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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO E AÇÕES COMUNITÁRIAS DEPARTAMENTO DE EXTENSÃO PROGRAMA DE INCLUSÃO, ACESSO E PERMANÊNCIA __________________________________________________________________________________________________________________________________ Disciplina: Sociologia Professor: Delque Pantoja INTRODUÇÃO A SOCIOLOGIA Como você se define enquanto pessoa? Como determinadas situações mudam e trazem desdobramento para a sua vida? É uma pessoa autônoma?Autônoma é uma forma de pensar e de agir frente às diversas situações enfrentada pelo individuo dentro do seu dia a dia. Vamos trabalhar com exemplos simples, para você entender; quando uma pessoa esta se sentindo ruim, o que deve-se fazer? Sempre tem alguém que indica um remédio, tem uma receita infalível. Esta forma de indicar o remédio para a pessoa, se for olhar no passado, era uma prática bem mais comum, mas hoje com maior possibilidade de aceso ao médico, ficou mas reduzida esse tipo indicação de ação, mas isso não quer dizer que ninguém o faça. Essa indicação do remédio por uma pessoa que não é médico= é uma espécie de senso comum. No caso tem que se consultar com o médico, por que ele é a pessoa especializada para tratar dessas questões de saúde. Então, o que seria um Senso Comum? Podemos dizer que são soluções simples do cotidiano, com pouca elaboração e sem nenhum conhecimento cientifico especifico e aprofundado. Doutor em filosofia, Rubens Alves um dos grandes intelectuais brasileiro, em seu livro Filosofia da Ciência, para ele o senso comum é aquilo que não é ciência. Em outras palavras, é compreender que a pessoa que indicou o remédio sem o mínimo de conhecimento na área da medicina não é algo cientifico, mas uma probabilidade que pode funcionar para o dia a dia das pessoas. Mas tem uma explicação lógica por que as pessoas indicam o remédio. Dentro do seu conviveu social elas passam a aprender com seus avos, seus pais e etc, assim elas são detentora de um conhecimento empírico, é por essa percepção que Rubens Alves afirma que a ciência, na verdade, é um refinamento ou melhoramento, do senso comum. O senso comum e a ciência nos apresentam respostas, soluções práticas para nossos problemas do dia a dia. Então, em que se constitui a diferença entre senso comum e ciência? É que a ciência tem um conhecimento mais elaborado, seus métodos de investigação. Ao percebe ou fazer uma analise do senso comum, não estou dizendo que ela esta errada e que devemos rejeitar. O que estou propondo de uma forma bem sucinta, é que você pode e deve ultrapassar a barreira do conhecimento comum, e nesta perspectiva sobre a sociedade. Outra questão que devemos entender ou desmistificar é o simbolismo dado ao termo cientista. Ratificando o pensamento de Rubens Alves quando ele explica que um cientista não é uma pessoa que pensa melhor ou analisa os fotos com Maior, clareza do que os outros. Para o autor a tarefa de refletir e de entender os porquês das coisas cabe a todos nós, para isso cai por terra à ideia de que não precisamos pensar, porque existem pessoas melhores para fazer isto, é furada. Quando buscamos um pouco mais do conhecimento elaborado e investigativo, começamos a refletir melhor sobre como funciona a sociedade, e entender com clareza as relações sociais dentro dela, entre outras coisas. Mas na prática o que isso trará para nós? Trará-lhe conhecimentos dos fatos e autonomia para CONCORDAR OU DISCORDAR POR SI PRÓPRIO sobre as questões sociais e seu papel em sociedade. Esta é a compreensão e a independência que você tenha: A DE REFLEXÃO. A partir dessa analise e dos argumentos apresentados o que é sociologia? É uma ciência ou senso comum? Sobre a sociologia o que é preciso conhecer para entender? A Sociologia é uma forma do conhecimento e saber científico. Mas a sociologia não foi e não é uma ciência redentora que vai

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ

PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO E AÇÕES COMUNITÁRIAS

DEPARTAMENTO DE EXTENSÃO

PROGRAMA DE INCLUSÃO, ACESSO E PERMANÊNCIA __________________________________________________________________________________________________________________________________

Disciplina: Sociologia

Professor: Delque Pantoja

INTRODUÇÃO A SOCIOLOGIA

Como você se define enquanto pessoa?

Como determinadas situações mudam e trazem

desdobramento para a sua vida? É uma pessoa

autônoma?Autônoma é uma forma de pensar e

de agir frente às diversas situações enfrentada

pelo individuo dentro do seu dia a dia. Vamos

trabalhar com exemplos simples, para você

entender; quando uma pessoa esta se sentindo

ruim, o que deve-se fazer? Sempre tem alguém

que indica um remédio, tem uma receita infalível.

Esta forma de indicar o remédio para a

pessoa, se for olhar no passado, era uma prática

bem mais comum, mas hoje com maior

possibilidade de aceso ao médico, ficou mas

reduzida esse tipo indicação de ação, mas isso

não quer dizer que ninguém o faça.

Essa indicação do remédio por uma

pessoa que não é médico= é uma espécie de

senso comum.

No caso tem que se consultar com o

médico, por que ele é a pessoa especializada

para tratar dessas questões de saúde.

Então, o que seria um Senso Comum?

Podemos dizer que são soluções simples do

cotidiano, com pouca elaboração e sem nenhum

conhecimento cientifico especifico e aprofundado.

Doutor em filosofia, Rubens Alves um dos

grandes intelectuais brasileiro, em seu livro

Filosofia da Ciência, para ele o senso comum é

aquilo que não é ciência. Em outras palavras, é

compreender que a pessoa que indicou o

remédio sem o mínimo de conhecimento na área

da medicina não é algo cientifico, mas uma

probabilidade que pode funcionar para o dia a dia

das pessoas.

Mas tem uma explicação lógica por que as

pessoas indicam o remédio. Dentro do seu

conviveu social elas passam a aprender com

seus avos, seus pais e etc, assim elas são

detentora de um conhecimento empírico, é por

essa percepção que Rubens Alves afirma que a

ciência, na verdade, é um refinamento ou

melhoramento, do senso comum. O senso

comum e a ciência nos apresentam respostas,

soluções práticas para nossos problemas do dia

a dia. Então, em que se constitui a diferença

entre senso comum e ciência? É que a ciência

tem um conhecimento mais elaborado, seus

métodos de investigação.

Ao percebe ou fazer uma analise do

senso comum, não estou dizendo que ela esta

errada e que devemos rejeitar. O que estou

propondo de uma forma bem sucinta, é que você

pode e deve ultrapassar a barreira do

conhecimento comum, e nesta perspectiva sobre

a sociedade.

Outra questão que devemos entender ou

desmistificar é o simbolismo dado ao termo

cientista. Ratificando o pensamento de Rubens

Alves quando ele explica que um cientista não é

uma pessoa que pensa melhor ou analisa os

fotos com

Maior, clareza do que os outros. Para o autor a

tarefa de refletir e de entender os porquês das

coisas cabe a todos nós, para isso cai por terra à

ideia de que não precisamos pensar, porque

existem pessoas melhores para fazer isto, é

furada.

Quando buscamos um pouco mais do

conhecimento elaborado e investigativo,

começamos a refletir melhor sobre como

funciona a sociedade, e entender com clareza as

relações sociais dentro dela, entre outras coisas.

Mas na prática o que isso trará para nós?

Trará-lhe conhecimentos dos fatos e autonomia

para CONCORDAR OU DISCORDAR POR SI

PRÓPRIO sobre as questões sociais e seu papel

em sociedade.

Esta é a compreensão e a independência

que você tenha: A DE REFLEXÃO.

A partir dessa analise e dos argumentos

apresentados o que é sociologia? É uma ciência

ou senso comum?

Sobre a sociologia o que é preciso conhecer

para entender?

A Sociologia é uma forma do

conhecimento e saber científico. Mas a sociologia

não foi e não é uma ciência redentora que vai

Prof. Delque Pantoja – Sociologia – UniENEM/2017

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solucionar todos os males sociais, ela surge

como mecanismos para fornecer um novo

entendimento sobre a sociedade. É importante

compreender o contexto no qual a sociologia

nasceu suas contribuições para o entendimento

dos fatos que dar referenciais para refletimos

sobre as sociedades, temos que entender que

antes de se tornar ciência, a sociologia era

pensada em diferentes contextos históricos e em

diferentes sociedades e como parte desse

desenvolvimento chegou ao Brasil, suas

características e fatores fundamentais para

analisar as sociedades atuais.

A sociologia enquanto ciência é

considerada nova, ela surge no final do século

XVIII e teve sua consolidação no inicio do século

XIX, na busca por entender a sociedade e seus

conflitos. Mas o objetivo de pensar sobre os

problemas sociais, está no centro de sua

finalidade desde a antiguidade, se estudamos

sobre a Grécia Antiga, vamos ver que lá, já havia

o desejo de se entender a sociedade.

Uma analise do processo histórico do pensar

Sociológico desde a Antiguidade.

Na antiguidade, mas especificamente no

século V a.c, encontramos uma corrente filosófica

que é conhecida como sofistas, eles começam a

dar atenção aos problemas sociais e políticos de

sua época. Mas para tanto não são os gregos os

fundadores da Sociologia.

Já quando chegamos à filosofia clássica

termos Platão (427-347 a.c) e Aristóteles (384 –

347 a. c) como os mais importantes filósofos da

humanidade, com eles surgiram as primeiras

analises dos trabalhos reflexível sobre a

sociedade. Platão em sua obra A Republica, no

seu segundo livro Sócrates começa seu discurso

falando sobre a origem da sociedade, e esta é

formada para satisfazer a necessidade da vida.

Aristóteles já mencionava que o homem era um

ser que, necessariamente, nasce para estar

vivendo em conjunto, isto é, em sociedade. No

seu livro chamado A Política, no qual consta um

estudo dos diferentes sistemas de governo

existentes, percebe-se o seu interesse em

entender a sociedade.

Com o fim da antiguidade, termos uma

nova configuração no mundo, uma nova forma de

governo, ou seja, a Idade Média, que vai do

século V d. c ao século XV d.c, que se constitui

um período de dez séculos ou mil anos, mas

entre os anos de 476 a 1453, segundo os

renascentistas (que vamos entende depois), um

período que ficou conhecido como “período das

trevas”, que era a forma que se ver o mundo.

Para eles o que devia prevalecer era a fé, onde o

campo místico e religioso trazia e oferecia todas

as explicações viáveis para os acontecimentos

do mundo. Na Europa Medieval, esse predomínio

religioso foi da Igreja Católica.

Dentro desse contexto histórico da Idade

Média, se constituía um predomínio da fé, para

os humanistas renascentistas, essa dominação

pela fé traria um tipo de asfixiava às tentativas de

explicações mais especulativas (cientifica) sobre

a sociedade. Ao não comprimento de uma lei ou

regra estabelecida socialmente se configuraria

como pecado, assim, podemos entender a

tamanha relação entre a vida cotidiana e o

mundo sobrenatural. Quando buscamos analisar

o “período das trevas” (Idade Média), na

percepção dos renascentistas podemos ver pela

sua ótica de mundo, “meio tenebroso”. Mais se

olhamos com clareza, entenderemos que foi um

período muito importante para a história da

humanidade.

A caminho da razão.

A apresentação desse contexto histórico é

para mostrar que nem sempre os seres humanos

puderam contar com a ciência para entender o

mundo, em especial o social, que é o objetivo de

nossa compreensão. Assim, podemos entender

que estudiosos no passado buscavam um

entendimento, baseado em uma explicação a

respeito da realidade que os indivíduos ficaram

presos, na tradição, nos mitos antigos e em

explicações religiosas.

A dominação, nas organizações sociais,

baseados nos princípios religiosos, ou seja, na fé

se estendeu até o século XV. Para tanto, com o

século XIV começava a acontecer uma revolução

cultural. Dava-se inicio ao Renascimento.

Os renascentistas, baseados na

percepção da filosofia grega que deram inicio ao

questionamento do mundo de maneira reflexiva

(como foi apresentado de forma sucinto

anteriormente no texto), assim, eles rejeitavam

todo e qualquer pensar sobre a cultura medieval,

que está ligada diretamente aos valores da igreja,

no caso, a Católica.

Prof. Delque Pantoja – Sociologia – UniENEM/2017

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O pensamento renascentista proliferou-se

por muitas partes da Europa e passaram a

influenciar a arte, a ciência, a literatura e a

filosofia, apresentando e defendendo o

pensamento crítico. Nesse período se constitui

um novo olhar de forma mais realista, e

aparecem pensadores que passam a investigar a

sociedade.

Dentre eles Nicolau Maquiavel (1469-

1527), em que sua obra O Príncipe, faz uma

espécie de manual de guerra para Lorenzo de

Médici. Ali comenta como o governante pode

manipular os meios para a finalidade de

conquistar e manter o poder em suas mãos.

Obras como esta dão um novo olhar para

sociedade; através da razão os homens

poderiam dominar a sociedade, longe das

influências divinas.

O Iluminismo

“Esclarecimento [Aufklärung] é a saída do

homem de sua menoridade da qual ele próprio é

culpado. A menoridade é a incapacidade de fazer

uso de seu entendimento sem a direção de outro

indivíduo. O homem é o próprio culpado dessa

menoridade se a causa dela não se encontra na

falta de entendimento, mas na falta de decisão e

coragem de servir-se de si mesmo sem a direção

de outrem. Sapere aude! Tem coragem de fazer

uso de teu próprio entendimento, tal é o lema do

esclarecimento.” (KANT, 1783)

No século XVIII, na Europa tem um

momento que fica conhecido como Iluminismo,

tem o seu inicio na Inglaterra e na França, mas

com o decorrer do tempo espalhou-se dentro do

continente europeu com ideias que valoriza a

ciência e a racionalidade no entendimento da

vida social que passou a ser mais forte ainda. No

domínio da cultura, na Europa do século XVIII

assistiu ao grande desenvolvimento da Filosofia

das Luzes, as suas ideias tinham por base o

racionalismo, isto é, a primazia da razão humana

como fonte do conhecimento.

A insatisfação generalizada que reinava

na Europa, devida à opressão exercida pela

política dos governos absolutistas, que era

combatida pelo Iluminismo, com intensa

produtividade de artistas, homens de ciência e

filósofos e colaborou decisivamente para mudar

as formas de pensar, sentir e agir das pessoas

esse período.

O absolutismo, que começou a surgir na

Europa ainda no final da Idade Média, no século

XV, em que o rei concentrava todo o poder em

suas mãos e governava sendo considerado um

representante divino na terra, uma voz de Deus,

na qual até a igreja raramente se sujeitava. A

principal característica das ideias iluministas se

constituiu na explicação racional das questões

que envolviam a sociedade, ou seja, seus

conflitos sociais.

Com o desenvolvimento desta corrente

filosófica a sociedade passou a ser pensada por

vários autores como: Voltaire (1694-1778),

filósofo que defendia a razão e combatia o

fanatismo religioso; Jean-Jacques Rousseau

(1712-1778), que estudou sobre as causas das

desigualdades sociais e defendia a democracia;

Montesquieu (1689-1755), que criticava o

absolutismo, e defendia a criação de poderes

separados (legislativo, judiciário e executivo), os

quais dariam maior equilíbrio ao Estado, uma vez

que não haveria centralidade de poder na mão do

governante.

Pois bem, o Iluminismo trás através de

seus pensadores e suas teorias sobre a

sociedade, neste período do surgimento é que se

consolida toda preparação para uma ciência que

viesse contribuir com a interpretação dos

movimentos da sociedade.

O Iluminismo combatia:

O absolutismo Monárquico;

O mercantilismo: a intervenção do estado

na vida econômica;

O argumento do direito divino dos reis;

A participação da igreja na vida pública.

As principais ideias defendidas pelo

Iluminismo:

A igualdade Jurídica;

A tolerância religiosa ou filosófica;

A liberdade pessoal e social;

Direito a propriedade privada;

Defesa do contrato como mediador das

relações sociais.

Depois de toda essa apresentação sobre o

processo histórica desde a antiguidade até a era

moderna, onde damos inicio a análise de duas

grandes causas importantíssimas para o

surgimento da Sociologia enquanto Ciência.

Prof. Delque Pantoja – Sociologia – UniENEM/2017

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Essas duas grandes causas são: a

Revolução Industrial em (1760), e a Revolução

Francesa (1789).

Revolução Industrial

A Revolução Industrial se constitui como

causa econômica, com grande expansão do

comercio ultramarino (grande demanda de

produtos). Dentro desse processo acontecem

grandes transformações sociais.

A expressão Revolução Industrial foi

difundida a partir de 1845, por Friedrich ENGELS

(1820-1895) um dos fundadores do socialismo

científico, para designar o conjunto de

transformações técnicas e econômicas que

caracterizam a substituição de energia física pela

energia mecânica, da ferramenta pela máquina e

da manufatura pela fábrica no processo de

produção capitalista.

Até então um país como a Inglaterra que

tinha sua produção na mão do artesão agora com

as grandes navegações e suas demandas de

produtos tem que buscar uma forma de produzir

em alta escala, foi o grande precursor do

capitalismo, ou seja, a passagem do capitalismo

comercial para o capitalismo industrial. Escritores

consagrados como Adam Smith, Karl Marx, Eric

Hobsbawm entre outros exploram a importância

da Revolução Industrial e o surgimento do

capitalismo moderno.

A Revolução Industrial acelerou o

processo de migrações ou êxodo rural do campo

para a cidade, o que intensificou o crescimento

da população urbana e contribuiu para a

formação de uma nova classe social, e esse novo

fenômeno social trás, mão de obra abundante e

barata, ou seja, a classe operária. A jornada de

trabalho nas primeiras décadas de

industrialização tinha uma duração de 14 a 16

horas diária. Os baixos salários, em

consequência de abundância da mão de obra e

da utilização das máquinas reduziram o preço da

força de trabalho a níveis de mera substância.

Causas gerais da Revolução Industrial

Entre os diversos fatores que se encontram

na origem do processo de industrialização, seis

merecem destaque especial:

O aparecimento das máquinas: Máquina

a vapor (Thomas Newcomen –1712),

Revolução Comercial: Criou condições

para a Revolução Industrial;

Acumulação de capitais: comércio,

exploração colonial, tráfico negreiro,

desenvolvimento manufatureiro, etc;

Apropriação dos meios de produção

pela burguesia: terras, manufaturas,

fontes de energia;

Expansão dos mercados: Expansão

marítima e colonial, origens da

globalização, difusão do trabalho

assalariado;

Formação da classe operária: êxodo

rural, ruína dos artesãos independentes,

divisão e especialização do trabalho.

Aspectos sociais da Revolução Industrial:

Consolidação da sociedade capitalista e

da hegemonia burguesa.

Burguesia: banqueiros, investidores,

grandes industriais e comerciantes,

latifundiários.

Pequena burguesia: pequenos

empresários e proprietários, profissionais

liberais, funcionalismo publico, técnicos,

gerentes.

Proletariado: operariado, trabalhadores

assalariados urbanos e do campo.

Utilização das máquinas e novas fontes

de energia;

Revolução nos transportes e nas

comunicações.

Revolução Francesa

A Revolução Francesa (1789) se constitui

como uma causa histórica política. Afinal foi com

ela que a burguesia ascendente assumiu o poder

político usando o povo, a nobreza e o claro

Prof. Delque Pantoja – Sociologia – UniENEM/2017

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tentavam sabota qualquer tentativa de reforma, a

pequena burguesia que participou ativamente da

revolução entres eles, os pequenos

comerciantes, os artesãos contra os reis

franceses que foram guilhotinados, o

disseminado os princípios da Liberdade,

Igualdade e Fraternidade.

Podemos entender essa luta de duas classes

ou sociedades antagônicas, de dois sistemas de

Estado o Absolutismo e o Liberalismo. A

sociedade francesa estava dividida em:

Burguesia:

As pessoas que moravam nos núcleos

urbanos (burgos), eram identificadas como sendo

os burgueses. Mas com o passar dos tempos,

essa denominação ficou apenas para os que

haviam enriquecido com o comércio, sobretudo

os comerciantes e banqueiros.

As principais causas da Revolução Francesa

foram as seguintes

A crise financeira sofrida pelo país antes

da revolução (uma das principais causas);

Os envolvimentos da França na Guerra de

Independência dos Estados Unidos, além

da participação e derrota na Guerra dos

Sete Anos;

O regime político do país, que era

governado pelo absolutismo do rei;

A ascensão da classe burguesa, que

desejava mais liberdade em relação ao comércio

e o fim dos altos impostos.

O movimento cultural e intelectual iluminista,

que buscava a reforma social e o fim dos

pensamentos medievais.

A Sociologia esboçou-se enquanto ciência

no encalce do pensamento positivista, vinculada

à ordem das Ciências Naturais, defendida por

dois dos maiores pensadores: Auguste Comte e

Êmille Durkheim. Tanto Comte quanto Durkheim,

compartilhavam das mesmas preocupações

sobre como resolver os graves problemas

sociais, adquirido com advento dos meios de

produção capitalista, que teve grande influência

das duas revoluções burguesas, dessa forma

ambos buscam o entendimento e a compreensão

destes conflitos sociais surgido na sociedade

como: a miséria, o desemprego, alcoolismo e as

consequentes greves e rebeliões operárias.

Buscava com essa nova ciência implantar

uma nova educação, capaz de adequar

devidamente os indivíduos à nova sociedade,

com resgate de valores morais – como a

solidariedade – e estabelecer relações estáveis

entre as pessoas, independente da classe social

e à qual se vinculem.

Depois de todo esse processo histórico e

já com o surgimento da sociologia em quanto

ciência, e sua consolidação, assim, ocorrer sua

inserção no pensamento intelectual da sociedade

moderna em volta dos movimentos sociais

organizados, esta ciência teve sua inserção de

uma forma completa nas três correntes do

pensamento filosófico centrais, que tem como

finalidade analisar, compreender, explicar e dar

respostas aos fenômenos (acontecimentos)

sociais, políticos, econômicos e culturais.

A partir da consolidação da sociedade

capitalista nos séculos XVIII, XIX e XX as três

correntes filosóficas buscam expor não dentro da

mesma ótica, necessariamente, seja ela com a

mesma analise ou com os mesmos princípios,

mas, no entanto, em diferentes olhares e

percepção da compreensão metodológica na

construção e desenvolvimento dos conflitos e

práticas sociais.

Lembrete aos alunos PIA, fiquem atentos as

essas observações e definições abaixo.

O contexto histórico do surgimento da

sociologia dentro de um processo de

transformação, que se constitui em causas

econômicas, causas históricas e conceitos entre

outros, assim elencarei alguns.

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Idade Moderna: transição do feudalismo

para o capitalismo.

Revolução industrial: é afirmação do

modo de produção capitalista.

Século XIX: Consolidação da burguesia e

da sociedade capitalista.

Urbanização: formação da classe

operária, setores marginalizados.

Iluminismo: racionalismo,

desenvolvimento cientifico e tecnológico.

Problemas sociais e criticas as

contradições do sistema capitalista.

Atenção: Iluminismo: movimento intelectual

que surgiu e se desenvolveu na Europa no

século XVIII, o Iluminismo teve significativa

influência nas transformações políticas e

econômicas ocorridas nesse período.

Suas propostas mais relevantes foram a

defesa da liberdade econômica e política e a

valorização da ciência como principal meio de

compreensão do mundo, deixando em segundo

plano as explicações religiosas e superstições

oriundas das tradições e do senso comum. Seus

ideais serviram aos interesses da burguesia

nascente contra a estrutura social do Estado

absolutista. John Locke, Voltaire, Charles de

Montesquieu, Jean-jacques Rousseau e Adam

Smith são os representante mais importante do

Iluminismo e tiveram um papel central na

construção do pensamento social

contemporâneo.

Ciências Sociais:

Área do conhecimento formada por três

disciplinas, principalmente: Antropologia,

Sociologia e Ciência Política. Em conjunto, elas

buscam compreender a realidade e propor

soluções para inúmeros conflitos sociais

contemporâneos. Ainda que, na prática, a divisão

entre as três ciências não seja rigorosa, por

convenção a Antropologia prioriza os fenômenos

culturais; a Ciência Política, as relações de poder

e instituições políticas; e a Sociologia, a análise

das relações e estruturas sociais.

Sociologia e sua interpretação:

Diferentemente dos modos de

organização da vida social que a precederam, a

sociedade contemporânea, devido ao papel

exercido pelo conhecimento cientifico, tem sido

capaz de produzir diferentes explicações sobre si

mesmo. Muitas das reflexões construídas se

devem a análises sociológicas da realidade

social. Se pensar sobre a vida social é uma

característica das sociedades humanas, com a

Sociologia esse pensar adquire um rigor e uma

perspectiva singulares, que se expressam na

construção de diferentes métodos de análise da

realidade social.

Estuda as relações sociais e as formas de

associação, considerando as interações que

ocorrem na vida em sociedade. A Sociologia

envolve, portanto, o estudo dos grupos e dos

fatos sociais, a divisão da sociedade em classes

e camadas, da mobilidade social, dos processos

de cooperação, competição, conflito na

sociedade etc.

Sociedade - complexo de relações

humanas, ou seja, um sistema de

interação;

Social - qualidade de interação, inter-

relação e reciprocidade.

Augusto Comte (1798 - 1857), Émile

Durkheim (1858 - 1917), Karl Marx (1818 -

1883) e Mar Weber (1864 - 1920). Esses

autores são considerados como os clássicos da

Sociologia e propulsores dessa corrente que

influenciaram e ainda influenciam na manutenção

ou na mudança das relações sociais,

consequentemente no modo de produção

capitalista. É fundamental compreender estes

autores para melhor analisar o contexto e

momento histórico vivenciado, analisando quais

foram os seus legados à sociologia, moderna e

contemporânea.

Vamos conhecer um pouco mais sobre os

clássicos da Sociologia.

Isidore Augusto Merie Xavier Comte

(1798 - 1857), nascido em 19 de janeiro em

Montpellier, Fraça, filósofo de família católica.

Iniciou seus estudos no liceu de Montpellier. Mas

tarde aos 16 anos ingressou na Escola

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Politécnica de Paris. É considerado o pai da

Sociologia. Foi ele quem pela primeira vez usou

essa palavra, em 1839, em seu Curso de filosofia

positiva, entendido por ele como “física social”.

Para Comte, o conhecimento da sociedade

visava ao restabelecimento de sua “ordem”. Para

conhecer a sociedade era preciso os mesmos

procedimentos investigativos das ciências

naturais, tais como a observação,

experimentação e a comparação.

Comte faz parte de um grupo de

pensadores classificado como conservador, pois

suas ideias propõem a estabilidade e

desenvolvimento da sociedade capitalista.

Segundo ele, a sociedade estava passando por

um estado de “caos social” pós-revolucionários,

seja porque as ideias religiosas não mais serviam

de modelo de conduta para os homens e,

portanto, não se prestava a reorganizar a

sociedade. A sociologia de Comte pregava a

necessidade de reconciliação entre a “ordem” e o

“ progresso”, sendo a ordem existente o ponto de

partida para a nova sociedade, já o progresso se

apresentaria como consequência da ordem

existente. Suas principais obras são, Política

positiva ou tratado de sociologia instituindo a

religião da humanidade e o catecismo positivista

ou exposições sumárias.

Comte desenvolveu a lei dos três estados:

todas as ciências e o espírito humano como um

todo se desenvolve por meio de três fases

distintas:

Teológica:

A explicação sobre os acontecimentos e

os fenômenos ocorre a partir da crença na

intervenção de seres pessoais e sobrenaturais. O

mundo torna-se compreensível somente através

das ideias de deuses e espíritos. A mentalidade

teológica também desempenhava o papel de

coesão social, fundamentando a vida moral.

Metafísica:

Atribui forças para explicar os diferentes

grupos de fenômenos em substituição às

divindades da fase teológica. Fala-se em forças

físicas, forças químicas, força vital. Diferença:

metafísica coloca o abstrato no lugar do concreto

e a argumentação no lugar da imaginação.

Positiva:

Caracteriza-se pela subordinação da

imaginação e da argumentação à observação. A

visão positiva dos fatos abandona a consideração

das causas dos fenômenos e torna-se pesquisa

de suas leis, entendidas como relações

constantes entre fenômenos observáveis.

Empregar o mesmo método para todos os

campos científicos – convergências e

homogeneidade de teorias. A previsibilidade

científica permite o desenvolvimento da técnica.

Para Conte a duas categorias centrais em

sua Sociologia. A Estática e a Dinâmica social, a

estática consiste no estudo do consenso social,

ele faz uma comparação com um organismo vivo,

se por um lado à estática se presta a fazer a

analise da estrutura da sociedade, por outro,

analisa aos elementos que determinam o

consenso social, daquilo que faz os indivíduos

uma coletividade e das instituições uma unidade.

Já a Dinâmica é a descrição das etapas

sucessivas percorridas pelo processo histórico

das sociedades humanas, comandada por leis.

Essa esta subordinada a Estática.

Émille Durkheim (1858-1917)

Contribuição: estabelecer a sociologia

um objeto (Fato social) e um método

(Funcionalista), em sua obra As regras do

método sociológico

Émile Durkheim (1858-1917), nasceu em

Epinal, na Alsácia. Era descendente de uma

família de rabinos. Iniciou seus estudos

filosóficos na Escola Normal Superior de Paris,

indo depois para a Alemanha. Lecionou

Sociologia em Bordéus, primeira cátedra dessa

ciência criada na França. Transferiu-se em 1902

para Sorbone, para onde levou inúmeros

cientistas entre eles seu sobrinho Marcel Mauss,

reunindo-os num grupo que ficou conhecido

como a escola sociológica francesa.

Suas principais obras foram:

Da Divisão do Trabalho Social;

As Regras do Método Sociológico;

O Suicídio;

Formas Elementares da Vida

Religiosa;

Educação e Sociologia;

Durkheim delimitou claramente o objeto

do estudo da sociologia, o Fato Social. Em seu

livro “As regras do método sociológico”, Durkheim

mostra que em todas as sociedades existe um

grupo determinado de fenômenos que são

exteriores ao individuo e exercem um poder

coercitivo sobre o mesmo, a este ele denominou

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de fato social, o FATO SOCIAL em Durkheim

consiste na maneira de pensar, sentir e agir

exteriores ao individuo dotadas de um poder de

coerção reconhecida para a existência de alguma

sanção determinada.

Durkheim ao definir os fatos sociais,

mostra consequentemente que o homem é mais

que um formador da sociedade é um produto

dela, ou seja, ao receber das instituições sociais

uma série de princípios que nos é passado, em

grande parte, através da educação, princípios

morais, religiosos, éticos ou de comportamento,

qualquer desvio a estes percebe uma grande

repressão por parte da consciência pública, que

segundo Durkheimt “reprimem todos os atos que

a ofendam, através da vigilância que exercem

sobre a conduta dos cidadãos e das penas

especiais que dispões” (Durkheim, 1968, p. 390).

Durkheim parte da ideia de que o

indivíduo é produto da sociedade. Como cita

Aron, “[…] o indivíduo nasce da sociedade, e não

a sociedade nasce do indivíduo” (2003, p. 464).

O indivíduo e a sociedade, para Durkheim,

compõem uma inter-relação conjugada, onde

uma parte pertence ao outro em harmonia

constante. Na verdade, uma tensão entre

indivíduo e sociedade seria um equívoco em

termos, pois o indivíduo não existe em sua

plenitude, ou seja, as ações sociais não

dependem do indivíduo, mas sim, do coletivo.

Fato social tem que ter três

características:

Coerção social;

Exterioridade;

Generalidade;

Coerção social: A força que obriga o

indivíduo a conduta e a formas de pensar

específicas – manifestas em representações

coletivas e regras de comportamento.

Exemplos: modelos de relações familiares,

religião, língua, códigos legais etc.

Coerção social direta: direito, educação,

família e religião;

Coerção social indireta: língua, sistema

econômico, desenvolvimento tecnológico.

“A coerção social não exclui necessariamente a

personalidade individual”.

Exterioridade: Existem e atuam sobre os

indivíduos independentemente de sua vontade ou

de sua adesão consciente, ou seja, eles são

exteriores aos indivíduos. As regras sociais, as

crenças, os costumes, as leis e os valores já

existem antes do nascimento das pessoas; são a

elas impostos por mecanismos de coerção social,

como a educação. Portanto, os fatos sociais são

ao mesmo tempo coercitivos e dotados de

existência exterior às consciências individuais.

Uma conclusão lógica importante é que todo

processo de socialização implica um alto grau de

coerção (imposição).

Generalidade: É social todo fato que é

geral, que se repete em todos os indivíduos ou,

pelo menos, na maioria deles. Os fatos sociais

manifestam sua natureza coletiva ou um estado

comum ao grupo, como as formas de habitação,

de comunicação, os sentimentos e a moral.

A generalidade distingue o essencial do

fortuito e especifica a natureza sociológica dos

fenômenos. Mas, um fato social é geral porque é

coletivo, mas não pode ser considerado um

fenômeno coletivo apenas por ser geral. Quando

falamos em um fato coletivo, afirmamos que esse

fato é independente de suas manifestações

individuais. Dito de outro modo, um fato não é

social por ser generalizado em uma dada

coletividade, porém é geral para a coletividade

por ser social.

A Consciência Coletiva:

É de certo modo a moral vigente da

sociedade. A consciência coletiva manifesta-se

nos sistemas jurídicos, nos códigos legais, na

arte, na religião, nas crenças, nos modos de

sentir, nas ações humanas. Existe difundida na

sociedade e é interiorizada pelos indivíduos Para

Durkheim, a sociedade è mais do que a soma

dos indivíduos e o todo (a sociedade) prevalece

sobre as partes (os indivíduos). Depois que

Durkheim fala sobre a consciência coletiva ele

cria o conceito de representações sociais que

são estados de consciência coletiva

Solidariedade orgânica e mecânica:

Durkheim enfatiza a respeito da

consciência coletiva, as normas, um padrão que

uma sociedade segue e desenvolve uma

solidariedade social, onde se faz referência de

dois tipos desta solidariedade: a solidariedade

mecânica e a solidariedade orgânica. Assim a

função da solidariedade é torna o indivíduo

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integrante do todo, tirando lhe parte de seus

movimentos. Assim ele distingue dois tipos de

solidariedade, que correspondem a duas formas

de organização social, diferenciando-se pelo

fundamento da coesão social.

O primeiro tipo de solidariedade se

encontra nas sociedades antigas, pré-

capitalistas, e pode ser chamada de

solidariedade mecânica, que mantém unida

devido aos seus membros possuírem

características iguais.

Ao contrário da solidariedade mecânica, a

sociedade moderna, a partir da Europa

industrializada do século XIX, caracteriza-se pela

solidariedade orgânica. Trata-se de uma

sociedade complexa fundamentada na divisão do

trabalho, segundo o princípio da especialização,

e seus laços resultam da diferenciação, ou se

exprimem por seu intermédio. A solidariedade

cria-se através de redes de relacionamento entre

indivíduos e grupos, onde cada um deve

respeitar as obrigações assumidas por contrato.

Anomia:

Carência de regulamentação social,

ausência de regras sociais. Durkheim vai

considerar o capitalismo perfeito, porque gera a

produtividade, a divisão do trabalho, dependência

dos indivíduos e solidariedade. E como explicar

os suicídios, criminalidade, violência? A crise da

sociedade é uma crise moral! Ou as normas

estão falhando (fato patológico) ou há ausência

de normas (anomia)

Karl Heinrich Marx (1818 - 1883):

Marx nasceu em tréves, sul da Prússia

Ranânia, pertence hoje à Alemanha ocidental,

descendente de judeus, tinha uma vida de classe

média em virtude do seu pai que teve de mudar

de nome por ser de origem judia, posteriormente

se envolveu com os movimentos sociais

organizados e abdicou de muitos saberes

característicos da classe média.

Em 1848, Marx foi convidado pelo

movimento operário para expor suas ideais de

como deve ser uma sociedade sem exploração,

foi quando escreveu uma de suas obras o

manifesto comunista, expulso pelo governo da

Bélgica, Marx instalou-se definitivamente na

Inglaterra. Sua vida foi constantemente em

defesa da classe trabalhadora essa escolha fez

com que passasse por momentos difíceis,

encontrava-se na pobreza e com sua mulher

doente, o grande companheiro que lhe prestou

ajuda financeiro e intelectual foi F. Engels. Suas

principais obras - Manifesto do partido comunista,

A luta de classes em França e O Capital.

Principais contribuições de Marx,

Descrever o funcionamento do capitalismo a

partir dos processos e conexões existentes entre

as unidades sociais envolvidas (assalariados,

detentor do capital, ‘mercado’, competição) e

suas motivações. A principal característica da

sua teoria (ex. teoria do conflito)? A luta de

classes. Sendo as classes caracterizadas pela

posse ou não dos meios de produção.

O pensamento de Marx:

Filosofia alemã

Socialismo utópico francês

Economia política clássica inglesa

A luta de classes:

Marx pretendendo caracterizar não

apenas uma visão econômica da historia, mas

também uma visão histórica da economia, a

teoria marxista também procura explicar a

evolução das relações econômicas nas

sociedades humanas ao longo do processo

histórico. Segundo a concepção marxista, uma

permanente dialética das forças entre poderosos

e fracos, opressores e oprimidos, a historia da

humanidade seria construída por permanente luta

de classes, como deixa bem claro a primeira

frase do primeiro capitulo de sua obra O

Manifesto comunista. “A historia de toda

sociedade passada é a historia da luta de

classes”.

Para Engels a classe era “os produtos das

relações econômicas de sua época”. Não

importando a diversidade de classes, escravidão,

servidão e capitalista, para ele seria as etapas de

um processo único. A base da sociedade é a

produção econômica. Devemos entender que na

visão dele sobre a base econômica se ergue uma

superestrutura, ou seja, um estado de ideias

econômicas, sociais, políticas, morais, filosóficas

e artísticas. No pensamento de Marx deveria

ocorrer uma inversão da pirâmide social, para o

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autor o poder deveria esta na mão da maioria, os

proletários assim se constituíam a única forma de

destruir a sociedade capitalista, e daí construir

uma nova sociedade mais justa, o socialismo.

Burguesia: detentora dos meios de

produção

Proletariado: Vendedor de sua própria

força de trabalho

Marx apresenta o Conceito de mais-valia:

A mais-valia é constituída pela diferença

entre o preço pelo qual o empresário compra a

força de trabalho (6 horas) e o preço pelo qual

ele vende o resultado (10 horas por exemplo).

Desse modo, quanto menor o preço pago ao

operário e quanto maior a duração da jornada de

trabalho, tanto maior o lucro empresarial.

Mais-valia absoluta e mais-valia relativa:

A produção da mais-valia absoluta se

realiza com o prolongamento da jornada de

trabalho além do ponto em que o trabalhador

produz apenas um equivalente ao valor de sua

força de trabalho e com a apropriação pelo

capital desse trabalho excedente. [...] [A mais-

valia relativa] pressupõe que a jornada de

trabalho já esteja dividida em duas partes:

trabalho necessário e trabalho excedente. Para

prolongar o trabalho excedente, encurta-se o

trabalho necessário com métodos que permitem

produzir-se em menos tempo o equivalente ao

salário.

A produção da mais valia absoluta gira

exclusivamente em torno da duração da jornada

de trabalho; a produção da mais-valia relativa

revoluciona totalmente os processos técnicos de

trabalho e as combinações sociais. (MARX,

2006b, p. 578 – meu grifo).

O capitalismo e seu modo de produção:

Tem seu início na Europa. Suas

características aparecem desde a baixa idade

média (do século XI ao XV) com a transferência

do centro da vida econômica social e política dos

feudos para a cidade. Com o absolutismo e com

o mercantilismo o Estado passava a controlar a

economia e a buscar colônias para adquirir

metais (metalismo) através da exploração. Isso

para garantir o enriquecimento da metrópole.

Esse enriquecimento favorece a burguesia –

classe que detém os meios de produção - que

passa a contestar o poder do rei, resultando na

crise do sistema absolutista. E com as revoluções

burguesas, como a Revolução Francesa e a

Revolução Inglesa, estava garantido o triunfo do

capitalismo.

É composto pelos meios de produção e as

relações de produção.

Meios de produção: Máquinas,

ferramentas, tecnologia, força de trabalho.

Relações de produção: Somente por

meio delas se realiza a produção. Elas

variaram de acordo com os meios de

produção. São as próprias relações e

organizações entre os homens.

Alienação:

Assim, quanto mais o mundo das coisas

aumenta de valor, mais o mundo dos homens se

desvaloriza. Ocorre então a alienação, já que

todo trabalho é alienado, na medida em que se

manifesta como produção de um objeto que é

alheio ao sujeito criador. O raciocínio de Marx é

muito simples: ao criar algo fora de si, o operário

se nega no objeto criado. É o processo de

objetificação. Por isso, o trabalho que é alienado

(porque cria algo alheio ao sujeito criador)

permanece alienado até que o valor nele

incorporado pela força de trabalho seja

apropriado integralmente pelo trabalhador.

Materialismo Histórico:

Na teoria marxista, o materialismo

histórico pretende a explicação da história das

sociedades humanas, em todas as épocas,

através dos fatos materiais, essencialmente

econômicos e técnicos. A sociedade é

comparada a um edifício no qual as fundações, a

infra-estrutura, seriam representadas pelas forças

econômicas, enquanto o edifício em si, a

superestrutura, representaria as ideias,

costumes, instituições (políticas, religiosas,

jurídicas, etc). A propósito, Marx escreveu, na

obra A Miséria da filosofia (1847) na qual

estabelece polêmica com Proudhon:

As relações sociais são inteiramente

interligadas às forças produtivas. Adquirindo

novas forças produtivas, os homens modificam o

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seu modo de produção, a maneira de ganhar a

vida, modificam todas as relações sociais. O

moinho a braço vos dará a sociedade com o

suserano; o moinho a vapor, a sociedade com o

capitalismo industrial.

Tal afirmação, defendendo rigoroso

determinismo econômico em todas as

sociedades humanas, foi estabelecida por Marx e

Engels dentro do permanente clima de polêmica

que mantiveram com seus opositores, e

atenuada com a afirmativa de que existe

constante interação e interdependência entre os

dois níveis que compõe a estrutura social: da

mesma maneira pela qual a infra-estrutura atua

sobre a superestrutura, sobre os reflexos desta,

embora, em última instância, sejam os fatores

econômicos as condições finalmente

determinantes.

Para entendemos o processo da interpretação

dialética:

Sua analisa parte da história como um

movimento perpétuo e contínuo. (Heráclito).

Assim se desenvolve um movimento

consequente das próprias ações dos homens.

Dessa forma se constitui uma reflexão crítica

sobre a realidade.

Marx explica que somente a dialética consegue

apreender os movimentos do real. Dentro desse

processo tem um papel central no pensamento

na apreensão do real, esse pensamento está

inserido no próprio real, entretanto os filósofos

até hoje se preocuparam apenas em interpretar o

mundo; trata-se, porém, de transformá-lo.

Como se constitui a infra-estrutura na

sociedade na visão de Marx:

A essência do sistema do pensamento de

Marx é caracterizado a partir do modo de

produção capitalista.

A alteridade da sociedade devemos

entender a partir da análise das relações

de produção.

A relação que entendemos como valor de

troca, tem como mecanismo em que todos

os produtos são mercadorias.

Características da Mercadoria:

As mercadorias são produtos da relação

humana entre o trabalho e o seu valor, a

quantidade de trabalho.

Unidade básica do MPC (modo de

produção capitalista), pela qual se

caracteriza o sistema capitalista.

Valor de Uso: Utilidade da mercadoria

(Qualitativo).

Valor de Troca: usa-se a reprocidade, ou

seja, a troca se realiza em um produto por

outro, isso chamamos de mercadoria

(Quantitativo).

A troca:

É a própria relação entre as mercadorias;

assim o valor de uma mercadoria se

apresenta em uma mercadoria diferente,

ou seja, outra relação.

O dinheiro em Marx, para ele, se

configura em outra mercadoria qualquer.

O dinheiro é tido como o equivalente

universal de troca, com o advento do

sistema capitalismo, passa ser o centro

das relações sociais, ou seja, compra tudo

que desejar.

As transformações que a mercadoria causa:

O trabalho é transformado em mercadoria.

O individuo passa a ser mercadoria

quando vende sua força de trabalho.

Isto é, produzimos mercadorias e

paradoxalmente somos mercadorias. Só

nos comunicamos por intermédio dos

produtos do trabalho, ou seja, por

intermédio das mercadorias.

Expressa toda a supremacia do Valor de

Troca sobre o Valor de Uso. É a

mercantilização de qualquer ou forma de

relação social.

O conflito da produção expresso na

Superestrutura e o papel do Estado:

O antagonismo entre as relações da

burguesia verso proletariados se

apresenta também na superestrutura.

O Marx denomina de Lutas de Classes,

que perpassa a dimensão de luta

econômica e chega também na relação

(luta) política entre as duas classes.

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A luta de classes se constitui como uma

animação, sem a compreensão do

Estado. O Estado precisa ser entendido

como um intermediador entre a

superestrutura e o poder organizado de

uma classe social, que detém os meios de

produção, a Burguesia e o Estado que

mantém uma relação de interesse.

Estado e Sociedade:

O Estado não está separado da

sociedade.

O Estado é produto das relações

contraditórias apresentadas na própria

sociedade.

O Estado é a expressão máxima da

relação de produção específico do

capitalismo. O monopólio do aparelho

estatal, diretamente ou por meio de

grupos de interesses, é a condição básica

do exercício da dominação.

O poder político é em sua organização, o

poder organizado de uma classe

dominante, (a burguesia) para a opressão

das outras classes sociais.

Max Weber (1864-1920):

Marx Weber nasceu na Alemanha, em 21

de abril de 1864. Doutorou-se em Direito em

1889. Lutou contra o pensamento conservador e

marxista do seu tempo, defendeu um Estado

Liberal, democrático e constitucional, que fosse

capaz de barrar a ditadura burocrática alemã,

que em sua época estava sob o controle dos

monarcas.

Defendeu uma sociologia compreensiva,

pautando-se diretamente na matéria, na história e

valores. Percebendo que as ações que o

individuo desenvolve, um fator básico em virtude

de ser único portador de conduta significativa,

cada um possui uma especificidade. Assim

Weber busca compreender a ação social do

individuo, o valor que o ator atribui a sua conduta.

A partir dessa visão Weber entende que pode

compreender o individuo através dos valores

adquiridos e das obras que o constituíram.

Sociologia para Weber:

A sociologia em Weber é uma ciência que

tem como objetivo, a compreensão interpretativa

da ação social, e esse último termo será

reservado à ação cuja intenção fomentada pelos

indivíduos envolvidos se refere à conduta de

outros, orientando-se de acordo com ela. (Weber,

1987, p. 9).

Características para se compreender Weber:

Objetivo do Weber: compreender a

singularidade do mundo ocidental.

Metodologia: Compreensiva e

explicativa.

Objeto de Estudo: Ação social, seus

contextos e efeitos.

Problemática: racionalização do mundo e

seus efeitos.

Tipo Ideal: instrumento metodológico.

O papel social: é aquilo que você faz

dentro da sociedade em um determinado

momento, isso é o papel social.

O status social: é a sua realidade social

naquele instante, naquele momento.

Instituição Social: são aquelas

organizações existentes na sociedade

que tem como OBJETIVO EDUCAR o

individuo para a VIDA SOCIAL. Então são

as instituições sociais que regulam as

ações sociais que dizem o que ou não ser

feita.

Weber vai analisar os sentidos das ações

sociais e para ele pode interder melhor essas

relações, vai caracterizar tipos ideais. O autor vai

classificar categorizar as ações em tipos ideais. A

sociologia é uma ciência compreensiva e

explicativa, a sociologia compreende, interpreta,

explica a causalidade.

O conceito de ação

social:

A ação social é um sistema de objetivos

mais adequados para uma transformação das

sociedades. Só existe, uma ação social quando o

indivíduo estabelece uma comunicação com os

outros, sendo que tal indivíduo deseje ou não

passar por aquela transformação. Um exemplo

que Max Weber cita é que, quando se tem uma

eleição, os eleitores definem seu voto a partir da

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ação, opiniões dos outros que estão ao seu

redor, ou seja, os indivíduos não conseguem ter

suas próprias ações. Para Weber, a ação social.

Muita atenção:

Nos conceitos de ação social e definição de seus

diferentes tipos, Weber não analisa as regras e

normas sociais como exteriores aos indivíduos.

Para ele as normas e regras sociais são o

resultado do conjunto de ações individuais que se

ligam a outros indivíduos formando uma teia de

sentidos.

Tipo Ideal Weberiano:

O tipo ideal é obtido mediante o

encadeamento de um conjunto de fenômenos

isoladamente dados, que se ordenam segundo

os pontos de unilateralmente acentuados, a fim

de se formar um esquema homogêneo de

pensamento. “um tipo ideal é a seleção arbitrária

das características de um fenômeno a partir das

inúmeras qualidades presentes na realidade, sem

nenhuma tentativa de colocá-lo em uma relação

superordenada”.

Tipos de ação social: são 4 segundo Weber:

Racional com relação ao objetivo: é a

ação social determinada pelo cálculo

racional que coloca fins e organiza os

meios necessários.

Ex.: a construção de uma ponte, a atuação no

mercado de ações, a administração de uma

empresa.

Racional com relação a valores: É

aquela definida pela crença consciente no

valor de uma determinada conduta

orientada por um princípio ético, estético,

religioso ou na defesa da “honra”.

Ex.: Ceder o lugar no ônibus a um idoso ou

devolver o troco errado. Em ambos os casos a

ação social é orientada pela sociedade baseados

em valores.

Ação tradicional: aquela determinada

por um costume ou um hábito arraigado.

Ex.: A tradição do kilt na Escócia (saias para

homens), a troca de presentes no Natal e o

chimarrão podem ser explicados na tradição

por trás dessas práticas. A ação social,

nesses casos, é baseada na tradição.

Ação afetiva: é aquela definida pela

reação emocional do sujeito quando

submetido a determinadas circunstâncias.

Ex.: a mãe que bate no filho por ele ter se

comportado mal, o comportamento “diferente” de

certas pessoas em festas e o cuidado dos pais

por seus filhos.

As três formas de legítimas de dominação:

Retomando a questão do poder, para

Weber, existe uma força que permite com que

uns consigam se impor sobre os demais,

sujeitando-os à sua vontade. Essa força está na

fonte que legitima esse poder. Para distinguir e

analisar essas fontes do poder na sociedade,

Weber lança mão dos tipos ideais. O autor

identifica três formas de dominação consideradas

legítimas pelos sujeitos.

Dominação Legal: Tipo de poder onde

predominam normas impessoais e cargo.

Um tipo de poder onde se predomina

normas impessoais e hierárquicas.

Normatização de uma ação.

Ex. cargo público → juízes, policiais, prefeito.

Dominação tradicional: A tradição é

identificada por weber como uma fonte de

poder. Nesses casos predominam

características patriarcais e patrimonialista

baseada na tradição. Assim, ela se

sustenta nos costumes, nas relações

sociais passada na tradição de um povo.

Ex.: A tradição é uma das fontes de autoridade

dos sacerdotes religiosos.

Dominação Carisma: Predominam

características místicas e de

personalidade; há seguidores, devoção e

respeito pela pessoa em si, não pelo

cargo ocupado nem por alguma tradição

que possa ampara-lo.

ex.: líderes “populares” que, independentemente

de cargos ou dinheiro são considerados

autoridades e respeitados como tais. Líderes

religiosos, políticos e artistas podem se valer do

carisma como fonte de poder.

Burocracia:

A burocracia é uma forma de organização

humana que se baseia na racionalidade, isto é,

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na adequação dos meios aos objetivos (fins),

para que se obtenha o máximo de eficiência

possível para no alcance desses objetivos.

Burocracia: tem a função de organizar

racionalmente um espaço, um grupo, uma

sociedade e um Estado. A burocracia é um

instrumento de legitimação da autoridade, que

queria buscar a perfeição no serviço prestado e

exercido pelo burocrata.

Racionalização: é o desenvolvimento da

ciência, da tecnologia moderna e da burocracia.

A burocracia organiza a vida econômica e social

de acordo com os princípios de eficiência e na

base do conhecimento técnico.

Ex. na sociedade tradicional, a religião, e os

costumes muito antigos definiam amplamente a

atitude e os valores das pessoas. Já na

sociedade moderna é marcada pela

racionalização de mais e mais áreas da vida,

política e religiosa.

Principais características do tipo ideal de

Burocracia (Max Weber):

Finalidade: As burocracias são

essencialmente sistemas de normas. A

figura da autoridade é definida pela lei,

que tem como objetivo a racionalidade

das decisões em critérios impessoais.

Impessoalidade: As pessoas são

ocupantes de cargos ou posições formais.

Alguns dos cargos são figuras de

autoridade. A obediência é devido aos

cargos, não aos ocupantes. Todas as

pessoas seguem a lei.

Profissionalismo: As burocracias são

formadas por funcionários. Os

funcionários são remunerados, obtento os

meios para sua subsistência. As

burocracias funcionam como sistemas de

subsistência para os funcionários.

Desencantamento do Mundo:

Racionalização, Secularização e

Desculturalização.

Tudo o que é estamental, tudo que é

sólido, se evapora, tudo que é sagrado é

profanado... (Weber, ética Protestante e o

Espírito do Capitalismo).

E para tanto, são duas as forças que

atuam neste processo de desencantamento do

mundo. Uma delas é a própria religião que age

num processo de “desmagificação” das vias de

salvação; a outra é a ciência, uma força empírico-

intelectual, que ao desencantar o mundo, o

transforma num mero mecanismo causal. Assim,

acontece o desencantamento do mundo todas as

vezes em que os elementos mágicos do

pensamento vão sendo desalojados do contexto

religioso, e todas as vezes em que as ideias vão

possuindo cada vez mais uma consistência

sistemática e também naturalística, ou seja ,

científica.

O Desencantamento do mundo: não é

desencanto com outra pessoa, não é um estado

de espírito. O desencantamento em sentido

estrito se refere ao mundo da magia e quer dizer

literalmente: tirar o feitiço, desfazer um sacrifício,

escapar da praga rogada, derrubar um tabu, em

quebrar o encanto.

Tipos de Estado:

O Estado Absolutista:

Surgido em um período de confronto entre

nobreza e clero – de um lado – e burguesia – de

outro. A princípio a burguesia tentou estabelecer

acordos políticos com os monarcas, que

aproveitaram a disputa entre as camadas sociais

para aumentar seu poder político. Surgiu um

novo tipo de Estado, apoiado pela burguesia, que

se estendeu por vastos territórios e centralizou as

decisões políticas.

O absolutismo teve em Thomas Hobbes

(1588-1679) seu representante, cuja teoria

procurava as origens do Estado e sua finalidade.

Hobbes defendia um Estado soberano com

representação máxima de uma sociedade

civilizada e racional.

No Absolutismo o poder político

centralizou-se no interior do domínio nacional (ou

territorial) e os parlamentos que surgiram nesse

Estado funcionavam como órgãos consultivos,

pois não eram permanentes e não tinham força

perante o rei.

Atenção: O Estado nunca interessou afastar a

Igreja da vida política, pois o melhor seria

submetê-la ao seu poderio e conservar sua

função religiosa, que beneficiava o próprio

Estado.

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Estado Absolutista: surge em Portugal, no

final do século XIV com a revolução de Avis. No

reinado de Luis XIV (1638 - 1715)

Ponto alto na França, no reinado do Rei

Luis XIV (1638 - 1715).

Frase que expressa o Absolutismo “O

Estado sou eu”.

Característica do Estado Absolutista:

Controle econômico;

Concessão de monopólios;

Fixava o preço, tarifas;

Administrava: as moedas, os metais

preciosos;

Acúmulos de bens → expressão máxima

da riqueza de um país;

Forma de administração do Estado:

Centraliza e prática;

Cuida do contingente militar, criando um

exercito profissional;

a) Impostos gerais→ que era para manter e

sustentar o exercito.

O Estado Absolutista colocou frente a frente:

Os estamentos feudais dominante

(nobreza e clero), e a burguesia→ classe

em ascensão da época.

Disputam interesses referentes:

A justiça;

Administração do patrimônio público;

A administração econômica.

O Estado Absolutista monárquico é o regime

em que o monarca possui o poder absoluto,

podendo decretar leis, criar e cobrar impostos,

nomear funcionários, e manter um exercito

permanente.

O rei era a própria fonte do Direito, apoiado

pela igreja e amparado pela teoria dos direitos

divinos dos reis, segundo o qual os reis recebiam

de Deus essa autoridade.

O Estado Liberal:

Estado liberal se encontra nos

fundamentos da doutrina do direito natural, para

a qual o Estado nasce de um contrato social

estabelecido entre homens igualmente livres,

com o único intuito da autopreservação e da

garantia de seus direitos naturais. Eis os

fundamentos do Estado liberal – a garantia das

liberdades individuais advindas do estado natural

concebida enquanto limites do poder concedido

ao Estado. Ou seja, as liberdades individuais são

elas próprias os limites do Estado liberal.

O Estado liberal ergue-se sobre os

pressupostos da limitação do poder estatal em

contraposição ao poder estatal absoluto. O

liberalismo parte de definições – de homem,

sociedade e direitos individuais –, puramente

gnosiológicas. No caso do progenitor do

liberalismo político – o nominalista John Locke –,

o homem emerge de uma concepção atomista

psicológico-empírica de indivíduo, através da

qual se afirma que as essências são todas de

natureza nominal (LOCKE, 1999).

O Estado que nasce a partir da pena de

Hobbes tornou possível a unificação do poder,

considerado absoluto justamente por ser superior

a toda e qualquer forma de poder. Ou seja, o

único capaz de produzir o direito, e, portanto, “[...]

produzir normas vinculatórias para os membros

da sociedade [...]” (BOBBIO, 1997, p.13) e para si

próprio.

Atenção: Estado soberano: e a forma

constitutiva de poder que se estabelece não

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reconhece e não pode reconhecer acima de si

nenhuma forma superior de poder.

Estado Liberal ou Liberalismo

O Estado Liberal emergiu no século XVIII,

reação ao Estado Absolutista.

Valores primordiais do Estado Liberal:

Individualismo;

Liberdade;

Propriedade privada;

O Estado Liberal vem em oposição ao estado

Absolutista, o Absolutismo se constitui em um

Estado controlando tudo, já o Estado liberal

prega uma Liberdade individual na sociedade, a

burguesia precisava tirar da mão do rei o controle

econômico, aja vista que neste período já estava

se vivendo uma fase capitalista conhecida como

capitalismo concorrencial.

O Estado Liberal se dizia representante da

sociedade, um papel de “Guardião da ordem”. O

Estado Liberal não intervém nas relações entre

indivíduos, mas cada individuo possa

desenvolver suas atividades. Ele também

estabelece a separação entre público e privado.

A estrutura política do Estado Liberal: se

fundamenta na ideia de Soberania Popular.

EX.: Art. 1º da CF 88→ todo poder emana do

povo, que exerce por meio de seus

representantes eleitos ou diretamente, no termos

da constituição.

O Parlamento é a instituição central do

Estado Liberal.

Objetivo do Estado Liberal:

A não intervenção do estado nas

atividades econômica;

Laissez – faire; laissez – passer ( deixai

fazer, deixai passar), significa que a

economia não deve se regulada pelo

Estado, mas por si mesma, ou seja, pelo

mercado. Essa regulamentação pelo

mercado Adam Smith (1723 - 1790), vai

chama de “a mão invisível”.

Segundo Adam Smith, a plena liberdade para

a produção e a circulação de mercadorias

garantiria o pregresso das empresas e das

nações, contribuindo até para a paz mundial.

O pensamento liberal começaram a se

arruinar no final do século XIX, e termina com a

primeira guerra mundial (1914 - 1918), isso

aconteceu por que a intensa concorrência entre

empresas provocou o desaparecimento das

pequenas firmas, que faliam ou eram compradas

pelas maiores. A concentração ficou tão grande e

o capital centralizou-se na mão tão poucos que a

concorrência passou a ser entre países, e não

mais só entre empresas.

A “guerra” de mercado chegou a vias de foto,

transformou-se numa guerra de verdade entre

países. As crises econômicas tornaram-se

frequente e a competição entre nações ficou

ainda maior. A eclosão da primeira guerra teve

origem nessas disputas entre nações europeias.

O Estado Liberal-Democrático.

As sociedades capitalistas, movidas pela

burguesia revolucionaria, criaram o Estado

Liberal Democrático, que entrou em prática em

locais onde a burguesia se chocou com a

nobreza e buscou apoio entre os operários e

camponeses.

O Estado de Bem-estar Social

O Estado tem uma função interventiva e

regulatória na área do Bem-estar Social. Tem

ainda o objetivo de explicar como o poder de

mobilização política contribuiu na constituição, a

partir da referência teórica de Esping-Andersen,

que enfatiza a interferência significativa dos

mecanismos políticos e institucionais de

representação para a construção de consensos

na condução dos objetivos de bem-estar,

emprego e crescimento (ESPING-ANDERSEN,

1995).

O Estado de Bem-estar Social, visto que

contemplam as distintas formas de articulação

dos mecanismos de proteção social – Estado,

mercado e família. O Estado do bem-estar social

foi muito criticado por uma parcela da burguesia

que afirmava que este não valia o quanto

custava, pois os negócios ficavam

comprometidos com tantos impostos e

bloqueava-se o desenvolvimento econômico.

Tentava resolver dois problemas:

Os movimentos dos trabalhadores que

exigiam melhores condições de vida.

As necessidades do capital, que buscava

alternativa para a construção de uma

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nova ordem econômica mundial diante do

bloco socialista.

Características:

É um sistema generalizado, que abrange

o conjunto da população, seja qual for o

seu estatuto de emprego ou o seu

rendimento;

É um sistema unificado e simples: uma

quotização única abrange o conjunto dos

ricos que podem causar privações do

rendimento;

É um sistema uniforme: as prestações são

uniformes seja qual for o rendimento dos

interessados;

É um sistema centralizado: preconiza uma

reforma administrativa e a criação de um

serviço público único (ROSANVALLON,

1981, p.115).

Intervenção na economia (regulando e

subsidiando).

Redistribuindo rendimento

Finalidade Política:

Era romper com o principio liberal.

O capitalismo e o Estado Social propunham:

Moradia digna, educação de qualidade,

assistência à saúde, transporte coletivo,

trabalho e Salário etc.

O Estado direcionou suas propriedades

para proporcionar trabalho para maior

parte da população.

Atenção: A brutal acumulação de riquezas

impulsiona os conflitos entre as classes sociais, e

o Estado vê-se obrigado a criar órgãos para

atender as reivindicações populares, usando o

que se chama de política de bem-estar social.

Estado Neoliberal:

Mas o que é neoliberalismo? Compreende

a liberação e generalização das atividades

econômicas, compreendendo a produção,

distribuição, troca e consumo.

A partir da década de 1970, pós a crise do

petróleo, houve nova necessidade de mudança

na organização estatal, ou seja, no Estado.

O capitalismo enfrentava vários desafios:

As empresas Multinacionais (precisavam

expandir-se);

O desemprego crescente (nos EUA e nas

maiorias dos países europeus);

Os movimentos grevistas se

intensificavam (em quase toda a Europa);

Os países em desenvolvimentos

(aumentavam seu endividamento).

Os analistas tendo como referências os

economistas: Friedriech Von Hayek (1899 - 1992)

e Milton Friedman (1912 - 2006) atribuiu a crise

aos gastos públicos as políticas sociais.

As políticas sociais causaram:

Déficits Orçamentários;

Mais Impostos;

Aumento da Inflação.

OBS: Essas políticas sociais estavam

comprometendo:

A liberdade do mercado;

A liberdade do individuo; →esses dois

valores básicos do capitalismo.

A política do Bem Estar dos cidadãos:

Saúde;

Educação pública;

Previdência social;

Seguro desemprego → deveria ficar por

conta deles mesmo, já que gastam muito,

os serviços públicos deveriam ser

privatizados e pagos por quem o utiliza.

Defendiam o “Estado Mínimo” → significava

voltar ao que propunha o Liberalismo antigo,

como o mínimo de intervenção estatal na vida

das pessoas.

Neste cenário e desça maneira aparece o Estado

Neoliberal.

A expressão maior desse modelo de Estado:

Na Inglaterra com a Margareth Thatcher;

Nos Estados Unidos com Ronald Reagan

→ mesmo no período desses dois

governos o Estado não deixou de intervir

na economia.

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O Estado intervia:

No orçamento Militar (que era altíssimo);

Muitos gastos para amparar as grandes

empresas;

No sistema financeiro;

Os setores atingidos pelas novas políticas:

Assistência Social;

Habitação;

Transporte;

Saúde Pública;

Direitos trabalhistas; → Essa “NOVA”

forma de liberalismo, atingiu diretamente

os trabalhadores e os setores

marginalizados da sociedade.

Os neoliberais → diziam que era necessário ter

mais rapidez para tomar decisões no mundo dos

negócios, o capital privado precisava de mais

espaço para crescer.

Reforçavam os valores e o modo de vida

capitalista:

O individualismo;

A livre iniciativa;

O livre mercado;

As empresas privadas;

O poder do consumo;

Com essas propostas, o que se viu foi a

presença cada vez maior das grandes

corporações produtivas e financeiras na definição

dos atos do Estado, fazendo com que as

questões políticas passassem a ser dominada

pela economia.

O que era público (comum a todos) passou a ser

determinado pelo interesse privados, ou seja, por

aquilo que é particular.

Estado Socialista:

A História das Ideias Socialistas possui

alguns cortes de importância. O primeiro deles é

entre os socialistas Utópicos e os socialistas

Científicos, marcado pela introdução das ideias

de Marx e Engels no universo das propostas de

construção da nova sociedade. O avanço das

ideias marxistas consegue dar maior

homogeneidade ao movimento socialista

internacional. Pela primeira vez, trabalhadores de

países diferentes, quando pensavam em

socialismo, estavam pensando numa mesma

sociedade - aquela preconizada por Marx - e

numa mesma maneira de chegar ao poder.

Estado Comunista:

As ideias básicas de Karl Marx estão

expressas principalmente no livro O Capital e n'O

Manifesto Comunista, obra que escreveu com

Friedrich Engels, economista alemão. Marx

acreditava que a única forma de alcançar uma

sociedade feliz e harmoniosa seria com os

trabalhadores no poder.

Em parte, suas ideias eram uma reação

às duras condições de vida dos trabalhadores no

século XIX, na França, na Inglaterra e na

Alemanha. Os trabalhadores das fábricas e das

minas eram mal pagos e tinham de trabalhar

muitas horas sob condições desumanas. Marx

estava convencido que a vitória do comunismo

era inevitável.

Afirmava que a história segue certas leis

imutáveis, à medida que avança de um estágio a

outro. Cada estágio caracteriza-se por lutas que

conduzem a um estágio superior de

desenvolvimento. O comunismo, segundo Marx,

é o último e mais alto estágio de

desenvolvimento. Para Marx, a chave para a

compreensão dos estágios do desenvolvimento é

a relação entre as diferentes classes de

indivíduos na produção de bens.

Afirmava que o dono da riqueza é a

classe dirigente porque usa o poder econômico e

político para impor sua vontade ao povo. Para

ele, a luta de classes é o meio pelo qual a história

progride. Marx achava que a classe dirigente

jamais iria abrir mão do poder por livre e

espontânea vontade e que, assim, a luta e a

violência eram inevitáveis.

O Estado Anarquista:

Foi à proposta revolucionária internacional

mais importante do mundo durante a segunda

metade do século XIX e início do século XX,

quando foi substituído pelo marxismo

(comunismo).

O anarquismo prega o fim do Estado e de

toda e qualquer forma de governo, que seriam as

causas da existência dos males sociais, que

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devem ser substituídos por uma sociedade em

que os homens são livres, sem leis, polícia,

tribunais ou forças armadas.

A sociedade anarquista seria organizada

de acordo com a necessidade das comunidades,

cujas relações seriam voltadas ao

autoabastecimento sem fins lucrativos e à base

de trocas. A doutrina, que teve em Bakunin seu

grande expoente teórico, organizou-se

primeiramente na Rússia, expandindo-se depois

para o resto da Europa e também para os

Estados Unidos.

O auge de sua propagação deu-se no

final do século XIX, quando agregou-se ao

movimento sindical, dando origem ao anarco

sindicalismo, que pregava que os sindicatos eram

os verdadeiros agentes das transformações

sociais.

Com o surgimento do marxismo,

entretanto, uma proposta revolucionária mais

adequada ao quadro social vigente no século XX,

o anarquismo entrou em decadência. Sem,

contudo, deixar de ter tido sua importância

histórica, como no episódio em que os

anarquistas italianos Nicola Sacco e Bartolomeo

Vanzetti foram executados por assassinato em

1921, nos EUA, mesmo com as inúmeras

evidências e testemunhos que provavam sua

inocência.

Poder:

Poder: “Poder significa a probabilidade de

impor a própria vontade dentro de uma relação

social, mesmo contra toda a resistência e

qualquer que seja o fundamento dessa

probabilidade”. A sociedade, para Weber,

constitui, antes de qualquer coisa, um sistema de

poder, não apenas nas relações entre classes, ou

entre governantes e governados, mas igualmente

nas relações cotidianas na família, na empresa,

por exemplo. As pessoas se deparam a todo

momento com o fato de que indivíduos ou

conjunto de indivíduos têm maior ou menor

possibilidade de impor a sua vontade a outros.

Foucault trata principalmente do tema

poder, que para ele não está localizado em uma

instituição, e nem tampouco como algo que se

cede, por contratos jurídicos ou políticos. O poder

em Foucault reprime, mas também produz efeitos

de saber e verdade.

Trata-se (...) de captar o poder em suas

extremidades, em suas últimas rami- ficações (...)

captar o poder nas suas formas e instituições

mais regionais e locais, principalmente no ponto

em que ultrapassando as regras de direito que o

organizam e delimitam (...) Em outras palavras,

captar o poder na extremidade cada vez menos

jurídica de seu exercício. (Foucault, 1979:182)

Por exemplo, a ação de « vigiar », para

Foucault, é uma clara demonstração da

impotência do poder, pois, se ele tivesse a força

que imagina ter, não seria preciso uma vigilância

constante para manter assegurada sua

hegemonia.

As teorias sociológicas clássicas sobre o

Estado:

Estado para Marx:

Tendo escrito sobre as questões que

envolvem o Estado num período em que o

capitalismo ainda estava em formação, Marx, não

formulou uma teoria especifica sobre o Estado e

o Poder.

Marx definiu o Estado como uma entidade

abstrata, em contradição com a sociedade.

Seria uma comunidade ilusória, que procuraria

conciliar os interesses de todos, mas

principalmente daqueles que dominavam a

economicamente a sociedade.

Na obra:

A Ideologia Alemã de 1847, Marx

identifica:

A divisão do trabalho;

A propriedade privada; → Esses dois são

geradora das classes sociais, e como

base para o surgimento do estado.

O Estado seria a expressão Jurídica e política

da sociedade burguesa. → Apenas garantiria as

condições gerais da produção capitalista, não

indeferia nas relações econômicas.

Na obra: Manifesto Comunista 1848, Marx e

Engel afirmavam:

“os dirigentes do Estado moderno funcionam

como um comitê executivo da classe dominante

(Burguesia)”.

Na obras: As lutas de classes na França

de 1848, e o dezoito Brumário de Luis Bonaparte

de 1852. Marx analisa a situação Histórica

especifica:

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“O Estado nasceu para refrear os antagonismos

de classe, e, por isso o Estado da classe

dominante”.

Marx existem momentos em que a luta de

classes é equilibrada e o Estado se apresentante

com independência entre as classes em conflito,

como se fosse um mediador.

Analisando a burocracia do Estado, Marx

afirma que o Estado pode estar acima da luta de

classe, separado da sociedade, como s fosse

autônomo. É nesse sentido que pode haver um

poder que não seja exercido diretamente pela

burguesia. Mas o Estado continua criando as

condições necessárias para o desenvolvimento

das relações capitalistas, principalmente o

trabalho assalariado e a propriedade privada.

Na obra: A Guerra Civil na França 1871, Max

analisa a comuna de Paris e volta a olhar para o

Estado.

“O desaparecimento do Estado seria o

resultado da transferência do poder para a

federação de associações dos trabalhadores”.

Para Marx o Estado é uma organização cujos

interesses são os da classe dominante na

sociedade capitalista. (Burguesia.)

Estado para Durkheim:

Ao analisar a política e o Estado de seu

tempo, Durkheim teve como referência

fundamental a sociedade francesa de sua época.

Como sempre esteve preocupado com a coesão

social.

Para ele o Estado é fundamental numa

sociedade que fica cada dia maior e mais

complexa, devendo estar acima das

organizações comunitárias.

Durkheim dizia que o Estado “concentrava e

expressava” a vida social. Sua função seria

eminentemente moral.

A moral é a comunhão de ideias e

sentimentos: conjunto de regras, conjunto de

normas, conjuntos de signos.

A moral democrática: cabe ao Estado esclarecê-

los e inculca-los em todas as crianças, via

educação.

Educação moral Laica: é uma educação

com um pensar puramente racional.

Escolas Públicas: seria a guardiãs por excelência

de nosso padrão racional. A sociedade é o

habitat dessa vida moral.

Moral para Durkheim é um sistema de

fatos realizados, ligados ao sistema total do

mundo.

O Estado deveria realizar e organizar o

ideário do individuo e assegurar-lhe pleno

desenvolvimento, aconteceria da seguinte forma:

Pela educação pública voltada para uma

formação moral sem fins conceituais ou

religiosos.

Para Durkheim o Estado não é antagônico

ao individuo.

Foi o Estado que emancipou o individuo dos

grupos secundários como: família, igreja,

corporações profissionais, dando-lhe um espaço

maior, mais amplo para o desenvolvimento de

sua liberdade.

A relação entre Estado e individuo é

importante para saber como os governantes se

comunicam com os cidadãos, para esses

acompanhe as ações do governo.

A intermediação deve ser feita pelos

carnais como: jornais, educação cívica, órgão

secundários que estabeleçam a ponte entre

governante e governado.

Principalmente os grupos profissionais

organizado, que são a base da representação

política e da organização social.

Para Durkheim o Estado é uma

organização com conteúdo inerente, ou seja, do

interesses coletivos.

Estado para Weber:

Cinquenta anos depois da publicação do

manifesto comunista por Marx e Engel, num

momento em que o capitalismo estava mais

desenvolvido e burocratizado, Weber escreveu

sobre as questões do Poder e Política.

Weber questionava: como será possível o

indivíduo manter sua independência diante dessa

total burocratização da vida?

Esse foi o tema central da sociologia

política Weberiana.

Weber manifestava uma preocupação

especificas com as estruturas políticas:

Alemã (preocupação especifica);

Estados Unidos;

Inglaterra

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Rússia (mas, atento o que acontecia na

Rússia, pós a revolução de 1905).

Na Alemanha unificada Otto Von Bismarck, o

Estado era fundamentado nos seguintes setores

da sociedade.

Exército;

Os junkers (grandes proprietários de

terras);

Os grandes industriais;

A elite do serviço público (alta burocracia).

1917, escrevendo sobre Bismarck dizia que

tinha deixado uma nação sem educação e sem

vontade política, acostumado a aceitar que o

grande líder decidisse por ela.

Weber ao analisar o Estado Alemão afirma

que o verdadeiro poder estatal está nas mãos da

burocracia militar e civil.

O Estado para Weber, “é uma relação de

homens dominando homens” mediante a

violência → que é considerada legitima.

O Estado é uma associação compulsória que

organiza e dominação.

OBS: para que essa relação exista, é

necessários que os dominados obedeçam a

autoridade do que detêm o poder.

Os clássicos da sociologia contemporânea

Norbert Elias:

Sociólogo alemão, Norbert Elias nasceu

em 1897, na então cidade alemã de Breslau

(atual Wroclaw, Polónia), e veio a falecer em

1990, nos Países Baixos, onde passou a fase

final da sua vida. Com formação de base nas

áreas da medicina, filosofia, psicologia e

sociologia, lecionou na Universidade de

Heidelberg (1924-29) e na Universidade de

Frankfurt (1939-33), onde teve Karl Mannheim

por colega.

De família judaica, teve de fugir da

Alemanha nazista exilando-se em 1933 na

França antes de se estabelecer na Inglaterra

onde passará grande parte de sua carreira.

Todavia, seus trabalhos em alemão tardaram a

ser reconhecidos e ele viveu de forma precária

em Londres antes de obter em 1954 um posto de

professor na Universidade de Leicester.

Suas obras focaram a relação entre

poder, comportamento, emoção e conhecimento

na História. Devido a circunstâncias históricas,

Elias permaneceu durante um longo período

como um autor marginal, tendo sido redescoberto

por uma nova geração de teóricos nos anos 70,

quando se tornou um dos mais influentes

sociólogos de todos os tempos. Na teoria

sociológica de Elias, porém, a relação entre o

"indivíduo" e a "sociedade" é concebida de outro

modo. Norbert Elias não aceita qualquer tipo de

concepção social "totalizadora" - e nem mesmo

"individualista" - dos processos sociais.

Formulador da teoria do processo

civilizador, na qual a “civilização” européia teria

surgido pela interiorização das limitações e

autocontrole dos impulsos, sob o efeito das

transformações provocadas pela formação do

Estado Moderno e da curialização das elites, ele

vem trabalhar com um conceito de sociedade que

é, na verdade, uma rede de relações; um todo

relacional, ou seja, o social é concebido como um

sistema de relações entre grupos e indivíduos

interdependentes.

Obras mais conhecida no Brasil:

O Processo Civilizador.

Os estabelecidos e os outsiders;

Sociedade dos indivíduos;

Sociedade da corte;

Anthony Giddens:

Nasceu em 18 de janeiro de 1938,

Londres é um sociólogo britânico, renomado por

sua Teoria da estruturação. Considerado por

muitos como o mais importante filósofo social

inglês contemporâneo, figura de proa do novo

trabalhismo britânico e teórico pioneiro da

Terceira via, tem mais de vinte livros publicados

ao longo de duas décadas.

O autor, além de fazer uma leitura original

dos clássicos, elabora uma nova teoria para

compreender nosso período histórico. A partir da

análise de dois de seus mais recentes textos –

As consequências da modernidade (1990) e A

transformação da intimidade (1992), percebe-se

que o autor traz uma tese provocativa: vivemos

uma época em que os estilos e costumes, vindos

com a modernidade - organização social que

emergiu na Europa a partir do século XVIII -,

encontram-se totalmente radicalizados.

As suas ideias tiveram uma enorme

influência quer na teoria quer no ensino da

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sociologia e da teoria social em todo o mundo. A

sua obra abarca diversas temáticas, entre as

quais a história do pensamento social, a estrutura

de classes, elites e poder, nações e

nacionalismos, identidade pessoal e social, a

família, relações e sexualidade.

Georg Simmel

Georg Simmel (1858-1918) nasceu em

Berlim, Alemanha, Diplomou-se pela

Universidade de Berlin em Filosofia. Concluindo o

doutorado em 1881, com a tese intitulada “A

Natureza da Matéria Segundo a Nomadologia

Física de Kant”. Entre 1885 e 1900, foi

professor na Universidade de Berlim. Fundou a

Sociologia das Formas Sociais, mostrando a

relativa independência de forma e conteúdo

social.

Em 1914, ele foi nomeado professor em

Estraburgo, então uma cidade que pertencia ao

Império Germânico. Seus escritos transitaram

pela Filosofia, Sociologia, História, Psicologia,

Economia e Antropologia.

A Alemanha de seu tempo apresentava:

Um processo de modernização;

O capitalismo em ascensão;

A dinâmica do dinheiro;

Tecnologia e Mercantilização.

Simmel analisou os fenômenos estruturantes

da modernidade como:

As Metrópoles;

A vida social e Cultural

O Dinheiro

Obras mais conhecidas:

O conflito da cultura moderna e outros

escritos

Questões fundamentais de Sociologia

Filosofia do Dinheiro

A “Filosofia do Dinheiro” (1900), é

considerada sua grande obra (processo de

circulação e consumo). Para Simmel a

Modernidade é ambivalente, ou seja, produz

alienação da mesma forma que viabiliza a

liberação do individuo, ou melhor os correlaciona.

Para Simmel a Metrópoles é vista como local de

conflitos, de trocas, de consumo, de colisão de

corpos, de mobilidades, passagens de fronteiras

e outros.

A cidade é um novo espaço de

comunicação, fragmentação, desterritorialização

e outras dimensões sociocultural.

A modernidade pode ser entendida através de

seus dois principais símbolos:

As Metrópoles

Dinheiro

Trazem uma dualidade que só na

modernidade pode ser acentuado de modo

radical:

O aumento da individualidade;

O aumento da impessoalidade

A cidade grande era, para Simmel, a essência

da vida moderna, o lugar do transitório, do

fugitivo, do efêmero, um lugar dinâmico, no qual

se vivia mais, porque se vivia mais rápido.

Atitude Blasé: é a indiferença

demonstrada no curso da distinção entre

as coisas.

Individuo Blasé: indiferença, “incapaz de

notar a diferença. Habituado à

impessoalidade desatenção civil, ele é

incapaz de notar no novo segundo

Simmel.

O dinheiro na modernidade:

O dinheiro é um herói/ vilão da

modernidade.

O dinheiro, como meio de troca universal,

destrói toda especificidade, torna tudo

nivelado.

A principal ambiguidade da modernidade:

uma maior liberdade individual caminhando lado

a lado com uma maior impessoalidade.

As correntes da cultura moderna deságuam em

duas direções aparentemente oposta:

Nivelação: estabelecimento de círculos

sociais cada vez mais abrangente por

meio de ligações com mais remote sob

condições iguais.

Compensação: destaque do mais

individual, na independência da pessoa,

na autonomia da formação dela.

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A vida da metrópole e o uso do dinheiro

proporcionam uma maior mobilidade aos

indivíduos moderno.

Simmel distingue duas formas de

individualismos:

O individualismo quantitativo: é aquela

da liberdade individual iluminista.

O Individualismo qualitativo:

compreende o individuo como único,

distinto e especifico.

Zygmunt Bauman

Zygmunt Bauman, sociólogo polonês,

iniciou sua carreira na Universidade de Varsóvia,

onde teve artigos e livros censurados e em 1968

foi afastado da universidade. Logo em seguida

migrou da Polônia, reconstruindo sua carreira no

Canadá, Estados Unidos e Austrália, até chegar

à Grã-Bretanha, onde em 1971 se tornou

professor titular da Universidade de Leeds, cargo

que ocupou por vinte anos.

Algumas de suas Obras:

Medo Liquida

Amor Liquido

Modernidade Liquida

Identidade

A partir do século XX nova era, marcada por

uma total ruptura com o passado, provoca

mudanças fundamentais no terreno das relações

sociais, das ciências, da filosofia, da educação,

da moral, da economia. O abandono das

crenças, tradições, valores, ideologias. O homem

vai se isolando e perdendo referências.

Esse processo de transição para

modernidade, suas características, significados e

contradições, que o Bauman vai tratar de

“MODERNIDADE LIQUIDA”,

Liquido → por ser uma era com as principais

particularidades do fluidos: a inconstância e a

mobilidade.

Crise da Modernidade Sólida:

Nossos ancestrais eram esperançosos:

falavam de "progresso", se referiam à perspectiva

de cada dia ser melhor do que o anterior. Para

nós o: “progresso”, significa uma constante

ameaça de ser chutado para fora de um carro em

aceleração. De não descer ou embarcar a tempo.

De não estar atualizado com a nova moda. De

não abandonar rapidamente as habilidades e

hábitos ultrapassados e de falhar ao desenvolver

as novas habilidades e hábitos que os

substituem.

Ter é ser e ser é estar. Na modernidade

líquida não há compromisso com a ideia de

permanência e durabilidade.

Bauman, descrevem um panorama

insustentável de violência, terrorismo, e

individualismo que evidência a falência do projeto

do moderno-sólido de “ordem e progresso” para a

instauração global e local de não-lugares ou de

“terra de ninguém”.

“O medo é mais assustador quando

difuso, disperso, indistinto, desvinculado,

flutuante, sem endereço nem motivos claros.”

(pág. 08).

Medo é o nome que damos a nossa

incerteza.” (pág.08).

Os perigos dos quais se tem medo:

Os que ameaçam o corpo e as

propriedades

Os que ameaçam a durabilidade da

ordem social e a confiabilidade nela

Os perigos que ameaçam o lugar da

pessoa no mundo

Bauman analisa fenômenos da mídia, O que

os reality shows expõem é o destino. No que lhe

diz respeito, a eliminação é um destino inevitável.

É como a morte, que você pode tentar manter à

distância por algum tempo, mas nada do que

faça poderá detê-la quando finalmente chegar

(pág.38)

Irreparável... Irremediável... Irreversível...

Irrevogável... Impossível de cancelar ou de

curar... O ponto sem retorno... O final... O

derradeiro... O fim de tudo. Há um e apenas um

evento ao qual se podem atribuir todos esses

qualificativos na íntegra e sem exceção. Esse

evento é a morte. (pág.44)

Bauman classifica três estratégias

utilizadas pelo homem para tornar possível a

vida com o conhecimento da iminência da

morte.

A Religião

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A Fama

Por Procuração

Amor Liquido:

Bauman procura demonstrar como o

processo de individualização levou a fragilidade

dos laços amorosos e dos vínculos humanos.

Afeta os relacionamentos – infinito

enquanto dure.

No Brasil o poeta Vínicius de Morais

instituiu o ideal de amor e paixão.

[...] eu possa me dizer do amor (que tiver):

Que não seja imortal, posto que é chama

Mas que seja infinito enquanto dure.

(soneto de felicidade)

Bauman faz a distinção entre amor e desejo:

Amor → Cuidar, Preservar, assumir

responsabilidades.

Desejo→ relação de consumir→ leva ao

relacionamento insegurança.

Sexo para consumo→ troca da qualidade

pela quantidade

Comunidade:

Comunidade→ ela produz uma sensação

de aconchego.

Comunidade→ paraíso perdido

Diferença entre Comunidade e Redes:

Comunidade nós precede;

A Redes é mantida viva por duas

atividades diferentes: conectar e

desconectar

Comunidade = Segurança

Individualidade = Liberdade

Segurança sem liberdade é escravidão;

Liberdade sem segurança é risco

Confiança e Medo na Cidade:

Procura compreender as alterações

sociais e psicológicas dessa mudança nas

grandes cidades.

As cidades que emergiu como um espaço

para proteger as pessoas dos “outros”, (...) agora

parece perder sua função, sendo dominada por

uma cultura do medo.

Mixofobia → Medo de se misturar-se

Mixofolia→ É um forte interesse, desejo

de se misturar com o diferentes, pois é

muito humano.

Obras:

As consequências da modernidade

(1990);

A transformação da intimidade (1992);

Pierre Bourdieu:

Sociólogo francês nascido no ano de 1930, na

vila de Denguin, na frança, falecido em janeiro

de 2002, em Paris, exerceu grande influência no

ramo da sociologia em todo o mundo. Conhecido

pelo seu rigor intelectual, destacou em seus

estudos as relações sociais e as diversas formas

de dominação existente nelas.

OBRAS DE Pierre Bourdieu:

Dominação Masculina;

O Poder Simbólico;

Sobre a Televisão

Bourdieu desenvolve uma sociologia

em que estada; a lógica da dominação

social nas sociedades de classe e

mecanismos pelo quais ela se disfarça e

se perpetua.

Para Bourdieu a Sociologia é uma arte de

defesa: porque?

A sociologia tenta desvendar de que

maneira a sociedade consegue reproduzir

nos indivíduos todas as suas estruturas:

Política;

Econômica;

Modelo de pensamento;

Valores e outros.

Bourdieu escreve sobre fenômenos

variados como: religião, arte, escolas,

linguagem, mídia, gosto entre outros.

O mundo social, para Bourdieu, deve ser

compreendido à luz de nove conceitos

fundamentais: campo, habitus e capital.

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Habitus: ideias e representações de grupos

adquirida pelo individuo no curso do

processo de socialização que organiza, as

praticas e representações de um individuo e

grupos.

Campo: é o espaça onde ocorrem as

relações entre indivíduos, grupos e

estruturas sociais, com uma dinâmica que

estabelece a leis próprias, acendendo pelas

disputas de poder ocorridos em seu interior.

Capital Simbólico: conjunto de rituais e

normas ligados a honra e ao

reconhecimento.

Poder Simbólico: é uma forma

transformada, quer dizer, irreconhecido,

transfigurada e legitimada das outras formas

de poder.

Violência Simbólica: violência não

percebida, fundado sobre o reconhecimento

obtido por um trabalho de inculcação da

legitimidade dos dominantes sobre os

dominados e que assegura a permanecia da

dominação e da reprodução social.

Capital Social: conjunto de contatos,

relações, amizades, obrigações, relações

socialmente úteis que podem ser mobilizadas

pelos indivíduos ou grupos ao longo de sua

trajetória profissional e social.

Capital Econômico: conjunto de recursos

patrimoniais (terras, bens imobiliários, papéis

de creditos) e de rendas sejam ligados ao

capital (aluguéis, juros, dividendos) ou a um

exercício profissional assalariado ou não

assalariado.

Distinção: é uma estratégia de diferenciação

que está no âmago da vida social. É o

suporte de estratégias inscritas nas práticas

sociais.

Capital Cultural: é uma metáfora criada por

Bourdieu para explicar como a cultura em

uma sociedade dividida em classes se

transformam em uma espécie de moeda que

a classe dominante utilizam para acentuar as

diferenças.

Cultura: são valores e significados que

orientam e dão personalidade a um grupo

social.

Movimentos Sociais:

Qual seria o elemento constitutivo de um

movimento social? O que leva o movimento

social a acontecer? É OS CONFLITOS.

Quando falamos em movimentos sociais e

nós referimos a conflitos, a outra pergunta que

vem em seguida é a seguinte, porque será que

se geram esses conflitos? Porque eles existem?

A ponto de surgirem os movimentos sociais.

São gerados pela incapacidade do Estado de

atender às reivindicações dos grupos sociais.

Normalmente termos um conflito, uma

manifestação, uma passeata, logo termo um

movimento social. É por exemplo que ocorre às

passeatas de determinadas classes.

Ex. homossexuais, eles estão reivindicando

direitos, e esses movimentos acontecem tanto

em âmbito nacional quanto em âmbito

internacional. Por exemplo: A PRIMAVERA

ÁRABES→ em que a população dos países

árabes vai as ruas para derrubar um ditador e

para construir um Estado mais democrático, mais

justo.

Estão temos uma série de movimentos

sociais e conforme a sociedade vai se tornando

mais heterogenia, mais complexa, novos grupos

sociais vão surgindo e esses grupos sempre em

busca dos seus interesses, então a tendência é

que tenhamos mais movimentos sociais.

Mas nesta aula especificamente, vamos

tratar sobre qual teria sido o movimento

tradicional, O PRIMEIRO MOVIMENTO SOCIAL,

onde tudo começou, dentro desse sistema

capitalista em que vivemos.

O Movimento Operário:

É o pioneiro neste sentido de movimentos

sociais, quando falo de operário, termos algumas

perguntas, quando surgiu essa nova classe? Eu

posso dizer que essa classe sempre existiu?

NÃO, o operário, o proletariado, o trabalhador de

chão de fabrica, o assalariado. ESSA CLASSE

SURGE COM A Primeira Revolução Industrial.

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A Revolução Industrial representa

realmente um divisor de águas na história

mundial, um dos divisores da história moderna

para a história contemporânea.

Então a partir da revolução industrial, em que

começam a surgir grandes mudanças na

sociedade, entre elas:

O aumento da população urbana

O aumento do capitalismo monopolista

(que vai dominar o mercado)

O aumento de bens de consumo (são

transformações urbanas que ocorrem no

meio da sociedade e que a população

está crescendo e isto se torna uma

questão demográfica, questão de capital,

questão de bens que uns tem outros não

tem)

Proletário X Burguês (intensificação da

briga), o proletário briga com o burguês

que lucra a sua custa, e o proletário está

descontente com a situação de trabalho

na qual ele se encontrava e o seu

descontentamento só aumentava:

Motivos:

Baixos salários

Alta carga horária de trabalho (tanto a

natureza do trabalho como a carga

horária imposta a eles, o proletário se

submetido a trabalhar 12, 14, 16, horas

por dia)

Exploração da mão de obra infantil e

feminina.

Isso tudo vai refletir na condição de vida do

proletário e ele ver, o burguês se enriquecendo e

ver a classe dominante com mais privilégio e por

outro lado ele se ver mais pobre, como vitima

desse sistema capitalista, desse sistema

monopolizador, desse sistema em que via um

processo de exploração que ficou conhecido

segundo Marx como MAIS VALIA.

No século XVII, essa classe de operário,

proletários está extremamente descontente com

os industriais, com o movimento Burguês,

inclusive com o Estado liberal, que protegia a

burguesia, que protege o dono da industria, que

protege o sistema capitalista, e então teremos os

PRIMEIROS MOVIMENTOS SOCIAIS. Esse

movimento ficou conhecido como:

Movimento Luddita (é um movimento

comandado pelo inglês NED LUD), esse

movimento é reconhecido como: “AS QUEBRAS

DAS MAQUINAS”.

Os operários entendem que aquela situação

deplorável a qual eles chegaram é na verdade

uma situação causada pelo surgimento das

maquinas, a partir do momento que as maquinas

aparecer, enquanto fatores de produção, vai

diminuindo a importância dos trabalhadores que

vai leva-los aquela condição de miserabilidade,

deploração na qual eles se encontravam então

quem é o grande culpado? É as maquinas, por

isso eles dão inicio ao processo das quebras das

maquinas.

Quem participou desse movimento foi

perseguido pelo Estado, o Estado de certa forma

oprimiu o movimento e eles foram violentamente

castigados por ter cometido essa quebra de

maquina, então podemos observar que neste

momento do século XIX, esses conflitos entre

economia e direitos humanos, por exemplo, não

se fala muito em direitos humanos está um pouco

restrita a frança e aos Estados Unidos (EUA),

Mas o que mais tem valor neste tempo e

principalmente nesta sociedade Industrial Inglesa

é a máquina, é o burguês, é o capital, e não a

dignidade do trabalhador.

Já por volta de 1830 o movimento

CARTISTA→ neste movimento o que temos de

importante é que é criada uma ASSOCIAÇÃO

DOS OPERÁRIOS, então os operários percebem

que o Estado não está comprando suas causas,

e é justamente por isso inicia-se um processo de

mobilização, nesta associação em 1837 vai surgir

“A CARTA DO POVO”.

Dentro dessa ideia em que as causas dos

operários não eram comprada e nem respeitada

pelo Estado Liberal, a carta do povo vai fazer

algumas reivindicações sociais. Entre elas:

O sufrágio eleitora masculino

O voto secreto

Igualdade no processo eleitoral.

O Estado Liberal não compra essas causas,

não se interessa pelo fortalecimento da classe

operária, por que o que interessa é o

fortalecimento da burguesia, da classe industrial,

então uma das consequência da CARTA DO

POVO, foi as reivindicações da associação de

operários ocorreram, GREVES, PASSEATAS, ou

seja, são movimentos populares para pressionar

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o Estado e obviamente lutar pelas conquistas de

DIREITOS TRABALISTAS, SOCIAIS, só que por

volta 1848, termos uma espécie de “FIM”.

Mas não podemos dizer que foi um

movimento perdido por que termos uma

consequência muito interessante é o surgimento

das organizações chamadas da “TRADE

UNIONS”.

Num primeiro momento essa TRADE

UNIONS, ela tem uma função associativista ela

serve como uma associação que tem como

objetivo assistencialista, os membro de uma

TRADE UNIONS, se reúne para promover

assistência multa para eles se ajudarem e tudo

mais, já num segundo momento ela tende a

evoluir para uma organização um pouco mais

forte que vamos chamar de sindicato, já o

sindicalismo representa uma organização mais

forte dos trabalhadores, que não mais busca a

assistência multa dentro da associação mas,

buscam agora lutar por direitos por garantias e

lutar diretamente contra a outra classe dos

empregadores.

Movimento Operário Brasileiro:

O Brasil por muitos anos tenta se

industrializar já desde o século XIX, depois no

inicio do século XX, o Brasil fica em uma tentativa

de industrialização e sempre mantém uma

industrialização incipiente mas, isso não impede

uma classe ir se fortalecendo é a classe dos

operários que vai lutar pelos seus direitos.

Quando falamos de movimentos operários

no Brasil é importante trazemos o surgimento.

Com a chegada dos imigrantes europeus. (Ex.

Poloneses, Italianos). Esses europeus eles

conheciam a industria, o sistema industrial, como

funcionava a organização do trabalho, as

decadência dentro dessa esfera industrial.

Eles vão contribuir também trazendo

ideias de organizações para o Brasil, de

associações de trabalhadores, só que eles

trazem junto as ideias do ANARQUISMO e ideias

do COMUNISMO.

Porque Anarquismo e comunismo?

Principalmente quando se falo de comunismo ou

socialismo, não vamos nos esquecer que o

grande defensor dos proletários no século XIX é

o Marx, justamente o Marx que é também o

defensor das ideias socialista e comunistas,

então o Marx por defender a classe dos

proletários ele gera uma apatia com esse público

que vai defender essa causa do proletário ao

longo dos anos.

Inclusive no Brasil vamos ter uma coisa

chamada de ANARCOSSINDICALISMO→Seria o

sindicato que foi construído com ideias

Anarquista e Comunista e dentro desse sindicato

os trabalhadores também se ajudam, criam um

fundo que é assistencialista, uma espécie de uma

poupança, quando um passa por dificuldade

pode emprestar desse fundo para resolver o sua

situação e assim, se trabalhava mas, ao mesmo

tempo se reivindicava direitos perante os

empregadores.

Essa classe de trabalhadores se mobiliza

de tal forma que já em 1907, São Paulo passa

por uma greve que é chamada de “A GRANDE

GREVE GERAL DE SÃO PAULO”, então nessa

greve geral teve uma mobilização, uma

paralisação em que participaram trabalhadores

ligados ao ramo do transporte, área gráfica, têxtil,

entre outras.

Isso serve para percebemos a influência

dos trabalhadores no Brasil, sendo que o Brasil

não era tão industrializado neste tempo, ainda

mantinha a industrialização incipiente, iniciante.

Na Rússia→ o Partido Bolchevique,

estava se tornando muito forte e que depois vai

chegar ao poder em 1917, a partir de uma

Revolução o Partido Comunista Socialista de

LENE, e conforme se tinha informações sobre a

Revolução Russa, nos jornais havia o

fortalecimento desse movimento Anárquico e

Sindicalista no Brasil, mas principalmente

sindicalista por que o anarquismo vai se

enfraquecendo.

A partir de 1917, o socialismo e o

comunismo estão mais fortes no mundo, na

questão internacional, tomaram o poder em um

grande país no mundo a RUSSIA.

Em 1922 inaugura o PCB (Partido Comunista

Brasileiro), agora termos uma maior organização

do sindicato.

Na década de 1930, quem está no poder

no Brasil é Getúlio Vargas, com a ideia de

industrializar o Brasil, recebe também a força da

classe operária, vendo a classe operária como

uma classe que vale apena ter do seu lado em

um processo eleitoral, uma classe forte, ou seja,

um grupo de força política que vota e para

conquistar essa classe Getúlio Vargas por volta

de 1937, vai lançar a CLT (Consolidação das Leis

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Trabalhistas), concedendo aos trabalhadores

urbanos direitos, garantias de uma segurança

maior, estabilidade maior dentro desse marcado,

dentro desse processo de trabalho, esse

movimento operário é essencialmente urbano.

Nesse momento a CLT, vai conceder

direitos aos trabalhadores urbanos, operários,

então aquele trabalhador que está no campo ele

não recebe ainda esses direitos, ele vai somente

ter direitos na década de 60, quando surge o

Estatuto do trabalhador Rural, até então,

somente os trabalhadores urbanos tinham

conquistado esses direitos.

Os Metalúrgicos do ABC paulista, esses

metalúrgico conviviam não somente com a

exploração, mas também com a DITADURA

MILITAR, e já haviam ensaiado algumas

paralisações em 1968, quando surgiu o AE 5,

que é o ato institucional, do Costa e Silva que

retirava inúmeros direitos e liberdade do

individuo, do cidadão e entrava nesse bolo todos

os trabalhadores.

Em 1968 os trabalhadores brasileiros já

tinham ensaiados alguns movimentos de

paralisações, de greve, mas sempre foram

abafados pela ditadura militar e sem sucesso.

Nos três anos de grande crise seguintes

1978, 1979 e 1980, nesses movimentos aqui

termos alguns aspectos importante entre eles o

da MOBILIZAÇÃO.

Numa empresa da Scania aonde três mil

trabalhadores num determinado dia chegam as

seis da manha, mas não ligam as máquinas da

empresa e inicia um processo de greve, a greve

foi abafada e não conseguiram nada mas, 45

dias depois entra em sena um personagem

importante “LUIS INACIO LULA DA SILVA”, “O

LULA”, Líder sindical no ABC e líder dos

metalúrgicos que conseguem uma negociação

entre patrão e empregados e conseguem um

reajuste de 63% do salário, isso representava

uma conquista muito grande.

Nesse contexto temos o surgimento do

PT, essas mobilizações sindicais de metalúrgico

do ABC, elas foram essenciais para trazer o

processo de redemocratização do Brasil.

Contribuíram muito com a redemocratização por

que era uma pressão sobre o Estado Ditatorial.

Não devemos esquecer que os sindicatos,

são cada vez mais fortes, na década de 70, 80,

encareceu a mão de obra nos grandes centros.

Já na década de 90, a sociedade se tornando

mais complexa e termos mais grupos lutando por

ideais diferentes, surge grupos como:

Os grupos estudantis

Feminista

MST

Homossexuais

Sem tetos

Ecológicos

Os Nonos Movimentos Sociais:

Para começamos vamos lembrar das

manifestações de Junho de 2013, que foram

muito importantes e acabaram marcando as

alterações políticas, sociais, alterações na

estrutura do comportamento, inclusive nas redes

sociais e no Brasil.

Esses movimentos então dispostos em algumas

categorias:

Movimento Feminista→ não feminista no

sentido exagerado do termo, mas no

sentido de direitos das mulheres que

ganharam força a partir da década de 70,

mas aparecem desde os anos 1950, e se

tornou um movimento enfático.

Movimentos das Minorias → esse

movimento reivindica questões como

direitos iguais, acesso a educação, a

saúde e reconhecimento por parte da

sociedade de grupos que até então

estavam privados desses direitos.

Movimentos Ambientais → aparecem em

organizações não governamentais e

também em eventos oficiais como ECO

92, RIO + 20, AÇÃO DE ATUAÇÃO no

No painel Intergovernamental sobre

mudanças climáticas, as dimensões sobre

o aquecimento global.

Os movimentos ambientais ganharam

bastante forças e começaram a ser uma

preocupação a partir dos anos 70, quando

termos a criação dos programas das

NAÇÕES UNIDAS, para o meio ambiente que

passou a buscar ações coordenadas com os

governos, com a sociedade civil que diz

respeito a conscientização sobre a influência

da ação do homem na questão ambiental.

Movimentos das Redes Sociais→ agora

fazem partes, em 2010 e 2011 a atuação

desse fenômeno, desse instrumento na

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chamada PRIMAVERA ÁRABE, ela

começa com uma discussão intensa nas

redes sociais, e também as redes sociais

em 2013, sobre aqueles fenômenos das

passeatas, não que as redes sociais

tenham sido a causa NÃO, é isso e mais,

mas ela foi o meio utilizado para a

proliferação das ideais e para que os

movimentos tivessem aquela repercussão

gigantesca, que eles tiveram e até hoje

vemos algumas renascença de junho de

2013. Esses são os três grupos dos

chamados novos movimentos sociais.

Conceito ou características de um

movimento social:

Tem que ser uma ação coletiva

Ter caráter contraditório (há uma

contradição em algum ponto da sociedade

e esse ponto é refletido nos movimentos

sociais)

Expor as contradições sociais (essas

contradições elas podem dizer respeito

aos direitos, a oportunidade, há alguma

coisa que na sociedade não está

harmônica)

Diversificados (eles abordam várias

temáticas que estão reivindicando, várias

coisas, vários pontos)

Maior ou menor grau de organização (o

grau de organização não interfere muito

por que existem movimentos complexos

com grande grau de organização e outros

com pequeno grau de organização).

Exemplo: passeatas→ é um movimento

social por que reúne uma parcela da

sociedade, acontecem em caráter

contraditório, chama a atenção da sociedade

para algum ponto em discussão. Agora os

motivos da passeata é outra coisa, que leva a

passeata a acontecer, nos temos que

entender que a passeata ou a chamada como

movimentos sociais em si, vai depender de

suas reivindicações que devemos dá

legitimidade ou não ao movimento.

Ex. a chamada legalização da maconha é

um movimento social? Enquanto legalização

NÃO, mas, enquanto passeata SIM.

EX.: ONG→já tem um alto grau de

complexidade são movimentos sociais mais

estruturados, elas acontecem dentro de um

caráter estabelecidos, umas possuem

códigos, regras, cargos bem definidos,

algumas fazem arrecadação de valores para

a suas causas.

Os movimentos sociais exercem uma

pressão social (eles por si não mudam,

mas exerce uma pressão social a

sociedade e pressiona a opinião pública

que pressiona as decisões políticas que

acontecem como consequências dos

movimentos sociais, mais os movimentos

sociais em si não mudam as coisas).

Exemplo: em 2013, uma das reivindicações

foi à proposta constitucional PAC 33 E PEC

37. Ocorreu que ouve rejeição SIM, tivemos a

votação de uma delas só que foi a votação

em plenário, a decisão pela rejeição da PEC,

foi política, o movimento sociais pressionou

mas em ultima analise a decisão foi política.

Todo movimento social faz parte de um

contexto histórico existente naquele

movimento, eu não posso fala que todos os

movimentos que aconteceram no Brasil nos

últimos 30 anos tiveram os mesmo motivos.

Direita já (direito ao voto no final da

ditadura)

Caras pintadas

Junho de 2013.

Observa-se que são três movimentos

distintos com causa especifica, motivos

específicos e que não se relacionam, então

não posso afirmar que pela força do contexto

histórico os movimentos sociais possuem a

mesma causa sempre.

Fator Gerador→ O estopim é o que

desencadeia o movimento não é o principal

motivo, não é o único motivo, depois o

movimento ganha dimensões gigantesca.

O Estopim de Junho de 2013 foi os 0,20

centavos no aumento das passagens de

ônibus, mas não podemos dizer que foi

somente os 0,20 centavos que causou as

manifestações.

Nos movimentos acontece um

nivelamento social → por isso em um

momento a sociedade fica igual durante o

movimento social, a hierarquia é desfeita as

diferenças sociais são desfeitas, elas

acontecem agora de uma forma harmônica,

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quem esta participando é o manifestante, ele

perde a identidade ou status social até então

trazido.

EX.: se você está fazendo uma

reivindicação pelo fim da corrupção no Brasil,

ai seu chefe, o dono da empresa em que

você trabalha esta também e contra a

corrupção, naquele instante você não é

funcionário dele e então pouco ele é seu

patrão, naquele momento enquanto

manifestante acontece o NIVELAMENTO

SOCIAL, ou seja, todos estão na mesma

classe a classe de manifestante.

Fortalecimento dos valores democráticos

→ são fortalecidos com os movimentos

sociais por que eles podem inclusive sofre

uma expansão quando você protesta

querendo mais direitos, inclusão social, a

favor de uma sociedade mais justa, você está

fortalecendo os valores democráticos por que

eles se consolidam ao passo que a

democracia avança.

Os valores democráticos e democracia

são coisas distintas porém estão

relacionados:

Democracia → é o exercício dessa

igualdade

Os valores democráticos →são aqueles

pontos definidos por uma sociedade em

que estão inseridos dentro de um valor

democrático.

Algumas vedações→ os movimentos

armados não é vedado pela constituição ela

não permite o movimento armado não pode

ser visto como movimento social. Ele é um

movimento armado, paramilitar, inclusive se

existir estar fora dos rigores constitucionais.

Se você vai protestar num movimento

público também tem que ter uma organização

por que tem que ter uma organização para

que você não acabe perturbando o evento e a

ordem pública ou atrapalhando o evento você

tem que protesta dentro de uma organização

por que o movimento não pode se tornar

baderna, para que não possa vim perder sua

legitimidade.

OBS: o movimento armado em ditaduras.

O anonimato → o alto de protestar usando

mascara é uma forma de protesto muito

discutível pelo fato de está protestando, mas,

o rosto não está a mostra para isso surge as

desculpas mais variadas possíveis. Você tem

o direito de expressar suas opiniões, suas

criticas, porém é vedada o anonimato, ele não

pode ser um movimento legitimo se ele

estiver no anonimato.

Os movimentos sociais são

predominantemente urbanos. Mas não

significa dizer que é exclusivamente urbano,

eles são predominantemente urbanos por que

é dentro das cidades onde nos temos a

expressão maior das condições sociais, é

onde as contradições são mais latentes, mais

expressivas, mas isso não significa que seja

exclusivamente da cidade.

EX.: o movimento rural → MST, lutam,

reivindicam a reforma agrária, eles usam

foices, enxadas, mas isso é como

demonstração do instrumento de trabalho,

não pode confundir com movimentos

armados, por que se entendesse enquanto

movimento armados teríamos um grande

problema.

O problema que se constituiria era que

eles não podem ser legitimados,

reconhecidos, não poderia ser aceito.

Problema maior é que o MST é um dos

movimentos mais organizados do Brasil, e se

mexesse com isso teríamos um grande

problema então, melhor é ir pela via das

negociações e as armas ou as foices, as

enxadas utilizadas nos protestos não são o

meio de reivindicação (o meio é a ocupação),

a ocupação é o meio pelo qual eles usam a

pressão social pela reforma agrária.

Várias categorias: são os grupos que

aparecem nos movimentos sociais.

A sociedade civil (é o individuo que está

protestando)

Movimento sindicalista

Movimento estudantil

Movimento de artistas (esse é

interessante por que teve uma grande

repercussão na mídia, sobre a bibliografia

não autorizada)

Apartidário (é um movimento que

acontece sem uma liderança ou uma

bandeira partidária mas pode ter vários

partidos políticos participando não

caracteriza por que não há uma bandeira

política na liderança) .

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Quais seriam os pontos em comum dos

movimentos sociais:

A queda do capital monopolista

Maior justiça na sociedade

Fim da corrupção

Reforma agrária

Divisão de riqueza

Fim da concentração de renda

Melhoria do IDH

Democracia.

O humano na natureza: Cultura e práticas

culturais:

Chamo atenção para o fato de que a

presença da natureza no homem é, ao mesmo

tempo, a presença do homem na natureza→

significa que o homem transforma a natureza, ela

transforma o homem.

Pense nas questões sobre por que e

como a natureza e homem se transformam

mutuamente. O ser humano não se dá apenas na

e pela natureza, mas, principalmente, na e pela

cultura. Essa é uma visão predominante entre

filósofos, antropólogos e cientistas sociais.

Podemos até pensar, que o homem tem

uma natureza cultural. O homem se transforma

no mundo que ele mesmo constrói: mundo social,

cultural, histórico: o mundo humano. Para pensar

e investigar a nossa identidade e o devir, é

preciso estudar a cultura. Sim, porque a cultura é

condição para alguém, chamar-se e sentir-se

humano.

Para o senso comum, cultura possui um

sentido de erudição, uma instrução vasta e

variada adquirida por meio de diversos

mecanismos, principalmente o estudo. Quantas

vezes já ouvimos os jargões “O povo não tem

cultura”, “O povo não sabe o que é boa música”,

“O povo não tem educação”, etc.? De fato, esta é

uma concepção arbitrária e equivocada a

respeito do que realmente significa o termo

“cultura”.

Não podemos dizer que um índio que não

tem contato com livros, nem com música

clássica, por exemplo, não possui cultura. Onde

ficam seus costumes, tradições, sua língua? O

conceito de cultura é bastante complexo.

Mas o que significa cultura?

A cultura é o conjunto de conhecimentos,

de valores, de crenças, de ideias e de

práticas de um grupo social, ou de um

povo, ou de uma época.

A cultura é a rede de significados que dão

sentido ao mundo que cerca um indivíduo,

ou seja, a sociedade. Essa rede engloba

um conjunto de diversos aspectos, como

crenças, valores, costumes, leis, moral,

línguas, etc.

Cultura: “é o conjunto de conhecimentos,

crenças, arte, moral e direitos, além de

costumes e hábitos adquiridos pelo

individuo em uma sociedade.” Edward

Taylor.

Alfredo Bosi define cultura, em dialética

da colonização, a partir da linguística e da

etimologia da palavra: cultura, assim

como culto e colonização, viria do verbo

latino colo, que significa, eu ocupo a terra.

Cultura seria o futuro de tal verbo,

significando o que se vai trabalhar, o que

se quer cultivar, e não apenas em termos

da agricultura, mas também de

transmissão de valores e conhecimentos

para as próximas gerações.

Palavra Cultura tem origem Latina, seu

significado está ligado as atividades agrícolas,

derivada do verbo latino COLERE= CULTIVAR.

Faz referência:

Ao estudo, a educação, a formação

escolar.

As manifestações artísticas (teatros,

pinturas, musicas, esculturas).

Relaciona-se aos meios de comunicação

em massa (rádio, cinema e televisão);

Festas e cerimônias tradicionais, lendas e

crenças de um povo;

Faz referência às formas de vestir,

alimentar-se e falar.

A cultura pode ser representada de duas

maneiras. A primeira de Cultura Material e a

segunda Cultura Imaterial.

Cultura Material:

Numa definição mais clássica, a cultura

material pode assim ser entendida como o

conjunto de artefatos criados pelo homem,

combinando matérias-primas e tecnologia, o qual

se distingue das estruturas fixas pelo seu caráter

móvel.

Exemplos:

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Fortaleza de São José

Igreja de São José

Cristo Redentor

Pelourinho

Cultura imaterial:

É o conhecimento que não foi ensinado

por meio de livros, registros formais ou

ensinamentos sistemáticos, mas sim, o

conhecimento transmitido na prática, na forma

oral ou por meio de gestos, de geração para

geração. Tradição e transmissão de

conhecimento são fatores essenciais para a

continuidade da cultura intangível, também

chamada de cultura imaterial, e para a

construção da identidade um grupo, povo ou

nação. Exemplos:

Marabaixo

Carimbo

Carnaval do Rio de Janeiro

Capoeira

O patrimônio cultural de um povo não é

composto apenas por elementos materiais, mas

também através de manifestações da cultura

imaterial, ele é constituído de práticas,

representações, técnicas, objetos e lugares do

mesmo.

Patrimônio Artístico:

Os bens materiais e imateriais que

formam o patrimônio cultural brasileiro são,

portanto, os modos específicos de criar e fazer

(as descobertas e os processos genuínos na

ciência, nas artes e na tecnologia); as

construções referenciais e exemplares da

tradição brasileira, incluindo bens imóveis

(igrejas, casas, praças, conjuntos urbanos) e

bens móveis (obras de arte ou artesanato); as

criações imateriais como a literatura e a música;

as expressões e os modos de viver, como a

linguagem e os costumes; os locais dotados de

expressivo valor para a história, a arqueologia, a

paleontologia e a ciência em geral, assim como

as paisagens e as áreas de proteção ecológica

da fauna e da flora.

Quando se preserva legalmente e na

prática o patrimônio cultural, conserva-se a

memória do que fomos e do que somos: a

identidade da nação. Patrimônio,

etimologicamente, significa "herança paterna"- na

verdade, a riqueza comum que nós herdamos

como cidadãos, e que se vai transmitindo de

geração a geração.

O tombamento de bens culturais:

Tombar, de acordo com normas legais,

equivale a registrar, com o objetivo de proteger,

controlar, guardar. Tombamento, também

chamado tombo, provavelmente originado do

latim tomex, significa inventário, arrolamento,

registro. O tombamento de bens culturais,

visando a sua preservação e restauração, é de

interesse do estado e da sociedade.

Cultura Erudita:

Os produtores da chamada cultura erudita

fazem parte de uma elite social, econômica,

política e cultural e seu conhecimento ser

proveniente do pensamento científico, dos livros,

das pesquisas universitárias ou do estudo em

geral (erudito significa que tem instrução vasta e

variada adquirida sobre tudo pela leitura). A arte

erudita e de vanguarda é produzida visando

museus, críticos de arte, propostas

revolucionárias ou grandes exposições, público e

divulgação.

Multiculturalismo:

O Multiculturalismo (ou pluralismo cultural)

é um termo que descreve a existência de muitas

culturas numa localidade, cidade ou país, sem

que uma delas predomine, porém separadas

geograficamente e até convivialmente no que se

convencionou chamar de “mosaico cultural”.

O multiculturalismo implica reivindicações

e conquistas das chamadas minorias (negros,

índios, mulheres, homossexuais, entre outras).

A doutrina multiculturalista dá ênfase à

idéia de que as culturas minoritárias são

discriminadas, sendo vistas como movimentos

particulares, mas elas devem merecer

reconhecimento público. Para se consolidarem,

essas culturas singulares devem ser amparadas

e protegidas pela lei. O multiculturalismo opõe-se

ao que ele julga ser uma forma de etnocentrismo

(visão de mundo da sociedade branca dominante

que se toma por mais importante que as demais).

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Relativismos Cultural:

Relativismo cultural entende-se a postura

pela qual cada manifestação cultural é

considerada legítima, sendo resultado da

experiência cotidiana de determinado

agrupamento humano em sua interação

constante com outros grupos.

No relativismo cultura procura–se reconhecer a diversidade cultural como positiva.

A Escola de Frankfurt:

Conceito: foi um movimento intelectual

criado por um conjunto de filósofos e cientistas

sociais de orientação marxista em 1924, na

Alemanha. Caracterizou-se pela reflexão crítica

sobre a sociedade contemporânea e as teorias

que a explicam. Seus integrantes foram

perseguidos pelo regime nazista e muitos

emigraram para outros países, em especial os

Estado Unidos.

Em 1947, Adorno e Horkheimer

desenvolveram o conceito de Indústria Cultural

para demonstrar que, na Alemanha nazista, a

massificação cultural teve tanta importância

quanto o totalitarismo político para assegurar a

dominação sobre as classes trabalhadoras. Ou

seja, se por um lado a imposição do partido único

e a negação do direito de organização das

classes populares garantiam que não havia

contestação ao regime, por outro lado, a

produção de bens culturais voltados para o

simples divertimento e distorção da realidade, e

não para a reflexão crítica, seria uma estratégia

fundamental para atingir o mesmo objetivo: o

conformismo das massas e a naturalização da

situação de violência a que estavam submetidas.

O próprio sentido da palavra massa, algo

ao mesmo tempo homogêneo e moldável,

manipulável, já diz muito sobre o que pensava

Adorno e Horkheimer a respeito da passividade

dos indivíduos diante da mercantilização da

existência social, fenômeno ocasionado pela

racionalidade da sociedade industrial capitalista.

Nessa sociedade tudo vira mercadoria voltada

para o consumo em massa, inclusive bens

culturais como filmes, livros, músicas e obra de

artes.

Nessa perspectiva, a indústria cultural,

isto é, o conjunto dos veículos de comunicação

(como o rádio, a TV e a internet), controlados

pela classe dominante, transformam o lazer em

um prolongamento das relações de trabalho

(quanto mais se trabalha, mais é possível

consumir durante o tempo livre, o que gera um

ciclo vicioso). Prevalece a lógica da mercadoria,

da coisificação e da mecanização, que afasta a

possibilidade de reflexão crítica e leva à

consolidação do capitalismo como sistema social

hegemônico.

Adorno e Horkheimer fizeram em sua obra

uma critica do que eles entendiam como a

degradação da cultura pela sociedade industrial,

que substitui a singularidade da obra de arte por

uma fórmula repetitiva, que gera bens voltados

para o consumo e para divertimento superficial e

assegura, em última instância, a obediência às

normas vigentes. O que importa não é o

conteúdo das obras ou a intenção original de

quem as produziu, e sim o produto cultural, seu

valor de consumo.

Os maiores representantes as indústria

cultural na sociedade capitalista eram o cinema e

a música. Ainda hoje muitos consideram válidas

as criticas de Adorno e Horkheimer ao processo

de massificação e mercantilização da cultura, que

denunciava a concentração do poder difusão de

bens culturais nas mãos dos detentores do poder

econômico.

De fato, se fizemos uma pesquisa nos

cinemas das principais cidades, veremos que

existe uma grande predominância de filmes de

produção estadunidense, principalmente na

modalidade de ficção de ação. Se a for feita em

emissora de rádio e televisão, também

encontraremos esse predomínio. No entanto, o

entendimento do espectador como alguém

totalmente passivo diante dos objetivos políticos

e comerciais da indústria cultural leva a um

pessimismo imobilizante.

Será que estamos realente sujeitos a essa

manipulação e padronização cultural?

Internet e Indústria Cultural: Liberdade e

Controle:

E tempos de internet, a discussão sobre

poder da indústria cultural em definir o que

vamos ver, ouvir e ler vem sendo travado a partir

de novos pressupostos. É comum ouvimos falar

da internet como um território livre, onde os mais

diversos conteúdos podem ser divulgados e

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acessados por qualquer pessoa, podendo ser

uma ferramenta a favor da democratização da

informação. No entanto, nos últimos anos temos

visto também tentativas de governos de criar

legislações que restrinjam o uso da internet. A

questão principal é saber quem define o que é

uso indevido da internet e quais os interesses

que estão por trás desse debate.

Uma questão recente e polêmica diz

respeito á violação dos direitos autorais, prática

conhecida como pirataria. A prática de

compartilhar músicas, jogos, livros e filmes na

internet popularizou-se a tal ponto que foram

criados sites com essa finalidade especifica, que

registram quantidade enorme de acesso diários.

O debate sobre essas propostas, assim

como sobre o marcos regulatórios do uso da

internet em diversos países, tem sido travado, de

um lado, entre representantes da indústria

cultural, como emissora de TV, gravadoras,

estúdios de cinema e editoras de livros,

preocupados com uma possível queda nas

vendas de seus produtos; e, de outro lado, por

empresas responsáveis por serviços de internet,

como redes sociais, enciclopédias livres,

ferramentas de busca e publicação de blogs, que

utilizam a tecnologia para promover a livre

circulação de conteúdo criados ou

disponibilizados pelos próprios usuários.

Ao longo da vida os indivíduos

estabelecem contato com os diferentes

elementos que compõe a cultura na qual estão

inseridos e outras com as quais se relacionam de

algum modo. Em nossa época, esse

relacionamento com outras culturas é

constantemente intermediado pelas tecnologias

da informação.

A medida que esses contatos se realizam,

os indivíduos vão selecionando elementos com

os quais estabelecem uma relação de

identificação ou proximidade. Ao mesmo tempo,

percebem que há elementos das diferentes

culturas, inclusive da sua própria, que são

descartáveis ou cuja relação é de

distanciamento. Nesse processo de constante

interação forma-se a identidade social.

Novelas brasileiras: alienação ou

conscientização na tela?

No Brasil, uma das principais expressões

da indústria cultural são as telenovelas. O modelo

de contar uma historia de maneira linear se

tornou comum nos jornais em fins dos séculos

XIX, passado posteriormente para o rádio. No

entanto, foi na televisão que esse gênero

consolidou-se como um modo especifico de

entretenimento.

A trajetória da teledramaturgia se

desenvolveu no Brasil a partir dos anos 1950,

com a adaptação de novelas radiofônicas para o

novo meio de comunicação. No final dos anos

1960, as produções passaram a incorporar

diferentes técnicas e ficaram sofisticadas, o que

tornou o gênero o mais popular entre os

programas televisivos. Desde então, as

telenovelas vêm causando admiração, comoção

e envolvimento no público brasileiro, o que as

torna uma mercadoria de grande valor, sendo até

exportadas para outros países.

Por conta da importância que adquiririam

no cotidiano, as novelas são objeto de debate em

diferentes esferas da sociedade e também nas

Ciências Sociais. No campo da Sociologia, a

interpretação das novelas apresenta duas visões.

A primeira, filiada à perspectivas crítica

desenvolvida por Adorno e Horkheimer,

considera a novelas um veículo de difusão da

ideologia das classes dominantes. Nesse sentido,

essa forma de entretenimento seria um modo

linear o público, falseando a realidade. Isso

significa interpretar que os enredos, os

personagens e as cenas têm o propósito de

impedir o público de refletir sobre sua própria

realidade.

A utilização do modelo clássico de

oposição simples entre o bem e o mal, a

reprodução estereotipada de grupos e minorias

sociais e a montagem de cenas e situações com

o objetivo de vender ou divulgar produtos são

alguns dos argumentos contrários às novelas.

Nessa concepção, as novelas contribuem

para padronizar comportamentos, reforçar

estereótipos e transmitir uma visão especifica de

mundo, como se fossem uma leitura neutra da

realidade social.

Em contraposição a essa ideia, no

entanto, há os que argumentam que as novelas

cumprem um papel social importante na

conscientização e na discussão de

comportamentos das diferentes classes sociais

brasileiras. Para estes, representantes de uma

posição de análise que defende as novelas como

elemento integrador, esse gênero de produção

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cultural tem o mérito de colocar em discussão

temas próprio da realidade popular e que não

encontram espaço de divulgação na agenda

política de partidos e governos.

Nesse sentido, temas como emancipação

feminina, questionamento da estrutura patriarcal

da sociedade brasileira, demandas de minorias

sociais, como os homossexuais, foram debatidos

primeiro nos folhetos e posteriormente na

sociedade. ou seja, as novelas teriam o papel de

despertar a sociedade para questões que, por

serem enraizadas na estrutura cultural ou

demandaram mudanças profundas de

comportamento, dificilmente são discutidas

cotidianamente. Além disso, as novelas

brasileiras cumpririam com louvor o papel de ser

uma forma de entretenimento produzido com

apuro tecnológico de alto nível.

A Sociologia no Brasil:

Podemos dizer que a Sociologia brasileira

começa a “engatinhar” a partir da década de

1930, vindo a se fortalecer nas décadas

seguintes.

Apesar de alguns autores da sociologia

dizerem que não há uma data correta que marca

o seu começo em solo brasileiro, essa época

parece ser a mais adequada para se falar em

início dos estudos sociológicos no Brasil.

Quando dizemos “data mais adequada”, é

porque as produções literárias que surgem a

partir dessa década (1930) começam a

demonstrar um interesse na compreensão da

sociedade brasileira quanto à sua formação e

estrutura.

Mas note, não estamos afirmando que

antes da data acima ninguém havia se proposto a

entender nossa sociedade. Antes da década de

1930 muitos ensaios sociológicos sobre o Brasil

foram elaborados por historiadores, políticos,

economistas, etc. No entanto, na maioria destes

trabalhos, os autores apresentavam a tendência

de escrever sobre raça, civilização e cultura, mas

não tentavam explicar a formação e a estrutura

da sociedade brasileira.

A partir de 1930, surge no Brasil um

período no qual a reflexão sobre a realidade

social ganha um caráter mais investigativo e

explicativo.

Esse caráter mais investigativo e

explicativo foi impulsionado pelos muitos

movimentos que estimularam uma postura mais

crítica sobre o que acontecia na sociedade

brasileira. Dentre alguns destes movimentos

estão o Modernismo, a formação de partidos

(sobretudo o partido comunista) e os movimentos

armados de 1935.

"Romance de 30" (porque é o início

cronológico da nova literatura); romance neo-

realista (porque essas obras conseguiram

renovar e modernizar o realismo/naturalismo do

século 19, enriquecendo-o com preocupações

psicológicas e sociais) ou romance regionalista

moderno (porque escapa das metrópoles e vai

ao Brasil regional, preso ainda a antinomias dos

séculos anteriores).

Um partido comunista é um partido

político que tem como objetivo a aplicação

política, social, cultural e econômica dos

princípios do Comunismo através de um governo.

O nome origina-se da obra O Manifesto do

Partido Comunista (1848), dos alemães Karl

Marx e Friedrich Engels[1].

Defendia propostas nacionalistas e tinha

como uma de suas bandeiras a luta pela reforma

agrária. Embora liderada pelos comunistas,

conseguiu congregar os mais diversos setores da

sociedade e rapidamente tornou-se um

movimento de massas.

Movimentos como esses, de alguma

forma, traziam transformações de ordem social,

econômica, política e cultural ao país, e

despertavam o interesse de pensadores em dar

explicações a tais fenômenos. Aos poucos a

Sociologia passa a constituir-se como uma forma

de reflexão sobre a sociedade brasileira. Veja

como isso aconteceu:

Fases da sua implantação:

Dividindo os acontecimentos da

implantação da Sociologia no Brasil como

ciência, em fases, ou em geração de autores

brasileiros, destaca-se aqui três deles, as quais

se complementam:

A fase “A” da implantação da Sociologia no

Brasil:

A primeira geração da Sociologia

brasileira seria composta por aqueles autores

que se preocuparam em fazer estudos históricos

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sobre a nossa realidade, com um caráter mais

voltado à Literatura do que para a Sociologia.

Desta geração de autores, queremos

destacar Euclides da Cunha (1866-1909). Cunha

nasceu no Rio de Janeiro, foi militar engenheiro,

além de ter estudado Matemática e Ciências

Físicas e Naturais. Porém, o que gostava de

fazer, como profissional, era o jornalismo.

Em 1895, abandonou o Exército e

começou a trabalhar como correspondente do

jornal “O Estado de São Paulo”. Nessa função foi

enviado para a Guerra de Canudos, no interior da

Bahia, de onde surgiu sua maior contribuição à

Sociologia brasileira: o livro Os Sertões.

Se analisarmos este livro pelo enfoque

literário, podemos perceber que Cunha faz,

usando seus conhecimentos de Ciências e

Físicas Naturais, relatos sobre como era a terra e

a paisagem de Canudos. Também faz a

descrição dos homens que ali viviam, ou seja, os

sertanejos, nos quais percebe que, ao contrário

do que pensava antes de conhecê-los, eram

fortes e valentes, ainda que a aparência dos

mesmos não demonstrasse isso.

Por fim, Cunha descreve a guerra, isto é,

como foi que o governo da época conseguiu

acabar com o que considerava ser uma

revolução que reivindicava a volta do sistema

monárquico no Brasil. Na verdade Antonio

Conselheiro (o líder da Revolução de Canudos) e

seus seguidores apenas defendiam seus lares,

sua sobrevivência.

“É que estava em jogo, em Canudos, a sorte da

República...” Diziam-no informes

surpreendedores; aquilo não era um arraial de

bandidos truculentos apenas. Lá existiam

homens de raro valor – entre os quais se

nomeavam conhecidos oficiais do exército e da

armada, foragidos desde a Revolução de

Setembro, que o Conselheiro avocara ao seu

partido.” (CUNHA, 1979: 250).

Olhando mais pelo lado sociológico,

podemos perceber que Cunha estava fazendo

revelações quanto à organização da República

que estava sendo consolidada. Canudos era um

retrato de uma sociedade republicana que não

conseguia suprir as necessidades básicas de seu

povo.

Coisa que Antonio Conselheiro, com sua

maneira missionária de ser, acreditava e lutava

para acontecer, pois...

“...abria aos desventurados os celeiros fartos

pelas esmolas e produtos do trabalho comum.

Compreendia que aquela massa, na aparência

inútil, era o cerne vigoroso do arraial. Formavam-

na os eleitos, felizes por terem aos ombros os

frangalhos imundos, esfiapados

sambenitos de uma penitência que lhes fora a

própria vida; bem-aventurados porque o passo

trôpego, remorado pelas muletas e pelas

anquiloses, lhes era a celeridade máxima, no

avançar para a felicidade eterna”. (CUNHA, 1979:

132 ).

Após duas tentativas sem sucesso de

“tomar” Canudos – pois os sertanejos tornavam

difícil a vida dos soldados, por conhecerem muito

bem a caatinga sertaneja – o governo federal

republicano deixou de subestimar a força

daquelas pessoas que se uniram a Conselheiro.

Convocou para uma terceira expedição

batalhões armados de vários estados brasileiros

e promoveu uma grande guerra e matança

naquela região, em prol da República.

A observação de Euclides da Cunha e as

revelações que faz quanto à sociedade brasileira

em Os Sertões, transforma esta obra em um dos

referenciais de início do pensamento sociológico

no Brasil.

A fase “B” da implantação da Sociologia no

Brasil:

Existem vários autores desta geração que

poderíamos referenciar, como Gilberto Freyre,

Caio Prado Júnior, Sérgio Buarque de Holanda,

Fernando de Azevedo, Nelson Wernek Sodré,

Raymundo Faoro, etc.

No entanto, vamos nos fixar em dois

deles, os quais podem ser vistos como clássicos

do pensamento social brasileiro: Gilberto Freyre e

Caio Prado Júnior.

Gilberto Freyre foi o autor de Casa

Grande & Senzala (1933), livro no qual

demonstrou as características da colonização

portuguesa, a formação da sociedade agrária, o

uso do trabalho escravo e, ainda, como a mistura

das raças ajudou a compor a sociedade

brasileira.

Freyre foi um sociólogo que nasceu em

Pernambuco no ano de 1900 e, no desenvolver

de sua profissão, criou várias cátedras de

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Sociologia, como na Universidade do Distrito

Federal, fundada em 1935. Freyre faleceu em

1987.

Quando escreveu Casa Grande &

Senzala tinha 33 anos e, anti-racista que era,

inaugurou uma teoria que combatia a visão

elitista existente na época, importada da Europa,

a qual privilegiava a cor branca. Segundo tal

visão racista, a mistura de raças seria a causa de

uma formação “defeituosa” da sociedade

brasileira, e um atraso para o desenvolvimento

da nação.

Freyre propõe um caminho inverso. Em

Casa Grande & Senzala ele começa justamente

valorizando as características do negro, do índio

e do mestiço acrescentando, ainda, a ideia de

que a mistura dessas raças seria a “força”, o

ponto positivo, da nossa cultura.

Este autor forneceu, para o seu tempo,

uma nova maneira de ver a constituição da

nacionalidade brasileira, isto é, o Brasil feito por

uma harmoniosa união entre o branco (de origem

europeia), o negro (de origem africana), o índio

(de origem americana) e o mestiço, ressaltando

que essa “mistura” contribuiu, em termos de ricos

valores, para a formação da nossa cultura.

Veja alguns trechos de sua obra a este respeito:

“Um traço importante de infiltração de

cultura negra na economia e na vida doméstica

do brasileiro resta-nos acentuar: a culinária”

(FREYRE, 2002.

“Foi ainda o negro quem animou a vida

doméstica do brasileiro de sua maior alegria.”

(FREYRE, 2002)

“Nos engenhos, tanto nas plantações

como dentro de casa, nos tanques de bater

roupa... carregando sacos de açúcar... os negros

trabalhavam sempre cantando.” (FREYRE,

2002).

No entanto, vale ressaltar aqui que

Gilberto Freyre tinha um “olhar” aristocrático e

conservador sobre a sociedade brasileira, pois

além de justificar as elites no governo, sua

descrição do tempo da escravidão em Casa

Grande & Senzala adquire uma conotação

harmoniosa, ele não via conflitos nessa estrutura.

Mas se para Gilberto Freyre era um erro

pensar que a mistura das raças seria um atraso

para o Brasil, há um outro autor que se propôs a

verificar qual seria e onde estaria a origem do

atraso da nação brasileira.

Estamos falando de Caio Prado Júnior.

Este autor vai nos fornecer uma visão muito mais

crítica sobre a formação da nossa sociedade.

Veja por quê.

Enquanto Gilberto Freyre fazia uma

análise conservadora da formação da sociedade

brasileira, Caio Prado recorria à visão marxista,

isto é, partindo do ponto de vista material e

econômico para o entendimento da nossa

formação.

Caio Prado Júnior nasceu em 1907 e

faleceu em 1990. Formou-se em direito e, de

forma autodidata, leu e tomou para si os ideais

de Marx, o que o fez uma pessoa comprometida

com o Socialismo.

Caio Prado também era uma espécie de

“contra-mão” do Partido Comunista Brasileiro no

seu tempo, pois um dos militantes daquele

partido, Octávio Brandão (1896-1980), havia

escrito um livro na década de 1920, chamado

Agrarismo e Industrialismo no qual

apresentava a tese de que o atraso do Brasil, em

termos econômicos, estava no fato dele ter tido

um passado feudal. E esta tese continuou a ser

defendida pelo PCB com o historiador Nelson

Wernek Sodré (1911-1999), que interpretava o

escravismo, no Brasil Colonial, como uma

característica do feudalismo.

É por essa razão que Caio Prado era

contrário ao Partido Comunista, pois a ideia de

que no passado o Brasil havia sido feudal era

“importada” do marxismo oficial, da Europa, e

que na sua opinião, não funcionava aqui. E, para

Caio Prado, a prova disso estaria no fato de que

no sistema feudal o servo não era considerado

uma mercadoria, coisa que ocorria aqui com os

escravos, o que denota uma característica do

sistema capitalista (e não feudal) no que tange à

análise da mão de obra.

Guerra de Canudos (1897): Aconteceu numa abandonada fazenda no interior da Bahia que tinha o nome de Canudos. As tropas federais massacraram milhares de pessoas que viviam naquele lugar tendo por líder um beato chamado Antonio Conselheiro o qual, a partir de 1890, começou a ajuntá-los pregando esperança para os que foram esquecidos pelo governo republicano. Conselheiro era visto, pelo governo, como sendo um líder perigoso e contrário à consolidação da República. Por isso o objetivo da guerra.

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No seu livro Formação do Brasil

Contemporâneo, publicado em 1942, Caio

Prado apresenta a tese de que a origem do

atraso da nação brasileira estaria vinculada ao

tipo de colonização a que o Brasil foi submetido

por Portugal, isto é, uma colonização periférica e

exploratória.

Traduzindo para melhor

compreendermos... Caio Prado explica que

Portugal teve grande contribuição no “nosso

atraso” como nação, pois o centro do capitalismo,

na época do “descobrimento” do Brasil, estava na

Europa, o que fazia com que as riquezas daqui

fossem levadas para lá. Este tipo de organização

econômica foi denominado de primária e

exportadora, pois os produtos extraídos das

monoculturas brasileiras, nos latifúndios, eram

exportados para os países que estavam em

processo de industrialização.

Segundo Caio Prado, a América era vista

pelos europeus como sendo

“...um território primitivo habitado por rala

população indígena incapaz de fornecer qualquer

coisa de realmente aproveitável. Para os fins

mercantis que se tinham em vista, a ocupação

não se podia fazer como nas simples feitorias

comerciais, com um reduzido pessoal incumbido

apenas do negócio, sua administração e defesa

armada; era preciso ampliar estas bases, criar

um povoamento capaz de abastecer e manter as

feitorias que se fundassem e organizar a

produção dos gêneros que interessassem ao seu

comércio. A ideia de povoar surge daí, e só daí”.

(PRADO JÚNIOR, 1942: 24).

As teses desse autor rompem com as

análises dos autores que antes dele

apresentaram um pensamento conservador

restrito, isto é, de reprodução daquilo que estava

posto na sociedade brasileira e,

consequentemente, sem a intenção de

apresentar propostas para sua transformação.

Assim sendo, segundo a visão de Caio

Prado, Gilberto Freyre, em Casa Grande e

Senzala, pode ser considerado “conservador”.

Veja porque:

a) seus escritos nos levam a pensar que a

miscigenação acontecia sempre de maneira

harmoniosa. Mas e a relação entre os senhores

brancos e suas escravas negras, por exemplo?

Se verificarmos relatos da história veremos que

as negras eram forçadas a terem relações

sexuais com eles, o que é bem diferente de

harmonia.

b) sobre os problemas sociais da época, Freyre

não apresenta nenhuma proposta para a solução

dos mesmos, ou para a transformação da

sociedade.

Para Caio Prado Júnior, os pontos “a” e

“b” mencionados acima demonstram a postura

conservadora de Gilberto Freyre, pois

transparece certo conformismo com a situação

em que se apresentava a sociedade.

Conformismo que pressupõe continuidade, sem

transformação.

E a fase “C” da implantação da Sociologia no

Brasil:

Já a partir dos anos de 1940 novos

sociólogos começam a aparecer no cenário

brasileiro.

Esta terceira geração é formada por

sociólogos que vieram de diferentes instituições

universitárias, fundadas a partir de 1930 e

inauguram estilos mais ou menos independentes

de fazer Sociologia.

Começam a surgir estilos ou tendências, o

que fez com que surgissem diferentes “escolas”

de Sociologia em São Paulo, Recife, Rio de

Janeiro, Salvador, Belo Horizonte e em outros

lugares.

Dentre os autores que fazem parte dessa

terceira geração, podemos citar: Florestan

Fernandes (1920-1995), importante nome da

Sociologia crítica no Brasil. Foi um sociólogo que

fez um contínuo questionamento sobre a

realidade social e das teorias que tentavam

explicar essa realidade. O objetivo deste autor foi

de, numa intensa busca investigativa e crítica, ir

além das reflexões já existentes.

Florestan também mantinha contínuo

diálogo com o pensamento crítico brasileiro.

Autores como Euclides da Cunha e Caio Prado

Júnior, os quais vimos anteriormente, fazem

parte de sua lista de interlocutores. O diálogo

com esses autores foi fundamental para o seu

trabalho de análise dos movimentos e lutas

existentes na sociedade, principalmente aquelas

travadas pelos setores populares.

Outro aspecto de sua maneira crítica de

fazer Sociologia foi a sua afinidade com o

pensamento marxista, principalmente sobre o

modo de analisar a sociedade, o que se

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constituiu numa espécie de “norte” crítico

orientador de seu pensamento.

As transformações sociais que ocorreram

a partir de 1930 no Brasil foram, também, uma

espécie de “motor” para os trabalhos de

Florestan. Mas não apenas para ele, pois como

já mencionamos, essas transformações serviram

de impulso para os trabalhos sociológicos no

Brasil como um todo. E isso se deu

principalmente a partir de 1940, pois essas

transformações se intensificaram muito por causa

do aumento da industrialização e da urbanização.

Algumas das consequências da

urbanização, inclusive gerada pela migração de

pessoas que, vindas do campo, procuravam

trabalho nas indústrias das grandes cidades,

foram o surgimento de problemas de falta de

moradia, desemprego e criminalidade. Essas

situações emergentes, logicamente, tornavam-se

temas para a análise sociológica.

Para finalizar, vale ressaltar que a

Sociologia crítica que Florestan inaugura também

tinha o “olhar” voltado aos mais diversos grupos e

classes existentes na sociedade. Algumas de

suas pesquisas com grupos indígenas e sobre as

relações raciais em São Paulo, por exemplo,

tiveram o mérito de fornecer explicações que se

contrapunham às explicações dadas pelas

classes dominantes da sociedade brasileira.

Referencias:

COSTA, Cristina. Sociologia: Introdução à

Ciência da Sociedade. São Paulo: Editora

Moderna.

MEKSENAS, Paulo. Aprendendo Sociologia: A

paixão de conhecer a vida. São Paulo:

Edições Loyola.

OLIVEIRA, Pérsio Santos de. Introdução à

Sociologia: Série Brasil. São Paulo: Editora

Ática.

TOMAZI, Nelson Dacio. Sociologia para o

Ensino Médio. São Paulo: Saraiva, 2010. 2ª

edição.

http://educarparacrescer.abril.com.br/

www.infopedia.com.br

www.brasilescola.com.br

http://lounge.obviousmag.org/de_dentro_da_carto

la/2013/11/zygmunt-bauman-vivemos-tempos-

liquidos-nada-e-para-durar.html#ixzz3Y4OAtNzZ