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213 OPPIDUM número especial, 2008 O Museu Municipal de Penafiel constitui, em ter- mos orgânicos, um Sector que está integrado no Ser- viço de Cultura e Turismo da Divisão dos Assuntos Sociais e Culturais da Câmara Municipal de Penafiel. No seu Regulamento Interno, aprovado em Reunião de Câmara de 10 de Julho de 2006, o Museu Munici- pal assume como vocação “proteger e contribuir para uma leitura abrangente e integrada do património cultural da sua área de intervenção, assegurando no Intervenção no Património Arqueológico de Penafiel Protecção, valorização e divulgação Maria José Santos * * Técnica Superior de Arqueologia do Museu Municipal de Penafiel Resumo A presente comunicação pretende ser apenas uma súmula dos últimos sete anos de inter- venção no património arqueológico de Penafiel, constituindo uma síntese do ponto de situação relativo às actividades desenvolvidas pelo Museu Municipal em matéria de estudo e investigação, protecção e salvaguarda, valorização e divulgação do património arqueológico penafidelense. Abstract The present communication intends nothing else than to be a summary of the last seven years of intervention in the archaeological patrimony in Penafiel, constituting a synthesis of the present situation as far as the activities undergone by the Municipal Museum are concerned in matters of study and investigation, protection and safeguard, valuation and divulgation of the archaeological patrimony of Penafiel. presente o direito à cultura e à fruição cultural e sal- vaguardando-o para as futuras gerações” (art.º 3º, n.º 2), sendo sua missão, entre outras, “apoiar a polí- tica de planificação e gestão dos recursos culturais do Município, com uma intervenção activa na identi- ficação, classificação, preservação, investigação e promoção do património cultural (móvel, imóvel e imaterial)” (art.º 4º, n.º 1), “estudar, salvaguardar, valorizar e divulgar o património móvel e imóvel à

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OPPIDUM número especial, 2008

O Museu Municipal de Penafiel constitui, em ter-mos orgânicos, um Sector que está integrado no Ser-viço de Cultura e Turismo da Divisão dos AssuntosSociais e Culturais da Câmara Municipal de Penafiel.No seu Regulamento Interno, aprovado em Reuniãode Câmara de 10 de Julho de 2006, o Museu Munici-pal assume como vocação “proteger e contribuir parauma leitura abrangente e integrada do patrimóniocultural da sua área de intervenção, assegurando no

Intervenção no Património Arqueológico de PenafielProtecção, valorização e divulgação

Maria José Santos*

* Técnica Superior de Arqueologia do Museu Municipal de Penafiel

ResumoA presente comunicação pretende ser apenas uma súmula dos últimos sete anos de inter-venção no património arqueológico de Penafiel, constituindo uma síntese do ponto desituação relativo às actividades desenvolvidas pelo Museu Municipal em matéria deestudo e investigação, protecção e salvaguarda, valorização e divulgação do patrimónioarqueológico penafidelense.

AbstractThe present communication intends nothing else than to be a summary of the last sevenyears of intervention in the archaeological patrimony in Penafiel, constituting a synthesisof the present situation as far as the activities undergone by the Municipal Museum areconcerned in matters of study and investigation, protection and safeguard, valuation anddivulgation of the archaeological patrimony of Penafiel.

presente o direito à cultura e à fruição cultural e sal-vaguardando-o para as futuras gerações” (art.º 3º,n.º 2), sendo sua missão, entre outras, “apoiar a polí-tica de planificação e gestão dos recursos culturaisdo Município, com uma intervenção activa na identi-ficação, classificação, preservação, investigação epromoção do património cultural (móvel, imóvel eimaterial)” (art.º 4º, n.º 1), “estudar, salvaguardar,valorizar e divulgar o património móvel e imóvel à

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sua guarda, promovendo, de forma sistemática, a in-vestigação e o debate científico sobre matérias per-tinentes” (art.º 4º, n.º 2), e ainda “tornar públicos os re-sultados dessa investigação e debate, quer sob a formade edições próprias, quer pela participação em publica-ções conjuntas, tanto ao nível da investigação científicacomo da divulgação e publicitação” (art.º 4º, n.º 3).

Para a área do património, através do Serviço deGestão do Património Cultural, são ainda objectivosespecíficos do Museu Municipal (art.º 5º):— “inventariar, estudar e documentar os bens móveis

e imóveis que permaneçam in situ e o patrimónioimaterial com interesse municipal”;

— “propor superiormente a classificação de bens mó-veis, imóveis e imateriais, participando especial-mente no procedimento conducente à inventariaçãoou classificação como de Interesse Municipal”;

— “participar no trabalho de campo e investigaçãodocumental conducentes à elaboração da Carta doPatrimónio Cultural Municipal”;

— “realizar trabalhos arqueológicos, de acordo com alegislação em vigor, na área do Município”;

— “integrar os elementos constantes na Carta do Pa-trimónio Cultural Municipal nos instrumentos le-gais e ferramentas de gestão e ordenamento do ter-ritório, nomeadamente Plano Director Municipal,Planos de Pormenor, Planos de Ordenamento e noSistema de Informação Geográfica Municipal”;

— “elaborar informações e pareceres relacionados como património cultural do Município e respectivaszonas de protecção”;

— “acompanhar e intervir em obras públicas munici-pais (e particulares mediante deliberação da Câ-mara Municipal) com impacto em bens culturais,particularmente os constantes na Carta do Patri-mónio Cultural Municipal”;

— “conceber e propor medidas de protecção e zelar

pela preservação e valorização do património cul-tural municipal”.Em termos de recursos humanos para a área do

património arqueológico, o Museu Municipal de Pe-nafiel dispõe presentemente de uma arqueóloga inte-grada no quadro e de uma arqueóloga avençada, res-ponsável pelo projecto de investigação e valorizaçãodo Castro de Monte Mozinho1, contando ainda comoutros arqueólogos que connosco colaboram assidua-mente, na maior parte dos casos a título voluntário2.Evidentemente, o Serviço de Gestão do PatrimónioCultural conta também com o apoio dos restantes ele-mentos do Museu, num ambiente de trabalho em queprevalece o espírito de equipa e em que as tarefas sãocompartilhadas, diluindo-se no contexto da activida-de própria do Museu3.

1. Protecção e Salvaguarda

Porque para proteger é necessário conhecer, ini-ciámos em 2000 o reconhecimento sistemático de to-dos os sítios, monumentos e estações arqueológicasinventariados nas 38 freguesias do Município dePenafiel com vista à urgente elaboração de uma novaCarta do Património, que viria a integrar a Carta deCondicionantes do Plano Director Municipal, na altu-ra em revisão e entretanto aprovado4. (Fig. 1)

Partimos também, a par do reconhecimento no ter-reno, da reunião de informação que se encontra dis-persa em vários estudos, e iniciámos um longo traba-lho de prospecção arqueológica com vista à identifi-cação, confirmação e inventariação de sítios. Destelabor resultaram 54 novas áreas de protecção ao patri-mónio, perfazendo um total de 148 sítios inventariadose protegidos pelo PDM de Penafiel, em que as zonasrelativas ao património arqueológico constituem gran-de parte do total das áreas de salvaguarda5. (Fig. 2)

1 Referimo-nos, no caso concreto, a Teresa Pires de Carvalho.2 É o caso de Teresa Soeiro, Directora do Museu Municipal, Helena Bernardo, Susana Leite, Ana Anileiro e Laura Sousa, que colabo-ram amiúde com o Museu Municipal de Penafiel, tornando-o também um pouco seu.3 Actualmente, a equipa do quadro do Museu Municipal de Penafiel é composta por Maria José Santos, Rosário Marques, Céu Basto,Manuel Ribeiro, Lúcia Pacheco, Ana Azeredo e Mário Ribeiro.4 O novo Plano Director Municipal de Penafiel já se encontra em vigor, tendo sido publicado na Iª Série do Diário da República, N.º 197,de 12 de Outubro – Resolução do Conselho de Ministros n.º 163/2007.5 Estes números divergem da contagem apresentada nas Jornadas de Arouca, em 2004 (Santos, 2005a:42), já que até à entrada em vigordo novo P.D.M., em 2007, inventariámos entretanto mais dezoito áreas de protecção.

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Com a entrada em vigor do novo PDM, por forçado seu Regulamento, todos os processos de obras quese localizem em Áreas de Património Arqueológico eem Áreas de Protecção e Enquadramento ao Patrimó-nio passam a ficar sujeitos ao parecer dos serviçoscompetentes da autarquia, neste caso do Museu Mu-

Figura 1. Áreas de protecção estabelecidas no PDM de 1994

Figura 2. Áreas de protecção estabelecidas no PDM de 2007

nicipal, e da Comissão Municipal doPatrimónio Cultural e Paisagístico,criada em 2003, sem prejuízo do pa-recer prévio das entidades de tutelano caso dos imóveis classificados eem vias de classificação. A criaçãodesta Comissão foi aprovada em Reu-nião de Câmara de 17 de Fevereirode 2003, sendo a escolha dos seuselementos determinada por Despachodo Presidente. Presidida pelo chefedo Executivo, integram-na um repre-sentante do Departamento de GestãoUrbanística, um representante doMuseu Municipal, uma personalida-de de reconhecida competência nasáreas específicas de actuação da Co-missão, e ainda um cidadão de reco-nhecido mérito pelos seus conheci-mentos e estudos sobre Penafiel (San-tos, 2005a: 42-43). Apesar de já terreunido algumas vezes, ainda antesda entrada em vigor do novo PlanoDirector, tendo procedido à análisede alguns processos de obras e de vá-rios pedidos de classificação, estaComissão não tem funcionado de for-ma sistemática. Assim, tem sido oMuseu Municipal a assegurar a emis-são dos pareceres de obras localiza-das em áreas de protecção ao patri-mónio, impondo as necessárias con-dicionantes arqueológicas e medidasde minimização sempre que neces-sário.

Para esta gestão directa das ques-tões de protecção e salvaguarda dopatrimónio arqueológico no âmbitodo licenciamento foi necessáriocriar, e sobretudo manter, uma arti-culação capaz entre os diversos ser-

viços da autarquia, nomeadamente com o Departamen-to de Gestão Urbanística (DGU) e o Departamento deServiços Técnicos e Ambiente (DSTA).

Implementámos, por isso, uma série de procedimen-tos administrativos e de expediente que visaram facili-tar a tramitação processual dos projectos com condi-

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cionantes arqueológicas, nomeadamente a criação deum documento explicativo que é enviado aos reque-rentes com processos condicionados, por forma ainformá-los devidamente dos passos a seguir6. Por outrolado, a tramitação dos processos de licenciamento deobras com condicionantes arqueológicas fica sujeita, paraefeitos da emissão do alvará, à anexação ao processo dasautorizações do IGESPAR e da Delegação Regional deCultura que comprove a existência de um plano de tra-balhos arqueológicos aprovado, elaborado por um arque-ólogo certificado para aquele projecto em concreto.

Ao longo destes sete anos emitimos dezenas deinformações e pareceres relativos a obras particularese municipais situadas em áreas de protecção ao patri-mónio, impondo as necessárias condicionantes. Para

fomentar o cumprimento das mesmas,tem sido política do Município apoiaros projectos de construção ou remode-lação de moradias unifamiliares atravésda prestação gratuita do serviço de ar-queologia, uma vez que se comproveque o projecto não se destina a estabe-lecimentos comerciais ou empreendi-mentos com fins lucrativos7. Neste âm-bito realizámos, por isso, cerca de 20acompanhamentos arqueológicos deobras particulares, aos quais se soma-ram ainda cerca de 10 obras municipais.

Foi numa destas situações de acom-panhamento que identificámos, porexemplo, os vestígios românicos pro-venientes da medieva igreja de S. Pedro

de Abragão, de que falaremos mais à frente.Temos também conseguido manter uma certa vigi-

lância sobre os sítios arqueológicos inventariados e clas-sificados, que fazemos através de visitas regulares a cadaum deles, informando de imediato a Câmara e as enti-dades de tutela das situações de risco eminente. Apesardisso, nas poucas circunstâncias em que estas medidasse impuseram, realizámos algumas escavações de emer-gência, como foi o caso da escavação da necrópole docastro de Monte Mozinho, em 20048, e da intervençãono lugar de Santa Luzia, em 2001, em que na sequênciada construção de uma moradia unifamiliar foi desco-berto um pequeno edifício com ocupação romana doBaixo Império, que escavámos na íntegra e que incluí-mos depois no PDM. (Fig. 3)

Figura 3. Vista geral do edifício de Santa Luzia

6 Verificámos que este simples documento, enviado ao requerente por carta registada, constitui efectivamente um meio muito eficaz deo responsabilizar perante o incumprimento das condicionantes arqueológicas. Na prática, deparámo-nos nos primeiros anos com váriassituações em que, por alegado desconhecimento, os requerentes ou promotores de obras muitas vezes não cumpriam as condicionantesimpostas, dando início aos trabalhos sem atender às mesmas. Resultavam destas situações vários constrangimentos, incómodos paratodas as partes, para além das inerentes dificuldades burocráticas do processo. Mas uma vez que a falta de informação efectivamenteexiste, pese embora a ignorância perante a Lei não seja argumento, cabe-nos a nós, numa perspectiva de prevenção e como forma desalvaguarda do património arqueológico, contribuir para o cabal esclarecimento das populações face às condicionantes impostas noâmbito do licenciamento, obtendo-se daqui resultados mais positivos do que as acções penalizadoras e sanções aplicadas. Por outrolado, desde que se implementou este procedimento, verificámos que os requerentes compreenderam que não mais podiam escudar-seno desconhecimento, pelo que as situações de incumprimento perante a arqueologia diminuíram substancialmente.7 Nestes casos, o promotor da obra faz um requerimento à Câmara solicitando o apoio dos serviços municipais, que, após analisado oprojecto, é levado à reunião do Executivo para aprovação. No entanto, este apoio gratuito está sujeito à disponibilidade e calendarizaçãodo serviço de arqueologia, sendo prestado apenas quando possível, uma vez que é dada prioridade às obras municipais e às tarefasinerentes às actividades do Museu.8 Os resultados preliminares desta intervenção foram apresentados por Teresa Pires de Carvalho no âmbito das Jornadas que agora seeditam.

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Figura 4. Planta da escavação do Mosteiro das Freiras

Iniciámos ainda em 2002 a escavação de outro sítioarqueológico - o Mosteiro das Freiras, situado no planal-to da Serra do Mozinho, na partilha das freguesias dePinheiro e Figueira9. Este pequeno eremitério feminino,da invocação de Santa Iria, é actualmente atravessadopor um caminho público que, apesar de ser um caminhode monte em terra batida, tem muita utilização por cons-tituir um atalho que encurta bastante a distância entre asfreguesias de Valpedre e Capela. O caminho divide a es-tação ao meio e cortou a pequena cerca ovalóide que adelimita. Por isso, a intenção de se escavar este eremité-rio passou sobretudo pela questão da sua salvaguarda,mais do que pelo interesse científico do sítio, sendo aescavação a melhor forma que encontrámos de mostraràs populações que ali existiam vestígios arqueológicosque urgia proteger e salvaguardar. (Fig. 4)

Mas, na verdade, a população penafidelense e asJuntas de Freguesia têm colaborado de forma muito

activa na protecção do património arqueológico, queassumem como seu, alertando muitas vezes o MuseuMunicipal para situações de risco e solicitando o nos-so apoio para projectos de animação e valorização lo-cais. Em boa parte dos casos, é por iniciativa de parti-culares que são trazidas ao Museu peças arqueológi-cas que acabam por integrar o acervo, chegando-nostambém desta forma informações preciosas de novossítios e de achados fortuitos, que de imediato vamosconfirmar no terreno.

2. Valorização e Divulgação

Já no âmbito da conservação e valorização do pa-trimónio arqueológico do concelho, o Museu Munici-pal tem tido nos últimos anos um papel fundamental,seguindo uma política de intervenção física nos sítiosescavados que se impunha manter.

9 Esta intervenção foi realizada no âmbito do nosso projecto relativo ao PNTA/2002-2005 – Arqueologia Medieval do Concelho dePenafiel, e foi integralmente custeada pelo Município, uma vez que o projecto não recebeu qualquer apoio financeiro por parte doI.P.A.. Os seus resultados ainda não foram apresentados, esperando-se a sua publicação numa próxima edição do Museu Municipal, quecongregará os resultados das várias intervenções arqueológicas realizadas no concelho desde 2000.

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Figura 5. Trabalhos de restauro do edifício B da Bouça do Ouro em Junho de 2007

Assim, continuámos as acções anuais de limpeza emanutenção do castro de Monte Mozinho e do casalromano da Bouça do Ouro, em Boelhe, que foi esca-vado por Teresa Soeiro entre 1991 e 199410. Neste úl-timo caso, procedemos em Junho passado ao restaurodo edifício B, que se encontrava em muito mau estadode conservação, tendo estas acções sido integralmen-te custeadas pelo Município e apoiadas pela Associa-ção de Amigos do Museu. (Fig. 5)

Quanto à intervenção no Mosteiro das Freiras, queanualmente tem também uma campanha de limpeza emanutenção, face à pouquíssima potência do solo eausência de estratigrafia arqueológica, após várioscontactos com a população mais próxima e os donosdo terreno, viemos a descobrir que este sítio havia sidojá escavado por Elísio Ferreira de Sousa, algures entreas décadas de 40 e 50 do século XX. O eremitério eraconstituído por uma pequena cerca elíptica, sendo ain-da visíveis no seu interior as paredes de um pequenoedifício rectangular, provavelmente a capela, e os ali-nhamentos de uma segunda estrutura, maior e com

restos de uma lareira, que provavel-mente constituiria a residência dasdevotas. Desta intervenção, apesar denão podermos contar com leiturasestratigráficas arqueológicas nem comcerâmicas representativas, foram re-colhidos alguns numismas que situa-ram cronologicamente a ocupação dosítio desde pelo menos o século XIVaté ao século XVI11.

Com estes três sítios arqueológicosjá estudados e devidamente salvaguar-dados, havia então que passar à fase devalorização e divulgação dos mesmos,que está actualmente em curso.

No caso do castro de Monte Mo-zinho, este processo teve início aindaem 1997/1998, então coordenado porTeresa Soeiro, tendo-se na altura con-

templado um conjunto de acções de consolidação dasestruturas, definição de percursos de visita e ediçãode material informativo, nomeadamente o roteiro(Soeiro, 1998c), o folheto, o cartaz e as colecções deslides e de postais, que foram apoiados pelo FEDERatravés do Sub-Programa C do ProNorte (Soeiro,1998a:287-296). (Fig. 6)

O esforço do Município em continuar este projec-to de valorização do castro de Monte Mozinho apro-veitando as verbas disponíveis do IIIº QCA continuouatravés da candidatura à Medida 3.9 do POC, em 2001,agora com Teresa Pires de Carvalho à frente do pro-jecto. Com este financiamento conseguiu-se a cons-trução das infraestruturas de apoio ao visitante, no-meadamente o Centro Interpretativo, com um peque-no Auditório de 50 lugares, e os sanitários públicos(Carvalho, 2005:107-120). Para além destes edifíciosforam também construídos um pequeno laboratório,uma arrecadação e duas residências, sendo uma delasdestinada a casa do guarda e a outra, com quatro quar-tos e capacidade para 14 pessoas, destinada a albergar

10 Os resultados desta intervenção encontram-se publicados em Soeiro, 1998b:5-62, e Carvalho, 1998:63-78.11 Os numismas encontram-se actualmente em restauro, tendo Mário Barroca amavelmente feito uma leitura preliminar dos mesmos.Das cinco moedas encontradas identificaram-se um provável real preto de D. João I ou D. Duarte, meio real preto de D. Afonso V, eainda dois ceitis, um dos quais provavelmente atribuível a D. João III ou a D. Manuel. O quinto numisma recolhido é um fragmento demoeda em bronze, completamente ilegível e em muito mau estado de conservação.

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as equipas de escavação, com possibilidade de, even-tualmente, vir também a ser utilizada como casa decampo para arrendar.

Já em 2003, o Município de Penafiel conseguenovos financiamentos para a promoção do sítio arque-ológico de Monte Mozinho, através da iniciativa co-munitária INTERREG III – A e da candidatura à Me-dida 2.2, num projecto de arqueoturismo transfrontei-riço que envolveu os Municípios portugueses dePenafiel, Miranda do Douro, Mogadouro e as Deputa-ções espanholas de Ávila e de Salamanca (Carvalho,2005:114-115). No âmbito deste projecto conjunto,Rota dos Castros e Verracos, foram realizadas cam-panhas de escavação arqueológica, uma exposiçãoitinerante, várias maquetas do castro, nova edição demateriais de informação e divulgação, bem como osite oficial do projecto, no endereço www. castrosever-racos.com12. Para além destas acções, adquiriu-se igual-mente o mobiliário e material informático para o Cen-tro Interpretativo, casa dos arqueólogos e para o labo-ratório, tendo sido estes equipamentos inaugurados em

2004, com a realização do coló-quio Castro, um lugar para ha-bitar, também subsidiado pelomesmo programa13. Para asinaléctica, mobiliário urbano epara completar o recheio e equi-pamento informático do Centrolaboratório está agora em cursoum projecto financiado pelo pro-grama LEADER+, em execuçãodesde 2006 e que ficará concluí-do no final deste ano.

O castro de Monte Mozinhoconstitui um núcleo dependentedo Museu Municipal com ópti-mas as condições de acesso e defruição, tendo ao dispor do visi-tante um conjunto de infra-estruturas que permitem não sóa sua valorização, como também

a sua promoção a nível nacional. O Mozinho tem, desde2004, um guarda permanente, que habita no local, eque vai fazendo a manutenção e limpeza da área docastro, zelando igualmente pela vigilância da área. OCentro Interpretativo está aberto ao público de 5ª-fei-ra a Domingo das 14.00h às 18.30horas, e encontra-seequipado com três maquetas (do castro, da casa-pátiocastreja e da casa romana), painéis informativos e al-gumas peças da necrópole em exposição. O visitantepode também ali consultar variada bibliografia dispo-nível, visionar no Auditório um pequeno filme acercado castro e das suas escavações, e também recolher ainformação necessária, nomeadamente o folheto e oroteiro de visita, antes de iniciar o seu périplo pelaárea arqueológica. As visitas guiadas para grupos sãofeitas por nós e pela arqueóloga responsável pelo pro-jecto, gratuitamente, e realizam-se em qualquer dia dasemana mediante marcação prévia através do MuseuMunicipal.

Mas nem só o castro de Monte Mozinho é alvo definanciamentos no âmbito dos quadros comunitários

12 Deste programa saiu uma edição final conjunta: Ser Quijano, Gregório del (Coord.) – Rota dos Castros e Berrões de Ávila, Salamanca,Miranda do Douro, Mogadouro e Penafiel – Institución Gran Duque de Alba, Diputación de Ávila, 2006. A página web tem tambémum endereço espanhol, em www.castrosyverracos.com.13 As actas do Colóquio encontram-se publicadas em Cadernos do Museu, Museu Municpial de Penafiel, 2005, n.º 11.

Figura 6. Vista aérea do castro de Monte Mozinho (Foto Penaguião & Burnay)

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de apoio. Foram, por isso, elaboradas pelo MuseuMunicipal e pelo DGU, através dos arquitectos JoséMelo, Cristina Carvalho e Ana Santos, três candidatu-ras ao programa LEADER+ com vista à valorização edivulgação do património arqueológico do Município.

A primeira destas candidaturas, designada Itinerá-rio Arqueológico do Vale do Tâmega - Penafiel, abran-ge as freguesias de Peroselo, Luzim e Boelhe, e foi jáaprovada, iniciando-se a sua execução ainda em De-zembro de 2007. Neste projecto procurou criar-se umitinerário que conseguisse unir coerentemente váriosmonumentos com cronologias muito di-versas, mas que careciam de uma acçãoconcreta de valorização para que pudes-sem efectivamente ter condições de visi-ta que justifiquem a sua promoção e di-vulgação. (Fig. 7)

O itinerário proposto tem início naIgreja de Peroselo, passando depois pe-las sepulturas medievais rupestres daQuintã, junto da Capela de SantaCatarina, que serão alvo de umarequalificação ao nível da limpeza e daremoção de elementos obsoletos, comtratamento do pavimento e da envolventedo conjunto. Daí o visitante poderá en-caminhar-se para a zona da necrópole

megalítica da Tapada de Sequeiros,em Luzim, onde se encontram omenir e as gravuras rupestres conhe-cidas como Pegadinhas de S. Gonça-lo. Esta área será igualmente alvo delimpeza e tratamento da coberturavegetal, criando-se uma pequenazona de estacionamento e condiçõesde acesso para que peões e bicicletaspossam fazer o trajecto de ligação aosegundo núcleo de gravuras rupes-tres, em Lomar, através do caminhomilenar que cruza a Serra de Luzim.Chegado a este ponto, o visitante po-derá ter uma melhor perspectiva dopequeno penedo onde se encontramas insculturas sem ter de subir ao mes-mo, nomeadamente através da cons-trução de uma estrutura pergoladaque permitirá observar o conjunto de

cima, protegendo-se assim o núcleo rupestre da acçãoerosiva das “solas de sapatos”. Descendo já em direc-ção ao Tâmega, poder-se-á ainda visitar a igreja ro-mânica de S. Gens de Boelhe, valorizada no âmbitodo projecto da Rota do Românico do Vale do Sousa,passando-se também pelo casal romano da Bouça doOuro, cujo restauro já abordámos, culminando-se avisita na pequena Capela de Passinhos, de onde o visi-tante poderá descer até às margens do rio. (Fig. 8)

O objectivo deste projecto foi potenciar o rico pa-trimónio arqueológico ligado ao vale do Tâmega atra-

Figura 7. Vista do conjunto de sepulturas medievais rupestres da Quintã

Figura 8. Gravuras rupestres de Lomar

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vés de pequenas intervenções físicas na zona dos mo-numentos e na sua envolvente, nomeadamente no queconcerne à melhoria das condições dos acessos, colo-cação de sinalética adequada, direccional e informati-va, em cada um dos sítios, e algum mobiliário urbanocomplementar. Como suporte imaterial destas acções,e como veículo de informação e divulgação deste iti-nerário, foi prevista a edição de dois folhetos, quecomplementarão a sinaléctica informativa de proximi-dade e que visam dar melhores condições de fruiçãoao visitante mais curioso, que procura um conhecimen-to mais aprofundado.

No mesmo sentido foram ainda apresentados maisdois projectos ao programa LEADER+, que actual-mente se encontram aprovados em regime deoverbooking mas que o Município vai executar mes-mo sem financiamento.

Relativamente ao primeiro destes projectos, o Per-curso Patrimonial de Santa Marta, o visitante é mais umavez convidado a ver mais do que um monumento. Tra-tando-se, neste caso, de uma freguesia muito próxima dacidade de Penafiel, pensamos que facilmente este itine-rário será um complemento de visita para quem esteja nocentro histórico, tendo por isso grande potencial ao nívelda divulgação e promoção junto do público. O projectoprevê a intervenção em três dos monumentos mais rele-vantes e reconhecidos da freguesia de Santa Marta, mui-to próximos entre si e de fácil acesso porque situados aolongo da estrada municipal, estando associados à velhavia que por ali passava, vinda de Penafiel rumo à pontede Canaveses, em direcção a Mesão Frio e ao Douro in-terior (Santos, 2005b:69-72, 83).

O trajecto tem início com a passagem pela pontemedieval, que será alvo de limpeza e consolidação,recuperando-se também as margens do rio Cavalúmcomo zona de lazer. Daí o visitante segue para a Antade Santa de Marta, criando-se na envolvente do dólmenum percurso pedonal cuidado, delimitado por espé-cies arbustivas tradicionais, como alfazemas e rosma-ninhos, para correcção do caminho de acesso actual,que se faz por um carreiro pela parte posterior da anta.Pretende-se assim conduzir o visitante a chegar aomonumento através do seu corredor, respeitando aentrada natural do mesmo. A cobertura vegetal daenvolvente do dólmen, e nomeadamente o pouco queresta da sua mamoa e couraça, será igualmente alvode tratamento paisagístico, com plantação de prado

rasteiro após a limpeza e remoção dos eucaliptos queactualmente infestam o local. (Fig. 9)

Do lado oposto da estrada, no terreno fronteiro àanta, encontram-se ainda três sepulturas medievaisrupestres, que actualmente não têm qualquer visibili-dade, considerando a densidade do actual coberto ve-getal. Com este projecto pretende-se proceder à lim-peza da área e estruturar os percursos pedonais quepossibilitem a sua observação, criando simultaneamen-te um prado pontuado por carvalhos. Será também alicriada uma cortina vegetal que permita encobrir o cam-po de futebol fronteiro, que tem um considerávelimpacte visual sobre a área, através de uma pequenazona de bosque, constituída por espécies autóctonesadequadas, como carvalhos, loureiros e medronheiros.O projecto prevê igualmente a colocação de sinalécticadireccional e informativa de proximidade em cada umdos monumentos, sendo complementado com a edi-ção de um folheto informativo.

O segundo projecto a executar, designado Patri-mónio Arqueológico do Planalto do Mozinho, abran-ge as freguesias de Valpedre, Pinheiro e Capela, e as-sume-se como um circuito complementar relativamentea um conjunto de outros pontos de interesse cultural jáconsagrados desta área do Município, nomeadamenteo castro de Monte Mozinho, o lugar de Mesão Frio, aaldeia preservada de Cabroelo e o núcleo moageiro doMuseu da Broa. Constitui, assim, um percurso históri-co com valor, integrado numa rede mais abrangentede locais culturalmente relevantes que podem vir apromover-se mutuamente.

O projecto tem como objectivo principal potenciara salvaguarda, valorização e promoção do sítio arque-ológico do Mosteiro das Freiras, divulgando-se emsimultâneo a existência das necrópoles megalíticas daCruz da Giesteira e da Plaina do Loureiro, que, pornão estarem escavadas, escapam ao conhecimento dopúblico em geral. A intervenção neste sítio passará pelamelhoria dos acessos e pela aposta numa sinalizaçãodireccional e informativa eficaz, sendo o ponto cen-tral do projecto o corte e desvio do caminho públicoque actualmente atravessa o sítio. As acções de res-tauro e consolidação das estruturas do eremitério es-tão igualmente previstas, com repavimentação do in-terior do recinto arqueológico e tratamento paisagísticoda envolvente que permitam uma melhor leitura domesmo, optimizando-se as condições de fruição do mo-

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numento, por forma a transformá-lo num ponto deatracção. A estas acções junta-se, uma vez mais, o su-porte imaterial através da edição de um folheto infor-mativo. (Fig. 10)

Para finalizar, temos actualmente um outro projec-to em mãos, que resultou do acompanhamento arque-ológico do Arranjo Urbanístico do Centro Cívico deAbragão, realizado no âmbito da Medida 2.4 do Pro-grama Operacional da Região Norte. Estando a acom-panhar presencialmente os trabalhos de remoção dotelhado do edifício que se pretendia recuperar, desti-nado à Junta de Freguesia, identificámos nas paredes

Figura 9. Planta de intervenção do Percurso Patrimonial de Santa Marta

do mesmo vários elementos com decoração românicaali reaproveitados. O pequeno edifício era constituídopor dois pisos, caiados interiormente, e por uma cozi-nha, com forno e lareira, à qual estava anexada, peloexterior, uma forja de ferreiro.

Desde logo foi necessário reunir as várias entida-des envolvidas no projecto, tendo-se decidido, antesde mais, proceder à limpeza e remoção da cal das pa-redes para que se pudesse realizar um levantamentodos vestígios existentes14. Assim, foi feito um levan-tamento exaustivo de todos os alçados interiores e ex-teriores do edifício, tendo-se identificado e registado

14 As entidades envolvidas neste projecto são o Município de Penafiel, a Delegação Regional de Cultura do Norte (ex IPPAR), aComissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte e a Rota do Românico do Vale do Sousa.

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em desenho um total de 48 elementos com decoraçãoromânica. No entanto, verificámos que a maior partedos silhares estavam com a decoração virada para ointerstício da parede, tendo sido sobretudo aproveita-das as faces laterais no aparelhamento dos muros. Fa-cilmente concluímos que deveria haver bastantes maisvestígios do que os identificados no levantamento, até

Figura 10. Planta de intervenção do Património Arqueológico do Planalto do Mozinho

porque as paredes do edifício eram duplas. (Fig. 11)Dada a relevância deste achado tão inesperado, foientão decidido suspender a obra de recuperação doedifício existente e proceder ao seu desmonte, manuale com o nosso acompanhamento permanente, tendoesta operação aumentado o número de silhares comdecoração para 70. Os elementos pétreos vieram en-

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15 Os desenhos foram realizados por Maria Helena Parrão Bernardo.

tão para o Museu Municipal, onde foram lavados ma-nualmente e marcados com a numeração que lhe foraatribuída aquando do desmonte, com relação à suaposição nos alçados do edifício. Evidentemente, foinecessário proceder à reformulação do projecto ini-cial e da própria candidatura ao ON, passando esta acontemplar já não a recuperação do edifício, mas osnecessários estudos e tratamentosdos vestígios encontrados. Assim,presentemente estão concluídos odesenho individual de cada um dossilhares e o tratamento de conserva-ção dos mesmos, tendo sido execu-tada a limpeza e a estabilização físi-co-química dos granitos, já que severificou a necessidade de os con-solidar dado o grau de desagregaçãoque apresentavam15.

O estudo artístico e iconográficodos elementos decorativos está a serrealizado por Lúcia Rosas, da FLUP,que entretanto fez connosco umaanálise preliminar deste conjunto,tendo-se concluído que os silhares

permitem a remontagem parcial deum portal, com duas a três arqui-voltas, do qual existem dois capitéise duas bases do lado do Evangelho.Concluímos, portanto, que a igreja deAbragão teria tido em época români-ca provavelmente a mesma escala dasigrejas de Paço de Sousa ou de Roriz,sobretudo quando verificámos que tí-nhamos naquele conjunto parte deuma grande rosácea, cujo diâmetrointerior ronda os 2,70m. Este estudointegrará uma publicação, editadapelo Museu Municipal na série Ro-teiros, e um folheto informativo e dedivulgação do achado e do contextohistórico-artístico da Igreja de Abra-gão. (Fig. 12)

A intenção das várias entidadesenvolvidas no projecto é agora integrar estes elemen-tos num novo edifício, construído de raiz para alber-gar museologicamente os silhares, correctamente re-montados. O novo edifício, inicialmente destinado àJunta de Freguesia, virá a funcionar também comocentro interpretativo da Rota do Românico, contribu-indo não só para a divulgação e promoção daquele

Figura 12. Capitel românico proveniente de Abragão (Desenho de Helena Bernardo)

Figura 11. Identificação para levantamento dos elementos românicos em Abragão

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projecto regional, como também para o reforço daimagem românica da igreja de Abragão, profundamen-te alterada nos séculos XVII e XVIII.

Mas o esforço para uma eficaz valorização e di-vulgação do património arqueológico passa também,e sobretudo, pelas actividades do quotidiano, nomea-damente pela sensibilização das populações, em espe-cial do público escolar, e das Juntas de Freguesia, quese revelam cada vez mais um parceiro aliado na pro-tecção do seu património.

Neste sentido, a actividade própria do Museu nãoé menos importante para a gestão do património noque toca à divulgação e à sensibilização, que fazemos

por exemplo através das exposições temporárias, dasvisitas guiadas ao património concelhio, das activida-des pedagógicas do serviço educativo ou do CampoArqueológico do Mozinho. As acções que o MuseuMunicipal realiza no âmbito das comemorações anu-ais do Dia Internacional dos Museus, do Dia Interna-cional dos Monumentos e Sítios, ou ainda das Jorna-das Europeias do Património, têm vindo a revelar-seum êxito, contribuindo para que o enfoque sobre opatrimónio arqueológico do Município alerte a cons-ciência de todos para a importância que a sua preser-vação assume no contexto da identidade e memóriacolectiva das futuras gerações.

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