introdução ao estudo do arqueometro

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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO ARQUEÔMETRO Rodolfo Domenico Pizzinga Música de fundo: OM MANI PADME HUM Fonte: http://www.barricksinsurance.com/ om_mani_padme_hung.html Este trabalho abordará alguns aspectos da Arqueometria Tradicional utilizando como referência básica a obra L’Archéomètre de Saint-Yves D’Alveydre (1842-1909). Para melhor compreensão do tema foi incluído um resumo sintético sobre o Alfabeto Hebraico e sobre a KaBaLa. INTRODUÇÃO O vocábulo Arqueômetro é originário do védico e do sânscrito: ARKA- METRA. A palavra ARKA (que significa Sol) pode ser subdividida em AR e KA. AR representa a Roda Radiante da Palavra Divina (a Temura principal de AR é RA); e KA recorda a mathesis primordial. Este saber universal (Characteristica Universalis para Leibniz), que se constitui no fundamento de todas as artes, religiões e ciências, une o Espírito, a Alma e o Corpo da Verdade, demonstrando, assim, na observação pela experiência, a Unidade de sua Universalidade no duplo Universo e em seu triplo estado social (ordem econômica, ordem jurídica e ordem universitária). ARK, em outra dimensão, significa a potência da manifestação e seu festejo

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INTRODUÇAO AO ARQUEOMETRO

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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO

ARQUEÔMETRO

Rodolfo Domenico Pizzinga

Música de fundo: OM MANI PADME HUM

Fonte: http://www.barricksinsurance.com/

om_mani_padme_hung.html

 

Este trabalho abordará alguns aspectos da Arqueometria Tradicional utilizando como referência básica a obra L’Archéomètre de Saint-Yves D’Alveydre (1842-1909). Para melhor compreensão do tema foi incluído um resumo sintético sobre o Alfabeto Hebraico e sobre a KaBaLa.

 

INTRODUÇÃO

 O vocábulo Arqueômetro é originário do védico e do sânscrito: ARKA-METRA.

A palavra ARKA (que significa Sol) pode ser subdividida em AR e KA.

AR representa a Roda Radiante da Palavra Divina (a Temura principal de AR é

RA); e KA recorda a mathesis primordial. Este saber universal (Characteristica

Universalis para Leibniz), que se constitui no fundamento de todas as artes,

religiões e ciências, une o Espírito, a Alma e o Corpo da Verdade, demonstrando,

assim, na observação pela experiência, a Unidade de sua Universalidade no duplo

Universo e em seu triplo estado social (ordem econômica, ordem jurídica e ordem

universitária). ARK, em outra dimensão, significa a potência da manifestação e

seu festejo pela PALAVRA (VERBUM DIMISSUM). A inversão de ARK produz

KRA, KAR e KRI, que, basicamente, significam cumprir uma obra, conservando e

continuando uma Criação. MATRA é a medida-mãe por excelência, expressando a

unidade em todas as coisas. MAeTRA é, também, o sinal métrico do Dom Divino,

o da Substância em todos os graus proporcionais de suas equivalências. No grau

psíquico universal – AMaTh do AThMa e AThMa do AMaTh e sua MaThA –

simbolizam a bondade maternal e o amor (AHBH) feminino de Deus para com

toda a criação. Criar é amar. Desposar. Toda a Sabedoria Arqueométrica está

inscrita em um círculo de 360º, dividido em triângulos de 12 seções de 30º cada.

Para a mais criteriosa compreensão deste ensaio, deve ser observado que as

reflexões que se seguirão estão relacionadas com alguns dos seguintes aspectos

ou planos: realista, idealista ou puramente divino ou espiritual. E, também,

o discernimento da Arqueometria Esotérica (ou Oculta) está baseado em Sete

Ciências, e, conseqüentemente, existem Sete Chaves que abrem o tabernáculo

do seu simbolismo. Há, ainda, uma exigência adicional, pois os textos arcaicos nos

quais está alicerçado o Arqueômetro, podem configurar-se como: simbólicos,

emblemáticos, parabólicos ou alegóricos e, inclusive, hieroglíficos

(SENZAR) ou logográficos. Uma palavra pode estar representada por uma

simples Letra e até por um único número, como, por exemplo, é o caso do

Primeiro Nome AHIH (SOU) — AHIH (1 + 5 + 10 + 5) ASheR (1 + 300 + 200)

AHIH (1 + 5 + 10 + 5) = SOU O QUE SOU (21) (501) (21) — que, algumas vezes,

é simbolizado apenas pela Letra IOD, cujo valor externo é 10 (dez), e que recorda

a Década Sagrada dual de Pitágoras (TETRACTYS: o um e o círculo ou zero), que

pretende simbolizar o TODO ABSOLUTO, manifestando-se ininterruptamente

pelo VERBUM. O Ser é o contínuo Ser, como disse Parmênides. Observe-se, ainda,

que 21 + 501 + 21 = 543, cuja face é 345 e cuja soma (543 + 345) representa o

valor cabalístico do CRISTO (888). É interessante como a Tradição se oculta e se

revela: o baralho comum, o jogo de xadrez, o jogo de damas e o dado (que

desenvolvido se converte em uma cruz — † — isto é, 3 + 4 = 7) encerram

enigmas e mistérios que se perdem na noite do tempo. Por isso, dizem os

alquimistas: Quando o Três e o Quatro se abraçam, transformam-se em um

Cubo, que vem a ser, quando desenvolvido, o veículo e o número da Vida

– o PAI—MÃE SETE. Esta Lei está oculta em IHOH. Enfim, os braços da cruz

sétupla representam, respectivamente, a luz, o calor, a eletricidade, o

magnetismo terrestre, a radiação astral, o movimento e a inteligência (ou

consciência). Como disse Vergílio: Numero Deus impare gaudet. E os contos

populares, as músicas de roda, as estorinhas infantis (que são mais do que

simples estorinhas infantis) e os poemas místicos — As Mil e Uma Noites e o

Rubaiyat, por exemplo — contêm ensinamentos iniciáticos imperdíveis. Os

símbolos e signos numéricos, cósmicos e siderais encontram-se espalhados por

toda a literatura, dos cânticos de Homero às obras de Francis Bacon. Também,

como ensinou Edward George Bulwer-Lytton (1803 - 1873), The Power of the

Coming Race está oculto no VRIL, que só poderá ser conhecido se e quando a

justiça se manifestar perfeitamente no Mundo da Concretização, pois esta perfeita

justiça, conforme entendeu o autor supracitado, emana forçosamente da

perfeição de conhecimento para a conceber, da perfeição de amor para a

querer e da perfeição de poder para a concretizar.

 

Figura 1: Edward George Bulwer-Lytton

 

A justiça emana forçosamente

da perfeição de conhecimento para a conceber,

da perfeição de amor para a querer e

da perfeição de poder para a concretizar.

Bulwer-Lytton

 

 

O ALFABETO HEBRAICO

 

        O Alfabeto Hebraico está subdividido em três grupos de três, sete e doze

Letras de valores funcionalmente distintos (Um está acima de três, três estão

acima de sete, sete acima de doze, e todos estão ligados). Todas as Letras

derivam de IOD – o princípio absoluto e ente produtor. Criar é fundamentar a Obra

no IOD. As Letras-mães (ALeF, MeM e ShIN) são semelhantes a uma balança,

sendo ALeF o ponto de equilíbrio. Em um dos pratos está a Lei; no outro, a

criminalidade. Este conceito remete para uma importante reflexão: SENDA

DIREITA versus senda esquerda. As sete Letras duplas (BET, GiMeL, DaLeT, KaF,

PhE, RESh e TaV) simbolizam as oposições que se manifestam na vida: paz-

guerra, riqueza-pobreza, vida-morte, levantar-cair, imperativos categóricos-

imperativos hipotéticos etc. Também estão associadas aos Sete Raios, Sete

Continentes, Sete Rondas, Sete Notas Musicais, Sete Vogais e suas quarenta e

nove Potências, Sete Candelabros, Sete Selos, Sete Trombetas, Sete Taças, Sete

Igrejas da Ásia, Sete Auroras, Sete Crepúsculos, Sete Criadores, Sete Pontos

Matemáticos Ocultos da TETRACTYS, Sete Raças-raízes, Sete Sub-raças, Sete

Céus, Sete Sentidos (12?), Sete Corpos, Sete Planetas, Sete Desertos, Sete Rios,

Sete Dias da Semana, Sete Sephiroth... Toda a Natureza se rejubila na

Heptada. OEAOHOO(E)¹. Sete é o número sagrado da vida enlaçada com a VIDA;

nove é o número sagrado do Ser e do vir-a-ser. Doze...

         As Letras simples (HE, VAV, ZaIN, HeT, TeT, IOD, LaMeD, NUN, SaMeK,

AIN, TzaDE e KOF) estão vinculadas, entre outras possibilidades, às doze

direções oblíquas do espaço, aos doze signos do Zodíaco e aos doze meses

hebraicos. Segundo Platão, o modelo que serviu (serve) como padrão para

organizar o Universo foi (é) o Dodecaedro. Na realidade, estas 22 (vinte e duas)

Letras têm outros significados, simbolismos e correlações que extrapolam o

presente estudo. Contudo, um pouco mais à frente, outras interpretações serão

resumidamente revisitadas para algumas destas Letras. Deve ser acrescentado,

ainda, que as Letras KaF, MeM, NUN, PhE e TzaDE, quando se encontram no

final das palavras, podem assumir, respectivamente, os seguintes valores: 500,

600, 700, 800 e 900. Em hebraico, existem duas grafias distintas para estas

Letras: uma para quando se encontram no início ou no meio de uma palavra e

outra quando ocupam a posição final. E o ALeF final tem valor aritmológico

(externo) igual a 1000. As Letras (mantras) do Alfabeto Hebraico formam,

mutatis mutandis, o DNA Universal. Só que, ao invés de apenas 4 (quatro) Letras

ou bases nitrogenadas, duas purinas e duas pirimidinas — como ocorre com o DNA

que possui 4 compostos Adenina (A), Citosina (C), Guanina (G) e Timina (T) — este

Alfabeto possui 22 (vinte e duas) Letras que, por si só, já são mantras cósmicos.

É interessante rapidamente lembrar, que tanto o DNA quanto o RNA possuem as

mesmas bases púricas e a Citosina como base pirimídica. A Timina existe apenas

no DNA. No RNA é substituída pela Uracila (U), que possui um grupo metil a

menos. Em alguns tipos de DNA virais e no RNA de transferência podem aparecer

bases incomuns. Resumindo: a) Bases Púricas ou Purinas: Adenina e Guanina; b)

Bases Pirimídicas ou Pirimidinas: Citosina, Timina e Uracila. Quanto ao Alfabeto

Hebraico, cada Letra representa individualmente uma energia específica. As

diversas combinações das Letras Hebraicas permitem a criação de ou a

harmonização com ilimitados tipos de energia, da mesma forma que diferentes

combinações de notas musicais criam diferentes tons e melodias. Por isso, o

Tantvm Ergo é vibratoriamente diferente do Pater Noster e o ouro não é igual

ao zinco ou ao chumbo. Vibratoriamente. Ao utilizarmos adequadamente as 22

Letras do DNA Universal, isoladamente ou combinadas, poderemos acionar

imediatamente a reengenharia espiritual e alquímica da nossa própria

personalidade-alma. Melhor: do nosso SER SETENÁRIO. As seqüências agrupadas

de Letras (mantras) permitem que se estabeleçam alterações em nossos padrões

físicos e psíquicos. Elas, por assim dizer, quando mentalizadas ou vocalizadas,

perquirem o mais íntimo dos nossos seres, nossos arquivos ou genes universais,

infundindo-nos com uma incomparável força TRANSMUTATÓRIA MÍSTICO-

ESPIRITUAL. Nas línguas semíticas antigas e no próprio hebraico antigo, o AR —

veículo natural de propagação do som — estava relacionado com as qualidades e

potencialidades do homem. Não devemos nos esquecer de que, para

Anaximandro, a Prima Materia era o AR. Sabemos todos, por outro lado, que a

simples leitura de uma partitura musical não proporciona a mesma satisfação (na

verdade não proporciona satisfação alguma) de se ouvir a execução do produto

musical organizado e individualizado. Assim, é sempre preferível que os sons

vocálicos (mantras) sejam ouvidos ou vocalizados. Nestes momentos, a mente

deverá sempre estar liberta de todas as vinculações de ordem material. Se uma

Comunhão é categórica e meritoriamente almejada ela será alcançada. Poderá

não ser objetivamente percebida, mas será efetivada. Então, um dia...

 

NomesTransli-

teração

Carac-

teres

Componentes

das Letras

Valor

Externo

Valor

Pleno

Valor

Oculto

Valor

AThBaSh

ALeFA (e, i, o,

u)1-30-80 1 111 110 400

BET B 2-10-400 2 412 410 300

GiMeL G 3-40-30 3 73 70 200

DaLeT D 4-30-400 4 434 430 100

HE E/H 5-10, 5-5, 5-1 5 15, 10, 610, 5,

190

VAV O/U/V6-10-6, 6-1-6, 6-

66

22, 13,

12

16, 7,

680

ZaIN Z 7-10-50 7 67 60 70

HeT H/Ch/K 8-400 8 408 400 60

TeT T 9-400 9 409 400 50

IOD I/Y/J 10-6-4, 10-4 10 20, 14 10, 4 40

KaF Kh/C 20-80 20 100 80 30

LaMeD L 30-40-4 30 74 44 20

MeM M 40-40 40 80 40 10

NUN N 50-6-50 50 106 56 9

SaMeK S(=ç) 60-40-8 60 108 48 8

AIN W/Hw 70-10-50 70 130 60 7

PhE P/Ph/F 80-5 80 85 5 6

TzaDE Tz/Ts 90-4-10 90 104 14 5

KOF Q/K 100-6-80 100 186 86 4

RESh R 200-10-300 200 510 310 3

ShIN Sh/X 300-10-50 300 360 60 2

TaV T/Th 400-6 400 406 6 1

Quadro 1: Alfabeto Hebraico

 

        No ato de criar, a(s) Divindade(s) coloca(m) a Coroa (ALeF) sobre a Cabeça

(RESh) de Sua(s) Criação(ões) (BET). Há um fato cabalístico interessante a ser

ressaltado: a Letra BET tem para valor pleno a cifra 412; e a soma dos valores

pleno e oculto da Letra TaV é igualmente 412 (406 + 6)! Nas três primeiras Letras

da primeira palavra da primeira frase do Génesis (I, 1) BRA-ShiTh BRA ALHIM

ATh..., como nas três primeiras Letras da primeira palavra da primeira frase do

Evangelho de S. João (I, 1) BRA-ShITh HaIah Ha-DaBaR..., está inscrita a

vocação criadora de AIN SOPh, já que BRA significa falar, criar, e ShITh

representa Héxada. BRA criou os ALHIM, e, estes, coletivamente, representam a

Divindade manifestada. Esta palavra (ALHIM) é, na realidade, o resultado de AL =

Deus, ALH = Deusa e IM = terminação plural. Logo, os ALHIM constituem os

Deuses e as Deusas. Em uma palavra: Androginia. A Bíblia – particularmente o

Genesis – está baseada em números e relações geométricas, e a palavra ALHIM,

numericamente, está relacionada com o diâmetro e a circunferência. A própria

frase inicial do Genesis, em uma de suas interpretações, pode ser lida da forma: B

RAShITh BRA ALHIM ATh HShMIM V ATh HARTz, ou seja: Da sempiterna

essência a força dual formou o duplo céu (superior e inferior). A versão No

princípio Deus criou os céus e a terra é oriunda da aglutinação equivocada das

Letras hebraicas para efeito puramente teológico e intencionalmente tendencioso,

fálico e esquerdizante, vale dizer: B RASh IThBRA ALHIM AThHShMIM V ATh

HARTz. É interessante ressaltar que a palavra ALHIM é equivalente a dois

conceitos complementares, isto é, Poder do Fogo ou Calor Violento e, nesse

sentido, não são Deus nem são os Espíritos Planetários Superiores, mas, sim, a

legião (exército) das potestades criadoras. Como disse um pensador moderno, A

Vontade, aperfeiçoada pelo Sacrifício, progride por meio da Inspiração,

através de sucessivas transformações. Logo, é, no mínimo, razoável e

racional, que se admita que o Não-condicionado, a Causa sem Causa e o Ilimitado

não possa criar (diretamente) o que é dependente, limitado e condicionado,

porque isto é inajustável a Ele (Aquilo). Nesse sentido, a criação como concebida

não pode ter sido obra do PRIMEIRO UM. Há, de permeio a tudo isso, uma grande

questão metafísica: Há ou haverá uma intencionalidade escatoteleológica no

Universo? Essa controversa questão tem produzido as maiores loucuras e

barbaridades no correr da história do homem. Mas jamais poderá ser respondida

teologicamente. Voltando-se à palavra ALHIM (1-3-5-1-4), circularmente produz

LAMIH (3-1-4-1-5), que significa hoste, congregação. Assim, a vocação criadora

da(s) Divindade(s) só pode ser compreendida por intermediação descendente no

âmbito das oitavas do Teclado Cósmico. Chaos é Theos que se converte em

Kósmos. Só no silêncio interior e pela meditação, ao ser ouvida a Voz do Eu dentro

do Eu (M.'.S.'.), isto pode ser compreendido. AUM... AUM... AUM... AUM..

AUM... AUM... E que as segundas núpcias se façam...

 

AUM... AUM... AUM... AUM.. AUM... AUM...

 

 

 

 

 

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE KaBaLa

         Literalmente, KaBaLa (que se apóia nas Leis do Equilíbrio e da Harmonia)

significa a Potência (La) das XXII Letras (KaBa), já que K = 20 e B = 2, isto é: 20

+ 2 = 22. O ZOHaR divide a KaBaLa em quatro categorias gerais, a saber:

1. PRÁTICA, que opera no domínio da magia talismânica e cerimonial;

2. LITERAL, que se subdivide em:

2.1. Gematria, que consiste na substituição de uma palavra por outra(s) que

tenha(m) igual(is) valor(es) numérico(s);

2.2. Notaricon (ou arte dos signos), é o método que se constitui na formação de

acrósticos, dentre os quais se incluem o ALBaM e o AThBaSh. Ao se construir o

Alfabeto em forma circular, o ALBaM consiste na substituição das Letras por suas

opostas. E o AThBaSh é o processo cabalístico de permutação das Letras por suas

equivalentes horizontais, estando o Alfabeto distribuído em duas colunas de

seqüências inversas;

2.3. Temura, que se cifra no processo de substituir Letras por outras

equivalentes, em valor absoluto, ou de permutar o lugar destas Letras;

3. TRADICIONAL, transmitida apenas oralmente; e

4. DOGMÁTICA, que estrutura um sistema esotérico de metafísica.

       Em KaBaLa, as Letras podem ser substituídas por números e vice-versa. Em

realidade, os números precederam as Letras. Tudo é número no Universo. Por

isso, 2 é equivalente a 3, 3 a 6, 6 a 21, 36 a 666... Mas, como já se deixou

entrever, 2 pode representar 400 (B e Th). Daí resultam duas operações próprias

desta Arcana Ciência (e de toda a doutrina esotérica, como também de todos os

Alfabetos esotérico-iniciáticos, dos quais o adâmico ou vattan é o mais antigo e o

mais importante, por isso utilizado por Saint-Yves no Arqueômetro), que são:

adição e redução. A primeira resume-se a adicionar todos os algarismos que

compõem um dado número (desde que superior aos nove primeiros). Exemplos:

42 = 4 + 2 = 6 e 1260 = 1 + 2 + 6 + 0 = 9. Estes dois números (42 e 1260) estão

referenciados no Livro da Revelação. Já a redução é o processo que permite

encontrar o número pequeno que surge da adição progressiva. Exemplos: 5845 =

5 + 8 + 4 + 5 = 22 = 2 + 2 = 4 e 1671 = 1 + 6 + 7 + 1 = 15 = 1 + 5 = 6. Estes

números estão, por sua vez, associados ao Pentateuco, que contém 5845

versículos, e ao relato da criação dos seis dias(?!) composto de 1671 Letras. A

seguir apresentam-se outros exemplos destas operações:

a) o ano hebraico tem 355 dias e é lunar. Isto está indicado pela palavra ShaNaH,

cujas cifras conduzem a este valor: 300 + 50 + 5 = 355. A circunferência 355

inscrita em um quadrado cujo perímetro é 452 tem por diâmetro 113. A relação

355/113 é muito semelhante à Lei Arqueométrica de Pi apresentada no final do

último item deste trabalho. Outra relação esotérica fundamental é expressa por

20612/6561;

b) o inspirador celeste de Moisés foi MAeTATRON (40 + 1 + 9 + 1 + 9 + 200 + 6

+ 50), cuja Gematria produz IShO de mesmo valor aritmológico, ou seja: 316. Por

outro lado, 130 é o valor externo de SINaI e de SuLaM (a escada do sonho de

Jacó);

c) a Temura de ALHIM gera MIHeLA. A Temura de GaDoL (magno) produz

DaGoL (insigne);

d) no Genesis XXII, 8 está escrito: Deus(?) deparará a vítima para o seu holocausto

(ALHIM IDTH LV). Utilizando-se as três primeiras Letras dessas três palavras

(Notaricon), forma-se a palavra AIL, carneiro. Sob outro aspecto, o ALBaM de AISh

(homem) é LShI (o que fala, o que diz), e o AThBaSh de IEVE é MTzPhTz e seu

ALBaM ShWPhW. Aplicando à palavra VRIL o procedimento ALBaM, encontra-se

PhTShA. Curiosamente, tanto em IEVE, quanto em VRIL aparecem de forma

cifrada as Letras Ph e Sh, ambas associadas ao nome JHESU. O mistério do VRIL

aumenta se se observa que sua cifra aritmológica é 246 ( 6 + 200 + 10 + 30),

cuja redução é igual a 3, e que esta passa a ser 390 (80 + 9 + 300 + 1) para o seu

ALBaM, equivalente à cifra externa da palavra hebraica SheMaIM. Justiça

Perfeita... SheMaIM... VRIL (PhTShA)... e assim, a Tradição se encobre e se

desvela ad perpetuam rei memoriam. O conhecimento pode ser transmitido, mas

a sabedoria deve ser conquistada. Considerando-se, agora, por exemplo, o

Alfabeto hebraico, observa-se que os valores AThBaSh(s) das Letras ALeF, TaV,

BET e ShIN são, respectivamente, 400, 1, 300 e 2. Consultando o aludido

Alfabeto, percebe-se que a palavra ADaM possui valor externo 45, valor pleno

625, valor oculto 580 e valor AThBaSh (inverso) 510. E assim, uma mesma palavra

(ou Letra) pode ter, no mínimo, 4 (quatro) valores cabalísticos distintos. O valor

pleno de ADaM pode ser expresso por cinco elevado à quarta potência, o que

faz lembrar e permite a associação com os quatro Mundos de manifestação

adâmica, que, descendentemente, são: ATzILUTh, (Mundo Arquetípico, formado

pelos sephiroth KeTheR, ChoKMaH, BINaH); BRIAH (Mundo Arcangélico,

composto dos sephiroth CheSeD, GeBURaH, ThiPhAReTh); IeTzIRaH (Mundo

da Formação ou Angélico, conglobado pelos sephiroth NeTzaCh, HOD, IeSOD); e

WShIaH (Mundo da Ação ou da Concretização - humano - ou seja, MaLKhUTh).

Tibi sunt MaLKhUTh, GeBURaH et CheSeD per æonas. A soma dos valores

aritmológico e AThBaSh de ADaM leva ao número 555, e seu valor oculto pode

tomar a forma de 10 x 58 (e até de 100 x 58). O próprio valor externo desta

palavra é o valor secreto de sua adição. Estas últimas considerações são

profundamente esotéricas e ultrapassam o limite desta pesquisa. É preciso, por

exemplo, perquirir porque os hebreus atribuem ao Adão do Genesis o valor 45 e

não 605, ainda que contenha o MeM final de valor externo igual a 600. Por isso,

recomenda-se, por exemplo, a leitura das obras de Friedrich Weinreb. Todas

tratam exaustivamente destes temas, e são um farol insubstituível para o

buscador sincero e interessado. As obras As Grandes Mensagens, de Serge

Raynaud de la Ferrière e La Lettre Chemin de Vie: Le Symbolisme de Lettres

Hébraïques, de Annick de Souzenelle também podem, entre tantas outras, ser

examinadas.

e) céu em hebreu é SheMaIM cujo valor total é 390. A redução deste número dá

3. Esta palavra é muito parecida com SheMAH-IM (396) e com SheMaM (380).

f) oitocentos anos depois de ABRaHaM (palavra que em sânscrito significa

Potência que preside o segundo nascimento, e que difere de ABRaM pelo

acréscimo da Letra HE), Moisés (MOUShI-Wo, o Libertador) subordinou os ALHIM

(ELoHIM) – vocábulo que tem sentido plural, e que, portanto, repete-se, não pode

ser traduzido por Deus ou Senhor – a BRA-ShITh, o Verbo da Héxada Genesíaca: B

RAShITh BRA ALHIM... Moisés, também, teve o cuidado (esotérico-iniciático-

cabalístico) de subordinar a Letra M à Letra-régia I na palavra ALHIM. Os ALHIM

compõem o exército criador do Verbo, ou como ensinou Saint-Yves D’Alveydre: as

Letras funcionais da Palavra, os equivalentes harmônicos e orgânicos de sua

potência criadora. São João – o Príncipe dos Apóstolos – mutatis mutandis fez o

mesmo. Os ALHIM são o fogo magnético vivente e, como coletividade, também

sintetizam a MÔNADA UNIVERSAL. As religiões (segunda via) desconhecem

estes princípios universais, particularmente aquelas que utilizam a Bíblia como

Livro Sagrado (que é). As religiões derivadas do Cristicismo amesquinharam-se e

se transformaram em um tecido de ficções sesquipedais. As outras religiões, por

outros (des)caminhos, também se vulgarizaram. E as que moderna e

contemporaneamente se autonomearam detentoras e defensoras da verdade,

têm, na maioria das vezes, iludido, entorpecido e espoliado seus confrades.

Pretender, por exemplo, que a Terra seja o foco moral e religioso do Universo, e

que este Planeta exclusivamente tenha sido o objeto dos favores de Deus, de Sua

intervenção especial, de Suas comunicações e de Sua visita pessoal, é tão

arrogante quanto extravagante. Giordano Bruno, queimado em Roma em 1600

pela Inquisição Católica, questionou: Seria a frágil criatura humana o único

propósito digno da atenção e do cuidado de Deus? E por que os ALHIM

escolheriam tão-somente a Terra para manifestar a PALAVRA INENARRÁVEL? O

que entendem os ocultistas e os teósofos conhecedores da Doutrina Secreta é que

o Homem Celeste Nascido por Si Mesmo (Astral, Etéreo) representa o começo de

um começo em qualquer ponto do Universo ilimitado. Há uma Estância referida

por Blavatsky que ensina: Os Nascidos da Mente, os Sem-Ossos, deram vida aos

Nascidos da Vontade, Com-Ossos. Os (3 + 4) Criadores são como os raios do Sol,

permanecendo este – o Sol – inconsciente da obra realizada em cada Mânvântâra.

1 –› 3 –› 5 –› 7 –› 4 –› 3 –› 1. 1 –› 22 –› 1. Mas, o que se tem pretendido impor à

parcela mais crédula e desinformada da Humanidade é que instâncias desiguais

são iguais, considerando-se que a essência das ditas instâncias seja a mesma. O

que deve ser entendido é que 359 e 360 são desiguais porque são iguais. Mas, há

algo em 360 que ainda não foi realizado em 359. Juntos formam 719.

        O Teclado Cósmico Universal é UNO, mas não é composto de uma única

oitava! Matematicamente, por exemplo, é o mesmo que afirmar que 4 = 10

porque 14 = 14, ou seja: 14 = 14 –› 4 + 10 = 4 + 10 –› 4 – 4 = 10 – 10 –› 4 (1 – 1)

= 10 (1 – 1) –› 4 (1 – 1)/(1 – 1) = 10 (1 – 1)/(1 – 1), logo 4 = 10, o que é uma

incongruência matemática. 4, por outro lado, quando muito, só pode ser

equivalente a 10; e isto, apenas é verdade em um sentido esotérico-numérico-

cabalístico se este número representar o valor secreto daquele, isto é: 1 + 2 + 3

+ 4. O valor secreto (VSN) de qualquer número N pode ser encontrado utilizando-

se a fórmula VSN = N(N + 1)/2. Por isso, [2³ + 3³ + 1] tem como valor secreto

666, e o valor secreto de 17 [10 + (1 + 6)] é 153. Na TETRACTYS pitagórica

oculta-se secretamente o número DEZESSTE (IAO), extremamente importante no

Alto Esoterismo. Neste Triângulo eqüilateral o ápice representa o Pai; o lado

direito, a Mãe; o lado esquerdo, o Filho – Esposo de sua Mãe; e a base, unifica no

plano fenomenal as três instâncias anteriores, sendo, portanto, o plano material

da Natureza produtora. É por isso que, por transmudação mística, o Triângulo

converte-se na TETRACTYS, ou seja, no Quaternário. Por tudo isso (e por muito

mais), salvo melhor juízo, talvez seja preferível ser um místico heterodoxo, e até

um ateu convicto, do que um religioso ortodoxo. A religiosidade inconsciente é

linear e retrógrada, e, conseqüentemente, coerciva, insana, preconceituosa e

perigosa. Quantas vezes já tentaram cristianizar o mundo? A fé, como instrumento

para que seja alcançada a salvação(?), é preconceituosa, retrógrada e inoperante.

A fé (cega) é a razão dos tolos e a sombra da beleza espiritual (Quarta LUZ).

Muitos poderão considerar uma heresia, mas o fato é que razão e fé, sob outro

aspecto e em certo sentido, são sombriamente equivalentes. É essa mistura

maldita e apocópica que contemporaneamente (século XXI) está virando o nosso

Planeta de pernas para o ar. Cristianização versus Islamização.

         Volvendo a BRA-ShITh (B RAShITh), sua cifra aritmológica é 913 (2 + 200

+ 1 + 300 + 10 + 400), e, por adição, é igual a 13, número correspondente à

décima terceira Letra do Alfabeto hebraico (MeM), símbolo das águas primordiais,

a matéria-prima ou o princípio feminino. MeM, sob certa ótica cabalística, é o

ponto de partida, e é também o de retorno. A Letra M, segundo os ensinamentos

sagrados e secretos bramanistas, é um som interno, improferível, mas que pode

ser escutado no silêncio interno do corpo, fechando-se hermeticamente a boca, as

narinas e os ouvidos, sem respirar. Esta experiência promove um influxo vital que

se propaga da glândula pineal para as extremidades do corpo.

 

 

          M ligado à Letra a forma a palavra Ma, que, em sânscrito, significa o

Tempo, a Medida, o Mar, a Luz Refletida, a Reflexão, a Água (Águas Ígneas do

Universo, símbolo da Sabedoria Oculta). A inversão de Ma, ou seja, aM, entre

outros significados, conduz ao conceito de morte como mutação (amata). Em

vattan, água é ATL – raiz do termo ATLante. A relação entre Ma e ATL é,

também, numérico-cabalística, isto é: Ma (40) = ATL (1 + 9 + 30). É importante,

ainda, ressaltar, que a Letra M dá partida a um conhecimento iniciático mais

elevado... cuja origem mais recente (próxima) é a ATLântida, 4ª Raça-Raiz. Monte

Pico. Arquipélago dos Açores. A Atlântida, todavia, não comportava uma só raça

ou mesmo uma só nação. Mas, antes deste Continente desaparecer, existiu a

Lemúria! 3ª Raça-Raiz, primeira dotada de razão, na qual ocorreu a separação dos

sexos: jah – macho – e hovah – fêmea. Isto aconteceu na quinta sub-raça.

Califórnia. Extremidade Norte de Sierra Nevada. Condado de Siskiyou. MONTE

SHASTA. Para auxiliar a compreensão dos muitos labirintos cabalísticos

existentes, chama-se atenção para o fato de que o valor externo da Letra MeM é

o valor AThBaSh da Letra IOD, e, obviamente, vice-versa! Voltando a BRA-ShITh,

o número 13 reduzido gera o 4, que é o valor aritmológico da Letra DaLeT,

símbolo da natureza dividida e divisível. O número 4 também simboliza a

estabilidade, e é o valor do segundo cateto do Triângulo Retângulo de Pitágoras. E

a Cidade é quadrangular – conforme consta do Livro da Revelação XXI, 16 – e tão

comprida como larga; ... E o seu comprimento, a sua altura e a sua largura são

iguais. Observe-se que o valor aritmológico pequeno da Letra M também equivale

a 4 (40 –› 4 + 0). Em realidade, DaLeT, MeM e TaV representam planos

sucessivos, já que, como se pode verificar, os seus valores externos são,

respectivamente, 4, 40 e 400. Por outro lado, as três primeiras Letras de BRA-

ShITh conduzem ao número 5 (2 + 200 + 1 = 203 = 5), correspondente à Letra

HE. Este número (5) possui caráter supraterrenal, e está vinculado ao Santo

Nome: IOD-HE-VAV-HE (10-5-6-5), que se compõe de dois dez. Ao primeiro dez

(IOD) é dada a denominação de Dez de Cima; o segundo dez está dividido (5 +

5) – HE-HE – e só o segundo HE manifesta-se no plano terrenal. HE, em sânscrito,

representa o Sopro (Fogo) Vital, a expiração da Divindade; esta Letra também está

associada à aspiração do homem e à união psíquica dos sexos. ANDROGINIA

UNIVERSAL. O número 5 também faz lembrar o Pentagrama de Fausto. Em

realidade, todos os signos cabalísticos dos Pentáculos se resumem ao Pentagrama

e ao Selo de Salomão. VAV tem função de gancho (5-6-5). Assim, IOD-HE (10-5)

pertencem ao plano superior, enquanto VAV-HE (6-5) correspondem a este

mundo (MaLKhUTh). Isto remete ao conceito de duplo Universo (duplo Céu)

referido muitas vezes no Arqueômetro. Também, por outro prisma, pode-se inferir

que 10-5 (IE), ocultamente, representam a Trindade Superior do Mundo

Arquetípico, pois, 10 + 5 = 15 e 15 = 1 + 5 = 6, que é o valor secreto de 3 (da

Trindade). Já o valor total de VE pode ser reduzido a 2. E como 6-5 estão

associados ao Mundo da Concretização, talvez possam ser vinculados à dupla e

diferenciada manifestação adâmica neste e exclusiva deste plano (homem e

mulher ou macho e fêmea). O número 3 também está associado ao primeiro

cateto do Triângulo Retângulo do Sábio de Samos. Pode-se, também, dizer, agora,

que a TETRACTYS – (1 + 2), (1 + 3) e (1 + 4) – está oculta no Triângulo

Retângulo Pitagórico (3, 4, 5). E este é mais um enigma que deve ser desvendado

pelo Homem do Desejo. Voltar-se-á, no último exemplo, a examinar um pouco

mais a palavra IEVE. Antes, porém, deve-se aditar que seria uma omissão

injustificada não avisar que o conceito de duplo Universo apresenta conotações

profundamente herméticas, e que obrigam a explicações mais aprofundadas e

detalhadas, impossíveis, todavia, de serem abordadas em um ensaio desta

natureza. A leitura, por exemplo, da obra A Doutrina Secreta de Helena P.

Blavatsky aconselhará corretamente os interessados em buscar mais luz sobre

esta matéria.

         Voltando ao número 5, este é o porquê esotérico de todos os livros sagrados

que se referem à Proto-síntese estarem divididos em cinco partes. A Letra HE

ainda admite uma correspondência sobremodo hermética com o hieróglifo egípcio

representado por um pequeno homem de pé com os braços abertos em sinal de

plena vida (Saudação a ATON). Este hieróglifo está estruturalmente associado ao

hermetismo do Pentagrama. Quanto à palavra ShITh, seu valor aritmológico é 710

(300 + 10 + 400), que significa, também, repouso. Movimento-Repouso.

Mânvântâra-Prâlâya. Esta cifra (710), por adição, produz o 8 (HeT), que, por sua

vez, está intimamente vinculado aos números 36, (111) e 666. Seiscentos e

sessenta e seis! E assim, os que ainda não cruzaram o umbral, tremem e choram

ao ler o Apocalipse, laqueados pela fantasmagoria dogmática das religiões. Já para

os que buscaram a LUZ INICIÁTICA, o Apocalipse é o Livro da Revelação. Por

isso, percebem os nascidos uma vez e sabem os nascidos duas vezes que céu e

averno são estados ou condições mentais (humanas, psíquicas), e que tanto o

lobo quanto o cordeiro habitam no interior do ser (em processo ascensional

irreversível de regeneração e reintegração). Por esse motivo afirmei um pouco

mais atrás: ...359 e 360 são desiguais porque são iguais. Mas, há algo em 360

que ainda não foi realizado em 359. Juntos formam 719. Mal e bem são, portanto,

meras realidades (fantasias) da consciência objetiva associadas ao tempo de

duração dessa mesma imperfeita consciência. Na atualidade cósmica tudo é

Unidade, Perfeição e Harmonia. E assim, 666 só pode representar o homem

enquanto besta idólatra, ignorante e insegura (o animal no tempo), peregrinando

no Grande Deserto da Ilusão e servilmente escravo da senda esquerda.

Alquimizado, é OURO. Invertido, 666 é o misterioso triângulo 999. O axioma

cabalístico Deus est Demon inversus é auto-explicativo. É tão-somente nos

exoterismos religiosos (idolatria intolerante) que a figura incompreendida e

manipulada de Satã encontra acolhimento. E a serpente (indutora do

conhecimento) só pode ser considerada diabólica pelos fracos e por todos aqueles

que, consciente ou inconscientemente, fazem mau uso da Luz. A Luz, enfim, não é

boa nem má. Nem ética nem aética. Esta é uma constatação que contradita

algumas coisas que já escrevi. Cada um terá que dialogar com o D'US de seu

coração e compreender o que eu estou pretendendo dizer com estas afirmações.

O fato inelutável é que só encontraremos esses D'US quando pararmos de

artificiosamente construirmos deuses e demônios pessoais e nos desligarmos dos

deuses e dos demônios construídos pelos que aindam rastejam na via 359. A

opção pela esquerda ou pela direita é prerrogativa do ser enquanto ser. Há,

obviamente, uma insubstituível responsabilidade cósmica relativamente às

opções. Por isso, o livre-arbítrio está vinculado a duas leis universais básicas: Lei

da Necessidade e Lei da Reciprocidade (ou Retribuição). Para os teósofos, a

serpente simboliza o Iniciador. A própria palavra MeShIa-H (358) está

esotericamente vinculada à serpente NaHaSh (358) – o Dragão das Águas Vivas

Cósmicas. E o Fruto da Árvore do Conhecimento é o Soma, bebida mística

produzida a partir do suco da Asclepia acida. E a queda nada mais é do que o

resultado da progressiva aquisição do conhecimento pelo homem. Bendita queda,

pois a luz se fez e os olhos do homem foram abertos! Portanto, o VERBUM e

Luciferus são um em seu aspecto dual! Ao trabalharem, os cabalistas sempre

estão rodeados pela Luz da Serpente Primordial, ou seja, a Luz Astral dos

Martinistas, ou, Akâsha. Quando o 8 for vencido, a barreira da dor e da angústia

terá sido transposta, e o 9 será o primeiro prêmio. Este número – o nove –

corresponde à terceira volta completa em torno do Triângulo. Mas acima do 9 está

(e deve ser alcançado) o 12 – número sacrossanto e representativo do perímetro

do Triângulo Retângulo Pitagórico (3, 4, 5). 12 está, sobre outra ótica, ocultamente

associado ao número 78. Por isso, o Tarô deve ser cuidadosamente examinado,

particularmente os 22 Arcanos Maiores, que, inclusive, estão amalgamados às

Línguas Psíquicas de XXII Letras. Arqueometricamente, o número 12 representa e

está vinculado às doze Letras Involutivas. Finalmente, deve-se referir que BRA-

ShITh é, sob o aspecto mais singular, Ha-DaBaR – o Dom Verbal, a PALAVRA – e

DaBaR representa o ATh (ALeF-TaV) dos ALHIM. A Temura de ALHIM conduz a

MIHAeL, e, por extensão, como se viu, à sua MIHeLA. Não se pode concluir este

item sem comentar que Moisés (MOUShI-Wo) foi muito mais Libertador da

ortodoxia patriarcal exotérica (imposta pelo Selo da Divindade), do que do próprio

povo judeu. Observe-se que seu nome comporta IShO... A Tradição é imperdível!

g) o último exemplo ampliará o que já foi examinado sobre a Palavra Sagrada

IEVE (IHOH ou IHVH). Ao se construir um triângulo eqüilátero formado pelas

Letras I, EI, VEI, EVEI (10, 15, 21 e 26) chega-se ao número 72. Esta palavra (que

é em verdade o Tetragrama Divino) pode ser escrita de quatro modos principais.

Um desses modos é AGLA, que, hieroglificamente, encerra todos os mistérios da

KaBaLa. O primeiro ALeF expressa a Unidade: o que é superior é análogo ao que

é inferior [o que está em cima é (e não é) como o que está embaixo]. GiMeL

representa o ternário e a fecundidade. LaMeD – a duodécima Letra do Alfabeto

hebraico – é expressão do ciclo perfeito. E a segunda (repetida) Letra ALeF

exprime a síntese. A palavra AGLA simboliza, então, a Unidade, que, pelo

triângulo, realiza o ciclo dos números (4 x 3), para retornar ao UM. Silepse,

análise, ciência, síntese. [(1), (3), (12), (1) = 17]. Os cabalistas hebreus escrevem

o Tetragrama da forma IEVE, pronunciam-No IOD, HE, VAV, HE e traduzem-No

por ARARIThA, que simboliza o segredo da grande e completa unidade cósmica,

composta dos números 3 e 4. O número 72 também pode ser obtido ao se

somarem os valores plenos das Letras do Tetragrama, ou seja: [(10 + 6 + 4) + (5

+ 10) + (6 + 10 + 6) + (5 + 10)]. Uma das formas de se encontrar o valor do

Grande Ciclo de Precessão Equinocial é pela multiplicação de 360 por 72. Outra é

multiplicar-se 12 por 2160. Há outros processos que, neste trabalho-pensamento,

não serão comentados, mas, que, também, conduzem ao valor de 25920 anos

solares. Por outro lado, deve-se registrar, muito significativos são os quocientes

das divisões de 2160 e de 25920 por 144 (72 x 2). Não se pode deixar de ter em

mente que 2160 anos correspondem ao tempo de duração de uma Era Zodiacal.

Há pensadores que propõem outro valor, entretanto, este é muito próximo do aqui

apresentado. Helena Blavatsky, por exemplo, admitia que o circuito da eclíptica

completa-se em 25868 anos. O fato concreto é que a prosperidade e a decadência

das civilizações estão profundamente relacionadas com os ciclos cósmicos, e o

princípio e o fim de cada Ano Sideral é um deles. As Eras Zodiacais, por outro lado,

também têm influência no progresso e no retrocesso(?) da Humanidade. O Ano

Sideral que está em curso cumpriu menos da metade do seu tempo. Cada ser

singular possui, assim, em média, até a conclusão deste kalpa, aproximadamente,

100 (cem) ciclos pessoais integrais para caminhar pela SENDA DA DIREITA ou

pela SENDA DA ESQUERDA. O que não falha é a ação do GRANDE AJUSTADOR,

que não operará enquanto não formos capazes de aprender as lições e

recebermos as INICIAÇÕES que haverão de nos alquimizar em HOMENS

IMORTAIS. Mas, no final(!?), para todos, prevalecerá o SVMMVM BONVM.

         Nessa ordem de entendimento, privilégio está associado a mérito e direito à

possibilidade. Assim, dois triângulos opostos podem ser desenvolvidos: a)

Privilégio, Mérito e Legitimidade; e b) Direito, Elusividade e Legalidade. A

penúltima Era que se cumpriu (Pisces) encerrou-se em 5 de Fevereiro de 1962.

Contudo, Serge Raynaud de la Ferrière admitiu que a mudança ocorreu no

Equinócio da Primavera (para o Hemisfério Norte) do ano de 1948. Todavia, é

preciso ter em mente, que os processos naturais são contínuos e não se

interrompem jamais. Por isso, não é viável nem acertado traçar uma linha

demarcatória absolutamente definida entre o término da antiga ordem e o começo

de outra. Mas confundir a Lemúria com a Atlântida é o mesmo que não distinguir,

presentemente, a América do Sul da África. Hodiernamente, de qualquer forma,

respira-se o Ar de Aquarius. FIAT VOLUNTAS TUA. O número 72 também possui

outras vinculações no campo da Alta KaBaLa, do Cristianismo Esotérico e da

própria Tradição Iniciática. Por exemplo, o sephirah (singular de sephiroth)

CheSeD – bondade, amor e graça – tem como cifra total o número 72 (8 + 60 +

4). E há 72 NOMES associados à Divindade, cada um possuindo uma força

especial. EVEI está também associada à desinência NI. (NUN - I) = 5 - 6 - 5 - 10

ou 5 - 6 - 5 - 1.

Para se concluir este sintético e incompleto estudo sobre a KaBaLa, traz-se à

lembrança o Capítulo LXII, Versículos 2 e 3 da Profecia de Isaías:

 

Receberás um novo nome

pela boca de IHVH.

Serás uma coroa de beleza

na mão de IHVH,

E um diadema real

na mão do TEU Deus.

 

 

         E para iniciar o estudo do Arqueômetro, propõe-se para reflexão a

advertência de Bacon:

 

Na contemplação das coisas,

se o homem começa com certezas,

terminará na dúvida.

Mas...

Se ele se contenta

em  principiar  com  dúvidas 

conquistará  a CERTEZA.

 

 

 

O ARQUEÔMETRO

 

         O Arqueômetro é um instrumento que serve a todos os campos da humana

especulação. Pode ser aplicado em todas as artes e também na ciência, na música

e na arquitetura; é a chave de toda a Tradição, quer religiosa, quer iniciática. É,

como diz seu formulador: um convite ao trabalho. Por seu intermédio, o artista

mantém sua originalidade; todavia, ao consultá-lo, apóia-se em uma base

científica arcana. Enfim, enfatizou o pensador Joseph Alexandre Saint-Yves

D’Alveydre, o Arqueômetro reintegra todas as medidas às unidades métricas

atuais: o metro e o círculo, ou seja, 10³ mm e 360º.

         Reproduzo a seguir um resumo da biografia de Saint-Yves extraída de

http://www.hermanubis.com.br/Biografias.htm e acessada em 29/7/2004.

 

Figura 2: Saint-Yves D’Alveydre

 

    

     Joseph Alexandre Saint Yves, nasceu em Paris no dia 26 de março de

1842, à uma e meia da manhã. Era filho de um médico alienista e morreu

de um ataque cardíaco no dia 5 de fevereiro de 1909, em Pau, onde fora

repousar.

     Em sua juventude sofreu muito com seu pai, pois este era adepto dos

métodos repressivos em matéria de educação. Decidido a aniquilar o

caráter revoltado e indomável do jovem e após inúmeros incidentes nos

quais suas personalidades se chocaram, resolveu interná-lo em uma

colônia agrícola correcional, em Metray (Inpre et Loire).

     Diante disso, Saint-Yves ficou mais revoltado, mas essa colônia era

dirigida por Frederic Augusto de Metz, homem inteligente que conseguiu

orientar o seu espírito e a sua agressividade para a leitura e ensinou-lhe

certos princípios filosóficos, dentre os quais: 'Tudo pela liberdade, nada

pelo constrangimento'.

     Um incidente entre Saint-Yves e um professor levou seu pai a tomar

novas medidas rigorosas, mas que não impediram o jovem de ser

aprovado no exame de bacharelado. Menor de idade, foi incorporado à

força em um regimento da infantaria da marinha.

     O Sr. Metz intervindo novamente, obteve licença para Saint-Yves

estudar medicina naval na escola de Brest. Depois deste episódio, Saint-

Yves ficou doente e foi libertado aos 22 anos da sorte que lhe haviam

destinado, podendo finalmente optar pelo que lhe agradava.

     De Metz sabendo da tendência literária de seu aluno orientava-o na

escolha das suas leituras. Indicava-lhe: Joseph de Maistre, Bonald e

Fabre d´Olivet. Este último, seduzia-o apesar de lhe apresentarem-no

como 'um espírito extraviado, inimigo da fé cristã e adepto do

paganismo'.

     Fabre d´Olivet propunha uma filosofia do mundo com base no

pitagorismo e na tradição iniciática. Saint-Yves, escreveria mais tarde: 'À

medida que me desinteressava de Joseph de Maistre e de Bonald gostava

cada vez mais de ler Fabre d´Olivet. Devo confessar, para minha

vergonha, que essas referências, em vez de me desencorajarem,

despertaram em mim o interesse por este autor. Um pagão religioso em

pleno século XIX! Isso respondia às minhas curiosidades, às minhas

ânsias de liberdade e de análise'.

     A partir daí, passaria a maior parte de sua vida a analisar e a ampliar a

filosofia do seu primeiro mestre, tentando integrá-la dentro de

perspectivas mais cristãs. Seu desejo era consagrar-se unicamente à uma

reflexão aprofundada acerca da história e do destino da Humanidade.

     Durante 4 anos, Saint-Yves viveu em Jersey, local onde estavam

refugiados grande número de exilados políticos do Segundo Império.

Nesse clima de exílio, conversou com as pessoas mais diversas, todas

elas preocupadas com o advento de uma nova ordem política. Encontrou,

assim, por acaso um parente de Fabre d´Olivet que lhe proporcionou a

leitura de manuscritos inéditos do mestre. Em seguida foi professor livre

na Inglaterra.

     Em 1872 Saint-Yves regressa à Paris. A paz faz com que regresse à

vida civil, às suas meditações, aos seus problemas, porque nem sempre

tinha a subsistência assegurada. Conseguiu trabalho de escriturário no

Ministério do Interior. O ordenado era modesto, mas não se importava

com isso.

     Sua memória prodigiosa e o trabalho constante permitiram-lhe

armazenar uma considerável bagagem intelectual, inútil na situação em

que se encontrava no momento, mas, que seria valiosa para os seus

futuros trabalhos. Os contatos que teve durante aqueles anos de pobreza

proporcionaram-lhe um enriquecimento espiritual.

     Tornou-se freqüentador do salão do bibliotecário Jacob Lacroix e do

irmão deste, Jules Lacroix, na Biblioteca do Arsenal. Nessa época não

publicou nenhuma obra importante e suas dificuldades financeiras

prejudicavam o desenvolvimento e o brilho do seu intelecto. Tinha

concepções ainda muito negativas; a sua visão pessimista do mundo,

fizeram-no pensar, a certo tempo, em tornar-se frade trapista. As poucas

obras que escreveu nesta época não apresentavam interesse. Eram,

sobretudo, versos: Heures, Les Clés de l´Orient, Le Testament Lyrique e

outras.

     Porém, a fortuna apareceu-lhe na pessoa de uma mulher bela,

inteligente e rica: a Condessa Marie Keller, que lhe foi apresentada nos

salões da Biblioteca do Arsenal e que em breve desposaria. Ela era viúva

do conde Keller e pertencia à alta sociedade. Diziam que era aparentada

com as mais nobres famílias. Essa união foi o casamento de duas

inteligências e abriu a Saint-Yves novas perspectivas, sobretudo porque a

condessa Keller, receando a desigualdade de condições sociais entre

ambos, conseguiu que o Papa lhe concedesse o título de Marquês de

Alveydre em 1880.

     O Marquês Saint-Yves, finalmente, iria realizar seus sonhos. A fortuna

da mulher e o brilhante círculo de relações de ambos permitiram-lhe

encarar o futuro com otimismo; as condições favoráveis de trabalho

fizeram o resto. Saint-Yves instalou-se em um luxuoso hotel particular da

rua Vernet, em Paris.

     Iniciando sua jornada literária quis mostrar às populações bretanhas

que o mar era uma fonte de riquezas agrícolas, industriais e comerciais.

Desenvolvendo a indústria das algas marinhas, descobriu mais de 30

aplicações das plantas marinhas.

     Em 1882 escreveu: Missão dos Soberanos e Missão dos Operários. Na

Missão dos Soberanos apresenta de forma inédita seus conceitos

sociológicos através da sua idéia de Sinarquismo. Esta Missão era

dedicada à história da era cristã e pretendia mostrar os defeitos da

usurpação do temporal pelo espiritual. Aos olhos de Saint-Yves, a

vontade popular traduz apenas os sentimentos e as reações instintivas da

massa social. Em oposição a isso, a Autoridade, semelhante à

consciência humana, faz eco dos princípios eternos da razão: sugere,

mas não obriga.

     Finalmente, o poder é aquilo que os romanos chamavam o 'Imperium',

isto é, a balança da justiça e do gládio que fere. O poder não deve ser

confundido com Autoridade, que é só espiritual e não material.

     Saint-Yves propõe a forma ideal de governo a que ele denomina

Sinárquico — de harmonia com os princípios eternos pretende substituir

a oposição do Poder e da Autoridade pela síntese dos dois. Para acabar

com o estado em que se encontra a Europa, que considerava uma

anarquia, propõe a Sinarquia: 'Há que se constituir acima das nossas

nações, dos nossos governos, qualquer que seja a forma, um governo

geral, puramente científico, emanado das nossas próprias nações, que

consagre tudo o que constitui a sua vida interior'.

     Curiosamente, a Missão dos Soberanos apresentava-se como uma

obra anônima. A crítica virulenta do papado e a feroz análise do reino de

Napoleão fizeram com que a obra fosse atribuída aos soberanos

protestantes da Europa do Norte. Julgaram-na até da autoria do Rei da

Suécia.

     A Missão dos Operários, publicada quase ao mesmo tempo, vinha

assinada por Saint-Yves, o que esclareceu os especuladores. Esta nova

Missão teve um sucesso imediato e foi editada quatro vezes e ainda hoje

pode ser lida com interesse.

     Em suas críticas, denuncia o Estado enquanto oligarquia incompetente

em matéria econômica enquanto, simultaneamente, é despótico e

impotente. Acreditava que a política da época não era uma ciência e sim

um empirismo colocado simplesmente a serviço dos próprios interesses

dos políticos. Para isso combater, preconizava a solução sinárquica

através de conselhos e de câmaras ternárias.

     A Missão dos Judeus, publicada em 1884, é considerada a obra-prima

de Saint-Yves. Nela ele exibe maior erudição, e põe em evidência aquilo

que levou a usurpação da autoridade pelo Poder, isto é, o cesarismo.

Dedicou-se aos sábios talmudistas, aos cabalistas e aos essenianos.

Nesta Missão, trata do período da Antigüidade até a dispersão dos judeus

no século II da nossa era. Também faz incursões na história moderna e

considerações de ordem geral, constatando e explicando historicamente

o divórcio da autoridade e do poder e conclui, como era de esperar, com

o advento da Sinarquia, vinte vezes tentado, sempre traído, mas impondo-

se finalmente.

     Nesta obra Saint-Yves quis abarcar tudo: explica os mistérios das

quatro ordens da ciência: fisiogonia, cosmogonia, androgonia e teogonia.

Defende a teoria de que os antigos já possuíam os conhecimentos que

temos hoje: eletricidade, fotografia, ótica, minera-logia, química,

magnetismo, telegrafia, fisiologia, astronomia e outras. Disserta sobre a

diversidade das raças humanas, dos druidas, do Ciclo de Ram, de Moisés,

Zaratustra, Faraó Amon, Jesus, Nabucodonosor, das instituições do

império Romano e até da Ordem dos Templários, que julgava ser um dos

únicos centros cristãos que se dedicou a uma reflexão profunda sobre a

organização do mundo. Termina, confiando aos judeus a missão de

operar um renascimento que conduza à instauração definitiva da

Sinarquia. Esta obra volumosa é a melhor exposição da Sinarquia

histórica e assinala também a passagem de Saint-Yves para o Iluminismo,

o que será concretizado nas suas obras seguintes. A Missão dos Judeus

falava também do Oriente e do Extremo Oriente, da China, da Índia, do

Japão e, essencialmente, de territórios referidos na Bíblia.

     La France Vraie, escrita em 1887, em 22 volumes, era baseada nos

Arcanos maiores do Tarot, que completaram a sua teoria. Ele foi também

um continuador de Fabre d´Olivet, rescrevendo como ele, a história

humana a partir dos mitos e das etimologias. Conheceu, em 1887, um

sábio indiano, o Príncipe Hardjij Scharriff, de Bombaim, que foi à Paris

para visitar Saint-Yves. Nada transpirou acerca desse misterioso

personagem, além daquilo que conta Saint-Yves. Segundo este, o

Príncipe fora mandado pelo Governo Mundial Oculto e tinha por missão

revelar-lhe a existência de um mundo desconhecido: AGaRTha, que

seria uma Cidade Iniciática subterrânea onde estaria a Igreja Primitiva

conservada, e um centro científico moderno e de todas as ciências

espirituais, uma vez que lá estariam armazenados, há séculos, todos

conhecimentos. Sua situação geográfica era um segredo que Saint-Yves

não revela. Talvez fosse uma alegoria ou simbolismo.

     Após este acontecimento, Saint-Yves iniciou no mesmo ano a redação

da sua Missão da Índia na Europa, que tinha a seguinte dedicatória: 'Ao

Soberano Pontífice que ostenta a Tiara de Sete Coroas, ao Brâhatmah

atual'.

     Também escreveu em 1907 Teogonia dos Patriarcas, Missão da Europa

na Ásia , A Questão do Mahatma. Através delas divulgava as revelações

que lhe fizera o Príncipe Indiano, o qual, depois de sua viagem à Europa,

se tornou um Brahatmah.

       Na Missão da Índia pede à AGaRTha que se revele. A obra é também

de caráter profético e nela diz aos europeus: 'Se não realizardes a

Sinarquia, vejo a vossa civilização judaico-cristã eclipsada dentro de um

século, a vossa supremacia brutal para sempre aniquilada por um

renascimento incrível da Ásia inteira, ressuscitada, de pé, sábia e armada

dos pés a cabeça'. Esclarece ainda que esta Ásia, a quem não soubermos

dar a mão, teria projetos de justiça e cumpriria sem nós, contra a nossa

vontade, as promessas sociais dos abrâmidas, de Moisés, de Cristo e de

todos os cabalistas cristãos. O remédio que ele propunha era a Sinarquia,

lei histórica da Humanidade e já demostrada nas Missões precedentes.

     Saint-Yves, no seu epílogo, confessa que talvez o tomem por louco ou

mistifcador, mas para além da Letra, esses textos encerram uma

mensagem que veio a ser confirmada em muitos pontos, escrita que foi

há mais de 100 anos.

     Ignora-se porque Saint-Yves mandou destruir a sua Missão na Índia

logo após sua publicação. Apresentou como justificativa o fato de as

autoridades superiores lhe haverem ordenado que não divulgasse certos

segredos, por serem muito perigosos. Porém, escapou um exemplar que

ficou com Alexandre Keller, um filho do primeiro casamento da condessa

Keller. Logo após a morte de Saint-Yves esse exemplar foi entregue ao

editor Dorbon Ainé, que, em 1910, publicou-o novamente.

     Contudo, durante a ocupação alemã na França, na Segunda Guerra

Mundial, os nazistas mandaram procurar todos os exemplares e os

destruíram. Isto foi incompreensível, uma vez que a obra não era ameaça

para ninguém...

     No fim de sua vida, Saint-Yves passou novamente por dificuldades

financeiras, pois não soube gerir a fortuna da mulher. Em 1893 viu-se

obrigado a trocar o Palacete da R. Vernet por uma casa mais modesta em

Versalhes. Pouco tempo depois enviuvou, transformou o quarto da

mulher em uma câmara ardente onde ia constantemente comunicar-se

com sua alma.

     Um de seus discípulos, Barlet, escreveu: 'Este gênero de comunicação

nada tinha em comum com o espiritismo, o qual sempre condenou suas

práticas através das suas doutrinas. Ele não tinha nenhuma faculdade

mediúnica e não se servia de nenhum médium: as suas cerimônias,

bastante sagradas, eram de um mundo completamente diferente'. Esses,

atos, suas experiências de desdobramento, faziam parte de um saber

secreto que Saint-Yves nunca quis divulgar. Ele afirmava: 'Se publicasse

tudo aquilo que sei, integralmente, metade dos habitantes de Paris

ficariam loucos, a outra metade histérica'.

     Foi a alma de sua mulher, durante seus contatos, que lhe inspirou a

idéia do Arqueômetro, o instrumento de precisão das altas ciências e das

artes correspondentes, o seu transferidor cosmométrico, a sua bitola

cosmológica, o seu regulador e o seu revelador homológico. O

Arqueômetro devia assegurar a arquitecnia — síntese das possibilidades

religiosas, científicas e estéticas do homem. Este instrumento é um

círculo dividido em zonas concêntricas e em triângulos, onde Letras do

hebraico, do sânscrito e do vattan, números, notas musicais, cores e

sinais astrológicos formavam combinações que permitiam aos músicos,

pintores, arquitetos, poetas, fazerem criações exprimindo o ideal perfeito

da Humanidade.

     Nele Saint-Yves explicou a forma de realizar a estrutura musical de

uma catedral ou a arquitetura falante de um canto. Esta obra, que o

consagrou, era precedida de uma androgonia, a história da formação do

homem. Foi originariamente publicada em 1911. Saint-Yves obteve a

patente de invenção do Arqueômetro em 26 de junho de 1903.

     Após sua morte, em 1909, foi enterrado perto do túmulo de sua mulher,

em Versalhes, num túmulo construído através do Arqueômetro. Barlet,

então o Grão Mestre da Rosa Cruz Cabalista, disse: 'Saint-Yves estará

sempre conosco para nos inspirar e nos guiar. Não se trata de uma

alusão aos procedimentos espíritas de comunicação com as almas dos

mortos, mas de uma presença mental. Tenho os motivos mais sérios e o

dever de afirmar que a alma de Saint-Yves repousa em paz em uma região

inacessível à nós, e que toda evocação desta alma, verdadeira profanação

segundo as suas próprias teorias, teria, sobretudo, o efeito de perturbar

perigosamente a do evocador'.

     Saint-Yves deixou também algumas obras sem valor histórico: Odes,

obra em versos, um Poema da Rainha, uma Epopéia Russa sobre o

Imperador Alexandre III, uma Joana d´Arc vitoriosa e outras.

     Foi fundador, em Paris, do Instituto Internacional de Altos Estudos;

Papus o considerava o seu mestre intelectual, tanto que, em sua

homenagem, fundou a Sociedade 'Os amigos de Saint-Yves'.

 

         No Arqueômetro de Saint-Yves, o mesmo círculo de 360º apresenta uma

dupla escala de números e inclui as relações de cores e de formas, como também

contém as notas musicais e as Letras dos antigos Alfabetos Sagrados, tudo

perfeitamente relacionado e harmonicamente distribuído. O Arqueômetro pode ser

assim resumidamente descrito: 1º) um duplo círculo de 360º evoluindo cada qual

em sentido inverso, de tal sorte que: 3 representa o Verbum, 6 o Espírito Santo

e 360 o Universo; 2º) uma zona dodecagonal fixa denominada Zodíaco das

Letras Modais, que está dividida em partes iguais, cada uma de 30º. Cada

duodécimo encerra sua Letra morfológica e o número tradicional desta Letra em

uma moldura desenhada com uma cor específica (arqueométrica) correspondente;

3º) uma área mobilizável denominada Planetário das Letras formada por XII

Ângulos, IV Triângulos Eqüiláteros, XII Letras, XII Números, XII Cores e XII Notas. O

Triângulo formado pelas Letras IShO é o Triângulo do Verbum (IPhO); 4º) uma

faixa zodiacal fixa (rosa) contendo os doze signos derivados das XII Letras

zodiacais; 5º) uma coroa azulada planetária astral mobilizável com seus VII signos

diatônicos astrais (cinco destes signos são repetidos). Os (VII + V) signos são:

Saturno (345/15), Lua (165/195), Vênus noturno (75/285), Marte noturno

(255/105), Saturno diurno (315/45), Sol (135/225), Júpiter diurno (15/345),

Mercúrio noturno (195/165), Marte diurno (45/315), Vênus diurno (225/135),

Júpiter noturno (28/75) e Mercúrio diurno (105/255). Os estudantes de Astrologia

observarão discrepâncias em seis domicílios. Logo, adverte-se: a Astrologia

Arqueométrica não é exotérica. Mais adiante, será observado, também, que a

divisão das XXII Letras não segue exatamente a tradição hebraica. Deve-se ter

sempre presente que o Alfabeto arqueométrico é o vattan, uma das mais antigas

línguas que compõem as Línguas da Cidade ou Civilização Divina: Devanagari.

Onde terá se inspirado o bondoso Santo Agostinho para escrever A Cidade de

Deus? Logo, ainda que as transliterações sejam plausíveis, e, efetivamente,

tenham acontecido ao longo do tempo, os valores numéricos totais das Letras-

mães, duplas e simples do Alfabeto Hebraico, não coincidem com os das Letras

Construtivas (ou Constitutivas), Evolutivas e Involutivas do Arqueômetro, isto

porque os três grupos de 3, 7 e 12 Letras não são iguais. Por isso, da mesma

maneira, a Astrologia Arqueométrica difere da astrologia veiculada publicamente.

Os Patriarcas da Antigüidade detinham uma Sabedoria (ShOPhIa) que continua,

de certa forma, preservada e oculta da mera curiosidade distraída e mesquinha

dos profanos e dos desmerecedores. É por isso, por exemplo, que os segredos e

mistérios que envolvem a (construção da) Pirâmide de Kheops, ainda estão por ser

desvendados. Esta Pirâmide, construída no Planalto de Gizé, em nenhum

momento serviu de jazigo para qualquer faraó de nenhuma dinastia. Era,

realmente, um sítio iniciático, cujo Local de Sagração era a Câmara do Rei. O

Sarcófago que lá ainda se encontra simboliza a Matriz da Natureza (o princípio

feminino) e a ressurreição iniciática ou regeneração. Foi naquele local sagrado

(tornado santo pela santidade do acontecimento e pela conduta dos que ali se

encontravam) que José recebeu sua Iniciação derradeira e se tornou JHESU – o

DIVINO AMeN, a Rosa Cósmica da Era de Peixes. Agora, o que há de simbólico

em tudo isso é uma tarefa que só poderá ser compreendida e realizada

individualmente. Também, por outro lado, confundir Astrologia com astromancia é

um engano insidioso. Nesse sentido, Platão não pode ser simplesmente lido ou

interpretado. Deve ser compreendido. Foi, como advertiu Raymond Bernard, um

Transmissor Divino no sentido mais sagrado do termo. Na realidade, como

explicitou Helena Blavatsky na sua Doutrina Secreta, a Humanidade e as Estrelas

estão indissoluvelmente unidas entre si, em razão das ‘Inteligências’ que

governam estas últimas. Veladamente, em A República e em obras subseqüentes,

Platão fez a mesma advertência. Fica ainda a pergunta: será o Zodíaco

contemporâneo o mesmo dos antigos? Os sacerdotes egípcios da Antigüidade (e

os hindus modernos) possuíam e utilizavam o Zodíaco Asura-Maya atlante. Logo, à

pergunta anteriormente formulada só se pode responder negativamente; 6º) uma

pequena área formada por XII Ângulos de IV Triângulos Eqüiláteros, que se cruzam

regularmente sob o Triângulo Gerador e Metrológico; e 7º) um círculo central

(Centro Solar) que encerra um Pentagrama Musical, uma Nota (Mi) no centro

comum, uma Letra Adâmica Ressurgente em forma de semicírculo (que preside

todo centro luminoso e crístico: I-NRI, I-Na-Ra e I-Na-Ra-Ya), V Linhas e XII Raios

Brancos que formam VI Diâmetros Brancos que passam pelo Centro, todos a 30º

um do outro sobre o círculo (30º x 12 = 360º). O Raio Branco horizontal forma

(representa) a Letra Adâmica (morfológica) A (—) equivalente, por

transliteração,ao ALeF hebraico.

 

Figura 3: INRI

Rosicrucian Brotherhood 

 

Figura 4: Early Rosicrucian and Occult Symbolism

Rosicrucian Brotherhood

         O estudo aprofundado e metódico do Arqueômetro de Saint-Yves D’Alveydre,

lenta e progressivamente, como o próprio autor-iniciado asseverou, acabará

levando o postulante a reintegrar as altas ciências e as artes correspondentes em

seu princípio único universal, em sua mútua concordância e em sua síntese

sinárquica. Tudo é Unidade, ainda que esta Unidade se manifeste pela

multiplicidade.

         A subdivisão aritmológica das XXII Letras do Arqueômetro (vattan) não

acompanha, conforme já afirmado, a esquematização alfabética hebraica, já que

D’Alveydre serviu-se para a estruturação deste útil, de um conhecimento anterior

e mais arcaico do que a tradição judaica. De passagem, acresce notar que a fonte

dos conhecimentos cabalísticos não teve suas origens entre os judeus, mas sim

entre os caldeus e os egípcios. Contudo, a verdadeira fonte da arqueometria

(cabalística) cósmica é muito mais antiga. Tornou-se manifesta para e por

intermédio da Terceira Raça-Raiz. Há, todavia, uma correlação entre o Alfabeto

vattan (adâmico) e os Alfabetos sânscrito, astral, hebraico, caldeu, assírio, siríaco

(aramaico) e samaritano. E, é possível transliterá-lo, por exemplo, para os

Alfabetos grego e latino. Nesse sentido, três Letras são Constitutivas (ou

Construtivas), e estão associadas à Tríplice Potência Divina constitutiva do

Universo. São elas A, S e Th. Sete são Evolutivas (ou Planetárias), ou melhor, seis

são Planetárias evoluindo em torno de uma Solar, aspecto arqueométrico que

judeus e gregos desconheciam. Estas sete Letras são: B, G, D, C, N, Tz e Sh

(Solar). As doze Letras Involutivas (ou Zodiacais) são: E, V, Z, H, T, Y, L, M, W,

P, K e R. Os valores aritmológicos (externos) das três Letras Constitutivas são 1,

60 e 400, cuja soma é igual a 461, correspondente às Letras D, V e A, que

formam a palavra DeVA – a Divindade no interior de cada ente. As Sete

Evolutivas produzem o número 469, originando a palavra DeVaTâ, que significa

condicionalidade divina, ou seja, conjunto de Leis Cósmicas (harmônicas e

orgânicas) de evolução (reintegração). Os Senhores e Guardiães funcionais destas

Leis são os ALHIM. As doze Letras Involutivas fazem surdir o número 565, que

conduz à palavra EVE – a VIDA ABSOLUTA. Ou como está assinalado no Genesis

III, 20: mãe de toda vida.

         A soma da evolução (469) conduz à Letra-régia I (Y ou J), vale dizer, 4 + 6 +

9 —› 19 e 19 —› 1 + 9 = 10. Esta Letra, posicionada antes da palavra obtida pela

soma dos valores das Letras Involutivas, gera o já revisitado Santo Nome IEVE.

Uma outra forma de se perceber isto é pela seguinte operação matemática: 565 –›

10 x 56,5 –› IEVE, ou 56,5 x 10 –› EVEI. Este é o Criterium do Sarçal Ardente. Eu,

a Vida Absoluta. Eu Sou a Vida Absoluta. Eu Sou o ALeF e o TaV. Eu Sou a

AMaTh. Eu Sou a Razão Constitutiva do Universo, Seu Verbo armado de

todas as Suas Potências Criadoras e Conservadoras. ATh, em sânscrito,

significa espírito constitutivo, alma, razão vivente. Sob outra visada, IEVE (IHOH)

tem por cifra aritmológica o número 26, que em vattan e em veda produz CO, e

em sânscrito CV –› CaVi, o Criador por seu Verbo. Já o íntimo de 26 é 13, número

que reflete o Amor Universal (1 + 12), e está associado às Letras AG (1, 3), que

em veda fazem aparecer a palavra AGNI: NOSSO DEUS É UM FOGO

DEVORADOR.

 

Figura 5: O Arqueômetro Saint-Yves D’Alveydre

 

         Este saber remete ao enigma do número de combinações das vinte e duas

Letras, duas a duas sem permutação, que autorizam a construção de uma

progressão aritmética formada de 7 triângulos eqüiláteros, nos quais o menor

contém seis pares de Letras e o maior sessenta. O número total de combinações

está de acordo com a fórmula matemática N = n(n – 1)/2 e é igual a 231. Segue

daí, que há duzentas e trinta e uma formações, e que toda criatura e toda palavra

emanaram (e continuam a emanar) de um NOME. Apenas as fraternidades

iniciáticas autênticas e tradicionais conhecem esta chave. A isto se pode

acrescentar que 3, 4 e 7 são os números sagrados da LUZ, da VIDA e da UNIÃO.

De qualquer modo, as representações mais simples das forças dinâmicas em

operação no Universo estão registradas no mais sagrado dos iantras herméticos,

cujo entendimento Michael Maier expressou em Atalanta Fugiens da seguinte

forma: Do homem e da mulher faze um círculo, e deste um quadrado, em

seguida um triângulo, e ainda um outro círculo, e terás a Pedra Filosofal.

Negra, Branca e Vermelha. E, segundo ensinou Helena Blavatsky, as esferas de

ação das Forças combinadas da Evolução (Reintegração) do Karma são:

Numenal, Espiritual, Psíquica, Astro-etérea, Subastral, Vital e Física. Deve

ser considerado, ainda, que o valor aritmológico da Letra S (SaMeK) é igual ao

valor oculto da Letra Sh (ShIN), e que o valor externo de Th (TaV), como se viu, é

homólogo dos valores externos das Letras D (DaLeT) e M (MeM), expresso na

última dimensão para aquela Letra. E assim, os antigos patriarcas, Zoroastro e os

Cabalistas hebreus mantiveram a unidade da Lei que regula a Arqueometria

Universal. Deve ser ainda observado que o valor secreto do número 13 é 91. Sua

adição é equivalente a 10, e sua redução conduz ao número 1. Treze representa e

simboliza, também, JHESU e os DOZE Apóstolos. No domínio do Tarô (iniciático)

13 é a morte que conduz à Vida. Simboliza a transmutação do homem velho no

Homem Novo. O símbolo supremo desta Alquimia é o sarcófago iniciático

existente na Câmara do Rei da Grande Pirâmide do Planalto de Gizé. E três são os

dias... E três são as noites...

         A adição e posterior redução das três Letras Construtivas levam ao número

2. O alto significado deste número pode também recordar o conceito de

dualidade cósmica e o simbolismo das duas colunas do templo – Jakim e Bohas

– estando eternizado na existência do Segundo UM. Faz, outrotanto, pensar na

atualidade andrógina cósmica e nos dois pontos da TETRACTYS. E não se pode

esquecer de que BET é a Letra que dá início ao Genesis e ao Evangelho Joanita.

BRAShITh (B RAShITh). Talvez, e apenas talvez, se possa chegar também a

algumas conclusões arqueométricas, refletindo sobre a palavra, ABRACADABRA

se escrita ABRACaDaBRA. Mas é preciso alertar: todo cuidado é pouco com o

reverso da medalha. Por outro lado, este vocábulo transliterado para o grego está

associado, entre outros, aos números 36, 66, 111 e 666, como também ao SOL e

ao seu Quadrado (Quadro) Mágico. Relacionar Pitágoras (K-H) aos teósofos

pagãos da Antigüidade torna-se, assim, uma insubstituível necessidade, pois, o

Triângulo Retângulo pitagórico e o Triângulo Mágico derivado das onze Letras da

palavra ABRACADABRA estão intimamente conjugados, já que 600 + 66 = 666.

Ainda se pode acrescer que 666 também é o resultado da multiplicação de 111

(valor pleno da Letra ALeF e, concomitantemente, constante do Quadrado Mágico

do Sol) por 6. Daí a enigmática sentença de Pitágoras: Não fales contra o Sol. O

próprio resultado da divisão de 111 por 3 oculta uma Lei Esotérica ainda por ser

compreendida. Se, sob uma visada, 666 corresponde ao número que o Evangelista

atribuiu à besta, por outra equivale ao peso de talentos de ouro que Salomão

recebia todos os anos (79Au—197 = 100%), conforme está registrado no Terceiro

Livro dos Reis X, 14. Uma observação: os químicos talvez nunca tenham percebido

o segredo alquímico contido no triplo fato de o ouro não possuir isótopos, de ter

79 prótons e de seu número de massa ser igual a 197 (1 + 9 + 7 = 17). Enfim, as

adições e reduções dos números atômicos e de massa do ouro produzem os

números 16, 7, 17 e 8, que, concomitantemente, remetem às Letras

arqueométricas transliteradas W, Z, Ph e H. Há, por outro lado, o fato de o

número de nêutrons, por redução, ser igual a 1. Também, não passa impercebido

ao Alquimista, que as três primeiras Letras da transliteração latina da palavra ouro

(AURum) formam AUR, que, em hebraico, significa luz, ou seja, o encontro da

potência criadora ALeF com seu receptáculo cósmico RESh, tendo VAV como

gancho. Coroa sobre Cabeça. Esta luz – que é LLUZ – está no interior do homem

e é, simbolicamente, equivalente ao Sangue do Cordeiro. Este – o homem – por se

opor a recebê-La continua como besta atuando no tempo e na ilusão. Por isso,

disse João (I, 5): A Luz brilha nas trevas, mas as trevas não a recebem

[porque não a compreendem]. OURO, LLUZ e SANGUE são, simbolicamente, uma

só e a mesma coisa. As manifestações autoconscientes da Consciência Cósmica

podem ser distintas, mas o SANGUE é o mesmo. Exclusivamente pela Alquimia

Interior, ser e SER reunificar-se-ão e terão consciência desta reunificação. Este é o

sentido da palavra reintegração, que é, a um só tempo, Iniciática, KaBaLística e

Alquímica. Deve-se ter em mente que o controle de qualidade final da Alquimia

Operativa (KaBaLa é Alquimia e Alquimia é KaBaLa), processa-se pela

transmutação de um leproso (chumbo ou zinco, por exemplo) em ouro. A Pedra

Filosofal (Pó de Projeção) só era considerada perfeita se o resultado da arte era

adequado. De passagem: os adeptos jamais se preocuparam em produzir ouro

para enriquecimento pessoal. A meta primordial era (e é) a produção da Medicina

Universal. Eventualmente produziam lâmpadas que irradiam a Luz Inextinguível.

Mas, a verdade inconteste é que a Alquimia (Transcendental), ao mesmo tempo,

representa Regeneração, Reintegração e Illuminação. E assim, quando o ser

compreender o significado da operação matemática 3 x 7 = 21, estará apto a

perceber e realizar a exatidão cósmica do produto 7 x 7. Estes últimos

comentários remetem ao número 777 e novamente à Palavra Teosófica

OEAOHOO(E). 

         Continuando. A soma dos valores externos das XXII Letras (qualquer que

seja o Alfabeto considerado, desde que formado por vinte e duas Letras e que seja

iniciático ou psíquico) conduz ao número 1495 (cuja redução produz o número 1

— as DEZENOVE PALAVRAS), correspondente à ADTH - o Ser Indivisível, enfim,

AD-i-TI (ou AD-iTI), a Luz Primordial, a Akâsha do mundo fenomenal. Chama-se

atenção para o fato de que o primeiro valor oculto da Letra HE é equivalente ao

valor aritmológico da Letra IOD. Daí a conversão de ADTH em ADiTI. Sob outro

ângulo, em sânscrito, AD significa o primeiro e AD-I era o nome da primeira raça

humana daquela Ronda. E, em aramaico, AD-AD simboliza o ÚNICO UM,

incomparável e sem formas. Uma breve referência deve, novamente, ser feita à

palavra AD-aM (derivada da palavra sânscrita ADa-NaTh), cujo significado

remete aos conceitos de unidade-universalidade, ou ainda, indivisibilidade

do conjunto. A palavra aM, além do sentido anteriormente referido, também

pode representar adoração, sair de si. Em árabe, aM está vinculada aos conceitos

de maternidade, matriz e Potência da Emanação. Do sânscrito, ainda, tem-se:

aMRa (o amor, como atração divina e a imortalidade); RâMa (a graça, a

efervescência, a voluptuosidade, a exaltação, a sublimidade, todo ato admirável

gerado pelo Amor); e RA (o desejo, o movimento, a rapidez, o Fogo, o calor).

Voltando ao número 1495, se o mesmo é escrito da forma [(14) (95)], isto leva

ao entendimento esotérico (5)—(5), ou ainda, HE-HE, que faz recordar o conceito

aramaico AD-AD, isto é [(1 + 4) (1 + 4)]. Considerar, enfim, IHOH como UM (ou

a expressão do UM), é a Verdade a ser colhida IN CORDE, pois, o duplo Universo

só pode ser um, só pode ser finito, mas, obrigatoriamente, é ilimitado. Sob um

olhar estritamente científico, esta percepção deverá associar as Teorias da

Relatividade e do Estado Constante, ainda que ambas sejam insuficientes para

explicar exatamente a cosmogênese e a própria estrutura do Universo. A

compreensão integral só poderá ocorrer se e quando o ser se tornar uno com o

SER, e para isto é necessário abrir e ultrapassar a QÜINQUAGÉSIMA PORTA.

Mas, acredito que a ilusão jamais será inteiramente ultrapassada.

         Esta incompleta e sumaríssima pesquisa não poderia ser concluída sem uma

breve referência ao Triângulo do Verbo, de JHESU, formado,

arqueometricamente, pelas Letras Y, Ph e O. Adverte-se, preliminarmente, que

Sh é a Letra Planetária da Zodiacal Ph. E assim, Sh (300) é a Letra planetária de

JHESU (mas que possui valor pleno 360). Logo, IPhO é equivalente a IShO. I-

PhO, Verbo do Absoluto; I-ShO, JHESU. A Letra I (Y, J) é a Letra-Régia do Sistema

Arqueométrico dos Antigos Patriarcas e de seus Alfabetos solares e solares-

lunares. Seu número é 10; sua cor, o azul; seu signo zodiacal, Virgem; seu planeta,

Mercúrio. A Letra Ph (P) corresponde à Potência de Deus em Ato pelo Verbum.

(Este sagrado conceito esotérico-iniciático não é aristotélico em nenhum sentido

que se possa presumir). Seu número é 80; sua cor, o amarelo; seu signo zodiacal,

Capricórnio; e seu planeta, Saturno noturno. A Letra O (V) é a terceira do Nome

IHOH (IEVE); é, igualmente, a terceira dos Nomes de JHESU VERBUM, IPhO –

IShO e, também, é a segunda Letra dos Nomes do Santo Espírito instrumental do

Verbo, ROuaH-ALHIM – a potência coletiva, criadora e conservadora. Seu número

é 6; sua cor, o vermelho; seu signo zodiacal, Touro; seu planeta é Vênus diurno. A

Letra planetária Sh corresponde à Potência Régia do Filho. Sua cor é o amarelo;

seu signo noturno, o Capricórnio; seu planeta, Saturno; e seu número, como

antecipado, é 300. Uma referência também pode ser feita quanto à palavra VaN,

a onda sonora aritmológica constitutiva de todas as coisas. Observe-se que 6 (V)

multiplicado por 50 (N) é igual a 300 (Sh).

         Unindo-se Ph = 80 e Sh = 300 obtém-se 380 – SheMaM – o Supremo Sinal,

o Ângulo Norte no céu da glória do Verbo e de sua Palavra. Multiplicando-se 80 por

300 encontra-se 24000, que representa o número de anos de um ciclo harmônico

dos Antigos Colégios Iniciáticos da Ásia; e o Sábado pode indiferentemente durar

24 horas ou (esotericamente) 24000 anos. Cabe acrescentar que o vocábulo

hebreu YOShePh simboliza a esfera luminosa da Divindade. É o Livro da Luz

mostrado psiquicamente a Moisés na Montanha. Esta palavra remete ao

vocábulo SheMAH-IM e ao número 396, número representativo da SABEDORIA

CÓSMICA latente em todos os seres. DECIFRA-ME, OU TE DEVORAREI. É

interessante recordar, também, que IShO está relacionada com as palavras

MAeTATRON, ShADAI e  ShVa-DHA, todas possuindo valor aritmológico igual a

316. Neste sentido, arqueometricamente, JHESU deve ser compreendido como

JeShU (10 + 300 + 6 = 316 –› 1). E IPhO tem valor aritmológico igual a 96. Aqui

cabe a seguinte divisão: 96 ÷ 2 = 48. A Alta Ciência Esotérica sabe que 48 Leis

governam a Terra, enquanto 96 regem a Lua. 48 + 96 = 144. 144 é, outrossim, o

número de elementos universais. E, como consta do Livro da Revelação XXI, 17:

Mediu também [o muro da cidade[ até cento e quarenta e quatro côvados,

medida de homem, que era a do anjo. A adição de 144 dá 9 – o grande

algarismo divino. 396 também por redução é igual a 9. E um ciclo total de vida é

regido pelo número 144, que lembra 1440 (AThMa), que gera 144000. Livro da

Revelação! 144000 eleitos! Todavia, todos são eleitos! Entretanto, ELEITOS

são aqueles que ousam! Ai dos tímidos! Portanto, serviço! Na Sétima Raça Raiz!

Há, todavia, uma fórmula que entronizará o ser, abreviando as lutas, os

sofrimentos e as trevas. Ela está explicitada em João XIV, 6: Eu sou o Caminho,

a Verdade e a Vida. Não o verbalizador; mas AQUELE que se pronunciou

através de Quem verbalizou: o CRESTOS CÓSMICO. Esta fórmula mística está

resumida nos três primeiros Arcanos Maiores do Tarô: a) o Arcano da

Espontaneidade Mística (o Mago); b) o Arcano da Gnose (a Papisa); e c) o Arcano

da Magia Sagrada (a Imperatriz). Mas a compreensão mais hermética está oculta

na justa compreensão da Décima Terceira Lâmina do Tarô. É morrendo que o ser

nasce para a Vida. E a Vida não pode ser conhecida pela vida, apenas na e pela

morte, que, neste sentido, é Morte (iniciática). Assim, Morte e Vida são uma só

e a mesma coisa. Ressurreição Iniciática.

        Os outros triângulos arqueométricos são os de Maria (MaRiHâ), dos Anjos

Santos e do Cordeiro (ou Carneiro).

        Há uma última informação a ser pensada. É a Lei Arqueométrica de Pi: 22 : 7

= 3,142857. Ao se multiplicar 0,1428 por 22 encontra-se 3,1416. Os números 22 e

7 estão arqueometricamente associados às XXII Letras adâmicas e às sete Letras

Evolutivas (seis planetárias e uma solar, Sh). E o repetidor 142857 é o Número da

Eterna Evolução do Cosmo Ilimitado. AUM... AUM... AUM... AUM... AUM...

AUM... Fiat Lux (IHI AUR).

 

* * * * * * *

 

ÚLTIMAS PALAVRAS

 

         Os ocultistas, teósofos e iniciados em fraternidades autênticas sabem que

existe um grande e incomunicável ARCANO perpetuado nas Letras do Tetragrama

Sagrado (SheMa = 340, formado de quatro Letras e oculto na TETRACTYS, que

só pode ser decifrado quando convertido em setenário, e quando for

compreendido o sentido esotérico da Letra TaV), nas palavras AZOTh e INRI,

bem assim no Monograma do Cristo. Quem o descobre é forçado a se calar. No

Gênesis III, 5, simbolicamente, há uma referência a essa ciência absoluta quando

a serpente disse ao primitivo casal: No dia em que comerdes do fruto da

árvore que está no meio do Paraíso, sereis como deuses, conhecendo o

bem e o mal.

       O que Saint-Yves não pôde fazer foi revelar a PALAVRA INEFÁVEL, agora

perdida(?). Mal-aventurado será aquele que, conhecendo, passar o VERBUM

DIMISSUM. Não pôde, em termos. Velada, discretamente, a PALAVRA que não é

palavra aparece no seu Arqueômetro, mas só se torna visível para os olhos do

buscador sincero, daquele que aprendeu a morrer. Todavia, em reverência à

verdade, deve ser alertado que o acesso ao VERBUM só poderá acontecer

interiormente, no SANCTUM SANCTORUM de cada ser singular. Para ter ingresso

no CASTELO são necessários vontade, trabalho e mérito. O conhecimento teórico

é inútil se o coração não estiver preparado. Mas, quando o coração estiver pronto

este conhecimento transmutar-se-á em Sabedoria (ShOPhIa). A Luz será

transmutada em Água. Este é o sentido iniciático da SENDA CARDÍACA

MARTINISTA... Este é o significado simbólico da invocação rosacruz DEUS DE

MEU CORAÇÃO... Este é o significado simbólico das 42 LEIS DE MAAT... Enfim, o

Arqueômetro é um Hino Cósmico em louvor da PALAVRA PERDIDA, a ser

encontrada e realizada pelo Homem do Desejo, que tem sede e fome de Deus, de

Unidade e de Luz. O Princípio é o Verbo, e o Verbo é o ATh dos ALHIM. No silêncio

e pelo silêncio todos os seres haverão de reencontrar o VERBUM

INENARRABILE. Pois, que o silêncio se faça! No silêncio interior... No coração...

Como bem disse Rudolf Steiner, todas as consciências individuais

[imperdíveis] constituirão um único todo, e a Consciência Cósmica será

uma Consciência de todas as consciências, ainda que permaneçam

muitas, pois é pelo fato de quererem ser uma Unidade sem serem

coagidas a formá-La [fiat voluntas mea], que chegarão a ser essa Unidade

[FIAT VOLUNTAS TUA].

       Como não poderia deixar de ser, o Arqueômetro é uma obra singularíssima, e,

como enfatizou o próprio autor, incompleta, cabendo a cada um que vier a estudá-

la, aprofundar as informações ali apresentadas, e, também, quando possível,

ampliá-las para uso pessoal e coletivo. Portanto, a finalidade primeira deste

rascunho é estimular a leitura do Arqueômetro. Antecipando-se em mais de meio

século à Era de Aquarius (5 de fevereiro de 1962), D’Alveydre brindou a

Humanidade com uma coletânea de informações Tradicionais e Arcanas,

mantidas, durante muito tempo secretas sob juramento de sigilo e segurança

máxima. A Era Pisciana, fundamentalmente negativa, deveria dormir (e dormiu)

no limbo da semiconsciência. Mas Saint-Yves foi autorizado a abrir o sacrário do

Cristicismo Esotérico desde sempre idêntico a si mesmo. Sob outra percepção,

Harvey Spencer Lewis fez o mesmo ao reinstalar, no início do século XX, a Ordem

Rosacruz (AMORC) nos Estados Unidos da América, que se constituiu na

continuação dos sonhos de Akhnaton e de Francis Bacon – A Nova Atlântida. E

Vicente Velado (Abade da Ordo Svmmvm Bonvm) deu continuidade ao trabalho

no âmbito da Ordem citada no final do século XX e, também, cumprindo um

compromisso com o Mestre Apis, fundador da Ordem de Maat (OM), de

continuar o trabalho de propagação da LLUZ.

        Possivelmente, um dos mais fantásticos desvelamentos de Saint-Yves foi a

revelação do Governo Oculto do Mundo. E, foi assim que uma ponta do véu que

encobria AGaRTha foi, pela primeira vez, levantada de maneira tão explícita e

precisa. Depois dele, smj, apenas a Raymond Bernard foi permitido revisitar esse

tema nas obras Encontros com o Insólito e Mansões Secretas da Rosacruz, nas

quais, entre outros segredos, fez referência, inclusive, ao ALTO CONSELHO, o A.

MAHA (O Sacrifício, a Oblação, a Grandeza do Amor). Este Governo, atendendo às

modificações lentas e progressivas das energias telúricas e às próprias condições

do mundo contemporâneo, não mais se encontra no Deserto de Gobi.

 

Fotografia 1: Raymond Bernard

       Como afirmou Saint-Yves D’Alveydre (ao discutir o Erro Triunfante), a razão

humana não tem, por si mesma, mais do que um valor de conjetura. A

Ciência e a Sabedoria [SOPhYa] não pertencem mais do que à Divindade,

e não se pode tomar conhecimento delas, senão segundo o grau [estado]

pessoal de receptividade. Nesse sentido, interpretando Saint-Yves, o Caminho

é (como se tem afirmado em outros trabalhos) Serviço... Renúncia (Sacrifício)...

Mérito... Ascensão... Reintegração... Comunhão. Só pela erradicação absoluta do

fiat voluntas mea o ser dançará na Luz e conquistará o privilégio de se fundir

assintoticamente com as Trevas Primordiais – o Fogo Negro de que fala o

ZOHaR, vale dizer, a LLUZ ABSOLUTA. E assim será. Saint-Yves soube trilhar

este percurso cristológico no sentido estrito do conceito iniciático a ele atribuído.

Esta referência é válida também para Raymond Bernard, como, indubitavelmente,

para H. S. Lewis, Mãe Menininha do Gantois, Dom Helder Câmara, Ralph M. Lewis,

Maria A. Moura, René Descartes, Christian Bernard, Iolanda Therezinha Marcier,

Aleister Crowley, Vicente Velado, Madre Teresa, Giordano Bruno, Nefertiti, Omar

Khayyam, Max Heindel, Jacob Boheme, Cacique Seattle, Victor Hugo, Gandhi,

Baruch Spinoza, Gary Lee Stewart, Fernando Pessoa, Augusta Foss Heindel,

Michael Mayer, Helena Petrovna Blavatsky, Gibran, Chico Xavier, João XXIII e

muitos outros.

 

Non-violence is the greatest force at the disposal of

mankind. It is mightier than the mightiest weapon

of destruction devised by the ingenuity of man.

Destruction is not the law of the humans. Man lives

freely by his readiness to die, if need be, at the

hands of his brother, never by killing him.

Every murder or other injury — no matter for what

cause — is a crime against humanity.

Mahatma Gandhi

 

         Neste percurso ofereceram o que puderam oferecer, todavia respeitando as

recomendações iniciáticas: A vós é permitido conhecer os mistérios do

Reino da Divindade; porém, aos que são de fora, todas essas coisas se

dizem por parábolas, para que, vendo, vejam e não percebam; e,

ouvindo, ouçam e não entendam, de sorte que não se convertam, e lhes

sejam perdoados os pecados (Evangelho de São Marcos, IV, 11 e 12). Esta

admoestação aparece preliminarmente em Mateus, VII, 6: Não deis aos cães as

coisas santas, nem lanceis aos porcos as vossas pérolas, para que não as

esmaguem com os pés, e, voltando-se contra vós, vos dilacerem. Por isso,

o verdadeiro significado dos mistérios não é conhecido fora das escolas iniciáticas.

Anaxágoras e Pitágoras foram perseguidos e quase mortos pelo populacho porque

fizeram referências públicas ao sagrado. O Imperador Juliano (Iniciado e Sacerdote

do SOL) foi morto por divulgar uma parte do mistério solar. E o Avatar que tem

por número OITOCENTOS E OITENTA E OITO (Ph final, Ph, Ch) foi crucificado

por ter desafiado conscientemente a via da esquerda. Todavia, aqueles que

transmitem estão conscientes do risco que correm. Pretendeu Saint-Yves, por

outro lado, quando soasse a hora querida e propícia, que suas pesquisas

arqueométricas fossem publicamente divulgadas. Seus amigos e discípulos –

Papus em especial – incumbiram-se desta impostergável e santa missão. Assim, o

Arqueômetro tornou-se patrimônio da Humanidade. Esta mesma Humanidade

haverá de compreender o sentido esotérico do antigo axioma cabalístico: A pedra

converte-se em planta, a planta em animal, o animal em homem, o

homem em Deus.

 

 

O HOMEM É DEUS

E FILHO DE DEUS.

NÃO HÁ OUTRO DEUS

SENÃO O HOMEM.

 

 

         As transformações sucessivas (reintegração) proporcionadas pelos ciclos da

necessidade e da retibuição pelas quais o homem tem passado, haverão de

conduzi-lo, centripetamente, NA ÚLTIMA RONDA — que ASSIM SEJA — para o

CENTRO no qual tudo tem origem. O bom combate alquímico a ser

permanentemente travado deve se orientar no sentido de transmutar a força

centrífuga, que impele o ser para o materialismo mais abjeto, em força centrípeta,

que o fundirá e amalgamará com AIN SOPh. Mas este Trabalho não pode

contemplar o egotismo. Recusar a fruição de se tornar um Dharmakâya

conservando o estado de Sambhogakâya em um corpo de Nirmânakâya é a

meta do VERDADEIRO INICIADO. Portanto, ainda que o Adepto tenha

conquistado o privilégio de alcançar e permanecer no Nirvâna, por amor à

Humanidade sacrifica-se e renuncia a este estado e se obriga a servir e auxiliar

todos os seres naquilo que é permitido pelo Karma. Este é o sublime e

incompreendido Serviço dos Mestres Ascensionados da .'. GRANDE .'. LOJA .'.

BRANCA .'. que aprenderam e realizaram as Sete Perfeições: Caridade,

Harmonia, Paciência, Indiferença, Energia, Contemplação e Sabedoria.

Zoroastro, Buda, Kut-Hu-Mi, Jesus... No Budismo, estas Sete Perfeições – que

eliminam o sofrimento – devem ser alcançadas pela Senda Óctupla, que é

constituída de Reta Compreensão, Reto Pensamento, Reto Falar, Reto Agir,

Reto Meio de Vida, Reto Esforço, Reta Atenção e Reta Concentração. No

âmbito da existência, cada Mestre Ascensionado aprendeu integralmente a

realizar as Sete Perfeições pelo Caminho da Senda Óctupla e a desenvolver as

cinco qualidades anímicas fundamentais, que são: a) domínio sobre o curso dos

pensamentos; b) domínio sobre os impulsos da vontade; c) serenidade

diante do prazer e da dor; d) positividade no julgamento do mundo; e e)

imparcialidade na concepção da vida. Enfim, como já foi antecipado, Deus

(Demon) est Demon (Deus) inversus. Mas, Deus (Homo) Homo (Deus) est.

Em todos os panteões antigos a Divindade Suprema agasalhava um caráter duplo:

LLUZ e sombra. Em verdade, a Divindade, Demon, e o inferno têm um significado

científico-espiritual-esotérico-iniciático diametralmente oposto àquele preconizado

nos exoterismos ilusórios. Na Antigüidade – particularmente nos Mistérios de

Elêusis – descer aos infernos era a última honraria a ser conferida ao Iniciado,

quando, e só então, ele passava a ser considerado um INICIADO PERFEITO. A

descida aos infernos, portanto, só pode estar associada à conquista de uma Nova

Existência obtida pela Ressurreição Iniciática, que autoriza a passagem definitiva

para a esfera vibratória da Sabedoria Espiritual (ShOPhIa). Por isso, tiveram que,

obrigatória e necessariamente, descer aos infernos Teseu, Orfeu, Krishna, Jesus e

outros mais. Descer aos infernos, enfim, significa vencer, dominar e apartar todos

os desejos, cobiças, paixões e ilusões, e passar irreversivelmente a perceber e a

enxergar as coisas tais quais efetivamente são. No processo iniciático as

realidades (que são ilusórias) tendem a se esgotar, e o iniciado, progressivamente,

vai penetrando e atuando no plano das atualidades universais, ou seja, mâyâ

(obnubilação) vai sendo substituída pela Verdade (LLUZ). Concluindo: o homem

necessita descer ao fundo do seu inferno pessoal para conhecer seu aspecto

divino. Mas, há um grande perigo nessa descida quando não acontece pela Via

Iniciática: o de não conseguir sair de lá. DECIFRA-ME MORTAL! OU EU TE

DEVORAREI! A verdade queima quando não ilumina...

 

Juro dar minha vida

pela salvação de meus Irmãos.

que constituem o conjunto da Humanidade...

E morrer em defesa

da Verdade e da LLUZ.

Este é o JURAMENTO de um

R+C e de um Iniciado do .'.7º.'. G.'. F.'.  

 

         Um último pensamento de Rudolf Steiner concluirá este ensaio-rascunho: A

Divindade [inculcada nos seres] vestirá a veste imortal quando a Terra

houver alcançado sua plenitude e os homens individuais houverem tecido

a trama em seu movimento ascendente [reintegração] através das

encarnações, em seu percurso [insubstituível] por intermédio do

nascimento [morte] e da morte [nascimento]. Samsara. AUM TAT SAT². Paz

Profunda.

 

DADOS SOBRE O AUTOR

Mestre em Educação, UFRJ, 1980. Doutor em Filosofia, UGF, 1988. Professor Adjunto IV

(aposentado) do CEFET-RJ. Consultor em Administração Escolar. Presidente do Comitê

Editorial da Revista Tecnologia & Cultura do CEFET-RJ. Professor de Metodologia da

Ciência e da Pesquisa Científica e Coordenador Acadêmico do Instituto de

Desenvolvimento Humano - IDHGE.

 

NOTAS

1. Segundo Helena Petrovna Blavatsky, estas vogais constituem um NOME de

uma, três ou até sete sílabas. OEAOHOO(E) – Raiz Setenária da qual tudo procede

– só foi divulgado na Doutrina Secreta porque é inóxio sem o conhecimento oculto

de sua tríplice pronúncia. Quando muito, pode-se especular que o H, inserido entre

tantas vogais, represente uma pausa – uma suave inspiração.

 

2. AUM: este Nome (SACROSSANTO MANTRA), composto de duas vogais e uma

semivogal (esta deve ser prolongada), que corresponde ao Triângulo Superior,

santa e exatamente pronunciado, projeta a vida na Vida, libertando o ser das

misérias da existência condicionada. Na Voz do Silêncio, Preceito 19, Helena P.

Blavatsky ofereceu: Sim, doce é o repouso entre as asas do que não nasce

nem morre, mas é o AUM através das idades eternas. No Preceito 20

acrescentou: Cavalga a Ave da Vida [Kâla Hamsa] se queres saber. A-UM

representa a eternamente oculta diferenciação trina e una no Absoluto, e, nesse

sentido, é simbolizado no mundo metafísico pelo número 4 ou pela TETRACTYS.

AUM significa reto procedimento que deve ser traduzido em atos. Não é, portanto,

um mero som simplesmente pronunciado pelos lábios. Enfim, há um momento, na

mais profunda meditação, que o EU (Alma do Intelecto como cerne da Alma) é

absorvido pela TRINDADE, que se converte no QUATERNÁRIO ou TETRACTYS.

E o que era quaternário fica reduzido, de maneira invertida, em tríade inferior. É

através do EU que são percebidas e retidas na memória as experiências

transnoéticas adquiridas durante o êxtase no plano superior. Neste ponto, o

homem sente e realiza que é Brahman. VERITAS VINCIT.

 

MEDITAÇÃO

 

 

TAT: Na cosmogonia Hindu representa AQUILO, o Não-manifestado, Imperecível e

Incognoscível. A Essência Suprema. A Atualidade Absoluta. A Inteligência

Permanente. A ignota Raiz sem Raiz. A Noite Absoluta oculta sob cada radiante luz

manifestada.

SAT: o Parabrahaman dos vedantinos ou Atualidade Una. A Asseidade Absoluta

Eterna e Imutável. A única eterna e absoluta Atualidade e Verdade; tudo o mais é

Mahâ Mâyâ (Grande Ilusão).

aum%20art.htm

Acesso: 05/08/2004

 

MAAT HOTEP

 

 

 

BIBLIOGRAFIA

SAINT-YVES D’ALVEYDRE. El Arqueómetro/L’Archéomètre. 2ª ed. Traduzido por

Manuel Algora Corbí. España: Editorial Humanitas, S.L., 1997, 340 p. il.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR SUGERIDA PARA CONSULTA

A Doutrina Secreta, Isis sem Véu e A Voz do Silêncio, de H. P. Blavatsky; Encontros

com o Insólito e Mansões Secretas da Rosacruz, de Raymond Bernard; ZOHaR;

Sepher Yezirah; Tratado Elementar de Magia Prática e Tarô dos Boêmios, de

Papus; La Lettre, Chemin de Vie: Le Symbolisme des Lettres Hébraïques, de

Annick de Souzenelle; O Livro de Jasher; A República, Timeu e Crítias, de Platão;

As Grandes Mensagens e O Livro Branco (AUM), de Serge Raynaud de la Ferrière;

Kabala: El Libro de Jonas e Kabala, La Biblia: Divino Proyecto del Mundo, de

Friedrich Weinreb; A Vida Mística de Jesus e As Doutrinas Secretas de Jesus, de

Harvey Spencer Lewis; Lemúria: O Continente Perdido do Pacífico, de W. S. Cervé;

a Bíblia (particularmente o Pentateuco, o Quarto Evangelho e o Livro da

Revelação); Dogma e Ritual da Alta Magia, História da Magia, As Origens da

KaBaLa, Grande Arcano e A Chave dos Grandes Mistérios, de Éliphas Lèvi; A

Trindade e A Cidade de Deus, de Santo Agostinho; Vril, The Power of the Coming

Race, de Bulwer-Lytton; O Evangelho Segundo São Mateus, O Evangelho Segundo

São Marcos, O Evangelho Segundo São Lucas, O Evangelho Segundo São João,

Teosofia (Introdução ao Conhecimento Supra-sensível do Mundo e do Destino

Humano), A Ciência Oculta (Esboço de uma Cosmovisão Supra-sensorial) e As

Origens do Pai-Nosso (Considerações Esotéricas) de Rudolf Steiner; e A Vida

Esotérica de Jesus e a Oração das Sete Súplicas deste autor.

 

Figura 3: The Hollow Earth

~ Subterranean Civilizations ~ Agartha ~

Fonte:

http://www.crystalinks.com/

styves.html

Acesso: 29/7/2004

 

 

GLORIA IN EXCELSIS DEO

ET IN TERRA

PAX HOMINIBUS

BONÆ VOLUNTATIS

 

 

TODOS OS SERES POSSUEM

EM SEU INTERIOR

A LUZ CRÍSTICA

 

PARA EXAMINAR E MEDITARFonte:

www.dharmanet.com.br/

mandala/animado.htm 

Acesso: 3/8/2004

 

 

SITES CONSULTADOS

http://www.france-spiritualites.com

/PHEBDicoA1.html

http://svmmvmbonvm.org/

http://svmmvmbonvm.org/

maatportal.htm

http://svmmvmbonvm.org/aumrah/

http://svmmvmbonvm.org/

masterapis/

http://www.amorc.org.br/

http://www.barricksinsurance.com

/om_mani_padme_hung.html

http://www.designerspirit.com/

aum%20art.htm

http://www.giselamarques.com.br/

letrashebraicas.html

http://www.comciencia.br/

reportagens/genoma/genoma10.htm

http://www.biociencia.org/

evolucao/evolucaomol.htm

 

SITE SUGERIDO PARA VISITA

http://www.linkhitlist.com/cgi/LHL_E.exe?

SLHL&ListNo=51530974162