iob - imposto de renda - nº03/2016 -3ª sem janeiro

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Boletim j Manual de Procedimentos Acesse a versão eletrônica deste fascículo em www.iob.com.br/boletimiobeletronico Veja nos Próximos Fascículos a IRPF e Fonte - Comprovante Eletrônico de Rendimentos Pagos e de Imposto sobre a Renda Retido na Fonte e Comprovante Eletrônico de Pagamentos de Serviços Médicos e de Saúde a IRRF - Comprovante Anual de Rendimentos Pagos ou Creditados a Pessoa Jurídica e de Retenção do Imposto a CSL/Cofins/PIS-Pasep - Comprovante Anual de Retenção de CSL, Cofins e PIS-Pasep Imposto de Renda e Legislação Societária Fascículo N o 03/2016 / a Tributos e Contribuições Federais CSL Opção pelo pagamento mensal em 2016 01 / a Legislação falimentar Hipóteses de ineficácia e revogação de atos praticados antes da fa- lência 06 / a IOB Comenta Sped ECD - Livro Z - Razão auxiliar (Moeda funcional e adoção inicial da Lei nº 12973/2014) 08 / a IOB Perguntas e Respostas Cofins/PIS-Pasep Apropriação de créditos - Dação em pagamento 12 Apropriação de créditos - Lucro presumido 12 Contabilidade Ajuste a Valor Presente - Receita bruta - Fins fiscais e contábeis 12 IRRF Participação nos resultados - Tributação 12

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IOB ICMS-IPI, Imposto de Renda,03-2016,3a Sem Janeiro

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Boletimj

Manual de Procedimentos

Acesse a versão eletrônica deste fascículo em www.iob.com.br/boletimiobeletronico

Veja nos Próximos Fascículos

a IRPF e Fonte - Comprovante Eletrônico de Rendimentos Pagos e de Imposto sobre a Renda Retido na Fonte e Comprovante Eletrônico de Pagamentos de Serviços Médicos e de Saúde

a IRRF - Comprovante Anual de Rendimentos Pagos ou Creditados a Pessoa Jurídica e de Retenção do Imposto

a CSL/Cofins/PIS-Pasep - Comprovante Anual de Retenção de CSL, Cofins e PIS-Pasep

Imposto de Renda e Legislação Societária

Fascículo No 03/2016

/a Tributos e Contribuições Federais

CSLOpção pelo pagamento mensal em 2016 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01

/a Legislação falimentarHipóteses de ineficácia e revogação de atos praticados antes da fa-lência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06

/a IOB Comenta

SpedECD - Livro Z - Razão auxiliar (Moeda funcional e adoção inicial da Lei nº 12 .973/2014) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 08

/a IOB Perguntas e Respostas

Cofins/PIS-PasepApropriação de créditos - Dação em pagamento . . . . . . . . . . . . . . . 12Apropriação de créditos - Lucro presumido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

ContabilidadeAjuste a Valor Presente - Receita bruta - Fins fiscais e contábeis . . . 12

IRRFParticipação nos resultados - Tributação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

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Capa:Marketing SAGE | IOB

Editoração Eletrônica e Revisão: Editorial SAGE | IOB

Telefone: (11) 2188-7900 (São Paulo)0800-724-7900 (Outras Localidades)

Todos os direitos reservados. É expressamente proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio ou processo, sem prévia autorização do autor (Lei no 9.610, de 19.02.1998, DOU de 20.02.1998).

Impresso no BrasilPrinted in Brazil Bo

letim

IOB

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Imposto de renda e legislação societária : CSL : opção pelo pagamento mensal em 2016. -- 12. ed. -- São Paulo : IOB SAGE, 2015. -- (Coleção manual de procedimentos)

ISBN 978-85-379-2635-2

1. Imposto de renda - Leis e legislação - Brasil 2. Pessoa jurídica - Brasil I. Série.

15-11155 CDU-34:336.215.024.2(81)

Índices para catálogo sistemático:

1. Brasil : Imposto de renda : Pessoa jurídica : Direito tributário 34:336.215.024.2(81)

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Manual de ProcedimentosImposto de Renda e Legislação Societária

Boletimj

03-01Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jan/2016 - Fascículo 03 IR/LS

a Tributos e Contribuições Federais

CSL

Opção pelo pagamento mensal em 2016 SUMÁRIO 1. Empresas obrigadas ao pagamento mensal 2. Contribuição mensal calculada por estimativa 3. Prazo de pagamento da contribuição mensal 4. Empresa que reduzir ou suspender os pagamentos

mensais do IRPJ com base em balanços ou balancetes

5. Ajuste anual

1. EMPRESAS OBRIGADAS AO PAGAMENTO MENSAL

As empresas que optarem pelo paga-mento mensal do Imposto de Renda e nas condições previstas no balanço de suspensão ou redução ficam obrigadas também ao paga-mento mensal da Contribuição Social sobre o Lucro (CSL), com observância das normas tratadas neste texto.

Nota

No ano-calendário de 2014, as pessoas jurídicas puderam optar pela aplicação antecipada do novo regime tributário, conforme estabelecido nos arts. 75 e 119, § 1º, I, da Lei nº 12.973/2014, hipótese em que a opção foi:

a) irretratável e acarretou a observância de todas as alterações trazi-das pelos mencionados artigos e os efeitos do art. 117, caput, I a VI e VIII e X, da referida lei ocorreram desde 1º.01.2014;

b) manifestada na Declaração de Débitos e Créditos Tributários Fe-derais (DCTF) referente aos fatos geradores ocorridos no mês de agosto/2014.

Portanto, a data da adoção inicial do novo regime tributário foi 1º.01.2014, para as pessoas jurídicas optantes, e 1º.01.2015 para as não optantes.

Para as operações ocorridas anteriormente à data da adoção inicial, permanece a neutralidade tributária estabelecida nos arts. 15 e 16 da Lei nº 11.941/2009, e a pessoa jurídica deverá proceder, nos períodos de apura-ção a partir dessa data, aos respectivos ajustes na base de cálculo da CSL, observando-se que, na contabilidade societária (representada pela Escritu-ração Contábil Digital - ECD), os ativos e passivos estarão mensurados de acordo com as disposições da Lei nº 6.404/1976, e no Fcont (que é gerado

a partir da contabilidade societária, expurgando e inserindo os lançamentos informados no Programa Validador e Assinador da Entrada de Dados para o Controle Fiscal Contábil de Transição de que trata a Instrução Normativa RFB nº 967/2009), os ativos e passivos estarão mensurados de acordo com os métodos e critérios vigentes em 31.12.2007.

Dessa forma, os ajustes de adição e exclusão na determinação da base de cálculo da CSL serão controlados pelas subcontas na forma dos arts. 163 a 169 da Instrução Normativa RFB nº 1.515/2014, com objetivo de manter a neutralidade tributária.

(Lei nº 9.430/1996, art. 28; Lei nº 12.715/2012, art. 49; Ins-trução Normativa RFB nº 1.469/2014, art. 2º, § 1º; Instrução Nor-mativa RFB nº 1.484/2014, art. 2º; Instrução Normativa RFB nº 1.515/2014, arts. 1º, § 1º, e 179)

2. CONTRIBUIÇÃO MENSAL CALCULADA POR ESTIMATIVA

2.1 Base de cálculo

A base de cálculo da CSL devida em cada mês corresponderá à

soma dos seguintes valores:

a) 12% da receita bruta, na forma definida na legisla-ção vigente, auferida em cada

mês do ano-calendário, exceto para as pessoas jurídicas que

exerçam as atividades mencionadas no subtópico 2.1.2;

Nota

A receita bruta compreende o produto da venda de bens nas opera-ções de conta própria, o preço da prestação de serviços em geral, o re-sultado auferido nas operações de conta alheia e as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica não compreendidas anteriormente, observando-se que:

a) não se incluem os tributos não cumulativos cobrados, destacada-mente, do comprador ou contratante pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de mero depositário;

b) incluem-se os tributos sobre ela incidentes e os valores decorrentes do ajuste a valor presente de que trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei nº 6.404/1976, das operações decorrentes da atividade, observada a letra “a”.

b) ganhos de capital (lucros) obtidos na aliena-ção de bens do Ativo Não Circulante (antigo Ativo Permanente) e demais ganhos, receitas

A contribuição social devida em cada mês deverá ser paga no mesmo prazo de

pagamento do Imposto de Renda, ou seja, até o último dia útil do mês subsequente ao de sua

apuração

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Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

03-02 IR/LS Manual de Procedimentos - Jan/2016 - Fascículo 03 - Boletim IOB

e resultados auferidos no mês, não compreen-didos na receita bruta de vendas e serviços, inclusive:b.1) rendimentos de aplicações financeiras

de renda fixa;b.2) rendimentos auferidos em operações de

mútuo realizadas entre pessoas jurídicas controladoras, controladas, coligadas ou interligadas;

b.3) ganhos líquidos de operações financei-ras de renda variável;

b.4) ganhos de capital auferidos na alienação de participações societárias permanen-tes em sociedades coligadas ou contro-ladas e de participações societárias que permaneceram no Ativo da pessoa jurídi-ca até o término do ano-calendário sub-sequente ao de suas aquisições;

b.5) ganhos auferidos em operações de co-bertura (hedge) realizadas em bolsas de valores, de mercadorias e de futuros ou no mercado de balcão;

b.6) receita de aluguel de bens se a locação dos bens não estiver compreendida no objeto da empresa, deduzida dos encar-gos necessários à sua percepção;

Nota

Se a locação dos bens estiver compreendida no objeto da empresa, os aluguéis serão computados na receita bruta sobre a qual se aplica o percen-tual de 32%, de acordo com o subtópico 2.1.2.

b.7) juros equivalentes à Selic, relativos a im-postos e contribuições a serem restituí-dos ou compensados;

c) variações monetárias ativas, observando-se que, desde 1º.01.2000, as receitas de varia-ções cambiais, decorrentes da atualização monetária de direitos de crédito e obriga-ções expressos em moeda estrangeira, serão consideradas, à opção da pessoa jurídica:c.1) no momento da liquidação da operação

correspondente (regime de caixa); ouc.2) pelo regime de competência, aplicando-

-se a opção escolhida para todo o ano--calendário;

Notas

(1) Desde o ano-calendário de 2011:

a) o direito de efetuar a opção pelo regime de competência referido em “c.2” supra somente pode ser exercido no mês de janeiro;

b) o direito de alterar o regime adotado, no decorrer do ano-calendário, é restrito aos casos em que ocorra elevada oscilação da taxa de câmbio, considerando-se, para esse efeito, aquela superior a per-centual a ser determinado pelo Poder Executivo;

c) a opção ou sua alteração deverá ser comunicada à Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB):

c.1) no mês de janeiro de cada ano-calendário, no caso da letra “a” desta Nota;

c.2) no mês posterior ao de sua ocorrência, no caso da letra “b” desta Nota.

(2) Ocorre elevada oscilação da taxa de câmbio quando, no período de um mês-calendário, o valor do dólar dos Estados Unidos da América para venda apurado pelo Banco Central do Brasil sofrer variação, positiva ou ne-gativa, superior a 10% (Medida Provisória nº 2.158-35/2001, art. 30; Decreto nº 8.451/2015, art. 1º).

A variação será determinada mediante a comparação entre os valores do dólar no primeiro e no último dia do mês-calendário para os quais exista cotação publicada pelo Banco Central do Brasil.

A alteração do regime para reconhecimento das variações monetárias dos direitos de crédito e das obrigações do contribuinte, em função da taxa de câmbio, de que trata o inciso II do § 4º do art. 30 da Medida Provisória nº 2.158-35/2001, poderá ser efetivada no mês-calendário seguinte àquele em que ocorreu a elevada oscilação da taxa de câmbio, na forma definida em ato da Secretaria da Receita Federal do Brasil do Ministério da Fazenda.

O novo regime adotado se aplicará a todo o ano-calendário, observan-do-se que, a cada mês-calendário em que ocorrer elevada oscilação da taxa de câmbio, corresponderá uma única possibilidade de alteração do regime.

Na hipótese de ter ocorrido elevada oscilação da taxa de câmbio nos meses de janeiro a maio de 2015, a alteração de regime poderá ser efetivada no mês de junho de 2015.

d) ganhos de capital auferidos na devolução de capital ao titular ou aos sócios ou acionistas, em bens e direitos avaliados a preços de mer-cado; nesse caso, o ganho de capital corres-ponderá à diferença entre o valor de mercado e o valor contábil dos bens ou direitos entre-gues;

e) a diferença entre o valor em dinheiro ou o va-lor dos bens e direitos recebidos de instituição isenta, a título de devolução de patrimônio, e o valor dos bens e direitos que tenham sido entregues para a formação do referido patri-mônio.

(Lei nº 9.249/1995, art. 20; Lei nº 9.430/1996, arts. 29 e 30; Lei nº 9.532/1997, art. 17, § 4º, “a”; Medida Provisória nº 2.158-35/2001, art. 30; Lei nº 12.249/2010, art. 137; Lei nº 12.973/2014, arts. 6º e 50; Instrução Normativa RFB nº 1.515/2014, art. 3º, caput e §§ 2º e 3º)

2.1.1 Atividades imobiliárias - Percentual aplicável sobre a receita financeira desde 1º.01.2006

Desde 1º.01.2006, a receita financeira das empre-sas imobiliárias, quando decorrente da comerciali-zação de imóveis e apurada por meio de índices ou coeficientes previstos em contrato, passou a integrar a receita bruta sobre a qual se aplica o percentual (12%) de determinação de base de cálculo da CSL devida mensalmente, por estimativa.

Essa disposição aplica-se à pessoa jurídica que explora atividades imobiliárias relativas a loteamento de terrenos, incorporação imobiliária, construção

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Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

03-03Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jan/2016 - Fascículo 03 IR/LS

de prédios destinados à venda, bem como a venda de imóveis construídos ou adquiridos para revenda. quando decorrente da comercialização de imóveis e for apurada por meio de índices ou coeficientes previstos em contrato.

Portanto, a referida receita financeira não deve ser considerada como as chamadas “demais receitas” e, sim, como integrante da receita bruta.

(Lei nº 9.249/1995, arts. 15, §§ 1º, III, “e”, e 4º, 20, § 2º; Lei nº 11.196/2005, art. 34; Lei nº 12.973/2014, art. 9º)

2.1.2 Prestadoras de serviços - Base de cálculo

Desde 1º.09.2003, o percentual a ser aplicado sobre a receita bruta auferida no mês para fins de apuração da base de cálculo da CSL das empresas optantes por estimativa mensal e das pessoas jurídi-cas desobrigadas de escrituração contábil é de 32% para aquelas que exerçam as seguintes atividades:

a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares, de auxílio diagnóstico e terapia, patologia clínica, imagenologia, ana-tomia patológica e citopatologia, medicina nu-clear e análises e patologias clínicas, desde que a prestadora destes serviços seja orga-nizada sob a forma de sociedade empresária e atenda às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e de transportes, inclusive de carga;

b) intermediação de negócios;c) administração, locação ou cessão de bens

imóveis, móveis e direitos de qualquer natu-reza;

d) prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, ges-tão de crédito, seleção de riscos, administra-ção de contas a pagar e a receber, compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring);

e) prestação de serviços de construção, recupe-ração, reforma, ampliação ou melhoramento de infraestrutura vinculados a contrato de con-cessão de serviço público.

(Lei nº 9.249/1995, art. 15, § 1º, III; Lei nº 10.684/2003, art. 22; Lei nº 12.973/2014, art. 9º)

2.2 Alíquota

No cálculo da CSL devida mensalmente pelas pessoas jurídicas em geral, aplica-se a alíquota de 9% sobre a base de cálculo determinada de acordo com

os procedimentos informados nos subitens anteriores (Lei nº 7.689/1988, art. 3º, III).

Todavia, no que diz respeito às instituições finan-ceiras e assemelhadas, a CSL deve ser calculada com base nas alíquotas constantes do quadro a seguir (Lei nº 7.689/1988, art. 3º, I e II; Lei nº 11.727/2008, arts. 17, 41, II; Lei nº 13.169/2015, art. 1º; Instrução Norma-tiva RFB nº 1.591/2015):

Pessoas jurídicas sujeitasAlíquota da CSL

Vigência

- Seguros privados;- Capitalização;- Bancos de qualquer espécie;- Distribuidoras de valores mobiliários;- Corretoras de câmbio e de valores mobiliários;- Sociedades de crédito, financiamento e investimentos;- Sociedades de crédito imobiliário;- Administradoras de cartões de crédito;- Sociedades de arrendamento mercantil;- Associações de poupança e empréstimo.

15% 1º.05.2008 a 31.08.2015

20% 1º.09.2015 a 31.12.2018

15% A partir de 1º.01.2019

- Agências de fomento

15% 1º.01.2013 a 31.08.2015

20% 1º.09.2015 a 31.12.2018

15% A partir de 1º.01.2019

- Cooperativas de crédito

15% 1º.05.2008 a 30.09.2015

17% 1º.10.2015 a 31.12.2018

15% A partir de 1º.01.2019

- Demais pessoas jurídicas 9% -

Nota

As corretoras de seguros estão sujeitas ao cálculo da CSL com base na alíquota de 9% (Solução de Divergência Cosit nº 4/2012).

2.3 Bônus de adimplência fiscal

O bônus de adimplência fiscal, instituído pela Lei nº 10.637/2002, será utilizado no ajuste anual no caso de pessoa jurídica tributada com base no resultado ajustado anual, e:

a) corresponde a 1% da base de cálculo da CSL determinada segundo as normas estabeleci-das para as pessoas jurídicas submetidas ao regime de apuração com base no lucro presu-mido;

b) será calculado em relação à base de cálculo referida na letra “a”, relativamente ao ano-ca-lendário em que for permitido seu aproveita-mento;

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Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

03-04 IR/LS Manual de Procedimentos - Jan/2016 - Fascículo 03 - Boletim IOB

c) será deduzido em relação à CSL devida no ano-calendário;

d) será registrado na contabilidade da pessoa ju-rídica beneficiária:

d.1) na aquisição do direito, a débito de conta de Ativo Circulante e a crédito de Lucro ou Prejuízos Acumulados;

d.2) na utilização, a débito da provisão para pagamento da CSL e a crédito da con-ta de Ativo Circulante referida em letra “d.1”.

A parcela do bônus que não puder ser aproveitada em determinado período poderá sê-lo em períodos posteriores, vedado o ressarcimento ou a compensa-ção distintos dos referidos neste item.

Lembra-se que a utilização indevida do bônus implica a imposição da multa de 75%, duplicando-se o seu percentual.

Nota

De acordo com a Solução de Consulta Cosit nº 42/2014, a partir do momento em que as contribuições previdenciárias passaram a ser adminis-tradas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), a verificação de sua adimplência nos últimos 5 anos-calendário passou a constituir requisito para a obtenção do direito ao bônus de adimplência fiscal de que trata o art. 38 da Lei nº 10.637/2002.

(Lei nº 9.430/1996, art. 44, I; Lei nº 11.488/2007; Lei nº 10.637/2002, art. 38, caput e § 8º; Instrução Normativa SRF nº 390/2004, arts. 114 a 119)

2.3.1 Pessoas jurídicas que não farão jus ao bônus

Não fará jus ao bônus a pessoa jurídica que, nos últimos 5 anos-calendário, tiver se enquadrado em qualquer das seguintes hipóteses, em relação a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da RFB:

a) lançamento de ofício;

b) débitos com exigibilidade suspensa;

c) inscrição em dívida ativa;

d) recolhimentos ou pagamentos em atraso;

e) falta ou atraso no cumprimento de obrigação acessória.

Notas

(1) Na hipótese de decisão definitiva, na esfera administrativa ou ju-dicial, que implique desoneração integral da pessoa jurídica, as restrições referidas nas letras “a” e “b” serão desconsideradas desde a origem.

(2) Ocorrendo a desoneração integral, a pessoa jurídica poderá calcu-lar, a partir do ano-calendário em que obteve a decisão definitiva, o bônus em relação aos anos-calendário em que estava impedida de deduzi-lo.

(3) O período de 5 anos-calendário será computado por ano completo, inclusive aquele em relação ao qual se dará o aproveitamento do bônus.

2.4 Exemplo

Admita-se que uma empresa optante pelo paga-mento mensal do Imposto de Renda por estimativa em 20X1 no mês de janeiro deste ano:

a) auferiu receitas de vendas de mercadorias no valor total de R$ 2.300.000,00, sem inclusão do IPI, líquidas de vendas canceladas ou de-voluções de clientes e de descontos incondi-cionais;

b) auferiu rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa de R$ 25.000,00;

c) obteve ganhos líquidos em operações finan-ceiras de renda variável de R$ 18.000,00;

d) alienou bens do Ativo Não Circulante (antigo Ativo Permanente), apurando ganho de capital (lucro) de R$ 50.000,00;

e) não teve outros ganhos, receitas ou resultados que devam ser computados na base de cál-culo da CSL (veja a letra “b” do subitem 2.1).

Nessa hipótese, teremos:

a) base de cálculo da contribuição mensal:

12% de R$ 2.300.000,00 .......................................... R$ 276.000,00Rendimentos de aplicações financeiras de renda fixa ... R$ 25.000,00Ganhos líquidos de operações financeiras de ren-da variável ................................................................ R$ 18.000,00Ganhos de capital na alienação de bens do Ativo Não Circulante .......................................................... R$ 50.000,00Soma ........................................................................ R$ 369.000,00

b) contribuição devida:

9% s/ R$ 369.000,00 = R$ 33.210,00

2.5 Deduções do valor da contribuição devida

Do valor da CSL devida em cada mês, poderão ser deduzidos:

a) o valor da CSL retida na fonte sobre pagamen-tos efetuados por órgão da administração pú-blica federal, pelo fornecimento de bens e ser-viços;

b) o valor da CSL retida sobre receitas auferidas no período, originadas de pagamentos efetua-dos por outra pessoa jurídica de direito priva-do, na hipótese de pagamento pela prestação de serviços de limpeza, conservação, manu-tenção, segurança, vigilância, transporte de valores e locação de mão de obra, pela pres-tação de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a

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Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

03-05Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jan/2016 - Fascículo 03 IR/LS

receber, bem como pela remuneração de ser-viços profissionais.

(Lei nº 9.430/1996, art. 64, § 4º; Lei nº 10.833/2003, art. 36; Instrução Normativa RFB nº 1.234/2012, art. 9º)

3. PRAZO DE PAGAMENTO DA CONTRIBUIÇÃO MENSAL

A contribuição social devida em cada mês deverá ser paga no mesmo prazo de pagamento do Imposto de Renda, ou seja, até o último dia útil do mês subse-quente ao de sua apuração.

(Lei nº 9.430/1996, arts. 6º e 28; Instrução Normativa RFB nº 1.515/2014, art. 142)

3.1 Preenchimento do Darf

No preenchimento do Darf para o pagamento da contribuição devida mensalmente, devem ser indica-dos, no campo 04, os seguintes códigos:

a) entidades financeiras: 2469;

b) demais empresas: 2484.

3.2 Contribuição apurada em valor inferior a R$ 10,00

O Darf não pode ser utilizado para pagamento de tributos e contribuições de valor inferior a R$ 10,00.

Se a contribuição mensal apurada for de valor inferior a R$ 10,00, deverá ser adicionada à contri-buição devida em mês(es) subsequente(s) até que o valor total seja igual ou superior a R$ 10,00, quando, então, deverá ser paga no prazo para o pagamento da contribuição devida no mês em que esse limite for atingido, junto com essa, sem nenhum acréscimo moratório.

Nota

De acordo com o art. 29 da Lei nº 11.941/2009, que incluiu o art. 68-A ao texto da Lei nº 9.430/1996, o Poder Executivo poderá elevar para até R$ 100,00 os limites e valores de que tratam os arts. 67 e 68 da citada lei, inclu-sive de forma diferenciada por tributo, regime de tributação ou de incidência, relativos à utilização do Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf), podendo reduzir ou restabelecer os limites e valores que vier a fixar.

(Lei nº 9.430/1996, art. 68)

4. EMPRESA QUE REDUZIR OU SUSPENDER OS PAGAMENTOS MENSAIS DO IRPJ COM BASE EM BALANÇOS OU BALANCETES

A forma de cálculo e pagamento da CSL está atre-lada à forma de cálculo e pagamento adotada para o Imposto de Renda, ou seja:

a) no mês em que o Imposto de Renda for pago pelo valor determinado por estimativa, a CSL deverá ser paga com base no cálculo estima-do, focalizado no tópico 2;

b) no mês em que o pagamento do Imposto de Renda for suspenso ou reduzido com base em balanço ou balancete, o valor da CSL a pagar deverá ser calculado com base no balanço ou balancete levantado, observando-se o seguinte:

b.1) será calculada a contribuição devida no ano-calendário em curso, até o mês, com base no resultado apurado no balanço ou balancete levantado, ajustado pelas adições, exclusões e compensação pre-vistas na legislação pertinente, aplican-do-se sobre a base de cálculo apurada a alíquota informada no subtópico 2.2;

b.2) do valor da contribuição devida no pe-ríodo em curso, até o mês do balanço ou balancete, será deduzida a soma da CSL paga, correspondente aos meses an-teriores do mesmo ano-calendário, que compreende:

b.2.1) a soma da CSL efetivamente paga mensalmente, por estimativa ou com base em balanço ou balan-cete de suspensão ou redução; e

b.2.2) o valor da CSL que deixou de ser paga em virtude de compensa-ção com os valores referidos nas letras “a” e “b” do subtópico 2.5;

c) o resultado da operação descrita na letra “b”, quando positivo, constituirá o valor da contri-buição a pagar relativa ao mês do levantamen-to do balanço ou balancete;

d) se o resultado da operação da letra “b” for nulo ou negativo, a empresa ficará desobrigada de efetuar o pagamento da contribuição relativa ao mês do levantamento do balanço ou balan-cete;

e) caso o pagamento do Imposto de Renda de-vido no mês de janeiro/20X1 seja reduzido ou suspenso com base em balanço ou balance-te levantado em 31.01.20X1, o pagamento da CSL devida nesse mês poderá ser:

e.1) suspenso, se a base de cálculo da CSL apurada nesse mês for negativa; ou

e.2) reduzido, se a base de cálculo positiva apurada for menor que a base de cálculo determinada por estimativa.

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Manual de Procedimentos

Imposto de Renda e Legislação Societária

03-06 IR/LS Manual de Procedimentos - Jan/2016 - Fascículo 03 - Boletim IOB

Entretanto, importa ressaltar que, no mês em que a empresa suspender ou reduzir o pagamento men-sal do Imposto de Renda, com base em balanço ou balancete, deverá calcular o valor da CSL a pagar de acordo com os procedimentos tratados neste tópico, ainda que o valor determinado por essa forma seja maior que o determinado por estimativa.

Nota

A demonstração do resultado ajustado da CSL relativa ao período abrangido pelos balanços ou balancetes de suspensão ou redução poderá ser transcrita no Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur) ou em livro espe-cífico para apuração da CSL, observando-se, nessa hipótese, o seguinte:

a) a cada balanço ou balancete levantado para fins de suspensão ou redução da CSL, o contribuinte deverá determinar um novo resultado ajustado para o período em curso, desconsiderando aqueles apura-dos em meses anteriores do mesmo ano-calendário;

b) as adições, exclusões e compensações, computadas na apuração do resultado ajustado, correspondentes aos balanços ou balance-tes, deverão constar, discriminadamente, na Parte A do Lalur, para fins de elaboração da demonstração do resultado ajustado do pe-ríodo em curso, não cabendo nenhum registro na Parte B do referido livro.

Observa-se também que a transcrição do Lalur, ou livro específico para a apuração da CSL, será dispensada no caso de o contribuinte ter apresenta-do a Escrituração Contábil Digital (ECD), nos termos da Instrução Normativa RFB nº 1.420/2013.

(Instrução Normativa SRF nº 390/2004, art. 28; Instrução Normativa RFB nº 1.515/2014, art. 12, § 5º)

5. AJUSTE ANUAL

Similarmente ao procedimento aplicável ao Imposto de Renda, as pessoas jurídicas submetidas ao regime de pagamentos mensais devem apurar o valor da CSL efetivamente devida sobre o resultado anual, com base no balanço de 31 de dezembro, ajustado pelas adições, exclusões e compensação previstas na legislação pertinente.

Do valor da CSL efetivamente devida sobre o lucro anual, apurado em 31 de dezembro, são deduzidos os valores da CSL paga mensalmente, por estimativa ou com base em balanços ou balancetes de suspensão ou redução, bem como outros valores cuja compen-sação é admitida (saldos dos valores referidos no subtópico 2.5 que não tenham sido compensados nos pagamentos da CSL mensal); o saldo apurado deve ser pago (se positivo) ou pode ser restituído (se nega-tivo) nos mesmos prazos e condições estabelecidos para o Imposto de Renda.

(Instrução Normativa SRF nº 390/2004, arts. 15, § 1º, I, 17 e 30)

N

a Legislação falimentar

Hipóteses de ineficácia e revogação de atos praticados antes da falência SUMÁRIO 1. Introdução 2. Atos ineficazes 3. Atos revogáveis 4. Ação revocatória 5. Efeitos da ineficácia ou revogação 6. Atos previstos e realizados na recuperação judicial 7. Atos praticados com base em decisão judicial

1. INTRODUÇÃO

As hipóteses de ineficácia e de revogação de atos praticados pelo empresário ou pelos sócios ou admi-

nistradores de sociedade empresária no período pré--falimentar são disciplinadas pela Lei nº 11.101/2005, arts. 129 a 138.

Conforme veremos, a lei claramente faz as seguin-tes distinções:

a) os atos ineficazes são apenas os expressa-mente listados (tópico 2) e a ineficácia inde-pende do intuito de fraude;

b) os atos revogáveis (tópico 3) são quaisquer atos em relação aos quais se demonstre a intenção de prejudicar credores, por conluio fraudulento do devedor com terceiro, e o efeti-vo prejuízo para a massa falida.

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03-07Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jan/2016 - Fascículo 03 IR/LS

2. ATOS INEFICAZES

A referida Lei nº 11.101/2005, art. 129, declara que são ineficazes em relação à massa falida:

a) o pagamento de dívidas não vencidas reali-zado pelo devedor dentro do termo legal, por qualquer meio extintivo do direito de crédito, ainda que pelo desconto do próprio título;

b) o pagamento de dívidas vencidas e exigíveis realizado dentro do termo legal, por qualquer forma que não seja a prevista pelo contrato;

c) a constituição de direito real de garantia, in-clusive a retenção, dentro do termo legal, tra-tando-se de dívida contraída anteriormente (se os bens dados em hipoteca forem objeto de outras posteriores, a massa falida receberá a parte que devia caber ao credor da hipoteca revogada);

d) a prática de atos a título gratuito, desde 2 anos antes da decretação da falência;

e) a renúncia à herança ou ao legado, até 2 anos antes da decretação da falência;

f) a venda ou transferência de estabelecimento feita sem o consentimento expresso ou o pa-gamento de todos os credores, a esse tempo existentes, não tendo restado ao devedor bens suficientes para solver o seu passivo, salvo se, no prazo de 30 dias, não houver oposição dos credores, após serem devidamente notifica-dos, judicialmente ou pelo oficial do registro de títulos e documentos;

g) os registros de direitos reais e de transferência de propriedade entre vivos, por título oneroso ou gratuito, ou a averbação relativa a imóveis realizados após a decretação da falência, sal-vo se tiver havido prenotação anterior.

Importa salientar que a lei considera ineficazes esses atos:

a) tenha ou não o contratante conhecimento do estado de crise econômico-financeira do de-vedor (empresário ou sociedade empresarial);

b) seja ou não intenção do devedor fraudar cre-dores.

Nota

A ineficácia poderá ser declarada de ofício pelo juiz, alegada em defe-sa ou pleiteada mediante ação própria ou incidentalmente no curso do pro-cesso.

3. ATOS REVOGÁVEIS

Nos termos da Lei nº 11.101/2005, art. 130, são revogáveis os atos praticados com a intenção de pre-judicar credores, provando-se o conluio fraudulento entre o devedor e o terceiro que com ele contratar e o efetivo prejuízo sofrido pela massa falida.

4. AÇÃO REVOCATÓRIA

A ação revocatória deverá ser proposta pelo administrador judicial, por qualquer credor ou pelo Ministério Público, no prazo de 3 anos contados da decretação da falência (Lei nº 11.101/2005, art. 132).

A ação pode ser promovida (Lei nº 11.101/2005, art. 133):

a) contra todos os que figuraram no ato ou que, por efeito dele, foram pagos, garantidos ou be-neficiados;

b) contra os terceiros adquirentes, se tiveram co-nhecimento, ao se criar o direito, da intenção do devedor de prejudicar os credores;

c) contra os herdeiros ou legatários das pessoas indicadas em “a” e “b”.

Notas

(1) A ação revocatória correrá perante o juízo da falência e obedece-rá ao procedimento ordinário previsto no Código de Processo Civil (Lei nº 11.101/2005, art. 134)

(2) A sentença que julgar procedente a ação revocatória determinará o retorno dos bens à massa falida em espécie, com todos os acessórios, ou o valor de mercado, acrescidos das perdas e danos. Da sentença cabe apela-ção (Lei nº 11.101/2005, art. 135).

(3) O juiz poderá, a requerimento do autor da ação revocatória, ordenar, como medida preventiva, na forma da lei processual civil, o sequestro dos bens retirados do patrimônio do devedor que estejam em poder de terceiros (Lei nº 11.101/2005, art. 137).

5. EFEITOS DA INEFICÁCIA OU REVOGAÇÃO

Reconhecida a ineficácia ou julgada procedente a ação revocatória, as partes retornarão ao estado anterior, e o contratante de boa-fé terá direito à res-tituição dos bens ou valores entregues ao devedor, observando-se que (Lei nº 11.101/2005, art. 136):

a) na hipótese de securitização de créditos do devedor, não será declarada a ineficácia ou revogado o ato de cessão em prejuízo dos di-reitos dos portadores de valores mobiliários emitidos pelo securitizador; e

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03-08 IR/LS Manual de Procedimentos - Jan/2016 - Fascículo 03 - Boletim IOB

a IOB Comenta

SPED

ECD - Livro Z - Razão auxiliar (Moeda funcional e adoção inicial da Lei nº 12.973/2014)

A Lei nº 12.973/2014 alterou diversos dispositivos da legislação tributária federal, sobretudo em relação às regras então aplicáveis ao Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ), à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSL), à contribuição para o PIS-Pasep e à Cofins.

Para as operações ocorridas anteriormente à data da adoção inicial da Lei nº 12.973/2014, permanece a neutralidade tributária estabelecida nos arts. 15 e 16 da Lei nº 11.941/2009, e a pessoa jurídica deverá proceder, nos períodos de apuração a partir dessa

data, aos respectivos ajustes na base de cálculo do IRPJ, observando-se que:

a) a diferença positiva verificada na data da ado-ção inicial entre o valor de ativo na contabilida-de societária e no Fcont deve ser adicionada na determinação do lucro real na data da ado-ção inicial, salvo se o contribuinte evidenciar contabilmente essa diferença em subconta vinculada ao ativo, para ser adicionada à me-dida de sua realização, inclusive mediante de-preciação, amortização, exaustão, alienação ou baixa. Aplica-se a mesma regra à diferença negativa do valor de passivo e deve ser adicio-nada na determinação do lucro real na data da adoção inicial, salvo se o contribuinte eviden-ciar contabilmente essa diferença em subcon-ta vinculada ao passivo para ser adicionada à medida da baixa ou liquidação;

b) é garantido ao terceiro de boa-fé, a qualquer tempo, propor ação por perdas e danos contra o devedor ou seus garantes.

6. ATOS PREVISTOS E REALIZADOS NA RECUPERAÇÃO JUDICIAL

A lei estabelece expressamente uma ressalva: nenhum dos atos referidos nas letras “a” a “c” e ”f” do item 2 que tenham sido previstos e realizados na forma definida no plano de recuperação judicial será decla-rado ineficaz ou revogado (Lei nº 11.101/2005, art. 131).

7. ATOS PRATICADOS COM BASE EM DECISÃO JUDICIAL

A Lei nº 11.101/2005, art. 138, prevê que, obser-vada a ressalva feita no tópico 6 (sobre atos previstos e realizados na recuperação judicial), o ato pode ser declarado ineficaz ou revogado, ainda que praticado com base em decisão judicial. Se isto acontecer, a sentença que o motivou ficará rescindida.

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Manual de Procedimentos

03-09Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jan/2016 - Fascículo 03 IR/LS

b) a diferença positiva verificada na data da ado-ção inicial entre o valor de ativo na contabili-dade societária e no Fcont poderá ser diferida desde que o contribuinte evidencie essa dife-rença em subconta vinculada ao ativo.

Tais ajustes de adição e exclusão na determina-ção do lucro real controlados pelas subcontas de que tratam os arts. 163 a 169 da Instrução Normativa RFB nº 1.515/2014 têm como objetivo manter a neutrali-dade tributária.

Portanto, desde 1º.01.2014, no caso de a pessoa jurídica ter optado pelas novas regras tributárias insti-tuídas pela Lei nº 12.973/2014, ou desde 1º.01.2015, as pessoas jurídicas devem aplicar na sua contabi-lidade aos ajustes contábeis-fiscais, sob pena de terem os efeitos decorrentes da Lei nº 12.973/2014 tributados pelo Fisco.

A Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), com objetivo de disciplinar a matéria, aprovou a Instrução Normativa RFB nº 1.515/2014, na qual esta-belece, entre outras disposições, sobre:

a) os ajustes fiscais e contábeis a serem aplica-dos na contabilidade das empresas em con-formidade com a Lei nº 12.973/2014, com a finalidade de garantir a neutralidade tributária decorrentes das diferenças existentes entre os critérios de reconhecimento de receitas e despesas oriundas das Leis nºs 11.638/2007 e 11.941/2009 (Normas Internacionais de Conta-bilidade e o RTT); e

b) a obrigatoriedade da pessoa jurídica em re-conhecer e mensurar, para fins tributários, os seus ativos, passivos, receitas, custos, des-pesas, ganhos, perdas e rendimentos com base na moeda nacional, já que, para fins societários, a empresa pode adotar moeda funcional diferente da moeda nacional. Nes-sa hipótese, a pessoa jurídica deve elaborar, para fins tributários, escrituração contábil, com base em moeda nacional, nos termos do arts. 155 e 156 da Instrução Normativa RFB nº 1.515/2014.

Vale ressaltar que todas essas informações deve-rão ser apresentadas na Escrituração Contábil Digital (ECD), lembrando que todos os livros da escrituração contábil podem ser incluídos na ECD, em suas diver-sas formas de escrituração. Relacionamos, a seguir, as escriturações já existentes:

Livro Natureza do livro

G Diário Geral

R Diário com Escrituração Resumida (vinculado a livro auxiliar)

A Diário Auxiliar

Z Razão Auxiliar

B Livro de Balancetes Diários e Balanços

No Manual de Orientação do Leiaute da ECD an-terior, aprovado pelo Ato Declaratório Executivo Cofis nº 42/2015, nas Seções 1.6, 1.2.7 e 1.2.8, já estava previsto que, a partir de 2016, a pessoa jurídica deveria apresentar na ECD, o livro M - ECD em Moeda Funcional e o livro P - Razão Auxiliar das Subcontas, entre outros livros. Porém, com o advento do Ato Declaratório Executivo Cofis nº 82/2015, foi aprovado o novo Manual de Orientação do Leiaute da ECD, que instituiu o Leiaute 4 a ser utilizado para escriturações a partir do ano-calendário 2015 (ECD 2016), o qual traz novas orientações quanto à apresentação dessas informações.

Dessa forma, na ECD 2016, a ser entregue até 31.05.2016, além das informações constantes dos livros supramencionados, deverão incluídas as seguintes informações:

a) Moeda Funcional: as pessoas jurídicas obri-gadas a transmitir, via Sped, a escrituração em moeda funcional diferente da moeda na-cional, nos termos do art. 156 da Instrução Normativa RFB nº 1.515/2014, deverão preen-cher o campo identificação de moeda fun-cional do Registro 0000 (0000.IDENT_MF) com “S” (Sim) constante no leiaute 4, instituí-do pelo Manual de Orientação do Leiaute da ECD, constante do Anexo ao Ato Declarató-rio Executivo Cofis nº 82/2015, observando- -se que:

a.1) quando o campo 0000.IDENT_MF (identificação de moeda funcional) for igual a “S” (Sim), indica que a es-crituração abrange valores com base na moeda funcional. Nesse caso, os campos já existentes nos registros a seguir deverão ser preenchidos com os valores baseados em moeda fun-cional, atendendo ao disposto nos arts. 155 e 156 da Instrução Normativa RFB nº 1.515/2014:

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03-10 IR/LS Manual de Procedimentos - Jan/2016 - Fascículo 03 - Boletim IOB

Registro Descrição

I155 Detalhe dos Saldos Periódicos

I157 Transferência de Saldos de Plano de Contas Anterior

I200 Lançamento Contábil

I250 Partidas do Lançamento

I310 Detalhes do Balancete Diário

I355 Detalhes dos Saldos das Contas de Resultado Antes do Encerramento

I020 Campos adicionais

a.2) consequentemente, os valores do Blo-co J (Demonstrações Contábeis) serão verificados pelo programa da ECD, por meio dos códigos de aglutinação, consi-derando os valores baseados em moeda funcional dos registros do Bloco I (Lança-mentos Contábeis);

a.3) a pessoa jurídica deverá criar os se-guintes campos adicionais auxiliares no arquivo da ECD, por meio do preenchi-mento do registro I020 (Campos Adicio-nais), conforme segue, para informar os valores da contabilidade que não reflitam os efeitos da moeda funcional;

b) Razão Auxiliar das Subcontas (RAS): conforme mencionado anteriormente, nos casos previs-tos na Instrução Normativa RFB nº 1.515/2014, na ocorrência de ajustes fiscais e contábeis na forma prevista na Lei nº 12.973/2014, para as-segurar a neutralidade tributária em relação a eventuais diferenças apuradas, a pessoa jurí-dica deverá informar também à RFB, mediante a apresentação do livro razão auxiliar, com dados referentes às subcontas, que serão transmitidas como parte integrante da ECD de 2016, através do Livro Z, em relação às infor-mações:

b.1) referentes ao ano-calendário de 2015;

b.2) referentes aos anos-calendário de 2014 (no caso das empresas obrigadas ao ra-zão auxiliar no ano-calendário 2014, ou seja, aquelas optantes pela aplicação da Lei nº 12.973/2014 em 2014) e 2015;

b.3) as empresas obrigadas a transmitir o Li-vro Razão Auxiliar das subcontas deve-rão utilizar o Livro Z (Razão Auxiliar), os

livros R (Diário com escrituração resumi-da) ou o Livro B (Balancetes diários e ba-lanços) como principais, tendo em vista que o Livro G (Diário Geral) não aceita livros auxiliares;

b.4) deverá ser adotado o modelo padroniza-do de razão auxiliar das subcontas, sen-do que as informações devem ser preen-chidas nos registros:

Registro Descrição

I030 Termo de Abertura do Livro

I500 Parâmetros de Impressão e Visualização do Livro Razão Auxiliar com Leiaute Parametrizável

I510 Definição de Campos do Livro Razão Auxiliar com Leiau-te Parametrizável

I550 Detalhes do Livro Razão Auxiliar com Leiaute Parame-trizável

I555 Totais no Livro Razão Auxiliar com Leiaute Parametrizável

(Lei nº 12.973/2014, arts. 62, 64 e 75; Instrução Norma-tiva RFB nº 1.420/2013, art. 5º; Instrução Normativa RFB nº 1.515/2014, arts. 155, 156, 160 e 161; Ato Declaratório Executi-vo Cofis nº 82/2015; Manual de Orientação do Leiaute da ECD)

QUADRO SINÓTICO

Empresas obrigadas às informações na ECD

ECD de 2016

Moeda Funcional a partir do ano--calendário de 2014

Devem indicar “sim” no Regis-tro 000 (0000.IDENT_MF - Iden-tificação de moeda funcional) e preencher os registros I155, I157, I200, I250, I310, I355 e I020 dos anos-calendário de 2014 e 2015 I155

Moeda Funcional a partir do ano--calendário de 2015

Devem indicar “sim” no Re-gistro 000 (0000.IDENT_MF - Identificação de moeda fun-cional) e preencher os regis-tros I155, I157, I200, I250, I310, I355 e I020, do ano-calendário de 2015

Razão Auxiliar a partir do ano-calen-dário de 2014

Devem transmitir o Livro Z no formato RAS dos anos-calen-dário de 2014 e 2015

Razão Auxiliar a partir do ano-calen-dário de 2015

Devem transmitir o Livro Z no formato RAS do ano-calendário de 2015

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Imposto de Renda e Legislação Societária

Manual de Procedimentos

03-11Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jan/2016 - Fascículo 03 IR/LS

MODELO DE ARQUIVO DO RAZÃO AUXILIAR DAS SUBCONTAS

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03-12 IR/LS Manual de Procedimentos - Jan/2016 - Fascículo 03 - Boletim IOB

a IOB Perguntas e RespostasCOFINS/PIS-PASEP

Apropriação de créditos - Dação em pagamento

1) No regime de apuração não cumulativa, podem ser descontados créditos da contribuição para o PIS--Pasep e da Cofins em relação a um produto recebido como dação em pagamento?

Sim. Ocorre a dação em pagamento quando o credor aceita que o devedor dê fim à relação de obrigação existente entre eles pela substituição do objeto da prestação, ou seja, o devedor realiza o pagamento na forma de algo que não estava origi-nalmente na obrigação estabelecida, isto é, a dação em pagamento é um acordo de vontades entre credor e devedor, através do qual o primeiro concorda em receber do segundo prestação diversa da que lhe é devida e, assim, exonerá-lo da obrigação. Assim, corresponde a uma operação de compra e venda.

Logo, se os produtos recebidos possibilitarem o creditamento da contribuição para o PIS-Pasep e da Cofins, não haverá vedação para creditar-se dessas contribuições.

(Lei nº 10.406/2002, art. 356; Lei nº 10.833/2003, art. 3º; Lei nº 10.637/2002, art. 3º; RIR/1999, art. 996)

Apropriação de créditos - Lucro presumido

2) Quais são os percentuais de créditos que po-dem ser apropriados no regime não cumulativo nas aquisições efetuadas por empresas sujeitas ao lucro presumido?

A pessoa jurídica poderá descontar créditos da contribuição para o PIS-Pasep e da Cofins, no sistema não cumulativo, mediante aplicação das alíquotas de 1,65% e 7,6%, respectivamente, ainda que a aquisi-ção seja de empresa sujeita ao lucro presumido.

(Lei nº 10.637/2002, art. 3º, § 1º; Lei nº 10.833/2003, art. 3º, § 1º)

CONTABILIDADE

Ajuste a Valor Presente - Receita bruta - Fins fiscais e contábeis

3) O Ajuste a Valor Presente (AVP) é considerado como receita bruta para fins fiscais e contábeis?

O conceito de receita bruta para fins fiscais é dife-rente para fins contábeis. Para fins fiscais, na receita bruta são incluídos os valores decorrentes de AVP, conforme a Lei nº 6.404/1976, art. 183, VIII.

Logo, na base de cálculo dos tributos e contribui-ções federais (IRPJ, CSL, PIS/Pasep e Cofins), tem-se o AVP incluso, fazendo parte da receita bruta.

Na definição de receita bruta para fins contábeis, conforme o CPC 30 - Receitas, a receita inclui somente os ingressos brutos de benefícios econômicos recebi-dos e a receber pela entidade quando originários de suas próprias atividades. As quantias cobradas por conta de terceiros, tais como tributos sobre vendas, tributos sobre bens e serviços e tributos sobre valor adicionado, não são benefícios econômicos que fluam para a entidade e não resultam em aumento do patrimônio líquido; portanto, são excluídos da receita.

Da mesma forma, na relação de agenciamento (entre o principal e o agente), os ingressos brutos de benefícios econômicos provenientes dos montantes arrecadados pela entidade (agente), em nome do principal, não resultam em aumentos do patrimônio líquido da entidade (agente), uma vez que sua receita corresponde tão somente à comissão combinada entre as partes contratantes.

Desse modo, em atendimento à norma contábil, o AVP não pode estar contido na receita e será tratado como receita financeira.

(Lei nº 12.973/2014, art. 2º, que alterou o art. 12 do De-creto-lei nº 1.598/1977; Instrução Normativa RFB nº 1.515/2014, art. 3º, § 3º; Resolução CFC nº 1.412/2012, item 8; Resolução CFC nº 1.151/2009)

IRRF

Participação nos resultados - Tributação

4) Como deve ser feita a retenção do Imposto de Renda na fonte por ocasião de mais de um pagamento a título de participação nos resultados (PLR) no curso de um mesmo ano-calendário?

A participação nos lucros aos empregados será tributada pelo Imposto de Renda exclusivamente na fonte, em separado dos demais rendimentos recebi-dos, no ano do recebimento ou crédito, e não integrará

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03-13Boletim IOB - Manual de Procedimentos - Jan/2016 - Fascículo 03 IR/LS

a base de cálculo do imposto devido pelo beneficiário na Declaração de Ajuste Anual.

O valor da participação dos empregados nos lucros ou resultados da empresa será integralmente submetido à tabela progressiva anual.

Caso ocorra mais de um pagamento a título de PLR no curso de um mesmo ano-calendário, ainda que se trate de resultados apurados pela empresa em

períodos diferentes, o imposto deve ser recalculado, com base no total da participação nos lucros recebida neste ano-calendário, mediante a utilização da tabela anual, deduzindo-se do imposto assim apurado o valor retido anteriormente.

(Instrução Normativa RFB nº 1.500/2014, Anexo III, al-terado pela Instrução Normativa RFB nº 1.558/2015; Lei nº 10.101/2000, art. 3º, § 11, e art. 17, § 3º; Lei nº 13.149/2015)