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INTRODUÇÃO Denomina-se obesidade uma enfermidade caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, associada a problemas de saúde, ou seja, que traz prejuízos à saúde do indivíduo. É uma doença crônica multifatorial, na qual a reserva natural de gordura aumenta até o ponto em que passa a estar associada a certos problemas de saúde ou ao aumento da taxa de mortalidade. É resultado do balanço energético positivo, ou seja, a ingestão alimentar é superior ao gasto energético. É também resultado de uma alimentação inadequada ou pouco nutritiva, geralmente rica em açúcares e alimentos refinados, associada ou não ao sedentarismo e aos problemas hormonais. 1

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INTRODUÇÃO

Denomina-se obesidade uma enfermidade caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, associada a problemas de saúde, ou seja, que traz prejuízos à saúde do indivíduo.

É uma doença crônica multifatorial, na qual a reserva natural de gordura aumenta até o ponto em que passa a estar associada a certos problemas de saúde ou ao aumento da taxa de mortalidade. É resultado do balanço energético positivo, ou seja, a ingestão alimentar é superior ao gasto energético. É também resultado de uma alimentação inadequada ou pouco nutritiva, geralmente rica em açúcares e alimentos refinados, associada ou não ao sedentarismo e aos problemas hormonais.

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OBESIDADE

A obesidade é o acúmulo de gordura no corpo causado quase sempre por um consumo excessivo de calorias na alimentação, superior ao valor usada pelo organismo para sua manutenção e realização das atividades do dia a dia. Ou seja: a obesidade acontece quando a ingestão alimentar é maior que o gasto energético correspondente.

A obesidade começa por ser uma doença preocupante logo desde a infância. Na sua origem estão alguns maus hábitos alimentares que cabe a si modificar. Saiba quais os alimentos que devem ser consumidos e, por outro lado, evitados para que possa ter uma alimentação saudável e prevenir a doença considerada como a epidemia do século XXI. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a obesidade é uma doença em que o excesso de gordura corporal acumulada pode atingir graus capazes de afectar a saúde. É uma doença crónica, com enorme prevalência nos países desenvolvidos, atinge homens e mulheres de todas as faixas etárias e etnias, reduz a qualidade de vida e acarreta elevadas taxas de morbilidade e mortalidade.

CAUSAS

A obesidade resulta de sucessivos balanços energéticos positivos, em que a quantidade de energia ingerida é muito superior à quantidade de energia gasta pelo organismo. É uma doença multifactorial, sendo que os factores que determinam este desequilíbrio são complexos e podem ter origem genética, metabólica, ambiental e comportamental. A obesidade acarreta o risco de desenvolvimento de outras doenças crónicas, nomeadamente, hipertensão arterial, doença cardiovascular, diabetes e diferentes tipos de cancro. Além disso, para além de provocar dificuldades respiratórias, problemas de ossos e articulações, também conduz a alterações socioeconómicas e psicossociais graves: isolamento social, discriminação laboral, educativa e social, baixa autoestima, depressão e, em casos ainda mais graves, suicídio.

Entre as causas prováveis da obesidade, o homem de hoje com o seu estilo de vida sedentário, não precisa de se esforçar fisicamente e isso diminui o gasto de energia na forma de calorias; a industrialização dos alimentos (ricos em carboidratos e gorduras polinsaturadas) modificou o padrão alimentar; o hábito da alimentação rápida (fast-food) aumentou a oferta de alimentos extremamente calóricos na dieta; aspectos culturais e comportamentais do indivíduo, ganho de peso após o casamento e com o envelhecimento; as facilidades da vida moderna (automóveis, elevadores, controlos remotos, …); mulheres com cintura além dos 86 centímetros são mais susceptíveis de desenvolver cancro do útero, ou que engordaram mais de 20 quilos desde os seus 20 anos; algumas doenças com distúrbios endócrinos como o

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hipotireoidismo e a síndrome de Cushing, em que se revela o aumento da produção de hormonas pela glândula supra-renal e alguns outros desequilíbrios hormonais, mas significam menos de 2% dos casos de obesidade; a genética também já provou haver associação entre a obesidade e a hereditariedade.

O excesso de gordura repercute-se de forma negativa em todos os sistemas do organismo: causa doenças graves como a diabetes, os problemas respiratórios, devido à pressão que o acumulo de gordura no abdómen exerce não só sobre a cavidade abdominal como sobre a caixa torácica, dificultando a respiração; também os ossos e os músculos, são afectados pelo esforço adicional exigido para suportar o excesso de peso; influencia no funcionamento do sistema cardiovascular, elevados níveis de gordura no sangue se depositam nas artérias dificultando a irrigação sanguínea, tornando os vasos rígidos, que por sua vez elevam a pressão arterial; causa um intenso desgaste do coração ao impulsionar o sangue através dos vasos sanguíneos cada vez mais estreitos e rígidos.

Segundo um estudo efectuado pela Organização Mundial de Saúde, cerca de 300 milhões de pessoas actualmente são obesas. A obesidade também é considerada um problema de natureza estética e psicológica, além de ser um grande risco de saúde. Mas a tendência social para com os indivíduos obesos é de preconceito desumano: a discriminação estética, considerá-los pessoas sem força de vontade e preguiçosos.

A obesidade hoje já é considerada uma doença, tipo crónica, que provoca ou acelera o desenvolvimento de muitas doenças e que causa a morte precoce.

CLASSIFICAÇÃO

A obesidade pode ser definida por termos relativamente absolutos. Na prática, a obesidade é avaliada em termos de sua massa corporal e também pela sua distribuição na circunferência da cintura ou pela razão entre as circunferências da cintura e do quadril. Além disso, a presença de obesidade deve ser avaliada enquanto fator de risco cardiovascular e outras condições médicas que podem aumentar o risco de complicações.

IMC

IMC, ou índice de massa corporal, é um método simples e amplamente difundido de se medir a gordura corporal. A medida foi desenvolvida na Bélgica pelo estatístico e antropometrista, Adolphe Quételet.1 É calculado dividindo o peso do indivíduo em quilos pelo quadrado de sua altura em metros.

Equação:

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Onde é o peso do indivíduo em quilogramas e é sua altura em metros.

As atuais definições estabelecem a seguinte convenção de valores, acordada em 1997 e publicada em 2000

Para crianças e adolescentes, também se utiliza o IMC, observando-se os percentuais para idade e sexo, como critério de adiposidade. Há uma grande variedade de critérios para definir sobrepeso e obesidade na infância, o que dificulta as comparações entre os estudos de prevalência .

O que se sente?

O excesso de gordura corporal não provoca sinais e sintomas diretos, salvo quando atinge valores extremos. Independente da severidade, o paciente apresenta importantes limitações estéticas, acentuadas pelo padrão atual de beleza, que exige um peso corporal até menor do que o aceitável como normal.

Pacientes obesos apresentam limitações de movimento, tendem a ser contaminados com fungos e outras infecções de pele em suas dobras de gordura, com diversas complicações, podendo ser algumas vezes graves. Além disso, sobrecarregam sua coluna e membros inferiores, apresentando a longo prazo degenerações (artroses) de articulações da coluna, quadril, joelhos e tornozelos, além de doença varicosa superficial e profunda (varizes) com úlceras de repetição e erisipela.

Assim, pacientes obesos apresentam severo risco para uma série de doenças e distúrbios, o que faz com que tenham uma diminuição muito importante da sua expectativa de vida, principalmente quando são portadores de obesidade mórbida (ver a seguir).

ALIMENTOS QUE PREVINEM

A prevenção da obesidade consegue-se através de mudanças no estilo de vida, que assentam, fundamentalmente, na reestruturação dos hábitos alimentares, no aumento da actividade física e desportiva e também na implementação de programas educativos, escolares e institucionais, de carácter multissectorial.

A alimentação deve ser equilibrada, completa e variada, evitando carências vitamínicas ou outras, que conduzam à desnutrição. De uma forma sucinta, deve reduzir-se a ingestão de alimentos ricos em açúcar e/ou gordura (especialmente ácidos gordos saturados e colesterol, gorduras sólidas e gorduras hidrogenadas e sobreaquecidas; por isso, croissants, folhados, empadas, rissóis e afins, bolos, bolachas, refrigerantes, alimentos pré-preparados, fast food, batatas fritas de pacote, tiras de milho e outros snacks, são alguns dos alimentos a evitar).

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Deve dar-se preferência ao peixe, às carnes brancas e magras, em detrimento das carnes gordas e vermelhas; aumentar a ingestão de cereais completos, frutos e vegetais; aumentar a ingestão de cálcio através do consumo de lacticínios magros; evitar bebidas alcoólicas e refrigerantes e sumos açucarados, optando pela ingestão abundante de água, chás ou infusões (sem adicionar açúcar) ao longo do dia; reduzir o consumo de sal, recorrendo às especiarias e às ervas aromáticas para tempero. Aconselha-se ainda, no mínimo, cinco refeições diárias, nunca esquecendo o pequeno-almoço. Os cozidos, os assados sem gordura, as caldeiradas e os grelhados devem ser os métodos culinários a privilegiar, em detrimento dos assados com muita gordura, dos fritos e dos guisados. A análise atenta dos rótulos dos produtos alimentares deve começar igualmente a fazer parte da rotina dos consumidores.

TRATAMENTO

O tratamento da obesidade envolve necessariamente a reeducação alimentar, o aumento da atividade física e, eventualmente, o uso de algumas medicações auxiliares. Dependendo da situação de cada paciente, pode estar indicado o tratamento comportamental envolvendo o psiquiatra. Nos casos de obesidade secundária a outras doenças, o tratamento deve inicialmente ser dirigido para a causa do distúrbio.

Reeducação Alimentar

Independente do tratamento proposto, a reeducação alimentar é fundamental, uma vez que, através dela, reduziremos a ingesta calórica total e o ganho calórico decorrente. Esse procedimento pode necessitar de suporte emocional ou social, através de tratamentos específicos (psicoterapia individual, em grupo ou familiar). Nessa situação, são amplamente conhecidos grupos de reforço emocional que auxiliam as pessoas na perda de peso.

Independente desse suporte, porém, a orientação dietética é fundamental.

Dentre as diversas formas de orientação dietética, a mais aceita cientificamente é a dieta hipocalórica balanceada, na qual o paciente receberá uma dieta calculada com quantidades calóricas dependentes de sua atividade física, sendo os alimentos distribuídos em 5 a 6 refeições por dia, com aproximadamente 50 a 60% de carboidratos, 25 a 30% de gorduras e 15 a 20% de proteínas.

Não são recomendadas dietas muito restritas (com menos de 800 calorias, por exemplo), uma vez que essas apresentam riscos metabólicos graves, como alterações metabólicas, acidose e arritmias cardíacas.

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Dietas somente com alguns alimentos (dieta do abacaxi, por exemplo) ou somente com líquidos (dieta da água) também não são recomendadas, por apresentarem vários problemas. Dietas com excesso de gordura e proteína também são bastante discutíveis, uma vez que pioram as alterações de gordura do paciente além de aumentarem a deposição de gordura no fígado e outros órgãos.

Exercício

É importante considerar que atividade física é qualquer movimento corporal produzido por músculos esqueléticos que resulta em gasto energético e que exercício é uma atividade física planejada e estruturada com o propósito de melhorar ou manter o condicionamento físico.

O exercício apresenta uma série de benefícios para o paciente obeso, melhorando o rendimento do tratamento com dieta. Entre os diversos efeitos se incluem:

diminuição do apetite, aumento da ação da insulina, melhora do perfil de gorduras, melhora da sensação de bem-estar e auto-estima.

O paciente deve ser orientado a realizar exercícios regulares, pelo menos de 30 a 40 minutos, ao menos 4 vezes por semana, inicialmente leves e a seguir moderados. Esta atividade, em algumas situações, pode requerer profissional e ambiente especializado, sendo que, na maioria das vezes, a simples recomendação de caminhadas rotineiras já provoca grandes benefícios, estando incluída no que se denomina "mudança do estilo de vida" do paciente.

Drogas

A utilização de medicamentos como auxiliares no tratamento do paciente obeso deve ser realizada com cuidado, não sendo em geral o aspecto mais importante das medidas empregadas. Devem ser preferidos também medicamentos de marca comercial conhecida. Cada medicamento específico, dependendo de sua composição farmacológica, apresenta diversos efeitos colaterais, alguns deles bastante graves como arritmias cardíacas, surtos psicóticos e dependência química. Por essa razão devem ser utilizados apenas em situações especiais de acordo com o julgamento criterioso do médico assistente.

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CONCLUSÃO

No que se refere ao tratamento medicamentoso da obesidade, é importante salientar que o uso de uma série de substâncias não apresenta respaldo científico. Entre elas se incluem os diuréticos, os laxantes, os estimulantes, os sedativos e uma série de outros produtos frequentemente recomendados como "fórmulas para emagrecimento". Essa estratégia, além de perigosa, não traz benefícios a longo prazo, fazendo com que o paciente retorne ao peso anterior ou até ganhe mais peso do que o seu inicial.

Uma dieta saudável deve ser sempre incentivada já na infância, evitando-se que crianças apresentem peso acima do normal. A dieta deve estar incluída em princípios gerais de vida saudável, na qual se incluem a atividade física, o lazer, os relacionamentos afetivos adequados e uma estrutura familiar organizada. No paciente que apresentava obesidade e obteve sucesso na perda de peso, o tratamento de manutenção deve incluir a permanência da atividade física e de uma alimentação saudável a longo prazo..

A melhor solução a adoptar é levar uma vida saudável, com uma boa alimentação (poucas gorduras e com menos açúcar); evite o consumo de álcool e refrigerantes e beba água; 30 minutos de exercício físico por dia e vida ao ar livre, com pouca tv pelo meio.

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BIBLIOGRAFIA

WIKIPEDIA, Obesidade, disponível em https://pt.wikipedia.org/Obesidade

MANUEL GONÇALVES, Alimentação Saudável, Porto Editora.

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