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© 2012 COAD

CURSO PRÁTICO – IRPJTodos os direitos reservados

Produção Editorial: Cetex – Estudos Técnicos de ExcelênciaDireitos Autorais: COAD

Autor: Equipe Técnica COADCoordenação Editorial: Crystiane Cardoso de Souza

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Equipe Técnica COADColeção CURSO PRÁTICO – IRPJ – Volume VII.Rio de Janeiro: COAD, 2012.

ISBN: 978-85-63302-66-3

2012

1ª edição – 1ª impressão

Proibida a reprodução total ou parcial de qualquer matéria sem prévia autorização.

Os infratores serão punidos na forma da lei.

Atualização Profissional COAD Ltda.

Av. Armando Lombardi, 155Barra da Tijuca – Rio de Janeiro

CEP: 22640-020 – Tel: 2156-5900www.coad.com.br

APRESENTAÇÃO

O Curso Prático, composto de 12 volumes, traz, de forma detalhada,os procedimentos para apuração do lucro real, do lucro presumido e dolucro arbitrado, bases de cálculo do Imposto de Renda da pessoa jurídica.Os trabalhos contidos no Curso Prático são ilustrados com fartaexemplificação prática visando facilitar o entendimento de cada tema.Neste volume, constam os seguintes temas:– Provisões: neste trabalho relacionamos as provisões que poderão serdeduzidas na determinação do lucro real e da base de cálculo da CSLL;– Perdas no Recebimento de Créditos: examinamos as regras a seremobservadas para dedução das perdas efetivas com créditos decorrentes daatividade da pessoa jurídica, na apuração do lucro real e da base decálculo da CSLL;– Retiradas: embora as empresas possam fixar livremente a forma deremunerar os seus administradores ou dirigentes, a dedutibilidade dasretiradas como custo ou despesa operacional requer a observância de certospreceitos que examinamos neste trabalho;– Arrendamento Mercantil: apresentamos as condições a seremobservadas pela pessoa jurídica arrendatária para deduzir, como custo oudespesa operacional, as contraprestações pagas ou creditadas por força decontrato de leasing ou arrendamento mercantil de bens empregados emsua atividade.

Boa leitura!

Equipe Técnica COAD

Índice

PROVISÕESDedutibilidade

1. PROVISÃO PARA FÉRIAS......................................................................................... 1

1.1. ÉPOCA DA PROVISÃO ................................................................................... 1

1.2. LIMITE DA PROVISÃO .................................................................................... 1

1.3. CONTAGEM DE DIAS DE FÉRIAS.................................................................. 1

1.4. VALORES INTEGRANTES .............................................................................. 1

1.5. REVERSÃO DO SALDO NÃO UTILIZADO...................................................... 1

1.6. PROCEDIMENTO QUANDO A PROVISÃO NÃO É CONSTITUÍDA............... 1

1.7. EXEMPLO PRÁTICO ....................................................................................... 2

1.8. PROVISÃO CONSTITUÍDA EM 30-6-2012...................................................... 2

1.9. UTILIZAÇÃO DA PROVISÃO EM JULHO/2012............................................... 3

1.10. REVERSÃO DO SALDO NÃO UTILIZADO...................................................... 6

1.11. CONSTITUIÇÃO DA PROVISÃO EM 31-7-2012 ............................................. 7

2. PROVISÃO PARA O 13º SALÁRIO ............................................................................ 8

2.1. ÉPOCA DA PROVISÃO ................................................................................... 8

2.2. PROVISÃO EXCEPCIONAL EM 31 DE DEZEMBRO...................................... 9

2.3. LIMITE DA PROVISÃO .................................................................................... 9

2.4. VALORES INTEGRANTES .............................................................................. 9

2.5. REVERSÃO DO SALDO NÃO UTILIZADO...................................................... 9

2.6. PROCEDIMENTO QUANDO A PROVISÃO NÃO É CONSTITUÍDA............... 9

2.7. PAGAMENTO DA PRIMEIRA PARCELA DO 13º SALÁRIO ........................... 9

2.8. EXEMPLO PRÁTICO ....................................................................................... 10

3. PROVISÃO PARA PERDAS DE ESTOQUES DE LIVROS........................................ 14

3.1. CÁLCULO DA PROVISÃO ............................................................................... 14

3.2. REGISTROS CONTÁBEIS............................................................................... 14

3.3. DEDUTIBILIDADE ............................................................................................ 15

3.4. EXEMPLO PRÁTICO ....................................................................................... 15

PERDAS NO RECEBIMENTODE CRÉDITOS

Condições de Dedutibilidade

1. PERDAS NO RECEBIMENTO DE CRÉDITOS .......................................................... 19

1.1. INSTITUIÇÃO FINANCEIRA EM PROCESSO DE LIQUIDAÇÃOEXTRAJUDICIAL ............................................................................................... 19

2. PERDAS NÃO DEDUTÍVEIS ...................................................................................... 20

3. REGISTRO CONTÁBIL DAS PERDAS....................................................................... 20

3.1. BAIXA DEFINITIVA .......................................................................................... 20

3.2. DESISTÊNCIA DA COBRANÇA JUDICIAL ..................................................... 20

4. CRÉDITOS RECUPERADOS ..................................................................................... 21

4.1. RENEGOCIAÇÃO DE DÍVIDA POR INSTITUIÇÃO FINANCEIRA .................. 21

5. ENCARGOS FINANCEIROS ...................................................................................... 21

5.1. NA EMPRESA CREDORA ............................................................................... 21

5.2. NA EMPRESA DEVEDORA ............................................................................. 21

6. EXEMPLO PRÁTICO .................................................................................................. 22

RETIRADASTratamento Tributário

1. EXTINÇÃO DOS LIMITES DE RETIRADAS............................................................... 25

1.1. IMPOSSIBILIDADE DE PAGAMENTO ............................................................ 25

2. BENEFICIÁRIOS......................................................................................................... 25

2.1. SÓCIOS............................................................................................................ 25

2.2. DIRETORES..................................................................................................... 26

2.3. ADMINISTRADORES....................................................................................... 26

2.4. EMPRESÁRIOS .............................................................................................. 26

3. DIRIGENTES NA CONDIÇÃO DE EMPREGADOS ................................................... 26

3.1. ACIONISTA OU SÓCIO-EMPREGADO........................................................... 26

3.2. DIRETOR-EMPREGADO ................................................................................. 27

3.3. ADMINISTRADORES-EMPREGADOS............................................................ 27

4. VALOR DAS RETIRADAS .......................................................................................... 27

4.1. MONTANTE DAS RETIRADAS........................................................................ 27

5. ENCARGOS SOCIAIS ................................................................................................ 28

5.1. DEPÓSITOS AO FGTS .................................................................................... 28

5.2. CONTRIBUIÇÕES AO INSS ............................................................................ 28

6. CONDIÇÕES DE DEDUTIBILIDADE.......................................................................... 28

6.1. RETIRADAS NÃO FIXADAS EM REAIS.......................................................... 28

7. VALORES NÃO DEDUTÍVEIS .................................................................................... 28

8. REMUNERAÇÕES DE CONSELHEIROS FISCAIS E CONSULTIVOS ..................... 28

9. ADIÇÃO NA PARTE “A” DO LALUR........................................................................... 29

10. REMUNERAÇÃO INDIRETA A ADMINISTRADORES ............................................... 29

10.1. VALORES INTEGRANTES DA REMUNERAÇÃO DOS BENEFICIÁRIOS ..... 2910.2. BENEFICIÁRIOS NÃO IDENTIFICADOS OU IDENTIFICADOS E NÃO

INDIVIDUALIZADOS ........................................................................................ 2910.3. DESPESAS COM DEDUÇÃO VEDADA A PARTIR DE 1º DE

JANEIRO DE 1996 ........................................................................................... 3011. GRATIFICAÇÕES OU PARTICIPAÇÕES NOS LUCROS.......................................... 30

ARRENDAMENTO MERCANTILTratamento Tributário

1. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL ......................................................................................... 32

2. CONCEITO.................................................................................................................. 32

3. BENS OBJETO DO LEASING .................................................................................... 32

4. MODALIDADES DE ARRENDAMENTO MERCANTIL ............................................... 32

4.1. ARRENDAMENTO MERCANTIL FINANCEIRO .............................................. 32

4.2. ARRENDAMENTO MERCANTIL OPERACIONAL .......................................... 33

4.3. COMPARAÇÃO DAS MODALIDADES ............................................................ 33

5. NORMAS PARA A ARRENDADORA.......................................................................... 33

5.1. CONSTITUIÇÃO E FUNCIONAMENTO .......................................................... 33

6. FORMALIZAÇÃO DOS CONTRATOS DE LEASING ................................................. 33

6.1. DADOS OBRIGATÓRIOS ................................................................................ 34

7. PRAZOS MÍNIMOS..................................................................................................... 34

8. VALOR DAS CONTRAPRESTAÇÕES ....................................................................... 35

9. TRATAMENTO TRIBUTÁRIO DAS CONTRAPRESTAÇÕES.................................... 35

9.1. CONDIÇÃO PARA A DEDUTIBILIDADE ......................................................... 35

9.1.1. Bens Locados pela Arrendatária ......................................................... 35

9.1.2. Bens Utilizados por Dirigentes ou Terceiros ....................................... 36

9.2. MOMENTO DA DEDUÇÃO .............................................................................. 36

10. VALOR RESIDUAL GARANTIDO............................................................................... 36

10.1. ANTECIPAÇÃO DO VALOR RESIDUAL GARANTIDO ................................... 37

11. EXERCÍCIO DA OPÇÃO DE COMPRA...................................................................... 37

11.1. DEPRECIAÇÃO DOS BENS INTEGRADOS AO ATIVO ................................. 37

11.1.1. Condição para a Dedutibilidade dos Encargos ................................... 37

12. BENFEITORIAS EM BENS ARRENDADOS............................................................... 37

12.1. AMORTIZAÇÃO DAS BENFEITORIAS............................................................ 37

12.1.1. Condição para a Dedutibilidade dos Encargos ................................... 37

13. DESCARACTERIZAÇÃO DO CONTRATO DE LEASING .......................................... 37

13.1. DESCUMPRIMENTO EM FUNÇÃO DO PRAZO DO CONTRATO ................. 38

13.2. DESCUMPRIMENTO EM FUNÇÃO DO BEM OBJETO DO CONTRATO ...... 38

13.3. DECISÃO DA SRRF......................................................................................... 38

13.4. DECISÕES DO CONSELHO DE CONTRIBUINTES ....................................... 38

13.5. DECISÃO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA....................................... 40

14. OPERAÇÕES DE LEASE BACK ................................................................................ 41

14.1. PERDA NA VENDA DO BEM........................................................................... 42

15. ARRENDADORA NO EXTERIOR............................................................................... 42

15.1. PARCELA A EXCLUIR DA BASE DE CÁLCULO DO IR/FONTE .................... 42

16. CONTABILIZAÇÃO ..................................................................................................... 42

16.1. AJUSTES FISCAIS DO RTT – REGIME TRIBUTÁRIO DE TRANSIÇÃO ....... 43

PROVISÕESDedutibilidade

Para fins de determinação das bases de cálculo do Imposto de Renda (IRPJ) e da Contribui-ção Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), de acordo com a legislação vigente, a pessoa jurí-dica tributada pelo lucro real pode deduzir, como custo ou despesa operacional, exclusiva-mente as seguintes provisões:a) Provisão para Férias de Empregados;b) Provisão para 13º Salário;c) Provisões Técnicas das Companhias de Seguro e de Capitalização;d) Provisões Técnicas das Entidades de Previdência Privada;e) Provisões Técnicas das Operadoras de Planos de Assistência à Saúde;f) Provisão para Perdas de Estoques de Livros, constituída pelas pessoas jurídicas queexerçam as atividades de editor, distribuidor e comércio de livros.A constituição das provisões das letras “c” a “e” é exigida em lei especial aplicável às pes-soas jurídicas mencionadas.Qualquer outra provisão que a pessoa jurídica contabilize, ainda que por força de legislaçãoespecífica, deverá ser adicionada ao lucro líquido do respectivo período de apuração, nadeterminação do lucro real e na base de cálculo da CSLL.Neste trabalho, examinamos os procedimentos para constituição das Provisões paraFérias de Empregados, para o 13º Salário e para Perdas de Estoques de Livros.

1. PROVISÃO PARA FÉRIASO objetivo da provisão para férias é apropriar no resultado de cada período de apura-ção, segundo o regime de competência, custos ou despesas futuros com a remunera-ção de férias dos empregados da pessoa jurídica.Embora a provisão seja facultativa para efeitos fiscais, a sua constituição, segundo oregime de competência, atende aos Princípios de Contabilidade.

1.1. ÉPOCA DA PROVISÃODe acordo com o Princípio da Competência, os efeitos das transações e outroseventos devem ser reconhecidos nos períodos a que se referem, independen-temente do recebimento ou pagamento.As empresas tributadas pelo lucro real podem constituir a Provisão para Fériasao final de cada período de apuração de incidência do imposto, ou seja:a) nos balanços de 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezem-

bro, se a empresa adotar o regime de apuração trimestral;b) nos balanços ou balancetes levantados durante o ano-calendário para efeito

de suspensão/redução do pagamento mensal do imposto calculado combase na receita bruta e acréscimos;

c) no balanço anual levantado em 31 de dezembro.

1.2. LIMITE DA PROVISÃOA legislação do Imposto de Renda estabelece um limite para o valor da Provi-são para Férias. Esse limite é calculado em função da remuneração percebidamensalmente pelo empregado e do número de dias de férias a que tiver direito,no final do período de apuração do imposto.

IRPJ/2012 – Nº 07 1

COAD ATC

1.3. CONTAGEM DE DIAS DE FÉRIASA contagem será efetuada de acordo com o disposto no artigo 130 da Consoli-dação das Leis do Trabalho (CLT), com a redação dada pelo artigo 1º do Decre-to-Lei 1.535/77.

Períodos CompletosApós 12 meses de vigência do contrato de trabalho o empregado terá direito aférias na seguinte proporção:a) até 5 faltas no período aquisitivo: 30 dias corridos;b) de 6 a 14 faltas: 24 dias corridos;c) de 15 a 23 faltas: 18 dias corridos;d) de 24 a 32 faltas: 12 dias corridos;e) mais de 32 faltas: o empregado perde o direito a férias.

Períodos IncompletosRelativamente aos períodos inferiores a 12 meses de serviço, na data dobalanço, tomar-se-ão por base férias na proporção de 1/12 de 30 dias por mêsde serviço ou fração superior a 14 dias, na data de apuração do balanço ouresultado (ou seja, 2,5 dias por mês ou fração superior a 14 dias).

Férias em DobroSempre que, nos termos da CLT, as férias forem devidas em dobro, os dias deférias a que fizer jus o empregado serão contados observada essa circunstân-cia.

1.4. VALORES INTEGRANTESNa constituição da Provisão para Férias podem ser consideradas as importânciasdestinadas ao pagamento de:a) férias normais, em dobro e proporcionais, cujos direitos tenham sido adquiri-

dos até a época do balanço;b) 1/3 constitucional (adicional de férias);c) encargos sociais, incidentes sobre os valores provisionados, cujo ônus seja

do empregador.

1.5. REVERSÃO DO SALDO NÃO UTILIZADOAs importâncias pagas a título de férias serão debitadas à conta de Provisãopara Férias, até o limite do valor provisionado. O saldo porventura remanes-cente, na data da apuração do resultado ou balanço seguinte, deverá ser rever-tido e, se for o caso, constituída nova provisão.Para tanto, deverá ser elaborado um novo levantamento, no qual serão consi-derados os valores devidos aos empregados a título de férias, com os encargossociais correspondentes, até o período de apuração em que estiver sendo efe-tuada a nova provisão.Em substituição a essa sistemática, a empresa poderá simplesmente comple-mentar a Provisão constituída no período de apuração anterior.

1.6. PROCEDIMENTO QUANDO A PROVISÃO NÃO É CONSTITUÍDAA pessoa jurídica que não constituir a provisão poderá computar todo o valorpago a título de remuneração de férias no próprio período de apuração do paga-mento ou crédito, ainda que tais férias se iniciem no referido período e terminemno seguinte.

IRPJ/2012 – Nº 07 2

COAD ATC

1.7. EXEMPLO PRÁTICOA empresa MINA – Fábrica de Pisos Cerâmicos Ltda. –, enquadrada no lucroreal anual, constituiu Provisão para Férias em 30-6-2012, data em que levantoubalancete do período em curso para fins de redução do pagamento mensal doIRPJ. Em 31-7-2012, data do encerramento do novo balancete de redução, osaldo não utilizado da provisão foi revertido, tendo sido constituída nova Provi-são para Férias. O cálculo das férias devidas aos empregados, bem como dosencargos sociais incidentes sobre as mesmas, foi realizado como segue.

1.8. PROVISÃO CONSTITUÍDA EM 30-6-2012

FÉRIAS VENCIDAS E PROPORCIONAIS EM 30-6-2012

Nomedo

Funcionário

I

Datade

Admissão

II

Remuneração + 1/3Constitucional

Férias Encargos Sociais

MensalR$

III

p/DiaR$

IV

Vencidas Proporcionais Totais Contrib.Previden

ciáriaR$

X =IX x 23%

Contrib.Terceiros

R$

XI =IX x 5,8%

FGTSR$

XII =IX x 8%

Dias

V

Avos

VI

Dias

VII

Dias

VIII =V+VII

R$

IX =IV x VIII

1. ANA TEIXEIRA 29-1-1999 4.523,10 150,77 30 5/12 12,5 42,5 6.407,72 1.473,78 371,65 512,62

2. ADÉLIA PINHEIRO 5-3-2001 3.904,98 130,17 30 4/12 10 40 5.206,80 1.197,56 301,99 416,54

3. ANDRÉ CARDOSO 10-6-1999 3.036,13 101,20 30 1/12 2,5 32,5 3.289,00 756,47 190,76 263,12

4. CARLA RAMALHO 8-7-1998 2.273,60 75,79 30 – – 30 2.273,70 522,95 131,87 181,90

5. DEISE SILVA 12-8-1998 1.446,47 48,22 – 11/12 27,5 27,5 1.326,05 304,99 76,91 106,08

6. JAIME DE SOUZA 14-4-2005 1.047,76 34,92 30 3/12 7,5 37,5 1.309,50 301,18 75,95 104,76

7. JOSUÉ DIAS 25-11-2005 1.095,39 36,51 – 7/12 17,5 17,5 638,92 146,95 37,06 51,11

8. ROBERTO GUEDES 2-6-2007 1.097,71 36,59 30 1/12 2,5 32,5 1.189,18 273,51 68,97 95,13

9. SÉRGIO GOMES 23-10-2008 909,20 30,31 – 8/12 20 20 606,20 139,43 35,16 48,50

10. THAÍS REIS 29-11-2006 689,70 22,99 – 7/12 17,5 17,5 402,32 92,53 23,34 32,18

Total 22.649,39 5.209,35 1.313,66 1.811,94

– o valor total a provisionar corresponde a:(IX) FÉRIAS...................................................................................R$ 22.649,39(X) CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS ................................R$ 5.209,35(XI) CONTRIBUIÇÕES DE TERCEIROS......................................R$ 1.313,66(XII) FGTS ......................................................................................R$ 1.811,94

TOTAL ....................................................................................R$ 30.984,34O total das contribuições previdenciárias, no valor de R$ 5.209,35, refere-se aCONTRIBUIÇÕES PARA O FPAS, calculadas com base nos seguintes percentuais:Empresa ..........................................................................................20%Seguros de Acidentes do Trabalho (risco grave) ............................ 3%TOTAL .............................................................................................23%O total das contribuições de terceiros, no valor de R$ 1.313,66, refere-se a:SALÁRIO-EDUCAÇÃO2,5% de R$ 22.649,39 R$ 566,23INCRA0,2% de R$ 22.649,39 R$ 45,30SENAI1,0% de R$ 22.649,39 R$ 226,49SESI1,5% de R$ 22.649,39 R$ 339,74SEBRAE0,6% de R$ 22.649,39 R$ 135,90 R$ 747,43TOTAL (5,8% de R$ 22.649,39) R$ 1.313,66

IRPJ/2012 – Nº 07 3

COAD ATC

De posse desses dados, a empresa constitui a Provisão para Férias, efetuandoo seguinte registro contábil em 30-6-2012:

D – FÉRIAS (Custo ou Despesa Operacional)Valor que se provisiona, relativo às férias devidasaos empregados, calculadas em 30-6-2012 22.649,39

D – INSS (Custo ou Despesa Operacional)Valor da contribuição para o INSS, parte da empresa,incidente sobre férias provisionadas em 30-6-2012 5.209,35

D – CONTRIBUIÇÕES DE TERCEIROS(Custo ou Despesa Operacional)Valor relativo à contribuição devida ao INCRA, SENAI,SESI e SEBRAE, incidente sobre férias provisionadasem 30-6-2012 747,43

D – SALÁRIO-EDUCAÇÃO (Custo ou Despesa Operacional)Valor referente ao salário-educação incidentesobre férias provisionadas em 30-6-2012 566,23

D – FGTS (Custo ou Despesa Operacional)Valor do FGTS s/ férias provisionadas em 30-6-2012 1.811,94

C – PROVISÃO PARA FÉRIAS (Passivo Circulante) 30.984,34

_____________________ / / ______________________

Os valores provisionados das férias devem ser baixados da conta Provisãopara Férias, à medida que forem sendo utilizados no período de apuraçãoseguinte.

1.9. UTILIZAÇÃO DA PROVISÃO EM JULHO/2012Suponhamos que o empregado nº 1 tenha gozado férias de 20 dias, no períodode 6 a 25-7-2012.Embora as férias proporcionais também tenham sido provisionadas em30-6-2012, vamos considerar apenas os valores relativos às férias vencidas,sendo o restante provisionado ajustado juntamente com as férias dos demaisempregados, no final do mês de julho/2012.Sabe-se ainda que, no mês de julho/2012, a empresa concedeu um reajuste de10% a todos os empregados.Assim temos:– Nova remuneração do empregado nº 1, acrescida do terço constitucional:

R$ 4.975,50– Em 30-6-2012, relativamente às férias vencidas do empregado nº 1 foram

registrados em conta de PROVISÃO PARA FÉRIAS os seguintes valo-res:

FÉRIAS (R$ 150,77 X 30) R$ 4.523,10INSS (23% de R$ 4.523,10) ......................................................R$ 1.040,31SALÁRIO-EDUCAÇÃO (2,5% de R$ 4.523,10).........................R$ 113,08CONTRIB. TERCEIROS (INCRA – SENAI – SESI – SEBRAE:3,3% de R$ 4.523,10) ................................................................R$ 149,26FGTS (8% de R$ 4.523,10) .......................................................R$ 361,85TOTAL .......................................................................................R$ 6.187,60

IRPJ/2012 – Nº 07 4

COAD ATC

– Valores devidos por ocasião do pagamento das férias:Remuneração diária acrescida do terço constitucional: R$ 165,85.FÉRIAS (R$ 165,85 X 20) .........................................................R$ 3.317,00ABONO (R$ 165,85 X 10) .........................................................R$ 1.658,50INSS (23% de R$ 3.317,00) ......................................................R$ 762,91SALÁRIO-EDUCAÇÃO (2,5% de R$ 3.317,00).........................R$ 82,92CONTRIB. TERCEIROS (INCRA – SENAI – SESI – SEBRAE:3,3% de R$ 3.317,00) ................................................................R$ 109,46FGTS (8% de R$ 3.317,00) .......................................................R$ 265,36TOTAL .......................................................................................R$ 6.196,15– Valores utilizados da Provisão:

DISCRIMINAÇÃO VALORPROVISIONADO VALOR DEVIDO

VALOR A SERUTILIZADO DA

CONTA DEPROVISÃO

FÉRIAS + ABONO 4.523,10 (*) 4.975,50 (*) 4.523,10INSS 1.040,31 762,91 762,91SALÁRIO-EDUCAÇÃO 113,08 82,92 82,92CONTRIB. TERCEIROS (INCRA – SENAI – SESI –SEBRAE) 149,26 109,46 109,46

FGTS 361,85 265,36 265,36TOTAL 5.743,75

(*) Como o valor provisionado de férias vencidas (R$ 4.523,10) foi insuficientepara absorver o total das férias + abono devidos em julho/2012 (R$ 4.975,50), adiferença de R$ 452,40 deverá ser registrada em conta de despesa.

LANÇAMENTOS CONTÁBEISApropriação da diferença de férias não provisionada:

D – FÉRIAS (Custo ou Despesa Operacional) 452,40C – FÉRIAS A PAGAR (Passivo Circulante) 452,40

Valor da diferença de férias da funcionária Ana Teixeira,não provisionada, referente ao reajuste do salário(R$ 4.975,41 – R$ 4.523,10)

__________________ / / __________________

Pela baixa da Provisão:

D – PROVISÃO PARA FÉRIAS (Passivo Circulante) 5.743,75C – FÉRIAS A PAGAR (Passivo Circulante)

Valor baixado da Provisão constituídaem 30-6-2012, referente à remuneraçãode férias vencidas da funcionária Ana Teixeira 4.523,10

C – INSS A RECOLHER (Passivo Circulante)Valor do INSS referente à parte doempregador provisionada(R$ 762,91 + R$ 82,92 + R$ 109,46) 955,29

C – FGTS A RECOLHER (Passivo Circulante)Idem, idem, referente ao FGTS 265,36

__________________ / / __________________

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COAD ATC

Pelo registro do INSS devido pelo empregado:D – FÉRIAS A PAGAR (Passivo Circulante) 364,87C – INSS A RECOLHER (Passivo Circulante) 364,87

Parte do empregado contida no valor das férias(11% de R$ 3.317,00)

__________________ / / __________________

– Cálculo do IR/FONTE incidente sobre a remuneração de férias, considerandoque não há outras deduções além do INSS descontado:

BASE DE CÁLCULORendimento bruto ....................................................................R$ 3.317,00INSS ...................................................................................(–) R$ 364,87

R$ 2.952,13

CÁLCULO DO IMPOSTO15% de R$ 2.952,13 .................................................................R$ 442,82Parcela a Deduzir................................................................(–) R$ 306,80Imposto a Reter ........................................................................R$ 136,02Nos termos do que dispõem o Ato Declaratório 6 PGFN/2008 e a Solução deDivergência 1 Cosit/2009, a fonte pagadora não efetuou a retenção do Imposto deRenda sobre o abono pecuniário.

– Remuneração das férias pagas em 4-7-2012:Férias vencidas (20 dias) ..........................................................R$ 3.317,00INSS ...................................................................................(–) R$ 364,87Subtotal....................................................................................R$ 2.952,13Abono Pecuniário................................................................(+) R$ 1.658,50Subtotal....................................................................................R$ 4.610,63IR/Fonte..............................................................................(–) R$ 136,02Total Pago................................................................................R$ 4.474,61

– No pagamento das férias:

D – FÉRIAS A PAGAR (Passivo Circulante) 4.610,63C – CAIXA (Ativo Circulante)

Pago à funcionária Ana Teixeira, férias relativasao período aquisitivo 2011/2012, conforme recibo 4.474,61

C – IR/FONTE A RECOLHER (Passivo Circulante)Valor incidente sobre a remuneração de fériaspagas ao funcionário 136,02

__________________ / / __________________

O total provisionado em 30-6-2012, referente ao empregado nº 1, foi de R$ 8.765,77(R$ 6.407,72 + R$ 1.473,78 + R$ 371,65 + R$ 512,62). A diferença de R$ 3.022,02entre o total provisionado (R$ 8.765,77) e o valor baixado da conta de Provisão paraFérias (R$ 5.743,75) corresponde a:

IRPJ/2012 – Nº 07 6

COAD ATC

– Férias proporcionais e respectivos encargos:FÉRIAS (12,5 x R$ 150,77)..................................R$ 1.884,63INSS (23% de R$ 1.884,62) .................................R$ 433,46SALÁRIO-EDUCAÇÃO (2,5% de R$ 1.884,62) ...R$ 47,12CONTRIB. TERCEIROS (3,3% de R$ 1.884,62)...R$ 62,19FGTS (8% de R$ 1.884,62)..................................R$ 150,77 R$ 2.578,17

– Encargos provisionados sobre parcela das férias convertida emabono de R$ 1.206,10 (R$ 4.523,10 – R$ 3.317,00):INSS (23% de R$ 1.206,10) .................................R$ 277,40SALÁRIO-EDUCAÇÃO (2,5% de R$ 1.206,10) ...R$ 30,16CONTRIB. TERCEIROS (3,3% de R$ 1.206,10)...R$ 39,80FGTS (8% de R$ 1.206,10)..................................R$ 96,49 R$ 443,85

R$ 3.022,02A diferença não utilizada deve ser revertida, mediante débito da conta de Provi-são para Férias, a crédito de uma das contas a seguir:a) Resultado do Período, se, no período anterior, a pessoa jurídica encerrou

as respectivas contas de despesas; oub) das próprias contas de despesas, se estas não foram encerradas no período

anterior.

1.10. REVERSÃO DO SALDO NÃO UTILIZADOConsiderando que a empresa do exemplo somente encerrará as contas deresultado em 31-12-2012, por ocasião do balanço anual, o saldo da Provisãoconstituída no balanço intermediário de 30-6-2012, não utilizado emjulho/2012, será revertido como segue:

D – PROVISÃO PARA FÉRIAS (Passivo Circulante) 25.240,59C – FÉRIAS (Custo ou Despesa Operacional)

Valor da Provisão constituída em 30-6-2012que se reverte por não ter sido utilizadon/ período 18.126,29

C – INSS (Custo ou Despesa Operacional)Valor da Provisão constituída em 30-6-2012que se reverte por não ter sido utilizadon/ período 4.446,44

C – CONTRIBUIÇÕES DE TERCEIROS(Custo ou Despesa Operacional)Valor da Provisão constituída em 30-6-2012que se reverte por não ter sido utilizadon/ período 637,97

C – SALÁRIO-EDUCAÇÃO (Custo ou Despesa Operacional)Valor da Provisão constituída em 30-6-2012que se reverte por não ter sido utilizadon/ período 483,31

C – FGTS (Custo ou Despesa Operacional)Valor da Provisão constituída em 30-6-2012que se reverte por não ter sido utilizado n/ período 1.546,58

__________________ / / __________________

IRPJ/2012 – Nº 07 7

COAD ATC

1.11. CONSTITUIÇÃO DA PROVISÃO EM 31-7-2012Em 31-7-2012, o departamento de pessoal levantou os seguintes dados relati-vos às férias devidas aos empregados da empresa:

FÉRIAS VENCIDAS E PROPORCIONAIS EM 31-7-2012

Nomedo

Funcionário

I

Datade

Admissão

II

Remuneração + 1/3Constitucional

Férias Encargos Sociais

MensalR$

III

p/DiaR$

IV

Vencidas Proporcionais Totais Contrib.Previden

ciáriaR$

X =IX x 23%

Contrib.Terceiros

R$

XI =IX x 5,8%

FGTSR$

XII =IX x 8%

Dias

V

Avos

VI

Dias

VII

Dias

VIII =V + VII

R$

IX =IV x VIII

1. ANA TEIXEIRA 29-1-1999 4.975,50 165,85 – 6/12 15 15 2.487,75 572,18 144,29 199,02

2. ADÉLIA PINHEIRO 5-3-2001 4.295,48 143,18 30 5/12 12,5 42,5 6.085,15 1.399,58 352,94 486,81

3. ANDRÉ CARDOSO 10-6-1999 3.339,74 111,32 30 2/12 5 35 3.896,20 896,13 225,98 311,70

4. CARLA RAMALHO 8-7-1998 2.500,96 83,36 30 1/12 2,5 32,5 2.709,20 623,12 157,13 216,74

5. DEISE SILVA 12-8-1998 1.591,12 53,04 30 – – 30 1.591,20 365,98 92,29 127,30

6. JAIME DE SOUZA 14-4-2005 1.152,54 38,42 30 4/12 10 40 1.536,80 353,46 89,13 122,94

7. JOSUÉ DIAS 25-11-2005 1.204,93 40,16 – 8/12 20 20 803,20 184,74 46,58 64,26

8. ROBERTO GUEDES 2-6-2007 1.207,48 40,24 30 2/12 5 35 1.408,40 323,93 81,69 112,67

9. SÉRGIO GOMES 23-10-2008 1.000,12 33,34 – 9/12 22,5 22,5 750,15 172,53 43,51 60,01

10. THAÍS REIS 29-11-2006 758,67 25,29 – 8/12 20 20 505,80 116,33 29,34 40,46

Total 21.773,85 5.007,98 1.262,88 1.741,91

– O valor total a provisionar corresponde a:(IX)FÉRIAS....................................................................................R$ 21.773,85(X) CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS .................................R$ 5.007,98(XI)CONTRIBUIÇÕES DE TERCEIROS.......................................R$ 1.262,88(XII) FGTS .....................................................................................R$ 1.741,91

TOTAL ....................................................................................R$ 29.786,62O total das contribuições previdenciárias, no valor de R$ 5.007,98, refere-se aCONTRIBUIÇÕES PARA O FPAS, calculadas com base nos seguintespercentuais:Empresa ................................................................................. 20%Seguro de Acidentes do Trabalho (risco grave) ..................... 3%TOTAL .................................................................................... 23%

O total das contribuições de terceiros, no valor de R$ 1.262,88, refere-se a:SALÁRIO-EDUCAÇÃO2,5% de R$ 21.773,85 R$ 544,34INCRA0,2% de R$ 21.773,85 R$ 43,55SENAI1% de R$ 21.773,85 R$ 217,74SESI1,5% de R$ 21.773,85 R$ 326,61SEBRAE0,6% de R$ 21.773,85 R$ 130,64 R$ 718,54TOTAL (5,8% de R$ 21.773,85) R$ 1.262,88

IRPJ/2012 – Nº 07 8

COAD ATC

De posse dos novos dados, a empresa constituiu a Provisão para Férias em31-7-2012, efetuando o seguinte registro contábil:

D – FÉRIAS (Custo ou Despesa Operacional)Valor que se provisiona, relativo às fériasdevidas aos empregados, calculadas em31-7-2012 21.773,85

D – INSS (Custo ou Despesa Operacional)Valor da contribuição para o INSS, parteda empresa, incidente sobre fériasprovisionadas em 31-7-2012 5.007,98

D – CONTRIBUIÇÕES DE TERCEIROS(Custo ou Despesa Operacional)Valor relativo à contribuição devida aoINCRA, SENAI, SESI e SEBRAE incidentesobre férias provisionadas em 31-7-2012 718,54

D – SALÁRIO-EDUCAÇÃO(Custo ou Despesa Operacional)Valor referente ao salário-educação incidentesobre férias provisionadas em 31-7-2012 544,34

D – FGTS (Custo ou Despesa Operacional)Valor do FGTS s/ férias provisionadas em31-7-2012 1.741,91

C – PROVISÃO PARA FÉRIAS (Passivo Circulante) 29.786,62

__________________ / / __________________

2. PROVISÃO PARA O 13º SALÁRIOO objetivo da provisão para o 13º salário é apropriar no resultado de cada período deapuração, segundo o regime de competência, custos ou despesas futuros com paga-mentos a esse título.Embora a provisão seja facultativa para efeitos fiscais, a sua constituição segundo oregime de competência atende os Princípios de Contabilidade.

2.1. ÉPOCA DA PROVISÃODe acordo com o Princípio da Competência, os efeitos das transações e outroseventos devem ser reconhecidos nos períodos a que se referem, independen-temente do recebimento ou pagamento.As empresas tributadas pelo lucro real podem constituir a Provisão para o 13ºSalário ao final de cada período de apuração de incidência do imposto.Como a legislação trabalhista determina que o 13º salário deve ser pago aosempregados, na sua totalidade, até o dia 20 de dezembro de cada ano, a provi-são será constituída, regra geral:a) nos balanços de 31 de março, 30 de junho e 30 de setembro, se a empresa

adotar o regime de apuração trimestral;b) nos balanços ou balancetes levantados nos meses de janeiro a novembro

do ano-calendário, para efeito de suspensão/redução do pagamento men-sal do imposto calculado com base na receita bruta e acréscimos.

IRPJ/2012 – Nº 07 9

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2.2. PROVISÃO EXCEPCIONAL EM 31 DE DEZEMBROÀs vezes, é impossível para o empregador pagar a totalidade do 13º salário até20 de dezembro. Isto ocorre quando existem empregados com remuneraçãovariável, situação em que os valores devidos no mês de dezembro poderão nãoestar definidos até a data do pagamento do 13º salário. Neste caso, como adiferença de 13º salário apurada deve ser paga até o dia 10 de janeiro do anoseguinte, a empresa poderá provisionar o respectivo valor no balanço de 31 dedezembro.

2.3. LIMITE DA PROVISÃOA Provisão para o 13º Salário é calculada em função da remuneração perce-bida pelo empregado e do número de meses trabalhados no período de apura-ção do imposto.

2.4. VALORES INTEGRANTESPodem ser considerados como custo ou despesa em cada período de apura-ção:a) 1/12 do valor da remuneração de cada empregado multiplicado pelo número

de meses que compuserem o respectivo período de apuração;b) encargos sociais incidentes sobre os valores provisionados mencionados

na letra “a”, cujo ônus seja do empregador.

2.5. REVERSÃO DO SALDO NÃO UTILIZADOAs importâncias pagas a título de 13º salário serão debitadas à conta de Provi-são para 13º Salário, até o limite do valor provisionado. O saldo porventuraremanescente, na data da apuração do resultado ou balanço seguinte, deveráser revertido e, se for o caso, constituída nova provisão.Para tanto, deverá ser elaborado um novo levantamento, no qual estarão consi-derados os duodécimos de 13º salário devidos aos empregados até o períodode apuração em que estiver sendo efetuada a nova provisão.Em substituição a essa sistemática, a empresa poderá simplesmente comple-mentar a provisão constituída no período de apuração anterior, considerandomais 1/12 da remuneração de cada empregado para cada mês, com os encar-gos sociais correspondentes.

2.6. PROCEDIMENTO QUANDO A PROVISÃO NÃO É CONSTITUÍDAA pessoa jurídica que não constituir a provisão poderá computar todo o valorpago ou creditado a título de 13º salário no próprio período de apuração dopagamento ou crédito.

2.7. PAGAMENTO DA PRIMEIRA PARCELA DO 13º SALÁRIOEntre os meses de fevereiro a novembro de cada ano, ou por ocasião dasférias, se solicitado pelo empregado durante o mês de janeiro, o empregadordeve pagar, de uma só vez, como adiantamento do 13º salário, metade daremuneração recebida pelo empregado no mês anterior.Para os empregados admitidos no curso do ano ou que não tiverem permane-cido à disposição do empregador durante todos os meses do ano, o valor da pri-

IRPJ/2012 – Nº 07 10

COAD ATC

meira parcela do 13º salário corresponderá à metade de 1/12 da remuneração,por mês de serviço ou fração igual ou superior a 15 dias.

Este pagamento deverá ser contabilizado no Ativo Circulante, comoADIANTAMENTO DE 13º SALÁRIO, e será compensado por ocasião da quita-ção, em contrapartida da conta de Provisão.

2.8. EXEMPLO PRÁTICOA empresa CLEP – Comércio de Louças e Presentes Ltda., enquadrada nolucro real anual, constituiu Provisão para o 13º Salário em 30-6-2012, data emque levantou balancete para fins de redução do pagamento mensal do IRPJ.Em julho foi concedido reajuste de 10% a todos os empregados.Em 10-7-2012, a empresa efetuou o pagamento de adiantamento de 13º Salá-rio a todos os seus empregados.Em 30-6-2012 foi constituída a provisão com base nos seguintes valores:

13º SALÁRIO – VALORES DEVIDOS EM 30-6-2012

Nomedo

Funcionário

I

Datade

Admissão

II

Remuneraçãode

junho/2012R$

III

13º Salário Encargos Sociais

ContribuiçãoPrevidenciária

R$

VI = V x 23%

Contribuiçãode Terceiros

R$

VII = V x 5,8%

FGTSR$

VIII = V x 8%

Avos

IV

R$

V = III x IV

1. ANTONIO BATISTA 9-5-2000 4.543,18 6/12 2.271,59 522,46 131,75 181,73

2. BÁRBARA SANTOS 12-2-2001 3.890,38 6/12 1.945,19 447,39 112,82 155,62

3. DENISE GOMES 11-8-1997 3.136,44 6/12 1.568,22 360,69 90,96 125,46

4. FRANCISCO CASTRO 25-6-1999 2.104,80 6/12 1.052,40 242,05 61,04 84,19

5. GILSON DE CYREL 16-9-2008 1.657,34 6/12 828,67 190,59 48,06 66,29

6. LAÍS SOUTO 20-5-2005 1.134,50 6/12 567,25 130,47 32,90 45,38

7. LÚCIA MADEIRA 12-5-2012 3.376,87 2/12 562,81 129,45 32,64 45,02

8. MÁRIO SOARES 28-6-2003 1.234,56 6/12 617,28 141,97 35,80 49,38

9. RITA BARROS 5-3-2012 955,42 4/12 318,47 73,25 18,47 25,48

10. TOBIAS DE SOUZA 25-11-2004 1.205,00 6/12 602,50 138,58 34,94 48,20

TOTAL 10.334,38 2.376,90 599,38 826,75

O total das contribuições previdenciárias, no valor de R$ 2.376,90, refere-seàs CONTRIBUIÇÕES PARA O FPAS, calculadas com base nos seguintespercentuais:Empresa: ................................................................................. 20%Seguro de Acidentes do Trabalho: ............................................ 3%Total:.........................................................................................23%

O total das contribuições de terceiros, no valor de R$ 599,38, refere-se a:SALÁRIO-EDUCAÇÃO2,5% de R$ 10.334,38 R$ 258,36INCRA0,2% de R$ 10.334,38 R$ 20,67SENAI1% de R$ 10.334,38 R$ 103,34SESI1,5% de R$ 10.334,38 R$ 155,01SEBRAE0,6% de R$ 10.334,38 R$ 62,00 R$ 341,02TOTAL (5,8% de R$ 10.334,38) R$ 599,38

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CONSTITUIÇÃO DA PROVISÃO

D – 13º SALÁRIO (Custo ou Despesa Operacional)Valor proporcional do 13º salário dos empregados,devido até o mês de junho/2012. 10.334,38

D – INSS (Custo ou Despesa Operacional)Valor da contribuição da empresa sobreo 13º salário proporcional 2.376,90

D – CONTRIBUIÇÕES DE TERCEIROS(Custo ou Despesa Operacional)Valor das contribuições para o INCRA, SENAI,SESI e SEBRAE, sobre o 13º salário proporcional 341,02

D – SALÁRIO-EDUCAÇÃO (Custo ou Despesa Operacional)Valor do salário-educação sobre o 13º salárioproporcional 258,36

D – FGTS (Custo ou Despesa Operacional)Valor do FGTS sobre o 13º salário proporcional 826,75

C – PROVISÃO P/13º SALÁRIO (Passivo Circulante) 14.137,41

_____________________ / / ______________________

Em 10-7-2012, a empresa efetuou o pagamento da 1ª parcela do 13º Salário,com base nos seguintes valores:

Nomedo

Funcionário

I

Datade

Admissão

II

Remuneraçãode

junho/2012R$

III

Adiantamentodo

13º SalárioR$

IV = 50% de III

FGTSR$

V = IV x 8%

1. ANTONIO BATISTA 9-5-2000 4.543,18 2.271,59 181,73

2. BÁRBARA SANTOS 12-2-2001 3.890,38 1.945,19 155,62

3. DENISE GOMES 11-8-1997 3.136,44 1.568,22 125,46

4. FRANCISCO CASTRO 25-6-1999 2.104,80 1.052,40 84,19

5. GILSON CYREL 16-9-2008 1.657,34 828,67 66,29

6. LAÍS SOUTO 20-5-2005 1.134,50 567,25 45,38

7. LÚCIA MADEIRA 12-5-2012 3.376,87 281,40(*) 22,51

8. MÁRIO SOARES 28-6-2003 1.234,56 617,28 49,38

9. RITA BARROS 5-3-2012 955,42 159,24(*) 12,74

10. TOBIAS DE SOUZA 25-11-2004 1.205,00 602,50 48,20

TOTAL 9.893,74 791,50

(*) Cálculo proporcional ao número de meses trabalhados em 2012.

IRPJ/2012 – Nº 07 12

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CONTABILIZAÇÃO DO ADIANTAMENTO

D – ADIANTAMENTO DE 13º SALÁRIO (Ativo Circulante) 9.893,74C – CAIXA ou BANCOS C/MOVIMENTO (Ativo Circulante) 9.893,74

Pelo adiantamento do 13º salário dos empregados,conforme folha

_____________________ / / ______________________

CONTABILIZAÇÃO DO FGTSConsiderando que a empresa provisionou o FGTS em 30-6-2012 quando daconstituição da Provisão do 13º Salário, a parcela devida sobre o adiantamentodeverá ser lançada conforme segue:

D – PROVISÃO P/ 13º SALÁRIO (Passivo Circulante) 791,50C – FGTS A RECOLHER (Passivo Circulante) 791,50

Valor FGTS incidente sobre a 1ª parcela do13º salário pago aos empregados

_____________________ / / ______________________

Em 31-7-2012, na elaboração do novo balanço para suspender ou reduzir oimposto mensal, a empresa reverte o saldo não utilizado da provisão registradaem 30-6-2012 e constitui nova provisão, como segue.

REVERSÃO DO SALDO NÃO UTILIZADO

Considerando que a empresa do exemplo somente encerrará as contas deresultado em 31-12-2012, por ocasião do balanço anual, o saldo da provisãoconstituída no balanço intermediário de 30-6-2012, não utilizado emjulho/2012, será revertido como segue:

D – PROVISÃO P/ 13º SALÁRIO (Passivo Circulante) 13.345,91C – 13º SALÁRIO (Custo ou Despesa Operacional)

Valor da provisão constituída em 30-6-2012que se reverte por não ter sido utilizada n/período 10.334,38

C – INSS (Custo ou Despesa Operacional)Valor da provisão constituída em 30-6-2012que se reverte por não ter sido utilizada n/período 2.376,90

C – CONTRIBUIÇÕES DE TERCEIROS(Custo ou Despesa Operacional)Valor da provisão constituída em 30-6-2012que se reverte por não ter sido utilizada n/período 341,02

C – SALÁRIO-EDUCAÇÃO (Custo ou Despesa Operacional)Valor da provisão constituída em 30-6-2012que se reverte por não ter sido utilizada n/período 258,36

C – FGTS (Custo ou Despesa Operacional)Valor da provisão constituída em 30-6-2012que se reverte por não ter sido utilizada n/período 35,25

_____________________ / / ______________________

IRPJ/2012 – Nº 07 13

COAD ATC

CONSTITUIÇÃO DA NOVA PROVISÃOEm 31-7-2012, foi constituída nova provisão com base nos seguintes valo-res:

13º SALÁRIO – VALORES DEVIDOS EM 31-7-2012

Nomedo

Funcionário

I

Datade

Admissão

II

Remune-ração

dejulho/2012

R$

III

13º SalárioR$

Encargos Sociais

ContribuiçãoPreviden-

ciáriaR$

VI = V x 23%

Contribuiçãode

TerceirosR$

VII = V x 5,8%

FGTSR$

VIII = V x 8%

FGTSPago s/Adianta-mento

IX

FGTS aRecolher

X = VIII – IX

Avos

IV

R$

V = III x IV

1. ANTONIO BATISTA 9-5-2000 4.997,50 7/12 2.915,21 670,50 169,08 233,22 181,73 51,49

2. BÁRBARA SANTOS 12-2-2001 4.279,42 7/12 2.496,33 574,16 144,79 199,71 155,62 44,09

3. DENISE GOMES 11-8-1997 3.450,08 7/12 2.012,55 462,89 116,73 161,00 125,46 35,54

4.FRANCISCOCASTRO 25-6-1999 2.315,28 7/12 1.350,58 310,63 78,33 108,05 84,19 23,86

5. GILSON CYREL 16-9-2008 1.823,07 7/12 1.063,46 244,60 61,68 85,08 66,29 18,79

6. LAÍS SOUTO 20-5-2005 1.247,95 7/12 727,97 167,43 42,22 58,24 45,38 12,86

7. LÚCIA MADEIRA 12-5-2012 3.714,56 3/12 928,64 213,59 53,86 74,29 22,51 51,78

8. MÁRIO SOARES 28-6-2003 1.358,02 7/12 792,18 182,20 45,95 63,37 49,38 13,99

9. RITA BARROS 5-3-2012 1.050,96 5/12 437,90 100,72 25,40 35,03 12,74 22,29

10. TOBIAS DE SOUZA 25-11-2004 1.325,50 7/12 773,21 177,84 44,85 61,86 48,20 13,66

TOTAL 13.498,03 3.104,56 782,89 1.079,85 791,50 288,35

O total das contribuições previdenciárias, no valor de R$ 3.104,56, refere-seàs CONTRIBUIÇÕES PARA O FPAS, calculadas com base nos seguintespercentuais:Empresa: ................................................................................. 20%Seguro de Acidentes do Trabalho: ............................................ 3%Total:.........................................................................................23%O total das contribuições de terceiros, no valor de R$ 782,89, refere-se a:SALÁRIO-EDUCAÇÃO2,5% de R$ 13.498,03 R$ 337,45INCRA0,2% de R$ 13.498,03 R$ 27,00SENAI1% de R$ 13.498,03 R$ 134,98SESI1,5% de R$ 13.498,03 R$ 202,47SEBRAE0,6% de R$ 13.498,03 R$ 80,99 R$ 445,44TOTAL (5,8% de R$ 13.498,03) R$ 782,89

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CONTABILIZAÇÃO:

D – 13º SALÁRIO (Custo ou Despesa Operacional)Valor proporcional do 13º salário dos empregados,devido até o mês de julho/2012 13.498,03

D – INSS (Custo ou Despesa Operacional)Valor da contribuição da empresa sobreo 13º salário proporcional 3.104,56

D – CONTRIBUIÇÕES DE TERCEIROS (Custoou Despesa Operacional)Valor das contribuições para o INCRA,SENAI, SESI e SEBRAE, sobre o 13º salárioproporcional 445,44

D – SALÁRIO-EDUCAÇÃO (Custo ou Despesa Operacional)Valor do salário-educação sobre o 13º salárioProporcional 337,45

D – FGTS (Custo ou Despesa Operacional)Valor do FGTS sobre o 13º salárioproporcional, deduzida a parcela incidente sobreo adiantamento pago em 10-7-2012 288,35

C – PROVISÃO P/ 13º SALÁRIO (Passivo Circulante) 17.673,83

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3. PROVISÃO PARA PERDAS DE ESTOQUES DE LIVROSAs pessoas jurídicas e as que lhes são equiparadas pela legislação do Imposto deRenda que exerçam as atividades de editor, distribuidor e de livreiro poderão constituira Provisão para Perdas de Estoques de Livros.Para tanto, considera-se:a) editor: a pessoa jurídica que adquire o direito de reprodução de livros, dando a eles

tratamento adequado à leitura;b) distribuidor: a pessoa jurídica que opera no ramo de compra e venda de livros por

atacado;c) livreiro: a pessoa jurídica que se dedica à venda de livros.

3.1. CÁLCULO DA PROVISÃOA Provisão para Perdas de Estoques de Livros, calculada no último dia de cadaperíodo de apuração do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre oLucro Líquido (CSLL), corresponde a 1/3 do valor do estoque existente naqueladata.

3.2. REGISTROS CONTÁBEISOs registros contábeis relativos à constituição da Provisão para Perda de Esto-ques de Livros, à reversão dessa provisão, à perda efetiva do estoque e a suarecuperação serão efetuados conforme a seguir:a) a constituição da provisão será efetuada a débito da conta de resultado e a

crédito da conta redutora do estoque;b) a reversão da provisão será efetuada a débito da conta redutora do estoque,

a que se refere a letra “a” anterior, e a crédito da conta de resultado;

IRPJ/2012 – Nº 07 15

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c) a perda efetiva será efetuada a débito da conta redutora do estoque, até oseu valor, e o excesso, a débito da conta de resultado – custos ou despesas –e a crédito da conta de estoque;

d) a recuperação das perdas que tenham impactado o resultado tributável, adébito da conta patrimonial e a crédito da conta de resultado.

3.3. DEDUTIBILIDADEA Provisão para Perdas de Estoques de Livros será dedutível para fins de determi-nação do lucro real e da base de cálculo da Contribuição Social sobre o LucroLíquido.

3.4. EXEMPLO PRÁTICOI – A empresa NANDA Comércio de Livros Ltda., tributada pelo lucro real anual,possui em 31-12-2011 um estoque de livros de R$ 217.800,00 e resolve consti-tuir nesta data de encerramento do seu período de apuração a provisão para per-das de estoques, correspondente a 1/3 do saldo existente. Em 30-4-2012 foi apu-rado uma perda efetiva de R$ 42.350,00. A empresa ainda conseguiu recuperar,em 30-6-2012, R$ 2.420,00 de perdas efetivas anteriormente registradas.Em 31-12-2012 reverte o saldo da provisão e constitui nova provisão com baseno estoque existente de R$ 254.100,00.

CONSTITUIÇÃO DA PROVISÃO EM 31-12-2011

D – PERDAS DE ESTOQUE DE LIVROS(Despesa Operacional) 72.600,00

C – PROVISÃO PARA PERDAS DE ESTOQUE DELIVROS (Redutora de Ativo Circulante) 72.600,00Valor que se provisiona referente a perdasno estoque de livros no período

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REGISTRO DA PERDA EFETIVA EM 30-4-2012

D – PROVISÃO PARA PERDAS DE ESTOQUE DELIVROS (Redutora de Ativo Circulante) 42.350,00

C – ESTOQUE DE LIVROS (Ativo Circulante) 42.350,00Valor referente a perdas efetivasdo estoque de livros no período

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RECUPERAÇÃO DE PERDAS EM 30-6-2012

D – ESTOQUE DE LIVROS (Ativo Circulante) 2.420,00C – RECUPERAÇÃO DE PERDAS DE ESTOQUE DE

LIVROS (Receita Operacional) 2.420,00Valor referente a recuperação das perdasno estoque de livros no período

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REVERSÃO DO SALDO DA PROVISÃO EM 31-12-2012

D – PROVISÃO PARA PERDAS DE ESTOQUE DELIVROS (Redutora de Ativo Circulante) 30.250,00

C – PERDAS DE ESTOQUE DE LIVROS (DespesaOperacional) 30.250,00Valor que se reverte referente a não utilizaçãodas perdas do estoque de livros no período

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CONSTITUIÇÃO DE NOVA PROVISÃO EM 31-12-2012D – PERDAS DE ESTOQUE DE LIVROS

(Despesa Operacional) 84.700,00C – PROVISÃO PARA PERDAS DE ESTOQUE DE

LIVROS (Redutora de Ativo Circulante) 84.700,00Valor que se provisiona referente a perdasno estoque de livros no período

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II – A empresa CIÇA Comércio de Livros Ltda., tributada pelo lucro real trimes-tral, possui em 30-09-2012 um estoque de livros de R$ 344.850,00, consti-tuindo uma provisão para perdas de estoques correspondente a 1/3 do valordesse saldo. Em levantamento efetuado em 31-12-2012 foi apurada uma perdaefetiva de R$ 127.050,00. A empresa constitui nova provisão sobre o estoqueexistente remanescente.

CONSTITUIÇÃO DA PROVISÃO EM 30-9-2012

D – PERDAS DE ESTOQUE DE LIVROS(Despesa Operacional) 114.950,00

C – PROVISÃO PARA PERDAS DE ESTOQUE DELIVROS (Redutora de Ativo Circulante) 114.950,00Valor que se provisiona referente a perdasno estoque de livros no período

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REGISTRO DA PERDA EFETIVA EM 31-12-2012

D – PROVISÃO PARA PERDAS DE ESTOQUE DE LIVROS(Redutora de Ativo Circulante)Valor referente a perdas efetivas do estoque delivros no período 114.950,00PERDAS DE ESTOQUE DE LIVROS (DespesaOperacional)Valor referente a perdas no estoque de livros no período 12.100,00

C – ESTOQUE DE LIVROS (Ativo Circulante) 127.050,00

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Não haverá estorno do valor da provisão, pois o valor da perda efetiva daempresa foi superior ao valor lançado na provisão.

CONSTITUIÇÃO DA PROVISÃO EM 31-12-2012

D – PERDAS DE ESTOQUE DE LIVROS(Despesa Operacional) 72.600,00

C – PROVISÃO PARA PERDAS DE ESTOQUE DELIVROS (Redutora de Ativo Circulante) 72.600,00

Valor que se provisiona referente a perdas no estoquede livros no período

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FUNDAMENTAÇÃO LEGAL:– Constituição Federal de 1988 – artigo 7º, inciso XVII (Portal COAD);– Lei Complementar 110, de 29-6-2001 (Informativo 27/2001);– Lei 8.029, de 12-4-90 (Informativo 16/90);– Lei 8.036, de 11-5-90 (Informativo 20/90);– Lei 8.154, de 28-12-90 (Informativo 53/90);– Lei 8.212, de 24-7-91 – artigo 22 e 28 (Separata/96 e Portal COAD);– Lei 10.753, de 30-10-2003 – artigos 8º e 9º (Informativo 45/2003);– Lei 10.833, de 29-12-2003 – artigo 85 (Informativo 53/2003);– Lei 11.482, de 31-5-2007 (Fascículo 23/2007);– Medida Provisória 2.158-35, de 24-8-2001 – artigo 83 (Informativo 35/2001);– Decreto-Lei 1.535, de 13-4-77 (Informativo 15/77);– Decreto-Lei 1.730, de 17-12-79 – artigo 4º (Informativo 51/79);– Decreto-Lei 5.452, de 1-5-43 – Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) – artigos 129

ao 153 e 457 (Portal COAD);– Decreto 3.000, de 26-3-99 – Regulamento do Imposto de Renda – artigos 220 a 222,

251, 274, 335, 337e 338 (Portal COAD);– Decreto 3.048, de 6-5-99 (Portal COAD);– Decreto 57.155, de 3-11-65 (Portal COAD);– Decreto 87.043, de 22-3-82 – artigo 9º (Informativo 12/82);– Decreto 88.374, de 7-6-83 (Informativo 23/83);– Resolução 750 CFC, de 29-12-93 (Portal COAD);– Resolução 1.282 CFC, de 28-5-2010 (Portal COAD);– Resolução 1.374 CFC, de 8-12-2011 (Portal COAD);– Instrução Normativa 11 SRF, de 21-2-96 (Informativo 08/96);– Instrução Normativa 93 SRF, de 24-12-97 (Informativo 53/97);– Instrução Normativa 390 SRF, de 30-1-2004 (Informativo 05/2004);– Instrução Normativa 412 SRF, de 23-3-2004 (Informativo 13/2004);– Instrução Normativa 936 RFB, de 5-5-2009 (Fascículo 19/2009);– Instrução Normativa 971 RFB, de 13-11-2009 (Portal COAD);– Instrução Normativa 1.264 RFB, de 30-3-2012 – Instruções de Preenchimento da

DIPJ/2012 (Fascículo 14/2012);

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– Ato Declaratório 6 PGFN, de 1-12-2008 (Fascículo 51/2008);– Ato Declaratório Interpretativo 28 RFB, de 16-1-2009 (Fascículo 04/2009);– Parecer Normativo 7 CST, de 7-3-80 (Informativo 13/80);– Parecer Normativo 8 CST, de 13-9-85 (Informativo 38/85);– Enunciado 261 TST (Portal COAD);– Solução de Divergência 1 Cosit, de 2-1-2009 (Fascículo 02/2009);– Perguntas & Respostas – DIPJ/2012 – RFB – Capítulo VIII – Questões 97 a 108.

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PERDAS NO RECEBIMENTODE CRÉDITOS

Condições de Dedutibilidade

A cada período de apuração do Imposto de Renda (IRPJ) e da Contribuição Social sobre oLucro Líquido (CSLL), as pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real podem deduzir as per-das no recebimento de créditos decorrentes de suas atividades, desde que observem asregras fixadas na legislação em vigor.A Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa, cuja dedutibilidade foi admitida somenteaté o ano-calendário de 1996, foi substituída, para efeitos fiscais, pela atual sistemática,examinada neste trabalho.

1. PERDAS NO RECEBIMENTO DE CRÉDITOSA pessoa jurídica pode registrar como perdas, a cada período de apuração, os seguin-tes créditos:

IDevedores Insolventes

IICréditos SEM Garantia (*)

IIICréditos COM Garantia

IVDevedores Falidos ou

em Concordata

De qualquer valorCréditos em relação aos quais te-nha havido a declaração de in-solvência do devedor, em sen-tença emanada pelo Poder Ju-diciário.

Até R$ 5.000,00Por operação, vencidos há maisde 6 meses, ainda que os pro-cedimentos judiciais para o re-cebimento não tenham sido ini-ciados.

De qualquer valorProvenientes de:– vendas com reserva de domí-nio;– alienação fiduciária em garan-tia;– operações com outras garan-tias reais.Vencidos há mais de 2 anos,desde que iniciados e mantidosos procedimentos judiciais parao recebimento ou o arresto dasgarantias.

Contra devedor declarado fali-do ou pessoa jurídica declaradaconcordatária, relativamente àparcela que exceder o valor queesta tenha se comprometido apagar.

A dedução da perda será ad-mitida a partir da data da de-cretação da falência ou daconcessão da concordata,desde que a credora tenhaadotado os procedimentosjudiciais necessários para o re-cebimento do crédito.

A parcela do crédito cujo com-promisso de pagar não houversido honrado pela empresaconcordatária também poderáser deduzida como perda.

Acima de R$ 5.000,00até R$ 30.000,00

Por operação, vencidos há maisde 1 ano, ainda que os procedi-mentos judiciais para o recebi-mento não tenham sido inicia-dos, mas desde que mantida acobrança administrativa.

Superiores a R$ 30.000,00Vencidos há mais de 1 ano,desde que iniciados e mantidosos procedimentos judiciais parao recebimento.

(*) • Os limites até R$ 30.000,00 foram estabelecidos por operação e não por devedor. Considera-se operação, para esse efeito, a ven-da de bens, a prestação de serviços, a cessão de direitos e a aplicação de recursos financeiros em operações com títulos e valores mo-biliários, constante de um único contrato, no qual esteja prevista a forma de pagamento do preço pactuado, ainda que a transação sejarealizada para pagamento em mais de uma parcela. Tratando-se de empresa mercantil, a operação será caracterizada pela emissãoda fatura, mesmo que esta englobe mais de uma nota fiscal.• Os créditos SEM garantia serão considerados pelo seu valor atualizado em virtude de contrato, inclusive juros e outros encargos pelofinanciamento da operação e de eventuais acréscimos moratórios em razão da sua não liquidação, considerados até a data da baixa.• No contrato de crédito em que o não pagamento de uma ou mais parcelas implique o vencimento automático de todas as demais par-celas vincendas, os limites, até R$ 30.000,00, mencionados na coluna II, serão considerados em relação ao total dos créditos, por ope-ração, com o mesmo devedor.• Para o registro de nova perda em uma mesma operação, as condições mencionadas na coluna II devem ser observadas consideran-do-se a soma da nova perda àquelas já registradas.

1.1. INSTITUIÇÃO FINANCEIRA EM PROCESSO DE LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIALÉ permitida a dedução, como despesa operacional, do valor dos créditos deempresas junto a instituições financeiras em processo de liquidação extrajudi-cial, quando observadas as condições previstas para as demais pessoas jurídi-cas, examinadas nas colunas II e III do quadro do item 1 anterior e as seguintes.

IRPJ/2012 – Nº 07 20

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• Créditos sem garantia acima de R$ 5.000,00A empresa credora deve apresentar, quando exigida, a declaração de seus res-pectivos créditos, dispensando-se dessa obrigação os credores por depósitoou por letras de câmbio de aceite da instituição liquidanda. A obrigação de apre-sentar a mencionada declaração também poderá ser exigida das empresasdetentoras de créditos acima de R$ 30.000,00, pois ficam suspensas as açõesde execução em curso por força da legislação pertinente à liquidação extrajudi-cial.• Créditos com garantiaPodem ser deduzidos como perda aqueles vencidos há mais de dois anos,desde que tenham sido iniciados os procedimentos judiciais para o seu recebi-mento, ainda que os mesmos, assim como a possibilidade de arresto dasgarantias, tenham se tornado suspensos a partir da decretação da liquidaçãoextrajudicial.

2. PERDAS NÃO DEDUTÍVEISA perda no recebimento de créditos com pessoa jurídica que seja controladora, contro-lada, coligada ou interligada, bem como com pessoa física que seja acionista controla-dor, sócio, titular ou administrador da pessoa jurídica credora, ou parente até o terceirograu dessas pessoas físicas, não é admitida como dedutível, devendo ser adicionadaao lucro líquido do respectivo período de apuração, para efeito de determinação dolucro real e da base de cálculo da CSLL.

3. REGISTRO CONTÁBIL DAS PERDASAs perdas no recebimento de créditos deverão ser registradas da forma a seguir:a) créditos sem garantia até R$ 5.000,00:

– a débito da conta de RESULTADO DO PERÍODO e a crédito da conta do Ativoque registra o crédito correspondente;

b) demais hipóteses mencionadas no item 1 deste trabalho:– a débito da conta de RESULTADO DO PERÍODO e a crédito da conta do Ativoredutora do crédito correspondente.

3.1. BAIXA DEFINITIVAOs valores registrados na conta redutora do crédito, conforme mencionado naletra “b”, poderão ser baixados definitivamente, em contrapartida à conta queregistre o crédito, a partir do período de apuração em que se completar 5 anosdo vencimento do crédito, sem que o mesmo tenha sido liquidado pelo devedor.

3.2. DESISTÊNCIA DA COBRANÇA JUDICIALTratando-se de créditos sem garantia, de valor superior a R$ 30.000,00, sehouver desistência da cobrança pela via judicial, antes de decorridos 5 anos dovencimento, a perda eventualmente registrada deverá ser estornada ou adicio-nada ao lucro líquido correspondente ao período de apuração em que ocorrer adesistência, para efeito de determinação do lucro real e da base de cálculo daCSLL. Neste caso, o IRPJ e a CSLL respectivos serão considerados como pos-tergados desde o período de apuração em que a perda tenha sido reconhecida.Quando a solução da cobrança se der, em virtude de acordo homologado porsentença judicial, o valor da perda a ser estornado ou adicionado ao lucrolíquido será igual à soma da quantia recebida com o saldo a receber renegocia-do, não havendo que se falar em postergação.

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4. CRÉDITOS RECUPERADOSA pessoa jurídica deverá computar, na determinação do lucro real e da base de cálculoda Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, o montante dos créditos deduzidos quetenham sido recuperados, em qualquer época e a qualquer título, inclusive nos casosde novação da dívida ou de arresto dos bens recebidos em garantia real.Caso o débito seja quitado em bens, estes deverão ser escriturados pelo valor corres-pondente ao crédito ou avaliados pelo valor definido na decisão judicial que tenhadeterminado sua incorporação ao patrimônio do credor.Os juros vincendos poderão ser computados na determinação do lucro real e da basede cálculo da CSLL à medida que forem incorridos.

4.1. RENEGOCIAÇÃO DE DÍVIDA POR INSTITUIÇÃO FINANCEIRAAs instituições financeiras e equiparadas que novarem ou repactuarem débitosde responsabilidade de pessoas jurídicas optantes pelo Refis ou pelo parcela-mento alternativo desse Programa poderão computar a recuperação de crédi-tos anteriormente deduzidos como perda, até 31-12-99, na base de cálculo doImposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido à medida doefetivo recebimento.De acordo com a Lei 9.430/96, alterada pela 12.431/2011, as instituições auto-rizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil também farão o reconheci-mento da receita no momento do efetivo recebimento, para efeito do IRPJ e daCSLL, nos casos de renegociação de dívida decorrente de operação de créditode financimento rural, bem como decorrente de crédito concedido a pessoafísica de valor até R$ 30.000,00, apurado no momento da perda.

5. ENCARGOS FINANCEIROSDeve ser observado o seguinte tratamento tributário para os encargos financeiros inci-dentes sobre os créditos/débitos vencidos e não recebidos/pagos.

5.1. NA EMPRESA CREDORAO contribuinte poderá excluir do lucro líquido, na determinação do lucro real eda base de cálculo da CSLL, o valor dos encargos financeiros incidentes sobrecréditos vencidos há mais de 2 meses, auferido a partir desse mesmo prazo,que tiver sido contabilizado como receita.Ressalvadas as hipóteses de créditos sem garantia até R$ 30.000,00, a exclu-são somente será admitida se a pessoa jurídica houver tomado as providênciasde caráter judicial necessárias ao recebimento do crédito.Se as citadas providências forem tomadas após o prazo de 2 meses do venci-mento do crédito, a exclusão só abrangerá os encargos financeiros auferidos apartir da data em que tais procedimentos forem efetivados.Os valores excluídos deverão ser adicionados ao lucro líquido, para determina-ção do lucro real e da base de cálculo da CSLL, no período de apuração emque, para fins legais, se tornarem disponíveis para a pessoa jurídica credora ouem que a respectiva perda for reconhecida.

5.2. NA EMPRESA DEVEDORAA partir da citação inicial para o pagamento do débito, a pessoa jurídica deveráadicionar ao lucro líquido, na determinação do lucro real e da base de cálculo daCSLL, os encargos incidentes sobre o débito vencido e não pago, que tenhamsido deduzidos como despesa ou custo, incorridos a partir daquela data.Os valores adicionados poderão ser excluídos do lucro líquido, para determina-ção do lucro real e da base de cálculo da CSLL, no período de apuração em queo débito for quitado por qualquer forma.

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6. EXEMPLO PRÁTICOAdmitamos que a empresa Zaidan Ltda., tributada pelo lucro real, apure no balançoanual de 31-12-2012, as seguintes perdas no recebimento de créditos:

Especificação dos Créditos Duplicata nº Vencimento Valor OriginalR$

EncargosMoratórios até

31-12-2012

ValorReajustado

R$

Créditos sem GarantiaAté R$ 5.000,00• Vencidos há mais de 6 meses

5328/125454/125488/12

14-2-201213-4-201210-5-2012

2.081,562.602,472.404,70

208,16208,20168,33

2.289,722.810,672.573,03

Acima de R$ 5.000,00 atéR$ 30.000,00• Vencidos há mais de 1 ano(mantida a cobrança administrati-va)

5013/115021/115128/11

13-5-20119-9-201117-6-2011

15.605,9817.097,5513.657,98

2.965,142.564,632.458,44

18.571,1219.662,1816.116,42

Acima de R$ 30.000,00• Vencido há mais de 1 ano(com procedimento judicial)

5031/115036/11

21-7-201105-8-2011

36.150,4840.616,56

6.145,586.498,65

42.296,0647.115,21

Créditos com Garantia• Vencidos há mais de 2 anos(iniciados e mantidos procedimen-tos judiciais para o recebimento)

3285/103501/10

15-6-201024-7-2010

15.353,8113.473,06

4.606,143.907,19

19.959,9517.380,25

EMPRESA ZAIDAN LTDA.BALANCETE DE VERIFICAÇÃO EM 31-12-2012

(Antes do cômputo das perdas no recebimento de créditos)

Conta DébitoR$

CréditoR$

Ativo CirculanteCaixaBancos C/MovimentoDuplicatas a ReceberDuplicatas DescontadasEstoques

Ativo Não CirculanteTítulos a ReceberIncentivos FiscaisParticipações SocietáriasMóveis e UtensíliosMáquinas e EquipamentosDepreciação Acumulada de Móveis e UtensíliosDepreciação Acumulada de Máquinas e Equipamentos

Contas de ResultadoDespesas OperacionaisOutras DespesasReceitas Operacionais

Passivo CirculanteTítulos a PagarFornecedores

Patrimônio LíquidoCapital Social

13.687,75139.439,80

1.987.665,27

965.931,26

1.037.127,3038.847,60154.141,32307.820,81286.754,76

554.163,477.684,07

599.990,24

135.965,15117.814,32

1.625.919,68

115.300,34236.273,68

2.662.000,00

TOTAL 5.493.263,41 5.493.263,41

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No encerramento do ano-calendário, a empresa procederá do seguinte modo:a) Pelo registro contábil das perdas:

D – PERDAS NO RECEBIMENTO DE CRÉDITOS(Conta de Resultado) 7.673,42

C – DUPLICATAS A RECEBER (Ativo Circulante)Valor das duplicatas baixadas nesta datapor estarem vencidas há mais de seis mesessem recebimento:Duplicata nº 5328/12 2.289,72Duplicata nº 5454/12 2.810,67Duplicata nº 5488/12 2.573,03

_____________________ / / ______________________

D – PERDAS NO RECEBIMENTO DE CRÉDITOS(Conta de Resultado) 181.101,19

C – CRÉDITOS VENCIDOS E NÃO LIQUIDADOS(Conta Retificadora do Ativo)Valores baixados nesta data conforme relatório:Duplicata nº 5013/11 18.571,12Duplicata nº 5021/11 19.662,18Duplicata nº 5128/11 16.116,42Duplicata nº 5031/11 42.296,06Duplicata nº 5036/11 47.115,21Duplicata nº 3285/10 19.959,95Duplicata nº 3501/10 17.380,25

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DEMONSTRAÇÃO DOS CRÉDITOS A RECEBER NO BALANÇO PATRIMONIALApós o registro contábil das perdas no recebimento de créditos levantadas em 31-12-2012,a conta Duplicatas a Receber figurará nos subgrupos Ativo Circulante e Ativo Não Circu-lante, no balanço patrimonial, da seguinte forma:

ATIVOCIRCULANTEDuplicatas a Receber 1.979.991,85Duplicatas Descontadas (599.990,24)Créditos Vencidos e Não Liquidados (181.101,19) 1.198.900,42NÃO CIRCULANTEREALIZÁVEL A LONGO PRAZOTítulos a Receber 1.037.127,30

Conforme mencionado no item 5 deste trabalho, na determinação do lucro real e da base decálculo da CSLL, a pessoa jurídica pode excluir do lucro líquido o valor dos encargos finan-ceiros incidentes sobre créditos vencidos há mais de 2 meses, auferido a partir dessemesmo prazo, que tiver sido contabilizado como receita.Os valores excluídos do lucro líquido deverão ser mantidos no Lalur, para posterior adição naapuração do lucro real e na base de cálculo da CSLL do período em que se tornarem disponí-veis para a pessoa jurídica credora ou em que for reconhecida a respectiva perda.

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FUNDAMENTAÇÃO LEGAL:– Lei 6.404, de 15-12-86 – Lei das Sociedades Anônimas – artigos 178, 179 e 187 (Portal

COAD);– Lei 9.430, de 27-12-96 – artigos 12 e 28 (Informativo 53/96);– Lei 9.964, de 10-4-2000 – artigo 16 (Informativo 15/2000);– Lei 11.941, de 27-5-2009 – artigo 37 (Fascículo 22/2009);– Lei 12.431, de 24-6-2011 – artigo 9º (Fascículo 26/2011);– Decreto 3.000, de 26-3-99 – Regulamento do Imposto de Renda – artigos 340 a 343

(Portal COAD);– Resolução 1.157 CFC, de 13-2-2009 (Portal COAD);– Resolução 1.185 CFC, de 28-8-2009 (Portal COAD);– Resolução 1.329 CFC, de 22-3-2011 (Portal COAD);– Resolução 1.330 CFC, de 18-3-2011 (Portal COAD);– Instrução Normativa 93 SRF, de 24-12-97 (Informativo 53/96);– Instrução Normativa 390 SRF, de 30-1-2004 (Informativo 05/2004);– Ato Declaratório Interpretativo 20 SRF, de 19-7-2004 (Informativo 29/2004);– Perguntas & Respostas – DIPJ/2012 – RFB – Capítulo VIII – Questões 120 a 127.

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RETIRADASTratamento Tributário

As retiradas são quantias atribuídas mensalmente a sócios, diretores, administradores outitulares de pessoas jurídicas, em retribuição aos serviços por eles prestados, não se con-fundindo tais remunerações com os lucros a que tiverem direito em decorrência de sua par-ticipação no capital social.Os valores atribuídos a título de retiradas são dedutíveis como despesas operacionais daspessoas jurídicas tributadas com base no lucro real, desde que observadas as condiçõesexaminadas neste trabalho.

1. EXTINÇÃO DOS LIMITES DE RETIRADASAté o ano-calendário de 1996, as pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real estiveramobrigadas, para fins de dedutibilidade, a observar os seguintes limites de retiradas:a) limite individual mínimo;b) limite individual máximo;c) limite colegial mínimo;d) limite colegial máximo;e) limite em função do lucro real.A Lei 9.430/96, em seu artigo 88, XIII, revogou os referidos limites. Portanto, a partir doano-calendário de 1997, as pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real estão dispen-sadas da apuração do excesso de retiradas.

1.1. IMPOSSIBILIDADE DE PAGAMENTODe acordo com o Decreto 99.684/90, a pessoa jurídica em mora com o FGTSnão pode pagar qualquer tipo de retribuição ou retirada a seus sócios, diretores,gerentes ou empresário (antigo titular de firma individual).

2. BENEFICIÁRIOSDe acordo com a legislação do Imposto de Renda, somente podem receber remunera-ção a título de retiradas as pessoas físicas que exerçam função de diretoria ou degerência, com poder de decisão sobre os negócios da empresa.Dessa forma, são considerados beneficiários de retiradas o empresário (antigo titularde empresa individual), os sócios-gerentes, os diretores e os administradores da pes-soa jurídica que lhes prestem serviços, inclusive quando se tratar de microempresas eempresas de pequeno porte.

2.1. SÓCIOSSão os que participam ou são membros de uma sociedade, abrangendo as pes-soas que fazem parte de sociedades civis ou comerciais (sociedades simples eempresariais, conforme nova denominação dada pelo Código Civil), figurantesou não de contratos sociais ou estatutos, que sejam vinculados entre si, com afinalidade de atender a interesses comuns através do exercício de atividade ouda prestação de bens patrimoniais.

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2.2. DIRETORESO diretor é a pessoa que dirige, administra e representa legalmente uma insti-tuição ou associação civil, uma companhia ou uma sociedade comercial. Sãogeralmente eleitos por assembleias para períodos fixados de acordo com osestatutos ou contratos sociais, podendo ser ou não acionistas ou associados daorganização.

2.3. ADMINISTRADORESSão aqueles que praticam, com habitualidade, atos privativos de gerência ouadministração de negócios da empresa, mediante delegação ou designaçãooutorgada por assembleia, de diretoria ou de diretor. Dessa forma, o adminis-trador é a pessoa com poderes para gerir e administrar a sociedade e tratar dosseus negócios e interesses, sendo irrelevante a forma pela qual tais podereslhe são conferidos.Não se enquadram no conceito de administrador os empregados que traba-lham permanente e exclusivamente para uma empresa, com subordinação jurí-dica e hierárquica e como meros prepostos ou procuradores, em decorrênciade mandato recebido, exercendo essa função cumulativamente com suas tare-fas normais, e recebendo remuneração ou salário constante dos respectivoscontratos de trabalho, provados com Carteira Profissional.

2.4. EMPRESÁRIOSAs condições de dedutibilidade aplicáveis às retiradas do sócio ou administra-dor da pessoa jurídica são extensivas ao empresário (antigo titular de empresaindividual). Para efeito de dedução como despesa operacional das retiradasatribuídas ao empresário, é necessário, ainda, que os valores pagos corres-pondam à remuneração mensal fixa pela efetiva prestação de serviços àempresa.

3. DIRIGENTES NA CONDIÇÃO DE EMPREGADOSPode ocorrer que os sócios, diretores ou administradores sejam empregados das pes-soas jurídicas, contratados sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),mas exerçam funções de gerência na empresa, ditando sua política ou normas. Nestahipótese, os rendimentos por eles auferidos, seja a título de remuneração como diri-gentes, seja como retribuição do trabalho assalariado, estarão enquadrados, no seutotal, no conceito de retiradas, sujeitando-se, portanto, às condições estabelecidaspela lei para a remuneração de dirigentes.

3.1. ACIONISTA OU SÓCIO-EMPREGADODe acordo com o Ato Declaratório Normativo 34/75, a retribuição salarial deempregado que também seja acionista da empregadora, desde que o mesmoNÃO exerça atividade de gerência, administração ou direção, não está sujeitaàs condições fixadas para a remuneração de dirigentes.Segundo decisões da 3ª Câmara de Contribuintes do Ministério da Fazenda,esse tratamento se estende aos sócios de sociedades por quotas de responsa-bilidade limitada.No entanto, a 1ª Câmara daquele Tribunal proferiu decisões contrárias a essaorientação, declarando que o vínculo empregatício da empresa com o seu sócioé um artifício utilizado para evitar, uma vez não cumpridas as condições exami-nadas nesse trabalho, a indedutibilidade das retiradas, e que o sócio-empregado

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deve receber o mesmo tratamento que o dirigente de sociedade por quotas, qual-quer que seja sua participação no capital social.

3.2. DIRETOR-EMPREGADONada impede que um empregado seja designado para exercer as funções dediretor, com poderes de mando e decisão para gerir, administrar e representar aempresa em que trabalha.O empregado, assim eleito, tem seu contrato de trabalho suspenso enquantodurar o seu mandato ou até que dele seja afastado. Nesse caso, as remunera-ções recebidas pelo diretor-empregado são conceituadas como retiradas dedirigentes, sujeitas às condições fixadas pela legislação do Imposto de Renda.No entanto, o fato de o empregado ter o título de diretor, sem ter poderes dedecisão, gestão e representação definidos em contrato ou estatuto social, não oenquadra no conceito de dirigente. Em consequência, as remunerações por elerecebidas caracterizam meras retribuições do trabalho assalariado, não sujei-tas às condições previstas para retiradas de dirigentes.

3.3. ADMINISTRADORES-EMPREGADOSComo já mencionamos, não estão enquadrados no conceito de administradoros empregados que, embora exercendo cargos de gerência, trabalhem perma-nente e exclusivamente para a empresa, atuando como simples prepostos ouexecutivos de ordens superiores, não participando nas decisões sobre o seufuncionamento, exercendo funções de gerência na empresa como meros exe-cutores da política da mesma. Assim, não são beneficiários de retiradas osgerentes de departamentos, tais como o gerente financeiro e o gerente de ven-das, que apenas executam as normas ditadas pela direção da empresa.No entanto, quando os administradores-empregados, apesar de não terem par-ticipação no capital da empresa, decidirem sobre os rumos e objetivos damesma, exercendo funções de gerência da empresa e ditando a sua políticaempresarial, terão as remunerações sujeitas às mesmas condições de deduti-bilidade fixadas para as retiradas.

4. VALOR DAS RETIRADASO valor das retiradas é fixado livremente pela empresa, levando-se em conta diversosfatores, tais como: a capacidade gerencial dos beneficiários, o tempo dedicado àssuas funções, a complexidade e o vulto dos serviços exigidos, o preço corrente no mer-cado para esses serviços e, ainda, a condição econômico-financeira da empresa.A legislação vigente do Imposto de Renda não cerceia a liberdade de as empresasfixarem as retiradas e nem mesmo estabelecem limites para tais remunerações.Dessa forma, a pessoa jurídica pode remunerar os seus dirigentes com quaisquervalores ou até deixar de atribuir-lhes retiradas.No entanto, como já mencionado, deverão ser observadas as condições de dedutibili-dade previstas na legislação vigente; do contrário, o valor será considerado indedutí-vel, devendo ser adicionado ao lucro líquido do período de apuração para efeito dedeterminação do lucro real.

4.1. MONTANTE DAS RETIRADASO montante mensal das retiradas compreende o total pago ou creditado, antesde deduzidas quaisquer parcelas, inclusive os impostos, contribuições fiscais,parafiscais ou previdenciárias, que possam incidir sobre esse total, em caráterde remuneração pelos serviços prestados à empresa.

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5. ENCARGOS SOCIAISO FGTS e o INSS vinculados a remunerações pro labore terão o tratamento a seguirexaminados.

5.1. DEPÓSITOS AO FGTSOs depósitos efetuados para garantia do tempo de serviço de dirigentes, nãoempregados, constituem custos ou despesas operacionais dedutíveis.

5.2. CONTRIBUIÇÕES AO INSSAs contribuições para a Previdência Social sobre as retiradas pro labore rece-bem o seguinte tratamento:a) a parte que competir à empresa será considerada despesa dedutível;b) a parte que competir ao segurado, porventura assumida pela empresa, será

considerada benefício indireto, devendo, portanto, integrar o montante dasretiradas.

6. CONDIÇÕES DE DEDUTIBILIDADEPara que os valores pagos ou creditados a título de retiradas sejam dedutíveis comodespesas operacionais, devem ser atendidas as seguintes condições:a) corresponderem à efetiva prestação de serviços;b) serem mensais e fixos, isto é, predeterminados;c) serem debitados em conta específica como custo ou despesa operacional.Os valores atribuídos com inobservância dessas condições não são consideradoscomo dedutíveis.

6.1. RETIRADAS NÃO FIXADAS EM REAISNada impede que o valor das retiradas seja fixado com base em fatores reajus-tados periodicamente. Esse procedimento, que deve constar dos estatutos,atas da assembleia-geral ou do contrato social, permite o conhecimento anteci-pado do valor atribuído ao dirigente, não deixando de atender à condição de sermensal e fixa.Observe-se que NÃO podem ser utilizados como referência o salário-mínimo, aUFIR e as moedas estrangeiras, pois a legislação proíbe a utilização dos mes-mos para esse fim.

7. VALORES NÃO DEDUTÍVEISNão são dedutíveis na determinação do lucro real:a) as retiradas não debitadas em custos ou despesas operacionais ou contas subsi-

diárias e as que, mesmo escrituradas nessas contas, não correspondam à remunera-ção mensal e fixa por prestação de serviços;

b) as percentagens e ordenados pagos a membros das diretorias das sociedades porações que não residam no País.

8. REMUNERAÇÕES DE CONSELHEIROS FISCAIS E CONSULTIVOSA legislação que vigorou até 31-12-96 determinava que a despesa operacional decada um dos membros do conselho fiscal ou consultivo não poderia ultrapassar a 10%do limite da remuneração individual, admitido no período de apuração para os sócios,acionistas ou titular de empresa individual. A Lei 9.430/96 também revogou o disposi-tivo legal que estabelecia essa limitação. No entanto, para serem admitidas como ope-racionais, as despesas com remunerações de conselheiros fiscais e consultivos deve-

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rão observar as mesmas condições de dedutibilidade aplicáveis aos sócios, diretores,administradores e titulares de empresas individuais.

9. ADIÇÃO NA PARTE “A” DO LALURNo Livro de Apuração do Lucro Real devem ser feitas, no encerramento de cadaperíodo de apuração, as adições, exclusões e compensações previstas na legislaçãovigente, inclusive as adições relativas às retiradas de dirigentes ou conselheiros queforem pagas sem observância das condições de dedutibilidade examinadas neste tra-balho.

10. REMUNERAÇÃO INDIRETA A ADMINISTRADORESDesde que a pessoa jurídica identifique e individualize o beneficiário, o valor das van-tagens, benefícios e ganhos adicionais, pecuniários ou não, pagos a sócio, acionistaou titular em retribuição pelo desempenho do respectivo cargo ou função, integrará omontante das retiradas, sendo considerado dedutível na apuração do lucro real.

10.1. VALORES INTEGRANTES DA REMUNERAÇÃO DOS BENEFICIÁRIOSIntegram o montante da retirada:I – a contraprestação de arrendamento mercantil ou o aluguel ou, quando for ocaso, os respectivos encargos de depreciação:a) de veículo utilizado, em caráter particular, no transporte de administradores,

diretores, gerentes e seus assessores ou de terceiros em relação à pessoajurídica;

b) de imóvel cedido para uso de qualquer pessoa dentre as referidas na letra“a”;

II – as despesas com benefícios e vantagens concedidas pela empresa a admi-nistradores, diretores, gerentes e seus assessores, pagas diretamente ou atra-vés da contratação de terceiros, tais como:a) a aquisição de alimentos ou quaisquer outros bens para utilização pelo beneficiário

fora do estabelecimento da empresa;b) os pagamentos relativos a clubes e a assemelhados;c) o salário e os respectivos encargos sociais de empregados postos à disposi-

ção ou cedidos, pela empresa, a administradores, diretores, gerentes e seusassessores ou de terceiros;

d) a conservação, o custeio e a manutenção dos bens referidos no item I.Os valores atribuídos de forma indireta a dirigentes da pessoa jurídica serão, damesma forma que as retiradas, tributados na fonte e na Declaração de Ajuste Anualdo beneficiário, com base na Tabela Progressiva do Imposto de Renda.

10.2. BENEFICIÁRIOS NÃO IDENTIFICADOS OU IDENTIFICADOS E NÃOINDIVIDUALIZADOSQuando a pessoa jurídica não identificar ou identificar e não individualizar osbeneficiários das vantagens ou benefícios concedidos, os valores atribuídosficarão sujeitos à tributação exclusiva na fonte, à alíquota de 35%, calculadasobre o rendimento bruto devidamente reajustado. Neste caso, o valor das des-pesas, bem como o do IR/Fonte, serão considerados indedutíveis, devendo seradicionados ao lucro líquido do período de apuração para efeito de determina-ção do lucro real.Esse tratamento aplica-se, também, aos pagamentos efetuados com recursosentregues, contabilizados ou não, quando não comprovada a operação ou asua causa.

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10.3. DESPESAS COM DEDUÇÃO VEDADA A PARTIR DE 1º DE JANEIRO DE 1996A Lei 9.249/95, artigo 13, vedou a dedutibilidade, para fins de determinação dolucro real e da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido,dentre outras, das seguintes despesas:a) contraprestações de arrendamento mercantil e do aluguel de bens móveis

ou imóveis, exceto quando relacionados intrinsecamente com a comerciali-zação dos bens e serviços;

b) despesas de depreciação, amortização, manutenção, reparo, conservação,impostos, taxas, seguros e quaisquer outros gastos com bens móveis ouimóveis, exceto quando relacionados intrinsecamente com a comercializa-ção dos bens e serviços;

c) despesas com alimentação de sócios, acionistas e administradores.No caso de pessoa jurídica que atribui remuneração indireta a seus dirigentes, éimportante identificar e individualizar os beneficiários para acrescentar as vanta-gens e os benefícios ao valor das retiradas. Isso porque, embora a pessoa físicabeneficiária seja tributada com base na Tabela Progressiva (na fonte e na Decla-ração de Ajuste Anual) a pessoa jurídica poderá deduzir a totalidade dos valorespagos a título de retiradas, ainda que se trate das despesas com dedutibilidadevedada pelo artigo 13 da Lei 9.249/95, mencionadas nas letras “a” e “b” prece-dentes.Ressalte-se que as despesas com alimentação de sócios, acionistas e adminis-tradores, serão sempre consideradas indedutíveis, a não ser que se trate daaquisição de alimentos para utilização pelo beneficiário fora do estabelecimentoda empresa, a que se refere a letra “a” do inciso II do subitem 10.1.É preciso observar, ainda, que os pagamentos de despesas particulares dosdirigentes da pessoa jurídica, a título de benefícios indiretos, somente serãoconsiderados dedutíveis, na determinação do lucro real e da base de cálculo daCSLL, se corresponderem à remuneração mensal fixa, ou seja, predetermi-nada.

11. GRATIFICAÇÕES OU PARTICIPAÇÕES NOS LUCROSAs gratificações ou participações nos lucros atribuídos aos dirigentes da pessoa jurí-dica não integram a remuneração auferida pelos mesmos, nem são dedutíveis comodespesas operacionais. Esses valores, se considerados como despesas, devem seracrescidos ao lucro líquido para apuração do lucro real.

FUNDAMENTAÇÃO LEGAL:– Lei Complementar 123, de 14-12-2006 – artigo 14 (Portal COAD);– Lei 7.789, de 3-7-89 (Informativo 27/89);– Lei 9.249, de 26-12-95 (Informativo 52/95);– Lei 9.430, de 27-12-96 (Informativo 53/96);– Lei 10.406, de 10-1-2002 – artigos 966 e 982 – Código Civil (Portal COAD);– Decreto 3.000, de 26-3-99 – Regulamento do Imposto de Renda (RIR) – artigos 43, XIII e

XVII, 249, parágrafo único, V, 299, 302 a 304, 345, parágrafo único, 357, 358, 622, 636,637, 674 e 675 (Portal COAD);

– Decreto 99.684, de 8-11-90 – Regulamento do FGTS – artigos 50, 51 e 52 (Portal COAD);– Instrução Normativa 93 SRF, de 24-12-97 – artigo 31 (Informativo 53/97);– Ato Declaratório Normativo 4 CST, de 22-3-77 (Informativo 14/77);– Ato Declaratório Normativo 34 CST, de 23-10-75 (IR/75);– Parecer Normativo 11 CST, de 30-9-92 (Informativo 42/92);

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– Parecer Normativo 18 CST, de 23-12-85 (Informativo 53/85);– Parecer Normativo 48 CST, de 31-1-72 (Informativo 20/82, em Remissão);– Acórdão 4.285 CC-MF, de 16-3-82 (Informativo 24/83);– Acórdão 5.859 CC-MF, de 19-10-83 (Informativo 31/88);– Acórdão 71.430 CC-MF, de 20-11-79 (Informativo 31/88);– Acórdão 77.255 CC-MF, de 15-7-87 (Informativo 39/87);– Perguntas & Respostas – DIRPJ/2012 – RFB – Capítulo VIII – Questões 128 a 134.

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ARRENDAMENTO MERCANTILTratamento Tributário

Neste trabalho, examinamos os aspectos fiscais aplicáveis ao arrendamento mercantil noscasos em que os bens objeto dos contratos são arrendados por pessoas jurídicas ou a elasequiparadas.

1. LEGISLAÇÃO APLICÁVELO tratamento tributário das operações de arrendamento mercantil é regido pela Lei6.099, de 1974, com as alterações da Lei 7.132, de 1983.Todas as operações de arrendamento mercantil subordinam-se ao controle e à fiscaliza-ção do Banco Central do Brasil (Bacen), segundo normas estabelecidas pelo ConselhoMonetário Nacional (CMN).A matéria está regulamentada, dentre outras, pelas Resoluções Bacen 2.309, de 1996,2.465, de 1998 e 2.659, de 1999.

2. CONCEITOO arrendamento mercantil, também denominado leasing, é o negócio jurídico reali-zado entre pessoa jurídica, na qualidade de arrendadora, e pessoa física ou jurídica,na qualidade de arrendatária, que tenha por objeto o arrendamento de bens adquiridospela arrendadora, segundo especificações da arrendatária e para uso próprio destaem sua atividade econômica.

3. BENS OBJETO DO LEASING

Podem ser objeto de arrendamento mercantil bens móveis, de produção nacional ouestrangeira, e bens imóveis, adquiridos pela arrendadora na forma e com a finalidademencionadas no item 2.

4. MODALIDADES DE ARRENDAMENTO MERCANTILO Regulamento que disciplina e consolida as normas aplicáveis às operações dearrendamento mercantil, editado pelo Bacen, prevê, atualmente, as modalidades deleasing examinadas a seguir.

4.1. ARRENDAMENTO MERCANTIL FINANCEIROEssa modalidade de arrendamento mercantil caracteriza-se da seguinte forma:a) as contraprestações e demais pagamentos previstos no contrato, devidos

pela arrendatária, são normalmente suficientes para que a arrendadorarecupere o custo do bem arrendado durante o prazo contratual da operaçãoe, adicionalmente, obtenha um retorno sobre os recursos investidos;

b) as despesas de manutenção, assistência técnica e serviços correlatos à ope-racionalidade do bem arrendado devem ser de responsabilidade da arrenda-tária;

c) o preço para o exercício da opção de compra é livremente pactuado,podendo ser, inclusive, o valor de mercado do bem arrendado.

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4.2. ARRENDAMENTO MERCANTIL OPERACIONALConsidera-se arrendamento mercantil operacional a modalidade em que:a) as contraprestações a serem pagas pela arrendatária contemplem o custo

de arrendamento do bem e os serviços inerentes à sua colocação à disposi-ção da arrendatária, não podendo o valor presente dos pagamentos ultra-passar 90% do custo do bem;

b) o prazo contratual seja inferior a 75% do prazo de vida útil econômica dobem;

c) as despesas de manutenção, assistência técnica e serviços correlatos àoperacionalidade do bem arrendado podem ser de responsabilidade daarrendadora ou da arrendatária;

d) o preço para o exercício da opção de compra seja o valor de mercado dobem arrendado;

e) não haja previsão de pagamento de valor residual garantido.No cálculo do valor presente dos pagamentos, mencionado na letra “a”, deverá serutilizada taxa equivalente aos encargos financeiros constantes do contrato.

4.3. COMPARAÇÃO DAS MODALIDADESA diferença básica entre as duas modalidades de arrendamento mercantil estáno preço fixado para o exercício da opção de compra.Na modalidade operacional, se, ao final do contrato, a arrendatária optar poradquirir o bem, terá de pagar à arrendadora o valor de mercado, enquanto noarrendamento mercantil financeiro, além de o custo do bem já ter sido 100%deduzido, a aquisição poderá ser realizada por valor simbólico.

5. NORMAS PARA A ARRENDADORASomente estão autorizadas a realizar operações de leasing, na qualidade de arrenda-doras, as seguintes entidades:a) pessoas jurídicas que tenham como objeto principal de sua atividade a prática de

operações de arrendamento mercantil;b) os bancos múltiplos com carteira de arrendamento mercantil;c) as instituições financeiras, no caso de operações contratadas com o próprio vende-

dor dos bens (lease back).As operações na modalidade operacional são privativas dos bancos múltiplos com car-teira de arrendamento mercantil e das sociedades de arrendamento mercantil.

5.1. CONSTITUIÇÃO E FUNCIONAMENTOA constituição e o funcionamento das pessoas jurídicas que tenham comoobjeto principal de sua atividade a prática de operações de arrendamento mer-cantil dependem de autorização do Bacen.As sociedades de arrendamento mercantil devem adotar a forma de sociedadesanônimas e a elas se aplicam, no que couber, as mesmas condições estabeleci-das para o funcionamento de instituições financeiras, devendo constar obrigatoria-mente de sua denominação a expressão “Arrendamento Mercantil”, que é priva-tiva dessas sociedades.O Capital Social e o Patrimônio Líquido das sociedades de arrendamento mer-cantil devem observar os limites fixados pelo CMN.

6. FORMALIZAÇÃO DOS CONTRATOS DE LEASING

Os contratos de arrendamento mercantil devem ser formalizados por instrumentopúblico ou particular.

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6.1. DADOS OBRIGATÓRIOSOs contratos devem conter, no mínimo, as seguintes especificações:a) a descrição dos bens que constituem o objeto do arrendamento mercantil,

com todas as características que permitam sua perfeita identificação;b) o prazo do arrendamento;c) o valor das contraprestações ou a fórmula de cálculo das contraprestações,

bem como o critério para seu reajuste;d) a forma de pagamento das contraprestações por períodos determinados,

não superiores a um semestre, salvo nos casos de operações que benefi-ciem atividades rurais, quando o pagamento pode ser fixado por períodosnão superiores a um ano;

e) as condições para o exercício por parte da arrendatária do direito de optarpela renovação do contrato, pela devolução dos bens ou pela aquisição dosbens arrendados;

f) a concessão à arrendatária de opções de compra dos bens arrendados,devendo ser estabelecido o preço para seu exercício ou critério utilizável nasua fixação;

g) as despesas e os encargos adicionais, inclusive despesas de assistênciatécnica, manutenção e serviços inerentes à operacionalidade dos bensarrendados, admitindo-se, ainda, para o arrendamento mercantil financeiro:I – a previsão de a arrendatária pagar valor residual garantido em qualquermomento durante a vigência do contrato, não caracterizando o pagamento dovalor residual garantido o exercício da opção de compra;II – o reajuste do preço estabelecido para a opção de compra e o valor resi-dual garantido;

h) as condições para eventual substituição dos bens arrendados, inclusive naocorrência de sinistro, por outros da mesma natureza, que melhor atendamàs conveniências da arrendatária, devendo a substituição ser formalizadapor intermédio de aditivo contratual;

i) as demais responsabilidades que vierem a ser convencionadas, em decor-rência de:I – uso indevido ou impróprio dos bens arrendados;II – seguro previsto para cobertura de risco dos bens arrendados;III – danos causados a terceiros pelo uso dos bens;IV – ônus advindos de vícios dos bens arrendados;

j) a faculdade de a arrendadora vistoriar os bens objeto de arrendamento e deexigir da arrendatária a adoção de providências indispensáveis à preserva-ção da integridade dos referidos bens;

k) as obrigações da arrendatária, nas hipóteses de:I – inadimplemento, limitada a multa de mora a 2% do valor em atraso;II – destruição, perecimento ou desaparecimento dos bens arrendados;

l) a faculdade de a arrendatária transferir a terceiros no País, desde que hajaanuência expressa da entidade arrendadora, os seus direitos e obrigaçõesdecorrentes do contrato, com ou sem co-responsabilidade solidária.

7. PRAZOS MÍNIMOSOs contratos devem fixar os seguintes prazos mínimos de arrendamento:Arrendamento mercantil financeiroBens com vida útil igual ou inferior a 5 anos: 2 anosOutros bens: 3 anosArrendamento mercantil operacional: 90 dias

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8. VALOR DAS CONTRAPRESTAÇÕESO Bacen poderá fixar critérios de distribuição de contraprestações de arrendamentodurante o prazo contratual, tendo em vista a adequada observância dos prazos míni-mos mencionados no item anterior.

9. TRATAMENTO TRIBUTÁRIO DAS CONTRAPRESTAÇÕESO Regulamento do Imposto de Renda estabelece que são consideradas, como custo oudespesa operacional da pessoa jurídica arrendatária, as contraprestações pagas ou credi-tadas decorrentes de contrato de arrendamento mercantil fundamentado na Lei 6.099/74,com as alterações da Lei 7.132/83.

9.1. CONDIÇÃO PARA A DEDUTIBILIDADEPara fins do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido,a dedutibilidade das contraprestações está condicionada a que os bens arren-dados estejam relacionados intrinsecamente com a produção ou comercializa-ção dos bens ou serviços pela arrendatária.Consideram-se intrinsecamente relacionados com a produção ou comerciali-zação:a) os bens móveis e imóveis utilizados no desempenho das atividades de con-

tabilidade;b) os bens imóveis utilizados como estabelecimento da administração;c) os bens móveis utilizados nas atividades operacionais, instalados em esta-

belecimento da empresa;d) os veículos tipo caminhão, caminhoneta de cabine simples ou utilitário, utili-

zados no transporte de mercadorias e produtos adquiridos para revenda, dematéria-prima, produtos intermediários e de embalagem aplicados na pro-dução;

e) os veículos do tipo caminhão, caminhoneta de cabine simples ou utilitário, asbicicletas e motocicletas utilizados pelos cobradores, compradores e vende-dores nas atividades de cobrança, compra e venda;

f) os veículos do tipo caminhão, caminhoneta de cabine simples ou utilitário,as bicicletas e motocicletas utilizados nas entregas de mercadorias e produ-tos vendidos;

g) os veículos utilizados no transporte coletivo de empregados;h) os bens móveis e imóveis utilizados em pesquisa e desenvolvimento de pro-

dutos ou processos;i) os bens móveis e imóveis próprios, locados pela pessoa jurídica que tenha a

locação como objeto de sua atividade;j) os bens móveis e imóveis objeto de arrendamento mercantil nos termos da

Lei 6.099/74, pela pessoa jurídica arrendadora;l) os veículos utilizados na prestação de serviços de vigilância móvel, pela

pessoa jurídica que tenha por objeto essa espécie de atividade.

9.1.1. Bens Locados pela ArrendatáriaPode ocorrer de a empresa arrendatária ter como atividade econô-mica a locação de bens, os quais tanto podem ser próprios como dis-poníveis através de contrato de arrendamento mercantil.Nesses casos, também é admitida a dedução, como custo ou despesaoperacional, das contraprestações pagas por força de contrato dearrendamento mercantil de bens destinados pela arrendatária, à loca-

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ção, desde que visando, essencialmente, atender à realização do seupróprio objeto social.

9.1.2. Bens Utilizados por Dirigentes ou TerceirosDesde que identificados e individualizados os beneficiários, as contra-prestações de arrendamento mercantil relativas a veículos utilizadosno transporte de administradores, diretores, gerentes e seus assesso-res ou de terceiros em relação à pessoa jurídica, integram as respecti-vas remunerações, sendo consideradas dedutíveis na apuração dolucro real e da base de cálculo da CSLL.Os valores incorporados a retiradas ou salários são tributados peloImposto de Renda de pessoa física, na fonte e na Declaração deAjuste Anual, de acordo com a Tabela Progressiva.A falta de identificação do beneficiário e, consequentemente, a nãoincorporação da vantagem ou benefício à sua remuneração, implicaráa tributação exclusiva na fonte do valor da contraprestação, à alíquotade 35%.O valor concedido será considerado líquido, cabendo o reajustamentodo respectivo rendimento bruto sobre o qual recairá o imposto, consi-derado vencido no dia do pagamento.Os valores atribuídos a beneficiários não identificados ou identifica-dos e não individualizados, bem como o imposto recolhido à alíquotade 35%, são indedutíveis, devendo ser adicionados ao lucro líquido docorrespondente período, para efeito de apuração do lucro real.

9.2. MOMENTO DA DEDUÇÃODe acordo com a Portaria 140 MF/84, as contraprestações de arrendamentomercantil devem ser computadas no lucro líquido do período de apuração emque forem exigíveis, ou seja, serão computadas de acordo com os respectivosvencimentos. A norma da Portaria conflita com o regime de competência, poishá contratos de arrendamento mercantil, em que a maior parte das contra-prestações é exigível nos primeiros meses.Ocorre que o 1º Conselho de Contribuintes tem emitido decisões, nas quaisdescaracteriza como arrendamento mercantil a operação em que as contra-prestações são maiores no início do contrato, ou seja, são desproporcionais aotempo do contrato.Como o Bacen, apesar de autorizado por lei, não expediu critérios para cálculodas contraprestações, o contribuinte deve procurar conciliar as normas fiscais econtábeis.

10. VALOR RESIDUAL GARANTIDOA previsão de a arrendatária pagar valor residual garantido somente pode existir noscontratos de arrendamento mercantil financeiro.Valor residual garantido é o preço fixado no contrato para o exercício da opção decompra ou o valor contratualmente garantido pela arrendatária à arrendadora, corres-pondente ao mínimo a ser recebido por esta na venda a terceiros do bem arrendado,na hipótese de a opção de compra não ser exercida.Na modalidade de arrendamento mercantil financeiro, o preço para o exercício daopção de compra, é o valor livremente pactuado, que poderá ser, inclusive, o valor demercado do bem arrendado.

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10.1. ANTECIPAÇÃO DO VALOR RESIDUAL GARANTIDOO valor residual garantido poderá ser pago em qualquer momento, durante avigência do contrato, não caracterizando o pagamento desse valor o exercícioda opção de compra.

11. EXERCÍCIO DA OPÇÃO DE COMPRASe, vencido o prazo do contrato, for exercida a opção de compra, o bem passará aintegrar o Ativo Imobilizado da empresa adquirente pelo respectivo custo de aquisi-ção, assim entendido o preço pago pela arrendatária à arrendadora, pelo exercício dodireito, conforme previsto no contrato.

11.1. DEPRECIAÇÃO DOS BENS INTEGRADOS AO ATIVOPara fins de depreciação, o bem integrado ao Ativo Imobilizado em decorrênciado exercício de opção de compra deve ser considerado como adquirido usado.Portanto, o prazo de vida útil admissível será o maior dentre os seguintes:a) metade do prazo de vida útil admissível para o bem adquirido novo;b) restante do prazo de vida útil do bem, considerado em relação à sua primeira

instalação ou utilização.

11.1.1. Condição para a Dedutibilidade dos EncargosPara efeito de determinação do lucro real e da base de cálculo daCSLL, somente serão considerados dedutíveis os encargos de depre-ciação relativos a bens e direitos intrinsecamente relacionados com aprodução ou comercialização dos bens e serviços.

12. BENFEITORIAS EM BENS ARRENDADOSAs benfeitorias em bens arrendados, que aumentem o prazo de vida útil do bem por maisde um ano, devem ser registradas no Ativo Imobilizado.

12.1. AMORTIZAÇÃO DAS BENFEITORIASA amortização dos gastos com benfeitorias em bens objeto de arrendamentomercantil será efetuada no decurso do prazo de vida útil desses bens, contadoda data de realização das benfeitorias.Portanto, NÃO é admitida a amortização dos gastos no prazo do contrato, aindaque não haja previsão de indenização por parte da arrendadora.

12.1.1. Condição para a Dedutibilidade dos EncargosPara efeito de determinação do lucro real e da base de cálculo daCSLL, somente serão considerados dedutíveis os encargos de amor-tização relativos a bens e direitos intrinsecamente relacionados com aprodução ou comercialização dos bens e serviços.

13. DESCARACTERIZAÇÃO DO CONTRATO DE LEASING

A aquisição, pelo arrendatário, de bens arrendados em desacordo com a legislação deregência, será considerada compra e venda a prestação, ficando, portanto, descarac-terizada a operação de arrendamento mercantil. Nesta hipótese, o preço da operaçãoserá representado pelo total das contraprestações pagas durante a vigência do con-trato, acrescido da parcela paga a título de preço de aquisição.As importâncias já deduzidas, pela adquirente, como custo ou despesa operacional,serão adicionadas ao lucro líquido, para efeito de determinação do lucro real, noperíodo de apuração correspondente à respectiva dedução.

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As diferenças de imposto decorrentes das deduções indevidas deverão ser recolhidase acrescidas de multa e juros.

13.1. DESCUMPRIMENTO EM FUNÇÃO DO PRAZO DO CONTRATODentre outras ocorrências, o arrendamento mercantil será equiparado à operaçãode compra e venda à prestação se a opção de compra for exercida antes de decor-rido o respectivo prazo mínimo mencionado no item 7.

13.2. DESCUMPRIMENTO EM FUNÇÃO DO BEM OBJETO DO CONTRATONão é considerada operação de leasing a que tenha por objeto o arrendamentode imóvel construído pela empresa arrendadora em terreno de propriedade daarrendatária, abrangendo o contrato apenas o prédio a ser edificado.Esse tipo de operação, equiparado a compra e venda parcelada, sujeita-se aotratamento tributário analisado no item 13.

13.3. DECISÃO DA SRRFA Superintendência Regional da Receita Federal (10ª Região Fiscal) aprovou aseguinte ementa de sua Decisão 177, de 22-10-2000:ARRENDAMENTO MERCANTIL – VALOR RESIDUAL GARANTIDO – ANTE-CIPAÇÃO – A antecipação de pagamento do valor residual garantido não des-caracteriza o arrendamento mercantil financeiro. A operação será conside-rada uma compra e venda a prestação quando existir cláusula contratual queretire da arrendatária a faculdade de optar entre a aquisição do bem arrendadoou sua devolução à arrendadora ao final do contrato.

13.4. DECISÕES DO CONSELHO DE CONTRIBUINTESA seguir transcrevemos ementas de Acórdãos do Conselho de Contribuintescom decisões contrárias e favoráveis à descaracterização de operações deleasing:

DECISÕES CONTRÁRIAS À DESCARACTERIZAÇÃOTRIBUTÁRIO – IMPOSTO DE RENDA – LEASING: DESCARACTERIZAÇÃODO CONTRATO PELO FISCO – 1. A jurisprudência tem entendido que o con-trato de leasing deve ser respeitado como tal, em nome do princípio da liber-dade de contratar. 2. Somente quando o leasing estiver contemplado em umadas situações de repúdio, pela Lei 6.099/74 (artigos 2º, 9º, 11, § 1º, 14 e 23) éque se tem autorização legal para a descaracterização e imputação das conse-quências. (Recurso Especial 229.986, de 14-08-2001- DJ-U de 1-10-2001).VALOR RESIDUAL MÍNIMO – Estando presentes as condições legais queregulam o contrato de arrendamento mercantil, a fixação de valor residualínfimo não tem o condão de descaracterizar estes contratos para configurá-loscomo compra e venda. (Ac. 1º CC 103 – 19.176, de 17-2-98).ANTECIPAÇÃO DE VALOR RESIDUAL GARANTIDO – Não descaracterizamos contratos de arrendamento mercantil a antecipação de valor residual, comoprevisto na Portaria nº 140/84, inciso II. (Ac. 1º CC 103 – 19.176, de 17-2-98).DESPROPORÇÃO DAS PRESTAÇÕES – INEXISTÊNCIA DE LIMITE LEGAL –A legislação que disciplina o arrendamento mercantil (leasing – Lei 6.099/74) nãoestabelece valor de prestações, que podem ser convencionadas livrementepelas partes e deduzidas; pela pessoa jurídica como despesa operacional. Ape-lação e remessa oficial conhecidas e desprovidas (Ac. un. da 3º T. do TRF/1º R. –Ac. 89.01.15728-4/MG, em 12-8-91 – DJ-U II 26-8-91, p. 19.958).

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COMPRA E VENDA A PRAZO – Não se transforma em compra e venda aprazo, a operação de leasing em que o valor pago correspondente a 84%, o foino prazo de 24 (vinte e quatro) meses, contra 16% nos 12 (doze) meses seguin-tes, não questionado o residual (Ac. 1º CC 101 – 83.239/92 – DO 21-10-92).VALOR RESIDUAL ÍNFIMO – No negócio jurídico contratado, do qual resulteoperação de arrendamento mercantil, o fato de as partes, mediante acordo deinteresses, fixarem como valor residual quantia considerada irrisória, quandocomparada com o custo financeiro do leasing, não descaracteriza a essênciado contrato. (Ac. 1º CC 101 – 86.902/94 – DO-U de 19-10-95).VALOR RESIDUAL – A lei não estabeleceu, nos contratos de arrendamentomercantil (leasing), qual o percentual que deve ser estipulado como valor resi-dual para a compra do bem, não havendo, por essa razão, impedimento paraque as partes contratantes o fixem livremente (Ac. 1º CC 101 – 83.585/92 –DO-U de 5-8-94).VALOR RESIDUAL ÍNFIMO – As cláusulas contratuais que estipularem valorresidual ínfimo e prazo inferior à vida útil dos bens não descaracterizam o arren-damento mercantil. Há que se distinguir entre concentração de pagamentosprevista contratualmente e antecipação a título de pagamentos, vez que ape-nas a primeira autoriza a descaracterização. (Ac. 1º CC 110.852/98 – DO-U de9-4-98).

DECISÕES FAVORÁVEIS À DESCARACTERIZAÇÃOAQUISIÇÃO POR VALOR SIMBÓLICO – Arrendamento mercantil não se con-funde com operação financeira, nem é locação de coisas e, muito menos, écompra e venda a prazo. O fato, entretanto, de o arrendamento mercantil sercontratado com a previsão de, ao seu final, o bem poder ser adquirido por valorsimbólico, quando, em realidade, o prazo do acordo é muito inferior ao tempode vida útil do bem, tem por efeito transformar o arrendamento mercantil emcontrato de compra e venda a prazo do bem arrendado, o que autoriza o fisco aproceder à glosa dos valores das prestações que foram escrituradas a débitode conta de resultados do exercício e que diminuíram indevidamente o lucro tri-butável (Ac. CSRF/01 – 929 a 933/89 – DO-U 18-6-90).CONDIÇÕES DE PAGAMENTO – Caracterizam-se como de compra e venda,sujeitando-se às normas previstas no artigo 235 e seus parágrafos do RIR/80,os contratos que, embora se revistam da forma de arrendamento mercantil,pactuem condições de pagamento que contrariam, em sua significância econô-mica, os prazos mínimos fixados nos Regulamentos anexos às Resoluções351/75 e 980/84, do Banco Central do Brasil (Ac. 1 º CC 105 – 1.728/86 e1.729/86 – DO-U 8-4-88; 2.467/87, 2.468/87 e 2.471/87 – DO-U 25-7-88;2.501/88 – DO-U 28-07-88; 2.404/87 e 2.407/87 – DO-U 2-8-88; e 2.528/88 –DO-U 9-8-88).DESPROPORÇÃO DAS PRESTAÇÕES INICIAIS – Confrontação das despe-sas com as receitas do período-base: a concentração do valor das prestaçõesnos primeiros meses, mais a fixação de valor residual ínfimo e, ainda, o fato de oprazo do contrato ser inferior à expectativa do tempo de vida útil do bem, desvir-tuam a sua natureza, convertendo-o, na realidade, em contrato de compra evenda a prazo, tornando indedutíveis, como despesas operacionais ou custo,as contraprestações pagas a título de arrendamento mercantil. (Ac. 1º CC 103 –13.821/93 – DO-U de 13-2-96)

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DESPROPORÇÃO DAS PRESTAÇÕES INICIAIS – Contrato liquidável em 24contraprestações, concentrando as cinco primeiras a quase totalidade do preçocontratado. Desvirtuado a sua essência e os princípios em que se assenta, conver-tendo-o na realidade em contrato de compra e venda a prazo. (Ac. 1º CC 101 –83.903/92 – DO-U de 23-3-93)DESPROPORÇÃO DAS PRESTAÇÕES INICIAIS – Incabível a dedutibilidadequando comprovada a concentração dos pagamentos em curto período, vistoque estará, para fins fiscais, descaracterizada a natureza da opção de arrenda-mento. (Ac. 1º CC 105 – 6.484/93 – DO-U de 21-1-93)VALOR RESIDUAL INSIGNIFICANTE – A fixação de valor residual ínfimo, emflagrante desproporção com o preço de aquisição dos bens junto ao fabricante,além da concentração do pagamento das prestações nos doze primeiro mesesdo contrato, desvirtua a essência do contrato de leasing dos princípios em queassenta, convertendo-o, na realidade, em contrato de compra e venda a prazo,não obstante a roupagem formal de contrato de leasing financeiro. Indedutí-veis, por conseguinte, as prestações pagas a título de arrendamento mercantil.(Ac. 1º CC 101 – 85.007/93 – DO-U de 5-8-94)

13.5. DECISÃO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇARelativamente à descaracterização do contrato de arrendamento mercantil, oSuperior Tribunal de Justiça (STJ) emitiu as seguintes decisões favoráveis aocontribuinte:

“TRIBUTÁRIO. LEASING. IMPOSTO DE RENDA. DESCARACTERIZAÇÃO DOCONTRATO EM COMPRA E VENDA. INOCORRÊNCIA.1. O contrato de leasing, em nosso ordenamento jurídico, é um negócio jurídicocomplexo definido, no artigo 1º, da Lei nº 6.099, de 12-9-74, com as alteraçõesintroduzidas pela Lei nº 7.132, de 26-10-83, como um “Negócio jurídico reali-zado entre pessoas jurídicas, na qualidade de arrendadora, e pessoa física oujurídica, na qualidade de arrendatária e que tenha por objeto o arrendamento debens adquiridos pela arrendadora segundo especificações da arrendatáriapara uso próprio desta”.2. Por tais características, o referido contrato só se transmuda em forma dissi-mulada de compra e venda quando, expressamente, ocorrer violação da pró-pria lei e da regulamentação que o rege.3. Não havendo nenhum dispositivo legal considerando como cláusula obriga-tória para a caracterização do contrato de leasing e que fixe valor específico decada contraprestação, há de se considerar como sem influência, para a defini-ção de sua natureza jurídica, o fato das partes ajustarem valores diferenciadosou até mesmo simbólico para efeitos da opção de compra.4. O Banco Central, por permissão legal, na Resolução nº 2.309, de 28-8-96,considera arrendamento mercantil financeiro a modalidade em que:“I – As contraprestações e demais pagamentos previstos no contrato, devidospela arrendatária, sejam normalmente suficientes para que a arrendadora recu-pere o custo do bem arrendado durante o prazo contratual da operação e, adicio-nalmente, obtenha um retorno sobre os recursos investidos;II – as despesas de manutenção, assistência técnica e serviços correlatos àoperacionalidade do bem arrendado sejam de responsabilidade da arrendatá-ria;

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III – o preço para o exercício da opção de compra seja livremente pactuado,podendo ser, inclusive, o valor do mercado do bem arrendado".5. Contrato de leasing, compondo todos os elementos acima anunciados, fir-mado livremente pelas partes, não pode ser descaracterizado pelo Fisco parafins tributários, como sendo de compra e venda, passando a não aceitar asprestações pagas como despesas dedutíveis.6. A descaracterização do contrato de leasing só pode ocorrer quando fiquedevidamente evidenciada uma das situações previstas em lei, no caso, a pre-vista nos artigos 2º, 9º, 11, § 1º, 14 e 23, da Lei nº 6.099/74. Fora desse alcancelegislativo, impossível ao Fisco tratar o contrato de leasing, por simples entendi-mento de natureza contábil, como sendo de compra e venda.7. Homenagem ao princípio de livre convenção pelas partes quanto ao valorresidual a ser pago por ocasião da compra.8. Não descaracterização de contrato de leasing em compra e venda para finsde imposto de renda.9. Precedentes jurisprudenciais: REsp’s nos 174031/SC e 184932/SP, ambosda 1ª Turma.10. Recurso desprovido.”(Recurso Especial 268.005, de 23-10-2000 - DJ de 5-2-2001).

“TRIBUTÁRIO. IRPJ. ARRENDAMENTO MERCANTIL (LEASING). VALORRESIDUAL IRRISÓRIO. DESCARACTERIZAÇÃO DO CONTRATO PARACOMPRA E VENDA. IMPOSSIBILIDADE.1. A legislação que disciplinou o contrato de arredamento mercantil (Lei6.099/74, com as alterações da Lei 7.132/83, e Resolução do BACEN 2.309/96)não estipulou limites para as contraprestações e nem fixou limites ao valor resi-dual. Assim, a circunstância de ser ínfimo o valor restante ao final do ajuste,pela concentração das prestações no início do contrato, não permite à FazendaNacional atribuir a este natureza diversa (contrato de compra e venda) daquelapactuada pelas partes (arrendamento mercantil), imputando à empresa arren-datária a obrigação de recolher o IRPJ, nos termos do § 1º do art. 11 da Lei6.099/74. Precedentes: RESP 543.234/MG, 1ª Turma, Min. José Delgado, DJde 03.05.2004; RESP 633.204/MG, 1ª Turma, Min. Luiz Fux, DJ de 13.12.2004;RESP 509.437/MG, 2ª Turma, Min. Francisco Peçanha Martins, DJ de30.05.2005; RESP 189.931/SP, 2ª Turma, Min. João Otávio de Noronha, DJ de13.06.2005.2. Recurso especial a que se nega provimento.”(Recurso Especial 897.536, de 15-2-2007 – DJ de 29-3-2007).

SÚMULA 293 STJ, de 5-5-2004 – “A cobrança antecipada do valor residualgarantido (VRG) não descaracteriza o contrato de arrendamento mercantil.”

14. OPERAÇÕES DE LEASE BACK

As operações com o próprio vendedor do bem (lease back) ou com pessoas a ele coli-gadas ou interdependentes, somente podem ser contratadas na modalidade de arren-damento mercantil financeiro e desde que a arrendatária seja pessoa jurídica.Essas operações também podem ser realizadas pelos bancos múltiplos com carteirade investimento, de desenvolvimento e/ou de crédito imobiliário, bancos de investi-mento, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas e sociedades de crédito imo-biliário.

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14.1. PERDA NA VENDA DO BEMNão será dedutível na determinação do lucro real a perda apurada na alienaçãode bem que vier a ser tomado em arrendamento mercantil pela própria vende-dora ou com pessoa jurídica a ela vinculada.

15. ARRENDADORA NO EXTERIOROs valores dos pagamentos de contraprestações de arrendamento mercantil de bensde capital, decorrentes de contratos celebrados com entidades domiciliadas no exte-rior, estão sujeitos à incidência do IR/Fonte.Até 31-12-99 a alíquota do imposto esteve reduzida a zero. A partir de 1º de janeiro de2000, por força da Lei 9.959/2000, a alíquota do IR/Fonte passou a ser de 15%.Aos contratos em vigor em 31-12-99, relativos às operações mencionadas, ficougarantido o tratamento tributário a eles aplicável nessa data.Aeronaves e seus MotoresEstá reduzida a zero, em relação aos fatos geradores ocorridos até 31-12-2016, a alí-quota do Imposto de Renda na fonte incidente na hipótese de pagamento, crédito,entrega, emprego ou remessa por fonte situada no País a pessoa jurídica domiciliada noexterior, a título de contraprestação de contrato de arrendamento mercantil de aeronaveou dos motores a ela destinados, celebrado por empresa de transporte aéreo públicoregular, de passageiros ou de cargas, até 31-12-2013.

15.1. PARCELA A EXCLUIR DA BASE DE CÁLCULO DO IR/FONTENos casos de pagamento de contraprestações de arrendamento mercantil, dotipo financeiro, a beneficiária pessoa jurídica domiciliada no exterior, será admi-tida, para fins de determinação da base de cálculo do IR/Fonte mencionado noitem 15, a exclusão do valor de cada parcela remetida que corresponder àamortização do bem arrendado na forma estabelecida no respectivo contratode leasing.Para fins da exclusão, a empresa remetente deverá demonstrar, com base nocontrato de arrendamento:a) o valor de amortização do bem arrendado;b) o valor dos encargos financeiros relativos a cada contraprestação.

16. CONTABILIZAÇÃOOs registros contábeis do arrendamento na arrendatária devem estar de acordocom a nova regra prevista no inciso IV do artigo 179 da Lei 6.404, de 1976, com aredação da Lei 11.638, de 2007. O mencionado dispositivo estabelece que no AtivoImobilizado sejam classificados os direitos que tenham por objeto bens corpóreosdestinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exerci-dos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram osbenefícios, riscos e controle desses bens, como é o caso do arrendamento mer-cantil financeiro.As novas regras contábeis para registro do arrendamento mercantil foram disciplina-das pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis através do Pronunciamento CPC06 (R1) e da Interpretação Técnica ICPC 03, que foram referendadas e implementa-das pelo Conselho Federal de Contabilidade e pela Comissão de Valores Mobiliá-

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rios, respectivamente, através das Resoluções CFC 1.256/2009 e 1.304/2010 e dasDeliberações CVM 613/2009 e 645/2010.Sobre o assunto, ver trabalho divulgado no Contabilidade & Gestão – Novem-bro/2009.

16.1. AJUSTES FISCAIS DO RTT – REGIME TRIBUTÁRIO DE TRANSIÇÃOA mudança no critério de escrituração contábil a que se refere o item 16 não afe-tará as bases de cálculo do IRPJ e da CSLL apuradas pela pessoa jurídica, umavez que, para fins tributários, deverão ser considerados os métodos e critérioscontábeis vigentes em 31-12-2007. Em observância ao Regime Tributário deTransição (RTT), que tem por objetivo buscar a neutralidade fiscal, deverão serimplementados, extracontabilmente, por meio do Controle Fiscal Contábil deTransição (Fcont), os devidos ajustes.Assim, independente da forma como foram registradas na contabilidade, parafins fiscais, as contraprestações pagas ou creditadas por força do contrato dearrendamento mercantil serão consideradas despesas, podendo ser deduzi-das na apuração do lucro real e da base de cálculo da CSLL da pessoa jurídicaarrendatária, se decorrentes de bens relacionados intrinsecamente com a pro-dução ou comercialização dos bens e serviços.

FUNDAMENTAÇÃO LEGAL:– Lei 6.099, de 12-9-74 (Portal COAD);– Lei 6.404, de 15-12-76 – Lei das Sociedades por Ações – artigos 176 ao 180 (Portal COAD);– Lei 7.132, de 26-10-83 (Portal COAD);– Lei 9.249, de 26-12-95 – artigos 4º e 13 (Informativo 52/95);– Lei 9.430, de 27-12-96 (Informativo 53/96);– Lei 9.532, de 10-12-97 (Informativo 50/97);– Lei 9.959, de 27-1-2000 – artigo 1º (Informativo 04/2000);– Lei 10.560, de 13-11-2002 – artigo 1º (Informativo 47/2002);– Lei 11.371, de 28-11-2006 – artigo 16 (Informativo 48/2006);– Lei 11.638, de 28-12-2007 (Fascículo 01/2008);– Lei 11.941, de 27-5-2009 – artigos 15 a 24 e 37 e 38 (Fascículo 22/2009);– Lei 12.431, de 24-6-2011 (Fascículo 26/2011);– Decreto 3.000, de 26-3-99 – Regulamento do Imposto de Renda – artigos 273, 311, 356

e 358, 415, 424, 622, 691, 705 e 715 (Portal COAD);– Deliberação 613 CVM, de 22-12-2009 (Contabilidade & Gestão 12/2009);– Deliberação 645 CVM, 2-12-2010 (Contabilidade & Gestão 11 e 12/2010);– Resolução 1.256 CFC, de 10-12-2009 (Portal COAD);– Resolução 1.304 CFC, de 25-11-2010 (Portal COAD);– Resolução 1.329 CFC, de 18-3-2011 (Portal COAD);– Resolução 2.309 BACEN, de 28-8-96 (Informativo 35/96);– Resolução 2.465 BACEN, de 19-2-98 (Informativo 08/98);– Resolução 2.659 BACEN, de 28-10-99 (Informativo 43/99);– Portaria 140 MF, de 27-7-84 (Informativo 31/84);– Portaria 564 MF, de 3-11-78 (Informativo 46/78);

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– Instrução Normativa 11 SRF, de 21-2-96 – artigo 25 (Informativo 08/96);– Instrução Normativa 252 SRF, de 3-12-2002 (Informativo 49/2002);– Súmula 293 STJ, de 5-5-2004 (Informativo 20/2004);– Parecer Normativo 3 CST, de 28-1-76;– Parecer Normativo 8 CST, de 4-8-92 (Informativo 32/92);– Parecer Normativo 18 CST, de 31-3-87;– Parecer Normativo 22 CST, de 29-9-82;– Parecer Normativo 24 CST, de 11-11-82;– Parecer Normativo 34 CST, de 31-12-84;– Decisão 177 SRRF – 10ª RF, de 22-12-2000 (Informativo 16/2001)– Solução de Consulta 5 SRRF – 10ª RF, de 20-2-2009 (Fascículo 12/2009);– Pergunta & Respostas – IRPJ/2012 – RFB.

IRPJ/2012 – Nº 07 45

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