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PROFESSORboletim do
LÍNGUA PORTUGUESA
entrevista
Compromisso e esperança movem a educação pública de qualidade
o programa
O Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará – SPAECE
resultados
Os resultados alcançados em 2016
ISSN 1982-7644
>>> SPAECE 2016Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará
ISSN 1982-7644
PROFESSORboletim do
>>> SPAECE 2016Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará
LÍNGUA PORTUGUESA
FICHA CATALOGRÁFICA
CEARÁ. Secretaria da Educação.
SPAECE – 2016 / Universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Educação, CAEd.
v. 1 (jan./dez. 2016), Juiz de Fora, 2016 – Anual.
Conteúdo: Boletim do Professor - Língua Portuguesa.
ISSN 1982-7644
CDU 373.3+373.5:371.26(05)
GOVERNADORCAMILO SOBREIRA DE SANTANA
VICE-GOVERNADORAMARIA IZOLDA CELA DE ARRUDA COELHO
SECRETÁRIO DA EDUCAÇÃO ANTONIO IDILVAN DE LIMA ALENCAR
SECRETÁRIA ADJUNTA DA EDUCAÇÃOMÁRCIA OLIVEIRA CAVALCANTE CAMPOS
SECRETÁRIA EXECUTIVARITA DE CÁSSIA TAVARES COLARES
ASSESSORIA INSTITUCIONALDANIELLE TAUMATURGO DIAS SOARES
COORDENADORIA DE AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DA EDUCAÇÃO
COORDENADORLUCIANO NERY FERREIRA FILHO
CÉLULA DE GESTÃO DE DADOS E AVALIAÇÃO
ORIENTADORJOSÉ ANDERSON DA SILVA ARAÚJO
EIXO DE AVALIAÇÃO EXTERNAANA PAULA PEQUENO MATOS
ASSESSORIA TÉCNICAROSÂNGELA TEIXEIRA DE SOUSA
EQUIPE TÉCNICA
GEANNY DE HOLANDA OLIVEIRA DO NASCIMENTOPHILIPE AZEVEDO DE ARAÚJO
REVISÃO
ELIS DENISE LÉLIS DOS SANTOSTERESA MÁRCIA ALMEIDA DA SILVEIRA
Reitor da Universidade Federal de Juiz de ForaMarcus Vinicius David
Coordenação Geral do CAEdLina Kátia Mesquita de Oliveira
Coordenação da Unidade de PesquisaTufi Machado Soares
Coordenação de Análises e PublicaçõesWagner Silveira Rezende
Coordenação de Design da ComunicaçãoRômulo Oliveira de Farias
Coordenação de Gestão da InformaçãoRoberta Palácios Carvalho da Cunha e Melo
Coordenação de Instrumentos de AvaliaçãoRenato Carnaúba Macedo
Coordenação de Medidas EducacionaisWellington Silva
Coordenação de Monitoramento e IndicadoresLeonardo Augusto Campos
Coordenação de Operações de AvaliaçãoRafael de Oliveira
Coordenação de Processamento de DocumentosBenito Delage
sumário
resultados25 Os resultados alcançados em 2016
27 Roteiros de leitura e análise de resultados
padrões e níveis42 Padrões e níveis de desempenho
43 9º ano do Ensino Fundamental
63 Ensino Médio e EJA Ensino Médio
sugestões pedagógicas84 Sugestões para a prática pedagógica
7 apresentação
o programa13 O Sistema Permanente de Avaliação da
Educação Básica do Ceará – SPAECE
entrevista9 Compromisso e esperança movem
a educação pública de qualidade
apresentação
P rofessor, este boletim é para você. Pensado e
feito para possibilitar seu uso no cotidiano pe-
dagógico. Nele, você encontra orientações acer-
ca dos resultados da sua escola no SPAECE 2016.
Com esses resultados, você obtém um diagnósti-
co do desempenho de seus estudantes nos testes
de proficiência. A partir disso, potencialidades e
fragilidades podem ser identificadas no processo
de ensino e aprendizagem, permitindo uma ampla
reflexão sobre as práticas pedagógicas.
Inicialmente, apresentamos o SPAECE e as in-
formações que o constituem: os dados fornecidos
pela avaliação, bem como os dados da realidade
escolar, os quais compõem esse grande cenário
que é o Sistema Permanente de Avaliação da Edu-
cação Básica do Ceará.
A partir de uma análise do panorama do sistema
de avaliação, desde sua criação, no ano de 1992,
até seu penúltimo ciclo de aplicação, em 2015,
apresentamos os dados do programa, dando ênfa-
se aos ganhos experimentados pela rede estadual
e redes municipais de ensino no que diz respeito
aos resultados.
Em seguida, oferecemos a você um roteiro que
pode ajudá-lo a ler e a compreender as informa-
ções produzidas pelo SPAECE 2016, de modo que
você possa utilizá-las para sistematizar estratégias
para a melhora do desempenho dos estudantes.
Esse roteiro propõe algumas atividades, cujo obje-
tivo é fornecer ferramentas que permitam a inter-
pretação pedagógica dos resultados.
Além dos dados obtidos nos testes realizados
pelos estudantes, você tem acesso a um indicador
de qualidade – o Índice de Desempenho Escolar
(IDE).
Por fim, apresentamos sugestões para a prática
pedagógica, com o objetivo de auxiliá-lo na utili-
zação dos resultados da avaliação, para que ações
pedagógicas sejam planejadas e executadas em
sua escola. Trata-se de uma sugestão de ação. Seu
intuito não é outro senão incentivá-lo a tratar os
dados da avaliação como parte do projeto político
pedagógico da escola.
Nosso compromisso é oferecer a você uma vi-
são geral da avaliação externa e dos resultados ob-
tidos por sua escola no SPAECE. Esses resultados
devem ser amplamente debatidos, com o envolvi-
mento de toda a comunidade escolar. Esperamos
que este material atinja esse propósito.
Boa leitura!
Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio 7
Natural da cidade de Crato, no Ceará, Antonio Idilvan de Lima Alencar ocupa
o cargo de secretário estadual da Educação (Seduc) desde abril de 2016. Nessa
mesma pasta, ele também já atuou como secretário executivo e adjunto, no pe-
ríodo de 2007 a 2015.
Em fevereiro de 2017, foi eleito presidente do Conselho Nacional de Secretários
de Educação (Consed). Em março desse ano, tomou posse como membro do
Conselho Consultivo do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (Inep), órgão ligado ao Ministério da Educação (MEC). Entre feverei-
ro de 2015 a abril 2016, assumiu a presidência do Fundo Nacional de Desenvolvi-
mento da Educação (FNDE).
Auditor da Secretaria da Fazenda do Estado do Ceará, foi coordenador de Arre-
cadação Estadual, entre os anos de 2001 a 2003. No período de 2003 a 2006, na
Secretaria de Planejamento do Estado do Ceará, integrou a equipe de coordena-
ção da Reestruturação e Redesenho de Processo das Secretarias Estaduais (Saúde,
Educação, Fazenda, Ação Social, Justiça e Segurança Pública).
Idilvan Alencar é graduado em Engenharia Civil pela Universidade de Fortaleza
(Unifor) e mestre em Gestão e Avaliação da Educação Pública pelo Centro de Po-
líticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora
(CAEd/UFJF). Especializou-se em Engenharia de Produção pela Universidade Vale
do Acaraú (UVA) / Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Possui ainda mais duas
especializações pela Fundação Getúlio Vargas (FGV): a primeira em Política e Ad-
ministração Tributária; e a segunda em Marketing.
Antonio Idilvan de Lima Alencar
Secretário da Educação
entrevista
O trabalho focado em evidências no Ceará efetivou-se a partir do pacto en-
tre os entes públicos: estado e municípios juntos no direito de aprender
puseram em prática, e ainda põem, esforços substanciais para melhoria da qua-
lidade da educação. O atual secretário de Estado comenta as ações, exaltando
o papel de cada um nesse processo de mudança.
Compromisso e esperança movem a educação pública de qualidade
O Sistema Permanente de Avalia-
ção da Educação Básica do Ceará, o
SPAECE, é um dos sistemas próprios
mais antigos do país. Como ele vem
contribuindo para a qualidade da
educação ofertada na rede pública
de ensino do estado, composta pela
rede estadual e pelas redes munici-
pais, ao longo desses anos?
Secretário: O estado do Ceará, nos
últimos anos, vem se destacando na
melhoria dos indicadores educacio-
nais. Um dos instrumentos funda-
mentais que revela esses indicadores
é a nossa avaliação em larga escala,
o SPAECE. A partir dessa avaliação ex-
terna, diversos olhares voltam-se para
os resultados do desempenho dos
nossos alunos, ou seja, gestores, pro-
fessores, alunos, pais e sociedade in-
quietam-se em busca da melhoria da
qualidade de ensino no nosso estado.
A avaliação das redes municipais
é um diferencial em relação a outros
sistemas próprios, para diagnóstico e
monitoramento da oferta educacio-
nal. Como vocês sistematizam as de-
volutivas e, principalmente, mapeiam
as ações pró-melhoria dessas redes?
E da rede estadual?
Secretário: A avaliação das redes
municipais tornou-se um diferencial
desde 2007, quando o governo do
estado tornou pública a problemática
do analfabetismo escolar no Ceará e
fortaleceu um regime de colaboração
e protagonismo municipal. Não se po-
dia fechar os olhos para as evidências
apresentadas no ensino fundamental
e pensar somente na etapa de ensino
que é responsabilidade legal da rede
estadual, o ensino médio. Assim, o
governo do estado assumiu a missão
de colaborar, de contribuir para a me-
lhoria da aprendizagem das crianças
cearenses. Para isso, a Seduc [Secre-
taria da Educação] foi estruturada em
coordenadorias e células para fi ns de
operacionalização de ações, junto às
Coordenadorias Regionais de Desen-
volvimento da Educação (Credes),
em busca da equidade e melhoria da
educação pública do Ceará. Apresen-
tamos, com transparência, os nossos
resultados educacionais, tanto os po-
sitivos quanto os negativos. A partir
daí, trabalhamos com determinação e
cooperação com as escolas públicas,
dando apoio pedagógico e fi nanceiro
para as escolas que se destacam, bem
como para as escolas que não conse-
guem atingir bons resultados.
8 SPAECE 2016
Natural da cidade de Crato, no Ceará, Antonio Idilvan de Lima Alencar ocupa
o cargo de secretário estadual da Educação (Seduc) desde abril de 2016. Nessa
mesma pasta, ele também já atuou como secretário executivo e adjunto, no pe-
ríodo de 2007 a 2015.
Em fevereiro de 2017, foi eleito presidente do Conselho Nacional de Secretários
de Educação (Consed). Em março desse ano, tomou posse como membro do
Conselho Consultivo do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (Inep), órgão ligado ao Ministério da Educação (MEC). Entre feverei-
ro de 2015 a abril 2016, assumiu a presidência do Fundo Nacional de Desenvolvi-
mento da Educação (FNDE).
Auditor da Secretaria da Fazenda do Estado do Ceará, foi coordenador de Arre-
cadação Estadual, entre os anos de 2001 a 2003. No período de 2003 a 2006, na
Secretaria de Planejamento do Estado do Ceará, integrou a equipe de coordena-
ção da Reestruturação e Redesenho de Processo das Secretarias Estaduais (Saúde,
Educação, Fazenda, Ação Social, Justiça e Segurança Pública).
Idilvan Alencar é graduado em Engenharia Civil pela Universidade de Fortaleza
(Unifor) e mestre em Gestão e Avaliação da Educação Pública pelo Centro de Po-
líticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora
(CAEd/UFJF). Especializou-se em Engenharia de Produção pela Universidade Vale
do Acaraú (UVA) / Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Possui ainda mais duas
especializações pela Fundação Getúlio Vargas (FGV): a primeira em Política e Ad-
ministração Tributária; e a segunda em Marketing.
Antonio Idilvan de Lima Alencar
Secretário da Educação
entrevista
O trabalho focado em evidências no Ceará efetivou-se a partir do pacto en-
tre os entes públicos: estado e municípios juntos no direito de aprender
puseram em prática, e ainda põem, esforços substanciais para melhoria da qua-
lidade da educação. O atual secretário de Estado comenta as ações, exaltando
o papel de cada um nesse processo de mudança.
Compromisso e esperança movem a educação pública de qualidade
O Sistema Permanente de Avalia-
ção da Educação Básica do Ceará, o
SPAECE, é um dos sistemas próprios
mais antigos do país. Como ele vem
contribuindo para a qualidade da
educação ofertada na rede pública
de ensino do estado, composta pela
rede estadual e pelas redes munici-
pais, ao longo desses anos?
Secretário: O estado do Ceará, nos
últimos anos, vem se destacando na
melhoria dos indicadores educacio-
nais. Um dos instrumentos funda-
mentais que revela esses indicadores
é a nossa avaliação em larga escala,
o SPAECE. A partir dessa avaliação ex-
terna, diversos olhares voltam-se para
os resultados do desempenho dos
nossos alunos, ou seja, gestores, pro-
fessores, alunos, pais e sociedade in-
quietam-se em busca da melhoria da
qualidade de ensino no nosso estado.
A avaliação das redes municipais
é um diferencial em relação a outros
sistemas próprios, para diagnóstico e
monitoramento da oferta educacio-
nal. Como vocês sistematizam as de-
volutivas e, principalmente, mapeiam
as ações pró-melhoria dessas redes?
E da rede estadual?
Secretário: A avaliação das redes
municipais tornou-se um diferencial
desde 2007, quando o governo do
estado tornou pública a problemática
do analfabetismo escolar no Ceará e
fortaleceu um regime de colaboração
e protagonismo municipal. Não se po-
dia fechar os olhos para as evidências
apresentadas no ensino fundamental
e pensar somente na etapa de ensino
que é responsabilidade legal da rede
estadual, o ensino médio. Assim, o
governo do estado assumiu a missão
de colaborar, de contribuir para a me-
lhoria da aprendizagem das crianças
cearenses. Para isso, a Seduc [Secre-
taria da Educação] foi estruturada em
coordenadorias e células para fi ns de
operacionalização de ações, junto às
Coordenadorias Regionais de Desen-
volvimento da Educação (Credes),
em busca da equidade e melhoria da
educação pública do Ceará. Apresen-
tamos, com transparência, os nossos
resultados educacionais, tanto os po-
sitivos quanto os negativos. A partir
daí, trabalhamos com determinação e
cooperação com as escolas públicas,
dando apoio pedagógico e fi nanceiro
para as escolas que se destacam, bem
como para as escolas que não conse-
guem atingir bons resultados.
Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio 9
A mobilização se faz em conjunto, em equipe, para
que todas as crianças estejam
durante o ano letivo em sala
de aula, obtendo resultados
satisfatórios em cada etapa de aprendizagem.
Até 2007, o SPAECE avaliava o 5º
e 9º anos do ensino fundamental. A
partir desse ano, a alfabetização, com
ênfase no 2º ano, e todo o ensino
médio passaram a ser avaliados. Quais
foram os motivos dessa ampliação?
Com quase 10 anos de avaliação, é
possível ponderar sobre o uso efetivo
dos resultados para a melhoria sistê-
mica dessas etapas?
Secretário: Por se tornar censitário e
universal, o SPAECE conseguiu subsidiar
políticas públicas determinantes para o
estado do Ceará. Temos, como exem-
plo, o Programa Alfabetização na Idade
Certa (PAIC), o MAIS PAIC, o Prêmio Es-
cola Nota 10, o Programa Aprender pra
Valer, entre outros. Mas, o uso efetivo
dos resultados de cada etapa de ensino
é o que dinamiza e movimenta as dis-
cussões nas nossas instituições educa-
cionais. Para além disso, esses resulta-
dos induzem uma refl exão no contexto
escolar, e passam a ser ponto de par-
tida para uma tomada de decisão em
relação às práticas pedagógicas. Des-
sa forma, acredito que os educadores
cearenses possam ter mais ferramentas
para criarem intervenções em prol da
melhoria dos padrões de desempenho
dos nossos alunos.
Na avaliação, o Ceará atinge boa
participação em todos os anos ava-
liados. Como vocês mobilizam a rede
pública para tanto?
Secretário: A mobilização se faz
em conjunto, em equipe, para que to-
das as crianças estejam durante o ano
letivo em sala de aula, obtendo resul-
tados satisfatórios em cada etapa de
aprendizagem. Nós transformamos a
comunicação em elo forte! Todos se
envolvem: Seduc, Credes, municípios,
escolas e família dos alunos. Trazer o
aluno para a escola passa ser a tarefa
central dos atores envolvidos com a
educação no Ceará.
O que vocês esperam para os pró-
ximos ciclos avaliativos? Como pre-
tendem utilizar os dados coletados
pelos instrumentos em uso: os testes
de desempenho e os questionários
contextuais?
Secretário: Para os próximos ciclos
avaliativos, daremos continuidade ao
trabalho na busca de sempre melho-
rar os indicadores educacionais do es-
tado do Ceará. Os dados coletados no
SPAECE fomentaram outra proposta
de avaliação, a avaliação diagnóstica.
Implantamos, nesse ano, essa avalia-
ção nas escolas estaduais. Para com-
posição e formatação da prova, foram
selecionados descritores de língua
portuguesa e matemática que apre-
sentaram baixos níveis de domínios.
Isso nos auxiliará num diagnóstico
mais preciso, que aliado a estratégias
mais direcionadas, possibilitará a reso-
lução das difi culdades de aprendiza-
gem dos nossos alunos.
Senhor secretário, deixe um reca-
do para os profi ssionais da rede pú-
blica de ensino do Ceará, compro-
missados com a garantia do direito à
aprendizagem.
Secretário: Os profi ssionais da
educação da rede pública de ensino
do Ceará merecem aplausos e reve-
rência de toda a nossa sociedade.
Na trajetória da história da educação
pública cearense, esses atores são os
protagonistas principais e insubstituí-
veis, que colaboram efetivamente e
incansavelmente para a mudança do
nosso quadro educacional. Se hou-
ve melhorias na linha do tempo nos
nossos indicadores, devemos a todos
os que se empenham com compro-
misso e esperança na educação públi-
ca, acreditando, veementemente, na
potencialidade dos nossos alunos e
alunas cearenses. Então, reforço jun-
to a todos os atores educacionais que
acreditem no valor da sua profi ssão
através da qualidade do seu trabalho
educativo!
Os profi ssionais da
educação da rede pública de ensino
do Ceará merecem aplausos e
reverência de toda a nossa sociedade.
10 SPAECE 2016
A mobilização se faz em conjunto, em equipe, para
que todas as crianças estejam
durante o ano letivo em sala
de aula, obtendo resultados
satisfatórios em cada etapa de aprendizagem.
Até 2007, o SPAECE avaliava o 5º
e 9º anos do ensino fundamental. A
partir desse ano, a alfabetização, com
ênfase no 2º ano, e todo o ensino
médio passaram a ser avaliados. Quais
foram os motivos dessa ampliação?
Com quase 10 anos de avaliação, é
possível ponderar sobre o uso efetivo
dos resultados para a melhoria sistê-
mica dessas etapas?
Secretário: Por se tornar censitário e
universal, o SPAECE conseguiu subsidiar
políticas públicas determinantes para o
estado do Ceará. Temos, como exem-
plo, o Programa Alfabetização na Idade
Certa (PAIC), o MAIS PAIC, o Prêmio Es-
cola Nota 10, o Programa Aprender pra
Valer, entre outros. Mas, o uso efetivo
dos resultados de cada etapa de ensino
é o que dinamiza e movimenta as dis-
cussões nas nossas instituições educa-
cionais. Para além disso, esses resulta-
dos induzem uma refl exão no contexto
escolar, e passam a ser ponto de par-
tida para uma tomada de decisão em
relação às práticas pedagógicas. Des-
sa forma, acredito que os educadores
cearenses possam ter mais ferramentas
para criarem intervenções em prol da
melhoria dos padrões de desempenho
dos nossos alunos.
Na avaliação, o Ceará atinge boa
participação em todos os anos ava-
liados. Como vocês mobilizam a rede
pública para tanto?
Secretário: A mobilização se faz
em conjunto, em equipe, para que to-
das as crianças estejam durante o ano
letivo em sala de aula, obtendo resul-
tados satisfatórios em cada etapa de
aprendizagem. Nós transformamos a
comunicação em elo forte! Todos se
envolvem: Seduc, Credes, municípios,
escolas e família dos alunos. Trazer o
aluno para a escola passa ser a tarefa
central dos atores envolvidos com a
educação no Ceará.
O que vocês esperam para os pró-
ximos ciclos avaliativos? Como pre-
tendem utilizar os dados coletados
pelos instrumentos em uso: os testes
de desempenho e os questionários
contextuais?
Secretário: Para os próximos ciclos
avaliativos, daremos continuidade ao
trabalho na busca de sempre melho-
rar os indicadores educacionais do es-
tado do Ceará. Os dados coletados no
SPAECE fomentaram outra proposta
de avaliação, a avaliação diagnóstica.
Implantamos, nesse ano, essa avalia-
ção nas escolas estaduais. Para com-
posição e formatação da prova, foram
selecionados descritores de língua
portuguesa e matemática que apre-
sentaram baixos níveis de domínios.
Isso nos auxiliará num diagnóstico
mais preciso, que aliado a estratégias
mais direcionadas, possibilitará a reso-
lução das difi culdades de aprendiza-
gem dos nossos alunos.
Senhor secretário, deixe um reca-
do para os profi ssionais da rede pú-
blica de ensino do Ceará, compro-
missados com a garantia do direito à
aprendizagem.
Secretário: Os profi ssionais da
educação da rede pública de ensino
do Ceará merecem aplausos e reve-
rência de toda a nossa sociedade.
Na trajetória da história da educação
pública cearense, esses atores são os
protagonistas principais e insubstituí-
veis, que colaboram efetivamente e
incansavelmente para a mudança do
nosso quadro educacional. Se hou-
ve melhorias na linha do tempo nos
nossos indicadores, devemos a todos
os que se empenham com compro-
misso e esperança na educação públi-
ca, acreditando, veementemente, na
potencialidade dos nossos alunos e
alunas cearenses. Então, reforço jun-
to a todos os atores educacionais que
acreditem no valor da sua profi ssão
através da qualidade do seu trabalho
educativo!
Os profi ssionais da
educação da rede pública de ensino
do Ceará merecem aplausos e
reverência de toda a nossa sociedade.
Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio 11
O Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará – SPAECE
o programa
A qui, você encontra um pouco da história do SPAECE, das principais mu-
danças ocorridas ao longo do tempo e dos ganhos experimentados pe-
las redes de ensino no que diz respeito aos seus resultados. Uma história feita
não só de números, gráfi cos e dados, mas, principalmente, enredada pela vida
escolar e pelo dia a dia de milhares de crianças e jovens cearenses.
Com o intuito de fornecer subsídios para a formulação, reformulação e monitoramento das políticas educacionais do estado do Ceará, bem como oferecer um ensino equânime e de qualidade aos alunos da rede pública do estado, em 1992, a Secretaria da Educação do Estado do Ceará (Seduc) implementou o Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará – SPAECE. Em seu início, o sistema avaliava apenas a capital Fortaleza e a 4ª e 8ª séries do Ensino Fundamental, o que correspondia a 14.600 alunos. A partir do ano de 1993, outros municípios também foram inseridos na avaliação do SPAECE.
Com o decorrer dos anos, o sistema de avaliação passou por algumas mudanças, como a inclusão, em 2001, de todos os municípios do estado, assim como a inserção da 3ª série do ensino médio e da avaliação da 8ª série do ensino fundamental – SPAECE NET. Este modelo perdurou até o ano de 2004, quando a 4ª série do ensino fundamental voltou a ser avaliada pelo sistema.
1992
1993
2007
2001
2004
Em 2007, com a implementação do Programa Alfabetização na Idade Certa (PAIC), a Secretaria da Educação ampliou a abrangência do seu sistema de avaliação, incorporando a avaliação da alfabetização com a criação do SPAECE-Alfa e expandindo a avaliação do ensino médio para as três séries. O objetivo do PAIC é alfabetizar todos os alunos até o 2º ano do ensino fundamental. Nesse sentido, a criação do SPAECE-Alfa permitiu ao governo monitorar a implementação desta política por meio da avaliação de leitura entre os estudantes dessa etapa escolar em todo o estado.
12 SPAECE 2016
O Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará – SPAECE
o programa
A qui, você encontra um pouco da história do SPAECE, das principais mu-
danças ocorridas ao longo do tempo e dos ganhos experimentados pe-
las redes de ensino no que diz respeito aos seus resultados. Uma história feita
não só de números, gráfi cos e dados, mas, principalmente, enredada pela vida
escolar e pelo dia a dia de milhares de crianças e jovens cearenses.
Com o intuito de fornecer subsídios para a formulação, reformulação e monitoramento das políticas educacionais do estado do Ceará, bem como oferecer um ensino equânime e de qualidade aos alunos da rede pública do estado, em 1992, a Secretaria da Educação do Estado do Ceará (Seduc) implementou o Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará – SPAECE. Em seu início, o sistema avaliava apenas a capital Fortaleza e a 4ª e 8ª séries do Ensino Fundamental, o que correspondia a 14.600 alunos. A partir do ano de 1993, outros municípios também foram inseridos na avaliação do SPAECE.
Com o decorrer dos anos, o sistema de avaliação passou por algumas mudanças, como a inclusão, em 2001, de todos os municípios do estado, assim como a inserção da 3ª série do ensino médio e da avaliação da 8ª série do ensino fundamental – SPAECE NET. Este modelo perdurou até o ano de 2004, quando a 4ª série do ensino fundamental voltou a ser avaliada pelo sistema.
1992
1993
2007
2001
2004
Em 2007, com a implementação do Programa Alfabetização na Idade Certa (PAIC), a Secretaria da Educação ampliou a abrangência do seu sistema de avaliação, incorporando a avaliação da alfabetização com a criação do SPAECE-Alfa e expandindo a avaliação do ensino médio para as três séries. O objetivo do PAIC é alfabetizar todos os alunos até o 2º ano do ensino fundamental. Nesse sentido, a criação do SPAECE-Alfa permitiu ao governo monitorar a implementação desta política por meio da avaliação de leitura entre os estudantes dessa etapa escolar em todo o estado.
Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio 13
Gráfi co 1
Número de alunos efetivos no SPAECE e SPAECE-Alfa dos anos de 2012 a 2015
Fonte: CAEd/UFJF
Gráfico 1: Número de alunos efetivos no SPAECE e SPAECE-Alfa dos anos de 2012 a 2015.
647.693 659.669622.566
449.010
200.000
300.000
400.000
500.000
600.000
700.000
800.000
2012 2013* 2014* 2015
2010
2012
2015
Em 2008, o SPAECE aplicou questionários contextuais aos alunos, professores e diretores, com intuito de avaliar o contexto escolar bem como construir indicadores relacionados ao perfi l socioeconômico, experiência e formação profi ssional, práticas pedagógicas e de gestão. A inclusão desses fatores permitiu um melhor conhecimento da rede de ensino, bem como auxiliou a associação entre o desempenho dos estudantes e as variáveis contextuais. Neste ano, também, houve um aumento signifi cativo de alunos avaliados, somando um total de 614.566, o maior número desde o seu início.
Em 2010, o estado incluiu em sua avaliação os alunos da Educação de Jovens e Adultos – EJA do ensino fundamental e ensino médio, permitindo apresentar resultados e indicadores próprios desta modalidade de ensino.
No ano de 2012, além das disciplinas de língua portuguesa e matemática, avaliadas em todos os anos, os testes da 3ª série do ensino médio e do 2º período da EJA ensino médio foram organizados em quatro áreas, em convergência com a proposta da Matriz de Referência do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Nos demais anos, a avaliação continuou a priorizar as disciplinas de língua portuguesa e matemática. Nos anos de 2013 e 2014, além das avaliações censitárias para algumas etapas, houve avaliação amostral em outras.
Em 2015, na 3ª série do ensino médio, foram avaliados apenas os alunos das escolas do 2º ciclo do Programa Ensino Médio Inovador/Jovem de Futuro. Esse fato explica a diminuição do número total de alunos efetivos avaliados pelo SPAECE neste ano, como apresentado no gráfi co 1. Para os anos de 2013 e 2014, foi utilizada a média ponderada de alunos nas etapas com avaliação amostral.
2008
Tabela 1
Percentual de participação dos estudantes EJA no SPAECE
EDIÇÃO EJA Ensino Fundamental - 2º Segmento EJA Ensino Médio - 1º Período
2012 45,9% 49,4%
2013 46,3% 51,3%
2014 41,5% 49,0%
2015 43,4% 54,4%
Fonte: CAEd/UFJF.
As taxas de participação dos alunos nas etapas avaliadas pelo SPAECE estão acima de 75%, tanto
na rede estadual quanto na rede municipal de ensino, o que permite com que os resultados daquele
projeto sejam generalizáveis para o estado. A única exceção ocorre na EJA, cuja taxa de participação
dos estudantes varia de 41% a 54%, como apresentado na tabela 1. Esse é um dado crucial para a rede
estadual, uma vez que indica, ainda, certo grau de desmotivação dos alunos desta modalidade em re-
lação à avaliação.
Tabela 2
Evolução da profi ciência média em língua portuguesa
Ano
2 EF 5 EF 9 EF EJA EF 1 EM EJA EM
Rede Estadual
Rede Municipal
Rede Estadual
Rede Municipal
Rede Estadual
Rede Municipal
Rede Estadual
Rede Estadual
Rede Estadual
2012 148,9 162,1 200,4 200,4 245,8 235,4 202,2 249,9 224,9
2013 151,7 165,2 194,6 200,9 244,5 241,8 201,8 249,2 221,6
2014 157,4 174,5 202,7 207,1 241,1 239,1 200,0 252,5 225,4
2015 160,0 181,4 198,8 210,9 242,4 243,8 197,9 253,4 225,9
Fonte: CAEd/UFJF.
Tabela 3
Evolução da profi ciência média em matemática
Ano
5 EF 9 EF EJA EF 1 EM EJA EM
Rede Estadual Rede Municipal Rede Estadual Rede Municipal Rede Estadual Rede Estadual Rede Estadual
2012 203,7 209,6 247,6 242,0 215,5 251,4 222,4
2013 203,5 210,6 245,1 245,5 207,1 249,9 218,1
2014 208,5 219,0 239,2 241,6 205,3 253,1 221,5
2015 210,0 227,5 240,4 247,3 202,3 255,7 225,3
Fonte: CAEd/UFJF.14 SPAECE 2016
Tabela 1
Percentual de participação dos estudantes EJA no SPAECE
EDIÇÃO EJA Ensino Fundamental - 2º Segmento EJA Ensino Médio - 1º Período
2012 45,9% 49,4%
2013 46,3% 51,3%
2014 41,5% 49,0%
2015 43,4% 54,4%
Fonte: CAEd/UFJF.
As taxas de participação dos alunos nas etapas avaliadas pelo SPAECE estão acima de 75%, tanto
na rede estadual quanto na rede municipal de ensino, o que permite com que os resultados daquele
projeto sejam generalizáveis para o estado. A única exceção ocorre na EJA, cuja taxa de participação
dos estudantes varia de 41% a 54%, como apresentado na tabela 1. Esse é um dado crucial para a rede
estadual, uma vez que indica, ainda, certo grau de desmotivação dos alunos desta modalidade em re-
lação à avaliação.
Tabela 2
Evolução da profi ciência média em língua portuguesa
Ano
2 EF 5 EF 9 EF EJA EF 1 EM EJA EM
Rede Estadual
Rede Municipal
Rede Estadual
Rede Municipal
Rede Estadual
Rede Municipal
Rede Estadual
Rede Estadual
Rede Estadual
2012 148,9 162,1 200,4 200,4 245,8 235,4 202,2 249,9 224,9
2013 151,7 165,2 194,6 200,9 244,5 241,8 201,8 249,2 221,6
2014 157,4 174,5 202,7 207,1 241,1 239,1 200,0 252,5 225,4
2015 160,0 181,4 198,8 210,9 242,4 243,8 197,9 253,4 225,9
Fonte: CAEd/UFJF.
Tabela 3
Evolução da profi ciência média em matemática
Ano
5 EF 9 EF EJA EF 1 EM EJA EM
Rede Estadual Rede Municipal Rede Estadual Rede Municipal Rede Estadual Rede Estadual Rede Estadual
2012 203,7 209,6 247,6 242,0 215,5 251,4 222,4
2013 203,5 210,6 245,1 245,5 207,1 249,9 218,1
2014 208,5 219,0 239,2 241,6 205,3 253,1 221,5
2015 210,0 227,5 240,4 247,3 202,3 255,7 225,3
Fonte: CAEd/UFJF.Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio 15
No que se refere ao desempenho médio dos alunos participantes do SPAECE e SPAECE-Alfa, no decorrer
da série histórica de 2012 a 2015, podemos perceber que, em língua portuguesa, no 2º EF, houve um au-
mento na profi ciência média entre 2012 e 2015, o que fez com que o padrão médio de desempenho nessa
etapa, na rede estadual, passasse de padrão sufi ciente para padrão desejável. Nos demais anos avaliados, a
profi ciência média sofreu oscilações ao longo da série histórica, chegando a diminuir, em 2015, no 5º ano
do ensino fundamental da rede estadual e nos anos fi nais do ensino fundamental da EJA, como demons-
trado na tabela 2.
Em matemática, apesar de algumas etapas apresentarem oscilações em sua profi ciência média no
decorrer da série histórica, no ano de 2015, todas as etapas apresentaram um aumento de sua profi ciência
média, quando comparadas a 2014, exceto os anos fi nais do ensino fundamental da EJA, como apresentado
na tabela 3
Gráfi co 2
Percentual de estudantes por padrão de desempenho no 2º ano do ensino fundamental - Rede estadualGráfico 2: Percentual de estudantes por padrão de desempenho no 2º ano do ensino fundamental -
Rede Estadual.
4%
2%
1%
2%
8%
8%
6%
9%
20%
20%
16%
15%
20%
22%
23%
15%
49%
49%
55%
59%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
2012
2013
2014
2015
Não Alfabetizado Alfabetização Incompleta Intermediário Suficiente Desejável
Fonte: CAEd/UFJF.
Gráfi co 3
Percentual de estudantes por padrão de desempenho no 2º ano do ensino fundamental - Rede municipalGráfico 3: Percentual de estudantes por padrão de desempenho no 2º ano do ensino fundamental -
Redes Municipais.
2%
1%
1%
0%
7%
5%
4%
4%
15%
12%
11%
10%
19%
20%
18%
15%
58%
61%
67%
71%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
2012
2013
2014
2015
Não Alfabetizado Alfabetização Incompleta Intermediário Suficiente Desejável
Fonte: CAEd/UFJF.
Um fator que merece destaque na avaliação da alfabetização – SPAECE-Alfa – é a diminuição do per-
centual de estudantes no padrão não alfabetizado e um aumento signifi cativo de estudantes no padrão
desejável ao longo da série histórica. Esses dados se estendem tanto para a rede estadual quanto para as
rede municipal. O estado conseguiu, em sua avaliação de 2015, inserir todos os seus municípios nos pa-
drões sufi ciente e desejável para esta etapa de avaliação, indo de encontro com a política de alfabetização
na idade certa. Os gráfi cos 2 e 3 apresentam, de forma detalhada, essa informação.
Nas duas outras etapas do ensino fundamental avaliadas pelo SPAECE – 5º e 9º anos, para a disciplina
de língua portuguesa, é perceptível uma oscilação no percentual de estudantes nos padrões muito crítico e
adequado, no que se refere à rede estadual. No entanto, na rede municipal, é possível verifi car um aumento
de estudantes no padrão adequado, tanto no 5º quanto no 9º ano do ensino fundamental, e uma diminui-
ção do percentual de estudantes no padrão muito crítico. Esse resultado demonstra que um número maior
de estudantes está tendo acesso ao aprendizado das habilidades de língua portuguesa previstas para a etapa
na qual estão inseridos.
16 SPAECE 2016
No que se refere ao desempenho médio dos alunos participantes do SPAECE e SPAECE-Alfa, no decorrer
da série histórica de 2012 a 2015, podemos perceber que, em língua portuguesa, no 2º EF, houve um au-
mento na profi ciência média entre 2012 e 2015, o que fez com que o padrão médio de desempenho nessa
etapa, na rede estadual, passasse de padrão sufi ciente para padrão desejável. Nos demais anos avaliados, a
profi ciência média sofreu oscilações ao longo da série histórica, chegando a diminuir, em 2015, no 5º ano
do ensino fundamental da rede estadual e nos anos fi nais do ensino fundamental da EJA, como demons-
trado na tabela 2.
Em matemática, apesar de algumas etapas apresentarem oscilações em sua profi ciência média no
decorrer da série histórica, no ano de 2015, todas as etapas apresentaram um aumento de sua profi ciência
média, quando comparadas a 2014, exceto os anos fi nais do ensino fundamental da EJA, como apresentado
na tabela 3
Gráfi co 2
Percentual de estudantes por padrão de desempenho no 2º ano do ensino fundamental - Rede estadualGráfico 2: Percentual de estudantes por padrão de desempenho no 2º ano do ensino fundamental -
Rede Estadual.
4%
2%
1%
2%
8%
8%
6%
9%
20%
20%
16%
15%
20%
22%
23%
15%
49%
49%
55%
59%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
2012
2013
2014
2015
Não Alfabetizado Alfabetização Incompleta Intermediário Suficiente Desejável
Fonte: CAEd/UFJF.
Gráfi co 3
Percentual de estudantes por padrão de desempenho no 2º ano do ensino fundamental - Rede municipalGráfico 3: Percentual de estudantes por padrão de desempenho no 2º ano do ensino fundamental -
Redes Municipais.
2%
1%
1%
0%
7%
5%
4%
4%
15%
12%
11%
10%
19%
20%
18%
15%
58%
61%
67%
71%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
2012
2013
2014
2015
Não Alfabetizado Alfabetização Incompleta Intermediário Suficiente Desejável
Fonte: CAEd/UFJF.
Um fator que merece destaque na avaliação da alfabetização – SPAECE-Alfa – é a diminuição do per-
centual de estudantes no padrão não alfabetizado e um aumento signifi cativo de estudantes no padrão
desejável ao longo da série histórica. Esses dados se estendem tanto para a rede estadual quanto para as
rede municipal. O estado conseguiu, em sua avaliação de 2015, inserir todos os seus municípios nos pa-
drões sufi ciente e desejável para esta etapa de avaliação, indo de encontro com a política de alfabetização
na idade certa. Os gráfi cos 2 e 3 apresentam, de forma detalhada, essa informação.
Nas duas outras etapas do ensino fundamental avaliadas pelo SPAECE – 5º e 9º anos, para a disciplina
de língua portuguesa, é perceptível uma oscilação no percentual de estudantes nos padrões muito crítico e
adequado, no que se refere à rede estadual. No entanto, na rede municipal, é possível verifi car um aumento
de estudantes no padrão adequado, tanto no 5º quanto no 9º ano do ensino fundamental, e uma diminui-
ção do percentual de estudantes no padrão muito crítico. Esse resultado demonstra que um número maior
de estudantes está tendo acesso ao aprendizado das habilidades de língua portuguesa previstas para a etapa
na qual estão inseridos.
Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio 17
Gráfi co 4
Percentual de estudantes por padrão de desempenho no 5º ano do ensino fundamental - Rede estadual
Gráfico 4: Percentual de estudantes por padrão de desempenho no 5º ano do ensino fundamental -Rede Estadual
4%
6%
6%
3%
27%
33%
25%
31%
42%
36%
36%
38%
28%
26%
33%
28%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
2012
2013
2014
2015
Muito Crítico Crítico Intermediário Adequado
Fonte: CAEd/UFJF.
Gráfi co 5
Percentual de estudantes por padrão de desempenho no 5º ano do ensino fundamental - Rede municipal
Gráfico 5: Percentual de estudantes por padrão de desempenho no 5º ano do ensino fundamental -Redes Municipais.
3%
5%
4%
2%
29%
27%
23%
22%
39%
37%
37%
39%
29%
31%
36%
37%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
2012
2013
2014
2015
Muito Crítico Crítico Intermediário Adequado
Fonte: CAEd/UFJF.
Gráfi co 6
Percentual de estudantes por padrão de desempenho no 9º ano do ensino fundamental - Rede estadual
Gráfico 6: Percentual de estudantes por padrão de desempenho no 9º ano do ensino fundamental -Rede Estadual
16%
18%
18%
19%
36%
34%
38%
38%
37%
37%
33%
32%
11%
11%
10%
11%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
2012
2013
2014
2015
Muito Crítico Crítico Intermediário Adequado
Fonte: CAEd/UFJF.
Gráfi co 7
Percentual de estudantes por padrão de desempenho no 9º ano do ensino fundamental - Rede municipal
Gráfico 7: Percentual de estudantes por padrão de desempenho no 9º ano do ensino fundamental -Redes Municipais.
23%
19%
20%
18%
38%
38%
39%
37%
31%
34%
31%
32%
8%
10%
10%
12%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
2012
2013
2014
2015
Muito Crítico Crítico Intermediário Adequado
Fonte: CAEd/UFJF.
18 SPAECE 2016
Gráfi co 4
Percentual de estudantes por padrão de desempenho no 5º ano do ensino fundamental - Rede estadual
Gráfico 4: Percentual de estudantes por padrão de desempenho no 5º ano do ensino fundamental -Rede Estadual
4%
6%
6%
3%
27%
33%
25%
31%
42%
36%
36%
38%
28%
26%
33%
28%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
2012
2013
2014
2015
Muito Crítico Crítico Intermediário Adequado
Fonte: CAEd/UFJF.
Gráfi co 5
Percentual de estudantes por padrão de desempenho no 5º ano do ensino fundamental - Rede municipal
Gráfico 5: Percentual de estudantes por padrão de desempenho no 5º ano do ensino fundamental -Redes Municipais.
3%
5%
4%
2%
29%
27%
23%
22%
39%
37%
37%
39%
29%
31%
36%
37%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
2012
2013
2014
2015
Muito Crítico Crítico Intermediário Adequado
Fonte: CAEd/UFJF.
Gráfi co 6
Percentual de estudantes por padrão de desempenho no 9º ano do ensino fundamental - Rede estadual
Gráfico 6: Percentual de estudantes por padrão de desempenho no 9º ano do ensino fundamental -Rede Estadual
16%
18%
18%
19%
36%
34%
38%
38%
37%
37%
33%
32%
11%
11%
10%
11%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
2012
2013
2014
2015
Muito Crítico Crítico Intermediário Adequado
Fonte: CAEd/UFJF.
Gráfi co 7
Percentual de estudantes por padrão de desempenho no 9º ano do ensino fundamental - Rede municipal
Gráfico 7: Percentual de estudantes por padrão de desempenho no 9º ano do ensino fundamental -Redes Municipais.
23%
19%
20%
18%
38%
38%
39%
37%
31%
34%
31%
32%
8%
10%
10%
12%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
2012
2013
2014
2015
Muito Crítico Crítico Intermediário Adequado
Fonte: CAEd/UFJF.
Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio 19
Além dos dados produzidos pelo SPAECE, apresentar outros indicadores do estado advindos de fontes
externas nos permite contextualizar os resultados e compreendê-los de forma mais clara. O gráfi co 8, por
exemplo, nos permite verifi car o número de matrículas da rede estadual durante os anos de 2010 a 2015,
nos anos iniciais e fi nais do ensino fundamental e no ensino médio. Como podemos perceber, existe um
número maior de estudantes matriculados no ensino médio e um número menor de estudantes matricu-
lados no ensino fundamental na rede estadual. Esse dado é resultado do processo de municipalização do
ensino fundamental e de estadualização do ensino médio, que ocorreu no início dos anos 2000. Esse é um
fator importante de contextualização, uma vez que a análise dos resultados do ensino fundamental da rede
estadual deve ser realizada tendo em vista o menor número de estudantes avaliados nessa rede.
Gráfi co 8
Número de matrículas da rede estadual do CearáGráfico 8: Número de matrículas da rede estadual do Ceará.
6.381 5.703 4.813 4.901 3.772 3.666
90.153 80.963 68.767 61.789
48.071 40.116
359.670 361.733 354.949 349.886 340.894329.136
0
50.000
100.000
150.000
200.000
250.000
300.000
350.000
400.000
2010 2011 2012 2013 2014 2015
Anos Iniciais Anos Finais Ensino Médio
Fonte: Inep/MEC.
A taxa de aprovação das redes de ensino é outro dado importante para as escolas, uma vez que essa taxa
é utilizada para a construção do indicador de fl uxo e também para o cálculo do IDEB. A taxa de aprovação
nos anos iniciais do ensino fundamental é maior em ambas as redes de ensino, no entanto, em 2015, na rede
estadual, essa taxa sofreu uma queda de 3,9 pontos, chegando a 88,2%, como mostra o gráfi co 9. Na rede
municipal, por outro lado, a taxa de aprovação dos anos iniciais e fi nais do ensino fundamental apresentou
uma progressão ao longo da série histórica avaliada, chegando em 2015, a 95,4% nos anos iniciais e 89,6%
nos anos fi nais – gráfi co 10.
Gráfi co 9
Taxa de aprovação - Rede estadualGráfico 9: Taxa de aprovação - Rede Estadual
85,787,1
89,390,7
92,1
88,2
83,3
81,182,8
83,584,3
84,2
80,5 80,181,8
83,2 83,7
84,4
70,0
75,0
80,0
85,0
90,0
95,0
100,0
2010 2011 2012 2013 2014 2015
Anos Iniciais Anos Finais Ensino Médio
Fonte: Inep/MEC.
Gráfi co 10
Taxa de aprovação - Rede municipalGráfico 10: Taxa de aprovação - Redes Municipais
89,391,0
92,1
94,3 94,395,4
84,885,9 86,3
87,7 88,289,6
70,0
75,0
80,0
85,0
90,0
95,0
100,0
2010 2011 2012 2013 2014 2015
Anos Iniciais Anos Finais
Fonte: Inep/MEC.
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) é o principal indicador da qualidade do ensino
básico no Brasil e permite avaliar em que medida o estado atinge as metas projetadas por esse índice, ou o
quanto ainda precisa evoluir em termos de rendimento e fl uxo. Como mostra o gráfi co 11, a rede estadual do
Ceará ultrapassou a meta projetada para 2015, nos anos iniciais e fi nais do ensino fundamental. No entanto,
para o ensino médio, o IDEB apresentado pela rede foi 0,5 ponto abaixo do previsto para aquela etapa.
20 SPAECE 2016
Além dos dados produzidos pelo SPAECE, apresentar outros indicadores do estado advindos de fontes
externas nos permite contextualizar os resultados e compreendê-los de forma mais clara. O gráfi co 8, por
exemplo, nos permite verifi car o número de matrículas da rede estadual durante os anos de 2010 a 2015,
nos anos iniciais e fi nais do ensino fundamental e no ensino médio. Como podemos perceber, existe um
número maior de estudantes matriculados no ensino médio e um número menor de estudantes matricu-
lados no ensino fundamental na rede estadual. Esse dado é resultado do processo de municipalização do
ensino fundamental e de estadualização do ensino médio, que ocorreu no início dos anos 2000. Esse é um
fator importante de contextualização, uma vez que a análise dos resultados do ensino fundamental da rede
estadual deve ser realizada tendo em vista o menor número de estudantes avaliados nessa rede.
Gráfi co 8
Número de matrículas da rede estadual do CearáGráfico 8: Número de matrículas da rede estadual do Ceará.
6.381 5.703 4.813 4.901 3.772 3.666
90.153 80.963 68.767 61.789
48.071 40.116
359.670 361.733 354.949 349.886 340.894329.136
0
50.000
100.000
150.000
200.000
250.000
300.000
350.000
400.000
2010 2011 2012 2013 2014 2015
Anos Iniciais Anos Finais Ensino Médio
Fonte: Inep/MEC.
A taxa de aprovação das redes de ensino é outro dado importante para as escolas, uma vez que essa taxa
é utilizada para a construção do indicador de fl uxo e também para o cálculo do IDEB. A taxa de aprovação
nos anos iniciais do ensino fundamental é maior em ambas as redes de ensino, no entanto, em 2015, na rede
estadual, essa taxa sofreu uma queda de 3,9 pontos, chegando a 88,2%, como mostra o gráfi co 9. Na rede
municipal, por outro lado, a taxa de aprovação dos anos iniciais e fi nais do ensino fundamental apresentou
uma progressão ao longo da série histórica avaliada, chegando em 2015, a 95,4% nos anos iniciais e 89,6%
nos anos fi nais – gráfi co 10.
Gráfi co 9
Taxa de aprovação - Rede estadualGráfico 9: Taxa de aprovação - Rede Estadual
85,787,1
89,390,7
92,1
88,2
83,3
81,182,8
83,584,3
84,2
80,5 80,181,8
83,2 83,7
84,4
70,0
75,0
80,0
85,0
90,0
95,0
100,0
2010 2011 2012 2013 2014 2015
Anos Iniciais Anos Finais Ensino Médio
Fonte: Inep/MEC.
Gráfi co 10
Taxa de aprovação - Rede municipalGráfico 10: Taxa de aprovação - Redes Municipais
89,391,0
92,1
94,3 94,395,4
84,885,9 86,3
87,7 88,289,6
70,0
75,0
80,0
85,0
90,0
95,0
100,0
2010 2011 2012 2013 2014 2015
Anos Iniciais Anos Finais
Fonte: Inep/MEC.
O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) é o principal indicador da qualidade do ensino
básico no Brasil e permite avaliar em que medida o estado atinge as metas projetadas por esse índice, ou o
quanto ainda precisa evoluir em termos de rendimento e fl uxo. Como mostra o gráfi co 11, a rede estadual do
Ceará ultrapassou a meta projetada para 2015, nos anos iniciais e fi nais do ensino fundamental. No entanto,
para o ensino médio, o IDEB apresentado pela rede foi 0,5 ponto abaixo do previsto para aquela etapa.
Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio 21
Gráfi co 11
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica da rede estadual do CearáGráfico 11: Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB - da rede estadual do Ceará
4,6
4,0 3,9
5,8
4,2
3,4
0
1
2
3
4
5
6
7
Anos Iniciais Anos Finais Ensino Médio
Projeção IDEB
Fonte: Inep/MEC.
Por fi m, conhecer o perfi l dos atores que compõem a rede nos auxilia a pensar em estratégias para o
desenvolvimento da aprendizagem e do desempenho dos alunos. Nesse sentido, conhecer um pouco das
características dos professores, como sua escolaridade e experiência, pode contribuir para uma melhor inter-
pretação dos resultados. De acordo com os dados sobre o nível de escolarização dos professores, observamos
que, na rede estadual, a grande maioria dos professores disse possuir Ensino Superior – Licenciatura, sendo
47% em Língua Portuguesa e 40% em Matemática. Além disso, 10% disseram ter Ensino Superior em Licencia-
tura em outra área ou outro curso superior. Já na rede municipaL, o nível de escolarização apresentado pelos
professores é diferente. A primeira diferença é observada pelo percentual signifi cativamente maior – 33% – de
professores com titulação de Ensino Superior – Pedagogia ou Normal Superior. Professores com Ensino Médio
– Magistério, Ensino Médio Regular e Ensino Fundamental somam 11%, enquanto que na Rede Estadual esse
valor é de 1%. Professores com Ensino Superior – Licenciatura em Língua Portuguesa e Matemática represen-
tam 22% e 12% do total, respectivamente. Por fi m, 22% dos professores disseram ter Ensino Superior – Licen-
ciatura em outras áreas ou Ensino Superior – outros, como apresentado no gráfi co 12.
Gráfi co 12
Nível de escolaridade dos professores das redes estadual e municipalGráfico 12: Nível de escolaridade dos professores das redes estadual e municipais.
1%1%6%4%
2%
33%47%
22%
40% 12%
5%
15%
5% 7%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Estadual Municipal
Ensino Superior - outros.
Ensino Superior - Licenciatura em outraárea.
Ensino Superior - LicenciaturaMatemática.
Ensino Superior - Licenciatura emLíngua Portuguesa.
Ensino Superior - Pedagogia ou NormalSuperior.
Ensino Médio - Magistério.
Ensino Médio - Regular.
Ensino Fundamental.
Fonte: CAEd/UFJF.
Outra característica importante dos professores diz respeito ao tempo de experiência em docência. Na
rede estadual, a maioria dos professores – 55% – disse ter entre 1 e 10 anos de atuação docente e 56% dos
professores lecionam entre 1 e 5 anos na escola avaliada. Já na rede municipal, a maioria dos professores –
45% – disse ter entre 11 e 20 anos de atuação docente e 52% dos professores lecionam na escola há menos
de 5 anos.
Gráfi co 13
Tempo de experiência em docência dos professoresGráfico 13: Tempo de experiência em docência dos professores.
1% 4%11% 15%
26%15%
56%37%
29%
17%
20%
18%19%
20%
8%
13%
15%
25%
4%
10%
10%18%
1%7%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Estadual Municipal Estadual Municipal
Experiência total Experiência na escola
Há mais de 21 anos.
Entre 16 e 20 anos.
Entre 11 e 15 anos.
Entre 6 e 10 anos.
Entre 1 e 5 anos.
Há menos de 1 ano.
Fonte: CAEd/UFJF.
22 SPAECE 2016
Gráfi co 11
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica da rede estadual do CearáGráfico 11: Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB - da rede estadual do Ceará
4,6
4,0 3,9
5,8
4,2
3,4
0
1
2
3
4
5
6
7
Anos Iniciais Anos Finais Ensino Médio
Projeção IDEB
Fonte: Inep/MEC.
Por fi m, conhecer o perfi l dos atores que compõem a rede nos auxilia a pensar em estratégias para o
desenvolvimento da aprendizagem e do desempenho dos alunos. Nesse sentido, conhecer um pouco das
características dos professores, como sua escolaridade e experiência, pode contribuir para uma melhor inter-
pretação dos resultados. De acordo com os dados sobre o nível de escolarização dos professores, observamos
que, na rede estadual, a grande maioria dos professores disse possuir Ensino Superior – Licenciatura, sendo
47% em Língua Portuguesa e 40% em Matemática. Além disso, 10% disseram ter Ensino Superior em Licencia-
tura em outra área ou outro curso superior. Já na rede municipaL, o nível de escolarização apresentado pelos
professores é diferente. A primeira diferença é observada pelo percentual signifi cativamente maior – 33% – de
professores com titulação de Ensino Superior – Pedagogia ou Normal Superior. Professores com Ensino Médio
– Magistério, Ensino Médio Regular e Ensino Fundamental somam 11%, enquanto que na Rede Estadual esse
valor é de 1%. Professores com Ensino Superior – Licenciatura em Língua Portuguesa e Matemática represen-
tam 22% e 12% do total, respectivamente. Por fi m, 22% dos professores disseram ter Ensino Superior – Licen-
ciatura em outras áreas ou Ensino Superior – outros, como apresentado no gráfi co 12.
Gráfi co 12
Nível de escolaridade dos professores das redes estadual e municipalGráfico 12: Nível de escolaridade dos professores das redes estadual e municipais.
1%1%6%4%
2%
33%47%
22%
40% 12%
5%
15%
5% 7%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Estadual Municipal
Ensino Superior - outros.
Ensino Superior - Licenciatura em outraárea.
Ensino Superior - LicenciaturaMatemática.
Ensino Superior - Licenciatura emLíngua Portuguesa.
Ensino Superior - Pedagogia ou NormalSuperior.
Ensino Médio - Magistério.
Ensino Médio - Regular.
Ensino Fundamental.
Fonte: CAEd/UFJF.
Outra característica importante dos professores diz respeito ao tempo de experiência em docência. Na
rede estadual, a maioria dos professores – 55% – disse ter entre 1 e 10 anos de atuação docente e 56% dos
professores lecionam entre 1 e 5 anos na escola avaliada. Já na rede municipal, a maioria dos professores –
45% – disse ter entre 11 e 20 anos de atuação docente e 52% dos professores lecionam na escola há menos
de 5 anos.
Gráfi co 13
Tempo de experiência em docência dos professoresGráfico 13: Tempo de experiência em docência dos professores.
1% 4%11% 15%
26%15%
56%37%
29%
17%
20%
18%19%
20%
8%
13%
15%
25%
4%
10%
10%18%
1%7%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Estadual Municipal Estadual Municipal
Experiência total Experiência na escola
Há mais de 21 anos.
Entre 16 e 20 anos.
Entre 11 e 15 anos.
Entre 6 e 10 anos.
Entre 1 e 5 anos.
Há menos de 1 ano.
Fonte: CAEd/UFJF.
Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio 23
Os dados sintetizados até aqui permitem uma
visão abrangente acerca dos principais resultados
do SPAECE e SPAECE-Alfa e auxiliam no levanta-
mento de informações importantes e necessárias
para o planejamento de ações em nível de gestão
e em nível de unidade escolar. No entanto, apesar
desses dados auxiliarem os educadores e pode-
rem se tornar uma ferramenta estratégica, eles,
por si só, não esgotam a infi nidade de fatores que
estão associados ao desempenho do aluno e que
podem auxiliar na busca de uma educação equâ-
nime e de qualidade. Portanto, investir na refl exão
e compreensão acerca dos demais resultados da
avaliação contribui de forma signifi cativa para a
construção da aprendizagem e para a melhora do
sistema educacional.
24 SPAECE 2016
Os resultados alcançados em 2016resultados
Professor, os resultados alcançados pela sua esco-
la na avaliação de Língua Portuguesa do SPAECE
2016 estão disponíveis em www.spaece.caedufjf.net.
É importante que você leia, analise e compreenda as
informações.
Entretanto, você não deve parar por aqui. É im-
prescindível que toda a escola seja envolvida na
discussão desses dados. Acreditamos que a escola
capaz de fazer a diferença é, também, aquela que
consegue garantir a aprendizagem dos seus estu-
dantes, interpretando, analisando e utilizando as
informações da avaliação educacional – externa e
interna –, com vistas à melhoria permanente dos re-
sultados.
Nesta seção ,você encontra um roteiro de leitu-
ra e interpretação das informações disponíveis. Nos
Resultados por escola, são apresentados os dados
de proficiência média, a distribuição dos estudantes
pelos padrões de desempenho e a participação. Nos
Resultados por Aluno, estão dispostos os percen-
tuais de acerto em relação às habilidades avaliadas
nos testes. Cada tipo de resultado conta com roteiro
específico.
Além disso, é disponibilizado um indicador de
qualidade, o IDE – Índice de Desempenho Escolar,
que apresenta resultados sintéticos específicos para
cada escola, permitindo traçar metas de qualidade..
O que é o IDE?
O Índice de Desempenho Escolar (IDE) é um indicador que reúne três ele-
mentos importantes para a qualidade da educação: a proficiência obtida pela
escola no SPAECE 2016 convertida para uma escala de 0 a 10, a taxa de parti-
cipação na avaliação e o fator de ajuste para universalização do aprendizado.
Conforme consta no Anexo único do Decreto Nº 32.079, de 09 de novem-
bro de 2016, “O Índice de Desempenho Escolar (IDE) foi desenvolvido a partir
da necessidade de expressar de maneira clara o desempenho de cada escola
nas avaliações do SPAECE. Assim, para se alcançar um entendimento amplo,
optou-se por uma escala de 0 a 10, mais familiar, e de fácil compreensão. Des-
sa forma, surgem os índices, o IDE-Alfa o IDE-5 e o IDE-9.
· O IDE-Alfa busca representar o desempenho de cada escola com relação
ao seu processo de alfabetização. O seu cálculo está vinculado aos resultados
das avaliações do SPAECE-Alfa.
· O IDE-5 e o IDE-9 expressam os resultados alcançados, respectivamente,
nas avaliações de Língua Portuguesa e Matemática realizadas no 5º e 9º anos
do ensino fundamental”.
As orientações para cálculo do IDE-Alfa, IDE-5 e IDE-9 encontram-se no anexo único do Decreto Nº 32.079, de 09 de novembro de 2016.
Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio 25
26 SPAECE 2016
Roteiros de leitura e análise de resultados
Com o intuito de ajudá-lo no processo de leitu-
ra e análise dos resultados, sugerimos dois roteiros
com orientações, passo a passo, de como deve ser
feita a leitura e a interpretação dos resultados do
SPAECE 2016, em cada etapa de escolaridade ava-
liada. Para isso, você deve reproduzir as atividades
para cada uma das etapas.
Para aprofundar as reflexões acerca dos resul-
tados da avaliação em larga escala, é importante,
ainda, consultar o Glossário da Avaliação em Lar-
ga Escala, disponível em www.spaece.caedufjf.net,
bem como os padrões e níveis de desempenho es-
tudantil, os quais descrevem, pedagogicamente, o
significado das médias alcançadas pelos estudan-
tes das redes estadual e municipal do Ceará que
participaram do SPAECE 2016. Essas descrições
estão disponíveis na seção Padrões e níveis de de-
sempenho deste boletim e ilustradas com itens re-
presentativos de cada nível.
Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio 27
Proficiência alcançada pela escola nas três últimas edições do SPAECE em Língua Portuguesa.
Essa é a primeira informação sobre o desem-
penho dos estudantes de sua escola: a média de
proficiência1 alcançada pela escola nas três últimas
edições do SPAECE, na disciplina Língua Portugue-
sa, em cada etapa avaliada. A observação da mé-
dia nos ajuda a verificar a melhoria da qualidade da
educação ofertada, a partir da evolução do desem-
penho da escola ao longo do tempo.
1 A média de proficiência da escola é o valor da média aritmética das proficiências alcançadas pelos estudantes da escola, no teste.
O termo proficiência refere-se ao conhecimento ou à aptidão que os
alunos demonstram ter em relação a um determinado conteúdo de uma disciplina
avaliada pelos testes cognitivos.
Este primeiro roteiro orienta a leitura e interpretação dos resultados gerais da sua escola: proficiência, distribuição percentual dos estudantes pelos padrões de desempenho e participação.
1
28 SPAECE 2016
Observe, na página de resultados, as proficiências alcançadas pelos estudantes nas três últimas
edições do SPAECE, em uma determinada etapa, e preencha o quadro a seguir.
EDIÇÃO PROFICIÊNCIA ANÁLISE
2014 Qual é o comportamento da média de proficiência da sua escola, ao longo dos anos?
( ) Está aumentando
( ) Está estável
( ) Está diminuindo
OBS.:
2015
2016
Com seus colegas professores e com a equipe pedagógica, levante algumas hipóteses sobre a
evolução dos resultados da sua escola ao longo do tempo. Registre o que vocês discutiram. Isso
pode ajudá-los na apropriação das informações fornecidas pelos resultados do SPAECE.
Repita o processo para todas as etapas avaliadas.
ATIVIDADE 1
Distribuição percentual dos estudantes pelos padrões de desempenho nas três últimas edições do SPAECE.
Depois de observar a proficiência da escola,
vamos verificar como os estudantes estão distri-
buídos pelos padrões de desempenho. De acordo
com a proficiência alcançada no teste, o estudan-
te demonstra um determinado perfil ou padrão de
desempenho, ou seja, quanto maior a proficiência
do estudante, mais elevado é o seu padrão de de-
sempenho.
Entretanto, em uma turma ou em uma escola,
os estudantes apresentam diferentes padrões de
desempenho. Sendo assim, a escola deve trabalhar
para que haja menos estudantes nos padrões mais
baixos, aumentando o percentual de estudantes
nos padrões mais elevados, pois almejamos uma
educação que seja de qualidade e para todos. Por
isso, essa análise é tão importante, professor. Ela
lhe dará informações fundamentais para o seu
planejamento, para a construção permanente do
projeto político-pedagógico e para a definição de
metas, estratégias e metodologias adequadas às
necessidades dos seus alunos.
Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio 29
Observe o gráfico da página de resultados e preencha o quadro abaixo com o percentual de
estudantes que se encontra em cada um dos padrões de desempenho. Em seguida, acrescente o
número absoluto de estudantes, na edição de 2016, em cada padrão2.
EDIÇÃO MUITO CRÍTICO CRÍTICO INTERMEDIÁRIO ADEQUADO
2014
2015
2016% de alunos Nº alunos % de alunos Nº alunos % de alunos Nº alunos % de alunos Nº alunos
C Os percentuais de estudantes nos padrões mais baixos têm diminuído, aumentado ou man-
tiveram-se estáveis ao longo do tempo?
C Qual é o padrão em que se encontra o maior número de estudantes?
C Observando o percentual de estudantes em cada padrão de desempenho, é possível dizer
que os estudantes da sua escola apresentaram:
( ) Melhora gradativa
( ) Estabilidade no desempenho
( ) Queda no desempenho
C Junto com seus colegas e equipe pedagógica, levante possíveis hipóteses para esses resul-
tados.
C Que estratégias podem ser utilizadas para aqueles estudantes que estão nos padrões mais
baixos?
Esse exercício é importante para que as ações sejam bem direcionadas e possam ajudar os
estudantes a desenvolverem as competências necessárias, a fim de que tenham seu direito
de aprendizagem garantido.
2 Para encontrar o número absoluto de alunos, em cada padrão, pode ser feito um cálculo utilizando regra de três, considerando o total de alunos que realizou o teste. Exemplo: Alunos avaliados: 80; percentual de alunos no Crítico: 20%; total de alunos nesse padrão: 16.
ATIVIDADE 2
30 SPAECE 2016
Dados de participação nas avaliações do SPAECE nas três últimas edições.
Depois de observar o desempenho alcançado
pelos estudantes da sua escola, é hora de verificar
como foi a participação no teste. O indicador de
participação revela o nível de adesão à avaliação e
é uma informação muito importante para que os
resultados alcançados possam ser generalizados.
Ou seja, quanto maior for a participação dos estu-
dantes nos testes, mais consistente é o resultado
de desempenho alcançado. Consideramos como
percentual mínimo para a generalização dos resul-
tados da escola uma participação acima de 75%.
Na página de resultados, localize o percentual de participação dos estudantes da sua escola,
para a etapa de escolaridade que você está analisando.
EDIÇÃO PARTICIPAÇÃO ANÁLISE
2014
Ao longo do tempo a participação
( ) cresceu;
( ) ficou estável;
( ) diminuiu.
Levante hipóteses para o atual índice de participação da escola, em relação aos anos anteriores.
Caso a participação em 2016 não tenha correspondido às expectativas, o que pode ser feito para aumentá-la no próximo ciclo do SPAECE?
Um ponto importante nessa atividade é comparar a participação dos estudantes no dia da aplicação do teste e a sua frequência às aulas.
2015
2016
Depois que você já identificou e refletiu um pouco sobre os resultados alcançados por sua
escola, é hora de transportá-los para a escala de proficiência e interpretá-los, pedagogica-
mente.
ATIVIDADE 3
Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio 31
Escala de Proficiência de Língua Portuguesa
* As habilidades relativas a essas competências não são avaliadas nesta etapa de escolaridade.
A gradação das cores indica a complexidade da tarefa.
Muito Crítico
Crítico
Intermediário
Adequado
COMPETÊNCIAS DESCRITORES 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
9EF 3EM
Identifica letras * * Reconhece convenções gráficas * * Manifesta consciência fonológica * * Lê palavras * * Localiza informação D1 D1 Identifica tema D5 D5 Realiza inferência D2, D3, D4, D19, D20, D21 e D22 D2, D3, D4, D19, D20, D21 e D22 Identifica gênero, função e destinatário de um texto
D9 e D10 D9 e D10 Estabelece relações lógico-discursivas D7, D14 e D17 D7, D14, D17 e D18 Identifica elementos de um texto narrativo D11 D11 Estabelece relações entre textos D13 D13 Distingue posicionamentos D6 e D12 D6, D12, D15 e D16 Identifica marcas linguísticas D23 D23
PADRÕES DE DESEMPENHO - 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL '
PADRÕES DE DESEMPENHO - ENSINO MÉDIO E EJA ENSINO MÉDIO
DOMÍNIOS
Apropriação do sistema da
escrita
Estratégias de leitura
Processamento do texto
32 SPAECE 2016
COMPETÊNCIAS DESCRITORES 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
9EF 3EM
Identifica letras * * Reconhece convenções gráficas * * Manifesta consciência fonológica * * Lê palavras * * Localiza informação D1 D1 Identifica tema D5 D5 Realiza inferência D2, D3, D4, D19, D20, D21 e D22 D2, D3, D4, D19, D20, D21 e D22 Identifica gênero, função e destinatário de um texto
D9 e D10 D9 e D10 Estabelece relações lógico-discursivas D7, D14 e D17 D7, D14, D17 e D18 Identifica elementos de um texto narrativo D11 D11 Estabelece relações entre textos D13 D13 Distingue posicionamentos D6 e D12 D6, D12, D15 e D16 Identifica marcas linguísticas D23 D23
PADRÕES DE DESEMPENHO - 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL '
PADRÕES DE DESEMPENHO - ENSINO MÉDIO E EJA ENSINO MÉDIO
DOMÍNIOS
Apropriação do sistema da
escrita
Estratégias de leitura
Processamento do texto
Como o desempenho é apresentado em ordem crescente e cumulativa, os estudantes posicionados em um nível mais alto da escala demonstram ter desenvolvido não só as habilidades do nível em que se encontram, mas também, provavelmente, aquelas habilidades dos níveis anteriores. A gradação de cores – que vai do amarelo claro ao vermelho
– também nos indica o grau de complexidade e o nível de desenvolvimento dessas habilidades. Pedagogicamente falando, cada nível da escala corresponde a diferentes características de aprendizagem: quanto maior o nível (posição) na escala, maior a probabilidade de desenvolvimento e consolidação da aprendizagem.
A escala de proficiência é uma espécie de régua na qual os resultados alcançados nas avaliações em larga escala são apresentados. Os valores obtidos nos testes são ordenados e categorizados em intervalos ou faixas que indicam o grau de desenvolvimento das habilidades para os estudantes que alcançaram determinado nível de desempenho.
Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio 33
Trace uma linha correspondente à proficiência da sua escola sobre a escala, no ponto em que
está localizada a média de 2016. Depois de traçar essa linha, responda:
C Em qual padrão de desempenho se encontra a média da sua escola nesse ano?
C De acordo com as médias dos anos anteriores, a escola manteve-se no mesmo padrão ou
houve mudança? Caso tenha ocorrido mudança, ela avançou nos padrões ou retrocedeu?
C Observe as competências relacionadas à esquerda da escala de proficiência. De acordo
com a média da sua escola, registre sobre o desenvolvimento de cada uma das competên-
cias avaliadas – é importante observar o que já foi consolidado, o que ainda não foi e o que
está em processo de desenvolvimento. Para isso, observe a explicação sobre as caracterís-
ticas da escala de proficiência, em destaque.
Você encontra a escala de proficiência interativa no endereço www.spaece.caedufjf.net.
Nela você pode fazer vários exercícios com diferentes resultados e verificar os padrões de
desempenho, de acordo com cada resultado. Além disso, estão disponíveis também exem-
plos de itens de acordo com cada nível.
ATIVIDADE 4
Outra interpretação pedagógica dos resultados é identificar as habilidades desenvolvidas, ou
não, pelos grupos de estudantes, de acordo com o padrão de desempenho em que se encontram.
Para isso, volte à Atividade 2 e copie o número de alunos encontrados. Em seguida, vá à seção Pa-
drões e Níveis de Desempenho e registre, em cada padrão, as habilidades desenvolvidas por cada
grupo de estudantes.
MUITO CRÍTICO CRÍTICO INTERMEDIÁRIO ADEQUADO
Nº de estudantes
Habilidades desenvolvidas
C Quais são as diferenças significativas no desenvolvimento das habilidades entre os estudantes
desta etapa de escolaridade? Para responder a essa pergunta, você precisa comparar o que
os estudantes de padrões mais avançados desenvolveram em relação aos estudantes aloca-
dos nos padrões mais baixos. Registre e discuta com seus colegas sobre suas constatações.
ATIVIDADE 5
34 SPAECE 2016
ALGUMAS DICAS SOBRE O USO DOS RESULTADOS
Comparar os resultados da sua escola ao longo dos anos, para a mesma etapa de escolaridade. Interpretar os resultados como dados
longitudinais.
Comparar os resultados das diferentes disciplinas.
Tomar a média de proficiência de maneira isolada, sem analisá-la com a
ajuda da escala.
Comparar os resultados das diferentes etapas de escolaridade, com a mesma escala de proficiência, para uma mesma disciplina avaliada.
Analisar os resultados a partir da leitura da escala de proficiência, observando o significado pedagógico da média, tendo em vista o desenvolvimento de habilidades e competências.
O QUE FAZER COM OS DADOS
O QUE NÃO FAZER COM OS DADOS
MÉDIAS DE PROFICIÊNCIA
Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio 35
Identificar, em cada disciplina e etapa, os alunos que têm apresentado maiores dificuldades de aprendizagem.
Reconhecer que a cada padrão correspondem níveis diferentes de aprendizagem e usar essa informação para o planejamento pedagógico.
Acompanhar, ao longo do tempo, se a escola tem tido resultados semelhantes para cada etapa e disciplina.
Entender que, quando os estudantes melhoram sua proficiência, eles necessariamente avançam nos
padrões de desempenho.
Entender que os alunos que se encontram no padrão mais baixo não
são capazes de aprender.
Entender que os alunos que se encontram em um padrão de
desempenho em uma disciplina se encontram no mesmo padrão em
outra.
Entender que os alunos que se encontram no padrão mais avançado não necessitam de atenção por parte
do professor e da escola.
Entender que os padrões de desempenho são os mesmos para
todas as etapas e disciplinas avaliadas.
PADRÕES DE DESEMPENHO
36 SPAECE 2016
Acompanhar a participação dos estudantes nos testes, de modo a buscar a maior participação possível.
Entender que a participação nos testes mensura a garantia do aluno de ser avaliado, decorrência de seu direito de aprender.
Acreditar que, uma vez que a participação já esteja elevada, não é preciso realizar nenhuma ação para
que o percentual aumente ainda mais.
PARTICIPAÇÃO
Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio 37
DADOS CONTEXTUAIS
Compreender que as condições socioeconômicas dos estudantes afetam seu desempenho escolar.
Planejar ações pedagógicas e de gestão na escola com base nos resultados.
Reconhecer que as escolas desempenham importante papel na aprendizagem dos estudantes, a despeito de suas origens sociais.
Monitorar os resultados da escola ao longo do tempo a partir do alcance de metas.
Atribuir a dificuldade na melhoria dos resultados apenas à ação de professores e diretores.
Comparar os resultados com os de outras escolas, sem observar dados de contexto.
Atribuir apenas às condições socioeconômicas o resultado da
aprendizagem dos alunos.
METAS
ISE
38 SPAECE 2016
Este é o segundo roteiro que completa as orientações para leitura e interpretação dos resultados da sua escola. Além dos resultados gerais vistos até agora, você tem acesso também aos resultados de cada turma da escola no endereço www.spaece.caedufjf.net.
2
Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio 39
Percentual de acerto nas habilidades avaliadas pelo SPAECE 2016
Para cada turma, são apresentados o percentuais de acerto por habilidade com base na Teoria Clássi-
ca dos Testes (TCT). É importante conhecer e refletir sobre esses dados.
Depois de conhecer e refletir sobre a proficiência, o padrão de desempenho e a participação
de sua escola, é hora de analisar as habilidades avaliadas no SPAECE 2016 e verificar quais apre-
sentaram maiores dificuldades para os alunos. Analise o desempenho de cada turma: há grandes
diferenças entre elas?
C Identifique, em cada turma, os descritores que tiveram menos de 50% de acerto e registre
nos quadros das páginas seguintes.
C Relacione a habilidade descrita e escreva, na frente de cada turma, o percentual de acerto
referente a ela3 .
C No portal da avaliação, observe quantos itens cada estudante acertou em relação a cada
descritor/habilidade. Observe em quais habilidades o estudante não obteve nenhum acerto.
3 Caso seja necessário, reproduza os quadros e faça a atividade contemplando todos as habilidades que tiveram menos de 50% de acerto.
ATIVIDADE
40 SPAECE 2016
TURMA DESCRIÇÃO DA HABILIDADE PERCENTUAL DE ACERTO
TURMA DESCRIÇÃO DA HABILIDADE PERCENTUAL DE ACERTO
TURMA DESCRIÇÃO DA HABILIDADE PERCENTUAL DE ACERTO
TURMA DESCRIÇÃO DA HABILIDADE PERCENTUAL DE ACERTO
TURMA DESCRIÇÃO DA HABILIDADE PERCENTUAL DE ACERTO
TURMA DESCRIÇÃO DA HABILIDADE PERCENTUAL DE ACERTO
Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio 41
TURMA DESCRIÇÃO DA HABILIDADE PERCENTUAL DE ACERTO
TURMA DESCRIÇÃO DA HABILIDADE PERCENTUAL DE ACERTO
TURMA DESCRIÇÃO DA HABILIDADE PERCENTUAL DE ACERTO
TURMA DESCRIÇÃO DA HABILIDADE PERCENTUAL DE ACERTO
TURMA DESCRIÇÃO DA HABILIDADE PERCENTUAL DE ACERTO
TURMA DESCRIÇÃO DA HABILIDADE PERCENTUAL DE ACERTO
Padrões e níveis de desempenho
Para caracterizar o desenvolvimento de habilida-
des e competências, são definidos padrões de
desempenho estudantil. A partir deles, você, profes-
sor, pode enriquecer sua prática docente e organi-
zar melhor as intervenções pedagógicas, seja de re-
cuperação, reforço ou aprofundamento, de acordo
com o perfil cognitivo dos estudantes identificado
pela avaliação.
Esta seção contém informações sobre os níveis
de proficiência e as habilidades e competências alo-
cadas em intervalos menores da escala. Um conjun-
to de níveis constitui um padrão de desempenho.
Esses níveis fornecem mais detalhamento sobre
a aprendizagem. Além disso, apresentamos tam-
bém um item exemplar para cada nível. Esse item
corresponde à avaliação de uma das habilidades
compreendidas nesse intervalo. As descrições das
habilidades relativas aos níveis de desempenho de
Língua Portuguesa estão de acordo com a descri-
ção pedagógica apresentada pelo Inep, nas Devo-
lutivas Pedagógicas da Prova Brasil, e pelo CAEd, na
análise dos resultados do SPAECE 2016.
/// Muito Crítico
Padrão de desempenho muito abaixo do mínimo esperado para a etapa de escolaridade e área do conhecimento avaliadas. Para os alunos que se encontram neste padrão, deve ser dada atenção especial, exigindo uma ação pedagógica intensiva por parte da instituição escolar.
/// Crítico
Padrão de desempenho considerado básico para a etapa e área de conhecimento avaliadas. Os alunos que se encontram neste padrão caracterizam-se por um processo inicial de desenvolvimento das competências e habilidades correspondentes à etapa de escolaridade em que estão situados.
/// Intermediário
Padrão de desempenho considerado adequado para a etapa e área do
conhecimento avaliadas. Os alunos que se encontram neste padrão demonstram
ter desenvolvido as habilidades essenciais referentes à etapa de escolaridade em que
se encontram.
/// Adequado
Padrão de desempenho desejável para a etapa e área de conhecimento avaliadas.
Os alunos que se encontram neste padrão demonstram desempenho além do esperado para a etapa de escolaridade em
que se encontram.
42 SPAECE 2016
Muito Crítico9º ano do Ensino Fundamental
ATÉ 200 PONTOS
NÍVEL 1 /// ATÉ 175 PONTOS
0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
C Localizar informação explícita em contos, fábulas e reportagens.
C Inferir a causa do comportamento de um personagem em fragmentos de diário e em cartuns e rea-
lizar inferência em textos não verbais.
C Reconhecer a finalidade de receitas.
Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio 43
Esse item avalia a habilidade de os estudantes locali-
zarem uma informação que está presente na superfície
textual, a qual pode ser encontrada no início, no meio ou
no fim do texto.
Como suporte para a tarefa, foi utilizado um texto
narrativo de curta extensão, narrado em primeira pessoa,
cuja linguagem é acessível e condizente com a etapa de
escolarização dos discentes avaliados.
Para satisfazer a proposta do item, os respondentes
deveriam localizar, no segundo parágrafo do texto, a in-
formação que completa a sentença proposta pelo co-
mando: identificar qual dos animais deixou o narrador
assustado em seu sonho.
Nesse sentido, aqueles que marcaram a alternativa A –
o gabarito – demonstraram ser capazes de localizar a in-
formação explícita no texto, que se encontra nos trechos
“Foi quando baratas descontroladas e cegas começaram
a subir em meus pés descalços... Ai!” (l. 7-8) e “Abri a boca
para gritar, apavorado,...” (l. 9).
Leia o texto abaixo.
5
10
A chata ou as baratas
Esta noite tive um sonho. Sonhei que todos os seres deste mundo, incluindo os cachorros, gatos, peixes, pássaros, galinhas, moscas, baratas, todos, sem exceção, tinham a voz esganiçada da minha irmã mais nova, a Andréa, também chamada por mim de Andréa QNASADOMP.*
No sonho, todos os bichos começaram a se manifestar ao mesmo tempo: o cachorro latia, o gato miava, as moscas zumbiam, as baratas corriam e os peixes silenciavam. Eu queria fugir, mas as pernas não me obedeciam. Foi quando baratas descontroladas e cegas começaram a subir em meus pés descalços... Ai!
Abri a boca para gritar, apavorado, mas a voz não saía, e quando saiu tinha o mesmo tom e timbre da chata da minha irmã, que de repente entrou no meu sonho e falou:
– ACORDA, VAMOS BRINCAR!Pulei da cama e, quando a vi acordada em cima do meu pé no lugar das baratas,
confesso: até gostei.Pensando bem, minha irmã não é assim tão ruim como parece.
*Que Não Sai Do Meu Pé
FRATE, Dilea. A chata ou as baratas. In: Fábulas tortas. São Paulo: Companhia das letrinhas, 2007. p. 54. (P070001C2_SUP)
(P070003C2) De acordo com esse texto, o narrador, em seu sonho, ficou apavorado comA) as baratas.B) as galinhas.C) os cachorros.D) os pássaros.
44 SPAECE 2016
NÍVEL 2 /// DE 175 A 200 PONTOS
C Localizar informação explícita em propagandas com ou sem apoio de recursos gráficos e em instru-
ções de jogo.
C Identificar o assunto principal em reportagens, cartas, contos, tirinhas e histórias em quadrinhos.
C Inferir informações e características do personagem e do narrador e a personagem principal em fá-
bulas e piadas, elementos do cenário em fragmentos de romance, o desfecho de uma lenda.
C Realizar inferência em textos que conjugam linguagem verbal e não verbal, como tirinhas e charges.
C Reconhecer a finalidade de manuais, regulamentos e textos de orientação.
C Inferir o sentido de palavra e o sentido de expressão em letras de música, cartas, contos, tirinhas e
histórias em quadrinhos com o apoio de linguagem verbal e não verbal.
C Inferir a causa do comportamento de um personagem em fragmentos de diário.
C Reconhecer relação de causa e consequência em poemas, contos e tirinhas.
C Depreender o efeito de sentido sugerido pelo ponto de exclamação em contos.
Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio 45
Esse item avalia a habilidade de os estudantes inter-
pretarem um texto que conjuga linguagem verbal e não
verbal.
Para a realização da tarefa, foi utilizada uma charge
que apresenta o elemento verbal expresso pela palavra
SOS construída a partir dos galhos e do tronco da árvore,
os quais são elementos não verbais, cuja finalidade é re-
tratar, com humor e crítica, uma realidade atual.
É solicitado no comando desse item que os estudan-
tes identifiquem o assunto abordado na charge. Desse
modo, os estudantes deveriam perceber que, na ima-
gem, além da presença de um tronco cortado de árvo-
re e de folhas caídas ao chão, concomitantemente, dois
galhos formam a sigla SOS, sugerindo um pedido de so-
corro realizado pela natureza, que vem sendo devastada.
Logo, os estudantes que compreenderam o assunto
dessa charge, o problema do desmatamento, marcaram
a alternativa D como gabarito, demonstrando ter desen-
volvido a habilidade avaliada.
Leia o texto abaixo.
Disponível em: <http://zip.net/bkttDg>. Acesso em: 2 abr. 2014. (P090385H6_SUP)
(P090385H6) Esse texto abordaA) a importância da madeira para o artesanato.B) a utilidade dos códigos de emergência.C) o acúmulo de lixo nas ruas da cidade.D) o problema do desmatamento.
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Crítico9º ano do Ensino Fundamental
DE 200 A 250 PONTOS
0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
NÍVEL 3 /// DE 200 A 225 PONTOS
C Localizar informação explícita em sinopses e
receitas culinárias.
C Identificar o assunto principal em reporta-
gens e a personagem principal em fábulas,
contos e letras de música.
C Inferir ação do personagem em crônicas e
em sinopses.
C Inferir informação a respeito do eu lírico em
letras de música e do personagem em tiri-
nhas.
C Reconhecer sentido de expressão, elemen-
tos da narrativa e opinião em reportagens,
contos, fábulas e poemas.
C Inferir efeito de humor em piadas, tirinhas e
histórias em quadrinhos.
C Inferir sentido decorrente da utilização de si-
nais de pontuação e sentido de expressões
em poemas, fábulas e contos.
C Identificar formas de representação de medi-
da de tempo em reportagens.
C Identificar assunto comum a duas reporta-
gens, a duas notícias e a um poema e uma
crônica e a semelhança entre cartas do leitor
e cartuns.
C Reconhecer relação de causa e consequên-
cia e relação entre pronomes e seus referen-
tes em fábulas, poemas, contos, tirinhas e
reportagens.
C Reconhecer expressões características da
linguagem (científica, jornalística, etc.) e a
relação entre expressão e seu referente em
reportagens e artigos de opinião.
C Inferir o efeito de sentido de expressão e opi-
nião em crônicas e reportagens.
C Inferir o efeito de sugestão pelo uso da for-
ma verbal imperativa em cartas do leitor e de
orientação em manuais de instrução e o efei-
to do uso de diminutivo em contos.
Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio 47
Esse item avalia a habilidade de os estudantes distingui-
rem um fato de uma opinião. Por meio desse descritor, ava-
lia-se a capacidade de o estudante identificar fatos em um
texto e de diferenciá-los da opinião do autor, do narrador ou
de um personagem.
O suporte utilizado é uma narrativa na qual o narra-
dor-personagem é acometido por um sonho ruim e sen-
te-se aliviado ao ser acordado por Andréa, sua irmã mais
nova.
É solicitado no comando desse item que os respon-
dentes identifiquem, entre outros fragmentos retirados
da narrativa, o trecho que contém uma opinião do narra-
dor com relação à sua irmã.
Os estudantes que marcaram a alternativa D, o gaba-
rito, retomaram a última sentença do texto e percebe-
ram que o narrador apresenta marcas de avaliação como
“não”, “ruim” e até mesmo a relação de comparação mar-
cada pela locução “como parece”.
Leia o texto abaixo.
5
10
A chata ou as baratas
Esta noite tive um sonho. Sonhei que todos os seres deste mundo, incluindo os cachorros, gatos, peixes, pássaros, galinhas, moscas, baratas, todos, sem exceção, tinham a voz esganiçada da minha irmã mais nova, a Andréa, também chamada por mim de Andréa QNASADOMP.*
No sonho, todos os bichos começaram a se manifestar ao mesmo tempo: o cachorro latia, o gato miava, as moscas zumbiam, as baratas corriam e os peixes silenciavam. Eu queria fugir, mas as pernas não me obedeciam. Foi quando baratas descontroladas e cegas começaram a subir em meus pés descalços... Ai!
Abri a boca para gritar, apavorado, mas a voz não saía, e quando saiu tinha o mesmo tom e timbre da chata da minha irmã, que de repente entrou no meu sonho e falou:
– ACORDA, VAMOS BRINCAR!Pulei da cama e, quando a vi acordada em cima do meu pé no lugar das baratas,
confesso: até gostei.Pensando bem, minha irmã não é assim tão ruim como parece.
*Que Não Sai Do Meu Pé
FRATE, Dilea. A chata ou as baratas. In: Fábulas tortas. São Paulo: Companhia das letrinhas, 2007. p. 54. (P070001C2_SUP)
(P070004C2) Nesse texto, em relação à irmã, há uma opinião em:A) “... descontroladas e cegas...”. (ℓ. 7)B) “Abri a boca para gritar, apavorado,...”. (ℓ. 9)C) “... a vi acordada em cima do meu pé...”. (ℓ. 12)D) “... não é assim tão ruim como parece.”. (ℓ. 14)
48 SPAECE 2016
NÍVEL 4 /// DE 225 A 250 PONTOS
C Identificar assunto e opinião em reportagens e contos.
C Identificar tema e assunto em poemas, tirinhas e charges, relacionando elementos verbais e não
verbais, e textos informativos.
C Identificar assunto comum a cartas e poemas.
C Identificar informação explícita em letras de música, contos, fragmentos de romances, crônicas e
textos didáticos.
C Reconhecer sentido de conjunções e de locuções adverbiais em verbetes, lendas e contos.
C Reconhecer o sentido estabelecido pelo uso de expressões, de pontuação e de conjunções em poe-
mas, charges e fragmentos de romance.
C Reconhecer finalidade de reportagens e cartazes.
C Reconhecer o gênero biografia, mesmo quando apresentado em uma comparação de dois textos.
C Reconhecer o gênero artigo.
C Reconhecer relação de causa e consequência e relação entre pronome e seu referente em tirinhas,
contos e reportagens.
C Reconhecer relações de causa e consequência e características de personagens em lendas e fábulas.
C Inferir elementos da narrativa em fábulas, contos e cartas.
C Inferir finalidade e efeito de sentido decorrente do uso de pontuação e assunto em fábulas.
C Inferir informação em poemas, reportagens e cartas.
C Diferenciar opinião de fato em reportagens.
C Reconhecer recurso argumentativo em artigos de opinião.
C Interpretar efeito de humor e sentido de palavra em piadas e tirinhas.
C Inferir efeito de sentido da repetição de expressões em crônicas.
C Inferir o efeito de sentido provocado pela escolha de expressão em guias de viagem e o efeito de
sentido provocado pelo uso de recursos ortográficos em fábulas.
Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio 49
A habilidade avaliada por esse item é a de reconhecer
o efeito de sentido decorrente do uso de recursos orto-
gráficos tais como, abreviação, sigla, caixa alta, separa-
ção silábica, repetição de letra, entre outros.
É solicitado no comando desse item que o estudan-
te identifique qual é a informação intensificada pelo uso
da abreviação. O estudante deveria perceber a relação
conflituosa do narrador com a irmã descrita no início do
texto, além de associar a abreviação presente no coman-
do do item ao seu significado no rodapé da página “Que
não sai do meu pé”, concluindo, dessa forma, que o uso
de recurso reforça a implicância do narrador com a irmã
mais nova, escolhendo a alternativa C, o gabarito.
Leia o texto abaixo.
5
10
A chata ou as baratas
Esta noite tive um sonho. Sonhei que todos os seres deste mundo, incluindo os cachorros, gatos, peixes, pássaros, galinhas, moscas, baratas, todos, sem exceção, tinham a voz esganiçada da minha irmã mais nova, a Andréa, também chamada por mim de Andréa QNASADOMP.*
No sonho, todos os bichos começaram a se manifestar ao mesmo tempo: o cachorro latia, o gato miava, as moscas zumbiam, as baratas corriam e os peixes silenciavam. Eu queria fugir, mas as pernas não me obedeciam. Foi quando baratas descontroladas e cegas começaram a subir em meus pés descalços... Ai!
Abri a boca para gritar, apavorado, mas a voz não saía, e quando saiu tinha o mesmo tom e timbre da chata da minha irmã, que de repente entrou no meu sonho e falou:
– ACORDA, VAMOS BRINCAR!Pulei da cama e, quando a vi acordada em cima do meu pé no lugar das baratas,
confesso: até gostei.Pensando bem, minha irmã não é assim tão ruim como parece.
*Que Não Sai Do Meu Pé
FRATE, Dilea. A chata ou as baratas. In: Fábulas tortas. São Paulo: Companhia das letrinhas, 2007. p. 54. (P070001C2_SUP)
(P070001C2) Nesse texto, a abreviação “QNASADOMP” (ℓ. 4) intensifica aA) amizade pela irmã.B) comunicação com a irmã.C) implicância com a irmã.D) coragem da irmã.
50 SPAECE 2016
Intermediário9º ano do Ensino Fundamental
0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
NÍVEL 5 /// DE 250 A 275 PONTOS
C Localizar informações explícitas em crônicas
e fábulas.
C Identificar opinião e informação explícita em
fábulas, contos, crônicas e reportagens.
C Identificar informação explícita em reporta-
gens com ou sem o auxílio de recursos grá-
ficos.
C Reconhecer a finalidade de verbetes, fábulas,
charges, reportagens, abaixo-assinados e o gê-
nero sinopse.
C Reconhecer relação de causa e consequên-
cia e relação entre pronomes e seus referen-
tes em poemas, fábulas e contos.
C Reconhecer relação entre pronomes e seus
referentes e relações de causa e consequên-
cia em fragmentos de romance, diários, crô-
nicas, reportagens e máximas (provérbios).
C Interpretar sentido de conjunções e de ad-
vérbios e relações entre elementos verbais
e não verbais em tirinhas, fragmentos de ro-
mance, reportagens e crônicas.
C Inferir assunto principal e sentido de expres-
são em poemas, fábulas, contos, crônicas,
reportagens e tirinhas.
C Inferir informação em contos e reportagens.
C Inferir tema e ideia principal em notícias, crô-
nicas e poemas.
C Inferir o sentido de palavra ou expressão em
história em quadrinhos, poemas e fragmentos
de romance.
C Inferir efeito de humor em piadas e moral em
fábulas.
C Inferir o efeito de sentido do uso de expres-
são popular em artigos de opinião.
C Identificar os elementos da narrativa em le-
tras de música e fábulas.
C Comparar textos de gêneros diferentes que
abordem o mesmo tema.
C Reconhecer o assunto comum entre textos
informativos.
DE 250 A 300 PONTOS
Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio 51
O objetivo desse item é avaliar a habilidade de os
estudantes realizarem operações de retomada pro-
nominal ou lexical, identificando repetições ou subs-
tituições que contribuem para a progressão textual.
Essa tarefa consiste em relacionar um pronome ou
um termo ao seu referente, a partir de um recurso de
retomada anafórica ou catafórica.
Para a realização dessa tarefa, utilizou-se como su-
porte um fragmento de reportagem cujo tema é o mau
humor causado pelo processo de emagrecimento.
É solicitado no comando desse item que os estu-
dantes, a partir da leitura de um trecho selecionado,
busquem no texto, mais especificamente no tercei-
ro parágrafo, o referente do pronome demonstrativo
“isso”, que, neste caso, é a expressão “perder peso”,
expressão anterior mais próxima ao pronome. Nes-
se sentido, aqueles que marcaram a alternativa A, o
gabarito, desenvolveram a habilidade de retomada
pronominal anafórica avaliada, pois estabeleceram a
relação proposta.
Leia os textos abaixo.
Texto 1
5
10
Emagrecer melhora saúde, mas não melhora humor, indica estudo
[...] A pesquisa observou 1,9 mil pacientes britânicos acima do peso com mais de 50 anos, aconselhados a perder peso por questões de saúde. O estudo [...] afirma que pessoas que perderam mais de 5% de peso ficaram mais saudáveis, porém mais propensas a sentir mau humor.
A equipe da Universidade College London (UCL) afirmou que quem estiver tentando perder peso deve procurar o apoio de amigos e profissionais de saúde, caso sinta necessidade. [...] As 278 pessoas que emagreceram também registraram queda na pressão e no nível de lipídios. Mas também tiveram uma probabilidade 50% maior de se sentir tristes, em comparação com aqueles que mantiveram o mesmo peso.
Para os cientistas, isso poderia ser explicado pelas dificuldades de se manter uma dieta, como, por exemplo, resistir a beliscar e evitar encontros com amigos que envolvam refeições. “Não queremos desestimular as pessoas a tentar perder peso, porque isso traz enormes benefícios de saúde. Mas as pessoas não devem ter a expectativa de que emagrecer vai imediatamente melhorar todos os aspectos de suas vidas”, afirmou a doutora Sarah Jackson, que coordenou a pesquisa. [...]
Disponível em: <http://migre.me/kZQMG>. Acesso em: 12 ago. 2014. Fragmento.
Texto 2
5
10
Emagrecer faz bem para a saúde e também contribui para uma melhor noite de sono. Adultos obesos que emagreceram 5% do peso corporal total depois de seis meses relataram que dormem melhor e por mais tempo. É o que revela um novo estudo apresentado numa reunião da Sociedade Internacional de Endocrinologia e da Sociedade de Endocrinologia, em Chicago, nos Estados Unidos.
Além disso, o estudo também mostrou que a perda de peso neste período melhorou a qualidade do sono e o humor, independentemente da maneira como os indivíduos emagreceram. “Este estudo confirma vários outros que relatam que a perda de peso está associada com o aumento da duração do sono”, afirmou a principal pesquisadora do estudo, Nasreen Alfaris, da Universidade da Pensilvânia, Filadélfia.
O estudo examinou 390 homens e mulheres obesos por dois anos. [...] Os participantes que emagreceram ainda mais que 5% do peso corporal relataram ainda mais melhorias na qualidade do sono e do humor. “Mais estudos são necessários para analisar os efeitos de ganhar peso novamente sobre a duração e a qualidade do sono”, finaliza Alfaris.
Disponível em: <http://migre.me/kZQyh>. Acesso em: 12 ago. 2014. Fragmento.
(P090402H6_SUP)
(P090406H6) No Texto 1, no trecho “... isso traz enormes benefícios de saúde...” (ℓ. 11-12), o termo em destaque refere-se aA) perder peso.B) manter uma dieta.C) evitar encontros com amigos.D) desestimular as pessoas.
52 SPAECE 2016
NÍVEL 6 /// DE 275 A 300 PONTOS
C Identificar assunto principal e informações explícitas em poemas, fábulas e letras de música.
C Localizar informações explícitas em artigos de opinião e crônicas.
C Identificar opinião em poemas e crônicas e o trecho que apresenta uma opinião em sinopse em
reportagens.
C Reconhecer o gênero textual a partir da comparação entre textos e assunto comum a duas reporta-
gens.
C Reconhecer elementos da narrativa em fábulas.
C Identificar finalidade e elementos da narrativa em fábulas e contos.
C Reconhecer relação de causa e consequência e relação entre pronomes e seus referentes em fábu-
las, contos, crônicas, fragmentos de romance, artigos de opinião e reportagens.
C Inferir informação e efeito de sentido decorrente do uso de sinais gráficos em reportagens e em
letras de música.
C Inferir informações em fragmentos de romance.
C Interpretar efeito de humor em piadas, contos e crônicas.
C Inferir o efeito de sentido da pontuação, da polissemia como recurso para estabelecer humor e da
ironia em tirinhas, anedotas e contos.
C Interpretar linguagem verbal e não verbal em histórias em quadrinhos.
C Inferir o efeito de sentido de linguagem verbal e não verbal em charges e história em quadrinhos.
C Inferir o sentido de expressão em letras de música, tirinhas, poemas, fragmentos de romance e o
sentido de palavra em cartas do leitor.
C Inferir o sentido de expressão característica da área da informática em textos jornalísticos.
C Reconhecer o uso de variantes linguísticas em letras de música, tirinhas, poemas e fragmentos de
romance.
C Inferir tema, tese e ideia principal em contos, letras de música, editoriais, reportagens, crônicas e
artigos.
C Reconhecer opiniões distintas sobre o mesmo assunto em reportagens, contos e enquetes.
Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio 53
Esse item possui como objetivo avaliar a habilidade
de os estudantes inferirem o sentido global de um texto.
Para a realização da tarefa, foi utilizado como suporte o
fragmento de uma crônica intitulada “Mercado do tem-
po”, que versa sobre a percepção do ritmo do tempo.
É solicitado no comando desse item que os respon-
dentes demarquem a alternativa que apresenta a temá-
tica abordada pela crônica. Para tanto, seria necessário
que eles observassem o título, além de realizar uma leitu-
ra atenta de todo o texto.
Desse modo, os estudantes que marcaram a alterna-
tiva B, o gabarito, desenvolveram a habilidade avaliada,
pois perceberam que o texto trata sobre a adaptação das
pessoas em relação ao tempo e ao seu ritmo, como está
no trecho “Mas uma coisa vale para todos nós: o tempo
passa. Melhor aprender seu ritmo, antes que ele acabe
ultrapassando você.” (l. 10-11).
Leia o texto abaixo.
5
10
Mercado do tempo
Natal já tá aí. O ano passou voando. É a vida, cada vez mais corrida. Vinte e quatro horas é pouco – precisava um dia maior para pôr tudo em dia.
Contra esses lugares-comuns, boa parte dos manuais prescreve doses regulares de priorização, planejamento, marketing, lembretes, listas e agendas, analógicos e digitais. Mas a ciência tem uma receita diferente: você não vai aprender a controlar seu tempo encarando um calendário. Antes, é necessário olhar para outros lugares. [...] É no dia a dia que se revela nossa habilidade de cumprir planos.
Não é algo que você nasce sabendo. A forma como você gasta e às vezes ganha tempo é influenciada por fatores culturais, geográficos e econômicos. Tudo isso resulta na sua orientação temporal, uma fórmula pessoal de encarar passado, presente e futuro. Mas uma coisa vale para todos nós: o tempo passa. Melhor aprender seu ritmo, antes que ele acabe ultrapassando você.
URBIM, Emiliano. Superinteressante. Dez. 2010. p. 64-65. Fragmento. (P070209C2_SUP)
(P070209C2) Esse texto trata principalmente da necessidade deA) administrar um calendário.B) aprender o ritmo do tempo.C) encontrar uma receita diferente.D) observar a corrida do tempo.
54 SPAECE 2016
Adequado9º ano do Ensino Fundamental
ACIMA DE 300 PONTOS
0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
NÍVEL 7 /// DE 300 A 325 PONTOS
C Localizar a informação principal em reporta-
gens.
C Identificar ideia principal e finalidade em notí-
cias, reportagens e resenhas.
C Identificar assunto principal em notícia e opi-
nião em contos e cartas do leitor.
C Reconhecer sentido de locução adverbial e
elementos da narrativa em fábulas e contos.
C Reconhecer relação de causa e consequência,
entre pronomes e seus referentes e entre ad-
vérbio de lugar e o seu referente em fábulas e
reportagens e o sentido de conjunção propor-
cional em textos expositivos.
C Reconhecer características da linguagem
(científica, jornalística, padrão) em reporta-
gens e crônicas.
C Reconhecer elementos da narrativa em crô-
nicas.
C Reconhecer argumentos e opiniões em no-
tícias, artigos de opinião e fragmentos de ro-
mance.
C Reconhecer assunto comum entre textos de
gêneros diferentes.
C Inferir aspecto comum na comparação de
cartas do leitor.
C Diferenciar abordagem do mesmo tema em
textos de gêneros distintos.
C Inferir informação em contos, crônicas, notí-
cias e charges.
C Inferir sentido de palavras, da repetição de
palavras, de expressões, de linguagem ver-
bal e não verbal e de pontuação em charges,
tirinhas, contos, crônicas, fragmentos de ro-
mance e reportagens.
C Inferir informações e efeito de sentido de-
corrente do uso de pontuação em fábulas e
piadas.
C Inferir o efeito de sentido decorrente do uso
de diminutivo em crônicas.
Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio 55
Esse item avalia a habilidade de reconhecer posi-
ções distintas entre duas opiniões relativas ao mes-
mo tema. Ambos os textos utilizados como suporte
nesse item abordam a mudança do humor em pes-
soas que emagreceram.
É solicitado no comando desse item que os res-
pondentes identifiquem o posicionamento dos au-
tores com relação à melhoria do humor das pessoas
que perderam 5% de seu peso corporal.
Os estudantes que assinalaram a alternativa B, o ga-
barito, demonstraram que são proficientes na habilida-
de proposta, pois compreenderam corretamente que
as opiniões expressas nos textos são contrárias, uma
vez que, de acordo com o Texto 1, ainda que o ema-
grecimento traga benefícios para a saúde, é possível
que as pessoas que emagrecem 5% do peso corporal
se sintam tristes (informação presente no primeiro pa-
rágrafo). Em contrapartida, o Texto 2 argumenta que
a mesma redução da gordura corporal melhora o hu-
mor (informação presente no último parágrafo).
Leia os textos abaixo.
Texto 1
5
10
Emagrecer melhora saúde, mas não melhora humor, indica estudo
[...] A pesquisa observou 1,9 mil pacientes britânicos acima do peso com mais de 50 anos, aconselhados a perder peso por questões de saúde. O estudo [...] afirma que pessoas que perderam mais de 5% de peso ficaram mais saudáveis, porém mais propensas a sentir mau humor.
A equipe da Universidade College London (UCL) afirmou que quem estiver tentando perder peso deve procurar o apoio de amigos e profissionais de saúde, caso sinta necessidade. [...] As 278 pessoas que emagreceram também registraram queda na pressão e no nível de lipídios. Mas também tiveram uma probabilidade 50% maior de se sentir tristes, em comparação com aqueles que mantiveram o mesmo peso.
Para os cientistas, isso poderia ser explicado pelas dificuldades de se manter uma dieta, como, por exemplo, resistir a beliscar e evitar encontros com amigos que envolvam refeições. “Não queremos desestimular as pessoas a tentar perder peso, porque isso traz enormes benefícios de saúde. Mas as pessoas não devem ter a expectativa de que emagrecer vai imediatamente melhorar todos os aspectos de suas vidas”, afirmou a doutora Sarah Jackson, que coordenou a pesquisa. [...]
Disponível em: <http://migre.me/kZQMG>. Acesso em: 12 ago. 2014. Fragmento.
Texto 2
5
10
Emagrecer faz bem para a saúde e também contribui para uma melhor noite de sono. Adultos obesos que emagreceram 5% do peso corporal total depois de seis meses relataram que dormem melhor e por mais tempo. É o que revela um novo estudo apresentado numa reunião da Sociedade Internacional de Endocrinologia e da Sociedade de Endocrinologia, em Chicago, nos Estados Unidos.
Além disso, o estudo também mostrou que a perda de peso neste período melhorou a qualidade do sono e o humor, independentemente da maneira como os indivíduos emagreceram. “Este estudo confirma vários outros que relatam que a perda de peso está associada com o aumento da duração do sono”, afirmou a principal pesquisadora do estudo, Nasreen Alfaris, da Universidade da Pensilvânia, Filadélfia.
O estudo examinou 390 homens e mulheres obesos por dois anos. [...] Os participantes que emagreceram ainda mais que 5% do peso corporal relataram ainda mais melhorias na qualidade do sono e do humor. “Mais estudos são necessários para analisar os efeitos de ganhar peso novamente sobre a duração e a qualidade do sono”, finaliza Alfaris.
Disponível em: <http://migre.me/kZQyh>. Acesso em: 12 ago. 2014. Fragmento.
(P090402H6_SUP)
(P090402H6) Em relação à melhoria do humor das pessoas que emagreceram 5% do peso corporal, esses textos apresentam posiçõesA) complementares.B) contrárias. C) inconsistentes.D) semelhantes.
56 SPAECE 2016
NÍVEL 8 /// DE 325 A 350 PONTOS
C Identificar ideia principal e elementos da narrativa em reportagens e crônicas.
C Identificar argumento em reportagens e crônicas.
C Reconhecer o efeito de sentido da repetição de expressões e palavras, do uso de pontuação, de va-
riantes linguísticas e de figuras de linguagem em poemas, contos e fragmentos de romance.
C Reconhecer a relação de causa e consequência em contos.
C Reconhecer diferentes opiniões entre cartas do leitor que abordam o mesmo tema e entre artigos
de opinião.
C Reconhecer a relação de sentido estabelecida por conjunções em crônicas, contos e cordéis.
C Reconhecer o tema comum entre textos de gêneros distintos.
C Reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso de figuras de linguagem e de recursos gráficos
em poemas e fragmentos de romances.
C Diferenciar fato de opinião em artigos, reportagens, crônica e artigos.
C Identificar opinião em fábulas e reconhecer sentido de advérbios em cartas do leitor.
C Inferir o efeito de sentido de linguagem verbal e não verbal em tirinhas.
C Reconhecer a finalidade de texto informativo com linguagem científica.
C Reconhecer a ideia defendida em artigos de opinião.
C Reconhecer o trecho retomado por pronome demonstrativo em textos de orientação.
C Inferir informação em crônicas.
Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio 57
Nesse item, foi aferida a habilidade de estabelecer
uma relação lógico-discursiva presente no texto, de-
marcada por um conectivo.
O suporte utilizado é o fragmento de uma crôni-
ca de curta extensão, na qual o autor discorre acerca
do tempo e as formas de aproveitá-lo melhor.
Para identificar a ideia expressa pela conjunção
“mas” no trecho em análise, o estudante deveria re-
tomar o segundo parágrafo do texto, no qual o au-
tor apresenta, no primeiro período, propostas dos
manuais para administração do tempo. O segundo
período é introduzido pela conjunção “mas”, a fim
de contrapor as ideias previstas nos manuais pelas
indicações da ciência.
Os respondentes que marcaram a alternativa
A, o gabarito, compreenderam a relação estabe-
lecida pelo conectivo “mas” destacado no coman-
do, qual seja, a ideia de oposição em uma oração
coordenada, demonstrando a divergência entre os
manuais e a ciência.
Leia o texto abaixo.
5
10
Mercado do tempo
Natal já tá aí. O ano passou voando. É a vida, cada vez mais corrida. Vinte e quatro horas é pouco – precisava um dia maior para pôr tudo em dia.
Contra esses lugares-comuns, boa parte dos manuais prescreve doses regulares de priorização, planejamento, marketing, lembretes, listas e agendas, analógicos e digitais. Mas a ciência tem uma receita diferente: você não vai aprender a controlar seu tempo encarando um calendário. Antes, é necessário olhar para outros lugares. [...] É no dia a dia que se revela nossa habilidade de cumprir planos.
Não é algo que você nasce sabendo. A forma como você gasta e às vezes ganha tempo é influenciada por fatores culturais, geográficos e econômicos. Tudo isso resulta na sua orientação temporal, uma fórmula pessoal de encarar passado, presente e futuro. Mas uma coisa vale para todos nós: o tempo passa. Melhor aprender seu ritmo, antes que ele acabe ultrapassando você.
URBIM, Emiliano. Superinteressante. Dez. 2010. p. 64-65. Fragmento. (P070209C2_SUP)
(P070209C2) Nesse texto, no trecho “Mas a ciência tem uma receita diferente:...” (ℓ. 5), a palavra destacada estabelece relação de A) oposição.B) conclusão.C) explicação.D) adição.
58 SPAECE 2016
NÍVEL 9 /// DE 350 A 375 PONTOS
C Localizar informações explícitas, ideia principal e expressão que causa humor em contos, crônicas e
artigos de opinião.
C Distinguir o trecho que apresenta a informação principal em reportagens.
C Identificar variantes linguísticas em letras de música e marcas da linguagem informal em trecho de
reportagens, contos e crônicas.
C Reconhecer a finalidade, o gênero e a relação de sentido estabelecida por conjunções em lendas,
crônicas, poemas e reportagens.
C Inferir o sentido de palavra em reportagens e inferir informação em poemas.
C Reconhecer a ideia defendida pelo autor em artigo de opinião.
Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio 59
Esse item avalia a habilidade de os estudantes inferi-
rem informação. Essa habilidade consiste em depreender
informações que podem ser concluídas a partir da com-
preensão das entrelinhas textuais por parte do leitor.
Para a realização de tal habilidade, utilizou-se como
suporte um poema que aborda o peso proporcionado
pelo sentimento do amor se alguém o guarda para si e
não o transparece.
É solicitado no comando que os estudantes infiram,
a partir do poema, como o amor é tratado. Aqueles que
marcaram a alternativa C, o gabarito, conseguiram reali-
zar corretamente a inferência de que o amor é um sen-
timento pesado quando é guardado para si, pois atenta-
ram para os três primeiros versos, que exemplificam esse
peso a partir da “moeda de ouro”, um objeto sólido, ma-
ciço e compacto, portanto, pesado, além da contraposi-
ção existente nos três últimos versos, que demonstram a
leveza para aqueles se abrem para o amor.
Leia o texto abaixo.
Pensamor
Como pesa pensamor Como é leve pensamorMoeda de ouro em minha palma ao peito que se abre em palmaSem que perceba o doador para a seta que acertou.
LISBOA, Henriqueta. Melhores poemas de Henriqueta Lisboa. Seleção de Fábio Lucas. São Paulo, Global, 2001. P. 162. (P090426ES_SUP)
(P090429ES) Nesse texto, o amor é tratado como umA) controle do sentimento alheio.B) desespero para quem o perde.C) peso quando se guarda para si.D) sentimento despertado no doador.
60 SPAECE 2016
NÍVEL 10 /// ACIMA DE 375 PONTOS
C Reconhecer a ideia principal em manuais, reportagens, artigos e teses.
C Identificar os elementos da narrativa em contos e crônicas.
C Diferenciar fatos de opiniões e opiniões diferentes em artigos e notícias.
C Inferir o sentido de palavras em poemas e contos.
C Inferir o efeito de sentido provocado pela repetição de formas verbais em fábulas.
C Reconhecer o tema comum entre textos do gênero poema.
C Reconhecer a relação de sentido estabelecida por conjunção adversativa em sinopses.
C Inferir o efeito de sentido causado pelo uso do recurso estilístico da rima e por escolha de expressão
em poemas.
Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio 61
Esse item avalia a habilidade de reconhecer o efeito
de sentido decorrente da escolha de uma determinada
palavra ou expressão. Essa tarefa consiste em identificar
efeitos atribuídos pelo autor a uma expressão, efeitos
estes muito recorrentes em textos literários, como é o
caso desse suporte, que apresenta um poema de Manuel
Bandeira.
Para responder a esse item, era necessário que os
estudantes inferissem o tom de saudade expresso pelo
texto para, então, compreender que o fato de a chuva
“chorar” remete a essa melancolia e que “monotonamen-
te” indica que a chuva era persistente, contínua. Os estu-
dantes que conseguiram compreender esses efeitos de
sentido assinalaram a letra B – continuidade.
Leia o texto abaixo.
5
10
Cartas do meu avô
A tarde cai, por demaisErma, úmida e silente...A chuva, em gotas glaciais,Chora monotonamente.
E enquanto anoitece, vouLendo sossegado e só,As cartas que meu avôEscrevia a minha avó.
Enternecido sorrioDo fervor desses carinhos:É que os conheci velhinhos,Quando o fogo era já frio. [...]
BANDEIRA, Manuel. Seleta em Prosa e Verso. Rio de Janeiro: Editora José Olympio, 1971, p. 107-108. *Adaptado: Reforma Ortográfica. Fragmento. (P090009E4_SUP)
(P090009E4) Nos versos “A chuva, em gotas glaciais,/ Chora monotonamente.” (v. 3-4), a expressão em destaque sugereA) arrependimento.B) continuidade.C) mistério.D) solidão.
62 SPAECE 2016
Muito CríticoEnsino Médio e EJA Ensino Médio
ATÉ 225 PONTOS
NÍVEL 1 /// ATÉ 200 PONTOS
0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
C Localizar informação explícita a respeito da ação do personagem em crônicas e em fragmentos de
romance.
C Localizar informação explícita em propagandas com ou sem apoio de recursos gráficos, em instru-
ção de jogo e em notícias.
C Inferir efeito do uso da exclamação em textos de orientação.
C Realizar inferência em textos que conjugam linguagem verbal e não verbal.
C Reconhecer a finalidade de cartaz.
Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio 63
Esse item avalia a habilidade de os estudantes inter-
pretarem textos que conjugam linguagem verbal e não
verbal. Nesse caso, como suporte para a tarefa, foi uti-
lizada uma tirinha de cunho humorístico, gênero muito
comum no ambiente escolar. Portanto, espera-se que os
estudantes sejam capazes de articular as falas dos balões
com os elementos visuais das cenas, percebendo o de-
senvolvimento da história.
Para identificar o gabarito, os respondentes deveriam
seguir a sequência narrativa apresentada e compreender
que as galinhas correram por pensarem que era o mo-
mento de comer milho, isso porque escutaram o barulho
do menino cortando as unhas que, provavelmente, se as-
semelha ao som que é feito quando o milho está sendo
distribuído. Desse modo, os estudantes que marcaram a
alternativa A, o gabarito, demonstraram ter desenvolvido
a habilidade em questão.
Leia o texto abaixo.
Disponível em: <http://www2.uol.com.br/niquel/seletas.shtml>. Acesso em: 4 mar. 2014. (P090348G5_SUP)
(P090348G5) Nesse texto, os animais correram porqueA) achavam que era hora de comer.B) foram chamados pelo menino.C) ouviram o alerta de perigo.D) queriam ficar perto do menino.
64 SPAECE 2016
NÍVEL 2 /// DE 200 A 225 PONTOS
C Reconhecer a causa de ação do personagem em fragmentos de romance.
C Inferir características do personagem em fábulas e ação do personagem em crônica.
C Inferir informação a respeito do eu lírico em letras de música.
C Inferir o sentido de palavra, o sentido de expressão em letras de música.
C Identificar o assunto principal em reportagens.
C Reconhecer expressões características da linguagem (científica, jornalística etc.) e a relação entre
expressão e seu referente em reportagens e artigos de opinião.
C Estabelecer relação lógico-discursiva marcada por locução adverbial de lugar em textos didáticos e
em contos e por advérbio de modo em poemas.
C Inferir o efeito de sentido de expressão e opinião em crônicas e reportagens.
C Inferir o efeito do uso de notação e do uso da exclamação na fala do personagem em tirinha.
C Inferir o trecho que provoca efeito de humor em piadas e o fato que gera humor em histórias em
quadrinhos.
C Identificar o público-alvo de um cartaz.
C Inferir a crítica apresentada em cartuns.
Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio 65
Nesse item, foi aferida a habilidade de estabele-
cer relação lógico-discursiva presente no texto, mar-
cada por um conectivo. Como diversos conectivos
possuem múltiplos sentidos, é necessária bastante
atenção, por parte do discente, no contexto em que
a conjunção está presente.
Como suporte, foi utilizado um poema de João
Cabral de Melo Neto, importante autor brasileiro da
geração de 45. O poema possui linguagem acessível
à etapa de escolarização avaliada e tem, como te-
mática, o futebol.
Para satisfazer a proposta do item, os responden-
tes deveriam atentar para o trecho selecionado no
comando e para o termo nele destacado, a fim de
compreender que o conectivo “como” estabelece
uma relação de comparação entre a bola e o touro
no trecho “A bola não é a inimiga/ como o touro,
numa corrida;” (v. 1-2).
Sendo assim, aqueles que compreenderam essa
relação de conexão textual escolheram a alternativa
B, o gabarito, demonstrando ter desenvolvido a ha-
bilidade avaliada.
Leia o texto abaixo.
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10
O futebol evocado na Europa
A bola não é a inimigacomo o touro, numa corrida;e embora seja um utensíliocaseiro e que se usa sem risco, não é o utensílio impessoal,sempre manso, de gesto usual:é um utensílio semivivo,de reações próprias como bicho,e que, como bicho, é mister [...]usar com malícia e atençãodando aos pés astúcias de mão.
MELO NETO, João Cabral de; MACHADO, Luiz Raul (Org.). Novas seletas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira: 2002. p. 36. Adaptado: Reforma
Ortográfi ca. Fragmento. (P100187A9_SUP)
(P100187A9) No trecho “A bola não é a inimiga/ como o touro, numa corrida;” (v. 1-2), o termo destacado dá a ideia de A) causa.B) comparação.C) concessão. D) conclusão.E) conformidade.
66 SPAECE 2016
CríticoEnsino Médio e EJA Ensino Médio
DE 225 A 275 PONTOS
0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
NÍVEL 3 /// DE 225 A 250 PONTOS
C Localizar informações explícitas em frag-
mentos de romance, crônicas, textos didáti-
cos e artigos.
C Identificar tema e assunto em poemas e
charges, relacionando elementos verbais e
não verbais.
C Identificar elementos da narrativa em história
em quadrinhos.
C Reconhecer a finalidade de recurso gráfico
em artigos.
C Reconhecer o sentido estabelecido pelo uso
de expressões, de pontuação, de conjunções
em poemas, charges, fragmentos de roman-
ce, anedotas e contos.
C Inferir o sentido de palavra em letras de mú-
sica, reportagens e artigos.
C Reconhecer relações de causa e consequên-
cia em lendas e fábulas.
C Reconhecer relação entre pronome e seu re-
ferente em manuais de instrução.
C Inferir características de personagens em len-
das e fábulas e inferir sentimento expresso
pelo narrador em contos.
C Reconhecer recurso argumentativo em arti-
gos de opinião.
C Inferir efeito de sentido da repetição de ex-
pressões em crônicas.
C Inferir causa da ação de um personagem e
interpretar expressão do personagem em ti-
rinhas.
C Reconhecer o objetivo comunicativo de re-
portagens.
C Reconhecer aspecto comum na compara-
ção de letras de música e poemas e entre
textos jornalísticos e charges.
C Identificar a tese defendida pelo autor em ar-
tigos.
Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio 67
Esse item avalia a habilidade de os estudantes re-
conhecerem o efeito de sentido decorrente do uso de
pontuação. Essa tarefa consiste em identificar o uso de
diferentes sinais de pontuação em um texto, nesse caso,
o das reticências.
Para realizar essa tarefa, utilizou-se como suporte um
conto cuja temática aborda a trégua que o eco propor-
cionou a dois inimigos.
O comando desse item solicitou ao respondente que re-
conhecesse no trecho destacado a função das reticências.
Desse modo, o estudante que marcou a alternativa C, o ga-
barito, identificou que o efeito de sentido dessa pontuação
demonstra o prolongamento do eco mencionado no texto,
quando apenas os sons finais são repetidos.
Leia o texto abaixo.
5
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20
O eco e a vida: um conto de paz
Certo dia os inimigos se encontraram em uma esquina da vida. Eram dois e viviam batendo de frente. Raiva, impasse e intriga.
O primeiro dobrou uma rua. O outro, curvou na que estava, deu uns poucos passos e pensou:– Não é possível que isso vá fi car assim... Não, não vou deixar barato. Deu meia volta
e começou a seguir o outro, até que este saiu fora da cidade, que fi cava entre árvores e montes, ladeada por serras. Queria pegá-lo só para que não houvesse testemunhas.
E o outro gritou enraivecido:– Ei, rapaz!E o eco ecoou:– Paz... Paz... Paz...O primeiro olhou para traz com um sorriso nos lábios e outro no coração. Avistou, ao
longe, aquele que lhe interveio e, querendo confi rmar o que seus ouvidos ouviram, perguntou em tom ameno, coisa que há muito tempo não existia entre os dois.
– Tá falando comigo?E o eco ecoou:– Amigo... migo... migo...E o outro, perdido naquilo que seria o seu elemento surpresa, respondeu brandamente
e com certa comoção:– Não, é que eu te vi agora há pouco e queria te perguntar...E começaram a dialogar, como há muito tempo não faziam.
MOREIRA, Maria Aparecida Antunes. Disponível em: <http://www.mundojovem.com.br/datas-comemorativas/amizade/artigo-amizade-o-
eco-e-a-vida-um-conto-de-paz.php>. Acesso em: 13 mar. 2011. (P121079ES_SUP)
(P121082ES) No trecho “– Paz... Paz... Paz...” (ℓ. 10), as reticências foram usadas paraA) demonstrar monotonia.B) destacar o uso de uma expressão.C) indicar o prolongamento do som do eco.D) marcar a continuidade de uma ação.E) sugerir surpresa.
68 SPAECE 2016
NÍVEL 4 /// DE 250 A 275 PONTOS
C Localizar informações explícitas em crônicas, fábulas e em reportagens.
C Identificar os elementos da narrativa em letras de música, fábulas e contos e o narrador em primeira
pessoa em fragmentos de romance.
C Reconhecer a finalidade de abaixo-assinados e verbetes.
C Reconhecer relação entre pronomes e seus referentes e relações de causa e consequência em frag-
mentos de romance, contos, diários, crônicas, reportagens, máximas (provérbios) e artigos.
C Inferir tema e ideia principal em notícias, crônicas e poemas.
C Inferir o sentido de palavra ou expressão em história em quadrinhos, poemas e fragmentos de ro-
mance.
C Comparar textos de gêneros diferentes para reconhecer a ideia comum entre eles.
C Interpretar o sentido de conjunções, de advérbios e as relações entre elementos verbais e não verbais
em tirinhas, fragmentos de romance, reportagens e crônicas.
C Reconhecer relações de sentido estabelecidas por conjunções ou locuções conjuntivas em letras de
música e crônicas.
C Reconhecer o uso de expressões características da linguagem (científica, profissional etc.), marcas
linguísticas que evidenciam o locutor em reportagens e a relação entre pronome e seu referente em
artigos e reportagens.
C Inferir o efeito de sentido da linguagem verbal e não verbal em notícias e charges.
C Reconhecer o trecho que caracteriza uma opinião em entrevistas e em reportagens.
C Inferir efeito de humor e de ironia em tirinhas.
C Inferir efeito do uso de letras maiúsculas em artigos.
Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio 69
Esse item avalia a habilidade de identificar o narrador
de um texto, elemento constituinte de uma narrativa.
Essa tarefa consiste em reconhecer elementos linguísti-
cos, como pronomes pessoais e desinências verbais, que
contribuem para o reconhecimento do narrador.
O texto utilizado como suporte para este item é uma
crônica de autoria do escritor brasileiro Rubem Alves, nar-
rada em primeira pessoa, como comprovam os trechos
“A resposta do menininho me deu grande felicidade”, “Eu
levo meus olhos a passear” e “Gosto também de banho
de cachoeira”, nos quais são utilizados verbos na primeira
pessoa do singular e os pronomes oblíquos de primeira
pessoa do singular “eu” e “me”. Além disso, os estudantes
poderiam perceber a pista deixada no trecho “O Rubem
Alves é um homem que gosta de ipês-amarelos...”, no
qual o autor fala de si mesmo em terceira pessoa.
Os estudantes que identificaram esses aspectos assi-
nalaram a alternativa D, o gabarito.
Leia o texto abaixo.
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Os ipês-amarelos
Uma professora me contou esta coisa deliciosa. Um inspetor visitava uma escola. Numa sala ele viu, colados nas paredes, trabalhos dos alunos acerca de alguns dos meus livros infantis. Como que num desafi o, ele perguntou à criançada: “E quem é Rubem Alves?”. Um menininho respondeu: “O Rubem Alves é um homem que gosta de ipês-amarelos...”. A resposta do menininho me deu grande felicidade. Ele sabia das coisas. As pessoas são aquilo que elas amam.
Mas o menininho não sabia que sou um homem de muitos amores... Amo os ipês, mas amo também caminhar sozinho. Muitas pessoas levam seus cães a passear. Eu levo meus olhos a passear. E como eles gostam! Encantam-se com tudo. Para eles o mundo é assombroso. Gosto também de banho de cachoeira (no verão...), da sensação do vento na cara, do barulho das folhas dos eucaliptos, do cheiro das magnólias, de música clássica, de canto gregoriano, do som metálico da viola, de poesia, de olhar as estrelas, de cachorro, das pinturas de Vermeer (o pintor do fi lme “Moça com Brinco de Pérola”), de Monet... [...]
Diz Alberto Caeiro que o mundo é para ser visto, e não para pensarmos nele. Nos poemas bíblicos da criação, está relatado que Deus, ao fi m de cada dia de trabalho, sorria ao contemplar o mundo que estava criando: tudo era muito bonito. Os olhos são a porta pela qual a beleza entra na alma. Meus olhos se espantam com tudo que veem. [...]
Vejo e quero que os outros vejam comigo. Por isso escrevo. Faço fotografi as com palavras.ALVES, Rubem. Disponível em: <http://www.stellabortoni.com.br/index>. Acesso em: 23 maio 2011. Fragmento. (P120234RJ_SUP)
(P120341RJ) Quem é o narrador desse texto?A) Professora.B) Inspetor.C) Menininho.D) Rubem Alves.E) Alberto Caeiro.
70 SPAECE 2016
IntermediárioEnsino Médio e EJA Ensino Médio
0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
NÍVEL 5 /// DE 275 A 300 PONTOS
C Localizar informações explícitas em artigos
de opinião e crônicas.
C Identificar finalidade e elementos da narrativa
em fábulas e contos.
C Identificar a finalidade de relatórios científi-
cos e reportagens.
C Determinar informação comum entre um ar-
tigo de opinião e uma tirinha.
C Reconhecer opiniões distintas sobre o mes-
mo assunto em reportagens, contos e en-
quetes.
C Reconhecer opiniões divergentes sobre o
mesmo tema em diferentes textos.
C Distinguir o trecho que apresenta opinião do
narrador em crônicas.
C Reconhecer relações de sentido marcadas
por conjunções, a relação de causa e con-
sequência entre pronomes e seus referentes
em fragmentos de romance, fábulas, crôni-
cas, contos, artigos de opinião, reportagens
e entrevistas.
C Reconhecer o sentido de expressão e de va-
riantes linguísticas em letras de música, tiri-
nhas, poemas e fragmentos de romance.
C Inferir tema, tese e ideia principal em contos,
letras de música, editoriais, reportagens, crô-
nicas, artigos, resenhas e em entrevistas.
C Reconhecer o tema de uma crônica e assun-
to em reportagem.
C Inferir o efeito de sentido de linguagem ver-
bal e não verbal em charges e histórias em
quadrinhos.
C Inferir informações em fragmentos de ro-
mance e em poemas e ação do personagem
em histórias em quadrinhos e em tirinhas.
C Inferir o efeito de sentido da pontuação e
da polissemia como recurso para estabele-
cer humor ou ironia em tirinhas, anedotas e
contos.
C Reconhecer o efeito de sentido produzido
pelo uso de recursos morfossintáticos em
contos, artigos, crônicas e em romances.
C Inferir informação e o efeito de sentido pro-
duzido por expressão em reportagens e tiri-
nhas.
C Reconhecer variantes linguísticas em artigos.
DE 275 A 325 PONTOS
Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio 71
Esse item avalia a habilidade de inferir uma informação
em um texto verbal. Essa tarefa demanda que o estudan-
te consiga ir além das informações oferecidas pelo texto
e busque sentidos mais profundos para a leitura realizada.
Em relação ao item, o suporte apresenta um poema
escrito por Mário Quintana que recorda seus momen-
tos de menino. Os estudantes deveriam atentar para os
versos “Oh! Aquele menininho que dizia” e “O vento não
mais me fareja a face como um cão amigo.../ Mas o azul
irreversível persiste em meus olhos.” para compreender
que o eu lírico repassa os momentos vividos na própria
infância e os contrapõe com a realidade.
Aqueles que conseguiram realizar essa inferência
marcaram a alternativa E, o gabarito, demonstrando ter
desenvolvido essa habilidade.
Leia o texto abaixo.
Poema
Oh! Aquele menininho que dizia“Fessora, eu posso ir lá fora?”
Mas apenas fi cava um momentoBebendo o vento azul...
Agora não preciso pedir licença a ninguém.Mesmo porque não existe paisagem lá fora:
Somente cimento.O vento não mais me fareja a face como um cão amigo...
Mas o azul irreversível persiste em meus olhos.QUINTANA, Mário. Prosa & Verso. 9. ed. São Paulo: Globo, 2005. (P120061EX_SUP)
(P120061EX) Nesse texto, conclui-se que o eu lírico A) disfarça a emoção.B) despreza a paisagem. C) ignora o cão amigo.D) lamenta ter crescido.E) relembra a infância.
72 SPAECE 2016
NÍVEL 6 /// DE 300 A 325 PONTOS
C Localizar informações explícitas em infográfi-
cos, reportagens, crônicas e artigos.
C Localizar a informação principal em reporta-
gens.
C Identificar ideia principal e finalidade em notí-
cias, reportagens e resenhas.
C Identificar a finalidade e a informação princi-
pal em notícias.
C Reconhecer características da linguagem
(científica, jornalística, coloquial) em reporta-
gens, marcas da oralidade em entrevistas e
da linguagem coloquial em contos.
C Reconhecer variantes linguísticas em contos,
notícias, reportagens e crônicas.
C Reconhecer elementos da narrativa em crô-
nicas e em resenhas.
C Reconhecer argumentos e opiniões em no-
tícias, artigos de opinião e fragmentos de ro-
mance.
C Identificar o argumento em contos.
C Diferenciar abordagem do mesmo tema em
textos de gêneros distintos.
C Inferir informação em contos, crônicas, notí-
cias e charges.
C Inferir sentido de palavras, da repetição de
palavras, de expressões, de linguagem ver-
bal e não verbal e de pontuação em charges,
tirinhas, contos, crônicas, fragmentos de ro-
mance e em artigos de opinião.
C Inferir informação, sentido de expressão e o
efeito de sentido decorrente da escolha de
expressão e do uso de recursos morfossintá-
ticos em crônicas.
C Inferir o sentido decorrente do uso de recur-
sos gráficos em poemas.
C Inferir o efeito de sentido da linguagem ver-
bal e não verbal e o efeito de humor em ti-
rinhas.
C Inferir informação a respeito de personagem
em tirinhas e em manuais de instrução com
apoio de recursos visuais.
C Reconhecer a relação entre os pronomes e
seus referentes em contos e o referente de
pronome relativo em artigos de opinião.
C Reconhecer elementos da narrativa em con-
tos.
C Reconhecer o efeito de sentido produzido
pelo uso de recursos morfossintáticos e pelo
uso de recurso estilístico da antítese em poe-
mas.
C Reconhecer ideia comum e opiniões diver-
gentes sobre o mesmo tema na comparação
entre diferentes textos.
C Reconhecer ironia e efeito de humor em crô-
nicas, entrevistas e tirinhas.
C Reconhecer a relação de causa e consequên-
cia em piadas e fragmentos de romance.
C Comparar poemas que abordem o mesmo
tema.
C Diferenciar fato de opinião em contos, arti-
gos, reportagens e em crônicas.
C Diferenciar tese de argumentos em artigos,
entrevistas e crônicas e reconhecer um argu-
mento utilizado para defender uma ideia em
entrevistas.
Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio 73
O objetivo desse item é avaliar a habilidade de os es-
tudantes realizarem operações de retomada pronominal
ou lexical, identificando repetições ou substituições que
contribuem para a continuidade do texto.
Nesse caso, utilizou-se como suporte um artigo cujo
assunto são as marcas de identidade construídas a partir
do idioma característico de uma comunidade.
Os estudantes que marcaram a alternativa C, o ga-
barito, retomaram o texto e localizaram, na 13ª linha do
terceiro parágrafo, que o referente do pronome em des-
taque “que” é o termo “identidades individuais”, expressão
que se encontra imediatamente anterior ao pronome,
realizando, assim, a operação de retomada pronominal
anafórica.
Leia o texto abaixo.
5
10
15
Idioma ajuda a criar marcas de identidade
A língua é patrimônio de uma coletividade, seja ela a língua oficial de um Estado constituído, seja ela a língua materna de uma comunidade minoritária de imigrantes em um país estrangeiro, [...] e assim por diante. De qualquer modo, a língua constitui marca identitária da comunidade que a usa [...].
Entretanto, nenhuma língua compõe um bloco de formas e construções cristalizadas, usadas sempre do mesmo modo por todos os falantes, isto é, nenhuma língua é cristalizada, sem variações, imutável. Aliás, imaginar uma língua que assim fosse é imaginar algo completamente impossível.
Uma língua cumpre suas funções em uma comunidade exatamente porque: ela é moldável, para satisfação dos propósitos da fala; ela é variável, para oferta às escolhas dos falantes; ela é dinâmica, para servir às necessidades de expressão nas diferentes situações, nos diferentes lugares, nos diferentes momentos. Só assim ela revela as identidades individuais que se constroem no espaço simbólico que ela própria identifica e marca, no conjunto. [...]
Significa isso que se esteja negando a existência de padrões? Não, pelo contrário. Nessa variabilidade e nesse dinamismo naturalmente se formam “padrões” de uso, que, por sua vez, identificam grupos, e, numa apuração mais fina, identificam os próprios indivíduos.
NEVES, Maria Helena de Moura. Língua Portuguesa. Set. 2010. Fragmento. (P120091F5_SUP)
(P120092F5) No trecho “... que se constroem no espaço simbólico...” (ℓ. 13), a palavra destacada retoma o termoA) diferentes situações. B) escolhas. C) identidades individuais. D) necessidades. E) propósitos da fala.
74 SPAECE 2016
AdequadoEnsino Médio e EJA Ensino Médio
ACIMA DE 325 PONTOS
0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500
NÍVEL 7 /// DE 325 A 350 PONTOS
C Localizar informação explícita em resenhas.
C Identificar ideia principal e elementos da nar-
rativa em reportagens e crônicas.
C Identificar a informação principal em repor-
tagens.
C Identificar argumento em reportagens e crô-
nicas e o trecho que comprova a tese defen-
dida em artigos de opinião.
C Reconhecer o efeito de sentido da repetição
de expressões e palavras, do uso de pontua-
ção, de variantes linguísticas e de figuras de
linguagem em poemas, contos, fragmentos
de romance e artigos.
C Reconhecer variantes linguísticas e o efeito
de sentido de recursos gráficos em crônicas,
artigos, letras de música e fábulas.
C Inferir o efeito do uso das aspas em crônicas.
C Reconhecer a relação de causa e conse-
quência em contos.
C Reconhecer a relação de causa e conse-
quência e relações de sentido marcadas por
conjunções em reportagens, artigos, ensaios,
crônicas, contos, cordéis e em poemas.
C Reconhecer diferentes opiniões entre cartas
do leitor que abordam o mesmo tema.
C Reconhecer o tema comum entre textos de
gêneros distintos.
C Reconhecer o efeito de sentido decorrente
do uso de figuras de linguagem e de recursos
gráficos em poemas e fragmentos de roman-
ce.
C Diferenciar fato de opinião em artigos, repor-
tagens e resenhas.
C Inferir o efeito de sentido de linguagem verbal
e não verbal e o efeito da escolha de palavra
em tirinhas.
C Identificar elementos da narrativa e a relação
entre argumento e ideia central em crônicas
e em fragmentos de romance.
C Reconhecer o gênero reportagem e a finali-
dade de propagandas e de entrevistas.
C Reconhecer o tema em poemas e em repor-
tagens.
C Inferir o sentido de palavras e expressões em
piadas e letras de música.
C Inferir informação em artigos.
C Inferir o sentido de expressão em fragmentos
de romance.
C Recuperar o referente do pronome demons-
trativo “lá” em reportagem e o trecho retoma-
do por pronome demonstrativo em crônicas.
Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio 75
Esse item avalia a habilidade de os estudantes identifi-
carem a tese ou a ideia defendida pelo autor de um texto
argumentativo.
Para tal, utilizou-se como suporte um artigo que dis-
corre a respeito das marcas de identidade construídas a
partir do idioma característico de uma comunidade.
O comando desse item solicita aos estudantes que
identifiquem o trecho do texto em que a tese se encon-
tra, nesse caso, a primeira linha, a partir da qual é exposta
a reflexão da autora sobre a temática abordada. Portanto,
aqueles que marcaram a alternativa A, o gabarito, conse-
guiram perceber que a autora defende a tese de que a
língua é o patrimônio de uma coletividade.
Leia o texto abaixo.
5
10
15
Idioma ajuda a criar marcas de identidade
A língua é patrimônio de uma coletividade, seja ela a língua oficial de um Estado constituído, seja ela a língua materna de uma comunidade minoritária de imigrantes em um país estrangeiro, [...] e assim por diante. De qualquer modo, a língua constitui marca identitária da comunidade que a usa [...].
Entretanto, nenhuma língua compõe um bloco de formas e construções cristalizadas, usadas sempre do mesmo modo por todos os falantes, isto é, nenhuma língua é cristalizada, sem variações, imutável. Aliás, imaginar uma língua que assim fosse é imaginar algo completamente impossível.
Uma língua cumpre suas funções em uma comunidade exatamente porque: ela é moldável, para satisfação dos propósitos da fala; ela é variável, para oferta às escolhas dos falantes; ela é dinâmica, para servir às necessidades de expressão nas diferentes situações, nos diferentes lugares, nos diferentes momentos. Só assim ela revela as identidades individuais que se constroem no espaço simbólico que ela própria identifica e marca, no conjunto. [...]
Significa isso que se esteja negando a existência de padrões? Não, pelo contrário. Nessa variabilidade e nesse dinamismo naturalmente se formam “padrões” de uso, que, por sua vez, identificam grupos, e, numa apuração mais fina, identificam os próprios indivíduos.
NEVES, Maria Helena de Moura. Língua Portuguesa. Set. 2010. Fragmento. (P120091F5_SUP)
(P120091F5) A ideia defendida nesse texto está no trecho:A) “A língua é patrimônio de uma coletividade,...”. (ℓ. 1)B) “... a língua constitui marca identitária da comunidade que a usa.”. (ℓ. 3-4)C) “... nenhuma língua é cristalizada, sem variações, imutável.”. (ℓ. 6-7)D) “Uma língua cumpre suas funções em uma comunidade...”. (ℓ. 9)E) “... ela é moldável, para satisfação dos propósitos da fala;...”. (ℓ. 9-10)
76 SPAECE 2016
NÍVEL 8 /// DE 350 A 375 PONTOS
C Localizar informações explícitas, ideia principal e trecho que causa humor em contos, crônicas e
artigos de opinião.
C Identificar variantes linguísticas em letras de música e em reportagens.
C Reconhecer efeitos estilísticos em poemas.
C Reconhecer ironia e efeitos de sentido decorrentes da repetição de palavras em sinopses e em poe-
mas.
C Reconhecer opiniões distintas sobre o mesmo tema, na comparação entre diferentes textos.
C Reconhecer o gênero carta do leitor a partir da comparação entre dois textos.
C Reconhecer a finalidade e a relação de sentido estabelecida por conjunções em lendas e crônicas.
C Reconhecer finalidade e traços de humor em reportagens.
C Reconhecer o efeito de sentido do humor em tirinhas.
C Reconhecer o tema em contos e fragmentos de romance.
C Reconhecer relação de sentido marcada por conjunção em crônicas e circunstância de lugar marca-
da por adjunto adverbial de lugar em resenhas.
C Inferir informação e tema em reportagens, poemas, histórias em quadrinhos e tirinhas.
C Inferir o sentido e o efeito de sentido de palavras ou de expressão em poemas, crônicas e fragmentos
de romance.
C Reconhecer a ideia defendida pelo autor em artigos de opinião.
C Inferir característica do eu lírico em letras de música.
C Inferir o efeito do uso das aspas em resenhas.
Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio 77
Esse item apresenta como objetivo avaliar a ha-
bilidade de os estudantes identificarem o gênero de
um texto com base em sua estrutura e em seu con-
teúdo.
Para a realização dessa tarefa, foram utilizadas
como suporte duas cartas de leitor, que tratam das
inovações tecnológicas no âmbito da indústria auto-
mobilística.
Para a realização da tarefa, cujo comando solicita
aos estudantes que identifiquem o gênero dos dois
textos, eles precisaram observar tanto a forma do
texto quanto seu conteúdo. Com relação à estrutura
formal, os estudantes deveriam observar as referên-
cias dos textos, percebendo que foram publicados
na revista Época; a curta extensão dos textos e a
apresentação de assinatura, remetente, cidade e es-
tado. No que diz respeito ao conteúdo, os estudan-
tes deveriam observar que ambos os textos tratam
de temas atuais; demonstram a subjetividade dos au-
tores; possuem linguagem simples, clara e objetiva e
têm a tipologia argumentativa predominante.
Assim, aqueles que marcaram a alternativa B, o
gabarito, desenvolveram a habilidade avaliada.
Leia os textos abaixo.
Texto 1O futuro traz diversas novidades na indústria automobilística. O que me anima é pensar em
ônibus e táxi sem motorista. O risco de acidentes seria bem menor. Mas não é possível esquecer os empregos que perderíamos. É a velha história da máquina substituir o homem, não há mais como fugir disso.
Isabela Menezes, Rio de Janeiro, RJ
Texto 2Infelizmente, muita gente usa o carro como se participasse de uma prova automobilística. Para
a maioria, no entanto, é um meio de transporte. Pelo visto, demorará muito para que os usuários dos veículos não tenham mais o trabalho de dirigir. A tecnologia tirará esse prazer. Pelo menos resta a importância dos reflexos no meio ambiente.
Uriel Villas Boas, Santos, SPÉpoca, São Paulo, nº 840, p. 16, 7 de julho de 2014. (P120191F5_SUP)
(P120192F5) Esses textos sãoA) artigos de opinião.B) cartas de leitor.C) crônicas jornalísticas.D) resenhas de filme.E) textos científicos.
78 SPAECE 2016
NÍVEL 9 /// DE 375 A 400 PONTOS
C Diferenciar fatos de opiniões e opiniões diferentes em artigos e notícias.
C Inferir o sentido de palavras em poemas.
C Localizar ideia principal em manuais, reportagens, artigos e teses.
C Identificar a ideia central e o argumento em apresentações de livros, reportagens, editoriais, crônicas
e artigos de opinião.
C Inferir o assunto tratado em artigos de opinião.
C Identificar elementos da narrativa em crônicas, contos e fragmentos de romance.
C Identificar ironia e tema em poemas e artigos.
C Inferir efeito de humor e ironia em tirinhas e charges.
C Reconhecer relações de sentido marcadas por conjunção em artigos, reportagens e fragmentos de
romance.
C Reconhecer a relação de causa e consequência em reportagens e fragmentos de romance.
C Reconhecer o efeito de sentido de recursos gráficos em artigos e do uso de expressão metafórica
caracterizadora do personagem em fragmentos de romance.
C Inferir recurso estilístico utilizado em crônicas.
C Reconhecer variantes linguísticas em letras de música e piadas.
C Reconhecer o gênero resenha e a finalidade de reportagens, resenhas e artigos.
Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio 79
O objetivo desse item é avaliar a habilidade de
estabelecer relação entre a tese e os argumentos
oferecidos para sustentá-la. Essa tarefa exige que os
estudantes reconheçam, em textos com caracterís-
ticas argumentativas, o posicionamento do autor e,
especialmente, os dados oferecidos para sustentá-
-lo.
Nesse item, o suporte apresenta o editorial de
uma revista em versão eletrônica, que comemora os
acessos aos meios digitais sem deixar de valorizar a
publicação impressa. Os estudantes deveriam pro-
ceder à leitura do texto e fixar sua atenção ao segun-
do parágrafo, principalmente no trecho das linhas 11,
12 e 13 “Mas março também foi um mês em que
a SUPER impressa [...] alcançou uma das melhores
vendagens...”, o que colabora para a ideia do autor
de que “... estamos certos ao apostar em que inter-
net e papel não se excluem.”.
Os estudantes que compreenderam que esse
argumento foi utilizado como base para sustentar a
ideia principal do texto assinalaram a alternativa A,
o gabarito, demonstrando a compreensão da tarefa
executada.
Leia o texto abaixo.
5
10
15
20
1 141 575 de amigos
Um milhão, cento e quarenta e um mil, quinhentos e setenta e cinco pessoas passaram pelo site da SUPER no mês de março. É um baita número e um novo recorde de audiência que comemoramos bastante aqui: ultrapassamos a marca do milhão pela primeira vez. Foi nessa mesma época que estreamos a versão da revista para iPad. Mais um sucesso: quando escrevi este texto, o aplicativo completava 11 dias na liderança dos mais baixados no Brasil. Enquanto isso, nosso perfil no Twitter, o @revistasuper, batia nos 370 mil seguidores (você já é um deles?). E a nossa página no Facebook mais que dobrava de tamanho em relação ao início do ano (você já nos curtiu?).
Dá para ver que a gente anda crescendo nos meios digitais. Mas março também foi um mês em que a SUPER impressa, esta que você tem em mãos, alcançou uma das melhores vendagens dos últimos meses. Ou seja: ficamos maiores no digital e no impresso ao mesmo tempo. Isso me faz acreditar que estamos certos ao apostar em que internet e papel não se excluem. Pelo contrário: esta é uma conta de adição. Você não escolhe entre um e outro, mas usa ambos em diferentes momentos da vida. E é por isso que trabalhamos para que você leia a SUPER quando, onde e como preferir.
Por trás desse trabalho está uma equipe que tem muita competência e garra. Não existe tempo ruim no time digital, liderado por Fred di Giacomo. Os jornalistas Kleyson Barbosa e Ana Carolina Prado, os designers Fabiane Zambon e Daniel Apolinario e os webmasters Bruno Xavier e Lucas Otsuka sabem o que você gosta de ler e como fazer para entregar. E é por isso que o Sol anda brilhando tanto por aqui.
Um grande abraço.GWERCMAN, S.
Disponível em: <http://super.abril.com.br/tecnologia/1141575-de-amigos>. Acesso em: 30 nov. 2015. (P110097H6_SUP)
(P110098H6) Nesse texto, para defender a ideia de que a edição digital da revista não substituiu a impressa, o autor faz referência ao fato deA) a edição impressa de março ter obtido uma das melhores vendagens dos últimos meses.B) a revista possuir uma equipe comprometida.C) o acesso ao site da revista ter ultrapassado um milhão.D) o aplicativo da revista ter ficado na lista dos mais baixados no Brasil por onze dias.E) o acesso à página no Facebook ter mais que dobrado.
80 SPAECE 2016
NÍVEL 10 /// ACIMA DE 400 PONTOS
C Reconhecer o efeito de sentido resultante do uso de recursos morfossintáticos e ortográficos em
artigos e letras de música.
C Inferir efeito de ironia na fala do narrador em fragmentos de romance.
C Inferir informação sobre o entrevistado em entrevistas.
C Inferir o sentido de uma expressão popular em resenhas e o sentido de expressão em crônicas.
C Reconhecer o conflito gerador do enredo em fábulas.
C Reconhecer a finalidade de cartas do leitor.
C Reconhecer o gênero crônica.
C Reconhecer a relação de sentido estabelecida por conjunção adversativa em artigos.
Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio 81
A habilidade avaliada nesse item é a de diferenciar a
ideia principal das secundárias em um texto. Essa habi-
lidade demanda que os estudantes identifiquem a infor-
mação configurada como a central, em torno da qual os
dados acessórios se organizam.
Nesse caso, foi utilizada como suporte uma reporta-
gem que aborda o lançamento de um livro sobre as rea-
lizações científicas do Rio de Janeiro desde o século 16.
Os estudantes deveriam ter se atentado para o trecho
“Como uma espécie de guia turístico, o livro, comemo-
rativo dos 30 anos da Fundação de Amparo à Pesquisa
do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), mostra esse lado
da cidade...”, compreendendo que esse é o eixo principal
e norteador do texto. Assim, aqueles que assinalaram a
alternativa E, o gabarito, demonstraram ter desenvolvido
a habilidade proposta nesse item.
Leia o texto abaixo.
5
10
Rio Científico: inovação e memória
Por trás do Corcovado, do Pão de Açúcar e das outras muitas belezas naturais do Rio de Janeiro, há muito estudo e história. Desde o século 16, a cidade é palco de importantes desenvolvimentos científicos, cujos legados existem até hoje, na forma de quatro universidades federais, dois observatórios astronômicos e também de muitos símbolos da cidade, como a Floresta da Tijuca, a ponte Rio-Niterói e o Maracanã. Como uma espécie de guia turístico, o livro, comemorativo dos 30 anos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), mostra esse lado da cidade que os turistas – e mesmo os cariocas – pouco veem. Afinal, não é de conhecimento geral, por exemplo, a existência de um imenso hangar no bairro de Santa Cruz que serviu para pouso de zepelins, transporte de ligação entre o Brasil e a Europa na década de 1930.
Ciência Hoje. Rio de Janeiro: SBPC, n 275, out. 2010, p. 77. (P100102E4_SUP)
(P100103E4) A informação principal desse texto éA) a beleza natural da Floresta da Tijuca.B) a importância das Universidades.C) o descobrimento de um hangar no bairro Santa Cruz.D) o desconhecimento dos turistas sobre a cidade carioca.E) o lançamento de um livro sobre a cidade do Rio de Janeiro.
82 SPAECE 2016
5
4
3
2
1
Sugestões para a prática pedagógica
Comparar descritores/habilidades avaliadas nos testes do SPAECE 2016 com os conteúdos abordados e avaliados em sala de aula.
Relacionar os dados das avaliações com os conteúdos indicados no Plano de curso.
Elaborar o Plano de curso, com os conteúdos que devem ser trabalhados durante o ano.
Comparar os resultados das avaliações internas com os resultados das avaliações externas.
Coletar e conhecer os materiais de orientação para sala de aula.
Depois de conhecer e analisar os resultados
da sua escola e de suas turmas, é hora de pensar
em metas e estratégias que visem à melhoria dos
resultados alcançados, tendo como referência o
projeto político-pedagógico da escola.
Esta seção apresenta algumas sugestões pe-
dagógicas que podem contribuir para aprimorar a
qualidade do trabalho docente.
Antes de iniciar um planejamento escolar, inde-
pendente da fase em que estamos, devemos estar
sempre atentos a uma perspectiva formativa, cujo
foco é o processo e a aprendizagem dos estudan-
tes. Além disso, temos que considerar a flexibilida-
de do projeto político-pedagógico e a possibilida-
de de mudanças no planejamento escolar sempre
que for necessário.
84 SPAECE 2016
D1
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Coletar e conhecer os materiais de orientação para sala de aula.1
Comparar descritores/ habilidades avaliadas nos testes do SPAECE 2016 com os conteúdos abordados e avaliados em sala de aula.2
Vamos reunir os materiais de orientação do trabalho escolar:
Vamos partir de um exemplo hipotético. Mas você deve seguir o que está previsto nas orientações
curriculares de seu estado:
É preciso conhecer, estudar e esmiuçar as orientações curriculares, que fundamentam o trabalho pe-
dagógico na escola, bem como a(s) matriz(es) de referência, que fundamenta(m) a elaboração dos testes
da avaliação em larga escala. Os livros didáticos e outros materiais são importantes no apoio ao trabalho
em sala de aula.
Orientações curriculares
Livros e outros materiais didáticos
Matriz(es) de referência
da avaliação
ORIENTAÇÕES CURRICULARES
1. Advérbios e expressões adverbiais /conectores:
M Reconhecer os recursos linguísticos que contribuem para a progressão temática e as relações de sentido em um texto.
2. Coesão textual: M Analisar recursos de coesão referencial
e lexical na construção de um texto: sinônimos, repetições etc.
3. Argumentação: M Reconhecer os conectores que
contribuem para a construção do texto argumentativo.
M Reconhecer estratégias de posicionamento do autor de um texto.
. . .
MATRIZ DE REFERÊNCIA PARA AVALIAÇÃO
Reconhecer relações lógico-discursivas presentes no texto.
Identificar a tese de um texto.
Estabelecer relação entre a tese e os argumentos que a sustentam.
. . .
Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio 85
Elaborar o Plano de curso, com os conteúdos que devem ser trabalhados durante o ano. Essa organização deve seguir o planejamento (p. ex.: bimestral, trimestral...)3
Comparar os resultados das avaliações internas (dados como frequência às aulas, nota de provas, parecer, relatório e trabalho individual e em grupo) com os resultados das avaliações externas (dados como participação, proficiência, padrão de desempenho, percentual de acerto por habilidade).
4
Antes de partir para o planejamento de cada aula, você deve organizar os conteúdos que serão abor-
dados em sala de aula, durante todo o ano letivo. Para isso, vamos seguir o exemplo e destacar conteú-
dos considerados importantes para o desenvolvimento das habilidades destacadas:
C Como os estudantes da(s) sua(s) turma(s) vêm desenvolvendo os conteúdos previstos em sala de
aula?
C Você sente necessidade de modificar as estratégias de ação e planos de aula para um melhor
desenvolvimento dos estudantes em relação a esses conteúdos?
C Para isso, recorra aos resultados das avaliações.
PLANO DE CURSO
1º Bimestre:
1. Advérbios e expressões adverbiais /conectores:
• Reconhecer os recursos linguísticos que contribuem para a progressão temática e as relações de sentido em um texto.
2. Coesão textual
• Analisar recursos de coesão referencial e lexical na construção de um texto: sinônimos, repetições etc.
2º Bimestre:
3. Argumentação
• Reconhecer os conectores que contribuem para a construção do texto argumentativo.
• Reconhecer estratégias de posicionamento do autor de um texto.
• ...
86 SPAECE 2016
AVALIAÇÃO EXTERNA
RESULTADOS DA ESCOLA NO SPAECE 2016
Retome a coleta e a análise que você fez sobre os resultados da sua escola e de cada turma na seção Resultados alcançados em 2016. Consulte também os resultados dos seus estudantes no portal da avaliação.A seguir, faça o que se propõe na Etapa 5.
QUAIS RESULTADOS?
QUAIS AVALIAÇÕES?
AVALIAÇÃO INTERNA Frequência, provas, testes, observação
Por etapa e turma
Língua Portuguesa – 9º ano EF Turma A4
Nota/Avaliação/Parecer sobre os estudantes:
• Estudante 1: 8,5
• Estudante 2: 6,0
• ...
Relatório geral da turma:
• Os estudantes, em sua maioria, identificam a tese de um texto, mas têm dificuldade em localizar os argumentos que a sustentam.
• ...
Relatório por estudante:
• Estudante 1: dificuldade com argumentação / identificação de retomadas com pronomes oblíquos.
• Estudante 2: ...
DADOS DA AVALIAÇÃO
INTERNA
ESCOLA
DADOS DA AVALIAÇÃO EXTERNA
SPAECE
Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio 87
4 Trata-se de um exemplo hipotético. Você deve utilizar os dados da(s) sua(s) turma(s) para realizar essa atividade.
Plano de ação da EscolaOs conteúdos podem ser relacionados às habilidades não desenvolvidas?
SIM! Então vamos pensar em planos de ação para o desenvolvimento conjunto desses conteúdos, competências e habilidades.
NÃO! Os planos de ação devem ser elaborados para cada conteúdo. Vamos ficar atentos para não desenvolver planos de ação para uma única habilidade, mas para um conjunto delas, relacionadas a um determinado conteúdo proposto nas orientações curriculares.
Lembre-se de que todo o planejamento da escola é coletivo e tem como refe-rência o projeto político-pedagógico!
É importante compreender a rela-ção entre as orientações curricula-res e as habilidades avaliadas pelo SPAECE. As hipóteses levantadas no diagnóstico poderão ajudá-lo nessa tarefa.
Parecer da Escola. Escola e Turmas .
Com base nos resultados das avalia-ções internas, identifique, junto com seus pares, as principais dificuldades apresentadas pelos estudantes em relação aos conteúdos desenvolvidos durante o ano letivo. Para isso, utilize as notas e relatórios.
De acordo com a proficência média da escola e o percentual de acerto por descritor/habilidade das turmas, identifique em quais habilidades os estudantes demonstraram maiores dificuldades.
Relacione as informações coletadas nas duas avaliações:
M São resultados similares? M As dificuldades apresentadas em
sala de aula são as mesmas que aquelas apresentadas na avaliação do SPAECE 2016?
M Junto com os seus colegas, levante hipóteses para o que vocês identificaram.
Retome o Plano de curso e relacione conteúdos e habilidades que não foram desenvolvidos de modo apropriado:- Conteúdo 1 Habilidade A - resultados Habilidade B - resultados ...- Conteúdo 2 ...
/// PARTE A C Resultados da Escola
Observe as competências e as habilidades desenvolvidas e em desenvolvimento pelos estudantes,
com base na proficiência média da escola, percentual de acerto das habilidades (da escola) e diagnóstico
interno (escola e turmas).
UM OLHAR PARA OS DIFERENTES DADOS
DIAGNÓSTICO DA ESCOLA
PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO
Relacionar os dados das avaliações com os conteúdos indicados no Plano de curso.5
88 SPAECE 2016
Agora é possível elaborar um planeja-mento pedagógico com base no Plano de Ação da Escola e no PPP, obser-vando as competências e habilidades ainda não desenvolvidas pelos estu-dantes.
Apresentaremos, a seguir, alguns exemplos de habilidades, relacionadas às respectivas competências, acom-panhadas por atividades pedagógicas e itens de avaliações em larga escala que abordam essas habilidades. É im-portante ressaltar que o trabalho com os conteúdos curriculares pode ser reformulado durante o ano letivo, com vistas ao desenvolvimento pleno das habilidades esperadas para cada eta-pa de escolaridade.
O próximo passo será elaborar um plano de ação de acordo com o de-sempenho dos estudantes. Para isso, utilize o diagnóstico já realizado por você na Atividade dos resultados das turmas.
De acordo com o padrão de desem-penho em que se encontram, os es-tudantes apresentam dificuldades que requerem intervenções de Recupera-ção, Reforço ou Aprofundamento.
Ao pensar na sua sala de aula, você deve propor um plano de ação que contemple intervenções orientadas para estudantes com diferentes níveis de desenvolvimento de habilidades e competências.
/// PARTE B C Resultados dos estudantes
Observe as habilidades e as competências desenvolvidas e em desenvolvimento pelos estudantes da
escola, com base na distribuição desses estudantes por padrão de desempenho, no percentual de acerto
dos itens de cada estudante e no diagnóstico interno dos estudantes.
EXEMPLODIAGNÓSTICO DOS ESTUDANTES
PLANO DE AÇÃO DO PROFESSOR
Esses dados já estão
prontos. Basta você
consultar as atividades
propostas nos roteiros de leitura
e interpretação dos resultados
alcançados.
Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio 89
Para auxiliar os estudantes a desenvolverem
a primeira habilidade indicada, é preciso refor-
çar o trabalho com textos que apresentem ele-
mentos de retomada, como sinônimos, prono-
mes retos, oblíquos, demonstrativos etc.
De maneira análoga, é necessário oportu-
nizar aos estudantes a percepção das circuns-
tâncias presentes em um texto, como causa,
consequência, tempo, lugar, dentre várias, por
meio da compreensão do valor de expressões
conjuntivas, adverbiais etc.
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Competência:
C Estabelecer relações lógico-discursivas.
Habilidade(s) não desenvolvida(s):
C Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições
que contribuem para a continuidade desse texto.
C Estabelecer relações lógico-discursivas marcadas por conjunções, advérbios etc.
EXEMPLO 1
I. ATIVIDADE EM SALA DE AULA
ASSEMBLEIA NA CARPINTARIA
Contam que na carpintaria houve uma vez uma estranha assembleia. Foi uma reunião das ferra-
mentas para acertar suas diferenças.
O martelo exerceu a presidência, mas os participantes lhe notificaram que teria que renunciar.
A causa? Fazia demasiado barulho e, além do mais, passava todo o tempo golpeando. O martelo
aceitou sua culpa, mas pediu que também fosse expulso o parafuso, dizendo que ele dava muitas
voltas para conseguir algo. Diante do ataque, o parafuso concordou, mas por sua vez, pediu a ex-
pulsão da lixa. Dizia que ela era muito áspera no tratamento com os demais, entrando sempre em
atritos. A lixa acatou, com a condição de que se expulsasse o metro, que sempre media os outros
segundo a sua medida, como se fora o único perfeito.
Nesse momento entrou o carpinteiro, juntou o material e iniciou o seu trabalho. Utilizou o
martelo, a lixa, o metro e o parafuso. Finalmente, a rústica madeira se converteu num fino móvel.
Quando a carpintaria ficou novamente só, a assembleia reativou a discussão. Foi então que o ser-
rote tomou a palavra e disse:
“Senhores, ficou demonstrado que temos defeitos, mas o carpinteiro trabalha com nossas quali-
dades, com nossos pontos valiosos. Assim, não pensemos em nossos pontos fracos, e concentre-
mo-nos em nossos pontos fortes.”
A assembleia entendeu que o martelo era forte, o parafuso unia e dava força, a lixa era especial
para limar e afinar asperezas, e o metro era preciso e exato.
Sentiram-se então como uma equipe capaz de produzir móveis de qualidade. Sentiram alegria
pela oportunidade de trabalhar juntos.
Ocorre o mesmo com os seres humanos. Basta observar e comprovar. Quando uma pessoa
busca defeitos em outra, a situação torna-se tensa e negativa. Ao contrário, quando se busca com
sinceridade os pontos fortes dos outros, florescem as melhores conquistas humanas.
É fácil encontrar defeitos. Qualquer um pode fazê-lo. Mas encontrar qualidades, isto é para os
sábios!(Fonte: http://metaforas.com.br/assembleia-na-carpintaria)
Professor, além do trabalho com a leitura e a interpretação desse texto, é importante abordar
elementos pertinentes às relações lógico-discursivas. Sugerimos atividades como as seguintes:
a) Na frase: “O martelo aceitou sua culpa, mas pediu que também fosse expulso o parafuso,
dizendo que ele dava muitas voltas para conseguir algo.”, o pronome destacado refere-se a qual
termo?
b) “Quando a carpintaria ficou novamente só, a assembleia reativou a discussão.”
Qual é a circunstância expressa na primeira oração deste período? Como você a percebeu?
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II. ITENS RELACIONADOS ÀS HABILIDADES
Leia o texto abaixo.
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Backup de lembranças
O americano Gordon Bell, pioneiro da comunicação na década de 60, fez um experimento consigo mesmo para mostrar como fi nalmente podemos escapar do esquecimento biológico. Tudo começou em 1998, quando Bell decidiu digitalizar todos os documentos de papel que guardava desde os anos 50: fotos, anotações de trabalho e até imagens de suas roupas. No “ápice” do experimento, retratado em O Futuro da Memória (2009, Editora Campus), ele chegou a gravar quase tudo o que acontecia na sua vida. Para isso, usava uma microcâmera em seu peito que tirava fotos a cada 5 segundos, e carregava um gravador para captar todos os sons que ouvia. Tudo o que Gordon lê num computador é automaticamente repassado para um sistema que funciona como um Google pessoal. Lá, ele consegue checar instantaneamente quando e com quem estava em dado momento, e até encontrar o que aquela pessoa disse. “É ótimo ter um backup de memória”, diz o pesquisador da Microsoft de 76 anos, que critica as técnicas de memorização.
Na verdade, há quem argumente que a cabeça é um dos piores lugares para se guardar uma memória – ao menos se você quiser ser uma versão mais próxima do que realmente aconteceu. Imagine que nosso armazenamento de informação é semelhante a uma trupe de atores (os neurônios) interpretando uma peça. Cada um sabe somente suas falas, que devem ser ditas após a deixa dos outros. Se um dos atores fi car doente, atrapalha a peça, forçando os companheiros a improvisar. A metáfora serve para explicar por que, ao recuperarmos algumas de nossas memórias, nós as fortalecemos, mas enfraquecemos e esquecemos outras que não estão relacionadas. E (desculpe, Gordon Bell) não há arquivo que combata isso.
Galileu. n. 241. Ago. 2011. p. 45. (P100037E4_SUP)
(P100040E4) Nesse texto, no trecho “Lá, ele consegue checar instantaneamente...” (ℓ. 9-10), a palavra destacada está no lugar de A) microcâmera.B) gravador. C) computador. D) sistema. E) memória.
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Leia o texto abaixo.
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Nada contra a gíria, bródi
O professor de Português é sempre o primeiro que se pergunta se a gíria é maléfica, benéfica ou indiferente. “A língua corre risco com a abundância e a difusão da gíria?”, perguntam os mais preocupados.
Não, a língua não corre riscos. Corre risco quem não sabe o lugar que a gíria deve ocupar.Muitas vezes, a gíria é o oxigênio da língua, o fruto mais rápido e imediato da criatividade
linguística de um povo.Frequentemente baseada em metáforas (relações de semelhança), a gíria tem forte
poder de síntese. Usar a palavra “bagaço” para manifestar o estado em que se encontra uma pessoa ou um objeto dá bem a dimensão do poder de síntese e do caráter metafórico dessa linguagem.
Então tudo bem com o uso da gíria? Vale em qualquer situação? Não, não e não. Ela tem uso limitado. Certamente você não imagina que um determinado grupo social possa usar sua gíria em qualquer situação ou lugar.
Em outras palavras, muitas vezes a gíria não é coletiva. Não abrange toda a sociedade. Não há linguagem científica baseada em gíria. Não há linguagem jurídica baseada em gíria. Não se escreve contrato em gíria. E não há dicionário universal de gíria.
E é aí que mora o perigo: se você limitar sua linguagem à gíria, pode ficar viciado e acabar perdendo de vista a necessária referência que o padrão formal da língua impõe.
Em uma dissertação de vestibular, o uso de gíria é impensável. Nada contra a gíria, bródi, mas tudo tem seu tempo e seu lugar.NETO, Pasquale Cipro. Folha de S. Paulo. 18 jan. 1999. Folhateen, p. 5. *Adaptado: Reforma Ortográfica. (P090264C2_SUP)
(P090267C2) No trecho “... se você limitar sua linguagem à gíria,...” (ℓ. 17), o termo destacado estabelece relação deA) causa.B) concessão. C) condição.D) consequência.
Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio 93
Competência:
C Distinguir posicionamentos.
Habilidade(s) não desenvolvida(s):
C Identificar a tese de um texto.
C Estabelecer relação entre a tese e os argumentos que a sustentam.
EXEMPLO 2
A competência “Distinguir posicionamentos”
é uma das que, de modo geral, alcançam per-
centuais de acerto mais baixos, nos testes das
avaliações em larga escala.
Há atividades bastante produtivas para o de-
senvolvimento das duas habilidades relaciona-
das – Identificar a tese de um texto e Estabe-
lecer relação entre a tese e os argumentos que
a sustentam –, como a indicada no quadro a
seguir. Cabe destacar a importância de perce-
ber a relação entre as atividades desenvolvidas
em sala de aula, de acordo com o planejamento
anual, e as habilidades verificadas nas avaliações
externas: os itens que se seguem à atividade
proposta ilustram essas habilidades.
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I. ATIVIDADE EM SALA DE AULA
SINAIS DA TERRA
O aquecimento global pode parecer demasiado remoto para nos causar preocupação, ou até
mesmo incerto – talvez apenas uma projeção feita pelas mesmas técnicas computacionais que
muitas vezes não acertam nem a previsão do tempo da semana que vem. Num dia gelado de inver-
no, poderíamos achar que alguns graus a mais na temperatura não seria tão mau assim. E os alertas
sobre as mudanças climáticas súbitas podem parecer uma tática radical dos ambientalistas para nos
obrigar a abandonar nosso carro e o conforto do nosso estilo de vida.
Talvez essas ideias nos consolem. Contudo, a Terra de fato tem notícias perturbadoras para
nos dar. Do Alasca aos picos elevados dos Andes, o mundo está se aquecendo – agora mesmo,
e depressa. Em termos globais, a temperatura subiu 0,6° C no último século, mas os lugares mais
frios e remotos se aqueceram mais. O gelo está derretendo; os rios, secando; e os litorais, sofrendo
erosão, ameaçando a vida de muitas comunidades. A flora e a fauna também estão sob pressão.
Não se trata de projeções, mas de fatos concretos. [...]
Há séculos derrubamos florestas e queimamos carvão, petróleo e gás, e despejamos na atmos-
fera dióxido de carbono (gás carbônico) e outros gases que aprisionam o calor mais rápido do que
as plantas e os oceanos conseguem absorvê-lo.
[...] Na verdade, o que estamos fazendo é pôr mais cobertores em cima do nosso planeta.
(Fonte: APPENSELLER, Tim. Sinais da Terra. National Geographic Brasil, setembro de 2004.)
Como no Exemplo 1, além da leitura e interpretação desse texto, é possível abordar aspectos
relacionados à competência “Distinguir posicionamentos”:
a) Indique qual é a tese que o autor desse texto defende.
b) Relacione dois argumentos utilizados pelo autor para defender sua opinião.
Boletim do Professor - Língua Portuguesa 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio 95
II. ITENS RELACIONADOS ÀS HABILIDADES
(P090700EX) A ideia defendida nesse texto é queA) a gordura deve ser consumida em medidas recomendadas para trazer benefícios à saúde.B) a gordura do leite integral é bastante reduzida em relação ao desnatado e ao semidesnatado.C) os adolescentes devem consumir leite integral para o bom funcionamento do corpo.D) os órgãos vitais necessitam de leite integral para que possam funcionar adequadamente.
Leia o texto abaixo.
Integral ou desnatado?
A nutricionista Ana Beatriz Barrella [...] explica que a diferença entre leite integral, desnatado e semidesnatado está na redução da gordura. Adolescentes devem optar por integral, já que a gordura é um nutriente fundamental para o bom funcionamento do corpo e, se consumida dentro das quantidades recomendadas, desempenha diversas funções, que vão de dar energia a manter a temperatura corporal constante, além de proteger os órgãos vitais do corpo, entre outros benefícios.
Todateen. jan. 2011. Ano 16. n 182, p. 36. Fragmento. (P090700EX_SUP)
Leia os textos abaixo.Testes em animais
Texto 1
“Acho que não tem cabimento [fazer experimentos em animais], não importa o bicho! Isso é um absurdo de qualquer jeito! Um animal também sente. E se fosse com você? Minhas amigas compram vários cosméticos, eu também fi cava louca para comprar quando ia à farmácia, mas agora vou pesquisar e só vou comprar marcas que não fazem experimentos em animais. Temos que lembrar que eles não são animais de pelúcia”.
Amália Garcez
Texto 2
“Eles maltratam muito esses animais. Se pelo menos tomassem mais cuidado, tudo bem, por exemplo: evitar usar agulhas, dar remédios mais fracos etc. Cuidem bem dos bichos, eles sentem dor na minha opinião”.
Ralph AssisDisponível em: <http://migre.me/rOGo2>. Acesso em: 14 mar. 2014. (P090326F5_SUP)
(P090327F5) No Texto 1, qual trecho apresenta um argumento utilizado pela autora para defender sua opinião?A) “Isso é um absurdo de qualquer jeito!”.B) “E se fosse com você?”.C) “... eu também fi cava louca para comprar...”.D) “... mas agora vou pesquisar...”.
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PROFESSORboletim do
LÍNGUA PORTUGUESA
entrevista
Compromisso e esperança movem a educação pública de qualidade
o programa
O Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará – SPAECE
resultados
Os resultados alcançados em 2016
ISSN 1982-7644
>>> SPAECE 2016Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará