itariri_32_revisado

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  • 8/19/2019 Itariri_32_revisado

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    Itariri no 32 | Março de 2016 jornal brasil atualdistribuição gratuita

    @jorbrasilatual (11) 7757-7331

    Infraestrutura IMoradores do ClubeSerramar sofrem maisum verão lutando

    contra enchentes

    CulturaDois jovens criamprograma de rádio que valoriza a memória e a

    cultura dos povos da região

    TransporteLinha férrea Santos--Cajati, que passavapor Itariri, pode

    ser reativada

    Moradores denunciamfalta de medicamentosde distribuição gratuitana rede municpal de

    saúde desde o finalde 2015; quem pode,recorre às farmáciasparticulares, quem nãopode, escolhe entre oremédio e a comida.

    Cadê os remédios?

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    Vivemos um grande conflito na jovemdemocracia do Brasil, que tem pouco maisde três décadas. Nestes dias, quem nuncabrigou por causa da política? Temos elei-ções em todos os níveis e as instituiçõesfuncionam com um mínimo de respeito.Nossa Constituição tem apenas 27 anose é admirada em vários países. Mas vive-mos dias tensos no campo político, com

    reflexo nas áreas econômica e social. Édifícil de compreender, mas o debate nãogira apenas em torno da corrupção. Oque está em jogo são os 516 anos de domí-nio de uma el ite sobre o povo.

    O Brasil experimentou um avanço dademocracia a partir de 2003 com progra-mas sociais e políticas de inclusão. Den-tro do capitalismo, fez a “lição de casa”.Foram governos de coalizão e de conci-

    liação de classes – o que levou a críticasde setores que esperavam mais ousadia–, com erros na condução da economiae a ausência de medidas estruturantes,sobretudo reformas do sistema político,tributário e de comunicações. Ainda as-sim, alcançou níveis de redução da po-breza, das desigualdades e níveis de par-ticipação social nas decisões inéditos na

    história. Enfrentou uma crise mundialem 2008 com políticas anticíclicas e alti-vez, mas não conseguiu dar sustentabili-dade ao crescimento.

    Temos um Congresso que é o maisconservador da história saído das ur-nas em 2014. O que assanha essa maio-ria conservadora a tentar emplacar leisque retrocedam nos avanços sociais e

    na soberania. E mais: a tentar interrom-per ou inviabilizar o mandato de Dilma.Os meios de comunicação tradicionaisjogam junto esse jogo sujo, em conluiocom parte do Judiciário.

    Assim se processa o sequestro da demo-cracia com o objeivo de abrir o Brasil nomercado de petróleo, desregulamentar asleis trabalhistas, manter o modelo de arre-cadação de impostos que privilegia os mais

    ricos, acabar com os programas sociais in-clusivos e disputar o orçamento do Estadoem benefício próprio (por exemplo, com areforma da Previdência).

    Felizmente, não são poucos os que sa-bem distinguir a crise conjuntural doprojeto de nação, e seguem com a Cons-tituição e com a democracia. E prometemresistir ao retrocesso.

     EXPEDIENTE REDE BRASIL ATUAL – ITARIRI

    Editora Gráfica Atitude Ltda.

    Diretor de Redação Paulo Salvador Editor  Enio Lourenço Repórter Giovanni

    Giocondo Editor de Arte Adriano Kitani Revisora Malu Simões Foto capa 

    Giovanni Giocondo Telefone (11) 3295-2819 Endereço Rua São Bento, 365, 19o 

    andar – Centro, São Paulo, SP

    CEP 01011-100 Tiragem 5 mil exemplares Distribuição Gratuita

    Editorial

    Constituição e democracia

    Além da edição impressa,acompanhe também oBrasil Atual no Facebook

    www.facebook.com/jornalbrasilatual

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    Enchentes tomaram

    Clube Serramar no verão

    No Bela Vista, falta água

    para uns e sobra para outros

    Infraestrutura I Infraestrutura II

    Moradora afirma que limpeza de córrego não é feita há 15 anos Torneiras secas contrastam com água que invade residências

    Moradores do loteamentoClube Serramar esperamhá anos pela limpeza docórrego que atravessa o

    bairro e que desemboca no Rio Batu-binha, entre os bairros Nova Itariri eBom Reiro. Assoreado devido à rei-rada de areia, à falta de mata ciliar e

    ao depósito de troncos e folhas, o leitodo córrego não comporta o volume deágua acumulado das chuvas torren-ciais e acaba transbordando.

    As consequências são as já tradi-cionais enchentes, que têm causadogrande prejuízo à população. Du-rante o carnaval, várias casas foraminvadidas pela água, destruindomóveis e outros pertences. Segundo

    A

    falta de água coninua a

    afetar moradores de Itariri,agora no bairro Bela Vista,às margens da rodovia Pa-

    dre Manoel da Nóbrega.Atualmente, as casas recebem

    água vinda de um reservatório daCompanhia de Saneamento Básicodo Estado de São Paulo (Sabesp) emRaposo Tavares, o mesmo que abaste-ce o bairro Cooperaiva (reportagem

    de capa do Brasil Atual no mês pas-sado). Alguns moradores disseramter ficado até seis dias seguidos semo recurso hídrico.

    É o caso da dona de casa Ivonetede Jesus Gomes, que vive com o ma-rido no bairro há três anos. “Chega-mos a nos reunir com integrantesda Sabesp e eles nos prometeramque resolveriam o problema, mas

    até hoje nada”, relata. Segundo ela, épreciso armazenar água sempre quechove. “A gente fica apavorado e semter ideia de quando vai ter água denovo”, afirma.

    Ivonete também diz que a rede co-letora de esgoto não passa pelo bairro.De acordo com a dona de casa, para osmoradores conseguirem acesso ao sis-tema de saneamento básico, eles pre-

    a autônoma Ana Maria Correa deFreitas, a úlima limpeza no córregoaconteceu há cerca de 15 anos e foifeita por conta dos próprios morado-res. “É sempre um transtorno, esta-mos cansados”, reclama.

    No dia 12 de fevereiro, a comuni-dade entregou à Prefeitura de Itari-

    ri um requerimento em que exige alimpeza do córrego para pôr fim àscheias. Em resposta ao jornal Bra-sil Atual, o Departamento de Obrasinformou que o serviço “está naprogramação”, mas que ainda nãofoi executado porque a Prefeituradispõe de uma única máquina retro-escavadeira para efetuar o trabalhoem todo o município.

    cisam solicitar um projeto ao setor de

    engenharia da Prefeitura e, posterior-mente, cada um construir uma fossasépica, no valor de R$ 4.700.

    O contrasteSob a rodovia Padre Manoel da

    Nóbrega passam manilhas instala-das pela Sabesp para direcionar oluxo da água das chuvas que se acu-mulam em um pequeno riacho no

    Bela Vista. Porém, a instalação temsido insuficiente para segurar a for-ça da água e o riacho se transformouem um lago, invadindo os quintaisde três residências.

    “A água tomou conta, destruindoplantas e matando animais”, contaVladimir, que perdeu boa parte dospeixes que maninha em um pequenoaçude – ele preferiu não fornecer o

    nome completo à reportagem.Os moradores temem que a água

    invada a rodovia Padre Manoel daNóbrega e provoque acidentes casoconinue chovendo e nenhuma pro-vidência seja tomada. A reportagemdo Brasil Atual  tentou contato com aunidade da Sabesp de Itariri, mas nãoconseguiu falar com Marcos Rangel,gerente local da Companhia.

        A   n   a    M   a   r    i   a    C   o   r   r   e   a    d   e    F   r   e    i   t   a   s

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    Enchente durante o carnaval deste ano

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    Itariri defende o retorno

    da linha Santos-Cajati

    Encontro discute

    violência doméstica

    Transporte Gênero

    Retomada da ferrovia depende de investimento de quase R$ 400milhões por parte da companhia Rumo ALL

    Profissionais orientaram mulheres a denunciar abusos

    Alinha férrea Santos-Cajaipode voltar a funcionar. Oramal que passa por Itaririé alvo de negociação entre

    prefeituras, empresários, deputados ea companhia Rumo ALL, concessioná-ria que detém a responsabilidade pelamanutenção da ferrovia. Com as ope-rações paralisadas há mais de 30 anos,

    a Santos-Cajai, construída há quaseum século, foi uma importante via detransporte de cargas e passageiros naregião, com quase 300 km de extensão.

    Com estações espalhadas nos bairrosAna Dias, Raposo Tavares e no Centro, alinha é atualmente o retrato do abando-no e da omissão: dormentes abandona-dos e trens anigos sequer servem paraatração turísica. Só as estações se sal-

    vam. Em Ana Dias, o local serve de laraos funcionários aposentados da ferro-via. No Centro, em alguns dias da sema-na, o local é sede de aividades culturais.

    De acordo Wiverson Luis Bernardo,assessor de comunicação da Prefeiturade Itariri que esteve nas reuniões comrepresentantes da Rumo ALL, a cidadetem interesse na volta das aividadesferroviárias para esimular o turismo.

    “Seria muito interessante se conse-guíssemos fazer com que os trens pas-sassem aqui, incenivando a vinda demais visitantes e trazendo desenvolvi-mento para o município”, explica.

      Empresários do setor de areia eminério da cidade de Cajai afirmamque a linha também seria importantepara escoar a produção anual de cerca

    de dois milhões de toneladas, que vaipara o porto de Santos. Atualmente, otransporte é feito por caminhões.

    O funcionamento pleno da ferroviatem alguns empecilhos. Segundo infor-mações da Rumo ALL, o invesimentoinicial apenas para a recuperação damalha seria de R$ 80 milhões. Paraoperar com trens e bitolas novos, maismodernos, seriam necessários entre

    R$ 250 milhões e R$ 300 milhões.A assessoria de imprensa da Rumo

    ALL disse ao Brasil Atual  que a com-panhia já está realizando o Estudo deImpacto Ambiental/Relatório de Im-pacto Ambiental do trecho Santos-Ca-jai para análise do Ibama. A empresatambém informou que leva em consi-deração a densidade demográfica e ainluência indígena da região.

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    No mês da mulher, Itaririescolheu problemaizar,debater e orientar a popu-lação sobre o drama que

    envolve a violência domésica noBrasil. Essa foi a tônica do 1º Encon-tro Contra a Violência Domésica noMunicípio, que reuniu, no dia 17 demarço, diversos profissionais da saú-de e do direito. Eles fizeram palestrasrelacionadas à Lei Maria da Penha eà necessidade de denúncia das agres-sões e maus-tratos físicos e psíquicos.

    A representante das autoridadesfemininas no evento, realizado na Câ-

    mara Municipal, foi a Prefeita RejaneSilva (PP). O presidente da Ordem dosAdvogados do Brasil (OAB), subseçãoItanhaém, Ruinaldo Bastos, e o psicólo-go Fabiano Paes completaram o painel.

    Mulher, defenda-se!A Lei Maria da Penha está em vi-

    gor desde 2006 e pune com deten-ção, que varia entre seis meses etrês anos, homens condenados porprovocar lesões corporais em mu-lheres dentro do ambiente fami-liar. Para denunciar as agressões,basta ligar para a Central de Aten-dimento à Mulher, no telefone 180– o serviço está disponível 24 horaspor dia, todos os dias da semana.

    Segundo dados da Pesquisa“Percepção da Sociedade sobreViolência e Assassinatos de Mu-

    lheres”, feita em 2013 pelo DataPopular/Instituto Patrícia Gal-vão, 48% das mulheres agredidasdeclararam que a violência acon-teceu dentro de casa.

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    Estação desativada no bairro Ana Dias

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    Remédios gratuitos estão em falta na rede municipalSaúde

    População é obrigada a mudar rotina nas contas mensais e tem que recorrer a farmácias particulares

    T oda vez que a cuidadora deidosos Ideli da Silva sai desua casa, no bairro RaposoTavares, para ir à farmácia

    da Unidade Mista de Saúde Dr. Ta-minato Tion, no Centro, uma dúvidasurge: haverá o medicamento? Des-de o final do ano passado, alguns re-médios distribuídos gratuitamente àpopulação estão em falta em Itariri.

    O medicamento ao qual dona Idelimais recorre na verdade não é paraela, mas para seu vizinho, que aos 87anos depende de quatro doses diá-rias do Prolopa, indicado para o tra-tamento do mal de Parkinson. “Sãoquatro caixinhas (120 comprimidos)

    que ele precisa tomar por mês, senãopassa mal. Muitas vezes não tem o re-médio no posto e a filha dele precisacomprar. Cada caixa custa R$ 70 nafarmácia convencional”, conta.

    A filha do idoso (que assim comopai prefere não se idenificar) arcasozinha com os cuidados dele e dizque o salário mínimo que recebemuitas vezes precisa ser rearranjado

    para conseguir dar conta da medica-ção. “Ele toma este remédio há cincoanos. A gente sempre dá um jeito.Tira de um lado, deixa de pagar umaconta para ele não ficar sem, porqueé necessário”, afirma a mulher.

    A poucos metros dali, o drama éainda maior para a família de JoaraMendes Gonçalves, de 42 anos. Desem-pregada e hipertensa, ela diz que não

    tem dinheiro sequer para pegar o ôni-bus até a Unidade Mista de Saúde. Seumarido foi aposentado por invalidezapós sofrer um acidente vascular cere-bral (AVC). Ambos precisam de medica-mentos, que o posto do bairro não tem– e o médico está em licença-saúde atéo fim de abril.

    “Quando eu fico sem o remédio, mi-nha cabeça parece que vai explodir. Ele

    [marido] também é hipertenso e sofrede diabetes e problemas psiquiátricos.A maioria dos medicamentos deleestão em falta no posto. Não temosdinheiro para comprar. Se gasto comremédio, fico sem comida”, lamenta.

    Joara tem uma única receita médicacom a prescrição para a Furosemida e

    a Losartana Potássica, indicadas paraa pressão arterial; Carbamazepina,que combate o diabetes; e o Amytril,um anidepressivo. Há um problema,porém: “Se um [medicamento] estádisponível e o outro não, eles [profis-sionais da farmácia municipal] carim-bam o papel como se eu ivesse levadotodos”, criica Joara, mostrando o do-cumento para a reportagem.

    Departamento de Saúde responsabilizagovernos estadual e federal por corte

    Quesionada sobre a falta de me-dicamentos nos postos de saúde, Sil-vana Donatoni, diretora do Departa-mento Municipal de Saúde, disse queuma lista de 30 medicamentos dealto custo – caso do Prolopa – foram

    cortados pela Secretaria Estadual deSaúde devido à redução de repassespor parte do Ministério da Saúde.

    Segundo Donatoni, o Departamen-to tem feito esforços para adquirir osremédios em falta mediante licitação.“Não estamos deixando nenhum pa-ciente sem remédio. Temos compradomuita medicação avulsa, com recursospróprios”, informou.

    Até o fechamento desta edição, aassessoria de comunicação da Se-cretaria Estadual de Saúde não semanifestou sobre os cortes no forne-cimento dos remédios de alto custo.

    Nova regra causa polêmicaO Departamento Municipal de Saú-

    de editou uma regra que impedeterceiros de buscarem remédios emnome de outros pacientes nos pos-tos de saúde.A medida gerou discussão entre osvereadores Josimar da Silva Teixeira(PT), contra, e Arlindo Leite (DEM),a favor da regra. O peista vai pedirexplicações à pasta sobre o porquêdo impedimento, que é uma práicausual entre os moradores de Itariri.

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    antena atual o que acontece no mundo você confere aqui

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        F   e   r   n   a   n    d   o    F   r   a   z    ã   o ,    P   a   u    l   o    P    i   n   t   o   e   r   e   p   r   o    d   u   ç    ã   o    F   a   c   e    b   o   o    k ,    W

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    Sem ruídos“Não cabem meias palavras: O que

    está em curso é um golpe contra a

    democracia. Eu jamais renunciarei.

     Aqueles que pedem a minha renúncia

    mostram a fragilidade da sua convicção sobre o

    processo de impeachment, porque, sobretudo, tentam

    ocultar justamente esse golpe contra a democracia. E

    eu posso assegurar a vocês que eu não compactuarei

    com isso. Por isso não renuncio em hipótese alguma”,

    disse a presidente Dilma Roussef em discurso noPalácio do Planalto, no dia 22 de março.

    Fale conoscoleia, opine, criique, sugira, curta, comparilhe

    www.redebrasilatual.com.br/jornais

     jornal brasil atual (11) 7757-7331@jorbrasilatual

     ViralizouInternautas comparilharam esta foto feita na manifestação pró--impeachment no dia 13 de março, no Rio de Janeiro. A ação do casalcom a empregada domésica foi remeida à época da escravidão.

    Pela democracia - Em 18 de março, milhares de

    pessoas foram às ruas de todo o Brasil em apoio a

    legalidade do mandato da presidente Dilma Roussef.

      Terrorismo - 34 mortos e mais

    de 150 feridos em novo atentado

    do ISIS, em Bruxelas, na Bélgica.

      História - Obama é o

    primeiro presidente dos EUA

    a pisar em Cuba desde 1928.

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    7Itariri 

    www.coquetel.com.br © Revistas COQUETEL

    BANCO   15

    Estado cor-tado pelorio Doce(sigla)

    Dois clu-bes rivaisdo futebol

    inglês

    (?) entrenós: emsegredo

    As únicasduas luasde Marte

    Posiçãoda linha

    de defesa(fut.)

    Acessóriodos mes-tres debateria

    InstitutoNacional

    de Câncer

    (sigla)

    (?)Santana,cantor

    sertanejo

    Vitaminaque fixao cálcio

    nos ossosTears (?)

    Fears,dupla de

    new wave

    Biscoitocom o

    formatode argola

    Proporçãode uma

    substânciano todo

    Infecçãona pelecausadapor fungo

    Fernanda (?),apresentadora do

    programa "SuperStar"(TV)

    Texto crítico emcadernos literáriosPrazersexual

    Érbio(símbolo)

    Trechoprincipalda ópera

    Plebe

    Importan-tes (mo-mentos)

    (?) Welles, diretorde "Cidadão Kane"

    O ato heroico, por suarepercussão no tempo

    Seleção(abrev.)

    Rumar

    Agir comoo trocador

    Avenatalina

    Divisãodo terreno

    GovernantaServiço demensagemdo celular

    Oferte

    Diz-se dafaca sem

    cortePerversa

    Medomuito

    intenso

    Transporteilegal de

    trabalhado-res rurais

    Cauda,em inglês

    Maior(síncope)

    Principal meio de di-vulgação de coleções

    de roupasde grifes

    Duas con-sistênciastípicas deprodutos

    cosméticos

    Sistema deflexibiliza-ção da jor-

    nada detrabalho

    Trabalho

    de assis-tência aum líder

    Formatodo ângulo

    de 90o

    Pássaroque geral-mente a-

    companha

    os barcospesqueiros

    Budismojaponês

    Pessoa jul-gada (jur.)

    Haste domoinho

    AlexandreNero, ator

    Decreto(abrev.)

    Alain De-lon, ator

    BondosoPeixe dacédula decem reais

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    A metamorfose da massaPor Enio Lourenço

    Entrelinhas

    Naquele domingo, 20 horas, o jovemaguardava o ônibus para ir ao encontroda namorada. Como de feiio, o rapaz,assalariado, checou o dinheiro paranão voltar ao banco da vizinhança, quediziam ser perigoso à noite. Apesar denunca ter presenciado situações deviolência por lá, preferiu não arriscar.Duas notas de R$ 20 eram suficientespara qualquer imprevisto.

    O busão que chegou era o da linhamais extensa, que cortava muitos bair-

    ros. Após 40 minutos, resolveu embar-car, porque era aniversário de namorodo casal. Dentro, estranhou a superlo-tação. Parecia que todos vinham de ummesmo evento. Deu de ombros, afinal,era uma coincidência como a de encon-trar torcedores de futebol às quartas eaos domingos. E seguiu para a catraca,quando recordou ter emprestado seubilhete magnéico ao irmão que estava

    desempregado. Uma das notas de R$20 seria usada, pensou.

    Entregou o dinheiro ao cobrador,que recolheu e lhe propôs um trococom vinte centavos a menos, porquenão possuía moedas. As palavras lhedoeram: dois meses antes, a tarifa au-mentara outros trinta centavos. Pon-derou que se fosse no boteco da vila,aceitaria numa boa (e o dono ainda

    ofereceria balas para compensar).Mas quando lembrou dos milhões dereais que aquelas roletas produziam,dos ônibus velhos e lotados, da faltade linhas, revoltou-se.

    “Não, quero o meu troco correto! En-tendo que a culpa não seja sua, mas nãoadmito seguir sendo lesado por esta em-presa. Seu patrão é muito esperto, issosim”, falou. A essa altura, outros usuá-

    rios se amontoavam atrás do jovem.Eis que alguém disse: “sai da catraca,comunista”. O cobrador complemen-tou: “desce do ônibus, vacilão”. O rapazpor algum momento pensou que deve-ria arrefecer, mas puxou da lembrançauma máxima que um amigo sempre lhedizia: “a vida não deveria ter catracas”.

    “Olha, moço, você não deve me coa-gir a sair. Eu tenho o direito de usar otransporte público como qualquer umneste...” E “pow”! Um homem com a

    camisa do Brasil socou seu rosto. Des-norteado, tentou mirar o agressor. Viuapenas borrões em verde e amarelo.“Pega o petralha, mata, mata, mata”,escutou com medo. Outro menos vo-raz propôs reirá-lo do ônibus, comodissera o cobrador, durante o lincha-mento que se iniciava. E assim o fez amassa ensandecida na parada seguin-te, com o jovem desmaiado.

    A horda tripulante festejou comoum gol na Copa do Mundo. “Onde jáse viu, fica atrapalhando o andamentodas coisas”. “Esses vermelhos queremcada vez mais direitos”. “Viva o Brasil”.A esposa do homem que fez do punhoo cérebro lembrou que desceriam ali,mas muniam uma única nota de R$100 (além dos cartões internacionais).O cobrador a interrompeu: “Não se

    preocupem, podem descer pela frente”.O funcionário sempre recorda do do-

    mingo em que se seniu parte do seletogrupo patriota que raramente usa ôni-bus, ainda que fora demiido meses de-pois, tendo suas atribuições repassadasao motorista. O casal mudou-se paraMiami, onde, não raro, são chamadosde cucarachas. O jovem rapaz segue en-contrando a namorada aos domingos.

  • 8/19/2019 Itariri_32_revisado

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    Em busca da identidade perdidaCultura

     Jovens criam programa de rádio que valoriza a memória das comunidades tradicionais do Vale do Ribeira e do litoral sul

    Livremente inspirados no mo-vimento mangue beat , quemoldou a cena cultural daGrande Recife no início dos

    anos 1990, dois jovens comunicado-res criaram um projeto que remontao quebra-cabeças da formação étni-ca, cultural e econômica do Vale doRibeira e do litoral sul de São Paulo.

    A trajetória e a semelhança entre oscostumes e os problemas sociais en-frentados por caiçaras, indígenas, qui-lombolas e imigrantes que habitarama região desde os primórdios foi o pon-to de parida para a fusão de ideias dopublicitário Allan Kendi, de 27 anos, edo radialista Vinicius Silva, de 28.

    Kendi é filho de japoneses, nascidoem Itariri, e Vinicius, de Itanhaém, édescendente de portugueses. Eles seconheceram em um ônibus fretadoque os levava à faculdade, em Santos.Ao terminar o curso de publicidadena Escola Superior de Administração,Markeing e Comunicação (Esamc),Kendi não encontrou trabalho na área.Para Vinicius, que estudou Rádio e TV

    na Unimonte, surgiram algumas opor-tunidades, mas nenhuma suficientepara garanir a sobrevivência.

    Enquanto Kendi trabalha como me-cânico, Vinicius é corretor de imóveis.A roina de pegar no batente sem poderexpor seus pensamentos e extrapolar acriaividade pesou sobre os rapazes, e asaída foi reinventarem suas vidas.

    A ida para o rádioUm programa de rádio piloto dedi-

    cado a “resgatar a idenidade de umpovo que se viu marginalizado em seupróprio lar original” foi a forma esco-lhida para darem os novos passos.

    Radioaivo, que vai ao ar todos os sá-bados na Rádio Anchieta (1390 AM), éuma produção independente que con-ta histórias ligadas às comunidades

    tradicionais e fomenta debates sobreos desafios e o futuro das pessoas quehabitam a região. “Com a chegada deum desenvolvimento feito para privi-legiados e da especulação imobiliária,o que se viu foram essas comunidadesdesaparecendo”, conta Kendi.

    “As carências de serviços básicos dapopulação mais pobre que está aquiestão inimamente ligadas à desva-lorização da cultura desses povos, àfalta de planejamento urbano, ao de-semprego e à depredação do meio am-biente”, complementa o publicitário.

    O caiçara, suas raízes e futuros“Muita gente tem orgulho de ser cai-

    çara, mas não fala que é porque sente--se marginalizada. Eu vejo que a pechade ‘vagabundo’ dada por quem chegouaqui mais tarde ainda é comum”, apon-ta Vinicius. “Queremos entender quemsomos, bater no peito e dizer que quere-mos viver aqui da melhor maneira”, diz.

    Para Vinicius, é difícil encontrarfamílias que são mesmo “de raiz”. “Sóem Cananeia você vê gente cujos an-

    cestrais chegaram aqui há 300, 400anos”, comenta, ressaltando que o res-gate cultural feito no programa tem aver com as análises sobre a realidadelocal. “É complicado definir o que écultura. Aqui, cada um veio de um lu-gar, é uma mistura. Não é só o resgatecultural, mas explorar o que se tornouessa bagunça toda”, pondera.

    Na visão de Kendi, os caiçaras,

    quilombolas, ribeirinhos e demaispovos tradicionais precisam ser su-jeitos de sua história. “Esse sujeitoprecisa quesionar como foi for-mada a sua idenidade, suas inlu-ências. Nós também não sabemosquem somos, mas queremos desco-brir, procurar referências e mostrarao mundo. Esse é um dos objeivosdo programa”, resume.

        F   o   t

       o   s   :    A   n    d   r    é    P   a    i   v   a   e    G    i   o   v   a   n   n    i    G    i   o   c   o   n    d   o

    Trecho do poema “Caiçara está morto ou Procura-se”, lançado

    como manifesto por Vinicius Silva e Allan Kendi

    Procura-se, o caiçara está mortoPescador por ausência, atende pelo nome Ni RioNaturalizado em estado de anemia S.A.Chegou miúdo na Vila da Pedra MudaSaiu de casa sem dinheiro e sem valoresDizendo estar especulado pelos homens de bensSofre de esquizofrenia social Alzheimer ét ico da hipocris ia bu rgues aEsqueceu sua identidade emaranhada à sua tarrafa

    Vinicius Silva e Allan Kendi