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ISSN 0103-0779

Agropecuária Catarinense, Vol. 31, Suplemento, mai./ago. 2018

13º Seminário Nacional sobre Fruticultura de Clima Temperado

São Joaquim, SC

12 a 14 de junho de 2018

Anais

(Resumos das palestras)

Volume 1

Organizadores: João Felippeto e José Carlos Gelsleuster

Governo do Estado de Santa Catarina

Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca

Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina

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Exemplares desta publicação poderão ser solicitados à:Epagri/Estação Experimental de São JoaquimRua João Araújo Lima, 102, Bairro Jardim CaiçaraCaixa Postal 8188600-000 São Joaquim, SCFone: (49) 3233-8448E-mail: [email protected]

Editado pelo Departamento Estadual de Marketing e Comunicação (DEMC).

Revisão: João Felippeto e José Carlos Gelsleuster Diagramação: Pit_Design de SoluçõesTiragem: 1000 exemplaresImpressão: Grafine

A responsabilidade do editor limita-se à adequação dos trabalhos às normas editoriais estabelecidas.

O conteúdo dos resumos aqui publicados é de responsabilidade exclusiva dos respectivos autores.

É permitida a reprodução parcial dos resumos desta edição desde que citada a fonte.

Ficha catalográfica

Agropecuária Catarinense – v. 1 (1988) Florianópolis: Empresa Catarinense de Pesquisa Agropecuária (1988-1991)

Editado pela Epagri (1991-......... )

Trimestral. A partir de março/2000, a periodicidade passou a ser quadrimestral.

Suplemento especial do 13º Seminário Nacional sobre Fruticultura de Clima Temperado. São Joaquim, SC, 2018.

1. Agropecuária – Brasil – SC – Periódicos. I. Empresa Catarinense de Pesquisa Agropecuária, Florianópolis, SC. II. Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina, Florianópolis, SC.

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REALIZAÇÃO

Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) Estação Experimental de São Joaquim

PROMOÇÃO

Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) Prefeitura Municipal de São Joaquim

Associação dos Engenheiros-Agrônomos da Serra Catarinense (Assea) Governo do Estado de Santa Catarina

Associação dos Produtores de Maçã e Pera de Santa Catarina (Amap) Embrapa - Clima Temperado / Uva e Vinho

PATROCÍNIO

Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Santa Catarina (Crea-SC) Cooperativa Agrícola de São Joaquim (Sanjo)

Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina (Faesc) Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc)

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Estado de Santa Catarina (Senar) Sindicato Rural de São Joaquim

Syngenta

Associação Brasileira de Produtores de Maçã (Abpm) Cooperativa Frutas de Ouro

Cooperativa Regional Agropecuária Serrana (Cooperserra) Cresol Sicoper

Fischer Ginecar

Schio Agropecuária Serra Frutas

Sicoob Crediserra

Agroplanta

DowLaboratório Biodiagnóstico

Maçãs ZanetePerboni Brasil

Posto LorenzettiSolo Plano

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COMISSÃO ORGANIZADORA

Marcelo Cruz de Liz – Epagri/EESJ

Cristiano João Arioli – Epagri/EESJ/ASSEA

Zilmar da Silva Souza – Epagri/EESJ

João Felippeto – Epagri/EESJ

Alberto Brighenti – Epagri/EESJ

Leonardo Araújo – Epagri/EESJ

Marlise Nara Ciotta – Epagri/EESJ

José Masanori Katsurayama – Epagri/EESJ

Emilio Brighenti – Epagri/EESJ

Felipe Augusto Moretti Ferreira Pinto - Epagri/EESJ

José Carlos Gelsleuster – Epagri/EESJ

Sebastião Cordova Pereira – Epagri/EESJ

Marlon Francisco Couto – Epagri/São Joaquim

José Luiz Petri – Epagri/EECD

Elenice B. Coelho de Almeida – Epagri/Cetrejo

Maria Regina Ribeiro – Epagri/São Joaquim

Volney F. Beckhauser Jr. – Secretário de Agricultura de São Joaquim

Celso Kikuo Yoshioka - ASSEA

Gilmar Natchigall – Embrapa Uva e Vinho

Maria Adriana Pereira – Epagri/EESJ

Caroline Nunes Farias – Epagri/EESJ

Estela Pereira Campos – Epagri/EESJ

Iran Souza Oliveira – Epagri/EESJ

Humberto Nunes Ribeiro - EpagriEESJ

Tatiane Fernandes Coral – Epagri/EESJ

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APRESENTAÇÃO

A comissão organizadora do 13º Seminário Nacional sobre Fruticultura de Clima

Temperado – Senafrut, com a realização da Empresa de Pesquisa Agropecuária de

Santa Catarina (Epagri) e a promoção da Prefeitura de São Joaquim, Governo do Estado

de Santa Catarina, através da Secretaria da Agricultura e da Pesca, Associação dos

Engenheiros-Agrônomos da Serra Catarinense (Assea), Associação dos Produtores de

Maçã e Pera de Santa Catarina (Amap) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

(Embrapa), editam esta publicação como suplemento especial da Revista Agropecuária

Catarinense, onde constam os resumos das palestras proferidas durante o evento, como

fonte de conhecimento técnico e disponível para consulta.

O Brasil é o terceiro produtor mundial de frutas e neste setor vêm se destacando

com sua importância e potencial de crescimento como gerador de riquezas, de empregos e

de melhoria de qualidade de vida no meio rural e urbano. A fruticultura exige uso constante

de novas tecnologias, conhecimentos e pessoas capacitadas, para obter resultados

produtivos diferenciados, proporcionando mudanças sociais e econômicas, em pequenas

ou grandes propriedades em várias regiões do país.

Pela importância da fruticultura de clima temperado para o Estado de Santa Catarina

e o Sul do Brasil, o evento visa contribuir com atualização técnica, inovações, troca

de experiências e difusão dos resultados de pesquisa e extensão aos participantes do

seminário.

O evento discutirá importantes temas da fruticultura como mercado da frutas no Brasil

e no mundo, bem como o uso dos fitoreguladores, adubação e fertirrigação, fitossanidade,

manejo de plantas, tecnologias de cobertura de pomares, enoturismo, cultura da goiaba

serrana, indicação geográfica, tecnologias de aplicação entre outras.

O intuito do evento é proporcionar ao setor produtivo, técnicos e fruticultores uma

atualização tecnológica, aplicando novos conceitos e conhecimentos, de modo a torná-los

mais capacitados e competitivos, para o agronegócio da fruticultura Brasileira.

Marcelo Cruz de Liz

Presidente da Comissão Organizadora

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SUMÁRIO

Resumos das palestras ............................................................................................... 09

O mundo rural brasileiro: história, tendências atuais e os desafios principais do “próximo período” ........................................................................................................ 10Zander Navarro

Breve histórico da indústria da maçã no Brasil ........................................................ 14Moisés Lopes de Albuquerque

Exportação da maçã brasileira - potenciais e perspectivas..................................... 21Ricardo Cipriani

Mercado da manga na União Europeia ...................................................................... 25José Lincoln Pinheiro Araújo

Uso dos fitoreguladores: importância na qualidade dos frutos e produtividadedos pomares de macieira. ........................................................................................... 33José Luiz Petri, Mateus Pasa

Nutrição da macieira para melhoria na produtividade e qualidade de frutos ........ 42Marlise Nara Ciotta

Irrigação e fertirrigação em pomares de macieira nas condições doSul do Brasil.................................................................................................................. 47Gilmar Ribeiro Nachtigall

Postharvest diseases of pome fruit and sources of inoculum in orchardsin the Netherlands ........................................................................................................ 55Marcel Wenneker, Khanh Pham, Jürgen Köhl

Identificação dos agentes causais da mancha foliar de Glomerella e asimplicações no seu manejo ......................................................................................... 62Marciel J. Stadnik, Aline Cristina Velho, Mathias F. RockenbachPaula Astolfi, Pedro Mondino, Sandra Alaniz

Strategies for using plant protection products to control apple scab(Venturia inaequalis) .................................................................................................... 68Marcel Wenneker, Peter Frans de Jong

European canker of apple trees .................................................................................. 75Bernardo A. Latorre

Avanços e desafios do manejo da macieira na região de São Joaquim ................. 83Celito Soldá

Desafios e avanços na produção em pomares em alta densidade ......................... 90João Vicente Silveira Zuanazzi

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Training and pruning the apple tree according to the SALSA System ................... 97Pierre-Éric LAURI

New technologies in orchard coverage.................................................................... 105Yossi Offir, Sueyde Fernandes de Oliveira

A qualidade dos vinhos sul brasileiros e sua importância para odesenvolvimento do enoturismo regional. .............................................................. 109Jaime Milan

Climate change and its potential impacts on the future of apple cultivation. ...... 117 Pierre-Éric LAURI, Mateus PASA

Novas variedades de maçã no Brasil: situação atual, tendênciase perspectivas............................................................................................................. 124Marcus Vinicius Kvitschal, Maraisa Crestani Hawerroth, Alberto Fontanella Brighenti

La feijoa en Colombia ................................................................................................ 131Omar Camilo Quintero Monroy

Indicação geográfica - potencial da fruticultura temperada no Sul do Brasil, desafios, valorização de um produto e ganhos para sociedade ........................... 143Patrícia Metzler Saraiva

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RESUMOS

DAS

PALESTRAS

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O mundo rural brasileiro: história, tendências atuais e os desafios principais do “próximo período”

Zander Navarro

Engenheiro Agrônomo (UFV), Dr. - Embrapa (Sede, Brasília). Parque Estação Biológica - PqEB s/nº.Brasília, DF - Brasil - CEP 70770-901 - (61) 3448-4433 - [email protected] publicado na Revista de Economia e Agronegócio, volume 15, nº 3, dezembro de 2017. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa

Para responder com correção, pelo menos factual, ao proposto no título desse sucinto editorial analítico, é preciso acionar as luzes oferecidas pela interpretação histórica e salientar inicialmente pelo menos dois fatos cruciais. Primeiramente, convém tomar como ponto de partida lógico o esforço de modernização agrícola empreendido durante os governos militares, sobretudo durante o período compreendido entre 1968 e 1981. Não obstante as inúmeras deformações sociais e políticas do ciclo autoritário, naqueles anos, o crescimento da agricultura ativou a formação de uma geração de produtores rurais que, gradualmente, passou a ser movida por uma única categoria econômica – o lucro. Entre eles se encontravam, sobretudo, mas não exclusivamente, produtores sulistas, e a soja foi o carro-chefe do processo de transformação produtiva e aperfeiçoamento tecnológico do setor. Tais produtores integravam também o grupo de empreendedores que, no meio século seguinte, até os nossos dias, foi crescentemente motivado a ampliar os seus negócios e buscar maior rentabilidade, para isso se tornando francamente receptivo às possibilidades do progresso técnico, enquanto se aventurava em novas fronteiras agrícolas no centro do país.

O segundo aspecto típico das cinco décadas anteriores tem uma dupla face. Como ponto positivo, cabe destacar que, uma vez ultrapassada a grave crise econômica do início da década de 1980, o setor agropecuário brasileiro vem quase sempre “salvando” a economia brasileira, especialmente através dos saldos comerciais anuais, não somente positivos, mas também superiores aos saldos dos demais setores econômicos. Simultaneamente, ampliou-se a capilaridade espacial do setor, que, de forma gradual, se espalhou para outras regiões, inicialmente em direção ao Centro-Oeste e, mais recentemente, para o Norte e Nordeste do país. O lado negativo, contudo, é que a sociedade brasileira, no geral, não obstante o papel decisivo da agropecuária, quase sempre ignorou o “mundo rural” e suas peculiaridades, se mostrando desinteressada em relação aos processos econômicos e produtivos em curso nesse longo período de transformações. Durante esses anos, somente em situações especialmente traumáticas, quase sempre em função de conflitos sociais (Eldorado dos Carajás, por exemplo), é que a “sociedade urbana” voltou seus olhos para as regiões rurais.

São aspectos que, em consequência, indicam um primeiro desafio que precisaria ser vencido com alguma urgência. Não obstante o recente lançamento do livro de Fábio Chaddad (“Economia e organização da agricultura brasileira”, Elsevier, 2017), conhecemos insuficientemente, seja como sociedade ou, até mesmo, como comunidade

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de pesquisadores, a nossa própria história rural, inclusive a mais recente. Não temos sequer um livro que descreva com abrangência a trajetória do desenvolvimento agrário do Brasil nesse meio século passado, o que bem demonstra a carência da produção científica sobre “o rural” e seus processos sociais e econômicos. Não fossem tão limitados (e ideologizados, em larga proporção) os nossos esforços acadêmicos e os respectivos resultados da pesquisa, explicaríamos detalhadamente essa trajetória e, provavelmente, identificaríamos diferentes períodos, ou fases, da história rural do Brasil no período contemporâneo. E, quase certamente, delimitaríamos uma fase singularíssima, iniciada na segunda metade da década de 1990. Nessa etapa, não apenas a produtividade total de fatores deu um salto (em 1997), como também, logo depois, se evidenciaram os números relativos à impressionante expansão estimulada pelas compras chinesas de mercadorias, produzindo o chamado “boom de commodities” e a respectiva elevação de preços, o que caracterizou a primeira década desse século.

Havendo alguma concordância acerca das especificidades dessa fase recentíssima, se perceberia, por exemplo, que impressionantes mudanças econômico-financeiras, produtivo-tecnológicas e socioculturais estão em curso atualmente em todas as regiões rurais brasileiras, mudando radicalmente a face agrária do passado, tão enfatizada na literatura convencional, ou através de vozes urbanas que desconhecem o vasto mundo do interior brasileiro. Somente como ilustração, bastaria examinar as mudanças espaciais que vêm alterando profundamente diversas regiões rurais, como o caso de São Paulo, que é hoje um “mar de cana”, mas continua sendo o estado com maior valor obtido com as exportações agrícolas, pois ainda mantém uma eficiente diversificação produtiva. O Pará, por exemplo, observa uma fase de expansão agrícola e pecuária igualmente impressionante. É possível citar ainda o “arco produtivo”, quase inexistente há apenas duas décadas, que compreende o oeste baiano, passando por Goiás e ocupando largas regiões centrais do Mato Grosso: uma vasta área que, lentamente, vai se tornando a mais importante no tocante à produção agrícola moderna. Em síntese, esta, que seria uma “fase distinta” do nosso desenvolvimento agrário, tem apresentado uma sísmica movimentação espacial de profundas transformações, com a emersão de regiões de intenso dinamismo econômico e produtivo. Todavia, são novidades que os brasileiros quase sempre desconhecem e das quais as áreas de pesquisa, por enquanto, ainda mantêm algum distanciamento analítico. Portanto, mesmo como uma hipótese de trabalho inicial e cautelosamente submetida, é preciso um esforço de investigação para analisar a seguinte pergunta (e, sobretudo, as suas implicações): deixamos o Brasil agrário do passado, e, atualmente, a história rural estaria cada vez mais, de modo intenso, conformada estritamente por determinantes econômicos? Se, em alguma medida, a resposta a essa pergunta for afirmativa, sem dúvida mudariam os processos e temas a serem analisados, pois, igualmente, estaria sendo transformada, de forma radical, a face societária das regiões rurais.

Eis o pano de fundo proposto. Aberto o novo roteiro a ser trilhado pela história à frente, nos anos vindouros, quais seriam então alguns dos temas principais a que a ação governamental, a agenda de pesquisa, as organizações dos produtores, os agentes privados e, enfim, todos os atores sociais ligados mais diretamente ao “rural” deveriam

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prestar atenção? Indicados, com extrema brevidade, alguns fatos do passado, o que é possível apontar como tendências principais e mais relevantes deste período específico em que vivemos?

Na limitação deste espaço, saliento sinteticamente cinco novidades dos anos recentes: (a) a importantíssima reversão de uma faceta típica do passado, em que prevalecia a “oferta abundante de mão de obra” e, à la Lewis, o fator trabalho quase nunca representava um custo de maior significação. Atualmente, em todas as regiões rurais, a escassez de trabalho vem se impondo, o que acarretará uma “onda de mecanização” jamais vista em nossa história rural; (b) o esvaziamento demográfico do campo brasileiro, comprovado por diversos indicadores censitários ou sugeridos pelas sucessivas PNADs, desde o início dos anos 1990; (c) o aprofundamento notável da heterogeneidade estrutural vigente no território rural, de certa forma “condenando” diversas regiões, enquanto outras demonstram vigoroso dinamismo econômico; (d) a crescente integração e condução das regiões rurais a uma lógica econômica específica que conduz o processo de transformação. Ao que parece, existe, de fato, um desenvolvimento capitalista, agora instalado como o condutor do setor agropecuário, não apenas no tocante às mentalidades sociais, mas, em especial, no cotidiano da organização da produção; (e) finalmente, a outra novidade, antes esboçada, seria o fim do “passado agrário” e sua dramaturgia social e política, sepultando temas que pareciam eternos, como a reforma agrária, por exemplo. Se esse último assunto se mostrar real e concreto, então, até mesmo a concentração fundiária (e seus termos demonizados, como “latifundiários”), aspecto que calou fundo no imaginário coletivo dos brasileiros, terá uma dimensão estrutural que, certamente, não encontrará mais nenhuma chance de ser modificada no futuro.

Se essas são algumas das características salientes, hoje fincadas nos solos rurais do Brasil, o que nos reservaria o “próximo período”, ou o futuro no médio prazo, seja no âmbito da pesquisa e das políticas públicas, ou entre os participantes das cadeias dos distintos ramos produtivos? Sem poder listar e analisar os demais, novamente destaco quatro grandes campos de investigação que devem aflorar como principais nos anos vindouros. Não discutirei os temas da chamada “agenda velha”, como os problemas de logística e armazenamento, que vêm sendo discutidos há muitos anos.

Primeiramente, é claríssima e inevitável a tendência à concentração da riqueza no setor, em todas as suas modalidades (não apenas no que tange à concentração fundiária), e à dominação da agricultura de larga escala, que, como agente econômico, já prevalece sobre praticamente toda a agropecuária, direção na qual deve se aprofundar nos anos seguintes. Se for assim, o “lugar social e econômico” dos estabelecimentos rurais de menor porte será ainda mais reduzido e, portanto, o destino dos pequenos produtores deve se tornar um tema relevante. Essa afirmação supõe, por certo, que os temas “agrários” do passado, como a redistribuição fundiária, deverão deixar definitivamente os debates nacionais. São inúmeras as implicações dessa primeira tendência, e cito uma delas meramente para ilustrar: neste novo mundo rural, dominado pela grande empresa agropecuária internacionalizada, qual será, por exemplo, o papel de uma empresa pública de pesquisa agrícola como a Embrapa? Contudo, há temas sociológicos fascinantes decorrentes desse processo aparentemente

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apenas econômico-financeiro. Como a agropecuária vai se transformando em espetacular máquina de produção de riqueza, há um “transbordamento” mais amplo, produzindo um processo abrangente de mercantilização da vida social e, portanto, diversos processos sociais e culturais novos estão emergindo em muitas regiões rurais.

O segundo grande tema a ser enfatizado é circunscrito geograficamente e diz respeito ao Nordeste rural, mais especificamente, ao semiárido nordestino, que já é a região rural mais pobre, a mais populosa e, também, a mais ameaçada pelas mudanças climáticas, pela elevação das temperaturas e pela escassez de recursos hídricos. Haverá a chance de ocorrer alguma revolução tecnológica que garanta a produção agropecuária em meio ao esvaziamento demográfico de seus ambientes rurais? É improvável que haja e, por isso, o Nordeste rural deverá aflorar como um controverso tema de debate nacional nos anos vindouros. Poderá se transformar em um deserto demográfico com bolsões de produção agropecuária, circunscritos a ilhas onde exista alguma disponibilidade de água.

O terceiro tema relevante que precisa ser enfatizado diz respeito ao financiamento geral da produção agropecuária em um país que está na iminência de se tornar o maior produtor de alimentos do mundo. O diagnóstico, nesse caso, é direto: o Estado vai perdendo capacidade relativa de financiar, como no passado, o custeio da safra, além dos investimentos necessários e, consequentemente, recorre ao capital privado dos bancos, depois dos fornecedores e outros agentes econômicos e, por fim, dos investidores externos. Em decorrência disso, parece ser inevitável um processo de internacionalização da agropecuária brasileira, o que igualmente exigirá também a facilitação da presença do capital externo em todo o sistema agroalimentar, incluindo a propriedade da terra. Em breve, portanto, se observará a discussão política (e não apenas econômica) sobre a presença do capital externo como uma exigência inadiável para garantir as necessidades financeiras da produção.

Finalmente, o quarto tema a ser salientado diz respeito à ação governamental para o setor. O Estado brasileiro e seus segmentos, sobretudo o MAPA e suas vinculadas, têm se mostrado largamente ineficazes em sua compreensão sobre os desenvolvimentos agrário e agrícola recentes no Brasil e, por isso, têm agido quase sempre com a mente no retrovisor, repetindo o rol de políticas do passado, enquanto as realidades da produção (e da vida social rural) têm sido alteradas profundamente. Agiganta-se, assim, a ineficácia da ação governamental, sendo, por isso, esperado que sejam desenvolvidas crescentes formas de contestação social e política diante da inoperância da esfera estatal.

Em síntese conclusiva, nesta quadra histórica, o Brasil observa um contexto de imensa ambiguidade em relação à produção agropecuária e às regiões rurais e suas populações. Há um vibrante processo de produção de riqueza em curso, de crescente complexidade e sofisticação tecnológica, mas denso em contradições de muitas ordens: dos desafios sociais às necessidades financeiras, das fragilidades institucionais às inquietações tecnológicas. Em particular, há uma abissal insuficiência interpretativa, tanto por parte do Estado como também por parte de considerável parcela dos pesquisadores interessados em temas rurais. É preciso que nós, estudiosos desse campo, apliquemos um esforço em pesquisa que seja muito mais ambicioso, a fim de produzir melhores respostas à longa lista de desafios ocasionados atualmente pelas transformações do mundo rural brasileiro.

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Breve histórico da indústria da maçã no Brasil

Moisés Lopes de Albuquerque

Bacharel em Ciências Contábeis - ABPM - Associação Brasileira de Produtores de Maçã - Rua Nereu Ramos, 1061 Centro 89.580-000 – Fraiburgo – SC - 49 3246 2686 - [email protected]

Apesar de a macieira ter vindo para o Brasil com os primeiros colonizadores Europeus, até poucas décadas atrás sempre esteve limitada a pomares domésticos, não tendo expressão econômica. Até a década de 60, somente a Região de Valinhos (SP) tinha alguns pomares comerciais, cultivados com variedades de baixo valor comercial e que eram vendidas embaladas em caixas de tomate. A partir do início dos anos 60 três pontas diferentes da história foram unidas propiciando o nascimento do Segmento da Maçã no Brasil, a saber: 1) empresários da Região de Fraiburgo buscavam uma atividade econômica de substituição à exploração madeireira, optando pela fruticultura; 2) empresários franco-argelinos do ramo da fruticultura fugiam da guerra civil na Argélia, e procuravam outro país para estabelecerem-se e, 3) o Governo brasileiro buscava a auto-suficiência na produção de alimentos, mirando entre outros setores, na promoção do cultivo da maçã, segundo produto agrícola mais importando em valor pelo Brasil na época. Portanto, a junção do capital e do conhecimento do Setor Privado já no início dos anos 60, aos incentivos fiscais, investimento em pesquisa e difusão de tecnologia promovidos pelo Estado a partir de 1969, além de um mercado consumidor doméstico expressivo e grande apreciador da fruta foram determinantes para a existência do Segmento da Maçã no Brasil, nos moldes em que o conhecemos hoje, ou seja, uma cadeia que gera atualmente ao País mais de R$ 6 bilhões em riquezas e cerca de 150 mil empregos diretos e indiretos. Ao analisar tais números não há como não reconhecermos o grande valor visionário dos desbravadores do Segmento da Maçã no Brasil. Sobretudo porque na época a possibilidade de produção de maçãs no Brasil em escala comercial era tida como impossível, posição esta endossada inclusive por uma comitiva técnica vinda dos Estados Unidos ao Sul do Brasil em 1965, a pedido do Governo Militar, para analisar a viabilidade técnica de produção da fruta por aqui. É bem verdade que posteriormente uma comitiva francesa também foi convidada, e emitiu posição contrária à dos americanos. Contudo, por mais elevado que fosse o espírito empreendedor e visionário daqueles precursores, somos crentes de que, nem mesmo eles imaginavam que o Brasil pudesse figurar um dia na lista dos 10 maiores produtores mundiais de maçãs, que fosse capaz de atender 100% da demanda nacional e ainda exportar a fruta para dezenas de países. A verdade é que a posição americana, ou seja, a de que o Brasil jamais produziria maçãs em escala comercial ajudou tanto quanto à francesa, que encorajou os investimentos. Isto porque ela simboliza algo que produtor brasileiro de maçãs sempre soube, ou seja, que temos uma limitação climática que precisa ser superada com muita seriedade, profissionalismo e tecnologia.

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Nesta esteira, os pomicultores brasileiros já iniciaram os investimentos em pomares com variedades modernas, como a Gala e a Fuji. Buscaram conhecimento e tecnologia nos principais centros de pesquisa do mundo, seja diretamente, ou por meio das associações e das empresas públicas como a Embrapa e a EPAGRI. Ademais, sempre estiveram um passo à frente no Brasil no que tange à implantação de procedimentos atrelados à segurança do alimento e do trabalhador. Neste sentido, o Segmento da Maçã no Brasil foi o primeiro a desenvolver e ser certificado pela Produção Integrada de Frutas, além de outros protocolos de qualidade mundialmente reconhecidos. Consequentemente, o Brasil é um dos produtores mais respeitados do mundo, já que evoluiu verticalmente num período relativamente curto em volume de produção, produtividade, qualidade e segurança do alimento. Com tanta dedicação, invariavelmente absorveríamos um dia toda a demanda nacional, e com o alto nível de qualidade que conquistamos, também geraríamos excedentes para a exportação. Algumas organizações visualizaram este cenário muito cedo, e já em 1986 realizamos as primeiras exportações de maçãs brasileiras, somando 648 toneladas. De lá para cá o Brasil já realizou exportações para 69 países diferentes, sendo que tradicionalmente os destinos estiveram mais concentrados nos países integrantes da União Européia, porém nos últimos 5 anos a Asia vem se destacando, sobretudo Bangladesh e há forte expectativa em relação ao crescimento da importância da India. A despeito de a maçã não ser a fruta mais exportada pelo Brasil em termos de valor e volume, ela é dentre toda a fruticultura nacional aquela enviada para o maior número de países. Nosso desafio atual em termos de comércio exterior é diversificar ainda mais nossos mercados, aumentando a representatividade, sobretudo dos países asiáticos e alguns sul americanos, como a Colômbia, por exemplo. É claro que a grande vocação da produção brasileira de maçãs permanece sendo o mercado interno, para onde tradicionalmente enviamos no mínimo 85% de nossa produção embalada. No entanto, isto não tira a importância estratégica do comércio externo, sobretudo como mercado alternativo à grande oferta interna que costumamos ter no período de safra, ou seja, no mesmo momento em que exportamos. Neste curto período da história da cultura da maçã no Brasil houveram importantes transformações, como a migração da cultura para regiões mais frias, como a Serra Catarinenses e Gaúcha. Atualmente São Joaquim é o pólo produtivo mais importante do País, seguido de perto pela Região de Vacaria. A maçã consolidou-se como fruta popular no Brasil, figurando na última pesquisa POF do IBGE como a terceira fruta mais consumida pelo Brasileiro.

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O Segmento da Maçã no Brasil em números

Gráfico 01: Produção Brasileira de Maçã e Importações Brasileiras de Maçãs: Volume Médio Anual por Década (t). Fonte: MDIC e ABPM.

Durante muito tempo o mercado brasileiro da maçã era dominado pelas importações. Na década de 70 o Brasil Registrou uma produção anual média pouco superior a treze mil toneladas, o que representou 8,6% do volume médio anual importado no mesmo período. A partir dos anos 80 a produção brasileira superou o volume de importações, e avançou ainda mais nas décadas seguintes. Na década atual, a produção média anual do Brasil é de 1,147 milhões de toneladas contra 94,1 mil toneladas de importações, ou 8,2% da produção nacional. Ou seja, invertemos a situação registrada nos anos 70.

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Gráfico 02: Produção Brasileira de Maçã Safra 2007/08 à 2016/17: Percentual por Grupo de Variedade. Fonte: ABPM.

Com o grande crescimento de áreas na Região de São Joaquim, também tem crescido a representatividade da cultivar Fuji. Na Safra 2016/2017 pela primeira vez na história a produção desta variedade superou a Gala. Este é indubitavelmente um grande desafio do Setor para os próximos anos.

Gráfico 03: Exportações Nacionais de Maçãs 2004 - 2017: Volume (t) e Percentual Sobre a Oferta de Maçãs Frescas do Brasil. Fonte: MDIC e ABPM.

O gráfico acima aponta o quanto as exportações brasileiras são erráticas e com um percentual baixo sobre o volume da oferta de fruta fresca nacional. A sustentabilidade do Setor da Maçã no Brasil passa invariavelmente pelo aumento expressivo das exportações.

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Gráfico 04: Importações de Maçãs 2004 - 2017: Volume (t) e Percentual Sobre a Oferta de Maçãs Frescas no Brasil. Fonte: MDIC e ABPM.

A maçã importada, à exceção do que aconteceu na Safra 2015/16 que sofreu uma quebra aguda de produção registra percentuais baixos de participação no mercado nacional. No entanto, a expectativa para os próximos anos é de uma participação cada vez maior das importações. Isto porque 80% da produção mundial de maçãs acontece nos países ricos do Hemisfério Norte, justamente em nossa entressafra. Ademais, o grande enfoque que vem sendo dado pelo governo brasileiro à expansão internacional de mercados para o agronegócio, somado a agressividade de diversos setores com este mesmo interesse, reforça ainda mais esta tendência.

Gráfico 05: Tamanho do mercado Brasileiro de Maçãs em Volume (t). Fonte: MDIC e ABPM.

O ano de 2017 marcou a maior oferta de maçãs no mercado nacional não apenas dos últimos 10 anos, mas de toda a nossa história. Some-se a isto a maior participação de Fuji, o baixo índice de exportações e o mercado nacional de um País que se recupera de maneira tímida e hesitante da maior recessão econômica de sua história e encontraremos a explicação para as dificuldades comerciais registradas naquele ano.

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Tabela 01: Oferta Aparente da Maçã no Brasil de 2007 - 2017. Fonte: ABPM, IBGE, MDIC

ANO Consumo per capita2007 4,36 2008 3,37 2009 3,96 2010 4,75 2011 4,67 2012 4,39 2013 4,17 2014 4,84 2015 4,62 2016 3,66 2017 4,94

CONSUMO APARENTE PER CAPTA NO BRASIL

Tabela 02: Consumo da Maçã Per Capta – Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009. Fonte: IBGE

Total Homem MulherLaranja 7,5 7,4 7,6 Banana 6,8 6,7 6,9 Maçã 4,2 3,5 4,9 Mamão 2,3 1,7 2,9 Manga 1,7 1,8 1,6 Tangerina 1,6 1,5 1,8 Melancia 1,5 1,3 1,8 Açaí 1,1 1,3 0,9 Abacaxi 0,5 0,4 0,6 Uva 0,4 0,5 0,4 Salada de Frutas 0,8 0,7 0,9 Outras 2,8 2,4 3,1 Total 31,4 29,3 33,3

Consumo de Frutas Per Capta no Brasil

Tabela 03: Preço da Maçã no Varejo de 2015 - 2017 em R$/Kg. Fonte: IEA

Mês 2015 2016 2017Janeiro 5,10 6,28 7,05 Fevereiro 7,86 6,16 6,05 Março 4,27 6,80 6,61 Abril 4,55 8,45 5,60 Maio 5,05 6,22 5,86 Junho 5,75 6,63 5,42 Julho 5,01 6,69 5,27 Agosto 5,53 7,33 5,58 Setembro 5,40 7,87 5,50 Outubro 5,68 7,17 5,70 Novembro 6,01 7,51 6,10 Dezembro 6,39 7,33 6,07 Média 5,55 7,04 5,90

Preço da Maçã em Kg (Varejo)

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Desafios A retomada da capacidade de investimento por parte do Setor da Maçã é a principal e mais imediata meta. O fator positivo neste aspecto é que o consumidor tem pago nas gôndolas um preço que pode remunerar adequadamente todos os elos da cadeia. No entanto, há uma transferência de riqueza a partir do Setor Produtivo tanto a montante quanto a jusante. Para mudar isto há necessidade de maior organização no elo produtivo da cadeia. Retomada a capacidade de investimento é fundamental que o produtor tome ações em prol do aumento da competitividade, sobretudo no que tange à qualidade, em aspectos como tamanho e cor, além da produtividade. A produção de maçãs deve crescer nos próximos anos. Apesar de o mercado de alimentos com apelo saudável estar em franco crescimento ele têm se tornado cada vez mais competitivo, não só pelo fato de o Brasil ter uma série de opções dentro do próprio segmento de frutas, mas pelos novos e atrativos produtos que são lançados anualmente pela indústria de alimentos. Ademais, o assédio ao mercado brasileiro no segundo semestre pelos produtores internacionais de maçã ganhará cada vez mais força. Portanto, é importantíssimo que o Setor da Maçã no Brasil expanda seu mercado através das exportações. Ou seja, o incremento significativo da competitividade, tal qual descrito anteriormente é um fator agudo de sobrevivência, e não apenas no mercado externo. A tendência é a de que cheguemos a um tempo em que concorrer no mercado nacional, será tão difícil quanto no mercado internacional. O investimento não apenas na publicidade, mas no marketing como um todo da maçã brasileira, de maneira institucionalizada, é outro grande desafio para destacá-la entre o sem número de opções de alimentação saudável, e para aproveitarmos a oportunidade que esta tendência de comportamento agrega.

ReferênciasInstituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009: Despesas, Rendimentos e Condições de Vida. IBGE, Rio de Janeiro 2009.

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Exportação da maçã brasileira- Potenciais e Perspectivas

Ricardo Cipriani

Eng° Agrônomo, Mestre em Recursos Genéticos Vegetais pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC;International Sales na Locuston S.A. Email [email protected] Tel: +55 48 999743483

A cadeia produtiva mundial da maçã vive um momento ímpar. Ao mesmo tempo em que vemos - com exceção da China - uma estabilização dos volumes produzidos ao redor do globo e a comoditização das tradicionais variedades de maçãs no mercado mundial, causado principalmente pelo avanço dos produtos e tecnologias pós colheita, assistimos uma movimentação de marketing e um rearranjo mercadológico sem precedentes para algumas novas variedades da fruta. A China, que até o início da década de 1990 produzia menos do que exporta hoje (TORANZO, 2016), teve nestes últimos 25 anos uma expansão meteórica, chegando a impressionantes 43,5 milhões de toneladas (tabela 01), número que representa mais de 55% de toda a produção de maçãs do globo. Shaanxi é a principal província produtora e a Fuji, com aproximadamente 70% de todo volume produzido, é a principal variedade do país seguida por outras como Gala, Quingguan, Red Delicious e Golden Delicious (TORANZO, 2016). A União Europeia, por sua vez, vive um momento completamente distinto. Apesar do volume da última safra ter sido significativamente inferior aos últimos anos (tabela 01), resultados dos frios tardios que assolaram o continente em 2017, a produção tem sido bastante estável em anos climaticamente considerados normais, já que, via de regra, o acréscimo da produtividade tem compensado a perda de área plantada em alguns países do bloco. Itália e Polônia seguem sendo os principais produtores do grupo, com características marcadamente distintas e com foco de mercado bastante divergentes. Com o consumo da fruta relativamente estagnado (USDA, 2017) e com a permanência do Veto Russo aos produtos do continente, antes principal importador da maçã europeia, a estratégia do momento parece ser desenvolver - na medida do possível - novos mercados internacionais, e apostar nas variedades “club” e seus massivos investimentos em marketing que tem como principal bandeira novas experiências de consumo, atraindo novamente o entusiasmo do varejo e por sua vez do consumidor.

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2012/13 2013/14 2014/15 2015/16 2016/17China 38500 39680 40920 42600 43500European Union 12207 11865 13636 12659 12295United States 4049 4690 5067 4502 4649Turkey 2900 2930 2289 2740 2700India 1915 1900 1900 1900 1900Iran 1693 1693 1693 1693 1693Chile 1420 1310 1210 1335 1410Russia 1264 1417 1409 1311 1335Ukraine 1211 1211 1211 1211 1211Brazil 1231 1377 1263 1041 1400Other 5244 5437 5526 5445 5426Total 71634 73510 76124 76437 77519Fonte: USDA

Tabela 01- World Apple Produccion (1000 MT)

Os Estados Unidos da América aparentam seguir a mesma linha da União Europeia. Nos últimos 20 anos diminuiu sua área planta em aproximadamente 30%, porém cresceu em volume aproximadamente 5%. Somente nos últimos 15 anos a produtividade média cresceu quase 50%. Red Delicious (e seus clones melhorados), considerada a rainha das maçãs nos EUA, vem perdendo espaço e nos últimos 15 anos apresentou uma queda de aproximadamente 30% no seu volume produzido (SEETIN, 2017). A Golden Delicious segue o mesmo caminho e o espaço por elas deixado vem sendo preenchido por variedades como Gala, Fuji e mais recentemente pela HoneyCrisp, Crisp pink, Jazz, Envy e outras variedades “club” (SEETIN, 2017). O varejo é a entidade que marca o passo dessas mudanças varietais na estrutura produtiva americana. A média de preços de venda no último ano por uma Honeycrisp, por exemplo, é aproximadamente 100% mais alto que a Gala (SEETIN, 2017). A diferença nos preços entre as novas variedades “club” é uma realidade no mercado americano, visto que praticamente em todos os casos os preços de venda são substancialmente maiores que as variedades ditas tradicionais. No que diz respeito às exportações os produtores americanos têm o terceiro número em ordem de importância do volume no comércio global (tabela 02). Os principais mercados são os países vizinhos como México e Canadá e, que na verdade, podem ser considerados uma extensão do mercado doméstico americano. A Ásia vem, ano a ano, ganhando mais importância enquanto mercado consumidor para as maçãs americanas e a finalização do acordo de liberação de exportação entre China e Estados Unidos em 2015 causou certo entusiasmo no setor, visto que existe um vasto mercado na China para maçãs de altíssima qualidade e variedades diferentes, que os chineses ainda não conseguiram suprir com sua produção local. O acordo até o ano de 2017 foi bastante exitoso para a indústria americana, porém no início de abril de 2018, devido a novos movimentos geopolíticos e a guerra fiscal travada entre os dois países a China estabeleceu um acréscimo de 15% nos impostos cobrados para a entrada de maçã e outros produtos agrícolas dos EUA. É ainda difícil dimensionar com segurança o impacto desta nova política chinesa, mas a expectativa é que o volume exportado para o mercado chinês seja menor o que por sua vez pode beneficiar produtores da União Europeia.

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No Hemisfério Sul a tendência tende em ser a mesma do Hemisfério Norte. Tem se destacado nos mercados internacionais, países que nos últimos anos apostaram em novas variedades, frutas de alta qualidade e desenvolvimento de protocolos fitossanitários e acordos comerciais. Enfocados nestes pilares, estes países, acessam hoje mercados considerados de “primeira linha” e nas, cada vez mais frequentes, sobreposições de temporadas, disputam lado a lado com países tradicionais clientes valiosos.

2012/13 2013/14 2014/15 2015/16 2016/17Euorpean Union 1568 1573 1792 1590 1515China 1026 934 748 1150 1370United States 893 843 1037 778 850Chile 833 820 628 765 800South Africa 459 382 466 511 515New Zealand 322 308 329 347 385Serbia 40 143 153 233 245Iran 428 206 288 435 225Turkey 41 193 128 109 215Argentina 162 144 106 91 90Other 424 460 866 492 346

Total 6196 6006 6541 6501 6556Fonte: USDA

Tabela 02- World Apple Exports (1000 MT)

O Chile é o maior produtor de maçãs (tabela 01) e é, sem dúvida, o país mais importante do hemisfério sul em termos de exportação frutícola. Devido a organização da cadeia produtiva e a forte ligação entre o setor público e privado o Chile tem um vasto hall de acordos fitossanitários e comerciais que dá à esta indústria acesso a mais de 100 países (ASOEX, 2018). Tem como marca um setor muito dinâmico, profissional e exportador na essência. No caso específico da maçã, mais de 50% de toda sua produção é destinada à exportação (tabela 02).

A Nova Zelândia mesmo não estando entre os líderes em produção de maçãs no mundo vem chamando atenção da indústria mundial ano após ano. Com expectativa de produção de 570 mil toneladas na safra 2017/2018 (tabela 01) e particularidades em relação a organização e controle de sua cadeia produtiva no passado, que ainda influenciam a atividade no país (TORANZO, 2016), os neozelandeses têm acessado mercados de alto nível de exigência e se transformado em um polo de melhoramento genético e eficazes estratégias de marketing que ultrapassam as fronteiras da pomicultura e notam-se em cadeias produtivas de outras frutas. O país de 4,6 milhões de habitantes exporta mais de 85% de toda sua produção (tabela 02) e tem acordos fitossanitários com mais de 70 países, distribuindo seu volume principalmente na Europa, Ásia, Reino Unido e Estados Unidos. O país da Braeburn agora tem duas de suas variedades, Jazz e Envy, com distribuição e impacto positivo no mercado global.

No Brasil, com um mercado doméstico crescente até a crise de 2014 e o fator cambial desfavorecendo as exportações, a indústria macieira nacional focou-se em atender a demanda local e praticamente deixou de lado antigos países parceiros, abrindo espaço para expansão comercial principalmente do Chile e África do Sul. Nos últimos 2 anos com

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os níveis cambiais mais favoráveis, boas safras e a estagnação do consumo interno a exportação voltou a ter viabilidade e de certa forma ser interessante aos olhos do setor.

Neste curto espaço temporal, como era esperado, os operadores viram uma cadeia produtiva exportadora desorganizada que enfrenta desde problemas logísticos graves até mercados consumidores apáticos em relação a produção nacional. No entanto, em termos varietais, mesmo concentrando sua produção somente em 2 variedades, tanto a Gala como a Fuji apresentam ainda ótimo posicionamento no mercado global. A primeira pela ampla aceitação mundial que detém e a última pelo menor volume de produção nos países do Hemisfério Sul e também pela excepcional qualidade produzida em algumas regiões do país. Aliado a isso, geograficamente o país leva vantagem sobre alguns concorrentes, principalmente no acesso a grandes mercados como a Europa e a Costa Leste Americana. O desafio nacional perante as exportações parece estar mais relacionado em adequar a produção brasileira às normais internacionais de resíduos de agrotóxicos e certificações de boas práticas de produção comercialização que são hoje ferramentas muito utilizadas pelos gigantes do setor varejista internacional para segmentar a cadeia, criar diferenciação e agregar valor ao produto na gôndola (TORANZO, 2016). Aditivamente manter presença de forma constante nos mercados internacionais é condição sine qua non para construir um setor exportador sólido e exitoso que sem nenhuma dúvida, pelo acréscimo da qualidade final das maçãs do Brasil, incremento constante no profissionalismo da cadeia produtiva e equilíbrio do mercado interno resultará numa indústria estável e mais rentável.

Referências Bibliográficas ASOEX, Asociación de Exportadores de Fruta de Chile. http://www.asoex.cl/. Acessado em dezembro de 2017.

SEETIN, Mark. 2017 U.S. Apple Crop Outlook and Overview. U.S. Apple Association, 2017. http://usapple.org/. Acessado em março de 2018.

TORANZO, Jorge O. Producción Mundial de Manzanas e Peras. Rio Negro, Instituo Nacional de tecnologia Agropecuaria (INTA), 2016.

USDA. Fresh Deciduous Fruit: World Markets and Trade (Apples, Grapes & Pears). Foreign Agricultural Service (USDA), 2017. https://www.fas.usda.gov. Acessado em dezembro de 2017.

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Mercado da manga na União Europeia

José Lincoln Pinheiro Araújo

Pesquisador, Engenheiro Agrônomo, Doutor em Economia Agrícola, Embrapa Semiárido;Telefone (87) 38663790; [email protected]

IntroduçãoA manga é uma das frutas brasileiras que atualmente demanda estudos de mercados

tanto ao nível interno como externo. No tocante ao mercado internacional há necessidade de um melhor conhecimento de mercado, por diversas situações contextuais, que atualmente interferem diretamente em seu funcionamento. Tais como o comportamento da estacionalidade da oferta, que é a maior vantagem comparativa de nosso produto em dito mercado, que cada vez está mais ameaçada de redução, devido aos avanços tecnológicos em diversos países que são importantes exportadores de manga. Além disso, tanto no Brasil quanto nos países que competem com ele na exportação da manga, como é a situação do Peru e Equador, ainda há milhares de hectares dessa fruta que não entraram na fase de produção plena. Como este mercado é regulado principalmente pela lei da oferta e demanda os principais reflexos desse fenômeno seguramente são a redução dos preços e o aumento nas exigências de qualidades. Para enfrentar esta situação e não vir a perder competitividade, visto que, a exploração da manga é uma das principais atividades econômica para a zona semiárida do Brasil, notadamente para o polo de produção frutícola do Vale do Submédio São Francisco, é imprescindível que os produtores e exportadores de manga conheçam em detalhe as características deste mercado, principalmente no tocante à organização da estrutura de distribuição, a fase do ciclo de vida do produto, a segmentação de mercado e os hábitos de consumo.

O objetivo desse estudo é fazer uma análise detalhada sobre o funcionamento do mercado de manga na União Europeia, que é o principal destino das exportações brasileiras dessa fruta. Nessa pesquisa as unidades de análises foram os operadores comerciais dos diversos elos da cadeia de distribuição de produtos hortifrutícolas na Europa. O instrumento de coleta de dados foi a entrevista de profundidade ou de experiência, que de acordo com o posicionamento de diversos autores da área de investigação de mercado, como kinnear & Taylor (2009), Trespalacios et al (2011) e Malhotra (2012), é um dos métodos mais utilizados para a se ter uma visão aproximada do funcionamento de um mercado alvo.

Desenvolvimento Desempenho comercial das principais variedades de mangas comercializadas

na União Europeia - Com relação à situação do mercado da manga ‘Tommy Atkins’ na União Europeia, a maioria dos entrevistados emitiu o ponto de vista de que essa variedade de manga segue tendo um grande espaço no mercado, por se tratar da variedade que melhor suporta o traslado por via marítima e de ter um período mais longo de prateleira.

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Entretanto, um número considerável de entrevistados argumentou que essa variedade de manga, que ainda é bastante comercializada no mercado em análise, experimenta atualmente um processo lento e progressivo de redução dos volumes negociados. Fazendo-se a interpretação destes dois tipos de comportamentos da manga ‘Tommy Atkins’, no mercado da União Europeia, através do instrumento de marketing denominado de ciclo de vida do produto, que retrata as diversas fases vividas pelos produtos nos diversos mercados, pode-se afirmar que de acordo com o ponto de vista do primeiro grupo de entrevistados, atualmente, o ciclo de vida desse tipo de manga no mercado europeu se encaixa adequadamente na etapa de maturidade. Nessa fase, que é a mais longa na vida de qualquer produto, as vendas continuam aumentando; entretanto, já ocorre uma redução nas taxas de crescimento das mesmas. Segundo os teóricos do marketing, como Landim (2012) e Kotler, (2010), nessa fase os benefícios se estabilizam ou diminuem, e também, é maior a presença de competidores (Figura 1). Já o posicionamento do segundo grupo, cuja opinião está associada notadamente ao desempenho dessa variedade no mercado francês, está dentro do conceito de ciclo de vida vivendo a fase de declínio. Nessa fase, as vendas diminuem em termos absolutos e os benefícios também caem expressivamente (Figura 2).

Figura 1. Ciclo de vida da manga Tommy Atkins no mercado da União Europeia, segundo a percepção da maioria dos operadores comerciais europeus.

Figura 2. Ciclo de vida da manga Tommy Atkins em importantes mercados comunitários da União Europeia, segundo a percepção de um grupo representativo dos operadores comerciais europeus.

Tommy

Tommy

Com respeito ao comportamento de mercado da manga ‘Kent’, que atualmente é a segunda variedade mais comercializada na União Europeia, a opinião majoritária dos operadores comerciais envolvidos no estudo é que essa variedade de manga seguirá aumentando sua participação nos principais mercados europeus. Segundo a percepção dos entrevistados, esse tipo de manga que chega ao continente europeu, tanto de navio como por avião, condição que possibilita que o produto seja comercializado em todos os segmentos de distribuição, seguirá ampliando significativamente sua venda por ser um fruto de muito bom sabor. Ao proceder-se a interpretação do discurso da maioria dos entrevistados sobre a performance da variedade Kent no mercado em análise, dentro do conceito de ciclo de vida do produto, constata-se que ela se encaixa na etapa de maturidade. Entretanto, é importante comentar que, pela forma como foi narrado pelos entrevistados, o desempenho das vendas dessa variedade de manga se encontra no mercado europeu logo no início da etapa de maturidade, quando ainda se observa um crescimento significativo no ritmo das vendas (Figura 3).

Figura 3. Ciclo de vida da manga Kent no mercado da União Europeia, segundo a percepção dos operadores comerciais europeus.

A maioria das argumentações dos entrevistados sobre o comportamento de mercado das variedades de manga Haden e Keitt, por tratarem-se de frutos considerados pelos comerciantes e consumidores como de alta qualidade, indicam a tendência de seguirem bem aceitos nos mercados europeus, ainda que seus volumes de venda sejam bem menores que os registrados pelas variedades analisadas anteriormente, visto que, se tratam de variedades que exigem maiores cuidados nas etapas de transporte e distribuição.

Na ótica do ciclo de vida do produto, o comportamento destas duas variedades de manga no mercado da União Europeia é de que vivem a etapa de maturidade estável, onde o volume das vendas em termos absolutos continua aumentado, entretanto o ritmo destas vendas é decrescente (Figura 4).

Keitt, Haden

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Com respeito ao comportamento de mercado da manga ‘Kent’, que atualmente é a segunda variedade mais comercializada na União Europeia, a opinião majoritária dos operadores comerciais envolvidos no estudo é que essa variedade de manga seguirá aumentando sua participação nos principais mercados europeus. Segundo a percepção dos entrevistados, esse tipo de manga que chega ao continente europeu, tanto de navio como por avião, condição que possibilita que o produto seja comercializado em todos os segmentos de distribuição, seguirá ampliando significativamente sua venda por ser um fruto de muito bom sabor. Ao proceder-se a interpretação do discurso da maioria dos entrevistados sobre a performance da variedade Kent no mercado em análise, dentro do conceito de ciclo de vida do produto, constata-se que ela se encaixa na etapa de maturidade. Entretanto, é importante comentar que, pela forma como foi narrado pelos entrevistados, o desempenho das vendas dessa variedade de manga se encontra no mercado europeu logo no início da etapa de maturidade, quando ainda se observa um crescimento significativo no ritmo das vendas (Figura 3).

Figura 3. Ciclo de vida da manga Kent no mercado da União Europeia, segundo a percepção dos operadores comerciais europeus.

A maioria das argumentações dos entrevistados sobre o comportamento de mercado das variedades de manga Haden e Keitt, por tratarem-se de frutos considerados pelos comerciantes e consumidores como de alta qualidade, indicam a tendência de seguirem bem aceitos nos mercados europeus, ainda que seus volumes de venda sejam bem menores que os registrados pelas variedades analisadas anteriormente, visto que, se tratam de variedades que exigem maiores cuidados nas etapas de transporte e distribuição.

Na ótica do ciclo de vida do produto, o comportamento destas duas variedades de manga no mercado da União Europeia é de que vivem a etapa de maturidade estável, onde o volume das vendas em termos absolutos continua aumentado, entretanto o ritmo destas vendas é decrescente (Figura 4).

Keitt, Haden

Kent

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Figura 4. Ciclo de vida das mangas ‘Haden’ e ‘Keitt’ no mercado da União Europeia, segundo a percepção dos operadores comerciais europeus.

É importante comentar que, como o mercado de produtos hortifrutícolas da União Europeia é bastante heterogêneo, além dessas variedades tradicionais, que são as mais comercializadas, entram quantidades significativas de manga de outras variedades como Alfonso e Julie, procedentes principalmente do Paquistão e Índia, Zill, procedente da África do Sul e Osteen, produzida na Espanha. Também merecem ser comentadas as variedades consideradas de importações premium, como Maya (Israel), Shelly (Israel) e Palmer (Israel, Brasil), que são destinadas a segmentos de mercados de alto poder aquisitivo. Dentro do conceito de ciclo de vida do produto, estas mangas consideradas premium estão vivendo no mercado da União Europeia a etapa de crescimento. Esta etapa que se caracteriza por uma maior expansibilidade da demanda, é a que gera melhores benefícios (Figura 5).

Figura 5. Ciclo de vida das mangas ‘Palmer’, ‘Maya’ e ‘Shelly’ no mercado da União Europeia, segundo a percepção dos operadores comerciais europeus.

KentHaden

Palmer,Maya, Shelly

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Competitividade do mercado de manga na União Europeia - A investigação detectou que, entre os entrevistados, a argumentação dominante com relação ao tema competitividade é que atualmente a qualidade dos produtos e dos serviços são fatores fundamentais na competitividade do mercado de manga na União Europeia. Efetivamente, como se trata de um mercado regulado pela lei da oferta e da procura, o preço segue sendo o grande protagonista; entretanto, tanto nas épocas de maior como de menor oferta, alcança maior cotização de preço os produtos de melhor qualidade na percepção dos clientes. Qualidade essa, que é determinada tanto pelos atributos externos (aparência, uniformidade, cor) como pelos internos do fruto (sabor, aroma, textura, ausência de contaminantes bióticos e abióticos).Tamanho e forma da manga preferida pelos consumidores - A maioria dos operadores comerciais entrevistados apontou que, de uma maneira geral, os consumidores da União Europeia preferem as mangas de tamanho médio, sendo os calibres de maior aceitação os de número 8 e 9. Existem algumas exceções às regras para mercados mais especializados, que oferecem um valor agregado a manga no ponto de destino. Com relação à forma do fruto, a opinião dominante entre os entrevistados é que não existe preferência bem definida. São bem aceitas todas as formas desde as ovoides arredondadas como a variedade Haden, até as ovoides alargadas como a variedade Palmer. Entretanto, alguns dos entrevistados comentaram que as variedades que apresentam formato mais alargado, como é o caso da Palmer e Osteen, condição que facilita a retirada da casca do fruto, contam com mais vantagens mercadológicas.

Preferência de consumo da manga - Como já era esperada, devido à própria configuração do macromercado da União Europeia, a opinião unânime dos entrevistados é que o mercado europeu de manga é heterogêneo com relação às preferências dos consumidores e está fortemente marcado pelas preferências dos imigrantes (asiáticos, africanos e latinos), o que contribui para certas variedades serem mais demandadas que outras. Reportando aos principais mercados comunitários, eles comentaram que, no Reino Unido, que é o maior mercado consumidor de manga dentro da União Europeia, os consumidores preferem tanto as variedades verdes como as vermelhas. Na França, que é o segundo mercado consumidor, as variedades verdes são as mais apreciadas, seguidas pelas vermelhas. Na Holanda, que é o principal país importador e distribuidor dentro do macro mercado da União Europeia, a preferência é pelas variedades vermelhas, situação que também ocorre nos países do Norte da Europa como Alemanha e Dinamarca. A Espanha, que também é país produtor, prefere as mangas de variedades vermelhas. Atualmente, os principais países fornecedores das variedades vermelhas são Brasil e Peru, e das variedades verdes, Paquistão, Costa do Marfim e Senegal.

Estacionalidade das vendas e canais de comercialização - Com respeito à estacionalidade das vendas, segundo a opinião unânime dos operadores comerciais entrevistados, no período de abril a junho, o mercado de manga fica saturado, devido à concorrência com as frutas europeias de estações, como o pêssego, a cereja, o morango, o melão entre outras; portanto os preços caem. Em contrapartida, de novembro a março, a

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oferta é reduzida e os preços sobem. Os entrevistados argumentaram que, nessa estrutura de estacionalidade, os países exportadores de manga da América do Sul (Brasil, Peru e Equador) são os principais favorecidos, já que concentram seus envios de manga no período do ano onde o produto alcança as maiores cotações de preços. Entretanto, eles também comentaram que, devido ao continuo aumento das exportações principalmente do Brasil e Peru, que são os maiores fornecedores de manga no mercado da União Europeia, e possíveis erros na coordenação das saídas, mesmo nesse horizonte temporal, existem ocasiões onde se registram significativas quedas de preços devido ao excesso de oferta.

Com relação aos canais de comercialização, os entrevistados comentaram que a maioria das importações de mangas para o mercado da União Europeia, o produto que chega principalmente pelos portos do Atlântico e Mar do Norte (Róterdam, Amberes, Havre, Cherenses e Hamburgo) sai dos navios para os armazéns dos importadores, onde sofre a inspeção de qualidade e, em seguida, uma parte, que é a mais representativa, destina-se às grandes cadeias de supermercados, e a outra é entregue para os atacadistas localizados nas centrais de distribuição, como é o caso do Mercamadrid. Das centrais, o produto é distribuído para as pequenas redes de supermercados, lojas de frutas gourmet, frutarias de bairros e lojas de conveniência. Entretanto, existem grandes redes de supermercados e atacadistas, que também atuam como importadores, comprando o produto direto ao exportador. Com relação à margem de comercialização da manga, a comissão dos importadores é em torno de 8% e a dos atacadistas, de 10%.

É interessante comentar que, como o Brasil desenvolveu tecnologia que possibilita exportar manga durante todo o ano, entre janeiro até março, as exportações brasileiras desse produto para o mercado da União Europeia são em quantidades médias e de abril até julho, são em quantidades reduzidas; de agosto até setembro, volta a enviar as mangas em quantidades médias e de outubro até dezembro envia a manga em grandes quantidades.

Segmentação do mercado de manga - Com respeito à segmentação de mercado, conceito considerado pelos maiores estudiosos como a principal ferramenta do marketing estratégico, o ponto de vista dominante entre os entrevistados, é que, no atual mercado de manga da União Europeia, existem quatro segmentos bem definidos. Aprofundando-se em suas argumentações, eles indicam que o maior segmento do mercado em estudo é composto pelos consumidores de mediano poder aquisitivo, que compram o produto importado por via marítima. São consumidores que buscam produtos de qualidade; no entanto, o preço é fator preponderante na decisão da compra. Os canais de distribuição utilizados por esse segmento são os supermercados, hipermercados, os supermercados tipo descontos e as frutarias de bairro.

Outro importante segmento é o representado pelos consumidores da manga importada via avião. O preço do produto buscado por esse segmento de consumidores é quase o triplo do preço do importado por navio. Entretanto, esses produtos prêmios possuem a característica de ter amadurecido na planta e sua colheita ocorre no momento em que suas características organolépticas alcançam seu ponto ótimo para consumo. Os canais de distribuição utilizados por esse segmento são os hipermercados e as lojas de

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frutas gourmet. De acordo com o discurso dos operadores comerciais entrevistados, com o gradual processo de assimilação das propriedades do fruto (manga) pelos consumidores europeus, a tendência desse segmento é aumentar significativamente a demanda. As principais variedades de manga comercializadas nesse segmento de mercado são Haden, Palmer, Maya e Shelly. Entretanto, também se vendem mangas das variedades de consumo massivo, especialmente as consideradas de alta qualidade gustativa pelos consumidores.

Outro segmento do mercado de manga fresca na União Europeia é o constituído pelo consumidor de manga orgânica ou ecológica. Devido à preocupação de um expressivo contingente da população europeia com a saúde do corpo e do planeta, tal segmento está ampliando significativamente sua participação no mercado. Os principais canais de distribuição utilizados por esse segmento são os hipermercados, as lojas de frutas gourmet e os supermercados.

Além das segmentações acima comentadas, ainda existe, no mercado de manga fresca na União Europeia, um segmento de consumidores que buscam comprar a manga descascada, ou seja, já pronta para comer. Esse grupo de consumidores está se expandido também de forma rápida, principalmente nos principais mercados de consumo, como o Reino Unido, a França e a Alemanha. Os fatores que contribuem para a sua ampliação são a conveniência e a praticidade de compra, já que o desconhecimento por parte do consumidor do ponto de maturação do produto é uma das barreiras para a sua aquisição.

Como considerações finais pode-se argumentar que mesmo levando em consideração que o Brasil constitui-se atualmente em um dos principais fornecedores de manga para o mercado internacional, a ocorrência de diversos fatores no âmbito deste mercado, tais como o aumento de protagonismo do conceito de qualidade baseado na percepção do consumidor; a concentração da distribuição dos produtos hortifrutícolas nas mãos das grandes cadeias de supermercados; o aumento da oferta da manga em ritmo superior ao crescimento da demanda e a constatação de que existem ainda nos principais países provedores, como é o caso do Peru, extensas áreas de cultivo, que ainda não entraram em produção, sinalizam que, no planejamento de suas estratégias de produção e comercialização, os exportadores de manga do Brasil devem colocar atualmente como prioridade número um a diversificação de suas carteiras de produtos. Outras medidas também devem ser intensificadas para o país manter ou até ampliar sua participação no competitivo mercado internacional de manga, tais como a ampliação do programa de promoção da manga. Essas promoções devem conter tanto a realização de degustações nas grandes cadeias de supermercados, quanto a participação dos produtores e exportadores nas grandes feiras internacionais de produtos hortifrutícolas. A atividade de logística também deve ser bem administrada no tocante aos seus custos, para que as mangas cheguem aos mercados com qualidade e preços competitivos. Outras atividades, que são altamente necessárias para o fortalecimento do potencial competitivo da manga brasileira, são: uma melhor organização da oferta a ser exportada, evitando dessa forma a concentração dos envios em uma mesma época, que tantos malefícios causam ao setor exportador; a manutenção das ações programáticas que visam ofertar nos mercados de

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destino frutos saudáveis, inócuos, transparentes e produzidos de forma respeitosa com o meio ambiente e por fim, o incremento dos programas de pesquisa agrícola, que possibilitem o aperfeiçoamento das atividades de colheita e pós-colheita e o surgimento de variedades com atributos que atendam plenamente aos gostos e às preferências dos consumidores e ao mesmo tempo apresentem adequada resistência com respeito ao transporte e ao tempo de prateleira.

Referências bibliográficas

KENNEAR, T. C.; TAYLOR, J. R. Investigación de mercado: um enfoque ampliado. 6. Ed. Madrid: Graw-Hill Interamericana de España. 2009.

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LANDIM, J. J. Marketing Estratégico. 3. Ed. Madrid: ESIC, 2012.

MALHOTRA, N, K. Investigación de Mercado. 5. Ed. México: Pearson, 2012.

TRESPALACIOS, J. A. G.; VÁLQUES, R. C.; BELLO, L. A. Investigación de mercados. Thomson Editores Spain, 2011.

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Uso dos fitoreguladores: importância na qualidade dos frutos e produtividade dos pomares de macieira.

José Luiz Petri¹, Mateus Pasa²

Eng. Agr. M.Sc. Epagri/Estação Experimental de Caçador. Rua Abílio Franco, 1500, C.P. 591, Caçador - SC, 89500-000 - [email protected] Assistant Professor, Department of Horticulture, Oregon State University, Mid-Columbia Agricultural Research and Extension Center, 3005 Experiment Station Drive, Hood River, OR 97031

A melhoria da qualidade e o aumento da produção de frutos são imprescindíveis para o aumento da lucratividade na cultura da macieira. Frente à necessidade de maximização dos índices produtivos, a utilização de reguladores de crescimento na produção de espécies frutíferas constitui-se numa alternativa a ser explorada. Segundo Looney (1996) e Taiz & Zeiger (2004), substâncias reguladoras de crescimento que contenham auxinas, citocininas e giberelinas podem influenciar o tamanho final dos frutos através do aumento da divisão e elongação celular. Eles possibilitam a ampliação das áreas de cultivo de fruteiras, influenciando a qualidade, produtividade, colheita ou qualquer processo fisiológico. Estas substâncias são compostos orgânicos que em pequenas quantidades promovem, inibem ou modificam processos fisiológicos. Inúmeras outras definições têm sido propostas, como a de Nickell (1982), que considera que reguladores de crescimento vegetal são compostos de origem natural ou sintética, que quando aplicados nas plantas, modificam os processo vitais e estruturais, aumentam a qualidade e a produção ou facilitam a colheita.

Nos últimos anos diversos fitorreguladores de crescimento foram registrados para a cultura da macieira. Dentre os quais, podem-se citar os inibidores da síntese do etileno, inibidores da ação do etileno e os promotores da divisão celular. Tendo em vista que os mesmos atuam como mediadores de processos metabólicos e fisiológicos, e em função de sua composição, concentração e proporção das substâncias, eles podem aumentar a frutificação efetiva, a produção e o tamanho final dos frutos em macieira. A eficiência de utilização de fitorreguladores no crescimento e desenvolvimento vegetal é dependente de uma série de fatores, dentre os quais pode ser destacado a espécie ou cultivar estudada, a época de aplicação e a concentração dos produtos utilizados. Segundo Amarante et al. (2002), a associação destes fatores, com outras condições de desenvolvimento, podem ter impacto substancial na fisiologia da planta em reposta ao uso dos produtos.

Os reguladores de crescimento devem ser utilizados preferencialmente quando a qualidade da fruta é valorizada ou há necessidade de melhorar determinados problemas de produção, devendo-se levar em consideração que todas as demais condições de produção sejam ótimas.

Atualmente existem inúmeros usos de fitoreguladores de crescimento na produção de frutas de clima temperado, os quais fazem parte dos sistemas de produção, visando otimizar a produção e qualidade das frutas.. É difícil imaginar a fruticultura moderna sem o uso de fitoreguladores de crescimento, uma vez que os mesmos constituem a solução para

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inúmeros problemas, principalmente quando as condições ambientais são desfavoráveis, permitindo a melhoria da produtividade e qualidade da fruta. Devemos considerar que os resultados dependem do estádio fisiológico da planta, das condições ambientais, da espécie e cultivar, da concentração e época de aplicação.

A fruticultura é uma das atividades agrícolas que demanda mão de obra, não só em quantidade como em qualidade, destacando-se entre as práticas culturais que mais demandam mão de obra os trabalhos de poda, raleio e colheita. Neste contexto, os reguladores de crescimento podem desempenhar uma importante contribuição na racionalização do uso da mão de obra na fruticultura. Entende-se que essa é uma questão muito importante, mas com grau de complexidade elavado, visto que independentemente do grau de inovação tecnológica na fruticultura, a disponibilidade de mão de obra, em médio e curto prazo, tem um futuro incerto. Muitos dos trabalhos na produção de frutas são repetitivos, árduos e às vezes perigosos. Essa situação inevitavelmente gera a necessidade de desenvolvimento de opções tecnológicas que proporcionem a redução dos trabalhos manuais na fruticultura.

Entre os principais usos dos reguladores de crescimento na cultura da macieira podemos destacar: produção de mudas, indução de brotação, raleio químico, aumento da frutificação efetiva, controle do crescimento das plantas, aumento do tamanho dos frutos, controle da queda de frutos na pré-colheita, desenvolvimento da coloração vermelha dos frutos, redução na incidência do russeting, antecipação da maturação dos frutos, retardo da maturação dos frutos e prolongamento da conservação dos frutos (Quadro 1).

Quadro 1 – Principais reguladores de crescimento e uso em fruticultura de clima temperado.

Uso Produto Dosagem Época de aplicação

Produção de muda Indução brota-ção lateral

Promalin(BA+AG) Benziladenina (BA)

4 - 5%Crescimento dos ramos no-vos

Raleio Químico

ANA

Carbaryl

10 - 15 ppm 500 – 1000 ppm

5 - 10 DAPF 10 - 15 DAPF

Benziladenina (MAXCEL®)

2 - 4 l/ha Frutas 5 - 10 mm

Ethephon (ETREL)

100 200 ppm PF - QP

Promalin (BA+GA) 0,5 a 0,75 L/ha PF_QP

Frutificação efe-tiva

TDZ Proexadione cálcio

10 - 15 ppm 400 -1.200 g/ha

Estádio E2 - F2 PF - QP

Ácido Giberélico - GA3 10 - 15 ppm PF - QP

Estimulante, Cropset 200 ml Estádio E2 - F2

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Russeting Promalin 0,3 - 0,5 l/haEstádio E2 – 7 e 14 dias após

Indução da bro-tação

Óleo mineral 3 - 5% Estádio BCianamida hidroge-nada (DORMEX)

0,5 - 2,0 % Estádio B

Erger 3 - 5% Estádio B

Controle do crescimento

Proexadione de cál-cio (VIVIFUL)

1.200 g/ha Pós - floração

Tamanho dos frutos

TDZ 10 - 15 ppm Estádio E2 - H

Promalin 0,3 - 0,5 l/ha Estádio E2 - H

Estimulante - Estádio E2 - H

Retain 600 - 800 g/ha Pré - colheita

CPPU 10 –15 PPM5-15 Dias após a plena flo-ração

Queda de fruto pré - colheita

ANA 20 ppm

RETAIN 600 - 800 g/ha Pré – colheita 2 - 4 SAPC

Adiantar matu-ração das frutas

Ethrel 100 - 150 ppm20 - 30 dias antes da matu-ração das frutas

Retardar a ma-turação das frutas

Retain 600 - 800 g/ha2 - 4 semanas antes do pon-to de colheita

AG3 30 ppm4 semanas antes ponto de colheita

Coloração ver-melha das frutas

Ethrel 100 - 150 ppm20 - 30 dias antes da matu-ração das frutas

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Qual é a finalidade da utilização dos reguladores de crescimento?

Nos países onde há registro, os reguladores de crescimento são utilizados com o objetivo de minimizar possíveis problemas de caráter fitotécnico. Assim, podem ser utilizados para:• Induzir a brotação e a emissão de ramos laterais em mudas pré-formadas;• Reduzir o crescimento dos ramos e, consequentemente, da planta;• Aumentar a frutificação efetiva;• Promover o raleio de frutos;• Auxiliar na formação de frutos partenocárpicos, ou seja, sem sementes.• Antecipar ou retardar a maturação dos frutos;• Minimizar a queda prematura dos frutos;• Reduzir a incidência de russeting nos frutos;• Auxiliar na conservação dos frutos durante o armazenamento.

O desenvolvimento da tecnologia de raleio químico gera grande impacto na fruticultura brasileira, uma vez que o mesmo reduz consideravelmente a necessidade mão de obra e, consequentemente, o custo de produção (Figura 1).

Além do aspecto econômico, em pomares tratados com raleantes químicos, observa-se uma tendência de produção de frutas com melhor qualidade, com aumento de peso médio dos frutos, com maior regularidade de produção, além de prevenir-se a alternância de produção.

O controle do crescimento vegetativo da macieira pela poda verde e pela poda hibernal é essencial para garantir a produtividade do pomar e otimizar a qualidade dos frutos. No entanto, a poda é uma das práticas de manejo mais dispendiosas em tempo e em necessidade em mão de obra na produção de maçãs, especialmente quando as plantas são vigorosas (Privé et al., 2006).

Neste sentido, o uso de fitoreguladores destaca-se como uma das técnicas mais eficientes e com menor custo para controlar o crescimento vegetativo em pomáceas (Sharma et al., 2009). O controle do crescimento vegetativo por meios químicos pode ajudar a reduzir o crescimento excessivo, limitando o tamanho das plantas ou restringindo o crescimento em determinado momento, permitindo melhor equilíbrio entre o crescimento vegetativo e a frutificação (Miller, 2002). O proexadione cálcio se mostra eficaz no controle do crescimento vegetativo, e tem potencial para melhorar a produtividade das macieiras, reduzindo a necessidade de poda. Trabalhos de Unrath (1999), Miller (2002), Dayatilake et a. (2005) e Cline et al. (2008) mostraram que o proexadione cálcio pode reduzir de 18 a 60% do crescimento de ramos de macieiras. O controle do crescimento vegetativo das plantas possibilita importantes benefícios aos produtores de frutas, reduzindo mão de obra de poda e melhorando a eficiência dos tratamentos fitossanitários. Neste contexto, aplicações de reguladores de crescimento têm se mostrado eficientes e deverão ser incorporadas ao sistema de produção das fruteiras de clima temperado (Figura 2, 3 e 4).

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Um exemplo do avanço no uso de reguladores de crescimento é o escalonamento da colheita da cv. Gala. O uso de reguladores de crescimento que retardam a maturação dos frutos em até 25 dias, permitiu também racionalizar o uso da mão de obra, reduzir o número de repasses na colheita, aumentar o calibre dos frutos e melhorar o potencial de armazenagem da cultivar (Tabela 1). Segundo Chun et al. (1997) a época de aplicação influenciou a queda pré-colheita dos frutos da cv. Tsugaro muito mais que a concentração.

Tabela 1 – Efeito de aplicação de Retain na percentagem do número de frutos colhidos em diferentes datas na macieira, cultivar Gala. Fraiburgo, SC, 2006.

Tratamentos% de frutos colhidos em diferentes datas

13/02 20/02 03/03 13/03 22/03Testemunha 6,2 25,8 68,0 - -Retain 800 g/ha – 4 SAPC* - - 18,7 56,6 24,8Retain 800 g/ha – 2 SAPC - - 35,2 37,6 27,3Retain 800 g/ha – 1 SAPC - - 17,2 32,8 50,0

SAPC* - Semanas Antes do Ponto de Colheita; PC* - Ponto de Colheita

Embora as regiões de maior altitude tenham um maior numero de horas de frio que regiões de menor altitude, o tratamento de indutores de brotação não só uniformiza a brotação como aumenta a brotação das gemas com reflexos na produção (Tabela 3).

Tabela 2. Brotação das gemas axilares e terminais, índice de heterogeneidade das gemas axilares e frutificação efetiva da ‘Fuji Suprema’ tratadas com indutores de brotação.

TratamentoBrotação de ge-mas axilares (%)

Brotação de ge-mas terminais

(%)IHB (%)

Frutificação efetiva

Testemunha 47.8 b 82.0 57.7 a 2.0 aErger + CaN 2% 76.9 a 91.6 23.6 b 1.1 bErger + CaN 3% 7.5 a 84.5 15.7 b 0.6 bErger 1% + OM 2% 74.8 a 88.3 19.4 b 1.9 aErger 1% + OM 3% 73.8 a 93.6 21.5 b 2.1 aDormex 0.5% + OM 3% 81.9 a 87.1 14.3 b 1.3 abp >0.001 0,788 >0.001 0.003

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Tabela 3. Brotação de gemas axilares, terminais e esporões (%) aos 60 dias de aplicação em plantas de macieira, cultivar Maxi Gala, tratadas com diferentes indutores de brotação. Na safra 2014/15.

Tratamento Axilares Terminais Esporões1. Testemunha 18.5 70.0 46.72. Assist® 3.5% 40.5 77.8 77.43. Assist® 3.5% + Espalhante Siliconado 0.03% 30.3 78.6 55.34. Assist® 3.5% + Dormex® 0.07% 56.9 96.7 100.05. Assist® 3.5% + Syncron® 1.0% 19.7 61.3 82.66. Assist® 3.5% + Erger® 1.0% 68.1 97.8 90.77. Assist® 3.5% + Bluprins® 1.0% 45.0 91.1 54.58. Assist® 3.5% + Brotex® 1.0% 40.3 93.3 64.29. Syncron® 2.0% + Ca(NO3)2 3.0% 42.2 94.3 98.110. Erger® 3.0% + Ca(NO3)2 3.0% 69.1 100.0 100.011. Assist® 3.5% + Ca(NO3)2 3.0 % + (NH4)(NO3) 3.0%

35.9 73.6 97.0

CV (%) 21.3 21.7 30.6

Figura 1. Peso médio dos frutos (g) da cultivar de macieira Galaxy em função de diferentes tratamentos. Fraiburgo, SC, 2009. Médias seguidas de mesma letra, não diferem entre si, pelo teste de Duncan, a 5% de probabilidade. Tratamentos: 1. Testemunha; 2. ANA 10 ppm – 5DAPF + Maxcel 2,0 L ha-1 5-8mm; 3. Etrel 200 ppm 5DAPF + Maxcel 2,0 L ha-1 5-8 mm; 4. ANA 10 ppm + Maxcel- 2, 0 L ha-1 5-8 mm; 5. Etrel 200 ppm + Maxcel 2,0 L ha-1 5-8 mm; 6. ANA 10 ppm – 5DAPF + (ANA 10 ppm + Maxcel 2,0 L ha-1 5-8 mm); 7. Etrel 200 ppm – 5DAPF + (Etrel 200 ppm + Maxcel 2,0 L ha-1 5-8mm; 8. Maxcel 2,0 L ha-1 5-8 mm.

Visando principalmente o aumento do calibre do fruto, redução de russeting e melhorar a forma do fruto, o uso de Promalin na queda de pétalas e no inicio do desenvolvimento dos frutos de macieira é recomendado, pois contribui para melhoria da

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qualidade, principalmente na Cv. Fuji, que em regiões com clima ameno produz frutos de forma achatada (Tabelas 5 e 6).

Tabela 4. Efeito de Promalin na frutificação efetiva da macieira ‘Imperial Gala’. Fraiburgo, SC, 2004.

Tratamento1

Frutifi-cação efetiva

(%)

Nº de frutos / planta

Produção / planta

(kg)

Peso médio dos frutos

(g)

Aumento do peso

médio dos frutos (%)

Controle 84,1a2 364,6a 38,0a 104,6c -Promalin 1.25 L ha-1 80% em E2, e 14 DA

27,9b 222,0b 26,5bcd 119,2a 14,0

Promalin 1.25 L ha-1 40% e 80% em E2

32,1b 194,1b 23,4d 120,3a 15,0

Promalin 0.5 L ha-1 80% em E2, e 7, 14, 21, 28 DA

25,9b 207,1b 24,6cd 119,0a 13,8

Promalin 0.5 L ha-1 em I, e 7, 14, 21, 28 DA

68,5a 299,7a 34,0ab 113,2ab 8,2

Promalin 1.25 L ha-1 em I, e 14 DA

81,5a 295,7a 32,3abc 110,7bc 5,8

1 – E2 = botão rosado; I = vingamento efetivo; DA = dias após2 – Valores seguidos da mesma letra na coluna não diferiram pelo teste de Duncan ao nível de 5% de significância.

Tabela 5. Efeito de Promalin na massa media dos frutos e % de frutos por classe de calibre, na cv. Gala.

TratamentosPeso mé-dio (g)

135 150-165 180 >180

Testemunha 130,1 50,3 23,7 6,6 16,2Promalin 4x 152,4 63,3 21,3 4,9 10,2

Os bioestimulantes atuam sobre a fisiologia da planta de diferentes formas e por diferentes vias para melhorar a produtividade e qualidade. São produtos de várias origens, sem resíduos, cada vez mais utilizados na fruticultura. Encontram-se entre os produtos mais antigos que se vem utilizando na agricultura. Na fruticultura é mais recente, iniciando no final da década de 90, porém seu crescimento tem sido de maneira exponencial.

Geralmente os bioestimulantes têm em sua composição: aminoácidos, substâncias húmicas (ácidos húmicos e ácidos fúlvicos), hormônios de crescimento de plantas, vitaminas e vários outros elementos, podendo conter também substâncias orgânicas provenientes de extrato de algas. São ricos em substâncias orgânicas, fito hormônios, carboidratos, aminoácidos, nutrientes, que atuam principalmente como bioestimulantes vegetais. Devemos atentar a dois pontos importantes: altos teores de carboidratos e outras

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substâncias, como aminoácidos, hormônios naturais (auxina, citicinina e giberelina) e alginatos.

No Brasil ainda são poucos os estudos com Bioestimulantes nas fruteiras de clima temperado, sendo que os estudos mais adiantados referem-se a indução da brotação em condições em que não são satisfeitas as exigências em frio, principalmente nas culturas da macieira e ameixeira, com resultados que mostram um aumento da brotação e floração, na uniformização da maturação dos frutos e consequente aumento da produtividade. Também vem sendo utilizado para adiantamento de floração e consequentemente adiantamento da maturação dos frutos. Um aspecto importante para as fruteiras de clima temperado é a frutificação efetiva, onde algumas espécies e cultivares necessitam de polinização cruzada sendo que alguns trabalhos já evidenciaram aumento significativo da frutificação efetiva com aplicações de bioestimulantes na floração da macieira, com aumento de 151% na frutificação efetiva da macieira Cv. Gala e 34% na produção.

Estudos recentes vêm demonstrando o efeito de biofertilizantes no aumento da coloração vermelha de frutos de macieira. Embora alguns estudos já mostrem a importância dos Bioestimulantes na fruticultura de clima temperado, outras áreas necessitam de estudos, destacando-se o controle de estresse por baixas e altas temperaturas, aumento do calibre dos frutos, indução de resistência a doenças, controle de distúrbios fisiológicos, aumento dos teores de solidos solúveis dos frutos, estresses abióticos, entre outros (Tabela 6).

Tabela 6. Níveis de coloração vermelha da epiderme de frutos de macieira, cultivar Daiane, tratadas com diferentes fertilizantes foliares. Na safra 2015/2016, Caçador, SC, 2016.

TratamentosColoração vermelha dos frutos (%)

100% >80% 50-80% <50%Controle 1.5 b 78.1 ns 15.5 ns 4.9 ns

Potássio King® 4 L ha-1 4.8 a 92.5 2.3 0.4Mover® 3 L ha-1 + Holder® 2 L ha-1 8.3 a 83.1 7.9 0.7Sunred® 4 L ha-1 11.1 a 83.6 4.8 0.5Sulfato de K 2% 2.2 b 79.8 14.0 3.9Média geral 5.59 83.44 8.88 2.09CV (%) 73.26 12.33 75.62 157.55

Médias seguidas de mesma letra, não diferem entre si, pelo teste de Scott Knott a 5% de probabilidade. ns: não significativo(p>0,05)

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Nutrição da Macieira para melhoria na produtividade e qualidade de frutos

Marlise Nara Ciotta

Engenheira Agrônoma, Dra. em Ciência do Solo, Epagri, Rua Joao Araújo Lima, 102. Bairro Jardim Caiçara, C.P. 81. São Joaquim, SC. CEP 88.600-000. Fone: 49 32338423; [email protected]

A produção de maçã (Malus domestica Borkh) no Sul do Brasil e especialmente na região de São Joaquim é atividade agrícola de grande importância econômica. O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de frutas e 11° na produção de maçãs (FAO, 2017). Tal produção está concentrada especialmente na região Sul do país, destacando-se os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, com mais de 95% da produção nacional (IBGE, 2015). A obtenção de resultados adequados na produção de frutos com qualidade e a manutenção de plantas produtivas ao longo das safras depende de vários aspectos relacionados ao manejo do pomar, dentre eles a fertilidade do solo e a nutrição das plantas. A expectativa é que a produtividade seja mantida ao longo dos anos, com plantas equilibradas, frutos com qualidade e que tenham potencial de armazenamento. Porém, nem sempre é dada a devida atenção a esses aspectos. Talvez o relativo baixo custo comparado à outras ferramentas de manejo de um pomar, faça com que seja dada menor atenção à nutrição da planta e adubação do solo. Por outro lado, perante a exigência do mercado mundial, possibilidades e potencialidades que se tem em termos de clima e solo, além do conhecimento já gerado, ter ferramentas de manejo que melhorem a qualidade do fruto pela adubação do solo e nutrição equilibrada da planta, é questão de visão estratégica. A fertilidade do solo é mais do que simplesmente a disponibilidade de nutrientes, mas sim envolve o sistema solo-planta. Está relacionada com equilíbrio, pois ao mesmo tempo representa condições para o desenvolvimento da planta, a produção, a melhoria da qualidade final e conservação do fruto, propriedades funcionais e preservação do meio ambiente. Por outro lado, o excesso de nutrientes pode ser prejudicial quando promove vigor excessivo das plantas, competição por nutrientes, decréscimo na qualidade dos frutos, surgimento de doenças ou distúrbios fisiológicos nas plantas e frutos. Assim, deriva-se para o conceito da nutrição da planta que envolve a utilização dos nutrientes pelas plantas. No geral há preocupação de adubar o solo quando o mesmo não supre mais as necessidades da planta para o máximo rendimento. No entanto, programas de fertilização do solo são baseados na exigência da planta e no status nutricional da mesma, onde resultados da análise do tecido foliar são relacionados com análise do solo. Mais ainda, outros critérios são necessários, tais como rendimento esperado, crescimento da planta, ramos e enfolhamento, e até análise de frutos (Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2016). A fertilização do solo, visando equilíbrio nutricional da planta, é uma das importantes ferramentas para melhorar a produtividade e qualidade dos frutos.

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Aspectos gerais sobre frutíferas As frutíferas, especialmente em relação às espécies anuais, têm características bastante específicas. Primeiramente, pelo ciclo longo, tem período maior para absorção de nutrientes e exploram um volume maior de solo uma vez que as raízes aprofundam na busca de água nutrientes. Além disso, frutíferas possuem reservas de nutrientes no tecido vegetal (raízes, folhas, ramos e caule) que são mobilizadas para diferentes órgãos, conforme a necessidade da planta. Por exemplo, o N é um nutriente que, absorvido na forma amoniacal ou nítrica, é incorporado à planta na forma de compostos orgânicos e permanece no tecido da planta, tais como caule, folhas e raízes. Quando inicia a brotação, essas reservas são mobilizadas para órgãos em crescimento. Os frutos também são importantes drenos, ou seja, grande parte dos nutrientes é exportado com a produção. Tendo em vista essas características, entre outras das plantas perenes, a reposição de nutrientes no solo é importante como forma de evitar o esgotamento das reservas. Além disso, como um todo, o status nutricional da planta depende do manejo que é dado ao pomar em termos de poda, raleio, equilíbrio vegetativo/produtivo.

Quais nutrientes são os mais importantes? Os nutrientes têm funções diferentes na macieira. A concentração de cada um deles na planta, especialmente no fruto, bem como suas relações, influenciam diretamente a qualidade e conservação dos frutos. Atributos físicos e químicos de qualidade de maçãs, como a firmeza de polpa, acidez titulável, sólidos solúveis e coloração da epiderme estão bastante relacionados ao estado nutricional do pomar. Dentre os nutrientes, o nitrogênio (N) e o potássio (K) são os encontrados em maior concentração nas maçãs e, por esse motivo, geralmente são os que mais influenciam parâmetros de qualidade dos frutos. O N tem sua função ligada ao crescimento vegetativo e a absorção annual deste nutriente, baseada na estimativa de produção e sua concentração na planta, indica a remoção de 60 a 75 kg de N ha-1 ano-1, dependendo da produtividade do pomar. (Tagliavini & Scandelari, 2013). A redistribuição na planta e sua alocação para os frutos é de, aproximadamente, 20 a 30 kg de N ha para produtividades de 40 a 60 ton ha-1. Para retomar o crescimento na primavera e até duas semanas após o pleno flroescimento, normalmente a planta utiliza o N derivado da remobilização, enquanto o N absorvido pelas raízes vem a ser a principal fonte de N mais tarde (Zanotelli et al., 2014). Por outro lado, um excesso de N na planta induz demasiado crescimento vegetativo, promovendo, com isso, o sombreamento dos frutos e reduzindo consequentemente, a coloração vermelha dos mesmos. Assim como a firmeza correlaciona-se negativamente com o teor de N na polpa de maçãs, seja pela relação com a absorção de cálcio (Ca) ou pela própria função do nutriente na macieira. A resposta das plantas à adubação nitrogenada no solo é diferente dependendo de alguns fatores. Os solos da região de são Joaquim são Neossolos e Cambissolos, caracteristicamente jovens, rasos, normalmente com a presença de pedras, mas com alto

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teor de matéria orgânica (MO). Já outras regiões tradicionais no cultivo da macieira, como Fraiburgo (SC) e Vacaria (RS), predominam os Latossolos, os quais são mais profundos. Devido a característica de sua formação além de clima, entre outros fatores, a resposta da macieira à adubação em cada um desses solos normalmente é diferente. Estudos mostram que a adubação nitrogenada promove incremento na massa dos frutos e firmeza da polpa em pomar instalado em Neossolo, na região de São Joaquim (Souza et al., 2013), enquanto não há resposta em Latossolos (Basso & Suzuki, 1992; Ernani, 2002). O K em pomares que estão em produção é o nutriente absorvido em maiores proporções. Na planta, está relacionado com regulação osmótica e concentração de açúcares, além de outros atributos de qualidade tais como coloração e aroma nos frutos. A absorção anual de K está entre 80 a 100 kg de K ha-1 para produtividades de 40 a 60 ton de frutos. Essa absorção é relativamente alta até a colheita, e devido a alta mobildiade do K na planta, a alocação em frutos permanence estável até a maturação dos mesmos. Porém, a deficiência pode ocorrer quando a concentração na folha é menor que 2% (Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2016), o que promove a redução na área fotossintética, produção de frutos com menor concentração de açúcares e ácidos orgânicos. Portanto, ótima relação acidez/açíucares dependem de adequadas disponibilidades de K no solo. Por outro lado, o excesso do nutriente pode ser prejudicial, especialmente por influenciar negativamente a absorção de Ca, causando distúrbios pela alta relação K/Ca.A resposta da macieria à aplicação de K depende do tipo de solo (Souza et al., 2013), porém por ser um nutriente muito exportado pela macieira com a colheita dos frutos, a reposição é necessária anualmente. O fósforo (P) é uma macronutriente relacioando com fotossíntese e crescimento na planta. A exigência pela planta é menor relativamente à outros macronutientes. Estudos desenvolvidos na região de São Joaquim mostram que a aplicação de fósforo na superfície, em pomar implantado, incrementa o teor disponível do nutriente no solo. Entretanto, este incremento não afeta o teor de fósforo nas folhas e nem os componentes de produção e rendimento de frutos. Possivelmente, a ausência de resposta da macieira à adubação fosfatada seja devido aos altos teores de MO e a manutenção dos restos vegetais sobre a superfície que suprem a necessidade da planta (Nava et al., 2016, Ciotta et al., 2017). Outro macronutriente bastante importante para a cultura da macieira é o cálcio (Ca). A função na planta está relacionada com rigidez da parede celular, firmeza da polpa, e em macieira a presença deste nutriente em níveis adequados nos frutos, evita diversos distúrbios fisiológicos que poderiam ocorrer na colheita, mas especialmente na pós colheita. O total de concentração de Ca nos frutos varia entre 200 e 400mg kg-1 embora na epiderme possa chegar a 700 mg kg-1. Diferentes cultivares acumulam Ca em 4-6 semanas após o pleno florescimento, mas a absorção de Ca continua até 120-140 dias em Fuji, por exemplo. Com o crescimento do fruto, a concentração de Ca dilui e por isso podem ocorrer os distúrbios. Mas, normalmente os distúrbios fisiológicos ocorrem mais pela baixa mobilidade do Ca dentro planta (baixa redistribuição) que com a absorção do nutriente. Ou seja, nem sempre falta no solo ou na planta, mas esse Ca não chega em quantidade suficiente nos frutos.

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Distúrbios fisiológicos como o bitter pit não somente estão relacionados com deficiência de Ca, mas especialmente com alto conteúdo de outros nutrientes (N, K e Mg), ou seja, a relação entre eles. Frutos com alta relação K/Ca, (K+Mg)/Ca e N/Ca são mais suscetíveis aos diversos distúrbios fisiológicos o que diminui o potencial de armazenamento (Amarante et al, 2012). Tratando-se de micronutrientes, o boro (B) merece destaque na nutrição da macieira devido à sua função na planta. O B, por atuar sobre o desenvolvimento do tubo polínico e germinação do grão de pólen pode melhorar a frutificação efetiva. Os sintomas de deficiência de B refletem no crescimento da planta e na qualidade dos frutos, os quais, em condições severas de deficiência, podem apresentar rachaduras. Além disso, alguns distúrbios fisiológicos provocados pela deficiência de Ca podem ser intensificados ainda mais pela falta de B. Normalmente nas condições de solo da região não há deficiência do nutriente, em função dos altos teores de MO, principal fonte do nutriente. O que pode ocorrer, é que com a elevação do pH, haja uma diminuição da disponibilidade de B em função da adsorção química. Esse fato merece atenção pois é comum na implantação de pomares a calagem elevar o pH acima de 6,3. Em Cambissolos Húmicos localizados na região de São Joaquim, estudos mostram que não há necessidade de aplicações anuais com B, nas plantas ou no solo, para incrementar a produção de maçãs, desde que o solo tenha sido fertilizado com esse nutriente em pré-plantio (Sá et al., 2014). Estudos realizados na região de Vacaria mostraram que a aplicação de boro via foliar (em até 0,8%) promoveu aumento de B nos frutos, além de antecipar a maturação e aumentar a coloração vermelha da película, principalmente na cultivar ‘Gala’ (Nachtigall. & Czermainski, 2014).

Como realizar o manejo da adubação do solo e manter a nutrição das plantas? Alguns aspectos importantes na implantação do pomar são a escolha da área, a análise do solo e um adequado preparo, com correção da acidez e adubação. Já se tratando de um pomar implantado, a adubação de manutenção deve ser feita na superfície. A camada superficial de solo possui uma ciclagem de nutrientes promovida pela MO ali depositada, manejo de plantas espontâneas, decomposição dos restos da poda e folhas que senescem. De tal maneira que a dinâmica de nutrientes no solo vai depender e muito do manejo geral que é realizado no pomar. Assim, qual a melhor estratégia a ser usada? Aliar práticas que promovam o aporte de nutrientes: manutenção de resíduos na superfície, manutenção dos níveis de MO, reposição equilibrada tendo em vista produtividade e vigor do pomar, além de poda e raleio adequados. No entanto, acima de tudo é necessário conhecer o estado nutricional da macieira e suas exigências. Para isso, a análise foliar e até a análise de frutos são ferramentas que auxiliam no diagnóstico, e permitem muitas vezes ainda detectar antecipadamente a predisposição à distúrbios e a tomada de decisão, evitando perdas.

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Irrigação e fertirrigação em pomares de macieiranas condições do sul do Brasil

Gilmar Ribeiro Nachtigall

Eng. Agrônomo, Pesquisador da Embrapa Uva e Vinho, Estação Experimental de Fruticultura de Clima Temperado, Caixa Postal 177, CEP 95200-000, Vacaria, RS. E-mail: [email protected].

A macieira por ser uma planta de grande porte, com abundante vegetação, apresenta evapotranspiração da cultura (ETc) elevada, em comparação com culturas anuais, o que exige quantidades de água disponível no solo elevadas para a obtenção de altas produtividades (Conceição et al., 2011; Nachtigall et al., 2014). O consumo de água pela planta é influenciado pela temperatura, radiação solar global, déficit de pressão de vapor e umidade relativa do ar (Pereira et al., 2009). Além disso, diferenças no tamanho e na forma da copa causam diferenças significativas na transpiração e na eficiência do uso de água (Li et al., 2002).

A ocorrência de períodos de estiagem durante o ciclo produtivo da cultura e de anos com baixos índices pluviométricos tem levado os produtores de maçã da região Sul do Brasil a se interessar pelo uso da irrigação. Além disso, o uso da irrigação permite a aplicação de fertilizantes através da água (fertirrigação), técnica que reduz a necessidade de mão-de-obra e permite uma maior eficiência do uso dos fertilizantes pelas plantas.

O cultivo de maçãs nos principais países produtores, principalmente em sistemas de produção em alta densidade e de elevado uso tecnológico, utiliza a irrigação e/ou fertirrigação para manter a alta produtividade e qualidade dos frutos comercializáveis. A eficiência da irrigação e da fertirrigação em macieiras nestes países é comprovada por diversos resultados de pesquisa como os Mpelasoka et al. (2001) na Nova Zelândia, Neilsen et al. (2010) no Canadá, Lu Yong-li et al. (2013) na China e de Fallahi et al. (2018) nos EUA, entre outros.

No Brasil, em função das características climáticas predominantes até a última década, a irrigação e/ou fertirrigação não eram técnicas incorporadas aos sistemas de produção de maçãs. Entretanto, as variações climáticas, verificadas nos últimos anos, têm se constituído em motivo de preocupações para os produtores de maçãs no Sul do Brasil, principalmente pelo fato de que a irregularidade e a má distribuição das chuvas podem causar problemas tanto no que se refere à qualidade quanto à produtividade de macieiras. Estes períodos de déficit hídrico ocorrem principalmente nas etapas do ciclo produtivo da maçã (final do crescimento dos ramos até a colheita) em que a demanda hídrica é maior (Beukes e Weber, 1982), fato que tem aumentado o interesse dos produtores pela instalação de sistemas de irrigação em suas áreas. Os primeiros trabalhos com irrigação e fertirrigação em macieira no Brasil foram realizados por Nachtigall et al. (2012) e Branco et al. (2013).

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Disponibilidade hídrica do soloOs solos da região Sul do Brasil nas áreas onde se cultiva macieira são predominantemente Latossolos, com textura argilosa, de ocorrência nas regiões de Vacaria/RS e Fraiburgo/SC. Estes solos, em função de suas características, apresentam alta capacidade de retração com a perda de umidade, evidenciada pelo fendilhamento, verificado facilmente em condições em que o solo está exposto. Já na região de São Joaquim/SC predominam os Neossolos e Cambissolos, de textura franca e de pouca profundidade, que apresentam baixa capacidade de armazenamento de água (Embrapa, 2013).

A disponibilidade hídrica do solo adequada constitui um dos fatores fundamentais para a obtenção de sucesso da produtividade dos pomares de macieira, uma vez que a limitação de água pode resultar em deficiência hídrica no solo e por consequência em efeitos negativos na produtividade e na qualidade. Desta forma, como forma de minimizar estes efeitos negativos, regiões com baixa disponibilidade de água utilizam a irrigação como alternativa para garantir a disponibilidade de água e elevar a produtividade dos pomares de macieira.

Os principais fatores que afetam a disponibilidade hídrica de um pomar são a precipitação e a evapotranspiração. A precipitação atua como suprimento de água para as plantas enquanto que a evapotranspiração atua como perda de água pelas plantas. Normalmente em regiões nas quais, por um determinado período, a precipitação é menor que a evapotranspiração, ocorre déficit hídrico (Pereira et al., 2002).

Em regiões de clima subtropical, como é o caso onde ocorre o cultivo de macieiras no Brasil, a análise única e exclusiva do volume de precipitação no período de desenvolvimento vegetativo da macieira não permite estabelecer com precisão a ocorrência de déficits hídricos no solo. Um exemplo desta situação é a distribuição de precipitação na região de Vacaria/RS nos meses de dezembro a fevereiro nas últimas quatro safras (Figura 1), onde se verifica que os valores acumulados em três safras são superiores à média histórica para a região, não indicando a ocorrência de déficits hídricos expressivos, de modo a afetar a produção e a qualidade de frutos de macieira.

Desta forma, o monitoramento adequado da disponibilidade de água para a cultura da macieira, nesta região, depende da análise de outras variáveis. Uma das formas de monitorar a umidade do solo de forma simples e eficiente é através da tensiometria, a qual pode indicar, com relativa precisão, os momentos de déficit hídrico do solo, bem como estabelecer a indicação de volume de água a aplicar por irrigação.

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Figura 1. Precipitação acumulada e histórica (média de 30 anos) entre os meses de dezembro e fevereiro nas safras de 2014/15 a 2017/18 em Vacaria/ RS. Fonte dos dados meteorológicos: Estação Meteorológica do INMET (A880).

A eficiência da tensiometria pode ser observada com os valores obtidos às profundidades de 20 a 40 cm (mais representativas para o sistema radicular da macieira) na região de Vacaria/RS, durante o período de desenvolvimento vegetativo da cultura nas últimas quatro safras (Figura 2). Observa-se que em todas as safras avaliadas ocorreram períodos expressivos de déficit hídrico do solo, que é considerando aquele em que a tensão da água do solo assume valores inferiores a -10 kPa. Na safra 2014/15 foram registrados 87 dias de déficit hídrico no solo, enquanto que nas safras 2015/16, 2016/17 e 2017/18 foram contabilizados 26 dias, 89 dias e 81 dias de déficit hídrico, respectivamente, concentrados, principalmente, nos meses de dezembro de 2017 e fevereiro de 2018. Esta condição de menor disponibilidade de água para as plantas pode afetar a produção e a qualidade de frutos de macieira.

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Figura 2. Distribuição sazonal da tensão de água no solo medida por tensiometria, na profundidade de 20 a 40 cm, de um Latossolo cultivado com macieira sem irrigação nas safras 2014/15 a 2017/18. Vacaria-RS. (---- tensão de água no solo na Capacidade de Campo).

Desenvolvimento vegetativoO manejo das plantas de macieira após o plantio e durante os primeiros anos de

desenvolvimento é de suma importância para a eficiência produtiva do pomar. Nesta fase, o foco deve estar concentrado no estabelecimento do sistema radicular e no crescimento adequado da parte aéreas das plantas. Deve-se considerar que o crescimento vegetativo é impulsionado pela fotossíntese, a qual é afetada negativamente pelo déficit hídrico do solo (Davies e Lakso, 1978). Desta forma, o uso de técnicas de manejo que minimizem o estresse hídrico na fase inicial de implantação do pomar de macieira, contribui para maximizar o crescimento da copa e a formação do pomar.

Resultados obtidos na região dos Campos de Cima da Serra (RS) mostram que a irrigação por gotejamento, estabelecida na implantação do pomar, aumenta o número de ramos do ano por planta de macieira cvs. ‘Galaxy’ e ‘Fuji Suprema’, sobre o porta-enxerto M9, atingindo aumento de aproximadamente 50% no quarto ano após o plantio (Figura 3). Esta condição propicia uma melhor formação da planta, a qual pode antecipar o início da produção de frutos, em comparação com o cultivo convencional, sem irrigação.

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Figura 3. Número de ramos do ano das cvs. ‘Galaxy’ e ‘Fuji Suprema’, sob o porta-enxerto M9, avaliadas no período de inverno dos anos de 2014 a 2017, em área irrigada e sequeiro. Monte Alegre dos Campos/RS.

Resultados similares também foram obtidos por Dominguez (2015), em experimento com macieiras em Geneva/EUA, onde a fertirrigação e a irrigação aumentaram significativamente o comprimento do líder, comprimento total da parte aérea, peso de poda e comprimento médio da parte aérea, em comparação com o controle não irrigado.

A disponibilidade de água representa um fator essencial e limitante ao estabelecimento inicial do pomar, podendo afetar o crescimento e o desenvolvimento das plantas. Em situações onde a muda de macieira apresenta ramos e raízes danificados ou deficientes, frequentemente sofrem estresse hídrico quando transplantadas, uma vez que a absorção de água pode ser insuficiente para atender as perdas de água por meio da evapotranspiração do dossel vegetativo (Pereira e Pires, 2011). Além disso, os pomares modernos utilizam porta-enxertos de menor vigor que, geralmente, apresentam menor densidade de raízes e maior competição entre plantas adjacentes, de modo que a irrigação se torna um fator importante para maximizar o crescimento nos primeiros anos de plantio. Em situações em que a deficiência hídrico no solo ocorre logo após o plantio, poderá haver efeito negativo no desenvolvimento das plantas a longo prazo.

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Produção e qualidadeO uso de irrigação e da fertirrigação no cultivo de macieiras no sul do Brasil ainda não

foi amplamente implementado, em decorrência, principalmente, da falta de informações técnicas sobre o tema e às dúvidas do produtor quanto ao retorno econômico. Entretanto, mesmo em regiões de clima subtropical, onde está localizada a região produtora de maçã, podem ocorrer, com frequência, períodos de seca em algumas safras, afetando não apenas o crescimento de plantas jovens, mas também a produção e qualidade de frutos em pomares estabelecidos.

Os efeitos da irrigação e fertirrigação em pomares de macieira na região dos Campos de Cima da Serra (RS) podem ser verificados na Figura 4. A produção acumulada de três safras na área com irrigação e fertirrigação foi superior à produção da área sem irrigação, em ambas as cultivares, sendo que para a ‘Fuji Suprema’, a irrigação e a fertirrigação proporcionaram uma produção de frutas de maior calibre.

Resultados semelhantes foram obtidos para a região de São Joaquim/SC, onde a irrigação e a fertirrigação promoveram incrementos nos componentes de rendimento em maçãs cv. Kinkas, bem como na produção de frutos de maior calibre (Cechinel et al., 2017). Em Geneva/EUA, Dominguez (2015), constatou que a irrigação proporcionou efeito positivo para o crescimento e a produtividade das plantas em pomares novos de macieira e que, tanto a irrigação quanto a fertirrigação, resultaram em plantas maiores e com maior capacidade de carga.

Figura 4. Produção acumulada de frutos (safras 2015/16, 2016/17 e 2017/18), por classe de tamanho, para as cultivares de macieira ‘Galaxy’ e ‘Fuji Suprema’, em função dos tratamentos de irrigação e fertirrigação. Monte Alegre dos Campos/RS.

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A Figura 5 exemplifica o efeito da irrigação no estabelecimento da maior capacidade de carga que resultou em maior produtividade da cultivar ‘Fuji Suprema’ na safra 2017/18.

Figura 5. Plantas de macieira cv. ‘Fuji Suprema’ sob regime de irrigação por gotejamento (esquerda) e em condição de sequeiro (direita), na safra 2017/18. Monte Alegre dos Campos/RS.

Considerações finaisA irrigação e fertirrigação em pomares de macieira nas condições do Sul do Brasil

proporcionam efeitos positivos para o crescimento e para a produtividade das plantas em pomares novos de macieira, resultando em plantas mais equilibradas e com maior capacidade de carga de frutos.

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Postharvest diseases of pome fruit and sources of inoculum in orchards in the Netherlands

Marcel Wenneker1, Khanh Pham2 and Jürgen Köhl3

1 Phytopathologist, M.Sc, Wageningen University & Research, Business Unit Field Crops, P.O. Box 200, 6670 AE, Zetten, The Netherlands, e-mail: [email protected] Molecular biologist, B.Sc, Wageningen University & Research, Business Unit Field Crops, P.O. Box 200, 6670 AE, Zetten, The Netherlands, e-mail: [email protected] Phytopathologist, Dr., Wageningen University & Research, Business Unit Biointeractions and Plant Health, P.O. Box 16, 6700 AA, Wageningen, The Netherlands, e-mail: [email protected]

Abstract – Pome fruit may remain for up to 12 months in storage, during which time fruit rot diseases may develop. Well-known pathogens causing quiescent infections in the orchard leading to late postharvest losses in The Netherlands are Neofabraea alba (Bull’s eye rot), Neonectria galligena (Nectria rot), Phytophthora spp., and Stemphylium vesicarium (Brown spot of pears). In this study, packinghouse surveys of postharvest diseases on stored apple and pear fruit were conducted from 2012 to 2017 in the Netherlands. The survey revealed that the most important postharvest pathogens were Cadophora luteo-olivacea causing side rot on pears, and Fibulorhizoctonia psychrophila as the causal agent of lenticel spot on apples and pears. Also, new problems were noticed caused by pathogens not earlier described in the Netherlands on apple or pear, such as F. avenaceum on pear and apple, Neonectria candida and Neofabraea kienholzii on pear, and Colletotrichum godetiae and Truncatella angustata on apple. Knowledge on the occurrence of the different post-harvest diseases and their epidemiology is very limited. The objectives of our project were to develop tools for the quantitative species-specific detection of pathogens in environmental samples; to study the population dynamics of pathogens in orchards; and to identify major inoculum sources of the different pathogens.

Index terms: fruit rot; storage; fungal pathogens; inoculum sources; qPCR.

IntroductionFruit are stored in regular atmosphere for short-term storage and in controlled

atmosphere for long-term storage until packing. Pome fruit may remain for up to 12 months in storage, during which time fruit rot diseases may develop. Despite the use of fungicides and improved storage technologies, postharvest fruit rot diseases still remain an important limiting factor for the long-term storage of apples and pears.Postharvest diseases of apple and pear result in significant economic losses during storage, and are caused by a range of fungal pathogens (SUTTON et al., 2014). Multiple fungicide treatments before harvest are common to reduce the risk of post-harvest diseases (PALM & KRUSE, 2012). The classification of pome fruit diseases due to fungal pathogens is based on their mode of penetration in the fruit: wound pathogens and latent infections.

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Wound pathogens - All postharvest pathogens on pome fruit are potential wound pathogens. Wounds caused by insects and birds, as well as by physical damage before or during harvest are an important entrance site for pathogens such as Botrytis cinerea (grey mold), Penicillium expansum (blue mold), Mucor piriformis, and Monilinia fructigena (brown rot) (SNOWDON, 1990; SUTTON et al., 2014). These pathogens typically cause a rapid decay of fruit in the pre- and post-harvest stage. Fungicide applications shortly before harvest and careful handling of fruits during harvest are effective measures to reduce losses by wound pathogens.

Latent pathogens - Postharvest rots caused by latent pathogens result from infections that occur in the orchard but remain quiescent during the growing phase and remain unnoticed at harvest. Development and symptom expression takes place during storage. Common pathogens causing such late postharvest losses are able to infect fruits through lenticels, such as the Colletotrichum acutatum species complex (Bitter rot) (SPOLTI et al., 2012), Neofabraea alba (SOTO-ALVEAR et al., 2013), and Neofabraea perennans (Bull’s eye rot) (WEBER, 2009). Other pathogens infect apple cultivars that have an open blossom end (calyx) into the core and cause dry or wet core rot; mainly Alternaria spp. and Fusarium spp. (NIEM et al., 2007; SEVER et al., 2012). Eye rot and calyx end rot are caused by Neonectria ditissima and Fusarium spp. (SEVER et al., 2012; WEBER & DRALLE, 2013). These diseases can cause reductions to fruit yields as high as 28% annually (SPOTTS et al., 2009). Economic losses resulting from postharvest diseases can be further exacerbated if the pathogen presents a quarantine concern for export markets.

There is considerable knowledge on the epidemiology of the wound pathogens Botrytis cinerea, Penicillium expansum and Monilinia fructigena. In contrast, knowledge on the occurrence of the different post-harvest diseases, in general showing symptoms after long-term storage, and their epidemiology is very limited. Latent infection occurs in the orchard, but the pathogen lives quiescently in fruits for some months after harvest before causing the symptoms of the disease. The control of this complex of very diverse pathogens is difficult because infections may occur during the entire period from flowering until harvest. Infection periods are often not clearly known and may differ between pathogens. Preventative measures aim at reduction of disease pressure by sanitation. Mummified fruits are considered as a main inoculum source and should be removed (WEBER, 2012; BEER et al., 2015). Cankers on wood can be important inoculum sources of several of the post-harvest pathogens (SUGAR & SPOTTS, 1992; HENRIQUEZ et al., 2006). In case of Neofabraea, disease commonly occurs in most apple cultivars sometimes exceeding 40% in years favourable to pathogen infection (SOTO-ALVEAR et al., 2013; CAMELDI et al., 2016). In general, conidia released from acervuli of Neofabraea spp. on cankers or other overwintering sources become rain or irrigation splash dispersed onto neighbouring twigs and developing fruit during the apple growing season (GARIEPY et al., 2005).

As fruit may be stored for an extended period, postharvest diseases caused by various fungal pathogens can be a limiting factor to long-term storage. However, in order to control these diseases effectively it is important to know the most important diseases

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present and their epidemiology. The aim of the study was to determine the main causal agents of postharvest diseases of apple and pear fruits in the Netherlands. However, the epidemiology of fungal pathogens causing latent infections of fruits during the growing season is poorly understood. The use of qPCR for species-specific detection of pathogenic populations in environmental samples allows detailed studies of population dynamics and the identification of major inoculum sources of the diseases (KÖHL et al., 2013). In addition, objectives of our study were to identify major inoculum sources of pathogens in pear and apple orchards, and to gain insight in the population dynamics of the pathogens during a growing season on specific plant tissues which had been identified as major inoculum sources.

Materials and methodsAssessments of storage diseases Pome fruit may remain for up to 12 months in storage, during which time fruit rot diseases may develop. Despite the use of fungicides and improved storage technologies, postharvest diseases still remain an important limiting factor for the long-term storage of apples and pears. Postharvest diseases of pome fruit are caused by a range of fungal pathogens. Typically, symptoms of disease occur after several months in cold storage with controlled atmosphere. In this study, packinghouse surveys of postharvest diseases on stored apple and pear fruit were conducted from 2012 to 2017. Decayed apple and pear fruit were sampled from commercial packinghouses, representing orchards of various apple and pear producing areas and cultivars in the Netherlands. Approximately 350 samples were analyzed during the storage seasons from 2012 to 2017. A sample consisted of 10-15 representative decaying fruits from each grower lot.

Dynamics and sources of inoculumVarious types of necrotic plant tissues and soil were sampled during the growing

season 2012 in 10 apple orchards and 10 pear orchards in The Netherlands. The colonization of the samples by the pathogens was quantified using four newly developed pathogen-specific quantitative TaqMan-PCR assays. Samples of various necrotic plant residues and tree parts were collected in the 20 orchards during the growing season of 2012 to investigate their role as potential inoculum source for the fruit rot pathogens N. alba, N. perennans, C. malorum and C. luteo-olivacea.

In each orchard, four plots were sampled. The following substrates were collected from five randomly chosen trees per row within the plots (if present in the orchard at the sampling date): 10 mummies, 10 cankers on twigs, and 10 fruit spurs. From five randomly chosen sites within a sampling plot the following substrates were sampled on the orchard floor by filling a 150 ml container till the edge: 10 segments (each 5 to 10 cm long) of prunings, residues of fallen apple or pear leaves from tree strips and grass alley, residues of dead leaves of grasses from tree strips and grass alley, residues of dead weeds from tree strips, soil of the 1 cm top layer, from five sites in each tree strip, and compost from five sites

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in each tree strip. Samples were stored at -18°C until processing. The concentrations of extracted pathogen DNA in the samples were calculated from the derivative cycle threshold values (Ct-values) of TaqMan-PCRs for the DNA dilution series and for DNA extracts of plant samples, and expressed as pg DNA of pathogen DNA per mg plant residue (dry weight).

Results and discussionAssessments of storage diseases

The survey revealed that the most important postharvest pathogens were Cadophora luteo-olivacea causing side rot on pears (Figure 1 a,b), and Fibulorhizoctonia psychrophila as the causal agent of lenticel spot on apples and pears (Figure 2 a,b). Also, new problems were noticed caused by pathogens not earlier described in the Netherlands on apple or pear, such as F. avenaceum on pear and apple, Neonectria candida and Neofabraea kienholzii on pear, and Colletotrichum godetiae and Truncatella angustata on apple.

Figure 1 a,b. Cadophora luteo-olivacea – fish eye or side rot of pears. Naturally infected pear fruits (a) and isolations on PDA (b).

Figure 2 a,b. Fibulorhizoctonia psychrophila – lenticel spot on apples (a) and pears (b).

Dynamics and sources of inoculumVarious host tissues, dead weeds and grasses, soil and applied composts were

collected in ten apple and ten pear orchards in May 2012. N. alba was detected in 73% of samples from apple orchards and 48% of samples in pear orchards. N. perennans was present in few samples. C. luteo-olivacea was detected in 99% of samples from apple orchards and 93% of samples in pear orchards. C. malorum was not detected in any sample. In apple orchards, highest concentrations of N. alba were found in apple leaf litter, cankers, and mummies (Figures 3, 4), and of C. luteo-olivacea in apple leaf litter, mummies and dead

a b

ba

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weeds. In pear orchards, N. alba and C. luteo-olivacea were found in highest concentrations in pear leaf litter and in dead weeds. Substrate colonization varied considerably between orchards. The temporal dynamics of pathogens was followed in four apple orchards and four pear orchards. In apple orchards the colonization by pathogens decreased from April until August and increased after August until December. This pattern was less pronounced in pear.

Figure 3. Mean incidence (percentage positive samples of the assessed samples) and mean concentration [Ln (pg DNA mg-1 plant residue (dry weight))] of Neofabraea alba in various substrates sampled in apple orchards in May 2012. Host tissue: Cankers , leaf litter , mummies , prunings ̶ , fruit spurs +; non-host tissues: dead weeds , dead grasses , champost , soil x.

Figure 4. Colonization of different plant residues from 10 apple orchards by post-harvest pathogens. (a) Neofabraea alba in cankers. Mean concentration (pg DNA mg-1 plant residue (dry weight)) of 10 cankers, sampled in May 2012 from four replicates plots per orchard. Bars indicate standard error of the mean.

The variation found between and within orchards indicates that orchard characteristics and management strategies may influence the development of the pathogen populations. The new knowledge on the major inoculum sources of fruit rot pathogens in apple and pear

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orchards is essential for the development of preventative sanitation measures which reduce the risk of pre-harvest infections by the pathogens followed by post-harvest losses. The inoculum load can be reduced by physical removal of the sources, enhancing decomposition or application of competitive biological control agents. The new knowledge on the variation of population dynamics between but also within orchards can also be used to identify major factors affecting pathogen survival and multiplication during the growing season.

Further research on disease epidemiology is needed to understand the relationships between the build-up of pathogen inoculum on the various substrates during time and infection periods for developing fruits in the orchard. This knowledge will enable estimates of the relative importance of different substrates as inoculum sources for fruit infections. Further, this knowledge could be used for the development of focussed sanitation measures (HOLB, 2006; GOMEZ et al., 2007; LLORENTE et al., 2010). Early near-harvest detection of latent infections in pome fruit is an important step to implement relevant pre- and postharvest measures for disease control. Development of innovative detection techniques are included in the project. With these tools, it is possible to assess potential fruit infections with (latent) storage rot pathogens.Conclusions

The survey revealed that the most important postharvest pathogens were Cadophora luteo-olivacea causing side rot on pears, and Fibulorhizoctonia psychrophila as the causal agent of lenticel spot on apples and pears. Also, new problems were noticed caused by pathogens not earlier described in the Netherlands on apple or pear. The knowledge on the disease epidemiology is essential for the development of preventative measures to reduce the risk of fruit infections during the growing season.Acknowledgements

This research was funded by the Dutch Ministry for Economic Affairs and the Dutch Horticultural Board (Productschap Tuinbouw).

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Identificação dos agentes causais da mancha foliar de Glomerella e as implicações no seu manejo

Marciel J. Stadnik1, Aline Cristina Velho1, Mathias F. Rockenbach2, Paula Astolfi2,Pedro Mondino3, Sandra Alaniz3

1Eng. Agrônomo(a), Dr(a)., Laboratório de Fitopatologia, UFSC-CCA, Florianópolis-SC,fone: 48-37215338, e-mail: [email protected], [email protected]ólogo(a), Dr(a) Laboratório de Fitopatologia, UFSC-CCA, Florianópolis-SC,fone: 48-37215338, [email protected], [email protected]. Agrônomo, PhD., Facultad de Agronomia, Universidad de la Republica, Montevidéu, Uruguai,fone: 598-2355 1108 e-mail: [email protected], [email protected].

No final da década de 1960, em pomares de macieira (cv. Golden Delicious) na região sudeste dos EUA (Geórgia), foi observada pela primeira vez uma mancha foliar associada ao patógeno Glomerella cingulata (Ston.) Spauld & Schrenk (anamorfo: Colletotrichum gloeosporioides (Penz.) Penz. & Sacc.) (Taylor, 1971). No entanto, essa doença tornou-se importante naquele país somente na década de 90 (González & Sutton 1999), quando o nome anteriormente utilizado “necrotic leaf blotch” (mancha necrótica foliar) foi considerado então inapropriado. Assim, a doença foi rebatizada e passou a ser denominada mancha foliar de Glomerella (MFG) (Sutton & Sanhueza 1998, González & Sutton 1999). No Brasil, foi reportada na década de 80 como “mancha da Gala” (Leite et al. 1988), nome que encontrou aceitação por algum tempo. Por outro lado, essa ambiguidade entre os nomes resultou em incertezas quanto ao primeiro relato da doença no mundo, e mesmo sobre os agentes causais envolvidos.

Os sintomas da MFG surgem incialmente como manchas marrom-avermelhadas na superfície das folhas, já visíveis entre 48 e 72h após a infecção, em condições favoráveis. Após aproximadamente 10 dias, as lesões evoluem para manchas necróticas irregulares, ocasionando uma intensa desfolha nas plantas, o que frequentemente compromete a produção nos anos seguintes (Velho et al. 2015, Rockenbach et al. 2016). Em frutos, a MFG pode ocasionar pequenas lesões corticosas deprimidas de cor marrom-claro, que geralmente não aumentam de tamanho e raramente evoluem para podridão amarga (Velho et al. 2015) (Fig. 1). Apesar de atualmente não existirem medidas totalmente eficazes para o controle da MFG, historicamente, o controle químico tem sido o método mais utilizado. No entanto, é cada vez mais comum o surgimento de isolados resistentes a alguns fungicidas, devido ao uso frequente de mesmos ingredientes ativos e técnicas inadequadas de manejo.

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Figura 1. Sintomas de macha foliar de Glomerella em folhas (a) e frutos (b) de maçã cv. Gala.

Um fato alarmante sobre a ocorrência mundial da MFG é seu crescente número de relatos. A MFG permaneceu limitada a algumas áreas subtropicais chuvosas por cerca de três décadas (Leite et al. 1988, González & Sutton 1999), porém nos últimos anos, a doença surgiu em outras regiões produtoras de maçã como no nordeste dos EUA (Wallhead et al. 2014, Hoge et al. 2017), China (Wang et al. 2012), Canadá (Grigg-McGuffin et al. 2014) e recentemente no Uruguai (Casanova et al. 2017) (Fig. 2). Ainda não se sabe como a doença se disseminou para locais tão distantes (Rosenberger 2016, Rockenbach et al. 2016) e se há alguma relação entre as espécies de Colletotrichum identificadas nestes locais. O relato de novas espécies causadoras de MFG em diferentes países tornou-se de grande importância tendo em vista possíveis medidas de quarentena que possam ser adotadas futuramente.

Isolados de Colletotrichum de MFG podem ser associados àqueles que causam a podridão amarga e pertencem a complexos de espécies estreitamente relacionados. Portanto, identificar as espécies causadoras da MFG, entender as condições favoráveis para epidemias e a agressividade dos diferentes isolados são essenciais para definir as melhores estratégias de manejo (Rosenberger 2016).

A taxonomia do gênero Colletotrichum tem passado por mudanças drásticas nos últimos anos. Técnicas moleculares têm permitido identificar corretamente as espécies e sua distribuição dentro de cada complexo (Damm et al. 2012). Estudos combinando filogenia multilocus, caracterização morfológica e testes de patogenicidade tem levado a reclassificação de espécies anteriormente identificadas como C. acutatum e C. gloeosporioides (Damm et al. 2012, Weir et al. 2012).

Considerando os recentes avanços na taxonomia de espécies de Colletotrichum

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e o aumento da ocorrência da MFG em diversas partes do mundo, é primordial a correta identificação dos agentes causais envolvidos. Além disso, é importante avaliar os isolados locais quanto à patogenicidade, agressividade e sensibilidade a fungicidas, uma vez que a ocorrência de reprodução sexual e a geração de variabilidade genética através de sucessivas fases do ciclo de vida das espécies de Colletotrichum podem fazer com que seu controle se torne cada vez mais difícil (Cisne et al. 2017). Além disso, algumas evidências também apontam a reprodução parassexual como possível fator contribuindo para a geração de variabilidade genética do fungo (Gonçalves et al. 2016).

Figura 2. Distribuição geográfica e evolução de ocorrências da mancha foliar de Glomerella em diferentes regiões produtoras de maçã do globo. Legenda: (a) EUA: Georgia (Taylor, 1971) - Tenessee e Carolina do Norte (González & Sutton, 1999); (b) Brasil: Paraná (Leite, 1988) - SC e RS (1990); (c) China: Feixian e Jiangsu (Wang et al. 2012); (d) Canadá: Ontário (Grigg-McMuffinn et al. 2014); (e) Uruguai: San José (Casanova et al. 2017).

No âmbito de um projeto de cooperação entre a Universidade Federal de Santa Catarina e a Universidad de la Republica (Uruguai), financiado pela CAPES-Mercosul entre 2012 e 2016, estudou-se a variabilidade e patogenicidade de espécies de Colletotrichum associadas à MFG em diferentes áreas produtoras de maçã dos dois países. Nesta apresentação são relatados alguns dos principais resultados do projeto, bem como se traz um levantamento de quais espécies foram reportadas a nível mundial até o momento.

Isolados do fungo associado a manchas típicas de MFG foram coletados ao longo da última década no sul do Brasil e se encontram depositados na coleção micológica (MANE) do Laboratório de Fitopatologia da UFSC. A partir dessa coleção, realizou-se a identificação molecular bem como a caracterização fenotípica e patogênica de cada indivíduo. A identificação foi feita com base na amplificação e sequenciamento de cinco regiões genômicas ITS-rDNA, GAPDH, TUB2, HIS3 e ACT. Testou-se também a patogenicidade de todos os isolados em plântulas e folhas destacadas de macieira (cv. Gala).

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Até o momento, C. fructicola (Velho et al. 2015, Rockenbach et al. 2016), uma espécie pertencente ao complexo do C. gloeosporioides, e C. karstii pertencente ao complexo C. boninense (Velho et al. 2014) foram associadas à MFG no sul do Brasil. Como esses trabalhos ainda são baseados um número relativamente limitado de isolados, é muito provável contudo que outras espécies possam ser identificadas no futuro. No Uruguai, a espécie C. fructicola também foi considerada a predominante e uma das mais agressivas causando podridão amarga (Alaniz et al. 2015), e recentemente MFG (Casanova et al. 2017) (Tab. 1).

Tabela 1. Espécies de Colletotrichum associadas à mancha foliar de Glomerella e sua patogenicidade em folhas de macieira.

Complexode espécies

Espécies deColletotrichum

Local deocorrência

Patogenicidade em folhas

Referências

Colletotrichumgloeosporioides

C. fructicolaBrasil, China,

EUA1, Uruguai.+

Velho et al. (2015)

Wang et al.(2015)

Hoge et al. (2017) Casa-nova et al. (2017)

C. aenigma China + Wang et al. (2015)C. alienum EUA nd Hoge et al. (2017)C. gloeosporioides EUA nd Hoge et al. (2017)C. siamense EUA nd Hoge et al. (2017)C. tropicale EUA nd Hoge et al. (2017)

Colletotrichumacutatum

C. fioriniae EUA nd Wallhead et al. (2014)C. nymphaeae Brasil - Neste estudo

Colletotrichum boninense

C. karstii Brasil + Velho et al. (2014)

1 Isolados de MFG dos EUA identificados como Glomerella cingulata (anamorfo: C. gloesporioides) e reclassificados por Weir et al. (2012) como C. fructicola. (nd) não determinada (+) patogênico (–) não patogênico.

Na região sudeste EUA, identificou-se cinco espécies pertencentes ao complexo C. gloeosporioides, sendo elas, C. alienum, C. fructicola, C. gloeosporioides, C. siamense e C. tropicale (Hoge et al. 2017), porém nenhum teste de patogenicidade em folhas foi realizado. Dessa forma, podemos considerar que, até o momento, os isolados de C. fructicola identificados no Brasil e Uruguai, e C. aenigma na China foram os únicos que reproduziram os sintomas de MFG em folhas de macieira (Velho et al. 2015, Wang et al. 2015, Rockenbach et al. 2016, Casanova et al. 2017).

No complexo C. acutatum duas espécies foram identificadas a partir de isolados de MFG, ou seja, C. nymphaeae (nossos estudos) e C. fioriniae (Wallhead et al. 2014). Na região nordeste dos EUA, a espécie C. fioriniae é reportada como sendo a predominante em isolados que causam podridão em frutos, e ocasionalmente causando manchas foliares em macieira (Wallhead et al. 2014, Rosenberger 2016). Há, contudo, muitas dúvidas sobre o potencial patogênico de espécies pertencentes ao complexo C. acutatum em folhas de macieira. Vários trabalhos demostram que as espécies pertencentes a este complexo não são capazes de causar a doença (Børve & Stensvand 2016) e não completaram os

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postulados de Koch (Wallhead et al. 2014, Rosenberger 2016). Coincidentemente, González et al. (2006) também recuperaram alguns isolados de C. acutatum provenientes de MFG, todavia, após testar a patogenicidade em folhas, nenhum deles foi capaz de ocasionar a doença. De acordo com os nossos resultados, todos os isolados de C. fructicola foram patogênicos, causando sintomas típicos de MFG, enquanto que isolados de C. nymphaeae não ocasionaram sintomas em folha.

Concluindo pode-se dizer que, até o momento, nove espécies de Colletotrichum pertencentes a três complexos têm sido associados à MFG em diferentes países, sendo que no Brasil C. fructicola é a espécie mais frequente e agressiva causando MFG. Aparentemente, C. nymphaeae e outras espécies dentro do complexo C. acutatum não são capazes de ocasiona MFG e ocorrem com pouca frequência em associação com esta doença.

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Strategies for using plant protection products to control apple scab (Venturia inaequalis)

Marcel Wenneker1 and Peter Frans de Jong2

1 Phytopathologist, M.Sc., Wageningen University & Research, Business Unit Field Crops, P.O. Box 200, 6670 AE, Zetten, The Netherlands, e-mail: [email protected] Phytopathologist, M.Sc., Wageningen University & Research, Business Unit Field Crops, P.O. Box 200, 6670 AE, Zetten, The Netherlands, e-mail: [email protected]

Abstract – Plant protection products (PPPs) with curative mode of action to control apple scab may result in resistance development. We therefore tested strategies for effective scab control that avoids the use of curative PPPs. In 2010 and 2011, the efficacy of dithianon (Delan), sulphur (Thiovit) and potassium bicarbonate (Vitisan) to control apple scab on leaves and fruits using different strategies was tested on the apple cultivar Jonagold in the Netherlands. In 2011, the curative mode of action of difenoconazole (Score) was also tested. In the untreated controls, 52.5% (2010) and 56.7% (2011) of the leaves were infected, and 52.5% (2010) and 90.9% (2011) of the fruits. In both years, stop-spray treatments (application of treatments immediately at the start of an infection) with sulphur and dithianon resulted in equal infection incidence and severity on leaves and fruits compared to the preventive application of dithianon. The effect of the curative application of potassium bicarbonate was comparable to theother treatments in 2010. The number of applications was lower with the stop-spray strategy than with the preventive strategy. However, the stop-spray treatments sometimes took place outside normal working hours, even at night. We concluded from the trials that effective protection against apple scab is possible without using curative PPPs, which carry a risk of resistance development. Dithianon and sulphur can be used effectively as part of a stop-spray strategy.

Index terms: apple scab, strategy, decision support system, sulphur, bicarbonate.

IntroductionApple scab, caused by Venturia inaequalis (Cooke) Winter, is a major disease in

apple (Malus x domestica Borkh) production in temperate zones worldwide (MACHARDY, 1996). In commercial apple orchards very frequent fungicide applications (15-22 annually) are needed to control apple scab, depending on weather conditions, disease pressure and cultivar susceptibility (HOLB et al., 2005). Crop losses result directly from fruit infection and indirectly from repeated defoliation, which can reduce tree growth and yield. The disease is managed in apple orchards by integrating several practices, but fungicidal control is the most widely practice used (MACHARDY, 1996; ALANIZ et al., 2014).

Sanitation practices are important for scab control. The objective is to decrease Venturia inaequalis potential of overwintering in the leaf litter in the orchard. Several

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techniques can be used and can significantly decrease the quantity of ascospores released in spring (MACHARDY, 1996; SUTTON et al., 2000). There are several methods to reduce V. inaequalis inoculum in orchards. One of the most effective methods is an application of urea at leaf fall. Urea stimulates the decomposition of leaves and reduces the amount of ascospores (CARISSE & DEWDNEY, 2002). However, urea is produced synthetically and is not approved in organic culture guidelines.

Due to the need of improving the disease control and reduce the amount of chemicals applied, the use forecasting models is an important tool to guide the fungicide sprays and increase the disease control. The RIMpro model (TRAPMAN & POLFLIET, 1997) is a useful and very common forecast system used in different regions of Europe (ROSSI et al., 2007).

Apple growers commonly use fungicides with preventive and curative modes of action. Traditional protectant fungicides, like captan, have been used for many years and the risk of resistance to these fungicides is low (DAMICONE & SMITH, 2009).

Quinone outside inhibitors (QoI) fungicides, such as trifloxystrobin and kresoxim-methyl are extremely potent inhibitors of spore germination (BARTLETT et al., 2002). The specific mode of action contains a high risk of resistance development. To minimize the risk of resistance development, QoI fungicides have special management recommendations to reduce this risk, such as limited number of applications of these fungicides per season. However, V. inaequalis isolates resistant to strobilurins have been reported from commercial apple orchards in several countries (JOBIN & CARISSE, 2007; LESNIAK et al., 2011; MONDINO et al., 2015).

Demethylation inhibitor fungicides (DMIs) are also widely used to control apple scab caused by V. inaequalis because of their curative action against scab. DMIs like difenoconazole have been widely used when preventive applications were not made or were removed by rainfall. As DMIs fungicides represent single-site inhibitors a high risk of development of resistance exists. Isolates of V. inaequalis with reduced sensitivities to several DMI fungicides have been reported worldwide (CHAPMAN et al., 2011; PFEUFER & NGUGI, 2012; MONDINO et al., 2015).

Also organically grown apples are sprayed with fungicides like sulphur, lime sulphur and copper. Copper is an effective product against apple scab, however because of the environmental pollution and residual effects it is not allowed in the Netherlands and Denmark (HOLB et al., 2003). Permitted amounts will be reduced stepwise during the following years to avoid environmental risks (Council Regulation (EEC) 2092/91, Annex II). For organic farming the emphasis will be the use of new, efficient alternative products. The past decade much research concerning alternative control of scab by means of biological antagonists or elicitors has been performed (KÖHL et al., 2009; SPINELLI et al., 2010). Besides those alternative techniques also salts, such as bicarbonates, can be used to control fungal diseases (TRAPMAN, 2008; JAMAR et al., 2008; DELIOPOULOS et al., 2010; HEMELRIJCK et al., 2012).

Organic growers often adopt a preventive control strategy that requires more treatments and non-useful treatments. Early warning systems based on disease forecasting

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models that give timely information about apple scab infection periods have the potential to limit the use of fungicides (MACHARDY, 1996; TRAPMAN et al., 1997; JAMAR et al., 2008). MILLS (1944) reported that elemental sulphur is fully effective as a rain application only up to the time when infection occurs. This so called “during-infection” spray or “stop-spray” strategy involving spraying during the infection process is developed to reduce the amount of fungicides used for scab control in an organic apple orchard, using compounds with poor curative properties (JAMAR et al., 2008; 2010).

The aim of this study was to test strategies for scab control that avoids the use of curative PPPs. Firstly, the efficacy of using relatively weak preventive PPPs in a “during-infection” spray or “stop-spray” strategy was tested. Secondly, potassium bicarbonate (Vitisan), a PPP with a curative mode of action but with no risk for resistance, was tested.

Materials and methodsOrchard and equipment

Fields experiments were carried out in an apple orchard at the experimental fruit research station of Wageningen University & Research, Randwijk, The Netherlands (51°56’12.73”N, 5°42’19.23”E). The experiments were done on cv. Jonagold on M.9 root stock and pruned as slender spindles. Trees were planted in 2006 and spaced 3m x 1m (3333 trees ha-1). The experiments were carried in two consecutive years (2010 and 2011). Trees were arranged in a randomized complete block design. Each treatment was tested in four replicates. The experimental plots contained 7 trees each, with the middle 3 trees as observation trees. PPPs were applied using a KWH cross flow sprayer mounted with Albuz lila nozzles (fine spray quality), spray pressure 5 bar, forward speed 1.8km h-1 and a spray volume of 513 l ha-1.

Decision support systemThe decision support system RIMpro (Bio Fruit Advies) and a Mety weather station

at the Randwijk location was used to determine the optimal timing for spraying.

Fungicides and strategiesThe preventive treatment was applied shortly before predicted rainfall. Dithianon

(Delan, 70% a.i. – active ingredient) was tested. In 2010 the tested dose was 4.3 kg ha-1, whereas in 2011 a dose of 2.15 kg ha-1 was tested. The stop-spray treatment was applied after rain fall, i.e. during germination of ascospores. The tested PPPs were dithianon and sulphur (Thiovit, 80% a.i.). For dithianon, the same dose was applied as in the preventive treatment. Sulphur was applied at 6 kg ha-1 before May 1st, and 4 kg ha-1 after May 1st. The curative treatment was applied after the onset of an infection, i.e. 200-400 degree hours after the start of germination. Difenoconazole (Score 10 WG, 10% a.i.) was tested at a dose of 0.38 kg ha-1, and potassium bicarbonate (VitiSan, 100% a.i.) at a dose of 5 kg ha-1.

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ObservationsObservations were made on leaves and fruits according to EPPO guidelines. The

incidence and severity were observed on 800 leaves per plot. The total number of fruits of the middle 3 observation trees per plot was assessed for incidence and severity of apple scab. The scab index (SI) was calculated as:[(1 x number of apples with 1, 2 and 3 lesions) + (3 x number of apples with 4, 5 and 6 lesions) + (5 x number of apples with 7, 8 and 9 lesions) + (7 x number of apples with 10 or more lesions)] / the total number of observed apples.

Statistical analysesThe data was subjected to analysis of variance (ANOVA). Significant F-tests

(P<0.05) were followed by a Least Significance Difference (LSD)-test for pair wise comparison of treatment means using LSD0.05 values.

Results and discussionFrequency of spraying

As part of the preventive strategy, 8 sprayings were applied in 2010 and 12 sprayings in 2011. As part of the stop-spray strategy, 11 sprayings were applied in 2010 and 6 in 2011. As part of the curative strategy, 8 sprayings were applied in 2010 and 4 in 2011.

The results show that it is possible to reduce spraying frequency by using stop-spray or curative strategies, compared to the preventive strategy. However, growers cannot rely on a single strategy alone and use different strategies according to the conditions (e.g. infection pressure, weather forecast).

Efficacy of treatmentsPreventive and stop-spray treatments

The results show that the application of sulphur as a stop-spray was as effective as the preventive application of dithianon (Table 1). The stop-spray treatment with sulphur had a good efficacy in 2010 and 2011. The efficacy of preventive and stop-spray dithianon in 2010 (full dose) and 2011 (half dose) was good. A practical problem of the stop-spray strategy is the difficulty of the timing of the spraying. Growers not only have to consult a decision support system repeatedly during each possible infection period, but they also have to apply the PPP within a specific time frame. This can be outside normal working hours, or during unfavourable spraying conditions like rainfall. Also, some orchards are too large to be sprayed entirely in this time frame. In that case, only the most susceptible cultivars could be treated. Consequently, new application techniques, such as fixed spraying systems, are necessary to make the stop-spray strategy more feasible for practical use.

Curative treatmentsThe efficacy of potassium bicarbonate was in some cases better than the untreated

control, but it was worse than the other treatments in 2010. In 2011, it did not effectively

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control apple scab on fruits (Table 1). The curative treatment of difenoconazole in 2011 was not effective on leaves and performed poorly on the scab index for fruits. The sprayings took place 200-400 degree hours after the start of the infections (RIMpro), so there was no reason to assume that the curative PPPs were applied at the wrong moment. In recent years, the curative efficacy of difenoconazole appears to be reduced. Possibly, V. inaequalis in the research orchard has developed resistance. Also in Uruguay, V. inaequalis populations in commercial orchards exhibited reduced sensitivities to difenoconazole compared to the baseline orchard (MONDINO et al., 2015). Further research should be performed to determine if resistance is present and at what level in European orchards.Table 1: Incidence and severity of apple scab on leaves and fruits in 2010 and 2011.

Strategy 2010% infected

leaves

Number of lesions per leaf

% infected fruits

Scab index of fruits

Untreated control 52.5 b 3.50 c 52.5 b 2.7 bPreventive dithianon (Delan 0.43 l ha-1) 2.4 a 0.06 a 3.3 a 1.4 aStop-spray dithianon (Delan 0.43 l ha-1) 1.0 a 0.03 a 4.5 a 1.8 abStop-spray sulphur (Thiovit 4 kg ha-1) 2.1 a 0.09 a 5.4 a 1.3 aCurative potassium bicarbonate (VitiSan 5 kg ha-1) 13.8 a 0.71 b 12.6 a 1.8 ab F <0.001 <0.001 <0.001 0.011

Strategy 2011% infected

leaves

Number of lesions per

leaf% infected

fruitsScab index

of fruitsUntreated control 56.7 c 4.0 b 90.9 b 5.95 cPreventive dithianon (Delan 0.43 l ha-1) 8.7 a 0.1 a 15.3 a 0.27 aStop-spray dithianon (Delan 0.43 l ha-1) 15.5 ab 0.3 a 32.7 a 0.75 abStop-spray sulphur (Thiovit 4 kg ha-1) 20.6 ab 0.5 a 30.7 a 0.6 aCurative difenoconazole (Score 0.38 kg ha-1) 34.8 bc 1.2 a 70 b 3.53 bcCurative potassium bicarbonate (VitiSan 5 kg ha-1) 49.0 c 2.2 a 81 b 4.48 bc F <0.001 <0.001 <0.001 <0.001

The challenge for present and future research will be how to manage pest and diseases starting from the post blossom period until harvest. Approaches towards apple scab management should include the use of scab-tolerant or scab-resistant cultivars together with other cultural practices, for example, removal of fallen leaves to eliminate sources of primary inoculum. It is also important to develop novel types of disease-control agents such as systemic disease-resistance inducers or agents that activate host defense responses, in order to broaden the arsenal of control tactics available.

ConclusionsThe stop-spray strategy with sulphur is effective. The efficacy of curative potassium

bicarbonate is low. A reliable, curative PPP is still required (i) in case of heavy rain during the stop-spray time frame, (ii) in case of high infection risk or (iii) if an orchard is too large to be sprayed within the stop-spray time frame. The search for curative PPPs without a risk for resistance should therefore be continued.

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AcknowledgementsThis research was funded by the Dutch Ministry for Economic Affairs and the Dutch Horticultural Board (Productschap Tuinbouw).

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European canker of apple trees

Bernardo A. Latorre

Ingeniero Agrónomo, MSc, PhD. Pontificia Universidad Católica de Chile, Vicuña Mackenna 4860, Santiago, Chile. Teléfono: 992759958. E-mail: [email protected].

European canker, caused by Neonectria ditissima, is an economically important disease of apple trees in most temperate, humid and rainy regions, where it can result in the death of shoots, spurs, and branches, while leaving the foliage unaffected. European canker has been reported in most of the apple-producing countries throughout the world except Australia. The pathogen can also infect fruits and causes eye rot, which is a serious problem in many countries but is rare and economically unimportant in Chile (Latorre et al., 2002; Lolas & Latorre, 1996).

Losses caused by European canker are associated with reduced tree vigor, the loss of tree architecture (due to intensive pruning to remove cankers), and the loss of trees and fruit rots. While losses are difficult to estimate, a disease prevalence as high as 68% has been reported for ‘Richard Red’ apples in Southern Chile, although considerable variability in disease prevalence occurs from year to year. For instance, a disease prevalence of 0.01% to 48.3% has been observed on one-year-old twigs in the same apple orchard in dry and wet seasons, respectively (Lolas and Latorre, 1966, 1997). To reduce the prevalence of European canker, sanitation, adherence to cultural practices and fungicide applications are required each season.

This mini review focuses on European canker symptoms, etiology, life cycle and epidemiology with the goal of helping to improve the management and control of European canker in apple orchards.

SymptomsEuropean canker is characterized by the presence of bark cankers on twigs (Fig. 1),

branches and trunks. Initially, sunken areas with an orange to red bark discoloration appears around leaf scars on year-old twigs or around pruning and grafting wounds, followed by a papery appearance of the bark that gradually become dark brown and necrotic. White to creamy sporodochia (asexual fruiting bodies) and red perithecia (sexual fruiting bodies) are produced on older canker lesions.

Bark lesions develop into elongated cankers with a zonate appearance (Fig. 3). In the late spring or summer months, canker lesions eventually girdle the affected twigs or branches, the distal portions of which wilt and die. On stems and branches, a callus forms around the infected area each growing season, forming a series of concentric rings of callus tissue, with older cankers appearing irregular and roughened (Fig. 1). Infected stems and branches remain alive for a long time.

Brown streaks and necrotic wood lesions can be observed in cross sections of infected stems and branches. These symptoms are often associated with very early infections in plants at nurseries, which can be confirmed by the successful isolation of N. ditissima.

Fruit rot occurs rarely in Chile, but it frequently occurs in other countries. Fruit rot

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develop at the calyx end, but lateral infections around lenticels may also occur both in orchards and at stores.

Causal agentN. ditissima is an ascomycetes fungus (Fungi, Ascomycota) that produces hyaline two-

cell oval ascospores in red perithecia that develop superficially, stromatic and aggregated, in the interstitial spaces of old canker lesions. Two types of conidia are produced, macro and microconidia. Macroconidia are hyaline, up to 7-septated, straight or slightly curve with round ends. Microconida, if present, are short-cylindrical or ellipsoidal 0- to 1-septated, hyaline, and produced from simple conidiophores. Macroconidia are produced in branched conidiophores that develop into white to creamy sporodochia on the surface of infected bark and fruit lesions (Campos et al. 2017). The pathogen can be cultivated on different agar media, mostly producing white to creamy colonies with yellow-orange to brown pigmentation (Campos et al., 2017).

The scientific name of the European canker fungus has changed repeatedly. It was named Nectria ditissima Tul. & C. Tul. in 1865, separated from N. ditissima as Nectria galligena Bres. in 1901, and renamed Neonectria galligena (Bres.) Rossman & Samuels in 1999. However, Neonectria ditissima (Tul. & C. Tul.) Samuels & Rossman, 2006, is currently the accepted named (anamorph Cylindrocarpon heteronema (Berk. & Broome) Wollenw., 1916) (Castlebury et al., 2006; Chaverri et al. 2011, Mycobank Database (www.mycobank.org), 2018).

Disease cycle and epidemiologyThe fungus is not specific to apple trees and attacks a broad range of hosts, including

tree fruits such as apples, pears, quinces and walnuts, and a large number of forest and ornamental tree (e.g., acer, beech, and poplar) and shrub (e.g., Crataegus) species (Flack & Swinburne 1977). Eventually, cankers produced in these tree species can act as a source of primary inoculums for European canker in apple orchards. N. ditissima overwinters as conidia or ascospores in older cankers on the branches and trunks of apple trees and in numerous other susceptible trees growing around apple orchards (Johnson et al., 1982). Conidia and ascospores can be produced for several years in older cankers, even if these cankers have been pruned out from the trees and left on the ground. Conidia and ascospores are passively released by rain-splash at any time of the year. However, peak numbers of conidia and ascospores occur in April and May in New Zealand (Amponsah et al., 2017), but in Chile, conidia are released in April to June, coincident with leaf fall, while ascospores are released in the spring, October to November. Therefore, conidia, and not than ascospores, are considered the primary inoculum for European canker infections in apple trees in Chile (Lolas & Latorre, 1996; Palma, 1994). These differences in the timing of the release of spores between New Zealand and Chile can be explained by differences in rainfall distribution pattern between these countries.

Conidia, macro and microconidia, are disseminated short distances by rain and

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overhead irrigation. Ascospores are released in the presence of free water (rain, dew or fog), and they can be dispersed short distances by rain-splash and longer distances by wind.

Both macroconidia and ascospores can cause infection, but macroconidia are more important than ascospores in Chile and California (Creemers, 2014; Lolas & Latorre, 1996; Swinburne, 1975). The role of microconidia with respect to disease development is unclear.

Infections occur through natural openings (stomata and lenticels) and wounds (foliar abscission, bud-base entrance), as well as induced wounds (grafting and pruning cuts). Leaf scars, formed during leaf abscission in the autumn, are considered to be the most important infection avenue for bark canker lesions on apple and pear trees in many countries (Creemers, 2014; Dubin & English, 1974; Latorre et al., 2002; Weber, 2014; Wenneker et al., 2017). Leaf scars are extremely susceptible to infection within 24 h after leaf fall and become increasingly resistant to N. ditissima 48 h after leaf fall (Walter et al., 2015; Xu et al., 1998). In addition, N. ditissima infects fruits through the calyx end and lenticels. Infections may occur in the orchard or after several weeks of cold storage and are characterized by a reddish-brown superficial discoloration with dry corky tissues beneath the cortex and superficial white to creamy sporulation under high humidity conditions.

The long-distance spread of European canker results from the movement of infected, but asymptomatic, nursery stocks (McCracken et al. 2003; Wenneker et al., 2017), with early canker lesions developing on the rootstocks and/or primary stems of 2- to 3-year-old plants in the orchard. There is evidence suggesting that N. ditissima can invade xylem and moved systemically in new plants just after planting in the orchard (Dewey et al., 1995). Typically, these young infected plants provide sufficient inoculum to extensively infect apple trees during the following growing seasons, and very often these plants become severely affected and die.

Bark canker prevalence is primarily dependent on temperature and rainfalls. Severe outbreaks occur after cool and rainy weather conditions. In vitro, N. ditissima conidia germinate between 6 and 32°C, with optimum germination between 20 and 25°C. Ascospore germination is low at 5°C and increases faster than conidia as the temperature increases from 5 to 20°C. Infections caused by conidia through leaf scars are dependent on temperature and duration of free moisture availability. Independent of the wetness duration, no infection occurs at 5°C, even under high inoculum pressure. Disease prevalence increases linearly between temperatures of 5 and 20°C. A 2- to 6-h moisture period is enough to promote a considerable infection at 20°C, but longer moisture periods are needed at lower temperatures (Dubin & English, 1974, 1975, Latorre et al., 2002).

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Disease warning systemDisease warning systems have been developed with the aim of helping farmers

in their spray decisions against diseases affecting apples and other crops. Most of these warning systems incorporate epidemiological models that help to predict infections based on environmental parameters. A simple disease warning system based on the analysis of weather parameters was developed to predict conditions for European canker infections in Chile (Latorre et al., 1999; Latorre et al., 2002). This warning system assumes that inoculums (macroconidia) are not a limiting factor and that susceptible leaf scars were always present between March and July. It has been demonstrated that inoculum concentration is an important factor for infection (Amponsah et al., 2017; McCracken et al. 2003; Weber, 2014; Xu et al. 1998).

The relationship between the time needed for N. ditissima conidia to reach a 1% germination (y) at a given temperature (x) was best explained by a polynomial equation y = -12.6x + 0.6x2 – 0.008x3 (R2 = 0.95, p = 0.004). This equation was used to empirically estimate the duration of free moisture needed for germination between 5 and 28°C. Over two seasons, this warning system was evaluated as an effective tool to determine the need of fungicide treatments against European canker in the field (Latorre et al., 2002). This model has been successfully used to predict leaf fall infections in Northern Europe (de Jong & van der Steeg 2012; Weber, 2014).

However, conditions necessary for infections may differ between leaf scars, other wounds and fruit infection (Xu & Robinson, 2010).Disease management strategies

Chemical control is an essential component of European canker control that aims to protect primary infection sites, primarily leaf scars in the autumn. However, the best control is only achieved by integrating other control strategies with the use of fungicide treatments. Therefore, the production of nursery stocks free of European canker, cultural and biological control and resistance play important roles in managing European canker in apple orchards.

Production of nursery stocks free of European canker. It is well accepted that cankers on newly established apple orchards may originate from infections during propagation that may remain latent for up to 3 years after planting (McCracken et al. 2003). Therefore, N. ditissima can be spread over short and long distances in apparently healthy but infected plant material, including rootstock or scion cultivars (Borve et al., 2018). Furthermore, infected apple trees at nurseries become symptomatic during the first two to three year after planting, providing a sufficient inoculum for the extensive dissemination of European canker within the orchard. Therefore, there is a need for the early detection of infected plants. Serological assays (Dewey et al, 1995) and PCR based detection procedures using species specific primers for N. ditissima have been reported (Langrell, 2002). However, these detection procedures have not been widely used in quality control system at nurseries, possibly due to technical difficulties, losses of plants used in the tests, and the costs that their application entails. Therefore, it would be advisable to improve sanitation and cultural control strategies at nurseries, focusing on the certification of healthy mother plants (scions and rootstocks) and improving propagation procedures (Weber, 2014).

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Cultural control. It is suggested to remove mummified fruits and cankers from twigs and branches while pruning orchards on dry days. Pruning material should be removed from the orchards and destroyed and never left on the orchard floor, because detached infected branches release inoculums for several years. Large cankers on trunks or scaffold branches can be extirpated, and wounds should be immediately treated with fungicidal wound dressings containing benzimidazoles (benomyl, carbendazim, and thiophanate-methyl), chloronitriles (chlorothalonil) or phthalimides (captan and captafol) fungicides.

Field observations suggest that young trees with fast and abundant new vegetative growth are often more affected than older, more slowly growing, trees. Thus, it is suggested to restrict the vegetative growth by avoiding excessive and late summer applications of nitrogen fertilization, particularly during the first three to five years after planting (McCracken et al., 2003; Weber, 2014).

Chemical control. There are a limited number of fungicides with strong activity against N. ditissima. Therefore, most control programs to protect leaf scars in Chile rely on the use of benzimidazoles (benomyl, carbendazim and thiophanate-methyl) and copper compounds (copper hydroxide, copper oxychloride, and copper oxide) (Lolas & Latorre, 1997; Walter et al., 2015). At least two treatments (at 10 and 90% leaf fall) are necessary each fall to protect new leaf scars.

Copper compounds are often mixed with 0.5% mineral oil to improve retention. Copper compounds can be phytotoxic if applied during the growing season or when they are used as wound-protecting fungicides.

Other fungicides that are active against N. ditissima include captan (phthalimides), dithianon (quinones), dodine (guanidine), and tebuconazole (demethylation inhibitor). In addition, high doses of calcium hydroxide have been demonstrated to be active against N. ditissima (de Jong P.F. & van der Steeg P.A.H. 2012).

Biological control. The biological control of leaf scar infection is feasible using formulated products containing certain strains of Bacillus subtilis or Trichoderma viride. However, further research is needed before they can be used commercially.

Resistance. All apple cultivars are susceptible to European canker, but variation in susceptibility can occur between localities and rootstocks. For instance, susceptibility of apples grafted on M.9, a vigorous rootstock, tend to be higher than apples grafted on less vigorous rootstocks. Braeburn, Gala, and Red Delicious are very susceptible; Bramley, and Golden Delicious are moderately susceptible; and Grenadier Eltar, Jonagold, and Jonathan are relatively resistant cultivars (Weber, 2014; Wenneker et al., 2917).

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Fig. 1. Zonate canker caused by Neonectria ditissima on thetrunk of a young apple tree.

a

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Avanços e desafios do manejo da macieira na região de São Joaquim

Celito Soldá

Engenheiro Agrônomo, Gerente de Produção Hiragami’s Fruit – São Joaquim - Av. Irineu Bornhausen, 1255 CEP: 88.600-000, São Joaquim – SC – Fone: 049-3233-6900, e_mail: produçã[email protected]

IntroduçãoDesde a domesticação da macieira, o homem vem tentando buscar a melhor forma

de condução para facilitação de seu manejo e para a produção. Esta busca intensificou-se de tal maneira, que hoje temos inúmeras alternativas. Por isso é importante que acima de tudo conheçamos nossa realidade para assim podermos aproveitar o máximo do potencial das plantas. Como estamos ”confinando” e forçando a uma forma que não é a natural da espécie, mais difícil fica em manejá-la, principalmente nas condições brasileiras. A combinação de clima, porta-enxerto e solo muitas vezes faz com que se adie a entrada em produção gerando transtornos para o controle do vigor, bem como perdas financeiras. Pelas características de nossa topografia e solo e a necessidade que se teve em encontrar um porta-enxerto que fosse rústico e resistente às doenças de solo, é que difundiu-se amplamente o uso do porta-enxerto Marubakaido, e assim creio eu começou definitivamente a história da macieira do cultivo comercial e difusão da macieira em São Joaquim. Avanços e Desafios

Revisando um pouco da história, no meu entendimento tivemos avanços no manejo e condução da macieira, pois saímos de produções de 30 t/há para 70 t/há ou mais, tornando-nos hoje um país exportador e São Joaquim uma das principais regiões produtoras do Brasil e reconhecida pela alta qualidade dos frutos. Esta evolução e salto em produção, deveu-se aos avanços que tivemos em todas as direções, todavia especificamente em manejo de plantas temos ainda uma longa caminhada. Partimos de espaçamentos de 7 m x 4 m e hoje estamos com espaçamentos de 5 m x 2 m principalmente, seguido por outras variantes no porta-enxerto maruba. Partiu-se de sistemas conduzidos em taça, seguindo para líder central com camadas de ramos, (Figura 01a), e após o sistema em cruz desenvolvido pelo Dr. Adilson Pereira na Estação Experimental de São Joaquim a mais de 30 anos, e que até hoje é utilizado (Figura 01b).

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Figura 01a: Pomares com mais de 30 anos conduzidos em camadas. Este sistema permite acesso pelos quatro lados da planta, facilitando assim o

trabalho, melhorando a entrada de luz, bem como possibilita uma boa cobertura com os tratamentos fitossanitários, porém aqui ficamos.

Figura 1b: Pomares conduzidos em sistema cruz.

Nossas plantas devem ser dentro do possível, simples e estruturadas, para que assim se possa distribuir as frutas aproveitando toda sua copa e também termos plantas onde a luz solar consiga alcançar da mesma forma toda a planta e os frutos. Este conceito de plantas simples encontra alguns tipos de condução e formação, desde nosso sistema tradicional em líder central de quatro dimensões, Muro Frutal ou Tall Spindell até o sistema mais ousado que já tive a oportunidade de conhecer primeiramente nos EUA, e recentemente na Nova Zelândia que é o sistema V Trellis onde em combinação com porta-enxerto e técnicas de manejo se consegue controlar quase que totalmente a planta, tornando-a um sistema extremamente produtivo e eficiente.

Figura 02: Sistema V Trellis Outro sistema também bastante interessante visto na Nova Zelândia e com excelentes resultados, foi o sistema de condução em duas dimensões em formato de prateleira sendo um Muro Frutal extraordinário com possibilidade de mecanização e altas produções.

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Figura 03: Sistema Prateleira Bidimensional

Neste mesmo país estão testando o sistema com múltiplos líderes o qual da mesma forma que os anteriores, facilita a mecanização, contudo deve-se ficar muito atentos na sua formação, pois facilmente o líder próximo ao tronco toma vigor, assim deve-se ajustar ao longo da formação para que todos os líderes cresçam de igual forma. Há um empenho grande na formação deste tipo de sistema.

Figura 04: Sistema Múlti Líder

Avançamos pouco na utilização de porta-enxertos menos vigorosos e que nos possibilitaria um adensamento maior, plantas mais simples, de fácil acesso e manejo, permitindo-nos assim menor custo e trabalho no manejo ao longo do ciclo produtivo, e a não necessidade de criar-se uma estrutura complexa e grande para a produção. Houve uma tentativa de introdução de novos porta-enxertos menos vigorosos, todavia não bastava trocar somente o porta-enxerto, dever-se-ia ter entendido que com os porta-enxertos introduzidos na época (Maruba/EM-09 e EM-09), todo o sistema mudaria, principalmente a maneira de condução acerca dos mesmos. Implantou-se pomares com porta-enxertos semi-vigorosos e anões e seguiu-se pensando e tratando como maruba.

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Figura 05: Pomar com filtro (EM-9/Maruba) implantado sem sustentação. Esqueceu-se do tutoramento que para estes casos é obrigatório. A densidade de plantio praticamente não foi alterada, a entrada em produção foi outra surpresa que aliada a falta de tutoramento, muitos pomares não se estabeleceram como deveriam, fazendo com que se colhesse baixas produções, pois estes porta-enxertos tem como característica uma rápida entrada em produção, e se não controlarmos esta carga ao longo dos anos de formação, os pomares não se estabelecem de maneira adequada. Com tudo isto posto, então se chegou a uma conclusão simplista: “Filtro e EM-09 não funcionam para São Joaquim.” Muitos porém prosperaram e estão em plena produção, logo veio o questionamento: - O que havia de diferente nestes pomares? Verificou-se então que a diferença, foi entender e tratar como outro sistema com suas exigências e necessidades particulares. Estamos andando ainda em passos lentos no meu ponto de vista no que se refere na implantação de pomares mais modernos e que nos traga retorno mais rápido, onde conforme já dito pelo Dr. Terence, apesar de estarmos em outra realidade, acumularmos nos primeiros cinco anos 150 t/há de produção. Muitas vezes opta-se por ter mais um hectare de macieira. Usa-se a narrativa de que o solo e topografia não permitem estes sistemas mais modernos, aliado ao fato de que sempre se fez assim e até hoje funciona. Então qual a alternativa para nossa região, ou qual o sistema que poderemos usar? No meu ponto de vista, temos que usar realmente o sistema que somos capazes de entender e ganhar dinheiro, senão seremos fadados ao fracasso. Isto não significa que exista somente uma alternativa e nela devamos permanecer eternamente. Hoje as mudanças, exigências e necessidades se apresentam de maneira muito mais rápida e então se não acompanharmos, talvez amanhã seremos forçados a mudar o sistema ou estaremos fora do negócio. uanto a produção, sim, avançamos. Saímos de 30 t/ha e hoje produzimos 60, 70 t/há ou mais, como já comentado no início, mas aí vem o questionamento? Quanto por cento desta fruta enquadra-se na Categoria I? É este percentual que fará a diferença no momento de pagarmos as contas, porém muitas vezes opta-se por somente produzir ”bastante”. Segundo a ABPM, nos últimos 19 anos a média brasileira de Categoria I foi de 35,63%, e chegamos em alguns anos próximos a 48%, isto realmente é preocupante, pois nos países desenvolvidos, não se pensa em menos de 85% como Categoria I. Aqui

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está posto um grande desafio em mudarmos este cenário, seja ampliando as áreas com cobertura anti-granizo, melhorando o sistema de produção e substituindo variedades por clones. Entende-se que para a implantação de um pomar de média baixa densidade, sem necessidade de tutoramento seja barato, entretanto não se leva em conta quanto custará para mantermos este sistema, e em quanto tempo teremos o retorno do investimento sendo que hoje se estima uma vida útil de um pomar em 20-25 anos, ou seja, quanto mais tempo espera-se para entrar em plena produção, menos tempo se tem para explorar economicamente este sistema, ter o retorno do investimento e ganhar dinheiro. Outro fator que não é levado em consideração é o grau de mecanização que se possa ter. Sabe-se da escassez da mão de obra e seus custos, que são o que mais pesam na produção, e continua-se a caminhada no sistema que servia no passado, fica a pergunta, até quando? Se por um lado temos hoje um porta-enxerto extremamente rústico, produtivo, que nos proporciona uma boa qualidade de frutos e sem necessidade de sustentação, na outra ponta temos uma alta demanda de mão de obra, pois seu manejo e condução são extremamente laboriosos até sua plena produção, falo isso de pelo menos os primeiros cinco anos. Após esta fase, nos deparamos com plantas vigorosas, de grande porte, complexas, dificultando e exigindo mais quantidade de mão de obra para seu manejo e tratos culturais. Outro ponto importante é a separação das variedades. Deve-se entender a particularidade de cada uma. Gala possui como característica de ser uma planta spur, com alta fertilidade de gemas, produz bem em gemas de ano e esporões, praticamente não tem alternância, para isso temos que ter uma poda muito curta e ajustada pois o pegamento é alto necessitando-se muitas horas de raleio manual, sobretudo para quem não utiliza de maneira sistemática o raleio químico. A Fuji, nossa principal variedade possui um hábito de crescimento mais vigoroso, sua produção se dá mais em gemas de dois anos e em brindilas. Tem uma tendência à alternância e facilmente perde seu líder se deixarmos frutos em excesso. Esta todavia aceita uma poda mais longa e sem despontes, o que contribui bastante para seu equilíbrio e entrada em produção.Independente da variedade o arqueamento desde o primeiro ano é fundamental para a boa formação e entrada em produção.Sabe-se que não se pode tratar o pomar vendo as coisas separadas, pois toda e qualquer intervenção mudará o equilíbrio de nosso sistema. Muitas vezes é melhor deixar a planta sem intervenção que naturalmente ela encontrará este equilíbrio. Outro ponto a levar-se em consideração atualmente é o uso das telas anti-granizo,

principalmente com o uso da tela preta, (Fig.06) reduz-se a entrada de luz em 18%, modificando o micro ambiente das plantas e isso faz com que tenhamos que mudar também a nossa percepção com o manejo das plantas. Ainda estamos aprendendo.

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Figura 06: Pomares sob tela anti-granizo preta.

Estamos praticamente deste o início da nossa fruticultura comercial com duas variedades, diferentemente de outras regiões produtoras no mundo onde há uma grande diversidade, atendendo vários públicos, bem como escalonando a colheita. Temos variedades desenvolvidas Made in Brazil, mas poucas, estão produzindo comercialmente. Aqui se tem inúmeros pontos do porque que avançamos tão pouco, sendo o mais contundente aquele onde se diz que o mercado não quer outras variedades. Também temos a oportunidade de trazer variedades de outros países para testá-las aqui através de nossos centros de pesquisa, fazendo convênios com outras instituições no mundo como foi feito com Gala e Fuji. Estas variedades, devem ser testadas juntamente com o acompanhamento dos produtores e técnicos através de mini experimentos nas diversas regiões ou zonas produtoras. Não devemos ter preconceito. A pesquisa tem um peso extremamente importante e é um elo importantíssimo com a cadeia produtiva. Avançamos no manejo das pragas e doenças, com o uso de tecnologias novas de monitoramento e controle. Foi com a macieira que desenvolveu-se o primeiro Sistema de Produção Integrada, que até hoje serve de modelo para outras culturas. Passamos de importadores para exportadores. Saímos de uma agricultura extrativista e entramos na produção intensiva e chegamos até os dias de hoje.

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Quais as ferramentas ou tecnologias que se tem hoje para a região de São Joaquim para o manejo das plantas?

• clima;• porta-enxerto e variedade;• plantio de mudas inteiras, sem desponte;• arqueamento de ramos;• nutrição;• boa quebra de dormência;• poda mínima nos primeiros anos;• indução a produção na segunda folha, independente do porta enxerto;• raleio de frutos, ajuste de carga;• controle de pragas e doenças;• irrigação;• uso de reguladores de crescimento;• capacitação.

Conclusão Apesar de termos inúmeros percalços e restrições para a produção, somos capazes de oferecer uma fruta de excelente qualidade reconhecida pelo mercado. Não devemos no entanto deixar de buscar novas alternativas e soluções para melhorar nosso sistema de produção, buscando o aumento da produtividade com qualidade, a facilitação de todos os tratos culturais envolvidos e a economia de dinheiro. Desta forma, poderemos continuar no negócio, sermos competitivos e prosperarmos.

Referências

Associação Brasileira dos Produtores de Maçã.

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Desafios e Avanços na produção em pomares em Alta Densidade

João Vicente Silveira Zuanazzi

João Vicente Silveira Zuanazzi - Engenheiro Agrônomo – Gerente Técnico de Empresas de Fruticultura - Vacaria, RS. Assistente técnico e Produtor Rural (Lavoura e Pecuária) - (54) 999731371 e-mail: [email protected]

Definição: Pomares em alta densidade são considerados os que possuem em media de 2.500 a 4.000 plantas por hectare. Com espaçamento entre filas de 3,50 metros ou menos e o espaçamento entre plantas de 0,5 mts. a 1,20 mts.

A produção de macieiras na região Sul em latitudes baixas por ser uma região marginal sofre com as condições climáticas. O plantio de maçã em alta densidade (mais de 3.000 plantas por hectare) trouxe avanços principalmente na questão de:

1) Produtividade: as densidades altas facilitam alcançar produtividades mais altas e regulares.

2) Tratamentos fitossanitários facilitados pela proximidade das filas com consequente aumento na eficiência de controle de doenças.

3) Entrada de luz e coloração de frutas, quando se estabelece um muro frutal diminui o percentual de áreas internas sombreadas, pouco produtivas e com frutos de baixa qualidade.

4) Facilidade no controle do vigor das plantas pela utilização de porta enxertos anões (M9, M26, CG’s e etc.).

5) Tratos culturais facilitados como, condução, poda e raleio.6) Utilização de plataformas de colheita, poda e raleio.

Principais aspectos para alcançar produtividadee qualidade em pomares de alta densidade

1) Condição ideal de solo:2) CTC( Capacidade de troca de cátions): de média a alta. Ca++(Cálcio) : 60 a 70 % da CTC. Mg++(magnésio): 10 a 20 % da CTC. K +(Potássio): 3 a 5% da CTC. (pomares em alta produção manter em 5%) H+: o restante. P (fósforo): aplicação inicial de adubos fosfatados como corretivos dispensam a

utilização de adubação de manutenção por mais de dez anos. Concentração de 15 ppm no solo são ideais.

Al+++ (Alumínio): zerar em todo o perfil do solo possível, M9 e outros porta- enxertos anões são sensíveis ao Alumínio, Maruba mais tolerante.

N (Nitrogênio): cuidado, adubações pode atrapalhar mais que ajudar. Micronutrientes: podem ser aplicados por via foliar, manter pH levemente ácido.

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Profundidade: corrigir o mais profundo possível, para eliminar o Alumínio tóxico e desconstituir as barreiras químicas. Solos corrigidos com profundidade diminuem os problemas nos períodos de seca ou veranicos comuns ao longo da estação de crescimento.

3) Altura de plantio de mudas: este é um dos fatores mais importantes no momento do plantio, a altura pode influenciar a produção pelo resto da vida útil do pomar, plantas franqueadas produzem pouco e se tornam de difícil manejo. Porta enxerto anão deve ser plantado 10 a 15 cm acima do nível do solo.

4) Poda e condução: é mais simplificada em pomares de alta densidade, nos primeiros anos executar um manejo para que haja boa brotação das mudas com a manutenção de mais de 1000 horas abaixo de 7ºC em câmaras frias e mais indutores de brotação pré-plantio, os ramos devem ser bem inclinados para baixo da linha horizontal para eliminar a dominância apical. Ramo na vertical cresce muito e torna-se vegetativo “Galho em pé não produz”. A poda simplificada se resume em retirar galhos de grosso calibre (um terço ou mais do diâmetro do tronco).

5) Floração: Fase mais critica da produção, pois determina a produtividade futura e também a qualidade. As condições climáticas que ocorre nesta fase e após ela pode influenciar bastante na qualidade e produção da temporada.

Gala: floração mais regular durante os anos.Fuji: floração totalmente irregular e alternante,é uma dos maiores dificuldades da

variedade.A) Retorno da florada: este é o primeiro problema a ser resolvido em pomares adultos,

como salientamos anteriormente em gala temos maior facilidade em obter flores, mas em Fuji as condições são criticas e muitas dificuldades, pois o processo hormonal é extremamente forte e difícil de ser superado.

Fuji é sensível à produção de giberelinas pelas sementes, este mecanismo faz com que em condições de alta quantidade de frutos com muitas sementes, desencadeie o desligamento da indução floral, isto ocorre na primavera e depois fica difícil reverter o quadro. Em nossas condições tem-se o agravamento em função de pomares possuirem muita irregularidade entre plantas.

Exemplo: PlantaFILA 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 TOT Nº frutas 100 25 260 5 72 55 110 10 30 15 301 410 84 51 150 1.678Média: 112 frutos por planta => dividido por 7 frutos por quilograma = 16 kgs. por pl.Produtividade: 3000 pl./ha vezes 16 kgs. = 48 ton. por hectare.Como fazer agricultura de precisão nestas condições?

B) Medidas de controle:

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Raleio químico: não vai ser suficiente nas plantas bem carregadas, em plantas de media carga ou baixas vai ser exagerado e nas com poucas frutas pode zerar a produção e desta forma agravar o problema, pois no próximo ano vai ter excesso de flores e o problema se perpetua. Planta Raleio hipotético de 20%FILA 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 TOT Nº frutas 80 20 200 4 58 44 88 8 9 12 240 320 68 5 120 1.276

Raleio manual: De difícil execução, pois tem que ter mão de obra muito bem treinada. Manter um fruto por inflorescência desde a fase jovem do pomar é uma maneira de contornar o problema na idade adulta.

Poda: realizar no momento da floração, pois neste período tem a visualização exata das plantas que possuem abundancia floral, que podem ser podadas de forma mais intensiva, a dificuldade é o tempo disponível para execução já que a janela de florada é pequena.

C) Indutores do retorno de florada (RF):Ana: aplicações de ácido naftaleno acético na concentração de 5 ppm 4 a 6 semanas

após a plena floração ajudam a indução floral de macieiras, existem vários trabalhos científicos que comprovam esta técnica (McArtney et al.2013).

Etefom¹: é um dos fito hormônios com maior potencial para promover o retorno da florada, pode ser aplicado também em pomares novos para dar precocidade na produção, pois induz a formação de flores em ramos de ano. Deve ser evitado o uso em condições de pré-colheita, pois pode antecipar a maturação e baixar a pressão da fruta, diminuindo a sua conservação. Pode ser misturado com ANA. D) Redução da diferenciação floral: Segundo Greene (1989) o uso de ácido giberélico em algumas variedades pode ser uma ferramenta para diminuir a floração em macieiras. Em anos de pouca produção poderíamos utilizar esta técnica para reduzir a floração do ano seguinte, não temos nenhuma experiência neste procedimento, pode ser um desafio para pesquisa.¹ Vendido comercialmente como Ethrel®TABELA 1. Efeitos dos tratamentos de ANA, ETEFOM E AVG em 2006 sobre o retorno de florada em “Golden Delicious“/M7 em 2007._______________________________________________________________Tratamento Aplicação Retorno de florada (2007) DAPF (% de flores por gemas)Controle 19,2 a (10,9)ANA primavera (5mg/L) 50,62,80,93 54,3 c (66,0)AVG (125 mg/L)+ ANA primav.(5mg/L) 50,62,80,93 41,0 b (43,0)ANA pré-colheita (5mg/L) 113,120,128,133 56,1 c (68,8)AVG (125mg/L)+ANA pré-col.(5mg/L)113,120,128,133 54,8 c (66,8)Etefom na primavera (560mg/L) 50,80 41,1 b (43,3)AVG ( 125mg/L)+ Etefom verão (560 mg/L) 50,80 38,5 b (38,8)

_______________________________________________________________

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Os dados de retorno de florada foram transformados em raiz quadrada Arcoseno antes da análise. Dados entre parênteses são os meios de transformação reversa. A plena floração ocorreu dia 18/04. Todas as plantas foram raleadas quimicamente com ANA 20 mg./L em 28/05. Valores com diferentes letras diferem significativamente em P≤0,05 determinado pelo teste de múltiplas faixas de DUNCAN.

AVG foi incluído somente com o primeira pulverização de ANA ou ETEFOM.ANA= Ácido naftaleno acético, AVG=aminoetoxivinilglicine, DAPF= dias após a

plena floração.TABELA. 2. Efeitos da pulverização de ANA primavera e ANA em pré-colheita aplicados em 2008 sobre plantas de macieira de “Golden Delicious”/M7 e o retorno da florada em Massachusetts no ano de 2009.

Retorno de florada em 2009 Densidade de flores Percentual floral ( Inflorescencia/cm²ASTR) Gemas Tratamento Aplicação (DAPF) esporões um ano³ total esporões um ano³ Controle 6,8a² 3,8a 10,6a 78a 36aANA primavera 56,70,84,98 8,5a 6,2b 14,7ab 90b 57bANA pré-colheita 121,128,135,142 9,5a 6,9b 16,4b 86ab 50ab

ANA primavera 5mg/.L foi aplicado 56d, 70d, 84d e 98d após a floração. ANA pré- colheita 5 mg/L foi aplicado semanalmente durante um mês antes da colheita (121 d, 128d, 135d e 142 d após a floração).Valores com diferentes letras diferem entre si pelo Teste de Duncan P≤0,05.ANA= Ácido naftaleno acético DAPF= Dias após plena floração ASTR= Área de secção transversal do ramo.³ Ramos de um ano

TABELA 3. Efeitos da pulverização precoce de ANA e ETEFOM em 2007 sobre o retorno de florada de macieiras variedade “York Imperial” / M9 em 2008 na Virginia USA.

Aplicação Densidade de produção Retorno de floração

Tratamento DAPF em 2008 (fruto/cm²) em 2009

ASTR (% gemas florais)Controle (S/Raleio) 10,3aª 0,3a (2,7)Com Raleio químico 2,7b 14,9b (6,6)ANA(5,0mg.L−1)+Etefom(225mg.L−1)36,47,57,68 3,2b 29,5c (24,2)ANA(6,75mg.L−1)+Etefom(300mg.L−1) 36,47,57 2,8b 27,2c (20,9)ANA(10,0mg.L−1)+Etefom(450mg.L−1) 36,47 1,7b 33,7c (30,8)ANA(10,0mg.L−1)+Etefom(900mg/L−1) 36 2,3b 34,9c (32,7)

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Os dados de retorno de florada foram transformados em raiz quadrada do Arcoseno

antes da análise. Dados entre parênteses são os meios de transformação reversa. A plena floração ocorreu dia 25/04. Todas as plantas exceto a testemunha foram pulverizadas com os raleantes químicos: Carbaryl 1200mg. L−1 + BA6 75mg. L−1 em 10/05 quando os frutos tinham 10 mm. ªValores com diferentes letras diferem significativamente em P<0,05 pelo teste de DUNCAN.DAPF= dias após a plena floração, BA6= Benciladenina, ASTR=área da secção transversal do ramo.

6) Frutificaçâo efetiva (“fruit-set”)

Neste quesito também temos grande diferenças entre Fuji e gala, enquanto Fuji apresenta uma frutificação efetiva boa e confiável, na gala pode haver muitas surpresas dependendo das condições climáticas e o manejo geral do pomar.

Em condições de alta produção a variedade gala necessita ter um balanço energético favorável para que a frutificação seja satisfatória, caso contrario pode florescer abundantemente, com situação de clima favorável, ter uma polinização satisfatória e assim mesmo uma carga frutal insuficiente.

São vários fatores que podem influenciar na produtividade em Gala nas condições do Sul do Brasil onde os invernos são amenos.

A utilização de TDZ (Tidiazuron) auxilia na produção de frutos com condições desfavoráveis de polinização e restrição ao trabalho das abelhas, estimulando a partenocarpia, (áreas com a aplicação de TDZ possui em media menos sementes por fruto) , mas nos outros quesitos não tem uma influencia determinante.

Um dos fatores principais e determinante é a carga frutal do ano anterior, pomares com carga cheia devem ser muito bem manejados para que não corra risco de baixa frutificação efetiva na temporada seguinte.

Fluxo energético: vamos chamar assim para não confundir com outras teorias, plantas que produzem alta carga frutal necessitam ter após a colheita um período o quanto mais longo possível de folhas que mantenham a produção de carboidratos e desta forma recarreguem os órgãos vegetais de reservas energéticas. As folhas são os únicos órgãos vegetais que podem fazer este tarefa. Fazendo uma analogia com um celular, quando estamos com as baterias totalmente carregadas temos uma autonomia grande de uso e podemos utiliza-lo com gasto alto que ele continua funcionando, quando estamos com as baterias fracas se não economizarmos e colocar no modo economia logo ficará sem carga e caso não tiver uma tomada por perto o aparelho desliga, é o que acontece com a planta, ela desliga, ou seja, não produz. No caso da planta a tomada de energia é a luz do sol que precisa de folhas para ser absorvida. Anos de alta carga frutal consomem as reservas e assim se no próximo ano não colocarmos no modo economia vamos ficar sem produção. Nestes anos de alta produção é muito importante as folhas serem preservadas ate que as temperaturas baixas não deem mais

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condições do metabolismo da planta funcionar, isto ocorre normalmente em meados de maio. A variedade gala em nossas condições consegue produzir e após a colheita ainda se recarregar energeticamente, pois temos temperatura, umidade no solo e luz para fazê-lo o que não ocorre em países mais frios. Durante os períodos críticos de demanda energética temos que manter a planta no modo economia, perdas energéticas durante a polinização e divisão celular onde as necessidades são altas fazem o sistema entrar em colapso e as flores não vingarem. Estas perdas podem ser um crescimento vegetativo vigoroso, ou seja, as brotações com folhas que necessitam de muita energia, os chamados drenos fortes e por serem mais competitivos que as flores abocanham a limitada energia, então medidas que tornam as plantas mais vegetativas são perigosas para a frutificação efetiva. Nessa fase também é muito importante a produção de carboidratos para suprir a demanda, dias ensolarados e mais amenos aliados a noites frias nos dão alta eficiência na fotossíntese e ajudam a manter o mecanismo positivo. As noites frias fazem com que a respiração da planta diminua e automaticamente o consumo das reservas, ou seja, a planta dorme tranquila bloqueando o metabolismo, pois durante a noite sem luz não há produção de fotoassimilados. Durante o dia com luz e as temperaturas mais altas a eficiência fotossintética é plena. Em resumo noites frias e dias ensolarados e quentes é o paraíso para as macieiras.

7) Colheita:

A colheita é a fase mais critica na produção de maçã no quesito de mão de obra, pois as variedades que plantamos tem muita exigência no ponto de colheita, a janela é estreita, exigindo grande número de colhedores e uma logística apurada em grandes áreas.

A variedade Gala tem uma tolerância baixa a colheita tardia, pois rapidamente produz etileno e a pressão de polpa diminui inviabilizando a fruta para uma conservação de media a longa. Outro fator importante é a coloração vermelha da epiderme da fruta, atributo muito valorizado no mercado, depreciando os frutos com baixa coloração para categorias inferiores ou para a indústria. Estes fatores atualmente inviabilizam a qualidade de frutas em pomares com clones antigos, principalmente em anos de temperaturas altas quando a temperatura da noite não baixa de 10ºC. Quando a cor ideal é atingida a pressão de polpa já esta muito baixa, praticamente obrigando a rápida comercialização destes frutos em ocasiões de pressão de venda e mercado desfavorável.

A questão da coloração foi parcialmente resolvida pelo melhoramento genético com a adoção de novos clones coloridos com aptidão a produção de antocianinas, a cor vermelha sendo precoce permite que os frutos possam ser colhidos com pressão de polpa alta (18 a 20 libras/cm²) e com as novas tecnologias de armazenagem alongam a conservação permitindo a venda das frutos em períodos de entre safra. A uniformização da cor também facilita a colheita, pois diminui o numero de passadas. Uso de inibidores de etileno e quebra de dormência escalonada é essencial para auxiliar no alongamento da janela de colheita. Poderíamos buscar também no melhoramento genético clones de gala com colheita mais tardia e de Fuji mais precoce.

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Training and pruning the apple tree according to the SALSA System

Pierre-Éric LAURI

INRA senior scientist, PhD (French: Ingénieur de Recherche Hors Classe) with accreditation to supervise PhD students (French HDR). Affiliation: SYSTEM, Univ. Montpellier, INRA, CIRAD, Montpellier SupAgro, CIHEAM-IAMM, Montpellier, France. Postal address: UMR SYSTEM, Campus Montpellier SupAgro, Bât. 27, 2 place Pierre Viala, 34060 Montpellier Cedex, France. Tel.: +33 4 99 61 30 54 Email: [email protected]

Introduction According to Robinson (2003) training systems for apple can be categorized in four tree canopy shapes, i.e., spherical, conic, flat planar and V‐shaped. More recently, Musacchi and Greene (2017) considered planar, angled and vertical canopy, this latter category grouping the first two “shapes” of Robinson. More than 30 training systems have been described so far (Robinson, 2003), but considering that each grower adapts training and pruning procedures to his/her specific plant material and environment, it is likely that much more training systems co-exist all over the world. This highlights that the procedures that are given to maintain the apple tree architecture within a given “shape” do not suffice in themselves to fulfill the two main objectives of apple tree cultivation that are regular bearing and fruit quality. The intrinsic architectural and functioning characteristics of the cultivar-(interstock)-rootstock entity are determinant on the success of the orchard. In the following, I will take the exampIe of applied research works developed in France to illustrate that the progress in apple orchard performance over the last 40 years was essentially based on the improvement of our knowledge in apple tree architecture and functioning.

Whole-tree versus branch and fruiting spur: what is the relevant scale? The first initial step was the classification of apple “fruiting types” by Bernhard (1961; French: “types de fructification”) from Type I (“spur type” with upright branches and fruiting in lateral position) to Type IV (with down-swept branches and fruiting in terminal position). Working at the tree scale Lespinasse and colleagues proposed to sort apple trees according to two variables, position of branches along the trunk (more at the bottom or more towards the top) and branch orientation (upright versus horizontal)(Lespinasse, 1977, 1980; Lespinasse and Delort, 1986). These classifications and others such as the ones of Forshey et al. (1992) grouping apple cultivars according to their “growth” and “fruiting habits” are useful for their descriptive interest (Laurens et al., 2000; Watkins and Smith, 1997) but they hide the variability of apple tree growth and fruiting within each apple “type” depending on the cultivar. This is the case for some ‘Fuji’ clones that belong to type IV according to Lespinasse typology but may be characterized by a strong irregular bearing pattern (Lauri et al., 1997). Furthermore, the apple tree is a composite entity combining the cultivar, grown for fruit, and the rootstock used for adaptation to the environmental conditions, possibly with an interstock. A consequence of this is that a same rootstock may significantly change the bearing pattern specific to a cultivar. For example, as shown by Barritt et al. (1997), a

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vigorous rootstock may decrease irregular bearing on a spur-type cultivar while increasing irregular bearing on a standard- or tip-bearing cultivar. Researches developed in the apple from the beginning of the 1990’s in France (Lauri, 2002; Lauri and Laurens, 2005; Lauri and Corelli-Grappadelli, 2014; Lauri, 2018) and further extended in New-Zealand (Breen et al., 2015, 2016) show that precision management of fruiting in the orchard needs more knowledge on how the tree balances vegetative growth and fruiting. Two main aspects have been developed, the relationship between branching density and return-bloom, and the concept of autonomy of the fruiting shoot.1) Working on a range of apple cultivars, we have shown that, generally speaking, cultivars

with high branching density have a low bourse-over-bourse whereas cultivars with a low branching density have a high bourse-over-bourse (Figure 1a). Interestingly in these latter cultivars, low branching density is often related to longer side shoots and to the natural death of young spurs, termed “natural extinction” (Figure 1b). Our physiological hypothesis is that the tree balances the number of growing meristems and their organogenesis: the lower this number the higher the growing potential of the remaining shoots and the higher the organogenesis, and consequently the frequency of flower cluster, of the apical meristems (Lauri et al., 1995).

Figure 1 – a) succession of bourses over consecutive years, b) natural extinction phenomenon (yellow circles) on 1-year-old branch indicating the death of these side shoots.

2) There is a relationship between the length of a shoot and the frequency of fruiting in apical position on that shoot. This relationship is curvilinear and may vary depending on the cultivar indicating that fruiting frequency is the highest within an optimal cultivar-

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dependent ‘length window’ (Figure 2). Interestingly this relationship has also been found on Mango (Normand et al., 2009).

All together, these studies strongly support the concept of the physiological autonomy of the spur, at least for flower induction and fruit-set, provided it develops a minimal leaf area. However, regular bearing may also be observed on cultivars with high-alternating and desynchronized individual spurs (Lauri et al., 1995; Lauri and Laurens, 2005).

Figure 2 – Relationship between the number of leaves of a shoot in year Y and the frequency of fruiting in apical position in year Y+1 for two cultivars, ‘Pitchounette’ and ‘Chantecler’ (from Lauri and Corelli-Grappadelli, 2014).

From knowledge to applied aspects – the path to the SALSA system In the beginning of the 1990s the Solaxe system was proposed pointing to the interest of branch bending to improve flowering and avoiding the risk of inaccurate tree reaction to heavy pruning (lauri and Lespinasse, 2000). However, it quickly appears that such intensive bending leading to a high flowering in the 3rd or 4th year after planting could also increase the risk of a fast entrance into alternate bearing. It was then proposed to implement “artificial extinction” on the Solaxe trained trees as a spur thinning method to decrease spur, and therefore flowering, density (Lauri et al., 2004). This improved system was named “Centrifugal Training” because it included a “light well” or “light chimney” along the trunk where all shoots and spurs were removed in order to improve light penetration until the bottom of the tree. This chimney could enlarge as the tree gets older in a “centrifugal” way. Centrifugal training is still well adapted to cultivars with a clear hierarchy between the trunk and the side branches (e.g., spur-type, ‘Braeburn’). Main rules for Centrifugal Training have been already published (Lauri, 2009) and won’t be presented here again. However Centrifugal training is less adapted to cultivars with more polyarchic architectural framework where strong and competitive branches may develop along the trunk, typically at the bottom (e.g., ‘Granny Smith’)(Figure 3). For these cultivars, there is an interest to use as much as possible the vegetative growth potential of the tree during the very first years in

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the orchard and to adapt the support system to the tree intrinsic development.

Figure 3 – Polyarchic tree architecture characterized by “reiterative trunks” competing with the initial trunk. Such tree architecture is well adapted to the SALSA system (own-rooted hybrid apple, INRA, Montpellier).NB: here, reiterative trunks below 50cm have been removed to make easier weeding on the row.

Basically, tree management follows two main objectives: 1) The canopy has to be porous to light and air to improve leaf functioning and fruit quality

(fruit growth and internal quality, coloring) in all sites in the canopy.2) Each fruiting spur, i.e., the morphological complex including the bourse bearing the

fruit(s) and bourse-shoot(s) which develops at the axil of bourse leaves (Figure 4), has to be sufficiently autonomous to ensure both current fruit growth and floral initiation for the following year. A main condition for this is that, as shown before, the spur has to reach a certain size. The empirical knowledge that shoots of 15-20 leaves, ca. 10-20 cm (“brindles”; Lauri and Lespinasse, 1993), are those having the higher frequency of apical flowering, fruit-set and fruit size, is still valid whatever the cultivar (Breen et al., 2015).

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Figure 4 – The fruiting shoot composed of the flower cluster with three young fruits and a bourse-shoot (arrow)

Practical procedures to manage the SALSA system These rules have been recently defined in a paper (Lauri et al., 2016). They will be only summarized here. The architectural framework of a SALSA tree is made up with 2 to 5 “reiterative trunks”, depending on the plant material (rootstock, cultivar) and on the environment, whose vigor is intermediate between the one of the initial trunk and the one of a side branch of the centrifugal trained tree. These reiterative trunks are typically branched at the bottom of the trunk. As a rule of thumb, the tree has a parallelepiped shape of about 3 m high and 0.8-1 m width. Planting distances are around of 3.5-4×1.2-1.5 m corresponding to ca. 2000-2400 trees ha1 or ca. 6000 reiterative trunks ha1. A vertical support system, with horizontal wires at 0.7, 1.4, 2.1 and 2.8 m is commonly used. SALSA trained trees may be obtained in two ways. The first trees that inspired the SALSA concept were grown in an experimental site at INRA Montpellier in the beginning of the 1990s. They were obtained using M7 rootstock whose vigor entailed the concomitant growth of the initial trunk and of sylleptic (i.e., growing in the same year) “reiterative trunks”. This growth pattern resulted at the end of the first or second year, in a 2-5 multiple-trunk tree. In the past decade, SALSA trees were obtained in the same way keeping the well-developed reiterative trunks developing at the bottom of the tree instead of removing them as usually done on centrifugal trained trees. SALSA trained trees may also be obtained using bi-axis trees directly bought in nurseries with the “Bibaum®” technique (Musacchi and Greene, 2017). Importantly, we are not looking at a fixed number of reiterative-trunks in a tree. Rather, this variable number of reiterative trunks depends on the vigor of each individual tree in the orchard and is a way to better balance vegetative growth and fruiting potential over the years.

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The concept of fruiting branch is abandoned, and consequently branch bending, which is a main operation on centrifugal trained trees, is consistently reduced and even cancelled especially when there is more than two reiterative trunks. As a result, the fruiting spurs are directly attached along the reiterative trunks and are distributed homogeneously within the tree canopy volume. Canopy porosity and autonomy of the fruiting spurs are improved through winter thinning cuts carried out on 2 year old and older branches in overcrowded and shaded sites in the canopy. Artificial extinction is usually made around pink stage to remove excess flowering spurs and to allow a convenient space around each fruiting spur over the years. Once the fruiting spur is positioned within the SALSA canopy, the objective is to maintain a good light interception at all sites within the canopy and to avoid competition with other fruiting spurs.

Discussion and conclusion As shown here, the SALSA concept results from a history of constant knowledge improvement along past decades. It is based on the idea that a sustainable and economically sound training system has to take into account the biological specificities of the plant material in interaction with the pedoclimatic environment. All cultural operations, such as strong heading cuts, have to avoid unnecessary vegetative growth that would impair good fruiting. The training system also has to adapt to the socioeconomic context. Although Centrifugal training is still relevant for high fruit quality and regular fruiting, which is well adapted to the premium market, it also needs, more or less depending on the cultivar, high work load. Facing the socioeconomic issue, the SALSA system appears more adapted to mechanization. For example, some minimal mechanical pruning is now implemented at certain stages of tree framework management, keeping precision pruning for human-made operations.

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b

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New technologies in orchard coverage

Yossi Offir1, Sueyde Fernandes de Oliveira2

1Agronomist, R&D Department Ginegar Polysack Israel, e-mail: [email protected] Agronomist, Dr., R&D Department Ginegar Polysack Brazil, Av. Ana Maria, 600, Jardim Capitólio, Leme-SP. E-mail: [email protected]

The use of nets to protect against adverse weather conditions in orchards is increasing around the world. Climate changes and extreme climatic phenomena are becoming more and more frequent. Protection is required against hailstones or high radiation levels that cause sunburn in the fruit, and lower remuneration to the growers. In the early 2000s, a new technology of photoselective nets was examined by Ginegar-Polysack Plastic Industries, in cooperation with Dr. Yosepha Shahak of Israel Volcani Institute, in order to protect the growth of apple from stresses (hail, sunburn, wind) and to improve fruit quality, roughness, color and yield.

A series of colored shade nets (Chromatinet®) has been developed specifically to change the sun’s rays (spectrum, diffuse light and thermal components). Depending on the pigmentation of the plastic and the design of the knitting pattern, the nets provide varying blends of natural light, unchanged with light in the spectrum and diffused amount of light (Shahak, 2004a).

This technology allows selective light transmission to plants that can cause morphogenic changes and is found to have great potential compared to open field cultivation or black net coverage.

The purpose of this article is to review the physical and optical properties of the various nets, methods and timing of deployment, microclimate conditions, pollination, and water use efficiency under the nets, sun protection and fruit quality (size, color). The data were collected over the years in field experiments conducted in different locations in the world by photoelectric networks produced by Ginegar Polysack only.

IntroductionNets in which different pigments were incorporated to absorb wavelengths in different

waveband of light: UV, blue, yellow, red or their combinations for many years use, in the orchards were an innovative concept developed by Polysack, Israel, Ph.D. Yosepha Shahak and Ph.D. Michal Shamir.

The technology was first examined in green ornamental and as positive results were obtained, it was examined and applied to other crops: flowers, vegetables, spices, table grapes and orchards among the world.

The first observation of this technology applied in apple was carried out in Kibbutz Malkia, in the Upper Galilee of Israel, with knitted 30 percent shading nets and a four-year experience in the orchards of the Baram plantation. After the initial publication, the attempts were extended to other countries: Italy, Brazil, Chile, USA, Uruguay and more.

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As mentioned earlier, at the beginning we use Chromatinet® shading nets in the Rashel type (knitted), but these were with high shading and are not suited for protection from hail events. Therefore, combined knitted nets with a monofilament wire have been developed to prevent the penetration of a small-size hail, and later monofilament-woven nets (Leno) with lower shade ratios that are suitable for hail protection were developed.

Due to weather changes that cause excessive hailstones during the growing season, or high radiation intensities, it is increasing the use of shading nets. The variety of nets in the market is large and the question is what the optimal network for growing is?

The objective of the study was to understand the effect of adjusted filtering of sunlight (changing its quality) on the physiology of the apple tree (differentiation, flowering, fruit-set, fruit development, plant physiology and production).

The first question was if the nets would reduce crop yield due to excessive shading. The experiment was conducted at Baram Farm in the Western Galilee, Israel, for 4 years in order to monitor the behavior of the trees over the years (Shahak, 2004b). The results of this study yielded promising results in terms of improved growth, fruit quality and overall yield and opened the way for the expansion of experiments in universities in other countries: Italy, USA, Uruguay, Chile, Turkey Research Institutes, Brazil Embrapa, Uruguay Inia and private companies.

ColorNet Technology Nets protect against direct radiation of the sun, hail, wind, pests and, more recently,

selective transfer of light to manipulate plant reactions. The percentage of the shade depends on the size of the hole between the yarns, their transparency or opacity (extra charcoal, pigment) and texture. The hole indirectly affects the development of plants due to changes in microclimate (humidity and temperature) and air passage through them.

Colored nets include nets which color is visible (red, blue, yellow) and change the light that passes through the visible field and the color is invisible (white, pearl) (Shahak, 2004a). The addition of pigments to the yarns that construct the net causes an increase in the percentage of diffuse light that comes to the plants as a result of scattered lightas it pass through the yarn. While black and gray nets do not change the spectrum of transmitted light, blue net has the peak transmission in 480 nm and near infrared (NIR) wavebands, yellow net reduces the transition of blue light and transmits the light in red-green / far-red range, red net reduces the transition in the UV and blue range and passes in the red / far red waveband. The pearl mesh slightly reduces the light transmission in UV band but transmit a great amount of scattered light. Diffuse light transmission also exist in red and yellow nets, but in less quantity (Shahak, 2004a).The light that reaches the plants has a quantity of filtered light after hitting the wires that make up the grid, and one part of the light does not change because pass through the holes.

By changing the net density, you can control the “mixture” of light transferred to the plant. Characteristics of the net determined during the production stage allow to extend life span in the field for five to ten years, depending on the different radiation level in each growing area. A great deal of effort has been invested over the years in stabilizing the pigments added to the net over the years of existence of the net, especially for red pigment.

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Initial studies with colored nettings began about 20 years ago, as a trial and error, in the field of flower crops and green ornamentation branches compared to a black network. Oren-Shamir in 1992 showed that a red and yellow netting resulted in a significant growth and acceleration of the picking branches in Pittosporum without affecting their diameter and weight, and a blue net caused a sniffle, causing a very large branching, followed by the red and a thin blue branching network. The Red Grid caused a delay in the harvest of edible grapes in the Red Globe species (Josepha Shahak). After promising agricultural results in these crops, we began to examine the technology of growing an apple in Israel, which usually grows without a net.

Types of NettingThe raw material for the networks is HDPE polyethylene, from which a multi-layer

sheet is produced by a blowing extrusion process in a mono oriented direction and stretching that gives the strength to the formed sheet. During the production add pigments and sun protection materials (UV stabilizers / absorbers). The pattern is cut into 3mm wide tapes and about 30 microns thick, and the knitting pattern and the density of the yarn determines the percentage of shading. The pigments that absorb certain wavelengths and return the wavelengths characterize the color. Woven protection nets are often made up from monofilament yarns that are produced by an extrusion process in which the molten HDPE polyethylene is injected through a die with holes, forming round yarns. The monofilaments undergo a process of hardening and relaxation, in order to obtain the final flexibility and strength. The relaxation yarns and the monofilaments are transferred to the knitting or weaving machines to form the nets according to the percentage of shade required for each crop.

The network life span depends on the method of application - fixed or seasonal, frequency of hail, winds and especially the method of anchoring the network to the structure.Types of network:• Rashel knitted nets - less adequate for protection against hail. • Woven nets - adequate for hail protection. Can be used in a flat or slope structure. • Knitted or combined woven nets (combination of flat wire with monofilament wire) - adequate for hail protection. Can be used in a flat or sloping structure.

The texture of the net manufactured by Ginegar Polysack is adapted to different locations, according to the need of protection against strong radiation and/or hail of varying sizes (large / small).Table with network specs:

Hole size Shade Weight Color Material (mm) (%) (gr\m2) 4.5X6 30-35 65 Red, Blue, Yellow, Pearl, Black HDPE Chromatinet Raschel2x11 18-20 75 Red, Blue, White, Bi-Color HDPE Chromatinet Knitted Combined

2.1X5.2 18-21 70 Red, Blue, Yellow, White HDPE Leno 3640 3X7 18 50 Pearl, White, Black HDPE Leno 2630

2.95x2.2 30 67 Pearl HDPE Leno 50362.3x3.5 10 70 Transparent HDPE Leno Cristal

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StructuresThe materials of the net house (concrete columns, wood or metal) and the method of

connection (fixed, seasonal) affect the durability of the structure and the nets. Where there is snow during the winter is recommended to move the nets at the end of the season and bind them over the canopy line. In areas where there is hail it is recommended to connect the nets with elastic rubber / safety connectors, in order to release the hail between the trees and prevent the collapse of the structure. A flat net-house can be used in areas prone to hail events, if one of these unloading methods is used. Another practical application that growers are using in order to save costs is to put the nets directly on the trees.

Considering different types of structure, must be consider the advantages of slope structure because it allows greater light penetration. However this system depends on higher initial investment compared to flat net house. In recent years, Ginegar-Polysack, together with Pascal Zippers, has developed a method of quickly opening and closing the nets with zippers sewed to the nets, in order to save the costs associated with the opening and closing of large-scale growing areas. Advantages of this method is studied in recent years to achieve proper fertilization at the beginning of the season, protection from sun strikes during the season, and improved fruit color at the end of the season (open one month before harvesting).

ReferencesSHAHAK, Y., GUSSAKOVSKY, E., GAL, E. and GANELEVIN R. ColorNets: crop protection and light-quality manipulation in one technology. Acta Horticulturae. 659, n.1, p:143-151, 2004a.

SHAHAK, Y., GUSSAKOVSKY, E., LURIE, S. ColorNets: A new approach for light manipulation in fruit trees. Acta Horticulturae, 636, p:609-616, 2004b.

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A qualidade dos vinhos sul brasileiros e sua importância para o desenvolvimento do enoturismo regional.

Jaime Milan

Enólogo pela Escola de Viticultura e Enologia de Bento Gonçalves; Economista Pós Graduado em Gerenciamento de Qualidade pela Universidade de Caxias do Sul – UCS; Pós Graduado em Material Enológico pela ACTIM – França. Consultor Técnico da Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos – Aprovale – RS 444, Km 14.85, Bento Gonçalves – RS. Telefone: 54.3451.9601. E-mail: [email protected]

Figura 1 - O Brasil e as Indicações Geográficas – Períodos Evolutivos do Vinho. Fonte: TONIETTO, Jorge. 2001.

Figura 2 – Indicações Geográficas (IG) de Vinhos do Brasil e Associações de Produtores. Fonte: TONIETTO, Jorge. PRADO, Luciana. FALCADE, Ivanira. 2017.

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Figura 3 - Indicações Geográficas (IG) de Vinhos do Brasil e Associações de Produtores. Fonte: TONIETTO, Jorge. PRADO, Luciana. FALCADE, Ivanira. 2017.Indicações geográficas reconhecidas pelo INPI e um breve histórico

I.P. Pinto Bandeira: Os vinhos da IP Pinto Bandeira são os espumantes finos, o moscatel espumante e os vinhos finos tranquilos brancos, rosados e tintos secos. As variedades autorizadas são Chardonnay, Pinot Noir, Riesling Itálico, Viognier (para espumantes secos). Moscato Branco, Moscato Giallo, Moscatel Nazareno, Moscato de Alexandria, Malvasia de Candia, Malvasia Bianca (para espumantes doces). Cabernet Franc, Merlot, Cabernet Sauvignon, Pinot Noir, Tannat, Pinotage, Ancellotta, Sangiovese, Chardonnay, Riesling Itálico, Moscato Branco, Moscato Giallo, Trebbiano, Malvasia Bianca, Malvasia de Candia, Sémillon, Peverella, Viognier, Sauvignon Blanc, Gewurztraminer (para vinhos). A entidade gestora da IP é a Associação dos Produtores de Vinho de Pinto Bandeira – Asprovinho. A IG foi reconhecida em 2010.

I.P. Vales da Uva Goethe: Compreende a produção de vinhos brancos, espumantes ou licorosos a partir da uva Goethe no Litoral Sul de Santa Catarina. Única Indicação de Procedência (IP) relativa à vitivinicultura fora do Rio Grande do Sul. A entidade gestora da IP é a Associação dos Produtores da Uva e do Vinho Goethe da Região de Urussanga - Progoethe. A IG foi reconhecida em 2011.

Tabela 1: Premiações internacionais concedidas a vinhos brasileiros de 1995 a 2017. Fonte: Associação Brasileira de Enologia, 2018Medalhas de Ouro 1224Medalhas de Prata 1796Medalhas de Bronze 488Diplomas 417Total 4093

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As regiões organizadas com entidades que receberam, ou já solicitaram, o reconhecimento oficial através de Indicações Geográficas (IG) ou Marcas Coletivas, detém: 738 medalhas de ouro (60%) e 2.127 premiações totais, representando 52%.

I.P. Altos Montes: Os vinhos da IP Altos Montes são os espumantes finos brancos e rosados, o moscatel espumante e os vinhos finos tranquilos brancos, rosados e tintos secos. As variedades autorizadas são Cabernet Franc, Merlot, Cabernet Sauvignon, Pinot Noir, Ancellotta, Refosco, Marselan, Tannat, Riesling Itálico, Malvasia de Candia, Chardonnay, Moscato Giallo, Sauvignon Blanc, Gewurztraminer, Moscato de Alexandria, clone R2 (para vinhos). Riesling Itálico, Chardonnay, Pinot Noir, Trebbiano (para espumantes secos). Moscato Branco, Moscato (para espumantes doces). A entidade gestora da IP é a Associação de Produtores dos Vinhos dos Altos Montes - Apromontes. A IG foi reconhecida em 2012.

I.P Monte Belo: Os vinhos da IP Monte Belo são espumantes finos, o moscatel espumante e os vinhos finos tranquilos brancos e tintos secos. Variedades autorizadas: Vinhos Finos Brancos Tranquilos: Riesling Itálico e Chardonnay. Vinhos Finos Tintos Secos: Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot, Tannat, Egiodola e Alicante Bouschet. Espumante Fino: Riesling Itálico (> 40%), Pinot Noir (>30%), Chardonnay e Prosecco. O Moscatel Espumante é elaborado com base em seis cultivares moscatéis da região. Área geográfica delimitada de 56,09 km². Entidade gestora da IP é a Associação de Vitivinicultores de Monte Belo do Sul - Aprobelo. A IG foi reconhecida em 2013.

I.P. Farroupilha: Os vinhos da IP Farroupilha são vinhos finos moscatéis, incluindo, moscatel espumante, vinho fino tranquilo branco moscatel, frisante moscatel, licoroso moscatel, mistela e brandy de moscatel. As variedades autorizadas são o Moscato Branco (tradicional); Moscato Bianco; Malvasia de Cândia (aromática); Moscato Giallo; Moscatel de Alexandria; Malvasia Bianca; Moscato Rosado e Moscato de Hamburgo. A entidade gestora da IP é a Associação Farroupilhense de Produtores de Vinhos, Espumantes, Sucos e Derivados - Afavin. A IG foi reconhecida em 2015.

Vale dos vinhedosAssim denominado desde 1990, o Vale dos Vinhedos é uma pequena região que

foi colonizada por imigrantes italianos em meados de 1875, vindos em sua maioria das regiões de Trento e Vêneto.

Forte roteiro turístico durante o ano inteiro, preserva o legado de seus antepassados no sotaque das pessoas, nos seus sobrenomes, no modo de vida, na religiosidade e na hospitalidade.

No Vale, bordado de parreirais, o visitante pode vivenciar a cultura da uva e do vinho desde o plantio, floração, brotação, colheita e poda. O ciclo vai se refazendo a cada estação, criando cenários únicos.

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Figura 4 - Área Delimitada da Denominação de Origem Vale dos Vinhedos. Fonte: TONIETTO, Jorge. FALCADE, Ivanira. 2010.

Área total de 72,45 km² em três municípios: Bento Gonçalves - 55%, Garibaldi - 37%, Monte Belo do Sul - 8%.

APROVALE - Entidade gestora da IG Vale dos Vinhedos

A Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos foi fundada em 1995 por seis empreendedores: Miolo Wine Group, Dom Cândido Vinhos Finos, Vinícola Casa Valduga, Vinícola Cordelier, Vinhos Don Laurindo e Vinhos 15 da Graciema.

As motivações iniciais para o projeto foram: a evolução qualitativa dos vinhos, agregar valor aos produtos, tornar conhecida a região estimulando o turismo, a valorização cultural da comunidade, gerar novas fontes de emprego e fixar o agricultor a sua terra e a valorização do patrimônio dos agricultores e das empresas.

Atualmente os objetivos são fortalecer a gestão da entidade, consolidar o posicionamento do Vale dos Vinhedos no mercado, fortalecer a cultura da cooperação, intensificar as relações institucionais da associação com a comunidade, poder público e trade turístico local, incentivar a busca contínua pela excelência dos produtos e serviços e proteger e preservar a paisagem natural e a identidade cultural do Vale dos Vinhedos. Histórico do Vale dos Vinhedos

Em 1995, contabilizando as vinícolas fundadoras da Aprovale, havia pouco mais de uma dezena de vinícolas no Vale dos Vinhedos, praticamente todas de pequeno porte. Nenhum empreendimento era estruturado para apoio à recepção de turistas.

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Em 1997 iniciou o processo de busca pela certificação, que foi obtida no ano de 2002. Em 2007 a Indicação Geográfica Vale dos Vinhedos foi reconhecida pelo Comitê de Gestão do Vinho da União Europeia e também iniciou a busca pelo reconhecimento como Denominação de Origem. Este reconhecimento como D.O.V.V. aconteceu em 2012, ano em que o Vale também foi agraciado como Patrimônio Histórico e Cultural do Rio Grande do Sul por suas características culturais, sociais e históricas que contribuíram para o desenvolvimento do Estado Gaúcho do RS.

Em 2018 o Vale dos Vinhedos conta com 23 vinícolas que respondem por 17% dos vinhos finos e 12% dos espumantes nacionais. Os perfis são variados: há vinícolas familiares, com elaboração limitada e venda exclusiva em seu varejo, como também grandes empresas com presença internacional. E também 39 associados ligados ao trade de turismo: 8 hotéis e pousadas, sendo 1 Spa internacional, 12 restaurantes, 2 agências de turismo, sendo 1 operadora; agroindústrias de queijos, geleias, biscoitos, ateliês de arte e artesanato, showroom de indústria moveleira, entre outros, totalizando 62 associados. A Denominação de Origem Vale dos Vinhedos (DOVV)

Primeira Denominação de Origem (DO) de vinhos do Brasil, os produtos da D.O.V.V. são os vinhos tranquilos e espumantes: Vinho Fino Tinto Seco, Vinho Fino Branco Seco e Vinho Espumante Fino. A produção e o processamento sempre devem ocorrer na região delimitada do Vale dos Vinhedos e o processo apresenta regras de cultivo e de processamento mais restritas que as estabelecidas para a IP. Busca valorizar a identidade dos vinhos elaborados no Vale: o frescor e singularidade dos brancos e espumantes, a leveza do corpo em harmonia com a complexidade dos tintos.

As variedades autorizadas para os vinhos tintos são: Merlot, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Tannat e Pinot Noir. Varietal Merlot (mínimo de 85%) e o assemblage com 60% de Merlot + Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Tannat.

Para os vinhos brancos: Chardonnay e Riesling Itálico. Varietal Chardonnay (mínimo de 85%) e o assemblage com 60% Chardonnay + Riesling Itálico.

Para os espumantes: base mínima de 60% Chardnonnay e/ou Pinot Noir, podendo ser completada com Riesling Itálico.

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Figura 5 – Identificação visual da Denominação de Origem Vale dos Vinhedos. Fonte: Aprovale

Resultados obtidos

O Vale dos Vinhedos é objeto de pesquisa de mais de 100 pesquisadores nacionais e internacionais por ano.

O roteiro também foi cenário para programas de televisão, que contribuíram para a visibilidade local. Alguns exemplos são as novelas Além do Tempo (TV Globo 2015), e Tempo de Amar (TV Globo 2017), os programas Masterchef Brasil (TV Band 2017), Estrelas do Brasil (TV Globo 2018), e Globo Repórter (TV Globo 2015), e o filme “O Filme da Minha Vida”, dirigido por Selton Melo (2017).

O Vale dos Vinhedos também foi eleito como um dos melhores roteiros de enoturismo no mundo, pela revista Wine Travel Destination (2013), como uma das 15 rotas de vinhos para se apreciar, pela CNN (2016), como um dos 20 lugares mais bonitos do Brasil para se visitar, também pela CNN (2016).

O resultado também pode ser percebido através do aumento do fluxo de visitantes. Em 2001 foram contabilizados 45 mil visitantes. E em 2017, 415 mil visitantes, o que representa um aumento médio de 15% ao ano.

O perfil deste turista é, em sua maioria, casais sem filhos ou famílias, brasileiros provenientes dos estados do RS, SP, SC, PR e RJ, com curso superior completo e renda que varia de 4 a 7 salários mínimos. Quanto aos visitantes estrangeiros, que representam 4% do número total, a maioria provém da Argentina, Uruguai, Paraguai, Suíça, Chile e Bolívia. O gasto médio diário deste visitante é de R$ 300. O Vale dos Vinhedos é o roteiro mais visitado em Bento Gonçalves, sendo a opção principal de 72% dos visitantes.

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O grande número de visitantes é o reflexo da qualidade da infraestrutura ofertada: a proximidade com a região metropolitana de Porto Alegre e dos principais aeroportos do estado, sinalização turística modelo, atendimento diário em centro de informações turísticas, tanto em balcão quanto online via mídias sociais, dentre outros.

Atrativos turísticos ofertados

Apreciação da paisagem vitivinícola única no mundo, conhecimentos enológicos através de visitas guiadas nas vinícolas do roteiro, que incluem acesso as áreas de produção e amadurecimento dos vinhos, cursos de degustação com duração que pode variar de um dia a um ano, diversificação da oferta gastronômica, que vai do resgate da culinária típica regional da colonização italiana, até os menus assinados por grandes chefs da cozinha contemporânea e slow food, hospitalidade e aconchego nos meios de hospedagem, que variam entre pequenas pousadas familiares até grandes hotéis cinco estrelas com bandeira internacional e SPA. Programações variadas nas 4 estações do ano, sendo a Vindima – colheita da uva um dos grandes atrativos, onde o visitante pode ter experiências de colheita. Eventos dedicados aos mais diversos públicos: maratonas, passeios ciclísticos, festas de resgate cultural, piqueniques, eventos de gastronomia e música ao ar livre. Enorme oferta de produtos da agroindústria familiar e gourmet: geleias, sucos, antipastos, queijos, embutidos, massas, molhos, chocolates, doces caseiros e muito mais.

Finalmente, podemos atestar a vinculação direta da evolução da qualidade dos vinhos sul brasileiros com o crescente fluxo do turismo nas nossas regiões vitivinícolas.

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Climate change and its potential impacts on the future of apple cultivation.

Pierre-Éric LAURI¹ and Mateus PASA²

¹ INRA senior scientist, PhD (France, ‘Ingénieur de Recherche Hors Classe’) with accreditation to supervise PhD students (French HDR).Affiliation: SYSTEM, Univ. Montpellier, INRA, CIRAD, Montpellier SupAgro, CIHEAM-IAMM, Montpellier, France. Postal address: UMR SYSTEM, Campus Montpellier SupAgro, Bât. 27, 2 place Pierre Viala, 34060 Montpellier Cedex, France. Tel.: +33 4 99 61 30 54Email: [email protected]² Assistant Professor, Department of Horticulture, Oregon State University, Mid-Columbia Agricultural Research and Extension Center. Postal address: 3005 Experiment Station Drive, Hood River, OR 97031.

What ‘climate change’ means? As stated by the Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) in 2013, “since the 1950s, many of the observed [climate] changes are unprecedented over decades to millennia. The atmosphere and ocean have warmed, the amounts of snow and ice have diminished, sea level has risen, and the concentrations of greenhouse gases have increased”. Also, and may be more important because less predictable, these changes go along with an increase in the frequency of extreme weather and climate events such as warm days and nights, and heat waves. These phenomena are well identified in many fruit-tree growing areas such as South Africa where “higher mean, maximum and minimum temperatures with more frequent and warmer hot days and less frequent cold days” are observed (Lötze et al., 2015). Temperature appears as a main environmental variable that is affected by climate change.

How the temperature regime in winter and spring impacts apple tree biology

During its growth the apple tree develops three main types of buds: vegetative buds that establish tree architecture, flower buds that ensure fruiting, and latent buds that do not develop in the usual course of growth but that typically burst after pruning (Schmitz et al., 2014). Floral induction and initiation occurs several months (up to 10 months) prior to actual flowering. For example, in Brazil, flowering in September - October indicates a floral initiation likely between January and March of the same civil year. Petri et al. (2012) observed apple flower buds with a stereomicroscope from January 15th onwards in the conditions of Southern Brazil. Except in the case of syllepsis where the bud grows very soon after it is initiated (Schmitz et al., 2014) producing a vigorous shoot competing with the parent branch, vegetative and

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flowering buds undergo a dormancy period when the bud does not grow. Three consecutive phases of dormancy are usually defined: para-, endo- and eco-dormancy, where budburst inhibition results from relations with other plant parts also called “correlative inhibition” (e.g., acrotony), lies within the bud itself or is imposed by the environment, respectively (Lang et al., 1987). For both vegetative and flowering buds, in this latter case after flower induction, endodormancy is strongly affected by temperature: the dormant bud requires exposure to low temperatures (phase of chill accumulation, CA) in order to overcome the endodormancy phase, followed by exposure to heat temperatures (phase of heat accumulation, HA) to resume organogenesis and growth during ecodormancy (Legave et al., 2015). High temperatures during the endodormancy phase, i.e., in winter, delay the time at which the tree becomes receptive to heat temperatures (Luedeling et al., 2013). However, actual budburst results from the interplay of both CA and HA. In their study on flowering in 10 locations in Western Europe, North Africa and Southern Brazil, Legave et al. (2015) showed contrasted results depending on the site. In Western Europe, the higher the HA is the earlier the flowering date will be, whereas the CA was not related to flowering time. In Southern Brazil, the lower the CA is the later the flowering time will be, emphasizing the importance of too high temperatures during winter time.

Cultural operations and the long-term interest of apple breeding as levers to overcome insufficient chilling Breeding for lack of chilling is surely a main aspect of the long term strategy to adapt apple growing to climate change. Among countries that are already facing the negative effects of climate change on apple phenology and productivity, Brazil is likely a leader in this domain (Leite et al., 2008; Pommer and Barbosa, 2009). However, breeding for low chilling requirement alone may not suffice if the objective is to reach good fruit quality and regular fruiting. The challenge for the future is also to integrate in the ‘apple tree ideotype for mild winter climate’ other characters such as resistance or tolerance to main pests and diseases to reduce as much as possible the use of chemicals, and regular fruiting which is tightly related to well identified tree architecture traits (Lauri and Corelli-Grappadelli, 2014). Such breeding program should include the search for more rusticity of both the cultivar and the rootstock (Parisi et al., 2014). Apart from genetics and breeding, a panel of cultural management options also exists. Rest breaking chemicals are still the main means to stimulate and group vegetative and flowering at spring in commercial orchards from mild winter regions all over the world (Erez, 1995; Leite et al., 2013). These chemicals are effective in different ways but the most used are mineral oils that decrease bud respiration and hydrogen cyanamid (dormex®) that acts on hormonal balance. Apart from toxicity of some of these chemicals (e.g., dormex®; Sheshadri et al., 2011), the use and effects of rest breaking agents are well documented, especially in Brazil (Leite et al., 2013, 2014) and South Africa (Midgley and Lötze, 2011). However, their effectiveness depends on the physiological status of the tree and also on the

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climatic conditions that often leads to irregular results in commercial orchards. Several cultural operations are also used such as bending (Erez, 1995) and scoring or notching (Leite et al., 2014). Other methods can be applied at larger scales such as leaf removal after harvest in mountains in Java (Indonesia) during a dry period that induces bud dormancy followed by synchronous budburst a few weeks later with the beginning of the rainy season. Taking the opportunity of the two dry and rainy seasons typical of the equatorial climate, this strategy permits two harvests per year (Janick 1974). In regions where water availability is not an issue, another method consists in over-tree irrigation to decrease temperature during winter (Lötze et al., 2015). Other options include the redesign of the orchard system as a whole to increase its sustainability. A great amount of research works have been developed in past years on the interest to develop agroforestry to optimize land productivity per unit area (land equivalent ratio, LER, stating that mixing two or more cultures on a same land area usually increases on the long term the global productivity of the system)(Lovell et al., 2017). Many works developed in the tropics show that agroforestry systems may also mitigate climate change avoiding the negative effects of extreme high temperature and radiation events (Lin, 2007). Interestingly, other works, more oriented to agroecology, show that the management of plant biodiversity may be an efficient means to foster both plant-mediated (e.g., bottom-up) and natural enemy-mediated (e.g., top-down) processes in the foodweb to reduce pest and disease pressure and, as a consequence, the use of chemicals (Simon et al., 2017). How apple tree-based agroforestry systems may help mitigating climate change negative effects while also reducing pest infestation and disease infection remains an open field for research (Lauri et al., 2016; Lauri, 2018). Altitudinal shifts in apple cultivation in Brazil: description and interpretation In many parts of the world the potential impacts of climate change on shifting of production areas are discussed. Changes in apple production areas in Santa Catarina/Brazil is a reality, where in the past few years production area has dramatically migrated from areas of lower altitudes to areas of higher altitudes. However the ‘climate change’ interpretation should be considered with caution. Massignam and Pandolfo (2016) show a clear shift in the harvested area from the region of Joaçaba (lower altitude) to Campos de Lages (higher altitude). The city of Fraiburgo is the most representative in apple production for the first region whereas São Joaquim is the most representative for the latter. The average minimum and maximum temperatures during the colder two months (June and July) from 1984 to 2016 and for both places are shown in Figure 1. Fraiburgo is represented by Caçador (nearby city) where the weather station is located. One might speculate that the migration shifting observed between the two regions is a direct effect of climate change. Indeed, if we observe the data shown in Figure 1, there is only a slight trend, not statistically significant, of increasing minimum temperatures in Caçador in June (Figure 1A), and for both regions in July (Figure 1B). However, differences between the two sites are more likely due to the differences in maximum temperatures in winter, which

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may negatively affect dormancy completion. Indeed, maximum temperatures in June and July are approximately 4°C higher in Caçador, relative to São Joaquim, while the difference in the minimum is approximately 1°C. Legave et al. (2015) showed that the warmer the temperatures during winter the later the flower will occur in the conditions of Southern Brazil. Actually, this is observed in the field where apple orchards in São Joaquim usually bloom before Fraiburgo and with a shorter flowering duration. In areas of lower altitude, with insufficient chilling accumulation, a more prolonged bloom period is observed (Petri et al., 2012). Moreover, a delayed and heterogeneous budburst is also noted in apple trees subjected to insufficient cold exposure, relative to trees having adequate chilling accumulation, as shown by Schmitz et al. (2014).

Figure 1. Monthly average of minimum (Min.) and maximum (Max.) temperatures in June (A) and July (B) in São Joaquim (SJ) and Caçador (C), Santa Catarina, Brazil, from 1984 to 2016. Source: EPAGRI/CIRAM. Altitude of weather stations: SJ = 1376 m; C = 945 m.

Discussion and conclusion

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As well documented, climate change is characterized by a syndrome of phenomena among which temperature plays a crucial role. However, other aspects have to be better taken into account in the studies on the effects of climate change on apple cultivation, especially total rain water amount and distribution along the growing season. The shift in apple production areas in Santa Catarina from areas of lower to higher altitudes is a reality. This shift does not seem to be directly related to climate change itself, as variations in temperatures over the years in both regions are subtle, but more related to production migrating to areas with climate more suitable for apple production, i.e., to higher altitudes with colder climate like São Joaquim. However, climate may become an issue in the future in Santa Catarina. Growing apples in warmer areas is more difficult due to lower chilling accumulation entailing lower and irregular fruit-set and fruit quality (mainly poorer red color) and stronger vegetative growth, among other effects. Genetic knowledge of dormancy mechanisms and breeding for lack of chilling, with an already existing panel of very interesting released cultivars in Brazil, is surely a major issue in the medium and long term. On existing cultivars, cultural operations, such as chemical treatments or technical operations to induce a more uniform budburst and flowering, are still mandatory.

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Novas variedades de maçã no Brasil: situação atual, tendências e perspectivas

Marcus Vinicius Kvitschal¹, Maraisa Crestani Hawerroth², Alberto Fontanella Brighenti³

¹ Engº Agrônomo, D.Sc. Genética e Melhoramento, Epagri / Estação Experimental de Caçador, (49) 3561-6837, e-mail: [email protected]

² Engª Agrônoma, D.Sc. Genética e Melhoramento, Epagri / Estação Experimental de Caçador, (49) 3561-6834, e-mail: [email protected]

³ Engº Agrônomo, D.Sc. Recursos Genéticos Vegetais, Epagri / Estação Experimental de São Joaquim, (49) 3233-8436, e-mail: [email protected]

Situação atual e problemática do setor da maçã no Brasil

O Brasil produz em média pouco mais de um milhão de toneladas de maçãs anualmente. Os estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul são os maiores produtores dessa fruta, sendo responsáveis por 96,4% da produção de maçã no Brasil (Cepa, 2018). Embora a área de cultivo de macieiras tenha retraído entre 12 e 15% na última década, a produção de maçãs tem se mantido estável ou até aumentado nesse mesmo período (Tabela 1), o que indica um aumento da eficiência produtiva dessa fruteira no Brasil, principalmente em função da renovação de áreas de pomares antigos, do refinamento e de melhorias no sistema de produção adotado.

Enquanto que outros países mais tradicionais na produção de maçãs têm tentado ao longo das décadas ampliar o número de variedades adotadas pelo setor produtivo (Belrose, 2017), no Brasil a cadeia produtiva da maçã tem seguido o caminho inverso. No início do cultivo de macieiras no Brasil exploravam-se variedades como ‘Golden Delicious’, ‘Red Delicious’, ‘Starkrimson’, ‘Belgolden’, ‘Melrose’, ‘Mutsu’, além de alguns pomares com ‘Pome-3’, ‘Golden Spur’, ‘Willie Sharp’, ‘Blackjon’, entre outras (Boneti et al., 2006). Mas ao longo das últimas décadas, essas variedades foram gradualmente substituídas por ‘Gala’ e ‘Fuji’, e subsequentemente por seus clones coloridos (Fioravanço, 2009), sendo que atualmente mais de 93% da produção de maçãs no Brasil advém de clones dessas duas variedades.Tabela 1. Dados históricos de produção, volume comercializado, área plantada e produtividade de maçãs no Brasil entre 2011 e 2017.

Safra Produção (kg)Volume comer-cializado (kg)

Área plantada (ha)

Produtividade (ton ha-1)

2011/12 1.184.243 888.182 38.883 30,462012/13 1.063.000 829.140 38.420 27,672013/14 1.130.859 874.472 37.562 30,112014/15 1.144.814 912.065 35.872 31,912015/16 817.750 618.158 34.636 23,612016/17 1.328.975 1.023.311 33.973 39,12

Fonte: ABPM/IBGE, 2017.

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Isso tem implicado em dificuldades ao setor produtivo ao longo dos últimos anos, mesmo com a evolução nas tecnologias de produção, como controle fitossanitário, indução de brotação, poda, condução e controle de crescimento de plantas, raleio químico de frutos, controle da maturação das frutas a campo e na armazenagem, bem como tecnologias de armazenagem de maçãs em pós-colheita.

O alto requerimento de frio hibernal dos clones de Gala e Fuji incorrem em baixa previsibilidade de comportamento fenológico das plantas na grande maioria das regiões produtoras de maçãs no Brasil ao longo dos anos, uma vez que nessas áreas geralmente o acúmulo de frio hibernal é insuficiente para a superação natural da dormência. Em anos de ocorrência de invernos muito amenos seguidos de primavera relativamente fria até mesmo a tecnologia de indução química da brotação (“quebra de dormência”) pode não proporcionar brotação e floração satisfatória das plantas dessas variedades, tanto em homogeneidade quanto em índice total de gemas brotadas, afetando diretamente a produtividade e a qualidade das maçãs.

A elevada susceptibilidade às principais doenças, como a sarna (Venturia inaequalis) e a mancha foliar de glomerella (Colletotrichum spp.), também tem dificultado sobremaneira a eficiência dos tratamentos disponíveis para controle fitossanitário, uma vez que a gama de fungicidas eficientes para o controle químico é limitada e as condições de clima nas regiões produtoras são tipicamente muito favoráveis ao desenvolvimento dessas doenças.

Outro aspecto de grande relevância está relacionado aos grandes volumes de fruta a se colher anualmente das variedades tradicionais Gala e Fuji num espaço de tempo relativamente curto, o que demanda grande volume de mão de obra. Assim, a logística de uso da mão de obra disponível tem sido bastante dificultada a medida que os volumes de maçãs Gala e Fuji têm sido incrementados substancialmente ao longo das últimas décadas.

Mesmo com investimentos maciços da Epagri em melhoramento genético visando o desenvolvimento de novas variedades de macieira, não têm sido verificados impactos significativos na mudança desse cenário, uma vez que as variedades melhoradas mais recentes ainda não apresentam áreas expressivas de cultivo, bem como volume de fruta produzida. Isso ocorre porque atualmente o mercado de maçãs no Brasil está baseado quase que unicamente em maçãs Gala e Fuji, sendo cada vez mais preferidos os clones mais coloridos. Assim, essa tipificação da maçã brasileira impõe forte restrição comercial à consolidação das novas variedades híbridas, as quais são visualmente diferentes das maçãs tradicionais Gala e Fuji.

Tendências e perspectivasDiante de todas as adversidades enfrentadas pelo setor produtivo da maçã no Brasil,

observa-se que o uso de variedades melhoradas é uma das estratégias mais fáceis e mais econômicas para minimizar uma série de problemas, como a falta de adaptação da cultura ao clima, os problemas de ordem fitossanitária, até mesmo os problemas logísticos associados ao grande volume de maçãs colhidas em um período de tempo muito restrito.

Variedades de menor requerimento de frio hibernal para a superação da dormência permitem maior previsibilidade do potencial produtivo e maior eficiência das tecnologias

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de indução de brotação. Da mesma forma, a resistência genética às doenças garante aos fruticultores eficiência de controle fitossanitário nos pomares, o que implica em redução de perdas por altos níveis de incidência de doenças, redução de custo de produção, além de menor risco de contaminação ambiental e dos consumidores, uma vez que ocorre a racionalização do uso de agrotóxicos. Por sua vez, o uso de cultivares com época de maturação e colheita diferenciada em relação às tradicionais Gala e Fuji permite otimizar a logística de uso da mão de obra disponível, possibilitando aos fruticultores escalonar a colheita de maçãs em suas propriedades de forma mais harmoniosa.

Essas variedades melhoradas podem ser introduzidas a partir de outros países tradicionais em produção de maçãs, que dispõe de amplos programas de melhoramento genético na cultura da macieira, ou desenvolvidas no Brasil. Dentre as instituições que realizam pesquisas com melhoramento genético de macieira no Brasil, destaca-se a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), que hoje é a única empresa de pesquisa pública que atua nessa área. No entanto, instituições como o Instituto Agronômico de Campinas (IAC), a Embrapa Clima Temperado e o Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR) também atuaram nessa temática no passado, tendo contribuído significativamente para a evolução da melhoria do germoplasma atualmente disponível no país.

Em se tratando de variedades introduzidas no Brasil a partir de outros países, primordialmente daqueles localizados no hemisfério Norte, uma das peculiaridades é que esses países são tradicionalmente mais frios e, portanto, a grande maioria das variedades desenvolvidas nesses locais possuem alto requerimento de frio para superação da dormência, condição essa que raramente ocorre na grande maioria das regiões de plantio de macieiras no Sul do Brasil. Exemplos disso são os diversos clones de Gala e Fuji, assim como diversas outras variedades testadas recentemente que também apresentaram problemas de falta de adaptação. Pode-se destacar variedades como Cripps Pink e Rosie Glow (Pink LadyTM), Sciearly (Pacific BeautyTM), SciFresch (JazzTM), SciLate (EnvyTM), Brak e Fuji Fubrax e CIVG198 (ModiTM).

Por outro lado, variedades desenvolvidas no Brasil possuem diversos atributos agronômicos que lhes conferem vantagens em relação às variedades introduzidas de outros países, uma vez que o processo de seleção foi direcionado especificamente para a mitigação de problemas específicos que ocorrem nas regiões de produção de maçãs no Brasil, levando ao desenvolvimento de genótipos mais adaptados.

Variedades de baixo requerimento de frio como Eva, Glamour, Kiss, Condessa e Princesa possibilitam a produção de maçãs em regiões mais quentes, a exemplo do Planalto-norte catarinense e Sul do Paraná. Nessas regiões o acúmulo de frio hibernal é muito baixo e, portanto, existe grande dificuldade e elevado custo de produção de maçãs de clones tradicionais de Gala ou Fuji. No entanto, com o uso de variedades de baixo requerimento de frio, essa região vem se constituindo como um pequeno novo polo de produção de maçãs no Brasil, sendo caracterizada pela oferta precoce e, consequentemente, pelo maior valor agregado à fruta produzida.

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Variedades de médio requerimento de frio e resistentes à mancha foliar de glomerella como Baronesa, Monalisa, Luiza e Venice permitem minimizar os problemas de falta de adaptação vivenciados com o cultivo de clones de Gala e de Fuji no meio-oeste catarinense, bem como proporcionar controle fitossanitário eficiente da mancha foliar de glomerella, doença que atualmente é um dos mais graves problemas relacionados ao cultivo da macieira nessa região. Em áreas de renovação de pomares, a utilização de clones de Gala resistentes à mancha foliar de glomerella, como a Star Gala, aparece como uma das estratégias mais eficientes para o controle dessa doença. A Star Gala, no entanto, apresenta problema de baixa coloração por ser um clone derivado da Royal Gala, que comparativamente aos clones Galaxy, Maxi Gala e Baigent (BrookfieldTM) apresenta menor índice de cobertura da epiderme com coloração vermelha. Nesse contexto, é importante ressaltar que a Epagri já vem avaliando novos clones mais coloridos derivados da Star Gala.

Nas regiões mais frias, a exemplo da região serrana, o cultivo de variedades resistentes às doenças, mesmo que de médio a alto requerimento de frio, permitem ao fruticultor maior previsibilidade do desempenho agronômico e proporcionam benefícios para o controle fitossanitário dos pomares, especialmente em se tratando do uso de variedades resistentes à sarna e à mancha foliar de glomerella. Nessas regiões, variedades como Monalisa, Luiza, Daiane, Venice, Kinkas, Baronesa e Star Gala, são opções interessantes que apresentam a vantagens agronômicas além de possibilitar o escalonamento da colheita de maçãs mediante a adoção de um maior número de variedades, otimizando o uso da mão de obra disponível.

Assim, diante da perspectiva de necessidade de diversificação varietal observa-se uma tendência de ampliação gradual do número de variedades cultivadas pelos fruticultores no Brasil e no mundo. Essa tendência se dá em função, primeiramente da necessidade em atender ao consumidor ávido por novidades, além de aproveitar as vantagens associadas à menor vulnerabilidade genética e econômica da atividade proporcionada pelo maior número de variedades adotados pelos produtores. A adoção de novas variedades tende a ser gradual, à medida que pomares mais antigos venham a ser renovados. E é recomendável que essa mudança de cenário seja gradual, pois o hábito de crescimento e de frutificação destas novas variedades são distintos aos das variedades tradicionais Gala e Fuji, e por isso apresentam peculiaridades em seu manejo, além da necessidade de adequação logística para o mercado dessas frutas. Os produtores precisam se habituar às práticas de manejo específicas, bem como o consumidor precisa conhecer as novas opções disponíveis no mercado.

Nesse processo de renovação gradual de pomares de macieira, é natural que primordialmente ainda sejam plantados novos clones de Gala e de Fuji, com tendência de substituição dos clones mais antigos de Gala (Ex.: Gala Standard, Imperial Gala, Royal Gala, Gala Real, etc...) por novos clones resistentes à mancha foliar de glomerella (Ex: Star Gala, e clones mais recentes mais coloridos e resistentes à mancha foliar de glomerella), uma vez que essa doença tem se tornado um problema cada vez maior para o setor produtivo da macieira no Brasil. Com relação aos clones de Fuji, o cenário ideal seria que o

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setor dispusesse de resistência genética à sarna da macieira, mas atualmente não existem relatos de clones de Fuji resistentes à essa doença no Brasil.

Já em relação às novas variedades híbridas melhoradas, é evidente que várias delas possuem diversas vantagens agronômicas que possibilitam minimizar problemas como a falta de adaptação às regiões produtoras de maçãs no Brasil, a dificuldade de controle fitossanitário nos pomares (primordialmente da mancha foliar de glomerella e da sarna da macieira), bem como os problemas logísticos de utilização de mão na colheita. No entanto, a tipificação da maçã brasileira baseada em clones de Gala e de Fuji impõe forte restrição comercial à consolidação dessas novas variedades híbridas no mercado. Para tanto, é primordial que trabalhos de desenvolvimento de mercado específico para essas variedades sejam efetivados, cuja iniciativa deve surgir a partir do setor produtivo. Para isso, é necessário que o setor se organize e se mobilize com esse intuito, uma vez que trabalhos de marketing para desenvolvimento de novos produtos são caros e os resultados não são imediatos.

Diante de um mercado interno consumidor que varia entre 800.000 a 1.000.000 de toneladas de maçãs, é evidente que o Brasil possui grande potencial para o desenvolvimento de novos mercados nesse setor, inclusive pela grande fração atual do volume produzido e comercializado estar alavancada apenas nas variedades Gala e Fuji. Esse cenário caracteriza uma grande oportunidade de exploração de novos nichos de mercado a serem atendidos com a oferta de frutos de novas variedades, distintas e únicas em relação às tradicionais.

Entre as estratégias de desenvolvimento de mercado para variedades melhoradas de macieira, adotadas em diversos países, destaca-se o sistema de “Clubes de Variedades”. Embora muitas das novas variedades de macieira desenvolvidas no mundo estejam sendo estabelecidas sob formato de “clubes de variedades” (Belrose, 2017), no Brasil ainda não se tem tradição nesse tipo de sistema comercial no setor da maçã. Contudo, existe uma forte tendência de que na próxima década os “clubes de variedades” possam ganhar mais força no Brasil, e talvez essa seja uma das estratégias que possibilitará que as barreiras comerciais impostas pelo mercado brasileiro sobre as novas variedades sejam ultrapassadas.

O sistema de “clube de variedades” tem se mostrado uma forma bastante interessante por envolver vários agentes da cadeia produtiva da maçã, desde PRODUTORES, que recebem maior valor médio pela fruta produzida em função do volume controlado de produção; CONSUMIDORES, que tem a oportunidade de consumir frutas com padrão específico de qualidade, embora com maior valor agregado; e as INSTITUIÇÕES RESPONSÁVEIS PELO DESENVOLVIMENTO DAS NOVAS VARIEDADES, pois toda a produção e comercialização de mudas e de frutas é controlada e limitada, de forma rígida por quem administra o clube. A essência da ideia de um “clube de variedade” é deter uma marca específica para a maçã, e fidelizar os consumidores que a apreciam e que estão dispostos a pagar mais por isso.

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Contudo, é importante que outras estratégias de desenvolvimento de mercado não tão restritivas quanto aos sistemas de “clubes de variedades” também sejam trilhadas para as novas maçãs, de forma a oportunizar ganhos para todos os agentes da cadeia produtiva. Programas de marketing e divulgação aliados às estratégias de mercado, como rastreabilidade com identificação varietal e informação de origem da produção nos pontos de venda de maçãs, identificação das maçãs com selos ou embalagens específicas com o nome da variedade, dentre outras. Ou seja, é primordial a adoção de estratégias que visem promover a divulgação dessas novas maçãs para que os consumidores tomem conhecimento da diversificação das variedades existentes e, com o tempo, tenham acesso às frutas das variedades de sua preferência.

Uma vez que se efetive essa mudança gradual de cenário em relação à diversificação varietal na cultura da macieira no Brasil, também existe a perspectiva de que algumas variedades sejam mais difundidas em regiões específicas, nas quais evidenciem maior adaptação, fazendo com que o setor evolua para um cenário de indicação varietal regionalizada. Ou seja, aproveitar o que cada variedade apresenta de melhor mediante seu cultivo na região que mais lhe permite expressar seu potencial. Nesse contexto, ações de indicação geográfica (IG) também serão uma possibilidade e uma tendência em situações de variedades que apresentam adaptabilidade bastante específica à determinada região, a exemplo da tentativa que está sendo atribuída à variedade Fuji produzida na região de São Joaquim-SC.

Considerações finaisO setor da maçã no Brasil precisa sofrer uma mudança na sua estrutura, e reduzir

gradualmente a dependência por apenas duas variedades. A inclusão de novas variedades no sistema produtivo juntamente com os clones tradicionais de Gala e de Fuji representa uma forte tendência para um futuro próximo no país, caso se tenha como objetivo continuar produzindo anualmente um milhão de toneladas ou mais dessa fruta. A diversificação de variedades de macieira no Brasil é uma oportunidade para sanar ou minimizar boa parte dos entraves que o setor produtivo está vivenciando atualmente.

Contudo, a diversificação de variedades pelo setor produtivo é dependente da diversificação de mercados de maçãs no Brasil, que por sua vez só acontecerá quando os consumidores conhecerem as novas variedades existentes e tiverem seu consumo estimulado (ações de marketing e propaganda).

Até quando esse cenário produtivo atual da maçã no Brasil se sustentará? Fica essa pergunta e o alerta para que todos os agentes envolvidos com a cadeia produtiva possam refletir a respeito, além de avaliar seus respectivos papéis nessa mudança de cenário, que se mostra cada vez mais próxima.

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Referências

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BONETI, J.I.S.; CESA, J.D.; PETRI, J.L.; BLEICHER, J. Evolução da cultura da macieira. In: EPAGRI. A cultura da macieira. Florianópolis: GMC/Epagri, 2006. p.37-58.

CEPA. Números da Agropecuária Catarinense – 2018. Florianópolis: Epagri/GMC, 2018. 75p. (Epagri. Documentos, 277).

FIORAVANÇO, J.C. Maçã brasileira: da importação à auto-suficiência e exportação - a tecnologia como fator determinante. Informações econômicas, v.39, n.3, p.56-67, 2009.

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La feijoa en Colombia

Omar Camilo Quintero Monroy

Biólogo. Universidad Nacional de Colombia. Director técnico de cultivos de feijoa y Gerente de DisFruta Las Feijoas (comercializadora de fruta) desde el año 2003 .

Los cultivos de feijoa en Colombia son una buena alternativa para el fruticultor colombiano de clima frío. Desde 1937 se cultiva en Colombia en las zonas frías de Boyacá, Caldas, Cundinamarca y Antioquia (Redacción El Tiempo, 2000), sin embargo, desde hace 40 años se explota a nivel comercial. Se han tenido producciones máximas de 40.000 Kg por Ha año, pero las producciones promedio son un poco inferiores a 30.000. La capacidad de producción de la planta a través de todo el año y la obtención de buenos cultivares, ha permitido una buena comercialización de la feijoa colombiana en el mercado nacional y exportación. EcofisiologiaLas condiciones climáticas y geográficas (temperatura, precipitación, humedad relativa, radiación solar y altitud) tienen gran influencia en el crecimiento y desarrollo del fruto de la feijoa (Parra, 2014). La planta de la feijoa se adapta muy bien al clima frío tropical de los terrenos andinos colombianos. Altitud Los cultivos para producciones comerciales colombianas se han establecido entre los 1500 hasta y 2800m (Fischer, 2003). Las producciones más abundantes y de mejor calidad es posible obtenerlas por encima de los 1800 y hasta los 2600m. Hacia los 1800 m, la actividad fisiológica de las plantas es más rápida. Las plantas responden en menor tiempo a las podas y fertilizaciones. El problema más importante en estos pisos térmicos es la frecuente presencia de mosca de la fruta (Anastrepha spp). Su control es más complicado por debajo de los 1800 m, por la abundante presencia de frutales en estas zonas. La guayaba común (Psidium spp), se encuentra en forma silvestre en muchos predios colombianos y la mosca de la fruta usa sus frutos como el mejor lugar para ovopositar. El daño que hace en la guayaba es menos notorio que en los frutos de feijoa, debido a que la oxidación producida por las larvas, se camufla en el color rosado de la pulpa, mientras que es muy evidente en el color blanco de la pulpa de la feijoa. Por encima de 2700 m, la planta de la feijoa crece y soporta las temperaturas bajas de estas zonas, sin embargo, el desarrollo fisiológico es muy lento y la producción comercial es muy pobre. La producción orgánica de feijoa en Colombia es más fácil, por encima de 2500m, debido a que la mosca de la fruta es menos frecuente en esta altura. Temperatura En la mayoría de los cultivos de feijoa en Colombia se presentan temperaturas entre 13 y 21 °C, con un promedio de 16°C (Barrero, 1993). En la sabana de Bogotá se pueden presentar en la madrugada heladas hasta de -10˚C. Con temperaturas hasta de -4˚C, las plantas adultas de feijoa no presentan daños económicos significativos (Pachón y Quintero, 1992), sin embargo, con temperaturas inferiores durante más de 1 hora, las plantas de feijoa pueden perder flores y rebrotes juveniles. Las plantas juveniles son mucho más sensibles a las heladas.

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En Colombia, con temperaturas elevadas, las plantas de feijoa presentan daños en los rebrotes apicales y juveniles. Las hojas se doblan. Generalmente las temperaturas altas se encuentran acompañadas de bajas precipitaciones, aumentando las condiciones de estrés en la planta. Agua y humedad relativa Shumann y Lüdens (1992) sugiere que la feijoa requiere precipitaciones entre 700 y 1200mm anuales, sin embargo, en Colombia, (Pachón y Quintero 1992) reportan tolerancia en los cultivos de feijoa de hasta 2000mm anuales, en condiciones de luminosidad adecuada y humedad relativa promedio de 70 %. Las precipitaciones en algunas zonas de la región Andina Colombiana, en los últimos 15 años, han superado los 2000mm anuales, afectando significativamente la producción nacional. Durante abril de 2018, las precipitaciones fueron de 277 mm en el cultivo El Cortijo, La Vega, Cundinamarca. Más del 60% de la floración se afectó por Botrytis cinerea y es probable que solo el 20% se convierta en fruto. En los cultivos El Cortijo y CENAF, en La Vega Cundinamarca, las precipitaciones en el 2007 y 2008 fueron superiores a 2000mm anuales y causaron decrementos en la productividad superiores al 30%, del promedio de un año normal. En Colombia, los mejores resultados económicos en los cultivos de feijoa, se presentan cuando las épocas de alta floración coinciden con estaciones de bajas lluvias. Cuando se presenta picos de floración y altas precipitaciones, se caen las flores por la pudrición de la flor (Botrytis cinerea). Los pétalos de la feijoa forman pequeños recipientes, donde se acumula agua y se pudre la flor. Con precipitaciones altas, también, la polinización de las flores es altamente afectada. Los pájaros, principales agentes polinizadores de la feijoa en Colombia, trabajan poco en días lluviosos, debido a que sus plumas se mojan con las precipitaciones o con las gotas que permanecen en follaje cuando descampa. Las flores mal polinizadas, en su mayoría pueden ser abortadas antes de formase frutos pequeños. Los frutos formados, son de bajo calibre y asimétricos. La humedad relativa alta, incide sobre el crecimiento de epifitas en el tronco y las ramas del árbol. Algunos líquenes y musgos secretan sustancias que afectan la vida de las plantas de feijoa (Barrero, 2007). La feijoa resiste condiciones de humedad relativa altas, durante periodos cortos (Fischer, 2003). Durante el desarrollo del fruto, es deseable lluvias moderadas o suministro de riego. Los frutos que se desarrollan en época de sequía y sin riego, son fofos y de muy baja calidad. En exceso de precipitaciones durante la madurez de la feijoa, retarda la cosecha. Para cultivos tecnificados se recomienda el suministro adecuado y regular de agua en los periodos de crecimiento vegetativo y productivo del árbol, que permitan hasta dos picos de cosecha en el año, si hay régimen bimodal de lluvias (Quintero, 2003). Radiación solarPara los mejores resultados en un cultivo de feijoa, respecto a floración, polinización, cuajamiento y llenado del fruto se requiere exposición libre a la radiación solar. Se recomienda terrenos ubicados en zonas con 1500 o más horas de brillo solar por año (CCI 2000).

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En las zonas de La Vega, Cundinamarca, entre 2000 y 2400 m, se registraron menos de 1000 horas de brillo solar año, sin embargo, las producciones fueron óptimas gracias a que las otras condiciones agroecológicas fueron más favorables (Quintero, 2003). La alta irradiación solar aumenta la actividad fotosintética de la planta, contribuyendo a una mayor traslocación de carbohidratos hacia el fruto e incrementado los grados brix, la materia seca y el contenido de ácido ascórbico del fruto (Fischer, 2003). En el caso de las plantas propagadas clonalmente de los cultivares 41 (Quimba) y 8-4, se evidencia que tienen mejor sabor los frutos en las plantaciones de San Francisco, Cundinamarca a 1800 m y en la Sabana de Bogotá a 2600m, que, en La Vega, Cundinamarca a 2350m, donde hay menos de 1000 horas luz al año. Durante el año 2017 y parte del 2018, las producciones más abundantes de Disfruta Las Feijoas, se obtuvieron en los cultivos de los municipios de Tenjo (2600m), Simijaca (2600m) y San Francisco (1850m) en Cundinamarca. En éstos cultivos las condiciones climáticas pueden variar, pero se ha tenido más de 1500 horas de brillo solar al año.

Selección de cultivares Para un cultivo de feijoa tecnificado, la elección de cultivares seleccionados adecuados para el terreno es muy importante, debido a que las producciones comerciales empiezan después del quinto año y una planta puede durar produciendo más de sesenta años. Cultivares de baja calidad comercial, bajo manejo agronómico tecnificado, generan cosechas hasta del 90 % de fruta industrial, mientras que un cultivar mejorado en las mismas condiciones, sólo produce entre un 10 a 20 % de fruta de baja calidad.\ En 1987, Over Quintero Castillo y Fabio Barrero, establecieron una colección de cultivares de feijoa de diferentes procedencias en la finca CENAF (Centro Nacional de la Feijoa), ubicada en La Vega, Cundinamarca a 2050m. En este germoplasma se sembraron 1500 accesiones diferentes. Dentro de las diferentes accesiones, se incluyeron cultivares mejorados, procedentes de Nueva Zelanda (Barrero, 1987) y materiales establecidos en Colombia. Se tomaron registros de producción y peso de los frutos de cada árbol, como parámetros para la selección de cultivares (Quintero 2003). En una primera etapa de selección se propagaron clonalmente las plantas que tenían mayor producción y más grande calibre del fruto. Los 15 mejores cultivares, se usaron para establecer las primeras plantaciones tecnificadas de feijoa, en los departamentos de Cundinamarca, Boyacá y Caldas, entre los 1800 y 2700m. Estos 15 cultivares presentaron frutos con un promedio superior a 60g y producciones de 20 Kg/planta año (Quintero 2003). En las plantaciones establecidas con los primeros cultivares seleccionados, se evaluó la floración, el cuajamiento de frutos y las cosechas. Las tendencias mostradas por los patrones fueron similares a las plantas propagadas. Cuando los cultivares se sembraron a 2600 m, el comportamiento del clon UN (Simijaca, Cundinamarca) y 8-4 (Chía, Cundinamarca) se destacó al aumentar la productividad y el calibre de los frutos. Hacia los 1800 m, el clon 41 mostró un aumento en la productividad. En una segunda fase de selección de cultivares se hicieron evaluaciones sensoriales

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de los cultivares y pruebas de frigoconservación (Ramírez, 1997). De los cultivares de la finca CENAF, se realizó una preselección que determino que los mejores sabores del fruto se encontraban en 8-4 y 41. En los laboratorios de Carulla Vivero S.A. (hoy Almacenes Éxito SA), se realizaron análisis sensoriales para frutas de 8-4, 41 (“Quimba”) y cosechas de un tercer cultivar que provenía de Manizales, Caldas. El panel de degustación fue compuesto por 17 jueces que consumían regularmente feijoa. Los resultados concluyeron que el cultivar 41(Quimba) tiene un excelente nivel de preferencia, el 8-4 es bien aceptado entre los consumidores, mientras que el cultivar de Manizales fue rechazado por los evaluadores (Quintero, 2003). El cultivar 15-1, en las condiciones de Tena, Cundinamarca a 2000m, presenta producciones anticipadas a los cultivares 8-4 y 41. La planta patrón de 15-1 en CENAF y de sus plantas propagadas clonalmente en Tena, Cundinamarca y Tenjo, Cundinamarca a 2600m, presentan floraciones abundantes, durante todo el año. Para el establecimiento de nuevos cultivos tecnificados de feijoa, se usan 5 de los cultivares seleccionados de la finca CENAF; 41, 8-4, 15-1, UN y K3. Es importante establecer más de un cultivar en una plantación, con el objetivo de optimizar la polinización de las flores. Hacia los 2600 m, se siembran mayoritariamente los cultivares 8-4 y UN, mientras que hacia los 1800 m se establecen una mayor cantidad de plantas de los cultivares 41 y 15-1.

Poda, formación del árbol y ortopedia En los cultivos tecnificados de feijoa, la poda es fundamental. Las podas en la feijoa inducen floración, mejoran la productividad y la calidad de las cosechas (Quintero, 2003) y pueden usarse para hacer controles fitosanitarios. Podas de formación. La formación propuesta por Quintero (2003), consiste en árboles en forma de cono, con un eje central y 12 ramas primarias desprendiéndose en un ángulo de 90 grados (3 pisos de 4 ramas cada uno). Este tipo de formación presenta varias ventajas frente a otro tipo de podas y plantas con crecimiento libre. Para que las ramas primarias puedan agobiarse y formar ángulos de 90° respecto al eje principal, es necesario ayudarse de estacas y pitas. A esta labor se le ha denominado “ortopedia”. La ventaja más importante es la buena distribución de la cosecha en las ramas primarias. La floración de las ramas primarias y secundarias se obtiene desde la parte más proximal al tronco hasta la más distal. En árboles de crecimiento libre o podas que permitan ramas paralelas al eje principal, la floración se acumula en las puntas y son altamente vulnerables a la Botrytis. El crecimiento longitudinal de las plantas puede ser controlado, dejando espacios adecuados para la entrada de luz por las calles y para el tránsito dentro del huerto, facilitando las actividades de cosecha y control de plagas. Otra ventaja que se tiene en esta formación es la sanidad obtenida en ramas, hojas, flores y frutos, gracias a la mayor iluminación y aireación en todos los estratos de la planta. Los frutos que se obtienen en plantas formadas son de mayor calibre y presentan un

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mejor porcentaje de flores polinizadas, que las de libre crecimiento. El crecimiento del eje principal se trunca máximo a 2,5m, sin que se afecte la productividad (Quintero, 2003). Plantas que crezcan más de 2,5 m, no tienen una buena parte de sus cosechas al alcance de los operarios. Cuando los frutos no pueden ser cosechados en la planta, la calidad se afecta notoriamente, debido a que cuando caen al suelo reciben un golpe que produce manchas pardas en la corteza y su estado de maduración es apto para consumir, pero muy avanzado para el proceso de comercialización. Algunas industrias evitan comprar frutas que son cosechadas en el suelo, para evitar factores de contaminación. Cuando la cosecha se realiza con la ayuda de una escalera, esta actividad se hace costosa y lenta. Los mejores resultados se han obtenido con árboles de tres pisos. Un total de 12 ramas primarias, aunque en algunos cultivos se tienen plantas con 16 ramas, pero en condiciones de muy buena luminosidad. Podas de producción y mantenimiento. Las necesidades del mercado, exigen labores por parte del agricultor que permitan programar las cosechas, para cuando exista mayor demanda. En el caso de las comercializadoras internacionales, la mayor demanda se presenta cuando hay invierno en el hemisferio Norte. Quintero (1993), sugiere la programación de las cosechas por medio de podas. Aunque la regulación de las cosechas se encuentra altamente influenciada por los periodos de bajas precipitaciones en épocas de floración, la realización de podas puede inducir rebrotes con nuevas flores. Quintero (2003), muestra que cuando el árbol se encuentra con buena fertilidad, es decir con botones florales, flores y cuajas, los rebrotes que se estimulan con las podas se encuentran acompañados de una buena cantidad de nuevos botones florales, mientras que la respuesta a las podas en árboles con baja fertilidad es más pobre en la estimulación de nuevas floraciones. Para plantas con baja fertilidad, donde se necesite realizar podas de mantenimiento, se recomienda aplicaciones foliares con fósforo. García et al (2008), mostro que aplicaciones de KH2PO4 al 0,5% incrementan la floración en plantas de feijoa del cultivar 41. Las podas de producción y mantenimiento consisten en retirar las ramas secundarias y terciarias que crecen paralelas al eje central (chupones). En las ramas adecuadamente agobiadas se controla el crecimiento para que no invadan las calles o empiecen a competir por el espacio de la planta siguiente. Al eje central se le despunta, máximo a los 2,5 m. para evitar producciones por encima de este porte.

Polinización de flores de feijoa En la feijoa, la polinización cruzada aumenta el porcentaje de flores cuajadas, con valores entre el 80 y 90%, mientras que en la autofecundación se obtiene la mitad de las cuajas (Fischer, 2003). Los frutos provenientes de flores polinizadas con polen de otros cultivares son de mayor calibre que los autofecundados (Azam et al, 1981) La polinización de flores de feijoa se realiza por pájaros e insectos diferentes a la abeja (Apis mellifera) (Sotelo, 1990). En Colombia, la polinización de las flores de feijoa

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está asociada a las poblaciones de pájaros consumidores de pétalos (Quintero, 2003). Los pájaros cumplen una doble función en los cultivos de feijoa, por un lado, polinizan las flores cuando recorren y consumen toda la corola y por otro retiran los pétalos evitando la proliferación de la Botrytis. Dentro de la población de pájaros que poliniza la feijoa en Colombia, la mirla negra (Tordus fuscater) es la especie de mayor importancia.

Aspectos nutricionales La feijoa en Colombia es una planta rústica que soporta deficiencias en varios elementos y puede sobrevivir en pH hasta de 4,0; sin embargo, las producciones en estas condiciones extremas son pobres y de baja calidad. En cultivos que buscan altas producciones, es necesario manejar la fertilización a partir de un análisis de suelos y uno foliar. El trabajo realizado por Over Quintero, que durante más de 20 años realizó análisis de suelos en cultivos tecnificados de feijoa en Cundinamarca y Boyacá entre los 1800 y 2700m, mostró que hay dos deficiencias notorias en la calidad del fruto asociadas a problemas nutricionales. Las cosechas con frutos que presentan pigmentaciones pardas, rajaduras, clorosis y poca vida poscosecha (inferior a 3 días), se asociaron a cultivos que tenían suelos con una relación Ca/Mg igual o superior a 10. La corrección de esta deficiencia del fruto se realiza con aplicaciones de 3 Kg/planta año, de cal dolomita. La relación calcio magnesio de la cal dolomita corrige la proporción en el suelo (Quintero, 2003). Suelos con pH inferiores a 5,0 y con niveles bajos de nitrógeno se asocian a frutas cloróticas y con menos días postcosecha. Este problema se corrige con enmiendas de cal dolomita de 3kg/planta año y suministros en el suelo fertilizantes NPK ricos en Nitrógeno (17-6-18-6, 18-18-18 o simplemente urea). Por lo menos 500 gramos cada cuatro meses. Aporte de elementos menores pueden adicionarse con base en un análisis de suelos. El boro, es incorporado fácilmente por las plantas de feijoa. Por eso aunque aparezca bajo en el suelo puede estar alto en la planta. Fertilizaciones excesivas en boro pueden causar desfoliación en las plantas de feijoa (Quintero 2003). La fertilización con abonos ricos en fósforo, como DAP o el 10-30-10, aumentó la floración y cuajado en la finca Mesopotamia, ubicada en San Francisco, Cundinamarca a 1850m. Los altos costos de los fertilizantes químicos en Colombia, han incrementado el uso de abonos orgánicos como complemento en la fertilización. En las fincas CENAF, Romeron, Mesopotamia y El Cortijo, se han incorporado hasta 10 kg por planta al año de compost y gallinaza y se ha adicionado Microorganismos Eficientes (EM), que aceleran la descomposición de la materia orgánica. Los resultados en floración son muy buenos, equiparables a los obtenidos con fertilizaciones químicas. Sin embargo, las mejores producciones se siguen obteniendo con fertilización química. El uso de materia orgánica es importante en terrenos con altas inclinaciones y las precipitaciones son altas, debido a que disminuyen las pérdidas de nutrientes que se dan en lavado de los suelos.

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García, et al (2008), en plantas del cultivar 41 (Quimba), en la finca El Cortijo, concluyó que aplicaciones de KH2PO4 al 0,5 % aumentan el porcentaje de frutos cuajados. De la misma manera el KH2PO4 al 0,5 % fue el tratamiento más exitoso como inductor floral. En los cultivos asistidos técnicamente por DisFruta Las Feijoas, se emplea actualmente fertilizantes foliares ricos en fósforo para incrementar la floración. Durante el desarrollo del fruto se ha usado el Nitrato de Potasio (KNO3). Las aplicaciones foliares y edáficas de este compuesto pueden ayudar en el aumento del calibre del fruto y en la cantidad de frutos cuajados, sin embargo, es necesario un trabajo estadístico fuerte que lo demuestre.

Algunas plagas en Colombia que afectan la feijoa Con el crecimiento del cultivo de feijoa en Colombia, se han vendió identificando y controlando tres tipos de plagas en las plantaciones. Insectos que ovopositan los frutos, comedores de follaje y consumidores de frutos. La plaga más importante y temida en Colombia es la mosca de la fruta (principalmente Anastrepha frateculus). Los daños ocasionados por las larvas en la pulpa del fruto impiden la comercialización de las cosechas. Un fruto de feijoa con larvas de mosca presenta en la mayoría de su pulpa un color café oscuro, desagradable para el consumidor. Los frutos afectados no se pueden industrializar porque la pulpa se encuentra excesivamente oxidada y las industrias desechan este tipo de cosechas. En Colombia la exportación de feijoa se encuentra limitada por la presencia de las plagas cuarentenarias Anastrepha fraterculus y Ceratitis capitata (Flórez, 2003). Estados Unidos no recibe feijoa proveniente de Colombia por este problema. El género Anastrepha se encuentra en el hemisferio Occidental y principalmente en la zona tropical y subtropical de América. En Colombia se distribuye ampliamente en las zonas templadas y cálidas donde predominan frutales (Benavides y Mora, 2003). Los cultivos de la sabana de Bogotá no tienen registros de fruta contaminada con larvas de mosca, sin embargo, en otras zonas productoras de feijoa hacia los 2600m como en Tibasosa y Duitama, Boyacá este problema es frecuente y limitante para la comercialización de las cosechas. Por debajo de los 2200 m es importante realizar monitoreos durante todo el año, de la mosca de la fruta, para desplegar controles oportunos y eficientes que impidan el daño en la cosecha. El ciclo de vida de Anastrepha puede variar según las especies. En estado adulto, ante de la ovoposición en los frutos, la mosca dura entre 15 y 17 días, los huevos entre 3 y 4 días, las larvas entre 13 y 16 días y las pupas entre 14 y 18 días (Benavides y Mora, 2003) El ICA (Instituto Colombiano Agropecuario), obliga a la instalación de trampas para el monitoreo de poblaciones de mosca de la fruta en cultivos de feijoa certificados para exportar. Las trampas requeridas son McPhail y Jackson.

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El mejor monitoreo que se puede realizar para poblaciones de mosca de la fruta es directamente en la fruta. En varios cultivos las moscas no caen en las trampas MacPhail y Jackson, pero si puede se presentan larvas en los frutos. Manejo del problema de la mosca de la fruta en la feijoa debe ser integrado (MIP). La práctica cultural más importante en el control de la mosca de la fruta es la adecuada cosecha de los frutos. En el caso de tener el problema en el cultivo, las cosechas se deben programar 2 o 3 veces por semana, con objetivo de no permitir frutos en el suelo. Los frutos afectados deben enterrarse. Si se evita que frutos afectados lleguen al suelo, se corta el ciclo de la mosca entre larva y pupa. Para el control del adulto, se pueden hacer aplicaciones con insecticidas Piretroides, haciendo fumigaciones cada 8 días. Cuando la población de las moscas baje, las aplicaciones se pueden distanciar entre 15 y 20 días. Una estrategia efectiva para el control de la mosca adulta, es la mezcla de piretroides con un cebo. El cebo más eficiente para las moscas de la fruta es proteína hidrolizada de soya o maíz. Las aplicaciones del cebo – insecticida se pueden hacerse en la mitad del cultivo. Una fila se fumiga y la otra no. El control con este sistema es eficiente y los costos operativos menores.

Algunas enfermedades de la feijoa em Colombia Con el aumento del cultivo de feijoa en Colombia se ha incrementado los agentes bióticos causantes de enfermedades. Existen varias enfermedades en Colombia, pero la más importante y causante de la mayor pérdida en cosechas es la Botrytis cinérea. La acción de este hongo se da principalmente en las flores, donde causa la pudrición de pétalos y la posterior caída de todo el órgano. En épocas de intensas precipitaciones y en árboles sin intervención de poda y formación puede ocasionar la pérdida total de cosecha. Aunque en épocas de alta precipitación su control es muy difícil, la forma más efectiva de mitigar su proliferación es mantener los árboles bien podados y formados para permitir que las flores se sequen con buena iluminación solar y aireación. El control químico con fungicidas contribuye a bajar el impacto del daño, sin embargo, en la comercialización internacional de las cosechas de feijoa, muchos de los fungicidas específicos para Botrytis no son permitidos.

Cosecha poscosecha y agroindustria El hecho de que los frutos de feijoa no cambien de coloración a través de la madures fisiológica del fruto, hace que las cosechas de feijoa sean más complejas que las de otros frutales. Los frutos de feijoa deben cosecharse en el árbol para garantizar la calidad del fruto y una adecuada poscosecha. Los frutos que se caen al suelo son rechazados y deben comercializarse como fruta industrial. Esta categoría es la de menor valor comercial. Cuando las feijoas son recolectadas en un estado de desarrollo anterior al punto

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de cosecha, los frutos no continúan su proceso de maduración en la poscosecha, son astringentes y no son agradables en el consumo humano. El punto de cosecha podría ser determinado para cada cultivar y finca, sin embargo, para efectos prácticos en campo, se puede calcular con un dinamómetro que pueda calcular la fuerza de retención que ejerce la planta sobre el fruto. En el trabajo de Valderrama (2006), se determinaron 2 índices de madurez (IM) para cosecha en los cultivares 41 (Quimba) y 8-4. IM 1 con 2000 gramos fuerza y IM 2 con 1000 gramos fuerza de retención de la planta hacia el fruto. En IM 2, la fruta pueda considerarse pintona. En el trabajo de cosecha, es importante capacitar a los operarios para halar los frutos de la planta con una fuerza en un rango entre 1000 y 2000 gramos. Es importante que no se palpe el fruto para evitar daños en la corteza, durante la poscosecha. La cosecha se debe realizar por lo menos 1 vez por semana, para evitar un porcentaje alto de caída de frutos en el suelo. En picos de cosecha o con presencia de plagas es recomendado hacer más de una cosecha por semana. La fruta de calidad exportación y para grandes superficies (cadenas de mercado nacional), se debe empacar en canastillas plásticas, entre 7 y 8 Kg. y transportada en vehículos apropiados. La fruta puede durar en poscosecha hasta 16 días manteniendo una buena calidad (cultivar 41 y 8-4) (Valderrama, 2006). Frutos cosechados adecuadamente e introducidos en una cadena de frío a 1,67 °C, por 21 días, mostraron que duran aptos para su comercialización por 29 días más (Valderrama, 2004). Este resultado respalda la comercialización internacional de la feijoa vía marítima. La feijoa es muy versátil para su transformación industrial. En el municipio de Tibasosa, Boyacá se ofrecen más de 15 productos a base de feijoa o con el fruto. La importancia de la feijoa respecto a otras frutas es su alto rendimiento en el proceso industrial de despulpado. Puede obtenerse rendimientos entre el 65% y el 85%. La feijoa se encuentra en Bogotá, entre las frutas más vendidas en forma de pulpa (Niño, 2009). Los altos contenidos en la feijoa de yodo orgánico (Hoffman et al, 1994) y flavonoides con propiedades antimicrobianas y antioxidantes (Vuotto et al, 2000), hacen de este fruto un producto promisorio para la obtención de medicamentos y cosméticos. A nivel empírico el uso de feijoa sobre heridas e infecciones en la piel, acelera y mejora el proceso de cicatrización.

Mercadeo y comercialización El ministerio de Agricultura y Desarrollo rural (2001), estima que en Colombia hay más de 550 hectáreas cultivadas en feijoa. Menos del 10 %, podrían estar comercializando feijoa a nivel internacional. La alta demanda del mercado exportación invita a los productores a mejorar tecnológicamente sus cultivos y a establecer nuevos cultivos con cultivares seleccionados. Actualmente más de 15 comercializadoras internacionales ubicadas en Bogotá y Medellín, realizan pequeños despachos semanales de feijoa a varios países en Europa. DisFruta Las Feijoas vendió aproximadamente 40 toneladas de feijoa, durante el

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año 2013, a exportadoras de Bogotá D.C. El consumo nacional de feijoa es mayor que el exportado en Colombia. La gran mayoría de las grandes superficies y cadenas de supermercados de Bogotá D.C., venden feijoa fresca y procesada. La calidad que exigen estos establecimientos es alta, similar a la fruta tipo exportación.DisFruta Las Feijoas, comercializa 5 categorías de feijoa.

• Fruta Selecta: superior a 81 gramos. Vendida a cadenas de supermercados como fruta de primera y a exportadoras

• Fruta Corriente: entre 61 y 80 gramos. Vendida a cadenas de supermercados como fruta de primera y exportadoras.

• Fruta Pequeña: entre 41 y 60 gramos. Vendida como fruta de 2da categoría a supermercados y a exportadoras.

• Fruta “2P”: entre 21 y 40 gramos. Vendida a industrias para alto rendimiento.• Fruta industrial. Menor de 20 gramos y con daños en la corteza o muy madura.

Vendida a industrias grandes. Los precios de la feijoa se mantienen más estables que otras frutas, sin embargo, disminuyen con el aumento de la oferta de fruta proveniente de Caldas y Boyacá. El promedio para un agricultor oscila alrededor de U$1 /kg, aunque depende principalmente de la calidad de su cosecha Los cambios en los precios de la feijoa son pequeños, gracias a su tardío rendimiento. En otros cultivos de más rápido rendimiento, los altos precios de un producto disparan el establecimiento de nuevos cultivos, generando descensos importantes de los precios con las nuevas cosechas.

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Indicação Geográfica - Potencial da fruticultura temperada no Sul do Brasil, desafios, valorização de um produto e ganhos para sociedade

Patrícia Metzler Saraiva

Agrônoma/Mestre em Ecologia, Auditora Fiscal Federal Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Coordenadora de Indicação Geográfica de Produtos Agropecuários - CIG, na Coordenação Geral de Qualidade - CGQ, no Departamento de Sistemas de Produção e Sustentabilidade - DEPROS, na Secretaria de Mobilidade Social do Produtor Rural e do Cooperativismo - SMC. Endereço: Esplanada dos Ministérios, Bloco D, Anexo B, salas 106-110. Brasília-DF. Telefone: 61 3218 2921. E-mail: [email protected].

Pretende-se com este texto, apresentar o conceito de Indicação Geográfica - IG, seu surgimento, internalização no Brasil e números atuais. Busca-se dar subsídios para aprofundar a discussão do potencial do país na temática para todos os produtos e não apenas tratar especificidades para a fruticultura temperada de uma forma distante da realidade das regiões e de sua organização. Entende-se a IG deve ser um processo endógeno, que deve partir dos próprios produtores, o que pode ficar melhor esclarecido após a leitura deste texto.

As Indicações Geográficas sugiram quando consumidores e comerciantes passaram a identificar sabores e qualidades diferenciadas em produtos que vinham de determinados lugares. Estas características particulares podiam ser atribuídas a sua origem geográfica e os produtos passaram a ser chamados pelo nome geográfico de sua procedência ou ser associados a este. O bronze de Corinto, o mármore de Carrara, os vinhos de Falernum são exemplos desta associação (Bruch 2011).

O renome alcançado por alguns produtos trouxe problemas como a falsificação e a usurpação dos seus nomes, o que resultou em uma das primeiras proteções de Indicação Geográfica. Em Portugal, no ano de 1756, Marques de Pombal, em função da redução nas exportações do vinho do Porto para a Inglaterra, que tinham relação com uma grande oferta de produtos falsificados e usurpações dessa denominação, agrupou os produtores na Companhia dos Vinhos do Porto, determinou a delimitação da área de produção, ordenou um estudo sobre as características e regras de produção e protegeu o vinho do Porto por decreto.

Após isso, os países passaram a organizar suas legislações nacionais para evitar o uso indevido de nomes de produtos, porém, com a ampliação do comércio internacional, alguns tratados foram necessários para regular não só as IGs mas também outros direitos de propriedade intelectual (Cerdan et al 2014). Desde 1883, com a Convenção da União de Paris para a proteção da propriedade Industrial (CUP), até o momento, vários acordos internacionais foram elaborados visando a proteção das Indicações Geográficas e Denominações de Origem. O Brasil não aderiu a todos os acordos de proteção de IG. No entanto, com a adesão à Organização Mundial do Comércio - OMC e a internalização do Acordo sobre Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio (sigla TRIPS em inglês), por meio do Decreto 1.355/1994, o Brasil desencadeou o processo

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de reconhecimento das indicações geográficas brasileiras pela publicação da Lei 9.279, de 14 de maio de 1996 (Locatelli & Souza 2016).

Esta lei define que constituem a Indicação Geográfica a Indicação de Procedência ou a Denominação de Origem e delega ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial – INPI o estabelecimento das condições para seu registro no Brasil (hoje, por meio da Instrução Normativa INPI no 25/2013).

A IG é um ativo de propriedade intelectual no Brasil e em diversos países no mundo. A propriedade intelectual é territorial e cada país acaba por proteger indicações geográficas como considera mais apropriado. Alguns, dentro dos sistemas de proteção de marcas como os Estados Unidos e Austrália, outros em sistemas sui generis como a União Europeia e Argentina, por exemplo.

Independente da forma de proteção, as Indicações Geográficas podem trazer diversos benefícios para os consumidores, produtores e para a região e podem ser consideradas como ferramentas de desenvolvimento territorial. Diversos autores citam que os benefícios das Indicações Geográficas podem ter diferentes dimensões como: econômicos (agregação de valor, acesso a novos mercados internos e para exportação); socioculturais (associativismo, valorização de saberes, manutenção no meio rural e em regiões menos favorecidas), e ambientais (conservação da biodiversidade, dos recursos genéticos locais e conservação do meio ambiente) (Cerdan et al 2014). Todavia, o registro da IG não garante a efetivação destes benefícios. O sucesso econômico pode, inclusive, gerar efeitos negativos no território, ao contrário do que se espera de uma região com Indicação Geográfica.

A organização dos produtores e envolvimento de toda cadeia produtiva são primordiais para o sucesso de uma IG. Este conjunto de atores deve estar sensibilizado e preparado para promover e proteger o seu produto e sua região. É preciso internalizar que a IG é um bem de todos que estão na região delimitada.

O produto precisa manter a qualidade que lhe deu reputação. Ele não precisa ser homogêneo, mas todos os produtos devem ter garantidas as especificidades que que lhes conferiram notoriedade. A elaboração do Regulamento de Uso deve ser feita pelos produtores e não ser rígida demais nem diferente das práticas utilizadas comumente. A construção deste documento deve respeitar os conhecimentos e técnicas envolvidos na produção do produto, como também a legislação, e permitir que seja feito o controle dos aspectos mais importantes para obtenção daquele produto diferenciado.

É necessária a delimitação da área de influência das características e dos saberes associados ao produto, sendo seu processo de elaboração, também, primordial. É preciso que seja pautada em questões técnicas (clima, solo, vegetação, etc.) e histórico-culturais criteriosas, pois garante o direito ao uso do signo distintivo (contanto que sigam o estabelecido no Regulamento de Uso e que se submetam aos controles da IG) a todos os produtores que estejam inseridos na área, mesmo aos que não participem das discussões e articulações no momento do registro. Os produtores de fora da delimitação geográfica estarão excluídos desse processo.

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Políticas públicas deveriam convergir para valorização e reconhecimento de produtos que valorizam seus territórios. Os recursos são escassos e as instituições precisam trabalhar de forma coordenada para auxiliar, tanto antes e quanto depois do registro da IG, para que os benefícios possam ser melhor distribuídos e internalizados no território, sem criar dependência. Além disso, é importante que se faça uma análise adequada dos reais benefícios do reconhecimento para aquele produto e região específica, verificar se estão presentes os requisitos que caracterizam uma IG ou se outro signo coletivo pode atender melhor às necessidades daquela região (Locatelli 2016).

Os consumidores nacionais precisam conhecer e valorizar nossos produtos típicos e com Indicação Geográfica, entender o que neles está embutido para que possam escolher de forma consciente. Os produtores, por sua vez, devem investir em estratégias de promoção dos seus produtos diferenciados e dos seus territórios de forma coletiva.

O Brasil é um país rico em diversidade cultural e biológica. Nossa história, nossa diversidade étnica, nosso conhecimento tradicional e nossa biodiversidade imprimem aos produtos características e sabores particulares, especiais e típicos. Precisamos aprender a valorizar e preservar estas especificidades que só um país como o nosso pode ter.

O registro das Indicações Geográficas é de responsabilidade do Instituto Nacional da Propriedade Industrial – INPI. Até 30 de março de 2018, estavam registradas no país 66 Indicações Geográficas (48 Indicações de Procedência nacionais; 10 Denominações de Origem nacionais e 8 estrangeiras). Das nacionais, 42 são agropecuárias (Figura 1). A Cachaça não é registrada no INPI mas foi protegida como IG por meio do Decreto 4.062, de 21 de dezembro de 2001, no intuito de garantir proteção a um produto genuinamente brasileiro1. Portanto o país totaliza hoje 59 Indicações Geográficas nacionais e 8 estrangeiras.

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Fonte: http://www.inpi.gov.br/menu-servicos/indicacao-geografica/pedidos-de-indicacao-geografica-no-brasil, consultada em 30/04/2018. Figura elaborada pela Coordenação de Indicação Geográfica de Produtos Agropecuários – CIG/MAPA.

Figura 1. Indicações Geográficas agropecuárias, por tipo de produto, registradas no INPI.As frutas, os vinhos e o café despontam como os produtos mais protegidos com

Indicação Geográfica no Brasil. Nosso potencial é imenso para estes produtos e para muitos outros. O MAPA tem identificadas 282 regiões com produtos agropecuários diferenciados que podem vir a ser ou já são Indicações Geográficas registradas (Figura 2). Esta avaliação está em constante revisão, pois novas regiões e produtos são identificados regularmente com a frequente divulgação dos conceitos entre técnicos do MAPA e parceiros.

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Fonte: Coordenação de Indicação Geográfica de produtos agropecuários – CIG/MAPA

Figura 2. Ilustração da distribuição espacial de regiões com produtos diferenciados com potencial para Indicação Geográfica.

Entre os cafés temos um levantamento inicial de 26 regiões potenciais e apenas 5 registradas - são 6 registros no INPI, mas 5 regiões (a Região do Cerrado Mineiro foi registrada como IP, em 2005 e como DO, em 2013). Para frutas, temos 44 produtos potenciais e apenas 7 registrados (Vale do Submédio São Francisco para manga e uva de mesa; Linhares para cacau em amêndoas; Mossoró para melão; Carlópolis para goiaba; Marialva pra uvas finas de mesa, Maués para guaraná e Sul da Bahia para amêndoas de cacau). Nosso levantamento para frutas é certamente subestimado.

Apesar do grande potencial, o Brasil aproveita e conhece pouco as Indicações Geográficas. Na União Europeia, vários países protegem seus produtos com Indicação Geográfica e, segundo um estudo finalizado em 2012 pela AND – International por solicitação da Comissão Europeia, os produtos protegidos podem chegar a ter 2,23 vezes maior valor que produtos similares. Vinhos e bebidas espirituosas alcançam os maiores valores. Em frutas e vegetais, a valorização observada foi 1,29 do valor de produtos similares. Produtos processados e mais elaborados atingem maiores valores que produtos crus e frescos (AND – International 2012). Mesmo na UE, o consumo de produtos com IG varia significativamente entre os países, e da relação dos consumidores com a cultura da IG e com seus próprios produtos (EUIP 2016). Fica clara a necessidade de se investir na divulgação do conceito no Brasil, tanto entre produtores quanto consumidores, para que nossas IGs possam ser valorizadas e que todos os benefícios esperados possam se concretizar nas regiões delimitadas.

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Quanto ao potencial da fruticultura temperada especificamente, buscou-se aqui dar subsídios para que produtores, técnicos e pesquisadores da Região Sul avaliem o potencial a ser desenvolvido. Buscou-se informar que os benefícios potenciais de uma Indicação Geográfica não são garantidos, mas que se os produtores estão realmente envolvidos e se têm governança sobre todo o processo, se o produto tem um diferencial conhecido e atribuído à região, os requisitos mais importantes já existem. O desenvolvimento dos documentos necessários ao registro é parte necessária, porém menos complexa, e muitas instituições podem colaborar neste sentido. Os maiores desafios vêm depois do registro, exigem muito trabalho e dedicação dos detentores do registro, mas podem levar ao alcance de importantes benefícios coletivos para a região.

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i Junto ao INPI estão registradas 3 IGs com denominações específicas (IP Paraty, IP Região de Salinas e IP Microrregião de Abaíra).