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91ISSN 1678-1953Setembro, 2006
Aspectos Agrosocioeconômicos
da Cultura do Milho:
Características e Evolução da
Cultura no Estado de Pernambuco
entre 1990 e 2003
Documentos 91
Manuel Alberto Gutiérrez CuencaCristiano Campos NazárioDiego Costa Mandarino
Aracaju, SE2006
ISSN 1678-1953
Setembro, 2006Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuáriaCentro de Pesquisa Agropecuária dos Tabuleiros CosteirosMinistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Aspectos Agrosocioeconô-micos da Cultura do Milho:Características e Evoluçãoda Cultura no Estado dePernambuco entre1990 e 2003
Disponível em: http://www.cpatc.embrapa.br
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Embrapa Tabuleiros Costeiros
Cuenca, Manuel Alberto GutiérrezAspectos Agrosocioeconômicos da Cultura do Milho: Características
e Evolução da Cultura no Estado de Pernambuco entre 1990 e 2003 /Manuel Alberto Gutiérrez Cuenca, Cristiano Campos Nazário, DiegoCosta Mandarino. - Aracaju : Embrapa Tabuleiros Costeiros, 2006.
30 p. : il. color. - (Documentos / Embrapa Tabuleiros Costeiros, 91)
Disponível em http://<www.cpatc.embrapa.br> ISBN 1678-1953
1. Milho - Economia. 2. Milho - Pernambuco. I. Cuenca, ManuelAlberto Gutiérrez. II. Nazário, Cristiano Campos. III. Mandarino, DiegoCosta. IV.Título. V. Série.
CDD 633.15© Embrapa 2006
Manuel Alberto Gutiérrez CuencaEconomista, M. Sc. em Economia Rural, Pesquisador daEmbrapa Tabuleiros Costeiros,Caixa Postal 44, Av. Beira Mar 3250,Aracaju, SE, CEP 49025-040E-mail: [email protected],
Cristiano Campos NazárioEstudante de Economia da Universidade Federal deSergipe, Estagiário da Embrapa Tabuleiros CosteirosE-mail: [email protected]
Diego Costa MandarinoEstudante de Economia da Universidade Federal deSergipe, Estagiário da Embrapa Tabuleiros CosteirosE-mail: [email protected] [email protected]
Autores
Sumário
Aspectos conjunturais da milhocultura ........................... 8
Situação da cultura no Brasil .................................................... 10
Aspectos da produção de milho no Estado de Pernambucode 1990 a 2003 ........................................................ 16
Evolução da área colhida com milho no Estado dePernambuco de 1990 a 2003 ................................................... 19
Evolução do rendimento com milho no Estado dePernambuco de 1990 a 2003 ................................................... 22
Conclusões .................................................................................... 22
Referências Bibliográficas ......................................................... 24
Anexos ........................................................................................... 25
AspectosAgrosocioeconômicos daCultura do Milho: Caracte-rísticas e Evolução da Cul-tura no Estado dePernambuco entre 1990 e2003Manuel Alberto Gutiérrez CuencaCristiano Campos NazárioDiego Costa Mandarino
No Estado de Pernambuco, a cultura do milho (Zea mays L.) é praticada consor-ciada a outras culturas, predominando o sistema de consórcio com feijão (IBGE,2004a). O seu cultivo é pouco tecnificado, devido ao fato de a cultura serutilizada basicamente para subsistência da maioria dos grupos familiares, comutilização apenas de mão-de-obra própria. Em virtude da sua descapitalização,esses grupos não conseguem contratar trabalhadores fora da propriedade e,geralmente por falta de garantias reais, os bancos não lhes concedem nenhumtipo de crédito agrícola (CUENCA,1997, 1998, 2000).
O milho é muito importante no Estado de Pernambuco, seja sob o ponto de vistaalimentar ou como opção econômica de exploração agrícola em pequenaspropriedades familiares, sendo importante também como atividade de ocupaçãoda mão-de-obra agrícola familiar.
As pequenas propriedades são determinantes na produção da cultura, haja vistaque em Pernambuco existe cerca de 78% da área colhida com milho localizadaem propriedades de até 50 ha. O milho também gera renda e emprego no setoragrícola estadual por ser cultivável em todas as regiões, por se adaptar facilmen-te aos diversos tipos de solo e clima existentes em Pernambuco.
Consideração a importância que essa cultura tem para o Estado de Pernambuco,decidiu-se elaborar este trabalho que visa: 1) analisar as característicasconjunturais da cultura do milho; 2) analisar a evolução da área colhida, daquantidade produzida e do rendimento por hectare da cultura no Estado de
8 Aspectos Agrosocioeconômicos da Cultura do Milho: Características e Evolução daCultura no Estado de Pernambuco entre 1990 e 2003
Pernambuco; 3) avaliar as diferentes contribuições de cada município em relaçãoao Estado, entre 1990 e 2003.
Aspectos conjunturais damilhocultura
A cultura do milho ocupa a liderança no volume de produção de grãos nomundo. Em 2003 foram produzidas em torno de 638 milhões de toneladas,sendo movimentados no mercado internacional mais de 70 milhões de toneladaspor ano.
Liderando a produção, a América do Norte produziu em 2004, 43% da produ-ção mundial, a Ásia produziu 26%, a Europa gerou 11%, a América do Sulrespondeu por 11%, a África 7% e a América Central apenas 2%.
A produção mundial de milho, entre 1990 e 2003, registrou acréscimo de 32%,sendo que foi na América do Sul onde houve maior evolução de produção,chegando a 122%, seguida de perto pelo Caribe onde o total colhido aumentou116%. Na América do Norte o aumento ficou em 28%.
A colaboração dos principais países na produção mundial, entre 1990 e 2003,também apresentou variações de participação na composição do total mundial.
Em 1990, o maior produtor eram os Estados Unidos com 43%, seguido daChina, que respondia por 21%. O Brasil ocupava o terceiro lugar entre osprincipais produtores, contribuindo com apenas 4% da produção mundial (FAO,2004).
A contribuição de cada país na produção mundial, em 1990, é apresentadanaFigura 1.
9Aspectos Agrosocioeconômicos da Cultura do Milho: Características e Evolução daCultura no Estado Pernambuco entre 1990 e 2003
Fig. 1. Participação dos principais países na produção mundial de milho em 1990.Fonte: FAO – 2004
E.U.A.43%
Brasil4%
Yugoslávia1%
Itália1%
Outros Países16%
México3%
União Soviética2%
França2%África do Sul
2%Índia2%
Canadá1%
Romênia1%
Indonésia1%
China21%
Em 2003, os países com maior contribuição na produção mundial foram:Estados Unidos (40%), China (18%), Brasil (7%) e México (3%). A Argentina,Índia e África do Sul contribuíram com apenas 2%, cada. Esses sete paísesresponderam, naquele ano, por aproximadamente 75% da produção mundial demilho, cultura praticada em aproximadamente 135 países (FAO,2004).
A contribuição desses e dos países mais expressivos na produção mundial, em2003, são apresentados no Figura 2.
E.U.A.40%
Itália1%
Outros Países17%
Brasil7%
China18%
Romênia2%
Canadá2%
África do Sul2%
Indonésia2%
França2%
Índia2%
Argentina2%
México3%
Fig. 2. Participação dos principais países na produção mundial de milho em 2003.Fonte: FAO - 2004.
10 Aspectos Agrosocioeconômicos da Cultura do Milho: Características e Evolução daCultura no Estado de Pernambuco entre 1990 e 2003
A nível mundial, foram colhidas em 2003 aproximadamente 143 milhões dehectares. A Ásia concentrava 30%, a América do Norte concentrava 21%, naÁfrica 19%, na América do Sul 13% e na Europa 10%.
Entre 1990 e 2002, a área colhida com milho no mundo, apresentou evoluçãode 9%, sendo que foi no Caribe onde se registrou o maior aumento de área noperíodo (39%), vindo a seguir a América do Sul, onde houve aumento de 16%,na África e na América Norte a área colhida com milho aumentou 7%, cada,enquanto na América Central esse aumento foi de 5%.
Em relação ao rendimento, a liderança coube a América do Norte, onde aprodutividade alcançou 8.773 kg/ha. A Oceania e a Europa foram os outroscontinentes que com 6.141 kg/ha e 4.659 kg/ha, respectivamente. Os demaiscontinentes conseguiram rendimentos menores: América do Sul (3.901 kg/ha),Ásia (3.857 kg/ha), América Central(2.391 kg/ha) e África (1.605 kg/ha) (FAO,2004).
No período entre 1990 e 2003, o rendimento mundial da cultura evoluiu 22%.A América do Sul apresentou o maior aumento de rendimento nesse período,chegando a 91%, vindo em seguida o Caribe com 55%, a América Central comuma evolução de 22% e a América do Norte com 19%. O continente Africanofoi onde a cultura registrou menor evolução por área colhida (8%) (FAO, 2004).
Situação da cultura no Brasil
Existem atualmente 38 milhões de hectares plantados com lavouras anuais noBrasil, dos quais aproximadamente 13 milhões de hectares são ocupados commilho que ao lado da soja, é um dos cultivos anuais com maior área colhida nopaís. A cultura milho é desenvolvida em todo o território nacional, sendoempregada com as mais diversas tecnologias. Estima-se que aproximadamente20% da produção sejam destinados ao autoconsumo nas unidades produtoras.O milho participa em média com 64% e 66% na composição da ração destinadaà avicultura e a suinocultura, respectivamente (AGRIANUAL, 2003).
Por meio dos dados presentes na Tabela 1, observa-se que, entre 1990 e 2003,o Brasil apresentou um acréscimo de 124% na quantidade produzida de milho euma expansão de apenas 14% na área colhida. Esses percentuais mostram que aelevação na quantidade produzida deveu-se, principalmente, ao aumento da
11Aspectos Agrosocioeconômicos da Cultura do Milho: Características e Evolução daCultura no Estado Pernambuco entre 1990 e 2003
produtividade, o qual se elevou 97% no mesmo período. Isto se deve, emgrande parte, ao papel desempenhado pelas novas tecnologias desenvolvidaspela pesquisa agropecuária na área de melhoramento e manejo da cultura.
Tabela 1. Produção, área e produtividade do milho no Brasil, 1990 a 2003.
Fonte: FAO, 2004
Ano Produção (ton)
11.394.30013.063.70013.363.60011.869.70013.748.80013.946.30011.933.80012.562.10010.585.50011.611.48311.614.71712.330.30011.750.90012.935.200
1.8741.8082.2832.5322.3632.6002.4792.6232.7962.7772.7833.4033.0583.696
21.347.77423.624.34030.506.12730.055.63332.487.62536.266.95129.589.79132.948.04429.601.75332.239.47932.321.00041.962.47535.932.96247.809.300
Área (ha) Produtividade (kg/ha)
19901991199219931994199519961997199819992000200120022003
Em 1990, 54% da produção brasileira de milho originavam-se da região Sul,25% do Sudeste, 15% do Centro-Oeste e apenas 6% das regiões Norte eNordeste. Já em 2003, a participação na produção nacional das Regiões Sul,Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Norte foi de 50%, 21%, 21%, 6% e 2%,respectivamente. Manteve-se portanto a supremacia da região Sul na geração daprodução de milho, registrando-se apenas uma pequena troca de participaçãoentre as regiões Sudeste e Centro-Oeste que registraram queda e aumento de5%, respectivamente, em relação à produção nacional (IBGE, 2004).
A área colhida com milho no Brasil em 1990, era distribuída regionalmente daseguinte maneira: 42% localizavam-se na região Sul, 24% ficavam no Sudeste;o Centro-Oeste concentrava 19%, o Norte e Nordeste respondiam por 3% e12%, respectivamente, da área com milho. Em 2003, houve pequenas diminui-ções nas participações das duas principais Regiões produtoras, assim comosuaves aumentos nas participações das outras três Regiões, como pode serobservado no Figura 3, onde estão registradas as contribuições regionais naprodução, área e valor da produção de milho no Brasil, nos anos de 1990 e2003.
12 Aspectos Agrosocioeconômicos da Cultura do Milho: Características e Evolução daCultura no Estado de Pernambuco entre 1990 e 2003
54%
25%
15%
3%3%
50%
21%
21%
6%2%
42%
24%
19%
12%3%
39%
19%
18%
20%
4%
50%
30%
12%
6%3%
47%
22%
20%
8%3%
prod 1990 prod 2003 área 1990 área 2003 valor 1990 valor 2003
Sul Sudeste Centro-Oeste Nordeste Norte
Fig. 3. Participação regional na produção, área colhida e valor da produção brasileirade milho em 1990 e 2002.Fonte: IBGE – 2004
Dentre os estados brasileiros, o Paraná foi o de maior destaque na produção demilho no ano de 1990, gerando 23%, vindo a seguir os estados de Rio Grandedo Sul (18%), Santa Catarina (13%), São Paulo (12%), Minas Gerais (11%),Goiás (9%) e Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (3%, cada). O Estado dePernambuco, segundo dados estatísticos do IBGE, produziu em torno de 79 miltoneladas, no início dos anos 90, aumentando sua produção para aproximada-mente 81 mil toneladas, no final de 2003. A participação dos principais estadosprodutores de milho em 1990, é apresentada na Figura 4.
Rio Grande do Sul18%
São Paulo12%
Santa Catarina13%
M inas Gerais11%
M ato Grosso do Sul3%
M ato Grosso3%
Goiás9%
Pará1%
Espí rito Santo1%M aranhão
1%
Bahia1%
Outros Estados3%
Ceará1%
Paraná23%
Fig. 4. Participação por Estado na produção brasileira de milho em 1990.Fonte: IBGE – 2004
13Aspectos Agrosocioeconômicos da Cultura do Milho: Características e Evolução daCultura no Estado Pernambuco entre 1990 e 2003
Em 2003, o quadro de participação estadual na produção nacional foi: Paraná(30%), Minas Gerais (11%), Rio Grande do Sul (11%), São Paulo (10%), SantaCatarina (9%), Goiás (8%), Mato Grosso (7%) e Mato Grosso do Sul (6%)(IBGE, 2003). A participação dos principais estados produtores no total brasilei-ro é apresentada na Figura 5.
Minas Gerais11%
São Paulo10% Rio Grande do Sul
11%Goiás
8%
Mato Grosso do Sul6%
Mato Grosso7%
Santa Catarina9%
Bahia3%Ceará
2%
Pará1%
Maranhão1%
OUTROS ESTADOS1%
Paraná30%
Fig. 5. Participação por Estado na produção brasileira de milho em 2003.
Fonte: IBGE – 2004
A cultura do milho no Brasil é desenvolvida em cultivo isolado, praticado comelevados índices de mecanização e tecnologia, com sistemas de irrigaçãogeralmente automatizados. A maior parte destes cultivos está situada nas regiõesSul, Sudeste e Centro-Oeste; a cultura também pode ser encontrada em cultivointercalado, principalmente com feijão, podendo ser associada também comoutras culturas de ciclo curto tais como fumo, amendoim, inhame, mandioca etc.Este procedimento procura maximizar o uso da área por hectare e, naturalmente,aumenta as possibilidades de obtenção de maior renda por unidade produtiva,principalmente na região Nordeste, onde o milho é explorado geralmente emáreas menores que os módulos correntemente usados no Sul, Sudeste e Centro-Oeste (IBGE, 1996).
É interessante observar que quanto maior o tamanho da propriedade, melhor é adiluição dos custos fixos. Na safra 1999/2000, o custo médio por saco numapropriedade de 150 hectares resultou em US$ 5,40 e em US$ 4,94 para
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propriedades com área de 450 hectares (AGRIANUAL, 2000). Isto se justificapelo fato de que a pequena propriedade leva desvantagem, principalmente nadiluição do custo fixo e no investimento liquido por hectare, como no caso doimpacto causado pelo custo da mecanização que é maior na pequena proprieda-de, pelo fato de não valer a pena adquirir uma colheitadeira automotriz, resultadoque o pequeno produtor tem o custo adicional do aluguel da máquina.
A forma de exploração e os níveis de tecnologia aplicados são os determinantesna geração de receita por unidade de área explorada. Em 2001, a média derentabilidade pela cultura do milho no Brasil foi de R$ 512,16 por hectare; naregião Nordeste foi de R$ 185,08 por hectare; no Sudeste o valor gerado porhectare foi de R$ 562,71 e na região Sul esse valor chegou a R$ 628,40 porhectare (IBGE, 2003).
Apesar da lucratividade média na região Nordeste ficar muito abaixo da média dopaís, a Bahia alcançou R$ 342,60 por hectare. O Estado de Sergipe com R$206,66 por hectare conseguiu superar os estados do Maranhão, Piauí, Paraíba,Rio Grande do Norte e Pernambuco, que apenas conseguiram R$ 196,51, R$113,22, R$ 105,55, R$ 52,62 e R$ 48,88 por hectare, respectivamente, em2001.
Os produtores brasileiros de milho sofrem a cada ano, em função do grandeaumento dos custos de produção. Eles têm a desvantagem de não possuírem opreço de venda formado em dólar, como no caso da soja, enquanto os insumosutilizados são regidos pela variação cambial dessa moeda.
Por outro lado, a desvalorização da moeda brasileira, ocorrida no final de 1998,contribuiu indiretamente com os produtores de milho, já que no curto prazo,devido à mudança do cenário econômico estimulada pela desvalorização cambialdo Real, os setores da produção animal, grandes consumidores de raçõespreparadas a base do milho, aumentaram a demanda de rações para aumentar asexportações de carne.
Os preços pagos aos produtores de milho, no período entre 1993 e 2001,apresentaram quedas constantes. Assim a autosustentabilidade do produtor demilho é muito delicada, pois os preços, em alguns Estados, chegaram a cair emquase a metade, em relação aos existentes em 1993, como foi o caso de SãoPaulo, onde se registrou queda de 47%, no Paraná caíram 42%, em Goiás
15Aspectos Agrosocioeconômicos da Cultura do Milho: Características e Evolução daCultura no Estado Pernambuco entre 1990 e 2003
declinaram 42% e no Rio Grande do Sul a diminuição foi de 41% (Tabela 2).
Tabela 2. Média** dos preços pagos ao produtor de milho nas principaisregiões produtoras do país 1990 a 1999– US$/saca de 60 kg.
Fonte: Agrianual, 2003** Media anual em dólares deflacionados segundo o Índice de Preços no Varejo (CPI-U).
Estado 1993
São PauloParanáGoiásRio G. do Norte
1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002
8,717,757,328,20
8,587,587,118,07
7,956,637,057,52
7,957,966,938,72
6,436,065,816,46
7,386,525,697,15
5,124,714,195,43
76,085,896,23
3,973,673,53,9
4,584,514,284,87
Com as modificações na moeda Argentina, no ano de 2001, as importações demilho ficaram mais acessíveis e baratas, fazendo com que ocorressem quedasnos preços internos naquele ano.
Já no último biênio (2001/2002), houve uma recuperação nos preços pagos aoprodutor, isto se deveu ao desequilíbrio entre oferta e demanda ocasionado pelaredução de área das safras de verão a partir de 2001 e a quebra da safrinha de2001/2002, devido a problemas climáticos nos principais Estados produtores.Outro fator de melhoria nos preços pagos ao produtor, nesse biênio, foi oaumento na demanda de grãos por parte da avicultura e suinocultura, que em2002, responderam por 52% e 32% do total do consumo animal de milho,respectivamente (AGRIANUAL, 2003). Por outro lado, a desvalorização do realperante o dólar influenciou duplamente o mercado do milho: em primeiro lugar,impedindo a importação, principalmente da Argentina de onde vieram1.516.325 toneladas em 2000 e apenas 24.931 toneladas em 2002 e emsegundo lugar, o alto valor do dólar estimulou as exportações, chegando a 5,63milhões de toneladas em 2001. Para 2002, previam-se exportações insignifican-tes, devido ao pouco saldo da safra 2001, mas o total de 1,53 milhão detoneladas, exportadas nos primeiros 7 meses de 2002, contrariou totalmente asprevisões iniciais. A grande quantidade das exportações, somada à redução deárea plantada (1a Safra) a partir da safra 2000/2001, devido à ampliação doplantio de soja, gerando problemas de abastecimento em 2003,consequentemente elevando os preços do produto no início desse ano. Isto podepropiciar oportunidade de melhores ganhos aos produtores da segunda safra,assim como aos produtores nordestinos, que fazem seus plantios coincidindocom a segunda safra do Sul e Sudeste (AGRIANUAL, 2003).
16 Aspectos Agrosocioeconômicos da Cultura do Milho: Características e Evolução daCultura no Estado de Pernambuco entre 1990 e 2003
Como dito anteriormente, com ausência de equilíbrio entre oferta e demanda,como foi o caso da safra 2000/2001, os preços internos do milho ficam acimados da paridade internacional, o que não ocorre com os produtos destinados aomercado internacional, como a soja. Assim os produtores de milho terão umaespécie de reserva de mercado, pois como as despesas de importação são altas(fretes, taxas, cambio etc.) o produto importado, posto na indústria custa porvolta de US$7,00/saca, muito acima do preço pago ao produtor brasileiro,podendo este último subir até o limite do mencionado preço de importação.
A médio e longo prazo a preocupação mundial de produzir bioenergia, como ocaso do estímulo dado nos Estados Unidos para a produção de álcool de milho,a ser utilizado como aditivo natural nos combustíveis para veículos, trará, comcerteza, modificações no mercado internacional de milho, beneficiando asexportações brasileiras nos próximos anos.
Aspectos da produção de milho noEstado de Pernambuco de 1990 a2003
A cultura do milho no Estado de Pernambuco de forma geral se concentra empequenas propriedades, pois segundo o Censo Agropecuário de 1996, cerca de78% da área estadual com milho concentravam-se em propriedades com áreamenor a 50 ha. Entre os municípios que mais participam na produção estadualobserva-se que em alguns deles tais como Afogados da Ingazeira, Flores,Carnaíba e Tabira, a concentração de área colhida com milho em propriedadesmenores de 50 ha atinge porcentuais acima dos 82%. Já em alguns municípios,como Serra Talhada e São José do Belmonte, o estrato de propriedades comárea entre 50 e 200 ha é muito significativo.
Observa-se que em muitos municípios pernambucanos a cultura assume papelfundamental na agricultura familiar, com predomínio de pequenas propriedades¹.
A concentração de área por grupo de área colhida com milho em Pernambuco enos principais municípios produtores é mostrada na Figura 6.
¹ Valores calculados a partir da tabela 4, em anexo.
17Aspectos Agrosocioeconômicos da Cultura do Milho: Características e Evolução daCultura no Estado Pernambuco entre 1990 e 2003
78%
16%
5%1%
90%
8%2%
74%
19%
6%1%
89%
7%4%
82%
15%
3%
74%
20%
5%1%
72%
19%
6%2%
67%
23%
7%
83%
16%2%
Pern
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1000 a < 5000ha
200 a < 1000 ha
50 a < 200 ha
< de 50 ha
Fig. 6. Concentração de área colhida com milho por grupo de área em Pernambuco e
nos principais municípios produtores em 1996.
Fonte: Censo Agropecuário do Brasil, 1996-IBGE 2004a.
Segundo dados do IBGE, o Estado da Pernambuco, produziu 79.376 toneladasde milho em 1990, elevando sua produção para 81.458 toneladas em 2003. Amilhocultura comprovou ser de essencial importância na sobrevivência daagricultura familiar pernambucana, encontrando-se presente na maioria dosmunicípios do Estado, ainda que em vários municípios sua presença sejainexpressiva. O município de Carnaíba aparece, em 2003, como principalprodutor estadual, produzindo por volta de 7.000 toneladas, todavia no inícioda década sua produção era pequena, apresentando somente 120 toneladas. Emseguida aparece o município de Flores, que aumentou sua produção no períodoem analise, passando de 509 toneladas em 1990 para 6.050 toneladas demilho em 2003. O município de Serra Talhada aparece em terceiro lugar, com5.760 toneladas de milho em 2003, aumentado a sua participação, visto queem 1990 produzia 1.100 toneladas de milho, sendo seguido por: São José doBelmonte que passou de 1.428 t em 1990 para 5.400 t em 2003, São Josédo Egito que passou de 8 t para 4.500 t, Tabira que passou de 360 t para3.840 t, Betânia que passou de 217 t para 3.600 t, Afogados da Ingazeira de60 t para 3.567 t, Bodocó de 256 t para 2.907 t, Passira de 2.040 t para2.880 t, Ingazeira de 216 t para 2.560 t, Iguaraci de 160 t para 2.160 t, SantaTerezinha de 6 t para 2.160 t, Solidão de 36 t para 1.710 t e Araripina quepassou de 2.826 em 1990 para 1.296 em 2003.
18 Aspectos Agrosocioeconômicos da Cultura do Milho: Características e Evolução daCultura no Estado de Pernambuco entre 1990 e 2003
Tabira 5%
São José do Egito 6%
Bodocó 4%
Betânia 4%
São José do Belmonte
7%
Serra Talhada 7%
Carnaíba 9%
Flores 7%
Afogados da Ingazeira
4%
Quixaba 4%
Outros Mun43%
Ouricuri 3%
Araripina4%
Limoeiro3%
Belo Jardim3%
Tupanatinga4%
Cumaru4%
Surubim5%
Bom Conselho4%Gravatá
3%
Bom Jardim3%
Outros Mun64%
O município de Surubim em 1990 era o lider na produção de milho no Estado dePernambuco, colaborando com 5% da produção estadual. Os municípios de BomConselho, Tupanatinga, Araripina e Camaru vinham em seguida com 4%, cada;seguidos de Ouricuri, Belo Jardim, Gravatá, Bom Jardim, Limoeiro e Passira com3%, cada; Inajá, Caruaru, Buique, São Bento do Norte, Saloá, Brejão, São Josédo Belmonte e Triunfo com 2%, cada; os demais percentuais estão expressos nafigura 6. Em 2003, o município de Carnaíba passou a ser o principal produtor,colaborando com 9% de toda a produção de milho no Estado de Pernambuco,observando que em 1990 sua participação chegava a apenas 0,15% do totalestadual. Os municípios de Flores, Serra Talhada e São José do Belmonteparticipavam com 7%, cada em 2003. Já os municípios de São José do Egito eTabira contribuíam com 6% e 5% respectivamente, no ano 2003. Essesporcentuais serão melhor ilustrados através das Figuras 7 e 8.
Fig. 7. Participação percentual dos principais municípios na produção de milho emPernambuco, 1990.Fonte: IBGE – 2004
Fig. 8. Participação percentual dos principais municípios na produção de milho emPernambuco, 2003.Fonte: IBGE – 2004
19Aspectos Agrosocioeconômicos da Cultura do Milho: Características e Evolução daCultura no Estado Pernambuco entre 1990 e 2003
Em relação à evolução da produção de milho no Estado de Pernambuco, obser-va-se que o Estado sofreu um aumento de 3%, entre 1990 e 2003. A produçãodos municípios sofreu variações positivas e negativas no decorrer do período emestudo. O município de São José do Egito foi o que apresentou a maior evolu-ção da produção entre os principais produtores de milho (56.150%) no períodode 1990 a 2003; em seguida aparecem os municípios de: Santa Teresinha, comevolução de 35.900%, Afogados da Ingazeira (5.850%), Carnaíba (5.733%),Solidão (4.650%), Betânia (1.559%), Iguaraci (1.443%), Ingazeira (1.085%),Bodocó (1.036%), Tabira (967%), F lores (925%), Serra Talhada (424%),Moreilândia (415%), Exu (390%), São José do Belmonte (278%), Passira(41%) e Cedro (33%).
Separando-se a análise dos dados de evolução em dois períodos (1990/1996 e1996/2003), percebe-se que no primeiro período o Estado de Pernambucoregistrou crescimento de 198%. O município de Brejinho, com incremento de81.200%, foi o destaque, seguido de São José do Egito com 79.900%, SantaTeresinha (26.817%), Custódia (24.900%) e Ibimirim (10.056%)
No segundo período, o Estado registrou queda de 66% na produção. Em relaçãoaos municípios principais produtores de milho no Estado de Pernambuco, amaior evolução foi apresentada pelo município de Betânia (167%), vindo emseguida Carnaíba com 160%, Brejinho com 144%, Flores com 44%, SantaTeresinha com 34%, Ingazeira com 33%, Solidão com 22%, Quixabá com17% e Afogados da Ingazeira com 15%. Houve também alguns municípios comgrande expressão na geração de milho que apresentaram queda na produção:Araripina (-93%), Passira (-45%), Bodocó (-39%), São José do Belmonte (-38%), Serra Talhada (-35%), Itapetim (-34%), Iguaraci (-32%), São José doEgito (-30) e Tabira (-4%).
Evolução da área colhida com mi-lho no Estado de Pernambuco de1990 a 2003
No Estado de Pernambuco houve redução na área colhida com milho, passandode 203.665 ha em 1990, para 166.456 ha em 2003, o que representou umaqueda de 18% na quantidade de hectares com a cultura, no período.
20 Aspectos Agrosocioeconômicos da Cultura do Milho: Características e Evolução daCultura no Estado de Pernambuco entre 1990 e 2003
Outros Mun 66%
Bom Conselho 3%
São José do Belmonte
3%
Araripina 4%
Ouricuri 5%
Inajá 4%
Tupanatinga3%
Águas Belas 3%
Triunfo 3%
Itaíba3%
Surubim 3%
O município de Flores, principal produtor de 2003, aumentou sua área colhidacom milho, passando de 2.950 ha em 1990, para 11.000 ha em 2003,tornando-se o principal produtor de milho do Estado. O município de SerraTalhada apresentou aumento de área colhida, passando de 5.500 ha em 1990,para aproximadamente 8.000 ha em 2003. O município de Carnaíba apresentouum elevado acréscimo na área colhida, passando de 500 ha em 1990, para7.000 ha em 2003, sendo seguido pelos municípios de: Bodocó que passou de2.560 ha para 6.460 ha em 2003, São José do Belmonte de 5.950 ha para6.000 ha, Alfogados da Ingazeira de 1.000 ha para 5.100 ha, São José doEgito de 160 ha para 5.000 ha, Betânia de 1.550 ha para 5.000 ha, Tabira de4.000 ha para 4.800 ha, Afrânio de 440 ha para 4.200 ha, Petrolina de 1.000ha para 4.000 ha, Iguaraci de 700 ha para 3.600 ha, Ingazeira de 1.200 hapara 3.200 ha, Serrita de 1.500 ha para 3.000 ha e Santa Teresinha quepassou de 120 ha em 1990 para 2.700 ha em 2003.
Examinando-se os municípios principais produtores do Estado, observa-se queem 1990, o município de Ouricuri apresentava o maior percentual de participa-ção na área colhida estadual (5%). Os municípios de Araripina e Inajá ficaramcom 4% e os municípios de Tupanatinga, Itaíba, Surubim, Águas Belas, SãoJosé do Belmonte, Bom Conselho, Triunfo e Serra Tallhada ficaram com 3%,cada.
A concentração de área colhida com milho dos demais municípiospernambucanos em 1990, é apresentada na Figura 9.
Fig. 9. Participação percentual dos principais municípios pernambucanos na áreacolhida com milho, em 1990.Fonte: IBGE – 2004
21Aspectos Agrosocioeconômicos da Cultura do Milho: Características e Evolução daCultura no Estado Pernambuco entre 1990 e 2003
Outros Mun 61%
Dormentes3%
São José do Egito 3%
Serra Talhada5%
Flores7%
Carnaíba 4%Bodocó
4%
Betânia3%
Ouricuri 3%
São José do Belmonte
4%
Afogados da Ingazeira
3%
Em 2003, a área destinada ao cultivo do milho sofreu uma diminuição em todoo Estado de Pernambuco. O município de Flores passou a ser o principalconcentrador de área colhida com milho (7%), seguido de Serra Talhada com5%, Carnaíba, Bodocó e São José do Belmonte com 4%, cada e Afogados daIngazeira, Betânia, São José do Egito, Dormentes, Ouricuri, Tabira e Afrânio com3%, cada. As concentrações de área desses e dos demais municípiospernambucanos estão expressas na figura 10.
Fig. 10. Participação percentual dos principais municípios pernambucanos na áreacolhida com milho, em 2003.Fonte: IBGE – 2004
Observando-se a evolução da área colhida com milho em Pernambuco, pode-seperceber que o Estado registrou uma diminuição de 18%, entre 1990 e 2003.A área estadual sofreu oscilações no decorrer do período, apresentando quedaem quase todos os municípios. O município de São José do Egito demonstrou amaior evolução entre os principais produtores do período (3.900%), vindo aseguir Santa Terezinha (2.150%), Carnaíba (1.300%), Afrânio (855%), Iguaraci(414%), Afogados da Ingazeira (410%), Petrolina (300%), Flores (273%),Betânia (223%), Ingazeira (167%), Bodocó (152%) e Serrita (100%).
Separando-se a série histórica em estudo em dois períodos distintos, 1990/1996 e 1996/2002, observa-se que, entre 1990 e 1996, o Estado dePernambuco evoluiu sua área colhida em 72%, sendo que o município deBrejinho foi o mais representativo em termos de evolução (4.700%), São Josédo Egito ficou com 3.900%, Custódia 2.400% e Santa Terezinha 1.900%.
22 Aspectos Agrosocioeconômicos da Cultura do Milho: Características e Evolução daCultura no Estado de Pernambuco entre 1990 e 2003
No segundo período, compreendido entre 1996/2003, o Estado de Pernambucodemonstrou queda de 66%, com destaque para o município de Betânia que tevemaior aumento de área (167%), vindo em seguida Carnaíba com 160%,Brejinho (144%) e Flores (49%).
Evolução do rendimento com milhono Estado de Pernambuco de 1990a 2003
O rendimento da cultura do milho no Estado de Pernambuco, no período analisa-do, apresentou crescimento, passando de 389 kg/ha em 1990 para 490 kg/haem 2003. O município que apresentou a maior produtividade, em 1990, foiGravatá com 1.400 kg/ha, seguido de Cumaru 1.100 kg/ha e Passira com1.000 kg/ha. Em 2003, os destaques passaram a ser os municípios de BuenosAires e Parnamirim com 1.200 kg/ha, cada, sendo seguidos pelos municípios deSanharo e Caruaru com 1.000 kg/ha, cada e Águas Belas, Tacaratu e Trindadecom 900 kg/ha, cada.
A produtividade dos municípios principais produtores de milho no Estado dePernambuco evoluiu, entre 1990 e 2003, em percentuais muito diferentes entreeles, assim: Brejinho evoluiu 4.900%; São José do Egito (1.700%), Salgueiro(1.650%), Santa Terezinha (1.500%) e Afogados da Ingazeira com (1.067%).
Analisando-se o período entre 1990 e 1996, pode-se observar que o municípiomais representativo foi Salgueiro com evolução de 3.900%, seguido de SãoJosé do Egito (1.900%), Exu (1.710%) e Brejinho (1.594%). Quando seobserva o período de 1996 a 2003, o destaque passou a ser o município deBrejinho com evolução de 195%, Carnaíba (110%) e Macaparana (100%).
Conclusões
Com 53% da produção total, o continente americano lidera em 2003 a produçãode milho, concentrando também 41% da área colhida no mundo com a cultura.
O milho é cultivado em todo o Brasil e sua área colhida vem aumentando nosúltimos anos, chegando aos 13 milhões de hectares em 2003, representando25% do total da área colhida com culturas temporárias.
23Aspectos Agrosocioeconômicos da Cultura do Milho: Características e Evolução daCultura no Estado Pernambuco entre 1990 e 2003
Com 50% do total produzido no país em 2003, a região Sul é a de maiordestaque entre as regiões produtoras de milho, produzindo a metade do totalproduzido no Brasil
Na região Nordeste a rentabilidade com a cultura do milho é bastante baixa,devido, em grande parte, a baixa tecnologia utilizada e a deficiência e/ou instabi-lidade das chuvas na região.
No Estado da Pernambuco a cultura é desenvolvida, geralmente, em consórciocom o feijão e outras culturas de subsistência, por pequenos produtores familia-res, predominando os estratos de área menores que 50 ha.
As diferenças das produtividades entre os diferentes municípios devem-se,principalmente, às diferentes condições edafoclimáticas e também as diferentestecnologias e sistemas produtivos usados pelos produtores em cada um dosmunicípios pernambucanos.
Em nível estadual a cultura apresentou uma evolução na produção de 3%, noperíodo entre 1990 e 2003.
Em relação à participação de cada município na produção estadual, pode-seconstatar que, em 1990, o município de Surubim era o líder na produção demilho no Estado de Pernambuco, contribuindo com 5% da produção estadual; jáem 2004, foi o município de Carnaíba que passou a ser o grande produtorestadual, participando com 9% de toda a produção de milho no Estado.
24 Aspectos Agrosocioeconômicos da Cultura do Milho: Características e Evolução daCultura no Estado de Pernambuco entre 1990 e 2003
Referências Bibliograficas
AGRIANUAL. Agrianual 2004 – Anuário da Agricultura brasileira. São Paulo:FNP Consultoria & Comércio ed. Argos.
CUENCA, M.A.G. Perfil caracterização agrossocioeconômica dos produtores decoco do município de Pacatuba-SE. Aracaju : Embrapa Tabuleiros Costeiros,1997. 6 p. (Embrapa Tabuleiros Costeiros. Pesquisa em Andamento 50).
CUENCA, M.A.G. Diagnóstico agrossocioeconômico da agropecuária no municí-pio de Barra dos Coqueiros. Aracaju : Embrapa Tabuleiros Costeiros, 1998. 9 p.(Embrapa Tabuleiros Costeiros. Comunicado Técnico 20).
CUENCA, M.A.G. Perfil agrossocioeconômico dos produtores de coco domunicípio de Conde-BA. Aracaju:Embrapa Tabuleiros Costeiros, 2000. 14 p.(Embrapa Tabuleiros Costeiros. Documentos 25).
FAO. Fundation Agricultural Organization, Roma :FAOSTAT Database Gateway– FAO. Disponível: http://apps.fao.org – consultado no mês de outubro de2004.
IBGE - Censo Agropecuário do Brasil-1996. IBGE Rio de Janeiro: IBGE - SistemaIBGE de recuperação automática – SIDRA. Disponível: http://www.ibge.gov.br –consultado em novembro de 2004a.
IBGE - PRODUÇÃO AGRÍCOLA MUNICIPAL IBGE- Rio de Janeiro: IBGE -Sistema IBGE de recuperação automática – SIDRA. Disponível: http://www.ibge.gov.br – consultado no mês de outubro de 2004.
25Aspectos Agrosocioeconômicos da Cultura do Milho: Características e Evolução daCultura no Estado Pernambuco entre 1990 e 2003
Anexos
Quantidade produzida (Tonelada)
79.376286070
107-
90019264
420-
60-
2.82627049
-788
2.400217
1.089256
3.4802.240
2401.485
157224
1.60040
42063042026048
108
PernambucoAbreu e LimaAfogados da IngazeiraAfrânioAgrestinaÁgua PretaÁguas BelasAlagoinhaAliançaAltinhoAmarajiAngelimAraçoiabaAraripinaArcoverdeBarra de GuabirabaBarreirosBelém de MariaBelém de São FranciscoBelo JardimBetâniaBezerrosBodocóBom ConselhoBom JardimBonitoBrejãoBrejinhoBrejo da Madre de DeusBuenos AiresBuíqueCabrobóCachoeirinhaCaetésCalçadoCalumbiCamaragibeCamocim de São Félix
Tabela 3. Produção de milho e área colhida com o milho nos municípiospernambucanos 1990, 1996 e 2003.
Área colhida (Hectare)
1990 1996 2003 1990 1996 2003
236.306-
3.1012.058
270-
3.12029560
1.209-
192-
19.11338532
-80
258574
1.350660
4.8005.2201.800
7240081313055
4.272400952900351
1.14084
240
81.458-
3.570336
8-
300160224-
18-
1.29636
----
2103.600
122.907
96360
-60
1.9804
2412
120331584
540--
203.66570
1.000440345
-6.000
400130
1.400-
240-
9.00090070
-13030
3.0001.5501.6502.5605.8003.200
4002.700
5088080
4.000500
1.0502.100
7001.300
64180
351.037-
4.7775.671
532-
6.500542220
2.773-
320-
17.36050050
-200440
1.3151.5001.1006.0009.0002.000
90800
2.4001.300
1107.000
5001.5502.0001.3001.200
200400
166.456-
5.1004.200
400-
60080055
200-
90-
3.600300
----
6005.000
306.460
4801.200
-250
1.98020060
2001.000
220100400750
--
Continua...
26 Aspectos Agrosocioeconômicos da Cultura do Milho: Características e Evolução daCultura no Estado de Pernambuco entre 1990 e 2003
Quantidade produzida (Tonelada)
4296
870120
-21
1.620--
7501254
-315
-3.465
9040
--
24538
-44
59011
900-
30050
-75
2.38068418
50412
1401.850
216-
194
CamutangaCanhotinhoCapoeirasCarnaíbaCarnaubeira da PenhaCarpinaCaruaruCasinhasCatendeCedroChã de AlegriaChã GrandeCondadoCorrentesCortêsCumaruCupiraCustódiaDormentesEscadaExuFeira NovaFernando de NoronhaFerreirosFloresFlorestaFrei MiguelinhoGameleiraGaranhunsGlória do GoitáGoianaGranitoGravatáIatiIbimirimIbirajubaIgarassuIguaraciInajáIngazeiraIpojucaIpubi
Tabela 3. Continuação...
Área colhida (Hectare)
1990 1996 2003 1990 1996 2003
45380
1.8002.695
92030
220--
5.4007578
210384
-2.434
23810.0003.988
-5.295
300-
614.050
740265
-1.500
4009
7541.163
8001.828
400-
3.1544.5301.919
113.780
4030018
7.000117216424
-1.000
--
4860
-184
600384
-1.200
240-
196.050
60--
456
592001912
-0-
2.160120
2.560-
756
100320
2.900500
-70
3.000--
1.5004090
-700
-3.150
300400
--
4.40076
-100
2.950100
1.500-
1.000100
-750
1.7003.800
1801.260
40700
7.4001.200
-1.848
1501.1003.0005.6532.650
602.200
--
3.000150130420800
-4.155
79510.0007.272
-5.320
500-
2104.5001.860
956-
2.50080020
1.3001.8242.0003.4611.300
-3.5449.5002.435
204.200
100500150
7.00090070
400400
-2.500
--
120240
-100100
2.0004.800
-3.000
400-
5011.000
500--
25018
1652.000
72200
-0-
3.600400
3.200-
2.520
Continua...
27Aspectos Agrosocioeconômicos da Cultura do Milho: Características e Evolução daCultura no Estado Pernambuco entre 1990 e 2003
Quantidade produzida (Tonelada)
-91030
---
180-
1.065-
756180
-24
1.08078
-855
2.10046
210-
1356027128
1.28048
2.640-
120294288450
2.0401814
5281.008
361.100
ItacurubaItaíbaIlha de ItamaracáItambéItapetimItaquitingaJataúbaJatobáJoão AlfredoJucatiJupiJuremaLagoa do CarroLagoa do ItaengaLagoa do OuroLagoa dos GatosLagoa GrandeLajedoLimoeiroMacaparanaMachadosManariMaraialMirandibaMorenoNazaré da MataOlindaOrobóOrocóOuricuriPalmaresPalmeirinaPanelasParanatamaParnamirimPassiraPaudalhoPaulistaPedraPesqueiraPetrolândiaPetrolina
Tabela 3. Continuação...
Área colhida (Hectare)
1990 1996 2003 1990 1996 2003
121.742
-135
3.25245
1.152-
1.6803702505582555
1.248158
-625
3.15045
120-6
1.1521350
-1.080
3416.000
-120
1.397840
2.2005.280
25-
8871.170
4202.452
30108
-56
2.160122
214803672253020724
5690
8406
2036
-320
-10
-9036
960-
458
18480
2.88012
-303054
480
-6.500
50---
300-
1.440-
1.260600
-80
2.000260
-1.4252.100
100300
-30
2.800454010
1.60060
11.000-
400980
1.2001.5001.700
6020
2.2002.100
3001.000
204.671
-270
5.18490
2.097-
3.5001.200
8001.382
50110
2.600400
-1.8003.500
150200
-15
1.60030
100-
1.80025
20.000-
2604.3932.1002.2004.000
50-
1.3221.400
7005.063
1001.800
-160
2.40030
10070080020030010010080
40020070060070010
100300
-2.000
-23
-500300
4.800-
180400120
2.0002.400
60-
250300450
4.000
Continua...
28 Aspectos Agrosocioeconômicos da Cultura do Milho: Características e Evolução daCultura no Estado de Pernambuco entre 1990 e 2003
Quantidade produzida (Tonelada)
43250
-32
-1.040
33633618
1.500975
--
80-
32900
69
1.560498720600
1.4288
4044
1.10019518017036
3.90036056058
5761.012
6310012015
PoçãoPombosPrimaveraQuipapáQuixabaRiacho das AlmasSairéSalgadinhoSalgueiroSaloáSanharóSanta CruzSanta Cruz da Baixa VerdeSanta Cruz do CapibaribeSanta FilomenaSanta Maria da Boa VistaSanta Maria do CambucáSanta TerezinhaSão Benedito do SulSão Bento do UnaSão CaitanoSão JoãoSão Joaquim do MonteSão José do BelmonteSão José do EgitoSão Lourenço da MataSão Vicente FerrerSerra TalhadaSerritaSertâniaMoreilândiaSolidãoSurubimTabiraTacaimbóTacaratuTaquaritinga do NorteTerezinhaTerra NovaTimbaúbaToritamaTracunhaém
Tabela 3. Continuação...
Área colhida (Hectare)
1990 1996 2003 1990 1996 2003
332200
-198
2.737162167450960
1.050856
3.6542.800
48-
1.260900
1.61521
2.386605400231
8.6406.400
9045
8.8202.0002.4252.8001.4001.3293.984
9201.806
3421.280
2401142250
803-
843.200
25
2403153650
148612
2784140
02.160
362130553
5.4004.500
-53
5.760270330875
1.71068
3.84010405
2764632
11
800100
-80
-1.600
420700900
3.0001.500
--
128-
2001.500
12022
2.600830
2.000600
5.95016080
1105.5001.500
6001.700
4006.5004.000
800390
1.2002.200
35020019250
655400
-350
3.685900191750
1.2002.5001.3599.0002.800
600-
1.8001.5002.400
504.3971.9072.000
2869.0006.400
200100
9.0002.5003.7203.5001.7503.7964.7172.2183.0001.0083.200
400380220100
40010
-140
4.00010020
400900200200
2.00085050
3.200700
02.700
6021030022010
6.0005.000
-62
8.0003.0001.1002.5001.900
7504.800
1002.000
801502001653026
Continua...
29Aspectos Agrosocioeconômicos da Cultura do Milho: Características e Evolução daCultura no Estado Pernambuco entre 1990 e 2003
Fonte: Produção Agrícola Municipal - IBGE, 2005b
Quantidade produzida (Tonelada)
1921.4003.300
-24049
-5824225
TrindadeTriunfoTupanatingaTuparetamaVenturosaVerdejanteVertente do LérioVertentesVicênciaVitória de Santo Antão
Tabela 3. Continuação...
Área colhida (Hectare)
1990 1996 2003 1990 1996 2003
1.9891.7643.241
994353
1.54025715937
200
24072036
37512
36010
-31
-
1.6005.6006.600
-1.000
700-
1.40010050
3.0002.1005.3391.582
6252.200
585520130400
1.6001.000
600500200
1.20050
-80
-
Tabela 4. Área Colhida por estratos de área nos principais municípiospernambucanos produtores de milho, 1996.
Menos de50 ha
BrasilPernambucoAfogados da IngazeiraAfrânioÁguas BelasAraripinaBelo JardimBetâniaBodocóBom ConselhoBom JardimBrejinhoBuíqueCaetésCalçadoCalumbiCarnaíbaCaruaruCumaruCustódiaDormentesExuFlores
4.936.257,13262.816,00
4.314,153.554,363.800,20
13.428,291.143,014.099,754.165,872.900,14
532,971.282,194.834,222.513,322.594,901.787,985.043,86
474,773.766,134.780,654.669,953.520,406.188,69
2.146.526,9552.525,74
374,251.634,13
682,843.141,45
64,621.058,411.092,05
867,6720,0085,63
612,0686,10
176,58105,11388,5083,26
247,501.755,502.328,221.186,461.152,30
2.131.010,6018.156,61
89,00362,57210,35782,8897,60
338,00261,75488,32
5,002,00
497,3422,000,005,80
40,254,10
78,001.193,70
273,86452,29234,28
1.131.802,224.482,16
0,00120,00
4,009,08
10,0046,000,000,000,000,00
500,000,000,000,00
180,000,00
63,0072,000,00
160,470,00
257.253,20570,67
0,000,000,000,000,000,000,000,000,000,00
12,510,000,000,000,000,000,00
10,000,000,000,00
50 a menosde 200 ha
200 amenos de1.000 ha
1.000 amenos de5.000 ha
Maior que5.000 ha
30 Aspectos Agrosocioeconômicos da Cultura do Milho: Características e Evolução daCultura no Estado de Pernambuco entre 1990 e 2003
Tabela 4. Continuação...
Menos de50 ha
Fonte: Produção Agrícola Municipal - IBGE, 2005a.
GoianaIbimirimInajáIngazeiraIpubiItapetimLagoa do CarroMacaparanaOuricuriPanelasPassiraPassiraQuixabaSanta TerezinhaSão Benedito do SulSão Bento do UnaSão José do BelmonteSão José do EgitoSerra TalhadaSolidãoSurubimTabiraTacaratuTerezinhaTupanatinga
3,992.960,157.285,491.817,053.284,774.273,85
27,4779,31
11.334,084.251,994.230,364.230,363.461,871.729,37
105,383.820,297.202,244.793,09
11.737,391.445,663.544,533.895,823.050,261.006,784.423,17
0,00327,05
1.313,75355,63228,82701,80
0,001,50
3.056,18102,30110,50110,50203,92410,60
3,00422,33
1.999,591.240,183.998,55
68,55233,30750,45507,3675,53
719,20
0,00161,65596,31212,5024,6590,002,005,00
392,8633,77
119,00119,0019,0071,001,58
134,05456,28429,00
1.222,700,00
18,0071,00
193,3654,00
177,00
0,0012,00
135,0350,001,21
118,000,000,000,005,000,000,000,00
150,000,00
20,00140,00165,00231,05
0,000,000,00
210,000,00
20,00
0,000,00
115,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,000,00
430,000,000,000,000,000,000,00
50 a menosde 200 ha
200 amenos de1.000 ha
1.000 amenos de5.000 ha
Maior que5.000 ha
Tabuleiros Costeiros