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INTERMUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - SP Curso de Atendimento Fraterno Departamento de Orientação Doutrinária São José dos Campos Janeiro/2014 O conteúdo básico deste material é o resultado do apresentado no opúsculo “Atividades Doutrinárias” da USE-SP e oferecido às Casas Espíritas. Este curso tem sido possível aplica-lo graças à dedicação e abnegação de trabalhadores espíritas de várias Casas que têm predispostos a auxiliar as Casa irmãs quanto à preparação de mais trabalhadores na importante atividade de atendimento fraterno. Coube a Comissão Executiva da USE-ISJC, em outubro de 1994, preparar e aplicar o primeiro curso em São José dos Campos com base neste material.

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INTERMUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - SP

Curso de Atendimento Fraterno Departamento de Orientação Doutrinária

São José dos Campos Janeiro/2014

O conteúdo básico deste material é o resultado do apresentado no opúsculo “Atividades Doutrinárias” da USE-SP e oferecido às Casas Espíritas.

Este curso tem sido possível aplica-lo graças à dedicação e abnegação de trabalhadores

espíritas de várias Casas que têm predispostos a auxiliar as Casa irmãs quanto à preparação de mais trabalhadores na importante atividade de atendimento fraterno.

Coube a Comissão Executiva da USE-ISJC, em outubro de 1994, preparar e aplicar o primeiro

curso em São José dos Campos com base neste material.

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DECÁLOGO DO "NÃO" DA ASSISTÊNCIA ESPIRITUAL

NÃO dar orientações mediunizado, de guias espirituais.

NÃO decidir sobre questões pessoais ou intimas.

NÃO fazer trabalho mediúnico na presença do assistido ou do público.

NÃO prometer soluções aos problemas individuais.

NÃO aproveitar a presença do assistido para vender rifas ou pedir donativos.

NÃO dar ciência ao assistido das informações obtidas nos trabalhos mediúnicos.

NÃO deixar que médiuns ou dirigentes comentem os acontecimentos da sessão mediúnica,

fora do grupo.

NÃO dar receituários de qualquer espécie, nem intitular o trabalho como "de cura".

NÃO achar que tudo é mediunidade. NÃO criticar os erros alheios, sendo compreensivo.

Conteúdo Programático

1. O que é o Centro Espírita

2. Conceito de Assistência Espiritual e consulta em face da Lei

3. Quem procura o Centro - Situação e Expectativas

4.Conceito de Entrevista

5. Entrevistador

6. Como Atender - Entrevista e Encaminhamento

6.1. Técnica da entrevista

6.2. Como estabelecer elo de confiança com os (as) entrevistados(as)

6.3. Encaminhamento

6.4. Indicações para encaminhamento

6.5. Critérios para encaminhamento dos(as) necessitados (as) para outras

reuniões do Centro Espírita

6.6. Acompanhamento - retorno para avaliação

7. Entrevistador - Requisitos, Atitudes e Comportamento.

7.1. Requisitos

7.2. Atitudes

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a. Saber ouvir

b. Saber conversar

c. Manter-se em oração e vigilância

d. Ante o que ouvir

e. Humildade

f. Valor do Estudo Doutrinário e Frequência regular ao Centro

g. Evitar Promessa de Cura

h. O valor do diálogo fraterno

i. Pontos essenciais na Orientação Espiritual

8. A necessidade de harmonia na equipe de entrevistadores

9. Terapêutica complementar: a atividade assistencial

10. Assistência Espiritual e Medicina Convencional

10.1. Necessidade do tratamento conjunto: medico o espiritual

10.2. O valor da medicina convencional (terrena)

10.3. Médico de confiança e médico especialista

11. Superstição, fanatismo e água fluidificada

11.1. Combate a superstição: passo nas roupas, objetos e fotografias

11.2. O fanatismo em torno dos médiuns em geral

11.3. Esclarecimento sobre a água fluidificada

12. Atendimento às crianças e às pessoas idosas

12.1. O atendimento às crianças

12.2. Como agir perante as pessoas idosas

13. Informações úteis.

13.1. O valor terapêutico do passe

13.2. Conceito de tratamento espiritual e milagre

13.3. Esclarecimentos sobre o valor da fé

13.4. Como interpretar a "higiene mental"

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13.5. Porque continuar no Centro após o tratamento espiritual

13.6. A necessidade de disciplina no trabalho espírita

14. Alguns tipos de orientações.

14.1. Como orientar os problemas de "desvios do comportamento"

14.2. A orientação sobre os desajustes familiares

14.3. A orientação sobre problemas sentimentais

14.4. A orientação sobre problemas psíquicos e emocionais

14.5. A orientação sobre os pedidos a distância

14.6. Problema Social e enfermidade

14.7. Problemas coletivos: influência espiritual e perseguição

14.8. Orientação sobre pontualidade o assiduidade

14.9. Hipocondria, clichês mentais e ideias fixas

14.10. Influência espiritual G envolvimento da mediunidade

15. Estudo e prece

15.1. Necessidade da leitura de "O Evangelho Segundo o espiritismo"

15.2. O valor da oração diária em casa

15.3. O valor do Estudo do Evangelho no Lar

16. Atitude do(a) entrevistado(a) na Câmara de Passes

17. Esclarecimento aos entrevistadores sobre a folha de recomendações

18. Bibliografia sugerida.

1. O que é o Centro Espírita

“ Bendita escola de almas, hospital, templo de amor, celeiro de esperanças, oficina de

caridade”

(Sementeira da Fraternidade – Cap. 58)

Em "Estudando a Mediunidade", Cap., XLI. Martins Paralva diz: "O Centro Espírita, por

analogia, pode ser comparado a um hospital de Pronto Socorro. Enfermos de todos os matizes,

para ali se dirigem, diariamente, confiantes e esperançosos". E mais, "Os templos espíritas são

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como os hospitais: precisam de clínicos competentes e estudiosos, hábeis e humanitários,

capacitados a ajudaram, eficientemente, aos enfermos que ali buscam medicamente e socorro".

Quem procura o Centro Espírita, precisa ser acolhido E encaminhado às atividades que ali

lhe sejam apropriadas. O modo como for recepcionado e atendido, influirá, decisivamente na

opinião que irá formar quanto ao Centro e quanto à própria Doutrina.

É muito importante que os trabalhadores estejam preparados para atender as pessoas que

nele buscam assistência.

Diz-nos André Luiz (No Mundo Maior - Cap., VII) que "a crença religiosa tem se revelado

incapaz de cumprir as funções que lhe foram delegadas pela Divina Sabedoria, por falta de

pessoal adequado”. “Entretanto, para suprir essa falta, legiões de auxiliares invisíveis ao olhar

humano se desdobram, em toda parte, socorrendo os que sofrem, colaborando com os

trabalhadores decididos".

Importa, pois, preparar trabalhadores para as diversas tarefas de assistência,

desenvolvidas no Centro, dentre elas, o atendimento e encaminhamento de necessitados.

Compete-nos, também, a tarefa de “aprimorar para os métodos de trabalho para ajudar

cada vez melhor” (Espírito da Verdade – Cap. 70)

2. Conceito de Assistência Espiritual e consulta em face da Lei

A Constituição Brasileira assegura a todos os cidadãos a liberdade de pensamento,

portanto, a de crença a religião.

A partir de 1889, com a Proclamação da República, o Estado passou a ser laico em matéria

religiosa, cabendo-lhe, exclusivamente, o Poder temporal, e à Religião, o poder espiritual. Não

lhe cabe, portanto, ajuizar sobre esta ou aquela forma de assistência espiritual, a não ser que

extrapole o âmbito com o estatuído na Carta Magna e seus sucedâneos, leis, decretos, códigos,

etc.

Evidentemente, entre as religiões, variam os conceitos e formas de assistência espiritual, já

que seus princípios e fundamentos doutrinários diferem entre si.

No Espiritismo, o conceito de Assistência Espiritual decorre daquela sentença do Espírito da

Verdade, constante de O Evangelho Segundo o Espiritismo: “Espíritas, amai-vos, eis o primeiro

mandamento; instruí-vos, eis o segundo”. Esse, portanto, é o verdadeiro alimento com que se assiste

aos famintos que ocorrem aos Centros Espíritas, na busca do pão espiritual.

Assim, a recepção fraterna, a entrevista, a palestra, a distribuição de mensagens de

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encarnados e desencarnados, e, até mesmo, a consulta, desde que realizadas com critério

pautado sobre as obras codificadas por Allan Kardec a outras que lhes são complementares, em

nada colidirão com os princípios da ética, pensamento e direito.

A Assistência Espiritual, no Espiritismo, compreende, também, a Entrevista, o Passe e a

Consulta. Aqui, todo o critério e cuidado nunca serão demais, a fim de que não se esbarre na

Contravenção Penal, que estabelece nos artigos 283 a 284 (Código Penal - Título VIII), o que

segue; - "Curandeirismo: inculcar ou anunciar cura por meio secreto e infalível; prescrever,

ministrar ou aplicar, habitualmente, qualquer substância; usar gestos, palavras ou qualquer

outro meio; fazer diagnósticos".

A citada contravenção aplica-se não somente ao Espiritismo, mas, a toda e qualquer pessoa

que nela capitule, incidindo contra a saúde pública (mental ou física).

No meio espírita, jamais as consultas, entrevistas, passes e outras técnicas assistências

deverão dispensar o adjetivo ESPIRITUAL, afim de que não se caracterize o ilícito penal de

“crime contra a saúde pública”.

3. Quem procura o Centro - Situação e Expectativas

a) espíritas ou interessados em conhecer a Doutrina Espírita, que, naturalmente,

devem ser encaminhados aos cursos, trabalhos doutrinários, serviço social, através

dos setores adequados, ou outros;

b) pessoas não espíritas, enfermas, sofredoras, desalentadas, cansadas,

perturbadas, que buscam ajuda. Para muitas dessas pessoas, o Centro Espírita

representa, talvez, a última esperança, depois de peregrinarem por consultórios

médicos, hospitais, e recursos outros, sem encontrarem alívio;

c) pessoas ligadas a outras crenças;

d) perda de pessoas amadas;

e) desentendimentos conjugais ou familiares;

f) filhos problemas;

g) desequilíbrios nervosos, psíquicos ou espirituais;

h) alcoolismo ou uso de outras drogas;

i) enfermidades renitentes a tratamentos médicos ou não diagnosticadas;

j) interesse em "desenvolver mediunidade' , como solução de problemas;

k) desemprego e problemas econômicos;

l) parentes ou pacientes com doenças (eventualmente terminais).

Todos esperam encontrar solução para seus problemas e angústias. É importante que

recebam atenção, carinho fraternal, orientação segura e adequada, para encontrarem o

equilíbrio e a paz.

4. Conceito de Entrevista

A finalidade da entrevista é de triagem, pois, pelo contato pessoal, podemos separar os

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casos de doenças do corpo e questões fúteis e os casos realmente espirituais e que mereçam um

atendimento afetivo pelo trabalho de assistência espiritual. Não deve ocorrer nenhuma

conotação de "tratamento" e sim, de "assistência espiritual".

As palavras CONSULTA e ENTREVISTA deveriam ser abolidas da prática espiritual por

darem margem a conotação antidoutrinária, como áugure, adivinho, e seus corolários. Em seus

lugares deveria prevalecer o diálogo, fundamental no trabalho de assistência espiritual.

5. Entrevistador

Entrevistador é o colaborador que tem a função especializada de dialogar com os assistidos a

fim de lhes dar esclarecimento doutrinário e conforto espiritual e fazer o seu encaminhamento às

atividades do Centro que lhes sejam apropriadas.

O entrevistador deve ser espírita e enquadrar-se no conceito que Allan Kardec inseriu em

O Evangelho Segundo o Espiritismo, a saber: "Reconhe-se o verdadeiro espírita pela sua

transformação moral e pelos esforços que faz para dominar as suas más inclinações”.

Ao lado desta necessidade, avulta a do conhecimento dos princípios basilares da

Doutrina Espírita, como a reencarnação, comunicabilidade dos Espíritos, pluralidade de

mundos habitados, mundo espírita, intervenção dos espíritas no mundo corpóreo,

emancipação da alma, enfim, O Livro dos Espíritos, O Evangelho Segundo o Espiritismo e,

se possível, alguns livros de André Luiz e Emmanuel.

Ninguém pode dar daquilo que não possui. Portanto, o entrevistador deve estar preparado

e orientado para poder ajudar, a fim de que a orientação se processe com êxito, com fruto de

sua capacidade.

Assim, mesmo tendo aptidão mediúnica, não deve dar orientações mediunizado, embora

conte com a constante proteção e inspiração dos bons Espíritos.

É preciso lembrar que esta proteção e inspiração encontram tanto maior apoio na medida

em que os componentes da equipe se harmonizem, renunciando aos pontos de vistas

pessoais e fixando-se nos objetivos gerais (Doutrina) e nos objetivos instrumentais, que são o

trabalho em si.

6. Entrevista e Encaminhamento

6.1. Como interpretar a "Recepção Fraterna" aos entrevistados e frequentadores em

geral

Devemos considerar, primeiramente, que a frequência numa casa espírita se constitui de

pessoas provindas dos mais diversos grupos socioculturais.

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Sem que pretendamos padronizar, seria louvável recepcionar as pessoas com afabilidade

e alegria, sem distinguir a ninguém, particularmente, à entrada e no salão geral.

É preciso não esquecer que, a maioria dos que acorrem ao Centro Espírita, vêm pela dor,

perturbação espiritual, com problemas de relacionamento, etc. Por isso, o recepcionista e o

espírita militante devem ser comedidos nas atenções e relacionamento.

Diz-nos Herculano Pires na obra "Mediunidade" que é preciso não matar a

espontaneidade amorosa de boa e antiga caridade. "O requinte do ambiente excita a vaidade

dos dirigentes e até mesmo dos servidores das instituições, que acabam se fantasiando de

mordomos de castelos imperiais".

6.2. Como atender - Entrevista e Encaminhamento

Todas as pessoas que chegam ao Centro em busca de assistência espiritual devem ser

encaminhadas a uma entrevista.

Entende-se por entrevista, um diálogo, através do qual, se poderá verificar as

necessidades e/ou expectativas das pessoas, a fim de orientá-las e encaminhá-las às tarefas de

assistência espiritual que melhor atendem a cada caso.

A entrevista deve ser realizada em lugar reservado, onde possam estar o entrevistador

e o entrevistado (a entrevistada). Se este (esta) necessitar de acompanhante, pode-se permitir.

É aconselhável que os assistidos sejam atendidos por entrevistadores do mesmo sexo,

evitando-se, com esta medida, a possibilidade de envolvimentos inadequados entre as

pessoas.

A cada caso deve ser dedicado o tempo necessário, porém sem prolongar

demasiadamente, a conversa, lembrando que, por certo, haverá outros necessitados

aguardando atendimento, embora devemos considerar que é um tempo que não se tem domínio.

O tempo da entrevista deve ser aproveitado ao máximo, pois, uma entrevista resume-se

em:

atender

ouvir

analisar

ajudar (confortando/esclarecendo/orientando para as tarefas de assistência

espiritual,passes,..)

Através de um diálogo fraterno e amigo, ouvindo com atenção e interesse, o

entrevistador procurará analisar, à luz da Doutrina Espírita e com multo tato e amor, os

problemas que se lhe apresentarem, objetivando o esclarecimento e o conforto espiritual do

(da) entrevistado (a) orientando-o (a) sobre o que fazer para se melhorar e suportar ou

superar e solucionar os seus problemas, falando sobre:

importância e necessidade de humildade, tolerância, compreensão e amor;

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substituir os pensamentos negativos por outros positivos (higiene mental);

esforçar-se por se reajustar às leis divinas;

cultivar o hábito da prece diária (Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. XXVII -

22).;

procurar servir ao próximo, praticando a caridade;

dedicar-se a leituras edificantes (Evangelho e outros livros espíritas que

deverão ser

recomendados) - (Espírito da Verdade -Cap. I);

atender à orientação que lhe está sendo ministrada.

Conforme a necessidade de cada caso, e sem a preocupação de fazer proselitismo, o

entrevistador irá colocando, ao longo da entrevista e de outras que terá com o (a) mesmo (a)

entrevistado (a), os princípios doutrinários adequados, em pequenas "doses" e no momento

certo, conforme as necessidades, tais como:

tudo obedece às leis divinas, justas e imutáveis (causa e efeito);

os elementos reunidos numa mesma família não o são por acaso (afinidades,

expiações e provas);

com a reencarnação, temos a oportunidade de recomeçar, reajustar e progredir,

perante às leis divinas;

Deus ama todas as criaturas, prevendo e provendo o que lhes é

fundamentalmente necessário à existência e ao progresso.

6.3. Técnica de entrevista

O(a) entrevistador(a) deverá, ouvir e orientar o(a) entrevistado(a) dentro da ótica espírita,

conservando sua neutralidade, falando com otimismo mas, evitando o fanatismo.

Sempre que o(a) entrevistado(a) informar que existe algum problema relacionado com a saúde

mental ou física, perguntar-lhe o que o médico falou do seu problema. Caso o(a) entrevistado(a)

não tenha ainda procurado a medicina, explicar-lhe que tratamento espiritual não dispensa o

tratamento médico.

Recomendar a frequência regular ao Centro, durante o período, que permite aos Espíritos

Benfeitores, realizarem um tratamento satisfatório e isso demanda algum tempo. Algumas pessoas

desejam o milagre na primeira reunião ou no primeiro passe. Lembrar que Kardec em O Livro dos

Médiuns, afirmou que: “milagre é um ato de potência divina contra as leis da natureza”. Isso equivale

a dizer que o milagre não existe.

O(a) entrevistador(a) deverá ser agradável, atencioso e paciente para estabelecer o elo de

confiança junto ao(a) necessitado(a).

6-4. Como estabelecer elo de confiança com os(as) entrevistados(as)

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A vontade do Criador, na essência, é, para nós, a atitude mais elevada que somos capazes

de assumir, onde estivermos, em favor de todas as pessoas, estabelecendo através dessa

atitude, elos indissolúveis de confiança com nossos semelhantes. Essa atitude mais elevada que

estamos chamados a abraçar diante dos outros é, sem dúvida, a execução do dever que as leis do

Eterno Bem nos preceituam para a felicidade geral.

O dever adquire especificações determinadas, de acordo com as circunstâncias e

passamos à mencionar alguns dos nomes que o definem nos lugares e condições em que somos

levados a cumpri-los:

na conduta → sinceridade

no sentimento → limpeza

na ideia → elevação

na atividade → serviço

no repouso → dignidade

na alegria → temperança

na dor → paciência

no lar → devotamento

na rua → gentileza

na profissão → diligência

no estudo → aplicação

no poder → liberdade

na afeição → equilíbrio

na corrigenda → misericórdia

na ofensa → perdão

no direito → desprendimento

na obrigação → resgate

na posse → abnegação

na carência → conformidade

na tentação → resistência

na conversação → proveito

no ensino → demonstração

no conselho → exemplo

6.5. Encaminhamento

Finalmente, após ter conversado o suficiente, para atender os problemas do

entrevistado(a):

encaminhar o paciente ao trabalho de assistência, em que melhor se enquadre,

fornecendo, de preferência, por escrito, a indicação de dias e horários, pois, muitos terão

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dificuldades de guardar na memória as instruções;

explicar, detalhadamente, como se realizam os trabalhos para os quais está sendo

encaminhado (a), o que é o passe, o valor das preleções, etc.

Se for necessário encaminhar para outra equipe, explicar as razões desse

encaminhamento e deixar que o entrevistador da equipe que o receberá, forneça os detalhes do

trabalho. Neste caso, encaminhar por escrito.

6.6 Indicações para encaminhamento

Perturbações espirituais diversas, obsessões, desequilíbrios mentais e psíquicos, portadores

de epilepsia, encaminhar aos trabalhos de fluidoterapia;

Enfermos físicos, enviar para os grupos de assistência a enfermos;

Alcoólatras ou toxicômanos, procurar encaminhar as pessoas, e em paralelo com o

tratamento espiritual, a instituições especiais, da comunidade;

Desentendimentos conjugais, familiares e sociais devem ser encaminhados aos trabalhos

de orientação doutrinária e passes.

6.7. Critérios para encaminhamento dos(as) necessitados(as) para outras reuniões do

Centro Espírita

A maioria das pessoas que procuram o Centro Espírita apresenta problemas de saúde

física, mental ou desajustes de ordem psíquica e emocional.

Com o tratamento espiritual e a frequência regular, as pessoas vão apresentando

significativas melhoras e manifestam desejo de frequentarem reuniões de desenvolvimento

mediúnico, ou cursos, como o COEM ou mesmo reuniões da Mocidade Espírita.

Embora essas pessoas tenham feito o tratamento espiritual e estejam em processo de

reequilíbrio, demonstrando mais serenidade e bem-estar, nem sempre reúnem| condições

satisfatórias para ingressarem em referidos cursos ou reuniões específicas. Principalmente,

existe um interesse e urna grande curiosidade para o campo da mediunidade. Mas, precisamos

estar alertas para as pessoas que têm imaginação fértil, demonstrando tendências a fixação

mental de supraexcitação, cuja natureza reflete incompatibilidade para o processo do

desenvolvimento mediúnico.

O encaminhamento dessas pessoas para grupos mediúnicos ou para cursos específicos

deverá ser feito após um trabalho de triagem a fim de constatar se elas apresentam condições

favoráveis para um bom aproveitamento dessas reuniões. Em caso contrário, deverão

continuar um pouco mais, nas reuniões de tratamento, de exposição evangélica e passes.

Há necessidade, também, de fazer-se uma avaliação dos candidatos que pretendem

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ingressar na Mocidade Espírita. Lembramos que os jovens pertencentes à Mocidade se

dedicam aos estudos, filosóficos e científicos com muita dedicação e, para isso, precisam

desfrutar de bom equilíbrio psíquico e emocional. Precisamos, pois, observar as condições dos

candidatos jovens que procuram inicialmente o tratamento e somente encaminhá-los para a

Mocidade quando demonstrarem uma condição realmente satisfatória, a fim de não criar

problemas para o Grupo da Mocidade.

6.8. Acompanhamento - Retorno para avaliação

O atendimento não se resume a apenas uma entrevista. Todas as recomendações serão

colocadas aos assistidos nas várias entrevistas a que deverá se submeter.

A cada retorno, será necessário avaliar os resultados obtidos com o tratamento:

houve, ou não, melhora? Ligeiras ou acentuadas?

foram seguidas as instruções?

existem fatos novos a referir?

Nessa avaliação, verificar a necessidade de continuar o tratamento por mais tempo, ou

até em certos casos, fazer o encaminhamento a outras equipes.

Sempre deverão ser repetidas e reforçadas as recomendações e esclarecimentos diversos.

Casos muito graves ou aqueles que não apresentem melhoras, devem ser levados à análise

dos responsáveis pelos trabalhos.

Quando o (a) assistido (a) alcançar razoável equilíbrio espiritual, convidá-lo para o estudo

sistemático da Doutrina e encaminhá-lo para os cursos de iniciação ao Espiritismo, palestras, etc.

Oferecer-lhe, também, oportunidades de se engajar no serviço em favor do próximo.

7. Entrevistador - Requisitos, Atitudes e Comportamentos.

7.1. Requisitos

a. encontrar-se em situação moral e espiritual equilibrada, contando com

experiência de vida e que possa inspirar confiança aos entrevistados. Importante

verificar pelo exposto aqui que o entrevistador não é sempre considerado como tal,

pois dependerá sempre do seu constante estado de equilíbrio;

b. possuir conhecimentos evangélico-doutrinários suficientes para orientar e

esclarecer com segurança. Para isto, há que se proceder ao contínuo e constante

estudo;

c. conhecer o Centro, seus objetivos, atividades, dias, horários, e finalidades de cada

trabalho, para encaminhar adequadamente os assistidos, ou seja, manter-se

atualizado quanto às atividades desenvolvidas pela Casa;

d. amor ao próximo, para estar disposto(a) a ouvir, entender e ajudarão entrevistado(a);

e. "Se o conhecimento socorre por fora, só o amor socorre por dentro...O

conhecimento pode pouquíssimo, comparado com o muito que o amor pode

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sempre". (André Luiz, em No Mundo Maior).

f. ser assíduo e pontual;

g. apresentação: vestir-se com simplicidade, decentemente e estar sempre em

boas condições de higiene pessoal.

h. ser indicado pelo Departamento de Orientação Doutrinária da Casa Espírita, a

partir do conjunto de suas características adequadas à função de atendente

fraterno.

7.2. Atitudes

a. Saber ouvir

Dispor-se a ouvir com atenção, interesse e simpatia, a fim de conhecer

bem os problemas do(a) entrevistado(a) e poder ajudar. “Aprendamos a

ouvir para auxiliar”. (Opinião Espírita – Cap. 38)

b. Saber conversar

1. com naturalidade e cordialidade;

2. em linguagem acessível ao interlocutor(a). Evitar

expressões que nada signifiquem para ale (ela),tais

como:perispíríto, vibrações, obsessões, obsessores, fluidos;

3. conduzir o (a) assistido (a) a falar sobre suas aflições,com habilidade,

sem que ele (ela) se sinta forçado (a) a isso; evitar perguntas

indiscretas.

c. Manter-se em Oração e Vigilância

1. para buscar a inspiração dos Bons Espíritos que orientam a tareia;

2. para não se deixar envolver pelos problemas do (a)

entrevistado (a) ou pelos Espíritos em desequilíbrio, que,

eventualmente, o (a) acompanham. (Roteiro - Cap. 35),

d. Ante o que Ouvir

1. Serenidade: não se escandalizar com atitudes descontroladas,

aflições e confidências do(a) entrevistado(a); Interessar-se pela

narração e fatos, sem pieguismo e sentimentalismos vãos. Ouvir

mais do que inquirir e perguntar; interessar-se, mas, neutralizar-

se das emoções e vibrações do(a) entrevistado(a).

Emmanuel, no livro "Roteiro", esclarece que dois terços dos

médiuns jazem na zona de perturbações, coerentes, portanto,

com o Mundo de Provas e Expiações em que v i vem os .

Podem os os tentar es te a le r ta aos

ENTREVISTADORES, a fim de que se preparem, eduquem as

emoções, equilibrem o sistema nervoso, cuidando do repouso

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físico e da economia das forças físicas e psíquicas;

2. compreensão: para com os, sentimentos a reações das

criaturas.

3. respeito: à pessoa humana e seu livre-arbítrio. Portanto não

censurar nem condenar (Semente da Fraternidade - Cap. 20).

4. discrição: guardar sigilo em torno dos problemas do(a)

entrevistado(a). A discrição deve ser uma constante na vida

do espírita e, muito mais, quando ele assume a função de

ENTREVISTADOR, pondo-se a par de problemas e tramas da

vida alheia; o silêncio e a reflexão dão azo a que os

Bons Espíritos concorram com sua parcela para a equação e,

talvez, solução dos problemas. O comentário é o alimento

negativo que concorre para atrelar as entidades espirituais

sintonizadas à mente e aos dramas do(a) entrevistado(a) ou

assistido(a). Indiscrição poderá, com o tempo, perturbar o(a)

entrevistador(a).

e. Humildade

Saber auxiliar com simplicidade, sem personalismo,

sem demonstrar ações de sabedoria ou superioridade,

sem a presunção de resolver (Opinião Espírita - Cap. 38).

Saber às vezes, dizer "não sei", "não posso".

f. O Valor do Estudo Doutrinário e Frequência Regular ao Centro

Através da frequência regular ao Centro Espírita, estabelece-se uma

espécie de "elan" magnético-espiritual entre o(a) entrevistador(a) e o

templo espírita, possibilitando o trabalho de equipe de retaguarda

espiritual.

De outro lado, o estudo metódico da Doutrina, através das obras básicas

e as que lhe são consequentes, ampliam o campo mental do(a)

entrevistador(a) e aumenta seu acervo cultural, aumentando-lhe o

potencial intuitivo e de inspiração, indispensável para a ação eficaz

dos técnicos da Espiritualidade, no trabalho de Assistência Espiritual.

g. Evitar promessa de cura

Não podemos e não devemos prometer a cura, a qualquer pessoa que se

aproxime enfermo, do corpo ou da alma, porquanto, só podemos e

devemos fazer aquilo que realmente tenhamos condições para realizar,

Jesus é o médico das almas e nós sabemos que o corpo apenas reflete

a doença da qual a alma está possuída. Devemos, pois, dar aos nossos

irmãos enfermos, o endereço do medico das almas: Jesus. Orientando-

os para que, enquanto não se encontrem em condições para adentrar o

Consultório Divino, com fé e confiança, não dispensar de forma alguma,

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o auxílio da medicina terrena, até que a alma, no encontro com o Médico

Jesus, consiga libertar-se da doença.

h. O Valor do Diálogo Fraterno

Através do diálogo fraterno que o(a) entrevistado(a) tem a oportunidade

de desabafar junto a alguém que se interessa pelo seu problema e

oferece amorável ajuda, tem início um extraordinário processo de

reabilitação para quem apresenta alguma necessidade.

Esclarecer ao(a) entrevistado(a) como direcionar a vontade, e o

pensamento para revitalizar o magnetismo celular, explicando que a

queixa, a revolta e o desespero, provocam desarmonia do metabolismo

glandular. As ideias de temor relacionadas com moléstias contagiosas,

mutilantes e irreversíveis, provocam desequilíbrio e neuroses, que

geram infelicidade. Falar sobre a necessidade da disciplina menta! e da

prece, corno forças positivas, que protegem a saúde.

O(a) entrevistador(a) precisa de habilidade e sabedoria para controlar o

tempo da entrevista, procurando neutralizar as fantasias oníricas dos

pacientes e os excessos da imaginação (vide O Livro dos Espíritos -

no. 400).

O(a) entrevistador(a) deve lembrar-s.e de que o,"diálogo fraterno” não é

doutrinação e por isso, não deve provocar indigestão filosófica no(a)

entrevistado(a). É preciso discernir entre trabalho de assistência

espiritual e reunião da estudo.

O doente que procura um médico necessita de tratamento e não de um

curso de medicina - "consultório não é faculdade”.

i. Pontos essenciais na Orientação Espiritual

O nosso principal e grande, objetivo é alicerçar a fé e a confiança no

coração das criaturas. É exatamente este medicamento que está

faltando na farmacologia humana.

Se for esse o nosso objetivo, precisamos cuidar para reunirmos as

qualidades mínimas e essenciais para poder ajudar, cujas qualidades

constituem nosso patrimônio espiritual, do qual distribuiremos aos

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nossos irmãos que se aproximam da nós buscando esclarecimento, ou

seja, de orientação espiritual.

Para que a orientação se processe com êxito, consideramos necessário

que saibamos e possamos realizar o seguinte:

Ensinar → praticando

Obedecer → prestativo

Amar → edificando

Falar → construindo

Ouvir → sem malícia

Ajudar → elevando

Amparar → levantado

Passar → servindo

Orar → serenamente

Crer → agindo

Atender → com gentileza

Socorrer → melhorando

Confiar → vigiando

Receber → distribuindo

Cooperar → sem apego

Esclarecer → respeitoso

Caminhar → com todos

Avançar → auxiliando

Agir → no bem geral

Corrigir → com bondade

Perdoar → sempre

Os ensinamentos acima são de autoria de André Luiz, registrados na

obra Agenda Cristã, página 11.

Conta-nos o Espírito Joanna de Ângelis, no livro Estudos Espíritas,

página 14, que um jovem sedento de orientação espiritual para afirmação

de sua fé, procurou, certa vez, o pensador e sacerdote hebreu Shammai

e o interrogou:

_ Poderias ensinar-me toda a Bíblia durante o tempo em que possa

ficar de pé, num só pé?

_ Impossível! Respondeu-lhe o filósofo religioso.

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_ Então de nada me serve a tua doutrina, retrucou o moço.

Logo após, buscou Hilel, o famoso doutor, propondo-lhe a mesma

indagação. O Mestre, acostumado à sistemática da lógica e da

argumentação, mas, também, conhecedor das angústias humanas,

respondeu:

_ Toma a posição.

_ Pronto! Retrucou o moço.

_ AMA ! Elucidou Hilel.

_Só isso ? E o resto, que existe na Bíblia? Inquiriu, apressadamente.

_Basta o amor, concluiu o austero religioso. Todo o restante da Bíblia

é somente para explicar isso.

8. A Necessidade de harmonia na equipe de entrevistadores

Deve-se procurar conduzir reuniões periódicas entre os responsáveis pelo Atendimento

Fraterno/Entrevista em conjunto com o Departamento de Orientação Doutrinária do Centro.

A reunião tem o objetivo de se buscar a harmonia, sendo esta a base de todo trabalho

construtivo, quanto mais no de equipe. Apesar das entrevistas ocorrerem com o entrevistador,

assumindo a sua individualidade, seus conhecimentos e seus conceitos doutrinários e seu livre

arbítrio, nunca esquecer que o mesmo representa a Sociedade Espírita, a Doutrina Espírita, da qual

a própria equipe espiritual faz parte.

É preciso lembrar que também, a equipe espiritual encontra tanto maior apoio, na medida que

os companheiros se harmonizam, renunciando aos pontos de vistas e fixando-se nos objetivos

gerais (Doutrina) e nos objetivos instrumentais, que é o trabalho em si.

As reuniões para conscientização dos meios e das finalidades ensejarão oportunidade

para enriquecimento do trabalho de Assistência Espiritual, bem como, a avaliação do mesmo e

reformulação de técnicas e métodos, resultando em harmonia geral, a partir do consenso entre todos

e sua consequente aplicação prática.

9. Terapêutica complementar: a Atividade Assistencial

Não existe nenhum coadjuvante melhor para qualquer tratamento da enfermidade da alma,

com reflexos na matéria, do que tão logo o(a) necessitado(a) sinta os primeiros sinais de melhora,

poder começar a ser útil, pondo-se a trabalho digno em favor do seu semelhante. Por isso, devemos

incentivar nas criaturas que estejam se submetendo à orientação espiritual, que se disponham, o

mais breve possível, a algum trabalho assistencial.

É extremamente importante que aquele que era o assistido, entenda corretamente que qualquer

serviço assistencial deve ser visto apenas como um instrumento, cujo objetivo ou finalidade é a sua

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evolução moral. Não se deve buscar a assistência como fim em si mesma, mas como meio de se

buscar, continuamente, o crescimento moral, que é exatamente, a consequência natural da prática

do Espiritismo.

10. Assistência Espiritual e Medicina Convencional

10.1. Necessidade do tratamento conjunto: módico e espiritual

O tratamento espiritual jamais dispensará a assistência médica, sendo, pois, obrigação

de orientar o(a) necessitado(a) a procurar um clínico do sua confiança nos processos de

distúrbios físicos ou mentais.

O Estudo da Doutrina permite-nos compreender a intima relação dos problemas espirituais,

e fisiológicos, ou seja, Espírito e Corpo.

Uma Casa Espírita é primeiro uma escola, um templo, onde se educa o Espírito a viver nos

dois lados da Vida: o material e o espiritual.

Conforme já dissemos, é preciso não confundir os objetivos-meios. "Assistência Espiritual"

com o objetivo-fím: educação do Espírito. É necessário que os meios não se transformem em

fins, com prejuízos reais para a Doutrina.

Voltamos a insistir que o trabalho de "Assistência Espiritual" é no sentido de orientar a

pessoa a que se encontre a si mesma, solucionando os seus problemas, sem paternalismos e

dependências, nem de médiuns, nem de Centros, nem de tal ou qual trabalho.

Eis o preceito: "Ajuda a ti mesmo e o céu te ajudará".

10.2. O valor da medicina convencional (terrena)

A medicina é bênção divina junto aos que sofrem e, por esta razão, Deus permitiu ao

homem descobrir a anestesia.

O desencanto devido à existência de charlatães não deve ser motivo de condenação à

nobre ciência médica. Trata-se de problema de comportamento humano em função do livre-

arbítrio. Afinal, o engodo não é exclusivo da medicina, mas característica de alguns homens,

espíritos ainda imperfeitos.

Nunca subestimar a medicina convencional, achando que a medicina espiritual é superior. O

intercâmbio científico entre os dois planos é programa divino, existindo uma solidariedade

magnífica entre os médicos da Terra e os médicos do Além, através dos recursos telepáticos

mesmo que inconscientes para os humanos.

Lembrar sempre aos(as) entrevistados (as) que a "fé não exclui a previdência" como nos

adverte André Luiz em Conduta Espírita. Isto deve funcionar como antídoto contra o fanatismo

e a ignorância.

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Existe a necessidade do tratamento concomitante, isto é, tratamento médico e tratamento

espiritual, lembrando que o homem é um binômio: corpo e alma.

10.3. Médico de confiança e Médico especialista

0(a) entrevistador(a) deverá sugerir aos entrevistados com problemas físicos ou mentais,

para procurarem o médico de sua confiança, que os encaminhará para outros especialistas, se

for o caso.

Não encaminhar a médicos especialistas, porque isso pode ter, também, uma conotação

de comercialização, comissão, interesse, etc.

Evitar indicar nomes de médicos, pois, poderemos provocar ressentimentos ou protestos

da respeitável classe profissional.

O(a) entrevistador(a) jamais deverá interferir no diagnóstico dado pelo médico. Não é

função do(a) entrevistador(a) e nem é essa a finalidade do trabalho espírita. Qualquer

sugestão, mesmo bem intencionada, é desaconselhável com relação ao quadro clínico.

Nunca sugerir remédios, mesmo os caseiros ou chás de ervas e, também, a medicina

alternativa a exemplo da homeopatia. Devemos conter o impulso de medicar, pois acima de

tudo, está a imagem da Casa Espírita, onde militamos perante a opinião pública.

0(a) entrevistador(a) deverá lembrar-se, sempre, que o nosso trabalho ó a "assistência

espiritual", através do diálogo, do passe, da água fluidificada e da evangelização-doutrinária.

11. Superstição, Fanatismo e Água Fluidificada.

11. 1. Combate à superstição: Passe nas roupas, objetos e fotografias.

Nas páginas de O Evangelho Segundo o Espiritismo, os Espíritos sentenciaram: "Fé

inabalável só é a que pode enfrentar a razão face a face, em todas as épocas da Humanidade"

e Jesus esclareceu "conhecerás a verdade e a verdade vos libertará".

É preciso, aos poucos, com tato, método, lhaneza no trato e na abordagem da questão,

irmos educando os frequentadores das casas espíritas e a nós mesmos, de modo a romper

com esses resíduos religiosos que trazemos para o interior da Seara Espírita. Devemos sempre

lembrar que muitos que procuram ou frequentam os nossos Centros, vieram de outras religiões

nas quais não encontraram a satisfação do conhecimento de "suas verdades", mas mesmo

assim, ainda não cortaram todos os "seus vícios".

“Daí a imperiosidade do conhecimento de O Livro dos Espíritos” compreendendo-se que o

Universo é regido pelo pensamento e vontade de Deus, o mesmo ocorrendo com relação ao

universo espiritual de cada pessoa.

Lembramos que a transmissão do fluido deve ser feita de pessoa para pessoa, devendo-se

evitar práticas esdrúxulas de darem-se passes em roupas, toalhas e objetos pertencentes ao

necessitado, bem como não há necessidade alguma de levar-se sua fotografia para que seja

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atendido à distância.

O assunto "PSICOMETRIA" tratado por André Luiz e Ernesto Bozzano, dentre poucos,

merece estudo, porém nada tem a ver com a prática do passe espírita e irradiações, nos

trabalhos realizados no interior de instituições espíritas.

11.2. Fanatismo em torno dos médiuns em geral.

O endeusamento dos médiuns é, sem dúvida, um dos mais funestos escolhos da

mediunidade, o que maiores prejuízos causa ao médium atingindo-o duramente a curto, médio

e longo prazo.

O espírita esclarecido é cauteloso nas referencias aos companheiros da mediunidade,

quando a boa palavra se faz necessária, em forma de estímulo e amparo.

Mais do que todos os escolhos, o endeusamento é o ópio dos médiuns, podendo fazê-los

resvalar, inapelavelmente, nos desfiladeiros da vaidade, da presunção, do orgulho. Tudo por

falta absoluta de estudo evangélico e doutrinário, cuja ausência constitui sério escolho na

prática mediúnica.

O médium deve ler, estudar, refletir, assimilar e viver, quanto lhe seja possível as edificantes

lições

do Evangelho e do Espiritismo a fim do que possam oferecer aos espíritos

comunicantes, os elementos necessários e uma proveitosa comunicação.

O médium estudioso, além disso, é instrumento dócil, maleável, acessível. Tem sempre

uma boa roupagem para vestir as ideias a ele transmitidas, através das diversas modalidades

da mediunidade, enquanto que, o que não estuda, nem se renova, cria dificuldades à

transmissão da mensagem, favorecendo, com isso, a desconexão, a confusão, etc.

Precisamos e devemos combater o fanatismo em torno das mediunidades, reprimindo

qualquer iniciativa que tenha tendência a assinalar a mediunidade, o médium ou os fatos

mediúnicos como sendo extraordinários ou místicos. O intercâmbio mediúnico é

acontecimento natural e o médium é um ser humano como qualquer outro.

Devemos estar prevenidos contra os pedidos inadequados junto à mediunidade. Os

médiuns são companheiros comuns que devem viver, normalmente, as experiências e as

provas que lhes cabem.

Por nenhuma razão, devemos elogiar o medianeiro pelos resultados obtidos através dele,

lembrando-nos que é sempre possível agradecer sem lisonjear. Para nós, todo o bem puro e

nobre procede de Jesus, Nosso Mestre e Senhor. (André Luiz em Conduta Espírita).

Devemos aprender no desenvolvimento das tarefas doutrinárias, colocar o fenômeno

mediúnico em sua verdadeira posição de coadjuvante, colaborador natural da convicção,

considerando-o, porém, dispensável, na construção moral a que nos propomos. A Doutrina

Espírita é luz inalterável.

Devemos conduzir as possibilidades de divulgação do Espiritismo, em qualquer setor,

no trabalho da evangelização, conferindo-lhe, dando-lhe preferência sobre a ação dos

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fenômenos. Diante dos imperativos da responsabilidade moral, todo fenômeno é

secundário.

Viver segundo o Evangelho; eis a nossa necessidade fundamental. Jamais devemos

partilhar de assembleias espíritas, visando unicamente a sucessos espetaculares. As

manifestações não são a base essencial do Espiritismo. Devemos descentralizar a

atenção das manifestações fenomênicas que acontecem nas reuniões de que

participamos, para nos determos no sentido moral dos fatos e das lições. Na mediunidade,

o fenômeno constitui o envoltório externo que reveste o fruto do ensinamento.

11.3. Esclarecimentos sobre a água fluidificada.

"E qualquer que tiver dado só que seja um copo d'água fria por ser meu discípulo, em

verdade vos digo que, de modo algum, perderá o seu galardão" (Mateus 10-42).

Vejamos a opinião de Emmanuel em O Consolador, questões 103 e 104: “A água

pode ser fluidificada, de um modo geral, em benefício de todos; todavia-, pode sê-lo em

caráter particular para determinado enfermo e, neste caso, é conveniente que o

uso seja pessoal e exclusivo” .

"A caridade não deve atender situações especializadas. A presença de médiuns

curadores, bem como as reuniões especiais, de modo algum pode constituir o preço do

benefício aos doentes, por quanto os recursos dos guias espirituais, nessa esfera de ação,

podem independer do concurso mediúnico, considerando o problema dos méritos

individuais”.

Pelo exposto, o serviço de “Assistência Espiritual” pode utilizar-se do recurso

fluidoterápico da água, mas com critério, sem estendê-lo a toda as situações, de modo a

evitar o misticismo e o fanatismo, fazendo dessa prática, como tantas outras, uma espécie

de panaceia, ou remédio para todos os males.

D i z i a o Apóstolo Paulo que nenhuma coisa é imunda por si mesma, senão para

aquele que a tem por imunda.

Assim, o passe, a sessão mediúnica, as palestras, a água fluidificada, a entrevista, ou

qualquer técnica ou recursos de Assistência Espiritual, poderão ser bem ou mal,

dependendo de quem, da forma, do lugar, etc. em que se os apliques.

Critério e bom-senso em tudo. Essa a verdadeira orientação.

12. Atendimento às crianças e às pessoas idosas.

12.1. O atendimento às crianças.

Evidentemente, o(a) entrevistado(a) não irá manter um diálogo com a criança, pois isso

é impossível. Geralmente, são os pais que falam pelas crianças.

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O(a) entrevistador(a) deverá esclarecer aos responsáveis que, a maioria dos casos, o

nervosismo infantil ou outras reações de medo, etc., são resultantes de desajustamento

dos adultos, que desconhecem a delicada área da sensibilidade infantil.

Recomendar sempre que os pais tenham atitudes otimistas e palavras ajustadas ao

Bem, perto das crianças, pois elas são facilmente sugestionáveis. Evitar ameaças como

meio disciplinar.

Explicar sobre a necessidade do diálogo com amor, do exercício da paciência e,

sobretudo, da doação de amor em benefício do bem-estar das crianças. Muito cuidado nas

conversações em casa.

12.2. Como agir perante pessoas idosas.

Devemos agir perante as pessoas idosas, da mesma forma que agimos junto aos nossos

pais, quando na realidade os amamos e respeitamos ,tudo fazendo para que sintam,

através dos nossos gestos e cuidados, esses nossos sentimentos.

Cumprimentá-los afetuosamente. Acarinhá-los com sincera fraternidade,

envolvendo em vibrações de sincero respeito. Auxiliá-los, cordialmente, a se locomoverem

para as salas de entrevistas e de passes, procurando, se preciso for, até que deixem as

dependências em que nos encontramos.

13. Informações úteis

13.1. O valor terapêutico do passe.

Os benefícios que nos proporcionam os passes são efetivos na restauração de. Devemos

explicar ao(a) necessitado(a) que o passe espírita limpa a nossa aura espiritual, muitas

vezes impregnada de fluidos pesados, oriundos de ambientes diversos, ou por nossa

invigilância nas atitudes diárias. Explicar que esses fluidos, pela sua constância, poderão

acarretar-nos moléstias físicas, nervosismo, etc., afetando altamente o campo do psiquismo.

Emmanuel esclarece que: "Assim como a transfusão de sangue representa uma

renovação das forças físicas, o passa é urna transfusão de energias psíquicas" ("O

Consolador" - questão 98).

13.2. Conceito de tratamento espiritual e milagre.

Muitas pessoas que procuram o tratamento espiritual ou a assistência dos Espíritos para seus

problemas, de qualquer natureza esperam o "milagre" através do passe e da água fluidificada.

Voltamos a repetir a expressão de Kardec: "milagre é um ato da potência divina contra as leis

comuns da natureza". Concluímos, portanto, que as leis naturais não podem ser derrogadas.

Nos casos de enfermidades, devemos lembrar a orientação de André Luiz em Conduta

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Espírita, quando adverte que: "o trabalho, de recuperação do corpo fundamenta-se na reabilitação

do espírito". Esta sentença estabelece harmonia com o principio evangélico: “Ajuda a ti mesmo, que o

céu te ajudará”.

Observamos, assim que, as reações dos necessitados variam de pessoa para pessoa e os

resultados positivos dependem da colaboração de cada um, através do exercício da higiene mental e

recomposição interior.

O s e s p í r i t o s r e a l i z a m o t r a b a l h o d e n a t u r e z a c i e n t í f i c o n o

c a m p o d a “ m e d i c i n a e s p i r i t u a l ” , onde não há lugar para o milagre e nem para a

medicina terrena.

O(a) entrevistador(a) deverá sempre estimular o otimismo do(a) necessitado(a), para

despertar o potencial psicológico, mas evitará qualquer promessa de cura, pois, os resultados

pertencem a Deus. Evitar, portanto, aquilo que poderíamos classificar de "o suplício da

esperança".

13.3. Esclarecimentos sobre o valor da fé.

Tentar incutir na mente dos(as) entrevistados(as) que a fé remove montanhas nas dificuldades.

Lembra-lhes que a fé deixa de ser abstrata quando viva se exteriorizada na forma do trabalho,

dedicação e boa vontade.

Mostrar-lhes que todas as pessoas são iguais perante Deus e valem muito dentro da Vida e se

confiarem nas próprias forças, poderão mudar o rumo das coisas. Com esse pensamento positivo:

"posso, confio, acredito, vencerei"; atrairão forças espirituais positivas, impulsionando-os cada vez

mais para o alto e para Deus.

Lembrar as palavras de Jesus: “Tudo que faço, podeis fazer e mais ainda”.

13.4. Como interpretar a “Higiene Mental” .

É Emmanuel quem nos orienta, dizendo: “o pensamento é idioma universal e,

compreendendo-se que o cérebro ativo é um centro de ondas em movimento constante, estamos

sempre em correspondência com o objeto que nos prende a atenção”. Assim, os nossos irmãos

enfermos, perturbados, etc., estão sempre em correspondência com aquilo que, no momento,

lhes está sucedendo, uma permuta contínua de vibrações e doenças, perturbações, etc.

A mudança urgente de comportamento mental deverá, sem dúvida, beneficiar essas

pessoas: mais otimismo, mais alegria em viver (afinal, a Vida é mesmo uma benção), é preciso que

aprendam a reconhecer isso. Maior confiança naqueles que caminham ao seu redor. Esforço para

aprender e acompanhar o desenvolvimento das coisas, pois, muitas vezes são pessoas, cujo modo de

pensar, está defasado da realidade. Aplicações do tempo disponível em tarefas que possam

desenvolver suas aptidões, até hoje adormecidas.

Essas pessoas são, na verdade, doentes da alma, muito mais do que doentes do corpo, que

sofre os reflexos da conduta mental doentia, que precisa ser combatida com toda boa vontade.

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A influência do pensamento na vida é indiscutível, criando reflexos negativos e positivos,

segundo o rumo que lhe dermos.

Pensamentos elevados proporcionam saúde e bem estar, auxiliando grandemente a cura

de enfermidades, proporcionando entusiasmo e alegria, favorecendo a ligação com entidades

superiores, ligação que pode ser o prelúdio de sublimes realizações mediúnicas. (Vide a obra

Mediunidade e Evolução de Martins Peralva).

13.5. Porque continuar no Centro após o tratamento espiritual.

Esclarecer aos(as) entrevistados(as) que a. frequência regular ao Centro Espírita é uma

forma de manutenção do benefício que. recebemos do mundo espiritual, tornando possível

ampliar o nosso campo de conhecimento e preparar futuros obreiros da seara espírita, onde existe

tanta lágrima para enxugar

Todavia, o(a) entrevistador(a) deverá respeitar o sentimento religioso do(a)

entrevistado(a), pois em alguns casos, trata-se de pessoas que estão comprometidas com

outra religião e, neste caso, como orienta Allan Kardec, não devemos fazer proselitismo, isto

é, não devemos insinuar junto ao necessitado para mudar de religião. Precisamos sempre,

respeitar o livre-arbítrio de todas as pessoas.

13.6. A necessidade de disciplina no trabalho espírita.

Aprendamos a obedecer no culto das próprias obrigações. Se não acreditamos na

disciplina, observemos um carro sem freio, como nos fala André Luiz, na obra deias e Ilustrações:

“Leis indefectíveis de amor e justiça superintendem os fenômenos do Universo e

fiscalizam as reações de cada espírito. Assim, pois, no trabalho de nossa própria renovação, não

podemos desprezar nenhuma das nossas manifestações pessoais, disciplinando-as até com rigor,

sem que o dificilmente marcharemos para a Vanguarda de Luz”. (Estude e Viva – pag. 90)

"Lábios envenenados pelo fel da maledicência não conseguem sorrir com verdadeira

alegria. Ouvidos fechados com a cera da leviandade, não escutam as harmonias intraduzíveis da

paz. Olhos empoeirados pela indiscrição, não veem as paisagens reconfortantes do mundo.

Braços inertes na ociosidade, não conseguem fugir à paralisia. Mente prisioneira do mal, não

amealha recursos para reter o bem. Coração incapaz de sentir a fraternidade pura, não se ajusta

ao ritmo da esperança e da fé". ("Estude e Viva" - páginas 89 e 90).

14. Tipos de Orientações.

14.1. Como orientar os problemas de "desvios de comportamento".

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Para orientarmos alguém em qualquer circunstância em que se encontre, é necessário

reunirmos o mínimo de condições exigidas, conforme esclarecemos em 7.2.i (Pontos essenciais

na orientação espiritual).

Precisamos aprender, principalmente, nos casos de "desvios de comportamento", a atender

sem descer.

Quando temos de descer a um lugar lodoso, tomamos cuidado em não movimentá-la, a

fim de não chafurdarmos no lodo: pisando com todo cuidado. Quando nos abaixamos num

parapeito à grande altura, chegamos a nos amarrar com uma corda na cintura, para que não

despenquemos precipício abaixo.

Assim, também, quando atendemos a pessoas com desvios de comportamento, cuidemos

de nos precaver para evitar contatos que possam, amanhã, trazer-nos resgates dolorosos:

vigiemos as palavras que proferimos, para não sermos mal interpretados.

Caridade não é rebaixamento de nosso nível, mas, elevação do companheiro desajustado.

Tolerância não é ceder às imposições apaixonadas de espíritos desequilibrados, mas, esforço

para reequilibrá-los pela mesma pauta que nos beneficia a alma. Ajudemos, sem desajustarmo-

nos. Atendamos, sem decair.

Atendemos para que, ao darmos a mão a quem está no poço, não sejamos puxados para

o fundo do mesmo; mas, firmemo-nos bem, para nos sustentarmos a nós mesmos, com

segurança e, além disso, podermos tirar do abismo o irmão caído, em consequência do "desvio de

comportamento" (Vide maiores ilustrações na obra de Torres Pastorino, sob o título Sugestões

Oportunas).

14.2. A orientação sobre os desajustes familiares

Devemos lembrar aos(as) entrevistados(as) do: "amai-vos uns aos outros", que Jesus nos

ensinou, explicando-lhes que a caridade deverá começar no lar, onde primeiramente devemos

ser autênticos na fidelidade, na renúncia e no perdão. Conscientizá-los da atenção no cultivo da

harmonia do lar, através das pequenas coisas, tais como o comprimento das obrigações diárias

com alegria e otimismo.

Um sorriso e uma palavra amiga, não custam nada a ninguém.

Explicar sem afetação e sem comparações, que a Doutrina Espírita ensina que

reencarnamos repetidas vezes com os mesmos desafetos, sob a forma de pai, mãe, esposo,

filho e irmão. A reencarnação é bênção para o nosso aperfeiçoamento. E. o esquecimento

temporário, permite que aprendamos mais rapidamente, a amar os nossos inimigos, com justo

mérito.

Assim, pois, os desajustes familiares, são normais, porém deverão ser corrigidos com amor.

Para isso, Jesus nos estende a destra amiga, através de seus propostos, a partir do momento que

entendemos que toda dificuldade, ao ser vista com fé, passa a ser encarada como oportunidade

que é colocada à nossa frente, para crescimento.

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14.3. A orientação sobre problemas sentimentais

Na orientação dos problemas sentimentais, o(a) entrevistador(a) evitará opinar com as

palavras "SIM" ou "NÃO", mantendo, portanto, a sua neutralidade em assuntos dessa natureza,

que, geralmente, são delicados. Deverá, contudo, "orientar aos(as) entrevistados(as) para a

necessidade de confiarmos, primeiramente, em Deus e a Ele pedir que os eflúvios celestes

penetrem nossa mente, ajudando-nos a decidir entre o Coração e a Razão, desenvolvendo a

faculdade chamada. LIVRE ARBÍTRIO. E, assim, dentro do equilíbrio espiritual, não magoar e

nem afetar o semelhante.

As pessoas com problemas sentimentais devem ser orientadas a se conduziram com muita

serenidade, buscando por si mesmas a melhor solução para suas necessidades afetivas. Para

Isso, é importante a meditação espiritual, a reflexão serena e a confiança em Deus e no seu

Infinito Amor.

14.4. A orientação sobre problemas psíquicos e emocionais

Recomendar o seguinte aos(as) entrevistados(as): frequentar o Centro Espírita nas

reuniões de exposição evangélico-doutrinária e receber passes; somente indicar o

comparecimento às chamadas "sessões práticas", após um período de tempo necessário ao

reequilíbrio psíquico e emocional, bem como, depois de adquirir o conhecimento básico do

Espiritismo e a participação ao COEM.

Recomendar aos(as) entrevistados(as) para fazerem, juntamente com o tratamento

espiritual, através dos passes, o exercício de "higiene mental", através de passeios em lugares

onde haja contato com a natureza e procurarem sentir Deus na Criação, ' valorizando Sua

bondade. Ouvirem músicas suaves, cultivarem a boa leitura, buscando sempre livros com

assuntos amenos que trazem conforto, estímulo e coragem, tais como: O Evangelho

Segundo o Espiritismo, Sinal Verde, Sugestões Oportunas, Deus Aguarda e outros mais que

proporcionam bem-estar e estímulo.

Recomendar, também, para fazerem visitas agradáveis, conversar com crianças e,

principalmente, buscar a terapia do trabalho, procurando alguma ocupação diferente, além das

obrigações normais.

Participarem de uma equipe onde se projete ou se realize o bem para a

comunidade, sentindo-se úteis ao semelhante. Ou ainda, aprendendo algo de novo. Enfim,

trabalho e ocupação para o cérebro e para as mãos, ajudam a restaurar as energias físicas

e espirituais, promovendo o renascimento da esperança, da alegria, da autoconfiança e da

paz.

Evidentemente, o(a) entrevistador(a), diante desses casos de problemas psíquicos, deverá

recomendar, também, aos(as) necessitados (as) para procurarem o concurso abençoado

da medicina. Assim, o benefício será maior, quando unimos os recursos da medicina

convencional com as orientações espirituais.

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14.5. A orientação sobre os pedidos à distância.

Sempre que o(a) entrevistador(a) receber um pedido para alguém que está em casa,

necessitando de ajuda espiritual, deverá anotar o nome, endereço e idade, numa folha de

papel, entregando-o, posteriormente, ao dirigente da reunião, que encaminhará esse pedido

para o grupo que realiza essa modalidade de trabalho no Centro.

Recomendar a pessoa que formulou o pedido, para orientar o necessitado, assim que

puder se locomover, para comparecer ao Centro, a fim de receber o benefício diretamente,

através do passe e receber a mensagem do Evangelho que constitui uma fonte de bênçãos e

de paz.

Em todos os Centros Espíritas, existem trabalhos de vibrações à distância. Os(as)

entrevistadores deverão conhecer a forma de trabalho e as orientações existentes junto aos

Grupos que realizam esse trabalho, a fim de transmitir aos interessados, as recomendações

sobre horário, etc.

14.6. Problema social e enfermidade.

Os problemas sociais geram muitos necessitados que procuram a orientação e

assistência espiritual nos Centros Espíritas. O desemprego é problema social que provoca

desequilíbrio emocional e nervosismo. Neste caso, o passe se destina a tranquilizar o

necessitado que receberá a orientação do diálogo fraterno para promover uma revisão sobre

as suas atitudes e reflexão em busca da serenidade.

O passe não se destina a "conseguir emprego". O passe deixa a pessoa mais calma e

colabora no reequilíbrio emocional, permitindo procurar novo emprego, fazer testes, pensar e

solucionar problemas com mais tranquilidade, pois a Doutrina Espírita ajuda sempre nos

problemas de inquietação de ordem psíquica, espiritual e material: O Evangelho é roteiro de

paz, esperança e otimismo.

Existem outros problemas pisco sociais também, como: a sexualidade desvirtuada, o

adultério, o aborto e os desajustes familiares, que geram enfermidades psíquicas, espirituais,

materiais ou físicas. O passe e a assistência espiritual promovem o reequilíbrio que a Doutrina

oferece, através da sua mensagem edificante. Um problema social é o terrível vício dos

tóxicos. Tenhamos em mente que Jesus é sempre o Caminho, a Verdade e a Vida. Sigamo-lo,

pois.

14.7. Problemas coletivos: influência espiritual e perseguição.

Muitas pessoas procuram o Centro Espírita apresentando uma neurose tradicional

resultante da subcultura: a mania de perseguição, tratada convencionalmente como

"influência espiritual". Precisamos em nome do bom-senso, combater a "síndrome do

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encosto".

Existem traumas de infância; traumas da vida uterina e traumas do pretérito, que

desajustam o psiquismo humano, provocando desvios de comportamento, tais como: ódio,

vingança, mania de suicídio, impiedade, prostituição, desonestidades, maledicência, calúnia,

orgulho, egoísmo, vícios diversos, etc., e que costumamos atribuir a "influência espiritual",

culpando sempre os mortos, pelos nossos insucessos, como se a bondade de Deus

terminasse no túmulo.

Devemos lembrar que o inferior não atinge o superior e o remédio é o exercício do Bem,

pois, a mecânica do intercâmbio entre o corpóreo e o incorpóreo ó problema de similitude ou

sintonia.

Devemos combater a preocupação dominante de que todo mal vem do espaço.

Neutralizar o temor pelos “trabalhos feitos”.

Diante das pessoas que cultivam essa neurose de insegurança emocional,

devemos lembrar a magnitude da sabedoria do Apóstolo Paulo, ao escrever a famosa epístola

aos romanos, no capítulo 8, versículo 31: "SE DEU SÉ POR NÓS, QUEM SERÁ CONTRA

NÓS?”.

14.6. Orientação sobre pontualidade e assiduidade.

Esclarecer aos(as) entrevistados(as) que as pequenas coisas, sendo bem feitas, abrem

as portas para dádivas maiores. Saibamos fazer por merecer.

Assiduidade e a pontualidade nas reuniões espíritas, são o ponto de referência e o

cartão de visitas que, depositamos nas mãos abnegadas dos Amigos Espirituais que tanto

desejam nos ajudar.

Explicar que o plano espiritual obedece a uma ordem e PARA RECEBERMOS, temos

necessidade de estabelecer o equilíbrio ou harmonia com os propósitos do A lto.

14.9. Hipocondria, clichês mentais e ideias fixas.

Devemos nos conscientizar que muitas pessoas têm "mania de doença" e através das

formas-pensamentos negativos, cultivam as enfermidades e jamais encontram solução para o

problema. Na realidade, trata-se de um fenômeno psicológico que poderá transformar-se num

problema fisiológico. Geralmente, essas pessoas promovem automedicamento por

influência de propagandas comerciais, ou receitas de leigos, trazendo mais desequilíbrio

para a área psíquica com consequências desagradáveis para a economia orgânica.

O(a) entrevistador(a) diante dessas pessoas, deverá esclarecer que os resultados

devem ser aguardados com serenidade, evitando qualquer desgaste com ansiedades

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Improdutivas. Promover o encorajamento e oferecer palavras eficientes para tranquilizar o(a)

necessitado(a). Para esses problemas, o diálogo fraterno e construtivo é fundamental.

14.10. Influência espiritual e envolvimento da mediunidade.

Os espíritas imprudentes e sem conhecimento doutrinário, costumam usar uma atitude

incoerente e comprometedora diante de alguns problemas, tais como: quando um(a)

necessitado(a) informa que tem depressão, angústia, provocados por problemas

sentimentais; ou ainda, insônia e desinteresse pela vida, recebe a famosa orientação: “você é

médium, precisa desenvolver". Outras vezes a pessoa informa que é nervosa, tem crises de choro;

não quer sair de casa; tem a impressão de estar sendo seguida, recebe igualmente a clássica

orientação: "você é médium e precisa desenvolver". Precisamos refletir sobre esse hábito de

afirmar aos portadores de problemas psíquicos, emocionais que são médiuns e precisam

desenvolver.

O(a) necessitado(a) não conhece nada de espiritismo e sente medo de enfrentar o

desconhecido. Algumas vezes chega-se ao extremo de afirmar: "se você não desenvolver, vai

piorar e poderá enlouquecer". São orientações negativas, por falta de tato, psicologia ou de

conhecimento. Precisamos transmitir mensagens de esperança, recomendando o passe e a

leitura de obras suaves, para corrigir o desequilíbrio do psiquismo.

Mesmo que exista, realmente, a mediunidade ostensiva ou dinâmica, estas pessoas

precisam de carinho, como forma de tratamento, reservando para o futuro, o estágio em outros

grupos de estudo sobre a mediunidade, bem como os exercícios metódicos dirigidos por pessoa

competente, que domine, com lucidez, o campo do fenômeno.

Devemos dizer ao necessitado(a) que, aparentemente, demonstra sensibilidade mediúnica:

“você precisa desenvolver o seu entendimento, estudando a Doutrina Espírita"; “você deve

desenvolver o seu sentimento, praticando a caridade"; “você deve desenvolver o seu mundo

interior, aprendendo a tolerar, a amar e a perdoar".

O(a) entrevistador(a) deverá lembrar a recomendação de Emmanuel, constante do livro O

Consolador questão 384: "A mediunidade não deve ser fruto de precipitação".

15. Estudo e Prece

15.1. Necessidade da leitura de O Evangelho Segundo o Espiritismo.

Ler e, principalmente, viver segundo o Evangelho ó a nossa necessidade fundamental.

É uma terapêutica de grande valor nas enfermidades a que estamos sujeitos. Devemos

recomendá-la a todos os enfermos do corpo e da alma, que nos procuram em busca de

orientação.

Trata-se de uma obra que traz grande reconforto moral e espiritual para todas as pessoas

e, especialmente, para aquelas que estejam enfrentando situações dolorosas. A leitura desse

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livro, sempre oferece uma mensagem de paz, de esperança, de otimismo, ajudando o processo

de refazimento e reequilíbrio físico e espiritual.

15.2. O valor da oração diária em casa

No lar se forjam as almas. Assim como limpamos a nossa casa, no aspecto físico, devemos,

igualmente, ornamentá-la com as flores do amor, através da prece, a fim de que os Bons

Espíritos possam visitar e permanecer conosco. A oração é a luz na defesa do corpo e da alma.

15.3. O valor do Estudo do Evangelho no Lar.

Todos nós falamos enaltecendo o valor da realização do Evangelho no Lar, porém,

somente quem, vencendo todas as barreiras, as dificuldades, consegue implantá-lo em seu lar, é

que pode sentir com absoluta certeza e, portanto, recomendá-lo a todos os que desejam com

sinceridade, transformar, gradativamente, o lar, em oficina de paz e amor.

O(a) entrevistador(a) deverá orientar os necessitados como fazer o culto do Evangelho

no Lar, com toda a sinceridade cristã.

16. Atitude do(a) entrevistado(a) na Câmara de Passes.

Explicar ao entrevistado(a) que na Câmara de Passes deverá ficar em prece mental e não

fazer perguntas aos médiuns. Não se preocupar com qual médium irá receber o passe e

permanecer com os nervos e músculos relaxados, evitando o envolvimento com entidades

espirituais.

17. Esclarecimentos aos entrevistadores sobre a folha de recomendações.

Anexamos ao final deste Manual, uma folha de recomendações, contendo algumas

instruções e orientações destinadas aos assistidos e ou necessitados que cheguem aos Centros

Espíritas, buscando a benção do Consolador. Esta folha de recomendações poderá ser impressa

pelo Centro que assim desejar para distribuição aos necessitados.

Trata-se, todavia, de uma sugestão que apresentamos às Casas Espíritas e tem a finalidade

de reforçar as palavras do(a) entrevistador(a), ajudando os necessitados a lembrarem as

orientações recebidas.

Esta folha de recomendações visa instruir os necessitados a iniciar, com esforço próprio, no

sentido de melhorar seus pensamentos e atitudes, saindo do negativismo para o positivismo,

criando condições para resultados mais satisfatórios no tratamento espiritual, com reflexos

favoráveis no estado físico, psíquico e espiritual.

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O(a) entrevistador(a) no momento de entregar a folha de recomendações ao necessitado,

deve explicar sua utilidade, como componente do processo de "assistência espiritual",

O modelo de "Folha de Recomendações" que anexamos poderá ser adaptado para cada

Centro, de modo que produza resultados mais favoráveis.

18. Bibliografia sugerida

A literatura espírita apresenta, na atualidade, mais de mil títulos de obras escritas por

encarnados e desencarnados. Evidentemente, nenhum(a) entrevistador(a) poderá ler toda a

biblioteca espírita para estar em condições de trabalhar.

Entretanto, o(a) entrevistador(a) deverá ter na sua biblioteca particular, alguns livros que

trazem magníficas orientações, que ajudam a manter o diálogo com os(as) necessitados(as), em

clima de muita segurança.

Recomendamos aos entrevistadores(as) que leiam com atenção as seguintes obras espíritas

e temos a mais absoluta certeza que se sentirão gratificados pelo conteúdo dessas joias da

literatura da nossa Doutrina.

O LIVRO DOS ESPÍRITOS - Allan Kardec

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO - AIlan Kardec

O LIVRO DOS MÉDIUNS - Allan Kardec

O CÉU E O INFERNO - Allan Kardec

A GÉNESE - Allan Kardec

AGENDA CRISTÃ - André Luiz

CONDUTA ESPÍRITA - André Luiz

SINAL VERDE - André Luiz

MINUTOS DE SABEDORIA - Torres Pastorino

SUGESTÕES OPORTUNAS – T o r res Pastorino

RECOMENDAÇÕES

Para alcançar melhor resultado com o tratamento espiritual que está sendo feito, será

importante seguir as recomendações abaixo:

ORAÇÃO

Todas as noites, em casa, fazer orações durante alguns minutos, antes de dormir. A oração é

luz na defesa do corpo e da alma.

EVANGELHO NO LAR

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Realizar, uma vez por semana, o estudo do evangelho no lar, sempre no mesmo dia e na

mesma hora escolhida, obedecendo ao seguinte roteiro:

reunir o maior número possível do familiares inclusive as crianças, num dos

cômodos da casa;

observar, rigorosamente, esse dia o essa hora da reunião para facilitar a assistência

espiritual;

iniciar a reunião com uma prece simples e espontânea, ou, se preferir, o "Pai

Nosso";

ler um trecho do livro O Evangelho Segundo o Espiritismo que poderá ser aberto ao

acaso, ou, se preferir, fazer a leitura em sequência, desde a primeira lição;

fazer comentários breves sobre o trecho lido, buscando sempre a essência dos

ensinamentos de Jesus, para a aplicação na vida diária;

encerrar a reunião com uma prece de agradecimento a Jesus.

A duração da reunião deverá ser de 30 minutos, aproximadamente. Colocar uma vasilha com

água sobre a mesa, para ser fluidificada pelos Benfeitores Espirituais e, logo após o término da

reunião, distribuir a todos os presentes.

ÁGUA FLUIDIFICADA.

Durante o período que durar o tratamento espiritual, colocar todas as noites um copo com

água junto à cabeceira da cama para ser fluidificada pelos Benfeitores Espirituais.

No dia seguinte, pela manhã, tomar essa água que contém excelentes remédios espirituais.

HIGIENE MENTAL

Lembrar que não existe corpo sadio enquanto o Espírito está doente.

Cultivar pensamentos elevados e leituras edificantes.

Fortalecer a fé, através da palavra sábia e amiga de Jesus, contida no O

Evangelho Segundo o Espiritismo, que é fonte de Paz e Alegria.

Conservar a calma e a serenidade, renovando os clichês e paisagens mentais.

Recompor-se interiormente, através do otimismo.

Lembrar-se do conselho sublime: "Ajuda-te a ti mesmo que o Céu te ajudará".

Formular um programa de renovação interior e afirmar, constantemente: "Eu sou

forte em Jesus e n'Ele tudo posso".

ADVERTÊNCIA FRATERNA

O passe espiritual é excelente recurso terapêutico, porém, não dispensa os recursos

da medicina nos processos de enfermidades orgânicas.

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