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 1 INTRODUÇÃO Desemprego é a medida da parcela da força de trabalho disponível que se encontra sem emprego, é a situação das pessoas que podem e querem trabalhar, mas não conseguem encontrar um emprego. Esse fenômeno social é observado principalmente em países subdesenvolvidos cujas economias não conseguem suprir o crescimento  populacional. Um agravante é a crescente mecanização e informatização d os processos de trabalho, excluindo cargos que antes eram desempenhados por pessoas e agora o são  por máquinas. O atual debate social apresenta geralmente o desemprego como o resultado de três fatores emergentes: a mundialização dos mercados, que provoca uma reestruturação da produção, a introdução de uma tecnologia que utiliza cada vez menos mão-de-obra e o fim de uma era de crescimento econômico sustentado, que garantia o pleno emprego. Assim, dentro do contexto da globalização, podem-se observar mercados altamente competitivos, movidos por políticas econômicas agressivas, que têm evidenciado um ambiente com grandes e imprevisíveis mudanças. Sob este aspecto, a inovação tecnológica passou a ser um factor vital para a sobrevivência das organizaçõe s, pois ela determina o avanço da qualidade de produtos e serviços.

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INTRODUO

Desemprego a medida da parcela da fora de trabalho disponvel que se encontra sem emprego, a situao das pessoas que podem e querem trabalhar, mas no conseguem encontrar um emprego. Esse fenmeno social observado principalmente em pases subdesenvolvidos cujas economias no conseguem suprir o crescimento populacional. Um agravante a crescente mecanizao e informatizao dos processos de trabalho, excluindo cargos que antes eram desempenhados por pessoas e agora o so por mquinas.

O atual debate social apresenta geralmente o desemprego como o resultado de trs fatores emergentes: a mundializao dos mercados, que provoca uma reestruturao da produo, a introduo de uma tecnologia que utiliza cada vez menos mo-de-obra e o fim de uma era de crescimento econmico sustentado, que garantia o pleno emprego.Assim, dentro do contexto da globalizao, podem-se observar mercados altamente competitivos, movidos por polticas econmicas agressivas, que tm evidenciado um ambiente com grandes e imprevisveis mudanas. Sob este aspecto, a inovao tecnolgica passou a ser um factor vital para a sobrevivncia das organizaes, pois ela determina o avano da qualidade de produtos e servios.

1. TIPOS DE DESEMPREGO1.1 Desemprego friccional ou naturalQuando um trabalhador perde seu emprego, ou um jovem trabalhador entra no mercado de trabalho pela primeira vez, ele com frequncia no aceita o primeiro emprego que lhe oferecido. Por exemplo, suponha uma programadora altamente qualificada, despedida porque uma linha de produto de sua companhia no teve sucesso, passe por uma loja e veja na vitrine uma plaquinha de "procura-se ajudante". Ela poderia entrar e conseguir o emprego, mas normalmente isso seria uma bobagem. Em lugar disso, ela deveria dedicar seu tempo para procurar um emprego que leve em conta suas qualificaes pague o correspondente a elas.Os economistas dizem que os trabalhadores que usam o tempo procurando um emprego esto dedicados busca de emprego. Se todos os trabalhadores e todos os empregos fossem idnticos, no haveria necessidade de busca de emprego; e se as informaes sobre empregos e trabalhadores fossem perfeitas, a busca de emprego seria muito rpida. Na prtica, contudo, normal que um trabalhador que perde o emprego(ou um jovem trabalhador que procure seu primeiro emprego) gaste pelo menos algumas semanas na busca.Desemprego friccional o desemprego que se deve ao tempo que os trabalhadores gastam na busca de emprego. Uma certa quantidade de desemprego friccional inevitvel, por duas razes. Uma o constante processo de criao de emprego e de destruio de emprego que acabamos de descrever. O outro o fato de que sempre h novos trabalhadores entrando no mercado de trabalho. Por exemplo, em julho de 2005, nos Estados Unidos, dos 7,8 milhes de trabalhadores que se encontravam como desempregados, 882.000 eram novos entrantes na fora de trabalho.Uma quantidade limitada de desemprego friccional relativamente inofensiva e pode at ser uma boa coisa. A economia mais produtiva se os trabalhadores tomam algum tempo para encontrar empregos adequado s suas qualificaes, e trabalhadores desempregados por um breve perodo enquanto buscam o emprego certo no passam por grandes dificuldades. De fato, quando a taxa de desemprego baixa, os perodos de desemprego tendem a ser bastante curtos, sugerindo que muito do desemprego friccional. O efeito internetCom a maior velocidade de trasmisso de informao com a utilizao da internet, o desemprego friccional diminui muito nos ltimos anos. Existem diversos sites especializados em classificados de empregos e sites de agncias de headhunter. Com isso o desemprego friccional em economias com alto ndice de acesso a internet diminuiu substancialmente, com um prazo de no mximo uma semana para a obteno de emprego, e com grandes chances de ser a melhor oferta com as informaes disponveis. Ao contrrio dos sistemas de balco de emprego tradicionais do estado, esses sites e agncias privadas tem grande incentivo em solucionar o problema de transmisso de informao no mercado. J que o lucro deles depende da satisfao do cliente, a empresa tem um incentivo a conseguir um emprego no menor prazo possvel. O desemprego friccional no desapareceu, mas teve uma reduo expressiva nos ltimos anos, e teve algum impacto nas taxas de desemprego mundiais. Um estudo mais a fundo pode demonstrar empiricamente qual foi esse impacto.Quanto mais desemprego friccional uma economia tem, mais perceptvel a ao do processo de destruio criadora acontecendo nela. Vamos analisar o caso dinamarqus. O desemprego na Dinamarca de cerca de 1,9% - uma taxa pequena comparada a qualquer pas. Alguns podem argumentar que a flexvel legislao trabalhista dinamarquesa incentive o sub-emprego. Ao contrrio disso o que acontece l cada vez empregos mais sofisticados e com maior valor agregado. Cerca de 10% da fora de trabalho da dinamarca troca de empregos todo ano. Com esses 10% da fora de trabalho migrando de um emprego para o outro, temos mais desemprego friccional na Dinamarca que na maioria dos pases. Mas isso no afeta economia, pois a trasmisso de informao eficiente pela rapidez de difuso desse tipo de informao, pois ela muito demandada. Outro fato que incentiva esse desemprego friccional um bom seguro desemprego que o estado fornece, fazendo com que o trabalhador seja incentivado a ficar um maior tempo desempregado procura de um melhor emprego.O desemprego friccional ento algo desejado para a economia em geral, mas com um curto prazo. O que podemos ver que a tendncia do desemprego fricional diminuir quanto mais a economia vai se informatizando.O desemprego friccional resulta da mobilidade da mo-de-obra. Ocorre quando um ou mais indivduos se desempregam de um trabalho para procurar outro. Tambm poder ocorrer quando se atravessa um perodo de transio, de um trabalho para outro, dentro da mesma rea (exemplo: construo civl).2.2 - Desemprego estrutural ou TecnolgicoResulta das mudanas da estrutura da economia. Estas provocam desajustamentos no emprego da mo-de-obra, assim como alteraes na composio da economia associada ao desenvolvimento. Existem duas causas para este tipo de Desemprego: insuficincia da procura de bens e de servios e insuficincia de investimento em torno da combinao de fatores produtivos desfavorveis. Esse tipo de desemprego mais comum em pases desenvolvidos devido grande mecanizao das indstrias, reduzindo os postos de trabalho.O desemprego causado pelas novas tecnologias como a robtica e a informtica recebe o nome de desemprego estrutural. Ele no resultado de uma crise econmica, e sim das novas formas de organizao do trabalho e da produo.Tanto nos pases ricos quanto os pobres so afetados pelo desemprego estrutural, um dos mais graves problemas de nossos dias.O crescimento econmico, ou melhor, a ausncia dele, tem sido apontado como o principal fator para os altos nveis de desemprego no Brasil. Naturalmente, se consegussemos manter altas taxas de crescimento econmico, o pas sanearia o problema do desemprego conjuntural. Contudo, o desemprego estrutural, aquele em que a vaga do trabalhador foi substituda por mquinas ou processos produtivos mais modernos, no se resolve apenas pelo crescimento econmico. Aquele trabalho executado por dezenas de trabalhadores agora s necessita de um operador, ou melhor, dezenas de empregos transformaram-se em apenas um. claro que se a economia estiver aquecida ser mais fcil para estes trabalhadores encontrarem outros postos de trabalho. comum associar o desemprego estrutural ao setor industrial. Este setor deixa mais evidente a perda de postos de trabalho para mquinas ou novos processos de produo, porm isto ocorre tambm na agricultura e no setor de prestao de servios.Em muitos lugares, culpou-se a tecnologia (que estaria roubando empregos e condenando os trabalhadores indigncia).No h dvida de que a tecnologia participa do processo, mas um equvoco conden-la como a vil do desemprego estrutural. A inveno do tear mecnico, da mquina a vapor ou do arado de ferro foram marcos que resultaram em um aumento significativo da produtividade e conseqente reduo de custos, permitindo a entrada de um enorme contingente de excludos no mercado consumidor. Da mesma forma que sentimos hoje, o emprego sofreu impacto destes inventos de pelo menos 150 anos.2.3 - Desemprego conjuntural, Cclico ou InvoluntrioExistem duas formas de designar o desemprego conjuntural, sendo que ambas esto conectas, desemprego cclico ou conjuntural. Este resulta da variao cclica da vida econmica, isto , das pocas de expanso ou "boom" e das pocas de recesso da economia. Existe uma tendncia secular de variaes sazonais ou cclicas que tm uma durao de 3 anos. aquele em que a demisso ocasionada, na maioria das vezes, por crises passageiras. Portanto a demisso temporria, uma vez que, superada a crise, o emprego novamente ofertado.O desemprego conjuntural ou cclico, provocado pela gesto da poltica econmica; o tecnolgico ou estrutural, resultante dos processos de introduo de novas tecnologias, de tcnicas organizacionais e de racionalizao do processo produtivo; e o de excluso, decorrente da desqualificao para o trabalho nos ncleos mais dinmicos da economia.A poltica de juros elevados e o abrupto corte de crditos destinados produo e ao consumo, mais do que desaquecer a economia, como pretende o governo, est caminhando rapidamente no sentido de uma situao de crescimento pfio de longo prazo, aqum do necessrio para reduzir o desemprego e absorver aqueles que todo ano ingressam no mercado de trabalho. fatos aumentam as incertezas em relao ao futuro. So milhares de trabalhadores desempregados todos os dias, principalmente na indstria, que no sabem quanto tempo tero de esperar por um novo emprego, e em que condies.2.4 Desemprego SazonalOcorre em funo das variaes no ritmo e na freqncia da atividade econmica em pocas tpicas do ano. Nas reas rurais, uma situao bastante caracterstica: durante o perodo de colheita, o emprego se expande, para se contrair em seguida. No meio urbano, o emprego no comrcio durante o perodo das festas de final de ano outro exemplo. Ningum considera que a queda desse tipo de emprego em janeiro represente uma crise de desemprego, porque um fato sazonal que se repete todos os anos.2. TAXA DE DESEMPREGOA taxa de desemprego representa a proporo de pessoas capazes de exercer uma profisso e que procuram um emprego remunerado, mas que, por diversas razes, no entram no mercado de trabalho. Tambm podem estar includos na taxa de desemprego aqueles que exercem trabalhos no-remunerados. A taxa de desemprego o nmero dos trabalhadores desempregados dividido pela fora de trabalho total.Na prtica, medir o nmero de trabalhadores desempregados que procuram emprego notoriamente difcil. H diversos mtodos diferentes para medir o nmero de trabalhadores desempregados. Cada mtodo utiliza suas prprias polarizaes e sistemas diferentes para fazer e comparar estatsticas do desemprego entre os pases, em especial aqueles com sistemas diferentes.Entretanto, a taxa de desemprego difere de pas para pas, porque cada um sofre uma conjuntura diferente e sujeito a condies estruturais diferentes.

3. CAUSAS, CONSEQUNCIAS E POSSVEIS SOLUES PARA O DESEMPREGOOs economistas costumam assinalar diversas causas para o desemprego, as quais representam tipos distintos do fenmeno.As causas do desemprego so muitas e, muitas vezes, o que causa para uma determinada linha de pensamento, pode ser soluo para outra. Dentre as causas mais citadas, pode-se enunciar: o desenvolvimento tecnolgico, a globalizao, a terceirizao, a desindustrializao, o excesso de concentrao da renda, os modernos mtodos de gesto, de um modo geral, como a reengenharia e o downsizing, alm de outras.As consequncias, por sua vez, podem ser devastadoras, tanto do ponto de vista da pessoa do desempregado e de sua famlia quanto do ponto de vista social e poltico. A conta do desemprego, direta ou indiretamente, paga por todos. paga via aumento de impostos para cobrir despesas do tipo salrio desemprego, despesas mdico-hospitalares, despesas com segurana e assim por diante.Estudos comprovam que o desemprego aumenta os problemas relacionados com a sade fsica e mental do trabalhador, fazendo com que se acentue a procura pelos servios profissionais ligados a esta rea. Tambm h comprovao de que a violncia e o crime, de um modo geral, esto directamente relacionados com o desemprego. Este pode ainda provocar radicalizao poltica, tanto direita quanto esquerda, bem como ampla desorganizao familiar e social. Estudos j descobriram relao entre aumento de desemprego e aumento de divrcios, apenas a ttulo de exemplo.Assim como no h consenso mnimo quanto s causas do desemprego, no h tambm nenhuma convergncia em relao s solues. Mais uma vez, o que soluo para uns, pode ser causa de desemprego para outros. Dentre as medidas de combate ao desemprego mais citadas pode-se enumerar: facilitao do consumo e do crdito, incentivo ao investimento privado, implementao de polticas fiscais e monetrias adequadas, aumento das despesa pblica (com ampla utilizao do Estado como empregador e como desenvolvimento de polticas sociais do tipo auxlio desemprego), flexibilizao do mercado de trabalho, reduo da jornada de trabalho, trabalho de tempo parcial, licenas remuneradas, restrio s horas extras, trabalho compartilhado, treinamento erequalificao de recursos humanos, alm deoutras possibilidades.

4. DIFICULDADES PARA A IMPLEMENTAO DE POLTICAS DE COMBATE AO DESEMPREGO

As dificuldades para a implementao de polticas de combate ao desemprego, no entanto, no so pequenas. Desde h muito tempo, autores dos mais renomados afirmam que o desemprego , acima de tudo, um problema poltico. Dentre eles destacam-se Marx, Kalecki e Keynes. de Marx a clebre expresso do "exrcito industrial de reserva". Segundo estes autores, quanto maior o nvel de emprego maior se torna a escassez de trabalhadores. Pela lei da oferta e da procura, a escassez acaba elevando o preo da fora de trabalho e, consequentemente, os custos de produo. Por esse motivo, seria de interesse dos empresrios manter sempre um certo nvel deliberado de desemprego, de modo a no permitir que os salrios atingissem certos nveis, indesejveis do ponto de vistado capital.

A dificuldade de implementao de polticas de combate ao desemprego pode ser tambm consequncia de incompetncia e de descaso dos setores pblicos e (tambm) privados. Ambos tm que entender que nem sempre oque eficaz, do ponto de vista privado, o do ponto de vista pblico. A velha ladainhados baixos salrios para a soluo do desemprego pode ser uma questo bastante ilustrativa. Do ponto de vista privado, um salrio mais baixo reduz custos, aumenta margens de lucro bem como a competitividade e pode, em ltima anlise, gerar novos empregos.

Por outro lado, se todos ganham menos, todos compram menos, todos vendem menos e todos produzem menos, diminuindo a massa de lucro da economia e, particularmente em funo das deseconomias de escala, aumentam os custos, diminui a competitividade e, consequentemente, aumenta o desemprego. O que as pessoas, de um modo geral, precisam entender, que o administrador pblico nem sempre pode implementar medidas com a lgica do administrador privado, porque o que lgico para o ltimo pode ser totalmente ilgico paraa sociedade.

CONCLUSO

Em face destes aspectos, o desemprego causado pela incorporao de novas tecnologias deve ser enfrentado de diversas formas. Por um lado, existe a questo anteriormente referida do comportamento da produtividade do trabalho mesmo se dando em relao ao produto, a qual ir rebater sobre o emprego. Nesse sentido, relevante que o crescimento do produto seja o maior possvel para amenizar ou sufocar os efeitos negativos do crescimento da produtividade do trabalho sobre o emprego. Esses efeitos sobre o emprego tambm poderiam ser minorados se houvesse, concomitantemente, uma reduo proporcional de jornada de trabalho. Por outro lado, no que diz respeito s novas exigncias de qualificaes da fora de trabalho em face da constituio da nova base tcnica, este aspecto teria de ser enfrentado, de maneira geral, atravs de programas de treinamento para os trabalhadores, com maior nfase para aqueles menos qualificados ou que tiveram suas qualificaes tornadas obsoletas. Finalmente, um aspecto que tambm poderia contribuir para minorar os efeitos negativos das inovaes tecnolgicas sobre o emprego est associado participao dos trabalhadores no processo de incorporao tcnica pelas empresas, ou seja, medida que a introduo das novas tecnologias for acompanhada por negociaes coletivas com os trabalhadores, abre-se a possibilidade de se reduzir seu custo social em termos de emprego. O problema no uma simples equao matemtica, mas os administradores devem ter sempre em mente que preciso estancar esta vazo de uma maneira ou de outra. necessrio um programa de investimentos na infra-estrutura produtiva e social.O Angola tem rodovias que precisam ser criadas e reconstrudas e portos a serem modernizados e ampliados. H necessidade tambm de se expandir as redes de energia, telecomunicaes e de abastecimento de gua e esgoto. So investimentos que aumentam a produtividade da economia e criam novos empregos.A reforma agrria, mais uma vez, deve ser ressaltada como medida necessria, principalmente porque a situao do desemprego na rea rural tende a piorar com a adoo de novas tecnologias de cultivo e gesto, ampliando os conflitos no campo.

BIBLIOGRAFIA

Ricardo David, Princpios de Economia e Tributao Poltica. Equipe de Professores da USP, Manual de Economia, So Paulo: Saraiva, 2002 Leite, Jos Alfredo A., Macroeconomia, Teoria Modelos e Instrumentos de Poltica Econmica, So Paulo, Atlas, 2000 Singer, Paul. (1998). Globalizao e Desemprego. So Paulo: Contexto. Wikipedia, Desemprego, https:// pt.wikipedia.org/wiki/Desemprego

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