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INSTUTUTO DE TECNOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO LACTEC PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL DE DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIA UMA VISÃO DO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS EM PEQUENOS MUNICÍPIOS PARANAENSES CURITIBA 2017

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INSTUTUTO DE TECNOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO LACTEC

PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL DE DESENVOLVIMENTO DE

TECNOLOGIA

UMA VISO DO GERENCIAMENTO DE RESDUOS SLIDOS EM

PEQUENOS MUNICPIOS PARANAENSES

CURITIBA 2017

ENOQUE ALVES DA ROCHA

UMA VISO DO GERENCIAMENTO DE RESDUOS SLIDOS EM

PEQUENOS MUNICPIOS PARANAENSES.

Projeto de Dissertao apresentado ao Programa de Ps-Graduao em Desenvolvimento de Tecnologia, rea de Concentrao Meio Ambiente e Desenvolvimento Municipal, do Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento, em parceria com Faculdade Cidade Verde, como parte das exigncias para a obteno do ttulo de Mestre em Desenvolvimento de Tecnologia.

Orientadora Professora Dra. Isabella Franoso

Rebutini Figueira

AGRADECIMENTOS

minha esposa e filhos: pela pacincia; Professora Dra. Isabella

Franoso Rebutini Figueira: pela confiana; Ao Instituto de Tecnologia para o

Desenvolvimento LACTEC e a Faculdade Cidade Verde: pela oportunidade;

Aos Professores: pela disponibilidade e aos colaboradores pela cumplicidade.

A todos obrigado pela pacincia, confiana, oportunidade,

disponibilidade e cumplicidade.

... Eu preparo uma cano que faa acordar os homens adormecer as

crianas...

Carlos Drummond de Andrade

SUMRIO

1. INTRODUO .............................................................................................................. 17

1.1 DEFINIO DO PROBLEMA ................................................................................. 19

1.2 MOTIVAO E JUSTIFICATIVA DO ESTUDO .................................................. 20

1.3 OBJETIVOS .............................................................................................................. 21

1.3.1 Objetivo Geral ....................................................................................................... 21

1.3.2 Objetivos Especficos ........................................................................................... 21

2. FUNDAMENTAO TERICA .................................................................................. 24

2.1 GERENCIAMENTO DE RESDUOS SLIDOS .................................................. 24

2.1.1. Resduos Slidos .................................................................................................. 25

2.1.1.1. Resduos Orgnicos ......................................................................................... 26

2.1.1.2. Resduos Inorgnicos ...................................................................................... 26

2.1.1.3. Resduos Perigosos ......................................................................................... 27

2.1.1.4. Resduos No Perigosos ................................................................................. 27

2.1.1.5. Resduos Slidos Urbanos .............................................................................. 29

2.2. CONSRCIO PBLICO .......................................................................................... 33

2.2.1. Formao do Consrcio Pblico. ....................................................................... 35

2.2.1.1. Protocolo de Intenes. ................................................................................... 35

2.2.1.2. Lei Municipal. .................................................................................................... 36

2.2.2.1. Contrato de Consrcio ou Gesto. ................................................................ 37

2.2.2.2. Contrato de Rateio. .......................................................................................... 37

2.2.2. Personalidade do Consrcio Pblico. ............................................................... 39

2.3. PASSIVO AMBIENTAL............................................................................................ 40

3. MATERIAIS E MTODOS .......................................................................................... 44

3.1 MATERIAIS ............................................................................................................... 47

3.2. MTODOS ................................................................................................................. 64

4. RESULTADO ................................................................................................................ 67

5. CONCLUSO ............................................................................................................. 111

5.1. TRABALHOS FUTUROS. ..................................................................................... 112

6. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ........................................................................ 113

7. ANEXOS ...................................................................................................................... 120

7.1. Tabelas com definio de critrios para seleo de rea para

implantao de aterro sanitrio ............................................................................. 120

7.2. Proposta de alterao do cdigo tributrio dos municpios: Guaporema,

Indianpolis, Rondon e So Manoel. ......................................................................... 126

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Disposio geogrfica dos Municpios de Guaporema, Indianpolis, Rondon

e So Manoel do Paran......................................................................................................... 49

Figura 2 Localizao do Municpio de Guaporema e municpios vizinhos. ................. 50

Figura 3 Entrada do aterro sanitrio localizado no municpio de Cianorte sob

responsabilidade da Companhia de Saneamento do Paran SANEPAR. .................. 51

Figura 4 Local de triagem de resduos slidos do municpio de Guaporema. ............ 52

Figura 5 Tipos dos veculos usados para transportes de resduos do municpio de

Guaporema ................................................................................................................................ 53

Figura 6 - Vista geral da cidade de Guaporema com a presena das lixeiras nas ruas

da cidade ................................................................................................................................... 53

Figura 7 - Localizao do Municpio de Indianpolis em relao aos municpios

vizinhos. ..................................................................................................................................... 54

Figura 8 - Aterro sanitrio localizado no municpio de Cianorte sob responsabilidade da

SANEPAR.................................................................................................................................. 55

Figura 9- Local de triagem de resduos do municpio de Indianpolis. ........................... 56

Figura 10 Estrutura de coleta de resduos slidos do municpio de Indianpolis ....... 56

Figura 11 - Localizao do municpio de Rondon e municpios vizinhos. ....................... 57

Figura 12 Aterro sanitrio do municpio de Rondon - PR ............................................... 58

Figura 13 - Local de triagem de resduos do municpio de Rondon................................. 59

Figura 14 - Estrutura de coleta de resduos slidos do municpio de Rondon ............... 60

Figura 15- Localizao do Municpio de Rondon e municpios vizinhos. ........................ 61

Figura 16 - Aterro sanitrio do municpio de So Manoel do Paran - PR ..................... 62

Figura 17 - Local de triagem de resduos do municpio de Rondon................................. 63

Figura 18 - Estrutura de coleta de resduos slidos do municpio de So Manoel do

Paran ........................................................................................................................................ 63

Figura 19 - Indicao de passivo ambiental com uma destinao e acondicionamento

inadequado. ............................................................................................................................. 103

Figura 20 Outra indicao de passivo ambiental da destinao e acondicionamento

inadequado. ............................................................................................................................. 103

Figura 21 - Indicao de passivo ambiental por meio de uma destinao e

acondicionamento inadequado no municpio x2. .............................................................. 104

Figura 22 Outro local de passivo ambiental com destinao e acondicionamento

inadequado. ............................................................................................................................. 104

Figura 23 - Mapa Geolgico dos municpios de Guaporema, Indianpolis, Rondon e

So Manoel do Paran. ......................................................................................................... 107

Figura 24 - Mapa do tipo de solo dos municpios de Guaporema, Indianpolis, Rondon

e So Manoel do Paran....................................................................................................... 108

Lista de Grficos

Grfico 1- Municpio de Guaporema - Despesas com Gerenciamento de Resduos

Slidos ........................................................................................................................................ 68

Grfico 2- Municpio de Guaporema - Despesas com Gerenciamento de Resduos

Slidos em relao s despesas gerais ............................................................................... 69

Grfico 3- Municpio de Indianpolis - Despesas com Gerenciamento de Resduos

Slidos ........................................................................................................................................ 70

Grfico 4- Municpio de Indianpolis - Despesas com Gerenciamento de Resduos

Slidos em relao s despesas gerais ............................................................................... 70

Grfico 5- Municpio de Rondon - Despesas com Gerenciamento de Resduos Slidos

..................................................................................................................................................... 72

Grfico 6- Municpio de Rondon - Despesas com Gerenciamento de Resduos Slidos

em relao s despesas gerais.............................................................................................. 72

Grfico 7- Municpio de So Manoel do Paran - Despesas com Gerenciamento de

Resduos Slidos ...................................................................................................................... 74

Grfico 8- Municpio de So Manoel do Paran - Despesas com Gerenciamento de

Resduos Slidos em relao s despesas gerais ............................................................. 74

Grfico 9- Muncipios pesquisados - Despesas com Gerenciamento de Resduos

Slidos ........................................................................................................................................ 75

Grfico 10- Muncipios pesquisados - Despesas com Gerenciamento de Resduos

Slidos em relao s despesas gerais ............................................................................... 76

LISTA DE FLUXOGRMA

Fluxograma 1 Estgios do estudo e captao de dados ................................................ 66

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Classificao dos resduos e responsveis pela destinao no municpio de

Guaporema................................................................................................................................ 50

Tabela 2 - Classificao dos resduos e responsveis pela destinao no municpio de

Rondon ....................................................................................................................................... 58

Tabela 3 - ndice Nacional de Preo ao Consumidor INPC medido pelo IBGE .......... 67

Tabela 4 - Municpio de Guaporema Despesas com Gerenciamento de Resduos

Slidos ........................................................................................................................................ 67

Tabela 5 - Municpio de Guaporema - Despesas com Gerenciamento de Resduos

Slidos ........................................................................................................................................ 68

Tabela 6 - Municpio de Indianpolis Despesas com Gerenciamento de Resduos

Slidos ........................................................................................................................................ 69

Tabela 7 - Municpio de Indianpolis - Despesas com Gerenciamento de Resduos

Slidos ........................................................................................................................................ 70

Tabela 8 - Municpio de Rondon Despesas com Gerenciamento de Resduos Slidos

..................................................................................................................................................... 71

Tabela 9 - Municpio de Rondon - Despesas com Gerenciamento de Resduos Slidos

..................................................................................................................................................... 71

Tabela 10 - Municpio de So Manoel do Paran Despesas com Gerenciamento de

Resduos Slidos ...................................................................................................................... 73

Tabela 11 - Municpio de So Manoel do Paran - Despesas com Gerenciamento de

Resduos Slidos ...................................................................................................................... 73

Tabela 12 - Muncipios pesquisados Despesas com Gerenciamento de Resduos

Slidos ........................................................................................................................................ 75

Tabela 13 - Muncipios pesquisados - Despesas com Gerenciamento de Resduos

Slidos ........................................................................................................................................ 75

Tabela 14 - Investimentos na estruturao do Sistema de Gerenciamento de resduos

slidos: ....................................................................................................................................... 77

Tabela 15 - Cargos ligados diretamente ao processo ........................................................ 78

Tabela 16 - Cargos ligados indiretamente ao processo ..................................................... 79

Tabela 17 - Quadro de salrios de pessoal para o setor administrativo do consrcio. 79

Tabela 18 Apurao dos investimentos para coletar resduos tipo rejeitos e resduos

com potencial de reciclagem. ................................................................................................. 80

Tabela 19 Despesas com o uso mensal para compactador 6m .................................. 81

Tabela 20 - Custo mensal para compactador 10 m........................................................... 82

Tabela 21 Despesas com o uso do compactador de capacidade 15 m ..................... 83

Tabela 22 - Custo mensal para compactador 6 m ............................................................. 84

Tabela 23 - Investimento de coleta de resduos dispersos ............................................... 85

Tabela 24 - Custo mensal para trator com concha ............................................................. 85

Tabela 25 - indica o servio executado pelos 4 tratores com lmina acoplada: ............ 87

Tabela 26 Custo mensal com Caminho caamba ......................................................... 88

Tabela 27 - Custo com triturador de galhos. ........................................................................ 89

Tabela 28 - Coleta de entulhos .............................................................................................. 89

Tabela 29 - Custeios do caminho muk acoplado ........................................................... 90

Tabela 30 - Trator acoplado com coletor de resduo por varrio .................................... 91

Tabela 31 Trator reboque com varredeira ........................................................................ 91

Tabela 32 Varredeira de rua ................................................................................................... 92

Tabela 33 - Caminho acoplado de guincho e caambas roll on ................................. 93

Tabela 34 - Custeio do Caminho acoplado com caamba roll on ................................. 93

Tabela 35 - Caminho com Plataforma acoplada ............................................................... 94

Tabela 36 - Custo com caminho plataforma para transporte de veculos e

equipamentos ............................................................................................................................ 95

Tabela 37 - Veculo van para transporte coletivo ................................................................ 96

Tabela 38 - Veculo van - transporte de pessoal ................................................................. 96

Tabela 39 - Implantao do aterro sanitrio com instalaes e equipamentos ............. 97

Tabela 40 - Custo mensal com p carregadeira servio do Aterro Sanitrio .............. 98

Tabela 41 - Custeio total do sistema de gerenciamento de resduos slidos do

consrcio .................................................................................................................................... 99

Tabela 42 Fluxo de caixa do sistema de gerenciamento de resduo slido dos

municpios consorciados Guaporema, Indianpolis, Rondon e So Manoel................ 102

Tabela 43 - Rateio custo resduo pelo total de residncias de acordo com seus pesos e

porte .......................................................................................................................................... 110

Tabela 44 - Critrios gerais estabelecidos para pr-seleo de reas para instalao

de aterros sanitrios: ............................................................................................................. 120

Tabela 45 - Atributos geotcnicos e geoqumicos ............................................................ 121

Tabela 46 - Atributos geolgicos e geomorfolgicos ........................................................ 122

Tabela 47 - Atributos hidrolgicos e hidrogeolgicos ....................................................... 123

Tabela 48 - Atributos socioeconmicos .............................................................................. 124

Tabela 49 - Atributos operacionais ...................................................................................... 125

LISTA DE SIGLAS

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatsticas

PIB Produto Interno Bruto

IAP Instituto Ambiental do Paran

ABNT - Associao Brasileira de Normas Tcnicas

JOCUM Jovens com uma misso

ANVISA - Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria

RDC Resoluo de Diretorias Colegiadas

CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente

CNEM - Comisso Nacional de Energia Nuclear

IPEA Instituto de Pesquisas Econmicas Aplicada

IBRACON Instituto Brasileiro de Contabilidade

NPA Normas e Procedimentos de Auditoria

CFC - Conselho Federal de Contabilidade

NBCT Normas Brasileiras Contbeis Tcnicas

PNUD - Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento

SANEPAR Empresa de Saneamento do Paran

ITCG - Instituto de terras, cartografia, e geologia do Paran.

RESUMO

Atualmente o poder pblico possui a misso de oferecer ao cidado servios de qualidade e com baixo custo. A maximizao do nvel do desenvolvimento intelectual e a politizao da nao brasileira, embora tmida, credencia o posicionamento da cobrana dos direitos individuais e coletivos, com nfase na eficincia. A Repblica Federativa do Brasil dividida em suas trs esferas de governo, destaca uma atuao da imprensa no controle da unio e estados com publicaes de aes. Nos municpios, a mdia de massa com uma atuao discreta, no incomoda os gestores, porm precisa ser altiva para superar a falta de estrutura tcnica, que ameaa o bom desempenho administrativo. Este trabalho possui o princpio de apontar caminhos para equacionar a resoluo de um problema: produo de resduos que germinam nos municpios. O gerenciamento deste empecilho de custo elevado e cobra uma dose de criatividade. Sugere a formao de consrcio pblico com base na Lei Federal 11.107 de 06 de abril de 2005, em municpios de pequeno porte. O consrcio potencializa as foras, proporcionando poder de barganha na composio de processos, ou seja, a soma das estruturas existentes nos municpios minimiza o investimento e o custeio do trato com o resduo produzido, partindo do princpio que todas as estruturas precisam no mnimo de pessoal, equipamentos e, naturalmente, um aterro sanitrio. O consrcio possuiria um nico aterro sanitrio, o pessoal e os equipamentos a serem usados, seriam dimensionados de forma a no perder sua capacidade de produo, minimizando assim, os riscos de passivo ambiental para os municpios. Verificou-se no desenvolvimento deste trabalho, que a implantao de consrcio pblico em pequenos municpios para gerenciamento de resduos slidos vivel. O trabalho foi realizado com a manipulao de dados fornecidos pelos municpios do noroeste do estado do Paran: Guaporema, Indianpolis, Rondon e So Manoel do Paran em um estudo de caso. De posse do valor dos custos de manuteno do sistema atual de gerenciamento de resduos slidos, praticados nos municpios, prope investimentos na implantao de um novo sistema, objetivando resoluo dos problemas existentes e faz um paralelo com o atual e o futuro custo de manuteno, verificando que: alm de dar cumprimento na legislao, promove um gerenciamento eficiente e minimiza o custo. A viabilidade econmica fica demonstrada diante da resoluo dos problemas existentes e aponta um custo de manuteno menor. A unio de potencialidades ou foras para vencer um desafio, precisa deixar de ser filosfico. Palavras-chave: Resduos slidos, consrcio pblico, viabilidade econmica, municpios, administrao pblica.

ABSTRACT

Currently public government has the mission to provide citizens with quality services at low prices. The enhancement in intellectual development and the politicization of Brazilian nation, although timid, accredits citizens to request of individual and collective rights, with emphasis on efficiency. The Federative Republic of Brazil, divided in its three spheres of government, highlights the importance of press performance in controlling the Union and States with publications related to their actions. In counties mass media has a discreet performance and do not bother managers, but they need to be active and energetic to overcome the lack of technical structure, which threaten good administrative performance. This work has the objective to point out ways to solve a problem: production of residues in the municipalities. The managing of this hindrance is costly and takes some creativity. This work suggests the creation of a Public Sector Consortium based on Federal Law 11107 of April, 2005 regarded small counties. The consortium potentiates efforts providing bargaining power in the processes, that is, the sum of existing structure facilities in municipalities minimizes the investment and the cost of handling the waste produced, assuming that all the structure facilities need at least personnel, proper equipment, and of course a landfill. The consortium would have an only sanitary landfill, and the personnel and equipment to be used would be scaled out so as not to diminish its production capacity, thus minimizing the risks of environmental liabilities to the municipalities. It was verified along the development of this work that the implantation of a Public Sector Consortium for solid waste management in small municipalities is feasible. This work was carried out as a study case and the data was provided by the municipalities of the northwest region of Paran state: Guaporema, Indianpolis, Rondon and So Manoel do Paran. Having the maintenance cost of the current solid waste management at hand, this study proposes investments in the implementation of a new system, aiming at solving existing problems and also provides a parallel between the current and the future cost, verifying that in addition to complying with legislation, it promotes efficient management and minimizes cost. The economic feasibility is demonstrated by the resolution of existing problems and indicates a lower maintenance cost. The union of potentialities or forces to overcome a challenge must cease to be philosophical.

Keywords: Solid waste, Public Sector Consortium, Economic viability,

Municipalities, Public administration.

17

1. INTRODUO

Atendendo ao dispositivo legal, Lei n 8443, de 16 de julho de 1992,

no artigo 102, o IBGE fez publicar no Dirio Oficial da Unio, em 28 de agosto

de 2015 (IBGE, D.O. U de 28/08/2015, p. 20), as estimativas de populao

para os municpios, com data de referncia em 1 de julho de 2015. Os dados

do IBGE demostram que o Brasil formado por 5.570 municpios, destes,

3.824 so pequenos, ou seja, at 20.000 habitantes, quase 69%. No Paran,

so 318 municpios de pequeno porte, dos 399 existentes.

So considerados como um pequeno municpio, os que possuem at

20.000 habitantes, no termo do inciso I artigo 41 da Lei Federal 10.257 de 10

de julho de 2001.

Os pequenos municpios possuem condies de infraestrutura

urbanstica prximo ao estado de precariedade, segundo dados do Censo 2010

divulgados pelo IBGE (CENSO DEMOGRFICO, p. 44). O Instituto analisou

vrios aspectos nos municpios, tais como, iluminao pblica, pavimentao,

meio-fio, calada, arborizao, identificao do logradouro, boca de lobos, lixo

acumulado, esgoto a cu aberto, entre outros. Na concluso, essa pesquisa

acusou que os pequenos municpios apresentam ndices insatisfatrios na

gesto.

O clientelismo existente nos pequenos municpios outro entrave

capaz de dificultar o progresso. Carvalho (1998, p. 229) evidencia que, de

modo geral, o clientelismo indica um tipo de relao entre atores polticos que

envolvem concesso de benefcios pblicos na forma de: empregos, benefcios

fiscais ou isenes em troca de apoio poltico, sobretudo na forma de voto.

De acordo com Leite (2014, p. 96), defendendo a fuso destaca-se a

situao dos municpios de pequeno porte, como sendo ineficiente e de

insustentabilidade fiscal e financeira. Esse processo de fuso pode acontecer

atravs da criao de consrcios pblicos, para resolver problemas comuns e

maximizar a eficincia.

18

No entendimento da SERPLAN (2010, p. 6), nas instrues de

implantao de consrcios, diz que:

os Consrcios Pblicos, do ponto de vista dos municpios, contribuem para o aumento da sua capacidade de realizao, conferindo maior eficincia na utilizao dos recursos. Possibilita, tambm, o fortalecimento da autonomia municipal, ao ampliar a capacidade de dilogo e negociao junto aos rgos de outros entes da federao e entidades privadas.

Assevera, ainda, que se trata de um instrumento de cooperao

federativa e gesto compartilhada.

Os municpios menores, embora produzam resduos na proporo

de seu porte, no dispensa a necessidade fundamental do seu gerenciamento.

O feito, alm de imposio legal, um dever moral e tico. Nos

termos da Lei Federal 12.305 de 02 de agosto de 2010, do artigo 18 a 23, so

dispositivos exclusivamente para os municpios darem cumprimento. Ainda

merece destaque o artigo 5 que associa Lei Federal 11.107 de 06 de abril de

2005.

Este trabalho est estruturado pelo Captulo 1 com a introduo, o

Captulo 2 abordado definio de gerenciamento de resduos slidos, bem

como as suas caractersticas. No mesmo Captulo 2, conceituam-se consrcios

pblicos e exploram-se as formas de constituio entre entes federados, ainda,

expe noes de passivo ambiental. No captulo 3, aponta os materiais usados

para alcanar o objetivo e a metodologia usada para alcanar os resultados. No

Captulo 4, indica os resultados alcanados, aplicando a metodologia nos

materiais coletados. No Captulo 5, apresenta a concluso. O captulo 6 as

referncias bibliogrficas.

19

1.1 DEFINIO DO PROBLEMA

Os municpios so obrigados a fazer o gerenciamento dos resduos

slidos em seu territrio nos termos de seu Plano de Gesto Municipal de

Resduos Slidos PGMRS e a da Lei Federal 12.305/2010 de 02 de agosto

de 2010. Este trabalho demonstra a possibilidade de resoluo de problemas

existentes na gesto e esto identificados a seguir:

I. Custo elevado do servio onerando a municipalidade.

II. A estrutura usada pelos municpios no gerenciamento de resduos

slidos assimtrica, havendo perda na capacidade instalada.

III. Insero de aterros sanitrios em locais inadequados.

IV. Tributos cobrados pelos municpios na prestao de servio sem

o levantamento de custos efetivo dos servios.

20

1.2 MOTIVAO E JUSTIFICATIVA DO ESTUDO

A Lei Federal 11.107 de 06 de abril de 2005, norteia a constituio

de consrcios pblicos, alternativas para os municpios usarem como

ferramenta para minimizar problemas comuns.

Questes referentes ao meio ambiente, que atinjam mais de um

municpio, caracterizam interesse comum e pode ser objeto de gesto

associada atravs de consrcios pblicos, o que poder garantir uma soluo

mais eficaz e rpida para tais problemas. (OLIVEIRA; NOGUEIRA, 2007 p. 85)

No entendimento de Marques (2005, p.104), o consumo deve ser

considerado um dos grandes causadores da degradao ambiental quando

no controlada, ou seja, realizada alm dos limites da necessidade. Pode

comprometer seriamente a sustentabilidade, na medida em que se tornem

excessivo e desnecessrio, determinando a extrao de mais recursos para

atender a demanda. Entende-se, que os resduos so um dos maiores

problemas ambientais.

Diante do exposto, uma das formas exequvel para os pequenos

municpios equacionar os problemas provocados ao meio ambiente com a

gerao de resduos, a constituio de consrcios pblicos.

21

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

Demonstrar a viabilidade econmica no gerenciamento de resduos

slidos atravs de consrcios pblicos em pequenos municpios.

1.3.2 Objetivos Especficos

Identificar o custo atual com gerenciamento de resduos slidos;

Levantamento e analise do custo de instalao e manuteno de

uma nova estrutura para o gerenciamento de resduos slidos;

Identificar a possibilidade de diminuio do passivo ambiental com

a implantao do sistema;

Identificar localizao adequada para implantao de um possvel

Aterro Sanitrio para o consrcio;

Propor diretrizes para a padronizao da legislao tributria dos

Municpios.

No desenvolvimento deste trabalho, apresenta resultados a partir de

um levantamento de custo na manuteno do sistema de gerenciamento de

resduos slidos nos municpios de Guaporema, Indianpolis, Rondon e So

Manoel do Paran. Verificou que o custo atual, tende a diminuir com a

instituio de consrcio pblico com instalao de um novo sistema. Os

municpios foram escolhidos por sua localizao; favorecendo a logstica, pela

semelhana com a maioria dos pequenos municpios brasileiros.

O novo sistema prope uma reestruturao quantitativa e qualitativa

no sistema atual, trazendo em tela o valor de investimento e custeio que

permite a comparao de valores, possibilitando a tendncia de viabilidade.

O modelo sugerido elimina existncia de passivo ambiental

identificveis. Com pesquisas junto aos rgos tcnicos ambiental do estado

22

do Paran, foi possvel sugerir local adequado para a implantao de um aterro

sanitrio para deposio dos dejetos gerados no gerenciamento de resduos,

eliminando passivo ambiental que poderia causar a longo prazo.

Este trabalho ainda prope as diretrizes para padronizao na

legislao tributria aos municpios consorciados, na cobrana de tributos pelos

servios prestados a pessoas fsicas e jurdicas no gerenciamento dos

resduos.

Em sntese os dados utilizados foram os relatrios de despesas dos

anos de 2013, 2014 e 2015 que demostra as despesas praticadas pelos

municpios de Guaporema, Indianpolis, Rondon e Guaporema no

gerenciamento de resduos slidos. Em visitas in loco nos municpios verificou

o funcionamento do sistema, desde a coleta at acondicionamento dos

resduos. Conheceu o catalogou fotograficamente toda estrutura usada. Aps

identificar falhas na estrutura existente, pesquisou no mercado todos os

equipamentos necessrios para a montagem de uma nova estrutura, que aps

quantifica-los fez cotao de preo de todos os equipamentos e calculou a

despesa da nova estrutura em funcionamento. Identificou os provveis

passivos ambientais existentes em 25 municpios do noroeste do Paran

atravs de reportagens fotogrficas. Buscou junto ao instituto ambiental do

estado do Paran, rgo fiscalizado do estado das questes ambientais, de

todas as possveis penalidades diante das fotos apresentadas. Fez um

levantamento de todas as leis existente nos municpios a respeito de cobrana

de taxas de servios prestados pelo gerenciamento de resduos slidos.

Buscou junto ao Instituto de terras, cartografia, e geologia do Paran - ITCG

todos os estudos existentes sobre localizao de aterros sanitrios.

De posse das despesas praticadas pelos municpios e o

investimento em uma nova estrutura para funcionamento em consrcio pblico

comparou os custos. Verificou-se que com a nova estrutura em consrcio

pblico o passivo ambiental deixaria de existir. Verificado as inconformidades

existentes na lei tributria dos municpios, sugere um projeto de lei que

padroniza a cobrana pelo servio prestado ao cidado com o gerenciamento

23

dos resduos. Aponta a eleio de local adequado para a implantao de um

aterro sanitrio, aps subsidio de estudos realizados pela ITCG.

24

2. FUNDAMENTAO TERICA

2.1 GERENCIAMENTO DE RESDUOS SLIDOS

A Lei Federal n 12.305/2010 de 02 de agosto de 2010, determina

em seu artigo 10, a incumbncia dos municpios de gerir os resduos slidos de

forma integrada no mbito de seu territrio, que alm de um dever legal, h o

dever moral e social na preservao do ambiente.

Segundo Arajo (2004, p.153,) gerenciar : planejar, organizar,

comandar, coordenar e controlar atividades que facilitem o processo de

trabalho. A gerncia pode dar-se sobre outras coisas, pessoas ou ambos.

Planejar definir o futuro, principalmente, suas metas, como sero

alcanadas e quais so seus propsitos e seus objetivos (ARAJO, 2004), ou

como ferramenta que as pessoas e as organizaes usam para administrar

suas relaes com o futuro. uma aplicao especfica do processo decisrio.

(MAXIMIANO, 2002 p.105).

Para Maximiano, (2002 p.111) organizar o processo anterior de

dispor qualquer conjunto de recursos em uma estrutura que facilite a realizao

de objetivos. O processo de organizar tem como resultado o ordenamento das

partes de um todo, ou a diviso de um todo em partes ordenadas.

Liderar envolve influenciar as pessoas para que trabalhem num

objetivo comum. Metas traadas, responsabilidades definidas, ser preciso

neste momento uma competncia essencial, qual seja, a de influenciar pessoas

de forma que os objetivos planejados sejam alcanados. (ARAJO, 2004 p.

170,).

E por ltimo controlar, que a entidade estando devidamente

planejada, organizada e liderada, preciso que haja um acompanhamento das

atividades, a fim de se garantir a execuo do planejado e a correo de

possveis desvios (ARAJO, 2004).

25

2.1.1. Resduos Slidos

Para Pontes (2006), resduos so tudo aquilo que sobra de uma

atividade. Tal sobra precisa ter sua destinao correta para no criar

empecilhos ao meio em que vivemos.

Resduos slidos so materiais heterogneos, (inertes, minerais e

orgnicos) resultantes das atividades humanas e da natureza, os quais podem

ser parcialmente utilizados, gerando, entre outros aspectos, proteo sade

pblica e economia de recursos naturais. Os resduos slidos constituem

problemas sanitrio, ambiental, econmico e esttico (GRANZIERA, 2009, p.7).

Tessler (2004, p.2), entende que uma gesto responsvel e

eficiente dos recursos naturais, a busca de uma poupana ou preservao

desses recursos para as geraes futuras s poder ser alcanada quando

forem mais amplamente conhecidos os limites de sua utilizao e os custos do

consumo de tais recursos.

Os vrios problemas gerados em um municpio pelo mau

gerenciamento dos resduos tm reflexos em outro, no se prendendo a

territrio, obrigando que discutam aes conjuntas que se complementam.

Um dos principais problemas encontrados, especialmente nas

grandes cidades, o resduo slido em si, resultado de uma sociedade que

cresce em nmeros de habitantes e no consumo de bens e servios. um

grande desafio para as gestes municipais: baixar o custo com gerenciamento

e minimizar o passivo ambiental atravs de polticas preventivas.

Nos termos da Norma Tcnica da Associao Brasileira de Normas

Tcnicas ABNT 10004/2004 o resduo devidamente classificado quando se

identifica: pelo processo que lhe deu origem e de seus constituintes,

caractersticas e a comparao destes constituintes com listagens de resduos

e substncias cujo impacto sade e ao meio ambiente conhecido.

26

2.1.1.1. Resduos Orgnicos

Anlise intrnseca do Conselho Nacional do Meio Ambiente

CONAMA sobre a disposio os resduos orgnicos que so constitudos

basicamente por restos de origem vegetal ou animal. Nesta vertente, as

origens so desde a produo domstica at a agrcola.

A gerao de resduos orgnicos em excesso, no sendo feita uma

acomodao correta, podem causar srios problemas para o meio ambiente e

por consequncia a raa humana, como: proliferao de vetores de doenas e

contaminao do lenol fretico.

Barbosa e Ibrahin (2014, p. 119) ensinam que os resduos gerados

pelas atividades industriais, pelas pessoas em suas residncias, por atividades

comerciais, devem receber um tratamento adequado, objetivando minimizar

e/ou eliminar o risco ambiental e sade.

2.1.1.2. Resduos Inorgnicos

Resduos Inorgnicos contrapem ao orgnico, ou seja, materiais

que no so orgnicos.

Conforme Souza (2016, p. 21) exemplos de resduos inorgnicos

so as sobras dos metais como: ferro, o cobre e o alumnio que so

empregados na produo de chapas, barras e utenslios domsticos.

Os resduos inorgnicos so os que apresentam maiores

dificuldades em seu acondicionamento, principalmente os slidos, pelo volume

e dificuldade de decomposio.

27

2.1.1.3. Resduos Perigosos

A definio para os resduos perigosos exposta na Norma da

ABNT 10004/2004 ABNT, (2004) que se baseia no grau de nocividade que

representa para o homem e o meio ambiente. So materiais descartados da

atividade humana e classificam-se pela sua inflamabilidade, corrosividade,

reatividade, toxicidade e patogenicidade.

a) Inflamvel Alto poder de destruio atravs de sua combusto,

podendo provocar incndios e/ou exploses;

b) Corrosivo destaca-se por sua composio cida com autopoder

de destruio a seres vivos;

c) Reativo Seu principal composto a agressividade na liberao

de calor e energia;

d) Txico Provoca aos organismos vivos perdas substanciais em

suas estruturas biomoleculares;

e) Patognico provoca nos animais e seres vivos em geral

infeces biolgicas atravs de microrganismos e toxinas

Os resduos perigosos destacam-se pelo mal que podem causar ao

indivduo e a natureza. fundamental que seja manuseado de maneira

adequada para inutilizar suas ameaas e perigos.

Os resduos perigosos so classificados pela norma da ABNT

10004/2004 como sendo da classe I.

2.1.1.4. Resduos No Perigosos

Na norma da ABNT 10004/2004 os resduos no perigosos so

aqueles que no oferecem diretamente riscos sade humana. O fato de no

oferecer diretamente risco sade, no significa afirmar que o resduo no

perigoso seja inofensivo, tem que ser tratado com cuidados tcnicos, at

28

porque ocupam espaos, nvel de combustibilidade, solubilidade em gua,

biodegradabilidade, podendo implicar em nocividade.

Estes resduos so classificados como classe II e subdividem em

inertes e no inertes.

Os resduos inertes ocupam status de repouso ou inrcia, no

sofrem com a ao do tempo reaes fsicas ou qumicas, tampouco afetam

negativamente outras sustncias que voluntaria ou involuntariamente entrem

em contato com este tipo de resduo. No possuem solubilidade ou propagam

a combustibilidade, ainda, no possuem caractersticas de se decomporem ou

mudana em sua composio, os resduos inertes mais comuns encontrados

no meio so: os resduos da construo civil, pneus, ferros, aos, isopor, latas

de alumnio, vidros. Estes resduos so encontrados com fartura em resduos

slidos urbanos.

Os resduos inertes so classificados nos termos da Norma Tcnica

da Associao Brasileira de Normas Tcnicas ABNT 10004/2004 na classe II

A.

Literalmente os produtos no inertes no ficam em um lugar em

repouso, podem estar na forma lquida, gasosa ou slida. A grande

preocupao, apesar de no perigosos, est quanto a sua remoo que no

simples, diante da necessidade de grandes estruturas pelo volume. Identificam-

se pela sua propriedade de combusto podendo incendiar, biodegradar ou

solubilidade causando sujeira na gua. Associam-se ao resduo domstico.

Comumente identificados com os seguintes materiais: plsticos, garrafas PET,

ferros que atingem a sade humana na gerao de ferrugens (ABNT NBR

10.004/2004).

Os resduos inertes so classificados conforme ABNT 10004/2004

na classe II B.

29

2.1.1.5. Resduos Slidos Urbanos

Os resduos slidos urbanos so classificados pela Norma Tcnica

da Associao Brasileira de Normas Tcnicas ABNT 10004/2004 na classe II

A e classe II B, ou seja, em inertes e no inertes. Normalmente produzido pelo

homem nas cidades e no campo e possuindo caracterstica da sua geradora.

Esta norma da ABNT 10004/2004 define que so:

aqueles resduos nos estados slido e semi-slido, que resultam de atividades da comunidade de origem industrial, domstica, hospitalar, comercial, da construo civil, agrcola, de servios e de varrio. Ficam includos nesta definio os lodos provenientes de sistemas de tratamento de gua, aqueles gerados em equipamentos e instalaes de controle de poluio, bem como determinados lquidos cujas particularidades tornem invivel o seu lanamento na rede pblica de esgotos ou corpos de gua, ou exijam para isso solues tcnicas e economicamente inviveis em face de melhor tecnologia disponvel.

Ademais, conforme Oliveira (2003, p. 26), o resduo slido de um

municpio determinvel pelas suas caractersticas, impondo a pensar que

comunidades produzem resduos diferentes quando afirma que um projeto de

gerenciamento de resduos s ter sucesso se conhecer a composio fsica

do resduo. No mesmo foco Stech (1990) diz que um municpio ao romper na

caracterizao dos resduos slidos produzidos necessita ter muito claro o

objetivo do feito, para somar ganhos na execuo do projeto.

Gomes (1989, p. 37) trata o assunto com certa padronizao

entendendo que os resduos de um municpio para outros sempre so os

mesmos, ou seja, vidro, plstico, metais, papel, matria orgnica e outros. O

que altera so os percentuais. Pacifica tambm, que se municpios so

semelhantes, os resduos gerados tambm.

Caractersticas de resduos urbanos so os residenciais, que

segundo Oliveira (2007, p. 72) formado pelos resduos slidos gerados pelas

atividades residenciais. Apresentam elevados percentuais de matria orgnica

(da ordem de 60%) e ainda outros componentes, como embalagens plsticas,

latas, vidros e outros. So resduos produzidos pelo consumo em casas

residenciais, apartamentos, condomnios, assentamentos e assemelhados.

30

H os resduos de servios de sade que a Agncia Nacional de

Vigilncia Sanitria ANVISA preocupou-se em defini-los e caracteriz-los e o

fez atravs da Resoluo de Diretorias Colegiadas RDC n 306/04 que

comunga da mesma preocupao o Conselho Nacional do Meio Ambiente

CONAMA, atravs da Resoluo n 358/05.

Estas Resolues parametrizam o gerenciamento dos resduos

slidos de sade em todas as suas etapas que no entendimento de Barbosa e

Ibrahin (2014, p. 149) as resolues definem a conduta dos diferentes agentes

da cadeia de responsabilidade. Veem a preveno como eixo principal e o

tratamento como uma alternativa para dar destinao adequada aos resduos

com potencial de contaminao.

Em sntese a resoluo CONAMA n 358/05, trata o gerenciamento

com o objetivo peculiar de preservao do meio ambiente, criando a

obrigatoriedade dos rgos de preservao de meio ambiente do estado e

municpios em estabelecerem critrios de gerenciamento de tais resduos. J a

Resoluo ANVISA RDC n 306/04, estabelece o controle operacional com

nfase nos riscos envolvidos e controle na inspeo dos servios de sade.

A RDC n 306/04 classifica os resduos de sade pelas suas

caractersticas e riscos, em cinco grupos: A, B, C, D e E. No necessariamente,

subentende-se que a medida do risco varia de acordo com a mensurao literal

em sua classificao (OLIVEIRA 2014, p. 150):

o Grupo A Compreende os componentes com possvel presena

de agentes biolgicos que, por suas caractersticas de maior virulncia ou

concentrao, podem apresentar riscos de infeco;

o Grupo B engloba substncias qumicas que podem apresentar

risco sade pblica ou ao meio ambiente, dependendo de suas

caractersticas de inflamibilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade;

o Grupo C Compreende qualquer material resultante de atividades

humanas que contenham radionucldeos em quantidades superiores aos limites

de eliminao especificados nas normas da Comisso Nacional de Energia

Nuclear (CNEM);

31

o Grupo D no apresenta risco biolgico, qumico, ou radiolgico

sade ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resduos

domiciliares;

o Grupo E Materiais perfuro cortantes ou escarificantes.

Outra caracterstica dos resduos urbanos so os industriais, sendo

este toda sobra de transformao de materiais na produo de um produto

novo e sem valor comercial economicamente atrativo.

A Resoluo n 313/2002 do Conselho Nacional do Meio Ambiente

CONAMA definiu como sendo todo o resduo que resulte da atividade industrial

e que se encontre em estado: slido; semisslido; gasoso, quando contido e

lquido; em que as particularidades tornem inviveis o seu lanamento na rede

pblica de esgoto ou corpo dagua, ou exijam para isso solues tcnicas ou

economicamente inviveis diante de uma melhor tecnologia disponvel.

A Lei 12.305 em seu artigo 13 item I, subitem f, define resduos

industriais como: os gerados nos processos produtivos e instalaes

industriais.

Segundo Tocchetto (2009 p. 62) 40% dos resduos industriais e de

material perigoso, necessitam de tratamento especial devido ao seu alto

potencial de impacto ambiental e sade.

Os resduos slidos urbanos especiais compreendem os resduos

que, por seu volume, peso, grau de periculosidade ou degradabilidade, ou por

outras especificidades, requeiram procedimentos especiais para o seu manejo

e destinao. Ainda, considerando os impactos negativos e os riscos sade e

ao meio ambiente destacam neste grupo: os pneus, as pilhas e baterias e as

lmpadas fluorescentes.

Incluem tambm os resduos eletrnicos definidos na viso de

Machado (2016) e pela Diretiva 2002/96/CE do Parlamento Europeu em seu

Art. 3 como sendo: todos os componentes, subconjuntos e materiais

consumveis que fazem parte do produto no momento em que este

descartado cujo funcionamento adequado depende de correntes eltricas ou

campos eletromagnticos para gerao, transferncia e medio de correntes

http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=CELEX:32002L0096:PT:HTML

32

e campos concebidos para utilizao com uma tenso nominal no superior a

1.000 V para corrente alterna e 1.500 V para corrente contnua.

Equipamentos para o processamento centralizado de dados (Macro

computadores (mainframes), Minicomputadores, Unidades de impresso);

informticos pessoais, computadores pessoais (CPU, Mouse, ecr e teclado

includos), computadores portteis laptop (CPU, Mouse, ecr e teclado

includos), computadores portteis notebook, computadores portteis

notepad, impressoras, copiadoras, mquinas de escrever eltricas e

eletrnicas, calculadoras de bolso. Outros produtos e equipamentos para

recolher, armazenar, tratar, apresentar ou comunicar informaes por via

eletrnica, sistemas e terminais de utilizador, telecopiadoras, telex, telefones,

postos, telefnicos pblicos, telefones sem fios, telefones celulares,

respondedores automticos, outros produtos ou equipamentos para transmitir

som, imagens ou outras informaes por telecomunicao.

O resduo urbano da construo civil tambm possui papel

importante na gerao. O conceito foi dado pelo inciso I do art. 2 da

Resoluo CONAMA que diz: I Resduos da construo civil so os

provenientes de construes, reformas, reparos e demolies de obras de

construo civil, e os resultantes da preparao e da escavao de terrenos,

tais como: tijolos, blocos cermicos, concreto em geral, solos, rochas, metais,

resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso,

telhas, pavimento asfltico, vidros, plsticos, tubulaes, fiao eltrica etc.,

comumente chamados de entulhos de obras, calia ou metralha.

Os resduos de construo civil podem representar 61% dos

resduos slidos (em massa) (PINTO; GONZALES 2005 p. 46). Certo de este

percentual sofre variaes de acordo com o momento econmico do pas, de

qualquer forma, representativa a quantidade produzida.

Karpinsk (2009, p. 35) estimou que em algumas cidades brasileiras,

as metrpoles so produzidas um valor mdio de 0,50 (metade de um)

toneladas ao ano por habitante de resduo da construo civil.

33

2.2. CONSRCIO PBLICO

A figura dos consrcios pblicos surgiu com o advento da Emenda

Constitucional 19/98, ao estabelecer que a Unio, os Estados, o Distrito

Federal e os Municpios disciplinaro por meio de lei os consrcios pblicos e

os convnios de cooperao entre os entes federados, com a finalidade de

executar a gesto associada de servios pblicos. Em seguida, foi promulgada

a Lei n 11.107/05, Lei dos Consrcios Pblicos, e o seu regulamento o

Decreto n 6.017/07.

Especificamente Conforme o Decreto 6.017/07, consrcio pblico :

... pessoa jurdica formada exclusivamente por entes da Federao, na forma da Lei no 11.107, de 2005, para estabelecer relaes de cooperao federativa, inclusive realizao de objetivos de interesse comum, constituda como associao pblica, com personalidade jurdica de direito pblico e natureza autrquica, ou como pessoa jurdica de direito privado sem fins econmicos (FILHO, 2009, p. 26).

Indagaes constantes no meio administrativo pblico so quanto

viabilidade de se valer do consrcio pblico ou convnio.

Os consrcios pblicos so como categorias dentro dos convnios,

dadas as suas semelhanas, tendo como diferenciao o fato daquele

constituir uma pessoa jurdica, o que no acontece com os convnios stricto

sensu. (FILHO, 2009, p. 26).

Neste mesmo enfoque, Meirelles, (2009) escreve que Convnios administrativos so acordos firmados por entidades pblicas de qualquer espcie, ou entre estas organizaes particulares, para realizao de objetivos de interesse comum dos participes, ao passo que os consrcios administrativos so acordos celebrados entre entidades estatais, autrquicas fundacionais ou paraestatais, sempre da mesma espcie, com o mesmo objetivo, qual seja, o da efetivao de metas do interesse de todos pactuantes.

O que caracteriza o consrcio e o distingue do convnio que este

celebrado entre pessoas jurdicas de espcies diferentes e aquele s o

entre entidades da mesma espcie. (MEIRELLES, 2004, p. 387).

A busca pela perfeita e justa definio parece irrelevante, prevalece

o interesse dos partcipes e a comodidade da execuo de projetos que

34

possuem objetivos comuns (FILHO, 2009, p. 8). O termo convnio atualmente

mais adequado para regimes de cooperao entre pessoas, s cabendo

destitu-los, da figura tradicional dos contratos. Por tal motivo, o fator que deve

remarcar essa modalidade de ajustes o intuito cooperativo dos participantes,

sendo, pois irrelevante distinguir a natureza jurdica destes.

A personalidade jurdica um indicativo da diferena na forma

relativo ao convnio, no que destaca tambm o seu limite de vigncia no

tempo. O consrcio perene na busca da soluo do problema comum dos

consorciados.

O consrcio pblico no contexto do pacto federativo no Brasil surgiu

com o Decreto n 1, de 15 de novembro de 1889 que marca a opo pelo

Estado Federal. Opo chancelada por todas as constituies do Brasil e a

promulgada em 1988 que recepciona em seu artigo primeiro com a clareza,

assim: Art. 1 A Repblica Federativa do Brasil, formada pela unio

indissolvel dos Estados e Municpios....

Na mesma lgica a Carta Magna assevera art. 18... compreende a

Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios, todos autnomos....

Filho (2009) define que imperioso reconhecer que o Municpio se

qualifica como pessoa federativa.

Ainda o pargrafo nico do artigo 23 da Constituio Federal Brasil

(BRASIL, 1988) convida, no limite do diploma legal, para cooperarem entre si,

com respeito sua autonomia, no objetivo de promover o equilbrio do

desenvolvimento e o bem-estar dos brasileiros.

No arcabouo legal da Carta Magna o artigo 241 (BRASIL,

constituio, 1988), diz que os muncipios disciplinaro por meio de lei os

consrcios pblicos e os convnios de cooperao entre os entes federados,

autorizando a gesto associada de servios pblicos, bem como a

transferncia total ou parcial de encargos, servios, pessoal e bens essenciais

continuidade dos servios transferidos.

35

A Lei 11.107 de 06 de abril de 2005 (BRASIL, 2005), aponta

possiblidade dos Muncipios cooperarem e implantarem consrcios pblicos

para resolverem problemas comuns.

Segundo Junior (1999, p. 384) a lgica legal apela pela

razoabilidade que o consrcio pblico no seria um ente federado, afirma que

os municpios transferem encargos, servios, pessoal na formao do

consrcio pblico existindo entre os consorciados um objetivo comum. Essa a

ideia central sobre a qual repousa a noo de federalismo cooperativo.

2.2.1. Formao do Consrcio Pblico.

Nos termos da Lei 11.107 de 2005 (BRASIL, Lei 11.107, de 06 de

abril de 2005) a existncia de um Consrcio Pblico s possvel se houver

participao de algum ente da federao, isto Unio, Estados, Distrito

Federal ou Municpios. So dispostos os estgios de constituio de um

consrcio pblico, a saber: o protocolo de intenes, Lei e o contrato de gesto

e rateio.

2.2.1.1. Protocolo de Intenes.

O artigo 4 da Lei 11.107 de 2005 (BRASIL, Lei 11.107, de 06 de

abril de 2005) literalmente cria uma minuta do protocolo de intenes, no

impedindo outras previses, mas impondo clusulas mnimas na formatao do

documento. Identificao pormenorizada da composio, objetivo, forma

diretiva, local, alternativa do financiamento, estrutura. Dentre os seus incisos,

pargrafos e alneas merecem comentrios:

I a denominao, a finalidade, o prazo de durao e a sede do consrcio;

36

Embora esse inciso traga a possibilidade de prazo de durao, em

sua composio normalmente so de existncia de prazo indeterminado, ou

seja, at quando atender os seus objetivos dos consorciados.

V os critrios para, em assuntos de interesse comum, autorizar o consrcio pblico a representar os entes da Federao consorciados perante outras esferas de governo;

Esse inciso d ao consrcio caractersticas e poderes de um ente da

federao na representao de seus membros.

VI as normas de convocao e funcionamento da assembleia geral, inclusive para a elaborao, aprovao e modificao dos estatutos do consrcio pblico;

possvel, para alcanar os objetivos e pautar suas funes,

constantemente mudar o papel do consrcio pblico sem perder sua finalidade.

IX o nmero, as formas de provimento e a remunerao dos empregados pblicos, bem como os casos de contratao por tempo determinado para atender a necessidade temporria de excepcional interesse pblico;

O consrcio pblico mantm em sua personalidade a sujeio legal

de seus genitores.

XI a autorizao para a gesto associada de servios pblicos, explicitando:

Entre outras indicaes esse inciso fornece condies para o

consrcio criar sua forma de financiamento atravs de tarifas, preo pblico,

taxas.

2.2.1.2. Lei Municipal.

Haver de instituir a Lei Municipal para ratificar o contido no

protocolo de intenes, como transcreve o artigo 5 da Lei 11.107 de 06 de

abril de 2005. Embora a tratativa dessa lei sobre a instituio do diploma legal

municipal seja discreta, o ponto mais importante da criao do consrcio

37

pblico. na publicao da Lei Municipal que o consrcio pblico assume

personalidade jurdica.

O Cdigo Cvel Brasileiro determina que a personalidade jurdica de

uma sociedade concretize-se com o registro nos rgos competentes seus atos

constitutivos (BRASIL, Lei 10.406 de 10 de janeiro de 2002).

A assertiva no inciso I do artigo 6 da Lei 11.107 de 06 de abril de

2005 evidencia que o ato constitutivo perfeito do consrcio pblico

consumado com o devido cadastro institucional, dando-lhes uma identidade.

2.2.2.1. Contrato de Consrcio ou Gesto.

O contrato na afirmao de Filho (1999, p. 384) tem a funo de

definir as condies adequadas em relao a cada ente parte integrante do

consrcio, sendo que h necessidade de revelar a peculiaridade de cada um

no processo. As diferenas estruturais dos entes participantes precisam ser

tratadas neste instrumento para equacionar com equidade o perfeito

funcionamento do consrcio.

As clusulas devero obedecer s imposies institudas pela Lei

que criou o consrcio, com a devida ratificao do protocolo de intenes.

Tratar os detalhes que a Lei no aprofundou.

Ainda nesse contrato que define as cesses de cada ente, quando

for o caso, de: servidores, mveis, imveis.

2.2.2.2. Contrato de Rateio.

Tem a funo mpar de definio de custeio do certame na medida

da gerao do fluxo do servio a ser prestado pelo consrcio, que inclusive

definir o tipo e o custo do servio a ser prestado. Segundo Pereira (2009, p.

97) o ajuste pelo qual os entes consorciados firmam relao jurdica no

38

sentido de definir suas obrigaes econmicas co-financeiras para com o

consrcio pblico, nelas includas, a previso dos recursos financeiros

necessrios para o consrcio fazer face s despesas oriundas da execuo

das suas metas.

O Decreto 6017 de 17 de janeiro de 2007 que regulamentou a Lei

11.107 de 06 de abril de 2005 deixa claro em seu inciso VII que diz: VII -

contrato de rateio: contrato por meio do qual os entes consorciados

comprometem-se a fornecer recursos financeiros para a realizao das

despesas do consrcio pblico.

As despesas do consrcio s podero ser reconhecidas se guardar

ligao intima com os objetivos do consrcio, sob pena do gestor responder

juridicamente pela execuo de despesa imprpria, que se caracteriza por no

haver o interesse pblico investido por fora da Lei Federal 4.320/64 (BRASIL,

Lei 4.320, de 17 de maro de 1964).

As receitas do consrcio so prprias do custeio proporcional dos

servios prestados pelo consrcio, ao ente consorciado, ou seja, pelos servios

prestados aos municpios. O consrcio recebe os recursos que foram ajustados

no contrato de rateio.

As definies dos valores podem ser pelo efetivo servio ou por

indicadores, a saber: rea atendida, quantidade estimada, nmeros de

habitantes atendidos.

A Lei 5.172 de 25 de outubro de 1966 em seu artigo 77 e 79 deu

base legal para a instituio das taxas de coleta de resduos, que financia a

prestao de servio no gerenciamento do resduo ao cidado, est lei

regulamentada pelos cdigos tributrios municipais.

Conceitualmente o seu fato gerador o servio efetivamente

realizado ao contribuinte, isto , os servios de gerenciamento de resduos

realizados pelo ente pblico ao contribuinte gerador. Desta forma, institui a

cobrana da taxa que poder ser cobrada, desde que mensurado o servio.

39

Se h um consrcio pblico com a finalidade de gerenciar os

resduos slidos e a fonte de recursos for a taxa de coleta de lixo, os

municpios devero unificar o entendimento sobre o fato gerador, obedecendo

o princpio da isonomia tributria.

2.2.2. Personalidade do Consrcio Pblico.

Os consrcios so pessoas jurdicas do direito pblico no que dispe

a Lei 10.406 de 10 de janeiro de 2002 cdigo civil brasileiro em seu artigo 41

inciso V.

O atributo de sua personalidade condiciona a assuno de

responsabilidade em assumir direitos e obrigaes em seu prprio nome como

rgo integrante dos consorciados. Segundo Meirelles (2005, p. 394-395) so

centros de competncia institudos para o desempenho de funes estatais,

atravs de seus agentes, cuja atuao imputada pessoa jurdica a que

pertencem. Sobre o mesmo tema (JUNIOR, 1999, p. 26) minimiza a

personalidade jurdica o efeito de tal contratao, ou seja, a forma pela qual

se exterioriza aquele negcio jurdico. Finaliza o consrcio, sob a viso

negocial, retrata o elo que vincula os integrantes, ao passo que a pessoa

jurdica o mecanismo atravs do qual as vontades expressas no contrato se

extrovertem nas relaes jurdicas.

Conceitualmente para Medauar e Oliveira (2006, p. 74) crava os

objetivos so fundamentais para definio do instituto de pessoa jurdica

consorcial como instrumento para que os entes consorciados alcancem fins de

interesse comum, como formas de implementao do federalismo cooperativo.

40

2.3. PASSIVO AMBIENTAL

Linguagem genuna da cincia contbil, definido como uma

obrigao adquirida em decorrncia de transaes anteriores ou presentes,

que provocaram ou provocam danos ao meio ambiente ou a terceiros, de forma

voluntria ou involuntria, os quais devero ser indenizados atravs da entrega

de benefcios econmicos ou prestao de servios em um momento futuro

(RIBEIRO; BERTOLI, 2000). O Instituto dos Auditores Independentes do Brasil

IBRACON (IBRACON, 2000), segundo a NPA 11 conceitua o Passivo

Ambiental como toda agresso que se praticou ou pratica contra o meio

ambiente e consiste no valor dos investimentos necessrios para reabilit-lo,

bem como, multas e indenizaes em potencial. O Conselho Federal de

Contabilidade CFC, atravs da Resoluo CFC n 1.003/04 preocupou-se em

aprovar a NBC T 15 para que no sistema contbil das instituies pudesse

mensurar e produzir informaes de natureza ambiental.

Diz a norma que "a Demonstrao de Informaes de Natureza

Social e Ambiental, ora instituda, quando elaborada deve evidenciar os dados

e as informaes de natureza social e ambiental da entidade, extrados ou no

da contabilidade, de acordo com os procedimentos determinados por esta

norma". Essa demonstrao, quando divulgada, deve ser efetuada como

informao complementar s demonstraes contbeis, no se confundindo

com as notas explicativas, e deve ser apresentada, para efeito de comparao,

com as informaes do exerccio atual e do exerccio anterior.

As informaes a serem divulgadas na interao com o meio

ambiente devero evidenciar de acordo com a norma, item 15.2.4.1:

a) Investimentos e gastos com manuteno nos processos

operacionais para a melhoria do meio ambiente;

b) Investimentos e gastos com a preservao e/ou recuperao de

ambientes degradados;

c) Investimentos e gastos com a educao ambiental para

empregados, terceirizados, autnomos e administradores da entidade;

41

d) Investimentos e gastos com educao ambiental para a

comunidade;

e) Investimentos e gastos com outros projetos ambientais;

f) Quantidade de processos ambientais, administrativos e judiciais

movidos contra a entidade;

g) Valor das multas e das indenizaes relativas matria

ambiental, determinadas, administrativa e/ou judicialmente;

h) Passivos e contingncias ambientais.

Segundo (CARVALHO; RIBEIRO 2000), "os passivos ambientais

devem ser reconhecidos e contabilizados no momento em que acontecem seus

fatores geradores, ou em situaes extremas, a partir do simples conhecimento

de sua existncia potencial".

As empresas que possuem passivos ambientais que no se

encontram identificados, dificilmente tero subsdios para uma correta e real

avaliao da situao da empresa e, consequentemente, no podero julgar a

viabilidade de fazerem investimentos na instituio (RIBEIRO; SOUSA, 2003).

Por fora das regulamentaes ambientais nos Estados Unidos

vrias empresas esto diminuindo suas atividades e a sua margem de lucro

(PHILLIPS, 2000).

No Brasil podem existir mais de 20 milhes de toneladas de resduos

industriais perigosos em situao de se tornarem passivos ambientais (VILA,

2002).

Conforme Kraemer (2003, p. 4), as obrigaes decorrentes do

passivo ambiental esto divididas em trs:

Legais ou implcitas;

Legal quando a entidade tem uma obrigao presente legal como

consequncia de um evento passado, pelo uso do meio ambiente (gua, solo,

ar, etc.) ou a gerao de resduos txicos. Essa obrigao legal surge de um

contrato, legislao ou outro instrumento de lei.

42

Implcita a que surge quando uma entidade, por meio de prticas

do passado, polticas divulgadas ou declaraes feitas, cria uma expectativa

vlida frente a terceiros e, por conta disso, assume um compromisso.

Construtivas - so aquelas em que a empresa prope-se a cumprir

espontaneamente, excedendo as exigncias legais. Pode ocorrer quando a

empresa estiver preocupada com sua reputao na comunidade em geral, ou

quando est consciente de sua responsabilidade social e usa os meios para

proporcionar o bem-estar da comunidade.

Refletem a conscincia de responsabilidade social, ou seja, a

empresa cumpre em razo de fatores ticos e morais. Neste caso, a autora

coloca como exemplo que, se existir um instrumento legal que obrigue uma

determinada empresa a restaurar uma rea contaminada por suas atividades,

mas se tratando de fato relevante e se for de conhecimento pblico ou afetar

interesses e direitos de terceiros, a empresa ser compelida a reparar o erro

cometido.

Em termos de passivo ambiental os exemplos mais famosos e com

cifras elevadas, destacaria:

O caso da Petrobras, na dcada de 80, no qual a regio de Cubato,

no interior do Estado de So Paulo, foi seriamente afetada pelo vazamento de

leo, que culminou com a exploso de vrias moradias;

Em janeiro de 2000, o vazamento nas instalaes da mesma

empresa que provocou o derramamento de milhares de litros do leo no mar na

Baa da Guanabara, causando a morte de vrias espcies de aves e peixes,

alm de afetar seriamente a vida das populaes locais que viviam da atividade

pesqueira.

Em 2015, no municpio de Mariana, estado de Minas Gerais. A

tragdia ocorreu aps o rompimento de uma barragem (Fundo) da Mineradora

Samarco, que controlada da Vale e pela BHP Billiton.

43

Esta ltima, de um passivo incalculvel, liberou com o rompimento,

uma enxurrada de lama em torno de 62.000.000 m de rejeito de minerao,

devastando grandes ecossistemas.

Segundo informao da Prefeitura de Mariana, o municpio precisar

de R$ 100.000.000,00 para reparar os danos na infraestrutura.

No estado do Paran, o passivo ambiental poder ser mensurado

pelo provvel dano e medido em valores do que consta no manual interno do

Instituto Ambiental do Paran IAP, rgo responsvel pela fiscalizao

ambiental no territrio estadual.

O manual uma estrutura sistematizada no cumprimento do Decreto

6514 de 22 de julho de 2008, reproduz possveis danos provocados pelo

acondicionamento irregular de dejetos, classificados em:

I. Disposio a cu aberto;

II. Disposio a cu aberto de resduos perigosos;

III. Disposio de resduos industriais em aterros sanitrios sem

autorizao do IAP;

IV. Queima de resduos a cu aberto;

V. Falta de apresentao do inventrio de resduos slidos, transporte

de resduos slidos industriais sem a devida autorizao expedida pelo IAP;

VI. Deteco de agentes contaminantes em guas subterrnea.

Estes passivos podero identificar o seu status como sendo: leve

moderado, grave ou gravssimo. Classificado ainda de acordo com o seu porte

entre mnimo, pequeno, mdio, grande e excepcional.

Classificado o dano as multas podero variar de R$ 500,00 at R$

50.000.000,00, com responsabilidade de quem causou o dano recuperar a rea

s suas custas.

Em caso de pessoas jurdicas as multas so simultneas para si e

para a pessoa fsica que o representa.

A Lei n 12.305/10 estabeleceu que, a partir de setembro de 2014

todos os rejeitos seriam acondicionados em aterro sanitrio, que no

44

entendimento de BARBOSA (2014, p. 140) aterro sanitrio uma forma de

disposio de resduos no solo que, fundamentada em critrios de engenharia

e normas operacionais especificas, garante e possibilita um confinamento

seguro em termos de poluio ambiental e de proteo sade pblica.

Para Barbosa e Ibrahin (2014), o aterro sanitrio exige cuidados a

serem seguidos, desde a seleo e o preparo da rea at sua operao e

monitoramento. Nesta lgica, a empresa pblica Instituto de terras, cartografia,

e geologia do Paran - ITCG, em estudos para a instalao de aterro sanitrio

na regio metropolitana de Curitiba (2003) definiu que uma rea adequada

dever observar os atributos geotcnicos e geoqumicos, geolgicos e

geomorfolgicos, hidrolgicos e hidrogeolgicos, socioeconmicos e

operacionais, relacionados rea.

3. MATERIAIS E MTODOS

Neste captulo ser apresentada a rea de estudo, os mtodos

utilizados para atender os objetivos propostos neste trabalho e informaes

relevantes para a total compreenso de como este estudo foi desenvolvido.

Foram utilizadas para coleta de dados e informaes a pesquisa

bibliogrfica, pesquisa documental e hipottico-dedutiva. Segundo Gil (1996,

p.48) a pesquisa bibliogrfica desenvolvida a partir de material j elaborado,

constitudo principalmente de livros e artigos cientficos.

A bibliografia fornece meios para definir problemas existentes, ainda,

explorar novas reas onde o problema ainda est obscuro, permitindo o

pesquisador analisar os dados e manipula-los (LAKATO; MARCONI, 200 I, p.

71).

Atravs da pesquisa bibliogrfica buscou o histrico dos municpios,

entre outros dados, como: geopolticos, sociais, renda, alm de informaes

sobre a totalidade das despesas praticadas, em especial, das despesas

executadas pelos pequenos municpios no gerenciamento de resduos slidos,

45

tomando por base, literalmente, os municpios de Guaporema, Indianpolis,

Rondon e So Manoel do Paran. Para comprovao do comportamento

similar na execuo de despesas de municpios de pequeno porte de mesmas

caractersticas, pesquisou tambm dados de outros municpios em portais de

transparncias, tribunais de contas e Sistema de Informaes Contbeis e

Fiscais do Setor Pblico Brasileiro SINCONFI.

A pesquisa bibliogrfica foi o meio pelo qual se fez conhecer as

penalidades que geram o passivo ambiental nos municpios, atravs das

infraes cometidas contra ao meio ambiente, usando o manual de fiscalizao

do rgo governamental fiscalizador no estado do Paran. Tambm, localizou

o estudo feito pelo Instituto de Terras, Cartografia e Geologia do Paran que,

atesta cabalmente, a eleio de rea para locar um aterro sanitrio.

Foi explorada a pesquisa documental para alcance das metas,

como: relatrios, leis municipais que regulamentaram o plano municipal de

gerenciamento de resduos slidos e cobranas de taxas pela prestao de

servios na coleta de lixo. Segundo GiI (1996, p.51), a pesquisa documental se

vale de materiais que no receberam ainda um tratamento analtico, ou que

ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa.

Foram realizadas entrevistas nos municpios de Guaporema,

Indianpolis, Rondon e So Manoel do Paran, selecionados pelas suas

caractersticas, localizao, nmero populacional e estrutura. A entrevista foi

para compreenso do funcionamento do sistema, no dia-a-dia, possibilitando

formatar a propostas na busca dos objetivos. Os entrevistados foram

escolhidos pela forma que esto inseridos no processo de coleta e destinao

dos resduos, ainda, que demonstrassem conhecer o problema, dotados de

boa conduta e responsabilidade, coadunando com os ensinamentos de Quivy;

Campenhout, 1998.

A entrevista foi realizada individualmente em todos os municpios,

para apurar informaes comuns. As perguntas foram semiestruturadas, feitas

pessoalmente, de maneira que o interlocutor pudesse entender o que se

pretendia com as indagaes.

46

Com base em Gil (1999, p. 117), pode-se considerar a entrevista

semiestruturada como uma "entrevista por pautas". Ela possibilita o

entrevistador no fugir do foco da informao principal a ser apurada.

Utilizou-se, tambm, da pesquisa hipottico-dedutivo. Este processo

de conhecimento da informao foi defendido por Gil:

Quando os conhecimentos disponveis sobre determinado assunto so insuficientes para a explicao de um fenmeno, surge o problema. Para tentar explicar as dificuldades expressas no problema, so formuladas conjecturas ou hipteses. Das hipteses formuladas, deduzem-se consequncias que devero ser testadas ou falseadas. Falsear significa tornar falsas as consequncias deduzidas das hipteses (GIL 1999, p.30).

Com a informao da estrutura existente nos municpios, atravs

das entrevistas e analises de dados, foi possvel perceber algumas

deficincias. Desta maneira, apresentou na mesma lgica da prtica atual, uma

nova estrutura com as devidas correes, obedecendo a uma peculiaridade na

formao de consrcios pblicos. Sugerida a estrutura pesquisou no mercado o

valor de investimentos total e apurou o custeio no uso desta nova estrutura.

Esta pratica permitiu analisar a possibilidade na minimizao no custeio e a

eliminao do passivo ambiental.

Da mesma forma visitado o territrio de 23 municpios da regio

noroeste do estado do Paran, foi feito um relatrio fotogrfico do

acondicionamento dos resduos slidos, para verificar a hiptese de existncia

de passivo ambiental.

47

3.1 MATERIAIS

Foram coletados os seguintes materiais:

1. Relatrio de despesas dos ltimos trs anos dos municpios de

Guaporema, Indianpolis, Rondon e So Manoel do Paran. Esses municpios

foram escolhidos pela sua localizao geogrfica, favorecendo a logstica, na

implantao de consrcio pblico. Para clareza da representao qualitativa

das despesas, os municpios foram descritos com sua localizao,

caracterstica, semelhana na produo do resduo, forma que gerenciam os

resduos e a estrutura existente em operao;

2. Foram feitos levantamentos detalhados na estrutura existente no

gerenciamento de resduos nos municpios de Guaporema, Indianpolis,

Rondon e So Manoel do Paran para compreender seu funcionamento e

identificar possveis deficincias, ainda foi orado no mercado o valor total de

investimentos. A nova estrutura orada inclui o levantamento do custeio para

executar os servios de gerenciamento dos resduos.

3. Foram feitos relatrios fotogrficos em pequenos municpios que

servem de exemplos de passivos ambientais e captou junto ao rgo de

fiscalizao ambiental do estado do Paran parmetros para mesurar o dito

passivo ambiental;

4. Para implantao de um aterro sanitrio em local adequado,

captou estudos realizados pelo Instituto de Terras, Cartografia e Geologia do

Paran como fonte de informao;

5. Foram coletadas nos municpios as legislaes tributrias que

instituram a cobrana da taxa de coleta de resduos e sugerem um modelo

para que a cobrana seja unificada.

As despesas dos relatrios do item 1 so as que constam

registradas na execuo oramentria na subfuno 452 Servios Urbanos

nos termos da Portaria n 42, de 14 de abril de 1999, do Ministrio de

Oramento e Gesto MOG, publicada no dirio oficial da unio em 15 de abril

de 1999.

48

A Portaria n 42 de 14 de abril MOG regulamenta o Inciso I,

pargrafo 1, do artigo 2, ainda o pargrafo 2 do artigo 8 da Lei n 4.320 de

17 de maro de 1964, que estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para

elaborao e controle dos oramentos e balanos da Unio, dos Estados, dos

Municpios e do Distrito Federal.

Na formatao do oramento anual, ou seja, previso de toda a

despesa autorizada e receitas arrecadadas, a portaria n 42 dividiu a despesa

por funes a serem desenvolvidas. Dessa forma foram elencadas 28 funes,

sendo que foram divididas por subfunes de maneira que quaisquer despesas

existentes na administrao pblica devero ser classificadas e registradas

neste arcabouo.

A palavra funo na portaria n 42 est no sentido literal, como

sendo: obrigao a cumprir, papel a desempenhar.

A ttulo de exemplo a portaria 42 estabelece como funo com

cdigo 15 sendo a de urbanismo. Todas as despesas realizadas no mbito

territorial do municpio ligado ao tema urbanismo devero ser registradas nesta

funo. Prximo passo identificar a despesa e classificar em sua subfuno.

A funo 15 dividida em subfuno 451 Infraestrutura Urbana, 452 Servios

Urbanos e 453 Transportes Coletivos Urbanos, logo a subfuno adequada na

classificao da despesa com gerenciamento de resduos slidos e a 452

servios pblicos. A Figura 1 mostra os municpios escolhidos pelas

semelhanas de produo do resduo, porte e proximidade geogrfica, itens

relevantes para a criao de um consrcio pblico.

49

Figura 1 - Disposio geogrfica dos Municpios de Guaporema, Indianpolis, Rondon e So Manoel do Paran.

Fonte: Google Earth, altitude 35,2 Km.

O Municpio de Guaporema fundado em 03/10/1955, pela Lei

Estadual n 4338 de 25/01/1961, com uma rea territorial de 200,189 km,

caracteriza-se pela fertilidade de seu solo. Essa regio caracterizada por solo

massap e rochas arenticas da Formao Caiu, com basalto da Formao

Serra Geral. A sede do municpio est localizada em um planalto que se

caracteriza por sua grande horizontalidade.

A localizao geogrfica de sua sede : longitude de 52 45 41

oeste e latitude de 23 24 e 39 sul, como mostra a Figura 2.

Segundo o Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento

(PNUD), a renda per capita no ano de 2013 era de R$ 572,72 (quinhentos e

setenta e dois reais e setenta e dois centavos) e o ndice de Desenvolvimento

Humano Mdio era 0,719 (setecentos e dezenove centsimos).

17 Km

10 Km

16 Km

12 Km

12 Km

50

Figura 2 Localizao do Municpio de Guaporema e municpios vizinhos.

Fonte: Google Earth, altitude 78 Km.

O municpio de Guaporema possui Plano de Gerenciamento

Integrado de Resduos Slidos, regulamentado pela Lei Municipal n 471/2010.

Em seu artigo primeiro, determina a obrigatoriedade de separao dos

resduos domiciliares em trs espcies, a saber: resduos reciclveis, orgnicos

e rejeitos, com a devida definio, o artigo 3 prev o processo em logstica

reversa e responsabiliza os geradores dos demais resduos sua destinao

final.

O plano de gerenciamento integrado de resduos slidos do

municpio de Guaporema definiu as responsabilidades pblicas e privadas na

coleta, transporte e destinao do resduo, inclusive gerado pela atividade

comercial, nos termos da Tabela 1, com base no plano municipal de

gerenciamento de resduos slidos - PGRS em seu item 4.2:

Tabela 1 Classificao dos resduos e responsveis pela destinao no municpio de Guaporema.

Origem do Lixo Responsvel

Domiciliar Prefeitura

Comercial Prefeitura

Pblico Prefeitura

Servios de Sade Gerador

Industrial Gerador

Agrcola Gerador

Entulho Gerador Fonte: PGRS, (2013)

51

Embora a responsabilidade do resduo seja do gerador, como se v

na Tabela 1, o municpio assume facultativamente a responsabilidade de sua

destinao.

O municpio de Guaporema no possui aterro sanitrio, os resduos

produzidos so destinados ao aterro mantido pela Companhia de Saneamento

do Paran SANEPAR, apresentado na Figura 3, localizado na cidade de

Cianorte PR acordado em contrato de prestao de servio.

Figura 3 Entrada do aterro sanitrio localizado no municpio de Cianorte sob responsabilidade da Companhia de Saneamento do Paran SANEPAR.

Fonte: O autor

O municpio tomou o cuidado de promover triagem dos materiais

com potencial de reciclagem, encaminha para um galpo (Figura 4) onde no

local, efetuada a separao, acondicionamento e destinao por uma

Associao de trabalhadores. Uma rea localizada na zona rural usada para

receber os resduos de poda de rvores, da construo civil e assemelhados.

52

Figura 4 Local de triagem de resduos slidos do municpio de Guaporema.

Fonte: O autor

O municpio coleta, transporta, acondiciona e destina o resduo. A

coleta realizada por um caminho coletor de porte mdio tipo toco, um

caminho caamba de porte mdio tipo toco (Figura 5), um trator mdio com

carreta e trs carrinhos de mo. Dispe ainda, de recipientes ao longo das ruas

da cidade para captao dos resduos, inclusive nas principais vias e com

cores diferenciadas para os diferentes tipos de resduos. Ainda como parte da

estrutura, atuam 8 trabalhadores com aes ligada diretamente aos resduos

slidos e 6 indiretos.

53

Figura 5 Tipos dos veculos usados para transportes de resduos do municpio de Guaporema

Fonte: O autor

A cidade possui equipamentos e, ou recipientes para correta

destinao do resduo, conforme mostra as lixeiras da Figura 6.

Figura 6 - Vista geral da cidade de Guaporema com a presena das lixeiras nas ruas da cidade

Fonte: O autor

54

O municpio de Indianpolis foi fundado em 14/12/1968 pela lei

estadual n 5496, de 02.02.1967. A rocha aflorante na regio um arenito

pertencente Formao Caiu, de origem elica onde se depositou o derrame

de basalto da Formao Serra Geral e deu origem a solos com baixo teor de

argila, sendo baixa ocorrncia de metais pesados. A localizao geogrfica :

longitude de 52 41 35 oeste e latitude de 23 28 e 35 sul. (Figura 7).

Segundo o Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento

(PNUD), a renda per capita no ano de 2013 era de R$ 652,36 (seiscentos e

cinquenta e dois reais e trinta e seis centavos) e o ndice de Desenvolvimento

Humano Mdio era 0,724 (setecentos e dezenove centsimos).

Figura 7 - Localizao do Municpio de Indianpolis em relao aos municpios vizinhos.

Fonte: Google Earth, altitude 78 Km.

O Municpio de Indianpolis possui Plano de Gerenciamento

Integrado de Resduos Slidos - PGRSU regulamentado pela Lei Municipal n

452/2014 alterada pela Lei Municipal n 458/2015, que versa ainda, sobre a

associao do saneamento bsico com o governo do estado do Paran,

atravs da Companhia de Saneamento do Paran - SANEPAR, exclusivamente

no acondicionamento do resduo slido, tipo rejeito, produzido pelo municpio.

55

Municpio de Indianpolis no possui um aterro sanitrio. Nos termos

contratuais celebrados entre o municpio e a SANEPAR, os resduos so

acondicionados no aterro localizado no municpio de Cianorte PR - (Figura 8).

Figura 8 - Aterro sanitrio localizado no municpio de Cianorte sob responsabilidade da SANEPAR.

Fonte: O autor

O municpio preocupado em promover a reciclagem dos materiais

com potencial econmico locou um galpo para triagem dos resduos (Figura 9)

e terceiriza a funo.

56

Figura 9- Local de triagem de resduos do municpio de Indianpolis.

Fonte: O autor

O municpio realiza coleta dos resduos atravs de um caminho

coletor compactador de porte mdio tipo truck, um caminho caamba de porte

mdio tipo truck, um caminho caamba porte pequeno tipo toco, um trator

pequeno acompanhado de carreta, um trator mdio tipo p carregadeira.

Possui tambm, caambas exclusivas para coleta de materiais da construo

civil (Figura 10) e destina o mesmo para uma vala provocada por eroso, assim

como os resduos da poda de rvores, resduos da construo civil e

assemelhados.

Figura 10 Estrutura de coleta de resduos slidos do mu