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Adriana dos Santos Inocêncio Intoxicação de felinos por Lactona Macrocíclica (Ivermectina): relato de 8 casos Curitiba/PR 2015

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Adriana dos Santos Inocêncio

Intoxicação de felinos por Lactona Macrocíclica

(Ivermectina): relato de 8 casos

Curitiba/PR

2015

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Adriana dos Santos Inocêncio

Intoxicação de felinos por Lactona Macrocíclica

(Ivermectina): relato de 8 casos

Monografia apresentada como requisito para conclusão do Curso de Pós-Graduação, Especialização em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais, do Centro de Estudos Superiores de Maceió da Fundação Educacional Jayme de Altavila, orientada pela Profª. MSc. Carina de Fátima Guimarães.

Curitiba/PR

2015

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Adriana dos Santos Inocêncio

Intoxicação de felinos por Lactona Macrocíclica

(Ivermectina): relato de caso

Monografia apresentada como requisito para conclusão do Curso de Pós-Graduação, Especialização em Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais, do Centro de Estudos Superiores de Maceió da Fundação Educacional Jayme de Altavila, orientada pela Profª. MSc. Carina de Fátima Guimarães.

Curitiba/PR, _______ de __________________ de 20___

– Orientador –

Curitiba/Pr

2015

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Dedicatória

À minha mãe Mercedes (in memorian), meu pai Paulino, meu marido Adilson e meus filhos

Ramon Miguel e Ruan Gabriel, por estarem sempre me incentivando e me proporcionando a

oportunidade de aperfeiçoamento e por estarem sempre ao meu lado.

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Agradecimentos

Primeiramente a Deus, pelo dom da vida.

Aos meus maiores exemplos de vida e amor, Mercedes (in memorian) e Paulino, meus

amáveis pais, por me proporcionarem mais essa conquista, nada seria sem vocês.

Ao meu esposo e meus filhos, pela paciência, amor e companheirismo.

A todos os mestres e funcionários que dedicaram seus finais de semana para que pudéssemos

nos aperfeiçoar.

Aos que, de alguma forma, me ajudaram nesse trabalho, ou pelo simples fato de estar em

minha vida, em especial ao meu primo Marcos Vinícius Ferreira, pela estadia e amizade.

A minha amiga e orientadora Carina que cedeu seu tempo, paciência e sabedoria, que ensinou

muito além do trabalho de conclusão de curso, me ensinou com seu exemplo a ser bem mais

profissional, meu muito obrigada.

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“Enquanto os homens massacrarem, os animais, vão se matar uns aos outros. Na verdade, aquele que espalha a semente da morte e de dor não pode colher amor e alegria”

Pitágoras

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RESUMO

As ocorrências de intoxicações são de grande incidência na clínica veterinária. A

espécie canina é mais acometida devido à característica de menor seletividade alimentar

quando comparados à espécie felina. As intoxicações medicamentosas na maior parte

das vezes são induzidas pelos próprios proprietários, na terapia sem orientação do

médico veterinário, na exacerbação das dosagens, uso de medicações com

concentrações indicadas para animais de produção, entre outros. As lactonas

macrocíclicas são antibióticos endectocidas, utilizadas contra nematóides

gastrointestinais, respiratórios e cardíacos, além de tratamentos da demodicose e

escabiose, miíases e controle de carrapatos. Não existem muitas descrições sobre casos

de intoxicações por lactonas macrocíclicas em felinos, na maior parte dos casos o

prognóstico é desfavorável em razão da superdosagem dos agentes tóxicos, comum nos

envenenamentos intencionais, da gravidade do quadro clinico, da ausência de antídotos

e do tempo decorrido entre a intoxicação e o atendimento clínico. Pela relevância das

intoxicações na clínica de pequenos animais, e por se tratar de uma emergência

toxicológica este trabalho teve como objetivo a descrição da toxicocinética e

toxicodinâmica do composto de avermectina nas espécies dométicas, relatando a

ocorrência de 8 casos de intoxicação por ivermectina atendidos em um centro médico

veterinário.

PALAVRAS – CHAVE: Avermectina. Gatos. Envenenamento. Intoxicação

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Conteúdo

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 9

2. REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................. 11

3. FARMACOCINÉTICA ........................................................................................ 14

4. MECANISMO DE AÇÃO .................................................................................... 15

5. DOSE TÓXICA ..................................................................................................... 17

6. SINAIS CLÍNICOS ............................................................................................... 19

7. TRATAMENTO ................................................................................................... 20

8. DIAGNOSTICO DIFERENCIAL ........................................................................ 21

9. RELATO DO CASO CLÍNICO ........................................................................... 22

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1. INTRODUÇÃO

Os antibióticos avermectinas são metabólitos derivados da fermentação de

Streptomyces avermitilis (SPINOSA et al, 2008). Nesse grupo encontram-se a

ivermectina, a abamectina e a doramectina, entre outras drogas quimicamente

relacionadas e usadas terapeuticamentte na medicina veterinária e humana, como

antiparasitários, e na agricultura, como inseticidas. São adquiridas facilmente e

administradas por proprietários de animais, por tratar-se de produtos de baixo custo,

sem necessidade de prescrição médica veterinária (MORADOR, 2011).

A intoxicação ocorre devido ao uso de produtos formulados para uso em animais

de produção, acima da dose terapêutica, indicada para cães e gatos. Também há casos

de intoxicação devido à sensibilidade individual ao fármaco (ODUNAYO; KERL,

2012).

De acordo com Pimpão et al. (2005) os sinais clínicos, quando a substância é

administrada por via oral, podem ser observados dentro de 24 horas e consistem em:

ataxia, hipotermia, desorientação, sialorreia, midríase, hiperestesia, tremores, depressão,

paralisia, ausência dos reflexos pupilares, cegueira, bradicardia, pulso fraco e, em casos

graves, coma, hipotermia e morte. Dados mostram que o quadro de intoxicação pode ser

revertido com tratamento sintomático e de suporte. No entanto, o período de

recuperação pode ser prolongado (MORADOR, 2011).

O diagnóstico precoce é fundamental para o tratamento da intoxicação. Ele é

baseado nos sinais clínicos e histórico de exposição ao produto (ZUCCOLOTTO,

2012). Exames toxicológicos de amostras como o plasma, tecido hepático, adiposo,

partes do sistema nervoso central podem ser enviados ao laboratório para confirmação

da exposição, podendo ser analisadas, inclusive, alimentos e água. (ODUNAYO;

KERL, 2012)

Achados laboratoriais, perfil bioquímico sérico e análise de urina geralmente não

são específicos, mas podem ser úteis. A hipoglicemia pode estar presente se

tremores/convulsões permanecerem prolongadamente. Azotemia pré-renal pode ocorrer

se o paciente apresenta adipsia ou êmese. Elevações inespecíficas de enzimas hepáticas

podem estar presentes (ODUNAY; KERL, 2012)

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Não existem antídotos específicos paras as intoxicações por ivermectina,

consistindo assim o tratamento na manutenção de parâmetros fisiológicos, auxílio na

eliminação do fármaco e suporte (ROZA et al., 2014).

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2. REVISÃO DE LITERATURA

As avermectinas são lactonas macrocíclicas, derivadas da fermentação do

microrganismo Streptomyces avermitilis e estão incluídas neste grupo avermectina,

abamectina, ivermectina e doramectin, entre muitos outros compostos, todos sensíveis a

degradação pela luz ultravioleta (MUNIZ, 1996).

Apesar de serem consideradas anti parasitários de amplo espectro, menos

tóxicos e mais eficazes, as ivermectinas têm causado intoxicações em cães das raças

Collie, Old English Sheepdog, Pastor de Shetland, Pastor Alemão, Poodle e Labrador,

além dos efeitos adversos, que ocorrem principalmente pelo poder filaricida do agente

(LOVELL, 1990).

A ivermectina é um derivado semi-sintético do abamectin, composto por duas

diidroavelmectinas (80% de B 1 e 20% de B2), ativa contra nematóides e artrópodes

(LOVELL, 1990; MUNIZ, 1996).

A avermectina B I aumenta a condutância ao cloro, mediada pelo ácido gama

amino-butírico (GABA) e parece bloquear a transmissão de impulsos para o neurônio

motor nos nematóides, além de aumentar a liberação pré-sináptica do GABA e sua

ligação pós sináptica. Este mediador aumenta a condutância ao cloro e provoca inibição

neuronal devida à hiperpolarização causada pelos elevados níveis de cloro. Os efeitos

do GABA seriam normalmente compensados pela acetilcolina, que aumenta a

condutância ao sódio. Em mamíferos, neurônios mediados por GABA são encontrados

apenas no SNC e a ivermectina não atravessa a barreira hematoencefálica em condições

normais (LOVELL, 1990).

Após administração intravenosa em cães, a ivermectina tem distribuição curta e

meia-vida de 1,8 dias. Após administração oral o nível plasmático máximo foi obtido

em 3 horas e o resultado em cães sensíveis da raça Collie foi semelhante ao dos animais

resistentes, após administração de 100 mg/kg de ivermectina. Após o metabolismo

hepático, ocorre a excreção principalmente hepatobiliar e pequena quantidade é

detectada na urina (LOVELL, 1990).

Toxicidade aguda e subaguda de ivermectina tem sido documentada em cães

da raça Collie e de outras raças, apesar da ampla margem de segurança, pois a

administração de 2500 mg do principio ativo por kilo de animal provocou apenas

midríase em cães, após dose oral única. Pela via subcutânea, 9400 mg/kg de PV

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provocaram midríase, salivação, ataxia, depressão e morte. Não foram observadas

alterações causadas pela ivermectina na dose de 500 mg/kg de PV ao dia, oral, durante

14 semanas (LOVELL, 1990).

Nos animais da raça Collie, a toxicose causada pela ivermectina (doses de 100

a 500 mg/kg de PV) é aguda, aparecendo os primeiros sinais após 4h, possivelmente

resultantes de sua maior penetração através da barreira hematoencefálica. Nem todos os

indivíduos da raça são sensíveis a intoxicação por ivermectina, (LOVELL, 1990)

Em gatos, doses de 200 a 1330 mg/kg de PV foram bem toleradas em

administrações orais e subcutâneas (LOVELL, 1990; SOLL et aI.,1991).A toxicose por

ivermectina deve ser levantada em cães e gatos que apresentam um ou mais dos sinais

clínicos característicos dentro de 24 horas após uma administração maior que 1000

mg/kg: (LOVELL, 1990).

Os sinais clínicos característicos da intoxicação são ataxia, comportamento

anormal, tremores, midríase, letargia, fraqueza, decúbito, cegueira, salivação, coma.

Além dos sinais anteriores, em cães da raça Collie foram descritos sinais de depressão,

convulsões, bradicardia, bradipnéia, falta de resposta a estímulos sonoros (LOVELL,

1990). Lovell (1990) descreveu que um cão Old English Sheepdog com toxicose

causada pela ivermectina, apresentou ataxia dos membros posteriores, salivação,

taquipnéia; bradicardia, decúbito, estrabismo ventromedial e ventrolateral, ausência de

resposta a estímulos e períodos de sono profundos.

Em gatos, doses elevadas de ivermectina provocam vocalização, ataxia,

desorientação, anorexia, demência (choro, mordidas, arranhões), tremores, midríase,

cegueira, andarem círculos, pressão da cabeça contra obstáculos, perda de reflexos,

reflexo pupilar lento e incompleto, bradicardia, bradipnéia, hipotermia,mucosas pálidas,

coma e morte (LOVELL, 1990).

O diagnóstico de intoxicação por ivermectina deve ser feito associando o

histórico (intervalo de ocorrência, dose aplicada, raça, idade do paciente) e os sinais

clínicos, em caso de óbitos, os achados necroscópicos revelam lesões inespecíficas.

Materiais como plasma, tecido hepático, adiposo e nervoso podem ser enviados ao

laboratório para confirmação da exposição. Se possível devem ser analisadas, inclusive,

a comida e água de beber dos animais. No sistema nervoso central, concentrações de

ivermectina iguais ou superiores a 100 ppb são associadas à toxicose em cães da raça

Collie (LOVELL, 1990).

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Sinais de choque, edema pulmonar, dispnéia e/ou vômito ocorrem em até 24

horas, mas geralmente acontece em aproximadamente 10 horas após a administração de

menos que 200 mg/kg de PV de ivermectina, podem ser observado trombose causada

pela morte de filárias, sendo facilmente confirmada pela necropsia (LOVELL, 1990).

O tratamento das intoxicações causadas pela ivermectina requer suporte e

fluidoterapia intensa com cristalóides. Administrar doses seriadas de carvão ativado na

dose de 1 a 5 g/kg VO, TID, catárticos salinos aumentam a eliminação da ivermectina,

excretada principalmente pela via fecal. Êmese é indicado apenas se a contaminação for

oral e recente (até 3 horas da ingestão) e se não existirem contra-indicações

(NOGUEIRA; ANDRADE, 2011).

Administrar alimentação parenteral ou por sonda oral e prevenir ou controlar

úlceras de decúbito são medidas gerais para manutenção do animal. Picrotoxina

(antagonista GABA) administrada pela via intravenosa, na dose de l mg/min, durante

oito minutos reverteu a depressão severa causada pela ivermectina em cães da raça

Collie, contudo ocorreram convulsões violentas após 30 minutos. Em roedores não foi

eficaz como antídoto (LOVELL, 1990). A fisostigmina, estimulante do SNC, deve ser

administrada apenas em animais com ausência de reflexos, na dose de 1mg/animal IV

contudo consta apenas indicação para canino (VIANA, 2014).

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3. FARMACOCINÉTICA

Em monogástricos, até 95% da ivermectina é absorvida após administração oral

(LYNN, 2001). É excretada inalterada nas fezes, mas uma fração da dose é

metabolizada no fígado através de oxidação. A meia vida é de cerca de dois dias

(MEALEY, 2006).

A biodisponibilidade da selamectina após administração tópica para cães e gatos

é de 5% e 75%, respectivamente, e o pico plasmático ocorre em três dias (cães) e 15

horas (gatos) (LYNN, 2001). A meia vida é de aproximadamente onze dias em cães e

oito dias em gatos (PLUMB, 2008). A Moxidectina é absorvida rapidamente após

administração oral e o pico plasmático ocorre algumas horas após administração. A

meia-vida é de aproximadamente dezenove dias (MEALEY, 2006).

Informações sobre a farmacocinética específica da milbemicina, doramectina e

eprinomectina, em relação a cães e gatos, não está disponível. É sensato supor que

também têm meia-vida longa. Consequentemente, pacientes intoxicados após a

exposição a um desses agentes podem requerer tratamento prolongado (MEALEY,

2006).

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4. MECANISMO DE AÇÃO

São agonistas do ácido gama-aminobutírico (GABA), um neurotransmissor

inibitório do SNC, causando hiperpolarização do neurônio e inibição da passagem do

estímulo nervoso. Em artrópodes e nematódeos, o GABA é encontrado na junção

neuromuscular e relacionado a receptores de canais de cloro. Sua ativação promove

influxo desses íons com consequente hiperpolarização, desenvolvimento de paralisia

flácida e morte do parasito. Além desse mecanismo de ação, atuam também sobre os

canais de cloro controlados pelo glutamato (SPINOSA et al., 2008).

No entanto, em geral, os mamíferos são protegidos desses efeitos dos

macrolídeos porque o SNC, o local de ação dessas drogas, não costuma ser exposto a

altas concentrações desses agentes. Apesar das lactonas macrocíclicas serem altamente

lipossolúveis, o que favorece sua entrada no SNC, a barreira hematoencefálica (BHE)

previne o acúmulo dessas drogas no cérebro. Portanto, o que determina a toxicidade dos

macrolídeos é uma falha na BHE.

Sabe-se que a glicoproteína-P, uma proteína estrutural de BHE é codificada pelo

gene MDR1 e tem função de bomba ejetora de certas drogas que chegam ao SNC.

Dessa forma, liga-se na droga em questão e a transporta de volta ao lúmen capilar,

mantendo a seletividade da BHE. Animais que apresentam deficiência funcional da

glicoproteína-P acumulam concentrações muito maiores (cinquenta vezes maiores) de

drogas que são substratos para glicoproteína-P, como por exemplo, ivermectina,

selamectina, doxorrubicina, ciclosporina A, tacrolimus, loperamida, ondansetrona e

digoxina, no tecido cerebral e, portanto são mais suscetíveis à toxicidade neurológica

(MEALEY, 2006).

Assim, a presença funcional da glicoproteína-P é crucial para a proteção dos

mamíferos contra a neurotoxicidade induzida pelos macrolídeos. A disfunção da

glicoproteína-P em mamíferos pode ser genética ou adquirida. A disfunção genética, no

caso das raças caninas predispostas, caracterizada pelo polimorfismo do gene MDR1,

ou seja, uma mutação de deleção de quatro pares de bases. A disfunção adquirida é

resultado da interação entre drogas, pois existem alguns fármacos que inibem a função

da glicoproteína-P, como por exemplo, cetoconazol, ciclosporina A, verapamil e

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tamoxifen. Desse modo o uso concomitante de lactonas macrocíclicas e alguma dessas

drogas podem causar neurotoxicidade ao paciente (MEALEY, 2006).

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5. DOSE TÓXICA

A maioria dos cães tolera doses orais de até 2,5 mg/kg, de ivermectina, antes dos

sinais clínicos de intoxicação ocorrerem, alguns cães como as raças Collie e outras raças

de pastoreio, podem tolerar doses de até 0,1 mg/kg. Há numerosos relatos de

intoxicação com doses terapêuticas de 0,2 a 0,6 mg/kg em cães sensíveis. Os gatos

geralmente toleram doses de 0,2 a 1,3 mg/kg de ivermectina via oral (VO) ou (SC)

subcutânea (LOVELL, 1990; LYNN, 2001).

Intoxicações têm sido relatadas em número limitado em gatos adultos e filhotes

expostos a doses mais baixas (0,3 a 0,4 mg/kg SC) (FRISCHKE; HUNT, 1991).

Segundo Guaguére e Pascal (1999) não se deve administrar lactonas macrocíclicas em

animais com menos de 04 meses de idade.

Segundo Mealey (2006) e Plumb (2008), a moxidectina, aparentemente,

apresenta uma larga margem de segurança quando administrada oralmente em cães.

Doses de até 300 vezes a dose terapêutica de 0,03 mg/kg demonstraram pouca ou

nenhuma toxicidade. No entanto com a dose de 0,09 mg/kg (30 vezes a dose

terapêutica) foram observados sinais clínicos de intoxicação em um indivíduo da raça

Collie (LYNN, 2001).

De acordo com Plumb (2008), Beagles toleraram uma dose oral de 200 mg/kg de

milbemicina (200 vezes a dose terapêutica indicada para administração mensal).

Tranquilli et al. (1991) relatam que dois de cinco animais da raça Collies tratados com 5

mg/kg de milbemicina (dez vezes a dose terapêutica), e cinco dos cinco Collies tratados

com 10 mg/kg (vinte vezes a dose terapêutica) apresentaram hipersalivação, ataxia,

midríase e depressão do sistema nervoso central.

De acordo com o fabricante a selamectina é comprovadamente segura quando

administrada topicamente, até dez vezes a dose terapêutica em filhotes de cães e gatos, e

até cinco vezes a dose recomendada quando administrada em Collies. Dez vezes a dose

tópica recomendada causou ataxia em Collies. (PLUMB, 2008)

Em gatos a administração oral pode causar salivação e vômito (PLUMB, 2008).

A administração oral de selamectina na dose tópica recomendada em cães Beagles

jovens não causou reações adversas perceptíveis. Na administração oral de selamectina

nas doses de 2,5 mg/kg, 10 mg/kg ou 15 mg/kg a somente um animal de origem de

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pastoreio apresentou ataxia com a dose de 15 mg/kg (duas vezes e meia a dose tópica

recomendada) (LYNN, 2001; PLUMB, 2008).

A doramectina tem sido usada com segurança para o tratamento da espirocercose

em cães na dose de 0,4 mg/kg, administração subcutânea, com duas semanas de

intervalo por seis tratamentos. Beagles tratados com este protocolo não demonstraram

sinais de intoxicação. No entanto, em um Collie foi relatada intoxicação por

doramectina (MEALEY, 2006).

A informação existente na literatura sobre a dose tóxica de eprinomectina para

cães e gatos é limitada. É provável que tenha um perfil de segurança similar ao de

outros macrolídeos (MEALEY, 2006). Segundo Spinosa et al. (2008) animais jovens

(com menos de quatro meses de idade) são sensíveis à intoxicação por esses compostos,

e não devem ser administrados em animais com menos de seis semanas de idade.

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6. SINAIS CLÍNICOS

As manifestações dos sinais clínicos são observados dentre de 1 hora até 24

horas após a exposição. Em cães incluem anorexia, ataxia, comportamento anormal,

depressão, êmese, midríase, desorientação, hiperestesia, vocalização, sialorréia,

agressividade, sonolência, head press, convulsões de grande intensidade e convulsões

focais, fraqueza, síndrome febre, dispnéia, cianose, amaurose aparente, inquietação e

bradicardia (HOPPER et al., 2002; GFELLER; MESSONNIER, 2006; MEALEY,

2006).

Na intoxicação grave observam-se manifestações de choque (cianose ou palidez

de mucosa, aumento do tempo de preenchimento capilar, extremidades frias, pulso

fraco, colapso), edema pulmonar, taquicardia, tremores musculares, anafilaxia, coma e

morte (GFELLER; MESSONNIER, 2006; MEALEY, 2006).

Em felinos os sinais clínicos observados são ataxia, vocalização, desorientação,

tremores, midríase, perda de reflexo pupilar, bradicardia, hipotermia, coma amaurose

aparente, inquietação e bradicardia (HOPPER et al., 2002; GFELLER; MESSONNIER,

2006; MEALEY, 2006).

Animais afetados podem apresentar reflexos normais ou exagerados. Os sinais

clínicos podem persistir por vários dias ou semanas e a gravidade dos sinais pode não

ter relação com o tempo de persistência (PAUL et al., 1987; TRANQUILLI et al., 1991;

LYNN, 2001; HOPPER et al., 2002; MEALEY, 2006).

O prognóstico depende, em grande parte, da dose de exposição. Lovell (1990)

relatou a total de um cão após permanecer em coma por sete semanas Animais que se

recuperam normalmente não apresentam sequelas permanentes (HOPPER et al., 2002).

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7. TRATAMENTO

Não há antídoto para a intoxicação por ivermectina. Em caso de overdose por

via oral é indicada a indução da êmese ou a lavagem gástrica até 2 horas após a ingesta.

Carvão ativado em múltiplas doses e catárticos salinos são recomendados devido a

circulação enterohepática e a excreção inalterada nas fezes (LYNN, 2001).

Tratamento de suporte adequado pode incluir fluidoterapia com reposição de

eletrólitos, suporte nutricional, e prevenção de úlceras de decúbito, pois o paciente pode

permanecer em decúbito e comatoso por vários dias a semanas (MEALEY, 2006).

Evitar o uso de tranquilizantes benzodiazepínicos, pois podem potencializar a

ação da ivermectina, uma vez que também estimulam os receptores GABA (GFELLER;

MESSONNIER, 2006). De acordo com Spinosa et al. (2008), o uso de

benzodiazepínicos e outros agentes que estimulam o GABA deve ser evitado, assim a

alternativa para animais que apresentem convulsão são as classes de anestésicos

inalatórios (MELLEMA; HASKINS, 2006).

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8. DIAGNOSTICO DIFERENCIAL

Segundo Mealey (2006), muitas doenças que afetam o SNC produzem sinais

clínicos similares a todos ou alguns dos sinais descritos por intoxicação originárias de

lactonas macrocíclicas. Tóxicos específicos que precisam ser diferenciados incluem:

chumbo, inseticidas anticolinesterásicos (organofosforado e carbamato), micotoxinas

termogênicas, derivados do etanol, amitraz, e drogas depressoras do SNC (opióides,

fenotiazínicos, benzodiazepínicos e barbitúricos).

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9. RELATO DO CASO CLÍNICO

No dia 24 de Março de 2014 proprietária chegou com 08 gatos para atendimento

emergencial no Centro Médico Veterinário – SALVARE, gatos SRD de idade variando

entre 5 a 13 meses pesando de 0,6 Kg a 3,1 Kg, não vacinados. Os felinos apresentavam

suspeita clínica de intoxicação por ivermectina (Tabela 1).

Tabela 1. Descrição do peso, idade e concentração de ivermectina oral ingerida pelos pacientes felinos. Ponta Grossa, 2014.

Paciente Peso (Kg) Idade (meses)

Concentração ingerida (VO)

Concentração indicada (VO)

mg/kg*

Superdosagem em vezes a dose terapêutica

A 0,6 3 3 mg 0,15 20x B 0,75 5 3 mg 0,18 16.6x C 1,2 6 6 mg 0,3 20x D 1,6 12 6 mg 0,4 15x E 1,8 12 6 mg 0,45 13,3x F 2,2 12 6 mg 0,55 10,9x G 2,7 6 6 mg 0,67 8,9x H 3,1 13 6 mg 0,77 7,7 x

* dose baseada na indicação terapêutica (VIANA, 2007).

A queixa principal foi de que os animais estavam andando em círculos e

pressionando a cabeça contra a parede, além de vocalização intensa, incoordenação e

ataxia. Esses sinais clínicos manifestaram-se cerca de 2 horas após a utilização de

Ivermectina oral na dose de 6 mg para os adultos e de 3 mg para os neonatos. Ao exame

clínico, os animais apresentaram sinais neurológicos alterados, midríase intensa, perda

do reflexo pupilar nos mais jovens, excitabilidade, agressividade, incoordenação,

taquicardia e sialorréia.

Como não há antídotos para a intoxicação por ivermectina oral. O tratamento

padrão seria à indução de emêse, contudo só seria eficaz esse procedimento se realizado

até 2 horas pós-ingestão, caso contrário não surtiria efeito no tratamento. Portanto, nesse

caso não foi induzido emêse, pois já havia se passado mais de 4 horas da ingestão.

Paralelamente a emêse utiliza-se carvão ativado e catárticos salinos (LYNN,

2001). Deve-se evitar o uso de benzodiazepínicos em casos de convulsão ou dano

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neurológico maior, pois o sítio de ligação dos tranquilizantes também ocorre pela

interação com receptores GABA, resultando em potencialização da intoxicação

(GFELLER; MESSONNIER, 2006).

Instituiu-se assim tratamento de suporte com fluidoterapia com cristalóide para

reposição eletrolítica utilizando solução fisiológica a 0,9%, calculando-se a dose de

manutenção de acordo com o peso de cada animal, acrescido de glicose a 5%,

aminoácidos e complexo B. Foi utilizado carvão ativado na dose de 2,5 g/Kg e catártico

salino VO, BID. A utilização de carvão ativado e catártico salino auxilia no aumento da

atividade de transito intestinal, visto que a eliminação é via fecal.

Os felinos de maior idade e peso foram os primeiros a apresentar melhora

clínica, em contrapartida os filhotes demoraram mais a apresentar resposta terapêutica.

Spinosa e colaboradores (2008), recomendam em neonatos com menos de 4 meses de

idade, não seja feito a utilização desse composto, pois esses animais apresentam maior

sensibilidade a intoxicação, devido de imaturidade de enzimas importantes na

metabolização hepática. Dessa forma é indicado a prescrição apenas em animais com

idade maior que 6 meses e com peso maior que 400 gramas.

Como agravante dos casos atendidos, 2 dos pacientes apresentavam

comprometimento respiratório importante, como não possuíam vacina, foi instituído

também um tratamento suporte de antibioticoterapia utilizando Amoxicilina com

Clavulanato de Potássio na dose de 10 mg/Kg, BID, durante 10 dias.

Morador (2011) relata um caso de intoxicação em felino filhote de 35 dias,

pesando 400 gramas, intoxicado pela indução medicamentosa, no combate de

ectoparasitas em dose 12,5 mg superior a dose terapêutica, após tratamento de suporte o

prognóstico foi favorável. Nos casos atendidos a dose variou entre 7,7 a 20 vezes a dose

terapêutica recomendada para os pacientes na mesma idade do relato de Morador.

Quando observado a incidência de intoxicações em cães e gatos, a prevalência

é menor em felinos devido à característica mais seletiva da espécie em casos de

intoxicações alimentares (MEDEIROS et al., 2009).

Os felinos apresentam diferenças metabólicas importantes como relativa

deficiência na conjugação de ácido glicurônico e deficiências nas enzimas

glicoroniltransferases que acabam por culminar em quadros de intoxicações mais graves

quando comparados aos caninos. Gerando compostos de meia vida muito prolongada no

organismo. Ainda como diferenças espécie específicas os felinos apresentam maior

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número de grupos sulfidril reativos, variando de 8 a 20 grupos, cerca de 5 vezes mais

que os caninos, resultando em maiores probabilidade da espécie felina gerar lesões

oxidativas (SOUZA, 2003).

Os animais após 48 horas de internamento apresentaram melhora clínica e

foram liberados, exceto os neonatos que ainda permaneceram por mais 24 horas na

internação. As indicações para medicação terapêutica pós-intoxicação foram protetor

hepático (Silimarina 30 mg/kg), antibioticoterapia (Amoxicilina + Clavulanato

10mg/kg) devido ao comprometimento respiratório, catártico salino, até o retorno

previsto. O prognóstico foi reservado, contudo a resposta terapêutica de suporte foi

adequada, ocorrendo à recuperação de todos os pacientes.

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CONCLUSÃO

Devido à facilidade de obtenção e custo acessível dos fármacos as intoxicações

por lactonas macrocíclicas estão entre as intoxicações, não intencionais, mais comuns

em cães e gatos. Ocorre devido a uma overdose ou quando o produto é administrado em

animais sensíveis. Os sinais clínicos podem ser leves ou até mesmo o coma pode ser

observado. O tratamento de suporte é essencial para a recuperação do paciente, não há

antídoto. A recuperação pode levar horas, dias, ou mesmo semanas, não são observadas

sequelas em animais recuperados.

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10. REFERÊNCIAS

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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC

CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

CLÍNICA MÉDICA E CIRÚRGICA DE PEQUENOS ANIMAIS

Intoxicação de felinos por Lactona Macrocíclica

(Ivermectina): relato de 8 casos

Adriana dos Santos Inocêncio

Curitiba/PR – 2015