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    INTRODUO EDUCAO A DISTNCIA

    Marta Maria Gomes Van der Linden

    Descrio do Curso

    Este curso tem por objetivo apoiar os estudantes de cursos virtuais na teoria e prtica do ensino e aprendizagem on-line. Ter como foco os fundamentos tericos e metodolgicos que orientam a educao virtual. Ser utilizado um ambiente virtual de aprendizagem (Moodle), ao mesmo tempo em que os participantes sero levados a re etir sobre as possibilidades e limites oferecidos pelas tecnologias aplicadas educao. Os participantes tero oportunidade de vivenciar um modelo de comunidade virtual orientada para a aprendizagem colaborativa e re etir sobre experincias internacionais e nacionais de Educao a Distncia (EAD). No decorrer do curso, vivenciaro algumas prticas de avaliao formativa em educao on-line e participaro de atividades colaborativas de estudos e pesquisas voltadas para educao distncia.

    Objetivos

    Ao nal do curso cada participante dever estar habilitado para:

    Compreender o conceito de EAD como modalidade de ensino, suas especi cidades, de nies e evoluo ao longo do tempo;

    Participar de uma comunidade virtual de aprendizagem;

    Conhecer as regras de convivncia para participao em comunidades virtuais e as ferramentas de comunicao: emoticons, netiqueta, clareza, citaes e diretrizes de feedback;

    Utilizar as ferramentas de comunicao sncronas e assncronas no Ambiente Virtual Moodle;

    Participar de atividades de ambientao no Moodle e experimentar seus recursos e ferramentas como forma de viabilizar sua participao como aluno virtual em disciplinas posteriores do seu Curso Virtual.

    Metodologia

    O curso dever desenvolver-se numa perspectiva metodolgica centrada no aluno. A sua interao com os demais alunos e com os tutores e docentes se dar atravs de uma comunidade de aprendizagem em rede apoiada na Internet. Tambm atravs da Internet os alunos podero acessar o contedo da disciplina e realizar as atividades acadmicas.

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    A disciplina focar especialmente o desenvolvimento de habilidades e competncias para a aprendizagem colaborativa e o exerccio da autonomia.

    Ser adotada a abordagem construtivista, buscando resgatar os conhecimentos prvios dos alunos e o trabalho com temas que faam parte da realidade dos mesmos e que sejam signi cativos do ponto de vista de seus interesses de aprendizagem.

    Projeto da Disciplina

    A disciplina est estruturada em seis Unidades Temticas Integradas. Cada uma contm itens e subitens que remetem s outras unidades. Os temas abordados podem ser acompanhados de apresentaes expositivas, animaes, mapas conceituais, vdeos ou ilustraes, indicaes de textos de apoio e problematizaes de questes do texto. Para cada unidade pode ser aberta uma discusso no frum e proposta uma atividade de avaliao.

    Critrios de Avaliao

    Esta disciplina composta de seis unidades temticas. Os contedos dessas unidades sero apresentados no Moodle ao longo do semestre letivo.

    A cada semana novos materiais e atividades sero disponibilizados na nossa sala de aula virtual. Os participantes devem acompanhar cada semana, estudando os materiais e executando as atividades propostas. Alm disso, procurem acompanhar e participar das discusses nos Fruns.

    Neste fascculo, sero apresentados do material para estudo, com o contedo das Unidades e referncias bibliogr cas para complementar seus estudos em EAD. O fascculo no esgota os contedos a serem estudados, apenas os apresenta para discusso. Portanto, a avaliao dos temas no se resume ao exposto neste fascculo.

    O sistema de avaliao da disciplina Introduo Educao a Distncia seguir os critrios abaixo relacionados:

    A avaliao totaliza 300 pontos, sendo 200 pontos pela participao nas 1. diversas atividades do Moodle e 100 pontos pela prova presencial no Plo.A parte da avaliao relativa participao no Moodle (200 pontos) 2. ser referente no apenas quantidade, mas especialmente qualidade dessa participao nos diversos fruns da disciplina, e na realizao das atividades propostas no ambiente: lio, wikis, fruns, glossrios, questionrios, tarefas on line e o line, chat. etc)

    Ser atribuda uma pontuao a cada atividade proposta no ambiente, de acordo com a di culdade da atividade. A pontuao de cada uma dever ser informada previamente ao aluno, atravs do Moodle.

    Voc ter uma aula presencial para conhecer as ferramentas do Moodle e se familiarizar com o ambiente virtual de aprendizagem ( Moodle). As Atividades relativas a esta fase de ambientao valem 10 pontos.

    O contedo e o horrio de realizao da prova presencial sero previamente divulgados pela coordenao do curso e devero ser anunciados no Moodle

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    e no mural de seu Plo. O aluno que no comparecer a prova presencial semestral ter direito a uma prova de reposio com o mesmo contedo e horrio previamente determinado pela coordenao do curso.Haver um exame nal presencial para o aluno que no atingir a mdia de 3. 70 pontos no semestre. Para participar do exame nal o aluno dever ter atingido pelo menos a mdia de 40 pontos nas avaliaes parciais.

    Requisitos mnimos de participao

    Observe os seguintes requisitos que so exigidos no decorrer da disciplina:

    Veri que seu e-mail diariamente;

    Visite a sala de aula virtual pelo menos trs vezes por semana no endereo www.ead.ufpb.br (tenha sempre em mente seu login e senha para acess-lo.);

    Participe das discusses e das atividades colaborativas sncronas e assncronas;

    Veri que semanalmente o material de estudo indicado no Moodle. Faa download do material e leia os textos indicados. Se tiver di culdade de ler na tela, imprima o material de estudo;

    Visite a biblioteca de seu Plo para consultar a bibliogra a bsica do curso;

    Faa as atividades indicadas a cada semana e envie atravs do Moodle para serem avaliadas.

    Bibliografi a Comentada

    PALLOFF, Rena M. e PRATT, Keith. O aluno virtual: um guia para trabalhar com estudantes on-line. Traduo: Vincius Figueira. Porto Alegre: Artmed, 2004.

    A cada minuto, no mundo, caem novas barreiras de tempo e espao, vencidas pela profuso de tecnologias e pelo incessante e veloz aperfeioamento das mdias j utilizadas. Nesse contexto, a Educao a Distncia, mais correntemente conhecida como EAD, evolui com a mesma intensidade e velocidade. Mas cabe a pergunta: e o aluno? Ou seja, como o novo aluno, o aluno virtual, se comporta ante esse universo, e o que os agentes envolvidos no processo

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    educacional podem fazer para facilitar-lhe o aprendizado. Esse o tema do livro. Divide-se basicamente a obra em duas partes. Na primeira, traa-se um per l do estudante virtual, indispensvel ao xito de qualquer experincia educacional do gnero. Na segunda parte, os autores apresentam um guia para se trabalhar com alunos a distncia, notadamente por meio do computador. Leitura interessante para os que se interessam pelo assunto ou que atuam nessa modalidade de educao. Esta resenha foi transcrita integralmente do Instituto Legislativo Brasileiro e est disponvel no site do Senado Federal h p://www.senado.gov.br

    PALLOFF, R & PRATT, K. Construindo Comunidades de Aprendizagem no Ciberespao: estratgias e cientes para a sala de aula on-line. Traduo: Vincius Figueira. Porto Alegre: Artmed, 2002, 247 p.

    Este guia prtico contm estudos de caso e exemplos retirados de uma ampla variedade de cursos on-line bem-sucedidos. Os autores apresentam estratgias para lidar com os seguintes desa os: envolvimento do aluno com o assunto estudado; registro da presena e da participao; trabalho com alunos que no participam da aula; compreenso dos sinais que indicam que o aluno passa por um problema e construo de comunidades on-line que incluam a interao pessoal. Resenha transcrita integralmente do editor. Disponvel em www.submarino.com.br

    LITWIN, Edith.(org.) Educao a Distncia: temas para o debate de uma nova agenda educativa. Porto Alegre: Artmed. 2001.110 p.

    A educao a distncia aparece no novo sculo como modalidade que revisa seus princpios fundamentais e reconstri seu sentido e abrangncia para o ensino e a aprendizagem. A argentina Edith Litwin, professora da Universidade de Buenos Aires, compila nessa obra artigos de interesse para quem busca conhecer mais e melhor os diversos elementos que envolvem a educao a distncia (EAD). Didaticamente, um grupo de importantes autores reunidos por Litwin examina aspectos centrais da educao a distncia. Trata dos seguintes temas que representam os maiores desa os dessa modalidade educacional: a qualidade do ensino; a colaborao interinstitucional; a produo de materiais espec cos para EAD; e por ltimo, mas talvez o mais importante, o papel do tutor. Quanto a esse ltimo tema, vale ressaltar que o tutor, no campo da educao a distncia, necessita atuar como coringa, exercendo as funes de mestre, incentivador, revisor e administrador, dentre outras, requeridas por uma modalidade de ensino em que, na outra ponta, encontra-se um aluno freqentemente solitrio no ambicioso processo de conhecer. Uma resenha do livro est disponvel em h p://www.revistaconecta.com/dicas/reais.htm

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    PRETI, Oreste (Org.) Educao a Distncia: construindo signi cados. Braslia: Ed.Plano. 2000. 268 p.

    Oreste Preti professor do Ncleo de Educao a Distncia da Universidade Federal do Mato Grosso - NEAD. Participou da primeira experincia de um curso de graduao oferecido por uma universidade brasileira na modalidade EAD em 1995. A obra Educao a Distncia: construindo signi cados (2000) fruto dessa experincia e busca fazer um contraponto crtico das tendncias dominantes, agregando uma coletnea de trabalhos selecionados pelo autor. composta por 12 artigos que trazem ao debate temas relacionados a educao a distncia num mundo globalizado, particularizando as questes inerentes ao cenrio do terceiro mundo. Pe nfase no papel da EAD nos pases em desenvolvimento, no sentido de enfrentar os desa os poltico-social, econmico, pedaggico e tecnolgico que a sociedade, especialmente nos pases do terceiro mundo. So abordados ainda, a questo da regulamentao da modalidade, o uso das tecnologias, os problemas relacionados a orientao acadmica entre outros.

    PETERS, O o. Didtica do Ensino a Distncia: experincia e estgio da discusso numa viso internacional. Traduo: Ilson Kayser. S.Leopoldo: Editora UNISINOS. 2001. 401 p.

    Este livro indispensvel para aqueles que atuam ou pretendem atuar no campo da Educao a Distncia. Nos primeiros captulos o autor esboa uma teoria da Educao a Distncia, fortemente apoiada nas contribuies do especialista norte-americano Michael G. Moore e sua Teoria da Distncia Transacional. Faz um levantamento de dados e a partir da caracterizao da relao dinmica entre Dilogo, Estrutura e Autonomia que de ne o grau de distncia ou proximidade transacional no processo de ensino-aprendizagem em geral, presencial ou distncia. No quarto captulo, o autor se prope a tratar da aplicao da teoria da distncia transacional na prtica. Discute a aprendizagem dialgica, a aprendizagem estruturada e o estudo autnomo. No quinto captulo, aborda as concepes modi cadoras. Trata do ensino aberto, da educao permanente, do ensino industrializado e da educao na ps modernidade. No captulo seis, denominado Informao e Comunicao Digital, explora o ensino na Universidade Virtual. Apresenta concepes otimistas, realistas e anlises didticas e traz ao debate as contribuies da Fernuniversitat. Os modelos de ensino e aprendizagem a distncia so apresentados no captulo sete. O livro naliza com o oitavo captulo em que o autor apresenta Anlises e Perspectivas da Educao a Distncia. Uma resenha sobre o livro produzida por Wilson Azevedo est disponvel do site da ABED. h p://www.abed.org.br

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    Unidades Temticas Integradas

    O contedo da disciplina est estruturado em seis unidades temticas integradas:

    Unidade 1 Uma Introduo aos Fundamentos Tericos e Metodolgicos da Educao a Distncia

    Da Educao a Distncia Educao Virtual;1. A Sala de Aula Virtual Moodle;2. UFPBVIRTUAL no contexto da Universidade Aberta do Brasil UAB;3. O Professor, o Aluno e a Comunidade Virtual de Aprendizagem.4.

    Unidade 2 Apresentao e Ambientao da Sala Aula Virtual Moodle O Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle;1. Filoso a do Moodle;2. Ferramentas do Moodle: 3.

    Materais de Estudo ou Recursos: Texto Simples; Link a um Arquivo ou Site; Livro.Atividades: Chat; Frum; Tarefa; Pesquisa de Avaliao; Questionrio; Dirio; Glossrio; Wiki; Lio; Base de Dados.

    Unidade 3 O Aluno VirtualQuem o Aluno Virtual?1.Comportamento Autnomo;2.Regras de convivncia e Ferramentas de comunicao para 3.participao em comunidades de aprendizagem: tica; netiqueta; emoticons; clareza; citaes; diretrizes para feedback.

    Unidade 4 Comunidades Virtuais de AprendizagemAmbientes Virtuais de Aprendizagem - AVA;1. Comunidades Virtuais de Aprendizagem;2. O Papel do Aluno na Comunidade Virtual;3. Interao e Interatividade;4. O Silncio Virtual.5.

    Unidade 5 Avaliao em Ambientes Virtuais de Aprendizagem apoiados pela Internet

    As Dimenses da Avaliao;1. Fundamentos da Avaliao Educacional;2. Avaliao em Ambientes Virtuais Interativos:3. Objetos de Avaliao na Educao On-line4. Recursos e Ferramentas da Avaliao em Educao On-line;5. Instrumentos e Procedimentos de Avaliao dos Alunos e da Disciplina.6.

    Unidade 6 Histrico da Educao a DistnciaContexto Histrico;1.Surgimento e Evoluo da EAD;2.Geraes de EAD;3.A insero da EAD no Brasil;4.Regulamentao da EAD no Brasil. 5.

    Concepo legal da EAD no Brasil; Determinaes legais sobre avaliao do aluno na EAD; Nmeros recentes da EAD no Brasil.

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    Mapa Conceitual da Disciplina Introduo Educao a Distncia

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  • FORMAS

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    UNIDADE I

    UMA INTRODUO AOS FUNDAMENTOS TERICOS E METODOLGICOS DA EDUCAO A DISTNCIA

    1.1 - Situando a Temtica

    Nesta unidade trataremos de questes relacionadas aos fundamentos bsicos do ensino - aprendizagem na Educao a Distncia e das metodologias que do sustentao a essa modalidade de educao. Na perspectiva de entendermos nossa insero nesse processo, apresentaremos a UFPBVIRTUAL como integrante do Sistema Universidade Aberta do Brasil - UAB.

    Acesse o siteh p://www.uab.capes.gov.br

    Acesse o site e a biblioteca virtual da UFPBwww.virtual.ufpb.br

    Discutiremos o modelo de educao adotado pela UFPBVIRTUAL e as expectativas que temos com relao implantao dos cursos. Faremos uma breve apresentao de nosso ambiente virtual de aprendizagem e dos recursos didticos que apoiaro o desenvolvimento dos cursos. A Figura 1, a seguir, ilustra o funcionamento da aprendizagem em rede que con gura a base do desenvolvimento da Educao a Distncia na UFPBVIRTUAL

    Figura 1. A rede de aprendizagem na Educao Virtual. Fonte: Palloff & Pratt (2004).

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    Como elemento aglutinador e facilitador das relaes indicadas na Figura 1, o professor titular da disciplina que organiza os contedos e orienta o processo educacional, os tutores presenciais atuando diretamente nos Plos, numa relao de 1 tutor para cada 25 alunos, os tutores a distncia, atuando diretamente junto aos professores da UFPB, numa relao de 1 tutor para cada 100 alunos e os coordenadores de Plo que organizam o processo e a infra estrutura de apoio em cada municpio Plo.

    1.2 - Problematizando a Temtica

    Uma profuso de projetos de EAD baseados em tecnologias da Internet tem marcado o cenrio da educao brasileira desde os anos 90. As iniciativas tm surgido como resposta imediata necessidade de treinamento empresarial e-learning e no mundo acadmico principalmente nas instituies pblicas brasileiras, em projetos de formao de professores no atendimento aos determinantes do art. 80 da Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (LDB), que trata da insero da EAD no sistema educacional. (Van der Linden ,2005).

    O e-Learning caracterizado por processos educacionais baseados no uso da Internet e da colaborao virtual. Inclui entrega de contedos atravs da Internet, extranet, intranet, udio, vdeo, transmisso via satlite, televiso interativa e CD-ROM.

    Com relao formao de professores, essa expanso teve impulso em 1996, quando a LDB determinou que em 10 anos todos os professores do Pas deveriam possuir nvel superior. A falta de vagas para formao de professores nas Instituies Pblicas e a disperso geogr ca dos professores leigos, atuantes nos mais longnquos recantos do pas, foram fatores que impulsionaram essa expanso. Embora tenhamos avanado nesse perodo, sabemos que ainda temos um longo caminho a percorrer.

    possvel perceber que desde a segunda metade dos anos 90 os ambientes de trabalho, estudo e lazer vm sendo signi cativamente impactados pela incorporao das tecnologias, da informao e da comunicao. Esses impactos tm sido percebidos particularmente no mundo do trabalho nas relaes que permeiam a educao e a construo de conhecimentos. Em volta do mundo, pases tm investido em universidades abertas e a distncia e atrado um nmero cada vez maior de estudantes. No foco dessa evoluo tecnolgica, esto os resultados dos avanos da microeletrnica, na forma dos computadores, de tecnologias digitais, de redes de bra tica e das bandas de conexo, com impactos decisivos no modo de ensinar e aprender.

    Esse contexto, marcado pelo crescente aumento da capacidade de trfego de elementos multimdia nas redes de computadores, pela popularizao da Internet, e aumento de pesquisas e criao de Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) esto criando condies tcnicas e tornando atraente o mundo da Educao a Distncia. Ao mesmo tempo esto provocando novos desa os em relao aos modelos tradicionais de ensino-aprendizagem, s metodologias de ensino, postura dos docentes e discentes e especialmente forma de ensinar e aprender. nesse cenrio que a educao a distncia tem sido chamada para dar respostas aos desa os postos pela sociedade do conhecimento.

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    Em texto escrito por Preti (2001) sobre Educao a Distncia e Globalizao: desa os e tendncias, o autor apresenta um panorama da EAD no Brasil e no mundo e questiona: qual o sentido dessa expanso? A EAD tem as potencialidades que esto sendo esperadas? Como dar conta do divrcio entre o desenvolvimento dos conhecimentos e as limitadas oportunidades de acesso aos recursos tecnolgicos, notadamente a Internet? Como assegurar a expanso da educao e sua democratizao, garantindo a qualidade do processo educacional? Essas so questes que nortearo nossas discusses, com base na realidade social em que a educao e a tecnologia so os motores dos processos de aprendizagem e desenvolvimento na sociedade da Informao.

    Figura 2. Educao e Tecnologia em uma nova realidade social. Fonte: Filatro ( 2004).

    1.3 - Conhecendo a Temtica

    1.3.1 Da Educao a Distncia Educao Virtual

    Segundo Moran(2002), a Educao a Distncia o processo de ensino-aprendizagem, mediado por tecnologias, onde professores e alunos esto separados espacial e/ou temporalmente.

    Na literatura comum encontrarmos os termos presencial, semi-presencial, a distncia, virtual e on-line, para designar a natureza do curso:

    A educao presencial pressupe o contato face a face entre professores e alunos e tradicionalmente aplica-se a qualquer nvel educacional, onde professores e alunos se encontram sempre num local fsico, chamado sala de aula;

    Aprendizagem hbrida ou Blended learning, modalidade onde os cursos combinam diversos tipos de meios de aprendizagem, tanto atravs de tecnologias (e-Learning), como atravs de mtodos tradicionais como o

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    ensino presencial. Na educao semi-presencial as atividades acontecem em parte na sala de aula e em parte a distncia;

    O ensino a distncia um sistema tecnolgico de comunicao bidirecional (multidirecional), que pode ser massivo, baseado em uma ao sistemtica

    e conjunta de recursos didticos e o apoio de uma organizao e tutoria, que,

    separados sicamente dos estudantes, propiciam a esses uma aprendizagem

    independente.(Aretio,2001). A educao a distncia pode ter ou no momentos presenciais, mas acontece fundamentalmente com professores e alunos separados sicamente no espao e no tempo.

    Ao tratar das Modalidades de Educao Apoiadas em Redes de Comunicao, Harasim (2003) apresenta os traos de nidores de cada modalidade educativa, destacando as diferenas e semelhanas entre Aprendizagem Colaborativa On-line, Educao a Distncia On-line e Treinamento On-line baseado em computador. Um exemplo ilustrativo apresentado na Figura 3 a seguir.

    Figura 3: Trs tipos de educao on-lineFonte : Van der Linden ( 2005)

    Em comum s trs modalidades acima expostas, h o uso do computador e a independncia de lugar e tempo para sua realizao. No entanto, as diferenas substanciais podem ser percebidas com relao s formas de interao, conduo dos estudos e de apoio aos alunos, conforme indicado na Figura 4.

    Figura 4. Caractersticas de cada modalidade da educao on-line.Fonte: Van der Linden(2005) adaptado de Harasim(2003).

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    A Educao a Distncia On-line marcada pela idia de educao em massa com interao unidirecional (um para muitos), assncrona, baseada em textos e mediada pelo computador. A comunicao se faz entre o estudante e a Instituio.

    O Treinamento On-line baseado em computador marcado pela ao individual entre o sujeito e o material de apoio (um para um), com uso da multimdia (softwares, CDs, vdeos) e avaliao informatizada com banco de respostas para conferncia.

    Na Aprendizagem Colaborativa On-line a construo do conhecimento desloca-se da unidade de anlise do indivduo para a relao do indivduo com o ambiente e a interao com os outros (muitos para muitos, aprendizagem em grupo). O dilogo assncrono e a colaborao so caractersticos desse tipo de aprendizagem que concebida como processo social. (Van der Linden,2005)

    Ampliando seu Conhecimento

    Para saber mais leia o captulo 1 do livro Das tradies Virtualidade de Edith Litwin (2001).

    O conjunto de ferramentas da Internet possibilitou a comunicao entre os interessados de diferentes formas. Segundo Aretio (2001), talvez a principal distino esteja na dimenso temporal. Quando h coincidncia temporal no ato comunicativo, com conexo simultnea, temos uma comunicao sncrona. Quando a comunicao acontece sem que haja coincidncia temporal, em que emitente e destinatrio no esto simultaneamente se comunicando em tempo real, temos a comunicao assncrona. As ferramentas disponveis para uso das comunidades virtuais possibilitam interaes bidirecionais ou multidirecionais, independente de serem sncronas ou assncronas.

    Dialogando e Construindo Conhecimento

    Voc sabe o que signi ca atividade on-line e o -line?Atividades on-line so realizadas quando se est conectado Internet e

    o -line quando no se exige esta condio. Consulte o Glossrio referencial de termos EAD produzido pela equipe

    de ensino a distncia do Centro de Computao CEAD/CCUEC da UNICAMP, disponvel no endereo h p://www.rau-tu.unicamp.br/nou-rau/ead e descubra o signi cado dos termos utilizados nessa unidade de estudo.

    Voc tambm pode fazer Download do Glossrio na biblioteca virtual da UFPB: www.virtual.ufpb.br

    Educao On-line uma modalidade de ensino-aprendizagem que inclui uma ampla gama de aplicaes e processos, tais como aprendizagem baseada na Internet, aulas virtuais e colaborao digital. Inclui a entrega de contedos como udio, vdeo, textos e animaes atravs da Internet, possibilitando o trabalho em equipes colaborativas. (Moran,2001)

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    Ampliando seu Conhecimento

    Leia sobre a evoluo da EAD, segundo os critrios apontados no recorte do texto O que educao a distncia? de Jos Manuel Moran transcrito abaixo:

    perceptvel que comeamos a passar dos modelos predominantemente individuais para os grupais na educao a distncia. Das mdias unidirecionais, como o jornal, a televiso e o rdio, caminhamos para mdias mais interativas e mesmo os meios de comunicao tradicionais buscam novas formas de interao. Da comunicao o -line estamos evoluindo para um mix de comunicao o e on-line.

    1.3.2 A Sala de Aula Virtual Moodle

    Na educao virtual a ferramenta que d apoio s atividades dos alunos e tambm s dos professores o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). No caso da UFPBVIRTUAL, o nosso ambiente o Moodle e ele constitui a nossa sala de aula virtual.

    Figura 5. Sala de Aula da Disciplina Introduo EAD-UFPBVIRTUAL no Ambiente Moodle.

    O Moodle um recurso moderno especialmente por englobar ferramentas como fruns, chats, biblioteca virtual, material didtico-pedaggico e tutorial.

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    Cada uma dessas ferramentas tem uma utilidade espec ca e contribui decisivamente para interao dos participantes e acesso aos materiais instrucionais elaborados pelos professores. So ferramentas que minimizam a sensao de isolamento que poderia ocorrer na educao a distncia.

    No Moodle, atravs de uma senha previamente cadastrada, o estudante tem acesso ao contedo do curso e ao material didtico, participa de fruns de discusso temticos, resolve questionrios e listas de exerccios no computador alm de uma srie de atividades acadmicas a escolha do tutor.

    Na Unidade 2 esto apresentadas as ferramentas do Moodle e algumas regrinhas bsicas para explorar as suas potencialidades a m de aumentar a e ccia do curso.

    Dialogando e Construindo Conhecimento

    A Educao Virtual causa impactos e surpreende tanto os alunos quanto os professores. No texto de Peggy Minnis Teaching in Your Pajamas: Lessons of Online Classes verso original publicada em The New York Times Teachers Journal em 2003 e traduzido pelo IG Educao, disponvel em h p://www.adur-rj.org.br/5com/pop-up/ensino_virtual.htm voc vai encontrar uma viso bem humorada do professor on-line e poder re etir sobre as novas funes docentes na educao virtual.

    Est disponvel tambm no nosso ambiente Moodle.

    1.3.3 UFPBVIRTUAL no Contexto da Universidade Aberta do Brasil UAB

    A Universidade Aberta do Brasil - UAB um projeto de vanguarda no cenrio educativo do nacional. UAB o nome dado ao projeto criado pelo Ministrio da Educao (MEC), em 2005, para a articulao e integrao experimental de um sistema nacional de educao superior. Esse sistema formado por instituies pblicas de ensino superior voltadas para a ampliao e interiorizao da oferta do ensino superior gratuito.

    Foi na segunda metade da dcada de 1990 com a aprovao da Lei de Diretrizes e Bases (1996), que a modalidade de EAD ganhou destaque no ensino superior, quando teve estabelecida a equivalncia plena de diplomas obtidos nos cursos presenciais e na modalidade distncia.

    Neste contexto, a Universidade Federal da Paraba vem contribuindo de forma signi cativa, com a democratizao do ensino superior, desde o lanamento do projeto UAB (em 2007) com a oferta de curso de licenciatura.

    A UFPBVIRTUAL iniciou suas atividades em 2007 oferecendo os cursos de Licenciatura Plena em Matemtica, em Letras com habilitao em Lngua Portuguesa e em Pedagogia com habilitao em Educao Infantil, acrescentando em 2008 os cursos de Licenciatura em Cincias Biolgicas, em Cincias Agrrias e em Cincias Naturais. Tais cursos, na modalidade a distncia, ao serem oferecidos pela UFPB, incorporam as prticas dessa universidade proporcionando uma formao espec ca para os que atuam na educao, principalmente nestas reas

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    do conhecimento, visando o resgate da cidadania, a identidade pro ssional e o atendimento aos objetivos da educao nacional.

    No ano de 2007 foram oferecidas 1.668 vagas no vestibular para 3 cursos e 21 Plos de Apoio presencial. Em 2008, foram 2047 vagas para 6 cursos e 24 Plos.

    Dialogando e Construindo Conhecimento

    O Brasil teve 2,2 milhes de alunos matriculados na Educao a Distncia -EAD em 2006, de acordo com o Anurio Brasileiro Estatstico de Educao Aberta e a Distncia ABRAEAD/2007. Consulte o site da ABRAEAD para obter informaes sobre a expanso da EAD no Brasil. Levante dados sobre este cenrio e re ita sobre esta expanso.

    Acesse: http://blog.institutomonitor.com.br/category/anuario-de-educacao-a-distancia-abraead/

    1.3.4 O Professor, o Aluno e a Comunidade Virtual de Aprendizagem

    Com a popularizao da Internet e suas ferramentas, instala-se a lgica da comunicao em substituio lgica da transmisso, em que o receptor convidado livre criao e a mensagem ganha sentido sob sua interveno. Nesse contexto, a interatividade possibilitada pelas tecnologias de rede amplia as condies de interao e aprendizagem colaborativa on-line ao con gurar cenrios educacionais prprios cooperao e colaborao, em apoio construo de conhecimentos. Nesse cenrio instalam-se as Comunidades Virtuais de Aprendizagem.

    Discutir os papis dos professores, tutores e alunos nas comunidades virtuais representa o desa o a ser perseguido nesse item.

    Quando o ensinar e o aprender deixam a sala de aula, cabe ao professor criar uma espcie de embalagem na qual o curso transcorre com o envio de metas, de objetivos e de resultados esperados, com diretrizes iniciais de participao, com pensamentos e questes que estimulem a discusso e com tarefas que sejam completadas colaborativamente.( Pallo e Pra , 2002)

    O que uma comunidade de aprendizagem? Quais os papis dos participantes nas comunidades virtuais? O que leva aos bons resultados?

    Existe uma diferena entre comunidade de aprendizagem on-line e uma comunidade on-line, ou grupo on-line em que as pessoas se encontram para compartilhar um interesse mtuo. Segundo Van der Linden (2005) apoiada em Pallo e Pra (2004) o envolvimento com a aprendizagem colaborativa e a prtica re exiva implcita na aprendizagem transformadora que caracterizam a comunidade de aprendizagem on-line. Para esses autores, uma comunidade de aprendizagem on-line caracteriza-se pelos seguintes resultados:

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    Interao ativa que envolve tanto o contedo do curso quanto a

    comunicao pessoal;

    Aprendizagem colaborativa evidenciada pelos comentrios dirigidos

    primeiramente de um aluno a outro aluno e no do aluno ao professor;

    Signi cados construdos socialmente e evidenciados pela concordncia

    ou questionamento, com inteno de se chegar a um acordo;

    Compartilhamento de recursos entre os alunos e,

    Expresses de apoio e estmulo trocadas entre os alunos, tanto quanto

    a vontade de avaliar criticamente o trabalho dos outros. (Pallof e Pra ,

    2004)

    Nesse sentido, os ambientes virtuais de aprendizagem con guram a base para vivenciarmos as chamadas comunidades de aprendizagem onde o dilogo ocupa posio central. Nesse contexto, parece-nos que o estabelecimento de mecanismos de avaliao que contemplem a participao on-line constitui passo importante para compreenso do processo de aprendizagem na construo do conhecimento na educao virtual. Na Unidade 5 abordaremos questes acerca da avaliao em Ambientes Virtuais de Aprendizagem.

    A postura dos alunos no ambiente virtual vai re etir seu envolvimento com o curso e sua trajetria de aprendizagem. A aquisio de novos hbitos ser necessria para ter sucesso. Na unidade 3 trataremos do aluno virtual: suas necessidades, seu comportamento e o seu papel na formao de uma comunidade de aprendizagem.

    Considerando que educao comunicao e que o ato didtico acima de tudo um processo comunicativo, parece-nos relevante compreender a importncia que as Comunidades Virtuais de Aprendizagem tm para aprendizagem colaborativa on-line. A unidade 4 ser dedicada ao exame desta questo.

    Dialogando e Construindo Conhecimento

    A sua primeira atividade ser o preenchimento do seu per l como aluno da UFPBVIRTUAL.

    Ela ser feita de duas formas: uma verso impressa que ser entregue pelo tutor em mos e devolvida aps preenchimento e outra que ser feita no ambiente Moodle com o auxlio dos professores e tutores. A nossa idia levantar um per l do aluno virtual da UFPB para que os docentes possam conhec-los e ajud-los nessa caminhada. Para maiores detalhes veja a Unidade 5 que trata da avaliao.

    Ao acessar o Modlle, atualizar seu per l e participar dos fruns da disciplina, voc torna-se membro de uma comunidade de aprendizagem. Participe!

  • 296

    1.4 - Avaliando o que foi construdo

    Ancoradas na idia defendida por estudiosos da temtica de que a sociedade da informao requer sujeitos capazes de acessar dados e outorgar-lhes signi cados, esperamos que ao nal desta unidade em que abordamos as idias bsicas e os fundamentos da Educao a Distncia, voc esteja motivado para continuar pesquisando e construindo signi cados acerca do tema introduzido.

  • 297

    UNIDADE II

    APRESENTAO E AMBIENTAO DA SALA DE AULA VIRTUAL MOODLE

    2.1 - Situando a Temtica

    Pensar na Educao a Distncia implica pensar na didtica, nos mtodos de ensino, na interao professor-aluno, nas questes de planejamento. Signi ca compreender que a mudana em processo exige nova concepo sobre os alunos como seres crticos e participativos, com autonomia e capacidade de tomar decises. Esse cenrio exige uma concepo contextualizada de ensino que privilegie a participao, o dilogo, a autonomia e a re exo permanente por parte dos professores, dos tutores e dos alunos sobre as mltiplas dimenses que envolvem a aprendizagem colaborativa.

    bem possvel que para muitos de vocs esta seja a primeira experincia com Educao a Distncia, com aulas em ambientes virtuais de aprendizagem e certamente o primeiro contato com a plataforma Moodle da UFPBVIRTUAL.

    Assim sendo, nesta unidade conheceremos e exploraremos a potencialidade das ferramentas do Moodle tais como chat, frum, glossrio, tarefa, wiki, entre outras, de modo que voc possa desenvolver habilidades de cooperao, colaborao e autonomia em seus estudos.

    Figura 1. Ambiente Moodle da UFPBVIRTUAL.

  • 298

    2.2 - Problematizando a Temtica

    Na educao a distncia professores e alunos podem estar separados no espao e no tempo, mas existe comunicao e interao entre ambos e, no caso da educao virtual, essa mediao feita por recursos multimdia, com apoio de tutoria especializada. Tais recursos devem garantir a qualidade e a e ccia do curso. Geralmente, so utilizados materiais impressos, vdeos, hipertextos, CDs, DVDs, entre outros, sempre focados no aluno e nas suas necessidades de aprendizagem.

    Alguns procedimentos e prticas rotineiras da vida de um estudante tradicional voc certamente j conhece: assiduidade nas aulas, participao nas discusses com o professor e com os outros alunos, realizao de provas e avaliaes constantes, cumprimento de tarefas, interao face a face com o professor, esclarecimento de dvidas, realizao de pesquisa, estudo do material do curso, alm de dedicao de algumas horas para o estudo diariamente.

    Neste curso de educao a distncia, como so as prticas e os procedimentos? Como se sero as aulas? O que um ambiente virtual de aprendizagem? Como a plataforma Moodle pode contribuir diretamente em suas atividades acadmicas? Como o professor da disciplina vai saber se voc est indo bem nos estudos? Se um aluno ausente, como o professor vai perceber? Como usar o computador para entregar tarefas? Como interagir com a sua turma em um ambiente virtual? O que os alunos precisam para ter sucesso? Buscaremos responder a esses questionamentos no nosso 10 Encontro Presencial. Depois continuaremos discutindo no frum da disciplina, no Moodle.

    FRUM: Para participar do debate leia os captulos 2 e 10 do Livro o Aluno Virtual de Pallo & Pra (2004

    Em relao uso das ferramentas, iremos aprender fazendo, atravs da plataforma Moodle. Este ser o ambiente de aprendizagem que servir de suporte para todas as disciplinas do Curso. Nele, os professores podero acompanhar o registro e a participao dos alunos. Podem ainda monitorar as atividades cumpridas e as interaes, atravs de relatrios individualizados fornecidos pelo sistema.

    2.3 - Conhecendo a Temtica

    2.3.1 O Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle

    Moodle (Modular Object Oriented Distance Learning Environment) um sistema para gerenciamento de cursos (SGC) - um programa para computador destinado a auxiliar educadores a criar cursos de qualidade via Internet. Este sistema de educao tambm chamado de Sistema de Gerenciamento de Aprendizagem ou Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). De maneira informal, utiliza-se o termo plataforma educacional.

    De acordo com informaes disponveis em www.moodle.org, at a data em que este texto foi escrito, a comunidade mundial do Moodle j possua mais

  • 299

    de 400 mil usurios registrados apenas neste site, falando mais de 75 idiomas em 193 pases, entre professores e alunos no apenas nas universidades, mas tambm em instituies com diversos nveis de escolaridade, organizaes no lucrativas, companhias privadas e por professores de forma independente. Uma das principais vantagens do Moodle que ele fundamentado para pr em prtica uma aprendizagem scio-construtivista.

    De acordo com essa abordagem, a mediao do processo de ensino e aprendizagem no se resume ao planejamento, ministrao de aulas e orientaes oferecidas pelo professor. Consiste em transformar as aulas em processos contnuos de informao, comunicao e de pesquisa, que resultem na criao ativa de conhecimentos signi cativos, numa relao de equilbrio entre professores, tutores e os alunos-participantes ativos. Na gura a seguir, apresentaremos uma ilustrao da estrutura para a aprendizagem a distncia e o relacionamento entre os elementos que a integram.

    Figura 2. Estrutura para a Aprendizagem a Distncia. Fonte: Adaptado de Palloff &Pratt(2002).

    Ampliando seu Conhecimento

    Construtivismo em PiagetSe voc tiver interesse em saber um pouco mais sobre o construtivismo e

    aprendizagem Acesse h p://www.ginux.u a.br/~kacilene/educacao/piaget.html

  • 300

    2.3.2 Filosofi a do Moodle

    O Moodle foi criado por Martin Dougiamas pro ssional de informtica com formao em Pedagogia. Sua primeira verso foi lanada no dia 20 de agosto de 2002 e a mais atual 1.9.2 no dia 11 de julho de 2008. O Moodle foi concebido tendo uma base slida na pedagogia.

    A concepo e o desenvolvimento do Moodle so guiados por uma loso a scio-construtivista de pensar o processo de educao-aprendizagem. Isto , considera que as pessoas constroem ativamente novos conhecimentos, a partir de conhecimentos prvios, medida que interagem com seu ambiente e com os demais participantes. A interao torna-se particularmente e caz quando possibilita a construo do conhecimento de forma colaborativa. A idia criar uma cultura de compartilhamento e colaborao na construo de signi cados.

    Ampliando seu Conhecimento

    Se voc tiver interesse em saber um pouco mais sobre o Moodle e participar da comunidade Moodle do Brasil acesse na Internet a pgina www.moodlebrasil.net/moodle

    Voc tambm pode acessar h p://aprender.unb.br .L voc encontrar o manual do usurio do Moodle, escrito pelo professor Athail Rangel da UNB, tambm consultado na elaborao deste material.

    2.3.3 Ferramentas do Moodle

    O Moodle oferece uma variedade de ferramentas que podem aumentar a e ccia de um curso on-line. possvel facilmente compartilhar materiais de estudo, montar listas de discusses, aplicar testes de avaliao e pesquisas de opinio, coletar e revisar tarefas e acessar e registrar notas, entre outras. As ferramentas podem ser selecionadas pelo professor de acordo com seus objetivos pedaggicos.

    Todas estas possibilidades potencializam a aula virtual e a interao entre os participantes. A familiarizao do estudante com as ferramentas disponveis no ambiente necessria para que o mesmo possa participar ativamente do Curso. Assim sendo, vamos apresentar cada uma destas ferramentas e mostrar como devem ser utilizadas.

    As ferramentas do Moodle so apresentadas na forma de Materiais de Estudo (Recursos) e Atividades. Cada ferramenta vem indicada por um cone que serve para facilitar a identi cao do tipo de atividade ou de material de estudo.

    Materiais de Estudo

    O professor pode lanar no Moodle materiais didticos como: Texto Simples; Link a um arquivo ou site e Livro. Esses materiais podem ser lidos pelos alunos diretamente na prpria tela do computador, ou ento salvos no computador, CD, disquete, pen drive etc. possvel ainda imprimi-los. Vejamos esses materiais. Observe os cones que aparecem ao lado de cada um.

  • 301

    O que um Texto Simples?

    uma ferramenta que permite ao professor disponibilizar no Moodle pequenos textos editados por ele mesmo. Normalmente estes textos so utilizados como referncia para uma atividade posterior.

    O que um link a um arquivo ou site?

    uma ferramenta que permite ao professor disponibilizar material de diversas formas. Por exemplo, um arquivo feito no Word ( ), uma apresentao em forma de slides usando o Power Point ( ) , um texto no formato PDF do Adobe Acrobat ( ) ou uma tabela Excel ( ).

    Esses materiais so selecionados ou produzidos pelo professor e disponibilizados aos alunos no Moodle. fcil identi car os programas onde esses arquivos foram gerados atravs dos respectivos cones.

    Alm disso, o professor tambm poder fazer um link (ligao) com uma pgina na Internet que contenha informao relacionada temtica em estudo. Neste caso, basta o usurio clicar com o mouse no local indicado, que automaticamente o site ser aberto.

    O que um Livro?

    simplesmente um material de estudo com vrias pginas organizadas por captulos e itens, onde o professor apresenta um contedo e organiza os temas de estudo. No um livro convencional, apenas um material didtico elaborado pelo professor para auto-estudo dos alunos.

    Atividades

    As principais atividades do Moodle so: Chat, Frum, Tarefa, Pesquisa de Avaliao, Questionrio, Dirio, Glossrio, Wiki, Lio e Base de Dados.

    O que um Chat?

    O chat, em ingls, signi ca bate-papo e, como veremos mais adiante, diferentemente do frum, o chat uma atividade de comunicao sncrona. Ou seja, uma conversa que ocorre em tempo real. Para que essa conversa acontea, os participantes devem se conectar no espao reservado ao chat no Moodle nos horrios e nos dias previamente agendados. Este espao chamado de sala de bate-papo. O Moodle tambm registra no calendrio esses eventos.

    Um grupo de alunos pode combinar sesses adicionais de batepapo (alm das estabelecidas pelo professor) e acessar o ambiente a qualquer momento e em qualquer lugar. Este um espao muito especial para interaes sociais, mas tambm pode ser utilizado para tirar dvidas.

  • 302

    O que um Frum?

    Esta uma das ferramentas mais importantes de interao em cursos virtuais e por isso tambm bastante utilizada como meio de avaliao. Consiste numa conversa em que os participantes no esto conectados no mesmo instante, e por isso chamada de interao assncrona. Cada participante do frum escolhe o dia e a hora de participar.

    O espao frum pode ser usado de diferentes formas: uma entrevista com um professor convidado onde os alunos elaboram as perguntas, debate entre grupos e com o professor da disciplina, um espao onde o professor disponibiliza perguntas mais freqentes sobre um determinado assunto ou onde grupos de alunos questionem outros grupos. Tudo vai depender da orientao do professor e do interesse dos participantes. O Moodle dispe de vrios tipos de fruns . Os fruns podem ter as seguintes caractersticas:

    Discusso simples - um nico tpico em uma nica pgina. Normalmente usado para organizar discusses breves com foco em um tema preciso.

    Frum geral - um frum aberto, onde todos os participantes podem iniciar um novo tpico de discusso quando quiserem.

    Cada usurio inicia apenas um novo tpico - cada participante pode abrir apenas um novo tpico de discusso, mas todos podem responder livremente s mensagens, sem limites de quantidades. Este formato usado, por exemplo, nas atividades em que cada participante apresenta um tema a ser discutido e atua como moderador da discusso deste tema.

    Nesta disciplina temos ainda um Frum que utilizado com Painel de Notcias em que o professor e sua equipe coloca os avisos e recomendaes da disciplina.

    O professor pode criar vrios fruns na disciplina, e esses fruns podem ser de qualquer um dos tipos citados, podendo permanecer abertos durante todo o curso ou abertos para discusso temporria. Os que permanecem abertos so, geralmente, um Frum de Notcias e um Frum Social, para proporcionar interao social entre os participantes.

    No frum, as mensagens podem ser inseridas com calma e devem ter valor do ponto de vista coletivo. preciso re etir sobre a qualidade do contedo das mensagens a serem postadas e nunca perder de vista o foco central da discusso. As mensagens podem ser lidas posteriormente por qualquer participante e podem ainda ser disponibilizadas via e-mail para cada um.

    Existem algumas regrinhas para uma adequada participao no frum. Essas regrinhas so chamadas de Netiqueta e as estudaremos mais adiante na Unidade 3.

    O que uma Tarefa?

    Uma tarefa consiste na descrio ou enunciado de uma atividade a ser desenvolvida pelo aluno. O enunciado da tarefa contm explicaes objetivas de como ela deve ser realizada, indica prazos de entrega, informa se permitido enviar

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    uma segunda resposta, indica se ser atribuda uma pontuao para avaliao e de quanto ser essa pontuao. As tarefas podem ser de trs tipos: Texto on-line, onde o aluno digita sua resposta no prprio ambiente; Envio de Arquivo nico, onde o aluno envia para o ambiente um arquivo com sua resposta; e ainda Atividade O -line, usada pelos professores e tutores para colocar no ambiente as notas de atividades realizadas fora do ambiente, como a prova presencial. No caso da Tarefa de Envio de Arquivo nico o arquivo de resposta do aluno deve ser salvo anteriormente no computador, disquete, CD ou pen drive.

    O que uma Pesquisa de Avaliao?

    Este recurso consiste num conjunto de atividades relacionadas avaliao das vrias dimenses do processo educacional, entre elas, as perspectivas do aluno, a avaliao do prprio curso, e a auto-avaliao. A partir das respostas dos alunos, so gerados relatrios agregados e individualizados que possibilitam o acompanhamento do aluno e da turma como um todo.

    O que um Questionrio?

    Esta uma atividade que permite ao aluno responder no Moodle a um conjunto de questes do tipo: mltipla escolha, verdadeiro ou falso, associao, para completar, resposta breve. O professor pode controlar o perodo de durao desta atividade e inclusive permitir que o aluno revise as suas respostas antes de passar adiante. Pode ainda permitir que o aluno responda por etapas ou de uma nica vez.

    O que um Dirio?

    uma ferramenta usada pelo aluno para relatar, como em um dirio comum, as suas atividades e suas experincias. Apenas o prprio aluno e seu professor tero acesso a esse dirio.

    Para o professor as informaes contidas no Dirio so importantes para que ele possa acompanhar a aprendizagem do aluno. Por exemplo, as di culdades em lidar com a informtica, em realizar alguma tarefa, em acessar materiais, as boas experincias que teve, os temas que mais gostou de discutir e ainda, suas re exes pessoais.

    Para o aluno, o dirio constitui importante ferramenta de auto-re exo sobre seu desempenho no Curso e ainda serve de espao para anotaes de temas estudados.

    O que um Glossrio?

    Esta atividade permite que os participantes criem e atualizem uma lista de de nies como em um dicionrio. No entanto, o que o diferencia de um dicionrio a necessidade de contextualizar os termos. Podemos criar vrios

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    glossrios ao mesmo tempo: um glossrio principal e os demais secundrios cujos itens podem ser exportados para o glossrio principal. possvel ainda fazer links nos textos do curso que levam aos itens de nidos no glossrio.

    O que um Wiki?

    Um Wiki uma coleo de documentos criados de forma coletiva no ambiente da Internet. Algum inicia o documento sobre determinado tema, inserindo um pargrafo ou texto de sua autoria. permitido aos outros participantes editar e adicionar novos pargrafos a este Wiki. Para cada Wiki o professor especi ca os objetivos e o contedo a ser construdo. Nele podem ser elaborados de forma coletiva, anotaes de aulas, resumos gerais de textos extensos, artigos, relatrios etc.

    Um Wiki pode ser desenvolvido por toda a turma ou por grupos menores. O trabalho resultante pode ser visto e criticado pelo conjunto dos participantes e no somente pelo professor, podendo ser usado como fonte de dados por outras pessoas e no apenas corrigido e arquivado.

    Ampliando seu Conhecimento

    O termo wiki tem origem na expresso havaiana wiki-wiki que signi ca muito rpido.

    A Wikipdia uma enciclopdia e considerado o maior wiki do mundo! escrita por voluntrios de todo o mundo. Voc tambm pode adicionar contedo, editar o trabalho de outras pessoas, ou acrescentar outra pgina de colaborao como um sub-tpico visitando o site www.wikipedia.org na Internet. Mas tambm pode us-lo para fazer uma pesquisa sobre um tema que lhe desperte interesse.

    O que Lio?

    Uma Lio consiste em um texto sobre determinado assunto, ao qual se seguem questionamentos com alternativas de respostas. Dependendo da resposta escolhida pelo aluno ele prossegue na lio ou pode retornar para a mesma pgina. O professor poder disponibilizar vrias sees da mesma lio para livre escolha do aluno, ou ainda determinar uma seqncia a ser seguida.

    O que Base de Dados?

    Uma base de dados uma atividade que permite a construo de uma coleo de dados sobre determinado assunto, onde os participantes podem inserir e/ou pesquisar itens. constituda de registros, e cada registro composto por certa quantidade de campos. Os campos podem ter informaes de diferentes tipos com imagens, arquivos, URLs, nmeros, textos dentre outras.

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    Dialogando e Construindo Conhecimento

    Agora vamos utilizar as ferramentas apresentadas para discutir alguns temas e testar as suas funcionalidades. Visitando o ambiente da disciplina EAD no Moodle voc encontrar as atividades que dever realizar. Cada uma vem acompanhada

    de um cone que j foi apresentado no texto e que serve para facilitar a identi cao do tipo de atividade. Acesse a plataforma e participe!

    O site : www.ead.ufpb.br. Tenha em mente seu login e senha.

    2.4 - Avaliando o que foi construdo

    Esperamos que durante essa unidade voc possa ter aprendido sobre as principais funcionalidades das ferramentas do Moodle e que de agora em diante se sinta confortvel em participar das aulas atravs do Ambiente Virtual de Aprendizagem Moodle, que ser utilizado por todas as disciplinas da UFPBVIRTUAL.

    Esperamos ainda que possa ter desenvolvido habilidades de trabalho colaborativo e que tenha re etido sobre os temas abordados.

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    UNIDADE III

    O ALUNO VIRTUAL

    3.1 - Situando a Temtica

    A Educao a Distncia apoiada nas tecnologias da comunicao e nas novas metodologias de ensino tem implicado em modi caes nas funes tradicionais de ensinar e aprender, transformando de nitivamente o conceito de sala de aula. Muda-se da sala de aula tpica no campus para a sala de aula virtual no ciberespao. nesse ambiente de aprendizagem que se estabelecem as novas relaes entre os participantes.

    Professores e alunos comportam-se diferentemente nos dois tipos de sala; a forma como se d o processo de aprendizagem tambm diferente, no entanto, em ambas as modalidades o objetivo sempre o mesmo: construir novos conhecimentos e educar para cidadania.

    Se verdade que ningum educa ningum, por outro lado, ningum se educa sozinho. Nesse sentido, a educao a distncia, paradoxalmente, impe interlocuo permanente e, portanto, proximidade pelo dilogo (Preti, 2000). Aproximar as pessoas que se encontram sicamente distantes e estabelecer relaes de cooperao e colaborao para uma aprendizagem signi cativa, representa um desa o a ser enfrentado.

    Nesta unidade trataremos desse processo de transio e focalizaremos o papel do aluno nessa modalidade educacional. Re etiremos sobre questes da conquista da autonomia dos alunos e das regras de convivncia e estratgias de comunicao para participao em comunidades de aprendizagem que levem o aluno a obter sucesso em cursos virtuais.

    Ampliando seu Conhecimento

    Para saber mais leia o Capitulo 1 Quando o Ensinar e o Aprender Deixam a Sala de Aulado livro Construindo Comunidades de Aprendizagem no Ciberespao, PALLOFF & PRATT (2002).

    3.2 - Problematizando a Temtica

    Feche por uns minutos os olhos e imagine uma escola sem salas de aula, sem paredes, sem carteiras, com estudantes indo e vindo, conversando, lendo em diferentes espaos livres, ora reunidos em equipe, ora desenvolvendo atividades individuais, com horrios diversi cados para atendimento individual ou em grupos, com calendrio exvel, acompanhamento personalizado, sob a orientao de um grupo de educadores, etc. Talvez, voc exclamar surpreso: Esta escola no existe. Quem sabe, num futuro seja possvel!

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    No estou falando da educao do futuro. Na realidade, estou falando de uma educao real e atual, possvel e que est acontecendo em nosso pas, sobretudo, na modalidade a distncia, graas aos avanos das novas teorias da Fsica, da Biologia, da Psicologia, da Comunicao, da Pedagogia, etc. e s novas tecnologias da comunicao. (Oreste Preti,1996)*

    Aprender em um ambiente virtual bem diferente de aprender em uma sala de aula tradicional. preciso romper barreiras e adquirir hbitos novos como por exemplo, acessar a Internet para estar atualizado com o curso, fazer as atividades semanalmente, participar do frum e fazer leitura, re exes e comentrios a respeito das mensagens. importante desenvolver a autonomia e tornar-se um aluno independente, pesquisador crtico e colaborar com os participantes com feedbacks construtivos.

    *Para ler o texto completo de Oreste Preti consulte h p://www.redebrasil.tv.br/salto/boletins2002/ead/eadtxt4a.htm

    Voc se sente preparado para ser um aluno virtual? At que ponto a aprendizagem on-line se encaixa no seu estilo de vida? Que habilidades voc possui e que habilidades precisa desenvolver para ter sucesso em seu Curso On-line?

    3.3 - Conhecendo a Temtica

    3.3.1 Quem o Aluno Virtual?

    Conhecer o per l dos alunos, suas idiossincrasias e seus estilos de construo do conhecimento tarefa prioritria e ao mesmo tempo de extrema di culdade quando se trata da educao on-line. Segundo estudiosos da temtica isso requisito necessrio, seja como suporte para de nir e planejar um projeto educativo seja para acompanhar e avaliar o mesmo. Ao re etir sobre a interao nos cursos virtuais h necessidade de se resgatar os saberes prvios dos alunos, em conformidade com as teorias cognitivas da aprendizagem. Nesse sentido necessrio gerar situaes de dilogo na perspectiva de conseguir informaes sobre suas representaes da realidade, suas demandas e seus interesses, suas atividades de trabalho e suas formas particulares de estabelecer relaes entre os conhecimentos tericos e prticos. (Van der Linden:2005)

    Na tentativa de estabelecermos esse dilogo e de nos conhecermos um pouco mais, foram aplicados dois questionrios de avaliao. O primeiro, um instrumento de avaliao diagnstica, que foi respondido o -line na primeira semana de aula. O segundo instrumento, atividade on-line, teve por objetivo fazer uma pesquisa sobre as suas expectativas em relao ao seu processo de aprendizagem neste curso.

    O que fazer para se tornar um aluno virtual de sucesso?

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    Segundo PALLOFF & PRATT, (2004) os cursos e programas on-line no foram feitos para todo mundo.. Por qu? Vamos re etir sobre os fundamentos dessa assertiva!

    Ampliando seu Conhecimento

    Atividade de Auto-Avaliao: Voc pode fazer uma auto-re exo respondendo para si prprio s Questes de Auto Avaliao nas pginas 183 e 184 na Caixa de Ferramentas do Aluno Virtual do livro O Aluno Virtual de PALLOFF, & PRATT ( 2004), Em seguida, na pgina 185 leia as Explicaes elaboradas pelos autores. Na seqncia, observe a Lista de veri cao para auto-avaliao nas pginas 185 e 186. Para nalizar, leia as Dicas para ser um aluno on-line de sucesso nas pginas 186 e 187.

    O frum da disciplina ser o espao em que os resultados de suas re exes individuais sobre sua auto-avaliao sero abordados e socializados. importante que sejam identi cadas as potencialidades, os pontos mais problemticos e as formas de super-los.

    3.3.2 Comportamento Autnomo

    Pode-se dizer que o calcanhar de aquiles na educao a distncia a situao de aprendizagem individual. O estudar sem a presena regular de colegas e professores desa a o cursista a superar suas limitaes pessoais e desenvolver sua capacidade de aprender autonomamente, de aprender a aprender. Esse processo exige envolvimento tanto da instituio como do cursista inscrito. A instituio coloca disposio do Cursista todo o seu sistema (recursos humanos, materiais, redes de comunicao) para dar suporte caminhada. Por outro lado, o cursista deve mergulhar, assumindo para si, tambm a responsabilidade de sua formao.(...) (Preti,2000)

    Estudar sem a presena regular do professor e colegas desa a o aluno virtual a superar suas limitaes pessoais e a desenvolver sua capacidade de aprender autonomamente, de aprender a aprender. O aluno assume para si a responsabilidade de sua formao, tendo como suporte alguns componentes materiais e humanos pensados e planejados, acompanhados e avaliados para que o mesmo tenha a possibilidade de construir essa autonomia durante o processo. Essa perspectiva coloca o aluno como sujeito, autor e condutor de seu processo de formao, apropriao, re-elaborao e construo do conhecimento.

    Ampliando seu Conhecimento

    Sobre comportamento autnomo Leia Autonomia do Aprendiz na Educao a Distncia Captulo 7 In PRETI, Oreste - Org. (2000) Educao a Distncia: construindo signi cados.

    Sobre Autonomia .Leia o Capitulo 3 do livro Didtica do Ensino a Distncia de O o Peters, ( 2001) pginas 93 a 104

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    Auto-aprendizagem

    A auto-aprendizagem uma tarefa pessoal, onde se exercita a autonomia enquanto uma ao educativa no processo de ensino-aprendizagem. A idia de auto-aprendizagem fundamental para a Educao a Distncia, modalidade em que os aprendizes autonomamente estabelecem uma ao interativa com os materiais didticos e interagem com os colegas e professores, estimulados por aes pedaggicas de tutores e professores que atuam como provocadores cognitivos.

    Nesse ambiente os participantes desenvolvem a capacidade de determinar seu ritmo de aprendizagem, ao acessar o contedo quando e quantas vezes quiser na busca de compreender o que de fato lhes desperta o interesse.

    Para apoiar esse exerccio de autonomia e de auto-aprendizagem os participantes podem contar com ferramentas espec cas, que oferecem oportunidade de acessar informaes e estabelecer contatos sncronos e assncronos com os atores do processo educacional.

    Ampliando seu Conhecimento

    Leia mais sobre dimenses da autonomia enquanto ao educativa no Captulo 7 pginas, 132 a 144, In PRETI, Oreste Org. .(2000) Educao a Distncia: construindo signi cados.

    Nesse captulo, a questo da autonomia abordada a partir das dimenses ontolgica, poltica, afetiva, metodolgica, tcnico instrumental e operacional.

    Exercite sua autonomia: leia e re ita sobre cada uma dessas dimenses.

    Gerenciamento do tempo

    O tempo dedicado a necessria participao dos alunos e professores de fundamental importncia em ambientes virtuais de aprendizagem. Com freqncia o aluno no se d conta de quanto tempo necessrio para participar de um curso virtual e naliz-lo com sucesso. importante estabelecer metas e estruturar-se para administrar as atividades de forma racional. Estudar on-line no se resume a passar o maior tempo conectado sala de aula virtual. Deve haver tempo para pesquisa e comunicao, mas tambm deve ser reservado tempo para leituras, re exes e realizao das atividades propostas.

    Ampliando seu Conhecimento

    Tempo e Comprometimento o tema tratado no Captulo 7 do livro de PALLOFF, & PRATT( 2004). O Aluno Virtual. Na pgina 109, os autores sintetizam em um quadro cinco questes relativas ao gerenciamento do tempo e apresentam tcnicas para ajudar na racionalidade de seu uso.

    Em PALLOFF & PRATT (2002), Construindo Comunidades de Aprendizagem no Ciberespao, captulo 4, p.71 a 86, voc encontra mais informaes sobre o gerenciamento do tempo. Leia , amplie seus conhecimentos!

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    Estabelecer objetivos e prioridades e organizar a agenda para facilitar o gerenciamento do tempo no se permitindo car atrasado por excesso de trabalho e falta de organizao, fazem parte da estratgia do aluno virtual, que autonomamente de nir sua agenda de estudo e o ritmo de sua aprendizagem.

    Esta agenda pode ser uma tabela com objetivos semanais, atividades a realizar, o tempo estimado e nalmente um espao em que voc analisa se essa meta foi cumprida no prazo ou no. A idia que voc desenvolva o hbito de gerenciar seu tempo. No entanto, algumas pessoas acham esse recurso um elemento de limitao. Se for assim para voc, procure outra maneira de estruturar e organizar seu tempo. bom relembrar que de acordo com Litwin (2001) a varivel tempo historicamente tem sido considerada de maneira exvel e adaptvel s possibilidades e s necessidades de cada aluno.

    Lembramos que no ambiente Moodle, cada aluno possui um calendrio pessoal onde poder agendar suas atividades para no esquec-las.

    3.3.3 Regras de Convivncia e Ferramentas de Comunicao

    Neste espao trataremos de questes relacionadas propriedade intelectual e direitos autorais, que precisam ser observados na elaborao dos trabalhos, assim como as regras de comunicao on-line que devem nortear a vivncia dos participantes na sala de aula virtual.

    Em EAD estimula-se bastante a participao, colaborao e interao dos participantes em listas de discusses, chats e fruns. Estimulam-se ainda atividades em que os alunos se posicionem a respeito das mensagens dos colegas.

    necessrio saber como se expressar para que o outro entenda perfeitamente o que foi dito. preciso ser claro para transmitir seus pontos de vista com e ccia.

    Outro ponto relevante est relacionado propriedade intelectual e aos direitos autorais que precisam ser observados na elaborao dos trabalhos.

    Apresentamos a seguir algumas regras de convivncia e ferramentas de comunicao on-line. Elas podem tornar a comunicao mais fcil, e representam um recurso para que os participantes possam manter boas relaes no seu ambiente de estudo, seja como alunos ou como tutores.

    tica e Netiqueta

    Segundo a Wikipdia Netiqueta a etiqueta que se recomenda observar na internet. A palavra pode ser considerada como uma gria, decorrente da fuso de duas palavras: o termo ingls net (que signi ca rede) e o termo etiqueta (conjunto de normas de conduta sociais). Trata-se de um conjunto de recomendaes para evitar mal-entendidos em comunicaes via internet, especialmente em e-mails, chats, listas de discusso, etc. Serve, tambm, para regrar condutas em situaes espec cas (por exemplo, ao colocar-se a resenha de um livro na internet, informar que naquele texto existem spoilers; citar nome do site, do autor de um texto transcrito, etc

    Nenhuma sala de aula virtual totalmente privativa, principalmente quando se estimula a aprendizagem colaborativa e a interao entre os

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    participantes. As pessoas tm liberdade de visitar qualquer espao permitido na Internet. Porm o que se observa freqentemente um mau uso dos recursos de comunicao acarretando em uma total invaso de privacidade seja por violao de senhas, fraudes, assdio, perseguio, distoro nos contedos das mensagens, montagens fotogr cas dentre outras.

    Para garantir que a comunicao seja pro ssional e respeitosa, os alunos precisam ser orientados a usar uma comunicao adequada. na forma de escrever e se expressar que voc ser conhecido pelos demais alunos do seu ambiente de aprendizagem. A netiqueta um conjunto de regrinhas que devem ser seguidas quando se est escrevendo qualquer texto on-line para algum. Elas so a etiqueta de quem navega na Internet.

    Na nossa sala de aula devemos equilibrar o dilogo aberto com a cautela. Questes de privacidade e de liberdade de expresso merecem ateno. Os participantes devem ser estimulados a se expressarem livremente, mesmo que haja opinies contrrias. Contudo alguns limites devem ser determinados como, por exemplo, o uso de linguagem agressiva ou desrespeitosa que pode ter resultados desastrosos em uma comunidade de aprendizagem.

    No existem polticas ou regras claras sobre questes legais envolvidas na aprendizagem virtual, porm, acreditamos que fundamental re etir sobre que comportamentos so ou no so aceitveis. Em caso de quebra de tica o professor confrontar ou far intervenes imediatamente. Para evitar qualquer transtorno, devemos sempre reconhecer os autores e suas idias e respeitar os participantes em discusses on-line.

    Para conhecer o conjunto de normas de conduta on-line visite o site da Wikipdia disponvel em h p://pt.wikipedia.org/wiki/Netiqueta

    Emoticons

    De acordo com a Wikipdia os emoticons so uma forma de comunicao paralingstica, um emoticon (em alguns casos chamados de smiley) uma seqncia de caracteres tipogr cos, tais como: :), ou ^-^ e :-); ou, tambm, uma imagem (usualmente, pequena), que traduz ou quer transmitir o estado psicolgico, emotivo, de quem os emprega, por meio de cones ilustrativos de uma expresso facial.

    Exemplos: (i.e. sorrindo, estou alegre); (estou triste, chorando), etc.

    Normalmente usado por MSN (Microsoft Network) ou pelo ICQ e outros meios de mensagens rpidas. O Nome emoticon deriva da contrao do ingls emotion+icon.

    Saiba mais sobre emoticons consultando a Wikipdia em h p://pt.wikipedia.org/wiki/Emoticon

    De acordo com Pallo e Pra (2004) os emoticons so utilizados para suprir a impossibilidade de atribuir ao que se escreve: um tom de voz, uma expresso facial ou linguagem corporal. Vejamos a seguir alguns exemplos apresentados pelos autores:

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    : ) ou :-) Expressa alegria, sarcasmo ou piada: ( Expressa tristeza: I Expressa indiferena: Q Expressa confuso: O Expressa surpresa ou grito

    Clareza

    A clareza uma qualidade de quem escreve bem e quer se fazer entender. A maior di culdade que a maioria dos participantes de atividades on-line encontram transformar as idias em texto, utilizando palavras corretas no momento certo. Quando a palavra no expressa su cientemente o que ela quer dizer, o texto acaba transformando-se numa leira de palavras desconexas e sem sentido. Isso acontece quando no organizamos as idias antes de iniciar a escrita, escrevendo-as sem pensar no texto como um todo.

    Por outro lado, quando recebemos uma mensagem em que as idias esto bem articuladas e a gra a est correta, conseguimos entender exatamente o que o emitente pretende nos dizer. Isso facilita a comunicao e evita con itos. Na comunicao on-line redigir com clareza um aspecto crucial, uma vez que a comunicao basicamente textual e atravs do que escrevemos que as pessoas nos conhecem.

    Uma ttica para ser claro na comunicao on-line escrever em um rascunho (digitar previamente o texto no Word), ler o texto em voz alta e passar um corretor ortogr co antes de envi-lo. Quando lemos, ca mais fcil detectarmos onde a frase cou mal escrita e confusa. Para ser claro no seu texto e na sua forma de expor suas idias bom evitar o uso de siglas e abreviaes. Nem todos conhecem as siglas que ns conhecemos e estamos acostumados a usar. importante ainda destacar que na comunicao on-line voc percebido pelo que voc escreve e assim, importante cuidar das questes de ortogra a, da articulao das frases e da gramtica. Voc certamente j deve ter recebido alguma mensagem cheia de erros gramaticais e pode avaliar a di culdade que isso pode acarretar, especialmente quando voc no conhece o emitente.

    Citaes

    A citao a meno no texto de uma informao colhida em outra fonte. Seu objetivo dar maior clareza e autoridade ao texto, relacionando as idias expostas com idias defendidas em outros trabalhos, por outros autores. obrigatrio indicar os dados completos das fontes de onde foram extradas as citaes, seja em nota de rodap, ou em lista no m do texto. Extrado integralmente do site do Departamento de Sistema de Informao da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, consultado em 30.06.2007

    Ampliando seu Conhecimento

    Consulte as Normas da Associao Brasileira de Normas Tcnicas-ABNT. No site do Departamento de Sistema de Informao da Universidade Estadual do Rio de Janeiro- UERF voc vai encontrar algumas dicas importantes de como fazer citaes em seus trabalhos.

    Visite h p://www.desc.eng.uerj.br/doku.php/como_fazer_citacoes

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    As citaes so utilizadas no desenvolvimento de trabalhos acadmicos, monogra as, relatrios, dissertaes, teses, etc. Tambm so consideradas como recursos importantes na comunicao on-line. Uma citao feita quando inserimos no nosso texto, partes do texto de algum. No mundo virtual, embora seja til o copiar e colar, esta prtica pode comprometer a qualidade do trabalho e sua validade acadmica, fazendo com que as pessoas desistam da leitura do texto.

    Na Caixa de Ferramentas do Aluno Virtual - Recurso B: Ferramentas do Aluno do livro de PALLOFF, & PRATT( 2004). O Aluno Virtual , nas pginas 190 a 192 os autores apresentam algumas regrinhas no item Citao que nos ajudam na comunicao on-line. No deixe de ler antes de comear sua participao no frum da disciplina.

    Feedback

    O termo feedback em EAD est relacionado a responder aos posicionamentos e questionamentos dos participantes em um frum de discusso ou no correio eletrnico. Em uma modalidade educacional que prioriza a aprendizagem colaborativa, o feedback essencial para ajudar a aperfeioar a relao dos indivduos com o grupo, ajudando-os a interagir socialmente e estimular e aprofundar as discusses sobre temas em estudo.

    Para que o feedback seja construtivo deve haver uma relao de con ana e proximidade entre os participantes e o respeito s normas de convivncia tratadas anteriormente nos itens clareza e netiqueta.

    Segundo Vigotsky (1998), o desenvolvimento de atividades interpessoais possibilita mudanas cognitivas atravs da interao, com a conseqente reelaborao e reconstruo das idias. Nesse sentido, no processo interativo e social as idias postas so elucidadas resultando em novas concepes, em avanos em termos de proposies, snteses, teorias, hipteses, aplicveis em contextos diversos. (Van der Linden, 2005)

    O debate on-line pautado nesses princpios pode contribuir para o desenvolvimento de habilidades cognitivas e das atitudes colaborativas requeridas pela aprendizagem on-line. Nesse sentido, dar um feedback construtivo que no se resuma ao concordo ou discordo, deve contribuir para o ato de aprender dos sujeitos participantes. Isso requer sujeitos ativos e propositivos, que no debate em rede saibam no s propor, perguntar mas tambm responder (dar feedback) concordando, indagando, problematizando, discordando, questionando, generalizando, esclarecendo, sintetizando ou aprofundando o tema, estendendo-o a outros campos do saber.(Van der Linden,2005)

    Dialogando e Construindo Conhecimento

    Na Caixa de Ferramentas do Aluno Virtual - Recurso B: Ferramentas do Aluno do livro de PALLOFF & PRATT (2004) O Aluno Virtual, nas pginas 192 a 193 os autores apresentam algumas Diretrizes para Feedback. No deixe de ler antes de dar feedback s mensagens do frum da disciplina.

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    3.4 - Avaliando o que foi construdo

    Segundo Pallo & Pra (2002) no processo de aprendizagem on-line, os participantes aprendem no apenas sobre a matria do curso, mas tambm sobre o processo de aprendizagem e sobre si mesmos. Os participantes esto conectados ao professor por meio de um computador. Desenvolvem, portanto, no apenas relacionamentos entre si, mas tambm com a tecnologia, com o hardware, com o software e com o prprio processo que, segundo Van der Linden ( 2005) envolve:

    Re exo sobre o conhecimento adquirido no curso ou evento;Conhecimento de como a aprendizagem ocorre eletronicamente;Uso da tecnologia da comunicao e da informao e, Transformao do usurio por meio dos novos relacionamentos com a mquina, com o processo de aprendizagem e com os outros participantes.

    Nossa expectativa que durante esta unidade tenhamos feito voc re etir sobre as atitudes mais adequadas a um aluno virtual que almeja atingir o sucesso no seu curso. Esperamos ainda que voc encare os recursos da Internet nesse espao de aprendizagem, no apenas como uma ferramenta individual, mas como um instrumento de colaborao e reconstruo, atravs do qual possa se comunicar e aprender de forma colaborativa, atravs de projetos e atividades comuns.

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    UNIDADE IV

    COMUNIDADES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM

    4.1 - Situando a Temtica

    Uma comunidade virtual uma comunidade que estabelece relaes num espao virtual atravs de meios de comunicao a distncia. Caracteriza-se pela aglutinao de um grupo de indivduos com interesses comuns que trocam experincias e informaes no ambiente virtual. Um dos principais fatores que potencializam a criao de comunidades virtuais a disperso geogr ca dos membros. O uso das Tecnologias de Informao e Comunicao - TICs minimizam as di culdades relacionadas a tempo e espao, promovendo o compartilhamento de informaes e a criao de conhecimento

    coletivo. Fonte: Wikipdia.

    No contexto acima, podemos considerar que a forma como as pessoas interagem na atualidade est fortemente ligada ao uso e a popularidade das Tecnologias da Informao e Comunicao (TIC), especialmente da Internet.

    A Internet favorece a comunicao, seja atravs de e-mails, de sites de relacionamento ou at mesmo quando algum material compartilhado ou produzido em equipe. As pessoas interagem umas com as outras, independente da distncia fsica que as separam, formando grupos cada vez maiores e pelas mais variadas razes.

    Neste processo a Internet expande os parmetros daquilo que chamamos de comunidade. Basta notar que no passado, o envolvimento com a comunidade era determinado pelo local onde se vivia (cidade ou bairro), pela famlia ou pelas convices religiosas. Atualmente, alm dessas concepes de comunidade, temos aquelas que se formam e se mantm no ciberespao com objetivos comuns, papis, normas e regras.

    o desenvolvimento de uma slida Comunidade de Aprendizagem (educacional), e no somente de uma Comunidade de Interesse ou de uma Comunidade de prtica, que visamos explorar nesta unidade temtica. Traremos questes relativas idia de Interao e Interatividade, Colaborao, o Silncio Virtual e a importncia do Ambiente Virtual para a consolidao da nossa Comunidade UFPBVIRTUAL de aprendizagem.

    4.2 - Problematizando a Temtica

    Os ambientes virtuais de aprendizagem con guram a base para vivenciarmos as chamadas comunidades virtuais de aprendizagem, onde o dilogo ocupa posio central. Nesse contexto, a criao de condies tcnicas e apoio pedaggico ao desenvolvimento do dilogo didtico on-line constituem passos importantes para sua realizao. O desenvolvimento de comunidades de aprendizagem e o uso de atividades colaborativas ao longo do curso so maneiras de facilitar a aprendizagem, contemplando os diferentes estilos de aprendizagem dos adultos. Mas o que so estilos de aprendizagem?

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    Boud e Gri n (1987 citado por Pallo e Pra 2004) a rmam que todos possuem seis capacidades de aprendizagem: racional, emocional, relacional, fsica, metafrica e espiritual.

    Ampliando seu Conhecimento

    Veja a Tabela 3.1 na pgina 60 do Livro O Aluno Virtual de PALLOFF & PRATT ( 2004). Nela esto sintetizados os vrios estilos de aprendizagem e as tcnicas instrucionais que podem ser adotadas para o seu desenvolvimento.

    Considerando que a educao virtual em sua maior parte baseada no texto, que tem foco no racional, como valorizar essa capacidade e como desenvolver maneira de facilitar as demais dimenses?

    Alm dos diferentes estilos necessrio considerar uma srie de problemas que di cultam a participao que os alunos enfrentam no meio digital. Podem ser problemas relacionados com as dimenses sociais ou cognitivas da aprendizagem, ou simplesmente problemas de ordem tcnica (de disponibilidade ou de uso da tecnologia apropriada), ou falta de habilidade para acessar a Internet por exemplo, que di cultam participao dos mesmos nas comunidades de aprendizagem e muitas vezes prejudicam sua trajetria acadmica.

    Segundo Harasim e colaboradores (1993) os maiores problemas apontados pelos alunos virtuais esto relacionados a: sobrecarga de informao, maior carga de trabalho e de responsabilidades, ansiedade em relao comunicao assncrona, di culdade de navegar na Internet, di culdade em acompanhar os rumos da discusso, perda de informaes visuais e ainda preocupaes relacionadas sade pelo uso do computador.

    Esses problemas que a igem a maioria dos participantes on-line di cultam a participao mas no impedem interao. Hoje existem estudos sobre tcnicas de gerenciamento do tempo que objetivam minimizar alguns desses problemas. Na Unidade 3 no item Gerenciamento do Tempo voc vai encontrar informaes que podero ajud-lo no enfrentamento de alguns desses problemas.

    Com esses questionamentos buscamos compreender o papel do aluno na formao de uma comunidade virtual de aprendizagem e os desa os a serem enfrentados. Tem-se como perspectiva entender de que forma os participantes de uma comunidade virtual de aprendizagem podem contribuir para a formao e manuteno de um ambiente agradvel e frtil para a construo de conhecimentos.

    4.3 - Conhecendo a Temtica

    A tecnologia hoje disponvel permite a implementao de ambientes de intensa interao, possibilitando aos participantes agir criativamente. Ela contribui para o desenvolvimento das interaes, favorecendo a participao e o compartilhamento de experincias e descobertas durante o processo de aprendizagem.

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    No entanto, a tecnologia por si s no su ciente para a promoo da aprendizagem. O desenvolvimento da aprendizagem interativa requer ao humana voltada para de nio de estratgias de participao, a comear pela identi cao dos participantes e avaliao e integrao de informaes. Requer metodologias que possam situar o aluno no centro do processo educacional e levar o professor a torrnar-se um provocador cognitivo, facilitador, avaliador e mediador de signi cados.

    Ampliando seu Conhecimento

    Para saber mais, leia no Captulo 2 nas pginas 53 a 57 do livro de PALLOFF& PRATT(2002) Construindo Comunidades de Aprendizagem no Ciberespao sobre a A Importncia das Comunidades na Sala de Aula Virtual

    A Figura 1 a seguir, ilustra a estrutura e as articulaes que se estabelecem em uma comunidade virtual de aprendizagem.

    Figura 1. Estrutura para a aprendizagem a distncia. Fonte: Palloff e Pratt (2004).

    Pallo & Pra (2004) sugerem algumas tcnicas de design instrucional centradas no aluno para apoi-lo na educao on-line, relacionadas a acesso; habilidades comunicativas; abertura; comprometimento; colaborao; re exo e exibilidade

    So tcnicas que instrumentalizam o professor para ajudar o aluno a entender o importante papel que ele desempenha no processo de aprendizagem e ajudam o aluno a situar-se no seio de uma comunidade de aprendizagem on-line.

    Ampliando seu Conhecimento

    Para saber mais leia o texto De nindo e Rede nindo a Comunidade Capitulo 2 nas pginas 45 a 52 do livro de PALLOFF, & PRATT( 2002), Construindo Comunidades de Aprendizagem no Ciberespao.

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    A comunidade virtual representa o veculo atravs do qual ocorre a aprendizagem colaborativa na sala de aula virtual. Os participantes dependem uns dos outros para que a comunidade cresa e os objetivos sejam alcanados. Nesse ambiente, os professores promovem um sentido de autonomia, iniciativa e criatividade, ao mesmo tempo em que incentivam o questionamento, o pensamento crtico, o dilogo e a colaborao. ( Broo ld, 1995 citado por Pallo & Pra , 2002)

    Alm de promover a aprendizagem, a comunidade virtual promove conexes sociais entre os participantes, e embora o professor e os tutores sejam os incentivadores desse processo ele s acontece se houver efetiva participao dos alunos.

    Participe do Frum Social no ambiente Moodle. um espao reservado interao social, onde voc pode conversar livremente com os demais participantes.

    4.3.1 Ambientes Virtuais de Aprendizagem - AVA

    Os ambientes virtuais de aprendizagem so plataformas para o desenvolvimento de cursos virtuais. Trata-se da estruturao em um nico espao dos servios de apoio educacional on-line oferecidos aos estudantes atravs da Internet.

    Uma ampla relao de endereos de ambientes virtuais utilizados est disponvel em

    h p://www.clubedoprofessor.com.br/ead/ambientes.html

    Em aula magistral proferida em uma universidade brasileira, no ano de 2001, O o Peters, da FernUniversitt (Hagen, Alemanha), descreveu os ambientes de aprendizagem virtuais, ilustrando sua descrio com uma tela vibrante de um monitor. Por trs dela, h um cenrio onde existe uma esfera ilimitada e potencialmente passvel de abranger o mundo e at o cosmo. Nele, o espao aberto e incomensurvel, tempo e local no so xos. (Van der Linden, 2005)

    um espao no protegido onde pessoas e objetos so utuantes e transitrios e mudam com freqncia e rapidez. Os alunos no interagem face a face, em grupos, mas entram em contato com colegas e professores e tutores em lugares inde nidos. Em vez de ouvir e falar, os estudantes lem e escrevem. No h ambiente real em que os estudantes e professores possam interagir face a face, e a dimenso histrica se perde inteiramente. So espaos to diferentes dos espaos reais de aprendizagem que nos causam um choque de reconhecimento ao re etir sobre os mesmos.

    Por outro lado, no podemos analisar os AVA apenas como ferramentas tecnolgicas. necessrio analisar as prticas e posturas pedaggicas e tambm comunicacionais do ambiente. Tais prticas inspiram ambientes instrucionistas, interativos e cooperativos.

    Os ambientes que so classi cados como instrucionistas esto mais centrados no contedo. A interao mnima e a participao online do aluno

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    praticamente individual. considerado o tipo mais comum onde a informao transmitida como em uma aula tradicional presencial.

    Os ambientes interativos esto centrados na interao on-line, onde a participao essencial no curso.

    Por m, em ambientes cooperativos, seus objetivos so o trabalho colaborativo e a participao on-line.

    O Moodle nosso ambiente de aprendizagem foi pensado e estruturado com incorporao de uma slida comunidade de aprendizagem, uma vez que dispe de recursos interativos que facilitam a colaborao, estimulam a investigao e tambm a interao entre os alunos, tutores e professores.

    4.3.2 Comunidades Virtuais de Aprendizagem

    O conceito de comunidade virtual tem sido utilizado para explicar formaes espontneas de pessoas que se renem na grande rede em torno de determinado assunto ou tema de interesse comum. (Lvy, 2001)

    Segundo Van der Linden (2005) existe uma diferena entre comunidade de aprendizagem on-line e uma comunidade on-line ou grupo on-line, em que as pessoas se encontram para compartilhar um interesse mtuo. No site do Orkut por exemplo, existem inmeras comunidades on-line ou grupos de relacionamentos, mas no se constituem comunidades de aprendizagem .

    No ciberespao, as comunidades podem ser diferenciadas segundo alguns critrios. Um estudo sobre a classi cao das comunidades virtuais feito por Szal e Silva (2003), que destaca:

    A inteno de formao da comunidade, ou seja, de um objetivo mais ou menos de nido, associado a uma atividade que ir desenvolver para a construo do conhecimento. Essa inteno de formao ser posta em prtica atravs de aes como o estabelecimento de metas para o grupo, lista de participantes, ferramentas de comunicao e a adoo de regras de conduta da comunidade.

    O nvel de envolvimento dos seus participantes, que depende da intensidade de sua ligao, maior ou menor coeso do grupo.

    A evoluo da inteno e da integrao entre os participantes da comunidade. O nvel de atividade de uma comunidade virtual evolui quando o objetivo da comunidade se consolida.

    Sendo assim, temos as chamadas Comunidades de Interesse, Comunidades de Prtica e Comunidades Educacionais (de Aprendizagem), que buscaremos caracteriz-las.

    Comunidades de Interesse: O aprendizado mais individual que coletivo, o objetivo no dirigido para uma produo coletiva. Segundo Szal e Silva (2003) .. um agregado de pessoas reunidas em torno de um tema de interesse comum.

    Esses autores explicam que uma comunidade de interesse pode ter uma durao varivel, isto , pode desaparecer logo aps ter sido criada por no ter conseguido incorporar participantes, ou ao contrrio durar anos.

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    Ampliando seu Conhecimento

    Procure na Internet uma comunidade de interesse. Veja como funciona. Use o site de busca h p://www.google.com.br

    Comunidades de Prtica: Segundo o terico organizacional Etienne Wenger, que cunhou o termo no incio dos anos 90, trs elementos de nem uma comunidade de prtica. O primeiro o tema sobre o qual se fala ( preciso de nir um interesse comum). O segundo so as pessoas, que tm de interagir e construir relaes entre si em torno do tema. E o terceiro a prtica, a ao. Reunidas em comunidades virtuais, as pessoas aprendem juntas como fazer coisas pelas quais se interessam.

    Seus membros podem fazer parte de um mesmo departamento, serem de diferentes reas de uma companhia, ou at mesmo de diferentes companhias e instituies. Elas esto ligadas no que diz respeito a uma rea de atuao pro ssional comum, buscando a socializao para a soluo de questionamentos.

    Ampliando seu Conhecimento

    Visite h p://www.kmol.online.pt/pessoas/WengerE/entrev_1.html , voc ter acesso uma entrevista de Etienne Wenger, onde ele fala da

    comunidade de prtica, cujo termo foi proposto por ele. Acesse e amplie os seus conhecimentos sobre o tema.

    Comunidades Educacionais: So constitudas por alunos, de uma mesma classe, de uma mesma instituio ou alunos geogra camente dispersos. O que se busca nesta comunidade o aprendizado atravs do relacionamento social, baseado nas teorias construtivistas. Ao contrrio das demais, a construo do conhecimento se d atravs de orientaes de um professor e sua relao com os objetivos de uma disciplina ou programa institucional.

    Conforme o exposto anteriormente, ao contrrio das Comunidades de Interesse, as Comunidades de Prtica e as Comunidades Educacionais possuem uma inteno mais forte de formao e maior coeso e envolvimento dos participantes.

    Para Pallof & Pra (2004) o envolvimento com a aprendizagem colaborativa e a prtica re exiva implcita na aprendizagem transformadora que de nem as Comunidades Educacionais ou de Aprendizagem. Para esses autores, uma comunidade de aprendizagem on-line se caracteriza pelos seguintes resultados:

    Interao ativa que envolve tanto o contedo do curso quanto a comunicao pessoal;

    Aprendizagem colaborativa evidenciada pelos comentrios dirigidos

    primeiramente de um aluno a outro aluno e no do aluno ao professor;

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    Signi cados construdos socialmente e evidenciados pela concordncia ou

    questionamento, com inteno de se chegar a um acordo;

    Compartilhamento de recursos entre os alunos e,

    Expresses de apoio e estmulo trocadas entre os alunos, tanto quanto a vontade

    de avaliar criticamente o trabalho dos outros. (Pallo e Pra , 2004)

    A seguir abordaremos questes relativas idia de aprendizagem colaborativa no seio das comunidades virtuais de aprendizagem. Discutiremos o papel do aluno na comunidade virtual, suas formas de participao, os fatores impulsionadores da interao e interatividade em um ambiente virtual e a colaborao como atitude indispensvel manuteno de uma comunidade de aprendizagem. Abordaremos ainda questes relacionadas ao comportamento de passividade ou omisso dos participantes, denominado de silncio virtual.

    4.3.3 O Papel do Aluno na Comunidade Virtual

    O Lado do Aluno nas Comunidades de Aprendizagem On-line abordado por Pallo & Pra ( 2004) no livro O Aluno Virtual. Os autores destacam que a interao social que acontece na comunidade, estabelece os fundamentos da comunidade d