itinerário - espcex...•produtos destaques: algodão, amendoim, banana, café, cacau, e...

Brasil, setembro de 2020

Professor Vinícius Vanir Venturini

Itinerário - EsPCEx

Aula 22 - processo produção agropecuário

mundial e brasileiro, estrutura fundiária e

principais conflitos no campo.

Agropecuária e pesca mundial- relação com o clima, solo e relevo -

As regiões de clima polar, frio, desértico e de

montanha apresentam maior dificuldade para o

desenvolvimento agropecuário. Da mesma forma o tipo

de solo pode oferecer diferentes empecilhos, quanto a

fertilidade, acidez etc., elevando os custos de

produção. O relevo também pode dificultar o processo

agropecuário de forma a torná-lo inviável ou de maior

risco.

Agropecuária- extensiva e intensiva -

● processo ou sistema extensivo: denota o uso de técnicas tradicionais ou

rudimentares (emprego do desmatamento através de queimadas, com

consequente esgotamento do solo), carência de tecnologia, uso da enxada

arado de tração animal, ou falta de zelo no caso pecuário, com o gado

sendo criado solto e com menor controle sanitário, resultando em baixa

produtividade.

São exemplos desse modelo agrícola tradicional/colonial a roça (e ou a

agricultura de subsistência), o plantation, a agricultura de jardinagem.

● processo ou sistema intensivo: denota o uso racional e integrado do

espaço rural, geralmente associando a agricultura a pecuária, baixo

emprego de mão de obra, intensa mecanização como o emprego de

máquinas e implementos agrícolas (exemplificado através de equipamentos

para irrigação) a adoção de adubos químicos, e predileção a sementes (a

presença de culturas transgênicos), mudas e animais selecionados, na

pecuária destaca-se o processo de confinamento, o rigor sanitário

resultando em elevada produtividade.

São exemplos desse modelo a agricultura europeia, no caso norte-americano,

os cinturões agrícolas (também conhecidos como belts), a agricultura

comercial e o agronegócio (definido com o a integração do campo à

indústria, exemplificado na produção laticínios, na indústria coureiro-

calçadista, do tabaco, de bebidas, etc.).

Agropecuária- extensiva e intensiva -

Trabalhadores agrícolas por 100 hectares cultivados

Tratores por 1000 hectares cultivados

“Plantation” (produtos tropicais)

• sistema herdado da tradição colonial escravista

• propriedade: grande propriedade, latifúndio

• variedade: monocultura

• produção: voltada para exportação

• mão de obra: grande quantidade (destaque para boias-frias)

• baixo emprego de tecnologia

• produtos destaques: algodão, amendoim, banana, café,

cacau, e cana-de-açúcar;

Jardinagem (Sudeste, Sul Asiático, a Ásia das Monções)

• sistema milenar de plantio

• adaptado ao relevo através do terraceamento

• propriedade: pequena

• mão de obra: grande quantidade


• produtos destaques: para arroz e chás

Obs.: cuidado meticuloso, pessoal com a plantação

equiparado a um jardim;

Agricultura de subsistência (roça e ou itinerante*)

• sistema persistente em regiões menos desenvolvidas como a África, América Latina

• propriedade: pequena

• variedade: policultura (rudimentar)

• produção: subsistência, baixa produtividade, sem gerar excedente, antieconômica

• mão de obra: baixa, relacionada ao núcleo familiar, pequena grupo

• emprego de técnicas rudimentares (arado de tração animal, enxada, queimada...)

• produtos destaques: milho, feijão, mandioca, batata... árvores frutíferas

Agropecuária- sistemas agrícolas -

*o esgotamento do solo força a migração


O agricultor queima a floresta, vegetação e planta sobre as cinzas (prática conhecida

como coivara)

Depois de alguns anos, o solo perde fertilidade e, sem receber maiores cuidados, é

erodido pelas chuvas, vento, etc.

Sem a possibilidade de plantio, o agricultor migra em busca de novas áreas para

plantio, valendo-se das mesmas técnicas rudimentares produzindo um “rastro” de

degradação ambiental.

Agricultura de subsistência, roca ou itinerante

“Familiar” (apresentando a forma agrícola e ou pecuária)

• sistema herdado da tradição colonial escravista

• propriedade: pequena propriedade

• variedade: policultura, hortifrutigranjeira

• produção: voltada para mercado interno (cinturão verde - ao redor das metrópoles,

relacionada as centrais e abastecimento de alimentos - CEASAs, ou nas feiras livres)

Obs.: o sistema de cooperativas agrícolas permite o agrupamento de vários pequenos

produtores rurais e tudo o que compram ou vendem é feito em conjunto, reduzindo os

custos para cada agricultor cooperado;

• mão de obra: pequena quantidade (núcleo familiar), porém pode contar com

trabalhadores assalariados permanentes ou temporários (boias-frias)


• produtos destaques: mandioca, feijão, milho, café, arroz, legumes, tubérculos, aves,

suínos leite...,

O Governo Federal considerada agricultura familiar a partir dos seguintes critérios:

núcleo familiar estabelecido, máximo de dois empregados assalariados e propriedade

com, no máximo, quatro módulos rurais. Gozando de alguns benefícios e incentivos

públicos, estabelecidos pelo PRONAF (Programa Nacional da Agricultura Familiar), sob

o controle do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

A importância da agricultura familiar encontra-se na baixa dependência econômica de

insumos externos, preservação de hábitos culturais, o alto aproveitamento do solo, a

adoção de medidas de conservação do meio natural, o baixo impacto ambiental e a

manutenção do emprego, da mão de obra. No Brasil a agricultura familiar emprega

cerca de 80% da população do setor rural e totaliza cerca de 40% de toda produção

agrícola, apesar de ter menos de 20% das terras agricultáveis do país e de compor os

principais produtos da dieta nacional.


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Agricultura familiar Agricultura patronal*: agronegócio

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*também de agricultura empresarial, conta com recursos avançados de produção, formando, nos

países desenvolvidos, grandes complexos ou sistemas produtivos agroindustriais altamente

capitalizados e dotados de excelente infraestrutura de transportes, armazenagem e produção.

Técnicas como a utilização de sementes especiais - inclusive as transgênicas, uso intensivo de

adubos e fertilizantes e elevado grau de mecanização. Quanto ao tamanho das propriedades, são

médias e grandes e apresentam elevado grau de especialização na produção.

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Agricultura orgânica

• a agricultura orgânica: é uma alternativa viável com o potencial de melhorar a

qualidade de vida, a dimensão da produção orgânica no Brasil, de acordo com o

Governo Federal, ela já é praticada em mais 950 mil hectares, por mais de 11 mil

famílias.

• em razão da aliança entre pesquisadores e produtores, hoje há tecnologia suficiente

para criar sistemas de produção com baixíssimo impacto ambiental, e que, ao mesmo

tempo, proporcionem condições de trabalho e renda adequadas aos agricultores e

produzam alimentos saudáveis para a sociedade.

• a grande diferença entre a produção sustentável orgânica e a convencional é que a

tecnologia utilizada tem como base o conhecimento de processos ecológicos, e não

induz ao agricultor a compra permanente de insumos, reduzindo o custo de produção.

Obs.: um dos grandes entraves da agricultura orgânica é durabilidade e logística de

comercialização;

Sistema Agro Florestal - SAF

• processo agroflorestal ou Sistema Agroflorestal: é uma forma de uso da terra na qual

se resgata a forma ancestral de cultivo, combinando espécies arbóreas lenhosas como

frutíferas ou madeireiras com cultivos agrícolas e/ou animais.

• essa combinação pode ser feita de forma simultânea ou em sequência temporal,

trazendo benefícios econômicos e ecológicos.

O SAF é um sistema de produção que imita a natureza (seu processo de

desenvolvimento), com o solo sempre coberto pela vegetação, diversos tipos de

espécies de plantas juntas, umas ajudando as outras, reduzindo os problemas com

“pragas” ou “doenças”, o que dispensa o uso de agrotóxicos, pesticidas.

• nos Sistemas Agroflorestais, encontramos uma mistura de culturas anuais, árvores

perenes e frutíferas e leguminosas, além de criação de animais e a própria família de

agricultores, em uma mesma área.


Agricultura europeia

• sistema evoluído do processo feudal, com rotação de culturas e associação da

agricultura a pecuária.

• propriedade: pequenas e médias

• variedade: diversificada

• mão de obra: baixa quantidade

• produção: voltada ao mercado interno e externo

• excelente infraestrutura (de transporte, estocagem e distribuição)

• produtos destaque: cereais, beterraba, uvas, maçãs, peras, figos, oliva

Obs.: favorecimento da produção por subsídios agrícolas, relacionados a Política

Agrícola Comum - PAC, praticada especialmente entre os países membros da UE;


• modelo desenvolvido nos Estados

Unidos e intensificado pela Revolução

Verde

• propriedade: pequenas e médias

localizadas em zonas, faixas de produção

agrícola ou pecuária

• produção: voltada ao mercado interno e

externo

• variedade: monocultura

• mão de obra: baixa quantidade

• altamente mecanizada

• utiliza-se de biotecnologia, preferência

por cultivos transgênicos

• destaque mundial para cultura de

cereais (especialmente o milho)

“Belts” (cinturões agrícolas)

• contexto: após a 2ª Guerra Mundial, e com a explosão demográfica, com o processo

de descolonização em marcha, a Organização das Nações Unidas - ONU, os países

europeus, e, especialmente, os Estados Unidos buscaram uma estratégica para de

elevação da produção agrícola mundial para combater o crescente aumento da fome,

manifestada nos continentes africano e asiático, através da Revolução Verde.

• propondo a implantação de mudanças nas estruturas fundiárias e nas técnicas

agrícolas nos países subdesenvolvidos, hoje, chamados de Países do Sul.

• a Revolução Verde objetiva a modernização das práticas agrícolas (através da

utilização de adubos químicos, inseticidas, herbicidas, sementes) e na mecanização

do preparo do solo para acelerar o aumento de sua produtividade, dinamizando ainda

da colheita e da logística produtiva.

• no entanto, as sementes selecionadas, produzidas em laboratórios dos países

desenvolvidos, hoje, chamados de Países do Norte, não eram geneticamente capazes

de enfrentar determinadas condições climáticas (como os climas úmidos e quentes

tropicais, característicos das nações mais pobres), as pragas e determinados tipos de

insetos.

• a solução consistia na utilização de sementes geneticamente modificadas, de

adubos, defensivos e fertilizantes importados das nações que subvencionaram, num

primeiro momento, essas novas formas de cultivo, porém passando a cobrar pela

tecnologia a partir da década de 70, aumentando, dessa forma, a dependência

técnica, tecnologia e financeira dos Países do Sul em relação aos Países do Norte.

• no interior dos Países do Sul, a Revolução Verde aumentou a distância entre os

grandes agricultores, que tiveram acesso, e posteriormente financiamento, ao pacote

tecnológico, dos pequenos agricultores, segregados das inovações, técnicas e

maquinário, que não foi oportunizado condições de competitividade. Nesse sentido,

agravou-se ainda mais a concentração de fundiária/terra em vários países do mundo.

Obs.: os diferentes agrotóxicos, pesticidas transgênicos são responsáveis pela

redução brusca da diversidade biológica e das culturas tradicionais nos Países do Sul;

Agropecuária- Revolução Verde-

Símbolo de produto

transgênico

Agropecuária- Revolução Verde-

Uso de transgênicos e seus malefícios

Obs.: além da necessidade de mudar os diferentes ecossistemas para que se

adaptassem a essas máquinas, decorrendo a aceleração de processos erosivos e de

desertificação, e assoreamento de rios, especialmente, em países pobres;

• contrasta setores tecnicamente atrasados, tradicional e rudimentar, com setores

modernos, que utilizam os mais avançados recursos técnicos e apresentam elevada

produtividade;

• predomina sistemas análogos ao plantations voltados para o mercado externo;

• apresenta uma estrutura fundiária concentradora;

• o setor agropecuário rende grandes superávits, sendo responsável por mais de 25% do

nosso Produto Interno Bruto - PIB.

• entre os produtos destaque estão a soja, o café, a laranja, a cana-de-açúcar, o milho e

o feijão;

Obs.: a produção de trigo é deficitária, sendo um dos principais produtos de importação;

• internacionalmente nossos produtos agrícolas sofrem com práticas protecionistas

(como diferentes barreiras alfandegárias) empreendidas, em grande parte, por Países do

Norte, e com barreiras não tarifárias, diferentes regulamentações fitossanitárias* e zoo-

sanitárias* que são aplicadas geralmente de formas injustificadas, contrariando normas

inclusive da Organização Mundial do Comércio - OMC;*controles biológicos que objetivam impedir a comercialização mercadorias passíveis de provocar

contaminação, oriundas de animais vivos sem vacinação, de plantas com fungos, bactérias ou

cultivadas com agrotóxicos nocivos.

• a pecuária brasileira ocupa lugar de destaque no mercado mundial, principalmente na

criação de aves e na criação de gado bovinos;

• o rebanho bovino apresenta rápido ciclo de reposição e seus produtos, além de serem

fontes de energia, servem de matéria-prima para diferentes ramos industriais;

• o Governo Federal adota várias medidas para melhorar a qualidade do gado e erradicar

doenças que possam impedir ou barrar seu acesso ao mercado internacional, como

exemplo o combate à febre aftosa.

Obs.: o Brasil tem o segundo maior rebanho bovino do mundo, atrás da Índia, e somos o

maior produtor de carne bovina, com mais de 250 milhões de cabeças de gado.

Agropecuária- características da agricultura e pecuária nacional -

Agropecuária no Brasil- disponibilidade de terras aráveis por país -

Região Sudeste

• a elevada industrialização proporcionou uma produção

agrícola moderna e associada a ´´indústria na maioria da região.

• além das grandes propriedades monocultoras, apresenta

médias e pequenas propriedades rurais que diversificam a

produção agropecuária (especialmente relacionada ao cinturão

verde).

• os produtos agrícolas voltados para o mercado externo de

maior destaque são laranja e café e açúcar, enquanto os

produtos agrícolas voltados ao mercado interno destacam-se a

produção de cana de açúcar (voltado a produção de

combustível, e a cachaça, além do tomate, do abacate e do

amendoim.


Região Sul

• grande parte das atividades agrícolas da região é considerada

moderna, podendo ser considerada como agronegócio.

• apresenta muitas pequenas e médias propriedades rurais de base

familiar.

• as condições climáticas favorecem a produção de soja, trigo, aveia,

cevada, milho, uva, morango, pera, pêssego, figo e maçã.

• a produção pecuária representa mais de 50% da criação de suínos

e a maior parte de criação de aves do país.

• a criação de gado corresponde a 37% da produção nacional,

voltada principalmente para produção de leite.

• destaque na criação de ovinos.

Obs.: apresenta a 2ª maior feira agropecuária do mundo a ExpoInter,

em Esteio no Rio Grande do Sul, anualmente;

Região Norte

• seu desenvolvimento agropecuário aprofunda-se a partir da expansão

da fronteira agrícola, década de 70.

• grande parte da produção agrícola se característica por ser

tradicional, destacando também as culturas extrativas da castanha-do-

pará, do açaí e do cupuaçu, e do látex.

• principais produtos agrícolas são o arroz, o feijão e a mandioca,

juntamente com a juta, malva e pimenta do reino de grande

importância regional.

• a pecuária é desenvolvida no sistema extensivo, voltada ao de gado

para corte, destaca-se ainda o rebanho bufalíno, na Ilha de Marajó.

• criação de aves, suínos, complementa a dieta nortista, marcada em

grande parte pelo consumo de peixe.


Região Nordeste

• muitas áreas no nordeste, mesmo no sertão, graças a irrigação, vêm se

tornando importantes polos de produção agrícola, com destaque na

produção de frutas, como o melão, mamão, manga, caju, uva, além do

café, soja e arroz.

• boa parte da produção desenvolvida na Zona da Mata é voltada para o

mercado externo, destacando a de cana-de-açúcar.

• no Agreste temos uma policultura tradicional, voltada ao mercado

interno.

• no Meio Norte as culturas tradicionais estão sendo ameaças pelo

avanço da soja.

• no sertão, a maior parte da produção agrícola é de subsistência, sendo

a pecuária é desenvolvida no modelo extensivo.

Obs.: a seca, estiagem determinam grandes fluxos migratórios sazonais;

A região concentra 93% da criação de caprinos.


Região Centro-Oeste

• a produção agropecuária caracterizada pela pecuária

extensiva e pelo agricultura comercial, com destaque para

soja, determinando elevada urbanização, e baixa demografia

comparada as demais regiões, uma vez que não atrai mão de

obra.

• a produção agropecuária corresponde a mais de 20% da

produção nacional.

• caracterizada por seu relevo plano e sua vegetação típica de

cerrado facilita a ocupação do espaço e a produção

agropecuária

Obs.: desde a expansão da agropecuária para o Cerrado, a

partir da década de 50, mais de 50% desse bioma já foi

degradado;

• a elevada produtividade é reflexo de grandes investimentos na correção da acidez do

solo, no uso de organismos transgênicos, na introdução do gado de corte e do

desenvolvimento de pesquisas patrocinadas pelo Estado, com destaque para Empresa

Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA.

• a maior parte das áreas agricultáveis pertence às grandes propriedades rurais,

constituídas por grandes monoculturas voltadas ao mercado externo, produção de

commodities agrícolas.

• além da produção de soja transgênica destaca-se o algodão, milho e trigo

geneticamente modificados.

• apresenta o maior rebanho bovino do país, tendo também destaque na criação de

suínos.

Agropecuária- lavouras temporárias, 2006 -

Agropecuária- lavouras permanentes, 2006 -

Agropecuária- origem das principais culturas agrícolas -

Obs.: perceba que a maioria dos cultivos nacionais é feito por espécies exóticas,

incluindo arroz, feijão, banana, cana-de-açúcar, café, laranja, milho e trigo, base da dieta

nacional;

Agropecuária- principais rebanhos, 2006 -

Agropecuária- evolução do gado bovino, 1990 a 2006 -

Obs.: a grande crítica resume-se no fato que que áreas originalmente destinadas a

produção agrícola de alimentos, estariam sendo transformadas em fazendas de

biocombustível, produzindo diferentes óleos vegetais para o desenvolvimento de

biodiesel ou cultivo de cana-de-açúcar para produção de álcool, reduzindo a oferta e

agravando a crise mundial de alimentos (na charge destaque-se o milho principal cereal

norte-americano);

Agropecuária- críticas a produção de biocombustíveis -

• estrutura fundiária: é o modo de organização do espaço agrícola e do uso da terra,

caracterizado pela forma, dimensão e disposição das parcelas que constituem o

espaço explorado por um grupo de agricultores.

Lei de terras, lei número 601 de 18 de setembro de 1850, determinou que a única forma

de acesso às terras devolutas da nação fosse através da compra ao Estado em hasta

pública, garantindo, entretanto, a revalidação das antigas sesmarias, que era até então

a forma de doação da terra por parte do Estado à iniciativa particular prática existente

desde os tempos coloniais.

• os posseiros ou sesmeiros passaram a demarcar suas terras, para garantir o título de

suas propriedades.

• a lei definiu ainda pena para aqueles que se apossassem indevidamente de terrenos

públicos ou privados, os colocando sujeitos a expulsão, prisão de seis meses a dois

anos, e multa de 100$.

• atualmente, 33,7% dos imóveis rurais do Brasil correspondem aos minifúndios ou às

pequenas propriedades com, no máximo, 10 hectares, porém, os minifúndios ocupam

apenas 1,4% da área total das propriedades do país.

• já os latifúndios (com a área superior a 2 mil hectares) correspondem a 0,8% do

número de imóveis do Brasil, porém ocupam 42% das áreas agricultáveis.

• consequência da concentração ou distorção fundiária nacional os pequenos

produtores não conseguem obter rendimentos significativos, pois lhes falta o essencial

para a produção primária - a terra. Esse sistema histórico, também se explica pela

ótica governamental voltada ao favorecimento dos grandes proprietários/latifundiários

e visando a exportação do insumo agrícola produzido, em detrimento do pequeno

proprietário, da agricultura familiar; sendo esse último responsável pelo abastecimento

do mercado interno, ou seja quem leva comida até nossa mesa.

Agropecuária- estrutura fundiária nacional -

• conforme o Estatuto da Terra (descrito a partir da lei federal número 4504, de 30 de

Novembro de 1964) classificou os imóveis rurais segundo o módulo rural.

• módulo rural: é uma área, propriedade suficiente para garantir ao trabalhador e à sua

família (média de 4 pessoas adultas) o rendimento mínimo necessário para a sua

sobrevivência (critério base utilizado como base para reforma agrária).

Obs.: a extensão do módulo varia de uma região para outra, de forma que uma zona

hortigranjeira ou de policultura comercial terá um módulo rural muito menor que uma

zona de pecuária extensiva;

• tipo de imóvel: minifúndio, quando a extensão de terra é inferior a um módulo rural e,

portanto, antieconômico. Característicos da áreas de colonização por imigrantes

germânicos e italianos no Brasil, apresentam quase sempre menos de 50 hectares de

extensão, embora sua média seja de 20 hectares, e sua principal destinação é a

agricultura de subsistência.

• tipo de imóvel: latifúndio por dimensão, quando independente de seu uso, econômica

ou inadequadamente explorado a propriedade possui mais de 600 vezes o módulo rural

da região.

• tipo de imóvel: latifúndio por exploração, quando o imóvel, que possui mais de 1 e

menos de 600 vezes o módulo regional, mantido inexplorado em relação às

possibilidades físicas, econômicas e sociais do meio, com fins especulativos, ou seja,

deficiente ou inadequadamente explorado, podendo apresenta problemas de ordem

econômica ou social.

Obs.: tipo de imóvel reclamado na reforma agrária e reivindicado por movimentos sem

terra;

• tipo de imóvel: empresa rural, quando a propriedade possui de 1 a 600 vezes o módulo

rural da região e é explorados de forma econômica e racional, com bons resultados

econômicos e sem tensões sociais

Agropecuária- classificação de imóveis rurais -

• a reforma agrária é vista como um meio para melhorar as relações de

trabalho, minimizar os conflitos no meio rural e a desigualdade social

nacional decorrente da concentração fundiária/de terras.

Obs.: em grande parte a concentração de renda deve-se ao passado colonial

que favoreceu a concentração de terras;

• reforma agrária não pode ser entendida como mera redistribuição de

terras. Trata-se de um processo amplo de mudanças que passa pelo campo

político, social, técnico e econômico, garantindo a uma maioria condições

dignas de trabalho, de produção e de desenvolvimento social no campo.

• para corrigir essa distorção, nas últimas décadas, vem sendo desenvolvido

o sistema de reforma agrária, embora lento, já tem demonstrado bons

resultados, sistema esse orientado pelo Instituto Nacional de Colonização

e Reforma Agrária - INCRA.

• a luta pela terra no Brasil aparece em processo messiânicos como

Canudos, e mais recentemente tem destaque com as Ligas Camponesas,

nas décadas de 1950 e 1960, sendo essas extintas, em 1964, passando a

clandestinidade, e muitas vezes apoiadas pela Pastoral da Terra.

• os trabalhadores rurais organizaram o Movimento dos Trabalhadores

Rurais Sem Terra - MST. Movimento que, através de invasões de propriedade

e diferentes marchas, pressiona o governo, com intuito de acelerar a

reforma agrária.

Agropecuária- reforma agrária e movimentos sociais no campo -

Agropecuária- estrutura fundiária nacional -

Estados campeões na concentração de terras

• boia-fria ou corumba, volante, pau-de-arara, safrista, birolo: relação de trabalho

sazonal, ou em época, período determinado, como durante uma colheita, safra.

• assalariado permanente: contrato por tempo indeterminado regulado pela CLT;

• arrendatário: as propriedades agropecuárias são arrendadas, ou seja, alugadas para

produção, podendo se negociar o pagamento do aluguel a parir da venda da produção.

•parceria/parceiro: após o uso da terra, uma das práticas mais comum de parceria é a

divisão da produção com o proprietário de acordo com a proporção estipulada em

contrato escrito ou verbal.

• posseiros: devido à existência de grandes espaços ociosos no nosso país, muitos

agricultores, sem ter onde trabalhar ou produzir, acabam ocupando, tomando posse de

lotes de terra, posteriormente solicitando a justiça reconhecimento de posse da

propriedade por usucapião.

Obs.: o Movimento Sem Terra - MST, diferente do posseiro, invade terras, consideradas

devolutas, ociosas ou mau exploradas, preferencialmente, latifúndios por exploração, e

reivindicam posse e apoio público;

• grileiros: grupos, empresas ou pessoas, especialmente políticos, que falsificam

certidões de terra (com envelhecimento artificial de certidões de terras - caixa de

grilo) e/ou ainda usam a força (na figuras de capangas e jagunços) para apropriação ou

desapropriação da terra ilegalmente.

Obs.: a grilagem também está relacionada com a degradação ambiental sobretudo nas

Regiões Centro-Oeste e Norte do Brasil;

• escravidão por dívida/peonagem (figura do “gato”, o aliciador): há um acumulo de

dívidas desde o contato inicial até a acomodação no local de trabalho, sendo a

manutenção, apreensão do trabalhador realizada mediante intimidação e coação. O

isolamento geográfico e o endividamento desproporcional configuram escravidão

segundo a Organização Internacional do Trabalho - OIT.

Agropecuária- formas de trabalho e atuações no campo -

Agropecuária- formas de trabalho no campo -

Escravidão por dívida/peonagem

itinerário - espcex...•produtos destaques: algodão, amendoim, banana, café, cacau, e...

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