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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS - UNICAMP Centro Superior de Educação Tecnológica - CESET Primeiro Relatório – Iniciação Científica PERCEPÇÃO AMBIENTAL ATRAVÉS DE VIVÊNCIA FOTOGRÁFICA SOBRE O RIBEIRÃO PIRES

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS - UNICAMPCentro Superior de Educação Tecnológica - CESET

Primeiro Relatório – Iniciação Científica

PERCEPÇÃO AMBIENTAL ATRAVÉS DE VIVÊNCIA FOTOGRÁFICA SOBRE O RIBEIRÃO PIRES

Orientador: Prof. Dr. Sandro Tonso (CESET/UNICAMP)Bolsista: Luiz Vasconcelos da Silva Filho (CESET/UNICAMP)

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RELATÓRIO PRIMEIRA FASE

Esse é o primeiro relatório da pesquisa “Percepção Ambiental através de Vivência Fotográfica sobre o Ribeirão Pires”, desenvolvida no primeiro semestre de 2005 com alunos da quarta série da Escola Estadual Dorivaldo Damm. Essa primeira fase abrange três etapas, das quatro existentes, que são: Análise Iconográfica, Saída a Campo - Ribeirão Pires, e Apresentação das Fotografias Produzidas Pelos Alunos, sendo que esta última está em fase de execução conforme o cronograma elaborado para o desenvolvimento da pesquisa.

INTRODUÇÃO

A idéia de meio ambiente entendido como um conjunto de mecanismos isolados diminuiu as possibilidades de compreensão e reflexão sobre o mundo, pois criou uma fragmentação e compartimentação dos saberes que tornou impossível obter “uma visão intrínseca da rede sistêmica” (BRANDÃO, 2003). Este processo se apóia a partir de uma visão mecânica e reducionista, que separa e segrega as ligações entre social, econômico, ambiental, político e cultural. “A inteligência que só sabe separar, fragmenta o complexo do mundo em pedaços separados, fraciona os problemas, unidimensionaliza o multidimensional. Atrofia as possibilidades de compreensão e reflexão” (MORIN, 2000).

Essa fragmentação e compartimentação dos sistemas impede que o homem entre em contato com as realidades complexas que constituem seu ambiente. Dessa forma, a compreensão dos bens ambientais como “recursos naturais”, sua utilização baseada quase que exclusivamente em critérios econômicos, bem como o abismo social provocado em parte pela má distribuição dos benefícios deles advindos e, finalmente, a desigualdade nas conseqüências dos impactos ambientais provocam uma crescente degradação ambiental, entendida, desta forma, como sócio-ambiental.

No Estado de São Paulo, mais especificamente na Bacia dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Bacia PCJ), uma das grandes preocupações diante dessa degradação é a preservação dos recursos hídricos, necessários à manutenção da vida, que se encontram em grande parte degradados devido à falta de compreensão da população - de modo geral - sobre a necessidade e/ou possibilidade de sua preservação. Dentro desse quadro encontra-se o Ribeirão Pires, um importante afluente do Rio Pinhal de onde é captada água para o abastecimento da cidade de Limeira, com problemas como a falta de mata ciliar, vários pontos de erosão, assoreamento e contaminação, dentre outros.

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Diante desses problemas, se torna evidente a necessidade da substituição de uma mentalidade racionalista e individualista por uma mentalidade ampla que consiga realizar uma compreensão sistêmica das relações entre ser humano-ambiente e ser humano-ser humano, configurando um novo paradigma. “Mais do que nunca a natureza não pode ser separada da cultura e precisamos aprender a pensar “transversalmente” as interações entre ecossistemas, mecanosfera e universos de referência sociais e individuais” (GUATTARI, 1990). Torna-se indispensável o desenvolvimento de uma educação renovadora, libertadora, que promova o desenvolvimento de uma compreensão mais crítica e socialmente justa do mundo.

“A Educação Ambiental nasce dessa emergência, de se criar uma percepção renovada de mundo, e devido à sua natureza interdisciplinar, polifacetada e holística ela consegue reunir os elementos necessários para promover a compreensão de forma reflexiva e crítica à população” (DIAS, 2001). Por meio dessa nova percepção as pessoas podem compreender a natureza complexa do ambiente de forma a sensibilizar-se para o envolvimento na prevenção e solução dos problemas sócio-ambientais.

Sendo assim, a Educação Ambiental não só leva a situar um acontecimento, informação ou conhecimento em seu contexto, mas também incita a perceber como este o modifica. Percebe-se, a partir disso, que qualquer ação ou sistema possui ligação com o todo, e que a dinâmica das relações não exclui ou separa, mas agrega o amplo, o diverso e o incerto.

E como pensamento do complexo, a Educação Ambiental, por meio da Percepção Ambiental, promove uma sensibilização e tomada de consciência do ser humano para as questões sócio-ambientais. Consciência e sensibilização construídas por meio de interpretações mediadas pela cultura e por estímulos sensoriais que auxiliam na compreensão das inter-relações entre ser humano e meio ambiente. “Ao mesmo tempo em que as pessoas são convidadas a perceberem novos aspectos da realidade ambiental através de uma vivência na natureza, mediante estímulos e elementos diferentes daqueles do cotidiano que vivenciam, elas não são somente despertadas para as necessidades emergenciais da conservação do meio ambiente e da manutenção de índices de qualidade ambiental, mas também são convidadas a despertarem para um questionamento sobre atitudes relacionadas à conquista ou resgate da qualidade de vida, percebendo, comparando e valorizando aspectos do dia-a-dia sob outros modos e perspectivas” (GUIMARÃES, 2004).

Assim, cada indivíduo através de sua própria percepção constrói uma compreensão diferente diante de cada experiência vivenciada. “Percepção, atitudes e valores preparam-nos, primeiramente a compreender nós mesmos. Sem a autocompreensão não podemos

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esperar por soluções duradouras para os problemas ambientais que fundamentalmente são problemas humanos” (TUAN, 1980).

As experiências ambientais são vivenciadas e representadas por cada pessoa de forma diferente, e como meio de expressão dessas experiências, o homem por ser criativo, relacional e dialógico utiliza a linguagem para estabelecer um intercâmbio entre estímulos e respostas. Estímulos estes que permitem a captação e representação de realidades e que, através da ação criadora, permitem uma interpretação dos fatos e uma construção da identidade pessoal e/ou coletiva.

“A linguagem une, constitui e representa uma sociedade, e através do fazer artístico o homem desvela o mundo e a si mesmo” (BRANDÃO, 2003), e a arte, como linguagem, resgata “a dimensão do homem como ser social e cultural, leitor e intérprete, criador e criatura” (BUORO, 1996).

Deste modo, a fotografia vem como possibilidade informativa e de expressão artística que permite re-pensar o mundo num estado de olhar e pensamento, capaz de misturar linguagem, natureza e cultura. “A fotografia é sempre uma representação a partir do real intermediada pelo fotógrafo que a produz segundo sua forma particular de compreensão daquele real, seu repertório, sua ideologia” (KOSSOY, 2001).

“O olhar conhece sentindo e sente conhecendo. Está implantado na sensibilidade” (BOSI, 1993), e através da percepção, a fotografia por meio da “máquina fotográfica pode ser um instrumento eficaz... detonador da capacidade perceptiva, ou indicador do estágio dessa percepção” (FERRARA, 1999).

Pela percepção e leitura de suas impressões o Ribeirão Pires revela sua “informação ambiental, no qual se reconhecem os impactos físicos, econômicos, políticos e culturais” (FERRARA, 1999), para assim possibilitar uma compreensão das relações existentes.

PLANO INICIAL

A finalidade da pesquisa é trabalhar a Percepção Ambiental sobre o Ribeirão Pires, através de uma vivência fotográfica, como ferramenta para a Educação Ambiental, e verificar se a metodologia utilizada promove o desenvolvimento da compreensão crítica e reflexiva dos alunos sobre os diversos sistemas e relações existentes no Ribeirão Pires, importante afluente do Rio Pinhal de onde é captada a água para o abastecimento da cidade de Limeira. Essa vivência fotográfica vai estimular a percepção dos alunos sobre os diversos aspectos que norteiam o Ribeirão, além de fomentar uma discussão sobre os assuntos abordados, de modo a possibilitar um entendimento sobre a natureza complexa do meio ambiente e sobre as ações e interações que influem nesse meio.

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Através dos padrões de percepção dos alunos, levantados na primeira fase, e da discussão dos mesmos, a pesquisa irá mostrar a importância das inter-relações entre as matérias escolares, contribuindo para uma sensibilização sobre os conflitos que envolvem o Ribeirão Pires.

O trabalho com os alunos divide-se em quatro etapas: análise iconográfica; saída a campo/Ribeirão Pires; apresentação das fotografias produzidas pelos alunos; e atividades sobre as dinâmicas de relações existentes no Ribeirão Pires.

O cronograma inicial propôs as seguintes atividades a serem realizadas:

(1) ANÁLISE ICONOGRÁFICA: a partir do desenvolvimento de atividades com fotografias, o pesquisador trará “exercícios de leituras de mundo, e reflexões que envolvem o fazer artístico e o “aprender a ver”, de modo que os alunos possam sensibilizar seu olhar e ampliar seu repertório imagético, criando uma consciência mais crítica da sociedade em que vivem” (BUORO, 1996). Será realizado também um estudo sobre os processos de produção de imagens e os diferentes fatores que interferem no “processo de criação do fotógrafo, que em função de seu repertório pessoal e de seus filtros individuais produz a imagem a partir de um assunto determinado” (KOSSOY, 2001).

Os alunos por meio de suas percepções e interpretações construirão realidades sobre cada fotografia apresentada, e através da análise iconográfica haverá o desenvolvimento da reflexão crítica por parte dos alunos, promovida pela discussão de supostas relações que ocorreram no tempo e espaço da imagem fotográfica.

Através dessa discussão há o desenvolvimento da percepção visual dos alunos na procura, associação, e dissociação de signos, como também uma compreensão sobre as diferentes visões criadas pelos outros alunos.

“Esse processo ativo de educação em artes/fotografia dialoga com as diferentes linhas teóricas que discutem a arte como linguagem, constituída de um sistema de signos e articulada por uma sintaxe própria e estudos sobre os mecanismos da percepção, da imaginação criadora da visualidade” (BUORO, 1996).

(2) SAÍDA A CAMPO/RIBEIRÃO PIRES: a visita ao Ribeirão Pires será realizada com o intuito de fazer com que os alunos produzam fotografias através de suas percepções pessoais. Para essa prática serão selecionados alguns pontos do Ribeirão Pires com características variadas entre si e uma diversidade de situações.

As máquinas fotográficas serão distribuídas para cada grupo de cinco alunos, e será solicitado aos mesmos que fotografem fatos que representem a visita, que lhes chamem atenção e que possuam ligação com o Ribeirão. Propõe-se que os alunos desenvolvam um processo de discussão nos grupos formados sobre quais os locais e assuntos que

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devem ser abordados. Essas discussões serão necessárias a medida em que se busca um processo de tomadas de decisões que consiga satisfazer o grupo como um todo.

(3) APRESENTAÇÃO DAS FOTOGRAFIAS PRODUZIDAS PELOS ALUNOS: após a saída a campo, os alunos realizarão uma apresentação à classe sobre as fotografias produzidas em que mostrarão a percepção que cada grupo obteve sobre o Ribeirão Pires.

(4) ATIVIDADES SOBRE AS DINÂMICAS DAS RELAÇÕES DO RIBEIRÃO PIRES: nessa última etapa será realizado um estudo sobre as dinâmicas das relações existentes no Ribeirão Pires, através das percepções apresentadas pelas fotografias produzidas na saída a campo e dos relatos e discussões dos alunos.

A apresentação das múltiplas abordagens construídas pelos alunos vai possibilitar uma análise e reflexão crítica sobre as percepções obtidas e sobre os sistemas e relações do Ribeirão, contribuindo para uma sensibilização dos alunos com relação aos problemas que o Ribeirão enfrenta.

PRIMEIRA ETAPA - ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

Primeiro contato

As primeiras visitas à escola procuraram retomar o diálogo iniciado no ano de 2004, e solidificar o vínculo entre pesquisador, escola, projeto, alunos e professora. O projeto de pesquisa foi reapresentado à Direção, e apresentado pela primeira vez à professora, que depois de realizar a leitura do mesmo e fazer algumas perguntas, colocou-se à disposição para ajudar no que fosse preciso. O horário para as aulas ficou estabelecido entre 15:30h e 17:10h, às sextas feiras, e a data de início das atividades em 11/03/2005.

Aula 1 – 11/03/2005

A primeira aula apresentou aos alunos como seria desenvolvido o projeto, explicou-se quais seriam as etapas, como seria a análise do que fosse realizado e produzido, e como seriam as aulas a serem ministradas. Foi mostrado que as aulas realizariam uma junção de vários conteúdos escolares através de atividades lúdicas, que procurariam despertar a reflexão e a compreensão dos alunos sobre o que fosse estudado. Portanto, o principal objetivo a ser desenvolvido com os mesmos é fazer com que eles compreendam a complexidade das relações existentes no Ribeirão Pires, e desta forma, verificar por meio

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de análises quantitativas e qualitativas, se a metodologia utilizada promove essa compreensão.

Descrição da atividade desenvolvida - 1:A dinâmica desenvolvida foi apelidada de “Jogo da Rede”, e ela se

desenvolve da seguinte forma: os alunos têm de passar o barbante para todas as pessoas presentes no círculo formado, porém ao passar o barbante é necessário que o aluno fale o nome da pessoa para quem ele irá entregar o mesmo, e uma palavra que ele acredite que possua relação com meio ambiente. Essa palavra tem que ter ligação com a palavra dita anteriormente pela outra pessoa. Essa dinâmica se repete até que todas as pessoas presentes na roda estejam dentro da “rede” formada.

Objetivos da atividade:- Conhecer os alunos e ser conhecido por eles;- Conhecer um pouco sobre o que eles consideram ser meio

ambiente;- Mostrar que todos as pessoas/participantes são importantes no

processo das relações estabelecidas;

Análise da atividade:- As palavras escolhidas pelos alunos e as ligações estabelecidas

foram em sua maioria vinculadas a uma visão naturalista em que o meio ambiente aparece quase que unicamente na forma de natureza. Dos 37 alunos presentes apenas 24 (vinte e quatro) conseguiram participar, destes, 20 (vinte) mencionaram elementos “naturais, biológicos”, e apenas 4 (quatro) mencionaram elementos “não naturais”, sendo 2 (duas) cores e 2 (duas) sensações;

- A participação dos alunos foi boa, porém no final da atividade ficou difícil continuar devido ao mau comportamento, o que fez com que alguns alunos não participassem. Porém, esse “problema” possibilitou realizar uma discussão em sala de aula sobre cooperação e participação. Traçou-se um paralelo entre interação-relação entre os alunos e interação-relação ambiental, esta entendida como junção entre os meios sócio-ambientais, culturais, políticos e econômicos. Procurou-se mostrar que da mesma forma que alguns alunos não participaram da atividade por falta de cooperação de outros alunos, o desequilíbrio ambiental também é conseqüência de relações não cooperativas entre o todo;

- Essa atividade mostrou em parte como seria o trabalho com a turma, interessante, porém trabalhoso com relação ao comportamento dos alunos.

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Descrição da atividade desenvolvida - 2: Discussão sobre duas fotografias, uma que apresentava como tema o campo e a outra a cidade.

Objetivo da atividade:- Obter um padrão de percepção dos alunos sobre o campo e a

cidade;

Análise da atividade:- A maioria dos alunos mora em sítios e fazendas o que faz com que

haja uma proximidade muito grande com relação às questões do campo;

- O campo é muito bem visto e aceito pelos alunos, visto que praticamente todas as falas qualificaram-no positivamente, enquanto a cidade é vista com um bom lugar, mas que possui alguns problemas como barulho e poluição.

Aula 2 - 18/03/2005

Essa aula iniciou o estudo sobre o funcionamento da máquina fotográfica e sobre os processos de produção de imagens e os diferentes fatores que interferem no “processo de criação do fotógrafo, que em função de ser repertório pessoal e de seus filtros individuais produz a imagem a partir de um assunto determinado” (KOSSOY, 2001). Os alunos tiveram a oportunidade de manipular uma máquina fotográfica.

Descrição da atividade desenvolvida - 1:Dois alunos foram escolhidos para virar "máquinas fotográficas" e

tiveram que descrever a imagem vista da janela da sala de aula, que conseguiam enxergar através do furo da cartolina entregue, estando os dois alunos situados em pontos diferentes da sala de aula.

Objetivos da atividade:- Verificar a percepção e a descrição da “realidade exterior”

observada;- Realizar uma discussão sobre as diferenças de pontos de vista

existentes entre as pessoas, e a importância de se reconhecer e respeitar essas diferenças.

Análise da atividade:- Os alunos conseguiram descrever, cada um a sua maneira, o que

perceberam e observaram, porém não construíram nenhuma relação entre os elementos descritos, o que fez com que os outros alunos apenas soubessem o que havia do “outro lado”, mas não como se organizava esse espaço. Isso deu espaço a diversas

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interpretações e construções pessoais de como estaria a organização dos elementos do local observado;

- As diferentes visões criadas, não apenas pelos dois alunos que fizeram a observação, mas pelos outros alunos que apenas receberam os elementos descritos, mostraram como é possível obter de um mesmo local diferentes “visões/leituras”, e que essa mesma relação acontece com idéias, sentimentos, entre outras coisas;

- As crianças compreenderam a necessidade de se relacionar os elementos descritos, como forma de se obter informações mais precisas sobre a imagem apresentada. (A relação entre os elementos constituintes da imagem é chave fundamental para a discussão dos sistemas do Ribeirão Pires através das fotografias produzidas pelos alunos na saída a campo)

Descrição da atividade desenvolvida - 2: Trabalho em grupo para realizar a Análise Iconográfica de uma fotografia, e discutir a “realidade” apresentada pela imagem. A fotografia analisada trazia a imagem de uma pessoa no lixão carregando um saco de lixo.

“A fotografia é sempre uma representação a partir do real intermediada pelo fotógrafo que a produz segundo sua forma particular de compreensão daquele real, seu repertório, sua ideologia” (KOSSOY, 2001).

Objetivo da atividade:- Determinar o assunto apresentado na fotografia, suas

coordenadas de tempo e espaço, e os detalhes icônicos que compõem seu conteúdo;

- Discussão sobre as supostas relações que ocorreram no tempo e espaço da imagem fotográfica.

Análise da atividade:- A maioria dos grupos trabalhou sem problemas e realizou uma

análise completa da fotografia;- Dos 9 (nove) grupos formados, 3 (três) desenvolveram o assunto

apresentado;- A discussão sobre a realidade apresentada pela fotografia foi

interessante, os alunos falaram bastante sobre a possível situação da pessoa e sobre o que ela fazia com o lixo coletado. Disseram que era uma pessoa pobre, que separava o material reciclado para revender e conseguir dinheiro, porém não explicaram o porquê de existir essa situação. Falaram que todo o lixo produzido nas casas ia para o lixão, que ficava afastado da cidade devido ao mau cheiro. Falaram também sobre a necessidade de se reciclar os materiais;

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- As realidades construídas através das percepções e interpretações dos alunos mostraram um bom conhecimento sobre algumas relações existentes no contexto apresentado, no entanto, outros assuntos importantes como desigualdade social, produção e consumo, geração de resíduos, entre outros, não foram alcançados;

- O trabalho em grupo trouxe algumas dificuldades, alguns alunos se sentiram na qualidade de fazer tudo e não deixaram os outros alunos participar da análise e das discussões no grupo. Quando isso era percebido ocorria uma intervenção do pesquisador no sentido de mostrar e discutir a importância da participação de todos;

- Essa não cooperação entre alguns alunos evidenciou a necessidade de se trabalhar a questão da cooperação e da participação, pois ainda não há uma compreensão dos alunos para com a importância de haver espaço e disposição para o diálogo, e respeito as diferentes opiniões construídas por cada pessoa.

Aula 3 – 25/03/2005

Descrição da atividade desenvolvida: Aplicação de questionário aos alunos sobre meio ambiente, com questões de múltipla escolha e questões dissertativas.

Objetivo da atividade:- Analisar a visão de meio ambiente dos alunos e;- Analisar o grau de compreensão da complexidade sobre as

relações existentes em um rio.

Análise da atividade:- Os alunos receberam bem a idéia de responder ao questionário,

em parte por não ser uma avaliação formal com nota, e também por haver um certo interesse no tema;

- As questões presentes no questionário foram lidas e explicadas antes de os alunos iniciarem a resolução. Procurou-se sanar qualquer eventual dúvida sobre alguma questão;

- A discussão dos resultados do questionário se encontra na parte “Forma de análise dos resultados”.

Aula 4 – 01/04/2005

Descrição da atividade desenvolvida - 1: Trabalho em grupo para realizar a Análise Iconográfica de uma fotografia, e discutir a “realidade” apresentada pela imagem. A fotografia analisada trazia a imagem de

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uma avenida com pessoas na calçada esperando para atravessá-la, e o movimento de automóveis.

Objetivos da atividade:- Determinar o assunto apresentado na fotografia, suas

coordenadas de tempo e espaço, e os detalhes icônicos que compõem seu conteúdo;

- Discussão sobre as supostas relações que ocorreram no tempo e espaço da imagem fotográfica.

- Expressão do sentimento/sensação gerada pela imagem.

Análise da atividade:- Ocorreram dois problemas de exclusão de alunos dos grupos, que

foram resolvidos com uma conversa;- Dos 8 (oito) grupos formados, 5 (cinco) desenvolveram o assunto

nas suas descrições;- A dificuldade de se trabalhar em grupo continua, principalmente

na divisão de tarefas e no respeito à idéia do outro;- Os grupos conseguiram se organizar de uma maneira mais ágil

dessa vez, e realizaram em um tempo razoável a análise iconográfica;

- Houve dificuldade em expressar o sentimento/sensação gerada pela fotografia. Muitos grupos confundiram sentimento com a “ação” que ocorria na fotografia, mas aos poucos e timidamente os alunos foram conseguindo transmitir algumas sensações e sentimentos;

- Os grupos conseguiram finalizar a atividade e realizar a discussão, que foi pequena, provavelmente pela mensagem abstrata que a fotografia passava, porém, além de os grupos construírem diversas interpretações para a imagem, também foram feitas algumas observações que uniam a situação apresentada e a sensação transmitida pela fotografia.

Após essa atividade foi lido um texto “A complicada arte de ver (Rubem Alves)”, em que se discursava sobre as diversas formas de olhar. Ele mostrava que duas pessoas poderiam ter visões e sentimentos completamente diferentes sobre um mesmo “ponto” analisado, e que essa relação entre quem vê, e o que é visto, depende da maneira com que cada pessoa trata o assunto observado, que é conseqüência do conjunto de experiências vividas por cada um. Relações que levam a “sentimentos variados, que diferem quanto ao tipo e intensidade”, e “que são proporcionais ao significado que a pessoa atribui aos fatos” (GUIMARÃES, 2004).

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Descrição da atividade desenvolvida - 2: Produção individual de um desenho que mostrasse tudo o que os alunos acreditassem fazer parte do meio ambiente.

Objetivo da atividade:- Analisar a visão, percepção e conhecimento, do que viria a ser

meio ambiente para cada aluno.

Análise da atividade:- A atividade foi bem recebida pelos alunos – atividade lúdica;- A discussão dos resultados do questionário se encontra na parte

“Forma de análise dos resultados”.

Aula 5 – 08/04/2005

Descrição da atividade desenvolvida - 1: Produção de uma imagem por meio de uma moldura entregue, através da qual os alunos deveriam enquadrar o que eles gostariam de “fotografar”. A produção dessa imagem se daria através de um desenho presente no quadro. O desenho apresentava diversas situações diferentes, o que propicionou grande oportunidade de escolha aos alunos. Os alunos chamados para desenvolver a atividade não apenas tinham que realizar a escolha como também explicar o porquê dessa escolha.

Objetivos da atividade:- Discussão sobre as diferentes escolhas dos alunos e os

referenciais dessas escolhas;- Discussão sobre as várias influências para a formação de um

ponto de vista.

Análise da atividade:- No total foram chamados 6 (seis) alunos para a atividade,

quantidade suficiente para realizar a discussão;- Todos os alunos chamados escolheram elementos distintos do

desenho, e todos explicaram os seus diferentes porquês, mostrando a ligação entre o elemento escolhido e o interesse/gosto pessoal;

- A discussão sobre os diferentes pontos de vista se transformou em discussão sobre escolhas pessoais e sobre quais eram as influências e os possíveis impactos dessas escolhas. Discutiram-se as várias influências para a formação de um ponto de vista;

- A discussão sobre escolhas pessoais foi exemplificada com a possibilidade de se jogar ou não lixo em um rio, procurando desvendar todos os impactos possíveis dessas duas escolhas;

- Essa discussão despertou bastante interesse por parte dos alunos,

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ao mesmo tempo em que causou espanto em desvendar algumas das possíveis relações existentes. Isso mostrou que o conhecimento sobre as conseqüências de uma simples atitude como jogar lixo no rio, não eram assim tão bem conhecidas pelos alunos;

- Outras discussões foram realizadas procurando-se desvendar as possíveis causas e conseqüências.

Descrição da atividade desenvolvida - 2: Apresentação de um trecho do filme Baraka. Objetivos da atividade:- Discussão sobre o assunto apresentado no filme.

Análise da atividade:- A organização dos alunos para assistir ao filme foi complicada, o

que causou um certo tumulto na sala, pois haviam vários alunos que se encontravam na frente de outros impossibilitando que uma parte da sala conseguisse enxergar a televisão. Essa situação proporcionou uma discussão sobre a forma utilizada pelos alunos para a resolução do problema. Eles refletiram sobre a proposta e resolveram a situação de uma maneira mais cooperativa;

- Na discussão sobre as impressões obtidas do filme, os alunos falaram muito sobre as cenas que apresentavam a movimentação das pessoas na cidade e no trabalho em uma fábrica, eles disseram que elas pareciam máquinas, e que pareciam que iriam arrebentar tudo;

- O filme apresentou o oposto ao que se procura desenvolver na pesquisa, pessoas repetindo os mesmos movimentos, o fluxo de pessoas constante e também repetitivo, entre outras cenas. Dessa forma, procurou-se mostrar que os alunos deveriam recorrer à sensibilidade e à percepção para o desenvolvimento das atividades propostas, e que ao contrário do que o filme apresentava, era necessário que eles buscassem o diferente, e que conseguissem perceber o diferente, o não usual.

Aula 6 – 15/04/2005

Descrição da atividade desenvolvida: Trabalho em dupla para realizar a Análise Iconográfica de uma fotografia, e também discutir a “realidade” apresentada pela imagem, e os sentimentos gerados pela mesma. Nessa atividade foram distribuídas três fotografias diferentes.

Objetivos da atividade:- Determinar o assunto apresentado na fotografia, suas

coordenadas de tempo e espaço, e os detalhes icônicos que

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compõem seu conteúdo;- Discussão sobre as supostas relações que ocorreram no tempo e

espaço da imagem fotográfica;- Expressão do sentimento/sensação gerada pela imagem;- Apresentação do que foi produzido para a classe.

Análise da atividade:- A maioria das duplas se organizou sem nenhum problema, apenas

duas duplas não queriam desenvolver a atividade com as pessoas que se situavam ao lado, porém, novamente após uma conversa aceitaram realizar a atividade com quem estava ao lado;

- A análise das fotografias foi muito boa, e o que realmente surpreendeu foram as histórias criadas a respeito das possíveis realidades presentes nas imagens;

- A expressão dos sentimentos gerados foi outro ponto bastante interessante da atividade, dessa vez não houve nenhuma confusão com relação à descrição dos mesmos;

- A idéia de realizar a apresentação sobre o que foi produzido causou um certo espanto inicialmente, fato que foi possível perceber através dos gestos e das expressões dos alunos, porém eles enfrentaram o desafio e todos mostraram o que haviam realizado;

- A classe respeitou a maioria dos grupos na hora das apresentações, apenas em alguns momentos foi necessário chamar a atenção dos alunos.

Aula 7 – 29/04/2005

Descrição da atividade desenvolvida: Trabalho em grupo para “fotografar” um local/assunto da escola que os alunos gostassem e achassem interessante. Para isso foi entregue uma moldura de cartolina para “enquadrar” o que havia sido escolhido, e foi explicado aos alunos que para realizar a escolha era necessário que o grupo formado discutisse e chegasse a um acordo a respeito do que seria “fotografado”. Havia, portanto, a necessidade de cooperação e respeito dos pontos de vista presentes em cada grupo. Além disso, os grupos também tinham que descrever os elementos constituintes da imagem escolhida e explicar o porquê da escolha.

Objetivos da atividade:- Incentivar a discussão entre os participantes de cada grupo para

que houvesse um processo de tomadas de decisões que conseguisse satisfazer o grupo como um todo;

- Que eles percebessem o que fossem fotografar e definissem um motivo para a escolha.

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Análise da atividade:- Para o desenvolvimento da atividade foram formados grupos de 4

(quatro) a 5 (cinco) alunos cada, porém dessa vez a forma de associação ocorreu de maneira diferente. A forma realizada foi a seguinte: um aluno vinha para frente da sala e os outros alunos se associavam a ele. Isso fez com que a formação dos grupos ocorresse sem problemas, não havendo rejeição de nenhum aluno pelos grupos formados;

- A discussão realizada dentro dos grupos foi o ponto mais interessante da atividade. Grande parte dos grupos conseguiu chegar a algum acordo sobre o que fotografar, através da discussão sobre se todos gostariam que a imagem “X” fosse “fotografada”, porém não foi possível acompanhar as discussões de todos os grupos de perto;

- Um fato interessante foi que dois grupos se organizaram anteriormente à saída da sala, o que mostrou uma pré-disposição para participação e um envolvimento com a atividade. Nesses grupos houve a distribuição de tarefas, como quem ficaria com a moldura, e quem ficaria encarregado de escrever o que havia sido pedido;

- É possível perceber após essas seis aulas, que não apenas a atenção às atividades, mas o respeito em sala de aula tem melhorado. A organização dos grupos está ocorrendo de modo mais natural e mais rapidamente também.

- No total foram formados 8 (oito) grupos, destes, 5 (cinco) realizaram uma boa descrição da imagem “fotografada”;

- Com relação às respostas ao porquê das escolhas todos os grupos responderam de maneira superficial (não foi bem superficial, mas é que todos colocaram porque acharam bonito);

Aula 8 – 20/05/2005

Descrição da atividade desenvolvida: Trabalho em grupo para “fotografar” alguma local/assunto da escola que gostassem e achassem interessante, de modo a realizar a escolha sobre o que viria a ser fotografado através da discussão entre as pessoas de cada grupo. Essa discussão teve como objetivo fazer com que o grupo chegasse a um acordo sobre a escolha. Os alunos também teriam que escrever em uma folha os elementos constituintes da imagem escolhida, o porquê da escolha, e o sentimento gerado por essa imagem. E desta vez haveria uma apresentação sobre o que foi produzido.

Objetivo da atividade:- Incentivar a discussão entre os participantes de cada grupo para

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que houvesse um processo de tomadas de decisões que conseguisse satisfazer o grupo como um todo;

- Que eles percebessem o que fossem fotografar, definissem um motivo para a escolha, e procurassem identificar o sentimento gerado pela imagem;

- Apresentação do que foi produzido para a classe.

Análise da atividade:- O método de formação dos grupos foi o mesmo da aula passada,

por associação. Quase todos os grupos foram formados sem nenhum problema, apenas um grupo teve uma discussão sobre a associação de um aluno, mas a situação foi resolvida;

- As discussões entre os grupos aconteceram de maneira cooperativa. Os únicos atritos identificados ocorreram entre os grupos, pois houve uma disputa para fotografar lugares diferentes, únicos;

- Dessa vez as imagens escolhidas pelos grupos foram fotografadas;- As apresentações foram muito boas, ocorreram ótimas descrições

sobre as imagens escolhidas, e o que mais chamou a atenção foram as falas com relação aos sentimentos gerados que se mostraram bastante sensibilizadas com relação à imagem;

- Os alunos prestaram bastante atenção nas apresentações e respeitaram os grupos;

- No total foram formados 7 (sete) grupos.

Nas discussões realizadas em sala de aula os alunos têm falado sobre cooperação e sobre as dinâmicas do trabalho em grupo. É como se começasse a existir uma consciência sobre as atitudes tomadas pelos alunos em sala de aula.

Aula 9 – 03/06/2005

Descrição da atividade desenvolvida: Apresentação das fotografias produzidas pelos grupos na aula passada e início da explicação sobre o Ribeirão Pires. Ocorreu também a formação dos grupos para a Saída a Campo e explicou-se como se daria a divisão das máquinas fotográficas e da quantidade fotos/poses por grupo.

Objetivos da atividade:- Retorno da produção da atividade da aula passado;- Explicação sobre o Ribeirão Pires;- Organização e divisão dos grupos para a Saída a Campo/Ribeirão

Pires;- Explicação sobre o funcionamento da máquina fotográfica.

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Análise da atividade:- A escola estava desenvolvendo uma atividade com alguns alunos

da classe o que fez com que quase metade dos alunos tivesse que sair no início da aula. Isso prejudicou um pouco a turma com relação às discussões, devido a menor quantidade de alunos, mas a aula prosseguiu;

- Os alunos gostaram muito de ver as fotografias reveladas, já que foram imagens escolhidas por eles próprios, e isso acabou incentivando mais eles com relação à Saída a Campo para a produção das fotografias;

- A conversa sobre o Ribeirão Pires expôs um pouco sobre a história do Bairro dos Pires, e sobre as características físicas do ribeirão, o que despertou o interesse dos alunos que acabaram iniciando uma discussão sobre as influências e interferências que ocorriam no Ribeirão, e conseqüentemente sobre algumas das relações existentes. Alguns alunos participaram ativamente da discussão, não apenas perguntando, mas contando e explicando algumas coisas. Falamos sobre contaminação e poluição da água provocada pelo sistema de fossa, bastante utilizado no campo, sobre a influência das chuvas e do lençol freático na formação do rio, entre outros assuntos;

- Foi estabelecido que cada grupo teria 15 (quinze) fotografias/poses para a Saída a Campo.

Aula 10 – 10/06/2005

Descrição da atividade desenvolvida: Os grupos para a Saída a Campo foram reestruturados a pedido de alguns alunos, e também pelo fato de na aula passada toda a classe não estar presente. As máquinas fotográficas foram etiquetadas com o número dos respectivos grupos, que no total foram 8 (oito). Falou-se novamente sobre o funcionamento da máquina fotográfica, pois agora todos poderiam ver e manipular as respectivas máquinas. Foi conversado também sobre a ida ao Ribeirão Pires, os cuidados que todos deveriam ter, e sobre o que os alunos deveriam levar.

Objetivos da atividade:- Organizar os grupos para a Saída a Campo/Ribeirão Pires;- Alertar sobre os cuidados que deveriam ser tomados;

Análise da atividade:- Novamente quase metade da sala teve que sair para a atividade

que a escola estava desenvolvendo, porém dessa vez os alunos saíram mais tarde, o que fez com que fosse possível dar os avisos importantes na presença de todos os alunos;

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- Os alunos ficaram bastante entusiasmados com as máquinas fotográficas, e também em saber que a Saída a Campo estava próxima;

- Foi explicado, grupo por grupo, a respeito do funcionamento da máquina fotográfica;

SEGUNDA ETAPA – ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

Aula 11 – 15/06/2005 - Saída a Campo/Ribeirão Pires

Descrição da atividade desenvolvida: Conversa e últimos avisos sobre a Saída a Campo e os cuidados que os alunos deveriam ter. Foi discutida a proposta da atividade/Saída a Campo, que foi a de fazer com que os alunos fotografassem locais, assuntos e fatos que representassem a visita e que eles acreditassem que possuíam relação com o Ribeirão Pires. Objetivos da atividade:- Produção de fotografias pelos grupos formados através das

percepções pessoais e de grupo;- Estabelecer um processo de discussão nos grupos formados, sobre

locais e assuntos a serem fotografados/abordados, de forma que os alunos percebam a diversidade de visões sobre um mesmo assunto/local e a necessidade de se respeitar os valores de cada pessoa, para que haja um processo de tomadas de decisões que consiga satisfazer o grupo como um todo;

- Que a produção de fotografias seja a respeito de locais, assuntos e fatos que os alunos acreditem que representem a visita e que possuam ligação com o Ribeirão Pires.

Foram visitados no total seis pontos:

Primeiro ponto: estrada de terra - ponte sobre o rio.Algumas características:- Ausência de mata ciliar;- Presença de lixo no leito do Ribeirão.

Segundo ponto: entrada canavial – criação de animais.Algumas características:- Criação de animais próximo ao Ribeirão, cheiro forte;- Muito lixo e entulho no local;- Erosão, voçoroca.

Terceiro ponto: Restaurante Brasaville.Algumas características:

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- Ausência de mata ciliar na margem de acesso, e pouca mata na outra margem;

- Erosão e assoreamento;- Construções próximas às margens.

Quarto ponto: entrada plantação.Algumas características:- Presença de canos para irrigação;- Presença de pneus no leito do Ribeirão;- Plantação de bambu.

Quinto ponto: chácara do cone.Algumas características:- Nascente próxima à ponte;- Presença de óleo na água.

Sexto ponto: trevo – igreja.Algumas características:- Ponte grande para passagem de carros;- Presença de pinus.

Análise da atividade:

- A visita foi acompanha por três mães, pela professora da turma, pelo orientador e orientado, e por mais dois monitores, o que facilitou o cuidado com os alunos;

- A proposta de se estabelecer um limite de fotografias por grupo, 15 (quinze) poses, foi parcialmente respeitada, dos oito (oito) grupos formados, 4 (quatro) respeitaram a proposta. Porém, isso não impossibilitou, nem prejudicou a proposta de discussão entre os alunos de cada grupo com relação às escolhas dos locais a serem fotografados;

- A comunicação entre os alunos de cada grupo foi boa, com os mesmos discutindo sobre quais os locais que deveriam ser fotografados. Não houve brigas, apenas algumas discussões sobre quem iria tirar fotografias;

- Alguns alunos ficaram impressionados e se revoltaram com a poluição e sujeira presentes em alguns dos locais visitados;

- Os alunos possuem uma vivência grande com relação ao ambiente da visita, em grande parte pelo fato da maioria deles morar na área rural da cidade de Limeira. Essa vivência aliada à vontade de explorar os locais visitados fez com que “novos pontos” fossem descobertos, o que enriqueceu as percepções e conseqüentemente os assuntos abordados pelas fotografias produzidas. Os alunos também se mostraram curiosos com relação

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às dinâmicas do Ribeirão e a algumas características dos pontos visitados. Falaram sobre os diferentes fluxos de água encontrados no Ribeirão, o lixo, a poluição, entre outros assuntos;

Ao final da visita foi realizado um lanche comunitário com todos os presentes em um bosque localizado em frente a uma Igreja Evangélica Presbeteriana, fundada em 1874, durante a ocupação do Bairro dos Pires.

Aula 12 – 24/06/2005

Descrição da atividade desenvolvida: Discussão sobre a Saída a Campo/Ribeirão Pires, sobre as experiências vivenciadas por cada grupo, sobre os fatos que marcaram a visita, e sobre as dificuldades encontradas por cada grupo.

Objetivos da atividade:- Apresentação em painéis das fotografias produzidas por cada

grupo para a classe;- Discussão sobre as experiências e percepções da visita;- Discussão sobre as dificuldades enfrentadas.

Análise da atividade:- A apresentação das fotografias aos alunos foi muito comemorada,

todos estavam ansiosos para ver como haviam ficado as fotografias. A classe ficou entusiasmada com as produções realizadas, e também em ver o que os outros grupos haviam produzido;

- Os alunos gostaram muito da Saída a Campo e de ver o Ribeirão de perto;

- Perguntados sobre as experiências dos grupos e as percepções os alunos falaram bastante sobre o lixo encontrado em alguns pontos do Ribeirão e de como as pessoas não se importavam com a sujeira. A água também foi um assunto bastante discutido, não apenas pelos diferentes fluxos encontrados nos diferentes pontos, mas também pela possível poluição. O cheiro da criação de animais também chamou a atenção dos alunos;

- Pôde-se perceber que a maioria das percepções realizadas se basearam em aspectos naturais e biológicos, o que configura e reforça a visão naturalista já verificada em outras atividades;

- Sobre as discussões ocorridas, os grupos disseram que as conversas possibilitaram realizar escolhas que agradassem a todos. Apenas um grupo reclamou de um aluno que tinha “monopolizado” a câmera fotográfica;

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- As atividades desenvolvidas anteriormente contribuíram para que as discussões entre os alunos de cada grupo ocorressem de forma harmoniosa, o que possibilitou que o processo de tomada de decisões satisfizesse os grupos como um todo;

- Mostrou-se aos alunos quais seriam as próximas etapas da pesquisa, e o que seria desenvolvido a seguir;

- A discussão sobre o objetivo de se estudar as relações existentes no Ribeirão pires, fez com que algumas idéias sobre alguns sistemas do Ribeirão fossem desenvolvidas;

TERCEIRA ETAPA – ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

Aula 13 – 01/07/2005

Descrição da atividade desenvolvida: Apresentação das fotografias produzidas pelos alunos à classe, na qual os grupos mostraram as percepções obtidas e o que as fotografias representam para os integrantes. Nessa atividade foram estimuladas diversas capacidades necessárias aos processos de construção de cidadãos: o exercício de ouvir, de se expor e de se posicionar. Enquanto um grupo apresentava, os outros alunos escreveram sobre o que tinham e o que não tinham achado interessante e gostado das percepções apresentadas pelas fotografias dos grupos.

Como metade dos grupos produziu um número maior de fotografias estipuladas inicialmente, foi proposto à classe a realização de uma seleção das fotografias que eles achassem interessante e das fotografias que possuíssem relação com o Ribeirão Pires.

Objetivos da atividade:- Escolha das fotografias mais representativas pelos grupos;- Apresentação das fotografias dos grupos à classe;- Estimular a reflexão pessoal sobre as percepções de cada grupo.

Análise da atividade:- Os grupos realizaram a discussão sobre as escolhas das

fotografias, o que estimulou novamente o processo de tomadas de decisões em grupo. Dessa vez foi possível perceber um esforço de alguns alunos no intuito de convencer o grupo sobre algumas posições pessoais, o que faria com que algumas fotografias fossem escolhidas;

- No total dos 8 (oito) grupos formados, 5 (cinco) realizaram a apresentação. Os outros grupos ficaram para a próxima aula após o recesso escolar;

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- As apresentações dos grupos foram muito boas, com explicações sobre os porquês de cada fotografia, e sobre algumas relações apresentadas nas mesmas;

- As falas se situaram em torno das questões naturais, mas o que chamou a atenção foram algumas explicações sobre alguns problemas que o Ribeirão enfrenta, como erosão, assoreamento, falta de mata ciliar, disposição inadequada de resíduos, entre outros assuntos. Isso mostrou que está havendo uma maior compreensão dos alunos sobre algumas características e problemas que existem no local;

- Alguns grupos falaram sobre as relações existentes entre alguns elementos presentes nas fotografias apresentadas, o que mostrou que já existe um entendimento, mesmo que simples, sobre alguns dos sistemas existentes no Ribeirão Pires. Dos 5 (cinco) grupos que apresentaram, 4 (quatro) realizaram alguma ligação;

- Os alunos também falaram sobre a relação das pessoas com o meio em que vivem, e que essa relação deveria melhorar;

- Ocorreram algumas expressões de sentimentos e sensações geradas por meio das fotografias, o que mostra que a percepção entre o que é visto e o que é sentido não permaneceu apenas nas atividades realizadas anteriormente;

- Ocorreram algumas confusões entre o que viria a ser mata ciliar, pois em algumas falas os alunos apontaram o mato presente em algumas margens como sendo componente da mata ciliar;

- As anotações dos alunos a respeito das apresentações dos grupos mostraram interesse nas falas sobre a natureza conservada e preservada, e a grande maioria das anotações sobre o que os alunos não gostaram foi a respeito da poluição e do desequilíbrio ambiental presente no Ribeirão.

FORMA DE ANÁLISE DOS RESULTADOS

A avaliação dos resultados se dará a partir de análises quantitativa e qualitativa.

ANÁLISE QUANTITATIVA

PRIMEIRA APLICAÇÃO DE QUESTIONÁRIO

Perguntas:1 – Para você o que é meio ambiente? O que faz parte dele?

2 - Você se considera parte do meio ambiente? Por quê?

3 – Quais das palavras a seguir possuem relação com rio?

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( ) mata ciliar;( ) animais;( ) insetos;( ) plantação de cana / milho / laranja;( ) ______________________________;( ) captação de água para abastecimento;( ) lazer / brincadeira;( ) poesia;( ) enchente;( ) ______________________________;( ) chuva;( ) dinheiro;( ) comida;( ) preço dos alimentos;( ) cidade;( ) caça / pesca;( ) agrotóxicos;( ) ______________________________;( ) associação de bairro;( ) lixo;( ) escola;( ) pessoas;( ) história;( ) política;( ) sede / banho;( ) esgoto.

4 – Se um rio estivesse poluído o que as pessoas poderiam fazer?( ) esperar alguém tomar alguma atitude;( ) falar com o prefeito;( ) ______________________________;( ) juntar as pessoas da comunidade e realizar alguma ação;( ) não fazer nada;( ) esperar o rio despoluir sozinho.

5 – O que interfere na qualidade da água de um rio?( ) pessoas morando próximas ao rio;( ) plantações;( ) ____________________________;( ) presença ou não de mata ciliar;( ) esgotos de casas e indústrias;( ) cultura das pessoas;( ) ____________________________;( ) fator econômico;( ) pessoas cuidando do rio.

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6 – A interferência do homem no rio é boa ou ruim? Por quê?

7 – Você ajuda para uma melhoria na qualidade do rio? Como?

DISCUSSÃO DO QUESTIONÁRIO

As perguntas propostas pelo questionário procuraram desvendar a visão dos alunos sobre as concepções de meio ambiente existentes, e também verificar o grau de complexidade da compreensão dos alunos sobre as possíveis relações estabelecidas entre rio e as questões sócio-ambientais, políticas, culturais e econômicas.

O questionário é composto por questões de múltipla escolha e por questões abertas. Nas questões de múltipla escolha foram deixados espaços para complemento dos alunos sobre outros assuntos que eles considerassem próprios e relevantes.

APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO

As questões presentes no questionário foram discutidas com os alunos antes que eles iniciassem a resolução, na tentativa de responder às dúvidas existentes. Dois pontos precisaram ser esclarecidos, um primeiro sobre os espaços nas questões de múltipla escolha, e um segundo sobre o significado da palavra interferência.

As dúvidas foram esclarecidas e deu-se início à resolução do questionário.

ANÁLISE DAS QUESTÕES E DAS RESPOSTAS DOS ALUNOS

Total de questionários respondidos: 35

Primeira Questão: Essa questão procurou abordar o conhecimento dos alunos a respeito das partes constituintes do meio ambiente. Dentre os 35 (trinta e cinco) questionários respondidos, 10 (dez) colocaram o ser humano como parte integrante desse meio, e destes, 9 (nove) fizeram relação entre a primeira e a segunda questão, se posicionando pessoalmente como parte integrante do meio ambiente.

Pode-se concluir que na análise dessa questão apenas nove alunos consideraram o homem como parte constituinte do meio ambiente, o que mostra que há uma forte visão naturalista por parte dos alunos.

25,7% - relacionaram o homem como parte constituinte do meio ambiente.

Gráfico

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Segunda Questão: Essa questão buscou ser mais enfática com relação à integração do homem ao meio ambiente. Perguntou-se diretamente aos alunos se eles se consideravam parte integrante do mesmo, porém para que a questão tivesse validade, se fosse respondida com uma afirmação, teria de haver coerência entre as duas perguntas dessa mesma questão.

Das 35 (trinta e cinco) respostas dos alunos, 34 (trinta e quatro) responderam afirmativamente, porém destas, apenas 13 (treze) conseguiram realizar uma ligação entre as duas perguntas presentes.

Mais uma vez nota-se a presença de uma visão naturalista, porém dessa vez o índice de relação ser humano – meio ambiente foi maior. O que pode ter sido causado pelo direcionamento da pergunta.

37,1% - relacionaram o homem como parte integrante do meio ambiente.

Gráfico

Terceira Questão: Essa questão procurou verificar o grau de entendimento dos alunos a respeito da complexidade das relações existentes em um rio, ou no Ribeirão Pires. Os alunos tinham que assinalar todas as palavras que eles acreditassem que existisse essa ligação. A escolha das palavras para a questão procurou abranger uma diversidade de relações entre aspectos sócio-ambientais, culturais, políticos e econômicos.

O quadro do número de vezes que cada palavra foi assinalada, com relação às 23 (vinte e três) palavras propostas inicialmente, ficou da seguinte forma:

Palavras Vezes assinalada

s

Palavras Vezes assinalada

sMata ciliar 21 Cidade 02Animais 28 Caça / pesca 17Insetos 15 Agrotóxicos 03Plantação de cana/milho/laranja

12 Associação de bairro 10

Captação de água para abastecimento

20 Lixo 07

Lazer / brincadeira 13 Escola 07Poesia 03 Pessoas 16Enchente 17 História 03Chuva 28 Política 0Dinheiro 02 Sede / banho 26

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Comida 05 Esgoto 12Preço dos alimentos 0

Outras palavras foram escritas pelos alunos nos espaços em branco e elas podem ser divididas em 4 (quatro) grupos: ser humano, animais, natureza, e impactos ambientais.

Duas palavras escritas, não englobadas por esses grupos, chamaram atenção, elas foram: energia elétrica e humildade.

Grupos – divisão das palavras colocadas pelos alunos Vezes assinalada

sSer humano 13Animais 16Natureza 08Impactos Ambientais 04

Pode-se verificar que o maior índice de escolha foram as palavras que possuem uma ligação clara e simples com o rio, como mata ciliar, caça/pesca, captação de água para abastecimento, animais, chuva e sede/banho. Porém, outras que poderiam ser relacionadas facilmente foram pouco assinaladas, como cidade, insetos, enchente, entre outras.

As palavras pouco ou não assinaladas coincidentemente apresentam relações mais complexas, como preço dos alimentos, agrotóxicos, comida, política, história, poesia, cidade, lixo, etc.

Já as palavras escritas pelos alunos não apenas apresentam aspectos naturais, mas também mostram uma tímida relação do homem com o rio.

A análise das respostas apresenta uma compreensão simples sobre a complexidade das relações existentes em um rio.

Quarta Questão: Essa questão verificou a possível atitude dos alunos com relação a medidas que poderiam ser tomadas se algum rio que eles tivessem contato estivesse poluído. A questão também possuía um espaço em branco para ser preenchido com alguma outra ação a ser executada.

O quadro de respostas ficou da seguinte forma:

Possíveis Soluções Vezes assinalada

sEsperar alguém tomar alguma atitude 02Falar com o Prefeito 19Juntar as pessoas da comunidade e realizar alguma ação 33

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Não fazer nada 0Esperar o rio despoluir sozinho 0

As outras possíveis soluções colocadas no espaço em branco se encontram em um grupo apenas que é: ações para limpar e despoluir o rio, com 21 (vinte e uma) assinalações.

Nessa questão pode-se verificar que parece haver um espírito de cooperação entre os moradores da região em que os alunos moram, devido ao alto número de assinalações no item que dizia sobre a união de pessoas da comunidade para efetuar alguma ação.

Outros dois pontos tiveram alto índice também: falar com o prefeito e limpar e despoluir o rio.

A análise das respostas permite dizer que há uma disposição, teórica ao menos, a realizar alguma ação para a preservação e conservação de um rio.

Quinta Questão: Essa questão analisou o conhecimento dos alunos sobre algumas possíveis interferências na qualidade da água do rio. Da mesma forma que a Terceira Questão, buscou-se uma análise da complexidade das relações. Existiam espaços em branco para serem completados com outras relações que os alunos acreditassem ser pertinentes.

O quadro das respostas ficou da seguinte forma:

Possíveis interferências Respostas

Pessoas morando próximas ao rio 12Plantações 11Presença ou não de mata ciliar 09Esgotos de casas e indústrias 20Cultura das pessoas 08Fator econômico 04Pessoas cuidando do rio 12

Outras possíveis interferências foram colocadas pelos alunos como chuva, lixo no rio e fogo na mata, mas com poucas assinalações.

Essa questão apresenta novamente a baixa compreensão sobre relações mais complexas de interferência no rio, pois o índice de assinalações é maior nas afirmações que apresentam relações simples.

Sexta Questão: Essa questão procurou compreender a visão dos alunos sobre a interferência do homem no rio/Ribeirão Pires. Eles tiveram que responder se essa interferência ocorria de forma benéfica ou maléfica, e porque ela se desenvolvia da forma escolhida.

Das 35 (trinta e cinco) respostas dos alunos, 4 (quatro) colocaram que dependia de como se dava a relação do homem com o rio, 8 (oito)

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colocaram a interferência do homem como boa, e 22 (vinte e dois) como ruim, sendo que destas, 14 (quatorze) disseram que era porque o homem poluía o rio, 2 (dois) responderam com outros argumentos, e 4 (quatro) não fundamentaram porquê.

A análise das respostas mostra que a grande parte dos alunos, 62,8% considera que o homem apenas como poluidor e agente de desequilíbrio do meio ambiente. Esses dados mostram um pouco da predominância da visão tradicional de que o homem está no planeta para usufruir indiscriminadamente dos meios naturais, e não para construir possibilidades e realidades de uma vida em equilíbrio sócio-ambiental.

Sétima Questão: A última questão procurou reconhecer o que os alunos consideram como melhoria na qualidade do rio. Verifica-se o que é considerado como relação/interação benéfica.

A maioria dos alunos, 33 (trinta e três) respondeu que ajudariam para uma melhoria na qualidade do rio, sendo que destes, 31 (trinta e um) realizariam isso não poluindo e limpando o rio. Também dentre esses 33, 2 (dois) realizaram respostas sem conexão com a questão. Apenas dois alunos colocaram que não ajudariam na melhoria.

Mais uma vez a presença de uma relação simples e direta na resposta dos alunos.

PRIMEIRA PROPOSTA DE DESENHO

Nessa atividade e proposta de avaliação, pediu-se aos alunos que desenhassem tudo o que eles acreditassem fazer parte do meio ambiente. A pergunta que norteou a proposta de desenho foi: O que é meio ambiente para você?

O número total de alunos que participaram da atividade foi de 33 (trinta e três), destes apenas 8 (oito) desenharam o homem como parte integrante do meio ambiente

Vinte e cinco alunos apenas desenharam a natureza, sendo 16 (dezesseis) desenhos com animais e insetos e 8 (oito) com apenas árvores, rios, montanhas entre outras coisas.

A visão ligação do homem com meio ambiente permanece pequena, apenas 24,2% dos alunos reconheceram a ligação. Pode-se também verificar que os elementos apresentados nos desenhos fazem parte de uma ótica naturalista, biológica, pois apenas são retratados elementos naturais como animais, insetos, árvores, etc.

ANÁLISE QUALITATIVA

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A observação do comportamento e opinião dos alunos, em sala de aula e em outras atividades, mostra-se necessária e relevante, à medida que a pesquisa não se vincula somente a conhecimentos construídos, mas, e principalmente, a valores adquiridos e a comportamentos adotados.

COMPORTAMENTOS ADOTADOS E VALORES ADQUIRIDOS

Após um semestre de atividades com os alunos é possível perceber algumas mudanças com relação a algumas atitudes, que são divididas em três tópicos:- Organização dos alunos;- Trabalho em grupo - discussões;- Apresentação dos alunos.

ORGANIZAÇÃO DOS ALUNOS

Algumas das aulas iniciais foram marcadas por certa lentidão e falta de organização dos alunos, com relação à formação dos grupos para a execução dos trabalhos, o que fazia com que as atividades demorassem a se iniciadas e desenvolvidas. Outro ponto difícil era a organização dos alunos dentro dos grupos, pois eles não conseguiam obter uma distribuição de tarefas que conseguisse dar agilidade ao grupo. Porém, aos poucos essa relação está se transformando. Atualmente pode-se perceber que já existe uma pré-disposição e organização de alguns grupos para a realização das atividades, em que eles distribuem com antecedência algumas responsabilidades, o que contribui para agilizar a realização da tarefa pedida.

Essa mudança de atitude em alguns grupos mostra que ocorreu um processo natural de organização, já que em nenhum momento isso foi discutido em sala de aula. Uma outra mudança interessante pode ser observada com relação à resolução de problemas e conflitos presentes em sala de aula. Sempre que ocorriam situações desse tipo os alunos eram chamados a discutir a melhor forma de resolvê-las. Isso tem proporcionado uma experiência e envolvimento dos mesmos em procurar soluções cooperativas para a resolução de alguns conflitos.

TRABALHO EM GRUPO - DISCUSSÕES

O início da realização de trabalhos em grupos partiu das Análises Iconográficas, que buscaram fomentar análises, leituras e discussões sobre os elementos apresentados nas fotografias que foram analisadas. Essas atividades foram gradualmente inserindo a necessidade do diálogo entre os participantes de cada grupo, para que assim houvesse

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um processo de decisão que conseguisse satisfazer o grupo como um todo.

As discussões iniciais entre os grupos foram complicadas, pois havia muita disputa, e alguns problemas de exclusão entre os alunos. Foi então, iniciado um trabalho de discussão nos grupos em que havia esses problemas, para que houvesse um envolvimento e diálogo dos alunos que conseguisse amenizar as disputas existentes e acolher os alunos comumente excluídos. Esses problemas estão sendo progressivamente resolvidos, mas existem algumas barreiras difíceis de serem transpostas. As disputas entre os alunos têm diminuído, porém a personalidade de alguns alunos torna essa tarefa um tanto complicada. Já as exclusões diminuíram bastante devido às experiências de formação de grupos, que não apenas possibilitaram criar uma “nova” forma de associação que funcionasse, como também permitiram que houvesse uma interação entre alguns grupos de afinidade.

As discussões entre os alunos dos grupos têm ocorrido, e é possível perceber que há um avanço na abertura de diálogo para discussão de algum assunto. Fato que incentiva a reflexão, o posicionamento e a argumentação dos alunos na busca de convencer os outros alunos sobre algumas idéias. Essa atitude foi bastante presenciada na discussão dos grupos sobre as fotografias que iriam para a apresentação à classe.

Os trabalhos em grupo possibilitam que a interação entre os alunos seja analisada e refletida, na procura de se estabelecer relações cooperativas.

APRESENTAÇÃO DOS ALUNOS

As primeiras apresentações dos alunos para exibir as produções realizadas nas atividades mostraram um certo embaraço e inibição dos mesmos ao se colocar frente à classe. Isso também foi percebido pela grande quantidade de alunos que se recusava a realizara as apresentações.

No entanto, após várias atividades em quem foram necessárias a realização de apresentações, foi possível perceber que os alunos têm se soltado mais, e são poucos agora os que se recusam a apresentar algo. Essa desinibição tem auxiliado nas discussões em sala de aula, que se tornam mais participativas, já que os alunos vêm perdendo aos poucos o medo e a vergonha de se expressar, de se posicionar e de se expor.

Outra mudança da turma verificada foi com relação ao comportamento diante das apresentações, que antes era conturbado, e hoje já é praticamente possível realizar uma apresentação de todos os grupos da classe com poucas, ou nenhuma interrupção.

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COMPREENSÃO DAS RELAÇÕES COMPLEXAS

A compreensão dos alunos sobre as relações complexas existentes pôde ser verificada em dois aspectos: análise iconográfica e discussões realizadas em sala de aula.

ANÁLISE ICONOGRÁFICA

As atividades de leitura de fotografias trouxeram alguns desafios aos alunos, não apenas como discussão das supostas relações existentes no contexto apresentado pela fotografia, mas também na busca de interpretações sobre o assunto apresentado.

Inicialmente as Análises Iconográficas realizadas pelos alunos eram simples, porém a cada atividade é possível perceber um maior grau de complexidade, não apenas com relação a interpretações das “realidades” apresentadas, mas também com relação à expressão de sentimentos gerados pelas fotografias. Antes havia uma confusão entre sentimento gerado e a “ação” apresentada pela fotografia, fato que hoje te menor ocorrência.

As discussões sobre os assuntos apresentados pelas fotografias foram boas desde o início, e vêm aos poucos estabelecendo um maior nível de complexidade.

DISCUSSÕES REALIZADAS EM SALA DE AULA

As discussões realizadas em sala de aula sobre algumas das relações existentes no Ribeirão Pires continuam abrangendo em muito apenas os aspectos naturais do mesmo, mas tem trazido aos poucos algumas questões antes não identificadas.

Pelo fato da maioria dos alunos morar na zona rural da cidade de Limeira, há um pequeno conhecimento sobre algumas relações e sistemas existentes.

Uma característica bastante presente em sala de aula é o diálogo entre pesquisador, alunos e professora. Dessa maneira incentiva-se a participação dos alunos nas discussões realizadas, buscando estabelecer um vínculo entre a realidade apresentada e a vivência dos alunos.

A PRODUÇÃO DAS FOTOGRAFIAS NA SAÍDA A CAMPO

A percepção dos grupos na Saída a Campo/Ribeirão Pires apresentada pelas fotografias produzidas mostra que, além da visão naturalista ainda bastante presente, em que aparecem várias imagens de árvores, trechos do Ribeirão, animais, entre outros assuntos, há também a percepção de assuntos que antes não eram apresentados como poluição, disposição de lixo, impactos ambientais presentes no

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Ribeirão, e interferência do homem no meio. Essas novas relações mostram que a vivência fotográfica sobre o Ribeirão Pires auxiliou a ampliação de algumas percepções sobre relações existentes nesse meio.

DISCUSSÃO DE EVENTUAIS DIFICULDADES SURGIDAS

Uma dificuldade enfrentada nas aulas está sendo o mau comportamento dos alunos em sala de aula, o que acaba dificultando o desenvolvimento de algumas atividades, porém como já exposto anteriormente, a busca de meios que consigam resolver os conflitos presentes faz com que as discussões sobre cooperação e participação dos alunos nas aulas ocorram, e promovam um questionamento por parte dos alunos sobre as relações estabelecidas dentro de sala. Essa reflexão por parte dos alunos é percebida em algumas falas realizadas que discutem sobre o comportamento da sala e sobre algumas atitudes pessoais.

CONCLUSÃO

Após a realização de todas as atividades relatadas e da análise das mesmas é possível verificar que a metodologia aplicada, até o momento, está auxiliando os alunos numa compreensão mais abrangente e complexa sobre as relações existentes no Ribeirão Pires.

A vivência fotográfica não apenas estimulou a percepção dos alunos sobre novos aspectos do Ribeirão, antes não identificados, como também vai possibilitar que diversas discussões a respeito do que foi visto e percebido sejam realizadas.

As propostas de trabalho em grupo têm possibilitado que haja uma reflexão e discussão entre os alunos sobre modos de interação e cooperação, fundamentais para os processos de construção de cidadãos, exercitando o ouvir, o se expor, o se posicionar e o buscar acordos. Trabalha-se a curiosidade do aluno, e sua capacidade de observação e questionamento.

E um processo que não estava no objetivo da pesquisa, mas que está se desenvolvendo é a utilização dos temas desenvolvidos na pesquisa em outras matérias ministradas pela professora da classe.

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PLANO DE TRABALHO E CRONOGRAMA PARA AS ETAPAS SEGUINTES

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As atividades continuarão a ser realizadas na escola Prof. Dorivaldo Damm, localizada na Bacia do Rio Pinhal, com alunos da 4ª série, em conjunto com a professora da classe.

Para o desenvolvimento das atividades em sala de aula será utilizado um período de 100 (cem) minutos por semana, porém devido ao tempo restrito, ao invés de se trabalhar com todas as matérias em horários diferentes será realizada uma integração entre todos os conteúdos em um único horário.

O cronograma abaixo foi definido a partir do cronograma escolar, sendo, portanto fundamental que, se realizado, seja executado em consonância com o ano escolar.

Atividades/mês J A S O N DEstudo da bibliografiaApresentação das fotosproduzidas pelos alunosAtividades sobre ossistemas e as relaçõesdo Ribeirão PiresSegunda aplicação doQuestionárioRelatório sobre as mudanças de percepção e compreensãoAnálise dos resultados

BIBLIOGRAFIA ESTUDADA

BARTHES, Roland. A câmera clara. Rio de Janeiro, 1984.BERGER, John. Modos de ver. Rio de Janeiro: Rocco, 1999SANTAELLA, Lúcia. O que é semiótica. 8ª ed. Coleção Primeiros Passos. São Paulo: Brasiliense, 1983.____________ A teoria geral dos signos.REIGOTA, Marcos. Meio Ambiente e Representação Social. WEID, Nahyda Von der. Educação Ambiental: caminhos trilhados no Brasil

BIBLIOGRAFIA EM FASE DE ESTUDO

NOVAES, Adauto (Org.). O olhar. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.MERLEAU – PONTY, Maurice. Fenomenologia da percepção. São Paulo: Martins Fontes, 1994.

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Merleau-Ponty, Maurice. A prosa do mundo. São Paulo: Cosac & Naify, 2002.

BIBLIOGRAFIA A SER ESTUDADA

PEIRCE, Charles S. Semiótica. São Paulo: Perspectiva, 2002.Santaella, Lúcia. A Percepção: uma teoria semiótica. São Paulo: Experimento, 1993.BACHELARD, Gaston. Poética do Espaço. São Paulo: Martins Fontes, 1993.VIANNA, H. M. Pesquisa em Educação Ambiental: a observação. Brasília, Ed. Plano, 2003.