introduÇÃo - unisalesiano · para a educação, o sujeito com deficiência é um aluno especial,...

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11 INTRODUÇÃO Na segunda metade do século XX, com o surgimento das escolas especiais e mais tarde a classe especial dentro das escolas comuns suscitava- se no meio educacional a visão de uma educação tal qual uma aberração pedagógica, bem como uma prática separatista à medida que discriminava as crianças com deficiências das ditas normais. Com o aparecimento da integração, descaracterizou-se a idéia de escola segregacionista. As escolas comuns aceitavam alguns alunos, antes rejeitados ou marginalizados que poderiam freqüentar classes comuns desde que conseguissem adaptar-se. Mais tarde, nos anos 90, a integração foi substituída pela inclusão, que lançava a proposta de viabilizar que estas crianças diferentes estudassem em classes comuns, com o objetivo de não mais rotular ou discriminar as crianças com necessidades educacionais especiais. Foi realizada uma revisão bibliográfica onde se identificou que a inclusão pressupõe uma escola com uma política participativa, onde todos os membros da comunidade escolar sejam colaboradores entre si, e aprendam uns com os outros a partir da reflexão sobre as práticas docentes. Desta forma, a escola tem encontrado barreiras para cumprir seu papel, pois este modelo assenta-se complexo se comparado aos moldes da escola da atualidade. O trabalho de pesquisa em questão teve por objetivo verificar se atualmente a inclusão escolar, é uma realidade ou uma utopia no cotidiano de crianças com necessidades educacionais especiais. A pesquisa descreve o trabalho frente ao processo de inclusão escolar e a capacitação profissional, como também a opinião dos profissionais que atuam nesta área. A hipótese que direciona a pesquisa versa sobre o processo de inclusão escolar implantado, suas diversidades, dificuldades e deficiências enfatizando a real situação no cotidiano escolar.

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11

INTRODUCcedilAtildeO

Na segunda metade do seacuteculo XX com o surgimento das escolas

especiais e mais tarde a classe especial dentro das escolas comuns suscitava-

se no meio educacional a visatildeo de uma educaccedilatildeo tal qual uma aberraccedilatildeo

pedagoacutegica bem como uma praacutetica separatista agrave medida que discriminava as

crianccedilas com deficiecircncias das ditas normais

Com o aparecimento da integraccedilatildeo descaracterizou-se a ideacuteia de escola

segregacionista As escolas comuns aceitavam alguns alunos antes rejeitados

ou marginalizados que poderiam frequumlentar classes comuns desde que

conseguissem adaptar-se

Mais tarde nos anos 90 a integraccedilatildeo foi substituiacuteda pela inclusatildeo que

lanccedilava a proposta de viabilizar que estas crianccedilas diferentes estudassem em

classes comuns com o objetivo de natildeo mais rotular ou discriminar as crianccedilas

com necessidades educacionais especiais

Foi realizada uma revisatildeo bibliograacutefica onde se identificou que a inclusatildeo

pressupotildee uma escola com uma poliacutetica participativa onde todos os membros

da comunidade escolar sejam colaboradores entre si e aprendam uns com os

outros a partir da reflexatildeo sobre as praacuteticas docentes

Desta forma a escola tem encontrado barreiras para cumprir seu papel

pois este modelo assenta-se complexo se comparado aos moldes da escola da

atualidade

O trabalho de pesquisa em questatildeo teve por objetivo verificar se

atualmente a inclusatildeo escolar eacute uma realidade ou uma utopia no cotidiano de

crianccedilas com necessidades educacionais especiais

A pesquisa descreve o trabalho frente ao processo de inclusatildeo escolar e

a capacitaccedilatildeo profissional como tambeacutem a opiniatildeo dos profissionais que

atuam nesta aacuterea

A hipoacutetese que direciona a pesquisa versa sobre o processo de inclusatildeo

escolar implantado suas diversidades dificuldades e deficiecircncias enfatizando a

real situaccedilatildeo no cotidiano escolar

12

O trabalho estaacute assim dividido

Capiacutetulo I Conceito de inclusatildeo e educaccedilatildeo inclusiva legislaccedilatildeo Declaraccedilatildeo

de Salamanca diretrizes na educaccedilatildeo especial

Capiacutetulo II Capacitaccedilatildeo profissional e a inclusatildeo escolar concepccedilotildees de

professores sobre a inclusatildeo na educaccedilatildeo regular e especial

Finalizando eacute apresentada a conclusatildeo

13

CAPIacuteTULO I

INCLUSAtildeO E EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

1 O CONCEITO DE INCLUSAtildeO E EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

A inclusatildeo implica em celebrar a diversidade humana e as diferenccedilas

individuais Ambas demandam uma seacuterie de recursos para a aprendizagem na

sala de aula na escola e na vida

Sabe-se que inclusatildeo necessariamente requer a capacitaccedilatildeo contiacutenua

de professores para que utilizem estrateacutegias de ensino mais diversificadas e

mais dinacircmicas garantindo que as necessidades e carecircncias do aluno natildeo

sejam ignoradas ou negligenciadas pelo professor ou pela escola mas seja

parte integrante da vida escolar

Inclusatildeo pressupotildee uma escola que adote uma poliacutetica participativa e

uma cultura inclusiva na qual todos os membros da comunidade escolar sejam

colaboradores entre si e aprendam uns com os outros a partir da reflexatildeo sobre

as praacuteticas docentes ou seja um maior envolvimento entre a famiacutelia e a escola

e entre a escola e a comunidade onde ambos buscam uma educaccedilatildeo de

qualidade para todos

O Centro de Estudos sobre Educaccedilatildeo Inclusiva define a inclusatildeo como

sendo uma

Filosofia que valoriza diversidade de forccedila habilidades e necessidades como natural e desejaacutevel trazendo para cada comunidade a oportunidade de responder de forma que conduza agrave aprendizagem e do crescimento da comunidade como um todo e dando a cada membro desta comunidade um papel de valor (CSEI 2000 p 1)

A educaccedilatildeo inclusiva tem sido objeto de inquietaccedilotildees e constitui um

sistema paralelo de instituiccedilotildees e serviccedilos especializados no qual a inclusatildeo

escolar desponta como um ideal utoacutepico A sauacutede limita-se agrave medicalizaccedilatildeo e

patologizaccedilatildeo da deficiecircncia ou agrave reabilitaccedilatildeo compreendida basicamente

14

como confecccedilatildeo de oacuterteses e proacuteteses

Ordem e desordem fazem parte de uma mesma totalidade movente ou seja o equiliacutebrio conteacutem e eacute criado pelo desequiliacutebrio Isto pode ser importante para a compreensatildeo dos processos de aprendizagem ricos em evoluccedilotildees imprevistas traccedilados por relaccedilotildees natildeo lineares de causa e efeito fractados em muacuteltiplas e diferentes magnitudes tornando-se precaacuteria a universalizaccedilatildeo (BEAUCLAIRJ 2001)

Sabe

se que estamos apenas no iniacutecio de uma longa caminhada pela

busca da excelecircncia da educaccedilatildeo no Brasil A educaccedilatildeo especial representa

um novo rumo para a sociedade trazendo um novo paradigma de educaccedilatildeo

derrubando barreiras do preconceito e ascendendo uma cultura democraacutetica de

valorizaccedilatildeo humana

Segundo Carvalho (2003) a proposta da educaccedilatildeo inclusiva natildeo

representa um fim em si mesma como se estabelecidas certas diretrizes

organizacionais a escola melhorasse num passe de maacutegica Muito mais do

que isso pretende-se a partir da anaacutelise de como tem funcionado os nossos

sistemas educacionais identificar as barreiras existentes para a aprendizagem

dos alunos com vista agraves providecircncias poliacuteticas teacutecnicas e administrativas que

permitam enfrentaacute-las e removecirc-las Pretende-se identificar processos que

aumentem a participaccedilatildeo de todos os alunos reduzindo-lhes a exclusatildeo na

escola e garantindo-lhes sucesso em sua aprendizagem aleacutem do

desenvolvimento da auto-estima

Para a educaccedilatildeo o sujeito com deficiecircncia eacute um aluno especial cujas

necessidades especiacuteficas demandam recursos equipamentos e niacuteveis de

especializaccedilatildeo definidos de acordo com a condiccedilatildeo fiacutesica sensorial ou mental

Na sauacutede o eacute tratado como paciente sujeito a intervenccedilotildees tardias e de cunho

curativo enquanto no campo da assistecircncia social eacute beneficiaacuterio desprovido de

recursos essenciais agrave sua sobrevivecircncia e sujeito a formas de concessatildeo de

benefiacutecios temporaacuterios ou permanentes de caraacuteter restritivo Nestes setores

satildeo accedilotildees isoladas e simboacutelicas ao lado de um conjunto de leis projetos e

iniciativas inexperientes e desarticuladas entre as diversas instancias do poder

puacuteblico

Que sujeito eacute esse Quais as nossas visotildees quanto agraves dificuldades e

necessidades Um sujeito diferente diferenciado ou deficiente Quem satildeo

15

esses sujeitos quando pensamos em inclusatildeo

com dificuldade de interaccedilatildeo de estabelecer uma

relaccedilatildeo de troca de transitar pela diferenccedila aquele

que sente ameaccedilador estar dentro de um grupo

com dificuldades de articular o eu e o outro

sem autonomia de aprendizado

que se sentem ameaccedilados quando se expotildeem na

relaccedilatildeo de aprendizagem

que apresentam discrepacircncias entre o corpo

organismo pensamento e emoccedilatildeo

que natildeo conseguem lidar com o escondido

que tem uma auto imagem rebaixada

Satildeo incluiacutedos

aqueles

que causam estranhamento agravequeles que se

aproximam

de um olhar integral e natildeo somente voltado para sua

dificuldade

de uma relaccedilatildeo que vaacute aleacutem da objetividade

pedagoacutegica

de um ego auxiliar para poder constituir-se

de ser visto segundo suas possibilidades e natildeo

impossibilidades

de uma escola estruturada para recebecirc-lo

de uma equipe estruturada para ajudaacute-lo a se

desenvolver natildeo somente nas questotildees cognitivas

mas tambeacutem soacutecio-afetivas

sentir-se seguro e assegurado

Necessita esse

sujeito

ter a garantia de um compromisso com os

encaminhamentos de suas necessidades

Fonte adaptado de Parolin 2006

Quadro 1 Quem deve ser incluiacutedo

16

O arquivo aberto sobre a Educaccedilatildeo Inclusiva (UNESCO 2001 p15)

uma publicaccedilatildeo da UNESCO contendo materiais de apoio para legisladores

administradores e gestores escolares assume que a educaccedilatildeo inclusiva diz

respeito aos seguintes assuntos-chave

a) aacute crenccedila de que o direito agrave educaccedilatildeo eacute um direito humano e o

fundamento de uma sociedade mais justa

b) aacute realizaccedilatildeo deste direito por meio do movimento da educaccedilatildeo para

todos e (EPT

1990) trabalho no sentido de tornar a educaccedilatildeo

baacutesica de qualidade acessiacutevel

c) ao avanccedilo do movimento da educaccedilatildeo para todos com a finalidade

de encontrar formas de tornar as escolas capazes de servirem a

todas as crianccedilas nas suas comunidades como parte de um sistema

educacional inclusivo

d) ao fato de que a inclusatildeo diz respeito a todos os aprendizes com um

foco agravequeles que tradicionalmente tecircm sido excluiacutedos das

oportunidades educacionais

Publicaccedilatildeo relevante na aacuterea de educaccedilatildeo inclusiva eacute o index para a

Inclusatildeo (CSEI 2000) estabelece que

Inclusatildeo ou educaccedilatildeo inclusiva natildeo eacute um outro nome para a educaccedilatildeo dos alunos com necessidades especiais Inclusatildeo envolve uma abordagem diferente para identificar e resolver dificuldades que emergem na escola () [a inclusatildeo educacional] implica em um processo que aumente a participaccedilatildeo de estudantes e reduza sua exclusatildeo da cultura do curriacuteculo e das comunidades das escolas locais

De forma mais simples podemos dizer que incluir significa fazer com

que o indiviacuteduo se torne parte da comunidade escolar sendo reconhecido

como um de seus membros com as mesmas oportunidades que os outros

Ainscow Tweddle (2005) expressaram a consideraacutevel confusatildeo sobre

o significado da inclusatildeo para as comunidades educacionais que fazem parte

de sua pesquisa na Inglaterra Poreacutem estes autores identificaram quatro

elementos- chave na sua definiccedilatildeo conforme segue

a) Inclusatildeo eacute um processo o quer dizer nunca termina porque sempre

haveraacute um aluno que encontraraacute barreira para aprender

17

b) Inclusatildeo diz respeito agrave identificaccedilatildeo e remoccedilatildeo de barreiras e isto

implica coleta contiacutenua de informaccedilotildees que satildeo valiosas para

entender a performance dos alunos a fim de planejar e estabelecer

metas

c) Inclusatildeo diz respeito agrave presenccedila participaccedilatildeo e aquisiccedilatildeo de todos

os alunos Presenccedila diz respeito agrave frequumlecircncia e pontualidade dos

alunos na sua escolarizaccedilatildeo Participaccedilatildeo trata-se do modo como os

alunos percebem a sua proacutepria aprendizagem e se a mesma possui

qualidade acadecircmica

d) Aquisiccedilatildeo se refere aos resultados da aprendizagem em termos de

todo conteuacutedo curricular dentro e fora de escola

Inclusatildeo envolve uma ecircnfase nos grupos de estudantes que podem

estar com risco de marginalizaccedilatildeo exclusatildeo e baixo desempenho educacional

Envolve o monitoramento cuidadoso pelas autoridades educacionais locais aos

alunos assim como o apoio oferecido agraves escolas para assegurar que as

mesmas estejam lidando com as barreiras a fim de prevenir que esses alunos

natildeo sejam excluiacutedos

Segundo Pereira (2009) todas estas definiccedilotildees oferecem os subsiacutedios

para a qualificaccedilatildeo de um novo professor e uma nova metodologia de ensino

Um professor comprometido com a inclusatildeo deve ter em mente que

a) a educaccedilatildeo eacute um direito humano

b) as crianccedilas estatildeo na escola para aprender

c) ha crianccedilas que satildeo mais vulneraacuteveis agrave exclusatildeo educacional do que

outras

d) eacute responsabilidade da escola e dos professores criar formas

alternativas de ensino e aprendizagem mais efetivas para todos

Uma metodologia inclusiva de ensino deve ser capaz de garantir que o

aluno se sinta motivado para frequumlentar a escola e participar das atividades na

sala de aula O educador deve possuir qualidade curricular e metodoloacutegica a

fim de identificar barreiras agrave aprendizagem e planejar formas de removecirc-las

para que cada aluno seja contemplado e respeitado em seu processo de

aprendizagem Neste contexto Limaverde (2009) referente agrave diversidade

humana a praacutetica escolar deve estar fundamentada na crenccedila de que

a) em qualquer periacuteodo de sua escolarizaccedilatildeo qualquer crianccedila pode

18

enfrentar dificuldades para aprender ou fazer parte da comunidade

escolar

b) as dificuldades de aprendizagem que emergem no dia-a-dia da

escolasala de aula constituem um recurso para melhorar o ensino

c) todas as mudanccedilas geradas como resultado da tentativa de

responder agraves necessidades de aprendizagem de uma dada crianccedila

oferecem melhores condiccedilotildees para todas as crianccedilas aprenderem

Tais fundamentos revelam que a inclusatildeo natildeo depende de diagnoacutestico

ou categorias de deficiecircncias baseadas em niacuteveis de habilidades ou

capacidades do aluno e natildeo segrega ou discrimina nenhuma crianccedila com base

nas suas caracteriacutesticas individuais

Ao inveacutes disso a inclusatildeo cria oportunidades para todos os alunos

aprenderem por meio do uso de estrateacutegias diversificadas de ensino ao mesmo

tempo em que cria bases firmes para a melhoria da escola e para a

capacitaccedilatildeo contiacutenua dos professores

Ferreira Glat (2004) enfatiza que a inclusatildeo eacute um termo que tem sido

usado predominantemente como sinocircnimo para integraccedilatildeo de alunos com

deficiecircncia no ensino regular denotando desta forma a perpetuaccedilatildeo da

vinculaccedilatildeo deste conceito com a educaccedilatildeo especial

Para Fonseca (2004) a inclusatildeo parece natildeo oferecer duacutevidas

literalmente significa accedilatildeo ou resultado de incluir de envolver de abranger de

fechar de encerrar de introduzir de inserir dentro de alguma coisa

A educaccedilatildeo inclusiva significa assegurar a todos os estudantes sem

exceccedilatildeo independentemente da sua origem sociocultural e da sua evoluccedilatildeo

psicobioloacutegica a igualdade de oportunidades educativas para que desse

modo possam usufruir de serviccedilos de qualidade conjuntamente com outros

apoios complementares e possam beneficiar-se igualmente da sua integraccedilatildeo

em classes etariamente adequadas perto da sua residecircncia com objetivo de

serem preparados para uma vida futura a mais independente e produtiva

possiacutevel como membros de pleno direito da sociedade segundo Bos e Vaughn

(1994) Clark Dyson e Millward (1998) (apud FONSECA 2004)

Para Pereira (2009) a inclusatildeo eacute um movimento mundial de luta das

pessoas com deficiecircncias e seus familiares na busca dos seus direitos e lugar

na sociedade

19

Existe um consenso entre os estudiosos de que inclusatildeo natildeo se refere

somente agraves crianccedilas com deficiecircncia e sim a todas as crianccedilas jovens e

adultos que sofrem qualquer tipo de exclusatildeo educacional seja dentro das

escolas e salas de aula quando natildeo encontram oportunidades para participar

de todas as atividades escolares quando satildeo expulsos e suspensos por

razotildees muitas vezes obscuras quando natildeo tecircm acesso agrave escolarizaccedilatildeo e

permanecem fora das escolas como eacute o caso de muitos brasileiros e de muitas

crianccedilas africanas

Celedoacuten (2009) acredita que a inclusatildeo eacute ato ou efeito de incluir isto eacute

de compreender (entender algueacutem aceita-lo como eacute) abranger (conter em si

mas tambeacutem apreender perceber entender alcanccedilar atingir) em estudos da

linguagem inclusive se diz da primeira pessoa do plural que inclui o falante e o

ouvinte (no caso professores e alunos)

11 Histoacuterico de Inclusatildeo

O marco histoacuterico da inclusatildeo foi em junho de 1994 com a Declaraccedilatildeo

de Salamanca Espanha realizada pela UNESCO na Conferecircncia Mundial

sobre necessidades educativas especiais acesso e qualidade assinado por 92

paiacuteses cujo princiacutepio fundamental eacute todos os alunos devem aprender juntos

sempre que possiacutevel independente das dificuldades e diferenccedilas que

apresentem (PEREIRA 2009 p1)

Para Celedoacuten (2009) antes do seacuteculo XX natildeo existia a ideacuteia de

inclusatildeo a maioria das pessoas principalmente mulheres deficientes fiacutesicos e

mentais de outras raccedilas que natildeo a branca e pobre natildeo tinha o direito ou as

condiccedilotildees miacutenimas para frequentar a escola

No seacuteculo XX comeccedila a chamada segregaccedilatildeo mais pessoas tinham

acesso agrave escola poreacutem dificilmente misturavam-se com os alunos

representantes da classe dominante Na segunda metade do seacuteculo surgiam as

escolas especiais e mais tarde as classes especiais dentro das escolas

comuns Surgia assim uma aberraccedilatildeo pedagoacutegica a separaccedilatildeo de dois

sistemas educacionais por um lado a educaccedilatildeo comum e do outro a educaccedilatildeo

especial

20

Jaacute na deacutecada de 70 aparecia a integraccedilatildeo As escolas comuns

aceitavam alguns alunos antes rejeitados ou marginalizados que poderiam

frequentar classes comuns desde que conseguissem adaptar-se

Os primeiros movimentos que apontavam para o surgimento da inclusatildeo

escolar datam do final da deacutecada de 80 Assim soacute haacute um tipo de educaccedilatildeo e

ela eacute para todos sem restriccedilatildeo sem separaccedilatildeo (CELEDOacuteN 2009)

A inclusatildeo comeccedilou como um movimento de pessoas com deficiecircncia e

seus familiares na luta pelos seus direitos de igualdade na sociedade

visualiza-se as diversas noccedilotildees dificuldades concepccedilotildees e sentimentos

vinculados a realidade inclusiva

Medidas bem planejadas

conscientizaccedilatildeo governamental e social

Exige aceitaccedilatildeo da diferenccedilas

socializaccedilatildeo

poliacuteticas de integraccedilatildeo

Um desafio

Constitui uma troca constante entre alunos e

professores um processo gradativo

Inclusatildeo

Enfrenta seguranccedila

problemas de formaccedilatildeo

condiccedilotildees atitudinais e arquitetocircnicas

Fonte adaptado de Parolin2006

Quadro 2 Inclusatildeo

12 O papel da famiacutelia no processo de inclusatildeo

A famiacutelia eacute a primeira unidade agrave qual a crianccedila com necessidades

especiais viraacute a fazer parte entretanto muitas vezes os familiares natildeo estatildeo

preparados para recebecirc-la ainda que constitua um importante suporte para

esta crianccedila

21

Segundo Kaloustian (2002) a famiacutelia eacute o lugar indispensaacutevel para a

garantia da sobrevivecircncia e da proteccedilatildeo integral dos filhos e demais membros

independentemente do arranjo familiar ou da forma como vem se estruturando

Eacute a famiacutelia que propicia os aportes afetivos e sobretudo materiais necessaacuterios

ao desenvolvimento e bem estar dos seus componentes Ela desempenha um

papel decisivo na educaccedilatildeo formal e informal eacute em seu espaccedilo que satildeo

absorvidos os valores eacuteticos e humaniacutesticos e onde se aprofundam os laccedilos

de solidariedade Eacute tambeacutem em seu interior que se constroem as marcas entre

as geraccedilotildees e satildeo observados valores culturais

Para Aranha (2004) eacute imprescindiacutevel promover cuidados de apoio agrave

famiacutelia e agrave comunidade para que as crianccedilas e adolescentes com dificuldades

especiais tenham condiccedilotildees favoraacuteveis para um desenvolvimento saudaacutevel

A famiacutelia tem se encontrado numa posiccedilatildeo de dependecircncia de

profissionais em diferentes aacutereas do conhecimento no sentido de receberem

orientaccedilotildees de como proceder em relaccedilatildeo agraves necessidades especiais de seus

filhos

De acordo com Ribeiro (2004 p20)

A famiacutelia vem se mantendo ao longo da histoacuteria da humanidade como instituiccedilatildeo social permanente o que pode ser explicado por sua capacidade de mudanccedilaadaptaccedilatildeo resistecircncia e por receber valorizaccedilatildeo positiva da sociedade e daqueles que a integram

Faz-se necessaacuterio que a famiacutelia construa conhecimentos sobre as

necessidades especiais de seus filhos assim os profissionais ligados

diretamente ao caso deveratildeo orientar e preparar a famiacutelia para tal desafio

bem como ajudaacute-la a aceitar as dificuldades de modo a facilitar o dia-a-dia da

crianccedila no contexto familiar

Segundo Gokhale (1980) acrescenta ainda que a famiacutelia natildeo eacute

somente o berccedilo da cultura e a base da sociedade futura mas eacute tambeacutem o

centro da vida social A educaccedilatildeo bem sucedida da crianccedila na famiacutelia eacute que vai

servir de apoio agrave sua criatividade e ao seu comportamento produtivo quando for

adulto A famiacutelia tem sido eacute e seraacute a influecircncia mais poderosa para o

desenvolvimento da personalidade e do caraacuteter das pessoas

A famiacutelia precisa construir padrotildees cooperativos e coletivos de

enfrentamento dos sentimentos de anaacutelise das necessidades primordiais de

22

cada membro e do grupo como um todo da tomada de decisotildees de busca dos

recursos e serviccedilos especializados que seratildeo necessaacuterios para o bem estar e

adequada qualidade de vida do indiviacuteduo especial como tambeacutem de toda sua

famiacutelia (ARANHA 2004)

Eacute essencial que se invista na orientaccedilatildeo e no apoio agrave famiacutelia para que

esta possa cumprir da melhor maneira possiacutevel seu papel educativo junto aos

seus dependentes

Agrave famiacutelia cabe o maior tempo de convivecircncia e adaptaccedilatildeo da crianccedila

com necessidades especiais Por isso o domiciacutelio e as pessoas que nele

moram devem ser preparados para enfrentar este desafio que natildeo eacute faacutecil

poreacutem com todo cuidado e ajuda especiacutefica se tornaraacute muito mais faacutecil e

prazeroso

13 As condiccedilotildees da inclusatildeo escolar no Brasil

As instituiccedilotildees escolares no Brasil ao reproduzirem constantemente o

modelo tradicional natildeo tem demonstrado condiccedilotildees de responder aos desafios

da inclusatildeo escolar e do acolhimento agraves diferenccedilas nem de promover

aprendizagens necessaacuterias agrave vida em sociedade

A escola natildeo tem conseguido cumprir o papel de configurar-se como

espaccedilo educativo adequado ao processo inclusivo O tradicionalismo assenta-

se em pressuposto irrealizaacutevel ao fazer com que os alunos enquadrem agraves suas

exigecircncias

No plano eacutetico e poliacutetico a defesa de igualdade de direitos com

destaque para o direito agrave educaccedilatildeo parece constituir-se em consenso As

discordacircncias satildeo enunciadas no plano da definiccedilatildeo das propostas para sua

concretizaccedilatildeo

Oliveira( 2001 p 2 ) analisa que

A proacutepria declaraccedilatildeo desse direito agrave educaccedilatildeo pelo menos no que diz respeito agrave gratuidade constava jaacute na Constituiccedilatildeo Imperial O que se aperfeiccediloou para aleacutem de uma maior precisatildeo juriacutedica - evidenciada pela redaccedilatildeo - foram os mecanismos capazes de garantir em termos praacuteticos os direitos anteriormente enunciados estes sim verdadeiramente inovadores

23

No discurso decorrente de muitos profissionais da educaccedilatildeo a inclusatildeo

escolar tem sido uma expressatildeo empregada com sentido restrito como se

significasse apenas matricular alunos com deficiecircncia e necessidades

especiais em classe comum Mas a construccedilatildeo conceitual dessa expressatildeo

ultrapassa em muito esse entendimento Sua implantaccedilatildeo pode implicar em

resguardar a classe comum como espaccedilo de escolarizaccedilatildeo de todos ou como

uma das opccedilotildees para aqueles com necessidades educacionais especiais

ainda que deva ser a preferencial como preconizado pela Constituiccedilatildeo Federal

de 1988

De acordo com Gonzalez (2002)

A educaccedilatildeo especial eacute marcada pela ideacuteia de uma educaccedilatildeo diferente e dirigida a um grupo de sujeitos especiacuteficos a compreensatildeo anterior eacute marcada pela ideacuteia de uma accedilatildeo ou conjunto de accedilotildees e serviccedilos dirigidos a todos os sujeitos que deles necessitam em contextos normalizados

A expressatildeo alunos com necessidades educacionais especiais eacute usada

para designar pessoas com deficiecircncia mental auditiva visual fiacutesica e muacuteltipla

superdotaccedilatildeo e altas habilidades e condutas tiacutepicas que requerem em seu

processo de educaccedilatildeo escolar atendimento educacional especializado que

pode se concretizar em intenccedilotildees para lhes garantir acessibilidade

arquitetocircnica de comunicaccedilatildeo e de sinalizaccedilatildeo adequaccedilotildees didaacutetico

metodoloacutegicas curriculares e administrativas bem como materiais e

equipamentos especiacuteficos ou adaptados

Xavier (2002) salienta que

A construccedilatildeo da competecircncia do professor para responder com qualidade agraves necessidades educacionais especiais de seus alunos em uma escola inclusiva pela mediaccedilatildeo da eacutetica responde aacute necessidade social e histoacuterica de superaccedilatildeo das praticas pedagoacutegicas que discriminam segregam e excluem e ao mesmo tempo configura na accedilatildeo educativa o vetor de transformaccedilatildeo social para a equidade a solidariedade a cidadania

24

conhecer o sujeito natildeo eacute preciso orientar as

atividades e refletir cada accedilatildeo

o sucesso das intervenccedilotildees depende do

conhecimento humano e desenvolvimento

psicossocial dos interventores

Trabalhar com a

inclusatildeo requer

mudanccedilas de

paradigmas nessa praacutetica haacute uma identificaccedilatildeo subjetiva com

esse sujeito

como essa praacutetica foi se constituindo

qual era o objetivo da construccedilatildeo dessa praacutetica

A que se propotildee

quem satildeo os sujeitos que datildeo corpo a essa praacutetica

Trabalhar com

inclusatildeo requer

reflexatildeo sobre a

praacutetica por que esta opccedilatildeo e natildeo outra

compromisso com aprendizagem

compromisso com formaccedilatildeo

compromisso teacutecnico humano cientiacutefico

Trabalhar com

inclusatildeo requer

postura eacutetica compromisso com a qualidade na aprendizagem

Fonte adaptado Parolin 2006

Quadro 3 Preacute requisitos para o trabalho inclusivo

Atualmente coexistem pelo menos duas propostas para a educaccedilatildeo

especial uma em que conhecimentos acumulados sobre educaccedilatildeo especial

teoacutericos e praacuteticos devem estar a serviccedilo dos sistemas de ensino e portanto

das escolas e disponiacuteveis a todos os professores alunos e demais membros

da comunidade escolar que a qualquer momento podem requerecirc-los outra

em que se deve configurar um conjunto de recursos e serviccedilos educacionais

especializados dirigidos apenas agrave populaccedilatildeo escolar que apresente

solicitaccedilotildees que o ensino comum natildeo tem conseguido contemplar

De acordo com Glat Nogueira (2002 )

As poliacuteticas para a inclusatildeo devem ser concretizadas na forma de programas de capacitaccedilatildeo e acompanhamento contiacutenuo que orientem o trabalho docente na perspectiva da diminuiccedilatildeo gradativa

25

da exclusatildeo escolar o que visa a beneficiar natildeo apenas os alunos com necessidades especiais mas de uma forma geral a educaccedilatildeo escolar como um todo

Mantoan Prieto Arantes (2006) salientam que o planejamento e a

implantaccedilatildeo de poliacuteticas para atender a alunos com necessidades educacionais

especiais requerem domiacutenio conceitual sobre inclusatildeo escolar e sobre as

solicitaccedilotildees decorrentes de sua adoccedilatildeo enquanto princiacutepio eacutetico-poliacutetico bem

como a clara definiccedilatildeo dos princiacutepios e diretrizes nos planos e programas

elaborados permitindo a redefiniccedilatildeo dos papeis da educaccedilatildeo especial e do

atendimento desse alunado

A poliacutetica educacional brasileira tem deslocado progressivamente para

os municiacutepios parte da responsabilidade administrativa financeira e

pedagoacutegica pelo acesso e permanecircncia de alunos com necessidades

educacionais especiais nas escolas em decorrecircncia do processo de

municipalizaccedilatildeo do ensino fundamental Essa diretriz tem provocado alguns

impactos no atendimento a esse puacuteblico alvo Algumas prefeituras criaram

formas de atendimento educacional especializado outras ampliaram ou

mantiveram seus auxiacutelios e serviccedilos de ensino algumas estatildeo apenas

matriculando esses alunos em suas redes de ensino e haacute ainda as que

desativaram alguns serviccedilos prestados como por exemplo a oferta de

programas de transporte adaptado

No Brasil o atendimento educacional especializado era em 2004

desenvolvido na proporccedilatildeo de 13 para 23 referindo-se a escolas comuns

puacuteblicas e a escolas exclusivamente especializadas ou em classes especiais

respectivamente

A base de dados divulgada natildeo registra informaccedilotildees sobre matriacuteculas no

ensino superior mas revela que o atendimento estaacute centrado na educaccedilatildeo

infantil (109596 matriacuteculas que correspondem a 19 3 do total) e no ensino

fundamental (365359 ou 644) Haacute na EJA (Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos)

e na educaccedilatildeo profissional pouco mais de 41500 matriacuteculas em cada uma

dessas modalidades no ensino meacutedio as matriacuteculas equivaliam a 16 com

apenas 8281 alunos nesse niacutevel de ensino

A matriacutecula inicial na classe comum evoluiu de 1998 a 2002 em 151

Passamos de um total 439233 matriacuteculas em 1998 para 110536 em 2002

26

Em 2003 em dados aproximados havia 144100 alunos com necessidades

educacionais especiais nas referidas classes e em 2004 184800

evidenciando crescimento anual de 281 entre esses dois uacuteltimos anos

Deixa-se em aberto a possibilidade de sabermos que patamar de

atendimento foi atingido pois para isso precisariacuteamos ter dados sobre os que

estatildeo fora da escola portanto sem nenhum tipo de atendimento escolar

Eacute um dever natildeo cumprido averiguar se aos alunos com necessidades

educacionais especiais estaacute sendo garantido aleacutem do acesso agrave escola o

acesso agrave educaccedilatildeo aqui compreendida como processo de desenvolvimento

da capacidade fiacutesica intelectual e moral da crianccedila e do ser humano em geral

visando sua melhor integraccedilatildeo individual e social

Uma accedilatildeo que deve marcar as poliacuteticas puacuteblicas de educaccedilatildeo eacute a

formaccedilatildeo dos profissionais da educaccedilatildeo Sem deixar de considerar que em

educaccedilatildeo atuam profissionais no acircmbito teacutecnico-administrativo e em outras

funccedilotildees com importante papel no desenvolvimento de accedilotildees educacionais

14 Legislaccedilatildeo direitos e deveres na inclusatildeo

141 Leis e declaraccedilotildees internacionais

a) Declaraccedilatildeo de Cuenca - UNESCO - Equador 1981

b) Declaraccedilatildeo de Sunderberg - Torremolinos Espanha 1981

c) Resoluccedilotildees da XXIII Conferecircncia Sanitaacuteria Panamericana

- OPSOrganizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede - Washington DC USA -

1990

- Seminaacuterio Unesco - Caracas - Venezuela - 1992 - Informe Final

d) Declaraccedilatildeo de Santiago - Chile - 1993

e) Assembleacuteia Geral das Naccedilotildees Unidas - New York USA - 1993

Normas

- Uniformes sobre a igualdade de oportunidade para pessoas com

incapacidades

f) Declaraccedilatildeo Mundial de Educaccedilatildeo para Todos - UNICEF - Jon Tien

Tailacircndia - 1990

27

g) Declaraccedilatildeo de Salamanca - Salamanca Espanha princiacutepios poliacuteticas

e praacutetica em Educaccedilatildeo Especial - 1994 - criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de sistemas

educacionais inclusivos

142 Leis nacionais

a) Constituiccedilatildeo Federal de 1988 - Tiacutetulo VI - Da Ordem Social - Art 208

e Art 227

b) Lei nordm 785389 - Dispotildee sobre o apoio agraves pessoas com deficiecircncias

sua integraccedilatildeo social e pleno exerciacutecio de direitos sociais e individuais

c) Decreto nordm 220897 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

d) Parecer CNECEB nordm 1699 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

e) Resoluccedilatildeo CNECEB nordm 499 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

f) Decreto nordm 329899 - Regulamenta a Lei 785389 daacute-lhe condiccedilotildees

operacionais consolida as normas de proteccedilatildeo ao portador de deficiecircncias

g) LDB nordm 939496 (Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional) -

Capiacutetulo V - Educaccedilatildeo Especial - Art 58 Art 59 e Art 60 Portaria

MEC nordm 167999 - requisitos de acessibilidade a cursos instruccedilatildeo de

processos de autorizaccedilatildeo de cursos e credenciamento de instituiccedilotildees

voltadas agrave educaccedilatildeo especial

h) Parecer CNECEB nordm 1499 - Diretrizes nacionais da educaccedilatildeo

escolar indiacutegena

i) Resoluccedilatildeo CNECEB nordm 0399 - Fixa diretrizes nacionais para o

funcionamento de escolas indiacutegenas

j) Lei nordm 1009800 - Estabelece normas gerais e criteacuterios baacutesicos para a

promoccedilatildeo de acessibilidade das pessoas portadoras de deficiecircncia ou com

mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Resoluccedilatildeo CNECEB nordm

22001 - Institui diretrizes e normas para a educaccedilatildeo especial na Educaccedilatildeo

Baacutesica

k) Parecer CNECEB nordm 172001 - Diretrizes Nacionais para a Educaccedilatildeo

Especial na Educaccedilatildeo Baacutesica

28

l) Lei nordm 101722001 - Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo - PNE e daacute

outras providecircncias (o PNE estabelece 27 objetivos e metas para a

educaccedilatildeo de pessoas com necessidades educacionais especiais)

143 Direitos e Deveres

o papel da educaccedilatildeo consiste em favorecer que cada um de forma

livre e autocircnoma reconheccedila aos demais a mesma esfera de direito que exige

para si (VIEIRA 1999 p 16)

1431 Direito agrave acessibilidade

Para que as pessoas com deficiecircncia possam ter liberdade de ir e vir e

se sentir parte da comunidade elas necessitam de um meio fiacutesico adequado e

que garanta seguranccedila e acesso O direito a acessibilidade estaacute descrito nas

Leis 1009800 - regulamentada atraveacutes do Decreto 529604 - e 1004800 que

prevecircem a adequaccedilatildeo das vias e de espaccedilos puacuteblicos no mobiliaacuterio urbano na

construccedilatildeo e reforma de edifiacutecios nos meios de transporte e de comunicaccedilatildeo e

do acesso a informaccedilatildeo

Eacute possiacutevel promover a inclusatildeo social no meio fiacutesico construindo rampas

de acesso banheiros adaptados pisos taacuteteis guias rebaixadas sinais sonoros

entre outros

A acessibilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo pode ser alcanccedilada

atraveacutes de sites acessiacuteveis que atendam agraves pessoas com deficiecircncia visual e

por exemplo aparelhos de televisatildeo com legenda oculta As emissoras de TV

devem incluir em suas programaccedilotildees inteacuterprete de Libras para que as pessoas

com deficiecircncia auditiva possam acompanhar os programas

29

Pessoas com deficiecircncia fiacutesica idosos gestantes lactantes e pessoas

com crianccedilas de colo devem ter atendimento prioritaacuterio por meio de serviccedilos

individualizados que assegurem tratamento diferenciado

1432 Direito ao trabalho

Foram diversas as conquistas em defesa das pessoas com deficiecircncia

nos uacuteltimos anos Hoje elas satildeo amparadas por lei no seu direito de acesso ao

trabalho Graccedilas a estas conquistas fazer parte do quadro de funcionaacuterios de

uma empresa jaacute natildeo eacute um obstaacuteculo mas a permanecircncia destes profissionais

no local de trabalho ainda exige cuidados Cabe aos empregadores garantir

bem estar e acessibilidade aos seus colaboradores para que eles tenham

oportunidade de exercer suas funccedilotildees de maneira adequada e mostrar todo o

seu potencial

Este sistema estaacute carregado da antiga visatildeo de assistencialismo

capacidade laborativa reduzida e falta de noccedilatildeo sobre cidadania Na sociedade

brasileira ele ainda eacute necessaacuterio para que as pessoas apostem nestes

profissionais e desta forma descubram que eles tecircm um enorme potencial

Em vaacuterios paiacuteses como EUA Canadaacute Gratilde-Bretanha Nova Zelacircndia

Dinamarca Sueacutecia Finlacircndia Austraacutelia e Portugal este princiacutepio foi extinto e a

antiga visatildeo foi superada Em naccedilotildees como o Brasil ela estaacute em vias de

superaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo eacute a melhor forma de acabar com o preconceito

Durante anos a sociedade excluiu as pessoas com deficiecircncia do

conviacutevio social Esta exclusatildeo se reflete ateacute hoje em diversos setores sociais

Vaacuterias leis foram criadas visando agrave inclusatildeo dos cidadatildeos com

deficiecircncia mas algumas delas foram concebidas quando ainda se tinha pouco

conhecimento sobre este puacuteblico e suas limitaccedilotildees O sistema de cotas eacute uma

delas

a) 1980 - estabelecida como a deacutecada internacional da pessoa com

deficiecircncia

b) 1992 - estabelecida a data de 3 de dezembro como dia internacional das

pessoas portadoras de deficiecircncia da ONU

30

c) 1994 - declaraccedilatildeo de Salamanca (Espanha) tratando da educaccedilatildeo

especial

d) 1995 - a Inglaterra aprova legislaccedilatildeo semelhante para empresas com

mais de vinte empregados

e) 1999 - promulgada na Guatemala a convenccedilatildeo interamericana para a

eliminaccedilatildeo de todas as formas de discriminaccedilatildeo contra as pessoas

portadoras de deficiecircncia

f) 2002 - realizado em marccedilo o congresso europeu sobre deficiecircncia em

Madri que estabeleceu 2003 como o ano europeu das pessoas com

deficiecircncia

g) 1981 - adotado pela ONU como o ano internacional das pessoas com

deficiecircncia

h) 1983 elaboraccedilatildeo da convenccedilatildeo 159 pela OIT

i) 1990 - aprovada a ADA (Lei dos Deficientes dos Estados Unidos)

aplicaacutevel a toda empresa com mais de quinze funcionaacuterios

j) 1997 - tratado de Amsterdatilde em que a Uniatildeo Europeacuteia se compromete a

facilitar a inserccedilatildeo e a permanecircncia das pessoas com deficiecircncia nos

mercados de trabalho

1433 Direito agrave educaccedilatildeo

Para se tornar parte da sociedade eacute necessaacuterio compreende-la A base

para o sucesso de qualquer cidadatildeo estaacute na educaccedilatildeo e isto natildeo eacute diferente

para as pessoas com deficiecircncia Participar do sistema educacional eacute garantir a

inclusatildeo social e a igualdade de oportunidades

A Lei 939496 art4ordm que estabelece as diretrizes e bases da educaccedilatildeo

nacional (LDB) reconhece que a educaccedilatildeo eacute um instrumento fundamental para

a integraccedilatildeo e participaccedilatildeo de qualquer pessoa com deficiecircncia no contexto em

que vive Estaacute disposto nesta lei que haveraacute quando necessaacuterio serviccedilos de

apoio especializado na escola regular para atender agraves peculiaridades da

clientela de educaccedilatildeo especial e que o atendimento educacional seraacute feito em

classes escolas ou serviccedilos especializados sempre que em funccedilatildeo das

31

condiccedilotildees especiacuteficas dos alunos natildeo for possiacutevel a sua integraccedilatildeo nas

classes comuns de ensino regular

A legislaccedilatildeo brasileira tambeacutem prevecirc o acesso a livros em Braille de uso

exclusivo das pessoas com deficiecircncia visual

1434 Direito agrave sauacutede

A assistecircncia agrave sauacutede e agrave reabilitaccedilatildeo cliacutenica satildeo condiccedilotildees decisivas

para a inclusatildeo da pessoa com deficiecircncia na sociedade

Para promover a melhoria da qualidade de vida e com intuito de

estimular a independecircncia do indiviacuteduo com deficiecircncia nas suas atividades

diaacuterias foi criado o sistema das redes estaduais de assistecircncia agrave pessoa com

deficiecircncia

Este projeto oferece ajuda teacutecnica aleacutem de oacuterteses e proacuteteses para que

a pessoa tenha maior autonomia

Outro sistema criado para a manutenccedilatildeo da sauacutede fiacutesica e mental do

cidadatildeo com deficiecircncia eacute a Poliacutetica Nacional para a integraccedilatildeo da pessoa com

deficiecircncia implantada em 1989 Regulamentada pelo Decreto nordm 3298 prevecirc

auxiacutelio na prevenccedilatildeo de doenccedilas atendimento psicoloacutegico reabilitaccedilatildeo

fornecimento de medicamentos e assistecircncia atraveacutes de planos de sauacutede

1435 Direito a isenccedilotildees fiscais e financiamento

Pessoas com deficiecircncia empresas bancos e demais instituiccedilotildees

ligadas a este puacuteblico possuem alguns benefiacutecios previstos em lei

Para as empresas dispostas a contribuir com a inclusatildeo social de

portadores de necessidades especiais a legislaccedilatildeo brasileira prevecirc a

concessatildeo fiscal Podem ser firmados convecircnios que garantem a isenccedilatildeo de

ICMS seja para doaccedilatildeo de equipamentos adaptados seja para aquisiccedilotildees de

aparelhos e acessoacuterios destinados agraves instituiccedilotildees que atendam este segmento

da populaccedilatildeo

Automoacuteveis adquiridos em alguns estados brasileiros por pessoas com

32

deficiecircncia fiacutesica visual mental e autistas ou seus representantes legais satildeo

isentos de ICMS (Imposto sobre Circulaccedilatildeo de Mercadorias e Serviccedilos) e do

IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de acordo com a Lei 1075403

Os financiamentos de automoacuteveis de fabricaccedilatildeo nacional tambeacutem satildeo

liberados do IOF (Imposto sobre Operaccedilotildees Financeiras)

Tais benefiacutecios ainda natildeo satildeo tributados pelo Imposto de Renda e tanto

a aquisiccedilatildeo de aparelhos e materiais como a realizaccedilatildeo de outras despesas

podem ser deduzidas do imposto

1436 Direito ao passe livre

Os cidadatildeos com deficiecircncia tambeacutem possuem benefiacutecios relacionados

aos meios de transporte A Lei 889994 conhecida como Lei do Passe Livre

prevecirc que toda pessoa com deficiecircncia tem direito ao transporte coletivo

interestadual gratuito e que cabe a cada estado ou municiacutepio implantar

programas similares ao passe livre para os transportes municipais e estaduais

Aleacutem do transporte gratuito o municiacutepio deve garantir que os meios de

transporte sejam acessiacuteveis a estes cidadatildeos

15 Declaraccedilatildeo de Salamanca princiacutepios poliacutetica e praacutetica na educaccedilatildeo

especial

Notando com satisfaccedilatildeo um incremento no envolvimento de governos

grupos de advocacia comunidades e pais e em particular de organizaccedilotildees de

pessoas com deficiecircncias na busca pela melhoria do acesso agrave educaccedilatildeo para

a maioria daqueles cujas necessidades especiais ainda se encontram

desprovidas e reconhecendo como evidecircncia para tal envolvimento a

participaccedilatildeo ativa do alto niacutevel de representantes e de vaacuterios governos

agecircncias especializadas e organizaccedilotildees intergovernamentais naquela

Conferecircncia Mundial

a) Os delegados da Conferecircncia Mundial de Educaccedilatildeo Especial

33

representando 88 governos e 25 organizaccedilotildees internacionais em

assembleia em Salamanca Espanha entre 7 e 10 de junho de 1994

reafirma o compromisso para com a educaccedilatildeo para todos

reconhecendo a necessidade e urgecircncia do providenciamento de

educaccedilatildeo para as crianccedilas jovens e adultos com necessidades

educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino e re-

endossa a estrutura de accedilatildeo em educaccedilatildeo especial em que pelo

espiacuterito de cujas provisotildees e recomendaccedilotildees governo e

organizaccedilotildees sejam guiados

b) Acreditam e proclamam que toda crianccedila tem direito fundamental agrave

educaccedilatildeo e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o niacutevel

adequado de aprendizagem toda crianccedila possui caracteriacutesticas

interesses habilidades e necessidades de aprendizagem que satildeo

uacutenicas sistemas educacionais deveriam ser designados e programas

educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em

conta a vasta diversidade de tais caracteriacutesticas e necessidades

aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso

agrave escola regular que deveria acomodaacute-los dentro de uma pedagogia

centrada na crianccedila capaz de satisfazer a tais necessidades

escolas regulares que possuam tal orientaccedilatildeo inclusiva constituem

os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatoacuterias

criando-se comunidades acolhedoras construindo uma sociedade

inclusiva e alcanccedilando educaccedilatildeo para todos aleacutem disso tais escolas

proveem uma educaccedilatildeo efetiva agrave maioria das crianccedilas e aprimoram

a eficiecircncia e em uacuteltima instacircncia o custo da eficaacutecia de todo o

sistema educacional

c) Congregam todos os governos e demandam que atribuam a mais

alta prioridade poliacutetica e financeira ao aprimoramento de seus

sistemas educacionais no sentido de se tornarem aptos a incluiacuterem

todas as crianccedilas independentemente de suas diferenccedilas ou

dificuldades individuais adotem o princiacutepio de educaccedilatildeo inclusiva em

forma de lei ou de poliacutetica matriculando todas as crianccedilas em

escolas regulares a menos que existam fortes razotildees para agir de

outra forma desenvolvam projetos de demonstraccedilatildeo e encorajem

34

intercacircmbios em paiacuteses que possuam experiecircncias de escolarizaccedilatildeo

inclusiva estabeleccedilam mecanismos participatoacuterios e

descentralizados para planejamento revisatildeo e avaliaccedilatildeo de provisatildeo

educacional para crianccedilas e adultos com necessidades educacionais

especiais encorajem e facilitem a participaccedilatildeo de pais comunidades

e organizaccedilotildees de pessoas portadoras de deficiecircncias nos processos

de planejamento e tomada de decisatildeo concernentes agrave provisatildeo de

serviccedilos para necessidades educacionais especiais invistam

maiores esforccedilos em estrateacutegias de identificaccedilatildeo e intervenccedilatildeo

precoces bem como nos aspectos vocacionais da educaccedilatildeo

inclusiva garantam que no contexto de uma mudanccedila sistecircmica

programas de treinamento de professores tanto em serviccedilo como

durante a formaccedilatildeo incluam a provisatildeo de educaccedilatildeo especial dentro

das escolas inclusivas

d) Tambeacutem congregam a comunidade internacional em particular

governos com programas de cooperaccedilatildeo internacional agecircncias

financiadoras internacionais especialmente as responsaacuteveis pela

Conferecircncia Mundial em Educaccedilatildeo para Todos UNESCO UNICEF

UNDP e o Banco Mundial a endossar a perspectiva de escolarizaccedilatildeo

inclusiva e apoiar o desenvolvimento da educaccedilatildeo especial como

parte integrante de todos os programas educacionais as Naccedilotildees

Unidas e suas agecircncias especializadas em particular a ILO WHO

UNESCO e UNICEF a reforccedilar seus estiacutemulos de cooperaccedilatildeo

teacutecnica bem como reforccedilar suas cooperaccedilotildees e redes de trabalho

para um apoio mais eficaz agrave jaacute expandida e integrada provisatildeo em

educaccedilatildeo especial organizaccedilotildees natildeo-governamentais envolvidas na

programaccedilatildeo e entrega de serviccedilo nos paiacuteses a reforccedilar sua

colaboraccedilatildeo com as entidades oficiais nacionais e intensificar o

envolvimento crescente delas no planejamento implementaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de provisatildeo em educaccedilatildeo especial que seja inclusiva

UNESCO enquanto a agecircncia educacional das Naccedilotildees Unidas a

assegurar que educaccedilatildeo especial faccedila parte de toda discussatildeo que

lide com educaccedilatildeo para todos em vaacuterios foros a mobilizar o apoio de

organizaccedilotildees dos profissionais de ensino em questotildees relativas ao

35

aprimoramento do treinamento de professores no que diz respeito a

necessidade educacionais especiais a estimular a comunidade

acadecircmica no sentido de fortalecer pesquisa redes de trabalho e o

estabelecimento de centros regionais de informaccedilatildeo e documentaccedilatildeo

e da mesma forma a servir de exemplo em tais atividades e na

disseminaccedilatildeo dos resultados especiacuteficos e dos progressos

alcanccedilados em cada paiacutes no sentido de realizar o que almeja a

presente declaraccedilatildeo a mobilizar fundos atraveacutes da criaccedilatildeo (dentro

de seu proacuteximo planejamento a meacutedio prazo 1996-2000) de um

programa extensivo de escolas inclusivas e programas de apoio

comunitaacuterio que permitiriam o lanccedilamento de projetos-piloto que

demonstrassem novas formas de disseminaccedilatildeo e o desenvolvimento

de indicadores de necessidade e de provisatildeo de educaccedilatildeo especial

e) Por uacuteltimo expressam o caloroso reconhecimento ao governo da

Espanha e agrave UNESCO pela organizaccedilatildeo da Conferecircncia e

demandam-lhes realizarem todos os esforccedilos no sentido de trazer

esta declaraccedilatildeo e sua relativa estrutura de accedilatildeo da comunidade

mundial especialmente em eventos importantes tais como o Tratado

Mundial de Desenvolvimento Social (em Kopenhagen em 1995) e a

Conferecircncia Mundial sobre a Mulher (em Beijing em 1995) Adotada

por aclamaccedilatildeo na cidade de Salamanca Espanha neste deacutecimo dia

de junho de 1994

Durante os uacuteltimos 15 ou 20 anos tem se tornado claro que o conceito de necessidades educacionais especiais teve que ser ampliado para incluir todas as crianccedilas que natildeo estejam conseguindo se beneficiar com a escola seja por que motivo for (UNESCO 1994 p15)

16 Diretrizes na educaccedilatildeo especial na perspectiva da inclusatildeo

A consciecircncia do direito de construir uma identidade proacutepria e do reconhecimento da identidade do outro se traduz no direito de igualdade e no respeito agraves diferenccedilas assegurando oportunidades diferentes (equidade) tantas quanto forem necessaacuterias com vistas agrave busca da igualdade (BRASIL 2001)

36

A educaccedilatildeo especial eacute uma modalidade de ensino que perpassa todos

os niacuteveis etapas e modalidades realiza o atendimento educacional

especializado disponibiliza os serviccedilos e recursos proacuteprios desse atendimento

e orienta os alunos e seus professores quanto a sua utilizaccedilatildeo nas turmas

comuns do ensino regular

O atendimento educacional especializado identifica elabora e organiza

recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a

plena participaccedilatildeo dos alunos considerando as suas necessidades

especiacuteficas As atividades desenvolvidas no atendimento educacional

especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum natildeo

sendo substitutivas agrave escolarizaccedilatildeo Esse atendimento completa e suplementa

a formaccedilatildeo dos alunos com vistas agrave autonomia e independecircncia na escola e

fora dela

Tal modalidade de ensino disponibiliza programas de enriquecimento

curricular o ensino de linguagem e coacutedigos especiacuteficos de comunicaccedilatildeo e

sinalizaccedilatildeo ajudas teacutecnicas e tecnoloacutegicas assistidas dentre outros Ao longo

de todo processo de escolarizaccedilatildeo esse atendimento deve estar articulado

com a proposta pedagoacutegica de ensino comum

A inclusatildeo escolar tem inicio na educaccedilatildeo infantil onde se desenvolvem

as bases necessaacuterias para a construccedilatildeo do conhecimento e seu

desenvolvimento global Nessa etapa o luacutedico o acesso agraves formas

diferenciadas de comunicaccedilatildeo a riqueza de estiacutemulos nos aspectos fiacutesicos

emocionais cognitivos psicomotores e sociais e a convivecircncia com as

diferenccedilas favorecem as relaccedilotildees interpessoais o respeito e a valorizaccedilatildeo da

crianccedila Do nascimento aos trecircs anos o atendimento educacional

especializado se expressa por meio de serviccedilos que objetivam aperfeiccediloar o

processo de desenvolvimento e aprendizagem em interface com os serviccedilos de

sauacutede e assistecircncia social

Em todas as etapas e modalidades da educaccedilatildeo baacutesica o atendimento

especializado eacute organizado para apoiar o desenvolvimento dos alunos

constituindo oferta obrigatoacuteria dos sistemas de ensino e deve ser realizado no

turno inverso ao da classe comum na proacutepria escola ou centro especializado

que realize esse serviccedilo educacional Este atendimento eacute realizado mediante a

37

atuaccedilatildeo de profissionais com conhecimento especiacuteficos no ensino da Liacutengua

Brasileira de Sinais da Liacutengua Portuguesa e na modalidade escrita como

segunda liacutengua do Sistema Braille do Soroban da orientaccedilatildeo e mobilidade

das atividades de vida autocircnoma da comunicaccedilatildeo alternativa do

desenvolvimento dos processos mentais superiores dos programas de

enriquecimento curricular da adequaccedilatildeo e produccedilatildeo de materiais didaacuteticos e

pedagoacutegicos da utilizaccedilatildeo de recursos oacutepticos e natildeo oacutepticos da tecnologia

assistida e outros

Cabe aos sistemas de ensino ao organizar a educaccedilatildeo especial na

perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva disponibilizar as funccedilotildees do instrutor de

Libras e guia interprete bem como de monitor dos alunos com necessidades

de apoio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo locomoccedilatildeo entre outras que

exijam auxilio constante no cotidiano escolar

Para atuar na educaccedilatildeo especial o professor deve ter como base de

sua formaccedilatildeo inicial e continuada conhecimentos gerais para o exerciacutecio da

docecircncia e conhecimentos especiacuteficos da aacuterea Essa formaccedilatildeo possibilita a sua

atuaccedilatildeo no atendimento educacional especializado e deve aprofundar o caraacuteter

interativo e interdisciplinar da atuaccedilatildeo nas salas comuns do ensino regular nas

salas de recursos nos centros de atendimento educacional especializado nos

nuacutecleos de acessibilidade das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior nas classes

hospitalares e nos ambientes domiciliares para a oferta dos serviccedilos e

recursos de educaccedilatildeo especial

38

CAPIacuteTULO II

CAPACITACcedilAtildeO E CONCEPCcedilAtildeO DE PROFESSORES NO PROCESSO DE

INCLUSAtildeO ESCOLAR

2 CAPACITACcedilAtildeO PROFISSIONAL E A INCLUSAtildeO ESCOLAR

A formaccedilatildeo de professores que atuam diretamente na inclusatildeo escolar

sempre se constituiu numa grande problemaacutetica com relaccedilatildeo ao atendimento

do aluno com necessidades especiais Tudo eacute muito novo e desafiador E isto

infelizmente ainda eacute uma barreira para que a inclusatildeo se efetive com alicerce

suficiente para se sustentar

Nos finais do Impeacuterio o atendimento a essa clientela era vinculada agrave

sauacutede Nos anos 20 do seacuteculo passado iniciou-se uma crescente preocupaccedilatildeo

com a questatildeo propriamente pedagoacutegica porem influenciada pela abordagem

psicoloacutegica natildeo abandonando o campo da sauacutede

Para atender agraves demandas cada professor deveria estar apto a

elaborar incrementar e implementar situaccedilotildees de ensino que favorecessem a

construccedilatildeo dos conceitos mais primaacuterios aos mais complexos Eacute importante

que o professor organize seu planejamento de maneira que natildeo passem

despercebidos pelas situaccedilotildees de ensino conceitos que podem parecer

simples mas que na verdade satildeo preacute-requisitos para o que se pensa ser o

mais importante Contudo natildeo satildeo poucos os casos em que as situaccedilotildees

acabam sendo apresentadas de forma restrita sem pertinecircncia aos alunos que

participam da accedilatildeo inclusiva

O cotidiano de sala de aula requer na atualidade a efetivaccedilatildeo de accedilotildees

didaacuteticas flexiacuteveis poreacutem contextualizadas a adequaccedilatildeo de recursos sem

depreciar a capacidade e a imagem do aluno com o qual interagimos uma

reformulaccedilatildeo das dinacircmicas em sala de aula que possibilite a participaccedilatildeo

39

efetiva de todos

Muitos recursos muitas vezes satildeo pouco explorados ou ateacute mesmo

desconsiderados pelo professor com o passar dos niacuteveis propostos pelo

sistema de educaccedilatildeo No entanto quando o professor eacute o agente mediador de

um contexto educacional no qual a diversidade estaacute mais complexa devido agraves

demandas que um tipo de necessidade educativa especial pode gerar eacute

essencial que ele natildeo perca de vista a validade de determinados recursos

diante da construccedilatildeo de conceitos mais elaborados ou abstratos (FERREIRA

2004)

Valorizar a singularidade de cada ser humano eacute um compromisso eacutetico

de contribuir com as transformaccedilotildees necessaacuterias agrave construccedilatildeo de uma

sociedade mais justa (SOUZA SILVA 2005 p 239)

Um sistema escolar inclusivo precisa investir na capacitaccedilatildeo contiacutenua dos

professores e funcionaacuterios das escolas realizando o chamamento dos que

ainda natildeo se consideram envolvidos para um processo de sensibilizaccedilatildeo e

atualizaccedilatildeo constante de toda escola e comunidade Nesse aspecto a

assessoria ao professor eacute fundamental para orientaccedilatildeo e anaacutelise na busca de

soluccedilotildees para os problemas surgidos na sala de aula no aprofundamento das

questotildees teoacutericas na construccedilatildeo de intervenccedilotildees pedagoacutegicas na seleccedilatildeo de

recursos materiais e tecnoloacutegicos para a aprendizagem dos alunos no

processo de avaliaccedilatildeo na inter-relaccedilatildeo com as famiacutelias bem como na

mediaccedilatildeo entre escola e serviccedilos especializados para atendimento ao aluno

com necessidades educacionais na aacuterea da sauacutede da assistecircncia social do

trabalho entre outros (BEYER 2005)

Para Marques (2006) inclusatildeo escolar implica numa reorganizaccedilatildeo

estrutural da escola de todos os elementos da praacutetica pedagoacutegica

considerando o dado do muacuteltiplo da diversidade e natildeo mais o padratildeo

universal O atual momento histoacuterico exige uma participaccedilatildeo efetiva da escola

como instituiccedilatildeo loacutecus do conhecimento e da formaccedilatildeo de cidadatildeos capazes de

intervir nos rumos da sociedade Neste sentido faz-se necessaacuteria uma escola

criativa onde todos os seus componentes sejam co-sujeitos na produccedilatildeo de um

saber-instrumento para o conviacutevio escolar e social Cabe portanto a alunos

professores e sujeitos desse processo planejar e construir as diferentes etapas

de nossa caminhada etapas que se num primeiro momento satildeo idealizadas

40

logo transformam-se em realidade pela reflexatildeo criacutetica de nossas proacuteprias

possibilidades na construccedilatildeo dessa nova escola Assim eacute preciso

redimensionar o modo de pensar e fazer a educaccedilatildeo tarefa por natureza

complexa que envolve elementos poliacuteticos soacutecio-econocircmicos teacutecnicos e

culturais

Essa postura por sua vez implica na superaccedilatildeo da dicotomia e

fragmentaccedilatildeo das atribuiccedilotildees dos agentes educativos dos rituais dos

conteuacutedos metodoloacutegicos dos recursos pedagoacutegicos do processo de

avaliaccedilatildeo bem como das concepccedilotildees de educaccedilatildeo e de sociedade Enfatiza

tambeacutem que implica para o professor em uma seacuterie de mudanccedilas com relaccedilatildeo

a sua postura pressuposto baacutesico de sua atuaccedilatildeo a compreensatildeo das

diferentes necessidades educacionais de seus alunos sendo necessaacuteria aacute

flexibilizaccedilatildeo do professor no exerciacutecio do compromisso eacutetico para se adequar

agraves novas situaccedilotildees que surgiratildeo em decorrecircncia das diversidades presentes

em seu cotidiano atentando para a supressatildeo de uma possiacutevel postura

discriminatoacuteria

Zimmermann (2008) destaca que a instituiccedilatildeo escolar precisa redefinir

sua base de estrutura organizacional destituindo-se de burocracias

reorganizando grades curriculares proporcionando maior ecircnfase agrave formaccedilatildeo

humana dos professores e afinando a relaccedilatildeo famiacutelia

escola propondo uma

praacutetica pedagoacutegica coletiva dinacircmica e flexiacutevel para atender esta nova

realidade educacional A educaccedilatildeo inclusiva tem forccedila transformadora e

aponta para uma nova era natildeo somente educacional mas para uma sociedade

inclusiva

Segundo Mittler (2008) as escolas a volta poderiam tentar encontrar

novos modos de pedir aos pais as suas opiniotildees sobre como poderiam ser

fortalecidos os viacutenculos entre lar e a escola Os viacutenculos mais iacutentimos entre

pais e professor natildeo podem ser prescritos de cima para baixo mas sim

fundamentados nos desejos e nas prioridades daquele que estatildeo nessa aacuterea

A uacuteltima palavra vai para um grupo de pais de crianccedilas com

necessidades especiais e deficiecircncia ( RUSSEL 1997 apud MITTEL

2008p227)

a) Por favor aceite e valorize nossas crianccedilas (e noacutes mesmos como

famiacutelia) como noacutes somos valorizados

41

b) Por favor celebre a diferenccedila

c) Por favor aceite nossas crianccedilas primeiramente como crianccedilas Natildeo

coloque roacutetulos nelas a menos que vocecirc pretenda fazer algo

d) Por favor reconheccedila seu poder sobre nossas vidas Vivemos com as

consequumlecircncias de suas opiniotildees e decisotildees

e) Por favor entenda a tensatildeo sob qual muitas famiacutelias estatildeo vivendo

Os encontros cancelados a lista de espera que ningueacutem consegue

chegar ao inicio todas as discussotildees sobre recursos eacute sobre nossa

vida que vocecirc esta falando

f) Por favor natildeo use modas passageiras e tratamentos conosco a

menos que vocecirc vai estar conosco E natildeo esqueccedila que as famiacutelias

tecircm muitos membros muitas responsabilidades Agraves vezes natildeo

podemos agradar a todo mundo

g) Por favor reconheccedila que aacutes vezes noacutes eacute que temos razatildeo Por favor

acredite em noacutes e escute o que sabemos sobre o que noacutes e nossas

crianccedilas necessitamos

h) Agraves vezes estamos tristes cansados e deprimidos Por favor valorize

nos como famiacutelias preocupadas e comprometidas e tente continuar a

trabalhar conosco

Limaverde (2009) acredita que a maioria dos professores vem de

cursos onde a discussatildeo da teoria e da praacutetica ainda eacute dividida Discute-se

teoria e praacutetica de maneira isolada Ainda se estuda uma teoria idealizada

Poucos cursos de formaccedilatildeo de professores oferecem de modo obrigatoacuterio em

seus curriacuteculos as disciplinas relacionadas agrave diferenccedila agraves deficiecircncias Aleacutem

da formaccedilatildeo do nuacutecleo comum eles tambeacutem precisam se atentar para essas

especificidades Haacute uma obrigatoriedade de se ofertar nos cursos de

pedagogia a disciplina de Libras Mas isso natildeo deve ocorrer apenas na

formaccedilatildeo inicial mas tambeacutem na formaccedilatildeo continuada que eacute aquela em

serviccedilo mas que muitas vezes natildeo contemplam essas especificidades

O problema de formaccedilatildeo eacute muito grave porque repercute nessa

inseguranccedila do professor no preconceito no medo Aleacutem do entrave da

formaccedilatildeo no aspecto pedagoacutegico as escolas elaboram seu projeto poliacutetico

pedagoacutegico sem levar em conta a presenccedila do aluno com deficiecircncia As

praacuteticas a organizaccedilatildeo da sala de aula natildeo leva em conta a presenccedila desse

42

aluno Onde natildeo haacute uma interlocuccedilatildeo mais refinada entre o ensino comum e a

Educaccedilatildeo Especial com esse saber mais especiacutefico natildeo haacute inclusatildeo

A inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino Assim na formaccedilatildeo do professor teria dois espaccedilos um da sala de

aula que eacute a formaccedilatildeo comum para todos os professores contemplando

desenvolvimento aprendizagem e uma na formaccedilatildeo continuada Uma

formaccedilatildeo que atenda agraves diferenccedilas da sala de aula o atendimento agrave educaccedilatildeo

especializada aleacutem da formaccedilatildeo baacutesica cursos de extensatildeo de libras de

soroban de braile de tecnologia assistida para que esse professor possa

atender a especificidade desses alunos O aluno com deficiecircncia eacute um ser

humano que se desenvolve como qualquer outro As teorias e teacutecnicas que

foram estudadas satildeo suporte para esse trabalho Agora o que vai modificar na

sua atuaccedilatildeo eacute a maneira como ele organiza suas praacuteticas pedagoacutegicas Na

maioria das vezes eles organizam praacuteticas homogecircneas do aluno idealizado Eacute

importante um planejamento para pensar essas diferenccedilas na sala de aula Eacute

um trabalho do projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

21 Concepccedilotildees de professores sobre a inclusatildeo na educaccedilatildeo regular e

especial

Inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino (LIMAVERDE 2009)

Apenas a partir do seacuteculo XX verificou-se uma melhor aceitaccedilatildeo das

pessoas com necessidades especiais momento em que se iniciou a sua

desinstitucionalizaccedilatildeo e educaccedilatildeo escolar Ateacute este periacuteodo eram segregados

e praticamente privados de conviacutevio social Entretanto verifica-se que as

conquistas ainda foram poucas pois o preconceito a ignoracircncia e a

discriminaccedilatildeo ainda satildeo muito fortes em relaccedilatildeo ao deficiente e a deficiecircncia

Para Carmo (2000) a inclusatildeo eacute um assunto que deve ser refletido e

investigado com muita precisatildeo jaacute que a sociedade pode estar criando uma

nova modalidade a de excluiacutedos dentro da inclusatildeo podemos assim concluir

nessa reflexatildeo para que haja o processo de ensino-aprendizagem nos alunos

portadores de necessidades educacionais especiais o professor teraacute que se

43

capacitar para atender a proposta desta nova face da educaccedilatildeo brasileira ele

teraacute que tentar conciliar as teorias sobre o assunto com sua pratica e a

realidade da sala de aula Pois soacute assim a inclusatildeo do aluno portador de

necessidades educacionais especiais seraacute bem sucedida e gerando bons

resultados no futuro

Assim a inclusatildeo deste tipo de aluno requer novas posturas tanto aos

professores quanto ao sistema educacional brasileiro levando em consideraccedilatildeo

que todos noacutes estaremos ganhando Lembrando tambeacutem que este processo

de aprendizagem requer a reciprocidade das experiecircncias entre o aluno com

necessidades educacionais especiais o professor e os demais alunos Um

processo de aprendizagem onde todos participam a aquisiccedilatildeo do

conhecimento ocorreraacute com mais facilidade

Mantoan Pietro Arantes (2006) acredita que recriar um novo modelo

educativo com ensino de qualidade que diga natildeo aacute exclusatildeo social implica em

condiccedilotildees de trabalho pedagoacutegico e uma rede de saberes que se entrelaccedilam e

caminham no sentido contraacuterio do paradigma tradicional de educaccedilatildeo

segregadora Eacute uma reviravolta complexa mas possiacutevel basta que lutemos por

ela que nos aperfeiccediloemos e estejamos abertos a colaborar na busca dos

caminhos pedagoacutegicos da inclusatildeo Pois nem todas as diferenccedilas

necessariamente inferiorizam as pessoas Elas tem diferenccedilas e igualdades

mas entre elas nem tudo deve ser igual assim como nem tudo deve ser

diferente

De acordo com Santos (apud MANTOAN2003 p34 ) eacute preciso que

tenhamos o direito de sermos diferentes quando a igualdade nos

descaracteriza e o direito de sermos iguais quando a diferenccedila nos inferioriza

Assim a luta pela escola inclusiva embora seja contestada e tenha ateacute

mesmo assustado a comunidade escolar exige mudanccedila de haacutebitos e atitudes

pela sua loacutegica e eacutetica nos remete a refletir e reconhecer que trata-se de um

posicionamento social que garante a vida com igualdade pautada pelo

respeito agraves diferenccedilas Apesar das iniciativas acanhadas da comunidade

escolar e da sociedade geral eacute possiacutevel adequar a escola para um novo

tempo Precisa estar imbuiacutedos de boa vontade e compromisso enfrentar com

seguranccedila e otimismo este desafio enxergar a clareza e obviedade eacutetica da

proposta inclusiva e contribuir para o desmantelamento dessa maacutequina escolar

44

enferrujada

Para Lisita e Souza (2003) das utopias concretas da modernidade tem-

se hoje apenas a certeza da transitoriedade O sentido da revoluccedilatildeo antes

propagado daacute lugar a um leque de possibilidades as quais se abrem num

horizonte virtual em constantes mudanccedilas Que se trata de uma nova realidade

mundial natildeo se discute Indaga-se no entanto o que se tem a fazer diante de

tal realidade

Nesse sentido a ciecircncia e a tecnologia tecircm se constituiacutedo nos principais

agentes de proposiccedilatildeo e de determinaccedilatildeo dessas mudanccedilas A sensaccedilatildeo que

se tem eacute a de que amanheceremos a cada dia num novo mundo repleto de

novidades e onde o ontem estaacute cada vez e mais rapidamente distante

O cenaacuterio do mundo atual evidencia um movimento em direccedilatildeo a um

sentido de inclusatildeo social o sujeito com deficiecircncia passa a dividir a cena com

os sujeitos sem deficiecircncia coabitando os diversos espaccedilos sociais Nota-se

pois um grande dinamismo experimentado pelos sujeitos e em particular

pelos sujeitos com deficiecircncia num mundo onde conceitos e praacuteticas assumem

cada vez mais um caraacuteter efecircmero e de possibilidades muacuteltiplas

Segundo Ferreira e Glat (2004) satildeo frequentes relatos de professores

principalmente em conselhos de classe sobre a dificuldade de determinados

alunos quanto agrave efetivaccedilatildeo de algumas propostas educacionais Na maioria

das situaccedilotildees o que de fato acontece natildeo eacute uma dificuldade do aluno em

realizar ou compreender a atividade solicitada e sim uma inadequaccedilatildeo do

procedimento dos objetivos eou da avaliaccedilatildeo realizada pelo professor Nesse

sentido eacute importante o professor analisar algumas questotildees como

a) de que maneira todos os alunos poderatildeo participar da aula proposta

b) se haacute necessidade de apoio adaptaccedilotildees e como fazecirc-las para sua

plena participaccedilatildeo

c) que expectativas devem ser esperadas eou modificadas para a

efetivaccedilatildeo da atividade (como os alunos demonstram o que sabem a

quantidade e qualidade das atividades propostas)

d) quais satildeo os objetivos prioritaacuterios para a aprendizagem

Enfim eacute do conhecimento de todos que natildeo haacute formas sem

precedentes que se bastem ou que se perpetuem diante das realidades

necessidades e demandas dos alunos que compotildeem as salas de aula que hoje

45

cada professor assume Eacute importante a busca constante de praacuteticas pautadas

no contexto que o aluno vivencia inovadoras pois o trabalho eacute dinacircmico

sendo fundamental que cada profissional pense na sua disponibilidade para a

construccedilatildeo de praacuteticas efetivas que conduzam a uma educaccedilatildeo de qualidade

para todos como descrevem Ferreira e Glat 2004

Poso (2004) acredita que por um lado os professores julgam-se

incapazes de dar conta dessa demanda despreparados e impotentes frente a

essa realidade que eacute agravada pela falta de material adequado de apoio

administrativo e recursos financeiros

Mantoan (2003) enfatiza que a radicalidade da inclusatildeo vem do fato de

esta exigir uma mudanccedila de paradigma educacional onde na perspectiva

inclusiva suprime-se a sub-divisatildeo dos sistemas escolares em modalidades de

ensino especial e regular As escolas atendem as diferenccedilas sem discriminar

sem estabelecer prioridades e necessidades sem estabelecer regras

diferenciadas para cada caso no planejamento avaliaccedilatildeo e aprendizado

Assim pode-se imaginar o impacto da inclusatildeo nos sistemas de ensino ao

supor a aboliccedilatildeo completa dos serviccedilos segregados da educaccedilatildeo especial os

programas de reforccedilo escolar salas de aceleraccedilatildeo e turmas especiais

Desta forma a inclusatildeo eacute uma provocaccedilatildeo cuja intenccedilatildeo eacute melhorar a

qualidade do ensino atingindo todos os alunos de uma forma globalizada

Incluir eacute necessaacuterio primordialmente para melhorar as condiccedilotildees da escola

de modo que nela se possam formar geraccedilotildees mais preparadas para viver a

vida na sua plenitude livremente sem preconceitos sem barreiras Confirma-

se assim mais uma vez a necessidade de a educaccedilatildeo se atualizar e os

professores aperfeiccediloarem as suas praacuteticas para que as escolas se obriguem

a um esforccedilo de modernizaccedilatildeo e reestruturaccedilatildeo de suas condiccedilotildees atuais

Pretende-se que a escola seja inclusiva eacute primordial que seus planos se

redefinam para uma educaccedilatildeo voltada agrave cidadania global plena livre de

preconceitos e disposta a reconhecer e entende as diferenccedilas entre as

pessoas principalmente quanto aos seus aspectos fiacutesico mental e intelectual

Natildeo basta uma educaccedilatildeo para a cidadania eacute preciso educar para a liberdade

e nesse sentido nenhuma forma de subordinaccedilatildeo intelectual pode ser

admitida

Os desafios para a concretizaccedilatildeo dos ideais inclusivos na educaccedilatildeo

46

brasileira satildeo inuacutemeros Haacute ainda de se vencer os desafios que impotildee o

conservadorismo das instituiccedilotildees especializadas e enfrentar as pressotildees

poliacuteticas e das pessoas com deficiecircncia ainda muito habituadas a seus roacutetulos

e a benefiacutecios que acentuam a incapacidade as limitaccedilotildees o paternalismo e o

protecionismo social

Smeha Ferreira (2005) descrevem que vaacuterios professores afirmam

apresentar sentimentos de despreparo para trabalharem junto agraves crianccedilas com

necessidades especiais Que natildeo tiveram em sua formaccedilatildeo acadecircmica o

preparo adequado que os capacite a lidar com a diversidade e isso gera

intenso sofrimento pois ensinar crianccedilas com limitaccedilotildees exige conhecimento

competecircncia e habilidade para que o processo inclusivo seja efetivado

Os professores foram preparados para trabalharem com as crianccedilas que

aprendem assim quando eles se deparam com as limitaccedilotildees na

aprendizagem sentem frustraccedilatildeo anguacutestia impotecircncia e medo Portanto faz-

se necessaacuterio uma significativa reformulaccedilatildeo nos cursos de graduaccedilatildeo que

estatildeo formando professores os quais certamente teratildeo alunos com

necessidades educativas especiais em sua trajetoacuteria profissional Aliaacutes essa

reformulaccedilatildeo deve abarcar natildeo somente conhecimentos sobre educaccedilatildeo de

pessoas com deficiecircncia mas tambeacutem oportunizar autoconhecimento para

que os professores possam atuar de forma mais confiante atendendo agraves

demandas educacionais especiais com mais prazer e menos sofrimento Aleacutem

da reestruturaccedilatildeo nas aacutereas que envolvem a formaccedilatildeo de professores para

que o trabalho docente possa acontecer com menor prejuiacutezo agrave sauacutede mental

parece primordial que o investimento transcenda a capacitaccedilatildeo relacionada aos

conhecimentos teacutecnicos e permeie o campo da sauacutede mental no trabalho

O suporte aos aspectos psicoloacutegicos dos professores precisam ser

contemplados com grupos de reflexatildeo ou de apoio um espaccedilo que possa

oportunizar-lhes aos mesmos falar sobre seus sentimentos dificuldades

medos ou fantasias Seria um momento para problematizar e encontrar

ressignificaccedilatildeo no exerciacutecio docente que cada vez mais precisa ser alicerccedilado

no respeito agrave diversidade humana Eacute importante tambeacutem salientar que natildeo eacute

apenas o processo de inclusatildeo o responsaacutevel pelo sofrimento docente muitos

satildeo propensos ao stress devido agraves suas proacuteprias vivecircncias pessoais e agraves

exigecircncias da contemporaneidade

47

De acordo com Souza Silva (2009)

No tocante ao trabalho docente novas propostas se fazem necessaacuterias devido agraves transformaccedilotildees educacionais que estatildeo ocorrendo de forma acelerada exigindo assim novas aprendizagens que possam contribuir para a formaccedilatildeo de profissionais capazes de responder aos novos desafios colocados agrave nossa realidade

Para Bartalotti (2006) nos dias atuais frente ao processo de inclusatildeo

como uma possibilidade embora ainda natildeo como uma realidade haacute um grande

caminho a ser percorrido Pois se olhar em volta para cada ser humano que

nos rodeia ver-se-ia o quanto ainda se tem que caminhar para a construccedilatildeo

de uma sociedade verdadeiramente inclusiva Exclui-se apenas com o olhar

com palavras quantas vezes menospreza-se o outro por ele ter um gosto

uma crenccedila religiosa situaccedilatildeo financeira cor de pele estatura e peso corporal

diferente por nos aceitos E sem a menor preocupaccedilatildeo decidi-se que esta ou

aquela pessoa natildeo serve para estar junto de noacutes de nossos filhos frequentar

nosso clube casa ou templo religioso Jaacute sentem-se excluiacutedos e rejeitados em

diferentes situaccedilotildees sentem-se olhados como diferentes indesejaacuteveis

estranhos certamente essa natildeo eacute uma sensaccedilatildeo agradaacutevel quem jaacute passou

por ela natildeo deseja repetir a experiecircncia

Para que a inclusatildeo ocorra eacute necessaacuterio que a sociedade passe pelo

aprimoramento das relaccedilotildees sociais pela compreensatildeo de que o verdadeiro

pensamento inclusivo eacute aquele que natildeo categoriza ou rotula as pessoas por

ordem de valor valor esse atribuiacutedo muitas vezes atraveacutes de estereoacutetipos

estigmas conhecimentos instituiacutedos pensar inclusivamente eacute aprender a olhar

cada pessoa e buscar nela seu real valor construiacutedo nas relaccedilotildees cotidianas

nos seus sonhos e expectativas e nas suas accedilotildees concretas no mundo

Acredita-se tambeacutem que muitas vezes fala-se que a inclusatildeo eacute uma

utopia muitos natildeo acreditam que a sociedade seja capaz desse movimento

Inclusatildeo eacute sim possibilidade assim como eacute possibilidade a construccedilatildeo de uma

sociedade mais digna para todos com ou sem deficiecircncia

Para Tessaro (2009) existe todo um discurso proacute agrave inclusatildeo em vaacuterios

segmentos da sociedade dentre os quais no ambiente escolar A inclusatildeo eacute

algo que vem se efetivando mesmo que a duras penas buscando superar toda

uma histoacuteria de isolamento discriminaccedilatildeo e preconceito Tem provocado

48

muitos questionamentos principalmente no meio acadecircmico tais como O que

eacute inclusatildeo escolar Por que incluir Qual eacute a opiniatildeo dos alunos com

deficiecircncia e dos professores sobre inclusatildeo A escola possui infra-estrutura

adequada para participar da inclusatildeo escolar Os alunos deficientes se sentem

bem com a inclusatildeo escolar Os professores estatildeo capacitados para educaccedilatildeo

inclusiva

Dutra (2007) destaca que as principais dificuldades no processo de

inclusatildeo escolar do aluno especial eacute a ausecircncia de preparo e de uma

formaccedilatildeo mais teacutecnica que visa suprir as necessidades destes alunos

mediadas pelo professor e tambeacutem agrave falta de boas condiccedilotildees fiacutesicas nas

escolas pra receber estes alunos

Jesus (2007) enfatiza que a inclusatildeo dos portadores de necessidades

educacionais especiais na escola eacute algo essencial agrave educaccedilatildeo mas eacute preciso

ser feita de maneira correta porque nem todos podem estar na escola ou

estatildeo preparados para nela estar por natildeo terem capacidade fisioloacutegica Esse eacute

um assunto muito discutido por alguns especialistas da educaccedilatildeo especial que

buscam uma maneira eficiente de incluir todos as crianccedilas e jovens que

possuem alguma necessidade educacional especial

Nesse sentido Mantoan (2006) afirma que a condiccedilatildeo primeira para

inclusatildeo deixe de ser uma ameaccedila ao que hoje a escola defende e adota como

pratica pedagoacutegica e abandonar tudo que leva a tolerar as pessoas com

deficiecircncia na sala de aula

Natildeo pode se ter um ambiente mais propiacutecio para tal processo de

conscientizaccedilatildeo do que a escola Pois seraacute por meio dessa interaccedilatildeo entre

crianccedilas que se construiraacute uma naccedilatildeo mais justa e igualitaacuteria onde todos

juntos aprenderatildeo a conviver e a se respeitarem Respeito que eacute sonhado por

todos que se espera construir um novo amanhatilde mais digno

O assunto eacute fundamental para ser discutido por todas as pessoas

envolvidas com a educaccedilatildeo e que busquem uma naccedilatildeo com menos

desigualdade social oportunidades para todos uma educaccedilatildeo que priorize o

ser e natildeo ter e uma realidade igualitaacuteria A inclusatildeo eacute acima de tudo a

transformaccedilatildeo da pratica pedagoacutegica de todos os profissionais de educaccedilatildeo

Os registros de textos artigos e livros enfatizam que sobre a

aplicabilidade atual de inclusatildeo escolar satildeo insatisfatoacuterios e que natildeo houve

49

diferenccedilas entre os alunos e entre os professores quanto a essa dimensatildeo Os

professores e os alunos expressaram vaacuterias dificuldades envolvidas nesse

processo destacando se a falta de infra-estrutura das escolas a falta de

preparocapacitaccedilatildeo profissional discriminaccedilatildeo social e a falta de aceitaccedilatildeo da

inclusatildeo

Os professores de educaccedilatildeo especial demonstraram dar mais creacutedito agrave

educaccedilatildeo inclusiva do que os do ensino regular Os alunos deficientes

demonstraram dar menos creacutedito agrave inclusatildeo do que os natildeo deficientes Os

sentimentos decorrentes da inclusatildeo que predominaram entre professores e os

alunos com deficiecircncia foram negativos enquanto entre os alunos natildeo

deficientes prevaleceram os positivos (TESSARO 2009)

Para Fonseca (2004) promover a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma tarefa de

uma equipe multidisciplinar que deve adotar uma estrateacutegia do tipo pensar em

grupo eacute pensar melhor pois soacute dessa forma se podem explorar todas as

opccedilotildees potenciais de inclusatildeo e natildeo soacute as mais coerentes acessiacuteveis ou

tradicionais Sem uma dinacircmica de grupo natildeo se podem discutir e implementar

planos educacionais individualizados na educaccedilatildeo inclusiva transpondo para

sala de aula regular programas inovadores desde a modificaccedilatildeo de

comportamento ao enriquecimento linguumliacutestico ou cognitivo

Ensino em equipe com vaacuterios professores que agem e pensam em

conjunto criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees inovaccedilotildees na instruccedilatildeo na avaliaccedilatildeo

aprendizagem cooperativa e interativa criaccedilatildeo de projetos de suporte muacuteltiplo

serviccedilos de encaminhamentos diagnoacutesticos dinacircmicos e prescritivos em

termos de praacutetica de intervenccedilatildeo na sala de aula regular aprofundamento eacutetico

e legal dos pressupostos morais da inclusatildeo social construccedilatildeo de instrumentos

de investigaccedilatildeo-accedilatildeo entre outros satildeo desafios que se colocam hoje mais do

lado do ensino do que da aprendizagem

Para Almeida Anjos (2007) vaacuterios professores destacam tensotildees que

sempre se preservaram em suas percepccedilotildees e atitudes sejam referentes agraves

pessoas com necessidades educacionais especiais sejam relativas a

dificuldades em relaccedilatildeo a si proacuteprios e aos seus saberes profissionais No

entanto os profissionais apontam em suas falas as possibilidades de transpor

tais dificuldades vividas no trabalho com alunos especiais na rotina de seu dia

a dia de trabalho

50

Laraia (1992 apud ALMEIDA ANJOS 2007) acredita que nenhuma

ordem social eacute baseada em verdades inatas que as mudanccedilas nas praacuteticas

pedagoacutegicas com a diversidade dos alunos passam por uma mudanccedila de

nossas concepccedilotildees e valores Que eacute preciso uma formaccedilatildeo que coloque o

profissional da educaccedilatildeo em conflito com seus conhecimentos e concepccedilotildees a

partir da relaccedilatildeo entre a teoria e a praacutetica para entatildeo podermos comeccedilar a

pensar em inclusatildeo Assim a partir dos pressupostos da ciecircncia social criacutetica

sustentada pelo interesse colaborativo procuramos programar com os

profissionais encontros de estudoreflexatildeo das tensotildees e possibilidades que

envolvem o trabalho com alunos com necessidades educacionais especiais

enfatizar ainda como o lazer e recreaccedilatildeo podem ser facilitadores do processo

de inclusatildeo escolar

Zimmermann (2008) acredita que para conseguir reformar a instituiccedilatildeo

escolar primeiramente se tem que reformar as mentes entretanto natildeo

conseguiraacute reformar mentes sem que se realize uma preacutevia reforma de

instituiccedilotildees Vive-se uma crise de paradigmas e toda a crise gera medos

inseguranccedila e incertezas mas propotildee-se que seja este o momento de ousadia

e de busca de alternativas que sustente e norteie para realizar-se as mudanccedilas

que o momento propotildee Que a escola seja um espaccedilo vivo de formaccedilatildeo para

todos e um ambiente verdadeiramente inclusivo eacute preciso que as poliacuteticas

puacuteblicas de educaccedilatildeo sejam direcionadas aacute inclusatildeo que os educadores

desacomodem-se combatendo a descrenccedila e o pessimismo mostrando que a

inclusatildeo eacute um momento oportuno para professores e a comunidade escolar

demonstrarem sua competecircncia e principalmente suas responsabilidades

educacionais

Esta mudanccedila de perspectiva educacional propotildee que os educadores

faccedilam a diferenccedila buscando conhecimento e contribuindo com uma praacutetica

ressignificada desenvolvendo uma educaccedilatildeo baseada na afetividade e na

superaccedilatildeo de limites que as crianccedilas aprendam a respeitar as diferenccedilas em

sala de aula preparando-as assim para o futuro a vida e o mercado de

trabalho pois vivendo a experiecircncia inclusiva seratildeo adultos bem diferentes de

noacutes e por certo natildeo faratildeo discriminaccedilotildees sociais

Arauacutejo (2008) relata a opiniatildeo dos professores sobre a inclusatildeo escolar

enfatizando com veemecircncia de que a inclusatildeo escolar do aluno portador de

51

necessidades educacionais especiais eacute um assunto muito interessante e

delicado e levantaram a conscientizaccedilatildeo desse aluno sobre o direito deste

frequentar o ensino regular no entanto essa inclusatildeo na visatildeo deles estaacute

acontecendo de forma errocircnea Pois os professores da rede regular de ensino

em sua quase totalidade natildeo estatildeo preparados para lidar com esta nova fase

da educaccedilatildeo brasileira

Tem que se pensar que para que a inclusatildeo se concretize natildeo basta

estar garantido na legislaccedilatildeo mas demanda modificaccedilotildees profundas e

importantes no sistema de ensino Essas mudanccedilas deveratildeo levar em conta o

contexto soacutecio econocircmico aleacutem de serem gradativas planejadas e contiacutenuas

para garantir uma educaccedilatildeo de oacutetima qualidade (BUENO 1998 apud

PEREIRA 2009)

Pereira (2009) acredita que a inclusatildeo depende de mudanccedila de valores

da sociedade e a vivencia de um novo paradigma que natildeo se faz com simples

recomendaccedilotildees teacutecnicas como se fossem receitas de bolo mas com reflexotildees

dos professores direccedilotildees pais alunos equipe multidisciplinar e a comunidade

Essa questatildeo natildeo eacute tatildeo simples assim pois devemos levar em conta as

diferenccedilas Como colocar no mesmo espaccedilo demandas tatildeo diferentes e

especiacuteficas se muitas vezes nem a escola especial consegue dar conta desse

atendimento de forma adequada Deparar-se com frequecircncia com as

resistecircncias dos professores e direccedilotildees manifestadas atraveacutes de

questionamentos e queixas ou ateacute mesmo com expectativas de que possa

apresentar soluccedilotildees maacutegicas de aplicaccedilatildeo imediata causando certa decepccedilatildeo

e frustraccedilatildeo pois ela natildeo existe

O problema se agrava quando se vecirc o professor totalmente dependente

do apoio ou assessoria de profissionais da aacuterea da sauacutede pois neste caso a

questatildeo cliacutenica eacute fundamental e se sobressai e novamente o pedagoacutegico fica

esquecido Com isso o professor se sente desvalorizado incapaz e fora do

processo por considerar esse aluno como doente concluindo que natildeo pode

fazer nada por ele pois ele precisa de tratamento especializado de

profissionais qualificados da aacuterea da sauacutede desistindo assim de assumir tal

tarefa

Desta forma parece que o professor esquece seu papel poreacutem natildeo se

considera o momento do professor sua formaccedilatildeo as condiccedilotildees da proacutepria

52

escola em receber esses alunos que entram nas escolas e continuam

excluiacutedos de todo o processo de ensino-aprendizagem e social causando

frustraccedilatildeo e fracassos dificultando assim a proposta de inclusatildeo Por um lado

os professores julgam-se incapazes de dar conta dessa demanda

despreparados e impotentes frente a essa realidade que eacute agravada dia-a-dia

pela falta de material adequado de apoio administrativo e recursos financeiros

Limaverde (2009) salienta que no Brasil estaacute acontecendo um grande

movimento proacute-inclusatildeo que tem sido fortalecido a partir da sistematizaccedilatildeo do

que se trata o atendimento educacional especializado Existem realidades

muito proacuteximas em relaccedilatildeo ao atendimento desses alunos mas ainda tem

muitas compreensotildees equivocadas sobre a inclusatildeo de alunos com deficiecircncia

Alguns municiacutepios brasileiros pensam que fazem inclusatildeo mas na verdade

eles tecircm feito integraccedilatildeo Percebe-se que alunos que frequentam escolas

comuns salas comuns de ensino natildeo participam efetivamente das aulas ou

das atividades realizadas e essas escolas alegam que esses alunos natildeo tecircm

condiccedilotildees de fazer as atividades e que por isso eles fazem outras atividades

diferenciadas Desta forma natildeo ocorre a inclusatildeo Isso eacute uma integraccedilatildeo

porque o aluno estaacute integrado na sala de aula comum mas ele natildeo participa

das atividades realizadas pelos demais colegas

Muitos municiacutepios brasileiros que estatildeo em processo de transiccedilatildeo ou

seja eles estatildeo implantando o atendimento educacional especializado de

caraacuteter complementar e ao mesmo tempo estatildeo ainda com problemas

relacionados agrave inclusatildeo desses alunos como por exemplo a manutenccedilatildeo de

classes especiais A partir da formaccedilatildeo de 2007 para caacute os municiacutepios tecircm se

reorganizado para atendimento educacional especializado mas ainda eacute uma

realidade muito diferenciada

A inclusatildeo soacute eacute possiacutevel onde houver respeito agrave diferenccedila e

consequentemente a adoccedilatildeo de praacuteticas pedagoacutegicas que permitam agraves

pessoas com deficiecircncia aprender e ser reconhecidos e valorizados os

conhecimentos que satildeo capazes de produzir segundo seu ritmo e na medida

de suas possibilidades (SILVA 2009)

53

A menos que a atual oportunidade favoraacutevel seja aproveitada para melhorar as qualificaccedilotildees profissionais de professores em educaccedilatildeo especial e consequentemente a qualidade da educaccedilatildeo especial tememos que os proacuteximos 20 anos ainda possam ser um periacuteodo de esperanccedilas frustradas (RELATORIO WARNOCK 1978 paraacutegrafo 1932)

54

CONCLUSAtildeO

Diante do levantamento bibliograacutefico conclui-se que a inclusatildeo nos

moldes em que se encontra atualmente estaacute longe de atender a um ideal

Tal processo necessita de muitas transformaccedilotildees Os oacutergatildeos a ele

ligados diretamente ou indiretamente deveratildeo rever suas propostas metas e

meacutetodos de implantaccedilatildeo

Profissionais da sauacutede tambeacutem tecircm papeacuteis importantes em todo o

processo inclusivo pois em accedilatildeo conjunta com os educadores podem fazer um

trabalho mais completo e eficaz

A inclusatildeo escolar eacute uma praacutetica que abrange natildeo apenas os

profissionais especiacuteficos das aacutereas meacutedica e educacional mas tambeacutem

envolve um fator preponderante na vida do indiviacuteduo atendido por ela a famiacutelia

Esta constitui a base da crianccedila com necessidades educacionais especiais e

assumindo a postura devida pode oferecer a esta crianccedila o subsiacutedio para seu

desenvolvimento escolar bem como uma fonte de apoio aos profissionais

envolvidos

Aleacutem de uma nobre causa de cunho educacional a inclusatildeo constitui

ainda uma mudanccedila no comportamento da sociedade como um todo que

passa a ter que zelar por interesses coletivos outrora ignorados pela maioria

Devido ao periacuteodo decorrido desde as primeiras iniciativas ligadas ao

processo inclusivo verifica-se que o tempo eacute um fator indispensaacutevel para sua

concretizaccedilatildeo Esta provavelmente dar-se-aacute a partir do momento em que todos

os envolvidos assumirem suas devidas responsabilidades e se unirem por uma

educaccedilatildeo de qualidade embasada em um planejamento organizado bem

dirigido iacutentegro e sobretudo pautado no respeito ao ser humano e agrave

diversidade

55

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12

O trabalho estaacute assim dividido

Capiacutetulo I Conceito de inclusatildeo e educaccedilatildeo inclusiva legislaccedilatildeo Declaraccedilatildeo

de Salamanca diretrizes na educaccedilatildeo especial

Capiacutetulo II Capacitaccedilatildeo profissional e a inclusatildeo escolar concepccedilotildees de

professores sobre a inclusatildeo na educaccedilatildeo regular e especial

Finalizando eacute apresentada a conclusatildeo

13

CAPIacuteTULO I

INCLUSAtildeO E EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

1 O CONCEITO DE INCLUSAtildeO E EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

A inclusatildeo implica em celebrar a diversidade humana e as diferenccedilas

individuais Ambas demandam uma seacuterie de recursos para a aprendizagem na

sala de aula na escola e na vida

Sabe-se que inclusatildeo necessariamente requer a capacitaccedilatildeo contiacutenua

de professores para que utilizem estrateacutegias de ensino mais diversificadas e

mais dinacircmicas garantindo que as necessidades e carecircncias do aluno natildeo

sejam ignoradas ou negligenciadas pelo professor ou pela escola mas seja

parte integrante da vida escolar

Inclusatildeo pressupotildee uma escola que adote uma poliacutetica participativa e

uma cultura inclusiva na qual todos os membros da comunidade escolar sejam

colaboradores entre si e aprendam uns com os outros a partir da reflexatildeo sobre

as praacuteticas docentes ou seja um maior envolvimento entre a famiacutelia e a escola

e entre a escola e a comunidade onde ambos buscam uma educaccedilatildeo de

qualidade para todos

O Centro de Estudos sobre Educaccedilatildeo Inclusiva define a inclusatildeo como

sendo uma

Filosofia que valoriza diversidade de forccedila habilidades e necessidades como natural e desejaacutevel trazendo para cada comunidade a oportunidade de responder de forma que conduza agrave aprendizagem e do crescimento da comunidade como um todo e dando a cada membro desta comunidade um papel de valor (CSEI 2000 p 1)

A educaccedilatildeo inclusiva tem sido objeto de inquietaccedilotildees e constitui um

sistema paralelo de instituiccedilotildees e serviccedilos especializados no qual a inclusatildeo

escolar desponta como um ideal utoacutepico A sauacutede limita-se agrave medicalizaccedilatildeo e

patologizaccedilatildeo da deficiecircncia ou agrave reabilitaccedilatildeo compreendida basicamente

14

como confecccedilatildeo de oacuterteses e proacuteteses

Ordem e desordem fazem parte de uma mesma totalidade movente ou seja o equiliacutebrio conteacutem e eacute criado pelo desequiliacutebrio Isto pode ser importante para a compreensatildeo dos processos de aprendizagem ricos em evoluccedilotildees imprevistas traccedilados por relaccedilotildees natildeo lineares de causa e efeito fractados em muacuteltiplas e diferentes magnitudes tornando-se precaacuteria a universalizaccedilatildeo (BEAUCLAIRJ 2001)

Sabe

se que estamos apenas no iniacutecio de uma longa caminhada pela

busca da excelecircncia da educaccedilatildeo no Brasil A educaccedilatildeo especial representa

um novo rumo para a sociedade trazendo um novo paradigma de educaccedilatildeo

derrubando barreiras do preconceito e ascendendo uma cultura democraacutetica de

valorizaccedilatildeo humana

Segundo Carvalho (2003) a proposta da educaccedilatildeo inclusiva natildeo

representa um fim em si mesma como se estabelecidas certas diretrizes

organizacionais a escola melhorasse num passe de maacutegica Muito mais do

que isso pretende-se a partir da anaacutelise de como tem funcionado os nossos

sistemas educacionais identificar as barreiras existentes para a aprendizagem

dos alunos com vista agraves providecircncias poliacuteticas teacutecnicas e administrativas que

permitam enfrentaacute-las e removecirc-las Pretende-se identificar processos que

aumentem a participaccedilatildeo de todos os alunos reduzindo-lhes a exclusatildeo na

escola e garantindo-lhes sucesso em sua aprendizagem aleacutem do

desenvolvimento da auto-estima

Para a educaccedilatildeo o sujeito com deficiecircncia eacute um aluno especial cujas

necessidades especiacuteficas demandam recursos equipamentos e niacuteveis de

especializaccedilatildeo definidos de acordo com a condiccedilatildeo fiacutesica sensorial ou mental

Na sauacutede o eacute tratado como paciente sujeito a intervenccedilotildees tardias e de cunho

curativo enquanto no campo da assistecircncia social eacute beneficiaacuterio desprovido de

recursos essenciais agrave sua sobrevivecircncia e sujeito a formas de concessatildeo de

benefiacutecios temporaacuterios ou permanentes de caraacuteter restritivo Nestes setores

satildeo accedilotildees isoladas e simboacutelicas ao lado de um conjunto de leis projetos e

iniciativas inexperientes e desarticuladas entre as diversas instancias do poder

puacuteblico

Que sujeito eacute esse Quais as nossas visotildees quanto agraves dificuldades e

necessidades Um sujeito diferente diferenciado ou deficiente Quem satildeo

15

esses sujeitos quando pensamos em inclusatildeo

com dificuldade de interaccedilatildeo de estabelecer uma

relaccedilatildeo de troca de transitar pela diferenccedila aquele

que sente ameaccedilador estar dentro de um grupo

com dificuldades de articular o eu e o outro

sem autonomia de aprendizado

que se sentem ameaccedilados quando se expotildeem na

relaccedilatildeo de aprendizagem

que apresentam discrepacircncias entre o corpo

organismo pensamento e emoccedilatildeo

que natildeo conseguem lidar com o escondido

que tem uma auto imagem rebaixada

Satildeo incluiacutedos

aqueles

que causam estranhamento agravequeles que se

aproximam

de um olhar integral e natildeo somente voltado para sua

dificuldade

de uma relaccedilatildeo que vaacute aleacutem da objetividade

pedagoacutegica

de um ego auxiliar para poder constituir-se

de ser visto segundo suas possibilidades e natildeo

impossibilidades

de uma escola estruturada para recebecirc-lo

de uma equipe estruturada para ajudaacute-lo a se

desenvolver natildeo somente nas questotildees cognitivas

mas tambeacutem soacutecio-afetivas

sentir-se seguro e assegurado

Necessita esse

sujeito

ter a garantia de um compromisso com os

encaminhamentos de suas necessidades

Fonte adaptado de Parolin 2006

Quadro 1 Quem deve ser incluiacutedo

16

O arquivo aberto sobre a Educaccedilatildeo Inclusiva (UNESCO 2001 p15)

uma publicaccedilatildeo da UNESCO contendo materiais de apoio para legisladores

administradores e gestores escolares assume que a educaccedilatildeo inclusiva diz

respeito aos seguintes assuntos-chave

a) aacute crenccedila de que o direito agrave educaccedilatildeo eacute um direito humano e o

fundamento de uma sociedade mais justa

b) aacute realizaccedilatildeo deste direito por meio do movimento da educaccedilatildeo para

todos e (EPT

1990) trabalho no sentido de tornar a educaccedilatildeo

baacutesica de qualidade acessiacutevel

c) ao avanccedilo do movimento da educaccedilatildeo para todos com a finalidade

de encontrar formas de tornar as escolas capazes de servirem a

todas as crianccedilas nas suas comunidades como parte de um sistema

educacional inclusivo

d) ao fato de que a inclusatildeo diz respeito a todos os aprendizes com um

foco agravequeles que tradicionalmente tecircm sido excluiacutedos das

oportunidades educacionais

Publicaccedilatildeo relevante na aacuterea de educaccedilatildeo inclusiva eacute o index para a

Inclusatildeo (CSEI 2000) estabelece que

Inclusatildeo ou educaccedilatildeo inclusiva natildeo eacute um outro nome para a educaccedilatildeo dos alunos com necessidades especiais Inclusatildeo envolve uma abordagem diferente para identificar e resolver dificuldades que emergem na escola () [a inclusatildeo educacional] implica em um processo que aumente a participaccedilatildeo de estudantes e reduza sua exclusatildeo da cultura do curriacuteculo e das comunidades das escolas locais

De forma mais simples podemos dizer que incluir significa fazer com

que o indiviacuteduo se torne parte da comunidade escolar sendo reconhecido

como um de seus membros com as mesmas oportunidades que os outros

Ainscow Tweddle (2005) expressaram a consideraacutevel confusatildeo sobre

o significado da inclusatildeo para as comunidades educacionais que fazem parte

de sua pesquisa na Inglaterra Poreacutem estes autores identificaram quatro

elementos- chave na sua definiccedilatildeo conforme segue

a) Inclusatildeo eacute um processo o quer dizer nunca termina porque sempre

haveraacute um aluno que encontraraacute barreira para aprender

17

b) Inclusatildeo diz respeito agrave identificaccedilatildeo e remoccedilatildeo de barreiras e isto

implica coleta contiacutenua de informaccedilotildees que satildeo valiosas para

entender a performance dos alunos a fim de planejar e estabelecer

metas

c) Inclusatildeo diz respeito agrave presenccedila participaccedilatildeo e aquisiccedilatildeo de todos

os alunos Presenccedila diz respeito agrave frequumlecircncia e pontualidade dos

alunos na sua escolarizaccedilatildeo Participaccedilatildeo trata-se do modo como os

alunos percebem a sua proacutepria aprendizagem e se a mesma possui

qualidade acadecircmica

d) Aquisiccedilatildeo se refere aos resultados da aprendizagem em termos de

todo conteuacutedo curricular dentro e fora de escola

Inclusatildeo envolve uma ecircnfase nos grupos de estudantes que podem

estar com risco de marginalizaccedilatildeo exclusatildeo e baixo desempenho educacional

Envolve o monitoramento cuidadoso pelas autoridades educacionais locais aos

alunos assim como o apoio oferecido agraves escolas para assegurar que as

mesmas estejam lidando com as barreiras a fim de prevenir que esses alunos

natildeo sejam excluiacutedos

Segundo Pereira (2009) todas estas definiccedilotildees oferecem os subsiacutedios

para a qualificaccedilatildeo de um novo professor e uma nova metodologia de ensino

Um professor comprometido com a inclusatildeo deve ter em mente que

a) a educaccedilatildeo eacute um direito humano

b) as crianccedilas estatildeo na escola para aprender

c) ha crianccedilas que satildeo mais vulneraacuteveis agrave exclusatildeo educacional do que

outras

d) eacute responsabilidade da escola e dos professores criar formas

alternativas de ensino e aprendizagem mais efetivas para todos

Uma metodologia inclusiva de ensino deve ser capaz de garantir que o

aluno se sinta motivado para frequumlentar a escola e participar das atividades na

sala de aula O educador deve possuir qualidade curricular e metodoloacutegica a

fim de identificar barreiras agrave aprendizagem e planejar formas de removecirc-las

para que cada aluno seja contemplado e respeitado em seu processo de

aprendizagem Neste contexto Limaverde (2009) referente agrave diversidade

humana a praacutetica escolar deve estar fundamentada na crenccedila de que

a) em qualquer periacuteodo de sua escolarizaccedilatildeo qualquer crianccedila pode

18

enfrentar dificuldades para aprender ou fazer parte da comunidade

escolar

b) as dificuldades de aprendizagem que emergem no dia-a-dia da

escolasala de aula constituem um recurso para melhorar o ensino

c) todas as mudanccedilas geradas como resultado da tentativa de

responder agraves necessidades de aprendizagem de uma dada crianccedila

oferecem melhores condiccedilotildees para todas as crianccedilas aprenderem

Tais fundamentos revelam que a inclusatildeo natildeo depende de diagnoacutestico

ou categorias de deficiecircncias baseadas em niacuteveis de habilidades ou

capacidades do aluno e natildeo segrega ou discrimina nenhuma crianccedila com base

nas suas caracteriacutesticas individuais

Ao inveacutes disso a inclusatildeo cria oportunidades para todos os alunos

aprenderem por meio do uso de estrateacutegias diversificadas de ensino ao mesmo

tempo em que cria bases firmes para a melhoria da escola e para a

capacitaccedilatildeo contiacutenua dos professores

Ferreira Glat (2004) enfatiza que a inclusatildeo eacute um termo que tem sido

usado predominantemente como sinocircnimo para integraccedilatildeo de alunos com

deficiecircncia no ensino regular denotando desta forma a perpetuaccedilatildeo da

vinculaccedilatildeo deste conceito com a educaccedilatildeo especial

Para Fonseca (2004) a inclusatildeo parece natildeo oferecer duacutevidas

literalmente significa accedilatildeo ou resultado de incluir de envolver de abranger de

fechar de encerrar de introduzir de inserir dentro de alguma coisa

A educaccedilatildeo inclusiva significa assegurar a todos os estudantes sem

exceccedilatildeo independentemente da sua origem sociocultural e da sua evoluccedilatildeo

psicobioloacutegica a igualdade de oportunidades educativas para que desse

modo possam usufruir de serviccedilos de qualidade conjuntamente com outros

apoios complementares e possam beneficiar-se igualmente da sua integraccedilatildeo

em classes etariamente adequadas perto da sua residecircncia com objetivo de

serem preparados para uma vida futura a mais independente e produtiva

possiacutevel como membros de pleno direito da sociedade segundo Bos e Vaughn

(1994) Clark Dyson e Millward (1998) (apud FONSECA 2004)

Para Pereira (2009) a inclusatildeo eacute um movimento mundial de luta das

pessoas com deficiecircncias e seus familiares na busca dos seus direitos e lugar

na sociedade

19

Existe um consenso entre os estudiosos de que inclusatildeo natildeo se refere

somente agraves crianccedilas com deficiecircncia e sim a todas as crianccedilas jovens e

adultos que sofrem qualquer tipo de exclusatildeo educacional seja dentro das

escolas e salas de aula quando natildeo encontram oportunidades para participar

de todas as atividades escolares quando satildeo expulsos e suspensos por

razotildees muitas vezes obscuras quando natildeo tecircm acesso agrave escolarizaccedilatildeo e

permanecem fora das escolas como eacute o caso de muitos brasileiros e de muitas

crianccedilas africanas

Celedoacuten (2009) acredita que a inclusatildeo eacute ato ou efeito de incluir isto eacute

de compreender (entender algueacutem aceita-lo como eacute) abranger (conter em si

mas tambeacutem apreender perceber entender alcanccedilar atingir) em estudos da

linguagem inclusive se diz da primeira pessoa do plural que inclui o falante e o

ouvinte (no caso professores e alunos)

11 Histoacuterico de Inclusatildeo

O marco histoacuterico da inclusatildeo foi em junho de 1994 com a Declaraccedilatildeo

de Salamanca Espanha realizada pela UNESCO na Conferecircncia Mundial

sobre necessidades educativas especiais acesso e qualidade assinado por 92

paiacuteses cujo princiacutepio fundamental eacute todos os alunos devem aprender juntos

sempre que possiacutevel independente das dificuldades e diferenccedilas que

apresentem (PEREIRA 2009 p1)

Para Celedoacuten (2009) antes do seacuteculo XX natildeo existia a ideacuteia de

inclusatildeo a maioria das pessoas principalmente mulheres deficientes fiacutesicos e

mentais de outras raccedilas que natildeo a branca e pobre natildeo tinha o direito ou as

condiccedilotildees miacutenimas para frequentar a escola

No seacuteculo XX comeccedila a chamada segregaccedilatildeo mais pessoas tinham

acesso agrave escola poreacutem dificilmente misturavam-se com os alunos

representantes da classe dominante Na segunda metade do seacuteculo surgiam as

escolas especiais e mais tarde as classes especiais dentro das escolas

comuns Surgia assim uma aberraccedilatildeo pedagoacutegica a separaccedilatildeo de dois

sistemas educacionais por um lado a educaccedilatildeo comum e do outro a educaccedilatildeo

especial

20

Jaacute na deacutecada de 70 aparecia a integraccedilatildeo As escolas comuns

aceitavam alguns alunos antes rejeitados ou marginalizados que poderiam

frequentar classes comuns desde que conseguissem adaptar-se

Os primeiros movimentos que apontavam para o surgimento da inclusatildeo

escolar datam do final da deacutecada de 80 Assim soacute haacute um tipo de educaccedilatildeo e

ela eacute para todos sem restriccedilatildeo sem separaccedilatildeo (CELEDOacuteN 2009)

A inclusatildeo comeccedilou como um movimento de pessoas com deficiecircncia e

seus familiares na luta pelos seus direitos de igualdade na sociedade

visualiza-se as diversas noccedilotildees dificuldades concepccedilotildees e sentimentos

vinculados a realidade inclusiva

Medidas bem planejadas

conscientizaccedilatildeo governamental e social

Exige aceitaccedilatildeo da diferenccedilas

socializaccedilatildeo

poliacuteticas de integraccedilatildeo

Um desafio

Constitui uma troca constante entre alunos e

professores um processo gradativo

Inclusatildeo

Enfrenta seguranccedila

problemas de formaccedilatildeo

condiccedilotildees atitudinais e arquitetocircnicas

Fonte adaptado de Parolin2006

Quadro 2 Inclusatildeo

12 O papel da famiacutelia no processo de inclusatildeo

A famiacutelia eacute a primeira unidade agrave qual a crianccedila com necessidades

especiais viraacute a fazer parte entretanto muitas vezes os familiares natildeo estatildeo

preparados para recebecirc-la ainda que constitua um importante suporte para

esta crianccedila

21

Segundo Kaloustian (2002) a famiacutelia eacute o lugar indispensaacutevel para a

garantia da sobrevivecircncia e da proteccedilatildeo integral dos filhos e demais membros

independentemente do arranjo familiar ou da forma como vem se estruturando

Eacute a famiacutelia que propicia os aportes afetivos e sobretudo materiais necessaacuterios

ao desenvolvimento e bem estar dos seus componentes Ela desempenha um

papel decisivo na educaccedilatildeo formal e informal eacute em seu espaccedilo que satildeo

absorvidos os valores eacuteticos e humaniacutesticos e onde se aprofundam os laccedilos

de solidariedade Eacute tambeacutem em seu interior que se constroem as marcas entre

as geraccedilotildees e satildeo observados valores culturais

Para Aranha (2004) eacute imprescindiacutevel promover cuidados de apoio agrave

famiacutelia e agrave comunidade para que as crianccedilas e adolescentes com dificuldades

especiais tenham condiccedilotildees favoraacuteveis para um desenvolvimento saudaacutevel

A famiacutelia tem se encontrado numa posiccedilatildeo de dependecircncia de

profissionais em diferentes aacutereas do conhecimento no sentido de receberem

orientaccedilotildees de como proceder em relaccedilatildeo agraves necessidades especiais de seus

filhos

De acordo com Ribeiro (2004 p20)

A famiacutelia vem se mantendo ao longo da histoacuteria da humanidade como instituiccedilatildeo social permanente o que pode ser explicado por sua capacidade de mudanccedilaadaptaccedilatildeo resistecircncia e por receber valorizaccedilatildeo positiva da sociedade e daqueles que a integram

Faz-se necessaacuterio que a famiacutelia construa conhecimentos sobre as

necessidades especiais de seus filhos assim os profissionais ligados

diretamente ao caso deveratildeo orientar e preparar a famiacutelia para tal desafio

bem como ajudaacute-la a aceitar as dificuldades de modo a facilitar o dia-a-dia da

crianccedila no contexto familiar

Segundo Gokhale (1980) acrescenta ainda que a famiacutelia natildeo eacute

somente o berccedilo da cultura e a base da sociedade futura mas eacute tambeacutem o

centro da vida social A educaccedilatildeo bem sucedida da crianccedila na famiacutelia eacute que vai

servir de apoio agrave sua criatividade e ao seu comportamento produtivo quando for

adulto A famiacutelia tem sido eacute e seraacute a influecircncia mais poderosa para o

desenvolvimento da personalidade e do caraacuteter das pessoas

A famiacutelia precisa construir padrotildees cooperativos e coletivos de

enfrentamento dos sentimentos de anaacutelise das necessidades primordiais de

22

cada membro e do grupo como um todo da tomada de decisotildees de busca dos

recursos e serviccedilos especializados que seratildeo necessaacuterios para o bem estar e

adequada qualidade de vida do indiviacuteduo especial como tambeacutem de toda sua

famiacutelia (ARANHA 2004)

Eacute essencial que se invista na orientaccedilatildeo e no apoio agrave famiacutelia para que

esta possa cumprir da melhor maneira possiacutevel seu papel educativo junto aos

seus dependentes

Agrave famiacutelia cabe o maior tempo de convivecircncia e adaptaccedilatildeo da crianccedila

com necessidades especiais Por isso o domiciacutelio e as pessoas que nele

moram devem ser preparados para enfrentar este desafio que natildeo eacute faacutecil

poreacutem com todo cuidado e ajuda especiacutefica se tornaraacute muito mais faacutecil e

prazeroso

13 As condiccedilotildees da inclusatildeo escolar no Brasil

As instituiccedilotildees escolares no Brasil ao reproduzirem constantemente o

modelo tradicional natildeo tem demonstrado condiccedilotildees de responder aos desafios

da inclusatildeo escolar e do acolhimento agraves diferenccedilas nem de promover

aprendizagens necessaacuterias agrave vida em sociedade

A escola natildeo tem conseguido cumprir o papel de configurar-se como

espaccedilo educativo adequado ao processo inclusivo O tradicionalismo assenta-

se em pressuposto irrealizaacutevel ao fazer com que os alunos enquadrem agraves suas

exigecircncias

No plano eacutetico e poliacutetico a defesa de igualdade de direitos com

destaque para o direito agrave educaccedilatildeo parece constituir-se em consenso As

discordacircncias satildeo enunciadas no plano da definiccedilatildeo das propostas para sua

concretizaccedilatildeo

Oliveira( 2001 p 2 ) analisa que

A proacutepria declaraccedilatildeo desse direito agrave educaccedilatildeo pelo menos no que diz respeito agrave gratuidade constava jaacute na Constituiccedilatildeo Imperial O que se aperfeiccediloou para aleacutem de uma maior precisatildeo juriacutedica - evidenciada pela redaccedilatildeo - foram os mecanismos capazes de garantir em termos praacuteticos os direitos anteriormente enunciados estes sim verdadeiramente inovadores

23

No discurso decorrente de muitos profissionais da educaccedilatildeo a inclusatildeo

escolar tem sido uma expressatildeo empregada com sentido restrito como se

significasse apenas matricular alunos com deficiecircncia e necessidades

especiais em classe comum Mas a construccedilatildeo conceitual dessa expressatildeo

ultrapassa em muito esse entendimento Sua implantaccedilatildeo pode implicar em

resguardar a classe comum como espaccedilo de escolarizaccedilatildeo de todos ou como

uma das opccedilotildees para aqueles com necessidades educacionais especiais

ainda que deva ser a preferencial como preconizado pela Constituiccedilatildeo Federal

de 1988

De acordo com Gonzalez (2002)

A educaccedilatildeo especial eacute marcada pela ideacuteia de uma educaccedilatildeo diferente e dirigida a um grupo de sujeitos especiacuteficos a compreensatildeo anterior eacute marcada pela ideacuteia de uma accedilatildeo ou conjunto de accedilotildees e serviccedilos dirigidos a todos os sujeitos que deles necessitam em contextos normalizados

A expressatildeo alunos com necessidades educacionais especiais eacute usada

para designar pessoas com deficiecircncia mental auditiva visual fiacutesica e muacuteltipla

superdotaccedilatildeo e altas habilidades e condutas tiacutepicas que requerem em seu

processo de educaccedilatildeo escolar atendimento educacional especializado que

pode se concretizar em intenccedilotildees para lhes garantir acessibilidade

arquitetocircnica de comunicaccedilatildeo e de sinalizaccedilatildeo adequaccedilotildees didaacutetico

metodoloacutegicas curriculares e administrativas bem como materiais e

equipamentos especiacuteficos ou adaptados

Xavier (2002) salienta que

A construccedilatildeo da competecircncia do professor para responder com qualidade agraves necessidades educacionais especiais de seus alunos em uma escola inclusiva pela mediaccedilatildeo da eacutetica responde aacute necessidade social e histoacuterica de superaccedilatildeo das praticas pedagoacutegicas que discriminam segregam e excluem e ao mesmo tempo configura na accedilatildeo educativa o vetor de transformaccedilatildeo social para a equidade a solidariedade a cidadania

24

conhecer o sujeito natildeo eacute preciso orientar as

atividades e refletir cada accedilatildeo

o sucesso das intervenccedilotildees depende do

conhecimento humano e desenvolvimento

psicossocial dos interventores

Trabalhar com a

inclusatildeo requer

mudanccedilas de

paradigmas nessa praacutetica haacute uma identificaccedilatildeo subjetiva com

esse sujeito

como essa praacutetica foi se constituindo

qual era o objetivo da construccedilatildeo dessa praacutetica

A que se propotildee

quem satildeo os sujeitos que datildeo corpo a essa praacutetica

Trabalhar com

inclusatildeo requer

reflexatildeo sobre a

praacutetica por que esta opccedilatildeo e natildeo outra

compromisso com aprendizagem

compromisso com formaccedilatildeo

compromisso teacutecnico humano cientiacutefico

Trabalhar com

inclusatildeo requer

postura eacutetica compromisso com a qualidade na aprendizagem

Fonte adaptado Parolin 2006

Quadro 3 Preacute requisitos para o trabalho inclusivo

Atualmente coexistem pelo menos duas propostas para a educaccedilatildeo

especial uma em que conhecimentos acumulados sobre educaccedilatildeo especial

teoacutericos e praacuteticos devem estar a serviccedilo dos sistemas de ensino e portanto

das escolas e disponiacuteveis a todos os professores alunos e demais membros

da comunidade escolar que a qualquer momento podem requerecirc-los outra

em que se deve configurar um conjunto de recursos e serviccedilos educacionais

especializados dirigidos apenas agrave populaccedilatildeo escolar que apresente

solicitaccedilotildees que o ensino comum natildeo tem conseguido contemplar

De acordo com Glat Nogueira (2002 )

As poliacuteticas para a inclusatildeo devem ser concretizadas na forma de programas de capacitaccedilatildeo e acompanhamento contiacutenuo que orientem o trabalho docente na perspectiva da diminuiccedilatildeo gradativa

25

da exclusatildeo escolar o que visa a beneficiar natildeo apenas os alunos com necessidades especiais mas de uma forma geral a educaccedilatildeo escolar como um todo

Mantoan Prieto Arantes (2006) salientam que o planejamento e a

implantaccedilatildeo de poliacuteticas para atender a alunos com necessidades educacionais

especiais requerem domiacutenio conceitual sobre inclusatildeo escolar e sobre as

solicitaccedilotildees decorrentes de sua adoccedilatildeo enquanto princiacutepio eacutetico-poliacutetico bem

como a clara definiccedilatildeo dos princiacutepios e diretrizes nos planos e programas

elaborados permitindo a redefiniccedilatildeo dos papeis da educaccedilatildeo especial e do

atendimento desse alunado

A poliacutetica educacional brasileira tem deslocado progressivamente para

os municiacutepios parte da responsabilidade administrativa financeira e

pedagoacutegica pelo acesso e permanecircncia de alunos com necessidades

educacionais especiais nas escolas em decorrecircncia do processo de

municipalizaccedilatildeo do ensino fundamental Essa diretriz tem provocado alguns

impactos no atendimento a esse puacuteblico alvo Algumas prefeituras criaram

formas de atendimento educacional especializado outras ampliaram ou

mantiveram seus auxiacutelios e serviccedilos de ensino algumas estatildeo apenas

matriculando esses alunos em suas redes de ensino e haacute ainda as que

desativaram alguns serviccedilos prestados como por exemplo a oferta de

programas de transporte adaptado

No Brasil o atendimento educacional especializado era em 2004

desenvolvido na proporccedilatildeo de 13 para 23 referindo-se a escolas comuns

puacuteblicas e a escolas exclusivamente especializadas ou em classes especiais

respectivamente

A base de dados divulgada natildeo registra informaccedilotildees sobre matriacuteculas no

ensino superior mas revela que o atendimento estaacute centrado na educaccedilatildeo

infantil (109596 matriacuteculas que correspondem a 19 3 do total) e no ensino

fundamental (365359 ou 644) Haacute na EJA (Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos)

e na educaccedilatildeo profissional pouco mais de 41500 matriacuteculas em cada uma

dessas modalidades no ensino meacutedio as matriacuteculas equivaliam a 16 com

apenas 8281 alunos nesse niacutevel de ensino

A matriacutecula inicial na classe comum evoluiu de 1998 a 2002 em 151

Passamos de um total 439233 matriacuteculas em 1998 para 110536 em 2002

26

Em 2003 em dados aproximados havia 144100 alunos com necessidades

educacionais especiais nas referidas classes e em 2004 184800

evidenciando crescimento anual de 281 entre esses dois uacuteltimos anos

Deixa-se em aberto a possibilidade de sabermos que patamar de

atendimento foi atingido pois para isso precisariacuteamos ter dados sobre os que

estatildeo fora da escola portanto sem nenhum tipo de atendimento escolar

Eacute um dever natildeo cumprido averiguar se aos alunos com necessidades

educacionais especiais estaacute sendo garantido aleacutem do acesso agrave escola o

acesso agrave educaccedilatildeo aqui compreendida como processo de desenvolvimento

da capacidade fiacutesica intelectual e moral da crianccedila e do ser humano em geral

visando sua melhor integraccedilatildeo individual e social

Uma accedilatildeo que deve marcar as poliacuteticas puacuteblicas de educaccedilatildeo eacute a

formaccedilatildeo dos profissionais da educaccedilatildeo Sem deixar de considerar que em

educaccedilatildeo atuam profissionais no acircmbito teacutecnico-administrativo e em outras

funccedilotildees com importante papel no desenvolvimento de accedilotildees educacionais

14 Legislaccedilatildeo direitos e deveres na inclusatildeo

141 Leis e declaraccedilotildees internacionais

a) Declaraccedilatildeo de Cuenca - UNESCO - Equador 1981

b) Declaraccedilatildeo de Sunderberg - Torremolinos Espanha 1981

c) Resoluccedilotildees da XXIII Conferecircncia Sanitaacuteria Panamericana

- OPSOrganizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede - Washington DC USA -

1990

- Seminaacuterio Unesco - Caracas - Venezuela - 1992 - Informe Final

d) Declaraccedilatildeo de Santiago - Chile - 1993

e) Assembleacuteia Geral das Naccedilotildees Unidas - New York USA - 1993

Normas

- Uniformes sobre a igualdade de oportunidade para pessoas com

incapacidades

f) Declaraccedilatildeo Mundial de Educaccedilatildeo para Todos - UNICEF - Jon Tien

Tailacircndia - 1990

27

g) Declaraccedilatildeo de Salamanca - Salamanca Espanha princiacutepios poliacuteticas

e praacutetica em Educaccedilatildeo Especial - 1994 - criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de sistemas

educacionais inclusivos

142 Leis nacionais

a) Constituiccedilatildeo Federal de 1988 - Tiacutetulo VI - Da Ordem Social - Art 208

e Art 227

b) Lei nordm 785389 - Dispotildee sobre o apoio agraves pessoas com deficiecircncias

sua integraccedilatildeo social e pleno exerciacutecio de direitos sociais e individuais

c) Decreto nordm 220897 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

d) Parecer CNECEB nordm 1699 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

e) Resoluccedilatildeo CNECEB nordm 499 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

f) Decreto nordm 329899 - Regulamenta a Lei 785389 daacute-lhe condiccedilotildees

operacionais consolida as normas de proteccedilatildeo ao portador de deficiecircncias

g) LDB nordm 939496 (Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional) -

Capiacutetulo V - Educaccedilatildeo Especial - Art 58 Art 59 e Art 60 Portaria

MEC nordm 167999 - requisitos de acessibilidade a cursos instruccedilatildeo de

processos de autorizaccedilatildeo de cursos e credenciamento de instituiccedilotildees

voltadas agrave educaccedilatildeo especial

h) Parecer CNECEB nordm 1499 - Diretrizes nacionais da educaccedilatildeo

escolar indiacutegena

i) Resoluccedilatildeo CNECEB nordm 0399 - Fixa diretrizes nacionais para o

funcionamento de escolas indiacutegenas

j) Lei nordm 1009800 - Estabelece normas gerais e criteacuterios baacutesicos para a

promoccedilatildeo de acessibilidade das pessoas portadoras de deficiecircncia ou com

mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Resoluccedilatildeo CNECEB nordm

22001 - Institui diretrizes e normas para a educaccedilatildeo especial na Educaccedilatildeo

Baacutesica

k) Parecer CNECEB nordm 172001 - Diretrizes Nacionais para a Educaccedilatildeo

Especial na Educaccedilatildeo Baacutesica

28

l) Lei nordm 101722001 - Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo - PNE e daacute

outras providecircncias (o PNE estabelece 27 objetivos e metas para a

educaccedilatildeo de pessoas com necessidades educacionais especiais)

143 Direitos e Deveres

o papel da educaccedilatildeo consiste em favorecer que cada um de forma

livre e autocircnoma reconheccedila aos demais a mesma esfera de direito que exige

para si (VIEIRA 1999 p 16)

1431 Direito agrave acessibilidade

Para que as pessoas com deficiecircncia possam ter liberdade de ir e vir e

se sentir parte da comunidade elas necessitam de um meio fiacutesico adequado e

que garanta seguranccedila e acesso O direito a acessibilidade estaacute descrito nas

Leis 1009800 - regulamentada atraveacutes do Decreto 529604 - e 1004800 que

prevecircem a adequaccedilatildeo das vias e de espaccedilos puacuteblicos no mobiliaacuterio urbano na

construccedilatildeo e reforma de edifiacutecios nos meios de transporte e de comunicaccedilatildeo e

do acesso a informaccedilatildeo

Eacute possiacutevel promover a inclusatildeo social no meio fiacutesico construindo rampas

de acesso banheiros adaptados pisos taacuteteis guias rebaixadas sinais sonoros

entre outros

A acessibilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo pode ser alcanccedilada

atraveacutes de sites acessiacuteveis que atendam agraves pessoas com deficiecircncia visual e

por exemplo aparelhos de televisatildeo com legenda oculta As emissoras de TV

devem incluir em suas programaccedilotildees inteacuterprete de Libras para que as pessoas

com deficiecircncia auditiva possam acompanhar os programas

29

Pessoas com deficiecircncia fiacutesica idosos gestantes lactantes e pessoas

com crianccedilas de colo devem ter atendimento prioritaacuterio por meio de serviccedilos

individualizados que assegurem tratamento diferenciado

1432 Direito ao trabalho

Foram diversas as conquistas em defesa das pessoas com deficiecircncia

nos uacuteltimos anos Hoje elas satildeo amparadas por lei no seu direito de acesso ao

trabalho Graccedilas a estas conquistas fazer parte do quadro de funcionaacuterios de

uma empresa jaacute natildeo eacute um obstaacuteculo mas a permanecircncia destes profissionais

no local de trabalho ainda exige cuidados Cabe aos empregadores garantir

bem estar e acessibilidade aos seus colaboradores para que eles tenham

oportunidade de exercer suas funccedilotildees de maneira adequada e mostrar todo o

seu potencial

Este sistema estaacute carregado da antiga visatildeo de assistencialismo

capacidade laborativa reduzida e falta de noccedilatildeo sobre cidadania Na sociedade

brasileira ele ainda eacute necessaacuterio para que as pessoas apostem nestes

profissionais e desta forma descubram que eles tecircm um enorme potencial

Em vaacuterios paiacuteses como EUA Canadaacute Gratilde-Bretanha Nova Zelacircndia

Dinamarca Sueacutecia Finlacircndia Austraacutelia e Portugal este princiacutepio foi extinto e a

antiga visatildeo foi superada Em naccedilotildees como o Brasil ela estaacute em vias de

superaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo eacute a melhor forma de acabar com o preconceito

Durante anos a sociedade excluiu as pessoas com deficiecircncia do

conviacutevio social Esta exclusatildeo se reflete ateacute hoje em diversos setores sociais

Vaacuterias leis foram criadas visando agrave inclusatildeo dos cidadatildeos com

deficiecircncia mas algumas delas foram concebidas quando ainda se tinha pouco

conhecimento sobre este puacuteblico e suas limitaccedilotildees O sistema de cotas eacute uma

delas

a) 1980 - estabelecida como a deacutecada internacional da pessoa com

deficiecircncia

b) 1992 - estabelecida a data de 3 de dezembro como dia internacional das

pessoas portadoras de deficiecircncia da ONU

30

c) 1994 - declaraccedilatildeo de Salamanca (Espanha) tratando da educaccedilatildeo

especial

d) 1995 - a Inglaterra aprova legislaccedilatildeo semelhante para empresas com

mais de vinte empregados

e) 1999 - promulgada na Guatemala a convenccedilatildeo interamericana para a

eliminaccedilatildeo de todas as formas de discriminaccedilatildeo contra as pessoas

portadoras de deficiecircncia

f) 2002 - realizado em marccedilo o congresso europeu sobre deficiecircncia em

Madri que estabeleceu 2003 como o ano europeu das pessoas com

deficiecircncia

g) 1981 - adotado pela ONU como o ano internacional das pessoas com

deficiecircncia

h) 1983 elaboraccedilatildeo da convenccedilatildeo 159 pela OIT

i) 1990 - aprovada a ADA (Lei dos Deficientes dos Estados Unidos)

aplicaacutevel a toda empresa com mais de quinze funcionaacuterios

j) 1997 - tratado de Amsterdatilde em que a Uniatildeo Europeacuteia se compromete a

facilitar a inserccedilatildeo e a permanecircncia das pessoas com deficiecircncia nos

mercados de trabalho

1433 Direito agrave educaccedilatildeo

Para se tornar parte da sociedade eacute necessaacuterio compreende-la A base

para o sucesso de qualquer cidadatildeo estaacute na educaccedilatildeo e isto natildeo eacute diferente

para as pessoas com deficiecircncia Participar do sistema educacional eacute garantir a

inclusatildeo social e a igualdade de oportunidades

A Lei 939496 art4ordm que estabelece as diretrizes e bases da educaccedilatildeo

nacional (LDB) reconhece que a educaccedilatildeo eacute um instrumento fundamental para

a integraccedilatildeo e participaccedilatildeo de qualquer pessoa com deficiecircncia no contexto em

que vive Estaacute disposto nesta lei que haveraacute quando necessaacuterio serviccedilos de

apoio especializado na escola regular para atender agraves peculiaridades da

clientela de educaccedilatildeo especial e que o atendimento educacional seraacute feito em

classes escolas ou serviccedilos especializados sempre que em funccedilatildeo das

31

condiccedilotildees especiacuteficas dos alunos natildeo for possiacutevel a sua integraccedilatildeo nas

classes comuns de ensino regular

A legislaccedilatildeo brasileira tambeacutem prevecirc o acesso a livros em Braille de uso

exclusivo das pessoas com deficiecircncia visual

1434 Direito agrave sauacutede

A assistecircncia agrave sauacutede e agrave reabilitaccedilatildeo cliacutenica satildeo condiccedilotildees decisivas

para a inclusatildeo da pessoa com deficiecircncia na sociedade

Para promover a melhoria da qualidade de vida e com intuito de

estimular a independecircncia do indiviacuteduo com deficiecircncia nas suas atividades

diaacuterias foi criado o sistema das redes estaduais de assistecircncia agrave pessoa com

deficiecircncia

Este projeto oferece ajuda teacutecnica aleacutem de oacuterteses e proacuteteses para que

a pessoa tenha maior autonomia

Outro sistema criado para a manutenccedilatildeo da sauacutede fiacutesica e mental do

cidadatildeo com deficiecircncia eacute a Poliacutetica Nacional para a integraccedilatildeo da pessoa com

deficiecircncia implantada em 1989 Regulamentada pelo Decreto nordm 3298 prevecirc

auxiacutelio na prevenccedilatildeo de doenccedilas atendimento psicoloacutegico reabilitaccedilatildeo

fornecimento de medicamentos e assistecircncia atraveacutes de planos de sauacutede

1435 Direito a isenccedilotildees fiscais e financiamento

Pessoas com deficiecircncia empresas bancos e demais instituiccedilotildees

ligadas a este puacuteblico possuem alguns benefiacutecios previstos em lei

Para as empresas dispostas a contribuir com a inclusatildeo social de

portadores de necessidades especiais a legislaccedilatildeo brasileira prevecirc a

concessatildeo fiscal Podem ser firmados convecircnios que garantem a isenccedilatildeo de

ICMS seja para doaccedilatildeo de equipamentos adaptados seja para aquisiccedilotildees de

aparelhos e acessoacuterios destinados agraves instituiccedilotildees que atendam este segmento

da populaccedilatildeo

Automoacuteveis adquiridos em alguns estados brasileiros por pessoas com

32

deficiecircncia fiacutesica visual mental e autistas ou seus representantes legais satildeo

isentos de ICMS (Imposto sobre Circulaccedilatildeo de Mercadorias e Serviccedilos) e do

IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de acordo com a Lei 1075403

Os financiamentos de automoacuteveis de fabricaccedilatildeo nacional tambeacutem satildeo

liberados do IOF (Imposto sobre Operaccedilotildees Financeiras)

Tais benefiacutecios ainda natildeo satildeo tributados pelo Imposto de Renda e tanto

a aquisiccedilatildeo de aparelhos e materiais como a realizaccedilatildeo de outras despesas

podem ser deduzidas do imposto

1436 Direito ao passe livre

Os cidadatildeos com deficiecircncia tambeacutem possuem benefiacutecios relacionados

aos meios de transporte A Lei 889994 conhecida como Lei do Passe Livre

prevecirc que toda pessoa com deficiecircncia tem direito ao transporte coletivo

interestadual gratuito e que cabe a cada estado ou municiacutepio implantar

programas similares ao passe livre para os transportes municipais e estaduais

Aleacutem do transporte gratuito o municiacutepio deve garantir que os meios de

transporte sejam acessiacuteveis a estes cidadatildeos

15 Declaraccedilatildeo de Salamanca princiacutepios poliacutetica e praacutetica na educaccedilatildeo

especial

Notando com satisfaccedilatildeo um incremento no envolvimento de governos

grupos de advocacia comunidades e pais e em particular de organizaccedilotildees de

pessoas com deficiecircncias na busca pela melhoria do acesso agrave educaccedilatildeo para

a maioria daqueles cujas necessidades especiais ainda se encontram

desprovidas e reconhecendo como evidecircncia para tal envolvimento a

participaccedilatildeo ativa do alto niacutevel de representantes e de vaacuterios governos

agecircncias especializadas e organizaccedilotildees intergovernamentais naquela

Conferecircncia Mundial

a) Os delegados da Conferecircncia Mundial de Educaccedilatildeo Especial

33

representando 88 governos e 25 organizaccedilotildees internacionais em

assembleia em Salamanca Espanha entre 7 e 10 de junho de 1994

reafirma o compromisso para com a educaccedilatildeo para todos

reconhecendo a necessidade e urgecircncia do providenciamento de

educaccedilatildeo para as crianccedilas jovens e adultos com necessidades

educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino e re-

endossa a estrutura de accedilatildeo em educaccedilatildeo especial em que pelo

espiacuterito de cujas provisotildees e recomendaccedilotildees governo e

organizaccedilotildees sejam guiados

b) Acreditam e proclamam que toda crianccedila tem direito fundamental agrave

educaccedilatildeo e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o niacutevel

adequado de aprendizagem toda crianccedila possui caracteriacutesticas

interesses habilidades e necessidades de aprendizagem que satildeo

uacutenicas sistemas educacionais deveriam ser designados e programas

educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em

conta a vasta diversidade de tais caracteriacutesticas e necessidades

aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso

agrave escola regular que deveria acomodaacute-los dentro de uma pedagogia

centrada na crianccedila capaz de satisfazer a tais necessidades

escolas regulares que possuam tal orientaccedilatildeo inclusiva constituem

os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatoacuterias

criando-se comunidades acolhedoras construindo uma sociedade

inclusiva e alcanccedilando educaccedilatildeo para todos aleacutem disso tais escolas

proveem uma educaccedilatildeo efetiva agrave maioria das crianccedilas e aprimoram

a eficiecircncia e em uacuteltima instacircncia o custo da eficaacutecia de todo o

sistema educacional

c) Congregam todos os governos e demandam que atribuam a mais

alta prioridade poliacutetica e financeira ao aprimoramento de seus

sistemas educacionais no sentido de se tornarem aptos a incluiacuterem

todas as crianccedilas independentemente de suas diferenccedilas ou

dificuldades individuais adotem o princiacutepio de educaccedilatildeo inclusiva em

forma de lei ou de poliacutetica matriculando todas as crianccedilas em

escolas regulares a menos que existam fortes razotildees para agir de

outra forma desenvolvam projetos de demonstraccedilatildeo e encorajem

34

intercacircmbios em paiacuteses que possuam experiecircncias de escolarizaccedilatildeo

inclusiva estabeleccedilam mecanismos participatoacuterios e

descentralizados para planejamento revisatildeo e avaliaccedilatildeo de provisatildeo

educacional para crianccedilas e adultos com necessidades educacionais

especiais encorajem e facilitem a participaccedilatildeo de pais comunidades

e organizaccedilotildees de pessoas portadoras de deficiecircncias nos processos

de planejamento e tomada de decisatildeo concernentes agrave provisatildeo de

serviccedilos para necessidades educacionais especiais invistam

maiores esforccedilos em estrateacutegias de identificaccedilatildeo e intervenccedilatildeo

precoces bem como nos aspectos vocacionais da educaccedilatildeo

inclusiva garantam que no contexto de uma mudanccedila sistecircmica

programas de treinamento de professores tanto em serviccedilo como

durante a formaccedilatildeo incluam a provisatildeo de educaccedilatildeo especial dentro

das escolas inclusivas

d) Tambeacutem congregam a comunidade internacional em particular

governos com programas de cooperaccedilatildeo internacional agecircncias

financiadoras internacionais especialmente as responsaacuteveis pela

Conferecircncia Mundial em Educaccedilatildeo para Todos UNESCO UNICEF

UNDP e o Banco Mundial a endossar a perspectiva de escolarizaccedilatildeo

inclusiva e apoiar o desenvolvimento da educaccedilatildeo especial como

parte integrante de todos os programas educacionais as Naccedilotildees

Unidas e suas agecircncias especializadas em particular a ILO WHO

UNESCO e UNICEF a reforccedilar seus estiacutemulos de cooperaccedilatildeo

teacutecnica bem como reforccedilar suas cooperaccedilotildees e redes de trabalho

para um apoio mais eficaz agrave jaacute expandida e integrada provisatildeo em

educaccedilatildeo especial organizaccedilotildees natildeo-governamentais envolvidas na

programaccedilatildeo e entrega de serviccedilo nos paiacuteses a reforccedilar sua

colaboraccedilatildeo com as entidades oficiais nacionais e intensificar o

envolvimento crescente delas no planejamento implementaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de provisatildeo em educaccedilatildeo especial que seja inclusiva

UNESCO enquanto a agecircncia educacional das Naccedilotildees Unidas a

assegurar que educaccedilatildeo especial faccedila parte de toda discussatildeo que

lide com educaccedilatildeo para todos em vaacuterios foros a mobilizar o apoio de

organizaccedilotildees dos profissionais de ensino em questotildees relativas ao

35

aprimoramento do treinamento de professores no que diz respeito a

necessidade educacionais especiais a estimular a comunidade

acadecircmica no sentido de fortalecer pesquisa redes de trabalho e o

estabelecimento de centros regionais de informaccedilatildeo e documentaccedilatildeo

e da mesma forma a servir de exemplo em tais atividades e na

disseminaccedilatildeo dos resultados especiacuteficos e dos progressos

alcanccedilados em cada paiacutes no sentido de realizar o que almeja a

presente declaraccedilatildeo a mobilizar fundos atraveacutes da criaccedilatildeo (dentro

de seu proacuteximo planejamento a meacutedio prazo 1996-2000) de um

programa extensivo de escolas inclusivas e programas de apoio

comunitaacuterio que permitiriam o lanccedilamento de projetos-piloto que

demonstrassem novas formas de disseminaccedilatildeo e o desenvolvimento

de indicadores de necessidade e de provisatildeo de educaccedilatildeo especial

e) Por uacuteltimo expressam o caloroso reconhecimento ao governo da

Espanha e agrave UNESCO pela organizaccedilatildeo da Conferecircncia e

demandam-lhes realizarem todos os esforccedilos no sentido de trazer

esta declaraccedilatildeo e sua relativa estrutura de accedilatildeo da comunidade

mundial especialmente em eventos importantes tais como o Tratado

Mundial de Desenvolvimento Social (em Kopenhagen em 1995) e a

Conferecircncia Mundial sobre a Mulher (em Beijing em 1995) Adotada

por aclamaccedilatildeo na cidade de Salamanca Espanha neste deacutecimo dia

de junho de 1994

Durante os uacuteltimos 15 ou 20 anos tem se tornado claro que o conceito de necessidades educacionais especiais teve que ser ampliado para incluir todas as crianccedilas que natildeo estejam conseguindo se beneficiar com a escola seja por que motivo for (UNESCO 1994 p15)

16 Diretrizes na educaccedilatildeo especial na perspectiva da inclusatildeo

A consciecircncia do direito de construir uma identidade proacutepria e do reconhecimento da identidade do outro se traduz no direito de igualdade e no respeito agraves diferenccedilas assegurando oportunidades diferentes (equidade) tantas quanto forem necessaacuterias com vistas agrave busca da igualdade (BRASIL 2001)

36

A educaccedilatildeo especial eacute uma modalidade de ensino que perpassa todos

os niacuteveis etapas e modalidades realiza o atendimento educacional

especializado disponibiliza os serviccedilos e recursos proacuteprios desse atendimento

e orienta os alunos e seus professores quanto a sua utilizaccedilatildeo nas turmas

comuns do ensino regular

O atendimento educacional especializado identifica elabora e organiza

recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a

plena participaccedilatildeo dos alunos considerando as suas necessidades

especiacuteficas As atividades desenvolvidas no atendimento educacional

especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum natildeo

sendo substitutivas agrave escolarizaccedilatildeo Esse atendimento completa e suplementa

a formaccedilatildeo dos alunos com vistas agrave autonomia e independecircncia na escola e

fora dela

Tal modalidade de ensino disponibiliza programas de enriquecimento

curricular o ensino de linguagem e coacutedigos especiacuteficos de comunicaccedilatildeo e

sinalizaccedilatildeo ajudas teacutecnicas e tecnoloacutegicas assistidas dentre outros Ao longo

de todo processo de escolarizaccedilatildeo esse atendimento deve estar articulado

com a proposta pedagoacutegica de ensino comum

A inclusatildeo escolar tem inicio na educaccedilatildeo infantil onde se desenvolvem

as bases necessaacuterias para a construccedilatildeo do conhecimento e seu

desenvolvimento global Nessa etapa o luacutedico o acesso agraves formas

diferenciadas de comunicaccedilatildeo a riqueza de estiacutemulos nos aspectos fiacutesicos

emocionais cognitivos psicomotores e sociais e a convivecircncia com as

diferenccedilas favorecem as relaccedilotildees interpessoais o respeito e a valorizaccedilatildeo da

crianccedila Do nascimento aos trecircs anos o atendimento educacional

especializado se expressa por meio de serviccedilos que objetivam aperfeiccediloar o

processo de desenvolvimento e aprendizagem em interface com os serviccedilos de

sauacutede e assistecircncia social

Em todas as etapas e modalidades da educaccedilatildeo baacutesica o atendimento

especializado eacute organizado para apoiar o desenvolvimento dos alunos

constituindo oferta obrigatoacuteria dos sistemas de ensino e deve ser realizado no

turno inverso ao da classe comum na proacutepria escola ou centro especializado

que realize esse serviccedilo educacional Este atendimento eacute realizado mediante a

37

atuaccedilatildeo de profissionais com conhecimento especiacuteficos no ensino da Liacutengua

Brasileira de Sinais da Liacutengua Portuguesa e na modalidade escrita como

segunda liacutengua do Sistema Braille do Soroban da orientaccedilatildeo e mobilidade

das atividades de vida autocircnoma da comunicaccedilatildeo alternativa do

desenvolvimento dos processos mentais superiores dos programas de

enriquecimento curricular da adequaccedilatildeo e produccedilatildeo de materiais didaacuteticos e

pedagoacutegicos da utilizaccedilatildeo de recursos oacutepticos e natildeo oacutepticos da tecnologia

assistida e outros

Cabe aos sistemas de ensino ao organizar a educaccedilatildeo especial na

perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva disponibilizar as funccedilotildees do instrutor de

Libras e guia interprete bem como de monitor dos alunos com necessidades

de apoio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo locomoccedilatildeo entre outras que

exijam auxilio constante no cotidiano escolar

Para atuar na educaccedilatildeo especial o professor deve ter como base de

sua formaccedilatildeo inicial e continuada conhecimentos gerais para o exerciacutecio da

docecircncia e conhecimentos especiacuteficos da aacuterea Essa formaccedilatildeo possibilita a sua

atuaccedilatildeo no atendimento educacional especializado e deve aprofundar o caraacuteter

interativo e interdisciplinar da atuaccedilatildeo nas salas comuns do ensino regular nas

salas de recursos nos centros de atendimento educacional especializado nos

nuacutecleos de acessibilidade das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior nas classes

hospitalares e nos ambientes domiciliares para a oferta dos serviccedilos e

recursos de educaccedilatildeo especial

38

CAPIacuteTULO II

CAPACITACcedilAtildeO E CONCEPCcedilAtildeO DE PROFESSORES NO PROCESSO DE

INCLUSAtildeO ESCOLAR

2 CAPACITACcedilAtildeO PROFISSIONAL E A INCLUSAtildeO ESCOLAR

A formaccedilatildeo de professores que atuam diretamente na inclusatildeo escolar

sempre se constituiu numa grande problemaacutetica com relaccedilatildeo ao atendimento

do aluno com necessidades especiais Tudo eacute muito novo e desafiador E isto

infelizmente ainda eacute uma barreira para que a inclusatildeo se efetive com alicerce

suficiente para se sustentar

Nos finais do Impeacuterio o atendimento a essa clientela era vinculada agrave

sauacutede Nos anos 20 do seacuteculo passado iniciou-se uma crescente preocupaccedilatildeo

com a questatildeo propriamente pedagoacutegica porem influenciada pela abordagem

psicoloacutegica natildeo abandonando o campo da sauacutede

Para atender agraves demandas cada professor deveria estar apto a

elaborar incrementar e implementar situaccedilotildees de ensino que favorecessem a

construccedilatildeo dos conceitos mais primaacuterios aos mais complexos Eacute importante

que o professor organize seu planejamento de maneira que natildeo passem

despercebidos pelas situaccedilotildees de ensino conceitos que podem parecer

simples mas que na verdade satildeo preacute-requisitos para o que se pensa ser o

mais importante Contudo natildeo satildeo poucos os casos em que as situaccedilotildees

acabam sendo apresentadas de forma restrita sem pertinecircncia aos alunos que

participam da accedilatildeo inclusiva

O cotidiano de sala de aula requer na atualidade a efetivaccedilatildeo de accedilotildees

didaacuteticas flexiacuteveis poreacutem contextualizadas a adequaccedilatildeo de recursos sem

depreciar a capacidade e a imagem do aluno com o qual interagimos uma

reformulaccedilatildeo das dinacircmicas em sala de aula que possibilite a participaccedilatildeo

39

efetiva de todos

Muitos recursos muitas vezes satildeo pouco explorados ou ateacute mesmo

desconsiderados pelo professor com o passar dos niacuteveis propostos pelo

sistema de educaccedilatildeo No entanto quando o professor eacute o agente mediador de

um contexto educacional no qual a diversidade estaacute mais complexa devido agraves

demandas que um tipo de necessidade educativa especial pode gerar eacute

essencial que ele natildeo perca de vista a validade de determinados recursos

diante da construccedilatildeo de conceitos mais elaborados ou abstratos (FERREIRA

2004)

Valorizar a singularidade de cada ser humano eacute um compromisso eacutetico

de contribuir com as transformaccedilotildees necessaacuterias agrave construccedilatildeo de uma

sociedade mais justa (SOUZA SILVA 2005 p 239)

Um sistema escolar inclusivo precisa investir na capacitaccedilatildeo contiacutenua dos

professores e funcionaacuterios das escolas realizando o chamamento dos que

ainda natildeo se consideram envolvidos para um processo de sensibilizaccedilatildeo e

atualizaccedilatildeo constante de toda escola e comunidade Nesse aspecto a

assessoria ao professor eacute fundamental para orientaccedilatildeo e anaacutelise na busca de

soluccedilotildees para os problemas surgidos na sala de aula no aprofundamento das

questotildees teoacutericas na construccedilatildeo de intervenccedilotildees pedagoacutegicas na seleccedilatildeo de

recursos materiais e tecnoloacutegicos para a aprendizagem dos alunos no

processo de avaliaccedilatildeo na inter-relaccedilatildeo com as famiacutelias bem como na

mediaccedilatildeo entre escola e serviccedilos especializados para atendimento ao aluno

com necessidades educacionais na aacuterea da sauacutede da assistecircncia social do

trabalho entre outros (BEYER 2005)

Para Marques (2006) inclusatildeo escolar implica numa reorganizaccedilatildeo

estrutural da escola de todos os elementos da praacutetica pedagoacutegica

considerando o dado do muacuteltiplo da diversidade e natildeo mais o padratildeo

universal O atual momento histoacuterico exige uma participaccedilatildeo efetiva da escola

como instituiccedilatildeo loacutecus do conhecimento e da formaccedilatildeo de cidadatildeos capazes de

intervir nos rumos da sociedade Neste sentido faz-se necessaacuteria uma escola

criativa onde todos os seus componentes sejam co-sujeitos na produccedilatildeo de um

saber-instrumento para o conviacutevio escolar e social Cabe portanto a alunos

professores e sujeitos desse processo planejar e construir as diferentes etapas

de nossa caminhada etapas que se num primeiro momento satildeo idealizadas

40

logo transformam-se em realidade pela reflexatildeo criacutetica de nossas proacuteprias

possibilidades na construccedilatildeo dessa nova escola Assim eacute preciso

redimensionar o modo de pensar e fazer a educaccedilatildeo tarefa por natureza

complexa que envolve elementos poliacuteticos soacutecio-econocircmicos teacutecnicos e

culturais

Essa postura por sua vez implica na superaccedilatildeo da dicotomia e

fragmentaccedilatildeo das atribuiccedilotildees dos agentes educativos dos rituais dos

conteuacutedos metodoloacutegicos dos recursos pedagoacutegicos do processo de

avaliaccedilatildeo bem como das concepccedilotildees de educaccedilatildeo e de sociedade Enfatiza

tambeacutem que implica para o professor em uma seacuterie de mudanccedilas com relaccedilatildeo

a sua postura pressuposto baacutesico de sua atuaccedilatildeo a compreensatildeo das

diferentes necessidades educacionais de seus alunos sendo necessaacuteria aacute

flexibilizaccedilatildeo do professor no exerciacutecio do compromisso eacutetico para se adequar

agraves novas situaccedilotildees que surgiratildeo em decorrecircncia das diversidades presentes

em seu cotidiano atentando para a supressatildeo de uma possiacutevel postura

discriminatoacuteria

Zimmermann (2008) destaca que a instituiccedilatildeo escolar precisa redefinir

sua base de estrutura organizacional destituindo-se de burocracias

reorganizando grades curriculares proporcionando maior ecircnfase agrave formaccedilatildeo

humana dos professores e afinando a relaccedilatildeo famiacutelia

escola propondo uma

praacutetica pedagoacutegica coletiva dinacircmica e flexiacutevel para atender esta nova

realidade educacional A educaccedilatildeo inclusiva tem forccedila transformadora e

aponta para uma nova era natildeo somente educacional mas para uma sociedade

inclusiva

Segundo Mittler (2008) as escolas a volta poderiam tentar encontrar

novos modos de pedir aos pais as suas opiniotildees sobre como poderiam ser

fortalecidos os viacutenculos entre lar e a escola Os viacutenculos mais iacutentimos entre

pais e professor natildeo podem ser prescritos de cima para baixo mas sim

fundamentados nos desejos e nas prioridades daquele que estatildeo nessa aacuterea

A uacuteltima palavra vai para um grupo de pais de crianccedilas com

necessidades especiais e deficiecircncia ( RUSSEL 1997 apud MITTEL

2008p227)

a) Por favor aceite e valorize nossas crianccedilas (e noacutes mesmos como

famiacutelia) como noacutes somos valorizados

41

b) Por favor celebre a diferenccedila

c) Por favor aceite nossas crianccedilas primeiramente como crianccedilas Natildeo

coloque roacutetulos nelas a menos que vocecirc pretenda fazer algo

d) Por favor reconheccedila seu poder sobre nossas vidas Vivemos com as

consequumlecircncias de suas opiniotildees e decisotildees

e) Por favor entenda a tensatildeo sob qual muitas famiacutelias estatildeo vivendo

Os encontros cancelados a lista de espera que ningueacutem consegue

chegar ao inicio todas as discussotildees sobre recursos eacute sobre nossa

vida que vocecirc esta falando

f) Por favor natildeo use modas passageiras e tratamentos conosco a

menos que vocecirc vai estar conosco E natildeo esqueccedila que as famiacutelias

tecircm muitos membros muitas responsabilidades Agraves vezes natildeo

podemos agradar a todo mundo

g) Por favor reconheccedila que aacutes vezes noacutes eacute que temos razatildeo Por favor

acredite em noacutes e escute o que sabemos sobre o que noacutes e nossas

crianccedilas necessitamos

h) Agraves vezes estamos tristes cansados e deprimidos Por favor valorize

nos como famiacutelias preocupadas e comprometidas e tente continuar a

trabalhar conosco

Limaverde (2009) acredita que a maioria dos professores vem de

cursos onde a discussatildeo da teoria e da praacutetica ainda eacute dividida Discute-se

teoria e praacutetica de maneira isolada Ainda se estuda uma teoria idealizada

Poucos cursos de formaccedilatildeo de professores oferecem de modo obrigatoacuterio em

seus curriacuteculos as disciplinas relacionadas agrave diferenccedila agraves deficiecircncias Aleacutem

da formaccedilatildeo do nuacutecleo comum eles tambeacutem precisam se atentar para essas

especificidades Haacute uma obrigatoriedade de se ofertar nos cursos de

pedagogia a disciplina de Libras Mas isso natildeo deve ocorrer apenas na

formaccedilatildeo inicial mas tambeacutem na formaccedilatildeo continuada que eacute aquela em

serviccedilo mas que muitas vezes natildeo contemplam essas especificidades

O problema de formaccedilatildeo eacute muito grave porque repercute nessa

inseguranccedila do professor no preconceito no medo Aleacutem do entrave da

formaccedilatildeo no aspecto pedagoacutegico as escolas elaboram seu projeto poliacutetico

pedagoacutegico sem levar em conta a presenccedila do aluno com deficiecircncia As

praacuteticas a organizaccedilatildeo da sala de aula natildeo leva em conta a presenccedila desse

42

aluno Onde natildeo haacute uma interlocuccedilatildeo mais refinada entre o ensino comum e a

Educaccedilatildeo Especial com esse saber mais especiacutefico natildeo haacute inclusatildeo

A inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino Assim na formaccedilatildeo do professor teria dois espaccedilos um da sala de

aula que eacute a formaccedilatildeo comum para todos os professores contemplando

desenvolvimento aprendizagem e uma na formaccedilatildeo continuada Uma

formaccedilatildeo que atenda agraves diferenccedilas da sala de aula o atendimento agrave educaccedilatildeo

especializada aleacutem da formaccedilatildeo baacutesica cursos de extensatildeo de libras de

soroban de braile de tecnologia assistida para que esse professor possa

atender a especificidade desses alunos O aluno com deficiecircncia eacute um ser

humano que se desenvolve como qualquer outro As teorias e teacutecnicas que

foram estudadas satildeo suporte para esse trabalho Agora o que vai modificar na

sua atuaccedilatildeo eacute a maneira como ele organiza suas praacuteticas pedagoacutegicas Na

maioria das vezes eles organizam praacuteticas homogecircneas do aluno idealizado Eacute

importante um planejamento para pensar essas diferenccedilas na sala de aula Eacute

um trabalho do projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

21 Concepccedilotildees de professores sobre a inclusatildeo na educaccedilatildeo regular e

especial

Inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino (LIMAVERDE 2009)

Apenas a partir do seacuteculo XX verificou-se uma melhor aceitaccedilatildeo das

pessoas com necessidades especiais momento em que se iniciou a sua

desinstitucionalizaccedilatildeo e educaccedilatildeo escolar Ateacute este periacuteodo eram segregados

e praticamente privados de conviacutevio social Entretanto verifica-se que as

conquistas ainda foram poucas pois o preconceito a ignoracircncia e a

discriminaccedilatildeo ainda satildeo muito fortes em relaccedilatildeo ao deficiente e a deficiecircncia

Para Carmo (2000) a inclusatildeo eacute um assunto que deve ser refletido e

investigado com muita precisatildeo jaacute que a sociedade pode estar criando uma

nova modalidade a de excluiacutedos dentro da inclusatildeo podemos assim concluir

nessa reflexatildeo para que haja o processo de ensino-aprendizagem nos alunos

portadores de necessidades educacionais especiais o professor teraacute que se

43

capacitar para atender a proposta desta nova face da educaccedilatildeo brasileira ele

teraacute que tentar conciliar as teorias sobre o assunto com sua pratica e a

realidade da sala de aula Pois soacute assim a inclusatildeo do aluno portador de

necessidades educacionais especiais seraacute bem sucedida e gerando bons

resultados no futuro

Assim a inclusatildeo deste tipo de aluno requer novas posturas tanto aos

professores quanto ao sistema educacional brasileiro levando em consideraccedilatildeo

que todos noacutes estaremos ganhando Lembrando tambeacutem que este processo

de aprendizagem requer a reciprocidade das experiecircncias entre o aluno com

necessidades educacionais especiais o professor e os demais alunos Um

processo de aprendizagem onde todos participam a aquisiccedilatildeo do

conhecimento ocorreraacute com mais facilidade

Mantoan Pietro Arantes (2006) acredita que recriar um novo modelo

educativo com ensino de qualidade que diga natildeo aacute exclusatildeo social implica em

condiccedilotildees de trabalho pedagoacutegico e uma rede de saberes que se entrelaccedilam e

caminham no sentido contraacuterio do paradigma tradicional de educaccedilatildeo

segregadora Eacute uma reviravolta complexa mas possiacutevel basta que lutemos por

ela que nos aperfeiccediloemos e estejamos abertos a colaborar na busca dos

caminhos pedagoacutegicos da inclusatildeo Pois nem todas as diferenccedilas

necessariamente inferiorizam as pessoas Elas tem diferenccedilas e igualdades

mas entre elas nem tudo deve ser igual assim como nem tudo deve ser

diferente

De acordo com Santos (apud MANTOAN2003 p34 ) eacute preciso que

tenhamos o direito de sermos diferentes quando a igualdade nos

descaracteriza e o direito de sermos iguais quando a diferenccedila nos inferioriza

Assim a luta pela escola inclusiva embora seja contestada e tenha ateacute

mesmo assustado a comunidade escolar exige mudanccedila de haacutebitos e atitudes

pela sua loacutegica e eacutetica nos remete a refletir e reconhecer que trata-se de um

posicionamento social que garante a vida com igualdade pautada pelo

respeito agraves diferenccedilas Apesar das iniciativas acanhadas da comunidade

escolar e da sociedade geral eacute possiacutevel adequar a escola para um novo

tempo Precisa estar imbuiacutedos de boa vontade e compromisso enfrentar com

seguranccedila e otimismo este desafio enxergar a clareza e obviedade eacutetica da

proposta inclusiva e contribuir para o desmantelamento dessa maacutequina escolar

44

enferrujada

Para Lisita e Souza (2003) das utopias concretas da modernidade tem-

se hoje apenas a certeza da transitoriedade O sentido da revoluccedilatildeo antes

propagado daacute lugar a um leque de possibilidades as quais se abrem num

horizonte virtual em constantes mudanccedilas Que se trata de uma nova realidade

mundial natildeo se discute Indaga-se no entanto o que se tem a fazer diante de

tal realidade

Nesse sentido a ciecircncia e a tecnologia tecircm se constituiacutedo nos principais

agentes de proposiccedilatildeo e de determinaccedilatildeo dessas mudanccedilas A sensaccedilatildeo que

se tem eacute a de que amanheceremos a cada dia num novo mundo repleto de

novidades e onde o ontem estaacute cada vez e mais rapidamente distante

O cenaacuterio do mundo atual evidencia um movimento em direccedilatildeo a um

sentido de inclusatildeo social o sujeito com deficiecircncia passa a dividir a cena com

os sujeitos sem deficiecircncia coabitando os diversos espaccedilos sociais Nota-se

pois um grande dinamismo experimentado pelos sujeitos e em particular

pelos sujeitos com deficiecircncia num mundo onde conceitos e praacuteticas assumem

cada vez mais um caraacuteter efecircmero e de possibilidades muacuteltiplas

Segundo Ferreira e Glat (2004) satildeo frequentes relatos de professores

principalmente em conselhos de classe sobre a dificuldade de determinados

alunos quanto agrave efetivaccedilatildeo de algumas propostas educacionais Na maioria

das situaccedilotildees o que de fato acontece natildeo eacute uma dificuldade do aluno em

realizar ou compreender a atividade solicitada e sim uma inadequaccedilatildeo do

procedimento dos objetivos eou da avaliaccedilatildeo realizada pelo professor Nesse

sentido eacute importante o professor analisar algumas questotildees como

a) de que maneira todos os alunos poderatildeo participar da aula proposta

b) se haacute necessidade de apoio adaptaccedilotildees e como fazecirc-las para sua

plena participaccedilatildeo

c) que expectativas devem ser esperadas eou modificadas para a

efetivaccedilatildeo da atividade (como os alunos demonstram o que sabem a

quantidade e qualidade das atividades propostas)

d) quais satildeo os objetivos prioritaacuterios para a aprendizagem

Enfim eacute do conhecimento de todos que natildeo haacute formas sem

precedentes que se bastem ou que se perpetuem diante das realidades

necessidades e demandas dos alunos que compotildeem as salas de aula que hoje

45

cada professor assume Eacute importante a busca constante de praacuteticas pautadas

no contexto que o aluno vivencia inovadoras pois o trabalho eacute dinacircmico

sendo fundamental que cada profissional pense na sua disponibilidade para a

construccedilatildeo de praacuteticas efetivas que conduzam a uma educaccedilatildeo de qualidade

para todos como descrevem Ferreira e Glat 2004

Poso (2004) acredita que por um lado os professores julgam-se

incapazes de dar conta dessa demanda despreparados e impotentes frente a

essa realidade que eacute agravada pela falta de material adequado de apoio

administrativo e recursos financeiros

Mantoan (2003) enfatiza que a radicalidade da inclusatildeo vem do fato de

esta exigir uma mudanccedila de paradigma educacional onde na perspectiva

inclusiva suprime-se a sub-divisatildeo dos sistemas escolares em modalidades de

ensino especial e regular As escolas atendem as diferenccedilas sem discriminar

sem estabelecer prioridades e necessidades sem estabelecer regras

diferenciadas para cada caso no planejamento avaliaccedilatildeo e aprendizado

Assim pode-se imaginar o impacto da inclusatildeo nos sistemas de ensino ao

supor a aboliccedilatildeo completa dos serviccedilos segregados da educaccedilatildeo especial os

programas de reforccedilo escolar salas de aceleraccedilatildeo e turmas especiais

Desta forma a inclusatildeo eacute uma provocaccedilatildeo cuja intenccedilatildeo eacute melhorar a

qualidade do ensino atingindo todos os alunos de uma forma globalizada

Incluir eacute necessaacuterio primordialmente para melhorar as condiccedilotildees da escola

de modo que nela se possam formar geraccedilotildees mais preparadas para viver a

vida na sua plenitude livremente sem preconceitos sem barreiras Confirma-

se assim mais uma vez a necessidade de a educaccedilatildeo se atualizar e os

professores aperfeiccediloarem as suas praacuteticas para que as escolas se obriguem

a um esforccedilo de modernizaccedilatildeo e reestruturaccedilatildeo de suas condiccedilotildees atuais

Pretende-se que a escola seja inclusiva eacute primordial que seus planos se

redefinam para uma educaccedilatildeo voltada agrave cidadania global plena livre de

preconceitos e disposta a reconhecer e entende as diferenccedilas entre as

pessoas principalmente quanto aos seus aspectos fiacutesico mental e intelectual

Natildeo basta uma educaccedilatildeo para a cidadania eacute preciso educar para a liberdade

e nesse sentido nenhuma forma de subordinaccedilatildeo intelectual pode ser

admitida

Os desafios para a concretizaccedilatildeo dos ideais inclusivos na educaccedilatildeo

46

brasileira satildeo inuacutemeros Haacute ainda de se vencer os desafios que impotildee o

conservadorismo das instituiccedilotildees especializadas e enfrentar as pressotildees

poliacuteticas e das pessoas com deficiecircncia ainda muito habituadas a seus roacutetulos

e a benefiacutecios que acentuam a incapacidade as limitaccedilotildees o paternalismo e o

protecionismo social

Smeha Ferreira (2005) descrevem que vaacuterios professores afirmam

apresentar sentimentos de despreparo para trabalharem junto agraves crianccedilas com

necessidades especiais Que natildeo tiveram em sua formaccedilatildeo acadecircmica o

preparo adequado que os capacite a lidar com a diversidade e isso gera

intenso sofrimento pois ensinar crianccedilas com limitaccedilotildees exige conhecimento

competecircncia e habilidade para que o processo inclusivo seja efetivado

Os professores foram preparados para trabalharem com as crianccedilas que

aprendem assim quando eles se deparam com as limitaccedilotildees na

aprendizagem sentem frustraccedilatildeo anguacutestia impotecircncia e medo Portanto faz-

se necessaacuterio uma significativa reformulaccedilatildeo nos cursos de graduaccedilatildeo que

estatildeo formando professores os quais certamente teratildeo alunos com

necessidades educativas especiais em sua trajetoacuteria profissional Aliaacutes essa

reformulaccedilatildeo deve abarcar natildeo somente conhecimentos sobre educaccedilatildeo de

pessoas com deficiecircncia mas tambeacutem oportunizar autoconhecimento para

que os professores possam atuar de forma mais confiante atendendo agraves

demandas educacionais especiais com mais prazer e menos sofrimento Aleacutem

da reestruturaccedilatildeo nas aacutereas que envolvem a formaccedilatildeo de professores para

que o trabalho docente possa acontecer com menor prejuiacutezo agrave sauacutede mental

parece primordial que o investimento transcenda a capacitaccedilatildeo relacionada aos

conhecimentos teacutecnicos e permeie o campo da sauacutede mental no trabalho

O suporte aos aspectos psicoloacutegicos dos professores precisam ser

contemplados com grupos de reflexatildeo ou de apoio um espaccedilo que possa

oportunizar-lhes aos mesmos falar sobre seus sentimentos dificuldades

medos ou fantasias Seria um momento para problematizar e encontrar

ressignificaccedilatildeo no exerciacutecio docente que cada vez mais precisa ser alicerccedilado

no respeito agrave diversidade humana Eacute importante tambeacutem salientar que natildeo eacute

apenas o processo de inclusatildeo o responsaacutevel pelo sofrimento docente muitos

satildeo propensos ao stress devido agraves suas proacuteprias vivecircncias pessoais e agraves

exigecircncias da contemporaneidade

47

De acordo com Souza Silva (2009)

No tocante ao trabalho docente novas propostas se fazem necessaacuterias devido agraves transformaccedilotildees educacionais que estatildeo ocorrendo de forma acelerada exigindo assim novas aprendizagens que possam contribuir para a formaccedilatildeo de profissionais capazes de responder aos novos desafios colocados agrave nossa realidade

Para Bartalotti (2006) nos dias atuais frente ao processo de inclusatildeo

como uma possibilidade embora ainda natildeo como uma realidade haacute um grande

caminho a ser percorrido Pois se olhar em volta para cada ser humano que

nos rodeia ver-se-ia o quanto ainda se tem que caminhar para a construccedilatildeo

de uma sociedade verdadeiramente inclusiva Exclui-se apenas com o olhar

com palavras quantas vezes menospreza-se o outro por ele ter um gosto

uma crenccedila religiosa situaccedilatildeo financeira cor de pele estatura e peso corporal

diferente por nos aceitos E sem a menor preocupaccedilatildeo decidi-se que esta ou

aquela pessoa natildeo serve para estar junto de noacutes de nossos filhos frequentar

nosso clube casa ou templo religioso Jaacute sentem-se excluiacutedos e rejeitados em

diferentes situaccedilotildees sentem-se olhados como diferentes indesejaacuteveis

estranhos certamente essa natildeo eacute uma sensaccedilatildeo agradaacutevel quem jaacute passou

por ela natildeo deseja repetir a experiecircncia

Para que a inclusatildeo ocorra eacute necessaacuterio que a sociedade passe pelo

aprimoramento das relaccedilotildees sociais pela compreensatildeo de que o verdadeiro

pensamento inclusivo eacute aquele que natildeo categoriza ou rotula as pessoas por

ordem de valor valor esse atribuiacutedo muitas vezes atraveacutes de estereoacutetipos

estigmas conhecimentos instituiacutedos pensar inclusivamente eacute aprender a olhar

cada pessoa e buscar nela seu real valor construiacutedo nas relaccedilotildees cotidianas

nos seus sonhos e expectativas e nas suas accedilotildees concretas no mundo

Acredita-se tambeacutem que muitas vezes fala-se que a inclusatildeo eacute uma

utopia muitos natildeo acreditam que a sociedade seja capaz desse movimento

Inclusatildeo eacute sim possibilidade assim como eacute possibilidade a construccedilatildeo de uma

sociedade mais digna para todos com ou sem deficiecircncia

Para Tessaro (2009) existe todo um discurso proacute agrave inclusatildeo em vaacuterios

segmentos da sociedade dentre os quais no ambiente escolar A inclusatildeo eacute

algo que vem se efetivando mesmo que a duras penas buscando superar toda

uma histoacuteria de isolamento discriminaccedilatildeo e preconceito Tem provocado

48

muitos questionamentos principalmente no meio acadecircmico tais como O que

eacute inclusatildeo escolar Por que incluir Qual eacute a opiniatildeo dos alunos com

deficiecircncia e dos professores sobre inclusatildeo A escola possui infra-estrutura

adequada para participar da inclusatildeo escolar Os alunos deficientes se sentem

bem com a inclusatildeo escolar Os professores estatildeo capacitados para educaccedilatildeo

inclusiva

Dutra (2007) destaca que as principais dificuldades no processo de

inclusatildeo escolar do aluno especial eacute a ausecircncia de preparo e de uma

formaccedilatildeo mais teacutecnica que visa suprir as necessidades destes alunos

mediadas pelo professor e tambeacutem agrave falta de boas condiccedilotildees fiacutesicas nas

escolas pra receber estes alunos

Jesus (2007) enfatiza que a inclusatildeo dos portadores de necessidades

educacionais especiais na escola eacute algo essencial agrave educaccedilatildeo mas eacute preciso

ser feita de maneira correta porque nem todos podem estar na escola ou

estatildeo preparados para nela estar por natildeo terem capacidade fisioloacutegica Esse eacute

um assunto muito discutido por alguns especialistas da educaccedilatildeo especial que

buscam uma maneira eficiente de incluir todos as crianccedilas e jovens que

possuem alguma necessidade educacional especial

Nesse sentido Mantoan (2006) afirma que a condiccedilatildeo primeira para

inclusatildeo deixe de ser uma ameaccedila ao que hoje a escola defende e adota como

pratica pedagoacutegica e abandonar tudo que leva a tolerar as pessoas com

deficiecircncia na sala de aula

Natildeo pode se ter um ambiente mais propiacutecio para tal processo de

conscientizaccedilatildeo do que a escola Pois seraacute por meio dessa interaccedilatildeo entre

crianccedilas que se construiraacute uma naccedilatildeo mais justa e igualitaacuteria onde todos

juntos aprenderatildeo a conviver e a se respeitarem Respeito que eacute sonhado por

todos que se espera construir um novo amanhatilde mais digno

O assunto eacute fundamental para ser discutido por todas as pessoas

envolvidas com a educaccedilatildeo e que busquem uma naccedilatildeo com menos

desigualdade social oportunidades para todos uma educaccedilatildeo que priorize o

ser e natildeo ter e uma realidade igualitaacuteria A inclusatildeo eacute acima de tudo a

transformaccedilatildeo da pratica pedagoacutegica de todos os profissionais de educaccedilatildeo

Os registros de textos artigos e livros enfatizam que sobre a

aplicabilidade atual de inclusatildeo escolar satildeo insatisfatoacuterios e que natildeo houve

49

diferenccedilas entre os alunos e entre os professores quanto a essa dimensatildeo Os

professores e os alunos expressaram vaacuterias dificuldades envolvidas nesse

processo destacando se a falta de infra-estrutura das escolas a falta de

preparocapacitaccedilatildeo profissional discriminaccedilatildeo social e a falta de aceitaccedilatildeo da

inclusatildeo

Os professores de educaccedilatildeo especial demonstraram dar mais creacutedito agrave

educaccedilatildeo inclusiva do que os do ensino regular Os alunos deficientes

demonstraram dar menos creacutedito agrave inclusatildeo do que os natildeo deficientes Os

sentimentos decorrentes da inclusatildeo que predominaram entre professores e os

alunos com deficiecircncia foram negativos enquanto entre os alunos natildeo

deficientes prevaleceram os positivos (TESSARO 2009)

Para Fonseca (2004) promover a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma tarefa de

uma equipe multidisciplinar que deve adotar uma estrateacutegia do tipo pensar em

grupo eacute pensar melhor pois soacute dessa forma se podem explorar todas as

opccedilotildees potenciais de inclusatildeo e natildeo soacute as mais coerentes acessiacuteveis ou

tradicionais Sem uma dinacircmica de grupo natildeo se podem discutir e implementar

planos educacionais individualizados na educaccedilatildeo inclusiva transpondo para

sala de aula regular programas inovadores desde a modificaccedilatildeo de

comportamento ao enriquecimento linguumliacutestico ou cognitivo

Ensino em equipe com vaacuterios professores que agem e pensam em

conjunto criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees inovaccedilotildees na instruccedilatildeo na avaliaccedilatildeo

aprendizagem cooperativa e interativa criaccedilatildeo de projetos de suporte muacuteltiplo

serviccedilos de encaminhamentos diagnoacutesticos dinacircmicos e prescritivos em

termos de praacutetica de intervenccedilatildeo na sala de aula regular aprofundamento eacutetico

e legal dos pressupostos morais da inclusatildeo social construccedilatildeo de instrumentos

de investigaccedilatildeo-accedilatildeo entre outros satildeo desafios que se colocam hoje mais do

lado do ensino do que da aprendizagem

Para Almeida Anjos (2007) vaacuterios professores destacam tensotildees que

sempre se preservaram em suas percepccedilotildees e atitudes sejam referentes agraves

pessoas com necessidades educacionais especiais sejam relativas a

dificuldades em relaccedilatildeo a si proacuteprios e aos seus saberes profissionais No

entanto os profissionais apontam em suas falas as possibilidades de transpor

tais dificuldades vividas no trabalho com alunos especiais na rotina de seu dia

a dia de trabalho

50

Laraia (1992 apud ALMEIDA ANJOS 2007) acredita que nenhuma

ordem social eacute baseada em verdades inatas que as mudanccedilas nas praacuteticas

pedagoacutegicas com a diversidade dos alunos passam por uma mudanccedila de

nossas concepccedilotildees e valores Que eacute preciso uma formaccedilatildeo que coloque o

profissional da educaccedilatildeo em conflito com seus conhecimentos e concepccedilotildees a

partir da relaccedilatildeo entre a teoria e a praacutetica para entatildeo podermos comeccedilar a

pensar em inclusatildeo Assim a partir dos pressupostos da ciecircncia social criacutetica

sustentada pelo interesse colaborativo procuramos programar com os

profissionais encontros de estudoreflexatildeo das tensotildees e possibilidades que

envolvem o trabalho com alunos com necessidades educacionais especiais

enfatizar ainda como o lazer e recreaccedilatildeo podem ser facilitadores do processo

de inclusatildeo escolar

Zimmermann (2008) acredita que para conseguir reformar a instituiccedilatildeo

escolar primeiramente se tem que reformar as mentes entretanto natildeo

conseguiraacute reformar mentes sem que se realize uma preacutevia reforma de

instituiccedilotildees Vive-se uma crise de paradigmas e toda a crise gera medos

inseguranccedila e incertezas mas propotildee-se que seja este o momento de ousadia

e de busca de alternativas que sustente e norteie para realizar-se as mudanccedilas

que o momento propotildee Que a escola seja um espaccedilo vivo de formaccedilatildeo para

todos e um ambiente verdadeiramente inclusivo eacute preciso que as poliacuteticas

puacuteblicas de educaccedilatildeo sejam direcionadas aacute inclusatildeo que os educadores

desacomodem-se combatendo a descrenccedila e o pessimismo mostrando que a

inclusatildeo eacute um momento oportuno para professores e a comunidade escolar

demonstrarem sua competecircncia e principalmente suas responsabilidades

educacionais

Esta mudanccedila de perspectiva educacional propotildee que os educadores

faccedilam a diferenccedila buscando conhecimento e contribuindo com uma praacutetica

ressignificada desenvolvendo uma educaccedilatildeo baseada na afetividade e na

superaccedilatildeo de limites que as crianccedilas aprendam a respeitar as diferenccedilas em

sala de aula preparando-as assim para o futuro a vida e o mercado de

trabalho pois vivendo a experiecircncia inclusiva seratildeo adultos bem diferentes de

noacutes e por certo natildeo faratildeo discriminaccedilotildees sociais

Arauacutejo (2008) relata a opiniatildeo dos professores sobre a inclusatildeo escolar

enfatizando com veemecircncia de que a inclusatildeo escolar do aluno portador de

51

necessidades educacionais especiais eacute um assunto muito interessante e

delicado e levantaram a conscientizaccedilatildeo desse aluno sobre o direito deste

frequentar o ensino regular no entanto essa inclusatildeo na visatildeo deles estaacute

acontecendo de forma errocircnea Pois os professores da rede regular de ensino

em sua quase totalidade natildeo estatildeo preparados para lidar com esta nova fase

da educaccedilatildeo brasileira

Tem que se pensar que para que a inclusatildeo se concretize natildeo basta

estar garantido na legislaccedilatildeo mas demanda modificaccedilotildees profundas e

importantes no sistema de ensino Essas mudanccedilas deveratildeo levar em conta o

contexto soacutecio econocircmico aleacutem de serem gradativas planejadas e contiacutenuas

para garantir uma educaccedilatildeo de oacutetima qualidade (BUENO 1998 apud

PEREIRA 2009)

Pereira (2009) acredita que a inclusatildeo depende de mudanccedila de valores

da sociedade e a vivencia de um novo paradigma que natildeo se faz com simples

recomendaccedilotildees teacutecnicas como se fossem receitas de bolo mas com reflexotildees

dos professores direccedilotildees pais alunos equipe multidisciplinar e a comunidade

Essa questatildeo natildeo eacute tatildeo simples assim pois devemos levar em conta as

diferenccedilas Como colocar no mesmo espaccedilo demandas tatildeo diferentes e

especiacuteficas se muitas vezes nem a escola especial consegue dar conta desse

atendimento de forma adequada Deparar-se com frequecircncia com as

resistecircncias dos professores e direccedilotildees manifestadas atraveacutes de

questionamentos e queixas ou ateacute mesmo com expectativas de que possa

apresentar soluccedilotildees maacutegicas de aplicaccedilatildeo imediata causando certa decepccedilatildeo

e frustraccedilatildeo pois ela natildeo existe

O problema se agrava quando se vecirc o professor totalmente dependente

do apoio ou assessoria de profissionais da aacuterea da sauacutede pois neste caso a

questatildeo cliacutenica eacute fundamental e se sobressai e novamente o pedagoacutegico fica

esquecido Com isso o professor se sente desvalorizado incapaz e fora do

processo por considerar esse aluno como doente concluindo que natildeo pode

fazer nada por ele pois ele precisa de tratamento especializado de

profissionais qualificados da aacuterea da sauacutede desistindo assim de assumir tal

tarefa

Desta forma parece que o professor esquece seu papel poreacutem natildeo se

considera o momento do professor sua formaccedilatildeo as condiccedilotildees da proacutepria

52

escola em receber esses alunos que entram nas escolas e continuam

excluiacutedos de todo o processo de ensino-aprendizagem e social causando

frustraccedilatildeo e fracassos dificultando assim a proposta de inclusatildeo Por um lado

os professores julgam-se incapazes de dar conta dessa demanda

despreparados e impotentes frente a essa realidade que eacute agravada dia-a-dia

pela falta de material adequado de apoio administrativo e recursos financeiros

Limaverde (2009) salienta que no Brasil estaacute acontecendo um grande

movimento proacute-inclusatildeo que tem sido fortalecido a partir da sistematizaccedilatildeo do

que se trata o atendimento educacional especializado Existem realidades

muito proacuteximas em relaccedilatildeo ao atendimento desses alunos mas ainda tem

muitas compreensotildees equivocadas sobre a inclusatildeo de alunos com deficiecircncia

Alguns municiacutepios brasileiros pensam que fazem inclusatildeo mas na verdade

eles tecircm feito integraccedilatildeo Percebe-se que alunos que frequentam escolas

comuns salas comuns de ensino natildeo participam efetivamente das aulas ou

das atividades realizadas e essas escolas alegam que esses alunos natildeo tecircm

condiccedilotildees de fazer as atividades e que por isso eles fazem outras atividades

diferenciadas Desta forma natildeo ocorre a inclusatildeo Isso eacute uma integraccedilatildeo

porque o aluno estaacute integrado na sala de aula comum mas ele natildeo participa

das atividades realizadas pelos demais colegas

Muitos municiacutepios brasileiros que estatildeo em processo de transiccedilatildeo ou

seja eles estatildeo implantando o atendimento educacional especializado de

caraacuteter complementar e ao mesmo tempo estatildeo ainda com problemas

relacionados agrave inclusatildeo desses alunos como por exemplo a manutenccedilatildeo de

classes especiais A partir da formaccedilatildeo de 2007 para caacute os municiacutepios tecircm se

reorganizado para atendimento educacional especializado mas ainda eacute uma

realidade muito diferenciada

A inclusatildeo soacute eacute possiacutevel onde houver respeito agrave diferenccedila e

consequentemente a adoccedilatildeo de praacuteticas pedagoacutegicas que permitam agraves

pessoas com deficiecircncia aprender e ser reconhecidos e valorizados os

conhecimentos que satildeo capazes de produzir segundo seu ritmo e na medida

de suas possibilidades (SILVA 2009)

53

A menos que a atual oportunidade favoraacutevel seja aproveitada para melhorar as qualificaccedilotildees profissionais de professores em educaccedilatildeo especial e consequentemente a qualidade da educaccedilatildeo especial tememos que os proacuteximos 20 anos ainda possam ser um periacuteodo de esperanccedilas frustradas (RELATORIO WARNOCK 1978 paraacutegrafo 1932)

54

CONCLUSAtildeO

Diante do levantamento bibliograacutefico conclui-se que a inclusatildeo nos

moldes em que se encontra atualmente estaacute longe de atender a um ideal

Tal processo necessita de muitas transformaccedilotildees Os oacutergatildeos a ele

ligados diretamente ou indiretamente deveratildeo rever suas propostas metas e

meacutetodos de implantaccedilatildeo

Profissionais da sauacutede tambeacutem tecircm papeacuteis importantes em todo o

processo inclusivo pois em accedilatildeo conjunta com os educadores podem fazer um

trabalho mais completo e eficaz

A inclusatildeo escolar eacute uma praacutetica que abrange natildeo apenas os

profissionais especiacuteficos das aacutereas meacutedica e educacional mas tambeacutem

envolve um fator preponderante na vida do indiviacuteduo atendido por ela a famiacutelia

Esta constitui a base da crianccedila com necessidades educacionais especiais e

assumindo a postura devida pode oferecer a esta crianccedila o subsiacutedio para seu

desenvolvimento escolar bem como uma fonte de apoio aos profissionais

envolvidos

Aleacutem de uma nobre causa de cunho educacional a inclusatildeo constitui

ainda uma mudanccedila no comportamento da sociedade como um todo que

passa a ter que zelar por interesses coletivos outrora ignorados pela maioria

Devido ao periacuteodo decorrido desde as primeiras iniciativas ligadas ao

processo inclusivo verifica-se que o tempo eacute um fator indispensaacutevel para sua

concretizaccedilatildeo Esta provavelmente dar-se-aacute a partir do momento em que todos

os envolvidos assumirem suas devidas responsabilidades e se unirem por uma

educaccedilatildeo de qualidade embasada em um planejamento organizado bem

dirigido iacutentegro e sobretudo pautado no respeito ao ser humano e agrave

diversidade

55

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13

CAPIacuteTULO I

INCLUSAtildeO E EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

1 O CONCEITO DE INCLUSAtildeO E EDUCACcedilAtildeO INCLUSIVA

A inclusatildeo implica em celebrar a diversidade humana e as diferenccedilas

individuais Ambas demandam uma seacuterie de recursos para a aprendizagem na

sala de aula na escola e na vida

Sabe-se que inclusatildeo necessariamente requer a capacitaccedilatildeo contiacutenua

de professores para que utilizem estrateacutegias de ensino mais diversificadas e

mais dinacircmicas garantindo que as necessidades e carecircncias do aluno natildeo

sejam ignoradas ou negligenciadas pelo professor ou pela escola mas seja

parte integrante da vida escolar

Inclusatildeo pressupotildee uma escola que adote uma poliacutetica participativa e

uma cultura inclusiva na qual todos os membros da comunidade escolar sejam

colaboradores entre si e aprendam uns com os outros a partir da reflexatildeo sobre

as praacuteticas docentes ou seja um maior envolvimento entre a famiacutelia e a escola

e entre a escola e a comunidade onde ambos buscam uma educaccedilatildeo de

qualidade para todos

O Centro de Estudos sobre Educaccedilatildeo Inclusiva define a inclusatildeo como

sendo uma

Filosofia que valoriza diversidade de forccedila habilidades e necessidades como natural e desejaacutevel trazendo para cada comunidade a oportunidade de responder de forma que conduza agrave aprendizagem e do crescimento da comunidade como um todo e dando a cada membro desta comunidade um papel de valor (CSEI 2000 p 1)

A educaccedilatildeo inclusiva tem sido objeto de inquietaccedilotildees e constitui um

sistema paralelo de instituiccedilotildees e serviccedilos especializados no qual a inclusatildeo

escolar desponta como um ideal utoacutepico A sauacutede limita-se agrave medicalizaccedilatildeo e

patologizaccedilatildeo da deficiecircncia ou agrave reabilitaccedilatildeo compreendida basicamente

14

como confecccedilatildeo de oacuterteses e proacuteteses

Ordem e desordem fazem parte de uma mesma totalidade movente ou seja o equiliacutebrio conteacutem e eacute criado pelo desequiliacutebrio Isto pode ser importante para a compreensatildeo dos processos de aprendizagem ricos em evoluccedilotildees imprevistas traccedilados por relaccedilotildees natildeo lineares de causa e efeito fractados em muacuteltiplas e diferentes magnitudes tornando-se precaacuteria a universalizaccedilatildeo (BEAUCLAIRJ 2001)

Sabe

se que estamos apenas no iniacutecio de uma longa caminhada pela

busca da excelecircncia da educaccedilatildeo no Brasil A educaccedilatildeo especial representa

um novo rumo para a sociedade trazendo um novo paradigma de educaccedilatildeo

derrubando barreiras do preconceito e ascendendo uma cultura democraacutetica de

valorizaccedilatildeo humana

Segundo Carvalho (2003) a proposta da educaccedilatildeo inclusiva natildeo

representa um fim em si mesma como se estabelecidas certas diretrizes

organizacionais a escola melhorasse num passe de maacutegica Muito mais do

que isso pretende-se a partir da anaacutelise de como tem funcionado os nossos

sistemas educacionais identificar as barreiras existentes para a aprendizagem

dos alunos com vista agraves providecircncias poliacuteticas teacutecnicas e administrativas que

permitam enfrentaacute-las e removecirc-las Pretende-se identificar processos que

aumentem a participaccedilatildeo de todos os alunos reduzindo-lhes a exclusatildeo na

escola e garantindo-lhes sucesso em sua aprendizagem aleacutem do

desenvolvimento da auto-estima

Para a educaccedilatildeo o sujeito com deficiecircncia eacute um aluno especial cujas

necessidades especiacuteficas demandam recursos equipamentos e niacuteveis de

especializaccedilatildeo definidos de acordo com a condiccedilatildeo fiacutesica sensorial ou mental

Na sauacutede o eacute tratado como paciente sujeito a intervenccedilotildees tardias e de cunho

curativo enquanto no campo da assistecircncia social eacute beneficiaacuterio desprovido de

recursos essenciais agrave sua sobrevivecircncia e sujeito a formas de concessatildeo de

benefiacutecios temporaacuterios ou permanentes de caraacuteter restritivo Nestes setores

satildeo accedilotildees isoladas e simboacutelicas ao lado de um conjunto de leis projetos e

iniciativas inexperientes e desarticuladas entre as diversas instancias do poder

puacuteblico

Que sujeito eacute esse Quais as nossas visotildees quanto agraves dificuldades e

necessidades Um sujeito diferente diferenciado ou deficiente Quem satildeo

15

esses sujeitos quando pensamos em inclusatildeo

com dificuldade de interaccedilatildeo de estabelecer uma

relaccedilatildeo de troca de transitar pela diferenccedila aquele

que sente ameaccedilador estar dentro de um grupo

com dificuldades de articular o eu e o outro

sem autonomia de aprendizado

que se sentem ameaccedilados quando se expotildeem na

relaccedilatildeo de aprendizagem

que apresentam discrepacircncias entre o corpo

organismo pensamento e emoccedilatildeo

que natildeo conseguem lidar com o escondido

que tem uma auto imagem rebaixada

Satildeo incluiacutedos

aqueles

que causam estranhamento agravequeles que se

aproximam

de um olhar integral e natildeo somente voltado para sua

dificuldade

de uma relaccedilatildeo que vaacute aleacutem da objetividade

pedagoacutegica

de um ego auxiliar para poder constituir-se

de ser visto segundo suas possibilidades e natildeo

impossibilidades

de uma escola estruturada para recebecirc-lo

de uma equipe estruturada para ajudaacute-lo a se

desenvolver natildeo somente nas questotildees cognitivas

mas tambeacutem soacutecio-afetivas

sentir-se seguro e assegurado

Necessita esse

sujeito

ter a garantia de um compromisso com os

encaminhamentos de suas necessidades

Fonte adaptado de Parolin 2006

Quadro 1 Quem deve ser incluiacutedo

16

O arquivo aberto sobre a Educaccedilatildeo Inclusiva (UNESCO 2001 p15)

uma publicaccedilatildeo da UNESCO contendo materiais de apoio para legisladores

administradores e gestores escolares assume que a educaccedilatildeo inclusiva diz

respeito aos seguintes assuntos-chave

a) aacute crenccedila de que o direito agrave educaccedilatildeo eacute um direito humano e o

fundamento de uma sociedade mais justa

b) aacute realizaccedilatildeo deste direito por meio do movimento da educaccedilatildeo para

todos e (EPT

1990) trabalho no sentido de tornar a educaccedilatildeo

baacutesica de qualidade acessiacutevel

c) ao avanccedilo do movimento da educaccedilatildeo para todos com a finalidade

de encontrar formas de tornar as escolas capazes de servirem a

todas as crianccedilas nas suas comunidades como parte de um sistema

educacional inclusivo

d) ao fato de que a inclusatildeo diz respeito a todos os aprendizes com um

foco agravequeles que tradicionalmente tecircm sido excluiacutedos das

oportunidades educacionais

Publicaccedilatildeo relevante na aacuterea de educaccedilatildeo inclusiva eacute o index para a

Inclusatildeo (CSEI 2000) estabelece que

Inclusatildeo ou educaccedilatildeo inclusiva natildeo eacute um outro nome para a educaccedilatildeo dos alunos com necessidades especiais Inclusatildeo envolve uma abordagem diferente para identificar e resolver dificuldades que emergem na escola () [a inclusatildeo educacional] implica em um processo que aumente a participaccedilatildeo de estudantes e reduza sua exclusatildeo da cultura do curriacuteculo e das comunidades das escolas locais

De forma mais simples podemos dizer que incluir significa fazer com

que o indiviacuteduo se torne parte da comunidade escolar sendo reconhecido

como um de seus membros com as mesmas oportunidades que os outros

Ainscow Tweddle (2005) expressaram a consideraacutevel confusatildeo sobre

o significado da inclusatildeo para as comunidades educacionais que fazem parte

de sua pesquisa na Inglaterra Poreacutem estes autores identificaram quatro

elementos- chave na sua definiccedilatildeo conforme segue

a) Inclusatildeo eacute um processo o quer dizer nunca termina porque sempre

haveraacute um aluno que encontraraacute barreira para aprender

17

b) Inclusatildeo diz respeito agrave identificaccedilatildeo e remoccedilatildeo de barreiras e isto

implica coleta contiacutenua de informaccedilotildees que satildeo valiosas para

entender a performance dos alunos a fim de planejar e estabelecer

metas

c) Inclusatildeo diz respeito agrave presenccedila participaccedilatildeo e aquisiccedilatildeo de todos

os alunos Presenccedila diz respeito agrave frequumlecircncia e pontualidade dos

alunos na sua escolarizaccedilatildeo Participaccedilatildeo trata-se do modo como os

alunos percebem a sua proacutepria aprendizagem e se a mesma possui

qualidade acadecircmica

d) Aquisiccedilatildeo se refere aos resultados da aprendizagem em termos de

todo conteuacutedo curricular dentro e fora de escola

Inclusatildeo envolve uma ecircnfase nos grupos de estudantes que podem

estar com risco de marginalizaccedilatildeo exclusatildeo e baixo desempenho educacional

Envolve o monitoramento cuidadoso pelas autoridades educacionais locais aos

alunos assim como o apoio oferecido agraves escolas para assegurar que as

mesmas estejam lidando com as barreiras a fim de prevenir que esses alunos

natildeo sejam excluiacutedos

Segundo Pereira (2009) todas estas definiccedilotildees oferecem os subsiacutedios

para a qualificaccedilatildeo de um novo professor e uma nova metodologia de ensino

Um professor comprometido com a inclusatildeo deve ter em mente que

a) a educaccedilatildeo eacute um direito humano

b) as crianccedilas estatildeo na escola para aprender

c) ha crianccedilas que satildeo mais vulneraacuteveis agrave exclusatildeo educacional do que

outras

d) eacute responsabilidade da escola e dos professores criar formas

alternativas de ensino e aprendizagem mais efetivas para todos

Uma metodologia inclusiva de ensino deve ser capaz de garantir que o

aluno se sinta motivado para frequumlentar a escola e participar das atividades na

sala de aula O educador deve possuir qualidade curricular e metodoloacutegica a

fim de identificar barreiras agrave aprendizagem e planejar formas de removecirc-las

para que cada aluno seja contemplado e respeitado em seu processo de

aprendizagem Neste contexto Limaverde (2009) referente agrave diversidade

humana a praacutetica escolar deve estar fundamentada na crenccedila de que

a) em qualquer periacuteodo de sua escolarizaccedilatildeo qualquer crianccedila pode

18

enfrentar dificuldades para aprender ou fazer parte da comunidade

escolar

b) as dificuldades de aprendizagem que emergem no dia-a-dia da

escolasala de aula constituem um recurso para melhorar o ensino

c) todas as mudanccedilas geradas como resultado da tentativa de

responder agraves necessidades de aprendizagem de uma dada crianccedila

oferecem melhores condiccedilotildees para todas as crianccedilas aprenderem

Tais fundamentos revelam que a inclusatildeo natildeo depende de diagnoacutestico

ou categorias de deficiecircncias baseadas em niacuteveis de habilidades ou

capacidades do aluno e natildeo segrega ou discrimina nenhuma crianccedila com base

nas suas caracteriacutesticas individuais

Ao inveacutes disso a inclusatildeo cria oportunidades para todos os alunos

aprenderem por meio do uso de estrateacutegias diversificadas de ensino ao mesmo

tempo em que cria bases firmes para a melhoria da escola e para a

capacitaccedilatildeo contiacutenua dos professores

Ferreira Glat (2004) enfatiza que a inclusatildeo eacute um termo que tem sido

usado predominantemente como sinocircnimo para integraccedilatildeo de alunos com

deficiecircncia no ensino regular denotando desta forma a perpetuaccedilatildeo da

vinculaccedilatildeo deste conceito com a educaccedilatildeo especial

Para Fonseca (2004) a inclusatildeo parece natildeo oferecer duacutevidas

literalmente significa accedilatildeo ou resultado de incluir de envolver de abranger de

fechar de encerrar de introduzir de inserir dentro de alguma coisa

A educaccedilatildeo inclusiva significa assegurar a todos os estudantes sem

exceccedilatildeo independentemente da sua origem sociocultural e da sua evoluccedilatildeo

psicobioloacutegica a igualdade de oportunidades educativas para que desse

modo possam usufruir de serviccedilos de qualidade conjuntamente com outros

apoios complementares e possam beneficiar-se igualmente da sua integraccedilatildeo

em classes etariamente adequadas perto da sua residecircncia com objetivo de

serem preparados para uma vida futura a mais independente e produtiva

possiacutevel como membros de pleno direito da sociedade segundo Bos e Vaughn

(1994) Clark Dyson e Millward (1998) (apud FONSECA 2004)

Para Pereira (2009) a inclusatildeo eacute um movimento mundial de luta das

pessoas com deficiecircncias e seus familiares na busca dos seus direitos e lugar

na sociedade

19

Existe um consenso entre os estudiosos de que inclusatildeo natildeo se refere

somente agraves crianccedilas com deficiecircncia e sim a todas as crianccedilas jovens e

adultos que sofrem qualquer tipo de exclusatildeo educacional seja dentro das

escolas e salas de aula quando natildeo encontram oportunidades para participar

de todas as atividades escolares quando satildeo expulsos e suspensos por

razotildees muitas vezes obscuras quando natildeo tecircm acesso agrave escolarizaccedilatildeo e

permanecem fora das escolas como eacute o caso de muitos brasileiros e de muitas

crianccedilas africanas

Celedoacuten (2009) acredita que a inclusatildeo eacute ato ou efeito de incluir isto eacute

de compreender (entender algueacutem aceita-lo como eacute) abranger (conter em si

mas tambeacutem apreender perceber entender alcanccedilar atingir) em estudos da

linguagem inclusive se diz da primeira pessoa do plural que inclui o falante e o

ouvinte (no caso professores e alunos)

11 Histoacuterico de Inclusatildeo

O marco histoacuterico da inclusatildeo foi em junho de 1994 com a Declaraccedilatildeo

de Salamanca Espanha realizada pela UNESCO na Conferecircncia Mundial

sobre necessidades educativas especiais acesso e qualidade assinado por 92

paiacuteses cujo princiacutepio fundamental eacute todos os alunos devem aprender juntos

sempre que possiacutevel independente das dificuldades e diferenccedilas que

apresentem (PEREIRA 2009 p1)

Para Celedoacuten (2009) antes do seacuteculo XX natildeo existia a ideacuteia de

inclusatildeo a maioria das pessoas principalmente mulheres deficientes fiacutesicos e

mentais de outras raccedilas que natildeo a branca e pobre natildeo tinha o direito ou as

condiccedilotildees miacutenimas para frequentar a escola

No seacuteculo XX comeccedila a chamada segregaccedilatildeo mais pessoas tinham

acesso agrave escola poreacutem dificilmente misturavam-se com os alunos

representantes da classe dominante Na segunda metade do seacuteculo surgiam as

escolas especiais e mais tarde as classes especiais dentro das escolas

comuns Surgia assim uma aberraccedilatildeo pedagoacutegica a separaccedilatildeo de dois

sistemas educacionais por um lado a educaccedilatildeo comum e do outro a educaccedilatildeo

especial

20

Jaacute na deacutecada de 70 aparecia a integraccedilatildeo As escolas comuns

aceitavam alguns alunos antes rejeitados ou marginalizados que poderiam

frequentar classes comuns desde que conseguissem adaptar-se

Os primeiros movimentos que apontavam para o surgimento da inclusatildeo

escolar datam do final da deacutecada de 80 Assim soacute haacute um tipo de educaccedilatildeo e

ela eacute para todos sem restriccedilatildeo sem separaccedilatildeo (CELEDOacuteN 2009)

A inclusatildeo comeccedilou como um movimento de pessoas com deficiecircncia e

seus familiares na luta pelos seus direitos de igualdade na sociedade

visualiza-se as diversas noccedilotildees dificuldades concepccedilotildees e sentimentos

vinculados a realidade inclusiva

Medidas bem planejadas

conscientizaccedilatildeo governamental e social

Exige aceitaccedilatildeo da diferenccedilas

socializaccedilatildeo

poliacuteticas de integraccedilatildeo

Um desafio

Constitui uma troca constante entre alunos e

professores um processo gradativo

Inclusatildeo

Enfrenta seguranccedila

problemas de formaccedilatildeo

condiccedilotildees atitudinais e arquitetocircnicas

Fonte adaptado de Parolin2006

Quadro 2 Inclusatildeo

12 O papel da famiacutelia no processo de inclusatildeo

A famiacutelia eacute a primeira unidade agrave qual a crianccedila com necessidades

especiais viraacute a fazer parte entretanto muitas vezes os familiares natildeo estatildeo

preparados para recebecirc-la ainda que constitua um importante suporte para

esta crianccedila

21

Segundo Kaloustian (2002) a famiacutelia eacute o lugar indispensaacutevel para a

garantia da sobrevivecircncia e da proteccedilatildeo integral dos filhos e demais membros

independentemente do arranjo familiar ou da forma como vem se estruturando

Eacute a famiacutelia que propicia os aportes afetivos e sobretudo materiais necessaacuterios

ao desenvolvimento e bem estar dos seus componentes Ela desempenha um

papel decisivo na educaccedilatildeo formal e informal eacute em seu espaccedilo que satildeo

absorvidos os valores eacuteticos e humaniacutesticos e onde se aprofundam os laccedilos

de solidariedade Eacute tambeacutem em seu interior que se constroem as marcas entre

as geraccedilotildees e satildeo observados valores culturais

Para Aranha (2004) eacute imprescindiacutevel promover cuidados de apoio agrave

famiacutelia e agrave comunidade para que as crianccedilas e adolescentes com dificuldades

especiais tenham condiccedilotildees favoraacuteveis para um desenvolvimento saudaacutevel

A famiacutelia tem se encontrado numa posiccedilatildeo de dependecircncia de

profissionais em diferentes aacutereas do conhecimento no sentido de receberem

orientaccedilotildees de como proceder em relaccedilatildeo agraves necessidades especiais de seus

filhos

De acordo com Ribeiro (2004 p20)

A famiacutelia vem se mantendo ao longo da histoacuteria da humanidade como instituiccedilatildeo social permanente o que pode ser explicado por sua capacidade de mudanccedilaadaptaccedilatildeo resistecircncia e por receber valorizaccedilatildeo positiva da sociedade e daqueles que a integram

Faz-se necessaacuterio que a famiacutelia construa conhecimentos sobre as

necessidades especiais de seus filhos assim os profissionais ligados

diretamente ao caso deveratildeo orientar e preparar a famiacutelia para tal desafio

bem como ajudaacute-la a aceitar as dificuldades de modo a facilitar o dia-a-dia da

crianccedila no contexto familiar

Segundo Gokhale (1980) acrescenta ainda que a famiacutelia natildeo eacute

somente o berccedilo da cultura e a base da sociedade futura mas eacute tambeacutem o

centro da vida social A educaccedilatildeo bem sucedida da crianccedila na famiacutelia eacute que vai

servir de apoio agrave sua criatividade e ao seu comportamento produtivo quando for

adulto A famiacutelia tem sido eacute e seraacute a influecircncia mais poderosa para o

desenvolvimento da personalidade e do caraacuteter das pessoas

A famiacutelia precisa construir padrotildees cooperativos e coletivos de

enfrentamento dos sentimentos de anaacutelise das necessidades primordiais de

22

cada membro e do grupo como um todo da tomada de decisotildees de busca dos

recursos e serviccedilos especializados que seratildeo necessaacuterios para o bem estar e

adequada qualidade de vida do indiviacuteduo especial como tambeacutem de toda sua

famiacutelia (ARANHA 2004)

Eacute essencial que se invista na orientaccedilatildeo e no apoio agrave famiacutelia para que

esta possa cumprir da melhor maneira possiacutevel seu papel educativo junto aos

seus dependentes

Agrave famiacutelia cabe o maior tempo de convivecircncia e adaptaccedilatildeo da crianccedila

com necessidades especiais Por isso o domiciacutelio e as pessoas que nele

moram devem ser preparados para enfrentar este desafio que natildeo eacute faacutecil

poreacutem com todo cuidado e ajuda especiacutefica se tornaraacute muito mais faacutecil e

prazeroso

13 As condiccedilotildees da inclusatildeo escolar no Brasil

As instituiccedilotildees escolares no Brasil ao reproduzirem constantemente o

modelo tradicional natildeo tem demonstrado condiccedilotildees de responder aos desafios

da inclusatildeo escolar e do acolhimento agraves diferenccedilas nem de promover

aprendizagens necessaacuterias agrave vida em sociedade

A escola natildeo tem conseguido cumprir o papel de configurar-se como

espaccedilo educativo adequado ao processo inclusivo O tradicionalismo assenta-

se em pressuposto irrealizaacutevel ao fazer com que os alunos enquadrem agraves suas

exigecircncias

No plano eacutetico e poliacutetico a defesa de igualdade de direitos com

destaque para o direito agrave educaccedilatildeo parece constituir-se em consenso As

discordacircncias satildeo enunciadas no plano da definiccedilatildeo das propostas para sua

concretizaccedilatildeo

Oliveira( 2001 p 2 ) analisa que

A proacutepria declaraccedilatildeo desse direito agrave educaccedilatildeo pelo menos no que diz respeito agrave gratuidade constava jaacute na Constituiccedilatildeo Imperial O que se aperfeiccediloou para aleacutem de uma maior precisatildeo juriacutedica - evidenciada pela redaccedilatildeo - foram os mecanismos capazes de garantir em termos praacuteticos os direitos anteriormente enunciados estes sim verdadeiramente inovadores

23

No discurso decorrente de muitos profissionais da educaccedilatildeo a inclusatildeo

escolar tem sido uma expressatildeo empregada com sentido restrito como se

significasse apenas matricular alunos com deficiecircncia e necessidades

especiais em classe comum Mas a construccedilatildeo conceitual dessa expressatildeo

ultrapassa em muito esse entendimento Sua implantaccedilatildeo pode implicar em

resguardar a classe comum como espaccedilo de escolarizaccedilatildeo de todos ou como

uma das opccedilotildees para aqueles com necessidades educacionais especiais

ainda que deva ser a preferencial como preconizado pela Constituiccedilatildeo Federal

de 1988

De acordo com Gonzalez (2002)

A educaccedilatildeo especial eacute marcada pela ideacuteia de uma educaccedilatildeo diferente e dirigida a um grupo de sujeitos especiacuteficos a compreensatildeo anterior eacute marcada pela ideacuteia de uma accedilatildeo ou conjunto de accedilotildees e serviccedilos dirigidos a todos os sujeitos que deles necessitam em contextos normalizados

A expressatildeo alunos com necessidades educacionais especiais eacute usada

para designar pessoas com deficiecircncia mental auditiva visual fiacutesica e muacuteltipla

superdotaccedilatildeo e altas habilidades e condutas tiacutepicas que requerem em seu

processo de educaccedilatildeo escolar atendimento educacional especializado que

pode se concretizar em intenccedilotildees para lhes garantir acessibilidade

arquitetocircnica de comunicaccedilatildeo e de sinalizaccedilatildeo adequaccedilotildees didaacutetico

metodoloacutegicas curriculares e administrativas bem como materiais e

equipamentos especiacuteficos ou adaptados

Xavier (2002) salienta que

A construccedilatildeo da competecircncia do professor para responder com qualidade agraves necessidades educacionais especiais de seus alunos em uma escola inclusiva pela mediaccedilatildeo da eacutetica responde aacute necessidade social e histoacuterica de superaccedilatildeo das praticas pedagoacutegicas que discriminam segregam e excluem e ao mesmo tempo configura na accedilatildeo educativa o vetor de transformaccedilatildeo social para a equidade a solidariedade a cidadania

24

conhecer o sujeito natildeo eacute preciso orientar as

atividades e refletir cada accedilatildeo

o sucesso das intervenccedilotildees depende do

conhecimento humano e desenvolvimento

psicossocial dos interventores

Trabalhar com a

inclusatildeo requer

mudanccedilas de

paradigmas nessa praacutetica haacute uma identificaccedilatildeo subjetiva com

esse sujeito

como essa praacutetica foi se constituindo

qual era o objetivo da construccedilatildeo dessa praacutetica

A que se propotildee

quem satildeo os sujeitos que datildeo corpo a essa praacutetica

Trabalhar com

inclusatildeo requer

reflexatildeo sobre a

praacutetica por que esta opccedilatildeo e natildeo outra

compromisso com aprendizagem

compromisso com formaccedilatildeo

compromisso teacutecnico humano cientiacutefico

Trabalhar com

inclusatildeo requer

postura eacutetica compromisso com a qualidade na aprendizagem

Fonte adaptado Parolin 2006

Quadro 3 Preacute requisitos para o trabalho inclusivo

Atualmente coexistem pelo menos duas propostas para a educaccedilatildeo

especial uma em que conhecimentos acumulados sobre educaccedilatildeo especial

teoacutericos e praacuteticos devem estar a serviccedilo dos sistemas de ensino e portanto

das escolas e disponiacuteveis a todos os professores alunos e demais membros

da comunidade escolar que a qualquer momento podem requerecirc-los outra

em que se deve configurar um conjunto de recursos e serviccedilos educacionais

especializados dirigidos apenas agrave populaccedilatildeo escolar que apresente

solicitaccedilotildees que o ensino comum natildeo tem conseguido contemplar

De acordo com Glat Nogueira (2002 )

As poliacuteticas para a inclusatildeo devem ser concretizadas na forma de programas de capacitaccedilatildeo e acompanhamento contiacutenuo que orientem o trabalho docente na perspectiva da diminuiccedilatildeo gradativa

25

da exclusatildeo escolar o que visa a beneficiar natildeo apenas os alunos com necessidades especiais mas de uma forma geral a educaccedilatildeo escolar como um todo

Mantoan Prieto Arantes (2006) salientam que o planejamento e a

implantaccedilatildeo de poliacuteticas para atender a alunos com necessidades educacionais

especiais requerem domiacutenio conceitual sobre inclusatildeo escolar e sobre as

solicitaccedilotildees decorrentes de sua adoccedilatildeo enquanto princiacutepio eacutetico-poliacutetico bem

como a clara definiccedilatildeo dos princiacutepios e diretrizes nos planos e programas

elaborados permitindo a redefiniccedilatildeo dos papeis da educaccedilatildeo especial e do

atendimento desse alunado

A poliacutetica educacional brasileira tem deslocado progressivamente para

os municiacutepios parte da responsabilidade administrativa financeira e

pedagoacutegica pelo acesso e permanecircncia de alunos com necessidades

educacionais especiais nas escolas em decorrecircncia do processo de

municipalizaccedilatildeo do ensino fundamental Essa diretriz tem provocado alguns

impactos no atendimento a esse puacuteblico alvo Algumas prefeituras criaram

formas de atendimento educacional especializado outras ampliaram ou

mantiveram seus auxiacutelios e serviccedilos de ensino algumas estatildeo apenas

matriculando esses alunos em suas redes de ensino e haacute ainda as que

desativaram alguns serviccedilos prestados como por exemplo a oferta de

programas de transporte adaptado

No Brasil o atendimento educacional especializado era em 2004

desenvolvido na proporccedilatildeo de 13 para 23 referindo-se a escolas comuns

puacuteblicas e a escolas exclusivamente especializadas ou em classes especiais

respectivamente

A base de dados divulgada natildeo registra informaccedilotildees sobre matriacuteculas no

ensino superior mas revela que o atendimento estaacute centrado na educaccedilatildeo

infantil (109596 matriacuteculas que correspondem a 19 3 do total) e no ensino

fundamental (365359 ou 644) Haacute na EJA (Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos)

e na educaccedilatildeo profissional pouco mais de 41500 matriacuteculas em cada uma

dessas modalidades no ensino meacutedio as matriacuteculas equivaliam a 16 com

apenas 8281 alunos nesse niacutevel de ensino

A matriacutecula inicial na classe comum evoluiu de 1998 a 2002 em 151

Passamos de um total 439233 matriacuteculas em 1998 para 110536 em 2002

26

Em 2003 em dados aproximados havia 144100 alunos com necessidades

educacionais especiais nas referidas classes e em 2004 184800

evidenciando crescimento anual de 281 entre esses dois uacuteltimos anos

Deixa-se em aberto a possibilidade de sabermos que patamar de

atendimento foi atingido pois para isso precisariacuteamos ter dados sobre os que

estatildeo fora da escola portanto sem nenhum tipo de atendimento escolar

Eacute um dever natildeo cumprido averiguar se aos alunos com necessidades

educacionais especiais estaacute sendo garantido aleacutem do acesso agrave escola o

acesso agrave educaccedilatildeo aqui compreendida como processo de desenvolvimento

da capacidade fiacutesica intelectual e moral da crianccedila e do ser humano em geral

visando sua melhor integraccedilatildeo individual e social

Uma accedilatildeo que deve marcar as poliacuteticas puacuteblicas de educaccedilatildeo eacute a

formaccedilatildeo dos profissionais da educaccedilatildeo Sem deixar de considerar que em

educaccedilatildeo atuam profissionais no acircmbito teacutecnico-administrativo e em outras

funccedilotildees com importante papel no desenvolvimento de accedilotildees educacionais

14 Legislaccedilatildeo direitos e deveres na inclusatildeo

141 Leis e declaraccedilotildees internacionais

a) Declaraccedilatildeo de Cuenca - UNESCO - Equador 1981

b) Declaraccedilatildeo de Sunderberg - Torremolinos Espanha 1981

c) Resoluccedilotildees da XXIII Conferecircncia Sanitaacuteria Panamericana

- OPSOrganizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede - Washington DC USA -

1990

- Seminaacuterio Unesco - Caracas - Venezuela - 1992 - Informe Final

d) Declaraccedilatildeo de Santiago - Chile - 1993

e) Assembleacuteia Geral das Naccedilotildees Unidas - New York USA - 1993

Normas

- Uniformes sobre a igualdade de oportunidade para pessoas com

incapacidades

f) Declaraccedilatildeo Mundial de Educaccedilatildeo para Todos - UNICEF - Jon Tien

Tailacircndia - 1990

27

g) Declaraccedilatildeo de Salamanca - Salamanca Espanha princiacutepios poliacuteticas

e praacutetica em Educaccedilatildeo Especial - 1994 - criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de sistemas

educacionais inclusivos

142 Leis nacionais

a) Constituiccedilatildeo Federal de 1988 - Tiacutetulo VI - Da Ordem Social - Art 208

e Art 227

b) Lei nordm 785389 - Dispotildee sobre o apoio agraves pessoas com deficiecircncias

sua integraccedilatildeo social e pleno exerciacutecio de direitos sociais e individuais

c) Decreto nordm 220897 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

d) Parecer CNECEB nordm 1699 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

e) Resoluccedilatildeo CNECEB nordm 499 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

f) Decreto nordm 329899 - Regulamenta a Lei 785389 daacute-lhe condiccedilotildees

operacionais consolida as normas de proteccedilatildeo ao portador de deficiecircncias

g) LDB nordm 939496 (Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional) -

Capiacutetulo V - Educaccedilatildeo Especial - Art 58 Art 59 e Art 60 Portaria

MEC nordm 167999 - requisitos de acessibilidade a cursos instruccedilatildeo de

processos de autorizaccedilatildeo de cursos e credenciamento de instituiccedilotildees

voltadas agrave educaccedilatildeo especial

h) Parecer CNECEB nordm 1499 - Diretrizes nacionais da educaccedilatildeo

escolar indiacutegena

i) Resoluccedilatildeo CNECEB nordm 0399 - Fixa diretrizes nacionais para o

funcionamento de escolas indiacutegenas

j) Lei nordm 1009800 - Estabelece normas gerais e criteacuterios baacutesicos para a

promoccedilatildeo de acessibilidade das pessoas portadoras de deficiecircncia ou com

mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Resoluccedilatildeo CNECEB nordm

22001 - Institui diretrizes e normas para a educaccedilatildeo especial na Educaccedilatildeo

Baacutesica

k) Parecer CNECEB nordm 172001 - Diretrizes Nacionais para a Educaccedilatildeo

Especial na Educaccedilatildeo Baacutesica

28

l) Lei nordm 101722001 - Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo - PNE e daacute

outras providecircncias (o PNE estabelece 27 objetivos e metas para a

educaccedilatildeo de pessoas com necessidades educacionais especiais)

143 Direitos e Deveres

o papel da educaccedilatildeo consiste em favorecer que cada um de forma

livre e autocircnoma reconheccedila aos demais a mesma esfera de direito que exige

para si (VIEIRA 1999 p 16)

1431 Direito agrave acessibilidade

Para que as pessoas com deficiecircncia possam ter liberdade de ir e vir e

se sentir parte da comunidade elas necessitam de um meio fiacutesico adequado e

que garanta seguranccedila e acesso O direito a acessibilidade estaacute descrito nas

Leis 1009800 - regulamentada atraveacutes do Decreto 529604 - e 1004800 que

prevecircem a adequaccedilatildeo das vias e de espaccedilos puacuteblicos no mobiliaacuterio urbano na

construccedilatildeo e reforma de edifiacutecios nos meios de transporte e de comunicaccedilatildeo e

do acesso a informaccedilatildeo

Eacute possiacutevel promover a inclusatildeo social no meio fiacutesico construindo rampas

de acesso banheiros adaptados pisos taacuteteis guias rebaixadas sinais sonoros

entre outros

A acessibilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo pode ser alcanccedilada

atraveacutes de sites acessiacuteveis que atendam agraves pessoas com deficiecircncia visual e

por exemplo aparelhos de televisatildeo com legenda oculta As emissoras de TV

devem incluir em suas programaccedilotildees inteacuterprete de Libras para que as pessoas

com deficiecircncia auditiva possam acompanhar os programas

29

Pessoas com deficiecircncia fiacutesica idosos gestantes lactantes e pessoas

com crianccedilas de colo devem ter atendimento prioritaacuterio por meio de serviccedilos

individualizados que assegurem tratamento diferenciado

1432 Direito ao trabalho

Foram diversas as conquistas em defesa das pessoas com deficiecircncia

nos uacuteltimos anos Hoje elas satildeo amparadas por lei no seu direito de acesso ao

trabalho Graccedilas a estas conquistas fazer parte do quadro de funcionaacuterios de

uma empresa jaacute natildeo eacute um obstaacuteculo mas a permanecircncia destes profissionais

no local de trabalho ainda exige cuidados Cabe aos empregadores garantir

bem estar e acessibilidade aos seus colaboradores para que eles tenham

oportunidade de exercer suas funccedilotildees de maneira adequada e mostrar todo o

seu potencial

Este sistema estaacute carregado da antiga visatildeo de assistencialismo

capacidade laborativa reduzida e falta de noccedilatildeo sobre cidadania Na sociedade

brasileira ele ainda eacute necessaacuterio para que as pessoas apostem nestes

profissionais e desta forma descubram que eles tecircm um enorme potencial

Em vaacuterios paiacuteses como EUA Canadaacute Gratilde-Bretanha Nova Zelacircndia

Dinamarca Sueacutecia Finlacircndia Austraacutelia e Portugal este princiacutepio foi extinto e a

antiga visatildeo foi superada Em naccedilotildees como o Brasil ela estaacute em vias de

superaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo eacute a melhor forma de acabar com o preconceito

Durante anos a sociedade excluiu as pessoas com deficiecircncia do

conviacutevio social Esta exclusatildeo se reflete ateacute hoje em diversos setores sociais

Vaacuterias leis foram criadas visando agrave inclusatildeo dos cidadatildeos com

deficiecircncia mas algumas delas foram concebidas quando ainda se tinha pouco

conhecimento sobre este puacuteblico e suas limitaccedilotildees O sistema de cotas eacute uma

delas

a) 1980 - estabelecida como a deacutecada internacional da pessoa com

deficiecircncia

b) 1992 - estabelecida a data de 3 de dezembro como dia internacional das

pessoas portadoras de deficiecircncia da ONU

30

c) 1994 - declaraccedilatildeo de Salamanca (Espanha) tratando da educaccedilatildeo

especial

d) 1995 - a Inglaterra aprova legislaccedilatildeo semelhante para empresas com

mais de vinte empregados

e) 1999 - promulgada na Guatemala a convenccedilatildeo interamericana para a

eliminaccedilatildeo de todas as formas de discriminaccedilatildeo contra as pessoas

portadoras de deficiecircncia

f) 2002 - realizado em marccedilo o congresso europeu sobre deficiecircncia em

Madri que estabeleceu 2003 como o ano europeu das pessoas com

deficiecircncia

g) 1981 - adotado pela ONU como o ano internacional das pessoas com

deficiecircncia

h) 1983 elaboraccedilatildeo da convenccedilatildeo 159 pela OIT

i) 1990 - aprovada a ADA (Lei dos Deficientes dos Estados Unidos)

aplicaacutevel a toda empresa com mais de quinze funcionaacuterios

j) 1997 - tratado de Amsterdatilde em que a Uniatildeo Europeacuteia se compromete a

facilitar a inserccedilatildeo e a permanecircncia das pessoas com deficiecircncia nos

mercados de trabalho

1433 Direito agrave educaccedilatildeo

Para se tornar parte da sociedade eacute necessaacuterio compreende-la A base

para o sucesso de qualquer cidadatildeo estaacute na educaccedilatildeo e isto natildeo eacute diferente

para as pessoas com deficiecircncia Participar do sistema educacional eacute garantir a

inclusatildeo social e a igualdade de oportunidades

A Lei 939496 art4ordm que estabelece as diretrizes e bases da educaccedilatildeo

nacional (LDB) reconhece que a educaccedilatildeo eacute um instrumento fundamental para

a integraccedilatildeo e participaccedilatildeo de qualquer pessoa com deficiecircncia no contexto em

que vive Estaacute disposto nesta lei que haveraacute quando necessaacuterio serviccedilos de

apoio especializado na escola regular para atender agraves peculiaridades da

clientela de educaccedilatildeo especial e que o atendimento educacional seraacute feito em

classes escolas ou serviccedilos especializados sempre que em funccedilatildeo das

31

condiccedilotildees especiacuteficas dos alunos natildeo for possiacutevel a sua integraccedilatildeo nas

classes comuns de ensino regular

A legislaccedilatildeo brasileira tambeacutem prevecirc o acesso a livros em Braille de uso

exclusivo das pessoas com deficiecircncia visual

1434 Direito agrave sauacutede

A assistecircncia agrave sauacutede e agrave reabilitaccedilatildeo cliacutenica satildeo condiccedilotildees decisivas

para a inclusatildeo da pessoa com deficiecircncia na sociedade

Para promover a melhoria da qualidade de vida e com intuito de

estimular a independecircncia do indiviacuteduo com deficiecircncia nas suas atividades

diaacuterias foi criado o sistema das redes estaduais de assistecircncia agrave pessoa com

deficiecircncia

Este projeto oferece ajuda teacutecnica aleacutem de oacuterteses e proacuteteses para que

a pessoa tenha maior autonomia

Outro sistema criado para a manutenccedilatildeo da sauacutede fiacutesica e mental do

cidadatildeo com deficiecircncia eacute a Poliacutetica Nacional para a integraccedilatildeo da pessoa com

deficiecircncia implantada em 1989 Regulamentada pelo Decreto nordm 3298 prevecirc

auxiacutelio na prevenccedilatildeo de doenccedilas atendimento psicoloacutegico reabilitaccedilatildeo

fornecimento de medicamentos e assistecircncia atraveacutes de planos de sauacutede

1435 Direito a isenccedilotildees fiscais e financiamento

Pessoas com deficiecircncia empresas bancos e demais instituiccedilotildees

ligadas a este puacuteblico possuem alguns benefiacutecios previstos em lei

Para as empresas dispostas a contribuir com a inclusatildeo social de

portadores de necessidades especiais a legislaccedilatildeo brasileira prevecirc a

concessatildeo fiscal Podem ser firmados convecircnios que garantem a isenccedilatildeo de

ICMS seja para doaccedilatildeo de equipamentos adaptados seja para aquisiccedilotildees de

aparelhos e acessoacuterios destinados agraves instituiccedilotildees que atendam este segmento

da populaccedilatildeo

Automoacuteveis adquiridos em alguns estados brasileiros por pessoas com

32

deficiecircncia fiacutesica visual mental e autistas ou seus representantes legais satildeo

isentos de ICMS (Imposto sobre Circulaccedilatildeo de Mercadorias e Serviccedilos) e do

IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de acordo com a Lei 1075403

Os financiamentos de automoacuteveis de fabricaccedilatildeo nacional tambeacutem satildeo

liberados do IOF (Imposto sobre Operaccedilotildees Financeiras)

Tais benefiacutecios ainda natildeo satildeo tributados pelo Imposto de Renda e tanto

a aquisiccedilatildeo de aparelhos e materiais como a realizaccedilatildeo de outras despesas

podem ser deduzidas do imposto

1436 Direito ao passe livre

Os cidadatildeos com deficiecircncia tambeacutem possuem benefiacutecios relacionados

aos meios de transporte A Lei 889994 conhecida como Lei do Passe Livre

prevecirc que toda pessoa com deficiecircncia tem direito ao transporte coletivo

interestadual gratuito e que cabe a cada estado ou municiacutepio implantar

programas similares ao passe livre para os transportes municipais e estaduais

Aleacutem do transporte gratuito o municiacutepio deve garantir que os meios de

transporte sejam acessiacuteveis a estes cidadatildeos

15 Declaraccedilatildeo de Salamanca princiacutepios poliacutetica e praacutetica na educaccedilatildeo

especial

Notando com satisfaccedilatildeo um incremento no envolvimento de governos

grupos de advocacia comunidades e pais e em particular de organizaccedilotildees de

pessoas com deficiecircncias na busca pela melhoria do acesso agrave educaccedilatildeo para

a maioria daqueles cujas necessidades especiais ainda se encontram

desprovidas e reconhecendo como evidecircncia para tal envolvimento a

participaccedilatildeo ativa do alto niacutevel de representantes e de vaacuterios governos

agecircncias especializadas e organizaccedilotildees intergovernamentais naquela

Conferecircncia Mundial

a) Os delegados da Conferecircncia Mundial de Educaccedilatildeo Especial

33

representando 88 governos e 25 organizaccedilotildees internacionais em

assembleia em Salamanca Espanha entre 7 e 10 de junho de 1994

reafirma o compromisso para com a educaccedilatildeo para todos

reconhecendo a necessidade e urgecircncia do providenciamento de

educaccedilatildeo para as crianccedilas jovens e adultos com necessidades

educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino e re-

endossa a estrutura de accedilatildeo em educaccedilatildeo especial em que pelo

espiacuterito de cujas provisotildees e recomendaccedilotildees governo e

organizaccedilotildees sejam guiados

b) Acreditam e proclamam que toda crianccedila tem direito fundamental agrave

educaccedilatildeo e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o niacutevel

adequado de aprendizagem toda crianccedila possui caracteriacutesticas

interesses habilidades e necessidades de aprendizagem que satildeo

uacutenicas sistemas educacionais deveriam ser designados e programas

educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em

conta a vasta diversidade de tais caracteriacutesticas e necessidades

aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso

agrave escola regular que deveria acomodaacute-los dentro de uma pedagogia

centrada na crianccedila capaz de satisfazer a tais necessidades

escolas regulares que possuam tal orientaccedilatildeo inclusiva constituem

os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatoacuterias

criando-se comunidades acolhedoras construindo uma sociedade

inclusiva e alcanccedilando educaccedilatildeo para todos aleacutem disso tais escolas

proveem uma educaccedilatildeo efetiva agrave maioria das crianccedilas e aprimoram

a eficiecircncia e em uacuteltima instacircncia o custo da eficaacutecia de todo o

sistema educacional

c) Congregam todos os governos e demandam que atribuam a mais

alta prioridade poliacutetica e financeira ao aprimoramento de seus

sistemas educacionais no sentido de se tornarem aptos a incluiacuterem

todas as crianccedilas independentemente de suas diferenccedilas ou

dificuldades individuais adotem o princiacutepio de educaccedilatildeo inclusiva em

forma de lei ou de poliacutetica matriculando todas as crianccedilas em

escolas regulares a menos que existam fortes razotildees para agir de

outra forma desenvolvam projetos de demonstraccedilatildeo e encorajem

34

intercacircmbios em paiacuteses que possuam experiecircncias de escolarizaccedilatildeo

inclusiva estabeleccedilam mecanismos participatoacuterios e

descentralizados para planejamento revisatildeo e avaliaccedilatildeo de provisatildeo

educacional para crianccedilas e adultos com necessidades educacionais

especiais encorajem e facilitem a participaccedilatildeo de pais comunidades

e organizaccedilotildees de pessoas portadoras de deficiecircncias nos processos

de planejamento e tomada de decisatildeo concernentes agrave provisatildeo de

serviccedilos para necessidades educacionais especiais invistam

maiores esforccedilos em estrateacutegias de identificaccedilatildeo e intervenccedilatildeo

precoces bem como nos aspectos vocacionais da educaccedilatildeo

inclusiva garantam que no contexto de uma mudanccedila sistecircmica

programas de treinamento de professores tanto em serviccedilo como

durante a formaccedilatildeo incluam a provisatildeo de educaccedilatildeo especial dentro

das escolas inclusivas

d) Tambeacutem congregam a comunidade internacional em particular

governos com programas de cooperaccedilatildeo internacional agecircncias

financiadoras internacionais especialmente as responsaacuteveis pela

Conferecircncia Mundial em Educaccedilatildeo para Todos UNESCO UNICEF

UNDP e o Banco Mundial a endossar a perspectiva de escolarizaccedilatildeo

inclusiva e apoiar o desenvolvimento da educaccedilatildeo especial como

parte integrante de todos os programas educacionais as Naccedilotildees

Unidas e suas agecircncias especializadas em particular a ILO WHO

UNESCO e UNICEF a reforccedilar seus estiacutemulos de cooperaccedilatildeo

teacutecnica bem como reforccedilar suas cooperaccedilotildees e redes de trabalho

para um apoio mais eficaz agrave jaacute expandida e integrada provisatildeo em

educaccedilatildeo especial organizaccedilotildees natildeo-governamentais envolvidas na

programaccedilatildeo e entrega de serviccedilo nos paiacuteses a reforccedilar sua

colaboraccedilatildeo com as entidades oficiais nacionais e intensificar o

envolvimento crescente delas no planejamento implementaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de provisatildeo em educaccedilatildeo especial que seja inclusiva

UNESCO enquanto a agecircncia educacional das Naccedilotildees Unidas a

assegurar que educaccedilatildeo especial faccedila parte de toda discussatildeo que

lide com educaccedilatildeo para todos em vaacuterios foros a mobilizar o apoio de

organizaccedilotildees dos profissionais de ensino em questotildees relativas ao

35

aprimoramento do treinamento de professores no que diz respeito a

necessidade educacionais especiais a estimular a comunidade

acadecircmica no sentido de fortalecer pesquisa redes de trabalho e o

estabelecimento de centros regionais de informaccedilatildeo e documentaccedilatildeo

e da mesma forma a servir de exemplo em tais atividades e na

disseminaccedilatildeo dos resultados especiacuteficos e dos progressos

alcanccedilados em cada paiacutes no sentido de realizar o que almeja a

presente declaraccedilatildeo a mobilizar fundos atraveacutes da criaccedilatildeo (dentro

de seu proacuteximo planejamento a meacutedio prazo 1996-2000) de um

programa extensivo de escolas inclusivas e programas de apoio

comunitaacuterio que permitiriam o lanccedilamento de projetos-piloto que

demonstrassem novas formas de disseminaccedilatildeo e o desenvolvimento

de indicadores de necessidade e de provisatildeo de educaccedilatildeo especial

e) Por uacuteltimo expressam o caloroso reconhecimento ao governo da

Espanha e agrave UNESCO pela organizaccedilatildeo da Conferecircncia e

demandam-lhes realizarem todos os esforccedilos no sentido de trazer

esta declaraccedilatildeo e sua relativa estrutura de accedilatildeo da comunidade

mundial especialmente em eventos importantes tais como o Tratado

Mundial de Desenvolvimento Social (em Kopenhagen em 1995) e a

Conferecircncia Mundial sobre a Mulher (em Beijing em 1995) Adotada

por aclamaccedilatildeo na cidade de Salamanca Espanha neste deacutecimo dia

de junho de 1994

Durante os uacuteltimos 15 ou 20 anos tem se tornado claro que o conceito de necessidades educacionais especiais teve que ser ampliado para incluir todas as crianccedilas que natildeo estejam conseguindo se beneficiar com a escola seja por que motivo for (UNESCO 1994 p15)

16 Diretrizes na educaccedilatildeo especial na perspectiva da inclusatildeo

A consciecircncia do direito de construir uma identidade proacutepria e do reconhecimento da identidade do outro se traduz no direito de igualdade e no respeito agraves diferenccedilas assegurando oportunidades diferentes (equidade) tantas quanto forem necessaacuterias com vistas agrave busca da igualdade (BRASIL 2001)

36

A educaccedilatildeo especial eacute uma modalidade de ensino que perpassa todos

os niacuteveis etapas e modalidades realiza o atendimento educacional

especializado disponibiliza os serviccedilos e recursos proacuteprios desse atendimento

e orienta os alunos e seus professores quanto a sua utilizaccedilatildeo nas turmas

comuns do ensino regular

O atendimento educacional especializado identifica elabora e organiza

recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a

plena participaccedilatildeo dos alunos considerando as suas necessidades

especiacuteficas As atividades desenvolvidas no atendimento educacional

especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum natildeo

sendo substitutivas agrave escolarizaccedilatildeo Esse atendimento completa e suplementa

a formaccedilatildeo dos alunos com vistas agrave autonomia e independecircncia na escola e

fora dela

Tal modalidade de ensino disponibiliza programas de enriquecimento

curricular o ensino de linguagem e coacutedigos especiacuteficos de comunicaccedilatildeo e

sinalizaccedilatildeo ajudas teacutecnicas e tecnoloacutegicas assistidas dentre outros Ao longo

de todo processo de escolarizaccedilatildeo esse atendimento deve estar articulado

com a proposta pedagoacutegica de ensino comum

A inclusatildeo escolar tem inicio na educaccedilatildeo infantil onde se desenvolvem

as bases necessaacuterias para a construccedilatildeo do conhecimento e seu

desenvolvimento global Nessa etapa o luacutedico o acesso agraves formas

diferenciadas de comunicaccedilatildeo a riqueza de estiacutemulos nos aspectos fiacutesicos

emocionais cognitivos psicomotores e sociais e a convivecircncia com as

diferenccedilas favorecem as relaccedilotildees interpessoais o respeito e a valorizaccedilatildeo da

crianccedila Do nascimento aos trecircs anos o atendimento educacional

especializado se expressa por meio de serviccedilos que objetivam aperfeiccediloar o

processo de desenvolvimento e aprendizagem em interface com os serviccedilos de

sauacutede e assistecircncia social

Em todas as etapas e modalidades da educaccedilatildeo baacutesica o atendimento

especializado eacute organizado para apoiar o desenvolvimento dos alunos

constituindo oferta obrigatoacuteria dos sistemas de ensino e deve ser realizado no

turno inverso ao da classe comum na proacutepria escola ou centro especializado

que realize esse serviccedilo educacional Este atendimento eacute realizado mediante a

37

atuaccedilatildeo de profissionais com conhecimento especiacuteficos no ensino da Liacutengua

Brasileira de Sinais da Liacutengua Portuguesa e na modalidade escrita como

segunda liacutengua do Sistema Braille do Soroban da orientaccedilatildeo e mobilidade

das atividades de vida autocircnoma da comunicaccedilatildeo alternativa do

desenvolvimento dos processos mentais superiores dos programas de

enriquecimento curricular da adequaccedilatildeo e produccedilatildeo de materiais didaacuteticos e

pedagoacutegicos da utilizaccedilatildeo de recursos oacutepticos e natildeo oacutepticos da tecnologia

assistida e outros

Cabe aos sistemas de ensino ao organizar a educaccedilatildeo especial na

perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva disponibilizar as funccedilotildees do instrutor de

Libras e guia interprete bem como de monitor dos alunos com necessidades

de apoio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo locomoccedilatildeo entre outras que

exijam auxilio constante no cotidiano escolar

Para atuar na educaccedilatildeo especial o professor deve ter como base de

sua formaccedilatildeo inicial e continuada conhecimentos gerais para o exerciacutecio da

docecircncia e conhecimentos especiacuteficos da aacuterea Essa formaccedilatildeo possibilita a sua

atuaccedilatildeo no atendimento educacional especializado e deve aprofundar o caraacuteter

interativo e interdisciplinar da atuaccedilatildeo nas salas comuns do ensino regular nas

salas de recursos nos centros de atendimento educacional especializado nos

nuacutecleos de acessibilidade das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior nas classes

hospitalares e nos ambientes domiciliares para a oferta dos serviccedilos e

recursos de educaccedilatildeo especial

38

CAPIacuteTULO II

CAPACITACcedilAtildeO E CONCEPCcedilAtildeO DE PROFESSORES NO PROCESSO DE

INCLUSAtildeO ESCOLAR

2 CAPACITACcedilAtildeO PROFISSIONAL E A INCLUSAtildeO ESCOLAR

A formaccedilatildeo de professores que atuam diretamente na inclusatildeo escolar

sempre se constituiu numa grande problemaacutetica com relaccedilatildeo ao atendimento

do aluno com necessidades especiais Tudo eacute muito novo e desafiador E isto

infelizmente ainda eacute uma barreira para que a inclusatildeo se efetive com alicerce

suficiente para se sustentar

Nos finais do Impeacuterio o atendimento a essa clientela era vinculada agrave

sauacutede Nos anos 20 do seacuteculo passado iniciou-se uma crescente preocupaccedilatildeo

com a questatildeo propriamente pedagoacutegica porem influenciada pela abordagem

psicoloacutegica natildeo abandonando o campo da sauacutede

Para atender agraves demandas cada professor deveria estar apto a

elaborar incrementar e implementar situaccedilotildees de ensino que favorecessem a

construccedilatildeo dos conceitos mais primaacuterios aos mais complexos Eacute importante

que o professor organize seu planejamento de maneira que natildeo passem

despercebidos pelas situaccedilotildees de ensino conceitos que podem parecer

simples mas que na verdade satildeo preacute-requisitos para o que se pensa ser o

mais importante Contudo natildeo satildeo poucos os casos em que as situaccedilotildees

acabam sendo apresentadas de forma restrita sem pertinecircncia aos alunos que

participam da accedilatildeo inclusiva

O cotidiano de sala de aula requer na atualidade a efetivaccedilatildeo de accedilotildees

didaacuteticas flexiacuteveis poreacutem contextualizadas a adequaccedilatildeo de recursos sem

depreciar a capacidade e a imagem do aluno com o qual interagimos uma

reformulaccedilatildeo das dinacircmicas em sala de aula que possibilite a participaccedilatildeo

39

efetiva de todos

Muitos recursos muitas vezes satildeo pouco explorados ou ateacute mesmo

desconsiderados pelo professor com o passar dos niacuteveis propostos pelo

sistema de educaccedilatildeo No entanto quando o professor eacute o agente mediador de

um contexto educacional no qual a diversidade estaacute mais complexa devido agraves

demandas que um tipo de necessidade educativa especial pode gerar eacute

essencial que ele natildeo perca de vista a validade de determinados recursos

diante da construccedilatildeo de conceitos mais elaborados ou abstratos (FERREIRA

2004)

Valorizar a singularidade de cada ser humano eacute um compromisso eacutetico

de contribuir com as transformaccedilotildees necessaacuterias agrave construccedilatildeo de uma

sociedade mais justa (SOUZA SILVA 2005 p 239)

Um sistema escolar inclusivo precisa investir na capacitaccedilatildeo contiacutenua dos

professores e funcionaacuterios das escolas realizando o chamamento dos que

ainda natildeo se consideram envolvidos para um processo de sensibilizaccedilatildeo e

atualizaccedilatildeo constante de toda escola e comunidade Nesse aspecto a

assessoria ao professor eacute fundamental para orientaccedilatildeo e anaacutelise na busca de

soluccedilotildees para os problemas surgidos na sala de aula no aprofundamento das

questotildees teoacutericas na construccedilatildeo de intervenccedilotildees pedagoacutegicas na seleccedilatildeo de

recursos materiais e tecnoloacutegicos para a aprendizagem dos alunos no

processo de avaliaccedilatildeo na inter-relaccedilatildeo com as famiacutelias bem como na

mediaccedilatildeo entre escola e serviccedilos especializados para atendimento ao aluno

com necessidades educacionais na aacuterea da sauacutede da assistecircncia social do

trabalho entre outros (BEYER 2005)

Para Marques (2006) inclusatildeo escolar implica numa reorganizaccedilatildeo

estrutural da escola de todos os elementos da praacutetica pedagoacutegica

considerando o dado do muacuteltiplo da diversidade e natildeo mais o padratildeo

universal O atual momento histoacuterico exige uma participaccedilatildeo efetiva da escola

como instituiccedilatildeo loacutecus do conhecimento e da formaccedilatildeo de cidadatildeos capazes de

intervir nos rumos da sociedade Neste sentido faz-se necessaacuteria uma escola

criativa onde todos os seus componentes sejam co-sujeitos na produccedilatildeo de um

saber-instrumento para o conviacutevio escolar e social Cabe portanto a alunos

professores e sujeitos desse processo planejar e construir as diferentes etapas

de nossa caminhada etapas que se num primeiro momento satildeo idealizadas

40

logo transformam-se em realidade pela reflexatildeo criacutetica de nossas proacuteprias

possibilidades na construccedilatildeo dessa nova escola Assim eacute preciso

redimensionar o modo de pensar e fazer a educaccedilatildeo tarefa por natureza

complexa que envolve elementos poliacuteticos soacutecio-econocircmicos teacutecnicos e

culturais

Essa postura por sua vez implica na superaccedilatildeo da dicotomia e

fragmentaccedilatildeo das atribuiccedilotildees dos agentes educativos dos rituais dos

conteuacutedos metodoloacutegicos dos recursos pedagoacutegicos do processo de

avaliaccedilatildeo bem como das concepccedilotildees de educaccedilatildeo e de sociedade Enfatiza

tambeacutem que implica para o professor em uma seacuterie de mudanccedilas com relaccedilatildeo

a sua postura pressuposto baacutesico de sua atuaccedilatildeo a compreensatildeo das

diferentes necessidades educacionais de seus alunos sendo necessaacuteria aacute

flexibilizaccedilatildeo do professor no exerciacutecio do compromisso eacutetico para se adequar

agraves novas situaccedilotildees que surgiratildeo em decorrecircncia das diversidades presentes

em seu cotidiano atentando para a supressatildeo de uma possiacutevel postura

discriminatoacuteria

Zimmermann (2008) destaca que a instituiccedilatildeo escolar precisa redefinir

sua base de estrutura organizacional destituindo-se de burocracias

reorganizando grades curriculares proporcionando maior ecircnfase agrave formaccedilatildeo

humana dos professores e afinando a relaccedilatildeo famiacutelia

escola propondo uma

praacutetica pedagoacutegica coletiva dinacircmica e flexiacutevel para atender esta nova

realidade educacional A educaccedilatildeo inclusiva tem forccedila transformadora e

aponta para uma nova era natildeo somente educacional mas para uma sociedade

inclusiva

Segundo Mittler (2008) as escolas a volta poderiam tentar encontrar

novos modos de pedir aos pais as suas opiniotildees sobre como poderiam ser

fortalecidos os viacutenculos entre lar e a escola Os viacutenculos mais iacutentimos entre

pais e professor natildeo podem ser prescritos de cima para baixo mas sim

fundamentados nos desejos e nas prioridades daquele que estatildeo nessa aacuterea

A uacuteltima palavra vai para um grupo de pais de crianccedilas com

necessidades especiais e deficiecircncia ( RUSSEL 1997 apud MITTEL

2008p227)

a) Por favor aceite e valorize nossas crianccedilas (e noacutes mesmos como

famiacutelia) como noacutes somos valorizados

41

b) Por favor celebre a diferenccedila

c) Por favor aceite nossas crianccedilas primeiramente como crianccedilas Natildeo

coloque roacutetulos nelas a menos que vocecirc pretenda fazer algo

d) Por favor reconheccedila seu poder sobre nossas vidas Vivemos com as

consequumlecircncias de suas opiniotildees e decisotildees

e) Por favor entenda a tensatildeo sob qual muitas famiacutelias estatildeo vivendo

Os encontros cancelados a lista de espera que ningueacutem consegue

chegar ao inicio todas as discussotildees sobre recursos eacute sobre nossa

vida que vocecirc esta falando

f) Por favor natildeo use modas passageiras e tratamentos conosco a

menos que vocecirc vai estar conosco E natildeo esqueccedila que as famiacutelias

tecircm muitos membros muitas responsabilidades Agraves vezes natildeo

podemos agradar a todo mundo

g) Por favor reconheccedila que aacutes vezes noacutes eacute que temos razatildeo Por favor

acredite em noacutes e escute o que sabemos sobre o que noacutes e nossas

crianccedilas necessitamos

h) Agraves vezes estamos tristes cansados e deprimidos Por favor valorize

nos como famiacutelias preocupadas e comprometidas e tente continuar a

trabalhar conosco

Limaverde (2009) acredita que a maioria dos professores vem de

cursos onde a discussatildeo da teoria e da praacutetica ainda eacute dividida Discute-se

teoria e praacutetica de maneira isolada Ainda se estuda uma teoria idealizada

Poucos cursos de formaccedilatildeo de professores oferecem de modo obrigatoacuterio em

seus curriacuteculos as disciplinas relacionadas agrave diferenccedila agraves deficiecircncias Aleacutem

da formaccedilatildeo do nuacutecleo comum eles tambeacutem precisam se atentar para essas

especificidades Haacute uma obrigatoriedade de se ofertar nos cursos de

pedagogia a disciplina de Libras Mas isso natildeo deve ocorrer apenas na

formaccedilatildeo inicial mas tambeacutem na formaccedilatildeo continuada que eacute aquela em

serviccedilo mas que muitas vezes natildeo contemplam essas especificidades

O problema de formaccedilatildeo eacute muito grave porque repercute nessa

inseguranccedila do professor no preconceito no medo Aleacutem do entrave da

formaccedilatildeo no aspecto pedagoacutegico as escolas elaboram seu projeto poliacutetico

pedagoacutegico sem levar em conta a presenccedila do aluno com deficiecircncia As

praacuteticas a organizaccedilatildeo da sala de aula natildeo leva em conta a presenccedila desse

42

aluno Onde natildeo haacute uma interlocuccedilatildeo mais refinada entre o ensino comum e a

Educaccedilatildeo Especial com esse saber mais especiacutefico natildeo haacute inclusatildeo

A inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino Assim na formaccedilatildeo do professor teria dois espaccedilos um da sala de

aula que eacute a formaccedilatildeo comum para todos os professores contemplando

desenvolvimento aprendizagem e uma na formaccedilatildeo continuada Uma

formaccedilatildeo que atenda agraves diferenccedilas da sala de aula o atendimento agrave educaccedilatildeo

especializada aleacutem da formaccedilatildeo baacutesica cursos de extensatildeo de libras de

soroban de braile de tecnologia assistida para que esse professor possa

atender a especificidade desses alunos O aluno com deficiecircncia eacute um ser

humano que se desenvolve como qualquer outro As teorias e teacutecnicas que

foram estudadas satildeo suporte para esse trabalho Agora o que vai modificar na

sua atuaccedilatildeo eacute a maneira como ele organiza suas praacuteticas pedagoacutegicas Na

maioria das vezes eles organizam praacuteticas homogecircneas do aluno idealizado Eacute

importante um planejamento para pensar essas diferenccedilas na sala de aula Eacute

um trabalho do projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

21 Concepccedilotildees de professores sobre a inclusatildeo na educaccedilatildeo regular e

especial

Inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino (LIMAVERDE 2009)

Apenas a partir do seacuteculo XX verificou-se uma melhor aceitaccedilatildeo das

pessoas com necessidades especiais momento em que se iniciou a sua

desinstitucionalizaccedilatildeo e educaccedilatildeo escolar Ateacute este periacuteodo eram segregados

e praticamente privados de conviacutevio social Entretanto verifica-se que as

conquistas ainda foram poucas pois o preconceito a ignoracircncia e a

discriminaccedilatildeo ainda satildeo muito fortes em relaccedilatildeo ao deficiente e a deficiecircncia

Para Carmo (2000) a inclusatildeo eacute um assunto que deve ser refletido e

investigado com muita precisatildeo jaacute que a sociedade pode estar criando uma

nova modalidade a de excluiacutedos dentro da inclusatildeo podemos assim concluir

nessa reflexatildeo para que haja o processo de ensino-aprendizagem nos alunos

portadores de necessidades educacionais especiais o professor teraacute que se

43

capacitar para atender a proposta desta nova face da educaccedilatildeo brasileira ele

teraacute que tentar conciliar as teorias sobre o assunto com sua pratica e a

realidade da sala de aula Pois soacute assim a inclusatildeo do aluno portador de

necessidades educacionais especiais seraacute bem sucedida e gerando bons

resultados no futuro

Assim a inclusatildeo deste tipo de aluno requer novas posturas tanto aos

professores quanto ao sistema educacional brasileiro levando em consideraccedilatildeo

que todos noacutes estaremos ganhando Lembrando tambeacutem que este processo

de aprendizagem requer a reciprocidade das experiecircncias entre o aluno com

necessidades educacionais especiais o professor e os demais alunos Um

processo de aprendizagem onde todos participam a aquisiccedilatildeo do

conhecimento ocorreraacute com mais facilidade

Mantoan Pietro Arantes (2006) acredita que recriar um novo modelo

educativo com ensino de qualidade que diga natildeo aacute exclusatildeo social implica em

condiccedilotildees de trabalho pedagoacutegico e uma rede de saberes que se entrelaccedilam e

caminham no sentido contraacuterio do paradigma tradicional de educaccedilatildeo

segregadora Eacute uma reviravolta complexa mas possiacutevel basta que lutemos por

ela que nos aperfeiccediloemos e estejamos abertos a colaborar na busca dos

caminhos pedagoacutegicos da inclusatildeo Pois nem todas as diferenccedilas

necessariamente inferiorizam as pessoas Elas tem diferenccedilas e igualdades

mas entre elas nem tudo deve ser igual assim como nem tudo deve ser

diferente

De acordo com Santos (apud MANTOAN2003 p34 ) eacute preciso que

tenhamos o direito de sermos diferentes quando a igualdade nos

descaracteriza e o direito de sermos iguais quando a diferenccedila nos inferioriza

Assim a luta pela escola inclusiva embora seja contestada e tenha ateacute

mesmo assustado a comunidade escolar exige mudanccedila de haacutebitos e atitudes

pela sua loacutegica e eacutetica nos remete a refletir e reconhecer que trata-se de um

posicionamento social que garante a vida com igualdade pautada pelo

respeito agraves diferenccedilas Apesar das iniciativas acanhadas da comunidade

escolar e da sociedade geral eacute possiacutevel adequar a escola para um novo

tempo Precisa estar imbuiacutedos de boa vontade e compromisso enfrentar com

seguranccedila e otimismo este desafio enxergar a clareza e obviedade eacutetica da

proposta inclusiva e contribuir para o desmantelamento dessa maacutequina escolar

44

enferrujada

Para Lisita e Souza (2003) das utopias concretas da modernidade tem-

se hoje apenas a certeza da transitoriedade O sentido da revoluccedilatildeo antes

propagado daacute lugar a um leque de possibilidades as quais se abrem num

horizonte virtual em constantes mudanccedilas Que se trata de uma nova realidade

mundial natildeo se discute Indaga-se no entanto o que se tem a fazer diante de

tal realidade

Nesse sentido a ciecircncia e a tecnologia tecircm se constituiacutedo nos principais

agentes de proposiccedilatildeo e de determinaccedilatildeo dessas mudanccedilas A sensaccedilatildeo que

se tem eacute a de que amanheceremos a cada dia num novo mundo repleto de

novidades e onde o ontem estaacute cada vez e mais rapidamente distante

O cenaacuterio do mundo atual evidencia um movimento em direccedilatildeo a um

sentido de inclusatildeo social o sujeito com deficiecircncia passa a dividir a cena com

os sujeitos sem deficiecircncia coabitando os diversos espaccedilos sociais Nota-se

pois um grande dinamismo experimentado pelos sujeitos e em particular

pelos sujeitos com deficiecircncia num mundo onde conceitos e praacuteticas assumem

cada vez mais um caraacuteter efecircmero e de possibilidades muacuteltiplas

Segundo Ferreira e Glat (2004) satildeo frequentes relatos de professores

principalmente em conselhos de classe sobre a dificuldade de determinados

alunos quanto agrave efetivaccedilatildeo de algumas propostas educacionais Na maioria

das situaccedilotildees o que de fato acontece natildeo eacute uma dificuldade do aluno em

realizar ou compreender a atividade solicitada e sim uma inadequaccedilatildeo do

procedimento dos objetivos eou da avaliaccedilatildeo realizada pelo professor Nesse

sentido eacute importante o professor analisar algumas questotildees como

a) de que maneira todos os alunos poderatildeo participar da aula proposta

b) se haacute necessidade de apoio adaptaccedilotildees e como fazecirc-las para sua

plena participaccedilatildeo

c) que expectativas devem ser esperadas eou modificadas para a

efetivaccedilatildeo da atividade (como os alunos demonstram o que sabem a

quantidade e qualidade das atividades propostas)

d) quais satildeo os objetivos prioritaacuterios para a aprendizagem

Enfim eacute do conhecimento de todos que natildeo haacute formas sem

precedentes que se bastem ou que se perpetuem diante das realidades

necessidades e demandas dos alunos que compotildeem as salas de aula que hoje

45

cada professor assume Eacute importante a busca constante de praacuteticas pautadas

no contexto que o aluno vivencia inovadoras pois o trabalho eacute dinacircmico

sendo fundamental que cada profissional pense na sua disponibilidade para a

construccedilatildeo de praacuteticas efetivas que conduzam a uma educaccedilatildeo de qualidade

para todos como descrevem Ferreira e Glat 2004

Poso (2004) acredita que por um lado os professores julgam-se

incapazes de dar conta dessa demanda despreparados e impotentes frente a

essa realidade que eacute agravada pela falta de material adequado de apoio

administrativo e recursos financeiros

Mantoan (2003) enfatiza que a radicalidade da inclusatildeo vem do fato de

esta exigir uma mudanccedila de paradigma educacional onde na perspectiva

inclusiva suprime-se a sub-divisatildeo dos sistemas escolares em modalidades de

ensino especial e regular As escolas atendem as diferenccedilas sem discriminar

sem estabelecer prioridades e necessidades sem estabelecer regras

diferenciadas para cada caso no planejamento avaliaccedilatildeo e aprendizado

Assim pode-se imaginar o impacto da inclusatildeo nos sistemas de ensino ao

supor a aboliccedilatildeo completa dos serviccedilos segregados da educaccedilatildeo especial os

programas de reforccedilo escolar salas de aceleraccedilatildeo e turmas especiais

Desta forma a inclusatildeo eacute uma provocaccedilatildeo cuja intenccedilatildeo eacute melhorar a

qualidade do ensino atingindo todos os alunos de uma forma globalizada

Incluir eacute necessaacuterio primordialmente para melhorar as condiccedilotildees da escola

de modo que nela se possam formar geraccedilotildees mais preparadas para viver a

vida na sua plenitude livremente sem preconceitos sem barreiras Confirma-

se assim mais uma vez a necessidade de a educaccedilatildeo se atualizar e os

professores aperfeiccediloarem as suas praacuteticas para que as escolas se obriguem

a um esforccedilo de modernizaccedilatildeo e reestruturaccedilatildeo de suas condiccedilotildees atuais

Pretende-se que a escola seja inclusiva eacute primordial que seus planos se

redefinam para uma educaccedilatildeo voltada agrave cidadania global plena livre de

preconceitos e disposta a reconhecer e entende as diferenccedilas entre as

pessoas principalmente quanto aos seus aspectos fiacutesico mental e intelectual

Natildeo basta uma educaccedilatildeo para a cidadania eacute preciso educar para a liberdade

e nesse sentido nenhuma forma de subordinaccedilatildeo intelectual pode ser

admitida

Os desafios para a concretizaccedilatildeo dos ideais inclusivos na educaccedilatildeo

46

brasileira satildeo inuacutemeros Haacute ainda de se vencer os desafios que impotildee o

conservadorismo das instituiccedilotildees especializadas e enfrentar as pressotildees

poliacuteticas e das pessoas com deficiecircncia ainda muito habituadas a seus roacutetulos

e a benefiacutecios que acentuam a incapacidade as limitaccedilotildees o paternalismo e o

protecionismo social

Smeha Ferreira (2005) descrevem que vaacuterios professores afirmam

apresentar sentimentos de despreparo para trabalharem junto agraves crianccedilas com

necessidades especiais Que natildeo tiveram em sua formaccedilatildeo acadecircmica o

preparo adequado que os capacite a lidar com a diversidade e isso gera

intenso sofrimento pois ensinar crianccedilas com limitaccedilotildees exige conhecimento

competecircncia e habilidade para que o processo inclusivo seja efetivado

Os professores foram preparados para trabalharem com as crianccedilas que

aprendem assim quando eles se deparam com as limitaccedilotildees na

aprendizagem sentem frustraccedilatildeo anguacutestia impotecircncia e medo Portanto faz-

se necessaacuterio uma significativa reformulaccedilatildeo nos cursos de graduaccedilatildeo que

estatildeo formando professores os quais certamente teratildeo alunos com

necessidades educativas especiais em sua trajetoacuteria profissional Aliaacutes essa

reformulaccedilatildeo deve abarcar natildeo somente conhecimentos sobre educaccedilatildeo de

pessoas com deficiecircncia mas tambeacutem oportunizar autoconhecimento para

que os professores possam atuar de forma mais confiante atendendo agraves

demandas educacionais especiais com mais prazer e menos sofrimento Aleacutem

da reestruturaccedilatildeo nas aacutereas que envolvem a formaccedilatildeo de professores para

que o trabalho docente possa acontecer com menor prejuiacutezo agrave sauacutede mental

parece primordial que o investimento transcenda a capacitaccedilatildeo relacionada aos

conhecimentos teacutecnicos e permeie o campo da sauacutede mental no trabalho

O suporte aos aspectos psicoloacutegicos dos professores precisam ser

contemplados com grupos de reflexatildeo ou de apoio um espaccedilo que possa

oportunizar-lhes aos mesmos falar sobre seus sentimentos dificuldades

medos ou fantasias Seria um momento para problematizar e encontrar

ressignificaccedilatildeo no exerciacutecio docente que cada vez mais precisa ser alicerccedilado

no respeito agrave diversidade humana Eacute importante tambeacutem salientar que natildeo eacute

apenas o processo de inclusatildeo o responsaacutevel pelo sofrimento docente muitos

satildeo propensos ao stress devido agraves suas proacuteprias vivecircncias pessoais e agraves

exigecircncias da contemporaneidade

47

De acordo com Souza Silva (2009)

No tocante ao trabalho docente novas propostas se fazem necessaacuterias devido agraves transformaccedilotildees educacionais que estatildeo ocorrendo de forma acelerada exigindo assim novas aprendizagens que possam contribuir para a formaccedilatildeo de profissionais capazes de responder aos novos desafios colocados agrave nossa realidade

Para Bartalotti (2006) nos dias atuais frente ao processo de inclusatildeo

como uma possibilidade embora ainda natildeo como uma realidade haacute um grande

caminho a ser percorrido Pois se olhar em volta para cada ser humano que

nos rodeia ver-se-ia o quanto ainda se tem que caminhar para a construccedilatildeo

de uma sociedade verdadeiramente inclusiva Exclui-se apenas com o olhar

com palavras quantas vezes menospreza-se o outro por ele ter um gosto

uma crenccedila religiosa situaccedilatildeo financeira cor de pele estatura e peso corporal

diferente por nos aceitos E sem a menor preocupaccedilatildeo decidi-se que esta ou

aquela pessoa natildeo serve para estar junto de noacutes de nossos filhos frequentar

nosso clube casa ou templo religioso Jaacute sentem-se excluiacutedos e rejeitados em

diferentes situaccedilotildees sentem-se olhados como diferentes indesejaacuteveis

estranhos certamente essa natildeo eacute uma sensaccedilatildeo agradaacutevel quem jaacute passou

por ela natildeo deseja repetir a experiecircncia

Para que a inclusatildeo ocorra eacute necessaacuterio que a sociedade passe pelo

aprimoramento das relaccedilotildees sociais pela compreensatildeo de que o verdadeiro

pensamento inclusivo eacute aquele que natildeo categoriza ou rotula as pessoas por

ordem de valor valor esse atribuiacutedo muitas vezes atraveacutes de estereoacutetipos

estigmas conhecimentos instituiacutedos pensar inclusivamente eacute aprender a olhar

cada pessoa e buscar nela seu real valor construiacutedo nas relaccedilotildees cotidianas

nos seus sonhos e expectativas e nas suas accedilotildees concretas no mundo

Acredita-se tambeacutem que muitas vezes fala-se que a inclusatildeo eacute uma

utopia muitos natildeo acreditam que a sociedade seja capaz desse movimento

Inclusatildeo eacute sim possibilidade assim como eacute possibilidade a construccedilatildeo de uma

sociedade mais digna para todos com ou sem deficiecircncia

Para Tessaro (2009) existe todo um discurso proacute agrave inclusatildeo em vaacuterios

segmentos da sociedade dentre os quais no ambiente escolar A inclusatildeo eacute

algo que vem se efetivando mesmo que a duras penas buscando superar toda

uma histoacuteria de isolamento discriminaccedilatildeo e preconceito Tem provocado

48

muitos questionamentos principalmente no meio acadecircmico tais como O que

eacute inclusatildeo escolar Por que incluir Qual eacute a opiniatildeo dos alunos com

deficiecircncia e dos professores sobre inclusatildeo A escola possui infra-estrutura

adequada para participar da inclusatildeo escolar Os alunos deficientes se sentem

bem com a inclusatildeo escolar Os professores estatildeo capacitados para educaccedilatildeo

inclusiva

Dutra (2007) destaca que as principais dificuldades no processo de

inclusatildeo escolar do aluno especial eacute a ausecircncia de preparo e de uma

formaccedilatildeo mais teacutecnica que visa suprir as necessidades destes alunos

mediadas pelo professor e tambeacutem agrave falta de boas condiccedilotildees fiacutesicas nas

escolas pra receber estes alunos

Jesus (2007) enfatiza que a inclusatildeo dos portadores de necessidades

educacionais especiais na escola eacute algo essencial agrave educaccedilatildeo mas eacute preciso

ser feita de maneira correta porque nem todos podem estar na escola ou

estatildeo preparados para nela estar por natildeo terem capacidade fisioloacutegica Esse eacute

um assunto muito discutido por alguns especialistas da educaccedilatildeo especial que

buscam uma maneira eficiente de incluir todos as crianccedilas e jovens que

possuem alguma necessidade educacional especial

Nesse sentido Mantoan (2006) afirma que a condiccedilatildeo primeira para

inclusatildeo deixe de ser uma ameaccedila ao que hoje a escola defende e adota como

pratica pedagoacutegica e abandonar tudo que leva a tolerar as pessoas com

deficiecircncia na sala de aula

Natildeo pode se ter um ambiente mais propiacutecio para tal processo de

conscientizaccedilatildeo do que a escola Pois seraacute por meio dessa interaccedilatildeo entre

crianccedilas que se construiraacute uma naccedilatildeo mais justa e igualitaacuteria onde todos

juntos aprenderatildeo a conviver e a se respeitarem Respeito que eacute sonhado por

todos que se espera construir um novo amanhatilde mais digno

O assunto eacute fundamental para ser discutido por todas as pessoas

envolvidas com a educaccedilatildeo e que busquem uma naccedilatildeo com menos

desigualdade social oportunidades para todos uma educaccedilatildeo que priorize o

ser e natildeo ter e uma realidade igualitaacuteria A inclusatildeo eacute acima de tudo a

transformaccedilatildeo da pratica pedagoacutegica de todos os profissionais de educaccedilatildeo

Os registros de textos artigos e livros enfatizam que sobre a

aplicabilidade atual de inclusatildeo escolar satildeo insatisfatoacuterios e que natildeo houve

49

diferenccedilas entre os alunos e entre os professores quanto a essa dimensatildeo Os

professores e os alunos expressaram vaacuterias dificuldades envolvidas nesse

processo destacando se a falta de infra-estrutura das escolas a falta de

preparocapacitaccedilatildeo profissional discriminaccedilatildeo social e a falta de aceitaccedilatildeo da

inclusatildeo

Os professores de educaccedilatildeo especial demonstraram dar mais creacutedito agrave

educaccedilatildeo inclusiva do que os do ensino regular Os alunos deficientes

demonstraram dar menos creacutedito agrave inclusatildeo do que os natildeo deficientes Os

sentimentos decorrentes da inclusatildeo que predominaram entre professores e os

alunos com deficiecircncia foram negativos enquanto entre os alunos natildeo

deficientes prevaleceram os positivos (TESSARO 2009)

Para Fonseca (2004) promover a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma tarefa de

uma equipe multidisciplinar que deve adotar uma estrateacutegia do tipo pensar em

grupo eacute pensar melhor pois soacute dessa forma se podem explorar todas as

opccedilotildees potenciais de inclusatildeo e natildeo soacute as mais coerentes acessiacuteveis ou

tradicionais Sem uma dinacircmica de grupo natildeo se podem discutir e implementar

planos educacionais individualizados na educaccedilatildeo inclusiva transpondo para

sala de aula regular programas inovadores desde a modificaccedilatildeo de

comportamento ao enriquecimento linguumliacutestico ou cognitivo

Ensino em equipe com vaacuterios professores que agem e pensam em

conjunto criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees inovaccedilotildees na instruccedilatildeo na avaliaccedilatildeo

aprendizagem cooperativa e interativa criaccedilatildeo de projetos de suporte muacuteltiplo

serviccedilos de encaminhamentos diagnoacutesticos dinacircmicos e prescritivos em

termos de praacutetica de intervenccedilatildeo na sala de aula regular aprofundamento eacutetico

e legal dos pressupostos morais da inclusatildeo social construccedilatildeo de instrumentos

de investigaccedilatildeo-accedilatildeo entre outros satildeo desafios que se colocam hoje mais do

lado do ensino do que da aprendizagem

Para Almeida Anjos (2007) vaacuterios professores destacam tensotildees que

sempre se preservaram em suas percepccedilotildees e atitudes sejam referentes agraves

pessoas com necessidades educacionais especiais sejam relativas a

dificuldades em relaccedilatildeo a si proacuteprios e aos seus saberes profissionais No

entanto os profissionais apontam em suas falas as possibilidades de transpor

tais dificuldades vividas no trabalho com alunos especiais na rotina de seu dia

a dia de trabalho

50

Laraia (1992 apud ALMEIDA ANJOS 2007) acredita que nenhuma

ordem social eacute baseada em verdades inatas que as mudanccedilas nas praacuteticas

pedagoacutegicas com a diversidade dos alunos passam por uma mudanccedila de

nossas concepccedilotildees e valores Que eacute preciso uma formaccedilatildeo que coloque o

profissional da educaccedilatildeo em conflito com seus conhecimentos e concepccedilotildees a

partir da relaccedilatildeo entre a teoria e a praacutetica para entatildeo podermos comeccedilar a

pensar em inclusatildeo Assim a partir dos pressupostos da ciecircncia social criacutetica

sustentada pelo interesse colaborativo procuramos programar com os

profissionais encontros de estudoreflexatildeo das tensotildees e possibilidades que

envolvem o trabalho com alunos com necessidades educacionais especiais

enfatizar ainda como o lazer e recreaccedilatildeo podem ser facilitadores do processo

de inclusatildeo escolar

Zimmermann (2008) acredita que para conseguir reformar a instituiccedilatildeo

escolar primeiramente se tem que reformar as mentes entretanto natildeo

conseguiraacute reformar mentes sem que se realize uma preacutevia reforma de

instituiccedilotildees Vive-se uma crise de paradigmas e toda a crise gera medos

inseguranccedila e incertezas mas propotildee-se que seja este o momento de ousadia

e de busca de alternativas que sustente e norteie para realizar-se as mudanccedilas

que o momento propotildee Que a escola seja um espaccedilo vivo de formaccedilatildeo para

todos e um ambiente verdadeiramente inclusivo eacute preciso que as poliacuteticas

puacuteblicas de educaccedilatildeo sejam direcionadas aacute inclusatildeo que os educadores

desacomodem-se combatendo a descrenccedila e o pessimismo mostrando que a

inclusatildeo eacute um momento oportuno para professores e a comunidade escolar

demonstrarem sua competecircncia e principalmente suas responsabilidades

educacionais

Esta mudanccedila de perspectiva educacional propotildee que os educadores

faccedilam a diferenccedila buscando conhecimento e contribuindo com uma praacutetica

ressignificada desenvolvendo uma educaccedilatildeo baseada na afetividade e na

superaccedilatildeo de limites que as crianccedilas aprendam a respeitar as diferenccedilas em

sala de aula preparando-as assim para o futuro a vida e o mercado de

trabalho pois vivendo a experiecircncia inclusiva seratildeo adultos bem diferentes de

noacutes e por certo natildeo faratildeo discriminaccedilotildees sociais

Arauacutejo (2008) relata a opiniatildeo dos professores sobre a inclusatildeo escolar

enfatizando com veemecircncia de que a inclusatildeo escolar do aluno portador de

51

necessidades educacionais especiais eacute um assunto muito interessante e

delicado e levantaram a conscientizaccedilatildeo desse aluno sobre o direito deste

frequentar o ensino regular no entanto essa inclusatildeo na visatildeo deles estaacute

acontecendo de forma errocircnea Pois os professores da rede regular de ensino

em sua quase totalidade natildeo estatildeo preparados para lidar com esta nova fase

da educaccedilatildeo brasileira

Tem que se pensar que para que a inclusatildeo se concretize natildeo basta

estar garantido na legislaccedilatildeo mas demanda modificaccedilotildees profundas e

importantes no sistema de ensino Essas mudanccedilas deveratildeo levar em conta o

contexto soacutecio econocircmico aleacutem de serem gradativas planejadas e contiacutenuas

para garantir uma educaccedilatildeo de oacutetima qualidade (BUENO 1998 apud

PEREIRA 2009)

Pereira (2009) acredita que a inclusatildeo depende de mudanccedila de valores

da sociedade e a vivencia de um novo paradigma que natildeo se faz com simples

recomendaccedilotildees teacutecnicas como se fossem receitas de bolo mas com reflexotildees

dos professores direccedilotildees pais alunos equipe multidisciplinar e a comunidade

Essa questatildeo natildeo eacute tatildeo simples assim pois devemos levar em conta as

diferenccedilas Como colocar no mesmo espaccedilo demandas tatildeo diferentes e

especiacuteficas se muitas vezes nem a escola especial consegue dar conta desse

atendimento de forma adequada Deparar-se com frequecircncia com as

resistecircncias dos professores e direccedilotildees manifestadas atraveacutes de

questionamentos e queixas ou ateacute mesmo com expectativas de que possa

apresentar soluccedilotildees maacutegicas de aplicaccedilatildeo imediata causando certa decepccedilatildeo

e frustraccedilatildeo pois ela natildeo existe

O problema se agrava quando se vecirc o professor totalmente dependente

do apoio ou assessoria de profissionais da aacuterea da sauacutede pois neste caso a

questatildeo cliacutenica eacute fundamental e se sobressai e novamente o pedagoacutegico fica

esquecido Com isso o professor se sente desvalorizado incapaz e fora do

processo por considerar esse aluno como doente concluindo que natildeo pode

fazer nada por ele pois ele precisa de tratamento especializado de

profissionais qualificados da aacuterea da sauacutede desistindo assim de assumir tal

tarefa

Desta forma parece que o professor esquece seu papel poreacutem natildeo se

considera o momento do professor sua formaccedilatildeo as condiccedilotildees da proacutepria

52

escola em receber esses alunos que entram nas escolas e continuam

excluiacutedos de todo o processo de ensino-aprendizagem e social causando

frustraccedilatildeo e fracassos dificultando assim a proposta de inclusatildeo Por um lado

os professores julgam-se incapazes de dar conta dessa demanda

despreparados e impotentes frente a essa realidade que eacute agravada dia-a-dia

pela falta de material adequado de apoio administrativo e recursos financeiros

Limaverde (2009) salienta que no Brasil estaacute acontecendo um grande

movimento proacute-inclusatildeo que tem sido fortalecido a partir da sistematizaccedilatildeo do

que se trata o atendimento educacional especializado Existem realidades

muito proacuteximas em relaccedilatildeo ao atendimento desses alunos mas ainda tem

muitas compreensotildees equivocadas sobre a inclusatildeo de alunos com deficiecircncia

Alguns municiacutepios brasileiros pensam que fazem inclusatildeo mas na verdade

eles tecircm feito integraccedilatildeo Percebe-se que alunos que frequentam escolas

comuns salas comuns de ensino natildeo participam efetivamente das aulas ou

das atividades realizadas e essas escolas alegam que esses alunos natildeo tecircm

condiccedilotildees de fazer as atividades e que por isso eles fazem outras atividades

diferenciadas Desta forma natildeo ocorre a inclusatildeo Isso eacute uma integraccedilatildeo

porque o aluno estaacute integrado na sala de aula comum mas ele natildeo participa

das atividades realizadas pelos demais colegas

Muitos municiacutepios brasileiros que estatildeo em processo de transiccedilatildeo ou

seja eles estatildeo implantando o atendimento educacional especializado de

caraacuteter complementar e ao mesmo tempo estatildeo ainda com problemas

relacionados agrave inclusatildeo desses alunos como por exemplo a manutenccedilatildeo de

classes especiais A partir da formaccedilatildeo de 2007 para caacute os municiacutepios tecircm se

reorganizado para atendimento educacional especializado mas ainda eacute uma

realidade muito diferenciada

A inclusatildeo soacute eacute possiacutevel onde houver respeito agrave diferenccedila e

consequentemente a adoccedilatildeo de praacuteticas pedagoacutegicas que permitam agraves

pessoas com deficiecircncia aprender e ser reconhecidos e valorizados os

conhecimentos que satildeo capazes de produzir segundo seu ritmo e na medida

de suas possibilidades (SILVA 2009)

53

A menos que a atual oportunidade favoraacutevel seja aproveitada para melhorar as qualificaccedilotildees profissionais de professores em educaccedilatildeo especial e consequentemente a qualidade da educaccedilatildeo especial tememos que os proacuteximos 20 anos ainda possam ser um periacuteodo de esperanccedilas frustradas (RELATORIO WARNOCK 1978 paraacutegrafo 1932)

54

CONCLUSAtildeO

Diante do levantamento bibliograacutefico conclui-se que a inclusatildeo nos

moldes em que se encontra atualmente estaacute longe de atender a um ideal

Tal processo necessita de muitas transformaccedilotildees Os oacutergatildeos a ele

ligados diretamente ou indiretamente deveratildeo rever suas propostas metas e

meacutetodos de implantaccedilatildeo

Profissionais da sauacutede tambeacutem tecircm papeacuteis importantes em todo o

processo inclusivo pois em accedilatildeo conjunta com os educadores podem fazer um

trabalho mais completo e eficaz

A inclusatildeo escolar eacute uma praacutetica que abrange natildeo apenas os

profissionais especiacuteficos das aacutereas meacutedica e educacional mas tambeacutem

envolve um fator preponderante na vida do indiviacuteduo atendido por ela a famiacutelia

Esta constitui a base da crianccedila com necessidades educacionais especiais e

assumindo a postura devida pode oferecer a esta crianccedila o subsiacutedio para seu

desenvolvimento escolar bem como uma fonte de apoio aos profissionais

envolvidos

Aleacutem de uma nobre causa de cunho educacional a inclusatildeo constitui

ainda uma mudanccedila no comportamento da sociedade como um todo que

passa a ter que zelar por interesses coletivos outrora ignorados pela maioria

Devido ao periacuteodo decorrido desde as primeiras iniciativas ligadas ao

processo inclusivo verifica-se que o tempo eacute um fator indispensaacutevel para sua

concretizaccedilatildeo Esta provavelmente dar-se-aacute a partir do momento em que todos

os envolvidos assumirem suas devidas responsabilidades e se unirem por uma

educaccedilatildeo de qualidade embasada em um planejamento organizado bem

dirigido iacutentegro e sobretudo pautado no respeito ao ser humano e agrave

diversidade

55

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14

como confecccedilatildeo de oacuterteses e proacuteteses

Ordem e desordem fazem parte de uma mesma totalidade movente ou seja o equiliacutebrio conteacutem e eacute criado pelo desequiliacutebrio Isto pode ser importante para a compreensatildeo dos processos de aprendizagem ricos em evoluccedilotildees imprevistas traccedilados por relaccedilotildees natildeo lineares de causa e efeito fractados em muacuteltiplas e diferentes magnitudes tornando-se precaacuteria a universalizaccedilatildeo (BEAUCLAIRJ 2001)

Sabe

se que estamos apenas no iniacutecio de uma longa caminhada pela

busca da excelecircncia da educaccedilatildeo no Brasil A educaccedilatildeo especial representa

um novo rumo para a sociedade trazendo um novo paradigma de educaccedilatildeo

derrubando barreiras do preconceito e ascendendo uma cultura democraacutetica de

valorizaccedilatildeo humana

Segundo Carvalho (2003) a proposta da educaccedilatildeo inclusiva natildeo

representa um fim em si mesma como se estabelecidas certas diretrizes

organizacionais a escola melhorasse num passe de maacutegica Muito mais do

que isso pretende-se a partir da anaacutelise de como tem funcionado os nossos

sistemas educacionais identificar as barreiras existentes para a aprendizagem

dos alunos com vista agraves providecircncias poliacuteticas teacutecnicas e administrativas que

permitam enfrentaacute-las e removecirc-las Pretende-se identificar processos que

aumentem a participaccedilatildeo de todos os alunos reduzindo-lhes a exclusatildeo na

escola e garantindo-lhes sucesso em sua aprendizagem aleacutem do

desenvolvimento da auto-estima

Para a educaccedilatildeo o sujeito com deficiecircncia eacute um aluno especial cujas

necessidades especiacuteficas demandam recursos equipamentos e niacuteveis de

especializaccedilatildeo definidos de acordo com a condiccedilatildeo fiacutesica sensorial ou mental

Na sauacutede o eacute tratado como paciente sujeito a intervenccedilotildees tardias e de cunho

curativo enquanto no campo da assistecircncia social eacute beneficiaacuterio desprovido de

recursos essenciais agrave sua sobrevivecircncia e sujeito a formas de concessatildeo de

benefiacutecios temporaacuterios ou permanentes de caraacuteter restritivo Nestes setores

satildeo accedilotildees isoladas e simboacutelicas ao lado de um conjunto de leis projetos e

iniciativas inexperientes e desarticuladas entre as diversas instancias do poder

puacuteblico

Que sujeito eacute esse Quais as nossas visotildees quanto agraves dificuldades e

necessidades Um sujeito diferente diferenciado ou deficiente Quem satildeo

15

esses sujeitos quando pensamos em inclusatildeo

com dificuldade de interaccedilatildeo de estabelecer uma

relaccedilatildeo de troca de transitar pela diferenccedila aquele

que sente ameaccedilador estar dentro de um grupo

com dificuldades de articular o eu e o outro

sem autonomia de aprendizado

que se sentem ameaccedilados quando se expotildeem na

relaccedilatildeo de aprendizagem

que apresentam discrepacircncias entre o corpo

organismo pensamento e emoccedilatildeo

que natildeo conseguem lidar com o escondido

que tem uma auto imagem rebaixada

Satildeo incluiacutedos

aqueles

que causam estranhamento agravequeles que se

aproximam

de um olhar integral e natildeo somente voltado para sua

dificuldade

de uma relaccedilatildeo que vaacute aleacutem da objetividade

pedagoacutegica

de um ego auxiliar para poder constituir-se

de ser visto segundo suas possibilidades e natildeo

impossibilidades

de uma escola estruturada para recebecirc-lo

de uma equipe estruturada para ajudaacute-lo a se

desenvolver natildeo somente nas questotildees cognitivas

mas tambeacutem soacutecio-afetivas

sentir-se seguro e assegurado

Necessita esse

sujeito

ter a garantia de um compromisso com os

encaminhamentos de suas necessidades

Fonte adaptado de Parolin 2006

Quadro 1 Quem deve ser incluiacutedo

16

O arquivo aberto sobre a Educaccedilatildeo Inclusiva (UNESCO 2001 p15)

uma publicaccedilatildeo da UNESCO contendo materiais de apoio para legisladores

administradores e gestores escolares assume que a educaccedilatildeo inclusiva diz

respeito aos seguintes assuntos-chave

a) aacute crenccedila de que o direito agrave educaccedilatildeo eacute um direito humano e o

fundamento de uma sociedade mais justa

b) aacute realizaccedilatildeo deste direito por meio do movimento da educaccedilatildeo para

todos e (EPT

1990) trabalho no sentido de tornar a educaccedilatildeo

baacutesica de qualidade acessiacutevel

c) ao avanccedilo do movimento da educaccedilatildeo para todos com a finalidade

de encontrar formas de tornar as escolas capazes de servirem a

todas as crianccedilas nas suas comunidades como parte de um sistema

educacional inclusivo

d) ao fato de que a inclusatildeo diz respeito a todos os aprendizes com um

foco agravequeles que tradicionalmente tecircm sido excluiacutedos das

oportunidades educacionais

Publicaccedilatildeo relevante na aacuterea de educaccedilatildeo inclusiva eacute o index para a

Inclusatildeo (CSEI 2000) estabelece que

Inclusatildeo ou educaccedilatildeo inclusiva natildeo eacute um outro nome para a educaccedilatildeo dos alunos com necessidades especiais Inclusatildeo envolve uma abordagem diferente para identificar e resolver dificuldades que emergem na escola () [a inclusatildeo educacional] implica em um processo que aumente a participaccedilatildeo de estudantes e reduza sua exclusatildeo da cultura do curriacuteculo e das comunidades das escolas locais

De forma mais simples podemos dizer que incluir significa fazer com

que o indiviacuteduo se torne parte da comunidade escolar sendo reconhecido

como um de seus membros com as mesmas oportunidades que os outros

Ainscow Tweddle (2005) expressaram a consideraacutevel confusatildeo sobre

o significado da inclusatildeo para as comunidades educacionais que fazem parte

de sua pesquisa na Inglaterra Poreacutem estes autores identificaram quatro

elementos- chave na sua definiccedilatildeo conforme segue

a) Inclusatildeo eacute um processo o quer dizer nunca termina porque sempre

haveraacute um aluno que encontraraacute barreira para aprender

17

b) Inclusatildeo diz respeito agrave identificaccedilatildeo e remoccedilatildeo de barreiras e isto

implica coleta contiacutenua de informaccedilotildees que satildeo valiosas para

entender a performance dos alunos a fim de planejar e estabelecer

metas

c) Inclusatildeo diz respeito agrave presenccedila participaccedilatildeo e aquisiccedilatildeo de todos

os alunos Presenccedila diz respeito agrave frequumlecircncia e pontualidade dos

alunos na sua escolarizaccedilatildeo Participaccedilatildeo trata-se do modo como os

alunos percebem a sua proacutepria aprendizagem e se a mesma possui

qualidade acadecircmica

d) Aquisiccedilatildeo se refere aos resultados da aprendizagem em termos de

todo conteuacutedo curricular dentro e fora de escola

Inclusatildeo envolve uma ecircnfase nos grupos de estudantes que podem

estar com risco de marginalizaccedilatildeo exclusatildeo e baixo desempenho educacional

Envolve o monitoramento cuidadoso pelas autoridades educacionais locais aos

alunos assim como o apoio oferecido agraves escolas para assegurar que as

mesmas estejam lidando com as barreiras a fim de prevenir que esses alunos

natildeo sejam excluiacutedos

Segundo Pereira (2009) todas estas definiccedilotildees oferecem os subsiacutedios

para a qualificaccedilatildeo de um novo professor e uma nova metodologia de ensino

Um professor comprometido com a inclusatildeo deve ter em mente que

a) a educaccedilatildeo eacute um direito humano

b) as crianccedilas estatildeo na escola para aprender

c) ha crianccedilas que satildeo mais vulneraacuteveis agrave exclusatildeo educacional do que

outras

d) eacute responsabilidade da escola e dos professores criar formas

alternativas de ensino e aprendizagem mais efetivas para todos

Uma metodologia inclusiva de ensino deve ser capaz de garantir que o

aluno se sinta motivado para frequumlentar a escola e participar das atividades na

sala de aula O educador deve possuir qualidade curricular e metodoloacutegica a

fim de identificar barreiras agrave aprendizagem e planejar formas de removecirc-las

para que cada aluno seja contemplado e respeitado em seu processo de

aprendizagem Neste contexto Limaverde (2009) referente agrave diversidade

humana a praacutetica escolar deve estar fundamentada na crenccedila de que

a) em qualquer periacuteodo de sua escolarizaccedilatildeo qualquer crianccedila pode

18

enfrentar dificuldades para aprender ou fazer parte da comunidade

escolar

b) as dificuldades de aprendizagem que emergem no dia-a-dia da

escolasala de aula constituem um recurso para melhorar o ensino

c) todas as mudanccedilas geradas como resultado da tentativa de

responder agraves necessidades de aprendizagem de uma dada crianccedila

oferecem melhores condiccedilotildees para todas as crianccedilas aprenderem

Tais fundamentos revelam que a inclusatildeo natildeo depende de diagnoacutestico

ou categorias de deficiecircncias baseadas em niacuteveis de habilidades ou

capacidades do aluno e natildeo segrega ou discrimina nenhuma crianccedila com base

nas suas caracteriacutesticas individuais

Ao inveacutes disso a inclusatildeo cria oportunidades para todos os alunos

aprenderem por meio do uso de estrateacutegias diversificadas de ensino ao mesmo

tempo em que cria bases firmes para a melhoria da escola e para a

capacitaccedilatildeo contiacutenua dos professores

Ferreira Glat (2004) enfatiza que a inclusatildeo eacute um termo que tem sido

usado predominantemente como sinocircnimo para integraccedilatildeo de alunos com

deficiecircncia no ensino regular denotando desta forma a perpetuaccedilatildeo da

vinculaccedilatildeo deste conceito com a educaccedilatildeo especial

Para Fonseca (2004) a inclusatildeo parece natildeo oferecer duacutevidas

literalmente significa accedilatildeo ou resultado de incluir de envolver de abranger de

fechar de encerrar de introduzir de inserir dentro de alguma coisa

A educaccedilatildeo inclusiva significa assegurar a todos os estudantes sem

exceccedilatildeo independentemente da sua origem sociocultural e da sua evoluccedilatildeo

psicobioloacutegica a igualdade de oportunidades educativas para que desse

modo possam usufruir de serviccedilos de qualidade conjuntamente com outros

apoios complementares e possam beneficiar-se igualmente da sua integraccedilatildeo

em classes etariamente adequadas perto da sua residecircncia com objetivo de

serem preparados para uma vida futura a mais independente e produtiva

possiacutevel como membros de pleno direito da sociedade segundo Bos e Vaughn

(1994) Clark Dyson e Millward (1998) (apud FONSECA 2004)

Para Pereira (2009) a inclusatildeo eacute um movimento mundial de luta das

pessoas com deficiecircncias e seus familiares na busca dos seus direitos e lugar

na sociedade

19

Existe um consenso entre os estudiosos de que inclusatildeo natildeo se refere

somente agraves crianccedilas com deficiecircncia e sim a todas as crianccedilas jovens e

adultos que sofrem qualquer tipo de exclusatildeo educacional seja dentro das

escolas e salas de aula quando natildeo encontram oportunidades para participar

de todas as atividades escolares quando satildeo expulsos e suspensos por

razotildees muitas vezes obscuras quando natildeo tecircm acesso agrave escolarizaccedilatildeo e

permanecem fora das escolas como eacute o caso de muitos brasileiros e de muitas

crianccedilas africanas

Celedoacuten (2009) acredita que a inclusatildeo eacute ato ou efeito de incluir isto eacute

de compreender (entender algueacutem aceita-lo como eacute) abranger (conter em si

mas tambeacutem apreender perceber entender alcanccedilar atingir) em estudos da

linguagem inclusive se diz da primeira pessoa do plural que inclui o falante e o

ouvinte (no caso professores e alunos)

11 Histoacuterico de Inclusatildeo

O marco histoacuterico da inclusatildeo foi em junho de 1994 com a Declaraccedilatildeo

de Salamanca Espanha realizada pela UNESCO na Conferecircncia Mundial

sobre necessidades educativas especiais acesso e qualidade assinado por 92

paiacuteses cujo princiacutepio fundamental eacute todos os alunos devem aprender juntos

sempre que possiacutevel independente das dificuldades e diferenccedilas que

apresentem (PEREIRA 2009 p1)

Para Celedoacuten (2009) antes do seacuteculo XX natildeo existia a ideacuteia de

inclusatildeo a maioria das pessoas principalmente mulheres deficientes fiacutesicos e

mentais de outras raccedilas que natildeo a branca e pobre natildeo tinha o direito ou as

condiccedilotildees miacutenimas para frequentar a escola

No seacuteculo XX comeccedila a chamada segregaccedilatildeo mais pessoas tinham

acesso agrave escola poreacutem dificilmente misturavam-se com os alunos

representantes da classe dominante Na segunda metade do seacuteculo surgiam as

escolas especiais e mais tarde as classes especiais dentro das escolas

comuns Surgia assim uma aberraccedilatildeo pedagoacutegica a separaccedilatildeo de dois

sistemas educacionais por um lado a educaccedilatildeo comum e do outro a educaccedilatildeo

especial

20

Jaacute na deacutecada de 70 aparecia a integraccedilatildeo As escolas comuns

aceitavam alguns alunos antes rejeitados ou marginalizados que poderiam

frequentar classes comuns desde que conseguissem adaptar-se

Os primeiros movimentos que apontavam para o surgimento da inclusatildeo

escolar datam do final da deacutecada de 80 Assim soacute haacute um tipo de educaccedilatildeo e

ela eacute para todos sem restriccedilatildeo sem separaccedilatildeo (CELEDOacuteN 2009)

A inclusatildeo comeccedilou como um movimento de pessoas com deficiecircncia e

seus familiares na luta pelos seus direitos de igualdade na sociedade

visualiza-se as diversas noccedilotildees dificuldades concepccedilotildees e sentimentos

vinculados a realidade inclusiva

Medidas bem planejadas

conscientizaccedilatildeo governamental e social

Exige aceitaccedilatildeo da diferenccedilas

socializaccedilatildeo

poliacuteticas de integraccedilatildeo

Um desafio

Constitui uma troca constante entre alunos e

professores um processo gradativo

Inclusatildeo

Enfrenta seguranccedila

problemas de formaccedilatildeo

condiccedilotildees atitudinais e arquitetocircnicas

Fonte adaptado de Parolin2006

Quadro 2 Inclusatildeo

12 O papel da famiacutelia no processo de inclusatildeo

A famiacutelia eacute a primeira unidade agrave qual a crianccedila com necessidades

especiais viraacute a fazer parte entretanto muitas vezes os familiares natildeo estatildeo

preparados para recebecirc-la ainda que constitua um importante suporte para

esta crianccedila

21

Segundo Kaloustian (2002) a famiacutelia eacute o lugar indispensaacutevel para a

garantia da sobrevivecircncia e da proteccedilatildeo integral dos filhos e demais membros

independentemente do arranjo familiar ou da forma como vem se estruturando

Eacute a famiacutelia que propicia os aportes afetivos e sobretudo materiais necessaacuterios

ao desenvolvimento e bem estar dos seus componentes Ela desempenha um

papel decisivo na educaccedilatildeo formal e informal eacute em seu espaccedilo que satildeo

absorvidos os valores eacuteticos e humaniacutesticos e onde se aprofundam os laccedilos

de solidariedade Eacute tambeacutem em seu interior que se constroem as marcas entre

as geraccedilotildees e satildeo observados valores culturais

Para Aranha (2004) eacute imprescindiacutevel promover cuidados de apoio agrave

famiacutelia e agrave comunidade para que as crianccedilas e adolescentes com dificuldades

especiais tenham condiccedilotildees favoraacuteveis para um desenvolvimento saudaacutevel

A famiacutelia tem se encontrado numa posiccedilatildeo de dependecircncia de

profissionais em diferentes aacutereas do conhecimento no sentido de receberem

orientaccedilotildees de como proceder em relaccedilatildeo agraves necessidades especiais de seus

filhos

De acordo com Ribeiro (2004 p20)

A famiacutelia vem se mantendo ao longo da histoacuteria da humanidade como instituiccedilatildeo social permanente o que pode ser explicado por sua capacidade de mudanccedilaadaptaccedilatildeo resistecircncia e por receber valorizaccedilatildeo positiva da sociedade e daqueles que a integram

Faz-se necessaacuterio que a famiacutelia construa conhecimentos sobre as

necessidades especiais de seus filhos assim os profissionais ligados

diretamente ao caso deveratildeo orientar e preparar a famiacutelia para tal desafio

bem como ajudaacute-la a aceitar as dificuldades de modo a facilitar o dia-a-dia da

crianccedila no contexto familiar

Segundo Gokhale (1980) acrescenta ainda que a famiacutelia natildeo eacute

somente o berccedilo da cultura e a base da sociedade futura mas eacute tambeacutem o

centro da vida social A educaccedilatildeo bem sucedida da crianccedila na famiacutelia eacute que vai

servir de apoio agrave sua criatividade e ao seu comportamento produtivo quando for

adulto A famiacutelia tem sido eacute e seraacute a influecircncia mais poderosa para o

desenvolvimento da personalidade e do caraacuteter das pessoas

A famiacutelia precisa construir padrotildees cooperativos e coletivos de

enfrentamento dos sentimentos de anaacutelise das necessidades primordiais de

22

cada membro e do grupo como um todo da tomada de decisotildees de busca dos

recursos e serviccedilos especializados que seratildeo necessaacuterios para o bem estar e

adequada qualidade de vida do indiviacuteduo especial como tambeacutem de toda sua

famiacutelia (ARANHA 2004)

Eacute essencial que se invista na orientaccedilatildeo e no apoio agrave famiacutelia para que

esta possa cumprir da melhor maneira possiacutevel seu papel educativo junto aos

seus dependentes

Agrave famiacutelia cabe o maior tempo de convivecircncia e adaptaccedilatildeo da crianccedila

com necessidades especiais Por isso o domiciacutelio e as pessoas que nele

moram devem ser preparados para enfrentar este desafio que natildeo eacute faacutecil

poreacutem com todo cuidado e ajuda especiacutefica se tornaraacute muito mais faacutecil e

prazeroso

13 As condiccedilotildees da inclusatildeo escolar no Brasil

As instituiccedilotildees escolares no Brasil ao reproduzirem constantemente o

modelo tradicional natildeo tem demonstrado condiccedilotildees de responder aos desafios

da inclusatildeo escolar e do acolhimento agraves diferenccedilas nem de promover

aprendizagens necessaacuterias agrave vida em sociedade

A escola natildeo tem conseguido cumprir o papel de configurar-se como

espaccedilo educativo adequado ao processo inclusivo O tradicionalismo assenta-

se em pressuposto irrealizaacutevel ao fazer com que os alunos enquadrem agraves suas

exigecircncias

No plano eacutetico e poliacutetico a defesa de igualdade de direitos com

destaque para o direito agrave educaccedilatildeo parece constituir-se em consenso As

discordacircncias satildeo enunciadas no plano da definiccedilatildeo das propostas para sua

concretizaccedilatildeo

Oliveira( 2001 p 2 ) analisa que

A proacutepria declaraccedilatildeo desse direito agrave educaccedilatildeo pelo menos no que diz respeito agrave gratuidade constava jaacute na Constituiccedilatildeo Imperial O que se aperfeiccediloou para aleacutem de uma maior precisatildeo juriacutedica - evidenciada pela redaccedilatildeo - foram os mecanismos capazes de garantir em termos praacuteticos os direitos anteriormente enunciados estes sim verdadeiramente inovadores

23

No discurso decorrente de muitos profissionais da educaccedilatildeo a inclusatildeo

escolar tem sido uma expressatildeo empregada com sentido restrito como se

significasse apenas matricular alunos com deficiecircncia e necessidades

especiais em classe comum Mas a construccedilatildeo conceitual dessa expressatildeo

ultrapassa em muito esse entendimento Sua implantaccedilatildeo pode implicar em

resguardar a classe comum como espaccedilo de escolarizaccedilatildeo de todos ou como

uma das opccedilotildees para aqueles com necessidades educacionais especiais

ainda que deva ser a preferencial como preconizado pela Constituiccedilatildeo Federal

de 1988

De acordo com Gonzalez (2002)

A educaccedilatildeo especial eacute marcada pela ideacuteia de uma educaccedilatildeo diferente e dirigida a um grupo de sujeitos especiacuteficos a compreensatildeo anterior eacute marcada pela ideacuteia de uma accedilatildeo ou conjunto de accedilotildees e serviccedilos dirigidos a todos os sujeitos que deles necessitam em contextos normalizados

A expressatildeo alunos com necessidades educacionais especiais eacute usada

para designar pessoas com deficiecircncia mental auditiva visual fiacutesica e muacuteltipla

superdotaccedilatildeo e altas habilidades e condutas tiacutepicas que requerem em seu

processo de educaccedilatildeo escolar atendimento educacional especializado que

pode se concretizar em intenccedilotildees para lhes garantir acessibilidade

arquitetocircnica de comunicaccedilatildeo e de sinalizaccedilatildeo adequaccedilotildees didaacutetico

metodoloacutegicas curriculares e administrativas bem como materiais e

equipamentos especiacuteficos ou adaptados

Xavier (2002) salienta que

A construccedilatildeo da competecircncia do professor para responder com qualidade agraves necessidades educacionais especiais de seus alunos em uma escola inclusiva pela mediaccedilatildeo da eacutetica responde aacute necessidade social e histoacuterica de superaccedilatildeo das praticas pedagoacutegicas que discriminam segregam e excluem e ao mesmo tempo configura na accedilatildeo educativa o vetor de transformaccedilatildeo social para a equidade a solidariedade a cidadania

24

conhecer o sujeito natildeo eacute preciso orientar as

atividades e refletir cada accedilatildeo

o sucesso das intervenccedilotildees depende do

conhecimento humano e desenvolvimento

psicossocial dos interventores

Trabalhar com a

inclusatildeo requer

mudanccedilas de

paradigmas nessa praacutetica haacute uma identificaccedilatildeo subjetiva com

esse sujeito

como essa praacutetica foi se constituindo

qual era o objetivo da construccedilatildeo dessa praacutetica

A que se propotildee

quem satildeo os sujeitos que datildeo corpo a essa praacutetica

Trabalhar com

inclusatildeo requer

reflexatildeo sobre a

praacutetica por que esta opccedilatildeo e natildeo outra

compromisso com aprendizagem

compromisso com formaccedilatildeo

compromisso teacutecnico humano cientiacutefico

Trabalhar com

inclusatildeo requer

postura eacutetica compromisso com a qualidade na aprendizagem

Fonte adaptado Parolin 2006

Quadro 3 Preacute requisitos para o trabalho inclusivo

Atualmente coexistem pelo menos duas propostas para a educaccedilatildeo

especial uma em que conhecimentos acumulados sobre educaccedilatildeo especial

teoacutericos e praacuteticos devem estar a serviccedilo dos sistemas de ensino e portanto

das escolas e disponiacuteveis a todos os professores alunos e demais membros

da comunidade escolar que a qualquer momento podem requerecirc-los outra

em que se deve configurar um conjunto de recursos e serviccedilos educacionais

especializados dirigidos apenas agrave populaccedilatildeo escolar que apresente

solicitaccedilotildees que o ensino comum natildeo tem conseguido contemplar

De acordo com Glat Nogueira (2002 )

As poliacuteticas para a inclusatildeo devem ser concretizadas na forma de programas de capacitaccedilatildeo e acompanhamento contiacutenuo que orientem o trabalho docente na perspectiva da diminuiccedilatildeo gradativa

25

da exclusatildeo escolar o que visa a beneficiar natildeo apenas os alunos com necessidades especiais mas de uma forma geral a educaccedilatildeo escolar como um todo

Mantoan Prieto Arantes (2006) salientam que o planejamento e a

implantaccedilatildeo de poliacuteticas para atender a alunos com necessidades educacionais

especiais requerem domiacutenio conceitual sobre inclusatildeo escolar e sobre as

solicitaccedilotildees decorrentes de sua adoccedilatildeo enquanto princiacutepio eacutetico-poliacutetico bem

como a clara definiccedilatildeo dos princiacutepios e diretrizes nos planos e programas

elaborados permitindo a redefiniccedilatildeo dos papeis da educaccedilatildeo especial e do

atendimento desse alunado

A poliacutetica educacional brasileira tem deslocado progressivamente para

os municiacutepios parte da responsabilidade administrativa financeira e

pedagoacutegica pelo acesso e permanecircncia de alunos com necessidades

educacionais especiais nas escolas em decorrecircncia do processo de

municipalizaccedilatildeo do ensino fundamental Essa diretriz tem provocado alguns

impactos no atendimento a esse puacuteblico alvo Algumas prefeituras criaram

formas de atendimento educacional especializado outras ampliaram ou

mantiveram seus auxiacutelios e serviccedilos de ensino algumas estatildeo apenas

matriculando esses alunos em suas redes de ensino e haacute ainda as que

desativaram alguns serviccedilos prestados como por exemplo a oferta de

programas de transporte adaptado

No Brasil o atendimento educacional especializado era em 2004

desenvolvido na proporccedilatildeo de 13 para 23 referindo-se a escolas comuns

puacuteblicas e a escolas exclusivamente especializadas ou em classes especiais

respectivamente

A base de dados divulgada natildeo registra informaccedilotildees sobre matriacuteculas no

ensino superior mas revela que o atendimento estaacute centrado na educaccedilatildeo

infantil (109596 matriacuteculas que correspondem a 19 3 do total) e no ensino

fundamental (365359 ou 644) Haacute na EJA (Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos)

e na educaccedilatildeo profissional pouco mais de 41500 matriacuteculas em cada uma

dessas modalidades no ensino meacutedio as matriacuteculas equivaliam a 16 com

apenas 8281 alunos nesse niacutevel de ensino

A matriacutecula inicial na classe comum evoluiu de 1998 a 2002 em 151

Passamos de um total 439233 matriacuteculas em 1998 para 110536 em 2002

26

Em 2003 em dados aproximados havia 144100 alunos com necessidades

educacionais especiais nas referidas classes e em 2004 184800

evidenciando crescimento anual de 281 entre esses dois uacuteltimos anos

Deixa-se em aberto a possibilidade de sabermos que patamar de

atendimento foi atingido pois para isso precisariacuteamos ter dados sobre os que

estatildeo fora da escola portanto sem nenhum tipo de atendimento escolar

Eacute um dever natildeo cumprido averiguar se aos alunos com necessidades

educacionais especiais estaacute sendo garantido aleacutem do acesso agrave escola o

acesso agrave educaccedilatildeo aqui compreendida como processo de desenvolvimento

da capacidade fiacutesica intelectual e moral da crianccedila e do ser humano em geral

visando sua melhor integraccedilatildeo individual e social

Uma accedilatildeo que deve marcar as poliacuteticas puacuteblicas de educaccedilatildeo eacute a

formaccedilatildeo dos profissionais da educaccedilatildeo Sem deixar de considerar que em

educaccedilatildeo atuam profissionais no acircmbito teacutecnico-administrativo e em outras

funccedilotildees com importante papel no desenvolvimento de accedilotildees educacionais

14 Legislaccedilatildeo direitos e deveres na inclusatildeo

141 Leis e declaraccedilotildees internacionais

a) Declaraccedilatildeo de Cuenca - UNESCO - Equador 1981

b) Declaraccedilatildeo de Sunderberg - Torremolinos Espanha 1981

c) Resoluccedilotildees da XXIII Conferecircncia Sanitaacuteria Panamericana

- OPSOrganizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede - Washington DC USA -

1990

- Seminaacuterio Unesco - Caracas - Venezuela - 1992 - Informe Final

d) Declaraccedilatildeo de Santiago - Chile - 1993

e) Assembleacuteia Geral das Naccedilotildees Unidas - New York USA - 1993

Normas

- Uniformes sobre a igualdade de oportunidade para pessoas com

incapacidades

f) Declaraccedilatildeo Mundial de Educaccedilatildeo para Todos - UNICEF - Jon Tien

Tailacircndia - 1990

27

g) Declaraccedilatildeo de Salamanca - Salamanca Espanha princiacutepios poliacuteticas

e praacutetica em Educaccedilatildeo Especial - 1994 - criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de sistemas

educacionais inclusivos

142 Leis nacionais

a) Constituiccedilatildeo Federal de 1988 - Tiacutetulo VI - Da Ordem Social - Art 208

e Art 227

b) Lei nordm 785389 - Dispotildee sobre o apoio agraves pessoas com deficiecircncias

sua integraccedilatildeo social e pleno exerciacutecio de direitos sociais e individuais

c) Decreto nordm 220897 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

d) Parecer CNECEB nordm 1699 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

e) Resoluccedilatildeo CNECEB nordm 499 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

f) Decreto nordm 329899 - Regulamenta a Lei 785389 daacute-lhe condiccedilotildees

operacionais consolida as normas de proteccedilatildeo ao portador de deficiecircncias

g) LDB nordm 939496 (Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional) -

Capiacutetulo V - Educaccedilatildeo Especial - Art 58 Art 59 e Art 60 Portaria

MEC nordm 167999 - requisitos de acessibilidade a cursos instruccedilatildeo de

processos de autorizaccedilatildeo de cursos e credenciamento de instituiccedilotildees

voltadas agrave educaccedilatildeo especial

h) Parecer CNECEB nordm 1499 - Diretrizes nacionais da educaccedilatildeo

escolar indiacutegena

i) Resoluccedilatildeo CNECEB nordm 0399 - Fixa diretrizes nacionais para o

funcionamento de escolas indiacutegenas

j) Lei nordm 1009800 - Estabelece normas gerais e criteacuterios baacutesicos para a

promoccedilatildeo de acessibilidade das pessoas portadoras de deficiecircncia ou com

mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Resoluccedilatildeo CNECEB nordm

22001 - Institui diretrizes e normas para a educaccedilatildeo especial na Educaccedilatildeo

Baacutesica

k) Parecer CNECEB nordm 172001 - Diretrizes Nacionais para a Educaccedilatildeo

Especial na Educaccedilatildeo Baacutesica

28

l) Lei nordm 101722001 - Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo - PNE e daacute

outras providecircncias (o PNE estabelece 27 objetivos e metas para a

educaccedilatildeo de pessoas com necessidades educacionais especiais)

143 Direitos e Deveres

o papel da educaccedilatildeo consiste em favorecer que cada um de forma

livre e autocircnoma reconheccedila aos demais a mesma esfera de direito que exige

para si (VIEIRA 1999 p 16)

1431 Direito agrave acessibilidade

Para que as pessoas com deficiecircncia possam ter liberdade de ir e vir e

se sentir parte da comunidade elas necessitam de um meio fiacutesico adequado e

que garanta seguranccedila e acesso O direito a acessibilidade estaacute descrito nas

Leis 1009800 - regulamentada atraveacutes do Decreto 529604 - e 1004800 que

prevecircem a adequaccedilatildeo das vias e de espaccedilos puacuteblicos no mobiliaacuterio urbano na

construccedilatildeo e reforma de edifiacutecios nos meios de transporte e de comunicaccedilatildeo e

do acesso a informaccedilatildeo

Eacute possiacutevel promover a inclusatildeo social no meio fiacutesico construindo rampas

de acesso banheiros adaptados pisos taacuteteis guias rebaixadas sinais sonoros

entre outros

A acessibilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo pode ser alcanccedilada

atraveacutes de sites acessiacuteveis que atendam agraves pessoas com deficiecircncia visual e

por exemplo aparelhos de televisatildeo com legenda oculta As emissoras de TV

devem incluir em suas programaccedilotildees inteacuterprete de Libras para que as pessoas

com deficiecircncia auditiva possam acompanhar os programas

29

Pessoas com deficiecircncia fiacutesica idosos gestantes lactantes e pessoas

com crianccedilas de colo devem ter atendimento prioritaacuterio por meio de serviccedilos

individualizados que assegurem tratamento diferenciado

1432 Direito ao trabalho

Foram diversas as conquistas em defesa das pessoas com deficiecircncia

nos uacuteltimos anos Hoje elas satildeo amparadas por lei no seu direito de acesso ao

trabalho Graccedilas a estas conquistas fazer parte do quadro de funcionaacuterios de

uma empresa jaacute natildeo eacute um obstaacuteculo mas a permanecircncia destes profissionais

no local de trabalho ainda exige cuidados Cabe aos empregadores garantir

bem estar e acessibilidade aos seus colaboradores para que eles tenham

oportunidade de exercer suas funccedilotildees de maneira adequada e mostrar todo o

seu potencial

Este sistema estaacute carregado da antiga visatildeo de assistencialismo

capacidade laborativa reduzida e falta de noccedilatildeo sobre cidadania Na sociedade

brasileira ele ainda eacute necessaacuterio para que as pessoas apostem nestes

profissionais e desta forma descubram que eles tecircm um enorme potencial

Em vaacuterios paiacuteses como EUA Canadaacute Gratilde-Bretanha Nova Zelacircndia

Dinamarca Sueacutecia Finlacircndia Austraacutelia e Portugal este princiacutepio foi extinto e a

antiga visatildeo foi superada Em naccedilotildees como o Brasil ela estaacute em vias de

superaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo eacute a melhor forma de acabar com o preconceito

Durante anos a sociedade excluiu as pessoas com deficiecircncia do

conviacutevio social Esta exclusatildeo se reflete ateacute hoje em diversos setores sociais

Vaacuterias leis foram criadas visando agrave inclusatildeo dos cidadatildeos com

deficiecircncia mas algumas delas foram concebidas quando ainda se tinha pouco

conhecimento sobre este puacuteblico e suas limitaccedilotildees O sistema de cotas eacute uma

delas

a) 1980 - estabelecida como a deacutecada internacional da pessoa com

deficiecircncia

b) 1992 - estabelecida a data de 3 de dezembro como dia internacional das

pessoas portadoras de deficiecircncia da ONU

30

c) 1994 - declaraccedilatildeo de Salamanca (Espanha) tratando da educaccedilatildeo

especial

d) 1995 - a Inglaterra aprova legislaccedilatildeo semelhante para empresas com

mais de vinte empregados

e) 1999 - promulgada na Guatemala a convenccedilatildeo interamericana para a

eliminaccedilatildeo de todas as formas de discriminaccedilatildeo contra as pessoas

portadoras de deficiecircncia

f) 2002 - realizado em marccedilo o congresso europeu sobre deficiecircncia em

Madri que estabeleceu 2003 como o ano europeu das pessoas com

deficiecircncia

g) 1981 - adotado pela ONU como o ano internacional das pessoas com

deficiecircncia

h) 1983 elaboraccedilatildeo da convenccedilatildeo 159 pela OIT

i) 1990 - aprovada a ADA (Lei dos Deficientes dos Estados Unidos)

aplicaacutevel a toda empresa com mais de quinze funcionaacuterios

j) 1997 - tratado de Amsterdatilde em que a Uniatildeo Europeacuteia se compromete a

facilitar a inserccedilatildeo e a permanecircncia das pessoas com deficiecircncia nos

mercados de trabalho

1433 Direito agrave educaccedilatildeo

Para se tornar parte da sociedade eacute necessaacuterio compreende-la A base

para o sucesso de qualquer cidadatildeo estaacute na educaccedilatildeo e isto natildeo eacute diferente

para as pessoas com deficiecircncia Participar do sistema educacional eacute garantir a

inclusatildeo social e a igualdade de oportunidades

A Lei 939496 art4ordm que estabelece as diretrizes e bases da educaccedilatildeo

nacional (LDB) reconhece que a educaccedilatildeo eacute um instrumento fundamental para

a integraccedilatildeo e participaccedilatildeo de qualquer pessoa com deficiecircncia no contexto em

que vive Estaacute disposto nesta lei que haveraacute quando necessaacuterio serviccedilos de

apoio especializado na escola regular para atender agraves peculiaridades da

clientela de educaccedilatildeo especial e que o atendimento educacional seraacute feito em

classes escolas ou serviccedilos especializados sempre que em funccedilatildeo das

31

condiccedilotildees especiacuteficas dos alunos natildeo for possiacutevel a sua integraccedilatildeo nas

classes comuns de ensino regular

A legislaccedilatildeo brasileira tambeacutem prevecirc o acesso a livros em Braille de uso

exclusivo das pessoas com deficiecircncia visual

1434 Direito agrave sauacutede

A assistecircncia agrave sauacutede e agrave reabilitaccedilatildeo cliacutenica satildeo condiccedilotildees decisivas

para a inclusatildeo da pessoa com deficiecircncia na sociedade

Para promover a melhoria da qualidade de vida e com intuito de

estimular a independecircncia do indiviacuteduo com deficiecircncia nas suas atividades

diaacuterias foi criado o sistema das redes estaduais de assistecircncia agrave pessoa com

deficiecircncia

Este projeto oferece ajuda teacutecnica aleacutem de oacuterteses e proacuteteses para que

a pessoa tenha maior autonomia

Outro sistema criado para a manutenccedilatildeo da sauacutede fiacutesica e mental do

cidadatildeo com deficiecircncia eacute a Poliacutetica Nacional para a integraccedilatildeo da pessoa com

deficiecircncia implantada em 1989 Regulamentada pelo Decreto nordm 3298 prevecirc

auxiacutelio na prevenccedilatildeo de doenccedilas atendimento psicoloacutegico reabilitaccedilatildeo

fornecimento de medicamentos e assistecircncia atraveacutes de planos de sauacutede

1435 Direito a isenccedilotildees fiscais e financiamento

Pessoas com deficiecircncia empresas bancos e demais instituiccedilotildees

ligadas a este puacuteblico possuem alguns benefiacutecios previstos em lei

Para as empresas dispostas a contribuir com a inclusatildeo social de

portadores de necessidades especiais a legislaccedilatildeo brasileira prevecirc a

concessatildeo fiscal Podem ser firmados convecircnios que garantem a isenccedilatildeo de

ICMS seja para doaccedilatildeo de equipamentos adaptados seja para aquisiccedilotildees de

aparelhos e acessoacuterios destinados agraves instituiccedilotildees que atendam este segmento

da populaccedilatildeo

Automoacuteveis adquiridos em alguns estados brasileiros por pessoas com

32

deficiecircncia fiacutesica visual mental e autistas ou seus representantes legais satildeo

isentos de ICMS (Imposto sobre Circulaccedilatildeo de Mercadorias e Serviccedilos) e do

IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de acordo com a Lei 1075403

Os financiamentos de automoacuteveis de fabricaccedilatildeo nacional tambeacutem satildeo

liberados do IOF (Imposto sobre Operaccedilotildees Financeiras)

Tais benefiacutecios ainda natildeo satildeo tributados pelo Imposto de Renda e tanto

a aquisiccedilatildeo de aparelhos e materiais como a realizaccedilatildeo de outras despesas

podem ser deduzidas do imposto

1436 Direito ao passe livre

Os cidadatildeos com deficiecircncia tambeacutem possuem benefiacutecios relacionados

aos meios de transporte A Lei 889994 conhecida como Lei do Passe Livre

prevecirc que toda pessoa com deficiecircncia tem direito ao transporte coletivo

interestadual gratuito e que cabe a cada estado ou municiacutepio implantar

programas similares ao passe livre para os transportes municipais e estaduais

Aleacutem do transporte gratuito o municiacutepio deve garantir que os meios de

transporte sejam acessiacuteveis a estes cidadatildeos

15 Declaraccedilatildeo de Salamanca princiacutepios poliacutetica e praacutetica na educaccedilatildeo

especial

Notando com satisfaccedilatildeo um incremento no envolvimento de governos

grupos de advocacia comunidades e pais e em particular de organizaccedilotildees de

pessoas com deficiecircncias na busca pela melhoria do acesso agrave educaccedilatildeo para

a maioria daqueles cujas necessidades especiais ainda se encontram

desprovidas e reconhecendo como evidecircncia para tal envolvimento a

participaccedilatildeo ativa do alto niacutevel de representantes e de vaacuterios governos

agecircncias especializadas e organizaccedilotildees intergovernamentais naquela

Conferecircncia Mundial

a) Os delegados da Conferecircncia Mundial de Educaccedilatildeo Especial

33

representando 88 governos e 25 organizaccedilotildees internacionais em

assembleia em Salamanca Espanha entre 7 e 10 de junho de 1994

reafirma o compromisso para com a educaccedilatildeo para todos

reconhecendo a necessidade e urgecircncia do providenciamento de

educaccedilatildeo para as crianccedilas jovens e adultos com necessidades

educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino e re-

endossa a estrutura de accedilatildeo em educaccedilatildeo especial em que pelo

espiacuterito de cujas provisotildees e recomendaccedilotildees governo e

organizaccedilotildees sejam guiados

b) Acreditam e proclamam que toda crianccedila tem direito fundamental agrave

educaccedilatildeo e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o niacutevel

adequado de aprendizagem toda crianccedila possui caracteriacutesticas

interesses habilidades e necessidades de aprendizagem que satildeo

uacutenicas sistemas educacionais deveriam ser designados e programas

educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em

conta a vasta diversidade de tais caracteriacutesticas e necessidades

aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso

agrave escola regular que deveria acomodaacute-los dentro de uma pedagogia

centrada na crianccedila capaz de satisfazer a tais necessidades

escolas regulares que possuam tal orientaccedilatildeo inclusiva constituem

os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatoacuterias

criando-se comunidades acolhedoras construindo uma sociedade

inclusiva e alcanccedilando educaccedilatildeo para todos aleacutem disso tais escolas

proveem uma educaccedilatildeo efetiva agrave maioria das crianccedilas e aprimoram

a eficiecircncia e em uacuteltima instacircncia o custo da eficaacutecia de todo o

sistema educacional

c) Congregam todos os governos e demandam que atribuam a mais

alta prioridade poliacutetica e financeira ao aprimoramento de seus

sistemas educacionais no sentido de se tornarem aptos a incluiacuterem

todas as crianccedilas independentemente de suas diferenccedilas ou

dificuldades individuais adotem o princiacutepio de educaccedilatildeo inclusiva em

forma de lei ou de poliacutetica matriculando todas as crianccedilas em

escolas regulares a menos que existam fortes razotildees para agir de

outra forma desenvolvam projetos de demonstraccedilatildeo e encorajem

34

intercacircmbios em paiacuteses que possuam experiecircncias de escolarizaccedilatildeo

inclusiva estabeleccedilam mecanismos participatoacuterios e

descentralizados para planejamento revisatildeo e avaliaccedilatildeo de provisatildeo

educacional para crianccedilas e adultos com necessidades educacionais

especiais encorajem e facilitem a participaccedilatildeo de pais comunidades

e organizaccedilotildees de pessoas portadoras de deficiecircncias nos processos

de planejamento e tomada de decisatildeo concernentes agrave provisatildeo de

serviccedilos para necessidades educacionais especiais invistam

maiores esforccedilos em estrateacutegias de identificaccedilatildeo e intervenccedilatildeo

precoces bem como nos aspectos vocacionais da educaccedilatildeo

inclusiva garantam que no contexto de uma mudanccedila sistecircmica

programas de treinamento de professores tanto em serviccedilo como

durante a formaccedilatildeo incluam a provisatildeo de educaccedilatildeo especial dentro

das escolas inclusivas

d) Tambeacutem congregam a comunidade internacional em particular

governos com programas de cooperaccedilatildeo internacional agecircncias

financiadoras internacionais especialmente as responsaacuteveis pela

Conferecircncia Mundial em Educaccedilatildeo para Todos UNESCO UNICEF

UNDP e o Banco Mundial a endossar a perspectiva de escolarizaccedilatildeo

inclusiva e apoiar o desenvolvimento da educaccedilatildeo especial como

parte integrante de todos os programas educacionais as Naccedilotildees

Unidas e suas agecircncias especializadas em particular a ILO WHO

UNESCO e UNICEF a reforccedilar seus estiacutemulos de cooperaccedilatildeo

teacutecnica bem como reforccedilar suas cooperaccedilotildees e redes de trabalho

para um apoio mais eficaz agrave jaacute expandida e integrada provisatildeo em

educaccedilatildeo especial organizaccedilotildees natildeo-governamentais envolvidas na

programaccedilatildeo e entrega de serviccedilo nos paiacuteses a reforccedilar sua

colaboraccedilatildeo com as entidades oficiais nacionais e intensificar o

envolvimento crescente delas no planejamento implementaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de provisatildeo em educaccedilatildeo especial que seja inclusiva

UNESCO enquanto a agecircncia educacional das Naccedilotildees Unidas a

assegurar que educaccedilatildeo especial faccedila parte de toda discussatildeo que

lide com educaccedilatildeo para todos em vaacuterios foros a mobilizar o apoio de

organizaccedilotildees dos profissionais de ensino em questotildees relativas ao

35

aprimoramento do treinamento de professores no que diz respeito a

necessidade educacionais especiais a estimular a comunidade

acadecircmica no sentido de fortalecer pesquisa redes de trabalho e o

estabelecimento de centros regionais de informaccedilatildeo e documentaccedilatildeo

e da mesma forma a servir de exemplo em tais atividades e na

disseminaccedilatildeo dos resultados especiacuteficos e dos progressos

alcanccedilados em cada paiacutes no sentido de realizar o que almeja a

presente declaraccedilatildeo a mobilizar fundos atraveacutes da criaccedilatildeo (dentro

de seu proacuteximo planejamento a meacutedio prazo 1996-2000) de um

programa extensivo de escolas inclusivas e programas de apoio

comunitaacuterio que permitiriam o lanccedilamento de projetos-piloto que

demonstrassem novas formas de disseminaccedilatildeo e o desenvolvimento

de indicadores de necessidade e de provisatildeo de educaccedilatildeo especial

e) Por uacuteltimo expressam o caloroso reconhecimento ao governo da

Espanha e agrave UNESCO pela organizaccedilatildeo da Conferecircncia e

demandam-lhes realizarem todos os esforccedilos no sentido de trazer

esta declaraccedilatildeo e sua relativa estrutura de accedilatildeo da comunidade

mundial especialmente em eventos importantes tais como o Tratado

Mundial de Desenvolvimento Social (em Kopenhagen em 1995) e a

Conferecircncia Mundial sobre a Mulher (em Beijing em 1995) Adotada

por aclamaccedilatildeo na cidade de Salamanca Espanha neste deacutecimo dia

de junho de 1994

Durante os uacuteltimos 15 ou 20 anos tem se tornado claro que o conceito de necessidades educacionais especiais teve que ser ampliado para incluir todas as crianccedilas que natildeo estejam conseguindo se beneficiar com a escola seja por que motivo for (UNESCO 1994 p15)

16 Diretrizes na educaccedilatildeo especial na perspectiva da inclusatildeo

A consciecircncia do direito de construir uma identidade proacutepria e do reconhecimento da identidade do outro se traduz no direito de igualdade e no respeito agraves diferenccedilas assegurando oportunidades diferentes (equidade) tantas quanto forem necessaacuterias com vistas agrave busca da igualdade (BRASIL 2001)

36

A educaccedilatildeo especial eacute uma modalidade de ensino que perpassa todos

os niacuteveis etapas e modalidades realiza o atendimento educacional

especializado disponibiliza os serviccedilos e recursos proacuteprios desse atendimento

e orienta os alunos e seus professores quanto a sua utilizaccedilatildeo nas turmas

comuns do ensino regular

O atendimento educacional especializado identifica elabora e organiza

recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a

plena participaccedilatildeo dos alunos considerando as suas necessidades

especiacuteficas As atividades desenvolvidas no atendimento educacional

especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum natildeo

sendo substitutivas agrave escolarizaccedilatildeo Esse atendimento completa e suplementa

a formaccedilatildeo dos alunos com vistas agrave autonomia e independecircncia na escola e

fora dela

Tal modalidade de ensino disponibiliza programas de enriquecimento

curricular o ensino de linguagem e coacutedigos especiacuteficos de comunicaccedilatildeo e

sinalizaccedilatildeo ajudas teacutecnicas e tecnoloacutegicas assistidas dentre outros Ao longo

de todo processo de escolarizaccedilatildeo esse atendimento deve estar articulado

com a proposta pedagoacutegica de ensino comum

A inclusatildeo escolar tem inicio na educaccedilatildeo infantil onde se desenvolvem

as bases necessaacuterias para a construccedilatildeo do conhecimento e seu

desenvolvimento global Nessa etapa o luacutedico o acesso agraves formas

diferenciadas de comunicaccedilatildeo a riqueza de estiacutemulos nos aspectos fiacutesicos

emocionais cognitivos psicomotores e sociais e a convivecircncia com as

diferenccedilas favorecem as relaccedilotildees interpessoais o respeito e a valorizaccedilatildeo da

crianccedila Do nascimento aos trecircs anos o atendimento educacional

especializado se expressa por meio de serviccedilos que objetivam aperfeiccediloar o

processo de desenvolvimento e aprendizagem em interface com os serviccedilos de

sauacutede e assistecircncia social

Em todas as etapas e modalidades da educaccedilatildeo baacutesica o atendimento

especializado eacute organizado para apoiar o desenvolvimento dos alunos

constituindo oferta obrigatoacuteria dos sistemas de ensino e deve ser realizado no

turno inverso ao da classe comum na proacutepria escola ou centro especializado

que realize esse serviccedilo educacional Este atendimento eacute realizado mediante a

37

atuaccedilatildeo de profissionais com conhecimento especiacuteficos no ensino da Liacutengua

Brasileira de Sinais da Liacutengua Portuguesa e na modalidade escrita como

segunda liacutengua do Sistema Braille do Soroban da orientaccedilatildeo e mobilidade

das atividades de vida autocircnoma da comunicaccedilatildeo alternativa do

desenvolvimento dos processos mentais superiores dos programas de

enriquecimento curricular da adequaccedilatildeo e produccedilatildeo de materiais didaacuteticos e

pedagoacutegicos da utilizaccedilatildeo de recursos oacutepticos e natildeo oacutepticos da tecnologia

assistida e outros

Cabe aos sistemas de ensino ao organizar a educaccedilatildeo especial na

perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva disponibilizar as funccedilotildees do instrutor de

Libras e guia interprete bem como de monitor dos alunos com necessidades

de apoio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo locomoccedilatildeo entre outras que

exijam auxilio constante no cotidiano escolar

Para atuar na educaccedilatildeo especial o professor deve ter como base de

sua formaccedilatildeo inicial e continuada conhecimentos gerais para o exerciacutecio da

docecircncia e conhecimentos especiacuteficos da aacuterea Essa formaccedilatildeo possibilita a sua

atuaccedilatildeo no atendimento educacional especializado e deve aprofundar o caraacuteter

interativo e interdisciplinar da atuaccedilatildeo nas salas comuns do ensino regular nas

salas de recursos nos centros de atendimento educacional especializado nos

nuacutecleos de acessibilidade das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior nas classes

hospitalares e nos ambientes domiciliares para a oferta dos serviccedilos e

recursos de educaccedilatildeo especial

38

CAPIacuteTULO II

CAPACITACcedilAtildeO E CONCEPCcedilAtildeO DE PROFESSORES NO PROCESSO DE

INCLUSAtildeO ESCOLAR

2 CAPACITACcedilAtildeO PROFISSIONAL E A INCLUSAtildeO ESCOLAR

A formaccedilatildeo de professores que atuam diretamente na inclusatildeo escolar

sempre se constituiu numa grande problemaacutetica com relaccedilatildeo ao atendimento

do aluno com necessidades especiais Tudo eacute muito novo e desafiador E isto

infelizmente ainda eacute uma barreira para que a inclusatildeo se efetive com alicerce

suficiente para se sustentar

Nos finais do Impeacuterio o atendimento a essa clientela era vinculada agrave

sauacutede Nos anos 20 do seacuteculo passado iniciou-se uma crescente preocupaccedilatildeo

com a questatildeo propriamente pedagoacutegica porem influenciada pela abordagem

psicoloacutegica natildeo abandonando o campo da sauacutede

Para atender agraves demandas cada professor deveria estar apto a

elaborar incrementar e implementar situaccedilotildees de ensino que favorecessem a

construccedilatildeo dos conceitos mais primaacuterios aos mais complexos Eacute importante

que o professor organize seu planejamento de maneira que natildeo passem

despercebidos pelas situaccedilotildees de ensino conceitos que podem parecer

simples mas que na verdade satildeo preacute-requisitos para o que se pensa ser o

mais importante Contudo natildeo satildeo poucos os casos em que as situaccedilotildees

acabam sendo apresentadas de forma restrita sem pertinecircncia aos alunos que

participam da accedilatildeo inclusiva

O cotidiano de sala de aula requer na atualidade a efetivaccedilatildeo de accedilotildees

didaacuteticas flexiacuteveis poreacutem contextualizadas a adequaccedilatildeo de recursos sem

depreciar a capacidade e a imagem do aluno com o qual interagimos uma

reformulaccedilatildeo das dinacircmicas em sala de aula que possibilite a participaccedilatildeo

39

efetiva de todos

Muitos recursos muitas vezes satildeo pouco explorados ou ateacute mesmo

desconsiderados pelo professor com o passar dos niacuteveis propostos pelo

sistema de educaccedilatildeo No entanto quando o professor eacute o agente mediador de

um contexto educacional no qual a diversidade estaacute mais complexa devido agraves

demandas que um tipo de necessidade educativa especial pode gerar eacute

essencial que ele natildeo perca de vista a validade de determinados recursos

diante da construccedilatildeo de conceitos mais elaborados ou abstratos (FERREIRA

2004)

Valorizar a singularidade de cada ser humano eacute um compromisso eacutetico

de contribuir com as transformaccedilotildees necessaacuterias agrave construccedilatildeo de uma

sociedade mais justa (SOUZA SILVA 2005 p 239)

Um sistema escolar inclusivo precisa investir na capacitaccedilatildeo contiacutenua dos

professores e funcionaacuterios das escolas realizando o chamamento dos que

ainda natildeo se consideram envolvidos para um processo de sensibilizaccedilatildeo e

atualizaccedilatildeo constante de toda escola e comunidade Nesse aspecto a

assessoria ao professor eacute fundamental para orientaccedilatildeo e anaacutelise na busca de

soluccedilotildees para os problemas surgidos na sala de aula no aprofundamento das

questotildees teoacutericas na construccedilatildeo de intervenccedilotildees pedagoacutegicas na seleccedilatildeo de

recursos materiais e tecnoloacutegicos para a aprendizagem dos alunos no

processo de avaliaccedilatildeo na inter-relaccedilatildeo com as famiacutelias bem como na

mediaccedilatildeo entre escola e serviccedilos especializados para atendimento ao aluno

com necessidades educacionais na aacuterea da sauacutede da assistecircncia social do

trabalho entre outros (BEYER 2005)

Para Marques (2006) inclusatildeo escolar implica numa reorganizaccedilatildeo

estrutural da escola de todos os elementos da praacutetica pedagoacutegica

considerando o dado do muacuteltiplo da diversidade e natildeo mais o padratildeo

universal O atual momento histoacuterico exige uma participaccedilatildeo efetiva da escola

como instituiccedilatildeo loacutecus do conhecimento e da formaccedilatildeo de cidadatildeos capazes de

intervir nos rumos da sociedade Neste sentido faz-se necessaacuteria uma escola

criativa onde todos os seus componentes sejam co-sujeitos na produccedilatildeo de um

saber-instrumento para o conviacutevio escolar e social Cabe portanto a alunos

professores e sujeitos desse processo planejar e construir as diferentes etapas

de nossa caminhada etapas que se num primeiro momento satildeo idealizadas

40

logo transformam-se em realidade pela reflexatildeo criacutetica de nossas proacuteprias

possibilidades na construccedilatildeo dessa nova escola Assim eacute preciso

redimensionar o modo de pensar e fazer a educaccedilatildeo tarefa por natureza

complexa que envolve elementos poliacuteticos soacutecio-econocircmicos teacutecnicos e

culturais

Essa postura por sua vez implica na superaccedilatildeo da dicotomia e

fragmentaccedilatildeo das atribuiccedilotildees dos agentes educativos dos rituais dos

conteuacutedos metodoloacutegicos dos recursos pedagoacutegicos do processo de

avaliaccedilatildeo bem como das concepccedilotildees de educaccedilatildeo e de sociedade Enfatiza

tambeacutem que implica para o professor em uma seacuterie de mudanccedilas com relaccedilatildeo

a sua postura pressuposto baacutesico de sua atuaccedilatildeo a compreensatildeo das

diferentes necessidades educacionais de seus alunos sendo necessaacuteria aacute

flexibilizaccedilatildeo do professor no exerciacutecio do compromisso eacutetico para se adequar

agraves novas situaccedilotildees que surgiratildeo em decorrecircncia das diversidades presentes

em seu cotidiano atentando para a supressatildeo de uma possiacutevel postura

discriminatoacuteria

Zimmermann (2008) destaca que a instituiccedilatildeo escolar precisa redefinir

sua base de estrutura organizacional destituindo-se de burocracias

reorganizando grades curriculares proporcionando maior ecircnfase agrave formaccedilatildeo

humana dos professores e afinando a relaccedilatildeo famiacutelia

escola propondo uma

praacutetica pedagoacutegica coletiva dinacircmica e flexiacutevel para atender esta nova

realidade educacional A educaccedilatildeo inclusiva tem forccedila transformadora e

aponta para uma nova era natildeo somente educacional mas para uma sociedade

inclusiva

Segundo Mittler (2008) as escolas a volta poderiam tentar encontrar

novos modos de pedir aos pais as suas opiniotildees sobre como poderiam ser

fortalecidos os viacutenculos entre lar e a escola Os viacutenculos mais iacutentimos entre

pais e professor natildeo podem ser prescritos de cima para baixo mas sim

fundamentados nos desejos e nas prioridades daquele que estatildeo nessa aacuterea

A uacuteltima palavra vai para um grupo de pais de crianccedilas com

necessidades especiais e deficiecircncia ( RUSSEL 1997 apud MITTEL

2008p227)

a) Por favor aceite e valorize nossas crianccedilas (e noacutes mesmos como

famiacutelia) como noacutes somos valorizados

41

b) Por favor celebre a diferenccedila

c) Por favor aceite nossas crianccedilas primeiramente como crianccedilas Natildeo

coloque roacutetulos nelas a menos que vocecirc pretenda fazer algo

d) Por favor reconheccedila seu poder sobre nossas vidas Vivemos com as

consequumlecircncias de suas opiniotildees e decisotildees

e) Por favor entenda a tensatildeo sob qual muitas famiacutelias estatildeo vivendo

Os encontros cancelados a lista de espera que ningueacutem consegue

chegar ao inicio todas as discussotildees sobre recursos eacute sobre nossa

vida que vocecirc esta falando

f) Por favor natildeo use modas passageiras e tratamentos conosco a

menos que vocecirc vai estar conosco E natildeo esqueccedila que as famiacutelias

tecircm muitos membros muitas responsabilidades Agraves vezes natildeo

podemos agradar a todo mundo

g) Por favor reconheccedila que aacutes vezes noacutes eacute que temos razatildeo Por favor

acredite em noacutes e escute o que sabemos sobre o que noacutes e nossas

crianccedilas necessitamos

h) Agraves vezes estamos tristes cansados e deprimidos Por favor valorize

nos como famiacutelias preocupadas e comprometidas e tente continuar a

trabalhar conosco

Limaverde (2009) acredita que a maioria dos professores vem de

cursos onde a discussatildeo da teoria e da praacutetica ainda eacute dividida Discute-se

teoria e praacutetica de maneira isolada Ainda se estuda uma teoria idealizada

Poucos cursos de formaccedilatildeo de professores oferecem de modo obrigatoacuterio em

seus curriacuteculos as disciplinas relacionadas agrave diferenccedila agraves deficiecircncias Aleacutem

da formaccedilatildeo do nuacutecleo comum eles tambeacutem precisam se atentar para essas

especificidades Haacute uma obrigatoriedade de se ofertar nos cursos de

pedagogia a disciplina de Libras Mas isso natildeo deve ocorrer apenas na

formaccedilatildeo inicial mas tambeacutem na formaccedilatildeo continuada que eacute aquela em

serviccedilo mas que muitas vezes natildeo contemplam essas especificidades

O problema de formaccedilatildeo eacute muito grave porque repercute nessa

inseguranccedila do professor no preconceito no medo Aleacutem do entrave da

formaccedilatildeo no aspecto pedagoacutegico as escolas elaboram seu projeto poliacutetico

pedagoacutegico sem levar em conta a presenccedila do aluno com deficiecircncia As

praacuteticas a organizaccedilatildeo da sala de aula natildeo leva em conta a presenccedila desse

42

aluno Onde natildeo haacute uma interlocuccedilatildeo mais refinada entre o ensino comum e a

Educaccedilatildeo Especial com esse saber mais especiacutefico natildeo haacute inclusatildeo

A inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino Assim na formaccedilatildeo do professor teria dois espaccedilos um da sala de

aula que eacute a formaccedilatildeo comum para todos os professores contemplando

desenvolvimento aprendizagem e uma na formaccedilatildeo continuada Uma

formaccedilatildeo que atenda agraves diferenccedilas da sala de aula o atendimento agrave educaccedilatildeo

especializada aleacutem da formaccedilatildeo baacutesica cursos de extensatildeo de libras de

soroban de braile de tecnologia assistida para que esse professor possa

atender a especificidade desses alunos O aluno com deficiecircncia eacute um ser

humano que se desenvolve como qualquer outro As teorias e teacutecnicas que

foram estudadas satildeo suporte para esse trabalho Agora o que vai modificar na

sua atuaccedilatildeo eacute a maneira como ele organiza suas praacuteticas pedagoacutegicas Na

maioria das vezes eles organizam praacuteticas homogecircneas do aluno idealizado Eacute

importante um planejamento para pensar essas diferenccedilas na sala de aula Eacute

um trabalho do projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

21 Concepccedilotildees de professores sobre a inclusatildeo na educaccedilatildeo regular e

especial

Inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino (LIMAVERDE 2009)

Apenas a partir do seacuteculo XX verificou-se uma melhor aceitaccedilatildeo das

pessoas com necessidades especiais momento em que se iniciou a sua

desinstitucionalizaccedilatildeo e educaccedilatildeo escolar Ateacute este periacuteodo eram segregados

e praticamente privados de conviacutevio social Entretanto verifica-se que as

conquistas ainda foram poucas pois o preconceito a ignoracircncia e a

discriminaccedilatildeo ainda satildeo muito fortes em relaccedilatildeo ao deficiente e a deficiecircncia

Para Carmo (2000) a inclusatildeo eacute um assunto que deve ser refletido e

investigado com muita precisatildeo jaacute que a sociedade pode estar criando uma

nova modalidade a de excluiacutedos dentro da inclusatildeo podemos assim concluir

nessa reflexatildeo para que haja o processo de ensino-aprendizagem nos alunos

portadores de necessidades educacionais especiais o professor teraacute que se

43

capacitar para atender a proposta desta nova face da educaccedilatildeo brasileira ele

teraacute que tentar conciliar as teorias sobre o assunto com sua pratica e a

realidade da sala de aula Pois soacute assim a inclusatildeo do aluno portador de

necessidades educacionais especiais seraacute bem sucedida e gerando bons

resultados no futuro

Assim a inclusatildeo deste tipo de aluno requer novas posturas tanto aos

professores quanto ao sistema educacional brasileiro levando em consideraccedilatildeo

que todos noacutes estaremos ganhando Lembrando tambeacutem que este processo

de aprendizagem requer a reciprocidade das experiecircncias entre o aluno com

necessidades educacionais especiais o professor e os demais alunos Um

processo de aprendizagem onde todos participam a aquisiccedilatildeo do

conhecimento ocorreraacute com mais facilidade

Mantoan Pietro Arantes (2006) acredita que recriar um novo modelo

educativo com ensino de qualidade que diga natildeo aacute exclusatildeo social implica em

condiccedilotildees de trabalho pedagoacutegico e uma rede de saberes que se entrelaccedilam e

caminham no sentido contraacuterio do paradigma tradicional de educaccedilatildeo

segregadora Eacute uma reviravolta complexa mas possiacutevel basta que lutemos por

ela que nos aperfeiccediloemos e estejamos abertos a colaborar na busca dos

caminhos pedagoacutegicos da inclusatildeo Pois nem todas as diferenccedilas

necessariamente inferiorizam as pessoas Elas tem diferenccedilas e igualdades

mas entre elas nem tudo deve ser igual assim como nem tudo deve ser

diferente

De acordo com Santos (apud MANTOAN2003 p34 ) eacute preciso que

tenhamos o direito de sermos diferentes quando a igualdade nos

descaracteriza e o direito de sermos iguais quando a diferenccedila nos inferioriza

Assim a luta pela escola inclusiva embora seja contestada e tenha ateacute

mesmo assustado a comunidade escolar exige mudanccedila de haacutebitos e atitudes

pela sua loacutegica e eacutetica nos remete a refletir e reconhecer que trata-se de um

posicionamento social que garante a vida com igualdade pautada pelo

respeito agraves diferenccedilas Apesar das iniciativas acanhadas da comunidade

escolar e da sociedade geral eacute possiacutevel adequar a escola para um novo

tempo Precisa estar imbuiacutedos de boa vontade e compromisso enfrentar com

seguranccedila e otimismo este desafio enxergar a clareza e obviedade eacutetica da

proposta inclusiva e contribuir para o desmantelamento dessa maacutequina escolar

44

enferrujada

Para Lisita e Souza (2003) das utopias concretas da modernidade tem-

se hoje apenas a certeza da transitoriedade O sentido da revoluccedilatildeo antes

propagado daacute lugar a um leque de possibilidades as quais se abrem num

horizonte virtual em constantes mudanccedilas Que se trata de uma nova realidade

mundial natildeo se discute Indaga-se no entanto o que se tem a fazer diante de

tal realidade

Nesse sentido a ciecircncia e a tecnologia tecircm se constituiacutedo nos principais

agentes de proposiccedilatildeo e de determinaccedilatildeo dessas mudanccedilas A sensaccedilatildeo que

se tem eacute a de que amanheceremos a cada dia num novo mundo repleto de

novidades e onde o ontem estaacute cada vez e mais rapidamente distante

O cenaacuterio do mundo atual evidencia um movimento em direccedilatildeo a um

sentido de inclusatildeo social o sujeito com deficiecircncia passa a dividir a cena com

os sujeitos sem deficiecircncia coabitando os diversos espaccedilos sociais Nota-se

pois um grande dinamismo experimentado pelos sujeitos e em particular

pelos sujeitos com deficiecircncia num mundo onde conceitos e praacuteticas assumem

cada vez mais um caraacuteter efecircmero e de possibilidades muacuteltiplas

Segundo Ferreira e Glat (2004) satildeo frequentes relatos de professores

principalmente em conselhos de classe sobre a dificuldade de determinados

alunos quanto agrave efetivaccedilatildeo de algumas propostas educacionais Na maioria

das situaccedilotildees o que de fato acontece natildeo eacute uma dificuldade do aluno em

realizar ou compreender a atividade solicitada e sim uma inadequaccedilatildeo do

procedimento dos objetivos eou da avaliaccedilatildeo realizada pelo professor Nesse

sentido eacute importante o professor analisar algumas questotildees como

a) de que maneira todos os alunos poderatildeo participar da aula proposta

b) se haacute necessidade de apoio adaptaccedilotildees e como fazecirc-las para sua

plena participaccedilatildeo

c) que expectativas devem ser esperadas eou modificadas para a

efetivaccedilatildeo da atividade (como os alunos demonstram o que sabem a

quantidade e qualidade das atividades propostas)

d) quais satildeo os objetivos prioritaacuterios para a aprendizagem

Enfim eacute do conhecimento de todos que natildeo haacute formas sem

precedentes que se bastem ou que se perpetuem diante das realidades

necessidades e demandas dos alunos que compotildeem as salas de aula que hoje

45

cada professor assume Eacute importante a busca constante de praacuteticas pautadas

no contexto que o aluno vivencia inovadoras pois o trabalho eacute dinacircmico

sendo fundamental que cada profissional pense na sua disponibilidade para a

construccedilatildeo de praacuteticas efetivas que conduzam a uma educaccedilatildeo de qualidade

para todos como descrevem Ferreira e Glat 2004

Poso (2004) acredita que por um lado os professores julgam-se

incapazes de dar conta dessa demanda despreparados e impotentes frente a

essa realidade que eacute agravada pela falta de material adequado de apoio

administrativo e recursos financeiros

Mantoan (2003) enfatiza que a radicalidade da inclusatildeo vem do fato de

esta exigir uma mudanccedila de paradigma educacional onde na perspectiva

inclusiva suprime-se a sub-divisatildeo dos sistemas escolares em modalidades de

ensino especial e regular As escolas atendem as diferenccedilas sem discriminar

sem estabelecer prioridades e necessidades sem estabelecer regras

diferenciadas para cada caso no planejamento avaliaccedilatildeo e aprendizado

Assim pode-se imaginar o impacto da inclusatildeo nos sistemas de ensino ao

supor a aboliccedilatildeo completa dos serviccedilos segregados da educaccedilatildeo especial os

programas de reforccedilo escolar salas de aceleraccedilatildeo e turmas especiais

Desta forma a inclusatildeo eacute uma provocaccedilatildeo cuja intenccedilatildeo eacute melhorar a

qualidade do ensino atingindo todos os alunos de uma forma globalizada

Incluir eacute necessaacuterio primordialmente para melhorar as condiccedilotildees da escola

de modo que nela se possam formar geraccedilotildees mais preparadas para viver a

vida na sua plenitude livremente sem preconceitos sem barreiras Confirma-

se assim mais uma vez a necessidade de a educaccedilatildeo se atualizar e os

professores aperfeiccediloarem as suas praacuteticas para que as escolas se obriguem

a um esforccedilo de modernizaccedilatildeo e reestruturaccedilatildeo de suas condiccedilotildees atuais

Pretende-se que a escola seja inclusiva eacute primordial que seus planos se

redefinam para uma educaccedilatildeo voltada agrave cidadania global plena livre de

preconceitos e disposta a reconhecer e entende as diferenccedilas entre as

pessoas principalmente quanto aos seus aspectos fiacutesico mental e intelectual

Natildeo basta uma educaccedilatildeo para a cidadania eacute preciso educar para a liberdade

e nesse sentido nenhuma forma de subordinaccedilatildeo intelectual pode ser

admitida

Os desafios para a concretizaccedilatildeo dos ideais inclusivos na educaccedilatildeo

46

brasileira satildeo inuacutemeros Haacute ainda de se vencer os desafios que impotildee o

conservadorismo das instituiccedilotildees especializadas e enfrentar as pressotildees

poliacuteticas e das pessoas com deficiecircncia ainda muito habituadas a seus roacutetulos

e a benefiacutecios que acentuam a incapacidade as limitaccedilotildees o paternalismo e o

protecionismo social

Smeha Ferreira (2005) descrevem que vaacuterios professores afirmam

apresentar sentimentos de despreparo para trabalharem junto agraves crianccedilas com

necessidades especiais Que natildeo tiveram em sua formaccedilatildeo acadecircmica o

preparo adequado que os capacite a lidar com a diversidade e isso gera

intenso sofrimento pois ensinar crianccedilas com limitaccedilotildees exige conhecimento

competecircncia e habilidade para que o processo inclusivo seja efetivado

Os professores foram preparados para trabalharem com as crianccedilas que

aprendem assim quando eles se deparam com as limitaccedilotildees na

aprendizagem sentem frustraccedilatildeo anguacutestia impotecircncia e medo Portanto faz-

se necessaacuterio uma significativa reformulaccedilatildeo nos cursos de graduaccedilatildeo que

estatildeo formando professores os quais certamente teratildeo alunos com

necessidades educativas especiais em sua trajetoacuteria profissional Aliaacutes essa

reformulaccedilatildeo deve abarcar natildeo somente conhecimentos sobre educaccedilatildeo de

pessoas com deficiecircncia mas tambeacutem oportunizar autoconhecimento para

que os professores possam atuar de forma mais confiante atendendo agraves

demandas educacionais especiais com mais prazer e menos sofrimento Aleacutem

da reestruturaccedilatildeo nas aacutereas que envolvem a formaccedilatildeo de professores para

que o trabalho docente possa acontecer com menor prejuiacutezo agrave sauacutede mental

parece primordial que o investimento transcenda a capacitaccedilatildeo relacionada aos

conhecimentos teacutecnicos e permeie o campo da sauacutede mental no trabalho

O suporte aos aspectos psicoloacutegicos dos professores precisam ser

contemplados com grupos de reflexatildeo ou de apoio um espaccedilo que possa

oportunizar-lhes aos mesmos falar sobre seus sentimentos dificuldades

medos ou fantasias Seria um momento para problematizar e encontrar

ressignificaccedilatildeo no exerciacutecio docente que cada vez mais precisa ser alicerccedilado

no respeito agrave diversidade humana Eacute importante tambeacutem salientar que natildeo eacute

apenas o processo de inclusatildeo o responsaacutevel pelo sofrimento docente muitos

satildeo propensos ao stress devido agraves suas proacuteprias vivecircncias pessoais e agraves

exigecircncias da contemporaneidade

47

De acordo com Souza Silva (2009)

No tocante ao trabalho docente novas propostas se fazem necessaacuterias devido agraves transformaccedilotildees educacionais que estatildeo ocorrendo de forma acelerada exigindo assim novas aprendizagens que possam contribuir para a formaccedilatildeo de profissionais capazes de responder aos novos desafios colocados agrave nossa realidade

Para Bartalotti (2006) nos dias atuais frente ao processo de inclusatildeo

como uma possibilidade embora ainda natildeo como uma realidade haacute um grande

caminho a ser percorrido Pois se olhar em volta para cada ser humano que

nos rodeia ver-se-ia o quanto ainda se tem que caminhar para a construccedilatildeo

de uma sociedade verdadeiramente inclusiva Exclui-se apenas com o olhar

com palavras quantas vezes menospreza-se o outro por ele ter um gosto

uma crenccedila religiosa situaccedilatildeo financeira cor de pele estatura e peso corporal

diferente por nos aceitos E sem a menor preocupaccedilatildeo decidi-se que esta ou

aquela pessoa natildeo serve para estar junto de noacutes de nossos filhos frequentar

nosso clube casa ou templo religioso Jaacute sentem-se excluiacutedos e rejeitados em

diferentes situaccedilotildees sentem-se olhados como diferentes indesejaacuteveis

estranhos certamente essa natildeo eacute uma sensaccedilatildeo agradaacutevel quem jaacute passou

por ela natildeo deseja repetir a experiecircncia

Para que a inclusatildeo ocorra eacute necessaacuterio que a sociedade passe pelo

aprimoramento das relaccedilotildees sociais pela compreensatildeo de que o verdadeiro

pensamento inclusivo eacute aquele que natildeo categoriza ou rotula as pessoas por

ordem de valor valor esse atribuiacutedo muitas vezes atraveacutes de estereoacutetipos

estigmas conhecimentos instituiacutedos pensar inclusivamente eacute aprender a olhar

cada pessoa e buscar nela seu real valor construiacutedo nas relaccedilotildees cotidianas

nos seus sonhos e expectativas e nas suas accedilotildees concretas no mundo

Acredita-se tambeacutem que muitas vezes fala-se que a inclusatildeo eacute uma

utopia muitos natildeo acreditam que a sociedade seja capaz desse movimento

Inclusatildeo eacute sim possibilidade assim como eacute possibilidade a construccedilatildeo de uma

sociedade mais digna para todos com ou sem deficiecircncia

Para Tessaro (2009) existe todo um discurso proacute agrave inclusatildeo em vaacuterios

segmentos da sociedade dentre os quais no ambiente escolar A inclusatildeo eacute

algo que vem se efetivando mesmo que a duras penas buscando superar toda

uma histoacuteria de isolamento discriminaccedilatildeo e preconceito Tem provocado

48

muitos questionamentos principalmente no meio acadecircmico tais como O que

eacute inclusatildeo escolar Por que incluir Qual eacute a opiniatildeo dos alunos com

deficiecircncia e dos professores sobre inclusatildeo A escola possui infra-estrutura

adequada para participar da inclusatildeo escolar Os alunos deficientes se sentem

bem com a inclusatildeo escolar Os professores estatildeo capacitados para educaccedilatildeo

inclusiva

Dutra (2007) destaca que as principais dificuldades no processo de

inclusatildeo escolar do aluno especial eacute a ausecircncia de preparo e de uma

formaccedilatildeo mais teacutecnica que visa suprir as necessidades destes alunos

mediadas pelo professor e tambeacutem agrave falta de boas condiccedilotildees fiacutesicas nas

escolas pra receber estes alunos

Jesus (2007) enfatiza que a inclusatildeo dos portadores de necessidades

educacionais especiais na escola eacute algo essencial agrave educaccedilatildeo mas eacute preciso

ser feita de maneira correta porque nem todos podem estar na escola ou

estatildeo preparados para nela estar por natildeo terem capacidade fisioloacutegica Esse eacute

um assunto muito discutido por alguns especialistas da educaccedilatildeo especial que

buscam uma maneira eficiente de incluir todos as crianccedilas e jovens que

possuem alguma necessidade educacional especial

Nesse sentido Mantoan (2006) afirma que a condiccedilatildeo primeira para

inclusatildeo deixe de ser uma ameaccedila ao que hoje a escola defende e adota como

pratica pedagoacutegica e abandonar tudo que leva a tolerar as pessoas com

deficiecircncia na sala de aula

Natildeo pode se ter um ambiente mais propiacutecio para tal processo de

conscientizaccedilatildeo do que a escola Pois seraacute por meio dessa interaccedilatildeo entre

crianccedilas que se construiraacute uma naccedilatildeo mais justa e igualitaacuteria onde todos

juntos aprenderatildeo a conviver e a se respeitarem Respeito que eacute sonhado por

todos que se espera construir um novo amanhatilde mais digno

O assunto eacute fundamental para ser discutido por todas as pessoas

envolvidas com a educaccedilatildeo e que busquem uma naccedilatildeo com menos

desigualdade social oportunidades para todos uma educaccedilatildeo que priorize o

ser e natildeo ter e uma realidade igualitaacuteria A inclusatildeo eacute acima de tudo a

transformaccedilatildeo da pratica pedagoacutegica de todos os profissionais de educaccedilatildeo

Os registros de textos artigos e livros enfatizam que sobre a

aplicabilidade atual de inclusatildeo escolar satildeo insatisfatoacuterios e que natildeo houve

49

diferenccedilas entre os alunos e entre os professores quanto a essa dimensatildeo Os

professores e os alunos expressaram vaacuterias dificuldades envolvidas nesse

processo destacando se a falta de infra-estrutura das escolas a falta de

preparocapacitaccedilatildeo profissional discriminaccedilatildeo social e a falta de aceitaccedilatildeo da

inclusatildeo

Os professores de educaccedilatildeo especial demonstraram dar mais creacutedito agrave

educaccedilatildeo inclusiva do que os do ensino regular Os alunos deficientes

demonstraram dar menos creacutedito agrave inclusatildeo do que os natildeo deficientes Os

sentimentos decorrentes da inclusatildeo que predominaram entre professores e os

alunos com deficiecircncia foram negativos enquanto entre os alunos natildeo

deficientes prevaleceram os positivos (TESSARO 2009)

Para Fonseca (2004) promover a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma tarefa de

uma equipe multidisciplinar que deve adotar uma estrateacutegia do tipo pensar em

grupo eacute pensar melhor pois soacute dessa forma se podem explorar todas as

opccedilotildees potenciais de inclusatildeo e natildeo soacute as mais coerentes acessiacuteveis ou

tradicionais Sem uma dinacircmica de grupo natildeo se podem discutir e implementar

planos educacionais individualizados na educaccedilatildeo inclusiva transpondo para

sala de aula regular programas inovadores desde a modificaccedilatildeo de

comportamento ao enriquecimento linguumliacutestico ou cognitivo

Ensino em equipe com vaacuterios professores que agem e pensam em

conjunto criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees inovaccedilotildees na instruccedilatildeo na avaliaccedilatildeo

aprendizagem cooperativa e interativa criaccedilatildeo de projetos de suporte muacuteltiplo

serviccedilos de encaminhamentos diagnoacutesticos dinacircmicos e prescritivos em

termos de praacutetica de intervenccedilatildeo na sala de aula regular aprofundamento eacutetico

e legal dos pressupostos morais da inclusatildeo social construccedilatildeo de instrumentos

de investigaccedilatildeo-accedilatildeo entre outros satildeo desafios que se colocam hoje mais do

lado do ensino do que da aprendizagem

Para Almeida Anjos (2007) vaacuterios professores destacam tensotildees que

sempre se preservaram em suas percepccedilotildees e atitudes sejam referentes agraves

pessoas com necessidades educacionais especiais sejam relativas a

dificuldades em relaccedilatildeo a si proacuteprios e aos seus saberes profissionais No

entanto os profissionais apontam em suas falas as possibilidades de transpor

tais dificuldades vividas no trabalho com alunos especiais na rotina de seu dia

a dia de trabalho

50

Laraia (1992 apud ALMEIDA ANJOS 2007) acredita que nenhuma

ordem social eacute baseada em verdades inatas que as mudanccedilas nas praacuteticas

pedagoacutegicas com a diversidade dos alunos passam por uma mudanccedila de

nossas concepccedilotildees e valores Que eacute preciso uma formaccedilatildeo que coloque o

profissional da educaccedilatildeo em conflito com seus conhecimentos e concepccedilotildees a

partir da relaccedilatildeo entre a teoria e a praacutetica para entatildeo podermos comeccedilar a

pensar em inclusatildeo Assim a partir dos pressupostos da ciecircncia social criacutetica

sustentada pelo interesse colaborativo procuramos programar com os

profissionais encontros de estudoreflexatildeo das tensotildees e possibilidades que

envolvem o trabalho com alunos com necessidades educacionais especiais

enfatizar ainda como o lazer e recreaccedilatildeo podem ser facilitadores do processo

de inclusatildeo escolar

Zimmermann (2008) acredita que para conseguir reformar a instituiccedilatildeo

escolar primeiramente se tem que reformar as mentes entretanto natildeo

conseguiraacute reformar mentes sem que se realize uma preacutevia reforma de

instituiccedilotildees Vive-se uma crise de paradigmas e toda a crise gera medos

inseguranccedila e incertezas mas propotildee-se que seja este o momento de ousadia

e de busca de alternativas que sustente e norteie para realizar-se as mudanccedilas

que o momento propotildee Que a escola seja um espaccedilo vivo de formaccedilatildeo para

todos e um ambiente verdadeiramente inclusivo eacute preciso que as poliacuteticas

puacuteblicas de educaccedilatildeo sejam direcionadas aacute inclusatildeo que os educadores

desacomodem-se combatendo a descrenccedila e o pessimismo mostrando que a

inclusatildeo eacute um momento oportuno para professores e a comunidade escolar

demonstrarem sua competecircncia e principalmente suas responsabilidades

educacionais

Esta mudanccedila de perspectiva educacional propotildee que os educadores

faccedilam a diferenccedila buscando conhecimento e contribuindo com uma praacutetica

ressignificada desenvolvendo uma educaccedilatildeo baseada na afetividade e na

superaccedilatildeo de limites que as crianccedilas aprendam a respeitar as diferenccedilas em

sala de aula preparando-as assim para o futuro a vida e o mercado de

trabalho pois vivendo a experiecircncia inclusiva seratildeo adultos bem diferentes de

noacutes e por certo natildeo faratildeo discriminaccedilotildees sociais

Arauacutejo (2008) relata a opiniatildeo dos professores sobre a inclusatildeo escolar

enfatizando com veemecircncia de que a inclusatildeo escolar do aluno portador de

51

necessidades educacionais especiais eacute um assunto muito interessante e

delicado e levantaram a conscientizaccedilatildeo desse aluno sobre o direito deste

frequentar o ensino regular no entanto essa inclusatildeo na visatildeo deles estaacute

acontecendo de forma errocircnea Pois os professores da rede regular de ensino

em sua quase totalidade natildeo estatildeo preparados para lidar com esta nova fase

da educaccedilatildeo brasileira

Tem que se pensar que para que a inclusatildeo se concretize natildeo basta

estar garantido na legislaccedilatildeo mas demanda modificaccedilotildees profundas e

importantes no sistema de ensino Essas mudanccedilas deveratildeo levar em conta o

contexto soacutecio econocircmico aleacutem de serem gradativas planejadas e contiacutenuas

para garantir uma educaccedilatildeo de oacutetima qualidade (BUENO 1998 apud

PEREIRA 2009)

Pereira (2009) acredita que a inclusatildeo depende de mudanccedila de valores

da sociedade e a vivencia de um novo paradigma que natildeo se faz com simples

recomendaccedilotildees teacutecnicas como se fossem receitas de bolo mas com reflexotildees

dos professores direccedilotildees pais alunos equipe multidisciplinar e a comunidade

Essa questatildeo natildeo eacute tatildeo simples assim pois devemos levar em conta as

diferenccedilas Como colocar no mesmo espaccedilo demandas tatildeo diferentes e

especiacuteficas se muitas vezes nem a escola especial consegue dar conta desse

atendimento de forma adequada Deparar-se com frequecircncia com as

resistecircncias dos professores e direccedilotildees manifestadas atraveacutes de

questionamentos e queixas ou ateacute mesmo com expectativas de que possa

apresentar soluccedilotildees maacutegicas de aplicaccedilatildeo imediata causando certa decepccedilatildeo

e frustraccedilatildeo pois ela natildeo existe

O problema se agrava quando se vecirc o professor totalmente dependente

do apoio ou assessoria de profissionais da aacuterea da sauacutede pois neste caso a

questatildeo cliacutenica eacute fundamental e se sobressai e novamente o pedagoacutegico fica

esquecido Com isso o professor se sente desvalorizado incapaz e fora do

processo por considerar esse aluno como doente concluindo que natildeo pode

fazer nada por ele pois ele precisa de tratamento especializado de

profissionais qualificados da aacuterea da sauacutede desistindo assim de assumir tal

tarefa

Desta forma parece que o professor esquece seu papel poreacutem natildeo se

considera o momento do professor sua formaccedilatildeo as condiccedilotildees da proacutepria

52

escola em receber esses alunos que entram nas escolas e continuam

excluiacutedos de todo o processo de ensino-aprendizagem e social causando

frustraccedilatildeo e fracassos dificultando assim a proposta de inclusatildeo Por um lado

os professores julgam-se incapazes de dar conta dessa demanda

despreparados e impotentes frente a essa realidade que eacute agravada dia-a-dia

pela falta de material adequado de apoio administrativo e recursos financeiros

Limaverde (2009) salienta que no Brasil estaacute acontecendo um grande

movimento proacute-inclusatildeo que tem sido fortalecido a partir da sistematizaccedilatildeo do

que se trata o atendimento educacional especializado Existem realidades

muito proacuteximas em relaccedilatildeo ao atendimento desses alunos mas ainda tem

muitas compreensotildees equivocadas sobre a inclusatildeo de alunos com deficiecircncia

Alguns municiacutepios brasileiros pensam que fazem inclusatildeo mas na verdade

eles tecircm feito integraccedilatildeo Percebe-se que alunos que frequentam escolas

comuns salas comuns de ensino natildeo participam efetivamente das aulas ou

das atividades realizadas e essas escolas alegam que esses alunos natildeo tecircm

condiccedilotildees de fazer as atividades e que por isso eles fazem outras atividades

diferenciadas Desta forma natildeo ocorre a inclusatildeo Isso eacute uma integraccedilatildeo

porque o aluno estaacute integrado na sala de aula comum mas ele natildeo participa

das atividades realizadas pelos demais colegas

Muitos municiacutepios brasileiros que estatildeo em processo de transiccedilatildeo ou

seja eles estatildeo implantando o atendimento educacional especializado de

caraacuteter complementar e ao mesmo tempo estatildeo ainda com problemas

relacionados agrave inclusatildeo desses alunos como por exemplo a manutenccedilatildeo de

classes especiais A partir da formaccedilatildeo de 2007 para caacute os municiacutepios tecircm se

reorganizado para atendimento educacional especializado mas ainda eacute uma

realidade muito diferenciada

A inclusatildeo soacute eacute possiacutevel onde houver respeito agrave diferenccedila e

consequentemente a adoccedilatildeo de praacuteticas pedagoacutegicas que permitam agraves

pessoas com deficiecircncia aprender e ser reconhecidos e valorizados os

conhecimentos que satildeo capazes de produzir segundo seu ritmo e na medida

de suas possibilidades (SILVA 2009)

53

A menos que a atual oportunidade favoraacutevel seja aproveitada para melhorar as qualificaccedilotildees profissionais de professores em educaccedilatildeo especial e consequentemente a qualidade da educaccedilatildeo especial tememos que os proacuteximos 20 anos ainda possam ser um periacuteodo de esperanccedilas frustradas (RELATORIO WARNOCK 1978 paraacutegrafo 1932)

54

CONCLUSAtildeO

Diante do levantamento bibliograacutefico conclui-se que a inclusatildeo nos

moldes em que se encontra atualmente estaacute longe de atender a um ideal

Tal processo necessita de muitas transformaccedilotildees Os oacutergatildeos a ele

ligados diretamente ou indiretamente deveratildeo rever suas propostas metas e

meacutetodos de implantaccedilatildeo

Profissionais da sauacutede tambeacutem tecircm papeacuteis importantes em todo o

processo inclusivo pois em accedilatildeo conjunta com os educadores podem fazer um

trabalho mais completo e eficaz

A inclusatildeo escolar eacute uma praacutetica que abrange natildeo apenas os

profissionais especiacuteficos das aacutereas meacutedica e educacional mas tambeacutem

envolve um fator preponderante na vida do indiviacuteduo atendido por ela a famiacutelia

Esta constitui a base da crianccedila com necessidades educacionais especiais e

assumindo a postura devida pode oferecer a esta crianccedila o subsiacutedio para seu

desenvolvimento escolar bem como uma fonte de apoio aos profissionais

envolvidos

Aleacutem de uma nobre causa de cunho educacional a inclusatildeo constitui

ainda uma mudanccedila no comportamento da sociedade como um todo que

passa a ter que zelar por interesses coletivos outrora ignorados pela maioria

Devido ao periacuteodo decorrido desde as primeiras iniciativas ligadas ao

processo inclusivo verifica-se que o tempo eacute um fator indispensaacutevel para sua

concretizaccedilatildeo Esta provavelmente dar-se-aacute a partir do momento em que todos

os envolvidos assumirem suas devidas responsabilidades e se unirem por uma

educaccedilatildeo de qualidade embasada em um planejamento organizado bem

dirigido iacutentegro e sobretudo pautado no respeito ao ser humano e agrave

diversidade

55

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15

esses sujeitos quando pensamos em inclusatildeo

com dificuldade de interaccedilatildeo de estabelecer uma

relaccedilatildeo de troca de transitar pela diferenccedila aquele

que sente ameaccedilador estar dentro de um grupo

com dificuldades de articular o eu e o outro

sem autonomia de aprendizado

que se sentem ameaccedilados quando se expotildeem na

relaccedilatildeo de aprendizagem

que apresentam discrepacircncias entre o corpo

organismo pensamento e emoccedilatildeo

que natildeo conseguem lidar com o escondido

que tem uma auto imagem rebaixada

Satildeo incluiacutedos

aqueles

que causam estranhamento agravequeles que se

aproximam

de um olhar integral e natildeo somente voltado para sua

dificuldade

de uma relaccedilatildeo que vaacute aleacutem da objetividade

pedagoacutegica

de um ego auxiliar para poder constituir-se

de ser visto segundo suas possibilidades e natildeo

impossibilidades

de uma escola estruturada para recebecirc-lo

de uma equipe estruturada para ajudaacute-lo a se

desenvolver natildeo somente nas questotildees cognitivas

mas tambeacutem soacutecio-afetivas

sentir-se seguro e assegurado

Necessita esse

sujeito

ter a garantia de um compromisso com os

encaminhamentos de suas necessidades

Fonte adaptado de Parolin 2006

Quadro 1 Quem deve ser incluiacutedo

16

O arquivo aberto sobre a Educaccedilatildeo Inclusiva (UNESCO 2001 p15)

uma publicaccedilatildeo da UNESCO contendo materiais de apoio para legisladores

administradores e gestores escolares assume que a educaccedilatildeo inclusiva diz

respeito aos seguintes assuntos-chave

a) aacute crenccedila de que o direito agrave educaccedilatildeo eacute um direito humano e o

fundamento de uma sociedade mais justa

b) aacute realizaccedilatildeo deste direito por meio do movimento da educaccedilatildeo para

todos e (EPT

1990) trabalho no sentido de tornar a educaccedilatildeo

baacutesica de qualidade acessiacutevel

c) ao avanccedilo do movimento da educaccedilatildeo para todos com a finalidade

de encontrar formas de tornar as escolas capazes de servirem a

todas as crianccedilas nas suas comunidades como parte de um sistema

educacional inclusivo

d) ao fato de que a inclusatildeo diz respeito a todos os aprendizes com um

foco agravequeles que tradicionalmente tecircm sido excluiacutedos das

oportunidades educacionais

Publicaccedilatildeo relevante na aacuterea de educaccedilatildeo inclusiva eacute o index para a

Inclusatildeo (CSEI 2000) estabelece que

Inclusatildeo ou educaccedilatildeo inclusiva natildeo eacute um outro nome para a educaccedilatildeo dos alunos com necessidades especiais Inclusatildeo envolve uma abordagem diferente para identificar e resolver dificuldades que emergem na escola () [a inclusatildeo educacional] implica em um processo que aumente a participaccedilatildeo de estudantes e reduza sua exclusatildeo da cultura do curriacuteculo e das comunidades das escolas locais

De forma mais simples podemos dizer que incluir significa fazer com

que o indiviacuteduo se torne parte da comunidade escolar sendo reconhecido

como um de seus membros com as mesmas oportunidades que os outros

Ainscow Tweddle (2005) expressaram a consideraacutevel confusatildeo sobre

o significado da inclusatildeo para as comunidades educacionais que fazem parte

de sua pesquisa na Inglaterra Poreacutem estes autores identificaram quatro

elementos- chave na sua definiccedilatildeo conforme segue

a) Inclusatildeo eacute um processo o quer dizer nunca termina porque sempre

haveraacute um aluno que encontraraacute barreira para aprender

17

b) Inclusatildeo diz respeito agrave identificaccedilatildeo e remoccedilatildeo de barreiras e isto

implica coleta contiacutenua de informaccedilotildees que satildeo valiosas para

entender a performance dos alunos a fim de planejar e estabelecer

metas

c) Inclusatildeo diz respeito agrave presenccedila participaccedilatildeo e aquisiccedilatildeo de todos

os alunos Presenccedila diz respeito agrave frequumlecircncia e pontualidade dos

alunos na sua escolarizaccedilatildeo Participaccedilatildeo trata-se do modo como os

alunos percebem a sua proacutepria aprendizagem e se a mesma possui

qualidade acadecircmica

d) Aquisiccedilatildeo se refere aos resultados da aprendizagem em termos de

todo conteuacutedo curricular dentro e fora de escola

Inclusatildeo envolve uma ecircnfase nos grupos de estudantes que podem

estar com risco de marginalizaccedilatildeo exclusatildeo e baixo desempenho educacional

Envolve o monitoramento cuidadoso pelas autoridades educacionais locais aos

alunos assim como o apoio oferecido agraves escolas para assegurar que as

mesmas estejam lidando com as barreiras a fim de prevenir que esses alunos

natildeo sejam excluiacutedos

Segundo Pereira (2009) todas estas definiccedilotildees oferecem os subsiacutedios

para a qualificaccedilatildeo de um novo professor e uma nova metodologia de ensino

Um professor comprometido com a inclusatildeo deve ter em mente que

a) a educaccedilatildeo eacute um direito humano

b) as crianccedilas estatildeo na escola para aprender

c) ha crianccedilas que satildeo mais vulneraacuteveis agrave exclusatildeo educacional do que

outras

d) eacute responsabilidade da escola e dos professores criar formas

alternativas de ensino e aprendizagem mais efetivas para todos

Uma metodologia inclusiva de ensino deve ser capaz de garantir que o

aluno se sinta motivado para frequumlentar a escola e participar das atividades na

sala de aula O educador deve possuir qualidade curricular e metodoloacutegica a

fim de identificar barreiras agrave aprendizagem e planejar formas de removecirc-las

para que cada aluno seja contemplado e respeitado em seu processo de

aprendizagem Neste contexto Limaverde (2009) referente agrave diversidade

humana a praacutetica escolar deve estar fundamentada na crenccedila de que

a) em qualquer periacuteodo de sua escolarizaccedilatildeo qualquer crianccedila pode

18

enfrentar dificuldades para aprender ou fazer parte da comunidade

escolar

b) as dificuldades de aprendizagem que emergem no dia-a-dia da

escolasala de aula constituem um recurso para melhorar o ensino

c) todas as mudanccedilas geradas como resultado da tentativa de

responder agraves necessidades de aprendizagem de uma dada crianccedila

oferecem melhores condiccedilotildees para todas as crianccedilas aprenderem

Tais fundamentos revelam que a inclusatildeo natildeo depende de diagnoacutestico

ou categorias de deficiecircncias baseadas em niacuteveis de habilidades ou

capacidades do aluno e natildeo segrega ou discrimina nenhuma crianccedila com base

nas suas caracteriacutesticas individuais

Ao inveacutes disso a inclusatildeo cria oportunidades para todos os alunos

aprenderem por meio do uso de estrateacutegias diversificadas de ensino ao mesmo

tempo em que cria bases firmes para a melhoria da escola e para a

capacitaccedilatildeo contiacutenua dos professores

Ferreira Glat (2004) enfatiza que a inclusatildeo eacute um termo que tem sido

usado predominantemente como sinocircnimo para integraccedilatildeo de alunos com

deficiecircncia no ensino regular denotando desta forma a perpetuaccedilatildeo da

vinculaccedilatildeo deste conceito com a educaccedilatildeo especial

Para Fonseca (2004) a inclusatildeo parece natildeo oferecer duacutevidas

literalmente significa accedilatildeo ou resultado de incluir de envolver de abranger de

fechar de encerrar de introduzir de inserir dentro de alguma coisa

A educaccedilatildeo inclusiva significa assegurar a todos os estudantes sem

exceccedilatildeo independentemente da sua origem sociocultural e da sua evoluccedilatildeo

psicobioloacutegica a igualdade de oportunidades educativas para que desse

modo possam usufruir de serviccedilos de qualidade conjuntamente com outros

apoios complementares e possam beneficiar-se igualmente da sua integraccedilatildeo

em classes etariamente adequadas perto da sua residecircncia com objetivo de

serem preparados para uma vida futura a mais independente e produtiva

possiacutevel como membros de pleno direito da sociedade segundo Bos e Vaughn

(1994) Clark Dyson e Millward (1998) (apud FONSECA 2004)

Para Pereira (2009) a inclusatildeo eacute um movimento mundial de luta das

pessoas com deficiecircncias e seus familiares na busca dos seus direitos e lugar

na sociedade

19

Existe um consenso entre os estudiosos de que inclusatildeo natildeo se refere

somente agraves crianccedilas com deficiecircncia e sim a todas as crianccedilas jovens e

adultos que sofrem qualquer tipo de exclusatildeo educacional seja dentro das

escolas e salas de aula quando natildeo encontram oportunidades para participar

de todas as atividades escolares quando satildeo expulsos e suspensos por

razotildees muitas vezes obscuras quando natildeo tecircm acesso agrave escolarizaccedilatildeo e

permanecem fora das escolas como eacute o caso de muitos brasileiros e de muitas

crianccedilas africanas

Celedoacuten (2009) acredita que a inclusatildeo eacute ato ou efeito de incluir isto eacute

de compreender (entender algueacutem aceita-lo como eacute) abranger (conter em si

mas tambeacutem apreender perceber entender alcanccedilar atingir) em estudos da

linguagem inclusive se diz da primeira pessoa do plural que inclui o falante e o

ouvinte (no caso professores e alunos)

11 Histoacuterico de Inclusatildeo

O marco histoacuterico da inclusatildeo foi em junho de 1994 com a Declaraccedilatildeo

de Salamanca Espanha realizada pela UNESCO na Conferecircncia Mundial

sobre necessidades educativas especiais acesso e qualidade assinado por 92

paiacuteses cujo princiacutepio fundamental eacute todos os alunos devem aprender juntos

sempre que possiacutevel independente das dificuldades e diferenccedilas que

apresentem (PEREIRA 2009 p1)

Para Celedoacuten (2009) antes do seacuteculo XX natildeo existia a ideacuteia de

inclusatildeo a maioria das pessoas principalmente mulheres deficientes fiacutesicos e

mentais de outras raccedilas que natildeo a branca e pobre natildeo tinha o direito ou as

condiccedilotildees miacutenimas para frequentar a escola

No seacuteculo XX comeccedila a chamada segregaccedilatildeo mais pessoas tinham

acesso agrave escola poreacutem dificilmente misturavam-se com os alunos

representantes da classe dominante Na segunda metade do seacuteculo surgiam as

escolas especiais e mais tarde as classes especiais dentro das escolas

comuns Surgia assim uma aberraccedilatildeo pedagoacutegica a separaccedilatildeo de dois

sistemas educacionais por um lado a educaccedilatildeo comum e do outro a educaccedilatildeo

especial

20

Jaacute na deacutecada de 70 aparecia a integraccedilatildeo As escolas comuns

aceitavam alguns alunos antes rejeitados ou marginalizados que poderiam

frequentar classes comuns desde que conseguissem adaptar-se

Os primeiros movimentos que apontavam para o surgimento da inclusatildeo

escolar datam do final da deacutecada de 80 Assim soacute haacute um tipo de educaccedilatildeo e

ela eacute para todos sem restriccedilatildeo sem separaccedilatildeo (CELEDOacuteN 2009)

A inclusatildeo comeccedilou como um movimento de pessoas com deficiecircncia e

seus familiares na luta pelos seus direitos de igualdade na sociedade

visualiza-se as diversas noccedilotildees dificuldades concepccedilotildees e sentimentos

vinculados a realidade inclusiva

Medidas bem planejadas

conscientizaccedilatildeo governamental e social

Exige aceitaccedilatildeo da diferenccedilas

socializaccedilatildeo

poliacuteticas de integraccedilatildeo

Um desafio

Constitui uma troca constante entre alunos e

professores um processo gradativo

Inclusatildeo

Enfrenta seguranccedila

problemas de formaccedilatildeo

condiccedilotildees atitudinais e arquitetocircnicas

Fonte adaptado de Parolin2006

Quadro 2 Inclusatildeo

12 O papel da famiacutelia no processo de inclusatildeo

A famiacutelia eacute a primeira unidade agrave qual a crianccedila com necessidades

especiais viraacute a fazer parte entretanto muitas vezes os familiares natildeo estatildeo

preparados para recebecirc-la ainda que constitua um importante suporte para

esta crianccedila

21

Segundo Kaloustian (2002) a famiacutelia eacute o lugar indispensaacutevel para a

garantia da sobrevivecircncia e da proteccedilatildeo integral dos filhos e demais membros

independentemente do arranjo familiar ou da forma como vem se estruturando

Eacute a famiacutelia que propicia os aportes afetivos e sobretudo materiais necessaacuterios

ao desenvolvimento e bem estar dos seus componentes Ela desempenha um

papel decisivo na educaccedilatildeo formal e informal eacute em seu espaccedilo que satildeo

absorvidos os valores eacuteticos e humaniacutesticos e onde se aprofundam os laccedilos

de solidariedade Eacute tambeacutem em seu interior que se constroem as marcas entre

as geraccedilotildees e satildeo observados valores culturais

Para Aranha (2004) eacute imprescindiacutevel promover cuidados de apoio agrave

famiacutelia e agrave comunidade para que as crianccedilas e adolescentes com dificuldades

especiais tenham condiccedilotildees favoraacuteveis para um desenvolvimento saudaacutevel

A famiacutelia tem se encontrado numa posiccedilatildeo de dependecircncia de

profissionais em diferentes aacutereas do conhecimento no sentido de receberem

orientaccedilotildees de como proceder em relaccedilatildeo agraves necessidades especiais de seus

filhos

De acordo com Ribeiro (2004 p20)

A famiacutelia vem se mantendo ao longo da histoacuteria da humanidade como instituiccedilatildeo social permanente o que pode ser explicado por sua capacidade de mudanccedilaadaptaccedilatildeo resistecircncia e por receber valorizaccedilatildeo positiva da sociedade e daqueles que a integram

Faz-se necessaacuterio que a famiacutelia construa conhecimentos sobre as

necessidades especiais de seus filhos assim os profissionais ligados

diretamente ao caso deveratildeo orientar e preparar a famiacutelia para tal desafio

bem como ajudaacute-la a aceitar as dificuldades de modo a facilitar o dia-a-dia da

crianccedila no contexto familiar

Segundo Gokhale (1980) acrescenta ainda que a famiacutelia natildeo eacute

somente o berccedilo da cultura e a base da sociedade futura mas eacute tambeacutem o

centro da vida social A educaccedilatildeo bem sucedida da crianccedila na famiacutelia eacute que vai

servir de apoio agrave sua criatividade e ao seu comportamento produtivo quando for

adulto A famiacutelia tem sido eacute e seraacute a influecircncia mais poderosa para o

desenvolvimento da personalidade e do caraacuteter das pessoas

A famiacutelia precisa construir padrotildees cooperativos e coletivos de

enfrentamento dos sentimentos de anaacutelise das necessidades primordiais de

22

cada membro e do grupo como um todo da tomada de decisotildees de busca dos

recursos e serviccedilos especializados que seratildeo necessaacuterios para o bem estar e

adequada qualidade de vida do indiviacuteduo especial como tambeacutem de toda sua

famiacutelia (ARANHA 2004)

Eacute essencial que se invista na orientaccedilatildeo e no apoio agrave famiacutelia para que

esta possa cumprir da melhor maneira possiacutevel seu papel educativo junto aos

seus dependentes

Agrave famiacutelia cabe o maior tempo de convivecircncia e adaptaccedilatildeo da crianccedila

com necessidades especiais Por isso o domiciacutelio e as pessoas que nele

moram devem ser preparados para enfrentar este desafio que natildeo eacute faacutecil

poreacutem com todo cuidado e ajuda especiacutefica se tornaraacute muito mais faacutecil e

prazeroso

13 As condiccedilotildees da inclusatildeo escolar no Brasil

As instituiccedilotildees escolares no Brasil ao reproduzirem constantemente o

modelo tradicional natildeo tem demonstrado condiccedilotildees de responder aos desafios

da inclusatildeo escolar e do acolhimento agraves diferenccedilas nem de promover

aprendizagens necessaacuterias agrave vida em sociedade

A escola natildeo tem conseguido cumprir o papel de configurar-se como

espaccedilo educativo adequado ao processo inclusivo O tradicionalismo assenta-

se em pressuposto irrealizaacutevel ao fazer com que os alunos enquadrem agraves suas

exigecircncias

No plano eacutetico e poliacutetico a defesa de igualdade de direitos com

destaque para o direito agrave educaccedilatildeo parece constituir-se em consenso As

discordacircncias satildeo enunciadas no plano da definiccedilatildeo das propostas para sua

concretizaccedilatildeo

Oliveira( 2001 p 2 ) analisa que

A proacutepria declaraccedilatildeo desse direito agrave educaccedilatildeo pelo menos no que diz respeito agrave gratuidade constava jaacute na Constituiccedilatildeo Imperial O que se aperfeiccediloou para aleacutem de uma maior precisatildeo juriacutedica - evidenciada pela redaccedilatildeo - foram os mecanismos capazes de garantir em termos praacuteticos os direitos anteriormente enunciados estes sim verdadeiramente inovadores

23

No discurso decorrente de muitos profissionais da educaccedilatildeo a inclusatildeo

escolar tem sido uma expressatildeo empregada com sentido restrito como se

significasse apenas matricular alunos com deficiecircncia e necessidades

especiais em classe comum Mas a construccedilatildeo conceitual dessa expressatildeo

ultrapassa em muito esse entendimento Sua implantaccedilatildeo pode implicar em

resguardar a classe comum como espaccedilo de escolarizaccedilatildeo de todos ou como

uma das opccedilotildees para aqueles com necessidades educacionais especiais

ainda que deva ser a preferencial como preconizado pela Constituiccedilatildeo Federal

de 1988

De acordo com Gonzalez (2002)

A educaccedilatildeo especial eacute marcada pela ideacuteia de uma educaccedilatildeo diferente e dirigida a um grupo de sujeitos especiacuteficos a compreensatildeo anterior eacute marcada pela ideacuteia de uma accedilatildeo ou conjunto de accedilotildees e serviccedilos dirigidos a todos os sujeitos que deles necessitam em contextos normalizados

A expressatildeo alunos com necessidades educacionais especiais eacute usada

para designar pessoas com deficiecircncia mental auditiva visual fiacutesica e muacuteltipla

superdotaccedilatildeo e altas habilidades e condutas tiacutepicas que requerem em seu

processo de educaccedilatildeo escolar atendimento educacional especializado que

pode se concretizar em intenccedilotildees para lhes garantir acessibilidade

arquitetocircnica de comunicaccedilatildeo e de sinalizaccedilatildeo adequaccedilotildees didaacutetico

metodoloacutegicas curriculares e administrativas bem como materiais e

equipamentos especiacuteficos ou adaptados

Xavier (2002) salienta que

A construccedilatildeo da competecircncia do professor para responder com qualidade agraves necessidades educacionais especiais de seus alunos em uma escola inclusiva pela mediaccedilatildeo da eacutetica responde aacute necessidade social e histoacuterica de superaccedilatildeo das praticas pedagoacutegicas que discriminam segregam e excluem e ao mesmo tempo configura na accedilatildeo educativa o vetor de transformaccedilatildeo social para a equidade a solidariedade a cidadania

24

conhecer o sujeito natildeo eacute preciso orientar as

atividades e refletir cada accedilatildeo

o sucesso das intervenccedilotildees depende do

conhecimento humano e desenvolvimento

psicossocial dos interventores

Trabalhar com a

inclusatildeo requer

mudanccedilas de

paradigmas nessa praacutetica haacute uma identificaccedilatildeo subjetiva com

esse sujeito

como essa praacutetica foi se constituindo

qual era o objetivo da construccedilatildeo dessa praacutetica

A que se propotildee

quem satildeo os sujeitos que datildeo corpo a essa praacutetica

Trabalhar com

inclusatildeo requer

reflexatildeo sobre a

praacutetica por que esta opccedilatildeo e natildeo outra

compromisso com aprendizagem

compromisso com formaccedilatildeo

compromisso teacutecnico humano cientiacutefico

Trabalhar com

inclusatildeo requer

postura eacutetica compromisso com a qualidade na aprendizagem

Fonte adaptado Parolin 2006

Quadro 3 Preacute requisitos para o trabalho inclusivo

Atualmente coexistem pelo menos duas propostas para a educaccedilatildeo

especial uma em que conhecimentos acumulados sobre educaccedilatildeo especial

teoacutericos e praacuteticos devem estar a serviccedilo dos sistemas de ensino e portanto

das escolas e disponiacuteveis a todos os professores alunos e demais membros

da comunidade escolar que a qualquer momento podem requerecirc-los outra

em que se deve configurar um conjunto de recursos e serviccedilos educacionais

especializados dirigidos apenas agrave populaccedilatildeo escolar que apresente

solicitaccedilotildees que o ensino comum natildeo tem conseguido contemplar

De acordo com Glat Nogueira (2002 )

As poliacuteticas para a inclusatildeo devem ser concretizadas na forma de programas de capacitaccedilatildeo e acompanhamento contiacutenuo que orientem o trabalho docente na perspectiva da diminuiccedilatildeo gradativa

25

da exclusatildeo escolar o que visa a beneficiar natildeo apenas os alunos com necessidades especiais mas de uma forma geral a educaccedilatildeo escolar como um todo

Mantoan Prieto Arantes (2006) salientam que o planejamento e a

implantaccedilatildeo de poliacuteticas para atender a alunos com necessidades educacionais

especiais requerem domiacutenio conceitual sobre inclusatildeo escolar e sobre as

solicitaccedilotildees decorrentes de sua adoccedilatildeo enquanto princiacutepio eacutetico-poliacutetico bem

como a clara definiccedilatildeo dos princiacutepios e diretrizes nos planos e programas

elaborados permitindo a redefiniccedilatildeo dos papeis da educaccedilatildeo especial e do

atendimento desse alunado

A poliacutetica educacional brasileira tem deslocado progressivamente para

os municiacutepios parte da responsabilidade administrativa financeira e

pedagoacutegica pelo acesso e permanecircncia de alunos com necessidades

educacionais especiais nas escolas em decorrecircncia do processo de

municipalizaccedilatildeo do ensino fundamental Essa diretriz tem provocado alguns

impactos no atendimento a esse puacuteblico alvo Algumas prefeituras criaram

formas de atendimento educacional especializado outras ampliaram ou

mantiveram seus auxiacutelios e serviccedilos de ensino algumas estatildeo apenas

matriculando esses alunos em suas redes de ensino e haacute ainda as que

desativaram alguns serviccedilos prestados como por exemplo a oferta de

programas de transporte adaptado

No Brasil o atendimento educacional especializado era em 2004

desenvolvido na proporccedilatildeo de 13 para 23 referindo-se a escolas comuns

puacuteblicas e a escolas exclusivamente especializadas ou em classes especiais

respectivamente

A base de dados divulgada natildeo registra informaccedilotildees sobre matriacuteculas no

ensino superior mas revela que o atendimento estaacute centrado na educaccedilatildeo

infantil (109596 matriacuteculas que correspondem a 19 3 do total) e no ensino

fundamental (365359 ou 644) Haacute na EJA (Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos)

e na educaccedilatildeo profissional pouco mais de 41500 matriacuteculas em cada uma

dessas modalidades no ensino meacutedio as matriacuteculas equivaliam a 16 com

apenas 8281 alunos nesse niacutevel de ensino

A matriacutecula inicial na classe comum evoluiu de 1998 a 2002 em 151

Passamos de um total 439233 matriacuteculas em 1998 para 110536 em 2002

26

Em 2003 em dados aproximados havia 144100 alunos com necessidades

educacionais especiais nas referidas classes e em 2004 184800

evidenciando crescimento anual de 281 entre esses dois uacuteltimos anos

Deixa-se em aberto a possibilidade de sabermos que patamar de

atendimento foi atingido pois para isso precisariacuteamos ter dados sobre os que

estatildeo fora da escola portanto sem nenhum tipo de atendimento escolar

Eacute um dever natildeo cumprido averiguar se aos alunos com necessidades

educacionais especiais estaacute sendo garantido aleacutem do acesso agrave escola o

acesso agrave educaccedilatildeo aqui compreendida como processo de desenvolvimento

da capacidade fiacutesica intelectual e moral da crianccedila e do ser humano em geral

visando sua melhor integraccedilatildeo individual e social

Uma accedilatildeo que deve marcar as poliacuteticas puacuteblicas de educaccedilatildeo eacute a

formaccedilatildeo dos profissionais da educaccedilatildeo Sem deixar de considerar que em

educaccedilatildeo atuam profissionais no acircmbito teacutecnico-administrativo e em outras

funccedilotildees com importante papel no desenvolvimento de accedilotildees educacionais

14 Legislaccedilatildeo direitos e deveres na inclusatildeo

141 Leis e declaraccedilotildees internacionais

a) Declaraccedilatildeo de Cuenca - UNESCO - Equador 1981

b) Declaraccedilatildeo de Sunderberg - Torremolinos Espanha 1981

c) Resoluccedilotildees da XXIII Conferecircncia Sanitaacuteria Panamericana

- OPSOrganizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede - Washington DC USA -

1990

- Seminaacuterio Unesco - Caracas - Venezuela - 1992 - Informe Final

d) Declaraccedilatildeo de Santiago - Chile - 1993

e) Assembleacuteia Geral das Naccedilotildees Unidas - New York USA - 1993

Normas

- Uniformes sobre a igualdade de oportunidade para pessoas com

incapacidades

f) Declaraccedilatildeo Mundial de Educaccedilatildeo para Todos - UNICEF - Jon Tien

Tailacircndia - 1990

27

g) Declaraccedilatildeo de Salamanca - Salamanca Espanha princiacutepios poliacuteticas

e praacutetica em Educaccedilatildeo Especial - 1994 - criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de sistemas

educacionais inclusivos

142 Leis nacionais

a) Constituiccedilatildeo Federal de 1988 - Tiacutetulo VI - Da Ordem Social - Art 208

e Art 227

b) Lei nordm 785389 - Dispotildee sobre o apoio agraves pessoas com deficiecircncias

sua integraccedilatildeo social e pleno exerciacutecio de direitos sociais e individuais

c) Decreto nordm 220897 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

d) Parecer CNECEB nordm 1699 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

e) Resoluccedilatildeo CNECEB nordm 499 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

f) Decreto nordm 329899 - Regulamenta a Lei 785389 daacute-lhe condiccedilotildees

operacionais consolida as normas de proteccedilatildeo ao portador de deficiecircncias

g) LDB nordm 939496 (Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional) -

Capiacutetulo V - Educaccedilatildeo Especial - Art 58 Art 59 e Art 60 Portaria

MEC nordm 167999 - requisitos de acessibilidade a cursos instruccedilatildeo de

processos de autorizaccedilatildeo de cursos e credenciamento de instituiccedilotildees

voltadas agrave educaccedilatildeo especial

h) Parecer CNECEB nordm 1499 - Diretrizes nacionais da educaccedilatildeo

escolar indiacutegena

i) Resoluccedilatildeo CNECEB nordm 0399 - Fixa diretrizes nacionais para o

funcionamento de escolas indiacutegenas

j) Lei nordm 1009800 - Estabelece normas gerais e criteacuterios baacutesicos para a

promoccedilatildeo de acessibilidade das pessoas portadoras de deficiecircncia ou com

mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Resoluccedilatildeo CNECEB nordm

22001 - Institui diretrizes e normas para a educaccedilatildeo especial na Educaccedilatildeo

Baacutesica

k) Parecer CNECEB nordm 172001 - Diretrizes Nacionais para a Educaccedilatildeo

Especial na Educaccedilatildeo Baacutesica

28

l) Lei nordm 101722001 - Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo - PNE e daacute

outras providecircncias (o PNE estabelece 27 objetivos e metas para a

educaccedilatildeo de pessoas com necessidades educacionais especiais)

143 Direitos e Deveres

o papel da educaccedilatildeo consiste em favorecer que cada um de forma

livre e autocircnoma reconheccedila aos demais a mesma esfera de direito que exige

para si (VIEIRA 1999 p 16)

1431 Direito agrave acessibilidade

Para que as pessoas com deficiecircncia possam ter liberdade de ir e vir e

se sentir parte da comunidade elas necessitam de um meio fiacutesico adequado e

que garanta seguranccedila e acesso O direito a acessibilidade estaacute descrito nas

Leis 1009800 - regulamentada atraveacutes do Decreto 529604 - e 1004800 que

prevecircem a adequaccedilatildeo das vias e de espaccedilos puacuteblicos no mobiliaacuterio urbano na

construccedilatildeo e reforma de edifiacutecios nos meios de transporte e de comunicaccedilatildeo e

do acesso a informaccedilatildeo

Eacute possiacutevel promover a inclusatildeo social no meio fiacutesico construindo rampas

de acesso banheiros adaptados pisos taacuteteis guias rebaixadas sinais sonoros

entre outros

A acessibilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo pode ser alcanccedilada

atraveacutes de sites acessiacuteveis que atendam agraves pessoas com deficiecircncia visual e

por exemplo aparelhos de televisatildeo com legenda oculta As emissoras de TV

devem incluir em suas programaccedilotildees inteacuterprete de Libras para que as pessoas

com deficiecircncia auditiva possam acompanhar os programas

29

Pessoas com deficiecircncia fiacutesica idosos gestantes lactantes e pessoas

com crianccedilas de colo devem ter atendimento prioritaacuterio por meio de serviccedilos

individualizados que assegurem tratamento diferenciado

1432 Direito ao trabalho

Foram diversas as conquistas em defesa das pessoas com deficiecircncia

nos uacuteltimos anos Hoje elas satildeo amparadas por lei no seu direito de acesso ao

trabalho Graccedilas a estas conquistas fazer parte do quadro de funcionaacuterios de

uma empresa jaacute natildeo eacute um obstaacuteculo mas a permanecircncia destes profissionais

no local de trabalho ainda exige cuidados Cabe aos empregadores garantir

bem estar e acessibilidade aos seus colaboradores para que eles tenham

oportunidade de exercer suas funccedilotildees de maneira adequada e mostrar todo o

seu potencial

Este sistema estaacute carregado da antiga visatildeo de assistencialismo

capacidade laborativa reduzida e falta de noccedilatildeo sobre cidadania Na sociedade

brasileira ele ainda eacute necessaacuterio para que as pessoas apostem nestes

profissionais e desta forma descubram que eles tecircm um enorme potencial

Em vaacuterios paiacuteses como EUA Canadaacute Gratilde-Bretanha Nova Zelacircndia

Dinamarca Sueacutecia Finlacircndia Austraacutelia e Portugal este princiacutepio foi extinto e a

antiga visatildeo foi superada Em naccedilotildees como o Brasil ela estaacute em vias de

superaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo eacute a melhor forma de acabar com o preconceito

Durante anos a sociedade excluiu as pessoas com deficiecircncia do

conviacutevio social Esta exclusatildeo se reflete ateacute hoje em diversos setores sociais

Vaacuterias leis foram criadas visando agrave inclusatildeo dos cidadatildeos com

deficiecircncia mas algumas delas foram concebidas quando ainda se tinha pouco

conhecimento sobre este puacuteblico e suas limitaccedilotildees O sistema de cotas eacute uma

delas

a) 1980 - estabelecida como a deacutecada internacional da pessoa com

deficiecircncia

b) 1992 - estabelecida a data de 3 de dezembro como dia internacional das

pessoas portadoras de deficiecircncia da ONU

30

c) 1994 - declaraccedilatildeo de Salamanca (Espanha) tratando da educaccedilatildeo

especial

d) 1995 - a Inglaterra aprova legislaccedilatildeo semelhante para empresas com

mais de vinte empregados

e) 1999 - promulgada na Guatemala a convenccedilatildeo interamericana para a

eliminaccedilatildeo de todas as formas de discriminaccedilatildeo contra as pessoas

portadoras de deficiecircncia

f) 2002 - realizado em marccedilo o congresso europeu sobre deficiecircncia em

Madri que estabeleceu 2003 como o ano europeu das pessoas com

deficiecircncia

g) 1981 - adotado pela ONU como o ano internacional das pessoas com

deficiecircncia

h) 1983 elaboraccedilatildeo da convenccedilatildeo 159 pela OIT

i) 1990 - aprovada a ADA (Lei dos Deficientes dos Estados Unidos)

aplicaacutevel a toda empresa com mais de quinze funcionaacuterios

j) 1997 - tratado de Amsterdatilde em que a Uniatildeo Europeacuteia se compromete a

facilitar a inserccedilatildeo e a permanecircncia das pessoas com deficiecircncia nos

mercados de trabalho

1433 Direito agrave educaccedilatildeo

Para se tornar parte da sociedade eacute necessaacuterio compreende-la A base

para o sucesso de qualquer cidadatildeo estaacute na educaccedilatildeo e isto natildeo eacute diferente

para as pessoas com deficiecircncia Participar do sistema educacional eacute garantir a

inclusatildeo social e a igualdade de oportunidades

A Lei 939496 art4ordm que estabelece as diretrizes e bases da educaccedilatildeo

nacional (LDB) reconhece que a educaccedilatildeo eacute um instrumento fundamental para

a integraccedilatildeo e participaccedilatildeo de qualquer pessoa com deficiecircncia no contexto em

que vive Estaacute disposto nesta lei que haveraacute quando necessaacuterio serviccedilos de

apoio especializado na escola regular para atender agraves peculiaridades da

clientela de educaccedilatildeo especial e que o atendimento educacional seraacute feito em

classes escolas ou serviccedilos especializados sempre que em funccedilatildeo das

31

condiccedilotildees especiacuteficas dos alunos natildeo for possiacutevel a sua integraccedilatildeo nas

classes comuns de ensino regular

A legislaccedilatildeo brasileira tambeacutem prevecirc o acesso a livros em Braille de uso

exclusivo das pessoas com deficiecircncia visual

1434 Direito agrave sauacutede

A assistecircncia agrave sauacutede e agrave reabilitaccedilatildeo cliacutenica satildeo condiccedilotildees decisivas

para a inclusatildeo da pessoa com deficiecircncia na sociedade

Para promover a melhoria da qualidade de vida e com intuito de

estimular a independecircncia do indiviacuteduo com deficiecircncia nas suas atividades

diaacuterias foi criado o sistema das redes estaduais de assistecircncia agrave pessoa com

deficiecircncia

Este projeto oferece ajuda teacutecnica aleacutem de oacuterteses e proacuteteses para que

a pessoa tenha maior autonomia

Outro sistema criado para a manutenccedilatildeo da sauacutede fiacutesica e mental do

cidadatildeo com deficiecircncia eacute a Poliacutetica Nacional para a integraccedilatildeo da pessoa com

deficiecircncia implantada em 1989 Regulamentada pelo Decreto nordm 3298 prevecirc

auxiacutelio na prevenccedilatildeo de doenccedilas atendimento psicoloacutegico reabilitaccedilatildeo

fornecimento de medicamentos e assistecircncia atraveacutes de planos de sauacutede

1435 Direito a isenccedilotildees fiscais e financiamento

Pessoas com deficiecircncia empresas bancos e demais instituiccedilotildees

ligadas a este puacuteblico possuem alguns benefiacutecios previstos em lei

Para as empresas dispostas a contribuir com a inclusatildeo social de

portadores de necessidades especiais a legislaccedilatildeo brasileira prevecirc a

concessatildeo fiscal Podem ser firmados convecircnios que garantem a isenccedilatildeo de

ICMS seja para doaccedilatildeo de equipamentos adaptados seja para aquisiccedilotildees de

aparelhos e acessoacuterios destinados agraves instituiccedilotildees que atendam este segmento

da populaccedilatildeo

Automoacuteveis adquiridos em alguns estados brasileiros por pessoas com

32

deficiecircncia fiacutesica visual mental e autistas ou seus representantes legais satildeo

isentos de ICMS (Imposto sobre Circulaccedilatildeo de Mercadorias e Serviccedilos) e do

IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de acordo com a Lei 1075403

Os financiamentos de automoacuteveis de fabricaccedilatildeo nacional tambeacutem satildeo

liberados do IOF (Imposto sobre Operaccedilotildees Financeiras)

Tais benefiacutecios ainda natildeo satildeo tributados pelo Imposto de Renda e tanto

a aquisiccedilatildeo de aparelhos e materiais como a realizaccedilatildeo de outras despesas

podem ser deduzidas do imposto

1436 Direito ao passe livre

Os cidadatildeos com deficiecircncia tambeacutem possuem benefiacutecios relacionados

aos meios de transporte A Lei 889994 conhecida como Lei do Passe Livre

prevecirc que toda pessoa com deficiecircncia tem direito ao transporte coletivo

interestadual gratuito e que cabe a cada estado ou municiacutepio implantar

programas similares ao passe livre para os transportes municipais e estaduais

Aleacutem do transporte gratuito o municiacutepio deve garantir que os meios de

transporte sejam acessiacuteveis a estes cidadatildeos

15 Declaraccedilatildeo de Salamanca princiacutepios poliacutetica e praacutetica na educaccedilatildeo

especial

Notando com satisfaccedilatildeo um incremento no envolvimento de governos

grupos de advocacia comunidades e pais e em particular de organizaccedilotildees de

pessoas com deficiecircncias na busca pela melhoria do acesso agrave educaccedilatildeo para

a maioria daqueles cujas necessidades especiais ainda se encontram

desprovidas e reconhecendo como evidecircncia para tal envolvimento a

participaccedilatildeo ativa do alto niacutevel de representantes e de vaacuterios governos

agecircncias especializadas e organizaccedilotildees intergovernamentais naquela

Conferecircncia Mundial

a) Os delegados da Conferecircncia Mundial de Educaccedilatildeo Especial

33

representando 88 governos e 25 organizaccedilotildees internacionais em

assembleia em Salamanca Espanha entre 7 e 10 de junho de 1994

reafirma o compromisso para com a educaccedilatildeo para todos

reconhecendo a necessidade e urgecircncia do providenciamento de

educaccedilatildeo para as crianccedilas jovens e adultos com necessidades

educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino e re-

endossa a estrutura de accedilatildeo em educaccedilatildeo especial em que pelo

espiacuterito de cujas provisotildees e recomendaccedilotildees governo e

organizaccedilotildees sejam guiados

b) Acreditam e proclamam que toda crianccedila tem direito fundamental agrave

educaccedilatildeo e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o niacutevel

adequado de aprendizagem toda crianccedila possui caracteriacutesticas

interesses habilidades e necessidades de aprendizagem que satildeo

uacutenicas sistemas educacionais deveriam ser designados e programas

educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em

conta a vasta diversidade de tais caracteriacutesticas e necessidades

aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso

agrave escola regular que deveria acomodaacute-los dentro de uma pedagogia

centrada na crianccedila capaz de satisfazer a tais necessidades

escolas regulares que possuam tal orientaccedilatildeo inclusiva constituem

os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatoacuterias

criando-se comunidades acolhedoras construindo uma sociedade

inclusiva e alcanccedilando educaccedilatildeo para todos aleacutem disso tais escolas

proveem uma educaccedilatildeo efetiva agrave maioria das crianccedilas e aprimoram

a eficiecircncia e em uacuteltima instacircncia o custo da eficaacutecia de todo o

sistema educacional

c) Congregam todos os governos e demandam que atribuam a mais

alta prioridade poliacutetica e financeira ao aprimoramento de seus

sistemas educacionais no sentido de se tornarem aptos a incluiacuterem

todas as crianccedilas independentemente de suas diferenccedilas ou

dificuldades individuais adotem o princiacutepio de educaccedilatildeo inclusiva em

forma de lei ou de poliacutetica matriculando todas as crianccedilas em

escolas regulares a menos que existam fortes razotildees para agir de

outra forma desenvolvam projetos de demonstraccedilatildeo e encorajem

34

intercacircmbios em paiacuteses que possuam experiecircncias de escolarizaccedilatildeo

inclusiva estabeleccedilam mecanismos participatoacuterios e

descentralizados para planejamento revisatildeo e avaliaccedilatildeo de provisatildeo

educacional para crianccedilas e adultos com necessidades educacionais

especiais encorajem e facilitem a participaccedilatildeo de pais comunidades

e organizaccedilotildees de pessoas portadoras de deficiecircncias nos processos

de planejamento e tomada de decisatildeo concernentes agrave provisatildeo de

serviccedilos para necessidades educacionais especiais invistam

maiores esforccedilos em estrateacutegias de identificaccedilatildeo e intervenccedilatildeo

precoces bem como nos aspectos vocacionais da educaccedilatildeo

inclusiva garantam que no contexto de uma mudanccedila sistecircmica

programas de treinamento de professores tanto em serviccedilo como

durante a formaccedilatildeo incluam a provisatildeo de educaccedilatildeo especial dentro

das escolas inclusivas

d) Tambeacutem congregam a comunidade internacional em particular

governos com programas de cooperaccedilatildeo internacional agecircncias

financiadoras internacionais especialmente as responsaacuteveis pela

Conferecircncia Mundial em Educaccedilatildeo para Todos UNESCO UNICEF

UNDP e o Banco Mundial a endossar a perspectiva de escolarizaccedilatildeo

inclusiva e apoiar o desenvolvimento da educaccedilatildeo especial como

parte integrante de todos os programas educacionais as Naccedilotildees

Unidas e suas agecircncias especializadas em particular a ILO WHO

UNESCO e UNICEF a reforccedilar seus estiacutemulos de cooperaccedilatildeo

teacutecnica bem como reforccedilar suas cooperaccedilotildees e redes de trabalho

para um apoio mais eficaz agrave jaacute expandida e integrada provisatildeo em

educaccedilatildeo especial organizaccedilotildees natildeo-governamentais envolvidas na

programaccedilatildeo e entrega de serviccedilo nos paiacuteses a reforccedilar sua

colaboraccedilatildeo com as entidades oficiais nacionais e intensificar o

envolvimento crescente delas no planejamento implementaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de provisatildeo em educaccedilatildeo especial que seja inclusiva

UNESCO enquanto a agecircncia educacional das Naccedilotildees Unidas a

assegurar que educaccedilatildeo especial faccedila parte de toda discussatildeo que

lide com educaccedilatildeo para todos em vaacuterios foros a mobilizar o apoio de

organizaccedilotildees dos profissionais de ensino em questotildees relativas ao

35

aprimoramento do treinamento de professores no que diz respeito a

necessidade educacionais especiais a estimular a comunidade

acadecircmica no sentido de fortalecer pesquisa redes de trabalho e o

estabelecimento de centros regionais de informaccedilatildeo e documentaccedilatildeo

e da mesma forma a servir de exemplo em tais atividades e na

disseminaccedilatildeo dos resultados especiacuteficos e dos progressos

alcanccedilados em cada paiacutes no sentido de realizar o que almeja a

presente declaraccedilatildeo a mobilizar fundos atraveacutes da criaccedilatildeo (dentro

de seu proacuteximo planejamento a meacutedio prazo 1996-2000) de um

programa extensivo de escolas inclusivas e programas de apoio

comunitaacuterio que permitiriam o lanccedilamento de projetos-piloto que

demonstrassem novas formas de disseminaccedilatildeo e o desenvolvimento

de indicadores de necessidade e de provisatildeo de educaccedilatildeo especial

e) Por uacuteltimo expressam o caloroso reconhecimento ao governo da

Espanha e agrave UNESCO pela organizaccedilatildeo da Conferecircncia e

demandam-lhes realizarem todos os esforccedilos no sentido de trazer

esta declaraccedilatildeo e sua relativa estrutura de accedilatildeo da comunidade

mundial especialmente em eventos importantes tais como o Tratado

Mundial de Desenvolvimento Social (em Kopenhagen em 1995) e a

Conferecircncia Mundial sobre a Mulher (em Beijing em 1995) Adotada

por aclamaccedilatildeo na cidade de Salamanca Espanha neste deacutecimo dia

de junho de 1994

Durante os uacuteltimos 15 ou 20 anos tem se tornado claro que o conceito de necessidades educacionais especiais teve que ser ampliado para incluir todas as crianccedilas que natildeo estejam conseguindo se beneficiar com a escola seja por que motivo for (UNESCO 1994 p15)

16 Diretrizes na educaccedilatildeo especial na perspectiva da inclusatildeo

A consciecircncia do direito de construir uma identidade proacutepria e do reconhecimento da identidade do outro se traduz no direito de igualdade e no respeito agraves diferenccedilas assegurando oportunidades diferentes (equidade) tantas quanto forem necessaacuterias com vistas agrave busca da igualdade (BRASIL 2001)

36

A educaccedilatildeo especial eacute uma modalidade de ensino que perpassa todos

os niacuteveis etapas e modalidades realiza o atendimento educacional

especializado disponibiliza os serviccedilos e recursos proacuteprios desse atendimento

e orienta os alunos e seus professores quanto a sua utilizaccedilatildeo nas turmas

comuns do ensino regular

O atendimento educacional especializado identifica elabora e organiza

recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a

plena participaccedilatildeo dos alunos considerando as suas necessidades

especiacuteficas As atividades desenvolvidas no atendimento educacional

especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum natildeo

sendo substitutivas agrave escolarizaccedilatildeo Esse atendimento completa e suplementa

a formaccedilatildeo dos alunos com vistas agrave autonomia e independecircncia na escola e

fora dela

Tal modalidade de ensino disponibiliza programas de enriquecimento

curricular o ensino de linguagem e coacutedigos especiacuteficos de comunicaccedilatildeo e

sinalizaccedilatildeo ajudas teacutecnicas e tecnoloacutegicas assistidas dentre outros Ao longo

de todo processo de escolarizaccedilatildeo esse atendimento deve estar articulado

com a proposta pedagoacutegica de ensino comum

A inclusatildeo escolar tem inicio na educaccedilatildeo infantil onde se desenvolvem

as bases necessaacuterias para a construccedilatildeo do conhecimento e seu

desenvolvimento global Nessa etapa o luacutedico o acesso agraves formas

diferenciadas de comunicaccedilatildeo a riqueza de estiacutemulos nos aspectos fiacutesicos

emocionais cognitivos psicomotores e sociais e a convivecircncia com as

diferenccedilas favorecem as relaccedilotildees interpessoais o respeito e a valorizaccedilatildeo da

crianccedila Do nascimento aos trecircs anos o atendimento educacional

especializado se expressa por meio de serviccedilos que objetivam aperfeiccediloar o

processo de desenvolvimento e aprendizagem em interface com os serviccedilos de

sauacutede e assistecircncia social

Em todas as etapas e modalidades da educaccedilatildeo baacutesica o atendimento

especializado eacute organizado para apoiar o desenvolvimento dos alunos

constituindo oferta obrigatoacuteria dos sistemas de ensino e deve ser realizado no

turno inverso ao da classe comum na proacutepria escola ou centro especializado

que realize esse serviccedilo educacional Este atendimento eacute realizado mediante a

37

atuaccedilatildeo de profissionais com conhecimento especiacuteficos no ensino da Liacutengua

Brasileira de Sinais da Liacutengua Portuguesa e na modalidade escrita como

segunda liacutengua do Sistema Braille do Soroban da orientaccedilatildeo e mobilidade

das atividades de vida autocircnoma da comunicaccedilatildeo alternativa do

desenvolvimento dos processos mentais superiores dos programas de

enriquecimento curricular da adequaccedilatildeo e produccedilatildeo de materiais didaacuteticos e

pedagoacutegicos da utilizaccedilatildeo de recursos oacutepticos e natildeo oacutepticos da tecnologia

assistida e outros

Cabe aos sistemas de ensino ao organizar a educaccedilatildeo especial na

perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva disponibilizar as funccedilotildees do instrutor de

Libras e guia interprete bem como de monitor dos alunos com necessidades

de apoio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo locomoccedilatildeo entre outras que

exijam auxilio constante no cotidiano escolar

Para atuar na educaccedilatildeo especial o professor deve ter como base de

sua formaccedilatildeo inicial e continuada conhecimentos gerais para o exerciacutecio da

docecircncia e conhecimentos especiacuteficos da aacuterea Essa formaccedilatildeo possibilita a sua

atuaccedilatildeo no atendimento educacional especializado e deve aprofundar o caraacuteter

interativo e interdisciplinar da atuaccedilatildeo nas salas comuns do ensino regular nas

salas de recursos nos centros de atendimento educacional especializado nos

nuacutecleos de acessibilidade das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior nas classes

hospitalares e nos ambientes domiciliares para a oferta dos serviccedilos e

recursos de educaccedilatildeo especial

38

CAPIacuteTULO II

CAPACITACcedilAtildeO E CONCEPCcedilAtildeO DE PROFESSORES NO PROCESSO DE

INCLUSAtildeO ESCOLAR

2 CAPACITACcedilAtildeO PROFISSIONAL E A INCLUSAtildeO ESCOLAR

A formaccedilatildeo de professores que atuam diretamente na inclusatildeo escolar

sempre se constituiu numa grande problemaacutetica com relaccedilatildeo ao atendimento

do aluno com necessidades especiais Tudo eacute muito novo e desafiador E isto

infelizmente ainda eacute uma barreira para que a inclusatildeo se efetive com alicerce

suficiente para se sustentar

Nos finais do Impeacuterio o atendimento a essa clientela era vinculada agrave

sauacutede Nos anos 20 do seacuteculo passado iniciou-se uma crescente preocupaccedilatildeo

com a questatildeo propriamente pedagoacutegica porem influenciada pela abordagem

psicoloacutegica natildeo abandonando o campo da sauacutede

Para atender agraves demandas cada professor deveria estar apto a

elaborar incrementar e implementar situaccedilotildees de ensino que favorecessem a

construccedilatildeo dos conceitos mais primaacuterios aos mais complexos Eacute importante

que o professor organize seu planejamento de maneira que natildeo passem

despercebidos pelas situaccedilotildees de ensino conceitos que podem parecer

simples mas que na verdade satildeo preacute-requisitos para o que se pensa ser o

mais importante Contudo natildeo satildeo poucos os casos em que as situaccedilotildees

acabam sendo apresentadas de forma restrita sem pertinecircncia aos alunos que

participam da accedilatildeo inclusiva

O cotidiano de sala de aula requer na atualidade a efetivaccedilatildeo de accedilotildees

didaacuteticas flexiacuteveis poreacutem contextualizadas a adequaccedilatildeo de recursos sem

depreciar a capacidade e a imagem do aluno com o qual interagimos uma

reformulaccedilatildeo das dinacircmicas em sala de aula que possibilite a participaccedilatildeo

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efetiva de todos

Muitos recursos muitas vezes satildeo pouco explorados ou ateacute mesmo

desconsiderados pelo professor com o passar dos niacuteveis propostos pelo

sistema de educaccedilatildeo No entanto quando o professor eacute o agente mediador de

um contexto educacional no qual a diversidade estaacute mais complexa devido agraves

demandas que um tipo de necessidade educativa especial pode gerar eacute

essencial que ele natildeo perca de vista a validade de determinados recursos

diante da construccedilatildeo de conceitos mais elaborados ou abstratos (FERREIRA

2004)

Valorizar a singularidade de cada ser humano eacute um compromisso eacutetico

de contribuir com as transformaccedilotildees necessaacuterias agrave construccedilatildeo de uma

sociedade mais justa (SOUZA SILVA 2005 p 239)

Um sistema escolar inclusivo precisa investir na capacitaccedilatildeo contiacutenua dos

professores e funcionaacuterios das escolas realizando o chamamento dos que

ainda natildeo se consideram envolvidos para um processo de sensibilizaccedilatildeo e

atualizaccedilatildeo constante de toda escola e comunidade Nesse aspecto a

assessoria ao professor eacute fundamental para orientaccedilatildeo e anaacutelise na busca de

soluccedilotildees para os problemas surgidos na sala de aula no aprofundamento das

questotildees teoacutericas na construccedilatildeo de intervenccedilotildees pedagoacutegicas na seleccedilatildeo de

recursos materiais e tecnoloacutegicos para a aprendizagem dos alunos no

processo de avaliaccedilatildeo na inter-relaccedilatildeo com as famiacutelias bem como na

mediaccedilatildeo entre escola e serviccedilos especializados para atendimento ao aluno

com necessidades educacionais na aacuterea da sauacutede da assistecircncia social do

trabalho entre outros (BEYER 2005)

Para Marques (2006) inclusatildeo escolar implica numa reorganizaccedilatildeo

estrutural da escola de todos os elementos da praacutetica pedagoacutegica

considerando o dado do muacuteltiplo da diversidade e natildeo mais o padratildeo

universal O atual momento histoacuterico exige uma participaccedilatildeo efetiva da escola

como instituiccedilatildeo loacutecus do conhecimento e da formaccedilatildeo de cidadatildeos capazes de

intervir nos rumos da sociedade Neste sentido faz-se necessaacuteria uma escola

criativa onde todos os seus componentes sejam co-sujeitos na produccedilatildeo de um

saber-instrumento para o conviacutevio escolar e social Cabe portanto a alunos

professores e sujeitos desse processo planejar e construir as diferentes etapas

de nossa caminhada etapas que se num primeiro momento satildeo idealizadas

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logo transformam-se em realidade pela reflexatildeo criacutetica de nossas proacuteprias

possibilidades na construccedilatildeo dessa nova escola Assim eacute preciso

redimensionar o modo de pensar e fazer a educaccedilatildeo tarefa por natureza

complexa que envolve elementos poliacuteticos soacutecio-econocircmicos teacutecnicos e

culturais

Essa postura por sua vez implica na superaccedilatildeo da dicotomia e

fragmentaccedilatildeo das atribuiccedilotildees dos agentes educativos dos rituais dos

conteuacutedos metodoloacutegicos dos recursos pedagoacutegicos do processo de

avaliaccedilatildeo bem como das concepccedilotildees de educaccedilatildeo e de sociedade Enfatiza

tambeacutem que implica para o professor em uma seacuterie de mudanccedilas com relaccedilatildeo

a sua postura pressuposto baacutesico de sua atuaccedilatildeo a compreensatildeo das

diferentes necessidades educacionais de seus alunos sendo necessaacuteria aacute

flexibilizaccedilatildeo do professor no exerciacutecio do compromisso eacutetico para se adequar

agraves novas situaccedilotildees que surgiratildeo em decorrecircncia das diversidades presentes

em seu cotidiano atentando para a supressatildeo de uma possiacutevel postura

discriminatoacuteria

Zimmermann (2008) destaca que a instituiccedilatildeo escolar precisa redefinir

sua base de estrutura organizacional destituindo-se de burocracias

reorganizando grades curriculares proporcionando maior ecircnfase agrave formaccedilatildeo

humana dos professores e afinando a relaccedilatildeo famiacutelia

escola propondo uma

praacutetica pedagoacutegica coletiva dinacircmica e flexiacutevel para atender esta nova

realidade educacional A educaccedilatildeo inclusiva tem forccedila transformadora e

aponta para uma nova era natildeo somente educacional mas para uma sociedade

inclusiva

Segundo Mittler (2008) as escolas a volta poderiam tentar encontrar

novos modos de pedir aos pais as suas opiniotildees sobre como poderiam ser

fortalecidos os viacutenculos entre lar e a escola Os viacutenculos mais iacutentimos entre

pais e professor natildeo podem ser prescritos de cima para baixo mas sim

fundamentados nos desejos e nas prioridades daquele que estatildeo nessa aacuterea

A uacuteltima palavra vai para um grupo de pais de crianccedilas com

necessidades especiais e deficiecircncia ( RUSSEL 1997 apud MITTEL

2008p227)

a) Por favor aceite e valorize nossas crianccedilas (e noacutes mesmos como

famiacutelia) como noacutes somos valorizados

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b) Por favor celebre a diferenccedila

c) Por favor aceite nossas crianccedilas primeiramente como crianccedilas Natildeo

coloque roacutetulos nelas a menos que vocecirc pretenda fazer algo

d) Por favor reconheccedila seu poder sobre nossas vidas Vivemos com as

consequumlecircncias de suas opiniotildees e decisotildees

e) Por favor entenda a tensatildeo sob qual muitas famiacutelias estatildeo vivendo

Os encontros cancelados a lista de espera que ningueacutem consegue

chegar ao inicio todas as discussotildees sobre recursos eacute sobre nossa

vida que vocecirc esta falando

f) Por favor natildeo use modas passageiras e tratamentos conosco a

menos que vocecirc vai estar conosco E natildeo esqueccedila que as famiacutelias

tecircm muitos membros muitas responsabilidades Agraves vezes natildeo

podemos agradar a todo mundo

g) Por favor reconheccedila que aacutes vezes noacutes eacute que temos razatildeo Por favor

acredite em noacutes e escute o que sabemos sobre o que noacutes e nossas

crianccedilas necessitamos

h) Agraves vezes estamos tristes cansados e deprimidos Por favor valorize

nos como famiacutelias preocupadas e comprometidas e tente continuar a

trabalhar conosco

Limaverde (2009) acredita que a maioria dos professores vem de

cursos onde a discussatildeo da teoria e da praacutetica ainda eacute dividida Discute-se

teoria e praacutetica de maneira isolada Ainda se estuda uma teoria idealizada

Poucos cursos de formaccedilatildeo de professores oferecem de modo obrigatoacuterio em

seus curriacuteculos as disciplinas relacionadas agrave diferenccedila agraves deficiecircncias Aleacutem

da formaccedilatildeo do nuacutecleo comum eles tambeacutem precisam se atentar para essas

especificidades Haacute uma obrigatoriedade de se ofertar nos cursos de

pedagogia a disciplina de Libras Mas isso natildeo deve ocorrer apenas na

formaccedilatildeo inicial mas tambeacutem na formaccedilatildeo continuada que eacute aquela em

serviccedilo mas que muitas vezes natildeo contemplam essas especificidades

O problema de formaccedilatildeo eacute muito grave porque repercute nessa

inseguranccedila do professor no preconceito no medo Aleacutem do entrave da

formaccedilatildeo no aspecto pedagoacutegico as escolas elaboram seu projeto poliacutetico

pedagoacutegico sem levar em conta a presenccedila do aluno com deficiecircncia As

praacuteticas a organizaccedilatildeo da sala de aula natildeo leva em conta a presenccedila desse

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aluno Onde natildeo haacute uma interlocuccedilatildeo mais refinada entre o ensino comum e a

Educaccedilatildeo Especial com esse saber mais especiacutefico natildeo haacute inclusatildeo

A inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino Assim na formaccedilatildeo do professor teria dois espaccedilos um da sala de

aula que eacute a formaccedilatildeo comum para todos os professores contemplando

desenvolvimento aprendizagem e uma na formaccedilatildeo continuada Uma

formaccedilatildeo que atenda agraves diferenccedilas da sala de aula o atendimento agrave educaccedilatildeo

especializada aleacutem da formaccedilatildeo baacutesica cursos de extensatildeo de libras de

soroban de braile de tecnologia assistida para que esse professor possa

atender a especificidade desses alunos O aluno com deficiecircncia eacute um ser

humano que se desenvolve como qualquer outro As teorias e teacutecnicas que

foram estudadas satildeo suporte para esse trabalho Agora o que vai modificar na

sua atuaccedilatildeo eacute a maneira como ele organiza suas praacuteticas pedagoacutegicas Na

maioria das vezes eles organizam praacuteticas homogecircneas do aluno idealizado Eacute

importante um planejamento para pensar essas diferenccedilas na sala de aula Eacute

um trabalho do projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

21 Concepccedilotildees de professores sobre a inclusatildeo na educaccedilatildeo regular e

especial

Inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino (LIMAVERDE 2009)

Apenas a partir do seacuteculo XX verificou-se uma melhor aceitaccedilatildeo das

pessoas com necessidades especiais momento em que se iniciou a sua

desinstitucionalizaccedilatildeo e educaccedilatildeo escolar Ateacute este periacuteodo eram segregados

e praticamente privados de conviacutevio social Entretanto verifica-se que as

conquistas ainda foram poucas pois o preconceito a ignoracircncia e a

discriminaccedilatildeo ainda satildeo muito fortes em relaccedilatildeo ao deficiente e a deficiecircncia

Para Carmo (2000) a inclusatildeo eacute um assunto que deve ser refletido e

investigado com muita precisatildeo jaacute que a sociedade pode estar criando uma

nova modalidade a de excluiacutedos dentro da inclusatildeo podemos assim concluir

nessa reflexatildeo para que haja o processo de ensino-aprendizagem nos alunos

portadores de necessidades educacionais especiais o professor teraacute que se

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capacitar para atender a proposta desta nova face da educaccedilatildeo brasileira ele

teraacute que tentar conciliar as teorias sobre o assunto com sua pratica e a

realidade da sala de aula Pois soacute assim a inclusatildeo do aluno portador de

necessidades educacionais especiais seraacute bem sucedida e gerando bons

resultados no futuro

Assim a inclusatildeo deste tipo de aluno requer novas posturas tanto aos

professores quanto ao sistema educacional brasileiro levando em consideraccedilatildeo

que todos noacutes estaremos ganhando Lembrando tambeacutem que este processo

de aprendizagem requer a reciprocidade das experiecircncias entre o aluno com

necessidades educacionais especiais o professor e os demais alunos Um

processo de aprendizagem onde todos participam a aquisiccedilatildeo do

conhecimento ocorreraacute com mais facilidade

Mantoan Pietro Arantes (2006) acredita que recriar um novo modelo

educativo com ensino de qualidade que diga natildeo aacute exclusatildeo social implica em

condiccedilotildees de trabalho pedagoacutegico e uma rede de saberes que se entrelaccedilam e

caminham no sentido contraacuterio do paradigma tradicional de educaccedilatildeo

segregadora Eacute uma reviravolta complexa mas possiacutevel basta que lutemos por

ela que nos aperfeiccediloemos e estejamos abertos a colaborar na busca dos

caminhos pedagoacutegicos da inclusatildeo Pois nem todas as diferenccedilas

necessariamente inferiorizam as pessoas Elas tem diferenccedilas e igualdades

mas entre elas nem tudo deve ser igual assim como nem tudo deve ser

diferente

De acordo com Santos (apud MANTOAN2003 p34 ) eacute preciso que

tenhamos o direito de sermos diferentes quando a igualdade nos

descaracteriza e o direito de sermos iguais quando a diferenccedila nos inferioriza

Assim a luta pela escola inclusiva embora seja contestada e tenha ateacute

mesmo assustado a comunidade escolar exige mudanccedila de haacutebitos e atitudes

pela sua loacutegica e eacutetica nos remete a refletir e reconhecer que trata-se de um

posicionamento social que garante a vida com igualdade pautada pelo

respeito agraves diferenccedilas Apesar das iniciativas acanhadas da comunidade

escolar e da sociedade geral eacute possiacutevel adequar a escola para um novo

tempo Precisa estar imbuiacutedos de boa vontade e compromisso enfrentar com

seguranccedila e otimismo este desafio enxergar a clareza e obviedade eacutetica da

proposta inclusiva e contribuir para o desmantelamento dessa maacutequina escolar

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enferrujada

Para Lisita e Souza (2003) das utopias concretas da modernidade tem-

se hoje apenas a certeza da transitoriedade O sentido da revoluccedilatildeo antes

propagado daacute lugar a um leque de possibilidades as quais se abrem num

horizonte virtual em constantes mudanccedilas Que se trata de uma nova realidade

mundial natildeo se discute Indaga-se no entanto o que se tem a fazer diante de

tal realidade

Nesse sentido a ciecircncia e a tecnologia tecircm se constituiacutedo nos principais

agentes de proposiccedilatildeo e de determinaccedilatildeo dessas mudanccedilas A sensaccedilatildeo que

se tem eacute a de que amanheceremos a cada dia num novo mundo repleto de

novidades e onde o ontem estaacute cada vez e mais rapidamente distante

O cenaacuterio do mundo atual evidencia um movimento em direccedilatildeo a um

sentido de inclusatildeo social o sujeito com deficiecircncia passa a dividir a cena com

os sujeitos sem deficiecircncia coabitando os diversos espaccedilos sociais Nota-se

pois um grande dinamismo experimentado pelos sujeitos e em particular

pelos sujeitos com deficiecircncia num mundo onde conceitos e praacuteticas assumem

cada vez mais um caraacuteter efecircmero e de possibilidades muacuteltiplas

Segundo Ferreira e Glat (2004) satildeo frequentes relatos de professores

principalmente em conselhos de classe sobre a dificuldade de determinados

alunos quanto agrave efetivaccedilatildeo de algumas propostas educacionais Na maioria

das situaccedilotildees o que de fato acontece natildeo eacute uma dificuldade do aluno em

realizar ou compreender a atividade solicitada e sim uma inadequaccedilatildeo do

procedimento dos objetivos eou da avaliaccedilatildeo realizada pelo professor Nesse

sentido eacute importante o professor analisar algumas questotildees como

a) de que maneira todos os alunos poderatildeo participar da aula proposta

b) se haacute necessidade de apoio adaptaccedilotildees e como fazecirc-las para sua

plena participaccedilatildeo

c) que expectativas devem ser esperadas eou modificadas para a

efetivaccedilatildeo da atividade (como os alunos demonstram o que sabem a

quantidade e qualidade das atividades propostas)

d) quais satildeo os objetivos prioritaacuterios para a aprendizagem

Enfim eacute do conhecimento de todos que natildeo haacute formas sem

precedentes que se bastem ou que se perpetuem diante das realidades

necessidades e demandas dos alunos que compotildeem as salas de aula que hoje

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cada professor assume Eacute importante a busca constante de praacuteticas pautadas

no contexto que o aluno vivencia inovadoras pois o trabalho eacute dinacircmico

sendo fundamental que cada profissional pense na sua disponibilidade para a

construccedilatildeo de praacuteticas efetivas que conduzam a uma educaccedilatildeo de qualidade

para todos como descrevem Ferreira e Glat 2004

Poso (2004) acredita que por um lado os professores julgam-se

incapazes de dar conta dessa demanda despreparados e impotentes frente a

essa realidade que eacute agravada pela falta de material adequado de apoio

administrativo e recursos financeiros

Mantoan (2003) enfatiza que a radicalidade da inclusatildeo vem do fato de

esta exigir uma mudanccedila de paradigma educacional onde na perspectiva

inclusiva suprime-se a sub-divisatildeo dos sistemas escolares em modalidades de

ensino especial e regular As escolas atendem as diferenccedilas sem discriminar

sem estabelecer prioridades e necessidades sem estabelecer regras

diferenciadas para cada caso no planejamento avaliaccedilatildeo e aprendizado

Assim pode-se imaginar o impacto da inclusatildeo nos sistemas de ensino ao

supor a aboliccedilatildeo completa dos serviccedilos segregados da educaccedilatildeo especial os

programas de reforccedilo escolar salas de aceleraccedilatildeo e turmas especiais

Desta forma a inclusatildeo eacute uma provocaccedilatildeo cuja intenccedilatildeo eacute melhorar a

qualidade do ensino atingindo todos os alunos de uma forma globalizada

Incluir eacute necessaacuterio primordialmente para melhorar as condiccedilotildees da escola

de modo que nela se possam formar geraccedilotildees mais preparadas para viver a

vida na sua plenitude livremente sem preconceitos sem barreiras Confirma-

se assim mais uma vez a necessidade de a educaccedilatildeo se atualizar e os

professores aperfeiccediloarem as suas praacuteticas para que as escolas se obriguem

a um esforccedilo de modernizaccedilatildeo e reestruturaccedilatildeo de suas condiccedilotildees atuais

Pretende-se que a escola seja inclusiva eacute primordial que seus planos se

redefinam para uma educaccedilatildeo voltada agrave cidadania global plena livre de

preconceitos e disposta a reconhecer e entende as diferenccedilas entre as

pessoas principalmente quanto aos seus aspectos fiacutesico mental e intelectual

Natildeo basta uma educaccedilatildeo para a cidadania eacute preciso educar para a liberdade

e nesse sentido nenhuma forma de subordinaccedilatildeo intelectual pode ser

admitida

Os desafios para a concretizaccedilatildeo dos ideais inclusivos na educaccedilatildeo

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brasileira satildeo inuacutemeros Haacute ainda de se vencer os desafios que impotildee o

conservadorismo das instituiccedilotildees especializadas e enfrentar as pressotildees

poliacuteticas e das pessoas com deficiecircncia ainda muito habituadas a seus roacutetulos

e a benefiacutecios que acentuam a incapacidade as limitaccedilotildees o paternalismo e o

protecionismo social

Smeha Ferreira (2005) descrevem que vaacuterios professores afirmam

apresentar sentimentos de despreparo para trabalharem junto agraves crianccedilas com

necessidades especiais Que natildeo tiveram em sua formaccedilatildeo acadecircmica o

preparo adequado que os capacite a lidar com a diversidade e isso gera

intenso sofrimento pois ensinar crianccedilas com limitaccedilotildees exige conhecimento

competecircncia e habilidade para que o processo inclusivo seja efetivado

Os professores foram preparados para trabalharem com as crianccedilas que

aprendem assim quando eles se deparam com as limitaccedilotildees na

aprendizagem sentem frustraccedilatildeo anguacutestia impotecircncia e medo Portanto faz-

se necessaacuterio uma significativa reformulaccedilatildeo nos cursos de graduaccedilatildeo que

estatildeo formando professores os quais certamente teratildeo alunos com

necessidades educativas especiais em sua trajetoacuteria profissional Aliaacutes essa

reformulaccedilatildeo deve abarcar natildeo somente conhecimentos sobre educaccedilatildeo de

pessoas com deficiecircncia mas tambeacutem oportunizar autoconhecimento para

que os professores possam atuar de forma mais confiante atendendo agraves

demandas educacionais especiais com mais prazer e menos sofrimento Aleacutem

da reestruturaccedilatildeo nas aacutereas que envolvem a formaccedilatildeo de professores para

que o trabalho docente possa acontecer com menor prejuiacutezo agrave sauacutede mental

parece primordial que o investimento transcenda a capacitaccedilatildeo relacionada aos

conhecimentos teacutecnicos e permeie o campo da sauacutede mental no trabalho

O suporte aos aspectos psicoloacutegicos dos professores precisam ser

contemplados com grupos de reflexatildeo ou de apoio um espaccedilo que possa

oportunizar-lhes aos mesmos falar sobre seus sentimentos dificuldades

medos ou fantasias Seria um momento para problematizar e encontrar

ressignificaccedilatildeo no exerciacutecio docente que cada vez mais precisa ser alicerccedilado

no respeito agrave diversidade humana Eacute importante tambeacutem salientar que natildeo eacute

apenas o processo de inclusatildeo o responsaacutevel pelo sofrimento docente muitos

satildeo propensos ao stress devido agraves suas proacuteprias vivecircncias pessoais e agraves

exigecircncias da contemporaneidade

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De acordo com Souza Silva (2009)

No tocante ao trabalho docente novas propostas se fazem necessaacuterias devido agraves transformaccedilotildees educacionais que estatildeo ocorrendo de forma acelerada exigindo assim novas aprendizagens que possam contribuir para a formaccedilatildeo de profissionais capazes de responder aos novos desafios colocados agrave nossa realidade

Para Bartalotti (2006) nos dias atuais frente ao processo de inclusatildeo

como uma possibilidade embora ainda natildeo como uma realidade haacute um grande

caminho a ser percorrido Pois se olhar em volta para cada ser humano que

nos rodeia ver-se-ia o quanto ainda se tem que caminhar para a construccedilatildeo

de uma sociedade verdadeiramente inclusiva Exclui-se apenas com o olhar

com palavras quantas vezes menospreza-se o outro por ele ter um gosto

uma crenccedila religiosa situaccedilatildeo financeira cor de pele estatura e peso corporal

diferente por nos aceitos E sem a menor preocupaccedilatildeo decidi-se que esta ou

aquela pessoa natildeo serve para estar junto de noacutes de nossos filhos frequentar

nosso clube casa ou templo religioso Jaacute sentem-se excluiacutedos e rejeitados em

diferentes situaccedilotildees sentem-se olhados como diferentes indesejaacuteveis

estranhos certamente essa natildeo eacute uma sensaccedilatildeo agradaacutevel quem jaacute passou

por ela natildeo deseja repetir a experiecircncia

Para que a inclusatildeo ocorra eacute necessaacuterio que a sociedade passe pelo

aprimoramento das relaccedilotildees sociais pela compreensatildeo de que o verdadeiro

pensamento inclusivo eacute aquele que natildeo categoriza ou rotula as pessoas por

ordem de valor valor esse atribuiacutedo muitas vezes atraveacutes de estereoacutetipos

estigmas conhecimentos instituiacutedos pensar inclusivamente eacute aprender a olhar

cada pessoa e buscar nela seu real valor construiacutedo nas relaccedilotildees cotidianas

nos seus sonhos e expectativas e nas suas accedilotildees concretas no mundo

Acredita-se tambeacutem que muitas vezes fala-se que a inclusatildeo eacute uma

utopia muitos natildeo acreditam que a sociedade seja capaz desse movimento

Inclusatildeo eacute sim possibilidade assim como eacute possibilidade a construccedilatildeo de uma

sociedade mais digna para todos com ou sem deficiecircncia

Para Tessaro (2009) existe todo um discurso proacute agrave inclusatildeo em vaacuterios

segmentos da sociedade dentre os quais no ambiente escolar A inclusatildeo eacute

algo que vem se efetivando mesmo que a duras penas buscando superar toda

uma histoacuteria de isolamento discriminaccedilatildeo e preconceito Tem provocado

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muitos questionamentos principalmente no meio acadecircmico tais como O que

eacute inclusatildeo escolar Por que incluir Qual eacute a opiniatildeo dos alunos com

deficiecircncia e dos professores sobre inclusatildeo A escola possui infra-estrutura

adequada para participar da inclusatildeo escolar Os alunos deficientes se sentem

bem com a inclusatildeo escolar Os professores estatildeo capacitados para educaccedilatildeo

inclusiva

Dutra (2007) destaca que as principais dificuldades no processo de

inclusatildeo escolar do aluno especial eacute a ausecircncia de preparo e de uma

formaccedilatildeo mais teacutecnica que visa suprir as necessidades destes alunos

mediadas pelo professor e tambeacutem agrave falta de boas condiccedilotildees fiacutesicas nas

escolas pra receber estes alunos

Jesus (2007) enfatiza que a inclusatildeo dos portadores de necessidades

educacionais especiais na escola eacute algo essencial agrave educaccedilatildeo mas eacute preciso

ser feita de maneira correta porque nem todos podem estar na escola ou

estatildeo preparados para nela estar por natildeo terem capacidade fisioloacutegica Esse eacute

um assunto muito discutido por alguns especialistas da educaccedilatildeo especial que

buscam uma maneira eficiente de incluir todos as crianccedilas e jovens que

possuem alguma necessidade educacional especial

Nesse sentido Mantoan (2006) afirma que a condiccedilatildeo primeira para

inclusatildeo deixe de ser uma ameaccedila ao que hoje a escola defende e adota como

pratica pedagoacutegica e abandonar tudo que leva a tolerar as pessoas com

deficiecircncia na sala de aula

Natildeo pode se ter um ambiente mais propiacutecio para tal processo de

conscientizaccedilatildeo do que a escola Pois seraacute por meio dessa interaccedilatildeo entre

crianccedilas que se construiraacute uma naccedilatildeo mais justa e igualitaacuteria onde todos

juntos aprenderatildeo a conviver e a se respeitarem Respeito que eacute sonhado por

todos que se espera construir um novo amanhatilde mais digno

O assunto eacute fundamental para ser discutido por todas as pessoas

envolvidas com a educaccedilatildeo e que busquem uma naccedilatildeo com menos

desigualdade social oportunidades para todos uma educaccedilatildeo que priorize o

ser e natildeo ter e uma realidade igualitaacuteria A inclusatildeo eacute acima de tudo a

transformaccedilatildeo da pratica pedagoacutegica de todos os profissionais de educaccedilatildeo

Os registros de textos artigos e livros enfatizam que sobre a

aplicabilidade atual de inclusatildeo escolar satildeo insatisfatoacuterios e que natildeo houve

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diferenccedilas entre os alunos e entre os professores quanto a essa dimensatildeo Os

professores e os alunos expressaram vaacuterias dificuldades envolvidas nesse

processo destacando se a falta de infra-estrutura das escolas a falta de

preparocapacitaccedilatildeo profissional discriminaccedilatildeo social e a falta de aceitaccedilatildeo da

inclusatildeo

Os professores de educaccedilatildeo especial demonstraram dar mais creacutedito agrave

educaccedilatildeo inclusiva do que os do ensino regular Os alunos deficientes

demonstraram dar menos creacutedito agrave inclusatildeo do que os natildeo deficientes Os

sentimentos decorrentes da inclusatildeo que predominaram entre professores e os

alunos com deficiecircncia foram negativos enquanto entre os alunos natildeo

deficientes prevaleceram os positivos (TESSARO 2009)

Para Fonseca (2004) promover a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma tarefa de

uma equipe multidisciplinar que deve adotar uma estrateacutegia do tipo pensar em

grupo eacute pensar melhor pois soacute dessa forma se podem explorar todas as

opccedilotildees potenciais de inclusatildeo e natildeo soacute as mais coerentes acessiacuteveis ou

tradicionais Sem uma dinacircmica de grupo natildeo se podem discutir e implementar

planos educacionais individualizados na educaccedilatildeo inclusiva transpondo para

sala de aula regular programas inovadores desde a modificaccedilatildeo de

comportamento ao enriquecimento linguumliacutestico ou cognitivo

Ensino em equipe com vaacuterios professores que agem e pensam em

conjunto criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees inovaccedilotildees na instruccedilatildeo na avaliaccedilatildeo

aprendizagem cooperativa e interativa criaccedilatildeo de projetos de suporte muacuteltiplo

serviccedilos de encaminhamentos diagnoacutesticos dinacircmicos e prescritivos em

termos de praacutetica de intervenccedilatildeo na sala de aula regular aprofundamento eacutetico

e legal dos pressupostos morais da inclusatildeo social construccedilatildeo de instrumentos

de investigaccedilatildeo-accedilatildeo entre outros satildeo desafios que se colocam hoje mais do

lado do ensino do que da aprendizagem

Para Almeida Anjos (2007) vaacuterios professores destacam tensotildees que

sempre se preservaram em suas percepccedilotildees e atitudes sejam referentes agraves

pessoas com necessidades educacionais especiais sejam relativas a

dificuldades em relaccedilatildeo a si proacuteprios e aos seus saberes profissionais No

entanto os profissionais apontam em suas falas as possibilidades de transpor

tais dificuldades vividas no trabalho com alunos especiais na rotina de seu dia

a dia de trabalho

50

Laraia (1992 apud ALMEIDA ANJOS 2007) acredita que nenhuma

ordem social eacute baseada em verdades inatas que as mudanccedilas nas praacuteticas

pedagoacutegicas com a diversidade dos alunos passam por uma mudanccedila de

nossas concepccedilotildees e valores Que eacute preciso uma formaccedilatildeo que coloque o

profissional da educaccedilatildeo em conflito com seus conhecimentos e concepccedilotildees a

partir da relaccedilatildeo entre a teoria e a praacutetica para entatildeo podermos comeccedilar a

pensar em inclusatildeo Assim a partir dos pressupostos da ciecircncia social criacutetica

sustentada pelo interesse colaborativo procuramos programar com os

profissionais encontros de estudoreflexatildeo das tensotildees e possibilidades que

envolvem o trabalho com alunos com necessidades educacionais especiais

enfatizar ainda como o lazer e recreaccedilatildeo podem ser facilitadores do processo

de inclusatildeo escolar

Zimmermann (2008) acredita que para conseguir reformar a instituiccedilatildeo

escolar primeiramente se tem que reformar as mentes entretanto natildeo

conseguiraacute reformar mentes sem que se realize uma preacutevia reforma de

instituiccedilotildees Vive-se uma crise de paradigmas e toda a crise gera medos

inseguranccedila e incertezas mas propotildee-se que seja este o momento de ousadia

e de busca de alternativas que sustente e norteie para realizar-se as mudanccedilas

que o momento propotildee Que a escola seja um espaccedilo vivo de formaccedilatildeo para

todos e um ambiente verdadeiramente inclusivo eacute preciso que as poliacuteticas

puacuteblicas de educaccedilatildeo sejam direcionadas aacute inclusatildeo que os educadores

desacomodem-se combatendo a descrenccedila e o pessimismo mostrando que a

inclusatildeo eacute um momento oportuno para professores e a comunidade escolar

demonstrarem sua competecircncia e principalmente suas responsabilidades

educacionais

Esta mudanccedila de perspectiva educacional propotildee que os educadores

faccedilam a diferenccedila buscando conhecimento e contribuindo com uma praacutetica

ressignificada desenvolvendo uma educaccedilatildeo baseada na afetividade e na

superaccedilatildeo de limites que as crianccedilas aprendam a respeitar as diferenccedilas em

sala de aula preparando-as assim para o futuro a vida e o mercado de

trabalho pois vivendo a experiecircncia inclusiva seratildeo adultos bem diferentes de

noacutes e por certo natildeo faratildeo discriminaccedilotildees sociais

Arauacutejo (2008) relata a opiniatildeo dos professores sobre a inclusatildeo escolar

enfatizando com veemecircncia de que a inclusatildeo escolar do aluno portador de

51

necessidades educacionais especiais eacute um assunto muito interessante e

delicado e levantaram a conscientizaccedilatildeo desse aluno sobre o direito deste

frequentar o ensino regular no entanto essa inclusatildeo na visatildeo deles estaacute

acontecendo de forma errocircnea Pois os professores da rede regular de ensino

em sua quase totalidade natildeo estatildeo preparados para lidar com esta nova fase

da educaccedilatildeo brasileira

Tem que se pensar que para que a inclusatildeo se concretize natildeo basta

estar garantido na legislaccedilatildeo mas demanda modificaccedilotildees profundas e

importantes no sistema de ensino Essas mudanccedilas deveratildeo levar em conta o

contexto soacutecio econocircmico aleacutem de serem gradativas planejadas e contiacutenuas

para garantir uma educaccedilatildeo de oacutetima qualidade (BUENO 1998 apud

PEREIRA 2009)

Pereira (2009) acredita que a inclusatildeo depende de mudanccedila de valores

da sociedade e a vivencia de um novo paradigma que natildeo se faz com simples

recomendaccedilotildees teacutecnicas como se fossem receitas de bolo mas com reflexotildees

dos professores direccedilotildees pais alunos equipe multidisciplinar e a comunidade

Essa questatildeo natildeo eacute tatildeo simples assim pois devemos levar em conta as

diferenccedilas Como colocar no mesmo espaccedilo demandas tatildeo diferentes e

especiacuteficas se muitas vezes nem a escola especial consegue dar conta desse

atendimento de forma adequada Deparar-se com frequecircncia com as

resistecircncias dos professores e direccedilotildees manifestadas atraveacutes de

questionamentos e queixas ou ateacute mesmo com expectativas de que possa

apresentar soluccedilotildees maacutegicas de aplicaccedilatildeo imediata causando certa decepccedilatildeo

e frustraccedilatildeo pois ela natildeo existe

O problema se agrava quando se vecirc o professor totalmente dependente

do apoio ou assessoria de profissionais da aacuterea da sauacutede pois neste caso a

questatildeo cliacutenica eacute fundamental e se sobressai e novamente o pedagoacutegico fica

esquecido Com isso o professor se sente desvalorizado incapaz e fora do

processo por considerar esse aluno como doente concluindo que natildeo pode

fazer nada por ele pois ele precisa de tratamento especializado de

profissionais qualificados da aacuterea da sauacutede desistindo assim de assumir tal

tarefa

Desta forma parece que o professor esquece seu papel poreacutem natildeo se

considera o momento do professor sua formaccedilatildeo as condiccedilotildees da proacutepria

52

escola em receber esses alunos que entram nas escolas e continuam

excluiacutedos de todo o processo de ensino-aprendizagem e social causando

frustraccedilatildeo e fracassos dificultando assim a proposta de inclusatildeo Por um lado

os professores julgam-se incapazes de dar conta dessa demanda

despreparados e impotentes frente a essa realidade que eacute agravada dia-a-dia

pela falta de material adequado de apoio administrativo e recursos financeiros

Limaverde (2009) salienta que no Brasil estaacute acontecendo um grande

movimento proacute-inclusatildeo que tem sido fortalecido a partir da sistematizaccedilatildeo do

que se trata o atendimento educacional especializado Existem realidades

muito proacuteximas em relaccedilatildeo ao atendimento desses alunos mas ainda tem

muitas compreensotildees equivocadas sobre a inclusatildeo de alunos com deficiecircncia

Alguns municiacutepios brasileiros pensam que fazem inclusatildeo mas na verdade

eles tecircm feito integraccedilatildeo Percebe-se que alunos que frequentam escolas

comuns salas comuns de ensino natildeo participam efetivamente das aulas ou

das atividades realizadas e essas escolas alegam que esses alunos natildeo tecircm

condiccedilotildees de fazer as atividades e que por isso eles fazem outras atividades

diferenciadas Desta forma natildeo ocorre a inclusatildeo Isso eacute uma integraccedilatildeo

porque o aluno estaacute integrado na sala de aula comum mas ele natildeo participa

das atividades realizadas pelos demais colegas

Muitos municiacutepios brasileiros que estatildeo em processo de transiccedilatildeo ou

seja eles estatildeo implantando o atendimento educacional especializado de

caraacuteter complementar e ao mesmo tempo estatildeo ainda com problemas

relacionados agrave inclusatildeo desses alunos como por exemplo a manutenccedilatildeo de

classes especiais A partir da formaccedilatildeo de 2007 para caacute os municiacutepios tecircm se

reorganizado para atendimento educacional especializado mas ainda eacute uma

realidade muito diferenciada

A inclusatildeo soacute eacute possiacutevel onde houver respeito agrave diferenccedila e

consequentemente a adoccedilatildeo de praacuteticas pedagoacutegicas que permitam agraves

pessoas com deficiecircncia aprender e ser reconhecidos e valorizados os

conhecimentos que satildeo capazes de produzir segundo seu ritmo e na medida

de suas possibilidades (SILVA 2009)

53

A menos que a atual oportunidade favoraacutevel seja aproveitada para melhorar as qualificaccedilotildees profissionais de professores em educaccedilatildeo especial e consequentemente a qualidade da educaccedilatildeo especial tememos que os proacuteximos 20 anos ainda possam ser um periacuteodo de esperanccedilas frustradas (RELATORIO WARNOCK 1978 paraacutegrafo 1932)

54

CONCLUSAtildeO

Diante do levantamento bibliograacutefico conclui-se que a inclusatildeo nos

moldes em que se encontra atualmente estaacute longe de atender a um ideal

Tal processo necessita de muitas transformaccedilotildees Os oacutergatildeos a ele

ligados diretamente ou indiretamente deveratildeo rever suas propostas metas e

meacutetodos de implantaccedilatildeo

Profissionais da sauacutede tambeacutem tecircm papeacuteis importantes em todo o

processo inclusivo pois em accedilatildeo conjunta com os educadores podem fazer um

trabalho mais completo e eficaz

A inclusatildeo escolar eacute uma praacutetica que abrange natildeo apenas os

profissionais especiacuteficos das aacutereas meacutedica e educacional mas tambeacutem

envolve um fator preponderante na vida do indiviacuteduo atendido por ela a famiacutelia

Esta constitui a base da crianccedila com necessidades educacionais especiais e

assumindo a postura devida pode oferecer a esta crianccedila o subsiacutedio para seu

desenvolvimento escolar bem como uma fonte de apoio aos profissionais

envolvidos

Aleacutem de uma nobre causa de cunho educacional a inclusatildeo constitui

ainda uma mudanccedila no comportamento da sociedade como um todo que

passa a ter que zelar por interesses coletivos outrora ignorados pela maioria

Devido ao periacuteodo decorrido desde as primeiras iniciativas ligadas ao

processo inclusivo verifica-se que o tempo eacute um fator indispensaacutevel para sua

concretizaccedilatildeo Esta provavelmente dar-se-aacute a partir do momento em que todos

os envolvidos assumirem suas devidas responsabilidades e se unirem por uma

educaccedilatildeo de qualidade embasada em um planejamento organizado bem

dirigido iacutentegro e sobretudo pautado no respeito ao ser humano e agrave

diversidade

55

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16

O arquivo aberto sobre a Educaccedilatildeo Inclusiva (UNESCO 2001 p15)

uma publicaccedilatildeo da UNESCO contendo materiais de apoio para legisladores

administradores e gestores escolares assume que a educaccedilatildeo inclusiva diz

respeito aos seguintes assuntos-chave

a) aacute crenccedila de que o direito agrave educaccedilatildeo eacute um direito humano e o

fundamento de uma sociedade mais justa

b) aacute realizaccedilatildeo deste direito por meio do movimento da educaccedilatildeo para

todos e (EPT

1990) trabalho no sentido de tornar a educaccedilatildeo

baacutesica de qualidade acessiacutevel

c) ao avanccedilo do movimento da educaccedilatildeo para todos com a finalidade

de encontrar formas de tornar as escolas capazes de servirem a

todas as crianccedilas nas suas comunidades como parte de um sistema

educacional inclusivo

d) ao fato de que a inclusatildeo diz respeito a todos os aprendizes com um

foco agravequeles que tradicionalmente tecircm sido excluiacutedos das

oportunidades educacionais

Publicaccedilatildeo relevante na aacuterea de educaccedilatildeo inclusiva eacute o index para a

Inclusatildeo (CSEI 2000) estabelece que

Inclusatildeo ou educaccedilatildeo inclusiva natildeo eacute um outro nome para a educaccedilatildeo dos alunos com necessidades especiais Inclusatildeo envolve uma abordagem diferente para identificar e resolver dificuldades que emergem na escola () [a inclusatildeo educacional] implica em um processo que aumente a participaccedilatildeo de estudantes e reduza sua exclusatildeo da cultura do curriacuteculo e das comunidades das escolas locais

De forma mais simples podemos dizer que incluir significa fazer com

que o indiviacuteduo se torne parte da comunidade escolar sendo reconhecido

como um de seus membros com as mesmas oportunidades que os outros

Ainscow Tweddle (2005) expressaram a consideraacutevel confusatildeo sobre

o significado da inclusatildeo para as comunidades educacionais que fazem parte

de sua pesquisa na Inglaterra Poreacutem estes autores identificaram quatro

elementos- chave na sua definiccedilatildeo conforme segue

a) Inclusatildeo eacute um processo o quer dizer nunca termina porque sempre

haveraacute um aluno que encontraraacute barreira para aprender

17

b) Inclusatildeo diz respeito agrave identificaccedilatildeo e remoccedilatildeo de barreiras e isto

implica coleta contiacutenua de informaccedilotildees que satildeo valiosas para

entender a performance dos alunos a fim de planejar e estabelecer

metas

c) Inclusatildeo diz respeito agrave presenccedila participaccedilatildeo e aquisiccedilatildeo de todos

os alunos Presenccedila diz respeito agrave frequumlecircncia e pontualidade dos

alunos na sua escolarizaccedilatildeo Participaccedilatildeo trata-se do modo como os

alunos percebem a sua proacutepria aprendizagem e se a mesma possui

qualidade acadecircmica

d) Aquisiccedilatildeo se refere aos resultados da aprendizagem em termos de

todo conteuacutedo curricular dentro e fora de escola

Inclusatildeo envolve uma ecircnfase nos grupos de estudantes que podem

estar com risco de marginalizaccedilatildeo exclusatildeo e baixo desempenho educacional

Envolve o monitoramento cuidadoso pelas autoridades educacionais locais aos

alunos assim como o apoio oferecido agraves escolas para assegurar que as

mesmas estejam lidando com as barreiras a fim de prevenir que esses alunos

natildeo sejam excluiacutedos

Segundo Pereira (2009) todas estas definiccedilotildees oferecem os subsiacutedios

para a qualificaccedilatildeo de um novo professor e uma nova metodologia de ensino

Um professor comprometido com a inclusatildeo deve ter em mente que

a) a educaccedilatildeo eacute um direito humano

b) as crianccedilas estatildeo na escola para aprender

c) ha crianccedilas que satildeo mais vulneraacuteveis agrave exclusatildeo educacional do que

outras

d) eacute responsabilidade da escola e dos professores criar formas

alternativas de ensino e aprendizagem mais efetivas para todos

Uma metodologia inclusiva de ensino deve ser capaz de garantir que o

aluno se sinta motivado para frequumlentar a escola e participar das atividades na

sala de aula O educador deve possuir qualidade curricular e metodoloacutegica a

fim de identificar barreiras agrave aprendizagem e planejar formas de removecirc-las

para que cada aluno seja contemplado e respeitado em seu processo de

aprendizagem Neste contexto Limaverde (2009) referente agrave diversidade

humana a praacutetica escolar deve estar fundamentada na crenccedila de que

a) em qualquer periacuteodo de sua escolarizaccedilatildeo qualquer crianccedila pode

18

enfrentar dificuldades para aprender ou fazer parte da comunidade

escolar

b) as dificuldades de aprendizagem que emergem no dia-a-dia da

escolasala de aula constituem um recurso para melhorar o ensino

c) todas as mudanccedilas geradas como resultado da tentativa de

responder agraves necessidades de aprendizagem de uma dada crianccedila

oferecem melhores condiccedilotildees para todas as crianccedilas aprenderem

Tais fundamentos revelam que a inclusatildeo natildeo depende de diagnoacutestico

ou categorias de deficiecircncias baseadas em niacuteveis de habilidades ou

capacidades do aluno e natildeo segrega ou discrimina nenhuma crianccedila com base

nas suas caracteriacutesticas individuais

Ao inveacutes disso a inclusatildeo cria oportunidades para todos os alunos

aprenderem por meio do uso de estrateacutegias diversificadas de ensino ao mesmo

tempo em que cria bases firmes para a melhoria da escola e para a

capacitaccedilatildeo contiacutenua dos professores

Ferreira Glat (2004) enfatiza que a inclusatildeo eacute um termo que tem sido

usado predominantemente como sinocircnimo para integraccedilatildeo de alunos com

deficiecircncia no ensino regular denotando desta forma a perpetuaccedilatildeo da

vinculaccedilatildeo deste conceito com a educaccedilatildeo especial

Para Fonseca (2004) a inclusatildeo parece natildeo oferecer duacutevidas

literalmente significa accedilatildeo ou resultado de incluir de envolver de abranger de

fechar de encerrar de introduzir de inserir dentro de alguma coisa

A educaccedilatildeo inclusiva significa assegurar a todos os estudantes sem

exceccedilatildeo independentemente da sua origem sociocultural e da sua evoluccedilatildeo

psicobioloacutegica a igualdade de oportunidades educativas para que desse

modo possam usufruir de serviccedilos de qualidade conjuntamente com outros

apoios complementares e possam beneficiar-se igualmente da sua integraccedilatildeo

em classes etariamente adequadas perto da sua residecircncia com objetivo de

serem preparados para uma vida futura a mais independente e produtiva

possiacutevel como membros de pleno direito da sociedade segundo Bos e Vaughn

(1994) Clark Dyson e Millward (1998) (apud FONSECA 2004)

Para Pereira (2009) a inclusatildeo eacute um movimento mundial de luta das

pessoas com deficiecircncias e seus familiares na busca dos seus direitos e lugar

na sociedade

19

Existe um consenso entre os estudiosos de que inclusatildeo natildeo se refere

somente agraves crianccedilas com deficiecircncia e sim a todas as crianccedilas jovens e

adultos que sofrem qualquer tipo de exclusatildeo educacional seja dentro das

escolas e salas de aula quando natildeo encontram oportunidades para participar

de todas as atividades escolares quando satildeo expulsos e suspensos por

razotildees muitas vezes obscuras quando natildeo tecircm acesso agrave escolarizaccedilatildeo e

permanecem fora das escolas como eacute o caso de muitos brasileiros e de muitas

crianccedilas africanas

Celedoacuten (2009) acredita que a inclusatildeo eacute ato ou efeito de incluir isto eacute

de compreender (entender algueacutem aceita-lo como eacute) abranger (conter em si

mas tambeacutem apreender perceber entender alcanccedilar atingir) em estudos da

linguagem inclusive se diz da primeira pessoa do plural que inclui o falante e o

ouvinte (no caso professores e alunos)

11 Histoacuterico de Inclusatildeo

O marco histoacuterico da inclusatildeo foi em junho de 1994 com a Declaraccedilatildeo

de Salamanca Espanha realizada pela UNESCO na Conferecircncia Mundial

sobre necessidades educativas especiais acesso e qualidade assinado por 92

paiacuteses cujo princiacutepio fundamental eacute todos os alunos devem aprender juntos

sempre que possiacutevel independente das dificuldades e diferenccedilas que

apresentem (PEREIRA 2009 p1)

Para Celedoacuten (2009) antes do seacuteculo XX natildeo existia a ideacuteia de

inclusatildeo a maioria das pessoas principalmente mulheres deficientes fiacutesicos e

mentais de outras raccedilas que natildeo a branca e pobre natildeo tinha o direito ou as

condiccedilotildees miacutenimas para frequentar a escola

No seacuteculo XX comeccedila a chamada segregaccedilatildeo mais pessoas tinham

acesso agrave escola poreacutem dificilmente misturavam-se com os alunos

representantes da classe dominante Na segunda metade do seacuteculo surgiam as

escolas especiais e mais tarde as classes especiais dentro das escolas

comuns Surgia assim uma aberraccedilatildeo pedagoacutegica a separaccedilatildeo de dois

sistemas educacionais por um lado a educaccedilatildeo comum e do outro a educaccedilatildeo

especial

20

Jaacute na deacutecada de 70 aparecia a integraccedilatildeo As escolas comuns

aceitavam alguns alunos antes rejeitados ou marginalizados que poderiam

frequentar classes comuns desde que conseguissem adaptar-se

Os primeiros movimentos que apontavam para o surgimento da inclusatildeo

escolar datam do final da deacutecada de 80 Assim soacute haacute um tipo de educaccedilatildeo e

ela eacute para todos sem restriccedilatildeo sem separaccedilatildeo (CELEDOacuteN 2009)

A inclusatildeo comeccedilou como um movimento de pessoas com deficiecircncia e

seus familiares na luta pelos seus direitos de igualdade na sociedade

visualiza-se as diversas noccedilotildees dificuldades concepccedilotildees e sentimentos

vinculados a realidade inclusiva

Medidas bem planejadas

conscientizaccedilatildeo governamental e social

Exige aceitaccedilatildeo da diferenccedilas

socializaccedilatildeo

poliacuteticas de integraccedilatildeo

Um desafio

Constitui uma troca constante entre alunos e

professores um processo gradativo

Inclusatildeo

Enfrenta seguranccedila

problemas de formaccedilatildeo

condiccedilotildees atitudinais e arquitetocircnicas

Fonte adaptado de Parolin2006

Quadro 2 Inclusatildeo

12 O papel da famiacutelia no processo de inclusatildeo

A famiacutelia eacute a primeira unidade agrave qual a crianccedila com necessidades

especiais viraacute a fazer parte entretanto muitas vezes os familiares natildeo estatildeo

preparados para recebecirc-la ainda que constitua um importante suporte para

esta crianccedila

21

Segundo Kaloustian (2002) a famiacutelia eacute o lugar indispensaacutevel para a

garantia da sobrevivecircncia e da proteccedilatildeo integral dos filhos e demais membros

independentemente do arranjo familiar ou da forma como vem se estruturando

Eacute a famiacutelia que propicia os aportes afetivos e sobretudo materiais necessaacuterios

ao desenvolvimento e bem estar dos seus componentes Ela desempenha um

papel decisivo na educaccedilatildeo formal e informal eacute em seu espaccedilo que satildeo

absorvidos os valores eacuteticos e humaniacutesticos e onde se aprofundam os laccedilos

de solidariedade Eacute tambeacutem em seu interior que se constroem as marcas entre

as geraccedilotildees e satildeo observados valores culturais

Para Aranha (2004) eacute imprescindiacutevel promover cuidados de apoio agrave

famiacutelia e agrave comunidade para que as crianccedilas e adolescentes com dificuldades

especiais tenham condiccedilotildees favoraacuteveis para um desenvolvimento saudaacutevel

A famiacutelia tem se encontrado numa posiccedilatildeo de dependecircncia de

profissionais em diferentes aacutereas do conhecimento no sentido de receberem

orientaccedilotildees de como proceder em relaccedilatildeo agraves necessidades especiais de seus

filhos

De acordo com Ribeiro (2004 p20)

A famiacutelia vem se mantendo ao longo da histoacuteria da humanidade como instituiccedilatildeo social permanente o que pode ser explicado por sua capacidade de mudanccedilaadaptaccedilatildeo resistecircncia e por receber valorizaccedilatildeo positiva da sociedade e daqueles que a integram

Faz-se necessaacuterio que a famiacutelia construa conhecimentos sobre as

necessidades especiais de seus filhos assim os profissionais ligados

diretamente ao caso deveratildeo orientar e preparar a famiacutelia para tal desafio

bem como ajudaacute-la a aceitar as dificuldades de modo a facilitar o dia-a-dia da

crianccedila no contexto familiar

Segundo Gokhale (1980) acrescenta ainda que a famiacutelia natildeo eacute

somente o berccedilo da cultura e a base da sociedade futura mas eacute tambeacutem o

centro da vida social A educaccedilatildeo bem sucedida da crianccedila na famiacutelia eacute que vai

servir de apoio agrave sua criatividade e ao seu comportamento produtivo quando for

adulto A famiacutelia tem sido eacute e seraacute a influecircncia mais poderosa para o

desenvolvimento da personalidade e do caraacuteter das pessoas

A famiacutelia precisa construir padrotildees cooperativos e coletivos de

enfrentamento dos sentimentos de anaacutelise das necessidades primordiais de

22

cada membro e do grupo como um todo da tomada de decisotildees de busca dos

recursos e serviccedilos especializados que seratildeo necessaacuterios para o bem estar e

adequada qualidade de vida do indiviacuteduo especial como tambeacutem de toda sua

famiacutelia (ARANHA 2004)

Eacute essencial que se invista na orientaccedilatildeo e no apoio agrave famiacutelia para que

esta possa cumprir da melhor maneira possiacutevel seu papel educativo junto aos

seus dependentes

Agrave famiacutelia cabe o maior tempo de convivecircncia e adaptaccedilatildeo da crianccedila

com necessidades especiais Por isso o domiciacutelio e as pessoas que nele

moram devem ser preparados para enfrentar este desafio que natildeo eacute faacutecil

poreacutem com todo cuidado e ajuda especiacutefica se tornaraacute muito mais faacutecil e

prazeroso

13 As condiccedilotildees da inclusatildeo escolar no Brasil

As instituiccedilotildees escolares no Brasil ao reproduzirem constantemente o

modelo tradicional natildeo tem demonstrado condiccedilotildees de responder aos desafios

da inclusatildeo escolar e do acolhimento agraves diferenccedilas nem de promover

aprendizagens necessaacuterias agrave vida em sociedade

A escola natildeo tem conseguido cumprir o papel de configurar-se como

espaccedilo educativo adequado ao processo inclusivo O tradicionalismo assenta-

se em pressuposto irrealizaacutevel ao fazer com que os alunos enquadrem agraves suas

exigecircncias

No plano eacutetico e poliacutetico a defesa de igualdade de direitos com

destaque para o direito agrave educaccedilatildeo parece constituir-se em consenso As

discordacircncias satildeo enunciadas no plano da definiccedilatildeo das propostas para sua

concretizaccedilatildeo

Oliveira( 2001 p 2 ) analisa que

A proacutepria declaraccedilatildeo desse direito agrave educaccedilatildeo pelo menos no que diz respeito agrave gratuidade constava jaacute na Constituiccedilatildeo Imperial O que se aperfeiccediloou para aleacutem de uma maior precisatildeo juriacutedica - evidenciada pela redaccedilatildeo - foram os mecanismos capazes de garantir em termos praacuteticos os direitos anteriormente enunciados estes sim verdadeiramente inovadores

23

No discurso decorrente de muitos profissionais da educaccedilatildeo a inclusatildeo

escolar tem sido uma expressatildeo empregada com sentido restrito como se

significasse apenas matricular alunos com deficiecircncia e necessidades

especiais em classe comum Mas a construccedilatildeo conceitual dessa expressatildeo

ultrapassa em muito esse entendimento Sua implantaccedilatildeo pode implicar em

resguardar a classe comum como espaccedilo de escolarizaccedilatildeo de todos ou como

uma das opccedilotildees para aqueles com necessidades educacionais especiais

ainda que deva ser a preferencial como preconizado pela Constituiccedilatildeo Federal

de 1988

De acordo com Gonzalez (2002)

A educaccedilatildeo especial eacute marcada pela ideacuteia de uma educaccedilatildeo diferente e dirigida a um grupo de sujeitos especiacuteficos a compreensatildeo anterior eacute marcada pela ideacuteia de uma accedilatildeo ou conjunto de accedilotildees e serviccedilos dirigidos a todos os sujeitos que deles necessitam em contextos normalizados

A expressatildeo alunos com necessidades educacionais especiais eacute usada

para designar pessoas com deficiecircncia mental auditiva visual fiacutesica e muacuteltipla

superdotaccedilatildeo e altas habilidades e condutas tiacutepicas que requerem em seu

processo de educaccedilatildeo escolar atendimento educacional especializado que

pode se concretizar em intenccedilotildees para lhes garantir acessibilidade

arquitetocircnica de comunicaccedilatildeo e de sinalizaccedilatildeo adequaccedilotildees didaacutetico

metodoloacutegicas curriculares e administrativas bem como materiais e

equipamentos especiacuteficos ou adaptados

Xavier (2002) salienta que

A construccedilatildeo da competecircncia do professor para responder com qualidade agraves necessidades educacionais especiais de seus alunos em uma escola inclusiva pela mediaccedilatildeo da eacutetica responde aacute necessidade social e histoacuterica de superaccedilatildeo das praticas pedagoacutegicas que discriminam segregam e excluem e ao mesmo tempo configura na accedilatildeo educativa o vetor de transformaccedilatildeo social para a equidade a solidariedade a cidadania

24

conhecer o sujeito natildeo eacute preciso orientar as

atividades e refletir cada accedilatildeo

o sucesso das intervenccedilotildees depende do

conhecimento humano e desenvolvimento

psicossocial dos interventores

Trabalhar com a

inclusatildeo requer

mudanccedilas de

paradigmas nessa praacutetica haacute uma identificaccedilatildeo subjetiva com

esse sujeito

como essa praacutetica foi se constituindo

qual era o objetivo da construccedilatildeo dessa praacutetica

A que se propotildee

quem satildeo os sujeitos que datildeo corpo a essa praacutetica

Trabalhar com

inclusatildeo requer

reflexatildeo sobre a

praacutetica por que esta opccedilatildeo e natildeo outra

compromisso com aprendizagem

compromisso com formaccedilatildeo

compromisso teacutecnico humano cientiacutefico

Trabalhar com

inclusatildeo requer

postura eacutetica compromisso com a qualidade na aprendizagem

Fonte adaptado Parolin 2006

Quadro 3 Preacute requisitos para o trabalho inclusivo

Atualmente coexistem pelo menos duas propostas para a educaccedilatildeo

especial uma em que conhecimentos acumulados sobre educaccedilatildeo especial

teoacutericos e praacuteticos devem estar a serviccedilo dos sistemas de ensino e portanto

das escolas e disponiacuteveis a todos os professores alunos e demais membros

da comunidade escolar que a qualquer momento podem requerecirc-los outra

em que se deve configurar um conjunto de recursos e serviccedilos educacionais

especializados dirigidos apenas agrave populaccedilatildeo escolar que apresente

solicitaccedilotildees que o ensino comum natildeo tem conseguido contemplar

De acordo com Glat Nogueira (2002 )

As poliacuteticas para a inclusatildeo devem ser concretizadas na forma de programas de capacitaccedilatildeo e acompanhamento contiacutenuo que orientem o trabalho docente na perspectiva da diminuiccedilatildeo gradativa

25

da exclusatildeo escolar o que visa a beneficiar natildeo apenas os alunos com necessidades especiais mas de uma forma geral a educaccedilatildeo escolar como um todo

Mantoan Prieto Arantes (2006) salientam que o planejamento e a

implantaccedilatildeo de poliacuteticas para atender a alunos com necessidades educacionais

especiais requerem domiacutenio conceitual sobre inclusatildeo escolar e sobre as

solicitaccedilotildees decorrentes de sua adoccedilatildeo enquanto princiacutepio eacutetico-poliacutetico bem

como a clara definiccedilatildeo dos princiacutepios e diretrizes nos planos e programas

elaborados permitindo a redefiniccedilatildeo dos papeis da educaccedilatildeo especial e do

atendimento desse alunado

A poliacutetica educacional brasileira tem deslocado progressivamente para

os municiacutepios parte da responsabilidade administrativa financeira e

pedagoacutegica pelo acesso e permanecircncia de alunos com necessidades

educacionais especiais nas escolas em decorrecircncia do processo de

municipalizaccedilatildeo do ensino fundamental Essa diretriz tem provocado alguns

impactos no atendimento a esse puacuteblico alvo Algumas prefeituras criaram

formas de atendimento educacional especializado outras ampliaram ou

mantiveram seus auxiacutelios e serviccedilos de ensino algumas estatildeo apenas

matriculando esses alunos em suas redes de ensino e haacute ainda as que

desativaram alguns serviccedilos prestados como por exemplo a oferta de

programas de transporte adaptado

No Brasil o atendimento educacional especializado era em 2004

desenvolvido na proporccedilatildeo de 13 para 23 referindo-se a escolas comuns

puacuteblicas e a escolas exclusivamente especializadas ou em classes especiais

respectivamente

A base de dados divulgada natildeo registra informaccedilotildees sobre matriacuteculas no

ensino superior mas revela que o atendimento estaacute centrado na educaccedilatildeo

infantil (109596 matriacuteculas que correspondem a 19 3 do total) e no ensino

fundamental (365359 ou 644) Haacute na EJA (Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos)

e na educaccedilatildeo profissional pouco mais de 41500 matriacuteculas em cada uma

dessas modalidades no ensino meacutedio as matriacuteculas equivaliam a 16 com

apenas 8281 alunos nesse niacutevel de ensino

A matriacutecula inicial na classe comum evoluiu de 1998 a 2002 em 151

Passamos de um total 439233 matriacuteculas em 1998 para 110536 em 2002

26

Em 2003 em dados aproximados havia 144100 alunos com necessidades

educacionais especiais nas referidas classes e em 2004 184800

evidenciando crescimento anual de 281 entre esses dois uacuteltimos anos

Deixa-se em aberto a possibilidade de sabermos que patamar de

atendimento foi atingido pois para isso precisariacuteamos ter dados sobre os que

estatildeo fora da escola portanto sem nenhum tipo de atendimento escolar

Eacute um dever natildeo cumprido averiguar se aos alunos com necessidades

educacionais especiais estaacute sendo garantido aleacutem do acesso agrave escola o

acesso agrave educaccedilatildeo aqui compreendida como processo de desenvolvimento

da capacidade fiacutesica intelectual e moral da crianccedila e do ser humano em geral

visando sua melhor integraccedilatildeo individual e social

Uma accedilatildeo que deve marcar as poliacuteticas puacuteblicas de educaccedilatildeo eacute a

formaccedilatildeo dos profissionais da educaccedilatildeo Sem deixar de considerar que em

educaccedilatildeo atuam profissionais no acircmbito teacutecnico-administrativo e em outras

funccedilotildees com importante papel no desenvolvimento de accedilotildees educacionais

14 Legislaccedilatildeo direitos e deveres na inclusatildeo

141 Leis e declaraccedilotildees internacionais

a) Declaraccedilatildeo de Cuenca - UNESCO - Equador 1981

b) Declaraccedilatildeo de Sunderberg - Torremolinos Espanha 1981

c) Resoluccedilotildees da XXIII Conferecircncia Sanitaacuteria Panamericana

- OPSOrganizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede - Washington DC USA -

1990

- Seminaacuterio Unesco - Caracas - Venezuela - 1992 - Informe Final

d) Declaraccedilatildeo de Santiago - Chile - 1993

e) Assembleacuteia Geral das Naccedilotildees Unidas - New York USA - 1993

Normas

- Uniformes sobre a igualdade de oportunidade para pessoas com

incapacidades

f) Declaraccedilatildeo Mundial de Educaccedilatildeo para Todos - UNICEF - Jon Tien

Tailacircndia - 1990

27

g) Declaraccedilatildeo de Salamanca - Salamanca Espanha princiacutepios poliacuteticas

e praacutetica em Educaccedilatildeo Especial - 1994 - criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de sistemas

educacionais inclusivos

142 Leis nacionais

a) Constituiccedilatildeo Federal de 1988 - Tiacutetulo VI - Da Ordem Social - Art 208

e Art 227

b) Lei nordm 785389 - Dispotildee sobre o apoio agraves pessoas com deficiecircncias

sua integraccedilatildeo social e pleno exerciacutecio de direitos sociais e individuais

c) Decreto nordm 220897 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

d) Parecer CNECEB nordm 1699 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

e) Resoluccedilatildeo CNECEB nordm 499 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

f) Decreto nordm 329899 - Regulamenta a Lei 785389 daacute-lhe condiccedilotildees

operacionais consolida as normas de proteccedilatildeo ao portador de deficiecircncias

g) LDB nordm 939496 (Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional) -

Capiacutetulo V - Educaccedilatildeo Especial - Art 58 Art 59 e Art 60 Portaria

MEC nordm 167999 - requisitos de acessibilidade a cursos instruccedilatildeo de

processos de autorizaccedilatildeo de cursos e credenciamento de instituiccedilotildees

voltadas agrave educaccedilatildeo especial

h) Parecer CNECEB nordm 1499 - Diretrizes nacionais da educaccedilatildeo

escolar indiacutegena

i) Resoluccedilatildeo CNECEB nordm 0399 - Fixa diretrizes nacionais para o

funcionamento de escolas indiacutegenas

j) Lei nordm 1009800 - Estabelece normas gerais e criteacuterios baacutesicos para a

promoccedilatildeo de acessibilidade das pessoas portadoras de deficiecircncia ou com

mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Resoluccedilatildeo CNECEB nordm

22001 - Institui diretrizes e normas para a educaccedilatildeo especial na Educaccedilatildeo

Baacutesica

k) Parecer CNECEB nordm 172001 - Diretrizes Nacionais para a Educaccedilatildeo

Especial na Educaccedilatildeo Baacutesica

28

l) Lei nordm 101722001 - Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo - PNE e daacute

outras providecircncias (o PNE estabelece 27 objetivos e metas para a

educaccedilatildeo de pessoas com necessidades educacionais especiais)

143 Direitos e Deveres

o papel da educaccedilatildeo consiste em favorecer que cada um de forma

livre e autocircnoma reconheccedila aos demais a mesma esfera de direito que exige

para si (VIEIRA 1999 p 16)

1431 Direito agrave acessibilidade

Para que as pessoas com deficiecircncia possam ter liberdade de ir e vir e

se sentir parte da comunidade elas necessitam de um meio fiacutesico adequado e

que garanta seguranccedila e acesso O direito a acessibilidade estaacute descrito nas

Leis 1009800 - regulamentada atraveacutes do Decreto 529604 - e 1004800 que

prevecircem a adequaccedilatildeo das vias e de espaccedilos puacuteblicos no mobiliaacuterio urbano na

construccedilatildeo e reforma de edifiacutecios nos meios de transporte e de comunicaccedilatildeo e

do acesso a informaccedilatildeo

Eacute possiacutevel promover a inclusatildeo social no meio fiacutesico construindo rampas

de acesso banheiros adaptados pisos taacuteteis guias rebaixadas sinais sonoros

entre outros

A acessibilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo pode ser alcanccedilada

atraveacutes de sites acessiacuteveis que atendam agraves pessoas com deficiecircncia visual e

por exemplo aparelhos de televisatildeo com legenda oculta As emissoras de TV

devem incluir em suas programaccedilotildees inteacuterprete de Libras para que as pessoas

com deficiecircncia auditiva possam acompanhar os programas

29

Pessoas com deficiecircncia fiacutesica idosos gestantes lactantes e pessoas

com crianccedilas de colo devem ter atendimento prioritaacuterio por meio de serviccedilos

individualizados que assegurem tratamento diferenciado

1432 Direito ao trabalho

Foram diversas as conquistas em defesa das pessoas com deficiecircncia

nos uacuteltimos anos Hoje elas satildeo amparadas por lei no seu direito de acesso ao

trabalho Graccedilas a estas conquistas fazer parte do quadro de funcionaacuterios de

uma empresa jaacute natildeo eacute um obstaacuteculo mas a permanecircncia destes profissionais

no local de trabalho ainda exige cuidados Cabe aos empregadores garantir

bem estar e acessibilidade aos seus colaboradores para que eles tenham

oportunidade de exercer suas funccedilotildees de maneira adequada e mostrar todo o

seu potencial

Este sistema estaacute carregado da antiga visatildeo de assistencialismo

capacidade laborativa reduzida e falta de noccedilatildeo sobre cidadania Na sociedade

brasileira ele ainda eacute necessaacuterio para que as pessoas apostem nestes

profissionais e desta forma descubram que eles tecircm um enorme potencial

Em vaacuterios paiacuteses como EUA Canadaacute Gratilde-Bretanha Nova Zelacircndia

Dinamarca Sueacutecia Finlacircndia Austraacutelia e Portugal este princiacutepio foi extinto e a

antiga visatildeo foi superada Em naccedilotildees como o Brasil ela estaacute em vias de

superaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo eacute a melhor forma de acabar com o preconceito

Durante anos a sociedade excluiu as pessoas com deficiecircncia do

conviacutevio social Esta exclusatildeo se reflete ateacute hoje em diversos setores sociais

Vaacuterias leis foram criadas visando agrave inclusatildeo dos cidadatildeos com

deficiecircncia mas algumas delas foram concebidas quando ainda se tinha pouco

conhecimento sobre este puacuteblico e suas limitaccedilotildees O sistema de cotas eacute uma

delas

a) 1980 - estabelecida como a deacutecada internacional da pessoa com

deficiecircncia

b) 1992 - estabelecida a data de 3 de dezembro como dia internacional das

pessoas portadoras de deficiecircncia da ONU

30

c) 1994 - declaraccedilatildeo de Salamanca (Espanha) tratando da educaccedilatildeo

especial

d) 1995 - a Inglaterra aprova legislaccedilatildeo semelhante para empresas com

mais de vinte empregados

e) 1999 - promulgada na Guatemala a convenccedilatildeo interamericana para a

eliminaccedilatildeo de todas as formas de discriminaccedilatildeo contra as pessoas

portadoras de deficiecircncia

f) 2002 - realizado em marccedilo o congresso europeu sobre deficiecircncia em

Madri que estabeleceu 2003 como o ano europeu das pessoas com

deficiecircncia

g) 1981 - adotado pela ONU como o ano internacional das pessoas com

deficiecircncia

h) 1983 elaboraccedilatildeo da convenccedilatildeo 159 pela OIT

i) 1990 - aprovada a ADA (Lei dos Deficientes dos Estados Unidos)

aplicaacutevel a toda empresa com mais de quinze funcionaacuterios

j) 1997 - tratado de Amsterdatilde em que a Uniatildeo Europeacuteia se compromete a

facilitar a inserccedilatildeo e a permanecircncia das pessoas com deficiecircncia nos

mercados de trabalho

1433 Direito agrave educaccedilatildeo

Para se tornar parte da sociedade eacute necessaacuterio compreende-la A base

para o sucesso de qualquer cidadatildeo estaacute na educaccedilatildeo e isto natildeo eacute diferente

para as pessoas com deficiecircncia Participar do sistema educacional eacute garantir a

inclusatildeo social e a igualdade de oportunidades

A Lei 939496 art4ordm que estabelece as diretrizes e bases da educaccedilatildeo

nacional (LDB) reconhece que a educaccedilatildeo eacute um instrumento fundamental para

a integraccedilatildeo e participaccedilatildeo de qualquer pessoa com deficiecircncia no contexto em

que vive Estaacute disposto nesta lei que haveraacute quando necessaacuterio serviccedilos de

apoio especializado na escola regular para atender agraves peculiaridades da

clientela de educaccedilatildeo especial e que o atendimento educacional seraacute feito em

classes escolas ou serviccedilos especializados sempre que em funccedilatildeo das

31

condiccedilotildees especiacuteficas dos alunos natildeo for possiacutevel a sua integraccedilatildeo nas

classes comuns de ensino regular

A legislaccedilatildeo brasileira tambeacutem prevecirc o acesso a livros em Braille de uso

exclusivo das pessoas com deficiecircncia visual

1434 Direito agrave sauacutede

A assistecircncia agrave sauacutede e agrave reabilitaccedilatildeo cliacutenica satildeo condiccedilotildees decisivas

para a inclusatildeo da pessoa com deficiecircncia na sociedade

Para promover a melhoria da qualidade de vida e com intuito de

estimular a independecircncia do indiviacuteduo com deficiecircncia nas suas atividades

diaacuterias foi criado o sistema das redes estaduais de assistecircncia agrave pessoa com

deficiecircncia

Este projeto oferece ajuda teacutecnica aleacutem de oacuterteses e proacuteteses para que

a pessoa tenha maior autonomia

Outro sistema criado para a manutenccedilatildeo da sauacutede fiacutesica e mental do

cidadatildeo com deficiecircncia eacute a Poliacutetica Nacional para a integraccedilatildeo da pessoa com

deficiecircncia implantada em 1989 Regulamentada pelo Decreto nordm 3298 prevecirc

auxiacutelio na prevenccedilatildeo de doenccedilas atendimento psicoloacutegico reabilitaccedilatildeo

fornecimento de medicamentos e assistecircncia atraveacutes de planos de sauacutede

1435 Direito a isenccedilotildees fiscais e financiamento

Pessoas com deficiecircncia empresas bancos e demais instituiccedilotildees

ligadas a este puacuteblico possuem alguns benefiacutecios previstos em lei

Para as empresas dispostas a contribuir com a inclusatildeo social de

portadores de necessidades especiais a legislaccedilatildeo brasileira prevecirc a

concessatildeo fiscal Podem ser firmados convecircnios que garantem a isenccedilatildeo de

ICMS seja para doaccedilatildeo de equipamentos adaptados seja para aquisiccedilotildees de

aparelhos e acessoacuterios destinados agraves instituiccedilotildees que atendam este segmento

da populaccedilatildeo

Automoacuteveis adquiridos em alguns estados brasileiros por pessoas com

32

deficiecircncia fiacutesica visual mental e autistas ou seus representantes legais satildeo

isentos de ICMS (Imposto sobre Circulaccedilatildeo de Mercadorias e Serviccedilos) e do

IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de acordo com a Lei 1075403

Os financiamentos de automoacuteveis de fabricaccedilatildeo nacional tambeacutem satildeo

liberados do IOF (Imposto sobre Operaccedilotildees Financeiras)

Tais benefiacutecios ainda natildeo satildeo tributados pelo Imposto de Renda e tanto

a aquisiccedilatildeo de aparelhos e materiais como a realizaccedilatildeo de outras despesas

podem ser deduzidas do imposto

1436 Direito ao passe livre

Os cidadatildeos com deficiecircncia tambeacutem possuem benefiacutecios relacionados

aos meios de transporte A Lei 889994 conhecida como Lei do Passe Livre

prevecirc que toda pessoa com deficiecircncia tem direito ao transporte coletivo

interestadual gratuito e que cabe a cada estado ou municiacutepio implantar

programas similares ao passe livre para os transportes municipais e estaduais

Aleacutem do transporte gratuito o municiacutepio deve garantir que os meios de

transporte sejam acessiacuteveis a estes cidadatildeos

15 Declaraccedilatildeo de Salamanca princiacutepios poliacutetica e praacutetica na educaccedilatildeo

especial

Notando com satisfaccedilatildeo um incremento no envolvimento de governos

grupos de advocacia comunidades e pais e em particular de organizaccedilotildees de

pessoas com deficiecircncias na busca pela melhoria do acesso agrave educaccedilatildeo para

a maioria daqueles cujas necessidades especiais ainda se encontram

desprovidas e reconhecendo como evidecircncia para tal envolvimento a

participaccedilatildeo ativa do alto niacutevel de representantes e de vaacuterios governos

agecircncias especializadas e organizaccedilotildees intergovernamentais naquela

Conferecircncia Mundial

a) Os delegados da Conferecircncia Mundial de Educaccedilatildeo Especial

33

representando 88 governos e 25 organizaccedilotildees internacionais em

assembleia em Salamanca Espanha entre 7 e 10 de junho de 1994

reafirma o compromisso para com a educaccedilatildeo para todos

reconhecendo a necessidade e urgecircncia do providenciamento de

educaccedilatildeo para as crianccedilas jovens e adultos com necessidades

educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino e re-

endossa a estrutura de accedilatildeo em educaccedilatildeo especial em que pelo

espiacuterito de cujas provisotildees e recomendaccedilotildees governo e

organizaccedilotildees sejam guiados

b) Acreditam e proclamam que toda crianccedila tem direito fundamental agrave

educaccedilatildeo e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o niacutevel

adequado de aprendizagem toda crianccedila possui caracteriacutesticas

interesses habilidades e necessidades de aprendizagem que satildeo

uacutenicas sistemas educacionais deveriam ser designados e programas

educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em

conta a vasta diversidade de tais caracteriacutesticas e necessidades

aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso

agrave escola regular que deveria acomodaacute-los dentro de uma pedagogia

centrada na crianccedila capaz de satisfazer a tais necessidades

escolas regulares que possuam tal orientaccedilatildeo inclusiva constituem

os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatoacuterias

criando-se comunidades acolhedoras construindo uma sociedade

inclusiva e alcanccedilando educaccedilatildeo para todos aleacutem disso tais escolas

proveem uma educaccedilatildeo efetiva agrave maioria das crianccedilas e aprimoram

a eficiecircncia e em uacuteltima instacircncia o custo da eficaacutecia de todo o

sistema educacional

c) Congregam todos os governos e demandam que atribuam a mais

alta prioridade poliacutetica e financeira ao aprimoramento de seus

sistemas educacionais no sentido de se tornarem aptos a incluiacuterem

todas as crianccedilas independentemente de suas diferenccedilas ou

dificuldades individuais adotem o princiacutepio de educaccedilatildeo inclusiva em

forma de lei ou de poliacutetica matriculando todas as crianccedilas em

escolas regulares a menos que existam fortes razotildees para agir de

outra forma desenvolvam projetos de demonstraccedilatildeo e encorajem

34

intercacircmbios em paiacuteses que possuam experiecircncias de escolarizaccedilatildeo

inclusiva estabeleccedilam mecanismos participatoacuterios e

descentralizados para planejamento revisatildeo e avaliaccedilatildeo de provisatildeo

educacional para crianccedilas e adultos com necessidades educacionais

especiais encorajem e facilitem a participaccedilatildeo de pais comunidades

e organizaccedilotildees de pessoas portadoras de deficiecircncias nos processos

de planejamento e tomada de decisatildeo concernentes agrave provisatildeo de

serviccedilos para necessidades educacionais especiais invistam

maiores esforccedilos em estrateacutegias de identificaccedilatildeo e intervenccedilatildeo

precoces bem como nos aspectos vocacionais da educaccedilatildeo

inclusiva garantam que no contexto de uma mudanccedila sistecircmica

programas de treinamento de professores tanto em serviccedilo como

durante a formaccedilatildeo incluam a provisatildeo de educaccedilatildeo especial dentro

das escolas inclusivas

d) Tambeacutem congregam a comunidade internacional em particular

governos com programas de cooperaccedilatildeo internacional agecircncias

financiadoras internacionais especialmente as responsaacuteveis pela

Conferecircncia Mundial em Educaccedilatildeo para Todos UNESCO UNICEF

UNDP e o Banco Mundial a endossar a perspectiva de escolarizaccedilatildeo

inclusiva e apoiar o desenvolvimento da educaccedilatildeo especial como

parte integrante de todos os programas educacionais as Naccedilotildees

Unidas e suas agecircncias especializadas em particular a ILO WHO

UNESCO e UNICEF a reforccedilar seus estiacutemulos de cooperaccedilatildeo

teacutecnica bem como reforccedilar suas cooperaccedilotildees e redes de trabalho

para um apoio mais eficaz agrave jaacute expandida e integrada provisatildeo em

educaccedilatildeo especial organizaccedilotildees natildeo-governamentais envolvidas na

programaccedilatildeo e entrega de serviccedilo nos paiacuteses a reforccedilar sua

colaboraccedilatildeo com as entidades oficiais nacionais e intensificar o

envolvimento crescente delas no planejamento implementaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de provisatildeo em educaccedilatildeo especial que seja inclusiva

UNESCO enquanto a agecircncia educacional das Naccedilotildees Unidas a

assegurar que educaccedilatildeo especial faccedila parte de toda discussatildeo que

lide com educaccedilatildeo para todos em vaacuterios foros a mobilizar o apoio de

organizaccedilotildees dos profissionais de ensino em questotildees relativas ao

35

aprimoramento do treinamento de professores no que diz respeito a

necessidade educacionais especiais a estimular a comunidade

acadecircmica no sentido de fortalecer pesquisa redes de trabalho e o

estabelecimento de centros regionais de informaccedilatildeo e documentaccedilatildeo

e da mesma forma a servir de exemplo em tais atividades e na

disseminaccedilatildeo dos resultados especiacuteficos e dos progressos

alcanccedilados em cada paiacutes no sentido de realizar o que almeja a

presente declaraccedilatildeo a mobilizar fundos atraveacutes da criaccedilatildeo (dentro

de seu proacuteximo planejamento a meacutedio prazo 1996-2000) de um

programa extensivo de escolas inclusivas e programas de apoio

comunitaacuterio que permitiriam o lanccedilamento de projetos-piloto que

demonstrassem novas formas de disseminaccedilatildeo e o desenvolvimento

de indicadores de necessidade e de provisatildeo de educaccedilatildeo especial

e) Por uacuteltimo expressam o caloroso reconhecimento ao governo da

Espanha e agrave UNESCO pela organizaccedilatildeo da Conferecircncia e

demandam-lhes realizarem todos os esforccedilos no sentido de trazer

esta declaraccedilatildeo e sua relativa estrutura de accedilatildeo da comunidade

mundial especialmente em eventos importantes tais como o Tratado

Mundial de Desenvolvimento Social (em Kopenhagen em 1995) e a

Conferecircncia Mundial sobre a Mulher (em Beijing em 1995) Adotada

por aclamaccedilatildeo na cidade de Salamanca Espanha neste deacutecimo dia

de junho de 1994

Durante os uacuteltimos 15 ou 20 anos tem se tornado claro que o conceito de necessidades educacionais especiais teve que ser ampliado para incluir todas as crianccedilas que natildeo estejam conseguindo se beneficiar com a escola seja por que motivo for (UNESCO 1994 p15)

16 Diretrizes na educaccedilatildeo especial na perspectiva da inclusatildeo

A consciecircncia do direito de construir uma identidade proacutepria e do reconhecimento da identidade do outro se traduz no direito de igualdade e no respeito agraves diferenccedilas assegurando oportunidades diferentes (equidade) tantas quanto forem necessaacuterias com vistas agrave busca da igualdade (BRASIL 2001)

36

A educaccedilatildeo especial eacute uma modalidade de ensino que perpassa todos

os niacuteveis etapas e modalidades realiza o atendimento educacional

especializado disponibiliza os serviccedilos e recursos proacuteprios desse atendimento

e orienta os alunos e seus professores quanto a sua utilizaccedilatildeo nas turmas

comuns do ensino regular

O atendimento educacional especializado identifica elabora e organiza

recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a

plena participaccedilatildeo dos alunos considerando as suas necessidades

especiacuteficas As atividades desenvolvidas no atendimento educacional

especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum natildeo

sendo substitutivas agrave escolarizaccedilatildeo Esse atendimento completa e suplementa

a formaccedilatildeo dos alunos com vistas agrave autonomia e independecircncia na escola e

fora dela

Tal modalidade de ensino disponibiliza programas de enriquecimento

curricular o ensino de linguagem e coacutedigos especiacuteficos de comunicaccedilatildeo e

sinalizaccedilatildeo ajudas teacutecnicas e tecnoloacutegicas assistidas dentre outros Ao longo

de todo processo de escolarizaccedilatildeo esse atendimento deve estar articulado

com a proposta pedagoacutegica de ensino comum

A inclusatildeo escolar tem inicio na educaccedilatildeo infantil onde se desenvolvem

as bases necessaacuterias para a construccedilatildeo do conhecimento e seu

desenvolvimento global Nessa etapa o luacutedico o acesso agraves formas

diferenciadas de comunicaccedilatildeo a riqueza de estiacutemulos nos aspectos fiacutesicos

emocionais cognitivos psicomotores e sociais e a convivecircncia com as

diferenccedilas favorecem as relaccedilotildees interpessoais o respeito e a valorizaccedilatildeo da

crianccedila Do nascimento aos trecircs anos o atendimento educacional

especializado se expressa por meio de serviccedilos que objetivam aperfeiccediloar o

processo de desenvolvimento e aprendizagem em interface com os serviccedilos de

sauacutede e assistecircncia social

Em todas as etapas e modalidades da educaccedilatildeo baacutesica o atendimento

especializado eacute organizado para apoiar o desenvolvimento dos alunos

constituindo oferta obrigatoacuteria dos sistemas de ensino e deve ser realizado no

turno inverso ao da classe comum na proacutepria escola ou centro especializado

que realize esse serviccedilo educacional Este atendimento eacute realizado mediante a

37

atuaccedilatildeo de profissionais com conhecimento especiacuteficos no ensino da Liacutengua

Brasileira de Sinais da Liacutengua Portuguesa e na modalidade escrita como

segunda liacutengua do Sistema Braille do Soroban da orientaccedilatildeo e mobilidade

das atividades de vida autocircnoma da comunicaccedilatildeo alternativa do

desenvolvimento dos processos mentais superiores dos programas de

enriquecimento curricular da adequaccedilatildeo e produccedilatildeo de materiais didaacuteticos e

pedagoacutegicos da utilizaccedilatildeo de recursos oacutepticos e natildeo oacutepticos da tecnologia

assistida e outros

Cabe aos sistemas de ensino ao organizar a educaccedilatildeo especial na

perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva disponibilizar as funccedilotildees do instrutor de

Libras e guia interprete bem como de monitor dos alunos com necessidades

de apoio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo locomoccedilatildeo entre outras que

exijam auxilio constante no cotidiano escolar

Para atuar na educaccedilatildeo especial o professor deve ter como base de

sua formaccedilatildeo inicial e continuada conhecimentos gerais para o exerciacutecio da

docecircncia e conhecimentos especiacuteficos da aacuterea Essa formaccedilatildeo possibilita a sua

atuaccedilatildeo no atendimento educacional especializado e deve aprofundar o caraacuteter

interativo e interdisciplinar da atuaccedilatildeo nas salas comuns do ensino regular nas

salas de recursos nos centros de atendimento educacional especializado nos

nuacutecleos de acessibilidade das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior nas classes

hospitalares e nos ambientes domiciliares para a oferta dos serviccedilos e

recursos de educaccedilatildeo especial

38

CAPIacuteTULO II

CAPACITACcedilAtildeO E CONCEPCcedilAtildeO DE PROFESSORES NO PROCESSO DE

INCLUSAtildeO ESCOLAR

2 CAPACITACcedilAtildeO PROFISSIONAL E A INCLUSAtildeO ESCOLAR

A formaccedilatildeo de professores que atuam diretamente na inclusatildeo escolar

sempre se constituiu numa grande problemaacutetica com relaccedilatildeo ao atendimento

do aluno com necessidades especiais Tudo eacute muito novo e desafiador E isto

infelizmente ainda eacute uma barreira para que a inclusatildeo se efetive com alicerce

suficiente para se sustentar

Nos finais do Impeacuterio o atendimento a essa clientela era vinculada agrave

sauacutede Nos anos 20 do seacuteculo passado iniciou-se uma crescente preocupaccedilatildeo

com a questatildeo propriamente pedagoacutegica porem influenciada pela abordagem

psicoloacutegica natildeo abandonando o campo da sauacutede

Para atender agraves demandas cada professor deveria estar apto a

elaborar incrementar e implementar situaccedilotildees de ensino que favorecessem a

construccedilatildeo dos conceitos mais primaacuterios aos mais complexos Eacute importante

que o professor organize seu planejamento de maneira que natildeo passem

despercebidos pelas situaccedilotildees de ensino conceitos que podem parecer

simples mas que na verdade satildeo preacute-requisitos para o que se pensa ser o

mais importante Contudo natildeo satildeo poucos os casos em que as situaccedilotildees

acabam sendo apresentadas de forma restrita sem pertinecircncia aos alunos que

participam da accedilatildeo inclusiva

O cotidiano de sala de aula requer na atualidade a efetivaccedilatildeo de accedilotildees

didaacuteticas flexiacuteveis poreacutem contextualizadas a adequaccedilatildeo de recursos sem

depreciar a capacidade e a imagem do aluno com o qual interagimos uma

reformulaccedilatildeo das dinacircmicas em sala de aula que possibilite a participaccedilatildeo

39

efetiva de todos

Muitos recursos muitas vezes satildeo pouco explorados ou ateacute mesmo

desconsiderados pelo professor com o passar dos niacuteveis propostos pelo

sistema de educaccedilatildeo No entanto quando o professor eacute o agente mediador de

um contexto educacional no qual a diversidade estaacute mais complexa devido agraves

demandas que um tipo de necessidade educativa especial pode gerar eacute

essencial que ele natildeo perca de vista a validade de determinados recursos

diante da construccedilatildeo de conceitos mais elaborados ou abstratos (FERREIRA

2004)

Valorizar a singularidade de cada ser humano eacute um compromisso eacutetico

de contribuir com as transformaccedilotildees necessaacuterias agrave construccedilatildeo de uma

sociedade mais justa (SOUZA SILVA 2005 p 239)

Um sistema escolar inclusivo precisa investir na capacitaccedilatildeo contiacutenua dos

professores e funcionaacuterios das escolas realizando o chamamento dos que

ainda natildeo se consideram envolvidos para um processo de sensibilizaccedilatildeo e

atualizaccedilatildeo constante de toda escola e comunidade Nesse aspecto a

assessoria ao professor eacute fundamental para orientaccedilatildeo e anaacutelise na busca de

soluccedilotildees para os problemas surgidos na sala de aula no aprofundamento das

questotildees teoacutericas na construccedilatildeo de intervenccedilotildees pedagoacutegicas na seleccedilatildeo de

recursos materiais e tecnoloacutegicos para a aprendizagem dos alunos no

processo de avaliaccedilatildeo na inter-relaccedilatildeo com as famiacutelias bem como na

mediaccedilatildeo entre escola e serviccedilos especializados para atendimento ao aluno

com necessidades educacionais na aacuterea da sauacutede da assistecircncia social do

trabalho entre outros (BEYER 2005)

Para Marques (2006) inclusatildeo escolar implica numa reorganizaccedilatildeo

estrutural da escola de todos os elementos da praacutetica pedagoacutegica

considerando o dado do muacuteltiplo da diversidade e natildeo mais o padratildeo

universal O atual momento histoacuterico exige uma participaccedilatildeo efetiva da escola

como instituiccedilatildeo loacutecus do conhecimento e da formaccedilatildeo de cidadatildeos capazes de

intervir nos rumos da sociedade Neste sentido faz-se necessaacuteria uma escola

criativa onde todos os seus componentes sejam co-sujeitos na produccedilatildeo de um

saber-instrumento para o conviacutevio escolar e social Cabe portanto a alunos

professores e sujeitos desse processo planejar e construir as diferentes etapas

de nossa caminhada etapas que se num primeiro momento satildeo idealizadas

40

logo transformam-se em realidade pela reflexatildeo criacutetica de nossas proacuteprias

possibilidades na construccedilatildeo dessa nova escola Assim eacute preciso

redimensionar o modo de pensar e fazer a educaccedilatildeo tarefa por natureza

complexa que envolve elementos poliacuteticos soacutecio-econocircmicos teacutecnicos e

culturais

Essa postura por sua vez implica na superaccedilatildeo da dicotomia e

fragmentaccedilatildeo das atribuiccedilotildees dos agentes educativos dos rituais dos

conteuacutedos metodoloacutegicos dos recursos pedagoacutegicos do processo de

avaliaccedilatildeo bem como das concepccedilotildees de educaccedilatildeo e de sociedade Enfatiza

tambeacutem que implica para o professor em uma seacuterie de mudanccedilas com relaccedilatildeo

a sua postura pressuposto baacutesico de sua atuaccedilatildeo a compreensatildeo das

diferentes necessidades educacionais de seus alunos sendo necessaacuteria aacute

flexibilizaccedilatildeo do professor no exerciacutecio do compromisso eacutetico para se adequar

agraves novas situaccedilotildees que surgiratildeo em decorrecircncia das diversidades presentes

em seu cotidiano atentando para a supressatildeo de uma possiacutevel postura

discriminatoacuteria

Zimmermann (2008) destaca que a instituiccedilatildeo escolar precisa redefinir

sua base de estrutura organizacional destituindo-se de burocracias

reorganizando grades curriculares proporcionando maior ecircnfase agrave formaccedilatildeo

humana dos professores e afinando a relaccedilatildeo famiacutelia

escola propondo uma

praacutetica pedagoacutegica coletiva dinacircmica e flexiacutevel para atender esta nova

realidade educacional A educaccedilatildeo inclusiva tem forccedila transformadora e

aponta para uma nova era natildeo somente educacional mas para uma sociedade

inclusiva

Segundo Mittler (2008) as escolas a volta poderiam tentar encontrar

novos modos de pedir aos pais as suas opiniotildees sobre como poderiam ser

fortalecidos os viacutenculos entre lar e a escola Os viacutenculos mais iacutentimos entre

pais e professor natildeo podem ser prescritos de cima para baixo mas sim

fundamentados nos desejos e nas prioridades daquele que estatildeo nessa aacuterea

A uacuteltima palavra vai para um grupo de pais de crianccedilas com

necessidades especiais e deficiecircncia ( RUSSEL 1997 apud MITTEL

2008p227)

a) Por favor aceite e valorize nossas crianccedilas (e noacutes mesmos como

famiacutelia) como noacutes somos valorizados

41

b) Por favor celebre a diferenccedila

c) Por favor aceite nossas crianccedilas primeiramente como crianccedilas Natildeo

coloque roacutetulos nelas a menos que vocecirc pretenda fazer algo

d) Por favor reconheccedila seu poder sobre nossas vidas Vivemos com as

consequumlecircncias de suas opiniotildees e decisotildees

e) Por favor entenda a tensatildeo sob qual muitas famiacutelias estatildeo vivendo

Os encontros cancelados a lista de espera que ningueacutem consegue

chegar ao inicio todas as discussotildees sobre recursos eacute sobre nossa

vida que vocecirc esta falando

f) Por favor natildeo use modas passageiras e tratamentos conosco a

menos que vocecirc vai estar conosco E natildeo esqueccedila que as famiacutelias

tecircm muitos membros muitas responsabilidades Agraves vezes natildeo

podemos agradar a todo mundo

g) Por favor reconheccedila que aacutes vezes noacutes eacute que temos razatildeo Por favor

acredite em noacutes e escute o que sabemos sobre o que noacutes e nossas

crianccedilas necessitamos

h) Agraves vezes estamos tristes cansados e deprimidos Por favor valorize

nos como famiacutelias preocupadas e comprometidas e tente continuar a

trabalhar conosco

Limaverde (2009) acredita que a maioria dos professores vem de

cursos onde a discussatildeo da teoria e da praacutetica ainda eacute dividida Discute-se

teoria e praacutetica de maneira isolada Ainda se estuda uma teoria idealizada

Poucos cursos de formaccedilatildeo de professores oferecem de modo obrigatoacuterio em

seus curriacuteculos as disciplinas relacionadas agrave diferenccedila agraves deficiecircncias Aleacutem

da formaccedilatildeo do nuacutecleo comum eles tambeacutem precisam se atentar para essas

especificidades Haacute uma obrigatoriedade de se ofertar nos cursos de

pedagogia a disciplina de Libras Mas isso natildeo deve ocorrer apenas na

formaccedilatildeo inicial mas tambeacutem na formaccedilatildeo continuada que eacute aquela em

serviccedilo mas que muitas vezes natildeo contemplam essas especificidades

O problema de formaccedilatildeo eacute muito grave porque repercute nessa

inseguranccedila do professor no preconceito no medo Aleacutem do entrave da

formaccedilatildeo no aspecto pedagoacutegico as escolas elaboram seu projeto poliacutetico

pedagoacutegico sem levar em conta a presenccedila do aluno com deficiecircncia As

praacuteticas a organizaccedilatildeo da sala de aula natildeo leva em conta a presenccedila desse

42

aluno Onde natildeo haacute uma interlocuccedilatildeo mais refinada entre o ensino comum e a

Educaccedilatildeo Especial com esse saber mais especiacutefico natildeo haacute inclusatildeo

A inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino Assim na formaccedilatildeo do professor teria dois espaccedilos um da sala de

aula que eacute a formaccedilatildeo comum para todos os professores contemplando

desenvolvimento aprendizagem e uma na formaccedilatildeo continuada Uma

formaccedilatildeo que atenda agraves diferenccedilas da sala de aula o atendimento agrave educaccedilatildeo

especializada aleacutem da formaccedilatildeo baacutesica cursos de extensatildeo de libras de

soroban de braile de tecnologia assistida para que esse professor possa

atender a especificidade desses alunos O aluno com deficiecircncia eacute um ser

humano que se desenvolve como qualquer outro As teorias e teacutecnicas que

foram estudadas satildeo suporte para esse trabalho Agora o que vai modificar na

sua atuaccedilatildeo eacute a maneira como ele organiza suas praacuteticas pedagoacutegicas Na

maioria das vezes eles organizam praacuteticas homogecircneas do aluno idealizado Eacute

importante um planejamento para pensar essas diferenccedilas na sala de aula Eacute

um trabalho do projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

21 Concepccedilotildees de professores sobre a inclusatildeo na educaccedilatildeo regular e

especial

Inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino (LIMAVERDE 2009)

Apenas a partir do seacuteculo XX verificou-se uma melhor aceitaccedilatildeo das

pessoas com necessidades especiais momento em que se iniciou a sua

desinstitucionalizaccedilatildeo e educaccedilatildeo escolar Ateacute este periacuteodo eram segregados

e praticamente privados de conviacutevio social Entretanto verifica-se que as

conquistas ainda foram poucas pois o preconceito a ignoracircncia e a

discriminaccedilatildeo ainda satildeo muito fortes em relaccedilatildeo ao deficiente e a deficiecircncia

Para Carmo (2000) a inclusatildeo eacute um assunto que deve ser refletido e

investigado com muita precisatildeo jaacute que a sociedade pode estar criando uma

nova modalidade a de excluiacutedos dentro da inclusatildeo podemos assim concluir

nessa reflexatildeo para que haja o processo de ensino-aprendizagem nos alunos

portadores de necessidades educacionais especiais o professor teraacute que se

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capacitar para atender a proposta desta nova face da educaccedilatildeo brasileira ele

teraacute que tentar conciliar as teorias sobre o assunto com sua pratica e a

realidade da sala de aula Pois soacute assim a inclusatildeo do aluno portador de

necessidades educacionais especiais seraacute bem sucedida e gerando bons

resultados no futuro

Assim a inclusatildeo deste tipo de aluno requer novas posturas tanto aos

professores quanto ao sistema educacional brasileiro levando em consideraccedilatildeo

que todos noacutes estaremos ganhando Lembrando tambeacutem que este processo

de aprendizagem requer a reciprocidade das experiecircncias entre o aluno com

necessidades educacionais especiais o professor e os demais alunos Um

processo de aprendizagem onde todos participam a aquisiccedilatildeo do

conhecimento ocorreraacute com mais facilidade

Mantoan Pietro Arantes (2006) acredita que recriar um novo modelo

educativo com ensino de qualidade que diga natildeo aacute exclusatildeo social implica em

condiccedilotildees de trabalho pedagoacutegico e uma rede de saberes que se entrelaccedilam e

caminham no sentido contraacuterio do paradigma tradicional de educaccedilatildeo

segregadora Eacute uma reviravolta complexa mas possiacutevel basta que lutemos por

ela que nos aperfeiccediloemos e estejamos abertos a colaborar na busca dos

caminhos pedagoacutegicos da inclusatildeo Pois nem todas as diferenccedilas

necessariamente inferiorizam as pessoas Elas tem diferenccedilas e igualdades

mas entre elas nem tudo deve ser igual assim como nem tudo deve ser

diferente

De acordo com Santos (apud MANTOAN2003 p34 ) eacute preciso que

tenhamos o direito de sermos diferentes quando a igualdade nos

descaracteriza e o direito de sermos iguais quando a diferenccedila nos inferioriza

Assim a luta pela escola inclusiva embora seja contestada e tenha ateacute

mesmo assustado a comunidade escolar exige mudanccedila de haacutebitos e atitudes

pela sua loacutegica e eacutetica nos remete a refletir e reconhecer que trata-se de um

posicionamento social que garante a vida com igualdade pautada pelo

respeito agraves diferenccedilas Apesar das iniciativas acanhadas da comunidade

escolar e da sociedade geral eacute possiacutevel adequar a escola para um novo

tempo Precisa estar imbuiacutedos de boa vontade e compromisso enfrentar com

seguranccedila e otimismo este desafio enxergar a clareza e obviedade eacutetica da

proposta inclusiva e contribuir para o desmantelamento dessa maacutequina escolar

44

enferrujada

Para Lisita e Souza (2003) das utopias concretas da modernidade tem-

se hoje apenas a certeza da transitoriedade O sentido da revoluccedilatildeo antes

propagado daacute lugar a um leque de possibilidades as quais se abrem num

horizonte virtual em constantes mudanccedilas Que se trata de uma nova realidade

mundial natildeo se discute Indaga-se no entanto o que se tem a fazer diante de

tal realidade

Nesse sentido a ciecircncia e a tecnologia tecircm se constituiacutedo nos principais

agentes de proposiccedilatildeo e de determinaccedilatildeo dessas mudanccedilas A sensaccedilatildeo que

se tem eacute a de que amanheceremos a cada dia num novo mundo repleto de

novidades e onde o ontem estaacute cada vez e mais rapidamente distante

O cenaacuterio do mundo atual evidencia um movimento em direccedilatildeo a um

sentido de inclusatildeo social o sujeito com deficiecircncia passa a dividir a cena com

os sujeitos sem deficiecircncia coabitando os diversos espaccedilos sociais Nota-se

pois um grande dinamismo experimentado pelos sujeitos e em particular

pelos sujeitos com deficiecircncia num mundo onde conceitos e praacuteticas assumem

cada vez mais um caraacuteter efecircmero e de possibilidades muacuteltiplas

Segundo Ferreira e Glat (2004) satildeo frequentes relatos de professores

principalmente em conselhos de classe sobre a dificuldade de determinados

alunos quanto agrave efetivaccedilatildeo de algumas propostas educacionais Na maioria

das situaccedilotildees o que de fato acontece natildeo eacute uma dificuldade do aluno em

realizar ou compreender a atividade solicitada e sim uma inadequaccedilatildeo do

procedimento dos objetivos eou da avaliaccedilatildeo realizada pelo professor Nesse

sentido eacute importante o professor analisar algumas questotildees como

a) de que maneira todos os alunos poderatildeo participar da aula proposta

b) se haacute necessidade de apoio adaptaccedilotildees e como fazecirc-las para sua

plena participaccedilatildeo

c) que expectativas devem ser esperadas eou modificadas para a

efetivaccedilatildeo da atividade (como os alunos demonstram o que sabem a

quantidade e qualidade das atividades propostas)

d) quais satildeo os objetivos prioritaacuterios para a aprendizagem

Enfim eacute do conhecimento de todos que natildeo haacute formas sem

precedentes que se bastem ou que se perpetuem diante das realidades

necessidades e demandas dos alunos que compotildeem as salas de aula que hoje

45

cada professor assume Eacute importante a busca constante de praacuteticas pautadas

no contexto que o aluno vivencia inovadoras pois o trabalho eacute dinacircmico

sendo fundamental que cada profissional pense na sua disponibilidade para a

construccedilatildeo de praacuteticas efetivas que conduzam a uma educaccedilatildeo de qualidade

para todos como descrevem Ferreira e Glat 2004

Poso (2004) acredita que por um lado os professores julgam-se

incapazes de dar conta dessa demanda despreparados e impotentes frente a

essa realidade que eacute agravada pela falta de material adequado de apoio

administrativo e recursos financeiros

Mantoan (2003) enfatiza que a radicalidade da inclusatildeo vem do fato de

esta exigir uma mudanccedila de paradigma educacional onde na perspectiva

inclusiva suprime-se a sub-divisatildeo dos sistemas escolares em modalidades de

ensino especial e regular As escolas atendem as diferenccedilas sem discriminar

sem estabelecer prioridades e necessidades sem estabelecer regras

diferenciadas para cada caso no planejamento avaliaccedilatildeo e aprendizado

Assim pode-se imaginar o impacto da inclusatildeo nos sistemas de ensino ao

supor a aboliccedilatildeo completa dos serviccedilos segregados da educaccedilatildeo especial os

programas de reforccedilo escolar salas de aceleraccedilatildeo e turmas especiais

Desta forma a inclusatildeo eacute uma provocaccedilatildeo cuja intenccedilatildeo eacute melhorar a

qualidade do ensino atingindo todos os alunos de uma forma globalizada

Incluir eacute necessaacuterio primordialmente para melhorar as condiccedilotildees da escola

de modo que nela se possam formar geraccedilotildees mais preparadas para viver a

vida na sua plenitude livremente sem preconceitos sem barreiras Confirma-

se assim mais uma vez a necessidade de a educaccedilatildeo se atualizar e os

professores aperfeiccediloarem as suas praacuteticas para que as escolas se obriguem

a um esforccedilo de modernizaccedilatildeo e reestruturaccedilatildeo de suas condiccedilotildees atuais

Pretende-se que a escola seja inclusiva eacute primordial que seus planos se

redefinam para uma educaccedilatildeo voltada agrave cidadania global plena livre de

preconceitos e disposta a reconhecer e entende as diferenccedilas entre as

pessoas principalmente quanto aos seus aspectos fiacutesico mental e intelectual

Natildeo basta uma educaccedilatildeo para a cidadania eacute preciso educar para a liberdade

e nesse sentido nenhuma forma de subordinaccedilatildeo intelectual pode ser

admitida

Os desafios para a concretizaccedilatildeo dos ideais inclusivos na educaccedilatildeo

46

brasileira satildeo inuacutemeros Haacute ainda de se vencer os desafios que impotildee o

conservadorismo das instituiccedilotildees especializadas e enfrentar as pressotildees

poliacuteticas e das pessoas com deficiecircncia ainda muito habituadas a seus roacutetulos

e a benefiacutecios que acentuam a incapacidade as limitaccedilotildees o paternalismo e o

protecionismo social

Smeha Ferreira (2005) descrevem que vaacuterios professores afirmam

apresentar sentimentos de despreparo para trabalharem junto agraves crianccedilas com

necessidades especiais Que natildeo tiveram em sua formaccedilatildeo acadecircmica o

preparo adequado que os capacite a lidar com a diversidade e isso gera

intenso sofrimento pois ensinar crianccedilas com limitaccedilotildees exige conhecimento

competecircncia e habilidade para que o processo inclusivo seja efetivado

Os professores foram preparados para trabalharem com as crianccedilas que

aprendem assim quando eles se deparam com as limitaccedilotildees na

aprendizagem sentem frustraccedilatildeo anguacutestia impotecircncia e medo Portanto faz-

se necessaacuterio uma significativa reformulaccedilatildeo nos cursos de graduaccedilatildeo que

estatildeo formando professores os quais certamente teratildeo alunos com

necessidades educativas especiais em sua trajetoacuteria profissional Aliaacutes essa

reformulaccedilatildeo deve abarcar natildeo somente conhecimentos sobre educaccedilatildeo de

pessoas com deficiecircncia mas tambeacutem oportunizar autoconhecimento para

que os professores possam atuar de forma mais confiante atendendo agraves

demandas educacionais especiais com mais prazer e menos sofrimento Aleacutem

da reestruturaccedilatildeo nas aacutereas que envolvem a formaccedilatildeo de professores para

que o trabalho docente possa acontecer com menor prejuiacutezo agrave sauacutede mental

parece primordial que o investimento transcenda a capacitaccedilatildeo relacionada aos

conhecimentos teacutecnicos e permeie o campo da sauacutede mental no trabalho

O suporte aos aspectos psicoloacutegicos dos professores precisam ser

contemplados com grupos de reflexatildeo ou de apoio um espaccedilo que possa

oportunizar-lhes aos mesmos falar sobre seus sentimentos dificuldades

medos ou fantasias Seria um momento para problematizar e encontrar

ressignificaccedilatildeo no exerciacutecio docente que cada vez mais precisa ser alicerccedilado

no respeito agrave diversidade humana Eacute importante tambeacutem salientar que natildeo eacute

apenas o processo de inclusatildeo o responsaacutevel pelo sofrimento docente muitos

satildeo propensos ao stress devido agraves suas proacuteprias vivecircncias pessoais e agraves

exigecircncias da contemporaneidade

47

De acordo com Souza Silva (2009)

No tocante ao trabalho docente novas propostas se fazem necessaacuterias devido agraves transformaccedilotildees educacionais que estatildeo ocorrendo de forma acelerada exigindo assim novas aprendizagens que possam contribuir para a formaccedilatildeo de profissionais capazes de responder aos novos desafios colocados agrave nossa realidade

Para Bartalotti (2006) nos dias atuais frente ao processo de inclusatildeo

como uma possibilidade embora ainda natildeo como uma realidade haacute um grande

caminho a ser percorrido Pois se olhar em volta para cada ser humano que

nos rodeia ver-se-ia o quanto ainda se tem que caminhar para a construccedilatildeo

de uma sociedade verdadeiramente inclusiva Exclui-se apenas com o olhar

com palavras quantas vezes menospreza-se o outro por ele ter um gosto

uma crenccedila religiosa situaccedilatildeo financeira cor de pele estatura e peso corporal

diferente por nos aceitos E sem a menor preocupaccedilatildeo decidi-se que esta ou

aquela pessoa natildeo serve para estar junto de noacutes de nossos filhos frequentar

nosso clube casa ou templo religioso Jaacute sentem-se excluiacutedos e rejeitados em

diferentes situaccedilotildees sentem-se olhados como diferentes indesejaacuteveis

estranhos certamente essa natildeo eacute uma sensaccedilatildeo agradaacutevel quem jaacute passou

por ela natildeo deseja repetir a experiecircncia

Para que a inclusatildeo ocorra eacute necessaacuterio que a sociedade passe pelo

aprimoramento das relaccedilotildees sociais pela compreensatildeo de que o verdadeiro

pensamento inclusivo eacute aquele que natildeo categoriza ou rotula as pessoas por

ordem de valor valor esse atribuiacutedo muitas vezes atraveacutes de estereoacutetipos

estigmas conhecimentos instituiacutedos pensar inclusivamente eacute aprender a olhar

cada pessoa e buscar nela seu real valor construiacutedo nas relaccedilotildees cotidianas

nos seus sonhos e expectativas e nas suas accedilotildees concretas no mundo

Acredita-se tambeacutem que muitas vezes fala-se que a inclusatildeo eacute uma

utopia muitos natildeo acreditam que a sociedade seja capaz desse movimento

Inclusatildeo eacute sim possibilidade assim como eacute possibilidade a construccedilatildeo de uma

sociedade mais digna para todos com ou sem deficiecircncia

Para Tessaro (2009) existe todo um discurso proacute agrave inclusatildeo em vaacuterios

segmentos da sociedade dentre os quais no ambiente escolar A inclusatildeo eacute

algo que vem se efetivando mesmo que a duras penas buscando superar toda

uma histoacuteria de isolamento discriminaccedilatildeo e preconceito Tem provocado

48

muitos questionamentos principalmente no meio acadecircmico tais como O que

eacute inclusatildeo escolar Por que incluir Qual eacute a opiniatildeo dos alunos com

deficiecircncia e dos professores sobre inclusatildeo A escola possui infra-estrutura

adequada para participar da inclusatildeo escolar Os alunos deficientes se sentem

bem com a inclusatildeo escolar Os professores estatildeo capacitados para educaccedilatildeo

inclusiva

Dutra (2007) destaca que as principais dificuldades no processo de

inclusatildeo escolar do aluno especial eacute a ausecircncia de preparo e de uma

formaccedilatildeo mais teacutecnica que visa suprir as necessidades destes alunos

mediadas pelo professor e tambeacutem agrave falta de boas condiccedilotildees fiacutesicas nas

escolas pra receber estes alunos

Jesus (2007) enfatiza que a inclusatildeo dos portadores de necessidades

educacionais especiais na escola eacute algo essencial agrave educaccedilatildeo mas eacute preciso

ser feita de maneira correta porque nem todos podem estar na escola ou

estatildeo preparados para nela estar por natildeo terem capacidade fisioloacutegica Esse eacute

um assunto muito discutido por alguns especialistas da educaccedilatildeo especial que

buscam uma maneira eficiente de incluir todos as crianccedilas e jovens que

possuem alguma necessidade educacional especial

Nesse sentido Mantoan (2006) afirma que a condiccedilatildeo primeira para

inclusatildeo deixe de ser uma ameaccedila ao que hoje a escola defende e adota como

pratica pedagoacutegica e abandonar tudo que leva a tolerar as pessoas com

deficiecircncia na sala de aula

Natildeo pode se ter um ambiente mais propiacutecio para tal processo de

conscientizaccedilatildeo do que a escola Pois seraacute por meio dessa interaccedilatildeo entre

crianccedilas que se construiraacute uma naccedilatildeo mais justa e igualitaacuteria onde todos

juntos aprenderatildeo a conviver e a se respeitarem Respeito que eacute sonhado por

todos que se espera construir um novo amanhatilde mais digno

O assunto eacute fundamental para ser discutido por todas as pessoas

envolvidas com a educaccedilatildeo e que busquem uma naccedilatildeo com menos

desigualdade social oportunidades para todos uma educaccedilatildeo que priorize o

ser e natildeo ter e uma realidade igualitaacuteria A inclusatildeo eacute acima de tudo a

transformaccedilatildeo da pratica pedagoacutegica de todos os profissionais de educaccedilatildeo

Os registros de textos artigos e livros enfatizam que sobre a

aplicabilidade atual de inclusatildeo escolar satildeo insatisfatoacuterios e que natildeo houve

49

diferenccedilas entre os alunos e entre os professores quanto a essa dimensatildeo Os

professores e os alunos expressaram vaacuterias dificuldades envolvidas nesse

processo destacando se a falta de infra-estrutura das escolas a falta de

preparocapacitaccedilatildeo profissional discriminaccedilatildeo social e a falta de aceitaccedilatildeo da

inclusatildeo

Os professores de educaccedilatildeo especial demonstraram dar mais creacutedito agrave

educaccedilatildeo inclusiva do que os do ensino regular Os alunos deficientes

demonstraram dar menos creacutedito agrave inclusatildeo do que os natildeo deficientes Os

sentimentos decorrentes da inclusatildeo que predominaram entre professores e os

alunos com deficiecircncia foram negativos enquanto entre os alunos natildeo

deficientes prevaleceram os positivos (TESSARO 2009)

Para Fonseca (2004) promover a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma tarefa de

uma equipe multidisciplinar que deve adotar uma estrateacutegia do tipo pensar em

grupo eacute pensar melhor pois soacute dessa forma se podem explorar todas as

opccedilotildees potenciais de inclusatildeo e natildeo soacute as mais coerentes acessiacuteveis ou

tradicionais Sem uma dinacircmica de grupo natildeo se podem discutir e implementar

planos educacionais individualizados na educaccedilatildeo inclusiva transpondo para

sala de aula regular programas inovadores desde a modificaccedilatildeo de

comportamento ao enriquecimento linguumliacutestico ou cognitivo

Ensino em equipe com vaacuterios professores que agem e pensam em

conjunto criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees inovaccedilotildees na instruccedilatildeo na avaliaccedilatildeo

aprendizagem cooperativa e interativa criaccedilatildeo de projetos de suporte muacuteltiplo

serviccedilos de encaminhamentos diagnoacutesticos dinacircmicos e prescritivos em

termos de praacutetica de intervenccedilatildeo na sala de aula regular aprofundamento eacutetico

e legal dos pressupostos morais da inclusatildeo social construccedilatildeo de instrumentos

de investigaccedilatildeo-accedilatildeo entre outros satildeo desafios que se colocam hoje mais do

lado do ensino do que da aprendizagem

Para Almeida Anjos (2007) vaacuterios professores destacam tensotildees que

sempre se preservaram em suas percepccedilotildees e atitudes sejam referentes agraves

pessoas com necessidades educacionais especiais sejam relativas a

dificuldades em relaccedilatildeo a si proacuteprios e aos seus saberes profissionais No

entanto os profissionais apontam em suas falas as possibilidades de transpor

tais dificuldades vividas no trabalho com alunos especiais na rotina de seu dia

a dia de trabalho

50

Laraia (1992 apud ALMEIDA ANJOS 2007) acredita que nenhuma

ordem social eacute baseada em verdades inatas que as mudanccedilas nas praacuteticas

pedagoacutegicas com a diversidade dos alunos passam por uma mudanccedila de

nossas concepccedilotildees e valores Que eacute preciso uma formaccedilatildeo que coloque o

profissional da educaccedilatildeo em conflito com seus conhecimentos e concepccedilotildees a

partir da relaccedilatildeo entre a teoria e a praacutetica para entatildeo podermos comeccedilar a

pensar em inclusatildeo Assim a partir dos pressupostos da ciecircncia social criacutetica

sustentada pelo interesse colaborativo procuramos programar com os

profissionais encontros de estudoreflexatildeo das tensotildees e possibilidades que

envolvem o trabalho com alunos com necessidades educacionais especiais

enfatizar ainda como o lazer e recreaccedilatildeo podem ser facilitadores do processo

de inclusatildeo escolar

Zimmermann (2008) acredita que para conseguir reformar a instituiccedilatildeo

escolar primeiramente se tem que reformar as mentes entretanto natildeo

conseguiraacute reformar mentes sem que se realize uma preacutevia reforma de

instituiccedilotildees Vive-se uma crise de paradigmas e toda a crise gera medos

inseguranccedila e incertezas mas propotildee-se que seja este o momento de ousadia

e de busca de alternativas que sustente e norteie para realizar-se as mudanccedilas

que o momento propotildee Que a escola seja um espaccedilo vivo de formaccedilatildeo para

todos e um ambiente verdadeiramente inclusivo eacute preciso que as poliacuteticas

puacuteblicas de educaccedilatildeo sejam direcionadas aacute inclusatildeo que os educadores

desacomodem-se combatendo a descrenccedila e o pessimismo mostrando que a

inclusatildeo eacute um momento oportuno para professores e a comunidade escolar

demonstrarem sua competecircncia e principalmente suas responsabilidades

educacionais

Esta mudanccedila de perspectiva educacional propotildee que os educadores

faccedilam a diferenccedila buscando conhecimento e contribuindo com uma praacutetica

ressignificada desenvolvendo uma educaccedilatildeo baseada na afetividade e na

superaccedilatildeo de limites que as crianccedilas aprendam a respeitar as diferenccedilas em

sala de aula preparando-as assim para o futuro a vida e o mercado de

trabalho pois vivendo a experiecircncia inclusiva seratildeo adultos bem diferentes de

noacutes e por certo natildeo faratildeo discriminaccedilotildees sociais

Arauacutejo (2008) relata a opiniatildeo dos professores sobre a inclusatildeo escolar

enfatizando com veemecircncia de que a inclusatildeo escolar do aluno portador de

51

necessidades educacionais especiais eacute um assunto muito interessante e

delicado e levantaram a conscientizaccedilatildeo desse aluno sobre o direito deste

frequentar o ensino regular no entanto essa inclusatildeo na visatildeo deles estaacute

acontecendo de forma errocircnea Pois os professores da rede regular de ensino

em sua quase totalidade natildeo estatildeo preparados para lidar com esta nova fase

da educaccedilatildeo brasileira

Tem que se pensar que para que a inclusatildeo se concretize natildeo basta

estar garantido na legislaccedilatildeo mas demanda modificaccedilotildees profundas e

importantes no sistema de ensino Essas mudanccedilas deveratildeo levar em conta o

contexto soacutecio econocircmico aleacutem de serem gradativas planejadas e contiacutenuas

para garantir uma educaccedilatildeo de oacutetima qualidade (BUENO 1998 apud

PEREIRA 2009)

Pereira (2009) acredita que a inclusatildeo depende de mudanccedila de valores

da sociedade e a vivencia de um novo paradigma que natildeo se faz com simples

recomendaccedilotildees teacutecnicas como se fossem receitas de bolo mas com reflexotildees

dos professores direccedilotildees pais alunos equipe multidisciplinar e a comunidade

Essa questatildeo natildeo eacute tatildeo simples assim pois devemos levar em conta as

diferenccedilas Como colocar no mesmo espaccedilo demandas tatildeo diferentes e

especiacuteficas se muitas vezes nem a escola especial consegue dar conta desse

atendimento de forma adequada Deparar-se com frequecircncia com as

resistecircncias dos professores e direccedilotildees manifestadas atraveacutes de

questionamentos e queixas ou ateacute mesmo com expectativas de que possa

apresentar soluccedilotildees maacutegicas de aplicaccedilatildeo imediata causando certa decepccedilatildeo

e frustraccedilatildeo pois ela natildeo existe

O problema se agrava quando se vecirc o professor totalmente dependente

do apoio ou assessoria de profissionais da aacuterea da sauacutede pois neste caso a

questatildeo cliacutenica eacute fundamental e se sobressai e novamente o pedagoacutegico fica

esquecido Com isso o professor se sente desvalorizado incapaz e fora do

processo por considerar esse aluno como doente concluindo que natildeo pode

fazer nada por ele pois ele precisa de tratamento especializado de

profissionais qualificados da aacuterea da sauacutede desistindo assim de assumir tal

tarefa

Desta forma parece que o professor esquece seu papel poreacutem natildeo se

considera o momento do professor sua formaccedilatildeo as condiccedilotildees da proacutepria

52

escola em receber esses alunos que entram nas escolas e continuam

excluiacutedos de todo o processo de ensino-aprendizagem e social causando

frustraccedilatildeo e fracassos dificultando assim a proposta de inclusatildeo Por um lado

os professores julgam-se incapazes de dar conta dessa demanda

despreparados e impotentes frente a essa realidade que eacute agravada dia-a-dia

pela falta de material adequado de apoio administrativo e recursos financeiros

Limaverde (2009) salienta que no Brasil estaacute acontecendo um grande

movimento proacute-inclusatildeo que tem sido fortalecido a partir da sistematizaccedilatildeo do

que se trata o atendimento educacional especializado Existem realidades

muito proacuteximas em relaccedilatildeo ao atendimento desses alunos mas ainda tem

muitas compreensotildees equivocadas sobre a inclusatildeo de alunos com deficiecircncia

Alguns municiacutepios brasileiros pensam que fazem inclusatildeo mas na verdade

eles tecircm feito integraccedilatildeo Percebe-se que alunos que frequentam escolas

comuns salas comuns de ensino natildeo participam efetivamente das aulas ou

das atividades realizadas e essas escolas alegam que esses alunos natildeo tecircm

condiccedilotildees de fazer as atividades e que por isso eles fazem outras atividades

diferenciadas Desta forma natildeo ocorre a inclusatildeo Isso eacute uma integraccedilatildeo

porque o aluno estaacute integrado na sala de aula comum mas ele natildeo participa

das atividades realizadas pelos demais colegas

Muitos municiacutepios brasileiros que estatildeo em processo de transiccedilatildeo ou

seja eles estatildeo implantando o atendimento educacional especializado de

caraacuteter complementar e ao mesmo tempo estatildeo ainda com problemas

relacionados agrave inclusatildeo desses alunos como por exemplo a manutenccedilatildeo de

classes especiais A partir da formaccedilatildeo de 2007 para caacute os municiacutepios tecircm se

reorganizado para atendimento educacional especializado mas ainda eacute uma

realidade muito diferenciada

A inclusatildeo soacute eacute possiacutevel onde houver respeito agrave diferenccedila e

consequentemente a adoccedilatildeo de praacuteticas pedagoacutegicas que permitam agraves

pessoas com deficiecircncia aprender e ser reconhecidos e valorizados os

conhecimentos que satildeo capazes de produzir segundo seu ritmo e na medida

de suas possibilidades (SILVA 2009)

53

A menos que a atual oportunidade favoraacutevel seja aproveitada para melhorar as qualificaccedilotildees profissionais de professores em educaccedilatildeo especial e consequentemente a qualidade da educaccedilatildeo especial tememos que os proacuteximos 20 anos ainda possam ser um periacuteodo de esperanccedilas frustradas (RELATORIO WARNOCK 1978 paraacutegrafo 1932)

54

CONCLUSAtildeO

Diante do levantamento bibliograacutefico conclui-se que a inclusatildeo nos

moldes em que se encontra atualmente estaacute longe de atender a um ideal

Tal processo necessita de muitas transformaccedilotildees Os oacutergatildeos a ele

ligados diretamente ou indiretamente deveratildeo rever suas propostas metas e

meacutetodos de implantaccedilatildeo

Profissionais da sauacutede tambeacutem tecircm papeacuteis importantes em todo o

processo inclusivo pois em accedilatildeo conjunta com os educadores podem fazer um

trabalho mais completo e eficaz

A inclusatildeo escolar eacute uma praacutetica que abrange natildeo apenas os

profissionais especiacuteficos das aacutereas meacutedica e educacional mas tambeacutem

envolve um fator preponderante na vida do indiviacuteduo atendido por ela a famiacutelia

Esta constitui a base da crianccedila com necessidades educacionais especiais e

assumindo a postura devida pode oferecer a esta crianccedila o subsiacutedio para seu

desenvolvimento escolar bem como uma fonte de apoio aos profissionais

envolvidos

Aleacutem de uma nobre causa de cunho educacional a inclusatildeo constitui

ainda uma mudanccedila no comportamento da sociedade como um todo que

passa a ter que zelar por interesses coletivos outrora ignorados pela maioria

Devido ao periacuteodo decorrido desde as primeiras iniciativas ligadas ao

processo inclusivo verifica-se que o tempo eacute um fator indispensaacutevel para sua

concretizaccedilatildeo Esta provavelmente dar-se-aacute a partir do momento em que todos

os envolvidos assumirem suas devidas responsabilidades e se unirem por uma

educaccedilatildeo de qualidade embasada em um planejamento organizado bem

dirigido iacutentegro e sobretudo pautado no respeito ao ser humano e agrave

diversidade

55

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17

b) Inclusatildeo diz respeito agrave identificaccedilatildeo e remoccedilatildeo de barreiras e isto

implica coleta contiacutenua de informaccedilotildees que satildeo valiosas para

entender a performance dos alunos a fim de planejar e estabelecer

metas

c) Inclusatildeo diz respeito agrave presenccedila participaccedilatildeo e aquisiccedilatildeo de todos

os alunos Presenccedila diz respeito agrave frequumlecircncia e pontualidade dos

alunos na sua escolarizaccedilatildeo Participaccedilatildeo trata-se do modo como os

alunos percebem a sua proacutepria aprendizagem e se a mesma possui

qualidade acadecircmica

d) Aquisiccedilatildeo se refere aos resultados da aprendizagem em termos de

todo conteuacutedo curricular dentro e fora de escola

Inclusatildeo envolve uma ecircnfase nos grupos de estudantes que podem

estar com risco de marginalizaccedilatildeo exclusatildeo e baixo desempenho educacional

Envolve o monitoramento cuidadoso pelas autoridades educacionais locais aos

alunos assim como o apoio oferecido agraves escolas para assegurar que as

mesmas estejam lidando com as barreiras a fim de prevenir que esses alunos

natildeo sejam excluiacutedos

Segundo Pereira (2009) todas estas definiccedilotildees oferecem os subsiacutedios

para a qualificaccedilatildeo de um novo professor e uma nova metodologia de ensino

Um professor comprometido com a inclusatildeo deve ter em mente que

a) a educaccedilatildeo eacute um direito humano

b) as crianccedilas estatildeo na escola para aprender

c) ha crianccedilas que satildeo mais vulneraacuteveis agrave exclusatildeo educacional do que

outras

d) eacute responsabilidade da escola e dos professores criar formas

alternativas de ensino e aprendizagem mais efetivas para todos

Uma metodologia inclusiva de ensino deve ser capaz de garantir que o

aluno se sinta motivado para frequumlentar a escola e participar das atividades na

sala de aula O educador deve possuir qualidade curricular e metodoloacutegica a

fim de identificar barreiras agrave aprendizagem e planejar formas de removecirc-las

para que cada aluno seja contemplado e respeitado em seu processo de

aprendizagem Neste contexto Limaverde (2009) referente agrave diversidade

humana a praacutetica escolar deve estar fundamentada na crenccedila de que

a) em qualquer periacuteodo de sua escolarizaccedilatildeo qualquer crianccedila pode

18

enfrentar dificuldades para aprender ou fazer parte da comunidade

escolar

b) as dificuldades de aprendizagem que emergem no dia-a-dia da

escolasala de aula constituem um recurso para melhorar o ensino

c) todas as mudanccedilas geradas como resultado da tentativa de

responder agraves necessidades de aprendizagem de uma dada crianccedila

oferecem melhores condiccedilotildees para todas as crianccedilas aprenderem

Tais fundamentos revelam que a inclusatildeo natildeo depende de diagnoacutestico

ou categorias de deficiecircncias baseadas em niacuteveis de habilidades ou

capacidades do aluno e natildeo segrega ou discrimina nenhuma crianccedila com base

nas suas caracteriacutesticas individuais

Ao inveacutes disso a inclusatildeo cria oportunidades para todos os alunos

aprenderem por meio do uso de estrateacutegias diversificadas de ensino ao mesmo

tempo em que cria bases firmes para a melhoria da escola e para a

capacitaccedilatildeo contiacutenua dos professores

Ferreira Glat (2004) enfatiza que a inclusatildeo eacute um termo que tem sido

usado predominantemente como sinocircnimo para integraccedilatildeo de alunos com

deficiecircncia no ensino regular denotando desta forma a perpetuaccedilatildeo da

vinculaccedilatildeo deste conceito com a educaccedilatildeo especial

Para Fonseca (2004) a inclusatildeo parece natildeo oferecer duacutevidas

literalmente significa accedilatildeo ou resultado de incluir de envolver de abranger de

fechar de encerrar de introduzir de inserir dentro de alguma coisa

A educaccedilatildeo inclusiva significa assegurar a todos os estudantes sem

exceccedilatildeo independentemente da sua origem sociocultural e da sua evoluccedilatildeo

psicobioloacutegica a igualdade de oportunidades educativas para que desse

modo possam usufruir de serviccedilos de qualidade conjuntamente com outros

apoios complementares e possam beneficiar-se igualmente da sua integraccedilatildeo

em classes etariamente adequadas perto da sua residecircncia com objetivo de

serem preparados para uma vida futura a mais independente e produtiva

possiacutevel como membros de pleno direito da sociedade segundo Bos e Vaughn

(1994) Clark Dyson e Millward (1998) (apud FONSECA 2004)

Para Pereira (2009) a inclusatildeo eacute um movimento mundial de luta das

pessoas com deficiecircncias e seus familiares na busca dos seus direitos e lugar

na sociedade

19

Existe um consenso entre os estudiosos de que inclusatildeo natildeo se refere

somente agraves crianccedilas com deficiecircncia e sim a todas as crianccedilas jovens e

adultos que sofrem qualquer tipo de exclusatildeo educacional seja dentro das

escolas e salas de aula quando natildeo encontram oportunidades para participar

de todas as atividades escolares quando satildeo expulsos e suspensos por

razotildees muitas vezes obscuras quando natildeo tecircm acesso agrave escolarizaccedilatildeo e

permanecem fora das escolas como eacute o caso de muitos brasileiros e de muitas

crianccedilas africanas

Celedoacuten (2009) acredita que a inclusatildeo eacute ato ou efeito de incluir isto eacute

de compreender (entender algueacutem aceita-lo como eacute) abranger (conter em si

mas tambeacutem apreender perceber entender alcanccedilar atingir) em estudos da

linguagem inclusive se diz da primeira pessoa do plural que inclui o falante e o

ouvinte (no caso professores e alunos)

11 Histoacuterico de Inclusatildeo

O marco histoacuterico da inclusatildeo foi em junho de 1994 com a Declaraccedilatildeo

de Salamanca Espanha realizada pela UNESCO na Conferecircncia Mundial

sobre necessidades educativas especiais acesso e qualidade assinado por 92

paiacuteses cujo princiacutepio fundamental eacute todos os alunos devem aprender juntos

sempre que possiacutevel independente das dificuldades e diferenccedilas que

apresentem (PEREIRA 2009 p1)

Para Celedoacuten (2009) antes do seacuteculo XX natildeo existia a ideacuteia de

inclusatildeo a maioria das pessoas principalmente mulheres deficientes fiacutesicos e

mentais de outras raccedilas que natildeo a branca e pobre natildeo tinha o direito ou as

condiccedilotildees miacutenimas para frequentar a escola

No seacuteculo XX comeccedila a chamada segregaccedilatildeo mais pessoas tinham

acesso agrave escola poreacutem dificilmente misturavam-se com os alunos

representantes da classe dominante Na segunda metade do seacuteculo surgiam as

escolas especiais e mais tarde as classes especiais dentro das escolas

comuns Surgia assim uma aberraccedilatildeo pedagoacutegica a separaccedilatildeo de dois

sistemas educacionais por um lado a educaccedilatildeo comum e do outro a educaccedilatildeo

especial

20

Jaacute na deacutecada de 70 aparecia a integraccedilatildeo As escolas comuns

aceitavam alguns alunos antes rejeitados ou marginalizados que poderiam

frequentar classes comuns desde que conseguissem adaptar-se

Os primeiros movimentos que apontavam para o surgimento da inclusatildeo

escolar datam do final da deacutecada de 80 Assim soacute haacute um tipo de educaccedilatildeo e

ela eacute para todos sem restriccedilatildeo sem separaccedilatildeo (CELEDOacuteN 2009)

A inclusatildeo comeccedilou como um movimento de pessoas com deficiecircncia e

seus familiares na luta pelos seus direitos de igualdade na sociedade

visualiza-se as diversas noccedilotildees dificuldades concepccedilotildees e sentimentos

vinculados a realidade inclusiva

Medidas bem planejadas

conscientizaccedilatildeo governamental e social

Exige aceitaccedilatildeo da diferenccedilas

socializaccedilatildeo

poliacuteticas de integraccedilatildeo

Um desafio

Constitui uma troca constante entre alunos e

professores um processo gradativo

Inclusatildeo

Enfrenta seguranccedila

problemas de formaccedilatildeo

condiccedilotildees atitudinais e arquitetocircnicas

Fonte adaptado de Parolin2006

Quadro 2 Inclusatildeo

12 O papel da famiacutelia no processo de inclusatildeo

A famiacutelia eacute a primeira unidade agrave qual a crianccedila com necessidades

especiais viraacute a fazer parte entretanto muitas vezes os familiares natildeo estatildeo

preparados para recebecirc-la ainda que constitua um importante suporte para

esta crianccedila

21

Segundo Kaloustian (2002) a famiacutelia eacute o lugar indispensaacutevel para a

garantia da sobrevivecircncia e da proteccedilatildeo integral dos filhos e demais membros

independentemente do arranjo familiar ou da forma como vem se estruturando

Eacute a famiacutelia que propicia os aportes afetivos e sobretudo materiais necessaacuterios

ao desenvolvimento e bem estar dos seus componentes Ela desempenha um

papel decisivo na educaccedilatildeo formal e informal eacute em seu espaccedilo que satildeo

absorvidos os valores eacuteticos e humaniacutesticos e onde se aprofundam os laccedilos

de solidariedade Eacute tambeacutem em seu interior que se constroem as marcas entre

as geraccedilotildees e satildeo observados valores culturais

Para Aranha (2004) eacute imprescindiacutevel promover cuidados de apoio agrave

famiacutelia e agrave comunidade para que as crianccedilas e adolescentes com dificuldades

especiais tenham condiccedilotildees favoraacuteveis para um desenvolvimento saudaacutevel

A famiacutelia tem se encontrado numa posiccedilatildeo de dependecircncia de

profissionais em diferentes aacutereas do conhecimento no sentido de receberem

orientaccedilotildees de como proceder em relaccedilatildeo agraves necessidades especiais de seus

filhos

De acordo com Ribeiro (2004 p20)

A famiacutelia vem se mantendo ao longo da histoacuteria da humanidade como instituiccedilatildeo social permanente o que pode ser explicado por sua capacidade de mudanccedilaadaptaccedilatildeo resistecircncia e por receber valorizaccedilatildeo positiva da sociedade e daqueles que a integram

Faz-se necessaacuterio que a famiacutelia construa conhecimentos sobre as

necessidades especiais de seus filhos assim os profissionais ligados

diretamente ao caso deveratildeo orientar e preparar a famiacutelia para tal desafio

bem como ajudaacute-la a aceitar as dificuldades de modo a facilitar o dia-a-dia da

crianccedila no contexto familiar

Segundo Gokhale (1980) acrescenta ainda que a famiacutelia natildeo eacute

somente o berccedilo da cultura e a base da sociedade futura mas eacute tambeacutem o

centro da vida social A educaccedilatildeo bem sucedida da crianccedila na famiacutelia eacute que vai

servir de apoio agrave sua criatividade e ao seu comportamento produtivo quando for

adulto A famiacutelia tem sido eacute e seraacute a influecircncia mais poderosa para o

desenvolvimento da personalidade e do caraacuteter das pessoas

A famiacutelia precisa construir padrotildees cooperativos e coletivos de

enfrentamento dos sentimentos de anaacutelise das necessidades primordiais de

22

cada membro e do grupo como um todo da tomada de decisotildees de busca dos

recursos e serviccedilos especializados que seratildeo necessaacuterios para o bem estar e

adequada qualidade de vida do indiviacuteduo especial como tambeacutem de toda sua

famiacutelia (ARANHA 2004)

Eacute essencial que se invista na orientaccedilatildeo e no apoio agrave famiacutelia para que

esta possa cumprir da melhor maneira possiacutevel seu papel educativo junto aos

seus dependentes

Agrave famiacutelia cabe o maior tempo de convivecircncia e adaptaccedilatildeo da crianccedila

com necessidades especiais Por isso o domiciacutelio e as pessoas que nele

moram devem ser preparados para enfrentar este desafio que natildeo eacute faacutecil

poreacutem com todo cuidado e ajuda especiacutefica se tornaraacute muito mais faacutecil e

prazeroso

13 As condiccedilotildees da inclusatildeo escolar no Brasil

As instituiccedilotildees escolares no Brasil ao reproduzirem constantemente o

modelo tradicional natildeo tem demonstrado condiccedilotildees de responder aos desafios

da inclusatildeo escolar e do acolhimento agraves diferenccedilas nem de promover

aprendizagens necessaacuterias agrave vida em sociedade

A escola natildeo tem conseguido cumprir o papel de configurar-se como

espaccedilo educativo adequado ao processo inclusivo O tradicionalismo assenta-

se em pressuposto irrealizaacutevel ao fazer com que os alunos enquadrem agraves suas

exigecircncias

No plano eacutetico e poliacutetico a defesa de igualdade de direitos com

destaque para o direito agrave educaccedilatildeo parece constituir-se em consenso As

discordacircncias satildeo enunciadas no plano da definiccedilatildeo das propostas para sua

concretizaccedilatildeo

Oliveira( 2001 p 2 ) analisa que

A proacutepria declaraccedilatildeo desse direito agrave educaccedilatildeo pelo menos no que diz respeito agrave gratuidade constava jaacute na Constituiccedilatildeo Imperial O que se aperfeiccediloou para aleacutem de uma maior precisatildeo juriacutedica - evidenciada pela redaccedilatildeo - foram os mecanismos capazes de garantir em termos praacuteticos os direitos anteriormente enunciados estes sim verdadeiramente inovadores

23

No discurso decorrente de muitos profissionais da educaccedilatildeo a inclusatildeo

escolar tem sido uma expressatildeo empregada com sentido restrito como se

significasse apenas matricular alunos com deficiecircncia e necessidades

especiais em classe comum Mas a construccedilatildeo conceitual dessa expressatildeo

ultrapassa em muito esse entendimento Sua implantaccedilatildeo pode implicar em

resguardar a classe comum como espaccedilo de escolarizaccedilatildeo de todos ou como

uma das opccedilotildees para aqueles com necessidades educacionais especiais

ainda que deva ser a preferencial como preconizado pela Constituiccedilatildeo Federal

de 1988

De acordo com Gonzalez (2002)

A educaccedilatildeo especial eacute marcada pela ideacuteia de uma educaccedilatildeo diferente e dirigida a um grupo de sujeitos especiacuteficos a compreensatildeo anterior eacute marcada pela ideacuteia de uma accedilatildeo ou conjunto de accedilotildees e serviccedilos dirigidos a todos os sujeitos que deles necessitam em contextos normalizados

A expressatildeo alunos com necessidades educacionais especiais eacute usada

para designar pessoas com deficiecircncia mental auditiva visual fiacutesica e muacuteltipla

superdotaccedilatildeo e altas habilidades e condutas tiacutepicas que requerem em seu

processo de educaccedilatildeo escolar atendimento educacional especializado que

pode se concretizar em intenccedilotildees para lhes garantir acessibilidade

arquitetocircnica de comunicaccedilatildeo e de sinalizaccedilatildeo adequaccedilotildees didaacutetico

metodoloacutegicas curriculares e administrativas bem como materiais e

equipamentos especiacuteficos ou adaptados

Xavier (2002) salienta que

A construccedilatildeo da competecircncia do professor para responder com qualidade agraves necessidades educacionais especiais de seus alunos em uma escola inclusiva pela mediaccedilatildeo da eacutetica responde aacute necessidade social e histoacuterica de superaccedilatildeo das praticas pedagoacutegicas que discriminam segregam e excluem e ao mesmo tempo configura na accedilatildeo educativa o vetor de transformaccedilatildeo social para a equidade a solidariedade a cidadania

24

conhecer o sujeito natildeo eacute preciso orientar as

atividades e refletir cada accedilatildeo

o sucesso das intervenccedilotildees depende do

conhecimento humano e desenvolvimento

psicossocial dos interventores

Trabalhar com a

inclusatildeo requer

mudanccedilas de

paradigmas nessa praacutetica haacute uma identificaccedilatildeo subjetiva com

esse sujeito

como essa praacutetica foi se constituindo

qual era o objetivo da construccedilatildeo dessa praacutetica

A que se propotildee

quem satildeo os sujeitos que datildeo corpo a essa praacutetica

Trabalhar com

inclusatildeo requer

reflexatildeo sobre a

praacutetica por que esta opccedilatildeo e natildeo outra

compromisso com aprendizagem

compromisso com formaccedilatildeo

compromisso teacutecnico humano cientiacutefico

Trabalhar com

inclusatildeo requer

postura eacutetica compromisso com a qualidade na aprendizagem

Fonte adaptado Parolin 2006

Quadro 3 Preacute requisitos para o trabalho inclusivo

Atualmente coexistem pelo menos duas propostas para a educaccedilatildeo

especial uma em que conhecimentos acumulados sobre educaccedilatildeo especial

teoacutericos e praacuteticos devem estar a serviccedilo dos sistemas de ensino e portanto

das escolas e disponiacuteveis a todos os professores alunos e demais membros

da comunidade escolar que a qualquer momento podem requerecirc-los outra

em que se deve configurar um conjunto de recursos e serviccedilos educacionais

especializados dirigidos apenas agrave populaccedilatildeo escolar que apresente

solicitaccedilotildees que o ensino comum natildeo tem conseguido contemplar

De acordo com Glat Nogueira (2002 )

As poliacuteticas para a inclusatildeo devem ser concretizadas na forma de programas de capacitaccedilatildeo e acompanhamento contiacutenuo que orientem o trabalho docente na perspectiva da diminuiccedilatildeo gradativa

25

da exclusatildeo escolar o que visa a beneficiar natildeo apenas os alunos com necessidades especiais mas de uma forma geral a educaccedilatildeo escolar como um todo

Mantoan Prieto Arantes (2006) salientam que o planejamento e a

implantaccedilatildeo de poliacuteticas para atender a alunos com necessidades educacionais

especiais requerem domiacutenio conceitual sobre inclusatildeo escolar e sobre as

solicitaccedilotildees decorrentes de sua adoccedilatildeo enquanto princiacutepio eacutetico-poliacutetico bem

como a clara definiccedilatildeo dos princiacutepios e diretrizes nos planos e programas

elaborados permitindo a redefiniccedilatildeo dos papeis da educaccedilatildeo especial e do

atendimento desse alunado

A poliacutetica educacional brasileira tem deslocado progressivamente para

os municiacutepios parte da responsabilidade administrativa financeira e

pedagoacutegica pelo acesso e permanecircncia de alunos com necessidades

educacionais especiais nas escolas em decorrecircncia do processo de

municipalizaccedilatildeo do ensino fundamental Essa diretriz tem provocado alguns

impactos no atendimento a esse puacuteblico alvo Algumas prefeituras criaram

formas de atendimento educacional especializado outras ampliaram ou

mantiveram seus auxiacutelios e serviccedilos de ensino algumas estatildeo apenas

matriculando esses alunos em suas redes de ensino e haacute ainda as que

desativaram alguns serviccedilos prestados como por exemplo a oferta de

programas de transporte adaptado

No Brasil o atendimento educacional especializado era em 2004

desenvolvido na proporccedilatildeo de 13 para 23 referindo-se a escolas comuns

puacuteblicas e a escolas exclusivamente especializadas ou em classes especiais

respectivamente

A base de dados divulgada natildeo registra informaccedilotildees sobre matriacuteculas no

ensino superior mas revela que o atendimento estaacute centrado na educaccedilatildeo

infantil (109596 matriacuteculas que correspondem a 19 3 do total) e no ensino

fundamental (365359 ou 644) Haacute na EJA (Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos)

e na educaccedilatildeo profissional pouco mais de 41500 matriacuteculas em cada uma

dessas modalidades no ensino meacutedio as matriacuteculas equivaliam a 16 com

apenas 8281 alunos nesse niacutevel de ensino

A matriacutecula inicial na classe comum evoluiu de 1998 a 2002 em 151

Passamos de um total 439233 matriacuteculas em 1998 para 110536 em 2002

26

Em 2003 em dados aproximados havia 144100 alunos com necessidades

educacionais especiais nas referidas classes e em 2004 184800

evidenciando crescimento anual de 281 entre esses dois uacuteltimos anos

Deixa-se em aberto a possibilidade de sabermos que patamar de

atendimento foi atingido pois para isso precisariacuteamos ter dados sobre os que

estatildeo fora da escola portanto sem nenhum tipo de atendimento escolar

Eacute um dever natildeo cumprido averiguar se aos alunos com necessidades

educacionais especiais estaacute sendo garantido aleacutem do acesso agrave escola o

acesso agrave educaccedilatildeo aqui compreendida como processo de desenvolvimento

da capacidade fiacutesica intelectual e moral da crianccedila e do ser humano em geral

visando sua melhor integraccedilatildeo individual e social

Uma accedilatildeo que deve marcar as poliacuteticas puacuteblicas de educaccedilatildeo eacute a

formaccedilatildeo dos profissionais da educaccedilatildeo Sem deixar de considerar que em

educaccedilatildeo atuam profissionais no acircmbito teacutecnico-administrativo e em outras

funccedilotildees com importante papel no desenvolvimento de accedilotildees educacionais

14 Legislaccedilatildeo direitos e deveres na inclusatildeo

141 Leis e declaraccedilotildees internacionais

a) Declaraccedilatildeo de Cuenca - UNESCO - Equador 1981

b) Declaraccedilatildeo de Sunderberg - Torremolinos Espanha 1981

c) Resoluccedilotildees da XXIII Conferecircncia Sanitaacuteria Panamericana

- OPSOrganizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede - Washington DC USA -

1990

- Seminaacuterio Unesco - Caracas - Venezuela - 1992 - Informe Final

d) Declaraccedilatildeo de Santiago - Chile - 1993

e) Assembleacuteia Geral das Naccedilotildees Unidas - New York USA - 1993

Normas

- Uniformes sobre a igualdade de oportunidade para pessoas com

incapacidades

f) Declaraccedilatildeo Mundial de Educaccedilatildeo para Todos - UNICEF - Jon Tien

Tailacircndia - 1990

27

g) Declaraccedilatildeo de Salamanca - Salamanca Espanha princiacutepios poliacuteticas

e praacutetica em Educaccedilatildeo Especial - 1994 - criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de sistemas

educacionais inclusivos

142 Leis nacionais

a) Constituiccedilatildeo Federal de 1988 - Tiacutetulo VI - Da Ordem Social - Art 208

e Art 227

b) Lei nordm 785389 - Dispotildee sobre o apoio agraves pessoas com deficiecircncias

sua integraccedilatildeo social e pleno exerciacutecio de direitos sociais e individuais

c) Decreto nordm 220897 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

d) Parecer CNECEB nordm 1699 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

e) Resoluccedilatildeo CNECEB nordm 499 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

f) Decreto nordm 329899 - Regulamenta a Lei 785389 daacute-lhe condiccedilotildees

operacionais consolida as normas de proteccedilatildeo ao portador de deficiecircncias

g) LDB nordm 939496 (Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional) -

Capiacutetulo V - Educaccedilatildeo Especial - Art 58 Art 59 e Art 60 Portaria

MEC nordm 167999 - requisitos de acessibilidade a cursos instruccedilatildeo de

processos de autorizaccedilatildeo de cursos e credenciamento de instituiccedilotildees

voltadas agrave educaccedilatildeo especial

h) Parecer CNECEB nordm 1499 - Diretrizes nacionais da educaccedilatildeo

escolar indiacutegena

i) Resoluccedilatildeo CNECEB nordm 0399 - Fixa diretrizes nacionais para o

funcionamento de escolas indiacutegenas

j) Lei nordm 1009800 - Estabelece normas gerais e criteacuterios baacutesicos para a

promoccedilatildeo de acessibilidade das pessoas portadoras de deficiecircncia ou com

mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Resoluccedilatildeo CNECEB nordm

22001 - Institui diretrizes e normas para a educaccedilatildeo especial na Educaccedilatildeo

Baacutesica

k) Parecer CNECEB nordm 172001 - Diretrizes Nacionais para a Educaccedilatildeo

Especial na Educaccedilatildeo Baacutesica

28

l) Lei nordm 101722001 - Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo - PNE e daacute

outras providecircncias (o PNE estabelece 27 objetivos e metas para a

educaccedilatildeo de pessoas com necessidades educacionais especiais)

143 Direitos e Deveres

o papel da educaccedilatildeo consiste em favorecer que cada um de forma

livre e autocircnoma reconheccedila aos demais a mesma esfera de direito que exige

para si (VIEIRA 1999 p 16)

1431 Direito agrave acessibilidade

Para que as pessoas com deficiecircncia possam ter liberdade de ir e vir e

se sentir parte da comunidade elas necessitam de um meio fiacutesico adequado e

que garanta seguranccedila e acesso O direito a acessibilidade estaacute descrito nas

Leis 1009800 - regulamentada atraveacutes do Decreto 529604 - e 1004800 que

prevecircem a adequaccedilatildeo das vias e de espaccedilos puacuteblicos no mobiliaacuterio urbano na

construccedilatildeo e reforma de edifiacutecios nos meios de transporte e de comunicaccedilatildeo e

do acesso a informaccedilatildeo

Eacute possiacutevel promover a inclusatildeo social no meio fiacutesico construindo rampas

de acesso banheiros adaptados pisos taacuteteis guias rebaixadas sinais sonoros

entre outros

A acessibilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo pode ser alcanccedilada

atraveacutes de sites acessiacuteveis que atendam agraves pessoas com deficiecircncia visual e

por exemplo aparelhos de televisatildeo com legenda oculta As emissoras de TV

devem incluir em suas programaccedilotildees inteacuterprete de Libras para que as pessoas

com deficiecircncia auditiva possam acompanhar os programas

29

Pessoas com deficiecircncia fiacutesica idosos gestantes lactantes e pessoas

com crianccedilas de colo devem ter atendimento prioritaacuterio por meio de serviccedilos

individualizados que assegurem tratamento diferenciado

1432 Direito ao trabalho

Foram diversas as conquistas em defesa das pessoas com deficiecircncia

nos uacuteltimos anos Hoje elas satildeo amparadas por lei no seu direito de acesso ao

trabalho Graccedilas a estas conquistas fazer parte do quadro de funcionaacuterios de

uma empresa jaacute natildeo eacute um obstaacuteculo mas a permanecircncia destes profissionais

no local de trabalho ainda exige cuidados Cabe aos empregadores garantir

bem estar e acessibilidade aos seus colaboradores para que eles tenham

oportunidade de exercer suas funccedilotildees de maneira adequada e mostrar todo o

seu potencial

Este sistema estaacute carregado da antiga visatildeo de assistencialismo

capacidade laborativa reduzida e falta de noccedilatildeo sobre cidadania Na sociedade

brasileira ele ainda eacute necessaacuterio para que as pessoas apostem nestes

profissionais e desta forma descubram que eles tecircm um enorme potencial

Em vaacuterios paiacuteses como EUA Canadaacute Gratilde-Bretanha Nova Zelacircndia

Dinamarca Sueacutecia Finlacircndia Austraacutelia e Portugal este princiacutepio foi extinto e a

antiga visatildeo foi superada Em naccedilotildees como o Brasil ela estaacute em vias de

superaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo eacute a melhor forma de acabar com o preconceito

Durante anos a sociedade excluiu as pessoas com deficiecircncia do

conviacutevio social Esta exclusatildeo se reflete ateacute hoje em diversos setores sociais

Vaacuterias leis foram criadas visando agrave inclusatildeo dos cidadatildeos com

deficiecircncia mas algumas delas foram concebidas quando ainda se tinha pouco

conhecimento sobre este puacuteblico e suas limitaccedilotildees O sistema de cotas eacute uma

delas

a) 1980 - estabelecida como a deacutecada internacional da pessoa com

deficiecircncia

b) 1992 - estabelecida a data de 3 de dezembro como dia internacional das

pessoas portadoras de deficiecircncia da ONU

30

c) 1994 - declaraccedilatildeo de Salamanca (Espanha) tratando da educaccedilatildeo

especial

d) 1995 - a Inglaterra aprova legislaccedilatildeo semelhante para empresas com

mais de vinte empregados

e) 1999 - promulgada na Guatemala a convenccedilatildeo interamericana para a

eliminaccedilatildeo de todas as formas de discriminaccedilatildeo contra as pessoas

portadoras de deficiecircncia

f) 2002 - realizado em marccedilo o congresso europeu sobre deficiecircncia em

Madri que estabeleceu 2003 como o ano europeu das pessoas com

deficiecircncia

g) 1981 - adotado pela ONU como o ano internacional das pessoas com

deficiecircncia

h) 1983 elaboraccedilatildeo da convenccedilatildeo 159 pela OIT

i) 1990 - aprovada a ADA (Lei dos Deficientes dos Estados Unidos)

aplicaacutevel a toda empresa com mais de quinze funcionaacuterios

j) 1997 - tratado de Amsterdatilde em que a Uniatildeo Europeacuteia se compromete a

facilitar a inserccedilatildeo e a permanecircncia das pessoas com deficiecircncia nos

mercados de trabalho

1433 Direito agrave educaccedilatildeo

Para se tornar parte da sociedade eacute necessaacuterio compreende-la A base

para o sucesso de qualquer cidadatildeo estaacute na educaccedilatildeo e isto natildeo eacute diferente

para as pessoas com deficiecircncia Participar do sistema educacional eacute garantir a

inclusatildeo social e a igualdade de oportunidades

A Lei 939496 art4ordm que estabelece as diretrizes e bases da educaccedilatildeo

nacional (LDB) reconhece que a educaccedilatildeo eacute um instrumento fundamental para

a integraccedilatildeo e participaccedilatildeo de qualquer pessoa com deficiecircncia no contexto em

que vive Estaacute disposto nesta lei que haveraacute quando necessaacuterio serviccedilos de

apoio especializado na escola regular para atender agraves peculiaridades da

clientela de educaccedilatildeo especial e que o atendimento educacional seraacute feito em

classes escolas ou serviccedilos especializados sempre que em funccedilatildeo das

31

condiccedilotildees especiacuteficas dos alunos natildeo for possiacutevel a sua integraccedilatildeo nas

classes comuns de ensino regular

A legislaccedilatildeo brasileira tambeacutem prevecirc o acesso a livros em Braille de uso

exclusivo das pessoas com deficiecircncia visual

1434 Direito agrave sauacutede

A assistecircncia agrave sauacutede e agrave reabilitaccedilatildeo cliacutenica satildeo condiccedilotildees decisivas

para a inclusatildeo da pessoa com deficiecircncia na sociedade

Para promover a melhoria da qualidade de vida e com intuito de

estimular a independecircncia do indiviacuteduo com deficiecircncia nas suas atividades

diaacuterias foi criado o sistema das redes estaduais de assistecircncia agrave pessoa com

deficiecircncia

Este projeto oferece ajuda teacutecnica aleacutem de oacuterteses e proacuteteses para que

a pessoa tenha maior autonomia

Outro sistema criado para a manutenccedilatildeo da sauacutede fiacutesica e mental do

cidadatildeo com deficiecircncia eacute a Poliacutetica Nacional para a integraccedilatildeo da pessoa com

deficiecircncia implantada em 1989 Regulamentada pelo Decreto nordm 3298 prevecirc

auxiacutelio na prevenccedilatildeo de doenccedilas atendimento psicoloacutegico reabilitaccedilatildeo

fornecimento de medicamentos e assistecircncia atraveacutes de planos de sauacutede

1435 Direito a isenccedilotildees fiscais e financiamento

Pessoas com deficiecircncia empresas bancos e demais instituiccedilotildees

ligadas a este puacuteblico possuem alguns benefiacutecios previstos em lei

Para as empresas dispostas a contribuir com a inclusatildeo social de

portadores de necessidades especiais a legislaccedilatildeo brasileira prevecirc a

concessatildeo fiscal Podem ser firmados convecircnios que garantem a isenccedilatildeo de

ICMS seja para doaccedilatildeo de equipamentos adaptados seja para aquisiccedilotildees de

aparelhos e acessoacuterios destinados agraves instituiccedilotildees que atendam este segmento

da populaccedilatildeo

Automoacuteveis adquiridos em alguns estados brasileiros por pessoas com

32

deficiecircncia fiacutesica visual mental e autistas ou seus representantes legais satildeo

isentos de ICMS (Imposto sobre Circulaccedilatildeo de Mercadorias e Serviccedilos) e do

IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de acordo com a Lei 1075403

Os financiamentos de automoacuteveis de fabricaccedilatildeo nacional tambeacutem satildeo

liberados do IOF (Imposto sobre Operaccedilotildees Financeiras)

Tais benefiacutecios ainda natildeo satildeo tributados pelo Imposto de Renda e tanto

a aquisiccedilatildeo de aparelhos e materiais como a realizaccedilatildeo de outras despesas

podem ser deduzidas do imposto

1436 Direito ao passe livre

Os cidadatildeos com deficiecircncia tambeacutem possuem benefiacutecios relacionados

aos meios de transporte A Lei 889994 conhecida como Lei do Passe Livre

prevecirc que toda pessoa com deficiecircncia tem direito ao transporte coletivo

interestadual gratuito e que cabe a cada estado ou municiacutepio implantar

programas similares ao passe livre para os transportes municipais e estaduais

Aleacutem do transporte gratuito o municiacutepio deve garantir que os meios de

transporte sejam acessiacuteveis a estes cidadatildeos

15 Declaraccedilatildeo de Salamanca princiacutepios poliacutetica e praacutetica na educaccedilatildeo

especial

Notando com satisfaccedilatildeo um incremento no envolvimento de governos

grupos de advocacia comunidades e pais e em particular de organizaccedilotildees de

pessoas com deficiecircncias na busca pela melhoria do acesso agrave educaccedilatildeo para

a maioria daqueles cujas necessidades especiais ainda se encontram

desprovidas e reconhecendo como evidecircncia para tal envolvimento a

participaccedilatildeo ativa do alto niacutevel de representantes e de vaacuterios governos

agecircncias especializadas e organizaccedilotildees intergovernamentais naquela

Conferecircncia Mundial

a) Os delegados da Conferecircncia Mundial de Educaccedilatildeo Especial

33

representando 88 governos e 25 organizaccedilotildees internacionais em

assembleia em Salamanca Espanha entre 7 e 10 de junho de 1994

reafirma o compromisso para com a educaccedilatildeo para todos

reconhecendo a necessidade e urgecircncia do providenciamento de

educaccedilatildeo para as crianccedilas jovens e adultos com necessidades

educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino e re-

endossa a estrutura de accedilatildeo em educaccedilatildeo especial em que pelo

espiacuterito de cujas provisotildees e recomendaccedilotildees governo e

organizaccedilotildees sejam guiados

b) Acreditam e proclamam que toda crianccedila tem direito fundamental agrave

educaccedilatildeo e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o niacutevel

adequado de aprendizagem toda crianccedila possui caracteriacutesticas

interesses habilidades e necessidades de aprendizagem que satildeo

uacutenicas sistemas educacionais deveriam ser designados e programas

educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em

conta a vasta diversidade de tais caracteriacutesticas e necessidades

aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso

agrave escola regular que deveria acomodaacute-los dentro de uma pedagogia

centrada na crianccedila capaz de satisfazer a tais necessidades

escolas regulares que possuam tal orientaccedilatildeo inclusiva constituem

os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatoacuterias

criando-se comunidades acolhedoras construindo uma sociedade

inclusiva e alcanccedilando educaccedilatildeo para todos aleacutem disso tais escolas

proveem uma educaccedilatildeo efetiva agrave maioria das crianccedilas e aprimoram

a eficiecircncia e em uacuteltima instacircncia o custo da eficaacutecia de todo o

sistema educacional

c) Congregam todos os governos e demandam que atribuam a mais

alta prioridade poliacutetica e financeira ao aprimoramento de seus

sistemas educacionais no sentido de se tornarem aptos a incluiacuterem

todas as crianccedilas independentemente de suas diferenccedilas ou

dificuldades individuais adotem o princiacutepio de educaccedilatildeo inclusiva em

forma de lei ou de poliacutetica matriculando todas as crianccedilas em

escolas regulares a menos que existam fortes razotildees para agir de

outra forma desenvolvam projetos de demonstraccedilatildeo e encorajem

34

intercacircmbios em paiacuteses que possuam experiecircncias de escolarizaccedilatildeo

inclusiva estabeleccedilam mecanismos participatoacuterios e

descentralizados para planejamento revisatildeo e avaliaccedilatildeo de provisatildeo

educacional para crianccedilas e adultos com necessidades educacionais

especiais encorajem e facilitem a participaccedilatildeo de pais comunidades

e organizaccedilotildees de pessoas portadoras de deficiecircncias nos processos

de planejamento e tomada de decisatildeo concernentes agrave provisatildeo de

serviccedilos para necessidades educacionais especiais invistam

maiores esforccedilos em estrateacutegias de identificaccedilatildeo e intervenccedilatildeo

precoces bem como nos aspectos vocacionais da educaccedilatildeo

inclusiva garantam que no contexto de uma mudanccedila sistecircmica

programas de treinamento de professores tanto em serviccedilo como

durante a formaccedilatildeo incluam a provisatildeo de educaccedilatildeo especial dentro

das escolas inclusivas

d) Tambeacutem congregam a comunidade internacional em particular

governos com programas de cooperaccedilatildeo internacional agecircncias

financiadoras internacionais especialmente as responsaacuteveis pela

Conferecircncia Mundial em Educaccedilatildeo para Todos UNESCO UNICEF

UNDP e o Banco Mundial a endossar a perspectiva de escolarizaccedilatildeo

inclusiva e apoiar o desenvolvimento da educaccedilatildeo especial como

parte integrante de todos os programas educacionais as Naccedilotildees

Unidas e suas agecircncias especializadas em particular a ILO WHO

UNESCO e UNICEF a reforccedilar seus estiacutemulos de cooperaccedilatildeo

teacutecnica bem como reforccedilar suas cooperaccedilotildees e redes de trabalho

para um apoio mais eficaz agrave jaacute expandida e integrada provisatildeo em

educaccedilatildeo especial organizaccedilotildees natildeo-governamentais envolvidas na

programaccedilatildeo e entrega de serviccedilo nos paiacuteses a reforccedilar sua

colaboraccedilatildeo com as entidades oficiais nacionais e intensificar o

envolvimento crescente delas no planejamento implementaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de provisatildeo em educaccedilatildeo especial que seja inclusiva

UNESCO enquanto a agecircncia educacional das Naccedilotildees Unidas a

assegurar que educaccedilatildeo especial faccedila parte de toda discussatildeo que

lide com educaccedilatildeo para todos em vaacuterios foros a mobilizar o apoio de

organizaccedilotildees dos profissionais de ensino em questotildees relativas ao

35

aprimoramento do treinamento de professores no que diz respeito a

necessidade educacionais especiais a estimular a comunidade

acadecircmica no sentido de fortalecer pesquisa redes de trabalho e o

estabelecimento de centros regionais de informaccedilatildeo e documentaccedilatildeo

e da mesma forma a servir de exemplo em tais atividades e na

disseminaccedilatildeo dos resultados especiacuteficos e dos progressos

alcanccedilados em cada paiacutes no sentido de realizar o que almeja a

presente declaraccedilatildeo a mobilizar fundos atraveacutes da criaccedilatildeo (dentro

de seu proacuteximo planejamento a meacutedio prazo 1996-2000) de um

programa extensivo de escolas inclusivas e programas de apoio

comunitaacuterio que permitiriam o lanccedilamento de projetos-piloto que

demonstrassem novas formas de disseminaccedilatildeo e o desenvolvimento

de indicadores de necessidade e de provisatildeo de educaccedilatildeo especial

e) Por uacuteltimo expressam o caloroso reconhecimento ao governo da

Espanha e agrave UNESCO pela organizaccedilatildeo da Conferecircncia e

demandam-lhes realizarem todos os esforccedilos no sentido de trazer

esta declaraccedilatildeo e sua relativa estrutura de accedilatildeo da comunidade

mundial especialmente em eventos importantes tais como o Tratado

Mundial de Desenvolvimento Social (em Kopenhagen em 1995) e a

Conferecircncia Mundial sobre a Mulher (em Beijing em 1995) Adotada

por aclamaccedilatildeo na cidade de Salamanca Espanha neste deacutecimo dia

de junho de 1994

Durante os uacuteltimos 15 ou 20 anos tem se tornado claro que o conceito de necessidades educacionais especiais teve que ser ampliado para incluir todas as crianccedilas que natildeo estejam conseguindo se beneficiar com a escola seja por que motivo for (UNESCO 1994 p15)

16 Diretrizes na educaccedilatildeo especial na perspectiva da inclusatildeo

A consciecircncia do direito de construir uma identidade proacutepria e do reconhecimento da identidade do outro se traduz no direito de igualdade e no respeito agraves diferenccedilas assegurando oportunidades diferentes (equidade) tantas quanto forem necessaacuterias com vistas agrave busca da igualdade (BRASIL 2001)

36

A educaccedilatildeo especial eacute uma modalidade de ensino que perpassa todos

os niacuteveis etapas e modalidades realiza o atendimento educacional

especializado disponibiliza os serviccedilos e recursos proacuteprios desse atendimento

e orienta os alunos e seus professores quanto a sua utilizaccedilatildeo nas turmas

comuns do ensino regular

O atendimento educacional especializado identifica elabora e organiza

recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a

plena participaccedilatildeo dos alunos considerando as suas necessidades

especiacuteficas As atividades desenvolvidas no atendimento educacional

especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum natildeo

sendo substitutivas agrave escolarizaccedilatildeo Esse atendimento completa e suplementa

a formaccedilatildeo dos alunos com vistas agrave autonomia e independecircncia na escola e

fora dela

Tal modalidade de ensino disponibiliza programas de enriquecimento

curricular o ensino de linguagem e coacutedigos especiacuteficos de comunicaccedilatildeo e

sinalizaccedilatildeo ajudas teacutecnicas e tecnoloacutegicas assistidas dentre outros Ao longo

de todo processo de escolarizaccedilatildeo esse atendimento deve estar articulado

com a proposta pedagoacutegica de ensino comum

A inclusatildeo escolar tem inicio na educaccedilatildeo infantil onde se desenvolvem

as bases necessaacuterias para a construccedilatildeo do conhecimento e seu

desenvolvimento global Nessa etapa o luacutedico o acesso agraves formas

diferenciadas de comunicaccedilatildeo a riqueza de estiacutemulos nos aspectos fiacutesicos

emocionais cognitivos psicomotores e sociais e a convivecircncia com as

diferenccedilas favorecem as relaccedilotildees interpessoais o respeito e a valorizaccedilatildeo da

crianccedila Do nascimento aos trecircs anos o atendimento educacional

especializado se expressa por meio de serviccedilos que objetivam aperfeiccediloar o

processo de desenvolvimento e aprendizagem em interface com os serviccedilos de

sauacutede e assistecircncia social

Em todas as etapas e modalidades da educaccedilatildeo baacutesica o atendimento

especializado eacute organizado para apoiar o desenvolvimento dos alunos

constituindo oferta obrigatoacuteria dos sistemas de ensino e deve ser realizado no

turno inverso ao da classe comum na proacutepria escola ou centro especializado

que realize esse serviccedilo educacional Este atendimento eacute realizado mediante a

37

atuaccedilatildeo de profissionais com conhecimento especiacuteficos no ensino da Liacutengua

Brasileira de Sinais da Liacutengua Portuguesa e na modalidade escrita como

segunda liacutengua do Sistema Braille do Soroban da orientaccedilatildeo e mobilidade

das atividades de vida autocircnoma da comunicaccedilatildeo alternativa do

desenvolvimento dos processos mentais superiores dos programas de

enriquecimento curricular da adequaccedilatildeo e produccedilatildeo de materiais didaacuteticos e

pedagoacutegicos da utilizaccedilatildeo de recursos oacutepticos e natildeo oacutepticos da tecnologia

assistida e outros

Cabe aos sistemas de ensino ao organizar a educaccedilatildeo especial na

perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva disponibilizar as funccedilotildees do instrutor de

Libras e guia interprete bem como de monitor dos alunos com necessidades

de apoio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo locomoccedilatildeo entre outras que

exijam auxilio constante no cotidiano escolar

Para atuar na educaccedilatildeo especial o professor deve ter como base de

sua formaccedilatildeo inicial e continuada conhecimentos gerais para o exerciacutecio da

docecircncia e conhecimentos especiacuteficos da aacuterea Essa formaccedilatildeo possibilita a sua

atuaccedilatildeo no atendimento educacional especializado e deve aprofundar o caraacuteter

interativo e interdisciplinar da atuaccedilatildeo nas salas comuns do ensino regular nas

salas de recursos nos centros de atendimento educacional especializado nos

nuacutecleos de acessibilidade das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior nas classes

hospitalares e nos ambientes domiciliares para a oferta dos serviccedilos e

recursos de educaccedilatildeo especial

38

CAPIacuteTULO II

CAPACITACcedilAtildeO E CONCEPCcedilAtildeO DE PROFESSORES NO PROCESSO DE

INCLUSAtildeO ESCOLAR

2 CAPACITACcedilAtildeO PROFISSIONAL E A INCLUSAtildeO ESCOLAR

A formaccedilatildeo de professores que atuam diretamente na inclusatildeo escolar

sempre se constituiu numa grande problemaacutetica com relaccedilatildeo ao atendimento

do aluno com necessidades especiais Tudo eacute muito novo e desafiador E isto

infelizmente ainda eacute uma barreira para que a inclusatildeo se efetive com alicerce

suficiente para se sustentar

Nos finais do Impeacuterio o atendimento a essa clientela era vinculada agrave

sauacutede Nos anos 20 do seacuteculo passado iniciou-se uma crescente preocupaccedilatildeo

com a questatildeo propriamente pedagoacutegica porem influenciada pela abordagem

psicoloacutegica natildeo abandonando o campo da sauacutede

Para atender agraves demandas cada professor deveria estar apto a

elaborar incrementar e implementar situaccedilotildees de ensino que favorecessem a

construccedilatildeo dos conceitos mais primaacuterios aos mais complexos Eacute importante

que o professor organize seu planejamento de maneira que natildeo passem

despercebidos pelas situaccedilotildees de ensino conceitos que podem parecer

simples mas que na verdade satildeo preacute-requisitos para o que se pensa ser o

mais importante Contudo natildeo satildeo poucos os casos em que as situaccedilotildees

acabam sendo apresentadas de forma restrita sem pertinecircncia aos alunos que

participam da accedilatildeo inclusiva

O cotidiano de sala de aula requer na atualidade a efetivaccedilatildeo de accedilotildees

didaacuteticas flexiacuteveis poreacutem contextualizadas a adequaccedilatildeo de recursos sem

depreciar a capacidade e a imagem do aluno com o qual interagimos uma

reformulaccedilatildeo das dinacircmicas em sala de aula que possibilite a participaccedilatildeo

39

efetiva de todos

Muitos recursos muitas vezes satildeo pouco explorados ou ateacute mesmo

desconsiderados pelo professor com o passar dos niacuteveis propostos pelo

sistema de educaccedilatildeo No entanto quando o professor eacute o agente mediador de

um contexto educacional no qual a diversidade estaacute mais complexa devido agraves

demandas que um tipo de necessidade educativa especial pode gerar eacute

essencial que ele natildeo perca de vista a validade de determinados recursos

diante da construccedilatildeo de conceitos mais elaborados ou abstratos (FERREIRA

2004)

Valorizar a singularidade de cada ser humano eacute um compromisso eacutetico

de contribuir com as transformaccedilotildees necessaacuterias agrave construccedilatildeo de uma

sociedade mais justa (SOUZA SILVA 2005 p 239)

Um sistema escolar inclusivo precisa investir na capacitaccedilatildeo contiacutenua dos

professores e funcionaacuterios das escolas realizando o chamamento dos que

ainda natildeo se consideram envolvidos para um processo de sensibilizaccedilatildeo e

atualizaccedilatildeo constante de toda escola e comunidade Nesse aspecto a

assessoria ao professor eacute fundamental para orientaccedilatildeo e anaacutelise na busca de

soluccedilotildees para os problemas surgidos na sala de aula no aprofundamento das

questotildees teoacutericas na construccedilatildeo de intervenccedilotildees pedagoacutegicas na seleccedilatildeo de

recursos materiais e tecnoloacutegicos para a aprendizagem dos alunos no

processo de avaliaccedilatildeo na inter-relaccedilatildeo com as famiacutelias bem como na

mediaccedilatildeo entre escola e serviccedilos especializados para atendimento ao aluno

com necessidades educacionais na aacuterea da sauacutede da assistecircncia social do

trabalho entre outros (BEYER 2005)

Para Marques (2006) inclusatildeo escolar implica numa reorganizaccedilatildeo

estrutural da escola de todos os elementos da praacutetica pedagoacutegica

considerando o dado do muacuteltiplo da diversidade e natildeo mais o padratildeo

universal O atual momento histoacuterico exige uma participaccedilatildeo efetiva da escola

como instituiccedilatildeo loacutecus do conhecimento e da formaccedilatildeo de cidadatildeos capazes de

intervir nos rumos da sociedade Neste sentido faz-se necessaacuteria uma escola

criativa onde todos os seus componentes sejam co-sujeitos na produccedilatildeo de um

saber-instrumento para o conviacutevio escolar e social Cabe portanto a alunos

professores e sujeitos desse processo planejar e construir as diferentes etapas

de nossa caminhada etapas que se num primeiro momento satildeo idealizadas

40

logo transformam-se em realidade pela reflexatildeo criacutetica de nossas proacuteprias

possibilidades na construccedilatildeo dessa nova escola Assim eacute preciso

redimensionar o modo de pensar e fazer a educaccedilatildeo tarefa por natureza

complexa que envolve elementos poliacuteticos soacutecio-econocircmicos teacutecnicos e

culturais

Essa postura por sua vez implica na superaccedilatildeo da dicotomia e

fragmentaccedilatildeo das atribuiccedilotildees dos agentes educativos dos rituais dos

conteuacutedos metodoloacutegicos dos recursos pedagoacutegicos do processo de

avaliaccedilatildeo bem como das concepccedilotildees de educaccedilatildeo e de sociedade Enfatiza

tambeacutem que implica para o professor em uma seacuterie de mudanccedilas com relaccedilatildeo

a sua postura pressuposto baacutesico de sua atuaccedilatildeo a compreensatildeo das

diferentes necessidades educacionais de seus alunos sendo necessaacuteria aacute

flexibilizaccedilatildeo do professor no exerciacutecio do compromisso eacutetico para se adequar

agraves novas situaccedilotildees que surgiratildeo em decorrecircncia das diversidades presentes

em seu cotidiano atentando para a supressatildeo de uma possiacutevel postura

discriminatoacuteria

Zimmermann (2008) destaca que a instituiccedilatildeo escolar precisa redefinir

sua base de estrutura organizacional destituindo-se de burocracias

reorganizando grades curriculares proporcionando maior ecircnfase agrave formaccedilatildeo

humana dos professores e afinando a relaccedilatildeo famiacutelia

escola propondo uma

praacutetica pedagoacutegica coletiva dinacircmica e flexiacutevel para atender esta nova

realidade educacional A educaccedilatildeo inclusiva tem forccedila transformadora e

aponta para uma nova era natildeo somente educacional mas para uma sociedade

inclusiva

Segundo Mittler (2008) as escolas a volta poderiam tentar encontrar

novos modos de pedir aos pais as suas opiniotildees sobre como poderiam ser

fortalecidos os viacutenculos entre lar e a escola Os viacutenculos mais iacutentimos entre

pais e professor natildeo podem ser prescritos de cima para baixo mas sim

fundamentados nos desejos e nas prioridades daquele que estatildeo nessa aacuterea

A uacuteltima palavra vai para um grupo de pais de crianccedilas com

necessidades especiais e deficiecircncia ( RUSSEL 1997 apud MITTEL

2008p227)

a) Por favor aceite e valorize nossas crianccedilas (e noacutes mesmos como

famiacutelia) como noacutes somos valorizados

41

b) Por favor celebre a diferenccedila

c) Por favor aceite nossas crianccedilas primeiramente como crianccedilas Natildeo

coloque roacutetulos nelas a menos que vocecirc pretenda fazer algo

d) Por favor reconheccedila seu poder sobre nossas vidas Vivemos com as

consequumlecircncias de suas opiniotildees e decisotildees

e) Por favor entenda a tensatildeo sob qual muitas famiacutelias estatildeo vivendo

Os encontros cancelados a lista de espera que ningueacutem consegue

chegar ao inicio todas as discussotildees sobre recursos eacute sobre nossa

vida que vocecirc esta falando

f) Por favor natildeo use modas passageiras e tratamentos conosco a

menos que vocecirc vai estar conosco E natildeo esqueccedila que as famiacutelias

tecircm muitos membros muitas responsabilidades Agraves vezes natildeo

podemos agradar a todo mundo

g) Por favor reconheccedila que aacutes vezes noacutes eacute que temos razatildeo Por favor

acredite em noacutes e escute o que sabemos sobre o que noacutes e nossas

crianccedilas necessitamos

h) Agraves vezes estamos tristes cansados e deprimidos Por favor valorize

nos como famiacutelias preocupadas e comprometidas e tente continuar a

trabalhar conosco

Limaverde (2009) acredita que a maioria dos professores vem de

cursos onde a discussatildeo da teoria e da praacutetica ainda eacute dividida Discute-se

teoria e praacutetica de maneira isolada Ainda se estuda uma teoria idealizada

Poucos cursos de formaccedilatildeo de professores oferecem de modo obrigatoacuterio em

seus curriacuteculos as disciplinas relacionadas agrave diferenccedila agraves deficiecircncias Aleacutem

da formaccedilatildeo do nuacutecleo comum eles tambeacutem precisam se atentar para essas

especificidades Haacute uma obrigatoriedade de se ofertar nos cursos de

pedagogia a disciplina de Libras Mas isso natildeo deve ocorrer apenas na

formaccedilatildeo inicial mas tambeacutem na formaccedilatildeo continuada que eacute aquela em

serviccedilo mas que muitas vezes natildeo contemplam essas especificidades

O problema de formaccedilatildeo eacute muito grave porque repercute nessa

inseguranccedila do professor no preconceito no medo Aleacutem do entrave da

formaccedilatildeo no aspecto pedagoacutegico as escolas elaboram seu projeto poliacutetico

pedagoacutegico sem levar em conta a presenccedila do aluno com deficiecircncia As

praacuteticas a organizaccedilatildeo da sala de aula natildeo leva em conta a presenccedila desse

42

aluno Onde natildeo haacute uma interlocuccedilatildeo mais refinada entre o ensino comum e a

Educaccedilatildeo Especial com esse saber mais especiacutefico natildeo haacute inclusatildeo

A inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino Assim na formaccedilatildeo do professor teria dois espaccedilos um da sala de

aula que eacute a formaccedilatildeo comum para todos os professores contemplando

desenvolvimento aprendizagem e uma na formaccedilatildeo continuada Uma

formaccedilatildeo que atenda agraves diferenccedilas da sala de aula o atendimento agrave educaccedilatildeo

especializada aleacutem da formaccedilatildeo baacutesica cursos de extensatildeo de libras de

soroban de braile de tecnologia assistida para que esse professor possa

atender a especificidade desses alunos O aluno com deficiecircncia eacute um ser

humano que se desenvolve como qualquer outro As teorias e teacutecnicas que

foram estudadas satildeo suporte para esse trabalho Agora o que vai modificar na

sua atuaccedilatildeo eacute a maneira como ele organiza suas praacuteticas pedagoacutegicas Na

maioria das vezes eles organizam praacuteticas homogecircneas do aluno idealizado Eacute

importante um planejamento para pensar essas diferenccedilas na sala de aula Eacute

um trabalho do projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

21 Concepccedilotildees de professores sobre a inclusatildeo na educaccedilatildeo regular e

especial

Inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino (LIMAVERDE 2009)

Apenas a partir do seacuteculo XX verificou-se uma melhor aceitaccedilatildeo das

pessoas com necessidades especiais momento em que se iniciou a sua

desinstitucionalizaccedilatildeo e educaccedilatildeo escolar Ateacute este periacuteodo eram segregados

e praticamente privados de conviacutevio social Entretanto verifica-se que as

conquistas ainda foram poucas pois o preconceito a ignoracircncia e a

discriminaccedilatildeo ainda satildeo muito fortes em relaccedilatildeo ao deficiente e a deficiecircncia

Para Carmo (2000) a inclusatildeo eacute um assunto que deve ser refletido e

investigado com muita precisatildeo jaacute que a sociedade pode estar criando uma

nova modalidade a de excluiacutedos dentro da inclusatildeo podemos assim concluir

nessa reflexatildeo para que haja o processo de ensino-aprendizagem nos alunos

portadores de necessidades educacionais especiais o professor teraacute que se

43

capacitar para atender a proposta desta nova face da educaccedilatildeo brasileira ele

teraacute que tentar conciliar as teorias sobre o assunto com sua pratica e a

realidade da sala de aula Pois soacute assim a inclusatildeo do aluno portador de

necessidades educacionais especiais seraacute bem sucedida e gerando bons

resultados no futuro

Assim a inclusatildeo deste tipo de aluno requer novas posturas tanto aos

professores quanto ao sistema educacional brasileiro levando em consideraccedilatildeo

que todos noacutes estaremos ganhando Lembrando tambeacutem que este processo

de aprendizagem requer a reciprocidade das experiecircncias entre o aluno com

necessidades educacionais especiais o professor e os demais alunos Um

processo de aprendizagem onde todos participam a aquisiccedilatildeo do

conhecimento ocorreraacute com mais facilidade

Mantoan Pietro Arantes (2006) acredita que recriar um novo modelo

educativo com ensino de qualidade que diga natildeo aacute exclusatildeo social implica em

condiccedilotildees de trabalho pedagoacutegico e uma rede de saberes que se entrelaccedilam e

caminham no sentido contraacuterio do paradigma tradicional de educaccedilatildeo

segregadora Eacute uma reviravolta complexa mas possiacutevel basta que lutemos por

ela que nos aperfeiccediloemos e estejamos abertos a colaborar na busca dos

caminhos pedagoacutegicos da inclusatildeo Pois nem todas as diferenccedilas

necessariamente inferiorizam as pessoas Elas tem diferenccedilas e igualdades

mas entre elas nem tudo deve ser igual assim como nem tudo deve ser

diferente

De acordo com Santos (apud MANTOAN2003 p34 ) eacute preciso que

tenhamos o direito de sermos diferentes quando a igualdade nos

descaracteriza e o direito de sermos iguais quando a diferenccedila nos inferioriza

Assim a luta pela escola inclusiva embora seja contestada e tenha ateacute

mesmo assustado a comunidade escolar exige mudanccedila de haacutebitos e atitudes

pela sua loacutegica e eacutetica nos remete a refletir e reconhecer que trata-se de um

posicionamento social que garante a vida com igualdade pautada pelo

respeito agraves diferenccedilas Apesar das iniciativas acanhadas da comunidade

escolar e da sociedade geral eacute possiacutevel adequar a escola para um novo

tempo Precisa estar imbuiacutedos de boa vontade e compromisso enfrentar com

seguranccedila e otimismo este desafio enxergar a clareza e obviedade eacutetica da

proposta inclusiva e contribuir para o desmantelamento dessa maacutequina escolar

44

enferrujada

Para Lisita e Souza (2003) das utopias concretas da modernidade tem-

se hoje apenas a certeza da transitoriedade O sentido da revoluccedilatildeo antes

propagado daacute lugar a um leque de possibilidades as quais se abrem num

horizonte virtual em constantes mudanccedilas Que se trata de uma nova realidade

mundial natildeo se discute Indaga-se no entanto o que se tem a fazer diante de

tal realidade

Nesse sentido a ciecircncia e a tecnologia tecircm se constituiacutedo nos principais

agentes de proposiccedilatildeo e de determinaccedilatildeo dessas mudanccedilas A sensaccedilatildeo que

se tem eacute a de que amanheceremos a cada dia num novo mundo repleto de

novidades e onde o ontem estaacute cada vez e mais rapidamente distante

O cenaacuterio do mundo atual evidencia um movimento em direccedilatildeo a um

sentido de inclusatildeo social o sujeito com deficiecircncia passa a dividir a cena com

os sujeitos sem deficiecircncia coabitando os diversos espaccedilos sociais Nota-se

pois um grande dinamismo experimentado pelos sujeitos e em particular

pelos sujeitos com deficiecircncia num mundo onde conceitos e praacuteticas assumem

cada vez mais um caraacuteter efecircmero e de possibilidades muacuteltiplas

Segundo Ferreira e Glat (2004) satildeo frequentes relatos de professores

principalmente em conselhos de classe sobre a dificuldade de determinados

alunos quanto agrave efetivaccedilatildeo de algumas propostas educacionais Na maioria

das situaccedilotildees o que de fato acontece natildeo eacute uma dificuldade do aluno em

realizar ou compreender a atividade solicitada e sim uma inadequaccedilatildeo do

procedimento dos objetivos eou da avaliaccedilatildeo realizada pelo professor Nesse

sentido eacute importante o professor analisar algumas questotildees como

a) de que maneira todos os alunos poderatildeo participar da aula proposta

b) se haacute necessidade de apoio adaptaccedilotildees e como fazecirc-las para sua

plena participaccedilatildeo

c) que expectativas devem ser esperadas eou modificadas para a

efetivaccedilatildeo da atividade (como os alunos demonstram o que sabem a

quantidade e qualidade das atividades propostas)

d) quais satildeo os objetivos prioritaacuterios para a aprendizagem

Enfim eacute do conhecimento de todos que natildeo haacute formas sem

precedentes que se bastem ou que se perpetuem diante das realidades

necessidades e demandas dos alunos que compotildeem as salas de aula que hoje

45

cada professor assume Eacute importante a busca constante de praacuteticas pautadas

no contexto que o aluno vivencia inovadoras pois o trabalho eacute dinacircmico

sendo fundamental que cada profissional pense na sua disponibilidade para a

construccedilatildeo de praacuteticas efetivas que conduzam a uma educaccedilatildeo de qualidade

para todos como descrevem Ferreira e Glat 2004

Poso (2004) acredita que por um lado os professores julgam-se

incapazes de dar conta dessa demanda despreparados e impotentes frente a

essa realidade que eacute agravada pela falta de material adequado de apoio

administrativo e recursos financeiros

Mantoan (2003) enfatiza que a radicalidade da inclusatildeo vem do fato de

esta exigir uma mudanccedila de paradigma educacional onde na perspectiva

inclusiva suprime-se a sub-divisatildeo dos sistemas escolares em modalidades de

ensino especial e regular As escolas atendem as diferenccedilas sem discriminar

sem estabelecer prioridades e necessidades sem estabelecer regras

diferenciadas para cada caso no planejamento avaliaccedilatildeo e aprendizado

Assim pode-se imaginar o impacto da inclusatildeo nos sistemas de ensino ao

supor a aboliccedilatildeo completa dos serviccedilos segregados da educaccedilatildeo especial os

programas de reforccedilo escolar salas de aceleraccedilatildeo e turmas especiais

Desta forma a inclusatildeo eacute uma provocaccedilatildeo cuja intenccedilatildeo eacute melhorar a

qualidade do ensino atingindo todos os alunos de uma forma globalizada

Incluir eacute necessaacuterio primordialmente para melhorar as condiccedilotildees da escola

de modo que nela se possam formar geraccedilotildees mais preparadas para viver a

vida na sua plenitude livremente sem preconceitos sem barreiras Confirma-

se assim mais uma vez a necessidade de a educaccedilatildeo se atualizar e os

professores aperfeiccediloarem as suas praacuteticas para que as escolas se obriguem

a um esforccedilo de modernizaccedilatildeo e reestruturaccedilatildeo de suas condiccedilotildees atuais

Pretende-se que a escola seja inclusiva eacute primordial que seus planos se

redefinam para uma educaccedilatildeo voltada agrave cidadania global plena livre de

preconceitos e disposta a reconhecer e entende as diferenccedilas entre as

pessoas principalmente quanto aos seus aspectos fiacutesico mental e intelectual

Natildeo basta uma educaccedilatildeo para a cidadania eacute preciso educar para a liberdade

e nesse sentido nenhuma forma de subordinaccedilatildeo intelectual pode ser

admitida

Os desafios para a concretizaccedilatildeo dos ideais inclusivos na educaccedilatildeo

46

brasileira satildeo inuacutemeros Haacute ainda de se vencer os desafios que impotildee o

conservadorismo das instituiccedilotildees especializadas e enfrentar as pressotildees

poliacuteticas e das pessoas com deficiecircncia ainda muito habituadas a seus roacutetulos

e a benefiacutecios que acentuam a incapacidade as limitaccedilotildees o paternalismo e o

protecionismo social

Smeha Ferreira (2005) descrevem que vaacuterios professores afirmam

apresentar sentimentos de despreparo para trabalharem junto agraves crianccedilas com

necessidades especiais Que natildeo tiveram em sua formaccedilatildeo acadecircmica o

preparo adequado que os capacite a lidar com a diversidade e isso gera

intenso sofrimento pois ensinar crianccedilas com limitaccedilotildees exige conhecimento

competecircncia e habilidade para que o processo inclusivo seja efetivado

Os professores foram preparados para trabalharem com as crianccedilas que

aprendem assim quando eles se deparam com as limitaccedilotildees na

aprendizagem sentem frustraccedilatildeo anguacutestia impotecircncia e medo Portanto faz-

se necessaacuterio uma significativa reformulaccedilatildeo nos cursos de graduaccedilatildeo que

estatildeo formando professores os quais certamente teratildeo alunos com

necessidades educativas especiais em sua trajetoacuteria profissional Aliaacutes essa

reformulaccedilatildeo deve abarcar natildeo somente conhecimentos sobre educaccedilatildeo de

pessoas com deficiecircncia mas tambeacutem oportunizar autoconhecimento para

que os professores possam atuar de forma mais confiante atendendo agraves

demandas educacionais especiais com mais prazer e menos sofrimento Aleacutem

da reestruturaccedilatildeo nas aacutereas que envolvem a formaccedilatildeo de professores para

que o trabalho docente possa acontecer com menor prejuiacutezo agrave sauacutede mental

parece primordial que o investimento transcenda a capacitaccedilatildeo relacionada aos

conhecimentos teacutecnicos e permeie o campo da sauacutede mental no trabalho

O suporte aos aspectos psicoloacutegicos dos professores precisam ser

contemplados com grupos de reflexatildeo ou de apoio um espaccedilo que possa

oportunizar-lhes aos mesmos falar sobre seus sentimentos dificuldades

medos ou fantasias Seria um momento para problematizar e encontrar

ressignificaccedilatildeo no exerciacutecio docente que cada vez mais precisa ser alicerccedilado

no respeito agrave diversidade humana Eacute importante tambeacutem salientar que natildeo eacute

apenas o processo de inclusatildeo o responsaacutevel pelo sofrimento docente muitos

satildeo propensos ao stress devido agraves suas proacuteprias vivecircncias pessoais e agraves

exigecircncias da contemporaneidade

47

De acordo com Souza Silva (2009)

No tocante ao trabalho docente novas propostas se fazem necessaacuterias devido agraves transformaccedilotildees educacionais que estatildeo ocorrendo de forma acelerada exigindo assim novas aprendizagens que possam contribuir para a formaccedilatildeo de profissionais capazes de responder aos novos desafios colocados agrave nossa realidade

Para Bartalotti (2006) nos dias atuais frente ao processo de inclusatildeo

como uma possibilidade embora ainda natildeo como uma realidade haacute um grande

caminho a ser percorrido Pois se olhar em volta para cada ser humano que

nos rodeia ver-se-ia o quanto ainda se tem que caminhar para a construccedilatildeo

de uma sociedade verdadeiramente inclusiva Exclui-se apenas com o olhar

com palavras quantas vezes menospreza-se o outro por ele ter um gosto

uma crenccedila religiosa situaccedilatildeo financeira cor de pele estatura e peso corporal

diferente por nos aceitos E sem a menor preocupaccedilatildeo decidi-se que esta ou

aquela pessoa natildeo serve para estar junto de noacutes de nossos filhos frequentar

nosso clube casa ou templo religioso Jaacute sentem-se excluiacutedos e rejeitados em

diferentes situaccedilotildees sentem-se olhados como diferentes indesejaacuteveis

estranhos certamente essa natildeo eacute uma sensaccedilatildeo agradaacutevel quem jaacute passou

por ela natildeo deseja repetir a experiecircncia

Para que a inclusatildeo ocorra eacute necessaacuterio que a sociedade passe pelo

aprimoramento das relaccedilotildees sociais pela compreensatildeo de que o verdadeiro

pensamento inclusivo eacute aquele que natildeo categoriza ou rotula as pessoas por

ordem de valor valor esse atribuiacutedo muitas vezes atraveacutes de estereoacutetipos

estigmas conhecimentos instituiacutedos pensar inclusivamente eacute aprender a olhar

cada pessoa e buscar nela seu real valor construiacutedo nas relaccedilotildees cotidianas

nos seus sonhos e expectativas e nas suas accedilotildees concretas no mundo

Acredita-se tambeacutem que muitas vezes fala-se que a inclusatildeo eacute uma

utopia muitos natildeo acreditam que a sociedade seja capaz desse movimento

Inclusatildeo eacute sim possibilidade assim como eacute possibilidade a construccedilatildeo de uma

sociedade mais digna para todos com ou sem deficiecircncia

Para Tessaro (2009) existe todo um discurso proacute agrave inclusatildeo em vaacuterios

segmentos da sociedade dentre os quais no ambiente escolar A inclusatildeo eacute

algo que vem se efetivando mesmo que a duras penas buscando superar toda

uma histoacuteria de isolamento discriminaccedilatildeo e preconceito Tem provocado

48

muitos questionamentos principalmente no meio acadecircmico tais como O que

eacute inclusatildeo escolar Por que incluir Qual eacute a opiniatildeo dos alunos com

deficiecircncia e dos professores sobre inclusatildeo A escola possui infra-estrutura

adequada para participar da inclusatildeo escolar Os alunos deficientes se sentem

bem com a inclusatildeo escolar Os professores estatildeo capacitados para educaccedilatildeo

inclusiva

Dutra (2007) destaca que as principais dificuldades no processo de

inclusatildeo escolar do aluno especial eacute a ausecircncia de preparo e de uma

formaccedilatildeo mais teacutecnica que visa suprir as necessidades destes alunos

mediadas pelo professor e tambeacutem agrave falta de boas condiccedilotildees fiacutesicas nas

escolas pra receber estes alunos

Jesus (2007) enfatiza que a inclusatildeo dos portadores de necessidades

educacionais especiais na escola eacute algo essencial agrave educaccedilatildeo mas eacute preciso

ser feita de maneira correta porque nem todos podem estar na escola ou

estatildeo preparados para nela estar por natildeo terem capacidade fisioloacutegica Esse eacute

um assunto muito discutido por alguns especialistas da educaccedilatildeo especial que

buscam uma maneira eficiente de incluir todos as crianccedilas e jovens que

possuem alguma necessidade educacional especial

Nesse sentido Mantoan (2006) afirma que a condiccedilatildeo primeira para

inclusatildeo deixe de ser uma ameaccedila ao que hoje a escola defende e adota como

pratica pedagoacutegica e abandonar tudo que leva a tolerar as pessoas com

deficiecircncia na sala de aula

Natildeo pode se ter um ambiente mais propiacutecio para tal processo de

conscientizaccedilatildeo do que a escola Pois seraacute por meio dessa interaccedilatildeo entre

crianccedilas que se construiraacute uma naccedilatildeo mais justa e igualitaacuteria onde todos

juntos aprenderatildeo a conviver e a se respeitarem Respeito que eacute sonhado por

todos que se espera construir um novo amanhatilde mais digno

O assunto eacute fundamental para ser discutido por todas as pessoas

envolvidas com a educaccedilatildeo e que busquem uma naccedilatildeo com menos

desigualdade social oportunidades para todos uma educaccedilatildeo que priorize o

ser e natildeo ter e uma realidade igualitaacuteria A inclusatildeo eacute acima de tudo a

transformaccedilatildeo da pratica pedagoacutegica de todos os profissionais de educaccedilatildeo

Os registros de textos artigos e livros enfatizam que sobre a

aplicabilidade atual de inclusatildeo escolar satildeo insatisfatoacuterios e que natildeo houve

49

diferenccedilas entre os alunos e entre os professores quanto a essa dimensatildeo Os

professores e os alunos expressaram vaacuterias dificuldades envolvidas nesse

processo destacando se a falta de infra-estrutura das escolas a falta de

preparocapacitaccedilatildeo profissional discriminaccedilatildeo social e a falta de aceitaccedilatildeo da

inclusatildeo

Os professores de educaccedilatildeo especial demonstraram dar mais creacutedito agrave

educaccedilatildeo inclusiva do que os do ensino regular Os alunos deficientes

demonstraram dar menos creacutedito agrave inclusatildeo do que os natildeo deficientes Os

sentimentos decorrentes da inclusatildeo que predominaram entre professores e os

alunos com deficiecircncia foram negativos enquanto entre os alunos natildeo

deficientes prevaleceram os positivos (TESSARO 2009)

Para Fonseca (2004) promover a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma tarefa de

uma equipe multidisciplinar que deve adotar uma estrateacutegia do tipo pensar em

grupo eacute pensar melhor pois soacute dessa forma se podem explorar todas as

opccedilotildees potenciais de inclusatildeo e natildeo soacute as mais coerentes acessiacuteveis ou

tradicionais Sem uma dinacircmica de grupo natildeo se podem discutir e implementar

planos educacionais individualizados na educaccedilatildeo inclusiva transpondo para

sala de aula regular programas inovadores desde a modificaccedilatildeo de

comportamento ao enriquecimento linguumliacutestico ou cognitivo

Ensino em equipe com vaacuterios professores que agem e pensam em

conjunto criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees inovaccedilotildees na instruccedilatildeo na avaliaccedilatildeo

aprendizagem cooperativa e interativa criaccedilatildeo de projetos de suporte muacuteltiplo

serviccedilos de encaminhamentos diagnoacutesticos dinacircmicos e prescritivos em

termos de praacutetica de intervenccedilatildeo na sala de aula regular aprofundamento eacutetico

e legal dos pressupostos morais da inclusatildeo social construccedilatildeo de instrumentos

de investigaccedilatildeo-accedilatildeo entre outros satildeo desafios que se colocam hoje mais do

lado do ensino do que da aprendizagem

Para Almeida Anjos (2007) vaacuterios professores destacam tensotildees que

sempre se preservaram em suas percepccedilotildees e atitudes sejam referentes agraves

pessoas com necessidades educacionais especiais sejam relativas a

dificuldades em relaccedilatildeo a si proacuteprios e aos seus saberes profissionais No

entanto os profissionais apontam em suas falas as possibilidades de transpor

tais dificuldades vividas no trabalho com alunos especiais na rotina de seu dia

a dia de trabalho

50

Laraia (1992 apud ALMEIDA ANJOS 2007) acredita que nenhuma

ordem social eacute baseada em verdades inatas que as mudanccedilas nas praacuteticas

pedagoacutegicas com a diversidade dos alunos passam por uma mudanccedila de

nossas concepccedilotildees e valores Que eacute preciso uma formaccedilatildeo que coloque o

profissional da educaccedilatildeo em conflito com seus conhecimentos e concepccedilotildees a

partir da relaccedilatildeo entre a teoria e a praacutetica para entatildeo podermos comeccedilar a

pensar em inclusatildeo Assim a partir dos pressupostos da ciecircncia social criacutetica

sustentada pelo interesse colaborativo procuramos programar com os

profissionais encontros de estudoreflexatildeo das tensotildees e possibilidades que

envolvem o trabalho com alunos com necessidades educacionais especiais

enfatizar ainda como o lazer e recreaccedilatildeo podem ser facilitadores do processo

de inclusatildeo escolar

Zimmermann (2008) acredita que para conseguir reformar a instituiccedilatildeo

escolar primeiramente se tem que reformar as mentes entretanto natildeo

conseguiraacute reformar mentes sem que se realize uma preacutevia reforma de

instituiccedilotildees Vive-se uma crise de paradigmas e toda a crise gera medos

inseguranccedila e incertezas mas propotildee-se que seja este o momento de ousadia

e de busca de alternativas que sustente e norteie para realizar-se as mudanccedilas

que o momento propotildee Que a escola seja um espaccedilo vivo de formaccedilatildeo para

todos e um ambiente verdadeiramente inclusivo eacute preciso que as poliacuteticas

puacuteblicas de educaccedilatildeo sejam direcionadas aacute inclusatildeo que os educadores

desacomodem-se combatendo a descrenccedila e o pessimismo mostrando que a

inclusatildeo eacute um momento oportuno para professores e a comunidade escolar

demonstrarem sua competecircncia e principalmente suas responsabilidades

educacionais

Esta mudanccedila de perspectiva educacional propotildee que os educadores

faccedilam a diferenccedila buscando conhecimento e contribuindo com uma praacutetica

ressignificada desenvolvendo uma educaccedilatildeo baseada na afetividade e na

superaccedilatildeo de limites que as crianccedilas aprendam a respeitar as diferenccedilas em

sala de aula preparando-as assim para o futuro a vida e o mercado de

trabalho pois vivendo a experiecircncia inclusiva seratildeo adultos bem diferentes de

noacutes e por certo natildeo faratildeo discriminaccedilotildees sociais

Arauacutejo (2008) relata a opiniatildeo dos professores sobre a inclusatildeo escolar

enfatizando com veemecircncia de que a inclusatildeo escolar do aluno portador de

51

necessidades educacionais especiais eacute um assunto muito interessante e

delicado e levantaram a conscientizaccedilatildeo desse aluno sobre o direito deste

frequentar o ensino regular no entanto essa inclusatildeo na visatildeo deles estaacute

acontecendo de forma errocircnea Pois os professores da rede regular de ensino

em sua quase totalidade natildeo estatildeo preparados para lidar com esta nova fase

da educaccedilatildeo brasileira

Tem que se pensar que para que a inclusatildeo se concretize natildeo basta

estar garantido na legislaccedilatildeo mas demanda modificaccedilotildees profundas e

importantes no sistema de ensino Essas mudanccedilas deveratildeo levar em conta o

contexto soacutecio econocircmico aleacutem de serem gradativas planejadas e contiacutenuas

para garantir uma educaccedilatildeo de oacutetima qualidade (BUENO 1998 apud

PEREIRA 2009)

Pereira (2009) acredita que a inclusatildeo depende de mudanccedila de valores

da sociedade e a vivencia de um novo paradigma que natildeo se faz com simples

recomendaccedilotildees teacutecnicas como se fossem receitas de bolo mas com reflexotildees

dos professores direccedilotildees pais alunos equipe multidisciplinar e a comunidade

Essa questatildeo natildeo eacute tatildeo simples assim pois devemos levar em conta as

diferenccedilas Como colocar no mesmo espaccedilo demandas tatildeo diferentes e

especiacuteficas se muitas vezes nem a escola especial consegue dar conta desse

atendimento de forma adequada Deparar-se com frequecircncia com as

resistecircncias dos professores e direccedilotildees manifestadas atraveacutes de

questionamentos e queixas ou ateacute mesmo com expectativas de que possa

apresentar soluccedilotildees maacutegicas de aplicaccedilatildeo imediata causando certa decepccedilatildeo

e frustraccedilatildeo pois ela natildeo existe

O problema se agrava quando se vecirc o professor totalmente dependente

do apoio ou assessoria de profissionais da aacuterea da sauacutede pois neste caso a

questatildeo cliacutenica eacute fundamental e se sobressai e novamente o pedagoacutegico fica

esquecido Com isso o professor se sente desvalorizado incapaz e fora do

processo por considerar esse aluno como doente concluindo que natildeo pode

fazer nada por ele pois ele precisa de tratamento especializado de

profissionais qualificados da aacuterea da sauacutede desistindo assim de assumir tal

tarefa

Desta forma parece que o professor esquece seu papel poreacutem natildeo se

considera o momento do professor sua formaccedilatildeo as condiccedilotildees da proacutepria

52

escola em receber esses alunos que entram nas escolas e continuam

excluiacutedos de todo o processo de ensino-aprendizagem e social causando

frustraccedilatildeo e fracassos dificultando assim a proposta de inclusatildeo Por um lado

os professores julgam-se incapazes de dar conta dessa demanda

despreparados e impotentes frente a essa realidade que eacute agravada dia-a-dia

pela falta de material adequado de apoio administrativo e recursos financeiros

Limaverde (2009) salienta que no Brasil estaacute acontecendo um grande

movimento proacute-inclusatildeo que tem sido fortalecido a partir da sistematizaccedilatildeo do

que se trata o atendimento educacional especializado Existem realidades

muito proacuteximas em relaccedilatildeo ao atendimento desses alunos mas ainda tem

muitas compreensotildees equivocadas sobre a inclusatildeo de alunos com deficiecircncia

Alguns municiacutepios brasileiros pensam que fazem inclusatildeo mas na verdade

eles tecircm feito integraccedilatildeo Percebe-se que alunos que frequentam escolas

comuns salas comuns de ensino natildeo participam efetivamente das aulas ou

das atividades realizadas e essas escolas alegam que esses alunos natildeo tecircm

condiccedilotildees de fazer as atividades e que por isso eles fazem outras atividades

diferenciadas Desta forma natildeo ocorre a inclusatildeo Isso eacute uma integraccedilatildeo

porque o aluno estaacute integrado na sala de aula comum mas ele natildeo participa

das atividades realizadas pelos demais colegas

Muitos municiacutepios brasileiros que estatildeo em processo de transiccedilatildeo ou

seja eles estatildeo implantando o atendimento educacional especializado de

caraacuteter complementar e ao mesmo tempo estatildeo ainda com problemas

relacionados agrave inclusatildeo desses alunos como por exemplo a manutenccedilatildeo de

classes especiais A partir da formaccedilatildeo de 2007 para caacute os municiacutepios tecircm se

reorganizado para atendimento educacional especializado mas ainda eacute uma

realidade muito diferenciada

A inclusatildeo soacute eacute possiacutevel onde houver respeito agrave diferenccedila e

consequentemente a adoccedilatildeo de praacuteticas pedagoacutegicas que permitam agraves

pessoas com deficiecircncia aprender e ser reconhecidos e valorizados os

conhecimentos que satildeo capazes de produzir segundo seu ritmo e na medida

de suas possibilidades (SILVA 2009)

53

A menos que a atual oportunidade favoraacutevel seja aproveitada para melhorar as qualificaccedilotildees profissionais de professores em educaccedilatildeo especial e consequentemente a qualidade da educaccedilatildeo especial tememos que os proacuteximos 20 anos ainda possam ser um periacuteodo de esperanccedilas frustradas (RELATORIO WARNOCK 1978 paraacutegrafo 1932)

54

CONCLUSAtildeO

Diante do levantamento bibliograacutefico conclui-se que a inclusatildeo nos

moldes em que se encontra atualmente estaacute longe de atender a um ideal

Tal processo necessita de muitas transformaccedilotildees Os oacutergatildeos a ele

ligados diretamente ou indiretamente deveratildeo rever suas propostas metas e

meacutetodos de implantaccedilatildeo

Profissionais da sauacutede tambeacutem tecircm papeacuteis importantes em todo o

processo inclusivo pois em accedilatildeo conjunta com os educadores podem fazer um

trabalho mais completo e eficaz

A inclusatildeo escolar eacute uma praacutetica que abrange natildeo apenas os

profissionais especiacuteficos das aacutereas meacutedica e educacional mas tambeacutem

envolve um fator preponderante na vida do indiviacuteduo atendido por ela a famiacutelia

Esta constitui a base da crianccedila com necessidades educacionais especiais e

assumindo a postura devida pode oferecer a esta crianccedila o subsiacutedio para seu

desenvolvimento escolar bem como uma fonte de apoio aos profissionais

envolvidos

Aleacutem de uma nobre causa de cunho educacional a inclusatildeo constitui

ainda uma mudanccedila no comportamento da sociedade como um todo que

passa a ter que zelar por interesses coletivos outrora ignorados pela maioria

Devido ao periacuteodo decorrido desde as primeiras iniciativas ligadas ao

processo inclusivo verifica-se que o tempo eacute um fator indispensaacutevel para sua

concretizaccedilatildeo Esta provavelmente dar-se-aacute a partir do momento em que todos

os envolvidos assumirem suas devidas responsabilidades e se unirem por uma

educaccedilatildeo de qualidade embasada em um planejamento organizado bem

dirigido iacutentegro e sobretudo pautado no respeito ao ser humano e agrave

diversidade

55

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18

enfrentar dificuldades para aprender ou fazer parte da comunidade

escolar

b) as dificuldades de aprendizagem que emergem no dia-a-dia da

escolasala de aula constituem um recurso para melhorar o ensino

c) todas as mudanccedilas geradas como resultado da tentativa de

responder agraves necessidades de aprendizagem de uma dada crianccedila

oferecem melhores condiccedilotildees para todas as crianccedilas aprenderem

Tais fundamentos revelam que a inclusatildeo natildeo depende de diagnoacutestico

ou categorias de deficiecircncias baseadas em niacuteveis de habilidades ou

capacidades do aluno e natildeo segrega ou discrimina nenhuma crianccedila com base

nas suas caracteriacutesticas individuais

Ao inveacutes disso a inclusatildeo cria oportunidades para todos os alunos

aprenderem por meio do uso de estrateacutegias diversificadas de ensino ao mesmo

tempo em que cria bases firmes para a melhoria da escola e para a

capacitaccedilatildeo contiacutenua dos professores

Ferreira Glat (2004) enfatiza que a inclusatildeo eacute um termo que tem sido

usado predominantemente como sinocircnimo para integraccedilatildeo de alunos com

deficiecircncia no ensino regular denotando desta forma a perpetuaccedilatildeo da

vinculaccedilatildeo deste conceito com a educaccedilatildeo especial

Para Fonseca (2004) a inclusatildeo parece natildeo oferecer duacutevidas

literalmente significa accedilatildeo ou resultado de incluir de envolver de abranger de

fechar de encerrar de introduzir de inserir dentro de alguma coisa

A educaccedilatildeo inclusiva significa assegurar a todos os estudantes sem

exceccedilatildeo independentemente da sua origem sociocultural e da sua evoluccedilatildeo

psicobioloacutegica a igualdade de oportunidades educativas para que desse

modo possam usufruir de serviccedilos de qualidade conjuntamente com outros

apoios complementares e possam beneficiar-se igualmente da sua integraccedilatildeo

em classes etariamente adequadas perto da sua residecircncia com objetivo de

serem preparados para uma vida futura a mais independente e produtiva

possiacutevel como membros de pleno direito da sociedade segundo Bos e Vaughn

(1994) Clark Dyson e Millward (1998) (apud FONSECA 2004)

Para Pereira (2009) a inclusatildeo eacute um movimento mundial de luta das

pessoas com deficiecircncias e seus familiares na busca dos seus direitos e lugar

na sociedade

19

Existe um consenso entre os estudiosos de que inclusatildeo natildeo se refere

somente agraves crianccedilas com deficiecircncia e sim a todas as crianccedilas jovens e

adultos que sofrem qualquer tipo de exclusatildeo educacional seja dentro das

escolas e salas de aula quando natildeo encontram oportunidades para participar

de todas as atividades escolares quando satildeo expulsos e suspensos por

razotildees muitas vezes obscuras quando natildeo tecircm acesso agrave escolarizaccedilatildeo e

permanecem fora das escolas como eacute o caso de muitos brasileiros e de muitas

crianccedilas africanas

Celedoacuten (2009) acredita que a inclusatildeo eacute ato ou efeito de incluir isto eacute

de compreender (entender algueacutem aceita-lo como eacute) abranger (conter em si

mas tambeacutem apreender perceber entender alcanccedilar atingir) em estudos da

linguagem inclusive se diz da primeira pessoa do plural que inclui o falante e o

ouvinte (no caso professores e alunos)

11 Histoacuterico de Inclusatildeo

O marco histoacuterico da inclusatildeo foi em junho de 1994 com a Declaraccedilatildeo

de Salamanca Espanha realizada pela UNESCO na Conferecircncia Mundial

sobre necessidades educativas especiais acesso e qualidade assinado por 92

paiacuteses cujo princiacutepio fundamental eacute todos os alunos devem aprender juntos

sempre que possiacutevel independente das dificuldades e diferenccedilas que

apresentem (PEREIRA 2009 p1)

Para Celedoacuten (2009) antes do seacuteculo XX natildeo existia a ideacuteia de

inclusatildeo a maioria das pessoas principalmente mulheres deficientes fiacutesicos e

mentais de outras raccedilas que natildeo a branca e pobre natildeo tinha o direito ou as

condiccedilotildees miacutenimas para frequentar a escola

No seacuteculo XX comeccedila a chamada segregaccedilatildeo mais pessoas tinham

acesso agrave escola poreacutem dificilmente misturavam-se com os alunos

representantes da classe dominante Na segunda metade do seacuteculo surgiam as

escolas especiais e mais tarde as classes especiais dentro das escolas

comuns Surgia assim uma aberraccedilatildeo pedagoacutegica a separaccedilatildeo de dois

sistemas educacionais por um lado a educaccedilatildeo comum e do outro a educaccedilatildeo

especial

20

Jaacute na deacutecada de 70 aparecia a integraccedilatildeo As escolas comuns

aceitavam alguns alunos antes rejeitados ou marginalizados que poderiam

frequentar classes comuns desde que conseguissem adaptar-se

Os primeiros movimentos que apontavam para o surgimento da inclusatildeo

escolar datam do final da deacutecada de 80 Assim soacute haacute um tipo de educaccedilatildeo e

ela eacute para todos sem restriccedilatildeo sem separaccedilatildeo (CELEDOacuteN 2009)

A inclusatildeo comeccedilou como um movimento de pessoas com deficiecircncia e

seus familiares na luta pelos seus direitos de igualdade na sociedade

visualiza-se as diversas noccedilotildees dificuldades concepccedilotildees e sentimentos

vinculados a realidade inclusiva

Medidas bem planejadas

conscientizaccedilatildeo governamental e social

Exige aceitaccedilatildeo da diferenccedilas

socializaccedilatildeo

poliacuteticas de integraccedilatildeo

Um desafio

Constitui uma troca constante entre alunos e

professores um processo gradativo

Inclusatildeo

Enfrenta seguranccedila

problemas de formaccedilatildeo

condiccedilotildees atitudinais e arquitetocircnicas

Fonte adaptado de Parolin2006

Quadro 2 Inclusatildeo

12 O papel da famiacutelia no processo de inclusatildeo

A famiacutelia eacute a primeira unidade agrave qual a crianccedila com necessidades

especiais viraacute a fazer parte entretanto muitas vezes os familiares natildeo estatildeo

preparados para recebecirc-la ainda que constitua um importante suporte para

esta crianccedila

21

Segundo Kaloustian (2002) a famiacutelia eacute o lugar indispensaacutevel para a

garantia da sobrevivecircncia e da proteccedilatildeo integral dos filhos e demais membros

independentemente do arranjo familiar ou da forma como vem se estruturando

Eacute a famiacutelia que propicia os aportes afetivos e sobretudo materiais necessaacuterios

ao desenvolvimento e bem estar dos seus componentes Ela desempenha um

papel decisivo na educaccedilatildeo formal e informal eacute em seu espaccedilo que satildeo

absorvidos os valores eacuteticos e humaniacutesticos e onde se aprofundam os laccedilos

de solidariedade Eacute tambeacutem em seu interior que se constroem as marcas entre

as geraccedilotildees e satildeo observados valores culturais

Para Aranha (2004) eacute imprescindiacutevel promover cuidados de apoio agrave

famiacutelia e agrave comunidade para que as crianccedilas e adolescentes com dificuldades

especiais tenham condiccedilotildees favoraacuteveis para um desenvolvimento saudaacutevel

A famiacutelia tem se encontrado numa posiccedilatildeo de dependecircncia de

profissionais em diferentes aacutereas do conhecimento no sentido de receberem

orientaccedilotildees de como proceder em relaccedilatildeo agraves necessidades especiais de seus

filhos

De acordo com Ribeiro (2004 p20)

A famiacutelia vem se mantendo ao longo da histoacuteria da humanidade como instituiccedilatildeo social permanente o que pode ser explicado por sua capacidade de mudanccedilaadaptaccedilatildeo resistecircncia e por receber valorizaccedilatildeo positiva da sociedade e daqueles que a integram

Faz-se necessaacuterio que a famiacutelia construa conhecimentos sobre as

necessidades especiais de seus filhos assim os profissionais ligados

diretamente ao caso deveratildeo orientar e preparar a famiacutelia para tal desafio

bem como ajudaacute-la a aceitar as dificuldades de modo a facilitar o dia-a-dia da

crianccedila no contexto familiar

Segundo Gokhale (1980) acrescenta ainda que a famiacutelia natildeo eacute

somente o berccedilo da cultura e a base da sociedade futura mas eacute tambeacutem o

centro da vida social A educaccedilatildeo bem sucedida da crianccedila na famiacutelia eacute que vai

servir de apoio agrave sua criatividade e ao seu comportamento produtivo quando for

adulto A famiacutelia tem sido eacute e seraacute a influecircncia mais poderosa para o

desenvolvimento da personalidade e do caraacuteter das pessoas

A famiacutelia precisa construir padrotildees cooperativos e coletivos de

enfrentamento dos sentimentos de anaacutelise das necessidades primordiais de

22

cada membro e do grupo como um todo da tomada de decisotildees de busca dos

recursos e serviccedilos especializados que seratildeo necessaacuterios para o bem estar e

adequada qualidade de vida do indiviacuteduo especial como tambeacutem de toda sua

famiacutelia (ARANHA 2004)

Eacute essencial que se invista na orientaccedilatildeo e no apoio agrave famiacutelia para que

esta possa cumprir da melhor maneira possiacutevel seu papel educativo junto aos

seus dependentes

Agrave famiacutelia cabe o maior tempo de convivecircncia e adaptaccedilatildeo da crianccedila

com necessidades especiais Por isso o domiciacutelio e as pessoas que nele

moram devem ser preparados para enfrentar este desafio que natildeo eacute faacutecil

poreacutem com todo cuidado e ajuda especiacutefica se tornaraacute muito mais faacutecil e

prazeroso

13 As condiccedilotildees da inclusatildeo escolar no Brasil

As instituiccedilotildees escolares no Brasil ao reproduzirem constantemente o

modelo tradicional natildeo tem demonstrado condiccedilotildees de responder aos desafios

da inclusatildeo escolar e do acolhimento agraves diferenccedilas nem de promover

aprendizagens necessaacuterias agrave vida em sociedade

A escola natildeo tem conseguido cumprir o papel de configurar-se como

espaccedilo educativo adequado ao processo inclusivo O tradicionalismo assenta-

se em pressuposto irrealizaacutevel ao fazer com que os alunos enquadrem agraves suas

exigecircncias

No plano eacutetico e poliacutetico a defesa de igualdade de direitos com

destaque para o direito agrave educaccedilatildeo parece constituir-se em consenso As

discordacircncias satildeo enunciadas no plano da definiccedilatildeo das propostas para sua

concretizaccedilatildeo

Oliveira( 2001 p 2 ) analisa que

A proacutepria declaraccedilatildeo desse direito agrave educaccedilatildeo pelo menos no que diz respeito agrave gratuidade constava jaacute na Constituiccedilatildeo Imperial O que se aperfeiccediloou para aleacutem de uma maior precisatildeo juriacutedica - evidenciada pela redaccedilatildeo - foram os mecanismos capazes de garantir em termos praacuteticos os direitos anteriormente enunciados estes sim verdadeiramente inovadores

23

No discurso decorrente de muitos profissionais da educaccedilatildeo a inclusatildeo

escolar tem sido uma expressatildeo empregada com sentido restrito como se

significasse apenas matricular alunos com deficiecircncia e necessidades

especiais em classe comum Mas a construccedilatildeo conceitual dessa expressatildeo

ultrapassa em muito esse entendimento Sua implantaccedilatildeo pode implicar em

resguardar a classe comum como espaccedilo de escolarizaccedilatildeo de todos ou como

uma das opccedilotildees para aqueles com necessidades educacionais especiais

ainda que deva ser a preferencial como preconizado pela Constituiccedilatildeo Federal

de 1988

De acordo com Gonzalez (2002)

A educaccedilatildeo especial eacute marcada pela ideacuteia de uma educaccedilatildeo diferente e dirigida a um grupo de sujeitos especiacuteficos a compreensatildeo anterior eacute marcada pela ideacuteia de uma accedilatildeo ou conjunto de accedilotildees e serviccedilos dirigidos a todos os sujeitos que deles necessitam em contextos normalizados

A expressatildeo alunos com necessidades educacionais especiais eacute usada

para designar pessoas com deficiecircncia mental auditiva visual fiacutesica e muacuteltipla

superdotaccedilatildeo e altas habilidades e condutas tiacutepicas que requerem em seu

processo de educaccedilatildeo escolar atendimento educacional especializado que

pode se concretizar em intenccedilotildees para lhes garantir acessibilidade

arquitetocircnica de comunicaccedilatildeo e de sinalizaccedilatildeo adequaccedilotildees didaacutetico

metodoloacutegicas curriculares e administrativas bem como materiais e

equipamentos especiacuteficos ou adaptados

Xavier (2002) salienta que

A construccedilatildeo da competecircncia do professor para responder com qualidade agraves necessidades educacionais especiais de seus alunos em uma escola inclusiva pela mediaccedilatildeo da eacutetica responde aacute necessidade social e histoacuterica de superaccedilatildeo das praticas pedagoacutegicas que discriminam segregam e excluem e ao mesmo tempo configura na accedilatildeo educativa o vetor de transformaccedilatildeo social para a equidade a solidariedade a cidadania

24

conhecer o sujeito natildeo eacute preciso orientar as

atividades e refletir cada accedilatildeo

o sucesso das intervenccedilotildees depende do

conhecimento humano e desenvolvimento

psicossocial dos interventores

Trabalhar com a

inclusatildeo requer

mudanccedilas de

paradigmas nessa praacutetica haacute uma identificaccedilatildeo subjetiva com

esse sujeito

como essa praacutetica foi se constituindo

qual era o objetivo da construccedilatildeo dessa praacutetica

A que se propotildee

quem satildeo os sujeitos que datildeo corpo a essa praacutetica

Trabalhar com

inclusatildeo requer

reflexatildeo sobre a

praacutetica por que esta opccedilatildeo e natildeo outra

compromisso com aprendizagem

compromisso com formaccedilatildeo

compromisso teacutecnico humano cientiacutefico

Trabalhar com

inclusatildeo requer

postura eacutetica compromisso com a qualidade na aprendizagem

Fonte adaptado Parolin 2006

Quadro 3 Preacute requisitos para o trabalho inclusivo

Atualmente coexistem pelo menos duas propostas para a educaccedilatildeo

especial uma em que conhecimentos acumulados sobre educaccedilatildeo especial

teoacutericos e praacuteticos devem estar a serviccedilo dos sistemas de ensino e portanto

das escolas e disponiacuteveis a todos os professores alunos e demais membros

da comunidade escolar que a qualquer momento podem requerecirc-los outra

em que se deve configurar um conjunto de recursos e serviccedilos educacionais

especializados dirigidos apenas agrave populaccedilatildeo escolar que apresente

solicitaccedilotildees que o ensino comum natildeo tem conseguido contemplar

De acordo com Glat Nogueira (2002 )

As poliacuteticas para a inclusatildeo devem ser concretizadas na forma de programas de capacitaccedilatildeo e acompanhamento contiacutenuo que orientem o trabalho docente na perspectiva da diminuiccedilatildeo gradativa

25

da exclusatildeo escolar o que visa a beneficiar natildeo apenas os alunos com necessidades especiais mas de uma forma geral a educaccedilatildeo escolar como um todo

Mantoan Prieto Arantes (2006) salientam que o planejamento e a

implantaccedilatildeo de poliacuteticas para atender a alunos com necessidades educacionais

especiais requerem domiacutenio conceitual sobre inclusatildeo escolar e sobre as

solicitaccedilotildees decorrentes de sua adoccedilatildeo enquanto princiacutepio eacutetico-poliacutetico bem

como a clara definiccedilatildeo dos princiacutepios e diretrizes nos planos e programas

elaborados permitindo a redefiniccedilatildeo dos papeis da educaccedilatildeo especial e do

atendimento desse alunado

A poliacutetica educacional brasileira tem deslocado progressivamente para

os municiacutepios parte da responsabilidade administrativa financeira e

pedagoacutegica pelo acesso e permanecircncia de alunos com necessidades

educacionais especiais nas escolas em decorrecircncia do processo de

municipalizaccedilatildeo do ensino fundamental Essa diretriz tem provocado alguns

impactos no atendimento a esse puacuteblico alvo Algumas prefeituras criaram

formas de atendimento educacional especializado outras ampliaram ou

mantiveram seus auxiacutelios e serviccedilos de ensino algumas estatildeo apenas

matriculando esses alunos em suas redes de ensino e haacute ainda as que

desativaram alguns serviccedilos prestados como por exemplo a oferta de

programas de transporte adaptado

No Brasil o atendimento educacional especializado era em 2004

desenvolvido na proporccedilatildeo de 13 para 23 referindo-se a escolas comuns

puacuteblicas e a escolas exclusivamente especializadas ou em classes especiais

respectivamente

A base de dados divulgada natildeo registra informaccedilotildees sobre matriacuteculas no

ensino superior mas revela que o atendimento estaacute centrado na educaccedilatildeo

infantil (109596 matriacuteculas que correspondem a 19 3 do total) e no ensino

fundamental (365359 ou 644) Haacute na EJA (Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos)

e na educaccedilatildeo profissional pouco mais de 41500 matriacuteculas em cada uma

dessas modalidades no ensino meacutedio as matriacuteculas equivaliam a 16 com

apenas 8281 alunos nesse niacutevel de ensino

A matriacutecula inicial na classe comum evoluiu de 1998 a 2002 em 151

Passamos de um total 439233 matriacuteculas em 1998 para 110536 em 2002

26

Em 2003 em dados aproximados havia 144100 alunos com necessidades

educacionais especiais nas referidas classes e em 2004 184800

evidenciando crescimento anual de 281 entre esses dois uacuteltimos anos

Deixa-se em aberto a possibilidade de sabermos que patamar de

atendimento foi atingido pois para isso precisariacuteamos ter dados sobre os que

estatildeo fora da escola portanto sem nenhum tipo de atendimento escolar

Eacute um dever natildeo cumprido averiguar se aos alunos com necessidades

educacionais especiais estaacute sendo garantido aleacutem do acesso agrave escola o

acesso agrave educaccedilatildeo aqui compreendida como processo de desenvolvimento

da capacidade fiacutesica intelectual e moral da crianccedila e do ser humano em geral

visando sua melhor integraccedilatildeo individual e social

Uma accedilatildeo que deve marcar as poliacuteticas puacuteblicas de educaccedilatildeo eacute a

formaccedilatildeo dos profissionais da educaccedilatildeo Sem deixar de considerar que em

educaccedilatildeo atuam profissionais no acircmbito teacutecnico-administrativo e em outras

funccedilotildees com importante papel no desenvolvimento de accedilotildees educacionais

14 Legislaccedilatildeo direitos e deveres na inclusatildeo

141 Leis e declaraccedilotildees internacionais

a) Declaraccedilatildeo de Cuenca - UNESCO - Equador 1981

b) Declaraccedilatildeo de Sunderberg - Torremolinos Espanha 1981

c) Resoluccedilotildees da XXIII Conferecircncia Sanitaacuteria Panamericana

- OPSOrganizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede - Washington DC USA -

1990

- Seminaacuterio Unesco - Caracas - Venezuela - 1992 - Informe Final

d) Declaraccedilatildeo de Santiago - Chile - 1993

e) Assembleacuteia Geral das Naccedilotildees Unidas - New York USA - 1993

Normas

- Uniformes sobre a igualdade de oportunidade para pessoas com

incapacidades

f) Declaraccedilatildeo Mundial de Educaccedilatildeo para Todos - UNICEF - Jon Tien

Tailacircndia - 1990

27

g) Declaraccedilatildeo de Salamanca - Salamanca Espanha princiacutepios poliacuteticas

e praacutetica em Educaccedilatildeo Especial - 1994 - criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de sistemas

educacionais inclusivos

142 Leis nacionais

a) Constituiccedilatildeo Federal de 1988 - Tiacutetulo VI - Da Ordem Social - Art 208

e Art 227

b) Lei nordm 785389 - Dispotildee sobre o apoio agraves pessoas com deficiecircncias

sua integraccedilatildeo social e pleno exerciacutecio de direitos sociais e individuais

c) Decreto nordm 220897 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

d) Parecer CNECEB nordm 1699 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

e) Resoluccedilatildeo CNECEB nordm 499 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

f) Decreto nordm 329899 - Regulamenta a Lei 785389 daacute-lhe condiccedilotildees

operacionais consolida as normas de proteccedilatildeo ao portador de deficiecircncias

g) LDB nordm 939496 (Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional) -

Capiacutetulo V - Educaccedilatildeo Especial - Art 58 Art 59 e Art 60 Portaria

MEC nordm 167999 - requisitos de acessibilidade a cursos instruccedilatildeo de

processos de autorizaccedilatildeo de cursos e credenciamento de instituiccedilotildees

voltadas agrave educaccedilatildeo especial

h) Parecer CNECEB nordm 1499 - Diretrizes nacionais da educaccedilatildeo

escolar indiacutegena

i) Resoluccedilatildeo CNECEB nordm 0399 - Fixa diretrizes nacionais para o

funcionamento de escolas indiacutegenas

j) Lei nordm 1009800 - Estabelece normas gerais e criteacuterios baacutesicos para a

promoccedilatildeo de acessibilidade das pessoas portadoras de deficiecircncia ou com

mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Resoluccedilatildeo CNECEB nordm

22001 - Institui diretrizes e normas para a educaccedilatildeo especial na Educaccedilatildeo

Baacutesica

k) Parecer CNECEB nordm 172001 - Diretrizes Nacionais para a Educaccedilatildeo

Especial na Educaccedilatildeo Baacutesica

28

l) Lei nordm 101722001 - Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo - PNE e daacute

outras providecircncias (o PNE estabelece 27 objetivos e metas para a

educaccedilatildeo de pessoas com necessidades educacionais especiais)

143 Direitos e Deveres

o papel da educaccedilatildeo consiste em favorecer que cada um de forma

livre e autocircnoma reconheccedila aos demais a mesma esfera de direito que exige

para si (VIEIRA 1999 p 16)

1431 Direito agrave acessibilidade

Para que as pessoas com deficiecircncia possam ter liberdade de ir e vir e

se sentir parte da comunidade elas necessitam de um meio fiacutesico adequado e

que garanta seguranccedila e acesso O direito a acessibilidade estaacute descrito nas

Leis 1009800 - regulamentada atraveacutes do Decreto 529604 - e 1004800 que

prevecircem a adequaccedilatildeo das vias e de espaccedilos puacuteblicos no mobiliaacuterio urbano na

construccedilatildeo e reforma de edifiacutecios nos meios de transporte e de comunicaccedilatildeo e

do acesso a informaccedilatildeo

Eacute possiacutevel promover a inclusatildeo social no meio fiacutesico construindo rampas

de acesso banheiros adaptados pisos taacuteteis guias rebaixadas sinais sonoros

entre outros

A acessibilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo pode ser alcanccedilada

atraveacutes de sites acessiacuteveis que atendam agraves pessoas com deficiecircncia visual e

por exemplo aparelhos de televisatildeo com legenda oculta As emissoras de TV

devem incluir em suas programaccedilotildees inteacuterprete de Libras para que as pessoas

com deficiecircncia auditiva possam acompanhar os programas

29

Pessoas com deficiecircncia fiacutesica idosos gestantes lactantes e pessoas

com crianccedilas de colo devem ter atendimento prioritaacuterio por meio de serviccedilos

individualizados que assegurem tratamento diferenciado

1432 Direito ao trabalho

Foram diversas as conquistas em defesa das pessoas com deficiecircncia

nos uacuteltimos anos Hoje elas satildeo amparadas por lei no seu direito de acesso ao

trabalho Graccedilas a estas conquistas fazer parte do quadro de funcionaacuterios de

uma empresa jaacute natildeo eacute um obstaacuteculo mas a permanecircncia destes profissionais

no local de trabalho ainda exige cuidados Cabe aos empregadores garantir

bem estar e acessibilidade aos seus colaboradores para que eles tenham

oportunidade de exercer suas funccedilotildees de maneira adequada e mostrar todo o

seu potencial

Este sistema estaacute carregado da antiga visatildeo de assistencialismo

capacidade laborativa reduzida e falta de noccedilatildeo sobre cidadania Na sociedade

brasileira ele ainda eacute necessaacuterio para que as pessoas apostem nestes

profissionais e desta forma descubram que eles tecircm um enorme potencial

Em vaacuterios paiacuteses como EUA Canadaacute Gratilde-Bretanha Nova Zelacircndia

Dinamarca Sueacutecia Finlacircndia Austraacutelia e Portugal este princiacutepio foi extinto e a

antiga visatildeo foi superada Em naccedilotildees como o Brasil ela estaacute em vias de

superaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo eacute a melhor forma de acabar com o preconceito

Durante anos a sociedade excluiu as pessoas com deficiecircncia do

conviacutevio social Esta exclusatildeo se reflete ateacute hoje em diversos setores sociais

Vaacuterias leis foram criadas visando agrave inclusatildeo dos cidadatildeos com

deficiecircncia mas algumas delas foram concebidas quando ainda se tinha pouco

conhecimento sobre este puacuteblico e suas limitaccedilotildees O sistema de cotas eacute uma

delas

a) 1980 - estabelecida como a deacutecada internacional da pessoa com

deficiecircncia

b) 1992 - estabelecida a data de 3 de dezembro como dia internacional das

pessoas portadoras de deficiecircncia da ONU

30

c) 1994 - declaraccedilatildeo de Salamanca (Espanha) tratando da educaccedilatildeo

especial

d) 1995 - a Inglaterra aprova legislaccedilatildeo semelhante para empresas com

mais de vinte empregados

e) 1999 - promulgada na Guatemala a convenccedilatildeo interamericana para a

eliminaccedilatildeo de todas as formas de discriminaccedilatildeo contra as pessoas

portadoras de deficiecircncia

f) 2002 - realizado em marccedilo o congresso europeu sobre deficiecircncia em

Madri que estabeleceu 2003 como o ano europeu das pessoas com

deficiecircncia

g) 1981 - adotado pela ONU como o ano internacional das pessoas com

deficiecircncia

h) 1983 elaboraccedilatildeo da convenccedilatildeo 159 pela OIT

i) 1990 - aprovada a ADA (Lei dos Deficientes dos Estados Unidos)

aplicaacutevel a toda empresa com mais de quinze funcionaacuterios

j) 1997 - tratado de Amsterdatilde em que a Uniatildeo Europeacuteia se compromete a

facilitar a inserccedilatildeo e a permanecircncia das pessoas com deficiecircncia nos

mercados de trabalho

1433 Direito agrave educaccedilatildeo

Para se tornar parte da sociedade eacute necessaacuterio compreende-la A base

para o sucesso de qualquer cidadatildeo estaacute na educaccedilatildeo e isto natildeo eacute diferente

para as pessoas com deficiecircncia Participar do sistema educacional eacute garantir a

inclusatildeo social e a igualdade de oportunidades

A Lei 939496 art4ordm que estabelece as diretrizes e bases da educaccedilatildeo

nacional (LDB) reconhece que a educaccedilatildeo eacute um instrumento fundamental para

a integraccedilatildeo e participaccedilatildeo de qualquer pessoa com deficiecircncia no contexto em

que vive Estaacute disposto nesta lei que haveraacute quando necessaacuterio serviccedilos de

apoio especializado na escola regular para atender agraves peculiaridades da

clientela de educaccedilatildeo especial e que o atendimento educacional seraacute feito em

classes escolas ou serviccedilos especializados sempre que em funccedilatildeo das

31

condiccedilotildees especiacuteficas dos alunos natildeo for possiacutevel a sua integraccedilatildeo nas

classes comuns de ensino regular

A legislaccedilatildeo brasileira tambeacutem prevecirc o acesso a livros em Braille de uso

exclusivo das pessoas com deficiecircncia visual

1434 Direito agrave sauacutede

A assistecircncia agrave sauacutede e agrave reabilitaccedilatildeo cliacutenica satildeo condiccedilotildees decisivas

para a inclusatildeo da pessoa com deficiecircncia na sociedade

Para promover a melhoria da qualidade de vida e com intuito de

estimular a independecircncia do indiviacuteduo com deficiecircncia nas suas atividades

diaacuterias foi criado o sistema das redes estaduais de assistecircncia agrave pessoa com

deficiecircncia

Este projeto oferece ajuda teacutecnica aleacutem de oacuterteses e proacuteteses para que

a pessoa tenha maior autonomia

Outro sistema criado para a manutenccedilatildeo da sauacutede fiacutesica e mental do

cidadatildeo com deficiecircncia eacute a Poliacutetica Nacional para a integraccedilatildeo da pessoa com

deficiecircncia implantada em 1989 Regulamentada pelo Decreto nordm 3298 prevecirc

auxiacutelio na prevenccedilatildeo de doenccedilas atendimento psicoloacutegico reabilitaccedilatildeo

fornecimento de medicamentos e assistecircncia atraveacutes de planos de sauacutede

1435 Direito a isenccedilotildees fiscais e financiamento

Pessoas com deficiecircncia empresas bancos e demais instituiccedilotildees

ligadas a este puacuteblico possuem alguns benefiacutecios previstos em lei

Para as empresas dispostas a contribuir com a inclusatildeo social de

portadores de necessidades especiais a legislaccedilatildeo brasileira prevecirc a

concessatildeo fiscal Podem ser firmados convecircnios que garantem a isenccedilatildeo de

ICMS seja para doaccedilatildeo de equipamentos adaptados seja para aquisiccedilotildees de

aparelhos e acessoacuterios destinados agraves instituiccedilotildees que atendam este segmento

da populaccedilatildeo

Automoacuteveis adquiridos em alguns estados brasileiros por pessoas com

32

deficiecircncia fiacutesica visual mental e autistas ou seus representantes legais satildeo

isentos de ICMS (Imposto sobre Circulaccedilatildeo de Mercadorias e Serviccedilos) e do

IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de acordo com a Lei 1075403

Os financiamentos de automoacuteveis de fabricaccedilatildeo nacional tambeacutem satildeo

liberados do IOF (Imposto sobre Operaccedilotildees Financeiras)

Tais benefiacutecios ainda natildeo satildeo tributados pelo Imposto de Renda e tanto

a aquisiccedilatildeo de aparelhos e materiais como a realizaccedilatildeo de outras despesas

podem ser deduzidas do imposto

1436 Direito ao passe livre

Os cidadatildeos com deficiecircncia tambeacutem possuem benefiacutecios relacionados

aos meios de transporte A Lei 889994 conhecida como Lei do Passe Livre

prevecirc que toda pessoa com deficiecircncia tem direito ao transporte coletivo

interestadual gratuito e que cabe a cada estado ou municiacutepio implantar

programas similares ao passe livre para os transportes municipais e estaduais

Aleacutem do transporte gratuito o municiacutepio deve garantir que os meios de

transporte sejam acessiacuteveis a estes cidadatildeos

15 Declaraccedilatildeo de Salamanca princiacutepios poliacutetica e praacutetica na educaccedilatildeo

especial

Notando com satisfaccedilatildeo um incremento no envolvimento de governos

grupos de advocacia comunidades e pais e em particular de organizaccedilotildees de

pessoas com deficiecircncias na busca pela melhoria do acesso agrave educaccedilatildeo para

a maioria daqueles cujas necessidades especiais ainda se encontram

desprovidas e reconhecendo como evidecircncia para tal envolvimento a

participaccedilatildeo ativa do alto niacutevel de representantes e de vaacuterios governos

agecircncias especializadas e organizaccedilotildees intergovernamentais naquela

Conferecircncia Mundial

a) Os delegados da Conferecircncia Mundial de Educaccedilatildeo Especial

33

representando 88 governos e 25 organizaccedilotildees internacionais em

assembleia em Salamanca Espanha entre 7 e 10 de junho de 1994

reafirma o compromisso para com a educaccedilatildeo para todos

reconhecendo a necessidade e urgecircncia do providenciamento de

educaccedilatildeo para as crianccedilas jovens e adultos com necessidades

educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino e re-

endossa a estrutura de accedilatildeo em educaccedilatildeo especial em que pelo

espiacuterito de cujas provisotildees e recomendaccedilotildees governo e

organizaccedilotildees sejam guiados

b) Acreditam e proclamam que toda crianccedila tem direito fundamental agrave

educaccedilatildeo e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o niacutevel

adequado de aprendizagem toda crianccedila possui caracteriacutesticas

interesses habilidades e necessidades de aprendizagem que satildeo

uacutenicas sistemas educacionais deveriam ser designados e programas

educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em

conta a vasta diversidade de tais caracteriacutesticas e necessidades

aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso

agrave escola regular que deveria acomodaacute-los dentro de uma pedagogia

centrada na crianccedila capaz de satisfazer a tais necessidades

escolas regulares que possuam tal orientaccedilatildeo inclusiva constituem

os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatoacuterias

criando-se comunidades acolhedoras construindo uma sociedade

inclusiva e alcanccedilando educaccedilatildeo para todos aleacutem disso tais escolas

proveem uma educaccedilatildeo efetiva agrave maioria das crianccedilas e aprimoram

a eficiecircncia e em uacuteltima instacircncia o custo da eficaacutecia de todo o

sistema educacional

c) Congregam todos os governos e demandam que atribuam a mais

alta prioridade poliacutetica e financeira ao aprimoramento de seus

sistemas educacionais no sentido de se tornarem aptos a incluiacuterem

todas as crianccedilas independentemente de suas diferenccedilas ou

dificuldades individuais adotem o princiacutepio de educaccedilatildeo inclusiva em

forma de lei ou de poliacutetica matriculando todas as crianccedilas em

escolas regulares a menos que existam fortes razotildees para agir de

outra forma desenvolvam projetos de demonstraccedilatildeo e encorajem

34

intercacircmbios em paiacuteses que possuam experiecircncias de escolarizaccedilatildeo

inclusiva estabeleccedilam mecanismos participatoacuterios e

descentralizados para planejamento revisatildeo e avaliaccedilatildeo de provisatildeo

educacional para crianccedilas e adultos com necessidades educacionais

especiais encorajem e facilitem a participaccedilatildeo de pais comunidades

e organizaccedilotildees de pessoas portadoras de deficiecircncias nos processos

de planejamento e tomada de decisatildeo concernentes agrave provisatildeo de

serviccedilos para necessidades educacionais especiais invistam

maiores esforccedilos em estrateacutegias de identificaccedilatildeo e intervenccedilatildeo

precoces bem como nos aspectos vocacionais da educaccedilatildeo

inclusiva garantam que no contexto de uma mudanccedila sistecircmica

programas de treinamento de professores tanto em serviccedilo como

durante a formaccedilatildeo incluam a provisatildeo de educaccedilatildeo especial dentro

das escolas inclusivas

d) Tambeacutem congregam a comunidade internacional em particular

governos com programas de cooperaccedilatildeo internacional agecircncias

financiadoras internacionais especialmente as responsaacuteveis pela

Conferecircncia Mundial em Educaccedilatildeo para Todos UNESCO UNICEF

UNDP e o Banco Mundial a endossar a perspectiva de escolarizaccedilatildeo

inclusiva e apoiar o desenvolvimento da educaccedilatildeo especial como

parte integrante de todos os programas educacionais as Naccedilotildees

Unidas e suas agecircncias especializadas em particular a ILO WHO

UNESCO e UNICEF a reforccedilar seus estiacutemulos de cooperaccedilatildeo

teacutecnica bem como reforccedilar suas cooperaccedilotildees e redes de trabalho

para um apoio mais eficaz agrave jaacute expandida e integrada provisatildeo em

educaccedilatildeo especial organizaccedilotildees natildeo-governamentais envolvidas na

programaccedilatildeo e entrega de serviccedilo nos paiacuteses a reforccedilar sua

colaboraccedilatildeo com as entidades oficiais nacionais e intensificar o

envolvimento crescente delas no planejamento implementaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de provisatildeo em educaccedilatildeo especial que seja inclusiva

UNESCO enquanto a agecircncia educacional das Naccedilotildees Unidas a

assegurar que educaccedilatildeo especial faccedila parte de toda discussatildeo que

lide com educaccedilatildeo para todos em vaacuterios foros a mobilizar o apoio de

organizaccedilotildees dos profissionais de ensino em questotildees relativas ao

35

aprimoramento do treinamento de professores no que diz respeito a

necessidade educacionais especiais a estimular a comunidade

acadecircmica no sentido de fortalecer pesquisa redes de trabalho e o

estabelecimento de centros regionais de informaccedilatildeo e documentaccedilatildeo

e da mesma forma a servir de exemplo em tais atividades e na

disseminaccedilatildeo dos resultados especiacuteficos e dos progressos

alcanccedilados em cada paiacutes no sentido de realizar o que almeja a

presente declaraccedilatildeo a mobilizar fundos atraveacutes da criaccedilatildeo (dentro

de seu proacuteximo planejamento a meacutedio prazo 1996-2000) de um

programa extensivo de escolas inclusivas e programas de apoio

comunitaacuterio que permitiriam o lanccedilamento de projetos-piloto que

demonstrassem novas formas de disseminaccedilatildeo e o desenvolvimento

de indicadores de necessidade e de provisatildeo de educaccedilatildeo especial

e) Por uacuteltimo expressam o caloroso reconhecimento ao governo da

Espanha e agrave UNESCO pela organizaccedilatildeo da Conferecircncia e

demandam-lhes realizarem todos os esforccedilos no sentido de trazer

esta declaraccedilatildeo e sua relativa estrutura de accedilatildeo da comunidade

mundial especialmente em eventos importantes tais como o Tratado

Mundial de Desenvolvimento Social (em Kopenhagen em 1995) e a

Conferecircncia Mundial sobre a Mulher (em Beijing em 1995) Adotada

por aclamaccedilatildeo na cidade de Salamanca Espanha neste deacutecimo dia

de junho de 1994

Durante os uacuteltimos 15 ou 20 anos tem se tornado claro que o conceito de necessidades educacionais especiais teve que ser ampliado para incluir todas as crianccedilas que natildeo estejam conseguindo se beneficiar com a escola seja por que motivo for (UNESCO 1994 p15)

16 Diretrizes na educaccedilatildeo especial na perspectiva da inclusatildeo

A consciecircncia do direito de construir uma identidade proacutepria e do reconhecimento da identidade do outro se traduz no direito de igualdade e no respeito agraves diferenccedilas assegurando oportunidades diferentes (equidade) tantas quanto forem necessaacuterias com vistas agrave busca da igualdade (BRASIL 2001)

36

A educaccedilatildeo especial eacute uma modalidade de ensino que perpassa todos

os niacuteveis etapas e modalidades realiza o atendimento educacional

especializado disponibiliza os serviccedilos e recursos proacuteprios desse atendimento

e orienta os alunos e seus professores quanto a sua utilizaccedilatildeo nas turmas

comuns do ensino regular

O atendimento educacional especializado identifica elabora e organiza

recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a

plena participaccedilatildeo dos alunos considerando as suas necessidades

especiacuteficas As atividades desenvolvidas no atendimento educacional

especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum natildeo

sendo substitutivas agrave escolarizaccedilatildeo Esse atendimento completa e suplementa

a formaccedilatildeo dos alunos com vistas agrave autonomia e independecircncia na escola e

fora dela

Tal modalidade de ensino disponibiliza programas de enriquecimento

curricular o ensino de linguagem e coacutedigos especiacuteficos de comunicaccedilatildeo e

sinalizaccedilatildeo ajudas teacutecnicas e tecnoloacutegicas assistidas dentre outros Ao longo

de todo processo de escolarizaccedilatildeo esse atendimento deve estar articulado

com a proposta pedagoacutegica de ensino comum

A inclusatildeo escolar tem inicio na educaccedilatildeo infantil onde se desenvolvem

as bases necessaacuterias para a construccedilatildeo do conhecimento e seu

desenvolvimento global Nessa etapa o luacutedico o acesso agraves formas

diferenciadas de comunicaccedilatildeo a riqueza de estiacutemulos nos aspectos fiacutesicos

emocionais cognitivos psicomotores e sociais e a convivecircncia com as

diferenccedilas favorecem as relaccedilotildees interpessoais o respeito e a valorizaccedilatildeo da

crianccedila Do nascimento aos trecircs anos o atendimento educacional

especializado se expressa por meio de serviccedilos que objetivam aperfeiccediloar o

processo de desenvolvimento e aprendizagem em interface com os serviccedilos de

sauacutede e assistecircncia social

Em todas as etapas e modalidades da educaccedilatildeo baacutesica o atendimento

especializado eacute organizado para apoiar o desenvolvimento dos alunos

constituindo oferta obrigatoacuteria dos sistemas de ensino e deve ser realizado no

turno inverso ao da classe comum na proacutepria escola ou centro especializado

que realize esse serviccedilo educacional Este atendimento eacute realizado mediante a

37

atuaccedilatildeo de profissionais com conhecimento especiacuteficos no ensino da Liacutengua

Brasileira de Sinais da Liacutengua Portuguesa e na modalidade escrita como

segunda liacutengua do Sistema Braille do Soroban da orientaccedilatildeo e mobilidade

das atividades de vida autocircnoma da comunicaccedilatildeo alternativa do

desenvolvimento dos processos mentais superiores dos programas de

enriquecimento curricular da adequaccedilatildeo e produccedilatildeo de materiais didaacuteticos e

pedagoacutegicos da utilizaccedilatildeo de recursos oacutepticos e natildeo oacutepticos da tecnologia

assistida e outros

Cabe aos sistemas de ensino ao organizar a educaccedilatildeo especial na

perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva disponibilizar as funccedilotildees do instrutor de

Libras e guia interprete bem como de monitor dos alunos com necessidades

de apoio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo locomoccedilatildeo entre outras que

exijam auxilio constante no cotidiano escolar

Para atuar na educaccedilatildeo especial o professor deve ter como base de

sua formaccedilatildeo inicial e continuada conhecimentos gerais para o exerciacutecio da

docecircncia e conhecimentos especiacuteficos da aacuterea Essa formaccedilatildeo possibilita a sua

atuaccedilatildeo no atendimento educacional especializado e deve aprofundar o caraacuteter

interativo e interdisciplinar da atuaccedilatildeo nas salas comuns do ensino regular nas

salas de recursos nos centros de atendimento educacional especializado nos

nuacutecleos de acessibilidade das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior nas classes

hospitalares e nos ambientes domiciliares para a oferta dos serviccedilos e

recursos de educaccedilatildeo especial

38

CAPIacuteTULO II

CAPACITACcedilAtildeO E CONCEPCcedilAtildeO DE PROFESSORES NO PROCESSO DE

INCLUSAtildeO ESCOLAR

2 CAPACITACcedilAtildeO PROFISSIONAL E A INCLUSAtildeO ESCOLAR

A formaccedilatildeo de professores que atuam diretamente na inclusatildeo escolar

sempre se constituiu numa grande problemaacutetica com relaccedilatildeo ao atendimento

do aluno com necessidades especiais Tudo eacute muito novo e desafiador E isto

infelizmente ainda eacute uma barreira para que a inclusatildeo se efetive com alicerce

suficiente para se sustentar

Nos finais do Impeacuterio o atendimento a essa clientela era vinculada agrave

sauacutede Nos anos 20 do seacuteculo passado iniciou-se uma crescente preocupaccedilatildeo

com a questatildeo propriamente pedagoacutegica porem influenciada pela abordagem

psicoloacutegica natildeo abandonando o campo da sauacutede

Para atender agraves demandas cada professor deveria estar apto a

elaborar incrementar e implementar situaccedilotildees de ensino que favorecessem a

construccedilatildeo dos conceitos mais primaacuterios aos mais complexos Eacute importante

que o professor organize seu planejamento de maneira que natildeo passem

despercebidos pelas situaccedilotildees de ensino conceitos que podem parecer

simples mas que na verdade satildeo preacute-requisitos para o que se pensa ser o

mais importante Contudo natildeo satildeo poucos os casos em que as situaccedilotildees

acabam sendo apresentadas de forma restrita sem pertinecircncia aos alunos que

participam da accedilatildeo inclusiva

O cotidiano de sala de aula requer na atualidade a efetivaccedilatildeo de accedilotildees

didaacuteticas flexiacuteveis poreacutem contextualizadas a adequaccedilatildeo de recursos sem

depreciar a capacidade e a imagem do aluno com o qual interagimos uma

reformulaccedilatildeo das dinacircmicas em sala de aula que possibilite a participaccedilatildeo

39

efetiva de todos

Muitos recursos muitas vezes satildeo pouco explorados ou ateacute mesmo

desconsiderados pelo professor com o passar dos niacuteveis propostos pelo

sistema de educaccedilatildeo No entanto quando o professor eacute o agente mediador de

um contexto educacional no qual a diversidade estaacute mais complexa devido agraves

demandas que um tipo de necessidade educativa especial pode gerar eacute

essencial que ele natildeo perca de vista a validade de determinados recursos

diante da construccedilatildeo de conceitos mais elaborados ou abstratos (FERREIRA

2004)

Valorizar a singularidade de cada ser humano eacute um compromisso eacutetico

de contribuir com as transformaccedilotildees necessaacuterias agrave construccedilatildeo de uma

sociedade mais justa (SOUZA SILVA 2005 p 239)

Um sistema escolar inclusivo precisa investir na capacitaccedilatildeo contiacutenua dos

professores e funcionaacuterios das escolas realizando o chamamento dos que

ainda natildeo se consideram envolvidos para um processo de sensibilizaccedilatildeo e

atualizaccedilatildeo constante de toda escola e comunidade Nesse aspecto a

assessoria ao professor eacute fundamental para orientaccedilatildeo e anaacutelise na busca de

soluccedilotildees para os problemas surgidos na sala de aula no aprofundamento das

questotildees teoacutericas na construccedilatildeo de intervenccedilotildees pedagoacutegicas na seleccedilatildeo de

recursos materiais e tecnoloacutegicos para a aprendizagem dos alunos no

processo de avaliaccedilatildeo na inter-relaccedilatildeo com as famiacutelias bem como na

mediaccedilatildeo entre escola e serviccedilos especializados para atendimento ao aluno

com necessidades educacionais na aacuterea da sauacutede da assistecircncia social do

trabalho entre outros (BEYER 2005)

Para Marques (2006) inclusatildeo escolar implica numa reorganizaccedilatildeo

estrutural da escola de todos os elementos da praacutetica pedagoacutegica

considerando o dado do muacuteltiplo da diversidade e natildeo mais o padratildeo

universal O atual momento histoacuterico exige uma participaccedilatildeo efetiva da escola

como instituiccedilatildeo loacutecus do conhecimento e da formaccedilatildeo de cidadatildeos capazes de

intervir nos rumos da sociedade Neste sentido faz-se necessaacuteria uma escola

criativa onde todos os seus componentes sejam co-sujeitos na produccedilatildeo de um

saber-instrumento para o conviacutevio escolar e social Cabe portanto a alunos

professores e sujeitos desse processo planejar e construir as diferentes etapas

de nossa caminhada etapas que se num primeiro momento satildeo idealizadas

40

logo transformam-se em realidade pela reflexatildeo criacutetica de nossas proacuteprias

possibilidades na construccedilatildeo dessa nova escola Assim eacute preciso

redimensionar o modo de pensar e fazer a educaccedilatildeo tarefa por natureza

complexa que envolve elementos poliacuteticos soacutecio-econocircmicos teacutecnicos e

culturais

Essa postura por sua vez implica na superaccedilatildeo da dicotomia e

fragmentaccedilatildeo das atribuiccedilotildees dos agentes educativos dos rituais dos

conteuacutedos metodoloacutegicos dos recursos pedagoacutegicos do processo de

avaliaccedilatildeo bem como das concepccedilotildees de educaccedilatildeo e de sociedade Enfatiza

tambeacutem que implica para o professor em uma seacuterie de mudanccedilas com relaccedilatildeo

a sua postura pressuposto baacutesico de sua atuaccedilatildeo a compreensatildeo das

diferentes necessidades educacionais de seus alunos sendo necessaacuteria aacute

flexibilizaccedilatildeo do professor no exerciacutecio do compromisso eacutetico para se adequar

agraves novas situaccedilotildees que surgiratildeo em decorrecircncia das diversidades presentes

em seu cotidiano atentando para a supressatildeo de uma possiacutevel postura

discriminatoacuteria

Zimmermann (2008) destaca que a instituiccedilatildeo escolar precisa redefinir

sua base de estrutura organizacional destituindo-se de burocracias

reorganizando grades curriculares proporcionando maior ecircnfase agrave formaccedilatildeo

humana dos professores e afinando a relaccedilatildeo famiacutelia

escola propondo uma

praacutetica pedagoacutegica coletiva dinacircmica e flexiacutevel para atender esta nova

realidade educacional A educaccedilatildeo inclusiva tem forccedila transformadora e

aponta para uma nova era natildeo somente educacional mas para uma sociedade

inclusiva

Segundo Mittler (2008) as escolas a volta poderiam tentar encontrar

novos modos de pedir aos pais as suas opiniotildees sobre como poderiam ser

fortalecidos os viacutenculos entre lar e a escola Os viacutenculos mais iacutentimos entre

pais e professor natildeo podem ser prescritos de cima para baixo mas sim

fundamentados nos desejos e nas prioridades daquele que estatildeo nessa aacuterea

A uacuteltima palavra vai para um grupo de pais de crianccedilas com

necessidades especiais e deficiecircncia ( RUSSEL 1997 apud MITTEL

2008p227)

a) Por favor aceite e valorize nossas crianccedilas (e noacutes mesmos como

famiacutelia) como noacutes somos valorizados

41

b) Por favor celebre a diferenccedila

c) Por favor aceite nossas crianccedilas primeiramente como crianccedilas Natildeo

coloque roacutetulos nelas a menos que vocecirc pretenda fazer algo

d) Por favor reconheccedila seu poder sobre nossas vidas Vivemos com as

consequumlecircncias de suas opiniotildees e decisotildees

e) Por favor entenda a tensatildeo sob qual muitas famiacutelias estatildeo vivendo

Os encontros cancelados a lista de espera que ningueacutem consegue

chegar ao inicio todas as discussotildees sobre recursos eacute sobre nossa

vida que vocecirc esta falando

f) Por favor natildeo use modas passageiras e tratamentos conosco a

menos que vocecirc vai estar conosco E natildeo esqueccedila que as famiacutelias

tecircm muitos membros muitas responsabilidades Agraves vezes natildeo

podemos agradar a todo mundo

g) Por favor reconheccedila que aacutes vezes noacutes eacute que temos razatildeo Por favor

acredite em noacutes e escute o que sabemos sobre o que noacutes e nossas

crianccedilas necessitamos

h) Agraves vezes estamos tristes cansados e deprimidos Por favor valorize

nos como famiacutelias preocupadas e comprometidas e tente continuar a

trabalhar conosco

Limaverde (2009) acredita que a maioria dos professores vem de

cursos onde a discussatildeo da teoria e da praacutetica ainda eacute dividida Discute-se

teoria e praacutetica de maneira isolada Ainda se estuda uma teoria idealizada

Poucos cursos de formaccedilatildeo de professores oferecem de modo obrigatoacuterio em

seus curriacuteculos as disciplinas relacionadas agrave diferenccedila agraves deficiecircncias Aleacutem

da formaccedilatildeo do nuacutecleo comum eles tambeacutem precisam se atentar para essas

especificidades Haacute uma obrigatoriedade de se ofertar nos cursos de

pedagogia a disciplina de Libras Mas isso natildeo deve ocorrer apenas na

formaccedilatildeo inicial mas tambeacutem na formaccedilatildeo continuada que eacute aquela em

serviccedilo mas que muitas vezes natildeo contemplam essas especificidades

O problema de formaccedilatildeo eacute muito grave porque repercute nessa

inseguranccedila do professor no preconceito no medo Aleacutem do entrave da

formaccedilatildeo no aspecto pedagoacutegico as escolas elaboram seu projeto poliacutetico

pedagoacutegico sem levar em conta a presenccedila do aluno com deficiecircncia As

praacuteticas a organizaccedilatildeo da sala de aula natildeo leva em conta a presenccedila desse

42

aluno Onde natildeo haacute uma interlocuccedilatildeo mais refinada entre o ensino comum e a

Educaccedilatildeo Especial com esse saber mais especiacutefico natildeo haacute inclusatildeo

A inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino Assim na formaccedilatildeo do professor teria dois espaccedilos um da sala de

aula que eacute a formaccedilatildeo comum para todos os professores contemplando

desenvolvimento aprendizagem e uma na formaccedilatildeo continuada Uma

formaccedilatildeo que atenda agraves diferenccedilas da sala de aula o atendimento agrave educaccedilatildeo

especializada aleacutem da formaccedilatildeo baacutesica cursos de extensatildeo de libras de

soroban de braile de tecnologia assistida para que esse professor possa

atender a especificidade desses alunos O aluno com deficiecircncia eacute um ser

humano que se desenvolve como qualquer outro As teorias e teacutecnicas que

foram estudadas satildeo suporte para esse trabalho Agora o que vai modificar na

sua atuaccedilatildeo eacute a maneira como ele organiza suas praacuteticas pedagoacutegicas Na

maioria das vezes eles organizam praacuteticas homogecircneas do aluno idealizado Eacute

importante um planejamento para pensar essas diferenccedilas na sala de aula Eacute

um trabalho do projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

21 Concepccedilotildees de professores sobre a inclusatildeo na educaccedilatildeo regular e

especial

Inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino (LIMAVERDE 2009)

Apenas a partir do seacuteculo XX verificou-se uma melhor aceitaccedilatildeo das

pessoas com necessidades especiais momento em que se iniciou a sua

desinstitucionalizaccedilatildeo e educaccedilatildeo escolar Ateacute este periacuteodo eram segregados

e praticamente privados de conviacutevio social Entretanto verifica-se que as

conquistas ainda foram poucas pois o preconceito a ignoracircncia e a

discriminaccedilatildeo ainda satildeo muito fortes em relaccedilatildeo ao deficiente e a deficiecircncia

Para Carmo (2000) a inclusatildeo eacute um assunto que deve ser refletido e

investigado com muita precisatildeo jaacute que a sociedade pode estar criando uma

nova modalidade a de excluiacutedos dentro da inclusatildeo podemos assim concluir

nessa reflexatildeo para que haja o processo de ensino-aprendizagem nos alunos

portadores de necessidades educacionais especiais o professor teraacute que se

43

capacitar para atender a proposta desta nova face da educaccedilatildeo brasileira ele

teraacute que tentar conciliar as teorias sobre o assunto com sua pratica e a

realidade da sala de aula Pois soacute assim a inclusatildeo do aluno portador de

necessidades educacionais especiais seraacute bem sucedida e gerando bons

resultados no futuro

Assim a inclusatildeo deste tipo de aluno requer novas posturas tanto aos

professores quanto ao sistema educacional brasileiro levando em consideraccedilatildeo

que todos noacutes estaremos ganhando Lembrando tambeacutem que este processo

de aprendizagem requer a reciprocidade das experiecircncias entre o aluno com

necessidades educacionais especiais o professor e os demais alunos Um

processo de aprendizagem onde todos participam a aquisiccedilatildeo do

conhecimento ocorreraacute com mais facilidade

Mantoan Pietro Arantes (2006) acredita que recriar um novo modelo

educativo com ensino de qualidade que diga natildeo aacute exclusatildeo social implica em

condiccedilotildees de trabalho pedagoacutegico e uma rede de saberes que se entrelaccedilam e

caminham no sentido contraacuterio do paradigma tradicional de educaccedilatildeo

segregadora Eacute uma reviravolta complexa mas possiacutevel basta que lutemos por

ela que nos aperfeiccediloemos e estejamos abertos a colaborar na busca dos

caminhos pedagoacutegicos da inclusatildeo Pois nem todas as diferenccedilas

necessariamente inferiorizam as pessoas Elas tem diferenccedilas e igualdades

mas entre elas nem tudo deve ser igual assim como nem tudo deve ser

diferente

De acordo com Santos (apud MANTOAN2003 p34 ) eacute preciso que

tenhamos o direito de sermos diferentes quando a igualdade nos

descaracteriza e o direito de sermos iguais quando a diferenccedila nos inferioriza

Assim a luta pela escola inclusiva embora seja contestada e tenha ateacute

mesmo assustado a comunidade escolar exige mudanccedila de haacutebitos e atitudes

pela sua loacutegica e eacutetica nos remete a refletir e reconhecer que trata-se de um

posicionamento social que garante a vida com igualdade pautada pelo

respeito agraves diferenccedilas Apesar das iniciativas acanhadas da comunidade

escolar e da sociedade geral eacute possiacutevel adequar a escola para um novo

tempo Precisa estar imbuiacutedos de boa vontade e compromisso enfrentar com

seguranccedila e otimismo este desafio enxergar a clareza e obviedade eacutetica da

proposta inclusiva e contribuir para o desmantelamento dessa maacutequina escolar

44

enferrujada

Para Lisita e Souza (2003) das utopias concretas da modernidade tem-

se hoje apenas a certeza da transitoriedade O sentido da revoluccedilatildeo antes

propagado daacute lugar a um leque de possibilidades as quais se abrem num

horizonte virtual em constantes mudanccedilas Que se trata de uma nova realidade

mundial natildeo se discute Indaga-se no entanto o que se tem a fazer diante de

tal realidade

Nesse sentido a ciecircncia e a tecnologia tecircm se constituiacutedo nos principais

agentes de proposiccedilatildeo e de determinaccedilatildeo dessas mudanccedilas A sensaccedilatildeo que

se tem eacute a de que amanheceremos a cada dia num novo mundo repleto de

novidades e onde o ontem estaacute cada vez e mais rapidamente distante

O cenaacuterio do mundo atual evidencia um movimento em direccedilatildeo a um

sentido de inclusatildeo social o sujeito com deficiecircncia passa a dividir a cena com

os sujeitos sem deficiecircncia coabitando os diversos espaccedilos sociais Nota-se

pois um grande dinamismo experimentado pelos sujeitos e em particular

pelos sujeitos com deficiecircncia num mundo onde conceitos e praacuteticas assumem

cada vez mais um caraacuteter efecircmero e de possibilidades muacuteltiplas

Segundo Ferreira e Glat (2004) satildeo frequentes relatos de professores

principalmente em conselhos de classe sobre a dificuldade de determinados

alunos quanto agrave efetivaccedilatildeo de algumas propostas educacionais Na maioria

das situaccedilotildees o que de fato acontece natildeo eacute uma dificuldade do aluno em

realizar ou compreender a atividade solicitada e sim uma inadequaccedilatildeo do

procedimento dos objetivos eou da avaliaccedilatildeo realizada pelo professor Nesse

sentido eacute importante o professor analisar algumas questotildees como

a) de que maneira todos os alunos poderatildeo participar da aula proposta

b) se haacute necessidade de apoio adaptaccedilotildees e como fazecirc-las para sua

plena participaccedilatildeo

c) que expectativas devem ser esperadas eou modificadas para a

efetivaccedilatildeo da atividade (como os alunos demonstram o que sabem a

quantidade e qualidade das atividades propostas)

d) quais satildeo os objetivos prioritaacuterios para a aprendizagem

Enfim eacute do conhecimento de todos que natildeo haacute formas sem

precedentes que se bastem ou que se perpetuem diante das realidades

necessidades e demandas dos alunos que compotildeem as salas de aula que hoje

45

cada professor assume Eacute importante a busca constante de praacuteticas pautadas

no contexto que o aluno vivencia inovadoras pois o trabalho eacute dinacircmico

sendo fundamental que cada profissional pense na sua disponibilidade para a

construccedilatildeo de praacuteticas efetivas que conduzam a uma educaccedilatildeo de qualidade

para todos como descrevem Ferreira e Glat 2004

Poso (2004) acredita que por um lado os professores julgam-se

incapazes de dar conta dessa demanda despreparados e impotentes frente a

essa realidade que eacute agravada pela falta de material adequado de apoio

administrativo e recursos financeiros

Mantoan (2003) enfatiza que a radicalidade da inclusatildeo vem do fato de

esta exigir uma mudanccedila de paradigma educacional onde na perspectiva

inclusiva suprime-se a sub-divisatildeo dos sistemas escolares em modalidades de

ensino especial e regular As escolas atendem as diferenccedilas sem discriminar

sem estabelecer prioridades e necessidades sem estabelecer regras

diferenciadas para cada caso no planejamento avaliaccedilatildeo e aprendizado

Assim pode-se imaginar o impacto da inclusatildeo nos sistemas de ensino ao

supor a aboliccedilatildeo completa dos serviccedilos segregados da educaccedilatildeo especial os

programas de reforccedilo escolar salas de aceleraccedilatildeo e turmas especiais

Desta forma a inclusatildeo eacute uma provocaccedilatildeo cuja intenccedilatildeo eacute melhorar a

qualidade do ensino atingindo todos os alunos de uma forma globalizada

Incluir eacute necessaacuterio primordialmente para melhorar as condiccedilotildees da escola

de modo que nela se possam formar geraccedilotildees mais preparadas para viver a

vida na sua plenitude livremente sem preconceitos sem barreiras Confirma-

se assim mais uma vez a necessidade de a educaccedilatildeo se atualizar e os

professores aperfeiccediloarem as suas praacuteticas para que as escolas se obriguem

a um esforccedilo de modernizaccedilatildeo e reestruturaccedilatildeo de suas condiccedilotildees atuais

Pretende-se que a escola seja inclusiva eacute primordial que seus planos se

redefinam para uma educaccedilatildeo voltada agrave cidadania global plena livre de

preconceitos e disposta a reconhecer e entende as diferenccedilas entre as

pessoas principalmente quanto aos seus aspectos fiacutesico mental e intelectual

Natildeo basta uma educaccedilatildeo para a cidadania eacute preciso educar para a liberdade

e nesse sentido nenhuma forma de subordinaccedilatildeo intelectual pode ser

admitida

Os desafios para a concretizaccedilatildeo dos ideais inclusivos na educaccedilatildeo

46

brasileira satildeo inuacutemeros Haacute ainda de se vencer os desafios que impotildee o

conservadorismo das instituiccedilotildees especializadas e enfrentar as pressotildees

poliacuteticas e das pessoas com deficiecircncia ainda muito habituadas a seus roacutetulos

e a benefiacutecios que acentuam a incapacidade as limitaccedilotildees o paternalismo e o

protecionismo social

Smeha Ferreira (2005) descrevem que vaacuterios professores afirmam

apresentar sentimentos de despreparo para trabalharem junto agraves crianccedilas com

necessidades especiais Que natildeo tiveram em sua formaccedilatildeo acadecircmica o

preparo adequado que os capacite a lidar com a diversidade e isso gera

intenso sofrimento pois ensinar crianccedilas com limitaccedilotildees exige conhecimento

competecircncia e habilidade para que o processo inclusivo seja efetivado

Os professores foram preparados para trabalharem com as crianccedilas que

aprendem assim quando eles se deparam com as limitaccedilotildees na

aprendizagem sentem frustraccedilatildeo anguacutestia impotecircncia e medo Portanto faz-

se necessaacuterio uma significativa reformulaccedilatildeo nos cursos de graduaccedilatildeo que

estatildeo formando professores os quais certamente teratildeo alunos com

necessidades educativas especiais em sua trajetoacuteria profissional Aliaacutes essa

reformulaccedilatildeo deve abarcar natildeo somente conhecimentos sobre educaccedilatildeo de

pessoas com deficiecircncia mas tambeacutem oportunizar autoconhecimento para

que os professores possam atuar de forma mais confiante atendendo agraves

demandas educacionais especiais com mais prazer e menos sofrimento Aleacutem

da reestruturaccedilatildeo nas aacutereas que envolvem a formaccedilatildeo de professores para

que o trabalho docente possa acontecer com menor prejuiacutezo agrave sauacutede mental

parece primordial que o investimento transcenda a capacitaccedilatildeo relacionada aos

conhecimentos teacutecnicos e permeie o campo da sauacutede mental no trabalho

O suporte aos aspectos psicoloacutegicos dos professores precisam ser

contemplados com grupos de reflexatildeo ou de apoio um espaccedilo que possa

oportunizar-lhes aos mesmos falar sobre seus sentimentos dificuldades

medos ou fantasias Seria um momento para problematizar e encontrar

ressignificaccedilatildeo no exerciacutecio docente que cada vez mais precisa ser alicerccedilado

no respeito agrave diversidade humana Eacute importante tambeacutem salientar que natildeo eacute

apenas o processo de inclusatildeo o responsaacutevel pelo sofrimento docente muitos

satildeo propensos ao stress devido agraves suas proacuteprias vivecircncias pessoais e agraves

exigecircncias da contemporaneidade

47

De acordo com Souza Silva (2009)

No tocante ao trabalho docente novas propostas se fazem necessaacuterias devido agraves transformaccedilotildees educacionais que estatildeo ocorrendo de forma acelerada exigindo assim novas aprendizagens que possam contribuir para a formaccedilatildeo de profissionais capazes de responder aos novos desafios colocados agrave nossa realidade

Para Bartalotti (2006) nos dias atuais frente ao processo de inclusatildeo

como uma possibilidade embora ainda natildeo como uma realidade haacute um grande

caminho a ser percorrido Pois se olhar em volta para cada ser humano que

nos rodeia ver-se-ia o quanto ainda se tem que caminhar para a construccedilatildeo

de uma sociedade verdadeiramente inclusiva Exclui-se apenas com o olhar

com palavras quantas vezes menospreza-se o outro por ele ter um gosto

uma crenccedila religiosa situaccedilatildeo financeira cor de pele estatura e peso corporal

diferente por nos aceitos E sem a menor preocupaccedilatildeo decidi-se que esta ou

aquela pessoa natildeo serve para estar junto de noacutes de nossos filhos frequentar

nosso clube casa ou templo religioso Jaacute sentem-se excluiacutedos e rejeitados em

diferentes situaccedilotildees sentem-se olhados como diferentes indesejaacuteveis

estranhos certamente essa natildeo eacute uma sensaccedilatildeo agradaacutevel quem jaacute passou

por ela natildeo deseja repetir a experiecircncia

Para que a inclusatildeo ocorra eacute necessaacuterio que a sociedade passe pelo

aprimoramento das relaccedilotildees sociais pela compreensatildeo de que o verdadeiro

pensamento inclusivo eacute aquele que natildeo categoriza ou rotula as pessoas por

ordem de valor valor esse atribuiacutedo muitas vezes atraveacutes de estereoacutetipos

estigmas conhecimentos instituiacutedos pensar inclusivamente eacute aprender a olhar

cada pessoa e buscar nela seu real valor construiacutedo nas relaccedilotildees cotidianas

nos seus sonhos e expectativas e nas suas accedilotildees concretas no mundo

Acredita-se tambeacutem que muitas vezes fala-se que a inclusatildeo eacute uma

utopia muitos natildeo acreditam que a sociedade seja capaz desse movimento

Inclusatildeo eacute sim possibilidade assim como eacute possibilidade a construccedilatildeo de uma

sociedade mais digna para todos com ou sem deficiecircncia

Para Tessaro (2009) existe todo um discurso proacute agrave inclusatildeo em vaacuterios

segmentos da sociedade dentre os quais no ambiente escolar A inclusatildeo eacute

algo que vem se efetivando mesmo que a duras penas buscando superar toda

uma histoacuteria de isolamento discriminaccedilatildeo e preconceito Tem provocado

48

muitos questionamentos principalmente no meio acadecircmico tais como O que

eacute inclusatildeo escolar Por que incluir Qual eacute a opiniatildeo dos alunos com

deficiecircncia e dos professores sobre inclusatildeo A escola possui infra-estrutura

adequada para participar da inclusatildeo escolar Os alunos deficientes se sentem

bem com a inclusatildeo escolar Os professores estatildeo capacitados para educaccedilatildeo

inclusiva

Dutra (2007) destaca que as principais dificuldades no processo de

inclusatildeo escolar do aluno especial eacute a ausecircncia de preparo e de uma

formaccedilatildeo mais teacutecnica que visa suprir as necessidades destes alunos

mediadas pelo professor e tambeacutem agrave falta de boas condiccedilotildees fiacutesicas nas

escolas pra receber estes alunos

Jesus (2007) enfatiza que a inclusatildeo dos portadores de necessidades

educacionais especiais na escola eacute algo essencial agrave educaccedilatildeo mas eacute preciso

ser feita de maneira correta porque nem todos podem estar na escola ou

estatildeo preparados para nela estar por natildeo terem capacidade fisioloacutegica Esse eacute

um assunto muito discutido por alguns especialistas da educaccedilatildeo especial que

buscam uma maneira eficiente de incluir todos as crianccedilas e jovens que

possuem alguma necessidade educacional especial

Nesse sentido Mantoan (2006) afirma que a condiccedilatildeo primeira para

inclusatildeo deixe de ser uma ameaccedila ao que hoje a escola defende e adota como

pratica pedagoacutegica e abandonar tudo que leva a tolerar as pessoas com

deficiecircncia na sala de aula

Natildeo pode se ter um ambiente mais propiacutecio para tal processo de

conscientizaccedilatildeo do que a escola Pois seraacute por meio dessa interaccedilatildeo entre

crianccedilas que se construiraacute uma naccedilatildeo mais justa e igualitaacuteria onde todos

juntos aprenderatildeo a conviver e a se respeitarem Respeito que eacute sonhado por

todos que se espera construir um novo amanhatilde mais digno

O assunto eacute fundamental para ser discutido por todas as pessoas

envolvidas com a educaccedilatildeo e que busquem uma naccedilatildeo com menos

desigualdade social oportunidades para todos uma educaccedilatildeo que priorize o

ser e natildeo ter e uma realidade igualitaacuteria A inclusatildeo eacute acima de tudo a

transformaccedilatildeo da pratica pedagoacutegica de todos os profissionais de educaccedilatildeo

Os registros de textos artigos e livros enfatizam que sobre a

aplicabilidade atual de inclusatildeo escolar satildeo insatisfatoacuterios e que natildeo houve

49

diferenccedilas entre os alunos e entre os professores quanto a essa dimensatildeo Os

professores e os alunos expressaram vaacuterias dificuldades envolvidas nesse

processo destacando se a falta de infra-estrutura das escolas a falta de

preparocapacitaccedilatildeo profissional discriminaccedilatildeo social e a falta de aceitaccedilatildeo da

inclusatildeo

Os professores de educaccedilatildeo especial demonstraram dar mais creacutedito agrave

educaccedilatildeo inclusiva do que os do ensino regular Os alunos deficientes

demonstraram dar menos creacutedito agrave inclusatildeo do que os natildeo deficientes Os

sentimentos decorrentes da inclusatildeo que predominaram entre professores e os

alunos com deficiecircncia foram negativos enquanto entre os alunos natildeo

deficientes prevaleceram os positivos (TESSARO 2009)

Para Fonseca (2004) promover a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma tarefa de

uma equipe multidisciplinar que deve adotar uma estrateacutegia do tipo pensar em

grupo eacute pensar melhor pois soacute dessa forma se podem explorar todas as

opccedilotildees potenciais de inclusatildeo e natildeo soacute as mais coerentes acessiacuteveis ou

tradicionais Sem uma dinacircmica de grupo natildeo se podem discutir e implementar

planos educacionais individualizados na educaccedilatildeo inclusiva transpondo para

sala de aula regular programas inovadores desde a modificaccedilatildeo de

comportamento ao enriquecimento linguumliacutestico ou cognitivo

Ensino em equipe com vaacuterios professores que agem e pensam em

conjunto criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees inovaccedilotildees na instruccedilatildeo na avaliaccedilatildeo

aprendizagem cooperativa e interativa criaccedilatildeo de projetos de suporte muacuteltiplo

serviccedilos de encaminhamentos diagnoacutesticos dinacircmicos e prescritivos em

termos de praacutetica de intervenccedilatildeo na sala de aula regular aprofundamento eacutetico

e legal dos pressupostos morais da inclusatildeo social construccedilatildeo de instrumentos

de investigaccedilatildeo-accedilatildeo entre outros satildeo desafios que se colocam hoje mais do

lado do ensino do que da aprendizagem

Para Almeida Anjos (2007) vaacuterios professores destacam tensotildees que

sempre se preservaram em suas percepccedilotildees e atitudes sejam referentes agraves

pessoas com necessidades educacionais especiais sejam relativas a

dificuldades em relaccedilatildeo a si proacuteprios e aos seus saberes profissionais No

entanto os profissionais apontam em suas falas as possibilidades de transpor

tais dificuldades vividas no trabalho com alunos especiais na rotina de seu dia

a dia de trabalho

50

Laraia (1992 apud ALMEIDA ANJOS 2007) acredita que nenhuma

ordem social eacute baseada em verdades inatas que as mudanccedilas nas praacuteticas

pedagoacutegicas com a diversidade dos alunos passam por uma mudanccedila de

nossas concepccedilotildees e valores Que eacute preciso uma formaccedilatildeo que coloque o

profissional da educaccedilatildeo em conflito com seus conhecimentos e concepccedilotildees a

partir da relaccedilatildeo entre a teoria e a praacutetica para entatildeo podermos comeccedilar a

pensar em inclusatildeo Assim a partir dos pressupostos da ciecircncia social criacutetica

sustentada pelo interesse colaborativo procuramos programar com os

profissionais encontros de estudoreflexatildeo das tensotildees e possibilidades que

envolvem o trabalho com alunos com necessidades educacionais especiais

enfatizar ainda como o lazer e recreaccedilatildeo podem ser facilitadores do processo

de inclusatildeo escolar

Zimmermann (2008) acredita que para conseguir reformar a instituiccedilatildeo

escolar primeiramente se tem que reformar as mentes entretanto natildeo

conseguiraacute reformar mentes sem que se realize uma preacutevia reforma de

instituiccedilotildees Vive-se uma crise de paradigmas e toda a crise gera medos

inseguranccedila e incertezas mas propotildee-se que seja este o momento de ousadia

e de busca de alternativas que sustente e norteie para realizar-se as mudanccedilas

que o momento propotildee Que a escola seja um espaccedilo vivo de formaccedilatildeo para

todos e um ambiente verdadeiramente inclusivo eacute preciso que as poliacuteticas

puacuteblicas de educaccedilatildeo sejam direcionadas aacute inclusatildeo que os educadores

desacomodem-se combatendo a descrenccedila e o pessimismo mostrando que a

inclusatildeo eacute um momento oportuno para professores e a comunidade escolar

demonstrarem sua competecircncia e principalmente suas responsabilidades

educacionais

Esta mudanccedila de perspectiva educacional propotildee que os educadores

faccedilam a diferenccedila buscando conhecimento e contribuindo com uma praacutetica

ressignificada desenvolvendo uma educaccedilatildeo baseada na afetividade e na

superaccedilatildeo de limites que as crianccedilas aprendam a respeitar as diferenccedilas em

sala de aula preparando-as assim para o futuro a vida e o mercado de

trabalho pois vivendo a experiecircncia inclusiva seratildeo adultos bem diferentes de

noacutes e por certo natildeo faratildeo discriminaccedilotildees sociais

Arauacutejo (2008) relata a opiniatildeo dos professores sobre a inclusatildeo escolar

enfatizando com veemecircncia de que a inclusatildeo escolar do aluno portador de

51

necessidades educacionais especiais eacute um assunto muito interessante e

delicado e levantaram a conscientizaccedilatildeo desse aluno sobre o direito deste

frequentar o ensino regular no entanto essa inclusatildeo na visatildeo deles estaacute

acontecendo de forma errocircnea Pois os professores da rede regular de ensino

em sua quase totalidade natildeo estatildeo preparados para lidar com esta nova fase

da educaccedilatildeo brasileira

Tem que se pensar que para que a inclusatildeo se concretize natildeo basta

estar garantido na legislaccedilatildeo mas demanda modificaccedilotildees profundas e

importantes no sistema de ensino Essas mudanccedilas deveratildeo levar em conta o

contexto soacutecio econocircmico aleacutem de serem gradativas planejadas e contiacutenuas

para garantir uma educaccedilatildeo de oacutetima qualidade (BUENO 1998 apud

PEREIRA 2009)

Pereira (2009) acredita que a inclusatildeo depende de mudanccedila de valores

da sociedade e a vivencia de um novo paradigma que natildeo se faz com simples

recomendaccedilotildees teacutecnicas como se fossem receitas de bolo mas com reflexotildees

dos professores direccedilotildees pais alunos equipe multidisciplinar e a comunidade

Essa questatildeo natildeo eacute tatildeo simples assim pois devemos levar em conta as

diferenccedilas Como colocar no mesmo espaccedilo demandas tatildeo diferentes e

especiacuteficas se muitas vezes nem a escola especial consegue dar conta desse

atendimento de forma adequada Deparar-se com frequecircncia com as

resistecircncias dos professores e direccedilotildees manifestadas atraveacutes de

questionamentos e queixas ou ateacute mesmo com expectativas de que possa

apresentar soluccedilotildees maacutegicas de aplicaccedilatildeo imediata causando certa decepccedilatildeo

e frustraccedilatildeo pois ela natildeo existe

O problema se agrava quando se vecirc o professor totalmente dependente

do apoio ou assessoria de profissionais da aacuterea da sauacutede pois neste caso a

questatildeo cliacutenica eacute fundamental e se sobressai e novamente o pedagoacutegico fica

esquecido Com isso o professor se sente desvalorizado incapaz e fora do

processo por considerar esse aluno como doente concluindo que natildeo pode

fazer nada por ele pois ele precisa de tratamento especializado de

profissionais qualificados da aacuterea da sauacutede desistindo assim de assumir tal

tarefa

Desta forma parece que o professor esquece seu papel poreacutem natildeo se

considera o momento do professor sua formaccedilatildeo as condiccedilotildees da proacutepria

52

escola em receber esses alunos que entram nas escolas e continuam

excluiacutedos de todo o processo de ensino-aprendizagem e social causando

frustraccedilatildeo e fracassos dificultando assim a proposta de inclusatildeo Por um lado

os professores julgam-se incapazes de dar conta dessa demanda

despreparados e impotentes frente a essa realidade que eacute agravada dia-a-dia

pela falta de material adequado de apoio administrativo e recursos financeiros

Limaverde (2009) salienta que no Brasil estaacute acontecendo um grande

movimento proacute-inclusatildeo que tem sido fortalecido a partir da sistematizaccedilatildeo do

que se trata o atendimento educacional especializado Existem realidades

muito proacuteximas em relaccedilatildeo ao atendimento desses alunos mas ainda tem

muitas compreensotildees equivocadas sobre a inclusatildeo de alunos com deficiecircncia

Alguns municiacutepios brasileiros pensam que fazem inclusatildeo mas na verdade

eles tecircm feito integraccedilatildeo Percebe-se que alunos que frequentam escolas

comuns salas comuns de ensino natildeo participam efetivamente das aulas ou

das atividades realizadas e essas escolas alegam que esses alunos natildeo tecircm

condiccedilotildees de fazer as atividades e que por isso eles fazem outras atividades

diferenciadas Desta forma natildeo ocorre a inclusatildeo Isso eacute uma integraccedilatildeo

porque o aluno estaacute integrado na sala de aula comum mas ele natildeo participa

das atividades realizadas pelos demais colegas

Muitos municiacutepios brasileiros que estatildeo em processo de transiccedilatildeo ou

seja eles estatildeo implantando o atendimento educacional especializado de

caraacuteter complementar e ao mesmo tempo estatildeo ainda com problemas

relacionados agrave inclusatildeo desses alunos como por exemplo a manutenccedilatildeo de

classes especiais A partir da formaccedilatildeo de 2007 para caacute os municiacutepios tecircm se

reorganizado para atendimento educacional especializado mas ainda eacute uma

realidade muito diferenciada

A inclusatildeo soacute eacute possiacutevel onde houver respeito agrave diferenccedila e

consequentemente a adoccedilatildeo de praacuteticas pedagoacutegicas que permitam agraves

pessoas com deficiecircncia aprender e ser reconhecidos e valorizados os

conhecimentos que satildeo capazes de produzir segundo seu ritmo e na medida

de suas possibilidades (SILVA 2009)

53

A menos que a atual oportunidade favoraacutevel seja aproveitada para melhorar as qualificaccedilotildees profissionais de professores em educaccedilatildeo especial e consequentemente a qualidade da educaccedilatildeo especial tememos que os proacuteximos 20 anos ainda possam ser um periacuteodo de esperanccedilas frustradas (RELATORIO WARNOCK 1978 paraacutegrafo 1932)

54

CONCLUSAtildeO

Diante do levantamento bibliograacutefico conclui-se que a inclusatildeo nos

moldes em que se encontra atualmente estaacute longe de atender a um ideal

Tal processo necessita de muitas transformaccedilotildees Os oacutergatildeos a ele

ligados diretamente ou indiretamente deveratildeo rever suas propostas metas e

meacutetodos de implantaccedilatildeo

Profissionais da sauacutede tambeacutem tecircm papeacuteis importantes em todo o

processo inclusivo pois em accedilatildeo conjunta com os educadores podem fazer um

trabalho mais completo e eficaz

A inclusatildeo escolar eacute uma praacutetica que abrange natildeo apenas os

profissionais especiacuteficos das aacutereas meacutedica e educacional mas tambeacutem

envolve um fator preponderante na vida do indiviacuteduo atendido por ela a famiacutelia

Esta constitui a base da crianccedila com necessidades educacionais especiais e

assumindo a postura devida pode oferecer a esta crianccedila o subsiacutedio para seu

desenvolvimento escolar bem como uma fonte de apoio aos profissionais

envolvidos

Aleacutem de uma nobre causa de cunho educacional a inclusatildeo constitui

ainda uma mudanccedila no comportamento da sociedade como um todo que

passa a ter que zelar por interesses coletivos outrora ignorados pela maioria

Devido ao periacuteodo decorrido desde as primeiras iniciativas ligadas ao

processo inclusivo verifica-se que o tempo eacute um fator indispensaacutevel para sua

concretizaccedilatildeo Esta provavelmente dar-se-aacute a partir do momento em que todos

os envolvidos assumirem suas devidas responsabilidades e se unirem por uma

educaccedilatildeo de qualidade embasada em um planejamento organizado bem

dirigido iacutentegro e sobretudo pautado no respeito ao ser humano e agrave

diversidade

55

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19

Existe um consenso entre os estudiosos de que inclusatildeo natildeo se refere

somente agraves crianccedilas com deficiecircncia e sim a todas as crianccedilas jovens e

adultos que sofrem qualquer tipo de exclusatildeo educacional seja dentro das

escolas e salas de aula quando natildeo encontram oportunidades para participar

de todas as atividades escolares quando satildeo expulsos e suspensos por

razotildees muitas vezes obscuras quando natildeo tecircm acesso agrave escolarizaccedilatildeo e

permanecem fora das escolas como eacute o caso de muitos brasileiros e de muitas

crianccedilas africanas

Celedoacuten (2009) acredita que a inclusatildeo eacute ato ou efeito de incluir isto eacute

de compreender (entender algueacutem aceita-lo como eacute) abranger (conter em si

mas tambeacutem apreender perceber entender alcanccedilar atingir) em estudos da

linguagem inclusive se diz da primeira pessoa do plural que inclui o falante e o

ouvinte (no caso professores e alunos)

11 Histoacuterico de Inclusatildeo

O marco histoacuterico da inclusatildeo foi em junho de 1994 com a Declaraccedilatildeo

de Salamanca Espanha realizada pela UNESCO na Conferecircncia Mundial

sobre necessidades educativas especiais acesso e qualidade assinado por 92

paiacuteses cujo princiacutepio fundamental eacute todos os alunos devem aprender juntos

sempre que possiacutevel independente das dificuldades e diferenccedilas que

apresentem (PEREIRA 2009 p1)

Para Celedoacuten (2009) antes do seacuteculo XX natildeo existia a ideacuteia de

inclusatildeo a maioria das pessoas principalmente mulheres deficientes fiacutesicos e

mentais de outras raccedilas que natildeo a branca e pobre natildeo tinha o direito ou as

condiccedilotildees miacutenimas para frequentar a escola

No seacuteculo XX comeccedila a chamada segregaccedilatildeo mais pessoas tinham

acesso agrave escola poreacutem dificilmente misturavam-se com os alunos

representantes da classe dominante Na segunda metade do seacuteculo surgiam as

escolas especiais e mais tarde as classes especiais dentro das escolas

comuns Surgia assim uma aberraccedilatildeo pedagoacutegica a separaccedilatildeo de dois

sistemas educacionais por um lado a educaccedilatildeo comum e do outro a educaccedilatildeo

especial

20

Jaacute na deacutecada de 70 aparecia a integraccedilatildeo As escolas comuns

aceitavam alguns alunos antes rejeitados ou marginalizados que poderiam

frequentar classes comuns desde que conseguissem adaptar-se

Os primeiros movimentos que apontavam para o surgimento da inclusatildeo

escolar datam do final da deacutecada de 80 Assim soacute haacute um tipo de educaccedilatildeo e

ela eacute para todos sem restriccedilatildeo sem separaccedilatildeo (CELEDOacuteN 2009)

A inclusatildeo comeccedilou como um movimento de pessoas com deficiecircncia e

seus familiares na luta pelos seus direitos de igualdade na sociedade

visualiza-se as diversas noccedilotildees dificuldades concepccedilotildees e sentimentos

vinculados a realidade inclusiva

Medidas bem planejadas

conscientizaccedilatildeo governamental e social

Exige aceitaccedilatildeo da diferenccedilas

socializaccedilatildeo

poliacuteticas de integraccedilatildeo

Um desafio

Constitui uma troca constante entre alunos e

professores um processo gradativo

Inclusatildeo

Enfrenta seguranccedila

problemas de formaccedilatildeo

condiccedilotildees atitudinais e arquitetocircnicas

Fonte adaptado de Parolin2006

Quadro 2 Inclusatildeo

12 O papel da famiacutelia no processo de inclusatildeo

A famiacutelia eacute a primeira unidade agrave qual a crianccedila com necessidades

especiais viraacute a fazer parte entretanto muitas vezes os familiares natildeo estatildeo

preparados para recebecirc-la ainda que constitua um importante suporte para

esta crianccedila

21

Segundo Kaloustian (2002) a famiacutelia eacute o lugar indispensaacutevel para a

garantia da sobrevivecircncia e da proteccedilatildeo integral dos filhos e demais membros

independentemente do arranjo familiar ou da forma como vem se estruturando

Eacute a famiacutelia que propicia os aportes afetivos e sobretudo materiais necessaacuterios

ao desenvolvimento e bem estar dos seus componentes Ela desempenha um

papel decisivo na educaccedilatildeo formal e informal eacute em seu espaccedilo que satildeo

absorvidos os valores eacuteticos e humaniacutesticos e onde se aprofundam os laccedilos

de solidariedade Eacute tambeacutem em seu interior que se constroem as marcas entre

as geraccedilotildees e satildeo observados valores culturais

Para Aranha (2004) eacute imprescindiacutevel promover cuidados de apoio agrave

famiacutelia e agrave comunidade para que as crianccedilas e adolescentes com dificuldades

especiais tenham condiccedilotildees favoraacuteveis para um desenvolvimento saudaacutevel

A famiacutelia tem se encontrado numa posiccedilatildeo de dependecircncia de

profissionais em diferentes aacutereas do conhecimento no sentido de receberem

orientaccedilotildees de como proceder em relaccedilatildeo agraves necessidades especiais de seus

filhos

De acordo com Ribeiro (2004 p20)

A famiacutelia vem se mantendo ao longo da histoacuteria da humanidade como instituiccedilatildeo social permanente o que pode ser explicado por sua capacidade de mudanccedilaadaptaccedilatildeo resistecircncia e por receber valorizaccedilatildeo positiva da sociedade e daqueles que a integram

Faz-se necessaacuterio que a famiacutelia construa conhecimentos sobre as

necessidades especiais de seus filhos assim os profissionais ligados

diretamente ao caso deveratildeo orientar e preparar a famiacutelia para tal desafio

bem como ajudaacute-la a aceitar as dificuldades de modo a facilitar o dia-a-dia da

crianccedila no contexto familiar

Segundo Gokhale (1980) acrescenta ainda que a famiacutelia natildeo eacute

somente o berccedilo da cultura e a base da sociedade futura mas eacute tambeacutem o

centro da vida social A educaccedilatildeo bem sucedida da crianccedila na famiacutelia eacute que vai

servir de apoio agrave sua criatividade e ao seu comportamento produtivo quando for

adulto A famiacutelia tem sido eacute e seraacute a influecircncia mais poderosa para o

desenvolvimento da personalidade e do caraacuteter das pessoas

A famiacutelia precisa construir padrotildees cooperativos e coletivos de

enfrentamento dos sentimentos de anaacutelise das necessidades primordiais de

22

cada membro e do grupo como um todo da tomada de decisotildees de busca dos

recursos e serviccedilos especializados que seratildeo necessaacuterios para o bem estar e

adequada qualidade de vida do indiviacuteduo especial como tambeacutem de toda sua

famiacutelia (ARANHA 2004)

Eacute essencial que se invista na orientaccedilatildeo e no apoio agrave famiacutelia para que

esta possa cumprir da melhor maneira possiacutevel seu papel educativo junto aos

seus dependentes

Agrave famiacutelia cabe o maior tempo de convivecircncia e adaptaccedilatildeo da crianccedila

com necessidades especiais Por isso o domiciacutelio e as pessoas que nele

moram devem ser preparados para enfrentar este desafio que natildeo eacute faacutecil

poreacutem com todo cuidado e ajuda especiacutefica se tornaraacute muito mais faacutecil e

prazeroso

13 As condiccedilotildees da inclusatildeo escolar no Brasil

As instituiccedilotildees escolares no Brasil ao reproduzirem constantemente o

modelo tradicional natildeo tem demonstrado condiccedilotildees de responder aos desafios

da inclusatildeo escolar e do acolhimento agraves diferenccedilas nem de promover

aprendizagens necessaacuterias agrave vida em sociedade

A escola natildeo tem conseguido cumprir o papel de configurar-se como

espaccedilo educativo adequado ao processo inclusivo O tradicionalismo assenta-

se em pressuposto irrealizaacutevel ao fazer com que os alunos enquadrem agraves suas

exigecircncias

No plano eacutetico e poliacutetico a defesa de igualdade de direitos com

destaque para o direito agrave educaccedilatildeo parece constituir-se em consenso As

discordacircncias satildeo enunciadas no plano da definiccedilatildeo das propostas para sua

concretizaccedilatildeo

Oliveira( 2001 p 2 ) analisa que

A proacutepria declaraccedilatildeo desse direito agrave educaccedilatildeo pelo menos no que diz respeito agrave gratuidade constava jaacute na Constituiccedilatildeo Imperial O que se aperfeiccediloou para aleacutem de uma maior precisatildeo juriacutedica - evidenciada pela redaccedilatildeo - foram os mecanismos capazes de garantir em termos praacuteticos os direitos anteriormente enunciados estes sim verdadeiramente inovadores

23

No discurso decorrente de muitos profissionais da educaccedilatildeo a inclusatildeo

escolar tem sido uma expressatildeo empregada com sentido restrito como se

significasse apenas matricular alunos com deficiecircncia e necessidades

especiais em classe comum Mas a construccedilatildeo conceitual dessa expressatildeo

ultrapassa em muito esse entendimento Sua implantaccedilatildeo pode implicar em

resguardar a classe comum como espaccedilo de escolarizaccedilatildeo de todos ou como

uma das opccedilotildees para aqueles com necessidades educacionais especiais

ainda que deva ser a preferencial como preconizado pela Constituiccedilatildeo Federal

de 1988

De acordo com Gonzalez (2002)

A educaccedilatildeo especial eacute marcada pela ideacuteia de uma educaccedilatildeo diferente e dirigida a um grupo de sujeitos especiacuteficos a compreensatildeo anterior eacute marcada pela ideacuteia de uma accedilatildeo ou conjunto de accedilotildees e serviccedilos dirigidos a todos os sujeitos que deles necessitam em contextos normalizados

A expressatildeo alunos com necessidades educacionais especiais eacute usada

para designar pessoas com deficiecircncia mental auditiva visual fiacutesica e muacuteltipla

superdotaccedilatildeo e altas habilidades e condutas tiacutepicas que requerem em seu

processo de educaccedilatildeo escolar atendimento educacional especializado que

pode se concretizar em intenccedilotildees para lhes garantir acessibilidade

arquitetocircnica de comunicaccedilatildeo e de sinalizaccedilatildeo adequaccedilotildees didaacutetico

metodoloacutegicas curriculares e administrativas bem como materiais e

equipamentos especiacuteficos ou adaptados

Xavier (2002) salienta que

A construccedilatildeo da competecircncia do professor para responder com qualidade agraves necessidades educacionais especiais de seus alunos em uma escola inclusiva pela mediaccedilatildeo da eacutetica responde aacute necessidade social e histoacuterica de superaccedilatildeo das praticas pedagoacutegicas que discriminam segregam e excluem e ao mesmo tempo configura na accedilatildeo educativa o vetor de transformaccedilatildeo social para a equidade a solidariedade a cidadania

24

conhecer o sujeito natildeo eacute preciso orientar as

atividades e refletir cada accedilatildeo

o sucesso das intervenccedilotildees depende do

conhecimento humano e desenvolvimento

psicossocial dos interventores

Trabalhar com a

inclusatildeo requer

mudanccedilas de

paradigmas nessa praacutetica haacute uma identificaccedilatildeo subjetiva com

esse sujeito

como essa praacutetica foi se constituindo

qual era o objetivo da construccedilatildeo dessa praacutetica

A que se propotildee

quem satildeo os sujeitos que datildeo corpo a essa praacutetica

Trabalhar com

inclusatildeo requer

reflexatildeo sobre a

praacutetica por que esta opccedilatildeo e natildeo outra

compromisso com aprendizagem

compromisso com formaccedilatildeo

compromisso teacutecnico humano cientiacutefico

Trabalhar com

inclusatildeo requer

postura eacutetica compromisso com a qualidade na aprendizagem

Fonte adaptado Parolin 2006

Quadro 3 Preacute requisitos para o trabalho inclusivo

Atualmente coexistem pelo menos duas propostas para a educaccedilatildeo

especial uma em que conhecimentos acumulados sobre educaccedilatildeo especial

teoacutericos e praacuteticos devem estar a serviccedilo dos sistemas de ensino e portanto

das escolas e disponiacuteveis a todos os professores alunos e demais membros

da comunidade escolar que a qualquer momento podem requerecirc-los outra

em que se deve configurar um conjunto de recursos e serviccedilos educacionais

especializados dirigidos apenas agrave populaccedilatildeo escolar que apresente

solicitaccedilotildees que o ensino comum natildeo tem conseguido contemplar

De acordo com Glat Nogueira (2002 )

As poliacuteticas para a inclusatildeo devem ser concretizadas na forma de programas de capacitaccedilatildeo e acompanhamento contiacutenuo que orientem o trabalho docente na perspectiva da diminuiccedilatildeo gradativa

25

da exclusatildeo escolar o que visa a beneficiar natildeo apenas os alunos com necessidades especiais mas de uma forma geral a educaccedilatildeo escolar como um todo

Mantoan Prieto Arantes (2006) salientam que o planejamento e a

implantaccedilatildeo de poliacuteticas para atender a alunos com necessidades educacionais

especiais requerem domiacutenio conceitual sobre inclusatildeo escolar e sobre as

solicitaccedilotildees decorrentes de sua adoccedilatildeo enquanto princiacutepio eacutetico-poliacutetico bem

como a clara definiccedilatildeo dos princiacutepios e diretrizes nos planos e programas

elaborados permitindo a redefiniccedilatildeo dos papeis da educaccedilatildeo especial e do

atendimento desse alunado

A poliacutetica educacional brasileira tem deslocado progressivamente para

os municiacutepios parte da responsabilidade administrativa financeira e

pedagoacutegica pelo acesso e permanecircncia de alunos com necessidades

educacionais especiais nas escolas em decorrecircncia do processo de

municipalizaccedilatildeo do ensino fundamental Essa diretriz tem provocado alguns

impactos no atendimento a esse puacuteblico alvo Algumas prefeituras criaram

formas de atendimento educacional especializado outras ampliaram ou

mantiveram seus auxiacutelios e serviccedilos de ensino algumas estatildeo apenas

matriculando esses alunos em suas redes de ensino e haacute ainda as que

desativaram alguns serviccedilos prestados como por exemplo a oferta de

programas de transporte adaptado

No Brasil o atendimento educacional especializado era em 2004

desenvolvido na proporccedilatildeo de 13 para 23 referindo-se a escolas comuns

puacuteblicas e a escolas exclusivamente especializadas ou em classes especiais

respectivamente

A base de dados divulgada natildeo registra informaccedilotildees sobre matriacuteculas no

ensino superior mas revela que o atendimento estaacute centrado na educaccedilatildeo

infantil (109596 matriacuteculas que correspondem a 19 3 do total) e no ensino

fundamental (365359 ou 644) Haacute na EJA (Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos)

e na educaccedilatildeo profissional pouco mais de 41500 matriacuteculas em cada uma

dessas modalidades no ensino meacutedio as matriacuteculas equivaliam a 16 com

apenas 8281 alunos nesse niacutevel de ensino

A matriacutecula inicial na classe comum evoluiu de 1998 a 2002 em 151

Passamos de um total 439233 matriacuteculas em 1998 para 110536 em 2002

26

Em 2003 em dados aproximados havia 144100 alunos com necessidades

educacionais especiais nas referidas classes e em 2004 184800

evidenciando crescimento anual de 281 entre esses dois uacuteltimos anos

Deixa-se em aberto a possibilidade de sabermos que patamar de

atendimento foi atingido pois para isso precisariacuteamos ter dados sobre os que

estatildeo fora da escola portanto sem nenhum tipo de atendimento escolar

Eacute um dever natildeo cumprido averiguar se aos alunos com necessidades

educacionais especiais estaacute sendo garantido aleacutem do acesso agrave escola o

acesso agrave educaccedilatildeo aqui compreendida como processo de desenvolvimento

da capacidade fiacutesica intelectual e moral da crianccedila e do ser humano em geral

visando sua melhor integraccedilatildeo individual e social

Uma accedilatildeo que deve marcar as poliacuteticas puacuteblicas de educaccedilatildeo eacute a

formaccedilatildeo dos profissionais da educaccedilatildeo Sem deixar de considerar que em

educaccedilatildeo atuam profissionais no acircmbito teacutecnico-administrativo e em outras

funccedilotildees com importante papel no desenvolvimento de accedilotildees educacionais

14 Legislaccedilatildeo direitos e deveres na inclusatildeo

141 Leis e declaraccedilotildees internacionais

a) Declaraccedilatildeo de Cuenca - UNESCO - Equador 1981

b) Declaraccedilatildeo de Sunderberg - Torremolinos Espanha 1981

c) Resoluccedilotildees da XXIII Conferecircncia Sanitaacuteria Panamericana

- OPSOrganizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede - Washington DC USA -

1990

- Seminaacuterio Unesco - Caracas - Venezuela - 1992 - Informe Final

d) Declaraccedilatildeo de Santiago - Chile - 1993

e) Assembleacuteia Geral das Naccedilotildees Unidas - New York USA - 1993

Normas

- Uniformes sobre a igualdade de oportunidade para pessoas com

incapacidades

f) Declaraccedilatildeo Mundial de Educaccedilatildeo para Todos - UNICEF - Jon Tien

Tailacircndia - 1990

27

g) Declaraccedilatildeo de Salamanca - Salamanca Espanha princiacutepios poliacuteticas

e praacutetica em Educaccedilatildeo Especial - 1994 - criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de sistemas

educacionais inclusivos

142 Leis nacionais

a) Constituiccedilatildeo Federal de 1988 - Tiacutetulo VI - Da Ordem Social - Art 208

e Art 227

b) Lei nordm 785389 - Dispotildee sobre o apoio agraves pessoas com deficiecircncias

sua integraccedilatildeo social e pleno exerciacutecio de direitos sociais e individuais

c) Decreto nordm 220897 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

d) Parecer CNECEB nordm 1699 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

e) Resoluccedilatildeo CNECEB nordm 499 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

f) Decreto nordm 329899 - Regulamenta a Lei 785389 daacute-lhe condiccedilotildees

operacionais consolida as normas de proteccedilatildeo ao portador de deficiecircncias

g) LDB nordm 939496 (Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional) -

Capiacutetulo V - Educaccedilatildeo Especial - Art 58 Art 59 e Art 60 Portaria

MEC nordm 167999 - requisitos de acessibilidade a cursos instruccedilatildeo de

processos de autorizaccedilatildeo de cursos e credenciamento de instituiccedilotildees

voltadas agrave educaccedilatildeo especial

h) Parecer CNECEB nordm 1499 - Diretrizes nacionais da educaccedilatildeo

escolar indiacutegena

i) Resoluccedilatildeo CNECEB nordm 0399 - Fixa diretrizes nacionais para o

funcionamento de escolas indiacutegenas

j) Lei nordm 1009800 - Estabelece normas gerais e criteacuterios baacutesicos para a

promoccedilatildeo de acessibilidade das pessoas portadoras de deficiecircncia ou com

mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Resoluccedilatildeo CNECEB nordm

22001 - Institui diretrizes e normas para a educaccedilatildeo especial na Educaccedilatildeo

Baacutesica

k) Parecer CNECEB nordm 172001 - Diretrizes Nacionais para a Educaccedilatildeo

Especial na Educaccedilatildeo Baacutesica

28

l) Lei nordm 101722001 - Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo - PNE e daacute

outras providecircncias (o PNE estabelece 27 objetivos e metas para a

educaccedilatildeo de pessoas com necessidades educacionais especiais)

143 Direitos e Deveres

o papel da educaccedilatildeo consiste em favorecer que cada um de forma

livre e autocircnoma reconheccedila aos demais a mesma esfera de direito que exige

para si (VIEIRA 1999 p 16)

1431 Direito agrave acessibilidade

Para que as pessoas com deficiecircncia possam ter liberdade de ir e vir e

se sentir parte da comunidade elas necessitam de um meio fiacutesico adequado e

que garanta seguranccedila e acesso O direito a acessibilidade estaacute descrito nas

Leis 1009800 - regulamentada atraveacutes do Decreto 529604 - e 1004800 que

prevecircem a adequaccedilatildeo das vias e de espaccedilos puacuteblicos no mobiliaacuterio urbano na

construccedilatildeo e reforma de edifiacutecios nos meios de transporte e de comunicaccedilatildeo e

do acesso a informaccedilatildeo

Eacute possiacutevel promover a inclusatildeo social no meio fiacutesico construindo rampas

de acesso banheiros adaptados pisos taacuteteis guias rebaixadas sinais sonoros

entre outros

A acessibilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo pode ser alcanccedilada

atraveacutes de sites acessiacuteveis que atendam agraves pessoas com deficiecircncia visual e

por exemplo aparelhos de televisatildeo com legenda oculta As emissoras de TV

devem incluir em suas programaccedilotildees inteacuterprete de Libras para que as pessoas

com deficiecircncia auditiva possam acompanhar os programas

29

Pessoas com deficiecircncia fiacutesica idosos gestantes lactantes e pessoas

com crianccedilas de colo devem ter atendimento prioritaacuterio por meio de serviccedilos

individualizados que assegurem tratamento diferenciado

1432 Direito ao trabalho

Foram diversas as conquistas em defesa das pessoas com deficiecircncia

nos uacuteltimos anos Hoje elas satildeo amparadas por lei no seu direito de acesso ao

trabalho Graccedilas a estas conquistas fazer parte do quadro de funcionaacuterios de

uma empresa jaacute natildeo eacute um obstaacuteculo mas a permanecircncia destes profissionais

no local de trabalho ainda exige cuidados Cabe aos empregadores garantir

bem estar e acessibilidade aos seus colaboradores para que eles tenham

oportunidade de exercer suas funccedilotildees de maneira adequada e mostrar todo o

seu potencial

Este sistema estaacute carregado da antiga visatildeo de assistencialismo

capacidade laborativa reduzida e falta de noccedilatildeo sobre cidadania Na sociedade

brasileira ele ainda eacute necessaacuterio para que as pessoas apostem nestes

profissionais e desta forma descubram que eles tecircm um enorme potencial

Em vaacuterios paiacuteses como EUA Canadaacute Gratilde-Bretanha Nova Zelacircndia

Dinamarca Sueacutecia Finlacircndia Austraacutelia e Portugal este princiacutepio foi extinto e a

antiga visatildeo foi superada Em naccedilotildees como o Brasil ela estaacute em vias de

superaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo eacute a melhor forma de acabar com o preconceito

Durante anos a sociedade excluiu as pessoas com deficiecircncia do

conviacutevio social Esta exclusatildeo se reflete ateacute hoje em diversos setores sociais

Vaacuterias leis foram criadas visando agrave inclusatildeo dos cidadatildeos com

deficiecircncia mas algumas delas foram concebidas quando ainda se tinha pouco

conhecimento sobre este puacuteblico e suas limitaccedilotildees O sistema de cotas eacute uma

delas

a) 1980 - estabelecida como a deacutecada internacional da pessoa com

deficiecircncia

b) 1992 - estabelecida a data de 3 de dezembro como dia internacional das

pessoas portadoras de deficiecircncia da ONU

30

c) 1994 - declaraccedilatildeo de Salamanca (Espanha) tratando da educaccedilatildeo

especial

d) 1995 - a Inglaterra aprova legislaccedilatildeo semelhante para empresas com

mais de vinte empregados

e) 1999 - promulgada na Guatemala a convenccedilatildeo interamericana para a

eliminaccedilatildeo de todas as formas de discriminaccedilatildeo contra as pessoas

portadoras de deficiecircncia

f) 2002 - realizado em marccedilo o congresso europeu sobre deficiecircncia em

Madri que estabeleceu 2003 como o ano europeu das pessoas com

deficiecircncia

g) 1981 - adotado pela ONU como o ano internacional das pessoas com

deficiecircncia

h) 1983 elaboraccedilatildeo da convenccedilatildeo 159 pela OIT

i) 1990 - aprovada a ADA (Lei dos Deficientes dos Estados Unidos)

aplicaacutevel a toda empresa com mais de quinze funcionaacuterios

j) 1997 - tratado de Amsterdatilde em que a Uniatildeo Europeacuteia se compromete a

facilitar a inserccedilatildeo e a permanecircncia das pessoas com deficiecircncia nos

mercados de trabalho

1433 Direito agrave educaccedilatildeo

Para se tornar parte da sociedade eacute necessaacuterio compreende-la A base

para o sucesso de qualquer cidadatildeo estaacute na educaccedilatildeo e isto natildeo eacute diferente

para as pessoas com deficiecircncia Participar do sistema educacional eacute garantir a

inclusatildeo social e a igualdade de oportunidades

A Lei 939496 art4ordm que estabelece as diretrizes e bases da educaccedilatildeo

nacional (LDB) reconhece que a educaccedilatildeo eacute um instrumento fundamental para

a integraccedilatildeo e participaccedilatildeo de qualquer pessoa com deficiecircncia no contexto em

que vive Estaacute disposto nesta lei que haveraacute quando necessaacuterio serviccedilos de

apoio especializado na escola regular para atender agraves peculiaridades da

clientela de educaccedilatildeo especial e que o atendimento educacional seraacute feito em

classes escolas ou serviccedilos especializados sempre que em funccedilatildeo das

31

condiccedilotildees especiacuteficas dos alunos natildeo for possiacutevel a sua integraccedilatildeo nas

classes comuns de ensino regular

A legislaccedilatildeo brasileira tambeacutem prevecirc o acesso a livros em Braille de uso

exclusivo das pessoas com deficiecircncia visual

1434 Direito agrave sauacutede

A assistecircncia agrave sauacutede e agrave reabilitaccedilatildeo cliacutenica satildeo condiccedilotildees decisivas

para a inclusatildeo da pessoa com deficiecircncia na sociedade

Para promover a melhoria da qualidade de vida e com intuito de

estimular a independecircncia do indiviacuteduo com deficiecircncia nas suas atividades

diaacuterias foi criado o sistema das redes estaduais de assistecircncia agrave pessoa com

deficiecircncia

Este projeto oferece ajuda teacutecnica aleacutem de oacuterteses e proacuteteses para que

a pessoa tenha maior autonomia

Outro sistema criado para a manutenccedilatildeo da sauacutede fiacutesica e mental do

cidadatildeo com deficiecircncia eacute a Poliacutetica Nacional para a integraccedilatildeo da pessoa com

deficiecircncia implantada em 1989 Regulamentada pelo Decreto nordm 3298 prevecirc

auxiacutelio na prevenccedilatildeo de doenccedilas atendimento psicoloacutegico reabilitaccedilatildeo

fornecimento de medicamentos e assistecircncia atraveacutes de planos de sauacutede

1435 Direito a isenccedilotildees fiscais e financiamento

Pessoas com deficiecircncia empresas bancos e demais instituiccedilotildees

ligadas a este puacuteblico possuem alguns benefiacutecios previstos em lei

Para as empresas dispostas a contribuir com a inclusatildeo social de

portadores de necessidades especiais a legislaccedilatildeo brasileira prevecirc a

concessatildeo fiscal Podem ser firmados convecircnios que garantem a isenccedilatildeo de

ICMS seja para doaccedilatildeo de equipamentos adaptados seja para aquisiccedilotildees de

aparelhos e acessoacuterios destinados agraves instituiccedilotildees que atendam este segmento

da populaccedilatildeo

Automoacuteveis adquiridos em alguns estados brasileiros por pessoas com

32

deficiecircncia fiacutesica visual mental e autistas ou seus representantes legais satildeo

isentos de ICMS (Imposto sobre Circulaccedilatildeo de Mercadorias e Serviccedilos) e do

IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de acordo com a Lei 1075403

Os financiamentos de automoacuteveis de fabricaccedilatildeo nacional tambeacutem satildeo

liberados do IOF (Imposto sobre Operaccedilotildees Financeiras)

Tais benefiacutecios ainda natildeo satildeo tributados pelo Imposto de Renda e tanto

a aquisiccedilatildeo de aparelhos e materiais como a realizaccedilatildeo de outras despesas

podem ser deduzidas do imposto

1436 Direito ao passe livre

Os cidadatildeos com deficiecircncia tambeacutem possuem benefiacutecios relacionados

aos meios de transporte A Lei 889994 conhecida como Lei do Passe Livre

prevecirc que toda pessoa com deficiecircncia tem direito ao transporte coletivo

interestadual gratuito e que cabe a cada estado ou municiacutepio implantar

programas similares ao passe livre para os transportes municipais e estaduais

Aleacutem do transporte gratuito o municiacutepio deve garantir que os meios de

transporte sejam acessiacuteveis a estes cidadatildeos

15 Declaraccedilatildeo de Salamanca princiacutepios poliacutetica e praacutetica na educaccedilatildeo

especial

Notando com satisfaccedilatildeo um incremento no envolvimento de governos

grupos de advocacia comunidades e pais e em particular de organizaccedilotildees de

pessoas com deficiecircncias na busca pela melhoria do acesso agrave educaccedilatildeo para

a maioria daqueles cujas necessidades especiais ainda se encontram

desprovidas e reconhecendo como evidecircncia para tal envolvimento a

participaccedilatildeo ativa do alto niacutevel de representantes e de vaacuterios governos

agecircncias especializadas e organizaccedilotildees intergovernamentais naquela

Conferecircncia Mundial

a) Os delegados da Conferecircncia Mundial de Educaccedilatildeo Especial

33

representando 88 governos e 25 organizaccedilotildees internacionais em

assembleia em Salamanca Espanha entre 7 e 10 de junho de 1994

reafirma o compromisso para com a educaccedilatildeo para todos

reconhecendo a necessidade e urgecircncia do providenciamento de

educaccedilatildeo para as crianccedilas jovens e adultos com necessidades

educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino e re-

endossa a estrutura de accedilatildeo em educaccedilatildeo especial em que pelo

espiacuterito de cujas provisotildees e recomendaccedilotildees governo e

organizaccedilotildees sejam guiados

b) Acreditam e proclamam que toda crianccedila tem direito fundamental agrave

educaccedilatildeo e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o niacutevel

adequado de aprendizagem toda crianccedila possui caracteriacutesticas

interesses habilidades e necessidades de aprendizagem que satildeo

uacutenicas sistemas educacionais deveriam ser designados e programas

educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em

conta a vasta diversidade de tais caracteriacutesticas e necessidades

aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso

agrave escola regular que deveria acomodaacute-los dentro de uma pedagogia

centrada na crianccedila capaz de satisfazer a tais necessidades

escolas regulares que possuam tal orientaccedilatildeo inclusiva constituem

os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatoacuterias

criando-se comunidades acolhedoras construindo uma sociedade

inclusiva e alcanccedilando educaccedilatildeo para todos aleacutem disso tais escolas

proveem uma educaccedilatildeo efetiva agrave maioria das crianccedilas e aprimoram

a eficiecircncia e em uacuteltima instacircncia o custo da eficaacutecia de todo o

sistema educacional

c) Congregam todos os governos e demandam que atribuam a mais

alta prioridade poliacutetica e financeira ao aprimoramento de seus

sistemas educacionais no sentido de se tornarem aptos a incluiacuterem

todas as crianccedilas independentemente de suas diferenccedilas ou

dificuldades individuais adotem o princiacutepio de educaccedilatildeo inclusiva em

forma de lei ou de poliacutetica matriculando todas as crianccedilas em

escolas regulares a menos que existam fortes razotildees para agir de

outra forma desenvolvam projetos de demonstraccedilatildeo e encorajem

34

intercacircmbios em paiacuteses que possuam experiecircncias de escolarizaccedilatildeo

inclusiva estabeleccedilam mecanismos participatoacuterios e

descentralizados para planejamento revisatildeo e avaliaccedilatildeo de provisatildeo

educacional para crianccedilas e adultos com necessidades educacionais

especiais encorajem e facilitem a participaccedilatildeo de pais comunidades

e organizaccedilotildees de pessoas portadoras de deficiecircncias nos processos

de planejamento e tomada de decisatildeo concernentes agrave provisatildeo de

serviccedilos para necessidades educacionais especiais invistam

maiores esforccedilos em estrateacutegias de identificaccedilatildeo e intervenccedilatildeo

precoces bem como nos aspectos vocacionais da educaccedilatildeo

inclusiva garantam que no contexto de uma mudanccedila sistecircmica

programas de treinamento de professores tanto em serviccedilo como

durante a formaccedilatildeo incluam a provisatildeo de educaccedilatildeo especial dentro

das escolas inclusivas

d) Tambeacutem congregam a comunidade internacional em particular

governos com programas de cooperaccedilatildeo internacional agecircncias

financiadoras internacionais especialmente as responsaacuteveis pela

Conferecircncia Mundial em Educaccedilatildeo para Todos UNESCO UNICEF

UNDP e o Banco Mundial a endossar a perspectiva de escolarizaccedilatildeo

inclusiva e apoiar o desenvolvimento da educaccedilatildeo especial como

parte integrante de todos os programas educacionais as Naccedilotildees

Unidas e suas agecircncias especializadas em particular a ILO WHO

UNESCO e UNICEF a reforccedilar seus estiacutemulos de cooperaccedilatildeo

teacutecnica bem como reforccedilar suas cooperaccedilotildees e redes de trabalho

para um apoio mais eficaz agrave jaacute expandida e integrada provisatildeo em

educaccedilatildeo especial organizaccedilotildees natildeo-governamentais envolvidas na

programaccedilatildeo e entrega de serviccedilo nos paiacuteses a reforccedilar sua

colaboraccedilatildeo com as entidades oficiais nacionais e intensificar o

envolvimento crescente delas no planejamento implementaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de provisatildeo em educaccedilatildeo especial que seja inclusiva

UNESCO enquanto a agecircncia educacional das Naccedilotildees Unidas a

assegurar que educaccedilatildeo especial faccedila parte de toda discussatildeo que

lide com educaccedilatildeo para todos em vaacuterios foros a mobilizar o apoio de

organizaccedilotildees dos profissionais de ensino em questotildees relativas ao

35

aprimoramento do treinamento de professores no que diz respeito a

necessidade educacionais especiais a estimular a comunidade

acadecircmica no sentido de fortalecer pesquisa redes de trabalho e o

estabelecimento de centros regionais de informaccedilatildeo e documentaccedilatildeo

e da mesma forma a servir de exemplo em tais atividades e na

disseminaccedilatildeo dos resultados especiacuteficos e dos progressos

alcanccedilados em cada paiacutes no sentido de realizar o que almeja a

presente declaraccedilatildeo a mobilizar fundos atraveacutes da criaccedilatildeo (dentro

de seu proacuteximo planejamento a meacutedio prazo 1996-2000) de um

programa extensivo de escolas inclusivas e programas de apoio

comunitaacuterio que permitiriam o lanccedilamento de projetos-piloto que

demonstrassem novas formas de disseminaccedilatildeo e o desenvolvimento

de indicadores de necessidade e de provisatildeo de educaccedilatildeo especial

e) Por uacuteltimo expressam o caloroso reconhecimento ao governo da

Espanha e agrave UNESCO pela organizaccedilatildeo da Conferecircncia e

demandam-lhes realizarem todos os esforccedilos no sentido de trazer

esta declaraccedilatildeo e sua relativa estrutura de accedilatildeo da comunidade

mundial especialmente em eventos importantes tais como o Tratado

Mundial de Desenvolvimento Social (em Kopenhagen em 1995) e a

Conferecircncia Mundial sobre a Mulher (em Beijing em 1995) Adotada

por aclamaccedilatildeo na cidade de Salamanca Espanha neste deacutecimo dia

de junho de 1994

Durante os uacuteltimos 15 ou 20 anos tem se tornado claro que o conceito de necessidades educacionais especiais teve que ser ampliado para incluir todas as crianccedilas que natildeo estejam conseguindo se beneficiar com a escola seja por que motivo for (UNESCO 1994 p15)

16 Diretrizes na educaccedilatildeo especial na perspectiva da inclusatildeo

A consciecircncia do direito de construir uma identidade proacutepria e do reconhecimento da identidade do outro se traduz no direito de igualdade e no respeito agraves diferenccedilas assegurando oportunidades diferentes (equidade) tantas quanto forem necessaacuterias com vistas agrave busca da igualdade (BRASIL 2001)

36

A educaccedilatildeo especial eacute uma modalidade de ensino que perpassa todos

os niacuteveis etapas e modalidades realiza o atendimento educacional

especializado disponibiliza os serviccedilos e recursos proacuteprios desse atendimento

e orienta os alunos e seus professores quanto a sua utilizaccedilatildeo nas turmas

comuns do ensino regular

O atendimento educacional especializado identifica elabora e organiza

recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a

plena participaccedilatildeo dos alunos considerando as suas necessidades

especiacuteficas As atividades desenvolvidas no atendimento educacional

especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum natildeo

sendo substitutivas agrave escolarizaccedilatildeo Esse atendimento completa e suplementa

a formaccedilatildeo dos alunos com vistas agrave autonomia e independecircncia na escola e

fora dela

Tal modalidade de ensino disponibiliza programas de enriquecimento

curricular o ensino de linguagem e coacutedigos especiacuteficos de comunicaccedilatildeo e

sinalizaccedilatildeo ajudas teacutecnicas e tecnoloacutegicas assistidas dentre outros Ao longo

de todo processo de escolarizaccedilatildeo esse atendimento deve estar articulado

com a proposta pedagoacutegica de ensino comum

A inclusatildeo escolar tem inicio na educaccedilatildeo infantil onde se desenvolvem

as bases necessaacuterias para a construccedilatildeo do conhecimento e seu

desenvolvimento global Nessa etapa o luacutedico o acesso agraves formas

diferenciadas de comunicaccedilatildeo a riqueza de estiacutemulos nos aspectos fiacutesicos

emocionais cognitivos psicomotores e sociais e a convivecircncia com as

diferenccedilas favorecem as relaccedilotildees interpessoais o respeito e a valorizaccedilatildeo da

crianccedila Do nascimento aos trecircs anos o atendimento educacional

especializado se expressa por meio de serviccedilos que objetivam aperfeiccediloar o

processo de desenvolvimento e aprendizagem em interface com os serviccedilos de

sauacutede e assistecircncia social

Em todas as etapas e modalidades da educaccedilatildeo baacutesica o atendimento

especializado eacute organizado para apoiar o desenvolvimento dos alunos

constituindo oferta obrigatoacuteria dos sistemas de ensino e deve ser realizado no

turno inverso ao da classe comum na proacutepria escola ou centro especializado

que realize esse serviccedilo educacional Este atendimento eacute realizado mediante a

37

atuaccedilatildeo de profissionais com conhecimento especiacuteficos no ensino da Liacutengua

Brasileira de Sinais da Liacutengua Portuguesa e na modalidade escrita como

segunda liacutengua do Sistema Braille do Soroban da orientaccedilatildeo e mobilidade

das atividades de vida autocircnoma da comunicaccedilatildeo alternativa do

desenvolvimento dos processos mentais superiores dos programas de

enriquecimento curricular da adequaccedilatildeo e produccedilatildeo de materiais didaacuteticos e

pedagoacutegicos da utilizaccedilatildeo de recursos oacutepticos e natildeo oacutepticos da tecnologia

assistida e outros

Cabe aos sistemas de ensino ao organizar a educaccedilatildeo especial na

perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva disponibilizar as funccedilotildees do instrutor de

Libras e guia interprete bem como de monitor dos alunos com necessidades

de apoio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo locomoccedilatildeo entre outras que

exijam auxilio constante no cotidiano escolar

Para atuar na educaccedilatildeo especial o professor deve ter como base de

sua formaccedilatildeo inicial e continuada conhecimentos gerais para o exerciacutecio da

docecircncia e conhecimentos especiacuteficos da aacuterea Essa formaccedilatildeo possibilita a sua

atuaccedilatildeo no atendimento educacional especializado e deve aprofundar o caraacuteter

interativo e interdisciplinar da atuaccedilatildeo nas salas comuns do ensino regular nas

salas de recursos nos centros de atendimento educacional especializado nos

nuacutecleos de acessibilidade das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior nas classes

hospitalares e nos ambientes domiciliares para a oferta dos serviccedilos e

recursos de educaccedilatildeo especial

38

CAPIacuteTULO II

CAPACITACcedilAtildeO E CONCEPCcedilAtildeO DE PROFESSORES NO PROCESSO DE

INCLUSAtildeO ESCOLAR

2 CAPACITACcedilAtildeO PROFISSIONAL E A INCLUSAtildeO ESCOLAR

A formaccedilatildeo de professores que atuam diretamente na inclusatildeo escolar

sempre se constituiu numa grande problemaacutetica com relaccedilatildeo ao atendimento

do aluno com necessidades especiais Tudo eacute muito novo e desafiador E isto

infelizmente ainda eacute uma barreira para que a inclusatildeo se efetive com alicerce

suficiente para se sustentar

Nos finais do Impeacuterio o atendimento a essa clientela era vinculada agrave

sauacutede Nos anos 20 do seacuteculo passado iniciou-se uma crescente preocupaccedilatildeo

com a questatildeo propriamente pedagoacutegica porem influenciada pela abordagem

psicoloacutegica natildeo abandonando o campo da sauacutede

Para atender agraves demandas cada professor deveria estar apto a

elaborar incrementar e implementar situaccedilotildees de ensino que favorecessem a

construccedilatildeo dos conceitos mais primaacuterios aos mais complexos Eacute importante

que o professor organize seu planejamento de maneira que natildeo passem

despercebidos pelas situaccedilotildees de ensino conceitos que podem parecer

simples mas que na verdade satildeo preacute-requisitos para o que se pensa ser o

mais importante Contudo natildeo satildeo poucos os casos em que as situaccedilotildees

acabam sendo apresentadas de forma restrita sem pertinecircncia aos alunos que

participam da accedilatildeo inclusiva

O cotidiano de sala de aula requer na atualidade a efetivaccedilatildeo de accedilotildees

didaacuteticas flexiacuteveis poreacutem contextualizadas a adequaccedilatildeo de recursos sem

depreciar a capacidade e a imagem do aluno com o qual interagimos uma

reformulaccedilatildeo das dinacircmicas em sala de aula que possibilite a participaccedilatildeo

39

efetiva de todos

Muitos recursos muitas vezes satildeo pouco explorados ou ateacute mesmo

desconsiderados pelo professor com o passar dos niacuteveis propostos pelo

sistema de educaccedilatildeo No entanto quando o professor eacute o agente mediador de

um contexto educacional no qual a diversidade estaacute mais complexa devido agraves

demandas que um tipo de necessidade educativa especial pode gerar eacute

essencial que ele natildeo perca de vista a validade de determinados recursos

diante da construccedilatildeo de conceitos mais elaborados ou abstratos (FERREIRA

2004)

Valorizar a singularidade de cada ser humano eacute um compromisso eacutetico

de contribuir com as transformaccedilotildees necessaacuterias agrave construccedilatildeo de uma

sociedade mais justa (SOUZA SILVA 2005 p 239)

Um sistema escolar inclusivo precisa investir na capacitaccedilatildeo contiacutenua dos

professores e funcionaacuterios das escolas realizando o chamamento dos que

ainda natildeo se consideram envolvidos para um processo de sensibilizaccedilatildeo e

atualizaccedilatildeo constante de toda escola e comunidade Nesse aspecto a

assessoria ao professor eacute fundamental para orientaccedilatildeo e anaacutelise na busca de

soluccedilotildees para os problemas surgidos na sala de aula no aprofundamento das

questotildees teoacutericas na construccedilatildeo de intervenccedilotildees pedagoacutegicas na seleccedilatildeo de

recursos materiais e tecnoloacutegicos para a aprendizagem dos alunos no

processo de avaliaccedilatildeo na inter-relaccedilatildeo com as famiacutelias bem como na

mediaccedilatildeo entre escola e serviccedilos especializados para atendimento ao aluno

com necessidades educacionais na aacuterea da sauacutede da assistecircncia social do

trabalho entre outros (BEYER 2005)

Para Marques (2006) inclusatildeo escolar implica numa reorganizaccedilatildeo

estrutural da escola de todos os elementos da praacutetica pedagoacutegica

considerando o dado do muacuteltiplo da diversidade e natildeo mais o padratildeo

universal O atual momento histoacuterico exige uma participaccedilatildeo efetiva da escola

como instituiccedilatildeo loacutecus do conhecimento e da formaccedilatildeo de cidadatildeos capazes de

intervir nos rumos da sociedade Neste sentido faz-se necessaacuteria uma escola

criativa onde todos os seus componentes sejam co-sujeitos na produccedilatildeo de um

saber-instrumento para o conviacutevio escolar e social Cabe portanto a alunos

professores e sujeitos desse processo planejar e construir as diferentes etapas

de nossa caminhada etapas que se num primeiro momento satildeo idealizadas

40

logo transformam-se em realidade pela reflexatildeo criacutetica de nossas proacuteprias

possibilidades na construccedilatildeo dessa nova escola Assim eacute preciso

redimensionar o modo de pensar e fazer a educaccedilatildeo tarefa por natureza

complexa que envolve elementos poliacuteticos soacutecio-econocircmicos teacutecnicos e

culturais

Essa postura por sua vez implica na superaccedilatildeo da dicotomia e

fragmentaccedilatildeo das atribuiccedilotildees dos agentes educativos dos rituais dos

conteuacutedos metodoloacutegicos dos recursos pedagoacutegicos do processo de

avaliaccedilatildeo bem como das concepccedilotildees de educaccedilatildeo e de sociedade Enfatiza

tambeacutem que implica para o professor em uma seacuterie de mudanccedilas com relaccedilatildeo

a sua postura pressuposto baacutesico de sua atuaccedilatildeo a compreensatildeo das

diferentes necessidades educacionais de seus alunos sendo necessaacuteria aacute

flexibilizaccedilatildeo do professor no exerciacutecio do compromisso eacutetico para se adequar

agraves novas situaccedilotildees que surgiratildeo em decorrecircncia das diversidades presentes

em seu cotidiano atentando para a supressatildeo de uma possiacutevel postura

discriminatoacuteria

Zimmermann (2008) destaca que a instituiccedilatildeo escolar precisa redefinir

sua base de estrutura organizacional destituindo-se de burocracias

reorganizando grades curriculares proporcionando maior ecircnfase agrave formaccedilatildeo

humana dos professores e afinando a relaccedilatildeo famiacutelia

escola propondo uma

praacutetica pedagoacutegica coletiva dinacircmica e flexiacutevel para atender esta nova

realidade educacional A educaccedilatildeo inclusiva tem forccedila transformadora e

aponta para uma nova era natildeo somente educacional mas para uma sociedade

inclusiva

Segundo Mittler (2008) as escolas a volta poderiam tentar encontrar

novos modos de pedir aos pais as suas opiniotildees sobre como poderiam ser

fortalecidos os viacutenculos entre lar e a escola Os viacutenculos mais iacutentimos entre

pais e professor natildeo podem ser prescritos de cima para baixo mas sim

fundamentados nos desejos e nas prioridades daquele que estatildeo nessa aacuterea

A uacuteltima palavra vai para um grupo de pais de crianccedilas com

necessidades especiais e deficiecircncia ( RUSSEL 1997 apud MITTEL

2008p227)

a) Por favor aceite e valorize nossas crianccedilas (e noacutes mesmos como

famiacutelia) como noacutes somos valorizados

41

b) Por favor celebre a diferenccedila

c) Por favor aceite nossas crianccedilas primeiramente como crianccedilas Natildeo

coloque roacutetulos nelas a menos que vocecirc pretenda fazer algo

d) Por favor reconheccedila seu poder sobre nossas vidas Vivemos com as

consequumlecircncias de suas opiniotildees e decisotildees

e) Por favor entenda a tensatildeo sob qual muitas famiacutelias estatildeo vivendo

Os encontros cancelados a lista de espera que ningueacutem consegue

chegar ao inicio todas as discussotildees sobre recursos eacute sobre nossa

vida que vocecirc esta falando

f) Por favor natildeo use modas passageiras e tratamentos conosco a

menos que vocecirc vai estar conosco E natildeo esqueccedila que as famiacutelias

tecircm muitos membros muitas responsabilidades Agraves vezes natildeo

podemos agradar a todo mundo

g) Por favor reconheccedila que aacutes vezes noacutes eacute que temos razatildeo Por favor

acredite em noacutes e escute o que sabemos sobre o que noacutes e nossas

crianccedilas necessitamos

h) Agraves vezes estamos tristes cansados e deprimidos Por favor valorize

nos como famiacutelias preocupadas e comprometidas e tente continuar a

trabalhar conosco

Limaverde (2009) acredita que a maioria dos professores vem de

cursos onde a discussatildeo da teoria e da praacutetica ainda eacute dividida Discute-se

teoria e praacutetica de maneira isolada Ainda se estuda uma teoria idealizada

Poucos cursos de formaccedilatildeo de professores oferecem de modo obrigatoacuterio em

seus curriacuteculos as disciplinas relacionadas agrave diferenccedila agraves deficiecircncias Aleacutem

da formaccedilatildeo do nuacutecleo comum eles tambeacutem precisam se atentar para essas

especificidades Haacute uma obrigatoriedade de se ofertar nos cursos de

pedagogia a disciplina de Libras Mas isso natildeo deve ocorrer apenas na

formaccedilatildeo inicial mas tambeacutem na formaccedilatildeo continuada que eacute aquela em

serviccedilo mas que muitas vezes natildeo contemplam essas especificidades

O problema de formaccedilatildeo eacute muito grave porque repercute nessa

inseguranccedila do professor no preconceito no medo Aleacutem do entrave da

formaccedilatildeo no aspecto pedagoacutegico as escolas elaboram seu projeto poliacutetico

pedagoacutegico sem levar em conta a presenccedila do aluno com deficiecircncia As

praacuteticas a organizaccedilatildeo da sala de aula natildeo leva em conta a presenccedila desse

42

aluno Onde natildeo haacute uma interlocuccedilatildeo mais refinada entre o ensino comum e a

Educaccedilatildeo Especial com esse saber mais especiacutefico natildeo haacute inclusatildeo

A inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino Assim na formaccedilatildeo do professor teria dois espaccedilos um da sala de

aula que eacute a formaccedilatildeo comum para todos os professores contemplando

desenvolvimento aprendizagem e uma na formaccedilatildeo continuada Uma

formaccedilatildeo que atenda agraves diferenccedilas da sala de aula o atendimento agrave educaccedilatildeo

especializada aleacutem da formaccedilatildeo baacutesica cursos de extensatildeo de libras de

soroban de braile de tecnologia assistida para que esse professor possa

atender a especificidade desses alunos O aluno com deficiecircncia eacute um ser

humano que se desenvolve como qualquer outro As teorias e teacutecnicas que

foram estudadas satildeo suporte para esse trabalho Agora o que vai modificar na

sua atuaccedilatildeo eacute a maneira como ele organiza suas praacuteticas pedagoacutegicas Na

maioria das vezes eles organizam praacuteticas homogecircneas do aluno idealizado Eacute

importante um planejamento para pensar essas diferenccedilas na sala de aula Eacute

um trabalho do projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

21 Concepccedilotildees de professores sobre a inclusatildeo na educaccedilatildeo regular e

especial

Inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino (LIMAVERDE 2009)

Apenas a partir do seacuteculo XX verificou-se uma melhor aceitaccedilatildeo das

pessoas com necessidades especiais momento em que se iniciou a sua

desinstitucionalizaccedilatildeo e educaccedilatildeo escolar Ateacute este periacuteodo eram segregados

e praticamente privados de conviacutevio social Entretanto verifica-se que as

conquistas ainda foram poucas pois o preconceito a ignoracircncia e a

discriminaccedilatildeo ainda satildeo muito fortes em relaccedilatildeo ao deficiente e a deficiecircncia

Para Carmo (2000) a inclusatildeo eacute um assunto que deve ser refletido e

investigado com muita precisatildeo jaacute que a sociedade pode estar criando uma

nova modalidade a de excluiacutedos dentro da inclusatildeo podemos assim concluir

nessa reflexatildeo para que haja o processo de ensino-aprendizagem nos alunos

portadores de necessidades educacionais especiais o professor teraacute que se

43

capacitar para atender a proposta desta nova face da educaccedilatildeo brasileira ele

teraacute que tentar conciliar as teorias sobre o assunto com sua pratica e a

realidade da sala de aula Pois soacute assim a inclusatildeo do aluno portador de

necessidades educacionais especiais seraacute bem sucedida e gerando bons

resultados no futuro

Assim a inclusatildeo deste tipo de aluno requer novas posturas tanto aos

professores quanto ao sistema educacional brasileiro levando em consideraccedilatildeo

que todos noacutes estaremos ganhando Lembrando tambeacutem que este processo

de aprendizagem requer a reciprocidade das experiecircncias entre o aluno com

necessidades educacionais especiais o professor e os demais alunos Um

processo de aprendizagem onde todos participam a aquisiccedilatildeo do

conhecimento ocorreraacute com mais facilidade

Mantoan Pietro Arantes (2006) acredita que recriar um novo modelo

educativo com ensino de qualidade que diga natildeo aacute exclusatildeo social implica em

condiccedilotildees de trabalho pedagoacutegico e uma rede de saberes que se entrelaccedilam e

caminham no sentido contraacuterio do paradigma tradicional de educaccedilatildeo

segregadora Eacute uma reviravolta complexa mas possiacutevel basta que lutemos por

ela que nos aperfeiccediloemos e estejamos abertos a colaborar na busca dos

caminhos pedagoacutegicos da inclusatildeo Pois nem todas as diferenccedilas

necessariamente inferiorizam as pessoas Elas tem diferenccedilas e igualdades

mas entre elas nem tudo deve ser igual assim como nem tudo deve ser

diferente

De acordo com Santos (apud MANTOAN2003 p34 ) eacute preciso que

tenhamos o direito de sermos diferentes quando a igualdade nos

descaracteriza e o direito de sermos iguais quando a diferenccedila nos inferioriza

Assim a luta pela escola inclusiva embora seja contestada e tenha ateacute

mesmo assustado a comunidade escolar exige mudanccedila de haacutebitos e atitudes

pela sua loacutegica e eacutetica nos remete a refletir e reconhecer que trata-se de um

posicionamento social que garante a vida com igualdade pautada pelo

respeito agraves diferenccedilas Apesar das iniciativas acanhadas da comunidade

escolar e da sociedade geral eacute possiacutevel adequar a escola para um novo

tempo Precisa estar imbuiacutedos de boa vontade e compromisso enfrentar com

seguranccedila e otimismo este desafio enxergar a clareza e obviedade eacutetica da

proposta inclusiva e contribuir para o desmantelamento dessa maacutequina escolar

44

enferrujada

Para Lisita e Souza (2003) das utopias concretas da modernidade tem-

se hoje apenas a certeza da transitoriedade O sentido da revoluccedilatildeo antes

propagado daacute lugar a um leque de possibilidades as quais se abrem num

horizonte virtual em constantes mudanccedilas Que se trata de uma nova realidade

mundial natildeo se discute Indaga-se no entanto o que se tem a fazer diante de

tal realidade

Nesse sentido a ciecircncia e a tecnologia tecircm se constituiacutedo nos principais

agentes de proposiccedilatildeo e de determinaccedilatildeo dessas mudanccedilas A sensaccedilatildeo que

se tem eacute a de que amanheceremos a cada dia num novo mundo repleto de

novidades e onde o ontem estaacute cada vez e mais rapidamente distante

O cenaacuterio do mundo atual evidencia um movimento em direccedilatildeo a um

sentido de inclusatildeo social o sujeito com deficiecircncia passa a dividir a cena com

os sujeitos sem deficiecircncia coabitando os diversos espaccedilos sociais Nota-se

pois um grande dinamismo experimentado pelos sujeitos e em particular

pelos sujeitos com deficiecircncia num mundo onde conceitos e praacuteticas assumem

cada vez mais um caraacuteter efecircmero e de possibilidades muacuteltiplas

Segundo Ferreira e Glat (2004) satildeo frequentes relatos de professores

principalmente em conselhos de classe sobre a dificuldade de determinados

alunos quanto agrave efetivaccedilatildeo de algumas propostas educacionais Na maioria

das situaccedilotildees o que de fato acontece natildeo eacute uma dificuldade do aluno em

realizar ou compreender a atividade solicitada e sim uma inadequaccedilatildeo do

procedimento dos objetivos eou da avaliaccedilatildeo realizada pelo professor Nesse

sentido eacute importante o professor analisar algumas questotildees como

a) de que maneira todos os alunos poderatildeo participar da aula proposta

b) se haacute necessidade de apoio adaptaccedilotildees e como fazecirc-las para sua

plena participaccedilatildeo

c) que expectativas devem ser esperadas eou modificadas para a

efetivaccedilatildeo da atividade (como os alunos demonstram o que sabem a

quantidade e qualidade das atividades propostas)

d) quais satildeo os objetivos prioritaacuterios para a aprendizagem

Enfim eacute do conhecimento de todos que natildeo haacute formas sem

precedentes que se bastem ou que se perpetuem diante das realidades

necessidades e demandas dos alunos que compotildeem as salas de aula que hoje

45

cada professor assume Eacute importante a busca constante de praacuteticas pautadas

no contexto que o aluno vivencia inovadoras pois o trabalho eacute dinacircmico

sendo fundamental que cada profissional pense na sua disponibilidade para a

construccedilatildeo de praacuteticas efetivas que conduzam a uma educaccedilatildeo de qualidade

para todos como descrevem Ferreira e Glat 2004

Poso (2004) acredita que por um lado os professores julgam-se

incapazes de dar conta dessa demanda despreparados e impotentes frente a

essa realidade que eacute agravada pela falta de material adequado de apoio

administrativo e recursos financeiros

Mantoan (2003) enfatiza que a radicalidade da inclusatildeo vem do fato de

esta exigir uma mudanccedila de paradigma educacional onde na perspectiva

inclusiva suprime-se a sub-divisatildeo dos sistemas escolares em modalidades de

ensino especial e regular As escolas atendem as diferenccedilas sem discriminar

sem estabelecer prioridades e necessidades sem estabelecer regras

diferenciadas para cada caso no planejamento avaliaccedilatildeo e aprendizado

Assim pode-se imaginar o impacto da inclusatildeo nos sistemas de ensino ao

supor a aboliccedilatildeo completa dos serviccedilos segregados da educaccedilatildeo especial os

programas de reforccedilo escolar salas de aceleraccedilatildeo e turmas especiais

Desta forma a inclusatildeo eacute uma provocaccedilatildeo cuja intenccedilatildeo eacute melhorar a

qualidade do ensino atingindo todos os alunos de uma forma globalizada

Incluir eacute necessaacuterio primordialmente para melhorar as condiccedilotildees da escola

de modo que nela se possam formar geraccedilotildees mais preparadas para viver a

vida na sua plenitude livremente sem preconceitos sem barreiras Confirma-

se assim mais uma vez a necessidade de a educaccedilatildeo se atualizar e os

professores aperfeiccediloarem as suas praacuteticas para que as escolas se obriguem

a um esforccedilo de modernizaccedilatildeo e reestruturaccedilatildeo de suas condiccedilotildees atuais

Pretende-se que a escola seja inclusiva eacute primordial que seus planos se

redefinam para uma educaccedilatildeo voltada agrave cidadania global plena livre de

preconceitos e disposta a reconhecer e entende as diferenccedilas entre as

pessoas principalmente quanto aos seus aspectos fiacutesico mental e intelectual

Natildeo basta uma educaccedilatildeo para a cidadania eacute preciso educar para a liberdade

e nesse sentido nenhuma forma de subordinaccedilatildeo intelectual pode ser

admitida

Os desafios para a concretizaccedilatildeo dos ideais inclusivos na educaccedilatildeo

46

brasileira satildeo inuacutemeros Haacute ainda de se vencer os desafios que impotildee o

conservadorismo das instituiccedilotildees especializadas e enfrentar as pressotildees

poliacuteticas e das pessoas com deficiecircncia ainda muito habituadas a seus roacutetulos

e a benefiacutecios que acentuam a incapacidade as limitaccedilotildees o paternalismo e o

protecionismo social

Smeha Ferreira (2005) descrevem que vaacuterios professores afirmam

apresentar sentimentos de despreparo para trabalharem junto agraves crianccedilas com

necessidades especiais Que natildeo tiveram em sua formaccedilatildeo acadecircmica o

preparo adequado que os capacite a lidar com a diversidade e isso gera

intenso sofrimento pois ensinar crianccedilas com limitaccedilotildees exige conhecimento

competecircncia e habilidade para que o processo inclusivo seja efetivado

Os professores foram preparados para trabalharem com as crianccedilas que

aprendem assim quando eles se deparam com as limitaccedilotildees na

aprendizagem sentem frustraccedilatildeo anguacutestia impotecircncia e medo Portanto faz-

se necessaacuterio uma significativa reformulaccedilatildeo nos cursos de graduaccedilatildeo que

estatildeo formando professores os quais certamente teratildeo alunos com

necessidades educativas especiais em sua trajetoacuteria profissional Aliaacutes essa

reformulaccedilatildeo deve abarcar natildeo somente conhecimentos sobre educaccedilatildeo de

pessoas com deficiecircncia mas tambeacutem oportunizar autoconhecimento para

que os professores possam atuar de forma mais confiante atendendo agraves

demandas educacionais especiais com mais prazer e menos sofrimento Aleacutem

da reestruturaccedilatildeo nas aacutereas que envolvem a formaccedilatildeo de professores para

que o trabalho docente possa acontecer com menor prejuiacutezo agrave sauacutede mental

parece primordial que o investimento transcenda a capacitaccedilatildeo relacionada aos

conhecimentos teacutecnicos e permeie o campo da sauacutede mental no trabalho

O suporte aos aspectos psicoloacutegicos dos professores precisam ser

contemplados com grupos de reflexatildeo ou de apoio um espaccedilo que possa

oportunizar-lhes aos mesmos falar sobre seus sentimentos dificuldades

medos ou fantasias Seria um momento para problematizar e encontrar

ressignificaccedilatildeo no exerciacutecio docente que cada vez mais precisa ser alicerccedilado

no respeito agrave diversidade humana Eacute importante tambeacutem salientar que natildeo eacute

apenas o processo de inclusatildeo o responsaacutevel pelo sofrimento docente muitos

satildeo propensos ao stress devido agraves suas proacuteprias vivecircncias pessoais e agraves

exigecircncias da contemporaneidade

47

De acordo com Souza Silva (2009)

No tocante ao trabalho docente novas propostas se fazem necessaacuterias devido agraves transformaccedilotildees educacionais que estatildeo ocorrendo de forma acelerada exigindo assim novas aprendizagens que possam contribuir para a formaccedilatildeo de profissionais capazes de responder aos novos desafios colocados agrave nossa realidade

Para Bartalotti (2006) nos dias atuais frente ao processo de inclusatildeo

como uma possibilidade embora ainda natildeo como uma realidade haacute um grande

caminho a ser percorrido Pois se olhar em volta para cada ser humano que

nos rodeia ver-se-ia o quanto ainda se tem que caminhar para a construccedilatildeo

de uma sociedade verdadeiramente inclusiva Exclui-se apenas com o olhar

com palavras quantas vezes menospreza-se o outro por ele ter um gosto

uma crenccedila religiosa situaccedilatildeo financeira cor de pele estatura e peso corporal

diferente por nos aceitos E sem a menor preocupaccedilatildeo decidi-se que esta ou

aquela pessoa natildeo serve para estar junto de noacutes de nossos filhos frequentar

nosso clube casa ou templo religioso Jaacute sentem-se excluiacutedos e rejeitados em

diferentes situaccedilotildees sentem-se olhados como diferentes indesejaacuteveis

estranhos certamente essa natildeo eacute uma sensaccedilatildeo agradaacutevel quem jaacute passou

por ela natildeo deseja repetir a experiecircncia

Para que a inclusatildeo ocorra eacute necessaacuterio que a sociedade passe pelo

aprimoramento das relaccedilotildees sociais pela compreensatildeo de que o verdadeiro

pensamento inclusivo eacute aquele que natildeo categoriza ou rotula as pessoas por

ordem de valor valor esse atribuiacutedo muitas vezes atraveacutes de estereoacutetipos

estigmas conhecimentos instituiacutedos pensar inclusivamente eacute aprender a olhar

cada pessoa e buscar nela seu real valor construiacutedo nas relaccedilotildees cotidianas

nos seus sonhos e expectativas e nas suas accedilotildees concretas no mundo

Acredita-se tambeacutem que muitas vezes fala-se que a inclusatildeo eacute uma

utopia muitos natildeo acreditam que a sociedade seja capaz desse movimento

Inclusatildeo eacute sim possibilidade assim como eacute possibilidade a construccedilatildeo de uma

sociedade mais digna para todos com ou sem deficiecircncia

Para Tessaro (2009) existe todo um discurso proacute agrave inclusatildeo em vaacuterios

segmentos da sociedade dentre os quais no ambiente escolar A inclusatildeo eacute

algo que vem se efetivando mesmo que a duras penas buscando superar toda

uma histoacuteria de isolamento discriminaccedilatildeo e preconceito Tem provocado

48

muitos questionamentos principalmente no meio acadecircmico tais como O que

eacute inclusatildeo escolar Por que incluir Qual eacute a opiniatildeo dos alunos com

deficiecircncia e dos professores sobre inclusatildeo A escola possui infra-estrutura

adequada para participar da inclusatildeo escolar Os alunos deficientes se sentem

bem com a inclusatildeo escolar Os professores estatildeo capacitados para educaccedilatildeo

inclusiva

Dutra (2007) destaca que as principais dificuldades no processo de

inclusatildeo escolar do aluno especial eacute a ausecircncia de preparo e de uma

formaccedilatildeo mais teacutecnica que visa suprir as necessidades destes alunos

mediadas pelo professor e tambeacutem agrave falta de boas condiccedilotildees fiacutesicas nas

escolas pra receber estes alunos

Jesus (2007) enfatiza que a inclusatildeo dos portadores de necessidades

educacionais especiais na escola eacute algo essencial agrave educaccedilatildeo mas eacute preciso

ser feita de maneira correta porque nem todos podem estar na escola ou

estatildeo preparados para nela estar por natildeo terem capacidade fisioloacutegica Esse eacute

um assunto muito discutido por alguns especialistas da educaccedilatildeo especial que

buscam uma maneira eficiente de incluir todos as crianccedilas e jovens que

possuem alguma necessidade educacional especial

Nesse sentido Mantoan (2006) afirma que a condiccedilatildeo primeira para

inclusatildeo deixe de ser uma ameaccedila ao que hoje a escola defende e adota como

pratica pedagoacutegica e abandonar tudo que leva a tolerar as pessoas com

deficiecircncia na sala de aula

Natildeo pode se ter um ambiente mais propiacutecio para tal processo de

conscientizaccedilatildeo do que a escola Pois seraacute por meio dessa interaccedilatildeo entre

crianccedilas que se construiraacute uma naccedilatildeo mais justa e igualitaacuteria onde todos

juntos aprenderatildeo a conviver e a se respeitarem Respeito que eacute sonhado por

todos que se espera construir um novo amanhatilde mais digno

O assunto eacute fundamental para ser discutido por todas as pessoas

envolvidas com a educaccedilatildeo e que busquem uma naccedilatildeo com menos

desigualdade social oportunidades para todos uma educaccedilatildeo que priorize o

ser e natildeo ter e uma realidade igualitaacuteria A inclusatildeo eacute acima de tudo a

transformaccedilatildeo da pratica pedagoacutegica de todos os profissionais de educaccedilatildeo

Os registros de textos artigos e livros enfatizam que sobre a

aplicabilidade atual de inclusatildeo escolar satildeo insatisfatoacuterios e que natildeo houve

49

diferenccedilas entre os alunos e entre os professores quanto a essa dimensatildeo Os

professores e os alunos expressaram vaacuterias dificuldades envolvidas nesse

processo destacando se a falta de infra-estrutura das escolas a falta de

preparocapacitaccedilatildeo profissional discriminaccedilatildeo social e a falta de aceitaccedilatildeo da

inclusatildeo

Os professores de educaccedilatildeo especial demonstraram dar mais creacutedito agrave

educaccedilatildeo inclusiva do que os do ensino regular Os alunos deficientes

demonstraram dar menos creacutedito agrave inclusatildeo do que os natildeo deficientes Os

sentimentos decorrentes da inclusatildeo que predominaram entre professores e os

alunos com deficiecircncia foram negativos enquanto entre os alunos natildeo

deficientes prevaleceram os positivos (TESSARO 2009)

Para Fonseca (2004) promover a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma tarefa de

uma equipe multidisciplinar que deve adotar uma estrateacutegia do tipo pensar em

grupo eacute pensar melhor pois soacute dessa forma se podem explorar todas as

opccedilotildees potenciais de inclusatildeo e natildeo soacute as mais coerentes acessiacuteveis ou

tradicionais Sem uma dinacircmica de grupo natildeo se podem discutir e implementar

planos educacionais individualizados na educaccedilatildeo inclusiva transpondo para

sala de aula regular programas inovadores desde a modificaccedilatildeo de

comportamento ao enriquecimento linguumliacutestico ou cognitivo

Ensino em equipe com vaacuterios professores que agem e pensam em

conjunto criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees inovaccedilotildees na instruccedilatildeo na avaliaccedilatildeo

aprendizagem cooperativa e interativa criaccedilatildeo de projetos de suporte muacuteltiplo

serviccedilos de encaminhamentos diagnoacutesticos dinacircmicos e prescritivos em

termos de praacutetica de intervenccedilatildeo na sala de aula regular aprofundamento eacutetico

e legal dos pressupostos morais da inclusatildeo social construccedilatildeo de instrumentos

de investigaccedilatildeo-accedilatildeo entre outros satildeo desafios que se colocam hoje mais do

lado do ensino do que da aprendizagem

Para Almeida Anjos (2007) vaacuterios professores destacam tensotildees que

sempre se preservaram em suas percepccedilotildees e atitudes sejam referentes agraves

pessoas com necessidades educacionais especiais sejam relativas a

dificuldades em relaccedilatildeo a si proacuteprios e aos seus saberes profissionais No

entanto os profissionais apontam em suas falas as possibilidades de transpor

tais dificuldades vividas no trabalho com alunos especiais na rotina de seu dia

a dia de trabalho

50

Laraia (1992 apud ALMEIDA ANJOS 2007) acredita que nenhuma

ordem social eacute baseada em verdades inatas que as mudanccedilas nas praacuteticas

pedagoacutegicas com a diversidade dos alunos passam por uma mudanccedila de

nossas concepccedilotildees e valores Que eacute preciso uma formaccedilatildeo que coloque o

profissional da educaccedilatildeo em conflito com seus conhecimentos e concepccedilotildees a

partir da relaccedilatildeo entre a teoria e a praacutetica para entatildeo podermos comeccedilar a

pensar em inclusatildeo Assim a partir dos pressupostos da ciecircncia social criacutetica

sustentada pelo interesse colaborativo procuramos programar com os

profissionais encontros de estudoreflexatildeo das tensotildees e possibilidades que

envolvem o trabalho com alunos com necessidades educacionais especiais

enfatizar ainda como o lazer e recreaccedilatildeo podem ser facilitadores do processo

de inclusatildeo escolar

Zimmermann (2008) acredita que para conseguir reformar a instituiccedilatildeo

escolar primeiramente se tem que reformar as mentes entretanto natildeo

conseguiraacute reformar mentes sem que se realize uma preacutevia reforma de

instituiccedilotildees Vive-se uma crise de paradigmas e toda a crise gera medos

inseguranccedila e incertezas mas propotildee-se que seja este o momento de ousadia

e de busca de alternativas que sustente e norteie para realizar-se as mudanccedilas

que o momento propotildee Que a escola seja um espaccedilo vivo de formaccedilatildeo para

todos e um ambiente verdadeiramente inclusivo eacute preciso que as poliacuteticas

puacuteblicas de educaccedilatildeo sejam direcionadas aacute inclusatildeo que os educadores

desacomodem-se combatendo a descrenccedila e o pessimismo mostrando que a

inclusatildeo eacute um momento oportuno para professores e a comunidade escolar

demonstrarem sua competecircncia e principalmente suas responsabilidades

educacionais

Esta mudanccedila de perspectiva educacional propotildee que os educadores

faccedilam a diferenccedila buscando conhecimento e contribuindo com uma praacutetica

ressignificada desenvolvendo uma educaccedilatildeo baseada na afetividade e na

superaccedilatildeo de limites que as crianccedilas aprendam a respeitar as diferenccedilas em

sala de aula preparando-as assim para o futuro a vida e o mercado de

trabalho pois vivendo a experiecircncia inclusiva seratildeo adultos bem diferentes de

noacutes e por certo natildeo faratildeo discriminaccedilotildees sociais

Arauacutejo (2008) relata a opiniatildeo dos professores sobre a inclusatildeo escolar

enfatizando com veemecircncia de que a inclusatildeo escolar do aluno portador de

51

necessidades educacionais especiais eacute um assunto muito interessante e

delicado e levantaram a conscientizaccedilatildeo desse aluno sobre o direito deste

frequentar o ensino regular no entanto essa inclusatildeo na visatildeo deles estaacute

acontecendo de forma errocircnea Pois os professores da rede regular de ensino

em sua quase totalidade natildeo estatildeo preparados para lidar com esta nova fase

da educaccedilatildeo brasileira

Tem que se pensar que para que a inclusatildeo se concretize natildeo basta

estar garantido na legislaccedilatildeo mas demanda modificaccedilotildees profundas e

importantes no sistema de ensino Essas mudanccedilas deveratildeo levar em conta o

contexto soacutecio econocircmico aleacutem de serem gradativas planejadas e contiacutenuas

para garantir uma educaccedilatildeo de oacutetima qualidade (BUENO 1998 apud

PEREIRA 2009)

Pereira (2009) acredita que a inclusatildeo depende de mudanccedila de valores

da sociedade e a vivencia de um novo paradigma que natildeo se faz com simples

recomendaccedilotildees teacutecnicas como se fossem receitas de bolo mas com reflexotildees

dos professores direccedilotildees pais alunos equipe multidisciplinar e a comunidade

Essa questatildeo natildeo eacute tatildeo simples assim pois devemos levar em conta as

diferenccedilas Como colocar no mesmo espaccedilo demandas tatildeo diferentes e

especiacuteficas se muitas vezes nem a escola especial consegue dar conta desse

atendimento de forma adequada Deparar-se com frequecircncia com as

resistecircncias dos professores e direccedilotildees manifestadas atraveacutes de

questionamentos e queixas ou ateacute mesmo com expectativas de que possa

apresentar soluccedilotildees maacutegicas de aplicaccedilatildeo imediata causando certa decepccedilatildeo

e frustraccedilatildeo pois ela natildeo existe

O problema se agrava quando se vecirc o professor totalmente dependente

do apoio ou assessoria de profissionais da aacuterea da sauacutede pois neste caso a

questatildeo cliacutenica eacute fundamental e se sobressai e novamente o pedagoacutegico fica

esquecido Com isso o professor se sente desvalorizado incapaz e fora do

processo por considerar esse aluno como doente concluindo que natildeo pode

fazer nada por ele pois ele precisa de tratamento especializado de

profissionais qualificados da aacuterea da sauacutede desistindo assim de assumir tal

tarefa

Desta forma parece que o professor esquece seu papel poreacutem natildeo se

considera o momento do professor sua formaccedilatildeo as condiccedilotildees da proacutepria

52

escola em receber esses alunos que entram nas escolas e continuam

excluiacutedos de todo o processo de ensino-aprendizagem e social causando

frustraccedilatildeo e fracassos dificultando assim a proposta de inclusatildeo Por um lado

os professores julgam-se incapazes de dar conta dessa demanda

despreparados e impotentes frente a essa realidade que eacute agravada dia-a-dia

pela falta de material adequado de apoio administrativo e recursos financeiros

Limaverde (2009) salienta que no Brasil estaacute acontecendo um grande

movimento proacute-inclusatildeo que tem sido fortalecido a partir da sistematizaccedilatildeo do

que se trata o atendimento educacional especializado Existem realidades

muito proacuteximas em relaccedilatildeo ao atendimento desses alunos mas ainda tem

muitas compreensotildees equivocadas sobre a inclusatildeo de alunos com deficiecircncia

Alguns municiacutepios brasileiros pensam que fazem inclusatildeo mas na verdade

eles tecircm feito integraccedilatildeo Percebe-se que alunos que frequentam escolas

comuns salas comuns de ensino natildeo participam efetivamente das aulas ou

das atividades realizadas e essas escolas alegam que esses alunos natildeo tecircm

condiccedilotildees de fazer as atividades e que por isso eles fazem outras atividades

diferenciadas Desta forma natildeo ocorre a inclusatildeo Isso eacute uma integraccedilatildeo

porque o aluno estaacute integrado na sala de aula comum mas ele natildeo participa

das atividades realizadas pelos demais colegas

Muitos municiacutepios brasileiros que estatildeo em processo de transiccedilatildeo ou

seja eles estatildeo implantando o atendimento educacional especializado de

caraacuteter complementar e ao mesmo tempo estatildeo ainda com problemas

relacionados agrave inclusatildeo desses alunos como por exemplo a manutenccedilatildeo de

classes especiais A partir da formaccedilatildeo de 2007 para caacute os municiacutepios tecircm se

reorganizado para atendimento educacional especializado mas ainda eacute uma

realidade muito diferenciada

A inclusatildeo soacute eacute possiacutevel onde houver respeito agrave diferenccedila e

consequentemente a adoccedilatildeo de praacuteticas pedagoacutegicas que permitam agraves

pessoas com deficiecircncia aprender e ser reconhecidos e valorizados os

conhecimentos que satildeo capazes de produzir segundo seu ritmo e na medida

de suas possibilidades (SILVA 2009)

53

A menos que a atual oportunidade favoraacutevel seja aproveitada para melhorar as qualificaccedilotildees profissionais de professores em educaccedilatildeo especial e consequentemente a qualidade da educaccedilatildeo especial tememos que os proacuteximos 20 anos ainda possam ser um periacuteodo de esperanccedilas frustradas (RELATORIO WARNOCK 1978 paraacutegrafo 1932)

54

CONCLUSAtildeO

Diante do levantamento bibliograacutefico conclui-se que a inclusatildeo nos

moldes em que se encontra atualmente estaacute longe de atender a um ideal

Tal processo necessita de muitas transformaccedilotildees Os oacutergatildeos a ele

ligados diretamente ou indiretamente deveratildeo rever suas propostas metas e

meacutetodos de implantaccedilatildeo

Profissionais da sauacutede tambeacutem tecircm papeacuteis importantes em todo o

processo inclusivo pois em accedilatildeo conjunta com os educadores podem fazer um

trabalho mais completo e eficaz

A inclusatildeo escolar eacute uma praacutetica que abrange natildeo apenas os

profissionais especiacuteficos das aacutereas meacutedica e educacional mas tambeacutem

envolve um fator preponderante na vida do indiviacuteduo atendido por ela a famiacutelia

Esta constitui a base da crianccedila com necessidades educacionais especiais e

assumindo a postura devida pode oferecer a esta crianccedila o subsiacutedio para seu

desenvolvimento escolar bem como uma fonte de apoio aos profissionais

envolvidos

Aleacutem de uma nobre causa de cunho educacional a inclusatildeo constitui

ainda uma mudanccedila no comportamento da sociedade como um todo que

passa a ter que zelar por interesses coletivos outrora ignorados pela maioria

Devido ao periacuteodo decorrido desde as primeiras iniciativas ligadas ao

processo inclusivo verifica-se que o tempo eacute um fator indispensaacutevel para sua

concretizaccedilatildeo Esta provavelmente dar-se-aacute a partir do momento em que todos

os envolvidos assumirem suas devidas responsabilidades e se unirem por uma

educaccedilatildeo de qualidade embasada em um planejamento organizado bem

dirigido iacutentegro e sobretudo pautado no respeito ao ser humano e agrave

diversidade

55

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20

Jaacute na deacutecada de 70 aparecia a integraccedilatildeo As escolas comuns

aceitavam alguns alunos antes rejeitados ou marginalizados que poderiam

frequentar classes comuns desde que conseguissem adaptar-se

Os primeiros movimentos que apontavam para o surgimento da inclusatildeo

escolar datam do final da deacutecada de 80 Assim soacute haacute um tipo de educaccedilatildeo e

ela eacute para todos sem restriccedilatildeo sem separaccedilatildeo (CELEDOacuteN 2009)

A inclusatildeo comeccedilou como um movimento de pessoas com deficiecircncia e

seus familiares na luta pelos seus direitos de igualdade na sociedade

visualiza-se as diversas noccedilotildees dificuldades concepccedilotildees e sentimentos

vinculados a realidade inclusiva

Medidas bem planejadas

conscientizaccedilatildeo governamental e social

Exige aceitaccedilatildeo da diferenccedilas

socializaccedilatildeo

poliacuteticas de integraccedilatildeo

Um desafio

Constitui uma troca constante entre alunos e

professores um processo gradativo

Inclusatildeo

Enfrenta seguranccedila

problemas de formaccedilatildeo

condiccedilotildees atitudinais e arquitetocircnicas

Fonte adaptado de Parolin2006

Quadro 2 Inclusatildeo

12 O papel da famiacutelia no processo de inclusatildeo

A famiacutelia eacute a primeira unidade agrave qual a crianccedila com necessidades

especiais viraacute a fazer parte entretanto muitas vezes os familiares natildeo estatildeo

preparados para recebecirc-la ainda que constitua um importante suporte para

esta crianccedila

21

Segundo Kaloustian (2002) a famiacutelia eacute o lugar indispensaacutevel para a

garantia da sobrevivecircncia e da proteccedilatildeo integral dos filhos e demais membros

independentemente do arranjo familiar ou da forma como vem se estruturando

Eacute a famiacutelia que propicia os aportes afetivos e sobretudo materiais necessaacuterios

ao desenvolvimento e bem estar dos seus componentes Ela desempenha um

papel decisivo na educaccedilatildeo formal e informal eacute em seu espaccedilo que satildeo

absorvidos os valores eacuteticos e humaniacutesticos e onde se aprofundam os laccedilos

de solidariedade Eacute tambeacutem em seu interior que se constroem as marcas entre

as geraccedilotildees e satildeo observados valores culturais

Para Aranha (2004) eacute imprescindiacutevel promover cuidados de apoio agrave

famiacutelia e agrave comunidade para que as crianccedilas e adolescentes com dificuldades

especiais tenham condiccedilotildees favoraacuteveis para um desenvolvimento saudaacutevel

A famiacutelia tem se encontrado numa posiccedilatildeo de dependecircncia de

profissionais em diferentes aacutereas do conhecimento no sentido de receberem

orientaccedilotildees de como proceder em relaccedilatildeo agraves necessidades especiais de seus

filhos

De acordo com Ribeiro (2004 p20)

A famiacutelia vem se mantendo ao longo da histoacuteria da humanidade como instituiccedilatildeo social permanente o que pode ser explicado por sua capacidade de mudanccedilaadaptaccedilatildeo resistecircncia e por receber valorizaccedilatildeo positiva da sociedade e daqueles que a integram

Faz-se necessaacuterio que a famiacutelia construa conhecimentos sobre as

necessidades especiais de seus filhos assim os profissionais ligados

diretamente ao caso deveratildeo orientar e preparar a famiacutelia para tal desafio

bem como ajudaacute-la a aceitar as dificuldades de modo a facilitar o dia-a-dia da

crianccedila no contexto familiar

Segundo Gokhale (1980) acrescenta ainda que a famiacutelia natildeo eacute

somente o berccedilo da cultura e a base da sociedade futura mas eacute tambeacutem o

centro da vida social A educaccedilatildeo bem sucedida da crianccedila na famiacutelia eacute que vai

servir de apoio agrave sua criatividade e ao seu comportamento produtivo quando for

adulto A famiacutelia tem sido eacute e seraacute a influecircncia mais poderosa para o

desenvolvimento da personalidade e do caraacuteter das pessoas

A famiacutelia precisa construir padrotildees cooperativos e coletivos de

enfrentamento dos sentimentos de anaacutelise das necessidades primordiais de

22

cada membro e do grupo como um todo da tomada de decisotildees de busca dos

recursos e serviccedilos especializados que seratildeo necessaacuterios para o bem estar e

adequada qualidade de vida do indiviacuteduo especial como tambeacutem de toda sua

famiacutelia (ARANHA 2004)

Eacute essencial que se invista na orientaccedilatildeo e no apoio agrave famiacutelia para que

esta possa cumprir da melhor maneira possiacutevel seu papel educativo junto aos

seus dependentes

Agrave famiacutelia cabe o maior tempo de convivecircncia e adaptaccedilatildeo da crianccedila

com necessidades especiais Por isso o domiciacutelio e as pessoas que nele

moram devem ser preparados para enfrentar este desafio que natildeo eacute faacutecil

poreacutem com todo cuidado e ajuda especiacutefica se tornaraacute muito mais faacutecil e

prazeroso

13 As condiccedilotildees da inclusatildeo escolar no Brasil

As instituiccedilotildees escolares no Brasil ao reproduzirem constantemente o

modelo tradicional natildeo tem demonstrado condiccedilotildees de responder aos desafios

da inclusatildeo escolar e do acolhimento agraves diferenccedilas nem de promover

aprendizagens necessaacuterias agrave vida em sociedade

A escola natildeo tem conseguido cumprir o papel de configurar-se como

espaccedilo educativo adequado ao processo inclusivo O tradicionalismo assenta-

se em pressuposto irrealizaacutevel ao fazer com que os alunos enquadrem agraves suas

exigecircncias

No plano eacutetico e poliacutetico a defesa de igualdade de direitos com

destaque para o direito agrave educaccedilatildeo parece constituir-se em consenso As

discordacircncias satildeo enunciadas no plano da definiccedilatildeo das propostas para sua

concretizaccedilatildeo

Oliveira( 2001 p 2 ) analisa que

A proacutepria declaraccedilatildeo desse direito agrave educaccedilatildeo pelo menos no que diz respeito agrave gratuidade constava jaacute na Constituiccedilatildeo Imperial O que se aperfeiccediloou para aleacutem de uma maior precisatildeo juriacutedica - evidenciada pela redaccedilatildeo - foram os mecanismos capazes de garantir em termos praacuteticos os direitos anteriormente enunciados estes sim verdadeiramente inovadores

23

No discurso decorrente de muitos profissionais da educaccedilatildeo a inclusatildeo

escolar tem sido uma expressatildeo empregada com sentido restrito como se

significasse apenas matricular alunos com deficiecircncia e necessidades

especiais em classe comum Mas a construccedilatildeo conceitual dessa expressatildeo

ultrapassa em muito esse entendimento Sua implantaccedilatildeo pode implicar em

resguardar a classe comum como espaccedilo de escolarizaccedilatildeo de todos ou como

uma das opccedilotildees para aqueles com necessidades educacionais especiais

ainda que deva ser a preferencial como preconizado pela Constituiccedilatildeo Federal

de 1988

De acordo com Gonzalez (2002)

A educaccedilatildeo especial eacute marcada pela ideacuteia de uma educaccedilatildeo diferente e dirigida a um grupo de sujeitos especiacuteficos a compreensatildeo anterior eacute marcada pela ideacuteia de uma accedilatildeo ou conjunto de accedilotildees e serviccedilos dirigidos a todos os sujeitos que deles necessitam em contextos normalizados

A expressatildeo alunos com necessidades educacionais especiais eacute usada

para designar pessoas com deficiecircncia mental auditiva visual fiacutesica e muacuteltipla

superdotaccedilatildeo e altas habilidades e condutas tiacutepicas que requerem em seu

processo de educaccedilatildeo escolar atendimento educacional especializado que

pode se concretizar em intenccedilotildees para lhes garantir acessibilidade

arquitetocircnica de comunicaccedilatildeo e de sinalizaccedilatildeo adequaccedilotildees didaacutetico

metodoloacutegicas curriculares e administrativas bem como materiais e

equipamentos especiacuteficos ou adaptados

Xavier (2002) salienta que

A construccedilatildeo da competecircncia do professor para responder com qualidade agraves necessidades educacionais especiais de seus alunos em uma escola inclusiva pela mediaccedilatildeo da eacutetica responde aacute necessidade social e histoacuterica de superaccedilatildeo das praticas pedagoacutegicas que discriminam segregam e excluem e ao mesmo tempo configura na accedilatildeo educativa o vetor de transformaccedilatildeo social para a equidade a solidariedade a cidadania

24

conhecer o sujeito natildeo eacute preciso orientar as

atividades e refletir cada accedilatildeo

o sucesso das intervenccedilotildees depende do

conhecimento humano e desenvolvimento

psicossocial dos interventores

Trabalhar com a

inclusatildeo requer

mudanccedilas de

paradigmas nessa praacutetica haacute uma identificaccedilatildeo subjetiva com

esse sujeito

como essa praacutetica foi se constituindo

qual era o objetivo da construccedilatildeo dessa praacutetica

A que se propotildee

quem satildeo os sujeitos que datildeo corpo a essa praacutetica

Trabalhar com

inclusatildeo requer

reflexatildeo sobre a

praacutetica por que esta opccedilatildeo e natildeo outra

compromisso com aprendizagem

compromisso com formaccedilatildeo

compromisso teacutecnico humano cientiacutefico

Trabalhar com

inclusatildeo requer

postura eacutetica compromisso com a qualidade na aprendizagem

Fonte adaptado Parolin 2006

Quadro 3 Preacute requisitos para o trabalho inclusivo

Atualmente coexistem pelo menos duas propostas para a educaccedilatildeo

especial uma em que conhecimentos acumulados sobre educaccedilatildeo especial

teoacutericos e praacuteticos devem estar a serviccedilo dos sistemas de ensino e portanto

das escolas e disponiacuteveis a todos os professores alunos e demais membros

da comunidade escolar que a qualquer momento podem requerecirc-los outra

em que se deve configurar um conjunto de recursos e serviccedilos educacionais

especializados dirigidos apenas agrave populaccedilatildeo escolar que apresente

solicitaccedilotildees que o ensino comum natildeo tem conseguido contemplar

De acordo com Glat Nogueira (2002 )

As poliacuteticas para a inclusatildeo devem ser concretizadas na forma de programas de capacitaccedilatildeo e acompanhamento contiacutenuo que orientem o trabalho docente na perspectiva da diminuiccedilatildeo gradativa

25

da exclusatildeo escolar o que visa a beneficiar natildeo apenas os alunos com necessidades especiais mas de uma forma geral a educaccedilatildeo escolar como um todo

Mantoan Prieto Arantes (2006) salientam que o planejamento e a

implantaccedilatildeo de poliacuteticas para atender a alunos com necessidades educacionais

especiais requerem domiacutenio conceitual sobre inclusatildeo escolar e sobre as

solicitaccedilotildees decorrentes de sua adoccedilatildeo enquanto princiacutepio eacutetico-poliacutetico bem

como a clara definiccedilatildeo dos princiacutepios e diretrizes nos planos e programas

elaborados permitindo a redefiniccedilatildeo dos papeis da educaccedilatildeo especial e do

atendimento desse alunado

A poliacutetica educacional brasileira tem deslocado progressivamente para

os municiacutepios parte da responsabilidade administrativa financeira e

pedagoacutegica pelo acesso e permanecircncia de alunos com necessidades

educacionais especiais nas escolas em decorrecircncia do processo de

municipalizaccedilatildeo do ensino fundamental Essa diretriz tem provocado alguns

impactos no atendimento a esse puacuteblico alvo Algumas prefeituras criaram

formas de atendimento educacional especializado outras ampliaram ou

mantiveram seus auxiacutelios e serviccedilos de ensino algumas estatildeo apenas

matriculando esses alunos em suas redes de ensino e haacute ainda as que

desativaram alguns serviccedilos prestados como por exemplo a oferta de

programas de transporte adaptado

No Brasil o atendimento educacional especializado era em 2004

desenvolvido na proporccedilatildeo de 13 para 23 referindo-se a escolas comuns

puacuteblicas e a escolas exclusivamente especializadas ou em classes especiais

respectivamente

A base de dados divulgada natildeo registra informaccedilotildees sobre matriacuteculas no

ensino superior mas revela que o atendimento estaacute centrado na educaccedilatildeo

infantil (109596 matriacuteculas que correspondem a 19 3 do total) e no ensino

fundamental (365359 ou 644) Haacute na EJA (Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos)

e na educaccedilatildeo profissional pouco mais de 41500 matriacuteculas em cada uma

dessas modalidades no ensino meacutedio as matriacuteculas equivaliam a 16 com

apenas 8281 alunos nesse niacutevel de ensino

A matriacutecula inicial na classe comum evoluiu de 1998 a 2002 em 151

Passamos de um total 439233 matriacuteculas em 1998 para 110536 em 2002

26

Em 2003 em dados aproximados havia 144100 alunos com necessidades

educacionais especiais nas referidas classes e em 2004 184800

evidenciando crescimento anual de 281 entre esses dois uacuteltimos anos

Deixa-se em aberto a possibilidade de sabermos que patamar de

atendimento foi atingido pois para isso precisariacuteamos ter dados sobre os que

estatildeo fora da escola portanto sem nenhum tipo de atendimento escolar

Eacute um dever natildeo cumprido averiguar se aos alunos com necessidades

educacionais especiais estaacute sendo garantido aleacutem do acesso agrave escola o

acesso agrave educaccedilatildeo aqui compreendida como processo de desenvolvimento

da capacidade fiacutesica intelectual e moral da crianccedila e do ser humano em geral

visando sua melhor integraccedilatildeo individual e social

Uma accedilatildeo que deve marcar as poliacuteticas puacuteblicas de educaccedilatildeo eacute a

formaccedilatildeo dos profissionais da educaccedilatildeo Sem deixar de considerar que em

educaccedilatildeo atuam profissionais no acircmbito teacutecnico-administrativo e em outras

funccedilotildees com importante papel no desenvolvimento de accedilotildees educacionais

14 Legislaccedilatildeo direitos e deveres na inclusatildeo

141 Leis e declaraccedilotildees internacionais

a) Declaraccedilatildeo de Cuenca - UNESCO - Equador 1981

b) Declaraccedilatildeo de Sunderberg - Torremolinos Espanha 1981

c) Resoluccedilotildees da XXIII Conferecircncia Sanitaacuteria Panamericana

- OPSOrganizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede - Washington DC USA -

1990

- Seminaacuterio Unesco - Caracas - Venezuela - 1992 - Informe Final

d) Declaraccedilatildeo de Santiago - Chile - 1993

e) Assembleacuteia Geral das Naccedilotildees Unidas - New York USA - 1993

Normas

- Uniformes sobre a igualdade de oportunidade para pessoas com

incapacidades

f) Declaraccedilatildeo Mundial de Educaccedilatildeo para Todos - UNICEF - Jon Tien

Tailacircndia - 1990

27

g) Declaraccedilatildeo de Salamanca - Salamanca Espanha princiacutepios poliacuteticas

e praacutetica em Educaccedilatildeo Especial - 1994 - criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de sistemas

educacionais inclusivos

142 Leis nacionais

a) Constituiccedilatildeo Federal de 1988 - Tiacutetulo VI - Da Ordem Social - Art 208

e Art 227

b) Lei nordm 785389 - Dispotildee sobre o apoio agraves pessoas com deficiecircncias

sua integraccedilatildeo social e pleno exerciacutecio de direitos sociais e individuais

c) Decreto nordm 220897 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

d) Parecer CNECEB nordm 1699 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

e) Resoluccedilatildeo CNECEB nordm 499 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

f) Decreto nordm 329899 - Regulamenta a Lei 785389 daacute-lhe condiccedilotildees

operacionais consolida as normas de proteccedilatildeo ao portador de deficiecircncias

g) LDB nordm 939496 (Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional) -

Capiacutetulo V - Educaccedilatildeo Especial - Art 58 Art 59 e Art 60 Portaria

MEC nordm 167999 - requisitos de acessibilidade a cursos instruccedilatildeo de

processos de autorizaccedilatildeo de cursos e credenciamento de instituiccedilotildees

voltadas agrave educaccedilatildeo especial

h) Parecer CNECEB nordm 1499 - Diretrizes nacionais da educaccedilatildeo

escolar indiacutegena

i) Resoluccedilatildeo CNECEB nordm 0399 - Fixa diretrizes nacionais para o

funcionamento de escolas indiacutegenas

j) Lei nordm 1009800 - Estabelece normas gerais e criteacuterios baacutesicos para a

promoccedilatildeo de acessibilidade das pessoas portadoras de deficiecircncia ou com

mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Resoluccedilatildeo CNECEB nordm

22001 - Institui diretrizes e normas para a educaccedilatildeo especial na Educaccedilatildeo

Baacutesica

k) Parecer CNECEB nordm 172001 - Diretrizes Nacionais para a Educaccedilatildeo

Especial na Educaccedilatildeo Baacutesica

28

l) Lei nordm 101722001 - Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo - PNE e daacute

outras providecircncias (o PNE estabelece 27 objetivos e metas para a

educaccedilatildeo de pessoas com necessidades educacionais especiais)

143 Direitos e Deveres

o papel da educaccedilatildeo consiste em favorecer que cada um de forma

livre e autocircnoma reconheccedila aos demais a mesma esfera de direito que exige

para si (VIEIRA 1999 p 16)

1431 Direito agrave acessibilidade

Para que as pessoas com deficiecircncia possam ter liberdade de ir e vir e

se sentir parte da comunidade elas necessitam de um meio fiacutesico adequado e

que garanta seguranccedila e acesso O direito a acessibilidade estaacute descrito nas

Leis 1009800 - regulamentada atraveacutes do Decreto 529604 - e 1004800 que

prevecircem a adequaccedilatildeo das vias e de espaccedilos puacuteblicos no mobiliaacuterio urbano na

construccedilatildeo e reforma de edifiacutecios nos meios de transporte e de comunicaccedilatildeo e

do acesso a informaccedilatildeo

Eacute possiacutevel promover a inclusatildeo social no meio fiacutesico construindo rampas

de acesso banheiros adaptados pisos taacuteteis guias rebaixadas sinais sonoros

entre outros

A acessibilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo pode ser alcanccedilada

atraveacutes de sites acessiacuteveis que atendam agraves pessoas com deficiecircncia visual e

por exemplo aparelhos de televisatildeo com legenda oculta As emissoras de TV

devem incluir em suas programaccedilotildees inteacuterprete de Libras para que as pessoas

com deficiecircncia auditiva possam acompanhar os programas

29

Pessoas com deficiecircncia fiacutesica idosos gestantes lactantes e pessoas

com crianccedilas de colo devem ter atendimento prioritaacuterio por meio de serviccedilos

individualizados que assegurem tratamento diferenciado

1432 Direito ao trabalho

Foram diversas as conquistas em defesa das pessoas com deficiecircncia

nos uacuteltimos anos Hoje elas satildeo amparadas por lei no seu direito de acesso ao

trabalho Graccedilas a estas conquistas fazer parte do quadro de funcionaacuterios de

uma empresa jaacute natildeo eacute um obstaacuteculo mas a permanecircncia destes profissionais

no local de trabalho ainda exige cuidados Cabe aos empregadores garantir

bem estar e acessibilidade aos seus colaboradores para que eles tenham

oportunidade de exercer suas funccedilotildees de maneira adequada e mostrar todo o

seu potencial

Este sistema estaacute carregado da antiga visatildeo de assistencialismo

capacidade laborativa reduzida e falta de noccedilatildeo sobre cidadania Na sociedade

brasileira ele ainda eacute necessaacuterio para que as pessoas apostem nestes

profissionais e desta forma descubram que eles tecircm um enorme potencial

Em vaacuterios paiacuteses como EUA Canadaacute Gratilde-Bretanha Nova Zelacircndia

Dinamarca Sueacutecia Finlacircndia Austraacutelia e Portugal este princiacutepio foi extinto e a

antiga visatildeo foi superada Em naccedilotildees como o Brasil ela estaacute em vias de

superaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo eacute a melhor forma de acabar com o preconceito

Durante anos a sociedade excluiu as pessoas com deficiecircncia do

conviacutevio social Esta exclusatildeo se reflete ateacute hoje em diversos setores sociais

Vaacuterias leis foram criadas visando agrave inclusatildeo dos cidadatildeos com

deficiecircncia mas algumas delas foram concebidas quando ainda se tinha pouco

conhecimento sobre este puacuteblico e suas limitaccedilotildees O sistema de cotas eacute uma

delas

a) 1980 - estabelecida como a deacutecada internacional da pessoa com

deficiecircncia

b) 1992 - estabelecida a data de 3 de dezembro como dia internacional das

pessoas portadoras de deficiecircncia da ONU

30

c) 1994 - declaraccedilatildeo de Salamanca (Espanha) tratando da educaccedilatildeo

especial

d) 1995 - a Inglaterra aprova legislaccedilatildeo semelhante para empresas com

mais de vinte empregados

e) 1999 - promulgada na Guatemala a convenccedilatildeo interamericana para a

eliminaccedilatildeo de todas as formas de discriminaccedilatildeo contra as pessoas

portadoras de deficiecircncia

f) 2002 - realizado em marccedilo o congresso europeu sobre deficiecircncia em

Madri que estabeleceu 2003 como o ano europeu das pessoas com

deficiecircncia

g) 1981 - adotado pela ONU como o ano internacional das pessoas com

deficiecircncia

h) 1983 elaboraccedilatildeo da convenccedilatildeo 159 pela OIT

i) 1990 - aprovada a ADA (Lei dos Deficientes dos Estados Unidos)

aplicaacutevel a toda empresa com mais de quinze funcionaacuterios

j) 1997 - tratado de Amsterdatilde em que a Uniatildeo Europeacuteia se compromete a

facilitar a inserccedilatildeo e a permanecircncia das pessoas com deficiecircncia nos

mercados de trabalho

1433 Direito agrave educaccedilatildeo

Para se tornar parte da sociedade eacute necessaacuterio compreende-la A base

para o sucesso de qualquer cidadatildeo estaacute na educaccedilatildeo e isto natildeo eacute diferente

para as pessoas com deficiecircncia Participar do sistema educacional eacute garantir a

inclusatildeo social e a igualdade de oportunidades

A Lei 939496 art4ordm que estabelece as diretrizes e bases da educaccedilatildeo

nacional (LDB) reconhece que a educaccedilatildeo eacute um instrumento fundamental para

a integraccedilatildeo e participaccedilatildeo de qualquer pessoa com deficiecircncia no contexto em

que vive Estaacute disposto nesta lei que haveraacute quando necessaacuterio serviccedilos de

apoio especializado na escola regular para atender agraves peculiaridades da

clientela de educaccedilatildeo especial e que o atendimento educacional seraacute feito em

classes escolas ou serviccedilos especializados sempre que em funccedilatildeo das

31

condiccedilotildees especiacuteficas dos alunos natildeo for possiacutevel a sua integraccedilatildeo nas

classes comuns de ensino regular

A legislaccedilatildeo brasileira tambeacutem prevecirc o acesso a livros em Braille de uso

exclusivo das pessoas com deficiecircncia visual

1434 Direito agrave sauacutede

A assistecircncia agrave sauacutede e agrave reabilitaccedilatildeo cliacutenica satildeo condiccedilotildees decisivas

para a inclusatildeo da pessoa com deficiecircncia na sociedade

Para promover a melhoria da qualidade de vida e com intuito de

estimular a independecircncia do indiviacuteduo com deficiecircncia nas suas atividades

diaacuterias foi criado o sistema das redes estaduais de assistecircncia agrave pessoa com

deficiecircncia

Este projeto oferece ajuda teacutecnica aleacutem de oacuterteses e proacuteteses para que

a pessoa tenha maior autonomia

Outro sistema criado para a manutenccedilatildeo da sauacutede fiacutesica e mental do

cidadatildeo com deficiecircncia eacute a Poliacutetica Nacional para a integraccedilatildeo da pessoa com

deficiecircncia implantada em 1989 Regulamentada pelo Decreto nordm 3298 prevecirc

auxiacutelio na prevenccedilatildeo de doenccedilas atendimento psicoloacutegico reabilitaccedilatildeo

fornecimento de medicamentos e assistecircncia atraveacutes de planos de sauacutede

1435 Direito a isenccedilotildees fiscais e financiamento

Pessoas com deficiecircncia empresas bancos e demais instituiccedilotildees

ligadas a este puacuteblico possuem alguns benefiacutecios previstos em lei

Para as empresas dispostas a contribuir com a inclusatildeo social de

portadores de necessidades especiais a legislaccedilatildeo brasileira prevecirc a

concessatildeo fiscal Podem ser firmados convecircnios que garantem a isenccedilatildeo de

ICMS seja para doaccedilatildeo de equipamentos adaptados seja para aquisiccedilotildees de

aparelhos e acessoacuterios destinados agraves instituiccedilotildees que atendam este segmento

da populaccedilatildeo

Automoacuteveis adquiridos em alguns estados brasileiros por pessoas com

32

deficiecircncia fiacutesica visual mental e autistas ou seus representantes legais satildeo

isentos de ICMS (Imposto sobre Circulaccedilatildeo de Mercadorias e Serviccedilos) e do

IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de acordo com a Lei 1075403

Os financiamentos de automoacuteveis de fabricaccedilatildeo nacional tambeacutem satildeo

liberados do IOF (Imposto sobre Operaccedilotildees Financeiras)

Tais benefiacutecios ainda natildeo satildeo tributados pelo Imposto de Renda e tanto

a aquisiccedilatildeo de aparelhos e materiais como a realizaccedilatildeo de outras despesas

podem ser deduzidas do imposto

1436 Direito ao passe livre

Os cidadatildeos com deficiecircncia tambeacutem possuem benefiacutecios relacionados

aos meios de transporte A Lei 889994 conhecida como Lei do Passe Livre

prevecirc que toda pessoa com deficiecircncia tem direito ao transporte coletivo

interestadual gratuito e que cabe a cada estado ou municiacutepio implantar

programas similares ao passe livre para os transportes municipais e estaduais

Aleacutem do transporte gratuito o municiacutepio deve garantir que os meios de

transporte sejam acessiacuteveis a estes cidadatildeos

15 Declaraccedilatildeo de Salamanca princiacutepios poliacutetica e praacutetica na educaccedilatildeo

especial

Notando com satisfaccedilatildeo um incremento no envolvimento de governos

grupos de advocacia comunidades e pais e em particular de organizaccedilotildees de

pessoas com deficiecircncias na busca pela melhoria do acesso agrave educaccedilatildeo para

a maioria daqueles cujas necessidades especiais ainda se encontram

desprovidas e reconhecendo como evidecircncia para tal envolvimento a

participaccedilatildeo ativa do alto niacutevel de representantes e de vaacuterios governos

agecircncias especializadas e organizaccedilotildees intergovernamentais naquela

Conferecircncia Mundial

a) Os delegados da Conferecircncia Mundial de Educaccedilatildeo Especial

33

representando 88 governos e 25 organizaccedilotildees internacionais em

assembleia em Salamanca Espanha entre 7 e 10 de junho de 1994

reafirma o compromisso para com a educaccedilatildeo para todos

reconhecendo a necessidade e urgecircncia do providenciamento de

educaccedilatildeo para as crianccedilas jovens e adultos com necessidades

educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino e re-

endossa a estrutura de accedilatildeo em educaccedilatildeo especial em que pelo

espiacuterito de cujas provisotildees e recomendaccedilotildees governo e

organizaccedilotildees sejam guiados

b) Acreditam e proclamam que toda crianccedila tem direito fundamental agrave

educaccedilatildeo e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o niacutevel

adequado de aprendizagem toda crianccedila possui caracteriacutesticas

interesses habilidades e necessidades de aprendizagem que satildeo

uacutenicas sistemas educacionais deveriam ser designados e programas

educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em

conta a vasta diversidade de tais caracteriacutesticas e necessidades

aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso

agrave escola regular que deveria acomodaacute-los dentro de uma pedagogia

centrada na crianccedila capaz de satisfazer a tais necessidades

escolas regulares que possuam tal orientaccedilatildeo inclusiva constituem

os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatoacuterias

criando-se comunidades acolhedoras construindo uma sociedade

inclusiva e alcanccedilando educaccedilatildeo para todos aleacutem disso tais escolas

proveem uma educaccedilatildeo efetiva agrave maioria das crianccedilas e aprimoram

a eficiecircncia e em uacuteltima instacircncia o custo da eficaacutecia de todo o

sistema educacional

c) Congregam todos os governos e demandam que atribuam a mais

alta prioridade poliacutetica e financeira ao aprimoramento de seus

sistemas educacionais no sentido de se tornarem aptos a incluiacuterem

todas as crianccedilas independentemente de suas diferenccedilas ou

dificuldades individuais adotem o princiacutepio de educaccedilatildeo inclusiva em

forma de lei ou de poliacutetica matriculando todas as crianccedilas em

escolas regulares a menos que existam fortes razotildees para agir de

outra forma desenvolvam projetos de demonstraccedilatildeo e encorajem

34

intercacircmbios em paiacuteses que possuam experiecircncias de escolarizaccedilatildeo

inclusiva estabeleccedilam mecanismos participatoacuterios e

descentralizados para planejamento revisatildeo e avaliaccedilatildeo de provisatildeo

educacional para crianccedilas e adultos com necessidades educacionais

especiais encorajem e facilitem a participaccedilatildeo de pais comunidades

e organizaccedilotildees de pessoas portadoras de deficiecircncias nos processos

de planejamento e tomada de decisatildeo concernentes agrave provisatildeo de

serviccedilos para necessidades educacionais especiais invistam

maiores esforccedilos em estrateacutegias de identificaccedilatildeo e intervenccedilatildeo

precoces bem como nos aspectos vocacionais da educaccedilatildeo

inclusiva garantam que no contexto de uma mudanccedila sistecircmica

programas de treinamento de professores tanto em serviccedilo como

durante a formaccedilatildeo incluam a provisatildeo de educaccedilatildeo especial dentro

das escolas inclusivas

d) Tambeacutem congregam a comunidade internacional em particular

governos com programas de cooperaccedilatildeo internacional agecircncias

financiadoras internacionais especialmente as responsaacuteveis pela

Conferecircncia Mundial em Educaccedilatildeo para Todos UNESCO UNICEF

UNDP e o Banco Mundial a endossar a perspectiva de escolarizaccedilatildeo

inclusiva e apoiar o desenvolvimento da educaccedilatildeo especial como

parte integrante de todos os programas educacionais as Naccedilotildees

Unidas e suas agecircncias especializadas em particular a ILO WHO

UNESCO e UNICEF a reforccedilar seus estiacutemulos de cooperaccedilatildeo

teacutecnica bem como reforccedilar suas cooperaccedilotildees e redes de trabalho

para um apoio mais eficaz agrave jaacute expandida e integrada provisatildeo em

educaccedilatildeo especial organizaccedilotildees natildeo-governamentais envolvidas na

programaccedilatildeo e entrega de serviccedilo nos paiacuteses a reforccedilar sua

colaboraccedilatildeo com as entidades oficiais nacionais e intensificar o

envolvimento crescente delas no planejamento implementaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de provisatildeo em educaccedilatildeo especial que seja inclusiva

UNESCO enquanto a agecircncia educacional das Naccedilotildees Unidas a

assegurar que educaccedilatildeo especial faccedila parte de toda discussatildeo que

lide com educaccedilatildeo para todos em vaacuterios foros a mobilizar o apoio de

organizaccedilotildees dos profissionais de ensino em questotildees relativas ao

35

aprimoramento do treinamento de professores no que diz respeito a

necessidade educacionais especiais a estimular a comunidade

acadecircmica no sentido de fortalecer pesquisa redes de trabalho e o

estabelecimento de centros regionais de informaccedilatildeo e documentaccedilatildeo

e da mesma forma a servir de exemplo em tais atividades e na

disseminaccedilatildeo dos resultados especiacuteficos e dos progressos

alcanccedilados em cada paiacutes no sentido de realizar o que almeja a

presente declaraccedilatildeo a mobilizar fundos atraveacutes da criaccedilatildeo (dentro

de seu proacuteximo planejamento a meacutedio prazo 1996-2000) de um

programa extensivo de escolas inclusivas e programas de apoio

comunitaacuterio que permitiriam o lanccedilamento de projetos-piloto que

demonstrassem novas formas de disseminaccedilatildeo e o desenvolvimento

de indicadores de necessidade e de provisatildeo de educaccedilatildeo especial

e) Por uacuteltimo expressam o caloroso reconhecimento ao governo da

Espanha e agrave UNESCO pela organizaccedilatildeo da Conferecircncia e

demandam-lhes realizarem todos os esforccedilos no sentido de trazer

esta declaraccedilatildeo e sua relativa estrutura de accedilatildeo da comunidade

mundial especialmente em eventos importantes tais como o Tratado

Mundial de Desenvolvimento Social (em Kopenhagen em 1995) e a

Conferecircncia Mundial sobre a Mulher (em Beijing em 1995) Adotada

por aclamaccedilatildeo na cidade de Salamanca Espanha neste deacutecimo dia

de junho de 1994

Durante os uacuteltimos 15 ou 20 anos tem se tornado claro que o conceito de necessidades educacionais especiais teve que ser ampliado para incluir todas as crianccedilas que natildeo estejam conseguindo se beneficiar com a escola seja por que motivo for (UNESCO 1994 p15)

16 Diretrizes na educaccedilatildeo especial na perspectiva da inclusatildeo

A consciecircncia do direito de construir uma identidade proacutepria e do reconhecimento da identidade do outro se traduz no direito de igualdade e no respeito agraves diferenccedilas assegurando oportunidades diferentes (equidade) tantas quanto forem necessaacuterias com vistas agrave busca da igualdade (BRASIL 2001)

36

A educaccedilatildeo especial eacute uma modalidade de ensino que perpassa todos

os niacuteveis etapas e modalidades realiza o atendimento educacional

especializado disponibiliza os serviccedilos e recursos proacuteprios desse atendimento

e orienta os alunos e seus professores quanto a sua utilizaccedilatildeo nas turmas

comuns do ensino regular

O atendimento educacional especializado identifica elabora e organiza

recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a

plena participaccedilatildeo dos alunos considerando as suas necessidades

especiacuteficas As atividades desenvolvidas no atendimento educacional

especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum natildeo

sendo substitutivas agrave escolarizaccedilatildeo Esse atendimento completa e suplementa

a formaccedilatildeo dos alunos com vistas agrave autonomia e independecircncia na escola e

fora dela

Tal modalidade de ensino disponibiliza programas de enriquecimento

curricular o ensino de linguagem e coacutedigos especiacuteficos de comunicaccedilatildeo e

sinalizaccedilatildeo ajudas teacutecnicas e tecnoloacutegicas assistidas dentre outros Ao longo

de todo processo de escolarizaccedilatildeo esse atendimento deve estar articulado

com a proposta pedagoacutegica de ensino comum

A inclusatildeo escolar tem inicio na educaccedilatildeo infantil onde se desenvolvem

as bases necessaacuterias para a construccedilatildeo do conhecimento e seu

desenvolvimento global Nessa etapa o luacutedico o acesso agraves formas

diferenciadas de comunicaccedilatildeo a riqueza de estiacutemulos nos aspectos fiacutesicos

emocionais cognitivos psicomotores e sociais e a convivecircncia com as

diferenccedilas favorecem as relaccedilotildees interpessoais o respeito e a valorizaccedilatildeo da

crianccedila Do nascimento aos trecircs anos o atendimento educacional

especializado se expressa por meio de serviccedilos que objetivam aperfeiccediloar o

processo de desenvolvimento e aprendizagem em interface com os serviccedilos de

sauacutede e assistecircncia social

Em todas as etapas e modalidades da educaccedilatildeo baacutesica o atendimento

especializado eacute organizado para apoiar o desenvolvimento dos alunos

constituindo oferta obrigatoacuteria dos sistemas de ensino e deve ser realizado no

turno inverso ao da classe comum na proacutepria escola ou centro especializado

que realize esse serviccedilo educacional Este atendimento eacute realizado mediante a

37

atuaccedilatildeo de profissionais com conhecimento especiacuteficos no ensino da Liacutengua

Brasileira de Sinais da Liacutengua Portuguesa e na modalidade escrita como

segunda liacutengua do Sistema Braille do Soroban da orientaccedilatildeo e mobilidade

das atividades de vida autocircnoma da comunicaccedilatildeo alternativa do

desenvolvimento dos processos mentais superiores dos programas de

enriquecimento curricular da adequaccedilatildeo e produccedilatildeo de materiais didaacuteticos e

pedagoacutegicos da utilizaccedilatildeo de recursos oacutepticos e natildeo oacutepticos da tecnologia

assistida e outros

Cabe aos sistemas de ensino ao organizar a educaccedilatildeo especial na

perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva disponibilizar as funccedilotildees do instrutor de

Libras e guia interprete bem como de monitor dos alunos com necessidades

de apoio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo locomoccedilatildeo entre outras que

exijam auxilio constante no cotidiano escolar

Para atuar na educaccedilatildeo especial o professor deve ter como base de

sua formaccedilatildeo inicial e continuada conhecimentos gerais para o exerciacutecio da

docecircncia e conhecimentos especiacuteficos da aacuterea Essa formaccedilatildeo possibilita a sua

atuaccedilatildeo no atendimento educacional especializado e deve aprofundar o caraacuteter

interativo e interdisciplinar da atuaccedilatildeo nas salas comuns do ensino regular nas

salas de recursos nos centros de atendimento educacional especializado nos

nuacutecleos de acessibilidade das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior nas classes

hospitalares e nos ambientes domiciliares para a oferta dos serviccedilos e

recursos de educaccedilatildeo especial

38

CAPIacuteTULO II

CAPACITACcedilAtildeO E CONCEPCcedilAtildeO DE PROFESSORES NO PROCESSO DE

INCLUSAtildeO ESCOLAR

2 CAPACITACcedilAtildeO PROFISSIONAL E A INCLUSAtildeO ESCOLAR

A formaccedilatildeo de professores que atuam diretamente na inclusatildeo escolar

sempre se constituiu numa grande problemaacutetica com relaccedilatildeo ao atendimento

do aluno com necessidades especiais Tudo eacute muito novo e desafiador E isto

infelizmente ainda eacute uma barreira para que a inclusatildeo se efetive com alicerce

suficiente para se sustentar

Nos finais do Impeacuterio o atendimento a essa clientela era vinculada agrave

sauacutede Nos anos 20 do seacuteculo passado iniciou-se uma crescente preocupaccedilatildeo

com a questatildeo propriamente pedagoacutegica porem influenciada pela abordagem

psicoloacutegica natildeo abandonando o campo da sauacutede

Para atender agraves demandas cada professor deveria estar apto a

elaborar incrementar e implementar situaccedilotildees de ensino que favorecessem a

construccedilatildeo dos conceitos mais primaacuterios aos mais complexos Eacute importante

que o professor organize seu planejamento de maneira que natildeo passem

despercebidos pelas situaccedilotildees de ensino conceitos que podem parecer

simples mas que na verdade satildeo preacute-requisitos para o que se pensa ser o

mais importante Contudo natildeo satildeo poucos os casos em que as situaccedilotildees

acabam sendo apresentadas de forma restrita sem pertinecircncia aos alunos que

participam da accedilatildeo inclusiva

O cotidiano de sala de aula requer na atualidade a efetivaccedilatildeo de accedilotildees

didaacuteticas flexiacuteveis poreacutem contextualizadas a adequaccedilatildeo de recursos sem

depreciar a capacidade e a imagem do aluno com o qual interagimos uma

reformulaccedilatildeo das dinacircmicas em sala de aula que possibilite a participaccedilatildeo

39

efetiva de todos

Muitos recursos muitas vezes satildeo pouco explorados ou ateacute mesmo

desconsiderados pelo professor com o passar dos niacuteveis propostos pelo

sistema de educaccedilatildeo No entanto quando o professor eacute o agente mediador de

um contexto educacional no qual a diversidade estaacute mais complexa devido agraves

demandas que um tipo de necessidade educativa especial pode gerar eacute

essencial que ele natildeo perca de vista a validade de determinados recursos

diante da construccedilatildeo de conceitos mais elaborados ou abstratos (FERREIRA

2004)

Valorizar a singularidade de cada ser humano eacute um compromisso eacutetico

de contribuir com as transformaccedilotildees necessaacuterias agrave construccedilatildeo de uma

sociedade mais justa (SOUZA SILVA 2005 p 239)

Um sistema escolar inclusivo precisa investir na capacitaccedilatildeo contiacutenua dos

professores e funcionaacuterios das escolas realizando o chamamento dos que

ainda natildeo se consideram envolvidos para um processo de sensibilizaccedilatildeo e

atualizaccedilatildeo constante de toda escola e comunidade Nesse aspecto a

assessoria ao professor eacute fundamental para orientaccedilatildeo e anaacutelise na busca de

soluccedilotildees para os problemas surgidos na sala de aula no aprofundamento das

questotildees teoacutericas na construccedilatildeo de intervenccedilotildees pedagoacutegicas na seleccedilatildeo de

recursos materiais e tecnoloacutegicos para a aprendizagem dos alunos no

processo de avaliaccedilatildeo na inter-relaccedilatildeo com as famiacutelias bem como na

mediaccedilatildeo entre escola e serviccedilos especializados para atendimento ao aluno

com necessidades educacionais na aacuterea da sauacutede da assistecircncia social do

trabalho entre outros (BEYER 2005)

Para Marques (2006) inclusatildeo escolar implica numa reorganizaccedilatildeo

estrutural da escola de todos os elementos da praacutetica pedagoacutegica

considerando o dado do muacuteltiplo da diversidade e natildeo mais o padratildeo

universal O atual momento histoacuterico exige uma participaccedilatildeo efetiva da escola

como instituiccedilatildeo loacutecus do conhecimento e da formaccedilatildeo de cidadatildeos capazes de

intervir nos rumos da sociedade Neste sentido faz-se necessaacuteria uma escola

criativa onde todos os seus componentes sejam co-sujeitos na produccedilatildeo de um

saber-instrumento para o conviacutevio escolar e social Cabe portanto a alunos

professores e sujeitos desse processo planejar e construir as diferentes etapas

de nossa caminhada etapas que se num primeiro momento satildeo idealizadas

40

logo transformam-se em realidade pela reflexatildeo criacutetica de nossas proacuteprias

possibilidades na construccedilatildeo dessa nova escola Assim eacute preciso

redimensionar o modo de pensar e fazer a educaccedilatildeo tarefa por natureza

complexa que envolve elementos poliacuteticos soacutecio-econocircmicos teacutecnicos e

culturais

Essa postura por sua vez implica na superaccedilatildeo da dicotomia e

fragmentaccedilatildeo das atribuiccedilotildees dos agentes educativos dos rituais dos

conteuacutedos metodoloacutegicos dos recursos pedagoacutegicos do processo de

avaliaccedilatildeo bem como das concepccedilotildees de educaccedilatildeo e de sociedade Enfatiza

tambeacutem que implica para o professor em uma seacuterie de mudanccedilas com relaccedilatildeo

a sua postura pressuposto baacutesico de sua atuaccedilatildeo a compreensatildeo das

diferentes necessidades educacionais de seus alunos sendo necessaacuteria aacute

flexibilizaccedilatildeo do professor no exerciacutecio do compromisso eacutetico para se adequar

agraves novas situaccedilotildees que surgiratildeo em decorrecircncia das diversidades presentes

em seu cotidiano atentando para a supressatildeo de uma possiacutevel postura

discriminatoacuteria

Zimmermann (2008) destaca que a instituiccedilatildeo escolar precisa redefinir

sua base de estrutura organizacional destituindo-se de burocracias

reorganizando grades curriculares proporcionando maior ecircnfase agrave formaccedilatildeo

humana dos professores e afinando a relaccedilatildeo famiacutelia

escola propondo uma

praacutetica pedagoacutegica coletiva dinacircmica e flexiacutevel para atender esta nova

realidade educacional A educaccedilatildeo inclusiva tem forccedila transformadora e

aponta para uma nova era natildeo somente educacional mas para uma sociedade

inclusiva

Segundo Mittler (2008) as escolas a volta poderiam tentar encontrar

novos modos de pedir aos pais as suas opiniotildees sobre como poderiam ser

fortalecidos os viacutenculos entre lar e a escola Os viacutenculos mais iacutentimos entre

pais e professor natildeo podem ser prescritos de cima para baixo mas sim

fundamentados nos desejos e nas prioridades daquele que estatildeo nessa aacuterea

A uacuteltima palavra vai para um grupo de pais de crianccedilas com

necessidades especiais e deficiecircncia ( RUSSEL 1997 apud MITTEL

2008p227)

a) Por favor aceite e valorize nossas crianccedilas (e noacutes mesmos como

famiacutelia) como noacutes somos valorizados

41

b) Por favor celebre a diferenccedila

c) Por favor aceite nossas crianccedilas primeiramente como crianccedilas Natildeo

coloque roacutetulos nelas a menos que vocecirc pretenda fazer algo

d) Por favor reconheccedila seu poder sobre nossas vidas Vivemos com as

consequumlecircncias de suas opiniotildees e decisotildees

e) Por favor entenda a tensatildeo sob qual muitas famiacutelias estatildeo vivendo

Os encontros cancelados a lista de espera que ningueacutem consegue

chegar ao inicio todas as discussotildees sobre recursos eacute sobre nossa

vida que vocecirc esta falando

f) Por favor natildeo use modas passageiras e tratamentos conosco a

menos que vocecirc vai estar conosco E natildeo esqueccedila que as famiacutelias

tecircm muitos membros muitas responsabilidades Agraves vezes natildeo

podemos agradar a todo mundo

g) Por favor reconheccedila que aacutes vezes noacutes eacute que temos razatildeo Por favor

acredite em noacutes e escute o que sabemos sobre o que noacutes e nossas

crianccedilas necessitamos

h) Agraves vezes estamos tristes cansados e deprimidos Por favor valorize

nos como famiacutelias preocupadas e comprometidas e tente continuar a

trabalhar conosco

Limaverde (2009) acredita que a maioria dos professores vem de

cursos onde a discussatildeo da teoria e da praacutetica ainda eacute dividida Discute-se

teoria e praacutetica de maneira isolada Ainda se estuda uma teoria idealizada

Poucos cursos de formaccedilatildeo de professores oferecem de modo obrigatoacuterio em

seus curriacuteculos as disciplinas relacionadas agrave diferenccedila agraves deficiecircncias Aleacutem

da formaccedilatildeo do nuacutecleo comum eles tambeacutem precisam se atentar para essas

especificidades Haacute uma obrigatoriedade de se ofertar nos cursos de

pedagogia a disciplina de Libras Mas isso natildeo deve ocorrer apenas na

formaccedilatildeo inicial mas tambeacutem na formaccedilatildeo continuada que eacute aquela em

serviccedilo mas que muitas vezes natildeo contemplam essas especificidades

O problema de formaccedilatildeo eacute muito grave porque repercute nessa

inseguranccedila do professor no preconceito no medo Aleacutem do entrave da

formaccedilatildeo no aspecto pedagoacutegico as escolas elaboram seu projeto poliacutetico

pedagoacutegico sem levar em conta a presenccedila do aluno com deficiecircncia As

praacuteticas a organizaccedilatildeo da sala de aula natildeo leva em conta a presenccedila desse

42

aluno Onde natildeo haacute uma interlocuccedilatildeo mais refinada entre o ensino comum e a

Educaccedilatildeo Especial com esse saber mais especiacutefico natildeo haacute inclusatildeo

A inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino Assim na formaccedilatildeo do professor teria dois espaccedilos um da sala de

aula que eacute a formaccedilatildeo comum para todos os professores contemplando

desenvolvimento aprendizagem e uma na formaccedilatildeo continuada Uma

formaccedilatildeo que atenda agraves diferenccedilas da sala de aula o atendimento agrave educaccedilatildeo

especializada aleacutem da formaccedilatildeo baacutesica cursos de extensatildeo de libras de

soroban de braile de tecnologia assistida para que esse professor possa

atender a especificidade desses alunos O aluno com deficiecircncia eacute um ser

humano que se desenvolve como qualquer outro As teorias e teacutecnicas que

foram estudadas satildeo suporte para esse trabalho Agora o que vai modificar na

sua atuaccedilatildeo eacute a maneira como ele organiza suas praacuteticas pedagoacutegicas Na

maioria das vezes eles organizam praacuteticas homogecircneas do aluno idealizado Eacute

importante um planejamento para pensar essas diferenccedilas na sala de aula Eacute

um trabalho do projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

21 Concepccedilotildees de professores sobre a inclusatildeo na educaccedilatildeo regular e

especial

Inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino (LIMAVERDE 2009)

Apenas a partir do seacuteculo XX verificou-se uma melhor aceitaccedilatildeo das

pessoas com necessidades especiais momento em que se iniciou a sua

desinstitucionalizaccedilatildeo e educaccedilatildeo escolar Ateacute este periacuteodo eram segregados

e praticamente privados de conviacutevio social Entretanto verifica-se que as

conquistas ainda foram poucas pois o preconceito a ignoracircncia e a

discriminaccedilatildeo ainda satildeo muito fortes em relaccedilatildeo ao deficiente e a deficiecircncia

Para Carmo (2000) a inclusatildeo eacute um assunto que deve ser refletido e

investigado com muita precisatildeo jaacute que a sociedade pode estar criando uma

nova modalidade a de excluiacutedos dentro da inclusatildeo podemos assim concluir

nessa reflexatildeo para que haja o processo de ensino-aprendizagem nos alunos

portadores de necessidades educacionais especiais o professor teraacute que se

43

capacitar para atender a proposta desta nova face da educaccedilatildeo brasileira ele

teraacute que tentar conciliar as teorias sobre o assunto com sua pratica e a

realidade da sala de aula Pois soacute assim a inclusatildeo do aluno portador de

necessidades educacionais especiais seraacute bem sucedida e gerando bons

resultados no futuro

Assim a inclusatildeo deste tipo de aluno requer novas posturas tanto aos

professores quanto ao sistema educacional brasileiro levando em consideraccedilatildeo

que todos noacutes estaremos ganhando Lembrando tambeacutem que este processo

de aprendizagem requer a reciprocidade das experiecircncias entre o aluno com

necessidades educacionais especiais o professor e os demais alunos Um

processo de aprendizagem onde todos participam a aquisiccedilatildeo do

conhecimento ocorreraacute com mais facilidade

Mantoan Pietro Arantes (2006) acredita que recriar um novo modelo

educativo com ensino de qualidade que diga natildeo aacute exclusatildeo social implica em

condiccedilotildees de trabalho pedagoacutegico e uma rede de saberes que se entrelaccedilam e

caminham no sentido contraacuterio do paradigma tradicional de educaccedilatildeo

segregadora Eacute uma reviravolta complexa mas possiacutevel basta que lutemos por

ela que nos aperfeiccediloemos e estejamos abertos a colaborar na busca dos

caminhos pedagoacutegicos da inclusatildeo Pois nem todas as diferenccedilas

necessariamente inferiorizam as pessoas Elas tem diferenccedilas e igualdades

mas entre elas nem tudo deve ser igual assim como nem tudo deve ser

diferente

De acordo com Santos (apud MANTOAN2003 p34 ) eacute preciso que

tenhamos o direito de sermos diferentes quando a igualdade nos

descaracteriza e o direito de sermos iguais quando a diferenccedila nos inferioriza

Assim a luta pela escola inclusiva embora seja contestada e tenha ateacute

mesmo assustado a comunidade escolar exige mudanccedila de haacutebitos e atitudes

pela sua loacutegica e eacutetica nos remete a refletir e reconhecer que trata-se de um

posicionamento social que garante a vida com igualdade pautada pelo

respeito agraves diferenccedilas Apesar das iniciativas acanhadas da comunidade

escolar e da sociedade geral eacute possiacutevel adequar a escola para um novo

tempo Precisa estar imbuiacutedos de boa vontade e compromisso enfrentar com

seguranccedila e otimismo este desafio enxergar a clareza e obviedade eacutetica da

proposta inclusiva e contribuir para o desmantelamento dessa maacutequina escolar

44

enferrujada

Para Lisita e Souza (2003) das utopias concretas da modernidade tem-

se hoje apenas a certeza da transitoriedade O sentido da revoluccedilatildeo antes

propagado daacute lugar a um leque de possibilidades as quais se abrem num

horizonte virtual em constantes mudanccedilas Que se trata de uma nova realidade

mundial natildeo se discute Indaga-se no entanto o que se tem a fazer diante de

tal realidade

Nesse sentido a ciecircncia e a tecnologia tecircm se constituiacutedo nos principais

agentes de proposiccedilatildeo e de determinaccedilatildeo dessas mudanccedilas A sensaccedilatildeo que

se tem eacute a de que amanheceremos a cada dia num novo mundo repleto de

novidades e onde o ontem estaacute cada vez e mais rapidamente distante

O cenaacuterio do mundo atual evidencia um movimento em direccedilatildeo a um

sentido de inclusatildeo social o sujeito com deficiecircncia passa a dividir a cena com

os sujeitos sem deficiecircncia coabitando os diversos espaccedilos sociais Nota-se

pois um grande dinamismo experimentado pelos sujeitos e em particular

pelos sujeitos com deficiecircncia num mundo onde conceitos e praacuteticas assumem

cada vez mais um caraacuteter efecircmero e de possibilidades muacuteltiplas

Segundo Ferreira e Glat (2004) satildeo frequentes relatos de professores

principalmente em conselhos de classe sobre a dificuldade de determinados

alunos quanto agrave efetivaccedilatildeo de algumas propostas educacionais Na maioria

das situaccedilotildees o que de fato acontece natildeo eacute uma dificuldade do aluno em

realizar ou compreender a atividade solicitada e sim uma inadequaccedilatildeo do

procedimento dos objetivos eou da avaliaccedilatildeo realizada pelo professor Nesse

sentido eacute importante o professor analisar algumas questotildees como

a) de que maneira todos os alunos poderatildeo participar da aula proposta

b) se haacute necessidade de apoio adaptaccedilotildees e como fazecirc-las para sua

plena participaccedilatildeo

c) que expectativas devem ser esperadas eou modificadas para a

efetivaccedilatildeo da atividade (como os alunos demonstram o que sabem a

quantidade e qualidade das atividades propostas)

d) quais satildeo os objetivos prioritaacuterios para a aprendizagem

Enfim eacute do conhecimento de todos que natildeo haacute formas sem

precedentes que se bastem ou que se perpetuem diante das realidades

necessidades e demandas dos alunos que compotildeem as salas de aula que hoje

45

cada professor assume Eacute importante a busca constante de praacuteticas pautadas

no contexto que o aluno vivencia inovadoras pois o trabalho eacute dinacircmico

sendo fundamental que cada profissional pense na sua disponibilidade para a

construccedilatildeo de praacuteticas efetivas que conduzam a uma educaccedilatildeo de qualidade

para todos como descrevem Ferreira e Glat 2004

Poso (2004) acredita que por um lado os professores julgam-se

incapazes de dar conta dessa demanda despreparados e impotentes frente a

essa realidade que eacute agravada pela falta de material adequado de apoio

administrativo e recursos financeiros

Mantoan (2003) enfatiza que a radicalidade da inclusatildeo vem do fato de

esta exigir uma mudanccedila de paradigma educacional onde na perspectiva

inclusiva suprime-se a sub-divisatildeo dos sistemas escolares em modalidades de

ensino especial e regular As escolas atendem as diferenccedilas sem discriminar

sem estabelecer prioridades e necessidades sem estabelecer regras

diferenciadas para cada caso no planejamento avaliaccedilatildeo e aprendizado

Assim pode-se imaginar o impacto da inclusatildeo nos sistemas de ensino ao

supor a aboliccedilatildeo completa dos serviccedilos segregados da educaccedilatildeo especial os

programas de reforccedilo escolar salas de aceleraccedilatildeo e turmas especiais

Desta forma a inclusatildeo eacute uma provocaccedilatildeo cuja intenccedilatildeo eacute melhorar a

qualidade do ensino atingindo todos os alunos de uma forma globalizada

Incluir eacute necessaacuterio primordialmente para melhorar as condiccedilotildees da escola

de modo que nela se possam formar geraccedilotildees mais preparadas para viver a

vida na sua plenitude livremente sem preconceitos sem barreiras Confirma-

se assim mais uma vez a necessidade de a educaccedilatildeo se atualizar e os

professores aperfeiccediloarem as suas praacuteticas para que as escolas se obriguem

a um esforccedilo de modernizaccedilatildeo e reestruturaccedilatildeo de suas condiccedilotildees atuais

Pretende-se que a escola seja inclusiva eacute primordial que seus planos se

redefinam para uma educaccedilatildeo voltada agrave cidadania global plena livre de

preconceitos e disposta a reconhecer e entende as diferenccedilas entre as

pessoas principalmente quanto aos seus aspectos fiacutesico mental e intelectual

Natildeo basta uma educaccedilatildeo para a cidadania eacute preciso educar para a liberdade

e nesse sentido nenhuma forma de subordinaccedilatildeo intelectual pode ser

admitida

Os desafios para a concretizaccedilatildeo dos ideais inclusivos na educaccedilatildeo

46

brasileira satildeo inuacutemeros Haacute ainda de se vencer os desafios que impotildee o

conservadorismo das instituiccedilotildees especializadas e enfrentar as pressotildees

poliacuteticas e das pessoas com deficiecircncia ainda muito habituadas a seus roacutetulos

e a benefiacutecios que acentuam a incapacidade as limitaccedilotildees o paternalismo e o

protecionismo social

Smeha Ferreira (2005) descrevem que vaacuterios professores afirmam

apresentar sentimentos de despreparo para trabalharem junto agraves crianccedilas com

necessidades especiais Que natildeo tiveram em sua formaccedilatildeo acadecircmica o

preparo adequado que os capacite a lidar com a diversidade e isso gera

intenso sofrimento pois ensinar crianccedilas com limitaccedilotildees exige conhecimento

competecircncia e habilidade para que o processo inclusivo seja efetivado

Os professores foram preparados para trabalharem com as crianccedilas que

aprendem assim quando eles se deparam com as limitaccedilotildees na

aprendizagem sentem frustraccedilatildeo anguacutestia impotecircncia e medo Portanto faz-

se necessaacuterio uma significativa reformulaccedilatildeo nos cursos de graduaccedilatildeo que

estatildeo formando professores os quais certamente teratildeo alunos com

necessidades educativas especiais em sua trajetoacuteria profissional Aliaacutes essa

reformulaccedilatildeo deve abarcar natildeo somente conhecimentos sobre educaccedilatildeo de

pessoas com deficiecircncia mas tambeacutem oportunizar autoconhecimento para

que os professores possam atuar de forma mais confiante atendendo agraves

demandas educacionais especiais com mais prazer e menos sofrimento Aleacutem

da reestruturaccedilatildeo nas aacutereas que envolvem a formaccedilatildeo de professores para

que o trabalho docente possa acontecer com menor prejuiacutezo agrave sauacutede mental

parece primordial que o investimento transcenda a capacitaccedilatildeo relacionada aos

conhecimentos teacutecnicos e permeie o campo da sauacutede mental no trabalho

O suporte aos aspectos psicoloacutegicos dos professores precisam ser

contemplados com grupos de reflexatildeo ou de apoio um espaccedilo que possa

oportunizar-lhes aos mesmos falar sobre seus sentimentos dificuldades

medos ou fantasias Seria um momento para problematizar e encontrar

ressignificaccedilatildeo no exerciacutecio docente que cada vez mais precisa ser alicerccedilado

no respeito agrave diversidade humana Eacute importante tambeacutem salientar que natildeo eacute

apenas o processo de inclusatildeo o responsaacutevel pelo sofrimento docente muitos

satildeo propensos ao stress devido agraves suas proacuteprias vivecircncias pessoais e agraves

exigecircncias da contemporaneidade

47

De acordo com Souza Silva (2009)

No tocante ao trabalho docente novas propostas se fazem necessaacuterias devido agraves transformaccedilotildees educacionais que estatildeo ocorrendo de forma acelerada exigindo assim novas aprendizagens que possam contribuir para a formaccedilatildeo de profissionais capazes de responder aos novos desafios colocados agrave nossa realidade

Para Bartalotti (2006) nos dias atuais frente ao processo de inclusatildeo

como uma possibilidade embora ainda natildeo como uma realidade haacute um grande

caminho a ser percorrido Pois se olhar em volta para cada ser humano que

nos rodeia ver-se-ia o quanto ainda se tem que caminhar para a construccedilatildeo

de uma sociedade verdadeiramente inclusiva Exclui-se apenas com o olhar

com palavras quantas vezes menospreza-se o outro por ele ter um gosto

uma crenccedila religiosa situaccedilatildeo financeira cor de pele estatura e peso corporal

diferente por nos aceitos E sem a menor preocupaccedilatildeo decidi-se que esta ou

aquela pessoa natildeo serve para estar junto de noacutes de nossos filhos frequentar

nosso clube casa ou templo religioso Jaacute sentem-se excluiacutedos e rejeitados em

diferentes situaccedilotildees sentem-se olhados como diferentes indesejaacuteveis

estranhos certamente essa natildeo eacute uma sensaccedilatildeo agradaacutevel quem jaacute passou

por ela natildeo deseja repetir a experiecircncia

Para que a inclusatildeo ocorra eacute necessaacuterio que a sociedade passe pelo

aprimoramento das relaccedilotildees sociais pela compreensatildeo de que o verdadeiro

pensamento inclusivo eacute aquele que natildeo categoriza ou rotula as pessoas por

ordem de valor valor esse atribuiacutedo muitas vezes atraveacutes de estereoacutetipos

estigmas conhecimentos instituiacutedos pensar inclusivamente eacute aprender a olhar

cada pessoa e buscar nela seu real valor construiacutedo nas relaccedilotildees cotidianas

nos seus sonhos e expectativas e nas suas accedilotildees concretas no mundo

Acredita-se tambeacutem que muitas vezes fala-se que a inclusatildeo eacute uma

utopia muitos natildeo acreditam que a sociedade seja capaz desse movimento

Inclusatildeo eacute sim possibilidade assim como eacute possibilidade a construccedilatildeo de uma

sociedade mais digna para todos com ou sem deficiecircncia

Para Tessaro (2009) existe todo um discurso proacute agrave inclusatildeo em vaacuterios

segmentos da sociedade dentre os quais no ambiente escolar A inclusatildeo eacute

algo que vem se efetivando mesmo que a duras penas buscando superar toda

uma histoacuteria de isolamento discriminaccedilatildeo e preconceito Tem provocado

48

muitos questionamentos principalmente no meio acadecircmico tais como O que

eacute inclusatildeo escolar Por que incluir Qual eacute a opiniatildeo dos alunos com

deficiecircncia e dos professores sobre inclusatildeo A escola possui infra-estrutura

adequada para participar da inclusatildeo escolar Os alunos deficientes se sentem

bem com a inclusatildeo escolar Os professores estatildeo capacitados para educaccedilatildeo

inclusiva

Dutra (2007) destaca que as principais dificuldades no processo de

inclusatildeo escolar do aluno especial eacute a ausecircncia de preparo e de uma

formaccedilatildeo mais teacutecnica que visa suprir as necessidades destes alunos

mediadas pelo professor e tambeacutem agrave falta de boas condiccedilotildees fiacutesicas nas

escolas pra receber estes alunos

Jesus (2007) enfatiza que a inclusatildeo dos portadores de necessidades

educacionais especiais na escola eacute algo essencial agrave educaccedilatildeo mas eacute preciso

ser feita de maneira correta porque nem todos podem estar na escola ou

estatildeo preparados para nela estar por natildeo terem capacidade fisioloacutegica Esse eacute

um assunto muito discutido por alguns especialistas da educaccedilatildeo especial que

buscam uma maneira eficiente de incluir todos as crianccedilas e jovens que

possuem alguma necessidade educacional especial

Nesse sentido Mantoan (2006) afirma que a condiccedilatildeo primeira para

inclusatildeo deixe de ser uma ameaccedila ao que hoje a escola defende e adota como

pratica pedagoacutegica e abandonar tudo que leva a tolerar as pessoas com

deficiecircncia na sala de aula

Natildeo pode se ter um ambiente mais propiacutecio para tal processo de

conscientizaccedilatildeo do que a escola Pois seraacute por meio dessa interaccedilatildeo entre

crianccedilas que se construiraacute uma naccedilatildeo mais justa e igualitaacuteria onde todos

juntos aprenderatildeo a conviver e a se respeitarem Respeito que eacute sonhado por

todos que se espera construir um novo amanhatilde mais digno

O assunto eacute fundamental para ser discutido por todas as pessoas

envolvidas com a educaccedilatildeo e que busquem uma naccedilatildeo com menos

desigualdade social oportunidades para todos uma educaccedilatildeo que priorize o

ser e natildeo ter e uma realidade igualitaacuteria A inclusatildeo eacute acima de tudo a

transformaccedilatildeo da pratica pedagoacutegica de todos os profissionais de educaccedilatildeo

Os registros de textos artigos e livros enfatizam que sobre a

aplicabilidade atual de inclusatildeo escolar satildeo insatisfatoacuterios e que natildeo houve

49

diferenccedilas entre os alunos e entre os professores quanto a essa dimensatildeo Os

professores e os alunos expressaram vaacuterias dificuldades envolvidas nesse

processo destacando se a falta de infra-estrutura das escolas a falta de

preparocapacitaccedilatildeo profissional discriminaccedilatildeo social e a falta de aceitaccedilatildeo da

inclusatildeo

Os professores de educaccedilatildeo especial demonstraram dar mais creacutedito agrave

educaccedilatildeo inclusiva do que os do ensino regular Os alunos deficientes

demonstraram dar menos creacutedito agrave inclusatildeo do que os natildeo deficientes Os

sentimentos decorrentes da inclusatildeo que predominaram entre professores e os

alunos com deficiecircncia foram negativos enquanto entre os alunos natildeo

deficientes prevaleceram os positivos (TESSARO 2009)

Para Fonseca (2004) promover a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma tarefa de

uma equipe multidisciplinar que deve adotar uma estrateacutegia do tipo pensar em

grupo eacute pensar melhor pois soacute dessa forma se podem explorar todas as

opccedilotildees potenciais de inclusatildeo e natildeo soacute as mais coerentes acessiacuteveis ou

tradicionais Sem uma dinacircmica de grupo natildeo se podem discutir e implementar

planos educacionais individualizados na educaccedilatildeo inclusiva transpondo para

sala de aula regular programas inovadores desde a modificaccedilatildeo de

comportamento ao enriquecimento linguumliacutestico ou cognitivo

Ensino em equipe com vaacuterios professores que agem e pensam em

conjunto criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees inovaccedilotildees na instruccedilatildeo na avaliaccedilatildeo

aprendizagem cooperativa e interativa criaccedilatildeo de projetos de suporte muacuteltiplo

serviccedilos de encaminhamentos diagnoacutesticos dinacircmicos e prescritivos em

termos de praacutetica de intervenccedilatildeo na sala de aula regular aprofundamento eacutetico

e legal dos pressupostos morais da inclusatildeo social construccedilatildeo de instrumentos

de investigaccedilatildeo-accedilatildeo entre outros satildeo desafios que se colocam hoje mais do

lado do ensino do que da aprendizagem

Para Almeida Anjos (2007) vaacuterios professores destacam tensotildees que

sempre se preservaram em suas percepccedilotildees e atitudes sejam referentes agraves

pessoas com necessidades educacionais especiais sejam relativas a

dificuldades em relaccedilatildeo a si proacuteprios e aos seus saberes profissionais No

entanto os profissionais apontam em suas falas as possibilidades de transpor

tais dificuldades vividas no trabalho com alunos especiais na rotina de seu dia

a dia de trabalho

50

Laraia (1992 apud ALMEIDA ANJOS 2007) acredita que nenhuma

ordem social eacute baseada em verdades inatas que as mudanccedilas nas praacuteticas

pedagoacutegicas com a diversidade dos alunos passam por uma mudanccedila de

nossas concepccedilotildees e valores Que eacute preciso uma formaccedilatildeo que coloque o

profissional da educaccedilatildeo em conflito com seus conhecimentos e concepccedilotildees a

partir da relaccedilatildeo entre a teoria e a praacutetica para entatildeo podermos comeccedilar a

pensar em inclusatildeo Assim a partir dos pressupostos da ciecircncia social criacutetica

sustentada pelo interesse colaborativo procuramos programar com os

profissionais encontros de estudoreflexatildeo das tensotildees e possibilidades que

envolvem o trabalho com alunos com necessidades educacionais especiais

enfatizar ainda como o lazer e recreaccedilatildeo podem ser facilitadores do processo

de inclusatildeo escolar

Zimmermann (2008) acredita que para conseguir reformar a instituiccedilatildeo

escolar primeiramente se tem que reformar as mentes entretanto natildeo

conseguiraacute reformar mentes sem que se realize uma preacutevia reforma de

instituiccedilotildees Vive-se uma crise de paradigmas e toda a crise gera medos

inseguranccedila e incertezas mas propotildee-se que seja este o momento de ousadia

e de busca de alternativas que sustente e norteie para realizar-se as mudanccedilas

que o momento propotildee Que a escola seja um espaccedilo vivo de formaccedilatildeo para

todos e um ambiente verdadeiramente inclusivo eacute preciso que as poliacuteticas

puacuteblicas de educaccedilatildeo sejam direcionadas aacute inclusatildeo que os educadores

desacomodem-se combatendo a descrenccedila e o pessimismo mostrando que a

inclusatildeo eacute um momento oportuno para professores e a comunidade escolar

demonstrarem sua competecircncia e principalmente suas responsabilidades

educacionais

Esta mudanccedila de perspectiva educacional propotildee que os educadores

faccedilam a diferenccedila buscando conhecimento e contribuindo com uma praacutetica

ressignificada desenvolvendo uma educaccedilatildeo baseada na afetividade e na

superaccedilatildeo de limites que as crianccedilas aprendam a respeitar as diferenccedilas em

sala de aula preparando-as assim para o futuro a vida e o mercado de

trabalho pois vivendo a experiecircncia inclusiva seratildeo adultos bem diferentes de

noacutes e por certo natildeo faratildeo discriminaccedilotildees sociais

Arauacutejo (2008) relata a opiniatildeo dos professores sobre a inclusatildeo escolar

enfatizando com veemecircncia de que a inclusatildeo escolar do aluno portador de

51

necessidades educacionais especiais eacute um assunto muito interessante e

delicado e levantaram a conscientizaccedilatildeo desse aluno sobre o direito deste

frequentar o ensino regular no entanto essa inclusatildeo na visatildeo deles estaacute

acontecendo de forma errocircnea Pois os professores da rede regular de ensino

em sua quase totalidade natildeo estatildeo preparados para lidar com esta nova fase

da educaccedilatildeo brasileira

Tem que se pensar que para que a inclusatildeo se concretize natildeo basta

estar garantido na legislaccedilatildeo mas demanda modificaccedilotildees profundas e

importantes no sistema de ensino Essas mudanccedilas deveratildeo levar em conta o

contexto soacutecio econocircmico aleacutem de serem gradativas planejadas e contiacutenuas

para garantir uma educaccedilatildeo de oacutetima qualidade (BUENO 1998 apud

PEREIRA 2009)

Pereira (2009) acredita que a inclusatildeo depende de mudanccedila de valores

da sociedade e a vivencia de um novo paradigma que natildeo se faz com simples

recomendaccedilotildees teacutecnicas como se fossem receitas de bolo mas com reflexotildees

dos professores direccedilotildees pais alunos equipe multidisciplinar e a comunidade

Essa questatildeo natildeo eacute tatildeo simples assim pois devemos levar em conta as

diferenccedilas Como colocar no mesmo espaccedilo demandas tatildeo diferentes e

especiacuteficas se muitas vezes nem a escola especial consegue dar conta desse

atendimento de forma adequada Deparar-se com frequecircncia com as

resistecircncias dos professores e direccedilotildees manifestadas atraveacutes de

questionamentos e queixas ou ateacute mesmo com expectativas de que possa

apresentar soluccedilotildees maacutegicas de aplicaccedilatildeo imediata causando certa decepccedilatildeo

e frustraccedilatildeo pois ela natildeo existe

O problema se agrava quando se vecirc o professor totalmente dependente

do apoio ou assessoria de profissionais da aacuterea da sauacutede pois neste caso a

questatildeo cliacutenica eacute fundamental e se sobressai e novamente o pedagoacutegico fica

esquecido Com isso o professor se sente desvalorizado incapaz e fora do

processo por considerar esse aluno como doente concluindo que natildeo pode

fazer nada por ele pois ele precisa de tratamento especializado de

profissionais qualificados da aacuterea da sauacutede desistindo assim de assumir tal

tarefa

Desta forma parece que o professor esquece seu papel poreacutem natildeo se

considera o momento do professor sua formaccedilatildeo as condiccedilotildees da proacutepria

52

escola em receber esses alunos que entram nas escolas e continuam

excluiacutedos de todo o processo de ensino-aprendizagem e social causando

frustraccedilatildeo e fracassos dificultando assim a proposta de inclusatildeo Por um lado

os professores julgam-se incapazes de dar conta dessa demanda

despreparados e impotentes frente a essa realidade que eacute agravada dia-a-dia

pela falta de material adequado de apoio administrativo e recursos financeiros

Limaverde (2009) salienta que no Brasil estaacute acontecendo um grande

movimento proacute-inclusatildeo que tem sido fortalecido a partir da sistematizaccedilatildeo do

que se trata o atendimento educacional especializado Existem realidades

muito proacuteximas em relaccedilatildeo ao atendimento desses alunos mas ainda tem

muitas compreensotildees equivocadas sobre a inclusatildeo de alunos com deficiecircncia

Alguns municiacutepios brasileiros pensam que fazem inclusatildeo mas na verdade

eles tecircm feito integraccedilatildeo Percebe-se que alunos que frequentam escolas

comuns salas comuns de ensino natildeo participam efetivamente das aulas ou

das atividades realizadas e essas escolas alegam que esses alunos natildeo tecircm

condiccedilotildees de fazer as atividades e que por isso eles fazem outras atividades

diferenciadas Desta forma natildeo ocorre a inclusatildeo Isso eacute uma integraccedilatildeo

porque o aluno estaacute integrado na sala de aula comum mas ele natildeo participa

das atividades realizadas pelos demais colegas

Muitos municiacutepios brasileiros que estatildeo em processo de transiccedilatildeo ou

seja eles estatildeo implantando o atendimento educacional especializado de

caraacuteter complementar e ao mesmo tempo estatildeo ainda com problemas

relacionados agrave inclusatildeo desses alunos como por exemplo a manutenccedilatildeo de

classes especiais A partir da formaccedilatildeo de 2007 para caacute os municiacutepios tecircm se

reorganizado para atendimento educacional especializado mas ainda eacute uma

realidade muito diferenciada

A inclusatildeo soacute eacute possiacutevel onde houver respeito agrave diferenccedila e

consequentemente a adoccedilatildeo de praacuteticas pedagoacutegicas que permitam agraves

pessoas com deficiecircncia aprender e ser reconhecidos e valorizados os

conhecimentos que satildeo capazes de produzir segundo seu ritmo e na medida

de suas possibilidades (SILVA 2009)

53

A menos que a atual oportunidade favoraacutevel seja aproveitada para melhorar as qualificaccedilotildees profissionais de professores em educaccedilatildeo especial e consequentemente a qualidade da educaccedilatildeo especial tememos que os proacuteximos 20 anos ainda possam ser um periacuteodo de esperanccedilas frustradas (RELATORIO WARNOCK 1978 paraacutegrafo 1932)

54

CONCLUSAtildeO

Diante do levantamento bibliograacutefico conclui-se que a inclusatildeo nos

moldes em que se encontra atualmente estaacute longe de atender a um ideal

Tal processo necessita de muitas transformaccedilotildees Os oacutergatildeos a ele

ligados diretamente ou indiretamente deveratildeo rever suas propostas metas e

meacutetodos de implantaccedilatildeo

Profissionais da sauacutede tambeacutem tecircm papeacuteis importantes em todo o

processo inclusivo pois em accedilatildeo conjunta com os educadores podem fazer um

trabalho mais completo e eficaz

A inclusatildeo escolar eacute uma praacutetica que abrange natildeo apenas os

profissionais especiacuteficos das aacutereas meacutedica e educacional mas tambeacutem

envolve um fator preponderante na vida do indiviacuteduo atendido por ela a famiacutelia

Esta constitui a base da crianccedila com necessidades educacionais especiais e

assumindo a postura devida pode oferecer a esta crianccedila o subsiacutedio para seu

desenvolvimento escolar bem como uma fonte de apoio aos profissionais

envolvidos

Aleacutem de uma nobre causa de cunho educacional a inclusatildeo constitui

ainda uma mudanccedila no comportamento da sociedade como um todo que

passa a ter que zelar por interesses coletivos outrora ignorados pela maioria

Devido ao periacuteodo decorrido desde as primeiras iniciativas ligadas ao

processo inclusivo verifica-se que o tempo eacute um fator indispensaacutevel para sua

concretizaccedilatildeo Esta provavelmente dar-se-aacute a partir do momento em que todos

os envolvidos assumirem suas devidas responsabilidades e se unirem por uma

educaccedilatildeo de qualidade embasada em um planejamento organizado bem

dirigido iacutentegro e sobretudo pautado no respeito ao ser humano e agrave

diversidade

55

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21

Segundo Kaloustian (2002) a famiacutelia eacute o lugar indispensaacutevel para a

garantia da sobrevivecircncia e da proteccedilatildeo integral dos filhos e demais membros

independentemente do arranjo familiar ou da forma como vem se estruturando

Eacute a famiacutelia que propicia os aportes afetivos e sobretudo materiais necessaacuterios

ao desenvolvimento e bem estar dos seus componentes Ela desempenha um

papel decisivo na educaccedilatildeo formal e informal eacute em seu espaccedilo que satildeo

absorvidos os valores eacuteticos e humaniacutesticos e onde se aprofundam os laccedilos

de solidariedade Eacute tambeacutem em seu interior que se constroem as marcas entre

as geraccedilotildees e satildeo observados valores culturais

Para Aranha (2004) eacute imprescindiacutevel promover cuidados de apoio agrave

famiacutelia e agrave comunidade para que as crianccedilas e adolescentes com dificuldades

especiais tenham condiccedilotildees favoraacuteveis para um desenvolvimento saudaacutevel

A famiacutelia tem se encontrado numa posiccedilatildeo de dependecircncia de

profissionais em diferentes aacutereas do conhecimento no sentido de receberem

orientaccedilotildees de como proceder em relaccedilatildeo agraves necessidades especiais de seus

filhos

De acordo com Ribeiro (2004 p20)

A famiacutelia vem se mantendo ao longo da histoacuteria da humanidade como instituiccedilatildeo social permanente o que pode ser explicado por sua capacidade de mudanccedilaadaptaccedilatildeo resistecircncia e por receber valorizaccedilatildeo positiva da sociedade e daqueles que a integram

Faz-se necessaacuterio que a famiacutelia construa conhecimentos sobre as

necessidades especiais de seus filhos assim os profissionais ligados

diretamente ao caso deveratildeo orientar e preparar a famiacutelia para tal desafio

bem como ajudaacute-la a aceitar as dificuldades de modo a facilitar o dia-a-dia da

crianccedila no contexto familiar

Segundo Gokhale (1980) acrescenta ainda que a famiacutelia natildeo eacute

somente o berccedilo da cultura e a base da sociedade futura mas eacute tambeacutem o

centro da vida social A educaccedilatildeo bem sucedida da crianccedila na famiacutelia eacute que vai

servir de apoio agrave sua criatividade e ao seu comportamento produtivo quando for

adulto A famiacutelia tem sido eacute e seraacute a influecircncia mais poderosa para o

desenvolvimento da personalidade e do caraacuteter das pessoas

A famiacutelia precisa construir padrotildees cooperativos e coletivos de

enfrentamento dos sentimentos de anaacutelise das necessidades primordiais de

22

cada membro e do grupo como um todo da tomada de decisotildees de busca dos

recursos e serviccedilos especializados que seratildeo necessaacuterios para o bem estar e

adequada qualidade de vida do indiviacuteduo especial como tambeacutem de toda sua

famiacutelia (ARANHA 2004)

Eacute essencial que se invista na orientaccedilatildeo e no apoio agrave famiacutelia para que

esta possa cumprir da melhor maneira possiacutevel seu papel educativo junto aos

seus dependentes

Agrave famiacutelia cabe o maior tempo de convivecircncia e adaptaccedilatildeo da crianccedila

com necessidades especiais Por isso o domiciacutelio e as pessoas que nele

moram devem ser preparados para enfrentar este desafio que natildeo eacute faacutecil

poreacutem com todo cuidado e ajuda especiacutefica se tornaraacute muito mais faacutecil e

prazeroso

13 As condiccedilotildees da inclusatildeo escolar no Brasil

As instituiccedilotildees escolares no Brasil ao reproduzirem constantemente o

modelo tradicional natildeo tem demonstrado condiccedilotildees de responder aos desafios

da inclusatildeo escolar e do acolhimento agraves diferenccedilas nem de promover

aprendizagens necessaacuterias agrave vida em sociedade

A escola natildeo tem conseguido cumprir o papel de configurar-se como

espaccedilo educativo adequado ao processo inclusivo O tradicionalismo assenta-

se em pressuposto irrealizaacutevel ao fazer com que os alunos enquadrem agraves suas

exigecircncias

No plano eacutetico e poliacutetico a defesa de igualdade de direitos com

destaque para o direito agrave educaccedilatildeo parece constituir-se em consenso As

discordacircncias satildeo enunciadas no plano da definiccedilatildeo das propostas para sua

concretizaccedilatildeo

Oliveira( 2001 p 2 ) analisa que

A proacutepria declaraccedilatildeo desse direito agrave educaccedilatildeo pelo menos no que diz respeito agrave gratuidade constava jaacute na Constituiccedilatildeo Imperial O que se aperfeiccediloou para aleacutem de uma maior precisatildeo juriacutedica - evidenciada pela redaccedilatildeo - foram os mecanismos capazes de garantir em termos praacuteticos os direitos anteriormente enunciados estes sim verdadeiramente inovadores

23

No discurso decorrente de muitos profissionais da educaccedilatildeo a inclusatildeo

escolar tem sido uma expressatildeo empregada com sentido restrito como se

significasse apenas matricular alunos com deficiecircncia e necessidades

especiais em classe comum Mas a construccedilatildeo conceitual dessa expressatildeo

ultrapassa em muito esse entendimento Sua implantaccedilatildeo pode implicar em

resguardar a classe comum como espaccedilo de escolarizaccedilatildeo de todos ou como

uma das opccedilotildees para aqueles com necessidades educacionais especiais

ainda que deva ser a preferencial como preconizado pela Constituiccedilatildeo Federal

de 1988

De acordo com Gonzalez (2002)

A educaccedilatildeo especial eacute marcada pela ideacuteia de uma educaccedilatildeo diferente e dirigida a um grupo de sujeitos especiacuteficos a compreensatildeo anterior eacute marcada pela ideacuteia de uma accedilatildeo ou conjunto de accedilotildees e serviccedilos dirigidos a todos os sujeitos que deles necessitam em contextos normalizados

A expressatildeo alunos com necessidades educacionais especiais eacute usada

para designar pessoas com deficiecircncia mental auditiva visual fiacutesica e muacuteltipla

superdotaccedilatildeo e altas habilidades e condutas tiacutepicas que requerem em seu

processo de educaccedilatildeo escolar atendimento educacional especializado que

pode se concretizar em intenccedilotildees para lhes garantir acessibilidade

arquitetocircnica de comunicaccedilatildeo e de sinalizaccedilatildeo adequaccedilotildees didaacutetico

metodoloacutegicas curriculares e administrativas bem como materiais e

equipamentos especiacuteficos ou adaptados

Xavier (2002) salienta que

A construccedilatildeo da competecircncia do professor para responder com qualidade agraves necessidades educacionais especiais de seus alunos em uma escola inclusiva pela mediaccedilatildeo da eacutetica responde aacute necessidade social e histoacuterica de superaccedilatildeo das praticas pedagoacutegicas que discriminam segregam e excluem e ao mesmo tempo configura na accedilatildeo educativa o vetor de transformaccedilatildeo social para a equidade a solidariedade a cidadania

24

conhecer o sujeito natildeo eacute preciso orientar as

atividades e refletir cada accedilatildeo

o sucesso das intervenccedilotildees depende do

conhecimento humano e desenvolvimento

psicossocial dos interventores

Trabalhar com a

inclusatildeo requer

mudanccedilas de

paradigmas nessa praacutetica haacute uma identificaccedilatildeo subjetiva com

esse sujeito

como essa praacutetica foi se constituindo

qual era o objetivo da construccedilatildeo dessa praacutetica

A que se propotildee

quem satildeo os sujeitos que datildeo corpo a essa praacutetica

Trabalhar com

inclusatildeo requer

reflexatildeo sobre a

praacutetica por que esta opccedilatildeo e natildeo outra

compromisso com aprendizagem

compromisso com formaccedilatildeo

compromisso teacutecnico humano cientiacutefico

Trabalhar com

inclusatildeo requer

postura eacutetica compromisso com a qualidade na aprendizagem

Fonte adaptado Parolin 2006

Quadro 3 Preacute requisitos para o trabalho inclusivo

Atualmente coexistem pelo menos duas propostas para a educaccedilatildeo

especial uma em que conhecimentos acumulados sobre educaccedilatildeo especial

teoacutericos e praacuteticos devem estar a serviccedilo dos sistemas de ensino e portanto

das escolas e disponiacuteveis a todos os professores alunos e demais membros

da comunidade escolar que a qualquer momento podem requerecirc-los outra

em que se deve configurar um conjunto de recursos e serviccedilos educacionais

especializados dirigidos apenas agrave populaccedilatildeo escolar que apresente

solicitaccedilotildees que o ensino comum natildeo tem conseguido contemplar

De acordo com Glat Nogueira (2002 )

As poliacuteticas para a inclusatildeo devem ser concretizadas na forma de programas de capacitaccedilatildeo e acompanhamento contiacutenuo que orientem o trabalho docente na perspectiva da diminuiccedilatildeo gradativa

25

da exclusatildeo escolar o que visa a beneficiar natildeo apenas os alunos com necessidades especiais mas de uma forma geral a educaccedilatildeo escolar como um todo

Mantoan Prieto Arantes (2006) salientam que o planejamento e a

implantaccedilatildeo de poliacuteticas para atender a alunos com necessidades educacionais

especiais requerem domiacutenio conceitual sobre inclusatildeo escolar e sobre as

solicitaccedilotildees decorrentes de sua adoccedilatildeo enquanto princiacutepio eacutetico-poliacutetico bem

como a clara definiccedilatildeo dos princiacutepios e diretrizes nos planos e programas

elaborados permitindo a redefiniccedilatildeo dos papeis da educaccedilatildeo especial e do

atendimento desse alunado

A poliacutetica educacional brasileira tem deslocado progressivamente para

os municiacutepios parte da responsabilidade administrativa financeira e

pedagoacutegica pelo acesso e permanecircncia de alunos com necessidades

educacionais especiais nas escolas em decorrecircncia do processo de

municipalizaccedilatildeo do ensino fundamental Essa diretriz tem provocado alguns

impactos no atendimento a esse puacuteblico alvo Algumas prefeituras criaram

formas de atendimento educacional especializado outras ampliaram ou

mantiveram seus auxiacutelios e serviccedilos de ensino algumas estatildeo apenas

matriculando esses alunos em suas redes de ensino e haacute ainda as que

desativaram alguns serviccedilos prestados como por exemplo a oferta de

programas de transporte adaptado

No Brasil o atendimento educacional especializado era em 2004

desenvolvido na proporccedilatildeo de 13 para 23 referindo-se a escolas comuns

puacuteblicas e a escolas exclusivamente especializadas ou em classes especiais

respectivamente

A base de dados divulgada natildeo registra informaccedilotildees sobre matriacuteculas no

ensino superior mas revela que o atendimento estaacute centrado na educaccedilatildeo

infantil (109596 matriacuteculas que correspondem a 19 3 do total) e no ensino

fundamental (365359 ou 644) Haacute na EJA (Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos)

e na educaccedilatildeo profissional pouco mais de 41500 matriacuteculas em cada uma

dessas modalidades no ensino meacutedio as matriacuteculas equivaliam a 16 com

apenas 8281 alunos nesse niacutevel de ensino

A matriacutecula inicial na classe comum evoluiu de 1998 a 2002 em 151

Passamos de um total 439233 matriacuteculas em 1998 para 110536 em 2002

26

Em 2003 em dados aproximados havia 144100 alunos com necessidades

educacionais especiais nas referidas classes e em 2004 184800

evidenciando crescimento anual de 281 entre esses dois uacuteltimos anos

Deixa-se em aberto a possibilidade de sabermos que patamar de

atendimento foi atingido pois para isso precisariacuteamos ter dados sobre os que

estatildeo fora da escola portanto sem nenhum tipo de atendimento escolar

Eacute um dever natildeo cumprido averiguar se aos alunos com necessidades

educacionais especiais estaacute sendo garantido aleacutem do acesso agrave escola o

acesso agrave educaccedilatildeo aqui compreendida como processo de desenvolvimento

da capacidade fiacutesica intelectual e moral da crianccedila e do ser humano em geral

visando sua melhor integraccedilatildeo individual e social

Uma accedilatildeo que deve marcar as poliacuteticas puacuteblicas de educaccedilatildeo eacute a

formaccedilatildeo dos profissionais da educaccedilatildeo Sem deixar de considerar que em

educaccedilatildeo atuam profissionais no acircmbito teacutecnico-administrativo e em outras

funccedilotildees com importante papel no desenvolvimento de accedilotildees educacionais

14 Legislaccedilatildeo direitos e deveres na inclusatildeo

141 Leis e declaraccedilotildees internacionais

a) Declaraccedilatildeo de Cuenca - UNESCO - Equador 1981

b) Declaraccedilatildeo de Sunderberg - Torremolinos Espanha 1981

c) Resoluccedilotildees da XXIII Conferecircncia Sanitaacuteria Panamericana

- OPSOrganizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede - Washington DC USA -

1990

- Seminaacuterio Unesco - Caracas - Venezuela - 1992 - Informe Final

d) Declaraccedilatildeo de Santiago - Chile - 1993

e) Assembleacuteia Geral das Naccedilotildees Unidas - New York USA - 1993

Normas

- Uniformes sobre a igualdade de oportunidade para pessoas com

incapacidades

f) Declaraccedilatildeo Mundial de Educaccedilatildeo para Todos - UNICEF - Jon Tien

Tailacircndia - 1990

27

g) Declaraccedilatildeo de Salamanca - Salamanca Espanha princiacutepios poliacuteticas

e praacutetica em Educaccedilatildeo Especial - 1994 - criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de sistemas

educacionais inclusivos

142 Leis nacionais

a) Constituiccedilatildeo Federal de 1988 - Tiacutetulo VI - Da Ordem Social - Art 208

e Art 227

b) Lei nordm 785389 - Dispotildee sobre o apoio agraves pessoas com deficiecircncias

sua integraccedilatildeo social e pleno exerciacutecio de direitos sociais e individuais

c) Decreto nordm 220897 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

d) Parecer CNECEB nordm 1699 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

e) Resoluccedilatildeo CNECEB nordm 499 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

f) Decreto nordm 329899 - Regulamenta a Lei 785389 daacute-lhe condiccedilotildees

operacionais consolida as normas de proteccedilatildeo ao portador de deficiecircncias

g) LDB nordm 939496 (Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional) -

Capiacutetulo V - Educaccedilatildeo Especial - Art 58 Art 59 e Art 60 Portaria

MEC nordm 167999 - requisitos de acessibilidade a cursos instruccedilatildeo de

processos de autorizaccedilatildeo de cursos e credenciamento de instituiccedilotildees

voltadas agrave educaccedilatildeo especial

h) Parecer CNECEB nordm 1499 - Diretrizes nacionais da educaccedilatildeo

escolar indiacutegena

i) Resoluccedilatildeo CNECEB nordm 0399 - Fixa diretrizes nacionais para o

funcionamento de escolas indiacutegenas

j) Lei nordm 1009800 - Estabelece normas gerais e criteacuterios baacutesicos para a

promoccedilatildeo de acessibilidade das pessoas portadoras de deficiecircncia ou com

mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Resoluccedilatildeo CNECEB nordm

22001 - Institui diretrizes e normas para a educaccedilatildeo especial na Educaccedilatildeo

Baacutesica

k) Parecer CNECEB nordm 172001 - Diretrizes Nacionais para a Educaccedilatildeo

Especial na Educaccedilatildeo Baacutesica

28

l) Lei nordm 101722001 - Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo - PNE e daacute

outras providecircncias (o PNE estabelece 27 objetivos e metas para a

educaccedilatildeo de pessoas com necessidades educacionais especiais)

143 Direitos e Deveres

o papel da educaccedilatildeo consiste em favorecer que cada um de forma

livre e autocircnoma reconheccedila aos demais a mesma esfera de direito que exige

para si (VIEIRA 1999 p 16)

1431 Direito agrave acessibilidade

Para que as pessoas com deficiecircncia possam ter liberdade de ir e vir e

se sentir parte da comunidade elas necessitam de um meio fiacutesico adequado e

que garanta seguranccedila e acesso O direito a acessibilidade estaacute descrito nas

Leis 1009800 - regulamentada atraveacutes do Decreto 529604 - e 1004800 que

prevecircem a adequaccedilatildeo das vias e de espaccedilos puacuteblicos no mobiliaacuterio urbano na

construccedilatildeo e reforma de edifiacutecios nos meios de transporte e de comunicaccedilatildeo e

do acesso a informaccedilatildeo

Eacute possiacutevel promover a inclusatildeo social no meio fiacutesico construindo rampas

de acesso banheiros adaptados pisos taacuteteis guias rebaixadas sinais sonoros

entre outros

A acessibilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo pode ser alcanccedilada

atraveacutes de sites acessiacuteveis que atendam agraves pessoas com deficiecircncia visual e

por exemplo aparelhos de televisatildeo com legenda oculta As emissoras de TV

devem incluir em suas programaccedilotildees inteacuterprete de Libras para que as pessoas

com deficiecircncia auditiva possam acompanhar os programas

29

Pessoas com deficiecircncia fiacutesica idosos gestantes lactantes e pessoas

com crianccedilas de colo devem ter atendimento prioritaacuterio por meio de serviccedilos

individualizados que assegurem tratamento diferenciado

1432 Direito ao trabalho

Foram diversas as conquistas em defesa das pessoas com deficiecircncia

nos uacuteltimos anos Hoje elas satildeo amparadas por lei no seu direito de acesso ao

trabalho Graccedilas a estas conquistas fazer parte do quadro de funcionaacuterios de

uma empresa jaacute natildeo eacute um obstaacuteculo mas a permanecircncia destes profissionais

no local de trabalho ainda exige cuidados Cabe aos empregadores garantir

bem estar e acessibilidade aos seus colaboradores para que eles tenham

oportunidade de exercer suas funccedilotildees de maneira adequada e mostrar todo o

seu potencial

Este sistema estaacute carregado da antiga visatildeo de assistencialismo

capacidade laborativa reduzida e falta de noccedilatildeo sobre cidadania Na sociedade

brasileira ele ainda eacute necessaacuterio para que as pessoas apostem nestes

profissionais e desta forma descubram que eles tecircm um enorme potencial

Em vaacuterios paiacuteses como EUA Canadaacute Gratilde-Bretanha Nova Zelacircndia

Dinamarca Sueacutecia Finlacircndia Austraacutelia e Portugal este princiacutepio foi extinto e a

antiga visatildeo foi superada Em naccedilotildees como o Brasil ela estaacute em vias de

superaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo eacute a melhor forma de acabar com o preconceito

Durante anos a sociedade excluiu as pessoas com deficiecircncia do

conviacutevio social Esta exclusatildeo se reflete ateacute hoje em diversos setores sociais

Vaacuterias leis foram criadas visando agrave inclusatildeo dos cidadatildeos com

deficiecircncia mas algumas delas foram concebidas quando ainda se tinha pouco

conhecimento sobre este puacuteblico e suas limitaccedilotildees O sistema de cotas eacute uma

delas

a) 1980 - estabelecida como a deacutecada internacional da pessoa com

deficiecircncia

b) 1992 - estabelecida a data de 3 de dezembro como dia internacional das

pessoas portadoras de deficiecircncia da ONU

30

c) 1994 - declaraccedilatildeo de Salamanca (Espanha) tratando da educaccedilatildeo

especial

d) 1995 - a Inglaterra aprova legislaccedilatildeo semelhante para empresas com

mais de vinte empregados

e) 1999 - promulgada na Guatemala a convenccedilatildeo interamericana para a

eliminaccedilatildeo de todas as formas de discriminaccedilatildeo contra as pessoas

portadoras de deficiecircncia

f) 2002 - realizado em marccedilo o congresso europeu sobre deficiecircncia em

Madri que estabeleceu 2003 como o ano europeu das pessoas com

deficiecircncia

g) 1981 - adotado pela ONU como o ano internacional das pessoas com

deficiecircncia

h) 1983 elaboraccedilatildeo da convenccedilatildeo 159 pela OIT

i) 1990 - aprovada a ADA (Lei dos Deficientes dos Estados Unidos)

aplicaacutevel a toda empresa com mais de quinze funcionaacuterios

j) 1997 - tratado de Amsterdatilde em que a Uniatildeo Europeacuteia se compromete a

facilitar a inserccedilatildeo e a permanecircncia das pessoas com deficiecircncia nos

mercados de trabalho

1433 Direito agrave educaccedilatildeo

Para se tornar parte da sociedade eacute necessaacuterio compreende-la A base

para o sucesso de qualquer cidadatildeo estaacute na educaccedilatildeo e isto natildeo eacute diferente

para as pessoas com deficiecircncia Participar do sistema educacional eacute garantir a

inclusatildeo social e a igualdade de oportunidades

A Lei 939496 art4ordm que estabelece as diretrizes e bases da educaccedilatildeo

nacional (LDB) reconhece que a educaccedilatildeo eacute um instrumento fundamental para

a integraccedilatildeo e participaccedilatildeo de qualquer pessoa com deficiecircncia no contexto em

que vive Estaacute disposto nesta lei que haveraacute quando necessaacuterio serviccedilos de

apoio especializado na escola regular para atender agraves peculiaridades da

clientela de educaccedilatildeo especial e que o atendimento educacional seraacute feito em

classes escolas ou serviccedilos especializados sempre que em funccedilatildeo das

31

condiccedilotildees especiacuteficas dos alunos natildeo for possiacutevel a sua integraccedilatildeo nas

classes comuns de ensino regular

A legislaccedilatildeo brasileira tambeacutem prevecirc o acesso a livros em Braille de uso

exclusivo das pessoas com deficiecircncia visual

1434 Direito agrave sauacutede

A assistecircncia agrave sauacutede e agrave reabilitaccedilatildeo cliacutenica satildeo condiccedilotildees decisivas

para a inclusatildeo da pessoa com deficiecircncia na sociedade

Para promover a melhoria da qualidade de vida e com intuito de

estimular a independecircncia do indiviacuteduo com deficiecircncia nas suas atividades

diaacuterias foi criado o sistema das redes estaduais de assistecircncia agrave pessoa com

deficiecircncia

Este projeto oferece ajuda teacutecnica aleacutem de oacuterteses e proacuteteses para que

a pessoa tenha maior autonomia

Outro sistema criado para a manutenccedilatildeo da sauacutede fiacutesica e mental do

cidadatildeo com deficiecircncia eacute a Poliacutetica Nacional para a integraccedilatildeo da pessoa com

deficiecircncia implantada em 1989 Regulamentada pelo Decreto nordm 3298 prevecirc

auxiacutelio na prevenccedilatildeo de doenccedilas atendimento psicoloacutegico reabilitaccedilatildeo

fornecimento de medicamentos e assistecircncia atraveacutes de planos de sauacutede

1435 Direito a isenccedilotildees fiscais e financiamento

Pessoas com deficiecircncia empresas bancos e demais instituiccedilotildees

ligadas a este puacuteblico possuem alguns benefiacutecios previstos em lei

Para as empresas dispostas a contribuir com a inclusatildeo social de

portadores de necessidades especiais a legislaccedilatildeo brasileira prevecirc a

concessatildeo fiscal Podem ser firmados convecircnios que garantem a isenccedilatildeo de

ICMS seja para doaccedilatildeo de equipamentos adaptados seja para aquisiccedilotildees de

aparelhos e acessoacuterios destinados agraves instituiccedilotildees que atendam este segmento

da populaccedilatildeo

Automoacuteveis adquiridos em alguns estados brasileiros por pessoas com

32

deficiecircncia fiacutesica visual mental e autistas ou seus representantes legais satildeo

isentos de ICMS (Imposto sobre Circulaccedilatildeo de Mercadorias e Serviccedilos) e do

IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de acordo com a Lei 1075403

Os financiamentos de automoacuteveis de fabricaccedilatildeo nacional tambeacutem satildeo

liberados do IOF (Imposto sobre Operaccedilotildees Financeiras)

Tais benefiacutecios ainda natildeo satildeo tributados pelo Imposto de Renda e tanto

a aquisiccedilatildeo de aparelhos e materiais como a realizaccedilatildeo de outras despesas

podem ser deduzidas do imposto

1436 Direito ao passe livre

Os cidadatildeos com deficiecircncia tambeacutem possuem benefiacutecios relacionados

aos meios de transporte A Lei 889994 conhecida como Lei do Passe Livre

prevecirc que toda pessoa com deficiecircncia tem direito ao transporte coletivo

interestadual gratuito e que cabe a cada estado ou municiacutepio implantar

programas similares ao passe livre para os transportes municipais e estaduais

Aleacutem do transporte gratuito o municiacutepio deve garantir que os meios de

transporte sejam acessiacuteveis a estes cidadatildeos

15 Declaraccedilatildeo de Salamanca princiacutepios poliacutetica e praacutetica na educaccedilatildeo

especial

Notando com satisfaccedilatildeo um incremento no envolvimento de governos

grupos de advocacia comunidades e pais e em particular de organizaccedilotildees de

pessoas com deficiecircncias na busca pela melhoria do acesso agrave educaccedilatildeo para

a maioria daqueles cujas necessidades especiais ainda se encontram

desprovidas e reconhecendo como evidecircncia para tal envolvimento a

participaccedilatildeo ativa do alto niacutevel de representantes e de vaacuterios governos

agecircncias especializadas e organizaccedilotildees intergovernamentais naquela

Conferecircncia Mundial

a) Os delegados da Conferecircncia Mundial de Educaccedilatildeo Especial

33

representando 88 governos e 25 organizaccedilotildees internacionais em

assembleia em Salamanca Espanha entre 7 e 10 de junho de 1994

reafirma o compromisso para com a educaccedilatildeo para todos

reconhecendo a necessidade e urgecircncia do providenciamento de

educaccedilatildeo para as crianccedilas jovens e adultos com necessidades

educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino e re-

endossa a estrutura de accedilatildeo em educaccedilatildeo especial em que pelo

espiacuterito de cujas provisotildees e recomendaccedilotildees governo e

organizaccedilotildees sejam guiados

b) Acreditam e proclamam que toda crianccedila tem direito fundamental agrave

educaccedilatildeo e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o niacutevel

adequado de aprendizagem toda crianccedila possui caracteriacutesticas

interesses habilidades e necessidades de aprendizagem que satildeo

uacutenicas sistemas educacionais deveriam ser designados e programas

educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em

conta a vasta diversidade de tais caracteriacutesticas e necessidades

aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso

agrave escola regular que deveria acomodaacute-los dentro de uma pedagogia

centrada na crianccedila capaz de satisfazer a tais necessidades

escolas regulares que possuam tal orientaccedilatildeo inclusiva constituem

os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatoacuterias

criando-se comunidades acolhedoras construindo uma sociedade

inclusiva e alcanccedilando educaccedilatildeo para todos aleacutem disso tais escolas

proveem uma educaccedilatildeo efetiva agrave maioria das crianccedilas e aprimoram

a eficiecircncia e em uacuteltima instacircncia o custo da eficaacutecia de todo o

sistema educacional

c) Congregam todos os governos e demandam que atribuam a mais

alta prioridade poliacutetica e financeira ao aprimoramento de seus

sistemas educacionais no sentido de se tornarem aptos a incluiacuterem

todas as crianccedilas independentemente de suas diferenccedilas ou

dificuldades individuais adotem o princiacutepio de educaccedilatildeo inclusiva em

forma de lei ou de poliacutetica matriculando todas as crianccedilas em

escolas regulares a menos que existam fortes razotildees para agir de

outra forma desenvolvam projetos de demonstraccedilatildeo e encorajem

34

intercacircmbios em paiacuteses que possuam experiecircncias de escolarizaccedilatildeo

inclusiva estabeleccedilam mecanismos participatoacuterios e

descentralizados para planejamento revisatildeo e avaliaccedilatildeo de provisatildeo

educacional para crianccedilas e adultos com necessidades educacionais

especiais encorajem e facilitem a participaccedilatildeo de pais comunidades

e organizaccedilotildees de pessoas portadoras de deficiecircncias nos processos

de planejamento e tomada de decisatildeo concernentes agrave provisatildeo de

serviccedilos para necessidades educacionais especiais invistam

maiores esforccedilos em estrateacutegias de identificaccedilatildeo e intervenccedilatildeo

precoces bem como nos aspectos vocacionais da educaccedilatildeo

inclusiva garantam que no contexto de uma mudanccedila sistecircmica

programas de treinamento de professores tanto em serviccedilo como

durante a formaccedilatildeo incluam a provisatildeo de educaccedilatildeo especial dentro

das escolas inclusivas

d) Tambeacutem congregam a comunidade internacional em particular

governos com programas de cooperaccedilatildeo internacional agecircncias

financiadoras internacionais especialmente as responsaacuteveis pela

Conferecircncia Mundial em Educaccedilatildeo para Todos UNESCO UNICEF

UNDP e o Banco Mundial a endossar a perspectiva de escolarizaccedilatildeo

inclusiva e apoiar o desenvolvimento da educaccedilatildeo especial como

parte integrante de todos os programas educacionais as Naccedilotildees

Unidas e suas agecircncias especializadas em particular a ILO WHO

UNESCO e UNICEF a reforccedilar seus estiacutemulos de cooperaccedilatildeo

teacutecnica bem como reforccedilar suas cooperaccedilotildees e redes de trabalho

para um apoio mais eficaz agrave jaacute expandida e integrada provisatildeo em

educaccedilatildeo especial organizaccedilotildees natildeo-governamentais envolvidas na

programaccedilatildeo e entrega de serviccedilo nos paiacuteses a reforccedilar sua

colaboraccedilatildeo com as entidades oficiais nacionais e intensificar o

envolvimento crescente delas no planejamento implementaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de provisatildeo em educaccedilatildeo especial que seja inclusiva

UNESCO enquanto a agecircncia educacional das Naccedilotildees Unidas a

assegurar que educaccedilatildeo especial faccedila parte de toda discussatildeo que

lide com educaccedilatildeo para todos em vaacuterios foros a mobilizar o apoio de

organizaccedilotildees dos profissionais de ensino em questotildees relativas ao

35

aprimoramento do treinamento de professores no que diz respeito a

necessidade educacionais especiais a estimular a comunidade

acadecircmica no sentido de fortalecer pesquisa redes de trabalho e o

estabelecimento de centros regionais de informaccedilatildeo e documentaccedilatildeo

e da mesma forma a servir de exemplo em tais atividades e na

disseminaccedilatildeo dos resultados especiacuteficos e dos progressos

alcanccedilados em cada paiacutes no sentido de realizar o que almeja a

presente declaraccedilatildeo a mobilizar fundos atraveacutes da criaccedilatildeo (dentro

de seu proacuteximo planejamento a meacutedio prazo 1996-2000) de um

programa extensivo de escolas inclusivas e programas de apoio

comunitaacuterio que permitiriam o lanccedilamento de projetos-piloto que

demonstrassem novas formas de disseminaccedilatildeo e o desenvolvimento

de indicadores de necessidade e de provisatildeo de educaccedilatildeo especial

e) Por uacuteltimo expressam o caloroso reconhecimento ao governo da

Espanha e agrave UNESCO pela organizaccedilatildeo da Conferecircncia e

demandam-lhes realizarem todos os esforccedilos no sentido de trazer

esta declaraccedilatildeo e sua relativa estrutura de accedilatildeo da comunidade

mundial especialmente em eventos importantes tais como o Tratado

Mundial de Desenvolvimento Social (em Kopenhagen em 1995) e a

Conferecircncia Mundial sobre a Mulher (em Beijing em 1995) Adotada

por aclamaccedilatildeo na cidade de Salamanca Espanha neste deacutecimo dia

de junho de 1994

Durante os uacuteltimos 15 ou 20 anos tem se tornado claro que o conceito de necessidades educacionais especiais teve que ser ampliado para incluir todas as crianccedilas que natildeo estejam conseguindo se beneficiar com a escola seja por que motivo for (UNESCO 1994 p15)

16 Diretrizes na educaccedilatildeo especial na perspectiva da inclusatildeo

A consciecircncia do direito de construir uma identidade proacutepria e do reconhecimento da identidade do outro se traduz no direito de igualdade e no respeito agraves diferenccedilas assegurando oportunidades diferentes (equidade) tantas quanto forem necessaacuterias com vistas agrave busca da igualdade (BRASIL 2001)

36

A educaccedilatildeo especial eacute uma modalidade de ensino que perpassa todos

os niacuteveis etapas e modalidades realiza o atendimento educacional

especializado disponibiliza os serviccedilos e recursos proacuteprios desse atendimento

e orienta os alunos e seus professores quanto a sua utilizaccedilatildeo nas turmas

comuns do ensino regular

O atendimento educacional especializado identifica elabora e organiza

recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a

plena participaccedilatildeo dos alunos considerando as suas necessidades

especiacuteficas As atividades desenvolvidas no atendimento educacional

especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum natildeo

sendo substitutivas agrave escolarizaccedilatildeo Esse atendimento completa e suplementa

a formaccedilatildeo dos alunos com vistas agrave autonomia e independecircncia na escola e

fora dela

Tal modalidade de ensino disponibiliza programas de enriquecimento

curricular o ensino de linguagem e coacutedigos especiacuteficos de comunicaccedilatildeo e

sinalizaccedilatildeo ajudas teacutecnicas e tecnoloacutegicas assistidas dentre outros Ao longo

de todo processo de escolarizaccedilatildeo esse atendimento deve estar articulado

com a proposta pedagoacutegica de ensino comum

A inclusatildeo escolar tem inicio na educaccedilatildeo infantil onde se desenvolvem

as bases necessaacuterias para a construccedilatildeo do conhecimento e seu

desenvolvimento global Nessa etapa o luacutedico o acesso agraves formas

diferenciadas de comunicaccedilatildeo a riqueza de estiacutemulos nos aspectos fiacutesicos

emocionais cognitivos psicomotores e sociais e a convivecircncia com as

diferenccedilas favorecem as relaccedilotildees interpessoais o respeito e a valorizaccedilatildeo da

crianccedila Do nascimento aos trecircs anos o atendimento educacional

especializado se expressa por meio de serviccedilos que objetivam aperfeiccediloar o

processo de desenvolvimento e aprendizagem em interface com os serviccedilos de

sauacutede e assistecircncia social

Em todas as etapas e modalidades da educaccedilatildeo baacutesica o atendimento

especializado eacute organizado para apoiar o desenvolvimento dos alunos

constituindo oferta obrigatoacuteria dos sistemas de ensino e deve ser realizado no

turno inverso ao da classe comum na proacutepria escola ou centro especializado

que realize esse serviccedilo educacional Este atendimento eacute realizado mediante a

37

atuaccedilatildeo de profissionais com conhecimento especiacuteficos no ensino da Liacutengua

Brasileira de Sinais da Liacutengua Portuguesa e na modalidade escrita como

segunda liacutengua do Sistema Braille do Soroban da orientaccedilatildeo e mobilidade

das atividades de vida autocircnoma da comunicaccedilatildeo alternativa do

desenvolvimento dos processos mentais superiores dos programas de

enriquecimento curricular da adequaccedilatildeo e produccedilatildeo de materiais didaacuteticos e

pedagoacutegicos da utilizaccedilatildeo de recursos oacutepticos e natildeo oacutepticos da tecnologia

assistida e outros

Cabe aos sistemas de ensino ao organizar a educaccedilatildeo especial na

perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva disponibilizar as funccedilotildees do instrutor de

Libras e guia interprete bem como de monitor dos alunos com necessidades

de apoio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo locomoccedilatildeo entre outras que

exijam auxilio constante no cotidiano escolar

Para atuar na educaccedilatildeo especial o professor deve ter como base de

sua formaccedilatildeo inicial e continuada conhecimentos gerais para o exerciacutecio da

docecircncia e conhecimentos especiacuteficos da aacuterea Essa formaccedilatildeo possibilita a sua

atuaccedilatildeo no atendimento educacional especializado e deve aprofundar o caraacuteter

interativo e interdisciplinar da atuaccedilatildeo nas salas comuns do ensino regular nas

salas de recursos nos centros de atendimento educacional especializado nos

nuacutecleos de acessibilidade das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior nas classes

hospitalares e nos ambientes domiciliares para a oferta dos serviccedilos e

recursos de educaccedilatildeo especial

38

CAPIacuteTULO II

CAPACITACcedilAtildeO E CONCEPCcedilAtildeO DE PROFESSORES NO PROCESSO DE

INCLUSAtildeO ESCOLAR

2 CAPACITACcedilAtildeO PROFISSIONAL E A INCLUSAtildeO ESCOLAR

A formaccedilatildeo de professores que atuam diretamente na inclusatildeo escolar

sempre se constituiu numa grande problemaacutetica com relaccedilatildeo ao atendimento

do aluno com necessidades especiais Tudo eacute muito novo e desafiador E isto

infelizmente ainda eacute uma barreira para que a inclusatildeo se efetive com alicerce

suficiente para se sustentar

Nos finais do Impeacuterio o atendimento a essa clientela era vinculada agrave

sauacutede Nos anos 20 do seacuteculo passado iniciou-se uma crescente preocupaccedilatildeo

com a questatildeo propriamente pedagoacutegica porem influenciada pela abordagem

psicoloacutegica natildeo abandonando o campo da sauacutede

Para atender agraves demandas cada professor deveria estar apto a

elaborar incrementar e implementar situaccedilotildees de ensino que favorecessem a

construccedilatildeo dos conceitos mais primaacuterios aos mais complexos Eacute importante

que o professor organize seu planejamento de maneira que natildeo passem

despercebidos pelas situaccedilotildees de ensino conceitos que podem parecer

simples mas que na verdade satildeo preacute-requisitos para o que se pensa ser o

mais importante Contudo natildeo satildeo poucos os casos em que as situaccedilotildees

acabam sendo apresentadas de forma restrita sem pertinecircncia aos alunos que

participam da accedilatildeo inclusiva

O cotidiano de sala de aula requer na atualidade a efetivaccedilatildeo de accedilotildees

didaacuteticas flexiacuteveis poreacutem contextualizadas a adequaccedilatildeo de recursos sem

depreciar a capacidade e a imagem do aluno com o qual interagimos uma

reformulaccedilatildeo das dinacircmicas em sala de aula que possibilite a participaccedilatildeo

39

efetiva de todos

Muitos recursos muitas vezes satildeo pouco explorados ou ateacute mesmo

desconsiderados pelo professor com o passar dos niacuteveis propostos pelo

sistema de educaccedilatildeo No entanto quando o professor eacute o agente mediador de

um contexto educacional no qual a diversidade estaacute mais complexa devido agraves

demandas que um tipo de necessidade educativa especial pode gerar eacute

essencial que ele natildeo perca de vista a validade de determinados recursos

diante da construccedilatildeo de conceitos mais elaborados ou abstratos (FERREIRA

2004)

Valorizar a singularidade de cada ser humano eacute um compromisso eacutetico

de contribuir com as transformaccedilotildees necessaacuterias agrave construccedilatildeo de uma

sociedade mais justa (SOUZA SILVA 2005 p 239)

Um sistema escolar inclusivo precisa investir na capacitaccedilatildeo contiacutenua dos

professores e funcionaacuterios das escolas realizando o chamamento dos que

ainda natildeo se consideram envolvidos para um processo de sensibilizaccedilatildeo e

atualizaccedilatildeo constante de toda escola e comunidade Nesse aspecto a

assessoria ao professor eacute fundamental para orientaccedilatildeo e anaacutelise na busca de

soluccedilotildees para os problemas surgidos na sala de aula no aprofundamento das

questotildees teoacutericas na construccedilatildeo de intervenccedilotildees pedagoacutegicas na seleccedilatildeo de

recursos materiais e tecnoloacutegicos para a aprendizagem dos alunos no

processo de avaliaccedilatildeo na inter-relaccedilatildeo com as famiacutelias bem como na

mediaccedilatildeo entre escola e serviccedilos especializados para atendimento ao aluno

com necessidades educacionais na aacuterea da sauacutede da assistecircncia social do

trabalho entre outros (BEYER 2005)

Para Marques (2006) inclusatildeo escolar implica numa reorganizaccedilatildeo

estrutural da escola de todos os elementos da praacutetica pedagoacutegica

considerando o dado do muacuteltiplo da diversidade e natildeo mais o padratildeo

universal O atual momento histoacuterico exige uma participaccedilatildeo efetiva da escola

como instituiccedilatildeo loacutecus do conhecimento e da formaccedilatildeo de cidadatildeos capazes de

intervir nos rumos da sociedade Neste sentido faz-se necessaacuteria uma escola

criativa onde todos os seus componentes sejam co-sujeitos na produccedilatildeo de um

saber-instrumento para o conviacutevio escolar e social Cabe portanto a alunos

professores e sujeitos desse processo planejar e construir as diferentes etapas

de nossa caminhada etapas que se num primeiro momento satildeo idealizadas

40

logo transformam-se em realidade pela reflexatildeo criacutetica de nossas proacuteprias

possibilidades na construccedilatildeo dessa nova escola Assim eacute preciso

redimensionar o modo de pensar e fazer a educaccedilatildeo tarefa por natureza

complexa que envolve elementos poliacuteticos soacutecio-econocircmicos teacutecnicos e

culturais

Essa postura por sua vez implica na superaccedilatildeo da dicotomia e

fragmentaccedilatildeo das atribuiccedilotildees dos agentes educativos dos rituais dos

conteuacutedos metodoloacutegicos dos recursos pedagoacutegicos do processo de

avaliaccedilatildeo bem como das concepccedilotildees de educaccedilatildeo e de sociedade Enfatiza

tambeacutem que implica para o professor em uma seacuterie de mudanccedilas com relaccedilatildeo

a sua postura pressuposto baacutesico de sua atuaccedilatildeo a compreensatildeo das

diferentes necessidades educacionais de seus alunos sendo necessaacuteria aacute

flexibilizaccedilatildeo do professor no exerciacutecio do compromisso eacutetico para se adequar

agraves novas situaccedilotildees que surgiratildeo em decorrecircncia das diversidades presentes

em seu cotidiano atentando para a supressatildeo de uma possiacutevel postura

discriminatoacuteria

Zimmermann (2008) destaca que a instituiccedilatildeo escolar precisa redefinir

sua base de estrutura organizacional destituindo-se de burocracias

reorganizando grades curriculares proporcionando maior ecircnfase agrave formaccedilatildeo

humana dos professores e afinando a relaccedilatildeo famiacutelia

escola propondo uma

praacutetica pedagoacutegica coletiva dinacircmica e flexiacutevel para atender esta nova

realidade educacional A educaccedilatildeo inclusiva tem forccedila transformadora e

aponta para uma nova era natildeo somente educacional mas para uma sociedade

inclusiva

Segundo Mittler (2008) as escolas a volta poderiam tentar encontrar

novos modos de pedir aos pais as suas opiniotildees sobre como poderiam ser

fortalecidos os viacutenculos entre lar e a escola Os viacutenculos mais iacutentimos entre

pais e professor natildeo podem ser prescritos de cima para baixo mas sim

fundamentados nos desejos e nas prioridades daquele que estatildeo nessa aacuterea

A uacuteltima palavra vai para um grupo de pais de crianccedilas com

necessidades especiais e deficiecircncia ( RUSSEL 1997 apud MITTEL

2008p227)

a) Por favor aceite e valorize nossas crianccedilas (e noacutes mesmos como

famiacutelia) como noacutes somos valorizados

41

b) Por favor celebre a diferenccedila

c) Por favor aceite nossas crianccedilas primeiramente como crianccedilas Natildeo

coloque roacutetulos nelas a menos que vocecirc pretenda fazer algo

d) Por favor reconheccedila seu poder sobre nossas vidas Vivemos com as

consequumlecircncias de suas opiniotildees e decisotildees

e) Por favor entenda a tensatildeo sob qual muitas famiacutelias estatildeo vivendo

Os encontros cancelados a lista de espera que ningueacutem consegue

chegar ao inicio todas as discussotildees sobre recursos eacute sobre nossa

vida que vocecirc esta falando

f) Por favor natildeo use modas passageiras e tratamentos conosco a

menos que vocecirc vai estar conosco E natildeo esqueccedila que as famiacutelias

tecircm muitos membros muitas responsabilidades Agraves vezes natildeo

podemos agradar a todo mundo

g) Por favor reconheccedila que aacutes vezes noacutes eacute que temos razatildeo Por favor

acredite em noacutes e escute o que sabemos sobre o que noacutes e nossas

crianccedilas necessitamos

h) Agraves vezes estamos tristes cansados e deprimidos Por favor valorize

nos como famiacutelias preocupadas e comprometidas e tente continuar a

trabalhar conosco

Limaverde (2009) acredita que a maioria dos professores vem de

cursos onde a discussatildeo da teoria e da praacutetica ainda eacute dividida Discute-se

teoria e praacutetica de maneira isolada Ainda se estuda uma teoria idealizada

Poucos cursos de formaccedilatildeo de professores oferecem de modo obrigatoacuterio em

seus curriacuteculos as disciplinas relacionadas agrave diferenccedila agraves deficiecircncias Aleacutem

da formaccedilatildeo do nuacutecleo comum eles tambeacutem precisam se atentar para essas

especificidades Haacute uma obrigatoriedade de se ofertar nos cursos de

pedagogia a disciplina de Libras Mas isso natildeo deve ocorrer apenas na

formaccedilatildeo inicial mas tambeacutem na formaccedilatildeo continuada que eacute aquela em

serviccedilo mas que muitas vezes natildeo contemplam essas especificidades

O problema de formaccedilatildeo eacute muito grave porque repercute nessa

inseguranccedila do professor no preconceito no medo Aleacutem do entrave da

formaccedilatildeo no aspecto pedagoacutegico as escolas elaboram seu projeto poliacutetico

pedagoacutegico sem levar em conta a presenccedila do aluno com deficiecircncia As

praacuteticas a organizaccedilatildeo da sala de aula natildeo leva em conta a presenccedila desse

42

aluno Onde natildeo haacute uma interlocuccedilatildeo mais refinada entre o ensino comum e a

Educaccedilatildeo Especial com esse saber mais especiacutefico natildeo haacute inclusatildeo

A inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino Assim na formaccedilatildeo do professor teria dois espaccedilos um da sala de

aula que eacute a formaccedilatildeo comum para todos os professores contemplando

desenvolvimento aprendizagem e uma na formaccedilatildeo continuada Uma

formaccedilatildeo que atenda agraves diferenccedilas da sala de aula o atendimento agrave educaccedilatildeo

especializada aleacutem da formaccedilatildeo baacutesica cursos de extensatildeo de libras de

soroban de braile de tecnologia assistida para que esse professor possa

atender a especificidade desses alunos O aluno com deficiecircncia eacute um ser

humano que se desenvolve como qualquer outro As teorias e teacutecnicas que

foram estudadas satildeo suporte para esse trabalho Agora o que vai modificar na

sua atuaccedilatildeo eacute a maneira como ele organiza suas praacuteticas pedagoacutegicas Na

maioria das vezes eles organizam praacuteticas homogecircneas do aluno idealizado Eacute

importante um planejamento para pensar essas diferenccedilas na sala de aula Eacute

um trabalho do projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

21 Concepccedilotildees de professores sobre a inclusatildeo na educaccedilatildeo regular e

especial

Inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino (LIMAVERDE 2009)

Apenas a partir do seacuteculo XX verificou-se uma melhor aceitaccedilatildeo das

pessoas com necessidades especiais momento em que se iniciou a sua

desinstitucionalizaccedilatildeo e educaccedilatildeo escolar Ateacute este periacuteodo eram segregados

e praticamente privados de conviacutevio social Entretanto verifica-se que as

conquistas ainda foram poucas pois o preconceito a ignoracircncia e a

discriminaccedilatildeo ainda satildeo muito fortes em relaccedilatildeo ao deficiente e a deficiecircncia

Para Carmo (2000) a inclusatildeo eacute um assunto que deve ser refletido e

investigado com muita precisatildeo jaacute que a sociedade pode estar criando uma

nova modalidade a de excluiacutedos dentro da inclusatildeo podemos assim concluir

nessa reflexatildeo para que haja o processo de ensino-aprendizagem nos alunos

portadores de necessidades educacionais especiais o professor teraacute que se

43

capacitar para atender a proposta desta nova face da educaccedilatildeo brasileira ele

teraacute que tentar conciliar as teorias sobre o assunto com sua pratica e a

realidade da sala de aula Pois soacute assim a inclusatildeo do aluno portador de

necessidades educacionais especiais seraacute bem sucedida e gerando bons

resultados no futuro

Assim a inclusatildeo deste tipo de aluno requer novas posturas tanto aos

professores quanto ao sistema educacional brasileiro levando em consideraccedilatildeo

que todos noacutes estaremos ganhando Lembrando tambeacutem que este processo

de aprendizagem requer a reciprocidade das experiecircncias entre o aluno com

necessidades educacionais especiais o professor e os demais alunos Um

processo de aprendizagem onde todos participam a aquisiccedilatildeo do

conhecimento ocorreraacute com mais facilidade

Mantoan Pietro Arantes (2006) acredita que recriar um novo modelo

educativo com ensino de qualidade que diga natildeo aacute exclusatildeo social implica em

condiccedilotildees de trabalho pedagoacutegico e uma rede de saberes que se entrelaccedilam e

caminham no sentido contraacuterio do paradigma tradicional de educaccedilatildeo

segregadora Eacute uma reviravolta complexa mas possiacutevel basta que lutemos por

ela que nos aperfeiccediloemos e estejamos abertos a colaborar na busca dos

caminhos pedagoacutegicos da inclusatildeo Pois nem todas as diferenccedilas

necessariamente inferiorizam as pessoas Elas tem diferenccedilas e igualdades

mas entre elas nem tudo deve ser igual assim como nem tudo deve ser

diferente

De acordo com Santos (apud MANTOAN2003 p34 ) eacute preciso que

tenhamos o direito de sermos diferentes quando a igualdade nos

descaracteriza e o direito de sermos iguais quando a diferenccedila nos inferioriza

Assim a luta pela escola inclusiva embora seja contestada e tenha ateacute

mesmo assustado a comunidade escolar exige mudanccedila de haacutebitos e atitudes

pela sua loacutegica e eacutetica nos remete a refletir e reconhecer que trata-se de um

posicionamento social que garante a vida com igualdade pautada pelo

respeito agraves diferenccedilas Apesar das iniciativas acanhadas da comunidade

escolar e da sociedade geral eacute possiacutevel adequar a escola para um novo

tempo Precisa estar imbuiacutedos de boa vontade e compromisso enfrentar com

seguranccedila e otimismo este desafio enxergar a clareza e obviedade eacutetica da

proposta inclusiva e contribuir para o desmantelamento dessa maacutequina escolar

44

enferrujada

Para Lisita e Souza (2003) das utopias concretas da modernidade tem-

se hoje apenas a certeza da transitoriedade O sentido da revoluccedilatildeo antes

propagado daacute lugar a um leque de possibilidades as quais se abrem num

horizonte virtual em constantes mudanccedilas Que se trata de uma nova realidade

mundial natildeo se discute Indaga-se no entanto o que se tem a fazer diante de

tal realidade

Nesse sentido a ciecircncia e a tecnologia tecircm se constituiacutedo nos principais

agentes de proposiccedilatildeo e de determinaccedilatildeo dessas mudanccedilas A sensaccedilatildeo que

se tem eacute a de que amanheceremos a cada dia num novo mundo repleto de

novidades e onde o ontem estaacute cada vez e mais rapidamente distante

O cenaacuterio do mundo atual evidencia um movimento em direccedilatildeo a um

sentido de inclusatildeo social o sujeito com deficiecircncia passa a dividir a cena com

os sujeitos sem deficiecircncia coabitando os diversos espaccedilos sociais Nota-se

pois um grande dinamismo experimentado pelos sujeitos e em particular

pelos sujeitos com deficiecircncia num mundo onde conceitos e praacuteticas assumem

cada vez mais um caraacuteter efecircmero e de possibilidades muacuteltiplas

Segundo Ferreira e Glat (2004) satildeo frequentes relatos de professores

principalmente em conselhos de classe sobre a dificuldade de determinados

alunos quanto agrave efetivaccedilatildeo de algumas propostas educacionais Na maioria

das situaccedilotildees o que de fato acontece natildeo eacute uma dificuldade do aluno em

realizar ou compreender a atividade solicitada e sim uma inadequaccedilatildeo do

procedimento dos objetivos eou da avaliaccedilatildeo realizada pelo professor Nesse

sentido eacute importante o professor analisar algumas questotildees como

a) de que maneira todos os alunos poderatildeo participar da aula proposta

b) se haacute necessidade de apoio adaptaccedilotildees e como fazecirc-las para sua

plena participaccedilatildeo

c) que expectativas devem ser esperadas eou modificadas para a

efetivaccedilatildeo da atividade (como os alunos demonstram o que sabem a

quantidade e qualidade das atividades propostas)

d) quais satildeo os objetivos prioritaacuterios para a aprendizagem

Enfim eacute do conhecimento de todos que natildeo haacute formas sem

precedentes que se bastem ou que se perpetuem diante das realidades

necessidades e demandas dos alunos que compotildeem as salas de aula que hoje

45

cada professor assume Eacute importante a busca constante de praacuteticas pautadas

no contexto que o aluno vivencia inovadoras pois o trabalho eacute dinacircmico

sendo fundamental que cada profissional pense na sua disponibilidade para a

construccedilatildeo de praacuteticas efetivas que conduzam a uma educaccedilatildeo de qualidade

para todos como descrevem Ferreira e Glat 2004

Poso (2004) acredita que por um lado os professores julgam-se

incapazes de dar conta dessa demanda despreparados e impotentes frente a

essa realidade que eacute agravada pela falta de material adequado de apoio

administrativo e recursos financeiros

Mantoan (2003) enfatiza que a radicalidade da inclusatildeo vem do fato de

esta exigir uma mudanccedila de paradigma educacional onde na perspectiva

inclusiva suprime-se a sub-divisatildeo dos sistemas escolares em modalidades de

ensino especial e regular As escolas atendem as diferenccedilas sem discriminar

sem estabelecer prioridades e necessidades sem estabelecer regras

diferenciadas para cada caso no planejamento avaliaccedilatildeo e aprendizado

Assim pode-se imaginar o impacto da inclusatildeo nos sistemas de ensino ao

supor a aboliccedilatildeo completa dos serviccedilos segregados da educaccedilatildeo especial os

programas de reforccedilo escolar salas de aceleraccedilatildeo e turmas especiais

Desta forma a inclusatildeo eacute uma provocaccedilatildeo cuja intenccedilatildeo eacute melhorar a

qualidade do ensino atingindo todos os alunos de uma forma globalizada

Incluir eacute necessaacuterio primordialmente para melhorar as condiccedilotildees da escola

de modo que nela se possam formar geraccedilotildees mais preparadas para viver a

vida na sua plenitude livremente sem preconceitos sem barreiras Confirma-

se assim mais uma vez a necessidade de a educaccedilatildeo se atualizar e os

professores aperfeiccediloarem as suas praacuteticas para que as escolas se obriguem

a um esforccedilo de modernizaccedilatildeo e reestruturaccedilatildeo de suas condiccedilotildees atuais

Pretende-se que a escola seja inclusiva eacute primordial que seus planos se

redefinam para uma educaccedilatildeo voltada agrave cidadania global plena livre de

preconceitos e disposta a reconhecer e entende as diferenccedilas entre as

pessoas principalmente quanto aos seus aspectos fiacutesico mental e intelectual

Natildeo basta uma educaccedilatildeo para a cidadania eacute preciso educar para a liberdade

e nesse sentido nenhuma forma de subordinaccedilatildeo intelectual pode ser

admitida

Os desafios para a concretizaccedilatildeo dos ideais inclusivos na educaccedilatildeo

46

brasileira satildeo inuacutemeros Haacute ainda de se vencer os desafios que impotildee o

conservadorismo das instituiccedilotildees especializadas e enfrentar as pressotildees

poliacuteticas e das pessoas com deficiecircncia ainda muito habituadas a seus roacutetulos

e a benefiacutecios que acentuam a incapacidade as limitaccedilotildees o paternalismo e o

protecionismo social

Smeha Ferreira (2005) descrevem que vaacuterios professores afirmam

apresentar sentimentos de despreparo para trabalharem junto agraves crianccedilas com

necessidades especiais Que natildeo tiveram em sua formaccedilatildeo acadecircmica o

preparo adequado que os capacite a lidar com a diversidade e isso gera

intenso sofrimento pois ensinar crianccedilas com limitaccedilotildees exige conhecimento

competecircncia e habilidade para que o processo inclusivo seja efetivado

Os professores foram preparados para trabalharem com as crianccedilas que

aprendem assim quando eles se deparam com as limitaccedilotildees na

aprendizagem sentem frustraccedilatildeo anguacutestia impotecircncia e medo Portanto faz-

se necessaacuterio uma significativa reformulaccedilatildeo nos cursos de graduaccedilatildeo que

estatildeo formando professores os quais certamente teratildeo alunos com

necessidades educativas especiais em sua trajetoacuteria profissional Aliaacutes essa

reformulaccedilatildeo deve abarcar natildeo somente conhecimentos sobre educaccedilatildeo de

pessoas com deficiecircncia mas tambeacutem oportunizar autoconhecimento para

que os professores possam atuar de forma mais confiante atendendo agraves

demandas educacionais especiais com mais prazer e menos sofrimento Aleacutem

da reestruturaccedilatildeo nas aacutereas que envolvem a formaccedilatildeo de professores para

que o trabalho docente possa acontecer com menor prejuiacutezo agrave sauacutede mental

parece primordial que o investimento transcenda a capacitaccedilatildeo relacionada aos

conhecimentos teacutecnicos e permeie o campo da sauacutede mental no trabalho

O suporte aos aspectos psicoloacutegicos dos professores precisam ser

contemplados com grupos de reflexatildeo ou de apoio um espaccedilo que possa

oportunizar-lhes aos mesmos falar sobre seus sentimentos dificuldades

medos ou fantasias Seria um momento para problematizar e encontrar

ressignificaccedilatildeo no exerciacutecio docente que cada vez mais precisa ser alicerccedilado

no respeito agrave diversidade humana Eacute importante tambeacutem salientar que natildeo eacute

apenas o processo de inclusatildeo o responsaacutevel pelo sofrimento docente muitos

satildeo propensos ao stress devido agraves suas proacuteprias vivecircncias pessoais e agraves

exigecircncias da contemporaneidade

47

De acordo com Souza Silva (2009)

No tocante ao trabalho docente novas propostas se fazem necessaacuterias devido agraves transformaccedilotildees educacionais que estatildeo ocorrendo de forma acelerada exigindo assim novas aprendizagens que possam contribuir para a formaccedilatildeo de profissionais capazes de responder aos novos desafios colocados agrave nossa realidade

Para Bartalotti (2006) nos dias atuais frente ao processo de inclusatildeo

como uma possibilidade embora ainda natildeo como uma realidade haacute um grande

caminho a ser percorrido Pois se olhar em volta para cada ser humano que

nos rodeia ver-se-ia o quanto ainda se tem que caminhar para a construccedilatildeo

de uma sociedade verdadeiramente inclusiva Exclui-se apenas com o olhar

com palavras quantas vezes menospreza-se o outro por ele ter um gosto

uma crenccedila religiosa situaccedilatildeo financeira cor de pele estatura e peso corporal

diferente por nos aceitos E sem a menor preocupaccedilatildeo decidi-se que esta ou

aquela pessoa natildeo serve para estar junto de noacutes de nossos filhos frequentar

nosso clube casa ou templo religioso Jaacute sentem-se excluiacutedos e rejeitados em

diferentes situaccedilotildees sentem-se olhados como diferentes indesejaacuteveis

estranhos certamente essa natildeo eacute uma sensaccedilatildeo agradaacutevel quem jaacute passou

por ela natildeo deseja repetir a experiecircncia

Para que a inclusatildeo ocorra eacute necessaacuterio que a sociedade passe pelo

aprimoramento das relaccedilotildees sociais pela compreensatildeo de que o verdadeiro

pensamento inclusivo eacute aquele que natildeo categoriza ou rotula as pessoas por

ordem de valor valor esse atribuiacutedo muitas vezes atraveacutes de estereoacutetipos

estigmas conhecimentos instituiacutedos pensar inclusivamente eacute aprender a olhar

cada pessoa e buscar nela seu real valor construiacutedo nas relaccedilotildees cotidianas

nos seus sonhos e expectativas e nas suas accedilotildees concretas no mundo

Acredita-se tambeacutem que muitas vezes fala-se que a inclusatildeo eacute uma

utopia muitos natildeo acreditam que a sociedade seja capaz desse movimento

Inclusatildeo eacute sim possibilidade assim como eacute possibilidade a construccedilatildeo de uma

sociedade mais digna para todos com ou sem deficiecircncia

Para Tessaro (2009) existe todo um discurso proacute agrave inclusatildeo em vaacuterios

segmentos da sociedade dentre os quais no ambiente escolar A inclusatildeo eacute

algo que vem se efetivando mesmo que a duras penas buscando superar toda

uma histoacuteria de isolamento discriminaccedilatildeo e preconceito Tem provocado

48

muitos questionamentos principalmente no meio acadecircmico tais como O que

eacute inclusatildeo escolar Por que incluir Qual eacute a opiniatildeo dos alunos com

deficiecircncia e dos professores sobre inclusatildeo A escola possui infra-estrutura

adequada para participar da inclusatildeo escolar Os alunos deficientes se sentem

bem com a inclusatildeo escolar Os professores estatildeo capacitados para educaccedilatildeo

inclusiva

Dutra (2007) destaca que as principais dificuldades no processo de

inclusatildeo escolar do aluno especial eacute a ausecircncia de preparo e de uma

formaccedilatildeo mais teacutecnica que visa suprir as necessidades destes alunos

mediadas pelo professor e tambeacutem agrave falta de boas condiccedilotildees fiacutesicas nas

escolas pra receber estes alunos

Jesus (2007) enfatiza que a inclusatildeo dos portadores de necessidades

educacionais especiais na escola eacute algo essencial agrave educaccedilatildeo mas eacute preciso

ser feita de maneira correta porque nem todos podem estar na escola ou

estatildeo preparados para nela estar por natildeo terem capacidade fisioloacutegica Esse eacute

um assunto muito discutido por alguns especialistas da educaccedilatildeo especial que

buscam uma maneira eficiente de incluir todos as crianccedilas e jovens que

possuem alguma necessidade educacional especial

Nesse sentido Mantoan (2006) afirma que a condiccedilatildeo primeira para

inclusatildeo deixe de ser uma ameaccedila ao que hoje a escola defende e adota como

pratica pedagoacutegica e abandonar tudo que leva a tolerar as pessoas com

deficiecircncia na sala de aula

Natildeo pode se ter um ambiente mais propiacutecio para tal processo de

conscientizaccedilatildeo do que a escola Pois seraacute por meio dessa interaccedilatildeo entre

crianccedilas que se construiraacute uma naccedilatildeo mais justa e igualitaacuteria onde todos

juntos aprenderatildeo a conviver e a se respeitarem Respeito que eacute sonhado por

todos que se espera construir um novo amanhatilde mais digno

O assunto eacute fundamental para ser discutido por todas as pessoas

envolvidas com a educaccedilatildeo e que busquem uma naccedilatildeo com menos

desigualdade social oportunidades para todos uma educaccedilatildeo que priorize o

ser e natildeo ter e uma realidade igualitaacuteria A inclusatildeo eacute acima de tudo a

transformaccedilatildeo da pratica pedagoacutegica de todos os profissionais de educaccedilatildeo

Os registros de textos artigos e livros enfatizam que sobre a

aplicabilidade atual de inclusatildeo escolar satildeo insatisfatoacuterios e que natildeo houve

49

diferenccedilas entre os alunos e entre os professores quanto a essa dimensatildeo Os

professores e os alunos expressaram vaacuterias dificuldades envolvidas nesse

processo destacando se a falta de infra-estrutura das escolas a falta de

preparocapacitaccedilatildeo profissional discriminaccedilatildeo social e a falta de aceitaccedilatildeo da

inclusatildeo

Os professores de educaccedilatildeo especial demonstraram dar mais creacutedito agrave

educaccedilatildeo inclusiva do que os do ensino regular Os alunos deficientes

demonstraram dar menos creacutedito agrave inclusatildeo do que os natildeo deficientes Os

sentimentos decorrentes da inclusatildeo que predominaram entre professores e os

alunos com deficiecircncia foram negativos enquanto entre os alunos natildeo

deficientes prevaleceram os positivos (TESSARO 2009)

Para Fonseca (2004) promover a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma tarefa de

uma equipe multidisciplinar que deve adotar uma estrateacutegia do tipo pensar em

grupo eacute pensar melhor pois soacute dessa forma se podem explorar todas as

opccedilotildees potenciais de inclusatildeo e natildeo soacute as mais coerentes acessiacuteveis ou

tradicionais Sem uma dinacircmica de grupo natildeo se podem discutir e implementar

planos educacionais individualizados na educaccedilatildeo inclusiva transpondo para

sala de aula regular programas inovadores desde a modificaccedilatildeo de

comportamento ao enriquecimento linguumliacutestico ou cognitivo

Ensino em equipe com vaacuterios professores que agem e pensam em

conjunto criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees inovaccedilotildees na instruccedilatildeo na avaliaccedilatildeo

aprendizagem cooperativa e interativa criaccedilatildeo de projetos de suporte muacuteltiplo

serviccedilos de encaminhamentos diagnoacutesticos dinacircmicos e prescritivos em

termos de praacutetica de intervenccedilatildeo na sala de aula regular aprofundamento eacutetico

e legal dos pressupostos morais da inclusatildeo social construccedilatildeo de instrumentos

de investigaccedilatildeo-accedilatildeo entre outros satildeo desafios que se colocam hoje mais do

lado do ensino do que da aprendizagem

Para Almeida Anjos (2007) vaacuterios professores destacam tensotildees que

sempre se preservaram em suas percepccedilotildees e atitudes sejam referentes agraves

pessoas com necessidades educacionais especiais sejam relativas a

dificuldades em relaccedilatildeo a si proacuteprios e aos seus saberes profissionais No

entanto os profissionais apontam em suas falas as possibilidades de transpor

tais dificuldades vividas no trabalho com alunos especiais na rotina de seu dia

a dia de trabalho

50

Laraia (1992 apud ALMEIDA ANJOS 2007) acredita que nenhuma

ordem social eacute baseada em verdades inatas que as mudanccedilas nas praacuteticas

pedagoacutegicas com a diversidade dos alunos passam por uma mudanccedila de

nossas concepccedilotildees e valores Que eacute preciso uma formaccedilatildeo que coloque o

profissional da educaccedilatildeo em conflito com seus conhecimentos e concepccedilotildees a

partir da relaccedilatildeo entre a teoria e a praacutetica para entatildeo podermos comeccedilar a

pensar em inclusatildeo Assim a partir dos pressupostos da ciecircncia social criacutetica

sustentada pelo interesse colaborativo procuramos programar com os

profissionais encontros de estudoreflexatildeo das tensotildees e possibilidades que

envolvem o trabalho com alunos com necessidades educacionais especiais

enfatizar ainda como o lazer e recreaccedilatildeo podem ser facilitadores do processo

de inclusatildeo escolar

Zimmermann (2008) acredita que para conseguir reformar a instituiccedilatildeo

escolar primeiramente se tem que reformar as mentes entretanto natildeo

conseguiraacute reformar mentes sem que se realize uma preacutevia reforma de

instituiccedilotildees Vive-se uma crise de paradigmas e toda a crise gera medos

inseguranccedila e incertezas mas propotildee-se que seja este o momento de ousadia

e de busca de alternativas que sustente e norteie para realizar-se as mudanccedilas

que o momento propotildee Que a escola seja um espaccedilo vivo de formaccedilatildeo para

todos e um ambiente verdadeiramente inclusivo eacute preciso que as poliacuteticas

puacuteblicas de educaccedilatildeo sejam direcionadas aacute inclusatildeo que os educadores

desacomodem-se combatendo a descrenccedila e o pessimismo mostrando que a

inclusatildeo eacute um momento oportuno para professores e a comunidade escolar

demonstrarem sua competecircncia e principalmente suas responsabilidades

educacionais

Esta mudanccedila de perspectiva educacional propotildee que os educadores

faccedilam a diferenccedila buscando conhecimento e contribuindo com uma praacutetica

ressignificada desenvolvendo uma educaccedilatildeo baseada na afetividade e na

superaccedilatildeo de limites que as crianccedilas aprendam a respeitar as diferenccedilas em

sala de aula preparando-as assim para o futuro a vida e o mercado de

trabalho pois vivendo a experiecircncia inclusiva seratildeo adultos bem diferentes de

noacutes e por certo natildeo faratildeo discriminaccedilotildees sociais

Arauacutejo (2008) relata a opiniatildeo dos professores sobre a inclusatildeo escolar

enfatizando com veemecircncia de que a inclusatildeo escolar do aluno portador de

51

necessidades educacionais especiais eacute um assunto muito interessante e

delicado e levantaram a conscientizaccedilatildeo desse aluno sobre o direito deste

frequentar o ensino regular no entanto essa inclusatildeo na visatildeo deles estaacute

acontecendo de forma errocircnea Pois os professores da rede regular de ensino

em sua quase totalidade natildeo estatildeo preparados para lidar com esta nova fase

da educaccedilatildeo brasileira

Tem que se pensar que para que a inclusatildeo se concretize natildeo basta

estar garantido na legislaccedilatildeo mas demanda modificaccedilotildees profundas e

importantes no sistema de ensino Essas mudanccedilas deveratildeo levar em conta o

contexto soacutecio econocircmico aleacutem de serem gradativas planejadas e contiacutenuas

para garantir uma educaccedilatildeo de oacutetima qualidade (BUENO 1998 apud

PEREIRA 2009)

Pereira (2009) acredita que a inclusatildeo depende de mudanccedila de valores

da sociedade e a vivencia de um novo paradigma que natildeo se faz com simples

recomendaccedilotildees teacutecnicas como se fossem receitas de bolo mas com reflexotildees

dos professores direccedilotildees pais alunos equipe multidisciplinar e a comunidade

Essa questatildeo natildeo eacute tatildeo simples assim pois devemos levar em conta as

diferenccedilas Como colocar no mesmo espaccedilo demandas tatildeo diferentes e

especiacuteficas se muitas vezes nem a escola especial consegue dar conta desse

atendimento de forma adequada Deparar-se com frequecircncia com as

resistecircncias dos professores e direccedilotildees manifestadas atraveacutes de

questionamentos e queixas ou ateacute mesmo com expectativas de que possa

apresentar soluccedilotildees maacutegicas de aplicaccedilatildeo imediata causando certa decepccedilatildeo

e frustraccedilatildeo pois ela natildeo existe

O problema se agrava quando se vecirc o professor totalmente dependente

do apoio ou assessoria de profissionais da aacuterea da sauacutede pois neste caso a

questatildeo cliacutenica eacute fundamental e se sobressai e novamente o pedagoacutegico fica

esquecido Com isso o professor se sente desvalorizado incapaz e fora do

processo por considerar esse aluno como doente concluindo que natildeo pode

fazer nada por ele pois ele precisa de tratamento especializado de

profissionais qualificados da aacuterea da sauacutede desistindo assim de assumir tal

tarefa

Desta forma parece que o professor esquece seu papel poreacutem natildeo se

considera o momento do professor sua formaccedilatildeo as condiccedilotildees da proacutepria

52

escola em receber esses alunos que entram nas escolas e continuam

excluiacutedos de todo o processo de ensino-aprendizagem e social causando

frustraccedilatildeo e fracassos dificultando assim a proposta de inclusatildeo Por um lado

os professores julgam-se incapazes de dar conta dessa demanda

despreparados e impotentes frente a essa realidade que eacute agravada dia-a-dia

pela falta de material adequado de apoio administrativo e recursos financeiros

Limaverde (2009) salienta que no Brasil estaacute acontecendo um grande

movimento proacute-inclusatildeo que tem sido fortalecido a partir da sistematizaccedilatildeo do

que se trata o atendimento educacional especializado Existem realidades

muito proacuteximas em relaccedilatildeo ao atendimento desses alunos mas ainda tem

muitas compreensotildees equivocadas sobre a inclusatildeo de alunos com deficiecircncia

Alguns municiacutepios brasileiros pensam que fazem inclusatildeo mas na verdade

eles tecircm feito integraccedilatildeo Percebe-se que alunos que frequentam escolas

comuns salas comuns de ensino natildeo participam efetivamente das aulas ou

das atividades realizadas e essas escolas alegam que esses alunos natildeo tecircm

condiccedilotildees de fazer as atividades e que por isso eles fazem outras atividades

diferenciadas Desta forma natildeo ocorre a inclusatildeo Isso eacute uma integraccedilatildeo

porque o aluno estaacute integrado na sala de aula comum mas ele natildeo participa

das atividades realizadas pelos demais colegas

Muitos municiacutepios brasileiros que estatildeo em processo de transiccedilatildeo ou

seja eles estatildeo implantando o atendimento educacional especializado de

caraacuteter complementar e ao mesmo tempo estatildeo ainda com problemas

relacionados agrave inclusatildeo desses alunos como por exemplo a manutenccedilatildeo de

classes especiais A partir da formaccedilatildeo de 2007 para caacute os municiacutepios tecircm se

reorganizado para atendimento educacional especializado mas ainda eacute uma

realidade muito diferenciada

A inclusatildeo soacute eacute possiacutevel onde houver respeito agrave diferenccedila e

consequentemente a adoccedilatildeo de praacuteticas pedagoacutegicas que permitam agraves

pessoas com deficiecircncia aprender e ser reconhecidos e valorizados os

conhecimentos que satildeo capazes de produzir segundo seu ritmo e na medida

de suas possibilidades (SILVA 2009)

53

A menos que a atual oportunidade favoraacutevel seja aproveitada para melhorar as qualificaccedilotildees profissionais de professores em educaccedilatildeo especial e consequentemente a qualidade da educaccedilatildeo especial tememos que os proacuteximos 20 anos ainda possam ser um periacuteodo de esperanccedilas frustradas (RELATORIO WARNOCK 1978 paraacutegrafo 1932)

54

CONCLUSAtildeO

Diante do levantamento bibliograacutefico conclui-se que a inclusatildeo nos

moldes em que se encontra atualmente estaacute longe de atender a um ideal

Tal processo necessita de muitas transformaccedilotildees Os oacutergatildeos a ele

ligados diretamente ou indiretamente deveratildeo rever suas propostas metas e

meacutetodos de implantaccedilatildeo

Profissionais da sauacutede tambeacutem tecircm papeacuteis importantes em todo o

processo inclusivo pois em accedilatildeo conjunta com os educadores podem fazer um

trabalho mais completo e eficaz

A inclusatildeo escolar eacute uma praacutetica que abrange natildeo apenas os

profissionais especiacuteficos das aacutereas meacutedica e educacional mas tambeacutem

envolve um fator preponderante na vida do indiviacuteduo atendido por ela a famiacutelia

Esta constitui a base da crianccedila com necessidades educacionais especiais e

assumindo a postura devida pode oferecer a esta crianccedila o subsiacutedio para seu

desenvolvimento escolar bem como uma fonte de apoio aos profissionais

envolvidos

Aleacutem de uma nobre causa de cunho educacional a inclusatildeo constitui

ainda uma mudanccedila no comportamento da sociedade como um todo que

passa a ter que zelar por interesses coletivos outrora ignorados pela maioria

Devido ao periacuteodo decorrido desde as primeiras iniciativas ligadas ao

processo inclusivo verifica-se que o tempo eacute um fator indispensaacutevel para sua

concretizaccedilatildeo Esta provavelmente dar-se-aacute a partir do momento em que todos

os envolvidos assumirem suas devidas responsabilidades e se unirem por uma

educaccedilatildeo de qualidade embasada em um planejamento organizado bem

dirigido iacutentegro e sobretudo pautado no respeito ao ser humano e agrave

diversidade

55

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22

cada membro e do grupo como um todo da tomada de decisotildees de busca dos

recursos e serviccedilos especializados que seratildeo necessaacuterios para o bem estar e

adequada qualidade de vida do indiviacuteduo especial como tambeacutem de toda sua

famiacutelia (ARANHA 2004)

Eacute essencial que se invista na orientaccedilatildeo e no apoio agrave famiacutelia para que

esta possa cumprir da melhor maneira possiacutevel seu papel educativo junto aos

seus dependentes

Agrave famiacutelia cabe o maior tempo de convivecircncia e adaptaccedilatildeo da crianccedila

com necessidades especiais Por isso o domiciacutelio e as pessoas que nele

moram devem ser preparados para enfrentar este desafio que natildeo eacute faacutecil

poreacutem com todo cuidado e ajuda especiacutefica se tornaraacute muito mais faacutecil e

prazeroso

13 As condiccedilotildees da inclusatildeo escolar no Brasil

As instituiccedilotildees escolares no Brasil ao reproduzirem constantemente o

modelo tradicional natildeo tem demonstrado condiccedilotildees de responder aos desafios

da inclusatildeo escolar e do acolhimento agraves diferenccedilas nem de promover

aprendizagens necessaacuterias agrave vida em sociedade

A escola natildeo tem conseguido cumprir o papel de configurar-se como

espaccedilo educativo adequado ao processo inclusivo O tradicionalismo assenta-

se em pressuposto irrealizaacutevel ao fazer com que os alunos enquadrem agraves suas

exigecircncias

No plano eacutetico e poliacutetico a defesa de igualdade de direitos com

destaque para o direito agrave educaccedilatildeo parece constituir-se em consenso As

discordacircncias satildeo enunciadas no plano da definiccedilatildeo das propostas para sua

concretizaccedilatildeo

Oliveira( 2001 p 2 ) analisa que

A proacutepria declaraccedilatildeo desse direito agrave educaccedilatildeo pelo menos no que diz respeito agrave gratuidade constava jaacute na Constituiccedilatildeo Imperial O que se aperfeiccediloou para aleacutem de uma maior precisatildeo juriacutedica - evidenciada pela redaccedilatildeo - foram os mecanismos capazes de garantir em termos praacuteticos os direitos anteriormente enunciados estes sim verdadeiramente inovadores

23

No discurso decorrente de muitos profissionais da educaccedilatildeo a inclusatildeo

escolar tem sido uma expressatildeo empregada com sentido restrito como se

significasse apenas matricular alunos com deficiecircncia e necessidades

especiais em classe comum Mas a construccedilatildeo conceitual dessa expressatildeo

ultrapassa em muito esse entendimento Sua implantaccedilatildeo pode implicar em

resguardar a classe comum como espaccedilo de escolarizaccedilatildeo de todos ou como

uma das opccedilotildees para aqueles com necessidades educacionais especiais

ainda que deva ser a preferencial como preconizado pela Constituiccedilatildeo Federal

de 1988

De acordo com Gonzalez (2002)

A educaccedilatildeo especial eacute marcada pela ideacuteia de uma educaccedilatildeo diferente e dirigida a um grupo de sujeitos especiacuteficos a compreensatildeo anterior eacute marcada pela ideacuteia de uma accedilatildeo ou conjunto de accedilotildees e serviccedilos dirigidos a todos os sujeitos que deles necessitam em contextos normalizados

A expressatildeo alunos com necessidades educacionais especiais eacute usada

para designar pessoas com deficiecircncia mental auditiva visual fiacutesica e muacuteltipla

superdotaccedilatildeo e altas habilidades e condutas tiacutepicas que requerem em seu

processo de educaccedilatildeo escolar atendimento educacional especializado que

pode se concretizar em intenccedilotildees para lhes garantir acessibilidade

arquitetocircnica de comunicaccedilatildeo e de sinalizaccedilatildeo adequaccedilotildees didaacutetico

metodoloacutegicas curriculares e administrativas bem como materiais e

equipamentos especiacuteficos ou adaptados

Xavier (2002) salienta que

A construccedilatildeo da competecircncia do professor para responder com qualidade agraves necessidades educacionais especiais de seus alunos em uma escola inclusiva pela mediaccedilatildeo da eacutetica responde aacute necessidade social e histoacuterica de superaccedilatildeo das praticas pedagoacutegicas que discriminam segregam e excluem e ao mesmo tempo configura na accedilatildeo educativa o vetor de transformaccedilatildeo social para a equidade a solidariedade a cidadania

24

conhecer o sujeito natildeo eacute preciso orientar as

atividades e refletir cada accedilatildeo

o sucesso das intervenccedilotildees depende do

conhecimento humano e desenvolvimento

psicossocial dos interventores

Trabalhar com a

inclusatildeo requer

mudanccedilas de

paradigmas nessa praacutetica haacute uma identificaccedilatildeo subjetiva com

esse sujeito

como essa praacutetica foi se constituindo

qual era o objetivo da construccedilatildeo dessa praacutetica

A que se propotildee

quem satildeo os sujeitos que datildeo corpo a essa praacutetica

Trabalhar com

inclusatildeo requer

reflexatildeo sobre a

praacutetica por que esta opccedilatildeo e natildeo outra

compromisso com aprendizagem

compromisso com formaccedilatildeo

compromisso teacutecnico humano cientiacutefico

Trabalhar com

inclusatildeo requer

postura eacutetica compromisso com a qualidade na aprendizagem

Fonte adaptado Parolin 2006

Quadro 3 Preacute requisitos para o trabalho inclusivo

Atualmente coexistem pelo menos duas propostas para a educaccedilatildeo

especial uma em que conhecimentos acumulados sobre educaccedilatildeo especial

teoacutericos e praacuteticos devem estar a serviccedilo dos sistemas de ensino e portanto

das escolas e disponiacuteveis a todos os professores alunos e demais membros

da comunidade escolar que a qualquer momento podem requerecirc-los outra

em que se deve configurar um conjunto de recursos e serviccedilos educacionais

especializados dirigidos apenas agrave populaccedilatildeo escolar que apresente

solicitaccedilotildees que o ensino comum natildeo tem conseguido contemplar

De acordo com Glat Nogueira (2002 )

As poliacuteticas para a inclusatildeo devem ser concretizadas na forma de programas de capacitaccedilatildeo e acompanhamento contiacutenuo que orientem o trabalho docente na perspectiva da diminuiccedilatildeo gradativa

25

da exclusatildeo escolar o que visa a beneficiar natildeo apenas os alunos com necessidades especiais mas de uma forma geral a educaccedilatildeo escolar como um todo

Mantoan Prieto Arantes (2006) salientam que o planejamento e a

implantaccedilatildeo de poliacuteticas para atender a alunos com necessidades educacionais

especiais requerem domiacutenio conceitual sobre inclusatildeo escolar e sobre as

solicitaccedilotildees decorrentes de sua adoccedilatildeo enquanto princiacutepio eacutetico-poliacutetico bem

como a clara definiccedilatildeo dos princiacutepios e diretrizes nos planos e programas

elaborados permitindo a redefiniccedilatildeo dos papeis da educaccedilatildeo especial e do

atendimento desse alunado

A poliacutetica educacional brasileira tem deslocado progressivamente para

os municiacutepios parte da responsabilidade administrativa financeira e

pedagoacutegica pelo acesso e permanecircncia de alunos com necessidades

educacionais especiais nas escolas em decorrecircncia do processo de

municipalizaccedilatildeo do ensino fundamental Essa diretriz tem provocado alguns

impactos no atendimento a esse puacuteblico alvo Algumas prefeituras criaram

formas de atendimento educacional especializado outras ampliaram ou

mantiveram seus auxiacutelios e serviccedilos de ensino algumas estatildeo apenas

matriculando esses alunos em suas redes de ensino e haacute ainda as que

desativaram alguns serviccedilos prestados como por exemplo a oferta de

programas de transporte adaptado

No Brasil o atendimento educacional especializado era em 2004

desenvolvido na proporccedilatildeo de 13 para 23 referindo-se a escolas comuns

puacuteblicas e a escolas exclusivamente especializadas ou em classes especiais

respectivamente

A base de dados divulgada natildeo registra informaccedilotildees sobre matriacuteculas no

ensino superior mas revela que o atendimento estaacute centrado na educaccedilatildeo

infantil (109596 matriacuteculas que correspondem a 19 3 do total) e no ensino

fundamental (365359 ou 644) Haacute na EJA (Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos)

e na educaccedilatildeo profissional pouco mais de 41500 matriacuteculas em cada uma

dessas modalidades no ensino meacutedio as matriacuteculas equivaliam a 16 com

apenas 8281 alunos nesse niacutevel de ensino

A matriacutecula inicial na classe comum evoluiu de 1998 a 2002 em 151

Passamos de um total 439233 matriacuteculas em 1998 para 110536 em 2002

26

Em 2003 em dados aproximados havia 144100 alunos com necessidades

educacionais especiais nas referidas classes e em 2004 184800

evidenciando crescimento anual de 281 entre esses dois uacuteltimos anos

Deixa-se em aberto a possibilidade de sabermos que patamar de

atendimento foi atingido pois para isso precisariacuteamos ter dados sobre os que

estatildeo fora da escola portanto sem nenhum tipo de atendimento escolar

Eacute um dever natildeo cumprido averiguar se aos alunos com necessidades

educacionais especiais estaacute sendo garantido aleacutem do acesso agrave escola o

acesso agrave educaccedilatildeo aqui compreendida como processo de desenvolvimento

da capacidade fiacutesica intelectual e moral da crianccedila e do ser humano em geral

visando sua melhor integraccedilatildeo individual e social

Uma accedilatildeo que deve marcar as poliacuteticas puacuteblicas de educaccedilatildeo eacute a

formaccedilatildeo dos profissionais da educaccedilatildeo Sem deixar de considerar que em

educaccedilatildeo atuam profissionais no acircmbito teacutecnico-administrativo e em outras

funccedilotildees com importante papel no desenvolvimento de accedilotildees educacionais

14 Legislaccedilatildeo direitos e deveres na inclusatildeo

141 Leis e declaraccedilotildees internacionais

a) Declaraccedilatildeo de Cuenca - UNESCO - Equador 1981

b) Declaraccedilatildeo de Sunderberg - Torremolinos Espanha 1981

c) Resoluccedilotildees da XXIII Conferecircncia Sanitaacuteria Panamericana

- OPSOrganizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede - Washington DC USA -

1990

- Seminaacuterio Unesco - Caracas - Venezuela - 1992 - Informe Final

d) Declaraccedilatildeo de Santiago - Chile - 1993

e) Assembleacuteia Geral das Naccedilotildees Unidas - New York USA - 1993

Normas

- Uniformes sobre a igualdade de oportunidade para pessoas com

incapacidades

f) Declaraccedilatildeo Mundial de Educaccedilatildeo para Todos - UNICEF - Jon Tien

Tailacircndia - 1990

27

g) Declaraccedilatildeo de Salamanca - Salamanca Espanha princiacutepios poliacuteticas

e praacutetica em Educaccedilatildeo Especial - 1994 - criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de sistemas

educacionais inclusivos

142 Leis nacionais

a) Constituiccedilatildeo Federal de 1988 - Tiacutetulo VI - Da Ordem Social - Art 208

e Art 227

b) Lei nordm 785389 - Dispotildee sobre o apoio agraves pessoas com deficiecircncias

sua integraccedilatildeo social e pleno exerciacutecio de direitos sociais e individuais

c) Decreto nordm 220897 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

d) Parecer CNECEB nordm 1699 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

e) Resoluccedilatildeo CNECEB nordm 499 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

f) Decreto nordm 329899 - Regulamenta a Lei 785389 daacute-lhe condiccedilotildees

operacionais consolida as normas de proteccedilatildeo ao portador de deficiecircncias

g) LDB nordm 939496 (Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional) -

Capiacutetulo V - Educaccedilatildeo Especial - Art 58 Art 59 e Art 60 Portaria

MEC nordm 167999 - requisitos de acessibilidade a cursos instruccedilatildeo de

processos de autorizaccedilatildeo de cursos e credenciamento de instituiccedilotildees

voltadas agrave educaccedilatildeo especial

h) Parecer CNECEB nordm 1499 - Diretrizes nacionais da educaccedilatildeo

escolar indiacutegena

i) Resoluccedilatildeo CNECEB nordm 0399 - Fixa diretrizes nacionais para o

funcionamento de escolas indiacutegenas

j) Lei nordm 1009800 - Estabelece normas gerais e criteacuterios baacutesicos para a

promoccedilatildeo de acessibilidade das pessoas portadoras de deficiecircncia ou com

mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Resoluccedilatildeo CNECEB nordm

22001 - Institui diretrizes e normas para a educaccedilatildeo especial na Educaccedilatildeo

Baacutesica

k) Parecer CNECEB nordm 172001 - Diretrizes Nacionais para a Educaccedilatildeo

Especial na Educaccedilatildeo Baacutesica

28

l) Lei nordm 101722001 - Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo - PNE e daacute

outras providecircncias (o PNE estabelece 27 objetivos e metas para a

educaccedilatildeo de pessoas com necessidades educacionais especiais)

143 Direitos e Deveres

o papel da educaccedilatildeo consiste em favorecer que cada um de forma

livre e autocircnoma reconheccedila aos demais a mesma esfera de direito que exige

para si (VIEIRA 1999 p 16)

1431 Direito agrave acessibilidade

Para que as pessoas com deficiecircncia possam ter liberdade de ir e vir e

se sentir parte da comunidade elas necessitam de um meio fiacutesico adequado e

que garanta seguranccedila e acesso O direito a acessibilidade estaacute descrito nas

Leis 1009800 - regulamentada atraveacutes do Decreto 529604 - e 1004800 que

prevecircem a adequaccedilatildeo das vias e de espaccedilos puacuteblicos no mobiliaacuterio urbano na

construccedilatildeo e reforma de edifiacutecios nos meios de transporte e de comunicaccedilatildeo e

do acesso a informaccedilatildeo

Eacute possiacutevel promover a inclusatildeo social no meio fiacutesico construindo rampas

de acesso banheiros adaptados pisos taacuteteis guias rebaixadas sinais sonoros

entre outros

A acessibilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo pode ser alcanccedilada

atraveacutes de sites acessiacuteveis que atendam agraves pessoas com deficiecircncia visual e

por exemplo aparelhos de televisatildeo com legenda oculta As emissoras de TV

devem incluir em suas programaccedilotildees inteacuterprete de Libras para que as pessoas

com deficiecircncia auditiva possam acompanhar os programas

29

Pessoas com deficiecircncia fiacutesica idosos gestantes lactantes e pessoas

com crianccedilas de colo devem ter atendimento prioritaacuterio por meio de serviccedilos

individualizados que assegurem tratamento diferenciado

1432 Direito ao trabalho

Foram diversas as conquistas em defesa das pessoas com deficiecircncia

nos uacuteltimos anos Hoje elas satildeo amparadas por lei no seu direito de acesso ao

trabalho Graccedilas a estas conquistas fazer parte do quadro de funcionaacuterios de

uma empresa jaacute natildeo eacute um obstaacuteculo mas a permanecircncia destes profissionais

no local de trabalho ainda exige cuidados Cabe aos empregadores garantir

bem estar e acessibilidade aos seus colaboradores para que eles tenham

oportunidade de exercer suas funccedilotildees de maneira adequada e mostrar todo o

seu potencial

Este sistema estaacute carregado da antiga visatildeo de assistencialismo

capacidade laborativa reduzida e falta de noccedilatildeo sobre cidadania Na sociedade

brasileira ele ainda eacute necessaacuterio para que as pessoas apostem nestes

profissionais e desta forma descubram que eles tecircm um enorme potencial

Em vaacuterios paiacuteses como EUA Canadaacute Gratilde-Bretanha Nova Zelacircndia

Dinamarca Sueacutecia Finlacircndia Austraacutelia e Portugal este princiacutepio foi extinto e a

antiga visatildeo foi superada Em naccedilotildees como o Brasil ela estaacute em vias de

superaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo eacute a melhor forma de acabar com o preconceito

Durante anos a sociedade excluiu as pessoas com deficiecircncia do

conviacutevio social Esta exclusatildeo se reflete ateacute hoje em diversos setores sociais

Vaacuterias leis foram criadas visando agrave inclusatildeo dos cidadatildeos com

deficiecircncia mas algumas delas foram concebidas quando ainda se tinha pouco

conhecimento sobre este puacuteblico e suas limitaccedilotildees O sistema de cotas eacute uma

delas

a) 1980 - estabelecida como a deacutecada internacional da pessoa com

deficiecircncia

b) 1992 - estabelecida a data de 3 de dezembro como dia internacional das

pessoas portadoras de deficiecircncia da ONU

30

c) 1994 - declaraccedilatildeo de Salamanca (Espanha) tratando da educaccedilatildeo

especial

d) 1995 - a Inglaterra aprova legislaccedilatildeo semelhante para empresas com

mais de vinte empregados

e) 1999 - promulgada na Guatemala a convenccedilatildeo interamericana para a

eliminaccedilatildeo de todas as formas de discriminaccedilatildeo contra as pessoas

portadoras de deficiecircncia

f) 2002 - realizado em marccedilo o congresso europeu sobre deficiecircncia em

Madri que estabeleceu 2003 como o ano europeu das pessoas com

deficiecircncia

g) 1981 - adotado pela ONU como o ano internacional das pessoas com

deficiecircncia

h) 1983 elaboraccedilatildeo da convenccedilatildeo 159 pela OIT

i) 1990 - aprovada a ADA (Lei dos Deficientes dos Estados Unidos)

aplicaacutevel a toda empresa com mais de quinze funcionaacuterios

j) 1997 - tratado de Amsterdatilde em que a Uniatildeo Europeacuteia se compromete a

facilitar a inserccedilatildeo e a permanecircncia das pessoas com deficiecircncia nos

mercados de trabalho

1433 Direito agrave educaccedilatildeo

Para se tornar parte da sociedade eacute necessaacuterio compreende-la A base

para o sucesso de qualquer cidadatildeo estaacute na educaccedilatildeo e isto natildeo eacute diferente

para as pessoas com deficiecircncia Participar do sistema educacional eacute garantir a

inclusatildeo social e a igualdade de oportunidades

A Lei 939496 art4ordm que estabelece as diretrizes e bases da educaccedilatildeo

nacional (LDB) reconhece que a educaccedilatildeo eacute um instrumento fundamental para

a integraccedilatildeo e participaccedilatildeo de qualquer pessoa com deficiecircncia no contexto em

que vive Estaacute disposto nesta lei que haveraacute quando necessaacuterio serviccedilos de

apoio especializado na escola regular para atender agraves peculiaridades da

clientela de educaccedilatildeo especial e que o atendimento educacional seraacute feito em

classes escolas ou serviccedilos especializados sempre que em funccedilatildeo das

31

condiccedilotildees especiacuteficas dos alunos natildeo for possiacutevel a sua integraccedilatildeo nas

classes comuns de ensino regular

A legislaccedilatildeo brasileira tambeacutem prevecirc o acesso a livros em Braille de uso

exclusivo das pessoas com deficiecircncia visual

1434 Direito agrave sauacutede

A assistecircncia agrave sauacutede e agrave reabilitaccedilatildeo cliacutenica satildeo condiccedilotildees decisivas

para a inclusatildeo da pessoa com deficiecircncia na sociedade

Para promover a melhoria da qualidade de vida e com intuito de

estimular a independecircncia do indiviacuteduo com deficiecircncia nas suas atividades

diaacuterias foi criado o sistema das redes estaduais de assistecircncia agrave pessoa com

deficiecircncia

Este projeto oferece ajuda teacutecnica aleacutem de oacuterteses e proacuteteses para que

a pessoa tenha maior autonomia

Outro sistema criado para a manutenccedilatildeo da sauacutede fiacutesica e mental do

cidadatildeo com deficiecircncia eacute a Poliacutetica Nacional para a integraccedilatildeo da pessoa com

deficiecircncia implantada em 1989 Regulamentada pelo Decreto nordm 3298 prevecirc

auxiacutelio na prevenccedilatildeo de doenccedilas atendimento psicoloacutegico reabilitaccedilatildeo

fornecimento de medicamentos e assistecircncia atraveacutes de planos de sauacutede

1435 Direito a isenccedilotildees fiscais e financiamento

Pessoas com deficiecircncia empresas bancos e demais instituiccedilotildees

ligadas a este puacuteblico possuem alguns benefiacutecios previstos em lei

Para as empresas dispostas a contribuir com a inclusatildeo social de

portadores de necessidades especiais a legislaccedilatildeo brasileira prevecirc a

concessatildeo fiscal Podem ser firmados convecircnios que garantem a isenccedilatildeo de

ICMS seja para doaccedilatildeo de equipamentos adaptados seja para aquisiccedilotildees de

aparelhos e acessoacuterios destinados agraves instituiccedilotildees que atendam este segmento

da populaccedilatildeo

Automoacuteveis adquiridos em alguns estados brasileiros por pessoas com

32

deficiecircncia fiacutesica visual mental e autistas ou seus representantes legais satildeo

isentos de ICMS (Imposto sobre Circulaccedilatildeo de Mercadorias e Serviccedilos) e do

IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de acordo com a Lei 1075403

Os financiamentos de automoacuteveis de fabricaccedilatildeo nacional tambeacutem satildeo

liberados do IOF (Imposto sobre Operaccedilotildees Financeiras)

Tais benefiacutecios ainda natildeo satildeo tributados pelo Imposto de Renda e tanto

a aquisiccedilatildeo de aparelhos e materiais como a realizaccedilatildeo de outras despesas

podem ser deduzidas do imposto

1436 Direito ao passe livre

Os cidadatildeos com deficiecircncia tambeacutem possuem benefiacutecios relacionados

aos meios de transporte A Lei 889994 conhecida como Lei do Passe Livre

prevecirc que toda pessoa com deficiecircncia tem direito ao transporte coletivo

interestadual gratuito e que cabe a cada estado ou municiacutepio implantar

programas similares ao passe livre para os transportes municipais e estaduais

Aleacutem do transporte gratuito o municiacutepio deve garantir que os meios de

transporte sejam acessiacuteveis a estes cidadatildeos

15 Declaraccedilatildeo de Salamanca princiacutepios poliacutetica e praacutetica na educaccedilatildeo

especial

Notando com satisfaccedilatildeo um incremento no envolvimento de governos

grupos de advocacia comunidades e pais e em particular de organizaccedilotildees de

pessoas com deficiecircncias na busca pela melhoria do acesso agrave educaccedilatildeo para

a maioria daqueles cujas necessidades especiais ainda se encontram

desprovidas e reconhecendo como evidecircncia para tal envolvimento a

participaccedilatildeo ativa do alto niacutevel de representantes e de vaacuterios governos

agecircncias especializadas e organizaccedilotildees intergovernamentais naquela

Conferecircncia Mundial

a) Os delegados da Conferecircncia Mundial de Educaccedilatildeo Especial

33

representando 88 governos e 25 organizaccedilotildees internacionais em

assembleia em Salamanca Espanha entre 7 e 10 de junho de 1994

reafirma o compromisso para com a educaccedilatildeo para todos

reconhecendo a necessidade e urgecircncia do providenciamento de

educaccedilatildeo para as crianccedilas jovens e adultos com necessidades

educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino e re-

endossa a estrutura de accedilatildeo em educaccedilatildeo especial em que pelo

espiacuterito de cujas provisotildees e recomendaccedilotildees governo e

organizaccedilotildees sejam guiados

b) Acreditam e proclamam que toda crianccedila tem direito fundamental agrave

educaccedilatildeo e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o niacutevel

adequado de aprendizagem toda crianccedila possui caracteriacutesticas

interesses habilidades e necessidades de aprendizagem que satildeo

uacutenicas sistemas educacionais deveriam ser designados e programas

educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em

conta a vasta diversidade de tais caracteriacutesticas e necessidades

aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso

agrave escola regular que deveria acomodaacute-los dentro de uma pedagogia

centrada na crianccedila capaz de satisfazer a tais necessidades

escolas regulares que possuam tal orientaccedilatildeo inclusiva constituem

os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatoacuterias

criando-se comunidades acolhedoras construindo uma sociedade

inclusiva e alcanccedilando educaccedilatildeo para todos aleacutem disso tais escolas

proveem uma educaccedilatildeo efetiva agrave maioria das crianccedilas e aprimoram

a eficiecircncia e em uacuteltima instacircncia o custo da eficaacutecia de todo o

sistema educacional

c) Congregam todos os governos e demandam que atribuam a mais

alta prioridade poliacutetica e financeira ao aprimoramento de seus

sistemas educacionais no sentido de se tornarem aptos a incluiacuterem

todas as crianccedilas independentemente de suas diferenccedilas ou

dificuldades individuais adotem o princiacutepio de educaccedilatildeo inclusiva em

forma de lei ou de poliacutetica matriculando todas as crianccedilas em

escolas regulares a menos que existam fortes razotildees para agir de

outra forma desenvolvam projetos de demonstraccedilatildeo e encorajem

34

intercacircmbios em paiacuteses que possuam experiecircncias de escolarizaccedilatildeo

inclusiva estabeleccedilam mecanismos participatoacuterios e

descentralizados para planejamento revisatildeo e avaliaccedilatildeo de provisatildeo

educacional para crianccedilas e adultos com necessidades educacionais

especiais encorajem e facilitem a participaccedilatildeo de pais comunidades

e organizaccedilotildees de pessoas portadoras de deficiecircncias nos processos

de planejamento e tomada de decisatildeo concernentes agrave provisatildeo de

serviccedilos para necessidades educacionais especiais invistam

maiores esforccedilos em estrateacutegias de identificaccedilatildeo e intervenccedilatildeo

precoces bem como nos aspectos vocacionais da educaccedilatildeo

inclusiva garantam que no contexto de uma mudanccedila sistecircmica

programas de treinamento de professores tanto em serviccedilo como

durante a formaccedilatildeo incluam a provisatildeo de educaccedilatildeo especial dentro

das escolas inclusivas

d) Tambeacutem congregam a comunidade internacional em particular

governos com programas de cooperaccedilatildeo internacional agecircncias

financiadoras internacionais especialmente as responsaacuteveis pela

Conferecircncia Mundial em Educaccedilatildeo para Todos UNESCO UNICEF

UNDP e o Banco Mundial a endossar a perspectiva de escolarizaccedilatildeo

inclusiva e apoiar o desenvolvimento da educaccedilatildeo especial como

parte integrante de todos os programas educacionais as Naccedilotildees

Unidas e suas agecircncias especializadas em particular a ILO WHO

UNESCO e UNICEF a reforccedilar seus estiacutemulos de cooperaccedilatildeo

teacutecnica bem como reforccedilar suas cooperaccedilotildees e redes de trabalho

para um apoio mais eficaz agrave jaacute expandida e integrada provisatildeo em

educaccedilatildeo especial organizaccedilotildees natildeo-governamentais envolvidas na

programaccedilatildeo e entrega de serviccedilo nos paiacuteses a reforccedilar sua

colaboraccedilatildeo com as entidades oficiais nacionais e intensificar o

envolvimento crescente delas no planejamento implementaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de provisatildeo em educaccedilatildeo especial que seja inclusiva

UNESCO enquanto a agecircncia educacional das Naccedilotildees Unidas a

assegurar que educaccedilatildeo especial faccedila parte de toda discussatildeo que

lide com educaccedilatildeo para todos em vaacuterios foros a mobilizar o apoio de

organizaccedilotildees dos profissionais de ensino em questotildees relativas ao

35

aprimoramento do treinamento de professores no que diz respeito a

necessidade educacionais especiais a estimular a comunidade

acadecircmica no sentido de fortalecer pesquisa redes de trabalho e o

estabelecimento de centros regionais de informaccedilatildeo e documentaccedilatildeo

e da mesma forma a servir de exemplo em tais atividades e na

disseminaccedilatildeo dos resultados especiacuteficos e dos progressos

alcanccedilados em cada paiacutes no sentido de realizar o que almeja a

presente declaraccedilatildeo a mobilizar fundos atraveacutes da criaccedilatildeo (dentro

de seu proacuteximo planejamento a meacutedio prazo 1996-2000) de um

programa extensivo de escolas inclusivas e programas de apoio

comunitaacuterio que permitiriam o lanccedilamento de projetos-piloto que

demonstrassem novas formas de disseminaccedilatildeo e o desenvolvimento

de indicadores de necessidade e de provisatildeo de educaccedilatildeo especial

e) Por uacuteltimo expressam o caloroso reconhecimento ao governo da

Espanha e agrave UNESCO pela organizaccedilatildeo da Conferecircncia e

demandam-lhes realizarem todos os esforccedilos no sentido de trazer

esta declaraccedilatildeo e sua relativa estrutura de accedilatildeo da comunidade

mundial especialmente em eventos importantes tais como o Tratado

Mundial de Desenvolvimento Social (em Kopenhagen em 1995) e a

Conferecircncia Mundial sobre a Mulher (em Beijing em 1995) Adotada

por aclamaccedilatildeo na cidade de Salamanca Espanha neste deacutecimo dia

de junho de 1994

Durante os uacuteltimos 15 ou 20 anos tem se tornado claro que o conceito de necessidades educacionais especiais teve que ser ampliado para incluir todas as crianccedilas que natildeo estejam conseguindo se beneficiar com a escola seja por que motivo for (UNESCO 1994 p15)

16 Diretrizes na educaccedilatildeo especial na perspectiva da inclusatildeo

A consciecircncia do direito de construir uma identidade proacutepria e do reconhecimento da identidade do outro se traduz no direito de igualdade e no respeito agraves diferenccedilas assegurando oportunidades diferentes (equidade) tantas quanto forem necessaacuterias com vistas agrave busca da igualdade (BRASIL 2001)

36

A educaccedilatildeo especial eacute uma modalidade de ensino que perpassa todos

os niacuteveis etapas e modalidades realiza o atendimento educacional

especializado disponibiliza os serviccedilos e recursos proacuteprios desse atendimento

e orienta os alunos e seus professores quanto a sua utilizaccedilatildeo nas turmas

comuns do ensino regular

O atendimento educacional especializado identifica elabora e organiza

recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a

plena participaccedilatildeo dos alunos considerando as suas necessidades

especiacuteficas As atividades desenvolvidas no atendimento educacional

especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum natildeo

sendo substitutivas agrave escolarizaccedilatildeo Esse atendimento completa e suplementa

a formaccedilatildeo dos alunos com vistas agrave autonomia e independecircncia na escola e

fora dela

Tal modalidade de ensino disponibiliza programas de enriquecimento

curricular o ensino de linguagem e coacutedigos especiacuteficos de comunicaccedilatildeo e

sinalizaccedilatildeo ajudas teacutecnicas e tecnoloacutegicas assistidas dentre outros Ao longo

de todo processo de escolarizaccedilatildeo esse atendimento deve estar articulado

com a proposta pedagoacutegica de ensino comum

A inclusatildeo escolar tem inicio na educaccedilatildeo infantil onde se desenvolvem

as bases necessaacuterias para a construccedilatildeo do conhecimento e seu

desenvolvimento global Nessa etapa o luacutedico o acesso agraves formas

diferenciadas de comunicaccedilatildeo a riqueza de estiacutemulos nos aspectos fiacutesicos

emocionais cognitivos psicomotores e sociais e a convivecircncia com as

diferenccedilas favorecem as relaccedilotildees interpessoais o respeito e a valorizaccedilatildeo da

crianccedila Do nascimento aos trecircs anos o atendimento educacional

especializado se expressa por meio de serviccedilos que objetivam aperfeiccediloar o

processo de desenvolvimento e aprendizagem em interface com os serviccedilos de

sauacutede e assistecircncia social

Em todas as etapas e modalidades da educaccedilatildeo baacutesica o atendimento

especializado eacute organizado para apoiar o desenvolvimento dos alunos

constituindo oferta obrigatoacuteria dos sistemas de ensino e deve ser realizado no

turno inverso ao da classe comum na proacutepria escola ou centro especializado

que realize esse serviccedilo educacional Este atendimento eacute realizado mediante a

37

atuaccedilatildeo de profissionais com conhecimento especiacuteficos no ensino da Liacutengua

Brasileira de Sinais da Liacutengua Portuguesa e na modalidade escrita como

segunda liacutengua do Sistema Braille do Soroban da orientaccedilatildeo e mobilidade

das atividades de vida autocircnoma da comunicaccedilatildeo alternativa do

desenvolvimento dos processos mentais superiores dos programas de

enriquecimento curricular da adequaccedilatildeo e produccedilatildeo de materiais didaacuteticos e

pedagoacutegicos da utilizaccedilatildeo de recursos oacutepticos e natildeo oacutepticos da tecnologia

assistida e outros

Cabe aos sistemas de ensino ao organizar a educaccedilatildeo especial na

perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva disponibilizar as funccedilotildees do instrutor de

Libras e guia interprete bem como de monitor dos alunos com necessidades

de apoio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo locomoccedilatildeo entre outras que

exijam auxilio constante no cotidiano escolar

Para atuar na educaccedilatildeo especial o professor deve ter como base de

sua formaccedilatildeo inicial e continuada conhecimentos gerais para o exerciacutecio da

docecircncia e conhecimentos especiacuteficos da aacuterea Essa formaccedilatildeo possibilita a sua

atuaccedilatildeo no atendimento educacional especializado e deve aprofundar o caraacuteter

interativo e interdisciplinar da atuaccedilatildeo nas salas comuns do ensino regular nas

salas de recursos nos centros de atendimento educacional especializado nos

nuacutecleos de acessibilidade das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior nas classes

hospitalares e nos ambientes domiciliares para a oferta dos serviccedilos e

recursos de educaccedilatildeo especial

38

CAPIacuteTULO II

CAPACITACcedilAtildeO E CONCEPCcedilAtildeO DE PROFESSORES NO PROCESSO DE

INCLUSAtildeO ESCOLAR

2 CAPACITACcedilAtildeO PROFISSIONAL E A INCLUSAtildeO ESCOLAR

A formaccedilatildeo de professores que atuam diretamente na inclusatildeo escolar

sempre se constituiu numa grande problemaacutetica com relaccedilatildeo ao atendimento

do aluno com necessidades especiais Tudo eacute muito novo e desafiador E isto

infelizmente ainda eacute uma barreira para que a inclusatildeo se efetive com alicerce

suficiente para se sustentar

Nos finais do Impeacuterio o atendimento a essa clientela era vinculada agrave

sauacutede Nos anos 20 do seacuteculo passado iniciou-se uma crescente preocupaccedilatildeo

com a questatildeo propriamente pedagoacutegica porem influenciada pela abordagem

psicoloacutegica natildeo abandonando o campo da sauacutede

Para atender agraves demandas cada professor deveria estar apto a

elaborar incrementar e implementar situaccedilotildees de ensino que favorecessem a

construccedilatildeo dos conceitos mais primaacuterios aos mais complexos Eacute importante

que o professor organize seu planejamento de maneira que natildeo passem

despercebidos pelas situaccedilotildees de ensino conceitos que podem parecer

simples mas que na verdade satildeo preacute-requisitos para o que se pensa ser o

mais importante Contudo natildeo satildeo poucos os casos em que as situaccedilotildees

acabam sendo apresentadas de forma restrita sem pertinecircncia aos alunos que

participam da accedilatildeo inclusiva

O cotidiano de sala de aula requer na atualidade a efetivaccedilatildeo de accedilotildees

didaacuteticas flexiacuteveis poreacutem contextualizadas a adequaccedilatildeo de recursos sem

depreciar a capacidade e a imagem do aluno com o qual interagimos uma

reformulaccedilatildeo das dinacircmicas em sala de aula que possibilite a participaccedilatildeo

39

efetiva de todos

Muitos recursos muitas vezes satildeo pouco explorados ou ateacute mesmo

desconsiderados pelo professor com o passar dos niacuteveis propostos pelo

sistema de educaccedilatildeo No entanto quando o professor eacute o agente mediador de

um contexto educacional no qual a diversidade estaacute mais complexa devido agraves

demandas que um tipo de necessidade educativa especial pode gerar eacute

essencial que ele natildeo perca de vista a validade de determinados recursos

diante da construccedilatildeo de conceitos mais elaborados ou abstratos (FERREIRA

2004)

Valorizar a singularidade de cada ser humano eacute um compromisso eacutetico

de contribuir com as transformaccedilotildees necessaacuterias agrave construccedilatildeo de uma

sociedade mais justa (SOUZA SILVA 2005 p 239)

Um sistema escolar inclusivo precisa investir na capacitaccedilatildeo contiacutenua dos

professores e funcionaacuterios das escolas realizando o chamamento dos que

ainda natildeo se consideram envolvidos para um processo de sensibilizaccedilatildeo e

atualizaccedilatildeo constante de toda escola e comunidade Nesse aspecto a

assessoria ao professor eacute fundamental para orientaccedilatildeo e anaacutelise na busca de

soluccedilotildees para os problemas surgidos na sala de aula no aprofundamento das

questotildees teoacutericas na construccedilatildeo de intervenccedilotildees pedagoacutegicas na seleccedilatildeo de

recursos materiais e tecnoloacutegicos para a aprendizagem dos alunos no

processo de avaliaccedilatildeo na inter-relaccedilatildeo com as famiacutelias bem como na

mediaccedilatildeo entre escola e serviccedilos especializados para atendimento ao aluno

com necessidades educacionais na aacuterea da sauacutede da assistecircncia social do

trabalho entre outros (BEYER 2005)

Para Marques (2006) inclusatildeo escolar implica numa reorganizaccedilatildeo

estrutural da escola de todos os elementos da praacutetica pedagoacutegica

considerando o dado do muacuteltiplo da diversidade e natildeo mais o padratildeo

universal O atual momento histoacuterico exige uma participaccedilatildeo efetiva da escola

como instituiccedilatildeo loacutecus do conhecimento e da formaccedilatildeo de cidadatildeos capazes de

intervir nos rumos da sociedade Neste sentido faz-se necessaacuteria uma escola

criativa onde todos os seus componentes sejam co-sujeitos na produccedilatildeo de um

saber-instrumento para o conviacutevio escolar e social Cabe portanto a alunos

professores e sujeitos desse processo planejar e construir as diferentes etapas

de nossa caminhada etapas que se num primeiro momento satildeo idealizadas

40

logo transformam-se em realidade pela reflexatildeo criacutetica de nossas proacuteprias

possibilidades na construccedilatildeo dessa nova escola Assim eacute preciso

redimensionar o modo de pensar e fazer a educaccedilatildeo tarefa por natureza

complexa que envolve elementos poliacuteticos soacutecio-econocircmicos teacutecnicos e

culturais

Essa postura por sua vez implica na superaccedilatildeo da dicotomia e

fragmentaccedilatildeo das atribuiccedilotildees dos agentes educativos dos rituais dos

conteuacutedos metodoloacutegicos dos recursos pedagoacutegicos do processo de

avaliaccedilatildeo bem como das concepccedilotildees de educaccedilatildeo e de sociedade Enfatiza

tambeacutem que implica para o professor em uma seacuterie de mudanccedilas com relaccedilatildeo

a sua postura pressuposto baacutesico de sua atuaccedilatildeo a compreensatildeo das

diferentes necessidades educacionais de seus alunos sendo necessaacuteria aacute

flexibilizaccedilatildeo do professor no exerciacutecio do compromisso eacutetico para se adequar

agraves novas situaccedilotildees que surgiratildeo em decorrecircncia das diversidades presentes

em seu cotidiano atentando para a supressatildeo de uma possiacutevel postura

discriminatoacuteria

Zimmermann (2008) destaca que a instituiccedilatildeo escolar precisa redefinir

sua base de estrutura organizacional destituindo-se de burocracias

reorganizando grades curriculares proporcionando maior ecircnfase agrave formaccedilatildeo

humana dos professores e afinando a relaccedilatildeo famiacutelia

escola propondo uma

praacutetica pedagoacutegica coletiva dinacircmica e flexiacutevel para atender esta nova

realidade educacional A educaccedilatildeo inclusiva tem forccedila transformadora e

aponta para uma nova era natildeo somente educacional mas para uma sociedade

inclusiva

Segundo Mittler (2008) as escolas a volta poderiam tentar encontrar

novos modos de pedir aos pais as suas opiniotildees sobre como poderiam ser

fortalecidos os viacutenculos entre lar e a escola Os viacutenculos mais iacutentimos entre

pais e professor natildeo podem ser prescritos de cima para baixo mas sim

fundamentados nos desejos e nas prioridades daquele que estatildeo nessa aacuterea

A uacuteltima palavra vai para um grupo de pais de crianccedilas com

necessidades especiais e deficiecircncia ( RUSSEL 1997 apud MITTEL

2008p227)

a) Por favor aceite e valorize nossas crianccedilas (e noacutes mesmos como

famiacutelia) como noacutes somos valorizados

41

b) Por favor celebre a diferenccedila

c) Por favor aceite nossas crianccedilas primeiramente como crianccedilas Natildeo

coloque roacutetulos nelas a menos que vocecirc pretenda fazer algo

d) Por favor reconheccedila seu poder sobre nossas vidas Vivemos com as

consequumlecircncias de suas opiniotildees e decisotildees

e) Por favor entenda a tensatildeo sob qual muitas famiacutelias estatildeo vivendo

Os encontros cancelados a lista de espera que ningueacutem consegue

chegar ao inicio todas as discussotildees sobre recursos eacute sobre nossa

vida que vocecirc esta falando

f) Por favor natildeo use modas passageiras e tratamentos conosco a

menos que vocecirc vai estar conosco E natildeo esqueccedila que as famiacutelias

tecircm muitos membros muitas responsabilidades Agraves vezes natildeo

podemos agradar a todo mundo

g) Por favor reconheccedila que aacutes vezes noacutes eacute que temos razatildeo Por favor

acredite em noacutes e escute o que sabemos sobre o que noacutes e nossas

crianccedilas necessitamos

h) Agraves vezes estamos tristes cansados e deprimidos Por favor valorize

nos como famiacutelias preocupadas e comprometidas e tente continuar a

trabalhar conosco

Limaverde (2009) acredita que a maioria dos professores vem de

cursos onde a discussatildeo da teoria e da praacutetica ainda eacute dividida Discute-se

teoria e praacutetica de maneira isolada Ainda se estuda uma teoria idealizada

Poucos cursos de formaccedilatildeo de professores oferecem de modo obrigatoacuterio em

seus curriacuteculos as disciplinas relacionadas agrave diferenccedila agraves deficiecircncias Aleacutem

da formaccedilatildeo do nuacutecleo comum eles tambeacutem precisam se atentar para essas

especificidades Haacute uma obrigatoriedade de se ofertar nos cursos de

pedagogia a disciplina de Libras Mas isso natildeo deve ocorrer apenas na

formaccedilatildeo inicial mas tambeacutem na formaccedilatildeo continuada que eacute aquela em

serviccedilo mas que muitas vezes natildeo contemplam essas especificidades

O problema de formaccedilatildeo eacute muito grave porque repercute nessa

inseguranccedila do professor no preconceito no medo Aleacutem do entrave da

formaccedilatildeo no aspecto pedagoacutegico as escolas elaboram seu projeto poliacutetico

pedagoacutegico sem levar em conta a presenccedila do aluno com deficiecircncia As

praacuteticas a organizaccedilatildeo da sala de aula natildeo leva em conta a presenccedila desse

42

aluno Onde natildeo haacute uma interlocuccedilatildeo mais refinada entre o ensino comum e a

Educaccedilatildeo Especial com esse saber mais especiacutefico natildeo haacute inclusatildeo

A inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino Assim na formaccedilatildeo do professor teria dois espaccedilos um da sala de

aula que eacute a formaccedilatildeo comum para todos os professores contemplando

desenvolvimento aprendizagem e uma na formaccedilatildeo continuada Uma

formaccedilatildeo que atenda agraves diferenccedilas da sala de aula o atendimento agrave educaccedilatildeo

especializada aleacutem da formaccedilatildeo baacutesica cursos de extensatildeo de libras de

soroban de braile de tecnologia assistida para que esse professor possa

atender a especificidade desses alunos O aluno com deficiecircncia eacute um ser

humano que se desenvolve como qualquer outro As teorias e teacutecnicas que

foram estudadas satildeo suporte para esse trabalho Agora o que vai modificar na

sua atuaccedilatildeo eacute a maneira como ele organiza suas praacuteticas pedagoacutegicas Na

maioria das vezes eles organizam praacuteticas homogecircneas do aluno idealizado Eacute

importante um planejamento para pensar essas diferenccedilas na sala de aula Eacute

um trabalho do projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

21 Concepccedilotildees de professores sobre a inclusatildeo na educaccedilatildeo regular e

especial

Inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino (LIMAVERDE 2009)

Apenas a partir do seacuteculo XX verificou-se uma melhor aceitaccedilatildeo das

pessoas com necessidades especiais momento em que se iniciou a sua

desinstitucionalizaccedilatildeo e educaccedilatildeo escolar Ateacute este periacuteodo eram segregados

e praticamente privados de conviacutevio social Entretanto verifica-se que as

conquistas ainda foram poucas pois o preconceito a ignoracircncia e a

discriminaccedilatildeo ainda satildeo muito fortes em relaccedilatildeo ao deficiente e a deficiecircncia

Para Carmo (2000) a inclusatildeo eacute um assunto que deve ser refletido e

investigado com muita precisatildeo jaacute que a sociedade pode estar criando uma

nova modalidade a de excluiacutedos dentro da inclusatildeo podemos assim concluir

nessa reflexatildeo para que haja o processo de ensino-aprendizagem nos alunos

portadores de necessidades educacionais especiais o professor teraacute que se

43

capacitar para atender a proposta desta nova face da educaccedilatildeo brasileira ele

teraacute que tentar conciliar as teorias sobre o assunto com sua pratica e a

realidade da sala de aula Pois soacute assim a inclusatildeo do aluno portador de

necessidades educacionais especiais seraacute bem sucedida e gerando bons

resultados no futuro

Assim a inclusatildeo deste tipo de aluno requer novas posturas tanto aos

professores quanto ao sistema educacional brasileiro levando em consideraccedilatildeo

que todos noacutes estaremos ganhando Lembrando tambeacutem que este processo

de aprendizagem requer a reciprocidade das experiecircncias entre o aluno com

necessidades educacionais especiais o professor e os demais alunos Um

processo de aprendizagem onde todos participam a aquisiccedilatildeo do

conhecimento ocorreraacute com mais facilidade

Mantoan Pietro Arantes (2006) acredita que recriar um novo modelo

educativo com ensino de qualidade que diga natildeo aacute exclusatildeo social implica em

condiccedilotildees de trabalho pedagoacutegico e uma rede de saberes que se entrelaccedilam e

caminham no sentido contraacuterio do paradigma tradicional de educaccedilatildeo

segregadora Eacute uma reviravolta complexa mas possiacutevel basta que lutemos por

ela que nos aperfeiccediloemos e estejamos abertos a colaborar na busca dos

caminhos pedagoacutegicos da inclusatildeo Pois nem todas as diferenccedilas

necessariamente inferiorizam as pessoas Elas tem diferenccedilas e igualdades

mas entre elas nem tudo deve ser igual assim como nem tudo deve ser

diferente

De acordo com Santos (apud MANTOAN2003 p34 ) eacute preciso que

tenhamos o direito de sermos diferentes quando a igualdade nos

descaracteriza e o direito de sermos iguais quando a diferenccedila nos inferioriza

Assim a luta pela escola inclusiva embora seja contestada e tenha ateacute

mesmo assustado a comunidade escolar exige mudanccedila de haacutebitos e atitudes

pela sua loacutegica e eacutetica nos remete a refletir e reconhecer que trata-se de um

posicionamento social que garante a vida com igualdade pautada pelo

respeito agraves diferenccedilas Apesar das iniciativas acanhadas da comunidade

escolar e da sociedade geral eacute possiacutevel adequar a escola para um novo

tempo Precisa estar imbuiacutedos de boa vontade e compromisso enfrentar com

seguranccedila e otimismo este desafio enxergar a clareza e obviedade eacutetica da

proposta inclusiva e contribuir para o desmantelamento dessa maacutequina escolar

44

enferrujada

Para Lisita e Souza (2003) das utopias concretas da modernidade tem-

se hoje apenas a certeza da transitoriedade O sentido da revoluccedilatildeo antes

propagado daacute lugar a um leque de possibilidades as quais se abrem num

horizonte virtual em constantes mudanccedilas Que se trata de uma nova realidade

mundial natildeo se discute Indaga-se no entanto o que se tem a fazer diante de

tal realidade

Nesse sentido a ciecircncia e a tecnologia tecircm se constituiacutedo nos principais

agentes de proposiccedilatildeo e de determinaccedilatildeo dessas mudanccedilas A sensaccedilatildeo que

se tem eacute a de que amanheceremos a cada dia num novo mundo repleto de

novidades e onde o ontem estaacute cada vez e mais rapidamente distante

O cenaacuterio do mundo atual evidencia um movimento em direccedilatildeo a um

sentido de inclusatildeo social o sujeito com deficiecircncia passa a dividir a cena com

os sujeitos sem deficiecircncia coabitando os diversos espaccedilos sociais Nota-se

pois um grande dinamismo experimentado pelos sujeitos e em particular

pelos sujeitos com deficiecircncia num mundo onde conceitos e praacuteticas assumem

cada vez mais um caraacuteter efecircmero e de possibilidades muacuteltiplas

Segundo Ferreira e Glat (2004) satildeo frequentes relatos de professores

principalmente em conselhos de classe sobre a dificuldade de determinados

alunos quanto agrave efetivaccedilatildeo de algumas propostas educacionais Na maioria

das situaccedilotildees o que de fato acontece natildeo eacute uma dificuldade do aluno em

realizar ou compreender a atividade solicitada e sim uma inadequaccedilatildeo do

procedimento dos objetivos eou da avaliaccedilatildeo realizada pelo professor Nesse

sentido eacute importante o professor analisar algumas questotildees como

a) de que maneira todos os alunos poderatildeo participar da aula proposta

b) se haacute necessidade de apoio adaptaccedilotildees e como fazecirc-las para sua

plena participaccedilatildeo

c) que expectativas devem ser esperadas eou modificadas para a

efetivaccedilatildeo da atividade (como os alunos demonstram o que sabem a

quantidade e qualidade das atividades propostas)

d) quais satildeo os objetivos prioritaacuterios para a aprendizagem

Enfim eacute do conhecimento de todos que natildeo haacute formas sem

precedentes que se bastem ou que se perpetuem diante das realidades

necessidades e demandas dos alunos que compotildeem as salas de aula que hoje

45

cada professor assume Eacute importante a busca constante de praacuteticas pautadas

no contexto que o aluno vivencia inovadoras pois o trabalho eacute dinacircmico

sendo fundamental que cada profissional pense na sua disponibilidade para a

construccedilatildeo de praacuteticas efetivas que conduzam a uma educaccedilatildeo de qualidade

para todos como descrevem Ferreira e Glat 2004

Poso (2004) acredita que por um lado os professores julgam-se

incapazes de dar conta dessa demanda despreparados e impotentes frente a

essa realidade que eacute agravada pela falta de material adequado de apoio

administrativo e recursos financeiros

Mantoan (2003) enfatiza que a radicalidade da inclusatildeo vem do fato de

esta exigir uma mudanccedila de paradigma educacional onde na perspectiva

inclusiva suprime-se a sub-divisatildeo dos sistemas escolares em modalidades de

ensino especial e regular As escolas atendem as diferenccedilas sem discriminar

sem estabelecer prioridades e necessidades sem estabelecer regras

diferenciadas para cada caso no planejamento avaliaccedilatildeo e aprendizado

Assim pode-se imaginar o impacto da inclusatildeo nos sistemas de ensino ao

supor a aboliccedilatildeo completa dos serviccedilos segregados da educaccedilatildeo especial os

programas de reforccedilo escolar salas de aceleraccedilatildeo e turmas especiais

Desta forma a inclusatildeo eacute uma provocaccedilatildeo cuja intenccedilatildeo eacute melhorar a

qualidade do ensino atingindo todos os alunos de uma forma globalizada

Incluir eacute necessaacuterio primordialmente para melhorar as condiccedilotildees da escola

de modo que nela se possam formar geraccedilotildees mais preparadas para viver a

vida na sua plenitude livremente sem preconceitos sem barreiras Confirma-

se assim mais uma vez a necessidade de a educaccedilatildeo se atualizar e os

professores aperfeiccediloarem as suas praacuteticas para que as escolas se obriguem

a um esforccedilo de modernizaccedilatildeo e reestruturaccedilatildeo de suas condiccedilotildees atuais

Pretende-se que a escola seja inclusiva eacute primordial que seus planos se

redefinam para uma educaccedilatildeo voltada agrave cidadania global plena livre de

preconceitos e disposta a reconhecer e entende as diferenccedilas entre as

pessoas principalmente quanto aos seus aspectos fiacutesico mental e intelectual

Natildeo basta uma educaccedilatildeo para a cidadania eacute preciso educar para a liberdade

e nesse sentido nenhuma forma de subordinaccedilatildeo intelectual pode ser

admitida

Os desafios para a concretizaccedilatildeo dos ideais inclusivos na educaccedilatildeo

46

brasileira satildeo inuacutemeros Haacute ainda de se vencer os desafios que impotildee o

conservadorismo das instituiccedilotildees especializadas e enfrentar as pressotildees

poliacuteticas e das pessoas com deficiecircncia ainda muito habituadas a seus roacutetulos

e a benefiacutecios que acentuam a incapacidade as limitaccedilotildees o paternalismo e o

protecionismo social

Smeha Ferreira (2005) descrevem que vaacuterios professores afirmam

apresentar sentimentos de despreparo para trabalharem junto agraves crianccedilas com

necessidades especiais Que natildeo tiveram em sua formaccedilatildeo acadecircmica o

preparo adequado que os capacite a lidar com a diversidade e isso gera

intenso sofrimento pois ensinar crianccedilas com limitaccedilotildees exige conhecimento

competecircncia e habilidade para que o processo inclusivo seja efetivado

Os professores foram preparados para trabalharem com as crianccedilas que

aprendem assim quando eles se deparam com as limitaccedilotildees na

aprendizagem sentem frustraccedilatildeo anguacutestia impotecircncia e medo Portanto faz-

se necessaacuterio uma significativa reformulaccedilatildeo nos cursos de graduaccedilatildeo que

estatildeo formando professores os quais certamente teratildeo alunos com

necessidades educativas especiais em sua trajetoacuteria profissional Aliaacutes essa

reformulaccedilatildeo deve abarcar natildeo somente conhecimentos sobre educaccedilatildeo de

pessoas com deficiecircncia mas tambeacutem oportunizar autoconhecimento para

que os professores possam atuar de forma mais confiante atendendo agraves

demandas educacionais especiais com mais prazer e menos sofrimento Aleacutem

da reestruturaccedilatildeo nas aacutereas que envolvem a formaccedilatildeo de professores para

que o trabalho docente possa acontecer com menor prejuiacutezo agrave sauacutede mental

parece primordial que o investimento transcenda a capacitaccedilatildeo relacionada aos

conhecimentos teacutecnicos e permeie o campo da sauacutede mental no trabalho

O suporte aos aspectos psicoloacutegicos dos professores precisam ser

contemplados com grupos de reflexatildeo ou de apoio um espaccedilo que possa

oportunizar-lhes aos mesmos falar sobre seus sentimentos dificuldades

medos ou fantasias Seria um momento para problematizar e encontrar

ressignificaccedilatildeo no exerciacutecio docente que cada vez mais precisa ser alicerccedilado

no respeito agrave diversidade humana Eacute importante tambeacutem salientar que natildeo eacute

apenas o processo de inclusatildeo o responsaacutevel pelo sofrimento docente muitos

satildeo propensos ao stress devido agraves suas proacuteprias vivecircncias pessoais e agraves

exigecircncias da contemporaneidade

47

De acordo com Souza Silva (2009)

No tocante ao trabalho docente novas propostas se fazem necessaacuterias devido agraves transformaccedilotildees educacionais que estatildeo ocorrendo de forma acelerada exigindo assim novas aprendizagens que possam contribuir para a formaccedilatildeo de profissionais capazes de responder aos novos desafios colocados agrave nossa realidade

Para Bartalotti (2006) nos dias atuais frente ao processo de inclusatildeo

como uma possibilidade embora ainda natildeo como uma realidade haacute um grande

caminho a ser percorrido Pois se olhar em volta para cada ser humano que

nos rodeia ver-se-ia o quanto ainda se tem que caminhar para a construccedilatildeo

de uma sociedade verdadeiramente inclusiva Exclui-se apenas com o olhar

com palavras quantas vezes menospreza-se o outro por ele ter um gosto

uma crenccedila religiosa situaccedilatildeo financeira cor de pele estatura e peso corporal

diferente por nos aceitos E sem a menor preocupaccedilatildeo decidi-se que esta ou

aquela pessoa natildeo serve para estar junto de noacutes de nossos filhos frequentar

nosso clube casa ou templo religioso Jaacute sentem-se excluiacutedos e rejeitados em

diferentes situaccedilotildees sentem-se olhados como diferentes indesejaacuteveis

estranhos certamente essa natildeo eacute uma sensaccedilatildeo agradaacutevel quem jaacute passou

por ela natildeo deseja repetir a experiecircncia

Para que a inclusatildeo ocorra eacute necessaacuterio que a sociedade passe pelo

aprimoramento das relaccedilotildees sociais pela compreensatildeo de que o verdadeiro

pensamento inclusivo eacute aquele que natildeo categoriza ou rotula as pessoas por

ordem de valor valor esse atribuiacutedo muitas vezes atraveacutes de estereoacutetipos

estigmas conhecimentos instituiacutedos pensar inclusivamente eacute aprender a olhar

cada pessoa e buscar nela seu real valor construiacutedo nas relaccedilotildees cotidianas

nos seus sonhos e expectativas e nas suas accedilotildees concretas no mundo

Acredita-se tambeacutem que muitas vezes fala-se que a inclusatildeo eacute uma

utopia muitos natildeo acreditam que a sociedade seja capaz desse movimento

Inclusatildeo eacute sim possibilidade assim como eacute possibilidade a construccedilatildeo de uma

sociedade mais digna para todos com ou sem deficiecircncia

Para Tessaro (2009) existe todo um discurso proacute agrave inclusatildeo em vaacuterios

segmentos da sociedade dentre os quais no ambiente escolar A inclusatildeo eacute

algo que vem se efetivando mesmo que a duras penas buscando superar toda

uma histoacuteria de isolamento discriminaccedilatildeo e preconceito Tem provocado

48

muitos questionamentos principalmente no meio acadecircmico tais como O que

eacute inclusatildeo escolar Por que incluir Qual eacute a opiniatildeo dos alunos com

deficiecircncia e dos professores sobre inclusatildeo A escola possui infra-estrutura

adequada para participar da inclusatildeo escolar Os alunos deficientes se sentem

bem com a inclusatildeo escolar Os professores estatildeo capacitados para educaccedilatildeo

inclusiva

Dutra (2007) destaca que as principais dificuldades no processo de

inclusatildeo escolar do aluno especial eacute a ausecircncia de preparo e de uma

formaccedilatildeo mais teacutecnica que visa suprir as necessidades destes alunos

mediadas pelo professor e tambeacutem agrave falta de boas condiccedilotildees fiacutesicas nas

escolas pra receber estes alunos

Jesus (2007) enfatiza que a inclusatildeo dos portadores de necessidades

educacionais especiais na escola eacute algo essencial agrave educaccedilatildeo mas eacute preciso

ser feita de maneira correta porque nem todos podem estar na escola ou

estatildeo preparados para nela estar por natildeo terem capacidade fisioloacutegica Esse eacute

um assunto muito discutido por alguns especialistas da educaccedilatildeo especial que

buscam uma maneira eficiente de incluir todos as crianccedilas e jovens que

possuem alguma necessidade educacional especial

Nesse sentido Mantoan (2006) afirma que a condiccedilatildeo primeira para

inclusatildeo deixe de ser uma ameaccedila ao que hoje a escola defende e adota como

pratica pedagoacutegica e abandonar tudo que leva a tolerar as pessoas com

deficiecircncia na sala de aula

Natildeo pode se ter um ambiente mais propiacutecio para tal processo de

conscientizaccedilatildeo do que a escola Pois seraacute por meio dessa interaccedilatildeo entre

crianccedilas que se construiraacute uma naccedilatildeo mais justa e igualitaacuteria onde todos

juntos aprenderatildeo a conviver e a se respeitarem Respeito que eacute sonhado por

todos que se espera construir um novo amanhatilde mais digno

O assunto eacute fundamental para ser discutido por todas as pessoas

envolvidas com a educaccedilatildeo e que busquem uma naccedilatildeo com menos

desigualdade social oportunidades para todos uma educaccedilatildeo que priorize o

ser e natildeo ter e uma realidade igualitaacuteria A inclusatildeo eacute acima de tudo a

transformaccedilatildeo da pratica pedagoacutegica de todos os profissionais de educaccedilatildeo

Os registros de textos artigos e livros enfatizam que sobre a

aplicabilidade atual de inclusatildeo escolar satildeo insatisfatoacuterios e que natildeo houve

49

diferenccedilas entre os alunos e entre os professores quanto a essa dimensatildeo Os

professores e os alunos expressaram vaacuterias dificuldades envolvidas nesse

processo destacando se a falta de infra-estrutura das escolas a falta de

preparocapacitaccedilatildeo profissional discriminaccedilatildeo social e a falta de aceitaccedilatildeo da

inclusatildeo

Os professores de educaccedilatildeo especial demonstraram dar mais creacutedito agrave

educaccedilatildeo inclusiva do que os do ensino regular Os alunos deficientes

demonstraram dar menos creacutedito agrave inclusatildeo do que os natildeo deficientes Os

sentimentos decorrentes da inclusatildeo que predominaram entre professores e os

alunos com deficiecircncia foram negativos enquanto entre os alunos natildeo

deficientes prevaleceram os positivos (TESSARO 2009)

Para Fonseca (2004) promover a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma tarefa de

uma equipe multidisciplinar que deve adotar uma estrateacutegia do tipo pensar em

grupo eacute pensar melhor pois soacute dessa forma se podem explorar todas as

opccedilotildees potenciais de inclusatildeo e natildeo soacute as mais coerentes acessiacuteveis ou

tradicionais Sem uma dinacircmica de grupo natildeo se podem discutir e implementar

planos educacionais individualizados na educaccedilatildeo inclusiva transpondo para

sala de aula regular programas inovadores desde a modificaccedilatildeo de

comportamento ao enriquecimento linguumliacutestico ou cognitivo

Ensino em equipe com vaacuterios professores que agem e pensam em

conjunto criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees inovaccedilotildees na instruccedilatildeo na avaliaccedilatildeo

aprendizagem cooperativa e interativa criaccedilatildeo de projetos de suporte muacuteltiplo

serviccedilos de encaminhamentos diagnoacutesticos dinacircmicos e prescritivos em

termos de praacutetica de intervenccedilatildeo na sala de aula regular aprofundamento eacutetico

e legal dos pressupostos morais da inclusatildeo social construccedilatildeo de instrumentos

de investigaccedilatildeo-accedilatildeo entre outros satildeo desafios que se colocam hoje mais do

lado do ensino do que da aprendizagem

Para Almeida Anjos (2007) vaacuterios professores destacam tensotildees que

sempre se preservaram em suas percepccedilotildees e atitudes sejam referentes agraves

pessoas com necessidades educacionais especiais sejam relativas a

dificuldades em relaccedilatildeo a si proacuteprios e aos seus saberes profissionais No

entanto os profissionais apontam em suas falas as possibilidades de transpor

tais dificuldades vividas no trabalho com alunos especiais na rotina de seu dia

a dia de trabalho

50

Laraia (1992 apud ALMEIDA ANJOS 2007) acredita que nenhuma

ordem social eacute baseada em verdades inatas que as mudanccedilas nas praacuteticas

pedagoacutegicas com a diversidade dos alunos passam por uma mudanccedila de

nossas concepccedilotildees e valores Que eacute preciso uma formaccedilatildeo que coloque o

profissional da educaccedilatildeo em conflito com seus conhecimentos e concepccedilotildees a

partir da relaccedilatildeo entre a teoria e a praacutetica para entatildeo podermos comeccedilar a

pensar em inclusatildeo Assim a partir dos pressupostos da ciecircncia social criacutetica

sustentada pelo interesse colaborativo procuramos programar com os

profissionais encontros de estudoreflexatildeo das tensotildees e possibilidades que

envolvem o trabalho com alunos com necessidades educacionais especiais

enfatizar ainda como o lazer e recreaccedilatildeo podem ser facilitadores do processo

de inclusatildeo escolar

Zimmermann (2008) acredita que para conseguir reformar a instituiccedilatildeo

escolar primeiramente se tem que reformar as mentes entretanto natildeo

conseguiraacute reformar mentes sem que se realize uma preacutevia reforma de

instituiccedilotildees Vive-se uma crise de paradigmas e toda a crise gera medos

inseguranccedila e incertezas mas propotildee-se que seja este o momento de ousadia

e de busca de alternativas que sustente e norteie para realizar-se as mudanccedilas

que o momento propotildee Que a escola seja um espaccedilo vivo de formaccedilatildeo para

todos e um ambiente verdadeiramente inclusivo eacute preciso que as poliacuteticas

puacuteblicas de educaccedilatildeo sejam direcionadas aacute inclusatildeo que os educadores

desacomodem-se combatendo a descrenccedila e o pessimismo mostrando que a

inclusatildeo eacute um momento oportuno para professores e a comunidade escolar

demonstrarem sua competecircncia e principalmente suas responsabilidades

educacionais

Esta mudanccedila de perspectiva educacional propotildee que os educadores

faccedilam a diferenccedila buscando conhecimento e contribuindo com uma praacutetica

ressignificada desenvolvendo uma educaccedilatildeo baseada na afetividade e na

superaccedilatildeo de limites que as crianccedilas aprendam a respeitar as diferenccedilas em

sala de aula preparando-as assim para o futuro a vida e o mercado de

trabalho pois vivendo a experiecircncia inclusiva seratildeo adultos bem diferentes de

noacutes e por certo natildeo faratildeo discriminaccedilotildees sociais

Arauacutejo (2008) relata a opiniatildeo dos professores sobre a inclusatildeo escolar

enfatizando com veemecircncia de que a inclusatildeo escolar do aluno portador de

51

necessidades educacionais especiais eacute um assunto muito interessante e

delicado e levantaram a conscientizaccedilatildeo desse aluno sobre o direito deste

frequentar o ensino regular no entanto essa inclusatildeo na visatildeo deles estaacute

acontecendo de forma errocircnea Pois os professores da rede regular de ensino

em sua quase totalidade natildeo estatildeo preparados para lidar com esta nova fase

da educaccedilatildeo brasileira

Tem que se pensar que para que a inclusatildeo se concretize natildeo basta

estar garantido na legislaccedilatildeo mas demanda modificaccedilotildees profundas e

importantes no sistema de ensino Essas mudanccedilas deveratildeo levar em conta o

contexto soacutecio econocircmico aleacutem de serem gradativas planejadas e contiacutenuas

para garantir uma educaccedilatildeo de oacutetima qualidade (BUENO 1998 apud

PEREIRA 2009)

Pereira (2009) acredita que a inclusatildeo depende de mudanccedila de valores

da sociedade e a vivencia de um novo paradigma que natildeo se faz com simples

recomendaccedilotildees teacutecnicas como se fossem receitas de bolo mas com reflexotildees

dos professores direccedilotildees pais alunos equipe multidisciplinar e a comunidade

Essa questatildeo natildeo eacute tatildeo simples assim pois devemos levar em conta as

diferenccedilas Como colocar no mesmo espaccedilo demandas tatildeo diferentes e

especiacuteficas se muitas vezes nem a escola especial consegue dar conta desse

atendimento de forma adequada Deparar-se com frequecircncia com as

resistecircncias dos professores e direccedilotildees manifestadas atraveacutes de

questionamentos e queixas ou ateacute mesmo com expectativas de que possa

apresentar soluccedilotildees maacutegicas de aplicaccedilatildeo imediata causando certa decepccedilatildeo

e frustraccedilatildeo pois ela natildeo existe

O problema se agrava quando se vecirc o professor totalmente dependente

do apoio ou assessoria de profissionais da aacuterea da sauacutede pois neste caso a

questatildeo cliacutenica eacute fundamental e se sobressai e novamente o pedagoacutegico fica

esquecido Com isso o professor se sente desvalorizado incapaz e fora do

processo por considerar esse aluno como doente concluindo que natildeo pode

fazer nada por ele pois ele precisa de tratamento especializado de

profissionais qualificados da aacuterea da sauacutede desistindo assim de assumir tal

tarefa

Desta forma parece que o professor esquece seu papel poreacutem natildeo se

considera o momento do professor sua formaccedilatildeo as condiccedilotildees da proacutepria

52

escola em receber esses alunos que entram nas escolas e continuam

excluiacutedos de todo o processo de ensino-aprendizagem e social causando

frustraccedilatildeo e fracassos dificultando assim a proposta de inclusatildeo Por um lado

os professores julgam-se incapazes de dar conta dessa demanda

despreparados e impotentes frente a essa realidade que eacute agravada dia-a-dia

pela falta de material adequado de apoio administrativo e recursos financeiros

Limaverde (2009) salienta que no Brasil estaacute acontecendo um grande

movimento proacute-inclusatildeo que tem sido fortalecido a partir da sistematizaccedilatildeo do

que se trata o atendimento educacional especializado Existem realidades

muito proacuteximas em relaccedilatildeo ao atendimento desses alunos mas ainda tem

muitas compreensotildees equivocadas sobre a inclusatildeo de alunos com deficiecircncia

Alguns municiacutepios brasileiros pensam que fazem inclusatildeo mas na verdade

eles tecircm feito integraccedilatildeo Percebe-se que alunos que frequentam escolas

comuns salas comuns de ensino natildeo participam efetivamente das aulas ou

das atividades realizadas e essas escolas alegam que esses alunos natildeo tecircm

condiccedilotildees de fazer as atividades e que por isso eles fazem outras atividades

diferenciadas Desta forma natildeo ocorre a inclusatildeo Isso eacute uma integraccedilatildeo

porque o aluno estaacute integrado na sala de aula comum mas ele natildeo participa

das atividades realizadas pelos demais colegas

Muitos municiacutepios brasileiros que estatildeo em processo de transiccedilatildeo ou

seja eles estatildeo implantando o atendimento educacional especializado de

caraacuteter complementar e ao mesmo tempo estatildeo ainda com problemas

relacionados agrave inclusatildeo desses alunos como por exemplo a manutenccedilatildeo de

classes especiais A partir da formaccedilatildeo de 2007 para caacute os municiacutepios tecircm se

reorganizado para atendimento educacional especializado mas ainda eacute uma

realidade muito diferenciada

A inclusatildeo soacute eacute possiacutevel onde houver respeito agrave diferenccedila e

consequentemente a adoccedilatildeo de praacuteticas pedagoacutegicas que permitam agraves

pessoas com deficiecircncia aprender e ser reconhecidos e valorizados os

conhecimentos que satildeo capazes de produzir segundo seu ritmo e na medida

de suas possibilidades (SILVA 2009)

53

A menos que a atual oportunidade favoraacutevel seja aproveitada para melhorar as qualificaccedilotildees profissionais de professores em educaccedilatildeo especial e consequentemente a qualidade da educaccedilatildeo especial tememos que os proacuteximos 20 anos ainda possam ser um periacuteodo de esperanccedilas frustradas (RELATORIO WARNOCK 1978 paraacutegrafo 1932)

54

CONCLUSAtildeO

Diante do levantamento bibliograacutefico conclui-se que a inclusatildeo nos

moldes em que se encontra atualmente estaacute longe de atender a um ideal

Tal processo necessita de muitas transformaccedilotildees Os oacutergatildeos a ele

ligados diretamente ou indiretamente deveratildeo rever suas propostas metas e

meacutetodos de implantaccedilatildeo

Profissionais da sauacutede tambeacutem tecircm papeacuteis importantes em todo o

processo inclusivo pois em accedilatildeo conjunta com os educadores podem fazer um

trabalho mais completo e eficaz

A inclusatildeo escolar eacute uma praacutetica que abrange natildeo apenas os

profissionais especiacuteficos das aacutereas meacutedica e educacional mas tambeacutem

envolve um fator preponderante na vida do indiviacuteduo atendido por ela a famiacutelia

Esta constitui a base da crianccedila com necessidades educacionais especiais e

assumindo a postura devida pode oferecer a esta crianccedila o subsiacutedio para seu

desenvolvimento escolar bem como uma fonte de apoio aos profissionais

envolvidos

Aleacutem de uma nobre causa de cunho educacional a inclusatildeo constitui

ainda uma mudanccedila no comportamento da sociedade como um todo que

passa a ter que zelar por interesses coletivos outrora ignorados pela maioria

Devido ao periacuteodo decorrido desde as primeiras iniciativas ligadas ao

processo inclusivo verifica-se que o tempo eacute um fator indispensaacutevel para sua

concretizaccedilatildeo Esta provavelmente dar-se-aacute a partir do momento em que todos

os envolvidos assumirem suas devidas responsabilidades e se unirem por uma

educaccedilatildeo de qualidade embasada em um planejamento organizado bem

dirigido iacutentegro e sobretudo pautado no respeito ao ser humano e agrave

diversidade

55

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23

No discurso decorrente de muitos profissionais da educaccedilatildeo a inclusatildeo

escolar tem sido uma expressatildeo empregada com sentido restrito como se

significasse apenas matricular alunos com deficiecircncia e necessidades

especiais em classe comum Mas a construccedilatildeo conceitual dessa expressatildeo

ultrapassa em muito esse entendimento Sua implantaccedilatildeo pode implicar em

resguardar a classe comum como espaccedilo de escolarizaccedilatildeo de todos ou como

uma das opccedilotildees para aqueles com necessidades educacionais especiais

ainda que deva ser a preferencial como preconizado pela Constituiccedilatildeo Federal

de 1988

De acordo com Gonzalez (2002)

A educaccedilatildeo especial eacute marcada pela ideacuteia de uma educaccedilatildeo diferente e dirigida a um grupo de sujeitos especiacuteficos a compreensatildeo anterior eacute marcada pela ideacuteia de uma accedilatildeo ou conjunto de accedilotildees e serviccedilos dirigidos a todos os sujeitos que deles necessitam em contextos normalizados

A expressatildeo alunos com necessidades educacionais especiais eacute usada

para designar pessoas com deficiecircncia mental auditiva visual fiacutesica e muacuteltipla

superdotaccedilatildeo e altas habilidades e condutas tiacutepicas que requerem em seu

processo de educaccedilatildeo escolar atendimento educacional especializado que

pode se concretizar em intenccedilotildees para lhes garantir acessibilidade

arquitetocircnica de comunicaccedilatildeo e de sinalizaccedilatildeo adequaccedilotildees didaacutetico

metodoloacutegicas curriculares e administrativas bem como materiais e

equipamentos especiacuteficos ou adaptados

Xavier (2002) salienta que

A construccedilatildeo da competecircncia do professor para responder com qualidade agraves necessidades educacionais especiais de seus alunos em uma escola inclusiva pela mediaccedilatildeo da eacutetica responde aacute necessidade social e histoacuterica de superaccedilatildeo das praticas pedagoacutegicas que discriminam segregam e excluem e ao mesmo tempo configura na accedilatildeo educativa o vetor de transformaccedilatildeo social para a equidade a solidariedade a cidadania

24

conhecer o sujeito natildeo eacute preciso orientar as

atividades e refletir cada accedilatildeo

o sucesso das intervenccedilotildees depende do

conhecimento humano e desenvolvimento

psicossocial dos interventores

Trabalhar com a

inclusatildeo requer

mudanccedilas de

paradigmas nessa praacutetica haacute uma identificaccedilatildeo subjetiva com

esse sujeito

como essa praacutetica foi se constituindo

qual era o objetivo da construccedilatildeo dessa praacutetica

A que se propotildee

quem satildeo os sujeitos que datildeo corpo a essa praacutetica

Trabalhar com

inclusatildeo requer

reflexatildeo sobre a

praacutetica por que esta opccedilatildeo e natildeo outra

compromisso com aprendizagem

compromisso com formaccedilatildeo

compromisso teacutecnico humano cientiacutefico

Trabalhar com

inclusatildeo requer

postura eacutetica compromisso com a qualidade na aprendizagem

Fonte adaptado Parolin 2006

Quadro 3 Preacute requisitos para o trabalho inclusivo

Atualmente coexistem pelo menos duas propostas para a educaccedilatildeo

especial uma em que conhecimentos acumulados sobre educaccedilatildeo especial

teoacutericos e praacuteticos devem estar a serviccedilo dos sistemas de ensino e portanto

das escolas e disponiacuteveis a todos os professores alunos e demais membros

da comunidade escolar que a qualquer momento podem requerecirc-los outra

em que se deve configurar um conjunto de recursos e serviccedilos educacionais

especializados dirigidos apenas agrave populaccedilatildeo escolar que apresente

solicitaccedilotildees que o ensino comum natildeo tem conseguido contemplar

De acordo com Glat Nogueira (2002 )

As poliacuteticas para a inclusatildeo devem ser concretizadas na forma de programas de capacitaccedilatildeo e acompanhamento contiacutenuo que orientem o trabalho docente na perspectiva da diminuiccedilatildeo gradativa

25

da exclusatildeo escolar o que visa a beneficiar natildeo apenas os alunos com necessidades especiais mas de uma forma geral a educaccedilatildeo escolar como um todo

Mantoan Prieto Arantes (2006) salientam que o planejamento e a

implantaccedilatildeo de poliacuteticas para atender a alunos com necessidades educacionais

especiais requerem domiacutenio conceitual sobre inclusatildeo escolar e sobre as

solicitaccedilotildees decorrentes de sua adoccedilatildeo enquanto princiacutepio eacutetico-poliacutetico bem

como a clara definiccedilatildeo dos princiacutepios e diretrizes nos planos e programas

elaborados permitindo a redefiniccedilatildeo dos papeis da educaccedilatildeo especial e do

atendimento desse alunado

A poliacutetica educacional brasileira tem deslocado progressivamente para

os municiacutepios parte da responsabilidade administrativa financeira e

pedagoacutegica pelo acesso e permanecircncia de alunos com necessidades

educacionais especiais nas escolas em decorrecircncia do processo de

municipalizaccedilatildeo do ensino fundamental Essa diretriz tem provocado alguns

impactos no atendimento a esse puacuteblico alvo Algumas prefeituras criaram

formas de atendimento educacional especializado outras ampliaram ou

mantiveram seus auxiacutelios e serviccedilos de ensino algumas estatildeo apenas

matriculando esses alunos em suas redes de ensino e haacute ainda as que

desativaram alguns serviccedilos prestados como por exemplo a oferta de

programas de transporte adaptado

No Brasil o atendimento educacional especializado era em 2004

desenvolvido na proporccedilatildeo de 13 para 23 referindo-se a escolas comuns

puacuteblicas e a escolas exclusivamente especializadas ou em classes especiais

respectivamente

A base de dados divulgada natildeo registra informaccedilotildees sobre matriacuteculas no

ensino superior mas revela que o atendimento estaacute centrado na educaccedilatildeo

infantil (109596 matriacuteculas que correspondem a 19 3 do total) e no ensino

fundamental (365359 ou 644) Haacute na EJA (Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos)

e na educaccedilatildeo profissional pouco mais de 41500 matriacuteculas em cada uma

dessas modalidades no ensino meacutedio as matriacuteculas equivaliam a 16 com

apenas 8281 alunos nesse niacutevel de ensino

A matriacutecula inicial na classe comum evoluiu de 1998 a 2002 em 151

Passamos de um total 439233 matriacuteculas em 1998 para 110536 em 2002

26

Em 2003 em dados aproximados havia 144100 alunos com necessidades

educacionais especiais nas referidas classes e em 2004 184800

evidenciando crescimento anual de 281 entre esses dois uacuteltimos anos

Deixa-se em aberto a possibilidade de sabermos que patamar de

atendimento foi atingido pois para isso precisariacuteamos ter dados sobre os que

estatildeo fora da escola portanto sem nenhum tipo de atendimento escolar

Eacute um dever natildeo cumprido averiguar se aos alunos com necessidades

educacionais especiais estaacute sendo garantido aleacutem do acesso agrave escola o

acesso agrave educaccedilatildeo aqui compreendida como processo de desenvolvimento

da capacidade fiacutesica intelectual e moral da crianccedila e do ser humano em geral

visando sua melhor integraccedilatildeo individual e social

Uma accedilatildeo que deve marcar as poliacuteticas puacuteblicas de educaccedilatildeo eacute a

formaccedilatildeo dos profissionais da educaccedilatildeo Sem deixar de considerar que em

educaccedilatildeo atuam profissionais no acircmbito teacutecnico-administrativo e em outras

funccedilotildees com importante papel no desenvolvimento de accedilotildees educacionais

14 Legislaccedilatildeo direitos e deveres na inclusatildeo

141 Leis e declaraccedilotildees internacionais

a) Declaraccedilatildeo de Cuenca - UNESCO - Equador 1981

b) Declaraccedilatildeo de Sunderberg - Torremolinos Espanha 1981

c) Resoluccedilotildees da XXIII Conferecircncia Sanitaacuteria Panamericana

- OPSOrganizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede - Washington DC USA -

1990

- Seminaacuterio Unesco - Caracas - Venezuela - 1992 - Informe Final

d) Declaraccedilatildeo de Santiago - Chile - 1993

e) Assembleacuteia Geral das Naccedilotildees Unidas - New York USA - 1993

Normas

- Uniformes sobre a igualdade de oportunidade para pessoas com

incapacidades

f) Declaraccedilatildeo Mundial de Educaccedilatildeo para Todos - UNICEF - Jon Tien

Tailacircndia - 1990

27

g) Declaraccedilatildeo de Salamanca - Salamanca Espanha princiacutepios poliacuteticas

e praacutetica em Educaccedilatildeo Especial - 1994 - criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de sistemas

educacionais inclusivos

142 Leis nacionais

a) Constituiccedilatildeo Federal de 1988 - Tiacutetulo VI - Da Ordem Social - Art 208

e Art 227

b) Lei nordm 785389 - Dispotildee sobre o apoio agraves pessoas com deficiecircncias

sua integraccedilatildeo social e pleno exerciacutecio de direitos sociais e individuais

c) Decreto nordm 220897 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

d) Parecer CNECEB nordm 1699 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

e) Resoluccedilatildeo CNECEB nordm 499 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

f) Decreto nordm 329899 - Regulamenta a Lei 785389 daacute-lhe condiccedilotildees

operacionais consolida as normas de proteccedilatildeo ao portador de deficiecircncias

g) LDB nordm 939496 (Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional) -

Capiacutetulo V - Educaccedilatildeo Especial - Art 58 Art 59 e Art 60 Portaria

MEC nordm 167999 - requisitos de acessibilidade a cursos instruccedilatildeo de

processos de autorizaccedilatildeo de cursos e credenciamento de instituiccedilotildees

voltadas agrave educaccedilatildeo especial

h) Parecer CNECEB nordm 1499 - Diretrizes nacionais da educaccedilatildeo

escolar indiacutegena

i) Resoluccedilatildeo CNECEB nordm 0399 - Fixa diretrizes nacionais para o

funcionamento de escolas indiacutegenas

j) Lei nordm 1009800 - Estabelece normas gerais e criteacuterios baacutesicos para a

promoccedilatildeo de acessibilidade das pessoas portadoras de deficiecircncia ou com

mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Resoluccedilatildeo CNECEB nordm

22001 - Institui diretrizes e normas para a educaccedilatildeo especial na Educaccedilatildeo

Baacutesica

k) Parecer CNECEB nordm 172001 - Diretrizes Nacionais para a Educaccedilatildeo

Especial na Educaccedilatildeo Baacutesica

28

l) Lei nordm 101722001 - Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo - PNE e daacute

outras providecircncias (o PNE estabelece 27 objetivos e metas para a

educaccedilatildeo de pessoas com necessidades educacionais especiais)

143 Direitos e Deveres

o papel da educaccedilatildeo consiste em favorecer que cada um de forma

livre e autocircnoma reconheccedila aos demais a mesma esfera de direito que exige

para si (VIEIRA 1999 p 16)

1431 Direito agrave acessibilidade

Para que as pessoas com deficiecircncia possam ter liberdade de ir e vir e

se sentir parte da comunidade elas necessitam de um meio fiacutesico adequado e

que garanta seguranccedila e acesso O direito a acessibilidade estaacute descrito nas

Leis 1009800 - regulamentada atraveacutes do Decreto 529604 - e 1004800 que

prevecircem a adequaccedilatildeo das vias e de espaccedilos puacuteblicos no mobiliaacuterio urbano na

construccedilatildeo e reforma de edifiacutecios nos meios de transporte e de comunicaccedilatildeo e

do acesso a informaccedilatildeo

Eacute possiacutevel promover a inclusatildeo social no meio fiacutesico construindo rampas

de acesso banheiros adaptados pisos taacuteteis guias rebaixadas sinais sonoros

entre outros

A acessibilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo pode ser alcanccedilada

atraveacutes de sites acessiacuteveis que atendam agraves pessoas com deficiecircncia visual e

por exemplo aparelhos de televisatildeo com legenda oculta As emissoras de TV

devem incluir em suas programaccedilotildees inteacuterprete de Libras para que as pessoas

com deficiecircncia auditiva possam acompanhar os programas

29

Pessoas com deficiecircncia fiacutesica idosos gestantes lactantes e pessoas

com crianccedilas de colo devem ter atendimento prioritaacuterio por meio de serviccedilos

individualizados que assegurem tratamento diferenciado

1432 Direito ao trabalho

Foram diversas as conquistas em defesa das pessoas com deficiecircncia

nos uacuteltimos anos Hoje elas satildeo amparadas por lei no seu direito de acesso ao

trabalho Graccedilas a estas conquistas fazer parte do quadro de funcionaacuterios de

uma empresa jaacute natildeo eacute um obstaacuteculo mas a permanecircncia destes profissionais

no local de trabalho ainda exige cuidados Cabe aos empregadores garantir

bem estar e acessibilidade aos seus colaboradores para que eles tenham

oportunidade de exercer suas funccedilotildees de maneira adequada e mostrar todo o

seu potencial

Este sistema estaacute carregado da antiga visatildeo de assistencialismo

capacidade laborativa reduzida e falta de noccedilatildeo sobre cidadania Na sociedade

brasileira ele ainda eacute necessaacuterio para que as pessoas apostem nestes

profissionais e desta forma descubram que eles tecircm um enorme potencial

Em vaacuterios paiacuteses como EUA Canadaacute Gratilde-Bretanha Nova Zelacircndia

Dinamarca Sueacutecia Finlacircndia Austraacutelia e Portugal este princiacutepio foi extinto e a

antiga visatildeo foi superada Em naccedilotildees como o Brasil ela estaacute em vias de

superaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo eacute a melhor forma de acabar com o preconceito

Durante anos a sociedade excluiu as pessoas com deficiecircncia do

conviacutevio social Esta exclusatildeo se reflete ateacute hoje em diversos setores sociais

Vaacuterias leis foram criadas visando agrave inclusatildeo dos cidadatildeos com

deficiecircncia mas algumas delas foram concebidas quando ainda se tinha pouco

conhecimento sobre este puacuteblico e suas limitaccedilotildees O sistema de cotas eacute uma

delas

a) 1980 - estabelecida como a deacutecada internacional da pessoa com

deficiecircncia

b) 1992 - estabelecida a data de 3 de dezembro como dia internacional das

pessoas portadoras de deficiecircncia da ONU

30

c) 1994 - declaraccedilatildeo de Salamanca (Espanha) tratando da educaccedilatildeo

especial

d) 1995 - a Inglaterra aprova legislaccedilatildeo semelhante para empresas com

mais de vinte empregados

e) 1999 - promulgada na Guatemala a convenccedilatildeo interamericana para a

eliminaccedilatildeo de todas as formas de discriminaccedilatildeo contra as pessoas

portadoras de deficiecircncia

f) 2002 - realizado em marccedilo o congresso europeu sobre deficiecircncia em

Madri que estabeleceu 2003 como o ano europeu das pessoas com

deficiecircncia

g) 1981 - adotado pela ONU como o ano internacional das pessoas com

deficiecircncia

h) 1983 elaboraccedilatildeo da convenccedilatildeo 159 pela OIT

i) 1990 - aprovada a ADA (Lei dos Deficientes dos Estados Unidos)

aplicaacutevel a toda empresa com mais de quinze funcionaacuterios

j) 1997 - tratado de Amsterdatilde em que a Uniatildeo Europeacuteia se compromete a

facilitar a inserccedilatildeo e a permanecircncia das pessoas com deficiecircncia nos

mercados de trabalho

1433 Direito agrave educaccedilatildeo

Para se tornar parte da sociedade eacute necessaacuterio compreende-la A base

para o sucesso de qualquer cidadatildeo estaacute na educaccedilatildeo e isto natildeo eacute diferente

para as pessoas com deficiecircncia Participar do sistema educacional eacute garantir a

inclusatildeo social e a igualdade de oportunidades

A Lei 939496 art4ordm que estabelece as diretrizes e bases da educaccedilatildeo

nacional (LDB) reconhece que a educaccedilatildeo eacute um instrumento fundamental para

a integraccedilatildeo e participaccedilatildeo de qualquer pessoa com deficiecircncia no contexto em

que vive Estaacute disposto nesta lei que haveraacute quando necessaacuterio serviccedilos de

apoio especializado na escola regular para atender agraves peculiaridades da

clientela de educaccedilatildeo especial e que o atendimento educacional seraacute feito em

classes escolas ou serviccedilos especializados sempre que em funccedilatildeo das

31

condiccedilotildees especiacuteficas dos alunos natildeo for possiacutevel a sua integraccedilatildeo nas

classes comuns de ensino regular

A legislaccedilatildeo brasileira tambeacutem prevecirc o acesso a livros em Braille de uso

exclusivo das pessoas com deficiecircncia visual

1434 Direito agrave sauacutede

A assistecircncia agrave sauacutede e agrave reabilitaccedilatildeo cliacutenica satildeo condiccedilotildees decisivas

para a inclusatildeo da pessoa com deficiecircncia na sociedade

Para promover a melhoria da qualidade de vida e com intuito de

estimular a independecircncia do indiviacuteduo com deficiecircncia nas suas atividades

diaacuterias foi criado o sistema das redes estaduais de assistecircncia agrave pessoa com

deficiecircncia

Este projeto oferece ajuda teacutecnica aleacutem de oacuterteses e proacuteteses para que

a pessoa tenha maior autonomia

Outro sistema criado para a manutenccedilatildeo da sauacutede fiacutesica e mental do

cidadatildeo com deficiecircncia eacute a Poliacutetica Nacional para a integraccedilatildeo da pessoa com

deficiecircncia implantada em 1989 Regulamentada pelo Decreto nordm 3298 prevecirc

auxiacutelio na prevenccedilatildeo de doenccedilas atendimento psicoloacutegico reabilitaccedilatildeo

fornecimento de medicamentos e assistecircncia atraveacutes de planos de sauacutede

1435 Direito a isenccedilotildees fiscais e financiamento

Pessoas com deficiecircncia empresas bancos e demais instituiccedilotildees

ligadas a este puacuteblico possuem alguns benefiacutecios previstos em lei

Para as empresas dispostas a contribuir com a inclusatildeo social de

portadores de necessidades especiais a legislaccedilatildeo brasileira prevecirc a

concessatildeo fiscal Podem ser firmados convecircnios que garantem a isenccedilatildeo de

ICMS seja para doaccedilatildeo de equipamentos adaptados seja para aquisiccedilotildees de

aparelhos e acessoacuterios destinados agraves instituiccedilotildees que atendam este segmento

da populaccedilatildeo

Automoacuteveis adquiridos em alguns estados brasileiros por pessoas com

32

deficiecircncia fiacutesica visual mental e autistas ou seus representantes legais satildeo

isentos de ICMS (Imposto sobre Circulaccedilatildeo de Mercadorias e Serviccedilos) e do

IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de acordo com a Lei 1075403

Os financiamentos de automoacuteveis de fabricaccedilatildeo nacional tambeacutem satildeo

liberados do IOF (Imposto sobre Operaccedilotildees Financeiras)

Tais benefiacutecios ainda natildeo satildeo tributados pelo Imposto de Renda e tanto

a aquisiccedilatildeo de aparelhos e materiais como a realizaccedilatildeo de outras despesas

podem ser deduzidas do imposto

1436 Direito ao passe livre

Os cidadatildeos com deficiecircncia tambeacutem possuem benefiacutecios relacionados

aos meios de transporte A Lei 889994 conhecida como Lei do Passe Livre

prevecirc que toda pessoa com deficiecircncia tem direito ao transporte coletivo

interestadual gratuito e que cabe a cada estado ou municiacutepio implantar

programas similares ao passe livre para os transportes municipais e estaduais

Aleacutem do transporte gratuito o municiacutepio deve garantir que os meios de

transporte sejam acessiacuteveis a estes cidadatildeos

15 Declaraccedilatildeo de Salamanca princiacutepios poliacutetica e praacutetica na educaccedilatildeo

especial

Notando com satisfaccedilatildeo um incremento no envolvimento de governos

grupos de advocacia comunidades e pais e em particular de organizaccedilotildees de

pessoas com deficiecircncias na busca pela melhoria do acesso agrave educaccedilatildeo para

a maioria daqueles cujas necessidades especiais ainda se encontram

desprovidas e reconhecendo como evidecircncia para tal envolvimento a

participaccedilatildeo ativa do alto niacutevel de representantes e de vaacuterios governos

agecircncias especializadas e organizaccedilotildees intergovernamentais naquela

Conferecircncia Mundial

a) Os delegados da Conferecircncia Mundial de Educaccedilatildeo Especial

33

representando 88 governos e 25 organizaccedilotildees internacionais em

assembleia em Salamanca Espanha entre 7 e 10 de junho de 1994

reafirma o compromisso para com a educaccedilatildeo para todos

reconhecendo a necessidade e urgecircncia do providenciamento de

educaccedilatildeo para as crianccedilas jovens e adultos com necessidades

educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino e re-

endossa a estrutura de accedilatildeo em educaccedilatildeo especial em que pelo

espiacuterito de cujas provisotildees e recomendaccedilotildees governo e

organizaccedilotildees sejam guiados

b) Acreditam e proclamam que toda crianccedila tem direito fundamental agrave

educaccedilatildeo e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o niacutevel

adequado de aprendizagem toda crianccedila possui caracteriacutesticas

interesses habilidades e necessidades de aprendizagem que satildeo

uacutenicas sistemas educacionais deveriam ser designados e programas

educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em

conta a vasta diversidade de tais caracteriacutesticas e necessidades

aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso

agrave escola regular que deveria acomodaacute-los dentro de uma pedagogia

centrada na crianccedila capaz de satisfazer a tais necessidades

escolas regulares que possuam tal orientaccedilatildeo inclusiva constituem

os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatoacuterias

criando-se comunidades acolhedoras construindo uma sociedade

inclusiva e alcanccedilando educaccedilatildeo para todos aleacutem disso tais escolas

proveem uma educaccedilatildeo efetiva agrave maioria das crianccedilas e aprimoram

a eficiecircncia e em uacuteltima instacircncia o custo da eficaacutecia de todo o

sistema educacional

c) Congregam todos os governos e demandam que atribuam a mais

alta prioridade poliacutetica e financeira ao aprimoramento de seus

sistemas educacionais no sentido de se tornarem aptos a incluiacuterem

todas as crianccedilas independentemente de suas diferenccedilas ou

dificuldades individuais adotem o princiacutepio de educaccedilatildeo inclusiva em

forma de lei ou de poliacutetica matriculando todas as crianccedilas em

escolas regulares a menos que existam fortes razotildees para agir de

outra forma desenvolvam projetos de demonstraccedilatildeo e encorajem

34

intercacircmbios em paiacuteses que possuam experiecircncias de escolarizaccedilatildeo

inclusiva estabeleccedilam mecanismos participatoacuterios e

descentralizados para planejamento revisatildeo e avaliaccedilatildeo de provisatildeo

educacional para crianccedilas e adultos com necessidades educacionais

especiais encorajem e facilitem a participaccedilatildeo de pais comunidades

e organizaccedilotildees de pessoas portadoras de deficiecircncias nos processos

de planejamento e tomada de decisatildeo concernentes agrave provisatildeo de

serviccedilos para necessidades educacionais especiais invistam

maiores esforccedilos em estrateacutegias de identificaccedilatildeo e intervenccedilatildeo

precoces bem como nos aspectos vocacionais da educaccedilatildeo

inclusiva garantam que no contexto de uma mudanccedila sistecircmica

programas de treinamento de professores tanto em serviccedilo como

durante a formaccedilatildeo incluam a provisatildeo de educaccedilatildeo especial dentro

das escolas inclusivas

d) Tambeacutem congregam a comunidade internacional em particular

governos com programas de cooperaccedilatildeo internacional agecircncias

financiadoras internacionais especialmente as responsaacuteveis pela

Conferecircncia Mundial em Educaccedilatildeo para Todos UNESCO UNICEF

UNDP e o Banco Mundial a endossar a perspectiva de escolarizaccedilatildeo

inclusiva e apoiar o desenvolvimento da educaccedilatildeo especial como

parte integrante de todos os programas educacionais as Naccedilotildees

Unidas e suas agecircncias especializadas em particular a ILO WHO

UNESCO e UNICEF a reforccedilar seus estiacutemulos de cooperaccedilatildeo

teacutecnica bem como reforccedilar suas cooperaccedilotildees e redes de trabalho

para um apoio mais eficaz agrave jaacute expandida e integrada provisatildeo em

educaccedilatildeo especial organizaccedilotildees natildeo-governamentais envolvidas na

programaccedilatildeo e entrega de serviccedilo nos paiacuteses a reforccedilar sua

colaboraccedilatildeo com as entidades oficiais nacionais e intensificar o

envolvimento crescente delas no planejamento implementaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de provisatildeo em educaccedilatildeo especial que seja inclusiva

UNESCO enquanto a agecircncia educacional das Naccedilotildees Unidas a

assegurar que educaccedilatildeo especial faccedila parte de toda discussatildeo que

lide com educaccedilatildeo para todos em vaacuterios foros a mobilizar o apoio de

organizaccedilotildees dos profissionais de ensino em questotildees relativas ao

35

aprimoramento do treinamento de professores no que diz respeito a

necessidade educacionais especiais a estimular a comunidade

acadecircmica no sentido de fortalecer pesquisa redes de trabalho e o

estabelecimento de centros regionais de informaccedilatildeo e documentaccedilatildeo

e da mesma forma a servir de exemplo em tais atividades e na

disseminaccedilatildeo dos resultados especiacuteficos e dos progressos

alcanccedilados em cada paiacutes no sentido de realizar o que almeja a

presente declaraccedilatildeo a mobilizar fundos atraveacutes da criaccedilatildeo (dentro

de seu proacuteximo planejamento a meacutedio prazo 1996-2000) de um

programa extensivo de escolas inclusivas e programas de apoio

comunitaacuterio que permitiriam o lanccedilamento de projetos-piloto que

demonstrassem novas formas de disseminaccedilatildeo e o desenvolvimento

de indicadores de necessidade e de provisatildeo de educaccedilatildeo especial

e) Por uacuteltimo expressam o caloroso reconhecimento ao governo da

Espanha e agrave UNESCO pela organizaccedilatildeo da Conferecircncia e

demandam-lhes realizarem todos os esforccedilos no sentido de trazer

esta declaraccedilatildeo e sua relativa estrutura de accedilatildeo da comunidade

mundial especialmente em eventos importantes tais como o Tratado

Mundial de Desenvolvimento Social (em Kopenhagen em 1995) e a

Conferecircncia Mundial sobre a Mulher (em Beijing em 1995) Adotada

por aclamaccedilatildeo na cidade de Salamanca Espanha neste deacutecimo dia

de junho de 1994

Durante os uacuteltimos 15 ou 20 anos tem se tornado claro que o conceito de necessidades educacionais especiais teve que ser ampliado para incluir todas as crianccedilas que natildeo estejam conseguindo se beneficiar com a escola seja por que motivo for (UNESCO 1994 p15)

16 Diretrizes na educaccedilatildeo especial na perspectiva da inclusatildeo

A consciecircncia do direito de construir uma identidade proacutepria e do reconhecimento da identidade do outro se traduz no direito de igualdade e no respeito agraves diferenccedilas assegurando oportunidades diferentes (equidade) tantas quanto forem necessaacuterias com vistas agrave busca da igualdade (BRASIL 2001)

36

A educaccedilatildeo especial eacute uma modalidade de ensino que perpassa todos

os niacuteveis etapas e modalidades realiza o atendimento educacional

especializado disponibiliza os serviccedilos e recursos proacuteprios desse atendimento

e orienta os alunos e seus professores quanto a sua utilizaccedilatildeo nas turmas

comuns do ensino regular

O atendimento educacional especializado identifica elabora e organiza

recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a

plena participaccedilatildeo dos alunos considerando as suas necessidades

especiacuteficas As atividades desenvolvidas no atendimento educacional

especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum natildeo

sendo substitutivas agrave escolarizaccedilatildeo Esse atendimento completa e suplementa

a formaccedilatildeo dos alunos com vistas agrave autonomia e independecircncia na escola e

fora dela

Tal modalidade de ensino disponibiliza programas de enriquecimento

curricular o ensino de linguagem e coacutedigos especiacuteficos de comunicaccedilatildeo e

sinalizaccedilatildeo ajudas teacutecnicas e tecnoloacutegicas assistidas dentre outros Ao longo

de todo processo de escolarizaccedilatildeo esse atendimento deve estar articulado

com a proposta pedagoacutegica de ensino comum

A inclusatildeo escolar tem inicio na educaccedilatildeo infantil onde se desenvolvem

as bases necessaacuterias para a construccedilatildeo do conhecimento e seu

desenvolvimento global Nessa etapa o luacutedico o acesso agraves formas

diferenciadas de comunicaccedilatildeo a riqueza de estiacutemulos nos aspectos fiacutesicos

emocionais cognitivos psicomotores e sociais e a convivecircncia com as

diferenccedilas favorecem as relaccedilotildees interpessoais o respeito e a valorizaccedilatildeo da

crianccedila Do nascimento aos trecircs anos o atendimento educacional

especializado se expressa por meio de serviccedilos que objetivam aperfeiccediloar o

processo de desenvolvimento e aprendizagem em interface com os serviccedilos de

sauacutede e assistecircncia social

Em todas as etapas e modalidades da educaccedilatildeo baacutesica o atendimento

especializado eacute organizado para apoiar o desenvolvimento dos alunos

constituindo oferta obrigatoacuteria dos sistemas de ensino e deve ser realizado no

turno inverso ao da classe comum na proacutepria escola ou centro especializado

que realize esse serviccedilo educacional Este atendimento eacute realizado mediante a

37

atuaccedilatildeo de profissionais com conhecimento especiacuteficos no ensino da Liacutengua

Brasileira de Sinais da Liacutengua Portuguesa e na modalidade escrita como

segunda liacutengua do Sistema Braille do Soroban da orientaccedilatildeo e mobilidade

das atividades de vida autocircnoma da comunicaccedilatildeo alternativa do

desenvolvimento dos processos mentais superiores dos programas de

enriquecimento curricular da adequaccedilatildeo e produccedilatildeo de materiais didaacuteticos e

pedagoacutegicos da utilizaccedilatildeo de recursos oacutepticos e natildeo oacutepticos da tecnologia

assistida e outros

Cabe aos sistemas de ensino ao organizar a educaccedilatildeo especial na

perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva disponibilizar as funccedilotildees do instrutor de

Libras e guia interprete bem como de monitor dos alunos com necessidades

de apoio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo locomoccedilatildeo entre outras que

exijam auxilio constante no cotidiano escolar

Para atuar na educaccedilatildeo especial o professor deve ter como base de

sua formaccedilatildeo inicial e continuada conhecimentos gerais para o exerciacutecio da

docecircncia e conhecimentos especiacuteficos da aacuterea Essa formaccedilatildeo possibilita a sua

atuaccedilatildeo no atendimento educacional especializado e deve aprofundar o caraacuteter

interativo e interdisciplinar da atuaccedilatildeo nas salas comuns do ensino regular nas

salas de recursos nos centros de atendimento educacional especializado nos

nuacutecleos de acessibilidade das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior nas classes

hospitalares e nos ambientes domiciliares para a oferta dos serviccedilos e

recursos de educaccedilatildeo especial

38

CAPIacuteTULO II

CAPACITACcedilAtildeO E CONCEPCcedilAtildeO DE PROFESSORES NO PROCESSO DE

INCLUSAtildeO ESCOLAR

2 CAPACITACcedilAtildeO PROFISSIONAL E A INCLUSAtildeO ESCOLAR

A formaccedilatildeo de professores que atuam diretamente na inclusatildeo escolar

sempre se constituiu numa grande problemaacutetica com relaccedilatildeo ao atendimento

do aluno com necessidades especiais Tudo eacute muito novo e desafiador E isto

infelizmente ainda eacute uma barreira para que a inclusatildeo se efetive com alicerce

suficiente para se sustentar

Nos finais do Impeacuterio o atendimento a essa clientela era vinculada agrave

sauacutede Nos anos 20 do seacuteculo passado iniciou-se uma crescente preocupaccedilatildeo

com a questatildeo propriamente pedagoacutegica porem influenciada pela abordagem

psicoloacutegica natildeo abandonando o campo da sauacutede

Para atender agraves demandas cada professor deveria estar apto a

elaborar incrementar e implementar situaccedilotildees de ensino que favorecessem a

construccedilatildeo dos conceitos mais primaacuterios aos mais complexos Eacute importante

que o professor organize seu planejamento de maneira que natildeo passem

despercebidos pelas situaccedilotildees de ensino conceitos que podem parecer

simples mas que na verdade satildeo preacute-requisitos para o que se pensa ser o

mais importante Contudo natildeo satildeo poucos os casos em que as situaccedilotildees

acabam sendo apresentadas de forma restrita sem pertinecircncia aos alunos que

participam da accedilatildeo inclusiva

O cotidiano de sala de aula requer na atualidade a efetivaccedilatildeo de accedilotildees

didaacuteticas flexiacuteveis poreacutem contextualizadas a adequaccedilatildeo de recursos sem

depreciar a capacidade e a imagem do aluno com o qual interagimos uma

reformulaccedilatildeo das dinacircmicas em sala de aula que possibilite a participaccedilatildeo

39

efetiva de todos

Muitos recursos muitas vezes satildeo pouco explorados ou ateacute mesmo

desconsiderados pelo professor com o passar dos niacuteveis propostos pelo

sistema de educaccedilatildeo No entanto quando o professor eacute o agente mediador de

um contexto educacional no qual a diversidade estaacute mais complexa devido agraves

demandas que um tipo de necessidade educativa especial pode gerar eacute

essencial que ele natildeo perca de vista a validade de determinados recursos

diante da construccedilatildeo de conceitos mais elaborados ou abstratos (FERREIRA

2004)

Valorizar a singularidade de cada ser humano eacute um compromisso eacutetico

de contribuir com as transformaccedilotildees necessaacuterias agrave construccedilatildeo de uma

sociedade mais justa (SOUZA SILVA 2005 p 239)

Um sistema escolar inclusivo precisa investir na capacitaccedilatildeo contiacutenua dos

professores e funcionaacuterios das escolas realizando o chamamento dos que

ainda natildeo se consideram envolvidos para um processo de sensibilizaccedilatildeo e

atualizaccedilatildeo constante de toda escola e comunidade Nesse aspecto a

assessoria ao professor eacute fundamental para orientaccedilatildeo e anaacutelise na busca de

soluccedilotildees para os problemas surgidos na sala de aula no aprofundamento das

questotildees teoacutericas na construccedilatildeo de intervenccedilotildees pedagoacutegicas na seleccedilatildeo de

recursos materiais e tecnoloacutegicos para a aprendizagem dos alunos no

processo de avaliaccedilatildeo na inter-relaccedilatildeo com as famiacutelias bem como na

mediaccedilatildeo entre escola e serviccedilos especializados para atendimento ao aluno

com necessidades educacionais na aacuterea da sauacutede da assistecircncia social do

trabalho entre outros (BEYER 2005)

Para Marques (2006) inclusatildeo escolar implica numa reorganizaccedilatildeo

estrutural da escola de todos os elementos da praacutetica pedagoacutegica

considerando o dado do muacuteltiplo da diversidade e natildeo mais o padratildeo

universal O atual momento histoacuterico exige uma participaccedilatildeo efetiva da escola

como instituiccedilatildeo loacutecus do conhecimento e da formaccedilatildeo de cidadatildeos capazes de

intervir nos rumos da sociedade Neste sentido faz-se necessaacuteria uma escola

criativa onde todos os seus componentes sejam co-sujeitos na produccedilatildeo de um

saber-instrumento para o conviacutevio escolar e social Cabe portanto a alunos

professores e sujeitos desse processo planejar e construir as diferentes etapas

de nossa caminhada etapas que se num primeiro momento satildeo idealizadas

40

logo transformam-se em realidade pela reflexatildeo criacutetica de nossas proacuteprias

possibilidades na construccedilatildeo dessa nova escola Assim eacute preciso

redimensionar o modo de pensar e fazer a educaccedilatildeo tarefa por natureza

complexa que envolve elementos poliacuteticos soacutecio-econocircmicos teacutecnicos e

culturais

Essa postura por sua vez implica na superaccedilatildeo da dicotomia e

fragmentaccedilatildeo das atribuiccedilotildees dos agentes educativos dos rituais dos

conteuacutedos metodoloacutegicos dos recursos pedagoacutegicos do processo de

avaliaccedilatildeo bem como das concepccedilotildees de educaccedilatildeo e de sociedade Enfatiza

tambeacutem que implica para o professor em uma seacuterie de mudanccedilas com relaccedilatildeo

a sua postura pressuposto baacutesico de sua atuaccedilatildeo a compreensatildeo das

diferentes necessidades educacionais de seus alunos sendo necessaacuteria aacute

flexibilizaccedilatildeo do professor no exerciacutecio do compromisso eacutetico para se adequar

agraves novas situaccedilotildees que surgiratildeo em decorrecircncia das diversidades presentes

em seu cotidiano atentando para a supressatildeo de uma possiacutevel postura

discriminatoacuteria

Zimmermann (2008) destaca que a instituiccedilatildeo escolar precisa redefinir

sua base de estrutura organizacional destituindo-se de burocracias

reorganizando grades curriculares proporcionando maior ecircnfase agrave formaccedilatildeo

humana dos professores e afinando a relaccedilatildeo famiacutelia

escola propondo uma

praacutetica pedagoacutegica coletiva dinacircmica e flexiacutevel para atender esta nova

realidade educacional A educaccedilatildeo inclusiva tem forccedila transformadora e

aponta para uma nova era natildeo somente educacional mas para uma sociedade

inclusiva

Segundo Mittler (2008) as escolas a volta poderiam tentar encontrar

novos modos de pedir aos pais as suas opiniotildees sobre como poderiam ser

fortalecidos os viacutenculos entre lar e a escola Os viacutenculos mais iacutentimos entre

pais e professor natildeo podem ser prescritos de cima para baixo mas sim

fundamentados nos desejos e nas prioridades daquele que estatildeo nessa aacuterea

A uacuteltima palavra vai para um grupo de pais de crianccedilas com

necessidades especiais e deficiecircncia ( RUSSEL 1997 apud MITTEL

2008p227)

a) Por favor aceite e valorize nossas crianccedilas (e noacutes mesmos como

famiacutelia) como noacutes somos valorizados

41

b) Por favor celebre a diferenccedila

c) Por favor aceite nossas crianccedilas primeiramente como crianccedilas Natildeo

coloque roacutetulos nelas a menos que vocecirc pretenda fazer algo

d) Por favor reconheccedila seu poder sobre nossas vidas Vivemos com as

consequumlecircncias de suas opiniotildees e decisotildees

e) Por favor entenda a tensatildeo sob qual muitas famiacutelias estatildeo vivendo

Os encontros cancelados a lista de espera que ningueacutem consegue

chegar ao inicio todas as discussotildees sobre recursos eacute sobre nossa

vida que vocecirc esta falando

f) Por favor natildeo use modas passageiras e tratamentos conosco a

menos que vocecirc vai estar conosco E natildeo esqueccedila que as famiacutelias

tecircm muitos membros muitas responsabilidades Agraves vezes natildeo

podemos agradar a todo mundo

g) Por favor reconheccedila que aacutes vezes noacutes eacute que temos razatildeo Por favor

acredite em noacutes e escute o que sabemos sobre o que noacutes e nossas

crianccedilas necessitamos

h) Agraves vezes estamos tristes cansados e deprimidos Por favor valorize

nos como famiacutelias preocupadas e comprometidas e tente continuar a

trabalhar conosco

Limaverde (2009) acredita que a maioria dos professores vem de

cursos onde a discussatildeo da teoria e da praacutetica ainda eacute dividida Discute-se

teoria e praacutetica de maneira isolada Ainda se estuda uma teoria idealizada

Poucos cursos de formaccedilatildeo de professores oferecem de modo obrigatoacuterio em

seus curriacuteculos as disciplinas relacionadas agrave diferenccedila agraves deficiecircncias Aleacutem

da formaccedilatildeo do nuacutecleo comum eles tambeacutem precisam se atentar para essas

especificidades Haacute uma obrigatoriedade de se ofertar nos cursos de

pedagogia a disciplina de Libras Mas isso natildeo deve ocorrer apenas na

formaccedilatildeo inicial mas tambeacutem na formaccedilatildeo continuada que eacute aquela em

serviccedilo mas que muitas vezes natildeo contemplam essas especificidades

O problema de formaccedilatildeo eacute muito grave porque repercute nessa

inseguranccedila do professor no preconceito no medo Aleacutem do entrave da

formaccedilatildeo no aspecto pedagoacutegico as escolas elaboram seu projeto poliacutetico

pedagoacutegico sem levar em conta a presenccedila do aluno com deficiecircncia As

praacuteticas a organizaccedilatildeo da sala de aula natildeo leva em conta a presenccedila desse

42

aluno Onde natildeo haacute uma interlocuccedilatildeo mais refinada entre o ensino comum e a

Educaccedilatildeo Especial com esse saber mais especiacutefico natildeo haacute inclusatildeo

A inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino Assim na formaccedilatildeo do professor teria dois espaccedilos um da sala de

aula que eacute a formaccedilatildeo comum para todos os professores contemplando

desenvolvimento aprendizagem e uma na formaccedilatildeo continuada Uma

formaccedilatildeo que atenda agraves diferenccedilas da sala de aula o atendimento agrave educaccedilatildeo

especializada aleacutem da formaccedilatildeo baacutesica cursos de extensatildeo de libras de

soroban de braile de tecnologia assistida para que esse professor possa

atender a especificidade desses alunos O aluno com deficiecircncia eacute um ser

humano que se desenvolve como qualquer outro As teorias e teacutecnicas que

foram estudadas satildeo suporte para esse trabalho Agora o que vai modificar na

sua atuaccedilatildeo eacute a maneira como ele organiza suas praacuteticas pedagoacutegicas Na

maioria das vezes eles organizam praacuteticas homogecircneas do aluno idealizado Eacute

importante um planejamento para pensar essas diferenccedilas na sala de aula Eacute

um trabalho do projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

21 Concepccedilotildees de professores sobre a inclusatildeo na educaccedilatildeo regular e

especial

Inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino (LIMAVERDE 2009)

Apenas a partir do seacuteculo XX verificou-se uma melhor aceitaccedilatildeo das

pessoas com necessidades especiais momento em que se iniciou a sua

desinstitucionalizaccedilatildeo e educaccedilatildeo escolar Ateacute este periacuteodo eram segregados

e praticamente privados de conviacutevio social Entretanto verifica-se que as

conquistas ainda foram poucas pois o preconceito a ignoracircncia e a

discriminaccedilatildeo ainda satildeo muito fortes em relaccedilatildeo ao deficiente e a deficiecircncia

Para Carmo (2000) a inclusatildeo eacute um assunto que deve ser refletido e

investigado com muita precisatildeo jaacute que a sociedade pode estar criando uma

nova modalidade a de excluiacutedos dentro da inclusatildeo podemos assim concluir

nessa reflexatildeo para que haja o processo de ensino-aprendizagem nos alunos

portadores de necessidades educacionais especiais o professor teraacute que se

43

capacitar para atender a proposta desta nova face da educaccedilatildeo brasileira ele

teraacute que tentar conciliar as teorias sobre o assunto com sua pratica e a

realidade da sala de aula Pois soacute assim a inclusatildeo do aluno portador de

necessidades educacionais especiais seraacute bem sucedida e gerando bons

resultados no futuro

Assim a inclusatildeo deste tipo de aluno requer novas posturas tanto aos

professores quanto ao sistema educacional brasileiro levando em consideraccedilatildeo

que todos noacutes estaremos ganhando Lembrando tambeacutem que este processo

de aprendizagem requer a reciprocidade das experiecircncias entre o aluno com

necessidades educacionais especiais o professor e os demais alunos Um

processo de aprendizagem onde todos participam a aquisiccedilatildeo do

conhecimento ocorreraacute com mais facilidade

Mantoan Pietro Arantes (2006) acredita que recriar um novo modelo

educativo com ensino de qualidade que diga natildeo aacute exclusatildeo social implica em

condiccedilotildees de trabalho pedagoacutegico e uma rede de saberes que se entrelaccedilam e

caminham no sentido contraacuterio do paradigma tradicional de educaccedilatildeo

segregadora Eacute uma reviravolta complexa mas possiacutevel basta que lutemos por

ela que nos aperfeiccediloemos e estejamos abertos a colaborar na busca dos

caminhos pedagoacutegicos da inclusatildeo Pois nem todas as diferenccedilas

necessariamente inferiorizam as pessoas Elas tem diferenccedilas e igualdades

mas entre elas nem tudo deve ser igual assim como nem tudo deve ser

diferente

De acordo com Santos (apud MANTOAN2003 p34 ) eacute preciso que

tenhamos o direito de sermos diferentes quando a igualdade nos

descaracteriza e o direito de sermos iguais quando a diferenccedila nos inferioriza

Assim a luta pela escola inclusiva embora seja contestada e tenha ateacute

mesmo assustado a comunidade escolar exige mudanccedila de haacutebitos e atitudes

pela sua loacutegica e eacutetica nos remete a refletir e reconhecer que trata-se de um

posicionamento social que garante a vida com igualdade pautada pelo

respeito agraves diferenccedilas Apesar das iniciativas acanhadas da comunidade

escolar e da sociedade geral eacute possiacutevel adequar a escola para um novo

tempo Precisa estar imbuiacutedos de boa vontade e compromisso enfrentar com

seguranccedila e otimismo este desafio enxergar a clareza e obviedade eacutetica da

proposta inclusiva e contribuir para o desmantelamento dessa maacutequina escolar

44

enferrujada

Para Lisita e Souza (2003) das utopias concretas da modernidade tem-

se hoje apenas a certeza da transitoriedade O sentido da revoluccedilatildeo antes

propagado daacute lugar a um leque de possibilidades as quais se abrem num

horizonte virtual em constantes mudanccedilas Que se trata de uma nova realidade

mundial natildeo se discute Indaga-se no entanto o que se tem a fazer diante de

tal realidade

Nesse sentido a ciecircncia e a tecnologia tecircm se constituiacutedo nos principais

agentes de proposiccedilatildeo e de determinaccedilatildeo dessas mudanccedilas A sensaccedilatildeo que

se tem eacute a de que amanheceremos a cada dia num novo mundo repleto de

novidades e onde o ontem estaacute cada vez e mais rapidamente distante

O cenaacuterio do mundo atual evidencia um movimento em direccedilatildeo a um

sentido de inclusatildeo social o sujeito com deficiecircncia passa a dividir a cena com

os sujeitos sem deficiecircncia coabitando os diversos espaccedilos sociais Nota-se

pois um grande dinamismo experimentado pelos sujeitos e em particular

pelos sujeitos com deficiecircncia num mundo onde conceitos e praacuteticas assumem

cada vez mais um caraacuteter efecircmero e de possibilidades muacuteltiplas

Segundo Ferreira e Glat (2004) satildeo frequentes relatos de professores

principalmente em conselhos de classe sobre a dificuldade de determinados

alunos quanto agrave efetivaccedilatildeo de algumas propostas educacionais Na maioria

das situaccedilotildees o que de fato acontece natildeo eacute uma dificuldade do aluno em

realizar ou compreender a atividade solicitada e sim uma inadequaccedilatildeo do

procedimento dos objetivos eou da avaliaccedilatildeo realizada pelo professor Nesse

sentido eacute importante o professor analisar algumas questotildees como

a) de que maneira todos os alunos poderatildeo participar da aula proposta

b) se haacute necessidade de apoio adaptaccedilotildees e como fazecirc-las para sua

plena participaccedilatildeo

c) que expectativas devem ser esperadas eou modificadas para a

efetivaccedilatildeo da atividade (como os alunos demonstram o que sabem a

quantidade e qualidade das atividades propostas)

d) quais satildeo os objetivos prioritaacuterios para a aprendizagem

Enfim eacute do conhecimento de todos que natildeo haacute formas sem

precedentes que se bastem ou que se perpetuem diante das realidades

necessidades e demandas dos alunos que compotildeem as salas de aula que hoje

45

cada professor assume Eacute importante a busca constante de praacuteticas pautadas

no contexto que o aluno vivencia inovadoras pois o trabalho eacute dinacircmico

sendo fundamental que cada profissional pense na sua disponibilidade para a

construccedilatildeo de praacuteticas efetivas que conduzam a uma educaccedilatildeo de qualidade

para todos como descrevem Ferreira e Glat 2004

Poso (2004) acredita que por um lado os professores julgam-se

incapazes de dar conta dessa demanda despreparados e impotentes frente a

essa realidade que eacute agravada pela falta de material adequado de apoio

administrativo e recursos financeiros

Mantoan (2003) enfatiza que a radicalidade da inclusatildeo vem do fato de

esta exigir uma mudanccedila de paradigma educacional onde na perspectiva

inclusiva suprime-se a sub-divisatildeo dos sistemas escolares em modalidades de

ensino especial e regular As escolas atendem as diferenccedilas sem discriminar

sem estabelecer prioridades e necessidades sem estabelecer regras

diferenciadas para cada caso no planejamento avaliaccedilatildeo e aprendizado

Assim pode-se imaginar o impacto da inclusatildeo nos sistemas de ensino ao

supor a aboliccedilatildeo completa dos serviccedilos segregados da educaccedilatildeo especial os

programas de reforccedilo escolar salas de aceleraccedilatildeo e turmas especiais

Desta forma a inclusatildeo eacute uma provocaccedilatildeo cuja intenccedilatildeo eacute melhorar a

qualidade do ensino atingindo todos os alunos de uma forma globalizada

Incluir eacute necessaacuterio primordialmente para melhorar as condiccedilotildees da escola

de modo que nela se possam formar geraccedilotildees mais preparadas para viver a

vida na sua plenitude livremente sem preconceitos sem barreiras Confirma-

se assim mais uma vez a necessidade de a educaccedilatildeo se atualizar e os

professores aperfeiccediloarem as suas praacuteticas para que as escolas se obriguem

a um esforccedilo de modernizaccedilatildeo e reestruturaccedilatildeo de suas condiccedilotildees atuais

Pretende-se que a escola seja inclusiva eacute primordial que seus planos se

redefinam para uma educaccedilatildeo voltada agrave cidadania global plena livre de

preconceitos e disposta a reconhecer e entende as diferenccedilas entre as

pessoas principalmente quanto aos seus aspectos fiacutesico mental e intelectual

Natildeo basta uma educaccedilatildeo para a cidadania eacute preciso educar para a liberdade

e nesse sentido nenhuma forma de subordinaccedilatildeo intelectual pode ser

admitida

Os desafios para a concretizaccedilatildeo dos ideais inclusivos na educaccedilatildeo

46

brasileira satildeo inuacutemeros Haacute ainda de se vencer os desafios que impotildee o

conservadorismo das instituiccedilotildees especializadas e enfrentar as pressotildees

poliacuteticas e das pessoas com deficiecircncia ainda muito habituadas a seus roacutetulos

e a benefiacutecios que acentuam a incapacidade as limitaccedilotildees o paternalismo e o

protecionismo social

Smeha Ferreira (2005) descrevem que vaacuterios professores afirmam

apresentar sentimentos de despreparo para trabalharem junto agraves crianccedilas com

necessidades especiais Que natildeo tiveram em sua formaccedilatildeo acadecircmica o

preparo adequado que os capacite a lidar com a diversidade e isso gera

intenso sofrimento pois ensinar crianccedilas com limitaccedilotildees exige conhecimento

competecircncia e habilidade para que o processo inclusivo seja efetivado

Os professores foram preparados para trabalharem com as crianccedilas que

aprendem assim quando eles se deparam com as limitaccedilotildees na

aprendizagem sentem frustraccedilatildeo anguacutestia impotecircncia e medo Portanto faz-

se necessaacuterio uma significativa reformulaccedilatildeo nos cursos de graduaccedilatildeo que

estatildeo formando professores os quais certamente teratildeo alunos com

necessidades educativas especiais em sua trajetoacuteria profissional Aliaacutes essa

reformulaccedilatildeo deve abarcar natildeo somente conhecimentos sobre educaccedilatildeo de

pessoas com deficiecircncia mas tambeacutem oportunizar autoconhecimento para

que os professores possam atuar de forma mais confiante atendendo agraves

demandas educacionais especiais com mais prazer e menos sofrimento Aleacutem

da reestruturaccedilatildeo nas aacutereas que envolvem a formaccedilatildeo de professores para

que o trabalho docente possa acontecer com menor prejuiacutezo agrave sauacutede mental

parece primordial que o investimento transcenda a capacitaccedilatildeo relacionada aos

conhecimentos teacutecnicos e permeie o campo da sauacutede mental no trabalho

O suporte aos aspectos psicoloacutegicos dos professores precisam ser

contemplados com grupos de reflexatildeo ou de apoio um espaccedilo que possa

oportunizar-lhes aos mesmos falar sobre seus sentimentos dificuldades

medos ou fantasias Seria um momento para problematizar e encontrar

ressignificaccedilatildeo no exerciacutecio docente que cada vez mais precisa ser alicerccedilado

no respeito agrave diversidade humana Eacute importante tambeacutem salientar que natildeo eacute

apenas o processo de inclusatildeo o responsaacutevel pelo sofrimento docente muitos

satildeo propensos ao stress devido agraves suas proacuteprias vivecircncias pessoais e agraves

exigecircncias da contemporaneidade

47

De acordo com Souza Silva (2009)

No tocante ao trabalho docente novas propostas se fazem necessaacuterias devido agraves transformaccedilotildees educacionais que estatildeo ocorrendo de forma acelerada exigindo assim novas aprendizagens que possam contribuir para a formaccedilatildeo de profissionais capazes de responder aos novos desafios colocados agrave nossa realidade

Para Bartalotti (2006) nos dias atuais frente ao processo de inclusatildeo

como uma possibilidade embora ainda natildeo como uma realidade haacute um grande

caminho a ser percorrido Pois se olhar em volta para cada ser humano que

nos rodeia ver-se-ia o quanto ainda se tem que caminhar para a construccedilatildeo

de uma sociedade verdadeiramente inclusiva Exclui-se apenas com o olhar

com palavras quantas vezes menospreza-se o outro por ele ter um gosto

uma crenccedila religiosa situaccedilatildeo financeira cor de pele estatura e peso corporal

diferente por nos aceitos E sem a menor preocupaccedilatildeo decidi-se que esta ou

aquela pessoa natildeo serve para estar junto de noacutes de nossos filhos frequentar

nosso clube casa ou templo religioso Jaacute sentem-se excluiacutedos e rejeitados em

diferentes situaccedilotildees sentem-se olhados como diferentes indesejaacuteveis

estranhos certamente essa natildeo eacute uma sensaccedilatildeo agradaacutevel quem jaacute passou

por ela natildeo deseja repetir a experiecircncia

Para que a inclusatildeo ocorra eacute necessaacuterio que a sociedade passe pelo

aprimoramento das relaccedilotildees sociais pela compreensatildeo de que o verdadeiro

pensamento inclusivo eacute aquele que natildeo categoriza ou rotula as pessoas por

ordem de valor valor esse atribuiacutedo muitas vezes atraveacutes de estereoacutetipos

estigmas conhecimentos instituiacutedos pensar inclusivamente eacute aprender a olhar

cada pessoa e buscar nela seu real valor construiacutedo nas relaccedilotildees cotidianas

nos seus sonhos e expectativas e nas suas accedilotildees concretas no mundo

Acredita-se tambeacutem que muitas vezes fala-se que a inclusatildeo eacute uma

utopia muitos natildeo acreditam que a sociedade seja capaz desse movimento

Inclusatildeo eacute sim possibilidade assim como eacute possibilidade a construccedilatildeo de uma

sociedade mais digna para todos com ou sem deficiecircncia

Para Tessaro (2009) existe todo um discurso proacute agrave inclusatildeo em vaacuterios

segmentos da sociedade dentre os quais no ambiente escolar A inclusatildeo eacute

algo que vem se efetivando mesmo que a duras penas buscando superar toda

uma histoacuteria de isolamento discriminaccedilatildeo e preconceito Tem provocado

48

muitos questionamentos principalmente no meio acadecircmico tais como O que

eacute inclusatildeo escolar Por que incluir Qual eacute a opiniatildeo dos alunos com

deficiecircncia e dos professores sobre inclusatildeo A escola possui infra-estrutura

adequada para participar da inclusatildeo escolar Os alunos deficientes se sentem

bem com a inclusatildeo escolar Os professores estatildeo capacitados para educaccedilatildeo

inclusiva

Dutra (2007) destaca que as principais dificuldades no processo de

inclusatildeo escolar do aluno especial eacute a ausecircncia de preparo e de uma

formaccedilatildeo mais teacutecnica que visa suprir as necessidades destes alunos

mediadas pelo professor e tambeacutem agrave falta de boas condiccedilotildees fiacutesicas nas

escolas pra receber estes alunos

Jesus (2007) enfatiza que a inclusatildeo dos portadores de necessidades

educacionais especiais na escola eacute algo essencial agrave educaccedilatildeo mas eacute preciso

ser feita de maneira correta porque nem todos podem estar na escola ou

estatildeo preparados para nela estar por natildeo terem capacidade fisioloacutegica Esse eacute

um assunto muito discutido por alguns especialistas da educaccedilatildeo especial que

buscam uma maneira eficiente de incluir todos as crianccedilas e jovens que

possuem alguma necessidade educacional especial

Nesse sentido Mantoan (2006) afirma que a condiccedilatildeo primeira para

inclusatildeo deixe de ser uma ameaccedila ao que hoje a escola defende e adota como

pratica pedagoacutegica e abandonar tudo que leva a tolerar as pessoas com

deficiecircncia na sala de aula

Natildeo pode se ter um ambiente mais propiacutecio para tal processo de

conscientizaccedilatildeo do que a escola Pois seraacute por meio dessa interaccedilatildeo entre

crianccedilas que se construiraacute uma naccedilatildeo mais justa e igualitaacuteria onde todos

juntos aprenderatildeo a conviver e a se respeitarem Respeito que eacute sonhado por

todos que se espera construir um novo amanhatilde mais digno

O assunto eacute fundamental para ser discutido por todas as pessoas

envolvidas com a educaccedilatildeo e que busquem uma naccedilatildeo com menos

desigualdade social oportunidades para todos uma educaccedilatildeo que priorize o

ser e natildeo ter e uma realidade igualitaacuteria A inclusatildeo eacute acima de tudo a

transformaccedilatildeo da pratica pedagoacutegica de todos os profissionais de educaccedilatildeo

Os registros de textos artigos e livros enfatizam que sobre a

aplicabilidade atual de inclusatildeo escolar satildeo insatisfatoacuterios e que natildeo houve

49

diferenccedilas entre os alunos e entre os professores quanto a essa dimensatildeo Os

professores e os alunos expressaram vaacuterias dificuldades envolvidas nesse

processo destacando se a falta de infra-estrutura das escolas a falta de

preparocapacitaccedilatildeo profissional discriminaccedilatildeo social e a falta de aceitaccedilatildeo da

inclusatildeo

Os professores de educaccedilatildeo especial demonstraram dar mais creacutedito agrave

educaccedilatildeo inclusiva do que os do ensino regular Os alunos deficientes

demonstraram dar menos creacutedito agrave inclusatildeo do que os natildeo deficientes Os

sentimentos decorrentes da inclusatildeo que predominaram entre professores e os

alunos com deficiecircncia foram negativos enquanto entre os alunos natildeo

deficientes prevaleceram os positivos (TESSARO 2009)

Para Fonseca (2004) promover a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma tarefa de

uma equipe multidisciplinar que deve adotar uma estrateacutegia do tipo pensar em

grupo eacute pensar melhor pois soacute dessa forma se podem explorar todas as

opccedilotildees potenciais de inclusatildeo e natildeo soacute as mais coerentes acessiacuteveis ou

tradicionais Sem uma dinacircmica de grupo natildeo se podem discutir e implementar

planos educacionais individualizados na educaccedilatildeo inclusiva transpondo para

sala de aula regular programas inovadores desde a modificaccedilatildeo de

comportamento ao enriquecimento linguumliacutestico ou cognitivo

Ensino em equipe com vaacuterios professores que agem e pensam em

conjunto criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees inovaccedilotildees na instruccedilatildeo na avaliaccedilatildeo

aprendizagem cooperativa e interativa criaccedilatildeo de projetos de suporte muacuteltiplo

serviccedilos de encaminhamentos diagnoacutesticos dinacircmicos e prescritivos em

termos de praacutetica de intervenccedilatildeo na sala de aula regular aprofundamento eacutetico

e legal dos pressupostos morais da inclusatildeo social construccedilatildeo de instrumentos

de investigaccedilatildeo-accedilatildeo entre outros satildeo desafios que se colocam hoje mais do

lado do ensino do que da aprendizagem

Para Almeida Anjos (2007) vaacuterios professores destacam tensotildees que

sempre se preservaram em suas percepccedilotildees e atitudes sejam referentes agraves

pessoas com necessidades educacionais especiais sejam relativas a

dificuldades em relaccedilatildeo a si proacuteprios e aos seus saberes profissionais No

entanto os profissionais apontam em suas falas as possibilidades de transpor

tais dificuldades vividas no trabalho com alunos especiais na rotina de seu dia

a dia de trabalho

50

Laraia (1992 apud ALMEIDA ANJOS 2007) acredita que nenhuma

ordem social eacute baseada em verdades inatas que as mudanccedilas nas praacuteticas

pedagoacutegicas com a diversidade dos alunos passam por uma mudanccedila de

nossas concepccedilotildees e valores Que eacute preciso uma formaccedilatildeo que coloque o

profissional da educaccedilatildeo em conflito com seus conhecimentos e concepccedilotildees a

partir da relaccedilatildeo entre a teoria e a praacutetica para entatildeo podermos comeccedilar a

pensar em inclusatildeo Assim a partir dos pressupostos da ciecircncia social criacutetica

sustentada pelo interesse colaborativo procuramos programar com os

profissionais encontros de estudoreflexatildeo das tensotildees e possibilidades que

envolvem o trabalho com alunos com necessidades educacionais especiais

enfatizar ainda como o lazer e recreaccedilatildeo podem ser facilitadores do processo

de inclusatildeo escolar

Zimmermann (2008) acredita que para conseguir reformar a instituiccedilatildeo

escolar primeiramente se tem que reformar as mentes entretanto natildeo

conseguiraacute reformar mentes sem que se realize uma preacutevia reforma de

instituiccedilotildees Vive-se uma crise de paradigmas e toda a crise gera medos

inseguranccedila e incertezas mas propotildee-se que seja este o momento de ousadia

e de busca de alternativas que sustente e norteie para realizar-se as mudanccedilas

que o momento propotildee Que a escola seja um espaccedilo vivo de formaccedilatildeo para

todos e um ambiente verdadeiramente inclusivo eacute preciso que as poliacuteticas

puacuteblicas de educaccedilatildeo sejam direcionadas aacute inclusatildeo que os educadores

desacomodem-se combatendo a descrenccedila e o pessimismo mostrando que a

inclusatildeo eacute um momento oportuno para professores e a comunidade escolar

demonstrarem sua competecircncia e principalmente suas responsabilidades

educacionais

Esta mudanccedila de perspectiva educacional propotildee que os educadores

faccedilam a diferenccedila buscando conhecimento e contribuindo com uma praacutetica

ressignificada desenvolvendo uma educaccedilatildeo baseada na afetividade e na

superaccedilatildeo de limites que as crianccedilas aprendam a respeitar as diferenccedilas em

sala de aula preparando-as assim para o futuro a vida e o mercado de

trabalho pois vivendo a experiecircncia inclusiva seratildeo adultos bem diferentes de

noacutes e por certo natildeo faratildeo discriminaccedilotildees sociais

Arauacutejo (2008) relata a opiniatildeo dos professores sobre a inclusatildeo escolar

enfatizando com veemecircncia de que a inclusatildeo escolar do aluno portador de

51

necessidades educacionais especiais eacute um assunto muito interessante e

delicado e levantaram a conscientizaccedilatildeo desse aluno sobre o direito deste

frequentar o ensino regular no entanto essa inclusatildeo na visatildeo deles estaacute

acontecendo de forma errocircnea Pois os professores da rede regular de ensino

em sua quase totalidade natildeo estatildeo preparados para lidar com esta nova fase

da educaccedilatildeo brasileira

Tem que se pensar que para que a inclusatildeo se concretize natildeo basta

estar garantido na legislaccedilatildeo mas demanda modificaccedilotildees profundas e

importantes no sistema de ensino Essas mudanccedilas deveratildeo levar em conta o

contexto soacutecio econocircmico aleacutem de serem gradativas planejadas e contiacutenuas

para garantir uma educaccedilatildeo de oacutetima qualidade (BUENO 1998 apud

PEREIRA 2009)

Pereira (2009) acredita que a inclusatildeo depende de mudanccedila de valores

da sociedade e a vivencia de um novo paradigma que natildeo se faz com simples

recomendaccedilotildees teacutecnicas como se fossem receitas de bolo mas com reflexotildees

dos professores direccedilotildees pais alunos equipe multidisciplinar e a comunidade

Essa questatildeo natildeo eacute tatildeo simples assim pois devemos levar em conta as

diferenccedilas Como colocar no mesmo espaccedilo demandas tatildeo diferentes e

especiacuteficas se muitas vezes nem a escola especial consegue dar conta desse

atendimento de forma adequada Deparar-se com frequecircncia com as

resistecircncias dos professores e direccedilotildees manifestadas atraveacutes de

questionamentos e queixas ou ateacute mesmo com expectativas de que possa

apresentar soluccedilotildees maacutegicas de aplicaccedilatildeo imediata causando certa decepccedilatildeo

e frustraccedilatildeo pois ela natildeo existe

O problema se agrava quando se vecirc o professor totalmente dependente

do apoio ou assessoria de profissionais da aacuterea da sauacutede pois neste caso a

questatildeo cliacutenica eacute fundamental e se sobressai e novamente o pedagoacutegico fica

esquecido Com isso o professor se sente desvalorizado incapaz e fora do

processo por considerar esse aluno como doente concluindo que natildeo pode

fazer nada por ele pois ele precisa de tratamento especializado de

profissionais qualificados da aacuterea da sauacutede desistindo assim de assumir tal

tarefa

Desta forma parece que o professor esquece seu papel poreacutem natildeo se

considera o momento do professor sua formaccedilatildeo as condiccedilotildees da proacutepria

52

escola em receber esses alunos que entram nas escolas e continuam

excluiacutedos de todo o processo de ensino-aprendizagem e social causando

frustraccedilatildeo e fracassos dificultando assim a proposta de inclusatildeo Por um lado

os professores julgam-se incapazes de dar conta dessa demanda

despreparados e impotentes frente a essa realidade que eacute agravada dia-a-dia

pela falta de material adequado de apoio administrativo e recursos financeiros

Limaverde (2009) salienta que no Brasil estaacute acontecendo um grande

movimento proacute-inclusatildeo que tem sido fortalecido a partir da sistematizaccedilatildeo do

que se trata o atendimento educacional especializado Existem realidades

muito proacuteximas em relaccedilatildeo ao atendimento desses alunos mas ainda tem

muitas compreensotildees equivocadas sobre a inclusatildeo de alunos com deficiecircncia

Alguns municiacutepios brasileiros pensam que fazem inclusatildeo mas na verdade

eles tecircm feito integraccedilatildeo Percebe-se que alunos que frequentam escolas

comuns salas comuns de ensino natildeo participam efetivamente das aulas ou

das atividades realizadas e essas escolas alegam que esses alunos natildeo tecircm

condiccedilotildees de fazer as atividades e que por isso eles fazem outras atividades

diferenciadas Desta forma natildeo ocorre a inclusatildeo Isso eacute uma integraccedilatildeo

porque o aluno estaacute integrado na sala de aula comum mas ele natildeo participa

das atividades realizadas pelos demais colegas

Muitos municiacutepios brasileiros que estatildeo em processo de transiccedilatildeo ou

seja eles estatildeo implantando o atendimento educacional especializado de

caraacuteter complementar e ao mesmo tempo estatildeo ainda com problemas

relacionados agrave inclusatildeo desses alunos como por exemplo a manutenccedilatildeo de

classes especiais A partir da formaccedilatildeo de 2007 para caacute os municiacutepios tecircm se

reorganizado para atendimento educacional especializado mas ainda eacute uma

realidade muito diferenciada

A inclusatildeo soacute eacute possiacutevel onde houver respeito agrave diferenccedila e

consequentemente a adoccedilatildeo de praacuteticas pedagoacutegicas que permitam agraves

pessoas com deficiecircncia aprender e ser reconhecidos e valorizados os

conhecimentos que satildeo capazes de produzir segundo seu ritmo e na medida

de suas possibilidades (SILVA 2009)

53

A menos que a atual oportunidade favoraacutevel seja aproveitada para melhorar as qualificaccedilotildees profissionais de professores em educaccedilatildeo especial e consequentemente a qualidade da educaccedilatildeo especial tememos que os proacuteximos 20 anos ainda possam ser um periacuteodo de esperanccedilas frustradas (RELATORIO WARNOCK 1978 paraacutegrafo 1932)

54

CONCLUSAtildeO

Diante do levantamento bibliograacutefico conclui-se que a inclusatildeo nos

moldes em que se encontra atualmente estaacute longe de atender a um ideal

Tal processo necessita de muitas transformaccedilotildees Os oacutergatildeos a ele

ligados diretamente ou indiretamente deveratildeo rever suas propostas metas e

meacutetodos de implantaccedilatildeo

Profissionais da sauacutede tambeacutem tecircm papeacuteis importantes em todo o

processo inclusivo pois em accedilatildeo conjunta com os educadores podem fazer um

trabalho mais completo e eficaz

A inclusatildeo escolar eacute uma praacutetica que abrange natildeo apenas os

profissionais especiacuteficos das aacutereas meacutedica e educacional mas tambeacutem

envolve um fator preponderante na vida do indiviacuteduo atendido por ela a famiacutelia

Esta constitui a base da crianccedila com necessidades educacionais especiais e

assumindo a postura devida pode oferecer a esta crianccedila o subsiacutedio para seu

desenvolvimento escolar bem como uma fonte de apoio aos profissionais

envolvidos

Aleacutem de uma nobre causa de cunho educacional a inclusatildeo constitui

ainda uma mudanccedila no comportamento da sociedade como um todo que

passa a ter que zelar por interesses coletivos outrora ignorados pela maioria

Devido ao periacuteodo decorrido desde as primeiras iniciativas ligadas ao

processo inclusivo verifica-se que o tempo eacute um fator indispensaacutevel para sua

concretizaccedilatildeo Esta provavelmente dar-se-aacute a partir do momento em que todos

os envolvidos assumirem suas devidas responsabilidades e se unirem por uma

educaccedilatildeo de qualidade embasada em um planejamento organizado bem

dirigido iacutentegro e sobretudo pautado no respeito ao ser humano e agrave

diversidade

55

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24

conhecer o sujeito natildeo eacute preciso orientar as

atividades e refletir cada accedilatildeo

o sucesso das intervenccedilotildees depende do

conhecimento humano e desenvolvimento

psicossocial dos interventores

Trabalhar com a

inclusatildeo requer

mudanccedilas de

paradigmas nessa praacutetica haacute uma identificaccedilatildeo subjetiva com

esse sujeito

como essa praacutetica foi se constituindo

qual era o objetivo da construccedilatildeo dessa praacutetica

A que se propotildee

quem satildeo os sujeitos que datildeo corpo a essa praacutetica

Trabalhar com

inclusatildeo requer

reflexatildeo sobre a

praacutetica por que esta opccedilatildeo e natildeo outra

compromisso com aprendizagem

compromisso com formaccedilatildeo

compromisso teacutecnico humano cientiacutefico

Trabalhar com

inclusatildeo requer

postura eacutetica compromisso com a qualidade na aprendizagem

Fonte adaptado Parolin 2006

Quadro 3 Preacute requisitos para o trabalho inclusivo

Atualmente coexistem pelo menos duas propostas para a educaccedilatildeo

especial uma em que conhecimentos acumulados sobre educaccedilatildeo especial

teoacutericos e praacuteticos devem estar a serviccedilo dos sistemas de ensino e portanto

das escolas e disponiacuteveis a todos os professores alunos e demais membros

da comunidade escolar que a qualquer momento podem requerecirc-los outra

em que se deve configurar um conjunto de recursos e serviccedilos educacionais

especializados dirigidos apenas agrave populaccedilatildeo escolar que apresente

solicitaccedilotildees que o ensino comum natildeo tem conseguido contemplar

De acordo com Glat Nogueira (2002 )

As poliacuteticas para a inclusatildeo devem ser concretizadas na forma de programas de capacitaccedilatildeo e acompanhamento contiacutenuo que orientem o trabalho docente na perspectiva da diminuiccedilatildeo gradativa

25

da exclusatildeo escolar o que visa a beneficiar natildeo apenas os alunos com necessidades especiais mas de uma forma geral a educaccedilatildeo escolar como um todo

Mantoan Prieto Arantes (2006) salientam que o planejamento e a

implantaccedilatildeo de poliacuteticas para atender a alunos com necessidades educacionais

especiais requerem domiacutenio conceitual sobre inclusatildeo escolar e sobre as

solicitaccedilotildees decorrentes de sua adoccedilatildeo enquanto princiacutepio eacutetico-poliacutetico bem

como a clara definiccedilatildeo dos princiacutepios e diretrizes nos planos e programas

elaborados permitindo a redefiniccedilatildeo dos papeis da educaccedilatildeo especial e do

atendimento desse alunado

A poliacutetica educacional brasileira tem deslocado progressivamente para

os municiacutepios parte da responsabilidade administrativa financeira e

pedagoacutegica pelo acesso e permanecircncia de alunos com necessidades

educacionais especiais nas escolas em decorrecircncia do processo de

municipalizaccedilatildeo do ensino fundamental Essa diretriz tem provocado alguns

impactos no atendimento a esse puacuteblico alvo Algumas prefeituras criaram

formas de atendimento educacional especializado outras ampliaram ou

mantiveram seus auxiacutelios e serviccedilos de ensino algumas estatildeo apenas

matriculando esses alunos em suas redes de ensino e haacute ainda as que

desativaram alguns serviccedilos prestados como por exemplo a oferta de

programas de transporte adaptado

No Brasil o atendimento educacional especializado era em 2004

desenvolvido na proporccedilatildeo de 13 para 23 referindo-se a escolas comuns

puacuteblicas e a escolas exclusivamente especializadas ou em classes especiais

respectivamente

A base de dados divulgada natildeo registra informaccedilotildees sobre matriacuteculas no

ensino superior mas revela que o atendimento estaacute centrado na educaccedilatildeo

infantil (109596 matriacuteculas que correspondem a 19 3 do total) e no ensino

fundamental (365359 ou 644) Haacute na EJA (Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos)

e na educaccedilatildeo profissional pouco mais de 41500 matriacuteculas em cada uma

dessas modalidades no ensino meacutedio as matriacuteculas equivaliam a 16 com

apenas 8281 alunos nesse niacutevel de ensino

A matriacutecula inicial na classe comum evoluiu de 1998 a 2002 em 151

Passamos de um total 439233 matriacuteculas em 1998 para 110536 em 2002

26

Em 2003 em dados aproximados havia 144100 alunos com necessidades

educacionais especiais nas referidas classes e em 2004 184800

evidenciando crescimento anual de 281 entre esses dois uacuteltimos anos

Deixa-se em aberto a possibilidade de sabermos que patamar de

atendimento foi atingido pois para isso precisariacuteamos ter dados sobre os que

estatildeo fora da escola portanto sem nenhum tipo de atendimento escolar

Eacute um dever natildeo cumprido averiguar se aos alunos com necessidades

educacionais especiais estaacute sendo garantido aleacutem do acesso agrave escola o

acesso agrave educaccedilatildeo aqui compreendida como processo de desenvolvimento

da capacidade fiacutesica intelectual e moral da crianccedila e do ser humano em geral

visando sua melhor integraccedilatildeo individual e social

Uma accedilatildeo que deve marcar as poliacuteticas puacuteblicas de educaccedilatildeo eacute a

formaccedilatildeo dos profissionais da educaccedilatildeo Sem deixar de considerar que em

educaccedilatildeo atuam profissionais no acircmbito teacutecnico-administrativo e em outras

funccedilotildees com importante papel no desenvolvimento de accedilotildees educacionais

14 Legislaccedilatildeo direitos e deveres na inclusatildeo

141 Leis e declaraccedilotildees internacionais

a) Declaraccedilatildeo de Cuenca - UNESCO - Equador 1981

b) Declaraccedilatildeo de Sunderberg - Torremolinos Espanha 1981

c) Resoluccedilotildees da XXIII Conferecircncia Sanitaacuteria Panamericana

- OPSOrganizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede - Washington DC USA -

1990

- Seminaacuterio Unesco - Caracas - Venezuela - 1992 - Informe Final

d) Declaraccedilatildeo de Santiago - Chile - 1993

e) Assembleacuteia Geral das Naccedilotildees Unidas - New York USA - 1993

Normas

- Uniformes sobre a igualdade de oportunidade para pessoas com

incapacidades

f) Declaraccedilatildeo Mundial de Educaccedilatildeo para Todos - UNICEF - Jon Tien

Tailacircndia - 1990

27

g) Declaraccedilatildeo de Salamanca - Salamanca Espanha princiacutepios poliacuteticas

e praacutetica em Educaccedilatildeo Especial - 1994 - criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de sistemas

educacionais inclusivos

142 Leis nacionais

a) Constituiccedilatildeo Federal de 1988 - Tiacutetulo VI - Da Ordem Social - Art 208

e Art 227

b) Lei nordm 785389 - Dispotildee sobre o apoio agraves pessoas com deficiecircncias

sua integraccedilatildeo social e pleno exerciacutecio de direitos sociais e individuais

c) Decreto nordm 220897 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

d) Parecer CNECEB nordm 1699 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

e) Resoluccedilatildeo CNECEB nordm 499 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

f) Decreto nordm 329899 - Regulamenta a Lei 785389 daacute-lhe condiccedilotildees

operacionais consolida as normas de proteccedilatildeo ao portador de deficiecircncias

g) LDB nordm 939496 (Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional) -

Capiacutetulo V - Educaccedilatildeo Especial - Art 58 Art 59 e Art 60 Portaria

MEC nordm 167999 - requisitos de acessibilidade a cursos instruccedilatildeo de

processos de autorizaccedilatildeo de cursos e credenciamento de instituiccedilotildees

voltadas agrave educaccedilatildeo especial

h) Parecer CNECEB nordm 1499 - Diretrizes nacionais da educaccedilatildeo

escolar indiacutegena

i) Resoluccedilatildeo CNECEB nordm 0399 - Fixa diretrizes nacionais para o

funcionamento de escolas indiacutegenas

j) Lei nordm 1009800 - Estabelece normas gerais e criteacuterios baacutesicos para a

promoccedilatildeo de acessibilidade das pessoas portadoras de deficiecircncia ou com

mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Resoluccedilatildeo CNECEB nordm

22001 - Institui diretrizes e normas para a educaccedilatildeo especial na Educaccedilatildeo

Baacutesica

k) Parecer CNECEB nordm 172001 - Diretrizes Nacionais para a Educaccedilatildeo

Especial na Educaccedilatildeo Baacutesica

28

l) Lei nordm 101722001 - Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo - PNE e daacute

outras providecircncias (o PNE estabelece 27 objetivos e metas para a

educaccedilatildeo de pessoas com necessidades educacionais especiais)

143 Direitos e Deveres

o papel da educaccedilatildeo consiste em favorecer que cada um de forma

livre e autocircnoma reconheccedila aos demais a mesma esfera de direito que exige

para si (VIEIRA 1999 p 16)

1431 Direito agrave acessibilidade

Para que as pessoas com deficiecircncia possam ter liberdade de ir e vir e

se sentir parte da comunidade elas necessitam de um meio fiacutesico adequado e

que garanta seguranccedila e acesso O direito a acessibilidade estaacute descrito nas

Leis 1009800 - regulamentada atraveacutes do Decreto 529604 - e 1004800 que

prevecircem a adequaccedilatildeo das vias e de espaccedilos puacuteblicos no mobiliaacuterio urbano na

construccedilatildeo e reforma de edifiacutecios nos meios de transporte e de comunicaccedilatildeo e

do acesso a informaccedilatildeo

Eacute possiacutevel promover a inclusatildeo social no meio fiacutesico construindo rampas

de acesso banheiros adaptados pisos taacuteteis guias rebaixadas sinais sonoros

entre outros

A acessibilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo pode ser alcanccedilada

atraveacutes de sites acessiacuteveis que atendam agraves pessoas com deficiecircncia visual e

por exemplo aparelhos de televisatildeo com legenda oculta As emissoras de TV

devem incluir em suas programaccedilotildees inteacuterprete de Libras para que as pessoas

com deficiecircncia auditiva possam acompanhar os programas

29

Pessoas com deficiecircncia fiacutesica idosos gestantes lactantes e pessoas

com crianccedilas de colo devem ter atendimento prioritaacuterio por meio de serviccedilos

individualizados que assegurem tratamento diferenciado

1432 Direito ao trabalho

Foram diversas as conquistas em defesa das pessoas com deficiecircncia

nos uacuteltimos anos Hoje elas satildeo amparadas por lei no seu direito de acesso ao

trabalho Graccedilas a estas conquistas fazer parte do quadro de funcionaacuterios de

uma empresa jaacute natildeo eacute um obstaacuteculo mas a permanecircncia destes profissionais

no local de trabalho ainda exige cuidados Cabe aos empregadores garantir

bem estar e acessibilidade aos seus colaboradores para que eles tenham

oportunidade de exercer suas funccedilotildees de maneira adequada e mostrar todo o

seu potencial

Este sistema estaacute carregado da antiga visatildeo de assistencialismo

capacidade laborativa reduzida e falta de noccedilatildeo sobre cidadania Na sociedade

brasileira ele ainda eacute necessaacuterio para que as pessoas apostem nestes

profissionais e desta forma descubram que eles tecircm um enorme potencial

Em vaacuterios paiacuteses como EUA Canadaacute Gratilde-Bretanha Nova Zelacircndia

Dinamarca Sueacutecia Finlacircndia Austraacutelia e Portugal este princiacutepio foi extinto e a

antiga visatildeo foi superada Em naccedilotildees como o Brasil ela estaacute em vias de

superaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo eacute a melhor forma de acabar com o preconceito

Durante anos a sociedade excluiu as pessoas com deficiecircncia do

conviacutevio social Esta exclusatildeo se reflete ateacute hoje em diversos setores sociais

Vaacuterias leis foram criadas visando agrave inclusatildeo dos cidadatildeos com

deficiecircncia mas algumas delas foram concebidas quando ainda se tinha pouco

conhecimento sobre este puacuteblico e suas limitaccedilotildees O sistema de cotas eacute uma

delas

a) 1980 - estabelecida como a deacutecada internacional da pessoa com

deficiecircncia

b) 1992 - estabelecida a data de 3 de dezembro como dia internacional das

pessoas portadoras de deficiecircncia da ONU

30

c) 1994 - declaraccedilatildeo de Salamanca (Espanha) tratando da educaccedilatildeo

especial

d) 1995 - a Inglaterra aprova legislaccedilatildeo semelhante para empresas com

mais de vinte empregados

e) 1999 - promulgada na Guatemala a convenccedilatildeo interamericana para a

eliminaccedilatildeo de todas as formas de discriminaccedilatildeo contra as pessoas

portadoras de deficiecircncia

f) 2002 - realizado em marccedilo o congresso europeu sobre deficiecircncia em

Madri que estabeleceu 2003 como o ano europeu das pessoas com

deficiecircncia

g) 1981 - adotado pela ONU como o ano internacional das pessoas com

deficiecircncia

h) 1983 elaboraccedilatildeo da convenccedilatildeo 159 pela OIT

i) 1990 - aprovada a ADA (Lei dos Deficientes dos Estados Unidos)

aplicaacutevel a toda empresa com mais de quinze funcionaacuterios

j) 1997 - tratado de Amsterdatilde em que a Uniatildeo Europeacuteia se compromete a

facilitar a inserccedilatildeo e a permanecircncia das pessoas com deficiecircncia nos

mercados de trabalho

1433 Direito agrave educaccedilatildeo

Para se tornar parte da sociedade eacute necessaacuterio compreende-la A base

para o sucesso de qualquer cidadatildeo estaacute na educaccedilatildeo e isto natildeo eacute diferente

para as pessoas com deficiecircncia Participar do sistema educacional eacute garantir a

inclusatildeo social e a igualdade de oportunidades

A Lei 939496 art4ordm que estabelece as diretrizes e bases da educaccedilatildeo

nacional (LDB) reconhece que a educaccedilatildeo eacute um instrumento fundamental para

a integraccedilatildeo e participaccedilatildeo de qualquer pessoa com deficiecircncia no contexto em

que vive Estaacute disposto nesta lei que haveraacute quando necessaacuterio serviccedilos de

apoio especializado na escola regular para atender agraves peculiaridades da

clientela de educaccedilatildeo especial e que o atendimento educacional seraacute feito em

classes escolas ou serviccedilos especializados sempre que em funccedilatildeo das

31

condiccedilotildees especiacuteficas dos alunos natildeo for possiacutevel a sua integraccedilatildeo nas

classes comuns de ensino regular

A legislaccedilatildeo brasileira tambeacutem prevecirc o acesso a livros em Braille de uso

exclusivo das pessoas com deficiecircncia visual

1434 Direito agrave sauacutede

A assistecircncia agrave sauacutede e agrave reabilitaccedilatildeo cliacutenica satildeo condiccedilotildees decisivas

para a inclusatildeo da pessoa com deficiecircncia na sociedade

Para promover a melhoria da qualidade de vida e com intuito de

estimular a independecircncia do indiviacuteduo com deficiecircncia nas suas atividades

diaacuterias foi criado o sistema das redes estaduais de assistecircncia agrave pessoa com

deficiecircncia

Este projeto oferece ajuda teacutecnica aleacutem de oacuterteses e proacuteteses para que

a pessoa tenha maior autonomia

Outro sistema criado para a manutenccedilatildeo da sauacutede fiacutesica e mental do

cidadatildeo com deficiecircncia eacute a Poliacutetica Nacional para a integraccedilatildeo da pessoa com

deficiecircncia implantada em 1989 Regulamentada pelo Decreto nordm 3298 prevecirc

auxiacutelio na prevenccedilatildeo de doenccedilas atendimento psicoloacutegico reabilitaccedilatildeo

fornecimento de medicamentos e assistecircncia atraveacutes de planos de sauacutede

1435 Direito a isenccedilotildees fiscais e financiamento

Pessoas com deficiecircncia empresas bancos e demais instituiccedilotildees

ligadas a este puacuteblico possuem alguns benefiacutecios previstos em lei

Para as empresas dispostas a contribuir com a inclusatildeo social de

portadores de necessidades especiais a legislaccedilatildeo brasileira prevecirc a

concessatildeo fiscal Podem ser firmados convecircnios que garantem a isenccedilatildeo de

ICMS seja para doaccedilatildeo de equipamentos adaptados seja para aquisiccedilotildees de

aparelhos e acessoacuterios destinados agraves instituiccedilotildees que atendam este segmento

da populaccedilatildeo

Automoacuteveis adquiridos em alguns estados brasileiros por pessoas com

32

deficiecircncia fiacutesica visual mental e autistas ou seus representantes legais satildeo

isentos de ICMS (Imposto sobre Circulaccedilatildeo de Mercadorias e Serviccedilos) e do

IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de acordo com a Lei 1075403

Os financiamentos de automoacuteveis de fabricaccedilatildeo nacional tambeacutem satildeo

liberados do IOF (Imposto sobre Operaccedilotildees Financeiras)

Tais benefiacutecios ainda natildeo satildeo tributados pelo Imposto de Renda e tanto

a aquisiccedilatildeo de aparelhos e materiais como a realizaccedilatildeo de outras despesas

podem ser deduzidas do imposto

1436 Direito ao passe livre

Os cidadatildeos com deficiecircncia tambeacutem possuem benefiacutecios relacionados

aos meios de transporte A Lei 889994 conhecida como Lei do Passe Livre

prevecirc que toda pessoa com deficiecircncia tem direito ao transporte coletivo

interestadual gratuito e que cabe a cada estado ou municiacutepio implantar

programas similares ao passe livre para os transportes municipais e estaduais

Aleacutem do transporte gratuito o municiacutepio deve garantir que os meios de

transporte sejam acessiacuteveis a estes cidadatildeos

15 Declaraccedilatildeo de Salamanca princiacutepios poliacutetica e praacutetica na educaccedilatildeo

especial

Notando com satisfaccedilatildeo um incremento no envolvimento de governos

grupos de advocacia comunidades e pais e em particular de organizaccedilotildees de

pessoas com deficiecircncias na busca pela melhoria do acesso agrave educaccedilatildeo para

a maioria daqueles cujas necessidades especiais ainda se encontram

desprovidas e reconhecendo como evidecircncia para tal envolvimento a

participaccedilatildeo ativa do alto niacutevel de representantes e de vaacuterios governos

agecircncias especializadas e organizaccedilotildees intergovernamentais naquela

Conferecircncia Mundial

a) Os delegados da Conferecircncia Mundial de Educaccedilatildeo Especial

33

representando 88 governos e 25 organizaccedilotildees internacionais em

assembleia em Salamanca Espanha entre 7 e 10 de junho de 1994

reafirma o compromisso para com a educaccedilatildeo para todos

reconhecendo a necessidade e urgecircncia do providenciamento de

educaccedilatildeo para as crianccedilas jovens e adultos com necessidades

educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino e re-

endossa a estrutura de accedilatildeo em educaccedilatildeo especial em que pelo

espiacuterito de cujas provisotildees e recomendaccedilotildees governo e

organizaccedilotildees sejam guiados

b) Acreditam e proclamam que toda crianccedila tem direito fundamental agrave

educaccedilatildeo e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o niacutevel

adequado de aprendizagem toda crianccedila possui caracteriacutesticas

interesses habilidades e necessidades de aprendizagem que satildeo

uacutenicas sistemas educacionais deveriam ser designados e programas

educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em

conta a vasta diversidade de tais caracteriacutesticas e necessidades

aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso

agrave escola regular que deveria acomodaacute-los dentro de uma pedagogia

centrada na crianccedila capaz de satisfazer a tais necessidades

escolas regulares que possuam tal orientaccedilatildeo inclusiva constituem

os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatoacuterias

criando-se comunidades acolhedoras construindo uma sociedade

inclusiva e alcanccedilando educaccedilatildeo para todos aleacutem disso tais escolas

proveem uma educaccedilatildeo efetiva agrave maioria das crianccedilas e aprimoram

a eficiecircncia e em uacuteltima instacircncia o custo da eficaacutecia de todo o

sistema educacional

c) Congregam todos os governos e demandam que atribuam a mais

alta prioridade poliacutetica e financeira ao aprimoramento de seus

sistemas educacionais no sentido de se tornarem aptos a incluiacuterem

todas as crianccedilas independentemente de suas diferenccedilas ou

dificuldades individuais adotem o princiacutepio de educaccedilatildeo inclusiva em

forma de lei ou de poliacutetica matriculando todas as crianccedilas em

escolas regulares a menos que existam fortes razotildees para agir de

outra forma desenvolvam projetos de demonstraccedilatildeo e encorajem

34

intercacircmbios em paiacuteses que possuam experiecircncias de escolarizaccedilatildeo

inclusiva estabeleccedilam mecanismos participatoacuterios e

descentralizados para planejamento revisatildeo e avaliaccedilatildeo de provisatildeo

educacional para crianccedilas e adultos com necessidades educacionais

especiais encorajem e facilitem a participaccedilatildeo de pais comunidades

e organizaccedilotildees de pessoas portadoras de deficiecircncias nos processos

de planejamento e tomada de decisatildeo concernentes agrave provisatildeo de

serviccedilos para necessidades educacionais especiais invistam

maiores esforccedilos em estrateacutegias de identificaccedilatildeo e intervenccedilatildeo

precoces bem como nos aspectos vocacionais da educaccedilatildeo

inclusiva garantam que no contexto de uma mudanccedila sistecircmica

programas de treinamento de professores tanto em serviccedilo como

durante a formaccedilatildeo incluam a provisatildeo de educaccedilatildeo especial dentro

das escolas inclusivas

d) Tambeacutem congregam a comunidade internacional em particular

governos com programas de cooperaccedilatildeo internacional agecircncias

financiadoras internacionais especialmente as responsaacuteveis pela

Conferecircncia Mundial em Educaccedilatildeo para Todos UNESCO UNICEF

UNDP e o Banco Mundial a endossar a perspectiva de escolarizaccedilatildeo

inclusiva e apoiar o desenvolvimento da educaccedilatildeo especial como

parte integrante de todos os programas educacionais as Naccedilotildees

Unidas e suas agecircncias especializadas em particular a ILO WHO

UNESCO e UNICEF a reforccedilar seus estiacutemulos de cooperaccedilatildeo

teacutecnica bem como reforccedilar suas cooperaccedilotildees e redes de trabalho

para um apoio mais eficaz agrave jaacute expandida e integrada provisatildeo em

educaccedilatildeo especial organizaccedilotildees natildeo-governamentais envolvidas na

programaccedilatildeo e entrega de serviccedilo nos paiacuteses a reforccedilar sua

colaboraccedilatildeo com as entidades oficiais nacionais e intensificar o

envolvimento crescente delas no planejamento implementaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de provisatildeo em educaccedilatildeo especial que seja inclusiva

UNESCO enquanto a agecircncia educacional das Naccedilotildees Unidas a

assegurar que educaccedilatildeo especial faccedila parte de toda discussatildeo que

lide com educaccedilatildeo para todos em vaacuterios foros a mobilizar o apoio de

organizaccedilotildees dos profissionais de ensino em questotildees relativas ao

35

aprimoramento do treinamento de professores no que diz respeito a

necessidade educacionais especiais a estimular a comunidade

acadecircmica no sentido de fortalecer pesquisa redes de trabalho e o

estabelecimento de centros regionais de informaccedilatildeo e documentaccedilatildeo

e da mesma forma a servir de exemplo em tais atividades e na

disseminaccedilatildeo dos resultados especiacuteficos e dos progressos

alcanccedilados em cada paiacutes no sentido de realizar o que almeja a

presente declaraccedilatildeo a mobilizar fundos atraveacutes da criaccedilatildeo (dentro

de seu proacuteximo planejamento a meacutedio prazo 1996-2000) de um

programa extensivo de escolas inclusivas e programas de apoio

comunitaacuterio que permitiriam o lanccedilamento de projetos-piloto que

demonstrassem novas formas de disseminaccedilatildeo e o desenvolvimento

de indicadores de necessidade e de provisatildeo de educaccedilatildeo especial

e) Por uacuteltimo expressam o caloroso reconhecimento ao governo da

Espanha e agrave UNESCO pela organizaccedilatildeo da Conferecircncia e

demandam-lhes realizarem todos os esforccedilos no sentido de trazer

esta declaraccedilatildeo e sua relativa estrutura de accedilatildeo da comunidade

mundial especialmente em eventos importantes tais como o Tratado

Mundial de Desenvolvimento Social (em Kopenhagen em 1995) e a

Conferecircncia Mundial sobre a Mulher (em Beijing em 1995) Adotada

por aclamaccedilatildeo na cidade de Salamanca Espanha neste deacutecimo dia

de junho de 1994

Durante os uacuteltimos 15 ou 20 anos tem se tornado claro que o conceito de necessidades educacionais especiais teve que ser ampliado para incluir todas as crianccedilas que natildeo estejam conseguindo se beneficiar com a escola seja por que motivo for (UNESCO 1994 p15)

16 Diretrizes na educaccedilatildeo especial na perspectiva da inclusatildeo

A consciecircncia do direito de construir uma identidade proacutepria e do reconhecimento da identidade do outro se traduz no direito de igualdade e no respeito agraves diferenccedilas assegurando oportunidades diferentes (equidade) tantas quanto forem necessaacuterias com vistas agrave busca da igualdade (BRASIL 2001)

36

A educaccedilatildeo especial eacute uma modalidade de ensino que perpassa todos

os niacuteveis etapas e modalidades realiza o atendimento educacional

especializado disponibiliza os serviccedilos e recursos proacuteprios desse atendimento

e orienta os alunos e seus professores quanto a sua utilizaccedilatildeo nas turmas

comuns do ensino regular

O atendimento educacional especializado identifica elabora e organiza

recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a

plena participaccedilatildeo dos alunos considerando as suas necessidades

especiacuteficas As atividades desenvolvidas no atendimento educacional

especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum natildeo

sendo substitutivas agrave escolarizaccedilatildeo Esse atendimento completa e suplementa

a formaccedilatildeo dos alunos com vistas agrave autonomia e independecircncia na escola e

fora dela

Tal modalidade de ensino disponibiliza programas de enriquecimento

curricular o ensino de linguagem e coacutedigos especiacuteficos de comunicaccedilatildeo e

sinalizaccedilatildeo ajudas teacutecnicas e tecnoloacutegicas assistidas dentre outros Ao longo

de todo processo de escolarizaccedilatildeo esse atendimento deve estar articulado

com a proposta pedagoacutegica de ensino comum

A inclusatildeo escolar tem inicio na educaccedilatildeo infantil onde se desenvolvem

as bases necessaacuterias para a construccedilatildeo do conhecimento e seu

desenvolvimento global Nessa etapa o luacutedico o acesso agraves formas

diferenciadas de comunicaccedilatildeo a riqueza de estiacutemulos nos aspectos fiacutesicos

emocionais cognitivos psicomotores e sociais e a convivecircncia com as

diferenccedilas favorecem as relaccedilotildees interpessoais o respeito e a valorizaccedilatildeo da

crianccedila Do nascimento aos trecircs anos o atendimento educacional

especializado se expressa por meio de serviccedilos que objetivam aperfeiccediloar o

processo de desenvolvimento e aprendizagem em interface com os serviccedilos de

sauacutede e assistecircncia social

Em todas as etapas e modalidades da educaccedilatildeo baacutesica o atendimento

especializado eacute organizado para apoiar o desenvolvimento dos alunos

constituindo oferta obrigatoacuteria dos sistemas de ensino e deve ser realizado no

turno inverso ao da classe comum na proacutepria escola ou centro especializado

que realize esse serviccedilo educacional Este atendimento eacute realizado mediante a

37

atuaccedilatildeo de profissionais com conhecimento especiacuteficos no ensino da Liacutengua

Brasileira de Sinais da Liacutengua Portuguesa e na modalidade escrita como

segunda liacutengua do Sistema Braille do Soroban da orientaccedilatildeo e mobilidade

das atividades de vida autocircnoma da comunicaccedilatildeo alternativa do

desenvolvimento dos processos mentais superiores dos programas de

enriquecimento curricular da adequaccedilatildeo e produccedilatildeo de materiais didaacuteticos e

pedagoacutegicos da utilizaccedilatildeo de recursos oacutepticos e natildeo oacutepticos da tecnologia

assistida e outros

Cabe aos sistemas de ensino ao organizar a educaccedilatildeo especial na

perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva disponibilizar as funccedilotildees do instrutor de

Libras e guia interprete bem como de monitor dos alunos com necessidades

de apoio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo locomoccedilatildeo entre outras que

exijam auxilio constante no cotidiano escolar

Para atuar na educaccedilatildeo especial o professor deve ter como base de

sua formaccedilatildeo inicial e continuada conhecimentos gerais para o exerciacutecio da

docecircncia e conhecimentos especiacuteficos da aacuterea Essa formaccedilatildeo possibilita a sua

atuaccedilatildeo no atendimento educacional especializado e deve aprofundar o caraacuteter

interativo e interdisciplinar da atuaccedilatildeo nas salas comuns do ensino regular nas

salas de recursos nos centros de atendimento educacional especializado nos

nuacutecleos de acessibilidade das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior nas classes

hospitalares e nos ambientes domiciliares para a oferta dos serviccedilos e

recursos de educaccedilatildeo especial

38

CAPIacuteTULO II

CAPACITACcedilAtildeO E CONCEPCcedilAtildeO DE PROFESSORES NO PROCESSO DE

INCLUSAtildeO ESCOLAR

2 CAPACITACcedilAtildeO PROFISSIONAL E A INCLUSAtildeO ESCOLAR

A formaccedilatildeo de professores que atuam diretamente na inclusatildeo escolar

sempre se constituiu numa grande problemaacutetica com relaccedilatildeo ao atendimento

do aluno com necessidades especiais Tudo eacute muito novo e desafiador E isto

infelizmente ainda eacute uma barreira para que a inclusatildeo se efetive com alicerce

suficiente para se sustentar

Nos finais do Impeacuterio o atendimento a essa clientela era vinculada agrave

sauacutede Nos anos 20 do seacuteculo passado iniciou-se uma crescente preocupaccedilatildeo

com a questatildeo propriamente pedagoacutegica porem influenciada pela abordagem

psicoloacutegica natildeo abandonando o campo da sauacutede

Para atender agraves demandas cada professor deveria estar apto a

elaborar incrementar e implementar situaccedilotildees de ensino que favorecessem a

construccedilatildeo dos conceitos mais primaacuterios aos mais complexos Eacute importante

que o professor organize seu planejamento de maneira que natildeo passem

despercebidos pelas situaccedilotildees de ensino conceitos que podem parecer

simples mas que na verdade satildeo preacute-requisitos para o que se pensa ser o

mais importante Contudo natildeo satildeo poucos os casos em que as situaccedilotildees

acabam sendo apresentadas de forma restrita sem pertinecircncia aos alunos que

participam da accedilatildeo inclusiva

O cotidiano de sala de aula requer na atualidade a efetivaccedilatildeo de accedilotildees

didaacuteticas flexiacuteveis poreacutem contextualizadas a adequaccedilatildeo de recursos sem

depreciar a capacidade e a imagem do aluno com o qual interagimos uma

reformulaccedilatildeo das dinacircmicas em sala de aula que possibilite a participaccedilatildeo

39

efetiva de todos

Muitos recursos muitas vezes satildeo pouco explorados ou ateacute mesmo

desconsiderados pelo professor com o passar dos niacuteveis propostos pelo

sistema de educaccedilatildeo No entanto quando o professor eacute o agente mediador de

um contexto educacional no qual a diversidade estaacute mais complexa devido agraves

demandas que um tipo de necessidade educativa especial pode gerar eacute

essencial que ele natildeo perca de vista a validade de determinados recursos

diante da construccedilatildeo de conceitos mais elaborados ou abstratos (FERREIRA

2004)

Valorizar a singularidade de cada ser humano eacute um compromisso eacutetico

de contribuir com as transformaccedilotildees necessaacuterias agrave construccedilatildeo de uma

sociedade mais justa (SOUZA SILVA 2005 p 239)

Um sistema escolar inclusivo precisa investir na capacitaccedilatildeo contiacutenua dos

professores e funcionaacuterios das escolas realizando o chamamento dos que

ainda natildeo se consideram envolvidos para um processo de sensibilizaccedilatildeo e

atualizaccedilatildeo constante de toda escola e comunidade Nesse aspecto a

assessoria ao professor eacute fundamental para orientaccedilatildeo e anaacutelise na busca de

soluccedilotildees para os problemas surgidos na sala de aula no aprofundamento das

questotildees teoacutericas na construccedilatildeo de intervenccedilotildees pedagoacutegicas na seleccedilatildeo de

recursos materiais e tecnoloacutegicos para a aprendizagem dos alunos no

processo de avaliaccedilatildeo na inter-relaccedilatildeo com as famiacutelias bem como na

mediaccedilatildeo entre escola e serviccedilos especializados para atendimento ao aluno

com necessidades educacionais na aacuterea da sauacutede da assistecircncia social do

trabalho entre outros (BEYER 2005)

Para Marques (2006) inclusatildeo escolar implica numa reorganizaccedilatildeo

estrutural da escola de todos os elementos da praacutetica pedagoacutegica

considerando o dado do muacuteltiplo da diversidade e natildeo mais o padratildeo

universal O atual momento histoacuterico exige uma participaccedilatildeo efetiva da escola

como instituiccedilatildeo loacutecus do conhecimento e da formaccedilatildeo de cidadatildeos capazes de

intervir nos rumos da sociedade Neste sentido faz-se necessaacuteria uma escola

criativa onde todos os seus componentes sejam co-sujeitos na produccedilatildeo de um

saber-instrumento para o conviacutevio escolar e social Cabe portanto a alunos

professores e sujeitos desse processo planejar e construir as diferentes etapas

de nossa caminhada etapas que se num primeiro momento satildeo idealizadas

40

logo transformam-se em realidade pela reflexatildeo criacutetica de nossas proacuteprias

possibilidades na construccedilatildeo dessa nova escola Assim eacute preciso

redimensionar o modo de pensar e fazer a educaccedilatildeo tarefa por natureza

complexa que envolve elementos poliacuteticos soacutecio-econocircmicos teacutecnicos e

culturais

Essa postura por sua vez implica na superaccedilatildeo da dicotomia e

fragmentaccedilatildeo das atribuiccedilotildees dos agentes educativos dos rituais dos

conteuacutedos metodoloacutegicos dos recursos pedagoacutegicos do processo de

avaliaccedilatildeo bem como das concepccedilotildees de educaccedilatildeo e de sociedade Enfatiza

tambeacutem que implica para o professor em uma seacuterie de mudanccedilas com relaccedilatildeo

a sua postura pressuposto baacutesico de sua atuaccedilatildeo a compreensatildeo das

diferentes necessidades educacionais de seus alunos sendo necessaacuteria aacute

flexibilizaccedilatildeo do professor no exerciacutecio do compromisso eacutetico para se adequar

agraves novas situaccedilotildees que surgiratildeo em decorrecircncia das diversidades presentes

em seu cotidiano atentando para a supressatildeo de uma possiacutevel postura

discriminatoacuteria

Zimmermann (2008) destaca que a instituiccedilatildeo escolar precisa redefinir

sua base de estrutura organizacional destituindo-se de burocracias

reorganizando grades curriculares proporcionando maior ecircnfase agrave formaccedilatildeo

humana dos professores e afinando a relaccedilatildeo famiacutelia

escola propondo uma

praacutetica pedagoacutegica coletiva dinacircmica e flexiacutevel para atender esta nova

realidade educacional A educaccedilatildeo inclusiva tem forccedila transformadora e

aponta para uma nova era natildeo somente educacional mas para uma sociedade

inclusiva

Segundo Mittler (2008) as escolas a volta poderiam tentar encontrar

novos modos de pedir aos pais as suas opiniotildees sobre como poderiam ser

fortalecidos os viacutenculos entre lar e a escola Os viacutenculos mais iacutentimos entre

pais e professor natildeo podem ser prescritos de cima para baixo mas sim

fundamentados nos desejos e nas prioridades daquele que estatildeo nessa aacuterea

A uacuteltima palavra vai para um grupo de pais de crianccedilas com

necessidades especiais e deficiecircncia ( RUSSEL 1997 apud MITTEL

2008p227)

a) Por favor aceite e valorize nossas crianccedilas (e noacutes mesmos como

famiacutelia) como noacutes somos valorizados

41

b) Por favor celebre a diferenccedila

c) Por favor aceite nossas crianccedilas primeiramente como crianccedilas Natildeo

coloque roacutetulos nelas a menos que vocecirc pretenda fazer algo

d) Por favor reconheccedila seu poder sobre nossas vidas Vivemos com as

consequumlecircncias de suas opiniotildees e decisotildees

e) Por favor entenda a tensatildeo sob qual muitas famiacutelias estatildeo vivendo

Os encontros cancelados a lista de espera que ningueacutem consegue

chegar ao inicio todas as discussotildees sobre recursos eacute sobre nossa

vida que vocecirc esta falando

f) Por favor natildeo use modas passageiras e tratamentos conosco a

menos que vocecirc vai estar conosco E natildeo esqueccedila que as famiacutelias

tecircm muitos membros muitas responsabilidades Agraves vezes natildeo

podemos agradar a todo mundo

g) Por favor reconheccedila que aacutes vezes noacutes eacute que temos razatildeo Por favor

acredite em noacutes e escute o que sabemos sobre o que noacutes e nossas

crianccedilas necessitamos

h) Agraves vezes estamos tristes cansados e deprimidos Por favor valorize

nos como famiacutelias preocupadas e comprometidas e tente continuar a

trabalhar conosco

Limaverde (2009) acredita que a maioria dos professores vem de

cursos onde a discussatildeo da teoria e da praacutetica ainda eacute dividida Discute-se

teoria e praacutetica de maneira isolada Ainda se estuda uma teoria idealizada

Poucos cursos de formaccedilatildeo de professores oferecem de modo obrigatoacuterio em

seus curriacuteculos as disciplinas relacionadas agrave diferenccedila agraves deficiecircncias Aleacutem

da formaccedilatildeo do nuacutecleo comum eles tambeacutem precisam se atentar para essas

especificidades Haacute uma obrigatoriedade de se ofertar nos cursos de

pedagogia a disciplina de Libras Mas isso natildeo deve ocorrer apenas na

formaccedilatildeo inicial mas tambeacutem na formaccedilatildeo continuada que eacute aquela em

serviccedilo mas que muitas vezes natildeo contemplam essas especificidades

O problema de formaccedilatildeo eacute muito grave porque repercute nessa

inseguranccedila do professor no preconceito no medo Aleacutem do entrave da

formaccedilatildeo no aspecto pedagoacutegico as escolas elaboram seu projeto poliacutetico

pedagoacutegico sem levar em conta a presenccedila do aluno com deficiecircncia As

praacuteticas a organizaccedilatildeo da sala de aula natildeo leva em conta a presenccedila desse

42

aluno Onde natildeo haacute uma interlocuccedilatildeo mais refinada entre o ensino comum e a

Educaccedilatildeo Especial com esse saber mais especiacutefico natildeo haacute inclusatildeo

A inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino Assim na formaccedilatildeo do professor teria dois espaccedilos um da sala de

aula que eacute a formaccedilatildeo comum para todos os professores contemplando

desenvolvimento aprendizagem e uma na formaccedilatildeo continuada Uma

formaccedilatildeo que atenda agraves diferenccedilas da sala de aula o atendimento agrave educaccedilatildeo

especializada aleacutem da formaccedilatildeo baacutesica cursos de extensatildeo de libras de

soroban de braile de tecnologia assistida para que esse professor possa

atender a especificidade desses alunos O aluno com deficiecircncia eacute um ser

humano que se desenvolve como qualquer outro As teorias e teacutecnicas que

foram estudadas satildeo suporte para esse trabalho Agora o que vai modificar na

sua atuaccedilatildeo eacute a maneira como ele organiza suas praacuteticas pedagoacutegicas Na

maioria das vezes eles organizam praacuteticas homogecircneas do aluno idealizado Eacute

importante um planejamento para pensar essas diferenccedilas na sala de aula Eacute

um trabalho do projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

21 Concepccedilotildees de professores sobre a inclusatildeo na educaccedilatildeo regular e

especial

Inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino (LIMAVERDE 2009)

Apenas a partir do seacuteculo XX verificou-se uma melhor aceitaccedilatildeo das

pessoas com necessidades especiais momento em que se iniciou a sua

desinstitucionalizaccedilatildeo e educaccedilatildeo escolar Ateacute este periacuteodo eram segregados

e praticamente privados de conviacutevio social Entretanto verifica-se que as

conquistas ainda foram poucas pois o preconceito a ignoracircncia e a

discriminaccedilatildeo ainda satildeo muito fortes em relaccedilatildeo ao deficiente e a deficiecircncia

Para Carmo (2000) a inclusatildeo eacute um assunto que deve ser refletido e

investigado com muita precisatildeo jaacute que a sociedade pode estar criando uma

nova modalidade a de excluiacutedos dentro da inclusatildeo podemos assim concluir

nessa reflexatildeo para que haja o processo de ensino-aprendizagem nos alunos

portadores de necessidades educacionais especiais o professor teraacute que se

43

capacitar para atender a proposta desta nova face da educaccedilatildeo brasileira ele

teraacute que tentar conciliar as teorias sobre o assunto com sua pratica e a

realidade da sala de aula Pois soacute assim a inclusatildeo do aluno portador de

necessidades educacionais especiais seraacute bem sucedida e gerando bons

resultados no futuro

Assim a inclusatildeo deste tipo de aluno requer novas posturas tanto aos

professores quanto ao sistema educacional brasileiro levando em consideraccedilatildeo

que todos noacutes estaremos ganhando Lembrando tambeacutem que este processo

de aprendizagem requer a reciprocidade das experiecircncias entre o aluno com

necessidades educacionais especiais o professor e os demais alunos Um

processo de aprendizagem onde todos participam a aquisiccedilatildeo do

conhecimento ocorreraacute com mais facilidade

Mantoan Pietro Arantes (2006) acredita que recriar um novo modelo

educativo com ensino de qualidade que diga natildeo aacute exclusatildeo social implica em

condiccedilotildees de trabalho pedagoacutegico e uma rede de saberes que se entrelaccedilam e

caminham no sentido contraacuterio do paradigma tradicional de educaccedilatildeo

segregadora Eacute uma reviravolta complexa mas possiacutevel basta que lutemos por

ela que nos aperfeiccediloemos e estejamos abertos a colaborar na busca dos

caminhos pedagoacutegicos da inclusatildeo Pois nem todas as diferenccedilas

necessariamente inferiorizam as pessoas Elas tem diferenccedilas e igualdades

mas entre elas nem tudo deve ser igual assim como nem tudo deve ser

diferente

De acordo com Santos (apud MANTOAN2003 p34 ) eacute preciso que

tenhamos o direito de sermos diferentes quando a igualdade nos

descaracteriza e o direito de sermos iguais quando a diferenccedila nos inferioriza

Assim a luta pela escola inclusiva embora seja contestada e tenha ateacute

mesmo assustado a comunidade escolar exige mudanccedila de haacutebitos e atitudes

pela sua loacutegica e eacutetica nos remete a refletir e reconhecer que trata-se de um

posicionamento social que garante a vida com igualdade pautada pelo

respeito agraves diferenccedilas Apesar das iniciativas acanhadas da comunidade

escolar e da sociedade geral eacute possiacutevel adequar a escola para um novo

tempo Precisa estar imbuiacutedos de boa vontade e compromisso enfrentar com

seguranccedila e otimismo este desafio enxergar a clareza e obviedade eacutetica da

proposta inclusiva e contribuir para o desmantelamento dessa maacutequina escolar

44

enferrujada

Para Lisita e Souza (2003) das utopias concretas da modernidade tem-

se hoje apenas a certeza da transitoriedade O sentido da revoluccedilatildeo antes

propagado daacute lugar a um leque de possibilidades as quais se abrem num

horizonte virtual em constantes mudanccedilas Que se trata de uma nova realidade

mundial natildeo se discute Indaga-se no entanto o que se tem a fazer diante de

tal realidade

Nesse sentido a ciecircncia e a tecnologia tecircm se constituiacutedo nos principais

agentes de proposiccedilatildeo e de determinaccedilatildeo dessas mudanccedilas A sensaccedilatildeo que

se tem eacute a de que amanheceremos a cada dia num novo mundo repleto de

novidades e onde o ontem estaacute cada vez e mais rapidamente distante

O cenaacuterio do mundo atual evidencia um movimento em direccedilatildeo a um

sentido de inclusatildeo social o sujeito com deficiecircncia passa a dividir a cena com

os sujeitos sem deficiecircncia coabitando os diversos espaccedilos sociais Nota-se

pois um grande dinamismo experimentado pelos sujeitos e em particular

pelos sujeitos com deficiecircncia num mundo onde conceitos e praacuteticas assumem

cada vez mais um caraacuteter efecircmero e de possibilidades muacuteltiplas

Segundo Ferreira e Glat (2004) satildeo frequentes relatos de professores

principalmente em conselhos de classe sobre a dificuldade de determinados

alunos quanto agrave efetivaccedilatildeo de algumas propostas educacionais Na maioria

das situaccedilotildees o que de fato acontece natildeo eacute uma dificuldade do aluno em

realizar ou compreender a atividade solicitada e sim uma inadequaccedilatildeo do

procedimento dos objetivos eou da avaliaccedilatildeo realizada pelo professor Nesse

sentido eacute importante o professor analisar algumas questotildees como

a) de que maneira todos os alunos poderatildeo participar da aula proposta

b) se haacute necessidade de apoio adaptaccedilotildees e como fazecirc-las para sua

plena participaccedilatildeo

c) que expectativas devem ser esperadas eou modificadas para a

efetivaccedilatildeo da atividade (como os alunos demonstram o que sabem a

quantidade e qualidade das atividades propostas)

d) quais satildeo os objetivos prioritaacuterios para a aprendizagem

Enfim eacute do conhecimento de todos que natildeo haacute formas sem

precedentes que se bastem ou que se perpetuem diante das realidades

necessidades e demandas dos alunos que compotildeem as salas de aula que hoje

45

cada professor assume Eacute importante a busca constante de praacuteticas pautadas

no contexto que o aluno vivencia inovadoras pois o trabalho eacute dinacircmico

sendo fundamental que cada profissional pense na sua disponibilidade para a

construccedilatildeo de praacuteticas efetivas que conduzam a uma educaccedilatildeo de qualidade

para todos como descrevem Ferreira e Glat 2004

Poso (2004) acredita que por um lado os professores julgam-se

incapazes de dar conta dessa demanda despreparados e impotentes frente a

essa realidade que eacute agravada pela falta de material adequado de apoio

administrativo e recursos financeiros

Mantoan (2003) enfatiza que a radicalidade da inclusatildeo vem do fato de

esta exigir uma mudanccedila de paradigma educacional onde na perspectiva

inclusiva suprime-se a sub-divisatildeo dos sistemas escolares em modalidades de

ensino especial e regular As escolas atendem as diferenccedilas sem discriminar

sem estabelecer prioridades e necessidades sem estabelecer regras

diferenciadas para cada caso no planejamento avaliaccedilatildeo e aprendizado

Assim pode-se imaginar o impacto da inclusatildeo nos sistemas de ensino ao

supor a aboliccedilatildeo completa dos serviccedilos segregados da educaccedilatildeo especial os

programas de reforccedilo escolar salas de aceleraccedilatildeo e turmas especiais

Desta forma a inclusatildeo eacute uma provocaccedilatildeo cuja intenccedilatildeo eacute melhorar a

qualidade do ensino atingindo todos os alunos de uma forma globalizada

Incluir eacute necessaacuterio primordialmente para melhorar as condiccedilotildees da escola

de modo que nela se possam formar geraccedilotildees mais preparadas para viver a

vida na sua plenitude livremente sem preconceitos sem barreiras Confirma-

se assim mais uma vez a necessidade de a educaccedilatildeo se atualizar e os

professores aperfeiccediloarem as suas praacuteticas para que as escolas se obriguem

a um esforccedilo de modernizaccedilatildeo e reestruturaccedilatildeo de suas condiccedilotildees atuais

Pretende-se que a escola seja inclusiva eacute primordial que seus planos se

redefinam para uma educaccedilatildeo voltada agrave cidadania global plena livre de

preconceitos e disposta a reconhecer e entende as diferenccedilas entre as

pessoas principalmente quanto aos seus aspectos fiacutesico mental e intelectual

Natildeo basta uma educaccedilatildeo para a cidadania eacute preciso educar para a liberdade

e nesse sentido nenhuma forma de subordinaccedilatildeo intelectual pode ser

admitida

Os desafios para a concretizaccedilatildeo dos ideais inclusivos na educaccedilatildeo

46

brasileira satildeo inuacutemeros Haacute ainda de se vencer os desafios que impotildee o

conservadorismo das instituiccedilotildees especializadas e enfrentar as pressotildees

poliacuteticas e das pessoas com deficiecircncia ainda muito habituadas a seus roacutetulos

e a benefiacutecios que acentuam a incapacidade as limitaccedilotildees o paternalismo e o

protecionismo social

Smeha Ferreira (2005) descrevem que vaacuterios professores afirmam

apresentar sentimentos de despreparo para trabalharem junto agraves crianccedilas com

necessidades especiais Que natildeo tiveram em sua formaccedilatildeo acadecircmica o

preparo adequado que os capacite a lidar com a diversidade e isso gera

intenso sofrimento pois ensinar crianccedilas com limitaccedilotildees exige conhecimento

competecircncia e habilidade para que o processo inclusivo seja efetivado

Os professores foram preparados para trabalharem com as crianccedilas que

aprendem assim quando eles se deparam com as limitaccedilotildees na

aprendizagem sentem frustraccedilatildeo anguacutestia impotecircncia e medo Portanto faz-

se necessaacuterio uma significativa reformulaccedilatildeo nos cursos de graduaccedilatildeo que

estatildeo formando professores os quais certamente teratildeo alunos com

necessidades educativas especiais em sua trajetoacuteria profissional Aliaacutes essa

reformulaccedilatildeo deve abarcar natildeo somente conhecimentos sobre educaccedilatildeo de

pessoas com deficiecircncia mas tambeacutem oportunizar autoconhecimento para

que os professores possam atuar de forma mais confiante atendendo agraves

demandas educacionais especiais com mais prazer e menos sofrimento Aleacutem

da reestruturaccedilatildeo nas aacutereas que envolvem a formaccedilatildeo de professores para

que o trabalho docente possa acontecer com menor prejuiacutezo agrave sauacutede mental

parece primordial que o investimento transcenda a capacitaccedilatildeo relacionada aos

conhecimentos teacutecnicos e permeie o campo da sauacutede mental no trabalho

O suporte aos aspectos psicoloacutegicos dos professores precisam ser

contemplados com grupos de reflexatildeo ou de apoio um espaccedilo que possa

oportunizar-lhes aos mesmos falar sobre seus sentimentos dificuldades

medos ou fantasias Seria um momento para problematizar e encontrar

ressignificaccedilatildeo no exerciacutecio docente que cada vez mais precisa ser alicerccedilado

no respeito agrave diversidade humana Eacute importante tambeacutem salientar que natildeo eacute

apenas o processo de inclusatildeo o responsaacutevel pelo sofrimento docente muitos

satildeo propensos ao stress devido agraves suas proacuteprias vivecircncias pessoais e agraves

exigecircncias da contemporaneidade

47

De acordo com Souza Silva (2009)

No tocante ao trabalho docente novas propostas se fazem necessaacuterias devido agraves transformaccedilotildees educacionais que estatildeo ocorrendo de forma acelerada exigindo assim novas aprendizagens que possam contribuir para a formaccedilatildeo de profissionais capazes de responder aos novos desafios colocados agrave nossa realidade

Para Bartalotti (2006) nos dias atuais frente ao processo de inclusatildeo

como uma possibilidade embora ainda natildeo como uma realidade haacute um grande

caminho a ser percorrido Pois se olhar em volta para cada ser humano que

nos rodeia ver-se-ia o quanto ainda se tem que caminhar para a construccedilatildeo

de uma sociedade verdadeiramente inclusiva Exclui-se apenas com o olhar

com palavras quantas vezes menospreza-se o outro por ele ter um gosto

uma crenccedila religiosa situaccedilatildeo financeira cor de pele estatura e peso corporal

diferente por nos aceitos E sem a menor preocupaccedilatildeo decidi-se que esta ou

aquela pessoa natildeo serve para estar junto de noacutes de nossos filhos frequentar

nosso clube casa ou templo religioso Jaacute sentem-se excluiacutedos e rejeitados em

diferentes situaccedilotildees sentem-se olhados como diferentes indesejaacuteveis

estranhos certamente essa natildeo eacute uma sensaccedilatildeo agradaacutevel quem jaacute passou

por ela natildeo deseja repetir a experiecircncia

Para que a inclusatildeo ocorra eacute necessaacuterio que a sociedade passe pelo

aprimoramento das relaccedilotildees sociais pela compreensatildeo de que o verdadeiro

pensamento inclusivo eacute aquele que natildeo categoriza ou rotula as pessoas por

ordem de valor valor esse atribuiacutedo muitas vezes atraveacutes de estereoacutetipos

estigmas conhecimentos instituiacutedos pensar inclusivamente eacute aprender a olhar

cada pessoa e buscar nela seu real valor construiacutedo nas relaccedilotildees cotidianas

nos seus sonhos e expectativas e nas suas accedilotildees concretas no mundo

Acredita-se tambeacutem que muitas vezes fala-se que a inclusatildeo eacute uma

utopia muitos natildeo acreditam que a sociedade seja capaz desse movimento

Inclusatildeo eacute sim possibilidade assim como eacute possibilidade a construccedilatildeo de uma

sociedade mais digna para todos com ou sem deficiecircncia

Para Tessaro (2009) existe todo um discurso proacute agrave inclusatildeo em vaacuterios

segmentos da sociedade dentre os quais no ambiente escolar A inclusatildeo eacute

algo que vem se efetivando mesmo que a duras penas buscando superar toda

uma histoacuteria de isolamento discriminaccedilatildeo e preconceito Tem provocado

48

muitos questionamentos principalmente no meio acadecircmico tais como O que

eacute inclusatildeo escolar Por que incluir Qual eacute a opiniatildeo dos alunos com

deficiecircncia e dos professores sobre inclusatildeo A escola possui infra-estrutura

adequada para participar da inclusatildeo escolar Os alunos deficientes se sentem

bem com a inclusatildeo escolar Os professores estatildeo capacitados para educaccedilatildeo

inclusiva

Dutra (2007) destaca que as principais dificuldades no processo de

inclusatildeo escolar do aluno especial eacute a ausecircncia de preparo e de uma

formaccedilatildeo mais teacutecnica que visa suprir as necessidades destes alunos

mediadas pelo professor e tambeacutem agrave falta de boas condiccedilotildees fiacutesicas nas

escolas pra receber estes alunos

Jesus (2007) enfatiza que a inclusatildeo dos portadores de necessidades

educacionais especiais na escola eacute algo essencial agrave educaccedilatildeo mas eacute preciso

ser feita de maneira correta porque nem todos podem estar na escola ou

estatildeo preparados para nela estar por natildeo terem capacidade fisioloacutegica Esse eacute

um assunto muito discutido por alguns especialistas da educaccedilatildeo especial que

buscam uma maneira eficiente de incluir todos as crianccedilas e jovens que

possuem alguma necessidade educacional especial

Nesse sentido Mantoan (2006) afirma que a condiccedilatildeo primeira para

inclusatildeo deixe de ser uma ameaccedila ao que hoje a escola defende e adota como

pratica pedagoacutegica e abandonar tudo que leva a tolerar as pessoas com

deficiecircncia na sala de aula

Natildeo pode se ter um ambiente mais propiacutecio para tal processo de

conscientizaccedilatildeo do que a escola Pois seraacute por meio dessa interaccedilatildeo entre

crianccedilas que se construiraacute uma naccedilatildeo mais justa e igualitaacuteria onde todos

juntos aprenderatildeo a conviver e a se respeitarem Respeito que eacute sonhado por

todos que se espera construir um novo amanhatilde mais digno

O assunto eacute fundamental para ser discutido por todas as pessoas

envolvidas com a educaccedilatildeo e que busquem uma naccedilatildeo com menos

desigualdade social oportunidades para todos uma educaccedilatildeo que priorize o

ser e natildeo ter e uma realidade igualitaacuteria A inclusatildeo eacute acima de tudo a

transformaccedilatildeo da pratica pedagoacutegica de todos os profissionais de educaccedilatildeo

Os registros de textos artigos e livros enfatizam que sobre a

aplicabilidade atual de inclusatildeo escolar satildeo insatisfatoacuterios e que natildeo houve

49

diferenccedilas entre os alunos e entre os professores quanto a essa dimensatildeo Os

professores e os alunos expressaram vaacuterias dificuldades envolvidas nesse

processo destacando se a falta de infra-estrutura das escolas a falta de

preparocapacitaccedilatildeo profissional discriminaccedilatildeo social e a falta de aceitaccedilatildeo da

inclusatildeo

Os professores de educaccedilatildeo especial demonstraram dar mais creacutedito agrave

educaccedilatildeo inclusiva do que os do ensino regular Os alunos deficientes

demonstraram dar menos creacutedito agrave inclusatildeo do que os natildeo deficientes Os

sentimentos decorrentes da inclusatildeo que predominaram entre professores e os

alunos com deficiecircncia foram negativos enquanto entre os alunos natildeo

deficientes prevaleceram os positivos (TESSARO 2009)

Para Fonseca (2004) promover a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma tarefa de

uma equipe multidisciplinar que deve adotar uma estrateacutegia do tipo pensar em

grupo eacute pensar melhor pois soacute dessa forma se podem explorar todas as

opccedilotildees potenciais de inclusatildeo e natildeo soacute as mais coerentes acessiacuteveis ou

tradicionais Sem uma dinacircmica de grupo natildeo se podem discutir e implementar

planos educacionais individualizados na educaccedilatildeo inclusiva transpondo para

sala de aula regular programas inovadores desde a modificaccedilatildeo de

comportamento ao enriquecimento linguumliacutestico ou cognitivo

Ensino em equipe com vaacuterios professores que agem e pensam em

conjunto criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees inovaccedilotildees na instruccedilatildeo na avaliaccedilatildeo

aprendizagem cooperativa e interativa criaccedilatildeo de projetos de suporte muacuteltiplo

serviccedilos de encaminhamentos diagnoacutesticos dinacircmicos e prescritivos em

termos de praacutetica de intervenccedilatildeo na sala de aula regular aprofundamento eacutetico

e legal dos pressupostos morais da inclusatildeo social construccedilatildeo de instrumentos

de investigaccedilatildeo-accedilatildeo entre outros satildeo desafios que se colocam hoje mais do

lado do ensino do que da aprendizagem

Para Almeida Anjos (2007) vaacuterios professores destacam tensotildees que

sempre se preservaram em suas percepccedilotildees e atitudes sejam referentes agraves

pessoas com necessidades educacionais especiais sejam relativas a

dificuldades em relaccedilatildeo a si proacuteprios e aos seus saberes profissionais No

entanto os profissionais apontam em suas falas as possibilidades de transpor

tais dificuldades vividas no trabalho com alunos especiais na rotina de seu dia

a dia de trabalho

50

Laraia (1992 apud ALMEIDA ANJOS 2007) acredita que nenhuma

ordem social eacute baseada em verdades inatas que as mudanccedilas nas praacuteticas

pedagoacutegicas com a diversidade dos alunos passam por uma mudanccedila de

nossas concepccedilotildees e valores Que eacute preciso uma formaccedilatildeo que coloque o

profissional da educaccedilatildeo em conflito com seus conhecimentos e concepccedilotildees a

partir da relaccedilatildeo entre a teoria e a praacutetica para entatildeo podermos comeccedilar a

pensar em inclusatildeo Assim a partir dos pressupostos da ciecircncia social criacutetica

sustentada pelo interesse colaborativo procuramos programar com os

profissionais encontros de estudoreflexatildeo das tensotildees e possibilidades que

envolvem o trabalho com alunos com necessidades educacionais especiais

enfatizar ainda como o lazer e recreaccedilatildeo podem ser facilitadores do processo

de inclusatildeo escolar

Zimmermann (2008) acredita que para conseguir reformar a instituiccedilatildeo

escolar primeiramente se tem que reformar as mentes entretanto natildeo

conseguiraacute reformar mentes sem que se realize uma preacutevia reforma de

instituiccedilotildees Vive-se uma crise de paradigmas e toda a crise gera medos

inseguranccedila e incertezas mas propotildee-se que seja este o momento de ousadia

e de busca de alternativas que sustente e norteie para realizar-se as mudanccedilas

que o momento propotildee Que a escola seja um espaccedilo vivo de formaccedilatildeo para

todos e um ambiente verdadeiramente inclusivo eacute preciso que as poliacuteticas

puacuteblicas de educaccedilatildeo sejam direcionadas aacute inclusatildeo que os educadores

desacomodem-se combatendo a descrenccedila e o pessimismo mostrando que a

inclusatildeo eacute um momento oportuno para professores e a comunidade escolar

demonstrarem sua competecircncia e principalmente suas responsabilidades

educacionais

Esta mudanccedila de perspectiva educacional propotildee que os educadores

faccedilam a diferenccedila buscando conhecimento e contribuindo com uma praacutetica

ressignificada desenvolvendo uma educaccedilatildeo baseada na afetividade e na

superaccedilatildeo de limites que as crianccedilas aprendam a respeitar as diferenccedilas em

sala de aula preparando-as assim para o futuro a vida e o mercado de

trabalho pois vivendo a experiecircncia inclusiva seratildeo adultos bem diferentes de

noacutes e por certo natildeo faratildeo discriminaccedilotildees sociais

Arauacutejo (2008) relata a opiniatildeo dos professores sobre a inclusatildeo escolar

enfatizando com veemecircncia de que a inclusatildeo escolar do aluno portador de

51

necessidades educacionais especiais eacute um assunto muito interessante e

delicado e levantaram a conscientizaccedilatildeo desse aluno sobre o direito deste

frequentar o ensino regular no entanto essa inclusatildeo na visatildeo deles estaacute

acontecendo de forma errocircnea Pois os professores da rede regular de ensino

em sua quase totalidade natildeo estatildeo preparados para lidar com esta nova fase

da educaccedilatildeo brasileira

Tem que se pensar que para que a inclusatildeo se concretize natildeo basta

estar garantido na legislaccedilatildeo mas demanda modificaccedilotildees profundas e

importantes no sistema de ensino Essas mudanccedilas deveratildeo levar em conta o

contexto soacutecio econocircmico aleacutem de serem gradativas planejadas e contiacutenuas

para garantir uma educaccedilatildeo de oacutetima qualidade (BUENO 1998 apud

PEREIRA 2009)

Pereira (2009) acredita que a inclusatildeo depende de mudanccedila de valores

da sociedade e a vivencia de um novo paradigma que natildeo se faz com simples

recomendaccedilotildees teacutecnicas como se fossem receitas de bolo mas com reflexotildees

dos professores direccedilotildees pais alunos equipe multidisciplinar e a comunidade

Essa questatildeo natildeo eacute tatildeo simples assim pois devemos levar em conta as

diferenccedilas Como colocar no mesmo espaccedilo demandas tatildeo diferentes e

especiacuteficas se muitas vezes nem a escola especial consegue dar conta desse

atendimento de forma adequada Deparar-se com frequecircncia com as

resistecircncias dos professores e direccedilotildees manifestadas atraveacutes de

questionamentos e queixas ou ateacute mesmo com expectativas de que possa

apresentar soluccedilotildees maacutegicas de aplicaccedilatildeo imediata causando certa decepccedilatildeo

e frustraccedilatildeo pois ela natildeo existe

O problema se agrava quando se vecirc o professor totalmente dependente

do apoio ou assessoria de profissionais da aacuterea da sauacutede pois neste caso a

questatildeo cliacutenica eacute fundamental e se sobressai e novamente o pedagoacutegico fica

esquecido Com isso o professor se sente desvalorizado incapaz e fora do

processo por considerar esse aluno como doente concluindo que natildeo pode

fazer nada por ele pois ele precisa de tratamento especializado de

profissionais qualificados da aacuterea da sauacutede desistindo assim de assumir tal

tarefa

Desta forma parece que o professor esquece seu papel poreacutem natildeo se

considera o momento do professor sua formaccedilatildeo as condiccedilotildees da proacutepria

52

escola em receber esses alunos que entram nas escolas e continuam

excluiacutedos de todo o processo de ensino-aprendizagem e social causando

frustraccedilatildeo e fracassos dificultando assim a proposta de inclusatildeo Por um lado

os professores julgam-se incapazes de dar conta dessa demanda

despreparados e impotentes frente a essa realidade que eacute agravada dia-a-dia

pela falta de material adequado de apoio administrativo e recursos financeiros

Limaverde (2009) salienta que no Brasil estaacute acontecendo um grande

movimento proacute-inclusatildeo que tem sido fortalecido a partir da sistematizaccedilatildeo do

que se trata o atendimento educacional especializado Existem realidades

muito proacuteximas em relaccedilatildeo ao atendimento desses alunos mas ainda tem

muitas compreensotildees equivocadas sobre a inclusatildeo de alunos com deficiecircncia

Alguns municiacutepios brasileiros pensam que fazem inclusatildeo mas na verdade

eles tecircm feito integraccedilatildeo Percebe-se que alunos que frequentam escolas

comuns salas comuns de ensino natildeo participam efetivamente das aulas ou

das atividades realizadas e essas escolas alegam que esses alunos natildeo tecircm

condiccedilotildees de fazer as atividades e que por isso eles fazem outras atividades

diferenciadas Desta forma natildeo ocorre a inclusatildeo Isso eacute uma integraccedilatildeo

porque o aluno estaacute integrado na sala de aula comum mas ele natildeo participa

das atividades realizadas pelos demais colegas

Muitos municiacutepios brasileiros que estatildeo em processo de transiccedilatildeo ou

seja eles estatildeo implantando o atendimento educacional especializado de

caraacuteter complementar e ao mesmo tempo estatildeo ainda com problemas

relacionados agrave inclusatildeo desses alunos como por exemplo a manutenccedilatildeo de

classes especiais A partir da formaccedilatildeo de 2007 para caacute os municiacutepios tecircm se

reorganizado para atendimento educacional especializado mas ainda eacute uma

realidade muito diferenciada

A inclusatildeo soacute eacute possiacutevel onde houver respeito agrave diferenccedila e

consequentemente a adoccedilatildeo de praacuteticas pedagoacutegicas que permitam agraves

pessoas com deficiecircncia aprender e ser reconhecidos e valorizados os

conhecimentos que satildeo capazes de produzir segundo seu ritmo e na medida

de suas possibilidades (SILVA 2009)

53

A menos que a atual oportunidade favoraacutevel seja aproveitada para melhorar as qualificaccedilotildees profissionais de professores em educaccedilatildeo especial e consequentemente a qualidade da educaccedilatildeo especial tememos que os proacuteximos 20 anos ainda possam ser um periacuteodo de esperanccedilas frustradas (RELATORIO WARNOCK 1978 paraacutegrafo 1932)

54

CONCLUSAtildeO

Diante do levantamento bibliograacutefico conclui-se que a inclusatildeo nos

moldes em que se encontra atualmente estaacute longe de atender a um ideal

Tal processo necessita de muitas transformaccedilotildees Os oacutergatildeos a ele

ligados diretamente ou indiretamente deveratildeo rever suas propostas metas e

meacutetodos de implantaccedilatildeo

Profissionais da sauacutede tambeacutem tecircm papeacuteis importantes em todo o

processo inclusivo pois em accedilatildeo conjunta com os educadores podem fazer um

trabalho mais completo e eficaz

A inclusatildeo escolar eacute uma praacutetica que abrange natildeo apenas os

profissionais especiacuteficos das aacutereas meacutedica e educacional mas tambeacutem

envolve um fator preponderante na vida do indiviacuteduo atendido por ela a famiacutelia

Esta constitui a base da crianccedila com necessidades educacionais especiais e

assumindo a postura devida pode oferecer a esta crianccedila o subsiacutedio para seu

desenvolvimento escolar bem como uma fonte de apoio aos profissionais

envolvidos

Aleacutem de uma nobre causa de cunho educacional a inclusatildeo constitui

ainda uma mudanccedila no comportamento da sociedade como um todo que

passa a ter que zelar por interesses coletivos outrora ignorados pela maioria

Devido ao periacuteodo decorrido desde as primeiras iniciativas ligadas ao

processo inclusivo verifica-se que o tempo eacute um fator indispensaacutevel para sua

concretizaccedilatildeo Esta provavelmente dar-se-aacute a partir do momento em que todos

os envolvidos assumirem suas devidas responsabilidades e se unirem por uma

educaccedilatildeo de qualidade embasada em um planejamento organizado bem

dirigido iacutentegro e sobretudo pautado no respeito ao ser humano e agrave

diversidade

55

REFEREcircNCIAS

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25

da exclusatildeo escolar o que visa a beneficiar natildeo apenas os alunos com necessidades especiais mas de uma forma geral a educaccedilatildeo escolar como um todo

Mantoan Prieto Arantes (2006) salientam que o planejamento e a

implantaccedilatildeo de poliacuteticas para atender a alunos com necessidades educacionais

especiais requerem domiacutenio conceitual sobre inclusatildeo escolar e sobre as

solicitaccedilotildees decorrentes de sua adoccedilatildeo enquanto princiacutepio eacutetico-poliacutetico bem

como a clara definiccedilatildeo dos princiacutepios e diretrizes nos planos e programas

elaborados permitindo a redefiniccedilatildeo dos papeis da educaccedilatildeo especial e do

atendimento desse alunado

A poliacutetica educacional brasileira tem deslocado progressivamente para

os municiacutepios parte da responsabilidade administrativa financeira e

pedagoacutegica pelo acesso e permanecircncia de alunos com necessidades

educacionais especiais nas escolas em decorrecircncia do processo de

municipalizaccedilatildeo do ensino fundamental Essa diretriz tem provocado alguns

impactos no atendimento a esse puacuteblico alvo Algumas prefeituras criaram

formas de atendimento educacional especializado outras ampliaram ou

mantiveram seus auxiacutelios e serviccedilos de ensino algumas estatildeo apenas

matriculando esses alunos em suas redes de ensino e haacute ainda as que

desativaram alguns serviccedilos prestados como por exemplo a oferta de

programas de transporte adaptado

No Brasil o atendimento educacional especializado era em 2004

desenvolvido na proporccedilatildeo de 13 para 23 referindo-se a escolas comuns

puacuteblicas e a escolas exclusivamente especializadas ou em classes especiais

respectivamente

A base de dados divulgada natildeo registra informaccedilotildees sobre matriacuteculas no

ensino superior mas revela que o atendimento estaacute centrado na educaccedilatildeo

infantil (109596 matriacuteculas que correspondem a 19 3 do total) e no ensino

fundamental (365359 ou 644) Haacute na EJA (Educaccedilatildeo de Jovens e Adultos)

e na educaccedilatildeo profissional pouco mais de 41500 matriacuteculas em cada uma

dessas modalidades no ensino meacutedio as matriacuteculas equivaliam a 16 com

apenas 8281 alunos nesse niacutevel de ensino

A matriacutecula inicial na classe comum evoluiu de 1998 a 2002 em 151

Passamos de um total 439233 matriacuteculas em 1998 para 110536 em 2002

26

Em 2003 em dados aproximados havia 144100 alunos com necessidades

educacionais especiais nas referidas classes e em 2004 184800

evidenciando crescimento anual de 281 entre esses dois uacuteltimos anos

Deixa-se em aberto a possibilidade de sabermos que patamar de

atendimento foi atingido pois para isso precisariacuteamos ter dados sobre os que

estatildeo fora da escola portanto sem nenhum tipo de atendimento escolar

Eacute um dever natildeo cumprido averiguar se aos alunos com necessidades

educacionais especiais estaacute sendo garantido aleacutem do acesso agrave escola o

acesso agrave educaccedilatildeo aqui compreendida como processo de desenvolvimento

da capacidade fiacutesica intelectual e moral da crianccedila e do ser humano em geral

visando sua melhor integraccedilatildeo individual e social

Uma accedilatildeo que deve marcar as poliacuteticas puacuteblicas de educaccedilatildeo eacute a

formaccedilatildeo dos profissionais da educaccedilatildeo Sem deixar de considerar que em

educaccedilatildeo atuam profissionais no acircmbito teacutecnico-administrativo e em outras

funccedilotildees com importante papel no desenvolvimento de accedilotildees educacionais

14 Legislaccedilatildeo direitos e deveres na inclusatildeo

141 Leis e declaraccedilotildees internacionais

a) Declaraccedilatildeo de Cuenca - UNESCO - Equador 1981

b) Declaraccedilatildeo de Sunderberg - Torremolinos Espanha 1981

c) Resoluccedilotildees da XXIII Conferecircncia Sanitaacuteria Panamericana

- OPSOrganizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede - Washington DC USA -

1990

- Seminaacuterio Unesco - Caracas - Venezuela - 1992 - Informe Final

d) Declaraccedilatildeo de Santiago - Chile - 1993

e) Assembleacuteia Geral das Naccedilotildees Unidas - New York USA - 1993

Normas

- Uniformes sobre a igualdade de oportunidade para pessoas com

incapacidades

f) Declaraccedilatildeo Mundial de Educaccedilatildeo para Todos - UNICEF - Jon Tien

Tailacircndia - 1990

27

g) Declaraccedilatildeo de Salamanca - Salamanca Espanha princiacutepios poliacuteticas

e praacutetica em Educaccedilatildeo Especial - 1994 - criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de sistemas

educacionais inclusivos

142 Leis nacionais

a) Constituiccedilatildeo Federal de 1988 - Tiacutetulo VI - Da Ordem Social - Art 208

e Art 227

b) Lei nordm 785389 - Dispotildee sobre o apoio agraves pessoas com deficiecircncias

sua integraccedilatildeo social e pleno exerciacutecio de direitos sociais e individuais

c) Decreto nordm 220897 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

d) Parecer CNECEB nordm 1699 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

e) Resoluccedilatildeo CNECEB nordm 499 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

f) Decreto nordm 329899 - Regulamenta a Lei 785389 daacute-lhe condiccedilotildees

operacionais consolida as normas de proteccedilatildeo ao portador de deficiecircncias

g) LDB nordm 939496 (Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional) -

Capiacutetulo V - Educaccedilatildeo Especial - Art 58 Art 59 e Art 60 Portaria

MEC nordm 167999 - requisitos de acessibilidade a cursos instruccedilatildeo de

processos de autorizaccedilatildeo de cursos e credenciamento de instituiccedilotildees

voltadas agrave educaccedilatildeo especial

h) Parecer CNECEB nordm 1499 - Diretrizes nacionais da educaccedilatildeo

escolar indiacutegena

i) Resoluccedilatildeo CNECEB nordm 0399 - Fixa diretrizes nacionais para o

funcionamento de escolas indiacutegenas

j) Lei nordm 1009800 - Estabelece normas gerais e criteacuterios baacutesicos para a

promoccedilatildeo de acessibilidade das pessoas portadoras de deficiecircncia ou com

mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Resoluccedilatildeo CNECEB nordm

22001 - Institui diretrizes e normas para a educaccedilatildeo especial na Educaccedilatildeo

Baacutesica

k) Parecer CNECEB nordm 172001 - Diretrizes Nacionais para a Educaccedilatildeo

Especial na Educaccedilatildeo Baacutesica

28

l) Lei nordm 101722001 - Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo - PNE e daacute

outras providecircncias (o PNE estabelece 27 objetivos e metas para a

educaccedilatildeo de pessoas com necessidades educacionais especiais)

143 Direitos e Deveres

o papel da educaccedilatildeo consiste em favorecer que cada um de forma

livre e autocircnoma reconheccedila aos demais a mesma esfera de direito que exige

para si (VIEIRA 1999 p 16)

1431 Direito agrave acessibilidade

Para que as pessoas com deficiecircncia possam ter liberdade de ir e vir e

se sentir parte da comunidade elas necessitam de um meio fiacutesico adequado e

que garanta seguranccedila e acesso O direito a acessibilidade estaacute descrito nas

Leis 1009800 - regulamentada atraveacutes do Decreto 529604 - e 1004800 que

prevecircem a adequaccedilatildeo das vias e de espaccedilos puacuteblicos no mobiliaacuterio urbano na

construccedilatildeo e reforma de edifiacutecios nos meios de transporte e de comunicaccedilatildeo e

do acesso a informaccedilatildeo

Eacute possiacutevel promover a inclusatildeo social no meio fiacutesico construindo rampas

de acesso banheiros adaptados pisos taacuteteis guias rebaixadas sinais sonoros

entre outros

A acessibilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo pode ser alcanccedilada

atraveacutes de sites acessiacuteveis que atendam agraves pessoas com deficiecircncia visual e

por exemplo aparelhos de televisatildeo com legenda oculta As emissoras de TV

devem incluir em suas programaccedilotildees inteacuterprete de Libras para que as pessoas

com deficiecircncia auditiva possam acompanhar os programas

29

Pessoas com deficiecircncia fiacutesica idosos gestantes lactantes e pessoas

com crianccedilas de colo devem ter atendimento prioritaacuterio por meio de serviccedilos

individualizados que assegurem tratamento diferenciado

1432 Direito ao trabalho

Foram diversas as conquistas em defesa das pessoas com deficiecircncia

nos uacuteltimos anos Hoje elas satildeo amparadas por lei no seu direito de acesso ao

trabalho Graccedilas a estas conquistas fazer parte do quadro de funcionaacuterios de

uma empresa jaacute natildeo eacute um obstaacuteculo mas a permanecircncia destes profissionais

no local de trabalho ainda exige cuidados Cabe aos empregadores garantir

bem estar e acessibilidade aos seus colaboradores para que eles tenham

oportunidade de exercer suas funccedilotildees de maneira adequada e mostrar todo o

seu potencial

Este sistema estaacute carregado da antiga visatildeo de assistencialismo

capacidade laborativa reduzida e falta de noccedilatildeo sobre cidadania Na sociedade

brasileira ele ainda eacute necessaacuterio para que as pessoas apostem nestes

profissionais e desta forma descubram que eles tecircm um enorme potencial

Em vaacuterios paiacuteses como EUA Canadaacute Gratilde-Bretanha Nova Zelacircndia

Dinamarca Sueacutecia Finlacircndia Austraacutelia e Portugal este princiacutepio foi extinto e a

antiga visatildeo foi superada Em naccedilotildees como o Brasil ela estaacute em vias de

superaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo eacute a melhor forma de acabar com o preconceito

Durante anos a sociedade excluiu as pessoas com deficiecircncia do

conviacutevio social Esta exclusatildeo se reflete ateacute hoje em diversos setores sociais

Vaacuterias leis foram criadas visando agrave inclusatildeo dos cidadatildeos com

deficiecircncia mas algumas delas foram concebidas quando ainda se tinha pouco

conhecimento sobre este puacuteblico e suas limitaccedilotildees O sistema de cotas eacute uma

delas

a) 1980 - estabelecida como a deacutecada internacional da pessoa com

deficiecircncia

b) 1992 - estabelecida a data de 3 de dezembro como dia internacional das

pessoas portadoras de deficiecircncia da ONU

30

c) 1994 - declaraccedilatildeo de Salamanca (Espanha) tratando da educaccedilatildeo

especial

d) 1995 - a Inglaterra aprova legislaccedilatildeo semelhante para empresas com

mais de vinte empregados

e) 1999 - promulgada na Guatemala a convenccedilatildeo interamericana para a

eliminaccedilatildeo de todas as formas de discriminaccedilatildeo contra as pessoas

portadoras de deficiecircncia

f) 2002 - realizado em marccedilo o congresso europeu sobre deficiecircncia em

Madri que estabeleceu 2003 como o ano europeu das pessoas com

deficiecircncia

g) 1981 - adotado pela ONU como o ano internacional das pessoas com

deficiecircncia

h) 1983 elaboraccedilatildeo da convenccedilatildeo 159 pela OIT

i) 1990 - aprovada a ADA (Lei dos Deficientes dos Estados Unidos)

aplicaacutevel a toda empresa com mais de quinze funcionaacuterios

j) 1997 - tratado de Amsterdatilde em que a Uniatildeo Europeacuteia se compromete a

facilitar a inserccedilatildeo e a permanecircncia das pessoas com deficiecircncia nos

mercados de trabalho

1433 Direito agrave educaccedilatildeo

Para se tornar parte da sociedade eacute necessaacuterio compreende-la A base

para o sucesso de qualquer cidadatildeo estaacute na educaccedilatildeo e isto natildeo eacute diferente

para as pessoas com deficiecircncia Participar do sistema educacional eacute garantir a

inclusatildeo social e a igualdade de oportunidades

A Lei 939496 art4ordm que estabelece as diretrizes e bases da educaccedilatildeo

nacional (LDB) reconhece que a educaccedilatildeo eacute um instrumento fundamental para

a integraccedilatildeo e participaccedilatildeo de qualquer pessoa com deficiecircncia no contexto em

que vive Estaacute disposto nesta lei que haveraacute quando necessaacuterio serviccedilos de

apoio especializado na escola regular para atender agraves peculiaridades da

clientela de educaccedilatildeo especial e que o atendimento educacional seraacute feito em

classes escolas ou serviccedilos especializados sempre que em funccedilatildeo das

31

condiccedilotildees especiacuteficas dos alunos natildeo for possiacutevel a sua integraccedilatildeo nas

classes comuns de ensino regular

A legislaccedilatildeo brasileira tambeacutem prevecirc o acesso a livros em Braille de uso

exclusivo das pessoas com deficiecircncia visual

1434 Direito agrave sauacutede

A assistecircncia agrave sauacutede e agrave reabilitaccedilatildeo cliacutenica satildeo condiccedilotildees decisivas

para a inclusatildeo da pessoa com deficiecircncia na sociedade

Para promover a melhoria da qualidade de vida e com intuito de

estimular a independecircncia do indiviacuteduo com deficiecircncia nas suas atividades

diaacuterias foi criado o sistema das redes estaduais de assistecircncia agrave pessoa com

deficiecircncia

Este projeto oferece ajuda teacutecnica aleacutem de oacuterteses e proacuteteses para que

a pessoa tenha maior autonomia

Outro sistema criado para a manutenccedilatildeo da sauacutede fiacutesica e mental do

cidadatildeo com deficiecircncia eacute a Poliacutetica Nacional para a integraccedilatildeo da pessoa com

deficiecircncia implantada em 1989 Regulamentada pelo Decreto nordm 3298 prevecirc

auxiacutelio na prevenccedilatildeo de doenccedilas atendimento psicoloacutegico reabilitaccedilatildeo

fornecimento de medicamentos e assistecircncia atraveacutes de planos de sauacutede

1435 Direito a isenccedilotildees fiscais e financiamento

Pessoas com deficiecircncia empresas bancos e demais instituiccedilotildees

ligadas a este puacuteblico possuem alguns benefiacutecios previstos em lei

Para as empresas dispostas a contribuir com a inclusatildeo social de

portadores de necessidades especiais a legislaccedilatildeo brasileira prevecirc a

concessatildeo fiscal Podem ser firmados convecircnios que garantem a isenccedilatildeo de

ICMS seja para doaccedilatildeo de equipamentos adaptados seja para aquisiccedilotildees de

aparelhos e acessoacuterios destinados agraves instituiccedilotildees que atendam este segmento

da populaccedilatildeo

Automoacuteveis adquiridos em alguns estados brasileiros por pessoas com

32

deficiecircncia fiacutesica visual mental e autistas ou seus representantes legais satildeo

isentos de ICMS (Imposto sobre Circulaccedilatildeo de Mercadorias e Serviccedilos) e do

IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de acordo com a Lei 1075403

Os financiamentos de automoacuteveis de fabricaccedilatildeo nacional tambeacutem satildeo

liberados do IOF (Imposto sobre Operaccedilotildees Financeiras)

Tais benefiacutecios ainda natildeo satildeo tributados pelo Imposto de Renda e tanto

a aquisiccedilatildeo de aparelhos e materiais como a realizaccedilatildeo de outras despesas

podem ser deduzidas do imposto

1436 Direito ao passe livre

Os cidadatildeos com deficiecircncia tambeacutem possuem benefiacutecios relacionados

aos meios de transporte A Lei 889994 conhecida como Lei do Passe Livre

prevecirc que toda pessoa com deficiecircncia tem direito ao transporte coletivo

interestadual gratuito e que cabe a cada estado ou municiacutepio implantar

programas similares ao passe livre para os transportes municipais e estaduais

Aleacutem do transporte gratuito o municiacutepio deve garantir que os meios de

transporte sejam acessiacuteveis a estes cidadatildeos

15 Declaraccedilatildeo de Salamanca princiacutepios poliacutetica e praacutetica na educaccedilatildeo

especial

Notando com satisfaccedilatildeo um incremento no envolvimento de governos

grupos de advocacia comunidades e pais e em particular de organizaccedilotildees de

pessoas com deficiecircncias na busca pela melhoria do acesso agrave educaccedilatildeo para

a maioria daqueles cujas necessidades especiais ainda se encontram

desprovidas e reconhecendo como evidecircncia para tal envolvimento a

participaccedilatildeo ativa do alto niacutevel de representantes e de vaacuterios governos

agecircncias especializadas e organizaccedilotildees intergovernamentais naquela

Conferecircncia Mundial

a) Os delegados da Conferecircncia Mundial de Educaccedilatildeo Especial

33

representando 88 governos e 25 organizaccedilotildees internacionais em

assembleia em Salamanca Espanha entre 7 e 10 de junho de 1994

reafirma o compromisso para com a educaccedilatildeo para todos

reconhecendo a necessidade e urgecircncia do providenciamento de

educaccedilatildeo para as crianccedilas jovens e adultos com necessidades

educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino e re-

endossa a estrutura de accedilatildeo em educaccedilatildeo especial em que pelo

espiacuterito de cujas provisotildees e recomendaccedilotildees governo e

organizaccedilotildees sejam guiados

b) Acreditam e proclamam que toda crianccedila tem direito fundamental agrave

educaccedilatildeo e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o niacutevel

adequado de aprendizagem toda crianccedila possui caracteriacutesticas

interesses habilidades e necessidades de aprendizagem que satildeo

uacutenicas sistemas educacionais deveriam ser designados e programas

educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em

conta a vasta diversidade de tais caracteriacutesticas e necessidades

aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso

agrave escola regular que deveria acomodaacute-los dentro de uma pedagogia

centrada na crianccedila capaz de satisfazer a tais necessidades

escolas regulares que possuam tal orientaccedilatildeo inclusiva constituem

os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatoacuterias

criando-se comunidades acolhedoras construindo uma sociedade

inclusiva e alcanccedilando educaccedilatildeo para todos aleacutem disso tais escolas

proveem uma educaccedilatildeo efetiva agrave maioria das crianccedilas e aprimoram

a eficiecircncia e em uacuteltima instacircncia o custo da eficaacutecia de todo o

sistema educacional

c) Congregam todos os governos e demandam que atribuam a mais

alta prioridade poliacutetica e financeira ao aprimoramento de seus

sistemas educacionais no sentido de se tornarem aptos a incluiacuterem

todas as crianccedilas independentemente de suas diferenccedilas ou

dificuldades individuais adotem o princiacutepio de educaccedilatildeo inclusiva em

forma de lei ou de poliacutetica matriculando todas as crianccedilas em

escolas regulares a menos que existam fortes razotildees para agir de

outra forma desenvolvam projetos de demonstraccedilatildeo e encorajem

34

intercacircmbios em paiacuteses que possuam experiecircncias de escolarizaccedilatildeo

inclusiva estabeleccedilam mecanismos participatoacuterios e

descentralizados para planejamento revisatildeo e avaliaccedilatildeo de provisatildeo

educacional para crianccedilas e adultos com necessidades educacionais

especiais encorajem e facilitem a participaccedilatildeo de pais comunidades

e organizaccedilotildees de pessoas portadoras de deficiecircncias nos processos

de planejamento e tomada de decisatildeo concernentes agrave provisatildeo de

serviccedilos para necessidades educacionais especiais invistam

maiores esforccedilos em estrateacutegias de identificaccedilatildeo e intervenccedilatildeo

precoces bem como nos aspectos vocacionais da educaccedilatildeo

inclusiva garantam que no contexto de uma mudanccedila sistecircmica

programas de treinamento de professores tanto em serviccedilo como

durante a formaccedilatildeo incluam a provisatildeo de educaccedilatildeo especial dentro

das escolas inclusivas

d) Tambeacutem congregam a comunidade internacional em particular

governos com programas de cooperaccedilatildeo internacional agecircncias

financiadoras internacionais especialmente as responsaacuteveis pela

Conferecircncia Mundial em Educaccedilatildeo para Todos UNESCO UNICEF

UNDP e o Banco Mundial a endossar a perspectiva de escolarizaccedilatildeo

inclusiva e apoiar o desenvolvimento da educaccedilatildeo especial como

parte integrante de todos os programas educacionais as Naccedilotildees

Unidas e suas agecircncias especializadas em particular a ILO WHO

UNESCO e UNICEF a reforccedilar seus estiacutemulos de cooperaccedilatildeo

teacutecnica bem como reforccedilar suas cooperaccedilotildees e redes de trabalho

para um apoio mais eficaz agrave jaacute expandida e integrada provisatildeo em

educaccedilatildeo especial organizaccedilotildees natildeo-governamentais envolvidas na

programaccedilatildeo e entrega de serviccedilo nos paiacuteses a reforccedilar sua

colaboraccedilatildeo com as entidades oficiais nacionais e intensificar o

envolvimento crescente delas no planejamento implementaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de provisatildeo em educaccedilatildeo especial que seja inclusiva

UNESCO enquanto a agecircncia educacional das Naccedilotildees Unidas a

assegurar que educaccedilatildeo especial faccedila parte de toda discussatildeo que

lide com educaccedilatildeo para todos em vaacuterios foros a mobilizar o apoio de

organizaccedilotildees dos profissionais de ensino em questotildees relativas ao

35

aprimoramento do treinamento de professores no que diz respeito a

necessidade educacionais especiais a estimular a comunidade

acadecircmica no sentido de fortalecer pesquisa redes de trabalho e o

estabelecimento de centros regionais de informaccedilatildeo e documentaccedilatildeo

e da mesma forma a servir de exemplo em tais atividades e na

disseminaccedilatildeo dos resultados especiacuteficos e dos progressos

alcanccedilados em cada paiacutes no sentido de realizar o que almeja a

presente declaraccedilatildeo a mobilizar fundos atraveacutes da criaccedilatildeo (dentro

de seu proacuteximo planejamento a meacutedio prazo 1996-2000) de um

programa extensivo de escolas inclusivas e programas de apoio

comunitaacuterio que permitiriam o lanccedilamento de projetos-piloto que

demonstrassem novas formas de disseminaccedilatildeo e o desenvolvimento

de indicadores de necessidade e de provisatildeo de educaccedilatildeo especial

e) Por uacuteltimo expressam o caloroso reconhecimento ao governo da

Espanha e agrave UNESCO pela organizaccedilatildeo da Conferecircncia e

demandam-lhes realizarem todos os esforccedilos no sentido de trazer

esta declaraccedilatildeo e sua relativa estrutura de accedilatildeo da comunidade

mundial especialmente em eventos importantes tais como o Tratado

Mundial de Desenvolvimento Social (em Kopenhagen em 1995) e a

Conferecircncia Mundial sobre a Mulher (em Beijing em 1995) Adotada

por aclamaccedilatildeo na cidade de Salamanca Espanha neste deacutecimo dia

de junho de 1994

Durante os uacuteltimos 15 ou 20 anos tem se tornado claro que o conceito de necessidades educacionais especiais teve que ser ampliado para incluir todas as crianccedilas que natildeo estejam conseguindo se beneficiar com a escola seja por que motivo for (UNESCO 1994 p15)

16 Diretrizes na educaccedilatildeo especial na perspectiva da inclusatildeo

A consciecircncia do direito de construir uma identidade proacutepria e do reconhecimento da identidade do outro se traduz no direito de igualdade e no respeito agraves diferenccedilas assegurando oportunidades diferentes (equidade) tantas quanto forem necessaacuterias com vistas agrave busca da igualdade (BRASIL 2001)

36

A educaccedilatildeo especial eacute uma modalidade de ensino que perpassa todos

os niacuteveis etapas e modalidades realiza o atendimento educacional

especializado disponibiliza os serviccedilos e recursos proacuteprios desse atendimento

e orienta os alunos e seus professores quanto a sua utilizaccedilatildeo nas turmas

comuns do ensino regular

O atendimento educacional especializado identifica elabora e organiza

recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a

plena participaccedilatildeo dos alunos considerando as suas necessidades

especiacuteficas As atividades desenvolvidas no atendimento educacional

especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum natildeo

sendo substitutivas agrave escolarizaccedilatildeo Esse atendimento completa e suplementa

a formaccedilatildeo dos alunos com vistas agrave autonomia e independecircncia na escola e

fora dela

Tal modalidade de ensino disponibiliza programas de enriquecimento

curricular o ensino de linguagem e coacutedigos especiacuteficos de comunicaccedilatildeo e

sinalizaccedilatildeo ajudas teacutecnicas e tecnoloacutegicas assistidas dentre outros Ao longo

de todo processo de escolarizaccedilatildeo esse atendimento deve estar articulado

com a proposta pedagoacutegica de ensino comum

A inclusatildeo escolar tem inicio na educaccedilatildeo infantil onde se desenvolvem

as bases necessaacuterias para a construccedilatildeo do conhecimento e seu

desenvolvimento global Nessa etapa o luacutedico o acesso agraves formas

diferenciadas de comunicaccedilatildeo a riqueza de estiacutemulos nos aspectos fiacutesicos

emocionais cognitivos psicomotores e sociais e a convivecircncia com as

diferenccedilas favorecem as relaccedilotildees interpessoais o respeito e a valorizaccedilatildeo da

crianccedila Do nascimento aos trecircs anos o atendimento educacional

especializado se expressa por meio de serviccedilos que objetivam aperfeiccediloar o

processo de desenvolvimento e aprendizagem em interface com os serviccedilos de

sauacutede e assistecircncia social

Em todas as etapas e modalidades da educaccedilatildeo baacutesica o atendimento

especializado eacute organizado para apoiar o desenvolvimento dos alunos

constituindo oferta obrigatoacuteria dos sistemas de ensino e deve ser realizado no

turno inverso ao da classe comum na proacutepria escola ou centro especializado

que realize esse serviccedilo educacional Este atendimento eacute realizado mediante a

37

atuaccedilatildeo de profissionais com conhecimento especiacuteficos no ensino da Liacutengua

Brasileira de Sinais da Liacutengua Portuguesa e na modalidade escrita como

segunda liacutengua do Sistema Braille do Soroban da orientaccedilatildeo e mobilidade

das atividades de vida autocircnoma da comunicaccedilatildeo alternativa do

desenvolvimento dos processos mentais superiores dos programas de

enriquecimento curricular da adequaccedilatildeo e produccedilatildeo de materiais didaacuteticos e

pedagoacutegicos da utilizaccedilatildeo de recursos oacutepticos e natildeo oacutepticos da tecnologia

assistida e outros

Cabe aos sistemas de ensino ao organizar a educaccedilatildeo especial na

perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva disponibilizar as funccedilotildees do instrutor de

Libras e guia interprete bem como de monitor dos alunos com necessidades

de apoio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo locomoccedilatildeo entre outras que

exijam auxilio constante no cotidiano escolar

Para atuar na educaccedilatildeo especial o professor deve ter como base de

sua formaccedilatildeo inicial e continuada conhecimentos gerais para o exerciacutecio da

docecircncia e conhecimentos especiacuteficos da aacuterea Essa formaccedilatildeo possibilita a sua

atuaccedilatildeo no atendimento educacional especializado e deve aprofundar o caraacuteter

interativo e interdisciplinar da atuaccedilatildeo nas salas comuns do ensino regular nas

salas de recursos nos centros de atendimento educacional especializado nos

nuacutecleos de acessibilidade das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior nas classes

hospitalares e nos ambientes domiciliares para a oferta dos serviccedilos e

recursos de educaccedilatildeo especial

38

CAPIacuteTULO II

CAPACITACcedilAtildeO E CONCEPCcedilAtildeO DE PROFESSORES NO PROCESSO DE

INCLUSAtildeO ESCOLAR

2 CAPACITACcedilAtildeO PROFISSIONAL E A INCLUSAtildeO ESCOLAR

A formaccedilatildeo de professores que atuam diretamente na inclusatildeo escolar

sempre se constituiu numa grande problemaacutetica com relaccedilatildeo ao atendimento

do aluno com necessidades especiais Tudo eacute muito novo e desafiador E isto

infelizmente ainda eacute uma barreira para que a inclusatildeo se efetive com alicerce

suficiente para se sustentar

Nos finais do Impeacuterio o atendimento a essa clientela era vinculada agrave

sauacutede Nos anos 20 do seacuteculo passado iniciou-se uma crescente preocupaccedilatildeo

com a questatildeo propriamente pedagoacutegica porem influenciada pela abordagem

psicoloacutegica natildeo abandonando o campo da sauacutede

Para atender agraves demandas cada professor deveria estar apto a

elaborar incrementar e implementar situaccedilotildees de ensino que favorecessem a

construccedilatildeo dos conceitos mais primaacuterios aos mais complexos Eacute importante

que o professor organize seu planejamento de maneira que natildeo passem

despercebidos pelas situaccedilotildees de ensino conceitos que podem parecer

simples mas que na verdade satildeo preacute-requisitos para o que se pensa ser o

mais importante Contudo natildeo satildeo poucos os casos em que as situaccedilotildees

acabam sendo apresentadas de forma restrita sem pertinecircncia aos alunos que

participam da accedilatildeo inclusiva

O cotidiano de sala de aula requer na atualidade a efetivaccedilatildeo de accedilotildees

didaacuteticas flexiacuteveis poreacutem contextualizadas a adequaccedilatildeo de recursos sem

depreciar a capacidade e a imagem do aluno com o qual interagimos uma

reformulaccedilatildeo das dinacircmicas em sala de aula que possibilite a participaccedilatildeo

39

efetiva de todos

Muitos recursos muitas vezes satildeo pouco explorados ou ateacute mesmo

desconsiderados pelo professor com o passar dos niacuteveis propostos pelo

sistema de educaccedilatildeo No entanto quando o professor eacute o agente mediador de

um contexto educacional no qual a diversidade estaacute mais complexa devido agraves

demandas que um tipo de necessidade educativa especial pode gerar eacute

essencial que ele natildeo perca de vista a validade de determinados recursos

diante da construccedilatildeo de conceitos mais elaborados ou abstratos (FERREIRA

2004)

Valorizar a singularidade de cada ser humano eacute um compromisso eacutetico

de contribuir com as transformaccedilotildees necessaacuterias agrave construccedilatildeo de uma

sociedade mais justa (SOUZA SILVA 2005 p 239)

Um sistema escolar inclusivo precisa investir na capacitaccedilatildeo contiacutenua dos

professores e funcionaacuterios das escolas realizando o chamamento dos que

ainda natildeo se consideram envolvidos para um processo de sensibilizaccedilatildeo e

atualizaccedilatildeo constante de toda escola e comunidade Nesse aspecto a

assessoria ao professor eacute fundamental para orientaccedilatildeo e anaacutelise na busca de

soluccedilotildees para os problemas surgidos na sala de aula no aprofundamento das

questotildees teoacutericas na construccedilatildeo de intervenccedilotildees pedagoacutegicas na seleccedilatildeo de

recursos materiais e tecnoloacutegicos para a aprendizagem dos alunos no

processo de avaliaccedilatildeo na inter-relaccedilatildeo com as famiacutelias bem como na

mediaccedilatildeo entre escola e serviccedilos especializados para atendimento ao aluno

com necessidades educacionais na aacuterea da sauacutede da assistecircncia social do

trabalho entre outros (BEYER 2005)

Para Marques (2006) inclusatildeo escolar implica numa reorganizaccedilatildeo

estrutural da escola de todos os elementos da praacutetica pedagoacutegica

considerando o dado do muacuteltiplo da diversidade e natildeo mais o padratildeo

universal O atual momento histoacuterico exige uma participaccedilatildeo efetiva da escola

como instituiccedilatildeo loacutecus do conhecimento e da formaccedilatildeo de cidadatildeos capazes de

intervir nos rumos da sociedade Neste sentido faz-se necessaacuteria uma escola

criativa onde todos os seus componentes sejam co-sujeitos na produccedilatildeo de um

saber-instrumento para o conviacutevio escolar e social Cabe portanto a alunos

professores e sujeitos desse processo planejar e construir as diferentes etapas

de nossa caminhada etapas que se num primeiro momento satildeo idealizadas

40

logo transformam-se em realidade pela reflexatildeo criacutetica de nossas proacuteprias

possibilidades na construccedilatildeo dessa nova escola Assim eacute preciso

redimensionar o modo de pensar e fazer a educaccedilatildeo tarefa por natureza

complexa que envolve elementos poliacuteticos soacutecio-econocircmicos teacutecnicos e

culturais

Essa postura por sua vez implica na superaccedilatildeo da dicotomia e

fragmentaccedilatildeo das atribuiccedilotildees dos agentes educativos dos rituais dos

conteuacutedos metodoloacutegicos dos recursos pedagoacutegicos do processo de

avaliaccedilatildeo bem como das concepccedilotildees de educaccedilatildeo e de sociedade Enfatiza

tambeacutem que implica para o professor em uma seacuterie de mudanccedilas com relaccedilatildeo

a sua postura pressuposto baacutesico de sua atuaccedilatildeo a compreensatildeo das

diferentes necessidades educacionais de seus alunos sendo necessaacuteria aacute

flexibilizaccedilatildeo do professor no exerciacutecio do compromisso eacutetico para se adequar

agraves novas situaccedilotildees que surgiratildeo em decorrecircncia das diversidades presentes

em seu cotidiano atentando para a supressatildeo de uma possiacutevel postura

discriminatoacuteria

Zimmermann (2008) destaca que a instituiccedilatildeo escolar precisa redefinir

sua base de estrutura organizacional destituindo-se de burocracias

reorganizando grades curriculares proporcionando maior ecircnfase agrave formaccedilatildeo

humana dos professores e afinando a relaccedilatildeo famiacutelia

escola propondo uma

praacutetica pedagoacutegica coletiva dinacircmica e flexiacutevel para atender esta nova

realidade educacional A educaccedilatildeo inclusiva tem forccedila transformadora e

aponta para uma nova era natildeo somente educacional mas para uma sociedade

inclusiva

Segundo Mittler (2008) as escolas a volta poderiam tentar encontrar

novos modos de pedir aos pais as suas opiniotildees sobre como poderiam ser

fortalecidos os viacutenculos entre lar e a escola Os viacutenculos mais iacutentimos entre

pais e professor natildeo podem ser prescritos de cima para baixo mas sim

fundamentados nos desejos e nas prioridades daquele que estatildeo nessa aacuterea

A uacuteltima palavra vai para um grupo de pais de crianccedilas com

necessidades especiais e deficiecircncia ( RUSSEL 1997 apud MITTEL

2008p227)

a) Por favor aceite e valorize nossas crianccedilas (e noacutes mesmos como

famiacutelia) como noacutes somos valorizados

41

b) Por favor celebre a diferenccedila

c) Por favor aceite nossas crianccedilas primeiramente como crianccedilas Natildeo

coloque roacutetulos nelas a menos que vocecirc pretenda fazer algo

d) Por favor reconheccedila seu poder sobre nossas vidas Vivemos com as

consequumlecircncias de suas opiniotildees e decisotildees

e) Por favor entenda a tensatildeo sob qual muitas famiacutelias estatildeo vivendo

Os encontros cancelados a lista de espera que ningueacutem consegue

chegar ao inicio todas as discussotildees sobre recursos eacute sobre nossa

vida que vocecirc esta falando

f) Por favor natildeo use modas passageiras e tratamentos conosco a

menos que vocecirc vai estar conosco E natildeo esqueccedila que as famiacutelias

tecircm muitos membros muitas responsabilidades Agraves vezes natildeo

podemos agradar a todo mundo

g) Por favor reconheccedila que aacutes vezes noacutes eacute que temos razatildeo Por favor

acredite em noacutes e escute o que sabemos sobre o que noacutes e nossas

crianccedilas necessitamos

h) Agraves vezes estamos tristes cansados e deprimidos Por favor valorize

nos como famiacutelias preocupadas e comprometidas e tente continuar a

trabalhar conosco

Limaverde (2009) acredita que a maioria dos professores vem de

cursos onde a discussatildeo da teoria e da praacutetica ainda eacute dividida Discute-se

teoria e praacutetica de maneira isolada Ainda se estuda uma teoria idealizada

Poucos cursos de formaccedilatildeo de professores oferecem de modo obrigatoacuterio em

seus curriacuteculos as disciplinas relacionadas agrave diferenccedila agraves deficiecircncias Aleacutem

da formaccedilatildeo do nuacutecleo comum eles tambeacutem precisam se atentar para essas

especificidades Haacute uma obrigatoriedade de se ofertar nos cursos de

pedagogia a disciplina de Libras Mas isso natildeo deve ocorrer apenas na

formaccedilatildeo inicial mas tambeacutem na formaccedilatildeo continuada que eacute aquela em

serviccedilo mas que muitas vezes natildeo contemplam essas especificidades

O problema de formaccedilatildeo eacute muito grave porque repercute nessa

inseguranccedila do professor no preconceito no medo Aleacutem do entrave da

formaccedilatildeo no aspecto pedagoacutegico as escolas elaboram seu projeto poliacutetico

pedagoacutegico sem levar em conta a presenccedila do aluno com deficiecircncia As

praacuteticas a organizaccedilatildeo da sala de aula natildeo leva em conta a presenccedila desse

42

aluno Onde natildeo haacute uma interlocuccedilatildeo mais refinada entre o ensino comum e a

Educaccedilatildeo Especial com esse saber mais especiacutefico natildeo haacute inclusatildeo

A inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino Assim na formaccedilatildeo do professor teria dois espaccedilos um da sala de

aula que eacute a formaccedilatildeo comum para todos os professores contemplando

desenvolvimento aprendizagem e uma na formaccedilatildeo continuada Uma

formaccedilatildeo que atenda agraves diferenccedilas da sala de aula o atendimento agrave educaccedilatildeo

especializada aleacutem da formaccedilatildeo baacutesica cursos de extensatildeo de libras de

soroban de braile de tecnologia assistida para que esse professor possa

atender a especificidade desses alunos O aluno com deficiecircncia eacute um ser

humano que se desenvolve como qualquer outro As teorias e teacutecnicas que

foram estudadas satildeo suporte para esse trabalho Agora o que vai modificar na

sua atuaccedilatildeo eacute a maneira como ele organiza suas praacuteticas pedagoacutegicas Na

maioria das vezes eles organizam praacuteticas homogecircneas do aluno idealizado Eacute

importante um planejamento para pensar essas diferenccedilas na sala de aula Eacute

um trabalho do projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

21 Concepccedilotildees de professores sobre a inclusatildeo na educaccedilatildeo regular e

especial

Inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino (LIMAVERDE 2009)

Apenas a partir do seacuteculo XX verificou-se uma melhor aceitaccedilatildeo das

pessoas com necessidades especiais momento em que se iniciou a sua

desinstitucionalizaccedilatildeo e educaccedilatildeo escolar Ateacute este periacuteodo eram segregados

e praticamente privados de conviacutevio social Entretanto verifica-se que as

conquistas ainda foram poucas pois o preconceito a ignoracircncia e a

discriminaccedilatildeo ainda satildeo muito fortes em relaccedilatildeo ao deficiente e a deficiecircncia

Para Carmo (2000) a inclusatildeo eacute um assunto que deve ser refletido e

investigado com muita precisatildeo jaacute que a sociedade pode estar criando uma

nova modalidade a de excluiacutedos dentro da inclusatildeo podemos assim concluir

nessa reflexatildeo para que haja o processo de ensino-aprendizagem nos alunos

portadores de necessidades educacionais especiais o professor teraacute que se

43

capacitar para atender a proposta desta nova face da educaccedilatildeo brasileira ele

teraacute que tentar conciliar as teorias sobre o assunto com sua pratica e a

realidade da sala de aula Pois soacute assim a inclusatildeo do aluno portador de

necessidades educacionais especiais seraacute bem sucedida e gerando bons

resultados no futuro

Assim a inclusatildeo deste tipo de aluno requer novas posturas tanto aos

professores quanto ao sistema educacional brasileiro levando em consideraccedilatildeo

que todos noacutes estaremos ganhando Lembrando tambeacutem que este processo

de aprendizagem requer a reciprocidade das experiecircncias entre o aluno com

necessidades educacionais especiais o professor e os demais alunos Um

processo de aprendizagem onde todos participam a aquisiccedilatildeo do

conhecimento ocorreraacute com mais facilidade

Mantoan Pietro Arantes (2006) acredita que recriar um novo modelo

educativo com ensino de qualidade que diga natildeo aacute exclusatildeo social implica em

condiccedilotildees de trabalho pedagoacutegico e uma rede de saberes que se entrelaccedilam e

caminham no sentido contraacuterio do paradigma tradicional de educaccedilatildeo

segregadora Eacute uma reviravolta complexa mas possiacutevel basta que lutemos por

ela que nos aperfeiccediloemos e estejamos abertos a colaborar na busca dos

caminhos pedagoacutegicos da inclusatildeo Pois nem todas as diferenccedilas

necessariamente inferiorizam as pessoas Elas tem diferenccedilas e igualdades

mas entre elas nem tudo deve ser igual assim como nem tudo deve ser

diferente

De acordo com Santos (apud MANTOAN2003 p34 ) eacute preciso que

tenhamos o direito de sermos diferentes quando a igualdade nos

descaracteriza e o direito de sermos iguais quando a diferenccedila nos inferioriza

Assim a luta pela escola inclusiva embora seja contestada e tenha ateacute

mesmo assustado a comunidade escolar exige mudanccedila de haacutebitos e atitudes

pela sua loacutegica e eacutetica nos remete a refletir e reconhecer que trata-se de um

posicionamento social que garante a vida com igualdade pautada pelo

respeito agraves diferenccedilas Apesar das iniciativas acanhadas da comunidade

escolar e da sociedade geral eacute possiacutevel adequar a escola para um novo

tempo Precisa estar imbuiacutedos de boa vontade e compromisso enfrentar com

seguranccedila e otimismo este desafio enxergar a clareza e obviedade eacutetica da

proposta inclusiva e contribuir para o desmantelamento dessa maacutequina escolar

44

enferrujada

Para Lisita e Souza (2003) das utopias concretas da modernidade tem-

se hoje apenas a certeza da transitoriedade O sentido da revoluccedilatildeo antes

propagado daacute lugar a um leque de possibilidades as quais se abrem num

horizonte virtual em constantes mudanccedilas Que se trata de uma nova realidade

mundial natildeo se discute Indaga-se no entanto o que se tem a fazer diante de

tal realidade

Nesse sentido a ciecircncia e a tecnologia tecircm se constituiacutedo nos principais

agentes de proposiccedilatildeo e de determinaccedilatildeo dessas mudanccedilas A sensaccedilatildeo que

se tem eacute a de que amanheceremos a cada dia num novo mundo repleto de

novidades e onde o ontem estaacute cada vez e mais rapidamente distante

O cenaacuterio do mundo atual evidencia um movimento em direccedilatildeo a um

sentido de inclusatildeo social o sujeito com deficiecircncia passa a dividir a cena com

os sujeitos sem deficiecircncia coabitando os diversos espaccedilos sociais Nota-se

pois um grande dinamismo experimentado pelos sujeitos e em particular

pelos sujeitos com deficiecircncia num mundo onde conceitos e praacuteticas assumem

cada vez mais um caraacuteter efecircmero e de possibilidades muacuteltiplas

Segundo Ferreira e Glat (2004) satildeo frequentes relatos de professores

principalmente em conselhos de classe sobre a dificuldade de determinados

alunos quanto agrave efetivaccedilatildeo de algumas propostas educacionais Na maioria

das situaccedilotildees o que de fato acontece natildeo eacute uma dificuldade do aluno em

realizar ou compreender a atividade solicitada e sim uma inadequaccedilatildeo do

procedimento dos objetivos eou da avaliaccedilatildeo realizada pelo professor Nesse

sentido eacute importante o professor analisar algumas questotildees como

a) de que maneira todos os alunos poderatildeo participar da aula proposta

b) se haacute necessidade de apoio adaptaccedilotildees e como fazecirc-las para sua

plena participaccedilatildeo

c) que expectativas devem ser esperadas eou modificadas para a

efetivaccedilatildeo da atividade (como os alunos demonstram o que sabem a

quantidade e qualidade das atividades propostas)

d) quais satildeo os objetivos prioritaacuterios para a aprendizagem

Enfim eacute do conhecimento de todos que natildeo haacute formas sem

precedentes que se bastem ou que se perpetuem diante das realidades

necessidades e demandas dos alunos que compotildeem as salas de aula que hoje

45

cada professor assume Eacute importante a busca constante de praacuteticas pautadas

no contexto que o aluno vivencia inovadoras pois o trabalho eacute dinacircmico

sendo fundamental que cada profissional pense na sua disponibilidade para a

construccedilatildeo de praacuteticas efetivas que conduzam a uma educaccedilatildeo de qualidade

para todos como descrevem Ferreira e Glat 2004

Poso (2004) acredita que por um lado os professores julgam-se

incapazes de dar conta dessa demanda despreparados e impotentes frente a

essa realidade que eacute agravada pela falta de material adequado de apoio

administrativo e recursos financeiros

Mantoan (2003) enfatiza que a radicalidade da inclusatildeo vem do fato de

esta exigir uma mudanccedila de paradigma educacional onde na perspectiva

inclusiva suprime-se a sub-divisatildeo dos sistemas escolares em modalidades de

ensino especial e regular As escolas atendem as diferenccedilas sem discriminar

sem estabelecer prioridades e necessidades sem estabelecer regras

diferenciadas para cada caso no planejamento avaliaccedilatildeo e aprendizado

Assim pode-se imaginar o impacto da inclusatildeo nos sistemas de ensino ao

supor a aboliccedilatildeo completa dos serviccedilos segregados da educaccedilatildeo especial os

programas de reforccedilo escolar salas de aceleraccedilatildeo e turmas especiais

Desta forma a inclusatildeo eacute uma provocaccedilatildeo cuja intenccedilatildeo eacute melhorar a

qualidade do ensino atingindo todos os alunos de uma forma globalizada

Incluir eacute necessaacuterio primordialmente para melhorar as condiccedilotildees da escola

de modo que nela se possam formar geraccedilotildees mais preparadas para viver a

vida na sua plenitude livremente sem preconceitos sem barreiras Confirma-

se assim mais uma vez a necessidade de a educaccedilatildeo se atualizar e os

professores aperfeiccediloarem as suas praacuteticas para que as escolas se obriguem

a um esforccedilo de modernizaccedilatildeo e reestruturaccedilatildeo de suas condiccedilotildees atuais

Pretende-se que a escola seja inclusiva eacute primordial que seus planos se

redefinam para uma educaccedilatildeo voltada agrave cidadania global plena livre de

preconceitos e disposta a reconhecer e entende as diferenccedilas entre as

pessoas principalmente quanto aos seus aspectos fiacutesico mental e intelectual

Natildeo basta uma educaccedilatildeo para a cidadania eacute preciso educar para a liberdade

e nesse sentido nenhuma forma de subordinaccedilatildeo intelectual pode ser

admitida

Os desafios para a concretizaccedilatildeo dos ideais inclusivos na educaccedilatildeo

46

brasileira satildeo inuacutemeros Haacute ainda de se vencer os desafios que impotildee o

conservadorismo das instituiccedilotildees especializadas e enfrentar as pressotildees

poliacuteticas e das pessoas com deficiecircncia ainda muito habituadas a seus roacutetulos

e a benefiacutecios que acentuam a incapacidade as limitaccedilotildees o paternalismo e o

protecionismo social

Smeha Ferreira (2005) descrevem que vaacuterios professores afirmam

apresentar sentimentos de despreparo para trabalharem junto agraves crianccedilas com

necessidades especiais Que natildeo tiveram em sua formaccedilatildeo acadecircmica o

preparo adequado que os capacite a lidar com a diversidade e isso gera

intenso sofrimento pois ensinar crianccedilas com limitaccedilotildees exige conhecimento

competecircncia e habilidade para que o processo inclusivo seja efetivado

Os professores foram preparados para trabalharem com as crianccedilas que

aprendem assim quando eles se deparam com as limitaccedilotildees na

aprendizagem sentem frustraccedilatildeo anguacutestia impotecircncia e medo Portanto faz-

se necessaacuterio uma significativa reformulaccedilatildeo nos cursos de graduaccedilatildeo que

estatildeo formando professores os quais certamente teratildeo alunos com

necessidades educativas especiais em sua trajetoacuteria profissional Aliaacutes essa

reformulaccedilatildeo deve abarcar natildeo somente conhecimentos sobre educaccedilatildeo de

pessoas com deficiecircncia mas tambeacutem oportunizar autoconhecimento para

que os professores possam atuar de forma mais confiante atendendo agraves

demandas educacionais especiais com mais prazer e menos sofrimento Aleacutem

da reestruturaccedilatildeo nas aacutereas que envolvem a formaccedilatildeo de professores para

que o trabalho docente possa acontecer com menor prejuiacutezo agrave sauacutede mental

parece primordial que o investimento transcenda a capacitaccedilatildeo relacionada aos

conhecimentos teacutecnicos e permeie o campo da sauacutede mental no trabalho

O suporte aos aspectos psicoloacutegicos dos professores precisam ser

contemplados com grupos de reflexatildeo ou de apoio um espaccedilo que possa

oportunizar-lhes aos mesmos falar sobre seus sentimentos dificuldades

medos ou fantasias Seria um momento para problematizar e encontrar

ressignificaccedilatildeo no exerciacutecio docente que cada vez mais precisa ser alicerccedilado

no respeito agrave diversidade humana Eacute importante tambeacutem salientar que natildeo eacute

apenas o processo de inclusatildeo o responsaacutevel pelo sofrimento docente muitos

satildeo propensos ao stress devido agraves suas proacuteprias vivecircncias pessoais e agraves

exigecircncias da contemporaneidade

47

De acordo com Souza Silva (2009)

No tocante ao trabalho docente novas propostas se fazem necessaacuterias devido agraves transformaccedilotildees educacionais que estatildeo ocorrendo de forma acelerada exigindo assim novas aprendizagens que possam contribuir para a formaccedilatildeo de profissionais capazes de responder aos novos desafios colocados agrave nossa realidade

Para Bartalotti (2006) nos dias atuais frente ao processo de inclusatildeo

como uma possibilidade embora ainda natildeo como uma realidade haacute um grande

caminho a ser percorrido Pois se olhar em volta para cada ser humano que

nos rodeia ver-se-ia o quanto ainda se tem que caminhar para a construccedilatildeo

de uma sociedade verdadeiramente inclusiva Exclui-se apenas com o olhar

com palavras quantas vezes menospreza-se o outro por ele ter um gosto

uma crenccedila religiosa situaccedilatildeo financeira cor de pele estatura e peso corporal

diferente por nos aceitos E sem a menor preocupaccedilatildeo decidi-se que esta ou

aquela pessoa natildeo serve para estar junto de noacutes de nossos filhos frequentar

nosso clube casa ou templo religioso Jaacute sentem-se excluiacutedos e rejeitados em

diferentes situaccedilotildees sentem-se olhados como diferentes indesejaacuteveis

estranhos certamente essa natildeo eacute uma sensaccedilatildeo agradaacutevel quem jaacute passou

por ela natildeo deseja repetir a experiecircncia

Para que a inclusatildeo ocorra eacute necessaacuterio que a sociedade passe pelo

aprimoramento das relaccedilotildees sociais pela compreensatildeo de que o verdadeiro

pensamento inclusivo eacute aquele que natildeo categoriza ou rotula as pessoas por

ordem de valor valor esse atribuiacutedo muitas vezes atraveacutes de estereoacutetipos

estigmas conhecimentos instituiacutedos pensar inclusivamente eacute aprender a olhar

cada pessoa e buscar nela seu real valor construiacutedo nas relaccedilotildees cotidianas

nos seus sonhos e expectativas e nas suas accedilotildees concretas no mundo

Acredita-se tambeacutem que muitas vezes fala-se que a inclusatildeo eacute uma

utopia muitos natildeo acreditam que a sociedade seja capaz desse movimento

Inclusatildeo eacute sim possibilidade assim como eacute possibilidade a construccedilatildeo de uma

sociedade mais digna para todos com ou sem deficiecircncia

Para Tessaro (2009) existe todo um discurso proacute agrave inclusatildeo em vaacuterios

segmentos da sociedade dentre os quais no ambiente escolar A inclusatildeo eacute

algo que vem se efetivando mesmo que a duras penas buscando superar toda

uma histoacuteria de isolamento discriminaccedilatildeo e preconceito Tem provocado

48

muitos questionamentos principalmente no meio acadecircmico tais como O que

eacute inclusatildeo escolar Por que incluir Qual eacute a opiniatildeo dos alunos com

deficiecircncia e dos professores sobre inclusatildeo A escola possui infra-estrutura

adequada para participar da inclusatildeo escolar Os alunos deficientes se sentem

bem com a inclusatildeo escolar Os professores estatildeo capacitados para educaccedilatildeo

inclusiva

Dutra (2007) destaca que as principais dificuldades no processo de

inclusatildeo escolar do aluno especial eacute a ausecircncia de preparo e de uma

formaccedilatildeo mais teacutecnica que visa suprir as necessidades destes alunos

mediadas pelo professor e tambeacutem agrave falta de boas condiccedilotildees fiacutesicas nas

escolas pra receber estes alunos

Jesus (2007) enfatiza que a inclusatildeo dos portadores de necessidades

educacionais especiais na escola eacute algo essencial agrave educaccedilatildeo mas eacute preciso

ser feita de maneira correta porque nem todos podem estar na escola ou

estatildeo preparados para nela estar por natildeo terem capacidade fisioloacutegica Esse eacute

um assunto muito discutido por alguns especialistas da educaccedilatildeo especial que

buscam uma maneira eficiente de incluir todos as crianccedilas e jovens que

possuem alguma necessidade educacional especial

Nesse sentido Mantoan (2006) afirma que a condiccedilatildeo primeira para

inclusatildeo deixe de ser uma ameaccedila ao que hoje a escola defende e adota como

pratica pedagoacutegica e abandonar tudo que leva a tolerar as pessoas com

deficiecircncia na sala de aula

Natildeo pode se ter um ambiente mais propiacutecio para tal processo de

conscientizaccedilatildeo do que a escola Pois seraacute por meio dessa interaccedilatildeo entre

crianccedilas que se construiraacute uma naccedilatildeo mais justa e igualitaacuteria onde todos

juntos aprenderatildeo a conviver e a se respeitarem Respeito que eacute sonhado por

todos que se espera construir um novo amanhatilde mais digno

O assunto eacute fundamental para ser discutido por todas as pessoas

envolvidas com a educaccedilatildeo e que busquem uma naccedilatildeo com menos

desigualdade social oportunidades para todos uma educaccedilatildeo que priorize o

ser e natildeo ter e uma realidade igualitaacuteria A inclusatildeo eacute acima de tudo a

transformaccedilatildeo da pratica pedagoacutegica de todos os profissionais de educaccedilatildeo

Os registros de textos artigos e livros enfatizam que sobre a

aplicabilidade atual de inclusatildeo escolar satildeo insatisfatoacuterios e que natildeo houve

49

diferenccedilas entre os alunos e entre os professores quanto a essa dimensatildeo Os

professores e os alunos expressaram vaacuterias dificuldades envolvidas nesse

processo destacando se a falta de infra-estrutura das escolas a falta de

preparocapacitaccedilatildeo profissional discriminaccedilatildeo social e a falta de aceitaccedilatildeo da

inclusatildeo

Os professores de educaccedilatildeo especial demonstraram dar mais creacutedito agrave

educaccedilatildeo inclusiva do que os do ensino regular Os alunos deficientes

demonstraram dar menos creacutedito agrave inclusatildeo do que os natildeo deficientes Os

sentimentos decorrentes da inclusatildeo que predominaram entre professores e os

alunos com deficiecircncia foram negativos enquanto entre os alunos natildeo

deficientes prevaleceram os positivos (TESSARO 2009)

Para Fonseca (2004) promover a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma tarefa de

uma equipe multidisciplinar que deve adotar uma estrateacutegia do tipo pensar em

grupo eacute pensar melhor pois soacute dessa forma se podem explorar todas as

opccedilotildees potenciais de inclusatildeo e natildeo soacute as mais coerentes acessiacuteveis ou

tradicionais Sem uma dinacircmica de grupo natildeo se podem discutir e implementar

planos educacionais individualizados na educaccedilatildeo inclusiva transpondo para

sala de aula regular programas inovadores desde a modificaccedilatildeo de

comportamento ao enriquecimento linguumliacutestico ou cognitivo

Ensino em equipe com vaacuterios professores que agem e pensam em

conjunto criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees inovaccedilotildees na instruccedilatildeo na avaliaccedilatildeo

aprendizagem cooperativa e interativa criaccedilatildeo de projetos de suporte muacuteltiplo

serviccedilos de encaminhamentos diagnoacutesticos dinacircmicos e prescritivos em

termos de praacutetica de intervenccedilatildeo na sala de aula regular aprofundamento eacutetico

e legal dos pressupostos morais da inclusatildeo social construccedilatildeo de instrumentos

de investigaccedilatildeo-accedilatildeo entre outros satildeo desafios que se colocam hoje mais do

lado do ensino do que da aprendizagem

Para Almeida Anjos (2007) vaacuterios professores destacam tensotildees que

sempre se preservaram em suas percepccedilotildees e atitudes sejam referentes agraves

pessoas com necessidades educacionais especiais sejam relativas a

dificuldades em relaccedilatildeo a si proacuteprios e aos seus saberes profissionais No

entanto os profissionais apontam em suas falas as possibilidades de transpor

tais dificuldades vividas no trabalho com alunos especiais na rotina de seu dia

a dia de trabalho

50

Laraia (1992 apud ALMEIDA ANJOS 2007) acredita que nenhuma

ordem social eacute baseada em verdades inatas que as mudanccedilas nas praacuteticas

pedagoacutegicas com a diversidade dos alunos passam por uma mudanccedila de

nossas concepccedilotildees e valores Que eacute preciso uma formaccedilatildeo que coloque o

profissional da educaccedilatildeo em conflito com seus conhecimentos e concepccedilotildees a

partir da relaccedilatildeo entre a teoria e a praacutetica para entatildeo podermos comeccedilar a

pensar em inclusatildeo Assim a partir dos pressupostos da ciecircncia social criacutetica

sustentada pelo interesse colaborativo procuramos programar com os

profissionais encontros de estudoreflexatildeo das tensotildees e possibilidades que

envolvem o trabalho com alunos com necessidades educacionais especiais

enfatizar ainda como o lazer e recreaccedilatildeo podem ser facilitadores do processo

de inclusatildeo escolar

Zimmermann (2008) acredita que para conseguir reformar a instituiccedilatildeo

escolar primeiramente se tem que reformar as mentes entretanto natildeo

conseguiraacute reformar mentes sem que se realize uma preacutevia reforma de

instituiccedilotildees Vive-se uma crise de paradigmas e toda a crise gera medos

inseguranccedila e incertezas mas propotildee-se que seja este o momento de ousadia

e de busca de alternativas que sustente e norteie para realizar-se as mudanccedilas

que o momento propotildee Que a escola seja um espaccedilo vivo de formaccedilatildeo para

todos e um ambiente verdadeiramente inclusivo eacute preciso que as poliacuteticas

puacuteblicas de educaccedilatildeo sejam direcionadas aacute inclusatildeo que os educadores

desacomodem-se combatendo a descrenccedila e o pessimismo mostrando que a

inclusatildeo eacute um momento oportuno para professores e a comunidade escolar

demonstrarem sua competecircncia e principalmente suas responsabilidades

educacionais

Esta mudanccedila de perspectiva educacional propotildee que os educadores

faccedilam a diferenccedila buscando conhecimento e contribuindo com uma praacutetica

ressignificada desenvolvendo uma educaccedilatildeo baseada na afetividade e na

superaccedilatildeo de limites que as crianccedilas aprendam a respeitar as diferenccedilas em

sala de aula preparando-as assim para o futuro a vida e o mercado de

trabalho pois vivendo a experiecircncia inclusiva seratildeo adultos bem diferentes de

noacutes e por certo natildeo faratildeo discriminaccedilotildees sociais

Arauacutejo (2008) relata a opiniatildeo dos professores sobre a inclusatildeo escolar

enfatizando com veemecircncia de que a inclusatildeo escolar do aluno portador de

51

necessidades educacionais especiais eacute um assunto muito interessante e

delicado e levantaram a conscientizaccedilatildeo desse aluno sobre o direito deste

frequentar o ensino regular no entanto essa inclusatildeo na visatildeo deles estaacute

acontecendo de forma errocircnea Pois os professores da rede regular de ensino

em sua quase totalidade natildeo estatildeo preparados para lidar com esta nova fase

da educaccedilatildeo brasileira

Tem que se pensar que para que a inclusatildeo se concretize natildeo basta

estar garantido na legislaccedilatildeo mas demanda modificaccedilotildees profundas e

importantes no sistema de ensino Essas mudanccedilas deveratildeo levar em conta o

contexto soacutecio econocircmico aleacutem de serem gradativas planejadas e contiacutenuas

para garantir uma educaccedilatildeo de oacutetima qualidade (BUENO 1998 apud

PEREIRA 2009)

Pereira (2009) acredita que a inclusatildeo depende de mudanccedila de valores

da sociedade e a vivencia de um novo paradigma que natildeo se faz com simples

recomendaccedilotildees teacutecnicas como se fossem receitas de bolo mas com reflexotildees

dos professores direccedilotildees pais alunos equipe multidisciplinar e a comunidade

Essa questatildeo natildeo eacute tatildeo simples assim pois devemos levar em conta as

diferenccedilas Como colocar no mesmo espaccedilo demandas tatildeo diferentes e

especiacuteficas se muitas vezes nem a escola especial consegue dar conta desse

atendimento de forma adequada Deparar-se com frequecircncia com as

resistecircncias dos professores e direccedilotildees manifestadas atraveacutes de

questionamentos e queixas ou ateacute mesmo com expectativas de que possa

apresentar soluccedilotildees maacutegicas de aplicaccedilatildeo imediata causando certa decepccedilatildeo

e frustraccedilatildeo pois ela natildeo existe

O problema se agrava quando se vecirc o professor totalmente dependente

do apoio ou assessoria de profissionais da aacuterea da sauacutede pois neste caso a

questatildeo cliacutenica eacute fundamental e se sobressai e novamente o pedagoacutegico fica

esquecido Com isso o professor se sente desvalorizado incapaz e fora do

processo por considerar esse aluno como doente concluindo que natildeo pode

fazer nada por ele pois ele precisa de tratamento especializado de

profissionais qualificados da aacuterea da sauacutede desistindo assim de assumir tal

tarefa

Desta forma parece que o professor esquece seu papel poreacutem natildeo se

considera o momento do professor sua formaccedilatildeo as condiccedilotildees da proacutepria

52

escola em receber esses alunos que entram nas escolas e continuam

excluiacutedos de todo o processo de ensino-aprendizagem e social causando

frustraccedilatildeo e fracassos dificultando assim a proposta de inclusatildeo Por um lado

os professores julgam-se incapazes de dar conta dessa demanda

despreparados e impotentes frente a essa realidade que eacute agravada dia-a-dia

pela falta de material adequado de apoio administrativo e recursos financeiros

Limaverde (2009) salienta que no Brasil estaacute acontecendo um grande

movimento proacute-inclusatildeo que tem sido fortalecido a partir da sistematizaccedilatildeo do

que se trata o atendimento educacional especializado Existem realidades

muito proacuteximas em relaccedilatildeo ao atendimento desses alunos mas ainda tem

muitas compreensotildees equivocadas sobre a inclusatildeo de alunos com deficiecircncia

Alguns municiacutepios brasileiros pensam que fazem inclusatildeo mas na verdade

eles tecircm feito integraccedilatildeo Percebe-se que alunos que frequentam escolas

comuns salas comuns de ensino natildeo participam efetivamente das aulas ou

das atividades realizadas e essas escolas alegam que esses alunos natildeo tecircm

condiccedilotildees de fazer as atividades e que por isso eles fazem outras atividades

diferenciadas Desta forma natildeo ocorre a inclusatildeo Isso eacute uma integraccedilatildeo

porque o aluno estaacute integrado na sala de aula comum mas ele natildeo participa

das atividades realizadas pelos demais colegas

Muitos municiacutepios brasileiros que estatildeo em processo de transiccedilatildeo ou

seja eles estatildeo implantando o atendimento educacional especializado de

caraacuteter complementar e ao mesmo tempo estatildeo ainda com problemas

relacionados agrave inclusatildeo desses alunos como por exemplo a manutenccedilatildeo de

classes especiais A partir da formaccedilatildeo de 2007 para caacute os municiacutepios tecircm se

reorganizado para atendimento educacional especializado mas ainda eacute uma

realidade muito diferenciada

A inclusatildeo soacute eacute possiacutevel onde houver respeito agrave diferenccedila e

consequentemente a adoccedilatildeo de praacuteticas pedagoacutegicas que permitam agraves

pessoas com deficiecircncia aprender e ser reconhecidos e valorizados os

conhecimentos que satildeo capazes de produzir segundo seu ritmo e na medida

de suas possibilidades (SILVA 2009)

53

A menos que a atual oportunidade favoraacutevel seja aproveitada para melhorar as qualificaccedilotildees profissionais de professores em educaccedilatildeo especial e consequentemente a qualidade da educaccedilatildeo especial tememos que os proacuteximos 20 anos ainda possam ser um periacuteodo de esperanccedilas frustradas (RELATORIO WARNOCK 1978 paraacutegrafo 1932)

54

CONCLUSAtildeO

Diante do levantamento bibliograacutefico conclui-se que a inclusatildeo nos

moldes em que se encontra atualmente estaacute longe de atender a um ideal

Tal processo necessita de muitas transformaccedilotildees Os oacutergatildeos a ele

ligados diretamente ou indiretamente deveratildeo rever suas propostas metas e

meacutetodos de implantaccedilatildeo

Profissionais da sauacutede tambeacutem tecircm papeacuteis importantes em todo o

processo inclusivo pois em accedilatildeo conjunta com os educadores podem fazer um

trabalho mais completo e eficaz

A inclusatildeo escolar eacute uma praacutetica que abrange natildeo apenas os

profissionais especiacuteficos das aacutereas meacutedica e educacional mas tambeacutem

envolve um fator preponderante na vida do indiviacuteduo atendido por ela a famiacutelia

Esta constitui a base da crianccedila com necessidades educacionais especiais e

assumindo a postura devida pode oferecer a esta crianccedila o subsiacutedio para seu

desenvolvimento escolar bem como uma fonte de apoio aos profissionais

envolvidos

Aleacutem de uma nobre causa de cunho educacional a inclusatildeo constitui

ainda uma mudanccedila no comportamento da sociedade como um todo que

passa a ter que zelar por interesses coletivos outrora ignorados pela maioria

Devido ao periacuteodo decorrido desde as primeiras iniciativas ligadas ao

processo inclusivo verifica-se que o tempo eacute um fator indispensaacutevel para sua

concretizaccedilatildeo Esta provavelmente dar-se-aacute a partir do momento em que todos

os envolvidos assumirem suas devidas responsabilidades e se unirem por uma

educaccedilatildeo de qualidade embasada em um planejamento organizado bem

dirigido iacutentegro e sobretudo pautado no respeito ao ser humano e agrave

diversidade

55

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26

Em 2003 em dados aproximados havia 144100 alunos com necessidades

educacionais especiais nas referidas classes e em 2004 184800

evidenciando crescimento anual de 281 entre esses dois uacuteltimos anos

Deixa-se em aberto a possibilidade de sabermos que patamar de

atendimento foi atingido pois para isso precisariacuteamos ter dados sobre os que

estatildeo fora da escola portanto sem nenhum tipo de atendimento escolar

Eacute um dever natildeo cumprido averiguar se aos alunos com necessidades

educacionais especiais estaacute sendo garantido aleacutem do acesso agrave escola o

acesso agrave educaccedilatildeo aqui compreendida como processo de desenvolvimento

da capacidade fiacutesica intelectual e moral da crianccedila e do ser humano em geral

visando sua melhor integraccedilatildeo individual e social

Uma accedilatildeo que deve marcar as poliacuteticas puacuteblicas de educaccedilatildeo eacute a

formaccedilatildeo dos profissionais da educaccedilatildeo Sem deixar de considerar que em

educaccedilatildeo atuam profissionais no acircmbito teacutecnico-administrativo e em outras

funccedilotildees com importante papel no desenvolvimento de accedilotildees educacionais

14 Legislaccedilatildeo direitos e deveres na inclusatildeo

141 Leis e declaraccedilotildees internacionais

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b) Declaraccedilatildeo de Sunderberg - Torremolinos Espanha 1981

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Normas

- Uniformes sobre a igualdade de oportunidade para pessoas com

incapacidades

f) Declaraccedilatildeo Mundial de Educaccedilatildeo para Todos - UNICEF - Jon Tien

Tailacircndia - 1990

27

g) Declaraccedilatildeo de Salamanca - Salamanca Espanha princiacutepios poliacuteticas

e praacutetica em Educaccedilatildeo Especial - 1994 - criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de sistemas

educacionais inclusivos

142 Leis nacionais

a) Constituiccedilatildeo Federal de 1988 - Tiacutetulo VI - Da Ordem Social - Art 208

e Art 227

b) Lei nordm 785389 - Dispotildee sobre o apoio agraves pessoas com deficiecircncias

sua integraccedilatildeo social e pleno exerciacutecio de direitos sociais e individuais

c) Decreto nordm 220897 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

d) Parecer CNECEB nordm 1699 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

e) Resoluccedilatildeo CNECEB nordm 499 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

f) Decreto nordm 329899 - Regulamenta a Lei 785389 daacute-lhe condiccedilotildees

operacionais consolida as normas de proteccedilatildeo ao portador de deficiecircncias

g) LDB nordm 939496 (Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional) -

Capiacutetulo V - Educaccedilatildeo Especial - Art 58 Art 59 e Art 60 Portaria

MEC nordm 167999 - requisitos de acessibilidade a cursos instruccedilatildeo de

processos de autorizaccedilatildeo de cursos e credenciamento de instituiccedilotildees

voltadas agrave educaccedilatildeo especial

h) Parecer CNECEB nordm 1499 - Diretrizes nacionais da educaccedilatildeo

escolar indiacutegena

i) Resoluccedilatildeo CNECEB nordm 0399 - Fixa diretrizes nacionais para o

funcionamento de escolas indiacutegenas

j) Lei nordm 1009800 - Estabelece normas gerais e criteacuterios baacutesicos para a

promoccedilatildeo de acessibilidade das pessoas portadoras de deficiecircncia ou com

mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Resoluccedilatildeo CNECEB nordm

22001 - Institui diretrizes e normas para a educaccedilatildeo especial na Educaccedilatildeo

Baacutesica

k) Parecer CNECEB nordm 172001 - Diretrizes Nacionais para a Educaccedilatildeo

Especial na Educaccedilatildeo Baacutesica

28

l) Lei nordm 101722001 - Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo - PNE e daacute

outras providecircncias (o PNE estabelece 27 objetivos e metas para a

educaccedilatildeo de pessoas com necessidades educacionais especiais)

143 Direitos e Deveres

o papel da educaccedilatildeo consiste em favorecer que cada um de forma

livre e autocircnoma reconheccedila aos demais a mesma esfera de direito que exige

para si (VIEIRA 1999 p 16)

1431 Direito agrave acessibilidade

Para que as pessoas com deficiecircncia possam ter liberdade de ir e vir e

se sentir parte da comunidade elas necessitam de um meio fiacutesico adequado e

que garanta seguranccedila e acesso O direito a acessibilidade estaacute descrito nas

Leis 1009800 - regulamentada atraveacutes do Decreto 529604 - e 1004800 que

prevecircem a adequaccedilatildeo das vias e de espaccedilos puacuteblicos no mobiliaacuterio urbano na

construccedilatildeo e reforma de edifiacutecios nos meios de transporte e de comunicaccedilatildeo e

do acesso a informaccedilatildeo

Eacute possiacutevel promover a inclusatildeo social no meio fiacutesico construindo rampas

de acesso banheiros adaptados pisos taacuteteis guias rebaixadas sinais sonoros

entre outros

A acessibilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo pode ser alcanccedilada

atraveacutes de sites acessiacuteveis que atendam agraves pessoas com deficiecircncia visual e

por exemplo aparelhos de televisatildeo com legenda oculta As emissoras de TV

devem incluir em suas programaccedilotildees inteacuterprete de Libras para que as pessoas

com deficiecircncia auditiva possam acompanhar os programas

29

Pessoas com deficiecircncia fiacutesica idosos gestantes lactantes e pessoas

com crianccedilas de colo devem ter atendimento prioritaacuterio por meio de serviccedilos

individualizados que assegurem tratamento diferenciado

1432 Direito ao trabalho

Foram diversas as conquistas em defesa das pessoas com deficiecircncia

nos uacuteltimos anos Hoje elas satildeo amparadas por lei no seu direito de acesso ao

trabalho Graccedilas a estas conquistas fazer parte do quadro de funcionaacuterios de

uma empresa jaacute natildeo eacute um obstaacuteculo mas a permanecircncia destes profissionais

no local de trabalho ainda exige cuidados Cabe aos empregadores garantir

bem estar e acessibilidade aos seus colaboradores para que eles tenham

oportunidade de exercer suas funccedilotildees de maneira adequada e mostrar todo o

seu potencial

Este sistema estaacute carregado da antiga visatildeo de assistencialismo

capacidade laborativa reduzida e falta de noccedilatildeo sobre cidadania Na sociedade

brasileira ele ainda eacute necessaacuterio para que as pessoas apostem nestes

profissionais e desta forma descubram que eles tecircm um enorme potencial

Em vaacuterios paiacuteses como EUA Canadaacute Gratilde-Bretanha Nova Zelacircndia

Dinamarca Sueacutecia Finlacircndia Austraacutelia e Portugal este princiacutepio foi extinto e a

antiga visatildeo foi superada Em naccedilotildees como o Brasil ela estaacute em vias de

superaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo eacute a melhor forma de acabar com o preconceito

Durante anos a sociedade excluiu as pessoas com deficiecircncia do

conviacutevio social Esta exclusatildeo se reflete ateacute hoje em diversos setores sociais

Vaacuterias leis foram criadas visando agrave inclusatildeo dos cidadatildeos com

deficiecircncia mas algumas delas foram concebidas quando ainda se tinha pouco

conhecimento sobre este puacuteblico e suas limitaccedilotildees O sistema de cotas eacute uma

delas

a) 1980 - estabelecida como a deacutecada internacional da pessoa com

deficiecircncia

b) 1992 - estabelecida a data de 3 de dezembro como dia internacional das

pessoas portadoras de deficiecircncia da ONU

30

c) 1994 - declaraccedilatildeo de Salamanca (Espanha) tratando da educaccedilatildeo

especial

d) 1995 - a Inglaterra aprova legislaccedilatildeo semelhante para empresas com

mais de vinte empregados

e) 1999 - promulgada na Guatemala a convenccedilatildeo interamericana para a

eliminaccedilatildeo de todas as formas de discriminaccedilatildeo contra as pessoas

portadoras de deficiecircncia

f) 2002 - realizado em marccedilo o congresso europeu sobre deficiecircncia em

Madri que estabeleceu 2003 como o ano europeu das pessoas com

deficiecircncia

g) 1981 - adotado pela ONU como o ano internacional das pessoas com

deficiecircncia

h) 1983 elaboraccedilatildeo da convenccedilatildeo 159 pela OIT

i) 1990 - aprovada a ADA (Lei dos Deficientes dos Estados Unidos)

aplicaacutevel a toda empresa com mais de quinze funcionaacuterios

j) 1997 - tratado de Amsterdatilde em que a Uniatildeo Europeacuteia se compromete a

facilitar a inserccedilatildeo e a permanecircncia das pessoas com deficiecircncia nos

mercados de trabalho

1433 Direito agrave educaccedilatildeo

Para se tornar parte da sociedade eacute necessaacuterio compreende-la A base

para o sucesso de qualquer cidadatildeo estaacute na educaccedilatildeo e isto natildeo eacute diferente

para as pessoas com deficiecircncia Participar do sistema educacional eacute garantir a

inclusatildeo social e a igualdade de oportunidades

A Lei 939496 art4ordm que estabelece as diretrizes e bases da educaccedilatildeo

nacional (LDB) reconhece que a educaccedilatildeo eacute um instrumento fundamental para

a integraccedilatildeo e participaccedilatildeo de qualquer pessoa com deficiecircncia no contexto em

que vive Estaacute disposto nesta lei que haveraacute quando necessaacuterio serviccedilos de

apoio especializado na escola regular para atender agraves peculiaridades da

clientela de educaccedilatildeo especial e que o atendimento educacional seraacute feito em

classes escolas ou serviccedilos especializados sempre que em funccedilatildeo das

31

condiccedilotildees especiacuteficas dos alunos natildeo for possiacutevel a sua integraccedilatildeo nas

classes comuns de ensino regular

A legislaccedilatildeo brasileira tambeacutem prevecirc o acesso a livros em Braille de uso

exclusivo das pessoas com deficiecircncia visual

1434 Direito agrave sauacutede

A assistecircncia agrave sauacutede e agrave reabilitaccedilatildeo cliacutenica satildeo condiccedilotildees decisivas

para a inclusatildeo da pessoa com deficiecircncia na sociedade

Para promover a melhoria da qualidade de vida e com intuito de

estimular a independecircncia do indiviacuteduo com deficiecircncia nas suas atividades

diaacuterias foi criado o sistema das redes estaduais de assistecircncia agrave pessoa com

deficiecircncia

Este projeto oferece ajuda teacutecnica aleacutem de oacuterteses e proacuteteses para que

a pessoa tenha maior autonomia

Outro sistema criado para a manutenccedilatildeo da sauacutede fiacutesica e mental do

cidadatildeo com deficiecircncia eacute a Poliacutetica Nacional para a integraccedilatildeo da pessoa com

deficiecircncia implantada em 1989 Regulamentada pelo Decreto nordm 3298 prevecirc

auxiacutelio na prevenccedilatildeo de doenccedilas atendimento psicoloacutegico reabilitaccedilatildeo

fornecimento de medicamentos e assistecircncia atraveacutes de planos de sauacutede

1435 Direito a isenccedilotildees fiscais e financiamento

Pessoas com deficiecircncia empresas bancos e demais instituiccedilotildees

ligadas a este puacuteblico possuem alguns benefiacutecios previstos em lei

Para as empresas dispostas a contribuir com a inclusatildeo social de

portadores de necessidades especiais a legislaccedilatildeo brasileira prevecirc a

concessatildeo fiscal Podem ser firmados convecircnios que garantem a isenccedilatildeo de

ICMS seja para doaccedilatildeo de equipamentos adaptados seja para aquisiccedilotildees de

aparelhos e acessoacuterios destinados agraves instituiccedilotildees que atendam este segmento

da populaccedilatildeo

Automoacuteveis adquiridos em alguns estados brasileiros por pessoas com

32

deficiecircncia fiacutesica visual mental e autistas ou seus representantes legais satildeo

isentos de ICMS (Imposto sobre Circulaccedilatildeo de Mercadorias e Serviccedilos) e do

IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de acordo com a Lei 1075403

Os financiamentos de automoacuteveis de fabricaccedilatildeo nacional tambeacutem satildeo

liberados do IOF (Imposto sobre Operaccedilotildees Financeiras)

Tais benefiacutecios ainda natildeo satildeo tributados pelo Imposto de Renda e tanto

a aquisiccedilatildeo de aparelhos e materiais como a realizaccedilatildeo de outras despesas

podem ser deduzidas do imposto

1436 Direito ao passe livre

Os cidadatildeos com deficiecircncia tambeacutem possuem benefiacutecios relacionados

aos meios de transporte A Lei 889994 conhecida como Lei do Passe Livre

prevecirc que toda pessoa com deficiecircncia tem direito ao transporte coletivo

interestadual gratuito e que cabe a cada estado ou municiacutepio implantar

programas similares ao passe livre para os transportes municipais e estaduais

Aleacutem do transporte gratuito o municiacutepio deve garantir que os meios de

transporte sejam acessiacuteveis a estes cidadatildeos

15 Declaraccedilatildeo de Salamanca princiacutepios poliacutetica e praacutetica na educaccedilatildeo

especial

Notando com satisfaccedilatildeo um incremento no envolvimento de governos

grupos de advocacia comunidades e pais e em particular de organizaccedilotildees de

pessoas com deficiecircncias na busca pela melhoria do acesso agrave educaccedilatildeo para

a maioria daqueles cujas necessidades especiais ainda se encontram

desprovidas e reconhecendo como evidecircncia para tal envolvimento a

participaccedilatildeo ativa do alto niacutevel de representantes e de vaacuterios governos

agecircncias especializadas e organizaccedilotildees intergovernamentais naquela

Conferecircncia Mundial

a) Os delegados da Conferecircncia Mundial de Educaccedilatildeo Especial

33

representando 88 governos e 25 organizaccedilotildees internacionais em

assembleia em Salamanca Espanha entre 7 e 10 de junho de 1994

reafirma o compromisso para com a educaccedilatildeo para todos

reconhecendo a necessidade e urgecircncia do providenciamento de

educaccedilatildeo para as crianccedilas jovens e adultos com necessidades

educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino e re-

endossa a estrutura de accedilatildeo em educaccedilatildeo especial em que pelo

espiacuterito de cujas provisotildees e recomendaccedilotildees governo e

organizaccedilotildees sejam guiados

b) Acreditam e proclamam que toda crianccedila tem direito fundamental agrave

educaccedilatildeo e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o niacutevel

adequado de aprendizagem toda crianccedila possui caracteriacutesticas

interesses habilidades e necessidades de aprendizagem que satildeo

uacutenicas sistemas educacionais deveriam ser designados e programas

educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em

conta a vasta diversidade de tais caracteriacutesticas e necessidades

aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso

agrave escola regular que deveria acomodaacute-los dentro de uma pedagogia

centrada na crianccedila capaz de satisfazer a tais necessidades

escolas regulares que possuam tal orientaccedilatildeo inclusiva constituem

os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatoacuterias

criando-se comunidades acolhedoras construindo uma sociedade

inclusiva e alcanccedilando educaccedilatildeo para todos aleacutem disso tais escolas

proveem uma educaccedilatildeo efetiva agrave maioria das crianccedilas e aprimoram

a eficiecircncia e em uacuteltima instacircncia o custo da eficaacutecia de todo o

sistema educacional

c) Congregam todos os governos e demandam que atribuam a mais

alta prioridade poliacutetica e financeira ao aprimoramento de seus

sistemas educacionais no sentido de se tornarem aptos a incluiacuterem

todas as crianccedilas independentemente de suas diferenccedilas ou

dificuldades individuais adotem o princiacutepio de educaccedilatildeo inclusiva em

forma de lei ou de poliacutetica matriculando todas as crianccedilas em

escolas regulares a menos que existam fortes razotildees para agir de

outra forma desenvolvam projetos de demonstraccedilatildeo e encorajem

34

intercacircmbios em paiacuteses que possuam experiecircncias de escolarizaccedilatildeo

inclusiva estabeleccedilam mecanismos participatoacuterios e

descentralizados para planejamento revisatildeo e avaliaccedilatildeo de provisatildeo

educacional para crianccedilas e adultos com necessidades educacionais

especiais encorajem e facilitem a participaccedilatildeo de pais comunidades

e organizaccedilotildees de pessoas portadoras de deficiecircncias nos processos

de planejamento e tomada de decisatildeo concernentes agrave provisatildeo de

serviccedilos para necessidades educacionais especiais invistam

maiores esforccedilos em estrateacutegias de identificaccedilatildeo e intervenccedilatildeo

precoces bem como nos aspectos vocacionais da educaccedilatildeo

inclusiva garantam que no contexto de uma mudanccedila sistecircmica

programas de treinamento de professores tanto em serviccedilo como

durante a formaccedilatildeo incluam a provisatildeo de educaccedilatildeo especial dentro

das escolas inclusivas

d) Tambeacutem congregam a comunidade internacional em particular

governos com programas de cooperaccedilatildeo internacional agecircncias

financiadoras internacionais especialmente as responsaacuteveis pela

Conferecircncia Mundial em Educaccedilatildeo para Todos UNESCO UNICEF

UNDP e o Banco Mundial a endossar a perspectiva de escolarizaccedilatildeo

inclusiva e apoiar o desenvolvimento da educaccedilatildeo especial como

parte integrante de todos os programas educacionais as Naccedilotildees

Unidas e suas agecircncias especializadas em particular a ILO WHO

UNESCO e UNICEF a reforccedilar seus estiacutemulos de cooperaccedilatildeo

teacutecnica bem como reforccedilar suas cooperaccedilotildees e redes de trabalho

para um apoio mais eficaz agrave jaacute expandida e integrada provisatildeo em

educaccedilatildeo especial organizaccedilotildees natildeo-governamentais envolvidas na

programaccedilatildeo e entrega de serviccedilo nos paiacuteses a reforccedilar sua

colaboraccedilatildeo com as entidades oficiais nacionais e intensificar o

envolvimento crescente delas no planejamento implementaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de provisatildeo em educaccedilatildeo especial que seja inclusiva

UNESCO enquanto a agecircncia educacional das Naccedilotildees Unidas a

assegurar que educaccedilatildeo especial faccedila parte de toda discussatildeo que

lide com educaccedilatildeo para todos em vaacuterios foros a mobilizar o apoio de

organizaccedilotildees dos profissionais de ensino em questotildees relativas ao

35

aprimoramento do treinamento de professores no que diz respeito a

necessidade educacionais especiais a estimular a comunidade

acadecircmica no sentido de fortalecer pesquisa redes de trabalho e o

estabelecimento de centros regionais de informaccedilatildeo e documentaccedilatildeo

e da mesma forma a servir de exemplo em tais atividades e na

disseminaccedilatildeo dos resultados especiacuteficos e dos progressos

alcanccedilados em cada paiacutes no sentido de realizar o que almeja a

presente declaraccedilatildeo a mobilizar fundos atraveacutes da criaccedilatildeo (dentro

de seu proacuteximo planejamento a meacutedio prazo 1996-2000) de um

programa extensivo de escolas inclusivas e programas de apoio

comunitaacuterio que permitiriam o lanccedilamento de projetos-piloto que

demonstrassem novas formas de disseminaccedilatildeo e o desenvolvimento

de indicadores de necessidade e de provisatildeo de educaccedilatildeo especial

e) Por uacuteltimo expressam o caloroso reconhecimento ao governo da

Espanha e agrave UNESCO pela organizaccedilatildeo da Conferecircncia e

demandam-lhes realizarem todos os esforccedilos no sentido de trazer

esta declaraccedilatildeo e sua relativa estrutura de accedilatildeo da comunidade

mundial especialmente em eventos importantes tais como o Tratado

Mundial de Desenvolvimento Social (em Kopenhagen em 1995) e a

Conferecircncia Mundial sobre a Mulher (em Beijing em 1995) Adotada

por aclamaccedilatildeo na cidade de Salamanca Espanha neste deacutecimo dia

de junho de 1994

Durante os uacuteltimos 15 ou 20 anos tem se tornado claro que o conceito de necessidades educacionais especiais teve que ser ampliado para incluir todas as crianccedilas que natildeo estejam conseguindo se beneficiar com a escola seja por que motivo for (UNESCO 1994 p15)

16 Diretrizes na educaccedilatildeo especial na perspectiva da inclusatildeo

A consciecircncia do direito de construir uma identidade proacutepria e do reconhecimento da identidade do outro se traduz no direito de igualdade e no respeito agraves diferenccedilas assegurando oportunidades diferentes (equidade) tantas quanto forem necessaacuterias com vistas agrave busca da igualdade (BRASIL 2001)

36

A educaccedilatildeo especial eacute uma modalidade de ensino que perpassa todos

os niacuteveis etapas e modalidades realiza o atendimento educacional

especializado disponibiliza os serviccedilos e recursos proacuteprios desse atendimento

e orienta os alunos e seus professores quanto a sua utilizaccedilatildeo nas turmas

comuns do ensino regular

O atendimento educacional especializado identifica elabora e organiza

recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a

plena participaccedilatildeo dos alunos considerando as suas necessidades

especiacuteficas As atividades desenvolvidas no atendimento educacional

especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum natildeo

sendo substitutivas agrave escolarizaccedilatildeo Esse atendimento completa e suplementa

a formaccedilatildeo dos alunos com vistas agrave autonomia e independecircncia na escola e

fora dela

Tal modalidade de ensino disponibiliza programas de enriquecimento

curricular o ensino de linguagem e coacutedigos especiacuteficos de comunicaccedilatildeo e

sinalizaccedilatildeo ajudas teacutecnicas e tecnoloacutegicas assistidas dentre outros Ao longo

de todo processo de escolarizaccedilatildeo esse atendimento deve estar articulado

com a proposta pedagoacutegica de ensino comum

A inclusatildeo escolar tem inicio na educaccedilatildeo infantil onde se desenvolvem

as bases necessaacuterias para a construccedilatildeo do conhecimento e seu

desenvolvimento global Nessa etapa o luacutedico o acesso agraves formas

diferenciadas de comunicaccedilatildeo a riqueza de estiacutemulos nos aspectos fiacutesicos

emocionais cognitivos psicomotores e sociais e a convivecircncia com as

diferenccedilas favorecem as relaccedilotildees interpessoais o respeito e a valorizaccedilatildeo da

crianccedila Do nascimento aos trecircs anos o atendimento educacional

especializado se expressa por meio de serviccedilos que objetivam aperfeiccediloar o

processo de desenvolvimento e aprendizagem em interface com os serviccedilos de

sauacutede e assistecircncia social

Em todas as etapas e modalidades da educaccedilatildeo baacutesica o atendimento

especializado eacute organizado para apoiar o desenvolvimento dos alunos

constituindo oferta obrigatoacuteria dos sistemas de ensino e deve ser realizado no

turno inverso ao da classe comum na proacutepria escola ou centro especializado

que realize esse serviccedilo educacional Este atendimento eacute realizado mediante a

37

atuaccedilatildeo de profissionais com conhecimento especiacuteficos no ensino da Liacutengua

Brasileira de Sinais da Liacutengua Portuguesa e na modalidade escrita como

segunda liacutengua do Sistema Braille do Soroban da orientaccedilatildeo e mobilidade

das atividades de vida autocircnoma da comunicaccedilatildeo alternativa do

desenvolvimento dos processos mentais superiores dos programas de

enriquecimento curricular da adequaccedilatildeo e produccedilatildeo de materiais didaacuteticos e

pedagoacutegicos da utilizaccedilatildeo de recursos oacutepticos e natildeo oacutepticos da tecnologia

assistida e outros

Cabe aos sistemas de ensino ao organizar a educaccedilatildeo especial na

perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva disponibilizar as funccedilotildees do instrutor de

Libras e guia interprete bem como de monitor dos alunos com necessidades

de apoio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo locomoccedilatildeo entre outras que

exijam auxilio constante no cotidiano escolar

Para atuar na educaccedilatildeo especial o professor deve ter como base de

sua formaccedilatildeo inicial e continuada conhecimentos gerais para o exerciacutecio da

docecircncia e conhecimentos especiacuteficos da aacuterea Essa formaccedilatildeo possibilita a sua

atuaccedilatildeo no atendimento educacional especializado e deve aprofundar o caraacuteter

interativo e interdisciplinar da atuaccedilatildeo nas salas comuns do ensino regular nas

salas de recursos nos centros de atendimento educacional especializado nos

nuacutecleos de acessibilidade das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior nas classes

hospitalares e nos ambientes domiciliares para a oferta dos serviccedilos e

recursos de educaccedilatildeo especial

38

CAPIacuteTULO II

CAPACITACcedilAtildeO E CONCEPCcedilAtildeO DE PROFESSORES NO PROCESSO DE

INCLUSAtildeO ESCOLAR

2 CAPACITACcedilAtildeO PROFISSIONAL E A INCLUSAtildeO ESCOLAR

A formaccedilatildeo de professores que atuam diretamente na inclusatildeo escolar

sempre se constituiu numa grande problemaacutetica com relaccedilatildeo ao atendimento

do aluno com necessidades especiais Tudo eacute muito novo e desafiador E isto

infelizmente ainda eacute uma barreira para que a inclusatildeo se efetive com alicerce

suficiente para se sustentar

Nos finais do Impeacuterio o atendimento a essa clientela era vinculada agrave

sauacutede Nos anos 20 do seacuteculo passado iniciou-se uma crescente preocupaccedilatildeo

com a questatildeo propriamente pedagoacutegica porem influenciada pela abordagem

psicoloacutegica natildeo abandonando o campo da sauacutede

Para atender agraves demandas cada professor deveria estar apto a

elaborar incrementar e implementar situaccedilotildees de ensino que favorecessem a

construccedilatildeo dos conceitos mais primaacuterios aos mais complexos Eacute importante

que o professor organize seu planejamento de maneira que natildeo passem

despercebidos pelas situaccedilotildees de ensino conceitos que podem parecer

simples mas que na verdade satildeo preacute-requisitos para o que se pensa ser o

mais importante Contudo natildeo satildeo poucos os casos em que as situaccedilotildees

acabam sendo apresentadas de forma restrita sem pertinecircncia aos alunos que

participam da accedilatildeo inclusiva

O cotidiano de sala de aula requer na atualidade a efetivaccedilatildeo de accedilotildees

didaacuteticas flexiacuteveis poreacutem contextualizadas a adequaccedilatildeo de recursos sem

depreciar a capacidade e a imagem do aluno com o qual interagimos uma

reformulaccedilatildeo das dinacircmicas em sala de aula que possibilite a participaccedilatildeo

39

efetiva de todos

Muitos recursos muitas vezes satildeo pouco explorados ou ateacute mesmo

desconsiderados pelo professor com o passar dos niacuteveis propostos pelo

sistema de educaccedilatildeo No entanto quando o professor eacute o agente mediador de

um contexto educacional no qual a diversidade estaacute mais complexa devido agraves

demandas que um tipo de necessidade educativa especial pode gerar eacute

essencial que ele natildeo perca de vista a validade de determinados recursos

diante da construccedilatildeo de conceitos mais elaborados ou abstratos (FERREIRA

2004)

Valorizar a singularidade de cada ser humano eacute um compromisso eacutetico

de contribuir com as transformaccedilotildees necessaacuterias agrave construccedilatildeo de uma

sociedade mais justa (SOUZA SILVA 2005 p 239)

Um sistema escolar inclusivo precisa investir na capacitaccedilatildeo contiacutenua dos

professores e funcionaacuterios das escolas realizando o chamamento dos que

ainda natildeo se consideram envolvidos para um processo de sensibilizaccedilatildeo e

atualizaccedilatildeo constante de toda escola e comunidade Nesse aspecto a

assessoria ao professor eacute fundamental para orientaccedilatildeo e anaacutelise na busca de

soluccedilotildees para os problemas surgidos na sala de aula no aprofundamento das

questotildees teoacutericas na construccedilatildeo de intervenccedilotildees pedagoacutegicas na seleccedilatildeo de

recursos materiais e tecnoloacutegicos para a aprendizagem dos alunos no

processo de avaliaccedilatildeo na inter-relaccedilatildeo com as famiacutelias bem como na

mediaccedilatildeo entre escola e serviccedilos especializados para atendimento ao aluno

com necessidades educacionais na aacuterea da sauacutede da assistecircncia social do

trabalho entre outros (BEYER 2005)

Para Marques (2006) inclusatildeo escolar implica numa reorganizaccedilatildeo

estrutural da escola de todos os elementos da praacutetica pedagoacutegica

considerando o dado do muacuteltiplo da diversidade e natildeo mais o padratildeo

universal O atual momento histoacuterico exige uma participaccedilatildeo efetiva da escola

como instituiccedilatildeo loacutecus do conhecimento e da formaccedilatildeo de cidadatildeos capazes de

intervir nos rumos da sociedade Neste sentido faz-se necessaacuteria uma escola

criativa onde todos os seus componentes sejam co-sujeitos na produccedilatildeo de um

saber-instrumento para o conviacutevio escolar e social Cabe portanto a alunos

professores e sujeitos desse processo planejar e construir as diferentes etapas

de nossa caminhada etapas que se num primeiro momento satildeo idealizadas

40

logo transformam-se em realidade pela reflexatildeo criacutetica de nossas proacuteprias

possibilidades na construccedilatildeo dessa nova escola Assim eacute preciso

redimensionar o modo de pensar e fazer a educaccedilatildeo tarefa por natureza

complexa que envolve elementos poliacuteticos soacutecio-econocircmicos teacutecnicos e

culturais

Essa postura por sua vez implica na superaccedilatildeo da dicotomia e

fragmentaccedilatildeo das atribuiccedilotildees dos agentes educativos dos rituais dos

conteuacutedos metodoloacutegicos dos recursos pedagoacutegicos do processo de

avaliaccedilatildeo bem como das concepccedilotildees de educaccedilatildeo e de sociedade Enfatiza

tambeacutem que implica para o professor em uma seacuterie de mudanccedilas com relaccedilatildeo

a sua postura pressuposto baacutesico de sua atuaccedilatildeo a compreensatildeo das

diferentes necessidades educacionais de seus alunos sendo necessaacuteria aacute

flexibilizaccedilatildeo do professor no exerciacutecio do compromisso eacutetico para se adequar

agraves novas situaccedilotildees que surgiratildeo em decorrecircncia das diversidades presentes

em seu cotidiano atentando para a supressatildeo de uma possiacutevel postura

discriminatoacuteria

Zimmermann (2008) destaca que a instituiccedilatildeo escolar precisa redefinir

sua base de estrutura organizacional destituindo-se de burocracias

reorganizando grades curriculares proporcionando maior ecircnfase agrave formaccedilatildeo

humana dos professores e afinando a relaccedilatildeo famiacutelia

escola propondo uma

praacutetica pedagoacutegica coletiva dinacircmica e flexiacutevel para atender esta nova

realidade educacional A educaccedilatildeo inclusiva tem forccedila transformadora e

aponta para uma nova era natildeo somente educacional mas para uma sociedade

inclusiva

Segundo Mittler (2008) as escolas a volta poderiam tentar encontrar

novos modos de pedir aos pais as suas opiniotildees sobre como poderiam ser

fortalecidos os viacutenculos entre lar e a escola Os viacutenculos mais iacutentimos entre

pais e professor natildeo podem ser prescritos de cima para baixo mas sim

fundamentados nos desejos e nas prioridades daquele que estatildeo nessa aacuterea

A uacuteltima palavra vai para um grupo de pais de crianccedilas com

necessidades especiais e deficiecircncia ( RUSSEL 1997 apud MITTEL

2008p227)

a) Por favor aceite e valorize nossas crianccedilas (e noacutes mesmos como

famiacutelia) como noacutes somos valorizados

41

b) Por favor celebre a diferenccedila

c) Por favor aceite nossas crianccedilas primeiramente como crianccedilas Natildeo

coloque roacutetulos nelas a menos que vocecirc pretenda fazer algo

d) Por favor reconheccedila seu poder sobre nossas vidas Vivemos com as

consequumlecircncias de suas opiniotildees e decisotildees

e) Por favor entenda a tensatildeo sob qual muitas famiacutelias estatildeo vivendo

Os encontros cancelados a lista de espera que ningueacutem consegue

chegar ao inicio todas as discussotildees sobre recursos eacute sobre nossa

vida que vocecirc esta falando

f) Por favor natildeo use modas passageiras e tratamentos conosco a

menos que vocecirc vai estar conosco E natildeo esqueccedila que as famiacutelias

tecircm muitos membros muitas responsabilidades Agraves vezes natildeo

podemos agradar a todo mundo

g) Por favor reconheccedila que aacutes vezes noacutes eacute que temos razatildeo Por favor

acredite em noacutes e escute o que sabemos sobre o que noacutes e nossas

crianccedilas necessitamos

h) Agraves vezes estamos tristes cansados e deprimidos Por favor valorize

nos como famiacutelias preocupadas e comprometidas e tente continuar a

trabalhar conosco

Limaverde (2009) acredita que a maioria dos professores vem de

cursos onde a discussatildeo da teoria e da praacutetica ainda eacute dividida Discute-se

teoria e praacutetica de maneira isolada Ainda se estuda uma teoria idealizada

Poucos cursos de formaccedilatildeo de professores oferecem de modo obrigatoacuterio em

seus curriacuteculos as disciplinas relacionadas agrave diferenccedila agraves deficiecircncias Aleacutem

da formaccedilatildeo do nuacutecleo comum eles tambeacutem precisam se atentar para essas

especificidades Haacute uma obrigatoriedade de se ofertar nos cursos de

pedagogia a disciplina de Libras Mas isso natildeo deve ocorrer apenas na

formaccedilatildeo inicial mas tambeacutem na formaccedilatildeo continuada que eacute aquela em

serviccedilo mas que muitas vezes natildeo contemplam essas especificidades

O problema de formaccedilatildeo eacute muito grave porque repercute nessa

inseguranccedila do professor no preconceito no medo Aleacutem do entrave da

formaccedilatildeo no aspecto pedagoacutegico as escolas elaboram seu projeto poliacutetico

pedagoacutegico sem levar em conta a presenccedila do aluno com deficiecircncia As

praacuteticas a organizaccedilatildeo da sala de aula natildeo leva em conta a presenccedila desse

42

aluno Onde natildeo haacute uma interlocuccedilatildeo mais refinada entre o ensino comum e a

Educaccedilatildeo Especial com esse saber mais especiacutefico natildeo haacute inclusatildeo

A inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino Assim na formaccedilatildeo do professor teria dois espaccedilos um da sala de

aula que eacute a formaccedilatildeo comum para todos os professores contemplando

desenvolvimento aprendizagem e uma na formaccedilatildeo continuada Uma

formaccedilatildeo que atenda agraves diferenccedilas da sala de aula o atendimento agrave educaccedilatildeo

especializada aleacutem da formaccedilatildeo baacutesica cursos de extensatildeo de libras de

soroban de braile de tecnologia assistida para que esse professor possa

atender a especificidade desses alunos O aluno com deficiecircncia eacute um ser

humano que se desenvolve como qualquer outro As teorias e teacutecnicas que

foram estudadas satildeo suporte para esse trabalho Agora o que vai modificar na

sua atuaccedilatildeo eacute a maneira como ele organiza suas praacuteticas pedagoacutegicas Na

maioria das vezes eles organizam praacuteticas homogecircneas do aluno idealizado Eacute

importante um planejamento para pensar essas diferenccedilas na sala de aula Eacute

um trabalho do projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

21 Concepccedilotildees de professores sobre a inclusatildeo na educaccedilatildeo regular e

especial

Inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino (LIMAVERDE 2009)

Apenas a partir do seacuteculo XX verificou-se uma melhor aceitaccedilatildeo das

pessoas com necessidades especiais momento em que se iniciou a sua

desinstitucionalizaccedilatildeo e educaccedilatildeo escolar Ateacute este periacuteodo eram segregados

e praticamente privados de conviacutevio social Entretanto verifica-se que as

conquistas ainda foram poucas pois o preconceito a ignoracircncia e a

discriminaccedilatildeo ainda satildeo muito fortes em relaccedilatildeo ao deficiente e a deficiecircncia

Para Carmo (2000) a inclusatildeo eacute um assunto que deve ser refletido e

investigado com muita precisatildeo jaacute que a sociedade pode estar criando uma

nova modalidade a de excluiacutedos dentro da inclusatildeo podemos assim concluir

nessa reflexatildeo para que haja o processo de ensino-aprendizagem nos alunos

portadores de necessidades educacionais especiais o professor teraacute que se

43

capacitar para atender a proposta desta nova face da educaccedilatildeo brasileira ele

teraacute que tentar conciliar as teorias sobre o assunto com sua pratica e a

realidade da sala de aula Pois soacute assim a inclusatildeo do aluno portador de

necessidades educacionais especiais seraacute bem sucedida e gerando bons

resultados no futuro

Assim a inclusatildeo deste tipo de aluno requer novas posturas tanto aos

professores quanto ao sistema educacional brasileiro levando em consideraccedilatildeo

que todos noacutes estaremos ganhando Lembrando tambeacutem que este processo

de aprendizagem requer a reciprocidade das experiecircncias entre o aluno com

necessidades educacionais especiais o professor e os demais alunos Um

processo de aprendizagem onde todos participam a aquisiccedilatildeo do

conhecimento ocorreraacute com mais facilidade

Mantoan Pietro Arantes (2006) acredita que recriar um novo modelo

educativo com ensino de qualidade que diga natildeo aacute exclusatildeo social implica em

condiccedilotildees de trabalho pedagoacutegico e uma rede de saberes que se entrelaccedilam e

caminham no sentido contraacuterio do paradigma tradicional de educaccedilatildeo

segregadora Eacute uma reviravolta complexa mas possiacutevel basta que lutemos por

ela que nos aperfeiccediloemos e estejamos abertos a colaborar na busca dos

caminhos pedagoacutegicos da inclusatildeo Pois nem todas as diferenccedilas

necessariamente inferiorizam as pessoas Elas tem diferenccedilas e igualdades

mas entre elas nem tudo deve ser igual assim como nem tudo deve ser

diferente

De acordo com Santos (apud MANTOAN2003 p34 ) eacute preciso que

tenhamos o direito de sermos diferentes quando a igualdade nos

descaracteriza e o direito de sermos iguais quando a diferenccedila nos inferioriza

Assim a luta pela escola inclusiva embora seja contestada e tenha ateacute

mesmo assustado a comunidade escolar exige mudanccedila de haacutebitos e atitudes

pela sua loacutegica e eacutetica nos remete a refletir e reconhecer que trata-se de um

posicionamento social que garante a vida com igualdade pautada pelo

respeito agraves diferenccedilas Apesar das iniciativas acanhadas da comunidade

escolar e da sociedade geral eacute possiacutevel adequar a escola para um novo

tempo Precisa estar imbuiacutedos de boa vontade e compromisso enfrentar com

seguranccedila e otimismo este desafio enxergar a clareza e obviedade eacutetica da

proposta inclusiva e contribuir para o desmantelamento dessa maacutequina escolar

44

enferrujada

Para Lisita e Souza (2003) das utopias concretas da modernidade tem-

se hoje apenas a certeza da transitoriedade O sentido da revoluccedilatildeo antes

propagado daacute lugar a um leque de possibilidades as quais se abrem num

horizonte virtual em constantes mudanccedilas Que se trata de uma nova realidade

mundial natildeo se discute Indaga-se no entanto o que se tem a fazer diante de

tal realidade

Nesse sentido a ciecircncia e a tecnologia tecircm se constituiacutedo nos principais

agentes de proposiccedilatildeo e de determinaccedilatildeo dessas mudanccedilas A sensaccedilatildeo que

se tem eacute a de que amanheceremos a cada dia num novo mundo repleto de

novidades e onde o ontem estaacute cada vez e mais rapidamente distante

O cenaacuterio do mundo atual evidencia um movimento em direccedilatildeo a um

sentido de inclusatildeo social o sujeito com deficiecircncia passa a dividir a cena com

os sujeitos sem deficiecircncia coabitando os diversos espaccedilos sociais Nota-se

pois um grande dinamismo experimentado pelos sujeitos e em particular

pelos sujeitos com deficiecircncia num mundo onde conceitos e praacuteticas assumem

cada vez mais um caraacuteter efecircmero e de possibilidades muacuteltiplas

Segundo Ferreira e Glat (2004) satildeo frequentes relatos de professores

principalmente em conselhos de classe sobre a dificuldade de determinados

alunos quanto agrave efetivaccedilatildeo de algumas propostas educacionais Na maioria

das situaccedilotildees o que de fato acontece natildeo eacute uma dificuldade do aluno em

realizar ou compreender a atividade solicitada e sim uma inadequaccedilatildeo do

procedimento dos objetivos eou da avaliaccedilatildeo realizada pelo professor Nesse

sentido eacute importante o professor analisar algumas questotildees como

a) de que maneira todos os alunos poderatildeo participar da aula proposta

b) se haacute necessidade de apoio adaptaccedilotildees e como fazecirc-las para sua

plena participaccedilatildeo

c) que expectativas devem ser esperadas eou modificadas para a

efetivaccedilatildeo da atividade (como os alunos demonstram o que sabem a

quantidade e qualidade das atividades propostas)

d) quais satildeo os objetivos prioritaacuterios para a aprendizagem

Enfim eacute do conhecimento de todos que natildeo haacute formas sem

precedentes que se bastem ou que se perpetuem diante das realidades

necessidades e demandas dos alunos que compotildeem as salas de aula que hoje

45

cada professor assume Eacute importante a busca constante de praacuteticas pautadas

no contexto que o aluno vivencia inovadoras pois o trabalho eacute dinacircmico

sendo fundamental que cada profissional pense na sua disponibilidade para a

construccedilatildeo de praacuteticas efetivas que conduzam a uma educaccedilatildeo de qualidade

para todos como descrevem Ferreira e Glat 2004

Poso (2004) acredita que por um lado os professores julgam-se

incapazes de dar conta dessa demanda despreparados e impotentes frente a

essa realidade que eacute agravada pela falta de material adequado de apoio

administrativo e recursos financeiros

Mantoan (2003) enfatiza que a radicalidade da inclusatildeo vem do fato de

esta exigir uma mudanccedila de paradigma educacional onde na perspectiva

inclusiva suprime-se a sub-divisatildeo dos sistemas escolares em modalidades de

ensino especial e regular As escolas atendem as diferenccedilas sem discriminar

sem estabelecer prioridades e necessidades sem estabelecer regras

diferenciadas para cada caso no planejamento avaliaccedilatildeo e aprendizado

Assim pode-se imaginar o impacto da inclusatildeo nos sistemas de ensino ao

supor a aboliccedilatildeo completa dos serviccedilos segregados da educaccedilatildeo especial os

programas de reforccedilo escolar salas de aceleraccedilatildeo e turmas especiais

Desta forma a inclusatildeo eacute uma provocaccedilatildeo cuja intenccedilatildeo eacute melhorar a

qualidade do ensino atingindo todos os alunos de uma forma globalizada

Incluir eacute necessaacuterio primordialmente para melhorar as condiccedilotildees da escola

de modo que nela se possam formar geraccedilotildees mais preparadas para viver a

vida na sua plenitude livremente sem preconceitos sem barreiras Confirma-

se assim mais uma vez a necessidade de a educaccedilatildeo se atualizar e os

professores aperfeiccediloarem as suas praacuteticas para que as escolas se obriguem

a um esforccedilo de modernizaccedilatildeo e reestruturaccedilatildeo de suas condiccedilotildees atuais

Pretende-se que a escola seja inclusiva eacute primordial que seus planos se

redefinam para uma educaccedilatildeo voltada agrave cidadania global plena livre de

preconceitos e disposta a reconhecer e entende as diferenccedilas entre as

pessoas principalmente quanto aos seus aspectos fiacutesico mental e intelectual

Natildeo basta uma educaccedilatildeo para a cidadania eacute preciso educar para a liberdade

e nesse sentido nenhuma forma de subordinaccedilatildeo intelectual pode ser

admitida

Os desafios para a concretizaccedilatildeo dos ideais inclusivos na educaccedilatildeo

46

brasileira satildeo inuacutemeros Haacute ainda de se vencer os desafios que impotildee o

conservadorismo das instituiccedilotildees especializadas e enfrentar as pressotildees

poliacuteticas e das pessoas com deficiecircncia ainda muito habituadas a seus roacutetulos

e a benefiacutecios que acentuam a incapacidade as limitaccedilotildees o paternalismo e o

protecionismo social

Smeha Ferreira (2005) descrevem que vaacuterios professores afirmam

apresentar sentimentos de despreparo para trabalharem junto agraves crianccedilas com

necessidades especiais Que natildeo tiveram em sua formaccedilatildeo acadecircmica o

preparo adequado que os capacite a lidar com a diversidade e isso gera

intenso sofrimento pois ensinar crianccedilas com limitaccedilotildees exige conhecimento

competecircncia e habilidade para que o processo inclusivo seja efetivado

Os professores foram preparados para trabalharem com as crianccedilas que

aprendem assim quando eles se deparam com as limitaccedilotildees na

aprendizagem sentem frustraccedilatildeo anguacutestia impotecircncia e medo Portanto faz-

se necessaacuterio uma significativa reformulaccedilatildeo nos cursos de graduaccedilatildeo que

estatildeo formando professores os quais certamente teratildeo alunos com

necessidades educativas especiais em sua trajetoacuteria profissional Aliaacutes essa

reformulaccedilatildeo deve abarcar natildeo somente conhecimentos sobre educaccedilatildeo de

pessoas com deficiecircncia mas tambeacutem oportunizar autoconhecimento para

que os professores possam atuar de forma mais confiante atendendo agraves

demandas educacionais especiais com mais prazer e menos sofrimento Aleacutem

da reestruturaccedilatildeo nas aacutereas que envolvem a formaccedilatildeo de professores para

que o trabalho docente possa acontecer com menor prejuiacutezo agrave sauacutede mental

parece primordial que o investimento transcenda a capacitaccedilatildeo relacionada aos

conhecimentos teacutecnicos e permeie o campo da sauacutede mental no trabalho

O suporte aos aspectos psicoloacutegicos dos professores precisam ser

contemplados com grupos de reflexatildeo ou de apoio um espaccedilo que possa

oportunizar-lhes aos mesmos falar sobre seus sentimentos dificuldades

medos ou fantasias Seria um momento para problematizar e encontrar

ressignificaccedilatildeo no exerciacutecio docente que cada vez mais precisa ser alicerccedilado

no respeito agrave diversidade humana Eacute importante tambeacutem salientar que natildeo eacute

apenas o processo de inclusatildeo o responsaacutevel pelo sofrimento docente muitos

satildeo propensos ao stress devido agraves suas proacuteprias vivecircncias pessoais e agraves

exigecircncias da contemporaneidade

47

De acordo com Souza Silva (2009)

No tocante ao trabalho docente novas propostas se fazem necessaacuterias devido agraves transformaccedilotildees educacionais que estatildeo ocorrendo de forma acelerada exigindo assim novas aprendizagens que possam contribuir para a formaccedilatildeo de profissionais capazes de responder aos novos desafios colocados agrave nossa realidade

Para Bartalotti (2006) nos dias atuais frente ao processo de inclusatildeo

como uma possibilidade embora ainda natildeo como uma realidade haacute um grande

caminho a ser percorrido Pois se olhar em volta para cada ser humano que

nos rodeia ver-se-ia o quanto ainda se tem que caminhar para a construccedilatildeo

de uma sociedade verdadeiramente inclusiva Exclui-se apenas com o olhar

com palavras quantas vezes menospreza-se o outro por ele ter um gosto

uma crenccedila religiosa situaccedilatildeo financeira cor de pele estatura e peso corporal

diferente por nos aceitos E sem a menor preocupaccedilatildeo decidi-se que esta ou

aquela pessoa natildeo serve para estar junto de noacutes de nossos filhos frequentar

nosso clube casa ou templo religioso Jaacute sentem-se excluiacutedos e rejeitados em

diferentes situaccedilotildees sentem-se olhados como diferentes indesejaacuteveis

estranhos certamente essa natildeo eacute uma sensaccedilatildeo agradaacutevel quem jaacute passou

por ela natildeo deseja repetir a experiecircncia

Para que a inclusatildeo ocorra eacute necessaacuterio que a sociedade passe pelo

aprimoramento das relaccedilotildees sociais pela compreensatildeo de que o verdadeiro

pensamento inclusivo eacute aquele que natildeo categoriza ou rotula as pessoas por

ordem de valor valor esse atribuiacutedo muitas vezes atraveacutes de estereoacutetipos

estigmas conhecimentos instituiacutedos pensar inclusivamente eacute aprender a olhar

cada pessoa e buscar nela seu real valor construiacutedo nas relaccedilotildees cotidianas

nos seus sonhos e expectativas e nas suas accedilotildees concretas no mundo

Acredita-se tambeacutem que muitas vezes fala-se que a inclusatildeo eacute uma

utopia muitos natildeo acreditam que a sociedade seja capaz desse movimento

Inclusatildeo eacute sim possibilidade assim como eacute possibilidade a construccedilatildeo de uma

sociedade mais digna para todos com ou sem deficiecircncia

Para Tessaro (2009) existe todo um discurso proacute agrave inclusatildeo em vaacuterios

segmentos da sociedade dentre os quais no ambiente escolar A inclusatildeo eacute

algo que vem se efetivando mesmo que a duras penas buscando superar toda

uma histoacuteria de isolamento discriminaccedilatildeo e preconceito Tem provocado

48

muitos questionamentos principalmente no meio acadecircmico tais como O que

eacute inclusatildeo escolar Por que incluir Qual eacute a opiniatildeo dos alunos com

deficiecircncia e dos professores sobre inclusatildeo A escola possui infra-estrutura

adequada para participar da inclusatildeo escolar Os alunos deficientes se sentem

bem com a inclusatildeo escolar Os professores estatildeo capacitados para educaccedilatildeo

inclusiva

Dutra (2007) destaca que as principais dificuldades no processo de

inclusatildeo escolar do aluno especial eacute a ausecircncia de preparo e de uma

formaccedilatildeo mais teacutecnica que visa suprir as necessidades destes alunos

mediadas pelo professor e tambeacutem agrave falta de boas condiccedilotildees fiacutesicas nas

escolas pra receber estes alunos

Jesus (2007) enfatiza que a inclusatildeo dos portadores de necessidades

educacionais especiais na escola eacute algo essencial agrave educaccedilatildeo mas eacute preciso

ser feita de maneira correta porque nem todos podem estar na escola ou

estatildeo preparados para nela estar por natildeo terem capacidade fisioloacutegica Esse eacute

um assunto muito discutido por alguns especialistas da educaccedilatildeo especial que

buscam uma maneira eficiente de incluir todos as crianccedilas e jovens que

possuem alguma necessidade educacional especial

Nesse sentido Mantoan (2006) afirma que a condiccedilatildeo primeira para

inclusatildeo deixe de ser uma ameaccedila ao que hoje a escola defende e adota como

pratica pedagoacutegica e abandonar tudo que leva a tolerar as pessoas com

deficiecircncia na sala de aula

Natildeo pode se ter um ambiente mais propiacutecio para tal processo de

conscientizaccedilatildeo do que a escola Pois seraacute por meio dessa interaccedilatildeo entre

crianccedilas que se construiraacute uma naccedilatildeo mais justa e igualitaacuteria onde todos

juntos aprenderatildeo a conviver e a se respeitarem Respeito que eacute sonhado por

todos que se espera construir um novo amanhatilde mais digno

O assunto eacute fundamental para ser discutido por todas as pessoas

envolvidas com a educaccedilatildeo e que busquem uma naccedilatildeo com menos

desigualdade social oportunidades para todos uma educaccedilatildeo que priorize o

ser e natildeo ter e uma realidade igualitaacuteria A inclusatildeo eacute acima de tudo a

transformaccedilatildeo da pratica pedagoacutegica de todos os profissionais de educaccedilatildeo

Os registros de textos artigos e livros enfatizam que sobre a

aplicabilidade atual de inclusatildeo escolar satildeo insatisfatoacuterios e que natildeo houve

49

diferenccedilas entre os alunos e entre os professores quanto a essa dimensatildeo Os

professores e os alunos expressaram vaacuterias dificuldades envolvidas nesse

processo destacando se a falta de infra-estrutura das escolas a falta de

preparocapacitaccedilatildeo profissional discriminaccedilatildeo social e a falta de aceitaccedilatildeo da

inclusatildeo

Os professores de educaccedilatildeo especial demonstraram dar mais creacutedito agrave

educaccedilatildeo inclusiva do que os do ensino regular Os alunos deficientes

demonstraram dar menos creacutedito agrave inclusatildeo do que os natildeo deficientes Os

sentimentos decorrentes da inclusatildeo que predominaram entre professores e os

alunos com deficiecircncia foram negativos enquanto entre os alunos natildeo

deficientes prevaleceram os positivos (TESSARO 2009)

Para Fonseca (2004) promover a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma tarefa de

uma equipe multidisciplinar que deve adotar uma estrateacutegia do tipo pensar em

grupo eacute pensar melhor pois soacute dessa forma se podem explorar todas as

opccedilotildees potenciais de inclusatildeo e natildeo soacute as mais coerentes acessiacuteveis ou

tradicionais Sem uma dinacircmica de grupo natildeo se podem discutir e implementar

planos educacionais individualizados na educaccedilatildeo inclusiva transpondo para

sala de aula regular programas inovadores desde a modificaccedilatildeo de

comportamento ao enriquecimento linguumliacutestico ou cognitivo

Ensino em equipe com vaacuterios professores que agem e pensam em

conjunto criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees inovaccedilotildees na instruccedilatildeo na avaliaccedilatildeo

aprendizagem cooperativa e interativa criaccedilatildeo de projetos de suporte muacuteltiplo

serviccedilos de encaminhamentos diagnoacutesticos dinacircmicos e prescritivos em

termos de praacutetica de intervenccedilatildeo na sala de aula regular aprofundamento eacutetico

e legal dos pressupostos morais da inclusatildeo social construccedilatildeo de instrumentos

de investigaccedilatildeo-accedilatildeo entre outros satildeo desafios que se colocam hoje mais do

lado do ensino do que da aprendizagem

Para Almeida Anjos (2007) vaacuterios professores destacam tensotildees que

sempre se preservaram em suas percepccedilotildees e atitudes sejam referentes agraves

pessoas com necessidades educacionais especiais sejam relativas a

dificuldades em relaccedilatildeo a si proacuteprios e aos seus saberes profissionais No

entanto os profissionais apontam em suas falas as possibilidades de transpor

tais dificuldades vividas no trabalho com alunos especiais na rotina de seu dia

a dia de trabalho

50

Laraia (1992 apud ALMEIDA ANJOS 2007) acredita que nenhuma

ordem social eacute baseada em verdades inatas que as mudanccedilas nas praacuteticas

pedagoacutegicas com a diversidade dos alunos passam por uma mudanccedila de

nossas concepccedilotildees e valores Que eacute preciso uma formaccedilatildeo que coloque o

profissional da educaccedilatildeo em conflito com seus conhecimentos e concepccedilotildees a

partir da relaccedilatildeo entre a teoria e a praacutetica para entatildeo podermos comeccedilar a

pensar em inclusatildeo Assim a partir dos pressupostos da ciecircncia social criacutetica

sustentada pelo interesse colaborativo procuramos programar com os

profissionais encontros de estudoreflexatildeo das tensotildees e possibilidades que

envolvem o trabalho com alunos com necessidades educacionais especiais

enfatizar ainda como o lazer e recreaccedilatildeo podem ser facilitadores do processo

de inclusatildeo escolar

Zimmermann (2008) acredita que para conseguir reformar a instituiccedilatildeo

escolar primeiramente se tem que reformar as mentes entretanto natildeo

conseguiraacute reformar mentes sem que se realize uma preacutevia reforma de

instituiccedilotildees Vive-se uma crise de paradigmas e toda a crise gera medos

inseguranccedila e incertezas mas propotildee-se que seja este o momento de ousadia

e de busca de alternativas que sustente e norteie para realizar-se as mudanccedilas

que o momento propotildee Que a escola seja um espaccedilo vivo de formaccedilatildeo para

todos e um ambiente verdadeiramente inclusivo eacute preciso que as poliacuteticas

puacuteblicas de educaccedilatildeo sejam direcionadas aacute inclusatildeo que os educadores

desacomodem-se combatendo a descrenccedila e o pessimismo mostrando que a

inclusatildeo eacute um momento oportuno para professores e a comunidade escolar

demonstrarem sua competecircncia e principalmente suas responsabilidades

educacionais

Esta mudanccedila de perspectiva educacional propotildee que os educadores

faccedilam a diferenccedila buscando conhecimento e contribuindo com uma praacutetica

ressignificada desenvolvendo uma educaccedilatildeo baseada na afetividade e na

superaccedilatildeo de limites que as crianccedilas aprendam a respeitar as diferenccedilas em

sala de aula preparando-as assim para o futuro a vida e o mercado de

trabalho pois vivendo a experiecircncia inclusiva seratildeo adultos bem diferentes de

noacutes e por certo natildeo faratildeo discriminaccedilotildees sociais

Arauacutejo (2008) relata a opiniatildeo dos professores sobre a inclusatildeo escolar

enfatizando com veemecircncia de que a inclusatildeo escolar do aluno portador de

51

necessidades educacionais especiais eacute um assunto muito interessante e

delicado e levantaram a conscientizaccedilatildeo desse aluno sobre o direito deste

frequentar o ensino regular no entanto essa inclusatildeo na visatildeo deles estaacute

acontecendo de forma errocircnea Pois os professores da rede regular de ensino

em sua quase totalidade natildeo estatildeo preparados para lidar com esta nova fase

da educaccedilatildeo brasileira

Tem que se pensar que para que a inclusatildeo se concretize natildeo basta

estar garantido na legislaccedilatildeo mas demanda modificaccedilotildees profundas e

importantes no sistema de ensino Essas mudanccedilas deveratildeo levar em conta o

contexto soacutecio econocircmico aleacutem de serem gradativas planejadas e contiacutenuas

para garantir uma educaccedilatildeo de oacutetima qualidade (BUENO 1998 apud

PEREIRA 2009)

Pereira (2009) acredita que a inclusatildeo depende de mudanccedila de valores

da sociedade e a vivencia de um novo paradigma que natildeo se faz com simples

recomendaccedilotildees teacutecnicas como se fossem receitas de bolo mas com reflexotildees

dos professores direccedilotildees pais alunos equipe multidisciplinar e a comunidade

Essa questatildeo natildeo eacute tatildeo simples assim pois devemos levar em conta as

diferenccedilas Como colocar no mesmo espaccedilo demandas tatildeo diferentes e

especiacuteficas se muitas vezes nem a escola especial consegue dar conta desse

atendimento de forma adequada Deparar-se com frequecircncia com as

resistecircncias dos professores e direccedilotildees manifestadas atraveacutes de

questionamentos e queixas ou ateacute mesmo com expectativas de que possa

apresentar soluccedilotildees maacutegicas de aplicaccedilatildeo imediata causando certa decepccedilatildeo

e frustraccedilatildeo pois ela natildeo existe

O problema se agrava quando se vecirc o professor totalmente dependente

do apoio ou assessoria de profissionais da aacuterea da sauacutede pois neste caso a

questatildeo cliacutenica eacute fundamental e se sobressai e novamente o pedagoacutegico fica

esquecido Com isso o professor se sente desvalorizado incapaz e fora do

processo por considerar esse aluno como doente concluindo que natildeo pode

fazer nada por ele pois ele precisa de tratamento especializado de

profissionais qualificados da aacuterea da sauacutede desistindo assim de assumir tal

tarefa

Desta forma parece que o professor esquece seu papel poreacutem natildeo se

considera o momento do professor sua formaccedilatildeo as condiccedilotildees da proacutepria

52

escola em receber esses alunos que entram nas escolas e continuam

excluiacutedos de todo o processo de ensino-aprendizagem e social causando

frustraccedilatildeo e fracassos dificultando assim a proposta de inclusatildeo Por um lado

os professores julgam-se incapazes de dar conta dessa demanda

despreparados e impotentes frente a essa realidade que eacute agravada dia-a-dia

pela falta de material adequado de apoio administrativo e recursos financeiros

Limaverde (2009) salienta que no Brasil estaacute acontecendo um grande

movimento proacute-inclusatildeo que tem sido fortalecido a partir da sistematizaccedilatildeo do

que se trata o atendimento educacional especializado Existem realidades

muito proacuteximas em relaccedilatildeo ao atendimento desses alunos mas ainda tem

muitas compreensotildees equivocadas sobre a inclusatildeo de alunos com deficiecircncia

Alguns municiacutepios brasileiros pensam que fazem inclusatildeo mas na verdade

eles tecircm feito integraccedilatildeo Percebe-se que alunos que frequentam escolas

comuns salas comuns de ensino natildeo participam efetivamente das aulas ou

das atividades realizadas e essas escolas alegam que esses alunos natildeo tecircm

condiccedilotildees de fazer as atividades e que por isso eles fazem outras atividades

diferenciadas Desta forma natildeo ocorre a inclusatildeo Isso eacute uma integraccedilatildeo

porque o aluno estaacute integrado na sala de aula comum mas ele natildeo participa

das atividades realizadas pelos demais colegas

Muitos municiacutepios brasileiros que estatildeo em processo de transiccedilatildeo ou

seja eles estatildeo implantando o atendimento educacional especializado de

caraacuteter complementar e ao mesmo tempo estatildeo ainda com problemas

relacionados agrave inclusatildeo desses alunos como por exemplo a manutenccedilatildeo de

classes especiais A partir da formaccedilatildeo de 2007 para caacute os municiacutepios tecircm se

reorganizado para atendimento educacional especializado mas ainda eacute uma

realidade muito diferenciada

A inclusatildeo soacute eacute possiacutevel onde houver respeito agrave diferenccedila e

consequentemente a adoccedilatildeo de praacuteticas pedagoacutegicas que permitam agraves

pessoas com deficiecircncia aprender e ser reconhecidos e valorizados os

conhecimentos que satildeo capazes de produzir segundo seu ritmo e na medida

de suas possibilidades (SILVA 2009)

53

A menos que a atual oportunidade favoraacutevel seja aproveitada para melhorar as qualificaccedilotildees profissionais de professores em educaccedilatildeo especial e consequentemente a qualidade da educaccedilatildeo especial tememos que os proacuteximos 20 anos ainda possam ser um periacuteodo de esperanccedilas frustradas (RELATORIO WARNOCK 1978 paraacutegrafo 1932)

54

CONCLUSAtildeO

Diante do levantamento bibliograacutefico conclui-se que a inclusatildeo nos

moldes em que se encontra atualmente estaacute longe de atender a um ideal

Tal processo necessita de muitas transformaccedilotildees Os oacutergatildeos a ele

ligados diretamente ou indiretamente deveratildeo rever suas propostas metas e

meacutetodos de implantaccedilatildeo

Profissionais da sauacutede tambeacutem tecircm papeacuteis importantes em todo o

processo inclusivo pois em accedilatildeo conjunta com os educadores podem fazer um

trabalho mais completo e eficaz

A inclusatildeo escolar eacute uma praacutetica que abrange natildeo apenas os

profissionais especiacuteficos das aacutereas meacutedica e educacional mas tambeacutem

envolve um fator preponderante na vida do indiviacuteduo atendido por ela a famiacutelia

Esta constitui a base da crianccedila com necessidades educacionais especiais e

assumindo a postura devida pode oferecer a esta crianccedila o subsiacutedio para seu

desenvolvimento escolar bem como uma fonte de apoio aos profissionais

envolvidos

Aleacutem de uma nobre causa de cunho educacional a inclusatildeo constitui

ainda uma mudanccedila no comportamento da sociedade como um todo que

passa a ter que zelar por interesses coletivos outrora ignorados pela maioria

Devido ao periacuteodo decorrido desde as primeiras iniciativas ligadas ao

processo inclusivo verifica-se que o tempo eacute um fator indispensaacutevel para sua

concretizaccedilatildeo Esta provavelmente dar-se-aacute a partir do momento em que todos

os envolvidos assumirem suas devidas responsabilidades e se unirem por uma

educaccedilatildeo de qualidade embasada em um planejamento organizado bem

dirigido iacutentegro e sobretudo pautado no respeito ao ser humano e agrave

diversidade

55

REFEREcircNCIAS

ALMEIDA M A ANJOS A R Da aversatildeo agrave diversatildeo

formaccedilatildeo de

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27

g) Declaraccedilatildeo de Salamanca - Salamanca Espanha princiacutepios poliacuteticas

e praacutetica em Educaccedilatildeo Especial - 1994 - criaccedilatildeo e manutenccedilatildeo de sistemas

educacionais inclusivos

142 Leis nacionais

a) Constituiccedilatildeo Federal de 1988 - Tiacutetulo VI - Da Ordem Social - Art 208

e Art 227

b) Lei nordm 785389 - Dispotildee sobre o apoio agraves pessoas com deficiecircncias

sua integraccedilatildeo social e pleno exerciacutecio de direitos sociais e individuais

c) Decreto nordm 220897 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

d) Parecer CNECEB nordm 1699 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

e) Resoluccedilatildeo CNECEB nordm 499 - Educaccedilatildeo profissional de alunos com

necessidades educacionais especiais

f) Decreto nordm 329899 - Regulamenta a Lei 785389 daacute-lhe condiccedilotildees

operacionais consolida as normas de proteccedilatildeo ao portador de deficiecircncias

g) LDB nordm 939496 (Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional) -

Capiacutetulo V - Educaccedilatildeo Especial - Art 58 Art 59 e Art 60 Portaria

MEC nordm 167999 - requisitos de acessibilidade a cursos instruccedilatildeo de

processos de autorizaccedilatildeo de cursos e credenciamento de instituiccedilotildees

voltadas agrave educaccedilatildeo especial

h) Parecer CNECEB nordm 1499 - Diretrizes nacionais da educaccedilatildeo

escolar indiacutegena

i) Resoluccedilatildeo CNECEB nordm 0399 - Fixa diretrizes nacionais para o

funcionamento de escolas indiacutegenas

j) Lei nordm 1009800 - Estabelece normas gerais e criteacuterios baacutesicos para a

promoccedilatildeo de acessibilidade das pessoas portadoras de deficiecircncia ou com

mobilidade reduzida e daacute outras providecircncias Resoluccedilatildeo CNECEB nordm

22001 - Institui diretrizes e normas para a educaccedilatildeo especial na Educaccedilatildeo

Baacutesica

k) Parecer CNECEB nordm 172001 - Diretrizes Nacionais para a Educaccedilatildeo

Especial na Educaccedilatildeo Baacutesica

28

l) Lei nordm 101722001 - Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo - PNE e daacute

outras providecircncias (o PNE estabelece 27 objetivos e metas para a

educaccedilatildeo de pessoas com necessidades educacionais especiais)

143 Direitos e Deveres

o papel da educaccedilatildeo consiste em favorecer que cada um de forma

livre e autocircnoma reconheccedila aos demais a mesma esfera de direito que exige

para si (VIEIRA 1999 p 16)

1431 Direito agrave acessibilidade

Para que as pessoas com deficiecircncia possam ter liberdade de ir e vir e

se sentir parte da comunidade elas necessitam de um meio fiacutesico adequado e

que garanta seguranccedila e acesso O direito a acessibilidade estaacute descrito nas

Leis 1009800 - regulamentada atraveacutes do Decreto 529604 - e 1004800 que

prevecircem a adequaccedilatildeo das vias e de espaccedilos puacuteblicos no mobiliaacuterio urbano na

construccedilatildeo e reforma de edifiacutecios nos meios de transporte e de comunicaccedilatildeo e

do acesso a informaccedilatildeo

Eacute possiacutevel promover a inclusatildeo social no meio fiacutesico construindo rampas

de acesso banheiros adaptados pisos taacuteteis guias rebaixadas sinais sonoros

entre outros

A acessibilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo pode ser alcanccedilada

atraveacutes de sites acessiacuteveis que atendam agraves pessoas com deficiecircncia visual e

por exemplo aparelhos de televisatildeo com legenda oculta As emissoras de TV

devem incluir em suas programaccedilotildees inteacuterprete de Libras para que as pessoas

com deficiecircncia auditiva possam acompanhar os programas

29

Pessoas com deficiecircncia fiacutesica idosos gestantes lactantes e pessoas

com crianccedilas de colo devem ter atendimento prioritaacuterio por meio de serviccedilos

individualizados que assegurem tratamento diferenciado

1432 Direito ao trabalho

Foram diversas as conquistas em defesa das pessoas com deficiecircncia

nos uacuteltimos anos Hoje elas satildeo amparadas por lei no seu direito de acesso ao

trabalho Graccedilas a estas conquistas fazer parte do quadro de funcionaacuterios de

uma empresa jaacute natildeo eacute um obstaacuteculo mas a permanecircncia destes profissionais

no local de trabalho ainda exige cuidados Cabe aos empregadores garantir

bem estar e acessibilidade aos seus colaboradores para que eles tenham

oportunidade de exercer suas funccedilotildees de maneira adequada e mostrar todo o

seu potencial

Este sistema estaacute carregado da antiga visatildeo de assistencialismo

capacidade laborativa reduzida e falta de noccedilatildeo sobre cidadania Na sociedade

brasileira ele ainda eacute necessaacuterio para que as pessoas apostem nestes

profissionais e desta forma descubram que eles tecircm um enorme potencial

Em vaacuterios paiacuteses como EUA Canadaacute Gratilde-Bretanha Nova Zelacircndia

Dinamarca Sueacutecia Finlacircndia Austraacutelia e Portugal este princiacutepio foi extinto e a

antiga visatildeo foi superada Em naccedilotildees como o Brasil ela estaacute em vias de

superaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo eacute a melhor forma de acabar com o preconceito

Durante anos a sociedade excluiu as pessoas com deficiecircncia do

conviacutevio social Esta exclusatildeo se reflete ateacute hoje em diversos setores sociais

Vaacuterias leis foram criadas visando agrave inclusatildeo dos cidadatildeos com

deficiecircncia mas algumas delas foram concebidas quando ainda se tinha pouco

conhecimento sobre este puacuteblico e suas limitaccedilotildees O sistema de cotas eacute uma

delas

a) 1980 - estabelecida como a deacutecada internacional da pessoa com

deficiecircncia

b) 1992 - estabelecida a data de 3 de dezembro como dia internacional das

pessoas portadoras de deficiecircncia da ONU

30

c) 1994 - declaraccedilatildeo de Salamanca (Espanha) tratando da educaccedilatildeo

especial

d) 1995 - a Inglaterra aprova legislaccedilatildeo semelhante para empresas com

mais de vinte empregados

e) 1999 - promulgada na Guatemala a convenccedilatildeo interamericana para a

eliminaccedilatildeo de todas as formas de discriminaccedilatildeo contra as pessoas

portadoras de deficiecircncia

f) 2002 - realizado em marccedilo o congresso europeu sobre deficiecircncia em

Madri que estabeleceu 2003 como o ano europeu das pessoas com

deficiecircncia

g) 1981 - adotado pela ONU como o ano internacional das pessoas com

deficiecircncia

h) 1983 elaboraccedilatildeo da convenccedilatildeo 159 pela OIT

i) 1990 - aprovada a ADA (Lei dos Deficientes dos Estados Unidos)

aplicaacutevel a toda empresa com mais de quinze funcionaacuterios

j) 1997 - tratado de Amsterdatilde em que a Uniatildeo Europeacuteia se compromete a

facilitar a inserccedilatildeo e a permanecircncia das pessoas com deficiecircncia nos

mercados de trabalho

1433 Direito agrave educaccedilatildeo

Para se tornar parte da sociedade eacute necessaacuterio compreende-la A base

para o sucesso de qualquer cidadatildeo estaacute na educaccedilatildeo e isto natildeo eacute diferente

para as pessoas com deficiecircncia Participar do sistema educacional eacute garantir a

inclusatildeo social e a igualdade de oportunidades

A Lei 939496 art4ordm que estabelece as diretrizes e bases da educaccedilatildeo

nacional (LDB) reconhece que a educaccedilatildeo eacute um instrumento fundamental para

a integraccedilatildeo e participaccedilatildeo de qualquer pessoa com deficiecircncia no contexto em

que vive Estaacute disposto nesta lei que haveraacute quando necessaacuterio serviccedilos de

apoio especializado na escola regular para atender agraves peculiaridades da

clientela de educaccedilatildeo especial e que o atendimento educacional seraacute feito em

classes escolas ou serviccedilos especializados sempre que em funccedilatildeo das

31

condiccedilotildees especiacuteficas dos alunos natildeo for possiacutevel a sua integraccedilatildeo nas

classes comuns de ensino regular

A legislaccedilatildeo brasileira tambeacutem prevecirc o acesso a livros em Braille de uso

exclusivo das pessoas com deficiecircncia visual

1434 Direito agrave sauacutede

A assistecircncia agrave sauacutede e agrave reabilitaccedilatildeo cliacutenica satildeo condiccedilotildees decisivas

para a inclusatildeo da pessoa com deficiecircncia na sociedade

Para promover a melhoria da qualidade de vida e com intuito de

estimular a independecircncia do indiviacuteduo com deficiecircncia nas suas atividades

diaacuterias foi criado o sistema das redes estaduais de assistecircncia agrave pessoa com

deficiecircncia

Este projeto oferece ajuda teacutecnica aleacutem de oacuterteses e proacuteteses para que

a pessoa tenha maior autonomia

Outro sistema criado para a manutenccedilatildeo da sauacutede fiacutesica e mental do

cidadatildeo com deficiecircncia eacute a Poliacutetica Nacional para a integraccedilatildeo da pessoa com

deficiecircncia implantada em 1989 Regulamentada pelo Decreto nordm 3298 prevecirc

auxiacutelio na prevenccedilatildeo de doenccedilas atendimento psicoloacutegico reabilitaccedilatildeo

fornecimento de medicamentos e assistecircncia atraveacutes de planos de sauacutede

1435 Direito a isenccedilotildees fiscais e financiamento

Pessoas com deficiecircncia empresas bancos e demais instituiccedilotildees

ligadas a este puacuteblico possuem alguns benefiacutecios previstos em lei

Para as empresas dispostas a contribuir com a inclusatildeo social de

portadores de necessidades especiais a legislaccedilatildeo brasileira prevecirc a

concessatildeo fiscal Podem ser firmados convecircnios que garantem a isenccedilatildeo de

ICMS seja para doaccedilatildeo de equipamentos adaptados seja para aquisiccedilotildees de

aparelhos e acessoacuterios destinados agraves instituiccedilotildees que atendam este segmento

da populaccedilatildeo

Automoacuteveis adquiridos em alguns estados brasileiros por pessoas com

32

deficiecircncia fiacutesica visual mental e autistas ou seus representantes legais satildeo

isentos de ICMS (Imposto sobre Circulaccedilatildeo de Mercadorias e Serviccedilos) e do

IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de acordo com a Lei 1075403

Os financiamentos de automoacuteveis de fabricaccedilatildeo nacional tambeacutem satildeo

liberados do IOF (Imposto sobre Operaccedilotildees Financeiras)

Tais benefiacutecios ainda natildeo satildeo tributados pelo Imposto de Renda e tanto

a aquisiccedilatildeo de aparelhos e materiais como a realizaccedilatildeo de outras despesas

podem ser deduzidas do imposto

1436 Direito ao passe livre

Os cidadatildeos com deficiecircncia tambeacutem possuem benefiacutecios relacionados

aos meios de transporte A Lei 889994 conhecida como Lei do Passe Livre

prevecirc que toda pessoa com deficiecircncia tem direito ao transporte coletivo

interestadual gratuito e que cabe a cada estado ou municiacutepio implantar

programas similares ao passe livre para os transportes municipais e estaduais

Aleacutem do transporte gratuito o municiacutepio deve garantir que os meios de

transporte sejam acessiacuteveis a estes cidadatildeos

15 Declaraccedilatildeo de Salamanca princiacutepios poliacutetica e praacutetica na educaccedilatildeo

especial

Notando com satisfaccedilatildeo um incremento no envolvimento de governos

grupos de advocacia comunidades e pais e em particular de organizaccedilotildees de

pessoas com deficiecircncias na busca pela melhoria do acesso agrave educaccedilatildeo para

a maioria daqueles cujas necessidades especiais ainda se encontram

desprovidas e reconhecendo como evidecircncia para tal envolvimento a

participaccedilatildeo ativa do alto niacutevel de representantes e de vaacuterios governos

agecircncias especializadas e organizaccedilotildees intergovernamentais naquela

Conferecircncia Mundial

a) Os delegados da Conferecircncia Mundial de Educaccedilatildeo Especial

33

representando 88 governos e 25 organizaccedilotildees internacionais em

assembleia em Salamanca Espanha entre 7 e 10 de junho de 1994

reafirma o compromisso para com a educaccedilatildeo para todos

reconhecendo a necessidade e urgecircncia do providenciamento de

educaccedilatildeo para as crianccedilas jovens e adultos com necessidades

educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino e re-

endossa a estrutura de accedilatildeo em educaccedilatildeo especial em que pelo

espiacuterito de cujas provisotildees e recomendaccedilotildees governo e

organizaccedilotildees sejam guiados

b) Acreditam e proclamam que toda crianccedila tem direito fundamental agrave

educaccedilatildeo e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o niacutevel

adequado de aprendizagem toda crianccedila possui caracteriacutesticas

interesses habilidades e necessidades de aprendizagem que satildeo

uacutenicas sistemas educacionais deveriam ser designados e programas

educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em

conta a vasta diversidade de tais caracteriacutesticas e necessidades

aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso

agrave escola regular que deveria acomodaacute-los dentro de uma pedagogia

centrada na crianccedila capaz de satisfazer a tais necessidades

escolas regulares que possuam tal orientaccedilatildeo inclusiva constituem

os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatoacuterias

criando-se comunidades acolhedoras construindo uma sociedade

inclusiva e alcanccedilando educaccedilatildeo para todos aleacutem disso tais escolas

proveem uma educaccedilatildeo efetiva agrave maioria das crianccedilas e aprimoram

a eficiecircncia e em uacuteltima instacircncia o custo da eficaacutecia de todo o

sistema educacional

c) Congregam todos os governos e demandam que atribuam a mais

alta prioridade poliacutetica e financeira ao aprimoramento de seus

sistemas educacionais no sentido de se tornarem aptos a incluiacuterem

todas as crianccedilas independentemente de suas diferenccedilas ou

dificuldades individuais adotem o princiacutepio de educaccedilatildeo inclusiva em

forma de lei ou de poliacutetica matriculando todas as crianccedilas em

escolas regulares a menos que existam fortes razotildees para agir de

outra forma desenvolvam projetos de demonstraccedilatildeo e encorajem

34

intercacircmbios em paiacuteses que possuam experiecircncias de escolarizaccedilatildeo

inclusiva estabeleccedilam mecanismos participatoacuterios e

descentralizados para planejamento revisatildeo e avaliaccedilatildeo de provisatildeo

educacional para crianccedilas e adultos com necessidades educacionais

especiais encorajem e facilitem a participaccedilatildeo de pais comunidades

e organizaccedilotildees de pessoas portadoras de deficiecircncias nos processos

de planejamento e tomada de decisatildeo concernentes agrave provisatildeo de

serviccedilos para necessidades educacionais especiais invistam

maiores esforccedilos em estrateacutegias de identificaccedilatildeo e intervenccedilatildeo

precoces bem como nos aspectos vocacionais da educaccedilatildeo

inclusiva garantam que no contexto de uma mudanccedila sistecircmica

programas de treinamento de professores tanto em serviccedilo como

durante a formaccedilatildeo incluam a provisatildeo de educaccedilatildeo especial dentro

das escolas inclusivas

d) Tambeacutem congregam a comunidade internacional em particular

governos com programas de cooperaccedilatildeo internacional agecircncias

financiadoras internacionais especialmente as responsaacuteveis pela

Conferecircncia Mundial em Educaccedilatildeo para Todos UNESCO UNICEF

UNDP e o Banco Mundial a endossar a perspectiva de escolarizaccedilatildeo

inclusiva e apoiar o desenvolvimento da educaccedilatildeo especial como

parte integrante de todos os programas educacionais as Naccedilotildees

Unidas e suas agecircncias especializadas em particular a ILO WHO

UNESCO e UNICEF a reforccedilar seus estiacutemulos de cooperaccedilatildeo

teacutecnica bem como reforccedilar suas cooperaccedilotildees e redes de trabalho

para um apoio mais eficaz agrave jaacute expandida e integrada provisatildeo em

educaccedilatildeo especial organizaccedilotildees natildeo-governamentais envolvidas na

programaccedilatildeo e entrega de serviccedilo nos paiacuteses a reforccedilar sua

colaboraccedilatildeo com as entidades oficiais nacionais e intensificar o

envolvimento crescente delas no planejamento implementaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de provisatildeo em educaccedilatildeo especial que seja inclusiva

UNESCO enquanto a agecircncia educacional das Naccedilotildees Unidas a

assegurar que educaccedilatildeo especial faccedila parte de toda discussatildeo que

lide com educaccedilatildeo para todos em vaacuterios foros a mobilizar o apoio de

organizaccedilotildees dos profissionais de ensino em questotildees relativas ao

35

aprimoramento do treinamento de professores no que diz respeito a

necessidade educacionais especiais a estimular a comunidade

acadecircmica no sentido de fortalecer pesquisa redes de trabalho e o

estabelecimento de centros regionais de informaccedilatildeo e documentaccedilatildeo

e da mesma forma a servir de exemplo em tais atividades e na

disseminaccedilatildeo dos resultados especiacuteficos e dos progressos

alcanccedilados em cada paiacutes no sentido de realizar o que almeja a

presente declaraccedilatildeo a mobilizar fundos atraveacutes da criaccedilatildeo (dentro

de seu proacuteximo planejamento a meacutedio prazo 1996-2000) de um

programa extensivo de escolas inclusivas e programas de apoio

comunitaacuterio que permitiriam o lanccedilamento de projetos-piloto que

demonstrassem novas formas de disseminaccedilatildeo e o desenvolvimento

de indicadores de necessidade e de provisatildeo de educaccedilatildeo especial

e) Por uacuteltimo expressam o caloroso reconhecimento ao governo da

Espanha e agrave UNESCO pela organizaccedilatildeo da Conferecircncia e

demandam-lhes realizarem todos os esforccedilos no sentido de trazer

esta declaraccedilatildeo e sua relativa estrutura de accedilatildeo da comunidade

mundial especialmente em eventos importantes tais como o Tratado

Mundial de Desenvolvimento Social (em Kopenhagen em 1995) e a

Conferecircncia Mundial sobre a Mulher (em Beijing em 1995) Adotada

por aclamaccedilatildeo na cidade de Salamanca Espanha neste deacutecimo dia

de junho de 1994

Durante os uacuteltimos 15 ou 20 anos tem se tornado claro que o conceito de necessidades educacionais especiais teve que ser ampliado para incluir todas as crianccedilas que natildeo estejam conseguindo se beneficiar com a escola seja por que motivo for (UNESCO 1994 p15)

16 Diretrizes na educaccedilatildeo especial na perspectiva da inclusatildeo

A consciecircncia do direito de construir uma identidade proacutepria e do reconhecimento da identidade do outro se traduz no direito de igualdade e no respeito agraves diferenccedilas assegurando oportunidades diferentes (equidade) tantas quanto forem necessaacuterias com vistas agrave busca da igualdade (BRASIL 2001)

36

A educaccedilatildeo especial eacute uma modalidade de ensino que perpassa todos

os niacuteveis etapas e modalidades realiza o atendimento educacional

especializado disponibiliza os serviccedilos e recursos proacuteprios desse atendimento

e orienta os alunos e seus professores quanto a sua utilizaccedilatildeo nas turmas

comuns do ensino regular

O atendimento educacional especializado identifica elabora e organiza

recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a

plena participaccedilatildeo dos alunos considerando as suas necessidades

especiacuteficas As atividades desenvolvidas no atendimento educacional

especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum natildeo

sendo substitutivas agrave escolarizaccedilatildeo Esse atendimento completa e suplementa

a formaccedilatildeo dos alunos com vistas agrave autonomia e independecircncia na escola e

fora dela

Tal modalidade de ensino disponibiliza programas de enriquecimento

curricular o ensino de linguagem e coacutedigos especiacuteficos de comunicaccedilatildeo e

sinalizaccedilatildeo ajudas teacutecnicas e tecnoloacutegicas assistidas dentre outros Ao longo

de todo processo de escolarizaccedilatildeo esse atendimento deve estar articulado

com a proposta pedagoacutegica de ensino comum

A inclusatildeo escolar tem inicio na educaccedilatildeo infantil onde se desenvolvem

as bases necessaacuterias para a construccedilatildeo do conhecimento e seu

desenvolvimento global Nessa etapa o luacutedico o acesso agraves formas

diferenciadas de comunicaccedilatildeo a riqueza de estiacutemulos nos aspectos fiacutesicos

emocionais cognitivos psicomotores e sociais e a convivecircncia com as

diferenccedilas favorecem as relaccedilotildees interpessoais o respeito e a valorizaccedilatildeo da

crianccedila Do nascimento aos trecircs anos o atendimento educacional

especializado se expressa por meio de serviccedilos que objetivam aperfeiccediloar o

processo de desenvolvimento e aprendizagem em interface com os serviccedilos de

sauacutede e assistecircncia social

Em todas as etapas e modalidades da educaccedilatildeo baacutesica o atendimento

especializado eacute organizado para apoiar o desenvolvimento dos alunos

constituindo oferta obrigatoacuteria dos sistemas de ensino e deve ser realizado no

turno inverso ao da classe comum na proacutepria escola ou centro especializado

que realize esse serviccedilo educacional Este atendimento eacute realizado mediante a

37

atuaccedilatildeo de profissionais com conhecimento especiacuteficos no ensino da Liacutengua

Brasileira de Sinais da Liacutengua Portuguesa e na modalidade escrita como

segunda liacutengua do Sistema Braille do Soroban da orientaccedilatildeo e mobilidade

das atividades de vida autocircnoma da comunicaccedilatildeo alternativa do

desenvolvimento dos processos mentais superiores dos programas de

enriquecimento curricular da adequaccedilatildeo e produccedilatildeo de materiais didaacuteticos e

pedagoacutegicos da utilizaccedilatildeo de recursos oacutepticos e natildeo oacutepticos da tecnologia

assistida e outros

Cabe aos sistemas de ensino ao organizar a educaccedilatildeo especial na

perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva disponibilizar as funccedilotildees do instrutor de

Libras e guia interprete bem como de monitor dos alunos com necessidades

de apoio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo locomoccedilatildeo entre outras que

exijam auxilio constante no cotidiano escolar

Para atuar na educaccedilatildeo especial o professor deve ter como base de

sua formaccedilatildeo inicial e continuada conhecimentos gerais para o exerciacutecio da

docecircncia e conhecimentos especiacuteficos da aacuterea Essa formaccedilatildeo possibilita a sua

atuaccedilatildeo no atendimento educacional especializado e deve aprofundar o caraacuteter

interativo e interdisciplinar da atuaccedilatildeo nas salas comuns do ensino regular nas

salas de recursos nos centros de atendimento educacional especializado nos

nuacutecleos de acessibilidade das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior nas classes

hospitalares e nos ambientes domiciliares para a oferta dos serviccedilos e

recursos de educaccedilatildeo especial

38

CAPIacuteTULO II

CAPACITACcedilAtildeO E CONCEPCcedilAtildeO DE PROFESSORES NO PROCESSO DE

INCLUSAtildeO ESCOLAR

2 CAPACITACcedilAtildeO PROFISSIONAL E A INCLUSAtildeO ESCOLAR

A formaccedilatildeo de professores que atuam diretamente na inclusatildeo escolar

sempre se constituiu numa grande problemaacutetica com relaccedilatildeo ao atendimento

do aluno com necessidades especiais Tudo eacute muito novo e desafiador E isto

infelizmente ainda eacute uma barreira para que a inclusatildeo se efetive com alicerce

suficiente para se sustentar

Nos finais do Impeacuterio o atendimento a essa clientela era vinculada agrave

sauacutede Nos anos 20 do seacuteculo passado iniciou-se uma crescente preocupaccedilatildeo

com a questatildeo propriamente pedagoacutegica porem influenciada pela abordagem

psicoloacutegica natildeo abandonando o campo da sauacutede

Para atender agraves demandas cada professor deveria estar apto a

elaborar incrementar e implementar situaccedilotildees de ensino que favorecessem a

construccedilatildeo dos conceitos mais primaacuterios aos mais complexos Eacute importante

que o professor organize seu planejamento de maneira que natildeo passem

despercebidos pelas situaccedilotildees de ensino conceitos que podem parecer

simples mas que na verdade satildeo preacute-requisitos para o que se pensa ser o

mais importante Contudo natildeo satildeo poucos os casos em que as situaccedilotildees

acabam sendo apresentadas de forma restrita sem pertinecircncia aos alunos que

participam da accedilatildeo inclusiva

O cotidiano de sala de aula requer na atualidade a efetivaccedilatildeo de accedilotildees

didaacuteticas flexiacuteveis poreacutem contextualizadas a adequaccedilatildeo de recursos sem

depreciar a capacidade e a imagem do aluno com o qual interagimos uma

reformulaccedilatildeo das dinacircmicas em sala de aula que possibilite a participaccedilatildeo

39

efetiva de todos

Muitos recursos muitas vezes satildeo pouco explorados ou ateacute mesmo

desconsiderados pelo professor com o passar dos niacuteveis propostos pelo

sistema de educaccedilatildeo No entanto quando o professor eacute o agente mediador de

um contexto educacional no qual a diversidade estaacute mais complexa devido agraves

demandas que um tipo de necessidade educativa especial pode gerar eacute

essencial que ele natildeo perca de vista a validade de determinados recursos

diante da construccedilatildeo de conceitos mais elaborados ou abstratos (FERREIRA

2004)

Valorizar a singularidade de cada ser humano eacute um compromisso eacutetico

de contribuir com as transformaccedilotildees necessaacuterias agrave construccedilatildeo de uma

sociedade mais justa (SOUZA SILVA 2005 p 239)

Um sistema escolar inclusivo precisa investir na capacitaccedilatildeo contiacutenua dos

professores e funcionaacuterios das escolas realizando o chamamento dos que

ainda natildeo se consideram envolvidos para um processo de sensibilizaccedilatildeo e

atualizaccedilatildeo constante de toda escola e comunidade Nesse aspecto a

assessoria ao professor eacute fundamental para orientaccedilatildeo e anaacutelise na busca de

soluccedilotildees para os problemas surgidos na sala de aula no aprofundamento das

questotildees teoacutericas na construccedilatildeo de intervenccedilotildees pedagoacutegicas na seleccedilatildeo de

recursos materiais e tecnoloacutegicos para a aprendizagem dos alunos no

processo de avaliaccedilatildeo na inter-relaccedilatildeo com as famiacutelias bem como na

mediaccedilatildeo entre escola e serviccedilos especializados para atendimento ao aluno

com necessidades educacionais na aacuterea da sauacutede da assistecircncia social do

trabalho entre outros (BEYER 2005)

Para Marques (2006) inclusatildeo escolar implica numa reorganizaccedilatildeo

estrutural da escola de todos os elementos da praacutetica pedagoacutegica

considerando o dado do muacuteltiplo da diversidade e natildeo mais o padratildeo

universal O atual momento histoacuterico exige uma participaccedilatildeo efetiva da escola

como instituiccedilatildeo loacutecus do conhecimento e da formaccedilatildeo de cidadatildeos capazes de

intervir nos rumos da sociedade Neste sentido faz-se necessaacuteria uma escola

criativa onde todos os seus componentes sejam co-sujeitos na produccedilatildeo de um

saber-instrumento para o conviacutevio escolar e social Cabe portanto a alunos

professores e sujeitos desse processo planejar e construir as diferentes etapas

de nossa caminhada etapas que se num primeiro momento satildeo idealizadas

40

logo transformam-se em realidade pela reflexatildeo criacutetica de nossas proacuteprias

possibilidades na construccedilatildeo dessa nova escola Assim eacute preciso

redimensionar o modo de pensar e fazer a educaccedilatildeo tarefa por natureza

complexa que envolve elementos poliacuteticos soacutecio-econocircmicos teacutecnicos e

culturais

Essa postura por sua vez implica na superaccedilatildeo da dicotomia e

fragmentaccedilatildeo das atribuiccedilotildees dos agentes educativos dos rituais dos

conteuacutedos metodoloacutegicos dos recursos pedagoacutegicos do processo de

avaliaccedilatildeo bem como das concepccedilotildees de educaccedilatildeo e de sociedade Enfatiza

tambeacutem que implica para o professor em uma seacuterie de mudanccedilas com relaccedilatildeo

a sua postura pressuposto baacutesico de sua atuaccedilatildeo a compreensatildeo das

diferentes necessidades educacionais de seus alunos sendo necessaacuteria aacute

flexibilizaccedilatildeo do professor no exerciacutecio do compromisso eacutetico para se adequar

agraves novas situaccedilotildees que surgiratildeo em decorrecircncia das diversidades presentes

em seu cotidiano atentando para a supressatildeo de uma possiacutevel postura

discriminatoacuteria

Zimmermann (2008) destaca que a instituiccedilatildeo escolar precisa redefinir

sua base de estrutura organizacional destituindo-se de burocracias

reorganizando grades curriculares proporcionando maior ecircnfase agrave formaccedilatildeo

humana dos professores e afinando a relaccedilatildeo famiacutelia

escola propondo uma

praacutetica pedagoacutegica coletiva dinacircmica e flexiacutevel para atender esta nova

realidade educacional A educaccedilatildeo inclusiva tem forccedila transformadora e

aponta para uma nova era natildeo somente educacional mas para uma sociedade

inclusiva

Segundo Mittler (2008) as escolas a volta poderiam tentar encontrar

novos modos de pedir aos pais as suas opiniotildees sobre como poderiam ser

fortalecidos os viacutenculos entre lar e a escola Os viacutenculos mais iacutentimos entre

pais e professor natildeo podem ser prescritos de cima para baixo mas sim

fundamentados nos desejos e nas prioridades daquele que estatildeo nessa aacuterea

A uacuteltima palavra vai para um grupo de pais de crianccedilas com

necessidades especiais e deficiecircncia ( RUSSEL 1997 apud MITTEL

2008p227)

a) Por favor aceite e valorize nossas crianccedilas (e noacutes mesmos como

famiacutelia) como noacutes somos valorizados

41

b) Por favor celebre a diferenccedila

c) Por favor aceite nossas crianccedilas primeiramente como crianccedilas Natildeo

coloque roacutetulos nelas a menos que vocecirc pretenda fazer algo

d) Por favor reconheccedila seu poder sobre nossas vidas Vivemos com as

consequumlecircncias de suas opiniotildees e decisotildees

e) Por favor entenda a tensatildeo sob qual muitas famiacutelias estatildeo vivendo

Os encontros cancelados a lista de espera que ningueacutem consegue

chegar ao inicio todas as discussotildees sobre recursos eacute sobre nossa

vida que vocecirc esta falando

f) Por favor natildeo use modas passageiras e tratamentos conosco a

menos que vocecirc vai estar conosco E natildeo esqueccedila que as famiacutelias

tecircm muitos membros muitas responsabilidades Agraves vezes natildeo

podemos agradar a todo mundo

g) Por favor reconheccedila que aacutes vezes noacutes eacute que temos razatildeo Por favor

acredite em noacutes e escute o que sabemos sobre o que noacutes e nossas

crianccedilas necessitamos

h) Agraves vezes estamos tristes cansados e deprimidos Por favor valorize

nos como famiacutelias preocupadas e comprometidas e tente continuar a

trabalhar conosco

Limaverde (2009) acredita que a maioria dos professores vem de

cursos onde a discussatildeo da teoria e da praacutetica ainda eacute dividida Discute-se

teoria e praacutetica de maneira isolada Ainda se estuda uma teoria idealizada

Poucos cursos de formaccedilatildeo de professores oferecem de modo obrigatoacuterio em

seus curriacuteculos as disciplinas relacionadas agrave diferenccedila agraves deficiecircncias Aleacutem

da formaccedilatildeo do nuacutecleo comum eles tambeacutem precisam se atentar para essas

especificidades Haacute uma obrigatoriedade de se ofertar nos cursos de

pedagogia a disciplina de Libras Mas isso natildeo deve ocorrer apenas na

formaccedilatildeo inicial mas tambeacutem na formaccedilatildeo continuada que eacute aquela em

serviccedilo mas que muitas vezes natildeo contemplam essas especificidades

O problema de formaccedilatildeo eacute muito grave porque repercute nessa

inseguranccedila do professor no preconceito no medo Aleacutem do entrave da

formaccedilatildeo no aspecto pedagoacutegico as escolas elaboram seu projeto poliacutetico

pedagoacutegico sem levar em conta a presenccedila do aluno com deficiecircncia As

praacuteticas a organizaccedilatildeo da sala de aula natildeo leva em conta a presenccedila desse

42

aluno Onde natildeo haacute uma interlocuccedilatildeo mais refinada entre o ensino comum e a

Educaccedilatildeo Especial com esse saber mais especiacutefico natildeo haacute inclusatildeo

A inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino Assim na formaccedilatildeo do professor teria dois espaccedilos um da sala de

aula que eacute a formaccedilatildeo comum para todos os professores contemplando

desenvolvimento aprendizagem e uma na formaccedilatildeo continuada Uma

formaccedilatildeo que atenda agraves diferenccedilas da sala de aula o atendimento agrave educaccedilatildeo

especializada aleacutem da formaccedilatildeo baacutesica cursos de extensatildeo de libras de

soroban de braile de tecnologia assistida para que esse professor possa

atender a especificidade desses alunos O aluno com deficiecircncia eacute um ser

humano que se desenvolve como qualquer outro As teorias e teacutecnicas que

foram estudadas satildeo suporte para esse trabalho Agora o que vai modificar na

sua atuaccedilatildeo eacute a maneira como ele organiza suas praacuteticas pedagoacutegicas Na

maioria das vezes eles organizam praacuteticas homogecircneas do aluno idealizado Eacute

importante um planejamento para pensar essas diferenccedilas na sala de aula Eacute

um trabalho do projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

21 Concepccedilotildees de professores sobre a inclusatildeo na educaccedilatildeo regular e

especial

Inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino (LIMAVERDE 2009)

Apenas a partir do seacuteculo XX verificou-se uma melhor aceitaccedilatildeo das

pessoas com necessidades especiais momento em que se iniciou a sua

desinstitucionalizaccedilatildeo e educaccedilatildeo escolar Ateacute este periacuteodo eram segregados

e praticamente privados de conviacutevio social Entretanto verifica-se que as

conquistas ainda foram poucas pois o preconceito a ignoracircncia e a

discriminaccedilatildeo ainda satildeo muito fortes em relaccedilatildeo ao deficiente e a deficiecircncia

Para Carmo (2000) a inclusatildeo eacute um assunto que deve ser refletido e

investigado com muita precisatildeo jaacute que a sociedade pode estar criando uma

nova modalidade a de excluiacutedos dentro da inclusatildeo podemos assim concluir

nessa reflexatildeo para que haja o processo de ensino-aprendizagem nos alunos

portadores de necessidades educacionais especiais o professor teraacute que se

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capacitar para atender a proposta desta nova face da educaccedilatildeo brasileira ele

teraacute que tentar conciliar as teorias sobre o assunto com sua pratica e a

realidade da sala de aula Pois soacute assim a inclusatildeo do aluno portador de

necessidades educacionais especiais seraacute bem sucedida e gerando bons

resultados no futuro

Assim a inclusatildeo deste tipo de aluno requer novas posturas tanto aos

professores quanto ao sistema educacional brasileiro levando em consideraccedilatildeo

que todos noacutes estaremos ganhando Lembrando tambeacutem que este processo

de aprendizagem requer a reciprocidade das experiecircncias entre o aluno com

necessidades educacionais especiais o professor e os demais alunos Um

processo de aprendizagem onde todos participam a aquisiccedilatildeo do

conhecimento ocorreraacute com mais facilidade

Mantoan Pietro Arantes (2006) acredita que recriar um novo modelo

educativo com ensino de qualidade que diga natildeo aacute exclusatildeo social implica em

condiccedilotildees de trabalho pedagoacutegico e uma rede de saberes que se entrelaccedilam e

caminham no sentido contraacuterio do paradigma tradicional de educaccedilatildeo

segregadora Eacute uma reviravolta complexa mas possiacutevel basta que lutemos por

ela que nos aperfeiccediloemos e estejamos abertos a colaborar na busca dos

caminhos pedagoacutegicos da inclusatildeo Pois nem todas as diferenccedilas

necessariamente inferiorizam as pessoas Elas tem diferenccedilas e igualdades

mas entre elas nem tudo deve ser igual assim como nem tudo deve ser

diferente

De acordo com Santos (apud MANTOAN2003 p34 ) eacute preciso que

tenhamos o direito de sermos diferentes quando a igualdade nos

descaracteriza e o direito de sermos iguais quando a diferenccedila nos inferioriza

Assim a luta pela escola inclusiva embora seja contestada e tenha ateacute

mesmo assustado a comunidade escolar exige mudanccedila de haacutebitos e atitudes

pela sua loacutegica e eacutetica nos remete a refletir e reconhecer que trata-se de um

posicionamento social que garante a vida com igualdade pautada pelo

respeito agraves diferenccedilas Apesar das iniciativas acanhadas da comunidade

escolar e da sociedade geral eacute possiacutevel adequar a escola para um novo

tempo Precisa estar imbuiacutedos de boa vontade e compromisso enfrentar com

seguranccedila e otimismo este desafio enxergar a clareza e obviedade eacutetica da

proposta inclusiva e contribuir para o desmantelamento dessa maacutequina escolar

44

enferrujada

Para Lisita e Souza (2003) das utopias concretas da modernidade tem-

se hoje apenas a certeza da transitoriedade O sentido da revoluccedilatildeo antes

propagado daacute lugar a um leque de possibilidades as quais se abrem num

horizonte virtual em constantes mudanccedilas Que se trata de uma nova realidade

mundial natildeo se discute Indaga-se no entanto o que se tem a fazer diante de

tal realidade

Nesse sentido a ciecircncia e a tecnologia tecircm se constituiacutedo nos principais

agentes de proposiccedilatildeo e de determinaccedilatildeo dessas mudanccedilas A sensaccedilatildeo que

se tem eacute a de que amanheceremos a cada dia num novo mundo repleto de

novidades e onde o ontem estaacute cada vez e mais rapidamente distante

O cenaacuterio do mundo atual evidencia um movimento em direccedilatildeo a um

sentido de inclusatildeo social o sujeito com deficiecircncia passa a dividir a cena com

os sujeitos sem deficiecircncia coabitando os diversos espaccedilos sociais Nota-se

pois um grande dinamismo experimentado pelos sujeitos e em particular

pelos sujeitos com deficiecircncia num mundo onde conceitos e praacuteticas assumem

cada vez mais um caraacuteter efecircmero e de possibilidades muacuteltiplas

Segundo Ferreira e Glat (2004) satildeo frequentes relatos de professores

principalmente em conselhos de classe sobre a dificuldade de determinados

alunos quanto agrave efetivaccedilatildeo de algumas propostas educacionais Na maioria

das situaccedilotildees o que de fato acontece natildeo eacute uma dificuldade do aluno em

realizar ou compreender a atividade solicitada e sim uma inadequaccedilatildeo do

procedimento dos objetivos eou da avaliaccedilatildeo realizada pelo professor Nesse

sentido eacute importante o professor analisar algumas questotildees como

a) de que maneira todos os alunos poderatildeo participar da aula proposta

b) se haacute necessidade de apoio adaptaccedilotildees e como fazecirc-las para sua

plena participaccedilatildeo

c) que expectativas devem ser esperadas eou modificadas para a

efetivaccedilatildeo da atividade (como os alunos demonstram o que sabem a

quantidade e qualidade das atividades propostas)

d) quais satildeo os objetivos prioritaacuterios para a aprendizagem

Enfim eacute do conhecimento de todos que natildeo haacute formas sem

precedentes que se bastem ou que se perpetuem diante das realidades

necessidades e demandas dos alunos que compotildeem as salas de aula que hoje

45

cada professor assume Eacute importante a busca constante de praacuteticas pautadas

no contexto que o aluno vivencia inovadoras pois o trabalho eacute dinacircmico

sendo fundamental que cada profissional pense na sua disponibilidade para a

construccedilatildeo de praacuteticas efetivas que conduzam a uma educaccedilatildeo de qualidade

para todos como descrevem Ferreira e Glat 2004

Poso (2004) acredita que por um lado os professores julgam-se

incapazes de dar conta dessa demanda despreparados e impotentes frente a

essa realidade que eacute agravada pela falta de material adequado de apoio

administrativo e recursos financeiros

Mantoan (2003) enfatiza que a radicalidade da inclusatildeo vem do fato de

esta exigir uma mudanccedila de paradigma educacional onde na perspectiva

inclusiva suprime-se a sub-divisatildeo dos sistemas escolares em modalidades de

ensino especial e regular As escolas atendem as diferenccedilas sem discriminar

sem estabelecer prioridades e necessidades sem estabelecer regras

diferenciadas para cada caso no planejamento avaliaccedilatildeo e aprendizado

Assim pode-se imaginar o impacto da inclusatildeo nos sistemas de ensino ao

supor a aboliccedilatildeo completa dos serviccedilos segregados da educaccedilatildeo especial os

programas de reforccedilo escolar salas de aceleraccedilatildeo e turmas especiais

Desta forma a inclusatildeo eacute uma provocaccedilatildeo cuja intenccedilatildeo eacute melhorar a

qualidade do ensino atingindo todos os alunos de uma forma globalizada

Incluir eacute necessaacuterio primordialmente para melhorar as condiccedilotildees da escola

de modo que nela se possam formar geraccedilotildees mais preparadas para viver a

vida na sua plenitude livremente sem preconceitos sem barreiras Confirma-

se assim mais uma vez a necessidade de a educaccedilatildeo se atualizar e os

professores aperfeiccediloarem as suas praacuteticas para que as escolas se obriguem

a um esforccedilo de modernizaccedilatildeo e reestruturaccedilatildeo de suas condiccedilotildees atuais

Pretende-se que a escola seja inclusiva eacute primordial que seus planos se

redefinam para uma educaccedilatildeo voltada agrave cidadania global plena livre de

preconceitos e disposta a reconhecer e entende as diferenccedilas entre as

pessoas principalmente quanto aos seus aspectos fiacutesico mental e intelectual

Natildeo basta uma educaccedilatildeo para a cidadania eacute preciso educar para a liberdade

e nesse sentido nenhuma forma de subordinaccedilatildeo intelectual pode ser

admitida

Os desafios para a concretizaccedilatildeo dos ideais inclusivos na educaccedilatildeo

46

brasileira satildeo inuacutemeros Haacute ainda de se vencer os desafios que impotildee o

conservadorismo das instituiccedilotildees especializadas e enfrentar as pressotildees

poliacuteticas e das pessoas com deficiecircncia ainda muito habituadas a seus roacutetulos

e a benefiacutecios que acentuam a incapacidade as limitaccedilotildees o paternalismo e o

protecionismo social

Smeha Ferreira (2005) descrevem que vaacuterios professores afirmam

apresentar sentimentos de despreparo para trabalharem junto agraves crianccedilas com

necessidades especiais Que natildeo tiveram em sua formaccedilatildeo acadecircmica o

preparo adequado que os capacite a lidar com a diversidade e isso gera

intenso sofrimento pois ensinar crianccedilas com limitaccedilotildees exige conhecimento

competecircncia e habilidade para que o processo inclusivo seja efetivado

Os professores foram preparados para trabalharem com as crianccedilas que

aprendem assim quando eles se deparam com as limitaccedilotildees na

aprendizagem sentem frustraccedilatildeo anguacutestia impotecircncia e medo Portanto faz-

se necessaacuterio uma significativa reformulaccedilatildeo nos cursos de graduaccedilatildeo que

estatildeo formando professores os quais certamente teratildeo alunos com

necessidades educativas especiais em sua trajetoacuteria profissional Aliaacutes essa

reformulaccedilatildeo deve abarcar natildeo somente conhecimentos sobre educaccedilatildeo de

pessoas com deficiecircncia mas tambeacutem oportunizar autoconhecimento para

que os professores possam atuar de forma mais confiante atendendo agraves

demandas educacionais especiais com mais prazer e menos sofrimento Aleacutem

da reestruturaccedilatildeo nas aacutereas que envolvem a formaccedilatildeo de professores para

que o trabalho docente possa acontecer com menor prejuiacutezo agrave sauacutede mental

parece primordial que o investimento transcenda a capacitaccedilatildeo relacionada aos

conhecimentos teacutecnicos e permeie o campo da sauacutede mental no trabalho

O suporte aos aspectos psicoloacutegicos dos professores precisam ser

contemplados com grupos de reflexatildeo ou de apoio um espaccedilo que possa

oportunizar-lhes aos mesmos falar sobre seus sentimentos dificuldades

medos ou fantasias Seria um momento para problematizar e encontrar

ressignificaccedilatildeo no exerciacutecio docente que cada vez mais precisa ser alicerccedilado

no respeito agrave diversidade humana Eacute importante tambeacutem salientar que natildeo eacute

apenas o processo de inclusatildeo o responsaacutevel pelo sofrimento docente muitos

satildeo propensos ao stress devido agraves suas proacuteprias vivecircncias pessoais e agraves

exigecircncias da contemporaneidade

47

De acordo com Souza Silva (2009)

No tocante ao trabalho docente novas propostas se fazem necessaacuterias devido agraves transformaccedilotildees educacionais que estatildeo ocorrendo de forma acelerada exigindo assim novas aprendizagens que possam contribuir para a formaccedilatildeo de profissionais capazes de responder aos novos desafios colocados agrave nossa realidade

Para Bartalotti (2006) nos dias atuais frente ao processo de inclusatildeo

como uma possibilidade embora ainda natildeo como uma realidade haacute um grande

caminho a ser percorrido Pois se olhar em volta para cada ser humano que

nos rodeia ver-se-ia o quanto ainda se tem que caminhar para a construccedilatildeo

de uma sociedade verdadeiramente inclusiva Exclui-se apenas com o olhar

com palavras quantas vezes menospreza-se o outro por ele ter um gosto

uma crenccedila religiosa situaccedilatildeo financeira cor de pele estatura e peso corporal

diferente por nos aceitos E sem a menor preocupaccedilatildeo decidi-se que esta ou

aquela pessoa natildeo serve para estar junto de noacutes de nossos filhos frequentar

nosso clube casa ou templo religioso Jaacute sentem-se excluiacutedos e rejeitados em

diferentes situaccedilotildees sentem-se olhados como diferentes indesejaacuteveis

estranhos certamente essa natildeo eacute uma sensaccedilatildeo agradaacutevel quem jaacute passou

por ela natildeo deseja repetir a experiecircncia

Para que a inclusatildeo ocorra eacute necessaacuterio que a sociedade passe pelo

aprimoramento das relaccedilotildees sociais pela compreensatildeo de que o verdadeiro

pensamento inclusivo eacute aquele que natildeo categoriza ou rotula as pessoas por

ordem de valor valor esse atribuiacutedo muitas vezes atraveacutes de estereoacutetipos

estigmas conhecimentos instituiacutedos pensar inclusivamente eacute aprender a olhar

cada pessoa e buscar nela seu real valor construiacutedo nas relaccedilotildees cotidianas

nos seus sonhos e expectativas e nas suas accedilotildees concretas no mundo

Acredita-se tambeacutem que muitas vezes fala-se que a inclusatildeo eacute uma

utopia muitos natildeo acreditam que a sociedade seja capaz desse movimento

Inclusatildeo eacute sim possibilidade assim como eacute possibilidade a construccedilatildeo de uma

sociedade mais digna para todos com ou sem deficiecircncia

Para Tessaro (2009) existe todo um discurso proacute agrave inclusatildeo em vaacuterios

segmentos da sociedade dentre os quais no ambiente escolar A inclusatildeo eacute

algo que vem se efetivando mesmo que a duras penas buscando superar toda

uma histoacuteria de isolamento discriminaccedilatildeo e preconceito Tem provocado

48

muitos questionamentos principalmente no meio acadecircmico tais como O que

eacute inclusatildeo escolar Por que incluir Qual eacute a opiniatildeo dos alunos com

deficiecircncia e dos professores sobre inclusatildeo A escola possui infra-estrutura

adequada para participar da inclusatildeo escolar Os alunos deficientes se sentem

bem com a inclusatildeo escolar Os professores estatildeo capacitados para educaccedilatildeo

inclusiva

Dutra (2007) destaca que as principais dificuldades no processo de

inclusatildeo escolar do aluno especial eacute a ausecircncia de preparo e de uma

formaccedilatildeo mais teacutecnica que visa suprir as necessidades destes alunos

mediadas pelo professor e tambeacutem agrave falta de boas condiccedilotildees fiacutesicas nas

escolas pra receber estes alunos

Jesus (2007) enfatiza que a inclusatildeo dos portadores de necessidades

educacionais especiais na escola eacute algo essencial agrave educaccedilatildeo mas eacute preciso

ser feita de maneira correta porque nem todos podem estar na escola ou

estatildeo preparados para nela estar por natildeo terem capacidade fisioloacutegica Esse eacute

um assunto muito discutido por alguns especialistas da educaccedilatildeo especial que

buscam uma maneira eficiente de incluir todos as crianccedilas e jovens que

possuem alguma necessidade educacional especial

Nesse sentido Mantoan (2006) afirma que a condiccedilatildeo primeira para

inclusatildeo deixe de ser uma ameaccedila ao que hoje a escola defende e adota como

pratica pedagoacutegica e abandonar tudo que leva a tolerar as pessoas com

deficiecircncia na sala de aula

Natildeo pode se ter um ambiente mais propiacutecio para tal processo de

conscientizaccedilatildeo do que a escola Pois seraacute por meio dessa interaccedilatildeo entre

crianccedilas que se construiraacute uma naccedilatildeo mais justa e igualitaacuteria onde todos

juntos aprenderatildeo a conviver e a se respeitarem Respeito que eacute sonhado por

todos que se espera construir um novo amanhatilde mais digno

O assunto eacute fundamental para ser discutido por todas as pessoas

envolvidas com a educaccedilatildeo e que busquem uma naccedilatildeo com menos

desigualdade social oportunidades para todos uma educaccedilatildeo que priorize o

ser e natildeo ter e uma realidade igualitaacuteria A inclusatildeo eacute acima de tudo a

transformaccedilatildeo da pratica pedagoacutegica de todos os profissionais de educaccedilatildeo

Os registros de textos artigos e livros enfatizam que sobre a

aplicabilidade atual de inclusatildeo escolar satildeo insatisfatoacuterios e que natildeo houve

49

diferenccedilas entre os alunos e entre os professores quanto a essa dimensatildeo Os

professores e os alunos expressaram vaacuterias dificuldades envolvidas nesse

processo destacando se a falta de infra-estrutura das escolas a falta de

preparocapacitaccedilatildeo profissional discriminaccedilatildeo social e a falta de aceitaccedilatildeo da

inclusatildeo

Os professores de educaccedilatildeo especial demonstraram dar mais creacutedito agrave

educaccedilatildeo inclusiva do que os do ensino regular Os alunos deficientes

demonstraram dar menos creacutedito agrave inclusatildeo do que os natildeo deficientes Os

sentimentos decorrentes da inclusatildeo que predominaram entre professores e os

alunos com deficiecircncia foram negativos enquanto entre os alunos natildeo

deficientes prevaleceram os positivos (TESSARO 2009)

Para Fonseca (2004) promover a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma tarefa de

uma equipe multidisciplinar que deve adotar uma estrateacutegia do tipo pensar em

grupo eacute pensar melhor pois soacute dessa forma se podem explorar todas as

opccedilotildees potenciais de inclusatildeo e natildeo soacute as mais coerentes acessiacuteveis ou

tradicionais Sem uma dinacircmica de grupo natildeo se podem discutir e implementar

planos educacionais individualizados na educaccedilatildeo inclusiva transpondo para

sala de aula regular programas inovadores desde a modificaccedilatildeo de

comportamento ao enriquecimento linguumliacutestico ou cognitivo

Ensino em equipe com vaacuterios professores que agem e pensam em

conjunto criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees inovaccedilotildees na instruccedilatildeo na avaliaccedilatildeo

aprendizagem cooperativa e interativa criaccedilatildeo de projetos de suporte muacuteltiplo

serviccedilos de encaminhamentos diagnoacutesticos dinacircmicos e prescritivos em

termos de praacutetica de intervenccedilatildeo na sala de aula regular aprofundamento eacutetico

e legal dos pressupostos morais da inclusatildeo social construccedilatildeo de instrumentos

de investigaccedilatildeo-accedilatildeo entre outros satildeo desafios que se colocam hoje mais do

lado do ensino do que da aprendizagem

Para Almeida Anjos (2007) vaacuterios professores destacam tensotildees que

sempre se preservaram em suas percepccedilotildees e atitudes sejam referentes agraves

pessoas com necessidades educacionais especiais sejam relativas a

dificuldades em relaccedilatildeo a si proacuteprios e aos seus saberes profissionais No

entanto os profissionais apontam em suas falas as possibilidades de transpor

tais dificuldades vividas no trabalho com alunos especiais na rotina de seu dia

a dia de trabalho

50

Laraia (1992 apud ALMEIDA ANJOS 2007) acredita que nenhuma

ordem social eacute baseada em verdades inatas que as mudanccedilas nas praacuteticas

pedagoacutegicas com a diversidade dos alunos passam por uma mudanccedila de

nossas concepccedilotildees e valores Que eacute preciso uma formaccedilatildeo que coloque o

profissional da educaccedilatildeo em conflito com seus conhecimentos e concepccedilotildees a

partir da relaccedilatildeo entre a teoria e a praacutetica para entatildeo podermos comeccedilar a

pensar em inclusatildeo Assim a partir dos pressupostos da ciecircncia social criacutetica

sustentada pelo interesse colaborativo procuramos programar com os

profissionais encontros de estudoreflexatildeo das tensotildees e possibilidades que

envolvem o trabalho com alunos com necessidades educacionais especiais

enfatizar ainda como o lazer e recreaccedilatildeo podem ser facilitadores do processo

de inclusatildeo escolar

Zimmermann (2008) acredita que para conseguir reformar a instituiccedilatildeo

escolar primeiramente se tem que reformar as mentes entretanto natildeo

conseguiraacute reformar mentes sem que se realize uma preacutevia reforma de

instituiccedilotildees Vive-se uma crise de paradigmas e toda a crise gera medos

inseguranccedila e incertezas mas propotildee-se que seja este o momento de ousadia

e de busca de alternativas que sustente e norteie para realizar-se as mudanccedilas

que o momento propotildee Que a escola seja um espaccedilo vivo de formaccedilatildeo para

todos e um ambiente verdadeiramente inclusivo eacute preciso que as poliacuteticas

puacuteblicas de educaccedilatildeo sejam direcionadas aacute inclusatildeo que os educadores

desacomodem-se combatendo a descrenccedila e o pessimismo mostrando que a

inclusatildeo eacute um momento oportuno para professores e a comunidade escolar

demonstrarem sua competecircncia e principalmente suas responsabilidades

educacionais

Esta mudanccedila de perspectiva educacional propotildee que os educadores

faccedilam a diferenccedila buscando conhecimento e contribuindo com uma praacutetica

ressignificada desenvolvendo uma educaccedilatildeo baseada na afetividade e na

superaccedilatildeo de limites que as crianccedilas aprendam a respeitar as diferenccedilas em

sala de aula preparando-as assim para o futuro a vida e o mercado de

trabalho pois vivendo a experiecircncia inclusiva seratildeo adultos bem diferentes de

noacutes e por certo natildeo faratildeo discriminaccedilotildees sociais

Arauacutejo (2008) relata a opiniatildeo dos professores sobre a inclusatildeo escolar

enfatizando com veemecircncia de que a inclusatildeo escolar do aluno portador de

51

necessidades educacionais especiais eacute um assunto muito interessante e

delicado e levantaram a conscientizaccedilatildeo desse aluno sobre o direito deste

frequentar o ensino regular no entanto essa inclusatildeo na visatildeo deles estaacute

acontecendo de forma errocircnea Pois os professores da rede regular de ensino

em sua quase totalidade natildeo estatildeo preparados para lidar com esta nova fase

da educaccedilatildeo brasileira

Tem que se pensar que para que a inclusatildeo se concretize natildeo basta

estar garantido na legislaccedilatildeo mas demanda modificaccedilotildees profundas e

importantes no sistema de ensino Essas mudanccedilas deveratildeo levar em conta o

contexto soacutecio econocircmico aleacutem de serem gradativas planejadas e contiacutenuas

para garantir uma educaccedilatildeo de oacutetima qualidade (BUENO 1998 apud

PEREIRA 2009)

Pereira (2009) acredita que a inclusatildeo depende de mudanccedila de valores

da sociedade e a vivencia de um novo paradigma que natildeo se faz com simples

recomendaccedilotildees teacutecnicas como se fossem receitas de bolo mas com reflexotildees

dos professores direccedilotildees pais alunos equipe multidisciplinar e a comunidade

Essa questatildeo natildeo eacute tatildeo simples assim pois devemos levar em conta as

diferenccedilas Como colocar no mesmo espaccedilo demandas tatildeo diferentes e

especiacuteficas se muitas vezes nem a escola especial consegue dar conta desse

atendimento de forma adequada Deparar-se com frequecircncia com as

resistecircncias dos professores e direccedilotildees manifestadas atraveacutes de

questionamentos e queixas ou ateacute mesmo com expectativas de que possa

apresentar soluccedilotildees maacutegicas de aplicaccedilatildeo imediata causando certa decepccedilatildeo

e frustraccedilatildeo pois ela natildeo existe

O problema se agrava quando se vecirc o professor totalmente dependente

do apoio ou assessoria de profissionais da aacuterea da sauacutede pois neste caso a

questatildeo cliacutenica eacute fundamental e se sobressai e novamente o pedagoacutegico fica

esquecido Com isso o professor se sente desvalorizado incapaz e fora do

processo por considerar esse aluno como doente concluindo que natildeo pode

fazer nada por ele pois ele precisa de tratamento especializado de

profissionais qualificados da aacuterea da sauacutede desistindo assim de assumir tal

tarefa

Desta forma parece que o professor esquece seu papel poreacutem natildeo se

considera o momento do professor sua formaccedilatildeo as condiccedilotildees da proacutepria

52

escola em receber esses alunos que entram nas escolas e continuam

excluiacutedos de todo o processo de ensino-aprendizagem e social causando

frustraccedilatildeo e fracassos dificultando assim a proposta de inclusatildeo Por um lado

os professores julgam-se incapazes de dar conta dessa demanda

despreparados e impotentes frente a essa realidade que eacute agravada dia-a-dia

pela falta de material adequado de apoio administrativo e recursos financeiros

Limaverde (2009) salienta que no Brasil estaacute acontecendo um grande

movimento proacute-inclusatildeo que tem sido fortalecido a partir da sistematizaccedilatildeo do

que se trata o atendimento educacional especializado Existem realidades

muito proacuteximas em relaccedilatildeo ao atendimento desses alunos mas ainda tem

muitas compreensotildees equivocadas sobre a inclusatildeo de alunos com deficiecircncia

Alguns municiacutepios brasileiros pensam que fazem inclusatildeo mas na verdade

eles tecircm feito integraccedilatildeo Percebe-se que alunos que frequentam escolas

comuns salas comuns de ensino natildeo participam efetivamente das aulas ou

das atividades realizadas e essas escolas alegam que esses alunos natildeo tecircm

condiccedilotildees de fazer as atividades e que por isso eles fazem outras atividades

diferenciadas Desta forma natildeo ocorre a inclusatildeo Isso eacute uma integraccedilatildeo

porque o aluno estaacute integrado na sala de aula comum mas ele natildeo participa

das atividades realizadas pelos demais colegas

Muitos municiacutepios brasileiros que estatildeo em processo de transiccedilatildeo ou

seja eles estatildeo implantando o atendimento educacional especializado de

caraacuteter complementar e ao mesmo tempo estatildeo ainda com problemas

relacionados agrave inclusatildeo desses alunos como por exemplo a manutenccedilatildeo de

classes especiais A partir da formaccedilatildeo de 2007 para caacute os municiacutepios tecircm se

reorganizado para atendimento educacional especializado mas ainda eacute uma

realidade muito diferenciada

A inclusatildeo soacute eacute possiacutevel onde houver respeito agrave diferenccedila e

consequentemente a adoccedilatildeo de praacuteticas pedagoacutegicas que permitam agraves

pessoas com deficiecircncia aprender e ser reconhecidos e valorizados os

conhecimentos que satildeo capazes de produzir segundo seu ritmo e na medida

de suas possibilidades (SILVA 2009)

53

A menos que a atual oportunidade favoraacutevel seja aproveitada para melhorar as qualificaccedilotildees profissionais de professores em educaccedilatildeo especial e consequentemente a qualidade da educaccedilatildeo especial tememos que os proacuteximos 20 anos ainda possam ser um periacuteodo de esperanccedilas frustradas (RELATORIO WARNOCK 1978 paraacutegrafo 1932)

54

CONCLUSAtildeO

Diante do levantamento bibliograacutefico conclui-se que a inclusatildeo nos

moldes em que se encontra atualmente estaacute longe de atender a um ideal

Tal processo necessita de muitas transformaccedilotildees Os oacutergatildeos a ele

ligados diretamente ou indiretamente deveratildeo rever suas propostas metas e

meacutetodos de implantaccedilatildeo

Profissionais da sauacutede tambeacutem tecircm papeacuteis importantes em todo o

processo inclusivo pois em accedilatildeo conjunta com os educadores podem fazer um

trabalho mais completo e eficaz

A inclusatildeo escolar eacute uma praacutetica que abrange natildeo apenas os

profissionais especiacuteficos das aacutereas meacutedica e educacional mas tambeacutem

envolve um fator preponderante na vida do indiviacuteduo atendido por ela a famiacutelia

Esta constitui a base da crianccedila com necessidades educacionais especiais e

assumindo a postura devida pode oferecer a esta crianccedila o subsiacutedio para seu

desenvolvimento escolar bem como uma fonte de apoio aos profissionais

envolvidos

Aleacutem de uma nobre causa de cunho educacional a inclusatildeo constitui

ainda uma mudanccedila no comportamento da sociedade como um todo que

passa a ter que zelar por interesses coletivos outrora ignorados pela maioria

Devido ao periacuteodo decorrido desde as primeiras iniciativas ligadas ao

processo inclusivo verifica-se que o tempo eacute um fator indispensaacutevel para sua

concretizaccedilatildeo Esta provavelmente dar-se-aacute a partir do momento em que todos

os envolvidos assumirem suas devidas responsabilidades e se unirem por uma

educaccedilatildeo de qualidade embasada em um planejamento organizado bem

dirigido iacutentegro e sobretudo pautado no respeito ao ser humano e agrave

diversidade

55

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28

l) Lei nordm 101722001 - Aprova o Plano Nacional de Educaccedilatildeo - PNE e daacute

outras providecircncias (o PNE estabelece 27 objetivos e metas para a

educaccedilatildeo de pessoas com necessidades educacionais especiais)

143 Direitos e Deveres

o papel da educaccedilatildeo consiste em favorecer que cada um de forma

livre e autocircnoma reconheccedila aos demais a mesma esfera de direito que exige

para si (VIEIRA 1999 p 16)

1431 Direito agrave acessibilidade

Para que as pessoas com deficiecircncia possam ter liberdade de ir e vir e

se sentir parte da comunidade elas necessitam de um meio fiacutesico adequado e

que garanta seguranccedila e acesso O direito a acessibilidade estaacute descrito nas

Leis 1009800 - regulamentada atraveacutes do Decreto 529604 - e 1004800 que

prevecircem a adequaccedilatildeo das vias e de espaccedilos puacuteblicos no mobiliaacuterio urbano na

construccedilatildeo e reforma de edifiacutecios nos meios de transporte e de comunicaccedilatildeo e

do acesso a informaccedilatildeo

Eacute possiacutevel promover a inclusatildeo social no meio fiacutesico construindo rampas

de acesso banheiros adaptados pisos taacuteteis guias rebaixadas sinais sonoros

entre outros

A acessibilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo pode ser alcanccedilada

atraveacutes de sites acessiacuteveis que atendam agraves pessoas com deficiecircncia visual e

por exemplo aparelhos de televisatildeo com legenda oculta As emissoras de TV

devem incluir em suas programaccedilotildees inteacuterprete de Libras para que as pessoas

com deficiecircncia auditiva possam acompanhar os programas

29

Pessoas com deficiecircncia fiacutesica idosos gestantes lactantes e pessoas

com crianccedilas de colo devem ter atendimento prioritaacuterio por meio de serviccedilos

individualizados que assegurem tratamento diferenciado

1432 Direito ao trabalho

Foram diversas as conquistas em defesa das pessoas com deficiecircncia

nos uacuteltimos anos Hoje elas satildeo amparadas por lei no seu direito de acesso ao

trabalho Graccedilas a estas conquistas fazer parte do quadro de funcionaacuterios de

uma empresa jaacute natildeo eacute um obstaacuteculo mas a permanecircncia destes profissionais

no local de trabalho ainda exige cuidados Cabe aos empregadores garantir

bem estar e acessibilidade aos seus colaboradores para que eles tenham

oportunidade de exercer suas funccedilotildees de maneira adequada e mostrar todo o

seu potencial

Este sistema estaacute carregado da antiga visatildeo de assistencialismo

capacidade laborativa reduzida e falta de noccedilatildeo sobre cidadania Na sociedade

brasileira ele ainda eacute necessaacuterio para que as pessoas apostem nestes

profissionais e desta forma descubram que eles tecircm um enorme potencial

Em vaacuterios paiacuteses como EUA Canadaacute Gratilde-Bretanha Nova Zelacircndia

Dinamarca Sueacutecia Finlacircndia Austraacutelia e Portugal este princiacutepio foi extinto e a

antiga visatildeo foi superada Em naccedilotildees como o Brasil ela estaacute em vias de

superaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo eacute a melhor forma de acabar com o preconceito

Durante anos a sociedade excluiu as pessoas com deficiecircncia do

conviacutevio social Esta exclusatildeo se reflete ateacute hoje em diversos setores sociais

Vaacuterias leis foram criadas visando agrave inclusatildeo dos cidadatildeos com

deficiecircncia mas algumas delas foram concebidas quando ainda se tinha pouco

conhecimento sobre este puacuteblico e suas limitaccedilotildees O sistema de cotas eacute uma

delas

a) 1980 - estabelecida como a deacutecada internacional da pessoa com

deficiecircncia

b) 1992 - estabelecida a data de 3 de dezembro como dia internacional das

pessoas portadoras de deficiecircncia da ONU

30

c) 1994 - declaraccedilatildeo de Salamanca (Espanha) tratando da educaccedilatildeo

especial

d) 1995 - a Inglaterra aprova legislaccedilatildeo semelhante para empresas com

mais de vinte empregados

e) 1999 - promulgada na Guatemala a convenccedilatildeo interamericana para a

eliminaccedilatildeo de todas as formas de discriminaccedilatildeo contra as pessoas

portadoras de deficiecircncia

f) 2002 - realizado em marccedilo o congresso europeu sobre deficiecircncia em

Madri que estabeleceu 2003 como o ano europeu das pessoas com

deficiecircncia

g) 1981 - adotado pela ONU como o ano internacional das pessoas com

deficiecircncia

h) 1983 elaboraccedilatildeo da convenccedilatildeo 159 pela OIT

i) 1990 - aprovada a ADA (Lei dos Deficientes dos Estados Unidos)

aplicaacutevel a toda empresa com mais de quinze funcionaacuterios

j) 1997 - tratado de Amsterdatilde em que a Uniatildeo Europeacuteia se compromete a

facilitar a inserccedilatildeo e a permanecircncia das pessoas com deficiecircncia nos

mercados de trabalho

1433 Direito agrave educaccedilatildeo

Para se tornar parte da sociedade eacute necessaacuterio compreende-la A base

para o sucesso de qualquer cidadatildeo estaacute na educaccedilatildeo e isto natildeo eacute diferente

para as pessoas com deficiecircncia Participar do sistema educacional eacute garantir a

inclusatildeo social e a igualdade de oportunidades

A Lei 939496 art4ordm que estabelece as diretrizes e bases da educaccedilatildeo

nacional (LDB) reconhece que a educaccedilatildeo eacute um instrumento fundamental para

a integraccedilatildeo e participaccedilatildeo de qualquer pessoa com deficiecircncia no contexto em

que vive Estaacute disposto nesta lei que haveraacute quando necessaacuterio serviccedilos de

apoio especializado na escola regular para atender agraves peculiaridades da

clientela de educaccedilatildeo especial e que o atendimento educacional seraacute feito em

classes escolas ou serviccedilos especializados sempre que em funccedilatildeo das

31

condiccedilotildees especiacuteficas dos alunos natildeo for possiacutevel a sua integraccedilatildeo nas

classes comuns de ensino regular

A legislaccedilatildeo brasileira tambeacutem prevecirc o acesso a livros em Braille de uso

exclusivo das pessoas com deficiecircncia visual

1434 Direito agrave sauacutede

A assistecircncia agrave sauacutede e agrave reabilitaccedilatildeo cliacutenica satildeo condiccedilotildees decisivas

para a inclusatildeo da pessoa com deficiecircncia na sociedade

Para promover a melhoria da qualidade de vida e com intuito de

estimular a independecircncia do indiviacuteduo com deficiecircncia nas suas atividades

diaacuterias foi criado o sistema das redes estaduais de assistecircncia agrave pessoa com

deficiecircncia

Este projeto oferece ajuda teacutecnica aleacutem de oacuterteses e proacuteteses para que

a pessoa tenha maior autonomia

Outro sistema criado para a manutenccedilatildeo da sauacutede fiacutesica e mental do

cidadatildeo com deficiecircncia eacute a Poliacutetica Nacional para a integraccedilatildeo da pessoa com

deficiecircncia implantada em 1989 Regulamentada pelo Decreto nordm 3298 prevecirc

auxiacutelio na prevenccedilatildeo de doenccedilas atendimento psicoloacutegico reabilitaccedilatildeo

fornecimento de medicamentos e assistecircncia atraveacutes de planos de sauacutede

1435 Direito a isenccedilotildees fiscais e financiamento

Pessoas com deficiecircncia empresas bancos e demais instituiccedilotildees

ligadas a este puacuteblico possuem alguns benefiacutecios previstos em lei

Para as empresas dispostas a contribuir com a inclusatildeo social de

portadores de necessidades especiais a legislaccedilatildeo brasileira prevecirc a

concessatildeo fiscal Podem ser firmados convecircnios que garantem a isenccedilatildeo de

ICMS seja para doaccedilatildeo de equipamentos adaptados seja para aquisiccedilotildees de

aparelhos e acessoacuterios destinados agraves instituiccedilotildees que atendam este segmento

da populaccedilatildeo

Automoacuteveis adquiridos em alguns estados brasileiros por pessoas com

32

deficiecircncia fiacutesica visual mental e autistas ou seus representantes legais satildeo

isentos de ICMS (Imposto sobre Circulaccedilatildeo de Mercadorias e Serviccedilos) e do

IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de acordo com a Lei 1075403

Os financiamentos de automoacuteveis de fabricaccedilatildeo nacional tambeacutem satildeo

liberados do IOF (Imposto sobre Operaccedilotildees Financeiras)

Tais benefiacutecios ainda natildeo satildeo tributados pelo Imposto de Renda e tanto

a aquisiccedilatildeo de aparelhos e materiais como a realizaccedilatildeo de outras despesas

podem ser deduzidas do imposto

1436 Direito ao passe livre

Os cidadatildeos com deficiecircncia tambeacutem possuem benefiacutecios relacionados

aos meios de transporte A Lei 889994 conhecida como Lei do Passe Livre

prevecirc que toda pessoa com deficiecircncia tem direito ao transporte coletivo

interestadual gratuito e que cabe a cada estado ou municiacutepio implantar

programas similares ao passe livre para os transportes municipais e estaduais

Aleacutem do transporte gratuito o municiacutepio deve garantir que os meios de

transporte sejam acessiacuteveis a estes cidadatildeos

15 Declaraccedilatildeo de Salamanca princiacutepios poliacutetica e praacutetica na educaccedilatildeo

especial

Notando com satisfaccedilatildeo um incremento no envolvimento de governos

grupos de advocacia comunidades e pais e em particular de organizaccedilotildees de

pessoas com deficiecircncias na busca pela melhoria do acesso agrave educaccedilatildeo para

a maioria daqueles cujas necessidades especiais ainda se encontram

desprovidas e reconhecendo como evidecircncia para tal envolvimento a

participaccedilatildeo ativa do alto niacutevel de representantes e de vaacuterios governos

agecircncias especializadas e organizaccedilotildees intergovernamentais naquela

Conferecircncia Mundial

a) Os delegados da Conferecircncia Mundial de Educaccedilatildeo Especial

33

representando 88 governos e 25 organizaccedilotildees internacionais em

assembleia em Salamanca Espanha entre 7 e 10 de junho de 1994

reafirma o compromisso para com a educaccedilatildeo para todos

reconhecendo a necessidade e urgecircncia do providenciamento de

educaccedilatildeo para as crianccedilas jovens e adultos com necessidades

educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino e re-

endossa a estrutura de accedilatildeo em educaccedilatildeo especial em que pelo

espiacuterito de cujas provisotildees e recomendaccedilotildees governo e

organizaccedilotildees sejam guiados

b) Acreditam e proclamam que toda crianccedila tem direito fundamental agrave

educaccedilatildeo e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o niacutevel

adequado de aprendizagem toda crianccedila possui caracteriacutesticas

interesses habilidades e necessidades de aprendizagem que satildeo

uacutenicas sistemas educacionais deveriam ser designados e programas

educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em

conta a vasta diversidade de tais caracteriacutesticas e necessidades

aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso

agrave escola regular que deveria acomodaacute-los dentro de uma pedagogia

centrada na crianccedila capaz de satisfazer a tais necessidades

escolas regulares que possuam tal orientaccedilatildeo inclusiva constituem

os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatoacuterias

criando-se comunidades acolhedoras construindo uma sociedade

inclusiva e alcanccedilando educaccedilatildeo para todos aleacutem disso tais escolas

proveem uma educaccedilatildeo efetiva agrave maioria das crianccedilas e aprimoram

a eficiecircncia e em uacuteltima instacircncia o custo da eficaacutecia de todo o

sistema educacional

c) Congregam todos os governos e demandam que atribuam a mais

alta prioridade poliacutetica e financeira ao aprimoramento de seus

sistemas educacionais no sentido de se tornarem aptos a incluiacuterem

todas as crianccedilas independentemente de suas diferenccedilas ou

dificuldades individuais adotem o princiacutepio de educaccedilatildeo inclusiva em

forma de lei ou de poliacutetica matriculando todas as crianccedilas em

escolas regulares a menos que existam fortes razotildees para agir de

outra forma desenvolvam projetos de demonstraccedilatildeo e encorajem

34

intercacircmbios em paiacuteses que possuam experiecircncias de escolarizaccedilatildeo

inclusiva estabeleccedilam mecanismos participatoacuterios e

descentralizados para planejamento revisatildeo e avaliaccedilatildeo de provisatildeo

educacional para crianccedilas e adultos com necessidades educacionais

especiais encorajem e facilitem a participaccedilatildeo de pais comunidades

e organizaccedilotildees de pessoas portadoras de deficiecircncias nos processos

de planejamento e tomada de decisatildeo concernentes agrave provisatildeo de

serviccedilos para necessidades educacionais especiais invistam

maiores esforccedilos em estrateacutegias de identificaccedilatildeo e intervenccedilatildeo

precoces bem como nos aspectos vocacionais da educaccedilatildeo

inclusiva garantam que no contexto de uma mudanccedila sistecircmica

programas de treinamento de professores tanto em serviccedilo como

durante a formaccedilatildeo incluam a provisatildeo de educaccedilatildeo especial dentro

das escolas inclusivas

d) Tambeacutem congregam a comunidade internacional em particular

governos com programas de cooperaccedilatildeo internacional agecircncias

financiadoras internacionais especialmente as responsaacuteveis pela

Conferecircncia Mundial em Educaccedilatildeo para Todos UNESCO UNICEF

UNDP e o Banco Mundial a endossar a perspectiva de escolarizaccedilatildeo

inclusiva e apoiar o desenvolvimento da educaccedilatildeo especial como

parte integrante de todos os programas educacionais as Naccedilotildees

Unidas e suas agecircncias especializadas em particular a ILO WHO

UNESCO e UNICEF a reforccedilar seus estiacutemulos de cooperaccedilatildeo

teacutecnica bem como reforccedilar suas cooperaccedilotildees e redes de trabalho

para um apoio mais eficaz agrave jaacute expandida e integrada provisatildeo em

educaccedilatildeo especial organizaccedilotildees natildeo-governamentais envolvidas na

programaccedilatildeo e entrega de serviccedilo nos paiacuteses a reforccedilar sua

colaboraccedilatildeo com as entidades oficiais nacionais e intensificar o

envolvimento crescente delas no planejamento implementaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de provisatildeo em educaccedilatildeo especial que seja inclusiva

UNESCO enquanto a agecircncia educacional das Naccedilotildees Unidas a

assegurar que educaccedilatildeo especial faccedila parte de toda discussatildeo que

lide com educaccedilatildeo para todos em vaacuterios foros a mobilizar o apoio de

organizaccedilotildees dos profissionais de ensino em questotildees relativas ao

35

aprimoramento do treinamento de professores no que diz respeito a

necessidade educacionais especiais a estimular a comunidade

acadecircmica no sentido de fortalecer pesquisa redes de trabalho e o

estabelecimento de centros regionais de informaccedilatildeo e documentaccedilatildeo

e da mesma forma a servir de exemplo em tais atividades e na

disseminaccedilatildeo dos resultados especiacuteficos e dos progressos

alcanccedilados em cada paiacutes no sentido de realizar o que almeja a

presente declaraccedilatildeo a mobilizar fundos atraveacutes da criaccedilatildeo (dentro

de seu proacuteximo planejamento a meacutedio prazo 1996-2000) de um

programa extensivo de escolas inclusivas e programas de apoio

comunitaacuterio que permitiriam o lanccedilamento de projetos-piloto que

demonstrassem novas formas de disseminaccedilatildeo e o desenvolvimento

de indicadores de necessidade e de provisatildeo de educaccedilatildeo especial

e) Por uacuteltimo expressam o caloroso reconhecimento ao governo da

Espanha e agrave UNESCO pela organizaccedilatildeo da Conferecircncia e

demandam-lhes realizarem todos os esforccedilos no sentido de trazer

esta declaraccedilatildeo e sua relativa estrutura de accedilatildeo da comunidade

mundial especialmente em eventos importantes tais como o Tratado

Mundial de Desenvolvimento Social (em Kopenhagen em 1995) e a

Conferecircncia Mundial sobre a Mulher (em Beijing em 1995) Adotada

por aclamaccedilatildeo na cidade de Salamanca Espanha neste deacutecimo dia

de junho de 1994

Durante os uacuteltimos 15 ou 20 anos tem se tornado claro que o conceito de necessidades educacionais especiais teve que ser ampliado para incluir todas as crianccedilas que natildeo estejam conseguindo se beneficiar com a escola seja por que motivo for (UNESCO 1994 p15)

16 Diretrizes na educaccedilatildeo especial na perspectiva da inclusatildeo

A consciecircncia do direito de construir uma identidade proacutepria e do reconhecimento da identidade do outro se traduz no direito de igualdade e no respeito agraves diferenccedilas assegurando oportunidades diferentes (equidade) tantas quanto forem necessaacuterias com vistas agrave busca da igualdade (BRASIL 2001)

36

A educaccedilatildeo especial eacute uma modalidade de ensino que perpassa todos

os niacuteveis etapas e modalidades realiza o atendimento educacional

especializado disponibiliza os serviccedilos e recursos proacuteprios desse atendimento

e orienta os alunos e seus professores quanto a sua utilizaccedilatildeo nas turmas

comuns do ensino regular

O atendimento educacional especializado identifica elabora e organiza

recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a

plena participaccedilatildeo dos alunos considerando as suas necessidades

especiacuteficas As atividades desenvolvidas no atendimento educacional

especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum natildeo

sendo substitutivas agrave escolarizaccedilatildeo Esse atendimento completa e suplementa

a formaccedilatildeo dos alunos com vistas agrave autonomia e independecircncia na escola e

fora dela

Tal modalidade de ensino disponibiliza programas de enriquecimento

curricular o ensino de linguagem e coacutedigos especiacuteficos de comunicaccedilatildeo e

sinalizaccedilatildeo ajudas teacutecnicas e tecnoloacutegicas assistidas dentre outros Ao longo

de todo processo de escolarizaccedilatildeo esse atendimento deve estar articulado

com a proposta pedagoacutegica de ensino comum

A inclusatildeo escolar tem inicio na educaccedilatildeo infantil onde se desenvolvem

as bases necessaacuterias para a construccedilatildeo do conhecimento e seu

desenvolvimento global Nessa etapa o luacutedico o acesso agraves formas

diferenciadas de comunicaccedilatildeo a riqueza de estiacutemulos nos aspectos fiacutesicos

emocionais cognitivos psicomotores e sociais e a convivecircncia com as

diferenccedilas favorecem as relaccedilotildees interpessoais o respeito e a valorizaccedilatildeo da

crianccedila Do nascimento aos trecircs anos o atendimento educacional

especializado se expressa por meio de serviccedilos que objetivam aperfeiccediloar o

processo de desenvolvimento e aprendizagem em interface com os serviccedilos de

sauacutede e assistecircncia social

Em todas as etapas e modalidades da educaccedilatildeo baacutesica o atendimento

especializado eacute organizado para apoiar o desenvolvimento dos alunos

constituindo oferta obrigatoacuteria dos sistemas de ensino e deve ser realizado no

turno inverso ao da classe comum na proacutepria escola ou centro especializado

que realize esse serviccedilo educacional Este atendimento eacute realizado mediante a

37

atuaccedilatildeo de profissionais com conhecimento especiacuteficos no ensino da Liacutengua

Brasileira de Sinais da Liacutengua Portuguesa e na modalidade escrita como

segunda liacutengua do Sistema Braille do Soroban da orientaccedilatildeo e mobilidade

das atividades de vida autocircnoma da comunicaccedilatildeo alternativa do

desenvolvimento dos processos mentais superiores dos programas de

enriquecimento curricular da adequaccedilatildeo e produccedilatildeo de materiais didaacuteticos e

pedagoacutegicos da utilizaccedilatildeo de recursos oacutepticos e natildeo oacutepticos da tecnologia

assistida e outros

Cabe aos sistemas de ensino ao organizar a educaccedilatildeo especial na

perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva disponibilizar as funccedilotildees do instrutor de

Libras e guia interprete bem como de monitor dos alunos com necessidades

de apoio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo locomoccedilatildeo entre outras que

exijam auxilio constante no cotidiano escolar

Para atuar na educaccedilatildeo especial o professor deve ter como base de

sua formaccedilatildeo inicial e continuada conhecimentos gerais para o exerciacutecio da

docecircncia e conhecimentos especiacuteficos da aacuterea Essa formaccedilatildeo possibilita a sua

atuaccedilatildeo no atendimento educacional especializado e deve aprofundar o caraacuteter

interativo e interdisciplinar da atuaccedilatildeo nas salas comuns do ensino regular nas

salas de recursos nos centros de atendimento educacional especializado nos

nuacutecleos de acessibilidade das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior nas classes

hospitalares e nos ambientes domiciliares para a oferta dos serviccedilos e

recursos de educaccedilatildeo especial

38

CAPIacuteTULO II

CAPACITACcedilAtildeO E CONCEPCcedilAtildeO DE PROFESSORES NO PROCESSO DE

INCLUSAtildeO ESCOLAR

2 CAPACITACcedilAtildeO PROFISSIONAL E A INCLUSAtildeO ESCOLAR

A formaccedilatildeo de professores que atuam diretamente na inclusatildeo escolar

sempre se constituiu numa grande problemaacutetica com relaccedilatildeo ao atendimento

do aluno com necessidades especiais Tudo eacute muito novo e desafiador E isto

infelizmente ainda eacute uma barreira para que a inclusatildeo se efetive com alicerce

suficiente para se sustentar

Nos finais do Impeacuterio o atendimento a essa clientela era vinculada agrave

sauacutede Nos anos 20 do seacuteculo passado iniciou-se uma crescente preocupaccedilatildeo

com a questatildeo propriamente pedagoacutegica porem influenciada pela abordagem

psicoloacutegica natildeo abandonando o campo da sauacutede

Para atender agraves demandas cada professor deveria estar apto a

elaborar incrementar e implementar situaccedilotildees de ensino que favorecessem a

construccedilatildeo dos conceitos mais primaacuterios aos mais complexos Eacute importante

que o professor organize seu planejamento de maneira que natildeo passem

despercebidos pelas situaccedilotildees de ensino conceitos que podem parecer

simples mas que na verdade satildeo preacute-requisitos para o que se pensa ser o

mais importante Contudo natildeo satildeo poucos os casos em que as situaccedilotildees

acabam sendo apresentadas de forma restrita sem pertinecircncia aos alunos que

participam da accedilatildeo inclusiva

O cotidiano de sala de aula requer na atualidade a efetivaccedilatildeo de accedilotildees

didaacuteticas flexiacuteveis poreacutem contextualizadas a adequaccedilatildeo de recursos sem

depreciar a capacidade e a imagem do aluno com o qual interagimos uma

reformulaccedilatildeo das dinacircmicas em sala de aula que possibilite a participaccedilatildeo

39

efetiva de todos

Muitos recursos muitas vezes satildeo pouco explorados ou ateacute mesmo

desconsiderados pelo professor com o passar dos niacuteveis propostos pelo

sistema de educaccedilatildeo No entanto quando o professor eacute o agente mediador de

um contexto educacional no qual a diversidade estaacute mais complexa devido agraves

demandas que um tipo de necessidade educativa especial pode gerar eacute

essencial que ele natildeo perca de vista a validade de determinados recursos

diante da construccedilatildeo de conceitos mais elaborados ou abstratos (FERREIRA

2004)

Valorizar a singularidade de cada ser humano eacute um compromisso eacutetico

de contribuir com as transformaccedilotildees necessaacuterias agrave construccedilatildeo de uma

sociedade mais justa (SOUZA SILVA 2005 p 239)

Um sistema escolar inclusivo precisa investir na capacitaccedilatildeo contiacutenua dos

professores e funcionaacuterios das escolas realizando o chamamento dos que

ainda natildeo se consideram envolvidos para um processo de sensibilizaccedilatildeo e

atualizaccedilatildeo constante de toda escola e comunidade Nesse aspecto a

assessoria ao professor eacute fundamental para orientaccedilatildeo e anaacutelise na busca de

soluccedilotildees para os problemas surgidos na sala de aula no aprofundamento das

questotildees teoacutericas na construccedilatildeo de intervenccedilotildees pedagoacutegicas na seleccedilatildeo de

recursos materiais e tecnoloacutegicos para a aprendizagem dos alunos no

processo de avaliaccedilatildeo na inter-relaccedilatildeo com as famiacutelias bem como na

mediaccedilatildeo entre escola e serviccedilos especializados para atendimento ao aluno

com necessidades educacionais na aacuterea da sauacutede da assistecircncia social do

trabalho entre outros (BEYER 2005)

Para Marques (2006) inclusatildeo escolar implica numa reorganizaccedilatildeo

estrutural da escola de todos os elementos da praacutetica pedagoacutegica

considerando o dado do muacuteltiplo da diversidade e natildeo mais o padratildeo

universal O atual momento histoacuterico exige uma participaccedilatildeo efetiva da escola

como instituiccedilatildeo loacutecus do conhecimento e da formaccedilatildeo de cidadatildeos capazes de

intervir nos rumos da sociedade Neste sentido faz-se necessaacuteria uma escola

criativa onde todos os seus componentes sejam co-sujeitos na produccedilatildeo de um

saber-instrumento para o conviacutevio escolar e social Cabe portanto a alunos

professores e sujeitos desse processo planejar e construir as diferentes etapas

de nossa caminhada etapas que se num primeiro momento satildeo idealizadas

40

logo transformam-se em realidade pela reflexatildeo criacutetica de nossas proacuteprias

possibilidades na construccedilatildeo dessa nova escola Assim eacute preciso

redimensionar o modo de pensar e fazer a educaccedilatildeo tarefa por natureza

complexa que envolve elementos poliacuteticos soacutecio-econocircmicos teacutecnicos e

culturais

Essa postura por sua vez implica na superaccedilatildeo da dicotomia e

fragmentaccedilatildeo das atribuiccedilotildees dos agentes educativos dos rituais dos

conteuacutedos metodoloacutegicos dos recursos pedagoacutegicos do processo de

avaliaccedilatildeo bem como das concepccedilotildees de educaccedilatildeo e de sociedade Enfatiza

tambeacutem que implica para o professor em uma seacuterie de mudanccedilas com relaccedilatildeo

a sua postura pressuposto baacutesico de sua atuaccedilatildeo a compreensatildeo das

diferentes necessidades educacionais de seus alunos sendo necessaacuteria aacute

flexibilizaccedilatildeo do professor no exerciacutecio do compromisso eacutetico para se adequar

agraves novas situaccedilotildees que surgiratildeo em decorrecircncia das diversidades presentes

em seu cotidiano atentando para a supressatildeo de uma possiacutevel postura

discriminatoacuteria

Zimmermann (2008) destaca que a instituiccedilatildeo escolar precisa redefinir

sua base de estrutura organizacional destituindo-se de burocracias

reorganizando grades curriculares proporcionando maior ecircnfase agrave formaccedilatildeo

humana dos professores e afinando a relaccedilatildeo famiacutelia

escola propondo uma

praacutetica pedagoacutegica coletiva dinacircmica e flexiacutevel para atender esta nova

realidade educacional A educaccedilatildeo inclusiva tem forccedila transformadora e

aponta para uma nova era natildeo somente educacional mas para uma sociedade

inclusiva

Segundo Mittler (2008) as escolas a volta poderiam tentar encontrar

novos modos de pedir aos pais as suas opiniotildees sobre como poderiam ser

fortalecidos os viacutenculos entre lar e a escola Os viacutenculos mais iacutentimos entre

pais e professor natildeo podem ser prescritos de cima para baixo mas sim

fundamentados nos desejos e nas prioridades daquele que estatildeo nessa aacuterea

A uacuteltima palavra vai para um grupo de pais de crianccedilas com

necessidades especiais e deficiecircncia ( RUSSEL 1997 apud MITTEL

2008p227)

a) Por favor aceite e valorize nossas crianccedilas (e noacutes mesmos como

famiacutelia) como noacutes somos valorizados

41

b) Por favor celebre a diferenccedila

c) Por favor aceite nossas crianccedilas primeiramente como crianccedilas Natildeo

coloque roacutetulos nelas a menos que vocecirc pretenda fazer algo

d) Por favor reconheccedila seu poder sobre nossas vidas Vivemos com as

consequumlecircncias de suas opiniotildees e decisotildees

e) Por favor entenda a tensatildeo sob qual muitas famiacutelias estatildeo vivendo

Os encontros cancelados a lista de espera que ningueacutem consegue

chegar ao inicio todas as discussotildees sobre recursos eacute sobre nossa

vida que vocecirc esta falando

f) Por favor natildeo use modas passageiras e tratamentos conosco a

menos que vocecirc vai estar conosco E natildeo esqueccedila que as famiacutelias

tecircm muitos membros muitas responsabilidades Agraves vezes natildeo

podemos agradar a todo mundo

g) Por favor reconheccedila que aacutes vezes noacutes eacute que temos razatildeo Por favor

acredite em noacutes e escute o que sabemos sobre o que noacutes e nossas

crianccedilas necessitamos

h) Agraves vezes estamos tristes cansados e deprimidos Por favor valorize

nos como famiacutelias preocupadas e comprometidas e tente continuar a

trabalhar conosco

Limaverde (2009) acredita que a maioria dos professores vem de

cursos onde a discussatildeo da teoria e da praacutetica ainda eacute dividida Discute-se

teoria e praacutetica de maneira isolada Ainda se estuda uma teoria idealizada

Poucos cursos de formaccedilatildeo de professores oferecem de modo obrigatoacuterio em

seus curriacuteculos as disciplinas relacionadas agrave diferenccedila agraves deficiecircncias Aleacutem

da formaccedilatildeo do nuacutecleo comum eles tambeacutem precisam se atentar para essas

especificidades Haacute uma obrigatoriedade de se ofertar nos cursos de

pedagogia a disciplina de Libras Mas isso natildeo deve ocorrer apenas na

formaccedilatildeo inicial mas tambeacutem na formaccedilatildeo continuada que eacute aquela em

serviccedilo mas que muitas vezes natildeo contemplam essas especificidades

O problema de formaccedilatildeo eacute muito grave porque repercute nessa

inseguranccedila do professor no preconceito no medo Aleacutem do entrave da

formaccedilatildeo no aspecto pedagoacutegico as escolas elaboram seu projeto poliacutetico

pedagoacutegico sem levar em conta a presenccedila do aluno com deficiecircncia As

praacuteticas a organizaccedilatildeo da sala de aula natildeo leva em conta a presenccedila desse

42

aluno Onde natildeo haacute uma interlocuccedilatildeo mais refinada entre o ensino comum e a

Educaccedilatildeo Especial com esse saber mais especiacutefico natildeo haacute inclusatildeo

A inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino Assim na formaccedilatildeo do professor teria dois espaccedilos um da sala de

aula que eacute a formaccedilatildeo comum para todos os professores contemplando

desenvolvimento aprendizagem e uma na formaccedilatildeo continuada Uma

formaccedilatildeo que atenda agraves diferenccedilas da sala de aula o atendimento agrave educaccedilatildeo

especializada aleacutem da formaccedilatildeo baacutesica cursos de extensatildeo de libras de

soroban de braile de tecnologia assistida para que esse professor possa

atender a especificidade desses alunos O aluno com deficiecircncia eacute um ser

humano que se desenvolve como qualquer outro As teorias e teacutecnicas que

foram estudadas satildeo suporte para esse trabalho Agora o que vai modificar na

sua atuaccedilatildeo eacute a maneira como ele organiza suas praacuteticas pedagoacutegicas Na

maioria das vezes eles organizam praacuteticas homogecircneas do aluno idealizado Eacute

importante um planejamento para pensar essas diferenccedilas na sala de aula Eacute

um trabalho do projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

21 Concepccedilotildees de professores sobre a inclusatildeo na educaccedilatildeo regular e

especial

Inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino (LIMAVERDE 2009)

Apenas a partir do seacuteculo XX verificou-se uma melhor aceitaccedilatildeo das

pessoas com necessidades especiais momento em que se iniciou a sua

desinstitucionalizaccedilatildeo e educaccedilatildeo escolar Ateacute este periacuteodo eram segregados

e praticamente privados de conviacutevio social Entretanto verifica-se que as

conquistas ainda foram poucas pois o preconceito a ignoracircncia e a

discriminaccedilatildeo ainda satildeo muito fortes em relaccedilatildeo ao deficiente e a deficiecircncia

Para Carmo (2000) a inclusatildeo eacute um assunto que deve ser refletido e

investigado com muita precisatildeo jaacute que a sociedade pode estar criando uma

nova modalidade a de excluiacutedos dentro da inclusatildeo podemos assim concluir

nessa reflexatildeo para que haja o processo de ensino-aprendizagem nos alunos

portadores de necessidades educacionais especiais o professor teraacute que se

43

capacitar para atender a proposta desta nova face da educaccedilatildeo brasileira ele

teraacute que tentar conciliar as teorias sobre o assunto com sua pratica e a

realidade da sala de aula Pois soacute assim a inclusatildeo do aluno portador de

necessidades educacionais especiais seraacute bem sucedida e gerando bons

resultados no futuro

Assim a inclusatildeo deste tipo de aluno requer novas posturas tanto aos

professores quanto ao sistema educacional brasileiro levando em consideraccedilatildeo

que todos noacutes estaremos ganhando Lembrando tambeacutem que este processo

de aprendizagem requer a reciprocidade das experiecircncias entre o aluno com

necessidades educacionais especiais o professor e os demais alunos Um

processo de aprendizagem onde todos participam a aquisiccedilatildeo do

conhecimento ocorreraacute com mais facilidade

Mantoan Pietro Arantes (2006) acredita que recriar um novo modelo

educativo com ensino de qualidade que diga natildeo aacute exclusatildeo social implica em

condiccedilotildees de trabalho pedagoacutegico e uma rede de saberes que se entrelaccedilam e

caminham no sentido contraacuterio do paradigma tradicional de educaccedilatildeo

segregadora Eacute uma reviravolta complexa mas possiacutevel basta que lutemos por

ela que nos aperfeiccediloemos e estejamos abertos a colaborar na busca dos

caminhos pedagoacutegicos da inclusatildeo Pois nem todas as diferenccedilas

necessariamente inferiorizam as pessoas Elas tem diferenccedilas e igualdades

mas entre elas nem tudo deve ser igual assim como nem tudo deve ser

diferente

De acordo com Santos (apud MANTOAN2003 p34 ) eacute preciso que

tenhamos o direito de sermos diferentes quando a igualdade nos

descaracteriza e o direito de sermos iguais quando a diferenccedila nos inferioriza

Assim a luta pela escola inclusiva embora seja contestada e tenha ateacute

mesmo assustado a comunidade escolar exige mudanccedila de haacutebitos e atitudes

pela sua loacutegica e eacutetica nos remete a refletir e reconhecer que trata-se de um

posicionamento social que garante a vida com igualdade pautada pelo

respeito agraves diferenccedilas Apesar das iniciativas acanhadas da comunidade

escolar e da sociedade geral eacute possiacutevel adequar a escola para um novo

tempo Precisa estar imbuiacutedos de boa vontade e compromisso enfrentar com

seguranccedila e otimismo este desafio enxergar a clareza e obviedade eacutetica da

proposta inclusiva e contribuir para o desmantelamento dessa maacutequina escolar

44

enferrujada

Para Lisita e Souza (2003) das utopias concretas da modernidade tem-

se hoje apenas a certeza da transitoriedade O sentido da revoluccedilatildeo antes

propagado daacute lugar a um leque de possibilidades as quais se abrem num

horizonte virtual em constantes mudanccedilas Que se trata de uma nova realidade

mundial natildeo se discute Indaga-se no entanto o que se tem a fazer diante de

tal realidade

Nesse sentido a ciecircncia e a tecnologia tecircm se constituiacutedo nos principais

agentes de proposiccedilatildeo e de determinaccedilatildeo dessas mudanccedilas A sensaccedilatildeo que

se tem eacute a de que amanheceremos a cada dia num novo mundo repleto de

novidades e onde o ontem estaacute cada vez e mais rapidamente distante

O cenaacuterio do mundo atual evidencia um movimento em direccedilatildeo a um

sentido de inclusatildeo social o sujeito com deficiecircncia passa a dividir a cena com

os sujeitos sem deficiecircncia coabitando os diversos espaccedilos sociais Nota-se

pois um grande dinamismo experimentado pelos sujeitos e em particular

pelos sujeitos com deficiecircncia num mundo onde conceitos e praacuteticas assumem

cada vez mais um caraacuteter efecircmero e de possibilidades muacuteltiplas

Segundo Ferreira e Glat (2004) satildeo frequentes relatos de professores

principalmente em conselhos de classe sobre a dificuldade de determinados

alunos quanto agrave efetivaccedilatildeo de algumas propostas educacionais Na maioria

das situaccedilotildees o que de fato acontece natildeo eacute uma dificuldade do aluno em

realizar ou compreender a atividade solicitada e sim uma inadequaccedilatildeo do

procedimento dos objetivos eou da avaliaccedilatildeo realizada pelo professor Nesse

sentido eacute importante o professor analisar algumas questotildees como

a) de que maneira todos os alunos poderatildeo participar da aula proposta

b) se haacute necessidade de apoio adaptaccedilotildees e como fazecirc-las para sua

plena participaccedilatildeo

c) que expectativas devem ser esperadas eou modificadas para a

efetivaccedilatildeo da atividade (como os alunos demonstram o que sabem a

quantidade e qualidade das atividades propostas)

d) quais satildeo os objetivos prioritaacuterios para a aprendizagem

Enfim eacute do conhecimento de todos que natildeo haacute formas sem

precedentes que se bastem ou que se perpetuem diante das realidades

necessidades e demandas dos alunos que compotildeem as salas de aula que hoje

45

cada professor assume Eacute importante a busca constante de praacuteticas pautadas

no contexto que o aluno vivencia inovadoras pois o trabalho eacute dinacircmico

sendo fundamental que cada profissional pense na sua disponibilidade para a

construccedilatildeo de praacuteticas efetivas que conduzam a uma educaccedilatildeo de qualidade

para todos como descrevem Ferreira e Glat 2004

Poso (2004) acredita que por um lado os professores julgam-se

incapazes de dar conta dessa demanda despreparados e impotentes frente a

essa realidade que eacute agravada pela falta de material adequado de apoio

administrativo e recursos financeiros

Mantoan (2003) enfatiza que a radicalidade da inclusatildeo vem do fato de

esta exigir uma mudanccedila de paradigma educacional onde na perspectiva

inclusiva suprime-se a sub-divisatildeo dos sistemas escolares em modalidades de

ensino especial e regular As escolas atendem as diferenccedilas sem discriminar

sem estabelecer prioridades e necessidades sem estabelecer regras

diferenciadas para cada caso no planejamento avaliaccedilatildeo e aprendizado

Assim pode-se imaginar o impacto da inclusatildeo nos sistemas de ensino ao

supor a aboliccedilatildeo completa dos serviccedilos segregados da educaccedilatildeo especial os

programas de reforccedilo escolar salas de aceleraccedilatildeo e turmas especiais

Desta forma a inclusatildeo eacute uma provocaccedilatildeo cuja intenccedilatildeo eacute melhorar a

qualidade do ensino atingindo todos os alunos de uma forma globalizada

Incluir eacute necessaacuterio primordialmente para melhorar as condiccedilotildees da escola

de modo que nela se possam formar geraccedilotildees mais preparadas para viver a

vida na sua plenitude livremente sem preconceitos sem barreiras Confirma-

se assim mais uma vez a necessidade de a educaccedilatildeo se atualizar e os

professores aperfeiccediloarem as suas praacuteticas para que as escolas se obriguem

a um esforccedilo de modernizaccedilatildeo e reestruturaccedilatildeo de suas condiccedilotildees atuais

Pretende-se que a escola seja inclusiva eacute primordial que seus planos se

redefinam para uma educaccedilatildeo voltada agrave cidadania global plena livre de

preconceitos e disposta a reconhecer e entende as diferenccedilas entre as

pessoas principalmente quanto aos seus aspectos fiacutesico mental e intelectual

Natildeo basta uma educaccedilatildeo para a cidadania eacute preciso educar para a liberdade

e nesse sentido nenhuma forma de subordinaccedilatildeo intelectual pode ser

admitida

Os desafios para a concretizaccedilatildeo dos ideais inclusivos na educaccedilatildeo

46

brasileira satildeo inuacutemeros Haacute ainda de se vencer os desafios que impotildee o

conservadorismo das instituiccedilotildees especializadas e enfrentar as pressotildees

poliacuteticas e das pessoas com deficiecircncia ainda muito habituadas a seus roacutetulos

e a benefiacutecios que acentuam a incapacidade as limitaccedilotildees o paternalismo e o

protecionismo social

Smeha Ferreira (2005) descrevem que vaacuterios professores afirmam

apresentar sentimentos de despreparo para trabalharem junto agraves crianccedilas com

necessidades especiais Que natildeo tiveram em sua formaccedilatildeo acadecircmica o

preparo adequado que os capacite a lidar com a diversidade e isso gera

intenso sofrimento pois ensinar crianccedilas com limitaccedilotildees exige conhecimento

competecircncia e habilidade para que o processo inclusivo seja efetivado

Os professores foram preparados para trabalharem com as crianccedilas que

aprendem assim quando eles se deparam com as limitaccedilotildees na

aprendizagem sentem frustraccedilatildeo anguacutestia impotecircncia e medo Portanto faz-

se necessaacuterio uma significativa reformulaccedilatildeo nos cursos de graduaccedilatildeo que

estatildeo formando professores os quais certamente teratildeo alunos com

necessidades educativas especiais em sua trajetoacuteria profissional Aliaacutes essa

reformulaccedilatildeo deve abarcar natildeo somente conhecimentos sobre educaccedilatildeo de

pessoas com deficiecircncia mas tambeacutem oportunizar autoconhecimento para

que os professores possam atuar de forma mais confiante atendendo agraves

demandas educacionais especiais com mais prazer e menos sofrimento Aleacutem

da reestruturaccedilatildeo nas aacutereas que envolvem a formaccedilatildeo de professores para

que o trabalho docente possa acontecer com menor prejuiacutezo agrave sauacutede mental

parece primordial que o investimento transcenda a capacitaccedilatildeo relacionada aos

conhecimentos teacutecnicos e permeie o campo da sauacutede mental no trabalho

O suporte aos aspectos psicoloacutegicos dos professores precisam ser

contemplados com grupos de reflexatildeo ou de apoio um espaccedilo que possa

oportunizar-lhes aos mesmos falar sobre seus sentimentos dificuldades

medos ou fantasias Seria um momento para problematizar e encontrar

ressignificaccedilatildeo no exerciacutecio docente que cada vez mais precisa ser alicerccedilado

no respeito agrave diversidade humana Eacute importante tambeacutem salientar que natildeo eacute

apenas o processo de inclusatildeo o responsaacutevel pelo sofrimento docente muitos

satildeo propensos ao stress devido agraves suas proacuteprias vivecircncias pessoais e agraves

exigecircncias da contemporaneidade

47

De acordo com Souza Silva (2009)

No tocante ao trabalho docente novas propostas se fazem necessaacuterias devido agraves transformaccedilotildees educacionais que estatildeo ocorrendo de forma acelerada exigindo assim novas aprendizagens que possam contribuir para a formaccedilatildeo de profissionais capazes de responder aos novos desafios colocados agrave nossa realidade

Para Bartalotti (2006) nos dias atuais frente ao processo de inclusatildeo

como uma possibilidade embora ainda natildeo como uma realidade haacute um grande

caminho a ser percorrido Pois se olhar em volta para cada ser humano que

nos rodeia ver-se-ia o quanto ainda se tem que caminhar para a construccedilatildeo

de uma sociedade verdadeiramente inclusiva Exclui-se apenas com o olhar

com palavras quantas vezes menospreza-se o outro por ele ter um gosto

uma crenccedila religiosa situaccedilatildeo financeira cor de pele estatura e peso corporal

diferente por nos aceitos E sem a menor preocupaccedilatildeo decidi-se que esta ou

aquela pessoa natildeo serve para estar junto de noacutes de nossos filhos frequentar

nosso clube casa ou templo religioso Jaacute sentem-se excluiacutedos e rejeitados em

diferentes situaccedilotildees sentem-se olhados como diferentes indesejaacuteveis

estranhos certamente essa natildeo eacute uma sensaccedilatildeo agradaacutevel quem jaacute passou

por ela natildeo deseja repetir a experiecircncia

Para que a inclusatildeo ocorra eacute necessaacuterio que a sociedade passe pelo

aprimoramento das relaccedilotildees sociais pela compreensatildeo de que o verdadeiro

pensamento inclusivo eacute aquele que natildeo categoriza ou rotula as pessoas por

ordem de valor valor esse atribuiacutedo muitas vezes atraveacutes de estereoacutetipos

estigmas conhecimentos instituiacutedos pensar inclusivamente eacute aprender a olhar

cada pessoa e buscar nela seu real valor construiacutedo nas relaccedilotildees cotidianas

nos seus sonhos e expectativas e nas suas accedilotildees concretas no mundo

Acredita-se tambeacutem que muitas vezes fala-se que a inclusatildeo eacute uma

utopia muitos natildeo acreditam que a sociedade seja capaz desse movimento

Inclusatildeo eacute sim possibilidade assim como eacute possibilidade a construccedilatildeo de uma

sociedade mais digna para todos com ou sem deficiecircncia

Para Tessaro (2009) existe todo um discurso proacute agrave inclusatildeo em vaacuterios

segmentos da sociedade dentre os quais no ambiente escolar A inclusatildeo eacute

algo que vem se efetivando mesmo que a duras penas buscando superar toda

uma histoacuteria de isolamento discriminaccedilatildeo e preconceito Tem provocado

48

muitos questionamentos principalmente no meio acadecircmico tais como O que

eacute inclusatildeo escolar Por que incluir Qual eacute a opiniatildeo dos alunos com

deficiecircncia e dos professores sobre inclusatildeo A escola possui infra-estrutura

adequada para participar da inclusatildeo escolar Os alunos deficientes se sentem

bem com a inclusatildeo escolar Os professores estatildeo capacitados para educaccedilatildeo

inclusiva

Dutra (2007) destaca que as principais dificuldades no processo de

inclusatildeo escolar do aluno especial eacute a ausecircncia de preparo e de uma

formaccedilatildeo mais teacutecnica que visa suprir as necessidades destes alunos

mediadas pelo professor e tambeacutem agrave falta de boas condiccedilotildees fiacutesicas nas

escolas pra receber estes alunos

Jesus (2007) enfatiza que a inclusatildeo dos portadores de necessidades

educacionais especiais na escola eacute algo essencial agrave educaccedilatildeo mas eacute preciso

ser feita de maneira correta porque nem todos podem estar na escola ou

estatildeo preparados para nela estar por natildeo terem capacidade fisioloacutegica Esse eacute

um assunto muito discutido por alguns especialistas da educaccedilatildeo especial que

buscam uma maneira eficiente de incluir todos as crianccedilas e jovens que

possuem alguma necessidade educacional especial

Nesse sentido Mantoan (2006) afirma que a condiccedilatildeo primeira para

inclusatildeo deixe de ser uma ameaccedila ao que hoje a escola defende e adota como

pratica pedagoacutegica e abandonar tudo que leva a tolerar as pessoas com

deficiecircncia na sala de aula

Natildeo pode se ter um ambiente mais propiacutecio para tal processo de

conscientizaccedilatildeo do que a escola Pois seraacute por meio dessa interaccedilatildeo entre

crianccedilas que se construiraacute uma naccedilatildeo mais justa e igualitaacuteria onde todos

juntos aprenderatildeo a conviver e a se respeitarem Respeito que eacute sonhado por

todos que se espera construir um novo amanhatilde mais digno

O assunto eacute fundamental para ser discutido por todas as pessoas

envolvidas com a educaccedilatildeo e que busquem uma naccedilatildeo com menos

desigualdade social oportunidades para todos uma educaccedilatildeo que priorize o

ser e natildeo ter e uma realidade igualitaacuteria A inclusatildeo eacute acima de tudo a

transformaccedilatildeo da pratica pedagoacutegica de todos os profissionais de educaccedilatildeo

Os registros de textos artigos e livros enfatizam que sobre a

aplicabilidade atual de inclusatildeo escolar satildeo insatisfatoacuterios e que natildeo houve

49

diferenccedilas entre os alunos e entre os professores quanto a essa dimensatildeo Os

professores e os alunos expressaram vaacuterias dificuldades envolvidas nesse

processo destacando se a falta de infra-estrutura das escolas a falta de

preparocapacitaccedilatildeo profissional discriminaccedilatildeo social e a falta de aceitaccedilatildeo da

inclusatildeo

Os professores de educaccedilatildeo especial demonstraram dar mais creacutedito agrave

educaccedilatildeo inclusiva do que os do ensino regular Os alunos deficientes

demonstraram dar menos creacutedito agrave inclusatildeo do que os natildeo deficientes Os

sentimentos decorrentes da inclusatildeo que predominaram entre professores e os

alunos com deficiecircncia foram negativos enquanto entre os alunos natildeo

deficientes prevaleceram os positivos (TESSARO 2009)

Para Fonseca (2004) promover a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma tarefa de

uma equipe multidisciplinar que deve adotar uma estrateacutegia do tipo pensar em

grupo eacute pensar melhor pois soacute dessa forma se podem explorar todas as

opccedilotildees potenciais de inclusatildeo e natildeo soacute as mais coerentes acessiacuteveis ou

tradicionais Sem uma dinacircmica de grupo natildeo se podem discutir e implementar

planos educacionais individualizados na educaccedilatildeo inclusiva transpondo para

sala de aula regular programas inovadores desde a modificaccedilatildeo de

comportamento ao enriquecimento linguumliacutestico ou cognitivo

Ensino em equipe com vaacuterios professores que agem e pensam em

conjunto criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees inovaccedilotildees na instruccedilatildeo na avaliaccedilatildeo

aprendizagem cooperativa e interativa criaccedilatildeo de projetos de suporte muacuteltiplo

serviccedilos de encaminhamentos diagnoacutesticos dinacircmicos e prescritivos em

termos de praacutetica de intervenccedilatildeo na sala de aula regular aprofundamento eacutetico

e legal dos pressupostos morais da inclusatildeo social construccedilatildeo de instrumentos

de investigaccedilatildeo-accedilatildeo entre outros satildeo desafios que se colocam hoje mais do

lado do ensino do que da aprendizagem

Para Almeida Anjos (2007) vaacuterios professores destacam tensotildees que

sempre se preservaram em suas percepccedilotildees e atitudes sejam referentes agraves

pessoas com necessidades educacionais especiais sejam relativas a

dificuldades em relaccedilatildeo a si proacuteprios e aos seus saberes profissionais No

entanto os profissionais apontam em suas falas as possibilidades de transpor

tais dificuldades vividas no trabalho com alunos especiais na rotina de seu dia

a dia de trabalho

50

Laraia (1992 apud ALMEIDA ANJOS 2007) acredita que nenhuma

ordem social eacute baseada em verdades inatas que as mudanccedilas nas praacuteticas

pedagoacutegicas com a diversidade dos alunos passam por uma mudanccedila de

nossas concepccedilotildees e valores Que eacute preciso uma formaccedilatildeo que coloque o

profissional da educaccedilatildeo em conflito com seus conhecimentos e concepccedilotildees a

partir da relaccedilatildeo entre a teoria e a praacutetica para entatildeo podermos comeccedilar a

pensar em inclusatildeo Assim a partir dos pressupostos da ciecircncia social criacutetica

sustentada pelo interesse colaborativo procuramos programar com os

profissionais encontros de estudoreflexatildeo das tensotildees e possibilidades que

envolvem o trabalho com alunos com necessidades educacionais especiais

enfatizar ainda como o lazer e recreaccedilatildeo podem ser facilitadores do processo

de inclusatildeo escolar

Zimmermann (2008) acredita que para conseguir reformar a instituiccedilatildeo

escolar primeiramente se tem que reformar as mentes entretanto natildeo

conseguiraacute reformar mentes sem que se realize uma preacutevia reforma de

instituiccedilotildees Vive-se uma crise de paradigmas e toda a crise gera medos

inseguranccedila e incertezas mas propotildee-se que seja este o momento de ousadia

e de busca de alternativas que sustente e norteie para realizar-se as mudanccedilas

que o momento propotildee Que a escola seja um espaccedilo vivo de formaccedilatildeo para

todos e um ambiente verdadeiramente inclusivo eacute preciso que as poliacuteticas

puacuteblicas de educaccedilatildeo sejam direcionadas aacute inclusatildeo que os educadores

desacomodem-se combatendo a descrenccedila e o pessimismo mostrando que a

inclusatildeo eacute um momento oportuno para professores e a comunidade escolar

demonstrarem sua competecircncia e principalmente suas responsabilidades

educacionais

Esta mudanccedila de perspectiva educacional propotildee que os educadores

faccedilam a diferenccedila buscando conhecimento e contribuindo com uma praacutetica

ressignificada desenvolvendo uma educaccedilatildeo baseada na afetividade e na

superaccedilatildeo de limites que as crianccedilas aprendam a respeitar as diferenccedilas em

sala de aula preparando-as assim para o futuro a vida e o mercado de

trabalho pois vivendo a experiecircncia inclusiva seratildeo adultos bem diferentes de

noacutes e por certo natildeo faratildeo discriminaccedilotildees sociais

Arauacutejo (2008) relata a opiniatildeo dos professores sobre a inclusatildeo escolar

enfatizando com veemecircncia de que a inclusatildeo escolar do aluno portador de

51

necessidades educacionais especiais eacute um assunto muito interessante e

delicado e levantaram a conscientizaccedilatildeo desse aluno sobre o direito deste

frequentar o ensino regular no entanto essa inclusatildeo na visatildeo deles estaacute

acontecendo de forma errocircnea Pois os professores da rede regular de ensino

em sua quase totalidade natildeo estatildeo preparados para lidar com esta nova fase

da educaccedilatildeo brasileira

Tem que se pensar que para que a inclusatildeo se concretize natildeo basta

estar garantido na legislaccedilatildeo mas demanda modificaccedilotildees profundas e

importantes no sistema de ensino Essas mudanccedilas deveratildeo levar em conta o

contexto soacutecio econocircmico aleacutem de serem gradativas planejadas e contiacutenuas

para garantir uma educaccedilatildeo de oacutetima qualidade (BUENO 1998 apud

PEREIRA 2009)

Pereira (2009) acredita que a inclusatildeo depende de mudanccedila de valores

da sociedade e a vivencia de um novo paradigma que natildeo se faz com simples

recomendaccedilotildees teacutecnicas como se fossem receitas de bolo mas com reflexotildees

dos professores direccedilotildees pais alunos equipe multidisciplinar e a comunidade

Essa questatildeo natildeo eacute tatildeo simples assim pois devemos levar em conta as

diferenccedilas Como colocar no mesmo espaccedilo demandas tatildeo diferentes e

especiacuteficas se muitas vezes nem a escola especial consegue dar conta desse

atendimento de forma adequada Deparar-se com frequecircncia com as

resistecircncias dos professores e direccedilotildees manifestadas atraveacutes de

questionamentos e queixas ou ateacute mesmo com expectativas de que possa

apresentar soluccedilotildees maacutegicas de aplicaccedilatildeo imediata causando certa decepccedilatildeo

e frustraccedilatildeo pois ela natildeo existe

O problema se agrava quando se vecirc o professor totalmente dependente

do apoio ou assessoria de profissionais da aacuterea da sauacutede pois neste caso a

questatildeo cliacutenica eacute fundamental e se sobressai e novamente o pedagoacutegico fica

esquecido Com isso o professor se sente desvalorizado incapaz e fora do

processo por considerar esse aluno como doente concluindo que natildeo pode

fazer nada por ele pois ele precisa de tratamento especializado de

profissionais qualificados da aacuterea da sauacutede desistindo assim de assumir tal

tarefa

Desta forma parece que o professor esquece seu papel poreacutem natildeo se

considera o momento do professor sua formaccedilatildeo as condiccedilotildees da proacutepria

52

escola em receber esses alunos que entram nas escolas e continuam

excluiacutedos de todo o processo de ensino-aprendizagem e social causando

frustraccedilatildeo e fracassos dificultando assim a proposta de inclusatildeo Por um lado

os professores julgam-se incapazes de dar conta dessa demanda

despreparados e impotentes frente a essa realidade que eacute agravada dia-a-dia

pela falta de material adequado de apoio administrativo e recursos financeiros

Limaverde (2009) salienta que no Brasil estaacute acontecendo um grande

movimento proacute-inclusatildeo que tem sido fortalecido a partir da sistematizaccedilatildeo do

que se trata o atendimento educacional especializado Existem realidades

muito proacuteximas em relaccedilatildeo ao atendimento desses alunos mas ainda tem

muitas compreensotildees equivocadas sobre a inclusatildeo de alunos com deficiecircncia

Alguns municiacutepios brasileiros pensam que fazem inclusatildeo mas na verdade

eles tecircm feito integraccedilatildeo Percebe-se que alunos que frequentam escolas

comuns salas comuns de ensino natildeo participam efetivamente das aulas ou

das atividades realizadas e essas escolas alegam que esses alunos natildeo tecircm

condiccedilotildees de fazer as atividades e que por isso eles fazem outras atividades

diferenciadas Desta forma natildeo ocorre a inclusatildeo Isso eacute uma integraccedilatildeo

porque o aluno estaacute integrado na sala de aula comum mas ele natildeo participa

das atividades realizadas pelos demais colegas

Muitos municiacutepios brasileiros que estatildeo em processo de transiccedilatildeo ou

seja eles estatildeo implantando o atendimento educacional especializado de

caraacuteter complementar e ao mesmo tempo estatildeo ainda com problemas

relacionados agrave inclusatildeo desses alunos como por exemplo a manutenccedilatildeo de

classes especiais A partir da formaccedilatildeo de 2007 para caacute os municiacutepios tecircm se

reorganizado para atendimento educacional especializado mas ainda eacute uma

realidade muito diferenciada

A inclusatildeo soacute eacute possiacutevel onde houver respeito agrave diferenccedila e

consequentemente a adoccedilatildeo de praacuteticas pedagoacutegicas que permitam agraves

pessoas com deficiecircncia aprender e ser reconhecidos e valorizados os

conhecimentos que satildeo capazes de produzir segundo seu ritmo e na medida

de suas possibilidades (SILVA 2009)

53

A menos que a atual oportunidade favoraacutevel seja aproveitada para melhorar as qualificaccedilotildees profissionais de professores em educaccedilatildeo especial e consequentemente a qualidade da educaccedilatildeo especial tememos que os proacuteximos 20 anos ainda possam ser um periacuteodo de esperanccedilas frustradas (RELATORIO WARNOCK 1978 paraacutegrafo 1932)

54

CONCLUSAtildeO

Diante do levantamento bibliograacutefico conclui-se que a inclusatildeo nos

moldes em que se encontra atualmente estaacute longe de atender a um ideal

Tal processo necessita de muitas transformaccedilotildees Os oacutergatildeos a ele

ligados diretamente ou indiretamente deveratildeo rever suas propostas metas e

meacutetodos de implantaccedilatildeo

Profissionais da sauacutede tambeacutem tecircm papeacuteis importantes em todo o

processo inclusivo pois em accedilatildeo conjunta com os educadores podem fazer um

trabalho mais completo e eficaz

A inclusatildeo escolar eacute uma praacutetica que abrange natildeo apenas os

profissionais especiacuteficos das aacutereas meacutedica e educacional mas tambeacutem

envolve um fator preponderante na vida do indiviacuteduo atendido por ela a famiacutelia

Esta constitui a base da crianccedila com necessidades educacionais especiais e

assumindo a postura devida pode oferecer a esta crianccedila o subsiacutedio para seu

desenvolvimento escolar bem como uma fonte de apoio aos profissionais

envolvidos

Aleacutem de uma nobre causa de cunho educacional a inclusatildeo constitui

ainda uma mudanccedila no comportamento da sociedade como um todo que

passa a ter que zelar por interesses coletivos outrora ignorados pela maioria

Devido ao periacuteodo decorrido desde as primeiras iniciativas ligadas ao

processo inclusivo verifica-se que o tempo eacute um fator indispensaacutevel para sua

concretizaccedilatildeo Esta provavelmente dar-se-aacute a partir do momento em que todos

os envolvidos assumirem suas devidas responsabilidades e se unirem por uma

educaccedilatildeo de qualidade embasada em um planejamento organizado bem

dirigido iacutentegro e sobretudo pautado no respeito ao ser humano e agrave

diversidade

55

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Pessoas com deficiecircncia fiacutesica idosos gestantes lactantes e pessoas

com crianccedilas de colo devem ter atendimento prioritaacuterio por meio de serviccedilos

individualizados que assegurem tratamento diferenciado

1432 Direito ao trabalho

Foram diversas as conquistas em defesa das pessoas com deficiecircncia

nos uacuteltimos anos Hoje elas satildeo amparadas por lei no seu direito de acesso ao

trabalho Graccedilas a estas conquistas fazer parte do quadro de funcionaacuterios de

uma empresa jaacute natildeo eacute um obstaacuteculo mas a permanecircncia destes profissionais

no local de trabalho ainda exige cuidados Cabe aos empregadores garantir

bem estar e acessibilidade aos seus colaboradores para que eles tenham

oportunidade de exercer suas funccedilotildees de maneira adequada e mostrar todo o

seu potencial

Este sistema estaacute carregado da antiga visatildeo de assistencialismo

capacidade laborativa reduzida e falta de noccedilatildeo sobre cidadania Na sociedade

brasileira ele ainda eacute necessaacuterio para que as pessoas apostem nestes

profissionais e desta forma descubram que eles tecircm um enorme potencial

Em vaacuterios paiacuteses como EUA Canadaacute Gratilde-Bretanha Nova Zelacircndia

Dinamarca Sueacutecia Finlacircndia Austraacutelia e Portugal este princiacutepio foi extinto e a

antiga visatildeo foi superada Em naccedilotildees como o Brasil ela estaacute em vias de

superaccedilatildeo e a conscientizaccedilatildeo eacute a melhor forma de acabar com o preconceito

Durante anos a sociedade excluiu as pessoas com deficiecircncia do

conviacutevio social Esta exclusatildeo se reflete ateacute hoje em diversos setores sociais

Vaacuterias leis foram criadas visando agrave inclusatildeo dos cidadatildeos com

deficiecircncia mas algumas delas foram concebidas quando ainda se tinha pouco

conhecimento sobre este puacuteblico e suas limitaccedilotildees O sistema de cotas eacute uma

delas

a) 1980 - estabelecida como a deacutecada internacional da pessoa com

deficiecircncia

b) 1992 - estabelecida a data de 3 de dezembro como dia internacional das

pessoas portadoras de deficiecircncia da ONU

30

c) 1994 - declaraccedilatildeo de Salamanca (Espanha) tratando da educaccedilatildeo

especial

d) 1995 - a Inglaterra aprova legislaccedilatildeo semelhante para empresas com

mais de vinte empregados

e) 1999 - promulgada na Guatemala a convenccedilatildeo interamericana para a

eliminaccedilatildeo de todas as formas de discriminaccedilatildeo contra as pessoas

portadoras de deficiecircncia

f) 2002 - realizado em marccedilo o congresso europeu sobre deficiecircncia em

Madri que estabeleceu 2003 como o ano europeu das pessoas com

deficiecircncia

g) 1981 - adotado pela ONU como o ano internacional das pessoas com

deficiecircncia

h) 1983 elaboraccedilatildeo da convenccedilatildeo 159 pela OIT

i) 1990 - aprovada a ADA (Lei dos Deficientes dos Estados Unidos)

aplicaacutevel a toda empresa com mais de quinze funcionaacuterios

j) 1997 - tratado de Amsterdatilde em que a Uniatildeo Europeacuteia se compromete a

facilitar a inserccedilatildeo e a permanecircncia das pessoas com deficiecircncia nos

mercados de trabalho

1433 Direito agrave educaccedilatildeo

Para se tornar parte da sociedade eacute necessaacuterio compreende-la A base

para o sucesso de qualquer cidadatildeo estaacute na educaccedilatildeo e isto natildeo eacute diferente

para as pessoas com deficiecircncia Participar do sistema educacional eacute garantir a

inclusatildeo social e a igualdade de oportunidades

A Lei 939496 art4ordm que estabelece as diretrizes e bases da educaccedilatildeo

nacional (LDB) reconhece que a educaccedilatildeo eacute um instrumento fundamental para

a integraccedilatildeo e participaccedilatildeo de qualquer pessoa com deficiecircncia no contexto em

que vive Estaacute disposto nesta lei que haveraacute quando necessaacuterio serviccedilos de

apoio especializado na escola regular para atender agraves peculiaridades da

clientela de educaccedilatildeo especial e que o atendimento educacional seraacute feito em

classes escolas ou serviccedilos especializados sempre que em funccedilatildeo das

31

condiccedilotildees especiacuteficas dos alunos natildeo for possiacutevel a sua integraccedilatildeo nas

classes comuns de ensino regular

A legislaccedilatildeo brasileira tambeacutem prevecirc o acesso a livros em Braille de uso

exclusivo das pessoas com deficiecircncia visual

1434 Direito agrave sauacutede

A assistecircncia agrave sauacutede e agrave reabilitaccedilatildeo cliacutenica satildeo condiccedilotildees decisivas

para a inclusatildeo da pessoa com deficiecircncia na sociedade

Para promover a melhoria da qualidade de vida e com intuito de

estimular a independecircncia do indiviacuteduo com deficiecircncia nas suas atividades

diaacuterias foi criado o sistema das redes estaduais de assistecircncia agrave pessoa com

deficiecircncia

Este projeto oferece ajuda teacutecnica aleacutem de oacuterteses e proacuteteses para que

a pessoa tenha maior autonomia

Outro sistema criado para a manutenccedilatildeo da sauacutede fiacutesica e mental do

cidadatildeo com deficiecircncia eacute a Poliacutetica Nacional para a integraccedilatildeo da pessoa com

deficiecircncia implantada em 1989 Regulamentada pelo Decreto nordm 3298 prevecirc

auxiacutelio na prevenccedilatildeo de doenccedilas atendimento psicoloacutegico reabilitaccedilatildeo

fornecimento de medicamentos e assistecircncia atraveacutes de planos de sauacutede

1435 Direito a isenccedilotildees fiscais e financiamento

Pessoas com deficiecircncia empresas bancos e demais instituiccedilotildees

ligadas a este puacuteblico possuem alguns benefiacutecios previstos em lei

Para as empresas dispostas a contribuir com a inclusatildeo social de

portadores de necessidades especiais a legislaccedilatildeo brasileira prevecirc a

concessatildeo fiscal Podem ser firmados convecircnios que garantem a isenccedilatildeo de

ICMS seja para doaccedilatildeo de equipamentos adaptados seja para aquisiccedilotildees de

aparelhos e acessoacuterios destinados agraves instituiccedilotildees que atendam este segmento

da populaccedilatildeo

Automoacuteveis adquiridos em alguns estados brasileiros por pessoas com

32

deficiecircncia fiacutesica visual mental e autistas ou seus representantes legais satildeo

isentos de ICMS (Imposto sobre Circulaccedilatildeo de Mercadorias e Serviccedilos) e do

IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de acordo com a Lei 1075403

Os financiamentos de automoacuteveis de fabricaccedilatildeo nacional tambeacutem satildeo

liberados do IOF (Imposto sobre Operaccedilotildees Financeiras)

Tais benefiacutecios ainda natildeo satildeo tributados pelo Imposto de Renda e tanto

a aquisiccedilatildeo de aparelhos e materiais como a realizaccedilatildeo de outras despesas

podem ser deduzidas do imposto

1436 Direito ao passe livre

Os cidadatildeos com deficiecircncia tambeacutem possuem benefiacutecios relacionados

aos meios de transporte A Lei 889994 conhecida como Lei do Passe Livre

prevecirc que toda pessoa com deficiecircncia tem direito ao transporte coletivo

interestadual gratuito e que cabe a cada estado ou municiacutepio implantar

programas similares ao passe livre para os transportes municipais e estaduais

Aleacutem do transporte gratuito o municiacutepio deve garantir que os meios de

transporte sejam acessiacuteveis a estes cidadatildeos

15 Declaraccedilatildeo de Salamanca princiacutepios poliacutetica e praacutetica na educaccedilatildeo

especial

Notando com satisfaccedilatildeo um incremento no envolvimento de governos

grupos de advocacia comunidades e pais e em particular de organizaccedilotildees de

pessoas com deficiecircncias na busca pela melhoria do acesso agrave educaccedilatildeo para

a maioria daqueles cujas necessidades especiais ainda se encontram

desprovidas e reconhecendo como evidecircncia para tal envolvimento a

participaccedilatildeo ativa do alto niacutevel de representantes e de vaacuterios governos

agecircncias especializadas e organizaccedilotildees intergovernamentais naquela

Conferecircncia Mundial

a) Os delegados da Conferecircncia Mundial de Educaccedilatildeo Especial

33

representando 88 governos e 25 organizaccedilotildees internacionais em

assembleia em Salamanca Espanha entre 7 e 10 de junho de 1994

reafirma o compromisso para com a educaccedilatildeo para todos

reconhecendo a necessidade e urgecircncia do providenciamento de

educaccedilatildeo para as crianccedilas jovens e adultos com necessidades

educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino e re-

endossa a estrutura de accedilatildeo em educaccedilatildeo especial em que pelo

espiacuterito de cujas provisotildees e recomendaccedilotildees governo e

organizaccedilotildees sejam guiados

b) Acreditam e proclamam que toda crianccedila tem direito fundamental agrave

educaccedilatildeo e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o niacutevel

adequado de aprendizagem toda crianccedila possui caracteriacutesticas

interesses habilidades e necessidades de aprendizagem que satildeo

uacutenicas sistemas educacionais deveriam ser designados e programas

educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em

conta a vasta diversidade de tais caracteriacutesticas e necessidades

aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso

agrave escola regular que deveria acomodaacute-los dentro de uma pedagogia

centrada na crianccedila capaz de satisfazer a tais necessidades

escolas regulares que possuam tal orientaccedilatildeo inclusiva constituem

os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatoacuterias

criando-se comunidades acolhedoras construindo uma sociedade

inclusiva e alcanccedilando educaccedilatildeo para todos aleacutem disso tais escolas

proveem uma educaccedilatildeo efetiva agrave maioria das crianccedilas e aprimoram

a eficiecircncia e em uacuteltima instacircncia o custo da eficaacutecia de todo o

sistema educacional

c) Congregam todos os governos e demandam que atribuam a mais

alta prioridade poliacutetica e financeira ao aprimoramento de seus

sistemas educacionais no sentido de se tornarem aptos a incluiacuterem

todas as crianccedilas independentemente de suas diferenccedilas ou

dificuldades individuais adotem o princiacutepio de educaccedilatildeo inclusiva em

forma de lei ou de poliacutetica matriculando todas as crianccedilas em

escolas regulares a menos que existam fortes razotildees para agir de

outra forma desenvolvam projetos de demonstraccedilatildeo e encorajem

34

intercacircmbios em paiacuteses que possuam experiecircncias de escolarizaccedilatildeo

inclusiva estabeleccedilam mecanismos participatoacuterios e

descentralizados para planejamento revisatildeo e avaliaccedilatildeo de provisatildeo

educacional para crianccedilas e adultos com necessidades educacionais

especiais encorajem e facilitem a participaccedilatildeo de pais comunidades

e organizaccedilotildees de pessoas portadoras de deficiecircncias nos processos

de planejamento e tomada de decisatildeo concernentes agrave provisatildeo de

serviccedilos para necessidades educacionais especiais invistam

maiores esforccedilos em estrateacutegias de identificaccedilatildeo e intervenccedilatildeo

precoces bem como nos aspectos vocacionais da educaccedilatildeo

inclusiva garantam que no contexto de uma mudanccedila sistecircmica

programas de treinamento de professores tanto em serviccedilo como

durante a formaccedilatildeo incluam a provisatildeo de educaccedilatildeo especial dentro

das escolas inclusivas

d) Tambeacutem congregam a comunidade internacional em particular

governos com programas de cooperaccedilatildeo internacional agecircncias

financiadoras internacionais especialmente as responsaacuteveis pela

Conferecircncia Mundial em Educaccedilatildeo para Todos UNESCO UNICEF

UNDP e o Banco Mundial a endossar a perspectiva de escolarizaccedilatildeo

inclusiva e apoiar o desenvolvimento da educaccedilatildeo especial como

parte integrante de todos os programas educacionais as Naccedilotildees

Unidas e suas agecircncias especializadas em particular a ILO WHO

UNESCO e UNICEF a reforccedilar seus estiacutemulos de cooperaccedilatildeo

teacutecnica bem como reforccedilar suas cooperaccedilotildees e redes de trabalho

para um apoio mais eficaz agrave jaacute expandida e integrada provisatildeo em

educaccedilatildeo especial organizaccedilotildees natildeo-governamentais envolvidas na

programaccedilatildeo e entrega de serviccedilo nos paiacuteses a reforccedilar sua

colaboraccedilatildeo com as entidades oficiais nacionais e intensificar o

envolvimento crescente delas no planejamento implementaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de provisatildeo em educaccedilatildeo especial que seja inclusiva

UNESCO enquanto a agecircncia educacional das Naccedilotildees Unidas a

assegurar que educaccedilatildeo especial faccedila parte de toda discussatildeo que

lide com educaccedilatildeo para todos em vaacuterios foros a mobilizar o apoio de

organizaccedilotildees dos profissionais de ensino em questotildees relativas ao

35

aprimoramento do treinamento de professores no que diz respeito a

necessidade educacionais especiais a estimular a comunidade

acadecircmica no sentido de fortalecer pesquisa redes de trabalho e o

estabelecimento de centros regionais de informaccedilatildeo e documentaccedilatildeo

e da mesma forma a servir de exemplo em tais atividades e na

disseminaccedilatildeo dos resultados especiacuteficos e dos progressos

alcanccedilados em cada paiacutes no sentido de realizar o que almeja a

presente declaraccedilatildeo a mobilizar fundos atraveacutes da criaccedilatildeo (dentro

de seu proacuteximo planejamento a meacutedio prazo 1996-2000) de um

programa extensivo de escolas inclusivas e programas de apoio

comunitaacuterio que permitiriam o lanccedilamento de projetos-piloto que

demonstrassem novas formas de disseminaccedilatildeo e o desenvolvimento

de indicadores de necessidade e de provisatildeo de educaccedilatildeo especial

e) Por uacuteltimo expressam o caloroso reconhecimento ao governo da

Espanha e agrave UNESCO pela organizaccedilatildeo da Conferecircncia e

demandam-lhes realizarem todos os esforccedilos no sentido de trazer

esta declaraccedilatildeo e sua relativa estrutura de accedilatildeo da comunidade

mundial especialmente em eventos importantes tais como o Tratado

Mundial de Desenvolvimento Social (em Kopenhagen em 1995) e a

Conferecircncia Mundial sobre a Mulher (em Beijing em 1995) Adotada

por aclamaccedilatildeo na cidade de Salamanca Espanha neste deacutecimo dia

de junho de 1994

Durante os uacuteltimos 15 ou 20 anos tem se tornado claro que o conceito de necessidades educacionais especiais teve que ser ampliado para incluir todas as crianccedilas que natildeo estejam conseguindo se beneficiar com a escola seja por que motivo for (UNESCO 1994 p15)

16 Diretrizes na educaccedilatildeo especial na perspectiva da inclusatildeo

A consciecircncia do direito de construir uma identidade proacutepria e do reconhecimento da identidade do outro se traduz no direito de igualdade e no respeito agraves diferenccedilas assegurando oportunidades diferentes (equidade) tantas quanto forem necessaacuterias com vistas agrave busca da igualdade (BRASIL 2001)

36

A educaccedilatildeo especial eacute uma modalidade de ensino que perpassa todos

os niacuteveis etapas e modalidades realiza o atendimento educacional

especializado disponibiliza os serviccedilos e recursos proacuteprios desse atendimento

e orienta os alunos e seus professores quanto a sua utilizaccedilatildeo nas turmas

comuns do ensino regular

O atendimento educacional especializado identifica elabora e organiza

recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a

plena participaccedilatildeo dos alunos considerando as suas necessidades

especiacuteficas As atividades desenvolvidas no atendimento educacional

especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum natildeo

sendo substitutivas agrave escolarizaccedilatildeo Esse atendimento completa e suplementa

a formaccedilatildeo dos alunos com vistas agrave autonomia e independecircncia na escola e

fora dela

Tal modalidade de ensino disponibiliza programas de enriquecimento

curricular o ensino de linguagem e coacutedigos especiacuteficos de comunicaccedilatildeo e

sinalizaccedilatildeo ajudas teacutecnicas e tecnoloacutegicas assistidas dentre outros Ao longo

de todo processo de escolarizaccedilatildeo esse atendimento deve estar articulado

com a proposta pedagoacutegica de ensino comum

A inclusatildeo escolar tem inicio na educaccedilatildeo infantil onde se desenvolvem

as bases necessaacuterias para a construccedilatildeo do conhecimento e seu

desenvolvimento global Nessa etapa o luacutedico o acesso agraves formas

diferenciadas de comunicaccedilatildeo a riqueza de estiacutemulos nos aspectos fiacutesicos

emocionais cognitivos psicomotores e sociais e a convivecircncia com as

diferenccedilas favorecem as relaccedilotildees interpessoais o respeito e a valorizaccedilatildeo da

crianccedila Do nascimento aos trecircs anos o atendimento educacional

especializado se expressa por meio de serviccedilos que objetivam aperfeiccediloar o

processo de desenvolvimento e aprendizagem em interface com os serviccedilos de

sauacutede e assistecircncia social

Em todas as etapas e modalidades da educaccedilatildeo baacutesica o atendimento

especializado eacute organizado para apoiar o desenvolvimento dos alunos

constituindo oferta obrigatoacuteria dos sistemas de ensino e deve ser realizado no

turno inverso ao da classe comum na proacutepria escola ou centro especializado

que realize esse serviccedilo educacional Este atendimento eacute realizado mediante a

37

atuaccedilatildeo de profissionais com conhecimento especiacuteficos no ensino da Liacutengua

Brasileira de Sinais da Liacutengua Portuguesa e na modalidade escrita como

segunda liacutengua do Sistema Braille do Soroban da orientaccedilatildeo e mobilidade

das atividades de vida autocircnoma da comunicaccedilatildeo alternativa do

desenvolvimento dos processos mentais superiores dos programas de

enriquecimento curricular da adequaccedilatildeo e produccedilatildeo de materiais didaacuteticos e

pedagoacutegicos da utilizaccedilatildeo de recursos oacutepticos e natildeo oacutepticos da tecnologia

assistida e outros

Cabe aos sistemas de ensino ao organizar a educaccedilatildeo especial na

perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva disponibilizar as funccedilotildees do instrutor de

Libras e guia interprete bem como de monitor dos alunos com necessidades

de apoio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo locomoccedilatildeo entre outras que

exijam auxilio constante no cotidiano escolar

Para atuar na educaccedilatildeo especial o professor deve ter como base de

sua formaccedilatildeo inicial e continuada conhecimentos gerais para o exerciacutecio da

docecircncia e conhecimentos especiacuteficos da aacuterea Essa formaccedilatildeo possibilita a sua

atuaccedilatildeo no atendimento educacional especializado e deve aprofundar o caraacuteter

interativo e interdisciplinar da atuaccedilatildeo nas salas comuns do ensino regular nas

salas de recursos nos centros de atendimento educacional especializado nos

nuacutecleos de acessibilidade das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior nas classes

hospitalares e nos ambientes domiciliares para a oferta dos serviccedilos e

recursos de educaccedilatildeo especial

38

CAPIacuteTULO II

CAPACITACcedilAtildeO E CONCEPCcedilAtildeO DE PROFESSORES NO PROCESSO DE

INCLUSAtildeO ESCOLAR

2 CAPACITACcedilAtildeO PROFISSIONAL E A INCLUSAtildeO ESCOLAR

A formaccedilatildeo de professores que atuam diretamente na inclusatildeo escolar

sempre se constituiu numa grande problemaacutetica com relaccedilatildeo ao atendimento

do aluno com necessidades especiais Tudo eacute muito novo e desafiador E isto

infelizmente ainda eacute uma barreira para que a inclusatildeo se efetive com alicerce

suficiente para se sustentar

Nos finais do Impeacuterio o atendimento a essa clientela era vinculada agrave

sauacutede Nos anos 20 do seacuteculo passado iniciou-se uma crescente preocupaccedilatildeo

com a questatildeo propriamente pedagoacutegica porem influenciada pela abordagem

psicoloacutegica natildeo abandonando o campo da sauacutede

Para atender agraves demandas cada professor deveria estar apto a

elaborar incrementar e implementar situaccedilotildees de ensino que favorecessem a

construccedilatildeo dos conceitos mais primaacuterios aos mais complexos Eacute importante

que o professor organize seu planejamento de maneira que natildeo passem

despercebidos pelas situaccedilotildees de ensino conceitos que podem parecer

simples mas que na verdade satildeo preacute-requisitos para o que se pensa ser o

mais importante Contudo natildeo satildeo poucos os casos em que as situaccedilotildees

acabam sendo apresentadas de forma restrita sem pertinecircncia aos alunos que

participam da accedilatildeo inclusiva

O cotidiano de sala de aula requer na atualidade a efetivaccedilatildeo de accedilotildees

didaacuteticas flexiacuteveis poreacutem contextualizadas a adequaccedilatildeo de recursos sem

depreciar a capacidade e a imagem do aluno com o qual interagimos uma

reformulaccedilatildeo das dinacircmicas em sala de aula que possibilite a participaccedilatildeo

39

efetiva de todos

Muitos recursos muitas vezes satildeo pouco explorados ou ateacute mesmo

desconsiderados pelo professor com o passar dos niacuteveis propostos pelo

sistema de educaccedilatildeo No entanto quando o professor eacute o agente mediador de

um contexto educacional no qual a diversidade estaacute mais complexa devido agraves

demandas que um tipo de necessidade educativa especial pode gerar eacute

essencial que ele natildeo perca de vista a validade de determinados recursos

diante da construccedilatildeo de conceitos mais elaborados ou abstratos (FERREIRA

2004)

Valorizar a singularidade de cada ser humano eacute um compromisso eacutetico

de contribuir com as transformaccedilotildees necessaacuterias agrave construccedilatildeo de uma

sociedade mais justa (SOUZA SILVA 2005 p 239)

Um sistema escolar inclusivo precisa investir na capacitaccedilatildeo contiacutenua dos

professores e funcionaacuterios das escolas realizando o chamamento dos que

ainda natildeo se consideram envolvidos para um processo de sensibilizaccedilatildeo e

atualizaccedilatildeo constante de toda escola e comunidade Nesse aspecto a

assessoria ao professor eacute fundamental para orientaccedilatildeo e anaacutelise na busca de

soluccedilotildees para os problemas surgidos na sala de aula no aprofundamento das

questotildees teoacutericas na construccedilatildeo de intervenccedilotildees pedagoacutegicas na seleccedilatildeo de

recursos materiais e tecnoloacutegicos para a aprendizagem dos alunos no

processo de avaliaccedilatildeo na inter-relaccedilatildeo com as famiacutelias bem como na

mediaccedilatildeo entre escola e serviccedilos especializados para atendimento ao aluno

com necessidades educacionais na aacuterea da sauacutede da assistecircncia social do

trabalho entre outros (BEYER 2005)

Para Marques (2006) inclusatildeo escolar implica numa reorganizaccedilatildeo

estrutural da escola de todos os elementos da praacutetica pedagoacutegica

considerando o dado do muacuteltiplo da diversidade e natildeo mais o padratildeo

universal O atual momento histoacuterico exige uma participaccedilatildeo efetiva da escola

como instituiccedilatildeo loacutecus do conhecimento e da formaccedilatildeo de cidadatildeos capazes de

intervir nos rumos da sociedade Neste sentido faz-se necessaacuteria uma escola

criativa onde todos os seus componentes sejam co-sujeitos na produccedilatildeo de um

saber-instrumento para o conviacutevio escolar e social Cabe portanto a alunos

professores e sujeitos desse processo planejar e construir as diferentes etapas

de nossa caminhada etapas que se num primeiro momento satildeo idealizadas

40

logo transformam-se em realidade pela reflexatildeo criacutetica de nossas proacuteprias

possibilidades na construccedilatildeo dessa nova escola Assim eacute preciso

redimensionar o modo de pensar e fazer a educaccedilatildeo tarefa por natureza

complexa que envolve elementos poliacuteticos soacutecio-econocircmicos teacutecnicos e

culturais

Essa postura por sua vez implica na superaccedilatildeo da dicotomia e

fragmentaccedilatildeo das atribuiccedilotildees dos agentes educativos dos rituais dos

conteuacutedos metodoloacutegicos dos recursos pedagoacutegicos do processo de

avaliaccedilatildeo bem como das concepccedilotildees de educaccedilatildeo e de sociedade Enfatiza

tambeacutem que implica para o professor em uma seacuterie de mudanccedilas com relaccedilatildeo

a sua postura pressuposto baacutesico de sua atuaccedilatildeo a compreensatildeo das

diferentes necessidades educacionais de seus alunos sendo necessaacuteria aacute

flexibilizaccedilatildeo do professor no exerciacutecio do compromisso eacutetico para se adequar

agraves novas situaccedilotildees que surgiratildeo em decorrecircncia das diversidades presentes

em seu cotidiano atentando para a supressatildeo de uma possiacutevel postura

discriminatoacuteria

Zimmermann (2008) destaca que a instituiccedilatildeo escolar precisa redefinir

sua base de estrutura organizacional destituindo-se de burocracias

reorganizando grades curriculares proporcionando maior ecircnfase agrave formaccedilatildeo

humana dos professores e afinando a relaccedilatildeo famiacutelia

escola propondo uma

praacutetica pedagoacutegica coletiva dinacircmica e flexiacutevel para atender esta nova

realidade educacional A educaccedilatildeo inclusiva tem forccedila transformadora e

aponta para uma nova era natildeo somente educacional mas para uma sociedade

inclusiva

Segundo Mittler (2008) as escolas a volta poderiam tentar encontrar

novos modos de pedir aos pais as suas opiniotildees sobre como poderiam ser

fortalecidos os viacutenculos entre lar e a escola Os viacutenculos mais iacutentimos entre

pais e professor natildeo podem ser prescritos de cima para baixo mas sim

fundamentados nos desejos e nas prioridades daquele que estatildeo nessa aacuterea

A uacuteltima palavra vai para um grupo de pais de crianccedilas com

necessidades especiais e deficiecircncia ( RUSSEL 1997 apud MITTEL

2008p227)

a) Por favor aceite e valorize nossas crianccedilas (e noacutes mesmos como

famiacutelia) como noacutes somos valorizados

41

b) Por favor celebre a diferenccedila

c) Por favor aceite nossas crianccedilas primeiramente como crianccedilas Natildeo

coloque roacutetulos nelas a menos que vocecirc pretenda fazer algo

d) Por favor reconheccedila seu poder sobre nossas vidas Vivemos com as

consequumlecircncias de suas opiniotildees e decisotildees

e) Por favor entenda a tensatildeo sob qual muitas famiacutelias estatildeo vivendo

Os encontros cancelados a lista de espera que ningueacutem consegue

chegar ao inicio todas as discussotildees sobre recursos eacute sobre nossa

vida que vocecirc esta falando

f) Por favor natildeo use modas passageiras e tratamentos conosco a

menos que vocecirc vai estar conosco E natildeo esqueccedila que as famiacutelias

tecircm muitos membros muitas responsabilidades Agraves vezes natildeo

podemos agradar a todo mundo

g) Por favor reconheccedila que aacutes vezes noacutes eacute que temos razatildeo Por favor

acredite em noacutes e escute o que sabemos sobre o que noacutes e nossas

crianccedilas necessitamos

h) Agraves vezes estamos tristes cansados e deprimidos Por favor valorize

nos como famiacutelias preocupadas e comprometidas e tente continuar a

trabalhar conosco

Limaverde (2009) acredita que a maioria dos professores vem de

cursos onde a discussatildeo da teoria e da praacutetica ainda eacute dividida Discute-se

teoria e praacutetica de maneira isolada Ainda se estuda uma teoria idealizada

Poucos cursos de formaccedilatildeo de professores oferecem de modo obrigatoacuterio em

seus curriacuteculos as disciplinas relacionadas agrave diferenccedila agraves deficiecircncias Aleacutem

da formaccedilatildeo do nuacutecleo comum eles tambeacutem precisam se atentar para essas

especificidades Haacute uma obrigatoriedade de se ofertar nos cursos de

pedagogia a disciplina de Libras Mas isso natildeo deve ocorrer apenas na

formaccedilatildeo inicial mas tambeacutem na formaccedilatildeo continuada que eacute aquela em

serviccedilo mas que muitas vezes natildeo contemplam essas especificidades

O problema de formaccedilatildeo eacute muito grave porque repercute nessa

inseguranccedila do professor no preconceito no medo Aleacutem do entrave da

formaccedilatildeo no aspecto pedagoacutegico as escolas elaboram seu projeto poliacutetico

pedagoacutegico sem levar em conta a presenccedila do aluno com deficiecircncia As

praacuteticas a organizaccedilatildeo da sala de aula natildeo leva em conta a presenccedila desse

42

aluno Onde natildeo haacute uma interlocuccedilatildeo mais refinada entre o ensino comum e a

Educaccedilatildeo Especial com esse saber mais especiacutefico natildeo haacute inclusatildeo

A inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino Assim na formaccedilatildeo do professor teria dois espaccedilos um da sala de

aula que eacute a formaccedilatildeo comum para todos os professores contemplando

desenvolvimento aprendizagem e uma na formaccedilatildeo continuada Uma

formaccedilatildeo que atenda agraves diferenccedilas da sala de aula o atendimento agrave educaccedilatildeo

especializada aleacutem da formaccedilatildeo baacutesica cursos de extensatildeo de libras de

soroban de braile de tecnologia assistida para que esse professor possa

atender a especificidade desses alunos O aluno com deficiecircncia eacute um ser

humano que se desenvolve como qualquer outro As teorias e teacutecnicas que

foram estudadas satildeo suporte para esse trabalho Agora o que vai modificar na

sua atuaccedilatildeo eacute a maneira como ele organiza suas praacuteticas pedagoacutegicas Na

maioria das vezes eles organizam praacuteticas homogecircneas do aluno idealizado Eacute

importante um planejamento para pensar essas diferenccedilas na sala de aula Eacute

um trabalho do projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

21 Concepccedilotildees de professores sobre a inclusatildeo na educaccedilatildeo regular e

especial

Inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino (LIMAVERDE 2009)

Apenas a partir do seacuteculo XX verificou-se uma melhor aceitaccedilatildeo das

pessoas com necessidades especiais momento em que se iniciou a sua

desinstitucionalizaccedilatildeo e educaccedilatildeo escolar Ateacute este periacuteodo eram segregados

e praticamente privados de conviacutevio social Entretanto verifica-se que as

conquistas ainda foram poucas pois o preconceito a ignoracircncia e a

discriminaccedilatildeo ainda satildeo muito fortes em relaccedilatildeo ao deficiente e a deficiecircncia

Para Carmo (2000) a inclusatildeo eacute um assunto que deve ser refletido e

investigado com muita precisatildeo jaacute que a sociedade pode estar criando uma

nova modalidade a de excluiacutedos dentro da inclusatildeo podemos assim concluir

nessa reflexatildeo para que haja o processo de ensino-aprendizagem nos alunos

portadores de necessidades educacionais especiais o professor teraacute que se

43

capacitar para atender a proposta desta nova face da educaccedilatildeo brasileira ele

teraacute que tentar conciliar as teorias sobre o assunto com sua pratica e a

realidade da sala de aula Pois soacute assim a inclusatildeo do aluno portador de

necessidades educacionais especiais seraacute bem sucedida e gerando bons

resultados no futuro

Assim a inclusatildeo deste tipo de aluno requer novas posturas tanto aos

professores quanto ao sistema educacional brasileiro levando em consideraccedilatildeo

que todos noacutes estaremos ganhando Lembrando tambeacutem que este processo

de aprendizagem requer a reciprocidade das experiecircncias entre o aluno com

necessidades educacionais especiais o professor e os demais alunos Um

processo de aprendizagem onde todos participam a aquisiccedilatildeo do

conhecimento ocorreraacute com mais facilidade

Mantoan Pietro Arantes (2006) acredita que recriar um novo modelo

educativo com ensino de qualidade que diga natildeo aacute exclusatildeo social implica em

condiccedilotildees de trabalho pedagoacutegico e uma rede de saberes que se entrelaccedilam e

caminham no sentido contraacuterio do paradigma tradicional de educaccedilatildeo

segregadora Eacute uma reviravolta complexa mas possiacutevel basta que lutemos por

ela que nos aperfeiccediloemos e estejamos abertos a colaborar na busca dos

caminhos pedagoacutegicos da inclusatildeo Pois nem todas as diferenccedilas

necessariamente inferiorizam as pessoas Elas tem diferenccedilas e igualdades

mas entre elas nem tudo deve ser igual assim como nem tudo deve ser

diferente

De acordo com Santos (apud MANTOAN2003 p34 ) eacute preciso que

tenhamos o direito de sermos diferentes quando a igualdade nos

descaracteriza e o direito de sermos iguais quando a diferenccedila nos inferioriza

Assim a luta pela escola inclusiva embora seja contestada e tenha ateacute

mesmo assustado a comunidade escolar exige mudanccedila de haacutebitos e atitudes

pela sua loacutegica e eacutetica nos remete a refletir e reconhecer que trata-se de um

posicionamento social que garante a vida com igualdade pautada pelo

respeito agraves diferenccedilas Apesar das iniciativas acanhadas da comunidade

escolar e da sociedade geral eacute possiacutevel adequar a escola para um novo

tempo Precisa estar imbuiacutedos de boa vontade e compromisso enfrentar com

seguranccedila e otimismo este desafio enxergar a clareza e obviedade eacutetica da

proposta inclusiva e contribuir para o desmantelamento dessa maacutequina escolar

44

enferrujada

Para Lisita e Souza (2003) das utopias concretas da modernidade tem-

se hoje apenas a certeza da transitoriedade O sentido da revoluccedilatildeo antes

propagado daacute lugar a um leque de possibilidades as quais se abrem num

horizonte virtual em constantes mudanccedilas Que se trata de uma nova realidade

mundial natildeo se discute Indaga-se no entanto o que se tem a fazer diante de

tal realidade

Nesse sentido a ciecircncia e a tecnologia tecircm se constituiacutedo nos principais

agentes de proposiccedilatildeo e de determinaccedilatildeo dessas mudanccedilas A sensaccedilatildeo que

se tem eacute a de que amanheceremos a cada dia num novo mundo repleto de

novidades e onde o ontem estaacute cada vez e mais rapidamente distante

O cenaacuterio do mundo atual evidencia um movimento em direccedilatildeo a um

sentido de inclusatildeo social o sujeito com deficiecircncia passa a dividir a cena com

os sujeitos sem deficiecircncia coabitando os diversos espaccedilos sociais Nota-se

pois um grande dinamismo experimentado pelos sujeitos e em particular

pelos sujeitos com deficiecircncia num mundo onde conceitos e praacuteticas assumem

cada vez mais um caraacuteter efecircmero e de possibilidades muacuteltiplas

Segundo Ferreira e Glat (2004) satildeo frequentes relatos de professores

principalmente em conselhos de classe sobre a dificuldade de determinados

alunos quanto agrave efetivaccedilatildeo de algumas propostas educacionais Na maioria

das situaccedilotildees o que de fato acontece natildeo eacute uma dificuldade do aluno em

realizar ou compreender a atividade solicitada e sim uma inadequaccedilatildeo do

procedimento dos objetivos eou da avaliaccedilatildeo realizada pelo professor Nesse

sentido eacute importante o professor analisar algumas questotildees como

a) de que maneira todos os alunos poderatildeo participar da aula proposta

b) se haacute necessidade de apoio adaptaccedilotildees e como fazecirc-las para sua

plena participaccedilatildeo

c) que expectativas devem ser esperadas eou modificadas para a

efetivaccedilatildeo da atividade (como os alunos demonstram o que sabem a

quantidade e qualidade das atividades propostas)

d) quais satildeo os objetivos prioritaacuterios para a aprendizagem

Enfim eacute do conhecimento de todos que natildeo haacute formas sem

precedentes que se bastem ou que se perpetuem diante das realidades

necessidades e demandas dos alunos que compotildeem as salas de aula que hoje

45

cada professor assume Eacute importante a busca constante de praacuteticas pautadas

no contexto que o aluno vivencia inovadoras pois o trabalho eacute dinacircmico

sendo fundamental que cada profissional pense na sua disponibilidade para a

construccedilatildeo de praacuteticas efetivas que conduzam a uma educaccedilatildeo de qualidade

para todos como descrevem Ferreira e Glat 2004

Poso (2004) acredita que por um lado os professores julgam-se

incapazes de dar conta dessa demanda despreparados e impotentes frente a

essa realidade que eacute agravada pela falta de material adequado de apoio

administrativo e recursos financeiros

Mantoan (2003) enfatiza que a radicalidade da inclusatildeo vem do fato de

esta exigir uma mudanccedila de paradigma educacional onde na perspectiva

inclusiva suprime-se a sub-divisatildeo dos sistemas escolares em modalidades de

ensino especial e regular As escolas atendem as diferenccedilas sem discriminar

sem estabelecer prioridades e necessidades sem estabelecer regras

diferenciadas para cada caso no planejamento avaliaccedilatildeo e aprendizado

Assim pode-se imaginar o impacto da inclusatildeo nos sistemas de ensino ao

supor a aboliccedilatildeo completa dos serviccedilos segregados da educaccedilatildeo especial os

programas de reforccedilo escolar salas de aceleraccedilatildeo e turmas especiais

Desta forma a inclusatildeo eacute uma provocaccedilatildeo cuja intenccedilatildeo eacute melhorar a

qualidade do ensino atingindo todos os alunos de uma forma globalizada

Incluir eacute necessaacuterio primordialmente para melhorar as condiccedilotildees da escola

de modo que nela se possam formar geraccedilotildees mais preparadas para viver a

vida na sua plenitude livremente sem preconceitos sem barreiras Confirma-

se assim mais uma vez a necessidade de a educaccedilatildeo se atualizar e os

professores aperfeiccediloarem as suas praacuteticas para que as escolas se obriguem

a um esforccedilo de modernizaccedilatildeo e reestruturaccedilatildeo de suas condiccedilotildees atuais

Pretende-se que a escola seja inclusiva eacute primordial que seus planos se

redefinam para uma educaccedilatildeo voltada agrave cidadania global plena livre de

preconceitos e disposta a reconhecer e entende as diferenccedilas entre as

pessoas principalmente quanto aos seus aspectos fiacutesico mental e intelectual

Natildeo basta uma educaccedilatildeo para a cidadania eacute preciso educar para a liberdade

e nesse sentido nenhuma forma de subordinaccedilatildeo intelectual pode ser

admitida

Os desafios para a concretizaccedilatildeo dos ideais inclusivos na educaccedilatildeo

46

brasileira satildeo inuacutemeros Haacute ainda de se vencer os desafios que impotildee o

conservadorismo das instituiccedilotildees especializadas e enfrentar as pressotildees

poliacuteticas e das pessoas com deficiecircncia ainda muito habituadas a seus roacutetulos

e a benefiacutecios que acentuam a incapacidade as limitaccedilotildees o paternalismo e o

protecionismo social

Smeha Ferreira (2005) descrevem que vaacuterios professores afirmam

apresentar sentimentos de despreparo para trabalharem junto agraves crianccedilas com

necessidades especiais Que natildeo tiveram em sua formaccedilatildeo acadecircmica o

preparo adequado que os capacite a lidar com a diversidade e isso gera

intenso sofrimento pois ensinar crianccedilas com limitaccedilotildees exige conhecimento

competecircncia e habilidade para que o processo inclusivo seja efetivado

Os professores foram preparados para trabalharem com as crianccedilas que

aprendem assim quando eles se deparam com as limitaccedilotildees na

aprendizagem sentem frustraccedilatildeo anguacutestia impotecircncia e medo Portanto faz-

se necessaacuterio uma significativa reformulaccedilatildeo nos cursos de graduaccedilatildeo que

estatildeo formando professores os quais certamente teratildeo alunos com

necessidades educativas especiais em sua trajetoacuteria profissional Aliaacutes essa

reformulaccedilatildeo deve abarcar natildeo somente conhecimentos sobre educaccedilatildeo de

pessoas com deficiecircncia mas tambeacutem oportunizar autoconhecimento para

que os professores possam atuar de forma mais confiante atendendo agraves

demandas educacionais especiais com mais prazer e menos sofrimento Aleacutem

da reestruturaccedilatildeo nas aacutereas que envolvem a formaccedilatildeo de professores para

que o trabalho docente possa acontecer com menor prejuiacutezo agrave sauacutede mental

parece primordial que o investimento transcenda a capacitaccedilatildeo relacionada aos

conhecimentos teacutecnicos e permeie o campo da sauacutede mental no trabalho

O suporte aos aspectos psicoloacutegicos dos professores precisam ser

contemplados com grupos de reflexatildeo ou de apoio um espaccedilo que possa

oportunizar-lhes aos mesmos falar sobre seus sentimentos dificuldades

medos ou fantasias Seria um momento para problematizar e encontrar

ressignificaccedilatildeo no exerciacutecio docente que cada vez mais precisa ser alicerccedilado

no respeito agrave diversidade humana Eacute importante tambeacutem salientar que natildeo eacute

apenas o processo de inclusatildeo o responsaacutevel pelo sofrimento docente muitos

satildeo propensos ao stress devido agraves suas proacuteprias vivecircncias pessoais e agraves

exigecircncias da contemporaneidade

47

De acordo com Souza Silva (2009)

No tocante ao trabalho docente novas propostas se fazem necessaacuterias devido agraves transformaccedilotildees educacionais que estatildeo ocorrendo de forma acelerada exigindo assim novas aprendizagens que possam contribuir para a formaccedilatildeo de profissionais capazes de responder aos novos desafios colocados agrave nossa realidade

Para Bartalotti (2006) nos dias atuais frente ao processo de inclusatildeo

como uma possibilidade embora ainda natildeo como uma realidade haacute um grande

caminho a ser percorrido Pois se olhar em volta para cada ser humano que

nos rodeia ver-se-ia o quanto ainda se tem que caminhar para a construccedilatildeo

de uma sociedade verdadeiramente inclusiva Exclui-se apenas com o olhar

com palavras quantas vezes menospreza-se o outro por ele ter um gosto

uma crenccedila religiosa situaccedilatildeo financeira cor de pele estatura e peso corporal

diferente por nos aceitos E sem a menor preocupaccedilatildeo decidi-se que esta ou

aquela pessoa natildeo serve para estar junto de noacutes de nossos filhos frequentar

nosso clube casa ou templo religioso Jaacute sentem-se excluiacutedos e rejeitados em

diferentes situaccedilotildees sentem-se olhados como diferentes indesejaacuteveis

estranhos certamente essa natildeo eacute uma sensaccedilatildeo agradaacutevel quem jaacute passou

por ela natildeo deseja repetir a experiecircncia

Para que a inclusatildeo ocorra eacute necessaacuterio que a sociedade passe pelo

aprimoramento das relaccedilotildees sociais pela compreensatildeo de que o verdadeiro

pensamento inclusivo eacute aquele que natildeo categoriza ou rotula as pessoas por

ordem de valor valor esse atribuiacutedo muitas vezes atraveacutes de estereoacutetipos

estigmas conhecimentos instituiacutedos pensar inclusivamente eacute aprender a olhar

cada pessoa e buscar nela seu real valor construiacutedo nas relaccedilotildees cotidianas

nos seus sonhos e expectativas e nas suas accedilotildees concretas no mundo

Acredita-se tambeacutem que muitas vezes fala-se que a inclusatildeo eacute uma

utopia muitos natildeo acreditam que a sociedade seja capaz desse movimento

Inclusatildeo eacute sim possibilidade assim como eacute possibilidade a construccedilatildeo de uma

sociedade mais digna para todos com ou sem deficiecircncia

Para Tessaro (2009) existe todo um discurso proacute agrave inclusatildeo em vaacuterios

segmentos da sociedade dentre os quais no ambiente escolar A inclusatildeo eacute

algo que vem se efetivando mesmo que a duras penas buscando superar toda

uma histoacuteria de isolamento discriminaccedilatildeo e preconceito Tem provocado

48

muitos questionamentos principalmente no meio acadecircmico tais como O que

eacute inclusatildeo escolar Por que incluir Qual eacute a opiniatildeo dos alunos com

deficiecircncia e dos professores sobre inclusatildeo A escola possui infra-estrutura

adequada para participar da inclusatildeo escolar Os alunos deficientes se sentem

bem com a inclusatildeo escolar Os professores estatildeo capacitados para educaccedilatildeo

inclusiva

Dutra (2007) destaca que as principais dificuldades no processo de

inclusatildeo escolar do aluno especial eacute a ausecircncia de preparo e de uma

formaccedilatildeo mais teacutecnica que visa suprir as necessidades destes alunos

mediadas pelo professor e tambeacutem agrave falta de boas condiccedilotildees fiacutesicas nas

escolas pra receber estes alunos

Jesus (2007) enfatiza que a inclusatildeo dos portadores de necessidades

educacionais especiais na escola eacute algo essencial agrave educaccedilatildeo mas eacute preciso

ser feita de maneira correta porque nem todos podem estar na escola ou

estatildeo preparados para nela estar por natildeo terem capacidade fisioloacutegica Esse eacute

um assunto muito discutido por alguns especialistas da educaccedilatildeo especial que

buscam uma maneira eficiente de incluir todos as crianccedilas e jovens que

possuem alguma necessidade educacional especial

Nesse sentido Mantoan (2006) afirma que a condiccedilatildeo primeira para

inclusatildeo deixe de ser uma ameaccedila ao que hoje a escola defende e adota como

pratica pedagoacutegica e abandonar tudo que leva a tolerar as pessoas com

deficiecircncia na sala de aula

Natildeo pode se ter um ambiente mais propiacutecio para tal processo de

conscientizaccedilatildeo do que a escola Pois seraacute por meio dessa interaccedilatildeo entre

crianccedilas que se construiraacute uma naccedilatildeo mais justa e igualitaacuteria onde todos

juntos aprenderatildeo a conviver e a se respeitarem Respeito que eacute sonhado por

todos que se espera construir um novo amanhatilde mais digno

O assunto eacute fundamental para ser discutido por todas as pessoas

envolvidas com a educaccedilatildeo e que busquem uma naccedilatildeo com menos

desigualdade social oportunidades para todos uma educaccedilatildeo que priorize o

ser e natildeo ter e uma realidade igualitaacuteria A inclusatildeo eacute acima de tudo a

transformaccedilatildeo da pratica pedagoacutegica de todos os profissionais de educaccedilatildeo

Os registros de textos artigos e livros enfatizam que sobre a

aplicabilidade atual de inclusatildeo escolar satildeo insatisfatoacuterios e que natildeo houve

49

diferenccedilas entre os alunos e entre os professores quanto a essa dimensatildeo Os

professores e os alunos expressaram vaacuterias dificuldades envolvidas nesse

processo destacando se a falta de infra-estrutura das escolas a falta de

preparocapacitaccedilatildeo profissional discriminaccedilatildeo social e a falta de aceitaccedilatildeo da

inclusatildeo

Os professores de educaccedilatildeo especial demonstraram dar mais creacutedito agrave

educaccedilatildeo inclusiva do que os do ensino regular Os alunos deficientes

demonstraram dar menos creacutedito agrave inclusatildeo do que os natildeo deficientes Os

sentimentos decorrentes da inclusatildeo que predominaram entre professores e os

alunos com deficiecircncia foram negativos enquanto entre os alunos natildeo

deficientes prevaleceram os positivos (TESSARO 2009)

Para Fonseca (2004) promover a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma tarefa de

uma equipe multidisciplinar que deve adotar uma estrateacutegia do tipo pensar em

grupo eacute pensar melhor pois soacute dessa forma se podem explorar todas as

opccedilotildees potenciais de inclusatildeo e natildeo soacute as mais coerentes acessiacuteveis ou

tradicionais Sem uma dinacircmica de grupo natildeo se podem discutir e implementar

planos educacionais individualizados na educaccedilatildeo inclusiva transpondo para

sala de aula regular programas inovadores desde a modificaccedilatildeo de

comportamento ao enriquecimento linguumliacutestico ou cognitivo

Ensino em equipe com vaacuterios professores que agem e pensam em

conjunto criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees inovaccedilotildees na instruccedilatildeo na avaliaccedilatildeo

aprendizagem cooperativa e interativa criaccedilatildeo de projetos de suporte muacuteltiplo

serviccedilos de encaminhamentos diagnoacutesticos dinacircmicos e prescritivos em

termos de praacutetica de intervenccedilatildeo na sala de aula regular aprofundamento eacutetico

e legal dos pressupostos morais da inclusatildeo social construccedilatildeo de instrumentos

de investigaccedilatildeo-accedilatildeo entre outros satildeo desafios que se colocam hoje mais do

lado do ensino do que da aprendizagem

Para Almeida Anjos (2007) vaacuterios professores destacam tensotildees que

sempre se preservaram em suas percepccedilotildees e atitudes sejam referentes agraves

pessoas com necessidades educacionais especiais sejam relativas a

dificuldades em relaccedilatildeo a si proacuteprios e aos seus saberes profissionais No

entanto os profissionais apontam em suas falas as possibilidades de transpor

tais dificuldades vividas no trabalho com alunos especiais na rotina de seu dia

a dia de trabalho

50

Laraia (1992 apud ALMEIDA ANJOS 2007) acredita que nenhuma

ordem social eacute baseada em verdades inatas que as mudanccedilas nas praacuteticas

pedagoacutegicas com a diversidade dos alunos passam por uma mudanccedila de

nossas concepccedilotildees e valores Que eacute preciso uma formaccedilatildeo que coloque o

profissional da educaccedilatildeo em conflito com seus conhecimentos e concepccedilotildees a

partir da relaccedilatildeo entre a teoria e a praacutetica para entatildeo podermos comeccedilar a

pensar em inclusatildeo Assim a partir dos pressupostos da ciecircncia social criacutetica

sustentada pelo interesse colaborativo procuramos programar com os

profissionais encontros de estudoreflexatildeo das tensotildees e possibilidades que

envolvem o trabalho com alunos com necessidades educacionais especiais

enfatizar ainda como o lazer e recreaccedilatildeo podem ser facilitadores do processo

de inclusatildeo escolar

Zimmermann (2008) acredita que para conseguir reformar a instituiccedilatildeo

escolar primeiramente se tem que reformar as mentes entretanto natildeo

conseguiraacute reformar mentes sem que se realize uma preacutevia reforma de

instituiccedilotildees Vive-se uma crise de paradigmas e toda a crise gera medos

inseguranccedila e incertezas mas propotildee-se que seja este o momento de ousadia

e de busca de alternativas que sustente e norteie para realizar-se as mudanccedilas

que o momento propotildee Que a escola seja um espaccedilo vivo de formaccedilatildeo para

todos e um ambiente verdadeiramente inclusivo eacute preciso que as poliacuteticas

puacuteblicas de educaccedilatildeo sejam direcionadas aacute inclusatildeo que os educadores

desacomodem-se combatendo a descrenccedila e o pessimismo mostrando que a

inclusatildeo eacute um momento oportuno para professores e a comunidade escolar

demonstrarem sua competecircncia e principalmente suas responsabilidades

educacionais

Esta mudanccedila de perspectiva educacional propotildee que os educadores

faccedilam a diferenccedila buscando conhecimento e contribuindo com uma praacutetica

ressignificada desenvolvendo uma educaccedilatildeo baseada na afetividade e na

superaccedilatildeo de limites que as crianccedilas aprendam a respeitar as diferenccedilas em

sala de aula preparando-as assim para o futuro a vida e o mercado de

trabalho pois vivendo a experiecircncia inclusiva seratildeo adultos bem diferentes de

noacutes e por certo natildeo faratildeo discriminaccedilotildees sociais

Arauacutejo (2008) relata a opiniatildeo dos professores sobre a inclusatildeo escolar

enfatizando com veemecircncia de que a inclusatildeo escolar do aluno portador de

51

necessidades educacionais especiais eacute um assunto muito interessante e

delicado e levantaram a conscientizaccedilatildeo desse aluno sobre o direito deste

frequentar o ensino regular no entanto essa inclusatildeo na visatildeo deles estaacute

acontecendo de forma errocircnea Pois os professores da rede regular de ensino

em sua quase totalidade natildeo estatildeo preparados para lidar com esta nova fase

da educaccedilatildeo brasileira

Tem que se pensar que para que a inclusatildeo se concretize natildeo basta

estar garantido na legislaccedilatildeo mas demanda modificaccedilotildees profundas e

importantes no sistema de ensino Essas mudanccedilas deveratildeo levar em conta o

contexto soacutecio econocircmico aleacutem de serem gradativas planejadas e contiacutenuas

para garantir uma educaccedilatildeo de oacutetima qualidade (BUENO 1998 apud

PEREIRA 2009)

Pereira (2009) acredita que a inclusatildeo depende de mudanccedila de valores

da sociedade e a vivencia de um novo paradigma que natildeo se faz com simples

recomendaccedilotildees teacutecnicas como se fossem receitas de bolo mas com reflexotildees

dos professores direccedilotildees pais alunos equipe multidisciplinar e a comunidade

Essa questatildeo natildeo eacute tatildeo simples assim pois devemos levar em conta as

diferenccedilas Como colocar no mesmo espaccedilo demandas tatildeo diferentes e

especiacuteficas se muitas vezes nem a escola especial consegue dar conta desse

atendimento de forma adequada Deparar-se com frequecircncia com as

resistecircncias dos professores e direccedilotildees manifestadas atraveacutes de

questionamentos e queixas ou ateacute mesmo com expectativas de que possa

apresentar soluccedilotildees maacutegicas de aplicaccedilatildeo imediata causando certa decepccedilatildeo

e frustraccedilatildeo pois ela natildeo existe

O problema se agrava quando se vecirc o professor totalmente dependente

do apoio ou assessoria de profissionais da aacuterea da sauacutede pois neste caso a

questatildeo cliacutenica eacute fundamental e se sobressai e novamente o pedagoacutegico fica

esquecido Com isso o professor se sente desvalorizado incapaz e fora do

processo por considerar esse aluno como doente concluindo que natildeo pode

fazer nada por ele pois ele precisa de tratamento especializado de

profissionais qualificados da aacuterea da sauacutede desistindo assim de assumir tal

tarefa

Desta forma parece que o professor esquece seu papel poreacutem natildeo se

considera o momento do professor sua formaccedilatildeo as condiccedilotildees da proacutepria

52

escola em receber esses alunos que entram nas escolas e continuam

excluiacutedos de todo o processo de ensino-aprendizagem e social causando

frustraccedilatildeo e fracassos dificultando assim a proposta de inclusatildeo Por um lado

os professores julgam-se incapazes de dar conta dessa demanda

despreparados e impotentes frente a essa realidade que eacute agravada dia-a-dia

pela falta de material adequado de apoio administrativo e recursos financeiros

Limaverde (2009) salienta que no Brasil estaacute acontecendo um grande

movimento proacute-inclusatildeo que tem sido fortalecido a partir da sistematizaccedilatildeo do

que se trata o atendimento educacional especializado Existem realidades

muito proacuteximas em relaccedilatildeo ao atendimento desses alunos mas ainda tem

muitas compreensotildees equivocadas sobre a inclusatildeo de alunos com deficiecircncia

Alguns municiacutepios brasileiros pensam que fazem inclusatildeo mas na verdade

eles tecircm feito integraccedilatildeo Percebe-se que alunos que frequentam escolas

comuns salas comuns de ensino natildeo participam efetivamente das aulas ou

das atividades realizadas e essas escolas alegam que esses alunos natildeo tecircm

condiccedilotildees de fazer as atividades e que por isso eles fazem outras atividades

diferenciadas Desta forma natildeo ocorre a inclusatildeo Isso eacute uma integraccedilatildeo

porque o aluno estaacute integrado na sala de aula comum mas ele natildeo participa

das atividades realizadas pelos demais colegas

Muitos municiacutepios brasileiros que estatildeo em processo de transiccedilatildeo ou

seja eles estatildeo implantando o atendimento educacional especializado de

caraacuteter complementar e ao mesmo tempo estatildeo ainda com problemas

relacionados agrave inclusatildeo desses alunos como por exemplo a manutenccedilatildeo de

classes especiais A partir da formaccedilatildeo de 2007 para caacute os municiacutepios tecircm se

reorganizado para atendimento educacional especializado mas ainda eacute uma

realidade muito diferenciada

A inclusatildeo soacute eacute possiacutevel onde houver respeito agrave diferenccedila e

consequentemente a adoccedilatildeo de praacuteticas pedagoacutegicas que permitam agraves

pessoas com deficiecircncia aprender e ser reconhecidos e valorizados os

conhecimentos que satildeo capazes de produzir segundo seu ritmo e na medida

de suas possibilidades (SILVA 2009)

53

A menos que a atual oportunidade favoraacutevel seja aproveitada para melhorar as qualificaccedilotildees profissionais de professores em educaccedilatildeo especial e consequentemente a qualidade da educaccedilatildeo especial tememos que os proacuteximos 20 anos ainda possam ser um periacuteodo de esperanccedilas frustradas (RELATORIO WARNOCK 1978 paraacutegrafo 1932)

54

CONCLUSAtildeO

Diante do levantamento bibliograacutefico conclui-se que a inclusatildeo nos

moldes em que se encontra atualmente estaacute longe de atender a um ideal

Tal processo necessita de muitas transformaccedilotildees Os oacutergatildeos a ele

ligados diretamente ou indiretamente deveratildeo rever suas propostas metas e

meacutetodos de implantaccedilatildeo

Profissionais da sauacutede tambeacutem tecircm papeacuteis importantes em todo o

processo inclusivo pois em accedilatildeo conjunta com os educadores podem fazer um

trabalho mais completo e eficaz

A inclusatildeo escolar eacute uma praacutetica que abrange natildeo apenas os

profissionais especiacuteficos das aacutereas meacutedica e educacional mas tambeacutem

envolve um fator preponderante na vida do indiviacuteduo atendido por ela a famiacutelia

Esta constitui a base da crianccedila com necessidades educacionais especiais e

assumindo a postura devida pode oferecer a esta crianccedila o subsiacutedio para seu

desenvolvimento escolar bem como uma fonte de apoio aos profissionais

envolvidos

Aleacutem de uma nobre causa de cunho educacional a inclusatildeo constitui

ainda uma mudanccedila no comportamento da sociedade como um todo que

passa a ter que zelar por interesses coletivos outrora ignorados pela maioria

Devido ao periacuteodo decorrido desde as primeiras iniciativas ligadas ao

processo inclusivo verifica-se que o tempo eacute um fator indispensaacutevel para sua

concretizaccedilatildeo Esta provavelmente dar-se-aacute a partir do momento em que todos

os envolvidos assumirem suas devidas responsabilidades e se unirem por uma

educaccedilatildeo de qualidade embasada em um planejamento organizado bem

dirigido iacutentegro e sobretudo pautado no respeito ao ser humano e agrave

diversidade

55

REFEREcircNCIAS

ALMEIDA M A ANJOS A R Da aversatildeo agrave diversatildeo

formaccedilatildeo de

professores e concepccedilotildees sobre a deficiecircncia implicaccedilotildees de um projeto lazer e recreaccedilatildeo Revista eletrocircnica olharcriticocombr [sl] nordm 54 jun2009 Disponiacutevel em lt httpwwwcoopemultcombrolharcriticover_artigoasp gt Acesso em 30 maio 2009

ARAUacuteJO O N Inclusatildeo escolar do portador de necessidades educacionais especiais na rede regular de ensino de Goiacircnia um levantamento das facilidades e dificuldades do processo de interaccedilatildeo na diacuteade professoraluno na visatildeo do professor Web Artigos [sl] 23out2008 Disponiacutevel emlt http wwwwebartigoscom|textos e artigos gratuitos conteuacutedo livre para reproduccedilatildeo

gt Acesso em 30 maio2009

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30

c) 1994 - declaraccedilatildeo de Salamanca (Espanha) tratando da educaccedilatildeo

especial

d) 1995 - a Inglaterra aprova legislaccedilatildeo semelhante para empresas com

mais de vinte empregados

e) 1999 - promulgada na Guatemala a convenccedilatildeo interamericana para a

eliminaccedilatildeo de todas as formas de discriminaccedilatildeo contra as pessoas

portadoras de deficiecircncia

f) 2002 - realizado em marccedilo o congresso europeu sobre deficiecircncia em

Madri que estabeleceu 2003 como o ano europeu das pessoas com

deficiecircncia

g) 1981 - adotado pela ONU como o ano internacional das pessoas com

deficiecircncia

h) 1983 elaboraccedilatildeo da convenccedilatildeo 159 pela OIT

i) 1990 - aprovada a ADA (Lei dos Deficientes dos Estados Unidos)

aplicaacutevel a toda empresa com mais de quinze funcionaacuterios

j) 1997 - tratado de Amsterdatilde em que a Uniatildeo Europeacuteia se compromete a

facilitar a inserccedilatildeo e a permanecircncia das pessoas com deficiecircncia nos

mercados de trabalho

1433 Direito agrave educaccedilatildeo

Para se tornar parte da sociedade eacute necessaacuterio compreende-la A base

para o sucesso de qualquer cidadatildeo estaacute na educaccedilatildeo e isto natildeo eacute diferente

para as pessoas com deficiecircncia Participar do sistema educacional eacute garantir a

inclusatildeo social e a igualdade de oportunidades

A Lei 939496 art4ordm que estabelece as diretrizes e bases da educaccedilatildeo

nacional (LDB) reconhece que a educaccedilatildeo eacute um instrumento fundamental para

a integraccedilatildeo e participaccedilatildeo de qualquer pessoa com deficiecircncia no contexto em

que vive Estaacute disposto nesta lei que haveraacute quando necessaacuterio serviccedilos de

apoio especializado na escola regular para atender agraves peculiaridades da

clientela de educaccedilatildeo especial e que o atendimento educacional seraacute feito em

classes escolas ou serviccedilos especializados sempre que em funccedilatildeo das

31

condiccedilotildees especiacuteficas dos alunos natildeo for possiacutevel a sua integraccedilatildeo nas

classes comuns de ensino regular

A legislaccedilatildeo brasileira tambeacutem prevecirc o acesso a livros em Braille de uso

exclusivo das pessoas com deficiecircncia visual

1434 Direito agrave sauacutede

A assistecircncia agrave sauacutede e agrave reabilitaccedilatildeo cliacutenica satildeo condiccedilotildees decisivas

para a inclusatildeo da pessoa com deficiecircncia na sociedade

Para promover a melhoria da qualidade de vida e com intuito de

estimular a independecircncia do indiviacuteduo com deficiecircncia nas suas atividades

diaacuterias foi criado o sistema das redes estaduais de assistecircncia agrave pessoa com

deficiecircncia

Este projeto oferece ajuda teacutecnica aleacutem de oacuterteses e proacuteteses para que

a pessoa tenha maior autonomia

Outro sistema criado para a manutenccedilatildeo da sauacutede fiacutesica e mental do

cidadatildeo com deficiecircncia eacute a Poliacutetica Nacional para a integraccedilatildeo da pessoa com

deficiecircncia implantada em 1989 Regulamentada pelo Decreto nordm 3298 prevecirc

auxiacutelio na prevenccedilatildeo de doenccedilas atendimento psicoloacutegico reabilitaccedilatildeo

fornecimento de medicamentos e assistecircncia atraveacutes de planos de sauacutede

1435 Direito a isenccedilotildees fiscais e financiamento

Pessoas com deficiecircncia empresas bancos e demais instituiccedilotildees

ligadas a este puacuteblico possuem alguns benefiacutecios previstos em lei

Para as empresas dispostas a contribuir com a inclusatildeo social de

portadores de necessidades especiais a legislaccedilatildeo brasileira prevecirc a

concessatildeo fiscal Podem ser firmados convecircnios que garantem a isenccedilatildeo de

ICMS seja para doaccedilatildeo de equipamentos adaptados seja para aquisiccedilotildees de

aparelhos e acessoacuterios destinados agraves instituiccedilotildees que atendam este segmento

da populaccedilatildeo

Automoacuteveis adquiridos em alguns estados brasileiros por pessoas com

32

deficiecircncia fiacutesica visual mental e autistas ou seus representantes legais satildeo

isentos de ICMS (Imposto sobre Circulaccedilatildeo de Mercadorias e Serviccedilos) e do

IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de acordo com a Lei 1075403

Os financiamentos de automoacuteveis de fabricaccedilatildeo nacional tambeacutem satildeo

liberados do IOF (Imposto sobre Operaccedilotildees Financeiras)

Tais benefiacutecios ainda natildeo satildeo tributados pelo Imposto de Renda e tanto

a aquisiccedilatildeo de aparelhos e materiais como a realizaccedilatildeo de outras despesas

podem ser deduzidas do imposto

1436 Direito ao passe livre

Os cidadatildeos com deficiecircncia tambeacutem possuem benefiacutecios relacionados

aos meios de transporte A Lei 889994 conhecida como Lei do Passe Livre

prevecirc que toda pessoa com deficiecircncia tem direito ao transporte coletivo

interestadual gratuito e que cabe a cada estado ou municiacutepio implantar

programas similares ao passe livre para os transportes municipais e estaduais

Aleacutem do transporte gratuito o municiacutepio deve garantir que os meios de

transporte sejam acessiacuteveis a estes cidadatildeos

15 Declaraccedilatildeo de Salamanca princiacutepios poliacutetica e praacutetica na educaccedilatildeo

especial

Notando com satisfaccedilatildeo um incremento no envolvimento de governos

grupos de advocacia comunidades e pais e em particular de organizaccedilotildees de

pessoas com deficiecircncias na busca pela melhoria do acesso agrave educaccedilatildeo para

a maioria daqueles cujas necessidades especiais ainda se encontram

desprovidas e reconhecendo como evidecircncia para tal envolvimento a

participaccedilatildeo ativa do alto niacutevel de representantes e de vaacuterios governos

agecircncias especializadas e organizaccedilotildees intergovernamentais naquela

Conferecircncia Mundial

a) Os delegados da Conferecircncia Mundial de Educaccedilatildeo Especial

33

representando 88 governos e 25 organizaccedilotildees internacionais em

assembleia em Salamanca Espanha entre 7 e 10 de junho de 1994

reafirma o compromisso para com a educaccedilatildeo para todos

reconhecendo a necessidade e urgecircncia do providenciamento de

educaccedilatildeo para as crianccedilas jovens e adultos com necessidades

educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino e re-

endossa a estrutura de accedilatildeo em educaccedilatildeo especial em que pelo

espiacuterito de cujas provisotildees e recomendaccedilotildees governo e

organizaccedilotildees sejam guiados

b) Acreditam e proclamam que toda crianccedila tem direito fundamental agrave

educaccedilatildeo e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o niacutevel

adequado de aprendizagem toda crianccedila possui caracteriacutesticas

interesses habilidades e necessidades de aprendizagem que satildeo

uacutenicas sistemas educacionais deveriam ser designados e programas

educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em

conta a vasta diversidade de tais caracteriacutesticas e necessidades

aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso

agrave escola regular que deveria acomodaacute-los dentro de uma pedagogia

centrada na crianccedila capaz de satisfazer a tais necessidades

escolas regulares que possuam tal orientaccedilatildeo inclusiva constituem

os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatoacuterias

criando-se comunidades acolhedoras construindo uma sociedade

inclusiva e alcanccedilando educaccedilatildeo para todos aleacutem disso tais escolas

proveem uma educaccedilatildeo efetiva agrave maioria das crianccedilas e aprimoram

a eficiecircncia e em uacuteltima instacircncia o custo da eficaacutecia de todo o

sistema educacional

c) Congregam todos os governos e demandam que atribuam a mais

alta prioridade poliacutetica e financeira ao aprimoramento de seus

sistemas educacionais no sentido de se tornarem aptos a incluiacuterem

todas as crianccedilas independentemente de suas diferenccedilas ou

dificuldades individuais adotem o princiacutepio de educaccedilatildeo inclusiva em

forma de lei ou de poliacutetica matriculando todas as crianccedilas em

escolas regulares a menos que existam fortes razotildees para agir de

outra forma desenvolvam projetos de demonstraccedilatildeo e encorajem

34

intercacircmbios em paiacuteses que possuam experiecircncias de escolarizaccedilatildeo

inclusiva estabeleccedilam mecanismos participatoacuterios e

descentralizados para planejamento revisatildeo e avaliaccedilatildeo de provisatildeo

educacional para crianccedilas e adultos com necessidades educacionais

especiais encorajem e facilitem a participaccedilatildeo de pais comunidades

e organizaccedilotildees de pessoas portadoras de deficiecircncias nos processos

de planejamento e tomada de decisatildeo concernentes agrave provisatildeo de

serviccedilos para necessidades educacionais especiais invistam

maiores esforccedilos em estrateacutegias de identificaccedilatildeo e intervenccedilatildeo

precoces bem como nos aspectos vocacionais da educaccedilatildeo

inclusiva garantam que no contexto de uma mudanccedila sistecircmica

programas de treinamento de professores tanto em serviccedilo como

durante a formaccedilatildeo incluam a provisatildeo de educaccedilatildeo especial dentro

das escolas inclusivas

d) Tambeacutem congregam a comunidade internacional em particular

governos com programas de cooperaccedilatildeo internacional agecircncias

financiadoras internacionais especialmente as responsaacuteveis pela

Conferecircncia Mundial em Educaccedilatildeo para Todos UNESCO UNICEF

UNDP e o Banco Mundial a endossar a perspectiva de escolarizaccedilatildeo

inclusiva e apoiar o desenvolvimento da educaccedilatildeo especial como

parte integrante de todos os programas educacionais as Naccedilotildees

Unidas e suas agecircncias especializadas em particular a ILO WHO

UNESCO e UNICEF a reforccedilar seus estiacutemulos de cooperaccedilatildeo

teacutecnica bem como reforccedilar suas cooperaccedilotildees e redes de trabalho

para um apoio mais eficaz agrave jaacute expandida e integrada provisatildeo em

educaccedilatildeo especial organizaccedilotildees natildeo-governamentais envolvidas na

programaccedilatildeo e entrega de serviccedilo nos paiacuteses a reforccedilar sua

colaboraccedilatildeo com as entidades oficiais nacionais e intensificar o

envolvimento crescente delas no planejamento implementaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de provisatildeo em educaccedilatildeo especial que seja inclusiva

UNESCO enquanto a agecircncia educacional das Naccedilotildees Unidas a

assegurar que educaccedilatildeo especial faccedila parte de toda discussatildeo que

lide com educaccedilatildeo para todos em vaacuterios foros a mobilizar o apoio de

organizaccedilotildees dos profissionais de ensino em questotildees relativas ao

35

aprimoramento do treinamento de professores no que diz respeito a

necessidade educacionais especiais a estimular a comunidade

acadecircmica no sentido de fortalecer pesquisa redes de trabalho e o

estabelecimento de centros regionais de informaccedilatildeo e documentaccedilatildeo

e da mesma forma a servir de exemplo em tais atividades e na

disseminaccedilatildeo dos resultados especiacuteficos e dos progressos

alcanccedilados em cada paiacutes no sentido de realizar o que almeja a

presente declaraccedilatildeo a mobilizar fundos atraveacutes da criaccedilatildeo (dentro

de seu proacuteximo planejamento a meacutedio prazo 1996-2000) de um

programa extensivo de escolas inclusivas e programas de apoio

comunitaacuterio que permitiriam o lanccedilamento de projetos-piloto que

demonstrassem novas formas de disseminaccedilatildeo e o desenvolvimento

de indicadores de necessidade e de provisatildeo de educaccedilatildeo especial

e) Por uacuteltimo expressam o caloroso reconhecimento ao governo da

Espanha e agrave UNESCO pela organizaccedilatildeo da Conferecircncia e

demandam-lhes realizarem todos os esforccedilos no sentido de trazer

esta declaraccedilatildeo e sua relativa estrutura de accedilatildeo da comunidade

mundial especialmente em eventos importantes tais como o Tratado

Mundial de Desenvolvimento Social (em Kopenhagen em 1995) e a

Conferecircncia Mundial sobre a Mulher (em Beijing em 1995) Adotada

por aclamaccedilatildeo na cidade de Salamanca Espanha neste deacutecimo dia

de junho de 1994

Durante os uacuteltimos 15 ou 20 anos tem se tornado claro que o conceito de necessidades educacionais especiais teve que ser ampliado para incluir todas as crianccedilas que natildeo estejam conseguindo se beneficiar com a escola seja por que motivo for (UNESCO 1994 p15)

16 Diretrizes na educaccedilatildeo especial na perspectiva da inclusatildeo

A consciecircncia do direito de construir uma identidade proacutepria e do reconhecimento da identidade do outro se traduz no direito de igualdade e no respeito agraves diferenccedilas assegurando oportunidades diferentes (equidade) tantas quanto forem necessaacuterias com vistas agrave busca da igualdade (BRASIL 2001)

36

A educaccedilatildeo especial eacute uma modalidade de ensino que perpassa todos

os niacuteveis etapas e modalidades realiza o atendimento educacional

especializado disponibiliza os serviccedilos e recursos proacuteprios desse atendimento

e orienta os alunos e seus professores quanto a sua utilizaccedilatildeo nas turmas

comuns do ensino regular

O atendimento educacional especializado identifica elabora e organiza

recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a

plena participaccedilatildeo dos alunos considerando as suas necessidades

especiacuteficas As atividades desenvolvidas no atendimento educacional

especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum natildeo

sendo substitutivas agrave escolarizaccedilatildeo Esse atendimento completa e suplementa

a formaccedilatildeo dos alunos com vistas agrave autonomia e independecircncia na escola e

fora dela

Tal modalidade de ensino disponibiliza programas de enriquecimento

curricular o ensino de linguagem e coacutedigos especiacuteficos de comunicaccedilatildeo e

sinalizaccedilatildeo ajudas teacutecnicas e tecnoloacutegicas assistidas dentre outros Ao longo

de todo processo de escolarizaccedilatildeo esse atendimento deve estar articulado

com a proposta pedagoacutegica de ensino comum

A inclusatildeo escolar tem inicio na educaccedilatildeo infantil onde se desenvolvem

as bases necessaacuterias para a construccedilatildeo do conhecimento e seu

desenvolvimento global Nessa etapa o luacutedico o acesso agraves formas

diferenciadas de comunicaccedilatildeo a riqueza de estiacutemulos nos aspectos fiacutesicos

emocionais cognitivos psicomotores e sociais e a convivecircncia com as

diferenccedilas favorecem as relaccedilotildees interpessoais o respeito e a valorizaccedilatildeo da

crianccedila Do nascimento aos trecircs anos o atendimento educacional

especializado se expressa por meio de serviccedilos que objetivam aperfeiccediloar o

processo de desenvolvimento e aprendizagem em interface com os serviccedilos de

sauacutede e assistecircncia social

Em todas as etapas e modalidades da educaccedilatildeo baacutesica o atendimento

especializado eacute organizado para apoiar o desenvolvimento dos alunos

constituindo oferta obrigatoacuteria dos sistemas de ensino e deve ser realizado no

turno inverso ao da classe comum na proacutepria escola ou centro especializado

que realize esse serviccedilo educacional Este atendimento eacute realizado mediante a

37

atuaccedilatildeo de profissionais com conhecimento especiacuteficos no ensino da Liacutengua

Brasileira de Sinais da Liacutengua Portuguesa e na modalidade escrita como

segunda liacutengua do Sistema Braille do Soroban da orientaccedilatildeo e mobilidade

das atividades de vida autocircnoma da comunicaccedilatildeo alternativa do

desenvolvimento dos processos mentais superiores dos programas de

enriquecimento curricular da adequaccedilatildeo e produccedilatildeo de materiais didaacuteticos e

pedagoacutegicos da utilizaccedilatildeo de recursos oacutepticos e natildeo oacutepticos da tecnologia

assistida e outros

Cabe aos sistemas de ensino ao organizar a educaccedilatildeo especial na

perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva disponibilizar as funccedilotildees do instrutor de

Libras e guia interprete bem como de monitor dos alunos com necessidades

de apoio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo locomoccedilatildeo entre outras que

exijam auxilio constante no cotidiano escolar

Para atuar na educaccedilatildeo especial o professor deve ter como base de

sua formaccedilatildeo inicial e continuada conhecimentos gerais para o exerciacutecio da

docecircncia e conhecimentos especiacuteficos da aacuterea Essa formaccedilatildeo possibilita a sua

atuaccedilatildeo no atendimento educacional especializado e deve aprofundar o caraacuteter

interativo e interdisciplinar da atuaccedilatildeo nas salas comuns do ensino regular nas

salas de recursos nos centros de atendimento educacional especializado nos

nuacutecleos de acessibilidade das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior nas classes

hospitalares e nos ambientes domiciliares para a oferta dos serviccedilos e

recursos de educaccedilatildeo especial

38

CAPIacuteTULO II

CAPACITACcedilAtildeO E CONCEPCcedilAtildeO DE PROFESSORES NO PROCESSO DE

INCLUSAtildeO ESCOLAR

2 CAPACITACcedilAtildeO PROFISSIONAL E A INCLUSAtildeO ESCOLAR

A formaccedilatildeo de professores que atuam diretamente na inclusatildeo escolar

sempre se constituiu numa grande problemaacutetica com relaccedilatildeo ao atendimento

do aluno com necessidades especiais Tudo eacute muito novo e desafiador E isto

infelizmente ainda eacute uma barreira para que a inclusatildeo se efetive com alicerce

suficiente para se sustentar

Nos finais do Impeacuterio o atendimento a essa clientela era vinculada agrave

sauacutede Nos anos 20 do seacuteculo passado iniciou-se uma crescente preocupaccedilatildeo

com a questatildeo propriamente pedagoacutegica porem influenciada pela abordagem

psicoloacutegica natildeo abandonando o campo da sauacutede

Para atender agraves demandas cada professor deveria estar apto a

elaborar incrementar e implementar situaccedilotildees de ensino que favorecessem a

construccedilatildeo dos conceitos mais primaacuterios aos mais complexos Eacute importante

que o professor organize seu planejamento de maneira que natildeo passem

despercebidos pelas situaccedilotildees de ensino conceitos que podem parecer

simples mas que na verdade satildeo preacute-requisitos para o que se pensa ser o

mais importante Contudo natildeo satildeo poucos os casos em que as situaccedilotildees

acabam sendo apresentadas de forma restrita sem pertinecircncia aos alunos que

participam da accedilatildeo inclusiva

O cotidiano de sala de aula requer na atualidade a efetivaccedilatildeo de accedilotildees

didaacuteticas flexiacuteveis poreacutem contextualizadas a adequaccedilatildeo de recursos sem

depreciar a capacidade e a imagem do aluno com o qual interagimos uma

reformulaccedilatildeo das dinacircmicas em sala de aula que possibilite a participaccedilatildeo

39

efetiva de todos

Muitos recursos muitas vezes satildeo pouco explorados ou ateacute mesmo

desconsiderados pelo professor com o passar dos niacuteveis propostos pelo

sistema de educaccedilatildeo No entanto quando o professor eacute o agente mediador de

um contexto educacional no qual a diversidade estaacute mais complexa devido agraves

demandas que um tipo de necessidade educativa especial pode gerar eacute

essencial que ele natildeo perca de vista a validade de determinados recursos

diante da construccedilatildeo de conceitos mais elaborados ou abstratos (FERREIRA

2004)

Valorizar a singularidade de cada ser humano eacute um compromisso eacutetico

de contribuir com as transformaccedilotildees necessaacuterias agrave construccedilatildeo de uma

sociedade mais justa (SOUZA SILVA 2005 p 239)

Um sistema escolar inclusivo precisa investir na capacitaccedilatildeo contiacutenua dos

professores e funcionaacuterios das escolas realizando o chamamento dos que

ainda natildeo se consideram envolvidos para um processo de sensibilizaccedilatildeo e

atualizaccedilatildeo constante de toda escola e comunidade Nesse aspecto a

assessoria ao professor eacute fundamental para orientaccedilatildeo e anaacutelise na busca de

soluccedilotildees para os problemas surgidos na sala de aula no aprofundamento das

questotildees teoacutericas na construccedilatildeo de intervenccedilotildees pedagoacutegicas na seleccedilatildeo de

recursos materiais e tecnoloacutegicos para a aprendizagem dos alunos no

processo de avaliaccedilatildeo na inter-relaccedilatildeo com as famiacutelias bem como na

mediaccedilatildeo entre escola e serviccedilos especializados para atendimento ao aluno

com necessidades educacionais na aacuterea da sauacutede da assistecircncia social do

trabalho entre outros (BEYER 2005)

Para Marques (2006) inclusatildeo escolar implica numa reorganizaccedilatildeo

estrutural da escola de todos os elementos da praacutetica pedagoacutegica

considerando o dado do muacuteltiplo da diversidade e natildeo mais o padratildeo

universal O atual momento histoacuterico exige uma participaccedilatildeo efetiva da escola

como instituiccedilatildeo loacutecus do conhecimento e da formaccedilatildeo de cidadatildeos capazes de

intervir nos rumos da sociedade Neste sentido faz-se necessaacuteria uma escola

criativa onde todos os seus componentes sejam co-sujeitos na produccedilatildeo de um

saber-instrumento para o conviacutevio escolar e social Cabe portanto a alunos

professores e sujeitos desse processo planejar e construir as diferentes etapas

de nossa caminhada etapas que se num primeiro momento satildeo idealizadas

40

logo transformam-se em realidade pela reflexatildeo criacutetica de nossas proacuteprias

possibilidades na construccedilatildeo dessa nova escola Assim eacute preciso

redimensionar o modo de pensar e fazer a educaccedilatildeo tarefa por natureza

complexa que envolve elementos poliacuteticos soacutecio-econocircmicos teacutecnicos e

culturais

Essa postura por sua vez implica na superaccedilatildeo da dicotomia e

fragmentaccedilatildeo das atribuiccedilotildees dos agentes educativos dos rituais dos

conteuacutedos metodoloacutegicos dos recursos pedagoacutegicos do processo de

avaliaccedilatildeo bem como das concepccedilotildees de educaccedilatildeo e de sociedade Enfatiza

tambeacutem que implica para o professor em uma seacuterie de mudanccedilas com relaccedilatildeo

a sua postura pressuposto baacutesico de sua atuaccedilatildeo a compreensatildeo das

diferentes necessidades educacionais de seus alunos sendo necessaacuteria aacute

flexibilizaccedilatildeo do professor no exerciacutecio do compromisso eacutetico para se adequar

agraves novas situaccedilotildees que surgiratildeo em decorrecircncia das diversidades presentes

em seu cotidiano atentando para a supressatildeo de uma possiacutevel postura

discriminatoacuteria

Zimmermann (2008) destaca que a instituiccedilatildeo escolar precisa redefinir

sua base de estrutura organizacional destituindo-se de burocracias

reorganizando grades curriculares proporcionando maior ecircnfase agrave formaccedilatildeo

humana dos professores e afinando a relaccedilatildeo famiacutelia

escola propondo uma

praacutetica pedagoacutegica coletiva dinacircmica e flexiacutevel para atender esta nova

realidade educacional A educaccedilatildeo inclusiva tem forccedila transformadora e

aponta para uma nova era natildeo somente educacional mas para uma sociedade

inclusiva

Segundo Mittler (2008) as escolas a volta poderiam tentar encontrar

novos modos de pedir aos pais as suas opiniotildees sobre como poderiam ser

fortalecidos os viacutenculos entre lar e a escola Os viacutenculos mais iacutentimos entre

pais e professor natildeo podem ser prescritos de cima para baixo mas sim

fundamentados nos desejos e nas prioridades daquele que estatildeo nessa aacuterea

A uacuteltima palavra vai para um grupo de pais de crianccedilas com

necessidades especiais e deficiecircncia ( RUSSEL 1997 apud MITTEL

2008p227)

a) Por favor aceite e valorize nossas crianccedilas (e noacutes mesmos como

famiacutelia) como noacutes somos valorizados

41

b) Por favor celebre a diferenccedila

c) Por favor aceite nossas crianccedilas primeiramente como crianccedilas Natildeo

coloque roacutetulos nelas a menos que vocecirc pretenda fazer algo

d) Por favor reconheccedila seu poder sobre nossas vidas Vivemos com as

consequumlecircncias de suas opiniotildees e decisotildees

e) Por favor entenda a tensatildeo sob qual muitas famiacutelias estatildeo vivendo

Os encontros cancelados a lista de espera que ningueacutem consegue

chegar ao inicio todas as discussotildees sobre recursos eacute sobre nossa

vida que vocecirc esta falando

f) Por favor natildeo use modas passageiras e tratamentos conosco a

menos que vocecirc vai estar conosco E natildeo esqueccedila que as famiacutelias

tecircm muitos membros muitas responsabilidades Agraves vezes natildeo

podemos agradar a todo mundo

g) Por favor reconheccedila que aacutes vezes noacutes eacute que temos razatildeo Por favor

acredite em noacutes e escute o que sabemos sobre o que noacutes e nossas

crianccedilas necessitamos

h) Agraves vezes estamos tristes cansados e deprimidos Por favor valorize

nos como famiacutelias preocupadas e comprometidas e tente continuar a

trabalhar conosco

Limaverde (2009) acredita que a maioria dos professores vem de

cursos onde a discussatildeo da teoria e da praacutetica ainda eacute dividida Discute-se

teoria e praacutetica de maneira isolada Ainda se estuda uma teoria idealizada

Poucos cursos de formaccedilatildeo de professores oferecem de modo obrigatoacuterio em

seus curriacuteculos as disciplinas relacionadas agrave diferenccedila agraves deficiecircncias Aleacutem

da formaccedilatildeo do nuacutecleo comum eles tambeacutem precisam se atentar para essas

especificidades Haacute uma obrigatoriedade de se ofertar nos cursos de

pedagogia a disciplina de Libras Mas isso natildeo deve ocorrer apenas na

formaccedilatildeo inicial mas tambeacutem na formaccedilatildeo continuada que eacute aquela em

serviccedilo mas que muitas vezes natildeo contemplam essas especificidades

O problema de formaccedilatildeo eacute muito grave porque repercute nessa

inseguranccedila do professor no preconceito no medo Aleacutem do entrave da

formaccedilatildeo no aspecto pedagoacutegico as escolas elaboram seu projeto poliacutetico

pedagoacutegico sem levar em conta a presenccedila do aluno com deficiecircncia As

praacuteticas a organizaccedilatildeo da sala de aula natildeo leva em conta a presenccedila desse

42

aluno Onde natildeo haacute uma interlocuccedilatildeo mais refinada entre o ensino comum e a

Educaccedilatildeo Especial com esse saber mais especiacutefico natildeo haacute inclusatildeo

A inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino Assim na formaccedilatildeo do professor teria dois espaccedilos um da sala de

aula que eacute a formaccedilatildeo comum para todos os professores contemplando

desenvolvimento aprendizagem e uma na formaccedilatildeo continuada Uma

formaccedilatildeo que atenda agraves diferenccedilas da sala de aula o atendimento agrave educaccedilatildeo

especializada aleacutem da formaccedilatildeo baacutesica cursos de extensatildeo de libras de

soroban de braile de tecnologia assistida para que esse professor possa

atender a especificidade desses alunos O aluno com deficiecircncia eacute um ser

humano que se desenvolve como qualquer outro As teorias e teacutecnicas que

foram estudadas satildeo suporte para esse trabalho Agora o que vai modificar na

sua atuaccedilatildeo eacute a maneira como ele organiza suas praacuteticas pedagoacutegicas Na

maioria das vezes eles organizam praacuteticas homogecircneas do aluno idealizado Eacute

importante um planejamento para pensar essas diferenccedilas na sala de aula Eacute

um trabalho do projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

21 Concepccedilotildees de professores sobre a inclusatildeo na educaccedilatildeo regular e

especial

Inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino (LIMAVERDE 2009)

Apenas a partir do seacuteculo XX verificou-se uma melhor aceitaccedilatildeo das

pessoas com necessidades especiais momento em que se iniciou a sua

desinstitucionalizaccedilatildeo e educaccedilatildeo escolar Ateacute este periacuteodo eram segregados

e praticamente privados de conviacutevio social Entretanto verifica-se que as

conquistas ainda foram poucas pois o preconceito a ignoracircncia e a

discriminaccedilatildeo ainda satildeo muito fortes em relaccedilatildeo ao deficiente e a deficiecircncia

Para Carmo (2000) a inclusatildeo eacute um assunto que deve ser refletido e

investigado com muita precisatildeo jaacute que a sociedade pode estar criando uma

nova modalidade a de excluiacutedos dentro da inclusatildeo podemos assim concluir

nessa reflexatildeo para que haja o processo de ensino-aprendizagem nos alunos

portadores de necessidades educacionais especiais o professor teraacute que se

43

capacitar para atender a proposta desta nova face da educaccedilatildeo brasileira ele

teraacute que tentar conciliar as teorias sobre o assunto com sua pratica e a

realidade da sala de aula Pois soacute assim a inclusatildeo do aluno portador de

necessidades educacionais especiais seraacute bem sucedida e gerando bons

resultados no futuro

Assim a inclusatildeo deste tipo de aluno requer novas posturas tanto aos

professores quanto ao sistema educacional brasileiro levando em consideraccedilatildeo

que todos noacutes estaremos ganhando Lembrando tambeacutem que este processo

de aprendizagem requer a reciprocidade das experiecircncias entre o aluno com

necessidades educacionais especiais o professor e os demais alunos Um

processo de aprendizagem onde todos participam a aquisiccedilatildeo do

conhecimento ocorreraacute com mais facilidade

Mantoan Pietro Arantes (2006) acredita que recriar um novo modelo

educativo com ensino de qualidade que diga natildeo aacute exclusatildeo social implica em

condiccedilotildees de trabalho pedagoacutegico e uma rede de saberes que se entrelaccedilam e

caminham no sentido contraacuterio do paradigma tradicional de educaccedilatildeo

segregadora Eacute uma reviravolta complexa mas possiacutevel basta que lutemos por

ela que nos aperfeiccediloemos e estejamos abertos a colaborar na busca dos

caminhos pedagoacutegicos da inclusatildeo Pois nem todas as diferenccedilas

necessariamente inferiorizam as pessoas Elas tem diferenccedilas e igualdades

mas entre elas nem tudo deve ser igual assim como nem tudo deve ser

diferente

De acordo com Santos (apud MANTOAN2003 p34 ) eacute preciso que

tenhamos o direito de sermos diferentes quando a igualdade nos

descaracteriza e o direito de sermos iguais quando a diferenccedila nos inferioriza

Assim a luta pela escola inclusiva embora seja contestada e tenha ateacute

mesmo assustado a comunidade escolar exige mudanccedila de haacutebitos e atitudes

pela sua loacutegica e eacutetica nos remete a refletir e reconhecer que trata-se de um

posicionamento social que garante a vida com igualdade pautada pelo

respeito agraves diferenccedilas Apesar das iniciativas acanhadas da comunidade

escolar e da sociedade geral eacute possiacutevel adequar a escola para um novo

tempo Precisa estar imbuiacutedos de boa vontade e compromisso enfrentar com

seguranccedila e otimismo este desafio enxergar a clareza e obviedade eacutetica da

proposta inclusiva e contribuir para o desmantelamento dessa maacutequina escolar

44

enferrujada

Para Lisita e Souza (2003) das utopias concretas da modernidade tem-

se hoje apenas a certeza da transitoriedade O sentido da revoluccedilatildeo antes

propagado daacute lugar a um leque de possibilidades as quais se abrem num

horizonte virtual em constantes mudanccedilas Que se trata de uma nova realidade

mundial natildeo se discute Indaga-se no entanto o que se tem a fazer diante de

tal realidade

Nesse sentido a ciecircncia e a tecnologia tecircm se constituiacutedo nos principais

agentes de proposiccedilatildeo e de determinaccedilatildeo dessas mudanccedilas A sensaccedilatildeo que

se tem eacute a de que amanheceremos a cada dia num novo mundo repleto de

novidades e onde o ontem estaacute cada vez e mais rapidamente distante

O cenaacuterio do mundo atual evidencia um movimento em direccedilatildeo a um

sentido de inclusatildeo social o sujeito com deficiecircncia passa a dividir a cena com

os sujeitos sem deficiecircncia coabitando os diversos espaccedilos sociais Nota-se

pois um grande dinamismo experimentado pelos sujeitos e em particular

pelos sujeitos com deficiecircncia num mundo onde conceitos e praacuteticas assumem

cada vez mais um caraacuteter efecircmero e de possibilidades muacuteltiplas

Segundo Ferreira e Glat (2004) satildeo frequentes relatos de professores

principalmente em conselhos de classe sobre a dificuldade de determinados

alunos quanto agrave efetivaccedilatildeo de algumas propostas educacionais Na maioria

das situaccedilotildees o que de fato acontece natildeo eacute uma dificuldade do aluno em

realizar ou compreender a atividade solicitada e sim uma inadequaccedilatildeo do

procedimento dos objetivos eou da avaliaccedilatildeo realizada pelo professor Nesse

sentido eacute importante o professor analisar algumas questotildees como

a) de que maneira todos os alunos poderatildeo participar da aula proposta

b) se haacute necessidade de apoio adaptaccedilotildees e como fazecirc-las para sua

plena participaccedilatildeo

c) que expectativas devem ser esperadas eou modificadas para a

efetivaccedilatildeo da atividade (como os alunos demonstram o que sabem a

quantidade e qualidade das atividades propostas)

d) quais satildeo os objetivos prioritaacuterios para a aprendizagem

Enfim eacute do conhecimento de todos que natildeo haacute formas sem

precedentes que se bastem ou que se perpetuem diante das realidades

necessidades e demandas dos alunos que compotildeem as salas de aula que hoje

45

cada professor assume Eacute importante a busca constante de praacuteticas pautadas

no contexto que o aluno vivencia inovadoras pois o trabalho eacute dinacircmico

sendo fundamental que cada profissional pense na sua disponibilidade para a

construccedilatildeo de praacuteticas efetivas que conduzam a uma educaccedilatildeo de qualidade

para todos como descrevem Ferreira e Glat 2004

Poso (2004) acredita que por um lado os professores julgam-se

incapazes de dar conta dessa demanda despreparados e impotentes frente a

essa realidade que eacute agravada pela falta de material adequado de apoio

administrativo e recursos financeiros

Mantoan (2003) enfatiza que a radicalidade da inclusatildeo vem do fato de

esta exigir uma mudanccedila de paradigma educacional onde na perspectiva

inclusiva suprime-se a sub-divisatildeo dos sistemas escolares em modalidades de

ensino especial e regular As escolas atendem as diferenccedilas sem discriminar

sem estabelecer prioridades e necessidades sem estabelecer regras

diferenciadas para cada caso no planejamento avaliaccedilatildeo e aprendizado

Assim pode-se imaginar o impacto da inclusatildeo nos sistemas de ensino ao

supor a aboliccedilatildeo completa dos serviccedilos segregados da educaccedilatildeo especial os

programas de reforccedilo escolar salas de aceleraccedilatildeo e turmas especiais

Desta forma a inclusatildeo eacute uma provocaccedilatildeo cuja intenccedilatildeo eacute melhorar a

qualidade do ensino atingindo todos os alunos de uma forma globalizada

Incluir eacute necessaacuterio primordialmente para melhorar as condiccedilotildees da escola

de modo que nela se possam formar geraccedilotildees mais preparadas para viver a

vida na sua plenitude livremente sem preconceitos sem barreiras Confirma-

se assim mais uma vez a necessidade de a educaccedilatildeo se atualizar e os

professores aperfeiccediloarem as suas praacuteticas para que as escolas se obriguem

a um esforccedilo de modernizaccedilatildeo e reestruturaccedilatildeo de suas condiccedilotildees atuais

Pretende-se que a escola seja inclusiva eacute primordial que seus planos se

redefinam para uma educaccedilatildeo voltada agrave cidadania global plena livre de

preconceitos e disposta a reconhecer e entende as diferenccedilas entre as

pessoas principalmente quanto aos seus aspectos fiacutesico mental e intelectual

Natildeo basta uma educaccedilatildeo para a cidadania eacute preciso educar para a liberdade

e nesse sentido nenhuma forma de subordinaccedilatildeo intelectual pode ser

admitida

Os desafios para a concretizaccedilatildeo dos ideais inclusivos na educaccedilatildeo

46

brasileira satildeo inuacutemeros Haacute ainda de se vencer os desafios que impotildee o

conservadorismo das instituiccedilotildees especializadas e enfrentar as pressotildees

poliacuteticas e das pessoas com deficiecircncia ainda muito habituadas a seus roacutetulos

e a benefiacutecios que acentuam a incapacidade as limitaccedilotildees o paternalismo e o

protecionismo social

Smeha Ferreira (2005) descrevem que vaacuterios professores afirmam

apresentar sentimentos de despreparo para trabalharem junto agraves crianccedilas com

necessidades especiais Que natildeo tiveram em sua formaccedilatildeo acadecircmica o

preparo adequado que os capacite a lidar com a diversidade e isso gera

intenso sofrimento pois ensinar crianccedilas com limitaccedilotildees exige conhecimento

competecircncia e habilidade para que o processo inclusivo seja efetivado

Os professores foram preparados para trabalharem com as crianccedilas que

aprendem assim quando eles se deparam com as limitaccedilotildees na

aprendizagem sentem frustraccedilatildeo anguacutestia impotecircncia e medo Portanto faz-

se necessaacuterio uma significativa reformulaccedilatildeo nos cursos de graduaccedilatildeo que

estatildeo formando professores os quais certamente teratildeo alunos com

necessidades educativas especiais em sua trajetoacuteria profissional Aliaacutes essa

reformulaccedilatildeo deve abarcar natildeo somente conhecimentos sobre educaccedilatildeo de

pessoas com deficiecircncia mas tambeacutem oportunizar autoconhecimento para

que os professores possam atuar de forma mais confiante atendendo agraves

demandas educacionais especiais com mais prazer e menos sofrimento Aleacutem

da reestruturaccedilatildeo nas aacutereas que envolvem a formaccedilatildeo de professores para

que o trabalho docente possa acontecer com menor prejuiacutezo agrave sauacutede mental

parece primordial que o investimento transcenda a capacitaccedilatildeo relacionada aos

conhecimentos teacutecnicos e permeie o campo da sauacutede mental no trabalho

O suporte aos aspectos psicoloacutegicos dos professores precisam ser

contemplados com grupos de reflexatildeo ou de apoio um espaccedilo que possa

oportunizar-lhes aos mesmos falar sobre seus sentimentos dificuldades

medos ou fantasias Seria um momento para problematizar e encontrar

ressignificaccedilatildeo no exerciacutecio docente que cada vez mais precisa ser alicerccedilado

no respeito agrave diversidade humana Eacute importante tambeacutem salientar que natildeo eacute

apenas o processo de inclusatildeo o responsaacutevel pelo sofrimento docente muitos

satildeo propensos ao stress devido agraves suas proacuteprias vivecircncias pessoais e agraves

exigecircncias da contemporaneidade

47

De acordo com Souza Silva (2009)

No tocante ao trabalho docente novas propostas se fazem necessaacuterias devido agraves transformaccedilotildees educacionais que estatildeo ocorrendo de forma acelerada exigindo assim novas aprendizagens que possam contribuir para a formaccedilatildeo de profissionais capazes de responder aos novos desafios colocados agrave nossa realidade

Para Bartalotti (2006) nos dias atuais frente ao processo de inclusatildeo

como uma possibilidade embora ainda natildeo como uma realidade haacute um grande

caminho a ser percorrido Pois se olhar em volta para cada ser humano que

nos rodeia ver-se-ia o quanto ainda se tem que caminhar para a construccedilatildeo

de uma sociedade verdadeiramente inclusiva Exclui-se apenas com o olhar

com palavras quantas vezes menospreza-se o outro por ele ter um gosto

uma crenccedila religiosa situaccedilatildeo financeira cor de pele estatura e peso corporal

diferente por nos aceitos E sem a menor preocupaccedilatildeo decidi-se que esta ou

aquela pessoa natildeo serve para estar junto de noacutes de nossos filhos frequentar

nosso clube casa ou templo religioso Jaacute sentem-se excluiacutedos e rejeitados em

diferentes situaccedilotildees sentem-se olhados como diferentes indesejaacuteveis

estranhos certamente essa natildeo eacute uma sensaccedilatildeo agradaacutevel quem jaacute passou

por ela natildeo deseja repetir a experiecircncia

Para que a inclusatildeo ocorra eacute necessaacuterio que a sociedade passe pelo

aprimoramento das relaccedilotildees sociais pela compreensatildeo de que o verdadeiro

pensamento inclusivo eacute aquele que natildeo categoriza ou rotula as pessoas por

ordem de valor valor esse atribuiacutedo muitas vezes atraveacutes de estereoacutetipos

estigmas conhecimentos instituiacutedos pensar inclusivamente eacute aprender a olhar

cada pessoa e buscar nela seu real valor construiacutedo nas relaccedilotildees cotidianas

nos seus sonhos e expectativas e nas suas accedilotildees concretas no mundo

Acredita-se tambeacutem que muitas vezes fala-se que a inclusatildeo eacute uma

utopia muitos natildeo acreditam que a sociedade seja capaz desse movimento

Inclusatildeo eacute sim possibilidade assim como eacute possibilidade a construccedilatildeo de uma

sociedade mais digna para todos com ou sem deficiecircncia

Para Tessaro (2009) existe todo um discurso proacute agrave inclusatildeo em vaacuterios

segmentos da sociedade dentre os quais no ambiente escolar A inclusatildeo eacute

algo que vem se efetivando mesmo que a duras penas buscando superar toda

uma histoacuteria de isolamento discriminaccedilatildeo e preconceito Tem provocado

48

muitos questionamentos principalmente no meio acadecircmico tais como O que

eacute inclusatildeo escolar Por que incluir Qual eacute a opiniatildeo dos alunos com

deficiecircncia e dos professores sobre inclusatildeo A escola possui infra-estrutura

adequada para participar da inclusatildeo escolar Os alunos deficientes se sentem

bem com a inclusatildeo escolar Os professores estatildeo capacitados para educaccedilatildeo

inclusiva

Dutra (2007) destaca que as principais dificuldades no processo de

inclusatildeo escolar do aluno especial eacute a ausecircncia de preparo e de uma

formaccedilatildeo mais teacutecnica que visa suprir as necessidades destes alunos

mediadas pelo professor e tambeacutem agrave falta de boas condiccedilotildees fiacutesicas nas

escolas pra receber estes alunos

Jesus (2007) enfatiza que a inclusatildeo dos portadores de necessidades

educacionais especiais na escola eacute algo essencial agrave educaccedilatildeo mas eacute preciso

ser feita de maneira correta porque nem todos podem estar na escola ou

estatildeo preparados para nela estar por natildeo terem capacidade fisioloacutegica Esse eacute

um assunto muito discutido por alguns especialistas da educaccedilatildeo especial que

buscam uma maneira eficiente de incluir todos as crianccedilas e jovens que

possuem alguma necessidade educacional especial

Nesse sentido Mantoan (2006) afirma que a condiccedilatildeo primeira para

inclusatildeo deixe de ser uma ameaccedila ao que hoje a escola defende e adota como

pratica pedagoacutegica e abandonar tudo que leva a tolerar as pessoas com

deficiecircncia na sala de aula

Natildeo pode se ter um ambiente mais propiacutecio para tal processo de

conscientizaccedilatildeo do que a escola Pois seraacute por meio dessa interaccedilatildeo entre

crianccedilas que se construiraacute uma naccedilatildeo mais justa e igualitaacuteria onde todos

juntos aprenderatildeo a conviver e a se respeitarem Respeito que eacute sonhado por

todos que se espera construir um novo amanhatilde mais digno

O assunto eacute fundamental para ser discutido por todas as pessoas

envolvidas com a educaccedilatildeo e que busquem uma naccedilatildeo com menos

desigualdade social oportunidades para todos uma educaccedilatildeo que priorize o

ser e natildeo ter e uma realidade igualitaacuteria A inclusatildeo eacute acima de tudo a

transformaccedilatildeo da pratica pedagoacutegica de todos os profissionais de educaccedilatildeo

Os registros de textos artigos e livros enfatizam que sobre a

aplicabilidade atual de inclusatildeo escolar satildeo insatisfatoacuterios e que natildeo houve

49

diferenccedilas entre os alunos e entre os professores quanto a essa dimensatildeo Os

professores e os alunos expressaram vaacuterias dificuldades envolvidas nesse

processo destacando se a falta de infra-estrutura das escolas a falta de

preparocapacitaccedilatildeo profissional discriminaccedilatildeo social e a falta de aceitaccedilatildeo da

inclusatildeo

Os professores de educaccedilatildeo especial demonstraram dar mais creacutedito agrave

educaccedilatildeo inclusiva do que os do ensino regular Os alunos deficientes

demonstraram dar menos creacutedito agrave inclusatildeo do que os natildeo deficientes Os

sentimentos decorrentes da inclusatildeo que predominaram entre professores e os

alunos com deficiecircncia foram negativos enquanto entre os alunos natildeo

deficientes prevaleceram os positivos (TESSARO 2009)

Para Fonseca (2004) promover a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma tarefa de

uma equipe multidisciplinar que deve adotar uma estrateacutegia do tipo pensar em

grupo eacute pensar melhor pois soacute dessa forma se podem explorar todas as

opccedilotildees potenciais de inclusatildeo e natildeo soacute as mais coerentes acessiacuteveis ou

tradicionais Sem uma dinacircmica de grupo natildeo se podem discutir e implementar

planos educacionais individualizados na educaccedilatildeo inclusiva transpondo para

sala de aula regular programas inovadores desde a modificaccedilatildeo de

comportamento ao enriquecimento linguumliacutestico ou cognitivo

Ensino em equipe com vaacuterios professores que agem e pensam em

conjunto criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees inovaccedilotildees na instruccedilatildeo na avaliaccedilatildeo

aprendizagem cooperativa e interativa criaccedilatildeo de projetos de suporte muacuteltiplo

serviccedilos de encaminhamentos diagnoacutesticos dinacircmicos e prescritivos em

termos de praacutetica de intervenccedilatildeo na sala de aula regular aprofundamento eacutetico

e legal dos pressupostos morais da inclusatildeo social construccedilatildeo de instrumentos

de investigaccedilatildeo-accedilatildeo entre outros satildeo desafios que se colocam hoje mais do

lado do ensino do que da aprendizagem

Para Almeida Anjos (2007) vaacuterios professores destacam tensotildees que

sempre se preservaram em suas percepccedilotildees e atitudes sejam referentes agraves

pessoas com necessidades educacionais especiais sejam relativas a

dificuldades em relaccedilatildeo a si proacuteprios e aos seus saberes profissionais No

entanto os profissionais apontam em suas falas as possibilidades de transpor

tais dificuldades vividas no trabalho com alunos especiais na rotina de seu dia

a dia de trabalho

50

Laraia (1992 apud ALMEIDA ANJOS 2007) acredita que nenhuma

ordem social eacute baseada em verdades inatas que as mudanccedilas nas praacuteticas

pedagoacutegicas com a diversidade dos alunos passam por uma mudanccedila de

nossas concepccedilotildees e valores Que eacute preciso uma formaccedilatildeo que coloque o

profissional da educaccedilatildeo em conflito com seus conhecimentos e concepccedilotildees a

partir da relaccedilatildeo entre a teoria e a praacutetica para entatildeo podermos comeccedilar a

pensar em inclusatildeo Assim a partir dos pressupostos da ciecircncia social criacutetica

sustentada pelo interesse colaborativo procuramos programar com os

profissionais encontros de estudoreflexatildeo das tensotildees e possibilidades que

envolvem o trabalho com alunos com necessidades educacionais especiais

enfatizar ainda como o lazer e recreaccedilatildeo podem ser facilitadores do processo

de inclusatildeo escolar

Zimmermann (2008) acredita que para conseguir reformar a instituiccedilatildeo

escolar primeiramente se tem que reformar as mentes entretanto natildeo

conseguiraacute reformar mentes sem que se realize uma preacutevia reforma de

instituiccedilotildees Vive-se uma crise de paradigmas e toda a crise gera medos

inseguranccedila e incertezas mas propotildee-se que seja este o momento de ousadia

e de busca de alternativas que sustente e norteie para realizar-se as mudanccedilas

que o momento propotildee Que a escola seja um espaccedilo vivo de formaccedilatildeo para

todos e um ambiente verdadeiramente inclusivo eacute preciso que as poliacuteticas

puacuteblicas de educaccedilatildeo sejam direcionadas aacute inclusatildeo que os educadores

desacomodem-se combatendo a descrenccedila e o pessimismo mostrando que a

inclusatildeo eacute um momento oportuno para professores e a comunidade escolar

demonstrarem sua competecircncia e principalmente suas responsabilidades

educacionais

Esta mudanccedila de perspectiva educacional propotildee que os educadores

faccedilam a diferenccedila buscando conhecimento e contribuindo com uma praacutetica

ressignificada desenvolvendo uma educaccedilatildeo baseada na afetividade e na

superaccedilatildeo de limites que as crianccedilas aprendam a respeitar as diferenccedilas em

sala de aula preparando-as assim para o futuro a vida e o mercado de

trabalho pois vivendo a experiecircncia inclusiva seratildeo adultos bem diferentes de

noacutes e por certo natildeo faratildeo discriminaccedilotildees sociais

Arauacutejo (2008) relata a opiniatildeo dos professores sobre a inclusatildeo escolar

enfatizando com veemecircncia de que a inclusatildeo escolar do aluno portador de

51

necessidades educacionais especiais eacute um assunto muito interessante e

delicado e levantaram a conscientizaccedilatildeo desse aluno sobre o direito deste

frequentar o ensino regular no entanto essa inclusatildeo na visatildeo deles estaacute

acontecendo de forma errocircnea Pois os professores da rede regular de ensino

em sua quase totalidade natildeo estatildeo preparados para lidar com esta nova fase

da educaccedilatildeo brasileira

Tem que se pensar que para que a inclusatildeo se concretize natildeo basta

estar garantido na legislaccedilatildeo mas demanda modificaccedilotildees profundas e

importantes no sistema de ensino Essas mudanccedilas deveratildeo levar em conta o

contexto soacutecio econocircmico aleacutem de serem gradativas planejadas e contiacutenuas

para garantir uma educaccedilatildeo de oacutetima qualidade (BUENO 1998 apud

PEREIRA 2009)

Pereira (2009) acredita que a inclusatildeo depende de mudanccedila de valores

da sociedade e a vivencia de um novo paradigma que natildeo se faz com simples

recomendaccedilotildees teacutecnicas como se fossem receitas de bolo mas com reflexotildees

dos professores direccedilotildees pais alunos equipe multidisciplinar e a comunidade

Essa questatildeo natildeo eacute tatildeo simples assim pois devemos levar em conta as

diferenccedilas Como colocar no mesmo espaccedilo demandas tatildeo diferentes e

especiacuteficas se muitas vezes nem a escola especial consegue dar conta desse

atendimento de forma adequada Deparar-se com frequecircncia com as

resistecircncias dos professores e direccedilotildees manifestadas atraveacutes de

questionamentos e queixas ou ateacute mesmo com expectativas de que possa

apresentar soluccedilotildees maacutegicas de aplicaccedilatildeo imediata causando certa decepccedilatildeo

e frustraccedilatildeo pois ela natildeo existe

O problema se agrava quando se vecirc o professor totalmente dependente

do apoio ou assessoria de profissionais da aacuterea da sauacutede pois neste caso a

questatildeo cliacutenica eacute fundamental e se sobressai e novamente o pedagoacutegico fica

esquecido Com isso o professor se sente desvalorizado incapaz e fora do

processo por considerar esse aluno como doente concluindo que natildeo pode

fazer nada por ele pois ele precisa de tratamento especializado de

profissionais qualificados da aacuterea da sauacutede desistindo assim de assumir tal

tarefa

Desta forma parece que o professor esquece seu papel poreacutem natildeo se

considera o momento do professor sua formaccedilatildeo as condiccedilotildees da proacutepria

52

escola em receber esses alunos que entram nas escolas e continuam

excluiacutedos de todo o processo de ensino-aprendizagem e social causando

frustraccedilatildeo e fracassos dificultando assim a proposta de inclusatildeo Por um lado

os professores julgam-se incapazes de dar conta dessa demanda

despreparados e impotentes frente a essa realidade que eacute agravada dia-a-dia

pela falta de material adequado de apoio administrativo e recursos financeiros

Limaverde (2009) salienta que no Brasil estaacute acontecendo um grande

movimento proacute-inclusatildeo que tem sido fortalecido a partir da sistematizaccedilatildeo do

que se trata o atendimento educacional especializado Existem realidades

muito proacuteximas em relaccedilatildeo ao atendimento desses alunos mas ainda tem

muitas compreensotildees equivocadas sobre a inclusatildeo de alunos com deficiecircncia

Alguns municiacutepios brasileiros pensam que fazem inclusatildeo mas na verdade

eles tecircm feito integraccedilatildeo Percebe-se que alunos que frequentam escolas

comuns salas comuns de ensino natildeo participam efetivamente das aulas ou

das atividades realizadas e essas escolas alegam que esses alunos natildeo tecircm

condiccedilotildees de fazer as atividades e que por isso eles fazem outras atividades

diferenciadas Desta forma natildeo ocorre a inclusatildeo Isso eacute uma integraccedilatildeo

porque o aluno estaacute integrado na sala de aula comum mas ele natildeo participa

das atividades realizadas pelos demais colegas

Muitos municiacutepios brasileiros que estatildeo em processo de transiccedilatildeo ou

seja eles estatildeo implantando o atendimento educacional especializado de

caraacuteter complementar e ao mesmo tempo estatildeo ainda com problemas

relacionados agrave inclusatildeo desses alunos como por exemplo a manutenccedilatildeo de

classes especiais A partir da formaccedilatildeo de 2007 para caacute os municiacutepios tecircm se

reorganizado para atendimento educacional especializado mas ainda eacute uma

realidade muito diferenciada

A inclusatildeo soacute eacute possiacutevel onde houver respeito agrave diferenccedila e

consequentemente a adoccedilatildeo de praacuteticas pedagoacutegicas que permitam agraves

pessoas com deficiecircncia aprender e ser reconhecidos e valorizados os

conhecimentos que satildeo capazes de produzir segundo seu ritmo e na medida

de suas possibilidades (SILVA 2009)

53

A menos que a atual oportunidade favoraacutevel seja aproveitada para melhorar as qualificaccedilotildees profissionais de professores em educaccedilatildeo especial e consequentemente a qualidade da educaccedilatildeo especial tememos que os proacuteximos 20 anos ainda possam ser um periacuteodo de esperanccedilas frustradas (RELATORIO WARNOCK 1978 paraacutegrafo 1932)

54

CONCLUSAtildeO

Diante do levantamento bibliograacutefico conclui-se que a inclusatildeo nos

moldes em que se encontra atualmente estaacute longe de atender a um ideal

Tal processo necessita de muitas transformaccedilotildees Os oacutergatildeos a ele

ligados diretamente ou indiretamente deveratildeo rever suas propostas metas e

meacutetodos de implantaccedilatildeo

Profissionais da sauacutede tambeacutem tecircm papeacuteis importantes em todo o

processo inclusivo pois em accedilatildeo conjunta com os educadores podem fazer um

trabalho mais completo e eficaz

A inclusatildeo escolar eacute uma praacutetica que abrange natildeo apenas os

profissionais especiacuteficos das aacutereas meacutedica e educacional mas tambeacutem

envolve um fator preponderante na vida do indiviacuteduo atendido por ela a famiacutelia

Esta constitui a base da crianccedila com necessidades educacionais especiais e

assumindo a postura devida pode oferecer a esta crianccedila o subsiacutedio para seu

desenvolvimento escolar bem como uma fonte de apoio aos profissionais

envolvidos

Aleacutem de uma nobre causa de cunho educacional a inclusatildeo constitui

ainda uma mudanccedila no comportamento da sociedade como um todo que

passa a ter que zelar por interesses coletivos outrora ignorados pela maioria

Devido ao periacuteodo decorrido desde as primeiras iniciativas ligadas ao

processo inclusivo verifica-se que o tempo eacute um fator indispensaacutevel para sua

concretizaccedilatildeo Esta provavelmente dar-se-aacute a partir do momento em que todos

os envolvidos assumirem suas devidas responsabilidades e se unirem por uma

educaccedilatildeo de qualidade embasada em um planejamento organizado bem

dirigido iacutentegro e sobretudo pautado no respeito ao ser humano e agrave

diversidade

55

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31

condiccedilotildees especiacuteficas dos alunos natildeo for possiacutevel a sua integraccedilatildeo nas

classes comuns de ensino regular

A legislaccedilatildeo brasileira tambeacutem prevecirc o acesso a livros em Braille de uso

exclusivo das pessoas com deficiecircncia visual

1434 Direito agrave sauacutede

A assistecircncia agrave sauacutede e agrave reabilitaccedilatildeo cliacutenica satildeo condiccedilotildees decisivas

para a inclusatildeo da pessoa com deficiecircncia na sociedade

Para promover a melhoria da qualidade de vida e com intuito de

estimular a independecircncia do indiviacuteduo com deficiecircncia nas suas atividades

diaacuterias foi criado o sistema das redes estaduais de assistecircncia agrave pessoa com

deficiecircncia

Este projeto oferece ajuda teacutecnica aleacutem de oacuterteses e proacuteteses para que

a pessoa tenha maior autonomia

Outro sistema criado para a manutenccedilatildeo da sauacutede fiacutesica e mental do

cidadatildeo com deficiecircncia eacute a Poliacutetica Nacional para a integraccedilatildeo da pessoa com

deficiecircncia implantada em 1989 Regulamentada pelo Decreto nordm 3298 prevecirc

auxiacutelio na prevenccedilatildeo de doenccedilas atendimento psicoloacutegico reabilitaccedilatildeo

fornecimento de medicamentos e assistecircncia atraveacutes de planos de sauacutede

1435 Direito a isenccedilotildees fiscais e financiamento

Pessoas com deficiecircncia empresas bancos e demais instituiccedilotildees

ligadas a este puacuteblico possuem alguns benefiacutecios previstos em lei

Para as empresas dispostas a contribuir com a inclusatildeo social de

portadores de necessidades especiais a legislaccedilatildeo brasileira prevecirc a

concessatildeo fiscal Podem ser firmados convecircnios que garantem a isenccedilatildeo de

ICMS seja para doaccedilatildeo de equipamentos adaptados seja para aquisiccedilotildees de

aparelhos e acessoacuterios destinados agraves instituiccedilotildees que atendam este segmento

da populaccedilatildeo

Automoacuteveis adquiridos em alguns estados brasileiros por pessoas com

32

deficiecircncia fiacutesica visual mental e autistas ou seus representantes legais satildeo

isentos de ICMS (Imposto sobre Circulaccedilatildeo de Mercadorias e Serviccedilos) e do

IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de acordo com a Lei 1075403

Os financiamentos de automoacuteveis de fabricaccedilatildeo nacional tambeacutem satildeo

liberados do IOF (Imposto sobre Operaccedilotildees Financeiras)

Tais benefiacutecios ainda natildeo satildeo tributados pelo Imposto de Renda e tanto

a aquisiccedilatildeo de aparelhos e materiais como a realizaccedilatildeo de outras despesas

podem ser deduzidas do imposto

1436 Direito ao passe livre

Os cidadatildeos com deficiecircncia tambeacutem possuem benefiacutecios relacionados

aos meios de transporte A Lei 889994 conhecida como Lei do Passe Livre

prevecirc que toda pessoa com deficiecircncia tem direito ao transporte coletivo

interestadual gratuito e que cabe a cada estado ou municiacutepio implantar

programas similares ao passe livre para os transportes municipais e estaduais

Aleacutem do transporte gratuito o municiacutepio deve garantir que os meios de

transporte sejam acessiacuteveis a estes cidadatildeos

15 Declaraccedilatildeo de Salamanca princiacutepios poliacutetica e praacutetica na educaccedilatildeo

especial

Notando com satisfaccedilatildeo um incremento no envolvimento de governos

grupos de advocacia comunidades e pais e em particular de organizaccedilotildees de

pessoas com deficiecircncias na busca pela melhoria do acesso agrave educaccedilatildeo para

a maioria daqueles cujas necessidades especiais ainda se encontram

desprovidas e reconhecendo como evidecircncia para tal envolvimento a

participaccedilatildeo ativa do alto niacutevel de representantes e de vaacuterios governos

agecircncias especializadas e organizaccedilotildees intergovernamentais naquela

Conferecircncia Mundial

a) Os delegados da Conferecircncia Mundial de Educaccedilatildeo Especial

33

representando 88 governos e 25 organizaccedilotildees internacionais em

assembleia em Salamanca Espanha entre 7 e 10 de junho de 1994

reafirma o compromisso para com a educaccedilatildeo para todos

reconhecendo a necessidade e urgecircncia do providenciamento de

educaccedilatildeo para as crianccedilas jovens e adultos com necessidades

educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino e re-

endossa a estrutura de accedilatildeo em educaccedilatildeo especial em que pelo

espiacuterito de cujas provisotildees e recomendaccedilotildees governo e

organizaccedilotildees sejam guiados

b) Acreditam e proclamam que toda crianccedila tem direito fundamental agrave

educaccedilatildeo e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o niacutevel

adequado de aprendizagem toda crianccedila possui caracteriacutesticas

interesses habilidades e necessidades de aprendizagem que satildeo

uacutenicas sistemas educacionais deveriam ser designados e programas

educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em

conta a vasta diversidade de tais caracteriacutesticas e necessidades

aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso

agrave escola regular que deveria acomodaacute-los dentro de uma pedagogia

centrada na crianccedila capaz de satisfazer a tais necessidades

escolas regulares que possuam tal orientaccedilatildeo inclusiva constituem

os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatoacuterias

criando-se comunidades acolhedoras construindo uma sociedade

inclusiva e alcanccedilando educaccedilatildeo para todos aleacutem disso tais escolas

proveem uma educaccedilatildeo efetiva agrave maioria das crianccedilas e aprimoram

a eficiecircncia e em uacuteltima instacircncia o custo da eficaacutecia de todo o

sistema educacional

c) Congregam todos os governos e demandam que atribuam a mais

alta prioridade poliacutetica e financeira ao aprimoramento de seus

sistemas educacionais no sentido de se tornarem aptos a incluiacuterem

todas as crianccedilas independentemente de suas diferenccedilas ou

dificuldades individuais adotem o princiacutepio de educaccedilatildeo inclusiva em

forma de lei ou de poliacutetica matriculando todas as crianccedilas em

escolas regulares a menos que existam fortes razotildees para agir de

outra forma desenvolvam projetos de demonstraccedilatildeo e encorajem

34

intercacircmbios em paiacuteses que possuam experiecircncias de escolarizaccedilatildeo

inclusiva estabeleccedilam mecanismos participatoacuterios e

descentralizados para planejamento revisatildeo e avaliaccedilatildeo de provisatildeo

educacional para crianccedilas e adultos com necessidades educacionais

especiais encorajem e facilitem a participaccedilatildeo de pais comunidades

e organizaccedilotildees de pessoas portadoras de deficiecircncias nos processos

de planejamento e tomada de decisatildeo concernentes agrave provisatildeo de

serviccedilos para necessidades educacionais especiais invistam

maiores esforccedilos em estrateacutegias de identificaccedilatildeo e intervenccedilatildeo

precoces bem como nos aspectos vocacionais da educaccedilatildeo

inclusiva garantam que no contexto de uma mudanccedila sistecircmica

programas de treinamento de professores tanto em serviccedilo como

durante a formaccedilatildeo incluam a provisatildeo de educaccedilatildeo especial dentro

das escolas inclusivas

d) Tambeacutem congregam a comunidade internacional em particular

governos com programas de cooperaccedilatildeo internacional agecircncias

financiadoras internacionais especialmente as responsaacuteveis pela

Conferecircncia Mundial em Educaccedilatildeo para Todos UNESCO UNICEF

UNDP e o Banco Mundial a endossar a perspectiva de escolarizaccedilatildeo

inclusiva e apoiar o desenvolvimento da educaccedilatildeo especial como

parte integrante de todos os programas educacionais as Naccedilotildees

Unidas e suas agecircncias especializadas em particular a ILO WHO

UNESCO e UNICEF a reforccedilar seus estiacutemulos de cooperaccedilatildeo

teacutecnica bem como reforccedilar suas cooperaccedilotildees e redes de trabalho

para um apoio mais eficaz agrave jaacute expandida e integrada provisatildeo em

educaccedilatildeo especial organizaccedilotildees natildeo-governamentais envolvidas na

programaccedilatildeo e entrega de serviccedilo nos paiacuteses a reforccedilar sua

colaboraccedilatildeo com as entidades oficiais nacionais e intensificar o

envolvimento crescente delas no planejamento implementaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de provisatildeo em educaccedilatildeo especial que seja inclusiva

UNESCO enquanto a agecircncia educacional das Naccedilotildees Unidas a

assegurar que educaccedilatildeo especial faccedila parte de toda discussatildeo que

lide com educaccedilatildeo para todos em vaacuterios foros a mobilizar o apoio de

organizaccedilotildees dos profissionais de ensino em questotildees relativas ao

35

aprimoramento do treinamento de professores no que diz respeito a

necessidade educacionais especiais a estimular a comunidade

acadecircmica no sentido de fortalecer pesquisa redes de trabalho e o

estabelecimento de centros regionais de informaccedilatildeo e documentaccedilatildeo

e da mesma forma a servir de exemplo em tais atividades e na

disseminaccedilatildeo dos resultados especiacuteficos e dos progressos

alcanccedilados em cada paiacutes no sentido de realizar o que almeja a

presente declaraccedilatildeo a mobilizar fundos atraveacutes da criaccedilatildeo (dentro

de seu proacuteximo planejamento a meacutedio prazo 1996-2000) de um

programa extensivo de escolas inclusivas e programas de apoio

comunitaacuterio que permitiriam o lanccedilamento de projetos-piloto que

demonstrassem novas formas de disseminaccedilatildeo e o desenvolvimento

de indicadores de necessidade e de provisatildeo de educaccedilatildeo especial

e) Por uacuteltimo expressam o caloroso reconhecimento ao governo da

Espanha e agrave UNESCO pela organizaccedilatildeo da Conferecircncia e

demandam-lhes realizarem todos os esforccedilos no sentido de trazer

esta declaraccedilatildeo e sua relativa estrutura de accedilatildeo da comunidade

mundial especialmente em eventos importantes tais como o Tratado

Mundial de Desenvolvimento Social (em Kopenhagen em 1995) e a

Conferecircncia Mundial sobre a Mulher (em Beijing em 1995) Adotada

por aclamaccedilatildeo na cidade de Salamanca Espanha neste deacutecimo dia

de junho de 1994

Durante os uacuteltimos 15 ou 20 anos tem se tornado claro que o conceito de necessidades educacionais especiais teve que ser ampliado para incluir todas as crianccedilas que natildeo estejam conseguindo se beneficiar com a escola seja por que motivo for (UNESCO 1994 p15)

16 Diretrizes na educaccedilatildeo especial na perspectiva da inclusatildeo

A consciecircncia do direito de construir uma identidade proacutepria e do reconhecimento da identidade do outro se traduz no direito de igualdade e no respeito agraves diferenccedilas assegurando oportunidades diferentes (equidade) tantas quanto forem necessaacuterias com vistas agrave busca da igualdade (BRASIL 2001)

36

A educaccedilatildeo especial eacute uma modalidade de ensino que perpassa todos

os niacuteveis etapas e modalidades realiza o atendimento educacional

especializado disponibiliza os serviccedilos e recursos proacuteprios desse atendimento

e orienta os alunos e seus professores quanto a sua utilizaccedilatildeo nas turmas

comuns do ensino regular

O atendimento educacional especializado identifica elabora e organiza

recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a

plena participaccedilatildeo dos alunos considerando as suas necessidades

especiacuteficas As atividades desenvolvidas no atendimento educacional

especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum natildeo

sendo substitutivas agrave escolarizaccedilatildeo Esse atendimento completa e suplementa

a formaccedilatildeo dos alunos com vistas agrave autonomia e independecircncia na escola e

fora dela

Tal modalidade de ensino disponibiliza programas de enriquecimento

curricular o ensino de linguagem e coacutedigos especiacuteficos de comunicaccedilatildeo e

sinalizaccedilatildeo ajudas teacutecnicas e tecnoloacutegicas assistidas dentre outros Ao longo

de todo processo de escolarizaccedilatildeo esse atendimento deve estar articulado

com a proposta pedagoacutegica de ensino comum

A inclusatildeo escolar tem inicio na educaccedilatildeo infantil onde se desenvolvem

as bases necessaacuterias para a construccedilatildeo do conhecimento e seu

desenvolvimento global Nessa etapa o luacutedico o acesso agraves formas

diferenciadas de comunicaccedilatildeo a riqueza de estiacutemulos nos aspectos fiacutesicos

emocionais cognitivos psicomotores e sociais e a convivecircncia com as

diferenccedilas favorecem as relaccedilotildees interpessoais o respeito e a valorizaccedilatildeo da

crianccedila Do nascimento aos trecircs anos o atendimento educacional

especializado se expressa por meio de serviccedilos que objetivam aperfeiccediloar o

processo de desenvolvimento e aprendizagem em interface com os serviccedilos de

sauacutede e assistecircncia social

Em todas as etapas e modalidades da educaccedilatildeo baacutesica o atendimento

especializado eacute organizado para apoiar o desenvolvimento dos alunos

constituindo oferta obrigatoacuteria dos sistemas de ensino e deve ser realizado no

turno inverso ao da classe comum na proacutepria escola ou centro especializado

que realize esse serviccedilo educacional Este atendimento eacute realizado mediante a

37

atuaccedilatildeo de profissionais com conhecimento especiacuteficos no ensino da Liacutengua

Brasileira de Sinais da Liacutengua Portuguesa e na modalidade escrita como

segunda liacutengua do Sistema Braille do Soroban da orientaccedilatildeo e mobilidade

das atividades de vida autocircnoma da comunicaccedilatildeo alternativa do

desenvolvimento dos processos mentais superiores dos programas de

enriquecimento curricular da adequaccedilatildeo e produccedilatildeo de materiais didaacuteticos e

pedagoacutegicos da utilizaccedilatildeo de recursos oacutepticos e natildeo oacutepticos da tecnologia

assistida e outros

Cabe aos sistemas de ensino ao organizar a educaccedilatildeo especial na

perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva disponibilizar as funccedilotildees do instrutor de

Libras e guia interprete bem como de monitor dos alunos com necessidades

de apoio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo locomoccedilatildeo entre outras que

exijam auxilio constante no cotidiano escolar

Para atuar na educaccedilatildeo especial o professor deve ter como base de

sua formaccedilatildeo inicial e continuada conhecimentos gerais para o exerciacutecio da

docecircncia e conhecimentos especiacuteficos da aacuterea Essa formaccedilatildeo possibilita a sua

atuaccedilatildeo no atendimento educacional especializado e deve aprofundar o caraacuteter

interativo e interdisciplinar da atuaccedilatildeo nas salas comuns do ensino regular nas

salas de recursos nos centros de atendimento educacional especializado nos

nuacutecleos de acessibilidade das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior nas classes

hospitalares e nos ambientes domiciliares para a oferta dos serviccedilos e

recursos de educaccedilatildeo especial

38

CAPIacuteTULO II

CAPACITACcedilAtildeO E CONCEPCcedilAtildeO DE PROFESSORES NO PROCESSO DE

INCLUSAtildeO ESCOLAR

2 CAPACITACcedilAtildeO PROFISSIONAL E A INCLUSAtildeO ESCOLAR

A formaccedilatildeo de professores que atuam diretamente na inclusatildeo escolar

sempre se constituiu numa grande problemaacutetica com relaccedilatildeo ao atendimento

do aluno com necessidades especiais Tudo eacute muito novo e desafiador E isto

infelizmente ainda eacute uma barreira para que a inclusatildeo se efetive com alicerce

suficiente para se sustentar

Nos finais do Impeacuterio o atendimento a essa clientela era vinculada agrave

sauacutede Nos anos 20 do seacuteculo passado iniciou-se uma crescente preocupaccedilatildeo

com a questatildeo propriamente pedagoacutegica porem influenciada pela abordagem

psicoloacutegica natildeo abandonando o campo da sauacutede

Para atender agraves demandas cada professor deveria estar apto a

elaborar incrementar e implementar situaccedilotildees de ensino que favorecessem a

construccedilatildeo dos conceitos mais primaacuterios aos mais complexos Eacute importante

que o professor organize seu planejamento de maneira que natildeo passem

despercebidos pelas situaccedilotildees de ensino conceitos que podem parecer

simples mas que na verdade satildeo preacute-requisitos para o que se pensa ser o

mais importante Contudo natildeo satildeo poucos os casos em que as situaccedilotildees

acabam sendo apresentadas de forma restrita sem pertinecircncia aos alunos que

participam da accedilatildeo inclusiva

O cotidiano de sala de aula requer na atualidade a efetivaccedilatildeo de accedilotildees

didaacuteticas flexiacuteveis poreacutem contextualizadas a adequaccedilatildeo de recursos sem

depreciar a capacidade e a imagem do aluno com o qual interagimos uma

reformulaccedilatildeo das dinacircmicas em sala de aula que possibilite a participaccedilatildeo

39

efetiva de todos

Muitos recursos muitas vezes satildeo pouco explorados ou ateacute mesmo

desconsiderados pelo professor com o passar dos niacuteveis propostos pelo

sistema de educaccedilatildeo No entanto quando o professor eacute o agente mediador de

um contexto educacional no qual a diversidade estaacute mais complexa devido agraves

demandas que um tipo de necessidade educativa especial pode gerar eacute

essencial que ele natildeo perca de vista a validade de determinados recursos

diante da construccedilatildeo de conceitos mais elaborados ou abstratos (FERREIRA

2004)

Valorizar a singularidade de cada ser humano eacute um compromisso eacutetico

de contribuir com as transformaccedilotildees necessaacuterias agrave construccedilatildeo de uma

sociedade mais justa (SOUZA SILVA 2005 p 239)

Um sistema escolar inclusivo precisa investir na capacitaccedilatildeo contiacutenua dos

professores e funcionaacuterios das escolas realizando o chamamento dos que

ainda natildeo se consideram envolvidos para um processo de sensibilizaccedilatildeo e

atualizaccedilatildeo constante de toda escola e comunidade Nesse aspecto a

assessoria ao professor eacute fundamental para orientaccedilatildeo e anaacutelise na busca de

soluccedilotildees para os problemas surgidos na sala de aula no aprofundamento das

questotildees teoacutericas na construccedilatildeo de intervenccedilotildees pedagoacutegicas na seleccedilatildeo de

recursos materiais e tecnoloacutegicos para a aprendizagem dos alunos no

processo de avaliaccedilatildeo na inter-relaccedilatildeo com as famiacutelias bem como na

mediaccedilatildeo entre escola e serviccedilos especializados para atendimento ao aluno

com necessidades educacionais na aacuterea da sauacutede da assistecircncia social do

trabalho entre outros (BEYER 2005)

Para Marques (2006) inclusatildeo escolar implica numa reorganizaccedilatildeo

estrutural da escola de todos os elementos da praacutetica pedagoacutegica

considerando o dado do muacuteltiplo da diversidade e natildeo mais o padratildeo

universal O atual momento histoacuterico exige uma participaccedilatildeo efetiva da escola

como instituiccedilatildeo loacutecus do conhecimento e da formaccedilatildeo de cidadatildeos capazes de

intervir nos rumos da sociedade Neste sentido faz-se necessaacuteria uma escola

criativa onde todos os seus componentes sejam co-sujeitos na produccedilatildeo de um

saber-instrumento para o conviacutevio escolar e social Cabe portanto a alunos

professores e sujeitos desse processo planejar e construir as diferentes etapas

de nossa caminhada etapas que se num primeiro momento satildeo idealizadas

40

logo transformam-se em realidade pela reflexatildeo criacutetica de nossas proacuteprias

possibilidades na construccedilatildeo dessa nova escola Assim eacute preciso

redimensionar o modo de pensar e fazer a educaccedilatildeo tarefa por natureza

complexa que envolve elementos poliacuteticos soacutecio-econocircmicos teacutecnicos e

culturais

Essa postura por sua vez implica na superaccedilatildeo da dicotomia e

fragmentaccedilatildeo das atribuiccedilotildees dos agentes educativos dos rituais dos

conteuacutedos metodoloacutegicos dos recursos pedagoacutegicos do processo de

avaliaccedilatildeo bem como das concepccedilotildees de educaccedilatildeo e de sociedade Enfatiza

tambeacutem que implica para o professor em uma seacuterie de mudanccedilas com relaccedilatildeo

a sua postura pressuposto baacutesico de sua atuaccedilatildeo a compreensatildeo das

diferentes necessidades educacionais de seus alunos sendo necessaacuteria aacute

flexibilizaccedilatildeo do professor no exerciacutecio do compromisso eacutetico para se adequar

agraves novas situaccedilotildees que surgiratildeo em decorrecircncia das diversidades presentes

em seu cotidiano atentando para a supressatildeo de uma possiacutevel postura

discriminatoacuteria

Zimmermann (2008) destaca que a instituiccedilatildeo escolar precisa redefinir

sua base de estrutura organizacional destituindo-se de burocracias

reorganizando grades curriculares proporcionando maior ecircnfase agrave formaccedilatildeo

humana dos professores e afinando a relaccedilatildeo famiacutelia

escola propondo uma

praacutetica pedagoacutegica coletiva dinacircmica e flexiacutevel para atender esta nova

realidade educacional A educaccedilatildeo inclusiva tem forccedila transformadora e

aponta para uma nova era natildeo somente educacional mas para uma sociedade

inclusiva

Segundo Mittler (2008) as escolas a volta poderiam tentar encontrar

novos modos de pedir aos pais as suas opiniotildees sobre como poderiam ser

fortalecidos os viacutenculos entre lar e a escola Os viacutenculos mais iacutentimos entre

pais e professor natildeo podem ser prescritos de cima para baixo mas sim

fundamentados nos desejos e nas prioridades daquele que estatildeo nessa aacuterea

A uacuteltima palavra vai para um grupo de pais de crianccedilas com

necessidades especiais e deficiecircncia ( RUSSEL 1997 apud MITTEL

2008p227)

a) Por favor aceite e valorize nossas crianccedilas (e noacutes mesmos como

famiacutelia) como noacutes somos valorizados

41

b) Por favor celebre a diferenccedila

c) Por favor aceite nossas crianccedilas primeiramente como crianccedilas Natildeo

coloque roacutetulos nelas a menos que vocecirc pretenda fazer algo

d) Por favor reconheccedila seu poder sobre nossas vidas Vivemos com as

consequumlecircncias de suas opiniotildees e decisotildees

e) Por favor entenda a tensatildeo sob qual muitas famiacutelias estatildeo vivendo

Os encontros cancelados a lista de espera que ningueacutem consegue

chegar ao inicio todas as discussotildees sobre recursos eacute sobre nossa

vida que vocecirc esta falando

f) Por favor natildeo use modas passageiras e tratamentos conosco a

menos que vocecirc vai estar conosco E natildeo esqueccedila que as famiacutelias

tecircm muitos membros muitas responsabilidades Agraves vezes natildeo

podemos agradar a todo mundo

g) Por favor reconheccedila que aacutes vezes noacutes eacute que temos razatildeo Por favor

acredite em noacutes e escute o que sabemos sobre o que noacutes e nossas

crianccedilas necessitamos

h) Agraves vezes estamos tristes cansados e deprimidos Por favor valorize

nos como famiacutelias preocupadas e comprometidas e tente continuar a

trabalhar conosco

Limaverde (2009) acredita que a maioria dos professores vem de

cursos onde a discussatildeo da teoria e da praacutetica ainda eacute dividida Discute-se

teoria e praacutetica de maneira isolada Ainda se estuda uma teoria idealizada

Poucos cursos de formaccedilatildeo de professores oferecem de modo obrigatoacuterio em

seus curriacuteculos as disciplinas relacionadas agrave diferenccedila agraves deficiecircncias Aleacutem

da formaccedilatildeo do nuacutecleo comum eles tambeacutem precisam se atentar para essas

especificidades Haacute uma obrigatoriedade de se ofertar nos cursos de

pedagogia a disciplina de Libras Mas isso natildeo deve ocorrer apenas na

formaccedilatildeo inicial mas tambeacutem na formaccedilatildeo continuada que eacute aquela em

serviccedilo mas que muitas vezes natildeo contemplam essas especificidades

O problema de formaccedilatildeo eacute muito grave porque repercute nessa

inseguranccedila do professor no preconceito no medo Aleacutem do entrave da

formaccedilatildeo no aspecto pedagoacutegico as escolas elaboram seu projeto poliacutetico

pedagoacutegico sem levar em conta a presenccedila do aluno com deficiecircncia As

praacuteticas a organizaccedilatildeo da sala de aula natildeo leva em conta a presenccedila desse

42

aluno Onde natildeo haacute uma interlocuccedilatildeo mais refinada entre o ensino comum e a

Educaccedilatildeo Especial com esse saber mais especiacutefico natildeo haacute inclusatildeo

A inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino Assim na formaccedilatildeo do professor teria dois espaccedilos um da sala de

aula que eacute a formaccedilatildeo comum para todos os professores contemplando

desenvolvimento aprendizagem e uma na formaccedilatildeo continuada Uma

formaccedilatildeo que atenda agraves diferenccedilas da sala de aula o atendimento agrave educaccedilatildeo

especializada aleacutem da formaccedilatildeo baacutesica cursos de extensatildeo de libras de

soroban de braile de tecnologia assistida para que esse professor possa

atender a especificidade desses alunos O aluno com deficiecircncia eacute um ser

humano que se desenvolve como qualquer outro As teorias e teacutecnicas que

foram estudadas satildeo suporte para esse trabalho Agora o que vai modificar na

sua atuaccedilatildeo eacute a maneira como ele organiza suas praacuteticas pedagoacutegicas Na

maioria das vezes eles organizam praacuteticas homogecircneas do aluno idealizado Eacute

importante um planejamento para pensar essas diferenccedilas na sala de aula Eacute

um trabalho do projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

21 Concepccedilotildees de professores sobre a inclusatildeo na educaccedilatildeo regular e

especial

Inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino (LIMAVERDE 2009)

Apenas a partir do seacuteculo XX verificou-se uma melhor aceitaccedilatildeo das

pessoas com necessidades especiais momento em que se iniciou a sua

desinstitucionalizaccedilatildeo e educaccedilatildeo escolar Ateacute este periacuteodo eram segregados

e praticamente privados de conviacutevio social Entretanto verifica-se que as

conquistas ainda foram poucas pois o preconceito a ignoracircncia e a

discriminaccedilatildeo ainda satildeo muito fortes em relaccedilatildeo ao deficiente e a deficiecircncia

Para Carmo (2000) a inclusatildeo eacute um assunto que deve ser refletido e

investigado com muita precisatildeo jaacute que a sociedade pode estar criando uma

nova modalidade a de excluiacutedos dentro da inclusatildeo podemos assim concluir

nessa reflexatildeo para que haja o processo de ensino-aprendizagem nos alunos

portadores de necessidades educacionais especiais o professor teraacute que se

43

capacitar para atender a proposta desta nova face da educaccedilatildeo brasileira ele

teraacute que tentar conciliar as teorias sobre o assunto com sua pratica e a

realidade da sala de aula Pois soacute assim a inclusatildeo do aluno portador de

necessidades educacionais especiais seraacute bem sucedida e gerando bons

resultados no futuro

Assim a inclusatildeo deste tipo de aluno requer novas posturas tanto aos

professores quanto ao sistema educacional brasileiro levando em consideraccedilatildeo

que todos noacutes estaremos ganhando Lembrando tambeacutem que este processo

de aprendizagem requer a reciprocidade das experiecircncias entre o aluno com

necessidades educacionais especiais o professor e os demais alunos Um

processo de aprendizagem onde todos participam a aquisiccedilatildeo do

conhecimento ocorreraacute com mais facilidade

Mantoan Pietro Arantes (2006) acredita que recriar um novo modelo

educativo com ensino de qualidade que diga natildeo aacute exclusatildeo social implica em

condiccedilotildees de trabalho pedagoacutegico e uma rede de saberes que se entrelaccedilam e

caminham no sentido contraacuterio do paradigma tradicional de educaccedilatildeo

segregadora Eacute uma reviravolta complexa mas possiacutevel basta que lutemos por

ela que nos aperfeiccediloemos e estejamos abertos a colaborar na busca dos

caminhos pedagoacutegicos da inclusatildeo Pois nem todas as diferenccedilas

necessariamente inferiorizam as pessoas Elas tem diferenccedilas e igualdades

mas entre elas nem tudo deve ser igual assim como nem tudo deve ser

diferente

De acordo com Santos (apud MANTOAN2003 p34 ) eacute preciso que

tenhamos o direito de sermos diferentes quando a igualdade nos

descaracteriza e o direito de sermos iguais quando a diferenccedila nos inferioriza

Assim a luta pela escola inclusiva embora seja contestada e tenha ateacute

mesmo assustado a comunidade escolar exige mudanccedila de haacutebitos e atitudes

pela sua loacutegica e eacutetica nos remete a refletir e reconhecer que trata-se de um

posicionamento social que garante a vida com igualdade pautada pelo

respeito agraves diferenccedilas Apesar das iniciativas acanhadas da comunidade

escolar e da sociedade geral eacute possiacutevel adequar a escola para um novo

tempo Precisa estar imbuiacutedos de boa vontade e compromisso enfrentar com

seguranccedila e otimismo este desafio enxergar a clareza e obviedade eacutetica da

proposta inclusiva e contribuir para o desmantelamento dessa maacutequina escolar

44

enferrujada

Para Lisita e Souza (2003) das utopias concretas da modernidade tem-

se hoje apenas a certeza da transitoriedade O sentido da revoluccedilatildeo antes

propagado daacute lugar a um leque de possibilidades as quais se abrem num

horizonte virtual em constantes mudanccedilas Que se trata de uma nova realidade

mundial natildeo se discute Indaga-se no entanto o que se tem a fazer diante de

tal realidade

Nesse sentido a ciecircncia e a tecnologia tecircm se constituiacutedo nos principais

agentes de proposiccedilatildeo e de determinaccedilatildeo dessas mudanccedilas A sensaccedilatildeo que

se tem eacute a de que amanheceremos a cada dia num novo mundo repleto de

novidades e onde o ontem estaacute cada vez e mais rapidamente distante

O cenaacuterio do mundo atual evidencia um movimento em direccedilatildeo a um

sentido de inclusatildeo social o sujeito com deficiecircncia passa a dividir a cena com

os sujeitos sem deficiecircncia coabitando os diversos espaccedilos sociais Nota-se

pois um grande dinamismo experimentado pelos sujeitos e em particular

pelos sujeitos com deficiecircncia num mundo onde conceitos e praacuteticas assumem

cada vez mais um caraacuteter efecircmero e de possibilidades muacuteltiplas

Segundo Ferreira e Glat (2004) satildeo frequentes relatos de professores

principalmente em conselhos de classe sobre a dificuldade de determinados

alunos quanto agrave efetivaccedilatildeo de algumas propostas educacionais Na maioria

das situaccedilotildees o que de fato acontece natildeo eacute uma dificuldade do aluno em

realizar ou compreender a atividade solicitada e sim uma inadequaccedilatildeo do

procedimento dos objetivos eou da avaliaccedilatildeo realizada pelo professor Nesse

sentido eacute importante o professor analisar algumas questotildees como

a) de que maneira todos os alunos poderatildeo participar da aula proposta

b) se haacute necessidade de apoio adaptaccedilotildees e como fazecirc-las para sua

plena participaccedilatildeo

c) que expectativas devem ser esperadas eou modificadas para a

efetivaccedilatildeo da atividade (como os alunos demonstram o que sabem a

quantidade e qualidade das atividades propostas)

d) quais satildeo os objetivos prioritaacuterios para a aprendizagem

Enfim eacute do conhecimento de todos que natildeo haacute formas sem

precedentes que se bastem ou que se perpetuem diante das realidades

necessidades e demandas dos alunos que compotildeem as salas de aula que hoje

45

cada professor assume Eacute importante a busca constante de praacuteticas pautadas

no contexto que o aluno vivencia inovadoras pois o trabalho eacute dinacircmico

sendo fundamental que cada profissional pense na sua disponibilidade para a

construccedilatildeo de praacuteticas efetivas que conduzam a uma educaccedilatildeo de qualidade

para todos como descrevem Ferreira e Glat 2004

Poso (2004) acredita que por um lado os professores julgam-se

incapazes de dar conta dessa demanda despreparados e impotentes frente a

essa realidade que eacute agravada pela falta de material adequado de apoio

administrativo e recursos financeiros

Mantoan (2003) enfatiza que a radicalidade da inclusatildeo vem do fato de

esta exigir uma mudanccedila de paradigma educacional onde na perspectiva

inclusiva suprime-se a sub-divisatildeo dos sistemas escolares em modalidades de

ensino especial e regular As escolas atendem as diferenccedilas sem discriminar

sem estabelecer prioridades e necessidades sem estabelecer regras

diferenciadas para cada caso no planejamento avaliaccedilatildeo e aprendizado

Assim pode-se imaginar o impacto da inclusatildeo nos sistemas de ensino ao

supor a aboliccedilatildeo completa dos serviccedilos segregados da educaccedilatildeo especial os

programas de reforccedilo escolar salas de aceleraccedilatildeo e turmas especiais

Desta forma a inclusatildeo eacute uma provocaccedilatildeo cuja intenccedilatildeo eacute melhorar a

qualidade do ensino atingindo todos os alunos de uma forma globalizada

Incluir eacute necessaacuterio primordialmente para melhorar as condiccedilotildees da escola

de modo que nela se possam formar geraccedilotildees mais preparadas para viver a

vida na sua plenitude livremente sem preconceitos sem barreiras Confirma-

se assim mais uma vez a necessidade de a educaccedilatildeo se atualizar e os

professores aperfeiccediloarem as suas praacuteticas para que as escolas se obriguem

a um esforccedilo de modernizaccedilatildeo e reestruturaccedilatildeo de suas condiccedilotildees atuais

Pretende-se que a escola seja inclusiva eacute primordial que seus planos se

redefinam para uma educaccedilatildeo voltada agrave cidadania global plena livre de

preconceitos e disposta a reconhecer e entende as diferenccedilas entre as

pessoas principalmente quanto aos seus aspectos fiacutesico mental e intelectual

Natildeo basta uma educaccedilatildeo para a cidadania eacute preciso educar para a liberdade

e nesse sentido nenhuma forma de subordinaccedilatildeo intelectual pode ser

admitida

Os desafios para a concretizaccedilatildeo dos ideais inclusivos na educaccedilatildeo

46

brasileira satildeo inuacutemeros Haacute ainda de se vencer os desafios que impotildee o

conservadorismo das instituiccedilotildees especializadas e enfrentar as pressotildees

poliacuteticas e das pessoas com deficiecircncia ainda muito habituadas a seus roacutetulos

e a benefiacutecios que acentuam a incapacidade as limitaccedilotildees o paternalismo e o

protecionismo social

Smeha Ferreira (2005) descrevem que vaacuterios professores afirmam

apresentar sentimentos de despreparo para trabalharem junto agraves crianccedilas com

necessidades especiais Que natildeo tiveram em sua formaccedilatildeo acadecircmica o

preparo adequado que os capacite a lidar com a diversidade e isso gera

intenso sofrimento pois ensinar crianccedilas com limitaccedilotildees exige conhecimento

competecircncia e habilidade para que o processo inclusivo seja efetivado

Os professores foram preparados para trabalharem com as crianccedilas que

aprendem assim quando eles se deparam com as limitaccedilotildees na

aprendizagem sentem frustraccedilatildeo anguacutestia impotecircncia e medo Portanto faz-

se necessaacuterio uma significativa reformulaccedilatildeo nos cursos de graduaccedilatildeo que

estatildeo formando professores os quais certamente teratildeo alunos com

necessidades educativas especiais em sua trajetoacuteria profissional Aliaacutes essa

reformulaccedilatildeo deve abarcar natildeo somente conhecimentos sobre educaccedilatildeo de

pessoas com deficiecircncia mas tambeacutem oportunizar autoconhecimento para

que os professores possam atuar de forma mais confiante atendendo agraves

demandas educacionais especiais com mais prazer e menos sofrimento Aleacutem

da reestruturaccedilatildeo nas aacutereas que envolvem a formaccedilatildeo de professores para

que o trabalho docente possa acontecer com menor prejuiacutezo agrave sauacutede mental

parece primordial que o investimento transcenda a capacitaccedilatildeo relacionada aos

conhecimentos teacutecnicos e permeie o campo da sauacutede mental no trabalho

O suporte aos aspectos psicoloacutegicos dos professores precisam ser

contemplados com grupos de reflexatildeo ou de apoio um espaccedilo que possa

oportunizar-lhes aos mesmos falar sobre seus sentimentos dificuldades

medos ou fantasias Seria um momento para problematizar e encontrar

ressignificaccedilatildeo no exerciacutecio docente que cada vez mais precisa ser alicerccedilado

no respeito agrave diversidade humana Eacute importante tambeacutem salientar que natildeo eacute

apenas o processo de inclusatildeo o responsaacutevel pelo sofrimento docente muitos

satildeo propensos ao stress devido agraves suas proacuteprias vivecircncias pessoais e agraves

exigecircncias da contemporaneidade

47

De acordo com Souza Silva (2009)

No tocante ao trabalho docente novas propostas se fazem necessaacuterias devido agraves transformaccedilotildees educacionais que estatildeo ocorrendo de forma acelerada exigindo assim novas aprendizagens que possam contribuir para a formaccedilatildeo de profissionais capazes de responder aos novos desafios colocados agrave nossa realidade

Para Bartalotti (2006) nos dias atuais frente ao processo de inclusatildeo

como uma possibilidade embora ainda natildeo como uma realidade haacute um grande

caminho a ser percorrido Pois se olhar em volta para cada ser humano que

nos rodeia ver-se-ia o quanto ainda se tem que caminhar para a construccedilatildeo

de uma sociedade verdadeiramente inclusiva Exclui-se apenas com o olhar

com palavras quantas vezes menospreza-se o outro por ele ter um gosto

uma crenccedila religiosa situaccedilatildeo financeira cor de pele estatura e peso corporal

diferente por nos aceitos E sem a menor preocupaccedilatildeo decidi-se que esta ou

aquela pessoa natildeo serve para estar junto de noacutes de nossos filhos frequentar

nosso clube casa ou templo religioso Jaacute sentem-se excluiacutedos e rejeitados em

diferentes situaccedilotildees sentem-se olhados como diferentes indesejaacuteveis

estranhos certamente essa natildeo eacute uma sensaccedilatildeo agradaacutevel quem jaacute passou

por ela natildeo deseja repetir a experiecircncia

Para que a inclusatildeo ocorra eacute necessaacuterio que a sociedade passe pelo

aprimoramento das relaccedilotildees sociais pela compreensatildeo de que o verdadeiro

pensamento inclusivo eacute aquele que natildeo categoriza ou rotula as pessoas por

ordem de valor valor esse atribuiacutedo muitas vezes atraveacutes de estereoacutetipos

estigmas conhecimentos instituiacutedos pensar inclusivamente eacute aprender a olhar

cada pessoa e buscar nela seu real valor construiacutedo nas relaccedilotildees cotidianas

nos seus sonhos e expectativas e nas suas accedilotildees concretas no mundo

Acredita-se tambeacutem que muitas vezes fala-se que a inclusatildeo eacute uma

utopia muitos natildeo acreditam que a sociedade seja capaz desse movimento

Inclusatildeo eacute sim possibilidade assim como eacute possibilidade a construccedilatildeo de uma

sociedade mais digna para todos com ou sem deficiecircncia

Para Tessaro (2009) existe todo um discurso proacute agrave inclusatildeo em vaacuterios

segmentos da sociedade dentre os quais no ambiente escolar A inclusatildeo eacute

algo que vem se efetivando mesmo que a duras penas buscando superar toda

uma histoacuteria de isolamento discriminaccedilatildeo e preconceito Tem provocado

48

muitos questionamentos principalmente no meio acadecircmico tais como O que

eacute inclusatildeo escolar Por que incluir Qual eacute a opiniatildeo dos alunos com

deficiecircncia e dos professores sobre inclusatildeo A escola possui infra-estrutura

adequada para participar da inclusatildeo escolar Os alunos deficientes se sentem

bem com a inclusatildeo escolar Os professores estatildeo capacitados para educaccedilatildeo

inclusiva

Dutra (2007) destaca que as principais dificuldades no processo de

inclusatildeo escolar do aluno especial eacute a ausecircncia de preparo e de uma

formaccedilatildeo mais teacutecnica que visa suprir as necessidades destes alunos

mediadas pelo professor e tambeacutem agrave falta de boas condiccedilotildees fiacutesicas nas

escolas pra receber estes alunos

Jesus (2007) enfatiza que a inclusatildeo dos portadores de necessidades

educacionais especiais na escola eacute algo essencial agrave educaccedilatildeo mas eacute preciso

ser feita de maneira correta porque nem todos podem estar na escola ou

estatildeo preparados para nela estar por natildeo terem capacidade fisioloacutegica Esse eacute

um assunto muito discutido por alguns especialistas da educaccedilatildeo especial que

buscam uma maneira eficiente de incluir todos as crianccedilas e jovens que

possuem alguma necessidade educacional especial

Nesse sentido Mantoan (2006) afirma que a condiccedilatildeo primeira para

inclusatildeo deixe de ser uma ameaccedila ao que hoje a escola defende e adota como

pratica pedagoacutegica e abandonar tudo que leva a tolerar as pessoas com

deficiecircncia na sala de aula

Natildeo pode se ter um ambiente mais propiacutecio para tal processo de

conscientizaccedilatildeo do que a escola Pois seraacute por meio dessa interaccedilatildeo entre

crianccedilas que se construiraacute uma naccedilatildeo mais justa e igualitaacuteria onde todos

juntos aprenderatildeo a conviver e a se respeitarem Respeito que eacute sonhado por

todos que se espera construir um novo amanhatilde mais digno

O assunto eacute fundamental para ser discutido por todas as pessoas

envolvidas com a educaccedilatildeo e que busquem uma naccedilatildeo com menos

desigualdade social oportunidades para todos uma educaccedilatildeo que priorize o

ser e natildeo ter e uma realidade igualitaacuteria A inclusatildeo eacute acima de tudo a

transformaccedilatildeo da pratica pedagoacutegica de todos os profissionais de educaccedilatildeo

Os registros de textos artigos e livros enfatizam que sobre a

aplicabilidade atual de inclusatildeo escolar satildeo insatisfatoacuterios e que natildeo houve

49

diferenccedilas entre os alunos e entre os professores quanto a essa dimensatildeo Os

professores e os alunos expressaram vaacuterias dificuldades envolvidas nesse

processo destacando se a falta de infra-estrutura das escolas a falta de

preparocapacitaccedilatildeo profissional discriminaccedilatildeo social e a falta de aceitaccedilatildeo da

inclusatildeo

Os professores de educaccedilatildeo especial demonstraram dar mais creacutedito agrave

educaccedilatildeo inclusiva do que os do ensino regular Os alunos deficientes

demonstraram dar menos creacutedito agrave inclusatildeo do que os natildeo deficientes Os

sentimentos decorrentes da inclusatildeo que predominaram entre professores e os

alunos com deficiecircncia foram negativos enquanto entre os alunos natildeo

deficientes prevaleceram os positivos (TESSARO 2009)

Para Fonseca (2004) promover a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma tarefa de

uma equipe multidisciplinar que deve adotar uma estrateacutegia do tipo pensar em

grupo eacute pensar melhor pois soacute dessa forma se podem explorar todas as

opccedilotildees potenciais de inclusatildeo e natildeo soacute as mais coerentes acessiacuteveis ou

tradicionais Sem uma dinacircmica de grupo natildeo se podem discutir e implementar

planos educacionais individualizados na educaccedilatildeo inclusiva transpondo para

sala de aula regular programas inovadores desde a modificaccedilatildeo de

comportamento ao enriquecimento linguumliacutestico ou cognitivo

Ensino em equipe com vaacuterios professores que agem e pensam em

conjunto criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees inovaccedilotildees na instruccedilatildeo na avaliaccedilatildeo

aprendizagem cooperativa e interativa criaccedilatildeo de projetos de suporte muacuteltiplo

serviccedilos de encaminhamentos diagnoacutesticos dinacircmicos e prescritivos em

termos de praacutetica de intervenccedilatildeo na sala de aula regular aprofundamento eacutetico

e legal dos pressupostos morais da inclusatildeo social construccedilatildeo de instrumentos

de investigaccedilatildeo-accedilatildeo entre outros satildeo desafios que se colocam hoje mais do

lado do ensino do que da aprendizagem

Para Almeida Anjos (2007) vaacuterios professores destacam tensotildees que

sempre se preservaram em suas percepccedilotildees e atitudes sejam referentes agraves

pessoas com necessidades educacionais especiais sejam relativas a

dificuldades em relaccedilatildeo a si proacuteprios e aos seus saberes profissionais No

entanto os profissionais apontam em suas falas as possibilidades de transpor

tais dificuldades vividas no trabalho com alunos especiais na rotina de seu dia

a dia de trabalho

50

Laraia (1992 apud ALMEIDA ANJOS 2007) acredita que nenhuma

ordem social eacute baseada em verdades inatas que as mudanccedilas nas praacuteticas

pedagoacutegicas com a diversidade dos alunos passam por uma mudanccedila de

nossas concepccedilotildees e valores Que eacute preciso uma formaccedilatildeo que coloque o

profissional da educaccedilatildeo em conflito com seus conhecimentos e concepccedilotildees a

partir da relaccedilatildeo entre a teoria e a praacutetica para entatildeo podermos comeccedilar a

pensar em inclusatildeo Assim a partir dos pressupostos da ciecircncia social criacutetica

sustentada pelo interesse colaborativo procuramos programar com os

profissionais encontros de estudoreflexatildeo das tensotildees e possibilidades que

envolvem o trabalho com alunos com necessidades educacionais especiais

enfatizar ainda como o lazer e recreaccedilatildeo podem ser facilitadores do processo

de inclusatildeo escolar

Zimmermann (2008) acredita que para conseguir reformar a instituiccedilatildeo

escolar primeiramente se tem que reformar as mentes entretanto natildeo

conseguiraacute reformar mentes sem que se realize uma preacutevia reforma de

instituiccedilotildees Vive-se uma crise de paradigmas e toda a crise gera medos

inseguranccedila e incertezas mas propotildee-se que seja este o momento de ousadia

e de busca de alternativas que sustente e norteie para realizar-se as mudanccedilas

que o momento propotildee Que a escola seja um espaccedilo vivo de formaccedilatildeo para

todos e um ambiente verdadeiramente inclusivo eacute preciso que as poliacuteticas

puacuteblicas de educaccedilatildeo sejam direcionadas aacute inclusatildeo que os educadores

desacomodem-se combatendo a descrenccedila e o pessimismo mostrando que a

inclusatildeo eacute um momento oportuno para professores e a comunidade escolar

demonstrarem sua competecircncia e principalmente suas responsabilidades

educacionais

Esta mudanccedila de perspectiva educacional propotildee que os educadores

faccedilam a diferenccedila buscando conhecimento e contribuindo com uma praacutetica

ressignificada desenvolvendo uma educaccedilatildeo baseada na afetividade e na

superaccedilatildeo de limites que as crianccedilas aprendam a respeitar as diferenccedilas em

sala de aula preparando-as assim para o futuro a vida e o mercado de

trabalho pois vivendo a experiecircncia inclusiva seratildeo adultos bem diferentes de

noacutes e por certo natildeo faratildeo discriminaccedilotildees sociais

Arauacutejo (2008) relata a opiniatildeo dos professores sobre a inclusatildeo escolar

enfatizando com veemecircncia de que a inclusatildeo escolar do aluno portador de

51

necessidades educacionais especiais eacute um assunto muito interessante e

delicado e levantaram a conscientizaccedilatildeo desse aluno sobre o direito deste

frequentar o ensino regular no entanto essa inclusatildeo na visatildeo deles estaacute

acontecendo de forma errocircnea Pois os professores da rede regular de ensino

em sua quase totalidade natildeo estatildeo preparados para lidar com esta nova fase

da educaccedilatildeo brasileira

Tem que se pensar que para que a inclusatildeo se concretize natildeo basta

estar garantido na legislaccedilatildeo mas demanda modificaccedilotildees profundas e

importantes no sistema de ensino Essas mudanccedilas deveratildeo levar em conta o

contexto soacutecio econocircmico aleacutem de serem gradativas planejadas e contiacutenuas

para garantir uma educaccedilatildeo de oacutetima qualidade (BUENO 1998 apud

PEREIRA 2009)

Pereira (2009) acredita que a inclusatildeo depende de mudanccedila de valores

da sociedade e a vivencia de um novo paradigma que natildeo se faz com simples

recomendaccedilotildees teacutecnicas como se fossem receitas de bolo mas com reflexotildees

dos professores direccedilotildees pais alunos equipe multidisciplinar e a comunidade

Essa questatildeo natildeo eacute tatildeo simples assim pois devemos levar em conta as

diferenccedilas Como colocar no mesmo espaccedilo demandas tatildeo diferentes e

especiacuteficas se muitas vezes nem a escola especial consegue dar conta desse

atendimento de forma adequada Deparar-se com frequecircncia com as

resistecircncias dos professores e direccedilotildees manifestadas atraveacutes de

questionamentos e queixas ou ateacute mesmo com expectativas de que possa

apresentar soluccedilotildees maacutegicas de aplicaccedilatildeo imediata causando certa decepccedilatildeo

e frustraccedilatildeo pois ela natildeo existe

O problema se agrava quando se vecirc o professor totalmente dependente

do apoio ou assessoria de profissionais da aacuterea da sauacutede pois neste caso a

questatildeo cliacutenica eacute fundamental e se sobressai e novamente o pedagoacutegico fica

esquecido Com isso o professor se sente desvalorizado incapaz e fora do

processo por considerar esse aluno como doente concluindo que natildeo pode

fazer nada por ele pois ele precisa de tratamento especializado de

profissionais qualificados da aacuterea da sauacutede desistindo assim de assumir tal

tarefa

Desta forma parece que o professor esquece seu papel poreacutem natildeo se

considera o momento do professor sua formaccedilatildeo as condiccedilotildees da proacutepria

52

escola em receber esses alunos que entram nas escolas e continuam

excluiacutedos de todo o processo de ensino-aprendizagem e social causando

frustraccedilatildeo e fracassos dificultando assim a proposta de inclusatildeo Por um lado

os professores julgam-se incapazes de dar conta dessa demanda

despreparados e impotentes frente a essa realidade que eacute agravada dia-a-dia

pela falta de material adequado de apoio administrativo e recursos financeiros

Limaverde (2009) salienta que no Brasil estaacute acontecendo um grande

movimento proacute-inclusatildeo que tem sido fortalecido a partir da sistematizaccedilatildeo do

que se trata o atendimento educacional especializado Existem realidades

muito proacuteximas em relaccedilatildeo ao atendimento desses alunos mas ainda tem

muitas compreensotildees equivocadas sobre a inclusatildeo de alunos com deficiecircncia

Alguns municiacutepios brasileiros pensam que fazem inclusatildeo mas na verdade

eles tecircm feito integraccedilatildeo Percebe-se que alunos que frequentam escolas

comuns salas comuns de ensino natildeo participam efetivamente das aulas ou

das atividades realizadas e essas escolas alegam que esses alunos natildeo tecircm

condiccedilotildees de fazer as atividades e que por isso eles fazem outras atividades

diferenciadas Desta forma natildeo ocorre a inclusatildeo Isso eacute uma integraccedilatildeo

porque o aluno estaacute integrado na sala de aula comum mas ele natildeo participa

das atividades realizadas pelos demais colegas

Muitos municiacutepios brasileiros que estatildeo em processo de transiccedilatildeo ou

seja eles estatildeo implantando o atendimento educacional especializado de

caraacuteter complementar e ao mesmo tempo estatildeo ainda com problemas

relacionados agrave inclusatildeo desses alunos como por exemplo a manutenccedilatildeo de

classes especiais A partir da formaccedilatildeo de 2007 para caacute os municiacutepios tecircm se

reorganizado para atendimento educacional especializado mas ainda eacute uma

realidade muito diferenciada

A inclusatildeo soacute eacute possiacutevel onde houver respeito agrave diferenccedila e

consequentemente a adoccedilatildeo de praacuteticas pedagoacutegicas que permitam agraves

pessoas com deficiecircncia aprender e ser reconhecidos e valorizados os

conhecimentos que satildeo capazes de produzir segundo seu ritmo e na medida

de suas possibilidades (SILVA 2009)

53

A menos que a atual oportunidade favoraacutevel seja aproveitada para melhorar as qualificaccedilotildees profissionais de professores em educaccedilatildeo especial e consequentemente a qualidade da educaccedilatildeo especial tememos que os proacuteximos 20 anos ainda possam ser um periacuteodo de esperanccedilas frustradas (RELATORIO WARNOCK 1978 paraacutegrafo 1932)

54

CONCLUSAtildeO

Diante do levantamento bibliograacutefico conclui-se que a inclusatildeo nos

moldes em que se encontra atualmente estaacute longe de atender a um ideal

Tal processo necessita de muitas transformaccedilotildees Os oacutergatildeos a ele

ligados diretamente ou indiretamente deveratildeo rever suas propostas metas e

meacutetodos de implantaccedilatildeo

Profissionais da sauacutede tambeacutem tecircm papeacuteis importantes em todo o

processo inclusivo pois em accedilatildeo conjunta com os educadores podem fazer um

trabalho mais completo e eficaz

A inclusatildeo escolar eacute uma praacutetica que abrange natildeo apenas os

profissionais especiacuteficos das aacutereas meacutedica e educacional mas tambeacutem

envolve um fator preponderante na vida do indiviacuteduo atendido por ela a famiacutelia

Esta constitui a base da crianccedila com necessidades educacionais especiais e

assumindo a postura devida pode oferecer a esta crianccedila o subsiacutedio para seu

desenvolvimento escolar bem como uma fonte de apoio aos profissionais

envolvidos

Aleacutem de uma nobre causa de cunho educacional a inclusatildeo constitui

ainda uma mudanccedila no comportamento da sociedade como um todo que

passa a ter que zelar por interesses coletivos outrora ignorados pela maioria

Devido ao periacuteodo decorrido desde as primeiras iniciativas ligadas ao

processo inclusivo verifica-se que o tempo eacute um fator indispensaacutevel para sua

concretizaccedilatildeo Esta provavelmente dar-se-aacute a partir do momento em que todos

os envolvidos assumirem suas devidas responsabilidades e se unirem por uma

educaccedilatildeo de qualidade embasada em um planejamento organizado bem

dirigido iacutentegro e sobretudo pautado no respeito ao ser humano e agrave

diversidade

55

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32

deficiecircncia fiacutesica visual mental e autistas ou seus representantes legais satildeo

isentos de ICMS (Imposto sobre Circulaccedilatildeo de Mercadorias e Serviccedilos) e do

IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de acordo com a Lei 1075403

Os financiamentos de automoacuteveis de fabricaccedilatildeo nacional tambeacutem satildeo

liberados do IOF (Imposto sobre Operaccedilotildees Financeiras)

Tais benefiacutecios ainda natildeo satildeo tributados pelo Imposto de Renda e tanto

a aquisiccedilatildeo de aparelhos e materiais como a realizaccedilatildeo de outras despesas

podem ser deduzidas do imposto

1436 Direito ao passe livre

Os cidadatildeos com deficiecircncia tambeacutem possuem benefiacutecios relacionados

aos meios de transporte A Lei 889994 conhecida como Lei do Passe Livre

prevecirc que toda pessoa com deficiecircncia tem direito ao transporte coletivo

interestadual gratuito e que cabe a cada estado ou municiacutepio implantar

programas similares ao passe livre para os transportes municipais e estaduais

Aleacutem do transporte gratuito o municiacutepio deve garantir que os meios de

transporte sejam acessiacuteveis a estes cidadatildeos

15 Declaraccedilatildeo de Salamanca princiacutepios poliacutetica e praacutetica na educaccedilatildeo

especial

Notando com satisfaccedilatildeo um incremento no envolvimento de governos

grupos de advocacia comunidades e pais e em particular de organizaccedilotildees de

pessoas com deficiecircncias na busca pela melhoria do acesso agrave educaccedilatildeo para

a maioria daqueles cujas necessidades especiais ainda se encontram

desprovidas e reconhecendo como evidecircncia para tal envolvimento a

participaccedilatildeo ativa do alto niacutevel de representantes e de vaacuterios governos

agecircncias especializadas e organizaccedilotildees intergovernamentais naquela

Conferecircncia Mundial

a) Os delegados da Conferecircncia Mundial de Educaccedilatildeo Especial

33

representando 88 governos e 25 organizaccedilotildees internacionais em

assembleia em Salamanca Espanha entre 7 e 10 de junho de 1994

reafirma o compromisso para com a educaccedilatildeo para todos

reconhecendo a necessidade e urgecircncia do providenciamento de

educaccedilatildeo para as crianccedilas jovens e adultos com necessidades

educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino e re-

endossa a estrutura de accedilatildeo em educaccedilatildeo especial em que pelo

espiacuterito de cujas provisotildees e recomendaccedilotildees governo e

organizaccedilotildees sejam guiados

b) Acreditam e proclamam que toda crianccedila tem direito fundamental agrave

educaccedilatildeo e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o niacutevel

adequado de aprendizagem toda crianccedila possui caracteriacutesticas

interesses habilidades e necessidades de aprendizagem que satildeo

uacutenicas sistemas educacionais deveriam ser designados e programas

educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em

conta a vasta diversidade de tais caracteriacutesticas e necessidades

aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso

agrave escola regular que deveria acomodaacute-los dentro de uma pedagogia

centrada na crianccedila capaz de satisfazer a tais necessidades

escolas regulares que possuam tal orientaccedilatildeo inclusiva constituem

os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatoacuterias

criando-se comunidades acolhedoras construindo uma sociedade

inclusiva e alcanccedilando educaccedilatildeo para todos aleacutem disso tais escolas

proveem uma educaccedilatildeo efetiva agrave maioria das crianccedilas e aprimoram

a eficiecircncia e em uacuteltima instacircncia o custo da eficaacutecia de todo o

sistema educacional

c) Congregam todos os governos e demandam que atribuam a mais

alta prioridade poliacutetica e financeira ao aprimoramento de seus

sistemas educacionais no sentido de se tornarem aptos a incluiacuterem

todas as crianccedilas independentemente de suas diferenccedilas ou

dificuldades individuais adotem o princiacutepio de educaccedilatildeo inclusiva em

forma de lei ou de poliacutetica matriculando todas as crianccedilas em

escolas regulares a menos que existam fortes razotildees para agir de

outra forma desenvolvam projetos de demonstraccedilatildeo e encorajem

34

intercacircmbios em paiacuteses que possuam experiecircncias de escolarizaccedilatildeo

inclusiva estabeleccedilam mecanismos participatoacuterios e

descentralizados para planejamento revisatildeo e avaliaccedilatildeo de provisatildeo

educacional para crianccedilas e adultos com necessidades educacionais

especiais encorajem e facilitem a participaccedilatildeo de pais comunidades

e organizaccedilotildees de pessoas portadoras de deficiecircncias nos processos

de planejamento e tomada de decisatildeo concernentes agrave provisatildeo de

serviccedilos para necessidades educacionais especiais invistam

maiores esforccedilos em estrateacutegias de identificaccedilatildeo e intervenccedilatildeo

precoces bem como nos aspectos vocacionais da educaccedilatildeo

inclusiva garantam que no contexto de uma mudanccedila sistecircmica

programas de treinamento de professores tanto em serviccedilo como

durante a formaccedilatildeo incluam a provisatildeo de educaccedilatildeo especial dentro

das escolas inclusivas

d) Tambeacutem congregam a comunidade internacional em particular

governos com programas de cooperaccedilatildeo internacional agecircncias

financiadoras internacionais especialmente as responsaacuteveis pela

Conferecircncia Mundial em Educaccedilatildeo para Todos UNESCO UNICEF

UNDP e o Banco Mundial a endossar a perspectiva de escolarizaccedilatildeo

inclusiva e apoiar o desenvolvimento da educaccedilatildeo especial como

parte integrante de todos os programas educacionais as Naccedilotildees

Unidas e suas agecircncias especializadas em particular a ILO WHO

UNESCO e UNICEF a reforccedilar seus estiacutemulos de cooperaccedilatildeo

teacutecnica bem como reforccedilar suas cooperaccedilotildees e redes de trabalho

para um apoio mais eficaz agrave jaacute expandida e integrada provisatildeo em

educaccedilatildeo especial organizaccedilotildees natildeo-governamentais envolvidas na

programaccedilatildeo e entrega de serviccedilo nos paiacuteses a reforccedilar sua

colaboraccedilatildeo com as entidades oficiais nacionais e intensificar o

envolvimento crescente delas no planejamento implementaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de provisatildeo em educaccedilatildeo especial que seja inclusiva

UNESCO enquanto a agecircncia educacional das Naccedilotildees Unidas a

assegurar que educaccedilatildeo especial faccedila parte de toda discussatildeo que

lide com educaccedilatildeo para todos em vaacuterios foros a mobilizar o apoio de

organizaccedilotildees dos profissionais de ensino em questotildees relativas ao

35

aprimoramento do treinamento de professores no que diz respeito a

necessidade educacionais especiais a estimular a comunidade

acadecircmica no sentido de fortalecer pesquisa redes de trabalho e o

estabelecimento de centros regionais de informaccedilatildeo e documentaccedilatildeo

e da mesma forma a servir de exemplo em tais atividades e na

disseminaccedilatildeo dos resultados especiacuteficos e dos progressos

alcanccedilados em cada paiacutes no sentido de realizar o que almeja a

presente declaraccedilatildeo a mobilizar fundos atraveacutes da criaccedilatildeo (dentro

de seu proacuteximo planejamento a meacutedio prazo 1996-2000) de um

programa extensivo de escolas inclusivas e programas de apoio

comunitaacuterio que permitiriam o lanccedilamento de projetos-piloto que

demonstrassem novas formas de disseminaccedilatildeo e o desenvolvimento

de indicadores de necessidade e de provisatildeo de educaccedilatildeo especial

e) Por uacuteltimo expressam o caloroso reconhecimento ao governo da

Espanha e agrave UNESCO pela organizaccedilatildeo da Conferecircncia e

demandam-lhes realizarem todos os esforccedilos no sentido de trazer

esta declaraccedilatildeo e sua relativa estrutura de accedilatildeo da comunidade

mundial especialmente em eventos importantes tais como o Tratado

Mundial de Desenvolvimento Social (em Kopenhagen em 1995) e a

Conferecircncia Mundial sobre a Mulher (em Beijing em 1995) Adotada

por aclamaccedilatildeo na cidade de Salamanca Espanha neste deacutecimo dia

de junho de 1994

Durante os uacuteltimos 15 ou 20 anos tem se tornado claro que o conceito de necessidades educacionais especiais teve que ser ampliado para incluir todas as crianccedilas que natildeo estejam conseguindo se beneficiar com a escola seja por que motivo for (UNESCO 1994 p15)

16 Diretrizes na educaccedilatildeo especial na perspectiva da inclusatildeo

A consciecircncia do direito de construir uma identidade proacutepria e do reconhecimento da identidade do outro se traduz no direito de igualdade e no respeito agraves diferenccedilas assegurando oportunidades diferentes (equidade) tantas quanto forem necessaacuterias com vistas agrave busca da igualdade (BRASIL 2001)

36

A educaccedilatildeo especial eacute uma modalidade de ensino que perpassa todos

os niacuteveis etapas e modalidades realiza o atendimento educacional

especializado disponibiliza os serviccedilos e recursos proacuteprios desse atendimento

e orienta os alunos e seus professores quanto a sua utilizaccedilatildeo nas turmas

comuns do ensino regular

O atendimento educacional especializado identifica elabora e organiza

recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a

plena participaccedilatildeo dos alunos considerando as suas necessidades

especiacuteficas As atividades desenvolvidas no atendimento educacional

especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum natildeo

sendo substitutivas agrave escolarizaccedilatildeo Esse atendimento completa e suplementa

a formaccedilatildeo dos alunos com vistas agrave autonomia e independecircncia na escola e

fora dela

Tal modalidade de ensino disponibiliza programas de enriquecimento

curricular o ensino de linguagem e coacutedigos especiacuteficos de comunicaccedilatildeo e

sinalizaccedilatildeo ajudas teacutecnicas e tecnoloacutegicas assistidas dentre outros Ao longo

de todo processo de escolarizaccedilatildeo esse atendimento deve estar articulado

com a proposta pedagoacutegica de ensino comum

A inclusatildeo escolar tem inicio na educaccedilatildeo infantil onde se desenvolvem

as bases necessaacuterias para a construccedilatildeo do conhecimento e seu

desenvolvimento global Nessa etapa o luacutedico o acesso agraves formas

diferenciadas de comunicaccedilatildeo a riqueza de estiacutemulos nos aspectos fiacutesicos

emocionais cognitivos psicomotores e sociais e a convivecircncia com as

diferenccedilas favorecem as relaccedilotildees interpessoais o respeito e a valorizaccedilatildeo da

crianccedila Do nascimento aos trecircs anos o atendimento educacional

especializado se expressa por meio de serviccedilos que objetivam aperfeiccediloar o

processo de desenvolvimento e aprendizagem em interface com os serviccedilos de

sauacutede e assistecircncia social

Em todas as etapas e modalidades da educaccedilatildeo baacutesica o atendimento

especializado eacute organizado para apoiar o desenvolvimento dos alunos

constituindo oferta obrigatoacuteria dos sistemas de ensino e deve ser realizado no

turno inverso ao da classe comum na proacutepria escola ou centro especializado

que realize esse serviccedilo educacional Este atendimento eacute realizado mediante a

37

atuaccedilatildeo de profissionais com conhecimento especiacuteficos no ensino da Liacutengua

Brasileira de Sinais da Liacutengua Portuguesa e na modalidade escrita como

segunda liacutengua do Sistema Braille do Soroban da orientaccedilatildeo e mobilidade

das atividades de vida autocircnoma da comunicaccedilatildeo alternativa do

desenvolvimento dos processos mentais superiores dos programas de

enriquecimento curricular da adequaccedilatildeo e produccedilatildeo de materiais didaacuteticos e

pedagoacutegicos da utilizaccedilatildeo de recursos oacutepticos e natildeo oacutepticos da tecnologia

assistida e outros

Cabe aos sistemas de ensino ao organizar a educaccedilatildeo especial na

perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva disponibilizar as funccedilotildees do instrutor de

Libras e guia interprete bem como de monitor dos alunos com necessidades

de apoio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo locomoccedilatildeo entre outras que

exijam auxilio constante no cotidiano escolar

Para atuar na educaccedilatildeo especial o professor deve ter como base de

sua formaccedilatildeo inicial e continuada conhecimentos gerais para o exerciacutecio da

docecircncia e conhecimentos especiacuteficos da aacuterea Essa formaccedilatildeo possibilita a sua

atuaccedilatildeo no atendimento educacional especializado e deve aprofundar o caraacuteter

interativo e interdisciplinar da atuaccedilatildeo nas salas comuns do ensino regular nas

salas de recursos nos centros de atendimento educacional especializado nos

nuacutecleos de acessibilidade das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior nas classes

hospitalares e nos ambientes domiciliares para a oferta dos serviccedilos e

recursos de educaccedilatildeo especial

38

CAPIacuteTULO II

CAPACITACcedilAtildeO E CONCEPCcedilAtildeO DE PROFESSORES NO PROCESSO DE

INCLUSAtildeO ESCOLAR

2 CAPACITACcedilAtildeO PROFISSIONAL E A INCLUSAtildeO ESCOLAR

A formaccedilatildeo de professores que atuam diretamente na inclusatildeo escolar

sempre se constituiu numa grande problemaacutetica com relaccedilatildeo ao atendimento

do aluno com necessidades especiais Tudo eacute muito novo e desafiador E isto

infelizmente ainda eacute uma barreira para que a inclusatildeo se efetive com alicerce

suficiente para se sustentar

Nos finais do Impeacuterio o atendimento a essa clientela era vinculada agrave

sauacutede Nos anos 20 do seacuteculo passado iniciou-se uma crescente preocupaccedilatildeo

com a questatildeo propriamente pedagoacutegica porem influenciada pela abordagem

psicoloacutegica natildeo abandonando o campo da sauacutede

Para atender agraves demandas cada professor deveria estar apto a

elaborar incrementar e implementar situaccedilotildees de ensino que favorecessem a

construccedilatildeo dos conceitos mais primaacuterios aos mais complexos Eacute importante

que o professor organize seu planejamento de maneira que natildeo passem

despercebidos pelas situaccedilotildees de ensino conceitos que podem parecer

simples mas que na verdade satildeo preacute-requisitos para o que se pensa ser o

mais importante Contudo natildeo satildeo poucos os casos em que as situaccedilotildees

acabam sendo apresentadas de forma restrita sem pertinecircncia aos alunos que

participam da accedilatildeo inclusiva

O cotidiano de sala de aula requer na atualidade a efetivaccedilatildeo de accedilotildees

didaacuteticas flexiacuteveis poreacutem contextualizadas a adequaccedilatildeo de recursos sem

depreciar a capacidade e a imagem do aluno com o qual interagimos uma

reformulaccedilatildeo das dinacircmicas em sala de aula que possibilite a participaccedilatildeo

39

efetiva de todos

Muitos recursos muitas vezes satildeo pouco explorados ou ateacute mesmo

desconsiderados pelo professor com o passar dos niacuteveis propostos pelo

sistema de educaccedilatildeo No entanto quando o professor eacute o agente mediador de

um contexto educacional no qual a diversidade estaacute mais complexa devido agraves

demandas que um tipo de necessidade educativa especial pode gerar eacute

essencial que ele natildeo perca de vista a validade de determinados recursos

diante da construccedilatildeo de conceitos mais elaborados ou abstratos (FERREIRA

2004)

Valorizar a singularidade de cada ser humano eacute um compromisso eacutetico

de contribuir com as transformaccedilotildees necessaacuterias agrave construccedilatildeo de uma

sociedade mais justa (SOUZA SILVA 2005 p 239)

Um sistema escolar inclusivo precisa investir na capacitaccedilatildeo contiacutenua dos

professores e funcionaacuterios das escolas realizando o chamamento dos que

ainda natildeo se consideram envolvidos para um processo de sensibilizaccedilatildeo e

atualizaccedilatildeo constante de toda escola e comunidade Nesse aspecto a

assessoria ao professor eacute fundamental para orientaccedilatildeo e anaacutelise na busca de

soluccedilotildees para os problemas surgidos na sala de aula no aprofundamento das

questotildees teoacutericas na construccedilatildeo de intervenccedilotildees pedagoacutegicas na seleccedilatildeo de

recursos materiais e tecnoloacutegicos para a aprendizagem dos alunos no

processo de avaliaccedilatildeo na inter-relaccedilatildeo com as famiacutelias bem como na

mediaccedilatildeo entre escola e serviccedilos especializados para atendimento ao aluno

com necessidades educacionais na aacuterea da sauacutede da assistecircncia social do

trabalho entre outros (BEYER 2005)

Para Marques (2006) inclusatildeo escolar implica numa reorganizaccedilatildeo

estrutural da escola de todos os elementos da praacutetica pedagoacutegica

considerando o dado do muacuteltiplo da diversidade e natildeo mais o padratildeo

universal O atual momento histoacuterico exige uma participaccedilatildeo efetiva da escola

como instituiccedilatildeo loacutecus do conhecimento e da formaccedilatildeo de cidadatildeos capazes de

intervir nos rumos da sociedade Neste sentido faz-se necessaacuteria uma escola

criativa onde todos os seus componentes sejam co-sujeitos na produccedilatildeo de um

saber-instrumento para o conviacutevio escolar e social Cabe portanto a alunos

professores e sujeitos desse processo planejar e construir as diferentes etapas

de nossa caminhada etapas que se num primeiro momento satildeo idealizadas

40

logo transformam-se em realidade pela reflexatildeo criacutetica de nossas proacuteprias

possibilidades na construccedilatildeo dessa nova escola Assim eacute preciso

redimensionar o modo de pensar e fazer a educaccedilatildeo tarefa por natureza

complexa que envolve elementos poliacuteticos soacutecio-econocircmicos teacutecnicos e

culturais

Essa postura por sua vez implica na superaccedilatildeo da dicotomia e

fragmentaccedilatildeo das atribuiccedilotildees dos agentes educativos dos rituais dos

conteuacutedos metodoloacutegicos dos recursos pedagoacutegicos do processo de

avaliaccedilatildeo bem como das concepccedilotildees de educaccedilatildeo e de sociedade Enfatiza

tambeacutem que implica para o professor em uma seacuterie de mudanccedilas com relaccedilatildeo

a sua postura pressuposto baacutesico de sua atuaccedilatildeo a compreensatildeo das

diferentes necessidades educacionais de seus alunos sendo necessaacuteria aacute

flexibilizaccedilatildeo do professor no exerciacutecio do compromisso eacutetico para se adequar

agraves novas situaccedilotildees que surgiratildeo em decorrecircncia das diversidades presentes

em seu cotidiano atentando para a supressatildeo de uma possiacutevel postura

discriminatoacuteria

Zimmermann (2008) destaca que a instituiccedilatildeo escolar precisa redefinir

sua base de estrutura organizacional destituindo-se de burocracias

reorganizando grades curriculares proporcionando maior ecircnfase agrave formaccedilatildeo

humana dos professores e afinando a relaccedilatildeo famiacutelia

escola propondo uma

praacutetica pedagoacutegica coletiva dinacircmica e flexiacutevel para atender esta nova

realidade educacional A educaccedilatildeo inclusiva tem forccedila transformadora e

aponta para uma nova era natildeo somente educacional mas para uma sociedade

inclusiva

Segundo Mittler (2008) as escolas a volta poderiam tentar encontrar

novos modos de pedir aos pais as suas opiniotildees sobre como poderiam ser

fortalecidos os viacutenculos entre lar e a escola Os viacutenculos mais iacutentimos entre

pais e professor natildeo podem ser prescritos de cima para baixo mas sim

fundamentados nos desejos e nas prioridades daquele que estatildeo nessa aacuterea

A uacuteltima palavra vai para um grupo de pais de crianccedilas com

necessidades especiais e deficiecircncia ( RUSSEL 1997 apud MITTEL

2008p227)

a) Por favor aceite e valorize nossas crianccedilas (e noacutes mesmos como

famiacutelia) como noacutes somos valorizados

41

b) Por favor celebre a diferenccedila

c) Por favor aceite nossas crianccedilas primeiramente como crianccedilas Natildeo

coloque roacutetulos nelas a menos que vocecirc pretenda fazer algo

d) Por favor reconheccedila seu poder sobre nossas vidas Vivemos com as

consequumlecircncias de suas opiniotildees e decisotildees

e) Por favor entenda a tensatildeo sob qual muitas famiacutelias estatildeo vivendo

Os encontros cancelados a lista de espera que ningueacutem consegue

chegar ao inicio todas as discussotildees sobre recursos eacute sobre nossa

vida que vocecirc esta falando

f) Por favor natildeo use modas passageiras e tratamentos conosco a

menos que vocecirc vai estar conosco E natildeo esqueccedila que as famiacutelias

tecircm muitos membros muitas responsabilidades Agraves vezes natildeo

podemos agradar a todo mundo

g) Por favor reconheccedila que aacutes vezes noacutes eacute que temos razatildeo Por favor

acredite em noacutes e escute o que sabemos sobre o que noacutes e nossas

crianccedilas necessitamos

h) Agraves vezes estamos tristes cansados e deprimidos Por favor valorize

nos como famiacutelias preocupadas e comprometidas e tente continuar a

trabalhar conosco

Limaverde (2009) acredita que a maioria dos professores vem de

cursos onde a discussatildeo da teoria e da praacutetica ainda eacute dividida Discute-se

teoria e praacutetica de maneira isolada Ainda se estuda uma teoria idealizada

Poucos cursos de formaccedilatildeo de professores oferecem de modo obrigatoacuterio em

seus curriacuteculos as disciplinas relacionadas agrave diferenccedila agraves deficiecircncias Aleacutem

da formaccedilatildeo do nuacutecleo comum eles tambeacutem precisam se atentar para essas

especificidades Haacute uma obrigatoriedade de se ofertar nos cursos de

pedagogia a disciplina de Libras Mas isso natildeo deve ocorrer apenas na

formaccedilatildeo inicial mas tambeacutem na formaccedilatildeo continuada que eacute aquela em

serviccedilo mas que muitas vezes natildeo contemplam essas especificidades

O problema de formaccedilatildeo eacute muito grave porque repercute nessa

inseguranccedila do professor no preconceito no medo Aleacutem do entrave da

formaccedilatildeo no aspecto pedagoacutegico as escolas elaboram seu projeto poliacutetico

pedagoacutegico sem levar em conta a presenccedila do aluno com deficiecircncia As

praacuteticas a organizaccedilatildeo da sala de aula natildeo leva em conta a presenccedila desse

42

aluno Onde natildeo haacute uma interlocuccedilatildeo mais refinada entre o ensino comum e a

Educaccedilatildeo Especial com esse saber mais especiacutefico natildeo haacute inclusatildeo

A inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino Assim na formaccedilatildeo do professor teria dois espaccedilos um da sala de

aula que eacute a formaccedilatildeo comum para todos os professores contemplando

desenvolvimento aprendizagem e uma na formaccedilatildeo continuada Uma

formaccedilatildeo que atenda agraves diferenccedilas da sala de aula o atendimento agrave educaccedilatildeo

especializada aleacutem da formaccedilatildeo baacutesica cursos de extensatildeo de libras de

soroban de braile de tecnologia assistida para que esse professor possa

atender a especificidade desses alunos O aluno com deficiecircncia eacute um ser

humano que se desenvolve como qualquer outro As teorias e teacutecnicas que

foram estudadas satildeo suporte para esse trabalho Agora o que vai modificar na

sua atuaccedilatildeo eacute a maneira como ele organiza suas praacuteticas pedagoacutegicas Na

maioria das vezes eles organizam praacuteticas homogecircneas do aluno idealizado Eacute

importante um planejamento para pensar essas diferenccedilas na sala de aula Eacute

um trabalho do projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

21 Concepccedilotildees de professores sobre a inclusatildeo na educaccedilatildeo regular e

especial

Inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino (LIMAVERDE 2009)

Apenas a partir do seacuteculo XX verificou-se uma melhor aceitaccedilatildeo das

pessoas com necessidades especiais momento em que se iniciou a sua

desinstitucionalizaccedilatildeo e educaccedilatildeo escolar Ateacute este periacuteodo eram segregados

e praticamente privados de conviacutevio social Entretanto verifica-se que as

conquistas ainda foram poucas pois o preconceito a ignoracircncia e a

discriminaccedilatildeo ainda satildeo muito fortes em relaccedilatildeo ao deficiente e a deficiecircncia

Para Carmo (2000) a inclusatildeo eacute um assunto que deve ser refletido e

investigado com muita precisatildeo jaacute que a sociedade pode estar criando uma

nova modalidade a de excluiacutedos dentro da inclusatildeo podemos assim concluir

nessa reflexatildeo para que haja o processo de ensino-aprendizagem nos alunos

portadores de necessidades educacionais especiais o professor teraacute que se

43

capacitar para atender a proposta desta nova face da educaccedilatildeo brasileira ele

teraacute que tentar conciliar as teorias sobre o assunto com sua pratica e a

realidade da sala de aula Pois soacute assim a inclusatildeo do aluno portador de

necessidades educacionais especiais seraacute bem sucedida e gerando bons

resultados no futuro

Assim a inclusatildeo deste tipo de aluno requer novas posturas tanto aos

professores quanto ao sistema educacional brasileiro levando em consideraccedilatildeo

que todos noacutes estaremos ganhando Lembrando tambeacutem que este processo

de aprendizagem requer a reciprocidade das experiecircncias entre o aluno com

necessidades educacionais especiais o professor e os demais alunos Um

processo de aprendizagem onde todos participam a aquisiccedilatildeo do

conhecimento ocorreraacute com mais facilidade

Mantoan Pietro Arantes (2006) acredita que recriar um novo modelo

educativo com ensino de qualidade que diga natildeo aacute exclusatildeo social implica em

condiccedilotildees de trabalho pedagoacutegico e uma rede de saberes que se entrelaccedilam e

caminham no sentido contraacuterio do paradigma tradicional de educaccedilatildeo

segregadora Eacute uma reviravolta complexa mas possiacutevel basta que lutemos por

ela que nos aperfeiccediloemos e estejamos abertos a colaborar na busca dos

caminhos pedagoacutegicos da inclusatildeo Pois nem todas as diferenccedilas

necessariamente inferiorizam as pessoas Elas tem diferenccedilas e igualdades

mas entre elas nem tudo deve ser igual assim como nem tudo deve ser

diferente

De acordo com Santos (apud MANTOAN2003 p34 ) eacute preciso que

tenhamos o direito de sermos diferentes quando a igualdade nos

descaracteriza e o direito de sermos iguais quando a diferenccedila nos inferioriza

Assim a luta pela escola inclusiva embora seja contestada e tenha ateacute

mesmo assustado a comunidade escolar exige mudanccedila de haacutebitos e atitudes

pela sua loacutegica e eacutetica nos remete a refletir e reconhecer que trata-se de um

posicionamento social que garante a vida com igualdade pautada pelo

respeito agraves diferenccedilas Apesar das iniciativas acanhadas da comunidade

escolar e da sociedade geral eacute possiacutevel adequar a escola para um novo

tempo Precisa estar imbuiacutedos de boa vontade e compromisso enfrentar com

seguranccedila e otimismo este desafio enxergar a clareza e obviedade eacutetica da

proposta inclusiva e contribuir para o desmantelamento dessa maacutequina escolar

44

enferrujada

Para Lisita e Souza (2003) das utopias concretas da modernidade tem-

se hoje apenas a certeza da transitoriedade O sentido da revoluccedilatildeo antes

propagado daacute lugar a um leque de possibilidades as quais se abrem num

horizonte virtual em constantes mudanccedilas Que se trata de uma nova realidade

mundial natildeo se discute Indaga-se no entanto o que se tem a fazer diante de

tal realidade

Nesse sentido a ciecircncia e a tecnologia tecircm se constituiacutedo nos principais

agentes de proposiccedilatildeo e de determinaccedilatildeo dessas mudanccedilas A sensaccedilatildeo que

se tem eacute a de que amanheceremos a cada dia num novo mundo repleto de

novidades e onde o ontem estaacute cada vez e mais rapidamente distante

O cenaacuterio do mundo atual evidencia um movimento em direccedilatildeo a um

sentido de inclusatildeo social o sujeito com deficiecircncia passa a dividir a cena com

os sujeitos sem deficiecircncia coabitando os diversos espaccedilos sociais Nota-se

pois um grande dinamismo experimentado pelos sujeitos e em particular

pelos sujeitos com deficiecircncia num mundo onde conceitos e praacuteticas assumem

cada vez mais um caraacuteter efecircmero e de possibilidades muacuteltiplas

Segundo Ferreira e Glat (2004) satildeo frequentes relatos de professores

principalmente em conselhos de classe sobre a dificuldade de determinados

alunos quanto agrave efetivaccedilatildeo de algumas propostas educacionais Na maioria

das situaccedilotildees o que de fato acontece natildeo eacute uma dificuldade do aluno em

realizar ou compreender a atividade solicitada e sim uma inadequaccedilatildeo do

procedimento dos objetivos eou da avaliaccedilatildeo realizada pelo professor Nesse

sentido eacute importante o professor analisar algumas questotildees como

a) de que maneira todos os alunos poderatildeo participar da aula proposta

b) se haacute necessidade de apoio adaptaccedilotildees e como fazecirc-las para sua

plena participaccedilatildeo

c) que expectativas devem ser esperadas eou modificadas para a

efetivaccedilatildeo da atividade (como os alunos demonstram o que sabem a

quantidade e qualidade das atividades propostas)

d) quais satildeo os objetivos prioritaacuterios para a aprendizagem

Enfim eacute do conhecimento de todos que natildeo haacute formas sem

precedentes que se bastem ou que se perpetuem diante das realidades

necessidades e demandas dos alunos que compotildeem as salas de aula que hoje

45

cada professor assume Eacute importante a busca constante de praacuteticas pautadas

no contexto que o aluno vivencia inovadoras pois o trabalho eacute dinacircmico

sendo fundamental que cada profissional pense na sua disponibilidade para a

construccedilatildeo de praacuteticas efetivas que conduzam a uma educaccedilatildeo de qualidade

para todos como descrevem Ferreira e Glat 2004

Poso (2004) acredita que por um lado os professores julgam-se

incapazes de dar conta dessa demanda despreparados e impotentes frente a

essa realidade que eacute agravada pela falta de material adequado de apoio

administrativo e recursos financeiros

Mantoan (2003) enfatiza que a radicalidade da inclusatildeo vem do fato de

esta exigir uma mudanccedila de paradigma educacional onde na perspectiva

inclusiva suprime-se a sub-divisatildeo dos sistemas escolares em modalidades de

ensino especial e regular As escolas atendem as diferenccedilas sem discriminar

sem estabelecer prioridades e necessidades sem estabelecer regras

diferenciadas para cada caso no planejamento avaliaccedilatildeo e aprendizado

Assim pode-se imaginar o impacto da inclusatildeo nos sistemas de ensino ao

supor a aboliccedilatildeo completa dos serviccedilos segregados da educaccedilatildeo especial os

programas de reforccedilo escolar salas de aceleraccedilatildeo e turmas especiais

Desta forma a inclusatildeo eacute uma provocaccedilatildeo cuja intenccedilatildeo eacute melhorar a

qualidade do ensino atingindo todos os alunos de uma forma globalizada

Incluir eacute necessaacuterio primordialmente para melhorar as condiccedilotildees da escola

de modo que nela se possam formar geraccedilotildees mais preparadas para viver a

vida na sua plenitude livremente sem preconceitos sem barreiras Confirma-

se assim mais uma vez a necessidade de a educaccedilatildeo se atualizar e os

professores aperfeiccediloarem as suas praacuteticas para que as escolas se obriguem

a um esforccedilo de modernizaccedilatildeo e reestruturaccedilatildeo de suas condiccedilotildees atuais

Pretende-se que a escola seja inclusiva eacute primordial que seus planos se

redefinam para uma educaccedilatildeo voltada agrave cidadania global plena livre de

preconceitos e disposta a reconhecer e entende as diferenccedilas entre as

pessoas principalmente quanto aos seus aspectos fiacutesico mental e intelectual

Natildeo basta uma educaccedilatildeo para a cidadania eacute preciso educar para a liberdade

e nesse sentido nenhuma forma de subordinaccedilatildeo intelectual pode ser

admitida

Os desafios para a concretizaccedilatildeo dos ideais inclusivos na educaccedilatildeo

46

brasileira satildeo inuacutemeros Haacute ainda de se vencer os desafios que impotildee o

conservadorismo das instituiccedilotildees especializadas e enfrentar as pressotildees

poliacuteticas e das pessoas com deficiecircncia ainda muito habituadas a seus roacutetulos

e a benefiacutecios que acentuam a incapacidade as limitaccedilotildees o paternalismo e o

protecionismo social

Smeha Ferreira (2005) descrevem que vaacuterios professores afirmam

apresentar sentimentos de despreparo para trabalharem junto agraves crianccedilas com

necessidades especiais Que natildeo tiveram em sua formaccedilatildeo acadecircmica o

preparo adequado que os capacite a lidar com a diversidade e isso gera

intenso sofrimento pois ensinar crianccedilas com limitaccedilotildees exige conhecimento

competecircncia e habilidade para que o processo inclusivo seja efetivado

Os professores foram preparados para trabalharem com as crianccedilas que

aprendem assim quando eles se deparam com as limitaccedilotildees na

aprendizagem sentem frustraccedilatildeo anguacutestia impotecircncia e medo Portanto faz-

se necessaacuterio uma significativa reformulaccedilatildeo nos cursos de graduaccedilatildeo que

estatildeo formando professores os quais certamente teratildeo alunos com

necessidades educativas especiais em sua trajetoacuteria profissional Aliaacutes essa

reformulaccedilatildeo deve abarcar natildeo somente conhecimentos sobre educaccedilatildeo de

pessoas com deficiecircncia mas tambeacutem oportunizar autoconhecimento para

que os professores possam atuar de forma mais confiante atendendo agraves

demandas educacionais especiais com mais prazer e menos sofrimento Aleacutem

da reestruturaccedilatildeo nas aacutereas que envolvem a formaccedilatildeo de professores para

que o trabalho docente possa acontecer com menor prejuiacutezo agrave sauacutede mental

parece primordial que o investimento transcenda a capacitaccedilatildeo relacionada aos

conhecimentos teacutecnicos e permeie o campo da sauacutede mental no trabalho

O suporte aos aspectos psicoloacutegicos dos professores precisam ser

contemplados com grupos de reflexatildeo ou de apoio um espaccedilo que possa

oportunizar-lhes aos mesmos falar sobre seus sentimentos dificuldades

medos ou fantasias Seria um momento para problematizar e encontrar

ressignificaccedilatildeo no exerciacutecio docente que cada vez mais precisa ser alicerccedilado

no respeito agrave diversidade humana Eacute importante tambeacutem salientar que natildeo eacute

apenas o processo de inclusatildeo o responsaacutevel pelo sofrimento docente muitos

satildeo propensos ao stress devido agraves suas proacuteprias vivecircncias pessoais e agraves

exigecircncias da contemporaneidade

47

De acordo com Souza Silva (2009)

No tocante ao trabalho docente novas propostas se fazem necessaacuterias devido agraves transformaccedilotildees educacionais que estatildeo ocorrendo de forma acelerada exigindo assim novas aprendizagens que possam contribuir para a formaccedilatildeo de profissionais capazes de responder aos novos desafios colocados agrave nossa realidade

Para Bartalotti (2006) nos dias atuais frente ao processo de inclusatildeo

como uma possibilidade embora ainda natildeo como uma realidade haacute um grande

caminho a ser percorrido Pois se olhar em volta para cada ser humano que

nos rodeia ver-se-ia o quanto ainda se tem que caminhar para a construccedilatildeo

de uma sociedade verdadeiramente inclusiva Exclui-se apenas com o olhar

com palavras quantas vezes menospreza-se o outro por ele ter um gosto

uma crenccedila religiosa situaccedilatildeo financeira cor de pele estatura e peso corporal

diferente por nos aceitos E sem a menor preocupaccedilatildeo decidi-se que esta ou

aquela pessoa natildeo serve para estar junto de noacutes de nossos filhos frequentar

nosso clube casa ou templo religioso Jaacute sentem-se excluiacutedos e rejeitados em

diferentes situaccedilotildees sentem-se olhados como diferentes indesejaacuteveis

estranhos certamente essa natildeo eacute uma sensaccedilatildeo agradaacutevel quem jaacute passou

por ela natildeo deseja repetir a experiecircncia

Para que a inclusatildeo ocorra eacute necessaacuterio que a sociedade passe pelo

aprimoramento das relaccedilotildees sociais pela compreensatildeo de que o verdadeiro

pensamento inclusivo eacute aquele que natildeo categoriza ou rotula as pessoas por

ordem de valor valor esse atribuiacutedo muitas vezes atraveacutes de estereoacutetipos

estigmas conhecimentos instituiacutedos pensar inclusivamente eacute aprender a olhar

cada pessoa e buscar nela seu real valor construiacutedo nas relaccedilotildees cotidianas

nos seus sonhos e expectativas e nas suas accedilotildees concretas no mundo

Acredita-se tambeacutem que muitas vezes fala-se que a inclusatildeo eacute uma

utopia muitos natildeo acreditam que a sociedade seja capaz desse movimento

Inclusatildeo eacute sim possibilidade assim como eacute possibilidade a construccedilatildeo de uma

sociedade mais digna para todos com ou sem deficiecircncia

Para Tessaro (2009) existe todo um discurso proacute agrave inclusatildeo em vaacuterios

segmentos da sociedade dentre os quais no ambiente escolar A inclusatildeo eacute

algo que vem se efetivando mesmo que a duras penas buscando superar toda

uma histoacuteria de isolamento discriminaccedilatildeo e preconceito Tem provocado

48

muitos questionamentos principalmente no meio acadecircmico tais como O que

eacute inclusatildeo escolar Por que incluir Qual eacute a opiniatildeo dos alunos com

deficiecircncia e dos professores sobre inclusatildeo A escola possui infra-estrutura

adequada para participar da inclusatildeo escolar Os alunos deficientes se sentem

bem com a inclusatildeo escolar Os professores estatildeo capacitados para educaccedilatildeo

inclusiva

Dutra (2007) destaca que as principais dificuldades no processo de

inclusatildeo escolar do aluno especial eacute a ausecircncia de preparo e de uma

formaccedilatildeo mais teacutecnica que visa suprir as necessidades destes alunos

mediadas pelo professor e tambeacutem agrave falta de boas condiccedilotildees fiacutesicas nas

escolas pra receber estes alunos

Jesus (2007) enfatiza que a inclusatildeo dos portadores de necessidades

educacionais especiais na escola eacute algo essencial agrave educaccedilatildeo mas eacute preciso

ser feita de maneira correta porque nem todos podem estar na escola ou

estatildeo preparados para nela estar por natildeo terem capacidade fisioloacutegica Esse eacute

um assunto muito discutido por alguns especialistas da educaccedilatildeo especial que

buscam uma maneira eficiente de incluir todos as crianccedilas e jovens que

possuem alguma necessidade educacional especial

Nesse sentido Mantoan (2006) afirma que a condiccedilatildeo primeira para

inclusatildeo deixe de ser uma ameaccedila ao que hoje a escola defende e adota como

pratica pedagoacutegica e abandonar tudo que leva a tolerar as pessoas com

deficiecircncia na sala de aula

Natildeo pode se ter um ambiente mais propiacutecio para tal processo de

conscientizaccedilatildeo do que a escola Pois seraacute por meio dessa interaccedilatildeo entre

crianccedilas que se construiraacute uma naccedilatildeo mais justa e igualitaacuteria onde todos

juntos aprenderatildeo a conviver e a se respeitarem Respeito que eacute sonhado por

todos que se espera construir um novo amanhatilde mais digno

O assunto eacute fundamental para ser discutido por todas as pessoas

envolvidas com a educaccedilatildeo e que busquem uma naccedilatildeo com menos

desigualdade social oportunidades para todos uma educaccedilatildeo que priorize o

ser e natildeo ter e uma realidade igualitaacuteria A inclusatildeo eacute acima de tudo a

transformaccedilatildeo da pratica pedagoacutegica de todos os profissionais de educaccedilatildeo

Os registros de textos artigos e livros enfatizam que sobre a

aplicabilidade atual de inclusatildeo escolar satildeo insatisfatoacuterios e que natildeo houve

49

diferenccedilas entre os alunos e entre os professores quanto a essa dimensatildeo Os

professores e os alunos expressaram vaacuterias dificuldades envolvidas nesse

processo destacando se a falta de infra-estrutura das escolas a falta de

preparocapacitaccedilatildeo profissional discriminaccedilatildeo social e a falta de aceitaccedilatildeo da

inclusatildeo

Os professores de educaccedilatildeo especial demonstraram dar mais creacutedito agrave

educaccedilatildeo inclusiva do que os do ensino regular Os alunos deficientes

demonstraram dar menos creacutedito agrave inclusatildeo do que os natildeo deficientes Os

sentimentos decorrentes da inclusatildeo que predominaram entre professores e os

alunos com deficiecircncia foram negativos enquanto entre os alunos natildeo

deficientes prevaleceram os positivos (TESSARO 2009)

Para Fonseca (2004) promover a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma tarefa de

uma equipe multidisciplinar que deve adotar uma estrateacutegia do tipo pensar em

grupo eacute pensar melhor pois soacute dessa forma se podem explorar todas as

opccedilotildees potenciais de inclusatildeo e natildeo soacute as mais coerentes acessiacuteveis ou

tradicionais Sem uma dinacircmica de grupo natildeo se podem discutir e implementar

planos educacionais individualizados na educaccedilatildeo inclusiva transpondo para

sala de aula regular programas inovadores desde a modificaccedilatildeo de

comportamento ao enriquecimento linguumliacutestico ou cognitivo

Ensino em equipe com vaacuterios professores que agem e pensam em

conjunto criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees inovaccedilotildees na instruccedilatildeo na avaliaccedilatildeo

aprendizagem cooperativa e interativa criaccedilatildeo de projetos de suporte muacuteltiplo

serviccedilos de encaminhamentos diagnoacutesticos dinacircmicos e prescritivos em

termos de praacutetica de intervenccedilatildeo na sala de aula regular aprofundamento eacutetico

e legal dos pressupostos morais da inclusatildeo social construccedilatildeo de instrumentos

de investigaccedilatildeo-accedilatildeo entre outros satildeo desafios que se colocam hoje mais do

lado do ensino do que da aprendizagem

Para Almeida Anjos (2007) vaacuterios professores destacam tensotildees que

sempre se preservaram em suas percepccedilotildees e atitudes sejam referentes agraves

pessoas com necessidades educacionais especiais sejam relativas a

dificuldades em relaccedilatildeo a si proacuteprios e aos seus saberes profissionais No

entanto os profissionais apontam em suas falas as possibilidades de transpor

tais dificuldades vividas no trabalho com alunos especiais na rotina de seu dia

a dia de trabalho

50

Laraia (1992 apud ALMEIDA ANJOS 2007) acredita que nenhuma

ordem social eacute baseada em verdades inatas que as mudanccedilas nas praacuteticas

pedagoacutegicas com a diversidade dos alunos passam por uma mudanccedila de

nossas concepccedilotildees e valores Que eacute preciso uma formaccedilatildeo que coloque o

profissional da educaccedilatildeo em conflito com seus conhecimentos e concepccedilotildees a

partir da relaccedilatildeo entre a teoria e a praacutetica para entatildeo podermos comeccedilar a

pensar em inclusatildeo Assim a partir dos pressupostos da ciecircncia social criacutetica

sustentada pelo interesse colaborativo procuramos programar com os

profissionais encontros de estudoreflexatildeo das tensotildees e possibilidades que

envolvem o trabalho com alunos com necessidades educacionais especiais

enfatizar ainda como o lazer e recreaccedilatildeo podem ser facilitadores do processo

de inclusatildeo escolar

Zimmermann (2008) acredita que para conseguir reformar a instituiccedilatildeo

escolar primeiramente se tem que reformar as mentes entretanto natildeo

conseguiraacute reformar mentes sem que se realize uma preacutevia reforma de

instituiccedilotildees Vive-se uma crise de paradigmas e toda a crise gera medos

inseguranccedila e incertezas mas propotildee-se que seja este o momento de ousadia

e de busca de alternativas que sustente e norteie para realizar-se as mudanccedilas

que o momento propotildee Que a escola seja um espaccedilo vivo de formaccedilatildeo para

todos e um ambiente verdadeiramente inclusivo eacute preciso que as poliacuteticas

puacuteblicas de educaccedilatildeo sejam direcionadas aacute inclusatildeo que os educadores

desacomodem-se combatendo a descrenccedila e o pessimismo mostrando que a

inclusatildeo eacute um momento oportuno para professores e a comunidade escolar

demonstrarem sua competecircncia e principalmente suas responsabilidades

educacionais

Esta mudanccedila de perspectiva educacional propotildee que os educadores

faccedilam a diferenccedila buscando conhecimento e contribuindo com uma praacutetica

ressignificada desenvolvendo uma educaccedilatildeo baseada na afetividade e na

superaccedilatildeo de limites que as crianccedilas aprendam a respeitar as diferenccedilas em

sala de aula preparando-as assim para o futuro a vida e o mercado de

trabalho pois vivendo a experiecircncia inclusiva seratildeo adultos bem diferentes de

noacutes e por certo natildeo faratildeo discriminaccedilotildees sociais

Arauacutejo (2008) relata a opiniatildeo dos professores sobre a inclusatildeo escolar

enfatizando com veemecircncia de que a inclusatildeo escolar do aluno portador de

51

necessidades educacionais especiais eacute um assunto muito interessante e

delicado e levantaram a conscientizaccedilatildeo desse aluno sobre o direito deste

frequentar o ensino regular no entanto essa inclusatildeo na visatildeo deles estaacute

acontecendo de forma errocircnea Pois os professores da rede regular de ensino

em sua quase totalidade natildeo estatildeo preparados para lidar com esta nova fase

da educaccedilatildeo brasileira

Tem que se pensar que para que a inclusatildeo se concretize natildeo basta

estar garantido na legislaccedilatildeo mas demanda modificaccedilotildees profundas e

importantes no sistema de ensino Essas mudanccedilas deveratildeo levar em conta o

contexto soacutecio econocircmico aleacutem de serem gradativas planejadas e contiacutenuas

para garantir uma educaccedilatildeo de oacutetima qualidade (BUENO 1998 apud

PEREIRA 2009)

Pereira (2009) acredita que a inclusatildeo depende de mudanccedila de valores

da sociedade e a vivencia de um novo paradigma que natildeo se faz com simples

recomendaccedilotildees teacutecnicas como se fossem receitas de bolo mas com reflexotildees

dos professores direccedilotildees pais alunos equipe multidisciplinar e a comunidade

Essa questatildeo natildeo eacute tatildeo simples assim pois devemos levar em conta as

diferenccedilas Como colocar no mesmo espaccedilo demandas tatildeo diferentes e

especiacuteficas se muitas vezes nem a escola especial consegue dar conta desse

atendimento de forma adequada Deparar-se com frequecircncia com as

resistecircncias dos professores e direccedilotildees manifestadas atraveacutes de

questionamentos e queixas ou ateacute mesmo com expectativas de que possa

apresentar soluccedilotildees maacutegicas de aplicaccedilatildeo imediata causando certa decepccedilatildeo

e frustraccedilatildeo pois ela natildeo existe

O problema se agrava quando se vecirc o professor totalmente dependente

do apoio ou assessoria de profissionais da aacuterea da sauacutede pois neste caso a

questatildeo cliacutenica eacute fundamental e se sobressai e novamente o pedagoacutegico fica

esquecido Com isso o professor se sente desvalorizado incapaz e fora do

processo por considerar esse aluno como doente concluindo que natildeo pode

fazer nada por ele pois ele precisa de tratamento especializado de

profissionais qualificados da aacuterea da sauacutede desistindo assim de assumir tal

tarefa

Desta forma parece que o professor esquece seu papel poreacutem natildeo se

considera o momento do professor sua formaccedilatildeo as condiccedilotildees da proacutepria

52

escola em receber esses alunos que entram nas escolas e continuam

excluiacutedos de todo o processo de ensino-aprendizagem e social causando

frustraccedilatildeo e fracassos dificultando assim a proposta de inclusatildeo Por um lado

os professores julgam-se incapazes de dar conta dessa demanda

despreparados e impotentes frente a essa realidade que eacute agravada dia-a-dia

pela falta de material adequado de apoio administrativo e recursos financeiros

Limaverde (2009) salienta que no Brasil estaacute acontecendo um grande

movimento proacute-inclusatildeo que tem sido fortalecido a partir da sistematizaccedilatildeo do

que se trata o atendimento educacional especializado Existem realidades

muito proacuteximas em relaccedilatildeo ao atendimento desses alunos mas ainda tem

muitas compreensotildees equivocadas sobre a inclusatildeo de alunos com deficiecircncia

Alguns municiacutepios brasileiros pensam que fazem inclusatildeo mas na verdade

eles tecircm feito integraccedilatildeo Percebe-se que alunos que frequentam escolas

comuns salas comuns de ensino natildeo participam efetivamente das aulas ou

das atividades realizadas e essas escolas alegam que esses alunos natildeo tecircm

condiccedilotildees de fazer as atividades e que por isso eles fazem outras atividades

diferenciadas Desta forma natildeo ocorre a inclusatildeo Isso eacute uma integraccedilatildeo

porque o aluno estaacute integrado na sala de aula comum mas ele natildeo participa

das atividades realizadas pelos demais colegas

Muitos municiacutepios brasileiros que estatildeo em processo de transiccedilatildeo ou

seja eles estatildeo implantando o atendimento educacional especializado de

caraacuteter complementar e ao mesmo tempo estatildeo ainda com problemas

relacionados agrave inclusatildeo desses alunos como por exemplo a manutenccedilatildeo de

classes especiais A partir da formaccedilatildeo de 2007 para caacute os municiacutepios tecircm se

reorganizado para atendimento educacional especializado mas ainda eacute uma

realidade muito diferenciada

A inclusatildeo soacute eacute possiacutevel onde houver respeito agrave diferenccedila e

consequentemente a adoccedilatildeo de praacuteticas pedagoacutegicas que permitam agraves

pessoas com deficiecircncia aprender e ser reconhecidos e valorizados os

conhecimentos que satildeo capazes de produzir segundo seu ritmo e na medida

de suas possibilidades (SILVA 2009)

53

A menos que a atual oportunidade favoraacutevel seja aproveitada para melhorar as qualificaccedilotildees profissionais de professores em educaccedilatildeo especial e consequentemente a qualidade da educaccedilatildeo especial tememos que os proacuteximos 20 anos ainda possam ser um periacuteodo de esperanccedilas frustradas (RELATORIO WARNOCK 1978 paraacutegrafo 1932)

54

CONCLUSAtildeO

Diante do levantamento bibliograacutefico conclui-se que a inclusatildeo nos

moldes em que se encontra atualmente estaacute longe de atender a um ideal

Tal processo necessita de muitas transformaccedilotildees Os oacutergatildeos a ele

ligados diretamente ou indiretamente deveratildeo rever suas propostas metas e

meacutetodos de implantaccedilatildeo

Profissionais da sauacutede tambeacutem tecircm papeacuteis importantes em todo o

processo inclusivo pois em accedilatildeo conjunta com os educadores podem fazer um

trabalho mais completo e eficaz

A inclusatildeo escolar eacute uma praacutetica que abrange natildeo apenas os

profissionais especiacuteficos das aacutereas meacutedica e educacional mas tambeacutem

envolve um fator preponderante na vida do indiviacuteduo atendido por ela a famiacutelia

Esta constitui a base da crianccedila com necessidades educacionais especiais e

assumindo a postura devida pode oferecer a esta crianccedila o subsiacutedio para seu

desenvolvimento escolar bem como uma fonte de apoio aos profissionais

envolvidos

Aleacutem de uma nobre causa de cunho educacional a inclusatildeo constitui

ainda uma mudanccedila no comportamento da sociedade como um todo que

passa a ter que zelar por interesses coletivos outrora ignorados pela maioria

Devido ao periacuteodo decorrido desde as primeiras iniciativas ligadas ao

processo inclusivo verifica-se que o tempo eacute um fator indispensaacutevel para sua

concretizaccedilatildeo Esta provavelmente dar-se-aacute a partir do momento em que todos

os envolvidos assumirem suas devidas responsabilidades e se unirem por uma

educaccedilatildeo de qualidade embasada em um planejamento organizado bem

dirigido iacutentegro e sobretudo pautado no respeito ao ser humano e agrave

diversidade

55

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33

representando 88 governos e 25 organizaccedilotildees internacionais em

assembleia em Salamanca Espanha entre 7 e 10 de junho de 1994

reafirma o compromisso para com a educaccedilatildeo para todos

reconhecendo a necessidade e urgecircncia do providenciamento de

educaccedilatildeo para as crianccedilas jovens e adultos com necessidades

educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino e re-

endossa a estrutura de accedilatildeo em educaccedilatildeo especial em que pelo

espiacuterito de cujas provisotildees e recomendaccedilotildees governo e

organizaccedilotildees sejam guiados

b) Acreditam e proclamam que toda crianccedila tem direito fundamental agrave

educaccedilatildeo e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o niacutevel

adequado de aprendizagem toda crianccedila possui caracteriacutesticas

interesses habilidades e necessidades de aprendizagem que satildeo

uacutenicas sistemas educacionais deveriam ser designados e programas

educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em

conta a vasta diversidade de tais caracteriacutesticas e necessidades

aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso

agrave escola regular que deveria acomodaacute-los dentro de uma pedagogia

centrada na crianccedila capaz de satisfazer a tais necessidades

escolas regulares que possuam tal orientaccedilatildeo inclusiva constituem

os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatoacuterias

criando-se comunidades acolhedoras construindo uma sociedade

inclusiva e alcanccedilando educaccedilatildeo para todos aleacutem disso tais escolas

proveem uma educaccedilatildeo efetiva agrave maioria das crianccedilas e aprimoram

a eficiecircncia e em uacuteltima instacircncia o custo da eficaacutecia de todo o

sistema educacional

c) Congregam todos os governos e demandam que atribuam a mais

alta prioridade poliacutetica e financeira ao aprimoramento de seus

sistemas educacionais no sentido de se tornarem aptos a incluiacuterem

todas as crianccedilas independentemente de suas diferenccedilas ou

dificuldades individuais adotem o princiacutepio de educaccedilatildeo inclusiva em

forma de lei ou de poliacutetica matriculando todas as crianccedilas em

escolas regulares a menos que existam fortes razotildees para agir de

outra forma desenvolvam projetos de demonstraccedilatildeo e encorajem

34

intercacircmbios em paiacuteses que possuam experiecircncias de escolarizaccedilatildeo

inclusiva estabeleccedilam mecanismos participatoacuterios e

descentralizados para planejamento revisatildeo e avaliaccedilatildeo de provisatildeo

educacional para crianccedilas e adultos com necessidades educacionais

especiais encorajem e facilitem a participaccedilatildeo de pais comunidades

e organizaccedilotildees de pessoas portadoras de deficiecircncias nos processos

de planejamento e tomada de decisatildeo concernentes agrave provisatildeo de

serviccedilos para necessidades educacionais especiais invistam

maiores esforccedilos em estrateacutegias de identificaccedilatildeo e intervenccedilatildeo

precoces bem como nos aspectos vocacionais da educaccedilatildeo

inclusiva garantam que no contexto de uma mudanccedila sistecircmica

programas de treinamento de professores tanto em serviccedilo como

durante a formaccedilatildeo incluam a provisatildeo de educaccedilatildeo especial dentro

das escolas inclusivas

d) Tambeacutem congregam a comunidade internacional em particular

governos com programas de cooperaccedilatildeo internacional agecircncias

financiadoras internacionais especialmente as responsaacuteveis pela

Conferecircncia Mundial em Educaccedilatildeo para Todos UNESCO UNICEF

UNDP e o Banco Mundial a endossar a perspectiva de escolarizaccedilatildeo

inclusiva e apoiar o desenvolvimento da educaccedilatildeo especial como

parte integrante de todos os programas educacionais as Naccedilotildees

Unidas e suas agecircncias especializadas em particular a ILO WHO

UNESCO e UNICEF a reforccedilar seus estiacutemulos de cooperaccedilatildeo

teacutecnica bem como reforccedilar suas cooperaccedilotildees e redes de trabalho

para um apoio mais eficaz agrave jaacute expandida e integrada provisatildeo em

educaccedilatildeo especial organizaccedilotildees natildeo-governamentais envolvidas na

programaccedilatildeo e entrega de serviccedilo nos paiacuteses a reforccedilar sua

colaboraccedilatildeo com as entidades oficiais nacionais e intensificar o

envolvimento crescente delas no planejamento implementaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de provisatildeo em educaccedilatildeo especial que seja inclusiva

UNESCO enquanto a agecircncia educacional das Naccedilotildees Unidas a

assegurar que educaccedilatildeo especial faccedila parte de toda discussatildeo que

lide com educaccedilatildeo para todos em vaacuterios foros a mobilizar o apoio de

organizaccedilotildees dos profissionais de ensino em questotildees relativas ao

35

aprimoramento do treinamento de professores no que diz respeito a

necessidade educacionais especiais a estimular a comunidade

acadecircmica no sentido de fortalecer pesquisa redes de trabalho e o

estabelecimento de centros regionais de informaccedilatildeo e documentaccedilatildeo

e da mesma forma a servir de exemplo em tais atividades e na

disseminaccedilatildeo dos resultados especiacuteficos e dos progressos

alcanccedilados em cada paiacutes no sentido de realizar o que almeja a

presente declaraccedilatildeo a mobilizar fundos atraveacutes da criaccedilatildeo (dentro

de seu proacuteximo planejamento a meacutedio prazo 1996-2000) de um

programa extensivo de escolas inclusivas e programas de apoio

comunitaacuterio que permitiriam o lanccedilamento de projetos-piloto que

demonstrassem novas formas de disseminaccedilatildeo e o desenvolvimento

de indicadores de necessidade e de provisatildeo de educaccedilatildeo especial

e) Por uacuteltimo expressam o caloroso reconhecimento ao governo da

Espanha e agrave UNESCO pela organizaccedilatildeo da Conferecircncia e

demandam-lhes realizarem todos os esforccedilos no sentido de trazer

esta declaraccedilatildeo e sua relativa estrutura de accedilatildeo da comunidade

mundial especialmente em eventos importantes tais como o Tratado

Mundial de Desenvolvimento Social (em Kopenhagen em 1995) e a

Conferecircncia Mundial sobre a Mulher (em Beijing em 1995) Adotada

por aclamaccedilatildeo na cidade de Salamanca Espanha neste deacutecimo dia

de junho de 1994

Durante os uacuteltimos 15 ou 20 anos tem se tornado claro que o conceito de necessidades educacionais especiais teve que ser ampliado para incluir todas as crianccedilas que natildeo estejam conseguindo se beneficiar com a escola seja por que motivo for (UNESCO 1994 p15)

16 Diretrizes na educaccedilatildeo especial na perspectiva da inclusatildeo

A consciecircncia do direito de construir uma identidade proacutepria e do reconhecimento da identidade do outro se traduz no direito de igualdade e no respeito agraves diferenccedilas assegurando oportunidades diferentes (equidade) tantas quanto forem necessaacuterias com vistas agrave busca da igualdade (BRASIL 2001)

36

A educaccedilatildeo especial eacute uma modalidade de ensino que perpassa todos

os niacuteveis etapas e modalidades realiza o atendimento educacional

especializado disponibiliza os serviccedilos e recursos proacuteprios desse atendimento

e orienta os alunos e seus professores quanto a sua utilizaccedilatildeo nas turmas

comuns do ensino regular

O atendimento educacional especializado identifica elabora e organiza

recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a

plena participaccedilatildeo dos alunos considerando as suas necessidades

especiacuteficas As atividades desenvolvidas no atendimento educacional

especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum natildeo

sendo substitutivas agrave escolarizaccedilatildeo Esse atendimento completa e suplementa

a formaccedilatildeo dos alunos com vistas agrave autonomia e independecircncia na escola e

fora dela

Tal modalidade de ensino disponibiliza programas de enriquecimento

curricular o ensino de linguagem e coacutedigos especiacuteficos de comunicaccedilatildeo e

sinalizaccedilatildeo ajudas teacutecnicas e tecnoloacutegicas assistidas dentre outros Ao longo

de todo processo de escolarizaccedilatildeo esse atendimento deve estar articulado

com a proposta pedagoacutegica de ensino comum

A inclusatildeo escolar tem inicio na educaccedilatildeo infantil onde se desenvolvem

as bases necessaacuterias para a construccedilatildeo do conhecimento e seu

desenvolvimento global Nessa etapa o luacutedico o acesso agraves formas

diferenciadas de comunicaccedilatildeo a riqueza de estiacutemulos nos aspectos fiacutesicos

emocionais cognitivos psicomotores e sociais e a convivecircncia com as

diferenccedilas favorecem as relaccedilotildees interpessoais o respeito e a valorizaccedilatildeo da

crianccedila Do nascimento aos trecircs anos o atendimento educacional

especializado se expressa por meio de serviccedilos que objetivam aperfeiccediloar o

processo de desenvolvimento e aprendizagem em interface com os serviccedilos de

sauacutede e assistecircncia social

Em todas as etapas e modalidades da educaccedilatildeo baacutesica o atendimento

especializado eacute organizado para apoiar o desenvolvimento dos alunos

constituindo oferta obrigatoacuteria dos sistemas de ensino e deve ser realizado no

turno inverso ao da classe comum na proacutepria escola ou centro especializado

que realize esse serviccedilo educacional Este atendimento eacute realizado mediante a

37

atuaccedilatildeo de profissionais com conhecimento especiacuteficos no ensino da Liacutengua

Brasileira de Sinais da Liacutengua Portuguesa e na modalidade escrita como

segunda liacutengua do Sistema Braille do Soroban da orientaccedilatildeo e mobilidade

das atividades de vida autocircnoma da comunicaccedilatildeo alternativa do

desenvolvimento dos processos mentais superiores dos programas de

enriquecimento curricular da adequaccedilatildeo e produccedilatildeo de materiais didaacuteticos e

pedagoacutegicos da utilizaccedilatildeo de recursos oacutepticos e natildeo oacutepticos da tecnologia

assistida e outros

Cabe aos sistemas de ensino ao organizar a educaccedilatildeo especial na

perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva disponibilizar as funccedilotildees do instrutor de

Libras e guia interprete bem como de monitor dos alunos com necessidades

de apoio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo locomoccedilatildeo entre outras que

exijam auxilio constante no cotidiano escolar

Para atuar na educaccedilatildeo especial o professor deve ter como base de

sua formaccedilatildeo inicial e continuada conhecimentos gerais para o exerciacutecio da

docecircncia e conhecimentos especiacuteficos da aacuterea Essa formaccedilatildeo possibilita a sua

atuaccedilatildeo no atendimento educacional especializado e deve aprofundar o caraacuteter

interativo e interdisciplinar da atuaccedilatildeo nas salas comuns do ensino regular nas

salas de recursos nos centros de atendimento educacional especializado nos

nuacutecleos de acessibilidade das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior nas classes

hospitalares e nos ambientes domiciliares para a oferta dos serviccedilos e

recursos de educaccedilatildeo especial

38

CAPIacuteTULO II

CAPACITACcedilAtildeO E CONCEPCcedilAtildeO DE PROFESSORES NO PROCESSO DE

INCLUSAtildeO ESCOLAR

2 CAPACITACcedilAtildeO PROFISSIONAL E A INCLUSAtildeO ESCOLAR

A formaccedilatildeo de professores que atuam diretamente na inclusatildeo escolar

sempre se constituiu numa grande problemaacutetica com relaccedilatildeo ao atendimento

do aluno com necessidades especiais Tudo eacute muito novo e desafiador E isto

infelizmente ainda eacute uma barreira para que a inclusatildeo se efetive com alicerce

suficiente para se sustentar

Nos finais do Impeacuterio o atendimento a essa clientela era vinculada agrave

sauacutede Nos anos 20 do seacuteculo passado iniciou-se uma crescente preocupaccedilatildeo

com a questatildeo propriamente pedagoacutegica porem influenciada pela abordagem

psicoloacutegica natildeo abandonando o campo da sauacutede

Para atender agraves demandas cada professor deveria estar apto a

elaborar incrementar e implementar situaccedilotildees de ensino que favorecessem a

construccedilatildeo dos conceitos mais primaacuterios aos mais complexos Eacute importante

que o professor organize seu planejamento de maneira que natildeo passem

despercebidos pelas situaccedilotildees de ensino conceitos que podem parecer

simples mas que na verdade satildeo preacute-requisitos para o que se pensa ser o

mais importante Contudo natildeo satildeo poucos os casos em que as situaccedilotildees

acabam sendo apresentadas de forma restrita sem pertinecircncia aos alunos que

participam da accedilatildeo inclusiva

O cotidiano de sala de aula requer na atualidade a efetivaccedilatildeo de accedilotildees

didaacuteticas flexiacuteveis poreacutem contextualizadas a adequaccedilatildeo de recursos sem

depreciar a capacidade e a imagem do aluno com o qual interagimos uma

reformulaccedilatildeo das dinacircmicas em sala de aula que possibilite a participaccedilatildeo

39

efetiva de todos

Muitos recursos muitas vezes satildeo pouco explorados ou ateacute mesmo

desconsiderados pelo professor com o passar dos niacuteveis propostos pelo

sistema de educaccedilatildeo No entanto quando o professor eacute o agente mediador de

um contexto educacional no qual a diversidade estaacute mais complexa devido agraves

demandas que um tipo de necessidade educativa especial pode gerar eacute

essencial que ele natildeo perca de vista a validade de determinados recursos

diante da construccedilatildeo de conceitos mais elaborados ou abstratos (FERREIRA

2004)

Valorizar a singularidade de cada ser humano eacute um compromisso eacutetico

de contribuir com as transformaccedilotildees necessaacuterias agrave construccedilatildeo de uma

sociedade mais justa (SOUZA SILVA 2005 p 239)

Um sistema escolar inclusivo precisa investir na capacitaccedilatildeo contiacutenua dos

professores e funcionaacuterios das escolas realizando o chamamento dos que

ainda natildeo se consideram envolvidos para um processo de sensibilizaccedilatildeo e

atualizaccedilatildeo constante de toda escola e comunidade Nesse aspecto a

assessoria ao professor eacute fundamental para orientaccedilatildeo e anaacutelise na busca de

soluccedilotildees para os problemas surgidos na sala de aula no aprofundamento das

questotildees teoacutericas na construccedilatildeo de intervenccedilotildees pedagoacutegicas na seleccedilatildeo de

recursos materiais e tecnoloacutegicos para a aprendizagem dos alunos no

processo de avaliaccedilatildeo na inter-relaccedilatildeo com as famiacutelias bem como na

mediaccedilatildeo entre escola e serviccedilos especializados para atendimento ao aluno

com necessidades educacionais na aacuterea da sauacutede da assistecircncia social do

trabalho entre outros (BEYER 2005)

Para Marques (2006) inclusatildeo escolar implica numa reorganizaccedilatildeo

estrutural da escola de todos os elementos da praacutetica pedagoacutegica

considerando o dado do muacuteltiplo da diversidade e natildeo mais o padratildeo

universal O atual momento histoacuterico exige uma participaccedilatildeo efetiva da escola

como instituiccedilatildeo loacutecus do conhecimento e da formaccedilatildeo de cidadatildeos capazes de

intervir nos rumos da sociedade Neste sentido faz-se necessaacuteria uma escola

criativa onde todos os seus componentes sejam co-sujeitos na produccedilatildeo de um

saber-instrumento para o conviacutevio escolar e social Cabe portanto a alunos

professores e sujeitos desse processo planejar e construir as diferentes etapas

de nossa caminhada etapas que se num primeiro momento satildeo idealizadas

40

logo transformam-se em realidade pela reflexatildeo criacutetica de nossas proacuteprias

possibilidades na construccedilatildeo dessa nova escola Assim eacute preciso

redimensionar o modo de pensar e fazer a educaccedilatildeo tarefa por natureza

complexa que envolve elementos poliacuteticos soacutecio-econocircmicos teacutecnicos e

culturais

Essa postura por sua vez implica na superaccedilatildeo da dicotomia e

fragmentaccedilatildeo das atribuiccedilotildees dos agentes educativos dos rituais dos

conteuacutedos metodoloacutegicos dos recursos pedagoacutegicos do processo de

avaliaccedilatildeo bem como das concepccedilotildees de educaccedilatildeo e de sociedade Enfatiza

tambeacutem que implica para o professor em uma seacuterie de mudanccedilas com relaccedilatildeo

a sua postura pressuposto baacutesico de sua atuaccedilatildeo a compreensatildeo das

diferentes necessidades educacionais de seus alunos sendo necessaacuteria aacute

flexibilizaccedilatildeo do professor no exerciacutecio do compromisso eacutetico para se adequar

agraves novas situaccedilotildees que surgiratildeo em decorrecircncia das diversidades presentes

em seu cotidiano atentando para a supressatildeo de uma possiacutevel postura

discriminatoacuteria

Zimmermann (2008) destaca que a instituiccedilatildeo escolar precisa redefinir

sua base de estrutura organizacional destituindo-se de burocracias

reorganizando grades curriculares proporcionando maior ecircnfase agrave formaccedilatildeo

humana dos professores e afinando a relaccedilatildeo famiacutelia

escola propondo uma

praacutetica pedagoacutegica coletiva dinacircmica e flexiacutevel para atender esta nova

realidade educacional A educaccedilatildeo inclusiva tem forccedila transformadora e

aponta para uma nova era natildeo somente educacional mas para uma sociedade

inclusiva

Segundo Mittler (2008) as escolas a volta poderiam tentar encontrar

novos modos de pedir aos pais as suas opiniotildees sobre como poderiam ser

fortalecidos os viacutenculos entre lar e a escola Os viacutenculos mais iacutentimos entre

pais e professor natildeo podem ser prescritos de cima para baixo mas sim

fundamentados nos desejos e nas prioridades daquele que estatildeo nessa aacuterea

A uacuteltima palavra vai para um grupo de pais de crianccedilas com

necessidades especiais e deficiecircncia ( RUSSEL 1997 apud MITTEL

2008p227)

a) Por favor aceite e valorize nossas crianccedilas (e noacutes mesmos como

famiacutelia) como noacutes somos valorizados

41

b) Por favor celebre a diferenccedila

c) Por favor aceite nossas crianccedilas primeiramente como crianccedilas Natildeo

coloque roacutetulos nelas a menos que vocecirc pretenda fazer algo

d) Por favor reconheccedila seu poder sobre nossas vidas Vivemos com as

consequumlecircncias de suas opiniotildees e decisotildees

e) Por favor entenda a tensatildeo sob qual muitas famiacutelias estatildeo vivendo

Os encontros cancelados a lista de espera que ningueacutem consegue

chegar ao inicio todas as discussotildees sobre recursos eacute sobre nossa

vida que vocecirc esta falando

f) Por favor natildeo use modas passageiras e tratamentos conosco a

menos que vocecirc vai estar conosco E natildeo esqueccedila que as famiacutelias

tecircm muitos membros muitas responsabilidades Agraves vezes natildeo

podemos agradar a todo mundo

g) Por favor reconheccedila que aacutes vezes noacutes eacute que temos razatildeo Por favor

acredite em noacutes e escute o que sabemos sobre o que noacutes e nossas

crianccedilas necessitamos

h) Agraves vezes estamos tristes cansados e deprimidos Por favor valorize

nos como famiacutelias preocupadas e comprometidas e tente continuar a

trabalhar conosco

Limaverde (2009) acredita que a maioria dos professores vem de

cursos onde a discussatildeo da teoria e da praacutetica ainda eacute dividida Discute-se

teoria e praacutetica de maneira isolada Ainda se estuda uma teoria idealizada

Poucos cursos de formaccedilatildeo de professores oferecem de modo obrigatoacuterio em

seus curriacuteculos as disciplinas relacionadas agrave diferenccedila agraves deficiecircncias Aleacutem

da formaccedilatildeo do nuacutecleo comum eles tambeacutem precisam se atentar para essas

especificidades Haacute uma obrigatoriedade de se ofertar nos cursos de

pedagogia a disciplina de Libras Mas isso natildeo deve ocorrer apenas na

formaccedilatildeo inicial mas tambeacutem na formaccedilatildeo continuada que eacute aquela em

serviccedilo mas que muitas vezes natildeo contemplam essas especificidades

O problema de formaccedilatildeo eacute muito grave porque repercute nessa

inseguranccedila do professor no preconceito no medo Aleacutem do entrave da

formaccedilatildeo no aspecto pedagoacutegico as escolas elaboram seu projeto poliacutetico

pedagoacutegico sem levar em conta a presenccedila do aluno com deficiecircncia As

praacuteticas a organizaccedilatildeo da sala de aula natildeo leva em conta a presenccedila desse

42

aluno Onde natildeo haacute uma interlocuccedilatildeo mais refinada entre o ensino comum e a

Educaccedilatildeo Especial com esse saber mais especiacutefico natildeo haacute inclusatildeo

A inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino Assim na formaccedilatildeo do professor teria dois espaccedilos um da sala de

aula que eacute a formaccedilatildeo comum para todos os professores contemplando

desenvolvimento aprendizagem e uma na formaccedilatildeo continuada Uma

formaccedilatildeo que atenda agraves diferenccedilas da sala de aula o atendimento agrave educaccedilatildeo

especializada aleacutem da formaccedilatildeo baacutesica cursos de extensatildeo de libras de

soroban de braile de tecnologia assistida para que esse professor possa

atender a especificidade desses alunos O aluno com deficiecircncia eacute um ser

humano que se desenvolve como qualquer outro As teorias e teacutecnicas que

foram estudadas satildeo suporte para esse trabalho Agora o que vai modificar na

sua atuaccedilatildeo eacute a maneira como ele organiza suas praacuteticas pedagoacutegicas Na

maioria das vezes eles organizam praacuteticas homogecircneas do aluno idealizado Eacute

importante um planejamento para pensar essas diferenccedilas na sala de aula Eacute

um trabalho do projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

21 Concepccedilotildees de professores sobre a inclusatildeo na educaccedilatildeo regular e

especial

Inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino (LIMAVERDE 2009)

Apenas a partir do seacuteculo XX verificou-se uma melhor aceitaccedilatildeo das

pessoas com necessidades especiais momento em que se iniciou a sua

desinstitucionalizaccedilatildeo e educaccedilatildeo escolar Ateacute este periacuteodo eram segregados

e praticamente privados de conviacutevio social Entretanto verifica-se que as

conquistas ainda foram poucas pois o preconceito a ignoracircncia e a

discriminaccedilatildeo ainda satildeo muito fortes em relaccedilatildeo ao deficiente e a deficiecircncia

Para Carmo (2000) a inclusatildeo eacute um assunto que deve ser refletido e

investigado com muita precisatildeo jaacute que a sociedade pode estar criando uma

nova modalidade a de excluiacutedos dentro da inclusatildeo podemos assim concluir

nessa reflexatildeo para que haja o processo de ensino-aprendizagem nos alunos

portadores de necessidades educacionais especiais o professor teraacute que se

43

capacitar para atender a proposta desta nova face da educaccedilatildeo brasileira ele

teraacute que tentar conciliar as teorias sobre o assunto com sua pratica e a

realidade da sala de aula Pois soacute assim a inclusatildeo do aluno portador de

necessidades educacionais especiais seraacute bem sucedida e gerando bons

resultados no futuro

Assim a inclusatildeo deste tipo de aluno requer novas posturas tanto aos

professores quanto ao sistema educacional brasileiro levando em consideraccedilatildeo

que todos noacutes estaremos ganhando Lembrando tambeacutem que este processo

de aprendizagem requer a reciprocidade das experiecircncias entre o aluno com

necessidades educacionais especiais o professor e os demais alunos Um

processo de aprendizagem onde todos participam a aquisiccedilatildeo do

conhecimento ocorreraacute com mais facilidade

Mantoan Pietro Arantes (2006) acredita que recriar um novo modelo

educativo com ensino de qualidade que diga natildeo aacute exclusatildeo social implica em

condiccedilotildees de trabalho pedagoacutegico e uma rede de saberes que se entrelaccedilam e

caminham no sentido contraacuterio do paradigma tradicional de educaccedilatildeo

segregadora Eacute uma reviravolta complexa mas possiacutevel basta que lutemos por

ela que nos aperfeiccediloemos e estejamos abertos a colaborar na busca dos

caminhos pedagoacutegicos da inclusatildeo Pois nem todas as diferenccedilas

necessariamente inferiorizam as pessoas Elas tem diferenccedilas e igualdades

mas entre elas nem tudo deve ser igual assim como nem tudo deve ser

diferente

De acordo com Santos (apud MANTOAN2003 p34 ) eacute preciso que

tenhamos o direito de sermos diferentes quando a igualdade nos

descaracteriza e o direito de sermos iguais quando a diferenccedila nos inferioriza

Assim a luta pela escola inclusiva embora seja contestada e tenha ateacute

mesmo assustado a comunidade escolar exige mudanccedila de haacutebitos e atitudes

pela sua loacutegica e eacutetica nos remete a refletir e reconhecer que trata-se de um

posicionamento social que garante a vida com igualdade pautada pelo

respeito agraves diferenccedilas Apesar das iniciativas acanhadas da comunidade

escolar e da sociedade geral eacute possiacutevel adequar a escola para um novo

tempo Precisa estar imbuiacutedos de boa vontade e compromisso enfrentar com

seguranccedila e otimismo este desafio enxergar a clareza e obviedade eacutetica da

proposta inclusiva e contribuir para o desmantelamento dessa maacutequina escolar

44

enferrujada

Para Lisita e Souza (2003) das utopias concretas da modernidade tem-

se hoje apenas a certeza da transitoriedade O sentido da revoluccedilatildeo antes

propagado daacute lugar a um leque de possibilidades as quais se abrem num

horizonte virtual em constantes mudanccedilas Que se trata de uma nova realidade

mundial natildeo se discute Indaga-se no entanto o que se tem a fazer diante de

tal realidade

Nesse sentido a ciecircncia e a tecnologia tecircm se constituiacutedo nos principais

agentes de proposiccedilatildeo e de determinaccedilatildeo dessas mudanccedilas A sensaccedilatildeo que

se tem eacute a de que amanheceremos a cada dia num novo mundo repleto de

novidades e onde o ontem estaacute cada vez e mais rapidamente distante

O cenaacuterio do mundo atual evidencia um movimento em direccedilatildeo a um

sentido de inclusatildeo social o sujeito com deficiecircncia passa a dividir a cena com

os sujeitos sem deficiecircncia coabitando os diversos espaccedilos sociais Nota-se

pois um grande dinamismo experimentado pelos sujeitos e em particular

pelos sujeitos com deficiecircncia num mundo onde conceitos e praacuteticas assumem

cada vez mais um caraacuteter efecircmero e de possibilidades muacuteltiplas

Segundo Ferreira e Glat (2004) satildeo frequentes relatos de professores

principalmente em conselhos de classe sobre a dificuldade de determinados

alunos quanto agrave efetivaccedilatildeo de algumas propostas educacionais Na maioria

das situaccedilotildees o que de fato acontece natildeo eacute uma dificuldade do aluno em

realizar ou compreender a atividade solicitada e sim uma inadequaccedilatildeo do

procedimento dos objetivos eou da avaliaccedilatildeo realizada pelo professor Nesse

sentido eacute importante o professor analisar algumas questotildees como

a) de que maneira todos os alunos poderatildeo participar da aula proposta

b) se haacute necessidade de apoio adaptaccedilotildees e como fazecirc-las para sua

plena participaccedilatildeo

c) que expectativas devem ser esperadas eou modificadas para a

efetivaccedilatildeo da atividade (como os alunos demonstram o que sabem a

quantidade e qualidade das atividades propostas)

d) quais satildeo os objetivos prioritaacuterios para a aprendizagem

Enfim eacute do conhecimento de todos que natildeo haacute formas sem

precedentes que se bastem ou que se perpetuem diante das realidades

necessidades e demandas dos alunos que compotildeem as salas de aula que hoje

45

cada professor assume Eacute importante a busca constante de praacuteticas pautadas

no contexto que o aluno vivencia inovadoras pois o trabalho eacute dinacircmico

sendo fundamental que cada profissional pense na sua disponibilidade para a

construccedilatildeo de praacuteticas efetivas que conduzam a uma educaccedilatildeo de qualidade

para todos como descrevem Ferreira e Glat 2004

Poso (2004) acredita que por um lado os professores julgam-se

incapazes de dar conta dessa demanda despreparados e impotentes frente a

essa realidade que eacute agravada pela falta de material adequado de apoio

administrativo e recursos financeiros

Mantoan (2003) enfatiza que a radicalidade da inclusatildeo vem do fato de

esta exigir uma mudanccedila de paradigma educacional onde na perspectiva

inclusiva suprime-se a sub-divisatildeo dos sistemas escolares em modalidades de

ensino especial e regular As escolas atendem as diferenccedilas sem discriminar

sem estabelecer prioridades e necessidades sem estabelecer regras

diferenciadas para cada caso no planejamento avaliaccedilatildeo e aprendizado

Assim pode-se imaginar o impacto da inclusatildeo nos sistemas de ensino ao

supor a aboliccedilatildeo completa dos serviccedilos segregados da educaccedilatildeo especial os

programas de reforccedilo escolar salas de aceleraccedilatildeo e turmas especiais

Desta forma a inclusatildeo eacute uma provocaccedilatildeo cuja intenccedilatildeo eacute melhorar a

qualidade do ensino atingindo todos os alunos de uma forma globalizada

Incluir eacute necessaacuterio primordialmente para melhorar as condiccedilotildees da escola

de modo que nela se possam formar geraccedilotildees mais preparadas para viver a

vida na sua plenitude livremente sem preconceitos sem barreiras Confirma-

se assim mais uma vez a necessidade de a educaccedilatildeo se atualizar e os

professores aperfeiccediloarem as suas praacuteticas para que as escolas se obriguem

a um esforccedilo de modernizaccedilatildeo e reestruturaccedilatildeo de suas condiccedilotildees atuais

Pretende-se que a escola seja inclusiva eacute primordial que seus planos se

redefinam para uma educaccedilatildeo voltada agrave cidadania global plena livre de

preconceitos e disposta a reconhecer e entende as diferenccedilas entre as

pessoas principalmente quanto aos seus aspectos fiacutesico mental e intelectual

Natildeo basta uma educaccedilatildeo para a cidadania eacute preciso educar para a liberdade

e nesse sentido nenhuma forma de subordinaccedilatildeo intelectual pode ser

admitida

Os desafios para a concretizaccedilatildeo dos ideais inclusivos na educaccedilatildeo

46

brasileira satildeo inuacutemeros Haacute ainda de se vencer os desafios que impotildee o

conservadorismo das instituiccedilotildees especializadas e enfrentar as pressotildees

poliacuteticas e das pessoas com deficiecircncia ainda muito habituadas a seus roacutetulos

e a benefiacutecios que acentuam a incapacidade as limitaccedilotildees o paternalismo e o

protecionismo social

Smeha Ferreira (2005) descrevem que vaacuterios professores afirmam

apresentar sentimentos de despreparo para trabalharem junto agraves crianccedilas com

necessidades especiais Que natildeo tiveram em sua formaccedilatildeo acadecircmica o

preparo adequado que os capacite a lidar com a diversidade e isso gera

intenso sofrimento pois ensinar crianccedilas com limitaccedilotildees exige conhecimento

competecircncia e habilidade para que o processo inclusivo seja efetivado

Os professores foram preparados para trabalharem com as crianccedilas que

aprendem assim quando eles se deparam com as limitaccedilotildees na

aprendizagem sentem frustraccedilatildeo anguacutestia impotecircncia e medo Portanto faz-

se necessaacuterio uma significativa reformulaccedilatildeo nos cursos de graduaccedilatildeo que

estatildeo formando professores os quais certamente teratildeo alunos com

necessidades educativas especiais em sua trajetoacuteria profissional Aliaacutes essa

reformulaccedilatildeo deve abarcar natildeo somente conhecimentos sobre educaccedilatildeo de

pessoas com deficiecircncia mas tambeacutem oportunizar autoconhecimento para

que os professores possam atuar de forma mais confiante atendendo agraves

demandas educacionais especiais com mais prazer e menos sofrimento Aleacutem

da reestruturaccedilatildeo nas aacutereas que envolvem a formaccedilatildeo de professores para

que o trabalho docente possa acontecer com menor prejuiacutezo agrave sauacutede mental

parece primordial que o investimento transcenda a capacitaccedilatildeo relacionada aos

conhecimentos teacutecnicos e permeie o campo da sauacutede mental no trabalho

O suporte aos aspectos psicoloacutegicos dos professores precisam ser

contemplados com grupos de reflexatildeo ou de apoio um espaccedilo que possa

oportunizar-lhes aos mesmos falar sobre seus sentimentos dificuldades

medos ou fantasias Seria um momento para problematizar e encontrar

ressignificaccedilatildeo no exerciacutecio docente que cada vez mais precisa ser alicerccedilado

no respeito agrave diversidade humana Eacute importante tambeacutem salientar que natildeo eacute

apenas o processo de inclusatildeo o responsaacutevel pelo sofrimento docente muitos

satildeo propensos ao stress devido agraves suas proacuteprias vivecircncias pessoais e agraves

exigecircncias da contemporaneidade

47

De acordo com Souza Silva (2009)

No tocante ao trabalho docente novas propostas se fazem necessaacuterias devido agraves transformaccedilotildees educacionais que estatildeo ocorrendo de forma acelerada exigindo assim novas aprendizagens que possam contribuir para a formaccedilatildeo de profissionais capazes de responder aos novos desafios colocados agrave nossa realidade

Para Bartalotti (2006) nos dias atuais frente ao processo de inclusatildeo

como uma possibilidade embora ainda natildeo como uma realidade haacute um grande

caminho a ser percorrido Pois se olhar em volta para cada ser humano que

nos rodeia ver-se-ia o quanto ainda se tem que caminhar para a construccedilatildeo

de uma sociedade verdadeiramente inclusiva Exclui-se apenas com o olhar

com palavras quantas vezes menospreza-se o outro por ele ter um gosto

uma crenccedila religiosa situaccedilatildeo financeira cor de pele estatura e peso corporal

diferente por nos aceitos E sem a menor preocupaccedilatildeo decidi-se que esta ou

aquela pessoa natildeo serve para estar junto de noacutes de nossos filhos frequentar

nosso clube casa ou templo religioso Jaacute sentem-se excluiacutedos e rejeitados em

diferentes situaccedilotildees sentem-se olhados como diferentes indesejaacuteveis

estranhos certamente essa natildeo eacute uma sensaccedilatildeo agradaacutevel quem jaacute passou

por ela natildeo deseja repetir a experiecircncia

Para que a inclusatildeo ocorra eacute necessaacuterio que a sociedade passe pelo

aprimoramento das relaccedilotildees sociais pela compreensatildeo de que o verdadeiro

pensamento inclusivo eacute aquele que natildeo categoriza ou rotula as pessoas por

ordem de valor valor esse atribuiacutedo muitas vezes atraveacutes de estereoacutetipos

estigmas conhecimentos instituiacutedos pensar inclusivamente eacute aprender a olhar

cada pessoa e buscar nela seu real valor construiacutedo nas relaccedilotildees cotidianas

nos seus sonhos e expectativas e nas suas accedilotildees concretas no mundo

Acredita-se tambeacutem que muitas vezes fala-se que a inclusatildeo eacute uma

utopia muitos natildeo acreditam que a sociedade seja capaz desse movimento

Inclusatildeo eacute sim possibilidade assim como eacute possibilidade a construccedilatildeo de uma

sociedade mais digna para todos com ou sem deficiecircncia

Para Tessaro (2009) existe todo um discurso proacute agrave inclusatildeo em vaacuterios

segmentos da sociedade dentre os quais no ambiente escolar A inclusatildeo eacute

algo que vem se efetivando mesmo que a duras penas buscando superar toda

uma histoacuteria de isolamento discriminaccedilatildeo e preconceito Tem provocado

48

muitos questionamentos principalmente no meio acadecircmico tais como O que

eacute inclusatildeo escolar Por que incluir Qual eacute a opiniatildeo dos alunos com

deficiecircncia e dos professores sobre inclusatildeo A escola possui infra-estrutura

adequada para participar da inclusatildeo escolar Os alunos deficientes se sentem

bem com a inclusatildeo escolar Os professores estatildeo capacitados para educaccedilatildeo

inclusiva

Dutra (2007) destaca que as principais dificuldades no processo de

inclusatildeo escolar do aluno especial eacute a ausecircncia de preparo e de uma

formaccedilatildeo mais teacutecnica que visa suprir as necessidades destes alunos

mediadas pelo professor e tambeacutem agrave falta de boas condiccedilotildees fiacutesicas nas

escolas pra receber estes alunos

Jesus (2007) enfatiza que a inclusatildeo dos portadores de necessidades

educacionais especiais na escola eacute algo essencial agrave educaccedilatildeo mas eacute preciso

ser feita de maneira correta porque nem todos podem estar na escola ou

estatildeo preparados para nela estar por natildeo terem capacidade fisioloacutegica Esse eacute

um assunto muito discutido por alguns especialistas da educaccedilatildeo especial que

buscam uma maneira eficiente de incluir todos as crianccedilas e jovens que

possuem alguma necessidade educacional especial

Nesse sentido Mantoan (2006) afirma que a condiccedilatildeo primeira para

inclusatildeo deixe de ser uma ameaccedila ao que hoje a escola defende e adota como

pratica pedagoacutegica e abandonar tudo que leva a tolerar as pessoas com

deficiecircncia na sala de aula

Natildeo pode se ter um ambiente mais propiacutecio para tal processo de

conscientizaccedilatildeo do que a escola Pois seraacute por meio dessa interaccedilatildeo entre

crianccedilas que se construiraacute uma naccedilatildeo mais justa e igualitaacuteria onde todos

juntos aprenderatildeo a conviver e a se respeitarem Respeito que eacute sonhado por

todos que se espera construir um novo amanhatilde mais digno

O assunto eacute fundamental para ser discutido por todas as pessoas

envolvidas com a educaccedilatildeo e que busquem uma naccedilatildeo com menos

desigualdade social oportunidades para todos uma educaccedilatildeo que priorize o

ser e natildeo ter e uma realidade igualitaacuteria A inclusatildeo eacute acima de tudo a

transformaccedilatildeo da pratica pedagoacutegica de todos os profissionais de educaccedilatildeo

Os registros de textos artigos e livros enfatizam que sobre a

aplicabilidade atual de inclusatildeo escolar satildeo insatisfatoacuterios e que natildeo houve

49

diferenccedilas entre os alunos e entre os professores quanto a essa dimensatildeo Os

professores e os alunos expressaram vaacuterias dificuldades envolvidas nesse

processo destacando se a falta de infra-estrutura das escolas a falta de

preparocapacitaccedilatildeo profissional discriminaccedilatildeo social e a falta de aceitaccedilatildeo da

inclusatildeo

Os professores de educaccedilatildeo especial demonstraram dar mais creacutedito agrave

educaccedilatildeo inclusiva do que os do ensino regular Os alunos deficientes

demonstraram dar menos creacutedito agrave inclusatildeo do que os natildeo deficientes Os

sentimentos decorrentes da inclusatildeo que predominaram entre professores e os

alunos com deficiecircncia foram negativos enquanto entre os alunos natildeo

deficientes prevaleceram os positivos (TESSARO 2009)

Para Fonseca (2004) promover a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma tarefa de

uma equipe multidisciplinar que deve adotar uma estrateacutegia do tipo pensar em

grupo eacute pensar melhor pois soacute dessa forma se podem explorar todas as

opccedilotildees potenciais de inclusatildeo e natildeo soacute as mais coerentes acessiacuteveis ou

tradicionais Sem uma dinacircmica de grupo natildeo se podem discutir e implementar

planos educacionais individualizados na educaccedilatildeo inclusiva transpondo para

sala de aula regular programas inovadores desde a modificaccedilatildeo de

comportamento ao enriquecimento linguumliacutestico ou cognitivo

Ensino em equipe com vaacuterios professores que agem e pensam em

conjunto criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees inovaccedilotildees na instruccedilatildeo na avaliaccedilatildeo

aprendizagem cooperativa e interativa criaccedilatildeo de projetos de suporte muacuteltiplo

serviccedilos de encaminhamentos diagnoacutesticos dinacircmicos e prescritivos em

termos de praacutetica de intervenccedilatildeo na sala de aula regular aprofundamento eacutetico

e legal dos pressupostos morais da inclusatildeo social construccedilatildeo de instrumentos

de investigaccedilatildeo-accedilatildeo entre outros satildeo desafios que se colocam hoje mais do

lado do ensino do que da aprendizagem

Para Almeida Anjos (2007) vaacuterios professores destacam tensotildees que

sempre se preservaram em suas percepccedilotildees e atitudes sejam referentes agraves

pessoas com necessidades educacionais especiais sejam relativas a

dificuldades em relaccedilatildeo a si proacuteprios e aos seus saberes profissionais No

entanto os profissionais apontam em suas falas as possibilidades de transpor

tais dificuldades vividas no trabalho com alunos especiais na rotina de seu dia

a dia de trabalho

50

Laraia (1992 apud ALMEIDA ANJOS 2007) acredita que nenhuma

ordem social eacute baseada em verdades inatas que as mudanccedilas nas praacuteticas

pedagoacutegicas com a diversidade dos alunos passam por uma mudanccedila de

nossas concepccedilotildees e valores Que eacute preciso uma formaccedilatildeo que coloque o

profissional da educaccedilatildeo em conflito com seus conhecimentos e concepccedilotildees a

partir da relaccedilatildeo entre a teoria e a praacutetica para entatildeo podermos comeccedilar a

pensar em inclusatildeo Assim a partir dos pressupostos da ciecircncia social criacutetica

sustentada pelo interesse colaborativo procuramos programar com os

profissionais encontros de estudoreflexatildeo das tensotildees e possibilidades que

envolvem o trabalho com alunos com necessidades educacionais especiais

enfatizar ainda como o lazer e recreaccedilatildeo podem ser facilitadores do processo

de inclusatildeo escolar

Zimmermann (2008) acredita que para conseguir reformar a instituiccedilatildeo

escolar primeiramente se tem que reformar as mentes entretanto natildeo

conseguiraacute reformar mentes sem que se realize uma preacutevia reforma de

instituiccedilotildees Vive-se uma crise de paradigmas e toda a crise gera medos

inseguranccedila e incertezas mas propotildee-se que seja este o momento de ousadia

e de busca de alternativas que sustente e norteie para realizar-se as mudanccedilas

que o momento propotildee Que a escola seja um espaccedilo vivo de formaccedilatildeo para

todos e um ambiente verdadeiramente inclusivo eacute preciso que as poliacuteticas

puacuteblicas de educaccedilatildeo sejam direcionadas aacute inclusatildeo que os educadores

desacomodem-se combatendo a descrenccedila e o pessimismo mostrando que a

inclusatildeo eacute um momento oportuno para professores e a comunidade escolar

demonstrarem sua competecircncia e principalmente suas responsabilidades

educacionais

Esta mudanccedila de perspectiva educacional propotildee que os educadores

faccedilam a diferenccedila buscando conhecimento e contribuindo com uma praacutetica

ressignificada desenvolvendo uma educaccedilatildeo baseada na afetividade e na

superaccedilatildeo de limites que as crianccedilas aprendam a respeitar as diferenccedilas em

sala de aula preparando-as assim para o futuro a vida e o mercado de

trabalho pois vivendo a experiecircncia inclusiva seratildeo adultos bem diferentes de

noacutes e por certo natildeo faratildeo discriminaccedilotildees sociais

Arauacutejo (2008) relata a opiniatildeo dos professores sobre a inclusatildeo escolar

enfatizando com veemecircncia de que a inclusatildeo escolar do aluno portador de

51

necessidades educacionais especiais eacute um assunto muito interessante e

delicado e levantaram a conscientizaccedilatildeo desse aluno sobre o direito deste

frequentar o ensino regular no entanto essa inclusatildeo na visatildeo deles estaacute

acontecendo de forma errocircnea Pois os professores da rede regular de ensino

em sua quase totalidade natildeo estatildeo preparados para lidar com esta nova fase

da educaccedilatildeo brasileira

Tem que se pensar que para que a inclusatildeo se concretize natildeo basta

estar garantido na legislaccedilatildeo mas demanda modificaccedilotildees profundas e

importantes no sistema de ensino Essas mudanccedilas deveratildeo levar em conta o

contexto soacutecio econocircmico aleacutem de serem gradativas planejadas e contiacutenuas

para garantir uma educaccedilatildeo de oacutetima qualidade (BUENO 1998 apud

PEREIRA 2009)

Pereira (2009) acredita que a inclusatildeo depende de mudanccedila de valores

da sociedade e a vivencia de um novo paradigma que natildeo se faz com simples

recomendaccedilotildees teacutecnicas como se fossem receitas de bolo mas com reflexotildees

dos professores direccedilotildees pais alunos equipe multidisciplinar e a comunidade

Essa questatildeo natildeo eacute tatildeo simples assim pois devemos levar em conta as

diferenccedilas Como colocar no mesmo espaccedilo demandas tatildeo diferentes e

especiacuteficas se muitas vezes nem a escola especial consegue dar conta desse

atendimento de forma adequada Deparar-se com frequecircncia com as

resistecircncias dos professores e direccedilotildees manifestadas atraveacutes de

questionamentos e queixas ou ateacute mesmo com expectativas de que possa

apresentar soluccedilotildees maacutegicas de aplicaccedilatildeo imediata causando certa decepccedilatildeo

e frustraccedilatildeo pois ela natildeo existe

O problema se agrava quando se vecirc o professor totalmente dependente

do apoio ou assessoria de profissionais da aacuterea da sauacutede pois neste caso a

questatildeo cliacutenica eacute fundamental e se sobressai e novamente o pedagoacutegico fica

esquecido Com isso o professor se sente desvalorizado incapaz e fora do

processo por considerar esse aluno como doente concluindo que natildeo pode

fazer nada por ele pois ele precisa de tratamento especializado de

profissionais qualificados da aacuterea da sauacutede desistindo assim de assumir tal

tarefa

Desta forma parece que o professor esquece seu papel poreacutem natildeo se

considera o momento do professor sua formaccedilatildeo as condiccedilotildees da proacutepria

52

escola em receber esses alunos que entram nas escolas e continuam

excluiacutedos de todo o processo de ensino-aprendizagem e social causando

frustraccedilatildeo e fracassos dificultando assim a proposta de inclusatildeo Por um lado

os professores julgam-se incapazes de dar conta dessa demanda

despreparados e impotentes frente a essa realidade que eacute agravada dia-a-dia

pela falta de material adequado de apoio administrativo e recursos financeiros

Limaverde (2009) salienta que no Brasil estaacute acontecendo um grande

movimento proacute-inclusatildeo que tem sido fortalecido a partir da sistematizaccedilatildeo do

que se trata o atendimento educacional especializado Existem realidades

muito proacuteximas em relaccedilatildeo ao atendimento desses alunos mas ainda tem

muitas compreensotildees equivocadas sobre a inclusatildeo de alunos com deficiecircncia

Alguns municiacutepios brasileiros pensam que fazem inclusatildeo mas na verdade

eles tecircm feito integraccedilatildeo Percebe-se que alunos que frequentam escolas

comuns salas comuns de ensino natildeo participam efetivamente das aulas ou

das atividades realizadas e essas escolas alegam que esses alunos natildeo tecircm

condiccedilotildees de fazer as atividades e que por isso eles fazem outras atividades

diferenciadas Desta forma natildeo ocorre a inclusatildeo Isso eacute uma integraccedilatildeo

porque o aluno estaacute integrado na sala de aula comum mas ele natildeo participa

das atividades realizadas pelos demais colegas

Muitos municiacutepios brasileiros que estatildeo em processo de transiccedilatildeo ou

seja eles estatildeo implantando o atendimento educacional especializado de

caraacuteter complementar e ao mesmo tempo estatildeo ainda com problemas

relacionados agrave inclusatildeo desses alunos como por exemplo a manutenccedilatildeo de

classes especiais A partir da formaccedilatildeo de 2007 para caacute os municiacutepios tecircm se

reorganizado para atendimento educacional especializado mas ainda eacute uma

realidade muito diferenciada

A inclusatildeo soacute eacute possiacutevel onde houver respeito agrave diferenccedila e

consequentemente a adoccedilatildeo de praacuteticas pedagoacutegicas que permitam agraves

pessoas com deficiecircncia aprender e ser reconhecidos e valorizados os

conhecimentos que satildeo capazes de produzir segundo seu ritmo e na medida

de suas possibilidades (SILVA 2009)

53

A menos que a atual oportunidade favoraacutevel seja aproveitada para melhorar as qualificaccedilotildees profissionais de professores em educaccedilatildeo especial e consequentemente a qualidade da educaccedilatildeo especial tememos que os proacuteximos 20 anos ainda possam ser um periacuteodo de esperanccedilas frustradas (RELATORIO WARNOCK 1978 paraacutegrafo 1932)

54

CONCLUSAtildeO

Diante do levantamento bibliograacutefico conclui-se que a inclusatildeo nos

moldes em que se encontra atualmente estaacute longe de atender a um ideal

Tal processo necessita de muitas transformaccedilotildees Os oacutergatildeos a ele

ligados diretamente ou indiretamente deveratildeo rever suas propostas metas e

meacutetodos de implantaccedilatildeo

Profissionais da sauacutede tambeacutem tecircm papeacuteis importantes em todo o

processo inclusivo pois em accedilatildeo conjunta com os educadores podem fazer um

trabalho mais completo e eficaz

A inclusatildeo escolar eacute uma praacutetica que abrange natildeo apenas os

profissionais especiacuteficos das aacutereas meacutedica e educacional mas tambeacutem

envolve um fator preponderante na vida do indiviacuteduo atendido por ela a famiacutelia

Esta constitui a base da crianccedila com necessidades educacionais especiais e

assumindo a postura devida pode oferecer a esta crianccedila o subsiacutedio para seu

desenvolvimento escolar bem como uma fonte de apoio aos profissionais

envolvidos

Aleacutem de uma nobre causa de cunho educacional a inclusatildeo constitui

ainda uma mudanccedila no comportamento da sociedade como um todo que

passa a ter que zelar por interesses coletivos outrora ignorados pela maioria

Devido ao periacuteodo decorrido desde as primeiras iniciativas ligadas ao

processo inclusivo verifica-se que o tempo eacute um fator indispensaacutevel para sua

concretizaccedilatildeo Esta provavelmente dar-se-aacute a partir do momento em que todos

os envolvidos assumirem suas devidas responsabilidades e se unirem por uma

educaccedilatildeo de qualidade embasada em um planejamento organizado bem

dirigido iacutentegro e sobretudo pautado no respeito ao ser humano e agrave

diversidade

55

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34

intercacircmbios em paiacuteses que possuam experiecircncias de escolarizaccedilatildeo

inclusiva estabeleccedilam mecanismos participatoacuterios e

descentralizados para planejamento revisatildeo e avaliaccedilatildeo de provisatildeo

educacional para crianccedilas e adultos com necessidades educacionais

especiais encorajem e facilitem a participaccedilatildeo de pais comunidades

e organizaccedilotildees de pessoas portadoras de deficiecircncias nos processos

de planejamento e tomada de decisatildeo concernentes agrave provisatildeo de

serviccedilos para necessidades educacionais especiais invistam

maiores esforccedilos em estrateacutegias de identificaccedilatildeo e intervenccedilatildeo

precoces bem como nos aspectos vocacionais da educaccedilatildeo

inclusiva garantam que no contexto de uma mudanccedila sistecircmica

programas de treinamento de professores tanto em serviccedilo como

durante a formaccedilatildeo incluam a provisatildeo de educaccedilatildeo especial dentro

das escolas inclusivas

d) Tambeacutem congregam a comunidade internacional em particular

governos com programas de cooperaccedilatildeo internacional agecircncias

financiadoras internacionais especialmente as responsaacuteveis pela

Conferecircncia Mundial em Educaccedilatildeo para Todos UNESCO UNICEF

UNDP e o Banco Mundial a endossar a perspectiva de escolarizaccedilatildeo

inclusiva e apoiar o desenvolvimento da educaccedilatildeo especial como

parte integrante de todos os programas educacionais as Naccedilotildees

Unidas e suas agecircncias especializadas em particular a ILO WHO

UNESCO e UNICEF a reforccedilar seus estiacutemulos de cooperaccedilatildeo

teacutecnica bem como reforccedilar suas cooperaccedilotildees e redes de trabalho

para um apoio mais eficaz agrave jaacute expandida e integrada provisatildeo em

educaccedilatildeo especial organizaccedilotildees natildeo-governamentais envolvidas na

programaccedilatildeo e entrega de serviccedilo nos paiacuteses a reforccedilar sua

colaboraccedilatildeo com as entidades oficiais nacionais e intensificar o

envolvimento crescente delas no planejamento implementaccedilatildeo e

avaliaccedilatildeo de provisatildeo em educaccedilatildeo especial que seja inclusiva

UNESCO enquanto a agecircncia educacional das Naccedilotildees Unidas a

assegurar que educaccedilatildeo especial faccedila parte de toda discussatildeo que

lide com educaccedilatildeo para todos em vaacuterios foros a mobilizar o apoio de

organizaccedilotildees dos profissionais de ensino em questotildees relativas ao

35

aprimoramento do treinamento de professores no que diz respeito a

necessidade educacionais especiais a estimular a comunidade

acadecircmica no sentido de fortalecer pesquisa redes de trabalho e o

estabelecimento de centros regionais de informaccedilatildeo e documentaccedilatildeo

e da mesma forma a servir de exemplo em tais atividades e na

disseminaccedilatildeo dos resultados especiacuteficos e dos progressos

alcanccedilados em cada paiacutes no sentido de realizar o que almeja a

presente declaraccedilatildeo a mobilizar fundos atraveacutes da criaccedilatildeo (dentro

de seu proacuteximo planejamento a meacutedio prazo 1996-2000) de um

programa extensivo de escolas inclusivas e programas de apoio

comunitaacuterio que permitiriam o lanccedilamento de projetos-piloto que

demonstrassem novas formas de disseminaccedilatildeo e o desenvolvimento

de indicadores de necessidade e de provisatildeo de educaccedilatildeo especial

e) Por uacuteltimo expressam o caloroso reconhecimento ao governo da

Espanha e agrave UNESCO pela organizaccedilatildeo da Conferecircncia e

demandam-lhes realizarem todos os esforccedilos no sentido de trazer

esta declaraccedilatildeo e sua relativa estrutura de accedilatildeo da comunidade

mundial especialmente em eventos importantes tais como o Tratado

Mundial de Desenvolvimento Social (em Kopenhagen em 1995) e a

Conferecircncia Mundial sobre a Mulher (em Beijing em 1995) Adotada

por aclamaccedilatildeo na cidade de Salamanca Espanha neste deacutecimo dia

de junho de 1994

Durante os uacuteltimos 15 ou 20 anos tem se tornado claro que o conceito de necessidades educacionais especiais teve que ser ampliado para incluir todas as crianccedilas que natildeo estejam conseguindo se beneficiar com a escola seja por que motivo for (UNESCO 1994 p15)

16 Diretrizes na educaccedilatildeo especial na perspectiva da inclusatildeo

A consciecircncia do direito de construir uma identidade proacutepria e do reconhecimento da identidade do outro se traduz no direito de igualdade e no respeito agraves diferenccedilas assegurando oportunidades diferentes (equidade) tantas quanto forem necessaacuterias com vistas agrave busca da igualdade (BRASIL 2001)

36

A educaccedilatildeo especial eacute uma modalidade de ensino que perpassa todos

os niacuteveis etapas e modalidades realiza o atendimento educacional

especializado disponibiliza os serviccedilos e recursos proacuteprios desse atendimento

e orienta os alunos e seus professores quanto a sua utilizaccedilatildeo nas turmas

comuns do ensino regular

O atendimento educacional especializado identifica elabora e organiza

recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a

plena participaccedilatildeo dos alunos considerando as suas necessidades

especiacuteficas As atividades desenvolvidas no atendimento educacional

especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum natildeo

sendo substitutivas agrave escolarizaccedilatildeo Esse atendimento completa e suplementa

a formaccedilatildeo dos alunos com vistas agrave autonomia e independecircncia na escola e

fora dela

Tal modalidade de ensino disponibiliza programas de enriquecimento

curricular o ensino de linguagem e coacutedigos especiacuteficos de comunicaccedilatildeo e

sinalizaccedilatildeo ajudas teacutecnicas e tecnoloacutegicas assistidas dentre outros Ao longo

de todo processo de escolarizaccedilatildeo esse atendimento deve estar articulado

com a proposta pedagoacutegica de ensino comum

A inclusatildeo escolar tem inicio na educaccedilatildeo infantil onde se desenvolvem

as bases necessaacuterias para a construccedilatildeo do conhecimento e seu

desenvolvimento global Nessa etapa o luacutedico o acesso agraves formas

diferenciadas de comunicaccedilatildeo a riqueza de estiacutemulos nos aspectos fiacutesicos

emocionais cognitivos psicomotores e sociais e a convivecircncia com as

diferenccedilas favorecem as relaccedilotildees interpessoais o respeito e a valorizaccedilatildeo da

crianccedila Do nascimento aos trecircs anos o atendimento educacional

especializado se expressa por meio de serviccedilos que objetivam aperfeiccediloar o

processo de desenvolvimento e aprendizagem em interface com os serviccedilos de

sauacutede e assistecircncia social

Em todas as etapas e modalidades da educaccedilatildeo baacutesica o atendimento

especializado eacute organizado para apoiar o desenvolvimento dos alunos

constituindo oferta obrigatoacuteria dos sistemas de ensino e deve ser realizado no

turno inverso ao da classe comum na proacutepria escola ou centro especializado

que realize esse serviccedilo educacional Este atendimento eacute realizado mediante a

37

atuaccedilatildeo de profissionais com conhecimento especiacuteficos no ensino da Liacutengua

Brasileira de Sinais da Liacutengua Portuguesa e na modalidade escrita como

segunda liacutengua do Sistema Braille do Soroban da orientaccedilatildeo e mobilidade

das atividades de vida autocircnoma da comunicaccedilatildeo alternativa do

desenvolvimento dos processos mentais superiores dos programas de

enriquecimento curricular da adequaccedilatildeo e produccedilatildeo de materiais didaacuteticos e

pedagoacutegicos da utilizaccedilatildeo de recursos oacutepticos e natildeo oacutepticos da tecnologia

assistida e outros

Cabe aos sistemas de ensino ao organizar a educaccedilatildeo especial na

perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva disponibilizar as funccedilotildees do instrutor de

Libras e guia interprete bem como de monitor dos alunos com necessidades

de apoio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo locomoccedilatildeo entre outras que

exijam auxilio constante no cotidiano escolar

Para atuar na educaccedilatildeo especial o professor deve ter como base de

sua formaccedilatildeo inicial e continuada conhecimentos gerais para o exerciacutecio da

docecircncia e conhecimentos especiacuteficos da aacuterea Essa formaccedilatildeo possibilita a sua

atuaccedilatildeo no atendimento educacional especializado e deve aprofundar o caraacuteter

interativo e interdisciplinar da atuaccedilatildeo nas salas comuns do ensino regular nas

salas de recursos nos centros de atendimento educacional especializado nos

nuacutecleos de acessibilidade das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior nas classes

hospitalares e nos ambientes domiciliares para a oferta dos serviccedilos e

recursos de educaccedilatildeo especial

38

CAPIacuteTULO II

CAPACITACcedilAtildeO E CONCEPCcedilAtildeO DE PROFESSORES NO PROCESSO DE

INCLUSAtildeO ESCOLAR

2 CAPACITACcedilAtildeO PROFISSIONAL E A INCLUSAtildeO ESCOLAR

A formaccedilatildeo de professores que atuam diretamente na inclusatildeo escolar

sempre se constituiu numa grande problemaacutetica com relaccedilatildeo ao atendimento

do aluno com necessidades especiais Tudo eacute muito novo e desafiador E isto

infelizmente ainda eacute uma barreira para que a inclusatildeo se efetive com alicerce

suficiente para se sustentar

Nos finais do Impeacuterio o atendimento a essa clientela era vinculada agrave

sauacutede Nos anos 20 do seacuteculo passado iniciou-se uma crescente preocupaccedilatildeo

com a questatildeo propriamente pedagoacutegica porem influenciada pela abordagem

psicoloacutegica natildeo abandonando o campo da sauacutede

Para atender agraves demandas cada professor deveria estar apto a

elaborar incrementar e implementar situaccedilotildees de ensino que favorecessem a

construccedilatildeo dos conceitos mais primaacuterios aos mais complexos Eacute importante

que o professor organize seu planejamento de maneira que natildeo passem

despercebidos pelas situaccedilotildees de ensino conceitos que podem parecer

simples mas que na verdade satildeo preacute-requisitos para o que se pensa ser o

mais importante Contudo natildeo satildeo poucos os casos em que as situaccedilotildees

acabam sendo apresentadas de forma restrita sem pertinecircncia aos alunos que

participam da accedilatildeo inclusiva

O cotidiano de sala de aula requer na atualidade a efetivaccedilatildeo de accedilotildees

didaacuteticas flexiacuteveis poreacutem contextualizadas a adequaccedilatildeo de recursos sem

depreciar a capacidade e a imagem do aluno com o qual interagimos uma

reformulaccedilatildeo das dinacircmicas em sala de aula que possibilite a participaccedilatildeo

39

efetiva de todos

Muitos recursos muitas vezes satildeo pouco explorados ou ateacute mesmo

desconsiderados pelo professor com o passar dos niacuteveis propostos pelo

sistema de educaccedilatildeo No entanto quando o professor eacute o agente mediador de

um contexto educacional no qual a diversidade estaacute mais complexa devido agraves

demandas que um tipo de necessidade educativa especial pode gerar eacute

essencial que ele natildeo perca de vista a validade de determinados recursos

diante da construccedilatildeo de conceitos mais elaborados ou abstratos (FERREIRA

2004)

Valorizar a singularidade de cada ser humano eacute um compromisso eacutetico

de contribuir com as transformaccedilotildees necessaacuterias agrave construccedilatildeo de uma

sociedade mais justa (SOUZA SILVA 2005 p 239)

Um sistema escolar inclusivo precisa investir na capacitaccedilatildeo contiacutenua dos

professores e funcionaacuterios das escolas realizando o chamamento dos que

ainda natildeo se consideram envolvidos para um processo de sensibilizaccedilatildeo e

atualizaccedilatildeo constante de toda escola e comunidade Nesse aspecto a

assessoria ao professor eacute fundamental para orientaccedilatildeo e anaacutelise na busca de

soluccedilotildees para os problemas surgidos na sala de aula no aprofundamento das

questotildees teoacutericas na construccedilatildeo de intervenccedilotildees pedagoacutegicas na seleccedilatildeo de

recursos materiais e tecnoloacutegicos para a aprendizagem dos alunos no

processo de avaliaccedilatildeo na inter-relaccedilatildeo com as famiacutelias bem como na

mediaccedilatildeo entre escola e serviccedilos especializados para atendimento ao aluno

com necessidades educacionais na aacuterea da sauacutede da assistecircncia social do

trabalho entre outros (BEYER 2005)

Para Marques (2006) inclusatildeo escolar implica numa reorganizaccedilatildeo

estrutural da escola de todos os elementos da praacutetica pedagoacutegica

considerando o dado do muacuteltiplo da diversidade e natildeo mais o padratildeo

universal O atual momento histoacuterico exige uma participaccedilatildeo efetiva da escola

como instituiccedilatildeo loacutecus do conhecimento e da formaccedilatildeo de cidadatildeos capazes de

intervir nos rumos da sociedade Neste sentido faz-se necessaacuteria uma escola

criativa onde todos os seus componentes sejam co-sujeitos na produccedilatildeo de um

saber-instrumento para o conviacutevio escolar e social Cabe portanto a alunos

professores e sujeitos desse processo planejar e construir as diferentes etapas

de nossa caminhada etapas que se num primeiro momento satildeo idealizadas

40

logo transformam-se em realidade pela reflexatildeo criacutetica de nossas proacuteprias

possibilidades na construccedilatildeo dessa nova escola Assim eacute preciso

redimensionar o modo de pensar e fazer a educaccedilatildeo tarefa por natureza

complexa que envolve elementos poliacuteticos soacutecio-econocircmicos teacutecnicos e

culturais

Essa postura por sua vez implica na superaccedilatildeo da dicotomia e

fragmentaccedilatildeo das atribuiccedilotildees dos agentes educativos dos rituais dos

conteuacutedos metodoloacutegicos dos recursos pedagoacutegicos do processo de

avaliaccedilatildeo bem como das concepccedilotildees de educaccedilatildeo e de sociedade Enfatiza

tambeacutem que implica para o professor em uma seacuterie de mudanccedilas com relaccedilatildeo

a sua postura pressuposto baacutesico de sua atuaccedilatildeo a compreensatildeo das

diferentes necessidades educacionais de seus alunos sendo necessaacuteria aacute

flexibilizaccedilatildeo do professor no exerciacutecio do compromisso eacutetico para se adequar

agraves novas situaccedilotildees que surgiratildeo em decorrecircncia das diversidades presentes

em seu cotidiano atentando para a supressatildeo de uma possiacutevel postura

discriminatoacuteria

Zimmermann (2008) destaca que a instituiccedilatildeo escolar precisa redefinir

sua base de estrutura organizacional destituindo-se de burocracias

reorganizando grades curriculares proporcionando maior ecircnfase agrave formaccedilatildeo

humana dos professores e afinando a relaccedilatildeo famiacutelia

escola propondo uma

praacutetica pedagoacutegica coletiva dinacircmica e flexiacutevel para atender esta nova

realidade educacional A educaccedilatildeo inclusiva tem forccedila transformadora e

aponta para uma nova era natildeo somente educacional mas para uma sociedade

inclusiva

Segundo Mittler (2008) as escolas a volta poderiam tentar encontrar

novos modos de pedir aos pais as suas opiniotildees sobre como poderiam ser

fortalecidos os viacutenculos entre lar e a escola Os viacutenculos mais iacutentimos entre

pais e professor natildeo podem ser prescritos de cima para baixo mas sim

fundamentados nos desejos e nas prioridades daquele que estatildeo nessa aacuterea

A uacuteltima palavra vai para um grupo de pais de crianccedilas com

necessidades especiais e deficiecircncia ( RUSSEL 1997 apud MITTEL

2008p227)

a) Por favor aceite e valorize nossas crianccedilas (e noacutes mesmos como

famiacutelia) como noacutes somos valorizados

41

b) Por favor celebre a diferenccedila

c) Por favor aceite nossas crianccedilas primeiramente como crianccedilas Natildeo

coloque roacutetulos nelas a menos que vocecirc pretenda fazer algo

d) Por favor reconheccedila seu poder sobre nossas vidas Vivemos com as

consequumlecircncias de suas opiniotildees e decisotildees

e) Por favor entenda a tensatildeo sob qual muitas famiacutelias estatildeo vivendo

Os encontros cancelados a lista de espera que ningueacutem consegue

chegar ao inicio todas as discussotildees sobre recursos eacute sobre nossa

vida que vocecirc esta falando

f) Por favor natildeo use modas passageiras e tratamentos conosco a

menos que vocecirc vai estar conosco E natildeo esqueccedila que as famiacutelias

tecircm muitos membros muitas responsabilidades Agraves vezes natildeo

podemos agradar a todo mundo

g) Por favor reconheccedila que aacutes vezes noacutes eacute que temos razatildeo Por favor

acredite em noacutes e escute o que sabemos sobre o que noacutes e nossas

crianccedilas necessitamos

h) Agraves vezes estamos tristes cansados e deprimidos Por favor valorize

nos como famiacutelias preocupadas e comprometidas e tente continuar a

trabalhar conosco

Limaverde (2009) acredita que a maioria dos professores vem de

cursos onde a discussatildeo da teoria e da praacutetica ainda eacute dividida Discute-se

teoria e praacutetica de maneira isolada Ainda se estuda uma teoria idealizada

Poucos cursos de formaccedilatildeo de professores oferecem de modo obrigatoacuterio em

seus curriacuteculos as disciplinas relacionadas agrave diferenccedila agraves deficiecircncias Aleacutem

da formaccedilatildeo do nuacutecleo comum eles tambeacutem precisam se atentar para essas

especificidades Haacute uma obrigatoriedade de se ofertar nos cursos de

pedagogia a disciplina de Libras Mas isso natildeo deve ocorrer apenas na

formaccedilatildeo inicial mas tambeacutem na formaccedilatildeo continuada que eacute aquela em

serviccedilo mas que muitas vezes natildeo contemplam essas especificidades

O problema de formaccedilatildeo eacute muito grave porque repercute nessa

inseguranccedila do professor no preconceito no medo Aleacutem do entrave da

formaccedilatildeo no aspecto pedagoacutegico as escolas elaboram seu projeto poliacutetico

pedagoacutegico sem levar em conta a presenccedila do aluno com deficiecircncia As

praacuteticas a organizaccedilatildeo da sala de aula natildeo leva em conta a presenccedila desse

42

aluno Onde natildeo haacute uma interlocuccedilatildeo mais refinada entre o ensino comum e a

Educaccedilatildeo Especial com esse saber mais especiacutefico natildeo haacute inclusatildeo

A inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino Assim na formaccedilatildeo do professor teria dois espaccedilos um da sala de

aula que eacute a formaccedilatildeo comum para todos os professores contemplando

desenvolvimento aprendizagem e uma na formaccedilatildeo continuada Uma

formaccedilatildeo que atenda agraves diferenccedilas da sala de aula o atendimento agrave educaccedilatildeo

especializada aleacutem da formaccedilatildeo baacutesica cursos de extensatildeo de libras de

soroban de braile de tecnologia assistida para que esse professor possa

atender a especificidade desses alunos O aluno com deficiecircncia eacute um ser

humano que se desenvolve como qualquer outro As teorias e teacutecnicas que

foram estudadas satildeo suporte para esse trabalho Agora o que vai modificar na

sua atuaccedilatildeo eacute a maneira como ele organiza suas praacuteticas pedagoacutegicas Na

maioria das vezes eles organizam praacuteticas homogecircneas do aluno idealizado Eacute

importante um planejamento para pensar essas diferenccedilas na sala de aula Eacute

um trabalho do projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

21 Concepccedilotildees de professores sobre a inclusatildeo na educaccedilatildeo regular e

especial

Inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino (LIMAVERDE 2009)

Apenas a partir do seacuteculo XX verificou-se uma melhor aceitaccedilatildeo das

pessoas com necessidades especiais momento em que se iniciou a sua

desinstitucionalizaccedilatildeo e educaccedilatildeo escolar Ateacute este periacuteodo eram segregados

e praticamente privados de conviacutevio social Entretanto verifica-se que as

conquistas ainda foram poucas pois o preconceito a ignoracircncia e a

discriminaccedilatildeo ainda satildeo muito fortes em relaccedilatildeo ao deficiente e a deficiecircncia

Para Carmo (2000) a inclusatildeo eacute um assunto que deve ser refletido e

investigado com muita precisatildeo jaacute que a sociedade pode estar criando uma

nova modalidade a de excluiacutedos dentro da inclusatildeo podemos assim concluir

nessa reflexatildeo para que haja o processo de ensino-aprendizagem nos alunos

portadores de necessidades educacionais especiais o professor teraacute que se

43

capacitar para atender a proposta desta nova face da educaccedilatildeo brasileira ele

teraacute que tentar conciliar as teorias sobre o assunto com sua pratica e a

realidade da sala de aula Pois soacute assim a inclusatildeo do aluno portador de

necessidades educacionais especiais seraacute bem sucedida e gerando bons

resultados no futuro

Assim a inclusatildeo deste tipo de aluno requer novas posturas tanto aos

professores quanto ao sistema educacional brasileiro levando em consideraccedilatildeo

que todos noacutes estaremos ganhando Lembrando tambeacutem que este processo

de aprendizagem requer a reciprocidade das experiecircncias entre o aluno com

necessidades educacionais especiais o professor e os demais alunos Um

processo de aprendizagem onde todos participam a aquisiccedilatildeo do

conhecimento ocorreraacute com mais facilidade

Mantoan Pietro Arantes (2006) acredita que recriar um novo modelo

educativo com ensino de qualidade que diga natildeo aacute exclusatildeo social implica em

condiccedilotildees de trabalho pedagoacutegico e uma rede de saberes que se entrelaccedilam e

caminham no sentido contraacuterio do paradigma tradicional de educaccedilatildeo

segregadora Eacute uma reviravolta complexa mas possiacutevel basta que lutemos por

ela que nos aperfeiccediloemos e estejamos abertos a colaborar na busca dos

caminhos pedagoacutegicos da inclusatildeo Pois nem todas as diferenccedilas

necessariamente inferiorizam as pessoas Elas tem diferenccedilas e igualdades

mas entre elas nem tudo deve ser igual assim como nem tudo deve ser

diferente

De acordo com Santos (apud MANTOAN2003 p34 ) eacute preciso que

tenhamos o direito de sermos diferentes quando a igualdade nos

descaracteriza e o direito de sermos iguais quando a diferenccedila nos inferioriza

Assim a luta pela escola inclusiva embora seja contestada e tenha ateacute

mesmo assustado a comunidade escolar exige mudanccedila de haacutebitos e atitudes

pela sua loacutegica e eacutetica nos remete a refletir e reconhecer que trata-se de um

posicionamento social que garante a vida com igualdade pautada pelo

respeito agraves diferenccedilas Apesar das iniciativas acanhadas da comunidade

escolar e da sociedade geral eacute possiacutevel adequar a escola para um novo

tempo Precisa estar imbuiacutedos de boa vontade e compromisso enfrentar com

seguranccedila e otimismo este desafio enxergar a clareza e obviedade eacutetica da

proposta inclusiva e contribuir para o desmantelamento dessa maacutequina escolar

44

enferrujada

Para Lisita e Souza (2003) das utopias concretas da modernidade tem-

se hoje apenas a certeza da transitoriedade O sentido da revoluccedilatildeo antes

propagado daacute lugar a um leque de possibilidades as quais se abrem num

horizonte virtual em constantes mudanccedilas Que se trata de uma nova realidade

mundial natildeo se discute Indaga-se no entanto o que se tem a fazer diante de

tal realidade

Nesse sentido a ciecircncia e a tecnologia tecircm se constituiacutedo nos principais

agentes de proposiccedilatildeo e de determinaccedilatildeo dessas mudanccedilas A sensaccedilatildeo que

se tem eacute a de que amanheceremos a cada dia num novo mundo repleto de

novidades e onde o ontem estaacute cada vez e mais rapidamente distante

O cenaacuterio do mundo atual evidencia um movimento em direccedilatildeo a um

sentido de inclusatildeo social o sujeito com deficiecircncia passa a dividir a cena com

os sujeitos sem deficiecircncia coabitando os diversos espaccedilos sociais Nota-se

pois um grande dinamismo experimentado pelos sujeitos e em particular

pelos sujeitos com deficiecircncia num mundo onde conceitos e praacuteticas assumem

cada vez mais um caraacuteter efecircmero e de possibilidades muacuteltiplas

Segundo Ferreira e Glat (2004) satildeo frequentes relatos de professores

principalmente em conselhos de classe sobre a dificuldade de determinados

alunos quanto agrave efetivaccedilatildeo de algumas propostas educacionais Na maioria

das situaccedilotildees o que de fato acontece natildeo eacute uma dificuldade do aluno em

realizar ou compreender a atividade solicitada e sim uma inadequaccedilatildeo do

procedimento dos objetivos eou da avaliaccedilatildeo realizada pelo professor Nesse

sentido eacute importante o professor analisar algumas questotildees como

a) de que maneira todos os alunos poderatildeo participar da aula proposta

b) se haacute necessidade de apoio adaptaccedilotildees e como fazecirc-las para sua

plena participaccedilatildeo

c) que expectativas devem ser esperadas eou modificadas para a

efetivaccedilatildeo da atividade (como os alunos demonstram o que sabem a

quantidade e qualidade das atividades propostas)

d) quais satildeo os objetivos prioritaacuterios para a aprendizagem

Enfim eacute do conhecimento de todos que natildeo haacute formas sem

precedentes que se bastem ou que se perpetuem diante das realidades

necessidades e demandas dos alunos que compotildeem as salas de aula que hoje

45

cada professor assume Eacute importante a busca constante de praacuteticas pautadas

no contexto que o aluno vivencia inovadoras pois o trabalho eacute dinacircmico

sendo fundamental que cada profissional pense na sua disponibilidade para a

construccedilatildeo de praacuteticas efetivas que conduzam a uma educaccedilatildeo de qualidade

para todos como descrevem Ferreira e Glat 2004

Poso (2004) acredita que por um lado os professores julgam-se

incapazes de dar conta dessa demanda despreparados e impotentes frente a

essa realidade que eacute agravada pela falta de material adequado de apoio

administrativo e recursos financeiros

Mantoan (2003) enfatiza que a radicalidade da inclusatildeo vem do fato de

esta exigir uma mudanccedila de paradigma educacional onde na perspectiva

inclusiva suprime-se a sub-divisatildeo dos sistemas escolares em modalidades de

ensino especial e regular As escolas atendem as diferenccedilas sem discriminar

sem estabelecer prioridades e necessidades sem estabelecer regras

diferenciadas para cada caso no planejamento avaliaccedilatildeo e aprendizado

Assim pode-se imaginar o impacto da inclusatildeo nos sistemas de ensino ao

supor a aboliccedilatildeo completa dos serviccedilos segregados da educaccedilatildeo especial os

programas de reforccedilo escolar salas de aceleraccedilatildeo e turmas especiais

Desta forma a inclusatildeo eacute uma provocaccedilatildeo cuja intenccedilatildeo eacute melhorar a

qualidade do ensino atingindo todos os alunos de uma forma globalizada

Incluir eacute necessaacuterio primordialmente para melhorar as condiccedilotildees da escola

de modo que nela se possam formar geraccedilotildees mais preparadas para viver a

vida na sua plenitude livremente sem preconceitos sem barreiras Confirma-

se assim mais uma vez a necessidade de a educaccedilatildeo se atualizar e os

professores aperfeiccediloarem as suas praacuteticas para que as escolas se obriguem

a um esforccedilo de modernizaccedilatildeo e reestruturaccedilatildeo de suas condiccedilotildees atuais

Pretende-se que a escola seja inclusiva eacute primordial que seus planos se

redefinam para uma educaccedilatildeo voltada agrave cidadania global plena livre de

preconceitos e disposta a reconhecer e entende as diferenccedilas entre as

pessoas principalmente quanto aos seus aspectos fiacutesico mental e intelectual

Natildeo basta uma educaccedilatildeo para a cidadania eacute preciso educar para a liberdade

e nesse sentido nenhuma forma de subordinaccedilatildeo intelectual pode ser

admitida

Os desafios para a concretizaccedilatildeo dos ideais inclusivos na educaccedilatildeo

46

brasileira satildeo inuacutemeros Haacute ainda de se vencer os desafios que impotildee o

conservadorismo das instituiccedilotildees especializadas e enfrentar as pressotildees

poliacuteticas e das pessoas com deficiecircncia ainda muito habituadas a seus roacutetulos

e a benefiacutecios que acentuam a incapacidade as limitaccedilotildees o paternalismo e o

protecionismo social

Smeha Ferreira (2005) descrevem que vaacuterios professores afirmam

apresentar sentimentos de despreparo para trabalharem junto agraves crianccedilas com

necessidades especiais Que natildeo tiveram em sua formaccedilatildeo acadecircmica o

preparo adequado que os capacite a lidar com a diversidade e isso gera

intenso sofrimento pois ensinar crianccedilas com limitaccedilotildees exige conhecimento

competecircncia e habilidade para que o processo inclusivo seja efetivado

Os professores foram preparados para trabalharem com as crianccedilas que

aprendem assim quando eles se deparam com as limitaccedilotildees na

aprendizagem sentem frustraccedilatildeo anguacutestia impotecircncia e medo Portanto faz-

se necessaacuterio uma significativa reformulaccedilatildeo nos cursos de graduaccedilatildeo que

estatildeo formando professores os quais certamente teratildeo alunos com

necessidades educativas especiais em sua trajetoacuteria profissional Aliaacutes essa

reformulaccedilatildeo deve abarcar natildeo somente conhecimentos sobre educaccedilatildeo de

pessoas com deficiecircncia mas tambeacutem oportunizar autoconhecimento para

que os professores possam atuar de forma mais confiante atendendo agraves

demandas educacionais especiais com mais prazer e menos sofrimento Aleacutem

da reestruturaccedilatildeo nas aacutereas que envolvem a formaccedilatildeo de professores para

que o trabalho docente possa acontecer com menor prejuiacutezo agrave sauacutede mental

parece primordial que o investimento transcenda a capacitaccedilatildeo relacionada aos

conhecimentos teacutecnicos e permeie o campo da sauacutede mental no trabalho

O suporte aos aspectos psicoloacutegicos dos professores precisam ser

contemplados com grupos de reflexatildeo ou de apoio um espaccedilo que possa

oportunizar-lhes aos mesmos falar sobre seus sentimentos dificuldades

medos ou fantasias Seria um momento para problematizar e encontrar

ressignificaccedilatildeo no exerciacutecio docente que cada vez mais precisa ser alicerccedilado

no respeito agrave diversidade humana Eacute importante tambeacutem salientar que natildeo eacute

apenas o processo de inclusatildeo o responsaacutevel pelo sofrimento docente muitos

satildeo propensos ao stress devido agraves suas proacuteprias vivecircncias pessoais e agraves

exigecircncias da contemporaneidade

47

De acordo com Souza Silva (2009)

No tocante ao trabalho docente novas propostas se fazem necessaacuterias devido agraves transformaccedilotildees educacionais que estatildeo ocorrendo de forma acelerada exigindo assim novas aprendizagens que possam contribuir para a formaccedilatildeo de profissionais capazes de responder aos novos desafios colocados agrave nossa realidade

Para Bartalotti (2006) nos dias atuais frente ao processo de inclusatildeo

como uma possibilidade embora ainda natildeo como uma realidade haacute um grande

caminho a ser percorrido Pois se olhar em volta para cada ser humano que

nos rodeia ver-se-ia o quanto ainda se tem que caminhar para a construccedilatildeo

de uma sociedade verdadeiramente inclusiva Exclui-se apenas com o olhar

com palavras quantas vezes menospreza-se o outro por ele ter um gosto

uma crenccedila religiosa situaccedilatildeo financeira cor de pele estatura e peso corporal

diferente por nos aceitos E sem a menor preocupaccedilatildeo decidi-se que esta ou

aquela pessoa natildeo serve para estar junto de noacutes de nossos filhos frequentar

nosso clube casa ou templo religioso Jaacute sentem-se excluiacutedos e rejeitados em

diferentes situaccedilotildees sentem-se olhados como diferentes indesejaacuteveis

estranhos certamente essa natildeo eacute uma sensaccedilatildeo agradaacutevel quem jaacute passou

por ela natildeo deseja repetir a experiecircncia

Para que a inclusatildeo ocorra eacute necessaacuterio que a sociedade passe pelo

aprimoramento das relaccedilotildees sociais pela compreensatildeo de que o verdadeiro

pensamento inclusivo eacute aquele que natildeo categoriza ou rotula as pessoas por

ordem de valor valor esse atribuiacutedo muitas vezes atraveacutes de estereoacutetipos

estigmas conhecimentos instituiacutedos pensar inclusivamente eacute aprender a olhar

cada pessoa e buscar nela seu real valor construiacutedo nas relaccedilotildees cotidianas

nos seus sonhos e expectativas e nas suas accedilotildees concretas no mundo

Acredita-se tambeacutem que muitas vezes fala-se que a inclusatildeo eacute uma

utopia muitos natildeo acreditam que a sociedade seja capaz desse movimento

Inclusatildeo eacute sim possibilidade assim como eacute possibilidade a construccedilatildeo de uma

sociedade mais digna para todos com ou sem deficiecircncia

Para Tessaro (2009) existe todo um discurso proacute agrave inclusatildeo em vaacuterios

segmentos da sociedade dentre os quais no ambiente escolar A inclusatildeo eacute

algo que vem se efetivando mesmo que a duras penas buscando superar toda

uma histoacuteria de isolamento discriminaccedilatildeo e preconceito Tem provocado

48

muitos questionamentos principalmente no meio acadecircmico tais como O que

eacute inclusatildeo escolar Por que incluir Qual eacute a opiniatildeo dos alunos com

deficiecircncia e dos professores sobre inclusatildeo A escola possui infra-estrutura

adequada para participar da inclusatildeo escolar Os alunos deficientes se sentem

bem com a inclusatildeo escolar Os professores estatildeo capacitados para educaccedilatildeo

inclusiva

Dutra (2007) destaca que as principais dificuldades no processo de

inclusatildeo escolar do aluno especial eacute a ausecircncia de preparo e de uma

formaccedilatildeo mais teacutecnica que visa suprir as necessidades destes alunos

mediadas pelo professor e tambeacutem agrave falta de boas condiccedilotildees fiacutesicas nas

escolas pra receber estes alunos

Jesus (2007) enfatiza que a inclusatildeo dos portadores de necessidades

educacionais especiais na escola eacute algo essencial agrave educaccedilatildeo mas eacute preciso

ser feita de maneira correta porque nem todos podem estar na escola ou

estatildeo preparados para nela estar por natildeo terem capacidade fisioloacutegica Esse eacute

um assunto muito discutido por alguns especialistas da educaccedilatildeo especial que

buscam uma maneira eficiente de incluir todos as crianccedilas e jovens que

possuem alguma necessidade educacional especial

Nesse sentido Mantoan (2006) afirma que a condiccedilatildeo primeira para

inclusatildeo deixe de ser uma ameaccedila ao que hoje a escola defende e adota como

pratica pedagoacutegica e abandonar tudo que leva a tolerar as pessoas com

deficiecircncia na sala de aula

Natildeo pode se ter um ambiente mais propiacutecio para tal processo de

conscientizaccedilatildeo do que a escola Pois seraacute por meio dessa interaccedilatildeo entre

crianccedilas que se construiraacute uma naccedilatildeo mais justa e igualitaacuteria onde todos

juntos aprenderatildeo a conviver e a se respeitarem Respeito que eacute sonhado por

todos que se espera construir um novo amanhatilde mais digno

O assunto eacute fundamental para ser discutido por todas as pessoas

envolvidas com a educaccedilatildeo e que busquem uma naccedilatildeo com menos

desigualdade social oportunidades para todos uma educaccedilatildeo que priorize o

ser e natildeo ter e uma realidade igualitaacuteria A inclusatildeo eacute acima de tudo a

transformaccedilatildeo da pratica pedagoacutegica de todos os profissionais de educaccedilatildeo

Os registros de textos artigos e livros enfatizam que sobre a

aplicabilidade atual de inclusatildeo escolar satildeo insatisfatoacuterios e que natildeo houve

49

diferenccedilas entre os alunos e entre os professores quanto a essa dimensatildeo Os

professores e os alunos expressaram vaacuterias dificuldades envolvidas nesse

processo destacando se a falta de infra-estrutura das escolas a falta de

preparocapacitaccedilatildeo profissional discriminaccedilatildeo social e a falta de aceitaccedilatildeo da

inclusatildeo

Os professores de educaccedilatildeo especial demonstraram dar mais creacutedito agrave

educaccedilatildeo inclusiva do que os do ensino regular Os alunos deficientes

demonstraram dar menos creacutedito agrave inclusatildeo do que os natildeo deficientes Os

sentimentos decorrentes da inclusatildeo que predominaram entre professores e os

alunos com deficiecircncia foram negativos enquanto entre os alunos natildeo

deficientes prevaleceram os positivos (TESSARO 2009)

Para Fonseca (2004) promover a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma tarefa de

uma equipe multidisciplinar que deve adotar uma estrateacutegia do tipo pensar em

grupo eacute pensar melhor pois soacute dessa forma se podem explorar todas as

opccedilotildees potenciais de inclusatildeo e natildeo soacute as mais coerentes acessiacuteveis ou

tradicionais Sem uma dinacircmica de grupo natildeo se podem discutir e implementar

planos educacionais individualizados na educaccedilatildeo inclusiva transpondo para

sala de aula regular programas inovadores desde a modificaccedilatildeo de

comportamento ao enriquecimento linguumliacutestico ou cognitivo

Ensino em equipe com vaacuterios professores que agem e pensam em

conjunto criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees inovaccedilotildees na instruccedilatildeo na avaliaccedilatildeo

aprendizagem cooperativa e interativa criaccedilatildeo de projetos de suporte muacuteltiplo

serviccedilos de encaminhamentos diagnoacutesticos dinacircmicos e prescritivos em

termos de praacutetica de intervenccedilatildeo na sala de aula regular aprofundamento eacutetico

e legal dos pressupostos morais da inclusatildeo social construccedilatildeo de instrumentos

de investigaccedilatildeo-accedilatildeo entre outros satildeo desafios que se colocam hoje mais do

lado do ensino do que da aprendizagem

Para Almeida Anjos (2007) vaacuterios professores destacam tensotildees que

sempre se preservaram em suas percepccedilotildees e atitudes sejam referentes agraves

pessoas com necessidades educacionais especiais sejam relativas a

dificuldades em relaccedilatildeo a si proacuteprios e aos seus saberes profissionais No

entanto os profissionais apontam em suas falas as possibilidades de transpor

tais dificuldades vividas no trabalho com alunos especiais na rotina de seu dia

a dia de trabalho

50

Laraia (1992 apud ALMEIDA ANJOS 2007) acredita que nenhuma

ordem social eacute baseada em verdades inatas que as mudanccedilas nas praacuteticas

pedagoacutegicas com a diversidade dos alunos passam por uma mudanccedila de

nossas concepccedilotildees e valores Que eacute preciso uma formaccedilatildeo que coloque o

profissional da educaccedilatildeo em conflito com seus conhecimentos e concepccedilotildees a

partir da relaccedilatildeo entre a teoria e a praacutetica para entatildeo podermos comeccedilar a

pensar em inclusatildeo Assim a partir dos pressupostos da ciecircncia social criacutetica

sustentada pelo interesse colaborativo procuramos programar com os

profissionais encontros de estudoreflexatildeo das tensotildees e possibilidades que

envolvem o trabalho com alunos com necessidades educacionais especiais

enfatizar ainda como o lazer e recreaccedilatildeo podem ser facilitadores do processo

de inclusatildeo escolar

Zimmermann (2008) acredita que para conseguir reformar a instituiccedilatildeo

escolar primeiramente se tem que reformar as mentes entretanto natildeo

conseguiraacute reformar mentes sem que se realize uma preacutevia reforma de

instituiccedilotildees Vive-se uma crise de paradigmas e toda a crise gera medos

inseguranccedila e incertezas mas propotildee-se que seja este o momento de ousadia

e de busca de alternativas que sustente e norteie para realizar-se as mudanccedilas

que o momento propotildee Que a escola seja um espaccedilo vivo de formaccedilatildeo para

todos e um ambiente verdadeiramente inclusivo eacute preciso que as poliacuteticas

puacuteblicas de educaccedilatildeo sejam direcionadas aacute inclusatildeo que os educadores

desacomodem-se combatendo a descrenccedila e o pessimismo mostrando que a

inclusatildeo eacute um momento oportuno para professores e a comunidade escolar

demonstrarem sua competecircncia e principalmente suas responsabilidades

educacionais

Esta mudanccedila de perspectiva educacional propotildee que os educadores

faccedilam a diferenccedila buscando conhecimento e contribuindo com uma praacutetica

ressignificada desenvolvendo uma educaccedilatildeo baseada na afetividade e na

superaccedilatildeo de limites que as crianccedilas aprendam a respeitar as diferenccedilas em

sala de aula preparando-as assim para o futuro a vida e o mercado de

trabalho pois vivendo a experiecircncia inclusiva seratildeo adultos bem diferentes de

noacutes e por certo natildeo faratildeo discriminaccedilotildees sociais

Arauacutejo (2008) relata a opiniatildeo dos professores sobre a inclusatildeo escolar

enfatizando com veemecircncia de que a inclusatildeo escolar do aluno portador de

51

necessidades educacionais especiais eacute um assunto muito interessante e

delicado e levantaram a conscientizaccedilatildeo desse aluno sobre o direito deste

frequentar o ensino regular no entanto essa inclusatildeo na visatildeo deles estaacute

acontecendo de forma errocircnea Pois os professores da rede regular de ensino

em sua quase totalidade natildeo estatildeo preparados para lidar com esta nova fase

da educaccedilatildeo brasileira

Tem que se pensar que para que a inclusatildeo se concretize natildeo basta

estar garantido na legislaccedilatildeo mas demanda modificaccedilotildees profundas e

importantes no sistema de ensino Essas mudanccedilas deveratildeo levar em conta o

contexto soacutecio econocircmico aleacutem de serem gradativas planejadas e contiacutenuas

para garantir uma educaccedilatildeo de oacutetima qualidade (BUENO 1998 apud

PEREIRA 2009)

Pereira (2009) acredita que a inclusatildeo depende de mudanccedila de valores

da sociedade e a vivencia de um novo paradigma que natildeo se faz com simples

recomendaccedilotildees teacutecnicas como se fossem receitas de bolo mas com reflexotildees

dos professores direccedilotildees pais alunos equipe multidisciplinar e a comunidade

Essa questatildeo natildeo eacute tatildeo simples assim pois devemos levar em conta as

diferenccedilas Como colocar no mesmo espaccedilo demandas tatildeo diferentes e

especiacuteficas se muitas vezes nem a escola especial consegue dar conta desse

atendimento de forma adequada Deparar-se com frequecircncia com as

resistecircncias dos professores e direccedilotildees manifestadas atraveacutes de

questionamentos e queixas ou ateacute mesmo com expectativas de que possa

apresentar soluccedilotildees maacutegicas de aplicaccedilatildeo imediata causando certa decepccedilatildeo

e frustraccedilatildeo pois ela natildeo existe

O problema se agrava quando se vecirc o professor totalmente dependente

do apoio ou assessoria de profissionais da aacuterea da sauacutede pois neste caso a

questatildeo cliacutenica eacute fundamental e se sobressai e novamente o pedagoacutegico fica

esquecido Com isso o professor se sente desvalorizado incapaz e fora do

processo por considerar esse aluno como doente concluindo que natildeo pode

fazer nada por ele pois ele precisa de tratamento especializado de

profissionais qualificados da aacuterea da sauacutede desistindo assim de assumir tal

tarefa

Desta forma parece que o professor esquece seu papel poreacutem natildeo se

considera o momento do professor sua formaccedilatildeo as condiccedilotildees da proacutepria

52

escola em receber esses alunos que entram nas escolas e continuam

excluiacutedos de todo o processo de ensino-aprendizagem e social causando

frustraccedilatildeo e fracassos dificultando assim a proposta de inclusatildeo Por um lado

os professores julgam-se incapazes de dar conta dessa demanda

despreparados e impotentes frente a essa realidade que eacute agravada dia-a-dia

pela falta de material adequado de apoio administrativo e recursos financeiros

Limaverde (2009) salienta que no Brasil estaacute acontecendo um grande

movimento proacute-inclusatildeo que tem sido fortalecido a partir da sistematizaccedilatildeo do

que se trata o atendimento educacional especializado Existem realidades

muito proacuteximas em relaccedilatildeo ao atendimento desses alunos mas ainda tem

muitas compreensotildees equivocadas sobre a inclusatildeo de alunos com deficiecircncia

Alguns municiacutepios brasileiros pensam que fazem inclusatildeo mas na verdade

eles tecircm feito integraccedilatildeo Percebe-se que alunos que frequentam escolas

comuns salas comuns de ensino natildeo participam efetivamente das aulas ou

das atividades realizadas e essas escolas alegam que esses alunos natildeo tecircm

condiccedilotildees de fazer as atividades e que por isso eles fazem outras atividades

diferenciadas Desta forma natildeo ocorre a inclusatildeo Isso eacute uma integraccedilatildeo

porque o aluno estaacute integrado na sala de aula comum mas ele natildeo participa

das atividades realizadas pelos demais colegas

Muitos municiacutepios brasileiros que estatildeo em processo de transiccedilatildeo ou

seja eles estatildeo implantando o atendimento educacional especializado de

caraacuteter complementar e ao mesmo tempo estatildeo ainda com problemas

relacionados agrave inclusatildeo desses alunos como por exemplo a manutenccedilatildeo de

classes especiais A partir da formaccedilatildeo de 2007 para caacute os municiacutepios tecircm se

reorganizado para atendimento educacional especializado mas ainda eacute uma

realidade muito diferenciada

A inclusatildeo soacute eacute possiacutevel onde houver respeito agrave diferenccedila e

consequentemente a adoccedilatildeo de praacuteticas pedagoacutegicas que permitam agraves

pessoas com deficiecircncia aprender e ser reconhecidos e valorizados os

conhecimentos que satildeo capazes de produzir segundo seu ritmo e na medida

de suas possibilidades (SILVA 2009)

53

A menos que a atual oportunidade favoraacutevel seja aproveitada para melhorar as qualificaccedilotildees profissionais de professores em educaccedilatildeo especial e consequentemente a qualidade da educaccedilatildeo especial tememos que os proacuteximos 20 anos ainda possam ser um periacuteodo de esperanccedilas frustradas (RELATORIO WARNOCK 1978 paraacutegrafo 1932)

54

CONCLUSAtildeO

Diante do levantamento bibliograacutefico conclui-se que a inclusatildeo nos

moldes em que se encontra atualmente estaacute longe de atender a um ideal

Tal processo necessita de muitas transformaccedilotildees Os oacutergatildeos a ele

ligados diretamente ou indiretamente deveratildeo rever suas propostas metas e

meacutetodos de implantaccedilatildeo

Profissionais da sauacutede tambeacutem tecircm papeacuteis importantes em todo o

processo inclusivo pois em accedilatildeo conjunta com os educadores podem fazer um

trabalho mais completo e eficaz

A inclusatildeo escolar eacute uma praacutetica que abrange natildeo apenas os

profissionais especiacuteficos das aacutereas meacutedica e educacional mas tambeacutem

envolve um fator preponderante na vida do indiviacuteduo atendido por ela a famiacutelia

Esta constitui a base da crianccedila com necessidades educacionais especiais e

assumindo a postura devida pode oferecer a esta crianccedila o subsiacutedio para seu

desenvolvimento escolar bem como uma fonte de apoio aos profissionais

envolvidos

Aleacutem de uma nobre causa de cunho educacional a inclusatildeo constitui

ainda uma mudanccedila no comportamento da sociedade como um todo que

passa a ter que zelar por interesses coletivos outrora ignorados pela maioria

Devido ao periacuteodo decorrido desde as primeiras iniciativas ligadas ao

processo inclusivo verifica-se que o tempo eacute um fator indispensaacutevel para sua

concretizaccedilatildeo Esta provavelmente dar-se-aacute a partir do momento em que todos

os envolvidos assumirem suas devidas responsabilidades e se unirem por uma

educaccedilatildeo de qualidade embasada em um planejamento organizado bem

dirigido iacutentegro e sobretudo pautado no respeito ao ser humano e agrave

diversidade

55

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35

aprimoramento do treinamento de professores no que diz respeito a

necessidade educacionais especiais a estimular a comunidade

acadecircmica no sentido de fortalecer pesquisa redes de trabalho e o

estabelecimento de centros regionais de informaccedilatildeo e documentaccedilatildeo

e da mesma forma a servir de exemplo em tais atividades e na

disseminaccedilatildeo dos resultados especiacuteficos e dos progressos

alcanccedilados em cada paiacutes no sentido de realizar o que almeja a

presente declaraccedilatildeo a mobilizar fundos atraveacutes da criaccedilatildeo (dentro

de seu proacuteximo planejamento a meacutedio prazo 1996-2000) de um

programa extensivo de escolas inclusivas e programas de apoio

comunitaacuterio que permitiriam o lanccedilamento de projetos-piloto que

demonstrassem novas formas de disseminaccedilatildeo e o desenvolvimento

de indicadores de necessidade e de provisatildeo de educaccedilatildeo especial

e) Por uacuteltimo expressam o caloroso reconhecimento ao governo da

Espanha e agrave UNESCO pela organizaccedilatildeo da Conferecircncia e

demandam-lhes realizarem todos os esforccedilos no sentido de trazer

esta declaraccedilatildeo e sua relativa estrutura de accedilatildeo da comunidade

mundial especialmente em eventos importantes tais como o Tratado

Mundial de Desenvolvimento Social (em Kopenhagen em 1995) e a

Conferecircncia Mundial sobre a Mulher (em Beijing em 1995) Adotada

por aclamaccedilatildeo na cidade de Salamanca Espanha neste deacutecimo dia

de junho de 1994

Durante os uacuteltimos 15 ou 20 anos tem se tornado claro que o conceito de necessidades educacionais especiais teve que ser ampliado para incluir todas as crianccedilas que natildeo estejam conseguindo se beneficiar com a escola seja por que motivo for (UNESCO 1994 p15)

16 Diretrizes na educaccedilatildeo especial na perspectiva da inclusatildeo

A consciecircncia do direito de construir uma identidade proacutepria e do reconhecimento da identidade do outro se traduz no direito de igualdade e no respeito agraves diferenccedilas assegurando oportunidades diferentes (equidade) tantas quanto forem necessaacuterias com vistas agrave busca da igualdade (BRASIL 2001)

36

A educaccedilatildeo especial eacute uma modalidade de ensino que perpassa todos

os niacuteveis etapas e modalidades realiza o atendimento educacional

especializado disponibiliza os serviccedilos e recursos proacuteprios desse atendimento

e orienta os alunos e seus professores quanto a sua utilizaccedilatildeo nas turmas

comuns do ensino regular

O atendimento educacional especializado identifica elabora e organiza

recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a

plena participaccedilatildeo dos alunos considerando as suas necessidades

especiacuteficas As atividades desenvolvidas no atendimento educacional

especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum natildeo

sendo substitutivas agrave escolarizaccedilatildeo Esse atendimento completa e suplementa

a formaccedilatildeo dos alunos com vistas agrave autonomia e independecircncia na escola e

fora dela

Tal modalidade de ensino disponibiliza programas de enriquecimento

curricular o ensino de linguagem e coacutedigos especiacuteficos de comunicaccedilatildeo e

sinalizaccedilatildeo ajudas teacutecnicas e tecnoloacutegicas assistidas dentre outros Ao longo

de todo processo de escolarizaccedilatildeo esse atendimento deve estar articulado

com a proposta pedagoacutegica de ensino comum

A inclusatildeo escolar tem inicio na educaccedilatildeo infantil onde se desenvolvem

as bases necessaacuterias para a construccedilatildeo do conhecimento e seu

desenvolvimento global Nessa etapa o luacutedico o acesso agraves formas

diferenciadas de comunicaccedilatildeo a riqueza de estiacutemulos nos aspectos fiacutesicos

emocionais cognitivos psicomotores e sociais e a convivecircncia com as

diferenccedilas favorecem as relaccedilotildees interpessoais o respeito e a valorizaccedilatildeo da

crianccedila Do nascimento aos trecircs anos o atendimento educacional

especializado se expressa por meio de serviccedilos que objetivam aperfeiccediloar o

processo de desenvolvimento e aprendizagem em interface com os serviccedilos de

sauacutede e assistecircncia social

Em todas as etapas e modalidades da educaccedilatildeo baacutesica o atendimento

especializado eacute organizado para apoiar o desenvolvimento dos alunos

constituindo oferta obrigatoacuteria dos sistemas de ensino e deve ser realizado no

turno inverso ao da classe comum na proacutepria escola ou centro especializado

que realize esse serviccedilo educacional Este atendimento eacute realizado mediante a

37

atuaccedilatildeo de profissionais com conhecimento especiacuteficos no ensino da Liacutengua

Brasileira de Sinais da Liacutengua Portuguesa e na modalidade escrita como

segunda liacutengua do Sistema Braille do Soroban da orientaccedilatildeo e mobilidade

das atividades de vida autocircnoma da comunicaccedilatildeo alternativa do

desenvolvimento dos processos mentais superiores dos programas de

enriquecimento curricular da adequaccedilatildeo e produccedilatildeo de materiais didaacuteticos e

pedagoacutegicos da utilizaccedilatildeo de recursos oacutepticos e natildeo oacutepticos da tecnologia

assistida e outros

Cabe aos sistemas de ensino ao organizar a educaccedilatildeo especial na

perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva disponibilizar as funccedilotildees do instrutor de

Libras e guia interprete bem como de monitor dos alunos com necessidades

de apoio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo locomoccedilatildeo entre outras que

exijam auxilio constante no cotidiano escolar

Para atuar na educaccedilatildeo especial o professor deve ter como base de

sua formaccedilatildeo inicial e continuada conhecimentos gerais para o exerciacutecio da

docecircncia e conhecimentos especiacuteficos da aacuterea Essa formaccedilatildeo possibilita a sua

atuaccedilatildeo no atendimento educacional especializado e deve aprofundar o caraacuteter

interativo e interdisciplinar da atuaccedilatildeo nas salas comuns do ensino regular nas

salas de recursos nos centros de atendimento educacional especializado nos

nuacutecleos de acessibilidade das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior nas classes

hospitalares e nos ambientes domiciliares para a oferta dos serviccedilos e

recursos de educaccedilatildeo especial

38

CAPIacuteTULO II

CAPACITACcedilAtildeO E CONCEPCcedilAtildeO DE PROFESSORES NO PROCESSO DE

INCLUSAtildeO ESCOLAR

2 CAPACITACcedilAtildeO PROFISSIONAL E A INCLUSAtildeO ESCOLAR

A formaccedilatildeo de professores que atuam diretamente na inclusatildeo escolar

sempre se constituiu numa grande problemaacutetica com relaccedilatildeo ao atendimento

do aluno com necessidades especiais Tudo eacute muito novo e desafiador E isto

infelizmente ainda eacute uma barreira para que a inclusatildeo se efetive com alicerce

suficiente para se sustentar

Nos finais do Impeacuterio o atendimento a essa clientela era vinculada agrave

sauacutede Nos anos 20 do seacuteculo passado iniciou-se uma crescente preocupaccedilatildeo

com a questatildeo propriamente pedagoacutegica porem influenciada pela abordagem

psicoloacutegica natildeo abandonando o campo da sauacutede

Para atender agraves demandas cada professor deveria estar apto a

elaborar incrementar e implementar situaccedilotildees de ensino que favorecessem a

construccedilatildeo dos conceitos mais primaacuterios aos mais complexos Eacute importante

que o professor organize seu planejamento de maneira que natildeo passem

despercebidos pelas situaccedilotildees de ensino conceitos que podem parecer

simples mas que na verdade satildeo preacute-requisitos para o que se pensa ser o

mais importante Contudo natildeo satildeo poucos os casos em que as situaccedilotildees

acabam sendo apresentadas de forma restrita sem pertinecircncia aos alunos que

participam da accedilatildeo inclusiva

O cotidiano de sala de aula requer na atualidade a efetivaccedilatildeo de accedilotildees

didaacuteticas flexiacuteveis poreacutem contextualizadas a adequaccedilatildeo de recursos sem

depreciar a capacidade e a imagem do aluno com o qual interagimos uma

reformulaccedilatildeo das dinacircmicas em sala de aula que possibilite a participaccedilatildeo

39

efetiva de todos

Muitos recursos muitas vezes satildeo pouco explorados ou ateacute mesmo

desconsiderados pelo professor com o passar dos niacuteveis propostos pelo

sistema de educaccedilatildeo No entanto quando o professor eacute o agente mediador de

um contexto educacional no qual a diversidade estaacute mais complexa devido agraves

demandas que um tipo de necessidade educativa especial pode gerar eacute

essencial que ele natildeo perca de vista a validade de determinados recursos

diante da construccedilatildeo de conceitos mais elaborados ou abstratos (FERREIRA

2004)

Valorizar a singularidade de cada ser humano eacute um compromisso eacutetico

de contribuir com as transformaccedilotildees necessaacuterias agrave construccedilatildeo de uma

sociedade mais justa (SOUZA SILVA 2005 p 239)

Um sistema escolar inclusivo precisa investir na capacitaccedilatildeo contiacutenua dos

professores e funcionaacuterios das escolas realizando o chamamento dos que

ainda natildeo se consideram envolvidos para um processo de sensibilizaccedilatildeo e

atualizaccedilatildeo constante de toda escola e comunidade Nesse aspecto a

assessoria ao professor eacute fundamental para orientaccedilatildeo e anaacutelise na busca de

soluccedilotildees para os problemas surgidos na sala de aula no aprofundamento das

questotildees teoacutericas na construccedilatildeo de intervenccedilotildees pedagoacutegicas na seleccedilatildeo de

recursos materiais e tecnoloacutegicos para a aprendizagem dos alunos no

processo de avaliaccedilatildeo na inter-relaccedilatildeo com as famiacutelias bem como na

mediaccedilatildeo entre escola e serviccedilos especializados para atendimento ao aluno

com necessidades educacionais na aacuterea da sauacutede da assistecircncia social do

trabalho entre outros (BEYER 2005)

Para Marques (2006) inclusatildeo escolar implica numa reorganizaccedilatildeo

estrutural da escola de todos os elementos da praacutetica pedagoacutegica

considerando o dado do muacuteltiplo da diversidade e natildeo mais o padratildeo

universal O atual momento histoacuterico exige uma participaccedilatildeo efetiva da escola

como instituiccedilatildeo loacutecus do conhecimento e da formaccedilatildeo de cidadatildeos capazes de

intervir nos rumos da sociedade Neste sentido faz-se necessaacuteria uma escola

criativa onde todos os seus componentes sejam co-sujeitos na produccedilatildeo de um

saber-instrumento para o conviacutevio escolar e social Cabe portanto a alunos

professores e sujeitos desse processo planejar e construir as diferentes etapas

de nossa caminhada etapas que se num primeiro momento satildeo idealizadas

40

logo transformam-se em realidade pela reflexatildeo criacutetica de nossas proacuteprias

possibilidades na construccedilatildeo dessa nova escola Assim eacute preciso

redimensionar o modo de pensar e fazer a educaccedilatildeo tarefa por natureza

complexa que envolve elementos poliacuteticos soacutecio-econocircmicos teacutecnicos e

culturais

Essa postura por sua vez implica na superaccedilatildeo da dicotomia e

fragmentaccedilatildeo das atribuiccedilotildees dos agentes educativos dos rituais dos

conteuacutedos metodoloacutegicos dos recursos pedagoacutegicos do processo de

avaliaccedilatildeo bem como das concepccedilotildees de educaccedilatildeo e de sociedade Enfatiza

tambeacutem que implica para o professor em uma seacuterie de mudanccedilas com relaccedilatildeo

a sua postura pressuposto baacutesico de sua atuaccedilatildeo a compreensatildeo das

diferentes necessidades educacionais de seus alunos sendo necessaacuteria aacute

flexibilizaccedilatildeo do professor no exerciacutecio do compromisso eacutetico para se adequar

agraves novas situaccedilotildees que surgiratildeo em decorrecircncia das diversidades presentes

em seu cotidiano atentando para a supressatildeo de uma possiacutevel postura

discriminatoacuteria

Zimmermann (2008) destaca que a instituiccedilatildeo escolar precisa redefinir

sua base de estrutura organizacional destituindo-se de burocracias

reorganizando grades curriculares proporcionando maior ecircnfase agrave formaccedilatildeo

humana dos professores e afinando a relaccedilatildeo famiacutelia

escola propondo uma

praacutetica pedagoacutegica coletiva dinacircmica e flexiacutevel para atender esta nova

realidade educacional A educaccedilatildeo inclusiva tem forccedila transformadora e

aponta para uma nova era natildeo somente educacional mas para uma sociedade

inclusiva

Segundo Mittler (2008) as escolas a volta poderiam tentar encontrar

novos modos de pedir aos pais as suas opiniotildees sobre como poderiam ser

fortalecidos os viacutenculos entre lar e a escola Os viacutenculos mais iacutentimos entre

pais e professor natildeo podem ser prescritos de cima para baixo mas sim

fundamentados nos desejos e nas prioridades daquele que estatildeo nessa aacuterea

A uacuteltima palavra vai para um grupo de pais de crianccedilas com

necessidades especiais e deficiecircncia ( RUSSEL 1997 apud MITTEL

2008p227)

a) Por favor aceite e valorize nossas crianccedilas (e noacutes mesmos como

famiacutelia) como noacutes somos valorizados

41

b) Por favor celebre a diferenccedila

c) Por favor aceite nossas crianccedilas primeiramente como crianccedilas Natildeo

coloque roacutetulos nelas a menos que vocecirc pretenda fazer algo

d) Por favor reconheccedila seu poder sobre nossas vidas Vivemos com as

consequumlecircncias de suas opiniotildees e decisotildees

e) Por favor entenda a tensatildeo sob qual muitas famiacutelias estatildeo vivendo

Os encontros cancelados a lista de espera que ningueacutem consegue

chegar ao inicio todas as discussotildees sobre recursos eacute sobre nossa

vida que vocecirc esta falando

f) Por favor natildeo use modas passageiras e tratamentos conosco a

menos que vocecirc vai estar conosco E natildeo esqueccedila que as famiacutelias

tecircm muitos membros muitas responsabilidades Agraves vezes natildeo

podemos agradar a todo mundo

g) Por favor reconheccedila que aacutes vezes noacutes eacute que temos razatildeo Por favor

acredite em noacutes e escute o que sabemos sobre o que noacutes e nossas

crianccedilas necessitamos

h) Agraves vezes estamos tristes cansados e deprimidos Por favor valorize

nos como famiacutelias preocupadas e comprometidas e tente continuar a

trabalhar conosco

Limaverde (2009) acredita que a maioria dos professores vem de

cursos onde a discussatildeo da teoria e da praacutetica ainda eacute dividida Discute-se

teoria e praacutetica de maneira isolada Ainda se estuda uma teoria idealizada

Poucos cursos de formaccedilatildeo de professores oferecem de modo obrigatoacuterio em

seus curriacuteculos as disciplinas relacionadas agrave diferenccedila agraves deficiecircncias Aleacutem

da formaccedilatildeo do nuacutecleo comum eles tambeacutem precisam se atentar para essas

especificidades Haacute uma obrigatoriedade de se ofertar nos cursos de

pedagogia a disciplina de Libras Mas isso natildeo deve ocorrer apenas na

formaccedilatildeo inicial mas tambeacutem na formaccedilatildeo continuada que eacute aquela em

serviccedilo mas que muitas vezes natildeo contemplam essas especificidades

O problema de formaccedilatildeo eacute muito grave porque repercute nessa

inseguranccedila do professor no preconceito no medo Aleacutem do entrave da

formaccedilatildeo no aspecto pedagoacutegico as escolas elaboram seu projeto poliacutetico

pedagoacutegico sem levar em conta a presenccedila do aluno com deficiecircncia As

praacuteticas a organizaccedilatildeo da sala de aula natildeo leva em conta a presenccedila desse

42

aluno Onde natildeo haacute uma interlocuccedilatildeo mais refinada entre o ensino comum e a

Educaccedilatildeo Especial com esse saber mais especiacutefico natildeo haacute inclusatildeo

A inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino Assim na formaccedilatildeo do professor teria dois espaccedilos um da sala de

aula que eacute a formaccedilatildeo comum para todos os professores contemplando

desenvolvimento aprendizagem e uma na formaccedilatildeo continuada Uma

formaccedilatildeo que atenda agraves diferenccedilas da sala de aula o atendimento agrave educaccedilatildeo

especializada aleacutem da formaccedilatildeo baacutesica cursos de extensatildeo de libras de

soroban de braile de tecnologia assistida para que esse professor possa

atender a especificidade desses alunos O aluno com deficiecircncia eacute um ser

humano que se desenvolve como qualquer outro As teorias e teacutecnicas que

foram estudadas satildeo suporte para esse trabalho Agora o que vai modificar na

sua atuaccedilatildeo eacute a maneira como ele organiza suas praacuteticas pedagoacutegicas Na

maioria das vezes eles organizam praacuteticas homogecircneas do aluno idealizado Eacute

importante um planejamento para pensar essas diferenccedilas na sala de aula Eacute

um trabalho do projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

21 Concepccedilotildees de professores sobre a inclusatildeo na educaccedilatildeo regular e

especial

Inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino (LIMAVERDE 2009)

Apenas a partir do seacuteculo XX verificou-se uma melhor aceitaccedilatildeo das

pessoas com necessidades especiais momento em que se iniciou a sua

desinstitucionalizaccedilatildeo e educaccedilatildeo escolar Ateacute este periacuteodo eram segregados

e praticamente privados de conviacutevio social Entretanto verifica-se que as

conquistas ainda foram poucas pois o preconceito a ignoracircncia e a

discriminaccedilatildeo ainda satildeo muito fortes em relaccedilatildeo ao deficiente e a deficiecircncia

Para Carmo (2000) a inclusatildeo eacute um assunto que deve ser refletido e

investigado com muita precisatildeo jaacute que a sociedade pode estar criando uma

nova modalidade a de excluiacutedos dentro da inclusatildeo podemos assim concluir

nessa reflexatildeo para que haja o processo de ensino-aprendizagem nos alunos

portadores de necessidades educacionais especiais o professor teraacute que se

43

capacitar para atender a proposta desta nova face da educaccedilatildeo brasileira ele

teraacute que tentar conciliar as teorias sobre o assunto com sua pratica e a

realidade da sala de aula Pois soacute assim a inclusatildeo do aluno portador de

necessidades educacionais especiais seraacute bem sucedida e gerando bons

resultados no futuro

Assim a inclusatildeo deste tipo de aluno requer novas posturas tanto aos

professores quanto ao sistema educacional brasileiro levando em consideraccedilatildeo

que todos noacutes estaremos ganhando Lembrando tambeacutem que este processo

de aprendizagem requer a reciprocidade das experiecircncias entre o aluno com

necessidades educacionais especiais o professor e os demais alunos Um

processo de aprendizagem onde todos participam a aquisiccedilatildeo do

conhecimento ocorreraacute com mais facilidade

Mantoan Pietro Arantes (2006) acredita que recriar um novo modelo

educativo com ensino de qualidade que diga natildeo aacute exclusatildeo social implica em

condiccedilotildees de trabalho pedagoacutegico e uma rede de saberes que se entrelaccedilam e

caminham no sentido contraacuterio do paradigma tradicional de educaccedilatildeo

segregadora Eacute uma reviravolta complexa mas possiacutevel basta que lutemos por

ela que nos aperfeiccediloemos e estejamos abertos a colaborar na busca dos

caminhos pedagoacutegicos da inclusatildeo Pois nem todas as diferenccedilas

necessariamente inferiorizam as pessoas Elas tem diferenccedilas e igualdades

mas entre elas nem tudo deve ser igual assim como nem tudo deve ser

diferente

De acordo com Santos (apud MANTOAN2003 p34 ) eacute preciso que

tenhamos o direito de sermos diferentes quando a igualdade nos

descaracteriza e o direito de sermos iguais quando a diferenccedila nos inferioriza

Assim a luta pela escola inclusiva embora seja contestada e tenha ateacute

mesmo assustado a comunidade escolar exige mudanccedila de haacutebitos e atitudes

pela sua loacutegica e eacutetica nos remete a refletir e reconhecer que trata-se de um

posicionamento social que garante a vida com igualdade pautada pelo

respeito agraves diferenccedilas Apesar das iniciativas acanhadas da comunidade

escolar e da sociedade geral eacute possiacutevel adequar a escola para um novo

tempo Precisa estar imbuiacutedos de boa vontade e compromisso enfrentar com

seguranccedila e otimismo este desafio enxergar a clareza e obviedade eacutetica da

proposta inclusiva e contribuir para o desmantelamento dessa maacutequina escolar

44

enferrujada

Para Lisita e Souza (2003) das utopias concretas da modernidade tem-

se hoje apenas a certeza da transitoriedade O sentido da revoluccedilatildeo antes

propagado daacute lugar a um leque de possibilidades as quais se abrem num

horizonte virtual em constantes mudanccedilas Que se trata de uma nova realidade

mundial natildeo se discute Indaga-se no entanto o que se tem a fazer diante de

tal realidade

Nesse sentido a ciecircncia e a tecnologia tecircm se constituiacutedo nos principais

agentes de proposiccedilatildeo e de determinaccedilatildeo dessas mudanccedilas A sensaccedilatildeo que

se tem eacute a de que amanheceremos a cada dia num novo mundo repleto de

novidades e onde o ontem estaacute cada vez e mais rapidamente distante

O cenaacuterio do mundo atual evidencia um movimento em direccedilatildeo a um

sentido de inclusatildeo social o sujeito com deficiecircncia passa a dividir a cena com

os sujeitos sem deficiecircncia coabitando os diversos espaccedilos sociais Nota-se

pois um grande dinamismo experimentado pelos sujeitos e em particular

pelos sujeitos com deficiecircncia num mundo onde conceitos e praacuteticas assumem

cada vez mais um caraacuteter efecircmero e de possibilidades muacuteltiplas

Segundo Ferreira e Glat (2004) satildeo frequentes relatos de professores

principalmente em conselhos de classe sobre a dificuldade de determinados

alunos quanto agrave efetivaccedilatildeo de algumas propostas educacionais Na maioria

das situaccedilotildees o que de fato acontece natildeo eacute uma dificuldade do aluno em

realizar ou compreender a atividade solicitada e sim uma inadequaccedilatildeo do

procedimento dos objetivos eou da avaliaccedilatildeo realizada pelo professor Nesse

sentido eacute importante o professor analisar algumas questotildees como

a) de que maneira todos os alunos poderatildeo participar da aula proposta

b) se haacute necessidade de apoio adaptaccedilotildees e como fazecirc-las para sua

plena participaccedilatildeo

c) que expectativas devem ser esperadas eou modificadas para a

efetivaccedilatildeo da atividade (como os alunos demonstram o que sabem a

quantidade e qualidade das atividades propostas)

d) quais satildeo os objetivos prioritaacuterios para a aprendizagem

Enfim eacute do conhecimento de todos que natildeo haacute formas sem

precedentes que se bastem ou que se perpetuem diante das realidades

necessidades e demandas dos alunos que compotildeem as salas de aula que hoje

45

cada professor assume Eacute importante a busca constante de praacuteticas pautadas

no contexto que o aluno vivencia inovadoras pois o trabalho eacute dinacircmico

sendo fundamental que cada profissional pense na sua disponibilidade para a

construccedilatildeo de praacuteticas efetivas que conduzam a uma educaccedilatildeo de qualidade

para todos como descrevem Ferreira e Glat 2004

Poso (2004) acredita que por um lado os professores julgam-se

incapazes de dar conta dessa demanda despreparados e impotentes frente a

essa realidade que eacute agravada pela falta de material adequado de apoio

administrativo e recursos financeiros

Mantoan (2003) enfatiza que a radicalidade da inclusatildeo vem do fato de

esta exigir uma mudanccedila de paradigma educacional onde na perspectiva

inclusiva suprime-se a sub-divisatildeo dos sistemas escolares em modalidades de

ensino especial e regular As escolas atendem as diferenccedilas sem discriminar

sem estabelecer prioridades e necessidades sem estabelecer regras

diferenciadas para cada caso no planejamento avaliaccedilatildeo e aprendizado

Assim pode-se imaginar o impacto da inclusatildeo nos sistemas de ensino ao

supor a aboliccedilatildeo completa dos serviccedilos segregados da educaccedilatildeo especial os

programas de reforccedilo escolar salas de aceleraccedilatildeo e turmas especiais

Desta forma a inclusatildeo eacute uma provocaccedilatildeo cuja intenccedilatildeo eacute melhorar a

qualidade do ensino atingindo todos os alunos de uma forma globalizada

Incluir eacute necessaacuterio primordialmente para melhorar as condiccedilotildees da escola

de modo que nela se possam formar geraccedilotildees mais preparadas para viver a

vida na sua plenitude livremente sem preconceitos sem barreiras Confirma-

se assim mais uma vez a necessidade de a educaccedilatildeo se atualizar e os

professores aperfeiccediloarem as suas praacuteticas para que as escolas se obriguem

a um esforccedilo de modernizaccedilatildeo e reestruturaccedilatildeo de suas condiccedilotildees atuais

Pretende-se que a escola seja inclusiva eacute primordial que seus planos se

redefinam para uma educaccedilatildeo voltada agrave cidadania global plena livre de

preconceitos e disposta a reconhecer e entende as diferenccedilas entre as

pessoas principalmente quanto aos seus aspectos fiacutesico mental e intelectual

Natildeo basta uma educaccedilatildeo para a cidadania eacute preciso educar para a liberdade

e nesse sentido nenhuma forma de subordinaccedilatildeo intelectual pode ser

admitida

Os desafios para a concretizaccedilatildeo dos ideais inclusivos na educaccedilatildeo

46

brasileira satildeo inuacutemeros Haacute ainda de se vencer os desafios que impotildee o

conservadorismo das instituiccedilotildees especializadas e enfrentar as pressotildees

poliacuteticas e das pessoas com deficiecircncia ainda muito habituadas a seus roacutetulos

e a benefiacutecios que acentuam a incapacidade as limitaccedilotildees o paternalismo e o

protecionismo social

Smeha Ferreira (2005) descrevem que vaacuterios professores afirmam

apresentar sentimentos de despreparo para trabalharem junto agraves crianccedilas com

necessidades especiais Que natildeo tiveram em sua formaccedilatildeo acadecircmica o

preparo adequado que os capacite a lidar com a diversidade e isso gera

intenso sofrimento pois ensinar crianccedilas com limitaccedilotildees exige conhecimento

competecircncia e habilidade para que o processo inclusivo seja efetivado

Os professores foram preparados para trabalharem com as crianccedilas que

aprendem assim quando eles se deparam com as limitaccedilotildees na

aprendizagem sentem frustraccedilatildeo anguacutestia impotecircncia e medo Portanto faz-

se necessaacuterio uma significativa reformulaccedilatildeo nos cursos de graduaccedilatildeo que

estatildeo formando professores os quais certamente teratildeo alunos com

necessidades educativas especiais em sua trajetoacuteria profissional Aliaacutes essa

reformulaccedilatildeo deve abarcar natildeo somente conhecimentos sobre educaccedilatildeo de

pessoas com deficiecircncia mas tambeacutem oportunizar autoconhecimento para

que os professores possam atuar de forma mais confiante atendendo agraves

demandas educacionais especiais com mais prazer e menos sofrimento Aleacutem

da reestruturaccedilatildeo nas aacutereas que envolvem a formaccedilatildeo de professores para

que o trabalho docente possa acontecer com menor prejuiacutezo agrave sauacutede mental

parece primordial que o investimento transcenda a capacitaccedilatildeo relacionada aos

conhecimentos teacutecnicos e permeie o campo da sauacutede mental no trabalho

O suporte aos aspectos psicoloacutegicos dos professores precisam ser

contemplados com grupos de reflexatildeo ou de apoio um espaccedilo que possa

oportunizar-lhes aos mesmos falar sobre seus sentimentos dificuldades

medos ou fantasias Seria um momento para problematizar e encontrar

ressignificaccedilatildeo no exerciacutecio docente que cada vez mais precisa ser alicerccedilado

no respeito agrave diversidade humana Eacute importante tambeacutem salientar que natildeo eacute

apenas o processo de inclusatildeo o responsaacutevel pelo sofrimento docente muitos

satildeo propensos ao stress devido agraves suas proacuteprias vivecircncias pessoais e agraves

exigecircncias da contemporaneidade

47

De acordo com Souza Silva (2009)

No tocante ao trabalho docente novas propostas se fazem necessaacuterias devido agraves transformaccedilotildees educacionais que estatildeo ocorrendo de forma acelerada exigindo assim novas aprendizagens que possam contribuir para a formaccedilatildeo de profissionais capazes de responder aos novos desafios colocados agrave nossa realidade

Para Bartalotti (2006) nos dias atuais frente ao processo de inclusatildeo

como uma possibilidade embora ainda natildeo como uma realidade haacute um grande

caminho a ser percorrido Pois se olhar em volta para cada ser humano que

nos rodeia ver-se-ia o quanto ainda se tem que caminhar para a construccedilatildeo

de uma sociedade verdadeiramente inclusiva Exclui-se apenas com o olhar

com palavras quantas vezes menospreza-se o outro por ele ter um gosto

uma crenccedila religiosa situaccedilatildeo financeira cor de pele estatura e peso corporal

diferente por nos aceitos E sem a menor preocupaccedilatildeo decidi-se que esta ou

aquela pessoa natildeo serve para estar junto de noacutes de nossos filhos frequentar

nosso clube casa ou templo religioso Jaacute sentem-se excluiacutedos e rejeitados em

diferentes situaccedilotildees sentem-se olhados como diferentes indesejaacuteveis

estranhos certamente essa natildeo eacute uma sensaccedilatildeo agradaacutevel quem jaacute passou

por ela natildeo deseja repetir a experiecircncia

Para que a inclusatildeo ocorra eacute necessaacuterio que a sociedade passe pelo

aprimoramento das relaccedilotildees sociais pela compreensatildeo de que o verdadeiro

pensamento inclusivo eacute aquele que natildeo categoriza ou rotula as pessoas por

ordem de valor valor esse atribuiacutedo muitas vezes atraveacutes de estereoacutetipos

estigmas conhecimentos instituiacutedos pensar inclusivamente eacute aprender a olhar

cada pessoa e buscar nela seu real valor construiacutedo nas relaccedilotildees cotidianas

nos seus sonhos e expectativas e nas suas accedilotildees concretas no mundo

Acredita-se tambeacutem que muitas vezes fala-se que a inclusatildeo eacute uma

utopia muitos natildeo acreditam que a sociedade seja capaz desse movimento

Inclusatildeo eacute sim possibilidade assim como eacute possibilidade a construccedilatildeo de uma

sociedade mais digna para todos com ou sem deficiecircncia

Para Tessaro (2009) existe todo um discurso proacute agrave inclusatildeo em vaacuterios

segmentos da sociedade dentre os quais no ambiente escolar A inclusatildeo eacute

algo que vem se efetivando mesmo que a duras penas buscando superar toda

uma histoacuteria de isolamento discriminaccedilatildeo e preconceito Tem provocado

48

muitos questionamentos principalmente no meio acadecircmico tais como O que

eacute inclusatildeo escolar Por que incluir Qual eacute a opiniatildeo dos alunos com

deficiecircncia e dos professores sobre inclusatildeo A escola possui infra-estrutura

adequada para participar da inclusatildeo escolar Os alunos deficientes se sentem

bem com a inclusatildeo escolar Os professores estatildeo capacitados para educaccedilatildeo

inclusiva

Dutra (2007) destaca que as principais dificuldades no processo de

inclusatildeo escolar do aluno especial eacute a ausecircncia de preparo e de uma

formaccedilatildeo mais teacutecnica que visa suprir as necessidades destes alunos

mediadas pelo professor e tambeacutem agrave falta de boas condiccedilotildees fiacutesicas nas

escolas pra receber estes alunos

Jesus (2007) enfatiza que a inclusatildeo dos portadores de necessidades

educacionais especiais na escola eacute algo essencial agrave educaccedilatildeo mas eacute preciso

ser feita de maneira correta porque nem todos podem estar na escola ou

estatildeo preparados para nela estar por natildeo terem capacidade fisioloacutegica Esse eacute

um assunto muito discutido por alguns especialistas da educaccedilatildeo especial que

buscam uma maneira eficiente de incluir todos as crianccedilas e jovens que

possuem alguma necessidade educacional especial

Nesse sentido Mantoan (2006) afirma que a condiccedilatildeo primeira para

inclusatildeo deixe de ser uma ameaccedila ao que hoje a escola defende e adota como

pratica pedagoacutegica e abandonar tudo que leva a tolerar as pessoas com

deficiecircncia na sala de aula

Natildeo pode se ter um ambiente mais propiacutecio para tal processo de

conscientizaccedilatildeo do que a escola Pois seraacute por meio dessa interaccedilatildeo entre

crianccedilas que se construiraacute uma naccedilatildeo mais justa e igualitaacuteria onde todos

juntos aprenderatildeo a conviver e a se respeitarem Respeito que eacute sonhado por

todos que se espera construir um novo amanhatilde mais digno

O assunto eacute fundamental para ser discutido por todas as pessoas

envolvidas com a educaccedilatildeo e que busquem uma naccedilatildeo com menos

desigualdade social oportunidades para todos uma educaccedilatildeo que priorize o

ser e natildeo ter e uma realidade igualitaacuteria A inclusatildeo eacute acima de tudo a

transformaccedilatildeo da pratica pedagoacutegica de todos os profissionais de educaccedilatildeo

Os registros de textos artigos e livros enfatizam que sobre a

aplicabilidade atual de inclusatildeo escolar satildeo insatisfatoacuterios e que natildeo houve

49

diferenccedilas entre os alunos e entre os professores quanto a essa dimensatildeo Os

professores e os alunos expressaram vaacuterias dificuldades envolvidas nesse

processo destacando se a falta de infra-estrutura das escolas a falta de

preparocapacitaccedilatildeo profissional discriminaccedilatildeo social e a falta de aceitaccedilatildeo da

inclusatildeo

Os professores de educaccedilatildeo especial demonstraram dar mais creacutedito agrave

educaccedilatildeo inclusiva do que os do ensino regular Os alunos deficientes

demonstraram dar menos creacutedito agrave inclusatildeo do que os natildeo deficientes Os

sentimentos decorrentes da inclusatildeo que predominaram entre professores e os

alunos com deficiecircncia foram negativos enquanto entre os alunos natildeo

deficientes prevaleceram os positivos (TESSARO 2009)

Para Fonseca (2004) promover a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma tarefa de

uma equipe multidisciplinar que deve adotar uma estrateacutegia do tipo pensar em

grupo eacute pensar melhor pois soacute dessa forma se podem explorar todas as

opccedilotildees potenciais de inclusatildeo e natildeo soacute as mais coerentes acessiacuteveis ou

tradicionais Sem uma dinacircmica de grupo natildeo se podem discutir e implementar

planos educacionais individualizados na educaccedilatildeo inclusiva transpondo para

sala de aula regular programas inovadores desde a modificaccedilatildeo de

comportamento ao enriquecimento linguumliacutestico ou cognitivo

Ensino em equipe com vaacuterios professores que agem e pensam em

conjunto criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees inovaccedilotildees na instruccedilatildeo na avaliaccedilatildeo

aprendizagem cooperativa e interativa criaccedilatildeo de projetos de suporte muacuteltiplo

serviccedilos de encaminhamentos diagnoacutesticos dinacircmicos e prescritivos em

termos de praacutetica de intervenccedilatildeo na sala de aula regular aprofundamento eacutetico

e legal dos pressupostos morais da inclusatildeo social construccedilatildeo de instrumentos

de investigaccedilatildeo-accedilatildeo entre outros satildeo desafios que se colocam hoje mais do

lado do ensino do que da aprendizagem

Para Almeida Anjos (2007) vaacuterios professores destacam tensotildees que

sempre se preservaram em suas percepccedilotildees e atitudes sejam referentes agraves

pessoas com necessidades educacionais especiais sejam relativas a

dificuldades em relaccedilatildeo a si proacuteprios e aos seus saberes profissionais No

entanto os profissionais apontam em suas falas as possibilidades de transpor

tais dificuldades vividas no trabalho com alunos especiais na rotina de seu dia

a dia de trabalho

50

Laraia (1992 apud ALMEIDA ANJOS 2007) acredita que nenhuma

ordem social eacute baseada em verdades inatas que as mudanccedilas nas praacuteticas

pedagoacutegicas com a diversidade dos alunos passam por uma mudanccedila de

nossas concepccedilotildees e valores Que eacute preciso uma formaccedilatildeo que coloque o

profissional da educaccedilatildeo em conflito com seus conhecimentos e concepccedilotildees a

partir da relaccedilatildeo entre a teoria e a praacutetica para entatildeo podermos comeccedilar a

pensar em inclusatildeo Assim a partir dos pressupostos da ciecircncia social criacutetica

sustentada pelo interesse colaborativo procuramos programar com os

profissionais encontros de estudoreflexatildeo das tensotildees e possibilidades que

envolvem o trabalho com alunos com necessidades educacionais especiais

enfatizar ainda como o lazer e recreaccedilatildeo podem ser facilitadores do processo

de inclusatildeo escolar

Zimmermann (2008) acredita que para conseguir reformar a instituiccedilatildeo

escolar primeiramente se tem que reformar as mentes entretanto natildeo

conseguiraacute reformar mentes sem que se realize uma preacutevia reforma de

instituiccedilotildees Vive-se uma crise de paradigmas e toda a crise gera medos

inseguranccedila e incertezas mas propotildee-se que seja este o momento de ousadia

e de busca de alternativas que sustente e norteie para realizar-se as mudanccedilas

que o momento propotildee Que a escola seja um espaccedilo vivo de formaccedilatildeo para

todos e um ambiente verdadeiramente inclusivo eacute preciso que as poliacuteticas

puacuteblicas de educaccedilatildeo sejam direcionadas aacute inclusatildeo que os educadores

desacomodem-se combatendo a descrenccedila e o pessimismo mostrando que a

inclusatildeo eacute um momento oportuno para professores e a comunidade escolar

demonstrarem sua competecircncia e principalmente suas responsabilidades

educacionais

Esta mudanccedila de perspectiva educacional propotildee que os educadores

faccedilam a diferenccedila buscando conhecimento e contribuindo com uma praacutetica

ressignificada desenvolvendo uma educaccedilatildeo baseada na afetividade e na

superaccedilatildeo de limites que as crianccedilas aprendam a respeitar as diferenccedilas em

sala de aula preparando-as assim para o futuro a vida e o mercado de

trabalho pois vivendo a experiecircncia inclusiva seratildeo adultos bem diferentes de

noacutes e por certo natildeo faratildeo discriminaccedilotildees sociais

Arauacutejo (2008) relata a opiniatildeo dos professores sobre a inclusatildeo escolar

enfatizando com veemecircncia de que a inclusatildeo escolar do aluno portador de

51

necessidades educacionais especiais eacute um assunto muito interessante e

delicado e levantaram a conscientizaccedilatildeo desse aluno sobre o direito deste

frequentar o ensino regular no entanto essa inclusatildeo na visatildeo deles estaacute

acontecendo de forma errocircnea Pois os professores da rede regular de ensino

em sua quase totalidade natildeo estatildeo preparados para lidar com esta nova fase

da educaccedilatildeo brasileira

Tem que se pensar que para que a inclusatildeo se concretize natildeo basta

estar garantido na legislaccedilatildeo mas demanda modificaccedilotildees profundas e

importantes no sistema de ensino Essas mudanccedilas deveratildeo levar em conta o

contexto soacutecio econocircmico aleacutem de serem gradativas planejadas e contiacutenuas

para garantir uma educaccedilatildeo de oacutetima qualidade (BUENO 1998 apud

PEREIRA 2009)

Pereira (2009) acredita que a inclusatildeo depende de mudanccedila de valores

da sociedade e a vivencia de um novo paradigma que natildeo se faz com simples

recomendaccedilotildees teacutecnicas como se fossem receitas de bolo mas com reflexotildees

dos professores direccedilotildees pais alunos equipe multidisciplinar e a comunidade

Essa questatildeo natildeo eacute tatildeo simples assim pois devemos levar em conta as

diferenccedilas Como colocar no mesmo espaccedilo demandas tatildeo diferentes e

especiacuteficas se muitas vezes nem a escola especial consegue dar conta desse

atendimento de forma adequada Deparar-se com frequecircncia com as

resistecircncias dos professores e direccedilotildees manifestadas atraveacutes de

questionamentos e queixas ou ateacute mesmo com expectativas de que possa

apresentar soluccedilotildees maacutegicas de aplicaccedilatildeo imediata causando certa decepccedilatildeo

e frustraccedilatildeo pois ela natildeo existe

O problema se agrava quando se vecirc o professor totalmente dependente

do apoio ou assessoria de profissionais da aacuterea da sauacutede pois neste caso a

questatildeo cliacutenica eacute fundamental e se sobressai e novamente o pedagoacutegico fica

esquecido Com isso o professor se sente desvalorizado incapaz e fora do

processo por considerar esse aluno como doente concluindo que natildeo pode

fazer nada por ele pois ele precisa de tratamento especializado de

profissionais qualificados da aacuterea da sauacutede desistindo assim de assumir tal

tarefa

Desta forma parece que o professor esquece seu papel poreacutem natildeo se

considera o momento do professor sua formaccedilatildeo as condiccedilotildees da proacutepria

52

escola em receber esses alunos que entram nas escolas e continuam

excluiacutedos de todo o processo de ensino-aprendizagem e social causando

frustraccedilatildeo e fracassos dificultando assim a proposta de inclusatildeo Por um lado

os professores julgam-se incapazes de dar conta dessa demanda

despreparados e impotentes frente a essa realidade que eacute agravada dia-a-dia

pela falta de material adequado de apoio administrativo e recursos financeiros

Limaverde (2009) salienta que no Brasil estaacute acontecendo um grande

movimento proacute-inclusatildeo que tem sido fortalecido a partir da sistematizaccedilatildeo do

que se trata o atendimento educacional especializado Existem realidades

muito proacuteximas em relaccedilatildeo ao atendimento desses alunos mas ainda tem

muitas compreensotildees equivocadas sobre a inclusatildeo de alunos com deficiecircncia

Alguns municiacutepios brasileiros pensam que fazem inclusatildeo mas na verdade

eles tecircm feito integraccedilatildeo Percebe-se que alunos que frequentam escolas

comuns salas comuns de ensino natildeo participam efetivamente das aulas ou

das atividades realizadas e essas escolas alegam que esses alunos natildeo tecircm

condiccedilotildees de fazer as atividades e que por isso eles fazem outras atividades

diferenciadas Desta forma natildeo ocorre a inclusatildeo Isso eacute uma integraccedilatildeo

porque o aluno estaacute integrado na sala de aula comum mas ele natildeo participa

das atividades realizadas pelos demais colegas

Muitos municiacutepios brasileiros que estatildeo em processo de transiccedilatildeo ou

seja eles estatildeo implantando o atendimento educacional especializado de

caraacuteter complementar e ao mesmo tempo estatildeo ainda com problemas

relacionados agrave inclusatildeo desses alunos como por exemplo a manutenccedilatildeo de

classes especiais A partir da formaccedilatildeo de 2007 para caacute os municiacutepios tecircm se

reorganizado para atendimento educacional especializado mas ainda eacute uma

realidade muito diferenciada

A inclusatildeo soacute eacute possiacutevel onde houver respeito agrave diferenccedila e

consequentemente a adoccedilatildeo de praacuteticas pedagoacutegicas que permitam agraves

pessoas com deficiecircncia aprender e ser reconhecidos e valorizados os

conhecimentos que satildeo capazes de produzir segundo seu ritmo e na medida

de suas possibilidades (SILVA 2009)

53

A menos que a atual oportunidade favoraacutevel seja aproveitada para melhorar as qualificaccedilotildees profissionais de professores em educaccedilatildeo especial e consequentemente a qualidade da educaccedilatildeo especial tememos que os proacuteximos 20 anos ainda possam ser um periacuteodo de esperanccedilas frustradas (RELATORIO WARNOCK 1978 paraacutegrafo 1932)

54

CONCLUSAtildeO

Diante do levantamento bibliograacutefico conclui-se que a inclusatildeo nos

moldes em que se encontra atualmente estaacute longe de atender a um ideal

Tal processo necessita de muitas transformaccedilotildees Os oacutergatildeos a ele

ligados diretamente ou indiretamente deveratildeo rever suas propostas metas e

meacutetodos de implantaccedilatildeo

Profissionais da sauacutede tambeacutem tecircm papeacuteis importantes em todo o

processo inclusivo pois em accedilatildeo conjunta com os educadores podem fazer um

trabalho mais completo e eficaz

A inclusatildeo escolar eacute uma praacutetica que abrange natildeo apenas os

profissionais especiacuteficos das aacutereas meacutedica e educacional mas tambeacutem

envolve um fator preponderante na vida do indiviacuteduo atendido por ela a famiacutelia

Esta constitui a base da crianccedila com necessidades educacionais especiais e

assumindo a postura devida pode oferecer a esta crianccedila o subsiacutedio para seu

desenvolvimento escolar bem como uma fonte de apoio aos profissionais

envolvidos

Aleacutem de uma nobre causa de cunho educacional a inclusatildeo constitui

ainda uma mudanccedila no comportamento da sociedade como um todo que

passa a ter que zelar por interesses coletivos outrora ignorados pela maioria

Devido ao periacuteodo decorrido desde as primeiras iniciativas ligadas ao

processo inclusivo verifica-se que o tempo eacute um fator indispensaacutevel para sua

concretizaccedilatildeo Esta provavelmente dar-se-aacute a partir do momento em que todos

os envolvidos assumirem suas devidas responsabilidades e se unirem por uma

educaccedilatildeo de qualidade embasada em um planejamento organizado bem

dirigido iacutentegro e sobretudo pautado no respeito ao ser humano e agrave

diversidade

55

REFEREcircNCIAS

ALMEIDA M A ANJOS A R Da aversatildeo agrave diversatildeo

formaccedilatildeo de

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36

A educaccedilatildeo especial eacute uma modalidade de ensino que perpassa todos

os niacuteveis etapas e modalidades realiza o atendimento educacional

especializado disponibiliza os serviccedilos e recursos proacuteprios desse atendimento

e orienta os alunos e seus professores quanto a sua utilizaccedilatildeo nas turmas

comuns do ensino regular

O atendimento educacional especializado identifica elabora e organiza

recursos pedagoacutegicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a

plena participaccedilatildeo dos alunos considerando as suas necessidades

especiacuteficas As atividades desenvolvidas no atendimento educacional

especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum natildeo

sendo substitutivas agrave escolarizaccedilatildeo Esse atendimento completa e suplementa

a formaccedilatildeo dos alunos com vistas agrave autonomia e independecircncia na escola e

fora dela

Tal modalidade de ensino disponibiliza programas de enriquecimento

curricular o ensino de linguagem e coacutedigos especiacuteficos de comunicaccedilatildeo e

sinalizaccedilatildeo ajudas teacutecnicas e tecnoloacutegicas assistidas dentre outros Ao longo

de todo processo de escolarizaccedilatildeo esse atendimento deve estar articulado

com a proposta pedagoacutegica de ensino comum

A inclusatildeo escolar tem inicio na educaccedilatildeo infantil onde se desenvolvem

as bases necessaacuterias para a construccedilatildeo do conhecimento e seu

desenvolvimento global Nessa etapa o luacutedico o acesso agraves formas

diferenciadas de comunicaccedilatildeo a riqueza de estiacutemulos nos aspectos fiacutesicos

emocionais cognitivos psicomotores e sociais e a convivecircncia com as

diferenccedilas favorecem as relaccedilotildees interpessoais o respeito e a valorizaccedilatildeo da

crianccedila Do nascimento aos trecircs anos o atendimento educacional

especializado se expressa por meio de serviccedilos que objetivam aperfeiccediloar o

processo de desenvolvimento e aprendizagem em interface com os serviccedilos de

sauacutede e assistecircncia social

Em todas as etapas e modalidades da educaccedilatildeo baacutesica o atendimento

especializado eacute organizado para apoiar o desenvolvimento dos alunos

constituindo oferta obrigatoacuteria dos sistemas de ensino e deve ser realizado no

turno inverso ao da classe comum na proacutepria escola ou centro especializado

que realize esse serviccedilo educacional Este atendimento eacute realizado mediante a

37

atuaccedilatildeo de profissionais com conhecimento especiacuteficos no ensino da Liacutengua

Brasileira de Sinais da Liacutengua Portuguesa e na modalidade escrita como

segunda liacutengua do Sistema Braille do Soroban da orientaccedilatildeo e mobilidade

das atividades de vida autocircnoma da comunicaccedilatildeo alternativa do

desenvolvimento dos processos mentais superiores dos programas de

enriquecimento curricular da adequaccedilatildeo e produccedilatildeo de materiais didaacuteticos e

pedagoacutegicos da utilizaccedilatildeo de recursos oacutepticos e natildeo oacutepticos da tecnologia

assistida e outros

Cabe aos sistemas de ensino ao organizar a educaccedilatildeo especial na

perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva disponibilizar as funccedilotildees do instrutor de

Libras e guia interprete bem como de monitor dos alunos com necessidades

de apoio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo locomoccedilatildeo entre outras que

exijam auxilio constante no cotidiano escolar

Para atuar na educaccedilatildeo especial o professor deve ter como base de

sua formaccedilatildeo inicial e continuada conhecimentos gerais para o exerciacutecio da

docecircncia e conhecimentos especiacuteficos da aacuterea Essa formaccedilatildeo possibilita a sua

atuaccedilatildeo no atendimento educacional especializado e deve aprofundar o caraacuteter

interativo e interdisciplinar da atuaccedilatildeo nas salas comuns do ensino regular nas

salas de recursos nos centros de atendimento educacional especializado nos

nuacutecleos de acessibilidade das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior nas classes

hospitalares e nos ambientes domiciliares para a oferta dos serviccedilos e

recursos de educaccedilatildeo especial

38

CAPIacuteTULO II

CAPACITACcedilAtildeO E CONCEPCcedilAtildeO DE PROFESSORES NO PROCESSO DE

INCLUSAtildeO ESCOLAR

2 CAPACITACcedilAtildeO PROFISSIONAL E A INCLUSAtildeO ESCOLAR

A formaccedilatildeo de professores que atuam diretamente na inclusatildeo escolar

sempre se constituiu numa grande problemaacutetica com relaccedilatildeo ao atendimento

do aluno com necessidades especiais Tudo eacute muito novo e desafiador E isto

infelizmente ainda eacute uma barreira para que a inclusatildeo se efetive com alicerce

suficiente para se sustentar

Nos finais do Impeacuterio o atendimento a essa clientela era vinculada agrave

sauacutede Nos anos 20 do seacuteculo passado iniciou-se uma crescente preocupaccedilatildeo

com a questatildeo propriamente pedagoacutegica porem influenciada pela abordagem

psicoloacutegica natildeo abandonando o campo da sauacutede

Para atender agraves demandas cada professor deveria estar apto a

elaborar incrementar e implementar situaccedilotildees de ensino que favorecessem a

construccedilatildeo dos conceitos mais primaacuterios aos mais complexos Eacute importante

que o professor organize seu planejamento de maneira que natildeo passem

despercebidos pelas situaccedilotildees de ensino conceitos que podem parecer

simples mas que na verdade satildeo preacute-requisitos para o que se pensa ser o

mais importante Contudo natildeo satildeo poucos os casos em que as situaccedilotildees

acabam sendo apresentadas de forma restrita sem pertinecircncia aos alunos que

participam da accedilatildeo inclusiva

O cotidiano de sala de aula requer na atualidade a efetivaccedilatildeo de accedilotildees

didaacuteticas flexiacuteveis poreacutem contextualizadas a adequaccedilatildeo de recursos sem

depreciar a capacidade e a imagem do aluno com o qual interagimos uma

reformulaccedilatildeo das dinacircmicas em sala de aula que possibilite a participaccedilatildeo

39

efetiva de todos

Muitos recursos muitas vezes satildeo pouco explorados ou ateacute mesmo

desconsiderados pelo professor com o passar dos niacuteveis propostos pelo

sistema de educaccedilatildeo No entanto quando o professor eacute o agente mediador de

um contexto educacional no qual a diversidade estaacute mais complexa devido agraves

demandas que um tipo de necessidade educativa especial pode gerar eacute

essencial que ele natildeo perca de vista a validade de determinados recursos

diante da construccedilatildeo de conceitos mais elaborados ou abstratos (FERREIRA

2004)

Valorizar a singularidade de cada ser humano eacute um compromisso eacutetico

de contribuir com as transformaccedilotildees necessaacuterias agrave construccedilatildeo de uma

sociedade mais justa (SOUZA SILVA 2005 p 239)

Um sistema escolar inclusivo precisa investir na capacitaccedilatildeo contiacutenua dos

professores e funcionaacuterios das escolas realizando o chamamento dos que

ainda natildeo se consideram envolvidos para um processo de sensibilizaccedilatildeo e

atualizaccedilatildeo constante de toda escola e comunidade Nesse aspecto a

assessoria ao professor eacute fundamental para orientaccedilatildeo e anaacutelise na busca de

soluccedilotildees para os problemas surgidos na sala de aula no aprofundamento das

questotildees teoacutericas na construccedilatildeo de intervenccedilotildees pedagoacutegicas na seleccedilatildeo de

recursos materiais e tecnoloacutegicos para a aprendizagem dos alunos no

processo de avaliaccedilatildeo na inter-relaccedilatildeo com as famiacutelias bem como na

mediaccedilatildeo entre escola e serviccedilos especializados para atendimento ao aluno

com necessidades educacionais na aacuterea da sauacutede da assistecircncia social do

trabalho entre outros (BEYER 2005)

Para Marques (2006) inclusatildeo escolar implica numa reorganizaccedilatildeo

estrutural da escola de todos os elementos da praacutetica pedagoacutegica

considerando o dado do muacuteltiplo da diversidade e natildeo mais o padratildeo

universal O atual momento histoacuterico exige uma participaccedilatildeo efetiva da escola

como instituiccedilatildeo loacutecus do conhecimento e da formaccedilatildeo de cidadatildeos capazes de

intervir nos rumos da sociedade Neste sentido faz-se necessaacuteria uma escola

criativa onde todos os seus componentes sejam co-sujeitos na produccedilatildeo de um

saber-instrumento para o conviacutevio escolar e social Cabe portanto a alunos

professores e sujeitos desse processo planejar e construir as diferentes etapas

de nossa caminhada etapas que se num primeiro momento satildeo idealizadas

40

logo transformam-se em realidade pela reflexatildeo criacutetica de nossas proacuteprias

possibilidades na construccedilatildeo dessa nova escola Assim eacute preciso

redimensionar o modo de pensar e fazer a educaccedilatildeo tarefa por natureza

complexa que envolve elementos poliacuteticos soacutecio-econocircmicos teacutecnicos e

culturais

Essa postura por sua vez implica na superaccedilatildeo da dicotomia e

fragmentaccedilatildeo das atribuiccedilotildees dos agentes educativos dos rituais dos

conteuacutedos metodoloacutegicos dos recursos pedagoacutegicos do processo de

avaliaccedilatildeo bem como das concepccedilotildees de educaccedilatildeo e de sociedade Enfatiza

tambeacutem que implica para o professor em uma seacuterie de mudanccedilas com relaccedilatildeo

a sua postura pressuposto baacutesico de sua atuaccedilatildeo a compreensatildeo das

diferentes necessidades educacionais de seus alunos sendo necessaacuteria aacute

flexibilizaccedilatildeo do professor no exerciacutecio do compromisso eacutetico para se adequar

agraves novas situaccedilotildees que surgiratildeo em decorrecircncia das diversidades presentes

em seu cotidiano atentando para a supressatildeo de uma possiacutevel postura

discriminatoacuteria

Zimmermann (2008) destaca que a instituiccedilatildeo escolar precisa redefinir

sua base de estrutura organizacional destituindo-se de burocracias

reorganizando grades curriculares proporcionando maior ecircnfase agrave formaccedilatildeo

humana dos professores e afinando a relaccedilatildeo famiacutelia

escola propondo uma

praacutetica pedagoacutegica coletiva dinacircmica e flexiacutevel para atender esta nova

realidade educacional A educaccedilatildeo inclusiva tem forccedila transformadora e

aponta para uma nova era natildeo somente educacional mas para uma sociedade

inclusiva

Segundo Mittler (2008) as escolas a volta poderiam tentar encontrar

novos modos de pedir aos pais as suas opiniotildees sobre como poderiam ser

fortalecidos os viacutenculos entre lar e a escola Os viacutenculos mais iacutentimos entre

pais e professor natildeo podem ser prescritos de cima para baixo mas sim

fundamentados nos desejos e nas prioridades daquele que estatildeo nessa aacuterea

A uacuteltima palavra vai para um grupo de pais de crianccedilas com

necessidades especiais e deficiecircncia ( RUSSEL 1997 apud MITTEL

2008p227)

a) Por favor aceite e valorize nossas crianccedilas (e noacutes mesmos como

famiacutelia) como noacutes somos valorizados

41

b) Por favor celebre a diferenccedila

c) Por favor aceite nossas crianccedilas primeiramente como crianccedilas Natildeo

coloque roacutetulos nelas a menos que vocecirc pretenda fazer algo

d) Por favor reconheccedila seu poder sobre nossas vidas Vivemos com as

consequumlecircncias de suas opiniotildees e decisotildees

e) Por favor entenda a tensatildeo sob qual muitas famiacutelias estatildeo vivendo

Os encontros cancelados a lista de espera que ningueacutem consegue

chegar ao inicio todas as discussotildees sobre recursos eacute sobre nossa

vida que vocecirc esta falando

f) Por favor natildeo use modas passageiras e tratamentos conosco a

menos que vocecirc vai estar conosco E natildeo esqueccedila que as famiacutelias

tecircm muitos membros muitas responsabilidades Agraves vezes natildeo

podemos agradar a todo mundo

g) Por favor reconheccedila que aacutes vezes noacutes eacute que temos razatildeo Por favor

acredite em noacutes e escute o que sabemos sobre o que noacutes e nossas

crianccedilas necessitamos

h) Agraves vezes estamos tristes cansados e deprimidos Por favor valorize

nos como famiacutelias preocupadas e comprometidas e tente continuar a

trabalhar conosco

Limaverde (2009) acredita que a maioria dos professores vem de

cursos onde a discussatildeo da teoria e da praacutetica ainda eacute dividida Discute-se

teoria e praacutetica de maneira isolada Ainda se estuda uma teoria idealizada

Poucos cursos de formaccedilatildeo de professores oferecem de modo obrigatoacuterio em

seus curriacuteculos as disciplinas relacionadas agrave diferenccedila agraves deficiecircncias Aleacutem

da formaccedilatildeo do nuacutecleo comum eles tambeacutem precisam se atentar para essas

especificidades Haacute uma obrigatoriedade de se ofertar nos cursos de

pedagogia a disciplina de Libras Mas isso natildeo deve ocorrer apenas na

formaccedilatildeo inicial mas tambeacutem na formaccedilatildeo continuada que eacute aquela em

serviccedilo mas que muitas vezes natildeo contemplam essas especificidades

O problema de formaccedilatildeo eacute muito grave porque repercute nessa

inseguranccedila do professor no preconceito no medo Aleacutem do entrave da

formaccedilatildeo no aspecto pedagoacutegico as escolas elaboram seu projeto poliacutetico

pedagoacutegico sem levar em conta a presenccedila do aluno com deficiecircncia As

praacuteticas a organizaccedilatildeo da sala de aula natildeo leva em conta a presenccedila desse

42

aluno Onde natildeo haacute uma interlocuccedilatildeo mais refinada entre o ensino comum e a

Educaccedilatildeo Especial com esse saber mais especiacutefico natildeo haacute inclusatildeo

A inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino Assim na formaccedilatildeo do professor teria dois espaccedilos um da sala de

aula que eacute a formaccedilatildeo comum para todos os professores contemplando

desenvolvimento aprendizagem e uma na formaccedilatildeo continuada Uma

formaccedilatildeo que atenda agraves diferenccedilas da sala de aula o atendimento agrave educaccedilatildeo

especializada aleacutem da formaccedilatildeo baacutesica cursos de extensatildeo de libras de

soroban de braile de tecnologia assistida para que esse professor possa

atender a especificidade desses alunos O aluno com deficiecircncia eacute um ser

humano que se desenvolve como qualquer outro As teorias e teacutecnicas que

foram estudadas satildeo suporte para esse trabalho Agora o que vai modificar na

sua atuaccedilatildeo eacute a maneira como ele organiza suas praacuteticas pedagoacutegicas Na

maioria das vezes eles organizam praacuteticas homogecircneas do aluno idealizado Eacute

importante um planejamento para pensar essas diferenccedilas na sala de aula Eacute

um trabalho do projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

21 Concepccedilotildees de professores sobre a inclusatildeo na educaccedilatildeo regular e

especial

Inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino (LIMAVERDE 2009)

Apenas a partir do seacuteculo XX verificou-se uma melhor aceitaccedilatildeo das

pessoas com necessidades especiais momento em que se iniciou a sua

desinstitucionalizaccedilatildeo e educaccedilatildeo escolar Ateacute este periacuteodo eram segregados

e praticamente privados de conviacutevio social Entretanto verifica-se que as

conquistas ainda foram poucas pois o preconceito a ignoracircncia e a

discriminaccedilatildeo ainda satildeo muito fortes em relaccedilatildeo ao deficiente e a deficiecircncia

Para Carmo (2000) a inclusatildeo eacute um assunto que deve ser refletido e

investigado com muita precisatildeo jaacute que a sociedade pode estar criando uma

nova modalidade a de excluiacutedos dentro da inclusatildeo podemos assim concluir

nessa reflexatildeo para que haja o processo de ensino-aprendizagem nos alunos

portadores de necessidades educacionais especiais o professor teraacute que se

43

capacitar para atender a proposta desta nova face da educaccedilatildeo brasileira ele

teraacute que tentar conciliar as teorias sobre o assunto com sua pratica e a

realidade da sala de aula Pois soacute assim a inclusatildeo do aluno portador de

necessidades educacionais especiais seraacute bem sucedida e gerando bons

resultados no futuro

Assim a inclusatildeo deste tipo de aluno requer novas posturas tanto aos

professores quanto ao sistema educacional brasileiro levando em consideraccedilatildeo

que todos noacutes estaremos ganhando Lembrando tambeacutem que este processo

de aprendizagem requer a reciprocidade das experiecircncias entre o aluno com

necessidades educacionais especiais o professor e os demais alunos Um

processo de aprendizagem onde todos participam a aquisiccedilatildeo do

conhecimento ocorreraacute com mais facilidade

Mantoan Pietro Arantes (2006) acredita que recriar um novo modelo

educativo com ensino de qualidade que diga natildeo aacute exclusatildeo social implica em

condiccedilotildees de trabalho pedagoacutegico e uma rede de saberes que se entrelaccedilam e

caminham no sentido contraacuterio do paradigma tradicional de educaccedilatildeo

segregadora Eacute uma reviravolta complexa mas possiacutevel basta que lutemos por

ela que nos aperfeiccediloemos e estejamos abertos a colaborar na busca dos

caminhos pedagoacutegicos da inclusatildeo Pois nem todas as diferenccedilas

necessariamente inferiorizam as pessoas Elas tem diferenccedilas e igualdades

mas entre elas nem tudo deve ser igual assim como nem tudo deve ser

diferente

De acordo com Santos (apud MANTOAN2003 p34 ) eacute preciso que

tenhamos o direito de sermos diferentes quando a igualdade nos

descaracteriza e o direito de sermos iguais quando a diferenccedila nos inferioriza

Assim a luta pela escola inclusiva embora seja contestada e tenha ateacute

mesmo assustado a comunidade escolar exige mudanccedila de haacutebitos e atitudes

pela sua loacutegica e eacutetica nos remete a refletir e reconhecer que trata-se de um

posicionamento social que garante a vida com igualdade pautada pelo

respeito agraves diferenccedilas Apesar das iniciativas acanhadas da comunidade

escolar e da sociedade geral eacute possiacutevel adequar a escola para um novo

tempo Precisa estar imbuiacutedos de boa vontade e compromisso enfrentar com

seguranccedila e otimismo este desafio enxergar a clareza e obviedade eacutetica da

proposta inclusiva e contribuir para o desmantelamento dessa maacutequina escolar

44

enferrujada

Para Lisita e Souza (2003) das utopias concretas da modernidade tem-

se hoje apenas a certeza da transitoriedade O sentido da revoluccedilatildeo antes

propagado daacute lugar a um leque de possibilidades as quais se abrem num

horizonte virtual em constantes mudanccedilas Que se trata de uma nova realidade

mundial natildeo se discute Indaga-se no entanto o que se tem a fazer diante de

tal realidade

Nesse sentido a ciecircncia e a tecnologia tecircm se constituiacutedo nos principais

agentes de proposiccedilatildeo e de determinaccedilatildeo dessas mudanccedilas A sensaccedilatildeo que

se tem eacute a de que amanheceremos a cada dia num novo mundo repleto de

novidades e onde o ontem estaacute cada vez e mais rapidamente distante

O cenaacuterio do mundo atual evidencia um movimento em direccedilatildeo a um

sentido de inclusatildeo social o sujeito com deficiecircncia passa a dividir a cena com

os sujeitos sem deficiecircncia coabitando os diversos espaccedilos sociais Nota-se

pois um grande dinamismo experimentado pelos sujeitos e em particular

pelos sujeitos com deficiecircncia num mundo onde conceitos e praacuteticas assumem

cada vez mais um caraacuteter efecircmero e de possibilidades muacuteltiplas

Segundo Ferreira e Glat (2004) satildeo frequentes relatos de professores

principalmente em conselhos de classe sobre a dificuldade de determinados

alunos quanto agrave efetivaccedilatildeo de algumas propostas educacionais Na maioria

das situaccedilotildees o que de fato acontece natildeo eacute uma dificuldade do aluno em

realizar ou compreender a atividade solicitada e sim uma inadequaccedilatildeo do

procedimento dos objetivos eou da avaliaccedilatildeo realizada pelo professor Nesse

sentido eacute importante o professor analisar algumas questotildees como

a) de que maneira todos os alunos poderatildeo participar da aula proposta

b) se haacute necessidade de apoio adaptaccedilotildees e como fazecirc-las para sua

plena participaccedilatildeo

c) que expectativas devem ser esperadas eou modificadas para a

efetivaccedilatildeo da atividade (como os alunos demonstram o que sabem a

quantidade e qualidade das atividades propostas)

d) quais satildeo os objetivos prioritaacuterios para a aprendizagem

Enfim eacute do conhecimento de todos que natildeo haacute formas sem

precedentes que se bastem ou que se perpetuem diante das realidades

necessidades e demandas dos alunos que compotildeem as salas de aula que hoje

45

cada professor assume Eacute importante a busca constante de praacuteticas pautadas

no contexto que o aluno vivencia inovadoras pois o trabalho eacute dinacircmico

sendo fundamental que cada profissional pense na sua disponibilidade para a

construccedilatildeo de praacuteticas efetivas que conduzam a uma educaccedilatildeo de qualidade

para todos como descrevem Ferreira e Glat 2004

Poso (2004) acredita que por um lado os professores julgam-se

incapazes de dar conta dessa demanda despreparados e impotentes frente a

essa realidade que eacute agravada pela falta de material adequado de apoio

administrativo e recursos financeiros

Mantoan (2003) enfatiza que a radicalidade da inclusatildeo vem do fato de

esta exigir uma mudanccedila de paradigma educacional onde na perspectiva

inclusiva suprime-se a sub-divisatildeo dos sistemas escolares em modalidades de

ensino especial e regular As escolas atendem as diferenccedilas sem discriminar

sem estabelecer prioridades e necessidades sem estabelecer regras

diferenciadas para cada caso no planejamento avaliaccedilatildeo e aprendizado

Assim pode-se imaginar o impacto da inclusatildeo nos sistemas de ensino ao

supor a aboliccedilatildeo completa dos serviccedilos segregados da educaccedilatildeo especial os

programas de reforccedilo escolar salas de aceleraccedilatildeo e turmas especiais

Desta forma a inclusatildeo eacute uma provocaccedilatildeo cuja intenccedilatildeo eacute melhorar a

qualidade do ensino atingindo todos os alunos de uma forma globalizada

Incluir eacute necessaacuterio primordialmente para melhorar as condiccedilotildees da escola

de modo que nela se possam formar geraccedilotildees mais preparadas para viver a

vida na sua plenitude livremente sem preconceitos sem barreiras Confirma-

se assim mais uma vez a necessidade de a educaccedilatildeo se atualizar e os

professores aperfeiccediloarem as suas praacuteticas para que as escolas se obriguem

a um esforccedilo de modernizaccedilatildeo e reestruturaccedilatildeo de suas condiccedilotildees atuais

Pretende-se que a escola seja inclusiva eacute primordial que seus planos se

redefinam para uma educaccedilatildeo voltada agrave cidadania global plena livre de

preconceitos e disposta a reconhecer e entende as diferenccedilas entre as

pessoas principalmente quanto aos seus aspectos fiacutesico mental e intelectual

Natildeo basta uma educaccedilatildeo para a cidadania eacute preciso educar para a liberdade

e nesse sentido nenhuma forma de subordinaccedilatildeo intelectual pode ser

admitida

Os desafios para a concretizaccedilatildeo dos ideais inclusivos na educaccedilatildeo

46

brasileira satildeo inuacutemeros Haacute ainda de se vencer os desafios que impotildee o

conservadorismo das instituiccedilotildees especializadas e enfrentar as pressotildees

poliacuteticas e das pessoas com deficiecircncia ainda muito habituadas a seus roacutetulos

e a benefiacutecios que acentuam a incapacidade as limitaccedilotildees o paternalismo e o

protecionismo social

Smeha Ferreira (2005) descrevem que vaacuterios professores afirmam

apresentar sentimentos de despreparo para trabalharem junto agraves crianccedilas com

necessidades especiais Que natildeo tiveram em sua formaccedilatildeo acadecircmica o

preparo adequado que os capacite a lidar com a diversidade e isso gera

intenso sofrimento pois ensinar crianccedilas com limitaccedilotildees exige conhecimento

competecircncia e habilidade para que o processo inclusivo seja efetivado

Os professores foram preparados para trabalharem com as crianccedilas que

aprendem assim quando eles se deparam com as limitaccedilotildees na

aprendizagem sentem frustraccedilatildeo anguacutestia impotecircncia e medo Portanto faz-

se necessaacuterio uma significativa reformulaccedilatildeo nos cursos de graduaccedilatildeo que

estatildeo formando professores os quais certamente teratildeo alunos com

necessidades educativas especiais em sua trajetoacuteria profissional Aliaacutes essa

reformulaccedilatildeo deve abarcar natildeo somente conhecimentos sobre educaccedilatildeo de

pessoas com deficiecircncia mas tambeacutem oportunizar autoconhecimento para

que os professores possam atuar de forma mais confiante atendendo agraves

demandas educacionais especiais com mais prazer e menos sofrimento Aleacutem

da reestruturaccedilatildeo nas aacutereas que envolvem a formaccedilatildeo de professores para

que o trabalho docente possa acontecer com menor prejuiacutezo agrave sauacutede mental

parece primordial que o investimento transcenda a capacitaccedilatildeo relacionada aos

conhecimentos teacutecnicos e permeie o campo da sauacutede mental no trabalho

O suporte aos aspectos psicoloacutegicos dos professores precisam ser

contemplados com grupos de reflexatildeo ou de apoio um espaccedilo que possa

oportunizar-lhes aos mesmos falar sobre seus sentimentos dificuldades

medos ou fantasias Seria um momento para problematizar e encontrar

ressignificaccedilatildeo no exerciacutecio docente que cada vez mais precisa ser alicerccedilado

no respeito agrave diversidade humana Eacute importante tambeacutem salientar que natildeo eacute

apenas o processo de inclusatildeo o responsaacutevel pelo sofrimento docente muitos

satildeo propensos ao stress devido agraves suas proacuteprias vivecircncias pessoais e agraves

exigecircncias da contemporaneidade

47

De acordo com Souza Silva (2009)

No tocante ao trabalho docente novas propostas se fazem necessaacuterias devido agraves transformaccedilotildees educacionais que estatildeo ocorrendo de forma acelerada exigindo assim novas aprendizagens que possam contribuir para a formaccedilatildeo de profissionais capazes de responder aos novos desafios colocados agrave nossa realidade

Para Bartalotti (2006) nos dias atuais frente ao processo de inclusatildeo

como uma possibilidade embora ainda natildeo como uma realidade haacute um grande

caminho a ser percorrido Pois se olhar em volta para cada ser humano que

nos rodeia ver-se-ia o quanto ainda se tem que caminhar para a construccedilatildeo

de uma sociedade verdadeiramente inclusiva Exclui-se apenas com o olhar

com palavras quantas vezes menospreza-se o outro por ele ter um gosto

uma crenccedila religiosa situaccedilatildeo financeira cor de pele estatura e peso corporal

diferente por nos aceitos E sem a menor preocupaccedilatildeo decidi-se que esta ou

aquela pessoa natildeo serve para estar junto de noacutes de nossos filhos frequentar

nosso clube casa ou templo religioso Jaacute sentem-se excluiacutedos e rejeitados em

diferentes situaccedilotildees sentem-se olhados como diferentes indesejaacuteveis

estranhos certamente essa natildeo eacute uma sensaccedilatildeo agradaacutevel quem jaacute passou

por ela natildeo deseja repetir a experiecircncia

Para que a inclusatildeo ocorra eacute necessaacuterio que a sociedade passe pelo

aprimoramento das relaccedilotildees sociais pela compreensatildeo de que o verdadeiro

pensamento inclusivo eacute aquele que natildeo categoriza ou rotula as pessoas por

ordem de valor valor esse atribuiacutedo muitas vezes atraveacutes de estereoacutetipos

estigmas conhecimentos instituiacutedos pensar inclusivamente eacute aprender a olhar

cada pessoa e buscar nela seu real valor construiacutedo nas relaccedilotildees cotidianas

nos seus sonhos e expectativas e nas suas accedilotildees concretas no mundo

Acredita-se tambeacutem que muitas vezes fala-se que a inclusatildeo eacute uma

utopia muitos natildeo acreditam que a sociedade seja capaz desse movimento

Inclusatildeo eacute sim possibilidade assim como eacute possibilidade a construccedilatildeo de uma

sociedade mais digna para todos com ou sem deficiecircncia

Para Tessaro (2009) existe todo um discurso proacute agrave inclusatildeo em vaacuterios

segmentos da sociedade dentre os quais no ambiente escolar A inclusatildeo eacute

algo que vem se efetivando mesmo que a duras penas buscando superar toda

uma histoacuteria de isolamento discriminaccedilatildeo e preconceito Tem provocado

48

muitos questionamentos principalmente no meio acadecircmico tais como O que

eacute inclusatildeo escolar Por que incluir Qual eacute a opiniatildeo dos alunos com

deficiecircncia e dos professores sobre inclusatildeo A escola possui infra-estrutura

adequada para participar da inclusatildeo escolar Os alunos deficientes se sentem

bem com a inclusatildeo escolar Os professores estatildeo capacitados para educaccedilatildeo

inclusiva

Dutra (2007) destaca que as principais dificuldades no processo de

inclusatildeo escolar do aluno especial eacute a ausecircncia de preparo e de uma

formaccedilatildeo mais teacutecnica que visa suprir as necessidades destes alunos

mediadas pelo professor e tambeacutem agrave falta de boas condiccedilotildees fiacutesicas nas

escolas pra receber estes alunos

Jesus (2007) enfatiza que a inclusatildeo dos portadores de necessidades

educacionais especiais na escola eacute algo essencial agrave educaccedilatildeo mas eacute preciso

ser feita de maneira correta porque nem todos podem estar na escola ou

estatildeo preparados para nela estar por natildeo terem capacidade fisioloacutegica Esse eacute

um assunto muito discutido por alguns especialistas da educaccedilatildeo especial que

buscam uma maneira eficiente de incluir todos as crianccedilas e jovens que

possuem alguma necessidade educacional especial

Nesse sentido Mantoan (2006) afirma que a condiccedilatildeo primeira para

inclusatildeo deixe de ser uma ameaccedila ao que hoje a escola defende e adota como

pratica pedagoacutegica e abandonar tudo que leva a tolerar as pessoas com

deficiecircncia na sala de aula

Natildeo pode se ter um ambiente mais propiacutecio para tal processo de

conscientizaccedilatildeo do que a escola Pois seraacute por meio dessa interaccedilatildeo entre

crianccedilas que se construiraacute uma naccedilatildeo mais justa e igualitaacuteria onde todos

juntos aprenderatildeo a conviver e a se respeitarem Respeito que eacute sonhado por

todos que se espera construir um novo amanhatilde mais digno

O assunto eacute fundamental para ser discutido por todas as pessoas

envolvidas com a educaccedilatildeo e que busquem uma naccedilatildeo com menos

desigualdade social oportunidades para todos uma educaccedilatildeo que priorize o

ser e natildeo ter e uma realidade igualitaacuteria A inclusatildeo eacute acima de tudo a

transformaccedilatildeo da pratica pedagoacutegica de todos os profissionais de educaccedilatildeo

Os registros de textos artigos e livros enfatizam que sobre a

aplicabilidade atual de inclusatildeo escolar satildeo insatisfatoacuterios e que natildeo houve

49

diferenccedilas entre os alunos e entre os professores quanto a essa dimensatildeo Os

professores e os alunos expressaram vaacuterias dificuldades envolvidas nesse

processo destacando se a falta de infra-estrutura das escolas a falta de

preparocapacitaccedilatildeo profissional discriminaccedilatildeo social e a falta de aceitaccedilatildeo da

inclusatildeo

Os professores de educaccedilatildeo especial demonstraram dar mais creacutedito agrave

educaccedilatildeo inclusiva do que os do ensino regular Os alunos deficientes

demonstraram dar menos creacutedito agrave inclusatildeo do que os natildeo deficientes Os

sentimentos decorrentes da inclusatildeo que predominaram entre professores e os

alunos com deficiecircncia foram negativos enquanto entre os alunos natildeo

deficientes prevaleceram os positivos (TESSARO 2009)

Para Fonseca (2004) promover a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma tarefa de

uma equipe multidisciplinar que deve adotar uma estrateacutegia do tipo pensar em

grupo eacute pensar melhor pois soacute dessa forma se podem explorar todas as

opccedilotildees potenciais de inclusatildeo e natildeo soacute as mais coerentes acessiacuteveis ou

tradicionais Sem uma dinacircmica de grupo natildeo se podem discutir e implementar

planos educacionais individualizados na educaccedilatildeo inclusiva transpondo para

sala de aula regular programas inovadores desde a modificaccedilatildeo de

comportamento ao enriquecimento linguumliacutestico ou cognitivo

Ensino em equipe com vaacuterios professores que agem e pensam em

conjunto criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees inovaccedilotildees na instruccedilatildeo na avaliaccedilatildeo

aprendizagem cooperativa e interativa criaccedilatildeo de projetos de suporte muacuteltiplo

serviccedilos de encaminhamentos diagnoacutesticos dinacircmicos e prescritivos em

termos de praacutetica de intervenccedilatildeo na sala de aula regular aprofundamento eacutetico

e legal dos pressupostos morais da inclusatildeo social construccedilatildeo de instrumentos

de investigaccedilatildeo-accedilatildeo entre outros satildeo desafios que se colocam hoje mais do

lado do ensino do que da aprendizagem

Para Almeida Anjos (2007) vaacuterios professores destacam tensotildees que

sempre se preservaram em suas percepccedilotildees e atitudes sejam referentes agraves

pessoas com necessidades educacionais especiais sejam relativas a

dificuldades em relaccedilatildeo a si proacuteprios e aos seus saberes profissionais No

entanto os profissionais apontam em suas falas as possibilidades de transpor

tais dificuldades vividas no trabalho com alunos especiais na rotina de seu dia

a dia de trabalho

50

Laraia (1992 apud ALMEIDA ANJOS 2007) acredita que nenhuma

ordem social eacute baseada em verdades inatas que as mudanccedilas nas praacuteticas

pedagoacutegicas com a diversidade dos alunos passam por uma mudanccedila de

nossas concepccedilotildees e valores Que eacute preciso uma formaccedilatildeo que coloque o

profissional da educaccedilatildeo em conflito com seus conhecimentos e concepccedilotildees a

partir da relaccedilatildeo entre a teoria e a praacutetica para entatildeo podermos comeccedilar a

pensar em inclusatildeo Assim a partir dos pressupostos da ciecircncia social criacutetica

sustentada pelo interesse colaborativo procuramos programar com os

profissionais encontros de estudoreflexatildeo das tensotildees e possibilidades que

envolvem o trabalho com alunos com necessidades educacionais especiais

enfatizar ainda como o lazer e recreaccedilatildeo podem ser facilitadores do processo

de inclusatildeo escolar

Zimmermann (2008) acredita que para conseguir reformar a instituiccedilatildeo

escolar primeiramente se tem que reformar as mentes entretanto natildeo

conseguiraacute reformar mentes sem que se realize uma preacutevia reforma de

instituiccedilotildees Vive-se uma crise de paradigmas e toda a crise gera medos

inseguranccedila e incertezas mas propotildee-se que seja este o momento de ousadia

e de busca de alternativas que sustente e norteie para realizar-se as mudanccedilas

que o momento propotildee Que a escola seja um espaccedilo vivo de formaccedilatildeo para

todos e um ambiente verdadeiramente inclusivo eacute preciso que as poliacuteticas

puacuteblicas de educaccedilatildeo sejam direcionadas aacute inclusatildeo que os educadores

desacomodem-se combatendo a descrenccedila e o pessimismo mostrando que a

inclusatildeo eacute um momento oportuno para professores e a comunidade escolar

demonstrarem sua competecircncia e principalmente suas responsabilidades

educacionais

Esta mudanccedila de perspectiva educacional propotildee que os educadores

faccedilam a diferenccedila buscando conhecimento e contribuindo com uma praacutetica

ressignificada desenvolvendo uma educaccedilatildeo baseada na afetividade e na

superaccedilatildeo de limites que as crianccedilas aprendam a respeitar as diferenccedilas em

sala de aula preparando-as assim para o futuro a vida e o mercado de

trabalho pois vivendo a experiecircncia inclusiva seratildeo adultos bem diferentes de

noacutes e por certo natildeo faratildeo discriminaccedilotildees sociais

Arauacutejo (2008) relata a opiniatildeo dos professores sobre a inclusatildeo escolar

enfatizando com veemecircncia de que a inclusatildeo escolar do aluno portador de

51

necessidades educacionais especiais eacute um assunto muito interessante e

delicado e levantaram a conscientizaccedilatildeo desse aluno sobre o direito deste

frequentar o ensino regular no entanto essa inclusatildeo na visatildeo deles estaacute

acontecendo de forma errocircnea Pois os professores da rede regular de ensino

em sua quase totalidade natildeo estatildeo preparados para lidar com esta nova fase

da educaccedilatildeo brasileira

Tem que se pensar que para que a inclusatildeo se concretize natildeo basta

estar garantido na legislaccedilatildeo mas demanda modificaccedilotildees profundas e

importantes no sistema de ensino Essas mudanccedilas deveratildeo levar em conta o

contexto soacutecio econocircmico aleacutem de serem gradativas planejadas e contiacutenuas

para garantir uma educaccedilatildeo de oacutetima qualidade (BUENO 1998 apud

PEREIRA 2009)

Pereira (2009) acredita que a inclusatildeo depende de mudanccedila de valores

da sociedade e a vivencia de um novo paradigma que natildeo se faz com simples

recomendaccedilotildees teacutecnicas como se fossem receitas de bolo mas com reflexotildees

dos professores direccedilotildees pais alunos equipe multidisciplinar e a comunidade

Essa questatildeo natildeo eacute tatildeo simples assim pois devemos levar em conta as

diferenccedilas Como colocar no mesmo espaccedilo demandas tatildeo diferentes e

especiacuteficas se muitas vezes nem a escola especial consegue dar conta desse

atendimento de forma adequada Deparar-se com frequecircncia com as

resistecircncias dos professores e direccedilotildees manifestadas atraveacutes de

questionamentos e queixas ou ateacute mesmo com expectativas de que possa

apresentar soluccedilotildees maacutegicas de aplicaccedilatildeo imediata causando certa decepccedilatildeo

e frustraccedilatildeo pois ela natildeo existe

O problema se agrava quando se vecirc o professor totalmente dependente

do apoio ou assessoria de profissionais da aacuterea da sauacutede pois neste caso a

questatildeo cliacutenica eacute fundamental e se sobressai e novamente o pedagoacutegico fica

esquecido Com isso o professor se sente desvalorizado incapaz e fora do

processo por considerar esse aluno como doente concluindo que natildeo pode

fazer nada por ele pois ele precisa de tratamento especializado de

profissionais qualificados da aacuterea da sauacutede desistindo assim de assumir tal

tarefa

Desta forma parece que o professor esquece seu papel poreacutem natildeo se

considera o momento do professor sua formaccedilatildeo as condiccedilotildees da proacutepria

52

escola em receber esses alunos que entram nas escolas e continuam

excluiacutedos de todo o processo de ensino-aprendizagem e social causando

frustraccedilatildeo e fracassos dificultando assim a proposta de inclusatildeo Por um lado

os professores julgam-se incapazes de dar conta dessa demanda

despreparados e impotentes frente a essa realidade que eacute agravada dia-a-dia

pela falta de material adequado de apoio administrativo e recursos financeiros

Limaverde (2009) salienta que no Brasil estaacute acontecendo um grande

movimento proacute-inclusatildeo que tem sido fortalecido a partir da sistematizaccedilatildeo do

que se trata o atendimento educacional especializado Existem realidades

muito proacuteximas em relaccedilatildeo ao atendimento desses alunos mas ainda tem

muitas compreensotildees equivocadas sobre a inclusatildeo de alunos com deficiecircncia

Alguns municiacutepios brasileiros pensam que fazem inclusatildeo mas na verdade

eles tecircm feito integraccedilatildeo Percebe-se que alunos que frequentam escolas

comuns salas comuns de ensino natildeo participam efetivamente das aulas ou

das atividades realizadas e essas escolas alegam que esses alunos natildeo tecircm

condiccedilotildees de fazer as atividades e que por isso eles fazem outras atividades

diferenciadas Desta forma natildeo ocorre a inclusatildeo Isso eacute uma integraccedilatildeo

porque o aluno estaacute integrado na sala de aula comum mas ele natildeo participa

das atividades realizadas pelos demais colegas

Muitos municiacutepios brasileiros que estatildeo em processo de transiccedilatildeo ou

seja eles estatildeo implantando o atendimento educacional especializado de

caraacuteter complementar e ao mesmo tempo estatildeo ainda com problemas

relacionados agrave inclusatildeo desses alunos como por exemplo a manutenccedilatildeo de

classes especiais A partir da formaccedilatildeo de 2007 para caacute os municiacutepios tecircm se

reorganizado para atendimento educacional especializado mas ainda eacute uma

realidade muito diferenciada

A inclusatildeo soacute eacute possiacutevel onde houver respeito agrave diferenccedila e

consequentemente a adoccedilatildeo de praacuteticas pedagoacutegicas que permitam agraves

pessoas com deficiecircncia aprender e ser reconhecidos e valorizados os

conhecimentos que satildeo capazes de produzir segundo seu ritmo e na medida

de suas possibilidades (SILVA 2009)

53

A menos que a atual oportunidade favoraacutevel seja aproveitada para melhorar as qualificaccedilotildees profissionais de professores em educaccedilatildeo especial e consequentemente a qualidade da educaccedilatildeo especial tememos que os proacuteximos 20 anos ainda possam ser um periacuteodo de esperanccedilas frustradas (RELATORIO WARNOCK 1978 paraacutegrafo 1932)

54

CONCLUSAtildeO

Diante do levantamento bibliograacutefico conclui-se que a inclusatildeo nos

moldes em que se encontra atualmente estaacute longe de atender a um ideal

Tal processo necessita de muitas transformaccedilotildees Os oacutergatildeos a ele

ligados diretamente ou indiretamente deveratildeo rever suas propostas metas e

meacutetodos de implantaccedilatildeo

Profissionais da sauacutede tambeacutem tecircm papeacuteis importantes em todo o

processo inclusivo pois em accedilatildeo conjunta com os educadores podem fazer um

trabalho mais completo e eficaz

A inclusatildeo escolar eacute uma praacutetica que abrange natildeo apenas os

profissionais especiacuteficos das aacutereas meacutedica e educacional mas tambeacutem

envolve um fator preponderante na vida do indiviacuteduo atendido por ela a famiacutelia

Esta constitui a base da crianccedila com necessidades educacionais especiais e

assumindo a postura devida pode oferecer a esta crianccedila o subsiacutedio para seu

desenvolvimento escolar bem como uma fonte de apoio aos profissionais

envolvidos

Aleacutem de uma nobre causa de cunho educacional a inclusatildeo constitui

ainda uma mudanccedila no comportamento da sociedade como um todo que

passa a ter que zelar por interesses coletivos outrora ignorados pela maioria

Devido ao periacuteodo decorrido desde as primeiras iniciativas ligadas ao

processo inclusivo verifica-se que o tempo eacute um fator indispensaacutevel para sua

concretizaccedilatildeo Esta provavelmente dar-se-aacute a partir do momento em que todos

os envolvidos assumirem suas devidas responsabilidades e se unirem por uma

educaccedilatildeo de qualidade embasada em um planejamento organizado bem

dirigido iacutentegro e sobretudo pautado no respeito ao ser humano e agrave

diversidade

55

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37

atuaccedilatildeo de profissionais com conhecimento especiacuteficos no ensino da Liacutengua

Brasileira de Sinais da Liacutengua Portuguesa e na modalidade escrita como

segunda liacutengua do Sistema Braille do Soroban da orientaccedilatildeo e mobilidade

das atividades de vida autocircnoma da comunicaccedilatildeo alternativa do

desenvolvimento dos processos mentais superiores dos programas de

enriquecimento curricular da adequaccedilatildeo e produccedilatildeo de materiais didaacuteticos e

pedagoacutegicos da utilizaccedilatildeo de recursos oacutepticos e natildeo oacutepticos da tecnologia

assistida e outros

Cabe aos sistemas de ensino ao organizar a educaccedilatildeo especial na

perspectiva da educaccedilatildeo inclusiva disponibilizar as funccedilotildees do instrutor de

Libras e guia interprete bem como de monitor dos alunos com necessidades

de apoio nas atividades de higiene alimentaccedilatildeo locomoccedilatildeo entre outras que

exijam auxilio constante no cotidiano escolar

Para atuar na educaccedilatildeo especial o professor deve ter como base de

sua formaccedilatildeo inicial e continuada conhecimentos gerais para o exerciacutecio da

docecircncia e conhecimentos especiacuteficos da aacuterea Essa formaccedilatildeo possibilita a sua

atuaccedilatildeo no atendimento educacional especializado e deve aprofundar o caraacuteter

interativo e interdisciplinar da atuaccedilatildeo nas salas comuns do ensino regular nas

salas de recursos nos centros de atendimento educacional especializado nos

nuacutecleos de acessibilidade das instituiccedilotildees de educaccedilatildeo superior nas classes

hospitalares e nos ambientes domiciliares para a oferta dos serviccedilos e

recursos de educaccedilatildeo especial

38

CAPIacuteTULO II

CAPACITACcedilAtildeO E CONCEPCcedilAtildeO DE PROFESSORES NO PROCESSO DE

INCLUSAtildeO ESCOLAR

2 CAPACITACcedilAtildeO PROFISSIONAL E A INCLUSAtildeO ESCOLAR

A formaccedilatildeo de professores que atuam diretamente na inclusatildeo escolar

sempre se constituiu numa grande problemaacutetica com relaccedilatildeo ao atendimento

do aluno com necessidades especiais Tudo eacute muito novo e desafiador E isto

infelizmente ainda eacute uma barreira para que a inclusatildeo se efetive com alicerce

suficiente para se sustentar

Nos finais do Impeacuterio o atendimento a essa clientela era vinculada agrave

sauacutede Nos anos 20 do seacuteculo passado iniciou-se uma crescente preocupaccedilatildeo

com a questatildeo propriamente pedagoacutegica porem influenciada pela abordagem

psicoloacutegica natildeo abandonando o campo da sauacutede

Para atender agraves demandas cada professor deveria estar apto a

elaborar incrementar e implementar situaccedilotildees de ensino que favorecessem a

construccedilatildeo dos conceitos mais primaacuterios aos mais complexos Eacute importante

que o professor organize seu planejamento de maneira que natildeo passem

despercebidos pelas situaccedilotildees de ensino conceitos que podem parecer

simples mas que na verdade satildeo preacute-requisitos para o que se pensa ser o

mais importante Contudo natildeo satildeo poucos os casos em que as situaccedilotildees

acabam sendo apresentadas de forma restrita sem pertinecircncia aos alunos que

participam da accedilatildeo inclusiva

O cotidiano de sala de aula requer na atualidade a efetivaccedilatildeo de accedilotildees

didaacuteticas flexiacuteveis poreacutem contextualizadas a adequaccedilatildeo de recursos sem

depreciar a capacidade e a imagem do aluno com o qual interagimos uma

reformulaccedilatildeo das dinacircmicas em sala de aula que possibilite a participaccedilatildeo

39

efetiva de todos

Muitos recursos muitas vezes satildeo pouco explorados ou ateacute mesmo

desconsiderados pelo professor com o passar dos niacuteveis propostos pelo

sistema de educaccedilatildeo No entanto quando o professor eacute o agente mediador de

um contexto educacional no qual a diversidade estaacute mais complexa devido agraves

demandas que um tipo de necessidade educativa especial pode gerar eacute

essencial que ele natildeo perca de vista a validade de determinados recursos

diante da construccedilatildeo de conceitos mais elaborados ou abstratos (FERREIRA

2004)

Valorizar a singularidade de cada ser humano eacute um compromisso eacutetico

de contribuir com as transformaccedilotildees necessaacuterias agrave construccedilatildeo de uma

sociedade mais justa (SOUZA SILVA 2005 p 239)

Um sistema escolar inclusivo precisa investir na capacitaccedilatildeo contiacutenua dos

professores e funcionaacuterios das escolas realizando o chamamento dos que

ainda natildeo se consideram envolvidos para um processo de sensibilizaccedilatildeo e

atualizaccedilatildeo constante de toda escola e comunidade Nesse aspecto a

assessoria ao professor eacute fundamental para orientaccedilatildeo e anaacutelise na busca de

soluccedilotildees para os problemas surgidos na sala de aula no aprofundamento das

questotildees teoacutericas na construccedilatildeo de intervenccedilotildees pedagoacutegicas na seleccedilatildeo de

recursos materiais e tecnoloacutegicos para a aprendizagem dos alunos no

processo de avaliaccedilatildeo na inter-relaccedilatildeo com as famiacutelias bem como na

mediaccedilatildeo entre escola e serviccedilos especializados para atendimento ao aluno

com necessidades educacionais na aacuterea da sauacutede da assistecircncia social do

trabalho entre outros (BEYER 2005)

Para Marques (2006) inclusatildeo escolar implica numa reorganizaccedilatildeo

estrutural da escola de todos os elementos da praacutetica pedagoacutegica

considerando o dado do muacuteltiplo da diversidade e natildeo mais o padratildeo

universal O atual momento histoacuterico exige uma participaccedilatildeo efetiva da escola

como instituiccedilatildeo loacutecus do conhecimento e da formaccedilatildeo de cidadatildeos capazes de

intervir nos rumos da sociedade Neste sentido faz-se necessaacuteria uma escola

criativa onde todos os seus componentes sejam co-sujeitos na produccedilatildeo de um

saber-instrumento para o conviacutevio escolar e social Cabe portanto a alunos

professores e sujeitos desse processo planejar e construir as diferentes etapas

de nossa caminhada etapas que se num primeiro momento satildeo idealizadas

40

logo transformam-se em realidade pela reflexatildeo criacutetica de nossas proacuteprias

possibilidades na construccedilatildeo dessa nova escola Assim eacute preciso

redimensionar o modo de pensar e fazer a educaccedilatildeo tarefa por natureza

complexa que envolve elementos poliacuteticos soacutecio-econocircmicos teacutecnicos e

culturais

Essa postura por sua vez implica na superaccedilatildeo da dicotomia e

fragmentaccedilatildeo das atribuiccedilotildees dos agentes educativos dos rituais dos

conteuacutedos metodoloacutegicos dos recursos pedagoacutegicos do processo de

avaliaccedilatildeo bem como das concepccedilotildees de educaccedilatildeo e de sociedade Enfatiza

tambeacutem que implica para o professor em uma seacuterie de mudanccedilas com relaccedilatildeo

a sua postura pressuposto baacutesico de sua atuaccedilatildeo a compreensatildeo das

diferentes necessidades educacionais de seus alunos sendo necessaacuteria aacute

flexibilizaccedilatildeo do professor no exerciacutecio do compromisso eacutetico para se adequar

agraves novas situaccedilotildees que surgiratildeo em decorrecircncia das diversidades presentes

em seu cotidiano atentando para a supressatildeo de uma possiacutevel postura

discriminatoacuteria

Zimmermann (2008) destaca que a instituiccedilatildeo escolar precisa redefinir

sua base de estrutura organizacional destituindo-se de burocracias

reorganizando grades curriculares proporcionando maior ecircnfase agrave formaccedilatildeo

humana dos professores e afinando a relaccedilatildeo famiacutelia

escola propondo uma

praacutetica pedagoacutegica coletiva dinacircmica e flexiacutevel para atender esta nova

realidade educacional A educaccedilatildeo inclusiva tem forccedila transformadora e

aponta para uma nova era natildeo somente educacional mas para uma sociedade

inclusiva

Segundo Mittler (2008) as escolas a volta poderiam tentar encontrar

novos modos de pedir aos pais as suas opiniotildees sobre como poderiam ser

fortalecidos os viacutenculos entre lar e a escola Os viacutenculos mais iacutentimos entre

pais e professor natildeo podem ser prescritos de cima para baixo mas sim

fundamentados nos desejos e nas prioridades daquele que estatildeo nessa aacuterea

A uacuteltima palavra vai para um grupo de pais de crianccedilas com

necessidades especiais e deficiecircncia ( RUSSEL 1997 apud MITTEL

2008p227)

a) Por favor aceite e valorize nossas crianccedilas (e noacutes mesmos como

famiacutelia) como noacutes somos valorizados

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b) Por favor celebre a diferenccedila

c) Por favor aceite nossas crianccedilas primeiramente como crianccedilas Natildeo

coloque roacutetulos nelas a menos que vocecirc pretenda fazer algo

d) Por favor reconheccedila seu poder sobre nossas vidas Vivemos com as

consequumlecircncias de suas opiniotildees e decisotildees

e) Por favor entenda a tensatildeo sob qual muitas famiacutelias estatildeo vivendo

Os encontros cancelados a lista de espera que ningueacutem consegue

chegar ao inicio todas as discussotildees sobre recursos eacute sobre nossa

vida que vocecirc esta falando

f) Por favor natildeo use modas passageiras e tratamentos conosco a

menos que vocecirc vai estar conosco E natildeo esqueccedila que as famiacutelias

tecircm muitos membros muitas responsabilidades Agraves vezes natildeo

podemos agradar a todo mundo

g) Por favor reconheccedila que aacutes vezes noacutes eacute que temos razatildeo Por favor

acredite em noacutes e escute o que sabemos sobre o que noacutes e nossas

crianccedilas necessitamos

h) Agraves vezes estamos tristes cansados e deprimidos Por favor valorize

nos como famiacutelias preocupadas e comprometidas e tente continuar a

trabalhar conosco

Limaverde (2009) acredita que a maioria dos professores vem de

cursos onde a discussatildeo da teoria e da praacutetica ainda eacute dividida Discute-se

teoria e praacutetica de maneira isolada Ainda se estuda uma teoria idealizada

Poucos cursos de formaccedilatildeo de professores oferecem de modo obrigatoacuterio em

seus curriacuteculos as disciplinas relacionadas agrave diferenccedila agraves deficiecircncias Aleacutem

da formaccedilatildeo do nuacutecleo comum eles tambeacutem precisam se atentar para essas

especificidades Haacute uma obrigatoriedade de se ofertar nos cursos de

pedagogia a disciplina de Libras Mas isso natildeo deve ocorrer apenas na

formaccedilatildeo inicial mas tambeacutem na formaccedilatildeo continuada que eacute aquela em

serviccedilo mas que muitas vezes natildeo contemplam essas especificidades

O problema de formaccedilatildeo eacute muito grave porque repercute nessa

inseguranccedila do professor no preconceito no medo Aleacutem do entrave da

formaccedilatildeo no aspecto pedagoacutegico as escolas elaboram seu projeto poliacutetico

pedagoacutegico sem levar em conta a presenccedila do aluno com deficiecircncia As

praacuteticas a organizaccedilatildeo da sala de aula natildeo leva em conta a presenccedila desse

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aluno Onde natildeo haacute uma interlocuccedilatildeo mais refinada entre o ensino comum e a

Educaccedilatildeo Especial com esse saber mais especiacutefico natildeo haacute inclusatildeo

A inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino Assim na formaccedilatildeo do professor teria dois espaccedilos um da sala de

aula que eacute a formaccedilatildeo comum para todos os professores contemplando

desenvolvimento aprendizagem e uma na formaccedilatildeo continuada Uma

formaccedilatildeo que atenda agraves diferenccedilas da sala de aula o atendimento agrave educaccedilatildeo

especializada aleacutem da formaccedilatildeo baacutesica cursos de extensatildeo de libras de

soroban de braile de tecnologia assistida para que esse professor possa

atender a especificidade desses alunos O aluno com deficiecircncia eacute um ser

humano que se desenvolve como qualquer outro As teorias e teacutecnicas que

foram estudadas satildeo suporte para esse trabalho Agora o que vai modificar na

sua atuaccedilatildeo eacute a maneira como ele organiza suas praacuteticas pedagoacutegicas Na

maioria das vezes eles organizam praacuteticas homogecircneas do aluno idealizado Eacute

importante um planejamento para pensar essas diferenccedilas na sala de aula Eacute

um trabalho do projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

21 Concepccedilotildees de professores sobre a inclusatildeo na educaccedilatildeo regular e

especial

Inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino (LIMAVERDE 2009)

Apenas a partir do seacuteculo XX verificou-se uma melhor aceitaccedilatildeo das

pessoas com necessidades especiais momento em que se iniciou a sua

desinstitucionalizaccedilatildeo e educaccedilatildeo escolar Ateacute este periacuteodo eram segregados

e praticamente privados de conviacutevio social Entretanto verifica-se que as

conquistas ainda foram poucas pois o preconceito a ignoracircncia e a

discriminaccedilatildeo ainda satildeo muito fortes em relaccedilatildeo ao deficiente e a deficiecircncia

Para Carmo (2000) a inclusatildeo eacute um assunto que deve ser refletido e

investigado com muita precisatildeo jaacute que a sociedade pode estar criando uma

nova modalidade a de excluiacutedos dentro da inclusatildeo podemos assim concluir

nessa reflexatildeo para que haja o processo de ensino-aprendizagem nos alunos

portadores de necessidades educacionais especiais o professor teraacute que se

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capacitar para atender a proposta desta nova face da educaccedilatildeo brasileira ele

teraacute que tentar conciliar as teorias sobre o assunto com sua pratica e a

realidade da sala de aula Pois soacute assim a inclusatildeo do aluno portador de

necessidades educacionais especiais seraacute bem sucedida e gerando bons

resultados no futuro

Assim a inclusatildeo deste tipo de aluno requer novas posturas tanto aos

professores quanto ao sistema educacional brasileiro levando em consideraccedilatildeo

que todos noacutes estaremos ganhando Lembrando tambeacutem que este processo

de aprendizagem requer a reciprocidade das experiecircncias entre o aluno com

necessidades educacionais especiais o professor e os demais alunos Um

processo de aprendizagem onde todos participam a aquisiccedilatildeo do

conhecimento ocorreraacute com mais facilidade

Mantoan Pietro Arantes (2006) acredita que recriar um novo modelo

educativo com ensino de qualidade que diga natildeo aacute exclusatildeo social implica em

condiccedilotildees de trabalho pedagoacutegico e uma rede de saberes que se entrelaccedilam e

caminham no sentido contraacuterio do paradigma tradicional de educaccedilatildeo

segregadora Eacute uma reviravolta complexa mas possiacutevel basta que lutemos por

ela que nos aperfeiccediloemos e estejamos abertos a colaborar na busca dos

caminhos pedagoacutegicos da inclusatildeo Pois nem todas as diferenccedilas

necessariamente inferiorizam as pessoas Elas tem diferenccedilas e igualdades

mas entre elas nem tudo deve ser igual assim como nem tudo deve ser

diferente

De acordo com Santos (apud MANTOAN2003 p34 ) eacute preciso que

tenhamos o direito de sermos diferentes quando a igualdade nos

descaracteriza e o direito de sermos iguais quando a diferenccedila nos inferioriza

Assim a luta pela escola inclusiva embora seja contestada e tenha ateacute

mesmo assustado a comunidade escolar exige mudanccedila de haacutebitos e atitudes

pela sua loacutegica e eacutetica nos remete a refletir e reconhecer que trata-se de um

posicionamento social que garante a vida com igualdade pautada pelo

respeito agraves diferenccedilas Apesar das iniciativas acanhadas da comunidade

escolar e da sociedade geral eacute possiacutevel adequar a escola para um novo

tempo Precisa estar imbuiacutedos de boa vontade e compromisso enfrentar com

seguranccedila e otimismo este desafio enxergar a clareza e obviedade eacutetica da

proposta inclusiva e contribuir para o desmantelamento dessa maacutequina escolar

44

enferrujada

Para Lisita e Souza (2003) das utopias concretas da modernidade tem-

se hoje apenas a certeza da transitoriedade O sentido da revoluccedilatildeo antes

propagado daacute lugar a um leque de possibilidades as quais se abrem num

horizonte virtual em constantes mudanccedilas Que se trata de uma nova realidade

mundial natildeo se discute Indaga-se no entanto o que se tem a fazer diante de

tal realidade

Nesse sentido a ciecircncia e a tecnologia tecircm se constituiacutedo nos principais

agentes de proposiccedilatildeo e de determinaccedilatildeo dessas mudanccedilas A sensaccedilatildeo que

se tem eacute a de que amanheceremos a cada dia num novo mundo repleto de

novidades e onde o ontem estaacute cada vez e mais rapidamente distante

O cenaacuterio do mundo atual evidencia um movimento em direccedilatildeo a um

sentido de inclusatildeo social o sujeito com deficiecircncia passa a dividir a cena com

os sujeitos sem deficiecircncia coabitando os diversos espaccedilos sociais Nota-se

pois um grande dinamismo experimentado pelos sujeitos e em particular

pelos sujeitos com deficiecircncia num mundo onde conceitos e praacuteticas assumem

cada vez mais um caraacuteter efecircmero e de possibilidades muacuteltiplas

Segundo Ferreira e Glat (2004) satildeo frequentes relatos de professores

principalmente em conselhos de classe sobre a dificuldade de determinados

alunos quanto agrave efetivaccedilatildeo de algumas propostas educacionais Na maioria

das situaccedilotildees o que de fato acontece natildeo eacute uma dificuldade do aluno em

realizar ou compreender a atividade solicitada e sim uma inadequaccedilatildeo do

procedimento dos objetivos eou da avaliaccedilatildeo realizada pelo professor Nesse

sentido eacute importante o professor analisar algumas questotildees como

a) de que maneira todos os alunos poderatildeo participar da aula proposta

b) se haacute necessidade de apoio adaptaccedilotildees e como fazecirc-las para sua

plena participaccedilatildeo

c) que expectativas devem ser esperadas eou modificadas para a

efetivaccedilatildeo da atividade (como os alunos demonstram o que sabem a

quantidade e qualidade das atividades propostas)

d) quais satildeo os objetivos prioritaacuterios para a aprendizagem

Enfim eacute do conhecimento de todos que natildeo haacute formas sem

precedentes que se bastem ou que se perpetuem diante das realidades

necessidades e demandas dos alunos que compotildeem as salas de aula que hoje

45

cada professor assume Eacute importante a busca constante de praacuteticas pautadas

no contexto que o aluno vivencia inovadoras pois o trabalho eacute dinacircmico

sendo fundamental que cada profissional pense na sua disponibilidade para a

construccedilatildeo de praacuteticas efetivas que conduzam a uma educaccedilatildeo de qualidade

para todos como descrevem Ferreira e Glat 2004

Poso (2004) acredita que por um lado os professores julgam-se

incapazes de dar conta dessa demanda despreparados e impotentes frente a

essa realidade que eacute agravada pela falta de material adequado de apoio

administrativo e recursos financeiros

Mantoan (2003) enfatiza que a radicalidade da inclusatildeo vem do fato de

esta exigir uma mudanccedila de paradigma educacional onde na perspectiva

inclusiva suprime-se a sub-divisatildeo dos sistemas escolares em modalidades de

ensino especial e regular As escolas atendem as diferenccedilas sem discriminar

sem estabelecer prioridades e necessidades sem estabelecer regras

diferenciadas para cada caso no planejamento avaliaccedilatildeo e aprendizado

Assim pode-se imaginar o impacto da inclusatildeo nos sistemas de ensino ao

supor a aboliccedilatildeo completa dos serviccedilos segregados da educaccedilatildeo especial os

programas de reforccedilo escolar salas de aceleraccedilatildeo e turmas especiais

Desta forma a inclusatildeo eacute uma provocaccedilatildeo cuja intenccedilatildeo eacute melhorar a

qualidade do ensino atingindo todos os alunos de uma forma globalizada

Incluir eacute necessaacuterio primordialmente para melhorar as condiccedilotildees da escola

de modo que nela se possam formar geraccedilotildees mais preparadas para viver a

vida na sua plenitude livremente sem preconceitos sem barreiras Confirma-

se assim mais uma vez a necessidade de a educaccedilatildeo se atualizar e os

professores aperfeiccediloarem as suas praacuteticas para que as escolas se obriguem

a um esforccedilo de modernizaccedilatildeo e reestruturaccedilatildeo de suas condiccedilotildees atuais

Pretende-se que a escola seja inclusiva eacute primordial que seus planos se

redefinam para uma educaccedilatildeo voltada agrave cidadania global plena livre de

preconceitos e disposta a reconhecer e entende as diferenccedilas entre as

pessoas principalmente quanto aos seus aspectos fiacutesico mental e intelectual

Natildeo basta uma educaccedilatildeo para a cidadania eacute preciso educar para a liberdade

e nesse sentido nenhuma forma de subordinaccedilatildeo intelectual pode ser

admitida

Os desafios para a concretizaccedilatildeo dos ideais inclusivos na educaccedilatildeo

46

brasileira satildeo inuacutemeros Haacute ainda de se vencer os desafios que impotildee o

conservadorismo das instituiccedilotildees especializadas e enfrentar as pressotildees

poliacuteticas e das pessoas com deficiecircncia ainda muito habituadas a seus roacutetulos

e a benefiacutecios que acentuam a incapacidade as limitaccedilotildees o paternalismo e o

protecionismo social

Smeha Ferreira (2005) descrevem que vaacuterios professores afirmam

apresentar sentimentos de despreparo para trabalharem junto agraves crianccedilas com

necessidades especiais Que natildeo tiveram em sua formaccedilatildeo acadecircmica o

preparo adequado que os capacite a lidar com a diversidade e isso gera

intenso sofrimento pois ensinar crianccedilas com limitaccedilotildees exige conhecimento

competecircncia e habilidade para que o processo inclusivo seja efetivado

Os professores foram preparados para trabalharem com as crianccedilas que

aprendem assim quando eles se deparam com as limitaccedilotildees na

aprendizagem sentem frustraccedilatildeo anguacutestia impotecircncia e medo Portanto faz-

se necessaacuterio uma significativa reformulaccedilatildeo nos cursos de graduaccedilatildeo que

estatildeo formando professores os quais certamente teratildeo alunos com

necessidades educativas especiais em sua trajetoacuteria profissional Aliaacutes essa

reformulaccedilatildeo deve abarcar natildeo somente conhecimentos sobre educaccedilatildeo de

pessoas com deficiecircncia mas tambeacutem oportunizar autoconhecimento para

que os professores possam atuar de forma mais confiante atendendo agraves

demandas educacionais especiais com mais prazer e menos sofrimento Aleacutem

da reestruturaccedilatildeo nas aacutereas que envolvem a formaccedilatildeo de professores para

que o trabalho docente possa acontecer com menor prejuiacutezo agrave sauacutede mental

parece primordial que o investimento transcenda a capacitaccedilatildeo relacionada aos

conhecimentos teacutecnicos e permeie o campo da sauacutede mental no trabalho

O suporte aos aspectos psicoloacutegicos dos professores precisam ser

contemplados com grupos de reflexatildeo ou de apoio um espaccedilo que possa

oportunizar-lhes aos mesmos falar sobre seus sentimentos dificuldades

medos ou fantasias Seria um momento para problematizar e encontrar

ressignificaccedilatildeo no exerciacutecio docente que cada vez mais precisa ser alicerccedilado

no respeito agrave diversidade humana Eacute importante tambeacutem salientar que natildeo eacute

apenas o processo de inclusatildeo o responsaacutevel pelo sofrimento docente muitos

satildeo propensos ao stress devido agraves suas proacuteprias vivecircncias pessoais e agraves

exigecircncias da contemporaneidade

47

De acordo com Souza Silva (2009)

No tocante ao trabalho docente novas propostas se fazem necessaacuterias devido agraves transformaccedilotildees educacionais que estatildeo ocorrendo de forma acelerada exigindo assim novas aprendizagens que possam contribuir para a formaccedilatildeo de profissionais capazes de responder aos novos desafios colocados agrave nossa realidade

Para Bartalotti (2006) nos dias atuais frente ao processo de inclusatildeo

como uma possibilidade embora ainda natildeo como uma realidade haacute um grande

caminho a ser percorrido Pois se olhar em volta para cada ser humano que

nos rodeia ver-se-ia o quanto ainda se tem que caminhar para a construccedilatildeo

de uma sociedade verdadeiramente inclusiva Exclui-se apenas com o olhar

com palavras quantas vezes menospreza-se o outro por ele ter um gosto

uma crenccedila religiosa situaccedilatildeo financeira cor de pele estatura e peso corporal

diferente por nos aceitos E sem a menor preocupaccedilatildeo decidi-se que esta ou

aquela pessoa natildeo serve para estar junto de noacutes de nossos filhos frequentar

nosso clube casa ou templo religioso Jaacute sentem-se excluiacutedos e rejeitados em

diferentes situaccedilotildees sentem-se olhados como diferentes indesejaacuteveis

estranhos certamente essa natildeo eacute uma sensaccedilatildeo agradaacutevel quem jaacute passou

por ela natildeo deseja repetir a experiecircncia

Para que a inclusatildeo ocorra eacute necessaacuterio que a sociedade passe pelo

aprimoramento das relaccedilotildees sociais pela compreensatildeo de que o verdadeiro

pensamento inclusivo eacute aquele que natildeo categoriza ou rotula as pessoas por

ordem de valor valor esse atribuiacutedo muitas vezes atraveacutes de estereoacutetipos

estigmas conhecimentos instituiacutedos pensar inclusivamente eacute aprender a olhar

cada pessoa e buscar nela seu real valor construiacutedo nas relaccedilotildees cotidianas

nos seus sonhos e expectativas e nas suas accedilotildees concretas no mundo

Acredita-se tambeacutem que muitas vezes fala-se que a inclusatildeo eacute uma

utopia muitos natildeo acreditam que a sociedade seja capaz desse movimento

Inclusatildeo eacute sim possibilidade assim como eacute possibilidade a construccedilatildeo de uma

sociedade mais digna para todos com ou sem deficiecircncia

Para Tessaro (2009) existe todo um discurso proacute agrave inclusatildeo em vaacuterios

segmentos da sociedade dentre os quais no ambiente escolar A inclusatildeo eacute

algo que vem se efetivando mesmo que a duras penas buscando superar toda

uma histoacuteria de isolamento discriminaccedilatildeo e preconceito Tem provocado

48

muitos questionamentos principalmente no meio acadecircmico tais como O que

eacute inclusatildeo escolar Por que incluir Qual eacute a opiniatildeo dos alunos com

deficiecircncia e dos professores sobre inclusatildeo A escola possui infra-estrutura

adequada para participar da inclusatildeo escolar Os alunos deficientes se sentem

bem com a inclusatildeo escolar Os professores estatildeo capacitados para educaccedilatildeo

inclusiva

Dutra (2007) destaca que as principais dificuldades no processo de

inclusatildeo escolar do aluno especial eacute a ausecircncia de preparo e de uma

formaccedilatildeo mais teacutecnica que visa suprir as necessidades destes alunos

mediadas pelo professor e tambeacutem agrave falta de boas condiccedilotildees fiacutesicas nas

escolas pra receber estes alunos

Jesus (2007) enfatiza que a inclusatildeo dos portadores de necessidades

educacionais especiais na escola eacute algo essencial agrave educaccedilatildeo mas eacute preciso

ser feita de maneira correta porque nem todos podem estar na escola ou

estatildeo preparados para nela estar por natildeo terem capacidade fisioloacutegica Esse eacute

um assunto muito discutido por alguns especialistas da educaccedilatildeo especial que

buscam uma maneira eficiente de incluir todos as crianccedilas e jovens que

possuem alguma necessidade educacional especial

Nesse sentido Mantoan (2006) afirma que a condiccedilatildeo primeira para

inclusatildeo deixe de ser uma ameaccedila ao que hoje a escola defende e adota como

pratica pedagoacutegica e abandonar tudo que leva a tolerar as pessoas com

deficiecircncia na sala de aula

Natildeo pode se ter um ambiente mais propiacutecio para tal processo de

conscientizaccedilatildeo do que a escola Pois seraacute por meio dessa interaccedilatildeo entre

crianccedilas que se construiraacute uma naccedilatildeo mais justa e igualitaacuteria onde todos

juntos aprenderatildeo a conviver e a se respeitarem Respeito que eacute sonhado por

todos que se espera construir um novo amanhatilde mais digno

O assunto eacute fundamental para ser discutido por todas as pessoas

envolvidas com a educaccedilatildeo e que busquem uma naccedilatildeo com menos

desigualdade social oportunidades para todos uma educaccedilatildeo que priorize o

ser e natildeo ter e uma realidade igualitaacuteria A inclusatildeo eacute acima de tudo a

transformaccedilatildeo da pratica pedagoacutegica de todos os profissionais de educaccedilatildeo

Os registros de textos artigos e livros enfatizam que sobre a

aplicabilidade atual de inclusatildeo escolar satildeo insatisfatoacuterios e que natildeo houve

49

diferenccedilas entre os alunos e entre os professores quanto a essa dimensatildeo Os

professores e os alunos expressaram vaacuterias dificuldades envolvidas nesse

processo destacando se a falta de infra-estrutura das escolas a falta de

preparocapacitaccedilatildeo profissional discriminaccedilatildeo social e a falta de aceitaccedilatildeo da

inclusatildeo

Os professores de educaccedilatildeo especial demonstraram dar mais creacutedito agrave

educaccedilatildeo inclusiva do que os do ensino regular Os alunos deficientes

demonstraram dar menos creacutedito agrave inclusatildeo do que os natildeo deficientes Os

sentimentos decorrentes da inclusatildeo que predominaram entre professores e os

alunos com deficiecircncia foram negativos enquanto entre os alunos natildeo

deficientes prevaleceram os positivos (TESSARO 2009)

Para Fonseca (2004) promover a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma tarefa de

uma equipe multidisciplinar que deve adotar uma estrateacutegia do tipo pensar em

grupo eacute pensar melhor pois soacute dessa forma se podem explorar todas as

opccedilotildees potenciais de inclusatildeo e natildeo soacute as mais coerentes acessiacuteveis ou

tradicionais Sem uma dinacircmica de grupo natildeo se podem discutir e implementar

planos educacionais individualizados na educaccedilatildeo inclusiva transpondo para

sala de aula regular programas inovadores desde a modificaccedilatildeo de

comportamento ao enriquecimento linguumliacutestico ou cognitivo

Ensino em equipe com vaacuterios professores que agem e pensam em

conjunto criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees inovaccedilotildees na instruccedilatildeo na avaliaccedilatildeo

aprendizagem cooperativa e interativa criaccedilatildeo de projetos de suporte muacuteltiplo

serviccedilos de encaminhamentos diagnoacutesticos dinacircmicos e prescritivos em

termos de praacutetica de intervenccedilatildeo na sala de aula regular aprofundamento eacutetico

e legal dos pressupostos morais da inclusatildeo social construccedilatildeo de instrumentos

de investigaccedilatildeo-accedilatildeo entre outros satildeo desafios que se colocam hoje mais do

lado do ensino do que da aprendizagem

Para Almeida Anjos (2007) vaacuterios professores destacam tensotildees que

sempre se preservaram em suas percepccedilotildees e atitudes sejam referentes agraves

pessoas com necessidades educacionais especiais sejam relativas a

dificuldades em relaccedilatildeo a si proacuteprios e aos seus saberes profissionais No

entanto os profissionais apontam em suas falas as possibilidades de transpor

tais dificuldades vividas no trabalho com alunos especiais na rotina de seu dia

a dia de trabalho

50

Laraia (1992 apud ALMEIDA ANJOS 2007) acredita que nenhuma

ordem social eacute baseada em verdades inatas que as mudanccedilas nas praacuteticas

pedagoacutegicas com a diversidade dos alunos passam por uma mudanccedila de

nossas concepccedilotildees e valores Que eacute preciso uma formaccedilatildeo que coloque o

profissional da educaccedilatildeo em conflito com seus conhecimentos e concepccedilotildees a

partir da relaccedilatildeo entre a teoria e a praacutetica para entatildeo podermos comeccedilar a

pensar em inclusatildeo Assim a partir dos pressupostos da ciecircncia social criacutetica

sustentada pelo interesse colaborativo procuramos programar com os

profissionais encontros de estudoreflexatildeo das tensotildees e possibilidades que

envolvem o trabalho com alunos com necessidades educacionais especiais

enfatizar ainda como o lazer e recreaccedilatildeo podem ser facilitadores do processo

de inclusatildeo escolar

Zimmermann (2008) acredita que para conseguir reformar a instituiccedilatildeo

escolar primeiramente se tem que reformar as mentes entretanto natildeo

conseguiraacute reformar mentes sem que se realize uma preacutevia reforma de

instituiccedilotildees Vive-se uma crise de paradigmas e toda a crise gera medos

inseguranccedila e incertezas mas propotildee-se que seja este o momento de ousadia

e de busca de alternativas que sustente e norteie para realizar-se as mudanccedilas

que o momento propotildee Que a escola seja um espaccedilo vivo de formaccedilatildeo para

todos e um ambiente verdadeiramente inclusivo eacute preciso que as poliacuteticas

puacuteblicas de educaccedilatildeo sejam direcionadas aacute inclusatildeo que os educadores

desacomodem-se combatendo a descrenccedila e o pessimismo mostrando que a

inclusatildeo eacute um momento oportuno para professores e a comunidade escolar

demonstrarem sua competecircncia e principalmente suas responsabilidades

educacionais

Esta mudanccedila de perspectiva educacional propotildee que os educadores

faccedilam a diferenccedila buscando conhecimento e contribuindo com uma praacutetica

ressignificada desenvolvendo uma educaccedilatildeo baseada na afetividade e na

superaccedilatildeo de limites que as crianccedilas aprendam a respeitar as diferenccedilas em

sala de aula preparando-as assim para o futuro a vida e o mercado de

trabalho pois vivendo a experiecircncia inclusiva seratildeo adultos bem diferentes de

noacutes e por certo natildeo faratildeo discriminaccedilotildees sociais

Arauacutejo (2008) relata a opiniatildeo dos professores sobre a inclusatildeo escolar

enfatizando com veemecircncia de que a inclusatildeo escolar do aluno portador de

51

necessidades educacionais especiais eacute um assunto muito interessante e

delicado e levantaram a conscientizaccedilatildeo desse aluno sobre o direito deste

frequentar o ensino regular no entanto essa inclusatildeo na visatildeo deles estaacute

acontecendo de forma errocircnea Pois os professores da rede regular de ensino

em sua quase totalidade natildeo estatildeo preparados para lidar com esta nova fase

da educaccedilatildeo brasileira

Tem que se pensar que para que a inclusatildeo se concretize natildeo basta

estar garantido na legislaccedilatildeo mas demanda modificaccedilotildees profundas e

importantes no sistema de ensino Essas mudanccedilas deveratildeo levar em conta o

contexto soacutecio econocircmico aleacutem de serem gradativas planejadas e contiacutenuas

para garantir uma educaccedilatildeo de oacutetima qualidade (BUENO 1998 apud

PEREIRA 2009)

Pereira (2009) acredita que a inclusatildeo depende de mudanccedila de valores

da sociedade e a vivencia de um novo paradigma que natildeo se faz com simples

recomendaccedilotildees teacutecnicas como se fossem receitas de bolo mas com reflexotildees

dos professores direccedilotildees pais alunos equipe multidisciplinar e a comunidade

Essa questatildeo natildeo eacute tatildeo simples assim pois devemos levar em conta as

diferenccedilas Como colocar no mesmo espaccedilo demandas tatildeo diferentes e

especiacuteficas se muitas vezes nem a escola especial consegue dar conta desse

atendimento de forma adequada Deparar-se com frequecircncia com as

resistecircncias dos professores e direccedilotildees manifestadas atraveacutes de

questionamentos e queixas ou ateacute mesmo com expectativas de que possa

apresentar soluccedilotildees maacutegicas de aplicaccedilatildeo imediata causando certa decepccedilatildeo

e frustraccedilatildeo pois ela natildeo existe

O problema se agrava quando se vecirc o professor totalmente dependente

do apoio ou assessoria de profissionais da aacuterea da sauacutede pois neste caso a

questatildeo cliacutenica eacute fundamental e se sobressai e novamente o pedagoacutegico fica

esquecido Com isso o professor se sente desvalorizado incapaz e fora do

processo por considerar esse aluno como doente concluindo que natildeo pode

fazer nada por ele pois ele precisa de tratamento especializado de

profissionais qualificados da aacuterea da sauacutede desistindo assim de assumir tal

tarefa

Desta forma parece que o professor esquece seu papel poreacutem natildeo se

considera o momento do professor sua formaccedilatildeo as condiccedilotildees da proacutepria

52

escola em receber esses alunos que entram nas escolas e continuam

excluiacutedos de todo o processo de ensino-aprendizagem e social causando

frustraccedilatildeo e fracassos dificultando assim a proposta de inclusatildeo Por um lado

os professores julgam-se incapazes de dar conta dessa demanda

despreparados e impotentes frente a essa realidade que eacute agravada dia-a-dia

pela falta de material adequado de apoio administrativo e recursos financeiros

Limaverde (2009) salienta que no Brasil estaacute acontecendo um grande

movimento proacute-inclusatildeo que tem sido fortalecido a partir da sistematizaccedilatildeo do

que se trata o atendimento educacional especializado Existem realidades

muito proacuteximas em relaccedilatildeo ao atendimento desses alunos mas ainda tem

muitas compreensotildees equivocadas sobre a inclusatildeo de alunos com deficiecircncia

Alguns municiacutepios brasileiros pensam que fazem inclusatildeo mas na verdade

eles tecircm feito integraccedilatildeo Percebe-se que alunos que frequentam escolas

comuns salas comuns de ensino natildeo participam efetivamente das aulas ou

das atividades realizadas e essas escolas alegam que esses alunos natildeo tecircm

condiccedilotildees de fazer as atividades e que por isso eles fazem outras atividades

diferenciadas Desta forma natildeo ocorre a inclusatildeo Isso eacute uma integraccedilatildeo

porque o aluno estaacute integrado na sala de aula comum mas ele natildeo participa

das atividades realizadas pelos demais colegas

Muitos municiacutepios brasileiros que estatildeo em processo de transiccedilatildeo ou

seja eles estatildeo implantando o atendimento educacional especializado de

caraacuteter complementar e ao mesmo tempo estatildeo ainda com problemas

relacionados agrave inclusatildeo desses alunos como por exemplo a manutenccedilatildeo de

classes especiais A partir da formaccedilatildeo de 2007 para caacute os municiacutepios tecircm se

reorganizado para atendimento educacional especializado mas ainda eacute uma

realidade muito diferenciada

A inclusatildeo soacute eacute possiacutevel onde houver respeito agrave diferenccedila e

consequentemente a adoccedilatildeo de praacuteticas pedagoacutegicas que permitam agraves

pessoas com deficiecircncia aprender e ser reconhecidos e valorizados os

conhecimentos que satildeo capazes de produzir segundo seu ritmo e na medida

de suas possibilidades (SILVA 2009)

53

A menos que a atual oportunidade favoraacutevel seja aproveitada para melhorar as qualificaccedilotildees profissionais de professores em educaccedilatildeo especial e consequentemente a qualidade da educaccedilatildeo especial tememos que os proacuteximos 20 anos ainda possam ser um periacuteodo de esperanccedilas frustradas (RELATORIO WARNOCK 1978 paraacutegrafo 1932)

54

CONCLUSAtildeO

Diante do levantamento bibliograacutefico conclui-se que a inclusatildeo nos

moldes em que se encontra atualmente estaacute longe de atender a um ideal

Tal processo necessita de muitas transformaccedilotildees Os oacutergatildeos a ele

ligados diretamente ou indiretamente deveratildeo rever suas propostas metas e

meacutetodos de implantaccedilatildeo

Profissionais da sauacutede tambeacutem tecircm papeacuteis importantes em todo o

processo inclusivo pois em accedilatildeo conjunta com os educadores podem fazer um

trabalho mais completo e eficaz

A inclusatildeo escolar eacute uma praacutetica que abrange natildeo apenas os

profissionais especiacuteficos das aacutereas meacutedica e educacional mas tambeacutem

envolve um fator preponderante na vida do indiviacuteduo atendido por ela a famiacutelia

Esta constitui a base da crianccedila com necessidades educacionais especiais e

assumindo a postura devida pode oferecer a esta crianccedila o subsiacutedio para seu

desenvolvimento escolar bem como uma fonte de apoio aos profissionais

envolvidos

Aleacutem de uma nobre causa de cunho educacional a inclusatildeo constitui

ainda uma mudanccedila no comportamento da sociedade como um todo que

passa a ter que zelar por interesses coletivos outrora ignorados pela maioria

Devido ao periacuteodo decorrido desde as primeiras iniciativas ligadas ao

processo inclusivo verifica-se que o tempo eacute um fator indispensaacutevel para sua

concretizaccedilatildeo Esta provavelmente dar-se-aacute a partir do momento em que todos

os envolvidos assumirem suas devidas responsabilidades e se unirem por uma

educaccedilatildeo de qualidade embasada em um planejamento organizado bem

dirigido iacutentegro e sobretudo pautado no respeito ao ser humano e agrave

diversidade

55

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38

CAPIacuteTULO II

CAPACITACcedilAtildeO E CONCEPCcedilAtildeO DE PROFESSORES NO PROCESSO DE

INCLUSAtildeO ESCOLAR

2 CAPACITACcedilAtildeO PROFISSIONAL E A INCLUSAtildeO ESCOLAR

A formaccedilatildeo de professores que atuam diretamente na inclusatildeo escolar

sempre se constituiu numa grande problemaacutetica com relaccedilatildeo ao atendimento

do aluno com necessidades especiais Tudo eacute muito novo e desafiador E isto

infelizmente ainda eacute uma barreira para que a inclusatildeo se efetive com alicerce

suficiente para se sustentar

Nos finais do Impeacuterio o atendimento a essa clientela era vinculada agrave

sauacutede Nos anos 20 do seacuteculo passado iniciou-se uma crescente preocupaccedilatildeo

com a questatildeo propriamente pedagoacutegica porem influenciada pela abordagem

psicoloacutegica natildeo abandonando o campo da sauacutede

Para atender agraves demandas cada professor deveria estar apto a

elaborar incrementar e implementar situaccedilotildees de ensino que favorecessem a

construccedilatildeo dos conceitos mais primaacuterios aos mais complexos Eacute importante

que o professor organize seu planejamento de maneira que natildeo passem

despercebidos pelas situaccedilotildees de ensino conceitos que podem parecer

simples mas que na verdade satildeo preacute-requisitos para o que se pensa ser o

mais importante Contudo natildeo satildeo poucos os casos em que as situaccedilotildees

acabam sendo apresentadas de forma restrita sem pertinecircncia aos alunos que

participam da accedilatildeo inclusiva

O cotidiano de sala de aula requer na atualidade a efetivaccedilatildeo de accedilotildees

didaacuteticas flexiacuteveis poreacutem contextualizadas a adequaccedilatildeo de recursos sem

depreciar a capacidade e a imagem do aluno com o qual interagimos uma

reformulaccedilatildeo das dinacircmicas em sala de aula que possibilite a participaccedilatildeo

39

efetiva de todos

Muitos recursos muitas vezes satildeo pouco explorados ou ateacute mesmo

desconsiderados pelo professor com o passar dos niacuteveis propostos pelo

sistema de educaccedilatildeo No entanto quando o professor eacute o agente mediador de

um contexto educacional no qual a diversidade estaacute mais complexa devido agraves

demandas que um tipo de necessidade educativa especial pode gerar eacute

essencial que ele natildeo perca de vista a validade de determinados recursos

diante da construccedilatildeo de conceitos mais elaborados ou abstratos (FERREIRA

2004)

Valorizar a singularidade de cada ser humano eacute um compromisso eacutetico

de contribuir com as transformaccedilotildees necessaacuterias agrave construccedilatildeo de uma

sociedade mais justa (SOUZA SILVA 2005 p 239)

Um sistema escolar inclusivo precisa investir na capacitaccedilatildeo contiacutenua dos

professores e funcionaacuterios das escolas realizando o chamamento dos que

ainda natildeo se consideram envolvidos para um processo de sensibilizaccedilatildeo e

atualizaccedilatildeo constante de toda escola e comunidade Nesse aspecto a

assessoria ao professor eacute fundamental para orientaccedilatildeo e anaacutelise na busca de

soluccedilotildees para os problemas surgidos na sala de aula no aprofundamento das

questotildees teoacutericas na construccedilatildeo de intervenccedilotildees pedagoacutegicas na seleccedilatildeo de

recursos materiais e tecnoloacutegicos para a aprendizagem dos alunos no

processo de avaliaccedilatildeo na inter-relaccedilatildeo com as famiacutelias bem como na

mediaccedilatildeo entre escola e serviccedilos especializados para atendimento ao aluno

com necessidades educacionais na aacuterea da sauacutede da assistecircncia social do

trabalho entre outros (BEYER 2005)

Para Marques (2006) inclusatildeo escolar implica numa reorganizaccedilatildeo

estrutural da escola de todos os elementos da praacutetica pedagoacutegica

considerando o dado do muacuteltiplo da diversidade e natildeo mais o padratildeo

universal O atual momento histoacuterico exige uma participaccedilatildeo efetiva da escola

como instituiccedilatildeo loacutecus do conhecimento e da formaccedilatildeo de cidadatildeos capazes de

intervir nos rumos da sociedade Neste sentido faz-se necessaacuteria uma escola

criativa onde todos os seus componentes sejam co-sujeitos na produccedilatildeo de um

saber-instrumento para o conviacutevio escolar e social Cabe portanto a alunos

professores e sujeitos desse processo planejar e construir as diferentes etapas

de nossa caminhada etapas que se num primeiro momento satildeo idealizadas

40

logo transformam-se em realidade pela reflexatildeo criacutetica de nossas proacuteprias

possibilidades na construccedilatildeo dessa nova escola Assim eacute preciso

redimensionar o modo de pensar e fazer a educaccedilatildeo tarefa por natureza

complexa que envolve elementos poliacuteticos soacutecio-econocircmicos teacutecnicos e

culturais

Essa postura por sua vez implica na superaccedilatildeo da dicotomia e

fragmentaccedilatildeo das atribuiccedilotildees dos agentes educativos dos rituais dos

conteuacutedos metodoloacutegicos dos recursos pedagoacutegicos do processo de

avaliaccedilatildeo bem como das concepccedilotildees de educaccedilatildeo e de sociedade Enfatiza

tambeacutem que implica para o professor em uma seacuterie de mudanccedilas com relaccedilatildeo

a sua postura pressuposto baacutesico de sua atuaccedilatildeo a compreensatildeo das

diferentes necessidades educacionais de seus alunos sendo necessaacuteria aacute

flexibilizaccedilatildeo do professor no exerciacutecio do compromisso eacutetico para se adequar

agraves novas situaccedilotildees que surgiratildeo em decorrecircncia das diversidades presentes

em seu cotidiano atentando para a supressatildeo de uma possiacutevel postura

discriminatoacuteria

Zimmermann (2008) destaca que a instituiccedilatildeo escolar precisa redefinir

sua base de estrutura organizacional destituindo-se de burocracias

reorganizando grades curriculares proporcionando maior ecircnfase agrave formaccedilatildeo

humana dos professores e afinando a relaccedilatildeo famiacutelia

escola propondo uma

praacutetica pedagoacutegica coletiva dinacircmica e flexiacutevel para atender esta nova

realidade educacional A educaccedilatildeo inclusiva tem forccedila transformadora e

aponta para uma nova era natildeo somente educacional mas para uma sociedade

inclusiva

Segundo Mittler (2008) as escolas a volta poderiam tentar encontrar

novos modos de pedir aos pais as suas opiniotildees sobre como poderiam ser

fortalecidos os viacutenculos entre lar e a escola Os viacutenculos mais iacutentimos entre

pais e professor natildeo podem ser prescritos de cima para baixo mas sim

fundamentados nos desejos e nas prioridades daquele que estatildeo nessa aacuterea

A uacuteltima palavra vai para um grupo de pais de crianccedilas com

necessidades especiais e deficiecircncia ( RUSSEL 1997 apud MITTEL

2008p227)

a) Por favor aceite e valorize nossas crianccedilas (e noacutes mesmos como

famiacutelia) como noacutes somos valorizados

41

b) Por favor celebre a diferenccedila

c) Por favor aceite nossas crianccedilas primeiramente como crianccedilas Natildeo

coloque roacutetulos nelas a menos que vocecirc pretenda fazer algo

d) Por favor reconheccedila seu poder sobre nossas vidas Vivemos com as

consequumlecircncias de suas opiniotildees e decisotildees

e) Por favor entenda a tensatildeo sob qual muitas famiacutelias estatildeo vivendo

Os encontros cancelados a lista de espera que ningueacutem consegue

chegar ao inicio todas as discussotildees sobre recursos eacute sobre nossa

vida que vocecirc esta falando

f) Por favor natildeo use modas passageiras e tratamentos conosco a

menos que vocecirc vai estar conosco E natildeo esqueccedila que as famiacutelias

tecircm muitos membros muitas responsabilidades Agraves vezes natildeo

podemos agradar a todo mundo

g) Por favor reconheccedila que aacutes vezes noacutes eacute que temos razatildeo Por favor

acredite em noacutes e escute o que sabemos sobre o que noacutes e nossas

crianccedilas necessitamos

h) Agraves vezes estamos tristes cansados e deprimidos Por favor valorize

nos como famiacutelias preocupadas e comprometidas e tente continuar a

trabalhar conosco

Limaverde (2009) acredita que a maioria dos professores vem de

cursos onde a discussatildeo da teoria e da praacutetica ainda eacute dividida Discute-se

teoria e praacutetica de maneira isolada Ainda se estuda uma teoria idealizada

Poucos cursos de formaccedilatildeo de professores oferecem de modo obrigatoacuterio em

seus curriacuteculos as disciplinas relacionadas agrave diferenccedila agraves deficiecircncias Aleacutem

da formaccedilatildeo do nuacutecleo comum eles tambeacutem precisam se atentar para essas

especificidades Haacute uma obrigatoriedade de se ofertar nos cursos de

pedagogia a disciplina de Libras Mas isso natildeo deve ocorrer apenas na

formaccedilatildeo inicial mas tambeacutem na formaccedilatildeo continuada que eacute aquela em

serviccedilo mas que muitas vezes natildeo contemplam essas especificidades

O problema de formaccedilatildeo eacute muito grave porque repercute nessa

inseguranccedila do professor no preconceito no medo Aleacutem do entrave da

formaccedilatildeo no aspecto pedagoacutegico as escolas elaboram seu projeto poliacutetico

pedagoacutegico sem levar em conta a presenccedila do aluno com deficiecircncia As

praacuteticas a organizaccedilatildeo da sala de aula natildeo leva em conta a presenccedila desse

42

aluno Onde natildeo haacute uma interlocuccedilatildeo mais refinada entre o ensino comum e a

Educaccedilatildeo Especial com esse saber mais especiacutefico natildeo haacute inclusatildeo

A inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino Assim na formaccedilatildeo do professor teria dois espaccedilos um da sala de

aula que eacute a formaccedilatildeo comum para todos os professores contemplando

desenvolvimento aprendizagem e uma na formaccedilatildeo continuada Uma

formaccedilatildeo que atenda agraves diferenccedilas da sala de aula o atendimento agrave educaccedilatildeo

especializada aleacutem da formaccedilatildeo baacutesica cursos de extensatildeo de libras de

soroban de braile de tecnologia assistida para que esse professor possa

atender a especificidade desses alunos O aluno com deficiecircncia eacute um ser

humano que se desenvolve como qualquer outro As teorias e teacutecnicas que

foram estudadas satildeo suporte para esse trabalho Agora o que vai modificar na

sua atuaccedilatildeo eacute a maneira como ele organiza suas praacuteticas pedagoacutegicas Na

maioria das vezes eles organizam praacuteticas homogecircneas do aluno idealizado Eacute

importante um planejamento para pensar essas diferenccedilas na sala de aula Eacute

um trabalho do projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

21 Concepccedilotildees de professores sobre a inclusatildeo na educaccedilatildeo regular e

especial

Inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino (LIMAVERDE 2009)

Apenas a partir do seacuteculo XX verificou-se uma melhor aceitaccedilatildeo das

pessoas com necessidades especiais momento em que se iniciou a sua

desinstitucionalizaccedilatildeo e educaccedilatildeo escolar Ateacute este periacuteodo eram segregados

e praticamente privados de conviacutevio social Entretanto verifica-se que as

conquistas ainda foram poucas pois o preconceito a ignoracircncia e a

discriminaccedilatildeo ainda satildeo muito fortes em relaccedilatildeo ao deficiente e a deficiecircncia

Para Carmo (2000) a inclusatildeo eacute um assunto que deve ser refletido e

investigado com muita precisatildeo jaacute que a sociedade pode estar criando uma

nova modalidade a de excluiacutedos dentro da inclusatildeo podemos assim concluir

nessa reflexatildeo para que haja o processo de ensino-aprendizagem nos alunos

portadores de necessidades educacionais especiais o professor teraacute que se

43

capacitar para atender a proposta desta nova face da educaccedilatildeo brasileira ele

teraacute que tentar conciliar as teorias sobre o assunto com sua pratica e a

realidade da sala de aula Pois soacute assim a inclusatildeo do aluno portador de

necessidades educacionais especiais seraacute bem sucedida e gerando bons

resultados no futuro

Assim a inclusatildeo deste tipo de aluno requer novas posturas tanto aos

professores quanto ao sistema educacional brasileiro levando em consideraccedilatildeo

que todos noacutes estaremos ganhando Lembrando tambeacutem que este processo

de aprendizagem requer a reciprocidade das experiecircncias entre o aluno com

necessidades educacionais especiais o professor e os demais alunos Um

processo de aprendizagem onde todos participam a aquisiccedilatildeo do

conhecimento ocorreraacute com mais facilidade

Mantoan Pietro Arantes (2006) acredita que recriar um novo modelo

educativo com ensino de qualidade que diga natildeo aacute exclusatildeo social implica em

condiccedilotildees de trabalho pedagoacutegico e uma rede de saberes que se entrelaccedilam e

caminham no sentido contraacuterio do paradigma tradicional de educaccedilatildeo

segregadora Eacute uma reviravolta complexa mas possiacutevel basta que lutemos por

ela que nos aperfeiccediloemos e estejamos abertos a colaborar na busca dos

caminhos pedagoacutegicos da inclusatildeo Pois nem todas as diferenccedilas

necessariamente inferiorizam as pessoas Elas tem diferenccedilas e igualdades

mas entre elas nem tudo deve ser igual assim como nem tudo deve ser

diferente

De acordo com Santos (apud MANTOAN2003 p34 ) eacute preciso que

tenhamos o direito de sermos diferentes quando a igualdade nos

descaracteriza e o direito de sermos iguais quando a diferenccedila nos inferioriza

Assim a luta pela escola inclusiva embora seja contestada e tenha ateacute

mesmo assustado a comunidade escolar exige mudanccedila de haacutebitos e atitudes

pela sua loacutegica e eacutetica nos remete a refletir e reconhecer que trata-se de um

posicionamento social que garante a vida com igualdade pautada pelo

respeito agraves diferenccedilas Apesar das iniciativas acanhadas da comunidade

escolar e da sociedade geral eacute possiacutevel adequar a escola para um novo

tempo Precisa estar imbuiacutedos de boa vontade e compromisso enfrentar com

seguranccedila e otimismo este desafio enxergar a clareza e obviedade eacutetica da

proposta inclusiva e contribuir para o desmantelamento dessa maacutequina escolar

44

enferrujada

Para Lisita e Souza (2003) das utopias concretas da modernidade tem-

se hoje apenas a certeza da transitoriedade O sentido da revoluccedilatildeo antes

propagado daacute lugar a um leque de possibilidades as quais se abrem num

horizonte virtual em constantes mudanccedilas Que se trata de uma nova realidade

mundial natildeo se discute Indaga-se no entanto o que se tem a fazer diante de

tal realidade

Nesse sentido a ciecircncia e a tecnologia tecircm se constituiacutedo nos principais

agentes de proposiccedilatildeo e de determinaccedilatildeo dessas mudanccedilas A sensaccedilatildeo que

se tem eacute a de que amanheceremos a cada dia num novo mundo repleto de

novidades e onde o ontem estaacute cada vez e mais rapidamente distante

O cenaacuterio do mundo atual evidencia um movimento em direccedilatildeo a um

sentido de inclusatildeo social o sujeito com deficiecircncia passa a dividir a cena com

os sujeitos sem deficiecircncia coabitando os diversos espaccedilos sociais Nota-se

pois um grande dinamismo experimentado pelos sujeitos e em particular

pelos sujeitos com deficiecircncia num mundo onde conceitos e praacuteticas assumem

cada vez mais um caraacuteter efecircmero e de possibilidades muacuteltiplas

Segundo Ferreira e Glat (2004) satildeo frequentes relatos de professores

principalmente em conselhos de classe sobre a dificuldade de determinados

alunos quanto agrave efetivaccedilatildeo de algumas propostas educacionais Na maioria

das situaccedilotildees o que de fato acontece natildeo eacute uma dificuldade do aluno em

realizar ou compreender a atividade solicitada e sim uma inadequaccedilatildeo do

procedimento dos objetivos eou da avaliaccedilatildeo realizada pelo professor Nesse

sentido eacute importante o professor analisar algumas questotildees como

a) de que maneira todos os alunos poderatildeo participar da aula proposta

b) se haacute necessidade de apoio adaptaccedilotildees e como fazecirc-las para sua

plena participaccedilatildeo

c) que expectativas devem ser esperadas eou modificadas para a

efetivaccedilatildeo da atividade (como os alunos demonstram o que sabem a

quantidade e qualidade das atividades propostas)

d) quais satildeo os objetivos prioritaacuterios para a aprendizagem

Enfim eacute do conhecimento de todos que natildeo haacute formas sem

precedentes que se bastem ou que se perpetuem diante das realidades

necessidades e demandas dos alunos que compotildeem as salas de aula que hoje

45

cada professor assume Eacute importante a busca constante de praacuteticas pautadas

no contexto que o aluno vivencia inovadoras pois o trabalho eacute dinacircmico

sendo fundamental que cada profissional pense na sua disponibilidade para a

construccedilatildeo de praacuteticas efetivas que conduzam a uma educaccedilatildeo de qualidade

para todos como descrevem Ferreira e Glat 2004

Poso (2004) acredita que por um lado os professores julgam-se

incapazes de dar conta dessa demanda despreparados e impotentes frente a

essa realidade que eacute agravada pela falta de material adequado de apoio

administrativo e recursos financeiros

Mantoan (2003) enfatiza que a radicalidade da inclusatildeo vem do fato de

esta exigir uma mudanccedila de paradigma educacional onde na perspectiva

inclusiva suprime-se a sub-divisatildeo dos sistemas escolares em modalidades de

ensino especial e regular As escolas atendem as diferenccedilas sem discriminar

sem estabelecer prioridades e necessidades sem estabelecer regras

diferenciadas para cada caso no planejamento avaliaccedilatildeo e aprendizado

Assim pode-se imaginar o impacto da inclusatildeo nos sistemas de ensino ao

supor a aboliccedilatildeo completa dos serviccedilos segregados da educaccedilatildeo especial os

programas de reforccedilo escolar salas de aceleraccedilatildeo e turmas especiais

Desta forma a inclusatildeo eacute uma provocaccedilatildeo cuja intenccedilatildeo eacute melhorar a

qualidade do ensino atingindo todos os alunos de uma forma globalizada

Incluir eacute necessaacuterio primordialmente para melhorar as condiccedilotildees da escola

de modo que nela se possam formar geraccedilotildees mais preparadas para viver a

vida na sua plenitude livremente sem preconceitos sem barreiras Confirma-

se assim mais uma vez a necessidade de a educaccedilatildeo se atualizar e os

professores aperfeiccediloarem as suas praacuteticas para que as escolas se obriguem

a um esforccedilo de modernizaccedilatildeo e reestruturaccedilatildeo de suas condiccedilotildees atuais

Pretende-se que a escola seja inclusiva eacute primordial que seus planos se

redefinam para uma educaccedilatildeo voltada agrave cidadania global plena livre de

preconceitos e disposta a reconhecer e entende as diferenccedilas entre as

pessoas principalmente quanto aos seus aspectos fiacutesico mental e intelectual

Natildeo basta uma educaccedilatildeo para a cidadania eacute preciso educar para a liberdade

e nesse sentido nenhuma forma de subordinaccedilatildeo intelectual pode ser

admitida

Os desafios para a concretizaccedilatildeo dos ideais inclusivos na educaccedilatildeo

46

brasileira satildeo inuacutemeros Haacute ainda de se vencer os desafios que impotildee o

conservadorismo das instituiccedilotildees especializadas e enfrentar as pressotildees

poliacuteticas e das pessoas com deficiecircncia ainda muito habituadas a seus roacutetulos

e a benefiacutecios que acentuam a incapacidade as limitaccedilotildees o paternalismo e o

protecionismo social

Smeha Ferreira (2005) descrevem que vaacuterios professores afirmam

apresentar sentimentos de despreparo para trabalharem junto agraves crianccedilas com

necessidades especiais Que natildeo tiveram em sua formaccedilatildeo acadecircmica o

preparo adequado que os capacite a lidar com a diversidade e isso gera

intenso sofrimento pois ensinar crianccedilas com limitaccedilotildees exige conhecimento

competecircncia e habilidade para que o processo inclusivo seja efetivado

Os professores foram preparados para trabalharem com as crianccedilas que

aprendem assim quando eles se deparam com as limitaccedilotildees na

aprendizagem sentem frustraccedilatildeo anguacutestia impotecircncia e medo Portanto faz-

se necessaacuterio uma significativa reformulaccedilatildeo nos cursos de graduaccedilatildeo que

estatildeo formando professores os quais certamente teratildeo alunos com

necessidades educativas especiais em sua trajetoacuteria profissional Aliaacutes essa

reformulaccedilatildeo deve abarcar natildeo somente conhecimentos sobre educaccedilatildeo de

pessoas com deficiecircncia mas tambeacutem oportunizar autoconhecimento para

que os professores possam atuar de forma mais confiante atendendo agraves

demandas educacionais especiais com mais prazer e menos sofrimento Aleacutem

da reestruturaccedilatildeo nas aacutereas que envolvem a formaccedilatildeo de professores para

que o trabalho docente possa acontecer com menor prejuiacutezo agrave sauacutede mental

parece primordial que o investimento transcenda a capacitaccedilatildeo relacionada aos

conhecimentos teacutecnicos e permeie o campo da sauacutede mental no trabalho

O suporte aos aspectos psicoloacutegicos dos professores precisam ser

contemplados com grupos de reflexatildeo ou de apoio um espaccedilo que possa

oportunizar-lhes aos mesmos falar sobre seus sentimentos dificuldades

medos ou fantasias Seria um momento para problematizar e encontrar

ressignificaccedilatildeo no exerciacutecio docente que cada vez mais precisa ser alicerccedilado

no respeito agrave diversidade humana Eacute importante tambeacutem salientar que natildeo eacute

apenas o processo de inclusatildeo o responsaacutevel pelo sofrimento docente muitos

satildeo propensos ao stress devido agraves suas proacuteprias vivecircncias pessoais e agraves

exigecircncias da contemporaneidade

47

De acordo com Souza Silva (2009)

No tocante ao trabalho docente novas propostas se fazem necessaacuterias devido agraves transformaccedilotildees educacionais que estatildeo ocorrendo de forma acelerada exigindo assim novas aprendizagens que possam contribuir para a formaccedilatildeo de profissionais capazes de responder aos novos desafios colocados agrave nossa realidade

Para Bartalotti (2006) nos dias atuais frente ao processo de inclusatildeo

como uma possibilidade embora ainda natildeo como uma realidade haacute um grande

caminho a ser percorrido Pois se olhar em volta para cada ser humano que

nos rodeia ver-se-ia o quanto ainda se tem que caminhar para a construccedilatildeo

de uma sociedade verdadeiramente inclusiva Exclui-se apenas com o olhar

com palavras quantas vezes menospreza-se o outro por ele ter um gosto

uma crenccedila religiosa situaccedilatildeo financeira cor de pele estatura e peso corporal

diferente por nos aceitos E sem a menor preocupaccedilatildeo decidi-se que esta ou

aquela pessoa natildeo serve para estar junto de noacutes de nossos filhos frequentar

nosso clube casa ou templo religioso Jaacute sentem-se excluiacutedos e rejeitados em

diferentes situaccedilotildees sentem-se olhados como diferentes indesejaacuteveis

estranhos certamente essa natildeo eacute uma sensaccedilatildeo agradaacutevel quem jaacute passou

por ela natildeo deseja repetir a experiecircncia

Para que a inclusatildeo ocorra eacute necessaacuterio que a sociedade passe pelo

aprimoramento das relaccedilotildees sociais pela compreensatildeo de que o verdadeiro

pensamento inclusivo eacute aquele que natildeo categoriza ou rotula as pessoas por

ordem de valor valor esse atribuiacutedo muitas vezes atraveacutes de estereoacutetipos

estigmas conhecimentos instituiacutedos pensar inclusivamente eacute aprender a olhar

cada pessoa e buscar nela seu real valor construiacutedo nas relaccedilotildees cotidianas

nos seus sonhos e expectativas e nas suas accedilotildees concretas no mundo

Acredita-se tambeacutem que muitas vezes fala-se que a inclusatildeo eacute uma

utopia muitos natildeo acreditam que a sociedade seja capaz desse movimento

Inclusatildeo eacute sim possibilidade assim como eacute possibilidade a construccedilatildeo de uma

sociedade mais digna para todos com ou sem deficiecircncia

Para Tessaro (2009) existe todo um discurso proacute agrave inclusatildeo em vaacuterios

segmentos da sociedade dentre os quais no ambiente escolar A inclusatildeo eacute

algo que vem se efetivando mesmo que a duras penas buscando superar toda

uma histoacuteria de isolamento discriminaccedilatildeo e preconceito Tem provocado

48

muitos questionamentos principalmente no meio acadecircmico tais como O que

eacute inclusatildeo escolar Por que incluir Qual eacute a opiniatildeo dos alunos com

deficiecircncia e dos professores sobre inclusatildeo A escola possui infra-estrutura

adequada para participar da inclusatildeo escolar Os alunos deficientes se sentem

bem com a inclusatildeo escolar Os professores estatildeo capacitados para educaccedilatildeo

inclusiva

Dutra (2007) destaca que as principais dificuldades no processo de

inclusatildeo escolar do aluno especial eacute a ausecircncia de preparo e de uma

formaccedilatildeo mais teacutecnica que visa suprir as necessidades destes alunos

mediadas pelo professor e tambeacutem agrave falta de boas condiccedilotildees fiacutesicas nas

escolas pra receber estes alunos

Jesus (2007) enfatiza que a inclusatildeo dos portadores de necessidades

educacionais especiais na escola eacute algo essencial agrave educaccedilatildeo mas eacute preciso

ser feita de maneira correta porque nem todos podem estar na escola ou

estatildeo preparados para nela estar por natildeo terem capacidade fisioloacutegica Esse eacute

um assunto muito discutido por alguns especialistas da educaccedilatildeo especial que

buscam uma maneira eficiente de incluir todos as crianccedilas e jovens que

possuem alguma necessidade educacional especial

Nesse sentido Mantoan (2006) afirma que a condiccedilatildeo primeira para

inclusatildeo deixe de ser uma ameaccedila ao que hoje a escola defende e adota como

pratica pedagoacutegica e abandonar tudo que leva a tolerar as pessoas com

deficiecircncia na sala de aula

Natildeo pode se ter um ambiente mais propiacutecio para tal processo de

conscientizaccedilatildeo do que a escola Pois seraacute por meio dessa interaccedilatildeo entre

crianccedilas que se construiraacute uma naccedilatildeo mais justa e igualitaacuteria onde todos

juntos aprenderatildeo a conviver e a se respeitarem Respeito que eacute sonhado por

todos que se espera construir um novo amanhatilde mais digno

O assunto eacute fundamental para ser discutido por todas as pessoas

envolvidas com a educaccedilatildeo e que busquem uma naccedilatildeo com menos

desigualdade social oportunidades para todos uma educaccedilatildeo que priorize o

ser e natildeo ter e uma realidade igualitaacuteria A inclusatildeo eacute acima de tudo a

transformaccedilatildeo da pratica pedagoacutegica de todos os profissionais de educaccedilatildeo

Os registros de textos artigos e livros enfatizam que sobre a

aplicabilidade atual de inclusatildeo escolar satildeo insatisfatoacuterios e que natildeo houve

49

diferenccedilas entre os alunos e entre os professores quanto a essa dimensatildeo Os

professores e os alunos expressaram vaacuterias dificuldades envolvidas nesse

processo destacando se a falta de infra-estrutura das escolas a falta de

preparocapacitaccedilatildeo profissional discriminaccedilatildeo social e a falta de aceitaccedilatildeo da

inclusatildeo

Os professores de educaccedilatildeo especial demonstraram dar mais creacutedito agrave

educaccedilatildeo inclusiva do que os do ensino regular Os alunos deficientes

demonstraram dar menos creacutedito agrave inclusatildeo do que os natildeo deficientes Os

sentimentos decorrentes da inclusatildeo que predominaram entre professores e os

alunos com deficiecircncia foram negativos enquanto entre os alunos natildeo

deficientes prevaleceram os positivos (TESSARO 2009)

Para Fonseca (2004) promover a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma tarefa de

uma equipe multidisciplinar que deve adotar uma estrateacutegia do tipo pensar em

grupo eacute pensar melhor pois soacute dessa forma se podem explorar todas as

opccedilotildees potenciais de inclusatildeo e natildeo soacute as mais coerentes acessiacuteveis ou

tradicionais Sem uma dinacircmica de grupo natildeo se podem discutir e implementar

planos educacionais individualizados na educaccedilatildeo inclusiva transpondo para

sala de aula regular programas inovadores desde a modificaccedilatildeo de

comportamento ao enriquecimento linguumliacutestico ou cognitivo

Ensino em equipe com vaacuterios professores que agem e pensam em

conjunto criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees inovaccedilotildees na instruccedilatildeo na avaliaccedilatildeo

aprendizagem cooperativa e interativa criaccedilatildeo de projetos de suporte muacuteltiplo

serviccedilos de encaminhamentos diagnoacutesticos dinacircmicos e prescritivos em

termos de praacutetica de intervenccedilatildeo na sala de aula regular aprofundamento eacutetico

e legal dos pressupostos morais da inclusatildeo social construccedilatildeo de instrumentos

de investigaccedilatildeo-accedilatildeo entre outros satildeo desafios que se colocam hoje mais do

lado do ensino do que da aprendizagem

Para Almeida Anjos (2007) vaacuterios professores destacam tensotildees que

sempre se preservaram em suas percepccedilotildees e atitudes sejam referentes agraves

pessoas com necessidades educacionais especiais sejam relativas a

dificuldades em relaccedilatildeo a si proacuteprios e aos seus saberes profissionais No

entanto os profissionais apontam em suas falas as possibilidades de transpor

tais dificuldades vividas no trabalho com alunos especiais na rotina de seu dia

a dia de trabalho

50

Laraia (1992 apud ALMEIDA ANJOS 2007) acredita que nenhuma

ordem social eacute baseada em verdades inatas que as mudanccedilas nas praacuteticas

pedagoacutegicas com a diversidade dos alunos passam por uma mudanccedila de

nossas concepccedilotildees e valores Que eacute preciso uma formaccedilatildeo que coloque o

profissional da educaccedilatildeo em conflito com seus conhecimentos e concepccedilotildees a

partir da relaccedilatildeo entre a teoria e a praacutetica para entatildeo podermos comeccedilar a

pensar em inclusatildeo Assim a partir dos pressupostos da ciecircncia social criacutetica

sustentada pelo interesse colaborativo procuramos programar com os

profissionais encontros de estudoreflexatildeo das tensotildees e possibilidades que

envolvem o trabalho com alunos com necessidades educacionais especiais

enfatizar ainda como o lazer e recreaccedilatildeo podem ser facilitadores do processo

de inclusatildeo escolar

Zimmermann (2008) acredita que para conseguir reformar a instituiccedilatildeo

escolar primeiramente se tem que reformar as mentes entretanto natildeo

conseguiraacute reformar mentes sem que se realize uma preacutevia reforma de

instituiccedilotildees Vive-se uma crise de paradigmas e toda a crise gera medos

inseguranccedila e incertezas mas propotildee-se que seja este o momento de ousadia

e de busca de alternativas que sustente e norteie para realizar-se as mudanccedilas

que o momento propotildee Que a escola seja um espaccedilo vivo de formaccedilatildeo para

todos e um ambiente verdadeiramente inclusivo eacute preciso que as poliacuteticas

puacuteblicas de educaccedilatildeo sejam direcionadas aacute inclusatildeo que os educadores

desacomodem-se combatendo a descrenccedila e o pessimismo mostrando que a

inclusatildeo eacute um momento oportuno para professores e a comunidade escolar

demonstrarem sua competecircncia e principalmente suas responsabilidades

educacionais

Esta mudanccedila de perspectiva educacional propotildee que os educadores

faccedilam a diferenccedila buscando conhecimento e contribuindo com uma praacutetica

ressignificada desenvolvendo uma educaccedilatildeo baseada na afetividade e na

superaccedilatildeo de limites que as crianccedilas aprendam a respeitar as diferenccedilas em

sala de aula preparando-as assim para o futuro a vida e o mercado de

trabalho pois vivendo a experiecircncia inclusiva seratildeo adultos bem diferentes de

noacutes e por certo natildeo faratildeo discriminaccedilotildees sociais

Arauacutejo (2008) relata a opiniatildeo dos professores sobre a inclusatildeo escolar

enfatizando com veemecircncia de que a inclusatildeo escolar do aluno portador de

51

necessidades educacionais especiais eacute um assunto muito interessante e

delicado e levantaram a conscientizaccedilatildeo desse aluno sobre o direito deste

frequentar o ensino regular no entanto essa inclusatildeo na visatildeo deles estaacute

acontecendo de forma errocircnea Pois os professores da rede regular de ensino

em sua quase totalidade natildeo estatildeo preparados para lidar com esta nova fase

da educaccedilatildeo brasileira

Tem que se pensar que para que a inclusatildeo se concretize natildeo basta

estar garantido na legislaccedilatildeo mas demanda modificaccedilotildees profundas e

importantes no sistema de ensino Essas mudanccedilas deveratildeo levar em conta o

contexto soacutecio econocircmico aleacutem de serem gradativas planejadas e contiacutenuas

para garantir uma educaccedilatildeo de oacutetima qualidade (BUENO 1998 apud

PEREIRA 2009)

Pereira (2009) acredita que a inclusatildeo depende de mudanccedila de valores

da sociedade e a vivencia de um novo paradigma que natildeo se faz com simples

recomendaccedilotildees teacutecnicas como se fossem receitas de bolo mas com reflexotildees

dos professores direccedilotildees pais alunos equipe multidisciplinar e a comunidade

Essa questatildeo natildeo eacute tatildeo simples assim pois devemos levar em conta as

diferenccedilas Como colocar no mesmo espaccedilo demandas tatildeo diferentes e

especiacuteficas se muitas vezes nem a escola especial consegue dar conta desse

atendimento de forma adequada Deparar-se com frequecircncia com as

resistecircncias dos professores e direccedilotildees manifestadas atraveacutes de

questionamentos e queixas ou ateacute mesmo com expectativas de que possa

apresentar soluccedilotildees maacutegicas de aplicaccedilatildeo imediata causando certa decepccedilatildeo

e frustraccedilatildeo pois ela natildeo existe

O problema se agrava quando se vecirc o professor totalmente dependente

do apoio ou assessoria de profissionais da aacuterea da sauacutede pois neste caso a

questatildeo cliacutenica eacute fundamental e se sobressai e novamente o pedagoacutegico fica

esquecido Com isso o professor se sente desvalorizado incapaz e fora do

processo por considerar esse aluno como doente concluindo que natildeo pode

fazer nada por ele pois ele precisa de tratamento especializado de

profissionais qualificados da aacuterea da sauacutede desistindo assim de assumir tal

tarefa

Desta forma parece que o professor esquece seu papel poreacutem natildeo se

considera o momento do professor sua formaccedilatildeo as condiccedilotildees da proacutepria

52

escola em receber esses alunos que entram nas escolas e continuam

excluiacutedos de todo o processo de ensino-aprendizagem e social causando

frustraccedilatildeo e fracassos dificultando assim a proposta de inclusatildeo Por um lado

os professores julgam-se incapazes de dar conta dessa demanda

despreparados e impotentes frente a essa realidade que eacute agravada dia-a-dia

pela falta de material adequado de apoio administrativo e recursos financeiros

Limaverde (2009) salienta que no Brasil estaacute acontecendo um grande

movimento proacute-inclusatildeo que tem sido fortalecido a partir da sistematizaccedilatildeo do

que se trata o atendimento educacional especializado Existem realidades

muito proacuteximas em relaccedilatildeo ao atendimento desses alunos mas ainda tem

muitas compreensotildees equivocadas sobre a inclusatildeo de alunos com deficiecircncia

Alguns municiacutepios brasileiros pensam que fazem inclusatildeo mas na verdade

eles tecircm feito integraccedilatildeo Percebe-se que alunos que frequentam escolas

comuns salas comuns de ensino natildeo participam efetivamente das aulas ou

das atividades realizadas e essas escolas alegam que esses alunos natildeo tecircm

condiccedilotildees de fazer as atividades e que por isso eles fazem outras atividades

diferenciadas Desta forma natildeo ocorre a inclusatildeo Isso eacute uma integraccedilatildeo

porque o aluno estaacute integrado na sala de aula comum mas ele natildeo participa

das atividades realizadas pelos demais colegas

Muitos municiacutepios brasileiros que estatildeo em processo de transiccedilatildeo ou

seja eles estatildeo implantando o atendimento educacional especializado de

caraacuteter complementar e ao mesmo tempo estatildeo ainda com problemas

relacionados agrave inclusatildeo desses alunos como por exemplo a manutenccedilatildeo de

classes especiais A partir da formaccedilatildeo de 2007 para caacute os municiacutepios tecircm se

reorganizado para atendimento educacional especializado mas ainda eacute uma

realidade muito diferenciada

A inclusatildeo soacute eacute possiacutevel onde houver respeito agrave diferenccedila e

consequentemente a adoccedilatildeo de praacuteticas pedagoacutegicas que permitam agraves

pessoas com deficiecircncia aprender e ser reconhecidos e valorizados os

conhecimentos que satildeo capazes de produzir segundo seu ritmo e na medida

de suas possibilidades (SILVA 2009)

53

A menos que a atual oportunidade favoraacutevel seja aproveitada para melhorar as qualificaccedilotildees profissionais de professores em educaccedilatildeo especial e consequentemente a qualidade da educaccedilatildeo especial tememos que os proacuteximos 20 anos ainda possam ser um periacuteodo de esperanccedilas frustradas (RELATORIO WARNOCK 1978 paraacutegrafo 1932)

54

CONCLUSAtildeO

Diante do levantamento bibliograacutefico conclui-se que a inclusatildeo nos

moldes em que se encontra atualmente estaacute longe de atender a um ideal

Tal processo necessita de muitas transformaccedilotildees Os oacutergatildeos a ele

ligados diretamente ou indiretamente deveratildeo rever suas propostas metas e

meacutetodos de implantaccedilatildeo

Profissionais da sauacutede tambeacutem tecircm papeacuteis importantes em todo o

processo inclusivo pois em accedilatildeo conjunta com os educadores podem fazer um

trabalho mais completo e eficaz

A inclusatildeo escolar eacute uma praacutetica que abrange natildeo apenas os

profissionais especiacuteficos das aacutereas meacutedica e educacional mas tambeacutem

envolve um fator preponderante na vida do indiviacuteduo atendido por ela a famiacutelia

Esta constitui a base da crianccedila com necessidades educacionais especiais e

assumindo a postura devida pode oferecer a esta crianccedila o subsiacutedio para seu

desenvolvimento escolar bem como uma fonte de apoio aos profissionais

envolvidos

Aleacutem de uma nobre causa de cunho educacional a inclusatildeo constitui

ainda uma mudanccedila no comportamento da sociedade como um todo que

passa a ter que zelar por interesses coletivos outrora ignorados pela maioria

Devido ao periacuteodo decorrido desde as primeiras iniciativas ligadas ao

processo inclusivo verifica-se que o tempo eacute um fator indispensaacutevel para sua

concretizaccedilatildeo Esta provavelmente dar-se-aacute a partir do momento em que todos

os envolvidos assumirem suas devidas responsabilidades e se unirem por uma

educaccedilatildeo de qualidade embasada em um planejamento organizado bem

dirigido iacutentegro e sobretudo pautado no respeito ao ser humano e agrave

diversidade

55

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39

efetiva de todos

Muitos recursos muitas vezes satildeo pouco explorados ou ateacute mesmo

desconsiderados pelo professor com o passar dos niacuteveis propostos pelo

sistema de educaccedilatildeo No entanto quando o professor eacute o agente mediador de

um contexto educacional no qual a diversidade estaacute mais complexa devido agraves

demandas que um tipo de necessidade educativa especial pode gerar eacute

essencial que ele natildeo perca de vista a validade de determinados recursos

diante da construccedilatildeo de conceitos mais elaborados ou abstratos (FERREIRA

2004)

Valorizar a singularidade de cada ser humano eacute um compromisso eacutetico

de contribuir com as transformaccedilotildees necessaacuterias agrave construccedilatildeo de uma

sociedade mais justa (SOUZA SILVA 2005 p 239)

Um sistema escolar inclusivo precisa investir na capacitaccedilatildeo contiacutenua dos

professores e funcionaacuterios das escolas realizando o chamamento dos que

ainda natildeo se consideram envolvidos para um processo de sensibilizaccedilatildeo e

atualizaccedilatildeo constante de toda escola e comunidade Nesse aspecto a

assessoria ao professor eacute fundamental para orientaccedilatildeo e anaacutelise na busca de

soluccedilotildees para os problemas surgidos na sala de aula no aprofundamento das

questotildees teoacutericas na construccedilatildeo de intervenccedilotildees pedagoacutegicas na seleccedilatildeo de

recursos materiais e tecnoloacutegicos para a aprendizagem dos alunos no

processo de avaliaccedilatildeo na inter-relaccedilatildeo com as famiacutelias bem como na

mediaccedilatildeo entre escola e serviccedilos especializados para atendimento ao aluno

com necessidades educacionais na aacuterea da sauacutede da assistecircncia social do

trabalho entre outros (BEYER 2005)

Para Marques (2006) inclusatildeo escolar implica numa reorganizaccedilatildeo

estrutural da escola de todos os elementos da praacutetica pedagoacutegica

considerando o dado do muacuteltiplo da diversidade e natildeo mais o padratildeo

universal O atual momento histoacuterico exige uma participaccedilatildeo efetiva da escola

como instituiccedilatildeo loacutecus do conhecimento e da formaccedilatildeo de cidadatildeos capazes de

intervir nos rumos da sociedade Neste sentido faz-se necessaacuteria uma escola

criativa onde todos os seus componentes sejam co-sujeitos na produccedilatildeo de um

saber-instrumento para o conviacutevio escolar e social Cabe portanto a alunos

professores e sujeitos desse processo planejar e construir as diferentes etapas

de nossa caminhada etapas que se num primeiro momento satildeo idealizadas

40

logo transformam-se em realidade pela reflexatildeo criacutetica de nossas proacuteprias

possibilidades na construccedilatildeo dessa nova escola Assim eacute preciso

redimensionar o modo de pensar e fazer a educaccedilatildeo tarefa por natureza

complexa que envolve elementos poliacuteticos soacutecio-econocircmicos teacutecnicos e

culturais

Essa postura por sua vez implica na superaccedilatildeo da dicotomia e

fragmentaccedilatildeo das atribuiccedilotildees dos agentes educativos dos rituais dos

conteuacutedos metodoloacutegicos dos recursos pedagoacutegicos do processo de

avaliaccedilatildeo bem como das concepccedilotildees de educaccedilatildeo e de sociedade Enfatiza

tambeacutem que implica para o professor em uma seacuterie de mudanccedilas com relaccedilatildeo

a sua postura pressuposto baacutesico de sua atuaccedilatildeo a compreensatildeo das

diferentes necessidades educacionais de seus alunos sendo necessaacuteria aacute

flexibilizaccedilatildeo do professor no exerciacutecio do compromisso eacutetico para se adequar

agraves novas situaccedilotildees que surgiratildeo em decorrecircncia das diversidades presentes

em seu cotidiano atentando para a supressatildeo de uma possiacutevel postura

discriminatoacuteria

Zimmermann (2008) destaca que a instituiccedilatildeo escolar precisa redefinir

sua base de estrutura organizacional destituindo-se de burocracias

reorganizando grades curriculares proporcionando maior ecircnfase agrave formaccedilatildeo

humana dos professores e afinando a relaccedilatildeo famiacutelia

escola propondo uma

praacutetica pedagoacutegica coletiva dinacircmica e flexiacutevel para atender esta nova

realidade educacional A educaccedilatildeo inclusiva tem forccedila transformadora e

aponta para uma nova era natildeo somente educacional mas para uma sociedade

inclusiva

Segundo Mittler (2008) as escolas a volta poderiam tentar encontrar

novos modos de pedir aos pais as suas opiniotildees sobre como poderiam ser

fortalecidos os viacutenculos entre lar e a escola Os viacutenculos mais iacutentimos entre

pais e professor natildeo podem ser prescritos de cima para baixo mas sim

fundamentados nos desejos e nas prioridades daquele que estatildeo nessa aacuterea

A uacuteltima palavra vai para um grupo de pais de crianccedilas com

necessidades especiais e deficiecircncia ( RUSSEL 1997 apud MITTEL

2008p227)

a) Por favor aceite e valorize nossas crianccedilas (e noacutes mesmos como

famiacutelia) como noacutes somos valorizados

41

b) Por favor celebre a diferenccedila

c) Por favor aceite nossas crianccedilas primeiramente como crianccedilas Natildeo

coloque roacutetulos nelas a menos que vocecirc pretenda fazer algo

d) Por favor reconheccedila seu poder sobre nossas vidas Vivemos com as

consequumlecircncias de suas opiniotildees e decisotildees

e) Por favor entenda a tensatildeo sob qual muitas famiacutelias estatildeo vivendo

Os encontros cancelados a lista de espera que ningueacutem consegue

chegar ao inicio todas as discussotildees sobre recursos eacute sobre nossa

vida que vocecirc esta falando

f) Por favor natildeo use modas passageiras e tratamentos conosco a

menos que vocecirc vai estar conosco E natildeo esqueccedila que as famiacutelias

tecircm muitos membros muitas responsabilidades Agraves vezes natildeo

podemos agradar a todo mundo

g) Por favor reconheccedila que aacutes vezes noacutes eacute que temos razatildeo Por favor

acredite em noacutes e escute o que sabemos sobre o que noacutes e nossas

crianccedilas necessitamos

h) Agraves vezes estamos tristes cansados e deprimidos Por favor valorize

nos como famiacutelias preocupadas e comprometidas e tente continuar a

trabalhar conosco

Limaverde (2009) acredita que a maioria dos professores vem de

cursos onde a discussatildeo da teoria e da praacutetica ainda eacute dividida Discute-se

teoria e praacutetica de maneira isolada Ainda se estuda uma teoria idealizada

Poucos cursos de formaccedilatildeo de professores oferecem de modo obrigatoacuterio em

seus curriacuteculos as disciplinas relacionadas agrave diferenccedila agraves deficiecircncias Aleacutem

da formaccedilatildeo do nuacutecleo comum eles tambeacutem precisam se atentar para essas

especificidades Haacute uma obrigatoriedade de se ofertar nos cursos de

pedagogia a disciplina de Libras Mas isso natildeo deve ocorrer apenas na

formaccedilatildeo inicial mas tambeacutem na formaccedilatildeo continuada que eacute aquela em

serviccedilo mas que muitas vezes natildeo contemplam essas especificidades

O problema de formaccedilatildeo eacute muito grave porque repercute nessa

inseguranccedila do professor no preconceito no medo Aleacutem do entrave da

formaccedilatildeo no aspecto pedagoacutegico as escolas elaboram seu projeto poliacutetico

pedagoacutegico sem levar em conta a presenccedila do aluno com deficiecircncia As

praacuteticas a organizaccedilatildeo da sala de aula natildeo leva em conta a presenccedila desse

42

aluno Onde natildeo haacute uma interlocuccedilatildeo mais refinada entre o ensino comum e a

Educaccedilatildeo Especial com esse saber mais especiacutefico natildeo haacute inclusatildeo

A inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino Assim na formaccedilatildeo do professor teria dois espaccedilos um da sala de

aula que eacute a formaccedilatildeo comum para todos os professores contemplando

desenvolvimento aprendizagem e uma na formaccedilatildeo continuada Uma

formaccedilatildeo que atenda agraves diferenccedilas da sala de aula o atendimento agrave educaccedilatildeo

especializada aleacutem da formaccedilatildeo baacutesica cursos de extensatildeo de libras de

soroban de braile de tecnologia assistida para que esse professor possa

atender a especificidade desses alunos O aluno com deficiecircncia eacute um ser

humano que se desenvolve como qualquer outro As teorias e teacutecnicas que

foram estudadas satildeo suporte para esse trabalho Agora o que vai modificar na

sua atuaccedilatildeo eacute a maneira como ele organiza suas praacuteticas pedagoacutegicas Na

maioria das vezes eles organizam praacuteticas homogecircneas do aluno idealizado Eacute

importante um planejamento para pensar essas diferenccedilas na sala de aula Eacute

um trabalho do projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

21 Concepccedilotildees de professores sobre a inclusatildeo na educaccedilatildeo regular e

especial

Inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino (LIMAVERDE 2009)

Apenas a partir do seacuteculo XX verificou-se uma melhor aceitaccedilatildeo das

pessoas com necessidades especiais momento em que se iniciou a sua

desinstitucionalizaccedilatildeo e educaccedilatildeo escolar Ateacute este periacuteodo eram segregados

e praticamente privados de conviacutevio social Entretanto verifica-se que as

conquistas ainda foram poucas pois o preconceito a ignoracircncia e a

discriminaccedilatildeo ainda satildeo muito fortes em relaccedilatildeo ao deficiente e a deficiecircncia

Para Carmo (2000) a inclusatildeo eacute um assunto que deve ser refletido e

investigado com muita precisatildeo jaacute que a sociedade pode estar criando uma

nova modalidade a de excluiacutedos dentro da inclusatildeo podemos assim concluir

nessa reflexatildeo para que haja o processo de ensino-aprendizagem nos alunos

portadores de necessidades educacionais especiais o professor teraacute que se

43

capacitar para atender a proposta desta nova face da educaccedilatildeo brasileira ele

teraacute que tentar conciliar as teorias sobre o assunto com sua pratica e a

realidade da sala de aula Pois soacute assim a inclusatildeo do aluno portador de

necessidades educacionais especiais seraacute bem sucedida e gerando bons

resultados no futuro

Assim a inclusatildeo deste tipo de aluno requer novas posturas tanto aos

professores quanto ao sistema educacional brasileiro levando em consideraccedilatildeo

que todos noacutes estaremos ganhando Lembrando tambeacutem que este processo

de aprendizagem requer a reciprocidade das experiecircncias entre o aluno com

necessidades educacionais especiais o professor e os demais alunos Um

processo de aprendizagem onde todos participam a aquisiccedilatildeo do

conhecimento ocorreraacute com mais facilidade

Mantoan Pietro Arantes (2006) acredita que recriar um novo modelo

educativo com ensino de qualidade que diga natildeo aacute exclusatildeo social implica em

condiccedilotildees de trabalho pedagoacutegico e uma rede de saberes que se entrelaccedilam e

caminham no sentido contraacuterio do paradigma tradicional de educaccedilatildeo

segregadora Eacute uma reviravolta complexa mas possiacutevel basta que lutemos por

ela que nos aperfeiccediloemos e estejamos abertos a colaborar na busca dos

caminhos pedagoacutegicos da inclusatildeo Pois nem todas as diferenccedilas

necessariamente inferiorizam as pessoas Elas tem diferenccedilas e igualdades

mas entre elas nem tudo deve ser igual assim como nem tudo deve ser

diferente

De acordo com Santos (apud MANTOAN2003 p34 ) eacute preciso que

tenhamos o direito de sermos diferentes quando a igualdade nos

descaracteriza e o direito de sermos iguais quando a diferenccedila nos inferioriza

Assim a luta pela escola inclusiva embora seja contestada e tenha ateacute

mesmo assustado a comunidade escolar exige mudanccedila de haacutebitos e atitudes

pela sua loacutegica e eacutetica nos remete a refletir e reconhecer que trata-se de um

posicionamento social que garante a vida com igualdade pautada pelo

respeito agraves diferenccedilas Apesar das iniciativas acanhadas da comunidade

escolar e da sociedade geral eacute possiacutevel adequar a escola para um novo

tempo Precisa estar imbuiacutedos de boa vontade e compromisso enfrentar com

seguranccedila e otimismo este desafio enxergar a clareza e obviedade eacutetica da

proposta inclusiva e contribuir para o desmantelamento dessa maacutequina escolar

44

enferrujada

Para Lisita e Souza (2003) das utopias concretas da modernidade tem-

se hoje apenas a certeza da transitoriedade O sentido da revoluccedilatildeo antes

propagado daacute lugar a um leque de possibilidades as quais se abrem num

horizonte virtual em constantes mudanccedilas Que se trata de uma nova realidade

mundial natildeo se discute Indaga-se no entanto o que se tem a fazer diante de

tal realidade

Nesse sentido a ciecircncia e a tecnologia tecircm se constituiacutedo nos principais

agentes de proposiccedilatildeo e de determinaccedilatildeo dessas mudanccedilas A sensaccedilatildeo que

se tem eacute a de que amanheceremos a cada dia num novo mundo repleto de

novidades e onde o ontem estaacute cada vez e mais rapidamente distante

O cenaacuterio do mundo atual evidencia um movimento em direccedilatildeo a um

sentido de inclusatildeo social o sujeito com deficiecircncia passa a dividir a cena com

os sujeitos sem deficiecircncia coabitando os diversos espaccedilos sociais Nota-se

pois um grande dinamismo experimentado pelos sujeitos e em particular

pelos sujeitos com deficiecircncia num mundo onde conceitos e praacuteticas assumem

cada vez mais um caraacuteter efecircmero e de possibilidades muacuteltiplas

Segundo Ferreira e Glat (2004) satildeo frequentes relatos de professores

principalmente em conselhos de classe sobre a dificuldade de determinados

alunos quanto agrave efetivaccedilatildeo de algumas propostas educacionais Na maioria

das situaccedilotildees o que de fato acontece natildeo eacute uma dificuldade do aluno em

realizar ou compreender a atividade solicitada e sim uma inadequaccedilatildeo do

procedimento dos objetivos eou da avaliaccedilatildeo realizada pelo professor Nesse

sentido eacute importante o professor analisar algumas questotildees como

a) de que maneira todos os alunos poderatildeo participar da aula proposta

b) se haacute necessidade de apoio adaptaccedilotildees e como fazecirc-las para sua

plena participaccedilatildeo

c) que expectativas devem ser esperadas eou modificadas para a

efetivaccedilatildeo da atividade (como os alunos demonstram o que sabem a

quantidade e qualidade das atividades propostas)

d) quais satildeo os objetivos prioritaacuterios para a aprendizagem

Enfim eacute do conhecimento de todos que natildeo haacute formas sem

precedentes que se bastem ou que se perpetuem diante das realidades

necessidades e demandas dos alunos que compotildeem as salas de aula que hoje

45

cada professor assume Eacute importante a busca constante de praacuteticas pautadas

no contexto que o aluno vivencia inovadoras pois o trabalho eacute dinacircmico

sendo fundamental que cada profissional pense na sua disponibilidade para a

construccedilatildeo de praacuteticas efetivas que conduzam a uma educaccedilatildeo de qualidade

para todos como descrevem Ferreira e Glat 2004

Poso (2004) acredita que por um lado os professores julgam-se

incapazes de dar conta dessa demanda despreparados e impotentes frente a

essa realidade que eacute agravada pela falta de material adequado de apoio

administrativo e recursos financeiros

Mantoan (2003) enfatiza que a radicalidade da inclusatildeo vem do fato de

esta exigir uma mudanccedila de paradigma educacional onde na perspectiva

inclusiva suprime-se a sub-divisatildeo dos sistemas escolares em modalidades de

ensino especial e regular As escolas atendem as diferenccedilas sem discriminar

sem estabelecer prioridades e necessidades sem estabelecer regras

diferenciadas para cada caso no planejamento avaliaccedilatildeo e aprendizado

Assim pode-se imaginar o impacto da inclusatildeo nos sistemas de ensino ao

supor a aboliccedilatildeo completa dos serviccedilos segregados da educaccedilatildeo especial os

programas de reforccedilo escolar salas de aceleraccedilatildeo e turmas especiais

Desta forma a inclusatildeo eacute uma provocaccedilatildeo cuja intenccedilatildeo eacute melhorar a

qualidade do ensino atingindo todos os alunos de uma forma globalizada

Incluir eacute necessaacuterio primordialmente para melhorar as condiccedilotildees da escola

de modo que nela se possam formar geraccedilotildees mais preparadas para viver a

vida na sua plenitude livremente sem preconceitos sem barreiras Confirma-

se assim mais uma vez a necessidade de a educaccedilatildeo se atualizar e os

professores aperfeiccediloarem as suas praacuteticas para que as escolas se obriguem

a um esforccedilo de modernizaccedilatildeo e reestruturaccedilatildeo de suas condiccedilotildees atuais

Pretende-se que a escola seja inclusiva eacute primordial que seus planos se

redefinam para uma educaccedilatildeo voltada agrave cidadania global plena livre de

preconceitos e disposta a reconhecer e entende as diferenccedilas entre as

pessoas principalmente quanto aos seus aspectos fiacutesico mental e intelectual

Natildeo basta uma educaccedilatildeo para a cidadania eacute preciso educar para a liberdade

e nesse sentido nenhuma forma de subordinaccedilatildeo intelectual pode ser

admitida

Os desafios para a concretizaccedilatildeo dos ideais inclusivos na educaccedilatildeo

46

brasileira satildeo inuacutemeros Haacute ainda de se vencer os desafios que impotildee o

conservadorismo das instituiccedilotildees especializadas e enfrentar as pressotildees

poliacuteticas e das pessoas com deficiecircncia ainda muito habituadas a seus roacutetulos

e a benefiacutecios que acentuam a incapacidade as limitaccedilotildees o paternalismo e o

protecionismo social

Smeha Ferreira (2005) descrevem que vaacuterios professores afirmam

apresentar sentimentos de despreparo para trabalharem junto agraves crianccedilas com

necessidades especiais Que natildeo tiveram em sua formaccedilatildeo acadecircmica o

preparo adequado que os capacite a lidar com a diversidade e isso gera

intenso sofrimento pois ensinar crianccedilas com limitaccedilotildees exige conhecimento

competecircncia e habilidade para que o processo inclusivo seja efetivado

Os professores foram preparados para trabalharem com as crianccedilas que

aprendem assim quando eles se deparam com as limitaccedilotildees na

aprendizagem sentem frustraccedilatildeo anguacutestia impotecircncia e medo Portanto faz-

se necessaacuterio uma significativa reformulaccedilatildeo nos cursos de graduaccedilatildeo que

estatildeo formando professores os quais certamente teratildeo alunos com

necessidades educativas especiais em sua trajetoacuteria profissional Aliaacutes essa

reformulaccedilatildeo deve abarcar natildeo somente conhecimentos sobre educaccedilatildeo de

pessoas com deficiecircncia mas tambeacutem oportunizar autoconhecimento para

que os professores possam atuar de forma mais confiante atendendo agraves

demandas educacionais especiais com mais prazer e menos sofrimento Aleacutem

da reestruturaccedilatildeo nas aacutereas que envolvem a formaccedilatildeo de professores para

que o trabalho docente possa acontecer com menor prejuiacutezo agrave sauacutede mental

parece primordial que o investimento transcenda a capacitaccedilatildeo relacionada aos

conhecimentos teacutecnicos e permeie o campo da sauacutede mental no trabalho

O suporte aos aspectos psicoloacutegicos dos professores precisam ser

contemplados com grupos de reflexatildeo ou de apoio um espaccedilo que possa

oportunizar-lhes aos mesmos falar sobre seus sentimentos dificuldades

medos ou fantasias Seria um momento para problematizar e encontrar

ressignificaccedilatildeo no exerciacutecio docente que cada vez mais precisa ser alicerccedilado

no respeito agrave diversidade humana Eacute importante tambeacutem salientar que natildeo eacute

apenas o processo de inclusatildeo o responsaacutevel pelo sofrimento docente muitos

satildeo propensos ao stress devido agraves suas proacuteprias vivecircncias pessoais e agraves

exigecircncias da contemporaneidade

47

De acordo com Souza Silva (2009)

No tocante ao trabalho docente novas propostas se fazem necessaacuterias devido agraves transformaccedilotildees educacionais que estatildeo ocorrendo de forma acelerada exigindo assim novas aprendizagens que possam contribuir para a formaccedilatildeo de profissionais capazes de responder aos novos desafios colocados agrave nossa realidade

Para Bartalotti (2006) nos dias atuais frente ao processo de inclusatildeo

como uma possibilidade embora ainda natildeo como uma realidade haacute um grande

caminho a ser percorrido Pois se olhar em volta para cada ser humano que

nos rodeia ver-se-ia o quanto ainda se tem que caminhar para a construccedilatildeo

de uma sociedade verdadeiramente inclusiva Exclui-se apenas com o olhar

com palavras quantas vezes menospreza-se o outro por ele ter um gosto

uma crenccedila religiosa situaccedilatildeo financeira cor de pele estatura e peso corporal

diferente por nos aceitos E sem a menor preocupaccedilatildeo decidi-se que esta ou

aquela pessoa natildeo serve para estar junto de noacutes de nossos filhos frequentar

nosso clube casa ou templo religioso Jaacute sentem-se excluiacutedos e rejeitados em

diferentes situaccedilotildees sentem-se olhados como diferentes indesejaacuteveis

estranhos certamente essa natildeo eacute uma sensaccedilatildeo agradaacutevel quem jaacute passou

por ela natildeo deseja repetir a experiecircncia

Para que a inclusatildeo ocorra eacute necessaacuterio que a sociedade passe pelo

aprimoramento das relaccedilotildees sociais pela compreensatildeo de que o verdadeiro

pensamento inclusivo eacute aquele que natildeo categoriza ou rotula as pessoas por

ordem de valor valor esse atribuiacutedo muitas vezes atraveacutes de estereoacutetipos

estigmas conhecimentos instituiacutedos pensar inclusivamente eacute aprender a olhar

cada pessoa e buscar nela seu real valor construiacutedo nas relaccedilotildees cotidianas

nos seus sonhos e expectativas e nas suas accedilotildees concretas no mundo

Acredita-se tambeacutem que muitas vezes fala-se que a inclusatildeo eacute uma

utopia muitos natildeo acreditam que a sociedade seja capaz desse movimento

Inclusatildeo eacute sim possibilidade assim como eacute possibilidade a construccedilatildeo de uma

sociedade mais digna para todos com ou sem deficiecircncia

Para Tessaro (2009) existe todo um discurso proacute agrave inclusatildeo em vaacuterios

segmentos da sociedade dentre os quais no ambiente escolar A inclusatildeo eacute

algo que vem se efetivando mesmo que a duras penas buscando superar toda

uma histoacuteria de isolamento discriminaccedilatildeo e preconceito Tem provocado

48

muitos questionamentos principalmente no meio acadecircmico tais como O que

eacute inclusatildeo escolar Por que incluir Qual eacute a opiniatildeo dos alunos com

deficiecircncia e dos professores sobre inclusatildeo A escola possui infra-estrutura

adequada para participar da inclusatildeo escolar Os alunos deficientes se sentem

bem com a inclusatildeo escolar Os professores estatildeo capacitados para educaccedilatildeo

inclusiva

Dutra (2007) destaca que as principais dificuldades no processo de

inclusatildeo escolar do aluno especial eacute a ausecircncia de preparo e de uma

formaccedilatildeo mais teacutecnica que visa suprir as necessidades destes alunos

mediadas pelo professor e tambeacutem agrave falta de boas condiccedilotildees fiacutesicas nas

escolas pra receber estes alunos

Jesus (2007) enfatiza que a inclusatildeo dos portadores de necessidades

educacionais especiais na escola eacute algo essencial agrave educaccedilatildeo mas eacute preciso

ser feita de maneira correta porque nem todos podem estar na escola ou

estatildeo preparados para nela estar por natildeo terem capacidade fisioloacutegica Esse eacute

um assunto muito discutido por alguns especialistas da educaccedilatildeo especial que

buscam uma maneira eficiente de incluir todos as crianccedilas e jovens que

possuem alguma necessidade educacional especial

Nesse sentido Mantoan (2006) afirma que a condiccedilatildeo primeira para

inclusatildeo deixe de ser uma ameaccedila ao que hoje a escola defende e adota como

pratica pedagoacutegica e abandonar tudo que leva a tolerar as pessoas com

deficiecircncia na sala de aula

Natildeo pode se ter um ambiente mais propiacutecio para tal processo de

conscientizaccedilatildeo do que a escola Pois seraacute por meio dessa interaccedilatildeo entre

crianccedilas que se construiraacute uma naccedilatildeo mais justa e igualitaacuteria onde todos

juntos aprenderatildeo a conviver e a se respeitarem Respeito que eacute sonhado por

todos que se espera construir um novo amanhatilde mais digno

O assunto eacute fundamental para ser discutido por todas as pessoas

envolvidas com a educaccedilatildeo e que busquem uma naccedilatildeo com menos

desigualdade social oportunidades para todos uma educaccedilatildeo que priorize o

ser e natildeo ter e uma realidade igualitaacuteria A inclusatildeo eacute acima de tudo a

transformaccedilatildeo da pratica pedagoacutegica de todos os profissionais de educaccedilatildeo

Os registros de textos artigos e livros enfatizam que sobre a

aplicabilidade atual de inclusatildeo escolar satildeo insatisfatoacuterios e que natildeo houve

49

diferenccedilas entre os alunos e entre os professores quanto a essa dimensatildeo Os

professores e os alunos expressaram vaacuterias dificuldades envolvidas nesse

processo destacando se a falta de infra-estrutura das escolas a falta de

preparocapacitaccedilatildeo profissional discriminaccedilatildeo social e a falta de aceitaccedilatildeo da

inclusatildeo

Os professores de educaccedilatildeo especial demonstraram dar mais creacutedito agrave

educaccedilatildeo inclusiva do que os do ensino regular Os alunos deficientes

demonstraram dar menos creacutedito agrave inclusatildeo do que os natildeo deficientes Os

sentimentos decorrentes da inclusatildeo que predominaram entre professores e os

alunos com deficiecircncia foram negativos enquanto entre os alunos natildeo

deficientes prevaleceram os positivos (TESSARO 2009)

Para Fonseca (2004) promover a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma tarefa de

uma equipe multidisciplinar que deve adotar uma estrateacutegia do tipo pensar em

grupo eacute pensar melhor pois soacute dessa forma se podem explorar todas as

opccedilotildees potenciais de inclusatildeo e natildeo soacute as mais coerentes acessiacuteveis ou

tradicionais Sem uma dinacircmica de grupo natildeo se podem discutir e implementar

planos educacionais individualizados na educaccedilatildeo inclusiva transpondo para

sala de aula regular programas inovadores desde a modificaccedilatildeo de

comportamento ao enriquecimento linguumliacutestico ou cognitivo

Ensino em equipe com vaacuterios professores que agem e pensam em

conjunto criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees inovaccedilotildees na instruccedilatildeo na avaliaccedilatildeo

aprendizagem cooperativa e interativa criaccedilatildeo de projetos de suporte muacuteltiplo

serviccedilos de encaminhamentos diagnoacutesticos dinacircmicos e prescritivos em

termos de praacutetica de intervenccedilatildeo na sala de aula regular aprofundamento eacutetico

e legal dos pressupostos morais da inclusatildeo social construccedilatildeo de instrumentos

de investigaccedilatildeo-accedilatildeo entre outros satildeo desafios que se colocam hoje mais do

lado do ensino do que da aprendizagem

Para Almeida Anjos (2007) vaacuterios professores destacam tensotildees que

sempre se preservaram em suas percepccedilotildees e atitudes sejam referentes agraves

pessoas com necessidades educacionais especiais sejam relativas a

dificuldades em relaccedilatildeo a si proacuteprios e aos seus saberes profissionais No

entanto os profissionais apontam em suas falas as possibilidades de transpor

tais dificuldades vividas no trabalho com alunos especiais na rotina de seu dia

a dia de trabalho

50

Laraia (1992 apud ALMEIDA ANJOS 2007) acredita que nenhuma

ordem social eacute baseada em verdades inatas que as mudanccedilas nas praacuteticas

pedagoacutegicas com a diversidade dos alunos passam por uma mudanccedila de

nossas concepccedilotildees e valores Que eacute preciso uma formaccedilatildeo que coloque o

profissional da educaccedilatildeo em conflito com seus conhecimentos e concepccedilotildees a

partir da relaccedilatildeo entre a teoria e a praacutetica para entatildeo podermos comeccedilar a

pensar em inclusatildeo Assim a partir dos pressupostos da ciecircncia social criacutetica

sustentada pelo interesse colaborativo procuramos programar com os

profissionais encontros de estudoreflexatildeo das tensotildees e possibilidades que

envolvem o trabalho com alunos com necessidades educacionais especiais

enfatizar ainda como o lazer e recreaccedilatildeo podem ser facilitadores do processo

de inclusatildeo escolar

Zimmermann (2008) acredita que para conseguir reformar a instituiccedilatildeo

escolar primeiramente se tem que reformar as mentes entretanto natildeo

conseguiraacute reformar mentes sem que se realize uma preacutevia reforma de

instituiccedilotildees Vive-se uma crise de paradigmas e toda a crise gera medos

inseguranccedila e incertezas mas propotildee-se que seja este o momento de ousadia

e de busca de alternativas que sustente e norteie para realizar-se as mudanccedilas

que o momento propotildee Que a escola seja um espaccedilo vivo de formaccedilatildeo para

todos e um ambiente verdadeiramente inclusivo eacute preciso que as poliacuteticas

puacuteblicas de educaccedilatildeo sejam direcionadas aacute inclusatildeo que os educadores

desacomodem-se combatendo a descrenccedila e o pessimismo mostrando que a

inclusatildeo eacute um momento oportuno para professores e a comunidade escolar

demonstrarem sua competecircncia e principalmente suas responsabilidades

educacionais

Esta mudanccedila de perspectiva educacional propotildee que os educadores

faccedilam a diferenccedila buscando conhecimento e contribuindo com uma praacutetica

ressignificada desenvolvendo uma educaccedilatildeo baseada na afetividade e na

superaccedilatildeo de limites que as crianccedilas aprendam a respeitar as diferenccedilas em

sala de aula preparando-as assim para o futuro a vida e o mercado de

trabalho pois vivendo a experiecircncia inclusiva seratildeo adultos bem diferentes de

noacutes e por certo natildeo faratildeo discriminaccedilotildees sociais

Arauacutejo (2008) relata a opiniatildeo dos professores sobre a inclusatildeo escolar

enfatizando com veemecircncia de que a inclusatildeo escolar do aluno portador de

51

necessidades educacionais especiais eacute um assunto muito interessante e

delicado e levantaram a conscientizaccedilatildeo desse aluno sobre o direito deste

frequentar o ensino regular no entanto essa inclusatildeo na visatildeo deles estaacute

acontecendo de forma errocircnea Pois os professores da rede regular de ensino

em sua quase totalidade natildeo estatildeo preparados para lidar com esta nova fase

da educaccedilatildeo brasileira

Tem que se pensar que para que a inclusatildeo se concretize natildeo basta

estar garantido na legislaccedilatildeo mas demanda modificaccedilotildees profundas e

importantes no sistema de ensino Essas mudanccedilas deveratildeo levar em conta o

contexto soacutecio econocircmico aleacutem de serem gradativas planejadas e contiacutenuas

para garantir uma educaccedilatildeo de oacutetima qualidade (BUENO 1998 apud

PEREIRA 2009)

Pereira (2009) acredita que a inclusatildeo depende de mudanccedila de valores

da sociedade e a vivencia de um novo paradigma que natildeo se faz com simples

recomendaccedilotildees teacutecnicas como se fossem receitas de bolo mas com reflexotildees

dos professores direccedilotildees pais alunos equipe multidisciplinar e a comunidade

Essa questatildeo natildeo eacute tatildeo simples assim pois devemos levar em conta as

diferenccedilas Como colocar no mesmo espaccedilo demandas tatildeo diferentes e

especiacuteficas se muitas vezes nem a escola especial consegue dar conta desse

atendimento de forma adequada Deparar-se com frequecircncia com as

resistecircncias dos professores e direccedilotildees manifestadas atraveacutes de

questionamentos e queixas ou ateacute mesmo com expectativas de que possa

apresentar soluccedilotildees maacutegicas de aplicaccedilatildeo imediata causando certa decepccedilatildeo

e frustraccedilatildeo pois ela natildeo existe

O problema se agrava quando se vecirc o professor totalmente dependente

do apoio ou assessoria de profissionais da aacuterea da sauacutede pois neste caso a

questatildeo cliacutenica eacute fundamental e se sobressai e novamente o pedagoacutegico fica

esquecido Com isso o professor se sente desvalorizado incapaz e fora do

processo por considerar esse aluno como doente concluindo que natildeo pode

fazer nada por ele pois ele precisa de tratamento especializado de

profissionais qualificados da aacuterea da sauacutede desistindo assim de assumir tal

tarefa

Desta forma parece que o professor esquece seu papel poreacutem natildeo se

considera o momento do professor sua formaccedilatildeo as condiccedilotildees da proacutepria

52

escola em receber esses alunos que entram nas escolas e continuam

excluiacutedos de todo o processo de ensino-aprendizagem e social causando

frustraccedilatildeo e fracassos dificultando assim a proposta de inclusatildeo Por um lado

os professores julgam-se incapazes de dar conta dessa demanda

despreparados e impotentes frente a essa realidade que eacute agravada dia-a-dia

pela falta de material adequado de apoio administrativo e recursos financeiros

Limaverde (2009) salienta que no Brasil estaacute acontecendo um grande

movimento proacute-inclusatildeo que tem sido fortalecido a partir da sistematizaccedilatildeo do

que se trata o atendimento educacional especializado Existem realidades

muito proacuteximas em relaccedilatildeo ao atendimento desses alunos mas ainda tem

muitas compreensotildees equivocadas sobre a inclusatildeo de alunos com deficiecircncia

Alguns municiacutepios brasileiros pensam que fazem inclusatildeo mas na verdade

eles tecircm feito integraccedilatildeo Percebe-se que alunos que frequentam escolas

comuns salas comuns de ensino natildeo participam efetivamente das aulas ou

das atividades realizadas e essas escolas alegam que esses alunos natildeo tecircm

condiccedilotildees de fazer as atividades e que por isso eles fazem outras atividades

diferenciadas Desta forma natildeo ocorre a inclusatildeo Isso eacute uma integraccedilatildeo

porque o aluno estaacute integrado na sala de aula comum mas ele natildeo participa

das atividades realizadas pelos demais colegas

Muitos municiacutepios brasileiros que estatildeo em processo de transiccedilatildeo ou

seja eles estatildeo implantando o atendimento educacional especializado de

caraacuteter complementar e ao mesmo tempo estatildeo ainda com problemas

relacionados agrave inclusatildeo desses alunos como por exemplo a manutenccedilatildeo de

classes especiais A partir da formaccedilatildeo de 2007 para caacute os municiacutepios tecircm se

reorganizado para atendimento educacional especializado mas ainda eacute uma

realidade muito diferenciada

A inclusatildeo soacute eacute possiacutevel onde houver respeito agrave diferenccedila e

consequentemente a adoccedilatildeo de praacuteticas pedagoacutegicas que permitam agraves

pessoas com deficiecircncia aprender e ser reconhecidos e valorizados os

conhecimentos que satildeo capazes de produzir segundo seu ritmo e na medida

de suas possibilidades (SILVA 2009)

53

A menos que a atual oportunidade favoraacutevel seja aproveitada para melhorar as qualificaccedilotildees profissionais de professores em educaccedilatildeo especial e consequentemente a qualidade da educaccedilatildeo especial tememos que os proacuteximos 20 anos ainda possam ser um periacuteodo de esperanccedilas frustradas (RELATORIO WARNOCK 1978 paraacutegrafo 1932)

54

CONCLUSAtildeO

Diante do levantamento bibliograacutefico conclui-se que a inclusatildeo nos

moldes em que se encontra atualmente estaacute longe de atender a um ideal

Tal processo necessita de muitas transformaccedilotildees Os oacutergatildeos a ele

ligados diretamente ou indiretamente deveratildeo rever suas propostas metas e

meacutetodos de implantaccedilatildeo

Profissionais da sauacutede tambeacutem tecircm papeacuteis importantes em todo o

processo inclusivo pois em accedilatildeo conjunta com os educadores podem fazer um

trabalho mais completo e eficaz

A inclusatildeo escolar eacute uma praacutetica que abrange natildeo apenas os

profissionais especiacuteficos das aacutereas meacutedica e educacional mas tambeacutem

envolve um fator preponderante na vida do indiviacuteduo atendido por ela a famiacutelia

Esta constitui a base da crianccedila com necessidades educacionais especiais e

assumindo a postura devida pode oferecer a esta crianccedila o subsiacutedio para seu

desenvolvimento escolar bem como uma fonte de apoio aos profissionais

envolvidos

Aleacutem de uma nobre causa de cunho educacional a inclusatildeo constitui

ainda uma mudanccedila no comportamento da sociedade como um todo que

passa a ter que zelar por interesses coletivos outrora ignorados pela maioria

Devido ao periacuteodo decorrido desde as primeiras iniciativas ligadas ao

processo inclusivo verifica-se que o tempo eacute um fator indispensaacutevel para sua

concretizaccedilatildeo Esta provavelmente dar-se-aacute a partir do momento em que todos

os envolvidos assumirem suas devidas responsabilidades e se unirem por uma

educaccedilatildeo de qualidade embasada em um planejamento organizado bem

dirigido iacutentegro e sobretudo pautado no respeito ao ser humano e agrave

diversidade

55

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XAVIER A G P Eacutetica teacutecnica e poliacutetica a competecircncia docente na proposta inclusiva In Revista Integraccedilatildeo Ministeacuterio da EducaccedilatildeoSecretaria de Educaccedilatildeo Especial Ano 14 Ediccedilatildeo nordm 242002

ZIMMERMANN EC Inclusatildeo Escolar2008 disponiacutevel em httpwwwwebartigos com acesso em 26 052009

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logo transformam-se em realidade pela reflexatildeo criacutetica de nossas proacuteprias

possibilidades na construccedilatildeo dessa nova escola Assim eacute preciso

redimensionar o modo de pensar e fazer a educaccedilatildeo tarefa por natureza

complexa que envolve elementos poliacuteticos soacutecio-econocircmicos teacutecnicos e

culturais

Essa postura por sua vez implica na superaccedilatildeo da dicotomia e

fragmentaccedilatildeo das atribuiccedilotildees dos agentes educativos dos rituais dos

conteuacutedos metodoloacutegicos dos recursos pedagoacutegicos do processo de

avaliaccedilatildeo bem como das concepccedilotildees de educaccedilatildeo e de sociedade Enfatiza

tambeacutem que implica para o professor em uma seacuterie de mudanccedilas com relaccedilatildeo

a sua postura pressuposto baacutesico de sua atuaccedilatildeo a compreensatildeo das

diferentes necessidades educacionais de seus alunos sendo necessaacuteria aacute

flexibilizaccedilatildeo do professor no exerciacutecio do compromisso eacutetico para se adequar

agraves novas situaccedilotildees que surgiratildeo em decorrecircncia das diversidades presentes

em seu cotidiano atentando para a supressatildeo de uma possiacutevel postura

discriminatoacuteria

Zimmermann (2008) destaca que a instituiccedilatildeo escolar precisa redefinir

sua base de estrutura organizacional destituindo-se de burocracias

reorganizando grades curriculares proporcionando maior ecircnfase agrave formaccedilatildeo

humana dos professores e afinando a relaccedilatildeo famiacutelia

escola propondo uma

praacutetica pedagoacutegica coletiva dinacircmica e flexiacutevel para atender esta nova

realidade educacional A educaccedilatildeo inclusiva tem forccedila transformadora e

aponta para uma nova era natildeo somente educacional mas para uma sociedade

inclusiva

Segundo Mittler (2008) as escolas a volta poderiam tentar encontrar

novos modos de pedir aos pais as suas opiniotildees sobre como poderiam ser

fortalecidos os viacutenculos entre lar e a escola Os viacutenculos mais iacutentimos entre

pais e professor natildeo podem ser prescritos de cima para baixo mas sim

fundamentados nos desejos e nas prioridades daquele que estatildeo nessa aacuterea

A uacuteltima palavra vai para um grupo de pais de crianccedilas com

necessidades especiais e deficiecircncia ( RUSSEL 1997 apud MITTEL

2008p227)

a) Por favor aceite e valorize nossas crianccedilas (e noacutes mesmos como

famiacutelia) como noacutes somos valorizados

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b) Por favor celebre a diferenccedila

c) Por favor aceite nossas crianccedilas primeiramente como crianccedilas Natildeo

coloque roacutetulos nelas a menos que vocecirc pretenda fazer algo

d) Por favor reconheccedila seu poder sobre nossas vidas Vivemos com as

consequumlecircncias de suas opiniotildees e decisotildees

e) Por favor entenda a tensatildeo sob qual muitas famiacutelias estatildeo vivendo

Os encontros cancelados a lista de espera que ningueacutem consegue

chegar ao inicio todas as discussotildees sobre recursos eacute sobre nossa

vida que vocecirc esta falando

f) Por favor natildeo use modas passageiras e tratamentos conosco a

menos que vocecirc vai estar conosco E natildeo esqueccedila que as famiacutelias

tecircm muitos membros muitas responsabilidades Agraves vezes natildeo

podemos agradar a todo mundo

g) Por favor reconheccedila que aacutes vezes noacutes eacute que temos razatildeo Por favor

acredite em noacutes e escute o que sabemos sobre o que noacutes e nossas

crianccedilas necessitamos

h) Agraves vezes estamos tristes cansados e deprimidos Por favor valorize

nos como famiacutelias preocupadas e comprometidas e tente continuar a

trabalhar conosco

Limaverde (2009) acredita que a maioria dos professores vem de

cursos onde a discussatildeo da teoria e da praacutetica ainda eacute dividida Discute-se

teoria e praacutetica de maneira isolada Ainda se estuda uma teoria idealizada

Poucos cursos de formaccedilatildeo de professores oferecem de modo obrigatoacuterio em

seus curriacuteculos as disciplinas relacionadas agrave diferenccedila agraves deficiecircncias Aleacutem

da formaccedilatildeo do nuacutecleo comum eles tambeacutem precisam se atentar para essas

especificidades Haacute uma obrigatoriedade de se ofertar nos cursos de

pedagogia a disciplina de Libras Mas isso natildeo deve ocorrer apenas na

formaccedilatildeo inicial mas tambeacutem na formaccedilatildeo continuada que eacute aquela em

serviccedilo mas que muitas vezes natildeo contemplam essas especificidades

O problema de formaccedilatildeo eacute muito grave porque repercute nessa

inseguranccedila do professor no preconceito no medo Aleacutem do entrave da

formaccedilatildeo no aspecto pedagoacutegico as escolas elaboram seu projeto poliacutetico

pedagoacutegico sem levar em conta a presenccedila do aluno com deficiecircncia As

praacuteticas a organizaccedilatildeo da sala de aula natildeo leva em conta a presenccedila desse

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aluno Onde natildeo haacute uma interlocuccedilatildeo mais refinada entre o ensino comum e a

Educaccedilatildeo Especial com esse saber mais especiacutefico natildeo haacute inclusatildeo

A inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino Assim na formaccedilatildeo do professor teria dois espaccedilos um da sala de

aula que eacute a formaccedilatildeo comum para todos os professores contemplando

desenvolvimento aprendizagem e uma na formaccedilatildeo continuada Uma

formaccedilatildeo que atenda agraves diferenccedilas da sala de aula o atendimento agrave educaccedilatildeo

especializada aleacutem da formaccedilatildeo baacutesica cursos de extensatildeo de libras de

soroban de braile de tecnologia assistida para que esse professor possa

atender a especificidade desses alunos O aluno com deficiecircncia eacute um ser

humano que se desenvolve como qualquer outro As teorias e teacutecnicas que

foram estudadas satildeo suporte para esse trabalho Agora o que vai modificar na

sua atuaccedilatildeo eacute a maneira como ele organiza suas praacuteticas pedagoacutegicas Na

maioria das vezes eles organizam praacuteticas homogecircneas do aluno idealizado Eacute

importante um planejamento para pensar essas diferenccedilas na sala de aula Eacute

um trabalho do projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

21 Concepccedilotildees de professores sobre a inclusatildeo na educaccedilatildeo regular e

especial

Inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino (LIMAVERDE 2009)

Apenas a partir do seacuteculo XX verificou-se uma melhor aceitaccedilatildeo das

pessoas com necessidades especiais momento em que se iniciou a sua

desinstitucionalizaccedilatildeo e educaccedilatildeo escolar Ateacute este periacuteodo eram segregados

e praticamente privados de conviacutevio social Entretanto verifica-se que as

conquistas ainda foram poucas pois o preconceito a ignoracircncia e a

discriminaccedilatildeo ainda satildeo muito fortes em relaccedilatildeo ao deficiente e a deficiecircncia

Para Carmo (2000) a inclusatildeo eacute um assunto que deve ser refletido e

investigado com muita precisatildeo jaacute que a sociedade pode estar criando uma

nova modalidade a de excluiacutedos dentro da inclusatildeo podemos assim concluir

nessa reflexatildeo para que haja o processo de ensino-aprendizagem nos alunos

portadores de necessidades educacionais especiais o professor teraacute que se

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capacitar para atender a proposta desta nova face da educaccedilatildeo brasileira ele

teraacute que tentar conciliar as teorias sobre o assunto com sua pratica e a

realidade da sala de aula Pois soacute assim a inclusatildeo do aluno portador de

necessidades educacionais especiais seraacute bem sucedida e gerando bons

resultados no futuro

Assim a inclusatildeo deste tipo de aluno requer novas posturas tanto aos

professores quanto ao sistema educacional brasileiro levando em consideraccedilatildeo

que todos noacutes estaremos ganhando Lembrando tambeacutem que este processo

de aprendizagem requer a reciprocidade das experiecircncias entre o aluno com

necessidades educacionais especiais o professor e os demais alunos Um

processo de aprendizagem onde todos participam a aquisiccedilatildeo do

conhecimento ocorreraacute com mais facilidade

Mantoan Pietro Arantes (2006) acredita que recriar um novo modelo

educativo com ensino de qualidade que diga natildeo aacute exclusatildeo social implica em

condiccedilotildees de trabalho pedagoacutegico e uma rede de saberes que se entrelaccedilam e

caminham no sentido contraacuterio do paradigma tradicional de educaccedilatildeo

segregadora Eacute uma reviravolta complexa mas possiacutevel basta que lutemos por

ela que nos aperfeiccediloemos e estejamos abertos a colaborar na busca dos

caminhos pedagoacutegicos da inclusatildeo Pois nem todas as diferenccedilas

necessariamente inferiorizam as pessoas Elas tem diferenccedilas e igualdades

mas entre elas nem tudo deve ser igual assim como nem tudo deve ser

diferente

De acordo com Santos (apud MANTOAN2003 p34 ) eacute preciso que

tenhamos o direito de sermos diferentes quando a igualdade nos

descaracteriza e o direito de sermos iguais quando a diferenccedila nos inferioriza

Assim a luta pela escola inclusiva embora seja contestada e tenha ateacute

mesmo assustado a comunidade escolar exige mudanccedila de haacutebitos e atitudes

pela sua loacutegica e eacutetica nos remete a refletir e reconhecer que trata-se de um

posicionamento social que garante a vida com igualdade pautada pelo

respeito agraves diferenccedilas Apesar das iniciativas acanhadas da comunidade

escolar e da sociedade geral eacute possiacutevel adequar a escola para um novo

tempo Precisa estar imbuiacutedos de boa vontade e compromisso enfrentar com

seguranccedila e otimismo este desafio enxergar a clareza e obviedade eacutetica da

proposta inclusiva e contribuir para o desmantelamento dessa maacutequina escolar

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enferrujada

Para Lisita e Souza (2003) das utopias concretas da modernidade tem-

se hoje apenas a certeza da transitoriedade O sentido da revoluccedilatildeo antes

propagado daacute lugar a um leque de possibilidades as quais se abrem num

horizonte virtual em constantes mudanccedilas Que se trata de uma nova realidade

mundial natildeo se discute Indaga-se no entanto o que se tem a fazer diante de

tal realidade

Nesse sentido a ciecircncia e a tecnologia tecircm se constituiacutedo nos principais

agentes de proposiccedilatildeo e de determinaccedilatildeo dessas mudanccedilas A sensaccedilatildeo que

se tem eacute a de que amanheceremos a cada dia num novo mundo repleto de

novidades e onde o ontem estaacute cada vez e mais rapidamente distante

O cenaacuterio do mundo atual evidencia um movimento em direccedilatildeo a um

sentido de inclusatildeo social o sujeito com deficiecircncia passa a dividir a cena com

os sujeitos sem deficiecircncia coabitando os diversos espaccedilos sociais Nota-se

pois um grande dinamismo experimentado pelos sujeitos e em particular

pelos sujeitos com deficiecircncia num mundo onde conceitos e praacuteticas assumem

cada vez mais um caraacuteter efecircmero e de possibilidades muacuteltiplas

Segundo Ferreira e Glat (2004) satildeo frequentes relatos de professores

principalmente em conselhos de classe sobre a dificuldade de determinados

alunos quanto agrave efetivaccedilatildeo de algumas propostas educacionais Na maioria

das situaccedilotildees o que de fato acontece natildeo eacute uma dificuldade do aluno em

realizar ou compreender a atividade solicitada e sim uma inadequaccedilatildeo do

procedimento dos objetivos eou da avaliaccedilatildeo realizada pelo professor Nesse

sentido eacute importante o professor analisar algumas questotildees como

a) de que maneira todos os alunos poderatildeo participar da aula proposta

b) se haacute necessidade de apoio adaptaccedilotildees e como fazecirc-las para sua

plena participaccedilatildeo

c) que expectativas devem ser esperadas eou modificadas para a

efetivaccedilatildeo da atividade (como os alunos demonstram o que sabem a

quantidade e qualidade das atividades propostas)

d) quais satildeo os objetivos prioritaacuterios para a aprendizagem

Enfim eacute do conhecimento de todos que natildeo haacute formas sem

precedentes que se bastem ou que se perpetuem diante das realidades

necessidades e demandas dos alunos que compotildeem as salas de aula que hoje

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cada professor assume Eacute importante a busca constante de praacuteticas pautadas

no contexto que o aluno vivencia inovadoras pois o trabalho eacute dinacircmico

sendo fundamental que cada profissional pense na sua disponibilidade para a

construccedilatildeo de praacuteticas efetivas que conduzam a uma educaccedilatildeo de qualidade

para todos como descrevem Ferreira e Glat 2004

Poso (2004) acredita que por um lado os professores julgam-se

incapazes de dar conta dessa demanda despreparados e impotentes frente a

essa realidade que eacute agravada pela falta de material adequado de apoio

administrativo e recursos financeiros

Mantoan (2003) enfatiza que a radicalidade da inclusatildeo vem do fato de

esta exigir uma mudanccedila de paradigma educacional onde na perspectiva

inclusiva suprime-se a sub-divisatildeo dos sistemas escolares em modalidades de

ensino especial e regular As escolas atendem as diferenccedilas sem discriminar

sem estabelecer prioridades e necessidades sem estabelecer regras

diferenciadas para cada caso no planejamento avaliaccedilatildeo e aprendizado

Assim pode-se imaginar o impacto da inclusatildeo nos sistemas de ensino ao

supor a aboliccedilatildeo completa dos serviccedilos segregados da educaccedilatildeo especial os

programas de reforccedilo escolar salas de aceleraccedilatildeo e turmas especiais

Desta forma a inclusatildeo eacute uma provocaccedilatildeo cuja intenccedilatildeo eacute melhorar a

qualidade do ensino atingindo todos os alunos de uma forma globalizada

Incluir eacute necessaacuterio primordialmente para melhorar as condiccedilotildees da escola

de modo que nela se possam formar geraccedilotildees mais preparadas para viver a

vida na sua plenitude livremente sem preconceitos sem barreiras Confirma-

se assim mais uma vez a necessidade de a educaccedilatildeo se atualizar e os

professores aperfeiccediloarem as suas praacuteticas para que as escolas se obriguem

a um esforccedilo de modernizaccedilatildeo e reestruturaccedilatildeo de suas condiccedilotildees atuais

Pretende-se que a escola seja inclusiva eacute primordial que seus planos se

redefinam para uma educaccedilatildeo voltada agrave cidadania global plena livre de

preconceitos e disposta a reconhecer e entende as diferenccedilas entre as

pessoas principalmente quanto aos seus aspectos fiacutesico mental e intelectual

Natildeo basta uma educaccedilatildeo para a cidadania eacute preciso educar para a liberdade

e nesse sentido nenhuma forma de subordinaccedilatildeo intelectual pode ser

admitida

Os desafios para a concretizaccedilatildeo dos ideais inclusivos na educaccedilatildeo

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brasileira satildeo inuacutemeros Haacute ainda de se vencer os desafios que impotildee o

conservadorismo das instituiccedilotildees especializadas e enfrentar as pressotildees

poliacuteticas e das pessoas com deficiecircncia ainda muito habituadas a seus roacutetulos

e a benefiacutecios que acentuam a incapacidade as limitaccedilotildees o paternalismo e o

protecionismo social

Smeha Ferreira (2005) descrevem que vaacuterios professores afirmam

apresentar sentimentos de despreparo para trabalharem junto agraves crianccedilas com

necessidades especiais Que natildeo tiveram em sua formaccedilatildeo acadecircmica o

preparo adequado que os capacite a lidar com a diversidade e isso gera

intenso sofrimento pois ensinar crianccedilas com limitaccedilotildees exige conhecimento

competecircncia e habilidade para que o processo inclusivo seja efetivado

Os professores foram preparados para trabalharem com as crianccedilas que

aprendem assim quando eles se deparam com as limitaccedilotildees na

aprendizagem sentem frustraccedilatildeo anguacutestia impotecircncia e medo Portanto faz-

se necessaacuterio uma significativa reformulaccedilatildeo nos cursos de graduaccedilatildeo que

estatildeo formando professores os quais certamente teratildeo alunos com

necessidades educativas especiais em sua trajetoacuteria profissional Aliaacutes essa

reformulaccedilatildeo deve abarcar natildeo somente conhecimentos sobre educaccedilatildeo de

pessoas com deficiecircncia mas tambeacutem oportunizar autoconhecimento para

que os professores possam atuar de forma mais confiante atendendo agraves

demandas educacionais especiais com mais prazer e menos sofrimento Aleacutem

da reestruturaccedilatildeo nas aacutereas que envolvem a formaccedilatildeo de professores para

que o trabalho docente possa acontecer com menor prejuiacutezo agrave sauacutede mental

parece primordial que o investimento transcenda a capacitaccedilatildeo relacionada aos

conhecimentos teacutecnicos e permeie o campo da sauacutede mental no trabalho

O suporte aos aspectos psicoloacutegicos dos professores precisam ser

contemplados com grupos de reflexatildeo ou de apoio um espaccedilo que possa

oportunizar-lhes aos mesmos falar sobre seus sentimentos dificuldades

medos ou fantasias Seria um momento para problematizar e encontrar

ressignificaccedilatildeo no exerciacutecio docente que cada vez mais precisa ser alicerccedilado

no respeito agrave diversidade humana Eacute importante tambeacutem salientar que natildeo eacute

apenas o processo de inclusatildeo o responsaacutevel pelo sofrimento docente muitos

satildeo propensos ao stress devido agraves suas proacuteprias vivecircncias pessoais e agraves

exigecircncias da contemporaneidade

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De acordo com Souza Silva (2009)

No tocante ao trabalho docente novas propostas se fazem necessaacuterias devido agraves transformaccedilotildees educacionais que estatildeo ocorrendo de forma acelerada exigindo assim novas aprendizagens que possam contribuir para a formaccedilatildeo de profissionais capazes de responder aos novos desafios colocados agrave nossa realidade

Para Bartalotti (2006) nos dias atuais frente ao processo de inclusatildeo

como uma possibilidade embora ainda natildeo como uma realidade haacute um grande

caminho a ser percorrido Pois se olhar em volta para cada ser humano que

nos rodeia ver-se-ia o quanto ainda se tem que caminhar para a construccedilatildeo

de uma sociedade verdadeiramente inclusiva Exclui-se apenas com o olhar

com palavras quantas vezes menospreza-se o outro por ele ter um gosto

uma crenccedila religiosa situaccedilatildeo financeira cor de pele estatura e peso corporal

diferente por nos aceitos E sem a menor preocupaccedilatildeo decidi-se que esta ou

aquela pessoa natildeo serve para estar junto de noacutes de nossos filhos frequentar

nosso clube casa ou templo religioso Jaacute sentem-se excluiacutedos e rejeitados em

diferentes situaccedilotildees sentem-se olhados como diferentes indesejaacuteveis

estranhos certamente essa natildeo eacute uma sensaccedilatildeo agradaacutevel quem jaacute passou

por ela natildeo deseja repetir a experiecircncia

Para que a inclusatildeo ocorra eacute necessaacuterio que a sociedade passe pelo

aprimoramento das relaccedilotildees sociais pela compreensatildeo de que o verdadeiro

pensamento inclusivo eacute aquele que natildeo categoriza ou rotula as pessoas por

ordem de valor valor esse atribuiacutedo muitas vezes atraveacutes de estereoacutetipos

estigmas conhecimentos instituiacutedos pensar inclusivamente eacute aprender a olhar

cada pessoa e buscar nela seu real valor construiacutedo nas relaccedilotildees cotidianas

nos seus sonhos e expectativas e nas suas accedilotildees concretas no mundo

Acredita-se tambeacutem que muitas vezes fala-se que a inclusatildeo eacute uma

utopia muitos natildeo acreditam que a sociedade seja capaz desse movimento

Inclusatildeo eacute sim possibilidade assim como eacute possibilidade a construccedilatildeo de uma

sociedade mais digna para todos com ou sem deficiecircncia

Para Tessaro (2009) existe todo um discurso proacute agrave inclusatildeo em vaacuterios

segmentos da sociedade dentre os quais no ambiente escolar A inclusatildeo eacute

algo que vem se efetivando mesmo que a duras penas buscando superar toda

uma histoacuteria de isolamento discriminaccedilatildeo e preconceito Tem provocado

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muitos questionamentos principalmente no meio acadecircmico tais como O que

eacute inclusatildeo escolar Por que incluir Qual eacute a opiniatildeo dos alunos com

deficiecircncia e dos professores sobre inclusatildeo A escola possui infra-estrutura

adequada para participar da inclusatildeo escolar Os alunos deficientes se sentem

bem com a inclusatildeo escolar Os professores estatildeo capacitados para educaccedilatildeo

inclusiva

Dutra (2007) destaca que as principais dificuldades no processo de

inclusatildeo escolar do aluno especial eacute a ausecircncia de preparo e de uma

formaccedilatildeo mais teacutecnica que visa suprir as necessidades destes alunos

mediadas pelo professor e tambeacutem agrave falta de boas condiccedilotildees fiacutesicas nas

escolas pra receber estes alunos

Jesus (2007) enfatiza que a inclusatildeo dos portadores de necessidades

educacionais especiais na escola eacute algo essencial agrave educaccedilatildeo mas eacute preciso

ser feita de maneira correta porque nem todos podem estar na escola ou

estatildeo preparados para nela estar por natildeo terem capacidade fisioloacutegica Esse eacute

um assunto muito discutido por alguns especialistas da educaccedilatildeo especial que

buscam uma maneira eficiente de incluir todos as crianccedilas e jovens que

possuem alguma necessidade educacional especial

Nesse sentido Mantoan (2006) afirma que a condiccedilatildeo primeira para

inclusatildeo deixe de ser uma ameaccedila ao que hoje a escola defende e adota como

pratica pedagoacutegica e abandonar tudo que leva a tolerar as pessoas com

deficiecircncia na sala de aula

Natildeo pode se ter um ambiente mais propiacutecio para tal processo de

conscientizaccedilatildeo do que a escola Pois seraacute por meio dessa interaccedilatildeo entre

crianccedilas que se construiraacute uma naccedilatildeo mais justa e igualitaacuteria onde todos

juntos aprenderatildeo a conviver e a se respeitarem Respeito que eacute sonhado por

todos que se espera construir um novo amanhatilde mais digno

O assunto eacute fundamental para ser discutido por todas as pessoas

envolvidas com a educaccedilatildeo e que busquem uma naccedilatildeo com menos

desigualdade social oportunidades para todos uma educaccedilatildeo que priorize o

ser e natildeo ter e uma realidade igualitaacuteria A inclusatildeo eacute acima de tudo a

transformaccedilatildeo da pratica pedagoacutegica de todos os profissionais de educaccedilatildeo

Os registros de textos artigos e livros enfatizam que sobre a

aplicabilidade atual de inclusatildeo escolar satildeo insatisfatoacuterios e que natildeo houve

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diferenccedilas entre os alunos e entre os professores quanto a essa dimensatildeo Os

professores e os alunos expressaram vaacuterias dificuldades envolvidas nesse

processo destacando se a falta de infra-estrutura das escolas a falta de

preparocapacitaccedilatildeo profissional discriminaccedilatildeo social e a falta de aceitaccedilatildeo da

inclusatildeo

Os professores de educaccedilatildeo especial demonstraram dar mais creacutedito agrave

educaccedilatildeo inclusiva do que os do ensino regular Os alunos deficientes

demonstraram dar menos creacutedito agrave inclusatildeo do que os natildeo deficientes Os

sentimentos decorrentes da inclusatildeo que predominaram entre professores e os

alunos com deficiecircncia foram negativos enquanto entre os alunos natildeo

deficientes prevaleceram os positivos (TESSARO 2009)

Para Fonseca (2004) promover a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma tarefa de

uma equipe multidisciplinar que deve adotar uma estrateacutegia do tipo pensar em

grupo eacute pensar melhor pois soacute dessa forma se podem explorar todas as

opccedilotildees potenciais de inclusatildeo e natildeo soacute as mais coerentes acessiacuteveis ou

tradicionais Sem uma dinacircmica de grupo natildeo se podem discutir e implementar

planos educacionais individualizados na educaccedilatildeo inclusiva transpondo para

sala de aula regular programas inovadores desde a modificaccedilatildeo de

comportamento ao enriquecimento linguumliacutestico ou cognitivo

Ensino em equipe com vaacuterios professores que agem e pensam em

conjunto criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees inovaccedilotildees na instruccedilatildeo na avaliaccedilatildeo

aprendizagem cooperativa e interativa criaccedilatildeo de projetos de suporte muacuteltiplo

serviccedilos de encaminhamentos diagnoacutesticos dinacircmicos e prescritivos em

termos de praacutetica de intervenccedilatildeo na sala de aula regular aprofundamento eacutetico

e legal dos pressupostos morais da inclusatildeo social construccedilatildeo de instrumentos

de investigaccedilatildeo-accedilatildeo entre outros satildeo desafios que se colocam hoje mais do

lado do ensino do que da aprendizagem

Para Almeida Anjos (2007) vaacuterios professores destacam tensotildees que

sempre se preservaram em suas percepccedilotildees e atitudes sejam referentes agraves

pessoas com necessidades educacionais especiais sejam relativas a

dificuldades em relaccedilatildeo a si proacuteprios e aos seus saberes profissionais No

entanto os profissionais apontam em suas falas as possibilidades de transpor

tais dificuldades vividas no trabalho com alunos especiais na rotina de seu dia

a dia de trabalho

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Laraia (1992 apud ALMEIDA ANJOS 2007) acredita que nenhuma

ordem social eacute baseada em verdades inatas que as mudanccedilas nas praacuteticas

pedagoacutegicas com a diversidade dos alunos passam por uma mudanccedila de

nossas concepccedilotildees e valores Que eacute preciso uma formaccedilatildeo que coloque o

profissional da educaccedilatildeo em conflito com seus conhecimentos e concepccedilotildees a

partir da relaccedilatildeo entre a teoria e a praacutetica para entatildeo podermos comeccedilar a

pensar em inclusatildeo Assim a partir dos pressupostos da ciecircncia social criacutetica

sustentada pelo interesse colaborativo procuramos programar com os

profissionais encontros de estudoreflexatildeo das tensotildees e possibilidades que

envolvem o trabalho com alunos com necessidades educacionais especiais

enfatizar ainda como o lazer e recreaccedilatildeo podem ser facilitadores do processo

de inclusatildeo escolar

Zimmermann (2008) acredita que para conseguir reformar a instituiccedilatildeo

escolar primeiramente se tem que reformar as mentes entretanto natildeo

conseguiraacute reformar mentes sem que se realize uma preacutevia reforma de

instituiccedilotildees Vive-se uma crise de paradigmas e toda a crise gera medos

inseguranccedila e incertezas mas propotildee-se que seja este o momento de ousadia

e de busca de alternativas que sustente e norteie para realizar-se as mudanccedilas

que o momento propotildee Que a escola seja um espaccedilo vivo de formaccedilatildeo para

todos e um ambiente verdadeiramente inclusivo eacute preciso que as poliacuteticas

puacuteblicas de educaccedilatildeo sejam direcionadas aacute inclusatildeo que os educadores

desacomodem-se combatendo a descrenccedila e o pessimismo mostrando que a

inclusatildeo eacute um momento oportuno para professores e a comunidade escolar

demonstrarem sua competecircncia e principalmente suas responsabilidades

educacionais

Esta mudanccedila de perspectiva educacional propotildee que os educadores

faccedilam a diferenccedila buscando conhecimento e contribuindo com uma praacutetica

ressignificada desenvolvendo uma educaccedilatildeo baseada na afetividade e na

superaccedilatildeo de limites que as crianccedilas aprendam a respeitar as diferenccedilas em

sala de aula preparando-as assim para o futuro a vida e o mercado de

trabalho pois vivendo a experiecircncia inclusiva seratildeo adultos bem diferentes de

noacutes e por certo natildeo faratildeo discriminaccedilotildees sociais

Arauacutejo (2008) relata a opiniatildeo dos professores sobre a inclusatildeo escolar

enfatizando com veemecircncia de que a inclusatildeo escolar do aluno portador de

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necessidades educacionais especiais eacute um assunto muito interessante e

delicado e levantaram a conscientizaccedilatildeo desse aluno sobre o direito deste

frequentar o ensino regular no entanto essa inclusatildeo na visatildeo deles estaacute

acontecendo de forma errocircnea Pois os professores da rede regular de ensino

em sua quase totalidade natildeo estatildeo preparados para lidar com esta nova fase

da educaccedilatildeo brasileira

Tem que se pensar que para que a inclusatildeo se concretize natildeo basta

estar garantido na legislaccedilatildeo mas demanda modificaccedilotildees profundas e

importantes no sistema de ensino Essas mudanccedilas deveratildeo levar em conta o

contexto soacutecio econocircmico aleacutem de serem gradativas planejadas e contiacutenuas

para garantir uma educaccedilatildeo de oacutetima qualidade (BUENO 1998 apud

PEREIRA 2009)

Pereira (2009) acredita que a inclusatildeo depende de mudanccedila de valores

da sociedade e a vivencia de um novo paradigma que natildeo se faz com simples

recomendaccedilotildees teacutecnicas como se fossem receitas de bolo mas com reflexotildees

dos professores direccedilotildees pais alunos equipe multidisciplinar e a comunidade

Essa questatildeo natildeo eacute tatildeo simples assim pois devemos levar em conta as

diferenccedilas Como colocar no mesmo espaccedilo demandas tatildeo diferentes e

especiacuteficas se muitas vezes nem a escola especial consegue dar conta desse

atendimento de forma adequada Deparar-se com frequecircncia com as

resistecircncias dos professores e direccedilotildees manifestadas atraveacutes de

questionamentos e queixas ou ateacute mesmo com expectativas de que possa

apresentar soluccedilotildees maacutegicas de aplicaccedilatildeo imediata causando certa decepccedilatildeo

e frustraccedilatildeo pois ela natildeo existe

O problema se agrava quando se vecirc o professor totalmente dependente

do apoio ou assessoria de profissionais da aacuterea da sauacutede pois neste caso a

questatildeo cliacutenica eacute fundamental e se sobressai e novamente o pedagoacutegico fica

esquecido Com isso o professor se sente desvalorizado incapaz e fora do

processo por considerar esse aluno como doente concluindo que natildeo pode

fazer nada por ele pois ele precisa de tratamento especializado de

profissionais qualificados da aacuterea da sauacutede desistindo assim de assumir tal

tarefa

Desta forma parece que o professor esquece seu papel poreacutem natildeo se

considera o momento do professor sua formaccedilatildeo as condiccedilotildees da proacutepria

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escola em receber esses alunos que entram nas escolas e continuam

excluiacutedos de todo o processo de ensino-aprendizagem e social causando

frustraccedilatildeo e fracassos dificultando assim a proposta de inclusatildeo Por um lado

os professores julgam-se incapazes de dar conta dessa demanda

despreparados e impotentes frente a essa realidade que eacute agravada dia-a-dia

pela falta de material adequado de apoio administrativo e recursos financeiros

Limaverde (2009) salienta que no Brasil estaacute acontecendo um grande

movimento proacute-inclusatildeo que tem sido fortalecido a partir da sistematizaccedilatildeo do

que se trata o atendimento educacional especializado Existem realidades

muito proacuteximas em relaccedilatildeo ao atendimento desses alunos mas ainda tem

muitas compreensotildees equivocadas sobre a inclusatildeo de alunos com deficiecircncia

Alguns municiacutepios brasileiros pensam que fazem inclusatildeo mas na verdade

eles tecircm feito integraccedilatildeo Percebe-se que alunos que frequentam escolas

comuns salas comuns de ensino natildeo participam efetivamente das aulas ou

das atividades realizadas e essas escolas alegam que esses alunos natildeo tecircm

condiccedilotildees de fazer as atividades e que por isso eles fazem outras atividades

diferenciadas Desta forma natildeo ocorre a inclusatildeo Isso eacute uma integraccedilatildeo

porque o aluno estaacute integrado na sala de aula comum mas ele natildeo participa

das atividades realizadas pelos demais colegas

Muitos municiacutepios brasileiros que estatildeo em processo de transiccedilatildeo ou

seja eles estatildeo implantando o atendimento educacional especializado de

caraacuteter complementar e ao mesmo tempo estatildeo ainda com problemas

relacionados agrave inclusatildeo desses alunos como por exemplo a manutenccedilatildeo de

classes especiais A partir da formaccedilatildeo de 2007 para caacute os municiacutepios tecircm se

reorganizado para atendimento educacional especializado mas ainda eacute uma

realidade muito diferenciada

A inclusatildeo soacute eacute possiacutevel onde houver respeito agrave diferenccedila e

consequentemente a adoccedilatildeo de praacuteticas pedagoacutegicas que permitam agraves

pessoas com deficiecircncia aprender e ser reconhecidos e valorizados os

conhecimentos que satildeo capazes de produzir segundo seu ritmo e na medida

de suas possibilidades (SILVA 2009)

53

A menos que a atual oportunidade favoraacutevel seja aproveitada para melhorar as qualificaccedilotildees profissionais de professores em educaccedilatildeo especial e consequentemente a qualidade da educaccedilatildeo especial tememos que os proacuteximos 20 anos ainda possam ser um periacuteodo de esperanccedilas frustradas (RELATORIO WARNOCK 1978 paraacutegrafo 1932)

54

CONCLUSAtildeO

Diante do levantamento bibliograacutefico conclui-se que a inclusatildeo nos

moldes em que se encontra atualmente estaacute longe de atender a um ideal

Tal processo necessita de muitas transformaccedilotildees Os oacutergatildeos a ele

ligados diretamente ou indiretamente deveratildeo rever suas propostas metas e

meacutetodos de implantaccedilatildeo

Profissionais da sauacutede tambeacutem tecircm papeacuteis importantes em todo o

processo inclusivo pois em accedilatildeo conjunta com os educadores podem fazer um

trabalho mais completo e eficaz

A inclusatildeo escolar eacute uma praacutetica que abrange natildeo apenas os

profissionais especiacuteficos das aacutereas meacutedica e educacional mas tambeacutem

envolve um fator preponderante na vida do indiviacuteduo atendido por ela a famiacutelia

Esta constitui a base da crianccedila com necessidades educacionais especiais e

assumindo a postura devida pode oferecer a esta crianccedila o subsiacutedio para seu

desenvolvimento escolar bem como uma fonte de apoio aos profissionais

envolvidos

Aleacutem de uma nobre causa de cunho educacional a inclusatildeo constitui

ainda uma mudanccedila no comportamento da sociedade como um todo que

passa a ter que zelar por interesses coletivos outrora ignorados pela maioria

Devido ao periacuteodo decorrido desde as primeiras iniciativas ligadas ao

processo inclusivo verifica-se que o tempo eacute um fator indispensaacutevel para sua

concretizaccedilatildeo Esta provavelmente dar-se-aacute a partir do momento em que todos

os envolvidos assumirem suas devidas responsabilidades e se unirem por uma

educaccedilatildeo de qualidade embasada em um planejamento organizado bem

dirigido iacutentegro e sobretudo pautado no respeito ao ser humano e agrave

diversidade

55

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41

b) Por favor celebre a diferenccedila

c) Por favor aceite nossas crianccedilas primeiramente como crianccedilas Natildeo

coloque roacutetulos nelas a menos que vocecirc pretenda fazer algo

d) Por favor reconheccedila seu poder sobre nossas vidas Vivemos com as

consequumlecircncias de suas opiniotildees e decisotildees

e) Por favor entenda a tensatildeo sob qual muitas famiacutelias estatildeo vivendo

Os encontros cancelados a lista de espera que ningueacutem consegue

chegar ao inicio todas as discussotildees sobre recursos eacute sobre nossa

vida que vocecirc esta falando

f) Por favor natildeo use modas passageiras e tratamentos conosco a

menos que vocecirc vai estar conosco E natildeo esqueccedila que as famiacutelias

tecircm muitos membros muitas responsabilidades Agraves vezes natildeo

podemos agradar a todo mundo

g) Por favor reconheccedila que aacutes vezes noacutes eacute que temos razatildeo Por favor

acredite em noacutes e escute o que sabemos sobre o que noacutes e nossas

crianccedilas necessitamos

h) Agraves vezes estamos tristes cansados e deprimidos Por favor valorize

nos como famiacutelias preocupadas e comprometidas e tente continuar a

trabalhar conosco

Limaverde (2009) acredita que a maioria dos professores vem de

cursos onde a discussatildeo da teoria e da praacutetica ainda eacute dividida Discute-se

teoria e praacutetica de maneira isolada Ainda se estuda uma teoria idealizada

Poucos cursos de formaccedilatildeo de professores oferecem de modo obrigatoacuterio em

seus curriacuteculos as disciplinas relacionadas agrave diferenccedila agraves deficiecircncias Aleacutem

da formaccedilatildeo do nuacutecleo comum eles tambeacutem precisam se atentar para essas

especificidades Haacute uma obrigatoriedade de se ofertar nos cursos de

pedagogia a disciplina de Libras Mas isso natildeo deve ocorrer apenas na

formaccedilatildeo inicial mas tambeacutem na formaccedilatildeo continuada que eacute aquela em

serviccedilo mas que muitas vezes natildeo contemplam essas especificidades

O problema de formaccedilatildeo eacute muito grave porque repercute nessa

inseguranccedila do professor no preconceito no medo Aleacutem do entrave da

formaccedilatildeo no aspecto pedagoacutegico as escolas elaboram seu projeto poliacutetico

pedagoacutegico sem levar em conta a presenccedila do aluno com deficiecircncia As

praacuteticas a organizaccedilatildeo da sala de aula natildeo leva em conta a presenccedila desse

42

aluno Onde natildeo haacute uma interlocuccedilatildeo mais refinada entre o ensino comum e a

Educaccedilatildeo Especial com esse saber mais especiacutefico natildeo haacute inclusatildeo

A inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino Assim na formaccedilatildeo do professor teria dois espaccedilos um da sala de

aula que eacute a formaccedilatildeo comum para todos os professores contemplando

desenvolvimento aprendizagem e uma na formaccedilatildeo continuada Uma

formaccedilatildeo que atenda agraves diferenccedilas da sala de aula o atendimento agrave educaccedilatildeo

especializada aleacutem da formaccedilatildeo baacutesica cursos de extensatildeo de libras de

soroban de braile de tecnologia assistida para que esse professor possa

atender a especificidade desses alunos O aluno com deficiecircncia eacute um ser

humano que se desenvolve como qualquer outro As teorias e teacutecnicas que

foram estudadas satildeo suporte para esse trabalho Agora o que vai modificar na

sua atuaccedilatildeo eacute a maneira como ele organiza suas praacuteticas pedagoacutegicas Na

maioria das vezes eles organizam praacuteticas homogecircneas do aluno idealizado Eacute

importante um planejamento para pensar essas diferenccedilas na sala de aula Eacute

um trabalho do projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

21 Concepccedilotildees de professores sobre a inclusatildeo na educaccedilatildeo regular e

especial

Inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino (LIMAVERDE 2009)

Apenas a partir do seacuteculo XX verificou-se uma melhor aceitaccedilatildeo das

pessoas com necessidades especiais momento em que se iniciou a sua

desinstitucionalizaccedilatildeo e educaccedilatildeo escolar Ateacute este periacuteodo eram segregados

e praticamente privados de conviacutevio social Entretanto verifica-se que as

conquistas ainda foram poucas pois o preconceito a ignoracircncia e a

discriminaccedilatildeo ainda satildeo muito fortes em relaccedilatildeo ao deficiente e a deficiecircncia

Para Carmo (2000) a inclusatildeo eacute um assunto que deve ser refletido e

investigado com muita precisatildeo jaacute que a sociedade pode estar criando uma

nova modalidade a de excluiacutedos dentro da inclusatildeo podemos assim concluir

nessa reflexatildeo para que haja o processo de ensino-aprendizagem nos alunos

portadores de necessidades educacionais especiais o professor teraacute que se

43

capacitar para atender a proposta desta nova face da educaccedilatildeo brasileira ele

teraacute que tentar conciliar as teorias sobre o assunto com sua pratica e a

realidade da sala de aula Pois soacute assim a inclusatildeo do aluno portador de

necessidades educacionais especiais seraacute bem sucedida e gerando bons

resultados no futuro

Assim a inclusatildeo deste tipo de aluno requer novas posturas tanto aos

professores quanto ao sistema educacional brasileiro levando em consideraccedilatildeo

que todos noacutes estaremos ganhando Lembrando tambeacutem que este processo

de aprendizagem requer a reciprocidade das experiecircncias entre o aluno com

necessidades educacionais especiais o professor e os demais alunos Um

processo de aprendizagem onde todos participam a aquisiccedilatildeo do

conhecimento ocorreraacute com mais facilidade

Mantoan Pietro Arantes (2006) acredita que recriar um novo modelo

educativo com ensino de qualidade que diga natildeo aacute exclusatildeo social implica em

condiccedilotildees de trabalho pedagoacutegico e uma rede de saberes que se entrelaccedilam e

caminham no sentido contraacuterio do paradigma tradicional de educaccedilatildeo

segregadora Eacute uma reviravolta complexa mas possiacutevel basta que lutemos por

ela que nos aperfeiccediloemos e estejamos abertos a colaborar na busca dos

caminhos pedagoacutegicos da inclusatildeo Pois nem todas as diferenccedilas

necessariamente inferiorizam as pessoas Elas tem diferenccedilas e igualdades

mas entre elas nem tudo deve ser igual assim como nem tudo deve ser

diferente

De acordo com Santos (apud MANTOAN2003 p34 ) eacute preciso que

tenhamos o direito de sermos diferentes quando a igualdade nos

descaracteriza e o direito de sermos iguais quando a diferenccedila nos inferioriza

Assim a luta pela escola inclusiva embora seja contestada e tenha ateacute

mesmo assustado a comunidade escolar exige mudanccedila de haacutebitos e atitudes

pela sua loacutegica e eacutetica nos remete a refletir e reconhecer que trata-se de um

posicionamento social que garante a vida com igualdade pautada pelo

respeito agraves diferenccedilas Apesar das iniciativas acanhadas da comunidade

escolar e da sociedade geral eacute possiacutevel adequar a escola para um novo

tempo Precisa estar imbuiacutedos de boa vontade e compromisso enfrentar com

seguranccedila e otimismo este desafio enxergar a clareza e obviedade eacutetica da

proposta inclusiva e contribuir para o desmantelamento dessa maacutequina escolar

44

enferrujada

Para Lisita e Souza (2003) das utopias concretas da modernidade tem-

se hoje apenas a certeza da transitoriedade O sentido da revoluccedilatildeo antes

propagado daacute lugar a um leque de possibilidades as quais se abrem num

horizonte virtual em constantes mudanccedilas Que se trata de uma nova realidade

mundial natildeo se discute Indaga-se no entanto o que se tem a fazer diante de

tal realidade

Nesse sentido a ciecircncia e a tecnologia tecircm se constituiacutedo nos principais

agentes de proposiccedilatildeo e de determinaccedilatildeo dessas mudanccedilas A sensaccedilatildeo que

se tem eacute a de que amanheceremos a cada dia num novo mundo repleto de

novidades e onde o ontem estaacute cada vez e mais rapidamente distante

O cenaacuterio do mundo atual evidencia um movimento em direccedilatildeo a um

sentido de inclusatildeo social o sujeito com deficiecircncia passa a dividir a cena com

os sujeitos sem deficiecircncia coabitando os diversos espaccedilos sociais Nota-se

pois um grande dinamismo experimentado pelos sujeitos e em particular

pelos sujeitos com deficiecircncia num mundo onde conceitos e praacuteticas assumem

cada vez mais um caraacuteter efecircmero e de possibilidades muacuteltiplas

Segundo Ferreira e Glat (2004) satildeo frequentes relatos de professores

principalmente em conselhos de classe sobre a dificuldade de determinados

alunos quanto agrave efetivaccedilatildeo de algumas propostas educacionais Na maioria

das situaccedilotildees o que de fato acontece natildeo eacute uma dificuldade do aluno em

realizar ou compreender a atividade solicitada e sim uma inadequaccedilatildeo do

procedimento dos objetivos eou da avaliaccedilatildeo realizada pelo professor Nesse

sentido eacute importante o professor analisar algumas questotildees como

a) de que maneira todos os alunos poderatildeo participar da aula proposta

b) se haacute necessidade de apoio adaptaccedilotildees e como fazecirc-las para sua

plena participaccedilatildeo

c) que expectativas devem ser esperadas eou modificadas para a

efetivaccedilatildeo da atividade (como os alunos demonstram o que sabem a

quantidade e qualidade das atividades propostas)

d) quais satildeo os objetivos prioritaacuterios para a aprendizagem

Enfim eacute do conhecimento de todos que natildeo haacute formas sem

precedentes que se bastem ou que se perpetuem diante das realidades

necessidades e demandas dos alunos que compotildeem as salas de aula que hoje

45

cada professor assume Eacute importante a busca constante de praacuteticas pautadas

no contexto que o aluno vivencia inovadoras pois o trabalho eacute dinacircmico

sendo fundamental que cada profissional pense na sua disponibilidade para a

construccedilatildeo de praacuteticas efetivas que conduzam a uma educaccedilatildeo de qualidade

para todos como descrevem Ferreira e Glat 2004

Poso (2004) acredita que por um lado os professores julgam-se

incapazes de dar conta dessa demanda despreparados e impotentes frente a

essa realidade que eacute agravada pela falta de material adequado de apoio

administrativo e recursos financeiros

Mantoan (2003) enfatiza que a radicalidade da inclusatildeo vem do fato de

esta exigir uma mudanccedila de paradigma educacional onde na perspectiva

inclusiva suprime-se a sub-divisatildeo dos sistemas escolares em modalidades de

ensino especial e regular As escolas atendem as diferenccedilas sem discriminar

sem estabelecer prioridades e necessidades sem estabelecer regras

diferenciadas para cada caso no planejamento avaliaccedilatildeo e aprendizado

Assim pode-se imaginar o impacto da inclusatildeo nos sistemas de ensino ao

supor a aboliccedilatildeo completa dos serviccedilos segregados da educaccedilatildeo especial os

programas de reforccedilo escolar salas de aceleraccedilatildeo e turmas especiais

Desta forma a inclusatildeo eacute uma provocaccedilatildeo cuja intenccedilatildeo eacute melhorar a

qualidade do ensino atingindo todos os alunos de uma forma globalizada

Incluir eacute necessaacuterio primordialmente para melhorar as condiccedilotildees da escola

de modo que nela se possam formar geraccedilotildees mais preparadas para viver a

vida na sua plenitude livremente sem preconceitos sem barreiras Confirma-

se assim mais uma vez a necessidade de a educaccedilatildeo se atualizar e os

professores aperfeiccediloarem as suas praacuteticas para que as escolas se obriguem

a um esforccedilo de modernizaccedilatildeo e reestruturaccedilatildeo de suas condiccedilotildees atuais

Pretende-se que a escola seja inclusiva eacute primordial que seus planos se

redefinam para uma educaccedilatildeo voltada agrave cidadania global plena livre de

preconceitos e disposta a reconhecer e entende as diferenccedilas entre as

pessoas principalmente quanto aos seus aspectos fiacutesico mental e intelectual

Natildeo basta uma educaccedilatildeo para a cidadania eacute preciso educar para a liberdade

e nesse sentido nenhuma forma de subordinaccedilatildeo intelectual pode ser

admitida

Os desafios para a concretizaccedilatildeo dos ideais inclusivos na educaccedilatildeo

46

brasileira satildeo inuacutemeros Haacute ainda de se vencer os desafios que impotildee o

conservadorismo das instituiccedilotildees especializadas e enfrentar as pressotildees

poliacuteticas e das pessoas com deficiecircncia ainda muito habituadas a seus roacutetulos

e a benefiacutecios que acentuam a incapacidade as limitaccedilotildees o paternalismo e o

protecionismo social

Smeha Ferreira (2005) descrevem que vaacuterios professores afirmam

apresentar sentimentos de despreparo para trabalharem junto agraves crianccedilas com

necessidades especiais Que natildeo tiveram em sua formaccedilatildeo acadecircmica o

preparo adequado que os capacite a lidar com a diversidade e isso gera

intenso sofrimento pois ensinar crianccedilas com limitaccedilotildees exige conhecimento

competecircncia e habilidade para que o processo inclusivo seja efetivado

Os professores foram preparados para trabalharem com as crianccedilas que

aprendem assim quando eles se deparam com as limitaccedilotildees na

aprendizagem sentem frustraccedilatildeo anguacutestia impotecircncia e medo Portanto faz-

se necessaacuterio uma significativa reformulaccedilatildeo nos cursos de graduaccedilatildeo que

estatildeo formando professores os quais certamente teratildeo alunos com

necessidades educativas especiais em sua trajetoacuteria profissional Aliaacutes essa

reformulaccedilatildeo deve abarcar natildeo somente conhecimentos sobre educaccedilatildeo de

pessoas com deficiecircncia mas tambeacutem oportunizar autoconhecimento para

que os professores possam atuar de forma mais confiante atendendo agraves

demandas educacionais especiais com mais prazer e menos sofrimento Aleacutem

da reestruturaccedilatildeo nas aacutereas que envolvem a formaccedilatildeo de professores para

que o trabalho docente possa acontecer com menor prejuiacutezo agrave sauacutede mental

parece primordial que o investimento transcenda a capacitaccedilatildeo relacionada aos

conhecimentos teacutecnicos e permeie o campo da sauacutede mental no trabalho

O suporte aos aspectos psicoloacutegicos dos professores precisam ser

contemplados com grupos de reflexatildeo ou de apoio um espaccedilo que possa

oportunizar-lhes aos mesmos falar sobre seus sentimentos dificuldades

medos ou fantasias Seria um momento para problematizar e encontrar

ressignificaccedilatildeo no exerciacutecio docente que cada vez mais precisa ser alicerccedilado

no respeito agrave diversidade humana Eacute importante tambeacutem salientar que natildeo eacute

apenas o processo de inclusatildeo o responsaacutevel pelo sofrimento docente muitos

satildeo propensos ao stress devido agraves suas proacuteprias vivecircncias pessoais e agraves

exigecircncias da contemporaneidade

47

De acordo com Souza Silva (2009)

No tocante ao trabalho docente novas propostas se fazem necessaacuterias devido agraves transformaccedilotildees educacionais que estatildeo ocorrendo de forma acelerada exigindo assim novas aprendizagens que possam contribuir para a formaccedilatildeo de profissionais capazes de responder aos novos desafios colocados agrave nossa realidade

Para Bartalotti (2006) nos dias atuais frente ao processo de inclusatildeo

como uma possibilidade embora ainda natildeo como uma realidade haacute um grande

caminho a ser percorrido Pois se olhar em volta para cada ser humano que

nos rodeia ver-se-ia o quanto ainda se tem que caminhar para a construccedilatildeo

de uma sociedade verdadeiramente inclusiva Exclui-se apenas com o olhar

com palavras quantas vezes menospreza-se o outro por ele ter um gosto

uma crenccedila religiosa situaccedilatildeo financeira cor de pele estatura e peso corporal

diferente por nos aceitos E sem a menor preocupaccedilatildeo decidi-se que esta ou

aquela pessoa natildeo serve para estar junto de noacutes de nossos filhos frequentar

nosso clube casa ou templo religioso Jaacute sentem-se excluiacutedos e rejeitados em

diferentes situaccedilotildees sentem-se olhados como diferentes indesejaacuteveis

estranhos certamente essa natildeo eacute uma sensaccedilatildeo agradaacutevel quem jaacute passou

por ela natildeo deseja repetir a experiecircncia

Para que a inclusatildeo ocorra eacute necessaacuterio que a sociedade passe pelo

aprimoramento das relaccedilotildees sociais pela compreensatildeo de que o verdadeiro

pensamento inclusivo eacute aquele que natildeo categoriza ou rotula as pessoas por

ordem de valor valor esse atribuiacutedo muitas vezes atraveacutes de estereoacutetipos

estigmas conhecimentos instituiacutedos pensar inclusivamente eacute aprender a olhar

cada pessoa e buscar nela seu real valor construiacutedo nas relaccedilotildees cotidianas

nos seus sonhos e expectativas e nas suas accedilotildees concretas no mundo

Acredita-se tambeacutem que muitas vezes fala-se que a inclusatildeo eacute uma

utopia muitos natildeo acreditam que a sociedade seja capaz desse movimento

Inclusatildeo eacute sim possibilidade assim como eacute possibilidade a construccedilatildeo de uma

sociedade mais digna para todos com ou sem deficiecircncia

Para Tessaro (2009) existe todo um discurso proacute agrave inclusatildeo em vaacuterios

segmentos da sociedade dentre os quais no ambiente escolar A inclusatildeo eacute

algo que vem se efetivando mesmo que a duras penas buscando superar toda

uma histoacuteria de isolamento discriminaccedilatildeo e preconceito Tem provocado

48

muitos questionamentos principalmente no meio acadecircmico tais como O que

eacute inclusatildeo escolar Por que incluir Qual eacute a opiniatildeo dos alunos com

deficiecircncia e dos professores sobre inclusatildeo A escola possui infra-estrutura

adequada para participar da inclusatildeo escolar Os alunos deficientes se sentem

bem com a inclusatildeo escolar Os professores estatildeo capacitados para educaccedilatildeo

inclusiva

Dutra (2007) destaca que as principais dificuldades no processo de

inclusatildeo escolar do aluno especial eacute a ausecircncia de preparo e de uma

formaccedilatildeo mais teacutecnica que visa suprir as necessidades destes alunos

mediadas pelo professor e tambeacutem agrave falta de boas condiccedilotildees fiacutesicas nas

escolas pra receber estes alunos

Jesus (2007) enfatiza que a inclusatildeo dos portadores de necessidades

educacionais especiais na escola eacute algo essencial agrave educaccedilatildeo mas eacute preciso

ser feita de maneira correta porque nem todos podem estar na escola ou

estatildeo preparados para nela estar por natildeo terem capacidade fisioloacutegica Esse eacute

um assunto muito discutido por alguns especialistas da educaccedilatildeo especial que

buscam uma maneira eficiente de incluir todos as crianccedilas e jovens que

possuem alguma necessidade educacional especial

Nesse sentido Mantoan (2006) afirma que a condiccedilatildeo primeira para

inclusatildeo deixe de ser uma ameaccedila ao que hoje a escola defende e adota como

pratica pedagoacutegica e abandonar tudo que leva a tolerar as pessoas com

deficiecircncia na sala de aula

Natildeo pode se ter um ambiente mais propiacutecio para tal processo de

conscientizaccedilatildeo do que a escola Pois seraacute por meio dessa interaccedilatildeo entre

crianccedilas que se construiraacute uma naccedilatildeo mais justa e igualitaacuteria onde todos

juntos aprenderatildeo a conviver e a se respeitarem Respeito que eacute sonhado por

todos que se espera construir um novo amanhatilde mais digno

O assunto eacute fundamental para ser discutido por todas as pessoas

envolvidas com a educaccedilatildeo e que busquem uma naccedilatildeo com menos

desigualdade social oportunidades para todos uma educaccedilatildeo que priorize o

ser e natildeo ter e uma realidade igualitaacuteria A inclusatildeo eacute acima de tudo a

transformaccedilatildeo da pratica pedagoacutegica de todos os profissionais de educaccedilatildeo

Os registros de textos artigos e livros enfatizam que sobre a

aplicabilidade atual de inclusatildeo escolar satildeo insatisfatoacuterios e que natildeo houve

49

diferenccedilas entre os alunos e entre os professores quanto a essa dimensatildeo Os

professores e os alunos expressaram vaacuterias dificuldades envolvidas nesse

processo destacando se a falta de infra-estrutura das escolas a falta de

preparocapacitaccedilatildeo profissional discriminaccedilatildeo social e a falta de aceitaccedilatildeo da

inclusatildeo

Os professores de educaccedilatildeo especial demonstraram dar mais creacutedito agrave

educaccedilatildeo inclusiva do que os do ensino regular Os alunos deficientes

demonstraram dar menos creacutedito agrave inclusatildeo do que os natildeo deficientes Os

sentimentos decorrentes da inclusatildeo que predominaram entre professores e os

alunos com deficiecircncia foram negativos enquanto entre os alunos natildeo

deficientes prevaleceram os positivos (TESSARO 2009)

Para Fonseca (2004) promover a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma tarefa de

uma equipe multidisciplinar que deve adotar uma estrateacutegia do tipo pensar em

grupo eacute pensar melhor pois soacute dessa forma se podem explorar todas as

opccedilotildees potenciais de inclusatildeo e natildeo soacute as mais coerentes acessiacuteveis ou

tradicionais Sem uma dinacircmica de grupo natildeo se podem discutir e implementar

planos educacionais individualizados na educaccedilatildeo inclusiva transpondo para

sala de aula regular programas inovadores desde a modificaccedilatildeo de

comportamento ao enriquecimento linguumliacutestico ou cognitivo

Ensino em equipe com vaacuterios professores que agem e pensam em

conjunto criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees inovaccedilotildees na instruccedilatildeo na avaliaccedilatildeo

aprendizagem cooperativa e interativa criaccedilatildeo de projetos de suporte muacuteltiplo

serviccedilos de encaminhamentos diagnoacutesticos dinacircmicos e prescritivos em

termos de praacutetica de intervenccedilatildeo na sala de aula regular aprofundamento eacutetico

e legal dos pressupostos morais da inclusatildeo social construccedilatildeo de instrumentos

de investigaccedilatildeo-accedilatildeo entre outros satildeo desafios que se colocam hoje mais do

lado do ensino do que da aprendizagem

Para Almeida Anjos (2007) vaacuterios professores destacam tensotildees que

sempre se preservaram em suas percepccedilotildees e atitudes sejam referentes agraves

pessoas com necessidades educacionais especiais sejam relativas a

dificuldades em relaccedilatildeo a si proacuteprios e aos seus saberes profissionais No

entanto os profissionais apontam em suas falas as possibilidades de transpor

tais dificuldades vividas no trabalho com alunos especiais na rotina de seu dia

a dia de trabalho

50

Laraia (1992 apud ALMEIDA ANJOS 2007) acredita que nenhuma

ordem social eacute baseada em verdades inatas que as mudanccedilas nas praacuteticas

pedagoacutegicas com a diversidade dos alunos passam por uma mudanccedila de

nossas concepccedilotildees e valores Que eacute preciso uma formaccedilatildeo que coloque o

profissional da educaccedilatildeo em conflito com seus conhecimentos e concepccedilotildees a

partir da relaccedilatildeo entre a teoria e a praacutetica para entatildeo podermos comeccedilar a

pensar em inclusatildeo Assim a partir dos pressupostos da ciecircncia social criacutetica

sustentada pelo interesse colaborativo procuramos programar com os

profissionais encontros de estudoreflexatildeo das tensotildees e possibilidades que

envolvem o trabalho com alunos com necessidades educacionais especiais

enfatizar ainda como o lazer e recreaccedilatildeo podem ser facilitadores do processo

de inclusatildeo escolar

Zimmermann (2008) acredita que para conseguir reformar a instituiccedilatildeo

escolar primeiramente se tem que reformar as mentes entretanto natildeo

conseguiraacute reformar mentes sem que se realize uma preacutevia reforma de

instituiccedilotildees Vive-se uma crise de paradigmas e toda a crise gera medos

inseguranccedila e incertezas mas propotildee-se que seja este o momento de ousadia

e de busca de alternativas que sustente e norteie para realizar-se as mudanccedilas

que o momento propotildee Que a escola seja um espaccedilo vivo de formaccedilatildeo para

todos e um ambiente verdadeiramente inclusivo eacute preciso que as poliacuteticas

puacuteblicas de educaccedilatildeo sejam direcionadas aacute inclusatildeo que os educadores

desacomodem-se combatendo a descrenccedila e o pessimismo mostrando que a

inclusatildeo eacute um momento oportuno para professores e a comunidade escolar

demonstrarem sua competecircncia e principalmente suas responsabilidades

educacionais

Esta mudanccedila de perspectiva educacional propotildee que os educadores

faccedilam a diferenccedila buscando conhecimento e contribuindo com uma praacutetica

ressignificada desenvolvendo uma educaccedilatildeo baseada na afetividade e na

superaccedilatildeo de limites que as crianccedilas aprendam a respeitar as diferenccedilas em

sala de aula preparando-as assim para o futuro a vida e o mercado de

trabalho pois vivendo a experiecircncia inclusiva seratildeo adultos bem diferentes de

noacutes e por certo natildeo faratildeo discriminaccedilotildees sociais

Arauacutejo (2008) relata a opiniatildeo dos professores sobre a inclusatildeo escolar

enfatizando com veemecircncia de que a inclusatildeo escolar do aluno portador de

51

necessidades educacionais especiais eacute um assunto muito interessante e

delicado e levantaram a conscientizaccedilatildeo desse aluno sobre o direito deste

frequentar o ensino regular no entanto essa inclusatildeo na visatildeo deles estaacute

acontecendo de forma errocircnea Pois os professores da rede regular de ensino

em sua quase totalidade natildeo estatildeo preparados para lidar com esta nova fase

da educaccedilatildeo brasileira

Tem que se pensar que para que a inclusatildeo se concretize natildeo basta

estar garantido na legislaccedilatildeo mas demanda modificaccedilotildees profundas e

importantes no sistema de ensino Essas mudanccedilas deveratildeo levar em conta o

contexto soacutecio econocircmico aleacutem de serem gradativas planejadas e contiacutenuas

para garantir uma educaccedilatildeo de oacutetima qualidade (BUENO 1998 apud

PEREIRA 2009)

Pereira (2009) acredita que a inclusatildeo depende de mudanccedila de valores

da sociedade e a vivencia de um novo paradigma que natildeo se faz com simples

recomendaccedilotildees teacutecnicas como se fossem receitas de bolo mas com reflexotildees

dos professores direccedilotildees pais alunos equipe multidisciplinar e a comunidade

Essa questatildeo natildeo eacute tatildeo simples assim pois devemos levar em conta as

diferenccedilas Como colocar no mesmo espaccedilo demandas tatildeo diferentes e

especiacuteficas se muitas vezes nem a escola especial consegue dar conta desse

atendimento de forma adequada Deparar-se com frequecircncia com as

resistecircncias dos professores e direccedilotildees manifestadas atraveacutes de

questionamentos e queixas ou ateacute mesmo com expectativas de que possa

apresentar soluccedilotildees maacutegicas de aplicaccedilatildeo imediata causando certa decepccedilatildeo

e frustraccedilatildeo pois ela natildeo existe

O problema se agrava quando se vecirc o professor totalmente dependente

do apoio ou assessoria de profissionais da aacuterea da sauacutede pois neste caso a

questatildeo cliacutenica eacute fundamental e se sobressai e novamente o pedagoacutegico fica

esquecido Com isso o professor se sente desvalorizado incapaz e fora do

processo por considerar esse aluno como doente concluindo que natildeo pode

fazer nada por ele pois ele precisa de tratamento especializado de

profissionais qualificados da aacuterea da sauacutede desistindo assim de assumir tal

tarefa

Desta forma parece que o professor esquece seu papel poreacutem natildeo se

considera o momento do professor sua formaccedilatildeo as condiccedilotildees da proacutepria

52

escola em receber esses alunos que entram nas escolas e continuam

excluiacutedos de todo o processo de ensino-aprendizagem e social causando

frustraccedilatildeo e fracassos dificultando assim a proposta de inclusatildeo Por um lado

os professores julgam-se incapazes de dar conta dessa demanda

despreparados e impotentes frente a essa realidade que eacute agravada dia-a-dia

pela falta de material adequado de apoio administrativo e recursos financeiros

Limaverde (2009) salienta que no Brasil estaacute acontecendo um grande

movimento proacute-inclusatildeo que tem sido fortalecido a partir da sistematizaccedilatildeo do

que se trata o atendimento educacional especializado Existem realidades

muito proacuteximas em relaccedilatildeo ao atendimento desses alunos mas ainda tem

muitas compreensotildees equivocadas sobre a inclusatildeo de alunos com deficiecircncia

Alguns municiacutepios brasileiros pensam que fazem inclusatildeo mas na verdade

eles tecircm feito integraccedilatildeo Percebe-se que alunos que frequentam escolas

comuns salas comuns de ensino natildeo participam efetivamente das aulas ou

das atividades realizadas e essas escolas alegam que esses alunos natildeo tecircm

condiccedilotildees de fazer as atividades e que por isso eles fazem outras atividades

diferenciadas Desta forma natildeo ocorre a inclusatildeo Isso eacute uma integraccedilatildeo

porque o aluno estaacute integrado na sala de aula comum mas ele natildeo participa

das atividades realizadas pelos demais colegas

Muitos municiacutepios brasileiros que estatildeo em processo de transiccedilatildeo ou

seja eles estatildeo implantando o atendimento educacional especializado de

caraacuteter complementar e ao mesmo tempo estatildeo ainda com problemas

relacionados agrave inclusatildeo desses alunos como por exemplo a manutenccedilatildeo de

classes especiais A partir da formaccedilatildeo de 2007 para caacute os municiacutepios tecircm se

reorganizado para atendimento educacional especializado mas ainda eacute uma

realidade muito diferenciada

A inclusatildeo soacute eacute possiacutevel onde houver respeito agrave diferenccedila e

consequentemente a adoccedilatildeo de praacuteticas pedagoacutegicas que permitam agraves

pessoas com deficiecircncia aprender e ser reconhecidos e valorizados os

conhecimentos que satildeo capazes de produzir segundo seu ritmo e na medida

de suas possibilidades (SILVA 2009)

53

A menos que a atual oportunidade favoraacutevel seja aproveitada para melhorar as qualificaccedilotildees profissionais de professores em educaccedilatildeo especial e consequentemente a qualidade da educaccedilatildeo especial tememos que os proacuteximos 20 anos ainda possam ser um periacuteodo de esperanccedilas frustradas (RELATORIO WARNOCK 1978 paraacutegrafo 1932)

54

CONCLUSAtildeO

Diante do levantamento bibliograacutefico conclui-se que a inclusatildeo nos

moldes em que se encontra atualmente estaacute longe de atender a um ideal

Tal processo necessita de muitas transformaccedilotildees Os oacutergatildeos a ele

ligados diretamente ou indiretamente deveratildeo rever suas propostas metas e

meacutetodos de implantaccedilatildeo

Profissionais da sauacutede tambeacutem tecircm papeacuteis importantes em todo o

processo inclusivo pois em accedilatildeo conjunta com os educadores podem fazer um

trabalho mais completo e eficaz

A inclusatildeo escolar eacute uma praacutetica que abrange natildeo apenas os

profissionais especiacuteficos das aacutereas meacutedica e educacional mas tambeacutem

envolve um fator preponderante na vida do indiviacuteduo atendido por ela a famiacutelia

Esta constitui a base da crianccedila com necessidades educacionais especiais e

assumindo a postura devida pode oferecer a esta crianccedila o subsiacutedio para seu

desenvolvimento escolar bem como uma fonte de apoio aos profissionais

envolvidos

Aleacutem de uma nobre causa de cunho educacional a inclusatildeo constitui

ainda uma mudanccedila no comportamento da sociedade como um todo que

passa a ter que zelar por interesses coletivos outrora ignorados pela maioria

Devido ao periacuteodo decorrido desde as primeiras iniciativas ligadas ao

processo inclusivo verifica-se que o tempo eacute um fator indispensaacutevel para sua

concretizaccedilatildeo Esta provavelmente dar-se-aacute a partir do momento em que todos

os envolvidos assumirem suas devidas responsabilidades e se unirem por uma

educaccedilatildeo de qualidade embasada em um planejamento organizado bem

dirigido iacutentegro e sobretudo pautado no respeito ao ser humano e agrave

diversidade

55

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42

aluno Onde natildeo haacute uma interlocuccedilatildeo mais refinada entre o ensino comum e a

Educaccedilatildeo Especial com esse saber mais especiacutefico natildeo haacute inclusatildeo

A inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino Assim na formaccedilatildeo do professor teria dois espaccedilos um da sala de

aula que eacute a formaccedilatildeo comum para todos os professores contemplando

desenvolvimento aprendizagem e uma na formaccedilatildeo continuada Uma

formaccedilatildeo que atenda agraves diferenccedilas da sala de aula o atendimento agrave educaccedilatildeo

especializada aleacutem da formaccedilatildeo baacutesica cursos de extensatildeo de libras de

soroban de braile de tecnologia assistida para que esse professor possa

atender a especificidade desses alunos O aluno com deficiecircncia eacute um ser

humano que se desenvolve como qualquer outro As teorias e teacutecnicas que

foram estudadas satildeo suporte para esse trabalho Agora o que vai modificar na

sua atuaccedilatildeo eacute a maneira como ele organiza suas praacuteticas pedagoacutegicas Na

maioria das vezes eles organizam praacuteticas homogecircneas do aluno idealizado Eacute

importante um planejamento para pensar essas diferenccedilas na sala de aula Eacute

um trabalho do projeto poliacutetico pedagoacutegico da escola

21 Concepccedilotildees de professores sobre a inclusatildeo na educaccedilatildeo regular e

especial

Inclusatildeo natildeo eacute feita pela Educaccedilatildeo Especial eacute feita pelo sistema de

ensino (LIMAVERDE 2009)

Apenas a partir do seacuteculo XX verificou-se uma melhor aceitaccedilatildeo das

pessoas com necessidades especiais momento em que se iniciou a sua

desinstitucionalizaccedilatildeo e educaccedilatildeo escolar Ateacute este periacuteodo eram segregados

e praticamente privados de conviacutevio social Entretanto verifica-se que as

conquistas ainda foram poucas pois o preconceito a ignoracircncia e a

discriminaccedilatildeo ainda satildeo muito fortes em relaccedilatildeo ao deficiente e a deficiecircncia

Para Carmo (2000) a inclusatildeo eacute um assunto que deve ser refletido e

investigado com muita precisatildeo jaacute que a sociedade pode estar criando uma

nova modalidade a de excluiacutedos dentro da inclusatildeo podemos assim concluir

nessa reflexatildeo para que haja o processo de ensino-aprendizagem nos alunos

portadores de necessidades educacionais especiais o professor teraacute que se

43

capacitar para atender a proposta desta nova face da educaccedilatildeo brasileira ele

teraacute que tentar conciliar as teorias sobre o assunto com sua pratica e a

realidade da sala de aula Pois soacute assim a inclusatildeo do aluno portador de

necessidades educacionais especiais seraacute bem sucedida e gerando bons

resultados no futuro

Assim a inclusatildeo deste tipo de aluno requer novas posturas tanto aos

professores quanto ao sistema educacional brasileiro levando em consideraccedilatildeo

que todos noacutes estaremos ganhando Lembrando tambeacutem que este processo

de aprendizagem requer a reciprocidade das experiecircncias entre o aluno com

necessidades educacionais especiais o professor e os demais alunos Um

processo de aprendizagem onde todos participam a aquisiccedilatildeo do

conhecimento ocorreraacute com mais facilidade

Mantoan Pietro Arantes (2006) acredita que recriar um novo modelo

educativo com ensino de qualidade que diga natildeo aacute exclusatildeo social implica em

condiccedilotildees de trabalho pedagoacutegico e uma rede de saberes que se entrelaccedilam e

caminham no sentido contraacuterio do paradigma tradicional de educaccedilatildeo

segregadora Eacute uma reviravolta complexa mas possiacutevel basta que lutemos por

ela que nos aperfeiccediloemos e estejamos abertos a colaborar na busca dos

caminhos pedagoacutegicos da inclusatildeo Pois nem todas as diferenccedilas

necessariamente inferiorizam as pessoas Elas tem diferenccedilas e igualdades

mas entre elas nem tudo deve ser igual assim como nem tudo deve ser

diferente

De acordo com Santos (apud MANTOAN2003 p34 ) eacute preciso que

tenhamos o direito de sermos diferentes quando a igualdade nos

descaracteriza e o direito de sermos iguais quando a diferenccedila nos inferioriza

Assim a luta pela escola inclusiva embora seja contestada e tenha ateacute

mesmo assustado a comunidade escolar exige mudanccedila de haacutebitos e atitudes

pela sua loacutegica e eacutetica nos remete a refletir e reconhecer que trata-se de um

posicionamento social que garante a vida com igualdade pautada pelo

respeito agraves diferenccedilas Apesar das iniciativas acanhadas da comunidade

escolar e da sociedade geral eacute possiacutevel adequar a escola para um novo

tempo Precisa estar imbuiacutedos de boa vontade e compromisso enfrentar com

seguranccedila e otimismo este desafio enxergar a clareza e obviedade eacutetica da

proposta inclusiva e contribuir para o desmantelamento dessa maacutequina escolar

44

enferrujada

Para Lisita e Souza (2003) das utopias concretas da modernidade tem-

se hoje apenas a certeza da transitoriedade O sentido da revoluccedilatildeo antes

propagado daacute lugar a um leque de possibilidades as quais se abrem num

horizonte virtual em constantes mudanccedilas Que se trata de uma nova realidade

mundial natildeo se discute Indaga-se no entanto o que se tem a fazer diante de

tal realidade

Nesse sentido a ciecircncia e a tecnologia tecircm se constituiacutedo nos principais

agentes de proposiccedilatildeo e de determinaccedilatildeo dessas mudanccedilas A sensaccedilatildeo que

se tem eacute a de que amanheceremos a cada dia num novo mundo repleto de

novidades e onde o ontem estaacute cada vez e mais rapidamente distante

O cenaacuterio do mundo atual evidencia um movimento em direccedilatildeo a um

sentido de inclusatildeo social o sujeito com deficiecircncia passa a dividir a cena com

os sujeitos sem deficiecircncia coabitando os diversos espaccedilos sociais Nota-se

pois um grande dinamismo experimentado pelos sujeitos e em particular

pelos sujeitos com deficiecircncia num mundo onde conceitos e praacuteticas assumem

cada vez mais um caraacuteter efecircmero e de possibilidades muacuteltiplas

Segundo Ferreira e Glat (2004) satildeo frequentes relatos de professores

principalmente em conselhos de classe sobre a dificuldade de determinados

alunos quanto agrave efetivaccedilatildeo de algumas propostas educacionais Na maioria

das situaccedilotildees o que de fato acontece natildeo eacute uma dificuldade do aluno em

realizar ou compreender a atividade solicitada e sim uma inadequaccedilatildeo do

procedimento dos objetivos eou da avaliaccedilatildeo realizada pelo professor Nesse

sentido eacute importante o professor analisar algumas questotildees como

a) de que maneira todos os alunos poderatildeo participar da aula proposta

b) se haacute necessidade de apoio adaptaccedilotildees e como fazecirc-las para sua

plena participaccedilatildeo

c) que expectativas devem ser esperadas eou modificadas para a

efetivaccedilatildeo da atividade (como os alunos demonstram o que sabem a

quantidade e qualidade das atividades propostas)

d) quais satildeo os objetivos prioritaacuterios para a aprendizagem

Enfim eacute do conhecimento de todos que natildeo haacute formas sem

precedentes que se bastem ou que se perpetuem diante das realidades

necessidades e demandas dos alunos que compotildeem as salas de aula que hoje

45

cada professor assume Eacute importante a busca constante de praacuteticas pautadas

no contexto que o aluno vivencia inovadoras pois o trabalho eacute dinacircmico

sendo fundamental que cada profissional pense na sua disponibilidade para a

construccedilatildeo de praacuteticas efetivas que conduzam a uma educaccedilatildeo de qualidade

para todos como descrevem Ferreira e Glat 2004

Poso (2004) acredita que por um lado os professores julgam-se

incapazes de dar conta dessa demanda despreparados e impotentes frente a

essa realidade que eacute agravada pela falta de material adequado de apoio

administrativo e recursos financeiros

Mantoan (2003) enfatiza que a radicalidade da inclusatildeo vem do fato de

esta exigir uma mudanccedila de paradigma educacional onde na perspectiva

inclusiva suprime-se a sub-divisatildeo dos sistemas escolares em modalidades de

ensino especial e regular As escolas atendem as diferenccedilas sem discriminar

sem estabelecer prioridades e necessidades sem estabelecer regras

diferenciadas para cada caso no planejamento avaliaccedilatildeo e aprendizado

Assim pode-se imaginar o impacto da inclusatildeo nos sistemas de ensino ao

supor a aboliccedilatildeo completa dos serviccedilos segregados da educaccedilatildeo especial os

programas de reforccedilo escolar salas de aceleraccedilatildeo e turmas especiais

Desta forma a inclusatildeo eacute uma provocaccedilatildeo cuja intenccedilatildeo eacute melhorar a

qualidade do ensino atingindo todos os alunos de uma forma globalizada

Incluir eacute necessaacuterio primordialmente para melhorar as condiccedilotildees da escola

de modo que nela se possam formar geraccedilotildees mais preparadas para viver a

vida na sua plenitude livremente sem preconceitos sem barreiras Confirma-

se assim mais uma vez a necessidade de a educaccedilatildeo se atualizar e os

professores aperfeiccediloarem as suas praacuteticas para que as escolas se obriguem

a um esforccedilo de modernizaccedilatildeo e reestruturaccedilatildeo de suas condiccedilotildees atuais

Pretende-se que a escola seja inclusiva eacute primordial que seus planos se

redefinam para uma educaccedilatildeo voltada agrave cidadania global plena livre de

preconceitos e disposta a reconhecer e entende as diferenccedilas entre as

pessoas principalmente quanto aos seus aspectos fiacutesico mental e intelectual

Natildeo basta uma educaccedilatildeo para a cidadania eacute preciso educar para a liberdade

e nesse sentido nenhuma forma de subordinaccedilatildeo intelectual pode ser

admitida

Os desafios para a concretizaccedilatildeo dos ideais inclusivos na educaccedilatildeo

46

brasileira satildeo inuacutemeros Haacute ainda de se vencer os desafios que impotildee o

conservadorismo das instituiccedilotildees especializadas e enfrentar as pressotildees

poliacuteticas e das pessoas com deficiecircncia ainda muito habituadas a seus roacutetulos

e a benefiacutecios que acentuam a incapacidade as limitaccedilotildees o paternalismo e o

protecionismo social

Smeha Ferreira (2005) descrevem que vaacuterios professores afirmam

apresentar sentimentos de despreparo para trabalharem junto agraves crianccedilas com

necessidades especiais Que natildeo tiveram em sua formaccedilatildeo acadecircmica o

preparo adequado que os capacite a lidar com a diversidade e isso gera

intenso sofrimento pois ensinar crianccedilas com limitaccedilotildees exige conhecimento

competecircncia e habilidade para que o processo inclusivo seja efetivado

Os professores foram preparados para trabalharem com as crianccedilas que

aprendem assim quando eles se deparam com as limitaccedilotildees na

aprendizagem sentem frustraccedilatildeo anguacutestia impotecircncia e medo Portanto faz-

se necessaacuterio uma significativa reformulaccedilatildeo nos cursos de graduaccedilatildeo que

estatildeo formando professores os quais certamente teratildeo alunos com

necessidades educativas especiais em sua trajetoacuteria profissional Aliaacutes essa

reformulaccedilatildeo deve abarcar natildeo somente conhecimentos sobre educaccedilatildeo de

pessoas com deficiecircncia mas tambeacutem oportunizar autoconhecimento para

que os professores possam atuar de forma mais confiante atendendo agraves

demandas educacionais especiais com mais prazer e menos sofrimento Aleacutem

da reestruturaccedilatildeo nas aacutereas que envolvem a formaccedilatildeo de professores para

que o trabalho docente possa acontecer com menor prejuiacutezo agrave sauacutede mental

parece primordial que o investimento transcenda a capacitaccedilatildeo relacionada aos

conhecimentos teacutecnicos e permeie o campo da sauacutede mental no trabalho

O suporte aos aspectos psicoloacutegicos dos professores precisam ser

contemplados com grupos de reflexatildeo ou de apoio um espaccedilo que possa

oportunizar-lhes aos mesmos falar sobre seus sentimentos dificuldades

medos ou fantasias Seria um momento para problematizar e encontrar

ressignificaccedilatildeo no exerciacutecio docente que cada vez mais precisa ser alicerccedilado

no respeito agrave diversidade humana Eacute importante tambeacutem salientar que natildeo eacute

apenas o processo de inclusatildeo o responsaacutevel pelo sofrimento docente muitos

satildeo propensos ao stress devido agraves suas proacuteprias vivecircncias pessoais e agraves

exigecircncias da contemporaneidade

47

De acordo com Souza Silva (2009)

No tocante ao trabalho docente novas propostas se fazem necessaacuterias devido agraves transformaccedilotildees educacionais que estatildeo ocorrendo de forma acelerada exigindo assim novas aprendizagens que possam contribuir para a formaccedilatildeo de profissionais capazes de responder aos novos desafios colocados agrave nossa realidade

Para Bartalotti (2006) nos dias atuais frente ao processo de inclusatildeo

como uma possibilidade embora ainda natildeo como uma realidade haacute um grande

caminho a ser percorrido Pois se olhar em volta para cada ser humano que

nos rodeia ver-se-ia o quanto ainda se tem que caminhar para a construccedilatildeo

de uma sociedade verdadeiramente inclusiva Exclui-se apenas com o olhar

com palavras quantas vezes menospreza-se o outro por ele ter um gosto

uma crenccedila religiosa situaccedilatildeo financeira cor de pele estatura e peso corporal

diferente por nos aceitos E sem a menor preocupaccedilatildeo decidi-se que esta ou

aquela pessoa natildeo serve para estar junto de noacutes de nossos filhos frequentar

nosso clube casa ou templo religioso Jaacute sentem-se excluiacutedos e rejeitados em

diferentes situaccedilotildees sentem-se olhados como diferentes indesejaacuteveis

estranhos certamente essa natildeo eacute uma sensaccedilatildeo agradaacutevel quem jaacute passou

por ela natildeo deseja repetir a experiecircncia

Para que a inclusatildeo ocorra eacute necessaacuterio que a sociedade passe pelo

aprimoramento das relaccedilotildees sociais pela compreensatildeo de que o verdadeiro

pensamento inclusivo eacute aquele que natildeo categoriza ou rotula as pessoas por

ordem de valor valor esse atribuiacutedo muitas vezes atraveacutes de estereoacutetipos

estigmas conhecimentos instituiacutedos pensar inclusivamente eacute aprender a olhar

cada pessoa e buscar nela seu real valor construiacutedo nas relaccedilotildees cotidianas

nos seus sonhos e expectativas e nas suas accedilotildees concretas no mundo

Acredita-se tambeacutem que muitas vezes fala-se que a inclusatildeo eacute uma

utopia muitos natildeo acreditam que a sociedade seja capaz desse movimento

Inclusatildeo eacute sim possibilidade assim como eacute possibilidade a construccedilatildeo de uma

sociedade mais digna para todos com ou sem deficiecircncia

Para Tessaro (2009) existe todo um discurso proacute agrave inclusatildeo em vaacuterios

segmentos da sociedade dentre os quais no ambiente escolar A inclusatildeo eacute

algo que vem se efetivando mesmo que a duras penas buscando superar toda

uma histoacuteria de isolamento discriminaccedilatildeo e preconceito Tem provocado

48

muitos questionamentos principalmente no meio acadecircmico tais como O que

eacute inclusatildeo escolar Por que incluir Qual eacute a opiniatildeo dos alunos com

deficiecircncia e dos professores sobre inclusatildeo A escola possui infra-estrutura

adequada para participar da inclusatildeo escolar Os alunos deficientes se sentem

bem com a inclusatildeo escolar Os professores estatildeo capacitados para educaccedilatildeo

inclusiva

Dutra (2007) destaca que as principais dificuldades no processo de

inclusatildeo escolar do aluno especial eacute a ausecircncia de preparo e de uma

formaccedilatildeo mais teacutecnica que visa suprir as necessidades destes alunos

mediadas pelo professor e tambeacutem agrave falta de boas condiccedilotildees fiacutesicas nas

escolas pra receber estes alunos

Jesus (2007) enfatiza que a inclusatildeo dos portadores de necessidades

educacionais especiais na escola eacute algo essencial agrave educaccedilatildeo mas eacute preciso

ser feita de maneira correta porque nem todos podem estar na escola ou

estatildeo preparados para nela estar por natildeo terem capacidade fisioloacutegica Esse eacute

um assunto muito discutido por alguns especialistas da educaccedilatildeo especial que

buscam uma maneira eficiente de incluir todos as crianccedilas e jovens que

possuem alguma necessidade educacional especial

Nesse sentido Mantoan (2006) afirma que a condiccedilatildeo primeira para

inclusatildeo deixe de ser uma ameaccedila ao que hoje a escola defende e adota como

pratica pedagoacutegica e abandonar tudo que leva a tolerar as pessoas com

deficiecircncia na sala de aula

Natildeo pode se ter um ambiente mais propiacutecio para tal processo de

conscientizaccedilatildeo do que a escola Pois seraacute por meio dessa interaccedilatildeo entre

crianccedilas que se construiraacute uma naccedilatildeo mais justa e igualitaacuteria onde todos

juntos aprenderatildeo a conviver e a se respeitarem Respeito que eacute sonhado por

todos que se espera construir um novo amanhatilde mais digno

O assunto eacute fundamental para ser discutido por todas as pessoas

envolvidas com a educaccedilatildeo e que busquem uma naccedilatildeo com menos

desigualdade social oportunidades para todos uma educaccedilatildeo que priorize o

ser e natildeo ter e uma realidade igualitaacuteria A inclusatildeo eacute acima de tudo a

transformaccedilatildeo da pratica pedagoacutegica de todos os profissionais de educaccedilatildeo

Os registros de textos artigos e livros enfatizam que sobre a

aplicabilidade atual de inclusatildeo escolar satildeo insatisfatoacuterios e que natildeo houve

49

diferenccedilas entre os alunos e entre os professores quanto a essa dimensatildeo Os

professores e os alunos expressaram vaacuterias dificuldades envolvidas nesse

processo destacando se a falta de infra-estrutura das escolas a falta de

preparocapacitaccedilatildeo profissional discriminaccedilatildeo social e a falta de aceitaccedilatildeo da

inclusatildeo

Os professores de educaccedilatildeo especial demonstraram dar mais creacutedito agrave

educaccedilatildeo inclusiva do que os do ensino regular Os alunos deficientes

demonstraram dar menos creacutedito agrave inclusatildeo do que os natildeo deficientes Os

sentimentos decorrentes da inclusatildeo que predominaram entre professores e os

alunos com deficiecircncia foram negativos enquanto entre os alunos natildeo

deficientes prevaleceram os positivos (TESSARO 2009)

Para Fonseca (2004) promover a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma tarefa de

uma equipe multidisciplinar que deve adotar uma estrateacutegia do tipo pensar em

grupo eacute pensar melhor pois soacute dessa forma se podem explorar todas as

opccedilotildees potenciais de inclusatildeo e natildeo soacute as mais coerentes acessiacuteveis ou

tradicionais Sem uma dinacircmica de grupo natildeo se podem discutir e implementar

planos educacionais individualizados na educaccedilatildeo inclusiva transpondo para

sala de aula regular programas inovadores desde a modificaccedilatildeo de

comportamento ao enriquecimento linguumliacutestico ou cognitivo

Ensino em equipe com vaacuterios professores que agem e pensam em

conjunto criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees inovaccedilotildees na instruccedilatildeo na avaliaccedilatildeo

aprendizagem cooperativa e interativa criaccedilatildeo de projetos de suporte muacuteltiplo

serviccedilos de encaminhamentos diagnoacutesticos dinacircmicos e prescritivos em

termos de praacutetica de intervenccedilatildeo na sala de aula regular aprofundamento eacutetico

e legal dos pressupostos morais da inclusatildeo social construccedilatildeo de instrumentos

de investigaccedilatildeo-accedilatildeo entre outros satildeo desafios que se colocam hoje mais do

lado do ensino do que da aprendizagem

Para Almeida Anjos (2007) vaacuterios professores destacam tensotildees que

sempre se preservaram em suas percepccedilotildees e atitudes sejam referentes agraves

pessoas com necessidades educacionais especiais sejam relativas a

dificuldades em relaccedilatildeo a si proacuteprios e aos seus saberes profissionais No

entanto os profissionais apontam em suas falas as possibilidades de transpor

tais dificuldades vividas no trabalho com alunos especiais na rotina de seu dia

a dia de trabalho

50

Laraia (1992 apud ALMEIDA ANJOS 2007) acredita que nenhuma

ordem social eacute baseada em verdades inatas que as mudanccedilas nas praacuteticas

pedagoacutegicas com a diversidade dos alunos passam por uma mudanccedila de

nossas concepccedilotildees e valores Que eacute preciso uma formaccedilatildeo que coloque o

profissional da educaccedilatildeo em conflito com seus conhecimentos e concepccedilotildees a

partir da relaccedilatildeo entre a teoria e a praacutetica para entatildeo podermos comeccedilar a

pensar em inclusatildeo Assim a partir dos pressupostos da ciecircncia social criacutetica

sustentada pelo interesse colaborativo procuramos programar com os

profissionais encontros de estudoreflexatildeo das tensotildees e possibilidades que

envolvem o trabalho com alunos com necessidades educacionais especiais

enfatizar ainda como o lazer e recreaccedilatildeo podem ser facilitadores do processo

de inclusatildeo escolar

Zimmermann (2008) acredita que para conseguir reformar a instituiccedilatildeo

escolar primeiramente se tem que reformar as mentes entretanto natildeo

conseguiraacute reformar mentes sem que se realize uma preacutevia reforma de

instituiccedilotildees Vive-se uma crise de paradigmas e toda a crise gera medos

inseguranccedila e incertezas mas propotildee-se que seja este o momento de ousadia

e de busca de alternativas que sustente e norteie para realizar-se as mudanccedilas

que o momento propotildee Que a escola seja um espaccedilo vivo de formaccedilatildeo para

todos e um ambiente verdadeiramente inclusivo eacute preciso que as poliacuteticas

puacuteblicas de educaccedilatildeo sejam direcionadas aacute inclusatildeo que os educadores

desacomodem-se combatendo a descrenccedila e o pessimismo mostrando que a

inclusatildeo eacute um momento oportuno para professores e a comunidade escolar

demonstrarem sua competecircncia e principalmente suas responsabilidades

educacionais

Esta mudanccedila de perspectiva educacional propotildee que os educadores

faccedilam a diferenccedila buscando conhecimento e contribuindo com uma praacutetica

ressignificada desenvolvendo uma educaccedilatildeo baseada na afetividade e na

superaccedilatildeo de limites que as crianccedilas aprendam a respeitar as diferenccedilas em

sala de aula preparando-as assim para o futuro a vida e o mercado de

trabalho pois vivendo a experiecircncia inclusiva seratildeo adultos bem diferentes de

noacutes e por certo natildeo faratildeo discriminaccedilotildees sociais

Arauacutejo (2008) relata a opiniatildeo dos professores sobre a inclusatildeo escolar

enfatizando com veemecircncia de que a inclusatildeo escolar do aluno portador de

51

necessidades educacionais especiais eacute um assunto muito interessante e

delicado e levantaram a conscientizaccedilatildeo desse aluno sobre o direito deste

frequentar o ensino regular no entanto essa inclusatildeo na visatildeo deles estaacute

acontecendo de forma errocircnea Pois os professores da rede regular de ensino

em sua quase totalidade natildeo estatildeo preparados para lidar com esta nova fase

da educaccedilatildeo brasileira

Tem que se pensar que para que a inclusatildeo se concretize natildeo basta

estar garantido na legislaccedilatildeo mas demanda modificaccedilotildees profundas e

importantes no sistema de ensino Essas mudanccedilas deveratildeo levar em conta o

contexto soacutecio econocircmico aleacutem de serem gradativas planejadas e contiacutenuas

para garantir uma educaccedilatildeo de oacutetima qualidade (BUENO 1998 apud

PEREIRA 2009)

Pereira (2009) acredita que a inclusatildeo depende de mudanccedila de valores

da sociedade e a vivencia de um novo paradigma que natildeo se faz com simples

recomendaccedilotildees teacutecnicas como se fossem receitas de bolo mas com reflexotildees

dos professores direccedilotildees pais alunos equipe multidisciplinar e a comunidade

Essa questatildeo natildeo eacute tatildeo simples assim pois devemos levar em conta as

diferenccedilas Como colocar no mesmo espaccedilo demandas tatildeo diferentes e

especiacuteficas se muitas vezes nem a escola especial consegue dar conta desse

atendimento de forma adequada Deparar-se com frequecircncia com as

resistecircncias dos professores e direccedilotildees manifestadas atraveacutes de

questionamentos e queixas ou ateacute mesmo com expectativas de que possa

apresentar soluccedilotildees maacutegicas de aplicaccedilatildeo imediata causando certa decepccedilatildeo

e frustraccedilatildeo pois ela natildeo existe

O problema se agrava quando se vecirc o professor totalmente dependente

do apoio ou assessoria de profissionais da aacuterea da sauacutede pois neste caso a

questatildeo cliacutenica eacute fundamental e se sobressai e novamente o pedagoacutegico fica

esquecido Com isso o professor se sente desvalorizado incapaz e fora do

processo por considerar esse aluno como doente concluindo que natildeo pode

fazer nada por ele pois ele precisa de tratamento especializado de

profissionais qualificados da aacuterea da sauacutede desistindo assim de assumir tal

tarefa

Desta forma parece que o professor esquece seu papel poreacutem natildeo se

considera o momento do professor sua formaccedilatildeo as condiccedilotildees da proacutepria

52

escola em receber esses alunos que entram nas escolas e continuam

excluiacutedos de todo o processo de ensino-aprendizagem e social causando

frustraccedilatildeo e fracassos dificultando assim a proposta de inclusatildeo Por um lado

os professores julgam-se incapazes de dar conta dessa demanda

despreparados e impotentes frente a essa realidade que eacute agravada dia-a-dia

pela falta de material adequado de apoio administrativo e recursos financeiros

Limaverde (2009) salienta que no Brasil estaacute acontecendo um grande

movimento proacute-inclusatildeo que tem sido fortalecido a partir da sistematizaccedilatildeo do

que se trata o atendimento educacional especializado Existem realidades

muito proacuteximas em relaccedilatildeo ao atendimento desses alunos mas ainda tem

muitas compreensotildees equivocadas sobre a inclusatildeo de alunos com deficiecircncia

Alguns municiacutepios brasileiros pensam que fazem inclusatildeo mas na verdade

eles tecircm feito integraccedilatildeo Percebe-se que alunos que frequentam escolas

comuns salas comuns de ensino natildeo participam efetivamente das aulas ou

das atividades realizadas e essas escolas alegam que esses alunos natildeo tecircm

condiccedilotildees de fazer as atividades e que por isso eles fazem outras atividades

diferenciadas Desta forma natildeo ocorre a inclusatildeo Isso eacute uma integraccedilatildeo

porque o aluno estaacute integrado na sala de aula comum mas ele natildeo participa

das atividades realizadas pelos demais colegas

Muitos municiacutepios brasileiros que estatildeo em processo de transiccedilatildeo ou

seja eles estatildeo implantando o atendimento educacional especializado de

caraacuteter complementar e ao mesmo tempo estatildeo ainda com problemas

relacionados agrave inclusatildeo desses alunos como por exemplo a manutenccedilatildeo de

classes especiais A partir da formaccedilatildeo de 2007 para caacute os municiacutepios tecircm se

reorganizado para atendimento educacional especializado mas ainda eacute uma

realidade muito diferenciada

A inclusatildeo soacute eacute possiacutevel onde houver respeito agrave diferenccedila e

consequentemente a adoccedilatildeo de praacuteticas pedagoacutegicas que permitam agraves

pessoas com deficiecircncia aprender e ser reconhecidos e valorizados os

conhecimentos que satildeo capazes de produzir segundo seu ritmo e na medida

de suas possibilidades (SILVA 2009)

53

A menos que a atual oportunidade favoraacutevel seja aproveitada para melhorar as qualificaccedilotildees profissionais de professores em educaccedilatildeo especial e consequentemente a qualidade da educaccedilatildeo especial tememos que os proacuteximos 20 anos ainda possam ser um periacuteodo de esperanccedilas frustradas (RELATORIO WARNOCK 1978 paraacutegrafo 1932)

54

CONCLUSAtildeO

Diante do levantamento bibliograacutefico conclui-se que a inclusatildeo nos

moldes em que se encontra atualmente estaacute longe de atender a um ideal

Tal processo necessita de muitas transformaccedilotildees Os oacutergatildeos a ele

ligados diretamente ou indiretamente deveratildeo rever suas propostas metas e

meacutetodos de implantaccedilatildeo

Profissionais da sauacutede tambeacutem tecircm papeacuteis importantes em todo o

processo inclusivo pois em accedilatildeo conjunta com os educadores podem fazer um

trabalho mais completo e eficaz

A inclusatildeo escolar eacute uma praacutetica que abrange natildeo apenas os

profissionais especiacuteficos das aacutereas meacutedica e educacional mas tambeacutem

envolve um fator preponderante na vida do indiviacuteduo atendido por ela a famiacutelia

Esta constitui a base da crianccedila com necessidades educacionais especiais e

assumindo a postura devida pode oferecer a esta crianccedila o subsiacutedio para seu

desenvolvimento escolar bem como uma fonte de apoio aos profissionais

envolvidos

Aleacutem de uma nobre causa de cunho educacional a inclusatildeo constitui

ainda uma mudanccedila no comportamento da sociedade como um todo que

passa a ter que zelar por interesses coletivos outrora ignorados pela maioria

Devido ao periacuteodo decorrido desde as primeiras iniciativas ligadas ao

processo inclusivo verifica-se que o tempo eacute um fator indispensaacutevel para sua

concretizaccedilatildeo Esta provavelmente dar-se-aacute a partir do momento em que todos

os envolvidos assumirem suas devidas responsabilidades e se unirem por uma

educaccedilatildeo de qualidade embasada em um planejamento organizado bem

dirigido iacutentegro e sobretudo pautado no respeito ao ser humano e agrave

diversidade

55

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43

capacitar para atender a proposta desta nova face da educaccedilatildeo brasileira ele

teraacute que tentar conciliar as teorias sobre o assunto com sua pratica e a

realidade da sala de aula Pois soacute assim a inclusatildeo do aluno portador de

necessidades educacionais especiais seraacute bem sucedida e gerando bons

resultados no futuro

Assim a inclusatildeo deste tipo de aluno requer novas posturas tanto aos

professores quanto ao sistema educacional brasileiro levando em consideraccedilatildeo

que todos noacutes estaremos ganhando Lembrando tambeacutem que este processo

de aprendizagem requer a reciprocidade das experiecircncias entre o aluno com

necessidades educacionais especiais o professor e os demais alunos Um

processo de aprendizagem onde todos participam a aquisiccedilatildeo do

conhecimento ocorreraacute com mais facilidade

Mantoan Pietro Arantes (2006) acredita que recriar um novo modelo

educativo com ensino de qualidade que diga natildeo aacute exclusatildeo social implica em

condiccedilotildees de trabalho pedagoacutegico e uma rede de saberes que se entrelaccedilam e

caminham no sentido contraacuterio do paradigma tradicional de educaccedilatildeo

segregadora Eacute uma reviravolta complexa mas possiacutevel basta que lutemos por

ela que nos aperfeiccediloemos e estejamos abertos a colaborar na busca dos

caminhos pedagoacutegicos da inclusatildeo Pois nem todas as diferenccedilas

necessariamente inferiorizam as pessoas Elas tem diferenccedilas e igualdades

mas entre elas nem tudo deve ser igual assim como nem tudo deve ser

diferente

De acordo com Santos (apud MANTOAN2003 p34 ) eacute preciso que

tenhamos o direito de sermos diferentes quando a igualdade nos

descaracteriza e o direito de sermos iguais quando a diferenccedila nos inferioriza

Assim a luta pela escola inclusiva embora seja contestada e tenha ateacute

mesmo assustado a comunidade escolar exige mudanccedila de haacutebitos e atitudes

pela sua loacutegica e eacutetica nos remete a refletir e reconhecer que trata-se de um

posicionamento social que garante a vida com igualdade pautada pelo

respeito agraves diferenccedilas Apesar das iniciativas acanhadas da comunidade

escolar e da sociedade geral eacute possiacutevel adequar a escola para um novo

tempo Precisa estar imbuiacutedos de boa vontade e compromisso enfrentar com

seguranccedila e otimismo este desafio enxergar a clareza e obviedade eacutetica da

proposta inclusiva e contribuir para o desmantelamento dessa maacutequina escolar

44

enferrujada

Para Lisita e Souza (2003) das utopias concretas da modernidade tem-

se hoje apenas a certeza da transitoriedade O sentido da revoluccedilatildeo antes

propagado daacute lugar a um leque de possibilidades as quais se abrem num

horizonte virtual em constantes mudanccedilas Que se trata de uma nova realidade

mundial natildeo se discute Indaga-se no entanto o que se tem a fazer diante de

tal realidade

Nesse sentido a ciecircncia e a tecnologia tecircm se constituiacutedo nos principais

agentes de proposiccedilatildeo e de determinaccedilatildeo dessas mudanccedilas A sensaccedilatildeo que

se tem eacute a de que amanheceremos a cada dia num novo mundo repleto de

novidades e onde o ontem estaacute cada vez e mais rapidamente distante

O cenaacuterio do mundo atual evidencia um movimento em direccedilatildeo a um

sentido de inclusatildeo social o sujeito com deficiecircncia passa a dividir a cena com

os sujeitos sem deficiecircncia coabitando os diversos espaccedilos sociais Nota-se

pois um grande dinamismo experimentado pelos sujeitos e em particular

pelos sujeitos com deficiecircncia num mundo onde conceitos e praacuteticas assumem

cada vez mais um caraacuteter efecircmero e de possibilidades muacuteltiplas

Segundo Ferreira e Glat (2004) satildeo frequentes relatos de professores

principalmente em conselhos de classe sobre a dificuldade de determinados

alunos quanto agrave efetivaccedilatildeo de algumas propostas educacionais Na maioria

das situaccedilotildees o que de fato acontece natildeo eacute uma dificuldade do aluno em

realizar ou compreender a atividade solicitada e sim uma inadequaccedilatildeo do

procedimento dos objetivos eou da avaliaccedilatildeo realizada pelo professor Nesse

sentido eacute importante o professor analisar algumas questotildees como

a) de que maneira todos os alunos poderatildeo participar da aula proposta

b) se haacute necessidade de apoio adaptaccedilotildees e como fazecirc-las para sua

plena participaccedilatildeo

c) que expectativas devem ser esperadas eou modificadas para a

efetivaccedilatildeo da atividade (como os alunos demonstram o que sabem a

quantidade e qualidade das atividades propostas)

d) quais satildeo os objetivos prioritaacuterios para a aprendizagem

Enfim eacute do conhecimento de todos que natildeo haacute formas sem

precedentes que se bastem ou que se perpetuem diante das realidades

necessidades e demandas dos alunos que compotildeem as salas de aula que hoje

45

cada professor assume Eacute importante a busca constante de praacuteticas pautadas

no contexto que o aluno vivencia inovadoras pois o trabalho eacute dinacircmico

sendo fundamental que cada profissional pense na sua disponibilidade para a

construccedilatildeo de praacuteticas efetivas que conduzam a uma educaccedilatildeo de qualidade

para todos como descrevem Ferreira e Glat 2004

Poso (2004) acredita que por um lado os professores julgam-se

incapazes de dar conta dessa demanda despreparados e impotentes frente a

essa realidade que eacute agravada pela falta de material adequado de apoio

administrativo e recursos financeiros

Mantoan (2003) enfatiza que a radicalidade da inclusatildeo vem do fato de

esta exigir uma mudanccedila de paradigma educacional onde na perspectiva

inclusiva suprime-se a sub-divisatildeo dos sistemas escolares em modalidades de

ensino especial e regular As escolas atendem as diferenccedilas sem discriminar

sem estabelecer prioridades e necessidades sem estabelecer regras

diferenciadas para cada caso no planejamento avaliaccedilatildeo e aprendizado

Assim pode-se imaginar o impacto da inclusatildeo nos sistemas de ensino ao

supor a aboliccedilatildeo completa dos serviccedilos segregados da educaccedilatildeo especial os

programas de reforccedilo escolar salas de aceleraccedilatildeo e turmas especiais

Desta forma a inclusatildeo eacute uma provocaccedilatildeo cuja intenccedilatildeo eacute melhorar a

qualidade do ensino atingindo todos os alunos de uma forma globalizada

Incluir eacute necessaacuterio primordialmente para melhorar as condiccedilotildees da escola

de modo que nela se possam formar geraccedilotildees mais preparadas para viver a

vida na sua plenitude livremente sem preconceitos sem barreiras Confirma-

se assim mais uma vez a necessidade de a educaccedilatildeo se atualizar e os

professores aperfeiccediloarem as suas praacuteticas para que as escolas se obriguem

a um esforccedilo de modernizaccedilatildeo e reestruturaccedilatildeo de suas condiccedilotildees atuais

Pretende-se que a escola seja inclusiva eacute primordial que seus planos se

redefinam para uma educaccedilatildeo voltada agrave cidadania global plena livre de

preconceitos e disposta a reconhecer e entende as diferenccedilas entre as

pessoas principalmente quanto aos seus aspectos fiacutesico mental e intelectual

Natildeo basta uma educaccedilatildeo para a cidadania eacute preciso educar para a liberdade

e nesse sentido nenhuma forma de subordinaccedilatildeo intelectual pode ser

admitida

Os desafios para a concretizaccedilatildeo dos ideais inclusivos na educaccedilatildeo

46

brasileira satildeo inuacutemeros Haacute ainda de se vencer os desafios que impotildee o

conservadorismo das instituiccedilotildees especializadas e enfrentar as pressotildees

poliacuteticas e das pessoas com deficiecircncia ainda muito habituadas a seus roacutetulos

e a benefiacutecios que acentuam a incapacidade as limitaccedilotildees o paternalismo e o

protecionismo social

Smeha Ferreira (2005) descrevem que vaacuterios professores afirmam

apresentar sentimentos de despreparo para trabalharem junto agraves crianccedilas com

necessidades especiais Que natildeo tiveram em sua formaccedilatildeo acadecircmica o

preparo adequado que os capacite a lidar com a diversidade e isso gera

intenso sofrimento pois ensinar crianccedilas com limitaccedilotildees exige conhecimento

competecircncia e habilidade para que o processo inclusivo seja efetivado

Os professores foram preparados para trabalharem com as crianccedilas que

aprendem assim quando eles se deparam com as limitaccedilotildees na

aprendizagem sentem frustraccedilatildeo anguacutestia impotecircncia e medo Portanto faz-

se necessaacuterio uma significativa reformulaccedilatildeo nos cursos de graduaccedilatildeo que

estatildeo formando professores os quais certamente teratildeo alunos com

necessidades educativas especiais em sua trajetoacuteria profissional Aliaacutes essa

reformulaccedilatildeo deve abarcar natildeo somente conhecimentos sobre educaccedilatildeo de

pessoas com deficiecircncia mas tambeacutem oportunizar autoconhecimento para

que os professores possam atuar de forma mais confiante atendendo agraves

demandas educacionais especiais com mais prazer e menos sofrimento Aleacutem

da reestruturaccedilatildeo nas aacutereas que envolvem a formaccedilatildeo de professores para

que o trabalho docente possa acontecer com menor prejuiacutezo agrave sauacutede mental

parece primordial que o investimento transcenda a capacitaccedilatildeo relacionada aos

conhecimentos teacutecnicos e permeie o campo da sauacutede mental no trabalho

O suporte aos aspectos psicoloacutegicos dos professores precisam ser

contemplados com grupos de reflexatildeo ou de apoio um espaccedilo que possa

oportunizar-lhes aos mesmos falar sobre seus sentimentos dificuldades

medos ou fantasias Seria um momento para problematizar e encontrar

ressignificaccedilatildeo no exerciacutecio docente que cada vez mais precisa ser alicerccedilado

no respeito agrave diversidade humana Eacute importante tambeacutem salientar que natildeo eacute

apenas o processo de inclusatildeo o responsaacutevel pelo sofrimento docente muitos

satildeo propensos ao stress devido agraves suas proacuteprias vivecircncias pessoais e agraves

exigecircncias da contemporaneidade

47

De acordo com Souza Silva (2009)

No tocante ao trabalho docente novas propostas se fazem necessaacuterias devido agraves transformaccedilotildees educacionais que estatildeo ocorrendo de forma acelerada exigindo assim novas aprendizagens que possam contribuir para a formaccedilatildeo de profissionais capazes de responder aos novos desafios colocados agrave nossa realidade

Para Bartalotti (2006) nos dias atuais frente ao processo de inclusatildeo

como uma possibilidade embora ainda natildeo como uma realidade haacute um grande

caminho a ser percorrido Pois se olhar em volta para cada ser humano que

nos rodeia ver-se-ia o quanto ainda se tem que caminhar para a construccedilatildeo

de uma sociedade verdadeiramente inclusiva Exclui-se apenas com o olhar

com palavras quantas vezes menospreza-se o outro por ele ter um gosto

uma crenccedila religiosa situaccedilatildeo financeira cor de pele estatura e peso corporal

diferente por nos aceitos E sem a menor preocupaccedilatildeo decidi-se que esta ou

aquela pessoa natildeo serve para estar junto de noacutes de nossos filhos frequentar

nosso clube casa ou templo religioso Jaacute sentem-se excluiacutedos e rejeitados em

diferentes situaccedilotildees sentem-se olhados como diferentes indesejaacuteveis

estranhos certamente essa natildeo eacute uma sensaccedilatildeo agradaacutevel quem jaacute passou

por ela natildeo deseja repetir a experiecircncia

Para que a inclusatildeo ocorra eacute necessaacuterio que a sociedade passe pelo

aprimoramento das relaccedilotildees sociais pela compreensatildeo de que o verdadeiro

pensamento inclusivo eacute aquele que natildeo categoriza ou rotula as pessoas por

ordem de valor valor esse atribuiacutedo muitas vezes atraveacutes de estereoacutetipos

estigmas conhecimentos instituiacutedos pensar inclusivamente eacute aprender a olhar

cada pessoa e buscar nela seu real valor construiacutedo nas relaccedilotildees cotidianas

nos seus sonhos e expectativas e nas suas accedilotildees concretas no mundo

Acredita-se tambeacutem que muitas vezes fala-se que a inclusatildeo eacute uma

utopia muitos natildeo acreditam que a sociedade seja capaz desse movimento

Inclusatildeo eacute sim possibilidade assim como eacute possibilidade a construccedilatildeo de uma

sociedade mais digna para todos com ou sem deficiecircncia

Para Tessaro (2009) existe todo um discurso proacute agrave inclusatildeo em vaacuterios

segmentos da sociedade dentre os quais no ambiente escolar A inclusatildeo eacute

algo que vem se efetivando mesmo que a duras penas buscando superar toda

uma histoacuteria de isolamento discriminaccedilatildeo e preconceito Tem provocado

48

muitos questionamentos principalmente no meio acadecircmico tais como O que

eacute inclusatildeo escolar Por que incluir Qual eacute a opiniatildeo dos alunos com

deficiecircncia e dos professores sobre inclusatildeo A escola possui infra-estrutura

adequada para participar da inclusatildeo escolar Os alunos deficientes se sentem

bem com a inclusatildeo escolar Os professores estatildeo capacitados para educaccedilatildeo

inclusiva

Dutra (2007) destaca que as principais dificuldades no processo de

inclusatildeo escolar do aluno especial eacute a ausecircncia de preparo e de uma

formaccedilatildeo mais teacutecnica que visa suprir as necessidades destes alunos

mediadas pelo professor e tambeacutem agrave falta de boas condiccedilotildees fiacutesicas nas

escolas pra receber estes alunos

Jesus (2007) enfatiza que a inclusatildeo dos portadores de necessidades

educacionais especiais na escola eacute algo essencial agrave educaccedilatildeo mas eacute preciso

ser feita de maneira correta porque nem todos podem estar na escola ou

estatildeo preparados para nela estar por natildeo terem capacidade fisioloacutegica Esse eacute

um assunto muito discutido por alguns especialistas da educaccedilatildeo especial que

buscam uma maneira eficiente de incluir todos as crianccedilas e jovens que

possuem alguma necessidade educacional especial

Nesse sentido Mantoan (2006) afirma que a condiccedilatildeo primeira para

inclusatildeo deixe de ser uma ameaccedila ao que hoje a escola defende e adota como

pratica pedagoacutegica e abandonar tudo que leva a tolerar as pessoas com

deficiecircncia na sala de aula

Natildeo pode se ter um ambiente mais propiacutecio para tal processo de

conscientizaccedilatildeo do que a escola Pois seraacute por meio dessa interaccedilatildeo entre

crianccedilas que se construiraacute uma naccedilatildeo mais justa e igualitaacuteria onde todos

juntos aprenderatildeo a conviver e a se respeitarem Respeito que eacute sonhado por

todos que se espera construir um novo amanhatilde mais digno

O assunto eacute fundamental para ser discutido por todas as pessoas

envolvidas com a educaccedilatildeo e que busquem uma naccedilatildeo com menos

desigualdade social oportunidades para todos uma educaccedilatildeo que priorize o

ser e natildeo ter e uma realidade igualitaacuteria A inclusatildeo eacute acima de tudo a

transformaccedilatildeo da pratica pedagoacutegica de todos os profissionais de educaccedilatildeo

Os registros de textos artigos e livros enfatizam que sobre a

aplicabilidade atual de inclusatildeo escolar satildeo insatisfatoacuterios e que natildeo houve

49

diferenccedilas entre os alunos e entre os professores quanto a essa dimensatildeo Os

professores e os alunos expressaram vaacuterias dificuldades envolvidas nesse

processo destacando se a falta de infra-estrutura das escolas a falta de

preparocapacitaccedilatildeo profissional discriminaccedilatildeo social e a falta de aceitaccedilatildeo da

inclusatildeo

Os professores de educaccedilatildeo especial demonstraram dar mais creacutedito agrave

educaccedilatildeo inclusiva do que os do ensino regular Os alunos deficientes

demonstraram dar menos creacutedito agrave inclusatildeo do que os natildeo deficientes Os

sentimentos decorrentes da inclusatildeo que predominaram entre professores e os

alunos com deficiecircncia foram negativos enquanto entre os alunos natildeo

deficientes prevaleceram os positivos (TESSARO 2009)

Para Fonseca (2004) promover a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma tarefa de

uma equipe multidisciplinar que deve adotar uma estrateacutegia do tipo pensar em

grupo eacute pensar melhor pois soacute dessa forma se podem explorar todas as

opccedilotildees potenciais de inclusatildeo e natildeo soacute as mais coerentes acessiacuteveis ou

tradicionais Sem uma dinacircmica de grupo natildeo se podem discutir e implementar

planos educacionais individualizados na educaccedilatildeo inclusiva transpondo para

sala de aula regular programas inovadores desde a modificaccedilatildeo de

comportamento ao enriquecimento linguumliacutestico ou cognitivo

Ensino em equipe com vaacuterios professores que agem e pensam em

conjunto criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees inovaccedilotildees na instruccedilatildeo na avaliaccedilatildeo

aprendizagem cooperativa e interativa criaccedilatildeo de projetos de suporte muacuteltiplo

serviccedilos de encaminhamentos diagnoacutesticos dinacircmicos e prescritivos em

termos de praacutetica de intervenccedilatildeo na sala de aula regular aprofundamento eacutetico

e legal dos pressupostos morais da inclusatildeo social construccedilatildeo de instrumentos

de investigaccedilatildeo-accedilatildeo entre outros satildeo desafios que se colocam hoje mais do

lado do ensino do que da aprendizagem

Para Almeida Anjos (2007) vaacuterios professores destacam tensotildees que

sempre se preservaram em suas percepccedilotildees e atitudes sejam referentes agraves

pessoas com necessidades educacionais especiais sejam relativas a

dificuldades em relaccedilatildeo a si proacuteprios e aos seus saberes profissionais No

entanto os profissionais apontam em suas falas as possibilidades de transpor

tais dificuldades vividas no trabalho com alunos especiais na rotina de seu dia

a dia de trabalho

50

Laraia (1992 apud ALMEIDA ANJOS 2007) acredita que nenhuma

ordem social eacute baseada em verdades inatas que as mudanccedilas nas praacuteticas

pedagoacutegicas com a diversidade dos alunos passam por uma mudanccedila de

nossas concepccedilotildees e valores Que eacute preciso uma formaccedilatildeo que coloque o

profissional da educaccedilatildeo em conflito com seus conhecimentos e concepccedilotildees a

partir da relaccedilatildeo entre a teoria e a praacutetica para entatildeo podermos comeccedilar a

pensar em inclusatildeo Assim a partir dos pressupostos da ciecircncia social criacutetica

sustentada pelo interesse colaborativo procuramos programar com os

profissionais encontros de estudoreflexatildeo das tensotildees e possibilidades que

envolvem o trabalho com alunos com necessidades educacionais especiais

enfatizar ainda como o lazer e recreaccedilatildeo podem ser facilitadores do processo

de inclusatildeo escolar

Zimmermann (2008) acredita que para conseguir reformar a instituiccedilatildeo

escolar primeiramente se tem que reformar as mentes entretanto natildeo

conseguiraacute reformar mentes sem que se realize uma preacutevia reforma de

instituiccedilotildees Vive-se uma crise de paradigmas e toda a crise gera medos

inseguranccedila e incertezas mas propotildee-se que seja este o momento de ousadia

e de busca de alternativas que sustente e norteie para realizar-se as mudanccedilas

que o momento propotildee Que a escola seja um espaccedilo vivo de formaccedilatildeo para

todos e um ambiente verdadeiramente inclusivo eacute preciso que as poliacuteticas

puacuteblicas de educaccedilatildeo sejam direcionadas aacute inclusatildeo que os educadores

desacomodem-se combatendo a descrenccedila e o pessimismo mostrando que a

inclusatildeo eacute um momento oportuno para professores e a comunidade escolar

demonstrarem sua competecircncia e principalmente suas responsabilidades

educacionais

Esta mudanccedila de perspectiva educacional propotildee que os educadores

faccedilam a diferenccedila buscando conhecimento e contribuindo com uma praacutetica

ressignificada desenvolvendo uma educaccedilatildeo baseada na afetividade e na

superaccedilatildeo de limites que as crianccedilas aprendam a respeitar as diferenccedilas em

sala de aula preparando-as assim para o futuro a vida e o mercado de

trabalho pois vivendo a experiecircncia inclusiva seratildeo adultos bem diferentes de

noacutes e por certo natildeo faratildeo discriminaccedilotildees sociais

Arauacutejo (2008) relata a opiniatildeo dos professores sobre a inclusatildeo escolar

enfatizando com veemecircncia de que a inclusatildeo escolar do aluno portador de

51

necessidades educacionais especiais eacute um assunto muito interessante e

delicado e levantaram a conscientizaccedilatildeo desse aluno sobre o direito deste

frequentar o ensino regular no entanto essa inclusatildeo na visatildeo deles estaacute

acontecendo de forma errocircnea Pois os professores da rede regular de ensino

em sua quase totalidade natildeo estatildeo preparados para lidar com esta nova fase

da educaccedilatildeo brasileira

Tem que se pensar que para que a inclusatildeo se concretize natildeo basta

estar garantido na legislaccedilatildeo mas demanda modificaccedilotildees profundas e

importantes no sistema de ensino Essas mudanccedilas deveratildeo levar em conta o

contexto soacutecio econocircmico aleacutem de serem gradativas planejadas e contiacutenuas

para garantir uma educaccedilatildeo de oacutetima qualidade (BUENO 1998 apud

PEREIRA 2009)

Pereira (2009) acredita que a inclusatildeo depende de mudanccedila de valores

da sociedade e a vivencia de um novo paradigma que natildeo se faz com simples

recomendaccedilotildees teacutecnicas como se fossem receitas de bolo mas com reflexotildees

dos professores direccedilotildees pais alunos equipe multidisciplinar e a comunidade

Essa questatildeo natildeo eacute tatildeo simples assim pois devemos levar em conta as

diferenccedilas Como colocar no mesmo espaccedilo demandas tatildeo diferentes e

especiacuteficas se muitas vezes nem a escola especial consegue dar conta desse

atendimento de forma adequada Deparar-se com frequecircncia com as

resistecircncias dos professores e direccedilotildees manifestadas atraveacutes de

questionamentos e queixas ou ateacute mesmo com expectativas de que possa

apresentar soluccedilotildees maacutegicas de aplicaccedilatildeo imediata causando certa decepccedilatildeo

e frustraccedilatildeo pois ela natildeo existe

O problema se agrava quando se vecirc o professor totalmente dependente

do apoio ou assessoria de profissionais da aacuterea da sauacutede pois neste caso a

questatildeo cliacutenica eacute fundamental e se sobressai e novamente o pedagoacutegico fica

esquecido Com isso o professor se sente desvalorizado incapaz e fora do

processo por considerar esse aluno como doente concluindo que natildeo pode

fazer nada por ele pois ele precisa de tratamento especializado de

profissionais qualificados da aacuterea da sauacutede desistindo assim de assumir tal

tarefa

Desta forma parece que o professor esquece seu papel poreacutem natildeo se

considera o momento do professor sua formaccedilatildeo as condiccedilotildees da proacutepria

52

escola em receber esses alunos que entram nas escolas e continuam

excluiacutedos de todo o processo de ensino-aprendizagem e social causando

frustraccedilatildeo e fracassos dificultando assim a proposta de inclusatildeo Por um lado

os professores julgam-se incapazes de dar conta dessa demanda

despreparados e impotentes frente a essa realidade que eacute agravada dia-a-dia

pela falta de material adequado de apoio administrativo e recursos financeiros

Limaverde (2009) salienta que no Brasil estaacute acontecendo um grande

movimento proacute-inclusatildeo que tem sido fortalecido a partir da sistematizaccedilatildeo do

que se trata o atendimento educacional especializado Existem realidades

muito proacuteximas em relaccedilatildeo ao atendimento desses alunos mas ainda tem

muitas compreensotildees equivocadas sobre a inclusatildeo de alunos com deficiecircncia

Alguns municiacutepios brasileiros pensam que fazem inclusatildeo mas na verdade

eles tecircm feito integraccedilatildeo Percebe-se que alunos que frequentam escolas

comuns salas comuns de ensino natildeo participam efetivamente das aulas ou

das atividades realizadas e essas escolas alegam que esses alunos natildeo tecircm

condiccedilotildees de fazer as atividades e que por isso eles fazem outras atividades

diferenciadas Desta forma natildeo ocorre a inclusatildeo Isso eacute uma integraccedilatildeo

porque o aluno estaacute integrado na sala de aula comum mas ele natildeo participa

das atividades realizadas pelos demais colegas

Muitos municiacutepios brasileiros que estatildeo em processo de transiccedilatildeo ou

seja eles estatildeo implantando o atendimento educacional especializado de

caraacuteter complementar e ao mesmo tempo estatildeo ainda com problemas

relacionados agrave inclusatildeo desses alunos como por exemplo a manutenccedilatildeo de

classes especiais A partir da formaccedilatildeo de 2007 para caacute os municiacutepios tecircm se

reorganizado para atendimento educacional especializado mas ainda eacute uma

realidade muito diferenciada

A inclusatildeo soacute eacute possiacutevel onde houver respeito agrave diferenccedila e

consequentemente a adoccedilatildeo de praacuteticas pedagoacutegicas que permitam agraves

pessoas com deficiecircncia aprender e ser reconhecidos e valorizados os

conhecimentos que satildeo capazes de produzir segundo seu ritmo e na medida

de suas possibilidades (SILVA 2009)

53

A menos que a atual oportunidade favoraacutevel seja aproveitada para melhorar as qualificaccedilotildees profissionais de professores em educaccedilatildeo especial e consequentemente a qualidade da educaccedilatildeo especial tememos que os proacuteximos 20 anos ainda possam ser um periacuteodo de esperanccedilas frustradas (RELATORIO WARNOCK 1978 paraacutegrafo 1932)

54

CONCLUSAtildeO

Diante do levantamento bibliograacutefico conclui-se que a inclusatildeo nos

moldes em que se encontra atualmente estaacute longe de atender a um ideal

Tal processo necessita de muitas transformaccedilotildees Os oacutergatildeos a ele

ligados diretamente ou indiretamente deveratildeo rever suas propostas metas e

meacutetodos de implantaccedilatildeo

Profissionais da sauacutede tambeacutem tecircm papeacuteis importantes em todo o

processo inclusivo pois em accedilatildeo conjunta com os educadores podem fazer um

trabalho mais completo e eficaz

A inclusatildeo escolar eacute uma praacutetica que abrange natildeo apenas os

profissionais especiacuteficos das aacutereas meacutedica e educacional mas tambeacutem

envolve um fator preponderante na vida do indiviacuteduo atendido por ela a famiacutelia

Esta constitui a base da crianccedila com necessidades educacionais especiais e

assumindo a postura devida pode oferecer a esta crianccedila o subsiacutedio para seu

desenvolvimento escolar bem como uma fonte de apoio aos profissionais

envolvidos

Aleacutem de uma nobre causa de cunho educacional a inclusatildeo constitui

ainda uma mudanccedila no comportamento da sociedade como um todo que

passa a ter que zelar por interesses coletivos outrora ignorados pela maioria

Devido ao periacuteodo decorrido desde as primeiras iniciativas ligadas ao

processo inclusivo verifica-se que o tempo eacute um fator indispensaacutevel para sua

concretizaccedilatildeo Esta provavelmente dar-se-aacute a partir do momento em que todos

os envolvidos assumirem suas devidas responsabilidades e se unirem por uma

educaccedilatildeo de qualidade embasada em um planejamento organizado bem

dirigido iacutentegro e sobretudo pautado no respeito ao ser humano e agrave

diversidade

55

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44

enferrujada

Para Lisita e Souza (2003) das utopias concretas da modernidade tem-

se hoje apenas a certeza da transitoriedade O sentido da revoluccedilatildeo antes

propagado daacute lugar a um leque de possibilidades as quais se abrem num

horizonte virtual em constantes mudanccedilas Que se trata de uma nova realidade

mundial natildeo se discute Indaga-se no entanto o que se tem a fazer diante de

tal realidade

Nesse sentido a ciecircncia e a tecnologia tecircm se constituiacutedo nos principais

agentes de proposiccedilatildeo e de determinaccedilatildeo dessas mudanccedilas A sensaccedilatildeo que

se tem eacute a de que amanheceremos a cada dia num novo mundo repleto de

novidades e onde o ontem estaacute cada vez e mais rapidamente distante

O cenaacuterio do mundo atual evidencia um movimento em direccedilatildeo a um

sentido de inclusatildeo social o sujeito com deficiecircncia passa a dividir a cena com

os sujeitos sem deficiecircncia coabitando os diversos espaccedilos sociais Nota-se

pois um grande dinamismo experimentado pelos sujeitos e em particular

pelos sujeitos com deficiecircncia num mundo onde conceitos e praacuteticas assumem

cada vez mais um caraacuteter efecircmero e de possibilidades muacuteltiplas

Segundo Ferreira e Glat (2004) satildeo frequentes relatos de professores

principalmente em conselhos de classe sobre a dificuldade de determinados

alunos quanto agrave efetivaccedilatildeo de algumas propostas educacionais Na maioria

das situaccedilotildees o que de fato acontece natildeo eacute uma dificuldade do aluno em

realizar ou compreender a atividade solicitada e sim uma inadequaccedilatildeo do

procedimento dos objetivos eou da avaliaccedilatildeo realizada pelo professor Nesse

sentido eacute importante o professor analisar algumas questotildees como

a) de que maneira todos os alunos poderatildeo participar da aula proposta

b) se haacute necessidade de apoio adaptaccedilotildees e como fazecirc-las para sua

plena participaccedilatildeo

c) que expectativas devem ser esperadas eou modificadas para a

efetivaccedilatildeo da atividade (como os alunos demonstram o que sabem a

quantidade e qualidade das atividades propostas)

d) quais satildeo os objetivos prioritaacuterios para a aprendizagem

Enfim eacute do conhecimento de todos que natildeo haacute formas sem

precedentes que se bastem ou que se perpetuem diante das realidades

necessidades e demandas dos alunos que compotildeem as salas de aula que hoje

45

cada professor assume Eacute importante a busca constante de praacuteticas pautadas

no contexto que o aluno vivencia inovadoras pois o trabalho eacute dinacircmico

sendo fundamental que cada profissional pense na sua disponibilidade para a

construccedilatildeo de praacuteticas efetivas que conduzam a uma educaccedilatildeo de qualidade

para todos como descrevem Ferreira e Glat 2004

Poso (2004) acredita que por um lado os professores julgam-se

incapazes de dar conta dessa demanda despreparados e impotentes frente a

essa realidade que eacute agravada pela falta de material adequado de apoio

administrativo e recursos financeiros

Mantoan (2003) enfatiza que a radicalidade da inclusatildeo vem do fato de

esta exigir uma mudanccedila de paradigma educacional onde na perspectiva

inclusiva suprime-se a sub-divisatildeo dos sistemas escolares em modalidades de

ensino especial e regular As escolas atendem as diferenccedilas sem discriminar

sem estabelecer prioridades e necessidades sem estabelecer regras

diferenciadas para cada caso no planejamento avaliaccedilatildeo e aprendizado

Assim pode-se imaginar o impacto da inclusatildeo nos sistemas de ensino ao

supor a aboliccedilatildeo completa dos serviccedilos segregados da educaccedilatildeo especial os

programas de reforccedilo escolar salas de aceleraccedilatildeo e turmas especiais

Desta forma a inclusatildeo eacute uma provocaccedilatildeo cuja intenccedilatildeo eacute melhorar a

qualidade do ensino atingindo todos os alunos de uma forma globalizada

Incluir eacute necessaacuterio primordialmente para melhorar as condiccedilotildees da escola

de modo que nela se possam formar geraccedilotildees mais preparadas para viver a

vida na sua plenitude livremente sem preconceitos sem barreiras Confirma-

se assim mais uma vez a necessidade de a educaccedilatildeo se atualizar e os

professores aperfeiccediloarem as suas praacuteticas para que as escolas se obriguem

a um esforccedilo de modernizaccedilatildeo e reestruturaccedilatildeo de suas condiccedilotildees atuais

Pretende-se que a escola seja inclusiva eacute primordial que seus planos se

redefinam para uma educaccedilatildeo voltada agrave cidadania global plena livre de

preconceitos e disposta a reconhecer e entende as diferenccedilas entre as

pessoas principalmente quanto aos seus aspectos fiacutesico mental e intelectual

Natildeo basta uma educaccedilatildeo para a cidadania eacute preciso educar para a liberdade

e nesse sentido nenhuma forma de subordinaccedilatildeo intelectual pode ser

admitida

Os desafios para a concretizaccedilatildeo dos ideais inclusivos na educaccedilatildeo

46

brasileira satildeo inuacutemeros Haacute ainda de se vencer os desafios que impotildee o

conservadorismo das instituiccedilotildees especializadas e enfrentar as pressotildees

poliacuteticas e das pessoas com deficiecircncia ainda muito habituadas a seus roacutetulos

e a benefiacutecios que acentuam a incapacidade as limitaccedilotildees o paternalismo e o

protecionismo social

Smeha Ferreira (2005) descrevem que vaacuterios professores afirmam

apresentar sentimentos de despreparo para trabalharem junto agraves crianccedilas com

necessidades especiais Que natildeo tiveram em sua formaccedilatildeo acadecircmica o

preparo adequado que os capacite a lidar com a diversidade e isso gera

intenso sofrimento pois ensinar crianccedilas com limitaccedilotildees exige conhecimento

competecircncia e habilidade para que o processo inclusivo seja efetivado

Os professores foram preparados para trabalharem com as crianccedilas que

aprendem assim quando eles se deparam com as limitaccedilotildees na

aprendizagem sentem frustraccedilatildeo anguacutestia impotecircncia e medo Portanto faz-

se necessaacuterio uma significativa reformulaccedilatildeo nos cursos de graduaccedilatildeo que

estatildeo formando professores os quais certamente teratildeo alunos com

necessidades educativas especiais em sua trajetoacuteria profissional Aliaacutes essa

reformulaccedilatildeo deve abarcar natildeo somente conhecimentos sobre educaccedilatildeo de

pessoas com deficiecircncia mas tambeacutem oportunizar autoconhecimento para

que os professores possam atuar de forma mais confiante atendendo agraves

demandas educacionais especiais com mais prazer e menos sofrimento Aleacutem

da reestruturaccedilatildeo nas aacutereas que envolvem a formaccedilatildeo de professores para

que o trabalho docente possa acontecer com menor prejuiacutezo agrave sauacutede mental

parece primordial que o investimento transcenda a capacitaccedilatildeo relacionada aos

conhecimentos teacutecnicos e permeie o campo da sauacutede mental no trabalho

O suporte aos aspectos psicoloacutegicos dos professores precisam ser

contemplados com grupos de reflexatildeo ou de apoio um espaccedilo que possa

oportunizar-lhes aos mesmos falar sobre seus sentimentos dificuldades

medos ou fantasias Seria um momento para problematizar e encontrar

ressignificaccedilatildeo no exerciacutecio docente que cada vez mais precisa ser alicerccedilado

no respeito agrave diversidade humana Eacute importante tambeacutem salientar que natildeo eacute

apenas o processo de inclusatildeo o responsaacutevel pelo sofrimento docente muitos

satildeo propensos ao stress devido agraves suas proacuteprias vivecircncias pessoais e agraves

exigecircncias da contemporaneidade

47

De acordo com Souza Silva (2009)

No tocante ao trabalho docente novas propostas se fazem necessaacuterias devido agraves transformaccedilotildees educacionais que estatildeo ocorrendo de forma acelerada exigindo assim novas aprendizagens que possam contribuir para a formaccedilatildeo de profissionais capazes de responder aos novos desafios colocados agrave nossa realidade

Para Bartalotti (2006) nos dias atuais frente ao processo de inclusatildeo

como uma possibilidade embora ainda natildeo como uma realidade haacute um grande

caminho a ser percorrido Pois se olhar em volta para cada ser humano que

nos rodeia ver-se-ia o quanto ainda se tem que caminhar para a construccedilatildeo

de uma sociedade verdadeiramente inclusiva Exclui-se apenas com o olhar

com palavras quantas vezes menospreza-se o outro por ele ter um gosto

uma crenccedila religiosa situaccedilatildeo financeira cor de pele estatura e peso corporal

diferente por nos aceitos E sem a menor preocupaccedilatildeo decidi-se que esta ou

aquela pessoa natildeo serve para estar junto de noacutes de nossos filhos frequentar

nosso clube casa ou templo religioso Jaacute sentem-se excluiacutedos e rejeitados em

diferentes situaccedilotildees sentem-se olhados como diferentes indesejaacuteveis

estranhos certamente essa natildeo eacute uma sensaccedilatildeo agradaacutevel quem jaacute passou

por ela natildeo deseja repetir a experiecircncia

Para que a inclusatildeo ocorra eacute necessaacuterio que a sociedade passe pelo

aprimoramento das relaccedilotildees sociais pela compreensatildeo de que o verdadeiro

pensamento inclusivo eacute aquele que natildeo categoriza ou rotula as pessoas por

ordem de valor valor esse atribuiacutedo muitas vezes atraveacutes de estereoacutetipos

estigmas conhecimentos instituiacutedos pensar inclusivamente eacute aprender a olhar

cada pessoa e buscar nela seu real valor construiacutedo nas relaccedilotildees cotidianas

nos seus sonhos e expectativas e nas suas accedilotildees concretas no mundo

Acredita-se tambeacutem que muitas vezes fala-se que a inclusatildeo eacute uma

utopia muitos natildeo acreditam que a sociedade seja capaz desse movimento

Inclusatildeo eacute sim possibilidade assim como eacute possibilidade a construccedilatildeo de uma

sociedade mais digna para todos com ou sem deficiecircncia

Para Tessaro (2009) existe todo um discurso proacute agrave inclusatildeo em vaacuterios

segmentos da sociedade dentre os quais no ambiente escolar A inclusatildeo eacute

algo que vem se efetivando mesmo que a duras penas buscando superar toda

uma histoacuteria de isolamento discriminaccedilatildeo e preconceito Tem provocado

48

muitos questionamentos principalmente no meio acadecircmico tais como O que

eacute inclusatildeo escolar Por que incluir Qual eacute a opiniatildeo dos alunos com

deficiecircncia e dos professores sobre inclusatildeo A escola possui infra-estrutura

adequada para participar da inclusatildeo escolar Os alunos deficientes se sentem

bem com a inclusatildeo escolar Os professores estatildeo capacitados para educaccedilatildeo

inclusiva

Dutra (2007) destaca que as principais dificuldades no processo de

inclusatildeo escolar do aluno especial eacute a ausecircncia de preparo e de uma

formaccedilatildeo mais teacutecnica que visa suprir as necessidades destes alunos

mediadas pelo professor e tambeacutem agrave falta de boas condiccedilotildees fiacutesicas nas

escolas pra receber estes alunos

Jesus (2007) enfatiza que a inclusatildeo dos portadores de necessidades

educacionais especiais na escola eacute algo essencial agrave educaccedilatildeo mas eacute preciso

ser feita de maneira correta porque nem todos podem estar na escola ou

estatildeo preparados para nela estar por natildeo terem capacidade fisioloacutegica Esse eacute

um assunto muito discutido por alguns especialistas da educaccedilatildeo especial que

buscam uma maneira eficiente de incluir todos as crianccedilas e jovens que

possuem alguma necessidade educacional especial

Nesse sentido Mantoan (2006) afirma que a condiccedilatildeo primeira para

inclusatildeo deixe de ser uma ameaccedila ao que hoje a escola defende e adota como

pratica pedagoacutegica e abandonar tudo que leva a tolerar as pessoas com

deficiecircncia na sala de aula

Natildeo pode se ter um ambiente mais propiacutecio para tal processo de

conscientizaccedilatildeo do que a escola Pois seraacute por meio dessa interaccedilatildeo entre

crianccedilas que se construiraacute uma naccedilatildeo mais justa e igualitaacuteria onde todos

juntos aprenderatildeo a conviver e a se respeitarem Respeito que eacute sonhado por

todos que se espera construir um novo amanhatilde mais digno

O assunto eacute fundamental para ser discutido por todas as pessoas

envolvidas com a educaccedilatildeo e que busquem uma naccedilatildeo com menos

desigualdade social oportunidades para todos uma educaccedilatildeo que priorize o

ser e natildeo ter e uma realidade igualitaacuteria A inclusatildeo eacute acima de tudo a

transformaccedilatildeo da pratica pedagoacutegica de todos os profissionais de educaccedilatildeo

Os registros de textos artigos e livros enfatizam que sobre a

aplicabilidade atual de inclusatildeo escolar satildeo insatisfatoacuterios e que natildeo houve

49

diferenccedilas entre os alunos e entre os professores quanto a essa dimensatildeo Os

professores e os alunos expressaram vaacuterias dificuldades envolvidas nesse

processo destacando se a falta de infra-estrutura das escolas a falta de

preparocapacitaccedilatildeo profissional discriminaccedilatildeo social e a falta de aceitaccedilatildeo da

inclusatildeo

Os professores de educaccedilatildeo especial demonstraram dar mais creacutedito agrave

educaccedilatildeo inclusiva do que os do ensino regular Os alunos deficientes

demonstraram dar menos creacutedito agrave inclusatildeo do que os natildeo deficientes Os

sentimentos decorrentes da inclusatildeo que predominaram entre professores e os

alunos com deficiecircncia foram negativos enquanto entre os alunos natildeo

deficientes prevaleceram os positivos (TESSARO 2009)

Para Fonseca (2004) promover a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma tarefa de

uma equipe multidisciplinar que deve adotar uma estrateacutegia do tipo pensar em

grupo eacute pensar melhor pois soacute dessa forma se podem explorar todas as

opccedilotildees potenciais de inclusatildeo e natildeo soacute as mais coerentes acessiacuteveis ou

tradicionais Sem uma dinacircmica de grupo natildeo se podem discutir e implementar

planos educacionais individualizados na educaccedilatildeo inclusiva transpondo para

sala de aula regular programas inovadores desde a modificaccedilatildeo de

comportamento ao enriquecimento linguumliacutestico ou cognitivo

Ensino em equipe com vaacuterios professores que agem e pensam em

conjunto criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees inovaccedilotildees na instruccedilatildeo na avaliaccedilatildeo

aprendizagem cooperativa e interativa criaccedilatildeo de projetos de suporte muacuteltiplo

serviccedilos de encaminhamentos diagnoacutesticos dinacircmicos e prescritivos em

termos de praacutetica de intervenccedilatildeo na sala de aula regular aprofundamento eacutetico

e legal dos pressupostos morais da inclusatildeo social construccedilatildeo de instrumentos

de investigaccedilatildeo-accedilatildeo entre outros satildeo desafios que se colocam hoje mais do

lado do ensino do que da aprendizagem

Para Almeida Anjos (2007) vaacuterios professores destacam tensotildees que

sempre se preservaram em suas percepccedilotildees e atitudes sejam referentes agraves

pessoas com necessidades educacionais especiais sejam relativas a

dificuldades em relaccedilatildeo a si proacuteprios e aos seus saberes profissionais No

entanto os profissionais apontam em suas falas as possibilidades de transpor

tais dificuldades vividas no trabalho com alunos especiais na rotina de seu dia

a dia de trabalho

50

Laraia (1992 apud ALMEIDA ANJOS 2007) acredita que nenhuma

ordem social eacute baseada em verdades inatas que as mudanccedilas nas praacuteticas

pedagoacutegicas com a diversidade dos alunos passam por uma mudanccedila de

nossas concepccedilotildees e valores Que eacute preciso uma formaccedilatildeo que coloque o

profissional da educaccedilatildeo em conflito com seus conhecimentos e concepccedilotildees a

partir da relaccedilatildeo entre a teoria e a praacutetica para entatildeo podermos comeccedilar a

pensar em inclusatildeo Assim a partir dos pressupostos da ciecircncia social criacutetica

sustentada pelo interesse colaborativo procuramos programar com os

profissionais encontros de estudoreflexatildeo das tensotildees e possibilidades que

envolvem o trabalho com alunos com necessidades educacionais especiais

enfatizar ainda como o lazer e recreaccedilatildeo podem ser facilitadores do processo

de inclusatildeo escolar

Zimmermann (2008) acredita que para conseguir reformar a instituiccedilatildeo

escolar primeiramente se tem que reformar as mentes entretanto natildeo

conseguiraacute reformar mentes sem que se realize uma preacutevia reforma de

instituiccedilotildees Vive-se uma crise de paradigmas e toda a crise gera medos

inseguranccedila e incertezas mas propotildee-se que seja este o momento de ousadia

e de busca de alternativas que sustente e norteie para realizar-se as mudanccedilas

que o momento propotildee Que a escola seja um espaccedilo vivo de formaccedilatildeo para

todos e um ambiente verdadeiramente inclusivo eacute preciso que as poliacuteticas

puacuteblicas de educaccedilatildeo sejam direcionadas aacute inclusatildeo que os educadores

desacomodem-se combatendo a descrenccedila e o pessimismo mostrando que a

inclusatildeo eacute um momento oportuno para professores e a comunidade escolar

demonstrarem sua competecircncia e principalmente suas responsabilidades

educacionais

Esta mudanccedila de perspectiva educacional propotildee que os educadores

faccedilam a diferenccedila buscando conhecimento e contribuindo com uma praacutetica

ressignificada desenvolvendo uma educaccedilatildeo baseada na afetividade e na

superaccedilatildeo de limites que as crianccedilas aprendam a respeitar as diferenccedilas em

sala de aula preparando-as assim para o futuro a vida e o mercado de

trabalho pois vivendo a experiecircncia inclusiva seratildeo adultos bem diferentes de

noacutes e por certo natildeo faratildeo discriminaccedilotildees sociais

Arauacutejo (2008) relata a opiniatildeo dos professores sobre a inclusatildeo escolar

enfatizando com veemecircncia de que a inclusatildeo escolar do aluno portador de

51

necessidades educacionais especiais eacute um assunto muito interessante e

delicado e levantaram a conscientizaccedilatildeo desse aluno sobre o direito deste

frequentar o ensino regular no entanto essa inclusatildeo na visatildeo deles estaacute

acontecendo de forma errocircnea Pois os professores da rede regular de ensino

em sua quase totalidade natildeo estatildeo preparados para lidar com esta nova fase

da educaccedilatildeo brasileira

Tem que se pensar que para que a inclusatildeo se concretize natildeo basta

estar garantido na legislaccedilatildeo mas demanda modificaccedilotildees profundas e

importantes no sistema de ensino Essas mudanccedilas deveratildeo levar em conta o

contexto soacutecio econocircmico aleacutem de serem gradativas planejadas e contiacutenuas

para garantir uma educaccedilatildeo de oacutetima qualidade (BUENO 1998 apud

PEREIRA 2009)

Pereira (2009) acredita que a inclusatildeo depende de mudanccedila de valores

da sociedade e a vivencia de um novo paradigma que natildeo se faz com simples

recomendaccedilotildees teacutecnicas como se fossem receitas de bolo mas com reflexotildees

dos professores direccedilotildees pais alunos equipe multidisciplinar e a comunidade

Essa questatildeo natildeo eacute tatildeo simples assim pois devemos levar em conta as

diferenccedilas Como colocar no mesmo espaccedilo demandas tatildeo diferentes e

especiacuteficas se muitas vezes nem a escola especial consegue dar conta desse

atendimento de forma adequada Deparar-se com frequecircncia com as

resistecircncias dos professores e direccedilotildees manifestadas atraveacutes de

questionamentos e queixas ou ateacute mesmo com expectativas de que possa

apresentar soluccedilotildees maacutegicas de aplicaccedilatildeo imediata causando certa decepccedilatildeo

e frustraccedilatildeo pois ela natildeo existe

O problema se agrava quando se vecirc o professor totalmente dependente

do apoio ou assessoria de profissionais da aacuterea da sauacutede pois neste caso a

questatildeo cliacutenica eacute fundamental e se sobressai e novamente o pedagoacutegico fica

esquecido Com isso o professor se sente desvalorizado incapaz e fora do

processo por considerar esse aluno como doente concluindo que natildeo pode

fazer nada por ele pois ele precisa de tratamento especializado de

profissionais qualificados da aacuterea da sauacutede desistindo assim de assumir tal

tarefa

Desta forma parece que o professor esquece seu papel poreacutem natildeo se

considera o momento do professor sua formaccedilatildeo as condiccedilotildees da proacutepria

52

escola em receber esses alunos que entram nas escolas e continuam

excluiacutedos de todo o processo de ensino-aprendizagem e social causando

frustraccedilatildeo e fracassos dificultando assim a proposta de inclusatildeo Por um lado

os professores julgam-se incapazes de dar conta dessa demanda

despreparados e impotentes frente a essa realidade que eacute agravada dia-a-dia

pela falta de material adequado de apoio administrativo e recursos financeiros

Limaverde (2009) salienta que no Brasil estaacute acontecendo um grande

movimento proacute-inclusatildeo que tem sido fortalecido a partir da sistematizaccedilatildeo do

que se trata o atendimento educacional especializado Existem realidades

muito proacuteximas em relaccedilatildeo ao atendimento desses alunos mas ainda tem

muitas compreensotildees equivocadas sobre a inclusatildeo de alunos com deficiecircncia

Alguns municiacutepios brasileiros pensam que fazem inclusatildeo mas na verdade

eles tecircm feito integraccedilatildeo Percebe-se que alunos que frequentam escolas

comuns salas comuns de ensino natildeo participam efetivamente das aulas ou

das atividades realizadas e essas escolas alegam que esses alunos natildeo tecircm

condiccedilotildees de fazer as atividades e que por isso eles fazem outras atividades

diferenciadas Desta forma natildeo ocorre a inclusatildeo Isso eacute uma integraccedilatildeo

porque o aluno estaacute integrado na sala de aula comum mas ele natildeo participa

das atividades realizadas pelos demais colegas

Muitos municiacutepios brasileiros que estatildeo em processo de transiccedilatildeo ou

seja eles estatildeo implantando o atendimento educacional especializado de

caraacuteter complementar e ao mesmo tempo estatildeo ainda com problemas

relacionados agrave inclusatildeo desses alunos como por exemplo a manutenccedilatildeo de

classes especiais A partir da formaccedilatildeo de 2007 para caacute os municiacutepios tecircm se

reorganizado para atendimento educacional especializado mas ainda eacute uma

realidade muito diferenciada

A inclusatildeo soacute eacute possiacutevel onde houver respeito agrave diferenccedila e

consequentemente a adoccedilatildeo de praacuteticas pedagoacutegicas que permitam agraves

pessoas com deficiecircncia aprender e ser reconhecidos e valorizados os

conhecimentos que satildeo capazes de produzir segundo seu ritmo e na medida

de suas possibilidades (SILVA 2009)

53

A menos que a atual oportunidade favoraacutevel seja aproveitada para melhorar as qualificaccedilotildees profissionais de professores em educaccedilatildeo especial e consequentemente a qualidade da educaccedilatildeo especial tememos que os proacuteximos 20 anos ainda possam ser um periacuteodo de esperanccedilas frustradas (RELATORIO WARNOCK 1978 paraacutegrafo 1932)

54

CONCLUSAtildeO

Diante do levantamento bibliograacutefico conclui-se que a inclusatildeo nos

moldes em que se encontra atualmente estaacute longe de atender a um ideal

Tal processo necessita de muitas transformaccedilotildees Os oacutergatildeos a ele

ligados diretamente ou indiretamente deveratildeo rever suas propostas metas e

meacutetodos de implantaccedilatildeo

Profissionais da sauacutede tambeacutem tecircm papeacuteis importantes em todo o

processo inclusivo pois em accedilatildeo conjunta com os educadores podem fazer um

trabalho mais completo e eficaz

A inclusatildeo escolar eacute uma praacutetica que abrange natildeo apenas os

profissionais especiacuteficos das aacutereas meacutedica e educacional mas tambeacutem

envolve um fator preponderante na vida do indiviacuteduo atendido por ela a famiacutelia

Esta constitui a base da crianccedila com necessidades educacionais especiais e

assumindo a postura devida pode oferecer a esta crianccedila o subsiacutedio para seu

desenvolvimento escolar bem como uma fonte de apoio aos profissionais

envolvidos

Aleacutem de uma nobre causa de cunho educacional a inclusatildeo constitui

ainda uma mudanccedila no comportamento da sociedade como um todo que

passa a ter que zelar por interesses coletivos outrora ignorados pela maioria

Devido ao periacuteodo decorrido desde as primeiras iniciativas ligadas ao

processo inclusivo verifica-se que o tempo eacute um fator indispensaacutevel para sua

concretizaccedilatildeo Esta provavelmente dar-se-aacute a partir do momento em que todos

os envolvidos assumirem suas devidas responsabilidades e se unirem por uma

educaccedilatildeo de qualidade embasada em um planejamento organizado bem

dirigido iacutentegro e sobretudo pautado no respeito ao ser humano e agrave

diversidade

55

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45

cada professor assume Eacute importante a busca constante de praacuteticas pautadas

no contexto que o aluno vivencia inovadoras pois o trabalho eacute dinacircmico

sendo fundamental que cada profissional pense na sua disponibilidade para a

construccedilatildeo de praacuteticas efetivas que conduzam a uma educaccedilatildeo de qualidade

para todos como descrevem Ferreira e Glat 2004

Poso (2004) acredita que por um lado os professores julgam-se

incapazes de dar conta dessa demanda despreparados e impotentes frente a

essa realidade que eacute agravada pela falta de material adequado de apoio

administrativo e recursos financeiros

Mantoan (2003) enfatiza que a radicalidade da inclusatildeo vem do fato de

esta exigir uma mudanccedila de paradigma educacional onde na perspectiva

inclusiva suprime-se a sub-divisatildeo dos sistemas escolares em modalidades de

ensino especial e regular As escolas atendem as diferenccedilas sem discriminar

sem estabelecer prioridades e necessidades sem estabelecer regras

diferenciadas para cada caso no planejamento avaliaccedilatildeo e aprendizado

Assim pode-se imaginar o impacto da inclusatildeo nos sistemas de ensino ao

supor a aboliccedilatildeo completa dos serviccedilos segregados da educaccedilatildeo especial os

programas de reforccedilo escolar salas de aceleraccedilatildeo e turmas especiais

Desta forma a inclusatildeo eacute uma provocaccedilatildeo cuja intenccedilatildeo eacute melhorar a

qualidade do ensino atingindo todos os alunos de uma forma globalizada

Incluir eacute necessaacuterio primordialmente para melhorar as condiccedilotildees da escola

de modo que nela se possam formar geraccedilotildees mais preparadas para viver a

vida na sua plenitude livremente sem preconceitos sem barreiras Confirma-

se assim mais uma vez a necessidade de a educaccedilatildeo se atualizar e os

professores aperfeiccediloarem as suas praacuteticas para que as escolas se obriguem

a um esforccedilo de modernizaccedilatildeo e reestruturaccedilatildeo de suas condiccedilotildees atuais

Pretende-se que a escola seja inclusiva eacute primordial que seus planos se

redefinam para uma educaccedilatildeo voltada agrave cidadania global plena livre de

preconceitos e disposta a reconhecer e entende as diferenccedilas entre as

pessoas principalmente quanto aos seus aspectos fiacutesico mental e intelectual

Natildeo basta uma educaccedilatildeo para a cidadania eacute preciso educar para a liberdade

e nesse sentido nenhuma forma de subordinaccedilatildeo intelectual pode ser

admitida

Os desafios para a concretizaccedilatildeo dos ideais inclusivos na educaccedilatildeo

46

brasileira satildeo inuacutemeros Haacute ainda de se vencer os desafios que impotildee o

conservadorismo das instituiccedilotildees especializadas e enfrentar as pressotildees

poliacuteticas e das pessoas com deficiecircncia ainda muito habituadas a seus roacutetulos

e a benefiacutecios que acentuam a incapacidade as limitaccedilotildees o paternalismo e o

protecionismo social

Smeha Ferreira (2005) descrevem que vaacuterios professores afirmam

apresentar sentimentos de despreparo para trabalharem junto agraves crianccedilas com

necessidades especiais Que natildeo tiveram em sua formaccedilatildeo acadecircmica o

preparo adequado que os capacite a lidar com a diversidade e isso gera

intenso sofrimento pois ensinar crianccedilas com limitaccedilotildees exige conhecimento

competecircncia e habilidade para que o processo inclusivo seja efetivado

Os professores foram preparados para trabalharem com as crianccedilas que

aprendem assim quando eles se deparam com as limitaccedilotildees na

aprendizagem sentem frustraccedilatildeo anguacutestia impotecircncia e medo Portanto faz-

se necessaacuterio uma significativa reformulaccedilatildeo nos cursos de graduaccedilatildeo que

estatildeo formando professores os quais certamente teratildeo alunos com

necessidades educativas especiais em sua trajetoacuteria profissional Aliaacutes essa

reformulaccedilatildeo deve abarcar natildeo somente conhecimentos sobre educaccedilatildeo de

pessoas com deficiecircncia mas tambeacutem oportunizar autoconhecimento para

que os professores possam atuar de forma mais confiante atendendo agraves

demandas educacionais especiais com mais prazer e menos sofrimento Aleacutem

da reestruturaccedilatildeo nas aacutereas que envolvem a formaccedilatildeo de professores para

que o trabalho docente possa acontecer com menor prejuiacutezo agrave sauacutede mental

parece primordial que o investimento transcenda a capacitaccedilatildeo relacionada aos

conhecimentos teacutecnicos e permeie o campo da sauacutede mental no trabalho

O suporte aos aspectos psicoloacutegicos dos professores precisam ser

contemplados com grupos de reflexatildeo ou de apoio um espaccedilo que possa

oportunizar-lhes aos mesmos falar sobre seus sentimentos dificuldades

medos ou fantasias Seria um momento para problematizar e encontrar

ressignificaccedilatildeo no exerciacutecio docente que cada vez mais precisa ser alicerccedilado

no respeito agrave diversidade humana Eacute importante tambeacutem salientar que natildeo eacute

apenas o processo de inclusatildeo o responsaacutevel pelo sofrimento docente muitos

satildeo propensos ao stress devido agraves suas proacuteprias vivecircncias pessoais e agraves

exigecircncias da contemporaneidade

47

De acordo com Souza Silva (2009)

No tocante ao trabalho docente novas propostas se fazem necessaacuterias devido agraves transformaccedilotildees educacionais que estatildeo ocorrendo de forma acelerada exigindo assim novas aprendizagens que possam contribuir para a formaccedilatildeo de profissionais capazes de responder aos novos desafios colocados agrave nossa realidade

Para Bartalotti (2006) nos dias atuais frente ao processo de inclusatildeo

como uma possibilidade embora ainda natildeo como uma realidade haacute um grande

caminho a ser percorrido Pois se olhar em volta para cada ser humano que

nos rodeia ver-se-ia o quanto ainda se tem que caminhar para a construccedilatildeo

de uma sociedade verdadeiramente inclusiva Exclui-se apenas com o olhar

com palavras quantas vezes menospreza-se o outro por ele ter um gosto

uma crenccedila religiosa situaccedilatildeo financeira cor de pele estatura e peso corporal

diferente por nos aceitos E sem a menor preocupaccedilatildeo decidi-se que esta ou

aquela pessoa natildeo serve para estar junto de noacutes de nossos filhos frequentar

nosso clube casa ou templo religioso Jaacute sentem-se excluiacutedos e rejeitados em

diferentes situaccedilotildees sentem-se olhados como diferentes indesejaacuteveis

estranhos certamente essa natildeo eacute uma sensaccedilatildeo agradaacutevel quem jaacute passou

por ela natildeo deseja repetir a experiecircncia

Para que a inclusatildeo ocorra eacute necessaacuterio que a sociedade passe pelo

aprimoramento das relaccedilotildees sociais pela compreensatildeo de que o verdadeiro

pensamento inclusivo eacute aquele que natildeo categoriza ou rotula as pessoas por

ordem de valor valor esse atribuiacutedo muitas vezes atraveacutes de estereoacutetipos

estigmas conhecimentos instituiacutedos pensar inclusivamente eacute aprender a olhar

cada pessoa e buscar nela seu real valor construiacutedo nas relaccedilotildees cotidianas

nos seus sonhos e expectativas e nas suas accedilotildees concretas no mundo

Acredita-se tambeacutem que muitas vezes fala-se que a inclusatildeo eacute uma

utopia muitos natildeo acreditam que a sociedade seja capaz desse movimento

Inclusatildeo eacute sim possibilidade assim como eacute possibilidade a construccedilatildeo de uma

sociedade mais digna para todos com ou sem deficiecircncia

Para Tessaro (2009) existe todo um discurso proacute agrave inclusatildeo em vaacuterios

segmentos da sociedade dentre os quais no ambiente escolar A inclusatildeo eacute

algo que vem se efetivando mesmo que a duras penas buscando superar toda

uma histoacuteria de isolamento discriminaccedilatildeo e preconceito Tem provocado

48

muitos questionamentos principalmente no meio acadecircmico tais como O que

eacute inclusatildeo escolar Por que incluir Qual eacute a opiniatildeo dos alunos com

deficiecircncia e dos professores sobre inclusatildeo A escola possui infra-estrutura

adequada para participar da inclusatildeo escolar Os alunos deficientes se sentem

bem com a inclusatildeo escolar Os professores estatildeo capacitados para educaccedilatildeo

inclusiva

Dutra (2007) destaca que as principais dificuldades no processo de

inclusatildeo escolar do aluno especial eacute a ausecircncia de preparo e de uma

formaccedilatildeo mais teacutecnica que visa suprir as necessidades destes alunos

mediadas pelo professor e tambeacutem agrave falta de boas condiccedilotildees fiacutesicas nas

escolas pra receber estes alunos

Jesus (2007) enfatiza que a inclusatildeo dos portadores de necessidades

educacionais especiais na escola eacute algo essencial agrave educaccedilatildeo mas eacute preciso

ser feita de maneira correta porque nem todos podem estar na escola ou

estatildeo preparados para nela estar por natildeo terem capacidade fisioloacutegica Esse eacute

um assunto muito discutido por alguns especialistas da educaccedilatildeo especial que

buscam uma maneira eficiente de incluir todos as crianccedilas e jovens que

possuem alguma necessidade educacional especial

Nesse sentido Mantoan (2006) afirma que a condiccedilatildeo primeira para

inclusatildeo deixe de ser uma ameaccedila ao que hoje a escola defende e adota como

pratica pedagoacutegica e abandonar tudo que leva a tolerar as pessoas com

deficiecircncia na sala de aula

Natildeo pode se ter um ambiente mais propiacutecio para tal processo de

conscientizaccedilatildeo do que a escola Pois seraacute por meio dessa interaccedilatildeo entre

crianccedilas que se construiraacute uma naccedilatildeo mais justa e igualitaacuteria onde todos

juntos aprenderatildeo a conviver e a se respeitarem Respeito que eacute sonhado por

todos que se espera construir um novo amanhatilde mais digno

O assunto eacute fundamental para ser discutido por todas as pessoas

envolvidas com a educaccedilatildeo e que busquem uma naccedilatildeo com menos

desigualdade social oportunidades para todos uma educaccedilatildeo que priorize o

ser e natildeo ter e uma realidade igualitaacuteria A inclusatildeo eacute acima de tudo a

transformaccedilatildeo da pratica pedagoacutegica de todos os profissionais de educaccedilatildeo

Os registros de textos artigos e livros enfatizam que sobre a

aplicabilidade atual de inclusatildeo escolar satildeo insatisfatoacuterios e que natildeo houve

49

diferenccedilas entre os alunos e entre os professores quanto a essa dimensatildeo Os

professores e os alunos expressaram vaacuterias dificuldades envolvidas nesse

processo destacando se a falta de infra-estrutura das escolas a falta de

preparocapacitaccedilatildeo profissional discriminaccedilatildeo social e a falta de aceitaccedilatildeo da

inclusatildeo

Os professores de educaccedilatildeo especial demonstraram dar mais creacutedito agrave

educaccedilatildeo inclusiva do que os do ensino regular Os alunos deficientes

demonstraram dar menos creacutedito agrave inclusatildeo do que os natildeo deficientes Os

sentimentos decorrentes da inclusatildeo que predominaram entre professores e os

alunos com deficiecircncia foram negativos enquanto entre os alunos natildeo

deficientes prevaleceram os positivos (TESSARO 2009)

Para Fonseca (2004) promover a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma tarefa de

uma equipe multidisciplinar que deve adotar uma estrateacutegia do tipo pensar em

grupo eacute pensar melhor pois soacute dessa forma se podem explorar todas as

opccedilotildees potenciais de inclusatildeo e natildeo soacute as mais coerentes acessiacuteveis ou

tradicionais Sem uma dinacircmica de grupo natildeo se podem discutir e implementar

planos educacionais individualizados na educaccedilatildeo inclusiva transpondo para

sala de aula regular programas inovadores desde a modificaccedilatildeo de

comportamento ao enriquecimento linguumliacutestico ou cognitivo

Ensino em equipe com vaacuterios professores que agem e pensam em

conjunto criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees inovaccedilotildees na instruccedilatildeo na avaliaccedilatildeo

aprendizagem cooperativa e interativa criaccedilatildeo de projetos de suporte muacuteltiplo

serviccedilos de encaminhamentos diagnoacutesticos dinacircmicos e prescritivos em

termos de praacutetica de intervenccedilatildeo na sala de aula regular aprofundamento eacutetico

e legal dos pressupostos morais da inclusatildeo social construccedilatildeo de instrumentos

de investigaccedilatildeo-accedilatildeo entre outros satildeo desafios que se colocam hoje mais do

lado do ensino do que da aprendizagem

Para Almeida Anjos (2007) vaacuterios professores destacam tensotildees que

sempre se preservaram em suas percepccedilotildees e atitudes sejam referentes agraves

pessoas com necessidades educacionais especiais sejam relativas a

dificuldades em relaccedilatildeo a si proacuteprios e aos seus saberes profissionais No

entanto os profissionais apontam em suas falas as possibilidades de transpor

tais dificuldades vividas no trabalho com alunos especiais na rotina de seu dia

a dia de trabalho

50

Laraia (1992 apud ALMEIDA ANJOS 2007) acredita que nenhuma

ordem social eacute baseada em verdades inatas que as mudanccedilas nas praacuteticas

pedagoacutegicas com a diversidade dos alunos passam por uma mudanccedila de

nossas concepccedilotildees e valores Que eacute preciso uma formaccedilatildeo que coloque o

profissional da educaccedilatildeo em conflito com seus conhecimentos e concepccedilotildees a

partir da relaccedilatildeo entre a teoria e a praacutetica para entatildeo podermos comeccedilar a

pensar em inclusatildeo Assim a partir dos pressupostos da ciecircncia social criacutetica

sustentada pelo interesse colaborativo procuramos programar com os

profissionais encontros de estudoreflexatildeo das tensotildees e possibilidades que

envolvem o trabalho com alunos com necessidades educacionais especiais

enfatizar ainda como o lazer e recreaccedilatildeo podem ser facilitadores do processo

de inclusatildeo escolar

Zimmermann (2008) acredita que para conseguir reformar a instituiccedilatildeo

escolar primeiramente se tem que reformar as mentes entretanto natildeo

conseguiraacute reformar mentes sem que se realize uma preacutevia reforma de

instituiccedilotildees Vive-se uma crise de paradigmas e toda a crise gera medos

inseguranccedila e incertezas mas propotildee-se que seja este o momento de ousadia

e de busca de alternativas que sustente e norteie para realizar-se as mudanccedilas

que o momento propotildee Que a escola seja um espaccedilo vivo de formaccedilatildeo para

todos e um ambiente verdadeiramente inclusivo eacute preciso que as poliacuteticas

puacuteblicas de educaccedilatildeo sejam direcionadas aacute inclusatildeo que os educadores

desacomodem-se combatendo a descrenccedila e o pessimismo mostrando que a

inclusatildeo eacute um momento oportuno para professores e a comunidade escolar

demonstrarem sua competecircncia e principalmente suas responsabilidades

educacionais

Esta mudanccedila de perspectiva educacional propotildee que os educadores

faccedilam a diferenccedila buscando conhecimento e contribuindo com uma praacutetica

ressignificada desenvolvendo uma educaccedilatildeo baseada na afetividade e na

superaccedilatildeo de limites que as crianccedilas aprendam a respeitar as diferenccedilas em

sala de aula preparando-as assim para o futuro a vida e o mercado de

trabalho pois vivendo a experiecircncia inclusiva seratildeo adultos bem diferentes de

noacutes e por certo natildeo faratildeo discriminaccedilotildees sociais

Arauacutejo (2008) relata a opiniatildeo dos professores sobre a inclusatildeo escolar

enfatizando com veemecircncia de que a inclusatildeo escolar do aluno portador de

51

necessidades educacionais especiais eacute um assunto muito interessante e

delicado e levantaram a conscientizaccedilatildeo desse aluno sobre o direito deste

frequentar o ensino regular no entanto essa inclusatildeo na visatildeo deles estaacute

acontecendo de forma errocircnea Pois os professores da rede regular de ensino

em sua quase totalidade natildeo estatildeo preparados para lidar com esta nova fase

da educaccedilatildeo brasileira

Tem que se pensar que para que a inclusatildeo se concretize natildeo basta

estar garantido na legislaccedilatildeo mas demanda modificaccedilotildees profundas e

importantes no sistema de ensino Essas mudanccedilas deveratildeo levar em conta o

contexto soacutecio econocircmico aleacutem de serem gradativas planejadas e contiacutenuas

para garantir uma educaccedilatildeo de oacutetima qualidade (BUENO 1998 apud

PEREIRA 2009)

Pereira (2009) acredita que a inclusatildeo depende de mudanccedila de valores

da sociedade e a vivencia de um novo paradigma que natildeo se faz com simples

recomendaccedilotildees teacutecnicas como se fossem receitas de bolo mas com reflexotildees

dos professores direccedilotildees pais alunos equipe multidisciplinar e a comunidade

Essa questatildeo natildeo eacute tatildeo simples assim pois devemos levar em conta as

diferenccedilas Como colocar no mesmo espaccedilo demandas tatildeo diferentes e

especiacuteficas se muitas vezes nem a escola especial consegue dar conta desse

atendimento de forma adequada Deparar-se com frequecircncia com as

resistecircncias dos professores e direccedilotildees manifestadas atraveacutes de

questionamentos e queixas ou ateacute mesmo com expectativas de que possa

apresentar soluccedilotildees maacutegicas de aplicaccedilatildeo imediata causando certa decepccedilatildeo

e frustraccedilatildeo pois ela natildeo existe

O problema se agrava quando se vecirc o professor totalmente dependente

do apoio ou assessoria de profissionais da aacuterea da sauacutede pois neste caso a

questatildeo cliacutenica eacute fundamental e se sobressai e novamente o pedagoacutegico fica

esquecido Com isso o professor se sente desvalorizado incapaz e fora do

processo por considerar esse aluno como doente concluindo que natildeo pode

fazer nada por ele pois ele precisa de tratamento especializado de

profissionais qualificados da aacuterea da sauacutede desistindo assim de assumir tal

tarefa

Desta forma parece que o professor esquece seu papel poreacutem natildeo se

considera o momento do professor sua formaccedilatildeo as condiccedilotildees da proacutepria

52

escola em receber esses alunos que entram nas escolas e continuam

excluiacutedos de todo o processo de ensino-aprendizagem e social causando

frustraccedilatildeo e fracassos dificultando assim a proposta de inclusatildeo Por um lado

os professores julgam-se incapazes de dar conta dessa demanda

despreparados e impotentes frente a essa realidade que eacute agravada dia-a-dia

pela falta de material adequado de apoio administrativo e recursos financeiros

Limaverde (2009) salienta que no Brasil estaacute acontecendo um grande

movimento proacute-inclusatildeo que tem sido fortalecido a partir da sistematizaccedilatildeo do

que se trata o atendimento educacional especializado Existem realidades

muito proacuteximas em relaccedilatildeo ao atendimento desses alunos mas ainda tem

muitas compreensotildees equivocadas sobre a inclusatildeo de alunos com deficiecircncia

Alguns municiacutepios brasileiros pensam que fazem inclusatildeo mas na verdade

eles tecircm feito integraccedilatildeo Percebe-se que alunos que frequentam escolas

comuns salas comuns de ensino natildeo participam efetivamente das aulas ou

das atividades realizadas e essas escolas alegam que esses alunos natildeo tecircm

condiccedilotildees de fazer as atividades e que por isso eles fazem outras atividades

diferenciadas Desta forma natildeo ocorre a inclusatildeo Isso eacute uma integraccedilatildeo

porque o aluno estaacute integrado na sala de aula comum mas ele natildeo participa

das atividades realizadas pelos demais colegas

Muitos municiacutepios brasileiros que estatildeo em processo de transiccedilatildeo ou

seja eles estatildeo implantando o atendimento educacional especializado de

caraacuteter complementar e ao mesmo tempo estatildeo ainda com problemas

relacionados agrave inclusatildeo desses alunos como por exemplo a manutenccedilatildeo de

classes especiais A partir da formaccedilatildeo de 2007 para caacute os municiacutepios tecircm se

reorganizado para atendimento educacional especializado mas ainda eacute uma

realidade muito diferenciada

A inclusatildeo soacute eacute possiacutevel onde houver respeito agrave diferenccedila e

consequentemente a adoccedilatildeo de praacuteticas pedagoacutegicas que permitam agraves

pessoas com deficiecircncia aprender e ser reconhecidos e valorizados os

conhecimentos que satildeo capazes de produzir segundo seu ritmo e na medida

de suas possibilidades (SILVA 2009)

53

A menos que a atual oportunidade favoraacutevel seja aproveitada para melhorar as qualificaccedilotildees profissionais de professores em educaccedilatildeo especial e consequentemente a qualidade da educaccedilatildeo especial tememos que os proacuteximos 20 anos ainda possam ser um periacuteodo de esperanccedilas frustradas (RELATORIO WARNOCK 1978 paraacutegrafo 1932)

54

CONCLUSAtildeO

Diante do levantamento bibliograacutefico conclui-se que a inclusatildeo nos

moldes em que se encontra atualmente estaacute longe de atender a um ideal

Tal processo necessita de muitas transformaccedilotildees Os oacutergatildeos a ele

ligados diretamente ou indiretamente deveratildeo rever suas propostas metas e

meacutetodos de implantaccedilatildeo

Profissionais da sauacutede tambeacutem tecircm papeacuteis importantes em todo o

processo inclusivo pois em accedilatildeo conjunta com os educadores podem fazer um

trabalho mais completo e eficaz

A inclusatildeo escolar eacute uma praacutetica que abrange natildeo apenas os

profissionais especiacuteficos das aacutereas meacutedica e educacional mas tambeacutem

envolve um fator preponderante na vida do indiviacuteduo atendido por ela a famiacutelia

Esta constitui a base da crianccedila com necessidades educacionais especiais e

assumindo a postura devida pode oferecer a esta crianccedila o subsiacutedio para seu

desenvolvimento escolar bem como uma fonte de apoio aos profissionais

envolvidos

Aleacutem de uma nobre causa de cunho educacional a inclusatildeo constitui

ainda uma mudanccedila no comportamento da sociedade como um todo que

passa a ter que zelar por interesses coletivos outrora ignorados pela maioria

Devido ao periacuteodo decorrido desde as primeiras iniciativas ligadas ao

processo inclusivo verifica-se que o tempo eacute um fator indispensaacutevel para sua

concretizaccedilatildeo Esta provavelmente dar-se-aacute a partir do momento em que todos

os envolvidos assumirem suas devidas responsabilidades e se unirem por uma

educaccedilatildeo de qualidade embasada em um planejamento organizado bem

dirigido iacutentegro e sobretudo pautado no respeito ao ser humano e agrave

diversidade

55

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46

brasileira satildeo inuacutemeros Haacute ainda de se vencer os desafios que impotildee o

conservadorismo das instituiccedilotildees especializadas e enfrentar as pressotildees

poliacuteticas e das pessoas com deficiecircncia ainda muito habituadas a seus roacutetulos

e a benefiacutecios que acentuam a incapacidade as limitaccedilotildees o paternalismo e o

protecionismo social

Smeha Ferreira (2005) descrevem que vaacuterios professores afirmam

apresentar sentimentos de despreparo para trabalharem junto agraves crianccedilas com

necessidades especiais Que natildeo tiveram em sua formaccedilatildeo acadecircmica o

preparo adequado que os capacite a lidar com a diversidade e isso gera

intenso sofrimento pois ensinar crianccedilas com limitaccedilotildees exige conhecimento

competecircncia e habilidade para que o processo inclusivo seja efetivado

Os professores foram preparados para trabalharem com as crianccedilas que

aprendem assim quando eles se deparam com as limitaccedilotildees na

aprendizagem sentem frustraccedilatildeo anguacutestia impotecircncia e medo Portanto faz-

se necessaacuterio uma significativa reformulaccedilatildeo nos cursos de graduaccedilatildeo que

estatildeo formando professores os quais certamente teratildeo alunos com

necessidades educativas especiais em sua trajetoacuteria profissional Aliaacutes essa

reformulaccedilatildeo deve abarcar natildeo somente conhecimentos sobre educaccedilatildeo de

pessoas com deficiecircncia mas tambeacutem oportunizar autoconhecimento para

que os professores possam atuar de forma mais confiante atendendo agraves

demandas educacionais especiais com mais prazer e menos sofrimento Aleacutem

da reestruturaccedilatildeo nas aacutereas que envolvem a formaccedilatildeo de professores para

que o trabalho docente possa acontecer com menor prejuiacutezo agrave sauacutede mental

parece primordial que o investimento transcenda a capacitaccedilatildeo relacionada aos

conhecimentos teacutecnicos e permeie o campo da sauacutede mental no trabalho

O suporte aos aspectos psicoloacutegicos dos professores precisam ser

contemplados com grupos de reflexatildeo ou de apoio um espaccedilo que possa

oportunizar-lhes aos mesmos falar sobre seus sentimentos dificuldades

medos ou fantasias Seria um momento para problematizar e encontrar

ressignificaccedilatildeo no exerciacutecio docente que cada vez mais precisa ser alicerccedilado

no respeito agrave diversidade humana Eacute importante tambeacutem salientar que natildeo eacute

apenas o processo de inclusatildeo o responsaacutevel pelo sofrimento docente muitos

satildeo propensos ao stress devido agraves suas proacuteprias vivecircncias pessoais e agraves

exigecircncias da contemporaneidade

47

De acordo com Souza Silva (2009)

No tocante ao trabalho docente novas propostas se fazem necessaacuterias devido agraves transformaccedilotildees educacionais que estatildeo ocorrendo de forma acelerada exigindo assim novas aprendizagens que possam contribuir para a formaccedilatildeo de profissionais capazes de responder aos novos desafios colocados agrave nossa realidade

Para Bartalotti (2006) nos dias atuais frente ao processo de inclusatildeo

como uma possibilidade embora ainda natildeo como uma realidade haacute um grande

caminho a ser percorrido Pois se olhar em volta para cada ser humano que

nos rodeia ver-se-ia o quanto ainda se tem que caminhar para a construccedilatildeo

de uma sociedade verdadeiramente inclusiva Exclui-se apenas com o olhar

com palavras quantas vezes menospreza-se o outro por ele ter um gosto

uma crenccedila religiosa situaccedilatildeo financeira cor de pele estatura e peso corporal

diferente por nos aceitos E sem a menor preocupaccedilatildeo decidi-se que esta ou

aquela pessoa natildeo serve para estar junto de noacutes de nossos filhos frequentar

nosso clube casa ou templo religioso Jaacute sentem-se excluiacutedos e rejeitados em

diferentes situaccedilotildees sentem-se olhados como diferentes indesejaacuteveis

estranhos certamente essa natildeo eacute uma sensaccedilatildeo agradaacutevel quem jaacute passou

por ela natildeo deseja repetir a experiecircncia

Para que a inclusatildeo ocorra eacute necessaacuterio que a sociedade passe pelo

aprimoramento das relaccedilotildees sociais pela compreensatildeo de que o verdadeiro

pensamento inclusivo eacute aquele que natildeo categoriza ou rotula as pessoas por

ordem de valor valor esse atribuiacutedo muitas vezes atraveacutes de estereoacutetipos

estigmas conhecimentos instituiacutedos pensar inclusivamente eacute aprender a olhar

cada pessoa e buscar nela seu real valor construiacutedo nas relaccedilotildees cotidianas

nos seus sonhos e expectativas e nas suas accedilotildees concretas no mundo

Acredita-se tambeacutem que muitas vezes fala-se que a inclusatildeo eacute uma

utopia muitos natildeo acreditam que a sociedade seja capaz desse movimento

Inclusatildeo eacute sim possibilidade assim como eacute possibilidade a construccedilatildeo de uma

sociedade mais digna para todos com ou sem deficiecircncia

Para Tessaro (2009) existe todo um discurso proacute agrave inclusatildeo em vaacuterios

segmentos da sociedade dentre os quais no ambiente escolar A inclusatildeo eacute

algo que vem se efetivando mesmo que a duras penas buscando superar toda

uma histoacuteria de isolamento discriminaccedilatildeo e preconceito Tem provocado

48

muitos questionamentos principalmente no meio acadecircmico tais como O que

eacute inclusatildeo escolar Por que incluir Qual eacute a opiniatildeo dos alunos com

deficiecircncia e dos professores sobre inclusatildeo A escola possui infra-estrutura

adequada para participar da inclusatildeo escolar Os alunos deficientes se sentem

bem com a inclusatildeo escolar Os professores estatildeo capacitados para educaccedilatildeo

inclusiva

Dutra (2007) destaca que as principais dificuldades no processo de

inclusatildeo escolar do aluno especial eacute a ausecircncia de preparo e de uma

formaccedilatildeo mais teacutecnica que visa suprir as necessidades destes alunos

mediadas pelo professor e tambeacutem agrave falta de boas condiccedilotildees fiacutesicas nas

escolas pra receber estes alunos

Jesus (2007) enfatiza que a inclusatildeo dos portadores de necessidades

educacionais especiais na escola eacute algo essencial agrave educaccedilatildeo mas eacute preciso

ser feita de maneira correta porque nem todos podem estar na escola ou

estatildeo preparados para nela estar por natildeo terem capacidade fisioloacutegica Esse eacute

um assunto muito discutido por alguns especialistas da educaccedilatildeo especial que

buscam uma maneira eficiente de incluir todos as crianccedilas e jovens que

possuem alguma necessidade educacional especial

Nesse sentido Mantoan (2006) afirma que a condiccedilatildeo primeira para

inclusatildeo deixe de ser uma ameaccedila ao que hoje a escola defende e adota como

pratica pedagoacutegica e abandonar tudo que leva a tolerar as pessoas com

deficiecircncia na sala de aula

Natildeo pode se ter um ambiente mais propiacutecio para tal processo de

conscientizaccedilatildeo do que a escola Pois seraacute por meio dessa interaccedilatildeo entre

crianccedilas que se construiraacute uma naccedilatildeo mais justa e igualitaacuteria onde todos

juntos aprenderatildeo a conviver e a se respeitarem Respeito que eacute sonhado por

todos que se espera construir um novo amanhatilde mais digno

O assunto eacute fundamental para ser discutido por todas as pessoas

envolvidas com a educaccedilatildeo e que busquem uma naccedilatildeo com menos

desigualdade social oportunidades para todos uma educaccedilatildeo que priorize o

ser e natildeo ter e uma realidade igualitaacuteria A inclusatildeo eacute acima de tudo a

transformaccedilatildeo da pratica pedagoacutegica de todos os profissionais de educaccedilatildeo

Os registros de textos artigos e livros enfatizam que sobre a

aplicabilidade atual de inclusatildeo escolar satildeo insatisfatoacuterios e que natildeo houve

49

diferenccedilas entre os alunos e entre os professores quanto a essa dimensatildeo Os

professores e os alunos expressaram vaacuterias dificuldades envolvidas nesse

processo destacando se a falta de infra-estrutura das escolas a falta de

preparocapacitaccedilatildeo profissional discriminaccedilatildeo social e a falta de aceitaccedilatildeo da

inclusatildeo

Os professores de educaccedilatildeo especial demonstraram dar mais creacutedito agrave

educaccedilatildeo inclusiva do que os do ensino regular Os alunos deficientes

demonstraram dar menos creacutedito agrave inclusatildeo do que os natildeo deficientes Os

sentimentos decorrentes da inclusatildeo que predominaram entre professores e os

alunos com deficiecircncia foram negativos enquanto entre os alunos natildeo

deficientes prevaleceram os positivos (TESSARO 2009)

Para Fonseca (2004) promover a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma tarefa de

uma equipe multidisciplinar que deve adotar uma estrateacutegia do tipo pensar em

grupo eacute pensar melhor pois soacute dessa forma se podem explorar todas as

opccedilotildees potenciais de inclusatildeo e natildeo soacute as mais coerentes acessiacuteveis ou

tradicionais Sem uma dinacircmica de grupo natildeo se podem discutir e implementar

planos educacionais individualizados na educaccedilatildeo inclusiva transpondo para

sala de aula regular programas inovadores desde a modificaccedilatildeo de

comportamento ao enriquecimento linguumliacutestico ou cognitivo

Ensino em equipe com vaacuterios professores que agem e pensam em

conjunto criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees inovaccedilotildees na instruccedilatildeo na avaliaccedilatildeo

aprendizagem cooperativa e interativa criaccedilatildeo de projetos de suporte muacuteltiplo

serviccedilos de encaminhamentos diagnoacutesticos dinacircmicos e prescritivos em

termos de praacutetica de intervenccedilatildeo na sala de aula regular aprofundamento eacutetico

e legal dos pressupostos morais da inclusatildeo social construccedilatildeo de instrumentos

de investigaccedilatildeo-accedilatildeo entre outros satildeo desafios que se colocam hoje mais do

lado do ensino do que da aprendizagem

Para Almeida Anjos (2007) vaacuterios professores destacam tensotildees que

sempre se preservaram em suas percepccedilotildees e atitudes sejam referentes agraves

pessoas com necessidades educacionais especiais sejam relativas a

dificuldades em relaccedilatildeo a si proacuteprios e aos seus saberes profissionais No

entanto os profissionais apontam em suas falas as possibilidades de transpor

tais dificuldades vividas no trabalho com alunos especiais na rotina de seu dia

a dia de trabalho

50

Laraia (1992 apud ALMEIDA ANJOS 2007) acredita que nenhuma

ordem social eacute baseada em verdades inatas que as mudanccedilas nas praacuteticas

pedagoacutegicas com a diversidade dos alunos passam por uma mudanccedila de

nossas concepccedilotildees e valores Que eacute preciso uma formaccedilatildeo que coloque o

profissional da educaccedilatildeo em conflito com seus conhecimentos e concepccedilotildees a

partir da relaccedilatildeo entre a teoria e a praacutetica para entatildeo podermos comeccedilar a

pensar em inclusatildeo Assim a partir dos pressupostos da ciecircncia social criacutetica

sustentada pelo interesse colaborativo procuramos programar com os

profissionais encontros de estudoreflexatildeo das tensotildees e possibilidades que

envolvem o trabalho com alunos com necessidades educacionais especiais

enfatizar ainda como o lazer e recreaccedilatildeo podem ser facilitadores do processo

de inclusatildeo escolar

Zimmermann (2008) acredita que para conseguir reformar a instituiccedilatildeo

escolar primeiramente se tem que reformar as mentes entretanto natildeo

conseguiraacute reformar mentes sem que se realize uma preacutevia reforma de

instituiccedilotildees Vive-se uma crise de paradigmas e toda a crise gera medos

inseguranccedila e incertezas mas propotildee-se que seja este o momento de ousadia

e de busca de alternativas que sustente e norteie para realizar-se as mudanccedilas

que o momento propotildee Que a escola seja um espaccedilo vivo de formaccedilatildeo para

todos e um ambiente verdadeiramente inclusivo eacute preciso que as poliacuteticas

puacuteblicas de educaccedilatildeo sejam direcionadas aacute inclusatildeo que os educadores

desacomodem-se combatendo a descrenccedila e o pessimismo mostrando que a

inclusatildeo eacute um momento oportuno para professores e a comunidade escolar

demonstrarem sua competecircncia e principalmente suas responsabilidades

educacionais

Esta mudanccedila de perspectiva educacional propotildee que os educadores

faccedilam a diferenccedila buscando conhecimento e contribuindo com uma praacutetica

ressignificada desenvolvendo uma educaccedilatildeo baseada na afetividade e na

superaccedilatildeo de limites que as crianccedilas aprendam a respeitar as diferenccedilas em

sala de aula preparando-as assim para o futuro a vida e o mercado de

trabalho pois vivendo a experiecircncia inclusiva seratildeo adultos bem diferentes de

noacutes e por certo natildeo faratildeo discriminaccedilotildees sociais

Arauacutejo (2008) relata a opiniatildeo dos professores sobre a inclusatildeo escolar

enfatizando com veemecircncia de que a inclusatildeo escolar do aluno portador de

51

necessidades educacionais especiais eacute um assunto muito interessante e

delicado e levantaram a conscientizaccedilatildeo desse aluno sobre o direito deste

frequentar o ensino regular no entanto essa inclusatildeo na visatildeo deles estaacute

acontecendo de forma errocircnea Pois os professores da rede regular de ensino

em sua quase totalidade natildeo estatildeo preparados para lidar com esta nova fase

da educaccedilatildeo brasileira

Tem que se pensar que para que a inclusatildeo se concretize natildeo basta

estar garantido na legislaccedilatildeo mas demanda modificaccedilotildees profundas e

importantes no sistema de ensino Essas mudanccedilas deveratildeo levar em conta o

contexto soacutecio econocircmico aleacutem de serem gradativas planejadas e contiacutenuas

para garantir uma educaccedilatildeo de oacutetima qualidade (BUENO 1998 apud

PEREIRA 2009)

Pereira (2009) acredita que a inclusatildeo depende de mudanccedila de valores

da sociedade e a vivencia de um novo paradigma que natildeo se faz com simples

recomendaccedilotildees teacutecnicas como se fossem receitas de bolo mas com reflexotildees

dos professores direccedilotildees pais alunos equipe multidisciplinar e a comunidade

Essa questatildeo natildeo eacute tatildeo simples assim pois devemos levar em conta as

diferenccedilas Como colocar no mesmo espaccedilo demandas tatildeo diferentes e

especiacuteficas se muitas vezes nem a escola especial consegue dar conta desse

atendimento de forma adequada Deparar-se com frequecircncia com as

resistecircncias dos professores e direccedilotildees manifestadas atraveacutes de

questionamentos e queixas ou ateacute mesmo com expectativas de que possa

apresentar soluccedilotildees maacutegicas de aplicaccedilatildeo imediata causando certa decepccedilatildeo

e frustraccedilatildeo pois ela natildeo existe

O problema se agrava quando se vecirc o professor totalmente dependente

do apoio ou assessoria de profissionais da aacuterea da sauacutede pois neste caso a

questatildeo cliacutenica eacute fundamental e se sobressai e novamente o pedagoacutegico fica

esquecido Com isso o professor se sente desvalorizado incapaz e fora do

processo por considerar esse aluno como doente concluindo que natildeo pode

fazer nada por ele pois ele precisa de tratamento especializado de

profissionais qualificados da aacuterea da sauacutede desistindo assim de assumir tal

tarefa

Desta forma parece que o professor esquece seu papel poreacutem natildeo se

considera o momento do professor sua formaccedilatildeo as condiccedilotildees da proacutepria

52

escola em receber esses alunos que entram nas escolas e continuam

excluiacutedos de todo o processo de ensino-aprendizagem e social causando

frustraccedilatildeo e fracassos dificultando assim a proposta de inclusatildeo Por um lado

os professores julgam-se incapazes de dar conta dessa demanda

despreparados e impotentes frente a essa realidade que eacute agravada dia-a-dia

pela falta de material adequado de apoio administrativo e recursos financeiros

Limaverde (2009) salienta que no Brasil estaacute acontecendo um grande

movimento proacute-inclusatildeo que tem sido fortalecido a partir da sistematizaccedilatildeo do

que se trata o atendimento educacional especializado Existem realidades

muito proacuteximas em relaccedilatildeo ao atendimento desses alunos mas ainda tem

muitas compreensotildees equivocadas sobre a inclusatildeo de alunos com deficiecircncia

Alguns municiacutepios brasileiros pensam que fazem inclusatildeo mas na verdade

eles tecircm feito integraccedilatildeo Percebe-se que alunos que frequentam escolas

comuns salas comuns de ensino natildeo participam efetivamente das aulas ou

das atividades realizadas e essas escolas alegam que esses alunos natildeo tecircm

condiccedilotildees de fazer as atividades e que por isso eles fazem outras atividades

diferenciadas Desta forma natildeo ocorre a inclusatildeo Isso eacute uma integraccedilatildeo

porque o aluno estaacute integrado na sala de aula comum mas ele natildeo participa

das atividades realizadas pelos demais colegas

Muitos municiacutepios brasileiros que estatildeo em processo de transiccedilatildeo ou

seja eles estatildeo implantando o atendimento educacional especializado de

caraacuteter complementar e ao mesmo tempo estatildeo ainda com problemas

relacionados agrave inclusatildeo desses alunos como por exemplo a manutenccedilatildeo de

classes especiais A partir da formaccedilatildeo de 2007 para caacute os municiacutepios tecircm se

reorganizado para atendimento educacional especializado mas ainda eacute uma

realidade muito diferenciada

A inclusatildeo soacute eacute possiacutevel onde houver respeito agrave diferenccedila e

consequentemente a adoccedilatildeo de praacuteticas pedagoacutegicas que permitam agraves

pessoas com deficiecircncia aprender e ser reconhecidos e valorizados os

conhecimentos que satildeo capazes de produzir segundo seu ritmo e na medida

de suas possibilidades (SILVA 2009)

53

A menos que a atual oportunidade favoraacutevel seja aproveitada para melhorar as qualificaccedilotildees profissionais de professores em educaccedilatildeo especial e consequentemente a qualidade da educaccedilatildeo especial tememos que os proacuteximos 20 anos ainda possam ser um periacuteodo de esperanccedilas frustradas (RELATORIO WARNOCK 1978 paraacutegrafo 1932)

54

CONCLUSAtildeO

Diante do levantamento bibliograacutefico conclui-se que a inclusatildeo nos

moldes em que se encontra atualmente estaacute longe de atender a um ideal

Tal processo necessita de muitas transformaccedilotildees Os oacutergatildeos a ele

ligados diretamente ou indiretamente deveratildeo rever suas propostas metas e

meacutetodos de implantaccedilatildeo

Profissionais da sauacutede tambeacutem tecircm papeacuteis importantes em todo o

processo inclusivo pois em accedilatildeo conjunta com os educadores podem fazer um

trabalho mais completo e eficaz

A inclusatildeo escolar eacute uma praacutetica que abrange natildeo apenas os

profissionais especiacuteficos das aacutereas meacutedica e educacional mas tambeacutem

envolve um fator preponderante na vida do indiviacuteduo atendido por ela a famiacutelia

Esta constitui a base da crianccedila com necessidades educacionais especiais e

assumindo a postura devida pode oferecer a esta crianccedila o subsiacutedio para seu

desenvolvimento escolar bem como uma fonte de apoio aos profissionais

envolvidos

Aleacutem de uma nobre causa de cunho educacional a inclusatildeo constitui

ainda uma mudanccedila no comportamento da sociedade como um todo que

passa a ter que zelar por interesses coletivos outrora ignorados pela maioria

Devido ao periacuteodo decorrido desde as primeiras iniciativas ligadas ao

processo inclusivo verifica-se que o tempo eacute um fator indispensaacutevel para sua

concretizaccedilatildeo Esta provavelmente dar-se-aacute a partir do momento em que todos

os envolvidos assumirem suas devidas responsabilidades e se unirem por uma

educaccedilatildeo de qualidade embasada em um planejamento organizado bem

dirigido iacutentegro e sobretudo pautado no respeito ao ser humano e agrave

diversidade

55

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47

De acordo com Souza Silva (2009)

No tocante ao trabalho docente novas propostas se fazem necessaacuterias devido agraves transformaccedilotildees educacionais que estatildeo ocorrendo de forma acelerada exigindo assim novas aprendizagens que possam contribuir para a formaccedilatildeo de profissionais capazes de responder aos novos desafios colocados agrave nossa realidade

Para Bartalotti (2006) nos dias atuais frente ao processo de inclusatildeo

como uma possibilidade embora ainda natildeo como uma realidade haacute um grande

caminho a ser percorrido Pois se olhar em volta para cada ser humano que

nos rodeia ver-se-ia o quanto ainda se tem que caminhar para a construccedilatildeo

de uma sociedade verdadeiramente inclusiva Exclui-se apenas com o olhar

com palavras quantas vezes menospreza-se o outro por ele ter um gosto

uma crenccedila religiosa situaccedilatildeo financeira cor de pele estatura e peso corporal

diferente por nos aceitos E sem a menor preocupaccedilatildeo decidi-se que esta ou

aquela pessoa natildeo serve para estar junto de noacutes de nossos filhos frequentar

nosso clube casa ou templo religioso Jaacute sentem-se excluiacutedos e rejeitados em

diferentes situaccedilotildees sentem-se olhados como diferentes indesejaacuteveis

estranhos certamente essa natildeo eacute uma sensaccedilatildeo agradaacutevel quem jaacute passou

por ela natildeo deseja repetir a experiecircncia

Para que a inclusatildeo ocorra eacute necessaacuterio que a sociedade passe pelo

aprimoramento das relaccedilotildees sociais pela compreensatildeo de que o verdadeiro

pensamento inclusivo eacute aquele que natildeo categoriza ou rotula as pessoas por

ordem de valor valor esse atribuiacutedo muitas vezes atraveacutes de estereoacutetipos

estigmas conhecimentos instituiacutedos pensar inclusivamente eacute aprender a olhar

cada pessoa e buscar nela seu real valor construiacutedo nas relaccedilotildees cotidianas

nos seus sonhos e expectativas e nas suas accedilotildees concretas no mundo

Acredita-se tambeacutem que muitas vezes fala-se que a inclusatildeo eacute uma

utopia muitos natildeo acreditam que a sociedade seja capaz desse movimento

Inclusatildeo eacute sim possibilidade assim como eacute possibilidade a construccedilatildeo de uma

sociedade mais digna para todos com ou sem deficiecircncia

Para Tessaro (2009) existe todo um discurso proacute agrave inclusatildeo em vaacuterios

segmentos da sociedade dentre os quais no ambiente escolar A inclusatildeo eacute

algo que vem se efetivando mesmo que a duras penas buscando superar toda

uma histoacuteria de isolamento discriminaccedilatildeo e preconceito Tem provocado

48

muitos questionamentos principalmente no meio acadecircmico tais como O que

eacute inclusatildeo escolar Por que incluir Qual eacute a opiniatildeo dos alunos com

deficiecircncia e dos professores sobre inclusatildeo A escola possui infra-estrutura

adequada para participar da inclusatildeo escolar Os alunos deficientes se sentem

bem com a inclusatildeo escolar Os professores estatildeo capacitados para educaccedilatildeo

inclusiva

Dutra (2007) destaca que as principais dificuldades no processo de

inclusatildeo escolar do aluno especial eacute a ausecircncia de preparo e de uma

formaccedilatildeo mais teacutecnica que visa suprir as necessidades destes alunos

mediadas pelo professor e tambeacutem agrave falta de boas condiccedilotildees fiacutesicas nas

escolas pra receber estes alunos

Jesus (2007) enfatiza que a inclusatildeo dos portadores de necessidades

educacionais especiais na escola eacute algo essencial agrave educaccedilatildeo mas eacute preciso

ser feita de maneira correta porque nem todos podem estar na escola ou

estatildeo preparados para nela estar por natildeo terem capacidade fisioloacutegica Esse eacute

um assunto muito discutido por alguns especialistas da educaccedilatildeo especial que

buscam uma maneira eficiente de incluir todos as crianccedilas e jovens que

possuem alguma necessidade educacional especial

Nesse sentido Mantoan (2006) afirma que a condiccedilatildeo primeira para

inclusatildeo deixe de ser uma ameaccedila ao que hoje a escola defende e adota como

pratica pedagoacutegica e abandonar tudo que leva a tolerar as pessoas com

deficiecircncia na sala de aula

Natildeo pode se ter um ambiente mais propiacutecio para tal processo de

conscientizaccedilatildeo do que a escola Pois seraacute por meio dessa interaccedilatildeo entre

crianccedilas que se construiraacute uma naccedilatildeo mais justa e igualitaacuteria onde todos

juntos aprenderatildeo a conviver e a se respeitarem Respeito que eacute sonhado por

todos que se espera construir um novo amanhatilde mais digno

O assunto eacute fundamental para ser discutido por todas as pessoas

envolvidas com a educaccedilatildeo e que busquem uma naccedilatildeo com menos

desigualdade social oportunidades para todos uma educaccedilatildeo que priorize o

ser e natildeo ter e uma realidade igualitaacuteria A inclusatildeo eacute acima de tudo a

transformaccedilatildeo da pratica pedagoacutegica de todos os profissionais de educaccedilatildeo

Os registros de textos artigos e livros enfatizam que sobre a

aplicabilidade atual de inclusatildeo escolar satildeo insatisfatoacuterios e que natildeo houve

49

diferenccedilas entre os alunos e entre os professores quanto a essa dimensatildeo Os

professores e os alunos expressaram vaacuterias dificuldades envolvidas nesse

processo destacando se a falta de infra-estrutura das escolas a falta de

preparocapacitaccedilatildeo profissional discriminaccedilatildeo social e a falta de aceitaccedilatildeo da

inclusatildeo

Os professores de educaccedilatildeo especial demonstraram dar mais creacutedito agrave

educaccedilatildeo inclusiva do que os do ensino regular Os alunos deficientes

demonstraram dar menos creacutedito agrave inclusatildeo do que os natildeo deficientes Os

sentimentos decorrentes da inclusatildeo que predominaram entre professores e os

alunos com deficiecircncia foram negativos enquanto entre os alunos natildeo

deficientes prevaleceram os positivos (TESSARO 2009)

Para Fonseca (2004) promover a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma tarefa de

uma equipe multidisciplinar que deve adotar uma estrateacutegia do tipo pensar em

grupo eacute pensar melhor pois soacute dessa forma se podem explorar todas as

opccedilotildees potenciais de inclusatildeo e natildeo soacute as mais coerentes acessiacuteveis ou

tradicionais Sem uma dinacircmica de grupo natildeo se podem discutir e implementar

planos educacionais individualizados na educaccedilatildeo inclusiva transpondo para

sala de aula regular programas inovadores desde a modificaccedilatildeo de

comportamento ao enriquecimento linguumliacutestico ou cognitivo

Ensino em equipe com vaacuterios professores que agem e pensam em

conjunto criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees inovaccedilotildees na instruccedilatildeo na avaliaccedilatildeo

aprendizagem cooperativa e interativa criaccedilatildeo de projetos de suporte muacuteltiplo

serviccedilos de encaminhamentos diagnoacutesticos dinacircmicos e prescritivos em

termos de praacutetica de intervenccedilatildeo na sala de aula regular aprofundamento eacutetico

e legal dos pressupostos morais da inclusatildeo social construccedilatildeo de instrumentos

de investigaccedilatildeo-accedilatildeo entre outros satildeo desafios que se colocam hoje mais do

lado do ensino do que da aprendizagem

Para Almeida Anjos (2007) vaacuterios professores destacam tensotildees que

sempre se preservaram em suas percepccedilotildees e atitudes sejam referentes agraves

pessoas com necessidades educacionais especiais sejam relativas a

dificuldades em relaccedilatildeo a si proacuteprios e aos seus saberes profissionais No

entanto os profissionais apontam em suas falas as possibilidades de transpor

tais dificuldades vividas no trabalho com alunos especiais na rotina de seu dia

a dia de trabalho

50

Laraia (1992 apud ALMEIDA ANJOS 2007) acredita que nenhuma

ordem social eacute baseada em verdades inatas que as mudanccedilas nas praacuteticas

pedagoacutegicas com a diversidade dos alunos passam por uma mudanccedila de

nossas concepccedilotildees e valores Que eacute preciso uma formaccedilatildeo que coloque o

profissional da educaccedilatildeo em conflito com seus conhecimentos e concepccedilotildees a

partir da relaccedilatildeo entre a teoria e a praacutetica para entatildeo podermos comeccedilar a

pensar em inclusatildeo Assim a partir dos pressupostos da ciecircncia social criacutetica

sustentada pelo interesse colaborativo procuramos programar com os

profissionais encontros de estudoreflexatildeo das tensotildees e possibilidades que

envolvem o trabalho com alunos com necessidades educacionais especiais

enfatizar ainda como o lazer e recreaccedilatildeo podem ser facilitadores do processo

de inclusatildeo escolar

Zimmermann (2008) acredita que para conseguir reformar a instituiccedilatildeo

escolar primeiramente se tem que reformar as mentes entretanto natildeo

conseguiraacute reformar mentes sem que se realize uma preacutevia reforma de

instituiccedilotildees Vive-se uma crise de paradigmas e toda a crise gera medos

inseguranccedila e incertezas mas propotildee-se que seja este o momento de ousadia

e de busca de alternativas que sustente e norteie para realizar-se as mudanccedilas

que o momento propotildee Que a escola seja um espaccedilo vivo de formaccedilatildeo para

todos e um ambiente verdadeiramente inclusivo eacute preciso que as poliacuteticas

puacuteblicas de educaccedilatildeo sejam direcionadas aacute inclusatildeo que os educadores

desacomodem-se combatendo a descrenccedila e o pessimismo mostrando que a

inclusatildeo eacute um momento oportuno para professores e a comunidade escolar

demonstrarem sua competecircncia e principalmente suas responsabilidades

educacionais

Esta mudanccedila de perspectiva educacional propotildee que os educadores

faccedilam a diferenccedila buscando conhecimento e contribuindo com uma praacutetica

ressignificada desenvolvendo uma educaccedilatildeo baseada na afetividade e na

superaccedilatildeo de limites que as crianccedilas aprendam a respeitar as diferenccedilas em

sala de aula preparando-as assim para o futuro a vida e o mercado de

trabalho pois vivendo a experiecircncia inclusiva seratildeo adultos bem diferentes de

noacutes e por certo natildeo faratildeo discriminaccedilotildees sociais

Arauacutejo (2008) relata a opiniatildeo dos professores sobre a inclusatildeo escolar

enfatizando com veemecircncia de que a inclusatildeo escolar do aluno portador de

51

necessidades educacionais especiais eacute um assunto muito interessante e

delicado e levantaram a conscientizaccedilatildeo desse aluno sobre o direito deste

frequentar o ensino regular no entanto essa inclusatildeo na visatildeo deles estaacute

acontecendo de forma errocircnea Pois os professores da rede regular de ensino

em sua quase totalidade natildeo estatildeo preparados para lidar com esta nova fase

da educaccedilatildeo brasileira

Tem que se pensar que para que a inclusatildeo se concretize natildeo basta

estar garantido na legislaccedilatildeo mas demanda modificaccedilotildees profundas e

importantes no sistema de ensino Essas mudanccedilas deveratildeo levar em conta o

contexto soacutecio econocircmico aleacutem de serem gradativas planejadas e contiacutenuas

para garantir uma educaccedilatildeo de oacutetima qualidade (BUENO 1998 apud

PEREIRA 2009)

Pereira (2009) acredita que a inclusatildeo depende de mudanccedila de valores

da sociedade e a vivencia de um novo paradigma que natildeo se faz com simples

recomendaccedilotildees teacutecnicas como se fossem receitas de bolo mas com reflexotildees

dos professores direccedilotildees pais alunos equipe multidisciplinar e a comunidade

Essa questatildeo natildeo eacute tatildeo simples assim pois devemos levar em conta as

diferenccedilas Como colocar no mesmo espaccedilo demandas tatildeo diferentes e

especiacuteficas se muitas vezes nem a escola especial consegue dar conta desse

atendimento de forma adequada Deparar-se com frequecircncia com as

resistecircncias dos professores e direccedilotildees manifestadas atraveacutes de

questionamentos e queixas ou ateacute mesmo com expectativas de que possa

apresentar soluccedilotildees maacutegicas de aplicaccedilatildeo imediata causando certa decepccedilatildeo

e frustraccedilatildeo pois ela natildeo existe

O problema se agrava quando se vecirc o professor totalmente dependente

do apoio ou assessoria de profissionais da aacuterea da sauacutede pois neste caso a

questatildeo cliacutenica eacute fundamental e se sobressai e novamente o pedagoacutegico fica

esquecido Com isso o professor se sente desvalorizado incapaz e fora do

processo por considerar esse aluno como doente concluindo que natildeo pode

fazer nada por ele pois ele precisa de tratamento especializado de

profissionais qualificados da aacuterea da sauacutede desistindo assim de assumir tal

tarefa

Desta forma parece que o professor esquece seu papel poreacutem natildeo se

considera o momento do professor sua formaccedilatildeo as condiccedilotildees da proacutepria

52

escola em receber esses alunos que entram nas escolas e continuam

excluiacutedos de todo o processo de ensino-aprendizagem e social causando

frustraccedilatildeo e fracassos dificultando assim a proposta de inclusatildeo Por um lado

os professores julgam-se incapazes de dar conta dessa demanda

despreparados e impotentes frente a essa realidade que eacute agravada dia-a-dia

pela falta de material adequado de apoio administrativo e recursos financeiros

Limaverde (2009) salienta que no Brasil estaacute acontecendo um grande

movimento proacute-inclusatildeo que tem sido fortalecido a partir da sistematizaccedilatildeo do

que se trata o atendimento educacional especializado Existem realidades

muito proacuteximas em relaccedilatildeo ao atendimento desses alunos mas ainda tem

muitas compreensotildees equivocadas sobre a inclusatildeo de alunos com deficiecircncia

Alguns municiacutepios brasileiros pensam que fazem inclusatildeo mas na verdade

eles tecircm feito integraccedilatildeo Percebe-se que alunos que frequentam escolas

comuns salas comuns de ensino natildeo participam efetivamente das aulas ou

das atividades realizadas e essas escolas alegam que esses alunos natildeo tecircm

condiccedilotildees de fazer as atividades e que por isso eles fazem outras atividades

diferenciadas Desta forma natildeo ocorre a inclusatildeo Isso eacute uma integraccedilatildeo

porque o aluno estaacute integrado na sala de aula comum mas ele natildeo participa

das atividades realizadas pelos demais colegas

Muitos municiacutepios brasileiros que estatildeo em processo de transiccedilatildeo ou

seja eles estatildeo implantando o atendimento educacional especializado de

caraacuteter complementar e ao mesmo tempo estatildeo ainda com problemas

relacionados agrave inclusatildeo desses alunos como por exemplo a manutenccedilatildeo de

classes especiais A partir da formaccedilatildeo de 2007 para caacute os municiacutepios tecircm se

reorganizado para atendimento educacional especializado mas ainda eacute uma

realidade muito diferenciada

A inclusatildeo soacute eacute possiacutevel onde houver respeito agrave diferenccedila e

consequentemente a adoccedilatildeo de praacuteticas pedagoacutegicas que permitam agraves

pessoas com deficiecircncia aprender e ser reconhecidos e valorizados os

conhecimentos que satildeo capazes de produzir segundo seu ritmo e na medida

de suas possibilidades (SILVA 2009)

53

A menos que a atual oportunidade favoraacutevel seja aproveitada para melhorar as qualificaccedilotildees profissionais de professores em educaccedilatildeo especial e consequentemente a qualidade da educaccedilatildeo especial tememos que os proacuteximos 20 anos ainda possam ser um periacuteodo de esperanccedilas frustradas (RELATORIO WARNOCK 1978 paraacutegrafo 1932)

54

CONCLUSAtildeO

Diante do levantamento bibliograacutefico conclui-se que a inclusatildeo nos

moldes em que se encontra atualmente estaacute longe de atender a um ideal

Tal processo necessita de muitas transformaccedilotildees Os oacutergatildeos a ele

ligados diretamente ou indiretamente deveratildeo rever suas propostas metas e

meacutetodos de implantaccedilatildeo

Profissionais da sauacutede tambeacutem tecircm papeacuteis importantes em todo o

processo inclusivo pois em accedilatildeo conjunta com os educadores podem fazer um

trabalho mais completo e eficaz

A inclusatildeo escolar eacute uma praacutetica que abrange natildeo apenas os

profissionais especiacuteficos das aacutereas meacutedica e educacional mas tambeacutem

envolve um fator preponderante na vida do indiviacuteduo atendido por ela a famiacutelia

Esta constitui a base da crianccedila com necessidades educacionais especiais e

assumindo a postura devida pode oferecer a esta crianccedila o subsiacutedio para seu

desenvolvimento escolar bem como uma fonte de apoio aos profissionais

envolvidos

Aleacutem de uma nobre causa de cunho educacional a inclusatildeo constitui

ainda uma mudanccedila no comportamento da sociedade como um todo que

passa a ter que zelar por interesses coletivos outrora ignorados pela maioria

Devido ao periacuteodo decorrido desde as primeiras iniciativas ligadas ao

processo inclusivo verifica-se que o tempo eacute um fator indispensaacutevel para sua

concretizaccedilatildeo Esta provavelmente dar-se-aacute a partir do momento em que todos

os envolvidos assumirem suas devidas responsabilidades e se unirem por uma

educaccedilatildeo de qualidade embasada em um planejamento organizado bem

dirigido iacutentegro e sobretudo pautado no respeito ao ser humano e agrave

diversidade

55

REFEREcircNCIAS

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formaccedilatildeo de

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48

muitos questionamentos principalmente no meio acadecircmico tais como O que

eacute inclusatildeo escolar Por que incluir Qual eacute a opiniatildeo dos alunos com

deficiecircncia e dos professores sobre inclusatildeo A escola possui infra-estrutura

adequada para participar da inclusatildeo escolar Os alunos deficientes se sentem

bem com a inclusatildeo escolar Os professores estatildeo capacitados para educaccedilatildeo

inclusiva

Dutra (2007) destaca que as principais dificuldades no processo de

inclusatildeo escolar do aluno especial eacute a ausecircncia de preparo e de uma

formaccedilatildeo mais teacutecnica que visa suprir as necessidades destes alunos

mediadas pelo professor e tambeacutem agrave falta de boas condiccedilotildees fiacutesicas nas

escolas pra receber estes alunos

Jesus (2007) enfatiza que a inclusatildeo dos portadores de necessidades

educacionais especiais na escola eacute algo essencial agrave educaccedilatildeo mas eacute preciso

ser feita de maneira correta porque nem todos podem estar na escola ou

estatildeo preparados para nela estar por natildeo terem capacidade fisioloacutegica Esse eacute

um assunto muito discutido por alguns especialistas da educaccedilatildeo especial que

buscam uma maneira eficiente de incluir todos as crianccedilas e jovens que

possuem alguma necessidade educacional especial

Nesse sentido Mantoan (2006) afirma que a condiccedilatildeo primeira para

inclusatildeo deixe de ser uma ameaccedila ao que hoje a escola defende e adota como

pratica pedagoacutegica e abandonar tudo que leva a tolerar as pessoas com

deficiecircncia na sala de aula

Natildeo pode se ter um ambiente mais propiacutecio para tal processo de

conscientizaccedilatildeo do que a escola Pois seraacute por meio dessa interaccedilatildeo entre

crianccedilas que se construiraacute uma naccedilatildeo mais justa e igualitaacuteria onde todos

juntos aprenderatildeo a conviver e a se respeitarem Respeito que eacute sonhado por

todos que se espera construir um novo amanhatilde mais digno

O assunto eacute fundamental para ser discutido por todas as pessoas

envolvidas com a educaccedilatildeo e que busquem uma naccedilatildeo com menos

desigualdade social oportunidades para todos uma educaccedilatildeo que priorize o

ser e natildeo ter e uma realidade igualitaacuteria A inclusatildeo eacute acima de tudo a

transformaccedilatildeo da pratica pedagoacutegica de todos os profissionais de educaccedilatildeo

Os registros de textos artigos e livros enfatizam que sobre a

aplicabilidade atual de inclusatildeo escolar satildeo insatisfatoacuterios e que natildeo houve

49

diferenccedilas entre os alunos e entre os professores quanto a essa dimensatildeo Os

professores e os alunos expressaram vaacuterias dificuldades envolvidas nesse

processo destacando se a falta de infra-estrutura das escolas a falta de

preparocapacitaccedilatildeo profissional discriminaccedilatildeo social e a falta de aceitaccedilatildeo da

inclusatildeo

Os professores de educaccedilatildeo especial demonstraram dar mais creacutedito agrave

educaccedilatildeo inclusiva do que os do ensino regular Os alunos deficientes

demonstraram dar menos creacutedito agrave inclusatildeo do que os natildeo deficientes Os

sentimentos decorrentes da inclusatildeo que predominaram entre professores e os

alunos com deficiecircncia foram negativos enquanto entre os alunos natildeo

deficientes prevaleceram os positivos (TESSARO 2009)

Para Fonseca (2004) promover a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma tarefa de

uma equipe multidisciplinar que deve adotar uma estrateacutegia do tipo pensar em

grupo eacute pensar melhor pois soacute dessa forma se podem explorar todas as

opccedilotildees potenciais de inclusatildeo e natildeo soacute as mais coerentes acessiacuteveis ou

tradicionais Sem uma dinacircmica de grupo natildeo se podem discutir e implementar

planos educacionais individualizados na educaccedilatildeo inclusiva transpondo para

sala de aula regular programas inovadores desde a modificaccedilatildeo de

comportamento ao enriquecimento linguumliacutestico ou cognitivo

Ensino em equipe com vaacuterios professores que agem e pensam em

conjunto criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees inovaccedilotildees na instruccedilatildeo na avaliaccedilatildeo

aprendizagem cooperativa e interativa criaccedilatildeo de projetos de suporte muacuteltiplo

serviccedilos de encaminhamentos diagnoacutesticos dinacircmicos e prescritivos em

termos de praacutetica de intervenccedilatildeo na sala de aula regular aprofundamento eacutetico

e legal dos pressupostos morais da inclusatildeo social construccedilatildeo de instrumentos

de investigaccedilatildeo-accedilatildeo entre outros satildeo desafios que se colocam hoje mais do

lado do ensino do que da aprendizagem

Para Almeida Anjos (2007) vaacuterios professores destacam tensotildees que

sempre se preservaram em suas percepccedilotildees e atitudes sejam referentes agraves

pessoas com necessidades educacionais especiais sejam relativas a

dificuldades em relaccedilatildeo a si proacuteprios e aos seus saberes profissionais No

entanto os profissionais apontam em suas falas as possibilidades de transpor

tais dificuldades vividas no trabalho com alunos especiais na rotina de seu dia

a dia de trabalho

50

Laraia (1992 apud ALMEIDA ANJOS 2007) acredita que nenhuma

ordem social eacute baseada em verdades inatas que as mudanccedilas nas praacuteticas

pedagoacutegicas com a diversidade dos alunos passam por uma mudanccedila de

nossas concepccedilotildees e valores Que eacute preciso uma formaccedilatildeo que coloque o

profissional da educaccedilatildeo em conflito com seus conhecimentos e concepccedilotildees a

partir da relaccedilatildeo entre a teoria e a praacutetica para entatildeo podermos comeccedilar a

pensar em inclusatildeo Assim a partir dos pressupostos da ciecircncia social criacutetica

sustentada pelo interesse colaborativo procuramos programar com os

profissionais encontros de estudoreflexatildeo das tensotildees e possibilidades que

envolvem o trabalho com alunos com necessidades educacionais especiais

enfatizar ainda como o lazer e recreaccedilatildeo podem ser facilitadores do processo

de inclusatildeo escolar

Zimmermann (2008) acredita que para conseguir reformar a instituiccedilatildeo

escolar primeiramente se tem que reformar as mentes entretanto natildeo

conseguiraacute reformar mentes sem que se realize uma preacutevia reforma de

instituiccedilotildees Vive-se uma crise de paradigmas e toda a crise gera medos

inseguranccedila e incertezas mas propotildee-se que seja este o momento de ousadia

e de busca de alternativas que sustente e norteie para realizar-se as mudanccedilas

que o momento propotildee Que a escola seja um espaccedilo vivo de formaccedilatildeo para

todos e um ambiente verdadeiramente inclusivo eacute preciso que as poliacuteticas

puacuteblicas de educaccedilatildeo sejam direcionadas aacute inclusatildeo que os educadores

desacomodem-se combatendo a descrenccedila e o pessimismo mostrando que a

inclusatildeo eacute um momento oportuno para professores e a comunidade escolar

demonstrarem sua competecircncia e principalmente suas responsabilidades

educacionais

Esta mudanccedila de perspectiva educacional propotildee que os educadores

faccedilam a diferenccedila buscando conhecimento e contribuindo com uma praacutetica

ressignificada desenvolvendo uma educaccedilatildeo baseada na afetividade e na

superaccedilatildeo de limites que as crianccedilas aprendam a respeitar as diferenccedilas em

sala de aula preparando-as assim para o futuro a vida e o mercado de

trabalho pois vivendo a experiecircncia inclusiva seratildeo adultos bem diferentes de

noacutes e por certo natildeo faratildeo discriminaccedilotildees sociais

Arauacutejo (2008) relata a opiniatildeo dos professores sobre a inclusatildeo escolar

enfatizando com veemecircncia de que a inclusatildeo escolar do aluno portador de

51

necessidades educacionais especiais eacute um assunto muito interessante e

delicado e levantaram a conscientizaccedilatildeo desse aluno sobre o direito deste

frequentar o ensino regular no entanto essa inclusatildeo na visatildeo deles estaacute

acontecendo de forma errocircnea Pois os professores da rede regular de ensino

em sua quase totalidade natildeo estatildeo preparados para lidar com esta nova fase

da educaccedilatildeo brasileira

Tem que se pensar que para que a inclusatildeo se concretize natildeo basta

estar garantido na legislaccedilatildeo mas demanda modificaccedilotildees profundas e

importantes no sistema de ensino Essas mudanccedilas deveratildeo levar em conta o

contexto soacutecio econocircmico aleacutem de serem gradativas planejadas e contiacutenuas

para garantir uma educaccedilatildeo de oacutetima qualidade (BUENO 1998 apud

PEREIRA 2009)

Pereira (2009) acredita que a inclusatildeo depende de mudanccedila de valores

da sociedade e a vivencia de um novo paradigma que natildeo se faz com simples

recomendaccedilotildees teacutecnicas como se fossem receitas de bolo mas com reflexotildees

dos professores direccedilotildees pais alunos equipe multidisciplinar e a comunidade

Essa questatildeo natildeo eacute tatildeo simples assim pois devemos levar em conta as

diferenccedilas Como colocar no mesmo espaccedilo demandas tatildeo diferentes e

especiacuteficas se muitas vezes nem a escola especial consegue dar conta desse

atendimento de forma adequada Deparar-se com frequecircncia com as

resistecircncias dos professores e direccedilotildees manifestadas atraveacutes de

questionamentos e queixas ou ateacute mesmo com expectativas de que possa

apresentar soluccedilotildees maacutegicas de aplicaccedilatildeo imediata causando certa decepccedilatildeo

e frustraccedilatildeo pois ela natildeo existe

O problema se agrava quando se vecirc o professor totalmente dependente

do apoio ou assessoria de profissionais da aacuterea da sauacutede pois neste caso a

questatildeo cliacutenica eacute fundamental e se sobressai e novamente o pedagoacutegico fica

esquecido Com isso o professor se sente desvalorizado incapaz e fora do

processo por considerar esse aluno como doente concluindo que natildeo pode

fazer nada por ele pois ele precisa de tratamento especializado de

profissionais qualificados da aacuterea da sauacutede desistindo assim de assumir tal

tarefa

Desta forma parece que o professor esquece seu papel poreacutem natildeo se

considera o momento do professor sua formaccedilatildeo as condiccedilotildees da proacutepria

52

escola em receber esses alunos que entram nas escolas e continuam

excluiacutedos de todo o processo de ensino-aprendizagem e social causando

frustraccedilatildeo e fracassos dificultando assim a proposta de inclusatildeo Por um lado

os professores julgam-se incapazes de dar conta dessa demanda

despreparados e impotentes frente a essa realidade que eacute agravada dia-a-dia

pela falta de material adequado de apoio administrativo e recursos financeiros

Limaverde (2009) salienta que no Brasil estaacute acontecendo um grande

movimento proacute-inclusatildeo que tem sido fortalecido a partir da sistematizaccedilatildeo do

que se trata o atendimento educacional especializado Existem realidades

muito proacuteximas em relaccedilatildeo ao atendimento desses alunos mas ainda tem

muitas compreensotildees equivocadas sobre a inclusatildeo de alunos com deficiecircncia

Alguns municiacutepios brasileiros pensam que fazem inclusatildeo mas na verdade

eles tecircm feito integraccedilatildeo Percebe-se que alunos que frequentam escolas

comuns salas comuns de ensino natildeo participam efetivamente das aulas ou

das atividades realizadas e essas escolas alegam que esses alunos natildeo tecircm

condiccedilotildees de fazer as atividades e que por isso eles fazem outras atividades

diferenciadas Desta forma natildeo ocorre a inclusatildeo Isso eacute uma integraccedilatildeo

porque o aluno estaacute integrado na sala de aula comum mas ele natildeo participa

das atividades realizadas pelos demais colegas

Muitos municiacutepios brasileiros que estatildeo em processo de transiccedilatildeo ou

seja eles estatildeo implantando o atendimento educacional especializado de

caraacuteter complementar e ao mesmo tempo estatildeo ainda com problemas

relacionados agrave inclusatildeo desses alunos como por exemplo a manutenccedilatildeo de

classes especiais A partir da formaccedilatildeo de 2007 para caacute os municiacutepios tecircm se

reorganizado para atendimento educacional especializado mas ainda eacute uma

realidade muito diferenciada

A inclusatildeo soacute eacute possiacutevel onde houver respeito agrave diferenccedila e

consequentemente a adoccedilatildeo de praacuteticas pedagoacutegicas que permitam agraves

pessoas com deficiecircncia aprender e ser reconhecidos e valorizados os

conhecimentos que satildeo capazes de produzir segundo seu ritmo e na medida

de suas possibilidades (SILVA 2009)

53

A menos que a atual oportunidade favoraacutevel seja aproveitada para melhorar as qualificaccedilotildees profissionais de professores em educaccedilatildeo especial e consequentemente a qualidade da educaccedilatildeo especial tememos que os proacuteximos 20 anos ainda possam ser um periacuteodo de esperanccedilas frustradas (RELATORIO WARNOCK 1978 paraacutegrafo 1932)

54

CONCLUSAtildeO

Diante do levantamento bibliograacutefico conclui-se que a inclusatildeo nos

moldes em que se encontra atualmente estaacute longe de atender a um ideal

Tal processo necessita de muitas transformaccedilotildees Os oacutergatildeos a ele

ligados diretamente ou indiretamente deveratildeo rever suas propostas metas e

meacutetodos de implantaccedilatildeo

Profissionais da sauacutede tambeacutem tecircm papeacuteis importantes em todo o

processo inclusivo pois em accedilatildeo conjunta com os educadores podem fazer um

trabalho mais completo e eficaz

A inclusatildeo escolar eacute uma praacutetica que abrange natildeo apenas os

profissionais especiacuteficos das aacutereas meacutedica e educacional mas tambeacutem

envolve um fator preponderante na vida do indiviacuteduo atendido por ela a famiacutelia

Esta constitui a base da crianccedila com necessidades educacionais especiais e

assumindo a postura devida pode oferecer a esta crianccedila o subsiacutedio para seu

desenvolvimento escolar bem como uma fonte de apoio aos profissionais

envolvidos

Aleacutem de uma nobre causa de cunho educacional a inclusatildeo constitui

ainda uma mudanccedila no comportamento da sociedade como um todo que

passa a ter que zelar por interesses coletivos outrora ignorados pela maioria

Devido ao periacuteodo decorrido desde as primeiras iniciativas ligadas ao

processo inclusivo verifica-se que o tempo eacute um fator indispensaacutevel para sua

concretizaccedilatildeo Esta provavelmente dar-se-aacute a partir do momento em que todos

os envolvidos assumirem suas devidas responsabilidades e se unirem por uma

educaccedilatildeo de qualidade embasada em um planejamento organizado bem

dirigido iacutentegro e sobretudo pautado no respeito ao ser humano e agrave

diversidade

55

REFEREcircNCIAS

ALMEIDA M A ANJOS A R Da aversatildeo agrave diversatildeo

formaccedilatildeo de

professores e concepccedilotildees sobre a deficiecircncia implicaccedilotildees de um projeto lazer e recreaccedilatildeo Revista eletrocircnica olharcriticocombr [sl] nordm 54 jun2009 Disponiacutevel em lt httpwwwcoopemultcombrolharcriticover_artigoasp gt Acesso em 30 maio 2009

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49

diferenccedilas entre os alunos e entre os professores quanto a essa dimensatildeo Os

professores e os alunos expressaram vaacuterias dificuldades envolvidas nesse

processo destacando se a falta de infra-estrutura das escolas a falta de

preparocapacitaccedilatildeo profissional discriminaccedilatildeo social e a falta de aceitaccedilatildeo da

inclusatildeo

Os professores de educaccedilatildeo especial demonstraram dar mais creacutedito agrave

educaccedilatildeo inclusiva do que os do ensino regular Os alunos deficientes

demonstraram dar menos creacutedito agrave inclusatildeo do que os natildeo deficientes Os

sentimentos decorrentes da inclusatildeo que predominaram entre professores e os

alunos com deficiecircncia foram negativos enquanto entre os alunos natildeo

deficientes prevaleceram os positivos (TESSARO 2009)

Para Fonseca (2004) promover a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma tarefa de

uma equipe multidisciplinar que deve adotar uma estrateacutegia do tipo pensar em

grupo eacute pensar melhor pois soacute dessa forma se podem explorar todas as

opccedilotildees potenciais de inclusatildeo e natildeo soacute as mais coerentes acessiacuteveis ou

tradicionais Sem uma dinacircmica de grupo natildeo se podem discutir e implementar

planos educacionais individualizados na educaccedilatildeo inclusiva transpondo para

sala de aula regular programas inovadores desde a modificaccedilatildeo de

comportamento ao enriquecimento linguumliacutestico ou cognitivo

Ensino em equipe com vaacuterios professores que agem e pensam em

conjunto criaccedilatildeo de acomodaccedilotildees inovaccedilotildees na instruccedilatildeo na avaliaccedilatildeo

aprendizagem cooperativa e interativa criaccedilatildeo de projetos de suporte muacuteltiplo

serviccedilos de encaminhamentos diagnoacutesticos dinacircmicos e prescritivos em

termos de praacutetica de intervenccedilatildeo na sala de aula regular aprofundamento eacutetico

e legal dos pressupostos morais da inclusatildeo social construccedilatildeo de instrumentos

de investigaccedilatildeo-accedilatildeo entre outros satildeo desafios que se colocam hoje mais do

lado do ensino do que da aprendizagem

Para Almeida Anjos (2007) vaacuterios professores destacam tensotildees que

sempre se preservaram em suas percepccedilotildees e atitudes sejam referentes agraves

pessoas com necessidades educacionais especiais sejam relativas a

dificuldades em relaccedilatildeo a si proacuteprios e aos seus saberes profissionais No

entanto os profissionais apontam em suas falas as possibilidades de transpor

tais dificuldades vividas no trabalho com alunos especiais na rotina de seu dia

a dia de trabalho

50

Laraia (1992 apud ALMEIDA ANJOS 2007) acredita que nenhuma

ordem social eacute baseada em verdades inatas que as mudanccedilas nas praacuteticas

pedagoacutegicas com a diversidade dos alunos passam por uma mudanccedila de

nossas concepccedilotildees e valores Que eacute preciso uma formaccedilatildeo que coloque o

profissional da educaccedilatildeo em conflito com seus conhecimentos e concepccedilotildees a

partir da relaccedilatildeo entre a teoria e a praacutetica para entatildeo podermos comeccedilar a

pensar em inclusatildeo Assim a partir dos pressupostos da ciecircncia social criacutetica

sustentada pelo interesse colaborativo procuramos programar com os

profissionais encontros de estudoreflexatildeo das tensotildees e possibilidades que

envolvem o trabalho com alunos com necessidades educacionais especiais

enfatizar ainda como o lazer e recreaccedilatildeo podem ser facilitadores do processo

de inclusatildeo escolar

Zimmermann (2008) acredita que para conseguir reformar a instituiccedilatildeo

escolar primeiramente se tem que reformar as mentes entretanto natildeo

conseguiraacute reformar mentes sem que se realize uma preacutevia reforma de

instituiccedilotildees Vive-se uma crise de paradigmas e toda a crise gera medos

inseguranccedila e incertezas mas propotildee-se que seja este o momento de ousadia

e de busca de alternativas que sustente e norteie para realizar-se as mudanccedilas

que o momento propotildee Que a escola seja um espaccedilo vivo de formaccedilatildeo para

todos e um ambiente verdadeiramente inclusivo eacute preciso que as poliacuteticas

puacuteblicas de educaccedilatildeo sejam direcionadas aacute inclusatildeo que os educadores

desacomodem-se combatendo a descrenccedila e o pessimismo mostrando que a

inclusatildeo eacute um momento oportuno para professores e a comunidade escolar

demonstrarem sua competecircncia e principalmente suas responsabilidades

educacionais

Esta mudanccedila de perspectiva educacional propotildee que os educadores

faccedilam a diferenccedila buscando conhecimento e contribuindo com uma praacutetica

ressignificada desenvolvendo uma educaccedilatildeo baseada na afetividade e na

superaccedilatildeo de limites que as crianccedilas aprendam a respeitar as diferenccedilas em

sala de aula preparando-as assim para o futuro a vida e o mercado de

trabalho pois vivendo a experiecircncia inclusiva seratildeo adultos bem diferentes de

noacutes e por certo natildeo faratildeo discriminaccedilotildees sociais

Arauacutejo (2008) relata a opiniatildeo dos professores sobre a inclusatildeo escolar

enfatizando com veemecircncia de que a inclusatildeo escolar do aluno portador de

51

necessidades educacionais especiais eacute um assunto muito interessante e

delicado e levantaram a conscientizaccedilatildeo desse aluno sobre o direito deste

frequentar o ensino regular no entanto essa inclusatildeo na visatildeo deles estaacute

acontecendo de forma errocircnea Pois os professores da rede regular de ensino

em sua quase totalidade natildeo estatildeo preparados para lidar com esta nova fase

da educaccedilatildeo brasileira

Tem que se pensar que para que a inclusatildeo se concretize natildeo basta

estar garantido na legislaccedilatildeo mas demanda modificaccedilotildees profundas e

importantes no sistema de ensino Essas mudanccedilas deveratildeo levar em conta o

contexto soacutecio econocircmico aleacutem de serem gradativas planejadas e contiacutenuas

para garantir uma educaccedilatildeo de oacutetima qualidade (BUENO 1998 apud

PEREIRA 2009)

Pereira (2009) acredita que a inclusatildeo depende de mudanccedila de valores

da sociedade e a vivencia de um novo paradigma que natildeo se faz com simples

recomendaccedilotildees teacutecnicas como se fossem receitas de bolo mas com reflexotildees

dos professores direccedilotildees pais alunos equipe multidisciplinar e a comunidade

Essa questatildeo natildeo eacute tatildeo simples assim pois devemos levar em conta as

diferenccedilas Como colocar no mesmo espaccedilo demandas tatildeo diferentes e

especiacuteficas se muitas vezes nem a escola especial consegue dar conta desse

atendimento de forma adequada Deparar-se com frequecircncia com as

resistecircncias dos professores e direccedilotildees manifestadas atraveacutes de

questionamentos e queixas ou ateacute mesmo com expectativas de que possa

apresentar soluccedilotildees maacutegicas de aplicaccedilatildeo imediata causando certa decepccedilatildeo

e frustraccedilatildeo pois ela natildeo existe

O problema se agrava quando se vecirc o professor totalmente dependente

do apoio ou assessoria de profissionais da aacuterea da sauacutede pois neste caso a

questatildeo cliacutenica eacute fundamental e se sobressai e novamente o pedagoacutegico fica

esquecido Com isso o professor se sente desvalorizado incapaz e fora do

processo por considerar esse aluno como doente concluindo que natildeo pode

fazer nada por ele pois ele precisa de tratamento especializado de

profissionais qualificados da aacuterea da sauacutede desistindo assim de assumir tal

tarefa

Desta forma parece que o professor esquece seu papel poreacutem natildeo se

considera o momento do professor sua formaccedilatildeo as condiccedilotildees da proacutepria

52

escola em receber esses alunos que entram nas escolas e continuam

excluiacutedos de todo o processo de ensino-aprendizagem e social causando

frustraccedilatildeo e fracassos dificultando assim a proposta de inclusatildeo Por um lado

os professores julgam-se incapazes de dar conta dessa demanda

despreparados e impotentes frente a essa realidade que eacute agravada dia-a-dia

pela falta de material adequado de apoio administrativo e recursos financeiros

Limaverde (2009) salienta que no Brasil estaacute acontecendo um grande

movimento proacute-inclusatildeo que tem sido fortalecido a partir da sistematizaccedilatildeo do

que se trata o atendimento educacional especializado Existem realidades

muito proacuteximas em relaccedilatildeo ao atendimento desses alunos mas ainda tem

muitas compreensotildees equivocadas sobre a inclusatildeo de alunos com deficiecircncia

Alguns municiacutepios brasileiros pensam que fazem inclusatildeo mas na verdade

eles tecircm feito integraccedilatildeo Percebe-se que alunos que frequentam escolas

comuns salas comuns de ensino natildeo participam efetivamente das aulas ou

das atividades realizadas e essas escolas alegam que esses alunos natildeo tecircm

condiccedilotildees de fazer as atividades e que por isso eles fazem outras atividades

diferenciadas Desta forma natildeo ocorre a inclusatildeo Isso eacute uma integraccedilatildeo

porque o aluno estaacute integrado na sala de aula comum mas ele natildeo participa

das atividades realizadas pelos demais colegas

Muitos municiacutepios brasileiros que estatildeo em processo de transiccedilatildeo ou

seja eles estatildeo implantando o atendimento educacional especializado de

caraacuteter complementar e ao mesmo tempo estatildeo ainda com problemas

relacionados agrave inclusatildeo desses alunos como por exemplo a manutenccedilatildeo de

classes especiais A partir da formaccedilatildeo de 2007 para caacute os municiacutepios tecircm se

reorganizado para atendimento educacional especializado mas ainda eacute uma

realidade muito diferenciada

A inclusatildeo soacute eacute possiacutevel onde houver respeito agrave diferenccedila e

consequentemente a adoccedilatildeo de praacuteticas pedagoacutegicas que permitam agraves

pessoas com deficiecircncia aprender e ser reconhecidos e valorizados os

conhecimentos que satildeo capazes de produzir segundo seu ritmo e na medida

de suas possibilidades (SILVA 2009)

53

A menos que a atual oportunidade favoraacutevel seja aproveitada para melhorar as qualificaccedilotildees profissionais de professores em educaccedilatildeo especial e consequentemente a qualidade da educaccedilatildeo especial tememos que os proacuteximos 20 anos ainda possam ser um periacuteodo de esperanccedilas frustradas (RELATORIO WARNOCK 1978 paraacutegrafo 1932)

54

CONCLUSAtildeO

Diante do levantamento bibliograacutefico conclui-se que a inclusatildeo nos

moldes em que se encontra atualmente estaacute longe de atender a um ideal

Tal processo necessita de muitas transformaccedilotildees Os oacutergatildeos a ele

ligados diretamente ou indiretamente deveratildeo rever suas propostas metas e

meacutetodos de implantaccedilatildeo

Profissionais da sauacutede tambeacutem tecircm papeacuteis importantes em todo o

processo inclusivo pois em accedilatildeo conjunta com os educadores podem fazer um

trabalho mais completo e eficaz

A inclusatildeo escolar eacute uma praacutetica que abrange natildeo apenas os

profissionais especiacuteficos das aacutereas meacutedica e educacional mas tambeacutem

envolve um fator preponderante na vida do indiviacuteduo atendido por ela a famiacutelia

Esta constitui a base da crianccedila com necessidades educacionais especiais e

assumindo a postura devida pode oferecer a esta crianccedila o subsiacutedio para seu

desenvolvimento escolar bem como uma fonte de apoio aos profissionais

envolvidos

Aleacutem de uma nobre causa de cunho educacional a inclusatildeo constitui

ainda uma mudanccedila no comportamento da sociedade como um todo que

passa a ter que zelar por interesses coletivos outrora ignorados pela maioria

Devido ao periacuteodo decorrido desde as primeiras iniciativas ligadas ao

processo inclusivo verifica-se que o tempo eacute um fator indispensaacutevel para sua

concretizaccedilatildeo Esta provavelmente dar-se-aacute a partir do momento em que todos

os envolvidos assumirem suas devidas responsabilidades e se unirem por uma

educaccedilatildeo de qualidade embasada em um planejamento organizado bem

dirigido iacutentegro e sobretudo pautado no respeito ao ser humano e agrave

diversidade

55

REFEREcircNCIAS

ALMEIDA M A ANJOS A R Da aversatildeo agrave diversatildeo

formaccedilatildeo de

professores e concepccedilotildees sobre a deficiecircncia implicaccedilotildees de um projeto lazer e recreaccedilatildeo Revista eletrocircnica olharcriticocombr [sl] nordm 54 jun2009 Disponiacutevel em lt httpwwwcoopemultcombrolharcriticover_artigoasp gt Acesso em 30 maio 2009

ARAUacuteJO O N Inclusatildeo escolar do portador de necessidades educacionais especiais na rede regular de ensino de Goiacircnia um levantamento das facilidades e dificuldades do processo de interaccedilatildeo na diacuteade professoraluno na visatildeo do professor Web Artigos [sl] 23out2008 Disponiacutevel emlt http wwwwebartigoscom|textos e artigos gratuitos conteuacutedo livre para reproduccedilatildeo

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50

Laraia (1992 apud ALMEIDA ANJOS 2007) acredita que nenhuma

ordem social eacute baseada em verdades inatas que as mudanccedilas nas praacuteticas

pedagoacutegicas com a diversidade dos alunos passam por uma mudanccedila de

nossas concepccedilotildees e valores Que eacute preciso uma formaccedilatildeo que coloque o

profissional da educaccedilatildeo em conflito com seus conhecimentos e concepccedilotildees a

partir da relaccedilatildeo entre a teoria e a praacutetica para entatildeo podermos comeccedilar a

pensar em inclusatildeo Assim a partir dos pressupostos da ciecircncia social criacutetica

sustentada pelo interesse colaborativo procuramos programar com os

profissionais encontros de estudoreflexatildeo das tensotildees e possibilidades que

envolvem o trabalho com alunos com necessidades educacionais especiais

enfatizar ainda como o lazer e recreaccedilatildeo podem ser facilitadores do processo

de inclusatildeo escolar

Zimmermann (2008) acredita que para conseguir reformar a instituiccedilatildeo

escolar primeiramente se tem que reformar as mentes entretanto natildeo

conseguiraacute reformar mentes sem que se realize uma preacutevia reforma de

instituiccedilotildees Vive-se uma crise de paradigmas e toda a crise gera medos

inseguranccedila e incertezas mas propotildee-se que seja este o momento de ousadia

e de busca de alternativas que sustente e norteie para realizar-se as mudanccedilas

que o momento propotildee Que a escola seja um espaccedilo vivo de formaccedilatildeo para

todos e um ambiente verdadeiramente inclusivo eacute preciso que as poliacuteticas

puacuteblicas de educaccedilatildeo sejam direcionadas aacute inclusatildeo que os educadores

desacomodem-se combatendo a descrenccedila e o pessimismo mostrando que a

inclusatildeo eacute um momento oportuno para professores e a comunidade escolar

demonstrarem sua competecircncia e principalmente suas responsabilidades

educacionais

Esta mudanccedila de perspectiva educacional propotildee que os educadores

faccedilam a diferenccedila buscando conhecimento e contribuindo com uma praacutetica

ressignificada desenvolvendo uma educaccedilatildeo baseada na afetividade e na

superaccedilatildeo de limites que as crianccedilas aprendam a respeitar as diferenccedilas em

sala de aula preparando-as assim para o futuro a vida e o mercado de

trabalho pois vivendo a experiecircncia inclusiva seratildeo adultos bem diferentes de

noacutes e por certo natildeo faratildeo discriminaccedilotildees sociais

Arauacutejo (2008) relata a opiniatildeo dos professores sobre a inclusatildeo escolar

enfatizando com veemecircncia de que a inclusatildeo escolar do aluno portador de

51

necessidades educacionais especiais eacute um assunto muito interessante e

delicado e levantaram a conscientizaccedilatildeo desse aluno sobre o direito deste

frequentar o ensino regular no entanto essa inclusatildeo na visatildeo deles estaacute

acontecendo de forma errocircnea Pois os professores da rede regular de ensino

em sua quase totalidade natildeo estatildeo preparados para lidar com esta nova fase

da educaccedilatildeo brasileira

Tem que se pensar que para que a inclusatildeo se concretize natildeo basta

estar garantido na legislaccedilatildeo mas demanda modificaccedilotildees profundas e

importantes no sistema de ensino Essas mudanccedilas deveratildeo levar em conta o

contexto soacutecio econocircmico aleacutem de serem gradativas planejadas e contiacutenuas

para garantir uma educaccedilatildeo de oacutetima qualidade (BUENO 1998 apud

PEREIRA 2009)

Pereira (2009) acredita que a inclusatildeo depende de mudanccedila de valores

da sociedade e a vivencia de um novo paradigma que natildeo se faz com simples

recomendaccedilotildees teacutecnicas como se fossem receitas de bolo mas com reflexotildees

dos professores direccedilotildees pais alunos equipe multidisciplinar e a comunidade

Essa questatildeo natildeo eacute tatildeo simples assim pois devemos levar em conta as

diferenccedilas Como colocar no mesmo espaccedilo demandas tatildeo diferentes e

especiacuteficas se muitas vezes nem a escola especial consegue dar conta desse

atendimento de forma adequada Deparar-se com frequecircncia com as

resistecircncias dos professores e direccedilotildees manifestadas atraveacutes de

questionamentos e queixas ou ateacute mesmo com expectativas de que possa

apresentar soluccedilotildees maacutegicas de aplicaccedilatildeo imediata causando certa decepccedilatildeo

e frustraccedilatildeo pois ela natildeo existe

O problema se agrava quando se vecirc o professor totalmente dependente

do apoio ou assessoria de profissionais da aacuterea da sauacutede pois neste caso a

questatildeo cliacutenica eacute fundamental e se sobressai e novamente o pedagoacutegico fica

esquecido Com isso o professor se sente desvalorizado incapaz e fora do

processo por considerar esse aluno como doente concluindo que natildeo pode

fazer nada por ele pois ele precisa de tratamento especializado de

profissionais qualificados da aacuterea da sauacutede desistindo assim de assumir tal

tarefa

Desta forma parece que o professor esquece seu papel poreacutem natildeo se

considera o momento do professor sua formaccedilatildeo as condiccedilotildees da proacutepria

52

escola em receber esses alunos que entram nas escolas e continuam

excluiacutedos de todo o processo de ensino-aprendizagem e social causando

frustraccedilatildeo e fracassos dificultando assim a proposta de inclusatildeo Por um lado

os professores julgam-se incapazes de dar conta dessa demanda

despreparados e impotentes frente a essa realidade que eacute agravada dia-a-dia

pela falta de material adequado de apoio administrativo e recursos financeiros

Limaverde (2009) salienta que no Brasil estaacute acontecendo um grande

movimento proacute-inclusatildeo que tem sido fortalecido a partir da sistematizaccedilatildeo do

que se trata o atendimento educacional especializado Existem realidades

muito proacuteximas em relaccedilatildeo ao atendimento desses alunos mas ainda tem

muitas compreensotildees equivocadas sobre a inclusatildeo de alunos com deficiecircncia

Alguns municiacutepios brasileiros pensam que fazem inclusatildeo mas na verdade

eles tecircm feito integraccedilatildeo Percebe-se que alunos que frequentam escolas

comuns salas comuns de ensino natildeo participam efetivamente das aulas ou

das atividades realizadas e essas escolas alegam que esses alunos natildeo tecircm

condiccedilotildees de fazer as atividades e que por isso eles fazem outras atividades

diferenciadas Desta forma natildeo ocorre a inclusatildeo Isso eacute uma integraccedilatildeo

porque o aluno estaacute integrado na sala de aula comum mas ele natildeo participa

das atividades realizadas pelos demais colegas

Muitos municiacutepios brasileiros que estatildeo em processo de transiccedilatildeo ou

seja eles estatildeo implantando o atendimento educacional especializado de

caraacuteter complementar e ao mesmo tempo estatildeo ainda com problemas

relacionados agrave inclusatildeo desses alunos como por exemplo a manutenccedilatildeo de

classes especiais A partir da formaccedilatildeo de 2007 para caacute os municiacutepios tecircm se

reorganizado para atendimento educacional especializado mas ainda eacute uma

realidade muito diferenciada

A inclusatildeo soacute eacute possiacutevel onde houver respeito agrave diferenccedila e

consequentemente a adoccedilatildeo de praacuteticas pedagoacutegicas que permitam agraves

pessoas com deficiecircncia aprender e ser reconhecidos e valorizados os

conhecimentos que satildeo capazes de produzir segundo seu ritmo e na medida

de suas possibilidades (SILVA 2009)

53

A menos que a atual oportunidade favoraacutevel seja aproveitada para melhorar as qualificaccedilotildees profissionais de professores em educaccedilatildeo especial e consequentemente a qualidade da educaccedilatildeo especial tememos que os proacuteximos 20 anos ainda possam ser um periacuteodo de esperanccedilas frustradas (RELATORIO WARNOCK 1978 paraacutegrafo 1932)

54

CONCLUSAtildeO

Diante do levantamento bibliograacutefico conclui-se que a inclusatildeo nos

moldes em que se encontra atualmente estaacute longe de atender a um ideal

Tal processo necessita de muitas transformaccedilotildees Os oacutergatildeos a ele

ligados diretamente ou indiretamente deveratildeo rever suas propostas metas e

meacutetodos de implantaccedilatildeo

Profissionais da sauacutede tambeacutem tecircm papeacuteis importantes em todo o

processo inclusivo pois em accedilatildeo conjunta com os educadores podem fazer um

trabalho mais completo e eficaz

A inclusatildeo escolar eacute uma praacutetica que abrange natildeo apenas os

profissionais especiacuteficos das aacutereas meacutedica e educacional mas tambeacutem

envolve um fator preponderante na vida do indiviacuteduo atendido por ela a famiacutelia

Esta constitui a base da crianccedila com necessidades educacionais especiais e

assumindo a postura devida pode oferecer a esta crianccedila o subsiacutedio para seu

desenvolvimento escolar bem como uma fonte de apoio aos profissionais

envolvidos

Aleacutem de uma nobre causa de cunho educacional a inclusatildeo constitui

ainda uma mudanccedila no comportamento da sociedade como um todo que

passa a ter que zelar por interesses coletivos outrora ignorados pela maioria

Devido ao periacuteodo decorrido desde as primeiras iniciativas ligadas ao

processo inclusivo verifica-se que o tempo eacute um fator indispensaacutevel para sua

concretizaccedilatildeo Esta provavelmente dar-se-aacute a partir do momento em que todos

os envolvidos assumirem suas devidas responsabilidades e se unirem por uma

educaccedilatildeo de qualidade embasada em um planejamento organizado bem

dirigido iacutentegro e sobretudo pautado no respeito ao ser humano e agrave

diversidade

55

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SOUZA R C S SILVA G F S S Inclusatildeo na diversidade um desafio para os educadores Revista da Faced BA Universidade Federal da Bahia 2009 nordm9 p 239 a 252

STAINBACKS STAINBACKW Inclusatildeo um guia para educadores Porto Alegre Artes medicas 1999

Smeha L N - Ferreira I V Prazer e sofrimento docente nos pocessos de Inclusatildeo EscolarRevista Educaccedilatildeo Especial n 31 p 37 48 2008 Santa Maria Disponivel em lthttpwwwufsmbrcerevistagt acesso em 10082009

TESSARO N S Inclusatildeo Escolar concepccedilotildees de professores e alunos da educaccedilatildeo regular e especial Universidade Estadual de Maringaacute Disponiacutevel wwwwebartigoscomarticles222971formacaona-pagina1html

Acesso em 20 072009

UNESCO (2001) Arquivo aberto sobre educaccedilatildeo inclusiva Paris Disponiacutevel em wwwinclusionuweocuk acesso em 20092009

VIEIRA O V Revista TV escola Direitos Humanos Ministeacuterio da EducaccedilatildeoNordf11999

XAVIER A G P Eacutetica teacutecnica e poliacutetica a competecircncia docente na proposta inclusiva In Revista Integraccedilatildeo Ministeacuterio da EducaccedilatildeoSecretaria de Educaccedilatildeo Especial Ano 14 Ediccedilatildeo nordm 242002

ZIMMERMANN EC Inclusatildeo Escolar2008 disponiacutevel em httpwwwwebartigos com acesso em 26 052009

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51

necessidades educacionais especiais eacute um assunto muito interessante e

delicado e levantaram a conscientizaccedilatildeo desse aluno sobre o direito deste

frequentar o ensino regular no entanto essa inclusatildeo na visatildeo deles estaacute

acontecendo de forma errocircnea Pois os professores da rede regular de ensino

em sua quase totalidade natildeo estatildeo preparados para lidar com esta nova fase

da educaccedilatildeo brasileira

Tem que se pensar que para que a inclusatildeo se concretize natildeo basta

estar garantido na legislaccedilatildeo mas demanda modificaccedilotildees profundas e

importantes no sistema de ensino Essas mudanccedilas deveratildeo levar em conta o

contexto soacutecio econocircmico aleacutem de serem gradativas planejadas e contiacutenuas

para garantir uma educaccedilatildeo de oacutetima qualidade (BUENO 1998 apud

PEREIRA 2009)

Pereira (2009) acredita que a inclusatildeo depende de mudanccedila de valores

da sociedade e a vivencia de um novo paradigma que natildeo se faz com simples

recomendaccedilotildees teacutecnicas como se fossem receitas de bolo mas com reflexotildees

dos professores direccedilotildees pais alunos equipe multidisciplinar e a comunidade

Essa questatildeo natildeo eacute tatildeo simples assim pois devemos levar em conta as

diferenccedilas Como colocar no mesmo espaccedilo demandas tatildeo diferentes e

especiacuteficas se muitas vezes nem a escola especial consegue dar conta desse

atendimento de forma adequada Deparar-se com frequecircncia com as

resistecircncias dos professores e direccedilotildees manifestadas atraveacutes de

questionamentos e queixas ou ateacute mesmo com expectativas de que possa

apresentar soluccedilotildees maacutegicas de aplicaccedilatildeo imediata causando certa decepccedilatildeo

e frustraccedilatildeo pois ela natildeo existe

O problema se agrava quando se vecirc o professor totalmente dependente

do apoio ou assessoria de profissionais da aacuterea da sauacutede pois neste caso a

questatildeo cliacutenica eacute fundamental e se sobressai e novamente o pedagoacutegico fica

esquecido Com isso o professor se sente desvalorizado incapaz e fora do

processo por considerar esse aluno como doente concluindo que natildeo pode

fazer nada por ele pois ele precisa de tratamento especializado de

profissionais qualificados da aacuterea da sauacutede desistindo assim de assumir tal

tarefa

Desta forma parece que o professor esquece seu papel poreacutem natildeo se

considera o momento do professor sua formaccedilatildeo as condiccedilotildees da proacutepria

52

escola em receber esses alunos que entram nas escolas e continuam

excluiacutedos de todo o processo de ensino-aprendizagem e social causando

frustraccedilatildeo e fracassos dificultando assim a proposta de inclusatildeo Por um lado

os professores julgam-se incapazes de dar conta dessa demanda

despreparados e impotentes frente a essa realidade que eacute agravada dia-a-dia

pela falta de material adequado de apoio administrativo e recursos financeiros

Limaverde (2009) salienta que no Brasil estaacute acontecendo um grande

movimento proacute-inclusatildeo que tem sido fortalecido a partir da sistematizaccedilatildeo do

que se trata o atendimento educacional especializado Existem realidades

muito proacuteximas em relaccedilatildeo ao atendimento desses alunos mas ainda tem

muitas compreensotildees equivocadas sobre a inclusatildeo de alunos com deficiecircncia

Alguns municiacutepios brasileiros pensam que fazem inclusatildeo mas na verdade

eles tecircm feito integraccedilatildeo Percebe-se que alunos que frequentam escolas

comuns salas comuns de ensino natildeo participam efetivamente das aulas ou

das atividades realizadas e essas escolas alegam que esses alunos natildeo tecircm

condiccedilotildees de fazer as atividades e que por isso eles fazem outras atividades

diferenciadas Desta forma natildeo ocorre a inclusatildeo Isso eacute uma integraccedilatildeo

porque o aluno estaacute integrado na sala de aula comum mas ele natildeo participa

das atividades realizadas pelos demais colegas

Muitos municiacutepios brasileiros que estatildeo em processo de transiccedilatildeo ou

seja eles estatildeo implantando o atendimento educacional especializado de

caraacuteter complementar e ao mesmo tempo estatildeo ainda com problemas

relacionados agrave inclusatildeo desses alunos como por exemplo a manutenccedilatildeo de

classes especiais A partir da formaccedilatildeo de 2007 para caacute os municiacutepios tecircm se

reorganizado para atendimento educacional especializado mas ainda eacute uma

realidade muito diferenciada

A inclusatildeo soacute eacute possiacutevel onde houver respeito agrave diferenccedila e

consequentemente a adoccedilatildeo de praacuteticas pedagoacutegicas que permitam agraves

pessoas com deficiecircncia aprender e ser reconhecidos e valorizados os

conhecimentos que satildeo capazes de produzir segundo seu ritmo e na medida

de suas possibilidades (SILVA 2009)

53

A menos que a atual oportunidade favoraacutevel seja aproveitada para melhorar as qualificaccedilotildees profissionais de professores em educaccedilatildeo especial e consequentemente a qualidade da educaccedilatildeo especial tememos que os proacuteximos 20 anos ainda possam ser um periacuteodo de esperanccedilas frustradas (RELATORIO WARNOCK 1978 paraacutegrafo 1932)

54

CONCLUSAtildeO

Diante do levantamento bibliograacutefico conclui-se que a inclusatildeo nos

moldes em que se encontra atualmente estaacute longe de atender a um ideal

Tal processo necessita de muitas transformaccedilotildees Os oacutergatildeos a ele

ligados diretamente ou indiretamente deveratildeo rever suas propostas metas e

meacutetodos de implantaccedilatildeo

Profissionais da sauacutede tambeacutem tecircm papeacuteis importantes em todo o

processo inclusivo pois em accedilatildeo conjunta com os educadores podem fazer um

trabalho mais completo e eficaz

A inclusatildeo escolar eacute uma praacutetica que abrange natildeo apenas os

profissionais especiacuteficos das aacutereas meacutedica e educacional mas tambeacutem

envolve um fator preponderante na vida do indiviacuteduo atendido por ela a famiacutelia

Esta constitui a base da crianccedila com necessidades educacionais especiais e

assumindo a postura devida pode oferecer a esta crianccedila o subsiacutedio para seu

desenvolvimento escolar bem como uma fonte de apoio aos profissionais

envolvidos

Aleacutem de uma nobre causa de cunho educacional a inclusatildeo constitui

ainda uma mudanccedila no comportamento da sociedade como um todo que

passa a ter que zelar por interesses coletivos outrora ignorados pela maioria

Devido ao periacuteodo decorrido desde as primeiras iniciativas ligadas ao

processo inclusivo verifica-se que o tempo eacute um fator indispensaacutevel para sua

concretizaccedilatildeo Esta provavelmente dar-se-aacute a partir do momento em que todos

os envolvidos assumirem suas devidas responsabilidades e se unirem por uma

educaccedilatildeo de qualidade embasada em um planejamento organizado bem

dirigido iacutentegro e sobretudo pautado no respeito ao ser humano e agrave

diversidade

55

REFEREcircNCIAS

ALMEIDA M A ANJOS A R Da aversatildeo agrave diversatildeo

formaccedilatildeo de

professores e concepccedilotildees sobre a deficiecircncia implicaccedilotildees de um projeto lazer e recreaccedilatildeo Revista eletrocircnica olharcriticocombr [sl] nordm 54 jun2009 Disponiacutevel em lt httpwwwcoopemultcombrolharcriticover_artigoasp gt Acesso em 30 maio 2009

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BEYER H O Inclusatildeo e avaliaccedilatildeo na escola de alunos com necessidades educacionais especiais Porto Alegre Mediaccedilatildeo 2005

BartalottiCCInclusatildeo social das pessoas com deficiecircncia Utopia ou possibilidadeSatildeo PauloPaulus2006

56

BEAUCLAIRJ Autoria de pensamento aprendecircncias e ensinagens novos modelos e desafios na produccedilatildeo de conhecimento em Psicopedagogia - In FERNANDEZ 2001 Disponiacutevel em httpwwwpedagobrasilcombrpedagogiaautoriadepensamentohtm acesso em 15052009

_________ incluir um verboaccedilatildeo necessaacuterio agrave inclusatildeopressupostos psicopedagoacutegicosSatildeo Jose dos CamposPulso2007

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CARVALHO Rosita Edler Removendo Barreiras para a Aprendizagem Ed Mediaccedilatildeo Porto Alegre 2003

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Educaccedilatildeo Inclusiva contextos sociais Relatoacuterio Warnock DES 1978 paraacutegrafo 1932) In MITTER P Traduccedilatildeo Windyz Brazatildeo Ferreira Porto Alegre Artmed 2008p183

Educaccedilatildeo Inclusiva ressignificando conceitos e praacuteticas da educaccedilatildeo especial Revista de Educaccedilatildeo Especial Secretaria de Educaccedilatildeo Especial n2 ( agosto2006) Brasilia

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57

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GONZALEZ JAT Educaccedilatildeo e Diversidadebases didaacuteticas e organizativasPorto Alegre Artmed2002

GOKHALE S D A famiacutelia desapareceraacute Revista Debates Sociais Nordm 30 Ano XVI Rio de Janeiro CBSSIS 1980In RIGO RMSEscola e Familia uma relaccedilatildeo de ajuda na formaccedilatildeo do ser humano disponivel em wwwwebartigoscom 2006 acesso em 07062009

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__________ Inclusatildeo escolaro que eacute por quecirc Como fazerSatildeo Paulo Ed Moderna 2003

58

__________ Inclusatildeo Escolar

caminhos e descaminhos desafios

perspectivas BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Secretaria da Educaccedilatildeo Especial Ensaios Pedagoacutegicos Brasiacutelia Ideal 2006p 11- 16

MARQUES L P O professor de alunos com deficiecircncia mental concepccedilotildees e praacutetica pedagoacutegica Juiz de Fora EDUFJF 2006

MITTER P Educaccedilatildeo Inclusiva contextos sociais Traduccedilatildeo Windyz Brazatildeo Ferreira Porto Alegre Artmed 2008

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PADILHA A M L Dirigindo o olhar para a sala de aula e conhecendo Joseacute 3 ed Satildeo Paulo Plexus 2004

PAROLIN I C H Aprendendo a incluir e incluindo para aprender Satildeo Joseacute dos Campos Pulso Editorial 2006

PEREIRA MM Inclusatildeo Escolar Um Desafio Entre o Ideal e o Real Referenciais para Construccedilatildeo de Sistemas Educacionais Inclusivos-Fundamentaccedilatildeo Filosoacuteficos a Histoacuteria a Formaccedilatildeo-Educaccedilatildeo Inclusiva Direito agrave Diversidade-curso de Formaccedilatildeo de Gestores e educadores(2009)Disponivel em httpwwwprofalacomarteducesp53htm acesso em 2 082009

POSO Juan Ignaacutecio - Aprendizes e mestres a nova cultura da aprendizagem Juan Ignaacutecio Pozo trad Emani Rosa - Porto Alegre Artmed 2004

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ZIMMERMANN EC Inclusatildeo Escolar2008 disponiacutevel em httpwwwwebartigos com acesso em 26 052009

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escola em receber esses alunos que entram nas escolas e continuam

excluiacutedos de todo o processo de ensino-aprendizagem e social causando

frustraccedilatildeo e fracassos dificultando assim a proposta de inclusatildeo Por um lado

os professores julgam-se incapazes de dar conta dessa demanda

despreparados e impotentes frente a essa realidade que eacute agravada dia-a-dia

pela falta de material adequado de apoio administrativo e recursos financeiros

Limaverde (2009) salienta que no Brasil estaacute acontecendo um grande

movimento proacute-inclusatildeo que tem sido fortalecido a partir da sistematizaccedilatildeo do

que se trata o atendimento educacional especializado Existem realidades

muito proacuteximas em relaccedilatildeo ao atendimento desses alunos mas ainda tem

muitas compreensotildees equivocadas sobre a inclusatildeo de alunos com deficiecircncia

Alguns municiacutepios brasileiros pensam que fazem inclusatildeo mas na verdade

eles tecircm feito integraccedilatildeo Percebe-se que alunos que frequentam escolas

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das atividades realizadas e essas escolas alegam que esses alunos natildeo tecircm

condiccedilotildees de fazer as atividades e que por isso eles fazem outras atividades

diferenciadas Desta forma natildeo ocorre a inclusatildeo Isso eacute uma integraccedilatildeo

porque o aluno estaacute integrado na sala de aula comum mas ele natildeo participa

das atividades realizadas pelos demais colegas

Muitos municiacutepios brasileiros que estatildeo em processo de transiccedilatildeo ou

seja eles estatildeo implantando o atendimento educacional especializado de

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relacionados agrave inclusatildeo desses alunos como por exemplo a manutenccedilatildeo de

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reorganizado para atendimento educacional especializado mas ainda eacute uma

realidade muito diferenciada

A inclusatildeo soacute eacute possiacutevel onde houver respeito agrave diferenccedila e

consequentemente a adoccedilatildeo de praacuteticas pedagoacutegicas que permitam agraves

pessoas com deficiecircncia aprender e ser reconhecidos e valorizados os

conhecimentos que satildeo capazes de produzir segundo seu ritmo e na medida

de suas possibilidades (SILVA 2009)

53

A menos que a atual oportunidade favoraacutevel seja aproveitada para melhorar as qualificaccedilotildees profissionais de professores em educaccedilatildeo especial e consequentemente a qualidade da educaccedilatildeo especial tememos que os proacuteximos 20 anos ainda possam ser um periacuteodo de esperanccedilas frustradas (RELATORIO WARNOCK 1978 paraacutegrafo 1932)

54

CONCLUSAtildeO

Diante do levantamento bibliograacutefico conclui-se que a inclusatildeo nos

moldes em que se encontra atualmente estaacute longe de atender a um ideal

Tal processo necessita de muitas transformaccedilotildees Os oacutergatildeos a ele

ligados diretamente ou indiretamente deveratildeo rever suas propostas metas e

meacutetodos de implantaccedilatildeo

Profissionais da sauacutede tambeacutem tecircm papeacuteis importantes em todo o

processo inclusivo pois em accedilatildeo conjunta com os educadores podem fazer um

trabalho mais completo e eficaz

A inclusatildeo escolar eacute uma praacutetica que abrange natildeo apenas os

profissionais especiacuteficos das aacutereas meacutedica e educacional mas tambeacutem

envolve um fator preponderante na vida do indiviacuteduo atendido por ela a famiacutelia

Esta constitui a base da crianccedila com necessidades educacionais especiais e

assumindo a postura devida pode oferecer a esta crianccedila o subsiacutedio para seu

desenvolvimento escolar bem como uma fonte de apoio aos profissionais

envolvidos

Aleacutem de uma nobre causa de cunho educacional a inclusatildeo constitui

ainda uma mudanccedila no comportamento da sociedade como um todo que

passa a ter que zelar por interesses coletivos outrora ignorados pela maioria

Devido ao periacuteodo decorrido desde as primeiras iniciativas ligadas ao

processo inclusivo verifica-se que o tempo eacute um fator indispensaacutevel para sua

concretizaccedilatildeo Esta provavelmente dar-se-aacute a partir do momento em que todos

os envolvidos assumirem suas devidas responsabilidades e se unirem por uma

educaccedilatildeo de qualidade embasada em um planejamento organizado bem

dirigido iacutentegro e sobretudo pautado no respeito ao ser humano e agrave

diversidade

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REFEREcircNCIAS

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formaccedilatildeo de

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________ Lei de Diretrizes e Bases da Educaccedilatildeo Nacional Lei no 939496 de 20 de dezembro de 1996 Disponiacutevel em wwwmecgovbr Acesso em 01092009

________ Resoluccedilatildeo CNECEB nordm 2 de 11 de setembro de 2001 Institui Diretrizes Nacionais para a Educaccedilatildeo Especial na Educaccedilatildeo Baacutesica Disponiacutevel em wwwmecgovbr Acesso em 01092009

BEYER H O Inclusatildeo e avaliaccedilatildeo na escola de alunos com necessidades educacionais especiais Porto Alegre Mediaccedilatildeo 2005

BartalottiCCInclusatildeo social das pessoas com deficiecircncia Utopia ou possibilidadeSatildeo PauloPaulus2006

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BEAUCLAIRJ Autoria de pensamento aprendecircncias e ensinagens novos modelos e desafios na produccedilatildeo de conhecimento em Psicopedagogia - In FERNANDEZ 2001 Disponiacutevel em httpwwwpedagobrasilcombrpedagogiaautoriadepensamentohtm acesso em 15052009

_________ incluir um verboaccedilatildeo necessaacuterio agrave inclusatildeopressupostos psicopedagoacutegicosSatildeo Jose dos CamposPulso2007

BUENO J G S Crianccedilas com necessidades educativas especiais Politica educacional e a formaccedilatildeo de professores Generalistas ou Especialistas Educaccedilatildeo On-line- disponiacutevel em wwweducacaoonlineproed acesso em 02082009

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acesso em 1507 2009

CARMO A A Inclusatildeo escolar roupa nova em corpo velho Brasiacutelia Integraccedilatildeo 2000 p 43-48

CARVALHO Rosita Edler Removendo Barreiras para a Aprendizagem Ed Mediaccedilatildeo Porto Alegre 2003

CELEDOacuteNER Inclusatildeo escolar um desafio Disponiacutevel em wwwgeocitiescomprofestebanpolancoinclusaohtm acesso em 20092009

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COHEN R M P Fracasso escolar exclusatildeo amp inclusatildeo In FONSECA V Psicomotricidade perspectivas multidisciplinares Porto Alegre Artmed 2004 p 279-286

DUTRA C P Inclusatildeo escolar do portador de necessidades educacionais inclusatildeo diversidade tambeacutem se aprende na preacute-escola Revista Nova Escola Satildeo Paulo maio2007 Disponiacutevel em lt wwwwebartigoscomarticlesepagina1html gt Acesso em 2105 2009

Educaccedilatildeo Inclusiva contextos sociais Relatoacuterio Warnock DES 1978 paraacutegrafo 1932) In MITTER P Traduccedilatildeo Windyz Brazatildeo Ferreira Porto Alegre Artmed 2008p183

Educaccedilatildeo Inclusiva ressignificando conceitos e praacuteticas da educaccedilatildeo especial Revista de Educaccedilatildeo Especial Secretaria de Educaccedilatildeo Especial n2 ( agosto2006) Brasilia

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FONSECA V Psicomotricidade perspectivas multidisciplinares Porto Alegre Artmed 2004

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GRANEMANN J L Escolas inclusivas praacuteticas que fazem a diferenccedila Campo Grande UCDB 2005

GONZALEZ JAT Educaccedilatildeo e Diversidadebases didaacuteticas e organizativasPorto Alegre Artmed2002

GOKHALE S D A famiacutelia desapareceraacute Revista Debates Sociais Nordm 30 Ano XVI Rio de Janeiro CBSSIS 1980In RIGO RMSEscola e Familia uma relaccedilatildeo de ajuda na formaccedilatildeo do ser humano disponivel em wwwwebartigoscom 2006 acesso em 07062009

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Acesso em 15 07 2009

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__________ Inclusatildeo escolaro que eacute por quecirc Como fazerSatildeo Paulo Ed Moderna 2003

58

__________ Inclusatildeo Escolar

caminhos e descaminhos desafios

perspectivas BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Secretaria da Educaccedilatildeo Especial Ensaios Pedagoacutegicos Brasiacutelia Ideal 2006p 11- 16

MARQUES L P O professor de alunos com deficiecircncia mental concepccedilotildees e praacutetica pedagoacutegica Juiz de Fora EDUFJF 2006

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59

SOUZA R C S SILVA G F S S Inclusatildeo na diversidade um desafio para os educadores Revista da Faced BA Universidade Federal da Bahia 2009 nordm9 p 239 a 252

STAINBACKS STAINBACKW Inclusatildeo um guia para educadores Porto Alegre Artes medicas 1999

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TESSARO N S Inclusatildeo Escolar concepccedilotildees de professores e alunos da educaccedilatildeo regular e especial Universidade Estadual de Maringaacute Disponiacutevel wwwwebartigoscomarticles222971formacaona-pagina1html

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VIEIRA O V Revista TV escola Direitos Humanos Ministeacuterio da EducaccedilatildeoNordf11999

XAVIER A G P Eacutetica teacutecnica e poliacutetica a competecircncia docente na proposta inclusiva In Revista Integraccedilatildeo Ministeacuterio da EducaccedilatildeoSecretaria de Educaccedilatildeo Especial Ano 14 Ediccedilatildeo nordm 242002

ZIMMERMANN EC Inclusatildeo Escolar2008 disponiacutevel em httpwwwwebartigos com acesso em 26 052009

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53

A menos que a atual oportunidade favoraacutevel seja aproveitada para melhorar as qualificaccedilotildees profissionais de professores em educaccedilatildeo especial e consequentemente a qualidade da educaccedilatildeo especial tememos que os proacuteximos 20 anos ainda possam ser um periacuteodo de esperanccedilas frustradas (RELATORIO WARNOCK 1978 paraacutegrafo 1932)

54

CONCLUSAtildeO

Diante do levantamento bibliograacutefico conclui-se que a inclusatildeo nos

moldes em que se encontra atualmente estaacute longe de atender a um ideal

Tal processo necessita de muitas transformaccedilotildees Os oacutergatildeos a ele

ligados diretamente ou indiretamente deveratildeo rever suas propostas metas e

meacutetodos de implantaccedilatildeo

Profissionais da sauacutede tambeacutem tecircm papeacuteis importantes em todo o

processo inclusivo pois em accedilatildeo conjunta com os educadores podem fazer um

trabalho mais completo e eficaz

A inclusatildeo escolar eacute uma praacutetica que abrange natildeo apenas os

profissionais especiacuteficos das aacutereas meacutedica e educacional mas tambeacutem

envolve um fator preponderante na vida do indiviacuteduo atendido por ela a famiacutelia

Esta constitui a base da crianccedila com necessidades educacionais especiais e

assumindo a postura devida pode oferecer a esta crianccedila o subsiacutedio para seu

desenvolvimento escolar bem como uma fonte de apoio aos profissionais

envolvidos

Aleacutem de uma nobre causa de cunho educacional a inclusatildeo constitui

ainda uma mudanccedila no comportamento da sociedade como um todo que

passa a ter que zelar por interesses coletivos outrora ignorados pela maioria

Devido ao periacuteodo decorrido desde as primeiras iniciativas ligadas ao

processo inclusivo verifica-se que o tempo eacute um fator indispensaacutevel para sua

concretizaccedilatildeo Esta provavelmente dar-se-aacute a partir do momento em que todos

os envolvidos assumirem suas devidas responsabilidades e se unirem por uma

educaccedilatildeo de qualidade embasada em um planejamento organizado bem

dirigido iacutentegro e sobretudo pautado no respeito ao ser humano e agrave

diversidade

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REFEREcircNCIAS

ALMEIDA M A ANJOS A R Da aversatildeo agrave diversatildeo

formaccedilatildeo de

professores e concepccedilotildees sobre a deficiecircncia implicaccedilotildees de um projeto lazer e recreaccedilatildeo Revista eletrocircnica olharcriticocombr [sl] nordm 54 jun2009 Disponiacutevel em lt httpwwwcoopemultcombrolharcriticover_artigoasp gt Acesso em 30 maio 2009

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BartalottiCCInclusatildeo social das pessoas com deficiecircncia Utopia ou possibilidadeSatildeo PauloPaulus2006

56

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Educaccedilatildeo Inclusiva contextos sociais Relatoacuterio Warnock DES 1978 paraacutegrafo 1932) In MITTER P Traduccedilatildeo Windyz Brazatildeo Ferreira Porto Alegre Artmed 2008p183

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57

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percursos na educaccedilatildeo infantil laboratoacuterio de estudos sobre o

preconceito la EP Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 2008

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SILVA B S Entrevista com o professor Boaventura de Souza Santos Disponiacutevel em wwwdhnetorg acesso em 27082009

59

SOUZA R C S SILVA G F S S Inclusatildeo na diversidade um desafio para os educadores Revista da Faced BA Universidade Federal da Bahia 2009 nordm9 p 239 a 252

STAINBACKS STAINBACKW Inclusatildeo um guia para educadores Porto Alegre Artes medicas 1999

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ZIMMERMANN EC Inclusatildeo Escolar2008 disponiacutevel em httpwwwwebartigos com acesso em 26 052009

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CONCLUSAtildeO

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Profissionais da sauacutede tambeacutem tecircm papeacuteis importantes em todo o

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trabalho mais completo e eficaz

A inclusatildeo escolar eacute uma praacutetica que abrange natildeo apenas os

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assumindo a postura devida pode oferecer a esta crianccedila o subsiacutedio para seu

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passa a ter que zelar por interesses coletivos outrora ignorados pela maioria

Devido ao periacuteodo decorrido desde as primeiras iniciativas ligadas ao

processo inclusivo verifica-se que o tempo eacute um fator indispensaacutevel para sua

concretizaccedilatildeo Esta provavelmente dar-se-aacute a partir do momento em que todos

os envolvidos assumirem suas devidas responsabilidades e se unirem por uma

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diversidade

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formaccedilatildeo de

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GLAT R NOGUEIRA M LL Poliacuteticas educacionais e a formaccedilatildeo de professores para a educaccedilatildeo inclusiva no Brasil Revista integraccedilatildeo MEC Secretaria de Educaccedilatildeo Especial V14 n 24 2002

GRANEMANN J L Escolas inclusivas praacuteticas que fazem a diferenccedila Campo Grande UCDB 2005

GONZALEZ JAT Educaccedilatildeo e Diversidadebases didaacuteticas e organizativasPorto Alegre Artmed2002

GOKHALE S D A famiacutelia desapareceraacute Revista Debates Sociais Nordm 30 Ano XVI Rio de Janeiro CBSSIS 1980In RIGO RMSEscola e Familia uma relaccedilatildeo de ajuda na formaccedilatildeo do ser humano disponivel em wwwwebartigoscom 2006 acesso em 07062009

JESUS J W G Inclusatildeo Realidade Ou Utopia 2007 disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles16041Inclusao-Realidade-Ou-Utopiapagina1html- Acesso em 26052009

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LIMAVERDE A L Texto sobre educaccedilatildeo Entrevista agrave Secretaria Municipal de Educaccedilatildeo de Cuiabaacute (SME) 2009 Disponiacutevel em wwwcuiabamtgovbrnoticiajspid=18724 gt

Acesso em 15 07 2009

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58

__________ Inclusatildeo Escolar

caminhos e descaminhos desafios

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MARQUES L P O professor de alunos com deficiecircncia mental concepccedilotildees e praacutetica pedagoacutegica Juiz de Fora EDUFJF 2006

MITTER P Educaccedilatildeo Inclusiva contextos sociais Traduccedilatildeo Windyz Brazatildeo Ferreira Porto Alegre Artmed 2008

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formaccedilatildeo de

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Smeha L N - Ferreira I V Prazer e sofrimento docente nos pocessos de Inclusatildeo EscolarRevista Educaccedilatildeo Especial n 31 p 37 48 2008 Santa Maria Disponivel em lthttpwwwufsmbrcerevistagt acesso em 10082009

TESSARO N S Inclusatildeo Escolar concepccedilotildees de professores e alunos da educaccedilatildeo regular e especial Universidade Estadual de Maringaacute Disponiacutevel wwwwebartigoscomarticles222971formacaona-pagina1html

Acesso em 20 072009

UNESCO (2001) Arquivo aberto sobre educaccedilatildeo inclusiva Paris Disponiacutevel em wwwinclusionuweocuk acesso em 20092009

VIEIRA O V Revista TV escola Direitos Humanos Ministeacuterio da EducaccedilatildeoNordf11999

XAVIER A G P Eacutetica teacutecnica e poliacutetica a competecircncia docente na proposta inclusiva In Revista Integraccedilatildeo Ministeacuterio da EducaccedilatildeoSecretaria de Educaccedilatildeo Especial Ano 14 Ediccedilatildeo nordm 242002

ZIMMERMANN EC Inclusatildeo Escolar2008 disponiacutevel em httpwwwwebartigos com acesso em 26 052009

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__________ Inclusatildeo Escolar

caminhos e descaminhos desafios

perspectivas BRASIL Ministeacuterio da Educaccedilatildeo Secretaria da Educaccedilatildeo Especial Ensaios Pedagoacutegicos Brasiacutelia Ideal 2006p 11- 16

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PAROLIN I C H Aprendendo a incluir e incluindo para aprender Satildeo Joseacute dos Campos Pulso Editorial 2006

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POSO Juan Ignaacutecio - Aprendizes e mestres a nova cultura da aprendizagem Juan Ignaacutecio Pozo trad Emani Rosa - Porto Alegre Artmed 2004

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