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Institutos Federais e migrações laborais: reflexões sobre o tema a partir do estudo de caso do Campus Valparaíso do Instituto Federal de Goiás Palavras-chave: Institutos federais, migrações, trabalho Danielle Pereira da Costa Mariana Amorim Romero Instituto Federal de Goiás, Campus Valparaiso

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Institutos Federais e migrações laborais: reflexões sobre o tema a partir do estudo

de caso do Campus Valparaíso do Instituto Federal de Goiás

Palavras-chave: Institutos federais, migrações, trabalho

Danielle Pereira da Costa

Mariana Amorim Romero

Instituto Federal de Goiás, Campus Valparaiso

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INTRODUÇÃO

Nos últimos anos a expansão da rede federal de educação profissional e tecnológica, via

Institutos Federais de Educação, CEFETs, Universidades Tecnológicas e Escolas

Técnicas vinculadas a universidades, tem implicado em uma vasta gama de

transformações nas localidades onde os Campi tem se instalado. Transformações essas

que transcendem os aspectos educacionais e que, em alguns casos, tem promovido uma

nova dinâmica migratória em prol da sua efetividade, especialmente, quando se trata da

composição do corpo docente. A maioria desses Campi situam-se em grande parte

afastados dos grandes centros e/ou, estrategicamente, localizam-se em regiões

periféricas de áreas metropolitanas no intuito de atender o preconizado pela política de

expansão da rede federal, que visa contribuir para o desenvolvimento socioeconômico

local e regional. Conforme diz Pacheco (2011), os Institutos federais ao serem

compreendidos como estruturas institucionais e de intervenção nas relações sociais

moldadas por diferentes interesses e expectativas, acabam por assumir o papel de

agentes estratégicos na estruturação das políticas públicas para a região que polarizam,

estabelecendo uma interação mais direta junto ao poder público e às comunidades

locais.

Corroborando com esse pensar, Silva e Terra (2013) colocam que esse estreitamento

com o território e, consequentemente, a contribuição para o desenvolvimento local e

regional, é um dos objetivos elencados pelo Ministério da Educação (MEC) para

justificar a importância da expansão da rede federal de Educação Profissional e

Tecnológica. Cujos os objetivos são os seguintes: promover a formação de profissionais

qualificados, fomentando o desenvolvimento regional, estimulando a permanência de

profissionais qualificados no interior do Brasil; expandir, ampliar e interiorizar a rede de

Institutos Federais, democratizando e ampliando o acesso de vagas na EPT;

potencializar a função social e o engajamento dos Institutos Federais como expressão

das políticas do Governo Federal na superação da miséria e na redução das iniquidades

sociais e territoriais.

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Figura 1: Expansão dos Institutos Federais até o ano de 2015.

Pautando-se no indicado pela política de expansão, no que diz respeito a formação e

permanência de profissionais qualificados no interior, este estudo teve por objetivo

abordar como os fluxos migratórios do corpo docente tem se processado. Tendo por

referência as análises empíricas feitas para o Campus de Valparaíso, do Instituto Federal

de Goiás, objetivamos entender como essa realidade de deslocamentos realizadas pelo

corpo docente tem repercussões diretas na estruturação do Campus, tratando de questões

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que vão desde a constituição da grade de horários, a àquelas relacionadas ao pleito por

remoções e/ou permanência no corpo docente do Campus; quanto a outras relativas ao

impacto na economia da cidade na qual a unidade foi instalada.

A importância de análises como esta, conforme colocam Branco et al (2014), associam-

se ao fato de que os indicadores de deslocamentos domicílio-trabalho/estudo constituem

importante referencial para a análise dos processos de metropolização e expansão

urbana. Sendo que na atualidade, verifica-se que estes deslocamentos ocorrem entre

distâncias cada vez maiores entre a origem e o destino, revelando o avanço do processo

de ocupação do espaço das aglomerações urbanas, tornando nítidas as centralidades

desses espaços e permitindo a identificação de processos seletivos de uso e apropriação

do espaço com a segmentação de locais de moradia e trabalho.

Pesquisas sobre geografia urbana, ao focarem suas análises em áreas de influência ou

regiões funcionais apontam que, na atualidade, a tendência de desacoplamento dos

espaços funcionais e físicos está diretamente associado ao conceito de mobilidade. Para

Andan et al (1994) corresponde ao conjunto de deslocamentos diários que o indivíduo

faz para executar atos da sua vida cotidiana (trabalho, compras, lazer), ligados

intrinsecamente com os meios de transporte, em especial, os automóveis, e estes com a

dimensão da cidade, de tal sorte que se torna oportuno a visão de Branco et al (2005) de

reinserir na agenda de pesquisa sobre as cidades a questão dos deslocamentos diários ou

a “migração pendular”. Ressaltando-se, ainda, a importância do indicador migração

pendular para compreensão dos fenômenos que registram fluxos contínuos, como

medida de extensão e de densidade dos movimentos, posto que, esta é reveladora da

extensão do fenômeno urbano no território. Sendo válido, por último considerar a

interferência que este exerce na opção por migrar conforme foi analisado pelo estudo

em tela.

MATERIAL E MÉTODOS

Para a realização do estudo foram analisadas informações decorrentes de entrevistas

realizadas com professores do campus, que, dentre outras questões, procurou identificar

as motivações que justificaram a escolha pela localidade no momento do concurso e/ou,

a opção pela remoção/redistribuição para aqueles que já pertenciam a rede, contudo, em

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outro Campus do IFG ou de outra instituição. Levou-se em consideração a logística e as

estratégias de deslocamento adotadas para o cumprimento da carga horária mínima

exigida no Campus e, as perspectivas futuras em relação a permanência. Além das

entrevistas foi produzido um mapeamento indicando a origem dos professores e a

migração pendular e/ou definitiva realizada por esses para trabalhar no Campus.

Igualmente, foram analisados os pleitos realizados pelos professores do IFG no último

edital de remoção interna para compreender o comportamento espacial desses pedidos

de remoção (quadro 1).

Quadro 1: Perguntas norteadoras realizadas nas entrevistas com os professores do IFG –

Campus Valparaíso

Identificação

Nome:

Disciplina ministrada:

Campus que atua:

Local de residência Município:

Estado:

Opção pelo Campus

Por que optou pelo Campus para realizar o concurso?

Caso tenha vindo de outro Campus do IFG ou redistribuído de outra instituição, quais as razões para fazê-lo?

Características da migração pendular

Caso tenha que se deslocar de outra cidade para o Campus, como executa o deslocamento?

O deslocamento é diário ou permanece na cidade em que se situa o Campus no período que trabalha?

Qual o período semanal de permanência no Campus (em turnos e/ou dias)

Perspectivas de remoção/redistribuição

Existem perspectivas de novas remoções e/ou redistribuições? ( )Sim. Em caso positivo o que justifica fazê-las? ( ) Não Para qual Campus/Instituto pleiteia a remoção e/ou redistribuição?

Impacto da migração pendular na atuação

docente

Como analisa a necessidade dessa mobilidade para realização da sua atuação docente?

Para geração do mapa foram utilizados recursos do software livre QuantumGIS

2.10.1Pisa e as malhas digitais no formato shapefile disponibilizadas pelo IBGE para o

ano de 2010.

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RESULTADOS E DISCUSSÕES

Como resultados observou-se que: dos 24 professores efetivos do corpo docente do

Campus, 5 optaram por migrar para fixar residência em Valparaíso e os demais se

deslocam diariamente, ou pelo menos uma vez por semana para o Campus, oriundos de

cidades do Distrito Federal e de outros municípios do estado de Goiás, destacando-se

maior número os oriundos de Goiânia e Luziânia(figura 2).

Figura 2: Migrações pendular e definitiva por motivos laborais realizada por docentes

do IFG para o Campus Valparaíso de Goiás.

Legenda

Migração pendular

Migração definitiva

Elaborado por:

Costa, 2016.

Quando perguntados sobre a escolha pelo Campus no momento da inscrição no

concurso, verificou-se que, a grande maioria optou por Valparaíso pela por questões de

acessibilidade - proximidade com Brasília e o fato do acesso se dá contra o fluxo

majoritário de migração pendular (Valparaíso-Brasília), assim como, pela oferta de

vagas para área de concorrência. E, dentre aqueles que já faziam parte da rede (tanto no

campus Formosa, quanto no Campus Luziânia) a redistribuição se associa a terem

recebido convite para exercer cargos de coordenação e gerência junto a direção indicada

para o período de implantação do Campus e, outros, para trabalharem mais próximos

das cidades que residem (tabela 1).

MG

GO

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Tabela 1: Total de professores por município de origem e/ou de trabalho anterior na

rede

Município Total

Brasília 10

Goiânia 6

Formosa 1

Catalão 1

Ceres 1

Divinópolis 1

Luziânia 3

Anápolis 1

Sobre as perspectivas futuras de permanência no Campus, verificou-se, analisando o

pleito dos professores via edital de remoção entre Campus do IFG que 7 professores

solicitaram remoção para Campus situados em Goiânia ou nas suas proximidades

geográficas (figura 3).

Figura 3: Municípios indicados para remoção por professores do IFG, Campus

Valparaíso

Elaborado por: Costa, 2016.

Quanto as características do deslocamento verificou-se que 6 professores, por

exercerem funções de chefia e coordenação, deslocam-se diariamente para o Campus,

enquanto os demais efetuam esse movimento de duas a três vezes por semana, ou ainda,

uma vez por semana, ficando alojados em Valparaíso no período de permanência

GO

Valparaíso

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semanal dividindo custos referentes a hospedagem na casa de colegas – situação essa

vivenciada, especialmente, pelos professores que residem em Goiânia.

Como meio de transporte utilizado no deslocamento, majoritariamente, os docentes o

fazem em veículo próprio e outros se valem do transporte coletivo urbano

intermunicipal, que possui linhas regulares, ainda que em condições de precariedade

diversas, entre os municípios de Brasília (DF) e Valparaíso e Luziânia (GO) e

Valparaíso. A prática de dividir os custos das viagens entre Goiânia e Valparaíso, e de

caronas solidárias do Campus para paradas de ônibus e para cidade de Brasília é

rotineira, visando tanto diminuir os custos, quanto minorar as dificuldades de acesso ao

Campus, posto que, em que pese o fato deste localizar-se as margens da BR-040, as

paradas de ônibus encontram-se cerca de 1km de distância do Campus e não existe

passarelas para a realização da travessia da rodovia BR-040.

Sobre o impacto da migração pendular na execução da atividade docente, foram

destacados os seguintes pontos: a necessidade premente de diálogos e cessões na

elaboração da grade de horários visando diminuir o tempo de permanência no Campus;

o cansaço e riscos decorrentes das viagens constantes em rodovias com grande fluxos de

veículos e caminhões; os custos elevados com combustível e manutenção de veículos; e,

para aqueles que utilizam o transporte público, foram apontadas a irregularidade de

horários como principais dificuldades inerentes a necessidade de realizar a migração

pendular para o exercício laboral. Que somadas aos aspectos de distanciamento familiar

foram as principais motivações indicadas por aqueles que pleitearam a remoção por

fazê-lo (quadro 2).

Quanto aos demais professores do IFG de outros Campus que concorreram ao edital de

remoção verificou-se também a predominância de solicitações de transferências para o

Campus Goiânia e aqueles situados na região metropolitana da capital do estado de

Goiás (figura 4). O que per si, suscita questionamentos sobre a razão para fazê-lo e,

ainda, o impacto na própria política que almeja fixar corpo docente capacitado em suas

unidades interioranas e sobre a estruturação do próprio Campus, exigindo a constante

abertura de novos concursos e/ou a abertura de processos de remoção e redistribuição,

assim como, dificuldades no estabelecimento da identidade institucional local.

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Quadro 2: Diagnóstico da migração pendular dos professores do Campus Valparaíso do IFG (2015).

Disciplina Origem Migração para

Valparaiso

Fluxo de deslocamento/permanência

(migração pendular)

Concorreu a edital de remoção/

Redistribuição

Campus pleiteado para remoção

História Goiânia Não Semanal - 2 a 3 dias em Valparaiso Sim Anápolis, Aparecida de Goiânia, Goiânia, Goiânia Oeste, Inhumas e Senador Canedo

Geografia Brasília – Asa Sul Não Semanal – 2 a 3 dias no Campus Não

Filosofia Catalão Sim Semanal – 2 a 3 dias em Valparaíso Sim Rio Grande do Sul – Canoas

Artes Ceres Sim Semanal – 2 a 3 dias no Campus Não

Matemática Formosa Sim Diária Sim Anápolis e Goiânia

Luziânia Não Semanal – 2 a 3 dias no Campus Não

Biologia Brasília – Gama Não Diária Não

Brasília - Sobradinho Não Semanal – 2 a 3 dias no Campus Não

Português Brasília – Gama Não Semanal – 2 a 3 dias no Campus Não

Luziânia Não Semanal – 2 a 3 dias no Campus Não

Goiânia Não Semanal – 1 dia no Campus Sim Aparecida de Goiânia, Goiânia e Goiânia Oeste

Engenharia elétrica

Brasília - Ceilândia Não Diária Não

Goiânia Não Semanal – 2 a 3 dias em Valparaíso Não

Divinópolis Sim Diária Não

Engenharia mecânica

Brasília – Águas Claras

Não Semanal – 2 a 3 dias no Campus Não

Anápolis Sim Diária Sim Goiânia, Senador Canedo e Anápolis

Física Brasília – Asa Sul Não Diária Não

Goiânia Não Semanal – 2 a 3 dias no Campus Sim Anápolis, Aparecida de Goiânia, Goiânia, Goiânia Oeste, Inhumas, Senador Canedo

Química Luziânia Não Semanal – 2 a 3 dias no Campus Sim Anápolis, Aparecida de Goiânia, Goiânia, Goiânia Oeste, Inhumas, Senador Canedo

Educação Física

Brasília - Sobradinho Não Semanal – 2 a 3 dias no Campus Não

Goiânia Não Semanal – 2 a 3 dias no Campus Não

Sociologia Brasília-Asa Norte Não Semanal – 2 a 3 dias no Campus Não

Brasília – Gama Não Semanal – 2 a 3 dias no Campus Não

Informática Goiânia Não Semanal – 2 a 3 dias no Campus Não

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Campus Goiânia Oeste Campus Goiânia

Destaque para os pleitos por remoção para

os Campus de Goiânia

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E observando os dados quantitativos de solicitações de remoção (tabela 2) e as

áreas/especialidades dos solicitantes verificou-se que o maior quantitativo de

solicitações recai sobre os Campus Goiânia, Goiânia Oeste e Aparecida de Goiânia,

seguidos, secundariamente em quantidade, por aqueles direcionados para os Campus de

Senador Canedo, Anápolis e Inhumas. Não foram realizadas solicitações de

transferências para os Campus de Formosa e Águas Lindas de Goiás, ambos situados no

entorno do Distrito Federal fazendo-se necessário aprofundar as análises quanto ao

pleito realizado pelos professores dos demais Campus quanto as motivações que os

levaram a fazê-lo.

Tabela 2: Total de solicitações – Campus de origem x campus solicitado para remoção

Campus para remoção Campus de origem Total de solicitações

Anápolis

Luziânia 12

Formosa 13

Cidade de Goiás 3

Uruaçu 14

Aparecida de Goiânia 1

Senador Canedo 1

Valparaíso de Goiás 7

Águas Lindas de Goiás 3

Jataí 1

Itumbiara 3

Total de pedidos 58

Aparecida de Goiânia

Luziânia 14

Formosa 16

Cidade de Goiás 7

Uruaçu 16

Anápolis 2

Valparaíso de Goiás 4

Águas Lindas de Goiás 4

Jataí 1

Itumbiara 5

Inhumas 5

Total de pedidos 74

Cidade de Goiás

Luziânia 7

Formosa 1

Cidade de Goiás 1

Total de pedidos 9

Goiânia

Luziânia 12

Formosa 17

Cidade de Goiás 6

Uruaçu 14

Anápolis 12

Valparaíso de Goiás 6

Águas Lindas de Goiás 3

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Campus para remoção Campus de origem Total de solicitações (cont.)

Goiânia

Jataí 2

Itumbiara 7

Inhumas 10

Senador Canedo 2

Aparecida de Goiânia 1

Goiânia Oeste

Total de pedidos 92

Formosa 13

Cidade de Goiás 2

Uruaçu 9

Anápolis 5

Valparaíso de Goiás 4

Águas Lindas de Goiás 3

Jataí 1

Itumbiara 6

Inhumas 5

Total de pedidos 63

Inhumas

Luziânia 10

Formosa 9

Cidade de Goiás 3

Valparaíso de Goiás 3

Águas Lindas de Goiás 3

Itumbiara 3

Total de pedidos 41

Itumbiara

Formosa 3

Uruaçu 1

Águas Lindas de Goiás 1

Total de pedidos 5

Jataí

Formosa 1

Luziânia 2

Total de pedidos 3

Luziânia Formosa 1

Total de pedidos 1

Senador Canedo

Luziânia 15

Formosa 10

Cidade de Goiás 2

Uruaçu 10

Anápolis 2

Valparaíso de Goiás 3

Águas Lindas de Goiás 3

Jataí 2

Itumbiara 8

Inhumas 5

Total de pedidos 60

Valparaíso de Goiás

Luziânia 1

Formosa 1

Total de pedidos 2 Fonte: Edital de remoção, IFG – 2015.

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Diante do exposto o desdobramento em novas análises deve ser considerado, seja no

que se refere a motivação para os pleitos de remoção, seja no que diz respeito a

consolidação dos Campus e na gestão de recursos humanos que nele trabalham.

No que tange as questões migratórias, verificou-se a constituição de uma dinâmica de

mobilidade semanal e até mesmo de migração definitiva em prol do exercício laboral e

quanto a remoção, em que pese, a necessidade de aprofundamento das razões por fazê-

lo, a análise dos pleitos origem-destino permitiram mapear um fluxo de direcionamento

dos Campus interioranos para aqueles situados na capital do estado de Goiás e/ou para

municípios que compõem sua região metropolitana.

Por fim, o estudo corrobora com o que MOURA et al (2005) coloca acerca da

ampliação do desacoplamento de espaços funcionais e físicos interligados pela migração

pendular laboral, cabendo considerar no caso de Valparaíso de Goiás o fato do

município situar-se no eixo Goiânia-Brasília.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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PACHECO, Eliezer (Org). Perspectivas da educação profissional técnico de nível

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SILVA, A. R. ; TERRA, D.C.T. . A Expansão dos Institutos Federais de Educação,

Ciência e Tecnologia e os desafios na contribuição para o desenvolvimento local e

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Disponível em:

http://www.eventos.ct.utfpr.edu.br/anais/snpd/pdf/snpd2013/Arthur_Rezende.pdf, 2013.