interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · quintero &...

52
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS Pós-graduação em Ciências Biológicas INTERAÇÕES ENTRE LIANAS E ÁRVORES AO LONGO DE UM GRADIENTE SUCESSIONAL EM UMA FLORESTA TROPICAL SECA. Montes Claros, Minas Gerais 2015

Upload: duonghanh

Post on 26-Jan-2019

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE

MONTES CLAROS

Pós-graduação em Ciências Biológicas

INTERAÇÕES ENTRE LIANAS E ÁRVORES

AO LONGO DE UM GRADIENTE

SUCESSIONAL EM UMA FLORESTA

TROPICAL SECA.

Montes Claros, Minas Gerais

2015

Page 2: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

INTERAÇÕES ENTRE LIANAS E ÁRVORES AO LONGO DE UM

GRADIENTE SUCESSIONAL EM UMA FLORESTA TROPICAL SECA.

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação

em Ciências Biológicas da Universidade Estadual de

Montes Claros, como requisito necessário para a

obtenção de título de mestre em Ciências Biológicas.

Mestrando: Paulo Augusto Binder d’Angelis

Orientador: Dr. Mário Marcos do Espírito Santo

Montes Claros, Minas Gerais

2015

Page 3: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

D182i

D’Angelis, Paulo Augusto Binder.

Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente sucessional em

uma floresta tropical seca [manuscrito] / Paulo Augusto Binder D’Angelis. –

2015.

52 f. : il.

Bibliografia: f. 33-42

Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Montes Claros -

Unimontes, Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas/PPGCB, 2015.

Orientador: Prof. Dr. Mário Marcos do Espírito Santo.

1. Interações ecológicas – Lianas e Árvores. 2. Aninhamento. 3. Floresta

Tropical Seca. 4. Modularidade. 5. Floresta decídua. 6. Sucessão florestal. I.

Espírito Santo, Mário Marcos do. II. Universidade Estadual de Montes Claros.

III. Título.

Catalogação Biblioteca Central Professor Antônio Jorge

Catalogação Biblioteca Central Professor Antônio Jorge

Page 4: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões
Page 5: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

AGRADECIMENTOS

A toda força que rege o Universo, por conspirar a favor da constante caminhada que é a

evolução.

Aos meus familiares e pessoas próximas por todo incentivo e ajuda.

Ao meu orientador Prof. Dr. Mario Marcos do Espírito Santo pela oportunidade e

fundamental ajuda nesta caminhada árdua que é o mestrado, pela excelência em didática

do Dr. Jhonathan Oliveira Silva por ser peça chave para o desenvolvimento e

aprimoramento do trabalho, à equipe do Laboratório de Ecologia Evolutiva, ao LEVE

(Laboratório de Ecologia Vegetal) por auxiliar nos dados de coleta, colegas e

professores do programa de pós-graduação em Ciências Biológicas da Unimontes sem

os quais seria impossível o aprendizado e a produção deste trabalho.

Muito obrigado!

Page 6: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

“O nosso destino final é estar em paz no

seio do universo com o campo de visão

aberto, minha serenidade eu conservo...”

P. Hemp

Page 7: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

SUMÁRIO

Introdução................................................................................... 11

Materiais e Métodos................................................................... 14

Resultados ................................................................................ 19

Discussão................................................................................... 28

Referências............................................................................... 33

Tabela 1 .................................................................................. 43

Apêndice 1 .............................................................................. 45

Apêndice 2 .............................................................................. 46

Page 8: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

8

RESUMO

A interação liana-árvore ajuda a descobrir padrões de associações a fim de

esclarecer quais os fatores que aumentam ou inibem o desenvolvimento e distribuição

de ambos. Este estudo teve como objetivo determinar os efeitos da sucessão ecológica

sobre comunidade de lianas e analisar suas interações com a comunidade arbórea em

uma Floresta Tropical Seca. Foram registradas 35 espécies de lianas , na qual Bignonia

ramentacea (Mart. ex DC.) L.G. Lohmann representa a espécie mais frequente e

encontrada principalmente em estágios avançados de sucessão. Existiram alterações na

composição da comunidade de lianas e árvores ao logo da sucessão secundária, onde

48,8% das espécies de lianas encontradas no estágio intermediário também ocorreram

no estágio tardio e 11% das espécies de árvores encontradas no estágio intermediário

também ocorreram no estágio tardio. Ao longo do gradiente sucessional foi verificado

um aumento da riqueza e densidade de lianas e da densidade de árvores seguindo o

gradiente: inicial < intermediário = tardio. A riqueza de árvores diferiu entre todos os

estágios atingindo pico no estágio intermediário. Foi encontrado uma relação unimodal

entre a densidade de lianas e árvores. O pico na diversidade de lianas em estágios

intermediários está provavelmente relacionado à maior disponibilidade conjunta de luz e

suporte para o crescimento dessas plantas. Os valores de aninhamento e modularidade

não diferiram do modelo nulo, ressaltando que a interação liana-forófito é altamente

generalizada e a estrutura da rede não difere do acaso. As interações na comunidade

liana-forófito parecem seguir uma estratégia de crescimento oportunista, moldada

principalmente por características morfo-fisiológica dos hospedeiros em detrimento à

sua identidade. Um melhor entendimento das interações entre lianas e árvores permitirá

uma maior compreensão das trajetórias de regeneração natural em florestas tropicais,

com aplicações práticas para a conservação e manejo desses ecossistemas.

Page 9: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

9

Palavras chaves: Aninhamento; modularidade; floresta decídua; interações ecológicas;

sucessão florestal.

Page 10: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

10

Abstract

The liana-tree interactions helps organizations uncover patterns in order to clarify

the factors that enhance or inhibit the development and distribution of both. This study

aimed to determine the effects of ecological succession on liana community and analyze

their interactions with the tree community in a Tropical Dry Forest. We recorded 35

species of lianas, which Bignonia ramentacea (Mart. Ex DC.) LG Lohmann is the most

common species and found mainly in advanced stages of succession. There were

changes in the composition of the liana community and trees to the right of secondary

succession, where 48.8% of liana species found in the intermediate stage also occurred

in the late stage and 11% of the tree species found in the intermediate stage also

occurred in the late stage . Along the successional gradient has been an increase in

wealth and density of lianas and tree density following the gradient: Initial <=

intermediate late. The wealth of trees differ between every stage reaching peak in the

middle stage. One unimodal relationship between the density of vines and trees was

found. The peak in liana diversity in intermediate stages is probably related to greater

joint light availability and support for the growth of these plants. The values of nesting

and modularity did not differ from the null model, noting that the liana-phorophyte

interaction is highly widespread and the network structure is not different from chance.

Interactions in the liana-phorophyte community seem to follow an opportunistic growth

strategy, primarily shaped by morphological and physiological characteristics of the

hosts at the expense of its identity. A better understanding of the interactions between

lianas and trees will allow a greater understanding of natural regeneration pathways in

tropical forests, with practical applications for conservation and management of these

ecosystems.

Keywords: Nesting; modularity; deciduous forest; ecological interactions; forest

succession.

Page 11: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

11

1 - INTRODUÇÃO

Lianas constituem aproximadamente 25% da riqueza de espécies lenhosas em

florestas tropicais (Gentry 1991), onde utilizam cerca de 40% das espécies de árvores

para apoio (Putz 1984). Esta forma de vida, abundante e diversificada nos trópicos

(Givnish & Vermeij 1976), é importante na dinâmica florestal e como fonte de alimento

para a fauna, fornecendo néctar, pólen e frutos (Lertpanich & Brockelman 2003,

Bongers et. al. 2005). As lianas exercem influência em vários processos florestais,

podendo reduzir o crescimento, a fecundidade e a sobrevivência de árvores, alterando na

regeneração de clareiras (Putz & Mooney 1991, Perez-Salicrup & Barker, 2000;

Schnitzer & Carson, 2001).

Em ambientes secos, as adaptações relacionadas à aquisição de água entre

lianas e árvores se manifestam em distintas características morfo-fisiológicas e

estruturais (Sanchez-Azofeifa et al. 2009). Para crescer rápido mesmo em ambientes

com pouca luz, as lianas adotam uma estratégia de baixa canalização de recursos para

tecidos de sustentação, por isso são tão dependentes de suportes (Janzen 1980). Assim,

o eixo caulinar principal é estimulado a crescer em uma taxa que pode variar entre 5-13

cm por dia (Janzen 1980, Peñalosa 1985). Lianas crescem muito mais rápido do que as

árvores durante a estação seca em florestas sazonais (Schnitzer 2005) e podem acessar

águas subterrâneas em solos com déficit hídrico, devido à presença de raízes profundas

(Schnitzer 2005, Zhi-Quan et. al. 2009, Álvarez-Cansino et. al. 2015). Essas

características favorecem a alta irradiação adaptativa de lianas em ambientes

sazonalmente secos.

As florestas tropicais secas (FTSs) ocorrem em regiões com estações seca e

chuvosa bem definidas (Nascimento et al. 2004), temperatura anual média de 25ºC e

precipitação anual média entre 700 e 2000 mm, com três ou mais meses secos por ano

(Sanchez-Azofeifa et al. 2005). As FTSs na América são altamente ameaçadas devido a

Page 12: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

12

atividades humanas como agropecuária e silvicultura (Miles et al. 2006, Portillo-

Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão

distribuídas em mosaicos de vegetação com diferentes intensidades de distúrbios e

níveis de regeneração (Quesada et al. 2009). Hoekstra et al. (2005) indicam que este

ecossistema já foi reduzido pela metade da sua extensão em escala global, se tornando

um dos ecossistemas tropicais mais ameaçados do planeta (Miles et al. 2006).

Estudos sobre regeneração natural de ambientes florestais são frequentemente

focados na comunidade arbórea, negligenciando o importante papel das lianas nesse

processo (Fonseca & Oliveira 1998, Jordão 2009). A riqueza de espécies, abundância e

distribuição das lianas são influenciadas por uma série de fatores, como disponibilidade

de luz, altura e densidade de árvores (Balfour & Bond 1993, Chalmers & Turner, 1994,

Madeira et al. 2009). A composição das espécies pode mudar acentuadamente ao longo

do gradiente sucessional, o que pode resultar na dominância por algumas espécies,

decorrente da variação na disponibilidade de recursos (Madeira et al. 2009). Durante o

avanço da sucessão secundária, é registrado aumento progressivo da complexidade

estrutural, da riqueza, abundância, densidade e altura de árvores (Guariguata & Ostertag

2001, Kalacska et al 2007, Madeira et al. 2009). Schnitzer & Carson (2001) indicam

que lianas têm maior abundância e diversidade em áreas com alterações antrópicas do

que em florestas intactas. Lianas rebrotam vigorosamente e cada planta produz muitos

caules que contribuem para um emaranhado de cipós (Appanah & Putz 1984, Putz

1984). Após o aumento da incidência de luz em florestas perturbadas (i.e., com clareiras

ou dossel aberto), lianas se desenvolvem horizontalmente de forma rápida, em

detrimento do crescimento vertical (Putz 1984, Peñalosa 1984), formando emaranhados

que podem afetar a regeneração florestal (Whitmore 1989, Schnitzer et al. 2000) Assim,

florestas secundárias em estágio intermediário de sucessão, com maior densidade de

forófitos (e.g., árvores que atuam como suporte para lianas) e dossel relativamente

Page 13: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

13

aberto, podem hospedar uma maior abundância e riqueza de lianas (Schnitzer & Carson

2001, Kalacska et al. 2007, Madeira et al. 2009).

A análise da ocorrência de lianas em diferentes espécies de árvores pode ajudar

a descobrir padrões de associações para esclarecer quais os fatores favorecem ou inibem

o desenvolvimento e distribuição de ambas as formas de vida (Clark & Clark 1990,

Campbell & Newbery 1993). Dessa forma, as redes de interações têm sido utilizadas

para analisar os padrões de interação, uma vez que podem ser descritas através de

diferentes métricas que revelam aspectos da estrutura da comunidade (Lewinson et al.

2006, Melo 2010, Junior 2010). Em recente estudo, Sfair et al. (2013) avaliaram a

estrutura da interação liana-forófito em três formações vegetais distintas no Brasil e

encontraram redes altamente aninhadas. Em estruturas aninhadas, há uma distribuição

assimétrica do número de interações, com espécies generalistas formando um único

núcleo altamente ligado (Melo 2010). Em contraste, uma estrutura compartimentada de

redes seria observada se as interações entre lianas e seus forófitos fossem mais

especializadas do que ao acaso, formando compartimentos, na qual as espécies dentro

de cada compartimento interagem mais frequentemente entre si do que com espécies de

outros compartimentos (Lewinson et al. 2006, Melo 2010, Fontaine 2013). Como é

esperado que a composição de espécies de árvores e lianas se altera ao longo da

sucessão, é possível que a estrutura das redes de interação entre essas formas de vida

também seja afetada. Assim, o uso de redes ecológicas nos permite avaliar os padrões

de interações que regem comunidades em diferentes intensidades de distúrbios e idades

de regeneração.

O presente estudo teve como objetivo determinar os efeitos da sucessão

ecológica sobre a diversidade de lianas e árvores e estrutura das redes de interação entre

espécies dessas duas formas de vida em uma FTSs no norte de Minas Gerais. As

seguintes questões foram propostas: (i) como a composição, riqueza e densidade de

Page 14: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

14

lianas e árvores variam ao longo do gradiente de sucessão? (ii) a densidade de lianas é

afetada pela densidade de árvores? (iii) a estrutura da rede de interação entre lianas e

árvores varia entre estágios sucessionais?

MATERIAIS E MÉTODOS

Área de estudo

O estudo foi realizado em quatro unidades de conservação (UCs) no Norte de

Minas Gerais: no Parque Estadual da Mata Seca (criado no ano de 2000, com área de

10.281,44 hectares), na Reserva Biológica do Jaíba (1976; 6.358 ha), no Parque

Estadual Lagoa do Cajueiro (1998; 20.500 ha) e na Reserva Biológica Serra Azul

(1998; 7.200 ha), localizam-se no Vale do Médio Rio São Francisco, nos municípios de

Manga, Matias Cardoso e Jaíba (Fig. 1).

O clima predominante na região é o Aw na classificação de Köppen,

caracterizado pela existência de duas estações bem marcadas, chuvosa e seca, com uma

temperatura média anual de 24-26°C e precipitação em torno de 871 mm, concentrada

de novembro a abril (Antunes 1994). A vegetação predominante em todas as UCs é a

FTS, cuja principal característica é a perda de até 90% das folhas na estação seca (maio-

outubro) (Pezzini et al. 2014). A principal atividade econômica nas áreas antes da

criação das UCs era a pecuária extensiva com pastagens formadas por gramíneas

exóticas ou com gado criado “na solta” (Espírito-Santo et al. 2009, 2013, Fonseca

2013). O corte seletivo de árvores para construção de cercas também era comum e

algumas áreas também sofreram incêndios em diferentes momentos (Espírito-Santo et

al. 2009, 2013). Assim, todas as UCs são formadas por mosaicos florestais de FTS em

diferentes estágios de sucessão secundária.

Page 15: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

15

Foram definidos três estágios de regeneração natural, com base na estrutura

horizontal (densidade e área basal) e vertical (altura e número de estratos): inicial,

intermediário e tardio (Madeira et al. 2009). O histórico de uso e tempo desde o

abandono foram obtidos para algumas áreas, mas não foi possível encontrar

informações para todas as UCs (Tabela 1). O estágio inicial apresenta como principal

componente o herbáceo-arbustivo, com manchas esparsas de vegetação lenhosa de porte

mais alto, formando um dossel descontínuo com cerca de 4m de altura. Estas áreas

foram utilizadas como pastagem e abandonadas há menos de 20 anos. No estágio

intermediário existem dois estratos verticais, sendo o primeiro composto de árvores

decíduas de crescimento rápido, que formam um dossel relativamente fechado de 10-12

m de altura na porção direita do Rio São Francisco, enquanto que na margem esquerda a

altura media varia entre 5-7 m de altura. O segundo estrato é composto por lianas,

árvores adultas pertencentes a espécies tolerantes à sombra e árvores juvenis. Estas

áreas foram utilizadas como pastagem e abandonadas há cerca de 40-50 anos. O estágio

tardio apresenta três estratos verticais, sendo o primeiro constituído por árvores de

grande porte que formam um dossel bastante fechado, cerca de 18-20 m de altura na

porção direita do Rio São Francisco, enquanto que na margem esquerda a altura média

varia entre 8-10 m de altura. O segundo estrato é formado por árvores juvenis de

diferentes idades e tamanhos e o terceiro estrato é composto por espécies herbáceas e

arbustivas típicas de sub-bosque (Madeira et al. 2009, Fonseca 2013, Espírito-Santo et

al. 2014). Não há registro de corte raso nessas áreas, mas houve corte seletivo de baixa

intensidade e presença de gado criado “na solta” antes da criação das UCs.

Page 16: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

16

Fig. 1. Localização das unidades de conservação estudadas no Vale do Médio Rio São

Francisco, norte de Minas Gerais.

Amostragem

A amostragem foi realizada em 27 parcelas de 20m x 50m em diferentes

estágios sucessionais previamente marcadas nas quatro UCs estudadas (Tabela 1). As

parcelas foram marcadas em 2006 no Parque Estadual da Mata Seca (Madeira et al.

2009) e em 2011 nas demais UCs (Fonseca 2013). Em cada parcela, foram amostradas

todas as árvores e lianas com diâmetro à altura do peito (DAP a 1,30 m do solo) > 5 cm

e > 2 cm, respectivamente. A riqueza e densidade de árvores e lianas (número de

indivíduos/ha) foram determinadas para cada parcela e espécimes-testemunho foram

herborizadas, identificados (APG III 2009) e depositados no Herbário da Universidade

Estadual de Montes Claros – (HMC-MG). Em 2013 e 2014, o levantamento florístico

Page 17: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

17

foi repetido em todas as parcelas e a associação de cada liana ao seu forófito foi

determinada.

Análises estatísticas

A composição da comunidade de lianas e árvores foi determinada por parcela e

comparada entre os diferentes estágios de sucessão usando escalonamento

multidimensional não-métrico (NMDS). Foram utilizados dados de abundância para

ordenação dos estágios, através do índice de Bray-Curtis (Clarke 1993). Este tipo de

análise ordena os estágios de acordo com uma matriz de dissimilaridade entre os

mesmos (Clarke 1993). Em seguida, foi utilizado um procedimento de permutação não-

paramétrico (ANOSIM, Clarke 1993) para verificar se a estrutura da comunidade de

lianas difere entre estágios de sucessão. Para estas análises, foi utilizado o programa

PAST (Hammer et al. 2001) .

Para determinar como a riqueza e densidade de árvores e lianas variam em

função do estágio sucessional, foram construídos modelos lineares generalizados de

efeitos mistos (GLMMs). Nestes modelos, a riqueza e densidade de árvores e lianas

foram utilizadas como variáveis respostas, enquanto o estágio sucessional foi utilizado

como variável explanatória. Além disso, a estrutura aninhada (UCs/parcela) foi

codificada como uma variável aleatória em todas as análises, a fim de considerar a

heterogeneidade ambiental entre as UCs e entre parcelas.

Em seguida, outro GLMM foi utilizado pra verificar o efeito da densidade de

árvores sobre a densidade de lianas. Neste modelo, a densidade de lianas foi utilizada

como variável resposta e a densidade de árvore como variável explanatória. Como

efeito aleatório, foi utilizada a mesma estrutura aninhada citada nos modelos anteriores.

Em todos os modelos foi usado distribuição de erro binomial negativa para dados de

Page 18: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

18

contagem, uma vez que os dados apresentaram sobredispersão. As análises foram

realizadas no programa R 3.02 (R Development Core Team 2014).

Para verificar a estrutura de interação entre lianas/forófitos ao longo do gradiente

sucessional, foram utilizadas as métricas NODF e modularidade, para calcular o

aninhamento e compartimentação, respectivamente (Lewinson et al. 2006, Almeida-

Neto et al. 2008, Fontaine 2013). Foram construídas matrizes quantitativas, na qual a

abundância de lianas foi colocada nas colunas e de forófitos nas linhas. As matrizes

quantitativas geram grafos cuja intensidade ou frequência das interações é demonstrada

por meio de linhas de diferentes espessuras que ligam os pares de espécies (Valladares

et al. 2001). Devido à baixa riqueza (4 espécies) e abundância (8 indivíduos) de lianas

registradas no estágio inicial (veja Apêndice 1), o NODF e a modularidade foram

calculadas apenas para os estágios intermediário e tardio, e seus valores comparados

com modelos nulos (1000 aleatorizações). Apenas espécies de lianas com três ou mais

indivíduos foram incluídos nas análises. As métricas de rede foram obtidas usando o

pacote Bipartite (Dormann et al. 2009) através do programa R 3.0.1 (R Development

Core Team 2014).

Page 19: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

19

RESULTADOS

Entre as 27 parcelas estudadas, quatro não apresentaram lianas (quatro parcelas

do inicial). Foram amostradas 210 lianas distribuídas em 35 espécies (10 famílias),

sendo a família Bignoniaceae (20 espécies) a mais representativa (Apêndice 1). Apenas

oito indivíduos pertencentes a cinco espécies foram amostrados no estágio inicial. O

estágio intermediário apresentou a maior diversidade de lianas, com 118 indivíduos

pertencentes à 28 espécies, seguido pelo estágio tardio com 84 indivíduos e 18 espécies

(Apêndice 1). As espécies mais abundantes de lianas diferiram principalmente entre o

estágio inicial e os estágios mais avançados (intermediário e tardio), sendo que

Arrabidaea sp. apresentou maior número de indivíduos no estágio inicial, enquanto

Bignonia ramentacea predominou no estágio intermediário (56 indivíduos). No estágio

tardio, Bignoniaceae sp.1 foi a espécie dominante, seguida por B. ramentacea e

Bauhinia sp. (Apêndice 1). Foram observadas alterações na composição da comunidade

de lianas e árvores ao logo da sucessão secundária. Por fim, 2760 árvores (143 espécies)

foram amostradas ao longo do gradiente sucessional, sendo 649 indivíduos (49

espécies) para o estágio inicial, 1219 indivíduos (115 espécies) para o estágio

intermediário e 892 indivíduos (85 espécies) para o estágio tardio (Apêndice 2). O

estágio inicial apresentou uma comunidade diferente dos estágios intermediário e tardio

para árvores (RANOSIM = 0,26; P < 0,01; Fig. 2B) e lianas (RANOSIM = 0,23; P < 0,01;

Fig. 2A). Cerca de 48,8% das espécies de lianas encontradas no estágio intermediário

também ocorreram no estágio tardio.

Ao longo do gradiente sucessional foi verificado um aumento da riqueza de

lianas (GLMM: Z = 3,64; p = 0,01; n = 27), da seguinte maneira: inicial < intermediário

= tardio. A riqueza de árvores diferiu entre todos os estágios, sendo maior no

intermediário (GLMM: Z = 5,31; p = 0,02; n = 27) (Fig. 3). A densidade de lianas

(GLMM: Z = 3,455; p = 0,001; n = 27) e árvores (GLMM: Z = 4,82; p = 0,001; n = 27)

Page 20: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

20

também aumentou ao longo da sucessão, seguindo o padrão observado para a riqueza de

lianas: inicial < intermediário = tardio (Fig. 4).

Figura 2. Ordenação das parcelas de diferentes estágios sucessionais (inicial,

intermediário e tardio) através de um escalonamento multidimensional não-métrico

(NMDS), utilizando-se a composição de espécies e abundância de lianas (A) e árvores

(B) (n=27) .

Page 21: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

21

A densidade de lianas foi significativamente afetada pela densidade de árvores,

mas a relação entre essas variáveis não foi linear. O melhor ajuste do modelo resultou

em uma curva unimodal com adição de um termo quadrático à equação (GLMM:

Z=3,586; p=0,01; y=e-0.2804+0.03104*x-0.00009912*x2

; n=27). Assim, a densidade de lianas

aumentou com a densidade de árvores até um pico de 70 ind/ha. Em densidades mais

altas de árvores (aproximadamente 2500 ind/ha), a densidade de lianas cai

acentuadamente para cerca de 30 ind/ha (Fig. 5).

Page 22: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

22

Figura 3. Riqueza média (± erro padrão) de (A) lianas e (B) árvores por parcela para

diferentes estágios de regeneração em uma floresta tropical seca no norte de Minas

Gerais (n=27). Diferentes letras dentro das barras indicam diferenças entre estágios

sucessionais (p<0,05).

Page 23: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

23

Figura 4. Densidade média (± erro padrão) de (A) lianas e (B) árvores por hectare

diferentes estágios de regeneração em uma floresta tropical seca no norte de Minas

Gerais (n=27). Diferentes letras dentro das barras indicam diferenças entre estágios

sucessionais (p<0,05).

Page 24: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

24

Figura 5. Relação entre a densidade de lianas e árvores ao longo de um gradiente

sucessional em florestas tropicais secas no norte de Minas Gerais (n=27). Para melhor

ajuste do modelo, foi adicionado o termo quadrático na equação (y=e-0.2804+0.03104*x-

0.00009912*x^2).

Entre as 2760 árvores amostradas ao longo do gradiente sucessional, apenas

5% estavam associadas com lianas no estágio inicial, seguidos de 11% e 11,3% nos

estágios intermediário e tardio, respectivamente. Apesar do aumento no número de

interações lianas-forófitos em estágios avançados de sucessão, nenhum estrutura de

interação foi verificada através das métricas de redes de interação. Para o estágio

intermediário, os valores de aninhamento (NODF=22,94; modelo nulo=22,78; p>0,05) e

modularidade (Modularidade= 1,45; modelo nulo=1,38; p>0,05) não diferiram do

modelo nulo. As métricas de aninhamento (NODF=33,14; modelo nulo=40,13; p>0,05)

e modularidade (modularidade=1,12; modelo nulo modularidade=1,23; p>0,05) também

não diferiram do modelo nulo para o estágio tardio. Esses resultados ressaltam que a

Page 25: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

25

interação liana-forófito é altamente generalizada e a estrutura da rede não difere do

esperado por acaso. Embora não exista um padrão de interação espécie-especifico, a

abundante liana B. ramentaceae interagiu com 47% dos forófitos no estágio

intermediário (Fig. 6). Já para o estágio tardio, Bignonia sp.1, B. ramentacea e Bauhinia

sp.1 interagem com 30,9%, 22,6% e 14,2% dos forófitos, respectivamente (Fig. 7).

Portanto, os grafos indicam um sistema assimétrico, na qual poucas espécies

concentram grande parte das interações, e espécies com poucas interações são

conectadas às espécies com muitas interações.

Page 26: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

26

Figura 6. Rede de interação liana-forófito para o estágio de sucessão intermediário. Os

forófitos estão representados em verde: 1) Manihot anomala; 2) Acosmium

lentiscifolium; 3) Handroanthus spongiosus; 4) Aspidosperma subincanum; 5)

Dalbergia cearensis; 6) Spondias tuberosa; 7) Commiphora leptophloeos; 8)

Handroanthus reticulatus; 9) Machaerium acutifolium; 10) Acacia langsdorffii; 11)

Aspidosperma multiflorum; 12) Cnidoscolus oligandrus; 13) Goniorrhachis marginata;

14) Handroanthus selachidentatus; 15) Machaerium villosum; 16) Patagonula

bahiensis; 17) Pereskia bahiensis; 18) Piptadenia viridiflora; 19) Platymiscium

floribundum; 20) Senegalia langsdorffii; 21) Senegalia polyphylla; 22) Terminalia

fagifolia; 23) Aspidosperma pyrifolium; 24) Combretum duarteanum; 25)

Myracrodruon urundeuva; 26) Piptadenia moniliformis; 27) Anadenanthera colubrina;

28) Piptadenia moniliformis; 29) Pterodon abruptus; 30) Dalbergia acuta; 31)

Combretum leprosum; 32) Poincianella pluviosa; 33) Poincianella pluviosa var.

sanfranciscana; 34) Pseudobombax marginatum; 35) Handroanthus ochraceus; 36)

Page 27: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

27

Cochlospermum vitifolium. As lianas estão representadas em azul: 1) Mansoa sp. 1;

2) Cissus sp.2; 3) Cissus sp.1; 4) Bignonia ramentacea; 5) Cissus sp.; 6) Clytostoma sp.;

7) Bignonia sp.; 8) Memora sp.; 9) Marsdenia altissima.

Figura 7. Rede de interação liana-forófito para o estágio de sucessão tardio. Os

forófitos estão representados em verde: 1) Handroanthus chrysotrichus; 2) Auxemma

oncocalyx; 3) Casearia selloana; 4) Handroantus sp; 5) Lonchocarpus minor; 6)

Piptadenia moniliformis; 7) Senegalia martii; 8) Myracrodruon urundeuva; 9)

Commiphora leptophloeos; 10) Plathymenia reticulata; 11) Poincianella pluviosa var.

sanfranciscana; 12) Senegalia polyphylla; 13) Combretum leprosum; 14) Combretum

duarteanum; 15) Acosmium lentiscifolium; 16) Goniorrhachis marginata; 17)

Anadenanthera colubrina; 18) Machaerium villosum; 19) Combretum mellifluum; 20)

Handroanthus impetiginosus; 21) Senna fruticosa; 22) Aspidosperma pyrifolium; 23)

Machaerium acutifolium; 24) Handroanthus ochraceus; 25) Piptadenia viridiflora. As

Page 28: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

28

lianas estão representadas em azul: 1) Cissus sp.; 2) Bignonia ramentacea; 3)

Bauhinia sp.1; 4) Memora sp. 1; 5) Bignoniaceae sp. 1; 6) Memora sp. 2.

DISCUSSÃO

As espécies de lianas observadas no presente estudo (35 spp.) são típicas de

Cerrado e Caatinga, com semelhança na ocorrência de alguns gêneros e espécies, bem

representadas principalmente nas famílias Bignoniaceae (Arrabidaea sp.; Bignonia

ramentacea, Clytostoma sp. e Mansoa sp.), Fabaceae (Dioclea sp.) e Apocynaceae

(Marsdenia altissima). O número de espécies de lianas encontrada na FTS se assemelha

à outros estudos realizados em Cerrado (34 espécies; Silva et.al 2007) e Caatinga

(Rodal et al. 1999, Figueirêdo et al. 2000, Alcoforado Filho et al. 2003, Mendes 2003,

Lemos 2004). Em estudo realizado por Hora. & Soares (2002) e Rezende (2005) com a

comunidade de lianas em floresta estacional semidecidual, foram encontradas 45

espécies, em ambos estudos. Ao verificar a riqueza das espécies de lianas em diferentes

fitofisionomias da transição Cerrado-Floresta Amazônica, Oliveira (2011) amostrou 65

espécies, enquanto Burnham (2004) registrou uma riqueza de 98 espécies de lianas em

uma floresta tropical úmida no Equador.

A composição de espécies e a estrutura florestal mudaram significativamente

ao longo do gradiente sucessional na FTS estudada. A comunidade de lianas no estágio

inicial é relativamente pobre em espécies, dominada pela família Bignoniaceae que, por

apresentarem mecanismos de ascensão (gavinhas), são mais eficientes do que as lianas

que precisam de forófitos com diâmetro melhor desenvolvido e não possuem suportes

mecânicos (Putz 2011). No estágio intermediário, foi observada a maior riqueza de

espécies de lianas, mas não houve diferença significativa na composição em relação ao

estágio tardio. Entretanto, a espécie dominante em cada estágio foi diferente. No

intermediário, B. ramentacea é dominante, porém diminuiu de abundância e a

Bignoniaceae sp. 1 aumenta consideravelmente no estágio mais avançado, o que

Page 29: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

29

provavelmente está relacionado com a dependência de grandes lianas em árvores de

grande porte (Nielsen 2001, Phillips et al. 2002). A maior densidade e riqueza de lianas

no estágio intermediário provavelmente estão relacionadas a condições ambientais mais

favoráveis nesse estágio. De acordo com o modelo proposto por Madeira et al. (2009),

ocorre um aumento da disponibilidade de suporte para as lianas do estágio inicial para o

estágio tardio. A estrutura da floresta muda de acordo com o padrão de sucessão

secundária descrito para as florestas tropicais, com um aumento da altura e área basal

(Guariguata & Ostertag 2001, Kalácska et al. 2004, Ruiz et al. 2005). Entretanto, a

quantidade de luz que passa pelo dossel das árvores diminui. Assim, a disponibilidade

de ambos os recursos (suporte e luz) é maior em estágios intermediários, favorecendo a

colonização por lianas (Schnitzer & Carson 2001, Schnitzer 2005, Sanchez-Azofeifa et

al. 2009). Homeier et al.(2010) obtiveram resultados onde os fatores determinantes mais

importantes para a abundância de lianas em uma floresta tropical úmida estavam

diretamente relacionados com a quantidade de apoios.

A forma de desenvolvimento das lianas explica o quanto são susceptíveis de

serem encontradas em clareiras (Schnitzer & Bongers 2011) e ao longo da sucessão,

pois são ambientes que favorecem o seu desenvolvimento e propagação. Nas fases

intermediárias, a disponibilidade de luz diminui, mas a abertura no dossel ainda é

suficientemente para permitir o estabelecimento bem sucedido das lianas, devido à

presença de um suporte adequado (Sanchez-Azofeifa et al. 2009). Porém, acima de um

determinado limite de intensidade luminosa, a dinâmica da população de lianas não é

mais determinada pelo acesso à luz, mas sim pela disponibilidade de suportes (Oliveira

2011). Ao longo da sucessão, ocorre uma redução na adequação do habitat para lianas

uma vez que os custos energéticos associados à subida podem reduzir a capacidade das

lianas para uma subida de grande distância para a copa (DeWalt et al.2000). No estágio

tardio de sucessão, apenas com a abertura de clareiras haveria incidência de luz

Page 30: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

30

suficiente para o estabelecimento e desenvolvimento das lianas (Putz 1984, Schnitzer &

Carson 2001). Esses fatores podem ser responsáveis pelo declínio da densidade

observada neste estudo a partir do estágio intermediário para o estágio tardio, bem como

para a relação unimodal verificada entre a densidade liana e densidade de árvores (veja

Fig. 5).

Em FTS, a riqueza de espécies de árvores é baixa em estágios sucessionais

iniciais, que são colonizados por um grupo limitado de pioneiros (Madeira et al. 2009),

mas há mudanças marcantes na composição da comunidade de árvore ao longo da

sucessão. À medida que a floresta evolui, espécies mais eficientes excluem as espécies

pioneiras, causando uma diminuição da diversidade na comunidade arbórea, que é

dominada por um número menor de espécies tardias (Yodzis 1986, Begon et al. 2006).

Estudos em FTS no Brasil apontam que a maioria das espécies de árvores presentes em

pastagens recentemente abandonadas permanece ao longo da sucessão (Vieira et al.

2006, Sampaio et al. 2007), sendo provável que o mesmo aconteça nas UCs estudadas,

explicando assim a maior riqueza de árvores no estágio intermediário de sucessão. A

ocorrência de M. urundeuva em todos os três estágios sucessionais da PEMS sugerem

que a regeneração por rebrota também está ocorrendo (Madeira et al. 2009). Assim,

modelos de sucessão podem representar extremos em um contínuo de possíveis vias de

sucessão fortemente influenciados pela história do uso da terra (Fonseca 2013, Espírito-

Santo et al. 2013). Por tanto, é provável que a maioria das espécies de árvores

encontradas no estágio intermediário são pioneiras, embora algumas espécies tolerantes

à sombra também podem regenerar por rebrotamento (Madeira et al. 2009).

Estudos com redes de interação entre lianas e forófitos são raros e não há

registros desse tipo de abordagem ao longo de gradiente sucessionais. No presente

estudo, a interação entre as espécies de lianas e plantas não mostrou nenhuma evidência

de aninhamento, corroborando o estudo de Blick & Burns (2009). Estes autores

Page 31: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

31

analisaram a interação entre todas as espécies de lianas e forófitos em uma floresta

temperada na Nova Zelândia e não encontraram nenhuma estrutura na rede de liana-

forófito. Padrões não-aleatórios de especificidade do hospedeiro foram documentados

anteriormente para lianas (Putz 1984, Balfour & Bond 1993, Nielsen 2001, Schnitzer &

Bongers 2002). Sfair et al. (2010) investigaram interação liana-forófito e encontraram

redes significativamente aninhadas. Entretanto, para esse estudo, as espécies de lianas

que apresentavam maior abundância (e.g., Bignonia ramentacea) interagem com maior

número de espécies de árvores. A presença constante de certas espécies e a ausência de

outras poderia ser resultado do amensalismo entre lianas e forófitos ao longo da

sucessão nos estágios intermediário e tardio, onde as mesmas estão conectadas aos

forófitos para apoio. Uma vez que as interações liana-forófito evoluíram de forma

generalista, resultados encontrados por Pérez-Salicrup et al. (2001), Pérez-Salicrup &

De Meijere (2005), Malizia & Grau (2006) demonstram que não há associações

específicas de espécies. Dessa forma, tal interação pode ser determinada pelo

oportunismo das lianas e moldada pela densidade de árvores hospedeiras. Além disso,

características morfo-fisiológicas dos forófitos como rugosidade da casca, altura do

primeiro fuste, DAP e número de ramificações podem ser mais preponderante para a

interação do que a identidade das espécies envolvidas.

CONCLUSÃO

Esse é o primeiro estudo a abordar redes de interações entre lianas e árvores ao

longo de um gradiente sucessional. A comunidade de lianas na FTS estudada apresentou

mudanças ao longo do gradiente sucessional estudado, principalmente do estágio inicial

para os estágios mais avançados (intermediário e tardio). O aumento na riqueza e

abundância de lianas é muito mais marcante do que o observado para as árvores,

sugerindo que esta forma de vida pode ser usada como indicadora do estado de

Page 32: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

32

regeneração natural desses ecossistemas. O pico de diversidade de lianas em estágios

intermediários está provavelmente relacionado à maior disponibilidade conjunta de luz e

suporte para o crescimento dessas plantas. Devido ao fato da associação entre essas

formas de vida ser altamente generalista, não foram observadas alterações na estrutura

das redes ao longo da sucessão ecológica. Entretanto, as espécies de lianas dominantes

se alteraram do estágio intermediário para o tardio, provavelmente como consequência

de diferenças na tolerância ao sombreamento e preferência por tamanho do suporte. Um

melhor entendimento das interações entre lianas e árvores permitirá uma maior

compreensão das trajetórias de regeneração natural em florestas tropicais, com

aplicações práticas para a conservação e manejo desses ecossistemas.

Page 33: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

33

REFERÊNCIAS

ALCOFORADO FILHO, F. G., SAMPAIO, E. V. S. B. & RODAL, M. J. N. 2003.

Florística e fitossociologia de um remanescente de vegetação caducifólia espinhosa

arbórea em Caruaru, Pernambuco. Acta Botanica Brasilica, 17: 287-303.

ALMEIDA-NETO M., GUIMARAES P., GUIMARAES P.R., LOYOLA R.D. AND

ULRICH W. 2008. A consistent metric for nestedness analysis in ecological systems:

reconciling concept and measurement. Oikos (in press: doi: 10.1111/j.0030-

1299.2008.16644.x).

ÁLVAREZ-CANSINO L.; SCHNITZER S.A.; REID J.P. AND POWERS J.S. 2015. Liana

competition with tropical trees varies seasonally but not with tree species identity.

Ecology, pp. 39–45 by the Ecological Society of America.

ANTUNES F.Z. 1994. Caracterização Climática—Caatinga do Estado de Minas Gerais.

Informe Agropec 17:15–19

APPANAH, S. AND PUTZ, F.E. 1984. Climber abundance in virgin dipterocarp forest and

the effect of pre-felling climber cutting on logging damage. The Malaysian

Forester, 47, 335 – 342

APG III. 2009. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the

orders and families of flowering plants: APG III. Botanical Journal of the Linnean

Society 161:105-121.

BALFOUR D.A., BOND W.J., 1993. Factors limiting climber distribution and abundance

in a southern African forest. Journal of Ecology 11, 93–99.

BEGON M, HARPER J.L., Townsend CR 2006. Ecology: individuals, populations and

communities. Blackwell, Oxford

Page 34: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

34

BLICK R. & BURNS K.C. 2009. Network properties of arboreal plants: Are epiphytes,

mistletoes and lianas structured similarly? Perspectives in Plant Ecology, Evolution and

Systematics 11: 41–52.

BLICK R. AND BURNS K.C. 2011. Liana co-occurrence patterns in a temperate

rainforest. Journal of Vegetation Science 22: 868–877

BONGERS F., PARREN M.P.E., SWAINE M.D., TRAORÉ D. 2005. Forest Climbing

Plants of West Africa: Diversity, Ecology and Management. CAB International,

Wallingford, Oxfordshire, UK, pp. 5–18.

BURNHAM R. J. 2004. Alpha and beta diversity of Lianas in asun , Ecuador. Forest

Ecology and Management Volume 190, Issue 1, 8 March, Pages 43–55 Community

Ecology and Management of Lianas

CAMPBELL, E. J. F. AND NEWBERY, D. McC. 1993. Ecological relationships between

lianas and trees in lowland rain forest in Sabah, East Malaysia. Journal of Tropical

Ecology 9: 469-490.

CHALMERS, A.C., TURNER, J.C., 1994. Climbing plants in relation to their supports in a

stand of dry rainforest in the Hunter Valley. In: Proceedings of the Linnaean Society

NSW 114, New South Wales, pp. 73–89.

CLARK, B., AND CLARK. D. A. 1990. Distribution and effects on tree growth of lianas

and woody hemiepiphytes in a Costa Rican tropical wet forest. J. Trop. Ecol. 6: 321-

331.

CLARKE K.R., 1993. Non-parametric multivariate analysis of changes in community

structure. Australian Journal of Ecology, 18:117-143.

DORMANN,C.F.; FRUND,J.; BLUTHGEN,N. AND GRUBER,B. 2009 “Indices, graphs

and null models: analyzing bipartite ecological networks”,The Open Ecology

Journal,2,7-24.

Page 35: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

35

DEWALT S.J., SCHNITZER S.A., DENSLOW J.S. 2000. Density and diversity of lianas

along a chronosequence in a central Panamanian lowland forest. J Trop Ecol 16:1–19.

doi:10.1017/S0266467400001231

ESPIRITO-SANTO M. M., SEVILHA A., ANAYA F. C., BARBOSA R., FERNANDES

G. W., SANCHEZ-AZOFEIFA A., SCARIOT A., NORONHA S. E. AND SAMPAIO

C. 2009. Sustainability of tropical dry forests: two case studies in southeastern and

central Brazil. Forest Ecology and Management, 258: 922 - 930.

ESPIRITO-SANTO M. M., LEITE L.O., NEVES F.S., NUNES Y.R.F, ZAZÁ M.A.B.,

FALCÃO L.A.D., FONSECA-PEZZINI F., LOURO-BERBARA R., MAIA V. H.,

FERNANDES G.W., LEITE M. R., CLEMENTE C.M.S., & LEITE M.E. 2014.

Tropical Dry Forests of Northern Minas Gerais, Brazil: Diversity, Conservation Status,

and Natural Regeneration p 71-72.

FIGUEIREDO, L. S., RODAL, M. J. N. & MELO, A. L. 2000. Florística e fitossociologia

de uma área de vegetação caducifólia espinhosa no município de Buíque-Pernambuco.

Naturalia, 25: 205-224.

FONSECA R.C.B., OLIVEIRA R.E. 1998. Ecologia de lianas e o manejo de fragmentos

florestais. SÉRIE TÉCNICA IPEF v. 12, n. 32, p. 43-64, dez.

FONSECA, M.B. 2013. Herbivoria e defesas foliares ao longo de um gradiente sucessional

em uma floresta tropical seca. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação

em Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Montes Claros MG. p.14-18.

FONTAINE C. 2013. Ecology: Abundant equals nested. Nature 500, 411–412, (22 August)

doi:10.1038/500411a

GENTRY A. H. 1991. The distribution and evolution of climbing plants. In F. E. Putz and

H. A. Mooney (Eds.). The biology of vines, pp. 349. Cambridge University Press,

Cambridge, England.

Page 36: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

36

GIVNISH, T. J., & VERMEIJ G. J.. 1976. Sizes and shapes of liana leaves. American

Naturalist 110:743-778.

GUARIGUATA M.R. AND R. OSTERTAG, 2001. Neotropical secondary forest

succession: changes in structural and funcional characteristics. Forest Ecology and

Management, 148:185-206.

HAMMER O., D.A.T. HARPER AND P.D. RYAN, 2001. PAST: Palaeonthological

Statistics Software Package for education and data analysis. Palaeontologia Electronica,

4:1-9.

HOEKSTRA J., T. BOUCHER, T. RICKETTS AND C. ROBERTS, 2005.Confronting a

biome crisis: global disparities of habitat loss and protection. Ecology Letters, v.8, p.

23–29.

HOMEIER J., F. ENGLERT, C. LEUSCHNER, P. WEIGELT AND M. UNGER. 2010.

Factors controlling the abundance of lianas along an altitudinal transect of tropical

forests in Ecuador. Forest Ecology and Management. Volume 259, Issue 8, 31 March,

Pages 1399–1405.

HORA R.C. & J.J. SOARES, 2002. Estrutura fitossociológica da comunidade de lianas

em uma floresta estacional semidecidual na Fazenda Canchim, São Carlos, SP Rev.

bras. Bot. vol.25 no.3 São Paulo.http://dx.doi.org/10.1590/S0100-

84042002000300008

JANZEN D.H., 1980. Ecologia vegetal nos trópicos. São Paulo: Epu/ Edusp, 79p.

JORDÃO S.M.S., 2009. Manejo de lianas em bordas de floresta estacional semidecidual e

de cerradão, Santa Rita do Passa Quatro, SP. Tese (Doutorado em Recursos Florestais)

Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” USP

http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11150/tde-25022010-161021/ . Acesso em:

2014-09-17

Page 37: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

37

JUNIOR P.R.G., 2010. A estrutura e a dinâmica evolutiva de redes mutualísticas. Ciência e

Ambiente. v.39; p.138-148.

KALÁCSKA M., G.A. SANCHEZ-AZOFEIFA, J.C.C. ALVARADO, M. QUESADA, B.

RIVARD, JANZEN D.H. (2004) Species composition, similarity and diversity in three

sucessional stages of a seasonally dry tropical forest. For Ecol Manag 200:227–247.

KALÁCSKA M., S. BOHLMAN , A. SANCHEZ-AZOFEIFA, K.C. ESAU AND T.

CAELLI. 2007. Hyperspectral discrimination of tropical dry forest lianas and trees:

Comparative data reduction approaches at the leaf and canopy levels Remote Sensing of

Environment. Volume 109, Issue 4, 30 August, Pages 406–415

LEMOS J. R., 2004. Composição florística do Parque Nacional Serra da Capivara, Piauí,

Brasil. Rodriguésia, 55: 55-66.

LERTPANICH K. AND W.Y. BROCKELMAN, 2003. Lianas and environmental factors

in the Mo Singto Biodiversity Research plot, Khao Yai National Park, Thailand.

Natural History Journal of Chulalongkorn University, 3,7-17

LEWINSOHN T.M., PRADO P.I., JORDANO P., BASCOMPTE J. AND J. OLENSEN,

2006. Structure in plantanimal interactions assemblages. Oikos, 113: 174-184.

MADEIRA B. G., M. M. ESPÍRITO-SANTO, S. D’ÂNGELO-NETO, Y. R. F. NUNES,

A. SANCHEZ-AZOFEIFA, G. W. FERNANDES AND M. QUESADA, 2009. Changes

in tree and liana communities along a successional gradient in a tropical dry forest in

south-eastern Brazil. Plant Ecology, 201: 291-304.

MALIZIA A. AND GRAU R., 2006. Liana-host tree associations in a subtropical montane

forest of north-western Argentina. J. Trop. Ecol. 22: 331-339.

MELLO A.R.M., 2010. Redes Mutualistas: pequenos mundos de interações entre animais

e plantas. Ciência Hoje • vol. 47 • nº 277

Page 38: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

38

MENDES M. R. A., 2003. Florística e fitossociologia de um fragmento de caatinga

arbórea, São José do Piauí, Piauí. 110f. Dissertação (Mestrado em Biologia Vegetal),

Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2003.

MILES L., A. NEWTON, R. DEFRIES, C. RAVLIOUS, I. MAY, S. BLYTH, V. KAPOS

AND J. GORDON, 2006. A global overview of the conservation status of tropical dry

forests. Journal of Biogeography 33, 491e505

NIELSEN J.N., 2001. Diversity and distribution of lianas in a Neotropical rain forest,

Yasuni National Park, Ecuador. Journal of Tropical Ecology 17, 1–19.

NASCIMENTO R. T. N., J. M. FELFILI & M. A. MEIRELLES, 2004. Florística e

estrutura da comunidade arbórea de um remanescente de Floresta Estacional Decidual

de encosta, Monte Alegre, GO, Brasil. Acta Botanica Brasilica, v. 18, n. 3, p. 650-669.

OLIVEIRA A.M., 2011. Caracterização de uma comunidade de árvores e sua infestação

por lianas em uma floresta decídua. Dissertação (Mestrado) – Instituto de Biociências,

UNESP – Universidade Estadual Paulista, Botucatu.

OLIVEIRA E.A., 2011. Ecologia de lianas em comunidades florestais da transição

Cerrado-Floresta Amazônica, região leste de Mato Grosso, Brasil. Dissertação

(Mestrado) – Universidade do Estado de Mato Grosso, Programa de Pós-Graduação em

Ecologia e Conservação.

OLIVEIRA M.C. & M.C.S. JUNIOR, 2011. Evolução histórica das teorias de sucessão

vegetal e seus processos. Artigo publicado na Revista CEPPG – Nº 24 – 1/2011 – ISSN

1517-8471 – Páginas 104 a 118.

PEÑALOSA J., 1984. Basal branching and vegetative spread in two tropical rain forest

lianas. Biotropica, 16, 1 –9.

PEÑALOSA J., Dinâmica de crescimento de Lianas. In: Gomezpompa A., R.S. Del Amo

1985. Investigaciones sobre La regeneración de selvas altas en Veracruz, México.

México: Alhambra Mexicana, v. 2, p. 147-169.

Page 39: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

39

PEZZINI F.F., RANIERI B.D., BRANDÃO D., FERNADES G.W., QUESADA M.,

ESPIRITO-SANTO M.M., JACOB C.M., 2014. Changes in tree phenology along

natural regeneration in a seasonally dry tropical forest. Plant

Biosystems.doi.org/10.1080/11263504.2013.877530

PÉREZ-SALICRUP D.R.; BARKER, M.G., 2000. Effect of liana removal on water

potential and growth of adult Senna multijuga (Caesalpinioideae) trees in a Bolivian

tropical forest. Oecologia, 124:469-475.

PÉREZ-SALICRUP D.R., SORK V.L. AND PUTZ F.E., 2001. Lianas and trees in a liana

forest of Amazonian Bolivia. Biotropica 33: 34-47.

PÉREZ-SALICRUP D.R.; de MEIJERE W., 2005. Number of lianas per tree and number

of trees climbed by lianas at Loss Tuxtlas, Mexico. Biotropica 37, 153–156.

PHILLIPS O.L. et al., 2002. Increasing dominance of large lianas in Amazonian forests.

Nature, 418:770-774.

PORTILLO-QUINTERO C.A., SANCHEZ-AZOFEIFA G.A., 2010. Extent and

conservation of tropical dry forests in the Americas. Biological Conservation 143-155.

PUTZ F.E. 2011. Ecologia das trepadeiras. http://www. ecologia.info/trepadeiras.htm

(acesso em 13.4. 2015).

PUTZ F.E. (1984) The natural history of lianas of Barro Colorado Island, Panama.

Ecology 65: 17 13-1724.

PUTZ F.E. & Mooney H.A. 1991. The biology of vines. Cambridge University Press,

Cambridge.

QUESADA M. et al.(2009). Succession and management of tropical dry forests in the

Americas: Review and new perspectives. Forest Ecology and Management, 258, 1014-

1024

Page 40: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

40

R DEVELOPMENT CORE TEAM, 2014. R: A language and environment for statistical

computing. R Foundation for Statistical Computing. Vienna, Austria. URL

http://www.R-project.org/.

RODAL M. J. N., NASCIMENTO L. M. & MELO A. L., 1999. Composição florística de

um trecho de vegetação arbustiva caducifólia no município de Ibimirim, PE, Brasil.

Acta Botanica Brasílica, 13: 15-28.

RUIZ J., FANDINO M.C., CHAZDON R.L., 2005. Vegetation structure, composition, and

species richness across a 56-year chronosequence of dry tropical forest on Providencia

Island, Colombia. Biotropica 37:520–530. doi:10.1111/j.1744-7429.2005.00070.x

SAMPAIO A.B., HOLL K.D., SCARIOT A., 2007. Regeneration of seasonal deciduous

forest tree species in long-used pastures in Central Brazil. Biotropica 39:655–659. doi:

10.1111/j.1744-7429.2007.00295.x

SANCHEZ-AZOFEIFA G.A. et al., 2009. Tropical dry forest succession and the

contribution of lianas to wood area index (WAI) Forest Ecology and Management

Volume 258, Issue 6, 5 September , Pages 941–948

SANCHEZ-AZOFEIFA G.A. et al., 2009. Differences in leaf traits, leaf internal structure,

and spectral reflectance between two communities of lianas and trees: Implications for

remote sensing in tropical environments. Remote Sensing of Environment 113 2076–

2088

SANCHEZ-AZOFEIFA G.A. et al., 2005. Research priorities for Neotropical dry forests.

Biotropica, 37:477-485.

SCHNITZER S.A. 2005. A mechanistic explanation for global patterns of liana abundance

and distribution. Am Nat, 166: 262–276

SCHNITZER S.A., CARSON W.P., 2001. Treefall gaps and the maintenance of species

diversity in a tropical forest. Ecology, 82:913-919.

Page 41: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

41

SCHNITZER S.A., CARSON W.P., 2010. Lianas suppress tree regeneration and diversity

in treefall gaps. Ecology Letters 13: 849-857

SCHNITZER S.A., DALLING J.W. AND CARSON W.P., 2000. The impact of lianas on

tree regeneration in tropical forest canopy gaps: evidence for an alternative pathway of

gap-phase regeneration. British Ecological Society Journal of Ecology, 88, 655-666.

SCHNITZER S. A. AND BONGERS F. A., 2002. The ecology of lianas and their role in

forests. Trends in Ecology & Evolution 17(5): 223-230.

SCHNITZER S. A. AND BONGERS F. A., 2005. Lianas and gap phase regeneration:

implications for forest dynamics and species diversity. In: Bongers, F., Parren, M.P.E.,

Traore´ , D. (Eds.), Forest Climbing Plants of West Africa: Diversity, Ecology and

Management. CAB International, Wallingford, Oxfordshire, UK, pp. 59–72.

SCHNITZER S. A. AND BONGERS F. A., 2011. Increasing liana abundance and biomass

in tropical forests: emerging patterns and putative mechanisms. Ecology Letters 14:397-

406.

SFAIR J. C. et al. 2013. A importância da luz na ocupação de árvores por lianas.

Rodriguésia 64(2): 255-261.

SFAIR J. C. et al., 2010. Nested liana-tree network in three distinct neotropical vegetation

formations. Perspect. Plant Ecol. Evol. S. 12, 277-281.

VALLADARES G.R.; SALVO A. AND GODFRAY H.C.J. 2001. Quantitative food webs

of dipteran leafminers and their parasitoids in Argentina. Ecological Research, 16: 925-

939.

VIEIRA D.L.M. et al. 2006. Tropical dry forest regeneration from root suckers in Central

Brazil. J Trop Ecol 22:1–5 doi:10.1017/S0266467405003135

WHITMORE T.C., 1989. Canopy gaps and the two major groups of forest

trees. Ecology, 70, 536 – 538.

Page 42: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

42

YODZIS P. 1986 Competition, mortality and community structure. In: Diamond J, Case TJ

(eds) Community ecology. Harper and Row, New York, pp 480–491

ZHI-QUAN C., SCHNITZER S. A. AND BONGERS F. A., 2009. Seasonal differences in

leaf-level physiology give lianas a competitive advantage over trees in a tropical

seasonal forest, Oecologia, 25-33, DOI: 10.1007/s00442-009-1355-4

Page 43: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

43

Tabela 1. Informações resumidas sobre o histórico de abandono e estrutura da vegetação dos diferentes estágios de sucessão (inicial,

intermediário e tardio) encontrados em quatro unidades de conservação no norte de Minas Gerais.

Área Estágios/Parcelas Altura Nº de espécies

lianas

Familias

dominantes

Nº de espécies

árvores

Familias

dominantes

Parque Estadual da Mata

Seca Inicial (5) 4 m 1 Vitaceae 18 Anacardiaceae

Intermediário (6) 10-12 m 8 Bignoniaceae 38 Bignoniaceae

Tardio (3) 18-20 m 5 Bignoniaceae 33 Bignoniaceae

Parque Estadual Lagoa

do Cajueiro Inicial (1) 3-5 m 2 Bignoniaceae 18 Fabaceae

Intermediário (3) 6-7 m 21 Bignoniaceae 46 Fabaceae

Tardio (3) 8-10 m 13 Bignoniaceae 30 Fabaceae

Page 44: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

44

Área Estágios/Parcelas Altura Nº de espécies

lianas

Familias

dominantes

Nº de espécies

árvores

Familias

dominantes

Parque Estadual Serra*

Azul Intermediário (1) 5-6 m 1 Bignoniaceae 23 Fabaceae

Tardio (1) 7-8 m 1 Bignoniaceae 19 Fabaceae

Reserva Biológica Jaíba Inicial (1) 4 m 2 Bignoniaceae

11 Fabaceae

Intermediário (1) 5-7 m 3 Bignoniaceae 17 Fabaceae

Tardio (1) 8-10 m 3 Bignoniaceae 22 Fabaceae

Obs:* parcela do Parque Estadual Serra Azul sofreu queimada.

Page 45: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

45

Apêndice 1. Lista de espécies de lianas, com suas respectivas abundâncias, encontradas

em 27 parcelas em três estágios sucessionais de uma floresta tropical seca no norte de

Minas Gerais.

Espécies

Estágio

Inicial Intermediário Tardio

Marsdenia altissima (Jacq.) Dugand 3 1

Adenocalymna sp.

1

Arrabidaea sp.1 3 1 1

Arrabidaea sp. 2

1

Bignonia ramentacea (Mart. ex DC.)

L.G.Lohmann 1 56 19

Carolus chlorocarpus(A.Juss.) W.R.Anderson

1

Ceratophytum sp.

1

Clytostomasp. 2 4

Bignoniaceae sp. 1

4 26

Bignoniaceae sp. 2

1 1

Bignoniaceae sp. 3

1

Bignoniaceae sp. 4

1

Bignoniaceae sp. 5

1

Fridericia erubescens (DC.) L.G.Lohmann

1 1

Mansoa sp. 1

2

Mansoa sp. 2

6

Mansoa sp. 3

2

Memora sp. 1 1 4 6

Memora sp. 2

4

Pleonotoma sp.

1

Pyrostegia sp.

1

Hippocratea volubilis L.

1

Argyreia sp.

2

Manihot sp.

1

Bauhinia rufa (Bong.) Steud.

1

Bauhinia sp.

1 12

Dioclea sp.

2 1

Alicia anisopetala (A.Juss.)W.R.Anders

1 1

Carolus chlorocarpus (A.Juss.) W.R.Anderson

1

Stigmaphyllon sp.

1 2

Serjania sp.

2

Galipea ciliata Taub.

1

Cissus sp. 1

3

Cissus sp. 2

4 3

Cissus sp. 3 1 10

8 118 84

Page 46: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

46

Apêndice 2. Lista de espécies arbóreas, com suas respectivas abundâncias, encontradas

em 27 parcelas em três estágios sucessionais de uma floresta tropical seca no norte de

Minas Gerais.

Famílias Espécies Estágios

Inicial Intermediário Tardio

Anacardiaceae Cyrtocarpa caatingae J.D.Mitch. & Daly 5 6

Myracrodruon urundeuva Allemão 242 23 59

Schinopsis brasiliensis Engl. 11 3 1

Spondias tuberosa Arruda 7 1

Annonaceae Annona vepretorum Mart. 2

Araliaceae Aralia excelsa (Griseb.) J.Wen 6 15

Syagrus oleracea (Mart.) Becc 4

Apocynaceae Aspidosperma cuspa (Kunth) S.F.Blake ex

Pittier

2

Aspidosperma multiflorum A.DC. 11 2

Aspidosperma olivaceum Müll.Arg. 1

Aspidosperma pyrifolium Mart. 7 2 8

Aspidosperma parvifolium Mart. 17

Aspidosperma polyneuron Mull. Arg. 2

Aspidosperma subincanum Mart. ex A.DC 14 6

Bignoniaceae Arrabidaea sp. 4

Arrabidaea bahiensis (Schauer) Sandwith &

Moldenke

4 35 5

Handroanthus sp. 2 5 2

Handroanthus chrysotrichus (Mart. ex DC.)

Mattos

4 144

Handroanthus heptaphyllus (Vell.) Mattos 7 9

Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.)

Mattos

3 6

Handroanthus ochraceus (Cham.) Mattos 171 17 6

Handroanthus reticulatus A.H.Gentry 144 17

Page 47: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

47

Famílias Espécies Estágios

Inicial Intermediário Tardio

Bignoniaceae Handroanthus selachidentatus (A.H.Gentry)

S.O.Grose

6

Handroanthus serratifolius (Vahl) S.O.Grose 1

Handroanthus spongiosus (Rizzini) S.O.Grose 2 18 1

Piriadacus erubescens (DC.) Pichon 5

Tabebuia reticulata A.H.Gentry 1 3 3

Tabebuia roseoalba (Ridl.) Sandwith 1 4 2

Bixaceae Cochlospermum vitifolium (Willd.) Spreng. 5

Boraginaceae Auxemma oncocalyx (Allemão) Taub. 6

Cordia glabrata (Mart.) A.DC. 1

Patagonula bahiensis Moric. 16 5

Burseraceae Commiphora leptophloeus (Mart.) J.B.Gillet 29 18

Cactaceae Cereus jamacaru DC. 1 2

Pereskia bahiensis Gürke 11 3

Pilosocereus gounellei (F.A.C.Weber) Byles

& Rowley

4 3

Capparaceae Capparis flexuosa (L.) L. 1

Celastraceae Maytenus rigida Mart. 1

Combretaceae Combretum sp. 2 5

Combretum duarteanum Cambess 4 137 70

Combretum leprosum Mart 39 44

Combretum mellifluum Eichler 9 17

Terminalia eichleriana Alwan & Stace 1

Terminalia fagifolia Mart. 1 13 14

Page 48: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

48

Famílias Espécies Estágios

Inicial Intermediário Tardio

Euphorbiaceae Cnidoscolus bahianus (Ule) Pax &

K.Hoffm

1 2 1

Cnidoscolus oligandrus (Müll.Arg.) Pax 14

Cnidoscolus pubescens Pohl 3

Jatropha mollissima (Pohl) Baill. 29 4

Manihot anomala Pohl 6 9 1

Sapium glandulosum (L.) Morong 8 4

Stillingia saxatilis Müll.Arg. 23 6

Fabaceae

Caesalpinioideae Bauhinia sp. 1

Bauhinia acuruana Moric. 3 2

Bauhinia brevipes Vogel 2

Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. 1 3

Bauhinia rufa (Bong.) Steud. 3 5

Diplotropis ferruginea Benth. 1

Diptychandra aurantiaca Tul. 2

Goniorrhachis marginata Taub. 3 22 5

Poincianella pluviosa (DC.) L.P.Queiroz 3 21 15

Poincianella pluviosa var. sanfranciscana

(G.P.Lewis) L.P.Queiroz

35 52

Senna acuruensis (Benth.) H.S.Irwin &

Barneby

1

Senna aversiflora (Herbert) H.S.Irwin &

Barneby

4 2

Senna spectabilis (DC.) H.S.Irwin &

Barneby

8

Page 49: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

49

Famílias Espécies Estágios

Inicial Intermediário Tardio

Fabaceae-

Faboideae

Acosmium lentiscifolium Schott 5 22 7

Amburana cearensis (Allemão) A.C.Sm. 1 4 2

Centrolobium sclerophyllum H.C.Lima 1 1

Coursetia rostrata Benth.

1

Dalbergia sp. 2

Dalbergia acuta Benth. 1 19 1

Dalbergia cearensis Ducke 4 34 6

Lonchocarpus campestris Mart. ex Benth. 3

Lonchocarpus minor M.Sousa 68

Lonchocarpus mutans M.Sousa 1

Luetzelburgia andrade-limae H.C.Lima 5 9

Machaerium acutifolium Vogel 12 19 41

Machaerium villosum Vogel 5 2

Platymiscium pubescens Micheli 2

Platymiscium blanchetii Benth. 3 1

Platymiscium floribundum Vogel 4

Platypodium elegans Vogel 1 1

Poecilanthe ulei (Harms) Arroyo & Rudd 2 2

Pterocarpus zenkeri Harms 3 1

Pterodon abruptus (Moric.) Benth. 9 1

Sweetia fruticosa Spreng 1 2 1

Tabaroa catingicola L.P.Queiroz,G.P.Lewis

& M.F.Wojc

3 1

Page 50: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

50

Famílias Espécies Estágios

Inicial Intermediário Tardio

Fabaceae

Mimosoideae Acacia langsdorfii Benth. 6 23 3

Acacia farnesiana (L.) Willd. 3

Acacia martii Benth. 2 13

Albizia polycephala (Benth.) Killip 1 1

Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan 7 19 14

Calliandra formosa (Kunth) Benth. 1 1

Chloroleucon dumosum (Benth.) G.P.Lewis 2

Chloroleucon foliolosum (Benth.) G.P.Lewis 7 2 4

Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong 5 2

Leucochloron limae Barneby & J.W.Grimes 2 1

Mimosa arenosa (Willd.) Poir 2

Mimosa hostilis Benth. 21

Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F.Macbr. 5

Piptadenia moniliformis Benth. 2 21 1

Piptadenia viridiflora (Kunth) Benth. 3 3

Plathymenia reticulata Benth. 7 5

Pseudopiptadenia contorta(DC.) G.P.Lewis &

M.P.Lima

27 3

Senegalia sp. 14

Senegalia langsdorffii (Benth.) Seigler &

Ebinger

5

Senegalia martii (Benth.) Seigler & Ebinger 8 3

Senegalia polyphylla (DC.) Britton & Rose 38 26 3

Page 51: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

51

Famílias Espécies Estágios

Inicial Intermediário Tardio

Lamiaceae Vitex laciniosa Turcz. 2

Vitex laciniata Schauer 1

Malpighiaceae Ptilochaeta bahiensis Turcz 3 9

Ptilochaeta densiflora Nied. 1

Malvaceae Cavanillesia arborea K. Schum 1 1

Ceiba pubiflora (A.St.-Hil.) K. Schum 1

Celtis brasiliensis (Gardner) Planch 1

Luehea divaricata Mart 1

Luehea candida (Moç. & Sessé ex DC.) Mart 1

Pseudobombax marginatum (A.St.-Hil.)

A.Robyns

4 1

Sterculia speciosa K.Schum 2

Meliaceae Trichilia hirta L. 2

Myrtaceae Eugenia florida DC. 1

Eugenia uniflora L. 2

Myrcia tomentosa (Aubl.) DC. 1 1

Nyctaginaceae Guapira tomentosa (Casar.) Lundell 1 1

Pisonia tomentosa Casar. 1

Ramisia brasiliensis Oliv. 1

Olacaceae Ximenia americana L 3

Polygonaceae Coccoloba schwackeana Lindau 1 5

Cochlospermum vitifolium (Willd.) Spreng. 13 1

Ruprechtia laxiflora Meisn. 1

Page 52: Interações entre lianas e árvores ao longo de um gradiente ... · Quintero & Sanchez-Azofeifa 2010). As áreas de vegetação nativa remanescentes estão ... seguintes questões

52

Famílias Espécies Estágios

Inicial Intermediário Tardio

Rhamnaceae Ziziphus cotinifolia Reissek 2

Ziziphus joazeiro Mart. 1

Machaonia brasiliensis (Hoffmanss.ex Humb.)

Cham. & Schltdl.

2

Rubiaceae Randia armata (Sw.) DC 4 6

Rutaceae Chomelia polyantha S.F.Blake 1 4

Galipea ciliata Taub. 49 53

Esenbeckia leiocarpa Engl. 3

Zanthoxylum continifolium Lam. 1

Zanthoxylum monogynum A.St.-Hil 1

Zanthoxylum petiolare A. St.-Hil. & Tul. 1

Salicaceae Casearia selloana Eichler 7 34

Vitaceae Cissus sp. 8

Total 649 1219 892