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Revista Baianade Saúde Pública
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Resumo
A reprodução e a morte massiva de plantas de longa vida, como taquaras
e bambus, estão associadas historicamente a episódios de ratadas. A superpopulação de
roedores, que é favorecida pelo evento reprodutivo desses vegetais, traz consigo grandes
prejuízos e riscos de emergências de doenças. Nesta nota, relatamos o episódio de ratada
ocorrido no município de São Francisco do Sul, Santa Catarina. Para subsidiar esta
comunicação foram feitas observações de campo, entrevistas não estruturadas e coleta de
material biológico em novembro de 2012. Foi constatada a reprodução da taquara do gênero
Merostachys e a invasão subsequente de domicílios por roedores dos gêneros Oligoryzomys e
Akodon, reservatórios de hantavírus, no sul do Brasil.
Palavras-chave: Hantavirus. Zoonoses. Epidemiologia.
COMUNICAÇÃO
INVESTIGAÇÃO DE RATADA ASSOCIADA A FLORESCIMENTO E FRUTIFICAÇÃO DE
TAQUARAS EM SÃO FRANCISCO DO SUL, SANTA CATARINA, BRASIL, 2012
Stefan Vilges de Oliveiraa,b
Ivânia Folsterc
Suzana Zeccerc
Lidsy Ximenes Fonsecaa
Simone Valéria Costa Pereiraa
Eduardo Pacheco de Caldasa
aCoordenação Geral de Doenças Transmissíveis; Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis; Secretaria de Vigilância em Saúde; Ministério da Saúde – CGDT-DEVIT-SVS-MS – Brasília (DF), Brasil.bPrograma de Pós-Graduação em Medicina Tropical; Universidade de Brasília – UNB – Brasília (DF), Brasil. cGerência de Zoonose; Diretoria de Vigilância Epidemiológica; Secretaria Estadual da Saúde do Estado de Santa Catarina – GEZOO-DIVE-SES-SC – Florianópolis (SC), Brasil.Endereço para correspondência: Stefan Vilges de Oliveira – Setor Comercial Sul, Quadra 04, Bloco A, Edifício Principal, 3º andar – CEP: 70304-000 – Brasília (DF), Brasil – E-mail: [email protected]
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RESEARCH ON RODENT OUTBREAK ASSOCIATED WITH FLOWERING AND FRUITING OF
BAMBOOS IN SÃO FRANCISCO DO SUL, SANTA CATARINA, BRAZIL, 2012
Abstract
Reproduction and massive death of long lived plants like bamboo are historically
associated with episodes of mouse outbreaks. The over population of rodents that is favored by
the reproduction of these vegetables brings big losses and risks of emerging diseases. In this note
we report the mouse outbreaks happened in the district of São Francisco do Sul, Santa Catarina,
Brazil. In order to supoort this communication we conducted field observations, unstructured
interview and sand collection of biological material in November 2012. It was found bamboo
reproduction of the genus Merostachys and subsequent invasion of houses by rodents of the
genus Oligoryzomys and Akodon, which are hantavirus reservoirs, in southern Brazil.
Keywords: Hantavirus. Zoonosis. Epidemiology.
INVESTIGACIÓN DE RATADA ASOCIADA A FLORECIMIENTO Y FRUTIFICACIÓN DE
TACUARAS EN SÃO FRANCISCO DO SUL, SANTA CATARINA, BRASIL, 2012
Resumen
La reproducción y muerte masiva de plantas de larga vida, como tacuaras
y bambús, están asociadas históricamente a episodios de ratadas. La superpoblación de
roedores, que es favorecida por el evento reproductivo de esos vegetales, trae consigo grandes
perjuicios y riesgos de emergencias de enfermedades. En esta nota, relatamos el episodio
de ratada ocurrido en el municipio de São Francisco do Sul, Santa Catarina. Para subsidiar
esta comunicación fueron hechas observaciones de campo, entrevistas no estructuradas y
recogida de material biológico en noviembre de 2012. Fue constatada la reproducción de la
tacuara del género Merostachys y la invasión subsecuente de domicilios por roedores de los
géneros Oligoryzomys e Akodon, reservorios de hantavirus, en el sur de Brasil.
Palabras clave: Hantavirus. Zoonosis. Epidemiología.
INTRODUÇÃO
As “ratadas” são episódios biológicos que se caracterizam pelo aumento
exacerbado do número de roedores de uma determinada área, gerando uma superpopulação.
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Isso ocorre devido a um fenômeno ambiental, causado por maior oferta de sementes
produzidas durante a floração e a frutificação cíclicas (a cada 10, 20 ou mais anos) de
determinadas espécies de bambus, conhecidos popularmente como taquaras.1
As taquaras e os bambus (Poaceae, Bambusoideae) são vegetais semelparos, isto
é, seu ciclo de vida termina com a morte dos indivíduos após o florescimento. Essas plantas
têm como características marcantes a frutificação maciça e a eficiente sincronia entre os
membros da espécie.2 Acredita-se que o longo intervalo entre os episódios reprodutivos seja
regulado por mecanismos endógenos associados a fatores ambientais.3,4
No Brasil, são encontrados 18 gêneros e 155 espécies de taquaras e bambus
(129 endêmicas, 83%), sendo o país neotropical com a maior diversidade nesse grupo.5
Quando ocorre o florescimento e a posterior frutificação de bambus e taquaras,
é comum que haja um acréscimo nas populações de certas espécies de roedores, causado
pela alta disponibilidade de alimento.6-10 Ao final do ciclo dos bambus, após o término da
oferta das sementes da taquara, os roedores silvestres, já em superpopulação, lançam-se
em busca de outras fontes de alimentação, destruindo plantações de qualquer natureza e
buscando locais onde são depositados alimentos, principalmente grãos. Há, assim, o ingresso
dos roedores em locais de armazenamento e domicílios, tendo como possível consequência a
transmissão de hantavírus, além de outros agentes etiológicos humanos.1,7
Por se tratar de um episódio cíclico, de periodicidade pouco conhecida e
documentada na literatura, a presente comunicação visa registrar a ratada associada ao
florescimento e à frutificação de taquaras em São Francisco do Sul (SC), em 2012.
METODOLOGIA
Trata-se de um relato descritivo, no qual as informações do episódio foram
obtidas por meio de observações de campo e entrevistas não estruturadas no mês de
novembro de 2012, no Município de São Francisco do Sul, Santa Catarina. A região está
localizada no litoral norte catarinense, a 188 km de Florianópolis e 45 km de Joinville,
e possui uma população de 42.569 habitantes. A área estudada (26°14’21.36”S,
48°41’23.51”O) (Figura 1) abrange 3 localidades (Estaleiro, Vila da Glória e Saí Mirim) com
cerca de 750 imóveis entre residências, estabelecimentos comerciais, pousadas e casas
de veraneio em um vilarejo de pescadores. A geografia do local (Figura 2A) é caracterizada
por um relevo acidentado e pelo clima tropical úmido, com chuvas distribuídas sem
muita oscilação ao longo do ano, com temperatura média anual em torno de 20°C e
umidade relativa do ar de 87,18%. A vegetação predominante é a de Floresta Atlântica de
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planície costeira com restingas e mangues, além de uma vegetação mais exuberante da
Floresta Sub-Montana e Montana ao longo das montanhas.11
Para a obtenção dos dados foram realizadas duas expedições ao local, buscando
compreender o fenômeno da ratada. Foram coletados materiais biológicos de Poaceae e
as observações fenológicas objetivaram visualizar a presença de estruturas reprodutivas.
O material coletado foi encaminhado para identificação no Departamento de Botânica da
Universidade Federal de Santa Catarina.
Buscando verificar a presença de roedores no peridomicílio e no intradomicílio,
foram vistoriados os ambientes onde alguns animais já mortos foram encontrados, coletados e
acondicionados em álcool 70% e identificados em nível de gênero conforme classificação de
Bonvicino et al.12
Figura 1 – Área da ocorrência da ratada associada a florescimento e frutificação de
taquaras em São Francisco do Sul, Santa Catarina, Brasil, 2012. Círculo vermelho:
município de São Francisco do Sul; Linha vermelha: local do episódio de ratada
Garuva
Itapoá Ratada
Joinville São Francisco do Sul
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RELATO DO CASO
No dia 31 de outubro de 2012, o Serviço de Saúde Estadual do Estado de Santa
Catarina recebeu a notificação da ocorrência de uma infestação de ratos silvestres no município
de São Francisco do Sul, nas localidades de Vila da Glória, Estaleiro e Saí Mirim, bem como
um exemplar de roedor para identificação. Após constatação de que se tratava de um roedor
silvestre, entre os dias 09/11/12 e 28/11/12, equipes de vigilância das doenças transmitidas
por roedores, da Secretaria Estadual de Saúde e do Ministério da Saúde, deslocaram-se até as
localidades para verificar o evento, bem como orientar quanto às medidas preventivas.
A infestação de roedores teve início no mês de setembro de 2012 e as
invasões às residências persistiram até o final de novembro do mesmo ano. Segundo relato
dos moradores, o fenômeno teria ocorrido após um período de estiagem e posterior queda
de granizo na região. A proximidade das residências à área de mata (entre 2 e 10 m) foi
verificada em todas as visitas. Todos os entrevistados relataram a presença constante de
roedores em seus domicílios, peridomicilios e invasões a estabelecimentos comerciais
durante o período (Figura 2B). A busca por alimentos e o adentramento em residências
gerou grandes danos à população local. Relatos descreveram a destruição de redes
de pescas, eletrodomésticos e utensílios do lar, bem como migração em massa em busca de
alimentos. Nas pousadas localizadas na área foi verificado grande número de roedores
mortos em piscinas. O uso de raticidas foi utilizado de maneira massiva pelos moradores
no peridomicílio e no intradomicílio e, segundo os relatos, essa ação regulou as invasões e
reduziu a superpopulação de roedores no local. Informações de moradores mais antigos da
região afirmaram que esse evento já teria ocorrido no passado, mas não souberam precisar
a data. A população exposta foi de aproximadamente 2 mil pessoas, sendo essa a área de
abrangência de uma Equipe de Saúde da Família.
No local, foi verificada a presença da taquara do gênero Merostachys, que, no
momento da investigação, já se encontrava seca, após o episódio de floração e frutificação.
Os roedores que foram encaminhados para identificação eram do gênero
Akodon e Oligoryzomys (Figuras 2C e 2D).
Em levantamento realizado junto ao serviço de saúde local, não foram
detectados casos suspeitos da hantavirose. Porém, cabe destacar a oportunidade da
investigação, que foi realizada no momento da superpopulação de roedores, e o período
de incubação da doença, que é de até 60 dias, sendo esse período considerado de risco para
ocorrência de casos.13
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DISCUSSÃO
Os fenômenos de floração e frutificação de taquaras registrados no sul do
país, seguidos de explosões reprodutivas de roedores, migração e adentramentos em busca
de alimentos nos domicílios e peridomicílios, são episódios que merecem grande atenção
por parte dos órgãos de saúde e ambientais. Considerando que os roedores silvestres
são os portadores do hantavírus e que os excretam pelas fezes, urina ou saliva, as medidas
educativas quanto ao controle devem estar voltadas a evitar o contato com esses roedores e
suas excretas.13
Figura 2 – (A) Imagem aérea do local da ratada, localidades de Estaleiro, Vila da Glória e
Saí Mirim. Foto: Prefeitura Municipal de São Francisco do Sul, Santa Catarina; (B) invasão
de roedores em estabelecimentos comerciais; (C) roedor do gênero Akodon, encontrado
durante a investigação da ratada em interior de residência; (D) roedor do gênero
Oligoryzomys, encontrado durante a investigação da ratada em interior de residência.
Fotos B, C e D: Diretoria de Vigilância Epidemiológica do Estado de Santa Catarina
A
C
B
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Nos anos de 2004, 2005 e 2006 ocorreram florações da espécie Merostachys
skvortzovii nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, ocasionando os
mencionados problemas de saúde pública relacionados ao fenômeno da ratada. As espécies do
gênero Merostachys (existem aproximadamente 40 nativas no Brasil) florescem em intervalos
médios de 30 anos, porém, nas florestas onde elas ocorrem naturalmente, coexistem muitas
do mesmo gênero em um mesmo habitat. Dessa forma, em um intervalo aproximado de 5 a
7 anos, pelo menos uma espécie de taquara estará em florescimento gregário.14
Em estudo realizado por Jaksic e Lima10 foram verificados registros de florações
de M. skvortzovii no sul do Brasil (citada como taquara-lixa), nos anos de 1843, 1876 e 1877,
1909, 1910, 1938 a 1940 e 2003 a 2006.1,14
De dezembro de 2011 até meados do ano 2012, foram registrados florescimentos
gregários monocárpicos (florescimento e posterior morte de todas as populações da mesma
espécie) da espécie Merostachys speciosa Spreng no estado de São Paulo, no município
de Iguape, e em Santa Catarina, nos municípios de Florianópolis e Santa Rosa de Lima.
Essas informações nos poderiam fazer supor que, possivelmente, essa mesma espécie
poderia ser a envolvida no município de São Francisco do Sul. Todavia, não foi possível a
identificação em nível de espécie, devido ao estado de conservação das amostras coletadas
(comunicação pessoal, Laboratório de Botânica da Universidade Federal de Santa Catarina).
Os roedores que foram encaminhados para identificação eram do gênero
Akodon e Oligoryzomys.12 São animais de mata, e como já observado com as espécies
Oligoryzomys nigripes, Akodon paranaensis e A. montensis, podem desempenhar importante
papel na transmissão da hantavirose.15,16 No sul do Brasil, a estirpe viral Jaborá foi identificada
em Akodon paranaensis e Akodon montensis, ao passo que a estirpe viral Araucária foi
detectada em Oligoryzomys nigripes.17-19
Os primeiros casos da hantavirose documentados no Brasil surgiram em
decorrência de um fenômeno de ratada, ocorrido no município de Juquitiba, estado de São
Paulo, onde foram descritos, em forma de surto, em três irmãos agricultores20. No entanto,
desde a emergência da doença no Brasil, nenhum estudo buscou acompanhar a transmissão
do hantavírus associada aos episódios de ratadas. Assim, fica como perspectiva de estudo,
a necessidade de esclarecer aspectos da dinâmica da população de roedores e as variações
da prevalência da infecção nessas populações, buscando compreender melhor o papel dos
roedores silvestres nesses eventos.
Todavia, as estratégias de prevenção e controle para hantavirose estão baseadas
na realização de atividades de antiratização e desratização. A antiratização consiste em
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práticas de higiene e medidas corretivas no meio ambiente, tornando as habitações e os locais
de trabalho impróprios à instalação e à proliferação de roedores, enquanto que a desratização
é caracterizada pelo controle químico de roedores.13 Essas medidas, no que refere aos
roedores silvestres, só são recomendadas para as áreas peridomiciliares e intradomiciliares.
O Ministério da Saúde recomenda realizar atividades de educação em saúde
com objetivo de informar a população acerca da doença, vias de transmissão e medidas
de prevenção e controle que devem ser adotadas.13
AGRADECIMENTOS
Aos técnicos da Regional de Saúde de Joinville, à Secretaria Municipal de
Saúde de São Francisco do Sul, pelo apoio prestado na investigação do episódio, e ao Departamento
de Botânica da Universidade Federal de Santa Catarina, pelo auxílio da identificação da taquara.
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Recebido em 08.07.2013 e aprovado em 14.05.2014.