intensidade e negativismo e autoconfiança em jogadores de ... · usou-se o teste t para amostras...

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7 {Investigação O objectivo deste estudo foi comparar os jogadores de futebol Brasileiros de vários níveis competitivos e consoante a posição em que jogam, relativamente à intensidade do negati- vismo e da autoconfiança. Também, preten- demos verificar o grau de associação entre ambas as variáveis, a idade e o tempo de experiência. A amostra foi constituída por 529 jogadores de futebol profissional Brasileiros de vários níveis competitivos. Foi utilizada uma adaptação do Competitive State Anxiety Inventory - 2 (CSAI-2) 24 , recorrendo apenas às escalas de negativismo e autoconfiança. Na comparação dos grupos usou-se o teste t para amostras independentes e a ANOVA (teste post-hoc Scheffé) e o coeficiente de correlação de Pearson para verificar o grau de associação entre as variáveis. Os resultados demonstraram que os jogadores de nível nacional apresentaram valores inferiores de negativismo e superiores de autoconfiança comparativamente aos de nível regional. Quando se analisou os diferentes níveis de rendimento, considerando também a divisão em que o atleta compete, verificou-se que os atletas da 2.ª divisão regional apresentaram valores superiores de negativismo do que os da 2.ª divisão nacional e valores inferiores de autoconfiança comparati- vamente aos jogadores de ambas as divisões de nível nacional. Os valores de negativismo e autoconfiança vivenciados pelos jogadores antes da competição são semelhantes, independente- mente da posição que o atleta ocupa em jogo. A idade e a experiência desportiva dos atletas pare- cem também determinar os níveis de negativismo vivenciados antes da competição, verificando-se uma associação negativa entre estas variáveis. É sugerida a interpretação direccional dos sintomas do negativismo, para uma melhor compreensão deste estado no contexto desportivo. Palavras-chave: negativismo, autoconfiança, fute- bolistas profissionais brasileiros. Intensity of negativity and self-confi- dence in brazilian soccer players The purpose of the present study was to analyse Brazilian soccer players’ levels of nega- tivity and self-confidence regarding distinct competitive levels and game positions. We also pretended determine the magnitude and direc- tion of the association between the dependent variables (negativity and self-confidence) and the athlete’s age and sport experience. A sample of 529 Brazilian professional soccer players completed the negativity and self-confi- dence subscale of a Portuguese version of the Competitive State Anxiety Inventory - 2 (CSAI-2) 24 . While comparing groups we used independent samples t-test (for 2 subgroups) and ANOVA with the Scheffé post-hoc (for 3 or more subgroups). Pearson product-moment coefficients were calcu- lated to determine the association between variables. Main results demonstrated that the national league players reported lower negativity and higher self-confidence than regional league players. When distinct performance levels were analysed also considering the athlete’s division, 2 nd regio- nal league soccer players presented higher negativity than those from the 2 nd national league and lower self-confidence than those from both national divisions. Negativity and self-confidence pre-competitive levels didn’t differ according distinct game positions. Age and sport experience correlated negatively with negativity levels before competition. Overall, it’s suggested the need to interpret the negativity symptoms direction for a better acknowledgement of this emotion in the sport’s context. Keywords: negativity, self-confidence, Brazilian professional soccer players. Resumo Abstract Data de submissão: Maio 2007 Data de Aceitação: Julho 2007 Intensidade e negativismo e autoconfiança em jogadores de futebol profissionais brasileiros José Vasconcelos-Raposo 1 , Eduarda Maria Coelho 1 , Álvaro Cielo Mahl 2 , Hélder Miguel Fernandes 1 1 Centro de Investigação em Desporto, Saúde e Desenvolvimento Humano da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (Portugal) 2 Universidade do Oeste de Santa Catarina (Brasil) Vasconcelos-Raposo, J.; Coelho, E.; Mahl, A.; Fernandes, H.; Intensidade e negativismo e auto- confiança em jogadores de futebol profission- ais brasileiros. Motricidade 3(3): 7-15

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7 {Investigação

O objectivo deste estudo foi comparar osjogadores de futebol Brasileiros de vários níveiscompetitivos e consoante a posição em quejogam, relativamente à intensidade do negati-vismo e da autoconfiança. Também, preten-demos verificar o grau de associação entre ambasas variáveis, a idade e o tempo de experiência.

A amostra foi constituída por 529 jogadoresde futebol profissional Brasileiros de váriosníveis competitivos. Foi utilizada uma adaptaçãodo Competitive State Anxiety Inventory - 2 (CSAI-2)24,recorrendo apenas às escalas de negativismo eautoconfiança. Na comparação dos gruposusou-se o teste t para amostras independentes ea ANOVA (teste post-hoc Scheffé) e o coeficientede correlação de Pearson para verificar o grau deassociação entre as variáveis.

Os resultados demonstraram que os jogadoresde nível nacional apresentaram valores inferioresde negativismo e superiores de autoconfiançacomparativamente aos de nível regional. Quandose analisou os diferentes níveis de rendimento,considerando também a divisão em que o atletacompete, verificou-se que os atletas da 2.ª divisãoregional apresentaram valores superiores denegativismo do que os da 2.ª divisão nacional e valores inferiores de autoconfiança comparati-vamente aos jogadores de ambas as divisões denível nacional. Os valores de negativismo eautoconfiança vivenciados pelos jogadores antesda competição são semelhantes, independente-mente da posição que o atleta ocupa em jogo. Aidade e a experiência desportiva dos atletas pare-cem também determinar os níveis de negativismovivenciados antes da competição, verificando-seuma associação negativa entre estas variáveis. Ésugerida a interpretação direccional dos sintomasdo negativismo, para uma melhor compreensãodeste estado no contexto desportivo.Palavras-chave: negativismo, autoconfiança, fute-bolistas profissionais brasileiros.

Intensity of negativity and self-confi-dence in brazilian soccer players

The purpose of the present study was toanalyse Brazilian soccer players’ levels of nega-tivity and self-confidence regarding distinctcompetitive levels and game positions. We alsopretended determine the magnitude and direc-tion of the association between the dependentvariables (negativity and self-confidence) and theathlete’s age and sport experience.

A sample of 529 Brazilian professional soccerplayers completed the negativity and self-confi-dence subscale of a Portuguese version of theCompetitive State Anxiety Inventory - 2 (CSAI-2)24.While comparing groups we used independentsamples t-test (for 2 subgroups) and ANOVAwith the Scheffé post-hoc (for 3 or more subgroups).Pearson product-moment coefficients were calcu-lated to determine the association between variables.

Main results demonstrated that the nationalleague players reported lower negativity and higherself-confidence than regional league players.When distinct performance levels were analysedalso considering the athlete’s division, 2nd regio-nal league soccer players presented highernegativity than those from the 2nd national leagueand lower self-confidence than those from bothnational divisions. Negativity and self-confidencepre-competitive levels didn’t differ accordingdistinct game positions. Age and sport experiencecorrelated negatively with negativity levels beforecompetition. Overall, it’s suggested the need tointerpret the negativity symptoms direction for abetter acknowledgement of this emotion in thesport’s context.

Keywords: negativity, self-confidence, Brazilianprofessional soccer players.

Resumo Abstract

Data de submissão: Maio 2007 Data de Aceitação: Julho 2007

Intensidade e negativismo e autoconfiança em jogadores defutebol profissionais brasileirosJosé Vasconcelos-Raposo1, Eduarda Maria Coelho1, Álvaro Cielo Mahl2, Hélder Miguel Fernandes1

1 Centro de Investigação em Desporto, Saúde e Desenvolvimento Humano da Universidade de Trás-os-Montes e AltoDouro (Portugal)

2 Universidade do Oeste de Santa Catarina (Brasil)

Vasconcelos-Raposo, J.; Coelho, E.; Mahl, A.;Fernandes, H.; Intensidade e negativismo e auto-confiança em jogadores de futebol profission-ais brasileiros. Motricidade 3(3): 7-15

IntroduçãoA evidência experimental e empírica indica

que a competição desportiva é uma situaçãogeradora de pensamentos negativos, devido ao facto de ser considerada pelo atleta comoameaçadora; podendo esses pensamentos terefeitos extremamente prejudiciais na performancedesportiva25. Martens et al.25 consideram que onegativismo apresenta sempre uma relaçãoinversa com a performance desportiva, devido àssuas relações com o afecto negativo, sendo osmomentos anteriores à competição vivenciadoscomo desagradáveis pelo atleta. Contrariamente,Jones e Swain18 e Jones e Hanton17 afirmamque a ocorrência de pensamentos negativospode ser considerada essencial e benéfica para aperformance, devendo neste caso não se chamaransiedade, já que por definição, esta é umsentimento negativo. Jones e Swain18 propuseramque este estado emocional positivo fosse deno-minando de excitação, activação ou motivação.

Vários autores contestam a forma como otermo ansiedade tem sido utilizado no contextodesportivo, referindo que por um lado, aconotação negativa que o termo possui podelevar à compreensão errada que a ansiedade ésempre prejudicial para a performance17,18,34 e poroutro lado, não existem critérios definidos nasua aplicação na psicologia do desporto, peloque as emoções vividas pelos atletas antes dascompetições, são distintas da forma como estetermo é utilizado pela psicologia clínica37. Nestainvestigação optaremos por utilizar o termonegativismo, quando nos referirmos à ansiedadecognitiva e a ansiedade somática será denominadade activação (arousal).

Martens et al.24 propuseram a Teoria Multidi-mensional da Ansiedade Competitiva com basena análise da relação negativismo-rendimentonuma perspectiva multidimensional, conceptuali-zando, para o efeito, duas dimensões: o negati-vismo (prevalência de pensamentos negativos) e a activação (intensidade do comportamento).

8 {Investigação

Intensidade e negativismo e autoconfiança em jogadores de futebol profissionais brasileirosJosé Vasconcelos-Raposo, Eduarda Maria Coelho, Álvaro Cielo Mahl, Hélder Miguel Fernandes

No processo de desenvolvimento doquestionário Competitive State Anxiety Inventory-2(CSAI-2)24, os mesmos autores encontraram umaterceira componente a que chamaram autocon-fiança. Esta dimensão pode ser consideradatambém uma componente cognitiva, oposta aoestado de negativismo, sendo vista, como a au-sência de pensamentos negativos. Neste âmbito,Vealey42 também desenvolveu um conceito deautoconfiança específico para o contexto despor-tivo, o qual denominou de confiança desportiva.Este autor definiu este conceito como a crençaou o grau de certeza que o atleta possui acercada sua habilidade para ser bem sucedido nocontexto desportivo.

Relembramos que nesta investigação, apesarde rejeitamos o termo ansiedade proposto pelateoria original, no entanto, aceitamos asdinâmicas sugeridas entre as várias dimensões eo rendimento desportivo. A Teoria Multidimen-sional da Ansiedade Competitiva24,25 pressupõeque as três dimensões se relacionam de formadiferente com o rendimento: o negativismo deforma negativa e linear; a activação relaciona-sede forma curvilínea (em U-invertido) e a auto-confiança tem uma associação positiva e linear.

Martens et al.24 sugeriram que os atletas commais habilidade, têm uma capacidade superiorpara lidar com os pensamentos negativos que osmenos hábeis e possuem, antes da competição,níveis de negativismo e activação inferiores euma autoconfiança superior. Por sua vez, Barbosae Cruz2 afirmaram que a experiência competitivados atletas também é um dos factores que fazcom que estes utilizem diferentes estratégiaspara lidar com o negativismo competitivo.

A análise dos estudos que comparam atletasde níveis distintos de performance demonstrouresultados inconsistentes. As diversas investi-gações realizadas com amostras de modalidadesdesportivas individuais19,20,28 e colectivas15 con-cluíram que os grupos com diferentes níveis de

9 {Investigação

performance, não diferiram na intensidade denenhumas das três componentes do CSAI-2.No entanto, outras investigações comprovarama existência de diferenças em função do nívelcompetitivo do atleta, sendo a autoconfiança avariável que apresentou resultados consistente-mente superiores em atletas de nível competitivomais elevado7,8,9,11,13,14,16,22,27,29,30,31,36,38,39. Em relação aonegativismo e à activação, o estudo de Krane eWilliams21 que comparou atletas universitárioscom os de escolas secundárias, concluiu que osníveis de ambas as componentes foram inferioresnos atletas mais experientes.

Uma meta-análise realizada por Craft et al.6

com atletas de quatro níveis diferentes (atletasde elite, clube europeu, atletas universitários,estudantes de educação física) chegou a uma con-clusão interessante. Os atletas do clube europeuapresentaram uma relação mais forte e positivaentre o negativismo, a autoconfiança e a perfor-mance, podendo este facto se dever aos atletasserem, verdadeiramente, atletas profissionais.Todavia, estas relações foram menores ou inexis-tentes em atletas de níveis inferiores.

Outra conclusão interessante que emergiu apartir da análise dos estudos anteriores, é que osatletas de nível superior interpretam os sintomasde negativismo como mais facilitadores para aperformance15,19,20,26, o que pode obteve confirmaçãona meta-análise de Craft et al.6, dado que a relaçãoentre as duas dimensões do negativismo e aperformance desportiva foi positiva.

Dada a inconsistência dos resultados dasinvestigações apresentadas anteriormente e o re-duzido número de estudos realizados com atletasprofissionais, a presente investigação pretendecolmatar a escassez da evidência teórico--empírica referente a este domínio de análise eaprofundar o conhecimento da relação entrerendimento desportivo e as dimensões negativis-mo e auto-confiança. O objectivo que definimoscentrou-se na comparação de jogadores de fu-tebol Brasileiros de vários níveis competitivos e

posições específicas de jogo, relativamente àsvariáveis negativismo e autoconfiança. Procurá-mos, ainda, verificar o grau de associação entreestas últimas dimensões psicológicas e a idade eo tempo de experiência do atleta.

MetodologiaAmostraA amostra foi constituída por 529 jogadores

de futebol profissional Brasileiros do sexomasculino, com idades compreendidas entre os16 e os 39 anos (M= 23,01; SD= 4,23) e umaexperiência desportiva que variou entre os 2 e os27 anos (M= 11,21; SD= 4,47).

Os atletas pertencentes à amostra competiamem dois níveis de rendimento distintos: 266 atletasde nível regional (50,3%) e 263 atletas de nívelnacional (49,7%). Em ambos os níveis compe-titivos foram englobados atletas que competiamna 1.ª e 2.ª divisão. Quando diferenciados pelaposição específica de jogo, 59 eram guarda-redes(11,2%), 178 defesas (33,6%), 169 médios(31,9%) e 123 avançados (23,3%).

ProcedimentosOs questionários referentes às equipas de

futebol de nível regional, do estado de RioGrande do Sul, foram recolhidos nos respectivosclubes, tendo sido previamente solicitadaautorização para o efeito. Relativamente àsequipas de futebol de nível nacional, os dadosforam recolhidos quando as equipas se encon-travam concentradas para jogar na cidade deFlorianopolis (Brasil), após ter sido dada auto-rização pelos respectivos directores desportivos.

Foi utilizada uma adaptação do CompetitiveState Anxiety Inventory-2 (CSAI-2), recorrendoapenas às escalas de negativismo e autocon-fiança, na versão traduzida e validada para alíngua portuguesa por Vasconcelos-Raposo40. OCSAI-2 foi desenvolvido por Martens et al.24 para

avaliar a intensidade do negativismo, da activaçãoe da autoconfiança em situações competitivas.Este questionário é constituído por 27 itens,com opções de resposta classificadas numaescala de Likert de quatro pontos. Cada uma dastrês escalas consiste em nove itens, sendo o valorde cada escala calculado através da soma dosnove itens correspondentes, podendo o resultadoglobal variar entre 9 e 36.

Um estudo preliminar de validação recente-mente elaborado evidenciou, não só bons índicesde consistência interna, como também, umasatisfatória adequação do modelo factorial aosdados recolhidos, quando se utilizou apenas asescalas de negativismo e autoconfiança5.

No presente estudo, foi calculado o alpha deCronbach para as escalas de negativismo e auto-confiança, tendo-se obtido os valores de 0,76 e0,74, respectivamente. Estes valores sugeremuma boa consistência interna para ambas asescalas, tendo como referência o valor de 0,70sugerido por Tabachnick e Fidell33.

Com o propósito de analisar a adequação domodelo constituído por dois factores aos dados,efectuou-se uma análise factorial confirmatória.Os valores obtidos nos índices de ajustamentoevidenciaram uma boa adequação do modeloproposto[X2

(134)=348,942; p=0,000; X2/df=2,604;CFI=0,913; GFI=0,926; e, RMSEA= 0,055].

Estatística

Relativamente ao tratamento estatístico,iniciou-se pelo estudo das características psico-

10 {Investigação

Intensidade e negativismo e autoconfiança em jogadores de futebol profissionais brasileirosJosé Vasconcelos-Raposo, Eduarda Maria Coelho, Álvaro Cielo Mahl, Hélder Miguel Fernandes

-métricas do instrumento utilizado, verificando--se a consistência interna, através do cálculo doalpha de Cronbach e a validade factorial utilizandoa análise factorial confirmatória (método deestimação maximum likelihood). As medidas deavaliação do ajustamento utilizadas para verificara adequação do modelo aos dados, foram asseguintes: Qui-quadrado (X2), rácio X2/df, CFI (Com-parative Fit Index), GFI (Goodness of Fit Index) e oRMSEA (Root Mean Square Error of Approximation).

Para a análise do efeito diferenciador de umavariável independente no valor total de negati-vismo e autoconfiança, utilizámos o teste t paraamostras independentes ou análise de variânciaunivariada (ANOVA a um factor com o respec-tivo teste post-hoc Scheffé), consoante o factordiferenciador era constituído, respectivamente,por dois ou mais grupos. Para calcular o graude associação entre as variáveis utilizou-se ocoeficiente de correlação de Pearson.

O nível de significância foi mantido em 5%(pç0,05).

ResultadosComparação segundo o nível competitivo

Para verificar as diferenças existentes segundoo nível competitivo, foram efectuadas as com-parações dos atletas que competem a nívelnacional e regional e, também, consoante adivisão em que jogam.

No quadro 1 são apresentadas as diferençasentre os atletas de nível nacional e regional, nasvariáveis negativismo e autoconfiança.

Da análise do quadro anterior pode-se referirque existem diferenças significativas entre osgrupos de nível nacional e regional nas variáveisnegativismo e autoconfiança. Neste âmbito, osatletas de nível nacional apresentam valoresinferiores de negativismo e superiores de auto-confiança, comparativamente aos de nível regional.

No quadro 2 são apresentadas as diferençasnas variáveis dependentes em análise, entre osatletas que competem nas diferentes divisões.

Quadro 1: Comparação entre atletas de nível nacionale regional relativamente ao negativismo e autoconfiança.

0,001

0,000

Negat.

Autoconf.

p

3,230

-3,685

t

19,17±4,14

30,74±3,91

17,98±4,35

31,95±3,58

Nacional(n=263)M±SD

Regional(n=266)M±SD

11 {Investigação

Com a realização da ANOVA identificámosdiferenças significativas entre os grupos dediferentes divisões quanto ao negativismo e àautoconfiança. Posteriormente, utilizámos oteste post-hoc Scheffé para verificar em que gruposocorreram essas diferenças. Assim, quanto aonegativismo verificámos que o grupo de atletasque integravam as equipas da 2.ª divisão regionalreportou níveis mais elevados que os atletas da2.ª divisão nacional (p= 0,029). O grupo deatletas que integravam equipas da 2ª divisão

regional também apresentaram valores de auto-confiança mais baixos que o grupo de atletas quecompetiam na 2.ª (p= 0,026) e 1.ª divisão nacional(p= 0,033).

Comparação segundo a posição

No quadro 3 são apresentadas as diferençasao nível do negativismo e da autoconfiança, entreos atletas de diferentes posições (guarda-redes,defesas, médios e avançados).

Quadro 2: Comparação entre atletas de diferentes divisões relativamente ao negativismo e autoconfiança.

0,012

0,003

Negativismo

Autoconfiança

p

3,685

4,737

F

18,19±3,89

32,06±3,58

1.ª Nacional(n=94)M±SD

17,86±4,59

31,88±3,59

2.ª Nacional(n=169)M±SD

19,01±4,63

30,94±3,97

1.ª Regional(n=113)M±SD

19,29±3,75

30,60±3,88

2.ª Regional(n=153)M±SD

Quadro 3: Comparação entre atletas de diferentes posições relativamente ao negativismo e autoconfiança.

0,938

0,740

Negativismo

Autoconfiança

p

0,137

0,418

F

18,46±4,07

31,23±3,47

Avançados(n=123)M±SD

18,73±4,32

31,14±3,96

Médios(n=169)M±SD

18,48±4,50

31,53±3,93

Defesas(n=178)M±SD

18,64±4,02

31,58±3,63

Guarda-redes(n=59)M±SD

Através da análise do quadro anteriorpodemos denotar que não se verificaram dife-renças estatisticamente significativas no negati-vismo e na autoconfiança, quando se recorreu àposição do jogador, como variável independente.

Correlações entre as variáveis psico-lógicas, a idade e o tempo de experiência

Após a análise comparativa procurámoscompreender em que medida as variáveisindependentes idade e tempo de experiência doatleta se correlacionavam com as dimensõesnegativismo e autoconfiança.

Relativamente ao negativismo, verificaram-seassociações significativas e negativas com a idadedos jogadores (r= -0,202, p<0,001) e o seutempo de experiência (r= -0,171, p<0,001). Porsua vez, a autoconfiança não se correlacionousignificativamente com a idade (r= 0,047, p= = 0,280) e o tempo de experiência (r= 0,083,p= 0,055) a um nível convencional, pese emborao facto da última relação evidenciar umcoeficiente próximo desse valor de corte.

DiscussãoEste estudo comprova, em parte, a Teoria

Multidimensional da Ansiedade, no que diz res-peito à sugestão apresentada por Martens et al.24

que os atletas de maior habilidade têm maiorcapacidade para lidar com a ocorrência de pensa-mentos negativos, possuindo níveis de negati-vismo inferiores e uma autoconfiança superior,nos momentos pré-competitivos.

De facto, verificou-se que os jogadores defutebol profissionais brasileiros de nível nacionalapresentaram valores inferiores de negativismo(17,98±4,35 vs 19,17±4,14) e superiores de auto-confiança (31,95±3,58 vs 30,74±3,91), compara-tivamente aos de nível regional. Esta tendênciatambém se verificou, quando se analisou osdiferentes níveis de rendimento, considerandotambém a divisão em que o atleta compete,denotando-se que as diferenças se centram nacomparação entre a 2.ª divisão regional e a 1.ª e2.ª divisões nacionais. Os atletas da 2.ª divisãoregional apresentaram valores superiores denegativismo comparativamente aos da 2.ª divisãonacional e valores inferiores de autoconfiançacomparativamente aos praticantes de ambas asdivisões de nível nacional. Os resultados destainvestigação estão de acordo com o pressupostode que a autoconfiança é um constructo psico-lógico oposto à ocorrência de pensamentonegativos. De facto, neste estudo verifica-se queos atletas de nível nacional possuem umaintensidade superior de autoconfiança e inferiorde negativismo, pelo que nos jogadores de nívelregional ocorre o inverso. Também Martens et al.24

nas análises efectuadas aquando do desenvolvi-mento do CSAI-2 encontraram relações inversasentre estas duas variáveis (média dos rs= -0,609).

Martens23 sugeriu a existência de uma relaçãorecíproca, entre os níveis de negativismo e onível de habilidade do atleta. O sucesso resul-tante de uma certa aptidão natural para a práticadesportiva, leva a que o indivíduo vivencie níveisde negativismo inferiores, que resultam na rea-lização de melhores performances e vice-versa.

12 {Investigação

Intensidade e negativismo e autoconfiança em jogadores de futebol profissionais brasileirosJosé Vasconcelos-Raposo, Eduarda Maria Coelho, Álvaro Cielo Mahl, Hélder Miguel Fernandes

Igualmente, um estudo realizado por Thomase Over35 concluiu que os atletas de nível inferiorreportam mais emoções e cognições negativascomparativamente aos de nível superior, o quesugere um menor controlo sobre o negativismo.Outros estudos realizados, também concluíramque os atletas de nível superior apresentam umamaior utilização de estratégias de coping4,12,22,31,32.Apesar de não termos analisado esta variável,reconhecemos a importância da utilização destasestratégias no controlo das emoções e na redu-ção dos pensamentos negativos, como determi-nantes para o alcance de elevados níveis derendimento em qualquer modalidade desportiva.

Vasconcelos-Raposo e Aranha41 referem que,em vários estudos que realizaram, a autocon-fiança foi, sistematicamente, a variável que maispermitiu diferenciar os atletas de distintos níveisde rendimento. Do mesmo modo, diversasinvestigações demonstraram que os atletas denível de rendimento superior possuem valoresmais elevados na autoconfiança, comparativa-mente aos de nível inferior7,8,9,11,13,14,16,22,27,29,30,31,36,38,39.

Tendo em conta que a auto-eficácia é umaforma de autoconfiança específica para umasituação43 e que segundo a teoria de Bandura1,uma das fontes de informação de eficácia são asrealizações de desempenho, é natural que osatletas de nível superior tenham níveis de auto-confiança também superiores. De facto, atletasde nível elevado de performance acumulamexperiências de sucesso consecutivas, o que lhespermite aumentar os seus níveis de autocon-fiança. Segundo este mesmo autor, o própriofeedback (persuasão verbal) fornecido pelosindivíduos que rodeiam o atleta (ex. treinador,colegas, família, amigos, etc.), também influenciao seu nível de auto-eficácia. Ou seja, as expe-riências de sucesso e o feedback positivo forne-cido ao atleta aumentam a sua auto-eficácia.Logo e como se verifica neste estudo, os atletasde nível de performance elevada apresentam valoresde autoconfiança também elevados.

13 {Investigação

Porém, outras investigações não encontraramdiferenças na intensidade do negativismo e daautoconfiança entre atletas de diferentes níveisde performance15,19,20,28. Talvez, esta discordância deresultados possa ser justificada, pelos diferentescritérios utilizados para constituir os gruposcom diferentes níveis de rendimento. A título deexemplo, também nesta investigação, quando seprocedeu à comparação intra-grupos de atletasdo mesmo nível competitivo (nacional/regional),não se verificaram diferenças significativas, o quepermite sugerir que os critérios utilizados paraformar os grupos, também pode surgir comofactor de influência dos resultados que se obtêm.

Além do nível competitivo em que o atletacompete, a idade e a experiência desportiva dosatletas também parecem determinar os níveisde negativismo reportados antes da competição.De facto, verificou-se uma associação negativafraca entre a idade, a experiência desportiva e aintensidade do negativismo.

Barbosa e Cruz2 referem que a experiênciacompetitiva dos atletas é um dos factores queleva à utilização de diferentes estratégias paralidar com o negativismo. As conclusões do estudode Perry e Williams26 sugerem que os atletasmais experientes apresentam níveis superioresde autoconfiança e inferiores de negativismo,quando comparados com atletas iniciados (menosexperientes). Também os resultados do realizadopor Krane e Williams21 permitiram concluir quea ocorrência de pensamentos negativo é inferiornos atletas com mais experiência desportiva.

Os resultados desta investigação levam-nos aquestionar se será mais importante o nível compe-titivo ou a experiência desportiva que o atletapossui, para este lidar melhor com a ocorrênciade pensamentos negativos. De facto, compe-tições de elevado nível são causadoras de elevadonegativismo, levando o atleta a procurar formasde lidar com este estado negativo e controlarmelhor essas emoções, antes das competições.

Por outro lado, a própria experiência competitivado atleta faz com que este melhore a sua capaci-dade de lidar com os pensamentos negativos,através de um processo de aprendizagem alicer-çado no princípio da tentativa e erro. Mais ainda,o número de atletas desta amostra que beneficioude programas de preparação mental parece sermuito reduzido, não tendo havido uma averi-guação suficientemente escrutinada desta con-dição durante o presente estudo, que nos permitainterpretar os resultados obtidos, à luz destarealidade.

Como complemento a esta investigação sobrea intensidade do negativismo e autoconfiança,sugere-se que se acrescente a análise da inter-pretação direccional, ou seja, se o negativismovivenciado é interpretado como prejudicial aobenéfico para a performance19. De facto, a teoria dadireccionalidade postula que as melhores perfor-mances ocorrem quando o negativismo pré--competitivo é interpretado como benéfico paraa performance10. Para isso, foi proposta a utilizaçãodo Directional Modification of the Competitive StateAnxiety Inventory-2, adicionando ao CSAI-2 umaescala para avaliação da interpretação direccional3.Vários estudos confirmam que as percepçõesdireccionais dos sintomas de negativismo podemfornecer uma melhor compreensão da respostade negativismo competitivo e que os atletas de nívelcompetitivo superior interpretam os sintomas denegativismo como facilitadores da performance6,15,19,20,26.

Em suma, esta investigação confirma a neces-sidade de um elevado controlo das emoçõesantes da competição desportiva, através de umaboa gestão da relação negativismo-autoconfiança,para alcançar o êxito no futebol. A idade e aexperiência desportiva dos atletas parecemtambém determinar os níveis de negativismovivenciados antes da competição. É sugerida ainterpretação direccional dos sintomas do negati-vismo, para uma melhor compreensão desteestado no contexto desportivo.

CorrespondênciaJosé Vasconcelos-RaposoRua Dr. Manuel Cardona5000-558 Vila Real, PortugalE-mail: [email protected]

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