investigaÇÃo de ratada associada a …files.bvs.br/upload/s/0100-0233/2013/v37n4/a4498.pdf ·...

9
Revista Baiana de Saúde Pública v.37, n.4, p.1071-1079 out./dez. 2013 1071 Resumo A reprodução e a morte massiva de plantas de longa vida, como taquaras e bambus, estão associadas historicamente a episódios de ratadas. A superpopulação de roedores, que é favorecida pelo evento reprodutivo desses vegetais, traz consigo grandes prejuízos e riscos de emergências de doenças. Nesta nota, relatamos o episódio de ratada ocorrido no município de São Francisco do Sul, Santa Catarina. Para subsidiar esta comunicação foram feitas observações de campo, entrevistas não estruturadas e coleta de material biológico em novembro de 2012. Foi constatada a reprodução da taquara do gênero Merostachys e a invasão subsequente de domicílios por roedores dos gêneros Oligoryzomys e Akodon, reservatórios de hantavírus, no sul do Brasil. Palavras-chave: Hantavirus. Zoonoses. Epidemiologia. COMUNICAÇÃO INVESTIGAÇÃO DE RATADA ASSOCIADA A FLORESCIMENTO E FRUTIFICAÇÃO DE TAQUARAS EM SÃO FRANCISCO DO SUL, SANTA CATARINA, BRASIL, 2012 Stefan Vilges de Oliveira a,b Ivânia Folster c Suzana Zeccer c Lidsy Ximenes Fonseca a Simone Valéria Costa Pereira a Eduardo Pacheco de Caldas a a Coordenação Geral de Doenças Transmissíveis; Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis; Secretaria de Vigilância em Saúde; Ministério da Saúde – CGDT-DEVIT-SVS-MS – Brasília (DF), Brasil. b Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical; Universidade de Brasília – UNB – Brasília (DF), Brasil. c Gerência de Zoonose; Diretoria de Vigilância Epidemiológica; Secretaria Estadual da Saúde do Estado de Santa Catarina – GEZOO-DIVE-SES-SC – Florianópolis (SC), Brasil. Endereço para correspondência: Stefan Vilges de Oliveira – Setor Comercial Sul, Quadra 04, Bloco A, Edifício Principal, 3º andar – CEP: 70304-000 – Brasília (DF), Brasil – E-mail: [email protected]

Upload: lebao

Post on 30-Sep-2018

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Revista Baianade Saúde Pública

v.37, n.4, p.1071-1079

out./dez. 2013 1071

Resumo

A reprodução e a morte massiva de plantas de longa vida, como taquaras

e bambus, estão associadas historicamente a episódios de ratadas. A superpopulação de

roedores, que é favorecida pelo evento reprodutivo desses vegetais, traz consigo grandes

prejuízos e riscos de emergências de doenças. Nesta nota, relatamos o episódio de ratada

ocorrido no município de São Francisco do Sul, Santa Catarina. Para subsidiar esta

comunicação foram feitas observações de campo, entrevistas não estruturadas e coleta de

material biológico em novembro de 2012. Foi constatada a reprodução da taquara do gênero

Merostachys e a invasão subsequente de domicílios por roedores dos gêneros Oligoryzomys e

Akodon, reservatórios de hantavírus, no sul do Brasil.

Palavras-chave: Hantavirus. Zoonoses. Epidemiologia.

COMUNICAÇÃO

INVESTIGAÇÃO DE RATADA ASSOCIADA A FLORESCIMENTO E FRUTIFICAÇÃO DE

TAQUARAS EM SÃO FRANCISCO DO SUL, SANTA CATARINA, BRASIL, 2012

Stefan Vilges de Oliveiraa,b

Ivânia Folsterc

Suzana Zeccerc

Lidsy Ximenes Fonsecaa

Simone Valéria Costa Pereiraa

Eduardo Pacheco de Caldasa

aCoordenação Geral de Doenças Transmissíveis; Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis; Secretaria de Vigilância em Saúde; Ministério da Saúde – CGDT-DEVIT-SVS-MS – Brasília (DF), Brasil.bPrograma de Pós-Graduação em Medicina Tropical; Universidade de Brasília – UNB – Brasília (DF), Brasil. cGerência de Zoonose; Diretoria de Vigilância Epidemiológica; Secretaria Estadual da Saúde do Estado de Santa Catarina – GEZOO-DIVE-SES-SC – Florianópolis (SC), Brasil.Endereço para correspondência: Stefan Vilges de Oliveira – Setor Comercial Sul, Quadra 04, Bloco A, Edifício Principal, 3º andar – CEP: 70304-000 – Brasília (DF), Brasil – E-mail: [email protected]

1072

RESEARCH ON RODENT OUTBREAK ASSOCIATED WITH FLOWERING AND FRUITING OF

BAMBOOS IN SÃO FRANCISCO DO SUL, SANTA CATARINA, BRAZIL, 2012

Abstract

Reproduction and massive death of long lived plants like bamboo are historically

associated with episodes of mouse outbreaks. The over population of rodents that is favored by

the reproduction of these vegetables brings big losses and risks of emerging diseases. In this note

we report the mouse outbreaks happened in the district of São Francisco do Sul, Santa Catarina,

Brazil. In order to supoort this communication we conducted field observations, unstructured

interview and sand collection of biological material in November 2012. It was found bamboo

reproduction of the genus Merostachys and subsequent invasion of houses by rodents of the

genus Oligoryzomys and Akodon, which are hantavirus reservoirs, in southern Brazil.

Keywords: Hantavirus. Zoonosis. Epidemiology.

INVESTIGACIÓN DE RATADA ASOCIADA A FLORECIMIENTO Y FRUTIFICACIÓN DE

TACUARAS EN SÃO FRANCISCO DO SUL, SANTA CATARINA, BRASIL, 2012

Resumen

La reproducción y muerte masiva de plantas de larga vida, como tacuaras

y bambús, están asociadas históricamente a episodios de ratadas. La superpoblación de

roedores, que es favorecida por el evento reproductivo de esos vegetales, trae consigo grandes

perjuicios y riesgos de emergencias de enfermedades. En esta nota, relatamos el episodio

de ratada ocurrido en el municipio de São Francisco do Sul, Santa Catarina. Para subsidiar

esta comunicación fueron hechas observaciones de campo, entrevistas no estructuradas y

recogida de material biológico en noviembre de 2012. Fue constatada la reproducción de la

tacuara del género Merostachys y la invasión subsecuente de domicilios por roedores de los

géneros Oligoryzomys e Akodon, reservorios de hantavirus, en el sur de Brasil.

Palabras clave: Hantavirus. Zoonosis. Epidemiología.

INTRODUÇÃO

As “ratadas” são episódios biológicos que se caracterizam pelo aumento

exacerbado do número de roedores de uma determinada área, gerando uma superpopulação.

Revista Baianade Saúde Pública

v.37, n.4, p.1071-1079

out./dez. 2013 1073

Isso ocorre devido a um fenômeno ambiental, causado por maior oferta de sementes

produzidas durante a floração e a frutificação cíclicas (a cada 10, 20 ou mais anos) de

determinadas espécies de bambus, conhecidos popularmente como taquaras.1

As taquaras e os bambus (Poaceae, Bambusoideae) são vegetais semelparos, isto

é, seu ciclo de vida termina com a morte dos indivíduos após o florescimento. Essas plantas

têm como características marcantes a frutificação maciça e a eficiente sincronia entre os

membros da espécie.2 Acredita-se que o longo intervalo entre os episódios reprodutivos seja

regulado por mecanismos endógenos associados a fatores ambientais.3,4

No Brasil, são encontrados 18 gêneros e 155 espécies de taquaras e bambus

(129 endêmicas, 83%), sendo o país neotropical com a maior diversidade nesse grupo.5

Quando ocorre o florescimento e a posterior frutificação de bambus e taquaras,

é comum que haja um acréscimo nas populações de certas espécies de roedores, causado

pela alta disponibilidade de alimento.6-10 Ao final do ciclo dos bambus, após o término da

oferta das sementes da taquara, os roedores silvestres, já em superpopulação, lançam-se

em busca de outras fontes de alimentação, destruindo plantações de qualquer natureza e

buscando locais onde são depositados alimentos, principalmente grãos. Há, assim, o ingresso

dos roedores em locais de armazenamento e domicílios, tendo como possível consequência a

transmissão de hantavírus, além de outros agentes etiológicos humanos.1,7

Por se tratar de um episódio cíclico, de periodicidade pouco conhecida e

documentada na literatura, a presente comunicação visa registrar a ratada associada ao

florescimento e à frutificação de taquaras em São Francisco do Sul (SC), em 2012.

METODOLOGIA

Trata-se de um relato descritivo, no qual as informações do episódio foram

obtidas por meio de observações de campo e entrevistas não estruturadas no mês de

novembro de 2012, no Município de São Francisco do Sul, Santa Catarina. A região está

localizada no litoral norte catarinense, a 188 km de Florianópolis e 45 km de Joinville,

e possui uma população de 42.569 habitantes. A área estudada (26°14’21.36”S,

48°41’23.51”O) (Figura 1) abrange 3 localidades (Estaleiro, Vila da Glória e Saí Mirim) com

cerca de 750 imóveis entre residências, estabelecimentos comerciais, pousadas e casas

de veraneio em um vilarejo de pescadores. A geografia do local (Figura 2A) é caracterizada

por um relevo acidentado e pelo clima tropical úmido, com chuvas distribuídas sem

muita oscilação ao longo do ano, com temperatura média anual em torno de 20°C e

umidade relativa do ar de 87,18%. A vegetação predominante é a de Floresta Atlântica de

1074

planície costeira com restingas e mangues, além de uma vegetação mais exuberante da

Floresta Sub-Montana e Montana ao longo das montanhas.11

Para a obtenção dos dados foram realizadas duas expedições ao local, buscando

compreender o fenômeno da ratada. Foram coletados materiais biológicos de Poaceae e

as observações fenológicas objetivaram visualizar a presença de estruturas reprodutivas.

O material coletado foi encaminhado para identificação no Departamento de Botânica da

Universidade Federal de Santa Catarina.

Buscando verificar a presença de roedores no peridomicílio e no intradomicílio,

foram vistoriados os ambientes onde alguns animais já mortos foram encontrados, coletados e

acondicionados em álcool 70% e identificados em nível de gênero conforme classificação de

Bonvicino et al.12

Figura 1 – Área da ocorrência da ratada associada a florescimento e frutificação de

taquaras em São Francisco do Sul, Santa Catarina, Brasil, 2012. Círculo vermelho:

município de São Francisco do Sul; Linha vermelha: local do episódio de ratada

Garuva

Itapoá Ratada

Joinville São Francisco do Sul

Revista Baianade Saúde Pública

v.37, n.4, p.1071-1079

out./dez. 2013 1075

RELATO DO CASO

No dia 31 de outubro de 2012, o Serviço de Saúde Estadual do Estado de Santa

Catarina recebeu a notificação da ocorrência de uma infestação de ratos silvestres no município

de São Francisco do Sul, nas localidades de Vila da Glória, Estaleiro e Saí Mirim, bem como

um exemplar de roedor para identificação. Após constatação de que se tratava de um roedor

silvestre, entre os dias 09/11/12 e 28/11/12, equipes de vigilância das doenças transmitidas

por roedores, da Secretaria Estadual de Saúde e do Ministério da Saúde, deslocaram-se até as

localidades para verificar o evento, bem como orientar quanto às medidas preventivas.

A infestação de roedores teve início no mês de setembro de 2012 e as

invasões às residências persistiram até o final de novembro do mesmo ano. Segundo relato

dos moradores, o fenômeno teria ocorrido após um período de estiagem e posterior queda

de granizo na região. A proximidade das residências à área de mata (entre 2 e 10 m) foi

verificada em todas as visitas. Todos os entrevistados relataram a presença constante de

roedores em seus domicílios, peridomicilios e invasões a estabelecimentos comerciais

durante o período (Figura 2B). A busca por alimentos e o adentramento em residências

gerou grandes danos à população local. Relatos descreveram a destruição de redes

de pescas, eletrodomésticos e utensílios do lar, bem como migração em massa em busca de

alimentos. Nas pousadas localizadas na área foi verificado grande número de roedores

mortos em piscinas. O uso de raticidas foi utilizado de maneira massiva pelos moradores

no peridomicílio e no intradomicílio e, segundo os relatos, essa ação regulou as invasões e

reduziu a superpopulação de roedores no local. Informações de moradores mais antigos da

região afirmaram que esse evento já teria ocorrido no passado, mas não souberam precisar

a data. A população exposta foi de aproximadamente 2 mil pessoas, sendo essa a área de

abrangência de uma Equipe de Saúde da Família.

No local, foi verificada a presença da taquara do gênero Merostachys, que, no

momento da investigação, já se encontrava seca, após o episódio de floração e frutificação.

Os roedores que foram encaminhados para identificação eram do gênero

Akodon e Oligoryzomys (Figuras 2C e 2D).

Em levantamento realizado junto ao serviço de saúde local, não foram

detectados casos suspeitos da hantavirose. Porém, cabe destacar a oportunidade da

investigação, que foi realizada no momento da superpopulação de roedores, e o período

de incubação da doença, que é de até 60 dias, sendo esse período considerado de risco para

ocorrência de casos.13

1076

DISCUSSÃO

Os fenômenos de floração e frutificação de taquaras registrados no sul do

país, seguidos de explosões reprodutivas de roedores, migração e adentramentos em busca

de alimentos nos domicílios e peridomicílios, são episódios que merecem grande atenção

por parte dos órgãos de saúde e ambientais. Considerando que os roedores silvestres

são os portadores do hantavírus e que os excretam pelas fezes, urina ou saliva, as medidas

educativas quanto ao controle devem estar voltadas a evitar o contato com esses roedores e

suas excretas.13

Figura 2 – (A) Imagem aérea do local da ratada, localidades de Estaleiro, Vila da Glória e

Saí Mirim. Foto: Prefeitura Municipal de São Francisco do Sul, Santa Catarina; (B) invasão

de roedores em estabelecimentos comerciais; (C) roedor do gênero Akodon, encontrado

durante a investigação da ratada em interior de residência; (D) roedor do gênero

Oligoryzomys, encontrado durante a investigação da ratada em interior de residência.

Fotos B, C e D: Diretoria de Vigilância Epidemiológica do Estado de Santa Catarina

A

C

B

D

Revista Baianade Saúde Pública

v.37, n.4, p.1071-1079

out./dez. 2013 1077

Nos anos de 2004, 2005 e 2006 ocorreram florações da espécie Merostachys

skvortzovii nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, ocasionando os

mencionados problemas de saúde pública relacionados ao fenômeno da ratada. As espécies do

gênero Merostachys (existem aproximadamente 40 nativas no Brasil) florescem em intervalos

médios de 30 anos, porém, nas florestas onde elas ocorrem naturalmente, coexistem muitas

do mesmo gênero em um mesmo habitat. Dessa forma, em um intervalo aproximado de 5 a

7 anos, pelo menos uma espécie de taquara estará em florescimento gregário.14

Em estudo realizado por Jaksic e Lima10 foram verificados registros de florações

de M. skvortzovii no sul do Brasil (citada como taquara-lixa), nos anos de 1843, 1876 e 1877,

1909, 1910, 1938 a 1940 e 2003 a 2006.1,14

De dezembro de 2011 até meados do ano 2012, foram registrados florescimentos

gregários monocárpicos (florescimento e posterior morte de todas as populações da mesma

espécie) da espécie Merostachys speciosa Spreng no estado de São Paulo, no município

de Iguape, e em Santa Catarina, nos municípios de Florianópolis e Santa Rosa de Lima.

Essas informações nos poderiam fazer supor que, possivelmente, essa mesma espécie

poderia ser a envolvida no município de São Francisco do Sul. Todavia, não foi possível a

identificação em nível de espécie, devido ao estado de conservação das amostras coletadas

(comunicação pessoal, Laboratório de Botânica da Universidade Federal de Santa Catarina).

Os roedores que foram encaminhados para identificação eram do gênero

Akodon e Oligoryzomys.12 São animais de mata, e como já observado com as espécies

Oligoryzomys nigripes, Akodon paranaensis e A. montensis, podem desempenhar importante

papel na transmissão da hantavirose.15,16 No sul do Brasil, a estirpe viral Jaborá foi identificada

em Akodon paranaensis e Akodon montensis, ao passo que a estirpe viral Araucária foi

detectada em Oligoryzomys nigripes.17-19

Os primeiros casos da hantavirose documentados no Brasil surgiram em

decorrência de um fenômeno de ratada, ocorrido no município de Juquitiba, estado de São

Paulo, onde foram descritos, em forma de surto, em três irmãos agricultores20. No entanto,

desde a emergência da doença no Brasil, nenhum estudo buscou acompanhar a transmissão

do hantavírus associada aos episódios de ratadas. Assim, fica como perspectiva de estudo,

a necessidade de esclarecer aspectos da dinâmica da população de roedores e as variações

da prevalência da infecção nessas populações, buscando compreender melhor o papel dos

roedores silvestres nesses eventos.

Todavia, as estratégias de prevenção e controle para hantavirose estão baseadas

na realização de atividades de antiratização e desratização. A antiratização consiste em

1078

práticas de higiene e medidas corretivas no meio ambiente, tornando as habitações e os locais

de trabalho impróprios à instalação e à proliferação de roedores, enquanto que a desratização

é caracterizada pelo controle químico de roedores.13 Essas medidas, no que refere aos

roedores silvestres, só são recomendadas para as áreas peridomiciliares e intradomiciliares.

O Ministério da Saúde recomenda realizar atividades de educação em saúde

com objetivo de informar a população acerca da doença, vias de transmissão e medidas

de prevenção e controle que devem ser adotadas.13

AGRADECIMENTOS

Aos técnicos da Regional de Saúde de Joinville, à Secretaria Municipal de

Saúde de São Francisco do Sul, pelo apoio prestado na investigação do episódio, e ao Departamento

de Botânica da Universidade Federal de Santa Catarina, pelo auxílio da identificação da taquara.

REFERÊNCIAS

1. Pereira C. Sobre as “ratadas” no sul do Brasil e o ciclo vegetativo das taquaras. Arq Inst Biol.1941;12:175-200.

2. Widmer Y. Flowering phenology of Chusquea bamboo with special reference to Chusquea talamancensis in Costa Rica. J Am Bamboo Soc. 1998;1(2):1-20.

3. Campbell JN. Bamboo flowering a patterns: a global view with special reference to East Asia. J Am Bamboo Soc. 1985;1(6):17-35.

4. Deitzer GF, Soderson TR, Edelman DK. Flowering physiology of bamboo in Puerto Rico. J Am Bamboo Soc. 1985;1(6):36-42.

5. Filgueiras TS, Gonçalves APS. A check list of the basal grasses and bamboos (Poaceae) in Brazil. J Am Bamboo Soc. 2004;1(18):7-18.

6. Janzen DH. Why bamboos wait so long to flower? Ann Rev Ecol Syst. 1974;7:347-91.

7. Gallardo MH, Mercado CL. Mast seeding of bamboo shrubs and mouse outbreaks in Southern Chile. Mastozool Neotrop. 1999;6(2):103-11.

8. González LA, Murúa R, Jofré C. Habitat utilization of two muroid species in relation to population outbreaks in southern temperate forests of Chile. Rev Chil Hist Nat. 2000;73(3):489-95.

9. Chauhan NPS. Observations of bamboo floweringand associated increases in rodent populations in thenorth-eastern region of India. In: Second International Conference on Rodent Biology and Management. Bogor: ICRBM; 2002. p. 267-70.

Revista Baianade Saúde Pública

v.37, n.4, p.1071-1079

out./dez. 2013 1079

10. Jaksic FM, Lima M. Myths and facts about ratadas: bamboo blooms, rainfall peaks and rodent outbreaks in South America. Austral Ecol. 2003;28:237-51.

11. Santa Catarina. Gabinete de Planejamento e Coordenação Geral. Atlas de Santa Catarina. Florianópolis: GAPLAN/SUEGI; 1986.

12. Bonvicino CR, Oliveira JA, D’Andrea PS. Guia dos roedores do Brasil, com chaves para gêneros baseadas em caracteres externos. Rio de Janeiro: Centro Pan-Americano de Febre Aftosa - OPAS/OMS; 2008.

13. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Guia de Vigilância Epidemiológica. 7ª edição. Brasília: Ministério da Saúde; 2009.

14. Liebsch D, Reginato M. Florescimento e frutificação de Merostachys skvortzovii Sendulsky (taquara-lixa) no estado do Paraná. Iheringia Sér Bot. 2009;64(1):53-6.

15. Suzuki A, Bisordi I, Levis S, Garcia J, Pereira LE, Souza RP, et al. Identifying rodent hantavírus reservoirs, Brazil. Emerg Infect Dis. 2004;10:2127-34.

16. de Oliveira SV, Escobar LE, Peterson AT, Gurgel-Gonçalves R. Potential geographic distribution of hantavirus reservoirs in Brazil. PLoS One. 2013;8(12):e85137.

17. Raboni SM, Delfraro A, de Borba A, Teixeira BR, Stella V, de Araujo MR, et al. Hantavirus infection prevalence in wild rodents and human anti-hantavirus serological profiles from different geographic areas of South Brazil. Am J Trop Med Hyg. 2012;87(2):371-8.

18. Oliveira RC, Gentile R, Guterres A, Fernandes J, Teixeira BR, Vaz V, et al. Ecological study of hantavirus infection in wild rodents in an endemic area in Brazil. Acta Trop. 2014;131:1-10.

19. de Oliveira RC, Padula PJ, Gomes R, Martinez VP, Bellomo C, Bonvicino CR, et al. Genetic characterization of hantaviruses associated with sigmodontine rodents in an endemic area for hantavirus pulmonary syndrome in southern Brazil. Vector Borne Zoonotic Dis. 2011;11(3):301-14.

20. da Silva MV, Vasconcelos MJ, Hidalgo NT, Veiga AP, Canzian M, Marotto PC, et al. Hantavirus pulmonary syndrome. Report of the first three cases in São Paulo, Brazil. Rev Inst Med Trop São Paulo. 1997;39(4):231-4.

Recebido em 08.07.2013 e aprovado em 14.05.2014.