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1 A fundação do hospital de caridade e Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Vassouras, no Oitocentos Eliane Cahon Leopoldo Introdução Numa análise sobre história da fundação das Santas Casas de Misericórdia 1 no império português o ponto comum entre estas e que as caracterizavam é a estrutura organizacional. “Ao longo da época moderna, as Santas Casas de Misericórdia foram às principais instituições de auxílio à pobreza do império português. A partir do modelo de Lisboa, que pretendiam exercer a caridade a partir das 14 obras de misericórdia” (FRANCO, 2014: v.27, 5-25). Para estudar o processo de criação das irmandades brasileiras deve-se sempre considerar o contexto ao qual estavam sendo implantadas; no caso brasileiro, em uma sociedade escravista. Segundo Cláudia Tomaschewski: “Ainda que fossem inspiradas na irmandade fundada em Lisboa em 1498, cada Misericórdia era uma associação singular, e o compromisso, muitas vezes, apenas uma formalidade para existência jurídica” (TOMASCHEWSKI, 2015: 55-56). Buscando apresentar as irmandades portuguesas podemos dizer que “a principal razão de existir das Misericórdias era o exercício da caridade aos pobres, que todas praticavam, sem exceção, ainda que de diferentes formas, a depender do tempo e do lugar” (SÁ, 2013). Desde o processo de fundação das Santas Casas de Misericórdias no Vale do Paraíba, percebe- se a presença da elite econômica e a participação de seus membros nos espaços políticos da 1 Autores e obras que abordam as Misericórdias, no Brasil e em Portugal. ABREU, Laurinda. PURGATÓRIO, Misericórdia e Caridade: condições estruturantes da assistência em Portugal (séculos XV-XIX). Dynamis, 20: 395-415, 2000. RUSSEL-WOOD, A. J. Fidalgos e filantropos a Santa Casa de Misericórdia da Bahia, 1550-1755, Brasília: ed: UNB, 1981. MELO, Mariana Ferreira de. “Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro: assistencialismo, sociabilidade e poder”. In ARAÙJO. Maria Marta Lobo de. As Misericórdias das duas margens do Atlântico: Portugal e Brasil (séculos XV-XX). Cuiabá: Carlini & Caniato, 2009. FRANCO, Renato Júnio. O modelo luso de assistência e a dinâmica das Santas Casas de Misericórdia na América portuguesa. Estudos Históricos (Rio de Janeiro), v.27, p.5-25.

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A fundação do hospital de caridade e Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de

Vassouras, no Oitocentos

Eliane Cahon Leopoldo

Introdução

Numa análise sobre história da fundação das Santas Casas de Misericórdia1 no

império português o ponto comum entre estas e que as caracterizavam é a estrutura

organizacional. “Ao longo da época moderna, as Santas Casas de Misericórdia foram às

principais instituições de auxílio à pobreza do império português. A partir do modelo de Lisboa,

que pretendiam exercer a caridade a partir das 14 obras de misericórdia” (FRANCO, 2014: v.27,

5-25).

Para estudar o processo de criação das irmandades brasileiras deve-se sempre

considerar o contexto ao qual estavam sendo implantadas; no caso brasileiro, em uma

sociedade escravista. Segundo Cláudia Tomaschewski: “Ainda que fossem inspiradas na

irmandade fundada em Lisboa em 1498, cada Misericórdia era uma associação singular, e o

compromisso, muitas vezes, apenas uma formalidade para existência jurídica”

(TOMASCHEWSKI, 2015: 55-56).

Buscando apresentar as irmandades portuguesas podemos dizer que “a principal

razão de existir das Misericórdias era o exercício da caridade aos pobres, que todas praticavam,

sem exceção, ainda que de diferentes formas, a depender do tempo e do lugar” (SÁ, 2013).

Desde o processo de fundação das Santas Casas de Misericórdias no Vale do Paraíba, percebe-

se a presença da elite econômica e a participação de seus membros nos espaços políticos da

1 Autores e obras que abordam as Misericórdias, no Brasil e em Portugal. ABREU, Laurinda.

PURGATÓRIO, Misericórdia e Caridade: condições estruturantes da assistência em Portugal

(séculos XV-XIX). Dynamis, 20: 395-415, 2000. RUSSEL-WOOD, A. J. Fidalgos e filantropos

– a Santa Casa de Misericórdia da Bahia, 1550-1755, Brasília: ed: UNB, 1981. MELO, Mariana

Ferreira de. “Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro: assistencialismo, sociabilidade e

poder”. In ARAÙJO. Maria Marta Lobo de. As Misericórdias das duas margens do Atlântico:

Portugal e Brasil (séculos XV-XX). Cuiabá: Carlini & Caniato, 2009. FRANCO, Renato Júnio.

O modelo luso de assistência e a dinâmica das Santas Casas de Misericórdia na América

portuguesa. Estudos Históricos (Rio de Janeiro), v.27, p.5-25.

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localidade. Fato já observado na historiografia,2 ao abordarem a mesma questão, todavia em

cenários diferentes. Neste sentido ao vislumbrarmos o momento da fundação da casa de

caridade e irmandade da Misericórdia de Vassouras e o quadro de irmãos é visível a atuação

destes na vida política. Em alguns casos atuando nos quadros da irmandade como irmãos

provedores, tesoureiros e outros e na Câmara. É preciso salientar que tais associações podem

ser observadas nas atas das irmandades3 e da Câmara, e estudos de memorialistas da região e

período. Segundo Isabel dos Guimarães Sá: “Nota-se ao longo dos tempos ser a filantropia local

das elites, no caso português sobre a proteção régia” (SÁ, 1998: 55-57).

Especificamente trataremos o caso de Vassouras, município da Província do Rio de

Janeiro. Localizada na região do vale do Paraíba fluminense. O período estudado encontra-se

entre 1848, momento da doação do barão de Tinguá4 e 1853 data da instalação da casa de

caridade. Nesta temporalidade buscamos comparar dados encontrados em atas da irmandade

de N.Sra. da Conceição de Vassouras, atas da Câmara de Vassouras, textos de memorialistas e

Compromisso da irmandade da Misericórdia de Vassouras. Outro tipo importante de fonte para

entender este momento, são os periódicos das localidades, nesse caso o Vassourense. A partir

das análises dos documentos, traçaremos um panorama das fundações do hospital e irmandade

da Santa Casa de Misericórdia vassourense.

Procurando o entendimento do objetivo proposto dividimos o texto em duas

partes. Na primeira vamos apresentar o momento de fundação da casa de caridade e irmandade

da Misericórdia vassourense, em meados do século XIX, nosso foco principal neste trabalho.

Na segunda parte apresentamos os conceitos de caridade e filantropia, onde

buscamos brevemente compreender os motivos que moveram as ações dos fundadores.

2 Trabalhos historiográficos que abordam as atuações no cenário político, e econômico de

membros da irmandade da Santa Casa de Misericórdia, no Vale do Paraíba fluminense. -

BARCELLOS, Marcos Cotrim. A Santa Casa da Misericórdia de Resende – Religiosidade e

Política na Paraíba Nova (1801-1848). Fronteiras, Dourados, MS, v.12, n.21, p.69-82, de

Jan./jun. 2010.

http://www.periodicos.ufgd.edu.br/index.php/FRONTEIRAS/article/viewFile/597/720 -

SILVA, Antonio Carlos da. A “boa sociedade” valenciana do século XIX: redes de

sociabilidade (18289-1868), Vassouras, PPGH/USS,2010.

www.uss.br/arquivos/posgraduacao/strictosensu/historiasocial/dissertacoes/Antonio_Carlos_da_

Silva_2010.pdf . 3 Livro das atas da Irmandade Nossa Senhora da Conceição de Vassouras. - Documento:

209668552002. Acervo Irmandade de N.Sra. da Conceição de Vassouras, CDH/Vassouras. 4 Pedro Correia e Castro - primeiro barão com grandeza do Tinguá - data de nascimento

aproximado 1776 – 1869 falecendo em Vassouras. Filho de (pai homônimo) e de Mariana das

Neves Correia.

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A fundação do hospital de caridade e irmandade da Santa Casa de Misericórdia de

Vassouras.

Na obra História de Vassouras o memorialista Ignácio Raposo (1978: 73-81) ao

abordar o momento de fundação da casa de caridade vassourense, expõe:

O ano de 1848 que foi entre nós aberto com festas à visita imperial, com outras

se fechou no assentamento da primeira pedra da casa de caridade.

Assim, pois, a 2 de dezembro do aludido ano, a Vila de Vassouras mais uma

vez se aparelhou para assistir a belíssimo espetáculo, o mais imponente talvez

de quantos possam comover o povo civilizado.

Pedro Correia e Castro, agora agraciado com o título de Barão do Tinguá,

oferecerá à Câmara Municipal de Vassouras a quantia de dez contos para a

construção de uma casa de caridade, e este ato de benemerência, como era de

se esperar, provocou da parte dos vereadores e do público em geral os maiores

protestos de simpatia. Este instituto de misericórdia deveria ficar sob a

direção dos poderes municipais, sendo paga a oferecida quantia em tantas

prestações quantas fossem necessárias, à proporção que as obras

prosseguissem [...] Mas finalmente foi aberto o livro de entrada de irmãos pelo

juiz municipal Dr. Joaquim Francisco Faria, a 17 de maio de 1852, sendo o

primeiro termo lavrado pelo secretário Francisco José Teixeira Leite e Souza,

a 24 de do mesmo mês e ano. Nesse termo uma das primeiras assinaturas é do

jurisconsultor e escritor de direito José Maria Frederico de Souza Pinto e uma

das últimas a do marquês, depois Duque de Caxias.

A 2 de dezembro de 1853 foi instalada a casa de caridade. (RAPOSO, 1978:

73-74).

Ainda sobre a escolha das referidas fundações, optamos por analisar o hospital de

caridade e a Irmandade da Misericórdia de Vassouras dada a peculiaridade de suas fundações.

A irmandade é fundada após o início da construção do hospital de caridade, segundo Ignácio

Raposo:

Feito esse oferecimento a 15 de outubro, antes de decorridos 2 meses, já partia

o Barão de Tinguá da igreja da Conceição. À frente de grande número de

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pessoas que tomaram parte nos atos religiosos próprios deste dia, 2 de

dezembro, para ir lançar a primeira pedra do edifício dessa instituição

caridosa que recebeu o nome de Hospital de Nossa Senhora da Conceição de

Vassouras” (RAPOSO, 1978: 74).

Conforme consta em documentos, a administração do hospital fora inicialmente

sugerida à Irmandade de Nossa Senhora da Conceição de Vassouras, aliás, dados estes

encontrados nas atas desta irmandade. Onde diz textualmente:

Mesa conjunta de 26 de Novembro de 1848.

Foi lido um oficio do presidente da comarca municipal desta vila, comunica a

irmandade que havendo o ImoBarão do Tingua feito doação mesma Câmara

da quantia de dez contos de reis para a construção duma casa de caridade e

que propondo se ela a construir quanto este a referida casa resolvera dirir-se

a Ata da irmandade da Conceição de Vassouras.[...] irmandade e oferecer-

lhes a incorporação do edifício a fim de que Ella se encarregasse digo do

edifício aos bens de seu patrimônio afim de que ela se encarregasse por sua

conta, acompanhando essa proposta, d’algumas considerações tendentes a

estabelecer que sendo a administração d’um tal estabelecimento alheio as

atribuições da mesma Câmara quadrava ela entre tanto com os fins pros e

religiosos da instituição da irmandade. Expondo posto em discussão e

mencionado oficio que fica registrado na competente livro de registro resolveu

a mesa conjunta que em resposta a comarca se declara-se por oficio que ela

em nome da irmandade não duvidava aceitar e de fato aceitava a

incorporação proposta com a condição de só encarrega-se da administração

e costeio do hospital quando houve-se suficiente para esse costeio, não se

contando como tal a renda que provesse a irmandade.5

Todavia, conforme também consta em ata da irmandade de N.Sra. da Conceição de

Vassouras de 12 de janeiro de 1851, está não aceitou administrar a casa de caridade. A

necessidade fez com que membros da elite local tomassem a iniciativa de fundar no ano de 1852

5Trecho da ata do dia vinte e seis de novembro de mil oitocentos e quarenta e oito – Livro das

atas da Irmandade Nossa Senhora da Conceição de Vassouras. 055f - Documento:

209668552002. Acervo Irmandade de N.Sra. da Conceição de Vassouras, CDH/Vassouras.

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a Irmandade da Misericórdia vassourense, para tutelar o hospital de caridade. Ou seja, neste

caso especifico a construção do hospital antecede a fundação da Irmandade da Misericórdia.

Na obra, Fastos Vassourenses, o autor ao aborda o momento da fundação da casa

de caridade Vassourense, cita um texto publicado no jornal: - D’O Município, de 20 de junho de

1873, onde fica claro o processo de fundação do hospital e da irmandade.

O edifício deste estabelecimento, destinado para o hospital e casa de caridade,

foi fundado em 1952, somente a custa do exmo. Barão do Tinguá, de saudosa

memória, que nele dispendeu 29:500$000, tendo sido a obra dirigida e

administrada pelo cidadão João Evangelista Teixeira Leite.

Concluído o edifício, e preparado com móveis, utensílios e alfaias necessários,

o benéfico fundador fez criar uma irmandade com o respectivo compromisso,

devidamente aprovado, e procedeu à eleição da mesa administrativa, que ficou

assim composta: Provedor exmo. Barão do Tinguá. Tesoureiro o exmo. Barão

de Vassouras. Escrivão o capitão Francisco José Teixeira Leite e Souza, e

Procurador Rodrigo Domingos da Silva Araújo.

Em novembro de 1853, o provedor oficiou ao Presidente da Província,

oferecendo ao público este estabelecimento, e pedindo-lhe que o mandasse

abrir e instalar solenemente pelo juiz municipal, o que se efetuou no dia 2 de

dezembro com toda pompa, e grande concurso do povo (PINTO,1995: 24-25).

Nota-se também no episódio retratado que a fundação do hospital antecede a

criação da irmandade, nele não consta dados referentes à doação para administração à

Irmandade da Conceição de Vassouras, como se vê, mas fica claro que a irmandade da

Misericórdia foi criada para administrar a casa de caridade. Viabilizando assim o projeto do

Barão do Tinguá.

Ainda sobre o momento das fundações, e seus fundadores encontramos

referências a estas e assim como a seus beneméritos, no livro Santa Casa da Misericórdia de

Vassouras: Memórias Históricas. 6

6Trecho retirado do relatório - Santa Casa de Misericórdia de Vassouras: Memória Histórica

pelo Dr. Domingos de Almeida e Relatório do Provedor Dr. Athayde Parreiras em 1923. Typ.

Walfrido Silva – Vassouras, 1923. Acervo Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro.

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Convém que o nome dos beneméritos fundadores deste pio estabelecimento

não fiquem esquecidos no seu arquiivo, nem deslembrados o zelo e o modo por

que o dirigiam. É uma dívida de gratidão.

É impossível escrever-se a respeito da Santa Casa de Misericórdia de

Vassouras, sem que sejam logo destacados os nomes de – Pedro Corrêa e

Castro (Barão do Tinguá) – Francisco José Teixeira Leite (Barão de

Vassouras) e Francisco José Teixeira e Souza.

Se ao primeiro tocou a gloria de ser o fundador, e como tal reconhecido por

todos e pelos poderes públicos da época, ofertando-lhe á Câmara Municipal,

em sinal de gratidão, seu retrato a óleo, o segundo constitui-se a guarda do

patrimônio e o terceiro o arquiivo. Estes três homens, nem um só dia, desde

eleita a primeira mesa administrativa até a morte, deixaram de ocupar os

cargos de Provedor, Tesoureiro e escrivão. Foram, é certo largamente

auxiliados, pela boa vontade do povo e dos governos provincias de então, mas

tomaram a seu cuidado a Instituição como se tratassem dos seus próprios

interesses, e deram o tom a gerencia, que felizmente nunca foi alterado.

Tiveram a ideia de apelarem para o povo e para o governo, e este apelo foi

generosamente correspondido. Começaram de nada e conseguiram, quase

imediatamente, exercer Caridade e formar reservas para o exercício do futuro.

Não há riqueza que baste à pratica desta virtude, bem se pôde aquilatar quão

difícil é o problema de não deixá-la à margem e acumular capitais. E é o que

tem feito, não se arrendando do modelo dos seus fundadores.

Não cabe, nos estreitos limites de um resumo, declinar os nomes de todos

quantos têm concorrido com seus serviços e seus homens em beneficio desta

casa. Desde a fundação contou entre os seus irmãos o que havia de mais seleto

na sociedade daquele tempo, e cada um, como que a porfia, se esforçava afim

de que ela vivesse e prosperasse.

Entrou a casa a funcionar no dia 2 de dezembro de 1853, em virtude de

Portaria de 4 de Novembro do mesmo ano, expedida pelo Presidente da

Província do Rio de Janeiro – Visconde de Baependy. Era juiz Provedor de

Capelas e Resíduos Laureano Corrêa e Castro (Barão do Campo Belo) e

serviu como escrivão o antigo escriturário – João Florindo da Fonseca e Silva.

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Encarregou-se de organizar o regimento interno do Hospital os irmãos Dr.

Joaquim José Teixeira Leite e Domiciano Leite Ribeiro (Visconde de Araxá),

e o fizeram, constando o mesmo livro das atas as fls 6v.7

De acordo com as análises realizadas em atas da irmandade de Nossa Senhora da

Conceição de Vassouras e fragmentos de atas e relatórios da irmandade da Misericórdia

vassourense e demais fontes, podemos observar que também neste caso, a elite local desde o

primeiro momento está presente no processo de fundação da Santa Casa da Misericórdia. Há

muitos outros aspectos que merecem atenção, que nos levaram a pensar a participação e a

atuação dos leigos nestas instituições, mas aqui resumidamente, vamos nos apropriar da

compreensão de Renato Júnio Franco para compreender estas atuações:

O papel central das Misericórdias na assistência institucional prestada pelos

leigos é inegável. Essas instituições mantiveram o protagonismo do

atendimento, reuniram os setores mais abastados de cada localidade e, na

medida do que lhes era possível, conservaram vivos valores caros à tradição

religiosa. (FRANCO,2014: v.27, 5-25)

Tomamos como aspecto a ser especialmente considerado, a relevância da figura do

leigo como sujeito de atuação nos processos de fundações de hospitais e irmandades das

misericórdias no vale do Paraíba fluminense. Todavia na relação intrínseca, entre poder religioso

e laicização da assistência, observamos ser a igreja católica um agente importante no processo

de interiorização. Nota-se também a relevância da atuação da Irmandade da Misericórdia e

outras irmandades, no referido processo, são incontestáveis suas atuações.

Atuação de Leigos, elite, nas irmandades vassourenses.

Em Vassouras existiam outras irmandades, como a da Nossa Senhora da Conceição, que

exerciam a assistência espiritual e material aos e pobres. Cabia a Irmandade da Misericórdia a

7Trechos da Obra: Santa Casa de Misericórdia de Vassouras: Memória Histórica pelo Dr.

Domingos de Almeida e Relatório do Provedor Dr. Athayde Parreiras em 1923. Typ. Walfrido

Silva – Vassouras, 1923, p. 6-11.

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prática da caridade social, em seus asilos, hospitais, da assistência espiritual e de assistência a

seus membros e pobres. Caridade social aqui entendida como uma ação humanitária laica.

Um dos pontos a debater é: a participação e atuação de irmãos da irmandade de

Nossa Senhora da Conceição de Vassouras no processo de fundação do hospital e Irmandade da

Santa Casa da Misericórdia. Fato que merece nossa atenção, ao confrontar os dados de atas da

Irmandade de Nossa Senhora da Conceição de Vassouras, com as outras fontes já citadas

anteriormente, nota-se nos documentos a presença de membros desta irmandade, atuando

também no processo de fundação da casa de caridade e irmandade da Misericórdia

vassourense.

Ressaltamos ainda que ao buscar pela data da fundação da irmandade de Nossa

Senhora da Conceição de Vassouras em suas atas, não a encontramos. Há apenas uma menção

na ata de Sessão de 12 de Julho de 1846 relatando o sumiço do livro de atas de 1828 a 1930,

assim como do compromisso antigo e do novo. Fato pelo qual não foi possível precisar a data

correta de sua fundação. É importante ressaltar que a matriz, sob a invocação de Nossa Senhora

da Conceição, em Vassouras, “começou a ser edificada em 8 de janeiro de 1828 pelo Coronel

Custódio Ferreira Leite (barão de Aiuruoca) que com o produto de uma subscrição agenciada

pelo Comendador Francisco José Teixeira Leite concluiu a capela mor no ano de 1829” (PINTO

1935:67). Pelas datas citadas fica claro que a irmandade de Nossa Senhora da Conceição de

Vassouras surge nas primeiras décadas do Oitocentos, fato que antecede a fundação do hospital

e irmandade de Misericórdia vassourense no final da década de quarenta do século XIX.

No que diz respeito à atuação de membros desta irmandade nos processos de

fundação do hospital, de acordo com os dados das atas, as análises indicaram a presença de

vários irmãos que ocupavam funções importantes. Ou seja, estes faziam parte do quadro de

irmãos da Irmandade de Nossa Senhora da Conceição de Vassouras. No caso especifico de Pedro

Correia e Castro (barão do Tinguá), o fundador da casa de caridade vassourense, seu nome é

citado em vários momentos nas atas da irmandade da Conceição de Vassouras ao longo dos

anos. Tendo ele ocupado o cargo de juiz, segundo consta em ata da “Sessão de 12 de junho de

1832”, anos antes de propor a fundação da casa de caridade, e ocupando o cargo de consultor

conforme consta em ata da Irmandade de Nossa da Conceição de Vassouras, sessão de 07 de

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dezembro de 1850.8 Data posterior a doação por ele realizada em 1848 para fundação da casa

de caridade e anterior a criação da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia desta localidade.

Consta ainda nas atas nomes de outros membros da família: Os Corrêas e Castro, Teixeira Leite.

Consideremos também as atuações de Joaquim José Teixeira Leite, formado em

direito, atuou como juiz, capitalista sendo ainda um personagem de destaque no cenário político

da localidade, membro do clã Teixeira Leite. Teixeira Leite ocupou vários cargos na Irmandade

de Nossa Senhora da Conceição, como é citado em ata desta irmandade, ele foi eleito para

ocupar o cargo de procurador geral, ato que consta na ata da “4ª sessão da mesa de 26 de

setembro de 1847: [...] Passando se a eleição do novo procurador geral, foi unanimemente eleito

com 20 votos o irmão Dr. Joaquim Jose Teixeira Leite”.9 O encontramos também em 1853

atuando na casa de caridade, conforme consta em ata. “Encarregou-se de organizar o regimento

interno do Hospital os irmãos Dr. Joaquim José Teixeira Leite e Domiciano Leite Ribeiro

(Visconde de Araxá), e o fizeram, constando o mesmo livro das atas as fls 6v”10.

Ainda de acordo com os registros encontrados nos documentos, é citado o nome

de Francisco José Teixeira e Souza ocupando a função de tesoureiro em 1852 conforme ata da

“sessão de 31 de maio de” na irmandade da Conceição. Tendo também este atuado como

escrivão na Irmandade da Santa Casa da Misericórdia por longa data. Outro irmão que atuou

nas duas irmandades foi Francisco José Teixeira Leite (Barão de Vassoura), salientando que o

mesmo ocupou a função de tesoureiro até sua morte em 1884 na irmandade da Santa Casa da

Misericórdia vassourense. Outros membros do clã Teixeira Leite também pertenceram a duas

irmandades.

Houve a participação de vários membros da elite cafeeira, na condição de irmãos

figurando no quadro de membros das referidas irmandades. Estas constatações nos levaram a

pensar a participação desses personagens nestas instituições, no caso vassourense nota-se que

muitos eram negociantes, fazendeiros, membros da elite cafeeira da região

8 Livro das atas da Irmandade Nossa Senhora da Conceição de Vassouras. 055f - Documento:

209668552002. Acervo Irmandade de N.Sra. da Conceição de Vassouras, CDH/Vassouras. 9 Reunião da mesa conjunta em 26 de setembro de 1847. Presidência do Irmão Juiz Municipal

substituto Antonio Forguato Leite Brandão.[...] Forão lidas as contas e os provimentos do juiz

municipal competente, de que ficou a mesa inteirada. Passando se a eleição do novo procurador

geral,foi unanimemente eleito com 20 votos o irmão Dr. Joaquim Jose Teixeira Leite. 10 Santa Casa de Misericórdia de Vassouras: Memória Histórica pelo Dr. Domingos de Almeida

e Relatório do Provedor Dr. Athayde Parreiras em 1923. Typ. Walfrido Silva – Vassouras,

1923, p. 6-11.

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Sendo assim considerando a caridade como um ato cristão, segundo Renato Júnio

Franco: “misericórdia, a compaixão, piedade, benemerência são termos recorrentes na tradição

cristã, derivam de uma virtude comum: à caridade” (FRANCO, 2006: 11145-1151). Dessa forma,

em uma sociedade cristã, pensar o espaço da caridade, seja no atendimento aos órfãos, seja no

atendimento aos doentes, é associá-lo ao discurso cristão. No entanto, “o século XIX presenciou,

grandes mudanças na configuração dos espaços destinados à caridade e na forma como era

executada” (GANDELMAN, 2001: 613-630).

Ao problematizarmos o momento da fundação da Santa Casa da Misericórdia

vassourense observamos algumas transformações, estas ficam aparentes no processo de

estabelecimento da irmandade e hospital. Nesse sentido o desenvolvimento da cidade e a

emergência de assistência aos menos favorecidos, como escravos, órfãos e outros levam

homens da elite local a propor a fundação da casa de caridade e irmandade (LEOPOLDO, 2014).

Ao vislumbrar o quadro retratado pelos diversos autores e atores, nas fontes analisadas,

levando-se em conta o contexto da região de meados do século XIX, percebe-se na caridade

descrita, a preocupação na praticar do bem, à beneficência. Tal prática também é percebida

como estratégias para se atingir outros interesses de natureza políticas e econômicas. Para

Isabel dos Guimarães Sá: “Não se nega a existência nem a importância do altruísmo, mas não se

ignoram as estratégias de poder postas em ação pela caridade” (SÁ, 2013: 8).

No Brasil cuja política deixava a cargo da caridade privada a criação de instituições

de caridade, o Estado exercia o papel de regulador. As Irmandades, por sua vez, eram uma

reunião de leigos em torno do culto de um santo determinado, à beneficência e à ajuda mútua

(SANGLARD, 2003, p.1096). Sendo assim, buscando um entendimento maior, podemos dizer que

a partir XVIII a caridade passa a ter o sentido dado a filantropia11, benemerência. Ressaltando

11 Filantropia pode ser entendida, grosso modo, como a laicização da caridade cristã, ocorrida a

partir do século XVIII, e que teve nos filósofos das luzes seus maiores propagandistas. O "fazer

o bem", o socorro aos necessitados, deixa de ser uma virtude cristã para ser uma virtude social;

e a generosidade é entendida pelos filósofos ilustrados como a virtude do homem bem-nascido,

que tem inclinação para doar, doar largamente, daí a forte presença das grandes fortunas entre

os principais filantropos. Contudo, tanto a caridade quanto a filantropia destinam suas obras aos

necessitados. (SANGLARD, 2003: p.1095). Talvez a maior diferença entre ambos os conceitos

esteja não na ação propriamente dita, mas nos meios de realizá-la, pois a caridade, por ser obra

piedosa, pressupõe a abdicação de toda vaidade de seu autor, propugnando o anonimato como

valor máximo, enquanto que a filantropia, por ser um gesto de utilidade, tem na publicidade sua

arma: visto que a publicidade provoca a visibilidade da obra e acirra a rivalidade entre os

benfeitores. (Duprat, 1993, p. 54) apud (SANGLARD, 2003: p.1095-98).

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que a filantropia por sua vez seria a laicização da caridade cristã, possuindo um caráter social

não religioso. Para Gisele Sanglard:

O Brasil, herdeiro da tradição lusa de assistência, encontrou na Irmandade

da Misericórdia – ainda que se tratasse de instituição privada – o espaço

público de atendimento e acolhimento. Desde a sua criação em Lisboa, ao

final do século XV, a Irmandade viveu sob o padroado régio e exerceu o

monopólio da gestão hospitalar. Na Colônia, no Império e nos primeiros anos

da República, a Santa Casa da Misericórdia manteve a hegemonia da

assistência médica no Brasil. Somente em princípios do século XX essa

instituição perde lugar para outros espaços de cura, ligados diretamente às

políticas de saúde. (SANGLARD, vol.15 nº 2, 2007).

No cenário de meados do século XIX apesar das mudanças pelas quais as

misericórdias passaram, percebemos que as ações da Santa Casa da Misericórdia ainda estavam

imbuídas da retórica da vivência do amor ao próximo. Todavia um dado nos chamou atenção

durante nossas análises e que espelhava o caráter das Misericórdias, quando autor ao inferir

suas considerações sobre os primeiros atos da administração da irmandade da Santa Casa da

Misericórdia vassourense ao apresentar as ideias dominantes da administração, em relação aos

seus deveres, expõe:

[...] Tais foram os primeiros atos da administração e d’eles se infere que as

ideias dominantes eram caridade e a economia. Como a instituição se tem

obrigado d’estes dois deveres demonstraram o número de doentes recolhidos

as enfermarias e a cifra do seu patrimônio sempre em aumento.12

Considerações finais

Numa primeira análise pensando sobre o processo de interiorização da assistência

do vale e o momento de fundação de hospitais e das Irmandades das Santas Casas da

Misericórdia, especificamente no vale do Paraíba fluminense, percebemos que muitas são as

12 Santa Casa de Misericórdia de Vassouras: Memória Histórica pelo Dr. Domingos de Almeida

e Relatório do Provedor Dr. Athayde Parreiras em 1923. Typ. Walfrido Silva – Vassouras,

1923. Acervo Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro.

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questões a serem ainda levantadas, todavia, estas são observações iniciais, não pretendemos

aqui dar conta de toda a complexidade que abrange o momento de tais fundações. Neste

trabalho ressaltamos a particularidade do caso de Vassouras, onde primeiro é sugerida a

fundação do hospital e num segundo momento após a Irmandade de Nossa Senhora da

Conceição de Vassouras ter recusado administrá-lo, buscando sanar está questão, é criada a

Irmandade da Misericórdia para administrá-lo.

Neste processo inicial observamos a participação de membros da elite local

atuando na Irmandade de Nossa Senhora da Conceição de Vassouras, Câmara e fundação do

hospital e Irmandade da Santa Casa da Misericórdia vassourense. Apesar da aparente ação

filantrópica por estes personagens exercida, entendemos que os mesmos buscam através das

irmandades alcançar outros fins.

O barão do Tinguá fundador da casa de caridade, como já foi dito ocupou cargos na

Câmara municipal de Vassouras, na Irmandade de Nossa Senhora da Conceição vassourense e

Irmandade da Santa Casa da Misericórdia. Na qual se manteve como Provedor até 1869, quando

veio a falecer. Neste cenário a filantropia atua em uma estrutura vertical, todavia, uma

assistência que passa a ganhar novos significados com os médicos e hospitais. No trabalho em

questão os documentos nos apresentaram elementos importantes sobre, a ação de fazer o bem

e as imbricadas relações sociais e políticas, em Vassouras, região do vale do Paraíba fluminense

no período abordado.

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Figura 1 - Antigo prédio Santa Casa de Misericórdia e Asilo Barão do Amparo Vassouras, Rio de

Janeiro, Brasil.

Fontes.

Livro das atas da Câmara Municipal de Vassouras. Acervo IPHAN/Vassouras.

Livro das atas da Irmandade Nossa Senhora da Conceição de Vassouras. 055f -

Documento: 209668552002. Acervo Irmandade de N.Sra. da Conceição de Vassouras,

CDH/Vassouras.

RAPOSO, Ignácio. História de Vassouras. Niterói, SEEC, 1978.

PINTO, Jorge. Fastos Vassourenses. Fundação 1º de Maio, Vassouras, 1935.

Santa Casa de Misericórdia de Vassouras: Memória Histórica pelo Dr. Domingos de

Almeida e Relatório do Provedor Dr. Athayde Parreiras em 1923. Typ. Walfrido Silva –

Vassouras, 1923. Acervo Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro.

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ARAÙJO, Maria Marta Lobo de. As Misericórdias das duas margens do Atlântico:

Portugal e Brasil (séculos XV-XX). Cuiabá: Carlini & Caniato, 2009.

13 Imagem retirada da internet. Disponível em:

http://www.turismovaledocafe.com/2011/06/predios-em-ruinas-no-centro-historico.html.

Acesso: 20/3/2014.

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2015.