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1º SEMESTRE DE 2018 NÚMERO 21 Irmãs de São José de Chambéry www.isjbrasil.com.br e-mail: [email protected]

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1º SEMESTRE DE 2018NÚMERO 21

Irmãs de São Joséde Chambéry

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PALAVRA DO CONSELHO

NO PROJETO DE DEUS, O “PEQUENO PROJETO” - Assembleia da Província de março - Carta da Conselheira Geral Queridas Irmãs do Conselho Provincial,

Animadoras e demais Irmãs, leigos e leigas da Província!- Experiências compartilhadas se multiplicam - Memorial das Irmãs de São José de Chambéry

Uma Semente Plantada em Garibaldi

PARTILHA DO CARISMA- Missão em Myans - França - Breve Informe De La Situación Del Conflicto Actual De Bolivia- Missão Intercongregacional das Irmãs de São José na Amazônia- LLPP e o Ano do Laicato- “Se o sal perde seu sabor com o que se salgará? Mt 5,13

ESPIRITUALIDADE- Educar para a transcendência - Mistagogia: o que é isso? - Eucaristia uma abordagem mistagógica

“A Primeira Teologia é a Liturgia” (Yone Buyst)

PRESENÇA SERVIÇO - Grupo São José- Homenagem às Irmãs de São José em Pinto Bandeira-RS- Academia ao ar livre Ir. Amélia- PROJARI: 30 Anos de carinho, cidadania e desenvolvimento social- Irmãs Centenárias- Sair, Itinerar, Ir Ao Encontro...- 100 anos das Irmãs de São José e Escola Bom Jesus/Joana d’Arc - Uma Missão Centenária - Escola Santa Teresinha em Sananduva-RS- 30 Anos de presença em Mostardas

ATUALIDADES- Formação - Processo de busca responsável da Maturidade em Cristo- Irmãs Jubilares

GERAL- 14 Intereclesial das Cebs - Fraternidade e superação da violência

“Somos todos Irmãos”

Sumário

EXPEDIENTE:

PUBLICAÇÃO DAS IRMÃS DE SÃO JOSÉ - BRASIL, BOLÍVIAEquipe de coordenação: Ir. Adelide Canci, Ir. Eliana Aparecida dos Santos, Ir. Leni Menegat, Ir. Maria Elisabete Reis

Editoração Eletrônica e Impressão: Editora São MiguelTiragem: 3.000

Desejamos a você uma boa leitura. Aguardamos suas sugestões e apreciação, no e-mail: [email protected]

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3Querida leitora, querido leitor!

“Na Diversidade, Construindo a Unidade”

A Revista das Irmãs de São José de Chambéry no Brasil e Bolívia, no seu vigésimo primeiro número, quer abordar temas relevantes na caminhada da Congregação das Irmãs de São José de Chambéry no Brasil e Bolívia, sem perder de vista a internacionalidade da mesma.

Neste número, destacamos nosso ser e fazer junto às mais diversas comunidades e regiões, onde exercemos nossa missão junto ao povo, procurando construir na diversidade e em unidade, um mundo melhor e possível para todos.

Diante de tantas dificuldades e problemas de ordem sócio-político-econômica, de exclusão, onde muitas pessoas são obrigadas a emigrar, em busca de melhores condições de vida, queremos ser uma presença de paz, fé e esperança, ajudá-los a sonhar e a buscar melhores condições que lhes garantam os direitos fundamentais que todo o ser humano precisa para viver dignamente.

“Se o ‘sonho’ de um mundo em paz é partilhado por tantas pessoas, se se valoriza o contributo dos migrantes e dos refugiados, a humanidade pode tornar-se sempre mais família de todos e a nossa terra uma real ‘casa comum’. Ao longo da história, muitos acreditaram neste ‘sonho’ e as suas realizações testemunham que não se trata de uma utopia irrealizável”. (São João Paulo II).

Ao ler os diversos textos e assuntos você vai perceber que, diante da diversidade, a Irmã de São José exerce sua missão em unidade com o povo de Deus, procurando resgatar a dignidade humana e colocar a pessoa no centro, sendo ela mesma, protagonista de sua história.

“Para que todos sejam um, Pai, como Tu estás em mim e Eu em Ti. Que eles também estejam em nós, para que o mundo creia que Tu me enviaste”. (João 17,21).

Desejamos a todos uma boa leitura! Irmã Adelide Canci

Editorial

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A cada momento histórico somos desafiadas/os a descobrir novas maneiras de viver o dinamismo da Reconciliação e Unidade, como Irmãs de São José e Leigos/as do Pequeno Projeto. Esta força e energia do nosso carisma pode transformar os discursos de ódio e as cenas de intolerância que se propagam nos dias de hoje.

O cenário atual é grave, mesmo vivendo numa democracia. O que se vê nos jornais, nas redes sociais, no trânsito, na política e nas rodas de conversa, é as pessoas optarem pela discussão. Todos querem opinar sobre tudo e todos, mas, muitas vezes, sem embasamento. Nesse contexto, nascem as agressões verbais, conclusões equivocadas, ofensas gratuitas, desaforos, desrespeito e, em muitos casos, a violência como medida de solução. A postura de dono da razão e de intransigência criam barreiras para ouvir de verdade o pensamento do outro, mesmo que diferente.

A nossa sociedade caminha para o extremismo que pode ser religioso, étnico-cultural, político, econômico e ideológico. Este extremismo não deriva da diversidade de opiniões, mas da falta de diálogo entre os implicados e do posicionamento exacerbado.

Para nós, a construção da unidade em um mundo pluralista exige que sejamos pessoas de reconciliação, capazes de diálogo interpessoal, intercultural e inter-religioso. Lembramos que Reconciliação significa “caminhar juntos de novo”, recomeçar. Isto implica em ter uma atitude mais humilde de escuta profunda e de respeito ao mistério que é o outro “eu”; ceder um pouco e construir entendimentos e consensos na busca do bem comum. Pois, as guerras não começam fora, começam em nosso coração.

Neste mundo marcado por laços sociais mais esgarçados, somos desafiadas/os a viver o amor inclusivo, sendo presença de reconciliação e de mediação de conflitos. Recordamos que Unidade é simplesmente “a diversidade abraçada pelo

Palavra do Conselhoamor”. Precisamos repensar o modo como nos relacionamos com as nossas diferenças, sem desejar aniquilar ou excluir o outro. A arte do encontro, através do diálogo, busca reverter este cenário, transformando a convivência humana numa convivência fraterna onde, “Em Cristo, somos todos irmãos e irmãs!” (Mt 23,8).

Conselho ProvincialIr. Luiza Rodrigues,

Ir. Elisa Fátima Zuanazzi, Ir. Geni Estegues Pereira, Ir. Katia Rejane Sassi e Ir. Neuza Maria Delazari

Curitiba/PR

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No Projeto de Deus, o “Pequeno Projeto”

Assembleia Provincial Travessia: “Passemos para a outra margem” (Mc 4,35).

Após uma caminhada da Província da Congregação das Irmãs de São José no Brasil, nos dia 24 e 25 de março de 2018, Irmãs, representando todos os núcleos da Província, reuniram-se em Curitiba, Paraná, em assembleia, para avaliar, retomar a caminhada, prestação de contas e traçar novas metas que favoreçam a vida e a missão de cada Irmã e fortaleçam a presença junto ao povo.

Estavam presentes 72 Irmãs, o Conselho Provincial e Irmã Mariaelena Aceti Conselheira Geral, que estava visitando as comunidades da Província das Irmãs de São José de Chambéry no Brasil.

Na Assembleia, foram tomadas decisões que possibilitam agilizar a caminhada e reorganizar estratégias de organização e missão que visam dar leveza a caminhada. Contamos com uma breve reflexão sobre as “Tarefas que apontam para um novo modelo de Vida Religiosa Consagrada missionária hoje”, com assessoria do Pe. Estêvão Raschietti

No decorrer do encontro, através da oração, reflexão, partilha em grupos e na assembleia, as Irmãs foram desfiadas a escutar e responder aos apelos de Jesus que convida a sair da própria margem, para ir à margem do outro e dos outros, isto é, realizar uma Travessia: “Passemos para a outra margem” (Mc 4,35). Ele não diz “passai para a outra margem”, mas “passemos”, “vamos juntos para a outra margem”.

Fomos convidadas a rezar e estar em comunhão nos preparando para o segundo Capítulo Provincial da Província da Congregação das Irmãs de São José no Brasil, que acontecerá em janeiro de 2019, em Itu, São Paulo. O Conselho Provincial, junto com a equipe de coordenação, já

está trabalhando e preparando este grande acontecimento para a vida e missão das Irmãs de São José.

Irmã Mariaelena Aceti nos dirigiu algumas palavras, manifestando sua satisfação em conhecer a missão das Irmãs brasileiras na educação, na saúde, nas obras sociais e nos engajamentos pastorais e sociais. Desafiou-nos a nos apoiarmos e incentivarmos mutuamente, nos dando força e nos encorajar para sermos uma presença de Cristo Ressuscitado junto as pessoas com quem convivemos e trabalhamos diariamente. Agradeceu toda a acolhida e carinho recebido por onde passou. Parabenizou-nos pela caminhada como Província integrada.

Finalizamos o encontro com a bênção e envio de Irmã Ignes Cristina Malinoski que estará integrando a comunidade missionária Intercongregacional, das Congregações São José, em Santarém no Pará.

Ir. Adelide Canci - Vacaria/RSIr. Gertrudes Salete Beal - Belo Horizonte/MG

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Queridas Irmãs do Conselho Provincial, Animadoras e demais Irmãs, leigos e leigas

da Província!

Não é fácil escrever sobre a visita à Província do Brasil, tão rica e articulada. Foram 75 comunidades encontradas, 64 casas visitadas e mais de 420 Irmãs conhecidas. Eu precisaria de tempo e silêncio para expressar esta experiência vivida. Mais uma vez, agradeço a cada uma de vocês pela sua amorosa acolhida e seu sincero interesse em me oferecer diferentes oportunidades de conhecê-las. Foi um tempo de graça para mim!

No dia 17 de abril, na decolagem do aeroporto de Guarulhos/SP, acompanhando a aceleração do avião, até quando as rodas soltaram do chão, me senti rasgada interiormente. Naquele momento, pensei nos missionários e missionárias que chegam ao Brasil, as 17 Irmãs brasileiras que estão servindo em outras culturas, outras nações e todas vocês que estão dando a vida por este povo. Imagino o que significa para vocês esse país tão lindo, tão cheio da presença de Deus, mas também de profundas contradições e desafios! A viagem longa de volta a Roma foi útil para me despedir do chão do Brasil.

Claro, deixar o Mato Grosso... “do Sul” (como as Irmãs me ajudaram a distinguir), no final da visita, foi um pouco uma ação “criminal” do vosso lado! O vermelho do chão, o mato e as extensões sem fim de milho e cana, o rosto dos assentados e dos índios... a paixão das Irmãs a Deus e ao resgate deste povo, deixaram marcas profunda em mim. Mas cada lugar, cada núcleo, cada comunidade e cada Irmã com sua história para eu aprender, hoje, está presente na minha mente, no meu coração e na minha oração. Uma riqueza e variedade de experiências que antes trabalhavam isoladas e, que agora, na Província Única, podem se conhecer e colocar-se em rede, emancipando-se das fronteiras das antigas províncias (ainda presentes um pouco nos núcleos) e incrementando o trabalho em rede das Irmãs e das entidades com o mesmo objetivo. Vocês já iniciaram isto com as escolas, a finança, as casas de saúde, os LLPP,... mas outras oportunidades são possíveis entre as diferentes realidades e as diferentes gerações.

Foi uma visita que, mesmo que eu tenha ainda muito a aprender, fez-me sentir profundamente parte de suas vidas e da caminhada. Uma visita que abriu os meus olhos sobre a imensa realidade, aumentando mais meu amor por este país e seu povo. Tudo isto vai soar forte em mim por muito tempo.

Obrigada... no sentido mais profundo desta palavra.

Com estima e carinho.Mariaelena Aceti, Conselheira Geral

Roma, 20 de abril de 2018

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As Irmãs que participam do “Programa Diversidade Cultural e Resolução de Conflito” que acontece em Le Puy na França, saem com o compromisso de repassar conteúdos, vivências e aprendizagens adquiridas, com as Irmãs de seu país, província e regiões. No Brasil o repasse já aconteceu em diversos grupos e há outros para o decorrer do ano. As Irmãs Regina Celia List, Geni E. Pereira, Cleonice da Cruz Yoshizawa, Eliana A. dos Santos e Deisi Toniazzo realizaram o repasse para três grupos diferentes: Em Garibaldi, de 09 a 12 de novembro de 2017, foi o primeiro e contou com a participação dos professores Ken Parsons e Carol Coburn, da Universidade de Ávila da cidade de Cansas nos Estados Unidos, que acompanham as sessões no Puy e os repasses nos diferentes países, com o objetivo de avaliar o Programa. Também participou Ir. Elisa de Fátima Zuanazzi, que é uma das assessoras nos Programas no Puy. Outro momento de vivência do programa foi com as Irmãs de Primeira Profissão, em Curitiba, no mês de janeiro de 2018. Ir. Deisi e Ir. Eliana estiveram por dois dias com o grupo, na Chácara São José e possibilitaram às Irmãs experiências de se olharem coração a coração, olho no olho, sentir e ver a beleza, as especificidades, o diferente que cada uma traz em si e tem a oferecer aos outros. Em fevereiro, Ir. Eliana e Ir. Geni estiveram em Itabela, no sul da Bahia. Foram dias especiais e partilharam com um grupo de Irmãs as riquezas deste curso. Cada Irmã que

Experiências compartilhadas se multiplicam

participou em Puy está também realizando essa partilha em suas comunidades, grupos de trabalho, pastorais, enfim, onde há oportunidade e abertura para acolher.

O que programa oferece? Basicamente é uma oportunidade de partilha do coração, aprofundamento, reflexão sobre os temas: comunicação e comunicação não-violenta; cultura e diversidade; conflitos e resolução de conflitos; ouvir atentamente; engajamento crítico com a diferença; o papel da empatia para a compreensão e relações corretas numa comunidade diversificada; vivência Trinitária nas relações.

Na França, a duração do curso é de 10 dias. Mas, para ser aplicado nos diferentes grupos, deve ser adaptado e enriquecido com elementos próprios de cada realidade e conforme o tempo que é oferecido. Tanto o conteúdo teórico com dinâmicas, momentos orantes, danças, áudios, filmes, teatros, encenações, são adaptados de uma forma que melhor ajude a assimilar os conteúdos. As vivências são direcionadas para um olhar carinhoso para si mesmo, as ações pessoais e atitudes de inclusão, empatia, escuta, comunicação com qualidade. Os repasses realizados foram maravilhosos. Uma riqueza de interação que possibilitou a cada uma abrir-se para o diferente. A criatividade, a participação, as partilhas e as intervenções foram espontâneas e profundas. Sentir o coração uma da outra proporcionou proximidade, leveza e maior interconhecimento. Os encontros também é uma

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forma de colaborar para que as Irmãs dos diferentes núcleos se conheçam mais e melhor e pode-se dizer, a partir de dentro.

Uma constatação do grupo que faz as partilhas é que as experiências vividas em culturas diversas trazem para cada pessoa abertura, amplitude e visão maior do todo, do outro/a, do mundo, facilitando a interação e acolhida do diferente. Outra constatação é que os conflitos pessoais, comunitários e que ocorrem na missão acontecem, muitas vezes, devido à comunicação ineficaz, truncada e, por vezes, violenta. A atitude de escuta ativa, ouvir atentamente a outra, suas experiências, histórias, dores e conquistas de forma respeitosa, acolhendo o sagrado que cada uma traz, tem ajudado a uma maior consciência de sua vida, atitudes e história, bem como das outras. As participantes se mostraram abertas, desejosas de acolher e dispostas a aplicar o que vivenciaram em suas comunidades e grupos.

Os conflitos são partes integrantes da vida e as Irmãs vão se dando conta disso no decorrer dos encontros. Algumas estratégias para resolução de conflitos foram apresentadas a partir de trabalhos em grupos: Manter a calma, ficar atenta e confiar em Deus; retomar o conflito através de uma mediação; cuidados com palavras agressivas e ofensivas; ter conhecimento da causa do conflito; evitar o silêncio e a indiferença; controlar as emoções; prestar atenção aos sentimentos expressos; respeitar as diferenças; prontidão para perdoar; usar da misericórdia, da compreensão e compaixão; lidar com o conflito de maneira respeitosa e positiva; lidar com uma questão (conflito) por vez; controlar o estresse; conhecer e lidar com as próprias emoções; proporcionar uma formação voltada para integridade e a unidade interior; qualificar nossos momentos de oração, convivência e lazer.

Ao realizar a releitura dos repasses, muitas expressaram que “todas as Irmãs da Província deveriam participar, ser envolvidas nesse processo; ele oferece ferramentas, estratégias para melhor se viver as relações em comunidade; possibilitou maior consciência do carisma de comunhão; ajudou a olhar com mais carinho os pequenos e grandes conflitos; auxiliou a perceber a diversidade cultural como riqueza e não como peso; estou me sentindo mais leve e confiante e com mais consciência de meus próprios limites...”

Os encontros são concluídos com um momento expressivo de reflexão e oração sobre as relações trinitárias. Segundo Pe. Adroaldo Palaoro*, “É a partir do Amor trinitário, circulante e expansivo, que podemos compreender melhor o ser humano, criado à imagem da Trindade: ele é tanto mais pessoa quanto mais se assemelha às pessoas divinas. Deus é relação, é comunhão de maneira permanente e dinâmica. E a comunhão entre pessoas é sustentada pelo Amor. Precisamente o amor é o que une as pessoas. O amor cria unidade e a unidade mais forte é a que brota do amor”.

O amor nas relações interpessoais, uma comunicação mais amorosa, um olhar e um sentir mais profundo da outra pessoa, a percepção e acolhida do divino em si mesmo, ao seu redor, nas companheiras de caminhada, na vida que circula, são elementos percebidos pelas Irmãs que estão realizando esses repasses e pelas participantes. São, portanto, motivos de louvor e gratidão ao Deus da vida que possibilita para aquelas e aqueles que se põe a caminho, experiências de transformação para melhor amar e servir.

Ir. Eliana Aparecida dos Santos - Caxias do Sul/RS

*(Https://centroloyola.org.br/revista/outras-palavras/espiritualidade/923-a-mistica-da-triplice-conexao-a-fonte-o-caminho-a-respiracao)

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Toda obra grandiosa inicia com um sonho partilhado, discernido, planejado e executado. Nada acontece sem buscas, sem dedicação, sem perseverança até aparecer um raio de luz. Esta foi a trajetória de nosso memorial.

Como Irmãs de São José, presentes no Brasil, surgiu o sonho de retomarmos a herança deixada pelas primeiras Irmãs vindas da França para o Brasil, e das primeiras Irmãs que aqui assumiram a Vida Religiosa Consagrada, valorizando a história da Congregação, o Carisma, a Espiritualidade, o ardor Missionário e sua expansão pelos cinco Continentes.

Uma equipe foi designada para tornar realidade o sonho de tantas Irmãs. Do Núcleo Caminho Novo, esta tarefa foi confiada às Irmãs: Enedina Pierdoná e Enelita Lázzari. Essas Irmãs deram o melhor de si na busca, na partilha, na organização da história, do material que estava cuidadosamente guardado em Garibaldi. Essas duas Irmãs também visitaram outros memoriais e buscaram conhecer a autora de tal arte. Nestas buscas, encontraram a Arquiteta Maria Beatriz Medeiros Khoter, professora da PUC - Porto Alegre que aceitou conversar com a equipe do Núcleo e conhecer nosso sonho, o espaço e o material disponível. Houve outras reuniões que foram agendadas, conforme necessidade. A Arquiteta Beatriz apresentou o possível projeto e o orçamento. Após reflexões e esclarecimentos, o projeto foi aprovado pela equipe. As Irmãs Enelita e Enedina foram acompanhando de perto toda a preparação do material a ser exposto. O trabalho foi árduo, mas executado com técnica e muita dedicação.

Para entrar mais e mais no espírito da Congregação das Irmãs de São José a arquiteta debruçou-se sobre diversos

Memorial das Irmãs de São José de ChambéryUma Semente Plantada em Garibaldi

livros que lhe foram oferecidos. Cada dia se admirava mais com o que ia lendo. Como precisou permanecer diversos dias aqui em Garibaldi, passou a fazer parte da comunidade São José. Desde o início, conquistou a amizade de todas com sua simplicidade, jovialidade, disponibilidade e presença atenta para cada Irmã. Deixou saudade!

Depois de muito trabalho qualificado, as Irmãs da casa foram convidadas a visitar o ambiente e dar seu parecer. No final de novembro, houve a assembleia anual de nosso Núcleo “Caminho Novo”, celebração de Bodas das Irmãs Jubilares e a tão esperada inauguração do MEMORIAL DAS IRMÃS DE SÃO JOSÉ – UMA SEMENTE PLANTADA EM GARIBALDI. Isso ocorreu no dia 25 de novembro de 2017. Foi tudo muito bonito. A admiração foi geral.

Hoje, muitos grupos realizam visitas guiadas. Também há visitas individuais para um maior aprofundamento da fundação e trajetória da Congregação das Irmãs de São José e apreciar, com tempo, os objetos expostos.

Todas as pessoas expressam admiração e encantamento com o momento histórico em que surgiu a Congregação, trajetória, Carisma, Espiritualidade e elã missionário das Irmãs de São José. Tecem elogios à arquiteta que projetou e executou esta maravilha. Alguns anotam o endereço dela para se comunicarem diretamente e poderem parabenizá-la. Também elogiam as Irmãs que souberam guardar todo o material que está exposto.

Venha conhecer o MEMORIAL DAS IRMÃS DE SÃO JOSÉ DE CHAMBÉRY - UMA SEMENTE PLANTADA EM GARIBALDI. Endereço: Rua Buarque de Macedo, 3590 – Garibaldi – RS, junto ao Hotel Mosteiro São José.

Ir. Eulalia Antoniazzi - Garibaldi/RS

Se você ou seu grupo deseja realizar uma

visita guiada ao “MEMORIAL DAS IRMÃS DE SÃO

JOSÉ – UMA SEMENTE PLANTADA EM GARIBALDI”

é bom agendar em tempo e aguardar resposta. Essas visitas são agendadas pelo e-mail:

[email protected]

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Partilha do Carisma

Não escolhi minha missão na França. Simplesmente o apelo de Deus foi mais forte! Tinha apenas 29 anos quando vim pela primeira vez a Chambéry, por um ano. Dez anos depois, vindo a Roma, para participar de um encontro internacional para mestras de noviças, voltei à França. Em dez anos, o envelhecimento da Província e a falta de vocações me tocaram. Daí vem o primeiro apelo missionário para dar um pouco de minha vida à missão na França.

Eu acabava de perder meu pai, em 20 de novembro de 1985. Parti para a missão em Chambéry, em janeiro de 1986, especificamente em Chambéry-le-Haut (periferia), onde me inseri na paróquia. Lá trabalhei durante 6 anos com os imigrantes portugueses, de 1986 à 1991: catequese, grupo de jovens, grupo de Bíblia para as mulheres, visita às famílias, participação na pastoral dos portugueses da província de Lyon, no conselho paroquial e grupo de catequistas.

Depois deste tempo, fui escolhida pelo governo geral da Congregação, Marie-Pierre Ruche e seu conselho, para estar a serviço da comunicação na tradução simultânea (línguas francesa e portuguesa), de todos os encontros internacionais da Congregação. Missão que realizei durante 20 anos. Neste tempo, não perdi o contato com a França, as Irmãs francesas e as famílias.

No decorrer do tempo, o apelo dos governos gerais para a missão na França não parava de ser feito. Em 25 de novembro de 2015, eu acabava de perder minha mãe. Acompanhei-a até o fim. E mais uma vez, o chamado de Deus se fez sentir para mim. Depois de uma preparação, um discernimento muito forte e um diálogo com o governo provincial e geral da Congregação, deixei o Brasil. Como Jesus que tomou o caminho do mar da Galileia, para ir à sua missão em Cafarnaum, também tomei o caminho da travessia do Atlântico, chegando na Saboia em 19 de

Missão em Myans - Françasetembro de 2016, enviada pela Congregação, para uma missão de Igreja, atendendo ao apelo da arquidiocese de Chambéry, para fazer parte da equipe Fraternidade do Santuário de Nossa Senhora de Myans, padroeira da Saboia.

No início, tempo de adaptação, comecei a conhecer a cidadezinha de Myans (1.100 habitantes), as pessoas que moram aqui, as pessoas que visitam o Santuário regularmente e as que estão de passagem, os padres enviados em missão aqui: Christian Auffret, reitor da Fraternidade e Clément Danckaert, com os quais

caminho, formando a Fraternidade de Myans para a missão. Pouco a pouco a missão ficou clara. Comecei caminhando em direção às pessoas para conhecê-las. Foi me pedido ficar disponível para o acompanhamento espiritual. No momento, acompanho 8 pessoas, algumas fazendo Exercícios Espirituais na vida cotidiana (EVC).

Em seguida, o Senhor foi colocando o que Ele queria em nosso caminho. Formamos uma equipe de 8 pessoas (incluindo o reitor de Myans e eu), todas com maior formação em espiritualidade inaciana. Caminhamos muito tempo na oração, na preparação de um dia de descoberta da espiritualidade inaciana, e depois, na preparação da realização de um retiro inaciano de 8 dias, realizado em quatro fins de semana no semestre como os Exercícios Espirituais para Leigos, em Itaici/SP (EEL).

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Nos dias 26 a 28 de janeiro deste ano, fizemos a 1ª etapa deste retiro de 8 dias. A 2ª etapa foi de 9 a 11 de março. A 3ª etapa será de 25 a 27 de maio. Finalmente, a 4ª etapa, de 15 a 17 de junho. Nesse tipo de retiro, o que é novo aqui na França, é que há o retiro de fim de semana e imediatamente depois há todos os Exercícios de oração para cada dia até a próxima etapa do outro fim de semana de retiro. Então, há o retiro tempo forte e o retiro na vida Exercícios Espirituais de Vida Cotidiana (EVC), acompanhado por um orientador espiritual, já escolhido no retiro de fim de semana. Os retiros vão ser colocados como parte da Formação Permanente da Arquidiocese.

Está havendo um colóquio aqui na França sobre Bioética. Há conferências em geral, de várias tendências. Na Igreja da França, acabou de ser nomeado um novo arcebispo de Paris, D. Michel Aupetit, médico e capacitado para discutir sobre o início e o fim da vida humana, com seus questionamentos e problemas. Ouvindo as discussões do povo em geral sobre assuntos de Bioética:

aborto, barriga de aluguel, suicídio assistido, eutanásia, etc. mais do que nunca vemos como a sociedade francesa mudou em 30 anos... Mais do que nunca, “a Filha mais velha da Igreja”, como é chamada a França, desde a época de Constantino, se tornou um país de missão! O livro: “França, país de missão” foi publicado em 1943... Mas hoje, ele se torna concreta e realisticamente atual!

Uns dias antes de morrer, meu orientador espiritual, o bispo Marcel Perrier, me disse: “Myans de demain est une charge et une chance”! (Myans do futuro é um trabalho pesado e uma chance). Creio que estas palavras proféticas estão se realizando em minha missão, aqui e agora! Que Deus, Nossa Senhora de Myans e ele possam abençoar nossa vida e nossa missão! Como diz, com frequência, nosso arcebispo D. Philippe Ballot, quando vem ao Santuário de Myans: “há sempre a graça do lugar”! E não há no mundo nenhuma situação que Deus não possa transformar em graça!

Ir. Odila Aparecida de Queiroz - Myans/França

H á sempre a graça do lugar! E não há no mundo nenhuma

situação que D eus não possa transformar em graça!

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De un tiempo a esta parte, Bolivia se despertó con un nuevo código penal que afecta la libertad y los derechos personales e institucionales. Este código permite entre otros, abusos, apresamiento extra-judiciales y amenaza un genocidio de los niños más inocentes. No se respeta el derecho a la vida, a la dignidad y otros, obligando al sometimiento y a la voluntad de un gobierno autoritario dictatorial.

Los médicos y trabajadores en salud, fueron los primeros en salir a protestar. Luego se sumaron otras Instituciones públicas, privadas, civiles, religiosas y de otras índoles, que aunaron fuerzas para pedir la abrogación del mencionado código penal.

La Central Obrera Boliviana - COB, Corporación que engloba a toda la clase obrera del país, ha ordenado paros escalonados: el Sindicato transporte urbano, interprovincial, pesado e internacional se pliegan en la protesta que nos involucra a todos. Los diferentes Departamentos del país, organizan paros cívicos contundentes. La ciudadanía con una euforia se unió a las manifestaciones contra los atropellos y contra la reelección forzada de Evo Morales a la Presidencia. El mismo que perdió en referéndum de 2016 y 2017.

En dichos Referéndums, el pueblo le dijo ‘NO’ a la reelección en febrero de 2016 y en diciembre del pasado año 2017, le dijo NO al ‘Órgano Judicial y del Tribunal Constitucional’.

En una entrevista con ‘CNN INTERNACIONAL’ el vicepresidente Álvaro García Lineras, dejo claro que su propuesta de gobierno es comunista, por esto busca la reelección, para perpetuarse en el gobierno, vulnerando la Constitución Política del Estado.

Por su parte, Las Iglesias Cristianas de Bolivia, se manifestaron en apoyo a los grupos de profesionales que protestan en contra del Art. 205 y en rechazo al artículo 88, que prohíbe reuniones de todo tipo de culto o manifestaciones religiosas, así como el reclutamiento de personas con fines religiosos.

La Vida Consagrada en Bolivia, reunida en Cochabamba de 10 - 12 de enero, se sumó a la protesta, marchando silenciosamente por las calles de ciudad, suplicando a Dios, que se restablezca el diálogo, la democracia, la paz y en definitiva la abrogación del Código Penal y la

NO REELECCIÓN del Presidente actual.Según Padre Guillermo Siles OMI, periodista y analista dijo:

“El fondo de todo esto es la Vulneración de la Constitución Política del Estado, que este gobierno viene manipulando”.

«Bolivia está viviendo en una democracia formal desde el

Breve Informe de la Situación del Conflicto Actual de Bolivia

año 2002 ininterrumpidamente. En los últimos años tenemos un gobierno de origen indígena y popular. Subió al poder el año 2006 y ya lleva 12 años continuos.

Este gobierno tiene como slogan «Proceso de cambio» por eso ha llevado a Bolivia a cambios estructurales profundos como el cambio de la Constitución, implementación de una nueva estructura de poder, etc.

El gobierno progresivamente fue tomando el poder hasta en las instituciones más pequeñas. Hoy tiene un control total. Ha logrado vencer varias elecciones con altos porcentajes lo cual, ha permitido cambios radicales, muchos de estos en contra de la voluntad popular.

En estos últimos años ha creado una reacción de la población que expresa su insatisfacción ante esos cambios que se proceden. Ya se siente a la población Boliviana necesitada de que se respete la democracia. De varias formas se fueron expresando su insatisfacción, pero al gobierno le es indiferente. Pero el año pasado la situación cambia.

El gobierno de Evo Morales ya no es el mismo de los primeros años sino ahora hay un giro peligroso hacia el comunismo y totalitarismo.»

Esto preocupa de gran manera, porque quienes más sufren es el pueblo. Mientras las autoridades se ocupan de perseguir a quienes piensan diferentes, los problemas no se solucionan se deteriora y la inseguridad se multiplica.

Además crea una impunidad alrededor suyo beneficiándose, quitando toda la libertad del pueblo y afectando en todos los sentidos a las presentes y futuras generaciones

Fraternalmente,Hna. Gabriela Cuéllar Durán

PERSONA DE CONTACTO JPIC/Bolívia

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Neste ano, a Congregação das Irmãs de São José de Chambéry, Província no Brasil, iniciou uma parceria na missão no Amazonas, somando força com as Irmãs de São José de Cúneo, Pinerolo e Instituto São José. Diante da solicitação, dei o meu Sim para colaborar nesta missão desafiadora, exigente e cheia da Graça de Deus.

A comunidade está presente no distrito de Boa vista de Cuçari que pertence a cidade de Prainha no estado do Pará, desde 2013, a pedido de Dom Esmeraldo, que era o Bispo da Diocese de Santarém e convidou as Irmãs para marcarem presença na região também conhecida como baixo Amazonas.

É um lugar que se caracteriza por uma cultura rica na fauna, flora, frutos e o povo é generoso, acolhedor e de muita fé.

Na comunidade somos quatro Irmãs: Maria da Penha Araujo Vieira (Instituto das ISJ), Ana Clara Corino (ISJ de Cúneo), Joilma Maurina de

Missão Intercongregacional

das Irmãs de São José na Amazônia

Jesus Matos (ISJ de Pinerolo) e eu (ISJ de Chambéry), para atender 40 comunidades pertencentes a Área Pastoral de Santa Maria do Uruará, através do acompanhamento das comunidades. Estas são organizadas em mini áreas, pois as distâncias são grandes e algumas localizadas como em Igarapés, Ribeirinhos, Floresta, apenas há um Padre que celebra uma ou duas vezes por ano nas comunidades. Desde que cheguei, já pude conhecer algumas localidades: Igarapé do Cuçari, Ribanceira, Floresta, Santa Maria. Para chegar nesses lugares só com canoa e em outros com ônibus, mesmo com a estrada quase intransitável.

A missão da comunidade das Irmãs é marcar presença e colaborar em todas as necessidades da Área Pastoral, através da formação de lideranças, Pastoral Catequética, Pastoral da juventude, Pastorais Sociais, Círculos bíblicos, Pastoral da Saúde etc.

Aos poucos estou conhecendo esta realidade, cheia de riquezas, mas que precisa muito de mais missionários (as) dispostos a doarem-se para um bem maior, para a evangelização e para a construção de uma realidade mais justa, onde os direitos humanos fundamentais sejam garantidos.

Pisar neste solo sagrado é uma graça, estar em missão aqui é uma graça que me proporciona aguçar a sensibilidade para estar em sintonia com Deus, com as pessoas e realidade que vou encontrando, escutando as necessidades, vivendo o despojamento, deixando espaço para o novo que preenche meu ser, pois Deus é generoso e me presenteia com alegrias, novidades e desafios a cada dia!

Juntas, vamos caminhando, cultivando a comunhão entre nós e com o querido próximo, nos sustentando da fonte do Carisma e da Palavra, para sermos sinal de unidade, amor e esperança!

Ir. Ignes Cristina Malinoski Boa Vista do Cuçari/ Pará no Baixo Amazonas

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Sal da terra e luz do mundo (Mt 5,13-14). Assim Jesus definiu os discípulos e a missão que a eles conferiu. Sal e luz, imagens evangélicas muito significativas e aplica-das aos cristãos e cristãs, leigos e leigas. Falam da novi-dade e da originalidade na inserção na missão de Jesus.

Essa novidade e originalidade estão também na raiz da Vida Religiosa Consagrada. Pe. Jean Pierre Médaille, nosso fundador, homem de profunda sintonia com o Pro-jeto de Deus, convida mulheres leigas para ajudá-lo na missão de evangelizar e restaurar a UNIDADE e a COMU-NHÃO na Igreja e na sociedade. A elas, ele lhes transmite o coração do Evangelho: “Pai que todos sejam UM, como nós somos UM” (Jo 17,21).

Com o Papa Francisco, há um significativo avanço em relação ao laicato, a partir da mística da proximidade, a pedagogia do diálogo, a revolução da ternura, o prazer de ser povo, sujeito eclesial e a consciência de que a vida de cada pessoa é uma missão (Doc.105.36).

Este ano dedicado aos leigos e leigas é, para nós Irmãs de São José, motivo de orgulho, de gratidão e desafio.

“Se o sal perde seu sabor com o que se salgará?” Mt 5,13

Orgulho por convivermos e partilharmos com cente-na de leigas e leigos do Pequeno Projeto, que orien-tam a própria vida pela espiritualidade que emana dos grandes mistérios da Santíssima Trindade, Encarnação e Eucaristia.

Gratidão pelas inúmeras parcerias que acontecem no Pequeno Projeto, possibilitando o dinamismo da Comu-nhão se expandir. As pessoas leigas do Pequeno Projeto nos desafiam a sermos mulheres cheias de esperança, de prazer, de alegria e ternura, preenchendo a vida de um novo sentido e imprimindo um gosto novo, saboroso na convivência e nas múltiplas relações.

Estendemos a todas as leigas e leigos nosso profun-do reconhecimento pelo dom de suas vidas, servindo a Deus, no exercício do amor ao querido próximo. Faze-mos votos de que este ano traga para todos um maior aprofundamento da própria identidade de ser leiga/lei-go vocacionado a ser presença unificante e unificadora na própria família e no mundo, sendo ‘sal da terra e luz do mundo’.

Ir. Rosalia Fávero - São João dos Patos/MA

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Sou Lorena Suzana Basso, Leiga do Pequeno Projeto das Irmãs de São José. Estudei com as Irmãs dos seis aos quinze anos. Depois da minha família, devo às Irmãs da Congregação de São José boa parte do meu conhecimento e a base de minha formação espiritual. Acredito ter absorvido muito da espiritualidade e o carisma das queridas Irmãs de São José! Conheci o Pequeno Projeto a convite da dinâmica e dedicada Irmã Benjamina Caldart. Hoje sou feliz e agradeço a Deus e ao querido São José por fazer parte dele.

Como Leiga realizo minha missão na catedral diocesana de Caxias do Sul. Sou ministra extraordinária da Sagrada Eucaristia e catequista. Minha trajetória de catequista iniciou aos 14 anos, motivada pela Irmã Camila, Irmã de São José. Presto serviço voluntário na Casa Madre Teresa - Ação Social da Catedral. Tudo isso me faz uma pessoa realizada e feliz.

São Paulo afirma: “Ora, vocês são o corpo de Cristo e são membros dele, cada um no seu lugar” (1Cor 12,27). Diante dessa afirmação, podemos nos perguntar: Leigos e leigas quem são, qual é o seu lugar na Igreja? Felizmente, há um grande número de homens e mulheres que entendem o compromisso do seu batismo e participam na vida da Igreja. São cristãos batizados, não ordenados ou consagrados, prontos a exercerem a missão advinda da graça batismal, dispostos a ser sal da terra e luz do mundo.

A Igreja é mãe e tem a missão de acolher a todos como filhos, diz o Papa Francisco. O que importa é ser cristão, seja leigo, religioso, sacerdote ou bispo. São diferentes funções, distintas, mas a dignidade é a mesma para todos...

Alinhada com as recomendações do Papa Francisco, a Igreja no Brasil, numa oportuna e feliz decisão, instituiu o Ano do Laicato, celebrado no período de novembro de 2017 a novembro de 2018, com o tema: “Cristãos leigos e leigas, sujeitos na ‘Igreja em saída’, a serviço do Reino” e o lema: “Sal da Terra e Luz do Mundo”, Mt 5,13-14. Essa decisão vem em boa hora animar e reconhecer o papel do leigo na Igreja e na sociedade, papel esse que já tinha sido alertado e considerado no Concílio Vaticano II. A afirmação que o leigo é a Igreja no mundo e mundo na Igreja, de maneira resumida expressa a importância do

Leigas e Leigos do Pequeno Projeto e o Ano do Laicato

papel destes homens e mulheres que vivem sua fé, que aceitam Cristo em suas vidas e procuram testemunhar isto em todo tempo, no lugar em que estiverem.

Para quem é além de leiga na Igreja, leiga do Pequeno Projeto das Irmãs de São José, como eu, esse ano é muito especial. Conto com a graça de ser parte de um grupo que se fortalece nos grandes mistérios: Trindade, Encarnação e Eucaristia.

A Trindade que ilumina o conviver e o se relacionar. O Deus que na Encarnação se abaixa até nós, para que subamos até Ele. O Deus que se faz pão, alimento que dá força para perseverar, superar as provações, ensinar a amar e perdoar.

Em nossos encontros, rezamos, procuramos aprofundar e discutir as Máximas, recordar a vida e missão das Irmãs precursoras da Congregação, o legado do Pe.Médaille, os primeiros tempos e, especialmente, a leitura orante da Palavra. Tudo isso contribui para nosso crescimento individual e do grupo de modo a viver e fazer a Unidade e a Comunhão.

Portanto, além de tentar viver como verdadeira cristã, uma leiga do Pequeno Projeto tem a graça que emana da Espiritualidade e do Carisma das Irmãs de São José, sempre agradecida pela alegria e pela força do grupo e com a certeza de ser conduzida pelo amor de Deus.

Lorena Suzana Basso - Caxias do Sul/RS

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Espiritualidade

1 DOM Leomar Antônio Brustolin. Bispo auxiliar de Porto Alegre, membro da Comissão de Doutrina da Fé da CNBB e bispo referencial para a Educação e Cultura no Rio Grande do Sul. 2 ERIC DE RUS. A visão educativa de Edith Stein. 43.3 ERIC DE RUS. A visão educativa de Edith Stein. 45.4 EDITH STEIN. I De la personne humaine I, p. 141.5 FRANCISCO, Laudato SÌ, n.89.

A educação emerge diante do reconhecimento do ser humano de que não sabe tudo, não vive tudo, não experimenta tudo. O ser humano precisa escutar, sentir, partilhar, conviver e aprender. Só assim seu ser se abre, cresce e se sustenta. A incompletude faz do ser humano alguém sociável e educável e por isso toda comunidade é responsável pela formação de seus membros2.

A comunidade formadora da pessoa tem, no mínimo, três instâncias: a família, a sociedade e a religião. A família é onde a criança nasce e começa a se desenvolver, contudo é na sociedade que a pessoa entende que precisa alargar suas relações e buscar o bem-comum que está além do ambiente familiar; a religião é a ordenadora de sentido para viver e a indutora da ética.

Apesar dessas influências, cada pessoa coopera livre e conscientemente com o seu próprio desenvolvimento. A liberdade da pessoa e as influências do meio no qual ela está inserida estão em constante interação. A educação é sempre uma responsabilidade compartilhada3.

Nosso tempo conhece as muitas fragilidades na experiência da pessoa na família, sociedade e religião. Uma educação católica, entretanto, tem o dever de

Educar para a Transcendência1

nortear o sentido da vida e da ética a partir do que o cristianismo propõe como caminho.

Atualmente, muitas propostas educativas prescindem da dimensão religiosa, transcendental e espiritual. Como a escola pode superar esse risco? Antes de tudo, por uma adequada compreensão de ser humano integral.

É preciso compreender a espiritualidade como abertura e receptividade em direção ao interior e abertura e receptividade em direção ao exterior4. Trata-se da capacidade da pessoa de ir em direção ao mais profundo do seu ser para encontrar-se consigo mesma, para não ser estranha e nem distraída de si mesma. Igualmente, a pessoa precisa sair de si mesma e ir ao encontro dos outros e do mundo. Esse sair-se de si supõe abertura até mesmo para o que está além do visível, empírico e provável: a transcendência.

Seria redutiva uma espiritualidade pensada apenas em forma de religiosidade sem incidência sobre a vida cotidiana. Também seria estranha uma espiritualidade que resolvesse apenas as necessidades individuais sem perceber os outros e Deus. Da mesma forma seria confusa uma visão de espiritualidade que se fecha para as outras pessoas em nome de um fanatismo religioso que não respeita o outro. E não seria cristã uma espiritualidade que, por respeitar demais as muitas crenças, na escola católica prefere tratar mais de valores, vivências e dinâmicas que não anunciam Jesus Cristo e o Evangelho explicitamente. Nesse caso, nenhuma das denominadas “espiritualidades” abarcam o ser humano integral e tampouco podem ser designadas cristãs.

Precisamos formar sujeitos capazes de respeitar a identidade, a cultura, a história, a religião e, sobretudo, os sofrimentos e as necessidades dos outros, na consciência de que todos somos verdadeiramente responsáveis por todos, inclusive pela criação, pois “estamos unidos por laços invisíveis e formamos uma espécie de família universal, uma comunhão sublime que nos impele a um respeito sagrado, amoroso e humilde”5.

O objetivo essencial de uma educação católica é o de preparar os estudantes para assumirem plenamente as responsabilidades culturais, sociais e religiosas que lhes serão solicitadas.

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Mistagogia: o que é isso?1

YONE BUYST

‘Mistagogia’ é uma palavra que está sendo bastante usada ultimamente no estudo da catequese, da liturgia, da teologia. O Concílio Vaticano II já havia decidido pela restauração do catecumenato, com seu tempo de mistagogia, para as pessoas que aderem pela fé a Jesus Cristo e querem fazer parte da comunidade cristã. O RICA (Ritual de Iniciação Cristã de Adultos) incorporou este tempo de mistagogia. Tanto o Diretório Nacional de Catequese, quanto o recente publicado Diretório Nacional2, insistem na dimensão mistagógica da formação cristã. O papa João Paulo II disse: “É mister (...) que os Pastores encontrem a maneira de fazer com que o sentido do mistério penetre nas consciências, redescobrindo e praticando a arte “mistagógica”, tão querida aos Padres da Igreja.”3 Redescobrimos a função mistagógica da homilia, embora ainda poucos a coloquem em prática. Na teologia litúrgico-sacramental começa a se impor o método mistagógico, no qual se faz teologia partindo da análise do rito e da experiência do mesmo4. Numa carta escrita em preparação à 5ª Assembléia Geral do CELAM, o teólogo Jon Sobrino sugere que, em vez de insistir na mera doutrina, devemos oferecer mistagogia e credibilidade. “...cada vez é mais necessária a mistagogia que conduz ao mistério de Deus. Significa introduzir-nos num mistério que é maior, mas que não reduz a pequenez, que é luz, mas que não cega, que é acolhida, mas que não impõe”5.

Mas, afinal, o que é ‘mistagogia’? É uma palavra derivada da língua grega, assim como ‘liturgia’, ‘catequese’, ‘teologia’, ‘pedagogia’, cirurgia’, ‘eucaristia’, ‘batismo’, ‘crisma’, ‘homilia’, ‘leigo/a’, ‘bispo’, ‘presbítero’... e tantas outras, que já estão tão incorporadas à língua portuguesa que mal nos damos conta que tem sua raíz em outro idioma. Assim acontecerá futuramente com ‘mistagogia’, palavra hoje ainda desconhecida para muita gente.

‘Mistagogia’ é composta de duas partes: ‘mist’ + ‘agogia’. ‘Mist’ vem de ‘mistério’ e ‘agogia’ tem a ver com ‘conduzir’, ‘guiar’... Podemos traduzir: a ação de guiar para dentro do mistério. Há outras duas palavras

1 CNBB, 2006.2 Carta Apostólica Spiritus et Sponsa, por ocasião dos 40 anos da Constituição Conciliar sobre a Sagrada Liturgia (SC), n. 12, trad. provisória da CNBB. 3 Cf. GIRAUDO, Cesare. Num só Corpo; tratado mistagógico sobre a eucaristia, São Paulo, Loyola, 2003, principalmente pp. 1-24.4 Aparecida: uma assembléia ‘com Espírito’. Carta a Ignacio Ellacuría, www.adital.com.br, 27/10/2006. 5 Daí o nome dos três sacramentos fundamentais, que são batismo, confirmação, eucaristia: “sacramentos da iniciação cristã”.

relacionadas: 1) ‘mistagogo’ ou ‘mistagoga’ - é a pessoa que realiza a mistagogia, a pessoa que conduz para dentro do mistério, nos colocando em contato com este mistério, revelando-o; 2) ‘mistagógico’ ou ‘mistagógica’ - é o adjetivo derivado de mistagogia; por exemplo, na expressão ‘catequese mistagógica’. A palavra ‘mistério’ vem da palavra grega ‘muein’, fechar a boca, calar-se, ser iniciado. A iniciação é uma introdução ao caminho que liga o mundo visível a seu significado escondido; ela é feita em silêncio. As palavras portuguesas: murmúrio, mudo, mistério derivam da mesma raiz. ‘Mística’, outra palavra relacionada, significa uma vida mergulhada no mistério.

O que está em jogo na mistagogia? Nada mais, nada menos que nossa relação com o mistério de Deus, que é o mistério de nossa própria vida e da história. Ninguém consegue ‘explicar’ Deus. É impossível reduzir a realidade de Deus a conceitos racionais. É impossível reduzir a fé à aceitação de dogmas. É necessário que sejamos ‘iniciados’ no mistério, não somente com palavras, mas principalmente através de ações simbólicas, através de ritos. No sentido original, são os ritos (as celebrações litúrgicas) que têm esta função mistagógica de nos conduzir para dentro do mistério.

Na cultura atual, chamada de pós-moderna, onde percebemos os limites da razão, abre-se uma nova possibilidade para a liturgia como caminho mistagógico. Liturgia não é um tipo de ‘ginástica’, ou uma execução de gestos mágicos ou puramente estéticos ou devocionais. Cada palavra, cada gesto, cada movimento... ‘contém’ o mistério e nos faz mergulhar nele: no mistério de Deus, no mistério da vida, no mistério da história, em nosso próprio mistério.

Este artigo foi publicado na Revista de Liturgia, nº 200, março/abril 2007, p. 26

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O encontro de formação anual para as equipes e grupos da Província das Irmãs de São José de Chambéry no Brasil, aconteceu de 27 a 30 de abril de 2018 em Garibaldi/RS. O encontro foi articulado pela equipe de formação e é uma oportunidade de formação permanente para as Irmãs.

Ir. Maria da Penha Carpanedo, da Congregação das Pias Discípulas do Divino Mestre, convidou o grupo a revisitar a Celebração Eucarística à luz do fundamento originário para ressignificar a vida. Um olhar sobre a liturgia como louvor perene à Trindade e uma compreensão mais profunda da Eucaristia, entendida como a Encarnação levada até as últimas consequências, foram alguns dos temas abordados.

Ir. Maria da Penha, ao se referir ao tema geral Mistagogia, expressou que, em síntese, significa introduzir, conduzir, acompanhar alguém no caminho do Mistério da Fé em Jesus Cristo. Mistagogia, segundo ela, é a leitura orante da liturgia. Esse processo é todo ritual. Por isso a importância da liturgia na vida cristã,

“A primeira Teologia é a

Liturgia” (Yone Buyst)

desde o seu início. O Ofício Divino das Comunidades e os ritos da Missa foram pontos altos da reflexão e oração durante todo o encontro. O rito é um consenso comunitário da fé e nele encontra-se a fé da Igreja. Pode-se dizer que o rito é guardião da fé. Ele contempla dados antropológicos e teológicos. Sendo assim, o Ano Litúrgico da Igreja, repleto de ritos, agrega significados profundos para a vida cristã. O Ano Litúrgico goza de força sacramental que é capaz de alimentar a fé dos que creem. Mas para isso é preciso deixar a liturgia falar! É preciso escutar com o coração! Deus fala pela liturgia e este é um espaço sagrado de encontro com Jesus, com o Jesus dos Evangelhos.

A experiência de Deus é o que inicia a pessoa na fé. Faz-se necessário possibilitar à pessoa essa experiência, afirma a assessora. Deus se manifesta no mistério. Sendo assim, a melhor catequese Eucarística é uma celebração bem preparada, bem celebrada, que conduza a pessoa a estar com o Senhor, ao mistério do encontro.

Ir. Eliana Aparecida dos Santos - Caxias do Sul/RS

Eucaristia uma abordagem Mistagógica

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Presença Serviço

O grupo de trabalhos manuais São José, de Pinto Bandeira/RS, começou há sete anos, com a iniciativa da Irmã Wilma Dalla Santa e o auxílio de uma voluntária. Juntas deram início a um belo trabalho que tinha como objetivo principal confeccionar roupas para as crianças pobres da Creche Estrelinha, hoje Escola de Educação Infantil São José, localizada no bairro Cruzeiro em Caxias do Sul.

Com o passar dos anos outras pessoas foram se unindo ao grupo, assumindo esse trabalho voluntário em prol das crianças mais carentes. Hoje são 17 mulheres que se dedicam, com muito amor e generosidade a essa causa.

No início reuniam-se numa família. Depois que o grupo cresceu, a Paróquia cedeu uma sala para se encontrarem e realizarem os trabalhos. As voluntárias se reúnem todas as quartas-feiras de tarde. Este é um momento esperado por elas durante toda a semana. Além do importante trabalho social que desenvolvem, o encontro tem um espaço formativo e orante. Ao iniciar o encontro, é feita a leitura e reflexão do Evangelho do dia, com preces espontâneas, rezando pelas crianças, doentes, necessitados, união e participação do grupo. Além de momentos de confraternização por ocasiões dos aniversários.

O grupo recebe doações diversas como linhas, novelos de lã, fios de malha, botões etc. As doações vêm de fábricas, amigos secretos, amigos da comunidade e das próprias voluntárias. Quando recebem retalhos de tecido confeccionam também roupas para crianças com ajuda de costureiras voluntárias.

Durante esses sete anos, além da Escola Infantil, o grupo ajudou outros espaços sociais e beneficentes: Povos Indígenas e assentamentos no Mato Grosso do Sul; Creche Comunitária Tia Loló em Viamão; desabrigados pelas fortes chuvas em Bento Gonçalves, entre outros.

O trabalho é efetivado por mulheres voluntárias que se sentem realizadas com o que fazem e são felizes em ajudar. A recompensa recebida é o prazer em servir os mais pobres.

As participantes dizem que, em geral, as pessoas são muito solidárias para fazer doações. Há sempre o trabalho de fazer os contatos, buscar as doações. Isso exige do grupo doação de tempo e transporte. Elas precisam contar com a ajuda de terceiros que, voluntariamente, se dispõem a colaborar. Isso é bonito e construtivo porque se cria uma rede de solidariedade.

“Eu estava em depressão. Aí alguém me disse que eu deveria ir ao clube de mães: ‘vem lá e você vai aprender a fazer tricô e crochê’. Eu vim empurrada, porque não conhecia ninguém. Mas todas logo conver-saram comigo. Eu chorava muito por causa da depressão. Fiz muitas amizades aqui e, desde então, não largo o grupo. Hoje me preocupo com cada uma. É uma maravilha, eu adoro estar aqui. Estou no grupo há 5 anos ”. (Noêmia Marmentini)

“Nós fizemos vários pedidos de doação de material para o grupo de terceira idade, para os vereadores, para fábricas de lã e todos deram. É muito difícil trabalhar com a lã que vem toda enrolada. É trabalhoso para desenrolar. Mas é o prazer de ajudar, fazer para alguém que não tem. Eu me sinto realizada, estou no grupo desde o início”. (Helena Ferrari)

“Eu sei que já estou velha, mas enquanto Deus me der vistas e mãos boas, vou traba-lhar. Eu gosto muito de fazer e colaborar”. Acrescentou outra integrante do grupo.

Hoje, Ir. Leonor Turmina acompanha os tra-balhos e incentiva a sua continuidade. O grupo é também incentivado por outras Ir-mãs de São José que o visitam de tempos em tempos. Uma visita especial aconteceu 2015. Por ocasião da visita à comunidade das Ir-mãs, a Superiora Geral Irmã Sally Hodgdon e Conselheira Geral Irmã leda Maria Tomazini, reuniram-se com o grupo para conhecer o trabalho. As voluntárias foram incentivadas a continuar prestando esse serviço de doação aos mais necessitados.

Ir. Leonor Turmina - Pinto Bandeira/RS

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Grupo voluntário São José

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Academia ao ar livre Ir. Amélia

Em 18 de novembro de 1898, a pedido do Bispo Monsenhor Cláudio Ponce Leão, iniciaram sua viagem ao Brasil, as primeiras religiosas da Congregação de São José de Chambéry, França. Estabeleceram-se em Garibaldi e ali atuaram nas mais distintas frentes de trabalho, dentre elas, na saúde e educação.

Nova Pompeia, hoje Pinto Bandeira/RS, era uma pequena localidade situada a 30 km de Garibaldi, e aqui fazia-se necessário formalizar o ensino escolar. A proximidade da Casa Provincial e sobretudo os insistentes pedidos do Vigário da Paróquia, Padre Luigi Segale, determinaram Madre Margarida de Jesus a enviar em 11 de abril de 1906, quatro Irmãs para esta fundação: Madre Anselmina Pachod e as Irmãs: Bertila Brusamarello, Leonila Rossetto e Amélia Benini, com a finalidade primordial de abrir uma escola.

A recepção foi imponente e digna de nossas Irmãs cheias de fé. Organizaram uma procissão para recebê-las à entrada da vila, fazendo a volta ao redor da grande Praça Nossa Senhora do Rosário, a nossa Praça da Matriz e finalmente entraram na Igreja. Padre Luigi Segale emocionado fez uma tocante alocução: “Agora, dizia ele, deixa teu servo, Senhor, morrer em paz”.

Algum dia após a chegada das Irmãs, em 22 de abril, começou a funcionar a “Escola São José”, com duas salas de aula. Meninos e meninas se apresentaram numerosos. Sobre cem alunos, apenas quatro sabiam soletrar, o que revelava a grande necessidade da escola naquele local.

Com o passar dos anos, outros locais serviram de

Homenagem às Irmãs de São José em Pinto Bandeira - RS

espaço para o exercício da bela arte de ensinar e aprender, sempre sob o olhar e os ensinamentos de nossas queridas Irmãs de São José.

O carinho e respeito dos pinto-bandeirenses a todas as Irmãs de São José, que por aqui passaram, podem ser personificados em duas religiosas, nas quais estariam representadas as demais: Irmã Paula Pinter e Amélia Benini.

Irmã Paula, sempre alegre e prestativa, espalhando bondade com seu sorriso. Orientando mães, atendendo doentes, preparando festinhas, ensaiando cantos para a Igreja, a todos contagiava com seu otimismo sadio.

Irmã Amélia foi uma grande entusiasta por esta missão. Seu desejo: terminar aqui seus dias, junto ao Santuário da Virgem de Pompeia, como de fato isso se concretizou. Faleceu com 104 anos de idade e foi sepultada na capela central do cemitério de Pinto Bandeira. Na sua simplicidade e naturalidade e, em pleno uso de suas faculdades mentais, gostava de recordar o dia em que aqui chegou, quando com suas companheiras foi festivamente acolhida.

A Prefeitura de Pinto Bandeira, em parceria com a Unimed Nordeste, no dia 21 de dezembro de 2017, prestou uma bela homenagem às Irmãs de São José. Junto à Praça Central da cidade, foi inaugurada uma Academia ao Ar Livre, que recebeu o nome de Irmã Amélia Benini, uma homenagem pela sua dedicação às causas do Município. Assim falou o prefeito Hadair Ferrari no ato da Inauguração: “É um orgulho entregar esta obra. Junto com a Unimed tivemos força e estamos dedicando ao trabalho que as Irmãs fizeram por Pinto Bandeira. Eram as enfermeiras da época e na parte religiosa também”.

Ir. Leonor Turmina - Pinto Bandeira/RS

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Adriano Machado é um jovem de Guaíba. Alexander Graham Bell é um cientista. O que os dois têm em comum?

O cientista Alexandre Graham Bell, com a irreverência que o caracterizava, afirmou certa feita: “Nunca ande pelo caminho traçado, pois ele conduz somente até onde outros já foram. O êxito de uma vida não se mede pela quantidade de anos, mas pelo bem realizado no tempo e na história”. Essa expressão filosófica denota a contribuição fundamental porque o pequeno empreendimento das Irmãs de São José, iniciado no ano de 1987, tornou-se um referencial de edificação da humanidade.

Graham Bell contribuiu com a história da humanidade, com sua inquietação, com sua perseguição às novidades e com o desenvolvimento da comunicação.

Adriano Machado, 21 anos, é um jovem de Guaíba. Ele contribuiu com a história da humanidade com sua inquietude, com a perseguição a ideais e com a disposição de transformar a vida e a história. Enquanto Bell teve acesso aos bancos de uma das maiores universidades do mundo, Machado teve o apoio do PROJARI e transformou a sua vida e serve de inspiração para muitos jovens.

Mas, o que tem o PROJARI de especial para ser referência de humanidade? Passadas três décadas de existência, a entidade consolidou sua missão de “ser referência na formação integral do ser humano, no exercício da cidadania, na partilha dos saberes e no desenvolvimento das

Projeto Artesanato Recreação e Informática (PROJARI): 30 Anos de carinho, cidadania

e desenvolvimento social

potencialidades”. A instituição não se dedica em preparar cientistas, mas em edificar pessoas, que por suas próprias forças ou condições não conseguiriam ter acesso aos mais simples equipamentos de desenvolvimento humano e social.

Como afirma uma das protagonistas deste empreendimento social, Irmã Laura Gavazzoni, ISJ, “sua atuação caracteriza-se pela intervenção na realidade social, executando Política de Proteção Social Básica, com atendimento de crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos, com o desenvolvimento de oficinas diárias em diversas áreas da formação humana integral e na defesa e garantia dos direitos”. Aparentemente, esta afirmação tem caráter científico da Área de Assistência Social. Mas, revela o caráter humanístico dessa iniciativa.

Semanalmente, seus mais de oitocentos participantes têm a oportunidade de acessar às oficinas de esporte, lazer, cultura, artesanato e inclusão produtiva, estabelecendo uma conexão perfeita entre as orientações, a legislação e da Política Nacional de Assistência Social e o carisma da Congregação das Irmãs de São José de Chambéry.

A imprensa regional escolheu uma identidade para o PROJARI: “Fábrica de Sonhos”. Esta eleição expressa o que acontece a cada dia nas 25 oficinas oferecidas a uma população em situação de vulnerabilidade social. Para 32% das famílias favorecidas, como indica o Censo do IBGE, o rendimento mensal não chega a um salário mínimo.

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Gratuitamente, a população das zonas periféricas da cidade de Guaíba tem, à sua disposição, as oficinas de Hip Hop, Karate, Movimentu’s Dancing, Futsal, Esportes Coletivos, Informática, Marcenaria, Capoeira, Orquestra (com oficinas de violino, violoncelo, contrabaixo, viola clássica e percussão), Musicalização e Canto coral, Corte e costura, Brechó, Reciclart, Ballet clássico, Danças modernas, Ginástica Rítmica, Alimento Solidário, Pintura em Madeira, Artesanato em Geral, Pintura em tecido, Reciclando Vida com Ação e Reflexão, Percussão, Escotismo e Banda Musical. Além desse elenco de oficinas, a entidade recebe diariamente Prestadores de Serviço à Comunidade, que buscam nela a reconstrução de suas vidas.

Segundo a Secretária da entidade, Irmã Nilva Dal Bello, ISJ, entre os maiores impactos da ação, pode-se citar: redução da violência, valorização das potencialidades de crianças e adolescentes, inclusão socioeducativa, estímulo à sustentabilidade ambiental, promoção dos valores do respeito e da preservação dos espaços públicos e dos equipamentos comunitários, empoderamento para denúncia da violência doméstica, apropriação pelas comunidades de iniciativas de defesa dos direitos da criança e do adolescente, defesa conjunta de políticas públicas em benefício das comunidades e valorização do civismo, entre outros.

“Esse rol de atividade desenvolvidas é um indicador

de que a instituição foi audaciosa, determinada e competente”. Ir Nilva salienta que as ações desenvolvidas pela instituição configuram a oportunidade única de desenvolvimento e formação humana integral, dado que estas realidades não dispõem de equipamento público ou privado que proporcione esse serviço.

Além dos quadros técnicos, a instituição conta com o apoio de uma rede de 39 voluntários, que dedicam parte de suas vidas para o desenvolvimento das ações. A voluntária desde a “primeira hora”, Marlene Medeiros se emociona ao testemunhar sua dedicação. “Estou aqui porque eu gosto, amo estar aqui. No momento em que vesti a camiseta, não foi o PROJARI que me escolheu. Fui eu que escolhi o PROJARI, porque gosto de servir. Não ganho dinheiro, mas recebo um valor imensurável de carinho, amizade, companheirismo e gratidão. Isso me gratifica. Aqui a gente se doa para ajudar aos outros, a construir pessoas diferentes e uma nova humanidade. Acontece uma troca, porque todos os dias estamos aprendendo a viver”.

Adriano e Graham Bell, são pessoas que se construíram com ideais. Em tempos distintos, em contextos diferenciados e com possibilidades incomparáveis são sonhadores de uma humanidade enriquecida pela participação de cada pessoa. Em 30 Anos de vida, o PROJARI foi o facilitador de histórias de humanização.

Elton Bozzetto e Irmã Laura Gavazzoni - Guaiba/RS

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CELEBRAR 100 ANOS DE VIDA É...

Caminhar devagar, mas com passos seguros porque tem a convicção de que estão plantados unicamente nas mãos do Pai que cuida com amor de Mãe!

Dar graças pela vida, pela fé, pela família de sangue e religiosa que acompanha com carinho, cada movimento dado, cada palavra de sabedoria pronunciada, cada sorriso oferecido e cada olhar direcionado às pessoas e ao Infinito.

Oferecer a todos a experiência de quem continua tecendo a “renda da unidade e da comunhão”, neste mundo tão carente e dividido.

Deixar tudo passar pelo coração que ama, acolhe, se doa na gratuidade, se sensibiliza com a dor e o sofrimento dos outros, usa da misericórdia e serve de ponte entre as pessoas.

Aguçar a audição, já reduzida pelo desgaste dos anos, para ouvir ativamente, inúmeras vezes a mesma coisa, porque já esqueceu e tem certeza de que o outro/a está disposto/a a escutá-la como se fosse a primeira vez.

Focar sua vida no essencial e Absoluto, aprendendo com a experiência como se lida com as conquistas, os conflitos e limites.

Permanecer de olhos fixos em Jesus, Caminho, Verdade e Vida, que ensina a amar como Ele amou, sentir como Ele sentiu, sonhar como Ele sonhou, sorrir como Ele sorriu e viver como Ele viveu.

Agradecer profundamente a graça, o presente de uma vida longa e cheia de sentido e experiências de doação e entrega que serve de testemunho de como se vive o “sacramento do encontro” nas relações interpessoais.

Ir. Geni Estegues Pereira - Curitiba/PR

“Entrega teu caminho as Senhor; confia nele e Ele tudo o fará” (Sl 36,15).

Em 2018, cinco Irmãs de São José da Província no Brasil estão celebrando o seu centenário de vida. São 100 anos de história! Há muito que celebrar! Uma vida longa, repleta de bênçãos, serviço, dedi-cação, doação, amor. Queridas Irmãs, obrigada por nos dar o privilégio de viver ao seu lado, aprenden-do com vocês que consagraram suas vidas no serviço do Reino de Deus e se deixaram modelar por sua Palavra. Segue abaixo alguns testemunhos destas mulheres sábias.

Irmãs Centenárias

100 Anos

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Ir. Jacyra Guimarães de Carvalho - Taboão da Serra/SP

Ir. Jacyra nos relatou uns anos atrás: “Um dia tive vontade de contar a minha história para ficar registrada. Servi na Província em muitos lugares e diferentes atividades e pastoral. Com o Vaticano II, pude fazer o Curso de Catequese Renovada, em Campinas, que muito me ajudou no trabalho nas periferias. Gosto muito da Bíblia! Costumo ir cedo para o quarto para estudar o AT e NT e os nossos documentos! Nunca descuido do meu compromisso com a oração e meditação. Rezo, procuro viver e estar na presença de Deus. Sempre fui muito de contemplar o céu, as flores, as coisas... Ainda sobram erros na minha vida, mas busco sempre alimentar minha fé com a Palavra de Deus. Meu temperamento é seco, mas, tenham certeza, sinto muito amor pelas pessoas, por minhas Irmãs e pela Congregação”.

Ir. Mônica Pinheiro de Azevedo - Taboão da Serra/SPIrmã Mônica sempre foi uma pessoa muito dedicada, assumindo com

responsabilidade suas tarefas em várias comunidades, servindo com amor ao querido próximo ao longo de toda a sua vida. Ir. Mônica é uma presença querida entre as Irmãs. Ela tem um senso de humor e maneira de se relacionar que cativa todas as pessoas que dela se achegam. Um dia, ao estar perto de um fogão da copa, Ir. Delcia disse: “Ir. Mônica, cuidado você pode queimar-se”. E ela respondeu: “Não sabia que fogão apagado, queimava as pessoas”. E tem outras histórias bonitas que mostram seu senso de humor que ajuda a manter um equilíbrio de vida até o fim. Ir. Monica, fala pouco, mas sua postura de vida nos remete ao essencial da vida.

Ir. Helena Toaldo - Curitiba/PR“Viver esta vida longa significa que Deus me olhou, quis que eu vivesse

um pouco mais e servisse de exemplo para minhas irmãs. Ele me fez chegar até aqui e isto é graça e pura bondade d’Ele. O segredo de viver é viver com alegria! Peço que Ele me ajude a continuar vivendo com alegria, com amor, com esperança e com contentamento. Estou contente de viver ainda os anos que me restam. Não vou pedir para morrer! É bom viver!”

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Ir. Rita Maria de Jesus Oliveira - Taboão da Serra/SP

“Celebrar 100 anos de vida é um grande dom de Deus, pois, Ele conservou-me até aqui. Como vou agradecer a Deus pela imensa bondade por mim? Que Deus seja cada vez mais conhecido, amado, adorado pelas grandes coisas que fez e fará, fora de minha vida e nela. Deus é Onipotente, Eterno... e tudo mais... Penso que celebrar 100 anos é valorizar a Vida e agradecer o caminho que Deus reservou para mim. Ele me conduziu. O ponto principal é que me mostrou o caminho da Vida Consagrada. Como mensagem, falo que Deus mostra o caminho. De minha parte, resta a fidelidade na busca do Deus Vivo. Gosto muito desta expressão: Deus Vivo! Peço a Deus: pode me tirar tudo, menos a consciência de viver em sua presença. Agradeço todas as pessoas que me ajudaram nesta caminhada de ser feliz com Deus”.

Ir. Rosa Guedes -Taboão da Serra/SP

“Não me esqueço dos exemplos que nossas Irmãs davam. Ir. Honorina dizia : ‘O tempo passa, a eternidade se aproxima, vivamos e morramos com esperança’. Fidelidade à vida comunitária é muito importante, pois Jesus disse: “Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, Eu estarei no meio deles”. É a força de Deus em minha vida. Nesta idade, precisamos de muita paciência conosco mesma e esforço para estar na presença de Deus”.

Oração do Papa Francisco na mensagem do dia Mundial das Comunicações Sociais

(13 de maio de 2018)

Senhor, fazei de nós instrumentos da vossa paz.Fazei-nos reconhecer o mal que se insinua em uma comunicação que não cria comunhão.Tornai-nos capazes de tirar o veneno dos nossos juízos.Ajudai-nos a falar dos outros como de irmãos e irmãs.Vós sois fiel e digno de confiança;fazei que as nossas palavras sejam sementes de bem para o mundo:onde houver rumor, fazei que pratiquemos a escuta;onde houver confusão, fazei que inspiremos harmonia;onde houver ambiguidade, fazei que levemos clareza;onde houver exclusão, fazei que levemos partilha;onde houver sensacionalismo, fazei que usemos sobriedade;onde houver superficialidade, fazei que ponhamos interrogativos verdadeiros;onde houver preconceitos, fazei que despertemos confiança;onde houver agressividade, fazei que levemos respeito;onde houver falsidade, fazei que levemos verdade.Amém.

Vaticano, 24 de janeiro Memória de São Francisco de Sales

do ano de 2018.Franciscus

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“Eu sou Irmã Elzira Boareto Manfredi, tenho 72 anos e fazia parte da Comunidade Sévigné, em Porto Alegre/RS. Servir sempre com alegria que provém de Deus, isso resulta em um coração agradecido que se encontra feliz no seguimento de Jesus, ‘Assume corajosamente o que Deus deseja de ti’ (Pe. Médaille). O novo exige caminhar para a outra margem sem medo de arriscar, confiante na presença amorosa de Deus e deixar-se tocar por uma nova realidade e cultura, descobrindo a alegria de que sou verdadeiramente membro de uma família envolvida

com a vida da Congregação. Fui enviada para o Núcleo Santíssima Trindade e procuro ser presença-serviço na Escola Irmã Maria Bernardette e no Colégio Santana, em São Paulo/SP, descobrindo em cada pessoa e em cada gesto fraterno a ternura e o carinho de Deus. Em pouco tempo foi possível sentir uma mútua relação de acolhida e de comprometimento, buscando tecer juntos/as laços de proximidade afetiva, aprendendo a respeitar e a acolher o diferente com alegria. Sinto prazer no aprendizado diário, superando dificuldades e aprofundando novas perspectivas, ideias e pessoas, podendo sobretudo alargar o espaço da tenda para servir e colaborar em prol de uma educação humanística e solidária, de acordo com os valores do Evangelho de Jesus Cristo. Minha ação educativa, alicerçada na vivência da unidade e comunhão, testemunho de alegria, compromisso com a promoção da vida, procura expressar a continuidade da missão das Irmãs de São José”.

Sair, itinerar, ir ao Encontro...O Senhor disse a Abrão: “Saia de sua terra, do meio de seus parentes e da casa de seu pai, e vá para

a terra que eu lhe mostrarei. Eu farei de você um grande povo, e o abençoarei; tornarei famoso o seu nome, de modo que se torne uma bênção” (Gn 12,1-2).

Se fosse para ficarmos em um só lugar, teríamos raízes ao invés de pés. Mas, como consagradas, temos pés itinerantes em saída para novas direções, sem carregar muitas coisas, nem muitas estruturas, nem projetos próprios nem ideias fixas, deixando-nos surpreender e conduzir pelo Espírito ao encontro dos pequenos.

Itinerar exige “estar com quem ninguém quer estar; estar onde ninguém quer estar; estar como ninguém quer estar”. Com simplicidade, partilhamos alguns testemunhos entre tantas Irmãs que fizeram a experiência de itinerar para outro núcleo ou região da Província do Brasil.

Além de pés disponíveis para a mobilidade geográfica, o que deve sustentar é a atitude interior de itinerante. Significa, sair de si mesmo, dos nossos esquemas mentais, das nossas estruturas e organizações, da nossa visão das coisas, da nossa própria experiência religiosa, de nossas próprias seguranças... Isto para ir ao encontro do diferente numa atitude de escuta e acolhida profunda e sincera. Supõe um caminhar confiante em Jesus Missionário que caminha com a gente.

Ir. Katia Rejane SassiCuritiba/PR

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“Eu sou Irmã Rosalinda Morgan e tenho 77 anos. Estava na Comunidade Emaús, em Passo Fundo/RS e fui enviada para a Comunidade Betânia, em Garibaldi/RS. Senti alguns desafios da transferência: conviver com pessoas que não conhecia e entrar numa comunidade com organização própria devido à saúde de cada Irmã; situar-me dentro do novo jeito de ser e da organização da comunidade. Em mim despertou o desejo de ajudar as Irmãs, sendo útil, assumindo pequenas tarefas: secar louça, realizar trabalhos manuais e servir alimento a uma Irmã acamada. Gosto de dedicar tempo à oração e à leitura. Graças a Deus, sinto-me bastante bem entrosada na comunidade. Agradeço por me haverem encaminhado para esta comunidade. Contem com minha prece”.

“Eu sou Irmã Rosane Steffenon, tenho 39 anos de idade e 15 de Vida Religiosa Consagrada. Há pouco mais de um ano, após reflexão do Conselho Provincial, concluímos a missão da Comunidade São José, no Bairro Rodrigues, em Lagoa Vermelha/RS, onde por um período de 5 anos, convivi, partilhei meus dons e meu ser. Acolhi a proposta do Conselho Provincial para assumir nova missão. Hoje, compartilho minha vida e busco viver o carisma de comunhão na Comunidade São José do Tabor, na Zona Leste de São Paulo/SP. Confiante na graça de Deus me dispus a caminhar e assumi a missão de dinamizar a gestão desta unidade socioeducativa, local até então desconhecido para mim. Cultivo em meu coração grande amor e compaixão com as pessoas oprimidas pelo sistema que nos governa e exclui. Acredito no Deus da Vida que tudo pode transformar por meio de nós. Dispor-se a caminhar requer cultivar a esperança, a resiliência, a escuta e, sobretudo, na ternura abraçar a missão”.

“Eu sou Irmã Marli Terezinha da Silva, tenho 54 anos de idade e 25 anos de Vida Consagrada ao Senhor. Todos os serviços que a Província me solicitou sempre foi um grande aprendizado na minha vida e caminhada. Estava em missão na comunidade São José do Patrocínio, em Vacaria/RS, há três anos. Fui solicitada para a missão junto às Irmãs da comunidade de Conselvan/MT e disse meu Sim com amor e alegria. Muitos sentimentos vêm no coração da gente: distância, meu pai, a família... Mas, os apelos de servir às pessoas, junto com as Irmãs, era mais forte. Desafios encontrados: comunidades da roça distantes, difícil acesso, povo carente de bens material e espiritual, saúde precária, falta de material para trabalhar. Mas, sinto forte o apelo de continuar colocando o que recebi de Deus e da Congregação a serviço das pessoas mais necessitadas. Sou muita agradecida de fazer esta experiência junto ao povo de Conselvan/MT”.

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“Chamo-me Sula Francisca França Costa, sou Irmã de Primeiros Votos e tenho 30 anos. Estava em São Luís/MA onde construi comunidade por 4 anos e vivi uma experiência enriquecedora de crescimento e maturidade humana e espiritual. Após esse tempo, fui enviada para comunidade São José, de Manaus/AM, e hoje convivo com as Irmãs Hilda Riva e Diva Paravizzi. Nesse chão sagrado, já completei 1 ano de vivência com muita alegria, abertura, confiança em Deus e de muitos desafios. Porém, tenho a certeza que aqui é o melhor lugar para estar mais próximo do querido próximo, em especial, daqueles/as que mais nos ajudam a dar nossa resposta de amor, união, doação, fé e esperança. “Por tudo dai graças” (Ts 5,18). Meus sentimentos são de gratidão a Deus Trindade que me permitiu estar junto a esse povo que espera e luta por vida mais digna. Gratidão à nossa Congregação, à Província e ao Núcleo Irmã Cecília Inês Muraro por enviar Irmãs a esse chão sagrado de missão, levando o Carisma de Unidade”.

“Eu sou Irmã Severina Lucia Brogliato, tenho 75 anos de idade e pertencia ao Núcleo Irmã Cecília Inês Muraro, desde 1969. Ultimamente estava em Remanso/BA e fui solicitada para o Núcleo Sagrada Família, na Comunidade Nazaré, em Porto Alegre/RS, onde se encontram Irmãs com saúde precária. Como Irmã de São José, sou desafiada a vivenciar o Mistério do encontro, fazendo isto ou aquilo onde quer que formos enviadas. O Capítulo Geral de 2015 nos propôs a ir às periferias. Para mim, penso, estar aqui é uma periferia a ser olhada e contemplada com nossa presença. Ousar o Mistério do Encontro: no serviço, na escuta, na disponibilidade, no contemplar o mistério da vida no dia a dia. Sou grata em estar nesta missão, onde a presença do Divino se torna acessível em mim”.

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Neste ano de 2018, celebramos o centenário da presença das Irmãs de São José na cidade do Rio Grande/RS. Uma missão escola/educativa assumida com fé, coragem e comprometimento a serviço da vida e da unidade. Por isso, bendizemos ao Senhor por esta história, semente de comunhão germinada neste chão sagrado.

Tudo começou com o convite de Dom Francisco de Campos Barreto, primeiro bispo da diocese de Pelotas, que pediu a Superiora Provincial Madre Joana Vitória para que enviasse Irmãs para este apostolado. A exemplo das primeiras Irmãs no início da Congregação, seis Irmãs: Maria Felicidade (M. Justina Duc); Joana (Carmella De Vale); Theresa (Julia Santi); Adelina (Stella Piazza); Emerenciana (Fortunata Pedó); Affonsina (Afonssina Maria Carraro), aceitaram o convite de se colocar a caminho. Guiadas pelo sopro do Espírito, pela mão protetora de São José e de Santa Joana d’Arc, iniciaram uma missão que seria para toda a cidade e região um farol a sinalizar o bem, a verdade, a justiça e o conhecimento. Pioneiras na educação formal e

100 ANOS DAS IRMÃS DE SÃO JOSÉ E ESCOLA BOM JESUS/JOANA D’ARC

Uma história de amor e dedicação a serviço unidade e da paz

cristã atuaram preferencialmente com jovens moças, fundando-se assim o Colégio Santa Joana d’Arc. A chegada das Irmãs foi motivo de alegria para todos os moradores do município. Logo estes se mobilizaram para conseguir um espaço, durante um longo período alugado, para que a escola pudesse funcionar. Somente em 1919, foi adquirido um terreno próprio no qual seria erguido o espaço que se tornaria, conforme o prefeito da época na inauguração da obra exclamou, “templo da virtude, da ciência e da Arte”.

Tal com o grão de mostarda a missão das Irmãs foi crescendo e espalhando seus ramos. Percebemos isso quando estas assumem também outras duas escolas, em 1926 no Grupo Escolar Comendador Reingantz e em 1938 na Escola Jesus, Maria e José, que posteriormente passou a ser chamado Colégio São Luiz. Além da educação, elas se dedicaram ao trabalho de evangelização na Vila Cedro, comunidade carente do Rio Grande. Em 1962 a comunidade assumiu um trabalho social no bairro Getúlio Vargas. Aos poucos a realidade foi mudando e exigindo novas e criativas respostas ao grupo.

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Desde então, são incontáveis as alegria, desafios e sentimentos que se tornaram vida, perpetuando valores, gestos de solidariedade no passado e hoje, no renovado compromisso com a intuição inicial da obra, na vivência de atitudes e virtudes, como Bom Jesus/Joana d’Arc.

Ao fazermos memória agradecida das corajosas Irmãs que nos precederam, oferecemos ao Senhor nossa prece a todas as Irmãs de São José, a Escola Bom Jesus/Joana d’Arc: gestão, colaboradores e alunos, e ao povo rio-grandino que em diferentes épocas responderam e respondem com fidelidade o compromisso assumido, que dedicaram e dedicam o melhor de seu ser e saber, no intuito de fazer da missão cotidiana um espaço de fé, vida e aprendizado para a construção da unidade e da paz.

Irmãs de São José - Rio Grande/RS

A centenária história do Joana d ArcEscrevendo história, Construindo Tradição

“Há 100 anos, as Irmãs de São José de Chambéry inauguravam o Colégio Santa Joana d’Arc. Às religiosas coube a missão de educar e de instruir as mulheres rio-grandinas. O Colégio, desde aquela época, já vislumbrava um futuro de progresso, em que suas alunas fossem protagonistas de suas próprias histórias. No início, a Instituição era exclusivamente feminina. Desde a inauguração, a Instituição vem cumprindo a missão de educar de maneira reflexiva, participativa, com base nos princípios confessionais. Em 2010, as Irmãs decidiram eleger o Grupo Educacional Bom Jesus para dar prosseguimento à trajetória. É uma honra ter a oportunidade de fazer parte de uma história tão notória para Rio Grande. Nós, que somos nascidos na cidade, sempre admiramos a trajetória da Escola e sabemos que as Irmãs dedicaram suas vidas para que o Joana d’Arc cumprisse o compromisso de educar com seriedade todos os alunos e alunas que por aqui passaram. Conforme diz Frei João Mannes, presidente do Grupo Educacional Bom Jesus”: “O Bom Jesus se sente honrado em dar continuidade a essa história, se compromete a seguir a missão e a tradição confessional franciscana e a manter o vínculo com a comunidade, respeitando a identificação e a história de cada um dos alunos que passaram pelo Joana d’Arc nesses 100 anos de história”. Rodrigo Gularte Lovato - Gestor do Bom Jesus Joana d’Arc.

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Irmã de São José, um testemunho que faz a diferença!

“Falar da presença das Irmãs de São José em nossa Catedral São Pedro é render graças a Deus e reconhecer nosso carinho e gratidão por aquilo que vivem e se propõem a ser na Igreja: um sinal de UNIDADE. Elas são incansáveis e amorosas no que fazem: no acolhimento aos padres e bispos, na vivência amiga e fraterna com os paroquianos, na visita aos hospitais e pensionatos de idosos, na participação na liturgia e canto litúrgico, no Conselho de Pastoral entre tantas outras ações comunitárias. Sou consciente dos limites que representam traduzir a presença da Irmãs apenas com poucas palavras. Recordo-me de Saint Exupéry, na sua obra o Pequeno Principe, quando diz: “o essencial é invisível aos olhos, só se vê bem com o coração”, pois é assim que nós as enxergamos. Sua presença e carisma ultrapassam aquilo que é visível. E não poderia ser diferente. São José, homem simples e discreto, do qual não há uma palavra sua no Evangelho, tornou-se patrono universal da Igreja pelo seu exemplo. Possamos fazer nossas, as palavras de São Paulo na Carta aos Tessalonicenses: “Damos graças a Deus por todas vós, sempre que fazemos menção em nossas orações” (1:2). Nosso muito obrigado. Conte sempre com nosso apoio, estima e oração fraterna”.

Pe. Raphael Colvara Pinto - Pároco da Catedral de São Pedro

“A gente passa um dia na vida da escola, a escola fica na vida da gente para o resto dos nossos dias”. (Raphael Copstein)

“Quando a Madre Joana da Cruz sugeriu que aquele grupo de jovens fundasse uma associação, certamente não imaginou que a ideia vingaria e que a instituição atravessaria décadas com a mesma garra e um amor sempre crescente pelo “Joana d’Arc”. A Associação de Ex-Alunas da então Escola Normal Santa Joana d’Arc foi fundada em 27 de julho de 1941, por um grupo de dezoito jovens que, mesmo já tendo concluído o curso de formação de professoras, continuava a frequentar a Escola para praticar esportes e confraternizar. A partir desta data, as fundadoras se empenharam em trazer mais ex-alunas para participar daquele saudável convívio. Inicialmente, o grupo se reunia apenas para

viver momentos de lazer. Com o passar do tempo, a missão se ampliou e passou a ter caráter assistencial. Hoje, este é o ponto forte do trabalho da Associação, que conta com associados que fazem sua contribuição, viabilizando assim a continuidade do trabalho benemerente das Ex-Alunas. Os principais objetivos da Associação de Ex-Alunas são: congregar ex-alunos de todas as épocas, cooperar com a Direção da Escola, proporcionar reuniões sociais, culturais e religiosas aos associados e prestar assistência a famílias em situação de vulnerabilidade social. A Associação de Ex-Alunas orgulha-se de participar dos festejos dos 100 anos da Escola, mantendo o seu propósito de resgatar a história da instituição e congregar ex-alunos. É uma trajetória de amor e gratidão ao “Joana d’Arc” e às Irmãs de São José, procurando retribuir, através do seu trabalho, tudo que seus associados receberam como estudantes dessa amada e inesquecível Escola”.

Associação de Ex-alunas Santa Joana d’Arc/Colégio Joana d’Arc - Rio Grande/RS

Olhar de esperança e alegria por tanto bem realizado!

“Fazer memória da presença das Irmãs, nesta cidade de Rio Grande, é render graças ao Senhor, é dizer obrigada Deus por teu imenso amor e bondade, por tantas vidas que na fé e na coragem se doaram em favor de mais vida para tantas pessoas! É lembrar a mão carinhosa e protetora de São José que até aqui nos conduziu e confiar a ele e a São Francisco a continuidade desta grande missão. É lembrar os momentos de luzes e sombras, de alegrias e dificuldades que nos fizeram crescer e acreditar nos sonhos. Celebrar 100 anos de caminhada é ter presente os desafios que a realidade e as pessoas de hoje nos fazem e o compromisso com os valores evangélicos que assumimos: a paz, a unidade, a fraternidade, a partilha, a vida. É viver neste momento da história com olhar de esperança e alegria pelo tanto bem que o Senhor ainda nos reserva”.

Irmã Angelina ReffattiComunidade Joana d’Arc

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Os colonizadores da região de Sananduva chegaram na terra onde só existia mata, em 1898, formando um pequeno núcleo. Eles foram chegando rapidamente e o lugar passou a chamar-se de Sananduva, em homenagem a uma árvore corticeira. À sua sombra existia uma pequena fonte de água, localizada onde hoje está construída a Escola Santa Teresinha.

Os moradores desejavam ardentemente uma escola católica que ministrasse o ensino religioso. Em virtude disso, uma comissão dirigiu-se à Superiora Provincial, em Garibaldi, com o objetivo de obter Irmãs de São José para ensinar os princípios cristãos.

Decorridos alguns anos, em julho de 1915, os entendimentos avançavam e vislumbrava-se de que em breve o anúncio de uma boa notícia aconteceria. No início do mês de novembro, deste mesmo ano, Madre Joana Vitória, Superiora Provincial das Irmãs de São José, visitava Sananduva a fim de tratar em definitivo da construção do colégio.

Finalmente em abril de 1917, após uma longa viagem de carroça, chegavam quatro Irmãs acompanhadas da Madre Provincial e, no dia 17 do mesmo mês, após uma celebração eucarística, para a grande alegria da pequena vila iniciavam as aulas. Diferente de outras escolas da região que separavam meninos das meninas, esta era para ambos os sexos, que se apresentaram em grande número para seu primeiro dia de aula: aproximadamente 80 crianças.

A escola destacou-se pela formação de sananduvenses e pessoas de toda a região, tendo como base o desenvolvimento de valores e a formação de lideranças.

Durante 83 anos, a escola foi dirigida pelas Irmãs de São José, oferecendo o ensino primário, ensino secundário, ensino técnico em contabilidade, ensino médio, habilitação ao Magistério séries iniciais no sistema particular de ensino.

A escola sempre se destacou por trabalhar inserida na comunidade em um trabalho conjunto entre escola particular, pública e municipal. Em um município pequeno era difícil manter uma escola particular. E novas oportunidades

surgiam. O município foi contemplado para ser a sede de uma Universidade Estadual gratuita para a população. Após longas conversas, entre autoridades e Irmãs, chegaram a um acordo que, o único espaço para o funcionamento da URGS, era na escola Santa Teresinha. A escola com muita emoção e muitos corações apertados, foi vendida para a administração do município de Sananduva.

No ano de 2001, o Poder Público Municipal assumiu a obra onde deram continuidade a filosofia da Escola Santa Teresinha, transformando-a em uma escola municipal. Após uma reflexão com as autoridades, lideranças e Irmãs entenderam que era necessário preservar a história da educação do Município de Sananduva. Manter viva uma educação onde o educando era o protagonista de sua história, onde os educadores conduziam seu trabalho baseado nos princípios cristãos, buscando em Jesus Cristo a maior fonte de inspiração.

A instituição atende atualmente alunos da educação infantil e ensino fundamental de 1º ao 9º ano. Nas dependências também funciona o ensino superior oferecido pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul – UFRGS, através do polo em Sananduva.

Para chegar aos dias de hoje, muitas pessoas estiveram envolvidas e colaboraram para que essa história fosse escrita com esforço, cuidado e dedicação. Centenas de Irmãs passaram por Sananduva e a comunidade cristã local deu muitas vocações para Congregação das Irmãs de São José.

Uma história centenária escrita com muito amor, carinho e emoção. Belas histórias e lembranças estão gravadas no coração das irmãs que por lá passaram e do povo que com elas conviveram.

A Missão das Irmãs de São José continua com uma comunidade em Sananduva, que atua nas diferentes pastorais.

Irmã Adelide Canci - Vacaria/RSEx-diretora da Escola Santa Teresinha

Uma Missão CentenáriaEscola Santa Teresinha em Sananduva-RS

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Nós, Irmãs de São José, Núcleo Sagrada Família, no dia 10 de dezembro, Domingo da Alegria, vivenciamos na Paróquia São Luiz Rei, em Mostardas-RS, um tempo especial de acolhida, amor, gratidão, perseverança, amizade, união e serviço generoso de toda a comunidade na celebração dos 30 anos de presença missionária da Congregação naquele município. Expressamos nossa GRATIDÃO ao Pe. Andrei Luiz da Silva Rosca pela emocionante releitura da história, à luz do Advento, vivida na alegria e desafios de cada época até nossos dias, com destaque das primeiras Irmãs e o Pe. José Zandoná. Nossa gratidão também ao prefeito municipal Moisés Pedoni, Irmã Ivani Gandini representando o Conselho Ampliado das Irmãs de São José no Brasil, ao maravilhoso Conselho Paroquial e lideranças que nos diversos serviços de acolhida, liturgia e almoço foram imensamente carinhosos, atentos e organizados para que este dia fosse inesquecível para nós, Irmãs de São José, Leigos/as do Pequeno Projeto e toda a comunidade presente. São José e São Luiz Rei protejam a missão confiada a cada um/a na construção do Reino.

Irmãs Graciosa Tondelo, Severina Lesbik e Arzila Pertile - Mostardas/RS

30 Anos de Presença em Mostardas

“Com prazer falo das Irmãs de São José. Para mim foi uma bênção e uma dádiva de Deus enviar essas pessoas maravilhosas para Mostardas em tempos de grande necessidade pastoral e social. Elas são carismáticas, bondosas, compreensivas, harmonizadas, enfim são especiais. Todas as que passaram por aqui em missão, ao longo dos 30 anos, nos diversos serviços e pastorais, oficinas de oração, oficinas de ação social: tricô, crochê, costura, padaria, marcenaria, grupos de convivência e outros marcaram com o carisma e a espiritualidade de unidade. Destaco o material partilhado para nossa formação de LLPP, que muito contribui para nossa formação pessoal, familiar e comunitária: livros, revistas, Máximas, calendário, textos diversos, encontros mensais e outros. Com alegria e esperança continuamos nossa missão desejando que Deus conduza e abençoe a Congregação nesta realidade e no mundo inteiro”.

Leonira Oliveira Kenne Machado LLPP - Mostardas/RS

****************************DEPOIMENTOS

A Alegria de ser Bênção

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“Falar nas Irmãs de São José é muito fácil, é muito bom! Quantas histórias lindas sobre o trabalho delas em nossa comunidade. São vinte e sete anos de amizade! Na alegria são nossos sorrisos, na dor nosso acalanto! Quando fiquei viúva, aos 28 anos de idade, foi nelas que encontrei apoio e amparo. Quando minha filha de sete anos, desesperada pela morte do pai e querendo saber porque Deus tinha feito isso conosco, foram elas a segurar as mãozinhas e dar as respostar que ela precisava ouvir. Foi quando entrei em depressão profunda que recebi o convite para ser líder da pastoral da criança. Ali conheci o trabalho maravilhoso que elas realizaram em nossa comunidade. Muitas pessoas foram acolhidas, atendidas e encaminhadas em suas necessidades ao longos desses 30 anos. Particularmente, agradeço pela presença amorosa e sempre atenta em minha vida. Obrigada por tudo!”

Iria Margarete Cherutti - Mostardas/RS

“Participar dos 30 anos de presença das Irmãs para mim foi motivo de bênção e alegria pois foi um dia marcado pela sintonia do coração. Como grande família de Leigo/as e Irmãs, vivenciamos uma experiência única de fé, partilha, sorrisos e novo entusiasmo diante da missão que o Senhor nos confia. Agradeço imensamente o convite e a oportunidade de encontrar tantas pessoas e irmãs maravilhosas”.

Ademar Munhos - Rio Grande

“Os grupos de Leigos/as do Pequeno Projeto de Rio Grande e São José do Norte foram até Mostardas para junto a toda a comunidade comemorar os 30 anos de presença das Irmãs de São José. Foi um encontro maravilhoso! Começou com a missa presidida pelo querido Pe. Andrei Luiz da Silva Rosca, estando presente Irmã Severina e Graciosa e mais 14 Irmãs que foram homenageadas pelo bem realizado ao longo dos anos. Foi uma missa linda de uma espiritualidade emocionante. Após um delicioso almoço de confraternização, com parabéns e bolo. Foi um encontro maravilhoso onde várias pessoas tiveram a oportunidade de se reencontrar e se abraçar e acima de tudo agradecer a Deus pela missão da Congregação junto aos mais necessitados. Foi um dia inesquecível. Obrigada São José e Padre Médaille por fazer parte desta família como LLPP”.

Dilma Silva - LLPP - São José do Norte

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Atualidades

A Formação é um processo contínuo, que acompanha a pessoa seguidora de Jesus Cristo ao longo da vida. Esse processo acontece de diferentes formas. Na Vida Religiosa Consagrada, a formação acontece por etapas. Cada etapa possui elementos específicos que permitem a pessoa fazer uma caminhada de amadurecimento da fé e da vontade de Deus a seu respeito.

Segundo o jesuíta Jaldemir Vitório, no livro A Pedagogia na Formação, o ser humano é um ser único, livre, ético, criativo que busca cada vez mais a consciência de sua própria identidade, num processo de autoconhecimento e superação de sua contingência histórica. Esta acontece numa experiência de alteridade, que se expressa no seu ser relacional, dialogante, lúdico, ser que sonha, constrói, busca integridade, ama e deseja ser amado, almejando a felicidade.

Para Jaldemir, a acolhida da pessoa na sua identidade própria, e no chamado a liberdade é o centro do processo formativo. Processo este de integração, crescimento global, contínuo, progressivo, no qual a pessoa é o sujeito. A consciência da fragmentação e da vulnerabilidade da qual todos somos sujeitos não pode estar ausente deste processo. A formação precisará, então, ajudar a pessoa a estruturar-se, a partir de sua verdade original de amor, a fim de seguir com liberdade a Jesus Cristo.

As Irmãs de São José, em seu Guia de formação, possuem orientações claras que buscam ajudar a pessoa no decorrer das etapas formativas. A primeira delas é a animação vocacional. Durante esta etapa se oportuniza um processo de discernimento que favoreça o despertar da opção vocacional; já no Aspirantado é proporcionado à vocacionada um conhecimento mútuo entre ela e a Congregação, em vista do seu crescimento contínuo e maior clareza das motivações vocacionais, no seguimento de Jesus Cristo.

Um maior aprofundamento desta experiência acontece na etapa seguinte: o Postulantado. Essa etapa oportuniza

FormaçãoProcesso de busca

responsável da Maturidade em Cristo

meios para que a postulante possa clarear sua aptidão à Vida Religiosa Consagrada, oferece meios para que ela cresça na fé, na vivência comunitária e na consistência de suas motivações vocacionais no seguimento a Jesus Cristo e seu Projeto, na Congregação das Irmãs de São José (Const. 92 e 93).

O Noviciado, por sua vez, é um período fundamental de formação para a Vida Religiosa Consagrada Apostólica. É oportunizado à noviça, tempo e meios para intensificar a experiência do amor de Deus Trindade; consolidar a opção pelo seguimento de Jesus Cristo, assimilando a espiritualidade, o carisma e a missão da Congregação, visando resposta livre e consciente na doação incondicional a Deus. A Primeira Profissão Religiosa é tempo de formação que se inicia com a emissão dos primeiros votos e se estende até a consagração definitiva. Esse período se caracteriza pela busca de equilíbrio entre a formação religiosa, acadêmica, profissional e serviço apostólico, identificação do seu carisma pessoal com o Carisma e projeto histórico da Congregação. Logo, a Formação Contínua é um processo de busca responsável da maturidade em Cristo, tanto em nível pessoal como comunitário. É um compromisso de fidelidade criativa ao chamado sempre novo do Senhor. Por isso, requer atenção aos desafios cotidianos da realidade, à luz da Palavra de Deus, e uma docilidade ao Espírito Santo, para darmos respostas proféticas às necessidades de cada tempo.

As Irmãs que atuam diretamente com as pessoas em processo formativo têm consciência dos desafios que se apresentam face à responsabilidade de colaborar na formação das novas gerações para a Vida Religiosa Consagrada - Irmãs de São José. Por isso, contam sempre com a graça de Deus que as impelem a serem fortes, coerentes, ternas e humildes. (2Tm 1,7ss)

Ir. Helena Thums e Ir. Regina Célia List Equipe de Formação da Província

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“Eu os atraí com laços de bondade, com cordas de amor ”. (Os 11,4)

Relação da Irmãs Jubilares do ano de 2018

80 Anos

Maria Carmelita Lupurini Sampaio Ana Rita Carvalho Pinto Ernesta Guzzo Maria Candida Mezzomo Ida Amélia Comin Fidélia Maria Fassini Maria da Conceição Riboldi Maria Zandoná Silvina Bezerra de Sousa

Beatriz Ferraz do Canto Irma Borsoi Glória Pinto Rodrigues Coelho Maria Apparecida Prisnitz Maria Celeste Moraes Maria Donatila Krzjanovski Luisa Gonzaga TecillaEmília Hammerschmidt Gertrudes Balestieri Adelaide Pomatti

Gemma Boza Carmelita Gonçalves

70 Anos

60 AnosBeatriz Maria RossiIsolda Boeira CardosoLeonor TurminaLucina FachinNoemia FracassoPierina ZandonáTherezinha de Oliveira CardosoWilma Dalla Santa

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50 AnosAdilina Benetti Luiza Rodrigues Teresinha Pedrotti Maria Pauletti

Therezinha Zandoná Santina Smiderle Cecília Stoeberl

25 AnosJoana Francisca Rêges de Sousa Eliane Costa Santana

“Os que confiam no Senhor são como o monte de Sião: nunca se abala, está firme para sempre”

Sl 125,1.

“Jubileu, tempo de graça, de alegria e de louvor pela

vida oferecida pelo Reino, por amor”.

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Geral

Com o Tema “Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) e os desafios do mundo urbano” e o Lema: “’Eu vi e ouvi os clamores do meu povo e desci para libertá-lo’’ (Êx 3,7), de 23 a 27 de janeiro de 2018, aconteceu em Londrina, no Paraná, o 14º Intereclesial das CEBs. “Lá vem o trem das CEBs …” há 43 anos percorrendo o Brasil, desde 1975, em Vitória, no Espírito Santo, quando aconteceu o 1º Intereclesial das CEBs. O ano de 1975 é também o ano de nascimento da Comissão Pastoral da Terra (CPT). Com 43 anos de caminhada, de marcha e história libertadora, o Trem das CEBs chega pela 1ª vez ao Paraná, em Londrina, no 14º Intereclesial das CEBs. Fonte: http://www.cebsdobrasil.com.br.

Participar do décimo quarto intereclesial das CEBs foi, para nós, motivo de muita gratidão, revigoramento da fé no Deus libertador que desce, se aproxima e caminha com seu povo. É fazer a experiência da comunidade a caminho, numa Igreja que está sendo desafiada a sair e ir lá onde ninguém ainda foi: às periferias das grandes e pequenas cidades, espaços de grande vulnerabilidade social, do caos urbano e estilo agressivo de vida que não facilita o bem viver de todos e todas. Foi um momento de retomar a nossa verdadeira missão de batizados, de sermos profetas que anunciam Jesus Cristo que é misericordioso, mais também denuncia as injustiças praticadas contra os menos favorecidos de nossa sociedade.

A participação do 14° encontro das CEBs nos levou a alimentar a esperança em uma Igreja que atende ao apelo do Papa Francisco: é preciso sair das estruturas e ir ao encontro do outro da outra, lá onde ele, ela se encontra e levar a proposta de Jesus. É colocar-se a caminho para que juntos/as possamos encontrar luz e força para enfrentar os desafios da vida no âmbito social, político, religioso, cultural e muitos outros, frente à pluralidade do mundo em constante transformação. Isso exige do cristão mudança de atitudes, do jeito de olhar, do agir e do comprometer-se com a construção de outro mundo possível.

Para Frei Betto, “A Igreja no Brasil não tem futuro fora das CEBs’’. CEBs é a Igreja pobre com os pobres, Igreja que desce, vê e ouve o grito de milhares de irmãos excluídos dos seus direitos fundamentais (moradia, saúde, educação de qualidade, cidadania...). A expressão de Frei Betto nos motiva a renovar a esperança em perceber que uma parcela da ‘’Igreja’’ ainda caminha com os pobres e se compromete com a justiça e a profecia a serviço do Reino de Deus.

Leonice Donizeth Baccari, Evaldo Ferreira da Silva e Ir. Maria Olga Pereira de Oliveira

Sidrolândia/MS

14° Intereclesial das CEBs no Brasil

23 a 27/01/2018

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Mais uma Campanha da Fraternidade nos é apresentada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). São 55 campanhas pelas quais a Igreja incentiva a todos os cristãos e não cristãos a viverem o grande legado que Jesus nos deixou: “Amai-vos como Eu vos amei”. Esse jeito de amar só consegue vivê-lo quem caminha no seguimento a Jesus Cristo e tem os olhos fixos nele. Jesus quer de nós, seus seguidores, que aprendamos dele o jeito novo de viver. Ele não veio trazer uma teoria ou um ensinamento novo. Ele veio trazer um novo jeito de viver.

A CNBB convida todos os homens e mulheres de boa vontade para percorrerem o caminho da superação da violência, crescente em todos os níveis. Para isso, é preciso olhar a realidade, iluminá-la com a luz da Palavra de Deus e do magistério da Igreja e, por fim, agir sobre ela, transformando-a.

Campanha da Fraternidade 2018Fraternidade e superação da violência

A convivência pacífica e a sociabilidade violenta parecem disputar os mesmos espaços no cotidiano. No Brasil, criou-se um discurso conveniente, segundo o qual o povo brasileiro é pacífico, contudo, basta observar, com cautela, a sociedade para perceber como a violência está presente no dia a dia das pessoas. Tal violência com o passar dos anos, foi se tornando uma cultura institucionalizada e sistematizada, gerando assim os rostos nos quais se contempla o descaso com a pessoa humana e o quanto ela é tolhida em seus direitos e dignidade. Esquece-se que a violência nasce no próprio ser humano, quando esse escolhe o caminho do ódio, do não perdão, da inveja, da soberba. Acrescido a isso, a sociedade aceita passivamente atitudes de natureza violenta.

Superar as várias faces da violência seja física, psicológica, institucional, sexual, de gênero, doméstica,

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simbólica, entre outras, é tarefa de todos.Nossa fé, nosso seguimento a Jesus exige de nós um

jeito novo de viver e conviver em família, em comunidade, em sociedade. O tema da CF 2108 é Fraternidade e superação da violência e o lema: “Em Cristo somos todos irmãos”. (Mt 23,8) O objetivo geral nos desafia a construir a fraternidade, promovendo a cultura da paz, da reconciliação e da justiça à luz da Palavra de Deus como caminho de superação da violência.

O Texto Base nos alerta e nos estimula a viver como irmãos, como irmãs. A vida familiar, a vida comunitária e a vida social pedem uma renovação e transformação contínua. Os discípulos missionários são construtores e anunciadores da fraternidade. Estão continuamente oferecendo o perdão e a reconciliação. São mãos estendidas que oferecem a alegria de conviver e não receiam continuar estendidas nas dificuldades e agressões.

Sejamos fiéis ao Evangelho que nos oferece a oportunidade de vida nova, de novas relações e de cuidados fraternos. Somos chamados a renunciar à guerra seja de palavras, de confrontos, atitudes maldosas, preconceitos, intolerância. Não podemos conhecer a proposta de Jesus e viver somente de acordo com a vontade pessoal. Não perder de vista a utopia de Jesus: “Vocês são todos irmãos”, como um ideal a ser perseguido e indicar os passos a serem dados em cada situação para que esse ideal se torne uma realidade histórica. Na medida em que esse ideal se tornar realidade histórica, estaremos construindo novos espaços de justiça e de paz, de superação da violência e de verdadeira fraternidade, estaremos abrindo caminhos para a mudança do sistema econômico iníquo no qual vivemos. Sem justiça não há superação da violência, não há fraternidade. Falar em fraternidade sem superação da violência e transformação das estruturas injustas é mentira, é hipocrisia. “A desigualdade social, a economia que mata e a globalização da indiferença atentam contra a dignidade da pessoa humana”, diz o Papa Francisco.

Jesus pede aos discípulos para não professarem uma fé de aparências ou de projeção social, mas cultivar uma fé prática que transforme em fraternidade o ser e o fazer de cada pessoa. A raiz dessa fraternidade está contida na paternidade de Deus, uma paternidade geradora de fraternidade porque o amor de Deus, quando acolhido, se transforma no mais admirável agente de transformação da vida e das relações, abrindo os seres humanos à solidariedade e à partilha.

Para nós, discípulos missionários de Jesus de Nazaré, a fé esclarece todas as situações com luz nova. Não há lugar para falta de interesse, para a indiferença e omissão diante dos grandes problemas da sociedade e do mundo. Diante da gravidade do desrespeito à vida, não há lugar para cristãos sem profecia, sem compromisso e com medo de falar a verdade. O apelo é “ser cristão em saída”, sal da terra e fermento na massa, é promover o Bem Comum, a igualdade essencial entre todas as pessoas, a solidariedade humana, o respeito, a superação da ética individualista...

Numa sociedade que se pauta na reação e não na prevenção, na punição e não na educação, onde a mídia desperta na população um desejo de fazer justiça com as próprias mãos e de propor a morte como se fosse a solução para erradicar todos os tipos de violência, é urgente trazer presente o que dizem as Diretrizes Gerais da ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2015 – 2019: “Com as atitudes de alteridade e gratuidade, expressões do amor, os discípulos missionários promovem a justiça, a paz, a reconciliação e a fraternidade. Desse modo, oferecem à sociedade atual o testemunho do perdão e da reconciliação que devem ser incessantemente manifestados e transmitidos em um contexto de crescente violência...”.

A CF 2018 vem nos despertar para o fato de que o sangue das vítimas continua a clamar a Deus e não podemos deixar que a violência, a vingança e a injustiça tomem conta de nós. Somos seguidores do Deus da vida. Temos a missão de defender e proteger a vida ameaçada e de buscar superar toda forma de violência e injustiça. Todos somos convidados a abraçar, com carinho, dedicação, amor e compromisso essa CF que deve se estender por tempo indeterminado na Igreja e, assim, possa produzir os frutos que a humanidade necessita. Que saibamos nos unir para avançarmos juntos na busca de superação da violência.

Ir. Ires Lídia Grandi - Caxias do Sul/RS

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Essa história de um convívio difícil no ambiente escolar teve, felizmente, um final feliz. Como poucas, a história acima, ouvida casualmente em um escritório de advocacia, teve um elemento diferencial. A violência silenciosa, quase anônima daquele relacionamento hostil foi superada por um gesto singelo. Auxiliados por uma facilitadora de paz, professora e alunos sentaram em círculos, ouviram uns aos outros, olharam-se nos olhos. Talvez alguns tenham chorado. Então, sem magia, mas apenas com um exercício de alteridade, compreenderam-se e superaram-se.

A solução parece simples e banal, pois falar em diálogo e paz todos falamos, todos temos um discurso pronto. Na prática, muito facilmente partimos para os julgamentos e os aconselhamentos. Nem sempre temos habilidade de converter nossas intenções em práticas capazes de proporcionar escuta efetiva e aprofundar nas relações. Hoje mais do que nunca é preciso olhar nos olhos, e saber ouvir. Hoje mais do que nunca precisamos silenciar nossos julgamentos e aprender a ouvir o outro com isenção, porque de uma certa forma, todos têm uma dose de razão. Eu tenho a minha, você tem a sua, cada um por seus motivos e suas histórias tem suas razões. É nesse nível do dissenso que reside a raiz de toda a violência. A sujeição do outro à razão da minha convicção, minha preferência, meu valor, meu poder. Violência nada mais é do que o abuso de poder nos relacionamentos, e mesmo nas práticas institucionais. Sua superação parte da humildade de reconhecer que ela não está no outro, não está na periferia, nos presídios,

Círculos de paz e de superação da violência. Que violência?

“Sou professora e nunca fui aceita pelos meus alunos. Em toda aula riam de mim e me maltratavam. Fizemos um círculo. Até hoje choro ao lembrar. Pude olhar nos olhos deles e dizer: ‘Vocês não imaginam quantas vezes saí da escola chorando’. Pela primeira vez fui ouvida e pude falar sem que nenhum aluno zombasse de mim. Descobri que tenho câncer. Em razão disso estou afastada, temporariamente, em licença saúde. Para minha surpresa, aquela turma que tanta tristeza me deu, tanto me maltratou, hoje pediu que eu voltasse. Recebi cartas de carinho e amor. Emociono-me só em falar. Os círculos mudaram minha vida. Percebi também que mudou a vida de muitos alunos, parece que muitos deles ficaram mais amorosos, mais próximos... a nossa vida em sala de aula é outra. Estou realizada. Feliz”.

mas pode emergir palpitante como vazão das emoções primitivas que se processam a cada contrariedade.

Reter as emoções perturbadoras, observar fatos com isenção, ouvir sem julgar, transcender visões autocentradas, conectar nossa inteligência emocional e ascender ao campo da inteligência coletiva requer, sim, que tenhamos técnica e habilidade. São essas as lições da Justiça Restaurativa, considerada uma “filosofia que enfatiza a cura e a responsabilidade para reparar danos e malfeitos, para construir comunidades e fortalecer relacionamentos”, conforme conceito de Johona Turner, e que propõe métodos para que possamos estruturar conversações sobre os temas mais corriqueiros, até a solução de problemas mais complexos.

Semear as práticas restaurativas e os círculos de paz no ambiente escolar não é exatamente uma inovação, mas uma opção por uma sabedoria interna que remonta aos primórdios da humanidade, quando os humanos sentavam em círculos ao redor das fogueiras para contar histórias, planejar caçadas e conquistas, e resolver problemas. É uma sabedoria que está dentro de nós, para a qual somos todos convidados a participar a fim de que, juntos, procuremos amenizar a violência tão presente nos dias atuais.

Denise Fochesato Brancher (Advogada de Família) Leoberto Brancher (Juiz de Direito)

Caxias do Sul/RS

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A nave chamada planeta terra carrega um total de 7,2 bilhões de habitantes. Desse número, 48% são migrantes, não vivem mais no lugar onde nasceram. O dado é do Fundo de População das Nações Unidas (FNUAP). É impossível desconhecer essa situação, que dadas as injunções socioeconômicas atuais, foi potencializada pelo recrudescimento das condições de vida em várias regiões do planeta, pelas ocorrências de guerras e conflitos políticos, pela globalização econômica, pelos processos midiáticos e pela tecnologia da informação.

Conforme a última publicação do relatório “Tendências Globais”, pela Organização das Nações Unidas, no final de 2016 havia cerca de 65,6 milhões de pessoas forçadas a deixar seus locais de origem por diferentes tipos de conflitos – mais de 300 mil em relação ao ano anterior. Esse total representa o número de pessoas refugiadas ou solicitantes de refúgio que precisam de proteção no mundo inteiro. No mesmo período, o número de migrantes

internacionais alcançou a marca de 196 milhões – um aumento de 41% em relação ao ano 2000, segundo informações do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU (DESA).

O Brasil vive um novo momento no contexto migratório. Desde 2010, com a ocorrência do terremoto de grandes proporções no Haiti que dizimou mais de 100 mil vidas humanas, e o aumento do número de conflitos na África, combinando com o crescimento econômico e as possibilidades de ampliação de vagas no mercado de trabalho, o país passou a receber um grande contingente de pessoas em situação de mobilidade humana.

O número levantado em setembro de 2017, confirma que existem no país 2,1 milhões de imigrantes, incluindo 10 mil refugiados. Isto representa 1% da população, enquanto que em nações da Europa e da América do Norte este percentual chega a 10 e 15% da população residente, segundo a ONU. Em contrapartida, o número de migrantes

Justiça, Paz e Integridade da Criação (JPIC) Contexto da migração no mundo e no Brasil

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brasileiros no exterior chega a 3,75 milhões de pessoas.

No Rio Grande do Sul, o total de imigrantes e refugiados chega a 108 mil pessoas. Desse total, 22,5 mil integram os chamados “novos rostos”, que chegaram ao Estado a partir de 2011. As procedências mais expressivas dessa nova “onda migratória” são de migrantes oriundos do Haiti, Senegal, Gana e Colômbia, entre outros.

Em relação aos haitianos, há um movimento peculiar. Nos últimos meses tem aumentado a migração de mulheres e crianças. O fator responsável por esse incremento no movimento migratório é o instituto da re-união familiar. Muitos homens que chegaram nos últimos anos, tem conseguido trazer, com Visto Humanitário, as mulheres e filhos, favorecendo a reunificação dos laços familiares.

Desde o início de 2018, com o recrudescimento da situação política e socioeconômica na Venezuela muitos estão migrando para o Brasil. Entre dezembro de 2017 e março de 2018, deram entrada no país 27 mil venezuelanos, conforme relatório oficial da Polícia Federal. A partir dos primeiros dias de abril, começou a distribuição deste contingente, que estava instalado em Boa Vista e Pacaraima, em Roraima. No Rio Grande do Sul, as instituições que atuam no encaminhamento de documentação e regularização informaram na primeira semana de abril que estão chegando ao Estado 160 venezuelanos por mês.

O pesquisador Jurandir Zamberlam, que faz o acompanhamento e monitoramento permanente do movimento migratório no Sul do país ressalta que embora pouco publicizado é constante o fluxo migratório de uruguaios, argentinos e paraguaios. Eles chegam ao Rio Grande do Sul de forma menos conflituosa, em razão de garantias asseguradas pelo Acordo do Mercosul e o reconhecimento da livre circulação entre os países que formam o bloco econômico.

Elton Bozzetto Jornalista, Assessor do PROJARI e

Presidente do fórum Permanente de Mobilidade Humana/RS

JPIC - TRÁFICO HUMANO - UM DESAFIONo domingo, 11 de fevereiro de 2018, dia de Nossa Senhora de

Lourdes, um grupo de Irmãs de São José se encontrava na praia Recreio, em Torres/RS e recebeu a visita de duas Irmãs do Imaculado Coração de Maria. Nesta oportunidade, motivadas por Irmã Nilva Dal Bello, coordenadora da JPIC da Congregação das ISJ, realizaram um momento de reflexão e oração sobre o Tráfico Humano e Migrações. Eram 15 Irmãs reunidas e, entre muitas reflexões, destacaram e partilharam o que segue:

No mundo, são dezenas de milhares de pessoas, a maioria mulheres e crianças, que sofrem esta dura realidade, condenadas a trabalhos forçados e à prostituição.

O tráfico de pessoas está entre os maiores mercados ilícitos, gerando economia clandestina de 150 bilhões de dólares no ano. (Fonte: OIL 2015)

A vida humana é considerada como um objeto a ser comercializado e explorado, com fim lucrativo, nos trabalhos humilhantes, em diversos setores da economia, na exploração sexual ou na escravidão doméstica.

Muitos são forçados ao matrimônio, a fazer parte de organizações criminosas; alguns são mutilados por causa da exploração de órgãos e obrigados a mendigar.

As pessoas podem ser traficadas nos limites de uma nação ou internacionalmente, quando se ultrapassa as fronteiras.

Encontram-se vítimas do tráfico em todos os países, os quais podem ser de origem, de trânsito ou de destinação das mesmas.

Irmã Nilva Dal Bello ajudou a rezar essa realidade, onde cada uma pode refletir, partilhar e contribuir com fatos concretos que ainda hoje acontecem nos meios sociais e arredores onde estamos inseridas.

O tráfico humano é uma realidade preocupante e assunto indispensável de estudo e reflexão nos diversos trabalhos pastorais e na missão.

As Irmãs do grupo parabenizam a Vida Religiosa Consagrada por assumir a iniciativa de mobilizar as Congregações, Igrejas, leigas/leigos e movimentos de Igreja sobre a cruel realidade que atinge profundamente o ser humano, tolhendo sua dignidade de filha e filho de Deus.

Um agradecimento especial foi feito a Irmã Nilva, por proporcionar, num dia chuvoso, a realização desta profunda oração. As Irmãs presentes, uma vez mais, se comprometeram a apoiar a JPIC em nível Internacional e Latino Americano, contribuindo na construção de um mundo mais humano, mais justo e digno de ser vivido.

Que a Rede Grito pela Vida seja o novo jeito de ser e viver o profetismo, no mundo de hoje, em favor da vida por mais vida.

Ir. Zelia Maria Benvegnú, ICMIr. Jurema Joana Bottini, ISJ

Porto Alegre/RS

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“Assume corajosamente o que Deus deseja de ti.” Pe. Médaille

E-mail para contato:[email protected]

SAV - Irmãs de São José de Chambéry/Brasilwww.isjbrasil.com.br

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“Procure servir o próximo com a mesma dedicação e amor com que serve a Jesus e a Maria, sua Mãe”.

(Máximas de Perfeição, Cap. 8, nº 8 - tradução POA).