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Introdução Geral à Degradação da Terra e à Desertificação Anton Imeson Série do Fascículo: A Número: 1

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Introdução Geral à Degradação da Terra e à Desertificação 

 

 

 

 

 

 

Anton Imeson 

 

Série do Fascículo: A              Número: 1  

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CONTEÚDOS: O QUE ESTE FASCÍCULO PRETENDE FAZER  1 A NATUREZA E EXTENSÃO DA DESERTIFICAÇÃO NA EUROPA MEDITERRÂNEA 

EXEMPLOS DE DESERTIFICAÇÃO INVESTIGADOS PELOS AUTORES DO LUCINDA 

Mudanças de uso do solo e alocação de água 

Adaptação à desertificação: recarga dos aquíferos, erosão, irrigação e reflorestação 

PORQUE É IMPORTANTE ENFRENTAR A DESERTIFICAÇÃO E O SEU CUSTO PARA A SOCIEDADE 

Conclusões da avaliação do Milénio  7 COMO  A  DESERTIFICAÇÃO  AFECTA  A  VIDA HUMANA  

COMO ESTÁ A DESERTIFICAÇÃO LIGADA ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS E PERDA DE BIODIVERSIDADE

8

Causas comuns  8 Soluções comuns  9 COMBATENDO A DESERTIFICAÇÃO NA EUROPA MEDITERRÂNEA: A DIRECTIVA SOLO 

Ligando a Ciência e a política através da abordagem CPEIR 

10 

O CONTEXTO E DIMENSÃO GLOBAIS DA DESERTIFICAÇÃO 

10 

DESERTIFICAÇÃO: O QUE FAZER  11 Grupos de discussão SCAPE sobre desertificação 

11 

FERRAMENTAS DISPONÍVEIS PARA COMBATER A DESERTIFICAÇÃO 

12 

Fontes recentes  12 BIBLIOGRAFIA E LEITURA ADICIONAL  14 

 

O QUE ESTE FASCÍCULO PRETENDE FAZER  A desertificação coloca um desafio maior à Europa. O objectivo da série de fascículos do Projecto LUCINDA é  comunicar  conhecimento  ganho,  através  da investigação  acerca  de  desertificação,  durante  as últimas  décadas.  A  desertificação  tem  várias  faces, uma  das  quais  é  o  impacto  dos  processos  de degradação  da  terra,  induzido  pelos  seres  humanos sobre  o  Ambiente.  Estes  incluem,  por  definição, consequências  a  longo  prazo  por  vezes  inadvertidas de  erosão  do  solo,  evaporação  e  salinização, incêndios,  esgotamento  e  poluição  das  águas 

subterrâneas. O funcionamento e saúde do ambiente físico são afectados pela forma como se utiliza a terra e  a  água.  Os  impactos  do  clima  e  das  mudanças climáticas  são  outra  face,  bem  como  o  legado  de degradação da terra e cultura herdadas.  Pode estar‐se à altura do desafio da desertificação? A investigação mostra que embora a desertificação seja complexa  e  difícil  de  quantificar,  muitas  soluções estão à mão. Requerem a aplicação de conhecimento científico  e  tecnológico;  a  participação  da comunidade  de  agentes  e  decisores  locais  e nacionais;  leis  que  sejam  aplicadas  para  regular  o impacto do uso do solo e alocação de água. Tais  leis podem  de  facto  ser  encontradas  nos  Tratados  das Convenções  Internacionais,  nas  Directivas  da  União Europeia  (Solo,  Água  e  Nitratos  por  exemplo)  e  na Legislação  Nacional  em  áreas  de  Desenvolvimento Sustentável e Planeamento do Território. As  conclusões  de  muitos  milhares  de  cientistas envolvidos  na  investigação  da  UE  contêm  muita informação que poderia ajudar a UE a desenvolver e implementar  as  políticas  e  leis  necessárias.  O conhecimento  científico  é  mais  frequentemente apresentado em artigos científicos crípticos que estão espalhados e  são difíceis de  localizar e nos quais  as implicações políticas, nem sempre estão claras (14). Os  políticos  e  decisores  concentram‐se  na  lacuna entre  ciência  e  política.  A  lacuna  que  os  cientistas vêem  é  aquela  entre  a  urgência  do  problema demonstrada pela investigação e a implementação de planos  de  acção  e  governo  devidamente  geridos. Podem  existir  dezenas  de  respostas  que  poderão funcionar. O combate à desertificação deve ser uma pedra angular do desenvolvimento sustentável. As  três  séries  de  fascículo  do  Projecto  LUCINDA introduzem  o  leitor  a  esta  investigação  sobre desertificação e explicam as suas implicações. A Série A, da qual  este  fascículo  é o primeiro,  fornece uma introdução holística ao problema. A série B descreve os  principais  processos  de  desertificação.  A  Série  C descreve  a  desertificação  de  acordo  com  os  tipos específicos  de  paisagem Mediterrânea,  nos  quais  a degradação da terra está a ocorrer. O  objectivo  deste  fascículo  do  Projecto  LUCINDA  é fornecer  uma  introdução  geral  à  desertificação  e degradação da terra como um todo. Mais informação 

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detalhada pode ser encontrada nos outros elementos deste projecto. 

 

A NATUREZA E EXTENSÃO DA DESERTIFICAÇÃO NA EUROPA MEDITERRÂNEA  A desertificação é a degradação da terra sob diversas formas,  tem  afectado  a  maior  parte  da  região  do Mediterrâneo  durante  os  últimos  10.000  anos,  e provavelmente, há muito mais tempo que isso. A  desertificação  é  definida  como  “degradação  da terra induzida pelos humanos que reduz a capacidade da  terra  e  solo  de  produzir  os  bens  e  serviços  do ecossistema  de  que  a  sociedade  depende”.  A Convenção  das  Nações  Unidas  de  Combate  à Desertificação argumentou que a degradação da terra pode ser desertificação apenas nas regiões secas, mas este  não  é  o  consenso  actual  da  comunidade científica. A desertificação pode ocorrer e ocorre de facto,  quase  em  qualquer  lugar,  mas  algumas localizações são mais vulneráveis que outras.  O  leitor  pode  hoje  encontrar  muitas  fontes  de informação  acerca  de  desertificação  na  internet. Os sítios  oficiais  nacionais  da  Convenção  das  Nações Unidas  de  Combate  à  Desertificação  em  particular descrevem  a  extensão  da  desertificação  nos respectivos países e existem mapas de indicadores de desertificação,  que  mostram  as  áreas  afectadas. Informação mais detalhada acerca de desertificação e como ela pode estar a afectá‐lo pode ser encontrada na página do Projecto Desertlinks  (3). Existem várias centenas de indicadores, que podem ser usados para demonstrar  a  desertificação.  Os  indicadores  de desertificação  podem  estar  relacionados  com processos físicos e as suas consequências tais como a intensificação  de  secas,  declínio  dos  níveis  freáticos ou erosão do solo. Podem também relacionar‐se com condições sócio‐económicas,  tais como o declínio de rendimentos; ou a combinação de ambos tais como o impacto das secas nos rendimentos em declínio. Uma  excelente  visão  global  da  natureza  da desertificação  e  degradação  da  terra  no Mediterrâneo  foi  publicada  pela  UE  em  1992  (15). Desde então, muita da  investigação europeia acerca de  desertificação  dirigiu‐se  na  procura  de  soluções, para os problemas realçados nessa publicação. Estes incluem a “armadilha” da tecnologia agrícola, práticas de  cultivo,  pastoreio,  desflorestação,  gestão  da 

irrigação  e  turismo.  A  UE  advogou  o  uso  de  uma abordagem  sistémica,  para  explicar  e  gerir  a desertificação.  Esta  foi  até  certo  ponto  adoptada, pela  União  Europeia  na  sua  estratégia  do  solo.  A natureza da desertificação e o que a sociedade pode colectivamente  fazer  em  relação  a  ela,  podem  ser explicadas ao pensar‐se nas forças que estão a causar a  desertificação  como  Condutores  do  problema,  os quais  causam  então  uma  Pressão,  que  tem  um Impacto ao qual se pode Responder. Hoje,  a  desertificação  na  Europa  é  similar,  mas também  muito  diferente  da  desertificação  que ocorreu no passado e que está a ocorrer em muitos outros  países  neste  momento.  Os  Condutores  e Respostas  numa  sociedade  rica  criam  um  contexto totalmente  diferente,  no  qual  as  soluções  têm  que ser  enquadradas.  No  entanto,  os  condutores  em ambos os casos são geralmente as mudanças de uso do solo e as práticas. Estas formam parte da cultura e atitude  ética  em  relação  ao Ambiente. No  contexto da  Bacia  Mediterrânea,  a  geologia,  geomorfologia, clima  e  cultura  combinam‐se  para  tornar  a desertificação, aparentemente inevitável. Os factores físicos que tornam a terra vulnerável incluem o clima, com  a  sua  sazonalidade  pronunciada  e  precipitação irregular;  a  geomorfologia  pelas  estruturas  que favorecem  formas de  relevos com vales declivosos e rochas  que  são  sensíveis  à meteorização  e  erosão. Mas  é  a  cultura  e  comportamento  que  fazem  com que  a desertificação  aconteça. Exemplos de  como e porque a desertificação pode  levar a um  colapso de sociedades  pode  ser  encontrado  em  algumas  das publicações  (ex.  4)  recomendadas  para  leitura adicional.  Algumas  sociedades  no  passado demonstraram  como  políticas  sábias,  podem  criar condições  que  previnem  a  degradação  da  terra  de destruir as suas civilizações. 

 

 Figura  1.  Como  lidar  com  a  desertificação.  Cinque Terra, Itália 

 

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 Figura 2. Cinque Terre, Itália  Existem  muitas  estratégias  para  combater  a desertificação. Um  exemplo mostrado  antes  é  o  de Cinque  Terre  em  Itália.  Os  socalcos  nas  vertentes muito  declivosas  tornam  possível  uma  agricultura produtiva, mas requerem trabalho e gestão. A região que  estava  a  perder  pessoas  e  terra,  através  da erosão  foi  transformada  num  bem  que  fornece muitos empregos e criou uma paisagem, que é agora um lugar património da UNESCO (2, 16)  EXEMPLOS DE DESERTIFICAÇÃO INVESTIGADOS PELOS AUTORES DO LUCINDA  Muitos  Projectos  da  UE  levaram  a  cabo  uma investigação detalhada em várias áreas (target áreas) representativas,  no  Sul  da  Europa,  durante mais  de dez anos, como maior  incidência entre 1990 e 2000. Isto  permitiu  que  processos  complexos  fossem estudados,  tendências  de  longo  prazo  medidas  e feitas  comparações  entre  sequências  de  anos húmidos e secos (1,4,6). 

O  impacto  físico  mais  crítico  da  desertificação  é  a perda  que  ocorre  na  capacidade  de  uma  área armazenar  precipitação.  Perde  assim  a  sua capacidade  de  regular  os  ciclos  hidrológico  e bioquímico entre outros. Como  consequência o  solo torna‐se mais quente e seco. Em termos práticos isto significa  que  as  pessoas  têm  mais  dificuldades  em viver, porque a terra perde fertilidade e podem sofrer crises de fome e cheias. A  Grécia,  Espanha,  Portugal  e  a  Itália  têm  grandes áreas de terra, que perdeu alguma da capacidade que teve  em  tempos,  para  fornecer  às  pessoas  água, alimento e matérias‐primas. Quando o solo se perdeu há 2000‐5000 anos, perderam‐se também com ele as coisas  de  que  as  pessoas  que  então  viviam 

beneficiavam. Embora hoje o solo se possa degradar ecologicamente  em  comparação  com  aquilo  que outrora foi, pode ter outras qualidades que o tornam excelente,  para  o  uso  actual,  em  função  de  uma cultura diferente, valores e tecnologia. Existem novos mercados,  ou  culturas  alternativas  e  serviços  do ecossistema,  totalmente  diferentes  aos  quais  a cultura  moderna  pode  criar  valor.  Estes  valores podem  vir  de  várias  coisas,  incluindo  turismo  e recreação, beber água e vinho e biodiversidade. Isto é adaptação. A natureza da desertificação é  tal, que embora cada lugar  seja  único  e  a  desertificação  seja  sempre contextual,  os  processos  físicos  e  comportamento humano que a causam são geralmente familiares. Os  impactos  de  processos  físicos  na  degradação  da terra  são  específicos  da  geologia  e  tipo  de  rocha. Depende  também  do  regime  de  precipitação  e  de como  o  ciclo  hidrológico  foi modificado  por  acções humanas.  É  por  isto  que,  por  exemplo,  áreas degradadas em calcário parecem similares através do Norte  do Mediterrâneo.  Isto  significa  que  as  lições acerca  de  como  gerir  a  desertificação,  podem  ser transferidas entre regiões calcárias.  

 Figura 3. Cabras a pastar em Lesbos  

 Figura 4. Cabras a pastar perto de Málaga, Espanha 

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 Figura  5.  Suinicultura  extensiva  em  Guadalentin, Múrcia, Espanha  Uma  causa  maior  da  desertificação  sempre  foi  o encabeçamento excessivo e o sobrepastoreio.  As Figuras 3, 4 e 5  foram tiradas do Leste  (Lesvos) e Oeste  (Málaga)  da  região  Mediterrânea,  onde  em ambos  os  casos  a  erosão  do  solo  está  a  ser desencadeada  por  ovelhas  e  cabras  que  criaram padrões típicos na vegetação. Os solos vulcânicos de Lesvos são altamente sensíveis à erosão, porque sem matéria  orgânica  podem  conter  muito  pouca humidade.  Não  existe  relação  entre  o  número  de cabras que as pessoas querem manter e a capacidade de  carga  do  solo,  porque  os  animais  comem  grão importado. O  clima  e  solos  não  suportariam  hoje  a produção  de  trigo,  mas  podem  ter  sido  mais produtivos nos tempos Clássicos. A Figura 4 (Málaga, Espanha) mostra o impacto das ovelhas e cabras. Elas desalojam  e  deslocam  material  vertente  abaixo tornando  o  solo mais  compacto  e  removem  toda  a vegetação  de  forma  que  o  solo  é  erodido,  quando chove.  

 

 Mudanças de uso do solo e alocação de água  Quando  os  agricultores  ou  proprietários  de  floresta decidem mudar o uso do solo e plantar novas culturas por causa de uma nova oportunidade de mercado ou política  agrícola  ou  florestal,  eles  transformam  por vezes  áreas  de  forma  drástica,  com  o  conselho  de contabilistas.  Serviços  do  ecossistema  que  levaram séculos a estabelecer‐se e de que outros dependem (ex.  água  limpa  e  protecção  de  cheias)  não  estão incluídos  na  equação,  de  forma  que  as  gerações futuras  têm  que  pagar  o  preço  e  as  mudanças climáticas fornecer uma explicação (7). 

As Figuras 5 e 6 mostram um exemplo de mudanças de uso do solo na Província de Múrcia. A agricultura de regadio e a criação de porcos estão a espalhar‐se para  áreas,  que  em  tempos  foram  usadas  como pastos. A água e o solo são muitas vezes explorados de uma forma  insustentável. Frequentemente, existe um  tipo de agricultura  itinerante através da qual os solos  contaminados  com  químicos  e  plásticos  se tornam salinizados e, são abandonados após poucos anos. Os maiores  desafios  para  o  criador de  porcos incluem encontrar água suficiente para dar de beber aos  seus  animais  e  prevenir  que  os  efluentes contaminem  os  rios  e  as  águas  subterrâneas.  A erosão  do  solo  e  os  efeitos  fora  do  local  são  outro resultado da agricultura, que muda para outras áreas, quando o solo está contaminado localmente.   

 Figura 6. Terra abandonada no Guadalentín   A  região  ao  longo  do  baixo  vale  do  Guadiana  em Espanha  e  Portugal  tem  uma  longa  história  de degradação  ambiental  como  consequência  de políticas  de  uso  do  solo  presentes  e  actuais, exploração de minas e culturas de sequeiro.  

 Figura  7.  Reaparecimento  de  vegetação  natural  em campos agrícolas abandonados. Ênfase para a erosão causada pelo pisoteio do gado 

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As  Figuras 6  e  7 da  região do Alentejo  em  Portugal mostram  a  regeneração  da  vegetação  em  campos agrícolas abandonados, que estiveram cobertos com montado,  que  foi  limpo  para  ser  utilizado  para  a cultura de cereais. Notar os solos delgados e erodidos que são altamente sensíveis à erosão. Os solos foram erodidos durante a segunda metade do último século e os sedimentos estão agora a atingir o mar em Vila Real  de  Santo António. As  cheias  são  uma  resposta atrasada  à  erosão do  solo no passado.  São os  solos erodidos  que  estavam  nas  vertentes  e  estão  agora nos  rios,  constituindo  agora  um  dos  factores principais  para  a  génese  das  cheias.  Processos similares ocorrem, quase me todo o lado nas planícies aluviais da Europa.  

 

 Figura  8.  Reaparecimento  da  vegetação  natural  em campos agrícolas abandonados  

 Figura 9. Guadalentin  As  Figuras  8  e  9  são  da  Região  do Guadalentín  em Espanha. Aqui na Província de Múrcia, os solos estão a  ser  mobilizados  por  bulldozers,  nivelados  e compactados,  para  criar  um  substrato  de  solo  para culturas  mais  rentáveis.  Mudanças  de  uso  do  solo semelhantes, estão a ocorrer na bacia do Guadiana, 

com  impacto  na  qualidade  de  água  na  costa  em Huelva, em virtude da barragem do Alqueva (16).  

 Figura 10. Degradação do  solo provocada pelo gado na região do Alentejo, Portugal (Fonte: M.J. Roxo)  A  Figura  10  mostra  o  impacto  do  encabeçamento excessivo de gado no solo na  região do Alentejo em Portugal.  O  gado  bovino  só  apareceu  nestas quantidades graças a subsídios da UE (14). O nivelamento e os bulldozers  são por  vezes  causas importantes  de  degradação  da  terra  e  esta  está relacionada com as cheias. Quando terra inadequada é  compactada  por  bulldozers  nas  vertentes  e  estas remodeladas, tal pode ter consequências desastrosas, sendo  uma  das  razões  principais  de  erosão.  Estas situações  são  verdade  na  Itália,  mas  também  na Noruega, Espanha, Inglaterra e Holanda. As  paisagens  de  badlands  ocorrem  em  rochas brandas  facilmente  erodíveis  nas  quais  a  vegetação tem  problemas  em  estabelecer‐se.  Estas  incluem áreas  de  margas  brandas.  Em  Itália  e  Espanha  é comum  vertentes  com  badlands  serem transformadas  por  nivelamento  e  utilizadas,  para cultivar cereais. As chuvas intensas seguintes erodem o solo e causam deslizamentos, que podem soterrar povoações e levar à perda de vidas.  Adaptação à desertificação: recarga dos aquíferos, erosão, irrigação e reflorestação   As  provas  da  degradação  passada  da  terra  estão preservadas  em  todo  o  lado  na  paisagem Mediterrânea  e  também  nos  registos  escritos.  A desertificação  e  a  erosão  do  solo  resultaram,  em deixar  muitas  áreas  apenas  com  solos  delgados pedregosos.  A  génese  natural  dos  solos  é  um processo  lento e por  isso não é geralmente possível ou prático restaurar as condições anteriores. Quando 

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as  florestas primitivas  foram arroteadas há milhares de  anos  e  a  terra  usada  para  pastoreio,  muito material do  solo  foi deslocado das  vertentes para o fundo dos vales. Este facto modificou a hidrologia e a localização  do  solo,  que  podia  ser  cultivado.  Havia muito  menos  perda  de  água  por  evaporação  nas vertentes,  e  consequentemente,  mais  recarga subterrânea  aos  aquíferos.  Os  novos  solos  aluviais formados no  fundo dos vales podiam  ser  facilmente cultivados  e  os  níveis  de  água  regulados  para aumentar grandemente  a produtividade  agrícola. As civilizações  antigas  provavelmente  beneficiaram desta  forma  da  erosão  e  da  desertificação.  Hoje,  a erosão do solo das vertentes significa que os recursos são  transferidos para a base da vertente e pelo vale abaixo  onde  as  pessoas  podem  beneficiar  se  a sociedade e o planeamento do uso do solo, puderem adaptar‐se às mudanças. Actualmente,  o  abandono  de  muitas  áreas tradicionalmente de cereais de sequeiro significa, que o  coberto  de  vegetação  “natural”  na  área  está  a aumentar.  Infelizmente mais árvores significa menos recarga  dos  aquíferos,  o  que  é  há  muito  do conhecimento  dos  hidrologistas.  Assim,  pode conduzir a mais salinização e degradação da terra nas áreas  aluviais.  Contudo,  a  principal  razão,  para  o esgotamento dos níveis freáticos não é o não retorno da floresta, mas os agricultores que bombeiam a água numa ordem de magnitude maior do que a  recarga, pela água de percolação.  Os muitos impactos que a agricultura de regadio tem na  quantidade  e  qualidade  da  água,  bem  como  a inabilidade  de  regular  e  controlar  são  questões fulcrais na desertificação. Através do Mediterrâneo os rios  estão  de  facto  frequentemente  a  desaparecer, visto que o seu  fornecimento natural está esgotado, como na região de Valência, Espanha. 

 

PORQUE É IMPORTANTE ENFRENTAR A DESERTIFICAÇÃO E O SEU CUSTO PARA A SOCIEDADE  A urgência de  enfrentar  a desertificação  é  extrema, tanto numa base global como local. Globalmente, a desertificação está a custar milhares de milhões de Euros não  contabilizados, muito mais do  que  o  indicado  pela  UNCCD,  que  restringe  a contabilidade  dos  custos  a  países  não  húmidos.  As razões,  pelas  quais  é  requerida  uma  acção  urgente, podem  ser encontradas, por exemplo, no Manifesto 

do  Campus  de  Excelência  (14)  e  nos  resultados  da Conferência  sobre  Solos,  Sociedade  e  Mudança Global (1).  Durante  os  últimos  três  anos,  muitas  pessoas  têm chamado  à  atenção  para  a  desertificação  a  nível global.  Embora  o  alarme  acerca  deste  fenómeno esteja também a ser dado por alguns governos, pelas Nações  Unidas,  e  cada  vez  mais  pelo  público  em geral,  poucas  respostas  apropriadas  têm  sido formuladas  pela  Comunidade  Internacional.  Os processos de destruição da terra e do solo continuam a erodir os solos e a degradar os ecossistemas a uma velocidade  crescente.  Cada  vez  mais,  enfrentar  a desertificação  está  a  ser  avançado  pelos  cientistas como  forma  de  enfrentar  e  remeter  para  as mudanças  climáticas.  Urgentemente,  a  sociedade tem que criar paisagens vivas saudáveis, que não são concebidas  primariamente  para  sequestrar  carbono, mas de uma  forma mais  sofisticada, para suportar a vida  e  os  ciclos  globais,  que  também  suportam  o oxigénio, azoto,  carbono e outros  ciclos. O  custo de nada fazer será uma degradação catastrófica da terra, como habitat para as futuras gerações. Localmente, a urgência existe também, porque a esta escala  os  países  estão  igualmente  a  degradar  base dos seus recursos naturais e não só o solo. Em todas as paisagens os animais e plantas, sob a influência do clima,  interagem  com as  rochas ou  sedimentos para produzir uma camada de solo e vegetação, que regula o  ciclo  hidrológico  e  o  clima.  Embora  este  seja  o habitat  humano  e  forneça  benefícios  (tais  como comida,  água,  abrigo  e  protecção  das  cheias),  ele  é também  o  habitat  dos  outros  organismos  e  vida. Quando  o  solo  formado  há  milhares  de  anos  é erodido, não é  somente  a matéria orgânica  e  física, argila  ou  areia  que  é  perdida,  mas  o  trabalho  e investimento  de  muitas  formas  de  vida  durante milhares  de  anos.  Isto  incluí  os  microrganismos  e plantas que  criaram um habitat  vivo para eles, bem como  os  agricultores,  que  prepararam  o  solo  para cultivo. Para  a  maior  parte  das  pessoas,  a  sua  terra  tem dimensões estéticas, psicológicas e espirituais que lhe confere  valores  dentro  de  um  fundo  cultural específico;  as  pessoas  identificam‐se  com  os  seus lugares  de  nascimento  e  atribuem‐lhe  qualidades  e valores que os fazem interagir com eles.  

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Conclusões da avaliação do Milénio  A  condição  dos  ecossistemas  do Mundo  foi  revista pela avaliação do Milénio, que também produziu um relatório  sobre  as  condições  dos  ecossistemas  das terras secas através do Planeta. Pode ler‐se:  

“As  mudanças  dos  ecossistemas  que  contribuíram com  ganhos  líquidos  substanciais  para  o  bem‐estar humano  e  desenvolvimento  económico  foram atingidas  com  custos  crescentes  na  forma  de degradação  de  outros  serviços.  Somente  quatro serviços  dos  ecossistemas  foram  melhorados  nos últimos  50  anos:  aumentos  nas  colheitas,  produção de  gado  e  aquacultura  e  sequestração  de  carbono para  regulação  climática  mundial.  Dois  serviços  – captura de pesca e água doce – estão agora para  lá dos  níveis  que  podem  sustentar  a  procura  actual, quanto  mais  a  futura.  Os  especialistas  dizem  que estes  problemas  diminuirão  substancialmente  os benefícios para as futuras gerações”. O desafio de reverter a degradação dos ecossistemas, enquanto se vai ao encontro de procuras crescentes, pode  ser  vencido  sob  certos  cenários  envolvendo significativas  mudanças  políticas  e  institucionais. Contudo, estas mudanças serão grandes e não estão actualmente  em  marcha.  A  protecção  de  florestas naturais,  por  exemplo,  não  só  conserva  a  vida selvagem, como  também  fornece água doce e  reduz as emissões de carbono”.  Avaliação do Milénio, 2007 

 

COMO A DESERTIFICAÇÃO AFECTA A VIDA HUMANA  A desertificação está a  tornar a  todos mais pobres e menos  saudáveis.  Tem  que  se  gastar  dinheiro  a substituir os serviços, que foram perdidos através de negligência,  ou  ignorância  acerca  dos  processos ambientais.  Bens  têm  que  ser  importados,  uma  vez que  já  não  podem  ser  produzidos,  onde  em  outros tempos  tiveram  sucesso.  A  desertificação  também afecta a  saúde. Resulta em  temperaturas ambientes mais  elevadas  que  podem  levar  a  desidratação,  e mais  poeira  que  causa  problemas  respiratórios.  Há mais  fogos  florestais,  que  reclamam  mais  vidas  e sustento.  A  desertificação  é  uma  causa  maior  de mudança  climática,  tanto  localmente  como globalmente,  porque  as  mudanças  adversas  na 

superfície  da  Terra  afectam  profundamente  as respostas e padrões da Atmosfera, que está por cima. Acima  de  tudo,  por  causa  da  desertificação  tem‐se muito  menos  água  onde  mais  é  precisa.  A desertificação pode significar que a vida seja alterada por  cheias  rápidas,  que  a  propriedade  nas  planícies aluviais e ao longo dos cursos de água seja danificada ou erodida. Paga‐se mais por apólices de seguros. A  desertificação  é  geralmente  experimentada  pelos seres humanos, quando a degradação da terra reduz a  capacidade  de  alguém  fazer  algo,  tal  como  não poder mais  cultivar um determinado  tipo de  cultura ou  retirar  água  doce  de  um  poço. Os  chineses  têm como  um  dos  indicadores  de  desertificação,  o número de dias do ano que um rio não tem fluxo. A quantidade  de  água  que  está  disponível  para irrigação,  ou  a  quantidade  de  humidade  do  solo disponível para uma determinada cultura são outros exemplos destes tipos de indicadores. Pode  dizer‐se  que  a  desertificação  se  tornou  pior, quando um serviço do ecossistema ou capacidade se perdeu.  Exemplos  incluem  locais  onde  a  erosão reduziu  o  solo  a  uma  espessura  tal,  que  não  pode mais  ser  utilizado  para  cultivar  trigo,  ou  se  uma intrusão  de  água  salina  torna  impossível  cultivar laranjas.  Também  se  perde  capacidade  se  o  solo  se tornou mais compacto e  incapaz de armazenar água, por  causa  do  uso  de  um  bulldozer,  ou  a  perda  da maior  parte  da  sua  fauna  do  solo  e  flora.  Se  as pessoas  já  não  podem  viver  nas  planícies  aluviais porque  a  capacidade hidrológica do  solo  se perdeu, isto  também afecta a população global de  inúmeras formas. Alguns  serviços  podem  perder‐se  lentamente  (por exemplo quando a erosão em décadas gradualmente reduz  a  espessura  do  solo).  Até  a  remoção  de partículas  do  solo  agarradas  às  raízes  das  culturas podem  transformar  o  solo  fértil  num  solo  rochoso não utilizável durante um século de agricultura (como documentado no Maine, EUA). Solos que tinham 150 cm  de  espessura  cem  anos  atrás  são  agora  apenas camadas de pedras, que já não podem ser utilizados, para cultivar tomates.  

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COMO ESTÁ A DESERTIFICAÇÃO LIGADA ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS E PERDA DE BIODIVERSIDADE  Causas comuns  Existem  muitas  ligações  entre  desertificação, mudanças climáticas e perda de biodiversidade, mas a mais óbvia  é que  todos partilham  causas  e  forças motrizes  comuns.  A  principal  causa  global  de desertificação  actualmente  (mas  também  das mudanças  climáticas,  biodiversidade,  migração  e pobreza) é a conversão de uso do solo e práticas de agricultura,  que  estão  a  transtornar  o  clima, hidrologia  e  ecologia  (como  resultado  do desenvolvimento  económico  e  consumo  crescente). Desertificação,  mudanças  climáticas  e  perda  de biodiversidade,  mas  também  pobreza,  muitos desastres  naturais  e  migrações  são  todas consequências  do  “desenvolvimento  económico”, guiado pelo  consumismo e  falta de preocupação ou consciência acerca do impacto que tem no Ambiente e  infra‐estrutura  social  e  de  transportes.  Neste momento, na  Indonésia,  a  conversão  tanto de  terra agrícola  como  de  floresta  equatorial,  para  produzir óleo  de  palma  fornece  um  exemplo  concreto,  tal como  o  impacto  da  pesca  na  degradação  dos ecossistemas das ilhas Galápagos. A  desertificação,  mudanças  climáticas  e biodiversidade  envolvem  todas  reacções  entre sistemas  globais  e  locais  que  interagem  e  ligam  a sociedade, comércio e a economia e Ambiente. Estes são  assuntos  globais,  que  fazem  um  círculo  e  têm impacto  em  todos  os  sectores  da  economia  e  em todos os aspectos do desenvolvimento sustentável. As  pressões  que  causam  desertificação  e  perda  de biodiversidade  estão  a  ser  quantificadas  por cientistas  utilizando  índices  baseados  na  Produção Primária  e  proporção  dela  utilizada  pelos  humanos (13).  Esta  Apropriação  Humana  da  Produtividade Primária  Liquida  (AHPPL)  é  um  indicador  de desertificação,  que  permite  a  demonstração  das consequências  dos  impactos  combinados  das  forças motrizes biofísicas e humanas da desertificação. Pode pensar‐se como sendo a proporção de capital natural que está a ser produzido em qualquer área e que está a  ser  deixado  na  sua  fonte,  para  suportar  as actividades  biológicas  do  solo.  Se  for  demasiada retirada,  não  ficará  suficiente  para  suportar  o ecossistema  do  solo,  que  está  presente.  É  como  os 

impostos.  Se  as  pessoas  são  obrigadas  a  pagar demasiados  impostos,  podem  julgar  que  é  difícil explorar a  terra de uma  forma sustentável e manter os seus níveis de bem‐estar.   

 

 Figura  11  A  e  11  B.  A  quantidade  de  produção primária  utilizada  pelos  humanos:  será  que  é sustentável?  A produção primária  indica, quanto material vegetal pode ser produzido sob as condições prevalecentes e este é obviamente mais alto, onde há mais energia e água. É expresso em unidades que dão a proporção da  quantidade  de  produção  primária  (gC/Ano) apropriada  pelos  humanos.  Os  humanos  requerem anualmente  cerca  de  20%  da  Produção  Primária Liquida  gerada  na  Terra.  O  perigo  inerente  deste facto foi já apontado há mais de um século. 8 Embora  a  desertificação  seja  frequentemente apresentada  como  um  problema  tipicamente africano,  de  facto  a  Figura  11  mostra  as  áreas  de desertificação  na  Índia,  China  e  Europa  onde  as pressões humanas a terra são maiores, simplesmente por  causa  das  elevadas  densidades  de  população  e estilos de vida das pessoas, que colocam uma maior procura sobre os recursos. A quantidade de material baseado em plantas, que é usado varia grandemente comparado  com  o  que  foi  criado  localmente.  Os humanos  em  áreas  pouco  povoadas,  como  o Amazonas,  consumiram  uma  pequeníssima percentagem  da  PPL,  gerada  localmente.  Grandes áreas  urbanas  consomem  300  vezes mais  do  que  é produzido  localmente.  Os  Norte  Americanos necessitam quase 24% da PPL da região. Onde  as  pessoas  consomem  muito  mais  produção primária do que é produzida, o efeito no ecossistema é  o  esperado. Vastas  quantidades  de  biomassa  têm 

 

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que ser movidas das áreas azuis de baixa apropriação em África e América do Sul, para consumo.   (http://www.nasa.gov/centers/goddard/news/topstory/2004/0624hanpp.html) (http://visibleearth.nasa.gov/view_rec.php?id=16858)  Um  indicador  semelhante  do  impacto  que  a apropriação  está  a  ter  na  desertificação  e ecossistemas  é  o  uso  e  consumo  de  água,  que  foi desenvolvido  por  hidrologistas.  Na  Figura  12  é ilustrada a mudança histórica no uso global da água pela  Humanidade  desde  1600.  Em  determinado tempo,  toda  a  água  do  Mundo  era  usada  pelos ecossistemas  naturais.  Entre  1680  e  1800,  a quantidade  utilizada  pela  agricultura  aumentou  de 600  para  2900  km3/ano.  Hoje  é  muito  mais.  O aumento  no  chamado  “fluxo  de  água  azul”  de  600 para  360  km3/ano  é  um  resultado  da  perda  de vegetação natural.   

 Figura 12 O  impacto do dinheiro e capital  (fornecido sobretudo  pelo  Norte  da  Europa)  a  ser  gasto  em agricultura  ou  floresta  em  outras  partes  do Mundo está no desaparecimento das  funções hidrológicas  e de  regulação  destas  regiões.  Consequentemente tornam‐se mais quentes e secas.  

 Soluções comuns  O  combate  à  desertificação  é  cada  vez mais  visto, também,  como  uma  estratégia  para  combater  as mudanças climáticas. Restaurar funções e serviços em terras degradadas começaria a pôr carbono de volta ao  solo.  O  desenvolvimento  de  floresta  nas  terras abandonadas  no  Norte  do  Mediterrâneo  pode  ser muito  rápido  e  pode  ser  eficaz  a  restaurar  muitas funções  perdidas.  Grandes  quantidades  de  carbono estão a  ser devolvidas ao  solo. A agricultura e o  set aside podiam todos ser geridos para que o combate à desertificação por meio do restauro do solo e funções 

da  paisagem  pudesse  ter  um  grande  impacto benéfico. 

COMBATENDO A DESERTIFICAÇÃO NA EUROPA MEDITERRÂNEA: A DIRECTIVA SOLO  Cada  país  do  Norte  do  Mediterrâneo  tem  a  sua própria  responsabilidade  em  combater  a desertificação. Hoje em dia, na maior parte dos países são incluídas acções para prevenir a desertificação na legislação, que  forma parte de uma  estratégia  geral nacional,  para  o  desenvolvimento  sustentável. Geralmente o Ministério do Ambiente coordena estas acções. As decisões acerca de planeamento de uso do solo e alocação de água que têm um grande impacto na  desertificação  estão  fora  da  maior  parte  das directivas  da  UE.  Nenhum  país  Europeu  tem  um serviço de  conservação do  solo ou da  terra  como o dos  Estados  Unidos,  que  coordena  a  conservação deste recurso bem como da água. Políticas separadas e directivas para a água e solo e a falta de integração em  geral  sustentam muitas  das  ameaças  correntes. Os  Planos  de  Acção Nacional  da UNCCD  receberam pouco apoio financeiro, à excepção da Itália. A União Europeia  está  a  preparar  uma  directiva  sobre  solos que espera  forneça o quadro  legal para  combater  a desertificação.  Será  este  instrumento  capaz  de fornecer  linhas  de  orientação  e  regulamentos  que previnam mais desertificação? A  linguagem  na  qual  a  União  Europeia  descreve  a necessidade, para um acordo legal, que proteja o solo da  degradação  é  muito  semelhante  à  linguagem usada  pela  Convenção  para  Combater  a Desertificação:    

 

“O solo está sob pressão ambiental crescente através da  Comunidade,  conduzida  ou  exacerbada  pela actividade humana, tal como agricultura inapropriada e  práticas  florestais,  actividades  industriais,  turismo ou desenvolvimento urbano. Estas actividades estão a danificar  a  capacidade do  solo  continuar  a  executar em pleno a sua larga variedade de funções cruciais. O solo  é  um  recurso  de  interesse  comum  para  a Comunidade,  embora  sendo  principalmente propriedade privada,  e o  falhanço da  sua protecção irá questionar a sustentabilidade e competitividade a longo prazo da Europa. Além disso, a degradação do solo  tem  fortes  impactos  em  outras  áreas  de 

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interesse comum da Comunidade,  tais como a água, saúde  humana,  mudanças  climáticas,  protecção  da Natureza  e  da  biodiversidade,  e  segurança alimentar”. 

União Europeia 

 Ligando a Ciência e a política através da abordagem CPEIR  A  abordagem  da  Estratégia  do  Solo  era  analisar ameaças ao solo, (incluindo desertificação, de acordo com a abordagem CPEIR, Condutor, Pressão, Estado, Impacto  e  Resposta).  Tal  é  útil,  porque  permite políticas  que  conduzam  a  mudanças  e  levem  as pressões  a  serem  causalmente  ligadas  ao  impacto, que  têm  na  terra  e  solo.  Diferentes  respostas adaptativas  da  sociedade  podem  ser  analisadas  e avaliadas. Os  principais  condutores,  forças  motrizes,  da desertificação  já  foram mencionados anteriormente. As  principais  pressões  vêm  do  uso  do  solo  e conversões do uso do solo sendo que, estas mudam o estado  do  solo  de  forma  que  ele  perde  capacidade para  regular  a  precipitação  e  o  escoamento. Respostas  no  sentido  duma  gestão  sustentável  da terra,  zonamento  e  conservação  do  solo  e  leis  de protecção são necessárias. A resposta da UE tem sido utilizar  subsídios  agrícolas,  para  apoiar  a  eco condicionalidade e gestão. Assim, de facto, a UE não tem  um  serviço  de  conservação  do  solo,  mas  um exército  de  conservação  do  solo  de  milhões  de agricultores  e  gentios,  que  estão  em  todo  o  lado  a combater  a  desertificação, mudanças  climáticas  e  a melhorar a biodiversidade. 

 

Figura 13. O quadro CPEIR que pode  ser usado para analisar os processos de desertificação  A  partir  das  perspectivas  da  investigação  da degradação  da  terra,  estas  ameaças  podem  ser tratadas  todas  em  conjunto,  porque  são  somente 

diferentes  expressões  da  degradação  do  solo.  A investigação  mostra,  que  não  há  necessidade  de tratar  estas  ameaças  individualmente,  devem  ser consideradas em conjunto num contexto específico. É por  isso que nos EUA um  indicador de qualidade do solo  –  estabilidade  do  solo  –  é  utilizado  como  um indicador geral de desertificação (12).  

O CONTEXTO E DIMENSÃO GLOBAIS DA DESERTIFICAÇÃO  A  Convenção  das  Nações  Unidas  para  Combater  a Desertificação  (UNCCD)  foi  criada  para  promover  e coordenar  esforços  para  combater  a  desertificação (20). Descreveu desertificação como a degradação da terra  em  áreas  áridas,  semi‐áridas  e  secas  sub‐húmidas  que  é  causada  primeiramente  por actividades humanas  e  variações  climáticas.  Esta  foi uma definição com um objectivo político de encorajar o  fluxo  de  dinheiro  dos  países  ricos,  para  os  países pobres e, diferia da versão original, que considerava desertificação como sendo um processo pelo qual os humanos  causaram o estabelecimento de  condições tipo  deserto  em  áreas  que  eram  previamente florestadas. Seguindo este caminho, a UNCCD sofreu as  consequências  da desertificação  ser  popularizada em  programas  financiados  de  outras  organizações internacionais como o UNDP (desenvolvimento), FAO (Agricultura  e  Floresta),  Banco Mundial  (pobreza)  e UNEP  (Ambiente),  todas  as  quais  têm  os  seus mandatos  próprios,  nenhuma  das  quais  irá desenvolver  e  aplicar  leis  e  legislação  que  iria compreensivamente proteger os recursos naturais do Mundo. A urgência e  forças globais das ameaças da desertificação  significam  que  o  combate  em  seu próprio nome daria suficiente legitimação.   A  Convenção  das  Nações  Unidas  para  Combate  à Desertificação  tem  apenas  um  mandato  muito limitado, para proteger o solo e recursos da terra do Mundo. Principalmente,  só organiza o  relatar acerca das  acções  que  estão  a  ser  tomadas.  Não  tem recursos para estender à gestão do trabalho, que está a  ser  reportado.  A  UNCCD  tem  potencial  para  se tornar  a  mais  importante  base  legal  para  a conservação  e  protecção  da  terra  e  do  solo  no Planeta.  Em  vez  disso  tem  sido  escolhida,  para  se juntar na luta contra a pobreza.  O  folheto  “Preservando o Nosso  Terreno Comum,  a UNCCD  em  10  anos”  foi  publicado  em  2004,  para 

Condutores 

Pressões 

Estado 

Respostas 

Protecção  do solo 

Terra sustentável  

Gestão 

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comemorar  as  suas  actividades.  Fornece  uma excelente vista geral dos problemas, que estão a ser enfrentados e descreve claramente a abordagem que tem  sido  seguida. A  convenção alcançou um espaço considerável em descrever e  reportar  as questões e problemas.  Como  já  mencionado,  as  forças  dos processos  globais  que  conduzem  a  desertificação, incluindo os do clima, economia e desenvolvimento e exploração  dos  recursos  naturais,  são  tão  fortes  e persuasivos,  que  no  contexto  no  qual  a  UNCCD  é forçada  a  considerar  desertificação  significa  que  é ingénua e cínica ao criticá‐la, por não ter feitos mais progressos  no  confronto  com  a  desertificação  no terreno.  O  Programa  das  Nações  Unidas  (UNEP)  para  o desenvolvimento  tem  também  suportado  vários estudos  sobre  desertificação  na  região  Norte Mediterrânea, por vezes dentro do quadro dos  seus programas de acção regionais. Os sites da UNEP e da FAO  fornecem  recursos úteis  e  linhas de orientação práticas  que,  no  contexto  apropriado,  contêm ferramentas valiosas. A  União  Europeia  e  os  seus  estados‐membros subscreveram  todos  a  UNCCD.  Os  países  que  são afectados  devem  estabelecer  Planos  de  Acção Nacional  e  reportar  regularmente  o  progresso efectuado.  Muita  da  investigação  Europeia  sobre desertificação durante os últimos anos, foi guiada por objectivos cuja intenção era facilitar a implementação da  Convenção  na  Região  Norte  do Mediterrâneo  e ajudá‐los  a  trabalhar  em  conjunto  nos  Planos  de Acção  Regionais.  Isto  é  de  facto  a  motivação  dos fascículos  do  Projecto  LUCINDA. Durante  os  últimos três  anos, muitas  organizações  têm  alertado  para  a gravidade  deste  fenómeno,  porque  em  vez  de melhorar, é óbvio que os problemas da desertificação estão a piorar. Muitos projectos anteriores da UE tais como o MEDALUS e MEDACTION explicaram, quais as razões  (18).  Muitas  delas  estão  relacionadas  com forças, que  entram  em  jogo  com  a  incorporação da região  Norte  Mediterrânea  na  economia  da  União Europeia e resto do Mundo.  

DESERTIFICAÇÃO: O QUE FAZER   O que fazer acerca da desertificação em mais detalhe pode  ser  descoberto  lendo  os  outros  fascículos  do Projecto  LUCINDA.  Os  primeiros  passos  requerem reconhecimento adequado da ameaça, do custo, e da 

necessidade de gestão da terra e solo a nível global e local (nacional ou provincial). Agora, a desertificação é um fenómeno transversal às responsabilidades  de  diferentes  Ministérios, Departamentos  e  Instituições.  Está  a  afectar  tudo, mas os poderes e responsabilidades necessários para mitigar  os  seus  efeitos  são  fragmentados  e desconcentrados.  O  primeiro  passo  é  aceitar combater a própria desertificação, como a chave que fará  o  desenvolvimento  sustentável  acontecer.  O segundo  passo  seria  promover  a  cultura  com  base uma  atitude  mais  ética  de  responsabilidade  em relação à terra, seus ecossistemas e solo. As pessoas são  encorajadas  e  coagidas  a  pensar  na  terra  como um bem imobiliário, que pode criar riqueza, para elas e  para  outros.  Nas  áreas  rurais  esta  atitude  não surpreende porque a UE fez com que, por se possuir terra  isso  seja  suficiente  para  gerar  riqueza.  As diferenças  no  valor  da  terra  causadas  pelo zonamento (ex. terra agrícola ou para urbanização, e a diferença de valor com ou sem subsídios) significam que a riqueza é criada, pela exploração da função da terra  como  bem  imobiliário.  Se  é  dado  dinheiro governamental para produzir trigo, para proteger um habitat,  ou  para  combater  a  desertificação,  as decisões  sobre o que deve  ser  feito  são  feitas pelas pessoas  somente para usufruírem  desse dinheiro. A política  normal  de  pagar  às  pessoas  pelos  serviços que a sua terra está a fornecer em esquemas de eco conformidade  cruzada, pode  a  longo prazo  ser uma excelente  estratégia,  quando  as  pessoas  realmente perceberem a sua urgência. Esta  ideia  poderia  ser  alargada  para  um  quadro  de gestão de  recursos naturais e  segurança, em  vez de ser  limitada às políticas de desenvolvimento agrícola e rural. O zonamento ou regulamentos que protegem funções  críticas hidrológicas, do  solo  e paisagem de ameaças  (ex.  mudanças  de  uso  do  solo)  poderiam também ser muito eficazes.  Grupos de discussão SCAPE sobre desertificação    Algumas  das  principais  conclusões  do  SCAPE,  um projecto financiado pela UE, que organizou grupos de discussão acerca da desertificação são as seguintes: 

• Uma  das  principais  causas  da  degradação  da terra e erosão em toda a Europa é o nivelamento e  uso  de  bulldozers.  A  compactação  do  solo,  a inversão  do  perfil  do  solo  tem  um  efeito  na erosão que persiste durante décadas. 

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• Como  cultivar  ou  utilizar  a  terra  sem  que  haja degradação  da  terra  é  bem  conhecido.  Os princípios  da  gestão  sustentável  não  são frequentemente  aplicados  por  causa  de incentivos  financeiros,  e  assim  as  políticas  são indiscriminadas. É, contudo, possível acrescentar valor  aos  serviços  fornecidos  pela  terra,  de maneira  a  que  possa  ser  gerida  de  uma  forma sustentável.  

• Para  se  ser  capaz de  controlar a degradação da terra  e  a  qualidade  do  solo,  é  necessária informação  sobre  propriedades  dinâmicas  do solo. 

• A desertificação ocorre  frequentemente, porque os  recursos  estão  a  ser  perdidos  ou  removidos por  outras  pessoas  de  forma  que  a  terra  não pode manter  ou  restaurar  os  serviços,  que  são fornecidos.  

• Qualidade da  terra e do  solo.  Fazer  tudo o que for necessário para aumentar a qualidade do seu solo  ou  terra.  Utilizar  um  conjunto  de ferramentas, para registar e demonstrar a outros os impactos positivos e negativos das acções que se podem tomar para aumentar a qualidade. 

 

FERRAMENTAS DISPONÍVEIS PARA COMBATER A DESERTIFICAÇÃO  Existem muitas  fontes, onde podem ser encontradas informação e ferramentas. Primeiro, o sítio da UNCCD fornece  informação  de  fundo  sobre  diferentes aspectos  da  desertificação.  Tem  um  excelente meio de busca e é possível descarregar os relatórios oficiais apresentados  pelos  governos.  Existem especificamente  os  Planos  de  Acção  Nacional,  e relatórios  que  descrevem  o  progresso  em  curso  na implementação da Convenção. Alguns dos Planos de Acção  Nacional  (por  exemplo)  contêm  excelentes descrições dos problemas e base conceptual que lhes está subjacente. Existem  também sítios nacionais da UNCCD  em  todos  os  países,  fornecendo  informação sobre  as  actividades  em  curso.  Países  individuais trabalham  em  conjunto  em  Planos  de  Acção Regionais.  Os  Programas  Regionais  têm  prioridades temáticas  e  programas,  que  são  utilizados  para coordenar  o  trabalho  em  problemas  maiores  de percepção  comum. Muitos  destes  Planos  de  Acção Regional contêm informação baseada na investigação da UE ou financiamento nacional. Existe por exemplo 

o  Projecto  DISMED,  que  apoiou  ferramentas  que foram aplicadas regionalmente.  Muitos dos projectos da UE já completados têm sítios na  internet onde as  ferramentas ou  relatórios muito detalhados  estão  disponíveis.  Estes  podem frequentemente ser encontrados utilizando o Google, mas é recomendado utilizar o sítio CORDIS e procurar utilizando  palavras‐chave  como  desertificação  e degradação da terra, UNCCD ou erosão do solo. O JRC (Joint  Research  Centre)  é  a  principal  organização dentro  da  EU,  para  desenvolver  as  suas  políticas acerca  de  desertificação.  Através  do  JRC  é  possível localizar  a  investigação  da  UE  sobre  desertificação, resultados  de  projectos  passados  e  relatórios  de grupos de discussão. Além disso, dados e mapas, bem como  produtos  de  detecção  remota  podem frequentemente  ser  descarregados  livremente  da internet. Estes existem a várias escalas espaciais. Projectos  anteriores  fornecem  frequentemente uma valiosa fonte de dados descrevendo as condições 10 a 15  anos  atrás.  Isto  pode  ser  comparado  com  a situação  actual,  para  avaliar  tendências  na desertificação. A União Europeia  também organizou muitas Escolas de  Verão  sobre  desertificação,  e  os  documentos públicos de leitura do curso são um recurso muito útil para  pessoas  que  recentemente  se  interessam  por esta  temática.  O  curso  da  Escola  Europeia  de Climatologia  e  Catástrofes  Naturais,  sobre desertificação num  contexto europeu é uma óptima fonte de informação.  A  UE  também  organizou  uma  grande  Conferência sobre  Desertificação  Mediterrânea:  resultados  da investigação e desertificação, em 1996  (4). As actas, contém muitas  recomendações  que  ainda  hoje  são válidas, mas que não foram seguidas.  Fontes recentes   O  recente  Fórum  Internacional  sobre  Solos, Sociedade  e Mudanças Globais  realizado na  Islândia em Setembro de 2007 propôs o estabelecimento de um  painel  de  alto  nível  que  desenvolveria  uma plataforma  com  um  quadro  organizacional,  que permitisse a disponibilidade ferramentas. Já forneceu relatórios  pormenorizados  de  grupos  de  trabalho  e material  temático  sobre, por exemplo,  sequestração de  carbono  e  restauro  da  terra,  e  sobre  diferentes aspectos de capacitação. 

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O UNDP  também está a apoiar a  implementação da UNCCD em  vários projectos. Embora principalmente implementado  em  outras  partes  da  Europa,  grupos de discussão metodológicos fornecem resultados que avaliam a  informação do Sul da Europa ou avaliam o estado da arte em termos de degradação da terra. O 7º Programa Quadro da UE é também um recurso que pode ser utilizado para obter apoio de  todos os tipos.  Além  disso  a DG  ‐  Ambiente  fornece  apoio  a ONG’s no seu programa LIFE. Recentemente  Brandt  e  outros  (2006)  organizaram um encontro electrónico chamado Desertificação – o caminho  a  percorrer.  As  discussões  e  conclusões providenciam  uma  fonte  de  percepção  científica acerca  da  natureza  do  problema  e  o  que  pode  ser feito. É dada a ligação na lista de referências.   Uma das áreas mais afectadas por desertificação no Guadalentín.  Foram  desenvolvidas  ferramentas  de investigação  para  identificar  áreas  sensíveis  à desertificação.  O  uso  e  gestão  da  terra  e  água  são sempre as principais considerações.  

 

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Figura 14. A fotografia aérea mostra o uso do solo na região referida na figura 9 (vista de Oeste de campos de cultivo abandonados)  

 Figura  15.  Unidade  de  resposta  à  desertificação  – hierarquia de unidades de paisagem 

 Figura 16. Unidades de resposta à desertificação  

 Figura 17. Um exemplo de boas práticas de gestão da terra,  ilhas  de  Cabo  Verde,  visitadas  durante  uma excursão de desertificação.   

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BIBLIOGRAFIA E LEITURA ADICIONAL  

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4. Crete  (1996)  International  Conference  on Mediterranean  Desertification.  29  October to 1st November 1996 (Proceedings in Press) 

5. Diamond, J. 2006. How societies chose to fail or survice. 

6. Fantechi,  R.  and  Margaris  N.  S.  1986 Desertification in Europe. Proceedings of the 1984 Symposium in Mytilini, Greece. 

7. Falkenmark  M  and  M.  Lannerstad  2004. Consumptive  water  use  to  feed  humanity‐curing  a  blind  spot.    Hydol.Earth Syst.Sci.Discuss,  1  ‐7‐40Iceland  (1997) Rangeland  Desertification  International Workshop Iceland September 16‐19th. 1997 

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9. Imeson,  A.C.  and  Cammeraat  L.  H.  1997 Desertification  and  Land  Use  in Mediterranean  Europe.  Pp  129‐133  in Thomas  (ed) World Atlas  of Desertification, UNEP, Arnold.11Imeson, A.C  (editor)  SCAPE Soil  Conservation  and  Protection  in  Europe the  way  ahead.  2007  139  p  (see  Curfs  M p.51‐54 Dam(n) the River and Roxo M. Roxo Land for Bread p63‐67) 

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11.  Janis 2007    International workshop on  land degradation  risk  assessment  and  criteria development methologies  in  Europe  UNDP Latvia (2007) 

12.  Calvo,  Jose  Ramon  2008.  Manifesto  on Desertification,  Poverty  and  Migration, Campus de Excelencia, Fuerteventura, 8p.  

13.  Perez‐Trejo  F.1992 Desertification  and  land degradation  in the European Mediterranean EUR 14850 EN 63 p/ 

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19.  UNCCD  2004    Preserving  our  common ground:  the  UNCCD    10  years  on.  UNCCD Secretariat,  Bonn  Germany  ISBN  92‐95043‐00‐6   20p