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VuJONGA magazine / Edição nº 35 / 1º Dezembro 2020, terça-feira / págs. 1/30 VuJonga - Cadernos Literários | Momento Poético | Artes e Letras | Resenhas ISSN 2184-8165 INTERNATIONAL STANDARD SERIAL NUMBER PORTUGAL magazine cresceu

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  • VuJONGA magazine / Edição nº 35 / 1º Dezembro 2020, terça-feira / págs. 1/30

    VuJonga - Cadernos Literários | Momento Poético | Artes e Letras | Resenhas

    ISSN 2184-8165

    INTERNATIONAL STANDARD

    SERIAL NUMBER PORTUGAL

    magazine cresceu

  • VuJONGA magazine / Edição nº 35 / 1º Dezembro 2020, terça-feira / págs. 2/30

    VuJonga - Cadernos Literários | Momento Poético | Artes e Letras | Resenhas

    Ficha técnica | Edição nº 35 - VuJONGA cadernos literários - 1º Dezembro 2020.

    CULINÁRIA de Moçambique | Dona Cacilda da Conceição Dias:

    receitas | gastronomia | memórias associativas mestiças.

    FILOSOFIA | co-fundadora Myriam Jubilot de Carvalho: Península Ibérica

    [pseudónimo da Dra. Mª de Fátima Oliveira Domingues]

    prosa e poesia | crónicas interculturais | ensaio.

    REVISÃO | Dra. Mª de Fátima Oliveira Domingues: Portugal

    textualidade e contexto | pedagogia | revisão de texto.

    PSICOLOGIA CLÍNICA | Mestre Fanisse Craveirinha: Europa – U.E.

    psicoterapias | reflexões sobre saúde mental quotidiana.

    HISTÓRIA | idéias | Professor Doutor Adelto Gonçalves: Brasil – Portugal

    resenhas literárias | Lusofonia.

    INSTANTÂNEOS | co-fundadora Silvya Galllanni: Portugal – Brasil

    instantâneos | crônicas | poesia | fotografia | revisão gráfica | informática.

    JORNALISMO | editor Falume Chabane: Carta de Moçambique.

    MÚSICA | músico Costa Neto: compositor e instrumentista. CPLP.

    ARTE | pintor Mphumo Kraveirinya: ‘Anima Mundi’ |

    infografismo | layout | art work | poesia | crítica de arte | esoterika.

    COMUNICAÇÃO e CULTURA | Doutor João Craveirinha, Jr. PhD (aliás

    Mphumo Kraveirinya): fundador e coordenador editorial.

    comunicação e cultura | resenhas | revisão-geral | CPLP e Carta da Europa.

    E-mail | [email protected]

    Website | https://vujongamagazine.com/

    e-Books | https://vujongamagazine.com/ebooks.php?pag=1

    Facebook | https://www.facebook.com/VuJonga

    in

    mailto:[email protected]://vujongamagazine.com/https://vujongamagazine.com/ebooks.php?pag=1https://www.facebook.com/VuJonga

  • VuJONGA magazine / Edição nº 35 / 1º Dezembro 2020, terça-feira / págs. 3/30

    VuJonga - Cadernos Literários | Momento Poético | Artes e Letras | Resenhas

    VuJONGA – significado.

    VuJONGA significa ORIENTE, e também por analogia,

    povo vaJonga do ‘Sol Nascente’– em língua Jonga.

    ORIENTE – ponto cardeal

    de uma das quatro direcções principais da rosa-dos-ventos

    [Sul – Norte; Ocidente – Oriente]

    ShiJonga ou ‘O Jonga’ é um idioma africano que tem a sua

    origem milenar no idioma kiKongo, com sede em Bandundu no ‘Congo-

    Kinshassa.’ Daí sairiam migrações cíclicas do povo (ba)Kongo, rumo à

    África Austral, tomando rumos diferentes a partir do rio Zambeze, a sul

    e a norte.

    Posteriormente, em fusão genético-cultural, originou outras

    variantes idiomáticas, tais como as dos povos Nhandja (Niassa), Guigóne

    (Inhambane), Jonga (Móputso), e ainda outras variantes posteriores tais

    como ShiSuate (Suazilândia), Zulo (Natal), Shengane (Gaza), ShiTsua

    (Inhambane).

    A língua Jonga é, pois, um idioma muito antigo da cultura baNto da

    capital de Moçambique. Sofreu várias influências linguísticas no decurso

    do tempo. Estas são o registo cultural de épocas em que navegadores

    europeus e asiáticos circularam pela costa marítima moçambicana, aí

    desenvolvendo relações comerciais – mais pacíficas – umas, e outras

    mais conflituosas.

    Este idioma, shiJonga, encontra-se actualmente em processo de

    extinção, devido a imposições ideológicas do poder político

    estabelecido desde 1975.■ coordenador JOÃO Craveirinha Jr.

  • VuJONGA magazine / Edição nº 35 / 1º Dezembro 2020, terça-feira / págs. 4/30

    VuJonga - Cadernos Literários | Momento Poético | Artes e Letras | Resenhas

    1º Esboço de Mapa Etno-Etimológico

    da região vaJonga - séculos XVI-XIX

  • VuJONGA magazine / Edição nº 35 / 1º Dezembro 2020, terça-feira / págs. 5/30

    VuJonga - Cadernos Literários | Momento Poético | Artes e Letras | Resenhas

    - Mphumo Kraveirinya: Ideia e Layout da Capa do Suplemento

    integrado nos Cadernos Literários do VuJONGAmagazine.com

    - Revisão do Grego Clássico: Dra. Fátima Domingues.

    - Revisão do Grego Clássico: DR. Theodoro de Abreu Mphumo

    RESP

    ECT

  • VuJONGA magazine / Edição nº 35 / 1º Dezembro 2020, terça-feira / págs. 6/30

    VuJonga - Cadernos Literários | Momento Poético | Artes e Letras | Resenhas

    Numa obra literária sua, Silvya Gallanni regista numa dedicatória a terna

    lembrança de uma das suas avós, neste caso avó paterna, que nos revela também a

    sua faceta de “micro-historiadora.” Eis o seu discurso em tom genealógico:

    minha avó paterna, Maria Rosário de Jesus que amava a natureza e primeira

    brasileira de raiz “guaikuru”1 que conheci. Nasceu em 1884 em Bocaina e

    faleceu em 1987 em Jahu, ambas localidades do centro do Estado de S. Paulo.

    Era filha da brasileira Thereza Maria de Jesus e do português Veríssimo

    Bueno de Carvalho. Veio ao mundo na altura histórica da “lei do ventre

    livre”.2 » in Gallanni, Silvya (2016). Fragrâncias Poéticas – HaiKai. Lisboa: Edição

    da Autora-VuJonga cadernos literários, pág. 09.

    À

    Promotora de Vendas de Produtos

    Alimentícios de grandes marcas

    internacionais e brasileiras, durante

    décadas. A sua viatura incansável.

    Profissionalmente circulou no

    Brasil como supervisora de

    supermercados entre o Estado de

    São Paulo e o de Minas Gerais:

    - verificar a reposição de stocks

    vencidos nas prateleiras (gôndolas)

    e frigoríficos.

    E, entre a responsabilidade de

    mãe e de filha, e os afazeres

    domésticos, nos poucos intervalos

    – o sonho recorrente de ver uma

    Torre em particular num rio algures

    no mundo. Um dia descobriu que

    era a Torre de Belém nas margens

    do rio Tejo em Lisboa, na Europa.

    por João Craveirinha Jr.

  • VuJONGA magazine / Edição nº 35 / 1º Dezembro 2020, terça-feira / págs. 7/30

    VuJonga - Cadernos Literários | Momento Poético | Artes e Letras | Resenhas

    Silvya Gallanni, na sua esforçada e

    fiel viatura Astra terá percorrido muitos

    milhares de quilómetros nas estradas

    perigosas de São Paulo a Minas Gerais

    — ida e volta à sua Jahu no centro do

    Estado de São Paulo.

    A emancipação feminina e a

    responsabilidade profissional têm os

    seus custos na saúde.

    Porém, esse esforço poderá ser gratificante por proporcionar uma auto-

    -suficiência no sustento familiar dos seus. É o percurso de uma chefe de família

    no feminino, pelo que nos foi dado a observar in loco, em 2009, nos meses

    passados no Brasil em viagem de estudos académicos.

    E, como bem frisa a autora e co-fundadora do VuJONGAmagazine.com —

    “Nada acontece por acaso;…” afirmando ser-lhe a voz de seu avô paterno ‘Zé

    Bode’ que da dimensão onírica lhe incentiva a ter coragem e a prosseguir nos seus

    momentos existenciais mais difíceis… pois era preciso ler nas entrelinhas das

    situações.

  • VuJONGA magazine / Edição nº 35 / 1º Dezembro 2020, terça-feira / págs. 8/30

    VuJonga - Cadernos Literários | Momento Poético | Artes e Letras | Resenhas

    Por outro lado, surge-lhe o sonho recorrente de ver uma Torre em particular

    num rio algures no mundo. Um dia descobriu que era a Torre de Belém nas

    margens do rio Tejo em Lisboa, na Europa. E, quando pela primeira vez a viu e

    identificou que era essa Torre que sonhava em criança, sem saber que era o

    monumento histórico português muito ligado às navegações por mares-oceânicos

    e ao Brasil, chorou de emoção. Não nos contou nem nos contaram. Estávamos

    presentes nesse momento único que nos fez pensar o porquê dessa reacção, sem

    explicação científica convencional. Quiçá nem o médico neurologista, austríaco,

    Sigmund Freud (1856-1939) descodificaria.■ Mphumo João Craveirinha Jr.© Lisboa, 1º Dezembro 2020. https://www.ebiografia.com/sigmund_freud/

    À esquerda, Maio 2014, a

    penúltima despedida da

    eterna Tuka, ‘fox-

    paulistinha’ que Silvya

    Gallanni deixou no Brasil.

    A derradeira despedida de

    Silvya Gallanni ocorreu em

    Janeiro 2020. Em Maio

    seguinte, Tuka partiu para o

    vale das sombras.

    A imagem Esta Fotografia de Autor Desconhecido está licenciada ao abrigo da CC BY-SA-NC

    https://www.ebiografia.com/sigmund_freud/https://athena-xxi.blogspot.com/2018/11/o-manuelino-uma-arte-com-muitos-estilos.htmlhttps://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/

  • VuJONGA magazine / Edição nº 35 / 1º Dezembro 2020, terça-feira / págs. 9/30

    VuJonga - Cadernos Literários | Momento Poético | Artes e Letras | Resenhas

    Num conceito turístico amigo do ambiente, temos a

    nossa magnífica Reserva Ecológica Amadeu Botelho de

    190 hectares, com muito verde, árvores centenárias, cacho-

    eiras e animais. Proporciona ainda muitas trilhas para ca-

    minhada, educação ambiental, estudo de fauna e flora, pes-

    quisas e ecoturismo ou apreciando o patrimônio arquitetô-

    nico.

    Em Jahu possuímos um vasto setor hoteleiro, com

    ótimos preços. Restaurantes excelentes com refeições de

    despertar o apetite.

    Em suma, Jahu é, uma cidade com ótimas oportu-

    nidades de negócios, visto que é a terra do calçado femini-

    no de estilo, com o maior shopping da América Latina no

    Território do Calçado.

    Oferecemos muito mais para vocês. Estão esperan-

    do quê para agendarem suas férias? Venham! Sejam bem-

    vindas a JAHU! Através deste jornal O AutarcA coloquem

    as vossas questões, caso pretendam ir a Jahu em turismo de

    negócios, turismo familiar, cultural, ou de simples lazer.

    Por que não unindo as duas intenções – negócios e lazer?

    Jahu pode oferecer a Moçambique, Portugal e An-

    gola, muito mais do que você julga – e obviamente, Mo-

    çambique, Angola e Portugal a Jahu na exportação de peixe

    e marisco, e nas trocas de experiências empresariais. Está

    lançado o desafio. Consulte-nos.

    Texto: Silvya Botton Gallanni©. Fotos exclusivas

    de Jorge Luís Saggioro© para o jornal O Autarca.

  • VuJONGA magazine / Edição nº 35 / 1º Dezembro 2020, terça-feira / págs. 10/30

    VuJonga - Cadernos Literários | Momento Poético | Artes e Letras | Resenhas

    A Sua Primeira Obra Literária Editada

    Myriam Jubilot abrindo a sessão. A autora Silvya

    Gallanni, ao centro, e o Professor Pasquale C. Neto.

    25 de Outubro 2017 na Livraria Férin, Lisboa.

  • VuJONGA magazine / Edição nº 35 / 1º Dezembro 2020, terça-feira / págs. 11/30

    VuJonga - Cadernos Literários | Momento Poético | Artes e Letras | Resenhas

    Chegada a Lisboa, Portugal, em 2010.

    ‘A apelação de GALLANNI da poetisa

    Silvya – seria um alter-ego (…), se não fosse o

    caso do sobrenome Gallanni ser proveniente

    do lado materno de sua família italiana de

    Veneza. Detalhe hereditário a somar a outras

    contribuições genéticas anglo-saxônicas dos

    Botton na sua linhagem européia.

    Todavia, essa componente italiana não se

    esgota no lado materno, pois encontrá-la-emos

    ainda nos Cavichioli napolitanos, do lado

    paterno, mescladas com avoengas sefardins e

    luso-espanholas dos Pereira Dias e dos Bueno

    de Carvalho. A esse código genético paterno

    acrescentam-se ainda, marcas dos bravos e

    antigos guaranis, ameríndios em dispersão, de

    Piratininga a Jaú, Campinas a Anhanguera,

    visíveis nos traços guaikurus-mestiços em sua

    avó paterna, Maria Rosário de Jesus (1884-

    1987), que vemos na página 11.’ in Gallanni,

    Silvya (2016). Fragrâncias Poéticas – HaiKai.

    Lisboa: Edição da Autora-VuJonga cadernos

    literários, pág. 17 no e-Book.

  • VuJONGA magazine / Edição nº 35 / 1º Dezembro 2020, terça-feira / págs. 12/30

    VuJonga - Cadernos Literários | Momento Poético | Artes e Letras | Resenhas

    E, o sonho sempre adiado de um

    dia poder concretizar na sua terra

    natal, a contribuição para uma

    alimentação mais saudável no seu

    Jahu, com menos consumo de

    carne vermelha e menos câncer do

    cólon.

    Ao lado fica a sugestiva imagem

    que o marido criativo, graficamente

    compôs para uma marisqueira.

    A propósito de uma exposição fotográfica da vossa cronista

    S.B.G., na Universidade de Lisboa - ULisboa (cidade

    universitária) em 2016.

  • VuJONGA magazine / Edição nº 35 / 1º Dezembro 2020, terça-feira / págs. 13/30

    VuJonga - Cadernos Literários | Momento Poético | Artes e Letras | Resenhas

    VuJonga – edição literária de autora 2016 /2020 e-Livro

    Silvya Gallanni: Haikai - Fragrâncias Poéticas

    Haikai | Poetic Fragrances | e-Book

    6851021.pdf (rl.art.br)

    https://rl.art.br/arquivos/6851021.pdf

  • VuJONGA magazine / Edição nº 35 / 1º Dezembro 2020, terça-feira / págs. 14/30

    VuJonga - Cadernos Literários | Momento Poético | Artes e Letras | Resenhas

    NO

    VO

  • VuJONGA magazine / Edição nº 35 / 1º Dezembro 2020, terça-feira / págs. 15/30

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  • VuJONGA magazine / Edição nº 35 / 1º Dezembro 2020, terça-feira / págs. 16/30

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    A Claude Débussy sobre La Cathédrale Engloutie

    Um poema é uma borbulha fervente

    À tona de água

    A picada de um mosquito

    À superfície da pele

    Surge às horas mais incertas das 24h

    Do dia ou da noite. Por vezes, dá comichão. Outras vezes, porém,

    Apenas uma leve impressão

    De alívio

    Quando não de morte Claro que adoro o dia

    E o amanhecer é essa fonte de energia

    Mas adoro a noite

    Ela é paz para a minha alma

    Sem albergue e fugidia

    E a Música – a Harmonia

    Que se alberga em todo

    O seu Mistério, e Magia É a catedral marinha

    Onde canta a cinco vozes

    A minha dimensão

    sem pergaminhos

    © Myriam Jubilot de Carvalho

    28 de Agosto de 2020

    Catedral marinha

    Debussy - La cathédrale engloutie Debussy - La cathédrale engloutie - YouTube

    https://www.youtube.com/watch?v=JAVyKDDsM3s

  • VuJONGA magazine / Edição nº 35 / 1º Dezembro 2020, terça-feira / págs. 17/30

    VuJonga - Cadernos Literários | Momento Poético | Artes e Letras | Resenhas

    * “Ray” filme biografia, de 2004 com Jamie Foxx no papel principal

    Produção e Realização de Taylor Hackford *

    Tenho uma face negra paredes-meias com a morte

    Negra da dor do remorso

    Do sexo de traição

    – A que me faz compor –

    Vem com o calor da raiva,

    A dor da segregação,

    Corre no meu e no teu sangue,

    Enrouquece-me a garganta,

    Estripa-me o coração

    Tenho uma face negra paredes-meias com a morte

    Negra da infância, da fome,

    Da vingança, da ambição

    – A que me faz compor –

    Vive comigo o momento –

    Íntimo calor abafado.

    Enrouquece-me a garganta,

    Estripa-me o coração

    E tenho do outro lado a minha face de luz –

    Paredes-meias com o amor,

    A calma, a segurança.

    A luz da minha alma gémea

    Vem da mãe, da minha infância,

    Do calor da sua esperança –

    Memória de alguma cor que

    Ainda algures dança...

    Ray Charles / Jamie Foxx

  • VuJONGA magazine / Edição nº 35 / 1º Dezembro 2020, terça-feira / págs. 18/30

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    A minha metade fêmea,

    O veio ligado à terra, à sua herança

    Resolvo-me no teclado de um piano

    Dissolvo-me em canção

    © Myriam Jubilot de Carvalho

    Maio, 2006.

    RAY CHARLES record image credits to

    https://www.gadhouse.com/review-ray-charles-modern-sounds-in-country-and-western-

    music-vols-1-2/

    https://www.imdb.com/title/tt0350258/

    Ray Charles e Jamie Foxx

    https://www.saraiva.com.br/ray-dvd-9416839/p

    https://www.gadhouse.com/review-ray-charles-modern-sounds-in-country-and-western-music-vols-1-2/https://www.gadhouse.com/review-ray-charles-modern-sounds-in-country-and-western-music-vols-1-2/https://www.imdb.com/title/tt0350258/https://www.saraiva.com.br/ray-dvd-9416839/p

  • VuJONGA magazine / Edição nº 35 / 1º Dezembro 2020, terça-feira / págs. 19/30

    VuJonga - Cadernos Literários | Momento Poético | Artes e Letras | Resenhas

  • VuJONGA magazine / Edição nº 35 / 1º Dezembro 2020, terça-feira / págs. 20/30

    VuJonga - Cadernos Literários | Momento Poético | Artes e Letras | Resenhas

    https://twitter.com/dukechargista

    Duke chargista

    Devida Vénia

    https://twitter.com/dukechargista

  • VuJONGA magazine / Edição nº 35 / 1º Dezembro 2020, terça-feira / págs. 21/30

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  • VuJONGA magazine / Edição nº 35 / 1º Dezembro 2020, terça-feira / págs. 22/30

    VuJonga - Cadernos Literários | Momento Poético | Artes e Letras | Resenhas

    LETRAS

    Literatura brasileira ganha um novo romancista Adelto Gonçalves (*)

    I

    Depois de incursionar por outras áreas do pensamento, como poesia,

    crônicas, estudos biográficos, História e obras jurídicas, o professor e advogado

    David de Medeiros Leite (1966), mestre e doutor em Direito pela Universidade de

    Salamanca, na Espanha, começa agora promissora carreira como ficcionista, com

    o lançamento de 2020, romance escrito na primeira pessoa, que procura resgatar a

    vida de um personagem que viveu num convento entre 1963 e 1968.

    Esse personagem, José Silvestre de Araújo, nascido e criado em Pedras de

    Fogo, município da região metropolitana de João Pessoa, capital do Estado da

    Paraíba, seria levado já moço por um tio para Recife, onde ingressaria numa ordem

    carmelita, o Convento do Carmo, tradicional estabelecimento religioso de

    Pernambuco. Lá, teria a oportunidade de tentar concretizar um sonho da infância,

    surgido depois de ouvir muitas lendas contadas por parentes e conhecidos:

    encontrar uma botija que estaria enterrada em determinado lugar, escondida por

    um frade da ordem carmelita.

    Escrito em linguagem madura que faz esperar outras incursões do autor na

    área da ficção, 2020 presta também uma homenagem ao historiador e antropólogo

    Câmara Cascudo (1898-1986), a quem frei José de Santo Elias, nome religioso do

  • VuJONGA magazine / Edição nº 35 / 1º Dezembro 2020, terça-feira / págs. 23/30

    VuJonga - Cadernos Literários | Momento Poético | Artes e Letras | Resenhas

    protagonista, recorreria na tentativa de encontrar pistas para localizar a tal botija,

    que, afinal, nunca seria achada.

    Aliás, as ligações do autor com Câmara Cascudo já são antigas, pois,

    aproveitando o tempo que passou em Salamanca fazendo mestrado e doutorado

    em Direito, ele conseguiu localizar na Casa-Museu de Miguel de Unamuno (1864-

    1936) uma carta em que o historiador potiguar se solidarizava com o pensador

    espanhol em razão do “banimento” sofrido este por sua oposição à ditadura do

    general Primo de Rivera (1870-1930), que durou de 1923 a 1930.

    No romance também aparece a figura de Dom Hélder Câmara (1909-1999),

    bispo católico, arcebispo emérito de Olinda e Recife, um dos fundadores da

    Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e grande defensor dos direitos

    humanos durante a ditadura militar (1964-1985).

    II

    Misturando história e ficção, 2020 recupera também fatos ocorridos em 1968,

    ano em que houve um endurecimento por parte do regime militar, com

    perseguições a líderes políticos e homens de pensamento. Mas, a rigor, o romance

    gira em torno do Convento do Recife, como é mais conhecida aquela instituição,

    e sobre a presença de carmelitas em Mossoró, município localizado na região

    Oeste do Rio Grande do Norte, sem deixar de recuperar um fato que até hoje

    desafia a memória dos mossoroenses mais antigos, ou seja, um crime ocorrido

    naquele ano de 1968 no Grande Hotel, até hoje nunca esclarecido.

    Depois da vida religiosa, Silvestre de Araújo assumiria a profissão de

    carteiro, viajando, certo dia, a Mossoró para visitar as ruínas da Casa do Carmo,

    que seria o local onde estaria escondida a botija. Em suas rememorações já como

    carteiro aposentado, o protagonista não deixaria de recordar as perseguições

    sofridas pelo acosso do desejo sexual, depois de conhecer Marília, recepcionista

    de um hotel em Mossoró, diante da promessa que fizera de não romper o celibato.

    Em resumo: escrito em estilo leve, que atrai a atenção do leitor deste a

    primeira linha, 2020 é romance que veio para ficar não só na história da ficção do

    Rio Grande do Norte, mas da Literatura de expressão portuguesa. E que já foi

    saudado pelo poeta peruano Alfredo Pérez Alencart, radicado como professor

  • VuJONGA magazine / Edição nº 35 / 1º Dezembro 2020, terça-feira / págs. 24/30

    VuJonga - Cadernos Literários | Momento Poético | Artes e Letras | Resenhas

    universitário em Salamanca desde 1987, que, inclusive já traduziu para o espanhol

    um livro de David de Medeiros Leite sobre aquela mítica cidade espanhola.

    Do romance do advogado potiguar, “escritor que vai abrindo sua própria

    senda nos diferentes deltas da literatura”, Pérez Alencart diz que se trata de uma

    história bem trabalhada, com diálogos bem construídos, com ritmo cadencioso que

    permite leitura fluída. “Há reflexões que configuram a condição humana em todos

    os tempos e lugares, como, por exemplo, quando o protagonista comenta: “Ah, a

    inveja! Quão subjetiva e, por vezes, imperceptível! Depois de um comentário sobre

    a brilhante homília proferida por nosso Provincial, percebi, na reação de alguns

    frades, esboços de inveja. O elogio mesclado com ironia deduz inveja, com

    certeza” (pág. 74).

    III

    Nascido em Mossoró, David de Medeiros Leite, graduado em 1999 pela

    Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), é também gestor com

    atuação em diversos cargos na administração pública e professor da UERN desde

    2004, onde desenvolve pesquisas, especialmente na área de Direito Público.

    Foi pró-reitor de Gestão de Pessoas na UERN e é assessor jurídico da

    presidência do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte. Foi ainda

    diretor-científico da Fundação de Apoio à Pesquisa no Estado do Rio Grande do

    Norte (Fapern). Em 2005, em parceria com o escritor Clauder Arcanjo, criou a

    editora Sarau das Letras. Além de livros de poemas, tem publicado biografias e

    livros de crônicas e de História com temas ligados ao Nordeste, em especial à

    cidade de Mossoró.

    É autor de Companheiro Góis – dez anos de saudade, biografia (Coleção

    Mossoroense, 2001), Os carmelitas em Mossoró, em coautoria com Gildson Souza

    Bezerra e José Lima Dias Júnior (Coleção Mossoroense, 2002), Ombudsman

    mossoroense (Sebo Vermelho, 2003), Duarte Filho: exemplo de dignidade na vida

    e na política, biografia, em coautoria com Lupércio Luiz de, Azevedo (Sarau das

    Letras, 2005), Incerto caminhar (Sarau das Letras, 2009), Cartas de Salamanca

    (Sarau das Letras, 2011), Casa das lâmpadas (Sarau das Letras, 2013), Mossoró e

    Tibau em versos – antologia poética, em coautoria com Edilson Segundo (Sarau

  • VuJONGA magazine / Edição nº 35 / 1º Dezembro 2020, terça-feira / págs. 25/30

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    das Letras, 2014), Mi Salamanca: guía de un poeta nordestino, com tradução e

    prólogo de Alfredo Pérez Alencart (2018), Aldemar Duarte Leite: centenário de

    nascimento, biografia (2018), e História da Liga Operária de Mossoró, em

    coautoria com José Edílson Segundo e Olivá Leite da Silva Júnior (2018).

    Em 2015, lançou Ruminar (Rumiar), livro de poemas em edição bilingue,

    pela Editora Sarau das Letras, de Mossoró, e Trilce Editores, de Salamanca. Em

    2017, publicou ainda Rio de Fogo, coleção de vinte poemas, com 40 fotografias

    do magistrado Bruno Lacerda que mostram aspectos da cidade de Rio de Fogo,

    localizada na região Norte do Rio Grande do Norte.

    Na área de Direito, é autor ainda de Presupuesto participativo en municipios

    brasileños: aspectos jurídicos y administrativos (Editorial Académica Española,

    2012) e Participação política e cidadania – Amicus Curiae, audiências públicas

    parlamentares e orçamento participativo, em coautoria com José Armando Pontes

    Dias Júnior e Aurélia Carta Queiroga da Silva (2018).

    ______________________________

    2020, de David de Medeiros Leite., com apresentação de Humberto Hermenegildo, membro

    da Academia Norte-rio-grandense de Letras e sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico

    do Rio Grande do Norte. Mossoró: Sarau das Letras, 234 páginas, 2020. E-mails:

    [email protected] [email protected]

    _______________________________

    (*) Adelto Gonçalves é doutor em Letras na área de Literatura Portuguesa pela USP e autor de

    Gonzaga, um Poeta do Iluminismo (Nova Fronteira, 1999), Barcelona Brasileira (Lisboa,

    Nova Arrancada, 1999; Publisher Brasil, 2002), Bocage – o Perfil Perdido (Lisboa, Caminho,

    2003), Tomás Antônio Gonzaga (Imprensa Oficial do Estado de São Paulo (Imesp)/Academia

    Brasileira de Letras, 2012), Direito e Justiça em Terras d´El-Rei na São Paulo Colonial

    (Imesp, 2015), Os Vira-latas da Madrugada (José Olympio Editora, 1981; Letra Selvagem,

    2015) e O Reino, a Colônia e o Poder: o governo Lorena na capitania de São Paulo 1788-

    1797 (Imesp, 2019), entre outros. E-mail: [email protected]

    mailto:[email protected]:[email protected]

  • VuJONGA magazine / Edição nº 35 / 1º Dezembro 2020, terça-feira / págs. 26/30

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    David de Medeiros Leite: escritor de vários gêneros

    Foto: https://palavradeateop.blogspot.com/search?q=David+de+Medeiros+Leite

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    a cave funda, os comedores de batatas. Rostos tisnados, cabelos hirtos de

    transpirados, as mãos enegrecidas da falta de água. A própria luz da lâmpada

    suspensa do tecto é tisnada e cinzenta.

    Dos olhos fuscos, sai um fulgor sombrio, inexpressivo, espelho das batatas

    expostas sobre a mesa. Um prato de batatas, ao centro da mesa. Batatas sem brilho,

    negras, sem paladar. Acompanhamento: batatas negras, sem brio. Com molho de

    batatas. Sobremesa negra de batatas que apenas sabem a batatume.

    Não falam. Os comensais não falam. Porque se falassem, as palavras seriam

    batatáticas, soando a batatas, tilintando a batatas, com rebentos a despontar para

    nova safra de batatas.

    No calor bafiento da cave, o odor a casca de batatas terrosas.

    Com o estômago vazio cheio de batatas, vão-se deitar. Vão sonhar com nova

    refeição de batatas, amanhã ao almoço, amanhã ao jantar. E que assim seja, por

    todos os dias das suas vidas, enquanto o museu nos deixar contemplá-los. Com o

    coração apertado. Porque sabemos que o mundo está cheio de comedores de

    batatas.

    E de comedores de comedores de batatas.

    E de contempladores de uns e de outros, olhando para o quadro como quem

    contemplasse um jardim de rosas.■©Myriam Jubilot de Carvalho.

    N

    Van Gogh, I love you!

    an Gogh, I love you

    apontamento por

    Myriam Jubilot de Carvalho

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