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RESUMO Introdução: A neoplasia de +reoide é o câncer mais comum na região de cabeça e pescoço. Inicialmente o tratamento é cirúrgico com a re+rada do tumor, e após esta intervenção inicia-se a Iodoterapia, tratamento em que o paciente recebe doses terapêu+cas de Iodo 131 que são absorvidas pela glândula +reoide para ex+nguir qualquer tecido remanescente de células tumorais. Pouco se sabe sobre os efeitos colaterais do tratamento iodoterápico em paciente com neoplasia de +reoide. Obje4vos: Esta pesquisa teve por obje+vo realizar um levantamento bibliográfico sobre esses efeitos colaterais, através do método de revisão bibliográfica integra+va. Materiais e Métodos: Foi realizado um levantamento bibliográfico em bancos de dados, de ar+gos cienKficos nacionais e internacionais publicados sobre o tema, tendo preferência pelas publicações mais recentes, nos idiomas Espanhol, Português e Inglês. Resultados: Os principais efeitos colaterais abordados pelos trabalhos revisados foram: xerostomia, sialoadenite, hipossalivação, perda de paladar, maior suscep+bilidade a infecções bucais, dificuldade de mas+gação, deglu+ção e fonação, maior susce+bilidade ao aparecimento de lesões de cáries, variações na fala, edema da laringe, alterações nas funções dos músculos da face, riscos teratogênicos, obstrução do canal nasolacrimal, náuseas, mialgia, vômitos, epigastralgia, taquicardia, insônia, tremores, calor intenso, fadiga, labilidade emocional, perda de peso, irregularidade menstrual, adinamia, disfagia, exoQalmia, queda de cabelo, cefaleia, câimbras, ganho de peso, sensibilidade ao frio e diminuição de libido. Conclusão: Os efeitos colaterais devem ser relatados ao profissional de saúde responsável pelo acompanhamento do tratamento, para que medidas possam ser tomadas. Além disso, abordou-se a importância do papel do farmacêu+co no tratamento da Iodoterapia. Ressalta-se a necessidade do fomento de pesquisas sobre esse assunto no meio cienKfico. Palavras-chave: Iodoterapia. Neoplasia. Glândula Tireoide. Iodo. Farmacêu+co. ABSTRACT Introduc4on: Thyroid neoplasm is the most common cancer in the head and neck region. Ini+ally, the treatment is surgical with the removal of the tumor, and aQer this interven+on Iodotherapy begins, a procedure in which the pa+ent receives therapeu+c doses of Iodine 131 that are absorbed by the thyroid gland to ex+nguish any remaining +ssue of tumor cells. LiZle is known about the side effects of iodotherapy treatment in pa+ents with thyroid neoplasia. Objec4ves: This research aimed to perform a bibliographic survey on these side effects, through the method of integra+ve bibliographic review. Materials and Methods: A bibliographic study was carried out on databases of na+onal and interna+onal scien+fic ar+cles published on the subject, with preference being given to the most recent publica+ons, in Spanish, Portuguese and English. Results: The main side effects were: xerostomia, sialoadeni+s, hyposaliva+on, loss of taste, increased suscep+bility to oral infec+ons, difficulty in chewing, swallowing and phona+on, increased sensi+vity to cavi+es, speech changes, laryngeal edema, changes in the func+ons of facial muscles, teratogenic risks, nasolacrimal canal obstruc+on, nausea, myalgia, vomi+ng, epigastralgia, tachycardia, insomnia, tremors, intense heat, fa+gue, emo+onal lability, weight loss, menstrual irregularity, adynamia, dysphagia, exophthalmia, hair loss, headache, cramps, weight gain, sensi+vity to cold and decreased libido. Conclusion: Side effects should be reported to the healthcare provider responsible for the follow-up of treatment so that measures can be taken. Also, the role of the pharmacist in the treatment of iodine therapy was discussed. Promo+ng research on this subject in the scien+fic field is necessary. Keywords: Iodotherapy. Neoplasia. Thyroid gland. Iodine. Pharmaceu+cal. Iodoterapia e seus Efeitos Colaterais no Tratamento de Neoplasia de Tireoide IODOTHERAPY AND ITS COLLATERAL EFFECTS IN THE TREATMENT OF THYROID NEOPLASIA 1 Discente do Curso de Farmácia – Faculdades Integradas Aparício Carvalho (FIMCA), 2 Professora, Especialista – Faculdades Integradas Aparício Carvalho (FIMCA) Abraão do Car*o Sussuarana 1 , Josimar Albuquerque Roque 1 , Grace Kelly Almeida 2 REVISTA FIMCA 15 INTRODUÇÃO A +reoide é uma glândula importante do sistema endócrino responsável pela produção de hormônios que agem no controle de diversos órgãos do corpo humano. O câncer de +reoide é Volume 5 . Número 1 . Abril, 2018

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RESUMO

Introdução: A neoplasia de +reoide é o câncer mais comum na região de cabeça e pescoço. Inicialmente o tratamento é cirúrgico com a

re+rada do tumor, e após esta intervenção inicia-se a Iodoterapia, tratamento em que o paciente recebe doses terapêu+cas de Iodo131

que são absorvidas pela glândula +reoide para ex+nguir qualquer tecido remanescente de células tumorais. Pouco se sabe sobre os

efeitos colaterais do tratamento iodoterápico em paciente com neoplasia de +reoide. Obje4vos: Esta pesquisa teve por obje+vo realizar

um levantamento bibliográfico sobre esses efeitos colaterais, através do método de revisão bibliográfica integra+va. Materiais e

Métodos: Foi realizado um levantamento bibliográfico em bancos de dados, de ar+gos cienKficos nacionais e internacionais publicados

sobre o tema, tendo preferência pelas publicações mais recentes, nos idiomas Espanhol, Português e Inglês. Resultados: Os principais

efeitos colaterais abordados pelos trabalhos revisados foram: xerostomia, sialoadenite, hipossalivação, perda de paladar, maior

suscep+bilidade a infecções bucais, dificuldade de mas+gação, deglu+ção e fonação, maior susce+bilidade ao aparecimento de lesões de

cáries, variações na fala, edema da laringe, alterações nas funções dos músculos da face, riscos teratogênicos, obstrução do canal

nasolacrimal, náuseas, mialgia, vômitos, epigastralgia, taquicardia, insônia, tremores, calor intenso, fadiga, labilidade emocional, perda

de peso, irregularidade menstrual, adinamia, disfagia, exoQalmia, queda de cabelo, cefaleia, câimbras, ganho de peso, sensibilidade ao

frio e diminuição de libido. Conclusão: Os efeitos colaterais devem ser relatados ao profissional de saúde responsável pelo

acompanhamento do tratamento, para que medidas possam ser tomadas. Além disso, abordou-se a importância do papel do

farmacêu+co no tratamento da Iodoterapia. Ressalta-se a necessidade do fomento de pesquisas sobre esse assunto no meio cienKfico.

Palavras-chave: Iodoterapia. Neoplasia. Glândula Tireoide. Iodo. Farmacêu+co.

ABSTRACT

Introduc4on: Thyroid neoplasm is the most common cancer in the head and neck region. Ini+ally, the treatment is surgical with the

removal of the tumor, and aQer this interven+on Iodotherapy begins, a procedure in which the pa+ent receives therapeu+c doses of

Iodine131 that are absorbed by the thyroid gland to ex+nguish any remaining +ssue of tumor cells. LiZle is known about the side effects of

iodotherapy treatment in pa+ents with thyroid neoplasia. Objec4ves: This research aimed to perform a bibliographic survey on these side

effects, through the method of integra+ve bibliographic review. Materials and Methods: A bibliographic study was carried out on

databases of na+onal and interna+onal scien+fic ar+cles published on the subject, with preference being given to the most recent

publica+ons, in Spanish, Portuguese and English. Results: The main side effects were: xerostomia, sialoadeni+s, hyposaliva+on, loss of

taste, increased suscep+bility to oral infec+ons, difficulty in chewing, swallowing and phona+on, increased sensi+vity to cavi+es, speech

changes, laryngeal edema, changes in the func+ons of facial muscles, teratogenic risks, nasolacrimal canal obstruc+on, nausea, myalgia,

vomi+ng, epigastralgia, tachycardia, insomnia, tremors, intense heat, fa+gue, emo+onal lability, weight loss, menstrual irregularity,

adynamia, dysphagia, exophthalmia, hair loss, headache, cramps, weight gain, sensi+vity to cold and decreased libido. Conclusion: Side

effects should be reported to the healthcare provider responsible for the follow-up of treatment so that measures can be taken. Also, the

role of the pharmacist in the treatment of iodine therapy was discussed. Promo+ng research on this subject in the scien+fic field is

necessary.

Keywords: Iodotherapy. Neoplasia. Thyroid gland. Iodine. Pharmaceu+cal.

Iodoterapia e seus Efeitos Colaterais noTratamento de Neoplasia de TireoideIODOTHERAPY AND ITS COLLATERAL EFFECTS IN THETREATMENT OF THYROID NEOPLASIA

1Discente do Curso de Farmácia – Faculdades Integradas Aparício Carvalho (FIMCA), 2Professora, Especialista – Faculdades

Integradas Aparício Carvalho (FIMCA)

Abraão do Car*o Sussuarana1, Josimar Albuquerque Roque1, Grace Kelly Almeida2

REVISTA FIMCA 15

INTRODUÇÃO

A +reoide é uma glândula importante do sistema endócrino responsável pela produção de

hormônios que agem no controle de diversos órgãos do corpo humano. O câncer de +reoide é

Volume 5 . Número 1 . Abril, 2018

a neoplasia endócrina mais comum; suaincidência é pequena se comparado a outrasneoplasias, entretanto a taxa de crescimentoda neoplasia de 6reoide vem aumentandonos úl6mos anos, já́ sendo a quarta neoplasiamais frequente nas mulheres brasileiras. Esseaumento deve-se principalmente aoaumento do diagnós6co dos pequenoscarcinomas papilíferos (DAVIES; WELCH,2006; INCA, 2012).

Segundo o Ins6tuto Nacional de Câncer(INCA) o câncer de 6reoide é raro na maiorparte da população mundial, representandoentre 2% e 5% do total de câncer emmulheres e menos de 2% nos homens. Ases6ma6vas do INCA para 2016/2017, são de6.960 novos casos de câncer de 6reoide(1.090 em homens e 5.870 em mulheres) noBrasil, com um risco es6mado de 1,08 casos acada 100 mil homens e 5,70 casos a cada 100mil mulheres (INCA, 2016).

Quando diagnos6cado o câncer de 6reoide,os doentes necessitam de acompanhamentomédico por um longo prazo. O tratamentoinicial para a doença é controverso, podendoser primeiramente realizada uma cirurgiapara a re6rada do tumor (total ou parcial)e/ou um tratamento complementar comradioiodo. Pelos dados conflitantesencontrados, vários grupos de trabalho vêmsurgindo nos grandes centros de oncologiabuscando fatores prognós6cos que possamdecidir qual a melhor conduta a ser adotadainicialmente (INCA, 2002).Quando detectado um nódulo 6reoidiano,entre os procedimentos para determinar suadefinição, enfa6za-se a avaliação daadenomegalia cervical através de umlevantamento da história clínica maiscompleta possível e um exame clínicocriterioso. Em relação à anamnese, deve serdada atenção para o desenvolvimentobiológico, irradiação prévia e históricofamiliar de câncer da 6reoide, e desta formaos fatores de risco tem papel importante naconduta terapêu6ca (MAIA et al., 2007).

O caso de carcinomas diferenciados de baixorisco tem excelente resultado com o

tratamento conservador, sendo que apenas10% dos pacientes apresentam recidivatumoral, em décadas de seguimento, e 2%podem vir a falecer do tumor 6reoidiano. Poroutro lado, os de alto risco permitemsobrevida de 10 anos, variando de 0% a 60%,sendo de grande importância os fatores derisco presentes em cada caso. Por sua vez, oscarcinomas indiferenciados (anaplásicos) temum prognós6co ruim, sendo que a mortegeralmente é consequência de doençaincontrolável no pescoço, com invasão deestruturas nobres, e ocorre frequentementepouco tempo após o diagnós6co (INCA,2002).

Iodoterapia é, como o nome já diz, a terapiacom iodo radioa6vo. O 131I, empregado pelaprimeira vez no ano de 1934 paradiagnós6co, e para tratamento em 1939,principiando a área da Medicina Nuclear, éu6lizado até hoje para estes procedimentos,sendo considerado uma tecnologiaconveniente para exames e terapia dehiper6reoidismo, e, principalmente, naablação da 6reoide nos tratamentos decâncer. O iodo radioa6vo é usado na terapiado controle dos carcinomas diferenciados daglândula 6reoide (OLIVEIRA; VALGAS, 2015).

O obje6vo deste tratamento de combate àscélulas cancerígenas presentes na 6reoide, édestruir através da radiação emi6da peloiodo, as funções destas células que aindarestaram após a cirurgia denominada6reoidectomia (SILVA; SANTOS, 2015).

De acordo com dados publicados pelo ComitêCienlfico das Nações Unidas sobre o Efeitoda Radiação Atômica (2000), 90% dosprocedimentos terapêu6cos em medicinanuclear u6lizam o 131I.

O iodo é um elemento presente no dia-a-diaprincipalmente no sal iodado queencontramos na alimentação. O iodo con6dono sal de cozinha é de muita importância,pois ele é a essencial fonte de nutrição para aglândula 6reoide. Esta glândula encontra-sena parte anterior do pescoço e, é responsávelpela secreção de hormônios essenciais para o

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metabolismo humano, como o T3 e T4(respec5vamente triodo5rosina etetraiodo5rosina) (FIGGE, 2016).

O iodo radioa5vo na forma de iodeto desódio (NaI-131), é um elemento queapresenta algumas caracterís5cas Ksicas amais que o iodo encontrado no sal, ele éproduzido por processos Ksicos a par5r doiodo encontrado na natureza. Por possuir asmesmas caracterís5cas que o iodo (NaI), oiodo radioa5vo é captado pela glândula5reoide, por fazer parte do metabolismo daglândula. Além destas caracterís5cas deafinidade com a 5reoide, este iodo é ditoradioa5vo por emi5r radiações de duasmaneiras: radiação gama (semelhante aosraios X) e radiação beta, esta úl5maempregada no propósito de terapia nocombate às células cancerígenas aindapresentes na glândula 5reoide (FIGGE, 2016).

A radiação beta emi5da pelo iodo radioa5vosão parXculas que possuem muita energia,que servirão como pequenas “bombas”, eirão ser armazenadas no tecido da 5reoidedestruindo as células cancerígenas (SILVA;SANTOS, 2015).

Com o tratamento da neoplasia de 5reoideatravés da Iodoterapia tem-se os efeitosagudos que são imediatos ao tratamento e oscrônicos que podem se estender por anos.Esses efeitos colaterais vão variar de acordocom a idade do paciente, bem como oestágio do desenvolvimento da neoplasia(OLIVEIRA; VALGAS, 2015).

Conhecer estas reações recorrentes àIodoterapia é de extrema importância para amedicina, a fim de tentar desenvolvermedidas que tragam mais conforto aos seuspacientes durante o tratamento. A escolha dotema da Iodoterapia, jus5fica-se a par5r dacompreensão do aprofundamento dedeterminada área, sendo possível adquirirnovas perspec5vas de uma proposição queapesar de comum, levanta muitas dúvidassobre o seu conteúdo. O tratamento daneoplasia de 5reoide através da Iodoterapia,além de ser o câncer mais comum na regiãoda cabeça e pescoço, ainda deixa incertezas

sobre seus efeitos colaterais, e muitas vezesos pacientes iniciam o tratamento sem acerteza das reações colaterais que irãoenfrentar.

Esta pesquisa teve como obje5vo principalcompreender quais são os principais efeitoscolaterais causados pela Iodoterapia notratamento da neoplasia de 5reoide, além deaprofundar-se sobre o papel do farmacêu5cono procedimento da Iodoterapia.

O presente trabalho torna-se relevante emrazão do crescimento da incidência nos casosda neoplasia de 5reoide, relacionando umassunto de grande importância para amedicina atual, visto o desafio da busca dotratamento mais eficaz para a cura do câncer,cuja esta neoplasia é responsável por umnúmero significa5vo de óbitos no mundotodos os anos.

MATERIAIS E MÉTODOS

Revisão Bibliográfica Integra4va

A revisão bibliográfica é a base que sustentaqualquer pesquisa cienXfica. Uma revisãobibliográfica é o processo de busca, análise edescrição de um corpo do conhecimento àprocura de resposta a uma perguntaespecífica. “Literatura” cobre todo o materialrelevante que é escrito sobre um tema:livros, ar5gos de periódicos, jornais, registroshistóricos, relatórios governamentais, teses,dissertações e outros 5pos (GALVÃO;SAWADA; ROSSI, 2002).

Esta pesquisa foi realizada a par5r de umarevisão bibliográfica do 5po Integra5va.Sendo uma alterna5va para revisarrigorosamente e combinar estudos comdiversas metodologias, por exemplo,delineamento experimental e nãoexperimental, e integrar os resultados. Tem opotencial de promover os estudos de revisãoem diversas áreas do conhecimento,mantendo o rigor metodológico das revisõessistemá5cas.

O método de revisão integra5va permite acombinação de dados da literatura empírica eteórica que podem ser direcionados à

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definição de conceitos, iden-ficação delacunas nas áreas de estudos, revisão deteorias e análise metodológica dos estudossobre um determinado tópico.

A combinação de pesquisas com diferentesmétodos na revisão integra-va amplia aspossibilidades de análise da literatura, sendopossível a abordagem de um determinadoassunto sob variadas opiniões de diversosautores (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008).

Critérios de Pesquisa

Em geral as áreas das neoplasias possuemum grande interesse por parte dospesquisadores, uma vez que periodicamentepublicados na literatura, estudos mostramnovas descobertas sobre os mecanismos dasdoenças, bem como alterna-vas inovadas detratamento. Dessa forma, um grande númerode estudos sobre as neoplasias com diversasconclusões e opiniões dis-ntas sãopublicados no meio cienTfico todos os anos.Entretanto, apesar desse elevado número depublicações sobre as neoplasias maisfrequentes, estudos específicos sobre asneoplasias de -reoide ainda são escassos, oque aumenta a necessidade de critériosprecisos para a realização de uma pesquisaconfiável.

Neste trabalho foi realizado umlevantamento bibliográfico em bancos dedados (a exemplo: PUBMED, SCIELO, LILACS,BVS entre outros), de ar-gos cienTficosnacionais e internacionais publicados sobreos efeitos colaterais da Iodoterapia notratamento da neoplasia de -reoide. Por setratar de um tema ainda pouco trabalhadono meio cienTfico e com baixo número depublicações, optou-se por uma grande escalatemporal para a escolha dos ar-gos. Destaforma, foram selecionados trabalhospublicados no período de 1990 a 2017, tendocomo critério de inclusão os ar-gospublicados em periódicos confiáveis, comênfase nos que abordam especificamente oassunto. Em um caso específico, tambémforam consideradas para os resultadosinformações de um clássico da literaturasobre a Iodoterapia publicado no ano de

1988.

A pesquisa foi realizada de formasupracitada, por meio da u-lização depalavras-chaves como método. Dentre elas,as principais palavras foram: Iodoterapia,Neoplasia, Glândula Tireoide, Iodo efarmacêu-co. As seleções dos ar-gos foramrealizadas com base em seus Ttulos edisponibilidade completa do texto, sendoselecionados ar-gos com a preferência dosidiomas Espanhol, Português e Inglês. Diantea pesquisa realizada, enfa-zou-se os ar-gosrecentes, pois expõem aplicabilidadecoerente com a prá-ca médica atual.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Neoplasia de Tireoide

Segundo a Organização Mundial de Saúde(2002) o câncer é um importante problemade saúde pública em países desenvolvidos eem desenvolvimento, sendo responsável pormais de seis milhões de óbitos a cada ano,representando cerca de 12% de todas ascausas de morte no mundo.

Guerra, Moura e Mendonça (2005) afirmamque o número de casos de câncer temaumentado de maneira considerável em todoo mundo, principalmente a par-r do séculopassado, configurando-se, na atualidade,como um dos mais importantes problemasde saúde pública mundial.

A neoplasia é uma forma de proliferaçãocelular não controlada pelo organismo, quefoge parcial ou totalmente ao controle etende à autonomia e à perpetuação, comefeitos agressivos sobre o homem. Asneoplasias podem ser benignas ou malignas.As neoplasias benignas ou tumores benignostem seu crescimento de forma organizada,geralmente lento, expansivo e apresentamlimites bem ní-dos. Apesar de não invadiremos tecidos vizinhos, podem comprimir osórgãos e tecidos adjacentes. O lipoma, omioma e o adenoma são exemplos detumores benignos (INCA, 2011).

As neoplasias malignas manifestam maiorgrau de autonomia e são capazes de invadir

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tecidos vizinhos e provocar metástases,podendo ser resistentes ao tratamento ecausar a morte do hospedeiro. As neoplasias(câncer in situ e câncer invasivo)correspondem a essa forma não controladade crescimento celular e, na prá;ca, sãodenominados tumores. No Brasil, es;ma-seque tenham ocorrido em média 596 milcasos de neoplasias malignas no ano de 2016(INCA, 2016).

A neoplasia de ;reoide é um tumor malignoda glândula ;reoide que fica localizada nopescoço e tem como função produzirhormônios. A ;reoide apresenta dois lóbulos,um direito e um esquerdo, ligados por umistmo. Juntos, eles assumem o formato deuma borboleta de asas abertas. Em uma;reoide saudável, seu tamanho e o seuaspecto (superQcie e coloração) apresentam-se normais. Quando a ;reoide apresentauma neoplasia benigna, a glândula ;reoideapresenta um crescimento de células,formando nódulos de aumento considerável.Normalmente esses nódulos são circunscritospor uma cápsula de tecido fibroso quedelimita o mesmo, e este nódulo não seinfiltra ou invade tecidos vizinhos. Na maioriados casos, o tumor pode ser removidototalmente e não existe risco de metástase(COELI et al., 2005).

No caso de uma neoplasia maligna, a ;reoideapresenta tumores de crescimento nãocontrolado, de tamanhos consideráveis, e senão forem tratados corretamente no início,podem se espalhar para outros órgãos, comoo pulmão, os ossos e o Qgado (INCA, 2016). AFigura 1 representa uma ;reoide saudável,uma com nódulo não maligno e uma ;reoidecom neoplasia maligna.

A neoplasia de ;reoide é um tumor maisfrequente nas mulheres e tende a ser maisagressivo em pessoas acima de 45 anos.Estes tumores são formados por células quese mul;plicam rapidamente edescontroladamente destruindo os órgãos ese espalhando para os linfonodos do pescoçoou para os pulmões. Um nódulo de ;reoidepalpável pode ser diagnos;cado em 4 a 7%da população adulta. Prevalecem em 50% astaxas em autópsia, apesar de comuns,apenas 5% do total de nódulos é maligno(HEGEDUS, 2004; COELI et al., 2005; INCA,2016).

A glândula ;reoide pode ser alvo de outrasenfermidades como: sarcomas, linfomas,carcinoma epidermóide, além de metástasesde outros tumores malignos, principalmenteos originados nos pulmões, rins e mamas. Oslinfomas são cânceres raros na glândula;reoide, sua incidência corresponde a menosde 1% de todos os casos. Esse ;po de câncerocorre com maior frequência em pacientesportadores de ;reoidites crônicas (REIS et al.,2008).

O câncer de ;reoide pode ser considerado omais comum da região da cabeça e pescoço.No Brasil, a neoplasia de ;reoidecorrespondeu a 1,3% de todos os casos decâncer matriculados no INCA de 1994 a 1998,e a 6,4% de todos os cânceres de cabeça epescoço. Os carcinomas diferenciados são osmais frequentes, entre eles existem oscarcinomas papilíferos, o carcinoma foliculare o carcinoma de células de Hurthle. Entre oscarcinomas pouco diferenciados temos oscarcinomas medulares e os carcinomasindiferenciados (COELI et al., 2005).

A presença de um nódulo na ;reoide, regiãoanterior baixo do pescoço, normalmente nãoé a indicação da presença de um câncer.Entretanto a ocorrência de nódulo;reoidiano em pacientes com história deirradiação prévia do pescoço ou históriafamiliar de câncer da ;reoide, é maissuspeito. Da mesma forma, a presença denódulo ;reoidiano, associado à presença delinfonodomegalia cervical e/ou sintoma de

REVISTA FIMCA 19Volume 5 . Número 1 . Abril, 2018

Figura 1: Ilustração representando uma ;reoidesaudável, uma ;reoide contendo uma neoplasiabenigna, e uma ;reoide contendo uma neoplasiamaligna. (Fonte: Jornal de Saúde, 2017)

rouquidão, que pode ser sintoma de tumormaligno nessa região (HEGEDUS, 2004).

A maioria das pessoas com câncer de Areoidenão tem sintomas. A causa exata do câncerde Areoide não é conhecida, mas as pessoascom certos fatores de risco são maisvulneráveis que outras à doença. O câncer deAreoide é comumente diagnosAcado em umaidade mais jovem do que a maioria dosoutros Apos de câncer em adultos. Segundo aSociedade Brasileira de Endocrinologia(2010) aproximadamente dois em cada trêscasos são diagnosAcados em pessoas commenos de 55 anos de idade. Cerca de 2% doscasos de câncer de Areoide ocorre emcrianças e adolescentes.

O diagnósAco do câncer de Areoideaumentou consideravelmente nos úlAmosanos devido ao aumento do uso do ultrassomde Areoide, que permite a detecção depequenos nódulos, que não poderiam serdiagnosAcados no passado. A taxa demortalidade por câncer de Areoide estáestável há alguns anos, e é baixa emcomparação com a maioria dos outros Aposde câncer. Entretanto o mesmo, ainda possuielevada importância devido ao alto númerode novos casos que são diagnosAcados todosos anos (VALENCIAGA et al., 2005).

O Tratamento da Neoplasia de Tireoide

Atualmente no Brasil, o tratamento daneoplasia de Areoide pode ser realizado deforma privada ou pública. Inicialmente paraeste Apo de tratamento eram fornecidasdoses de 100 e 250 mCi. No ano de 2014 aSecretaria de Atenção à Saúde do Ministérioda Saúde, incluiu na Tabela deProcedimentos do Sistema Único de Saúde(SUS) duas novas dosagens de 30mCi ou de50mCi, que são fornecidas de formastotalmente gratuitas. A autorização, controlee avaliação do procedimento devem serfeitos em conformidade com o ProtocoloClínico e Diretrizes TerapêuAcas doCarcinoma Diferenciado da Tireoide, doMinistério da Saúde (BRASIL, 2017).O protocolo de tratamento para a neoplasiade Areoide inicia-se com uma avaliação pelo

médico nuclear responsável, que analisa oseu relatório cirúrgico, para verificar o Apo decirurgia realizada e possíveis sequelas comodificuldade de degluAção do materialradioaAvo. É analisado também o laudohistopatológico do tumor. São feitosanamnese e exame esico para a verificaçãode coexistência de outras doenças como,diabetes e hipertensão e o tratamento queestá sendo elaborado (LIMA, 2014).

Segundo Figge (2016), em geral o tratamentodo câncer de Areoide é cirúrgico(Areoidectomia total ou parcial) e leva emconta o Apo e a gravidade da doença. Caso ascélulas malignas tenham compromeAdo osgânglios cervicais, é necessário reArá-los.Rouquidão e queda de cálcio sãocomplicações da Areoidectomia associadas alesões de estruturas como os nervoslaríngeos e as glândulas paraAreoidesrespecAvamente durante a cirurgia.

Depois de 4 a 6 semanas da intervenção, opaciente recebe doses terapêuAcas de iodoradioaAvo em ambiente hospitalar paraexAnguir qualquer tecido remanescente decélulas tumorais no corpo, iniciando-se oprocesso de Iodoterapia para o tratamentoda neoplasia da Areoide (LORENA; SILVA,2014).

O protocolo da Iodoterapia é estabelecido deacordo com as normas do InsAtuto Nacionaldo Câncer. O mesmo é composto por duasfases, fase I “diagnósAca e terapêuAca” e faseII “seguimento”. Na primeira fase, o pacienteé submeAdo a uma cinAlografia de Areoide ecaptação de 131I em 24 horas; cinAlografia decorpo inteiro com 5mCi de 131I; radiografiade tórax para pesquisar metástasespulmonares detectáveis por esse exame;hemograma e dosagens séricas de cálcio,fosfato, hormônio esAmulante da Areoide(TSH) e Areoglobulina (TG). Na faseterapêuAca, a quanAdade de radioiodo irávariar de 150 mCi a 200mCi. Sucedido aquanAdade de radioiodo captado menor que5% deve-se proceder ao rastreamento docorpo inteiro, na circunstância de ser posiAvoapenas na região cervical, o paciente será

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subme&do a uma dose abla&va (100mCi). Emambos os casos, haverá internação emquarto especial e o paciente somente seráliberado quando a radiometria a 1 metro forigual a 5mR/h. Diante de um período de 7 a10 dias após o tratamento um novorastreamento em todo o corpo é realizado,pós-dose, para evidenciar possíveis sí&osmetastá&cos antes não detectados (INCA,2002).

Na fase de seguimento, o paciente retornaem 6 meses para verificar a necessidade deuma nova Iodoterapia. A avaliação é feitaatravés da dosagem de &reoglobulina, umaproteína responsável por armazenar oshormônios &reoideanos. As células da&reoide são as únicas capazes de produziressa proteína. Assim, em um paciente&reoidectomizado em uso de hormônio, a&reoglobulina deve ser menor que 0,5ng/ml.Logo, o nível de &reoglobulina é um dosparâmetros para avaliação da necessidade deum novo tratamento com Iodoterapia (INCA,2002).

A relação entre dose absorvida e a&vidadeadministrada depende da captação do iodo eda massa da &reoide de cada paciente, e estárelacionado a vários fatores como “grau” decaptação do iodo, massa de “tecidocaptante”, meia- vida efe&va do iodo na&reoide, distribuição da radioa&vidade notecido e radiossensibilidade das células(ARAUJO et al., 2007).

O iodo radioa&vo pode ser administradooralmente de forma líquida ou por meio decápsulas, e é considerado vantajoso pois é defácil administração, eficácia, baixo custo eausência de dor (ARAUJO et al., 2007).

Embora o iodo tenha diversos isótoposradioa&vos, são nomeados de par]culas alfa,beta ou radiação gama quando sua energia éliberada, o de maior uso é 131I com meiavida de cinco dias, o que se refere ao seutempo de desintegração. O isótopo 131emite radiação gama (10%) e beta (90%). Aspar]culas beta apresentam penetraçãotecidual de poucos milímetros, agindo quaseexclusivamente sobre as células do

parênquima &reoideano, com pouco ounenhum dano aos tecidos circunjacentes(GENERAL CONGRESS OF NUCLEAR ENERGY,1988).

A glândula &reoide absorve pra&camentetodo o iodo presente no sangue. O iodoquando administrado por via oral em soluçãode iodeto de sódio, é rapidamente absorvido,concentrado e incorporado pela &reoide nosfolículos de armazenamento, com meia-vidaefe&va de cinco dias (DE ARAUJO et al.,2007).

As glândulas salivares tem a capacidade deconcentrar iodo e a passagem do mesmopelos ductos salivares durante a Iodoterapia.Repercute em alterações salivares após otratamento devido aos efeitos nocivos daradiação emi&da. Este tratamento pode seru&lizado para a ablação de qualquer tecidode &reoide remanescente da cirurgia ou paratratar o câncer de &reoide que se disseminoupara os gânglios linfá&cos ou outros órgãos(WARD; ASSUMPÇÃO, 2004).

A Iodoterapia é amplamente indicada apacientes com câncer de &reoide papilar oufolicular (câncer diferenciado da &reoide).Mas, não é u&lizada para tratar carcinomasanaplásicos e medulares da &reoide, porqueestes &pos de câncer não captam iodo. AIodoterapia é mais eficaz em pacientes comníveis altos de hormônio es&mulante da&reoide (TSH) no sangue. Essa substânciaa&va o tecido da &reoide (e as célulascancerosas) a absorver o iodo radioa&vo(WARD; ASSUMPÇÃO, 2004).

Efeitos Colaterais da Iodoterapia

A Iodoterapia, apesar de ser comprovada suaeficiência no tratamento da neoplasia de&reoide, pouco se sabe sobre seus efeitoscolaterais, que podem variar de acordo como quadro clínico de cada paciente.

Silveira (2012) afirma que existeminformações insuficientes na literatura comrelação à dose de 123I absorvida e que issopode acarretar complicações ao paciente emvirtude da amplitude da a&vidade

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administrada para o tratamento.

Em geral, na maioria dos casos, poucossintomas colaterais são sen4dos pelospacientes, o que caracteriza a Iodoterapiacomo um tratamento eficiente. O Ins4tutoVencer o Câncer, em um levantamento comos efeitos colaterais em seus pacientes,concluiu que, quando uma dose suficiente do131I é administrada, pode destruir a glândula4reoide e quaisquer outras célulascancerígenas da 4reoide, com pouco ounenhum efeito colateral para o corpo.Entretanto, não são descartados os efeitoscolaterais que se apresentam em umapequena porcentagem de seus usuários.

Almeida e Kowalski (2010) alegam quecomplicações agudas graves com aIodoterapia são extremamente raras,entretanto, efeitos colaterais a médio e longoprazos são bem descritos na literatura comosialoadenite, perda temporária do paladar,xerostomia e cárie (BUSHNELL et al., 1992;NEWKIRK et al., 2000).

Maia et al. (2007) afirma que o tratamentocom a Iodoterapia é rela4vamente seguro,todavia, os riscos precoces e tardios existem.O 131I captado e concentrado nas glândulassalivares é secretado na saliva e os prejuízosao parênquima salivar estão ligados àa4vidade do 131I.

A xerostomia é a sensação de boca seca, quepode ser apresentada em alguns pacientessubme4dos a Iodoterapia. Alexander et al.(1998) e Caglar, Tuncel e Alpar (2002)relataram taxas de xerostomia associadas àIodoterapia tão altas quanto 42.9% e 54%,respec4vamente, 1 ano após a terapia.

Almeida e Kowalski (2010) realizaram umapesquisa no período de 1997 a 2006, com184 pacientes em tratamento iodoterápico e,a xerostomia esteve presente em 11,2% dospacientes com queixas de xerostomiadurante todo o dia. Como alterna4va detratamento para o alívio sintomá4co daxerostomia, o paciente pode fazer aadministração de gomas de mascar sem

açúcar, hidratação frequente, subs4tutossalivares e sialogogos, além demedicamentos devidamente receitados pelomédico como a Pilocarpina.

A sialoadenite é a inflamação das glândulassalivares oriunda de infecção ou não,caracterizada por edema, dor e redução oufalta de salivação da glândula a4ngida. Amesma também pode ser apresentadadurante e após a Iodoterapia. Lima (2014),relata que as glândulas salivares podem serafetadas pelo iodo radioa4vo, da mesmaforma como ocorre durante a radioterapia daregião da cabeça e pescoço, trazendo, comoconsequências, desconforto, dor e inchaçodas glândulas salivares maiores(especialmente das paró4das), além de umaconsiderável redução da produção desecreção salivar (hipossalivação). Os efeitospodem ser longos ou passageiros durante otratamento, e depende do grau de destruiçãodas estruturas glandulares.

A hipossalivação apresentada de formaexcessiva durante a Iodoterapia predispõe opaciente a cárie, além de maiorsuscep4bilidade às infecções bucais edificuldade de mas4gação, deglu4ção efonação. A perda de paladar é caracterizadapela ausência da captação do sabor dosalimentos pelo paciente exposto aIodoterapia, sintoma relatado em diversosestudos (ALEXANDER et al., 1998; CAGLAR;TUNCEL; ALPAR, 2002; ALMEIDA; KOWALSKI,2010).

Lima (2014) também afirma que aIodoterapia tem apresentado diversosresultados posi4vos e um baixo índice decomplicações, podendo resultar em variaçõesna fala, edema da laringe e alterações nasfunções dos músculos da face, além de citarefeitos colaterais de pós tratamento, ahipogeusia, a xerostomia e maior incidênciade cáries.

Segundo Brandão et al. (2004) os principaisriscos aos quais os pacientes estão expostossão o aumento da probabilidade dedesenvolvimento de câncer em diferentes

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órgãos ou tecidos. Observa-se que, empacientes do sexo feminino dentro da idadefér;l, os efeitos também podem apresentarriscos para seus descendentes. De Araujo etal., (2007) afirma que para fazer umaavaliação desses riscos os pacientes devemser subme;dos a uma análise biociné;ca docomportamento do 131I no organismo,seguida do cálculo da dose absorvida pelospacientes.

De acordo com Brandão et al., (2004) apesarda indicação do uso do 131I para o carcinomadiferenciado de ;reoide, cuidadosimportantes deverão ser tomados emmulheres na idade fér;l. A primeira seráobter dados do ciclo menstrual e do uso decontracep;vo. Se a mulher apresentar ciclosirregulares ou houver dúvidas, o teste degravidez deverá ser realizado. Após o usoterapêu;co do 131I, aconselhamento paraevitar gravidez por um período de um anoatravés de métodos contracep;vos.

A Revista Brasileira de Cancerologia (2002),afirma que é importante o ques;onamentosobre a Iodoterapia quanto às suascomplicações futuras, principalmente por setratar de um tumor em pacientes jovens,podendo acometer inclusive as crianças.

Alterações na fer;lidade, fibrose pulmonar,indução de outras neoplasias não parecemocorrer com frequência. Elas podem exis;rnos pacientes subme;dos a dosescumula;vas muito altas, da ordem de 900mCi. A grande dificuldade de interpretaçãodos dados é decorrente da necessidade delongo acompanhamento destes pacientes, oque nem sempre é possível, já́ que elespodem apresentar recidiva tumoral até 30anos após o tratamento inicial.

Maia et al. (2007) cita também como efeitonega;vo consequente da Iodoterapia asuspensão do hormônios ;reoideano durantea quarta e a sexta semana do exame. Alémdisso, em razão da proteína NIS4 que é aresponsável pela captação a;va de iodo eestá situada na super]cie basolateral dos;rócitos e também a co-transportadora do

iodo para a ;reoide e expressa em outrostecidos como glândulas salivares, estômago emama, o 131I também é captado nessasregiões depois da dose terapêu;ca.Comumente verifica-se o aumento devolume e quadro de dor envolvendo aparó;da. Os sintomas podem se desenvolverlogo após a dose terapêu;ca de 131I ou algunsmeses mais tarde, com progressão deintensidade com o decorrer do tempo.

Outro efeito colateral que também pode sersen;do é a obstrução do canal nasolacrimalque tem sido relatada como umacomplicação associada ao uso do 131I paratratamento do carcinoma de ;reoide. Umestudo de caso realizado por Lorena e Silva(2014) relatou que as células que produzem aNIS estavam ausentes e a fibrose foiobservada nos ductos nasolacrimais empacientes tratados com 131I, sugerindo que acaptação a;va de iodo mediada pela NISpode ser responsável pela lesão do ductonasolacrimal. O encontro da proteína NIS emcélulas epiteliais colunares do saco lacrimal educto nasolacrimal, localidades anatômicasde obstrução em pacientes tratados comIodoterapia, sugere que a NIS pode estarenvolvida na mediação da captação de iodoa;vo nesses tecidos e na patogênese daobstrução da via lacrimal.

Enquanto o uso de altas doses terapêu;casde Iodoterapia para ablação de câncer de;reoide é geralmente bem tolerado, háalguns efeitos adversos associados a essetratamento. Complicações oaalmológicas daterapia incluem conjun;vite, olho seco eepífora (PAULSEN et al., 2003;MORGENSTERN et al., 2005).

A necrose e a infecção secundária dos tecidospreviamente irradiados são complicaçõesgraves. Os efeitos agudos afetamnormalmente a mucosa oral. Os efeitoscrônicos afetam os ossos e outras mucosas,incluindo a mucosa do saco lacrimal e ductonasolacrimal, sendo o resultado do processode inflamação e cicatrização, produzindotranstornos hipovasculares, hipocelulares ehipóxicos (BAKHEET et al., 2000).

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Gonzalez (2013) afirma que os efeitoscolaterais mais comumente relatadosdurante o tratamento são náuseas, vômitos,epigastralgia, sialoadenites e alteração dopaladar. Entretanto, com altas doses de iodo131I, sequelas graves como leucemia,depressão severa de medula óssea seguidapor hemorragias e complicações infecciosas,pneumonite por radiação e/ou fibrosepulmonar, embora raramente, tem sidorelatadas.

Por fim, além dos sintomas já relatados,outros efeitos colaterais foram registradosem alguns pacientes com o uso do 131I,considerados pouco frequentes e podendoser apresentado durante e pós tratamento,sendo eles: taquicardia, insônia e tremores,calor intenso e fadiga, labilidade emocional,perda de peso, irregularidade menstrual,adinamia, disfagia, exoNalmia, queda decabelo, cefaleia, câimbras, edema facial,ganho de peso, náusea e mialgia,sensibilidade ao frio, e diminuição de libido(MENDES; SOUZA 2013).

Independente do grau de gravidade e daintensidade da frequência, qualquer efeitocolateral senZdo pelo paciente deve serrelatado ao profissional da saúde responsávelpelo tratamento do mesmo, a fim de quepossam ser apresentadas as devidas medidase medicamentos para minimizar essesefeitos, sem que comprometa oprocedimento da Iodoterapia.

O Farmacêu)co e a Iodoterapia

Por meio da exposição de informações arespeito de uma neoplasia, intui-se o resgateda consciência dos profissionais da área desaúde diante da importância doconhecimento sobre o tratamento ideal paraa cura de uma determinada doença. Sob estaóZca, espera-se desses profissionais umamaior busca de informação e qualificaçãoprofissional, de modo a proporcionar omelhor atendimento possível aos pacientes(OLIVEIRA et al., 2002).

Segundo a Organização Panamericana deSaúde (1993), é necessário um profissional

que acompanhe o tratamento farmacológicodo paciente, orientando-o quanto àscaracterísZcas perZnentes à terapêuZca eidenZficando problemas relacionados aosmedicamentos uZlizados, buscando saná-lospor diversos meios.

Para que o profissional de saúde estejaprontamente capacitado, faz-se necessárioalém do conhecimento fisiológico epatológico das doenças, o conhecimento detratamentos farmacoterapêuZcos e deterapias não medicamentosas, incluindohabilidades e informações sobre osmedicamentos que devem ser fornecidas aopaciente (BISSON, 2007).

O farmacêuZco é indicado como oprofissional ideal a cumprir essa missão, porsua formação voltada ao fármaco emedicamento, e pela acessibilidade aospacientes durante a farmacoterapia, o quetraz a possibilidade de verificar as reaiscondições dos mesmos durante otratamento. Essa tarefa deve ser realizadafrente ao paciente, ao lado de outrosprofissionais de saúde, mantendo-se em suadevida área de atuação sem infringir limites.O farmacêuZco deve parZcipar nos planos deprevenção da neoplasia de Zreoide, podendoatuar no atendimento público e privado(OLIVEIRA et al., 2002).

Os cuidados farmacêuZcos realizados notratamento da Iodoterapia consistem em:anamnese farmacêuZca e reconciliaçãomedicamentosa, validação da restrição préviade iodo para confirmar se o paciente não fezuso de medicamentos contendo iodo e usode medicamentos para o procedimento (ex;TSHr), educação sobre uso de medicamentospróprios, riscos da automedicação e condutaspara diminuição de toxicidade, prevenção deerros de medicação, oZmização da terapiamedicamentosa e promoção da adesão aotratamento através de orientação apacientes/familiares (BERTOTTI et al., 2014).

O farmacêuZco realiza anamnese do pacienteno momento da admissão hospitalar econfronta as informações passadas com oprontuário médico verificando prescrição

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médica vigente, histórico de saúde,medicamentos de uso crônico, alergias, usode TSH recombinante, além da verificaçãomedicamentosa visando correta suspensãoda terapia hormonal antes do procedimentoiodoterápico (BERTOTTI et al., 2014).

Dessa forma, é percepMvel que ofarmacêuPco é peça fundamental notratamento da neoplasia de Preoide.

CONCLUSÃO

No presente estudo, observou-se que aIodoterapia tem sido empregada comotratamento de primeira escolha por tratar-sede um tratamento definiPvo, fácil e deadministração segura, devido à altaselePvidade do iodo pela glândula Preoide.

Milhares de pacientes todos os anos nomundo inteiro se submetem ao tratamentoem busca da cura da neoplasia de Preoide.Muitos desses pacientes não possuem o realconhecimento sobre seus efeitos colaterais, eos mesmos ainda não são bem descritos naliteratura.

Através desta revisão bibliográfica, noPficou-se que apesar da eficiência no combate dascélulas cancerígenas, o uso intensivo do 131Ipode causar diversos efeitos colaterais comvariáveis frequências e intensidade, sendo osprincipais efeitos colaterais: sialoadenite,perda temporária do paladar, xerostomia,hipossalivação, maior incidência de cáries,infecções bucais, dificuldade de masPgação,degluPção e fonação, náuseas, vômitos,epigastralgia, complicações o\almológicas,riscos à gestante e seus descendentes, entreoutros efeitos em menor intensidade.

Mediante esta pesquisa, ressalta-se anecessidade de um maior fomento parapesquisa cienMfica nessa área médica, a fimde que se possam estudar alternaPvas paraminimizar esses efeitos colaterais, trazendomaior conforto e segurança aos seuspacientes.

A neoplasia de Preoide é um problema grave

e apesar de sua baixa ocorrência secomparada aos outros Ppos de neoplasias,deve receber atenção devida dos órgãospúblicos de saúde, bem como uma maioratenção dos pesquisadores.

Ressalta-se a importância do papel dofarmacêuPco no procedimento daIodoterapia, sendo seus conhecimentos ehabilidades de extrema importância para aconstrução de um tratamento mais eficaz ecom menos efeitos colaterais de acordo coma necessidade de cada paciente.

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Citar esse ar)go: Sussuarana AC, Roque JA, Almeida GK.Iodoterapia e seus efeitos colaterais no tratamento deneoplasia de ?reoide. RevFIMCA 2018;5(1):15-27.

Autor para Correspondência: Grace Kelly Almeida,[email protected]

Recebido em: 29 Janeiro 2018Aceito em: 27 Março 2018

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