irena sendler [em portugues] in memoriam (por: carlitosrangel)

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Irena Sendler A mãe dos meninos do Holocausto Fazer click para avançar IN MEMORIAM

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(may.08) verdadeira história impressionante de uma mulher notável que teve a coragem e amor para salvar mais de 2.500 crianças do Holocausto, e reuniu-los com sua família verdadeira décadas mais tarde. Ele faleceu em 12 de maio de 2008 Montagem gráfico inicial: Carlos Rangel: Nov.2007 Atualização de dados: may.2008

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Page 1: Irena Sendler [em portugues] IN MEMORIAM (por: carlitosrangel)

Irena SendlerA mãe

dos meninos do Holocausto

Fazer click para avançar

IN MEMORIAM

Page 2: Irena Sendler [em portugues] IN MEMORIAM (por: carlitosrangel)

Enquanto a figura de Oscar Schindler era aclamada pelo mundo

graças a Steven Spielberg, no qual se inspirou

para fazer o filme que conseguiu sete prémios “Oscar” em 1993,

narrando a vida deste industrial alemão que evitou a morte

de 1.000 judeus nos campos de concentração,

Irena Sendler era uma heroína, desconhecida fora da Polónia

e apenas reconhecida no seu país por alguns historiadores,

já que os anos de obscurantismo comunista

apagaram a sua façanha dos livros de história oficiais.

Além disso, ela não contou a ninguém

nada sobre a sua vida durante aqueles anos.

Page 3: Irena Sendler [em portugues] IN MEMORIAM (por: carlitosrangel)

Em 1999 a sua história começou a ser conhecida,

curiosamente, graças a um grupo de alunos de um Instituto do Kansas

e a um trabalho de final de curso sobre os heróis do Holocausto.

Na sua investigação, conseguiram poucas referências sobre Irena.

Só existia um dado surpreendente:

tinha salvo a vida de 2.500 meninos.

Como é possível que só existisse esta informação sobre uma pessoa assím?

A grande surpresa chegou quando, após procurar o local da sepultura de Irena,

descobriram que a mesma não existia, porque ela ainda vivia,

…e, de facto, ainda vive…

Hoje, é uma anciã de 97 anos

que reside num Lar de Idosos, no centro de Varsovia,

num quarto onde nunca faltam os ramos de flores

e cartões de agradecimento,

provenientes do mundo inteiro.

Page 4: Irena Sendler [em portugues] IN MEMORIAM (por: carlitosrangel)

Quando a Alemanha invadiu o país em 1939, Irena era enfermeira no Departamento de Bem-Estar Social de Varsovia,

no qual cuidava das salas de jantar da cidade.

Em 1942 os nazis criaram um “ghetto” em Varsovia. Irena,

horrorizada com as condições em que se vivía alí, uniu-se ao Conselho para

a Ajuda aos Judeus.

Conseguiu identificações da oficina sanitaria, em que uma das tarefas era a luta contra as doenças contagiosas.

Como os alemães invasores tinham medo de uma possível epidemia de

Tifu, permitiam que os polacos controlassem o recinto.

Page 5: Irena Sendler [em portugues] IN MEMORIAM (por: carlitosrangel)

De imediato se colocou em contacto com familias, às quais se ofereceu para levar os seus filhos para fora do “ghetto”…

Mas não podia dar garantias de sucesso.

Era um momento horroroso. Tinha que convencer os pais a entregarem-lhe os filhos, e eles perguntavam-

lhe:

“Podes prometer-me que o meu filho viverá…?"

…mas o que podia alguém prometer, quando nem sequer sabia se conseguiam sair do ghetto?

Page 6: Irena Sendler [em portugues] IN MEMORIAM (por: carlitosrangel)

As mães e as avós não se queriam separar dos seus filhos e netos. Irena compreendia-as perfeitamente, pois ela também era mãe, e sabía perfeitamente que, de todo o processo que ela conduzia com os

meninos, o momento mais doloroso era o da separação.

Algumas vezes, quando Irena ou as suas companheiras voltavam a visitar as famílias para tentar convencê-las a mudar de opinião, ficavam a saber que todos tinham sido levados para o combóio

que os levava para os campos de concentração.

Cada vez que lhe acontecia algo assim, lutava ainda com mais força para salvar mais meninos.

A única certeza era que os meninos morreríam

se permanecessem alí.

Page 7: Irena Sendler [em portugues] IN MEMORIAM (por: carlitosrangel)

Começou a retirá-los em ambulâncias como vítimas de Tifu,

mas logo começou a utilizar tudo o que estava ao seu alcance

para os esconder e tirar dalí:

cestos de lixo, caixas de ferramentas,

carregamentos de mercadorias,

sacos de batatas, ataúdes...

nas suas mãos, qualquer coisa

se transformava num meio de fuga.

Conseguiu recrutar pelo menos uma pessoa

de cada um dos dez centros do Departamento de Bem-Estar Social.

Com a ajuda dessas pessoas, elaborou centenas

de documentos falsos com assinaturas falsificadas

dando falsas identidades aos meninos judeus.

Page 8: Irena Sendler [em portugues] IN MEMORIAM (por: carlitosrangel)

Irena vivía os tempos de guerra

pensando nos tempos de paz.

Por isso, não lhe bastava somente manter esses meninos com vida.

Quería que um dia pudessem recuperar os seus verdadeiros nomes,

a sua identidade, as suas histórias, as suas famílias.

Então, inventou um arquivo em que registava

os nomes dos meninos e as suas novas identidades.

Anotava os dados em pequenos pedaços de papel,

guardava-os dentro de frascos de conserva,

que depois enterrava debaixo de uma macieira no jardim de um vizinho.

Assim guardou, sem que ninguém suspeitasse, o passado de 2.500 meninos…

até que os nazis fossem embora.

Page 9: Irena Sendler [em portugues] IN MEMORIAM (por: carlitosrangel)

Mas, um día, os nazis suspeitaram das suas actividades.

A 20 de Outubro de 1943, Irena Sendler foi detida pela Gestapo

e levada para a prisão de Pawiak, onde foi brutalmente torturada.

Num colchão de palha da sua cela,

encontrou uma imagem de Jesus Cristo.

Ficou com ela, como resultado de uma casualidade miraculosa

naqueles duros momentos da sua vida,

até 1979, ano em que se desfez dela

e entregou de presente a João Paulo II.

Irena era a única que sabia os nomes e as moradas

das famílias que albergavam os meninos judeus;

Suportou a tortura e recusou-se a trair os seus colaboradores

ou a qualquer dos meninos ocultos.

Page 10: Irena Sendler [em portugues] IN MEMORIAM (por: carlitosrangel)

Partiram-lhe os pés e as pernas

além de lhe aplicarem inúmeras torturas.

Mas ninguém conseguiu quebrar a sua vontade.

Desse modo, foi condenada à morte.

Uma sentança que nunca se cumpriu,

porque a caminho do lugar da execução,

o soldado que a transportava deixou-a escapar.

A resistência tinha-o subornado porque não queriam que Irena

morresse com o segredo da localização dos meninos.

Oficialmente, ela constava da lista de executados.

A partir de então, Irena continuou o seu trabalho,

mas com falsa identidade.

Page 11: Irena Sendler [em portugues] IN MEMORIAM (por: carlitosrangel)

No final da guerra, ela própria desenterrou os frascos e utilizou as anotações para encontrar os 2.500

meninos que colocou com famílias adoptivas.

Juntou-os com os seus parentes espalhados por toda a Europa, mas a maioria

perdeu os seus familiares nos campos de concentração nazis.

Os meninos apenas a conheciam pelo seu apelido: Jolanta.

Anos mais tarde, quando a sua história apareceu num jornal

juntamente com fotografias suas da época, várias

pessoas começaram a contactá-la e a dizer:

“Recordo-me da tua cara …sou um daqueles meninos,

devo-te a minha vida, o meu futuro e quero ver-te…”

Page 12: Irena Sendler [em portugues] IN MEMORIAM (por: carlitosrangel)

Irena tem, no seu quarto, centenas de fotografias

Com alguns daqueles meninos sobreviventes, ou com filhos deles.

Page 13: Irena Sendler [em portugues] IN MEMORIAM (por: carlitosrangel)

O seu pai, um médico que faleceu de tifu

quando ela ainda era pequena, fê-la memorizar o seguinte:

“Ajuda sempre aquele que se estiver a afogar,

sem ter em consideração a sua religião ou nacionalidade.

Ajudar alguém, a cada dia, tem que ser uma necessidade

que saia do coração”

Page 14: Irena Sendler [em portugues] IN MEMORIAM (por: carlitosrangel)

Irena Sendler vive todos estes anos numa cadeira de rodas, por causa das

lesões causadas pelas torturas efectudas pela Gestapo.

Não se considera uma heroína.

Nunca reinvidicou nenhum crédito pelos seus actos.

Sempre que alguém lhe pregunta sobre o que fez, Irena responde:

“Podería ter feito mais, e este lamento vai-me acompanhar até ao dia da minha morte."

Page 15: Irena Sendler [em portugues] IN MEMORIAM (por: carlitosrangel)

“Não se plantam sementes de comida.

Plantam-se sementes de bondade.

Tratem de construir um

circulo de bondade, Este os rodeará e os fará

crescer mais e mais”.

Irena Sendler

Page 16: Irena Sendler [em portugues] IN MEMORIAM (por: carlitosrangel)

Em Memória de Irena Sendlerowa1910-2008

Irena Sendler ascendeu a uma dimensão superior a 12 de Maio de 2008, pelas 8 horas da manhã em CEST, Varsóvia, Polónia, com 98 anos de idade.

Nasceu em Otwock, Polónia em 1910 e foi nomeada para Prémio Nobel da Paz em 2007. A sua vida foi um grande testemunho de valor, de amor e de respeito por todos, sem importar a sua raça, religião ou credo.

Ela vai continuar o seu caminho a outras dimensões em paz, sabendo que a sua mensagem prevalece. O seu legado de recuperação do mundo continua, assim como o triunfo do bem contra o mal.

Page 17: Irena Sendler [em portugues] IN MEMORIAM (por: carlitosrangel)

F I M

Conceito original, criação, texto e fotos desta apresentação, de autor anónimoMúsica: Recuerdos de la Alhambra, de Tarrega, em la voz de Nana Mouskouri

Reedição de formato cortesía de Carlos Rangel,com todos os agradecimentos e respeito ao seu criador original e à admirável Sra. Sendler

Santiago de Querétaro, Mexico, [email protected]

http://www.slideshare.net/carlitosrangel/ com valiosa colaboração de Pedro Marques pela tradução para Português

Porto, Portugal, [email protected]