admissão Alta

0

60

120

180

240Restrito ao leito

Deambulação com

auxílio

Deambulação

independente

%

N

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79

Nos pacientes submetidos à terapia trombolítica, foi observado um melhor desfecho quanto à

mobilidade, onde 44 pacientes saíram deambulando (75,8%). Vale salientar que dos 14 pacientes

trombolisados que permaneceram restritos ao leito, 45% apresentavam funcionalidade comprometida

previamente ao AVC agudo, mensurável pela escala de Barthel, que avalia o grau de independência

para atividades de vida diária.

O Serviço de Fonoaudiologia do HS, na Linha de Cuidado do Paciente com AVC atua de

forma precoce, ainda na fase aguda. Entende-se que sua ação nas primeiras 48 horas minimiza os

riscos e possíveis complicações decorrentes da disfagia. Este sintoma é caracterizado pela dificuldade

na ingestão hídrica, de alimento ou da própria saliva, ocasionando aumento do risco de aspiração

pulmonar do conteúdo orofaríngeo.

No sexto ano do hospital, foram avaliados pela fonoaudiologia 564 pacientes com AVC

isquêmico (94,2% do total). Destes, 517 (86,4%) foram elegíveis para a avaliação clínica de

deglutição, sendo feito o diagnostico de disfagia em 390 deles, o que representa uma Taxa de

Prevalência de 75% (gráfico 58). Os pacientes não elegíveis para esta avaliação encontravam-se

graves, com assistência ventilatória mecânica, ou apresentavam redução do nível de consciência,

impossibilitando este diagnóstico inicial.

Gráfico 57: Elegibilidade para avaliação de disfagia Gráfico 58: Taxa de Ocorrência de Disfagia no AVC

AVC isquêmico - HS - Ano 6 isquêmico - HS - Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS Fonte: Sistema Informatizado – HS

A partir da avaliação clínica da deglutição e do diagnóstico de disfagia, os pacientes foram

estratificados quanto ao grau de comprometimento, que variou de grave a funcional, sendo traçado um

plano de reabilitação que incluía a definição da via para alimentação segura. No gráfico 59, está

demonstrada a evolução deste déficit, onde se pode verificar que dos 390 pacientes que apresentavam

alteração na avaliação inicial, 153 melhoraram (39,2%), inclusive sendo possível o estímulo alimentar

por via oral, 228 mantiveram o grau (58,4%) e 09 pioraram (2,4%). Ressalta-se que muitos pacientes

com disfagia grave tinham comprometimento neurológico extenso e prognóstico de reabilitação

reservado a curto e médio prazo.

51786,4%

477,8%

355,8%

Pacientes elegíveis

Pacientes não elegíveis

Alta antes atendimento

39075,0%

12725,0%

Disfagia

Normal

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80

Gráfico 59: Evolução da disfagia – Serviço de Fonoaudiologia – HS – Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Desde a admissão, o paciente e seus familiares são inseridos no cuidado visando assegurar à

mobilização adequada e o incentivo às atividades funcionais, favorecendo a reintegração na sociedade

com melhor qualidade de vida. Pacientes elegíveis à reabilitação são identificados pela equipe

multiprofissional e são referenciados para serviços especializados no momento da alta.

O Tratamento nutricional do paciente com diagnóstico de AVC depende de uma avaliação

criteriosa do seu estado clínico e nutricional, implicando inicialmente na escolha da via de

administração da dieta. Sabe-se que um dos sintomas desta patologia é a disfagia, que aumenta o risco

de broncoaspiração e de desnutrição.

No sexto ano do HS, após a avaliação clínica da deglutição conforme o protocolo institucional,

foi indicado à administração de dieta pela via oral em 359 pacientes (64,7%) e enteral em 196

(35,6%), sendo estes últimos acompanhados pela Terapia Nutricional.

O Serviço de Nutrição Clínica acompanhou os pacientes com dieta oral, tendo admitido 346

dentro da meta estabelecida de até 48 horas (96,4%). O perfil nutricional dos pacientes com AVC

isquêmico, conforme demonstrado no gráfico 60, identificou que dos 359 pacientes, 71 (19,7%) já

chegaram à instituição com déficit de peso, 170 (47,3%) eram eutróficos e 118 (33%) tinham excesso

de peso.

Gráfico 60: Perfil Nutricional dos pacientes avaliados pela Nutrição Clínica - HS - Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

228

153

9

Manteve Melhora Piora

0

60

120

180

240

71

170

118

0

50

100

150

200

Déficit de peso Eutrófico Excesso de peso

N N 390

N 359

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81

Após a avaliação do estado nutricional e identificação do risco nutricional foi definido o nível

de assistência, onde 279 (77,7%) dos pacientes foram caracterizados como Nível de Assistência

Secundário (sem comprometimento do estado nutricional) e 80 (22,3%) como Nível Terciário

(admitidos já com desnutrição ou com uma maior criticidade do quadro clínico). Quanto à triagem do

risco nutricional, foi verificado que 265 (73,9%) não apresentavam risco e 94 (26,1%) apresentavam

(tabela 62).

Tabela 62: Pacientes com AVC Isquêmico avaliados pelo Serviço de Nutrição Clínica – HS – Ano 6

Triagem de Risco Nutricional Nível de Assistência

Sem Risco Com Risco Secundário Terciário

Pacientes com Dieta por Via Oral 265 (73,9%) 94 (26,1%) 279 (77,7%) 80 (22,3%)

Fonte: Sistema Informatizado – HS

O estado nutricional foi reavaliado pela Nutrição Clínica em 39 pacientes (gráfico 61), sendo

observado que 30 mantiveram seu estado nutricional (76,9%), 08 melhoraram (20,5%) e 01 evoluiu

com desnutrição (2,6%). Ressalta-se que os pacientes não reavaliados tiveram suas saídas hospitalares

antes do tempo programado. A média de permanência hospitalar destes pacientes foi de 5,6 dias,

abaixo do tempo de reavaliação de até 7 dias no Nível Terciário e de 15 dias no Secundário.

Gráfico 61: Evolução do perfil nutricional – Serviço Nutrição Clínica – HS – Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Na alta hospitalar, os nutricionistas disponibilizam orientações nutricionais com o objetivo de

dar continuidade ao tratamento, evitando novas complicações.

Diante do comprometimento neurológico, podendo ocorrer redução da consciência, déficits de

deglutição, restrição de mobilidade, além de instabilidades hemodinâmicas e respiratórias,

demandando procedimentos invasivos, por vezes prolongados, o paciente acometido por AVC tem

predisposição para ocorrência de eventos adversos. O gráfico 62 mostra as Taxas de Efetividade dos

protocolos de prevenção para os riscos de infecção, broncoaspiração, lesões de pele,

tromboembolismo venoso e queda nos pacientes inseridos nesta Linha de Cuidado. Nota-se que para

30

81

0

15

30

45

60

Manteve Melhora Piora

N 39

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todos os riscos descritos, a efetividade foi acima de 90%, evidenciando qualidade e segurança

assistencial.

Gráfico 62: Taxas de Efetividade na prevenção de eventos – AVC isquêmico – HS – Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

A maior ou menor incidência destes eventos está relacionada ao grau de risco do paciente.

Assim, por exemplo, ocorreram 06 casos de broncoaspiração, todos eles em pacientes com disfagia

grave, 04 casos de queda em pacientes com déficit de equilíbrio e de força muscular e 49 casos de

lesão de pele por pressão, sendo que 46 destes (93,9%) com risco identificado conforme a escala de

braden aplicada no momento da admissão do paciente.

A infecção relacionada à assistência à saúde (IRAS) é um evento grave que pode acometer os

pacientes com AVC, impactando na sua morbimortalidade, no tempo de permanência e custo

hospitalar. No sexto ano, 44 pacientes inseridos na linha tiveram infecção, sendo 18 destas associadas

à utilização de procedimentos invasivos, correspondendo 40,9% dos casos (gráfico 63 e 64).

Gráfico 63: Infecção em AVC Isquêmico - HS - Gráfico 64: Infecção por tipo de dispositivo

Ano 6 invasivo no AVC isquêmico - HS - Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS Fonte: Sistema Informatizado – HS

O processo assistencial do paciente com AVC isquêmico, estruturado como linha de cuidado,

mediante uma abordagem sistêmica, coordenada e multidisciplinar, promoveu intervenções precoces e

eficazes. Deste modo, a linha demonstra efetividade e contribui para a reintegração do paciente na

sociedade, com melhor qualidade de vida.

92,799

91,999,5 99,3

Infecção Broncoaspiração Lesões de Pele TEV Queda

0

25

50

75

100

18

40,9%

26

59,1%

Associadas a dispositivos invasivos

Não associadas a dispositivos invasivos

76

5

PAV IPCS / CVC ITU / SVD

0

5

10

15

20

%

N %

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83

12 LINHA DE CUIDADO DO PACIENTE POLITRAUMATIZADO

As causas externas representam os principais motivos de atendimento e internação no hospital,

tanto no paciente adulto quanto no pediátrico, refletindo à explosão demográfica e o alto índice de

violência que acomete a sociedade atual. Atinge principalmente a população economicamente ativa,

acarretando consequências sociais de elevado custo. No município de Salvador, ocupa a segunda

posição entre as causas de óbito proporcional, atrás das doenças do aparelho circulatório, conforme

publicado no Plano Municipal de Saúde, 2014 – 2017.

O gráfico 65 demonstra o comportamento do número de atendimentos de urgência e

emergência decorrentes às causas externas e das internações geradas a partir destes, ao longo dos seis

anos do hospital. Nota-se que a despeito da redução do número de atendimentos, houve maior

quantidade de internações, com Taxa de Conversão de 18,7% no último ano. Ressalta-se que não

foram incluídos nesta análise os atendimentos do Ambulatório de Egressos, nem suas internações

geradas, habitualmente eletivas e devido à necessidade de novo tempo cirúrgico.

Gráfico 65: Atendimentos de urgência e emergência e Internações geradas - Causas Externas – HS – Ano 1 a 6

Fonte: Sistema Informatizado - HS

Dentre as causas externas, o politraumatismo constitui uma condição clínica grave, onde

funções vitais podem estar severamente comprometidas, com rápida evolução para desfechos

desfavoráveis, inclusive o óbito. A abordagem da equipe multiprofissional de forma integrada e ágil,

no reconhecimento e tratamento das lesões, é essencial para a eficácia no atendimento inicial.

Neste contexto, em julho de 2015 a Linha de Cuidado do Paciente Politraumatizado foi

implantada no Hospital do Subúrbio. O atendimento ao paciente vítima de trauma foi estruturado com

base em diretrizes clínicas, sendo definidos os protocolos assistenciais, os papéis e responsabilidades

dos diversos membros da equipe e os acordos com os processos de apoio diagnóstico e terapêutico.

Sob a liderança do médico cirurgião geral do plantão, esta linha revelou grande eficácia na

18.319

23.391 23.02520.489 21.683

19.455

2.414 2.8662.914 3.200

3.853 3.634

13,2 12,3 12,715,6 17,8 18,7

0

10

20

30

40

50

0

10.000

20.000

30.000

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6

%

Atendimentos

Internações

Taxa de Conversão

N

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comunicação entre os diversos profissionais e na padronização de condutas, buscando o melhor

resultado final possível para estes pacientes.

No sexto ano, conforme o gráfico 66, foram inseridos nesta Linha de Cuidado 1.964 pacientes,

sendo evidenciado aumento progressivo nos trimestres, o que sinaliza a maior adesão da equipe à

linha. O gráfico também mostra a média do Revised Trauma Score (RTS) entre 7,36 e 7,62.

Gráfico 66: Pacientes inseridos na Linha de Cuidado do politraumatizado e RTS – HS – Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

O RTS é um sistema de escore fisiológico que demonstra acurácia em predizer o risco de

óbito, considerando alguns parâmetros iniciais obtidos do paciente: Escala de Coma de Glasgow

(GCS), Pressão Arterial Sistólica (PAS) e Freqüência Respiratória (FR). Na tabela 63 está descrito o

RTS, sendo evidente que quanto menor o valor do escore, mais grave e maior o risco do paciente.

Valores de RTS menores que 4,0 tem sobrevida inferior a 60% e vem sendo proposto para a

identificação de pacientes a serem atendidos em centros especializados em trauma.

Tabela 63: Pacientes inseridos na Linha de Cuidado do politraumatismo e RTS – HS – Ano 6

Escala de Coma de Glasgow Pressão Arterial Sistólica Frequência Respiratória Pontos

13 a 15 >89 10 a 29 4

9 a 12 76 a 89 >29 3

6 a 8 50 a 75 6 a 9 2

4 a 5 1 a 49 1 a 5 1

3 0 0 0

RTS = 0,9368 GCS + 0,7326 PAS + 0,2908 FR Fonte: Champion HR et al, “Trauma Score”, Crit Care Med 9:672-676, 1981

No HS, o RTS é utilizado como ferramenta de identificação precoce do paciente

politraumatizado grave, direcionando condutas imediatas junto à equipe cirúrgica, laboratório e

agência transfusional.

Na análise dos aspectos demográficos, dos 1.964 pacientes inseridos na linha, 1.517 foram do

gênero masculino (77,2%) e 1.158 tinham faixa etária de 20 a 40 anos (59%), o que demonstra a maior

exposição ao trauma neste perfil populacional (gráfico 67 e 68).

408433

518

611

7,36 7,40 7,40 7,62

0

5

10

15

0

250

500

750

1º Trim 2º Trim 3º Trim 4º Trim

RT

S

mer

o p

aci

ente

s

Número pacientes

RTS

N 1.964

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Gráfico 67: Distribuição dos pacientes politraumatizados por gênero – HS – Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Gráfico 68: Distribuição dos pacientes politraumatizados por faixa etária – HS – Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

O principal mecanismo de lesão foi o contuso, com 1.438 casos, perfazendo 73,2% dos

pacientes. O trauma penetrante atingiu 444 pacientes, correspondendo a 22,6% (gráfico 69). A tabela

66 apresenta a frequência de traumas considerando as diversas causas, sendo as mais prevalentes os

acidentes de moto, seguido das quedas e dos ferimentos por arma de fogo.

O gráfico 70 revela que 36,4% dos pacientes incluídos na Linha de Cuidado do Politrauma

foram submetidos a procedimentos cirúrgicos, dentre estes se destacaram as laparotomias

exploradoras, toracostomias, cirurgias ortopédicas e neurocirurgias.

Gráfico 69: Distribuição dos pacientes por mecanismo Gráfico 70: Distribuição dos pacientes por necessidade

do trauma - HS - Ano 6 cirúrgica - HS - Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS Fonte: Sistema Informatizado – HS

77,2

22,8

0

25

50

75

100

Masculino Feminino

15

155

641

517

289

167104

51 25

até 10 >10 a 20 >20 a 30 >30 a 40 >40 a 50 >50 a 60 >60 a 70 >70 a 80 >80 anos

0

200

400

600

800

72,3

22,9 4,5 Contuso

Penetrante

Outro

%

63,6

36,4

Não Cirúrgico

Cirúrgico

N – 1.964

Masculino – 1.517

Feminino - 447

N

%

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Tabela 64: Causas do trauma - Linha de Cuidado do Politraumatizado – HS – Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Vários fatores influenciaram no tempo de permanência do paciente politraumatizado na

instituição, incluindo o grau de comprometimento sistêmico e neurológico e a necessidade de

intervenção cirúrgica. O gráfico 71 mostra o comportamento da Média de Permanência dos pacientes

inseridos na linha, sendo observada redução nos dois últimos trimestres.

Gráfico 71: Média de Permanência por trimestre – Linha de Cuidado do Politraumatizado - HS – Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

A Taxa de Mortalidade dos pacientes politraumatizados foi de 6,86%. No entanto, na

avaliação da mortalidade hospitalar em relação ao RTS, conforme demonstrado no gráfico 72, a

mortalidade foi menor quanto maior o valor do escore, compatível com os dados de literatura. Vale

ressaltar que o número reduzido de pacientes com RTS abaixo de 4,0 impactou na significância da

amostra para estas faixas e que alguns pacientes incluídos na linha chegaram à instituição em Dead on

Arrival (óbito na chegada).

408433

518

611

5,526,43

4,67 4,73

0

5

10

15

0

250

500

750

1º Trim 2º Trim 3º Trim 4º Trim

dia

s

mer

o p

aci

ente

s

Número pacientes

Média de

Permanência

N 1.964

MOTIVOS N %

RELACIONADO COM TRANSPORTE

Automobilístico

Motociclístico

Atropelo

922

184

535

203

47,0

9,4

27,2

10,3

AGRESSÃO

Arma de fogo

Arma branca

Espancamento

553

354

78

121

28,2

18,0

4,0

6,2

QUEDA 346 17,6

AFOGAMENTO 3 0,2

QUEIMADURA 2 0,1

NÃO CLASSIFICADOS 138 7,3

TOTAL 1.964 100,0

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Gráfico 72: Mortalidade por RTS – Linha de Cuidado do politraumatizado - HS - Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

O foco inicial da Linha de Cuidado do Paciente Politraumatizado foi voltado para a

identificação precoce e tratamento eficaz dos pacientes com choque hemorrágico, que é a principal

causa de óbito intra-hospitalar no trauma. Assim surgiu a Onda Vermelha, que foi desenvolvida para

aprimorar a comunicação do serviço de emergência com outros setores estratégicos e reduzir o tempo

entre a chegada do paciente com hemorragia traumática grave e seu tratamento definitivo.

O acionamento da Onda Vermelha é feito através de campanhia localizada na Sala Vermelha,

produzindo alarme sonoro e visual no Centro Cirúrgico, Agência Transfusional e Laboratório, que

devem cumprir os acordos pré-estabelecidos: preparo da sala operatória para chegada do paciente em

até 15 minutos, incluindo materiais e medicamentos; coleta de amostra de sangue para exames

laboratoriais em até 20 minutos e entrega de hemocomponentes para transfusão em até 20 minutos,

conforme indicado.

No sexto ano, foram 73 pacientes inseridos no protocolo da Onda Vermelha, representando

3,7% do total. Houve predomínio do gênero masculino, com 67 casos (91,8%), e a Idade Média foi de

29,7 anos. O principal mecanismo de trauma foi o penetrante, com 62 pacientes (84,9%),

especialmente decorrente de ferimento por arma de fogo, visto em 52 deles (71,2%).

Os pacientes chegaram em estado grave e foram rapidamente encaminhados para o centro

cirúrgico, conforme definido no protocolo. A Média de Permanência deste grupo foi de 10,8 dias e a

Taxa de Mortalidade de 46,5%. No entanto, quando foi observada a distribuição dos pacientes

considerando os valores do RTS, conforme gráfico 73, apesar da média do escore ter sido de 6,19,

houve 09 casos com valor de até 4 (12,3%), indicando pior prognóstico. Ressalta-se que a mortalidade

no choque hemorrágico por trauma é alta, sendo o seu reconhecimento ponto chave para uma conduta

terapêutica adequada e eficaz.

19 3 10 13 71 61107

1.680100

66,780

61,5

45,1

29,5

10,32,2

0

25

50

75

100

0

450

900

1.350

1.800

0 a 1 1 a 2 2 a 3 3 a 4 4 a 5 5 a 6 6 a 7 > 7

%

Número pacientes Média de Permanência

N 1.964N

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Gráfico 73: Distribuição dos pacientes pelo RTS – ONDA VERMELHA - HS - Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Mais recentemente, foram definidos novos protocolos para o direcionamento da equipe no

tratamento dos pacientes não considerados como Onda Vermelha, com metas de tempo para realização

dos exames complementares, laboratoriais e de imagem, como também para a decisão médica.

Diante do grau de comprometimento sistêmico ou mesmo de órgãos específicos, os pacientes

politraumatizados também estão expostos ao risco de eventos adversos. São pacientes que podem

apresentar déficits neurológicos agudos, instabilidade hemodinâmica e respiratória, necessidade de

procedimentos cirúrgicos de urgência e emergência, uso de dispositivos invasivos e internação em

terapia intensiva por tempo prolongado. No gráfico 74 estão demonstradas as Taxas de Efetividade

dos principais protocolos de segurança relacionados com a prevenção de eventos adversos,

considerando o risco, sendo evidente a qualidade e segurança no processo assistencial dos pacientes

vítimas de trauma.

Gráfico 74: Taxas de Efetividade na prevenção de eventos – Pacientes Politraumatizados – HS – Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

A experiência da instituição na condução dos pacientes politraumatizados, considerando os

casos inseridos no Protocolo da Onda Vermelha, foi apresentada no XXIX Panamerican Congress of

Trauma Critical Care and Emergency Surgery, sendo reconhecido pelos participantes e premiado

como o melhor trabalho na categoria geral: “Factors related to mortality in subjects admitted to the

Red Wave Protocol”.

02 2

510

7

13

34

0

10

20

30

40

50

0 a 1 1 a 2 2 a 3 3 a 4 4 a 5 5 a 6 6 a 7 > 7

mer

o p

aci

ente

sN 73 RTS 6,19

94,299,9 98,6 99,8 99,7

Infecção Broncoaspiração Lesões de Pele TEV Queda

0

25

50

75

100

%

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13 LINHA DE CUIDADO DO PACIENTE PEDIÁTRICO

A pediatria do Hospital do Subúrbio tem os atendimentos distribuídos em três unidades

distintas - Emergência, Terapia Intensiva Pediátrica e Internações Pediátricas.

Em outubro de 2015, com a visão de propiciar uma maior integração e alinhamento entre estas

unidades, num processo de cuidado contínuo, houve modificação do modelo assistencial, que passou a

ser conduzido por uma única equipe, sob a liderança de um gestor médico e de enfermagem. Assim,

foi iniciada a Linha de Cuidado do Paciente Pediátrico, que logo demonstrou efetividade nos

resultados dos processos assistenciais e desfecho clínico.

A Emergência Pediátrica é a principal porta de entrada das crianças na instituição. Como

primeira medida adotada com a mudança do modelo assistencial, foi revisado o Protocolo de

Acolhimento e Classificação de Risco, que passou a se basear em queixas do paciente e seus

qualificadores, não mais no diagnóstico suspeito. Desta forma, no sexto ano, dos 16.258 pacientes com

idade de até 16 anos atendidos neste setor, 8.242 tiveram a classificação de risco Amarelo (50,7%) e

585 com risco Vermelho (3,6%), um aumento expressivo quando comparado com a soma dos

pacientes Amarelo e Vermelho nos anos anteriores, conforme evidenciado no gráfico 75. Isto

corrobora com o perfil institucional de urgência e emergência.

Gráfico 75: Atendimentos com o risco Amarelo e Vermelho- Emergência Pediátrica - HS - Ano 6

Fonte: SCIH/ Sistema Informatizado – HS

Os motivos mais freqüentes de atendimento, conforme anteriormente demonstrado na tabela 9,

foram relacionados às causas externas (43,4%), sinais e sintomas inespecíficos (15,9%), as doenças

aparelho respiratório (13,8%), doenças infecciosas e parasitárias (5,8%), doenças do aparelho

digestivo (4,2%) e as doenças de pele e tecido subcutâneo (3,9%).

Resolutiva e atenta às necessidades dos pacientes, a Emergência Pediátrica manteve-se

eficiente no seu processo, sendo o tempo médio para o atendimento médico dos pacientes classificados

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6

Nº Amarelo 8.396 8.511 6.916 5.073 5.882 8.242

Nº Vermelho 353 438 382 243 322 585

% Amarelo e Vermelho 29,3 27,9 30,2 24,7 25,4 54,3

0

25

50

75

100

0

2.500

5.000

7.500

10.000

% A

ma

relo

e V

erm

elh

o

mero

Ate

nd

imen

tos

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90

com o risco Amarelo de 20,2 minutos. Dos pacientes atendidos pela equipe médica, 88,4% tiveram a

primeira tomada de decisão em até 6 horas (gráfico 76) e 12,8% resultou em internação hospitalar,

conforme antes mostrado na tabela 10.

Gráfico 76: Tempo do cadastro a tomada de decisão – Emergência Pediátrica – HS - Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Na UTI Pediátrica atuam médicos especializados em Medicina Intensiva Pediátrica, entre

plantonistas e diaristas, que juntamente com a equipe de enfermeiros, técnicos de enfermagem,

fisioterapeutas, nutricionistas, fonoaudiólogos, farmacêuticos e psicólogos, oferecem um cuidado

integral aos pequenos pacientes.

Conforme previamente demonstrado na tabela 23, a unidade admitiu 618 pacientes no sexto

ano de operação do hospital. Do total de internações nesta unidade, 40,9% foram por patologias do

aparelho respiratório, 19,5% vítimas de causas externas e 6,2% por doenças infectocontagiosas.

A unidade apresentou Média de Permanência de 4,7 dias no último ano (tabela 65),

representando 20,3% de redução em relação ao quinto ano e bem menor do que a meta institucional de

07 dias. Isto se explica pela possibilidade de antecipação da alta da unidade, uma vez que os pacientes

seriam acompanhados pela mesma equipe médica, já conhecedora de suas necessidades, promovendo

a continuidade da assistência e capaz de atuar precocemente evitando contra-fluxos. A Taxa de

Mortalidade Institucional da UTI Pediátrica foi de 5,2% no último ano, também com redução

significativa em relação aos anos anteriores.

Tabela 65: Médias de Permanência e Taxas de Mortalidade na UTI Pediátrica – HS – Ano 1 a 6

ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6

Média de Permanência (dias) 5,2 7,6 7,2 6,2 5,9 4,7

Taxa de Mortalidade (%) 8,2 7,7 9,0 9,6 6,3 5,2

Fonte: Sistema Informatizado – HS

33,6

36,9

17,8

11,60 a 2 h

2 a 4 h

4 a 6 h

> 6 h

%

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As Unidades de Internação Pediátricas I e II são as principais retaguardas da Emergência.

Com a implantação da linha, levando em consideração a baixa Taxa de Ocupação e a expectativa do

menor tempo de permanência e maior rotatividade dos pacientes, a unidade II foi desativada, passando

a Pediatria a contar com 32 leitos. No último ano, foram 2.303 (ver tabela 19). Dentre os grupos de

patologias mais prevalentes internados (ver tabela 22), destacaram-se: influenza e pneumonias,

doenças de vias aéreas inferiores, doenças do apêndice e as infecções de pele e tecido subcutâneo,

além de traumas diversos.

As Unidades de Internação vem em constante aprimoramento, que pode ser evidenciado pelos

seus indicadores, a exemplo da Média de Permanência que apresentou comportamento de queda

progressiva a partir do Ano 3, atingindo 4,1 no último ano, conforme esperado (tabela 66). A Taxa de

Mortalidade Institucional nas unidades de internação pediátricas foi de 0,04%, o que correspondeu a

um caso de óbito considerado não evitável.

Tabela 66: Médias de Permanência nas Internações Pediátricas – HS – Ano 1 a 6

ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6

UI Pediátrica I

UI Pediátrica II

5,3

5,2

5,3

5,3

6,8

6,4

6,3

5,5

5,3

4,9

4,1

-

Fonte: Sistema Informatizado – HS

O resultado alcançado com a Linha de Cuidado do Paciente Pediátrico na adequação do perfil,

na melhora do tempo de permanência e redução da mortalidade vem inspirando a instituição a revisão

do modelo assistencial junto às demais especialidades, considerando o paciente clínico e cirúrgico

num olhar sistêmico e integrado, favorecendo a comunicação e continuidade do cuidado.

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92

14 MORTALIDADE

A análise de mortalidade no ambiente hospitalar é uma importante ferramenta de avaliação do

processo assistencial, pois possibilita a identificação de fragilidades no planejamento e execução do

cuidado prestado aos pacientes, indicando estratégias para a melhoria da assistência.

No HS, vítimas de traumas e pacientes com doenças já avançadas, com disfunções orgânicas

múltiplas, foram frequentes motivos de internação, com consequente correlação com o óbito.

O gráfico 77 mostra a Taxa de Mortalidade Institucional mensal ao longo dos seis anos de

funcionamento do HS, não sendo observada diferença significativa neste indicador. Porém, conforme

demonstrado na tabela 11, houve redução da média no último ano, com valor de 8,5%.

Gráfico 77: Taxa de Mortalidade Institucional – HS –Ano 1 a 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

14.1 MORTALIDADE E TEMPO DE INTERNAÇÃO

Foram 1.159 pacientes que evoluíram com óbito no sexto ano. O gráfico 78 mostra a

distribuição dos óbitos hospitalares pelo tempo de permanência hospitalar, sendo observado alto

percentual de óbito precoce, onde 132 (11,4% do total) ocorreram nas primeiras 24 horas

(considerados não institucionais) e 200 (17,3% do total) em até 48 horas, refletindo a gravidade dos

pacientes internados. Também chama atenção que a Taxa de Mortalidade guarda relação com o tempo

de internamento, sendo maior nas primeiras 24 horas e quanto mais tardia é a saída hospitalar.

A maior permanência hospitalar está relacionada, habitualmente, aos pacientes de maior

dependência funcional e risco, muitos admitidos com quadros clínicos bastantes comprometidos e com

a presença de disfunções orgânicas, demandando inclusive internação inicial em leito de terapia

intensiva.

0

10

20

30

40

50

Tx Mortalidade Institucional%

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93

Gráfico 78: Distribuição das Saídas, dos Óbitos e Taxa de Mortalidade pelo Tempo de internação – HS – Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

14.2 FAIXA ETÁRIA E GÊNERO

De 1.159 óbitos, 572 (49,4%) foram do gênero masculino e 587 (50,6%) do feminino (gráfico

79). Na distribuição por faixa etária, observa-se aumento da proporção de óbitos com a idade nos dois

gêneros (gráficos 80 e 81). No entanto, houve maior número em faixas de idade mais jovens no gênero

masculino do que no feminino, justificada pela maior exposição ao trauma. No gênero feminino,

70,6% dos óbitos ocorreram em faixas acima de 60 anos e 30,7% acima de 80 anos (gráficos 82 e 83).

Gráfico 79: Distribuição dos óbitos por gênero – HS – Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Gráfico 80: Distribuição dos óbitos do gênero masculino por faixa etária – HS – Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Até 1 > 1 a 2 > 2 a 7 >7 a 15 > 15 a 30 >30 a 90 > 90 dias

Nº Saídas 1.043 1.742 4.967 2.516 1.152 610 90

Nº Óbitos 132 68 285 258 221 167 28

Tx Mortalidade % 12,7 3,9 5,7 10,3 19,2 27,4 31,1

0

20

40

60

80

100

0

2.000

4.000

6.000

%

N

Saídas 12.120

Óbitos 1.159

49,4 50,6

0

20

40

60

80

100

Masculino Feminino

12 10 10

49 40 48

98122

97 86

0

70

140

210

280

Até 2 > 2 a 12 > 12 a 18 >18 a 30 >30 a 40 >40 a 50 >50 a 60 >60 a 70 >70 A 80 >80 a

Faixa Etária Linear (Faixa Etária)

N 572

N - 1.159

Masculino - 572

Feminino - 587

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Gráfico 81: Distribuição dos óbitos do gênero feminino por faixa etária – HS – Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Gráfico 82: Distribuição dos óbitos por faixa etária Gráfico 83: Distribuição dos óbitos por faixa etária

no gênero masculino – HS – Ano 6 no gênero feminino – HS – Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS Fonte: Sistema Informatizado – HS

Na análise da Taxa de Mortalidade por gênero, observa-se que foi mais alta no feminino, com

9,1% (gráfico 84). No entanto, do total de óbitos no gênero feminino, 70,6% foram em pacientes com

idade superior a 60 anos, contrastando com o masculino, onde o percentual foi de 53,3 (gráficos 82 e

83). Isto justifica a diferença deste indicador, uma vez que a Taxa de Mortalidade foi maior quanto

maior for a idade, conforme demonstrado no gráfico 85, onde a Taxa de Mortalidade por faixa etária

foi similar nos dois gêneros.

Gráfico 84: Taxa de Mortalidade por gênero – HS – Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

9 5 8 12 2240

76102

133

180

0

70

140

210

280

Até 2 > 2 a 12 >12 a 18 >18 a 30 >30 a 40 >40 a 50 >50 a 60 >60 a 70 >70 a 80 >80 a

Faixa Etária Linear (Faixa Etária)

N 587

5,6

15,6

25,5

53,3

Gênero Masculino

Até 18

>18 a 40

>40 a 60

>60 anos

3,85,8

19,8

70,6

Gênero Feminino

Até 18

>18 a 40

>40 a 60

>60 anos

6,3 9,1

0

20

40

60

80

100

Masculino Feminino

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95

Gráfico 85: Taxa de Mortalidade por faixa etária e gênero – HS – Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

13.3 CONDIÇÕES ASSOCIADAS À MORTALIDADE

A tabela 67 mostra as condições associadas aos pacientes que evoluíram com óbito por grupos

patológicos, a partir do CID sinalizado pelo médico no relatório de Alta por Óbito.

Dentre as condições relacionadas, a infecção teve destaque, seja como motivo de internação, já

com sepse, choque séptico e disfunção de múltiplos órgãos, seja como complicação na evolução do

paciente. O acidente vascular cerebral, especialmente hemorrágico (incluído no grupo neurológico), e

o trauma craniano (incluído em causas externas) também foram importantes. Pacientes com doenças

crônicas descompensadas foram prevalentes, dentre elas as cardiopatias (isquêmicas e hipertensivas),

as doenças pulmonares, doenças renais e hepatopatias, além de pacientes com grave comprometimento

cognitivo, acamados, com seqüelas de acidentes vasculares cerebrais prévios e demências. Neoplasia

foi vista em 5,9% dos óbitos.

Tabela 67: Condições associadas aos óbitos – HS – Ano 6

Grupos de Patologias N %

Infecciosas 499 43,1

Neurológicas 215 18,6

Cardiológicas 176 15,2

Digestivas 124 10,7

Causas Externas 124 10,7

Renais 99 8,5

Respiratórias 92 7,9

Neoplasias 68 5,9

Fonte: Comissão de Revisão e Análise de Óbitos/ Sistema Informatizado – HS

2,7 1,5 1,4 3,0 3,0 5,1 8,411,5 14,0

2,4 1,1 3,0 2,1 3,2 6,4 8,710,5 15,3

0

20

40

60

80

100

Até 2 > 2 a 12 >12 a 18 >18 a 30 >30 a 40 >40 a 50 >50 a 60 >60 a 70 >70 a 80

Masculino Feminino

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96

14.4 MORTALIDADE E LOCAL DE OCORRÊNCIA

A distribuição dos óbitos por local de ocorrência aponta que a maioria ocorreu nas Unidades

de Terapia Intensiva, o que seria o esperado. Foram 584 casos nas UTI’s (50%), 399 casos na

Emergência (34,4%) e 140 nas unidades de internações abertas (12,1%), conforme demonstrado no

gráfico 86. Dos 399 óbitos ocorridos na Emergência, 76 (19,1%) foram em até 24 horas da internação

e 150 (37,6%) ocorreram na Estabilização, setor adaptado com equipe multidisciplinar específica,

recursos de monitorização e suporte avançado, refletindo um perfil de pacientes de maior gravidade.

Gráfico 86: Distribuição dos óbitos por local de ocorrência –HS– Ano 1 a 6 4

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Todos os pacientes adultos internados nas unidades intensivas são avaliados quanto ao risco de

óbito hospitalar através do escore prognóstico Apache II. Os gráficos 87 a 89 mostram a distribuição

dos pacientes avaliados por faixa deste escore, sinalizando um maior risco, especialmente nas UTI’s

Adulto I e II e UTI Adulto III, onde há predomínio de pacientes com perfis clínicos.

As UTI’s Adulto I e II são unidades com alto risco de óbito. Foram 618 avaliações realizadas

no sexto ano, com média de Apache II de 24, predizendo um risco de óbito de 40,8%. Ao considerar a

mortalidade esperada, a mortalidade observada foi abaixo, numa relação de 0,85. Ressalta-se que

37,7% dos pacientes internados tinham o escore acima de 25 e 26,1% acima de 30, demonstrando

gravidade (gráfico 87).

Gráfico 87: Distribuição dos pacientes pelo escore Apache II - UTI’s Adulto I e II – HS – Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

0,8

10,2

16,119,7

12,3 11,4

26,1

0

10

20

30

Até 5 6 a 10 11 a 15 16 a 20 21 a 25 26 a 30 >30

Apache II médio 24 - Mortalidade Esperada 40,8%

Mortalidade Estandartizada - 0,85

36,1

51,7

12,2

42,8 40,4

16,8

43,3 41,4

15,3

37,3

48,1

14,6

40,9 41,2

15,3

34,4

50,0

12,1

0

20

40

60

80

100

Emergência UTI Enfermarias

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6

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Na UTI Adulto III foram realizadas 652 avaliações de pacientes pelo escore Apache II, com

média do escore de 24, predizendo um risco de óbito de 40,8%. A mortalidade observada foi abaixo da

esperada, numa relação de 0,75 (gráfico 88). Também na unidade chamou atenção a alta gravidade

clínica, onde 38,9% dos pacientes tinham escore acima de 25 e 23,4% acima de 30.

Gráfico 88: Distribuição dos pacientes pelo escore Apache II - UTI Adulto III – HS – Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Na UTI Cirúrgica foram 417 avaliações no período, com média do escore Apache II de 20 e

risco de óbito predito de 35,4%. A mortalidade observada foi abaixo da esperada, numa relação de

0,69, bem abaixo das outras, mas justificável pelo seu perfil (gráfico 89). Em contraste com as UTI’s

Adulto I e II e a Adulto III, 24,8% dos pacientes tinham escores acima de 25 e 11,6% acima de 30.

Gráfico 89: Distribuição dos pacientes pelo escore Apache II – UTI Cirúrgica - HS – Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

14.5 MORTALIDADE INFANTIL

O óbito no primeiro ano de vida não é prevalente no hospital, tendo, no sexto ano, ocorrido 17

casos em pacientes internados, correspondendo a 1,5% do total de óbitos (gráfico 90). Todos foram no

período pós neonatal.

0,3

6

14,817,1 16,5 15,5

23,4

0

10

20

30

Até 5 6 a 10 11 a 15 16 a 20 21 a 25 26 a 30 >30

Apache II médio 24 - Mortalidade Esperada - 40,8%

Mortalidade Estandartizada - 0,75

0,2

12,5

21,8 2015,4

13,2 11,6

0

10

20

30

Até 5 6 a 10 11 a 15 16 a 20 21 a 25 26 a 30 >30

Apache II médio 20 - Mortalidade Esperada 35,4%

Mortalidade Estandartizada 0,69

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98

Gráfico 90: Percentual de óbitos no 1º ano de vida - HS – Ano 1 a 6

Fonte: Núcleo Hospitalar de Epidemiologia/ Sistema Informatizado – HS

Dentre as condições associadas, conforme tabela 68, foram prevalentes as infecções (41,2%) e

as doenças do aparelho respiratório (17,7%).

Tabela 68: Condições associadas ao óbito no 1º ano de vida – HS – Ano 6

Condições associadas N %

Infecção 7 41,2

Respiratória 3 17,7

Digestiva 2 11,8

Cardiovascular 2 11,8

Má Formação 1 5,9

Não especificado 2 11,8

Fonte: Núcleo Hospitalar de Epidemiologia/ Sistema Informatizado – HS

14.6 MULHER EM IDADE FÉRTIL (MIF)

É considerada mulher em idade fértil quando na faixa etária de 10 a 49 anos. No sexto ano,

ocorreram 76 óbitos de mulheres em idade fértil que foram internadas no hospital, correspondendo a

6,6% do total de óbitos e 13% do total de óbitos em mulheres, conforme demonstrado no gráfico 91.

Gráfico 91: Percentual de óbitos em MIF - HS – Ano 1 a 6

Fonte: Núcleo Hospitalar de Epidemiologia/ Sistema Informatizado – HS

1,9 1,1 1,7 1,91,3 1,5

0

2

4

6

8

10

1º Ano 2º Ano 3º Ano 4º Ano 5º Ano 6º Ano

Óbitos até 1 ano Linear (Óbitos até 1 ano)

%

8,2 6,8 6,8 6,8 7,4 6,6

17,513,7 13,2 13,2

14,313,0

0

10

20

30

40

1º Ano 2º Ano 3º Ano 4º Ano 5º Ano 6º Ano

Pelo Total de óbitos

Pelo Total de Óbitos em

mulheres

Linear (Pelo Total de óbitos)

Linear (Pelo Total de Óbitos em

mulheres)

N 17

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99

Dentre as condições relacionadas aos óbitos, a infecção foi prevalente, vista em 28 casos

(36,8%), seja como motivo de internação ou como complicação no decorrer da evolução clínica. Teve

destaque também o acidente vascular cerebral com 21,1% dos casos, especialmente o hemorrágico, as

causas externas com 13,2% e as doenças do aparelho digestivo com 11,8% (tabela 69).

Tabela 69: Condições associadas ao óbito em MIF – HS – Ano 6

Fonte: Núcleo Hospitalar de Epidemiologia/ Sistema Informatizado – HS

14.7 MORTALIDADE EM FAIXA ETÁRIA ACIMA DE 60 ANOS

O gráfico 92 mostra o percentual de óbitos na faixa etária acima de 60 anos ao longo dos seis

anos do hospital, atingindo 62,1% no último ano. Dos 720 óbitos ocorridos nesta faixa etária, 415

foram no gênero feminino (57,6%) e 305 no masculino (42,4%).

Gráfico 92: Percentual de óbitos acima de 60 anos – HS – Ano 1 a 6

Fonte: Comissão de Revisão e Análise de Óbitos/ Sistema Informatizado – HS

Dentre as causas de óbitos nesta faixa etária, sabe-se que as doenças crônicas e degenerativas

prevalecem, mas também infecções, causas externas (queda da própria altura com fratura de fêmur) e

as doenças do aparelho circulatório, incluindo AVC.

59,7 60 63,3 66,3 66,6 62,1

0

20

40

60

80

100

1º Ano 2º Ano 3º Ano 4º Ano 5º Ano 6º Ano

Pelo Total de óbitos

Linear (Pelo Total de óbitos)

Condições associadas N %

Infecção 28 36,8

Neurológica 16 21,1

Causas Externas 10 13,2

Digestiva 9 11,8

Renal /Metabólico 7 9,2

Cardiovascular 4 5,3

Respiratória 4 5,3

Neoplasia 4 5,3

Hematológico/Reumático 3 4,0

N 76

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100

14.8 MORTALIDADE POR CLÍNICAS

No gráfico 93 estão demonstradas as Taxas de Mortalidade por clínicas ao longo dos seis anos

do HS. Os pacientes clínicos apresentaram maior Taxa de Mortalidade, atingindo 17,1% no último

ano, porém, são pacientes com mais comorbidades e comprometimento de funções sistêmicas. As

Taxas de Mortalidade na Clínica Cirúrgica e na Pediatria foram de 3,8 e 1,7%, respectivamente. Vale

salientar que em todas as clínicas ocorreu redução em relação aos anos anteriores.

Gráfico 93: Taxa de Mortalidade por clínicas – HS – Ano 1 a 6

Fonte: Comissão de Revisão e Análise de Óbitos/ Sistema Informatizado – HS

14.9 MORTALIDADE ASSOCIADA ÀS CAUSAS EXTERNAS

No sexto ano do hospital, foram 124 óbitos relacionados às causas externas, correspondendo a

10,7% do total (ver tabela 94). Vale salientar que as causas externas foram os principais motivos de

internação hospitalar, conforme previamente referido, e sua evolução para óbito foi associada à

gravidade da lesão. O gráfico 60 apresenta o comportamento percentual em relação ao total de óbitos

ao longo dos seis anos.

Gráfico 94: Percentual de óbitos associados às causas externas – HS – Ano 1 a 6

Fonte: Comissão de Revisão e Análise de Óbitos / Sistema Informatizado – HS

Na distribuição por gênero, conforme gráfico 95, predominou o masculino, com 96 casos

(77,4%) sob o feminino, com 28 (22,6%). Na avaliação por faixa etária, conforme o gráfico 96, a

11,6

3,6 0,7

13,4

4,31

17,2

4,8 1,6

20,5

5,7 2,7

17,9

4,5 1,3

17,1

3,8 1,7

0

20

40

60

80

100

Clínica Médica Clínica Cirúrgica Pediatria

Ano 1

Ano 2

Ano 3

Ano 4

Ano 5

Ano 6

13,4 15,6 12,5 14,8 10,9 10,7

0

20

40

60

80

100

1º Ano 2º Ano 3º Ano 4º Ano 5º Ano 6º Ano

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maior proporção foi na faixa de 20 a 40 anos, com 50 casos (40,3%). No entanto, acima de 60 anos

ocorreram 33 óbitos (26,6%) e acima de 80 anos foram 14 (11,3%).

Gráfico 95: Óbitos por gênero – HS - Ano 6 Gráfico 96: Óbitos por faixa etária – HS – Ano 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS Fonte: Sistema Informatizado – HS

Os óbitos associados às causas externas foram estratificados, chamando atenção para os

pacientes vítimas de agressão, queda e os relacionados aos transportes (tabela 70 e gráfico 97).

Tabela 70: Estratificação dos óbitos por causas externas (pacientes internados) - HS – Ano 1 a 6

Fonte: Comissão de Revisão e Análise de Óbitos / Sistema Informatizado – HS

77,4

22,6

0

25

50

75

100

Masculino Feminino

18

50

2319

14

0

20

40

60

80

Até 20 >20 a 40 >40 a 60 >60 a 80 >80 anos

N

Estratificação dos Óbitos Hospitalares por Causas Externas

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6

QUEDA

Da própria altura

Outras quedas

44

38

6

73

65

8

56

51

5

85

61

24

77

63

14

38

25

13

AGRESSÃO

Arma de fogo

Arma branca

Espancamento

31

23

2

6

60

50

3

7

54

42

5

7

50

42

4

4

29

21

5

3

50

39

2

9

RELACIONADO COM TRANSPORTE

Automobilístico

Motociclístico

Bicicleta

Helicóptero

Cavalo

Atropelo

26

13

3

1

0

0

9

63

21

19

2

0

0

21

44

12

12

0

0

2

18

42

11

16

0

0

1

14

40

9

16

0

0

0

15

28

5

11

1

1

0

10

INTOXICAÇÃO EXÓGENA 4 7 3 4 2 4

QUEIMADURA 2 0 4 2 2 0

AFOGAMENTO 1 0 1 1 0 1

OUTRAS 2 2 3 2 2 2

NÃO ESPECIFICADAS 5 8 2 3 5 1

TOTAL 115 213 167 189 157 124

Masculino - 96

Feminino - 28

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102

Gráfico 97: Óbitos por grupos de causas externas (pacientes internados) - HS – Ano 6

Fonte: Comissão de Revisão e Análise de Óbitos/ Sistema Informatizado – HS

30,7

40,3

22,6

3,2

0,8

2,4

0 20 40 60 80 100

Queda

Agressão

Acidente de transporte

Intoxicação Exógena

Afogamento

Outras/Não informada N 124

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103

15 INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE

15.1 DENSIDADE DE INCIDÊNCIA GLOBAL DE IRAS

As Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) são eventos adversos que aumentam

a morbimortalidade do paciente no ambiente hospitalar. No entanto, para sua análise deve ser

considerado o perfil nosológico, a gravidade dos pacientes assistidos e o risco.

No sexto ano do HS, ocorreram 825 episódios de infecção, com Densidade de Incidência de

Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (DI Global) de 7,3 por mil pacientes-dia, estando bem

abaixo da meta contratual de 20 por mil pacientes-dia. O gráfico 98 mostra o comportamento da DI

Global no HS ao longo dos seis anos, sendo observada redução progressiva até o quinto ano e aumento

no sexto. Este fato foi decorrente da busca ativa, pós- alta hospitalar, das infecções de sítio cirúrgico,

aumentando de 22,4 para 30% das IRAS. No último ano, conforme gráfico 99, a densidade variou de

6,4 a 8,5 por mil pacientes-dia.

Gráfico 98: DI Global IRAS - HS - Ano 1 a 6 Gráfico 99: DI Global de IRAS - HS - Ano 6

Fonte: SCIH/ Sistema Informatizado – HS Fonte: SCIH/ Sistema Informatizado – HS

15.2 DISTRIBUIÇÃO DAS IRAS POR TOPOGRAFIA

No gráfico 100 está demonstrada a distribuição das infecções por sítio no sexto ano do

hospital, sendo o sítio respiratório o principal observado (34,1%), que inclui os casos de infecção do

trato respiratório superior e inferior, englobando a pneumonia associada à ventilação mecânica.

A infecção de sítio cirúrgico também prevaleceu, com 30% dos casos de IRAS, seguido das

infecções do trato urinário (18,5%) e das infecções primárias da corrente sanguínea (10,3%). Outros

sítios menos frequentes foram o cutâneo (4%) e de acesso vascular (2,5%).

7,3 6,86,2 6,1 5,7

7,3

0

5

10

15

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6

DI Global IRAS

6,97,5

6,4 6,5

8,2 7,87

7,78,5

6,8 6,87,9

0

5

10

15

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º

Mês

Po

r m

il p

acie

nte

-dia

DI Global IRAS

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104

Gráfico 100: Distribuição das IRAS por topografia - HS - Ano 6

Fonte: SCIH/ Sistema Informatizado – HS

15.3 DISTRIBUIÇÃO DA INCIDÊNCIA DAS IRAS POR SETOR DE OCORRÊNCIA

O gráfico 101 apresenta as DI Global de IRAS nos diferentes setores do HS no sexto ano.

Observa-se que as maiores incidências foram às relacionadas aos procedimentos cirúrgicos, com

densidade de 26,8 para cada mil, seguido das ocorrências nas UTI's Adulto, considerando todas, com

densidade de incidência de 12,7 por mil pacientes-dia. Vale salientar que as UTI's representam o local

de internação de pacientes com maior risco, diante do grau de comprometimento clínico e

imunológico e da demanda de procedimentos invasivos.

As infecções de sítio cirúrgico foram consideradas do Centro Cirúrgico.

Gráfico 101: Densidade de Incidência de IRAS por setor - HS - Ano 6

*por mil procedimentos cirúrgicos Fonte: SCIH/ Sistema Informatizado – HS

O comportamento das IRAS nas diferentes unidades intensivas, conforme a tabela 71,

evidencia a melhora deste indicador, refletindo a qualidade assistencial prestada, a despeito da

gravidade e risco dos pacientes lá atendidos.

34,1

18,5

30

10,3

42,5 0,6 IRAS por Topografia - %

Respiratório

Urinário

Sítio cirúrgico

Corrente sanguínea

Cutâneo

Acesso vascular

Outros

26,8

12,7

4,5

5,6

2,3

3,3

0

0 10 20 30 40

Centro Cirúrgico *

UTI's Adulto

UTI Pediátrica

Internações Clínicas

Internações Cirúrgicas

Emergência Adulto

Emergência Pediátrica

Por mil paciente-dia

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105

Tabela 71: Densidade de Incidência de IRAS na Terapia Intensiva - HS - Ano 1 a 6

Unidade Intensiva ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6

UTI Adulto I e II 20,3 16,8 10,4 11,6 12,5 13,1

UTI Adulto III 16,5 15,3 10,2 10,5 11,1 9,9

UTI Cirúrgica 21,4 23,3 20,7 15,4 10,7 14,8

UTI Pediátrica 11,5 8,5 9,0 7,2 6,9 4,5

Fonte: SCIH/ Sistema Informatizado – HS

Ressalta-se que o aumento da Densidade de Incidência de Infecção na UTI Cirúrgica no

último ano foi decorrente a maior quantidade de internamentos clínicos no setor, denotando aumento

do risco.

15.4 INFECÇÃO PRIMÁRIA DA CORRENTE SANGUÍNEA (IPCS)

A Infecção Primária de Corrente Sanguínea associada a cateter venoso central (CVC) é um

dos principais indicadores de qualidade do processo assistencial.

O comportamento das Densidades de Incidência de IPCS avaliadas nas UTI’s (tabela 72),

onde a sua prevalência está relacionada ao maior risco do paciente, diante da maior utilização do

dispositivo e susceptibilidade clínica, evidencia melhora deste indicador após medidas implementadas

para o seu controle. Dentre elas, ressaltam-se a revisão de padrões de curativos, implantação do bundle

de inserção de cateter central e o reforço dos cuidados durante sua manutenção, com estímulo para a

retirada precoce.

Tabela 72: Densidade de Incidência de IPCS na Terapia Intensiva - HS - Ano 1 a 6

Unidade Intensiva ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6

UTI Adulto I e II 3,6 5,8 3,5 2,4 1,6 1,0

UTI Adulto III 6,6 7,8 3,1 2,9 2,8 2,2

UTI Cirúrgica 4,1 8,8 5,1 3,3 2,3 0,7

UTI Pediátrica 4,6 7,3 2,3 0,9 2,9 1,6

Fonte: SCIH/ Sistema Informatizado – HS

Vale salientar que as densidades de incidência de IPCS se mantêm abaixo da meta contratual

de até 4,4 por mil CVC-dia e as Taxas de Efetividade na sua prevenção foram acima de 97% no sexto

ano do hospital (gráfico 102).

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106

Gráfico 102: Taxa de Efetividade na prevenção IPCS – UTI’s HS - Ano 6

Fonte: SCIH/ Sistema Informatizado – HS

15.5 PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA (PAV)

As Pneumonias associadas à Ventilação Mecânica constituem ainda o principal evento

adverso observado nas unidades intensivas do hospital. Ações foram desenvolvidas ao longo dos seis

anos para o seu controle, com resultados já evidenciados através da redução de sua incidência (tabela

73). Assim, houve o fortalecimento do gerenciamento do risco de PAV, com a implantação do

protocolo para sua prevenção, que contempla a supervisão diária através da aplicação do bundle de

manutenção da Ventilação Mecânica.

Tabela 73: Densidade de Incidência de PAV na Terapia Intensiva - HS - Ano 1 a 6

Unidade Intensiva ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6

UTI Adulto I e II 8,4 4,5 7,0 7,3 7,6 8,3

UTI Adulto III 6,8 5,9 8,5 8,1 5,8 7,0

UTI Cirúrgica 5,0 8,4 17,3 12,3 8,2 4,0

UTI Pediátrica 0 0,6 6,5 4,4 3,8 0,9

Fonte: SCIH/ Sistema Informatizado – HS

No sexto ano, as densidades de incidência de PAV nas UTI’s Adulto I e II, Adulto III e

Cirúrgica foram abaixo da meta estabelecida pelo serviço, de 8,4 por mil VM-dia, com Taxas de

Efetividade na sua prevenção acima de 90% (gráfico 103).

Vale salientar o comportamento observado na Densidade de Incidência de PAV na UTI

Cirúrgica, com redução progressiva e significativa, atingindo Taxa de Efetividade de 97,2% no sexto

ano.

98,5 97,7 99,4 98,5

0

20

40

60

80

100

120

UTI Adulto I e II UTI Adulto III UTI Cirúrgica UTI Pediátrica

%

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107

Gráfico 103: Taxa de Efetividade na prevenção PAV – UTI’s HS - Ano 6

Fonte: SCIH/ Sistema Informatizado – HS

15.6 INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO (ITU)

A tabela 74 mostra as Densidades de Incidência de Infecção do Trato Urinário relacionada ao

uso de sonda vesical de demora, nos seis anos do hospital, nas unidades intensivas. Pode-se observar

baixas densidades em todas, atingindo Taxa de Efetividade acima de 98% no sexto ano (gráfico 104),

após o reforço das medidas de prevenção e diminuição do seu tempo de uso.

Tabela 74: Densidade de Incidência de ITU na Terapia Intensiva - HS - Ano 1 a 6

Unidade Intensiva ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6

UTI Adulto I e II 3,0 3,3 1,2 2,1 1,8 1,3

UTI Adulto III 8,6 5,5 1,2 1,1 0,9 1,3

UTI Cirúrgica 5,5 2,4 2,6 1,9 0,7 1,1

UTI Pediátrica 2,5 2,3 1,6 2,8 1,9 0,8

Fonte: SCIH/ Sistema Informatizado – HS

Gráfico 104: Taxa de Efetividade na prevenção ITU – UTI’s HS - Ano 6

Fonte: SCIH/ Sistema Informatizado – HS

90,3 93,7 97,2 99,4

0

20

40

60

80

100

120

UTI Adulto I e II UTI Adulto III UTI Cirúrgica UTI Pediátrica

98,4 99 99,2 99,5

0

20

40

60

80

100

120

UTI Adulto I e II UTI Adulto III UTI Cirúrgica UTI Pediátrica

%

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108

15.7 INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO (ISC)

No sexto ano do hospital, a Taxa de Incidência de Infecção de Sítio Cirúrgico foi de 2,7%.

Considerando esta ocorrência em cirurgias limpas, as Taxas de Infecção ao longo do ano se

mantiveram abaixo do aceitável pela Organização Mundial de Saúde (OMS), de até 5% (gráfico 105).

Gráfico 105: DI de ISC em cirurgias limpas - HS – Ano 6

Fonte: SCIH/ Sistema Informatizado – HS

Com relação às especialidades cirúrgicas (gráfico 106), as Taxas de Incidência de Infecção de

Sítio Cirúrgico (ISC), relacionadas à Cirurgia Ortopédica, à Cirurgia Geral e à Neurocirurgia foram

respectivamente de 2,7% (109 episódios), 3,5% (70 episódios) e 4,5% (44 episódios), e as Taxas de

Infecção em cirurgias limpas também se mantiveram abaixo de 5%, com valores, respectivamente, de

1,7% (37 casos), 0,2% (02 caso) e 4,3% (35 casos).

Gráfico 106: Taxa de ISC em cirurgias limpas - HS - Ano 6

Fonte: SCIH/ Sistema Informatizado – HS

Os gráficos 107 a 109 mostram as Taxas de Incidência de ISC relacionadas à Cirurgia

Ortopédica, Cirurgia Geral e Neurocirurgia, por trimestre, no sexto ano. Estas taxas não devem ser

comparadas entre as especialidades cirúrgicas devido às diferentes características dos pacientes.

A Taxa global de infecção em ortopedia mostrou estabilidade ao longo do ano, enquanto o

volume de cirurgias obteve aumento (gráfico 107).

1,5 1,50,7 0,6 0,7

00,9

1,4 1,81,2

0,2

1,7

0

2

4

6

8

10

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º

Mês

%

2,73,5

4,3

1,7

0,2

4,4

0

2

4

6

8

Ortopedia Cirurgia Geral Neurocirurgia

%

Tx de ISC Global Tx de ISC em cirurgia limpa

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109

Gráfico 107: Taxa de ISC em cirurgias limpas – Ortopedia - HS - Ano 6

Fonte: SCIH/ Sistema Informatizado – HS

Quanto as Taxas de incidência de ISC relacionadas à Cirurgia Geral, por trimestre,

representado no gráfico 108, observa-se uma baixa incidência de infecção em cirurgia limpa, com

apenas 01 caso no primeiro trimestre e 01 no quarto.

Gráfico 108: Taxa de ISC em cirurgias limpas – Cirurgia Geral - HS - Ano 6

Fonte: SCIH/ Sistema Informatizado – HS

As taxas de incidência de ISC relacionadas à Neurocirurgia por trimestre estão representadas

no gráfico 109. Observa-se que as taxas em cirurgia limpa por vezes ultrapassam a de sítio cirúrgico

global. Este fato pode ser justificado pela quase totalidade de cirurgias limpas no serviço.

Gráfico 109: Taxa de ISC em cirurgias limpas – Neurocirurgia - HS - Ano 6

Fonte: SCIH/ Sistema Informatizado – HS

9291039 999

1070

531 547 512 551

2,43,3

2,6

2,31,82,5

1,2

1,3

0

4

8

12

0

450

900

1350

1º Trim 2º Trim 3º Trim 4º Trim

Ta

xa

de I

nfe

cçã

o

mero

de C

iru

rg

ias

Ortopedia

Nº cirurgias

Nº cirurgias

limpas

Taxa global

Taxa cirurgia

limpa

450480 497

531

98 92

126

99

4,7 4,4

2,2 3,2

1,00 0

1,0

0

4

8

12

0

250

500

750

1º Trim 2º Trim 3º Trim 4º Trim

Ta

xa

de I

nfe

cçã

o

mero

de C

iru

rg

ias

Cirurgia Geral

Nº cirurgias

Nº cirurgias

limpas

Taxa global

Taxa cirurgia

limpa

233245

264

224

184

222208

191

6,4

2,4

5,3

46

2,2

5,83,7

0

4

8

12

0

100

200

300

1º Trim 2º Trim 3º Trim 4º Trim

Ta

xa

de I

nfe

cçã

o

mero

de C

iru

rg

ias

Neurocirurgia

Nº cirurgias

Nº cirurgias

limpas

Taxa global

Taxa cirurgia

limpa

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110

15.8 PERFIL DE SENSIBILIDADE BACTERIANA

Ao longo dos seis anos, a instituição vem desenvolvendo ações para o controle de infecção,

como a implantação do bundle de instalação de cateter venoso central, bundles de manutenção de

dispositivos invasivos, protocolo de antibioticoprofilaxia cirúrgica e de antibioticoterapia empírica.

Assim, conforme os gráficos 110 a 113, que mostram o quantitativo de culturas e o percentual de

multiresistência para os principais microrganismos isolados, houve melhora no perfil de sensibilidade.

Gráfico 110: Comportamento do Staphilococcus aureus – HS – Ano 1 a 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Gráfico 111: Comportamento do Acinetobacter baumannii – HS – Ano 1 a 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Gráfico 112: Comportamento da Pseudomonas aeruginosa – HS – Ano 1 a 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

236 255 212 192 190 208

24 23 22,8 18 13,3 14,60

25

50

75

100

0

200

400

600

800

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6

% M

ult

iresi

stên

cia

mero

cu

ltu

ra

s

Número Culturas

% MRSA

Staphilococcus

aureus

39

318

429 408 384

280

94,3

79,2 83,2 84 81,372,8

0

25

50

75

100

0

200

400

600

800

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6

% M

ult

iresi

stên

cia

mero

cu

ltu

ra

s

Número Culturas

% Multiresistência

Acinetobacter

baumannii

272

390

276 297 285

208

24,8

34,726,6 29,9

24,819,6

0

25

50

75

100

0

200

400

600

800

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6

% M

ult

iresi

stên

cia

mero

cu

ltu

ra

s

Número Culturas

% Multiresistência

Pseudomonas

aeruginosa

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111

Gráfico 113: Comportamento da Klebsiella pneumoniae – HS – Ano 1 a 6

Fonte: Sistema Informatizado – HS

Ressalta-se o compromisso da equipe assistencial com a boa prática, bem como o papel e

responsabilidade dos gestores dos processos, com apoio do SCIH, na adequada supervisão das ações

implementadas, impactando não apenas no controle ambiental, como na sustentabilidade institucional.

No entanto, merece atenção o comportamento da Klebsiella pneumoniae, que embora ainda

em pequena proporção, vem se mostrando com aumento progressivo de resistência aos

carbapenêmicos, atingindo 15,7% no último ano. Este cenário vem sendo enfrentado em diversas

instituições do Brasil e no mundo, e amplamente discutido.

328

589

296 298 302

426

40,4

49,5 47,4 51

26,4 24,6

0 1,6 2,39 11,3

15,7

0

25

50

75

100

0

200

400

600

800

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6

% M

ult

iresi

stên

cia

mero

de C

iru

rg

ias

Klebsiella

Pneumoniae

Número Culturas

% Resistência

ESBL

% Resistencia

Carbapenêmico

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112

16 DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA

O Núcleo de Vigilância Epidemiológica (NVE) do Hospital do Subúrbio iniciou suas

atividades em fevereiro de 2014 e tem como principal objetivo promover uma melhor vigilância

quanto a ocorrência de determinadas doenças ou agravos à saúde, a fim de oportunizar a adoção de

medidas de prevenção e controle compatíveis com suas especificidades. Antes desta época, este

controle era feito pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH).

A reorganização da metodologia de trabalho do NVE, com o reforço da busca ativa diária de

doenças e agravos nas unidades e a partir das solicitações de exames complementares (sorologias,

baciloscopias e estudo de líquor), resultou no aumento expressivo do número de investigações no

quinto ano (1.247 casos) e sexto ano (2.148 casos), conforme gráfico 114.

Na avaliação da distribuição dos pacientes por gênero, observa-se que a prevalência foi maior

no masculino. Esta predominância é compatível com os dados nacionais e pode ser justificado pela

maior exposição ao risco e menor acesso aos Serviços de Saúde por parte deste grupo.

Gráfico 114: Investigações de Doenças e Agravos Gráfico 115: Distribuição dos pacientes investigados por

de Notificação Compulsória – HS –Ano 4 a 6 gênero – HS – Ano 4 a 6

Fonte: NVE/ Sistema Informatizado – HS Fonte: NVE/ Sistema Informatizado – HS

Gráfico 116: Distribuição dos pacientes investigados por Procedência – HS – Ano 4 a 6

Fonte: NVE/ Sistema Informatizado – HS

331

1247

2148

0

1000

2000

3000

Ano 4 Ano 5 Ano 6

179

520

997

152

428

668

0

700

1400

2100

Ano 4 Ano 5 Ano 6

Masculino

Feminino

27236 23

798

92 58

1440

158 67

0

1000

2000

3000

Salvador Região Metropolitana Interior

Ano 4

Ano 5

Ano 6

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113

Quanto à procedência (gráfico 116), no sexto ano do hospital, de 1.665 pacientes investigados,

1.440 pacientes foram do município de Salvador (66,5%), 158 pacientes de outros municípios da

Região Metropolitana (9,5%) e 67 pacientes do interior do estado (4%). Ressalta-se que existiram

pacientes que foram investigados por mais de uma doença, justificando a diferença do número de

investigações e de pacientes investigados.

Na tabela 75 está demonstrada a relação das doenças e outros agravos investigados,

notificados e confirmados no último ano.

Tabela 75: Distribuição dos casos investigados, notificados e confirmados por Tipo – HS – Ano 6

Fonte: NVE/ Sistema Informatizado – HS

Doenças e Agravos ANO 6

Investigados Notificados Confirmados Óbitos Letalidade %

HIV / AIDS 584 77 77 21 27,3

Hepatites 462 462 24 16 66,7

Meningites 324 324 58 16 27,6

Tuberculose 223 52 31 12 38,7

Sífilis 121 121 11 0 0,0

Rotavírus 115 115 44 0 0,0

SRAG 65 65 36 1 2,8

Violência doméstica e sexual 52 52 52 2 3,8

Dengue 48 48 27 0 0,0

Intoxicação Exógena 43 43 43 2 4,7

Leptospirose 41 41 7 2 28,6

Doença de Chagas 22 22 6 1 16,7

Chikungunya 12 12 12 0 0,0

Coqueluche 6 6 3 0 0,0

Hanseníase 5 3 3 0 0,0

Anti-rábica 4 4 4 0 0,0

Tétano 4 4 3 2 66,7

Varicela 3 3 3 0 0,0

Leishmaniose 3 3 3 0 0,0

Sindrome Guillain Barre 2 2 2 0 0,0

Rubeola 2 2 0 0 0,0

Acidente de trabalho grave 2 2 2 1 50,0

Febre Tifóide 1 1 0 0 0,0

Esquistossomose 1 0 0 0 0,0

Acidentes animais peçonhentos 1 1 1 0 0,0

Doença Priônica 1 1 0 0 0,0

Pneumoconiose 1 1 1 0 0,0

Total 2.148 1467 453 76 -

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114

Ressalta-se que a diferença no número de casos investigados e notificados observados em

relação ao HIV/AIDS e Tuberculose decorre dos critérios definidos pelo Ministério da Saúde. Assim,

é necessária a confirmação através de exames laboratoriais e testes sorológicos que detectem os

anticorpos contra o HIV; e de dados clínicos epidemiológicos associados à avaliação de exames

complementares ou a confirmação por baciloscopia, cultura ou teste rápido molecular para os casos de

tuberculose.

Durante este ano HIV/AIDS, Meningite e Tuberculose mantiveram sua prevalência

considerando o ano anterior. No entanto, chamou a atenção algumas doenças como Hepatite, Dengue,

SRAG e Sífilis, que diante do quadro atual de reincidência na saúde pública ocuparam um espaço

importante de investigação na rede hospitalar.

Agravos como a Violência doméstica e sexual foram evidentes quando comparadas as doenças

de notificação e as principais causas externas. Isso, considerando que por diversas vezes se torna

omissa no atendimento ao paciente. O número de investigações demonstra o olhar diferenciado da

equipe de saúde e a compreensão da importância da identificação precoce deste tipo de agravo,

principalmente em mulheres, crianças e idosos.

A taxa de letalidade observada nos casos de notificação que foram confirmadas reflete a

gravidade da doença, a condição clínica do paciente e o tempo de adoecimento.

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115

17 CAPTAÇÃO DE ÓRGÃOS

Em outubro de 2010 foi instituída a Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos, Tecidos

e Transplantes (CIHDOTT) e em 2011, o Hospital do Subúrbio recebeu o Prêmio Amigos do

Transplante da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia, pela organização e estrutura desta comissão.

17.1 MORTE ENCEFÁLICA

O gráfico 117 mostra o número de Protocolos de Morte Encefálica abertos do segundo ao

sexto ano do HS. No último ano foram 59 Protocolos de Morte Encefálica (ME) abertos, com a

efetivação de 16 doações (27,1%). Porém, conforme demonstrado no gráfico 118, em 9 casos (15,3%)

houve evolução para óbito antes do fechamento do protocolo e em 8 casos existiam critérios de

exclusão para captação (13,6%). Portanto, dos 42 casos possíveis de captação, 16 foram efetivadas

(38,1%).

Gráfico 117: Números de Protocolos de Morte Encefálica abertos – HS – Ano 2 a 6

Fonte: CIHDOTT - HS

Gráfico 118: Dados de segmento dos Protocolos de Morte Encefálica abertos – HS – Ano 2 a 6

Fonte: CIHDOTT – HS

19

1115 15 16

1317

20 19

34

137 9 8 9

0

20

40

60

Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6

Protocolos de Morte Encefálica

Protocolos fechados

com doação

Protocolos fechados

sem doação

Óbitos antes de fechar o

protocolo

N

45

35

45

41

59

0

20

40

60

80

Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6

Protocolos

de ME

N

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17.2 CAPTAÇÃO DE CÓRNEA

Vem sendo observado aumento da captação de córneas no HS, após parceria com programa

estabelecido pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia, mas ainda de modo incipiente. No último

ano ocorreram apenas 07 captações (gráfico 119).

Ressalta-se que muitos pacientes que evoluem com óbito apresentam contra-indicações para a

captação de córneas. No entanto, faz-se necessário a maior sensibilização da equipe quanto à

importância desta ação, considerando o contexto de responsabilidade social e coletiva, oportunizando

melhor qualidade de vida ao cidadão com deficiência visual.

Gráfico 119: Número de doações de córnea – HS – Ano 2 a 6

Fonte: CIHDOTT - HS

1

4

810

7

0

5

10

15

20

Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6

Captação de CórneaN

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18 CONCLUSÃO

A qualidade na assistência à saúde envolve não apenas o atendimento em si, com equipe

multidisciplinar comprometida e tecnologia, mas também uma gestão estratégica clara, que definam

objetivos respaldados em valores éticos e com foco nas necessidades dos pacientes. Assim, o

entendimento do perfil epidemiológico é essencial para as decisões institucionais nas organizações de

saúde, principalmente considerando que a Epidemiologia produz conhecimento capaz de promover a

saúde individual através de medidas de alcance coletivo.

Desta forma, a equipe do Hospital do Subúrbio foi capaz de atuar com inovação, garantindo

bons resultados assistenciais, fundamentando seu planejamento e suas ações na análise epidemiológica

e monitorando quantitativamente e qualitativamente sua produção de serviços.

Ao longo dos seis anos de funcionamento, a instituição consolidou o seu perfil assistencial de

urgência e emergência, refletido pela redução dos pacientes atendidos na Emergência com

classificação de risco Azul e Verde. O trabalho educativo realizado junto à comunidade e a sua

participação estimulando uma maior interação dos componentes do Distrito Sanitário do Subúrbio

Ferroviário, para o desenvolvimento de ações mais organizadas e integradas, parecem ter contribuído

para progressiva estruturação da rede pública assistencial.

Apesar do quantitativo elevado de atendimentos clínicos na Emergência, o perfil cirúrgico

manteve-se marcante nas internações, tendo especial destaque a assistência ao trauma e lesões por

causas externas e às patologias cirúrgicas abdominais. Dentre as patologias clínicas, as doenças

cerebrovasculares, cardiovasculares e infecciosas mostraram sua significância, seja pela sua frequência

ou pela sua criticidade. Este fato implicou na definição das Linhas de Cuidado estratégicas, do

paciente politraumatizado e do paciente com Acidente Vascular Cerebral, que foram implantadas no

final do quinto ano.

O aumento progressivo de pacientes adultos internados com risco Amarelo e Vermelho,

portanto com maior gravidade/complexidade, assim como aqueles mais idosos, contribuíram para a

Média de Permanência hospitalar encontrada. No entanto, houve melhora deste indicador nos últimos

anos, refletindo a efetividade clínica do processo assistencial, a partir do olhar crítico em busca de sua

melhoria.

O comportamento da Mortalidade Institucional se manteve estável e corrobora com o contexto

onde o hospital está inserido e com a gravidade dos pacientes atendidos, chamando a atenção, ainda

assim, uma mortalidade encontrada inferior à mortalidade esperada nos pacientes que foram

internados nas unidades de terapia intensiva.

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A mudança do modelo assistencial na Pediatria ocorrida no sexto ano do HS, num olhar

sistêmico, onde a integralidade do cuidado, com única equipe médica atuando na Emergência, Terapia

Intensiva e Internação, garantiu a continuidade assistencial e refletiu na melhoria dos indicadores de

desempenho, com redução da Média de Permanência e da Mortalidade. Ressalta-se que esta inovação

vem sendo exemplo para a reestruturação do modelo de assistência à saúde para o paciente clínico e

cirúrgico.

Desta forma, compreendemos que a assistência à saúde é dinâmica, sendo fundamental o

acompanhamento dos indicadores epidemiológicos, utilizando-os como ferramentas na gestão e

operação dos serviços de saúde. Considerando que aproximadamente metade do público atendido é

procedente do Distrito Sanitário Subúrbio Ferroviário, este boletim traz informações valiosas aos

poderes públicos municipal e estadual, na medida em que pode subsidiar tomadas de decisões na

matriz do planejamento de saúde. O combate à violência, os cuidados primários e secundários à

população idosa, a prevenção e promoção da saúde, a necessidade de continuidade dos cuidados em

reabilitação são exemplos que extraímos desta publicação e que nos reveste de uma responsabilidade

sistêmica, considerando a posição do HS na linha de cuidado na Rede SUS.