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Seminário de Projecto I Marta Couto Fevereiro de 2005

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Inventário dos complexos monásticos de Guimarães - Portugal 2005

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Page 1: Inventário dos complexos monásticos de Guimarães

Seminário de Projecto I

Marta CoutoFevereiro de 2005

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Projecto de Seminário — I Semestre

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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO 22. DEFINIÇÃO CIENTIFICA DE MOSTEIRO: 3

2.1 Bibliografia: 43. IMPLANTAÇÃO DOS MOSTEIROS NO CONCELHO DE GUIMARÃES:

53. 1 Bibliografia: 6

4, Notas de rodapé 8Anexo I: 9Anexo II : 10

5. INVENTARIAÇÃO: 115.1 MOSTEIRO DE SANTA MARINHA DA COSTA: 11

Bibliografia: 14Anexo IV : 17Anexo VI : 19Anexo VII : 20

5.2 MOSTEIRO DE S. TORCATO: 21Bibliografia: 22

Anexo VIII : 24 Anexo IX: 25Anexo X : 26Anexo XI: 27Anexo XII: 28Anexo XIII: 29

5.3 MOSTEIRO DE S. SALVADOR DE SOUTO: 30Bibliografia: 32

Anexo XIV: 345.4 MOSTEIRO DE SERZEDELO: 35

Bibliografia: 36Anexo XV: 37Anexo XVI: 38Anexo XVII: 39Anexo XVIII : 40

5.5 CONVENTO DAS DOMINICAS: 41Bibliografia: 43

Anexo XIX: 44Anexo XX: 45Anexo XXI: 46

5.6 CONVENTO DAS CAPUCHINHAS: 47Bibliografia: 48

Anexo XXII: 49Anexo XXIII: 50Anexo XXIV: 51

5.7 MOSTEIRO DE SANTA MARIA DO SOUTO: 52Bibliografia: 52

5.8 MOSTEIRO DE SÃO MARTINHO DE SANDE: 53Bibliografia: 54

6. Legenda de SIGLAS / Abreviaturas: 55

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Projecto de Seminário — I Semestre

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1. INTRODUÇÃO

Na sequência da apresentação, pelo nosso Professor, do tema do Seminário de Projecto I, decidi, conjuntamente com o colega Amândio Lima de Oliveira, propor a realização do Inventario no Concelho de Guimarães.

Atenta a riqueza e extensão do domínio monástico desta zona geográfica foi, com a anuência do Orientador, considerado conveniente procedermos à divisão da tarefa.

Assim, competiu-me inventariar os seguintes complexos monásticos:

• Capela do antigo Mosteiro de São Torcato / Igreja do Mosteiro de São Torcato Braga, Guimarães, São Torcato

• Igreja do antigo Mosteiro de Serzedelo / Igreja de Santa Cristina de Serzedelo Braga, Guimarães, Serzedelo

• Igreja do antigo Mosteiro de São Salvador do Souto / Igreja do antigo Mosteiro do Divino Salvador Braga, Guimarães, Souto (São Salvador)

• Capela do antigo Convento das Capuchinhas / Igreja da Madre Deus / Oficinas de São José Braga, Guimarães, São Sebastião

• Igreja e complexo do antigo Mosteiro de Stª Marinha da Costa Braga, Guimarães, Costa

• Igreja do antigo Convento das Dominicas / Convento de Santa Rosa de LimaBraga, Guimarães, S. Sebastião

• Antigo Mosteiro de S. Martinho de SandeBraga, Guimarães, Sande (S Martinho)

• Antigo Mosteiro de Santa Maria de SoutoBraga, Guimarães, Souto (Santa Maria)

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2. DEFINIÇÃO CIENTIFICA DE MOSTEIRO:

Por mosteiro (do grego monasterion1) entende-se originária e simultaneamente, quer o conjunto de edifícios e terras habitados por uma determinada comunidade religiosa, quer a própria orgânica dessa mesma comunidade, já que a arquitectura de um mosteiro é intrinsecamente condicionada pelo modus vivendi da ordem religiosa que ai reside 2. Assim, a articulação, organização e disposição dos diferentes espaços arquitectónicos segue um esquema rigoroso e predominantemente funcional 3, que além de facilitar o seu modo de vida, incorpora e reflecte os seus ideais.No Ocidente, o modelo monástico seguido foi o beneditino, que precocemente conseguiu apropriar os valores ascéticos dos primeiros eremitas, sistematizando e racionalizando-os. 4

Neste contexto, o critério de implantação do mosteiro ganha uma importância determinante pois privilegia o isolamento que proporcionaria aos monges a vida pela qual optaram: uma vida estável e contemplativa, baseada na oração e expressa no lema beneditino Ora e Labora. 5

Preferencialmente situado em zonas rurais, afastadas dos aglomerados urbanos e delimitado fisicamente por cercas, o mosteiro tem necessariamente que assegurar a subsistência e autonomia dos monges, assemelhando-se por isto a uma pequena cidade onde confluem espaços litúrgicos ( igreja – normalmente construída no ponto mais elevado do terreno), espaços de lazer (claustro e biblioteca), espaços essenciais a esta sobrevivência (celeiro, estábulo, horta, pomar, oficinas, moinhos..) ,espaços essenciais á vida em comunidade (dormitório, refeitório, cozinha, enfermaria e hospedaria) espaços administrativos (sala capitular) e espaços destinados á educação (edifício dos conversos).6

Neste edifício plural, o claustro desempenha um papel preponderante dentro do complexo, porque surge como uma força aglutinadora e ao mesmo tempo simbólica, onde se cruzam coordenadas espaciais e temporais, capaz de alinhar e ordenar coerentemente os restantes espaços convergentes. 7

No entanto, estes espaços monásticos não perduraram imutáveis ao longo da historia, acompanharam coerentemente a evolução das mentalidades e até a dos próprios estilos arquitectónicos, dando origem a transformações de caracter espacial. A titulo de exemplo, se na época medieval o claustro era entendido como um espaço profundamente fechado, novas soluções arquitectónicas são descobertas na época renascentista, permitindo o aproveitamento do espaço e conferindo-lhe um caracter mais livre. 8

Importa ainda salientar a diferença, ainda que sumária e subjectiva entre os termos Mosteiro e Convento já que a sua identificação lógica / imediata tende a gerar confusões de significado.

O Convento, situado geralmente dentro ou próximo das cidades, aparece frequentemente associado ás ordens mendicantes 9, que por ideologia praticam uma vida religiosa inspirada no ideal de pobreza que as impele a recorrer á esmola/ dadiva caridosa (uma diferença ideológica significativa, que desde logo impossibilita uma identificação imediata com o modo de vida monasterial, muitas vezes reveladores de certa opulência e riqueza ).

Por outro lado é flagrante a diferença de caracter epistemológico : o termo convento provem da palavra latina conventu 10 , que se refere explicitamente á vida comunitária, sendo por isto essencial um numero mínimo de religiosos para a sua construção.Os habitantes dos conventos embora pratiquem uma vida comunitária, a semelhança dos monges, não estão enclausurados, e por isto não se torna tão importante a separação física do edifício com o mundo exterior, muito pelo contrario: como estes tendem a aproximar-se da sociedade com o intuito de instruir os povos, aliam facilmente a vida cenobitica á vida social, tirando desta algum proveito, enquanto que para os monges o isolamento é uma forma de prevenir a corrupção dos costumes e de fortalecer a sua castidade.

A complexidade do núcleo monástico reside pois nesta síntese entre sociedade, religião e cultura (neste campo, como se sabe, é especialmente notória e incontestável a importância dos mosteiros, que funcionavam sobretudo a partir da época carolíngia, como verdadeiros centros culturais capazes de preservar o legado da antiguidade).

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2.1 Bibliografia:

AZEVEDO, Carlos Moreira – Dicionário de história religiosa de Portugal, dir. Carlos Moreira Azevedo, coord. Ana Maria Jorge... [et al.] . - [Lisboa] : Círculo de Leitores, 2000

BORGES, Nelson Correia – Arquitectura Monástica Portuguesa na Época Moderna. In Revista MUSEU nº IV, série 7, 1998

CHAVOT, Pierre - ABCedário do Cristianismo / Pierre Chavot, Jean Potin, trad. Fernando Correia de Oliveira, coord. geral Gabriela Fernandes, rev. António Martins . Lisboa : Público

DIAS, Geraldo J. Amadeu Coelho- Religião e simbólica: o sonho da escada de Jacob .Porto : Granito, 2001.

Enciclopédia universal ilustrada europeo-americana . - Madrid : Espasa-Calpe, 1988-1989.

FATÁS, Guillermo – Dicionário de términos de arte y elementos de arqueologia y numismática. Madrid: Alianza

FAULLET, Michel - Vocabulário do Cristianismo: Edições 70, s/d

Grande dicionário enciclopédico Verbo / dir. João Bigotte Chorão . - Lisboa ; São Paulo : Verbo, 1997.

Grande enciclopédia portuguesa e brasileira . Lisboa : Editorial Enciclopédia, [1960]. - 50 vol. XVII: Enciclopédia

KOCH, Wilfried – Dicionário de Estilos Arquitectónicos: Martins, s/d

LEAL, Pinho - Portugal antigo e moderno: dicionário geográfico, estatístico, corográfico, heráldico, arqueológico, histórico, biográfico e etimológico de todas as cidades, vilas e freguesias de Portugal e de grande número de aldeias. Lisboa : Liv. Ed. de Matos Moreira, 1871.

LEMAITRE, Nicole - Dicionário cultural do cristianismo / Nicole Lemaitre, Marie-Thérèse Quinson, Véronique Sot, trad. José David Antunes. 1ª ed . - Lisboa : Dom Quixote, 1999.

Lexicoteca Moderna Enciclopédica Universal, Volume XIII : Lexicultural, s/d

OLIVEIRA, Manuel Alves de – Mini- enciclopédia. Lisboa: Temas e Debates, s/d

PEREIRA, Paulo - Dicionário da arte barroca em Portugal / dir. José Fernandes Pereira, coord. Paulo Pereira, fot. Manuel Palma. 1ª ed . - Lisboa : Presença, 1989.

REAL, Regina M. – Dicionário de Belas Artes: Fundo de Cultura, I987

RODRIGUES, Maria João Madeira- Vocabulário técnico e crítico de arquitectura / Maria João Madeira Rodrigues, Pedro Fialho de Sousa, Horácio Manuel Pereira Bonifácio. 2ª ed. rev . - [Lisboa] : Quimera,1996.

SILVA, António de Morais - Novo dicionário compacto da língua portuguesa / António de Morais Silva. 4ª ed . - [Lisboa] : Confluência, 1988 (Mem Martins : Printer Portuguesa).

TAVARES, Jorge Campos - Dicionário de santos: hagiológico, iconográfico de atributos, de artes e profissões, de padroados, de compositores, de música religiosa / Jorge Campos Tavares. 2ª ed . - Porto : Lello & Irmão,1990

TEIXEIRA, Luís Manuel Aguilar de Morais - Dicionário ilustrado de belas artes . - Lisboa : Presença,1985. VASCONCELOS, Joaquim – Arte Religiosa em Portugal. Porto: Emilio Biel e Cº Editores. vol I , 2º a edição, facsimilada, Lisboa, 1994

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3. IMPLANTAÇÃO DOS MOSTEIROS NO CONCELHO DE GUIMARÃES:

A cidade de Guimarães, cuja origem radica no processo da reconquista, foi para além do berço da nacionalidade , um berço de Mosteiros.Ela própria começou com uma construção monástica: o Mosteiro de Santa Maria, protegido posteriormente pelo Castelo de S. Mamede.11

Ambos se devem à Condessa Mumadona Dias, que, por morte do seu marido, o Conde de Tuy Hermenegildo Gonçalves, assumiu o governo do Condado, em meados do século X. 12

Foram várias as razões que levaram a Condessa a fundar este primeiro Mosteiro: “o voto e a vontade do marido, a sua origem devocional, o caracter familiar do Mosteiro, a atribuição dos enormes bens do casal, a partilha com os seus 6 filhos, a decisão da doadora em recolher-se no Mosteiro e as doações pessoais e dos seus familiares”, nomeadamente do Rei da Coroa Asturiana, Ramiro II (sobrinho da Condessa). 13

No século XII foi instituído, por D. Afonso VI, o condado portucalense, confiado a D. Henrique de Borgonha (marido da sua filha D. Teresa) , que ordenava as primeiras obras de ampliação do Castelo e, segundo a tradição, tinha intenção de ai instalar o seu Paço Ducal. 14

É com esta fixação que são feitas doações para a construção de uma igreja dedicada a Santiago e em 1096 é assinada a carta de foral de Guimarães, confirmada e ampliada por diversos monarcas.15

Entretanto, o Mosteiro fundado por Mumadona, afirmava-se como verdadeiro núcleo gerador do fenómeno urbano 16, já que á sua volta se formou a Vila Alta, protegida pelo seu Castelo e posteriormente a Vila Baixa, em torno da Igreja de Santa Maria, tendo a uni-las a Rua com o mesmo nome.17

As obras de expansão das muralhas para a defesa do Burgo, entretanto criado, foram iniciadas por D. Afonso III, mas só estariam concluídas no reinado de D. Dinis.O traçado da muralha limitou-se a cercar o burgo mais antigo, uma vez que muitas das ruas existentes ficaram fora dos limites impostos pela cerca. Um destes arruamentos, a rua de Gatos (actualmente, rua de D. João I), por se encontrar próxima de uma das portas mais importantes da vila, tornou-se na via de ligação entre o centro de Guimarães e o caminho para o Porto em finais do século XII.18

A popularidade desta Rua não foi ignorada pelas Ordens mendicantes, que ai se fixaram na segunda metade do século XIV, após D. Dinis ter ordenado, por razões de segurança, a reconstrução dos seus Conventos no interior das muralhas (originariamente edificados ás portas da cidade).

Esta transferência foi importantíssima para fisionomia de Guimarães uma vez que a forte evolução urbanística que caracterizou o século XVII foi determinada pela instalação e/ou restruturação dos edifícios que pertenciam ás instituições religiosas.19

A Vila do Castelo e a Vila de Santa Maria da Oliveira acabaram por se fundir20 e até finais do século XIX, a cidade intramuros não sofreu grandes alterações.

As novas ideias urbanísticas e a elevação da vila a cidade em I853, pela Rainha D. Maria II, determinaram a destruição das muralhas, o alargamento de algumas ruas, bem como a construção de novas avenidas.21

Analisando a implantação geográfica dos complexos monásticos do concelho, podemos concluir que as Ordens Mendicantes instalaram-se, preferencialmente, junto das populações, isto é, na cidade de Guimarães - S. Domingos, S. Francisco, Santa Clara, Santo António dos Capuchos, Carmo, Dominicas, Capuchinhas – enquanto os Cónegos da Ordem de Santo Agostinho e os Beneditinos (embora em menor numero) elegeram a ribeira do Ave como o lugar mais indicado para ai se instalarem22 - Serzedelo, S. Torcato, Santa Marinha da Costa, S. Salvador do Souto, Santa Maria do Souto, S. Martinho de Sande.

Estes mosteiros, ainda segundo o mesmo autor, chegaram a contar-se por dezenas, e foram certamente atraídos pela “lavoura de minifúndio relativamente favorecida pela natureza do solo, abundância de aguas, a mata e as terras bravias a circundarem os campos”. 23

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Foram por isso, e em regra, fundados em lugares ermos, “no recosto dos montes (...) ou em qualquer ermida ou cova a que houvesse acolhido um eremita virtuoso24 - caso do Mosteiro de S. Torcato , enquanto que os Conventos por se situarem na cidade, contribuíram claramente para a sua evolução urbanística.

É possível, assim, constatar que, para os mendicantes dos primeiros tempos, o convento não é, verdadeiramente, um mosteiro nem tem essa função, ou seja, o facto de se reunirem no complexo não os impede de manter contactos com o exterior; pelo contrário, é nas praças e na rua, junto das populações, que durante o dia pregam a doutrina cristã.25

Do exposto podemos identificar algumas circunstâncias que nos permitem distinguir os Mosteiros dos Conventos.

Constata-se, igualmente, que é apenas na cidade, intra muros, que se encontram Conventos ocupados por freiras, não existindo nenhum Mosteiro ocupado por religiosas.

Os Mosteiros dúplices são inexistentes, se excluirmos o Mosteiro fundado por Mumadona, entretanto extinto com a criação da Colegiada.

De modo a ilustrar melhor as conclusões enunciadas, apresento, em anexo, o mapa do Concelho, dividido por freguesias, no qual se destaca a implantação dos referidos mosteiros.

3. 1 Bibliografia:

ABREU, Manuel Bernardino de Araújo – Subsídios para a história da Fundação e vida do Mosteiro de Santa Maria da Oliveira que foi do termo de Barcelos. In Revista de Guimarães, nº 99 Jan- Dez, 1989 ABREU, Manuel Bernardino de Araújo- Apontamentos para a história do concelho de Guimarães. Manuscritos do Abade de Tagilde e de outros. Notas e comentários. 96 Jan.-Dez. 1986

ALMEIDA, José Maria Pinto de – Guimarães, uma fundação monástica. Congresso Histórico de Guimarães e sua colegiada. Separata das Actas, vol. III, I98I

ALMEIDA, Eduardo de - Apontamentos para a história do concelho de Guimarães, pelo padre João Gomes de Oliveira Guimarães, Abade de Tagilde. 31 (4) Out.-Dez. 1921, p. 325-340.

AZEVEDO, Carlos Moreira – Dicionário de história religiosa de Portugal, dir. Carlos Moreira Azevedo, coord. Ana Maria Jorge... [et al.] . - [Lisboa] : Círculo de Leitores, 2000

CACHADA, Armindo - Guimarães: roteiro turístico. Guimarães : Zona de Turismo, 1992.

CALDAS, António José Ferreira - Guimarães: apontamentos para a sua história .Porto : Typ. de A. J. da Silva Teixeira, 1881

CASTRO, Domingos Leite de - A questão distrital em Guimarães. In Revista de Guimarães, 2 (1) Jan.-Mar. 1885, p.42-52.

CASTRO, Domingos Leite de - Distritos e concelhos. In Revista de Guimarães, 3 (1) Jan.-Mar. 1886, p.28-42.

CRUZ, António – O mosteiro de Souto: um cenóbio medieval de Guimarães ao serviço da terra e do homem. Guimarães (s.n.), 1981. Braga : Barbosa e Xavier. In Separata das Actas do Congresso Histórico de Guimarães e sua Colegiada.

FERREIRA, Maria Conceição Falcão – Guimarães, duas vilas, um só povo: estudo de História Urbana (1250- 1389) : Braga, Universidade do Minho. Câmara municipal de Guimarães, I999

FIGUEIREDO, António Mesquita – Subsídios para a Bibliografia da História Local Portuguesa : Biblioteca Nacional, Lisboa, 1933

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S/a - Guimarães: mil anos a construir Portugal / org. Comissão Organizadora do Festival do Milénio . - Guimarães : Câmara Municipal. Museu de Alberto Sampaio, 2000

S/a - Guimarães: nas raízes da identidade... / [org.] Anégia Editores, textos João Belmiro Pinto da Silva, fot. Armando Maia, Fernando Mendes Veiga . - Paços de Ferreira : Anégia, D.L. 1999.

S/a - Guimarães do passado e do presente / textos [de] Fernando Távora ... [et al.], recolha, recuperação e organização das fotogr., gravuras e pinturas de Joaquim Fernandes, plantas e des. Miguel Frazäo ... [et al.] . - Guimaräes : Câmara Municipal, 1985.

GUIMARÃES, João Gomes de Oliveira- Apontamentos para a História de Guimarães. A vila do Castelo. In Revista de Guimarães, 15 (1) Jan.-Mar. 1898, p. 5-13.

LEAL, Pinho - Portugal antigo e moderno: dicionário geográfico, estatístico, corográfico, heráldico, arqueológico, histórico, biográfico e etimológico de todas as cidades, vilas e freguesias de Portugal e de grande número de aldeias. Lisboa : Liv. Ed. de Matos Moreira, 1871

LEMAITRE, Nicole - Dicionário cultural do cristianismo / Nicole Lemaitre, Marie-Thérèse Quinson, Véronique Sot, trad. José David Antunes. 1ª ed . - Lisboa : Dom Quixote, 1999.

LINO, António - A arte na Idade Média. Guimarães : [s.n.], 1982 (Braga : Barbosa e Xavier). In Sep. Actas - Congresso Histórico de Guimarães e sua Colegiada, 4

IDEM - Monografia de Guimarães e seu termo / António Lino . - Lisboa : Instituto Fontes Pereira de Melo, 1984.

MARQUES, José – O Mosteiro de Guimarães. In Boletim de trabalhos históricos. Guimarães: s/e, 1990. p. 7-13 Idem – O Estado dos Mosteiros Beneditinos da Arquidiocese de Braga no Século XV. IDEM- O Mosteiro e a Colegiada de Guimarães. Idem – Os Mosteiros na passagem da Idade Média para a Idade Moderna. Idem – A Arquidiocese de Braga no século XV. Porto: A., 1981

MESQUITA, Maria Antónia Martins de – Breves notas para a História de Guimarães. In Separata das Actas. Congresso de História de Guimarães e sua Colegiada, s/d

RAMOS, Cláudio Maria – O Mosteiro e a Colegiada de Guimarães.

SANTOS, Eugénio – Missões e Missionários do interior da Região de Guimarães no século XVIII , s/d

SARMENTO, F. Martins – Materiais para a arqueologia do Concelho de Guimarães. In Revista de Guimarães, vol. I- XIII e no vol. Dispersos: Imprensa da Universidade de Coimbra, 1933

SOARES, Torquato de Sousa - Fundação do concelho de Guimarães: suas características. Guimarães. In Actas do Congresso Histórico de Guimarães e sua Colegiada, 1981.

IDEM – Origens de Guimarães. In Actas do Congresso Histórico de Guimarães e sua colegiada. Guimarães, volume 3, 1981

SOTTOMAIOR, Miguel- Historia da extinção das ordens religiosas em Portugal .Braga : Typ. Lusitana, Volume VII, 1889.

TAVARES, Jorge Campos - Dicionário de santos: hagiológico, iconográfico de atributos, de artes e profissões, de padroados, de compositores, de música religiosa. 2ª ed . - Porto : Lello & Irmão,1990

TEIXEIRA, Luís Manuel – Dicionário Ilustrado de Belas Artes: Presença, I992

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4, Notas de rodapé

1 SILVA, António de Morais, I968 , p. 40

2 RODRIGUES, Maria João Madeira, 1996, p. I883 DIAS, Geraldo José Amadeu Coelho, 2001, p. 2074 Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, vol. XVII: Enciclopédia, p. 968

5 IDEM - ibidem, p. 969

6 PEREIRA, Paulo, 1989, p. 133-136

7 BORGES, Nelson Correia, 1998, p. 41 e seguintes

8 IDEM, Ibidem, 1998, 34

9 Grande Dicionário Enciclopédico Verbo, p. 674; Lexicoteca Moderna Enciclopedia Universal, p. 4310 Dicionário da Lingua Portuguesa , VI Edição: Porto Editora, p. 4I9 11 ALMEIDA, José Maria Pinto de, 1981, p. 309 12 ABREU, Manuel Bernardino de Araújo, 1989. p. 97-173

13 IDEM, Ibidem, p. 312 14 CALDAS, António José Ferreira, 1981, p. 30 15 LEAL, Pinho, 1971, p. 78 16 Guimarães: mil anos a construir Portugal , 200017 FERREIRA, Maria Conceição Falcão, I999, p.8818 FERREIRA, M. Conceição, 1986, pp. 102-103

19 GANDRA, I989, p. 34420 ABREU, Manuel Bernardino de Araújo,1986, p. 34-80.

21 SOARES, Torquato de Sousa, s/d ,p. 5422 CRUZ, António, 1981 , p. 8723 IDEM - Ibidem 24 Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, vol. XVII: Enciclopédia , p. 96925 IDEM - ibidem, p. 970

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Anexo I:

Figura 1 – Mapa do Concelho de Guimarães

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Anexo II :

Figura 2 – Mapa da Cidade de Guimarães

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5. INVENTARIAÇÃO:

5.1 MOSTEIRO DE SANTA MARINHA DA COSTA:

Designação: Mosteiro de Santa Marinha da Costa

Outras Designações: Pousada de Santa Marinha da Costa

Localização: Costa / Guimarães / Braga

Enquadramento: Igreja e edifício conventual , actualmente transformado em Pousada do ENATUR, inseridos num extenso parque arborizado situado na encosta do monte da Penha.

Ordem Monástica: Cónegos Regrantes de Santo Agostinho / Ordem de S. Jerónimo

Descrição Histórica:

As escavações realizadas recentemente (1979-1983) no local, pela DGEMN descobriram vestígios de construções pré-românicas e românicas, que atestam o povoamento paleo-cristão da colina da Penha.

Com efeito, a historiadora Carmen Alves Morais Sarmento, ( Boletim de Trabalhos Históricos, n.º 38 de 1987), defende, com base nos achados, que se encontram actualmente no Museu Alberto Sampaio, a existência nos séculos VI-VII de um templo do período suevo-visigótico, entretanto suplantado por um templo do século IX, cuja construção implicou o desaparecimento do primeiro.

Acresce que a descoberta, nas vizinhanças da igreja da Costa, de um “edifício coevo de grande envergadura e excelente construção, deixando a existência da torre entrever uma forma acastelada” (REAL, Manuel Luís, 1981, p. 55 ) levantou a hipótese da sua provável função palaciana na fase moçarabe (2º quartel do Sec. X), pelo que se admite como possível a fixação, neste local, do Condado Portucalense, antes de se ter transferido para o Castelo de Guimarães.Esta hipótese tem vindo a ser defendida por diversos autores, na sequência de varias descobertas arqueológicas notáveis, nomeadamente a da “porta moçarabe”.

No entanto, a fundação do actual complexo monástico de Santa Marinha da Costa é vulgarmente atribuída a D. Mafalda, por volta do ano de 1154, que o dedicou á Santa Marinha de Braga e o doou aos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho. (Jorge Cardoso, Fr Fernando da Soledade e D. Teotónio de Melo)

As posteriores alterações na disciplina monacal determinaram a extinção desta Ordem no século XVI, quando já em meados do século anterior a Coroa tinha manifestado a vontade de ver a Ordem de S. Jerónimo assumir a tutela do convento. A substituição pelos Jerónimos, ocorreu em 1448, por iniciativa de D. Afonso V, mas a Bula Pontifícia só foi expedida em 1527, já em pleno período renascentista.

Com a passagem do Colégio da Penha Longa para o mosteiro da Costa (de 1537 a 1550), por ordem de D. João III, o mosteiro ganhou uma enorme importância como centro difusor da cultura universitária, tendo inclusive suscitado a emulação da Universidade de Coimbra e a posterior nomeação regia, para seu Reitor, do Fr. Diogo de Murça, antigo Prior do Convento de Penha Longa e bonnet doctoral em Teologia pela Universidade de Lovaina.

Artur Moreira de Sá (Paris 1982 ) afirma que “das cinco universidades ( Lisboa, Coimbra, Guimarães, Braga e Évora ) que houve em Portugal no século XVI, a Vimaranese ocupou (...) uma posição cultural cimeira, em virtude de os seus programas e métodos pedagógicos serem muito avançados. Foi uma autentica universidade do Renascimento.”

A avaliar pelos indícios descobertos pelos arqueólogos, um incêndio, ocorrido já durante a ocupação dos monges Jerónimos, destruiu, aparentemente, grande parte do complexo, nomeadamente o claustro (que foi reconstruído em

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estilo clássico) seguindo-se uma longa campanha de ampliação e restauro até á instauração do liberalismo.Com a extinção das ordens religiosas, o complexo foi leiloado em hasta publica e arrematado pelo fundador da Fabrica Vista Alegre, José Ferreira Pinto Basto, tendo, posteriormente, com a morte deste, passado para os seus descendentes.

Na sequência do regresso dos Jesuítas a Portugal, o mosteiro funcionou como Seminário, desde 1932 até à sua transferencia para o mosteiro da Alpendurada, em 1935.

De novo um outro incêndio, ocorrido em 1951, volta a destruir o mosteiro causando danos irreparáveis, nomeadamente na sala capitular, claustro, celas, tectos e nas famosas decorações azulejares .

Em 1979, o complexo, já Estatal, foi restaurado e ampliado pela Direcção de Edifícios e Monumentos Nacionais, com vista a integrar a actual Pousada.

Utilização Actual: Cultual (Igreja) e Comercial (complexo monástico)

Propriedade: Publica: estatal

Épocas de Construção: Séculos IX, X, XII, XVI, XVII, XVIII e XX

Arquitectos: Séc. 16: Fr. Carlos ( pintor do retábulo-mor ); mestre Pedro Alonso de Amorim ( claustro ); imaginário Adão Francisco ( tectos ); séc. 18: Alexandre Pinto Ribeiro *2 ( obra da sacristia ); António Ferreira, João da Costa e João Ribeiro *3 ( obra na frontaria ) Fr. José de Santo António Vilaça ( risco da caixa do órgão, coro-alto, oratório ); José António da Cunha e Manuel Joaquim Proença ( entalhadores do órgão ); arq. Carlos Amarante ( cadeiral ); Luigi Chiari ( atr. também do cadeiral, v. Hist. Arte Portugal, vol. 10, pag. 172 ); Policarpo de Oliveira Bernardes ( azulejos ) Francisco António Solha (organeiro), L.A. Carvalho (organeiro); séc. 20: Arq. Lixa Felgueiras, Fernando Távora e Conceição e Silva ( adaptação a Pousada ).

Descrição Artística:

Planta composta. Igreja longitudinal de uma nave, capela-mor rectangular muito profunda. A Norte anexos adossados, e a Sul o edifício conventual. Volumes articulados com coberturas diferenciadas em telhados de 1, 2 e 4 águas.

Fachada principal da IGREJA formada por 3 panos separados por duplas pilastras decoradas, correspondendo os laterais a torres sineiras. Estas têm no 1º registo nicho com imagem e janela, ambos de moldura recortada, e no 2º, mais estreito e em cantaria, cartela envolvida por enrolamentos e motivos decorativos; sobre entablamento superior decorado, sineiras com um vão por face, entre duplas pilastras de capitel esculpido, remate em cornija curva com fogaréus nos cunhais e cúpula bolbosa.

No corpo central abre-se portal de verga decorada encimada por frontão curvo interrompido por pedra de armas; ladeia-o janelões ovais decorados encimados por janelas de avental e verga superior curva; a cornija que separa este 1º registo forma como que frontões curvos sobre as janelas e triangular sobre pedra de armas; o 2º registo possui vão quadrado entre vasos de flores e a cornija que o encima é facetada ao centro; sobre platibanda abre-se nicho central encimado por frontão triangular e ladeado por ampla decoração.

No INTERIOR, nave percorrida por lambril de azulejos policromos de padrão, coro-alto sobre arco abatido de talha polícroma com cadeiral de 2 lanços e espaldares ricamente decorados, ladeado por varandins de talha branca e dourada, um deles suportando órgão. Colateralmente dispoêm-se sequencialmente 2 portas com sanefa de talha, 2 altares, 2 púlpitos quadrados, 2 outros altares e, formando ângulo, 2 nichos sobre porta; sobre os altares, com retábulos e sanefas de talha polícroma, tribunas com balaustrada de talha dourada e ferro. Arco triunfal pleno, sobrepujado por sanefa de talha, e janelão. Tecto em abóbada de berço. Na capela-mor cadeiral de espaldares ricamente decorados encimado por janelas com capialço pintado e sanefas de

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talha. Retábulo de talha branca e dourada e cobertura em abóbada de canhão formando caixotões. Sacristia com tecto de madeira de perfil curvo pintado, e arcazes de madeira com telas no espaldar de molduras de talha dourada, arcazes embutidos com remate também de talha, retábulo de talha dourada.

Encostado à igreja, o EDIFÍCIO CONVENTUAL, de 2 pisos, com claustro quadrado e constituído por vários volumes, que acompanham a pendente do terreno, dispostos em U aberto, sendo a ala E. muito comprida e a O. curta, mas recentemente prolongada por corpo, construído numa cota muito mais baixa, de forma a não ser imediatamente perceptível. A fachada principal, na ala O. e encostada à fachada principal da igreja, tem pilastras nos cunhais, e apresenta no 1º piso, grandioso portal, a que se acede por escadaria de 2 lanços, que constitui a entrada principal, de verga recta , com entablamento suportado por 4 mísulas sobre o qual repousa um frontão profusamente decorado, e vãos acentuadamente verticais, de moldura com chanfro, vidro único e grade de ferro, e no 2º janelas de sacada centradas por brasão da ordem. A fachada mais recuada, que igualmente se observa do lado poente, corresponde à ala E., volume que se prolonga para S., e que termina por varanda coberta, denominada varanda de S. Jerónimo. Possui no 1º piso sucessão de pequenas janelas horizontais, e 2 vãos de arco pleno, sendo um deles túnel de passagem, e no 2º, duas grandes janelas de sacada, com varandim saliente sobre mísulas e guarda de ferro, intercaladas por sucessão de pequenos vãos, alternadamente rectangulares e quadradas, sendo estas menores. As janelas de sacada são encimadas por águas-furtadas, cada uma com óculo redondo. No topo da ala, varanda de cantaria com alpendre apoiado em pilares com marcação de molduras sobre bases altas; na face interna, bancos de pedra corridos, com espaldar de azulejos historiados; ao centro chafariz de uma taça e tanque quadrifoliado. Tecto de madeira formando caixotões.

A ligar estas duas alas, uma perpendicular de fachada virada a S., que apresenta no 1º piso três portas em arco pleno, intercaladas por janelas horizontais de moldura chanfrada, vidro único engradado, e no 2º piso, 4 janelas sacada, com varandim saliente, guarda em ferro, e bandeira com chanfro e vidro único.

CLAUSTRO de 2 pisos, tendo no 1º arcada de arcos plenos e capitéis jónicos e no 2º, fechado, janelas de sacada. Ao centro da quadra fonte com golfinhos jorrando água e tanque lobulado.. Esta ala possui fachadas quase simétricas com 2 águas- furtadas de empena saliente dispostas regularmente;

Tipologia: Arquitectura religiosa, maneirista e barroca. Mosteiro com igreja de planta longitudinal e nave única, fachada principal flanqueada por torres sineiras e de grande exuberância decorativa. Claustro de planta quadrada e dois pisos, sendo o 1º de arcos plenos sobre colunas jónicas e o 2º fechado. Vestígios moçárabes do antigo mosteiro visigótico.

Intervenção da DGEMN: 1943 / 1955 - Substituição da cobertura e reparação dos rebocos da Igreja; 1961 - reparação da abóbada da nave; 1965 / 1966 - restauro dos elementos destruídos do coroamento da torre; 1969 - reparação do telhado da sacristia; 1970 - reparação dos telhados da igreja e sacristia; pintura da porta principal; 1972 - elaboração de projecto para adaptação do mosteiro a pousada; 1977 / 1978 / 1979 / 1980 / 1981 / 1982 / 1983 / 1984 / 1985 - obras de adaptação a pousada; 1978 - reparação da cobertura da sacristia; 1979 / 1980 - escavações arqueológicas; 1980 / 1982 - reparação dos telhados da sacristia; 1981 - restauro do órgão por Esteves Pereira *4; estudo e definição da origem da água do convento; 1982 - reparação dos arcazes da sacristia; 1983 - reparação da instalação eléctrica da igreja; escavações arqueológicas no claustro; 1984 - reparação do cadeiral da capela-mor; 1985 / 1986 - conservação do órgão; 1989 - reparação dos sinos; 2000 / 2001 - remodelação da instalação eléctrica no piso de serviço onde se encontram as acomodações dos funcionários, beneficiação de coberturas; conservação de caixilharias; reparação de azulejos.

Características Particulares: Os vestígios moçárabes revelam uma igreja de dimensões verdadeiramente invulgares em relação às suas contemporâneas portuguesas de uma nave. A torre adossada no extremo S. da nave, também mocárabe, é de alta qualidade de execução, tendo no lado interno da porta o detalhe original de um arco de descarga mitraico. A talha da igreja é essencialmente rococó; o cadeiral da capela-mor é neoclássico. Extensa envolvente verde, parte da antiga cerca do mosteiro, que aproveita magnificamente a pendente do terreno

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para nascente, e os cursos de água existentes, apresentando várias espécies botânicas, organizadas em mata, jardim formal e pomar, articulados por escadório de vários lanços e caminhos empedrados. Ostenta ainda grande parte do valioso património azulejar de outrora, ora de padrão seiscentista, ora constituídos em painéis historiados setecentistas.

Bibliografia:

ALMEIDA, José António Ferreira de - Tesouros Artísticos de Portugal, Porto, 1988

AZEVEDO, António de – Santa Marinha da Costa, 1964

CASTRO, Manuel Baptista – Fundação do Mosteiro de Santa Marinha da Costa. Guimarães: Sociedade Martins Sarmento, s/d

DIÁRIO DO MINHO, de 18/09/2003

FERNANDES, A de Almeida – Paroquias Suevas e Dioceses Visigóticas. Viana do Castelo, 1968

FONTE, Barroso da – Pousada de Santa Marinha da Costa. Lisboa: Elo, 1995.

GONÇALVES, Alberto- Os dois mais ilustres alunos do colégio do Mosteiro da Costa. In Revista de Guimarães, 41 (3) Jul.-Set. 1931, p. 183-196.

GUIMARÃES, Alfredo - A Varanda de Frei Jerónimo, in Revista de Guimarães, vol. 31, 1981

Idem - Azulejos de Guimarães, in Revista de Guimarães, vol. 36,1926

MAGALHAES, Manuel – Pousada de Santa Marinha. In Pousadas , nº 3, s. I 94, p. 71- 75

MECO, José - Azulejaria Portuguesa, Lisboa, 1985

OLIVEIRA, Adriano Casimiro de – Fundação do Mosteiro de Santa Marinha da Costa, próximo de Guimarães. Extraida da Chronica manuscrita do Padre Mestre Dr. Fr. Manuel Baptista de Carmo por Fr. Adriano Casimiro. In Revista de Guimarães. Guimarães, 29, 1912, p.175-194

OLIVEIRA, António José de – A Sacristia da Igreja do Convento de Santa Marinha da Costa de Guimarães, 2000.

OLIVEIRA, António José de; OLIVEIRA, Lígia Márcia Cardoso Correia de Sousa - Artistas Bracarenses que trabalharam em Guimarães e seu termo no século XVIII, in Míniam n.º 5, III série, Braga, 1997, pp. 159-198

REAL, Manuel Luís – O Convento da Costa. In Actas do 1º Congresso Histórico de Guimarães. Vol. IV, 1981

Idem – Santa Marinha da Costa de Guimarães. In Boletim da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, vol. 130, Porto. 1985.

SÁ, Artur Moreira – A Universidade da Costa no Século XVI (1537-1550), 1982

SANTOS, Cândido dos – Os Jerónimos em Portugal: Das Origens aos fins do século XVII. Porto: JNICT, 1996

SARMENTO, Carmen Alves Aguiar Morais – Boletim de Trabalhos Históricos, nº38, 1987

SILVA, Adelino - Um Pouco de História, in Boletim da Juni, nº 5: Centro Paroquial de Guimarães, Dezembro, 1986

SMITH, Robert C.- Cadeirais de Portugal, Lisboa, 1968; DGEMN

TAVORA, Fernando – Pousada de Santa Marinha da Costa. In Boletim nº 130 da DGEMN.

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Tratado Histórico. Catalogo dos Priores do Real Mosteiro da Costa. Guimarães: Boletim de Trabalhos Históricos. Nº 19, 1567, p. 146 – 182

VALENÇA, Manuel - A Arte Organística em Portugal, vol. II, Braga, 1999

(sem indicação de autor)- Inquérito paroquial de 1842 - Santa Marinha da Costa in Revista de Guimarães, 108 Jan.-Dez. 1998, p. 235-239

Observações: A informação respeitante à descrição, características particulares, intervenção da DGEMN, tipologia e Arquitectos foram retirados do site da Direcção Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais.

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Anexo III:

Figura 3 – Fachada principal da Igreja de Santa Marinha da Costa

Figura 4 – Pormenor da Fachada

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Anexo IV :

Figura 5 – Edifício Conventual

Figura 6 – Claustro

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Anexo V :

Figura 7 – Fachada mais recuada que corresponde à ala Este. Prolonga-se para sul e termina com a varanda de S.Jerónimo (fig. 8).

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Anexo VI :

Figura 9 e 10 –descobertas das escavações arqueológicas

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Anexo VII :

Figura 11 – Painel de Azulejos

Figura 12 – Vista posterior do Edifício Conventual

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5.2 MOSTEIRO DE S. TORCATO:

Designação: Mosteiro de S. Torcato

Outras Designações: Capela de São Torcato / Igreja do Mosteiro de São Torcato

Localização: S. Torcato / Guimarães / Braga

Enquadramento: Rural. Adossado à Igreja Paroquial, ligada à nave desta por um arco. A capela ergue-se numa plataforma elevada, recentemente ajardinada. Localiza-se nas proximidades do santuário construído no séc. XVIII / XIX.

Ordem Monástica: Cónegos Regrantes de Santo Agostinho

Descrição Histórico- Artística:

O mosteiro de S. Torcato é um complexo interessantíssimo do ponto de vista artístico, remontando á época suevo-visigótica.

As escavações arqueológicas realizadas pelos especialistas em arqueologia medieval dos Serviços Regionais de Arqueologia do Norte , na sequência da descoberta, em 1987, durante as obras de reparação da Igreja , de vestígios relativos ao período alto-medievo, permitiram confirmar as recentes teorias sobre a fundação do mosteiro.

Como a primeira referencia conhecida do templo, data do ano de 951 e consta do testamento de Ramiro II, pensa-se que, a existir, já no século X, um edifício do género, a sua fundação dever-se-á aos Condes Portucalenses e nomeadamente à Condessa Mumadona Dias, tia do Rei de Leão, Ramiro II.

Sendo, porem, impossível reconstituir a planta primitiva, a construção românica da primeira metade do século XII não passou provavelmente de uma mera reforma, a avaliar pelos abundantes materiais pré-românicos nela utilizados, e que foram evidenciados pela referida escavação.

Este acervo do Século X, parcialmente recuperado e exposto no Museu Alberto Sampaio, abrange frisos de calcário em estreita relação com a produção asturiana, aximezes adaptados a nichos laterais da capela mor, capiteis vegetalistas, lipsanoteca, sepulturas e sarcófagos medievais e até mesmo a necrópole existente na sacristia do mosteiro.

Sabe-se que a cabeceira foi sagrada pelo Arcebispo de Braga, D. Paio Mendes em 1132, e que D. Afonso Henriques doou o templo aos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho.Extinta a congregação no século XV, a Igreja passou a paroquial e foi reformada no século XVIII. Já no século XIX a capela mor sofreu acrescentos e foram para isso utilizadas pedras com frescos do século XV.

O aspecto global e actual da capela de S. Torcato, produto de várias intervenções ao longo dos séculos X a XIII, é, marcadamente, da fase construtiva românica, datada ainda da 1ª metade do Sec XII e constitui “um dos pontos obrigatórios da arte alti-medieval em território português, reafirmando um estatuto de charneira entre o Norte Cristão e o Sul Islâmico, não em antagonismo constante mas sim em progressivo contacto cultural e artístico”. (IPPAR)

De 1947 a 1985 foram efectuadas obras de conservação e restauro pela Direcção Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais.

Utilização Actual: Cultual. Igreja

Propriedade: Pública: Estatal

Épocas de Construção: Séculos XII e XII

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Arquitectos: Desconhecidos

Tipologia:Arquitectura religiosa, românica. Capela românica rectangular com portal de arco quebrado e longa fiada de arcaturas lombardas ao longo da cornija lateral da igreja.A capela, de planta rectangular, encosta-se pela fachada lateral esquerda á Igreja profundamente descaracterizada pelas obras do início do século passado. Da construção mais antiga, românica, subsiste um portal e uma longa fiada de arcaturas na cabeceira da Capela-mor, lado N. e S.. Capela-mor de planta rectangular iluminada por frestas e cobertura em telhado de duas águas. Encontra-se neste espaço ( capela-mor ) um altar tipo renascença do séc. XVII. Nas paredes pinturas do séc. XVI, representando S. Torcato e Sant’Iago. A Capela de S. Torcato insere-se num espaço anexo à capela-mor e abriga o seu túmulo apresentando-se revestida a azulejos tipo tapete. Esta capela apresenta-se coberta por uma abóbada de berço. A separar este espaço uma grade de ferro.

Características Particulares: Tecto em abóbada de canhão na capela contígua à capela-mor executado em granito. A Capela resulta da sobreposição clara de duas estruturas: uma capela românica e uma Igreja do Séc. XIX, que integra a capela e adossa o espaço da nave.Segundo Carlos Alberto Ferreira de Almeida, os frisos de S. Torcato são “mais amplos e mais notórios que os de Montélios e a sua decoração é mais rica e variada e também mais estilizada.”

Bibliografia:

ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de – Historia da Arte em Portugal . volume I e II (o Românico e a Alta Idade Média) Lisboa, 2001

ALMEIDA, Eduardo – S. Torcato – algumas notas dispersas. In Revista de Guimarães nº 33 (4) Out.-Dez. 1923, p. 261-327.

ALMEIDA, Fernando de – A Arte Visigótica em Portugal. Lisboa, 1962

ALVES, José Maria Gomes – Apontamentos para a Historia de Guimarães. Manuscritos do Abade de Tagilde (Notas e Comentários). In Revista de Guimarães, 1991

AZEVEDO, António de – O pintor de São Torcato. Guimarães. In Revista de Guimarães, s/d

BARROCA, Mário – Lipsanoteca moçarabe de S. Torcato, ficha técnica de catalogo Mil Anos a construir Portugal. Guimarães, 2000, p. 79

Idem – Dois Frisos moçárabes da igreja de S. Torcato, fichas Técnica do catalogo Mil anos a Construir Portugal. Guimarães, 2000, p. 79-80

Idem – Capitel Moçarabe da igreja de S. Torcato, ficha Técnica do catalogo Mil Anos a construir Portugal, 2000, p.80.Guimaraes, 2000

Idem- As caixas relicário de São Torcato: Guimarães (séculos X- XIII). In Arqueologia Medieval, nº 1, 1992, p.135-168

Idem – Contribuição para o estudo dos testemunhos pré românticos no Entre Douro e Minho, ajimezes, gelosias e modilhões de rolos. Actas do Congresso Internacional, IX Centenário da Dedicação da Sé de Braga, vol. I, p 101-145

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Idem – Capitel de Pilastra. In confins da Idade Média. Porto : Museu Soares dos Reis.

CUNHA, António Henriques Ribeiro da- O Vínculo de Poveiras no Couto de S. Torcato. In Revista de Guimarães, nº 41 (3) Jul.-Set. 1931, p. 210-220.

FEIO, António – A Arte da Alta Idade Media no distrito de Braga. Braga, 1954

Idem - São Torquato de Guimarães, restos de uma igreja moçarabe. In Correio do Minho, 1930.

GUIMARÃES, Oliveira ( Abade de Tagilde ) - Couto de S. Torcado In Rev. Guimarães, Guimarães, 1906

Idem – Arte Visigótica em Portugal. s.d.

IPPAR, Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado, vol. I, Lisboa, 1993.

MACIAS, Santiago; TORRES, Cláudio - O Legado Islâmico em Portugal. Lisboa, 1998

SANTA MARIA , Nicolau de – Crónica dos Cónegos Regulares de S. Agostinho. Lisboa, 1668

REAL, Manuel Luís – Inovação e Resistência: dados recentes sobre a antiguidade cristã no Ocidente Peninsular, IV Reunião de Arqueologia Cristã Hispânica. 1995, p. 17- 68

SILLOS, Domingos da Soledade – Vida Preciosa e Glorioso Martírio de S. Torcato. Guimarães: Irmandade de São Torcato. s.d.

SILVA, Augusto Santos – S. Torcato: o povo, a religião e o poder

Portugal, Serviços Cartográficos do Exercito – Carta Militar de Portugal : São Torcato.

Observações:A informação relativa ao enquadramento e tipologia foi retirada do site da DGEMN.

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Anexo VIII :

Figura 13 – Plantas do Mosteiro

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Anexo IX:

Figura 14 – Fachada Principal do Mosteiro

Figura 15 – Claustro

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Anexo X :

Figura 16 – Pormenor do Claustro

Figura 17 – Cabeceira da Igreja

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Anexo XI:

Figura 18 – Pormenor do Friso do Muro

Figura 19 – Pormenor da Cabeceira

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Anexo XII:

Figura 20 – Capitel moçarabe

Figura 21 –Sepultura

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Anexo XIII:

Figura 22 – Torre Sineira

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5.3 MOSTEIRO DE S. SALVADOR DE SOUTO:

Designação: Mosteiro de S. Salvador do Souto

Outras Designações: Igreja do antigo Mosteiro de São Salvador do Souto / Igreja do antigo Mosteiro do Divino Salvador

Localização: Souto (S. Salvador) / Guimarães / Braga

Enquadramento: Rural. Situa-se na encosta voltada para o Rio Ave, no centro do lugar, junto do cemitério e do salão paroquial. O largo, térreo, rodeado por muro e corrente de ferro, integra coreto e gruta com imagens de Nossa Senhora de Lurdes e Bernardete. Na fachada sul, desenvolve-se o espaço quadrangular, rodeado por edifícios do antigo mosteiro.

Ordem Monástica: Cónegos Regrantes de S. Agostinho

Descrição Histórica:

O Mosteiro foi fundado por D. Paio Guterres da Cunha, filho de D. Guterre, e doado aos Cónegos Regrantes de S. Agostinho.

Embora se torne difícil apontar a data desta fundação, dada a escassa documentação acerca do Mosteiro ( a existente foi quase toda descoberta e revelada pelo Abade de Tagilde: GUIMARÃES, João Gomes de Oliveira, 1890-1895 ) é possível afirmar que o Mosteiro já existia em 1121, pois no testamento de Andulfo Doniz, lavrado nesse ano, concede-se a doação de todos os bens a S. Salvador e ao seu Mosteiro.O Padre Avelino Jesus da Costa defende ainda que a benesse terá contribuído para a conclusão do edifício, que estaria ainda em construção. (COSTA, Avelino Jesus, s/d)

Em 1177, D. Urraca manifesta o desejo de ser sepultada neste Mosteiro, como atesta no testamento: “Mando ego horraca petri meum corpus ad monasterium sancti Salvatoris de Souto, et ipsum meum casalem de rial integrum cum omnibus que ad illum pertinent in quo moraruit menendus luz, et meum lectum cum almuzala et cum mea manta noua”.

Sabe-se, através da consulta de um requerimento, que os Cónegos foram desalojados pelo Prior do Mosteiro, em 1483, situação que nos chega assim descrita: ”os desapossou das casas e se meteo nellas com sua mai D. Brites; a que o dito Arcebispo mandou que acudissem aos frades com o que era seo; mas, como esta D. Brites era muito poderosa e não o quis fazer, os cónegos desempararão o mosteiro.” (BRAGA, ARQUIVO DISTRITAL)

No século XV, com a decadência da vida religiosa, a Coroa manifestou a vontade de unir o Mosteiro á Colegiada, conforme carta Régia de 9 Maio de 1486.

Em 1552, o Arcebispo de Braga, D. Frei Baltazar Limpo, reduziu a igreja do mosteiro, pois de regular passou a secular.

Mais tarde transformado em comenda da Ordem de Cristo, o Mosteiro teve como primeiro prior Martim Rabello de Macedo.

A capela de Santa Margarida, no adro da Igreja era cabeça do morgado dos Cunhas e por isso se encontram os túmulos desta família no interior. Supõe-se até que estivessem estado na Capela Mor as armas da família (CRUZ, António, 1981, p. 93)

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No século XVIII há uma nova referência à igreja, como pertencendo, já, à Reitoria da Mitra de Braga, altura em que terá sido totalmente reconstruída.

No século XIX foram feitos arranjos revivalistas na parede sul da Capela Mor. Apesar destas transformações, conserva-se ainda uma “curiosa arcatura sob cornija, apoiada em cachorros de volumosa e popular escultura”. (ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira,2001, p. 111)

Em 1992, a DGEMN efectuou obras de recuperação dos telhados, pavimentos e tectos.

Utilização Actual: Cultual e devocional

Propriedade: Privada: Igreja Católica

Épocas de Construção: Séc. XII e XVIII

Arquitectos: Desconhecidos

Descrição Artística:

Planta longitudinal composta por nave única e capela-mor, rectangulares, com torre sineira e sacristia, quadrangulares, adossadas, e anexo, rectangular, adossado. volumes articulados e escalonados com coberturas diferenciadas em telhados de 2 e 1 águas. Fachadas em cantaria de granito, em fiadas de aparelho regular.

Fachada principal voltada a O., percorrida por embasamento avançado e cornija composta, com pilastras nos cunhais, coroados por urnas, e rematada por platibanda em empena de friso e cornija, com cruz sobre acrotério ao centro. Portal principal rectangular, com cornija recta e festões laterais, encimada por janelão de verga e peitoril arqueados, assente em motivo cilíndrico. A fachada é flanqueada de N. por torre sineira, com pilastras de canto nos cunhais e 2 registos separados por dupla cornija, com acesso exterior por escada de 4 lanços, do lado E. O 1º registo é rasgado por janelos de moldura arqueada e óculo octogonal; o 2º registo possui 4 sineiras em arco pleno, tendo o lado voltado a N. relógio de pedra. Remate em friso e cornija recta com pináculos nos vértices e cobertura em cúpula com catavento e cruz.

Fachada lateral S. rematada por cornija, na nave, e arcaria lombarda na capela-mor, rasgada por porta de verga recta entre 2 janelões, rectangulares, com escada de pedra, na nave, e porta de verga recta, encimada por 3 janelões, rectangulares, na capela-mor, sendo esta marcada, também, por pequeno anexo, com porta rectangular, estreita.

Fachada lateral N. rematada por cornija, com porta e janela, rectangulares, na nave, e marcada pela escadaria para a torre sineira e pelo corpo da sacristia, mais baixo, com porta e janelas, rectangulares.

Fachada posterior em empena de cornija, com cruz sobre acrotério ao centro, rasgada por pequeno óculo circular.

INTERIOR rebocado e caiado de branco com silhar de azulejos de estampilha azul e branca; coro-alto sobre trave de madeira pintada, formando 3 arcos abatidos sustentados por 2 colunas de ferro; sub-coro com guarda-vento de madeira, ladeado por 2 pias de água benta, com baptistério do lado do Evangelho e vão em arco pleno com altar da invocação de Nossa Senhora, do lado da Epístola. Na nave, em posição confrontante, 2 mísulas com imagens de santos, 2 confessionários, 2 púlpitos de base quadrangular sobre mísula com guardas de madeira entalhada e portas com sanefa, e 4 altares com retábulos de talha polícroma. Arco triunfal pleno sobre pilastras com capitéis lisos, ladeado por 2 nichos com imagens de santos. Pavimento em madeira e tecto de perfil curvo, estucado e pintado, sobre cornija de pedra. Capela-mor revestida a azulejos polícromos, com motivos florais, com 4 portas e 6 janelões, confrontantes. Altar-mor sobreelevado, com supedâneo de granito e 2 degraus ao centro, com retábulo de talha polícroma de planta recta e 3 eixos verticais, com dupla coluna a enquadrar tela representando a Ascensão de Cristo cerrando trono eucarístico, ladeado por 2 mísulas com imagens do Menino Jesus e de São José. Pavimento soalhado e tecto de perfil curvo, em estuque pintado, com alegoria à Eucaristia.

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A sacristia, com silhar de azulejos e tecto estucado, possui mesa de pedra e arcaz.

Tipologia:

Arquitectura religiosa, barroca. Igreja de planta longitudinal composta de uma só nave e capela-mor mais baixa e estreita, flanqueada por torre sineira, quadrangular. Fachada principal enquadrada por pilastras e cornija, com platibanda rematada por urnas e cruz sobre acrotério. Portal principal, rectangular, com cornija recta e festões, encimado por janelão de verga e base arqueadas sobre motivo cilíndrico. Fachadas laterais terminadas em cornija e em arcaria lombarda, na capela-mor do lado S., com portas e janelões rectangulares na nave e capela-mor, tendo a do lado esquerdo sacristia adossada. Interior com tectos de estuque pintados, silhares de azulejos, coro-alto, baptistério, 2 púlpitos confrontantes com guardas de talha, neoclássica, e retábulos de talha polícroma, neoclássica.

Características Particulares: Este exemplar conserva ainda uma arcaria lombarda, cornija e friso de um primitivo templo medieval, integrado no mosteiro. No interior destacam-se, sobretudo, o baptistério e o conjunto de talha neoclássica. Na sacristia salienta-se o arcaz e uma mesa de pedra.Na parede sul da Capela Mor encontra-se uma interessante cachorrada em estilo popular, em boa parte autêntica, a que faz alusão Carlos Alberto Ferreira de Almeida.

Bibliografia:

ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de - História da Arte em Portugal. O Românico. vol. 3, Lisboa, 1993

Idem – Arquitectura Românica de Entre Douro e Minho. Texto Policopiado. Porto, 1978, vol I e II. Dissertação de Doutoramento.

ALMEIDA, D. Fernando – Arte Visigótica em Portugal. O arqueólogo português. Nova Serie. Lisboa, 4, 1962

ALVES, José Maria Gomes – Património Artístico e Cultural de Guimarães. Guimarães : Sociedade Martins Sarmento, 1981

AZEVEDO, Torcato Peixoto de – Memórias Ressuscitadas da Antiga Guimarães, 1845

BRAGA, ARQUIVO DISTRITAL – Inventário Monástico- Conventual: Universidade do Minho

CALDAS, António José Ferreira - Guimarães, apontamentos para a sua História.

CACHADA, Armindo – Roteiro Artístico de Guimarães: zona de turismo de Guimarães.

COSTA, Avelino de Jesus da – Documentos inéditos dos mosteiros do Souto : Homenagem ao abade de Tagilde. Guimarães, s/d

CRAESBEECK, Francisco Xavier da Serra - Memórias Ressuscitadas da Província de Entre Douro e Minho. vol. 1, Ponte de Lima, 1992

CRUZ, António – O mosteiro de Souto: um cenóbio medieval de Guimarães ao serviço da terra e do homem. Guimarães (s.n.), 1981. Braga : Barbosa e Xavier. In Separata das Actas do Congresso Histórico de Guimarães e sua Colegiada.

CUNHA, Arlindo Ribeiro da – Restos de Igrejas Visigóticas. Guimarães, 1954.

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Projecto de Seminário — I Semestre

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GUIMARÃES, João Gomes de Oliveira- Documentos inéditos dos séculos XII-XV. Mosteiro de Souto. Aditamento e recompilação. In Revista de Guimarães, 12 (4) Out.-Dez. 1895, p. 145-154.

IDEM - Documentos inéditos dos séculos XII-XV. Mosteiro de Souto. In Revista de Guimarães, 7 (1) Jan.-Mar. 1890, p. 18-37; 7 (2) Abr.-Jun. 1890, p. 56-74; 7 (3) Jul.-Set. 1890, p. 135-143; 7 (4) Out.-Dez. 1890, p. 193-199. 8 (1) Jan.-Mar. 1891, p. 52-55; 8 (2) Abr.-Jun. 1891, p. 67-70; 8 (3) Jul.-Set. 1891, p. 136-138; 7 (4) Out.-Dez. 1890, p. 204-208. 9 (1) Jan.-Mar. 1891, p. 17-19; 9 (3) Jul.-Set. 1892, p. 170-173. 10 (2) Abr.-Jun. 1893, p.97-100; 10 (3) Jul.-Set. 1893, p. 188-194; 10 (4) Out.-Dez. 1893, p. 222-226. 11 (1) Jan.-Mar. 1894, p. 69-71; 11 (3) Jul.-Set. 1894, p. 165-177; 111 (4) Out.-Dez. 1894, p. 215-226 e 12 (1) Jan.-Mar. 1895, p. 36-48; 12 (2) Abr.-Jun. 1893, p.91-96; 12 (3) Jul.-Set. 1895, p. 120-144.

INQUÉRITO PAROQUIAL de 1842, in Revista de Guimarães, vol. 108, Guimarães, 1998

LEAL, Pinho – Dicionário de Portugal Antigo e Moderno : Tavares Cardoso.

SANTA MARIA, Nicolau de – Chronica da Ordem dos Cónegos Regrantes do Pathriarca de S. Agostinho. Lisboa, 1668.

SARMENTO, F. Martins – Materiais para a arqueologia do Concelho de Guimarães. In Revista de Guimarães, vol. I- XIII e no vol. Dispersos, edição da Imprensa da Universidade de Coimbra, 1933.

SILVA, Hilário Oliveira da - Colocação do Sacrário nas Igrejas do Arciprestado de Guimarães. Guimarães, 2002, p. 383 - 386.

Observações:As alíneas que se referem a: Características Particulares, Tipologia, Descrição Artística e Enquadramento, foram retiradas no site da Direcção Geral de Edifícios e Monumentos Nacionais.Presume-se que o Mosteiro de S. Salvador do Souto, tal como o Mosteiro de S. Torcato e o Mosteiro de Santa Marinha da Costa, tenham sido erigidos sobre fundações Visigóticas, já que Ramiro II doou ao mosteiro de Guimarães os “mandamentos de Ave e Vizela”, incluindo o da “Villa de Sauto”, no fim da primeira metade do século X. Sabe-se ainda que esta vila pertencera anteriormente ao Conde Sueiro Rodrigues e condessa D. Gelvira. (CRUZ, António, 1981, p. 91).

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Anexo XIV:

Figura 23 – Fachada da Igreja

Figura 24 – Vista lateral

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5.4 MOSTEIRO DE SERZEDELO:

Designação: Mosteiro de Serzedelo

Outras Designações: Igreja de Santa Cristina de Serzedelo

Localização: Serzedelo / Guimarães / Braga

Enquadramento: Rural. Implanta-se longitudinalmente no sentido poente nascente, nas proximidades da EN.. Encaixa-se num adro de forma rectangular, cuja cota é inferior ao terreno envolvente.

Ordem Monástica: Templários / Cónegos Regrantes S. Agostinho

Descrição Histórica / Artística:

Este conjunto monástico, interessantíssimo do ponto de vista arquitectónico para a história dos núcleos religiosos baixo-medievais de Entre Douro e Minho, tem sido objecto de algumas avaliações contraditórias no que toca à sua fundação e aos responsáveis por essa fundação.Se alguns autores defendem a fundação do mosteiro pelos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, no século XII, o que ajudaria a compreender a simplicidade e a rudeza da construção, há indícios de uma primitiva ocupação por parte da Ordem dos Templários.(DGEMN)E apesar de não existirem, até à data, vestígios materiais, supõem-se, que a fase mais antiga de construção, remonte à Alta Idade Média.O conjunto terá tido, no parecer da DGEMN, três fases distintas de construção: uma no século XII, de que data a construção da Igreja, outra, no século XIII com a construção do nartex (muito interessante por ser de caracter funerário), provavelmente logo depois da conclusão do templo e uma ultima fase, já no século XIV /XV com a construção de uma pequena capela funerária encostada ao lado sul da Capela-Mor.Como aconteceu também com outros mosteiros da zona de Guimarães, passou mais tarde para a Comenda da Ordem de Cristo.A DGEMN realizou em 1941 obras de reparação dos estragos causados pelo ciclone de Fevereiro e entre 1942 e 1947 procedeu ao primeiro restauro. Os trabalhos continuaram, com algumas interrupções até 1985, como consta no Boletim. No ano passado iniciaram-se as obras do arranjo urbanístico do espaço envolvente à Igreja (segundo o protocolo assinado pela DGEMN, Câmara Municipal de Guimarães e a Junta de Freguesia) mas o processo foi interrompido devido á descoberta de vários vestígios arqueológicos interessantes, designadamente de uma parte da estrutura de uma fossa de moldes, destinada a fundir sinos.

Utilização Actual: Cultual

Propriedade: Pública: Estatal

Épocas de Construção: Século XII / XIII

Arquitectos: Desconhecidos

Tipologia:

Arquitectura religiosa, românica. Igreja românica de nave precedida por galilé e capela-mor quadrada coberta por tecto de madeira.

Planta longitudinal composta por nave única precedida por galilé e capela-mor quadrangular, de volumes articulados

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com coberturas em telhado de duas águas diferenciadas, assentes em cornija suportada por modilhões lisos. Adossada à capela-mor o corpo da sacristia de volume simples e cobertura em telhado de duas águas. Perpendicularmente à fachada principal orientada a poente desenvolve-se uma grossa parede sineira no lado S.. A fachada principal terminada em empena, é marcada por um portal de arquivolta lavrada encimado por fresta. Na empena da nave abre-se igualmente fresta de arco pleno. Duas cruzes, uma delas tribolada, rematam as empenas. Portais laterais simples; sacristia terminada em empena, rasgada por portal de arco sensivelmente quebrado encimado por fresta. No interior, a galilé possui colateralmente dois arcossólios de arco quebrado. A nave e a capela-mor encontram-se divididas por um arco de volta perfeita, assente em duas colunas, com capitéis fitomórficos. Ilumina a nave seis frestas e uma abertura em forma de óculo. As paredes de topo da nave e as que ladeiam o arco triunfal conservam ainda restos de pinturas murais figurativas. Capela-mor com fresta na parede testeira envolvida por pinturas murais de temática figurativa; tecto de masseira formando caixotões. A sacristia com janelas góticas conserva alguns frescos esbatidos.

Características Particulares:

No adro algumas pedras tumulares. Pinturas a fresco nas paredes da capela-mor, arco triunfal e sacristia. A galilé usa os mesmos formulários construtivos da igreja. Os portais são muito simples, sem colunas e de solução comparável aos da Igreja de São Miguel do Castelo, em Guimarães.

Bibliografia:

ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de - Geografia da Arquitectura Românica in História da Arte em Portugal, vol. 3, Lisboa, 1986, p. 50 – 131

ALVES, José Maria Gomes – Património Artístico e Cultural de Guimarães. Guimarães : Sociedade Martins Sarmento, 1981

ARAUJO, António de Sousa – Inventário do Fundo Monástico- Conventual. Braga: Arquivo Distrital de Braga, separata Itinerarium, 1985.

AZEVEDO, José Correia de - Inventário Artístico Ilustrado de Portugal, Lisboa, 1991

AZEVEDO, Torcato Peixoto de – Memórias Ressuscitadas da Antiga Guimarães, 1845

DGEMN - Igreja de Santa Cristina de Serzedelo, Boletim nº 96, Lisboa, 1959

FONTE, Barroso da - Guimarães - Roteiro Turístico, Guimarães, 1991

GUIMARÃES, Alfredo - Estudos do Museu Alberto Sampaio, vol. II, Guimarães, 1958

IPPAR - Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado, vol. I Lisboa, 1993

PASSOS, José Manuel da Silva - Zonas Especiais de Protecção, AAP, Lisboa, 1989

PICAR, Michel – Os templários. Mem Martins: Europa- América, 1990

RIBEIRO, Margarida – Cerzedelo e a sua festa das Cruzes – elementos para o seu estudo. 1972

VASCONCELOS, Joaquim – Arte Religiosa em Portugal. Porto: Emilio Biel e Cº Editores. 1914, vol I, 2ºedição, facsimilada, Lisboa, p. 94.

Observações:A informação respeitante à tipologia, enquadramento e características particulares foi retirada do site da DGEMN.

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Anexo XV:

Legenda – mapas, planta, alçados e gravuras de pormenores da Igreja

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Anexo XVI:

Figura 36 – Fachada da Igreja

Figura 37 – Vista Lateral

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Anexo XV:II

Figura 38 – Pinturas Murais do Interior

Figura 39 – Sepulturas descobertas nas escavações

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Anexo XVIII :

Figura 40 – Pormenor da Capela Mor

Figura 41 – Janela Gótica da Sacristia

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5.5 CONVENTO DAS DOMINICAS:

Designação: Convento das Dominicas

Outras Designações: Convento de Santa Rosa de Lima

Localização: S. Sebastião / Guimarães / Braga

Ordem Monástica: Segunda Ordem de S. Domingos

Descrição Histórica:

O Recolhimento denominado Santa Rosa de Lima ( em homenagem a uma Santa peruana), esteve na origem deste Convento, um dos últimos a ser construído em Guimarães.

O fundador do Recolhimento, Fr. Sebastião ( prior de S. Domingos de Viana ) destinou-o, em 1630, às religiosas professas da Ordem Terceira de S. Domingos, sob a Jurisdição do Provincial dos Dominicanos

Até 1680, estas religiosas viveram nas casas compradas para esse efeito na Rua Travessa (CALDAS, António José Ferreira, p. 333), mas com a cedência das casas, Igreja, Capela e propriedades do Hospital de S. Roque, pela Confraria da Senhora da Graça, foi possível o estabelecimento de uma comunidade regular.

As religiosas ficavam assim incumbidas de salvaguardar a zona do Hospital e os direitos da dita Confraria.

Em Agosto de 1733 já estava construído o dormitório sobre o refeitório e cozinha, o dormitório pequeno sobre a casa do forno e um ano mais tarde a igreja e o mirante.

Nesse ano, foi ainda alterada a clausula que as impedia de comprar novos terrenos e casas, lavrando-se nova escritura onde se estipulava a passagem das freiras a administradoras do Hospital de S. Roque e da confraria da Senhora da Graça.

A necessidade de alargar o espaço do Convento motivou a compra de novos prédios do lado norte, em 1737, tendo as obras, de ampliação e melhoramento, decorrido até 1745, conferindo-lhe, então, o seu actual perímetro.

Ainda no ano de 1737, segundo CALDAS, António José Ferreira, ( p. 336) “obtiveram do pontífice Clemente XII a autorização para passar da Terceira para a Segunda Regra de S. Domingos mas como esta jurisdição passou em 1747 para os arcebispos de Braga, as freiras recorreram ao Pontífice Pio VI em 1776 para lhes confirmar a graça do primeiro breve e a mudança para a jurisdição dos arcebispos”

A data da passagem de Recolhimento a Convento é imprecisa, porque, não obstante, a documentação existente, a partir de 1699, utilizar frequentemente o termo Convento para se referir ao Recolhimento, a Sentença Apostólica para a sua erecção foi só emitida em 1777, altura em que receberam freiras noviças por ordem do arcebispo de Braga. (ABREU, Maria Helena Matos Ribeiro , 2002, p.25)

Com a extinção das Ordens Religiosas o Convento foi cedido á Câmara Municipal de Guimarães para nele se instalarem repartições camarárias (1892), e a Igreja passou a Paroquial de S. Sebastião em substituição da anterior, situada no Largo do Toural e demolida em 1893 por inviabilizar o plano de modernização da zona.

As sucessivas alterações, do espaço conventual, descaracterizaram o Convento, dividindo-o em salas onde funcionou um Infantário e o Museu Paroquial, onde se guardam imagens, alfaias litúrgicas e outros objectos, de grande valor artístico.

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Utilização Actual:

A Igreja é paroquial e o complexo está ocupado por uma associação cultural. Na parte do edifício que está na posse da Igreja, funciona o Museu Paroquial de São Sebastião, cuja recuperação e acondicionamento ficou, recentemente, a cargo de Isabel Fernandes, directora do Museu Alberto Sampaio.

Propriedade: Paroquial

Arquitectos: João Moreira Bouça, António Pereira, Domingos da Costa, José Moreira, António Fernandes Palmeira (altar-mor), António da Cunha Correia Vale e Manuel da Cunha Correia (altares laterais), José António da Cunha (orgão), Manuel António e Domingos António (cerca).

Descrição Artística: Igreja de uma só nave, sem transepto, coberta por abobada de berço e caixotões. É de salientar o interior da Igreja nomeadamente o que diz respeito ao grupo das talhas dos três andares superiores, o orgão joanino com bacia apoiada em dois grandes tritões e ao meio, uma curiosa “figura”, conhecida como o “macacão das Dominicas”. O púlpito é uma obra de talha dourada , rococó, (tal como o cadeiral em pau preto), coroada por uma sanefa de linhas simples com caixa ricamente decorada por concheados e nos seus vértices pequenas volutas onde aparecem Putti. O Altar mor é joanino, da escola do Porto, com alguns elementos do estilo Nacional. Os nichos onde se encontram as esculturas dos padroeiros do Convento (Santa Rosa de Lima e São Domingos) são coroados por pequenas sanefas de onde saem cortinas e ladeados por colunas torças de estilo pseudo-salomónico, de fuste ricamente decorado com motivos naturalistas. Os capitéis que os rematam são compósitos e sustentam um largo entablamento. A parte superior é rematada por um arco joanino, coroado pela Cruz de S. Domingos. Ainda do período joanino são as sanefas de talha dourada que coroam as portas e janelas e a chave que remata a abobada da capela-mor.

No exterior ressalta a porta de entrada de linhas simples, ladeada de volutas e encimada por uma faixa que alterna métopas lisas e tríglifos. A rematar encontra-se um pequeno nicho envolto em volutas, ladeado por pináculos e encimado por uma cruz que contem a estatua em granito de Santa Rosa de Lima. As suas semelhanças com a porta do Convento do Carmo leva vários autores a considerar os mesmos mestres pedreiros e talvez a mesma época de construção.À entrada do átrio, está uma pequena arcaria de três arcos abatidos a que se segue um espaço coberto (de tecto abobadado) que dá acesso á porta de entrada, ladeada de três pequenas janelas e uma roda que antigamente servia para a passagem de alimentos e medicamentos.

A Casa Conventual tem forma de U, com três pisos: o primeiro apresenta uma grande varanda que dá para o átrio. A porta central está coroada pela Cruz de S. Domingos. O segundo piso tem apenas janelas com fortes gradeamentos.No seu interior os espaços estão bastante modificados e nem a documentação ajuda a reconstituir o espaço monástico. No entanto importa salientar os mirantes, a torre sineira, e um quarto de claustro de dois pisos, que nunca chegou a ser concluído: o térreo de oito arcadas de volta perfeita a que corresponderiam, em cima, uma coluna dórica.Ao lado deste claustro pode ver-se uma fonte em calcário em forma de peixe e uma bacia em forma de concha, inserido num painel de azulejos.

Características Particulares:As recentes obras de restauro do exterior da Igreja, da responsabilidade do pároco, ao alterarem a fachada lisa e rasgada em janelões por uma fachada de granito rústico, provocaram o descontentamento de muitos historiadores que as classificaram de atentado ao património, e são fruto da “falta de conhecimentos artísticos mas também e acima

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de tudo um caso que mostra a grande falta de apoio dada pelas autoridades competentes”. ( ABREU, Helena Ribeiro, p. 48)

Observações: A informação concernente à descrição arística supra descrita foi retirada do livro o Convento de Santa Rosa de Lima em Guimarães, de Maria Helena Matos Ribeiro Abreu.

Bibliografia:

ABREU, Manuel Bernardino de Araújo- Apontamentos para a história do concelho de Guimarães. Manuscritos do Abade de Tagilde e de outros. Notas e comentários. IN Revista de Guimarães, nº 96 Jan.-Dez. 1986, p. 34-80.

ABREU, Maria Helena Matos Ribeiro de – o Convento de Santa Rosa de Lima em Guimarães: Sociedade Martins Sarmento, 2002.

ALMEIDA, Fortunato de – História da Igreja em Portugal. Coimbra: Imprensa Académica, 1910, vol. II, p. 128-130, vol. III, p.358-359

ALMEIDA, Eduardo de - Apontamentos para a história do concelho de Guimarães, pelo padre João Gomes de Oliveira Guimarães, Abade de Tagilde. 31 (4) Out.-Dez. 1921, p. 325-340.

ALVES, José Maria Gomes – Património Artístico e Cultural de Guimarães. Guimarães : Sociedade Martins Sarmento, 1981

AZEVEDO, Torcato Peixoto de – Memórias Ressuscitadas da Antiga Guimarães, 1845

BRAGA, Alberto Vieira - Curiosidades de Guimarães. IX Instrução. Irmandades. In Revista de Guimarães, 56 (1-2) Jan.-Jun. 1946, 5-84.

CALDAS, António José Ferreira - Guimarães, apontamentos para a sua História.

CAEIRO, Francisco da Gama – Os primórdios dos frades pregadores em Portugal: enquadramento histórico-cultural: Arquivo Histórico Dominicano português. Porto.3:1, 1984

CRAESBEECK, Francisco Xavier da Serra – Memórias Ressuscitadas da Província de Entre Douro e Minho, 1726

GONÇALVES, Flávio – A Talha na arte religiosa de Guimarães. In Actas do Congresso Histórico de Guimarães e a sua colegiada. Vol. IV, Guimarães, p. 337-365

LEAL, Pinho – Dicionário de Portugal Antigo e Moderno : Tavares Cardoso.

SILVA, António B. Malheiro – Inventário do Fundo Monástico Conventual : Arquivo Distrital da Universidade do Minho, 1985

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Anexo XIX :

Figura 42 – Fachada Principal do Convento

Figura 43 – Pormenor do Portal

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Anexo XX:

Figura 44 – Fachada do Edifício Conventual

Figura 45 – Interior do Portal

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Anexo XXI:

Figura 46 – Varanda do 2º Piso

Figura 47 – Átrio do R/chão

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5.6 CONVENTO DAS CAPUCHINHAS:

Designação: Convento das Capuchinhas

Outras Designações: Oficinas de S. José / Igreja da Madre de Deus

Localização: São Sebastião / Guimarães / Braga

Enquadramento: Urbano, flanqueado, implantação harmónica. A Igreja localizada num dos flancos do Convento das Capuchinhas, abre-se para uma plataforma, a que se tem acesso por uma larga escadaria. Esta plataforma com um cruzeiro confronta com a R. de Domingos da Silva Gonçalves. Nas proximidades implanta-se a Igreja dos Santos Passos.

Ordem Monástica: Capuchinhas

Descrição Histórica:

A edificação deste convento teve origem no Recolhimento do Anjo, dedicado a Santa Isabel e fundado por Catarina Chagas e Fr. Francisco do Salvador, em 1672, no sitio de Vale das Donas.

Embora não fossem religiosas com votos públicos, viviam em comum (sob a designação de Mantelatas) e eram dirigidas pelos “guardiães do Convento de S. Francisco, da Província de Portugal”. (RIBEIRO, P. Bartolomeu 1946, p. 83).

Reunidas as condições materiais foi possível edificar o Convento, cujas obras estariam concluídas em 1683.

A regra foi só tornada efectiva em 1716, pelo Papa Clemente XI (apesar dos esforços da Madre Regente para a aprovação da Bula de Inocêncio XII), na mesma altura em que D. Rodrigo de Moura Teles, Arcebispo de Braga nomeava abadessa a sua irmã , Soror Luisa Maria da Conceição, que vinha do Mosteiro da Madre de Deus em Lisboa .

Actualmente, e já desde 1912, o Convento alberga o Centro Juvenil de São José, uma Instituição Privada de Solidariedade Social, fundada pelo Padre Domingos da Silva Gonçalves.

O convento, em estado de ruína no principio do Sec XX, foi, sucessivamente, objecto de profundas alterações, para se adaptar ás exigências da referida Instituição.

Merecem relevo as obras efectuadas em 1943, de restauro da Capela, comparticipadas pelo Estado e os trabalhos de limpeza das paredes, arranjo do Tecto e restauro dos painéis de azulejo, de 1986 / 1987.

Utilização Actual: Cultual e assistencial: Centro Juvenil de São José

Propriedade: Pública: Estatal

Épocas de Construção: Século XVIII

Arquitectos: Desconhecidos

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Tipologia: Arquitectura religiosa, barroca: Igreja de planta longitudinal composta de nave e capela-mor rectangular, de volume único e cobertura em telhado de duas águas. A fachada principal na parte correspondente à Igreja orientada a poente na continuidade do edifício do convento apresenta um portal de verga saliente encimado por um nicho ladeado de dois pináculos e duas volutas. Para cada lado do portal dois janelões. No espaço interior destacam-se os seis painéis de azulejos figurativos do séc. XVIII , azuis e brancos, a decorarem as paredes laterais da capela-mor representando a Sagrada Família: o Sonho de S. José, a Anunciação da Virgem, a Apresentação no Templo, a Fuga para o Egipto, a Adoração dos Pastores, o Casamento da Virgem e a Adoração dos Reis. Possui um chafariz do séc. XVIII no claustro.Do primitivo traço conserva-se apenas o claustro e a Igreja.

Bibliografia:

ABREU, Araújo – Historia Breve das Oficinas de São José de Guimarães. Barcelos, 1989

ALMEIDA, Eduardo de – Recolhimento do Anjo : alguns apontamentos para a história de Guimarães.

ALMEIDA, José António Ferreira de - Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, 1988.

ARAUJO, António de Sousa – Inventário do Fundo Monástico- Conventual. Braga: Arquivo Distrital de Braga, separata Itinerarium, 1985.

AZEVEDO, José Correia de - Inventário Artístico Ilustrado de Portugal. Vol. Minho, Lisboa, 1991

FONTE, Barroso – Guimarães, roteiro turístico .Guimarães, 1995

GUIMARAES, Agostinho Gomes Fernandes – Azulejos Artísticos de Guimarães (séculos XVI; XVII; XVIII). Porto, 1983

OLIVEIRA, Manuel Alves – O Convento das Capuchinhas ou da Madre de Deus. In Noticias de Guimarães, 1979.

RIBEIRO, P. Bartolomeu – Guia de Portugal Franciscano Continental e Insular. Leixões, 1946.

Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado, IPPAR, vol. 1, Lisboa, 1993.

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Anexo XXII:

Legenda : Mapas e Alçado do Convento

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Anexo XXIII:

Figura 51 – Fachada Principal do Actual Centro Juvenil

Figura 52 – Fachada lateral do Edifício

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Anexo XXIV:

Figura 53 – Claustro

Figura 54 – Painel de azulejos no interior da Igreja

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5.7 MOSTEIRO DE SANTA MARIA DO SOUTO:

Designação: Mosteiro de Santa Maria do Souto

Outras Designações: Igreja de Santa Maria

Localização: Souto (Santa Maria) / Guimarães / Braga

Enquadramento: Rural

Ordem Monástica: Cónegos Regrantes de S. Agostinho

Descrição Histórica:

Não existe, praticamente, nenhuma documentação relativa a este mosteiro.No entanto Pinho Leal, D. Rodrigo da Cunha e António Carvalho da Costa referem a sua existência e fundação em 1200 por D. Gomes Macieira, e a sua posterior redução por D. Fernando da Guerra a Igreja Secular, á semelhança do que aconteceu com o mosteiro de Sande.

Já em 1842 se adivinha a sua demolição, pois o autor do Inquérito Paroquial nada parece saber quanto à referida fundação monástica :” a Igreja é de invocação de Nossa Senhora do Ò, terá 80 anos o corpo da Igreja, mas a capela é muito mais antiga. Está arruinada (...) não tem jubileus, nem sepulcros, nem painéis que se possam notar, as suas imagens são ordinárias.”

Bibliografia:

(sem indicação de autor) – Inquérito Paroquial de 1842. In Revista de Guimarães, vol 108. Jan.-Dez. 1998Guimarães: Sociedade Martins Sarmento.

COSTA, António Carvalho – Corografia Portuguesa

CRAESBEECK, Francisco Xavier da Serra – Memórias Ressuscitadas da Província de Entre Douro e Minho, 1726.

LEAL, Pinho – Dicionário de Portugal Antigo e Moderno : Tavares Cardoso.

SILVA, António B. Malheiro – Inventário do Fundo Monástico Conventual : Arquivo Distrital da Universidade do Minho, 1985

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5.8 MOSTEIRO DE SÃO MARTINHO DE SANDE:

Designação: Mosteiro de São Martinho de Sande

Localização: Sande (S. Martinho) / Guimarães / Braga

Ordem Monástica: Eremitas de Santo Agostinho / Ordem de S. Bento

Descrição Histórica:

A escassa, confusa e contraditória documentação existente, relativa ao mosteiro, torna bastante difícil apontar a data concreta da sua fundação.

Se por um lado a maior parte dos autores (nomeadamente na Corografia Portuguesa ) refere S. Profuturo , Arcebispo de Braga, como o fundador do mosteiro de Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, entre 325 e 392 , por outro, na Benedictina Lusitana , S. Frutuoso é apontado como fundador do mosteiro, beneditino, cerca de 659.

O Inventario do IPPAR refere a ruína do mosteiro já no tempo de S. Frutuoso (século VII), altura em que foi entregue por este aos beneditinos.

A ser assim o mais provável é que o mosteiro tenha tido duas fundações, pois, muito provavelmente da primeira, no século IV, nada restaria dois séculos depois.

Quanto á extinção duvidas não existem, pois a generalidade dos autores refere a sua transformação em Abadia Secular, operada pelo Arcebispo D. Fernando da Guerra, em 1444.

O mosteiro passou posteriormente, para a Comenda da Ordem de Cristo, (sendo o seu primeiro comendador D. Jaime, filho do Duque de Bragança) até se transformar em simples Reitoria da Apresentação do Ordinário. (ALVES, José Maria Gomes, p. 102)

A inscrição, da parede exterior da Igreja, reune, sinteticamente, todos estes factos:

“D. Profuturo, Arch. De Braga primeiro de nome e religioso de Santo Agostinho fundou este mosteiro e o povoou de religiosos da ditta Ordem. Falleceu na Era de Christo trezentos e noventa e cinco. S. Frutuoso Arch. De Braga e religioso da Ordem de São Bento o edificou Segunda vez e nelle foi Abbº e D. Ferando da Guerra Arch. De Braga reduziu este mosteiro de frades em Abbadia Secular. Nelle fez primeiro Abbade Secular Fernão Vasquez (...) e ultimo Abbade secular foi Fernão Ferreira da Maia de cujo consentimento se reduziu esta Egreja em Commenda de Christo.”

O estado de ruína em que se encontrava tanto o complexo monástico como a própria Igreja determinaram a sua demolição no século XIX e a construção de uma nova Igreja, actualmente paroquial.

Utilização Actual: Cultual

Propriedade: Paroquial

Épocas de Construção: Séculos IV e VII e XIX

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Tipologia: Igreja de uma só nave com cinco altares: S. Martinho, Nossa Senhora do Rosário, S. José, Senhor Crucificado e Ressurreição.

Bibliografia:

ALVES, José Maria Gomes – Património Artístico e Cultural de Guimarães. Guimarães : Sociedade Martins Sarmento, s/d

ARAUJO, António de Sousa – Inventário do Fundo Monástico- Conventual. Braga: Arquivo Distrital de Braga, separata Itinerarium, 1985.

CALDAS, Pereira – Descripções Parochiaes : Sociedade Martins Sarmento, 1842.

COSTA, António Carvalho da – Corografia Portuguesa, tomo I, p. 97, 1868.

CRAESBEECK, Francisco Xavier da Serra – Memórias Ressuscitadas da Província de Entre Douro e Minho, 1726

LEAL, Azevedo Barbosa de Pinho – Portugal Antigo e Moderno, Lisboa, 1878.

OLIVEIRA, Jerónimo Pereira da Silva- Memórias Paroquiais- Dicionário Geográfico, volume 33, nº 48, p. 333: Arquivo Nacional da Torre do Tombo, 1758.

SILVA, António B. Malheiro – Inventário do Fundo Monástico Conventual : Arquivo Distrital da Universidade do Minho, 1985

THOMAS, Frey Leão de S. - Benedictina Lusitana, tomo II, p. 270 e seguintes. Tomo I

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6. Legenda de SIGLAS / Abreviaturas:

S/d – sem data.

S/a – sem autor

p. – página

DGEMN – Direcção Geral de Edificios e Monumentos Nacionais

O – oeste

N. – norte

S. – sul

E – este

Vol. - volume

IPPAR - Instituto Português do Património Arquitectónico