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ITECNOLOGIA AGRICULTURA o melhor do lixo Software e nova metodologia de análise indicam a qualidade do composto orgânico usado como adubo YURI VASCONCELOS U m dos recursos usados por pequenos agricul- tores para adubar as plantações é a adoção do composto orgânico ob- tido a partir do lixo urbano. Preparado por usinas de triagem e compostagem a partir de restos de comida, frutas, verduras e legumes e vendido a preços bem menores que os adubos conven- cionais, o composto é bem aceito prin- cipalmente por quem cultiva hortali- ças. Embora utilizado desde a década de 70, quando foram instaladas as primeiras usinas no país, até hoje não 78 • SETEMBRO DE 2003 • PESQUISA FAPESP 91 existe uma legislação específica que estabeleça normas para aplicação agrí- cola desse produto. Com baixa quali- dade, ele pode contaminar os alimentos com microorganismos, como vírus e bactérias, e provocar sérios danos am- bientais, como a contaminação do solo e do lençol freático por metais pe- sados e nitratos, substâncias oriundas principalmente dos dejetos humanos e animais. Ciente do problema e sabendo das reclamações dos agricultores, um gru- po multiinstitucional de pesquisadores resolveu estudar a fundo os compostos urbanos. Além de estabelecer um sis- tema de análise que pode servir para uma futura normatização do produto no país, eles criaram uma sistemática pioneira embutida em um software ca- paz de analisar o composto de lixo ur- bano (CLU). Ele informa quais as subs- tâncias existentes em cada amostra de uma usina e fornece indicações sobre seu uso na agricultura. A equipe é formada por pesquisa- dores ligados à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Es- cola de Engenharia de Piracicaba (EEP), Escola Superior de Agricultura Luiz de

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ITECNOLOGIA

AGRICULTURA

o melhor do lixoSoftware e nova metodologia deanálise indicam a qualidade docomposto orgânico usado como adubo

YURI VASCONCELOS

Umdos recursos usadospor pequenos agricul-tores para adubar asplantações é a adoção docomposto orgânico ob-

tido a partir do lixo urbano. Preparadopor usinas de triagem e compostagema partir de restos de comida, frutas,verduras e legumes e vendido a preçosbem menores que os adubos conven-cionais, o composto é bem aceito prin-cipalmente por quem cultiva hortali-ças. Embora utilizado desde a décadade 70, quando foram instaladas asprimeiras usinas no país, até hoje não

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existe uma legislação específica queestabeleça normas para aplicação agrí-cola desse produto. Com baixa quali-dade, ele pode contaminar os alimentoscom microorganismos, como vírus ebactérias, e provocar sérios danos am-bientais, como a contaminação dosolo e do lençol freático por metais pe-sados e nitratos, substâncias oriundasprincipalmente dos dejetos humanose animais.

Ciente do problema e sabendo dasreclamações dos agricultores, um gru-po multiinstitucional de pesquisadoresresolveu estudar a fundo os compostos

urbanos. Além de estabelecer um sis-tema de análise que pode servir parauma futura normatização do produtono país, eles criaram uma sistemáticapioneira embutida em um software ca-paz de analisar o composto de lixo ur-bano (CLU). Ele informa quais as subs-tâncias existentes em cada amostra deuma usina e fornece indicações sobreseu uso na agricultura.

A equipe é formada por pesquisa-dores ligados à Empresa Brasileira dePesquisa Agropecuária (Embrapa), Es-cola de Engenharia de Piracicaba (EEP),Escola Superior de Agricultura Luiz de

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Queiroz (Esalq), da Universidade deSão Paulo (USP), Universidade Esta-dual de Campinas (Unicamp), Univer-sidade de Taubaté (Unitau) e InstitutoAgronômico de Campinas (IAC). Boaparte das pesquisas que serviram de basepara o desenvolvimento do programafoi financiada pela FAPESP.

O recém-criado software, batiza-do de SistemáticaInteligente para Reco-mendação ao Uso de Composto de LixoUrbano na Agricultura (Sirclua), pro-porcionará um controle maior sobre aqualidade do composto feito no país eauxiliará os produtores rurais no em-prego adequado desse adubo orgânicocom toda segurança ambiental. Usadoaté agora no âmbito da universidade, oprograma passa atualmente por umaadaptação para o uso nas usinas decompostagem.

O primeiro acordo para uso comer-cial do sistema deverá ser fechado coma Urbanizadora Municipal (Urban), aautarquia que administra a coleta delixo,o aterro sanitário e a usina de com-pastagem da cidade de São José dosCampos (SP).Asnegociaçõesestão bemadiantadas. "Queremos controlar maisdeperto o nosso composto, dando maissegurança aos agricultores que o uti-lizam",afirma José Roberto Bráulio deMelo, gerente do Departamento de Tra-tamento de Resíduos da Urbano

O contrato, no valor de R$ 55 mil,prevê o fornecimento do programa pa-ra análise do produto obtido na usina

e também o desenvolvimento de pa-drões para uso do CLU em parques,jardins e na agricultura. A usina decompostagem de São José dos Camposproduz 40 toneladas de composto pordia, que é vendido por R$ 20 a tonela-da. "Nosso composto foi o primeiro etalvez ainda seja o único registrado noMinistério da Agricultura. Nunca re-cebemos denúncias de contaminaçãopor metais pesados", afirma Melo. Talfato é comprovado pelos resultados depesquisa do grupo.

tabeleceuum procedimento padrão parao uso agrícola da compostagem."

Segundo o agrônomo, o em-prego de composto de lixourbano na agricultura trazgrandes benefícios não sópara os produtores, mas tam-

bém para o meio ambiente. "Com autilização do CLU,o agricultor faz umagrande economia, porque substitui ofertilizante químico, que responde por30 a 40% do custo de produção, peloadubo orgânico, muito mais barato",diz ele.Além disso, o composto é umaexcelente alternativa para o processode reciclagem. "Ele fecha o ciclo de vidados elementos que compõem a fraçãoorgânica do lixo,contribuindo para ali-viar a carga poluidora dos aterros sa-nitários, dobrando a vida útil dessesambientes", diz Fábio Silva.

A vantagem da obtenção do com-posto é livrar os aterros dos problemasadvindos da parte orgânica do lixo,eliminando situações desagradáveis,como a exalação de odor, a formaçãode gases e de chorume (líquido mal-cheiroso), que podem gerar risco deimpacto ambiental no local, além deatrair e proporcionar o aumento dapopulação de ratos, baratas, mosqui-tos e outros insetos.

Por enquanto, o Sirclua está capa-citado para emitir recomendações deuso do composto em dez diferentesculturas: arroz, feijão, cana-de-açúcar,

Níveis aceitáveis - "O sistema Sircluaestá capacitado para avaliar a qualida-de do composto, apontando se ele estáou não dentro dos padrões mínimosdesejáveispara o cultivo de cada produ-to agrícola",explica o engenheiro agrô-nomo Fábio César da Silva,pesquisadorda Embrapa Informática Agropecuá-ria e um dos responsáveis pela criaçãoe coordenação da base de conhecimen-to do sistema. O programa avalia, entreoutras coisas,a estabilizaçãofísicae bio-lógica da matéria orgânica, os níveisaceitáveis de metais pesados, os valoresde nitrogênio, fósforo e potássio pre-sentes no composto e a eficiênciado usodos nutrientes nas lavouras. "O progra-ma também faz uma recomendação deadubação, indicando a quantidade a serusada para determinado solo ou vege-tal e, se for o caso, se deve ser comple-mentado com fertilizantes químicos.Desse modo, a equipe acredit~ que es-

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o programarecomendaa quantidadede compostopara cada soloe vegetal

triticale (cereal híbrido entre o trigo eo centeio), milho, mandioca, aveia, al-face, beterraba e chicória. Tudo nascondições de solo de grande parte doEstado de São Paulo. "Aquantidade docomposto a ser usada pelo agricultor ea necessidade ou não de uma suple-mentação química com suas respectivasquantidades vão depen-der do solo e da culturaonde vai ser aplicado",explica o engenheiroagrônomo Ronaldo Se-veriano Berton, pes-quisador do InstitutoAgronômico de Campi-nas (IAC), um dos inte-grantes do grupo. "Comessa ferramenta, inéditano Brasil e talvez naAmérica Latina, criamospadrões de qualidadeque poderão ser usadosna formatação de uma legislação sobrecompostagem no Brasil",diz.

No futuro, a intenção dos pesquisa-dores é oferecer o programa na Inter-net para que qualquer usina ou produtorrural possa acessá-lo gratuitamente."Para manter-se atualizado, o programaé complementado na medida em que oconhecimento sobre novas aplicaçõesna agricultura forem gerados", conta oengenheiro agrícola Luiz Henrique Ro-drigues, da Faculdade de EngenhariaAgrícola da Unicamp, que coordenouo trabalho de desenvolvimento e im-plementação do software.

Compostagem paulistana - O novo pro-grama será muito útil nos locais ondesão produzidos os CLUs mais proble-máticos encontrados pelos pesquisa-dores. "Asduas usinas de compostagemda cidade de São Paulo, de Vila Leo-poldina e de São Mateus, e a de SantoAndré, por exemplo, não operam deforma adequada. Os produtores ruraisdo cinturão verde de São Paulo recla-mam do composto produzido pelasduas usinas paulistanas que os abaste-cem': comenta Silva."O composto e opré-composto (fase em que o produtoainda não foi devidamente 'curado',considerado apenas um lixo pré-trata-do) feitos por elas têm uma grandequantidade de material inerte, comopedaços de vidro, plástico e cerâmica.Até agulhas e cabeça de boneca já fo-ram encontradas nele."

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Opinião semelhante tem o engenhei-ro agrônomo José Carlos Chitolina,professor aposentado da Esalq e vice-diretor da Escola de Engenharia de Pi-racicaba. No final dos anos 90, ele fezum exaustivo trabalho de caracteri-zação química do composto produzi-do pelas três unidades paulistas. "Nas

nossas pesquisas, con-cluímos que, quandocomparado aos pa-drões definidos pela le-gislação de vários paíseseuropeus, como Alema-nha, Itália, França, Suí-ça e Áustria, o compos-to das usinas paulistascontinha teores de me-taispesados,como cobre,zinco, níquel, chumboe, principalmente, cád-mio, acima dos níveisaceitáveis,o que deveria

inviabilizar o uso desse material naagricultura", diz Chitolina. "Mas, infe-lizmente, ele era destinado ao cinturãoverde de São Paulo sem monitoramen-to ambiental e sem uma sistemática decontrole."

"Ashortaliças, por exemplo, devemusar compostos produzidos de lixo decoleta seletiva com índices de metalmuito mais baixos do que os apresen-tados nas amostras coletadas." No tra-balho de Chitolina, o chumbo no pré-composto da Usina de Vila Leopoldinaapresentou um índice 20% maior queo aceitável.Segundo os pesquisadores.ashortaliças devem receber apenas com-postos provenientes de lixo coletado se-letivamente porque se consegue reduzirbastante o risco de contaminação commicroorganismos e os índices de metaispesados ficam muito mais baixos.

O agricultor Manuel dos Santos,ex-presidente da Associação dos Pro-dutores de Hortaliças de Arujá e Região(Apro-Horta), dono de uma proprie-dade rural de 36 mil metros quadra-dos onde cultiva folhagens comestíveis,confirma a duvidosa qualidade do ma-terial enviado pelas usinas. "O compos-to vem bruto, com muito material es-tranho. Depois que o recebemos, somosobrigados a fazer correções e terminara compostagem, antes de aplicar nosolo. Caso contrário, com o passar dotempo, a saúde do trabalhador ficariacomprometida e a terra ficaria inutili-zada em função da grande quantidadede vidro, plástico e metais pesados quevão se acumulando no campo", contao produtor rural.

Mau cheiro e mosquitos - A qualidadedo pré-composto produzido na usinade Vila Leopoldina, localizada na zonaoeste da cidade de São Paulo, na verda-de um lixo pré-tratado, segundo os pes-quisadores, não é o único problema daunidade. O forte odor exalado pela ins-talação e a proliferação de mosquitosvêm, há muitos anos, causando insatis-fação e gerando protestos dos morado-res das redondezas. "A população sofrecom o mau cheiro da usina. Existemdenúncias de que as crianças de umaescola da redondeza chegam a passarmal durante as aulas': afirma o promo-tor do meio ambiente Geraldo Rangel,que pretende propor uma ação cívelpública pedindo o fechamento da usina.

"Tenho um laudo emitido pelaCompanhia de Tecnologia de Sanea-mento Ambiental (Cetesb) atestandoque a usina deve encerrar suas ativida-des por operar muito próxima da co-munidade e não ter condições de evi-

OS PROJETOS

Caracterização Químicade Compostos de Lixo Urbanode Duas Usinas de Compostagemda Grande São Paulo

MODALIDADELinha Regular de Auxílio à Pesquisa

COORDENADORJOSÉ CARLOSCHITOLINA - Esalq-USP

INVESTIMENTOR$ 10.375,00

INVESTIMENTOR$ 24.258,00 e US$ 1.661,00

Definição de Critérios paraAplicação de Composto deLixo Urbano em Cana-de-Açúcar

MODALIDADELinha Regular de Auxílio à Pesquisa

COORDENADORFÁBIO CÉSAR DA SILVA - Embrapa

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PRECISÁO i CONFIABILIDADEtar o mau cheiro. Estou apenas aguar-dando outras informações relaciona-das ao risco de contaminação do pré-composto para propor a ação", afirma opromotor. A equipe de pesquisa tam-bém foi convidada pelo promotor Ran-gel para dar um parecer sobre a situaçãoda qualidade do composto e a neces-sidade de medidas de correção.

Outra denúncia diz respeito às con-dições de trabalho na usina. "Elas sãopéssimas", afirma a química Maria Gri-cia Grossi, pesquisadora da FundaçãoJorge Duprat Figueiredo de Segurançae Medicina do Trabalho (Fundacentro),atualmente na Secretaria de QualidadeAmbiental nos Assentamentos Huma-nos do Ministério do Meio Ambiente,que elaborou um relatório técnico ava-liando as condições e o meio ambientede trabalho na unidade de composta-gem da Vila Leopoldina.

Odiretor do Departamen-to de Limpeza Urbana(Limpurb) da Prefeitu-ra, Fabio Pierdomenico,defende-se das acusa-

ções. Para ele, o problema do odor de-verá ser resolvido em breve. "O Lim-purb já está em fase de aditamento docontrato, que irá possibilitar a implan-tação de um sistema de neutralizaçãode odores, entre outras medidas noplano de mitigação de impactos am-bientais. Esse plano estabelece tambémo recobrimento das baias de armazena-mento de materiais recicláveis", expli-ca Pierdomenico. Quanto às denúnciasa respeito da qualidade do pré-com-posto produzido na usina, o diretor daLimpurb esclareceu que "é difícil seposicionar quando não há parâmetroslegais específicos para fração orgânicae para o composto".

Ele afirma que, segundo testes labo-ratoriais mensais efetuados nos labora-tórios da Esalq, assim como em labo-ratórios particulares, o pré-compostopossui níveis de metais pesados e bac-térias patogênicas abaixo dos preconi-zados pela Companhia de Tecnologiade Saneamento Ambiental (Cetesb), pe-la Embrapa e pela Comunidade Euro-péia.De qualquer forma, é possível dizerque o novo sistema de análise e o soft-ware serão valiosos para a produção deum composto de melhor qualidade emSãoPaulo e no país, garantindo maiorsegurança da cadeia alimentar. •

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