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1º SEMESTRE DE 2011 NÚMERO 07 www.isjbrasil.com.br e-mail: [email protected] IRMÃS DE SÃO JOSÉ

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1º SEMESTRE DE 2011NÚMERO 07

www.isjbrasil.com.br e-mail: [email protected]

IRMÃS DE SÃO JOSÉ

Page 2: IRMÃS DE SÃO JOSÉ - isjbrasil.com.br · de, transpôs a cavalo, em 45 minutos, os 16 quilômetros até a próxima ci-dade, em busca de recursos. m as regressando, m adre maria

EditorialSumário

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EXPEDIENTE:

Publicação das irmãs de são José - brasil, bolíviaEquipe de coordenação: ir. adelide canci, ir. andréia Pires, ir. antenesca michelin, ir. ires lídia Grandi, ir. irma souza

Editoração Eletrônica e Impressão: editora são miguelTiragem: 8.500

desejamos a você uma boa leitura. aguardamos suas sugestões e apreciação, no e-mail: [email protected]

EXPLICAÇÃO DA CAPA

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28 a 35

20 a 24

16 a 19

6 a 15

25 a 27

Leia neste sétimo número

NO PROjETO DE DEuS, O “PEquENO PROjETO”- História da Congregação no Brasil (continuação)

(Irmãs de São josé no Rio Grande do Sul)

PARTILHA DO CARISMA- Leigas e Leigos do Pequeno Projeto

ESPIRITuALIDADE- Mistério da Santíssima Trindade

PRESENÇA SERvIÇO- Experiência missionária- viver na Aldeia Indígena- RESEMPRE – uma experiência ecológica- Tecendo a vida ponto a ponto- vale do Cuiabá- Colégio São josé de Caxias do Sul - Hospital Nossa Senhora de Oliveira – A certeza na incerteza- Congregação de São josé de Cúneo

- Acredito em ti porque caminhas para o futuro

ENTRELAÇANDO FORÇAS- vocação, chamado ao discipulado de jesus- Comissão Internacional de Comunicação- Fórum da juventude

- Noviciado das Irmãs de São josé

ATuALIDADES- Fraternidade e a vida no Planeta- Irmãs de São josé no Mundo- Tv Século 21 – Semeando vida

- Abertura de Comunidade

TESTEMuNHOS DE vIDA- Conversa com Anna júlia Slongo- Experiência de vida – Irmã Pierina Tumelero

- Irmã Filomena Fin

GERAL- Consagração Definitiva- vida em Abundância e qualidade de vida- São josé- Irmã Doroty, Sagrada Herança- Encontro de Irmãs de 1 a 15 anos de

Consagração Definitiva- Entretenimento

Aos queridos leitores e leitoras da Revista das Irmãs de São josé,

No número anterior da Revista tivemos a graça e o privilégio de ler, conhecer e contemplar as maravilhas da vida, missão e do ser pessoa de Padre jean Pierre Médaille. Foi a Revista na sua Edição Especial feita no ano em que celebramos os 400 anos da existência do Fundador.

queremos dar continuidade, com o número sete, à divulgação de testemunhos, da vida e missão das Irmãs de São josé e dos Leigos e Leigas que são os\as continuadores\as do Pequeno Projeto, hoje.

A presença das Irmãs de São josé com suas múltiplas inserções revela a riqueza inesgotável que Padre jean Pierre viveu e ensinou a viver há mais de 400 anos.

É uma graça poder partilhar e comungar com a ação de Deus em nós e que se irradia através de nós e por nós.

Agradecemos aquelas pessoas que nos apóiam, incentivam nes-se trabalho testemunhando o quanto apreciam a Revista, enviando textos ou testemunhos de vida.

E aguardamos para o próximo número poder encontrar também seu depoimento, seu parecer, a partilha de seu trabalho ou sua ex-periência de vida.

Muito boa leitura.O carinhoso abraço da Equipe de Coordenação.

Depoimentos

o amor infinito do Pai, do Filho e do espírito santo se interioriza no universo e em cada ser. Na explosão criativa e dinâmica, imprime-lhes o ritmo da dança universal, potencializando-os para que cheguem à sua plena realização, na luz da glória divina.deus, na plenitude dos tempos, revela-se a nós na pessoa de seu Filho Jesus, levando à com-preensão humana os desígnios do próprio deus para com a humanidade. e o desígnio de deus é que a criação toda sacie sua sede em Fonte de Água viva, e, na luz, veja a limitação se dissipar no amor do Pai, que envia à humanidade seu Filho, pela ação do espírito. deus nos chama a viver nesta ciranda de unidade, em comunhão histórica e pascal com seus filhos/as, descobrindo os sinais de sua vontade nos desafios do planeta que precisamos assu-mir com esperança na nossa vida e ação.

Quando entregamos a revista para as llPP, ficaram muito conten-tes, dizendo que assim puderam conhecer mais a vida e a missão das irmãs de são José. Gostam muito de ler, não só pelos conteúdos mas também pelas fotos e ilustrações etc....

Comunidade jesus de Nazaré - Montenegro, RS

“... eu sei muitas coisas do Fundador da congregação das irmãs de são José, pois leio a revista e outros materiais que minha tia me traz”.

Michelle Pertile - veranópolis, RS

“Junto com meus calorosos votos de um Feliz ano Novo quero lhes dizer que apreciei imensamente o número especial da revista sobre os 400 anos de nascimento do querido fundador Padre médaille, com testemunhos de diferentes fontes.

Nós, aqui na França, também, com nossas pobrezas, festejamos, na alegria e na esperança, nosso fundador”.

Irmã Bénedicta de vaublanc - França

Queridas irmãs da equipe “revista das irmãs de são José”.antes de tudo obrigada pela vida e dinamismo que essa revista

nos tráz. Para quem está longe do brasil, é uma fonte de energia e de alegria as noticias que enviam e as informações que vocês nos dão. aju-dam-me a estar sempre em comunhão com as isJ do brasil e a missão.

Ir Helena de Fátima - França

estimadas irmãs, a ultima edição da revista está linda! Parabéns. Quero dizer a vocês que estou lendo a revista de capa a capa e confes-so, espero ansiosa por cada novo número.

Mais uma vez parabéns. Ir. Francisca - Dourados- MS

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No Projeto de Deus, o “Pequeno Projeto”

História da Congregação no Brasilmotivos diversos fizeram com que as irmãs de são José chegassem ao

sul do brasil. No final do século XiX, a Província europeia enfrentava péssi-mas condições de vida e a explosão demográfica causava um abalo político- social. Por sua vez, o brasil necessitava de mão de obra em substituição ao negro. o governo favorecia a aquisição de propriedades, deixando-os livres para seguir seus princípios cristãos e a fé herdada de seus pais.

o rio Grande do sul (rs) apresentava terra fértil, fauna e flora de pro-digiosa variedade, atraindo imigrantes de vários países. o primeiro grande grupo italiano chegou ao estado em 1875, dando origem a vários municípios.

a igreja, contudo, carecia de sacerdotes e, sem uma assistência religio-sa, o povo ia enfraquecendo sua fé. dom cláudio Ponce leão, bispo do rio Grande do sul (1890-1912), imbuído de grande zelo apostólico, preocupado com o atendimento religioso, solicitou religiosos/as e missionários/as da eu-ropa, onde muitos tinham seus bens confiscados e suas escolas fechadas pelo governo. Foi o momento propício e a seu pedido, várias congregações vieram para o estado. dom cláudio acolhia a todos, com interesse pelos seus carismas, levando com sabedoria o munis pastoral. Foi assim que chegaram a conde d´eu, hoje Garibaldi/rs, os Freis capuchinhos, destacando-se Frei bruno Gillonay, que insistiram na necessidade de uma boa educação para os filhos dos imigrantes.

conhecedor das irmãs de são José de môutiers, França, Frei bruno su-geriu ao bispo que as convidasse. diversos apelos do bispo, Freis e Pároco chegaram à superiora Geral, madre maria adélia. o Provincial dos Freis ca-puchinhos, Frei rafael, pessoalmente fez o pedido. eis a resposta: “Percorrei a França, procurai outras congregações; caso nenhuma aceite, verei isso como sinal de que o coração de Jesus nos quer nessa missão”. confiando numa resposta positiva, o povo já iniciou os preparativos para receber as irmãs.

diante das respostas negativas de várias congregações, com esperan-ça, Frei rafael retornou a môutiers. desta vez, iluminada pela manifestação da vontade de deus, a superiora Geral, deu-lhe esta resposta: “as irmãs, neste mesmo ano, 1898, serão enviada ao rio Grande do sul”. é fácil imagi-nar a alegria, o entusiasmo e ação de graças dessa resposta e os prepara-tivos iniciaram imediatamente.

entre muitas irmãs que se dispuseram, foram escolhidas: maria Paula (superiora), maria azélia, clotilde e dorotéia. a 16 de novembro de 1898, após comovente adeus, abençoadas e enviadas pelo bispo de môutiers, ini-ciaram a viagem rumo ao brasil e a 4 de dezembro aportaram no rio de Janeiro/rJ, sendo acolhidas pelas irmãs vicentinas. Prosseguindo viagem, fizeram escala em Paranaguá/Pr e na cidade do rio Grande/rs, onde foram alvo de atenção do Pároco de então, Pe. otaviano. ancorando em Porto alegre/rs a 19 de dezembro, esperadas por Frei bruno, hospedaram-se com as irmãs do imaculado coração de maria.

apresentadas ao bispo dom cláudio Ponce de leão, feliz e agradecido pelo presente de Natal que a diocese estava recebendo, as abençoou e lhes deu orientações para instalarem-se em Garibaldi.

Num pequeno vapor, pelo rio caí, foram até montenegro/rs. daí numa vagarosa carroça, coberta com densa tolda, sob chuva torrencial, galgaram a serra Gaúcha, chegando ao destino, após três dias de viagem, 68 quilô-metros, a 23 de dezembro de 1898. o povo, com roupas domingueiras, ao repicar dos sinos, com simplicidade e entusiasmo as acolheu, dizendo: “lou-vado seja Jesus cristo e as boas irmãs enviadas do céu”. Na igreja cantaram solene ação de graças.

Foi a quarta congregação chegada ao estado e a primeira na serra Gaúcha. os primeiros dias foram de intensa atividade em vista da organi-zação, mas vividos na alegria, entusiasmo e esperança. Já em 16 de janeiro iniciaram as aulas, em italiano.

logo, porém, a provação e a dor se abateram sobre a missão. ir. do-rotéia, enfraquecida, e ainda cansada da viagem, adoeceu gravemente e,

enquanto a transportavam para Porto alegre, o sinal de partida da pequena embarcação em montenegro, parecia anunciar o entrar de ir. dorotéia na eternidade. era 30 de janeiro de 1899. semente que morria, atraindo as bênçãos de deus sobre a missão.

Profundamente abalada, mas com espírito forte, ir. maria Paula seguiu viagem até Porto alegre, com a irmã defunta e dirigiu-se à santa casa, onde as irmãs Franciscanas ofereceram-lhe a sepultura em são leopoldo/rs, monte alverne. Neste local foi enterrada ir. dorotéia e até hoje permanecem lá os restos mortais da primeira irmã de são José falecida no rs.

uma epidemia de febre tifoide atingiu a população de Garibaldi e ir. maria Paula se dedicava generosamente junto aos doentes, mas logo foi atingida pela doença. o Pároco, dom Franchelti, num rasgo de generosida-de, transpôs a cavalo, em 45 minutos, os 16 quilômetros até a próxima ci-dade, em busca de recursos. mas regressando, madre maria Paula já estava junto de deus. era dia 06 de março de 1899. a morte desta religiosa, longe da Pátria, por doença contraída à cabeceira de pessoas desconhecidas, foi significativa. com esta provocação, pelo perigo de contaminação, as irmãs suspenderam as aulas, abandonaram a residência e enviaram de volta para as famílias as jovens que já estavam com elas como postulantes. o povo procurava atenuar esse sofrimento, pelo apoio, amizade e solidariedade. conhecedora dos fatos acontecidos, a superiora Geral pensava em unir as duas irmãs que restaram ao grupo de curitiba/Pr, mas Frei bruno se opôs dizendo: “a missão plantada à sombra da cruz e regada com tanto sacrifício só poderá produzir frutos abundantes”.

um segundo grupo de quatro irmãs, vindas da França, chegou a Gari-baldi em 21 de novembro de 1899, entre elas ir. margarida de Jesus, que foi a primeira superiora Provincial no rs. recebidas com o repicar festivo dos sinos e muito entusiasmo, logo que possível as irmãs deixaram a carroça e seguiram a pé com o povo até a igreja para o cântico de ação de graças e bênção do santíssimo.

o recomeço foi difícil, com poucos recursos, mas com muita alegria, generosidade e união. escreveu Frei bruno: “Puseram-se logo ao trabalho e logo conquistaram a simpatia de todos. sua bondade, delicadeza e dedica-ção atraíam o coração das crianças, enquanto que sua modéstia e piedade conquistaram os rudes colonos que jamais haviam visto coisa semelhante. logo numerosas alunas se apresentaram e várias jovens pediam para in-gressar no Noviciado”.

a pequena semente transformou-se em árvore com muitos frutos. a pri-meira tomada de hábito de quatro jovens aconteceu em 02 de fevereiro de 1900, erigindo-se assim o Noviciado no rs.

Todos queriam a presença das irmãs de são José e pedidos vinham de muitos locais. as dificuldades de adaptação, língua, costumes e cultura não impediram a fundação de escolas, hospitais e obras sociais nas regiões de imigração italiana e alemã, na capital, nos campos e no sul do estado. a educação da juventude, tão necessária, forçava as irmãs a tudo empreender, sem ser possível atender a todos os pedidos.

o entusiasmo pela vida religiosa crescia entre as jovens. em 1903, a jovem Província contava com 13 irmãs francesas e 37 brasileiras; 30 anos mais tarde a Província já tinha 800 irmãs e 60 casas, aproximadamente. além das aulas, as irmãs ajudavam na construção da nova casa em Garibaldi, carregando tijolos, peneirando areia e até pintando paredes internas. Foram anos cheios de iniciativas e riscos de toda a sorte para responder aos apelos da igreja e às necessidades do povo de deus. a proteção de são José foi visível em muitas circunstâncias e desde o início foi proclamado pelas irmãs “Guarda e ecônomo da casa”.

Nosso louvor e gratidão a deus pelas milhares de irmãs que dedicaram sua vida no rs, vivenciando o carisma de unidade.

ir. Guiomar chemello, rio Grande, rio Grande do sul

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Partilha do Carisma

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em maio de 2011, no Hotel mosteiro das irmãs de são José, em Garibaldi/rs, realizou-se o encontro de leigas e leigos do Pequeno Projeto. a equipe de coordenação for-mada por duas irmãs, maria diumira barcellos Néglia e lúcia muller e duas leigas lorena basso e maria preparou com esmero o ambiente, os símbolos, as dinâmicas. a assesso-ria foi a cargo de ir. Gertrudes salette beal auxiliada por ir. cristiane sarro. Participaram do encontro representantes de grupos de: Fátima do sul/ms, Porto alegre, Nova Pádua, Flo-res da cunha, viamão, alvorada, Pinto bandeira, são marcos, Garibaldi e caxias do sul.

o encontro serviu para um reabastecimento da vida espiritual e missionária. aconteceram momentos fortes de oração, leitura e reflexão, trabalho de grupo, partilha da vi-vência, testemunho e adoração ao santíssimo.

O tema refletido:A missão Cristã: discípulas/os missionárias/os.Toda a igreja é chamada e enviada.o discípulo missionário também é chamado a dar seu

testemunho de fé, oração e ação na família, no trabalho, no lazer e na comunidade onde está inserido.

leigas e leigos do Pequeno Projetosentir-se chamada/o é entregar-se com confiança a deus

e comprometer-se no anúncio da boa Nova do reino.valeu também o testemunho de ir. cristiani sarro no re-

lato que fez de sua experiência de vida e missão na bolívia. “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em

abundância.” (Jo 10,10) No encerramento do encontro aconteceu um momento

orante de envio com a unção do óleo que levou ao compro-misso missionário das pessoas que estavam presentes:

• diante de uma vida sem sentido – (vida com deus)• diante do desespero de um mundo sem deus –

(ressurreição e a vida eterna)• diante da idolatria dos bens terrenos (a vida em deus

como plenitude)• diante do subjetivismo (doar a vida para ganhá-la)• diante do individualismo (viver em fraternidade)• diante da despersonalização (construção de identida-

des integradas)• diante das estruturas de morte (a vida plena)• diante da natureza ameaçada (convoca a cuidar da

integridade da criação) equipe de coordenação

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Espiritualidade

em espírito, ponho-me de joelhos em adoração a este misté-rio central de minha fé. Fé na qual fui batizada “em Nome do Pai e do FilHo e do esPíriTo saNTo”. Fé não nos nomes destes três, mas no “Nome”, pois são um ÚNico e mesmo deus, uma ÚNica diviNdade. o mistério da santíssima Trindade é o mistério de deus em si mesmo.

em minha adoração, uno-me aos anjos e anciãos da visão de João em apocalipse 5,8: “que dia e noite proclamam sem parar: santo! santo! santo! senhor deus todo poderoso! aquele que era, aquele que é e aquele que vem!” e no versículo 11: “digno és tu senhor e deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, pois criaste todas as coisas. elas que não existiam, por tua vontade foram criadas”.

uno-me também ao esforço e amor com que teólogos e pa-dres da igreja desde o início do cristianismo procuraram aprofun-dar este ser inacessível de deus, aos exegetas que percorreram as sagradas escrituras, descobrindo desde o Primeiro Testamen-to as manifestações de um deus Trindade, perscrutando o misté-rio da vida íntima destas três pessoas que são um ÚNico deus.

este mistério inefável foi revelado claramente por Jesus, o verbo encarnado. desde a anunciação do anjo Gabriel a maria, fecundada pelo espírito santo, e em toda sua vida pública falando e se referindo tantas vezes ao Pai, prometendo também o espí-rito, até o fim de sua vida na cruz, ele revelou este mistério. em 1986, o falecido Papa João Paulo ii escreveu: “Quando o Filho é abandonado pelo Pai, no espírito santo, naquele abandono está contida a plenitude definitiva daquele amor que salva: a plenitude da unidade do Filho com o Pai no espírito santo”.

van Thuan em seus 13 anos de prisão, nove deles em uma so-litária, contemplando e unindo-se de tal forma a deus, numa ex-periência ininterrupta de sofrimento e oração, pode expressar em seu livro ‘Testemunhas da esperança’: “cabe a nós pensar que, naquela hora extrema em que o Filho se sente abandonado pelo Pai, também o Pai vive a mesma ‘paixão de amor’ do Filho (cf orí-genes, [s.d.] Pl 13, 714). de fato, doando o Filho, deixando que ele percorra até o fim toda a distância entre o gênero humano e deus, provocada pelo pecado, também ele entra, de certa forma, em comunhão com o sofrimento humano: chega a esse ponto o amor que ele tem por nós. o Filho, sentindo-se abandonado pelo Pai, doa-se novamente a ele com um ato de amor infinito: ‘Pai, em tuas mãos entrego meu espírito’ (lc 23,46). manifesta assim que ele é uma só coisa com o Pai, no amor, um com ele naquele espírito de amor que os une. a experiência da maior separação de deus contém em si, de modo misterioso mas real, a experiência da mais plena unidade com o Pai”.

em minha adoração à inefável Trindade percebo que uma experiência pessoal de deus pode descobrir, embora de modo ainda muito longínquo, as relações da Trindade.

recordo então, quem, há mais de 300 anos, diante da euca-ristia fez experiências profundas de deus vivendo numa intimida-de e amor tão grandes, que o iluminou na orientação de moças

Santíssima Trindadee viúvas para seguirem radicalmente a Jesus cristo, servindo os mais pobres e necessitados: Foi o querido Padre Jean Pierre médaille, fundador da congrega-ção de são José, que com muita gratidão sinto-me engajada. ele deu a esta amada con-gregação a mais mística e sublime finalidade: “Para resumir a finalidade de nossa pequena congregação de são José as irmãs se lembrarão que seu pe-queno instituto é coNsaGrado à saNTíssima TriNdade incriada, deus Pai, FilHo e esPíriTo saNTo...” (TP pag. 106, 39).

Nos regulamentos, diretório, máximas e outros escritos, a Trindade incriada e a Trindade criada, Jesus, maria e José voltam dezenas de vezes. Todos esses escritos do querido Fundador re-velam a experiência pessoal, radical e coerente de sua intimidade com a Trindade. esta união, ele a expressa, sobretudo, nas máxi-mas de Perfeição (TP a partir da pag. 215).

o colóquio íntimo com estas Pessoas divinas penetrou-lhe o coração, fazendo-o perceber como o amor de deus se inclina para a humanidade sofredora e que a fé trinitária se concretiza no amor aos pobres e mais necessitados. Para ele a fé trinitária é inseparável da encarnação do Filho, pois o movimento que anima a vida divina em si mesma, se une à vida humana da Terra, na qual a humanidade o acolhe através de maria e José.

continuando minha adoração à santíssima Trindade, que por bondade divina me consagra, quero transformar este momento em preces, pedindo ao meu caro Fundador, às primeiras irmãs de são José e a todas as milhares de outras que viveram nesta congregação de são José que intercedam por mim, para que seja vida orante e autêntica a minha consagração à santíssima Trinda-de como sugeriu o Padre médaille:

“Que em honra de deus Pai, modelo de nossa perfeição, eu me comprometa a buscar em todas as coisas o que é mais per-feito;

Que em honra de deus FilHo, que se aniquilou por nós, eu me empenhe a viver o maior aniquilamento de mim mesma, de minha vontade e de minha natureza, pela prática da mais profun-da humildade;

Que em honra do deus esPíriTo saNTo, que é todo amor, eu viva de tal modo que nosso pequeno instituto possa ter o nome de CONGREGAÇÃO DO GRANDE AMOR DE DEuS, e que em toda minha vida eu procure testemunhar este AMOR.”

Que isto seja amém em minha vida.ir. rosa maria

são Paulo, são Paulo

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Presença Serviço

Foram 40 dias de graça e de bênção; uma experiência que me marcou fortemente e permitiu-me contemplar o emanuel, o deus conosco, encarnado nos rostos e na vida de tantas pessoas encontradas e visitadas, num povo querido e sofrido, mas feliz!

Foram duas etapas distintas e bem diferentes; uma durante o período natalino, em terra firme, em são Felix e a outra, no ano Novo, nas comunidades “ribeirinhas” na boca do rio amazonas e dos vários afluentes.

as duas etapas foram “coroadas” por uma resposta missio-nária concreta.

a equipe era constituída por quatro membros: três semina-ristas (um de santarém, outro de santa catarina e o terceiro do rio Grande do Norte), todos na teologia e disponíveis em viver a missão e eu, como religiosa.

depois de ter participado com os mais de 50 missionários, vindos de todos os cantos do brasil, da intensa preparação no salão comunitário de boa vista, Área Pastoral de santa maria de uruará, nós fomos destinados a são Felix, uma comunidade bem do interior, na região do “açaí”, como dizem os moradores da região. uma comunidade de aproximadamente 60 famílias que vivem da agricultura familiar.

lá encontramos muitos sinais da presença de deus e mui-tas dificuldades e desafios ambientais e sociais, mas também convivemos com um povo que com a fé e a força do viver em comunidade, caminha feliz e encara com esperança a realidade.

visitamos todas as famílias, todas as casas, muito distantes uma da outra.

Teve dias que andamos a pé até 15 quilômetros, debaixo do sol quente, em estradas esburacadas ou cheias de lama...

Na comunidade, realizamos vários encontros. Foram mo-mentos ricos e participativos, realizados à luz de vela e muitas vezes incomodados com tantos insetos e bichinhos que eram atraídos pela luz.

Experiência Missionária na Diocese de Santarém, Pará

celebramos o Natal, sem o conforto da energia elétrica e dos meios de comunicação, sem o brilho oferecido pela sociedade de consumo, despido de tantas coisas materiais, mas enriquecido pelo mistério de um deus que coloca a sua morada no meio da humanidade, revelando-se, sobretudo aos pequeninos. Naquele dia a “saudade” dos laços familiares e das pessoas queridas foi superada e integrada com a alegria que vem da partilha, da fra-ternidade e do encontro com os pequenos e queridos de deus!

assim foi a experiência na várzea, nas comunidades ribeiri-nhas onde vivemos os primeiros 17 dias de 2011, visitando cinco cebs e famílias que vivem em sua maioria de pesca e de caça!

Nesta realidade, escutamos clamores e gritos, encontramos problemas e descaso; as políticas públicas não funcionam e o povo sofre as consequências. Há alguns sinais de defesa e cui-dado com o meio ambiente e com a vida através da Pastoral da criança presente em algumas comunidades e o sindicato dos Pescadores, mas é um povo abandonado que clama e espera melhores condições de vida! o projeto de Jesus: “Eu vim para que todos tenham vida e vida plena” é ainda um sonho, uma utopia e necessita operários corajosos e audazes para que se concretizar nesta vasta amazônia.

a nossa passagem foi para animar a esperança dos homens e das mulheres, das lideranças, perceber sinais alternativos e experimentar, como filhos queridos do mesmo Pai, o amor imen-so do senhor que nunca nos abandona e nos impulsiona para lutar e transformar esta realidade.

atravessando os rios, fiquei tantas vezes encantada e mara-vilhada com a quantidade das águas do rio amazonas, a beleza e a exuberância da natureza, com sua biodiversidade e as nu-merosas aves.

o que mais me tocou, porém, foi o zelo e a fé das pessoas que animam as pequenas comunidades: pessoas simples, sem muito estudo, mas com uma grande sabedoria, homens e mulheres de fé e de oração, confiantes no senhor. são os leigos que graças às “semanas catequéticas” e ao esforço dos missionários foram pre-parados para assumir responsabilidades dentro e fora da igreja.

concluindo, sinto que, para mim e para a comunidade inseri-da nesta diocese, ressoa o forte apelo para viver com mais ardor o ano missionário que a diocese de santarém assume para 2011 em todas as paróquias e áreas pastorais.

Por tudo e de tudo agradeço e louvo o senhor!

ir. ana clara corino

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javé disse: “Eu vi muito bem a miséria do meu povo que está no Egito. Ouvi o seu clamor contra seus opressores, e conheço os seus sofrimentos. Por isso, desci para libertá-lo do poder dos egípcios e para fazê-lo subir dessa terra para uma terra fértil e espaçosa, terra onde corre leite e mel”. (ex 3,7-8)

Foi com este texto bíblico que, em junho de 1996, senti for-temente o chamado de deus para uma missão junto aos Povos Guarani e Kaiowá do mato Grosso do sul. confesso que não foi nada fácil tomar esta decisão. dentro de mim existiam duas for-ças, uma que me impulsionava para junto deste povo e outra que me enchia de medo e insegurança sobre como seria minha pre-sença numa aldeia onde as pessoas falavam uma língua diferente, com costumes diferentes e uma cultura desconhecida até então.

entrei num processo de discernimento e logo comecei a sentir que deus estava do meu lado, mesmo nos momentos de medo e insegurança. muitas pessoas que já trabalhavam com esta po-pulação foram me incentivando e partilhando suas experiências. a elas sou eternamente agradecida. Naquela época, assumi um compromisso como gesto concreto da Conferência das Irmãs de São josé quando estudamos a cultura indígena, em dourados, mato Grosso do sul. abrimos uma comunidade na cidade de Juti, a pedido de dom alberto, bispo diocesano. Nossa principal missão era viver junto aos Guarani e Kaiowá e com eles tentar encontrar formas possíveis para melhorar sua qualidade de vida. Nossa pre-ocupação constante era adquirir o conhecimento e respeitar a cultura milenar deste povo.

como professora, minha atuação sempre foi ligada à escola. Trabalhei por dez anos na formação de professores. como era formação em serviço, nunca tinha direito a férias, pois quando as aulas encerravam nas escolas, começavam as etapas intensivas do curso do magistério indígena. só em 2006, deixei esse traba-lho por achar que muitas outras pessoas poderiam estar levando em frente a formação dos professores indígenas.

a construção de uma Proposta de educação escolar indígena que respeitasse a língua, a cultura, a história e os valores do próprio povo foi o que fiz durante estes anos todos. Passamos de uma escola do 1º ao 5º ano para uma escola de educação bá-sica. de 350 alunos passamos a ter 1.310 e de dois professores indígenas para 42, destes, nove já concluíram o curso superior e 15 estão cursando.

minha opção sempre foi permanecer na base, pisar no mesmo solo, sentir os mesmos desafios, viver as mesmas inseguranças e incertezas, beber da mesma fonte. Nesses anos de permanência constante numa aldeia, consegui desconstruir muitos preconcei-tos e mudar valores. sentir na pele o que é viver o diferente e muito mais, entender concretamente o que é fazer opção pelo empobrecido.

Viver na aldeia Indígena

é muito difícil mudar estruturas injustas, criar políticas públi-cas que incluam e respeitem o diferente, consolidar processos onde o excluído seja sujeito da mudança e da própria história. entrando nesta dinâmica, aprendi a respeitar e a ter paciência histórica, pois mudanças, onde pessoas viveram centenas de anos sendo dominados, excluídos, manipulados, não acontecem em pouco tempo. Precisamos pensar e construir juntos a aldeia do futuro. é nesta perspectiva que miramos nossos objetivos educacionais.

Nessa missão não caminhei sozinha. muitas irmãs partilha-ram e ainda partilham da mesma história, sentiram os mesmos desafios, pisaram o mesmo chão. cada uma sabe o que tirou de bom para a vida a partir daí. vários leigos e leigas fizeram e ainda fazem parte desta jornada. com eles alimentamos o sonho de que um outro mundo é possível. como é enriquecedor trabalhar em parcerias! só quem viveu ou vive esta experiência sabe do que estou falando.

com as universidades, tive oportunidades de aprofundar meus conhecimentos, com as igrejas, viver o ecumenismo e forta-lecer o que nos une, com os órgãos públicos, criar oportunidades, driblar a burocracia para encontrar espaços para o diferente, com os povos indígenas trocar saberes, fortalecer alianças, criar es-tratégias de sobrevivência, observar e interagir com a natureza e fortalecer a solidariedade.

como o Povo de deus no egito, os Guarani e Kaiowá sentem de perto o viver em terras estranhas, não por terem vindo de outro país, mas por se sentirem escravos e oprimidos, roubados em seus próprios territórios tradicionais. Hoje a luta para recon-quistarem suas terras é uma questão crucial que tem custado a vida de muitos de seus líderes. sempre peço a deus para ter a alegria de ver este povo entrando na terra prometida, espaçosa, onde corre o leite puro da cultura adormecida e o mel da liberda-de, onde não haverá mais miséria, fome, violência, opressão. Para isto acontecer, os governantes terão que demarcar e devolver as terras a milhares de Guarani e Kaiowá. vai ser uma pena estas terras serem devolvidas totalmente destruídas, pois a ganância do lucro fez com que levasse a uma estúpida devastação dos recursos naturais.

Quem tiver a curiosidade de conhecer algo mais da vida na aldeia Te’ yikue de caarapó, ms é só acessar www.tekoarandu.org e ver de perto o trabalho dos nossos jornalistas indígenas. eles alimentam o site do Ponto de cultura aqui da nossa escola.

ir. anari Felipe NantesJuti, mato Grosso do sul

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Tendo como motivação o tema da cF/2010, a escola municipal Profª maria Turra, inácio martins, interior do Paraná, solicitou nossa presença para um bate-papo com professores.

estive conversando sobre o tema: “economia e vida” que trazia, no Texto base, o capítulo sobre o tema ecologia. ao finalizar a manhã de trabalho perguntei: “e agora? o que podemos fazer na prática?” a sugestão veio imediatamente da professora elisabeth e foi aceita pelo grupo: iniciar um trabalho com toda a comunidade escolar.

a conscientização começou pela observação e pesagem diária do lixo produzido seja na escola ou na família, como: papel, restos de alimentos, embalagens etc. com garrafas Pet foram feitas em-balagens para presentes, jogos de bilboquê, decoração de “porta-trecos” e muitos outros utensílios.

a visita ao lixão da cidade, com as crianças, foi ponto de partida e grande motivação para o pro-jeto que se chamou: resemPre. Houve total envolvimento da escola, famílias, a ponto do carregador

de papel reclamar da falta para a coleta. as fotos são uma pequena mostra de uma reali-dade “sementinha” que vai durar para a vida.

certamente, em 2011 o assunto da campanha da Fraternidade vai tornar mais forte ainda o Projeto resemPre.

ir. antenesca michelincuritiba, Paraná

RESEMPRE uma experiência ecológica

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“apareceram no meio da nossa comunidade, umas ‘mulhe-res’ diferentes, na origem, na cultura, na opção. eram as irmãs de são José de chambéry, as ‘Freiras’, popularmente chamadas. Por opção, trazem no coração o cuidado com a vida das pessoas mais pobres e vulneráveis. conhecendo a realidade do município de são João dos Patos, maranhão, deram-se conta do talento artístico das mulheres que desde crianças, aprendem a arte do bordado ponto cruz.” (depoimento de marcelúcia dos santos costa - atual presidente)

imbuídas pelo espírito do Pe. médaille, nós, irmãs, optamos por dar uma oportunidade a essas mulheres talentosas, explora-das por outras mulheres que eram mais fortes financeiramente, e agiam como atravessadoras na venda do produto. Partindo dessa constatação, convocamos as mulheres bordadeiras e co-meçamos uma política de conscientização, mostrando o valor e a dignidade, despertando-as para criar o próprio negócio, através da organização. Nasceu daí a associação de mulHeres “aGu-lHa criaTiva” (amac).

iniciamos os encontros para estudo, reflexão e organização. levamos um ano para organizar o estatuto. Pouco a pouco, as mulheres iam percebendo que o sonho se tornava realidade. Foram trabalhando com seus próprios dedos e através de ri-fas e bingos de algo feito por elas, conseguimos comprar um terreno. mais tarde, com ajuda da congregação e das irmãs da dinamarca, conseguimos o dinheiro para a construção da sede. Nessa trajetória, muitas foram as dificuldades encontradas: o desestímulo das mulheres que tinham mais posses, e para as quais esse grupo era mão de obra barata. Houve muitas desis-tências. Perseveraram 23 mulheres. o conhecimento que iam tendo através das reuniões formativas, foi uma alavanca sobre a qual perceberam que poderiam levantar a própria bandeira e realizar o sonho.

Hoje, elas se expressam assim: “somos convictas de que, quem não luta para o que quer, não merece ter o que deseja. o trabalho em grupo, em mutirão, respeitando o potencial que cada pessoa tem, é o material mais poderoso para se levantar o edifício da própria realização. basta apenas que alguém, como as irmãs de são José, nos abra as portas do conhecimento e coloque em nossas mãos ferramentas, que o resto virá com a perseverança e o empenho de cada pessoa”.

“somos mulheres felizes, donas da nossa vida. Gerenciamos nosso trabalho na partilha, na justiça e na solidariedade. Nosso produto é diferenciado pela qualidade, pelo carinho, o amor e a felicidade com que é feito”. (depoimento colhido na assembleia de 2010)

anualmente, em assembleia, são traçadas as metas e o pla-no de ação. essa etapa é muito importante, pois ajuda a realizar os sonhos e a concretizar as metas. essa disciplina anual forma-

“Tecendo a vida ponto a ponto”!

-nos para a responsabilidade e na maturidade nos compromete a cumprirmos as normas que sustentam o grupo. as tarefas são distribuídas e todas são responsáveis pela manutenção da casa e das atividades. Todas as decisões são tomadas em conjunto e as tarefas são em sistema de rodízio, todas passam por todas as atividades. exemplo: Há um pequeno terreno e o grupo o transforma em horta. Todas cuidam da horta e se beneficiam com temperos e legumes, enriquecendo a alimentação.

existe um sistema de controle de presença. é educativa esta forma de organização, pois nos responsabiliza e nos ajuda a ter um comportamento ético que se estende a todo o proceder, até mesmo, na hora de fixar os preços de nossos bordados. caso o grupo não esteja de acordo com o preço colocado, novo preço é sugerido e em abertura, a pessoa acolhe e modifica. isso é mui-to importante e mantém um agir ético, evitando cair na tentação de querer ganhar além da medida.

o artesanato desenvolve o ser pessoa, afinando-a com a beleza. daí porque o cuidado do ambiente é básico. a amac tem compromisso com o cuidado do ambiente coletando e selecio-nando todos os materiais possíveis de serem reutilizados e/ou reciclados.

a experiência prova que para ter sucesso no negócio é importante querer e perseverar no alvo do que se deseja. em segundo lugar, é preciso ter as ferramentas necessárias para poder construir os sonhos. muita abertura para aprender e nun-ca desistir diante de obstáculos.

o artesanato da amac é conhecido em vários países. a asso-ciação já enviou para Japão, eua, alemanha, França e Portugal. isso quase sempre com a mediação das irmãs de são José.

em 2008, no estado do maranhão, fomos premiadas como a associação mais bem orGaNiZada e no mesmo ano, o prêmio do “melHor bordado”.

esta é uma iniciativa que deu certo e é alicerçada sobre os princípios da partilha, igualdade, parceria e honestidade.

irmã rosalia Fáveromaranhão

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uM POuCO DA HISTÓRIAPetrópolis se localiza no topo da serra da estrela e per-

tence ao conjunto montanhoso da serra dos Órgãos, rio de Ja-neiro. a história da cidade começa quando o então imperador dom Pedro i, encantado com a beleza e amenidade do clima local, resolve comprar terras na região e receber seus convidados es-trangeiros. anos mais tarde, pelas mãos de dom Pedro ii, nascia Petrópolis, cenário de inúmeros acontecimentos que marcaram a história nacional.

Há alguns quilômetros do centro da cidade, encontra-se o dis-trito de itaipava e, aos pés da serra, a região conhecida como o vale do cuiabá, de onde parte a estrada br 495, que com seus 37 km de subida, liga Petrópolis a Teresópolis.

vALE DO CuIABÁuma das regiões mais belas de Petrópolis, possuindo um cli-

ma ameno, cercada pela exuberante mata atlântica, cortada pelo rio santo antônio, foi o local escolhido para construção de muitas pousadas, condomínios, haras, etc, tudo em um clima de aparente integração com a natureza local.

mas, foi exatamente neste cenário de beleza natural, que a região viveu o mais triste capítulo de sua história, mudando dras-ticamente o desenho das montanhas, o curso do rio e o rumo da vida de seus moradores.

A TRAGÉDIANo dia 12 de janeiro de 2011, por volta das duas horas da ma-

drugada (chovia desde a noite anterior), fortes barulhos de galhos e um estrondo muito grande foram ouvidos pelos moradores.

em poucos minutos, a avalanche de pedra, barro, água, tron-cos, arrastou tudo o que estava pela frente: casas, postes, co-mércio, hospitais e pessoas. Tudo foi arrastado com violência sem tempo de correr. sonhos foram destruídos, vidas foram ceifadas. era a terra gemendo.

Hoje, o que sobrou da região é um cenário de destruição e dor...segundo a defesa civil, mais de 21,5 mil pessoas foram de-

salojadas e desabrigadas em sete municípios da região serrana do rio de Janeiro. a maior catástrofe natural do país contabilizou, aproximadamente, mil mortos e muitos desaparecidos.

COMO EXPLICAR?a região serrana do rio de Janeiro é formada por montes co-

bertos pela mata atlântica, onde os solos são instáveis, muito in-clinados e propensos a deslizamentos, pois são formados por uma camada fina de terra que cobre as pedras.

o relevo da região funciona como uma barreira, segurando as nuvens e aumentando a quantidade de chuvas em uma única região. a água vai penetrando no solo, que fica encharcado e se desloca da pedra. a terra desce como uma avalanche, devastando o que encontra pela frente. ao chegar ao vale, a avalanche encon-tra casas construídas no que deveria ser a vazante dos rios.

está formada a equação de uma tragédia anunciada.A DuRA RECONSTRuÇÃOa população brasileira e até alguns estrangeiros mostraram

seu lado solidário e se mobilizaram para ajudar as vítimas, seja

Petrópolis / Vale do Cuiabá Janeiro/2011A TERRA GEME

com objetos materiais, seja com carinho e atenção. muitos mo-radores do vale do cuiabá perderam sua casa, seus pertences, seus familiares, sua referência. aos sobreviventes restou a vida, presente maior de deus. e é com essa esperança e fé que eles tentam manter-se de pé e ganhar força para recomeçar.

AS IRMÃS DE SÃO jOSÉ FIZERAM-SE PRESENTESlogo que souberam do ocorrido, algumas irmãs foram até o

local para conhecer as urgências dos desabrigados e se mobiliza-ram no apoio às vítimas com ajuda material e com sua presença de conforto.

o apoio também veio de um grupo das irmãs de são José, que estava reunido em Garibaldi-rs e ficou sabendo da tragédia pela Tv. o grupo se mobilizou e arrecadou r$ 690,00 reais e enviou a quantia por uma irmã de Petrópolis, que estava participando do encontro. esse dinheiro serviu de apoio na empreitada da solida-riedade. com ele, foram comprados um fogão de quatro bocas e vários objetos de cozinha, para uma família que tem cinco filhos e deixou o acampamento, pois conseguiu a ajuda do aluguel social.

um gesto generoso veio também das irmãs da região N/Ne, que somou a quantia doada pelas irmãs do instituto social são José, para a aquisição de uma máquina de lavar roupa, que está sendo usada no abrigo da Paróquia do divino espírito santo, no vale do cuiabá.

algumas coordenadoras, professoras e estagiárias do instituto social são José, estão colaborando como voluntárias nos abrigos. uma nova frente de voluntariado está se organizando para traba-lhar no “Projeto brinquedoteca” com as crianças que estão em abrigos seguros. além disso, uma campanha de material escolar vem movimentando a comunidade educativa do colégio.

isso é o mínimo que cada pessoa pode fazer para manter viva a fé e a esperança no coração de cada sobrevivente da tragédia de 12 de janeiro de 2011.

Pequenos gestos somados a favor do bem fazem a diferença em prol da vida.

Que deus nos abençoe!

ir. cleonice demarchi instituto social são José, em seus 60 anos

de existência! Petrópolis, rJ

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a escola é constituída por um corpo docente de 90 professores/as.Todo o fazer pedagógico da escola acontece mediante projetos.Queremos compartilhar com vocês um dos projetos que teve

envolvimento e expressão dentro e fora da instituição.o projeto levou por título: Celebrar e agradecer.duração: 1º de novembro a três de dezembro de 2010.clientela envolvida: Família, professores, alunos e os diferentes

serviços.Objetivos:- oportunizar momentos celebrativos, reflexivos e solidários;- realizar gestos concretos doando algo como reconhecimento

pelo muito que deus nos dá;- dispor-se, como pessoa, família e grupo, na gratidão, a aco-

lher o deus da vida que nos é dado no menino de belém.Preparação:- mobilização de professores para sensibilizar alunos à grati-

dão (dia de ação de Graças);- envio às famílias o convite para o gesto concreto, já um cos-

tume na escola, assim:- Pré-escola até a 3ª série – brinquedos;- 4ª a 8ª séries – produtos de higiene pessoal;- ensino médio – alimentos não perecíveis.

Realização:No dia de ação de Graças (25 de novembro) os alunos foram

acolhidos no pátio com cantos próprios e mensagens. em seguida, foram convidados a se saudarem com o abraço da paz como for-ma de oração. em sala de aula, com professor previamente com-binado, foi feito um momento de ação de graças por escrito em um motivo simbólico. concluindo esse momento, os 1.850 alunos se dirigiram à capela para, junto com o sacerdote, depositar sua palavra de gratidão e seu gesto de doação, conscientes de que a doação tem sentido porque deus nos ensinou o valor e a im-portância desse gesto doaNdo seu FilHo como salvador de Todos, visível no Natal.

o Projeto surpreendeu pelo envolvimento, seriedade, dispo-nibilidade de participação do corpo docente e discente da escola.

Foram doados:- 8.400 brinquedos novos ou seminovos com os quais 11 en-

tidades que trabalham com crianças carentes foram beneficiadas.- 1.100 unidades de higiene pessoal que foram entregues a en-

tidades que se dedicam e acolhem idosos e crianças e sobrevivem por meio de doações.

- 230 kg de alimentos encaminhados a entidades necessitadas.No dia três de dezembro, na escola, celebramos o Natal com

um sabor de PreseNTe, pois tí-nhamos sido “Natal” para muitas crianças, idosos, doentes e ne-cessitados de caxias do sul.

Nossa gratidão se dirige a deus pela coragem e disposi-ção em realizar esse projeto e a todos os que conosco sentiram, mais uma vez, como é bom e agradável poder ser alegria, es-perança, Natal para muitos!

ir. ivanete dal Pozzocaxias do sul,

rio Grande do sul

Colégio São José – uma Escola para a vida!

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assumir desafios sempre foi uma característica marcante das irmãs de são José.

Já estabelecidas em vacaria/rs desde 1903, trabalhando como educadoras no colégio são José, as irmãs se destacavam pela sua atuação. Foi então que foram solicitadas para assumirem também a saúde. as superioras da época não hesitaram. Quatro irmãs foram enviadas na nova missão: a de cuidar da vida e Saú-de do povo de vacaria no Hospital Nossa Senhora da Oliveira.

as irmãs, com poucos recursos, esforçavam-se para salvar vidas atacadas por um surto de varíola. com muita sabedoria, quando os medicamentos eram insuficientes, as sábias mulheres buscavam na mãe natureza o que a medicina não fazia. Era a vida salvando vidas.

Hoje, já em outros tempos, a evolução tecnológica, a espe-cialização em todos os níveis, o avanço e o progresso fazem com que tenhamos uma nova postura diante dos desafios.

o Governo Federal assume o sistema Único de saúde (sus), preconizando “saúde para todos”. a cada r$ 1.000,00 gastos, o Governo repassa para o hospital somente r$ 550,00. Por isso, administrar um hospital tornou-se a arte de saber gerenciar problemas de ordem financeira. Precisamos ser criativas como nossas antecessoras o foram, para enfrentarmos as dificuldades decorrentes de uma sociedade injusta e não igualitária.

Para fazer frente aos problemas encontrados, é imprescindí-vel usarmos de criatividade, buscarmos parcerias com empresas, políticos, governo, enfim, com a sociedade de um modo geral.

atualmente, podemos dizer que o Hospital Nossa senhora da oliveira passa por um momento especial de sua história, está se modernizando adquirindo equipamentos novos. a unidade de Tratamento intensivo (uTi) reformada, bloco cirúrgico em fase de ampliação com equipamentos novos, que possibilita fazermos ci-rurgias de alta complexidade. investimos também na ala de parti-culares e dos convênios.

A Certeza na Incerteza

somos contempladas também por amigas do Hospital com enxovais completos para 120 leitos. os próximos passos serão a construção da lavanderia e compra das máquinas para equipá-la e a pintura da fachada externa do prédio. recebemos da Provida 16 quartos completos.

muitos projetos estão em andamento e com a graça e a luz de deus, novas conquistas e novos parceiros se juntarão a nós, nesta nobre missão de cuidar da vida e saúde de 110 mil seres humanos.

Para sermos coerentes com nossas convicções, incrementa-mos produtos ecológicos para servir no hospital, cultivados na própria horta, sem a utilização de produtos químicos, tornando assim a vida mais saudável, para os colaboradores e doentes. incentivamos o uso de sacolas retornáveis, o lixo é reciclado e serve de adubo. várias campanhas com a distribuição de mudas de árvores nativas e flores foram feitas.

o cuidado com os colaboradores acontece com projetos anti-stress que são desenvolvidos no decorrer do ano sob co-ordenação do Grupo de Humanização que procura desenvolver a valorização pessoal, a autoestima, a dignidade do ser humano, o sentir-se equipe e outros.

as conquistas são dádivas de deus.a última esperança para os pobres, muitas vezes, reside nes-

te Hospital. isso nos remonta à intuição inicial do Fundador, que era organizar uma congregação para dar respostas às necessi-dades da época. e a época atual é muito cruel com os pobres. se nós não fizermos por eles, eles morrem sem as mínimas condi-ções de vida digna.

como as irmãs que chegaram ao hospital há 76 anos, cheias de vida e esperança, respondendo aos desafios da comunidade de seu tempo, buscamos trabalhar, com esperança e vida, fazen-do nossa parte na construção de um mundo de justiça e possível para todos.

irmã adelide cancidiretora do Hospital Nossa senhora da oliveira

vacaria, rio Grande do sul

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Da Itália para o Brasila dimensão missionária da igreja e o apelo do evangelho de-

safiaram a congregação a um discernimento em novembro de 1970, quando a superiora Geral comunicou às irmãs ter recebido vários e insistentes convites para abrir comunidades também no brasil, em colaboração com os padres diocesanos que ali traba-lhavam. ela pediu que todas as irmãs enviassem seu parecer a respeito desta proposta missionária e também a eventual dispo-nibilidade para aceitar o envio. de acordo com as estatísticas, o número dos membros da congregação era de 654 religiosas, incluindo as noviças, 74 colocaram-se à disposição para a missão no brasil. as oito escolhidas, após intensa preparação, partiram de Gênova – itália, com o transatlântico “augustus”, dia 1º de junho de 1972. chegaram ao porto do rio de Janeiro no dia 13 do mesmo mês.

estabeleceram-se em cruzeiro do sul, diocese de Nova igua-çu – rJ, na vila são Pedro - Xaxim e no Jardim Paranaense - alto boqueirão, periferia de curitiba – Pr.

chegaram a curitiba dia 19 de agosto de 1972. esta data e a mensagem: ‘bem-vindas a curitiba’, gravada numa linda bandeja de borboletas, lembra, até hoje, a carinhosa acolhida da superio-ra Provincial das irmãs de são José de chambéry e o início de uma presença fraterna, solidária, atenta.

logo os representantes das comunidades deram as boas-vindas às irmãs que estavam meio atrapalhadas em se ex-pressar, pois a língua ainda era desconhecida. elas se apresentam com este simples programa: “estamos dispostas a crescer junto a esse povo que nos indicará os passos do novo caminho da co-munhão”. Para conhecer a realidade e a caminhada, dedicaram-se na visita às famílias, encontro com as lideranças, estudo e oração.

Congregação de São José de Cúneosempre procuraram priorizar a animação das cebs, a forma-

ção de lideranças em todos os níveis, acompanhamento de movi-mentos sociais, grupos de promoção humana, saúde, educação, presença junto às pessoas e famílias nos momentos de sofrimen-to e dificuldade. o objetivo da missão no brasil tornou-se mais claro: ser presença de animação e de comunhão no meio do povo mais simples, pobre e desejoso de construir o reino de deus.

ao longo destes anos, jovens brasileiras atraídas pelo carisma de comunhão e pelo jeito simples de presença no meio do povo consagraram suas vidas a deus e ao seu reino na congregação.

leigas e leigos das várias comunidades sentiram-se contagia-das/os pelo mesmo carisma. encontram-se para oração, conhe-cimento do carisma e participação na missão da congregação, somando forças para: “lançar sementes de comunhão no chão vivo e fecundo da igreja dos pobres e dos pequenos”.

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E agora? A missão atualNo estado do rio de Janeiro, baixada Fluminen-

se, as duas comunidades estão inseridas na pasto-ral paroquial e atuam na dimensão social. o centro comunitário (cecom), fundado em 1991, oferece atualmente a cerca de mil crianças e adolescentes, serviços de creche, apoio escolar, cursos profis-sionalizantes, informática, biblioteca e incentivo à leitura, brinquedoteca, além de acompanhamento às famílias. Há também um trabalho social com mo-radores de rua e grupo de ‘bioenergética’.

No Paraná, rio bonito do iguaçu, a missão está voltada para a Pastoral da criança e acompanha-mento pastoral junto às comunidades rurais de assentados. em curitiba, em 2002, a comunidade transferiu-se na atual paróquia santo antonio maria claret onde atendeu à formação inicial, se inseriu na caminhada pastoral, priorizando o acompanhamen-to de uma comunidade particularmente desfavore-cida: comunidade são José, na vila Pantanal.

o trabalho é voltado para a promoção da mulher, através de grupos de geração de renda e de crianças e adolescentes aten-didas na brinquedoteca.

BRINquEDOTECAiniciada em agosto de 2003, a brinquedoteca foi a realização

de um sonho da nossa comunidade que se sentia impelida a dar sua contribuição frente à situação de crianças e adolescentes de famílias residentes numa área de ocupação na periferia de curi-tiba e apresentando evidentes carências materiais e humanas.

o projeto briNQuedoTeca tem como foco contribuir no pro-cesso de desenvolvimento da dignidade das crianças e adoles-centes através do estímulo ao aprendizado, para que adquiram domínio suficiente para a tomada de atitudes, senso de respon-sabilidade e cooperação e de postura crítica no seu cotidiano e futuro profissional.

atende diretamente a um total de 60 crianças e adolescentes entre seis e 15, oferecendo um espaço asseado, seguro e digno para que possam desenvolver de forma saudável, suas potenciali-dades como a criatividade, autonomia e responsabilidade, através da aplicação de diferentes atividades pedagógicas, planejadas mensalmente. as oficinas disponibilizadas (flauta, violão, culiná-ria, artesanato, xadrez, teatro e esportes) têm como propósito contribuir para que a criança conheça e potencialize suas capa-cidades intelectuais e corporais, aumentando a sua autoestima e suas habilidades. Já os diálogos, contação de história e vídeos melhoram a percepção de regras e valores.

Funciona em regime de contraturno escolar, com turmas de até 30 crianças, que participam de terça a sexta-feira. são forne-cidas refeições diárias.

as segundas-feiras são reservadas para os adolescentes com o Projeto Futuro que oferece cursos de violão, artesanato e es-porte, além de dinâmicas, jogos e teatros voltados a focar valores, conhecimento de si, interação interpessoal e habilidades sociais.

o Projeto conta com uma rede de colaborações e parcerias no âmbito social e da administração pública, paroquial e intercongre-

gacional. destacamos com admiração e gratidão o grande apoio da associação cultural são José, da Província do Paraná, para o salário dos educadores.

sentimos tudo isto como sinal da Providência de deus que cuida de seus filhos mais queridos: os ‘pequenos e desfavoreci-dos’ abrindo para eles caminhos de uma vida digna.

a alegria e o entusiasmo na participação, as brincadeiras e os jogos educativos, as festas e os eventos com os familiares, os pas-seios e as visitas, a exibição dos grupos de flauta e canto, os mo-mentos de diálogo com estagiários universitários, voluntários e ami-gos: são todos sinais de que uma nova sociedade é possível, uma nova humanidade é possível, o próprio reino de deus é possível!

GRuPO GERAÇÃO DE RENDA (GR)Tem como objetivos: proporcionar geração alternativa de ren-

da para as famílias, através da confecção e venda de produtos artesanais e fortalecer a autonomia das participantes, dar apoio emocional, orientação aos serviços disponíveis, ajuda material.

o Grupo Gr atua em três horários semanais, dentro de uma metodologia de parcerias e caracteriza-se pela aprendizagem, confecção e venda de produtos produzidos pelas próprias mu-lheres e adolescentes da comunidade, como: bordados em ponto cruz, tricô, crochê, pintura em tecido, vagonite, bijuteria e confec-ção de enxoval para gestantes. Não faltam momentos de festa e pequenos eventos. são propostas também palestras, ministradas por profissionais sobre vários assuntos, como autoestima, educa-ção dos filhos, higiene, sábia administração familiar, alimentação saudável...

as alegrias e esperanças são muitas e incentivadoras: o cres-cimento da autoestima e amizade entre as participantes, a entre-ajuda, a satisfação pela realização cada vez mais aperfeiçoada dos artefatos e também pelo resultado financeiro tão esperado para a manutenção da família, a possibilidade de contar com pes-soas solidárias e discretas com quem abrir o coração...

irmã aldacuritiba - Pr

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a associação casa de recuperação Nutricional sos vida (acrNsv) é uma sociedade civil de direito privado, sem fins lucrativos, de caráter social com duração ilimitada e se rege pelo seu estatuto social e pela legislação aplicável.

Foi fundada em 05 de outubro de 1993, graças à co-ragem e esforço da irmã Terezinha biasi que, movida pelo maior mandamento cristão de “amai-vos uns aos outros como Eu vos amei”, abraçou, com sua vida, a causa de tantas crianças, sendo ajudada por pessoas voluntárias da sociedade eunapolitana.

No início das atividades, era servida apenas uma sopa. com o aumento do número de crianças, a associação foi buscando uma melhor estruturação. iniciou alugando uma casa até poder adquirir uma própria.

em outubro de 1995, foi formada uma diretoria e ela-borado o estatuto da sos vida. em 1996, conseguiu-se o Título de utilidade Pública municipal.

em março de 1998, recebemos a visita do monsenhor Jorge Grima, presidente do movimento missionário Jesus no Próximo - ilha de malta, que, ao conhecer o trabalho, se dispôs a ajudar na construção de uma nova casa.

Hoje, a sos vida possui sede própria, inaugurada em 21 de agosto de 1999. No mesmo ano conseguimos a utilidade Pública estadual e em 2004, a utilidade Pública Federal.

a casa tem 27 colaboradores, além das pessoas voluntá-rias que ajudam no cuidado das crianças. Funciona 24 horas por dia.

as crianças são acompanhadas por uma equipe multi-profissionais. é neste ambiente de sonho, de alegria, mas também de tristeza que estamos ajudando a recuperar e devolver o sorriso no rosto de cada criança. o sorriso e os abraços das crianças nos desafiam a lutar na defesa da vida.

Há 45 crianças. cada uma tem uma história de dor, de abandono, de fome, de violência, de tristeza. crianças com pais alcoólatras, soropositivo, sem moradia, presos, sem emprego...

Acredito em ti porque caminhas para o futuro, tens um ideal no coração e semeias em cada amanhecer um sol de esperança!

Procuramos ajudar a devolver às crianças o sorriso, fazendo-as sentir o calor da solidariedade, do amor e da acolhida.

Procuramos expressar e vivenciar o carisma de comu-nhão, vivendo a opção pelos pobres, pequenos e abando-nados da sociedade, segundo o Projeto de Jesus. damos assistência e acompanhamos periodicamente as crianças que estiveram na instituição e suas famílias. são muitas as pessoas que têm coração aberto, que sabem partilhar, mui-tas doações chegam até a casa de recuperação.

somos uma equipe que tem como objetivo: cuidar e de-fender a vida em todos os momentos e agradecemos a irmã Teresinha biasi, que há 16 anos trabalha na instituição, é a diretora.

irmã marli Terezinha da silvairmã Terezinha biasi

eunápolis, bahia

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Entrelaçando Forças

o seguimento de Jesus como discípulo, discípula exige de cada ser humano estar, caminhar, permanecer e trabalhar com ele na missão do anúncio da boa Nova de deus.

estar com Jesus significa conhecê-lo intimamente, identifi-car-se com ele que assumiu a condição humana para revelar o amor de deus Pai-mãe. Jesus escolheu seus discípulos e dis-cípulas para que ficassem com ele e para que os enviasse a anunciar a boa Nova do reino (mc 3, 14).

Jesus propõe às pessoas chamadas a entrarem numa rela-ção com ele: “venham comigo, venham atrás de mim, no meu seguimento”. convida-as a serem identificadas à sua maneira de ser, de falar e de agir. uma das exigências no seguimento de Jesus é criar relações de inclusão que se realizam na compre-ensão, no amor, no perdão e reconciliação, na gratuidade e na partilha que reconstrói a unidade e a paz.

a opção de Jesus é clara. Não é possível ser discípulo, dis-cípula de Jesus e continuar apoiando um sistema que oprime, marginaliza e exclui pessoas. Jesus reintegra na convivência so-cial, política e religiosa, pessoas dela excluídas e inaugura uma nova maneira de viver e anuncia, por sua vida e palavra, que uma nova sociedade é possível.

seguir Jesus, como discípulo, discípula supõe experiência de fé, encontro pessoal e comunitário com ele e adesão ao seu Projeto. supõe comprometer-se com a justiça, a solidariedade, a ecologia, os direitos humanos e o desenvolvimento sustentável. Para isto, o discípulo, a discípula se compromete a colocar-se a serviço da unidade e testemunhar a presença do senhor res-suscitado.

chamado ao discipulado de Jesus

O discipulado no seguimento de Jesusé um caminho que nasce de um encantamentoque se traduz numa entrega total capaz de “deixar tudo e segui-lo”.

Vocação

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a comunicação, tanto a face a face como a baseada na tec-nologia, foi o foco do encontro de fevereiro de 2011 da comissão internacional de comunicação (cic). duas irmãs da índia: cecile coutinho (snehalaya) e Fabiyola morris (Nirmala) e uma do brasil: andréia Pires (Porto alegre) reuniram-se com mariaelena aceti (itália) e barbara bozak (estados unidos) para que o grupo se organizasse e estabelecesse os objetivos para os próximos dois anos. ir. ieda Tomazini, conselheira Geral, elemento de ligação com o conselho Geral, orientou a discussão.

a diversidade na congregação esteve muito evidente quando os membros da cic partilharam como a comunicação está orga-nizada nas diferentes Províncias. algumas delas têm comissão de comunicação estabelecida que é responsável pela publicação regular de informativos enquanto outras não têm pessoas nem grupo nomeados para esta esfera de atividade. as Províncias bra-sileiras têm mostrado seu interesse pela moderna comunicação pelo fato de terem se comprometido a desenvolver um programa de televisão semanal ao passo que as quatro Províncias indianas recentemente nomearam uma comissão de comunicação. muitas províncias têm sites e outras estão indo em direção a uma pre-sença no Facebook (rede social). Tal diversidade é uma riqueza para a congregação à medida que aprendemos umas com as outras.

Comissão Internacional de Comunicação

Para estabelecer seus objetivos para os próximos dois anos, os membros da cic basearam-se na sua criatividade para ver como poderiam engajar os membros de todas as Províncias, re-giões e missões para crescer na interdependência e se tornarem mais experientes na comunicação. agora que a comissão tem cinco membros, o grupo foi capaz de distribuir tarefas contínuas mais amplamente e planejar para os encontros internacionais e também partilhar a responsabilidade de organizar vídeoconferên-cias. a mudança rápida da tecnologia que fortalece, que dá apoio à comunicação, significará uma formação contínua.

atendendo ao documento Final do capítulo Geral de 2009, a cic reconhece a importância da colaboração com a recentemente formada comissão de Justiça e Paz e integridade da criação para ajudar a formar os membros da congregação sobre questões de justiça em todo o mundo. embora, atualmente, isto seja realizado principalmente através do csJournal, a cic reconhece que há ou-tros veículos para os dois grupos desenvolverem juntos.

embora o planejamento fosse uma parte essencial do encon-tro, um dos mais importantes aspectos foi a oportunidade de criar laços pessoais entre os membros da cic. com este auspicioso co-meço, o grupo espera modelar em seu trabalho de interações não só o carisma de unidade, mas também a interdependência com a qual a congregação se comprometeu no último capítulo Geral.

barbara bozak estados unidos

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o objetivo geral do Fórum da Juventude é de “oportunizar aos jovens o conhecimento da espiritualidade e carisma da congrega-ção de são José, despertando lideranças para serem presença de unidade no mundo”. o Fórum da Juventude da congregação das irmãs de são José foi um método encontrado pela equipe do savi, para convocar os jovens ao compromisso com a vida, através dos encontros, reflexões e convivência, proporcionando uma releitura da realidade com um novo olhar, acreditando que um novo mundo é possível e que são agentes dessa transformação.

a Província do Paraná juntamente com a congregação das irmãs de são José de cúneo, deram e estão dando respostas a esta proposta servindo-se dos instrumentais para a realização dos encontros com a juventude. convivências envolventes, ale-gres, reflexivas e orantes aconteceram em preparação à culmi-nância do Fórum.

Fórum da Juventude no Paraná

estamos dando passos para a sua continuidade e também trazendo novos jovens para fazerem esta experiência. Ficamos encantadas com a resposta da juventude. e a mesma juventu-de encantada com nosso carisma e espiritualidade. convidamos todas as irmãs da Província que se envolvam neste projeto, participando, rezando, tomando conhecimento através do blog: http://forumdajuventude-csj.blogspot.com

ou pelo site da congregação.

ir. divina maria de Jesusequipe: ir. ana maria michels, ir. Hedy maria Hertz, roberto

Ferreira da silva, elenice resende da silva e ir. anna martine (cúneo)curitiba, Paraná

Agradecemos a todas jovens que estão participando, às Irmãs, Leigos e Leigas do Pequeno Projeto envolvidos/as nesta caminhada: jovens tecendo sonhos construindo comunhão.

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Nossa vida vai sendo tecida com elementos trazidos do pas-sado, mas o convite que nos é feito, a cada dia, é de bem viver-mos o presente em vista da construção de um futuro que não conhecemos e que nos desafia. de experiência em experiência, movidas pela luz de deus e fortificadas pela certeza do seu amor por nós, vamos crescendo em sabedoria e graça. a partir disto podemos afirmar: “nossa formação se processa ao longo de nos-sa existência, nas situações concretas, e tende a unificar nossa vida” (const. 84). esta formação exige sequência e que seja gra-dativa na superação de dificuldades. Por isso, a Formação para a vida religiosa consagrada está organizada em etapas, tempos específicos conforme a idade, a maturidade humana e espiritual e o evoluir de cada pessoa.

um dos tempos muito importantes da formação é o período do Noviciado. daí a importância da pessoa estar bem preparada para viver com maturidade e de forma saudável este período da sua formação. a pessoa que assume esta etapa com maturidade, percebe, pouco a pouco, como deus vai realizando maravilhas em sua história e abre perspectivas de vida colocada a serviço das pessoas, enquanto cresce nela a confiança em deus que é fiel e gratuito em seu amor.

em nossas constituições lemos: “o Noviciado é um tempo de orientação radical de toda a pessoa para cristo, no abandono ao Pai e na docilidade ao espírito santo” (const. 99). Para alcançar a identificação progressiva com cristo é preciso lançar mão de ati-tudes que auxiliam neste processo. estas atitudes supõem matu-ridade humana e espiritual. Por isso, exige seriedade no trabalho com a pessoa que deseja ingressar no Noviciado. a excelência deste período de nossa formação depende da preparação, da disposição interior de sempre estar aprendendo e da atenção à graça de deus.

Todas nós que já vivemos esse período, recordamos com sau-dade, com gratidão, pois percebemos que o Noviciado foi uma

Noviciado das Irmãs de São José

plataforma que nos lançou para a generosidade de nossa vida doada na gratuidade, de olhos fixos no mestre Jesus, para, em seu nome, construir a comunhão em defesa da vida fragilizada.

alguns meios são indispensáveis neste período de formação bem como em todos os anos que se seguem. citarei apenas os elementos essenciais da vida religiosa consagrada:

- a experiência de deus – discipulado radical de Jesus;- a vida comunitária – discipulado de iguais;- a missão – discipulado missionário. e, como já foi dito, nossa formação se processa ao longo da

existência, nas situações concretas da vida, supõe-se que haja outros elementos a serem trabalhados para dar continuidade ao seguimento de cristo como irmãs de são José. em nossas comu-nidades, temos o Plano de Formação que é uma referência em nosso caminhar para deus, para melhor servirmos a tantas pes-soas a quem somos enviadas em missão. “durante toda a vida, continuaremos nossa formação, para darmos respostas sempre novas aos apelos que o senhor faz à nossa vida pessoal, comu-nitária e apostólica” (const. 127).

com são Paulo podemos afirmar: “… seja qual for o grau a que chegamos, o que importa é prosseguir decididamente” (Fil 3, 16). e somos convidadas a “crescer até atingirmos a esta-tura da maturidade de cristo” (ef 4, 13). desta forma, estaremos concretizando o sonho de nosso Fundador, Pe. Jean Pierre mé-daille, que nos quer irmãs de são José místicas, sábias, audazes e proféticas.

ir. eulalia antoniazziindaiatuba, são Paulo

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Atualidades

a vida do PlaNeTa Terra está sendo estu-dada, debatida, rezada, questionada sob as mais diferentes formas! é inquestionável que todas as pessoas querem sua vida!

mas os objetivos são bem diferentes! muito di-ferentes! os pequenos produtores rurais, os ribei-rinhos, os povos indígenas que tratam a terra como mãe, sabem que daí sai seu alimento, seu sustento. a vida da Terra é a mesma que corre nas veias destes povos e nas nossas! Por isso, eles a tratam como se “cuida de uma mãe”! Já o agronegócio, as empresas mineradoras, os que visam um lucro desordenado e escandaloso exploram os recursos naturais, sem escrúpulos, sem pensar nem mesmo na próxima geração que são seus filhos e netos, como se fossem inacabáveis!

é muito real o que a oração pela Terra do Pe. Zezinho diz:

“bilhões de anos ela tem. está cansada a velha mãe. Trilhões de vidas já gerou. bilhões de homens e mulheres o seu seio alimentou. Fez tanto e tanto bem e agora chora a velha mãe, que tantas vidas gerou. a ingratidão a derrotou prá ficar rico e ter dinheiro, o ser humano a espoliou! desmatam seu verde, sujaram seus rios, mancharam seus mares, tiraram-lhe o ar. explodiram seus ventres, queima-ram, com fogo, seu rosto bonito, sem pestanejar! a Terra está morrendo, lentamente... oremos pela Terra.”

Para todas nós, irmãs de são José, leigas e leigos do Pequeno Projeto, o carisma de comu-nhão, com a consciência da interdependência en-tre toda a criação nos convida a sermos pessoas que ajudam a criação em seu gemido de parto! ou seja, um novo deve estar sendo gestado e parido!

Pequenas ações de proteção às florestas, de despoluição das águas e da terra, de boicote aos descartáveis e ao consumismo podem nos tornar parteiras e parteiros de uma Nova criação!

vamos tomar como referência sefra e Fuá – duas parteiras – que a bíblia guardou na sua memória como mulheres, que arriscaram sua vida para defender a vida (cf ex 1,22ss). isso é coerên-cia, fidelidade a um jeito de ser!

Parteiras fiéis à vida! eis nossa missão. eis o desafio que não termina na quaresma, na campa-nha da Fraternidade!

ir. dominga ZoletPará

Fraternidade e Vida

no Planeta

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a congregação das irmãs de são José, nascida no sul da Fran-ça há 361 anos, conta com mais de 14 mil irmãs agrupadas em diferentes congregações. Presentes em todos os continentes, nu-trem-se da mesma seiva evangélica proposta por Jesus de Naza-ré: “que todos sejam um!” (Jo 17, 21). atentas às necessidades dos tempos, trabalham para expandir a união das pessoas entre si e com deus, dedicando-se às mais diversas atividades profis-sionais, apostólicas e missionárias. das 14 mil irmãs, em torno de 1.800 fazem parte da congregação internacional de chambéry que está organizada em 14 Províncias (França, itália, dinamarca, Noruega, estados unidos, são Paulo, Paraná, lagoa vermelha, caxias do sul, Porto alegre, Nagpur, Pachmarhi, Tanmaya, sneha-laya), quatro Regiões (Norte e Nordeste, Paquistão, irlanda/País de Gales, bolívia), cinco missões (Tanzânia, moçambique, suécia, república Tcheca [chambéry] e república Tcheca[lac]*).

a cada ano que passa, a configuração da congregação vai sofrendo alterações inerentes ao seu processo evolutivo. as mu-danças se dão em função do espírito missionário que anima as irmãs a estarem em realidades onde a presença do carisma da instituição, construir comunhão, se faz necessário. a construção da comunhão passa necessariamente pela promoção da vida, da dignidade, da justiça, da solidariedade e do bem comum. é o ca-risma que garante a sobrevivência de qualquer entidade e justifi-ca sua razão de existir. é ele que define a qualidade da presença e é responsável pelas escolhas e decisões a serem tomadas. é a partir do carisma que se estabelecem os critérios de abertura ou

No mundo, mais de 14 mil Irmãs de São José testemunham a UNIDADE

fechamento de uma comunidade ou missão. Hoje, mundialmente, soma-se ao critério carismático a faixa etária das irmãs e neces-sidades de autossustentação e decorrente inserção no mundo do trabalho.

No serviço de liderança, como membro do conselho Geral da congregação internacional de chambéry, tenho viajado de uma missão/região/Província a outra e tenho tido a graça de encon-trar-me com as irmãs que vivem cada dia e todos os dias a missão da irmã de são José, inseridas em realidades muito diversas e de-safiadoras. em suas inserções vi a expansão do carisma através do engajamento e militância de tantos associados e associadas, mantendo projetos sociais em periferias de grandes cidades. vi a missionariedade sendo exercida em todas as fases da vida. vi irmãs idosas participando ativamente das missões quer pela ora-ção e apoio quando as condições físicas não lhes permitem mais ir lá onde o necessitado está, quer pelo trabalho manual realiza-do com perfeição em prol dos mais necessitados ou pela escuta paciente e sábios conselhos. vi irmãs vivendo com o necessário não por necessidade, mas por opção ao Projeto de deus. vi irmãs viajando horas incontáveis e correndo riscos de vida para chegar até os que não têm lugar na sociedade e nem a garantia de aces-so aos seus direitos básicos. vi irmãs aprendendo idiomas difíceis para poder se comunicar com a diversidade de culturas e conviver em comunidades internacionais e intercongregacionais, por causa do evangelho. vi irmãs começando a vida religiosa de um jeito muito original e diferente daqueles que até então eu conhecia.

* lac: a sigla é usada para designar as congregações de lyon, annecy e chambéry

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vi jovens discernindo a vocação estimulados pelo testemunho de vida de nossas irmãs. vi leigos assumindo a coordenação de nossas obras com zelo, responsabilidade social e honestidade. vi voluntários e voluntárias prestando serviço às nossas irmãs em suas comunidades por terem sido, de alguma forma, agraciados com a presença delas em algum momento de suas vidas. vi... e vendo, fui confirmando que nossa presença num mundo que se torna cada vez mais intercultural e inter-religioso, deve protagoni-zar o sentido do sagrado em todas as dimensões da vida.

Nesta fase de existência vejo a presença da congregação das irmãs de são José encaixar-se no ensinamento de Jesus sobre a videira verdadeira. cada consagrada é uma videira e cada missão/região/Província um parreiral. Precisamos de cuidados constan-tes e renovados para continuar a estender nossos ramos e pro-duzir frutos que estejam ao alcance de todos. Precisamos cuidar do caro próximo e cuidar da nossa essência, dando ao criador da videira o direito de ocupar-se com ela.

irmã ieda maria Tomaziniconselheira Geral

roma, itália

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sexta feira santa – procissão de Nosso senhor morto. caminho no meio do povo refletindo sobre esse grande mar-

co nas nossas vidas quando, alguém toca no meu braço, pede desculpa, afirma estar olhando-me há algum tempo e desejan-do saber se eu era realmente quem ela imaginava. sorri; e ela entusiasmadamente perguntou-me: “você é a apresentadora do Programa semeando vida? eu assisto todas as semanas”.

um outro dia; estava fazendo compras no supermercado e alguém se aproximou e disse: “sabe, desde que assisti o Progra-ma semeando vida tenho uma outra postura no supermercado: primeiro compro os produtos naturais para depois olhar para os produtos industrializados. ainda mais: eu diminui os enlatados da minha casa”.

Tal como esses dois encontros “surpresas” eu tive muitos outros a partir do momento em que assumi a apresentação do Programa semeando vida. ao mesmo tempo em que me alegra; interpela-me existencialmente na vivência do dia a dia.

ser apresentadora extrapola uma simples preparação e apre-sentação. cada assunto apresentado, cada pessoa entrevistada me faz refletir sobre a minha própria vivência. acredito que o meio mais seguro de influenciar as pessoas é o próprio exemplo da nossa vida. cresci com essa oportunidade de servir.

além desse aspecto, estar participando de um programa de Tv também desperta em mim o sentimento profundo de respeito a cada ser que nos assiste. sempre, antes de iniciar o programa, eu gosto de me concentrar e imaginar cada pessoa do “outro lado da tela”, cada lar, cada espaço em que eu entro com toda a nossa equipe. são salas, quartos, cozinhas, bares e tantos outros

Experiência como apresentadora do Programa Semeando Vida

lugares. são famílias integradas, desunidas; são pessoas alegres, tristes, isoladas, amadas, desencantadas... No meu coração, peço licença, e também a graça de deus para podermos transmitir algo que toque o coração de cada um, de cada uma, no momento e na situação que está vivendo.

ser apresentadora do Programa semeando vida é também uma grande aprendizagem de trabalho em equipe. cada pala-vra; cada gesto, cada mensagem é fruto do trabalho em comum. Quantas vezes sonhamos, planejamos, discernimos juntas não só como irmãs, mas como equipe de trabalho junto á equipe da Tv século 21 e da participação de tantos amigos e amigas que cola-boraram na execução.

o fruto colhido foi semeado por todas e todos. só podemos nos alegrar por isso.

agradeço a todos e todas vocês por essa oportunidade: agra-deço a você ir. luiza Gonzaga Tecilla e ao Padre eduardo dou-gherty, sJ, que nos proporcionaram esse espaço; agradeço a toda a equipe da Tv século 21, a todas as congregações de são José pela dedicação e apoio; aos leigos e leigas do Pequeno Projeto; aos convidados a serem entrevistados e entrevistadas e a todas as pessoas que entusiasticamente nos apoiam como a jovem da procissão e a senhora do supermercado.

Que o Programa semeando vida continue sendo um grande meio da vivência da unidade sonhada por Pe. medaille e as nos-sas primeiras irmãs.

ir. maria de Fátima rolim rosa são Paulo, são Paulo

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Face às necessidades do povo e da igreja, as Províncias bra-sileiras e região N/Ne desafiaram-nos a entrar em discernimento para assumir a missão interprovincial em um assentamento em sidrolândia/ms.

sidrolândia está localizada ao norte do mato Grosso do sul, a 60 km de campo Grande. Nesta região se encontra o assenta-mento eldorado, formado por 2.900 famílias provindas de diver-sos estados do brasil.

comprometidas a responder a este desafio, estamos abertas e dispostas a pisar no chão sagrado deste povo sofrido que já nos aguarda com alegria e esperança.

Há a necessidade de organização das diversas pastorais com enfoque na formação de lideranças bem como no fortalecimento das comunidades já iniciadas.

em visitas realizadas nas escolas, foram constatadas realida-des gritantes como: gravidez na adolescência, tabagismo precoce e promiscuidade.

uma das dificuldades do assentamento são as distâncias que, em muitos casos, impedem as pessoas de se reunir, organizar e mobilizar-se na busca de seus direitos.

diante desta realidade nós, irmãs: clementina izabel Piove-san, maria selya Fing, regina célia list e vanda celia Gomes da silva, nos dispomos a ler os sinais de deus e a buscar com o povo as possíveis respostas para as necessidades.

o dinamismo de nosso carisma nos provoca à interdependên-cia, sendo a interprovincialidade uma resposta.

contamos com o apoio e a oração de cada um/a de vocês.comunidade do assentamento eldorado

sidrolândia, mato Grosso do sul

Abertura de Comunidade no Assentamento Eldorado em Sidrolândia/MS

“Em atitude de abertura e de atenção ao movimento de Deus Trindade em nós, refletimos a ne-cessidade de ultrapassar os li-mites do conforto e da acomoda-ção, deixando-nos desafiar pela Palavra de Deus, pelos apelos da Igreja e do mundo, especialmente pelas necessidades dos pobres.” (cf. cG 2009)

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Testemunhos de Vida

Nasci em 12 de outubro, em antonio Prado, rio Grande do sul. da mãe, lembro somente de suas mãos no dia da partida para junto de deus. eu tinha, então,

dois anos de idade.de meu pai, aprendi o respeito. de sua vida, ficaram os exemplos de amor, ternura e carinho.

a partilha foi algo marcante para nossa família. o pai dividia tudo o que tinha com alegria, ninguém saía da casa sem levar algo. após uma jornada de trabalho, todas as noites ajoelhávamos para rezar o terço. Foi do pai que aprendi a dar o melhor de mim mesma, em tudo o que faço, a partilhar o meu conhecimento e aprender com quem ensino.

aos 25 anos de idade, já irmã de são José, fui convidada a ser missionária na França, onde havia necessidade de ajuda, pois se vivia ali a triste realidade pós-guerra. ao chegar, não tive tempo para estudar o Francês; aprendi o idioma trabalhando no hospital. médicos e doentes foram muito acolhedores. eles me ensinaram a falar a língua.

Nossa viagem durou 32 dias de navio. Foram dias de convivência. conheci muitas pessoas. Fiz amizades que me ajudaram a concretizar a missão de irmã de são José.

chegando à França, experienciei a dura realidade de passar fome. Tínhamos dinheiro e não havia comida. após dois anos de trabalho no hospital, iniciei um trabalho com jovens, numa escola doméstica, onde eram preparadas

para assumirem o futuro na família e na vida profissional. Passavam ali de segunda a sexta-feira. ensinava-lhes a cos-turar, bordar e cozinhar. com elas aprendi a época do plantio e, juntas, fazíamos canteiros e cultivávamos hortaliças.

as jovens sentiam-se muito bem na casa. criávamos um clima de família. Quando as professoras as repreen-diam, vinham até mim e diziam: “irmã, a senhora nos corrige de uma forma que não nos machuca!”

sempre mantive bom relacionamento com todos, vivendo assim o carisma de comunhão.Nas férias, ficávamos com as crianças na colônia de Férias, enquanto os pais viajavam durante um mês.após 25 anos de missão na França, retornei ao brasil, para reforçar o grupo que estava na bahia. confesso

que gostava muito da França, mas aceitei o pedido e voltei, pois o desafio de ir para a bahia me fascinou. iniciamos o trabalho em alcobaça, no litoral sul da bahia, visitando famílias, ensinando a costurar, bordar,

cozinhar e remendar. a roupa pode ser simples, mas bem cuidada fica bonita. Também ensinava a fazer hortas nos quintais. o desafio era buscar recursos para construir poços para solucionar o problema da falta de água.

em eunápolis e itabela tive a missão de coordenar os cursos de corte e costura e de datilografia. sempre morei com jovens. sinto saudades daquele tempo. Hoje fico feliz com a visita das irmãs que moraram

comigo. lembram-me os bons momentos vividos juntas.aprendi com o povo a fazer remédios caseiros e, usando a medicina alternativa, curei muitas pessoas

doentes.sempre gostei de fazer amizades, sinto saudades de todos por onde passei.

deus me preparou para a minha vinda à vacaria/rs: Perdi a visão, depois um assaltante apontou a arma contra minha cabeça e, por fim, quebrei a perna.

o povo que tanto amei fez fila para despedir-se e me ajudou com o que podia. agora, estou aqui há alguns meses. Preparo-me para fazer outro

passo em minha vida. rezo e peço a deus Pai para que sejamos um como ele, Jesus e o espírito santo o são.

Fui aprendendo, com a experiência de deus, que quan-do as pessoas fazem algo que me magoa ou machuca,

devo pedir ao Pai que as perdoe, pois se soubessem o quanto me dói, elas não agiriam assim.

Quero dizer aos jovens que se preparem para a vida estudando, lendo e não perdendo tempo com futilidades. o futuro é exigente e vocês devem estar preparados para dar respostas convincentes.

ana Julia slongovacaria, rio Grande do sul

Conversa com Irmã Anna Julia Slongo “Pai que todos sejam um assim como tu estás

em mim e eu em ti” (Jo 17, 21)

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bendito seja deus e Pai de nosso senhor, Jesus cristo, que me abençoou e continua me abençoando. antes de criar o mundo, ele me escolheu e chamou, para viver o Pequeno Projeto, como irmã de são José. ele me predestinou a seguir seu Filho, Jesus, desde criança. Pela mediação de um Padre, fui estimulada a escolher a Congregação das Irmãs de São josé, visto que até os dezoito anos, nunca tive contato com religiosa nenhuma.

Feito Postulantado e Noviciado em Garibaldi, deus derra-mou uma Graça abundante sobre mim, enviando-me a Porto alegre, no Hospital são Pedro, para partilhar minha vida com os doentes mentais, ali internados, onde vivi durante quatro anos. o aprofundamento do documento Gaudium et spes e das conclusões da conferência de medellin, foram grandes instru-mentos que deus me ofereceu, para fortificar ainda mais meu elã missionário, sentido ainda quando criança: “aos oito anos queria ser missionária entre os povos indígenas”. e deus me fez conhecer o Grande mistério de sua vontade, enviando-me ao maranhão, (27 anos), amazonas, (um ano), Pará (14 anos), dando-me como herança a grande riqueza que o povo do Nor-te e Nordeste do brasil, partilhou comigo pela convivência nos Postos de saúde, na Formação e acompanhamento de Partei-ras leigas e agentes comunitários de saúde, a linda experiên-cia de caminhada com as comunidades eclesiais de base, no serviço de coordenação da região e ultimamente na periferia da Grande belém - marituba, num lugar de muita violência, uso de drogas e uma corrupta administração pública, abandonan-do os pobres na miséria, no lixo e na fome... Porém, um povo com muita fome da Palavra de deus.

Experiência de Vida, como Irmã de São José,

à luz de Ef 1,3-14

sei também que o sangue do cordeiro continua lavando meus pecados de medo, omissão, egoísmo e tantos outros praticados nesta caminhada. a Força do espírito, porém, é maior porque deixa sempre seu selo marcando meu coração.

enquanto espero a completa libertação, continuo firme, alegre, decidida em prosseguir nesta caminhada, com meus limites de idade (74 anos) e anemia Falciforme, que me levou à beira da morte, por três vezes.

digo com forte convicção, que, a energia que hoje ainda sinto, vem sim, em primeiro lugar, do deus da vida. mas que esta força sempre a encontrei na oração pessoal e comunitá-ria e na grande riqueza da convivência fraterna. repito: vida de oração e relações Trinitárias na comunidade foi o grande suporte na missionariedade, junto ao povo pobre. Que minha morte também seja um ato de agradecimento a deus, pelo vi-vido. amém!

ir. Pirina amalia Tumeleromarituba, Pará

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irmã Filomena, aos 101 anos de idade e 80 de vida consagrada, reside em veranópolis/rs, na co-munidade Nossa senhora de lourdes. como irmã de são José, garante que a longevidade é uma graça especial do criador: “sou feliz por isso Deus me deixa ainda aqui. e este prolongamento da vida significa que devo crescer cada vez mais no amor de deus, tendo fé Nele, rezando pela humanidade que tanto sofre”. e ela continua: “Neste momento, eu gostaria de abraçar deus e agradecer por tudo o que me concedeu ao longo de toda a minha existência. canto e louvo pelos dons recebidos”.

Falando sobre missão, irmã Filomena relata: “os pobres me ‘quebram’, por isso os ajudo através dos meus trabalhos manuais, da tapeçaria e do bordado. Fico tranquila, pois estou fazendo algo por eles. o trabalho junto aos portadores de necessidades especiais foi um noviciado para mim. com eles aprendi, mudei minha maneira de pensar, de agir e de amar. aprendi a ver o positivo em tudo. olhar sempre a qualidade, os dons das pessoas e não seus limites.

agradeço a congregação das irmãs de são José por todo o bem realizado, pelo amor e comunhão. Também peço a deus que continue abençoando a missão de todas as irmãs”.

irmãs ana Paula ribeiro e andréia PiresPorto alegre, rio Grande do sul

Irmã Filomena Fin

“Demos graças a Deus Pai, que nos chamou a partilhar, na claridade de sua luz, os privilégios dos Santos.” (Col. 1,12)

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Geral

No dia 19 de fevereiro de 2011, na cidade de Tupanci do sul/rs, aconteceu a celebração de consagração definitiva de ir. deisi Toniazzo, irmã de são José. em preparação a este mo-mento, foi realizada visita às comunidades com o objetivo de um despertar vocacional dos jovens e realizar um trabalho com as crianças. No último dia, no santuário de Nossa senhora da saúde, celebramos os frutos colhidos do nosso trabalho e da nossa presença junto ao povo das comunidades. cantamos e rezamos impulsionados pela mística do chão sagrado e pela coragem de tirar as sandálias e pôr-se a caminho com Jesus.

o lema inspirador da caminhada de ir. deisi é “Desamarre as sandálias, este chão é sagrado” (ex. 3,5), e este mesmo lema foi o eixo central do trabalho realizado pela equipe: um grupo significativo de irmãs de são José, um irmão marista, duas irmãs Franciscanas da santíssima Trindade e claudia Nu-nes, jovem vocacionada.

Foram momentos de animação e motivação das comuni-dades.

a celebração da consagração definitiva de irmã deisi Tonia-zzo, aconteceu na comunidade de sede claudinos. a missa foi presidida por dom orlando dotti, bispo emérito da diocese de vacaria/rs, acompanhado do Pároco Padre olivio degombuski e agemiro Guzzo.

ir. adelide cancilagoa vermelha - rs

Consagração Definitiva

“Desamarre as sandálias, este chão é

sagrado” (Ex. 3,5)

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Jesus sonhava e sonha para as pessoas uma vida plena, com uma qualidade baseada em condições dignas de sobrevi-vência: alimentação, moradia, acesso a meios que promovam a saúde, relações saudáveis e construtivas. deseja que a pessoa respeite sua vida e realize tudo para a sua promoção e valo-rização.

a citação bíblica de Jesus sobre vida em abundância vai ao encontro da busca pela qualidade de vida que hoje almejamos como sociedade.

a organização mundial da saúde (oms) definiu qualidade de vida como “a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações” (WHoQol GrouP, 1994).

essa expressão “qualidade de vida” anda muito em voga, mas o seu significado é complexo, subjetivo, abrangente e va-ria em função da época, das crenças e da pessoa. Qualidade de vida tem a ver com a forma como cada um se vê e vê o mundo. a avaliação desta qualidade é feita de acordo com os critérios, tais como educação, profissão, escolaridade, necessi-dades individuais, saúde, que são diferentes para cada pessoa e para cada situação, pois há grande diversidade de condições sociais, de níveis de vida, de estados psíquicos e físicos e de crenças.

ao debruçarmo-nos sobre a qualidade de vida, não pode-mos deixar a saúde de lado, seja numa perspectiva biológica ou bioética, pois a qualidade de vida está subjacente à dor, à doença, ao sofrimento, mas também à acessibilidade para todos no que diz respeito a manter-nos saudáveis.

muitas vezes temos a tendência de pensar que a busca da qualidade de vida depende apenas de fatores externos. são, sim, importantes, mas não determinantes.

cada um/a é responsável pela busca da qualidade de vida, ou seja, depende do esforço pessoal e determinação.

uma ótima maneira para iniciarmos nossa busca por mais qualidade de vida é cuidarmos de nossa saúde corporal através de exercícios periódicos que auxiliem a mobilidade, a amplitude de movimento de cada articulação, o alongamento das fibras musculares, o alinhamento vertebral, a consciência global de nosso corpo.

os exercícios, além dos benefícios citados acima, são fun-damentais para relaxarmos e sermos pessoas tranquilas ca-pazes de enfrentar também os desafios apresentados no dia a dia.

Vida em abundância e

qualidade de vida

“Eu vim para que todos tenham vida e a tenham

em abundância.” Jo 10,10

recomendo que cada um/a escolha o horário que conside-rar ideal e possa dar um tempo para si; coloque roupas adequa-das, de preferência roupas leves e soltas; quanto ao ambiente, escolha onde se sentir melhor. se for ambiente interno, coloque uma música suave para relaxamento. Procure deixar de lado todas as preocupações, afazeres,...; respire profundamente, inspirando (puxando o ar) pelo nariz e expirando (soltando o ar) pela boca. bom exercício e uma ótima qualidade de vida!

ir. ana Paula ribeiroveranópolis, rio Grande do sul

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a antífona de entrada da liturgia da Festa de são José sugere contemplarmos o cuidado de José com maria, com seu Filho Jesus, com a casa e a casa-mundo. as experiências vividas em nossas

famílias de origem, as relações e o cuidado com a vida em nossas comunidades religiosas, o compro-misso de leigos e leigas do Pequeno Projeto de viver a espiritualidade das irmãs de são José e o encontro

das irmãs de são José de chambéry, Província de Porto alegre, com os familiares nos desafia a construir um novo jeito de ser presença num contexto de mundo transcultural, multicultural e virtual.

Queremos destacar o cuidado de josé no ambiente e nas relações com quem ele conviveu. relações de pai e esposo providente, prudente, justo e fiel. o Pai celeste confia-lhe a segunda Pessoa da santíssima Trindade, o Filho

amado; confia-lhe maria, a mãe de Jesus, nossa mãe.a família de Nazaré vive na simplicidade, no trabalho para ganhar o sustento, na contínua mobilidade, enfrentando difi-

culdades, desafios, desconfortos e intranquilidades. José escuta deus que lhe fala através de sinais, do anjo, em sonhos... ele acredita e segue o caminho indicado. estas e outras situações compõem o cenário de oração de José, de contemplação diante

do mistério de maria e de Jesus. olhando para nossas famílias de origem, para as comunidades religiosas, para os grupos de leigos e leigas do Pequeno Projeto,

perguntamo-nos: que iluminação nos vem da Família de Nazaré?vivemos em contextos tão diferentes!leonardo boff, no livro: ‘são José, a personificação do Pai’, nos diz: “... tanto lá como aqui, convivemos com pessoas humanas

que amam, que se angustiam, que têm perplexidades e que buscam sentido, que trabalham e que cuidam. Pessoas habitadas por sonhos, valores, propósitos de felicidade e de paz”.

somos famílias, grupos, que desejamos viver o amor, pois o núcleo imutável da família é o afeto, o cuidado de um para com o outro, a vontade de estarmos juntos.

a Família de Nazaré ilumina todas as famílias, neste lado da relação, do amor, do cuidado, da fidelidade entre Jesus, maria e José e em nosso compromisso social. o que aprendemos e vivemos em nossas famílias de origem são valores da fé, da honestidade, de relações de solidariedade, de compromisso uns para com os outros, de cuidado com as relações de vizinhanças, de participação na comunidade eclesial, de respeito com a terra e da oração em família. e, a isto tudo, damos continuidade em nosso processo formativo na congregação.

é uma tela que compomos!...Fios que ajudaram a tecer a história das nossas famílias, da congregação das irmãs de

são José e que trazemos presente, nesta festa de 20 de março de 2011. Queremos reacender a chama da relação amorosa entre as múltiplas famílias, conscientes de que formamos uma única família.

a centralidade de nossas vidas é Jesus cristo; optamos para viver juntos/juntas, com coragem, fidelidade, com responsabilidade social e espiritual, com-prometidas no cuidado da vida e a serviço da vida, especialmente onde ela está ferida, nos recantos do mundo onde nos encontramos.

a unidade desejada por Jesus e proposta para nós, pelo Fundador, Pe. Jean Pierre médaille, como carisma da congregação, possa ser concreti-zado, difundido, sempre com maior paixão.

bendizemos a deus pela alegria do encontro, da festa, da convi-vência entre irmãs e Famílias das irmãs, leigas e leigos do Peque-

no Projeto. imploramos as bênçãos de são José para vivermos entre nós e com o querido próximo relações de amor como viviam jesus, Maria e josé.

irmã alirce ZanellaPorto alegre, rio Grande do sul

Encontro, Convívio eFesta de São José

“Eis o servo fiel e prudente, a quem Deus confiou a sua casa.” (Lc 12,42)

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Sobre Irmã Dorothy irmã dorothy foi uma religiosa norte-americana naturalizada brasileira. era membro da congregação

das irmãs de Nossa senhora de Namur e desde 1966 desenvolveu sua atividade pastoral e missionária na região do Xingu, norte do brasil.

a irmã dorothy stang foi assassinada, com sete tiros, aos 73 anos de idade, no dia 12 de fevereiro de 2005, às 7h35 da manhã, em uma estrada de terra de difícil acesso, a 53 quilômetros da sede do município de anapu, no estado do Pará, região norte do brasil. seu corpo está enterrado em anapu, Pará, brasil.

Ir. DorothyJá completou o sexto ano de martírio de ir. do-

rothy stang. recordar é trazer novamente ao co-ração (re+cordar), é fazer memória viva e afetiva de algo ou de alguém que soube intuir o coração da existência, que soube colocar seu projeto nas estrelas, que penetrou no mistério mais profundo do ser e do fazer.

Nessa caravana de pessoas significativas da história, ir. dorothy certamente foi uma madrugadora de no-vos tempos. seu olhar rompeu fronteiras e transpôs horizontes perceptíveis somente por pessoas revestidas de uma mística evangélica, própria de grandes profetas.

em tempos de sedução pelo lucro, de ganância voraz, de demolição do planeta terra, de ilimitada cobiça pela amazônia, de consumo insustentável, ir. dorothy intuiu a presença divina à ‘brisa do dia’(Gn 3,8) da floresta, apostou no manejo inteligen-te da riqueza natural, acreditou na harmonia originária da obra do criador com o ser humano, este como cultivador do jardim criado. ir. dorothy mergulhou no mistério de deus que concede ao ser humano usufruir de todos os frutos do jardim, como nos relata o livro do Gênesis, sendo-lhe vedado o acesso à árvore da vida (Gn 2,17), ou seja, é negado ao ser humano o acesso à manipulação da vida. a vida não pode ser violada, pois é da esfera divina.

ir. dorothy compreendeu tal ordem divina de forma muito concreta. a vida das pessoas, das florestas, dos animais, toda a biodiversidade do planeta terra deve ser preservada. Tradu-

zindo em ação concreta, deixou-nos como herança o Projeto de desenvolvimento sustentável (Pds), projeto esse que se tornou referência para quem busca propostas alternativas de vida neste chão. Pela intuição e sonho do projeto, o Pds pode-ria ser traduzido, não mais como Projeto de desenvolvimento sustentável, mas como Plano divino de salvação da amazônia.

Nessa sua sedutora trajetória, ir. dorothy deixou-nos uma herança sagrada que sofre constantes ameaças de dilapida-ção, depredação, destruição. a ordem divina de não aproxi-mação da árvore da vida continua sendo violada. derrubam-se florestas, cobiçam-se terras, destroem-se sonhos.

a herança de ir. dorothy necessita de anjos postados às portas do paraíso (Gn 3,24), para proteger e defender o jardim da voracidade depredadora das serpentes de todos os tempos. cabe a cada pessoa de boa vontade defender esta sagrada herança.

ir. Zenilda luzia Petry – iFsJPresidente da crb regional

belém, Pará

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Encontro Irmãs de 1 a 15 anos de Consagração Definitiva

esta certeza também perpassou todo o encontro das irmãs de um a 15 anos de consagração definitiva, reali-zado nos dias 22 e 23 de janeiro de 2011, em curitiba/Pr. o encontro contou com a assessoria de ir. alirce Paulina Frigotto Zanella, ir. elisa Fátima Zuanazzi, ir. Geni estegues Perreira e ir. leni menegat.

o fácil entrosamento entre as irmãs vindas das diferentes regiões brasileiras e da bolívia favoreceu a convivên-cia e os trabalhos realizados nos dois dias. o encontro objetivou a retomada do processo formativo, desta etapa, de acordo com a proposta do Plano de Formação brasil/bolívia: “Para as irmãs de 1 até 15 anos de Profissão definitiva serão oportunizados encontros inter de estudo, reflexão, oração, convivência e partilha, com a finalidade de fazer a releitura da caminhada, avaliação do processo formativo, conforme as necessidades percebidas”.

o grupo optou por continuar o processo de reflexão, oração e partilha, realizando um encontro por ano. o próximo será nos dias 27 e 28 de janeiro de 2012, na bahia, com o tema: ressignificação da vr e identidade da isJ.

irmãs andréia Pires e irma aparecida de sousa

um olhar. depois outro e mais outro. olhar de irmãs de são José, carregados de sentido, buscando partilhar: vida, missão, oração, expectativas, anseios, preocupações, desejos, dificuldades, sonhos, desafios, projetos... olhares em sintonia, na mesma direção: “fixos em Je-sus”, observando-o, aprendendo a olhar o mundo, as realidades, as pessoas e a si próprias. uma canção ecoou entre as participantes:

“Olhos fixos em jesus, Avançaremos sempre além

Fazendo história, fiel memóriaDo verbo Eterno neste chão.”

(Ir. Miria T. Kolling)

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Foi assim que iniciou, há 40 anos, a Prelazia de são Felix do araguaia, mato Grosso: chinelo de dedo, chapéu de palha, percorrendo as distâncias a pé, a cavalo, de bicicleta ou carro de boi... missionários/as do brasil e de outros países junto com posseiros e homens do campo, dando-se as mãos, todos filhos e filhas do mesmo Pai, construindo a própria dignidade e resis-tindo à força opressora.

comunidades foram se formando, sustentadas pelo sangue dos mártires, celebrando a própria autonomia e a vida, resga-tada com o deus da vida.

as irmãs de são José estiveram na luta desde os primórdios da Prelazia, comprometidas com a educação, a saúde, a cele-bração da vida que vence a morte...

continuamos atuando no alto boa vista, hoje região, com 12 comunidades, onde a Palavra de deus, celebrada sema-nalmente, é a força inspiradora, que sustenta e renova a vida!

Todas as Pastorais são garantidas por equipes fiéis e com-petentes: liturgia, catequese, infância missionária, Pastoral da criança, saúde com remédios caseiros e visita aos doentes e pessoas idosas, grupos de rua, programa diário de rádio de segunda a sexta-feira (15 minutos) e aos sábados (uma hora). em 2009, foi implantado o dízimo em toda a Prelazia. reuni-mos líderes das comunidades e visitamos cada comunidade acompanhados de uma pessoa competente para orientar na organização.

O Reino está aqui, entre nós!

até junho de 2010, assumimos a coordenação e dinamiza-ção dessa igreja. atualmente contamos com um Pároco jovem, zeloso e competente.

estamos preparando a v romaria dos mártires, em ribei-rão cascalheira, nos dias 16 e 17 de julho, com a celebração dos 40 anos de Prelazia. o tema é TesTemuNHas do reiNo. desde 2010, estamos organizando as santas missões Popula-res que acontecem até julho. Para orientar-nos, foi preparado um livro, estudado em comunidade.

estamos preparando e organizando as lideranças para que todas as famílias sejam visitadas a partir de março. Todos/as são convidados/as para a romaria dos mártires; você também!

é nesse dinamismo e empenho que nós, irmãs de são José, concretizamos o nosso carisma de comuNHão, na alegria e no acolhimento.

ir. stella brunettaPrelazia de são Félix do araguaia, mato Grosso

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Mensagem de D. Pedro CasaldáligaQueridas irmãs de são José de chambéry,o Natal e o jubileu dos 400 anos de sua história convidam a renovar o testemunho de gratidão e de comunhão fraterna, por

muitos motivos da caminhada conjunta da congregação e da Prelazia. a congregação é família da Prelazia de são Félix do araguaia.

seguiremos muito unidos nas lutas e nas esperanças do reino.

em nome de toda a Prelazia, para todas as irmãs um forte abraço de Natal e de ano Novo com a novidade do evangelho.Pedro casaldáliga

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1 – um jovem missionário Francês, vendo a triste realidade pós-guerra teve a intuição de fundar uma con-gregação de irmãs para atender as necessitados dos pobres. como se chama este jovem? (vertical)

2 – algumas irmãs de são José que vivem e traba-lham no brasil, não pertencem à congregação das irmãs de são José de chambéry. a que outra organização das irmãs de são José pertencem?

3 – Puy, na França, é a cidade natal das irmãs de são José. como se chama uma das cidades importantes da França onde se formou uma das congregações de direito Pontifício, de origem francesa?

4 – Para trabalhar a animação vocacional existe um grupo formado por irmãs das várias congregações das irmãs de são José presentes no brasil. como se chama este grupo de animação vocacional?

5 – em indaiatuba, são Paulo, um grupo de jovens vive/estuda a vida e a missão das irmãs de são José. como se chama este período de formação da vida religiosa consagrada?

6 – Qual foi o segundo estado brasileiro que acolheu as irmãs missioná-rias francesas que vieram para o brasil?

7 – da França as irmãs de são José vieram para o brasil. Qual a cidade brasileira que recebeu as primeiras irmãs missionárias?

8 - em cada quantos anos acontece o capítulo Geral das irmãs de são José de chambéry?

9 – No início da história a sede da casa Geral das irmãs de são José estava localizada na França, com o passar do tempo mudou-se para a itália. em que cidade italiana está localizada a casa Geral das irmãs de são José de chambéry?

10 – com a revolução Francesa as irmãs foram dispersas. Terminada a guerra voltaram a se reunir e formaram comunidades em diversas dioceses, fundando congregações com o no nome de irmãs de são José da cidade onde reiniciaram. assim surgiram as 41 congregações de são José, formando con-federações. uma dessas congregações americanas tem irmãs atuando no brasil. como se chama esta congregação?

11 – uma congregação de origem italiana exerce sua missão em curitiba e rio de Janeiro. você sabe qual é está congregação?

Entretenimento

o ano 2010 foi muito festivo para as irmãs de são José: 360 anos de fundação da congregação e 400 anos de nascimento do Fundador. Para celebrar estas

datas foi elaborado uma revista comemorativa, contando a história da congregação.Para testar nossos conhecimentos elaboramos um quebra-cabeça, baseado na revista

comemorativa. se você não recebeu a revista ela está disponível no site www.isjbrasil.com.br.

Vamos, então, queimar neurônios ???

12 – uma irmã brasileira exerceu a missão de superiora Geral da congre-gação de são José de chambéry. você sabe quem foi?

13 - Qual a organização escolhida pelas irmãs de são José para mante-rem-se unidas e fortificarem sua vida e missão na américa latina e caribe?

14 – Qual o nome da jovem irmã francesa que veio ao brasil com apenas 24 anos de idade dedicou-se exclusivamente aos pobres/excluídos, em itu/sP e hoje está em processo de beatificação?

15 - uma congregação das irmãs de são José leva o mesmo nome de um município catarinense. sabe como se chama está congregação?

16 – congregação italiana que veio para a america do sul e exerce sua missão na argentina e no brasil?

17 – além das irmãs de são José, casais e jovens estudam e vivem o caris-ma e a espiritualidade da congregação. como se chama este grupo?

18 - No rio Grande do sul as irmãs se destacaram pela coragem, dina-mismo e espírito missionário. Qual foi o primeiro município gaúcho em que as irmãs de são José fixaram residência?

19 – uma das formas usadas para mostrar a missão das irmãs de são José, no brasil, é um programa na Tv século 21. como se chama este pro-grama?

IRMÃS DE SÃO jOSÉ uM jEITO DE SER FELIZ! irmã adelide canci

respostas1. JeaN Pierre medaille - 2. iNsTiTuTo são José - 3. cHambérY - 4. savi - 5. Noviciado - 6. ParaNÁ7. iTu sP - 8. seis aNos - 9. roma - 10. rocHesTer - 11. cÚNeo - 12. HeleNa maria biaNcHi13. rede - 14. maria Teodora voiroN - 15. coNcordia - 16. PiNerolo - 17. llPP18. Garibaldi - rs - 19. semeaNdo vida

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“Padre jean Pierre Médaille resume a espiritualidade da Irmã de São josé numa consagração ao amor trinitário e convida a viver esse amor

como o viviam jesus, Maria e josé.” (Constituição nº 6)