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Introdução 15 1. INTRODUÇÃO A cada ano novos medicamentos são lançados no mercado, favorecendo o aumento da expectativa de seus usuários e o melhor controle das doenças. Sendo assim, observa-se que o consumo de medicamentos pelos pacientes requer dos profissionais de saúde maior atenção quanto a seus efeitos, bem como suas interações medicamentosas. Brunetti e Montenegro (2002) comentam que, com o aumento exagerado do número de novas medicações lançadas no comércio, o profissional de saúde deve ter consciência do risco de receitar drogas cujos efeitos colaterais não são conhecidos em profundidade. Wannmacher e Fuchs (1998) igualmente alertam para a existência de existir uma gama enorme de fármacos, sendo diferentes as possibilidades de efeito, até entre os mesmos compostos químicos. Outra preocupação que aflige os profissionais da área médica é a automedicação e a insuficiente fiscalização para evitá-la. A automedicação produz inúmeros riscos. Salienta-se que muitos dos pacientes que se automedicam o fazem de forma desnecessária ou inadequada para o caso, gerando prejuízo para a saúde e modificando a história natural da doença. Segatto (2003) comenta que o Brasil ocupa a quinta posição no ranking mundial dos maiores consumidores de remédios. Segundo Brunetti e Montenegro (2002), a automedicação está relacionada às vultosas propagandas feitas em meios de comunicação de massa e também às indicações de não-especialistas. O grande problema da automedicação é a possibilidade de efeitos colaterais sérios, ou ainda o uso de medicamentos incompatíveis entre si, o que pode potencializar ou antagonizar o efeito desejado. De forma geral, todo medicamento possui efeitos esperados, benéfico, e também efeitos colaterais indesejados. Segundo Katzung (2003), há uma dose terapêutica, ótima, acima da qual aparecem efeitos adversos.

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Page 1: Introdução · Introdução 15 1. INTRODUÇÃO A cada ano novos medicamentos são lançados no mercado, favorecendo o aumento da expectativa de seus usuários e o melhor controle

Introdução 15

1. INTRODUÇÃO

A cada ano novos medicamentos são lançados no mercado, favorecendo

o aumento da expectativa de seus usuários e o melhor controle das doenças.

Sendo assim, observa-se que o consumo de medicamentos pelos pacientes

requer dos profissionais de saúde maior atenção quanto a seus efeitos, bem

como suas interações medicamentosas. Brunetti e Montenegro (2002)

comentam que, com o aumento exagerado do número de novas medicações

lançadas no comércio, o profissional de saúde deve ter consciência do risco de

receitar drogas cujos efeitos colaterais não são conhecidos em profundidade.

Wannmacher e Fuchs (1998) igualmente alertam para a existência de existir

uma gama enorme de fármacos, sendo diferentes as possibilidades de efeito,

até entre os mesmos compostos químicos.

Outra preocupação que aflige os profissionais da área médica é a

automedicação e a insuficiente fiscalização para evitá-la. A automedicação

produz inúmeros riscos. Salienta-se que muitos dos pacientes que se

automedicam o fazem de forma desnecessária ou inadequada para o caso,

gerando prejuízo para a saúde e modificando a história natural da doença.

Segatto (2003) comenta que o Brasil ocupa a quinta posição no ranking mundial

dos maiores consumidores de remédios. Segundo Brunetti e Montenegro

(2002), a automedicação está relacionada às vultosas propagandas feitas em

meios de comunicação de massa e também às indicações de não-especialistas.

O grande problema da automedicação é a possibilidade de efeitos colaterais

sérios, ou ainda o uso de medicamentos incompatíveis entre si, o que pode

potencializar ou antagonizar o efeito desejado.

De forma geral, todo medicamento possui efeitos esperados, benéfico, e

também efeitos colaterais indesejados. Segundo Katzung (2003), há uma dose

terapêutica, ótima, acima da qual aparecem efeitos adversos.

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Introdução 16

Fuchs (2004) afirma que alguns aspectos devem ser avaliados quanto

aos efeitos adversos, porque os medicamentos, na sua grande maioria, sofrem

metabolização hepática (antimicrobianos macrolídeos e antifúngicos) e

principalmente eliminação renal, que pode ocasionar o seu acúmulo no

organismo, causando intoxicação.

Soma-se a isso, ainda, o fato de os medicamentos de uso contínuo, de

uma forma ou de outra, apresentarem efeitos adversos mais significativos

quanto maior for o tempo de utilização, o que pode interferir na condição bucal

do paciente e em sua resposta aos fármacos prescritos no consultório

odontológico.

Quanto às alterações do ambiente bucal, podemos citar a hipertrofia

gengival, associada, segundo Oliveira et al. (1998), Silva e Castro et al. (2000) e

Deschamps et al. (2002) e Hassessian (2003), à ingestão de medicamentos

como os antiepiléticos (primidona e fenitoína); ciclosporina e dos anti-

hipertensivos do grupo bloqueadores de canais cálcio.

Outros medicamentos são causadores da xerostomia, como os

antidepressivos tricíclicos e os antiparkinsonianos (BRUNETTI, 2002;

MONTENEGRO, 2005). Esses fármacos levam à diminuição da salivação, o

que contribui com o aumento do risco de cárie e doença periodontal.

No que tange à reação aos medicamentos, o assunto interação

medicamentosa é muito extenso e nem todas as interações farmacológicas são

conhecidas. Horliana (2004) comenta que, do ponto de vista clínico, as

interações medicamentosas podem resultar em respostas biológicas

antagônicas, sinérgicas, aditivas ou mesmo inesperadas.

Wannmacher e Ferreira (1999) citam algumas alterações relevantes às

interações medicamentosas relacionadas ao paciente geriátrico: 1. os idosos

são mais sensíveis a alguns analgésicos e sedativo-hipnóticos e essa condição

deve ser levada em consideração quando da anestesia no consultório, e

também na prescrição dos analgésicos ou antiinflamatórios após os

procedimentos; 2. a insulina e certos hipoglicemiantes orais têm seus efeitos

potencializados ao serem usados em conjunto com antiinflamatórios, ampliando

o risco de hipoglicemia; 3. pacientes que utilizam medicamentos anti-

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Introdução 17

hipertensivos podem ter queda ou instabilidade da pressão arterial ao

receberem pré-anestésicos ou anestésicos em procedimentos cirúrgico-

odontológicos; 4. fármacos anticoagulantes ou os que inibem a agregação

plaquetária, podem ter seus efeitos potencializados se administrados

juntamente com antiinflamatórios.

Considerando o acima inferido e o relevante fato de que um expressivo e

variado grupo de pacientes é atendido diariamente nas clínicas dos cursos de

odontologia, achamos oportuna a realização de um estudo em que pudéssemos

avaliar e traçar um perfil biodemográfico dos pacientes que freqüentam essas

clínicas, bem como seu consumo de medicamentos. A nosso ver, isso

possibilitaria a elaboração um banco de dados a partir do qual, aliados às

características biodemográficas, conheceríamos mais realisticamente os

medicamentos que eles utilizam. O escopo é o de melhor conhecer os

pacientes.

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2. REVISÃO DA LITERATURA

Os nossos pacientes estão sujeitos a fatores ligados a envelhecimento e

distúrbios genéticos, endócrinos, hematológicos, nutricionais e metabólicos.

Além desses distúrbios, que são inerentes ao envelhecimento e ao meio em que

vivem, nossos pacientes fazem uso de medicação ora de uso contínuo, ora de

uso esporádico, que podem afetar a saúde bucal.

Frequentemente, as drogas prescritas pelo cirurgião-dentista podem

resultar em interações com os medicamentos tomados pelos pacientes,

prejudicando tanto o tratamento odontológico quanto o médico. Por exemplo,

Katzung (2003); Fuchs (2004) observam que os aminoglicosídeos podem

degradar as penicilinas; a aspirina pode potencializar a ação dos

anticoagulantes e os antiinflamatórios não-esteróides podem reduzir o efeito dos

anti-hipertensivos,

2.1. Considerações sobre anestesia local

A anestesia local é o método de controle da dor mais utilizado na

Odontologia. Segundo, Wannmacher e Fuchs (1998), Fuchs (2004), pacientes

submetidos à anestesia local no consultório odontológico podem estar

recebendo múltiplas medicações, o que confere significância clínica às

interações. Além disso, pode ocorrer o aumento adrenérgico exógeno quando

utilizado vasoconstritores catecolamínicos, que pode precipitar

descompensações cardiovasculares, diabética, hipertireóidea, asmática,

cérebros-vasculares (SONIS et al., 1996; ANDRADE et al., 2002; MALAMED,

2005).

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_______________________________________________Revisão da literatura20

É importante avaliar os efeitos adversos dos anestésicos locais,

comumente raros e de pequena monta. Podem ser sistêmicos ou locais. Os

efeitos sistêmicos geralmente decorrem de concentrações plasmáticas

elevadas, resultante de superdosagem, absorção rápida a partir de sítios

periféricos ou injeção intravascular acidental, afetando a fisiologia do sistema

nervoso central (SNC), coração e circulação periférica (YAGIELA, 1998;

WANNMACHER; FERREIRA, 1998; RANG, 2001).

Horliana (2004) comenta que interações medicamentosas podem ocorrer

entre bases anestésicas diferentes, usadas concomitantemente, o que pode

provocar toxidade, e em pacientes em uso de acetominofeno que porventura

utilizar anestésicos locais do tipo prilocaína, pois se aumenta o risco de ocorrer

metemoglobinemia.

No Brasil, são usados cerca de 250 milhões de tubetes anestésicos por

ano. O número de reações adversas relatadas em relação à quantidade de

tubetes utilizados, segundo Ranali (2002), é insignificante. Ramacciato et al.

(2003) sugerem que os anestésicos locais devem ser escolhidos de acordo com

a história médica do paciente, com o tempo de duração do tratamento e a

necessidade de hemostasia.

Segundo o Dr. Fraige Filho, em entrevista (Sinais de Alerta) dada ao

Jornal do CRO-SP (2000), cerca de 80% dos diabéticos são hipertensos, o que

exige cuidados extras com as anestesias e alguns procedimentos odontológicos

e terapêuticos. Já a Dra. Sakata (2000), chefe do Setor de Dor da Disciplina de

Anestesiologia e Dor e Terapia Intensiva Cirúrgica da Unifesp, alerta que os

anestésicos que contenham adrenalina, que é um vasoconstritor, podem causar

aumento do batimento cardíaco e palpitação e não devem ser utilizados em

hipertensos.

O importante é pesar o risco-benefício ao paciente, lembrando que a

analgesia deficiente, seja por técnica incorreta ou pela ausência de

vasoconstritor, pode causar em presença de dor súbita, liberação de grande

quantidade de catecolaminas endógenas (MALAMED, 2001).

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2.2. Considerações sobre idosos

A cada mês o número de pessoas com mais de 60 anos no mundo

aumenta em torno de 1 milhão. Há dois mil anos, atrás, a expectativa média de

vida era de 20-30 anos, hoje em dia ela varia entre 64 -70 anos para os homens

e 70-78 anos para as mulheres. Estima-se que após o ano 2010 o número de

idosos no mundo aumente tão rapidamente que, em 2035, uma em cada quatro

pessoas no mundo tenha mais de 60 anos (CORMACK, 2002).

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) o Brasil será o sexto

país em número absoluto de idosos em 2025, com mais de 30 milhões de

pessoas, representando quase 15% da população total. Tal como diversos

países do mundo, o Brasil tem aumentado a população idosa rapidamente

(FRARE, 1997).

Silva et al. (2005) comenta que o envelhecimento é um processo natural,

repleto de alterações nos diferentes compartimentos corporais, com diversas

repercussões no estilo e qualidade de vida. Em função do aumento da

expectativa de vida, essa população passou a ser acometida por doenças

agudas e crônico-degenerativas.

Cormack (2002) relata que, com o aumento da população idosa,

encontraremos um "novo idoso", com suas condições físicas, sociais e

psíquicas bastante particulares, que demandará uma maior e mais diversificada

atenção por parte dos dentistas e de outros profissionais da saúde.

Como a qualidade de vida nestes “tempos modernos” não é adequada

por diversas causas, entre elas alimentação errada e deficiente, sedentarismo,

estresse e outras doenças, os indivíduos podem atingir idade avançada com

variados problemas físicos e psíquicos. Por isso, a quantidade de remédios

ingerida pelos idosos é bem maior que em outras idades. Considerando que a

população de idosos compõe o grupo que mais consome medicamentos, ela

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também se expõe mais ao risco de efeitos adversos, vindos da interação

medicamentosa (OKSAS, 1978).

Tomaselli (1992) relata que os idosos constituem o maior grupo de

consumidores de medicamentos "per capita" em todo o mundo, e somente nos

EUA eles consomem 25% da produção anual de medicamentos.

Paunovich et al (1997) relatam que os idosos usam um terço de todas as

drogas prescritas nos EUA, e projeta-se que em 2020 usarão 40% dos fármacos

prescritos. Paunovich (1994) afirma ainda que os pacientes idosos fazem uso

simultâneo de três ou quatro medicamentos, aumentando o número

proporcionalmente à idade.

Na pessoa idosa, segundo Bomberg e Averbach (1986) citados por Frare

(1997) e Ranali et al. (1996), há uma diminuição do volume do plasma (8%) e

de líquidos corporais (17%). Também há aumento de gordura (35%) e

diminuição da massa muscular. Assim, medicamentos lipossolúveis nos idosos

tendem a se concentrar no tecido adiposo, ficando menos no sangue, tendo

uma ação prolongada, o que não ocorre com os medicamentos hidrossolúveis,

que se concentram no sangue e têm sua atividade aumentada.

Silva et al. (2005), apontam que, no grupo de idosos estudado, certas

condições como deficiências nutricionais (B3, zinco), diabetes mellitus,

hipotireodismo, esclerose múltipla, hipertensão arterial sistólica e uso de

múltiplos fármacos afetavam o paladar, prejudicando a alimentação.

Outras modificações observadas por Ranali et al. (1996) foram o

decréscimo das massas hepática e renal, e um aumento da gordura em

detrimento da massa muscular.

Com essas alterações citadas, ficam prejudicadas a farmacocinética e a

farmacodinâmica dos medicamentos, levando a efeitos indesejáveis.

Outro dado importante, segundo Silva et al. (2005), é que os idosos

apresentam uma maior prevalência de depressão e isolamento social, o que

contribui para um estado de saúde precário. Uma das causas da depressão

pode estar relacionada ao uso de algumas drogas, como propranolol,

cimetidina, antiinflamatórios hormonais (AINHs), benzodiazepínicos,

neurolépticos, álcool, entre outras. O estado nutricional dos idosos pode ser

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também comprometido pelo uso crônico de medicamentos, geralmente mais de

um, em função das possíveis interações drogas-nutrientes, e do

comprometimento da função hepática e renal, comuns neste grupo. Dentre os

medicamentos a autora cita os antiinflamatórios não-esteróides (AINEs).

Karlsson et al. (1991) expõem que a cavidade bucal possui uma

habilidade muscular e sensorial para perceber a forma, tamanho, textura e

sabor do alimento, e que essas funções proprioceptivas, bem como a densidade

e secção transversal dos músculos mastigatórios, sofrem um decréscimo com a

idade. Portanto o autor conclui que todos os sistemas, inclusive o

estomatognático, sofrem alterações fisiológicas e patológicas com o processo

de envelhecimento.

Estima-se que idosos constituam a maior parte da parcela edêntula ou

semi-desdentada da população. Porém, haverá um decréscimo de edentados

nesse grupo. Dessa forma, eles cada vez mais necessitarão de cuidados

odontológicos, incluindo-se medicações, principalmente anestésicos locais

(RAMOS, 1987).

Dini e Castellanos (1993) afirmaram que muitos problemas odontológicos

encontrados nos idosos são, na realidade, complicações de processos

patológicos acumulado durante toda a vida do individuo, devido à higiene bucal

deficiente, à iatrogenia, à falta de orientação e de interesse em saúde bucal e

ao não-acesso a serviços de assistência odontológica.

Segundo Murray (2005) existem dados sugestivos na literatura de que os

idosos pensam que não há necessidade para o tratamento odontológico,

refletindo provavelmente nas mudanças de prioridade com relação à saúde

bucal.

Peres e Peres (2003) concluíram que os indivíduos da terceira idade

buscam melhorar as condições de vida e valorizam a saúde geral, em

detrimento a saúde bucal. E que a saúde bucal destes indivíduos apresenta

uma correlação direta com os fatores socioeconômicos: quanto mais baixas as

condições econômicas, menor o cuidado com a saúde bucal.

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Murray (2005) corrobora com a afirmação de que o padrão de saúde

dental em um país depende em parte da atitude da população em relação aos

cuidados dentários e aos recursos disponíveis para o tratamento odontológico.

Cormack (2002) relata que nos idosos o risco de cárie está ligado à

diminuição do fluxo salivar, tanto causada por fármacos como pela alteração

natural das glândulas salivares. Dunkerson (1990) afirma que a xerostomia

(decréscimo ou cessação da salivação) não é uma conseqüência natural do

envelhecimento. Embora a composição da saliva possa ser levemente alterada

com a idade, a xerostomia é geralmente decorrente do uso de medicamentos e

de outras doenças sistêmicas.

Grymonpre e Galan (1991) relatam que os medicamentos

freqüentemente mais consumidos pelos pacientes geriátricos são os agentes

cardiovasculares, analgésicos, sedativos e tranqüilizantes, e que a maior parte

dessas drogas é associada a efeitos de inibição do fluxo salivar, resultando num

potencial aumento da susceptibilidade à cárie dental.

Nicolau et al. (2003) relatam que qualquer perturbação local ou sistêmica

que afete a produção de saliva afeta também a percepção normal do gosto, e

cita ainda, como exemplos de fatores que alteram o fluxo salivar, situações

clínicas como pacientes idosos e pacientes que usam alguns medicamentos,

principalmente os anticolinérgicos (antidepressivos, diuréticos, etc.). Cormack

(2002) alerta para o fato de que centenas de drogas têm potencial para afetar a

função da glândula salivar, e que a taxa de uso de medicamentos pelos idosos

é consideravelmente maior do que o da população mais jovem.

Os efeitos adversos na cavidade bucal resultantes do uso de

medicamentos interferem de forma importante na qualidade de vida dos idosos,

e a xerostomia é um dos efeitos de maior incidência nestes pacientes, variando

de 40 a 70%, segundo Brunetti (2002) e Montenegro (2005).

Kina e Belotti (1997) listaram alguns grupos de medicamentos

associados a alterações do gosto, como os anticonvulsivantes

(Carbamazepina), agentes antidiabéticos, agentes antiinflamatórios,

antineoplásicos/imunossupressivos, antiparkinsoniano, drogas para o combate à

artrite e colutórios bucais.

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Segundo Veloso e Costa (2002) para que haja a melhora no nível de vida

e saúde geral dos pacientes idosos, deve haver uma orientação a respeito da

saúde bucal, bem como a motivação para uma visita periódica ao dentista.

Esses autores afirmam que grande parte dos trabalhos desenvolvidos

dentro dessa área do grupo de idosos é realizada dentro de instituições de

amparo ou atendimento a pessoas idosas. Diante disso, a visão que se tem das

condições de saúde bucal desses indivíduos é a mais precária possível,

retratando, quase sempre, um quadro clínico no qual predominam altos índices

de edentulismo e doença periodontal.

Veloso e Costa (2002) consideram que mesmo diante do envelhecimento

da população mundial, pouco ainda se pesquisa no campo da Estomatologia

Geriátrica. Rodrigues et al. (2004) chamam a atenção para o fato de que ações

desenvolvidas em programas para idosos devem promover a interação com as

demais áreas do conhecimento, pois a avaliação de saúde geral e bucal do

idoso requer conhecimentos interdisciplinares e acompanhamento

multiprofissional.

A recomendação da Federação Dentária Internacional - FDI - é que o

estudo e a pesquisa das questões gerontológicas sejam aplicados nos cursos

de graduação e pós-graduação em Odontologia ( FRARE, 1997; BRUNETTI,

MONTENEGRO 2002; CORMACK, 2002). Bem como o estudo da

Farmacologia, que já é ensinada no curso de graduação (ARMONIA;

TORTAMANDO, 1998). Ademais, segundo Brunetti e Montenegro (2002), a

Farmacologia deveria ser aplicada em todas as cadeiras clínicas, para reforçar

os conceitos teóricos em toda a prática.

(LEVY et al, 1988) relatam que o uso regular de analgésicos,

antiarrítmicos, anti-hipertensivos e diuréticos aumentam substancialmente com

a idade, enquanto o uso de antidepressivos e anti-histamínicos permanece

constante. Relatam ainda que o consumo médio de medicamentos por idosos é

de cerca de 1,7 tipos diferentes de medicação por pessoa, e geralmente o fluxo

salivar diminui em relação direta com o aumento no número de medicações com

efeitos potencialmente hipossalivatórios. O estudo, realizado com 3.217

pessoas com mais de 65 anos de idade, mostrou que 77% ingerem algum

medicamento de importância para o cirurgião-dentista. Dentre esses

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medicamentos, 51% causam xerostomia, enquanto 39% ocasionavam

problemas na hemostasia; 20% indicavam doses menores ou isentas de

adrenalina durante a anestesia e 16% dos medicamentos aumentaram a

intolerância do paciente, o que poderia dificultar bastante o trabalho do

cirurgião-dentista.

2.3 Considerações sobre os medicamentos

Jacobsen (2004) alega que não é responsabilidade do dentista o

conhecimento dos mecanismos de ação, efeitos colaterais, toxicidade e

metabolismo de todos os medicamentos que estão sendo utilizados pelo

paciente para o tratamento de suas doenças sistêmicas, porém ele deve

entender como os procedimentos odontológicos e as drogas usadas em

odontologia afetam o paciente e as medicações que ele esteja utilizando. É

importante que o dentista conheça as drogas usadas em odontologia, seu

metabolismo, mecanismo de ação, efeitos colaterais e toxicidade, justificam os

autores Brunetti e Montenegro (2002).

Segundo Gage e Radman (1972) é responsabilidade do dentista o

conhecimento das interações entre os medicamentos usados em odontologia e

os utilizados para o tratamento das doenças sistêmicas do paciente. Pacientes

que utilizam várias medicações, algumas em alta dosagem, bem como aqueles

que são portadores de doenças sistêmicas, são classificados como pacientes

de alto risco para desenvolver reações adversas. São classificados como

pacientes complexos aqueles com menos de 14 anos, os com mais de 65 anos

de idade e tabagistas. No entanto, a decisão se um indivíduo é medicamente

complexo deve ser estabelecida de caso para caso, e varia com o problema

médico, bem como o procedimento odontológico a ser adotado (JACOBSEN,

2004).

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Serra (2002) cita ainda, como outros fatores biológicos capazes de

influenciar a resposta farmacológica de um organismo, o sexo, seu habitat e

memória cultural, além do estado geral do organismo.

Apesar de a terapêutica medicamentosa atual incluir muitos fármacos

que isoladamente são eficazes em muitas doenças, ainda é extremamente

comum a prescrição de dois ou mais fármacos, simultânea ou sequencialmente

administrados (WANNMACHER; FERREIRA, 1999).

Em pacientes saudáveis, desde que os medicamentos utilizados em

odontologia sejam prescritos por um curto período de tempo e em doses

moderadas, os riscos de reações indesejáveis são mínimos.

Muitas interações medicamentosas são teoricamente possíveis, porém

poucas são prováveis, e dentre estas pouquíssimas são graves. Com o

conhecimento dessas reações adversas, a familiaridade com o estado de saúde

do paciente e o uso de doses adequadas, o dentista elimina essencialmente o

risco de reações adversas aos medicamentos, principalmente as interações

entre medicamentos e entre medicamentos e fisiologia (JACOBSEN, 2004).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) restringe como efeitos adversos

às reações indesejadas que ocorrem com o emprego de doses profiláticas,

diagnósticas ou terapêuticas.

As estatísticas americanas têm demonstrado que a incidência de

Reações Adversas a Medicamentos (RAM) pode chegar a 20% dos pacientes

internados, sendo até maior para aqueles em tratamento com múltiplas drogas,

e de 5 a 20% dos pacientes ambulatoriais. Se aplicadas à população de São

Paulo, e considerando somente as internações e atendimentos ambulatoriais

que, segundo estimativa, foram feitos pelo SUS (Sistema Único de Saúde), tais

taxas podem chegar à estupenda cifra de 5.620.000 casos em geral, e 46.000

internações devidas exclusivamente às iatrogenias. O problema pode ser muito

mais grave (BRUNETTI; MONTENEGRO, 2002), pois a venda de

medicamentos é ainda pouco controlada e a prevalente automedicação leva ao

aumento não só do número de RAM, mas também do grau de nocividade.

Athies (2000) comenta que em um levantamento realizado pela Food and

Drugs Administration (FDA), órgão que regula o mercado norte-americano de

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alimentos e remédios, mostra que as internações de 10 a 17% dos idosos

ocorrem devido aos efeitos colaterais dos medicamentos, permanecendo 8,7

dias em média.

Andrade (2002); Brunetti e Montenegro (2002); Katzung (2003); Fuchs

(2004) e Horliana (2004) alertam os cirurgiões-dentistas de que os

medicamentos analgésicos, antiinflamatórios e antimicrobianos, frequentemente

prescritos na odontologia, apresentam diversos efeitos colaterais, reações

adversas, contra-indicações e interações medicamentosas. Tais medicamentos

muitas vezes são prescritos sem atenção às condições debilitadas dos

pacientes, pois o foco geralmente está concentrado nos pacientes jovens e de

meia-idade, com os quais ocorrem, via de regra, poucas doenças sistêmicas.

Já Jacobsen (2004) afirma que a maioria das drogas utilizadas na

odontologia apresenta uma ampla margem de segurança entre a dose

terapêutica e a dose tóxica, o que dificulta a ocorrência dos efeitos tóxicos dos

medicamentos, porém o cirurgião-dentista deve ter consciência da dosagem

adequada e se mantiver alerta para as características inerentes a cada

paciente.

Estudos realizados por Oksas (1978); Brunetti (2002) e Montenegro,

(2005), listaram como efeitos adversos em cavidade bucal, causados por

medicação, atraso na cicatrização dos tecidos, alterações salivares, xerostomia,

sialorréia, alterações nas glândulas salivares, estomatites fúngicas, gengivites,

periodontites, alterações no paladar, dificuldade para engolir, ardência em boca

e sensibilidade em boca e língua.

Outros efeitos adversos de fármacos em boca foram observados por

Cormack (2002), e assim os medicamentos antidepressivos tricíclicos,

anticonvulsivantes, bloqueadores de canais de cálcio, nifedipina, penicilaninas,

ciclosporina e antitireoidianos podem condicionar ou desenvolver, segundo

estes autores, respectivamente, boca seca, hipertrofia gengival, edema

periférico, hipertrofia gengival, perda de gosto, hipertrofia gengival e gosto

amargo na boca.

Brunetti e Montenegro (2002) fizeram uma análise parcial dos efeitos

bucais do interesse ao cirurgião-dentista de 440 substâncias farmacológicas

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encontradas em guias farmacológicos, médicos e odontológicos. Eles alertam

para o fato de que um fármaco pode ter vários efeitos diferentes concomitantes

(QUADRO I).

QUADRO I – EFEITOS BUCAIS E DE INTERESSE ODONTOLÓGICO

Efeitos bucais e de interesse odontológico

Valor relativo

Xerostomia; ressecamento da boca, nariz e garganta; lábios secos, rachados e

descamados. 36,6%

hipersalivação 4,32%

Alterações na garganta; por deglutição; reflexo faringeano dificultando moldagens. 12,5%

Alteração do paladar; perda temporária do paladar. 13,41%

Alterações da língua; queimação sublingual. 9,09%

Candidose; líquen bucal; “infecção na boca”. 9,32%

Alveolite após extração dentária 0,23%

Estomatites; ulceração bucal; aftas. 19,77%

Periodontite; gengivite; gengivas doloridas; hiperplasia gengival; sangramento gengival;

mau hálito. 18,41%

Cáries dentárias; danos ao esmalte dentário; problemas dentários; dor de dente; lesão nos

dentes. 1,14%

Hipersensibilidade da boca ou língua 1,59%

Movimentos involuntários orofaciais; espasmo facial. 6,14%

Parestesia facial; formigamento dos lábios; sensação anestésica da boca. 1,14%

Angioedema da face, lábios, língua e mucosa bucal; edema facial; inchaço no rosto, nos

lábios e na língua. 2,27%

Eritema facial 0,23%

Cicatrização demorada; leucopenia; trombocitopenia; hemorragia. 57,04%

Zumbido na região auricular 14,32%

Mancha nos dentes 0,9%

Problemas na boca 0,9%

Não são citados quaisquer efeitos bucais nos fármacos 21,59%

Brunetti e Montenegro, 2002

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Moreira, Andréa Costa M838p Perfil biodemográfico e o consumo de medicamentos dos pacientes submetidos a procedimentos odontológicos na faculdade de ciências da saúde da Universidade de Marília / Andréa Costa Moreira. Marília: Unimar, 2003. 75f. Dissertação (Mestrado em clínica odontológica) – Faculdade de Odontologia da Universidade de Marília, 2005. 1. Cirurgia buco-faxilo-facial 2. Perfil biodemográfico - Efeitos Adversos 3. Medicamentos. I. Moreira, Andréa Costa II. Perfil biodemográfico e o consumo de medicamentos... CDD – 617.66

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Andréa Costa Moreira Perfil biodemográfico e o consumo de medicamentos de uso sistêmico dos pacientes submetidos a procedimentos odontológicos na Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Marília (UNIMAR) - SP, em 2003.

Marília-SP 2005

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Andréa Costa Moreira

Perfil biodemográfico e o consumo de medicamentos de uso sistêmico dos pacientes submetidos a procedimentos odontológicos na Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Marília (UNIMAR) - SP, em 2003.

Dissertação apresentada à Universidade de

Marília (UNIMAR), Faculdade de Ciências

da Saúde, para obtenção do título de Mestre

em Clinica Odontológica. Área de

concentração: Cirurgia Buco-Maxilo-Facial.

Orientador: Prof. Dr. Luiz Alberto Milanezi

Co-Orientador: Prof. Dr. Tetuo Okamoto

Marília-SP 2005

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Universidade de Marília - UNIMAR

Reitor: Dr. Márcio Mesquita Serva

Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação

Pró-Reitora: Prof.(a) Dra. Suely Fadul Vilibor Flory

Faculdade de Ciências da Saúde

Diretor: Prof. Dr. Armando Castello Branco Junior

Programa de Pós-Graduação em Clínica Odontológica

Área de Concentração Cirurgia Buco-Maxilo-Facial

Coordenador: Prof. Dr. Roque Javier Mérida Delgado

Orientador: Prof. Dr. Luiz Alberto Milanezi

Co-orientador: Prof. Dr. Tetuo Okamoto

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UNIVERSIDADE DE MARÍLIA - UNIMAR

NOTAS DA BANCA EXAMINADORA DA DEFESA DE MESTRADO

Andréa Costa Moreira

TÍTULO: “ Perfil biodemográfico e o consumo de medicamentos de uso sistêmico dos pacientes submetidos a procedimentos odontológicos na Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Marília (UNIMAR) - SP, em 2003”. Data da Defesa: ____ /____ /______

1) Prof. Dr.

Avaliação: _______________________ Assinatura: ______________ 2) Prof. Dr. Avaliação: _______________________ Assinatura: ______________ 3) Prof. Dr. Avaliação: _______________________ Assinatura: ______________

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DEDICATÓRIA

Ao meu querido pai, Armando Holanda Moreira, que tanto

fez por mim, por todo seu sacrifício a fim de proporcionar o

melhor para minha educação e dos meus irmãos. Sei que está

sentado ao lado de Deus e que ambos me ampararam nas horas

de solidão e fraqueza. Acredito que esteja bem satisfeito!

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AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador, Luiz Alberto Milanezi, por tudo que me ensinou, nos momentos de trabalho árduo e também em conversas informais, nas quais se discutia vida, família, religião e trabalho. Sou grata pela sua amizade,

incentivo e pela confiança que depositou em mim.

Ao professor Tetuo Okamato, principalmente pelo exemplo de profissional dedicado e pela sua enorme capacidade de tranqüilizar nos momentos difíceis. Obrigada pelo apoio e pelos ensinamentos valiosos.

Às minhas amigas Guilianne e Lucimara, pela generosidade, o constante apoio e pela boa vontade durante toda a realização deste trabalho.

Ao professor Cristovam, por sua paciência, bom humor, disponibilidade e contribuição, na fase da obtenção dos dados.

Ao Prof. Dr. Valdir Garcia Gouveia e ao Prof. Dr. Gildo Matheus, pelo apoio e pela amizade.

Aos funcionários da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Marília - UNIMAR, por trabalharem com dedicação em prol da minha

pesquisa.

Às amigas Andréa e Regina, secretárias eficientes e dedicadas do departamento de pós-graduação, agradeço-lhes muito por tanta força,

carinho e simpatia.

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Ao Prof. Sebastião Carvalho por ter prontamente atendido a minha solicitação, enviando-me importantes orientações e conselhos.

Às minhas amigas dentistas que se formaram comigo na UFPB e às amigas de profissão em São Paulo, por terem me acolhido e incentivado nesta

fase.

Aos meus amigos de João Pessoa - PB, em especial Ana Aline, por participarem na torcida e mesmo à distância serem capazes de transmitir

todo amor de uma verdadeira amizade.

A amiga querida Kenia, que através da sua valiosa experiência deu-me preciosos conselhos e apoio.

Aos novos e precisos colegas da turma de mestrado iniciado em agosto de 2003, e em especial à Simone Sasso, por ter sido uma das principais incentivadoras, pelo desprendimento em me apoiar nas horas difíceis e

ter se revelado uma amiga para todas as horas.

Ao meu querido Franco e sua família pelo carinho, incentivo e amor que tanto foram valiosos na hora do cansaço.

A minha mãe de coração Dona Haruko por dar-me exemplo de perseverança e amor.

Aos meus tios, avós e primos que participaram, mesmo de forma espiritual, dedico também o meu amor por eles.

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“E, por fim, porém não menos importantes e sim muito especiais, agradeço a minha mãe Maria Aparecida, meus irmãos Armando, Carla e Sabrina, e minha adorável sobrinha Luíza Fernanda, que tanto os adoro. Sei que,

mesmo de longe, torceram por mim pacientemente e sempre foram fontes de inspiração e felicidade”.

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RESUMO

Nossos pacientes estão sujeitos a fatores ligados a envelhecimento e

distúrbios genéticos, endócrinos, hematológicos, nutricionais e metabólicos.

Assim, observa-se que seu consumo de medicamentos requer dos

profissionais de saúde maior atenção quanto a efeitos, bem como interações

medicamentosas. Este estudo teve como objetivo específico investigar, por

meio de levantamento em prontuários, quais são os medicamentos mais

utilizados e quais pacientes requerem maior integração entre cirurgião-

dentista e médico. O objetivo geral foi o de investigar também as cruciais

características biodemográficas dos pacientes. Foram investigados 668

prontuários de pacientes das clínicas de Cirurgia Buco-Maxilo-Facial,

Periodontia e Clínica Integrada do Curso de Odontologia da Faculdade de

Ciências da Saúde da UNIMAR-SP, bem como os medicamentos utilizados.

Os dados colhidos foram estatisticamente transformados em números

absolutos e porcentagens. A idade média dos pacientes foi 37 anos, sendo

que 65,8% tinham entre 20 e 49 anos; predominaram o sexo feminino, com

56,6%; a cor branca com 58,5%, e o estado civil casado com 50,2%. Quanto

à origem, observou-se que 81,88% dos pacientes eram do estado de São

Paulo. Quanto às ocupações, os trabalhadores de serviços diversos, do lar e

estudantes (60,9%), foram os predominantes. Avaliou-se também que 9,7%

dos pacientes referiram consumir bebidas alcoólicas e 22,9% fumavam. Dos

668 componentes da pesquisa, 238 (35,6%) referiram tomar um ou mais dos

44 medicamentos citados no estudo antes dos procedimentos odontológicos.

Dos medicamentos consumidos, 30,3% eram anti-hipertensivos; 27,3%

contraceptivos; 13% drogas antidepressivas; 11,3% drogas usadas nas

arritmias; 9,2% antiinflamatórios não-esteroidais; 6,7% analgésicos não-

opióides; 6,3% antidiabéticos; 6,3% antimicrobianos (penicilinas e

cefalosporinas); 5,9% relaxantes musculares esqueléticos; e 5,5% drogas

sedativo-hipnóticas. A faixa etária dos componentes que mais referiram

tomar medicamentos foi de 40 a 49 anos. Os componentes do sexo feminino

foram os que mais referiram tomar medicamentos, com 68,5% da amostra.

PALAVRAS CHAVES : 1. Perfil biodemográfico, 2. Medicamentos, 3. Efeitos adversos.

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ABSTRACT

Our patients are subject not only to aging itself but also to genetic, endocrine,

haematological, nutritional and metabolic disturbances. Their medicine

consumption demands from us health professionals more attention as to the

medicine effects and the interactions among different medicines

simultaneously taken. The specific objective of this study was to ascertain, by

means of a survey in the patients’ treatment records, which are the most

used medicines and which patients demand greater integration

doctor/dentist. The general objective was to investigate the crucial

biodemografic features of the patients. Were investigated 668 patient records

in the clinics of buccal-maxillary-facial surgery, periodontry and integrated

clinics of the course of odontology of the Health Sciences College at

UNIMAR-SP, as well as the medicines used in those treatments. The data

gathered were then statistically turned into absolute numbers and

percentages. The average age of the patients was 37.18 years, 65.8% of

them between 20 and 49 years of age; predominant were the female sex,

with 56.6%; the white color, with 58.5%; and the married ones, with 50.2%.

As to their origin, 81.88% of the patients were from the state of São Paulo,

Brazil. As to their occupation, the workers in various informal jobs, the

housewives and the students (60.9% altogether), were predominant. 9.7% of

the patients reported they were alcohol consumers and 22.9% were smokers.

Out of the 668 subjects of the study, 238 (35.6%) reported being taking one

or some of the 44 listed medicines right before submitting to odontological

procedures. Out of the medicines consumed, 30.3% were anti-hypertension;

27.3% were contraceptives; 13% were anti-depression drugs; 11.3% were

drugs against arhythmies; 9.2% were non-steroid anti-inflammatories; 6.7%

were non-opioid analgesics; 6.3% were anti-diabetics; 6.3% were antibiotics

(penicillins and cefalosporins); 5.9% were skeletal muscle relaxers; and 5.5%

were sedative-hypnotic drugs. The age range of the subjects that most

related being medicine consumers was between 40 and 49 years. Among

these, the females were predominant with 68.5%.

Key-words : 1. Biodemografic profile, 2. Medicines, 3. Adverse effects

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 15

2. REVISÃO DA LITERATURA 19

2.1. Considerações sobre anestesia local 19

2.2. Considerações sobre idosos 21

2.3. Considerações sobre os medicamentos 26

PROPOSIÇÃO 31

3. MATERIAL E MÉTODO 33

3.1. Tipo de estudo 33

3.2. Local de estudo 33

3.3. População e amostra do estudo 34

3.3.1.População 34

3.3.2.Amostra 34

3.4. Levantamento dos dados 35

3.5. Conteúdo da ficha de coleta 35

3.6. Definição operacional das variáveis da hipótese 36

3.7. Tipo de estudo 38

3.8. Programa utilizado de dados e análise 38

3.8.1. Epi Info TM 38

3.9. Análise dos dados 39

3.10. Procedimento de pesquisa 39

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 41

4.1. Introdução 41

4.2. Considerações sobre a importância do prontuário 42

4.3. Características biodemográficas 45

4.4. Considerações sobre os hábitos nocivos 48

4.5. Pacientes em tratamento médico 50

4.7. Considerações sobre os medicamentos em uso pelos pacientes 53

4.8. Considerações finais 55

5. CONCLUSÃO 59

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................. 62

ANEXOS

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LISTAS DE TABELAS

TABELA TÍTULO PÁGINA

TABELA 1 Distribuição dos dados biodemográficos dos 668 pacientes do estudo- 2003.

46

TABELA 2 Distribuição das ocupações principais dos 668 pacientes do estudo- 2003.

47

TABELA 3 Distribuição dos 668 pacientes quanto ao hábito de álcool - 2003.

48

TABELA 4 Distribuição dos 668 pacientes quanto ao hábito de tabagismo - 2003.

49

TABELA 5 Distribuição dos 668 pacientes em tratamento médico- 2003.

51

TABELA 6 Distribuição dos pacientes que referiram tomar medicamentos- 2003.

51

TABELA 7 Distribuição por sexo dos 238 pacientes que referiram tomar medicamentos- 2003.

51

TABELA 8 Distribuição por idade dos 238 pacientes que referiram tomar algum medicamento – 2003.

52

TABELA 9 Distribuição dos medicamentos mais referidos pelos 238 pacientes- 2003.

54

TABELA 10 Distribuição das drogas mais utilizadas referidas pelos pacientes acima de 60 anos -2003.

55

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LISTA DE QUADROS

QUADRO TÍTULO PÁGINA

QUADRO I EFEITOS BUCAIS E DE INTERESSE ODONTOLÓGICO 29

QUADRO II VARIÁVEIS E SUAS DIMENSÕES 37

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1. Introdução

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2.Revisão da literatura

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Proposição

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3. Material e Método

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4. Resultados e Discussão

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5. Conclusão

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6. Referências Bibliográficas

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Anexos

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ANEXO I. FICHA DE COLETA 1

Levantamento de Medicamentos Utilizados pelos Pacie ntes nas Clínicas de Periodontia -

Cirurgia – Clínica-Integrada 2003

Prontuário nº.

Estado/Nascimento:

Nacionalidade:

Estado civil: Solteiro

Casado

Morando junto

Viúvo

Separado

Em branco

Sexo: Masculino Ocupação:

Feminino Hábitos Nocivos:

Fuma

Bebe

Nega

Em branco

Cor Branca

Negra

Amarela

Vermelha

Parda

Em branco

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ANEXO II. FICHA DE COLETA 2

Levantamento de Medicamentos Utilizados pelos Pacie ntes nas Clínicas de Periodontia -

Cirurgia – Clínica-Integrada 2003

Prontuário nº.

Está sendo submetido a algum tratamento Médico?

Sim

Não

Em branco

Está tomando algum medicamento?

Sim

Não

Em branco

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ANEXO III. FICHA DE COLETA 3

Levantamento de Medicamentos Utilizados pelos Pacie ntes nas Clínicas de Periodontia -

Cirurgia – Clínica-Integrada 2003

Prontuário nº.

DROGAS C/ AÇÕES IMPORTANTE EM MÚSCULOS LISOS

Histaminas, serotonina e alcalóides esporão do centeio

Peptídeos vasoativos

Eicosanóides

Broncodilatadores e outras drogas da asma

DROGAS QUE AGEM NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL

Drogas sedativo-hipnóticas

Relaxantes musculares esqueléticos

Drogas antipsicóticas e Lítio

Analgésicos e antagonistas opióides

Drogas antidepressivas

Anticonvulsivantes

DROGAS CARDIOVASCULARES RENAIS

Agentes anti-hipertensivos

Vasodilatadores e tratamento de Angina Pectoris

Glicosídeos card.e outras d. da Insufi. Cardíaca Congestiva

Drogas usadas nas arritmias cardíacas

Drogas Diuréticas

Inibidores da ECA

Bloqueadores dos canais de cálcio

FÁRMACOS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DE DOENÇAS DO SANGUE E INFLAMAÇÕES

Em anemias

Nos distúrbios da coagulação

Nas hiperlipidemias

AINES

Analgésicos não-opióides

Fármacos utilizados na gota

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ANEXO IV. FICHA DE COLETA 3

Levantamento de Medicamentos Utilizados pelos Pacie ntes nas Clínicas de Periodontia -

Cirurgia – Clínica-Integrada 2003

Prontuário nº.

DROGAS ENDÓCRINAS

Hormônios hipotalâmicos e hipofisários

Drogas antitireoidianas

Adrenocorticóides e antagonista cortico-supra-renais

Hormônios pancreáticos e Agentes Antidiabéticos

Contraceptivos

TRATAMENTOS ESPECIAIS

Quimioterápicos para o câncer

Radioterapia em cabeça e pescoço

Imunoterapia

Fármacos úteis nas doenças gastrintestinais

Antivertiginoso

Anorexígeno

Outros

AGENTES QUIMIOTERÁPICOS

Penicilinas e Cefalosporinas

Clorafenicol e Tetraciclina

Aminoglicosídeos e Polimixinas

Agentes antimicobacterianos

Sulfanomidas e trimetoprina

Agentes antifúngicos

Quimioterapia e profilaxia Antivirais

Fármacos com indicação específica e anti-sépticos urinários

Fármaco antiprotozoário / anti-helmínticos

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Anexo V . TERMO DE AUTORIZAÇÃO PARA DIAGNÓSTICO E/OU AUTORIZ AÇÃO DE TRATAMENTO.

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Anexo VI. COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA DO PROGRAMA DE PÓS-GRAD UAÇÃO

EM CLÍNICA ODONTOLÓGICA DA UNIVERSIDADE DE MARÍLIA.

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AUTORIZAÇÃO PARA REPRODUÇÃO

Eu, Andréa Costa Moreira , autora da Tese intitulada “Perfil

biodemográfico e o consumo de medicamentos de uso s istêmico dos

pacientes submetidos a procedimentos odontológicos na Faculdade de

Ciências da Saúde da Universidade de Marília (UNIMA R) - SP, em 2003."

apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em

Clínica Odontológica - Área de Concentração Cirurgi a Buco-Maxilo-Facial, em

31 de outubro de 2005, autorizo a reprodução desta obra, desde que seja

citada a fonte.

Marília, 31 de outubro de 2005.

_______________________________

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_________________________________________________________ Proposição

31

PROPOSIÇÃO

É propósito do presente estudo avaliar, por meio de levantamento em

prontuários, o perfil biodemográfico e o consumo de medicamentos sistêmicos

dos pacientes submetidos a procedimentos odontológicos nas clínicas de

Cirurgia, Periodontia e Clínica Integrada no Curso de Odontologia da Faculdade

de Ciências da Saúde de Marília-SP, UNIMAR, em 2003.

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______________________________________________Material e método 33

3. MATERIAL E MÉTODO

3.1. Tipo de estudo

Para o desenvolvimento deste estudo, realizamos uma pesquisa que

apresenta características descritivas e exploratórias, uma vez que observa,

registra, analisa e relaciona os dados. O registro e a análise desses dados

enquadram-se numa avaliação quantitativa, pois somente pretendem enumerar

os eventos estudados, empregando o instrumental estatístico na análise dos

dados das características biodemográficas e medicamentos utilizados pelos

pacientes odontológicos.

3.2. Local do estudo

O local do estudo foram as clínicas de Cirurgia Buco-Maxilo-Facial,

Periodontia e Clínica Integrada do Curso de Odontologia da Faculdade de

Ciências da Saúde da Universidade de Marília, UNIMAR, São Paulo, em 2003.

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______________________________________________Material e método 34

3.3. População e amostra do estudo

3.3.1. População

A população deste estudo foi composta pelos pacientes atendidos nas

disciplinas e respectivas clínicas de Cirurgia Buco-Maxilo-Facial, Periodontia e

Clínica Integrada do Curso de Odontologia da Faculdade de Ciências da Saúde

da Universidade de Marília.

3.3.2 Amostra

Critérios de inclusão e exclusão da amostra

• Critérios de inclusão: prontuários de pacientes submetidos a

procedimentos odontológicos, nas clínicas especificadas acima, que permitiram

saber se o paciente utilizava medicação de uso sistêmico.

• Critérios de exclusão: prontuários não preenchidos, incompletos ou

inelegíveis de pacientes submetidos a procedimentos odontológicos.

Foram incluídos na amostra, após proceder aos critérios de inclusão e

exclusão, 668 prontuários, os quais foram preenchidos por alunos da graduação

do curso de odontologia durante suas atividades discentes, a partir de um

exame clínico abrangente e sistemático, no período de dois de fevereiro a dois

de dezembro de 2003. Os prontuários foram vistoriados pelos professores-

responsáveis pelas disciplinas anteriormente referidas.

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______________________________________________Material e método 35

3.4. Levantamento dos dados

O método utilizado nesta pesquisa incluiu, numa primeira etapa, o

levantamento das características biodemográficas da população alvo, e numa

segunda etapa, o levantamento do(s) medicamento(s) por ela utilizado(s).

A coleta dos dados foi obtida seguindo-se um instrumento na forma de

ficha de coleta. Seu preenchimento foi idealizado tomando-se por base os

prontuários arquivados na secretaria anexa às clínicas do curso de Odontologia

da Faculdade de Ciências da Saúde. Essas informações foram colhidas pela

pesquisadora e uma aluna voluntária, do curso de graduação em Odontologia

da mesma faculdade.

Constaram nos prontuários os dados pessoais do paciente, a queixa

principal, a história médica e exame físico. Nos prontuários constou também o

termo de autorização para diagnóstico e/ou execução de tratamento (Anexo VI),

no qual era solicitado ao paciente ou responsável legal que o lesse e o

assinasse antes de os procedimentos serem realizados. Dessa forma, os dados

clínicos coletados puderam ser utilizados para fins de ensino e divulgação,

respeitando-se os códigos de ética.

3.5 Conteúdo da ficha de coleta

• Dados de identificação do paciente: número de prontuário, idade, estado

civil, estado de nascimento, nacionalidade, sexo, cor e ocupação (ANEXO I).

• Hábitos nocivos: freqüências de tabagismo e etilismo (ANEXO I).

• História médica: dados a respeito de tratamentos médicos correntes e

ingestão de medicações de uso sistêmico (ANEXO II, III, IV).

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______________________________________________Material e método 36

3.6. Definição operacional das variáveis da hipótes e

As variáveis desta dissertação foram definidas a partir do objetivo proposto (QUADRO II, na página seguinte), e estão estruturadas em diferentes dimensões, sendo classificadas em:

1) características biodemográficas;

2) uso de medicamentos pelos pacientes

3) hábitos nocivos.

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______________________________________________Material e método 37

QUADRO II. VARIÁVEIS E SUAS DIMENSÕES

INDICAÇÃO DAS VARIÁVEIS DE CONTROLE

Variáveis Dimensão

1) características biodemográficas a) idade

b) estado civil

c) estado de nascimento

d) nacionalidade

e) sexo

f) cor

g) ocupação

2) uso de medicamento sistêmico a) fármacos cardiovasculares e renais

b) fármacos com ações importantes em

músculos lisos

c)fármacos que atuam no sistema

nervoso central

d) fármacos utilizados no tratamento de

doenças do sangue

e) fármacos endócrinos

f) agentes quimioterápicos

g) tratamentos especiais

3) hábitos nocivos a) bebe

b) fuma

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______________________________________________Material e método 38

3.7. Tipo de estudo

O tipo de estudo empregado foi transversal, também denominado estudo

de prevalência, caracteristicamente não-direcional, que consiste em observar

eventos e fatores em estudo ao mesmo tempo (WANNMACHER; FERREIRA,

1999).

3.8. Programa de dados e análise utilizado

3.8.1. Epi Info TM

Para a coleta de dados e análise foi utilizado o programa Epi Info, que é

um banco de dados e software de estatística para profissionais de saúde

pública. Trata-se de uma série de programas utilizados em investigação de

epidemias, organização de dados de vigilância em saúde pública e outras

tarefas.

É um software de domínio público disponível gratuitamente para cópia,

tradução e distribuição. Epi Info é marca registrada CDC (Centers for Disease

Control and Prevention).

Por meio do Epi Info, é possível desenvolver questionários ou formulários

usados para entrada de dados, arquivo e análise de dados.

A versão utilizada no presente trabalho foi a 3.3.2, de 09 de fevereiro de

2005.

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______________________________________________Material e método 39

3.9. Análise dos dados

O resumo dos dados foi feito por meio de tabelas, freqüências absolutas

e porcentuais.

3.10. Procedimento de pesquisa

a. O presente estudo teve seu projeto de pesquisa aprovado pelo Comitê de

Ética em Pesquisa da Universidade de Marília - (Anexo VI).

b. A coleta de dados epidemiológicos seguiu as normas estabelecidas pelo

Código de Ética Odontológica no capítulo XV, artigo 39, inciso I, sendo

necessária assinatura ou impressão digital.

c. Para que os dados clínicos pudessem ser utilizados neste trabalho, foi

solicitada a autorização de cada paciente, ou de seu responsável legal, para

diagnóstico e/ou execução de tratamento, garantindo-lhe o sigilo e o anonimato

da divulgação dos resultados, de acordo com o estabelecido no capítulo VI,

artigo 10, inciso I do Código de Ética Odontológica (Conselho Federal de

Odontologia, 2003) - (Anexo V).

d. Registro em ficha de coleta dos dados obtidos dos prontuários pelo

pesquisador.

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___________________________________________Resultados e discussão 41

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Introdução

Segundo o Relatório de Atendimentos e Procedimentos, realizado

semestralmente pela Secretaria das Clínicas do curso de Odontologia da

Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Marília - UNIMAR, em

2003 foram abertos 1470 novos prontuários. Foram registrados

aproximadamente 5.499 atendimentos nas clínicas das disciplinas de Cirurgia,

Periodontia, e Clínica Integrada. Tais clínicas atendem pacientes eletivos, que

são cadastrados nos prontuários, e os pacientes atendidos nas vagas de

urgências, estes são registrados em fichas avulsas de urgências. No primeiro

semestre, foram registrados 868 atendimentos nas clínicas de Cirurgia I e II, e

1703 nas clínicas de Integrada I e II. No segundo semestre foram registrados

1825 atendimentos nas clinicas de Clínica Integrada I e II, 346 na clínica de

Periodontia e 757 na clínica de Cirurgia II.

O objetivo específico deste estudo foi investigar as características

biodemográficas e os medicamentos dos pacientes, por meio do levantamento

em seus prontuários. Foram pesquisados os prontuários de pacientes atendidos

nas clínicas de Cirurgia Buco-Maxilo-Facial, Periodontia e Clínica Integrada,

considerando que nestas são desenvolvidos procedimentos odontológicos

muitas vezes invasivos que necessitam de medicação pré-, trans- e pós-

operatória.

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___________________________________________Resultados e discussão 42

4.2. Considerações sobre a importância do prontuári o

Os dados obtidos nos prontuários merecem atenção, pois fornecem

segundo Jurado e Hernandez (1998), informações sobre a saúde geral e o

passado clínico-cirúrgico do paciente, sendo que registro de doenças

sistêmicas, tratamento médico atual, medicações em uso, hospitalizações ou

cirurgias anteriores merecem investigação mais aprofundada.

Informações sobre os medicamentos que os pacientes estejam utilizando

devem ser obtidas com os médicos responsáveis pelo tratamento, porém o

dentista não deve esperar que o médico conheça os procedimentos

odontológicos nem as drogas utilizadas em odontologia (JACOBSEN, 2004).

As informações sobre alterações medicamentosas atuais devem ser

acuradas, visto que a maioria dos problemas médicos, que interferem na

conduta odontológica, são geralmente de origem recente (McCARTHY, 1985;

MORAES; NAKONÉCHNJJ, 1990).

Segundo Jacobsen (2004) quando o paciente relata uma história de

reação alérgica prévia, um questionamento adicional torna-se necessário.

Antecedentes cirúrgicos são importantes, pois muitas vezes o cirurgião-

dentista se defronta com pacientes submetidos a cirurgias radicais ou extensas

que exigem suporte medicamentoso definitivo (MORAES; NAKONÉCHNJJ,

1990).

Pacientes oncológicos, em tratamento com quimio ou radioterapia, além

de apresentarem várias manifestações bucais marcantes, encontram-se

imunossuprimidos, o que aumenta o risco de infecções pós-operatórias. Assim

sendo, o cirurgião-dentista necessita ter uma efetiva orientação de condutas,

junto a uma equipe multidisciplinar, objetivando a interação dos medicamentos

em uso com aqueles a serem prescritos. Segundo Dib et al. (2000) essa

orientação de conduta pode prevenir e controlar os efeitos adversos orais

radioinduzidos agudos, preservando o prognóstico da paciente.

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___________________________________________Resultados e discussão 43

O levantamento a partir de prontuários, contudo, passa por algumas

dificuldades, a primeira delas relacionada com a ignorância ou negligência do

paciente quanto à efetiva informação do medicamento em uso. A segunda, diz

respeito aos questionamentos feitos no consultório odontológico sobre os

medicamentos e saúde geral do paciente, sendo que muitos omitem ou

mentem, não sendo incomum interrogarem qual a relação de tais perguntas

com o tratamento bucal (BORDINI, 1998; VELTRINI, 1999). Soma-se a isso

também o fato muitos se esquecerem dos acontecimentos, temerem a recusa

do atendimento ou julgarem irrelevantes as informações para o tratamento

(MORAES; NAKONÉCHNJJ, 1990; VELTRINI, 1999).

Por fim a própria omissão do entrevistador em perguntar e registrar

dados relevantes da anamnese do paciente pode acarretar prejuízo ao

atendimento e planejamento futuro da conduta terapêutica odontológica. Em

nosso estudo observamos respostas em branco para 2,7% dos pacientes, sobre

a questão de estar em tratamento médico, e 5,7% pacientes uso de

medicamentos.

Assim, diante da situação, o cirurgião-dentista deve informar ao paciente

o significado potencial do tratamento dentário e das necessidades futuras de

prescrição de medicamentos. Brunetti e Montenegro (2002) alertam para a

possibilidade de o paciente estar se automedicando e, por isso, omitir algum

medicamento por vergonha, medo ou simplesmente por esquecimento.

Outro aspecto dos levantamentos em prontuários é o atendimento

diferenciado por parte do aluno e do docente, que devem iniciar por uma

avaliação cuidadosa do estado de saúde geral do paciente (BORDINI, 1999),

sendo importante o domínio de uma técnica de avaliação clínica (HUEB;

MIYAZATO, 1984; HORLIANA, 2004).

No âmbito odontológico, a correta anamnese do paciente, com o objetivo

de buscar dados sobre controle, estadiamento e uso de medicações, é

fundamental, sendo que, de acordo com a magnitude da doença, a consulta

prévia com um médico é necessária (ANDRADE, 2002; KATZUNG, 2003;

FUCHS, 2004).

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___________________________________________Resultados e discussão 44

MARZOLA (2000) relatou a importância de se proceder a um exame

clínico minucioso previamente à adoção de qualquer intervenção para o

paciente. Um exame bem conduzido permite ao cirurgião-dentista a

identificação de alterações de ordem local ou sistêmica que possam incorrer um

maior risco à saúde do paciente.

Segundo Brunetti e Montenegro (2002), é durante o diálogo com o

paciente, principalmente o idoso e seus acompanhantes, que obtemos mais

detalhes sobre os medicamentos que ele ingere. Devem ser investigados os

fármacos citados na ficha da anamnese com familiares, acompanhantes ou

enfermagem.

Contudo Przysiezny (2004) alerta que a avaliação pré-operatória não

afasta efetivamente a possibilidade da ocorrência de complicações, mas sem

dúvida atua profilaticamente, principalmente no que se refere à possibilidade de

emergências, extremamente indesejáveis.

Acreditamos também que neste levantamento é fundamental o

conhecimento dos medicamentos em uso, pois podem revelar uma possível

patologia e a necessidade de um tratamento conjunto do médico e o cirurgião-

dentista. Entendemos que a realização de uma eficiente abordagem do paciente

em relação aos questionários de saúde representa, para ele, um fator de

proteção, não o expondo ou conduzindo a resultados graves e risco fatal

(MORAES et al., 1993; VELTRINI et al., 2002). A boa abordagem do paciente e

o registro em prontuários dos dados obtidos desempenham um fator de

proteção e de amparo legal aos profissionais de odontologia (MORAES;

NAKONÉCHNJJ, 1990; VELTRINI, 1999). Ressaltamos, também, que o diálogo,

quando da entrevista, pode calcar a futura relação entre paciente e cirurgião-

dentista (JURADO; HERNANDEZ, 1998; POI et al, 2002; BRUNETTI;

MONTENEGRO, 2002).

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___________________________________________Resultados e discussão 45

4.3. Características biodemográficas

As características biodemográficas do nosso universo de clientes,

levantadas a partir de dados pessoais como idade, sexo, cor, estado civil,

escolaridade e ocupação, capacitam-nos, segundo Veltrini (1999), a uma mais

correta identificação de sua necessidade de cuidados especiais.

Neste estudo, observou-se que a idade média foi de 37 anos, a faixa

etária prevalente foi a de 30 a 39, sendo que 65,8% dos pacientes se

encontraram entre 20 a 49 anos, com predominância do sexo feminino, 56,6%;

cor branca 58,5% e estado civil casado, com 50,2% (tabela 1).

A maior procura pelo atendimento de saúde por pacientes do sexo

feminino é uma tendência observada em vários estudos (FERREIRA, 1997;

MOREIRA, 1998). Este fato é geralmente justificado por uma maior

preocupação por parte das mulheres em relação à saúde (FERREIRA, 1997).

A faixa etária coincidiu e a idade média dos pacientes do nosso estudo se

aproximou de outros trabalhos semelhantes de levantamentos tais como de

(FERREIRA, 1997; MOREIRA, 1998 e PRYSIEZNY, 2004).

Quanto aos estados federativos de origem observa-se que 81,88% dos

pacientes eram provenientes de São Paulo, vale comentar que a maioria dos

estados federativos foi citada como cidade de procedência (tabela 1).

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___________________________________________Resultados e discussão 46

Tabela 1. DISTRIBUIÇÃO DOS DADOS BIODEMOGRÁFICOS DOS 668 PACI ENTES DO ESTUDO-

2003

Variáveis Biodemográficas Freqüência Porcentagem

Faixa etária

< 12 anos

12 a 19 anos

20 a 29 anos

30 a 39 anos

40 a 49 anos

50 a 59 anos

60 a 69 anos

70 a 79 anos

Acima de 80 anos

Em branco

11

74

147

160

132

84

40

17

02

01

1,6%

11,1%

22,0%

24,0%

19,8%

12,6%

6,0%

2,5%

0,3%

0,1%

Sexo Feminino

Masculino

378

290

56,6%

43,4%

Cor

Branca

Negra

Parda

Amarela

Indígena

Em branco

390

67

130

05

01

75

58,5%

10,0%

19,5%

0,7%

0,1%

11,2%

Estado Civil

Casado

Separado

Solteiro

Viúvo

Morando Junto

Em branco

335

43

249

19

10

12

50,2%

6,4%

37,3%

2,8%

1,5%

1,8%

Estado de Nascimento

AL

BA

CE

GO

MA

MG

MS

MT

PB

PE

PR

RO

RS

SC

SE

SP

TO

05

24

02

06

01

17

03

04

03

07

31

01

03

10

01

547

03

0,75%

3,59%

0,30%

0,90%

0,15%

2,54%

0,45%

0,60%

0,45%

1,05%

4,64%

0,15%

0,45%

1,50%

0,15%

81,88%

0,45%

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___________________________________________Resultados e discussão 47

Quanto às ocupações, os trabalhadores de serviços diversos, do lar e

estudantes (60,9%) foram os predominantes (Tabela 2).

Tabela 2 . DISTRIBUIÇÃO DAS OCUPAÇÕES PRINCIPAIS DOS 668 PACIE NTES DO ESTUDO- 2003

Ocupação Principal Freqüência Porcentagem

Aposentados* 53 7,9%

Desempregados* 17 2,5%

Dirigentes e Servidores do Poder Público e de

organizações de interesse público

7 1,0%

Dirigentes e Gerentes 2 0,3%

Do lar* 115 17,2%

Estudantes* 96 14,4%

Profissionais das ciências biológicas, bioquímicas, da

saúde e afins.

_ 0%

Profissionais das letras, das artes, da comunicação e

religiosos.

5 0,7%

Profissionais do ensino 5 0,7%

Técnicos em nível médio 8 1,2%

Trabalhadores das indústrias 3 0,4%

Trabalhadores de reparação e manutenção 14 2,1%

Trabalhadores de serviços administrativos 8 1,2%

Trabalhadores de serviços diversos 194 29,3%

Trabalhadores do setor primário 43 6,4%

Vendedores e prestadores de serviços do comércio 28 4,2%

Em branco 70 10,5%

TOTAL 668 100%

*Não presentes na categorização de ocupação principal da Receita Federal em 2003

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___________________________________________Resultados e discussão 48

4.4. Considerações sobre os hábitos nocivos

Avaliou-se também que 9,7% dos pacientes referem consumir bebidas

alcoólicas e 22,9% fumam (Tabela 3 e 4).

Tabela 3 . DISTRIBUIÇÃO DOS 668 PACIENTES QUANTO AO HÁBITO DE ÁLCOOL - 2003

Consome bebidas alcoólicas? Freqüência Porcentagem

sim 65 9,7%

não 603 90,3%

TOTAL 668 100%

O álcool é o fármaco de uso não-médico bastante consumido pela

população em geral, ora socialmente ora cronicamente. O álcool é um

depressor generalizado do sistema nervoso central (SNC), seu consumo,

mesmo eventual, pode acarretar interações medicamentosas importantes

(WANNMACHER, 1999; FUCHS, 2004).

A intoxicação alcoólica grave e repetida predispõe a infecção por

desnutrição e depressão da migração leucocitária para os sítios de infecção.

Altera também os mecanismos da coagulação devido aos danos hepáticos

(WANNMACHER, 1999; FUCHS, 2004).

Segundo Murray (2005) o alto consumo de álcool aumenta o risco de

ampla variedade de condições, tais como pressão sangüínea aumentada,

cirrose hepática, doença cardiovascular e câncer. Os traumas na cabeça

geralmente incluem fraturas dos ossos gnáticos e dos dentes.

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___________________________________________Resultados e discussão 49

Hersh (1999) e Weinberg (2001) alertam que o consumo de álcool

durante o tratamento com metronidazol pode acasionar graves sinais e

sintomas como palpitações, náusea e enxaqueca.

Tabela 4. DISTRIBUIÇÃO DOS 668 PACIENTES QUANTO AO HÁBITO DE TABAGISMO - 2003

Fuma? Freqüência Porcentagem

sim 153 22,9%

não 515 77,1%

TOTAL 668 100%

O cigarro é a forma usual do consumo do tabaco. Mais de 4.700 produtos

são liberados durante sua combustão, parte em fase gasosa e parte em

partícula. Os componentes gasosos mais importantes são monóxidos de

carbono, amônia, nitrosaminas, hidrocarbonetos voláteis, álcoois, aldeídos e

cetonas. Os principais componentes particulados são a nicotina e o alcatrão.

O hábito de fumar é comum entre adultos de ambos os sexos, apesar

dos inúmeros e graves efeitos adversos do tabagismo. O consumo de cigarro

está relacionado a maior incidência de doença periodontal, manchamento dos

dentes e câncer de cabeça e pescoço. Murray (2005) comenta que o fumo

causa cerca de 30 por cento dos cânceres e das mortes.

O número de substâncias liberadas pelo cigarro proporciona um grande

potencial para interações medicamentosas, tanto farmacodinâmicas, quanto

farmacocinéticas. A pressão arterial de pacientes tratados com propranolol

aumenta após um cigarro (WANNMACHER, 1999).

Malcon et al. 2003, em um estudo sobre tabagismo, buscando determinar

sua prevalência e fatores de risco em uma população de 1187 adolescentes de

10 a 19 anos residentes na cidade de pelotas, RS, determinou que 12,1% usam

tabaco. Em relação à faixa etária do início do uso do tabaco, 55% o fizeram

entre 13 e 15 anos de idade.

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___________________________________________Resultados e discussão 50

Devido aos riscos destes hábitos nocivos e o freqüente número de

pacientes expostos aos seus danos, o presente estudo deseja alertar que estes

hábitos podem interferir de sobremaneira na conduta odontológica.

4.5. Pacientes em tratamento médico

Segundo Ciccarelli (1974) o cirurgião-dentista é responsável não só pela

situação oral, mas também pelas condições médicas gerais de seu paciente.

Para isso, o atendimento odontológico deve ocorrer de forma integral, uma vez

que intervenções odontológicas podem repercutir na homeostasia sistêmica, da

mesma forma que alterações sistêmicas podem gerar manifestações orais

(BRADY; MARTINOFF, 1980; VELTRINI, 1999; PINTO; SAAD NETO, 2001).

Poi et al. (2002) corroboram com a idéia anterior, salientando que a odontologia

é um ramo especializado da medicina, sendo um dos deveres de todo dentista

observar o indivíduo globalmente.

Neste estudo, 208 pacientes (31,1%) informaram que estar sob algum

tratamento médico (Tabela 5). Cabe ressaltar que não foram analisadas as

diferentes doenças crônicas por não ser esse o propósito do trabalho.

Quando avaliamos as respostas sobre o uso afirmativo de medicamentos

e comparamos com o número de pacientes que estão em tratamento médico,

observamos que 4,5% fazem uso de algum medicamento sem orientação

médica, sugerindo automedicação. Vale comentar que as respostas em branco

podem estar omitindo possivelmente o uso de medicação e de doenças

sistêmicas.

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___________________________________________Resultados e discussão 51

Tabela 5 . DISTRIBUIÇÃO DOS 668 PACIENTES EM TRATAMENTO MÉDICO - 2003

Está sob tratamento médico atualmente?

Freqüência Porcentagem

sim 208 31,1%

não 442 66,2%

Em branco 18 2,7%

TOTAL 668 100%

Observamos que, dos 238 pacientes que referiram tomar medicamentos

(Tabela 6), 68,5% era do sexo feminino e 31.5% do sexo masculino (Tabela 7).

Observamos que em todas as faixas etárias houve um porcentual de pacientes

que referiram tomar algum medicamento previamente ao procedimento

odontológico (Tabela 8).

Tabela 6 . DISTRIBUIÇÃO DOS PACIENTES QUE REFERIRAM TOMAR MEDI CAMENTOS- 2003

Toma medicamentos? Freqüência Porcentagem

Em branco 38 5,7%

sim 238 35,6%

não 392 58,7%

TOTAL 668 100%

Tabela 7 . DISTRIBUIÇÃO POR SEXO DOS 238 PACIENTES QUE REFERIRAM TOMAR

MEDICAMENTOS- 2003

Sexo dos pacientes que referiram tomar

medicamentos Freqüência Porcentagem

feminino 163 68,5%

masculino 75 31,5%

TOTAL 238 100%

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___________________________________________Resultados e discussão 52

Tabela 8 . DISTRIBUIÇÃO POR IDADE DOS 238 PACIENTES QUE REFE RIRAM TOMAR ALGUM

MEDICAMENTO – 2003

MORAES et al. (1993), em 2.000 pacientes atendidos no serviço de

emergência odontológica, encontraram 211 (10,5%) com condições especiais

ou patologias sistêmicas.

Lopes & Nascimento (1996) analisaram 714 prontuários com tratamento

odontológico nas diversas clínicas da Faculdade de Odontologia da

Universidade Federal de Goiás, encontrando 112 (15,7%) pacientes com

distúrbios sistêmicos. MOREIRA et al. (1998) concluíram que, em 80

questionários preenchidos por alunos da Faculdade de Odontologia de

Piracicaba, 14 doentes relataram doenças sistêmicas.

Por meio de levantamento de 1.819 fichas da disciplina de Clínica

Integrada do curso de Odontologia da Universidade de Alfenas, Pereira et al.

(2001) verificaram que 147 pacientes (8,1%) tinham patologias sistêmicas ou

condições especiais.

Idade(em anos) dos pacientes que

referiram tomar medicamentos.

Freqüência

absoluta

Freqüência

relativa Porcentagem

< de 12 11 1 0,4%

12 a 19 74 14 5,9%

20 a 29 147 45 18,9%

30 a 39 160 48 20,2%

40 a 49 132 61 25,6%

50 a 59 84 40 16,8%

60 a 69 40 20 8,4%

70 a 79 17 8 3,4%

Acima de 80 02 1 0,4%

TOTAL 667 238 100%

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___________________________________________Resultados e discussão 53

Przysiezny (2004), estudando o perfil da situação sistêmica do paciente

pré-exodontia em postos de saúde no Distrito do Portão, em Curitiba, PR,

observou que 239 (32,7%) estavam em tratamento médico.

Esta revisão bibliográfica acima mostra uma realidade que vem ao

encontro com o propósito da presente pesquisa, já que as doenças sistêmicas

na maioria das vezes justificam o uso de medicamentos pelos seus portadores.

4.7. Considerações sobre os medicamentos em uso pel os pacientes

Os medicamentos levantados juntos aos 668 prontuários dos pacientes

atendidos pelas clínicas citadas foram distribuídos em 44 itens de uma listagem

que se presta como modelo para nossa análise. Esse modelo de listagem

baseou-se na seleção e ordem do livro Farmacologia Básica e Clinica

(KATZUNG, 2003), por se tratar de uma obra bem fundamentada e completa.

Dos itens presentes, 32 medicamentos de uso sistêmico rotineiro ou

esporádico foram apontados por 238 pacientes (35,5%), de um total de 668

pacientes (Tabela 6).

Os medicamentos mais utilizados pelos 238 pacientes que referiram

tomar alguma medicação de uso sistêmico, previamente ao atendimento

odontológico, foram, em ordem decrescente, os seguintes: agentes anti-

hipertensivos, 30,3%, contraceptivos, 27,3%, drogas antidepressivas, 13%,

drogas usadas nas arritmias, 11,3%, antiinflamatórios não-esteroidais, 9,2%,

analgésicos não-opióides, 6,7%, antidiabéticos, 6,3% e antimicrobianos

(penicilinas e cefalosporinas), 6,3%, relaxantes musculares esqueléticos, 5,9%

e drogas sedativo-hipnóticas, 5,5%. (Tabela 9).

O nosso estudo corrobora com o estudo de Przysiezny (2004) em que

observou hipertensão arterial sistêmica como a doença mais freqüente da

amostra, com 14,5% dos pacientes, justificando assim predominância dos

medicamentos anti-hipertensivos na nossa amostra.

Page 65: Introdução · Introdução 15 1. INTRODUÇÃO A cada ano novos medicamentos são lançados no mercado, favorecendo o aumento da expectativa de seus usuários e o melhor controle

___________________________________________Resultados e discussão 54

Tabela 9. DISTRIBUIÇÃO DOS MEDICAMENTOS MAIS REFERIDOS PELOS 238 PACIENTES- 2003

No grupo de pacientes acima de 60 anos, que na nossa amostragem são

8,8%, (tabela 1), 56% referiram tomar algum medicamento. Dentre estes as

cinco drogas mais consumidas foram os agentes anti-hipertensivos, 28,8%,

drogas usadas nas arritmias, 11,9%, antidepressivos, 5,1%, antidiabéticos,

5,1% e analgésicos não-opióides, 5,1% (Tabela 10).

Medicamentos referidos pelos pacientes

Freqüência Porcentagem

Agentes anti-hipertensivos 72 30,3%

Contraceptivos 65 27,3%

Drogas antidepressivas 31 13%

Drogas usadas nas arritmias 27 11,3%

Antiinflamatórios não-esteróides 22 9,2 %

Analgésicos não-opióides 16 6,7%

Antidiabéticos 15 6,3%

Antimicrobianos (penicilinas e cefalosporinas) 15 6,3%

Relaxantes musculares esqueléticos 14 5,9%

Drogas sedativo-hipnóticas 13 5,5%

Outros medicamentos 66 22,9%

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___________________________________________Resultados e discussão 55

Tabela 10: DISTRIBUIÇÃO DAS DROGAS MAIS UTILIZADAS REFERIDAS P ELOS ACIMA DE 60

ANOS -2003

4.8. Considerações finais

Somos, como profissional da saúde, literalmente responsáveis pelas

situação oral e condições gerais dos pacientes em tratamento odontológico.

Como visto, este pode repercutir na homeostasia sistêmica, da mesma forma

que as alterações sistêmicas podem gerar manifestações orais (BRADY;

MARTINOFF, 1980; VELTRINI, 1999; PINTO; SAAD NETO, 2001).

Muitos são os dados da literatura que apontam ser porcentualmente

significativo o número de pacientes com doenças sistêmicas e em tratamento

médico em nossas clínicas e ambulatórios odontológicos (MORAES et al., 1993;

Drogas mais utilizadas pelos pacientes

acima de 60 anos de idade Freqüência Percentagem

Agentes anti-hipertensivos 17 28,8%

Drogas usadas nas arritmias 7 11,9%

Antidepressivos 3 5,1%

Anti-diabéticos 3 5,1%

Analgésicos não-opióides 3 5,1%

TOTAL 33 56%

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___________________________________________Resultados e discussão 56

LOPES; NASCIMENTO, 1996; PEREIRA et al., 2001; PRYSIEZNY, 2004).

Assim, o número de pacientes que referiram tomar medicamentos era esperado.

O nosso estudo, com base nos dados levantados, permite mostrar com

números que na nossa amostragem de 668 pacientes, 208 representando

31,1%, estão sendo submetidos a algum tratamento médico, e 238,

representando 35,6%, referiram tomar 32 diferentes medicamentos.

Assim, atendemos, em nossas clínicas odontológicas da Faculdade de

Ciências da Saúde de Marília (UNIMAR), um expressivo contingente de 1/3 de

pacientes que estão fazendo uso de medicação. Disso inferimos a necessidade

de eficiente abordagem dos pacientes de nossos ambulatórios e clínicas, o que

nos conduzirá a um conhecimento pleno das suas reais condições sistêmica e

oral e de medicamentos em uso.

São preocupantes os números obtidos, considerando que os nossos

pacientes podem ter uma alta prevalência de efeitos adversos que são tanto

mais significativos quanto maior for o tempo de consumo dos medicamentos.

Como visto, os anti-hipertensivos, anticoncepcionais, antidepressivos e

anticonvulsivantes são exemplos de medicamentos que podem condicionar ou

desenvolver patologias bucais (SILVA E CASTRO et al., 2000; DESCHAMPS et

al., 2002; BRUNETTI; MONTENEGRO, 2002; CORMACK, 2002; HORLIANA,

2004).

Também há várias classes de medicamentos utilizados e apontados no

nosso estudo que interferem com os prescritos na rotina odontológica. Assim,

exemplificando, temos que a insulina e certos tipos de hipoglicemiantes têm seu

efeito intensificado em conjunto com o uso de antiinflamatórios, aumentando o

risco de hipoglicemia; os fármacos anticoagulantes, ou aqueles que inibem a

agregação plaquetária, podem ter seus efeitos potencializados se administrados

com antiinflamatórios e com antimicrobianos como o metronidazol e a

eritromicina. Os contraceptivos orais sofrem redução da eficácia contraceptiva

pelo uso de certos antimicrobianos, deve-se alertar então às mulheres que os

usam a utilizar métodos contraceptivos de barreira durante a antibioticoterapia,

ou se optar pelo emprego de antimicrobianos sem esse efeito.

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___________________________________________Resultados e discussão 57

Os vasoconstritores adrenérgicos (adrenalina, noradrenalina e fenilefrina)

associados às soluções anestésicas locais podem interagir com os

antidepressivos tricíclicos acarretando aumento da pressão arterial. Podem

também interagir com β-bloqueadores não seletivos (Propranolol) e ocasionar

hipertensão e bradicardia reflexa secundária e com os hormônios tireoidianos

provocar taquicardia, aumento da amplitude do pulso e isquemia do miocárdio

(HORLIANA, 2004).

Somos da opinião que, no tratamento de pacientes que fazem uso

contínuo de medicamentos, é necessário pesquisar quais são as interações

destes com os que serão utilizados ou prescritos pelo cirurgião-dentista.

Alarmantes, também, se fizeram os dados levantados com os vários

medicamentos em uso, considerando que os pacientes podem estar recebendo

prescrições erradas ou se automedicando erradamente. Se assim ocorrer, como

conseqüências poderemos ter desde reações adversas, que incluem todos os

efeitos indesejados de um fármaco (alergias), efeitos colaterais, estes são os

efeitos indesejáveis que ocorrem em tecidos diferentes do sítio-alvo mesmo

com doses terapêuticas (insuficiência hepática ou renal) até mesmo toxicidade

que implica em efeitos de superdosagem.

Com os exemplos acima citados, queremos inferir que cirurgião-dentista

deve usar de cautela com a maioria dos medicamentos por ele prescritos, visto

que sua metabolização e excreção são, geralmente, feitas pelo fígado e rins.

O nosso trabalho também alerta para o fato de um expoente número de

pacientes consumirem álcool e tabaco associados, pois esta associação

potencializa o risco para o câncer de boca e laringe (FRANCO, 1989).

Finalizando, achamos que, antes de apontar com números o assunto

consumo de medicamentos, chamamos a atenção do profissional odontológico

que este é um estudo inicial. Outros trabalhos de levantamentos e abordagens

mais específicos e até mais criteriosos, com medicamentos de uso crônico e

lançamentos mais recentes não bem avaliados, devem ser realizados com o

intuito de melhor compreendermos aspectos ligados à ação medicamentosa dos

fármacos, reações adversas, hipersensibilidades e interações medicamentosas.

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_______________________________________________ Conclusão 59

5. CONCLUSÃO

O nosso estudo possibilitou, por meio do levantamento em prontuários,

avaliar o perfil de consumo de medicamentos dos pacientes submetidos a

tratamento odontológico, que se traduz como resultados esperados,

preocupantes e alarmantes.

Com base na metodologia utilizada e os dados obtidos, tabulados e

expressados em números e percentualmente, chegamos às seguintes

conclusões:

5.1. Perfil biodemográfico

5.1.1 A idade média dos componentes do estudo foi de 37 anos, sendo que

65,8% se encontram na faixa etária entre 20 a 49 anos;

5.1.2 Houve leve predominância dos componentes do sexo feminino, num

total de 56,5%;

5.1.3 Na sua maioria, 58,5%, os componentes eram de cor branca;

5.1.4 Na sua maioria, 50,1%, os componentes eram casados;

5.1.5 A origem dos componentes, quanto aos estados federativos, apontou

que 81,8% eram de São Paulo;

5.1.6 Foram predominantes os trabalhadores de serviços diversos, do lar e

estudantes, com 60,6% da amostra.

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_______________________________________________ Conclusão 60

5.2. Perfil do consumo de medicamento

5.2.1. Dos 668 componentes da pesquisa 238 (35,6%) referiram tomar algum

ou alguns dos 44 medicamentos citados, previamente aos procedimentos

odontológicos.

5.2.2. Dos medicamentos consumidos, 30,3% eram anti-hipertensivos; 27,3%

contraceptivos; 13% drogas antidepressivas; 11,3% drogas usadas nas

arritmias; 9,2% antiinflamatórios não-esteroidais; 6,7% analgésicos não-

opióides; 6,3% antidiabéticos; 6,3% antimicrobianos (penicilinas e

cefalosporinas); 5,9% relaxantes musculares esqueléticos; e 5,5%,

drogas sedativo-hipnóticas (Tabela 9);

5.2.3. A faixa etária dos pacientes que mais referiram tomar medicamentos foi

de 40 a 49 anos;

5.2.4. Os pacientes do sexo feminino foram os que mais referiram tomar

medicamentos, com 68,5% da amostra;

5.2.5. Dentre o grupo dos idosos (acima de 60) 49,2% referiram tomar algum

medicamento, desses, 66,1% são do sexo masculino;

5.2.6. No grupo dos idosos, os medicamentos mais referidos foram os anti-

hipertensivos, com 28,8%, os anti-arritímicos com 11,9%, os

antidepressivos com 5,1% e os analgésicos com 5,1%.

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_______________________________________________ Referências Bibliográficas 62

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