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INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA – INPA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENTOMOLOGIA
BIOATIVIDADE DE EXTRATOS VEGETAIS DE Vitex cymosa e Eschweilera
pedicellata SOBRE ADULTOS DE Sitophilus zeamais MOTSCHULSKY, 1855
(COLEOPTERA, CURCULIONIDAE)
TACIANE ALMEIDA DE OLIVEIRA
Manaus, Amazonas
Abril, 2010
ii
TACIANE ALMEIDA DE OLIVEIRA
BIOATIVIDADE DE EXTRATOS VEGETAIS DE Vitex cymosa e Eschweilera
pedicellata SOBRE ADULTOS DE Sitophilus zeamais MOTSCHULSKY, 1855
(COLEOPTERA, CURCULIONIDAE)
Orientadora: Dra. BEATRIZ RONCHI TELES
Co-orientador: Dr. Claudio Ruy Vasconcelos da Fonseca
Dissertação apresentada ao Instituto Nacional de
Pesquisas da Amazônia - INPA, como parte dos
requisitos à obtenção do título de Mestre em
Ciências Biológicas, área de concentração em
Entomologia.
Manaus, Amazonas
Abril, 2010
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O48 Oliveira, Taciane Almeida
Bioatividade de extratos vegetais de Vitex cymosa e Eschweilera pedicellata sobre adultos de Sitophilus zeamais Motschulsky, 1855 (Coleoptera, curculionidae) / Taciane Almeida Oliveira.--- Manaus : [s.n.], 2010. xii, 72 f.: il. Dissertação (mestrado)-- INPA, Manaus, 2010 Orientador: Beatriz Ronchi Teles Co-orientador: Claudio Ruy Vasconcelos da Fonseca Área de concentração: Entomologia 1. Inseticida vegetal. 2. Pragas de grãos armazenados – Controle biológico. 3. Pragas – Controle biológico. 4. Extratos vegetais. I. Título. CDD 19. ed. 633.898
Sinopse:
Foi avaliado a bioatividade de extratos orgânicos e aquosos de Vitex cymosa e
aquosos de Eschweilera pedicellata sobre adultos de Sitophilus zeamais
(Coleoptera, Curculionidae) por meio de ensaios de repelência e mortalidade.
Palavras-chave:
Extratos vegetais, inseticida natural, pragas de grãos armazenados.
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Dedicatória
Aos meus pais, que desde o
início acreditaram e torceram por
mim.
v
Agradecimentos
Aos meus pais Antonio e Neusa que sempre me apoiaram e incentivaram, exemplos de amor, respeito e vida;
Aos meus familiares, em especial ao meu avô José Barbosa e a minha avó Maria do Socorro exemplos de cumplicidade, a todos os meus tios e tias, primos e primas e as minhas irmãs Wanessa Aquino, Camila Barbosa e Ludmila Barbosa pelos momentos especiais;
Ao meu amor e companheiro, Msc. Walter Souza Santos pelo amor, dedicação e ajuda com as análises estatísticas, meu eterno amor;
Aos meus orientadores Dra. Beatriz Ronchi Teles e Dr. Claudio Ruy Vasconcelos da Fonseca pelas lições, paciência e conversas;
A pesquisadora Dra. Lucille M. K. Antony pelos momentos vividos e ensinamentos deixados, a sua família, em especial a sua sobrinha Victória Antony e a sua irmã Priscilla Antony;
Aos meus eternos orientadores, hoje amigos, Dr. Lusinério Prezotti, Dr. José Barbosa dos Santos e Dr. Alexandre Sylvio Vieira da Costa;
Ao Dr. Sérgio Luiz da Silva, ao Pesquisador Dr. Fernando Abad-Franch e ao Msc. Fábio Medeiros pela ajuda estatística ao longo da execução deste trabalho;
As técnicas Aparecida e Tereza do Laboratório de Solos da UNIVALE, onde estive durante minha vida acadêmica;
Ao acolhimento da família “Leal”, em especial ao Pesquisador Dr. Niwton Leal e ao seu filho Lucas Leal, pela confiança e amizade;
As companheiras do Laboratório de Entomologia Agrícola do INPA: Msc. Vívian Siqueira e Renata Oliveira pelo companheirismo, auxílio, momentos de descontração e risadas;
Aos integrantes do Laboratório de Sistemática de Coleoptera do INPA: Dr. Márcio Barbosa, Msc. Fernando Pinto e as alunas Isabela, Bruna, Paula, Diene e Ediene;
vi
A todos os integrantes do Laboratório de Bioprospecção e a Pesquisadora Dra. Cecília Veronica Nunez e ao Dr. Pierre Alexandre dos Santos pela colaboração e sugestões ao longo da realização deste trabalho;
As minhas irmãs da turma do mestrado Sheila Carvalho e Jamile de Moraes por tudo, a elas que sempre estiveram comigo nos momentos mais alegres e nos mais tristes, que conheceram minhas angústias, meus receios e com quem eu soube compartilhar todos os meus melhores momentos, minha eterna amizade;
Aos amigos que encontrei ao longo do mestrado: Gersonval Leandro, Galileu Dantas, Eduardo Amat, Bruno Rafael, Msc. Vívian Siqueira e Msc. Danielle Tonon pelos momentos e convivência;
Ao meu grande amigo Msc. Rafael Grossi Botelho por todos os momentos vividos, ao estresse durante a graduação, aos trabalhos realizados em parceria, a amizade que surgiu e aos ensinamentos compartilhados;
As amigas: Larissa Boechat, Iolanda Ribeiro, Márcia Rocha e Nathália Rodrigues por todos os momentos, certeza de cumplicidade e amizade;
Aos eternos amigos: Lucas Ribeiro, Juliana Honorato, Ana Paula, Lucas Bittencourt por todos os anos de amizade e certeza de porto-seguro;
Ao CNPq pela concessão da Bolsa de ao Programa de Pós Graduação em Entomologia do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia pelo apoio ao longo da realização deste trabalho;
Por fim, a todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste projeto e que sempre torceram por mim.
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Resumo
Os problemas decorrentes da aplicação de inseticidas sintéticos têm sido amplificados em função da crescente preocupação com a sustentabilidade dos recursos naturais, com o bem-estar da população e do ambiente. Tendo em vista esta nova filosofia que tenta conciliar preceitos ecológicos a desenvolvimento agrícola, propomos avaliar a bioatividade de extratos das espécies Eschweilera pedicellata (Lecythidaceae) e Vitex cymosa (Verbenaceae) sobre adultos Sitophilus zeamais (Coleoptera, Curculionidae), importante praga de grãos armazenados no Brasil. Neste sentido, o extrato aquoso das folhas de E. pedicellata foi o mais promissor ao considerar o efeito repelência, seguido pelos extratos hidrometanólico e aquoso das folhas e metanólico das flores e galhos de V. cymosa; ao passo que, os extratos aquoso dos galhos de E. pedicellata, diclorometânico e metanólico das folhas e metanólico das raízes de V. cymosa atraíram os adultos de S. zeamais e o extrato hidrometanólico das raízes de V. cymosa foi neutro. Em função das variáveis concentração e tempo, em maioria a resposta dos indivíduos não foi dose-dependente e não variou ao longo do intervalo de tempo avaliado. O extrato metanólico dos galhos de V. cymosa por interferir em mais de 40% na sobrevivência dos adultos pelo método de ingestão, apresentar valor estimado para a CL50
promissor, reduzir em aproximadamente 40% o número de indivíduos na geração F1 foi o extrato mais promissor dentre os extratos avaliados, considerando a propriedade inseticida. Os indivíduos de S. zeamais utilizados no presente trabalho foram mais sensíveis aos extratos expostos pela via de ingestão em comparação a via de contato, assim, considerando os resultados de ingestão os extratos metanólico dos galhos e diclorometânico das folhas de V. cymosa alcançaram bons resultados, enquanto que para a espécie E. pedicellata melhor resultado foi observado com o extrato aquoso dos galhos. E ainda, ao considerar que melhor resultado no controle do gorgulho S. zeamais é obtido quando se controla todos os estágios de desenvolvimento do inseto, os extratos metanólico dos galhos e diclorometânico das folhas e flores de V. cymosa e aquoso dos galhos de E. pedicellata podem ser considerados melhores candidatos em comparação ao extrato aquoso das folhas de V. cymosa, com o qual só foi observado efeito negativo sobre os adultos de S. zeamais. Em vista da não realização de estudo fitoquímico não foi possível associar os efeitos observados nos ensaios de repelência/atração e mortalidade a composição química dos extratos, neste sentido, para confirmação e validação dos resultados observados sugerimos que, estudos fitoquímicos em associação a novos bioensaios sejam realizados com os referidos extratos.
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Abstract
The problems resulting from application of synthetic insecticides have been amplified due to increasing concern about the sustainability of natural resources and about the well-being of the population and the environment. Taking into account this new philosophy, which tries to harmonize ecological principles with agricultural development, we propose an evaluation of the bioactivity of extracts from the species Eschweilera pedicellata (Lecythidaceae) and Vitex cymosa (Verbenaceae) against adults of Sitophilus zeamais (Coleoptera, Curculionidae), an important pest of stored grains in Brazil. The aqueous extract from leaves of E. pedicellata was the most promising in terms of its repellent effect, followed by the hydromethanolic and aqueous extracts from leaves and the methanolic extract from flowers and stems of V. cymosa. On the other hand, the aqueous extracts from stems of E. pedicellata and the dichloromethane and methanolic extracts from leaves of V. cymosa and the methanolic extract from roots of V. cymosa attracted S. zeamais adults, while the hydromethanolic extract from the roots of V. cymosa was neutral. Depending on the concentration and time variables, most of the individuals’ responses were not dose dependent and did not vary over the time evaluated. The methanolic extract from stems of V. cymosa resulted in more than a 40% reduction in adult survival when administered by the ingestion method. It also showed a promising estimated value for CL50, and the number of individuals in the F1 generation decreased by approximately 40%. These results made it the most promising among the extracts assessed for their insecticidal properties. Individuals of the S. zeamais used in this study were more sensitive to extracts to which they were exposed by the ingestion, as compared to exposure by contact. Thus, considering results of exposure by ingestion, the methanolic extract from stems and the dichloromethane extract from flowers of V. cymosa achieved good results. For E. pedicellata the best result was observed with the aqueous extract from stems. Furthermore, since the best result in controlling the weevil S. zeamais is achieved when all stages of insect development are controlled, the methanol extract from stems and the dichloromethane extract from leaves and flowers of V. cymosa and, the aqueous extract of the stems of E. pedicellata can be considered to be better candidates than the aqueous extract from leaves of V. cymosa, for which the negative effect was only found for S. zeamais adults. In view of the fact that phytochemical studies were not carried out, it was not possible to associate repellency/attractiveness and mortality with the chemical composition of the extracts. Therefore, we suggest that phytochemical studies in association with new bioassays should be performed with the aforementioned extracts in order to confirm and validate the results obtained in this study.
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Sumário
1. Introdução................................................................................................ 13
1.1. “Substâncias inseticidas” – Histórico....................................................... 15
1.2. Extratos vegetais..................................................................................... 17
1.2.1. Famílias Botânicas.................................................................................. 17
1.2.2. Lecythidaceae – Eschweilera pedicellata (Richard) S.A.Mori................. 19
1.2.3. Verbenaceae – Vitex cymosa (Bertero)................................................... 20
1.3. Pragas de grãos armazenados............................................................... 21
1.3.1. Sitophilus zeamais Motschulsky, 1855 (Coleoptera, Curculionidae)....... 21
2. Objetivo.................................................................................................... 25
2.1. Objetivo geral........................................................................................... 25
2.2. Objetivo específico.................................................................................. 25
3. Material e Métodos.................................................................................. 26
3.1. Local de realização dos experimentos.................................................... 26
3.2. Criação de Sitophilus zeamais Mots., 1855............................................ 26
3.3. Coleta e Identificação das espécies vegetais de Vitex cymosa e Eschweilera pedicellata........................................................................... 26
3.4. Preparo dos extratos de Vitex cymosa e Eschweilera pedicellata.......... 27
3.5. Bioensaios............................................................................................... 27
3.5.1. Mortalidade.............................................................................................. 27
3.5.1.1. Contato em superfície contaminada........................................................ 28
3.5.1.2. Ingestão de grãos contaminados............................................................. 29
3.5.2. Repelência/Atração.................................................................................. 30
3.6. Análise estatística.................................................................................... 31
4. Resultados............................................................................................... 33
4.1. Mortalidade.............................................................................................. 33
4.2. Repelência/Atração.................................................................................. 40
5. Discussão................................................................................................ 45
5.1. Mortalidade.............................................................................................. 45
5.2. Repelência/Atração.................................................................................. 55
6. Conclusões.............................................................................................. 59 6.1. Consideração final...................................................................................
61
7. Referências bibliográficas........................................................................ 62
xi
Lista de figuras
Figura 1. Porcentagem de adultos de Sitophilus zeamais mortos nos ensaios de contato e ingestão.................................................... 35
Figura 2. Porcentagem de redução de indivíduos de Sitophilus zeamais na geração F1 em grãos de milho, ao final de 49 dias contados a partir do término do ensaio de ingestão, utilizando o extrato MeOH_Ga de Vitex cymosa........................................ 36
Figura 3. Porcentagem de redução de indivíduos de Sitophilus zeamais na geração F1 em grãos de milho, ao final de 49 dias contados a partir do término do ensaio de ingestão, utilizando o extrato DCM_Fo de Vitex cymosa........................................... 37
Figura 4. Porcentagem de redução de indivíduos de Sitophilus zeamais na geração F1 em grãos de milho, ao final de 49 dias contados a partir do término do ensaio de ingestão, utilizando o extrato DCM_Fl de Vitex cymosa............................................ 38
Figura 5. Porcentagem de redução de indivíduos de Sitophilus zeamais na geração F1 em grãos de milho, ao final de 49 dias contados a partir do término do ensaio de ingestão, utilizando o extrato H2O_Ga de Eschweilera pedicellata............................ 38
Figura 6. Porcentagem de redução de indivíduos de Sitophilus zeamais na geração F1 em grãos de milho, ao final de 49 dias contados a partir do término do ensaio de ingestão, utilizando o extrato H2O_Fo de Vitex cymosa............................................ 39
Figura 7. Variação da Porcentagem de Repelência (PR) em função das concentrações do extrato hidrometanólico das folhas (Hidromet_Fo) de Vitex cymosa contra adultos de Sitophilus zeamais em condições de laboratório. (Concentração: 1=1.000ppm, 30=30.000ppm, 50=50.000ppm)...................................................................................
43 Figura 8. Variação da Porcentagem de Repelência (PR) em função das
concentrações do extrato metanólico das flores (MeOH_Fl) de Vitex cymosa contra adultos de Sitophilus zeamais em condições de laboratório. (Concentração: 1=1.000ppm, 30=30.000ppm, 50=50.000ppm)...................................................................................
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Lista de tabelas Tabela 1. Extratos utilizados nos ensaios por contato e ingestão e suas
respectivas concentrações............................................................ 28 Tabela 2. Extratos empregados no ensaio de repelência.............................
31
Tabela 3. Mortalidade-resposta para o solvente metanol considerando as vias de exposição, contato e ingestão utilizando o Método Student's t-TesT............................................................................ 33
Tabela 4. Mortalidade-resposta para o solvente diclorometano considerando as vias de exposição, contato e ingestão utilizando o Método Student's t-TesT............................................ 33
Tabela 5. Porcentagem média de adultos de Sitophilus zeamais mortos
por ingestão e contato, por extrato................................................
34 Tabela 6. Resultado da estimativa do cálculo da Concentração Letal
Mediana (CL50) do extrato metanólico dos galhos (MeOH_Ga)
de V. cymosa por meio da análise de Trimmed Sperman
Karber........................................................................................... 36 Tabela 7. Resultados de repelência/atração considerando os valores de p
e F ratio de cada variável e efeito de resposta dos indivíduos em
função da variável extrato........................................................ 40
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Siglas e Abreviações
CL50 - Concentração Letal Mediana
DCM_Fl - Extrato diclorometânico das flores
DCM_Fo - Extrato diclorometânico das folhas
F1 - Primeira geração filial
Hidromet_Fo - Extrato hidrometanólico das folhas
Hidromet_Ra - Extrato hidrometanólico das raízes
H2O_Fl - Extrato aquoso das flores
H2O_Fo - Extrato aquoso das folhas
H2O_Ga - Extrato aquoso dos galhos
H2O_Hf - Extrato aquoso das hastes florais
H2O_Pe - Extrato aquoso dos pecíolos
MeOH_Fl - Extrato metanólico das flores
MeOH_Fo - Extrato metanólico das folhas
MeOH_Ga - Extrato metanólico dos galhos
MeOH_Ra - Extrato metanólico das raízes
PR - Porcentagem de Repelência
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1. Introdução
O Brasil ocupa um lugar de destaque no cenário internacional no quesito
produção agrícola. Ao longo do seu desenvolvimento econômico sempre esteve
ligado a este setor da economia, mesmo após a Revolução Industrial e as diversas
mudanças que ocorreram no país à agricultura não foi abandonada (Viegas Júnior
2003). Segundo Roel (2001) a industrialização serviu como gestor para os diversos
processos agrícolas, desde então, o sistema tornou-se dependente do uso
decorrente de insumos orgânicos e inorgânicos, maquinários, sistemas de irrigação
mecanizados e eficientes e produtos químicos de origem sintética.
A partir do momento que o homem conseguiu domesticar as espécies
vegetais transformando-as em cultivos, em vista da necessidade de produção de
alimentos, passou a travar uma “batalha” contra os insetos. Até então, estes
artrópodes conviviam pacificamente nos domínios da mata, onde a diversidade
vegetal mantinha suas populações em equilíbrio, de modo que, nenhuma população
crescia de forma exacerbada a ponto de causar dano. De forma sucinta, um inseto
se torna praga em virtude do aumento da oferta de alimento, da alta taxa
reprodutiva, do hábito polífago e da diminuição dos inimigos naturais, consequência
de cultivos em monocultura (Mesquita 1991; Zarbin et al. 2009).
Com o intuito de amenizar as perdas na produção decorrentes do ataque de
insetos o homem criou métodos de controle, caracterizados, sobretudo, pelo uso
intensivo sintéticos. É importante relatar que antes do uso dos sintéticos o controle
era feito a partir de formulações de caldas e misturas. Neste caso, plantas que
demonstravam resistência natural, baixa produtividade ou pouca aceitação alimentar
eram selecionadas, só mais recentemente, em meados da década de 50 é que o
controle passou a ser caracterizado pelo uso intensivo de defensivos químicos.
Estes produtos, denominados agrotóxicos, pesticidas e/ou defensivos agrícolas com
destaque para os inseticidas, possuem ação fisiológica sobre os organismos vivos e
assim, afetam direta ou indiretamente as comunidades bióticas, interferindo nas
relações e no ecossistema (Gallo et al. 2002).
Os defensivos passaram a ser utilizados intensamente mais precisamente
após a Segunda Guerra Mundial, em consequencia do potencial químico que surgiu
com as pesquisas bélicas realizadas pelas empresas do ramo, com a perspectiva de
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beneficiar os países envolvidos, e ainda, em prol do aumento da produção de
alimentos, frente ao acréscimo populacional (Boff 1999; Roel 2001). Entretanto, o
uso contínuo destas moléculas tem trazido efeitos indesejáveis do ponto de vista
biológico e ambiental, como; morte de inimigos naturais, polinizadores e demais
organismos não-alvo, com consequente desequilíbrio e aumento no número de
populações nocivas, perda da eficácia dos produtos mediante a seleção de
populações resistentes, detecção de resíduos químicos nos alimentos e ainda,
poluição do lençol freático, solo e demais ecossistemas (Mesquita 1991; Saito e
Lucchini 1998).
O surgimento de populações resistentes tem sido considerado o efeito mais
indesejável do ponto de vista biológico e ambiental. Segundo a Organização Mundial
de Saúde, o mecanismo de resistência se baseia na capacidade de um organismo
em tolerar doses ou concentrações de produtos que seriam letais para a maioria dos
indivíduos da população (Omoto e Alves 1998). Neste sentido, em ambientes com
resíduos de pesticidas há um aumento na densidade de genótipos resistentes por
influência do processo de seleção (Raven et al. 1996; Poletti e Omoto 2003). Com o
objetivo de eliminar estes indivíduos, há um aumento na frequência das aplicações,
na dosagem e/ou substituição do produto por outro de maior toxicidade, como
consequência os demais problemas aumentam em uma relação positiva e
comprometem os programas de manejo (Omoto e Alves 1998; Berlitz e Fiuza 2005).
Esta evolução do processo de resistência tem sido considerada um mecanismo de
defesa dos artrópodes frente à pressão de seleção aos inseticidas sintéticos (Omoto
e Alves 1998).
Os diversos problemas decorrentes da aplicação destes praguicidas têm sido
amplificados nos órgãos de divulgação, em função da crescente preocupação com a
sustentabilidade dos recursos naturais, com o bem-estar da população e do
ambiente. É inegável a preocupação com o meio ambiente e com as consequências
que uma agricultura moldada em características não sustentáveis pode trazer para o
futuro (Moreira et al. 1996). Com o advento tecnológico e a divulgação de novas
técnicas para controle de insetos, os agricultores vêm conhecendo métodos
sustentáveis e eficazes, dentro do Manejo Integrado de Pragas - MIP.
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O MIP surgiu em resposta aos efeitos indesejáveis dos produtos sintéticos e
tem como objetivo o controle populacional de organismos causadores de danos, por
meio da substituição dos sintéticos por métodos sustentáveis e eficazes, bem como
o uso destes métodos sustentáveis aliados aos sintéticos (Gallo et al. 2002; Poletti e
Omoto 2003; Silva et al. 2007, WWF-Brasil 2009). O cultivo é monitorado e medidas
de prevenção adotadas, a denominação praga deixa de existir e os insetos quando
ultrapassam o “nível de dano econômico” passam a ser denominados “insetos-alvo”,
as intervenções são pontuais e usam-se todas as formas de defesa, possíveis
(Zarbin et al. 2009).
Esta nova filosofia fez aumentar a busca por moléculas químicas menos
tóxicas capazes de agir sobre determinada população, levando em consideração
tempo de degradação, modo de ação, ação sobre os insetos benéficos, os
ecossistemas e a saúde humana. Somado a isto, o alto custo para se obter novas
moléculas com ação inseticida proporcionou aumento no interesse por plantas que
metabolizam substâncias com propriedades inseticida ou insetistáticas (Viegas
Júnior 2003).
1.1. “Substâncias inseticidas” – Histórico
Os organismos metabolizam por meio de rotas metabólicas primárias,
moléculas químicas essenciais para o seu desenvolvimento, como; proteínas,
carboidratos e lipídeos, denominados metabólitos primários. Contudo, ao longo do
processo evolutivo os vegetais começaram a metabolizar uma diversidade de
substâncias. Estas substâncias, metabolizadas e liberadas a partir do metabolismo
secundário têm entre outros efeitos, propriedades inseticida ou insetistáticas, as
quais têm sido usadas no controle de insetos (Moreira et al. 2006). Estes metabólitos
secundários atuam como mediadores da relação inseto-planta-ambiente,
intermediando as relações entre estes. No caso dos indivíduos receptores, estes
compostos agem como incitadores fisiológicos (Zarbin et al. 2009). Na relação
inseto–planta acredita-se que estas substâncias sejam responsáveis pelas
atividades de fitoproteção, atração e repelência (Gardiano 2006; Moreira et al. 2006;
Dequech et al. 2008).
No entanto, há muitas divergências sobre a formação e a função destes
metabólitos para os vegetais que os produzem e o impacto do uso destes sobre a
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biologia dos herbívoros. Corrêa e Sant’Ana (2007) acreditam que os metabólitos
secundários ao serem liberados causam mudanças fisiológicas e/ou
comportamentais em outro organismo. Vendramim e Tomazini (2001) atribuem uma
maior vulnerabilidade dos insetos quando estas substâncias são aplicadas de forma
sincrônica com outros agentes de controle. Em suma, é sabido que os metabólitos
afetam a biologia, o desenvolvimento fisiológico, o morfológico e a reprodução dos
insetos e por isso vêm sendo usados em programas de manejo de pragas (Mesquita
1991; Roel 2001).
Desde a antiguidade a cultura popular vem fazendo uso de “plantas
inseticidas” no controle de artrópodes pragas. Há cerca de 4000 anos os indianos
usavam metabólitos secundários no controle de populações nocivas (Roel 2001). A
primeira substância com propriedade inseticida extraída de uma planta foi o piretro,
a aproximadamente 400 a.C.. O piretro fora extraído das flores de crisântemo,
Chrysanthemum cinerariaefolium Vis. (Asteraceae) e era conhecido como “Pó da
Pérsia” (Vieira et al. 2001), foi usado preferencialmente a seco, como pó, mas,
também, misturado a solventes.
A partir de 1928 esta substância passou a ser processada, e hoje, há relatos
de uma gama de insetos sensíveis a sua ação. É citada no controle de pulgas,
percevejos, mosquitos, mosca-do-berne, moscas-varejeira, do coleoptera do
morangueiro Anthonomus rubi Herbst., 1795 (Coleoptera, Curculionidae) e da batata
Leptinotarsa decemlineata Say, 1824 (Coleoptera, Chrysomelidae), do pulgão do
fumo Myzus persicae Sulzer, 1776 (Hemiptera, Aphididae), do percevejo do cafeeiro
Antestia sp. e ainda em lagartas desfolhadoras (Saito e Lucchini 1998). Outras
substâncias isoladas de espécies vegetais e usadas no controle de insetos são os
rotenóides, incluindo a rotenona, de raízes de Derris spp. e de Lonchocarpus spp.,
os alcalóides, como a nicotina extraída do gênero Nicotiana (Solanaceae), a
sabadilha de Schoenocaulon officinale (Schltdl. e Cham.) A. Gray ex Benth e a
rianodina de Rhyania speciosa Lagunes e Rodríguez 1992 (Gallo et al. 2002).
É notada uma estreita relação entre plantas com propriedades químicas
como, aromáticas, condimentares, medicinais e a presença de substâncias bioativas
com função bactericida, fungicida e inseticida. Neste sentido, plantas comumente
usadas pela cultura popular como remédio ou como condimento alimentar,
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provocam efeito negativo sobre a biologia e/ou sobrevivência de organismos-praga.
Segundo Shaaya et al. (1997) plantas aromáticas estão entre os vegetais que mais
apresentam constituintes bioativos com propriedade inseticida.
Trabalhos vêm reportando o uso de espécies vegetais no controle de insetos
causadores de danos (Rezende et al. 2004; Fazolin et al. 2007; Machado et al.
2007). Algumas como Allium sativum L. (alho), Annona squamosa L. (fruta do
conde), Artemisia ludoviciana Nutt. (artemisia), Citrus vulgaris L. (laranja),
Chysanthemum sp. (crisântemo), Coriandrum sativum L. (coentro), Eucalyptus spp.
(eucalipto), Helianthus annus L. (girassol), Laurus nobilis L. (louro), Piper nigrum L.
(pimenta-do-reino), Ricinus cummunis L. (mamona), Ruta graveolens L. (arruda),
Tagetes patula L. (cravo), Urtica urens L. (urtiga) estão presentes no nosso dia a dia
(Almeida et al. 1999; Roel 2001).
No contexto atual o uso de metabólitos secundários metabolizados a partir de
espécies vegetais, capazes de atuar sobre a biologia ou sobrevivência de insetos-
praga ressurge com o objetivo de conciliar produtividade agrícola a preceitos
ecológicos. Partindo do fato de que há uma diversidade de espécies vegetais com
potencial inseticida contra pragas e que somente algumas têm sido estudadas, é de
suma importância trabalhos que avaliem o potencial de extratos vegetais como fonte
de praguicidas.
1.2. Extratos vegetais
1.2.1. Famílias botânicas
Dentre as famílias botânicas as espécies de Meliaceae vêm se destacando
devido as suas propriedades inseticida e insetistáticas, tanto pelo número de insetos
sobre os quais atuam quanto pela eficiência de seus extratos (Vendramim 1997). O
interesse nas meliáceas é atribuído à presença de compostos terpênicos, os
limonóides, com atividade biológica já comprovada sobre os insetos. Estes
compostos secundários de sabor amargo apresentam efeito sobre a ingestão, a
muda, o desenvolvimento morfológico e o comportamento dos insetos (Viegas Júnior
2003).
Entre as meliáceas a espécie Azadirachta indica A. Juss. tem mostrado
resultados promissores e seus extratos têm sido reportados como tão potentes
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quanto os inseticidas sintéticos (Vacari et al. 2004). Conhecida no Brasil
popularmente como “Nim”, é originária de regiões áridas da Índia, onde foi muito
usada pelos produtores locais. Neste caso, as folhas eram secas e maceradas com
os grãos para evitar os danos causados no momento da estocagem (Roel 2001).
Contra insetos o nim tem ação ovicida, larvicida, além de atrasar o
crescimento, reduzir a fecundidade e a fertilidade de machos e fêmeas, induzir
deformações e repelir. Até 1999, cerca de 400 espécies de insetos já haviam sido
relatadas como sensíveis a alguma ação da A. indica. Extratos, óleos e pós vegetais
das folhas, frutos e cascas são usados; porém, o óleo extraído da semente tem sido
empregado com maior frequência no controle de insetos causadores de danos (Roel
2001).
Atualmente produtos sintéticos disponíveis no mercado possuem como
componente principal a azadiractina, principal substância com propriedade inseticida
extraída do nim (Viegas Júnior 2003). Após a constatação da eficácia de preparados
vegetais da espécie A. indica contra insetos causadores de danos outras espécies
pertencentes a família Meliaceae passaram a ser estudadas, mas duas delas,
Trichilia spp. e Melia azedarach L. têm sido frequentemente reportadas em diversos
estudos (Brunherotto e Vendramim 2001; Torrecilas e Vendramim 2001; Gonçalves-
Gervásio 2003; Viegas Júnior 2003; Castellani et al. 2006).
Contudo, muitas famílias botânicas têm sido estudadas (Annonaceae,
Asteraceae, Canellaceae, Chenopodiaceae, Labiataceae, Lauraceae, Rutaceae,
Myrtaceae, Piperaceae e Verbenaceae) ao considerar a presença de substâncias
com ação inseticida e/ou insetistáticas (Tapondjou et al. 2002; Tavares e Vendramim
2005; Estrela et al. 2006; Isman 2006; Moreira et al. 2006; Fazolin et al. 2007). Os
metabólitos encontrados nestas plantas podem atrair ou repelir; na reprodução,
reduzir a fecundidade de machos e fêmeas, esterilizar ovos e adultos, inibir a
oviposição, alterar o sistema hormonal e comportamental; na alimentação, podem
inibir, efeito chamado de deterrência e/ou reduzir o consumo alimentar; além de,
atrasar o desenvolvimento fisiológico e morfológico, reduzir a longevidade dos
adultos e ainda, causar a morte (Fernandes et al. 1996; Vendramim 1997; Tedeschi
et al. 2001).
20
No entanto, deve-se ressaltar que a metabolização de compostos secundários
nas plantas pode variar de acordo com os fatores ambientais como revisado por
Gobbo-Neto e Lopes 2007. Na dependência destes fatores, indivíduos da mesma
espécie podem metabolizar distintos compostos; e ainda, as diversas partes da
planta (raiz, caule, folhas, flores, frutos e semente) podem apresentar mesmo
metabólito, o mesmo em distinta proporção ou ainda distintas classes. Neste
contexto, é importante considerar ainda a espécie-alvo e sua fase de
desenvolvimento, pois indivíduos de diferentes espécies e da mesma espécie
apresentam sensibilidade desigual, assim como, espécimes em diferente estágio de
desenvolvimento podem reagir de forma distinta as mesmas condições (Mesquita
1991).
Em vista do aumento de estudos envolvendo a busca de substâncias
inseticida ou insetistáticas em famílias botânicas, este trabalho propõe buscar tais
atividades em duas espécies vegetais, pertencentes a distintas famílias botânicas,
as quais são caracterizadas a seguir.
1.2.2. Lecythidaceae – Eschweilera pedicellata (Richard) S.A.Mori
As espécies vegetais pertecentes à família botânica Lecythidaceae estão
distribuídas na região Neotropical, com mais de 200 espécies alocadas em 11
gêneros. São árvores tipicamente de dossel, sendo encontradas com abundância no
interior das florestas, especialmente em áreas não perturbadas. Vegetativamente
não apresentam caracteres taxonômicos óbvios; contudo, apresentam um padrão de
venação típico (de difícil descrição) e a presença de fibras na casca é quase
diagnóstica da família; no entanto, outras famílias botânicas também apresentam tal
característica, além disso, o cheiro de linhaça está quase sempre presente (Hopkins
1999).
Os espécimes desta família têm sido reportados como comestíveis para
humanos; contudo, há algumas extremamente tóxicas; vêem sendo usados pela
cultura indígena na forma de remédio (Hopkins 1999) e trabalhados têm buscado a
atividade anti-leucêmica a partir dos gêneros Barringtonia, Eschweilera, Foetidia,
Grias e Petersianthus (Cragg et al. 2006).
O gênero Eschweilera é encontrado no Norte e Nordeste brasileiro, poucos
são os estudos envolvendo tal gênero, em vista do seu potencial químico e de sua
21
bioatividade; contudo, estudos químicos têm isolado triterpenos deste gênero
(Carvalho et al. 1998; Costa e Carvalho 2003) além de estudos com voláteis de E.
coriaceae (Andrade et al. 2000), contudo, não há estudos abordando o gênero
Eschweilera como inseticida natural. A cerca da espécie Eschweilera pedicellata o
que se sabe é que a mesma é conhecida popurlamente como mata-matá, matamatá
ou matamatá-rocha, e que é árvore de sub-bosque (Hopkins 1999).
1.2.3. Verbenaceae – Vitex cymosa Bertero
As espécies da família Verbenaceae são encontradas nas regiões Tropical e
Subtropical principalmente em terras baixas. Nesta família existem cerca de 90
gêneros e 1900 espécies, no Brasil são descritas 140 espécies alocadas em 16
gêneros. Alguns gêneros são usados como ornamentais como, Lantana, Petrea e
Amasonia outros como Stachytarpheta vêm sendo relatados como medicinais. São
ervas, arbustos, árvores e raramente lianas (Costa 1999).
O gênero Vitex possui cerca de 250 espécies de distribuição Tropical e
Subtropical. No Brasil são descritas espécies na Amazônia, Brasil central até o Rio
Grande do Sul (Evans 2002 apud Fonseca et al. 2006). Muitos são os estudos
envolvendo espécies deste gênero tendo em vista seu potencial bioativo (Gonçalves
et al. 2001; Daz et al. 2003; Dharmasiri et al. 2003; Gallo 2004; Fonseca et al.
2006; Sá Barreto et al. 2007; Nyiligira et al. 2008; Tando et al. 2008a).
Entretanto, poucos são os estudos envolvendo a espécie V. cymosa, sabe-se
que esta espécie ocorre na Região Centro-Oeste e no sul da Amazônia e que seus
frutos são comestíveis e possuidores de propriedades medicinais (Pott e Pott 1994).
É conhecida popurlamente como tarumã, tarumeiro e tarumã-alagado. São árvores
que podem chegar a 20 metros de altura, com copa globosa e muito frondosa,
tronco curto, cilíndrico, casca sulcada e folhas compostas palmadas, sua floração
ocorre entre setembro-novembro com frutos em novembro-janeiro (Lorenzi 2002).
Do ponto de vista fitoquímico Santos et al. (2001) extraíram da fração
diclorometânica das folhas de V. cymosa o iridoide denominado tarumal, Fonseca et
al. (2006) extraíram do óleo essencial dos frutos, ácidos graxos, ésteres de ácidos
graxos, aldeídos e butanolidos. Contudo, não foram observados na literatura relatos
22
que demonstrasse a bioatividade de extratos, pós ou óleos vegetais preparados a
partir de espécimes de V. cymosa em insetos causadores de danos.
No entanto, muitas são as espécies pertencentes ao gênero Vitex reportadas
como possuidoras de propriedades inseticidas e mencionadas no controle de
vetores de doenças e de pragas. Neste sentido, pode ser citado extratos
metanólicos de V. trifólia, V. peduncularis, V. altissima e V. negundo contra larvas de
quarto ínstar de Culex quinquefasciatus Say, 1828 (Diptera, Culicidae) (Kannathasan
et al. 2007; 2008). O óleo essencial de V. pseudo-negundo Hausskn. contra ovos,
larvas e adultos de Callosobruchus maculatus Fabricius, 1775 (Coleoptera,
Bruchidae) (Sahaf e Moharramipour 2008), adultos de Tribolium castaneum Herbst,
1797 (Coleoptera, Tenebrionidae) e adultos de Sitophilus oryzae Linné, 1763
(Coleoptera, Curculionidae) (Sahaf 2006). Óleos de V. trifolia e V. agnus-castus
sobre larvas de quinto ínstar de Spilosoma oblique Walker, 1975 (Lepidoptera,
Arctiidae) (Tando et al. 2008b). Extratos de V. agnus-castus na repelência de Aedes,
Anopheles e Culex (Mehlhorn et al. 2005) e extratos foliares de V. negundo contra
larvas de Culex tritaeniorhynchus Giles, 1901 (Diptera, Culicidae) (Karunamoorth et
al. 2008).
1.3. Pragas de grãos armazenados
1.3.1. Sitophilus zeamais Motschulsky, 1855 (Coleoptera, Curculionidae)
Embora a agricultura venha sendo praticada desde os primórdios do
desenvolvimento das sociedades, a prática de armazenar alimentos iniciou-se em
torno de 4500 anos atrás, em resposta às perdas que ocorriam em virtude das
intempéries climáticas e dos ataques de pragas e microrganismos (Saxena 2009).
Hoje, sabe-se da importância do controle de populações que causam danos a grãos
armazenados no momento da estocagem, à medida que, pouco adianta o controle
com praguicidas na fase de campo, se o produto estocado não seguir a mesma
premissa.
Os insetos praga de grãos armazenados afetam a qualidade e a quantidade
da produção final. Os danos qualitativos se caracterizam por perdas no valor
nutritivo, na aparência e uniformidade dos grãos e desvalorização do produto pela
presença de orifícios (Gallo et al. 2002; Caneppele et al. 2003) os quantitativos estão
23
relacionados com a perda de peso e diminuição da massa e água no interior do grão
(Gallo et al. 2002). Segundo dados da Organização das Nações Unidas para
Agricultura e Alimentação (FAO), no Brasil, as perdas procedentes das más
condições de armazenamento são estimadas em torno de 20%, neste ambiente é
encontrado o gorgulho-do-milho Sitophilus zeamais (Gallo et al. 2002).
Na família Curculionidae estão descritas cerca de 40.000 espécies e nela
estão inseridas as principais pragas agrícolas, conhecidas popularmente como
“gorgulhos”. Os besouros adultos desta família são caracterizados pela projeção da
cabeça em forma de tromba, denominado rostro. Embora esta família agrupe muitas
pragas, apenas o gênero Sitophilus é importante como praga de armazenamento
(Gallo et al. 2002) e neste sentido as três espécies do gênero (S. zeamais, S. oryzae
L. e S. granarius L.) causam danos em cereais armazenados (Gallo et al. 2002;
Tecnigran 2008).
Acredita-se que o gênero Sitophilus é originário da Índia, hoje, cosmopolita,
mas especialmente abundante em regiões tropicais (Tavares 2002). Os indivíduos
de S. zeamais são besouros com cerca de 3 mm de comprimento, caracterizados
por uma coloração castanho-escura, com quatro manchas avermelhadas nos élitros
logo após emergência e rostro recurvado; nos machos o rostro é curto e grosso e
nas fêmeas longo e afilado. As larvas são amarelo-claras e as pupas brancas (Gallo
et al. 2002; Centreinar 2008). Seu desenvolvimento é realizado todo no interior do
grão (ovo-adulto). As fêmeas ovipositam nas cavidades abertas e os ovos são
inseridos um a um dentro da abertura externa e então o orifício é coberto por uma
secreção gelatinosa, selando o ovo no interior do grão. As larvas eclodem em
aproximadamente seis dias a 25°C; contudo, o desenvolvimento completo é possível
em temperaturas entre 15 e 35°C e levam 35 dias em condições ótimas que são de
27°C e 70% de umidade relativa (U.R.) (Centreinar 2008).
As larvas se desenvolvem no interior dos grãos, escavando-os à medida que
se desenvolvem, demonstrando canibalismo sobre os indivíduos fracos. Quando o
adulto emerge o orifício apresenta bordos irregulares e quebradiços. O adulto é
dotado de mandíbulas desenvolvidas que rompem as películas protetoras dos grãos,
possibilitando a alimentação do conteúdo interno, atacam grãos íntegros e abrem
caminho para outros insetos e patógenos. Estes indivíduos têm sido associados
24
principalmente a prejuízos pós-colheita em cereais e alimentos armazenados (Gallo
et al. 2002).
Contudo, os ataques deste gorgulho também vêm sendo relatados em
pomares de ameixa, pêssego e maçã no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina
(Boneti et al. 1999). Segundo Botton et al. (2005) esta espécie é responsável por
prejuízos em bagas de uvas em fase de maturação na Serra Gaúcha; neste caso, os
adultos perfuram as bagas, permitindo a entrada da podridão ácida ou ainda de
fungos como Aspergillus carbonarius, A. niger e Penicillium sp., o que diminui a
qualidade nutricional e comercial das uvas. É importante relatar que no caso da
Serra Gaúcha os danos causados foram constatados onde havia silos de milho
próximos aos vinhedos.
No Brasil, S. zeamais é considerada uma das principais pragas de grãos
armazenados, sobretudo, por possuir elevado potencial biótico, infestação cruzada,
elevado número de hospedeiros e ainda pelo fato de tanto as larvas quanto os
adultos serem potenciais causadores de danos (Gallo et al. 2002). Estes besouros
ainda contaminam os grãos com suas exúvias e excrementos, aumentando o nível
de ácidos graxos livres com consequente diminuição do rendimento e qualidade dos
grãos (Caneppele et al. 2003).
O método de controle mais utilizado para S. zeamais em ambientes de
armazenamento, ainda hoje, é por meio de aplicações sucessivas de inseticidas
sintéticos (Marsaro et al. 2005; Souza e Trovão 2009). Entretanto, a crescente
pressão da sociedade e das indústrias de grãos para reduzir o uso de sintéticos e as
severas restrições ao uso de pesticidas, tem impelido o aumento do uso de métodos
alternativos. Tavares e Vendramim (2005) acreditam que o conhecimento a respeito
dos prejuízos causados por sintéticos e o aumento de pesquisas e estudos sobre as
novas técnicas de controle (sustentáveis), têm incentivado o uso de substâncias de
origem vegetal.
O uso de extratos vegetais em ambientes de armazenamento tem como
objetivo, a diminuição de todos os estágios de desenvolvimento dos indivíduos da
população causadora de dano (Gallo et al. 2002). Neste sentido, estudos abordando
preparados vegetais por contato, ingestão e/ou fumigação contra adultos de S.
zeamais e outras pragas de grãos armazenados já vêm sendo realizados. Os
25
resultados indicam que os adultos tendem a ser mais susceptíveis que os estágios
de ovo e pupa, devido à atividade respiratória; entretanto, os ovos podem ser
altamente susceptíveis dependendo da espécie, do tipo de óleo ou extrato vegetal
utilizado e sua constituição química (Rajendran e Sriranjini 2008).
Há relatos que o pó dos frutos e da planta inteira (com frutos) da espécie
Chenopodium ambrosioides L. (Chenopodiaceae) (erva-de-santa-maria) apresenta
efeito altamente tóxico ao gorgulho (Tavares e Vendramim 2005). Almeida et al.
(2005) constataram que adultos de S. zeamais são controlados em mais de 90% ao
utilizar extratos da casca de Citrus cinensis L. Osbeck, das folhas de Cymbopogon
citratus DF Stapf. e de Nicotiana tabacum L.
Em resumo, as vantagens que pós, óleos e extratos vegetais vêm
demonstrando em relação aos inseticidas sintéticos no controle de pragas de grãos,
ao ambiente e aos organismos que nele se encontram, a eficácia do controle, o
problema causado pelos insetos de produtos armazenados e a riqueza florística do
ecossistema amazônico, justificam a necessidade de estudos na região que avaliem
o potencial inseticida das espécies vegetais locais, de modo que possam ser
utilizadas no controle de insetos causadores de danos em grãos.
26
2. Objetivos
2.1. Geral
Avaliar o efeito de extratos aquosos e orgânicos de Vitex cymosa e aquosos de
Eschweilera pedicellata sobre adultos de Sitophilus zeamais em condições de
laboratório.
2.2. Específicos
- Determinar as porcentagens de mortalidade dos adultos de S. zeamais quando
expostos aos extratos de V. cymosa e E. pedicellata pelas vias de contato e
ingestão;
- Avaliar o efeito dos extratos das espécies V. cymosa e E. pedicellata sobre a
emergência dos indivíduos de S. zeamais na geração F1;
- Determinar as Concentrações Letais Medianas (CLs50) quando possível, dos
extratos de V. cymosa e E. pedicellata sobre adultos de S. zeamais, pelas vias
contato e ingestão;
- Avaliar os efeitos de repelência e atração dos extratos de V. cymosa e E.
pedicellata quando em contato com adultos de S. zeamais.
27
3. Material e métodos
3.1. Local de realização dos experimentos
Os bioensaios foram conduzidos no Laboratório de Entomologia Agrícola, do
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA, obedecendo às condições de
temperatura de 25o ± 2o C, umidade relativa de 60 ± 10 % e fotofase de 12 horas
como proposto por Tavares e Vendramim (2005).
3.2. Criação de Sitophilus zeamais Mots., 1855
Todos os adultos de S. zeamais utilizados nos bioensaios foram provenientes
da criação-estoque mantida no Laboratório de Entomologia Agrícola do INPA
pertecente a Coordenação de Pesquisa em Entomologia. Os indivíduos eram
criados em potes de vidro de 750 mL contendo milho comercial, grupo duro, tipo 2
vedados com tecido do tipo filó, presos por ligas de elástico para evitar a fuga e
permitir as trocas gasosas. Periodicamente esta criação era vistoriada, adotando o
seguinte procedimento: (a) retirada dos adultos com auxílio de peneira, (b) descarte
dos indivíduos mortos e grãos inviáveis (padronizamos como inviáveis os grãos com
alto grau de perfuração e proliferação de microrganismos), (c) limpeza do recipiente,
(d) grãos viáveis introduzidos em novo recipiente e (e) insetos vivos reintroduzidos
em novo recipiente com grãos de milho íntegros e sadios. Tal criação foi mantida
com o objetivo de obter adultos entre 10 e 20 dias de idade para a realização dos
ensaios.
3.3. Coleta e identificação das espécies vegetais Vitex cymosa e Eschweilera
pedicellata
O material vegetal foi coletado em datas e locais distintos: V. cymosa,
coletada na Ilha de Marchantaria, Lago do Catalão (3º10’04’’S/59º54’45’’O) em julho
de 2004 e E. pedicellata na Reserva Adolpho Ducke (2°58’6.25’’S/59°55’49.96’’O)
em abril de 2005, ambas as áreas de coleta se localizam próximas a cidade de
Manaus, Amazonas, Brasil, (03°08’ 07”S/60°01’34”O). A identificação das espécies
vegetais foi realizada pela pesquisadora da Coordenação de Pesquisas em Botânica
do INPA, Dra. Ieda Leão do Amaral, sendo as exsicatas encaminhadas ao herbário
28
do Instituto e depositadas com os números de registro 230695 e 230696,
respectivamente.
3.4. Preparo dos extratos de Vitex cymosa e Eschweilera pedicellata
O preparo dos extratos foi de responsabilidade do Laboratório de
Bioprospecção do INPA, pertencente à Coordenação de Pesquisas em Produtos
Naturais. O material foi seco em estufa de ar circulante a 40° C ou a temperatura
ambiente, dependendo da quantidade de material botânico coletado. Após a
secagem as folhas e flores foram trituradas em moinho de facas e as raízes e os
galhos em moinho de martelo mais moinho de facas. A preparação dos extratos
seguiu a ordem crescente de polaridade dos solventes: diclorometano (DCM),
metanol (MeOH), metanol(7): água(3) (Hidromet) e água destilada (H2O), cada
extração foi realizada em triplicata usando ultra-som por 20 minutos. Após a
filtragem, os extratos orgânicos foram concentrados em rota-evaporador e os
aquosos em liofilizador. Após o preparo dos extratos estes foram acondicionados em
freezer a -20° C.
3.5. Bioensaios
Foram realizados ensaios de mortalidade-resposta e repelência para os
extratos de ambas as espécies vegetais (V. cymosa e E. pedicellata); contudo, a não
utilização de todos os extratos utilizados no ensaio de mortalidade no ensaio de
repelência se deve ao fato deste ter sido realizado após o ensaio de mortalidade,
assim, a massa total dos extratos teve um decréscimo, com não disponibilidade de
massa para o ensaio de repelência (em alguns casos). É importante relatar ainda
que, em ambos os ensaios (mortalidade e repelência), os extratos aquosos foram
solubilizados em água destilada, os metanólicos e hidrometanólicos em metanol e os
diclorometânicos em diclorometano.
3.5.1. Mortalidade
Com o objetivo de avaliar um possível efeito agudo dos solventes metanol e
diclorometano, ambos puros, sobre a sobrevivência dos adultos de S. zeamais,
foram realizados testes de mortalidade-resposta, seguindo as metodologias
descritas nos itens 3.5.2.1. e 3.5.2.2.. Cada solvente foi considerado um tratamento,
29
cada tratamento foi composto por cinco repetições, em cada repetição foram
adicionados 20 adultos de S. zeamais não-sexados entre 10 e 20 dias de idade.
Cada repetição do tratamento tinha seu respectivo controle, sendo este isento da
aplicação dos solventes.
A realização dos ensaios de mortalidade seguiu as metodologias descritas
nos itens 3.5.2.1. e 3.5.2.2.. A escolha das concentrações teve como base
resultados de testes preliminares a partir dos quais se chegou à concentração
máxima para cada extrato considerando a massa disponível (Tabela 1). A não
utilização de extratos de todas as partes de ambas as espécies nas distintas
polaridades, se deve ao fato de não terem sido coletadas todas as partes e/ou a
diminuta disponibilidade de massa de alguns extratos.
Tabela 1. Extratos utilizados nos ensaios por contato e ingestão e suas respectivas
concentrações
Espécie Parte* Extrato** Concentração em (ppm)
V. cymosa Ga H2O 700, 3.300, 6.700, 16.700, 23.300, 43.300
Fl H2O 300, 500, 6.700, 13.300, 26.700, 50.000
Fo H2O 1.000, 5.000, 10.000, 20.000, 30.000, 50.000
Pe H2O 1.000, 5.000, 10.000, 20.000, 30.000, 50.000
Hf H2O 1.000, 5.000, 10.000, 20.000, 30.000, 50.000
Fo Hidromet 1.000, 5.000, 10.000, 20.000, 30.000, 50.000
Ra Hidromet 1.000, 5.000, 10.000, 20.000, 30.000, 50.000
Fo MeOH 1.000, 5.000, 10.000, 20.000, 30.000, 50.000
Ga MeOH 1.000, 5.000, 10.000, 20.000, 30.000, 50.000
Fl MeOH 1.000, 5.000, 10.000, 20.000, 30.000, 50.000
Fo DCM 1.000, 5000, 10.000, 20.000, 30.000, 50.000
Fl DCM 1.000, 5.000, 10.000, 20.000, 30.000, 50.000
E. pedicellata Fo H2O 1.000, 5.000, 10.000, 20.000, 30.000, 50.000
Ga H2O 1.000, 5.000, 10.000, 20.000, 30.000, 50.000
*(Ga) galho, (Pe) pecíolo, (Fl) flor, (Hf) haste da flor, (Fo) folha e (Ra) raiz **(H2O) aquoso, (Hidromet) hidrometanólico, (MeOH) metanólico e (DCM) diclorometânico.
3.5.1.1. Contato em superfície contaminada (papel-filtro)
O ensaio de exposição por contato em superfície contaminada, seguiu a
metodologia proposta por Huang et al. (1997) e Huang e Ho (1998) com algumas
30
modificações feitas por Tavares e Vendramim (2005). Foram utilizadas placas de
Petri de 9 cm de diâmetro, nas quais foram adicionadas folhas de papel-filtro
impregnadas com 1 mL dos extratos nas concentrações de cada tratamento (Tabela
1) (página 28), cada tratamento constou de cinco repetições assim como o grupo
controle. As placas controle foram impregnadas com 1 mL de solvente específico,
sendo, metanol para os extratos metanólicos e hidrometanólicos, diclorometano para
os diclorometânicos e água destilada para os aquosos.
As folhas de papel filtro impregnadas com as concentrações dos extratos e
dos solventes foram expostas a temperatura ambiente por 1 hora para volatilização,
em seguida, 20 adultos não-sexados com idade entre 10 e 20 dias foram confinados
por placa de Petri. A contagem dos indivíduos mortos foi feita após cinco dias da
montagem do experimento, foram considerados mortos os exemplares com
ausência total de movimento.
3.5.1.2. Ingestão de grãos contaminados
O experimento de ingestão foi instalado com base no trabalho realizado por
Llanos et al. (2008) com algumas modificações. Vinte gramas de milho comercial,
grupo duro, tipo 2 foram pesados e adicionados a frascos plásticos de 500 mL, estes
foram tampados com tampa plástica perfurada e revestida internamente com tecido
do tipo filó. Aos grãos em cada frasco foram pipetados 2 mL dos extratos nas
concentrações de cada tratamento (Tabela 1) (página 28). Esta massa foi misturada
manualmente para homogeneização e depois exposta a temperatura ambiente por 1
hora, para volatilização.
Como nos ensaios de contato, o grupo controle constou de 5 repetições assim
como os tratamentos. Nas repetições do grupo controle foram pipetados 2 mL de
solvente específico por frasco, metanol para os extratos metanólicos e
hidrometanólicos, diclorometano para os diclorometânicos e água destilada para os
aquosos. Foram confinados 20 adultos de S. zeamais não-sexados entre 10 e 20
dias de idade por frasco. A contagem dos indivíduos mortos foi feita 15 dias após a
aplicação dos extratos e neste caso, foi adotado também o critério de ausência total
de movimento para o parâmetro mortalidade. Após o término do ensaio todos os
adultos mortos e vivos foram retirados dos frascos plásticos, mas os grãos mantidos.
31
Após 49 dias como proposto por Arannilewa e Odeyemi (2007) foi calculado a
porcentagem de redução de futuras infestações, mas, somente para os extratos
considerados promissores para o efeito mortalidade. Os indivíduos emergidosna
primeira geração filial (F1) nos tratamentos e no grupo controle foram contabilizados
e os valores encontrados foram utilizados como critério para o cálculo da
porcentagem de redução de futuras infestações. Segundo os autores os indivíduos
emergidos em cada tratamento comparados ao grupo controle indicam o quão
efetivo é o extrato, tendo como base o aumento da porcentagem de redução de
indivíduos na geração F1. A porcentagem de redução foi calculada através da
fórmula de Arannilewa e Odeyemi (2007):
onde: Et = total de adultos emergidos nas amostras tratadas; Ec = total de adultos
emergidos no grupo controle.
3.5.2. Repelência/Atração
O método usado para verificar o efeito de repelência/atração dos extratos de
V. cymosa e E. pedicellata sobre os adultos de S. zeamais baseou-se no método
denominado “área preferencial” descrito por McDonald et al. (1970) apud Babarinde
et al. (2008). O método consistiu no uso de placas de Petri contendo folhas de
papel-filtro de 9 cm de diâmetro cortadas ao meio, a uma metade foram adicionados
0,5 mL dos extratos nas concentrações de cada tratamento, nomeada de
tratamento, enquanto a outra metade ficou isenta, denominada de controle. A
metade impregnada ficou exposta a temperatura ambiente por 1 hora, e então,
foram recolocadas na placa de Petri, de forma que ficassem justapostas.
A partir de ensaios preliminares foram selecionadas as concentrações de:
1.000, 30.000 e 50.000 ppm para cada extrato (Tabela 2) (página 31), sendo que
cada concentração constou de 10 repetições. Em cada repetição foram liberados 20
adultos não-sexados entre 10 e 20 dias de idade e após 30 minutos, 1 hora, 24 e 48
horas o número de indivíduos em cada lado foi contabilizado. Nas placas
testemunha em uma das metades da folha de papel-filtro foi utilizada água destilada
32
para extratos aquosos e solvente específico para os extratos orgânicos, neste
sentido, para os extratos em metanol e hidrometanol foi utilizado metanol, para os
extratos em diclorometano, foi utilizado diclorometano e para os extratos aquosos,
água destilada, nomeada de tratamento; à outra metade ficou isenta da aplicação
das concentrações dos extratos e dos solventes e foi denominada como lado
controle. A não realização de bioensaios com todas as partes fracionadas de ambas
as espécies, em todas as polaridades, se deve ao fato de não terem sido coletadas
todas as partes e/ou da diminuta disponibilidade de massa de alguns extratos.
Tabela 2. Extratos empregados no ensaio de repelência
Espécie Parte coletada* Extrato**
] V. cymosa Ga MeOH
Fo H2O, Hidromet, MeOH e DCM
Ra Hidromet e MeOH
Fl MeOH
E. pedicellata Ga H2O
Fo H2O
* (Ga) galho, (Pe) pecíolo, (Fl) flor, (Hf) haste da flor, (Fo) folha e (Ra) raiz ** (H2O) aquoso, (Hidromet) hidrometanólico, (MeOH) metanólico e (DCM) diclorometânico.
3.6. Análise estatística
Para a averiguação de possíveis efeitos negativos dos solventes sobre os
adultos, foi feita uma análise utilizando Student’s t-Test, através de planilhas do
Excel.
O procedimento analítico para os testes de repelência/atração foi iniciado com
o cálculo da Porcentagem de Repelência (PR) a partir da fórmula:
proposta por Asawalam et al. (2006).
onde: Nc = número de insetos no controle e Nt = número de insetos no tratamento e
valores positivos significam repelência e negativos indicam atratividade.
Os valores observados para a Porcentagem de Repelência (PR) em relação
às variáveis extrato, concentração e tempo foram avaliados por meio de análises de
variância (ANOVA). Foram consideradas significativas as probabilidades (≤0,05), e
33
suportadas pelos valores de F ratio (≥ 5,000). Todas as análises foram realizadas no
programa JMP 4.2.0 (SAS Institute, Cary, NC, USA).
Para a análise do efeito dos extratos sobre a sobrevivência dos adultos de S.
zeamais dois critérios foram adotados, primeiro, foi avaliada a porcentagem de
indivíduos mortos, a partir da porcentagem média de indivíduos por concentração,
tendo como resultado a porcentagem de indivíduos mortos por extrato. Segundo,
pelo cálculo das Concentrações Letais Medianas (CLs50) por meio da análise de
Trimed Sperman-Karber, utilizando o programa Saisa (2008). A estimativa da CL50
tem sido usada por Entomólogos em ensaios toxicológicos por predizer e conduzir
conclusões a respeito da potência inseticida da substância teste e a susceptibilidade
dos organismos-alvo (Haddad 1998). Assim, seu conhecimento permite inferências
entre populações e previsões sobre à sensibilidade dos insetos a substância teste
(Baranek 2008).
34
4. Resultados
4.1 Mortalidade
Não foi constatado efeito negativo sobre a sobrevivência dos adultos de S.
zeamais como consequência do uso dos solventes metanol e diclorometano
considerando as duas vias de exposição, contato e ingestão. À medida que, não foi
observada diferença significativa entre os solventes utilizados e seu respectivo
controle (p≥0,05) (Tabelas 3 e 4). Assim, foi possível a realização dos ensaios com a
certeza de não interferência de ambos os solventes sobre a sobrevivência dos
indivíduos.
Tabela 3. Mortalidade-resposta para o solvente metanol considerando as vias de exposição,
contato e ingestão utilizando o Método Student's t-TesT
Tratamento Médias Variâncias G.L t-valor t-crítico p*
Contato Controle 0,2 0,2
8 2,13809 2,306004 0,064969 Solvente 1 0,5
Ingestão Controle 6,6 27,3
8 -0,53753 2,306004 0,605526 Solvente 5 17
*Diferença significativa (p≤0,05).
Tabela 4. Mortalidade-resposta para o solvente diclorometano considerando as vias de
exposição, contato e ingestão utilizando o Método Student's t-TesT
Tratamento Médias Variâncias G.L t-valor t-crítico p*
Contato Controle 0,2 0,2
8 1,264911 2,306004 0,241504 Solvente 0,6 0,3
Ingestão Controle 6,6 27,3
8 -0,68034 2,306004 0,515494 Solvente 4,8 7,7
*Diferença significativa (p≤0,05).
Adotando critério proposto por Silva et al. (2003), o extrato MeOH_Ga de V.
cymosa por interferir em mais de 40% na sobrevivência dos adultos de S. zeamais
obteve melhor resultado (58,67%), seguido pelos extratos DCM_Fo (25,84%) e
H2O_Fo (15,50%) de V. cymosa, H2O_Ga de E. pedicellata (13,17%) e DCM_Fl de
V. cymosa (12,50%) quando expostos pela via de ingestão (Tabela 5) (página 34).
Vale ressaltar que, por se tratar de um trabalho pioneiro com ambas as espécies
vegetais, propomos demonstrar os resultados da porcentagem média de indivíduos
mortos por extrato e não por concentração.
35
Tabela 5. Porcentagem média de adultos de Sitophilus zeamais mortos por ingestão e
contato, por extrato
Plantas
Extrato % Mortalidade
Parte Vegetal*
Solvente** Ingestão Contato
E. pedicellata Ga H2O 13,17 1,67
E. pedicellata Fo H2O 5,33 1
V. cymosa Ga H2O 4,5 3,83
V. cymosa Fo H2O 15,5 1
V. cymosa Fl H2O 5,17 3,33
V. cymosa Hf H2O 4 1,17
V. cymosa Pe H2O 4,17 2,33
V. cymosa Fo Hidromet 9,17 2
V. cymosa Fl MeOH 4,83 3,33
V. cymosa Ra Hidromet 9 3,33
V. cymosa Ga MeOH 58,67 4,17
V. cymosa Fo MeOH 5,5 1
V. cymosa Fo DCM 25,84 2,5
V. cymosa Fl DCM 12,5 4
* (Ga) galho, (Pe) pecíolo, (Fl) flor, (Hf) haste da flor, (Fo) folha e (Ra) raiz ** (H2O) água, (Hidromet) MeOH(7): água (3), metanol e (DCM) diclorometano.
As observações realizadas no presente trabalho sugerem que os adultos de
S. zeamais foram mais susceptíveis quando expostos aos tratamentos pela via de
ingestão de grãos contaminados em comparação a via de contato em superfície
contaminada. Tal resultado torna-se evidente quando se observa que a porcentagem
de indivíduos mortos por contato se estabeleceu abaixo de 4,0%
(aproximadamente), ao passo que, nos tratamentos por ingestão os valores
encontrados se estabeleceram a partir dos 4%, como pode ser visualizado na
Tabela 5 e Figura 1 e (páginas 34 e 35, respectivamente).
36
Figura 1. Porcentagem de adultos de Sitophilus zeamais mortos por contato e ingestão.
28= Eschweilera pedicellata e 18= Vitex cymosa
H2O_Ga (aquoso dos galhos), H2O_Fo (aquoso das folhas), MeOH_Ga (metanólico dos
galhos), Hidromet_Fo (hidrometanólico das folhas), MeOH_Fo (metanólico das folhas),
DCM_Fo (diclorometânico das folhas), H2O_Fl (aquoso das flores), MeOH_Fl (metanólico
das flores), DCM_Fl (diclorometânico das flores), H2O_Hf (aquoso das hastes florais),
H2O_Pe (aquoso dos pecíolos), Hidromet_Ra (hidrometanólico das raízes).
Considerando os resultados de contato menos promissores em comparação
aos observados pela via de ingestão (Figura 1) (página 35), cada espécie vegetal foi
analisada separadamente a partir desta via, considerada mais promissora. Assim,
para a espécie V. cymosa tem-se que os extratos MeOH_Ga e DCM_Fo alcançaram
bons resultados, enquanto que a espécie E. pedicellata obteve melhor resultado com
o extrato H2O_Ga.
Como em maioria os valores observados para o parâmetro mortalidade foram
baixos (Tabela 5) (página 34), não foi possível estimar as Concentrações Letais
Medianas (CLs50) de todos os extratos utilizados no presente trabalho. Neste sentido,
só foi possível estimar a CL50 do extrato MeOH_Ga de V. cymosa (Tabela 6) (página
36).
37
Tabela 6. Resultado da estimativa do cálculo da Concentração Letal Mediana (CL50) do
extrato metanólico dos galhos (MeOH_Ga) de V. cymosa por meio da análise de Trimmed
Sperman Karber
CL50 (ppm) Intervalo de Confiança (95%)
Inferior Superior
4.530,34 1.844,96 11.124,36
Considerando o extrato MeOH_Ga de V. cymosa promissor por apresentar
valor estimado para a CL50 ≤ 5.000 ppm como recomendado pela Agência de
Cooperação Técnica da Alemanha (GTZ) (Llanos et al. 2008) e porcentagem de
mortalidade acima de 40%, a porcentagem de redução de futuras infestações do
referido extrato foi calculada, assim como dos extratos DCM_Fo, DCM_Fl e H2O_Fo
de V. cymosa e H2O_Ga de E. pedicellata, em vista da porcentagem de indivíduos
mortos por ingestão.
Assim foi observado que, o extrato MeOH_Ga de V. cymosa considerado o
mais promissor por causar efeito significativo sobre a sobrevivência dos adultos,
também causou efeito negativo sobre os imaturos, à medida que, após a aplicação
do mesmo, foi constatado uma tendência de aumento na porcentagem de redução
de indivíduos emergidos na primeira geração filial (F1) e esta tendência aumentou
em associação com o aumento das concentrações (Figura 2).
Figura 2. Porcentagem de redução de indivíduos de Sitophilus zeamais na geração F1 em grãos de milho, por concentração ao final de 49 dias contados a partir do término do ensaio de ingestão, utilizando o extrato metanólico dos galhos (MeOH_Ga) de Vitex cymosa. (Concentração: 1=1.000ppm; 2=5.000ppm; 3=10.000ppm; 4=20.000ppm; 5=30.000ppm; 6=50.000ppm)
38
Os extratos DCM_Fo e DCM_Fl de V. cymosa e H2O_Ga de E. pedicellata
demonstraram mesma tendência observada após a aplicação do extrato tido como
mais promissor (MeOH_Ga de V. cymosa) (Figuras 2-5) (páginas 36-38,
respectivamente). É importante ressaltar que um dos pontos na Figura 3 foi retirado
por se tratar de um outlier, a fim de que este não tendenciasse a reta de forma
errônea. Neste contexto, a utilização dos extratos MeOH_Ga, DCM_Fo e DCM_Fl de
V. cymosa e H2O_Ga de E. pedicellata podem ser considerados promissores na
proteção dos grãos de milho por afetarem os estágios de imaturo e adulto do
gorgulho.
Figura 3. Porcentagem de redução de indivíduos de Sitophilus zeamais na geração F1 em grãos de milho, por concentração ao final de 49 dias contados a partir do término do ensaio de ingestão, utilizando o extrato diclorometânico das folhas (DCM_Fo) de Vitex cymosa. (Concentração: 1=1.000ppm; 2=5.000ppm; 3=10.000ppm; 4=20.000ppm; 5=30.000ppm)
39
Figura 4. Porcentagem de redução de indivíduos de Sitophilus zeamais na geração F1 em grãos de milho, por concentração ao final de 49 dias contados a partir do término do ensaio de ingestão, utilizando o extrato diclorometânico das flores (DCM_Fl) de Vitex cymosa. (Concentração: 1=1.000ppm; 2=5.000ppm; 3=10.000ppm; 4=20.000ppm; 5=30.000ppm; 6=50.000ppm)
Figura 5. Porcentagem de redução de indivíduos de Sitophilus zeamais na geração F1 em grãos de milho, por concentração ao final de 49 dias contados a partir do término do ensaio de ingestão, utilizando o extrato aquoso dos galhos (H2O_Ga) de Eschweilera pedicellata. (Concentração: 1=1.000ppm; 2=5.000ppm; 3=10.000ppm; 4=20.000ppm; 5=30.000ppm; 6=50.000ppm)
40
Este resultado sugere que o aumento das concentrações dos referidos
extratos (DCM_Fo e DCM_Fl de V. cymosa e H2O_Ga de E. pedicellata) pode ter
como consequência direta aumento na porcentagem de redução dos indivíduos
emergidos na geração F1; entretanto, tal tendência não foi observada com o extrato
H2O_Fo de V. cymosa (Figura 6). Após a aplicação deste extrato o número de
indivíduos contabilizados na geração F1, considerando as distintas concentrações
oscilou e não foi observada nenhuma tendência entre o aumento das concentrações
e diminuição no número de insetos na geração F1. Assim, a aplicação do extrato
H2O_Fo de V. cymosa sobre grãos de milho tende a provocar efeito adverso
somente sobre os adultos de S. zeamais, não sendo observado efeito deletério
sobre o número de indivíduos na geração seguinte (Tabela 5 e Figura 6) (páginas 35
e 39, respectivamente).
Figura 6. Porcentagem de redução de indivíduos de Sitophilus zeamais na geração F1 em grãos de milho, por concentração ao final de 49 dias contados a partir do término do ensaio de ingestão, utilizando o extrato aquoso das folhas (H2O_Fo) de Vitex cymosa. (Concentração: 1=1.000ppm; 2=5.000ppm; 3=10.000ppm; 4=20.000ppm; 5=30.000ppm; 6=50.000ppm)
Em análise de quão efetivo é cada extrato na proteção dos grãos, com base
no aumento da redução do número de indivíduos na geração F1, em vista da
tendência (da reta) observada com o aumento das concentrações, melhor resultado
foi observado com o extrato H2O_Ga de E. pedicellata, o qual reduziu em mais de
41
60% o número de indivíduos emergidos na geração F1 (Figura 5) (página 38).
Seguido pelos extratos MeOH_Ga (40%), DCM_Fo e DCM_Fl (aproximadamente
30%) de V. cymosa (Figuras 2, 3 e 4) (páginas 36, 37 e 38 respectivamente).
4.2. Repelência/Atração
Os resultados foram sumarizados na Tabela 7, na qual pode ser visualizada
todos os valores significativos de p e seus respectivos valores de F ratio, e descritos
no texto abaixo.
Tabela 7. Resultados de repelência/atração considerando os valores de p e F ratio de cada
variável e efeito de resposta dos indivíduos em função da variável extrato
Plantas Extratos* Variáveis Efeito**
Extrato Tempo Concentração
E. pedicellata H2O_Fo P = 0,0021
F ratio = 9,7268
P = 0,0546
F ratio = 2,3628
P ≥ 0,05 Repelente
H2O_Ga P ≥ 0,05 P ≥ 0,05 P = 0,0120
F ratio = 3,1104
Atraente
V. cymosa H2O_Fo P = 0,0422
F ratio = 4,1827
P ≥ 0,05 P ≥ 0,05 Repelente
Hidromet_Fo P = 0,0159
F ratio = 5,9195
P ≥ 0,05 P ≥ 0,05 Repelente
MeOH_Fo P ≥ 0,05 P ≥ 0,05 P ≥ 0,05 Atraente
DCM_Fo P ≥ 0,05 P = 0,0176
F ratio = 4,1520
P = 0,0060
F ratio = 3,7249
Atraente
MeOH_Ga P = 0,0449
F ratio = 3,6374
P ≥ 0,05 P ≥ 0,05 Repelente
MeOH_Ra P ≥ 0,05 P ≥ 0,05 P = 0,0214
F ratio = 2,9477
Atraente
Hidromet_Ra - - - Neutro***
MeOH_Fl P = 0,0320
F ratio = 4.6636
P ≥ 0,05 P = 0,0001
F ratio = 9,6672
Repelente
H2O_Fo (aquoso das folhas), H2O_Ga (aquoso dos galhos), Hidromet_Fo (hidrometanólico das
folhas), MeOH_Fo (metanólico das folhas), DCM_Fo (diclorometânico das folhas), MeOH_Ga
(metanólico dos galhos), MeOH_Ra (metanólico das raízes), Hidromet_Ra (hidrometanólico das
raízes), MeOH_Fl (metanólico das flores).
**Efeito em função do valor de P considerando a variável Extrato.
***Neutro em função dos resultados observados para os valores das medianas da variável
Concentração.
Antes, porém de descrever os resultados é importante relatar que, resultados
significativos (p≤0,05) para a variável extrato, caracteriza o extrato como repelente,
já resultados não significativos, como atraente, e ainda, as variáveis (concentração e
tempo) sugerem que o efeito (repelente ou atraente) pode ser classificado como
dose-dependente e que os indivíduos respondem mais rapidamente a aplicação dos
42
extratos, respectivamente. Ao passo que, resultados não significativos (p≥0,05)
sugerem que os indivíduos tendem a responder com a mesma intensidade de efeito
após a aplicação de cada concentração, em cada tempo.
Os resultados foram descritos separadamente para cada extrato. Analisando
o extrato H2O_Fo de E. pedicellata foi observado que o mesmo foi significativo em
relação ao controle (p≤0,05), ou seja, o extrato foi repelente; contudo, não foi
observado diferença significativa entre as concentrações utilizadas (p≥0,05). Neste
sentido, todas as concentrações repelem os indivíduos de S. zeamais com a mesma
intensidade, de forma similar, porém, entre os intervalos de tempo nota-se uma
tendência dos dados a serem significativos, assim, os adultos tendem a respoder
mais rápido a aplicação, mais precisamente nas primeiras duas horas (Tabela 7)
(página 40).
Nas comparações utilizando o extrato H2O_Ga de E. pedicellata foi observado
que o mesmo não foi significativo para o efeito repelência (p≥0,05) ou seja, tende a
atrair os indivíduos em oposição ao efeito de repelência; entretanto, a variável
concentração demonstrou resultado significativo (p≤0,05), assim, espera-se que com
o aumento das concentrações, o extrato atraia mais os indivíduos. Na comparação
entre os intervalos de tempo nenhuma diferença foi constatada (p≥0,05), neste
sentido, os indivíduos tendem a responder de forma similar ao longo de todo o
experimento (Tabela 7) (página 40).
Em resumo, entre os extratos aquosos das folhas (H2O_Fo) e galhos
(H2O_Ga) de E. pedicellata, o extrato das folhas repeliu em oposição ao extrato dos
galhos que demonstrou uma tendência de atração. Assim, após a aplicação do
extrato foliar observa-se um efeito de repelência, não sendo detectada diferença na
resposta entre as concentrações usadas; assim, o efeito repelente ocorre a partir da
menor dose aplicada e em função da variável tempo, melhores resultados foram
observados nas primeiras duas horas após a montagem do experimento. Já o
extrato dos galhos de E. pedicellata tende a atrair com a mesma intensidade de
resposta em todo os intervalos de tempo avaliados; no entanto, melhor resposta
tende a ocorrer com o aumento das concentrações.
Analisando os resultados da aplicação dos extratos de V. cymosa em vista
das respostas repelente e atraente, foi observado que os extratos DCM_Fo,
43
MeOH_Fo, Hidromet_Ra e MeOH_Ra não demonstraram resultados significativos
em comparação com o controle (p≥0,05) e neste sentido, nenhum dos referidos
extratos foi classificado como repelente. Contudo, resultados significativos (p≤0,05)
foram observados após a aplicação dos extratos H2O_Fo, Hidromet_Fo, MeOH_Fl e
MeOH_Ga (nesta ordem de efeito) e os extratos foram considerados promissores
para o efeito repelência, em virtude dos resultados observados para p (Tabela 7)
(página 40).
Neste contexto o extrato DCM_Fo de V. cymosa atrai os adultos de S.
zeamais, e ainda, o valor observado para p em função da variável concentração,
sugere que o aumento das concentrações resulte em melhor resposta dos indivíduos
(p≤0,05). Resultado significativo também foi observado em função da variável tempo
(p≤0,05). Assim, foi observada uma tendência de resposta (mesmo que sutil) dos
espécimes ao extrato nas horas iniciais, havendo diminuição após 24 e 48 horas de
exposição (Tabela 7) (página 40).
Para o extrato MeOH_Fo de V. cymosa não foi observada diferença
significativa com as variáveis extrato, tempo e concentração (p≥0,05). Neste sentido,
a aplicação do extrato tende a atrair os adultos, as distintas concentrações não
proporcionam diferença na resposta e os indivíduos respondem de forma similar ao
extrato em todo o intervalo de tempo avaliado, ou seja, tende a atrair com a mesma
intensidade de resposta em todas as concentrações e ainda a resposta não muda ao
longo do tempo (Tabela 7) (página 40).
O extrato Hidromet_Ra de V. cymosa também não resultou em valor
significativo considerando a variável extrato e a variável tempo (p≥0,05), assim o
extrato atrai com a mesma intensidade ao longo do intervalo de tempo avaliado;
contudo, a análise das concentrações sugere um p-value significativo entre as
concentrações de 1.000 e 50.000 ppm (p≤0,05); desta forma, as concentrações
extremas deste extrato teriam como tendência, melhor resposta dos indivíduos; no
entanto, a mediana de ambos os valores se estabeleceram próximo de zero, o que
representa neutralidade do extrato. Assim, mesmo com a variável extrato
demonstrando inicialmente efeito atraente o extrato foi classificado como neutro, em
vista dos valores observados das medianas das concentrações, e assim, como
44
resultado, o extrato passou a ser classificado como neutro ao longo de todo o
intervalo de tempo e em todas as concentrações testadas (Tabela 7) (página 40).
A aplicação do extrato MeOH_Ra de V. cymosa não resultou em efeito
significativo (p≤0,05), desta forma o extrato também foi classificado como atraente
em função de sua tendência em atrair os indivíduos. Resultado não significativo
(p≤0,05) também foi observado com a variável concentração, neste sentido, tende a
atrair com a mesma intensidade em todas as concentrações; contudo, as
observações acerca da variável tempo, sugerem melhor tendência de resposta dos
adultos de S. zeamais nas primeiras duas horas após a exposição havendo
diminuição nos momentos posteriores (24 e 48 horas) (Tabela 7) (página 40).
Apesar dos resultados não significativos (p≥0,05) dos extratos MeOH_Fo,
DCM_Fo, Hidromet_Ra e MeOH_Ra de V. cymosa, resultados significativos em
função da variável extrato foram observados após a aplicação dos extratos de V.
cymosa; e neste sentido o extrato Hidromet_Fo apresentou melhor resultado, tendo
em vista o valor de p-value e F ratio, e apesar das distintas concentrações e dos
intervalos de tempo avaliados deste extrato não proporcionaram diferença na
resposta (p≥0,05); observa-se uma tendência de melhores resultados com o
aumento das concentrações (Figura 7 e Tabela 7) (páginas 43 e 40,
respectivamente), ou seja, o extrato demonstra uma tendência de repelir mais com o
aumento das concentrações.
45
Figura 7. Variação da Porcentagem de Repelência (PR) em função das concentrações do extrato hidrometanólico das folhas (Hidromet_Fo) de Vitex cymosa contra adultos de Sitophilus zeamais em condições de laboratório. (Concentração: 1=1.000ppm, 30=30.000ppm, 50=50.000ppm)
Seguido pelo extrato MeOH_Fl, com o qual não foi observado resultados
significativos em função da variável tempo (p≥0,05); contudo, resultados
significativos foram observados em função da variável concentração (p≤0,05), e
neste caso o aumento das concentrações teve como resultado direto aumento na
resposta dos indivíduos, ou seja, foi dose-dependente (Figura 8).
Figura 8. Variação da Porcentagem de Repelência (PR) em função das concentrações do extrato metanólico das flores (MeOH_Fl) de Vitex cymosa contra adultos de Sitophilus zeamais em condições de laboratório. (Concentração: 1=1.000ppm, 30=30.000ppm, 50=50.000ppm)
46
Apesar dos extratos H2O_Fo e MeOH_Ga de V. cymosa demonstrarem
resultados significativos em comparação com o controle (p≤0,05), ou seja, repelirem
os adultos de S. zeamais, é importante evidenciar que tal classificação de efeito se
baseia nos valores observados para p-value, assim, em vista do p-value obtido com
ambos os extratos, observa-se uma fraca tendência de repelência após a aplicação
dos referidos extratos sobre os adultos de S. zeamais. Nas comparações em função
das concentrações e do intervalo de tempo de ambos os extratos, não foi observada
diferença significativa com ambas as variáveis para ambos os extratos, ou seja, os
indivíduos foram repelidos (apesar da pouca tendência) com a mesma intensidade
ao considerar as variáveis, concentração e tempo (Tabela 7) (página 40).
Ao analisar de forma geral os resultados e considerando os parâmetros
(p≤0,05) e F ratio (≥ 5,000) para definir os melhores extratos para o efeito repelência;
observa-se que, o extrato H2O_Fo de E. pedicellata foi o mais promissor por
apresentar p=0,0021 e F ratio=9,7268, seguido pelo extrato Hidromet_Fo de V.
cymosa com p=0,0159 e F ratio=5,9195 (Tabela 7) (página 40).
47
5. Discussão
5.1. Mortalidade
Não foi constatado efeito negativo sobre a sobrevivência dos adultos de S.
zeamais como consequência do uso dos solventes metanol e diclorometano
considerando as duas vias de exposição, contato e ingestão (Tabelas 3 e 4) (página
33). Assim, os solventes foram usados na solubilização dos extratos orgânicos,
metanol para os extratos metanólicos e hidrometanólicos e diclorometano para os
extratos diclorometânicos, por não causarem efeito significativo em comparação com
o controle sobre a sobrevivência dos indivíduos, e claro, por solubilizá-los.
Não foram encontrados relatos na literatura que demonstrassem o efeito do
solvente diclorometano sobre a sobrevivência de adultos de S. zeamais. Porém,
extratos em metanol têm sido usados em ensaios de mortalidade-resposta contra
estes indivíduos e não há indícios de que o solvente afete a sobrevivência dos
adultos (Kim et al. 2003; Akob e Ewete 2009). Considerando que a literatura não
esclarece totalmente quanto ao efeito dos solventes citados sobre a sobrevivência
das unidades experimentais, faz-se necessária avaliação a priori do efeito agudo dos
solventes sobre os organismos. Principalmente ao levar em conta que os
mecanismos que dão origem ao processo de resistência surgem dentro de linhagens
populacionais e assim podem sofrer variação entre os grupos populacionais (Poletti
e Omoto 2003).
E mais, insetos-praga têm grande variabilidade em termos de respostas aos
diferentes agentes de controle. Há situações em que são naturalmente tolerantes,
em outras, frente à exposição aos agentes de controle o indivíduo que antes era
susceptível passa a expressar alguns mecanismos de defesa e ainda, como
consequência do aumento da frequência de exposição aos agentes, surge
indivíduos resistentes, assim é imprescindível a realização de testes que avaliem o
efeito agudo dos solventes que serão utilizados na solubilização dos extratos antes
da realização dos bioensaios, por estes motivos é necessária a avaliação a priori do
efeito dos solventes sobre a sobrevivência dos adultos.
Não foram encontrados na literatura relatos da ação inseticida das espécies
vegetais testadas sobre adultos de S. zeamais. Contudo, mediante as propriedades
químicas de ambas as famílias e a hipótese de “evolução paralela” proposta pela
48
primeira vez por Brues (1920) apud Pizzamiglio-Gutierrez (2009) a qual postula que:
insetos tendem a selecionar preferencialmente plantas pertencentes à mesma
família botânica ou a gêneros específicos, com exceções, as quais tendem a
sintetizar metabólitos secundários semelhantes; era esperado que os extratos
estudados, principalmente os pertencentes ao gênero Vitex implicassem em sua
maioria em resultados promissores, em vista do já constatado potencial inseticida do
gênero. No entanto, os valores encontrados para o parâmentro mortalidade, em
função da aplicação dos extratos de ambas as famílias, se estabeleceram em sua
maioria abaixo de 10%, ao analisarmos as vias de exposição contato e ingestão
(Tabela 5) (página 34).
No entanto, ao avaliar a atividade inseticida em bioensaios com extratos,
óleos e pós vegetais os resultados podem não ir de acordo com as perspectivas
iniciais, ou seja, o número de indivíduos mortos pode ficar abaixo do considerado
promissor, principalmente ao considerar que os resultados são dependentes de
fatores como: composição química (sendo esta dependente das condições
ambientais), forma como a substância é ministrada (contato, ingestão ou vapor),
escolha do preparado vegetal (extrato, pó ou óleo), susceptibilidade dos insetos,
época de coleta, estágio de desenvolvimento da planta coletada e técnica de
extração (Regnault-Roger e Hamraoui 1995; Isman 2000; Gobbo-Neto e Lopes
2007).
Uma forma de exemplificar a dificuldade de observar resultados positivos ou
mais claramente, promissores, em estudos que avaliam a atividade inseticida de
preparados vegetais, pode ser através do trabalho realizado por Liu et al. (2007). Os
autores realizaram ensaios por contato, fumigação e deterrência alimentar com
extratos vegetais de 40 espécies da medicina popular chinesa com comprovada
ação sobre adultos de S. zeamais e Tribolium castaneum. Mesmo com ação
inseticida já comprovada, dez das espécies testadas não apresentaram nenhum
efeito sobre ambos os insetos avaliados, pelas vias de exposição.
Outros trabalhos também podem exemplificar, Silva-Aguayao et al. (2005)
concluíram que dos 21 pós vegetais avaliados sobre adultos de S. zeamais somente
três obtiveram resultados promissores, Moreira et al. (2007) avaliaram os extratos
em hexano e etanol das espécies Ocimum selloi Benth., Ruta graveolens L.,
49
Leonotis nepetifolia L. R.Br., Datura stramonium L., Cordia verbenacea L., Mentha
piperita L., Mormodica charantia L., Ageratum conyzoides L. sobre adultos de
Rhyzopertha dominica Fabr., 1792 (Coleoptera, Bostrichidae) e somente o extrato
hexânico de A. conyzoides mostrou atividade inseticida, eliminando 76% e 88,67%
dos indivíduos após 4 e 24 horas de exposição.
Procópio et al. (2003) avaliando pós vegetais de Azadirachta indica (frutos),
Capsicum frutescens L. (frutos e folhas), Chenopodium ambrosioides (folhas, flores e
frutos, conjuntamente), Eucalyptus citriodora Hook (folhas), Melia azedarach Blanco
(folhas) e Ricinus communis L. (folhas) misturados à dieta de adultos de S. zeamais,
encontraram diferença significativa somente com o tratamento de C. ambrosioides,
os demais causaram baixo efeito na sobrevivência dos adultos, nestes, a taxa de
mortalidade variou entre 4,16% e 13,33%. Tavares (2002) em ensaio com extratos
aquosos com diferentes partes do vegetal C. ambrosioides e com a planta inteira
sobre adultos de S. zeamais concluiu que nenhum dos referidos extratos
apresentava efeito inseticida.
Contudo, é importante ressaltar que resultados promissores considerando o
parâmetro mortalidade foram observados no presente trabalho, após a aplicação dos
extratos MeOH_Ga, DCM_Fo, H2O_Fo e DCM_Fl de V. cymosa e H2O_Ga de E.
pedicellata quando expostos pela via de ingestão (Tabela 5) (página 34). Extratos
estes classificados como promissores em comparação a baixa porcentagem de
indivíduos mortos observada após a aplicação dos demais extratos, e assim,
indicativos de que bioensaios posteriores devem ser realizados com os mesmos em
associação a estudos fitoquímicos.
As observações realizadas no presente trabalho sugerem que os adultos de
S. zeamais expostos aos tratamentos por ingestão de grãos tratados, foram mais
susceptíveis se comparados aos adultos expostos por contato em superfície
contaminada (Figura 1) (página 35). Resultado semelhante foi descrito por Llanos et
al. (2008) com extratos em hexano de sementes de Annona muricata L. a 5.000 ppm
sobre adultos de S. zeamais, segundo os autores após 72 horas 27% dos indivíduos
morreram por contato, enquanto foram contabilizados 77% no ensaio de ingestão.
Entretanto, Ousman et al. (2007) observaram resultado oposto e concluíram
que óleos preparados com folhas de Ocimum gratissimum L. e Piper ningrum L. e
50
com frutos de Xylopia aethiopica (Dunal) A.Rich foram mais eficientes quando
ministrados por contato em comparação à via de ingestão. Fazolin et al. (2007)
sugerem que o efeito sobre a sobrevivência de insetos-alvo depende da escolha do
tipo de material a ser testado (pós, óleos ou extratos vegetais) e da composição
química em associação a escolha do método de exposição.
Liu e Ho (1999) demonstraram que adultos de S. zeamais são mais sensíveis
ao óleo essencial de Evodia rutaecarpa quando este é aplicado diretamente no
dorso do inseto se comparado ao efeito fumigante. Martinez (2002) afirmou que a
azadiractina, apesar de afetar os insetos por ingestão e contato, em geral é mais
eficaz quando ministrada pela via de ingestão. Estrela et al. (2006) sugerem que
adultos de S. zeamais são mais sensíveis ao óleo de Piper hispidinervum C. DC. por
contato em superfície contaminada quando comparado a P. aduncum L., enquanto
esta é mais tóxica por fumigação e contato por aplicação tópica. Almeida et al.
(2005) testando extratos hidroalcoólicos das espécies Chenopodium ambrosioides,
Citrus cinensis, Cymbopogon citratus, Eucalyptus spp, Nicotiana tabacum, Ocimum
basilicum, Piper hispidinervum em adultos de S. zeamais pelo método a vapor,
constataram comportamento de agitação em pouco tempo e associaram este efeito
a respiração traqueal dos insetos.
Com o intuito de explicar as causas que possivelmente implicaram em
melhores resultados por ingestão em comparação com o ensaio de contato (Figura
1) (página 35) é de suma importância o conhecimento a cerca da natureza química
do tegumento/cutícula dos insetos. O tegumento exerce importante função por servir
de interface entre o inseto e o ambiente, promovendo proteção química, biológica e
mecânica, funcionando como uma barreira protetora à perda excessiva de água, à
entrada de parasitas e substâncias inseticidas (Wigglesworth 1965; Gallo et al. 2002;
Klowden 2007).
O tegumento é dividido em duas regiões principais, epicutícula e procutícula.
A procutícula localizada logo abaixo da epicutícula é a chamada cutícula quitinosa,
pois em sua constituição é encontrado o glucosamino quitina associado a proteínas.
Esta associação entre quitina e proteínas confere aos artrópodes rigidez e dureza,
características marcantes destes indivíduos. A epicutícula, camada mais externa faz
a intermediação com o ambiente e é formada por três camadas distintas, do interior
51
para o exterior: (a) cuticulina, que se acredita ser formada por lipoproteínas, (b)
polifenóis e (c) ceras (Wigglesworth 1965; Gallo et al. 2002).
Com tais evidências acerca da natureza química do tegumento (procutícula e
epicutícula) pode-se inferir que a principal função do tegumento é a de manter a
rigidez do exoesqueleto, atribuída à propriedade química da procutícula, seguida
pela proteção a entrada de substâncias indesejáveis e perda excessiva de água, em
decorrência da composição da epicutícula. Partindo do pressuposto que a
composição química da epicutícula está relacionada à proteção, tanto insetos de
corpo mole (lagartas e larvas) como aqueles de tegumento mais rígido (besouros)
podem resistir à dessecação, a entrada de parasitas e de substâncias inseticidas
(Wigglesworth 1965).
Considerando que, os extratos utilizados no presente trabalho em sua maioria
são pouco lipofílicos (polares) e que as principais substâncias presentes na
epicutícula são em sua maioria lipofílicas (baixa polaridade) as chances para cada
extrato vegetal penetrar via tegumento dos indivíduos seriam mínimas. Assim, o
efeito sobre a sobrevivência dos adultos no ensaio de contato poderia estar sendo
comprometida, porque a substância ativa não atingiria seu alvo de ação no interior
do organismo dos indivíduos (Richards 1978 apud Llanos et al. 2008). Visto que as
substâncias presentes no extrato podem permanecer na camada externa dos grãos
ou penetrar (caso haja difusão dos mesmos por estarem dissolvido em
diclorometano ou metanol) e que os indivíduos da família Curculionidae têm o
comportamento de perfurar estruturas vegetais, o contato dos insetos com a
substância inseticida estaria garantido; a este fato atribuímos o maior número de
indivíduos mortos por ingestão em comparação a via de contato em superfície
contaminada.
Porém, ao relacionar os extratos de baixa polaridade, lipossolúveis, utilizados
no trabalho: DCM_Fo e DCM_Fl, ambos da espécie V. cymosa, a hipótese de que
extratos menos polares resultam em melhores resultados por contato, não
observamos resultados que validasse tal hipótese; a medida que, poucos indivíduos
morreram por contato após a aplicação dos referidos extratos (Tabela 5) (página 34).
Ao considerar as propriedades químicas da quitina, como, insolúvel em água,
álcool, éter e outros solventes orgânicos é plausível considerá-la uma segunda
52
barreira protetora. Neste sentido, é possível que os extratos em diclorometano
tenham vencido a barreira representada pela epicutícula; no entanto, não tenham
conseguido ultrapassar a rígida camada de quitina da procutícula. Ou ainda,
considerando que os insetos possuem outros mecanismos de defesa, do tipo, celular
e bioquímico-fisiológico contra patógenos e substâncias inseticidas talvez os
extratos em diclorometano tenham conseguido vencer a barreira mecânica
representada pelo tegumento (epicutícula e procutícula); contudo, foram vencidos
pelos outros mecanismos de defesa e por isto suas aplicações não resultaram em
uma elevada porcentagem de indivíduos mortos por contato.
Em vista da baixa porcentagem de indivíduos mortos, principalmente por
contato (Tabela 5) (página 34), e a proposta que o resultado observado em ensaios
de mortalidade-resposta depende da escolha do tipo de material a ser testado em
associação a composição química e a escolha do método de exposição (Liu e Ho
1999; Martinez 2002; Almeida et al. 2005; Estrela et al. 2006; Fazolin et al. 2007),
supõe-se que tal resultado possa ter como causa a escolha do método de exposição
(contato e ingestão) associado à escolha do tipo de preparado vegetal (extrato), os
mecanismos de defesa desenvolvidos pelo organismo, a concentração utilizada e/ou
a não existência de substâncias inseticidas ou baixa concentração destas
substâncias nos extratos trabalhados. Procópio et al. (2003); Leão (2007) e Coitinho
(2009) sugerem que pós vegetais sejam alternativas mais promissoras no controle
de pragas de armazenamento. Bateman et al. (1993) acreditam que formulações a
base de óleo proporcionem melhores resultados em contrapartida aos a base de
água, principalmente por contato.
Assim sugere-se que formulações a base de pós e óleos sejam alternativas
mais promissoras em comparação aos extratos vegetais por proporcionarem
melhores resultados, à medida que, permitem que a substância com propriedade
inseticida atinja seu alvo de ação no interior do organismo dos indivíduos com maior
eficiência. Ousman et al. (2007) testaram óleos preparados com as folhas de O.
gratissimum e P. ningrum e com o fruto de X. aethiopica e observaram que todos
foram mais eficientes quando expostos pela via de contato em comparação à via de
ingestão.
53
Exemplos na literatura comprovam o efeito de formulações a base de pós e
óleos no controle de pragas de grãos armazenados (Ebeling 1971; Korunic 1998;
Ogunwolu et al. 1998; Silva-Aguayo et al. 2005; Opaeke e Kuhiep 2006; Lazzari e
Lazzari 2009; Ukeh et al. 2008). Tavares (2002) avaliando a bioatividade de C.
ambrosoides não observou efeito dos extratos aquosos de folhas, ramos e frutos na
sobrevivência e emergência de adultos de S. zeamais, ao passo que efeito
altamente tóxico foi observado com o pó dos frutos. Leão (2007) obteve resultados
promissores testando pós vegetais em contato com adultos de S. oryzae.
No entanto, resultados promissores no controle de pragas de grãos
armazenados com formulações a base de pós e óleos não invalidam ou descartam a
realização de bioensaios buscando a atividade inseticida em extratos aquosos ou
orgânicos, à medida que há na literatura estudos que comprovam a eficácia dos
mesmos sobre pragas de armazenamento (Kim et al. 2003; Santos 2003; Almeida et
al. 2005; Tavares 2006; Liu et al. 2007; Moreira et al. 2007; Llanos et al. 2008; Akob
e Ewete 2009) e principalmente ao se considerar a necessidade de novos
componentes com propriedades inseticidas que sejam menos prejudiciais ao
ambiente e ao homem.
Como proposto por Llanos et al. (2008) o valor estimado para a CL50 do
extrato MeOH_Ga de V. cymosa (Tabela 6) (página 36) pode ser considerado
promissor. Após a realização de ensaios de toxicidade aguda por ingestão de
sementes de Annona muricata contra adultos de S. zeamais os autores concluíram
que os extratos em acetato de etila e hexano eram promissores, com base nos
valores estimados para as CLs50 (2.542 e 3.760 ppm respectivamente).
Partindo da premissa que a composição química dos extratos interferiu
diretamente nos resultados e que não podemos associar tal variável frente a não
realização de estudos fitoquímicos, propõe-se que os melhores resultados obtidos
com os extratos MeOH_Ga e DCM_Fo de V. cymosa pelo método de ingestão
tenham como causa à presença de iridoides, substâncias comumente isoladas de
espécies deste gênero e com atividade inseticida comprovada (Brito 1986 apud
Gallo 2004; Rimpler 1991; Santos et al. 2001, Suksamrarn et al. 2002; Kuruϋzϋm-Uz
et al. 2003; Sá Barreto et al. 2005). E ainda, de acordo com Rimpler e Sauerbier
54
1986 apud Sena Filho et al. 2008 a presença de iridoides em plantas da família
Verbenaceae têm a característica de marcador taxonômico.
Iridoides são terpenos envolvidos na interação inseto – planta, na forma de
defesa química para ambos os organismos. Insetos principalmente da Ordem
Lepidoptera conseguem reter tais substâncias, e por meio de rotas metabólicas
utilizá-las contra predadores; contudo, este efeito de retenção e metabolização não é
citado entre os indivíduos da família Curculionidae. Nas plantas, o autor relaciona a
presença deste metabólito secundário à fitoproteção do vegetal, por impedir a
alimentação de insetos. São substâncias lipossolúveis e voláteis, que causam efeito
repelente e deterrente (alimentar) em formigas, besouros e outros insetos (Rimpler
1991).
Santos et al. (2001) em estudo pioneiro com folhas de V. cymosa, isolaram da
fração diclorometânica o iridoide denominado tarumal. Sá Barreto et al. (2005),
isolaram do extrato metanólico de cascas secas do caule de V. gardneriana Schauer
o iridoide glicosilado aucubina. Associando tais evidências referentes à presença
deste terpeno em extratos de espécies do gênero Vitex à característica de marcador
taxonômico desta classe de terpeno para a família Verbenaceae (Rimpler e
Sauerbier 1986 apud Sena Filho et al. 2008), nossa suposição de que os referidos
extratos tenham sido mais eficazes em virtude da presença desta classe passa a ser
mais embasada e suportada; entretanto, não podemos afirmar a presença de
iridoides nos extratos frente a não realização de estudos fitoquímicos.
As observações a cerca do número de insetos emergidos na geração F1 após
49 dias, sugere que dentre os extratos com melhores resultados para o parâmetro
mortalidade, somente a aplicação do extrato H2O _Fo de V. cymosa não demonstrou
relação positiva entre, efeito sobre a sobrevivência dos adultos e diminuição no
número de indivíduos na geração F1 (Figura 6) (página 39). Contudo, a aplicação
dos extratos considerados mais promissores MeOH_Ga e DCM_Fo de V. cymosa
para o parâmetro mortalidade tendem a diminuir o número de insetos emergidos na
geração seguinte, e ainda, este efeito aumentou em concordância com o aumento
das concentrações (Figuras 2 e 3) (páginas 36 e 37 respectivamente). Mesma
relação foi observada com a utilização dos extratos DCM_Fl de V. cymosa e
H2O_Ga de E. pedicellata (Figuras 4 e 5) (página 38 respectivamente).
55
Esta relação entre efeito negativo sobre a sobrevivência dos adultos e
diminuição no número de indivíduos emergidos na geração F1 é observada em
vários trabalhos (Bekelet et al. 1996; Procópio et al. 2003; Almeida et al. 2005; Silva-
Aguayo et al. 2005; Tapondjou et al. 2005; Asawalam et al. 2006; Asawalam e
Hassanali 2006; Arannilewa e Odeyemi 2007; Asawalam et al. 2007).
Segundo os autores citados acima, o efeito inseticida de extratos vegetais na
sobrevivência dos adultos praga tem como causa direta a redução no número de
indivíduos emergidos na geração subsequente; contudo, Akob e Ewete (2009) após
a aplicação do extrato etanólico de Vetiveria zizanioides e observações que
comprovaram, alta atividade repelente e nenhuma toxicidade, sugeriram que a
redução no número de insetos contabilizados na geração F1 teria como causa a
característica repelente das substâncias em oposição ao efeito agudo sobre os
adultos parentais. Silva et al. (2005) também sugerem que substâncias repelentes
podem inibir a oviposição, com diminuição no número de indivíduos nas gerações
seguintes.
Neste sentido, a diminuição no número de insetos emergidos na geração F1
pode ter como causa diversos fatores, como; toxicidade aguda sobre os adultos,
com morte dos indivíduos em idade reprodutiva; efeito repelente, o qual inibe a
oviposição (deterrência à oviposição); comprometimento do desenvolvimento das
larvas, considerando que as substâncias podem ser absorvidas pelos grãos; efeito
larvicida e/ou efeito ovicida (Gallo et al. 2002; Akob e Ewete 2007; Arannilewa e
Odeyemi 2007). Assim, ao analisar os extratos MeOH_Ga e DCM_Fo de V. cymosa,
em busca da causa que levou a diminuição no número de indivíduos na geração F1
fica difícil proferir o motivo que tenha impelido tal resultado; sobretudo, em vista das
possíveis causas descritas acima e ao considerar que ambos demonstraram
resultados promissores para o efeito mortalidade e repelência.
Contudo, frente os resultados observados com o extrato H2O_Ga de E.
pedicellata, sugere-se que a diminuição do número de indivíduos na geração F1,
tenha como causa o efeito inseticida observado no ensaio de ingestão, em
comparação aos resultados não significativos para repelência, ou ainda, os efeitos
ovicida e larvicida, os quais não foram avaliados no presente trabalho. Llanos et al.
(2008) sugerem a importância de considerar os efeitos ovicida e larvicida, mesmo
56
quando estes não são avaliados, a medida que podem influenciar o número de
indivíduos na geração F1.
Como mencionado à utilização do extrato H2O_Fo de V. cymosa não implicou
na diminuição no número de indivíduos emergidos na geração F1. Considerando
que o extrato foi repelente e tóxico por ingestão aos adultos, era esperado que o
número de insetos na geração seguinte diminuísse; entretanto, é importante
evidenciar que o extrato não eliminou 100% dos adultos e que sua aplicação não
resultou em uma alta probabilidade para o efeito repelência (p=0,0422), o que
explicaria o resultado inesperado.
A não realização do ensaio de repelência com o extrato DCM_Fl de V.
cymosa, não permitiu inferências sobre a diminuição no número de indivíduos na
geração F1 em função dos resultados de repelência e mortalidade. Neste sentido, é
tendencioso pensar que a diminuição no número de indivíduos na geração F1 tenha
como causa o efeito demonstrado pelo mesmo sobre a sobrevivência dos adultos ou
aos efeitos ovicida e larvicida não avaliados.
Considerando que melhores resultados no controle de insetos praga de grãos
armazenados são obtidos com produtos que eliminem todos os estágios de
desenvolvimento do inseto, ou seja, que apresente efeito múltiplo (sobre adultos e
imaturos) (Gallo et al. 2002), os extratos MeOH_Ga, DCM_Fo, DCM_Fl de V.
cymosa e H2O_Ga de E. pedicellata podem ser considerados bons candidatos no
controle do gorgulho S. zeamais em comparação ao extrato H2O_Fo de V. cymosa.
5.2. Repelência/atração
Substâncias capazes de repelir ou atrair insetos causadores de danos têm
sido denominadas como inseticidas e vêm sendo usadas no manejo de pragas;
assim, os efeitos repelente e atraente são parâmetros relevantes a se considerar na
escolha de um componente vegetal quando se objetiva o controle de pragas. Tanto
pela capacidade de atrair quanto de repelir insetos praga ensaios em laboratório têm
sido realizados com preparados vegetais, a partir dos quais se têm explorado o
movimento dos insetos para longe ou perto do produto tratado (Gallo et al. 2002).
Substâncias atraentes são importantes em programas de manejo, pois são
usadas para atrair insetos indesejáveis para locais onde não haja cultivares
57
importantes em consórcio com outros métodos ou como iscas em armadilhas (Saito
e Lucchini 1998; Gallo et al. 2002). De acordo com Mohan e Fields (2002) o efeito
repelente ou atraente de componentes vegetais sobre insetos causadores de danos
em produtos armazenados pode ser medido através do movimento dos insetos em
relação aos grãos. Dethier et al. (1960) postula como substância repelente toda
aquela que causa orientação contrária à fonte produtora. Mazzonetto e Vendramim
(2003) consideram o efeito repelência com base na baixa porcentagem de indivíduos
atraídos em comparação a testemunha.
Considerando as premissas adotadas por Dethier et al. (1960); Mohan e
Fields (2002) e Mazzonetto e Vendramim (2003), os extratos H2O_Ga de E.
pedicellata e DCM_Fo, MeOH_Fo, Hidromet_Ra e MeOH_Ra de V. cymosa podem
ser considerados atraentes, principalmente ao ter em vista que a análise estatística
realizada no presente trabalho não descartou o efeito atração dos extratos, assim, é
prudente inferir que os extratos citados tendem mais a atrair do que repelir os
adultos de S. zeamais.
Já os extratos H2O_Fo de E. pedicellata e Hidromet_Fo, H2O_Fo, MeOH_Fl e
MeOH_Ga de V. cymosa por apresentarem como resultado valores significativos em
comparação as placas testemunhas podem ser considerados promissores para o
efeito repelência; contudo, apesar dos extratos H2O_Fo, MeOH_Fl e MeOH_Ga de
V. cymosa apresentarem resultados significativos o valor observado para cada F
ratio foi baixo. A relação de significância dos resultados (p≤0,05) e baixo F ratio (<
5,000) reflete a tendência destes extratos em repelir os adultos de S. zeamais e a
necessidade de bioensaios posteriores utilizando os mesmos (Tabela 7) (página 40).
Tavares (2006) avaliando a bioatividade de espécies de Chenopodium contra
indivíduos de S. zeamais associou os extratos em clorofórmio dos frutos de C.
ambrosioides e C. quinoa Willd ao efeito repelente com base na significância dos
resultados e o extrato em clorofórmio das folhas de C. quinoa ao efeito de atração, e
não descartou o uso deste último no controle dos indivíduos.
Analisando a resposta dos adultos em função da variável tempo, observou-se
que em maioria (70%) não houve diferença significativa entre os intervalos de
tempo, tendo como base a não significância dos resultados (Tabela 7) (página 40),
ou seja, os insetos-alvo responderam com a mesma intensidade de resposta em
58
todos os tempos avaliados. Cosimi et al. (2009) avaliando o efeito repelente dos
óleos de Laurus nobilis L., Citrus bergamia Risso, Foeniculum vulgare Miller var.
dulcis, Lavandula hybrida Rev. contra adultos de S. zeamais também não
observaram diferença na resposta dos indivíduos ao longo dos intervalos de tempo.
No entanto, respostas mais rápida dos indivíduos, mesmo que sutis, foram
observadas nas duas horas iniciais após a aplicação dos extratos H2O_Fo de E.
pedicellata e DCM_Fo, Hidromet_Ra, MeOH_Ra de V. cymosa, em vista da
significância dos resultados (Tabela 7) (página 40). Neste sentido, a resposta dos
indivíduos foi mais rápida nas horas iniciais, tanto para o efeito repelência (H2O_Fo
de E. pedicellata) quanto atração (DCM_Fo, Hidromet_Ra e MeOH_Ra de V.
cymosa) com queda nas horas seguintes.
A resposta quase imediata dos indivíduos aos extratos não é surpreendente
visto que o tempo de resposta de insetos-praga em ensaios de repelência é
associado à percepção olfativa dos indivíduos o que explicaria a percepção dos
indivíduos quase que imediata. Substâncias caracterizadas como repelentes ou
atraentes, com ação comprovada contra pragas de produtos armazenados têm
como característica constituinte de baixo a médio peso molecular, odor forte e
pungente (Tapondjou et al. 2005; Asawalam 2006; Isman 2006; Leão 2007;
Asawalam et al. 2008; Cosimi et al. 2009; Germinara et al. 2009).
Neste sentido, resposta mais rápida de indivíduos-praga têm sido associadas
principalmente a ensaios com óleos essenciais; contudo, não associar a resposta
mais rápida dos indivíduos de S. zeamais após a aplicação do extrato H2O_Fo de E.
pedicellata para o efeito repelência e dos extratos DCM_Fo, Hidromet_Ra e
MeOH_Ra de V. cymosa para o efeito atração a percepção olfativa dos insetos não
seria coerente, à medida que, acreditamos que tal resposta pode sim ter como
causa, a presença de substância(s) de baixo a médio peso molecular nos extratos,
a(s) qual(is) pode(riam) ser percebidas mais rapidamente. Liu e Ho (1999) buscando
a atividade repelente do óleo essencial extraído de frutos de Evoida rutaecarpa Hook
f. et Thomas contra adultos de S. zeamais e Tribolium castaneum Herbest., 1797
(Coleoptera, Tenebrionidae) constataram que o efeito de repelência diminuia com o
tempo de exposição.
59
Para análise e discussão a cerca da variável concentração seguimos
premissa adotada por Odeyemi et al. (2008), os autores não observaram diferença
significativa na resposta dos indivíduos em função das concentrações do óleo de
Mentha longifolia L. em teste com adultos de S. zeamais, e assim, concluíram que
todas as concentrações demonstravam atividade repelente com a mesma
intensidade de resposta. Nesta vertente, o extrato Hidromet_Ra de V. cymosa
poderia ser classificado como atraente (em vista da não significância da variável
extrato, Tabela 7) (página 40); no entanto, como descrito nos resultados as
medianas dos valores das concentrações ficaram em torno de zero e por isto o
mesmo passou a ser classificado como neutro em todas as concentrações
avaliadas.
Seguindo a premissa de Odeyemi et al. (2008) e ainda adotando como
atraentes os extratos que não foram significativos, e repelentes os que foram
significativos, os extratos H2O_Fo de E. pedicellata e H2O_Fo, Hidromet_Fo e
MeOH_Ga de V. cymosa foram repelentes com a mesma intensidade de resposta
em todas as concentrações testadas e os extratos MeOH_Fo e MeOH_Ra de V.
cymosa atraentes; contudo, mesmo não demonstrando resultado significativo para a
variável concentração, as observações do extrato Hidromet_Fo de V. cymosa
sugerem que os indivíduos tendem a responder melhor com o aumento das
concentrações do mesmo (Figura 2) (página 36).
Akob e Ewete (2009) avaliando a bioatividade de extratos etanólicos de raízes
de Vetiveria zizanioides L. concluíram que todas as concentrações testadas repeliam
com a mesma intensidade de resposta os adultos de S. zeamais (12.500 – 100.000
ppm) enquanto que, para o extrato das folhas de Ocimum gratissimum L. resultados
promissores foram observados a partir das concentrações mais elevadas (50.000 e
100.000 ppm).
No entanto, no presente estudo melhores resultados para o efeito atração
foram observados com o aumento das concentrações dos extratos H2O_Ga de E.
pedicellata e DCM_Fo de V. cymosa e com o extrato MeOH_Fl de V. cymosa para
repelência. Liu e Ho (1999); Asawalam e Hassanali (2006); Asawalam et al. (2006);
Asawalam et al. (2008) e Babarinde et al. (2008) em testes com adultos de S.
zeamais também averiguaram que o efeito de repelência aumentava com o aumento
60
das concentrações e o caracterizaram como dose-dependente. Oliveira e
Vendramim (1999) também relacionaram melhor efeito com o aumento das
concentrações, em testes utilizando adultos de Zabrotes subfasciatus Bohemann,
1833 (Coleoptera, Bruchidae).
61
6. Conclusões
- O extrato aquoso das folhas de E. pedicellata é o mais promissor ao considerar o
efeito repelência, porém, os extratos hidrometanólico e aquoso das folhas e
metanólico das flores e galhos de V. cymosa também demonstram ser eficazes;
- Os extratos aquoso dos galhos de E. pedicellata, diclorometânico e metanólico das
folhas e metanólico das raízes de V. cymosa tendem a atrair os adultos de S.
zeamais;
- O extrato hidrometanólico das raízes é neutro;
- Resposta mais rápida dos indivíduos foi observada nas primeiras 2 horas após a
aplicação dos extratos; aquoso das folhas de E. pedicellata, diclorometânico das
folhas e hidrometanólico e metanólico das raízes de V. cymosa;
- Somente os extratos aquoso dos galhos de E. pedicellata e diclorometânico das
folhas de V. cymosa foram dose-dependentes;
- Considerando os efeitos de repelência e atração, os extratos utilizados no presente
trabalho, com exceção do extrato hidrometanólico das raízes de V. cymosa, têm
potencial para serem utilizados no controle de adultos de S. zeamais;
- O extrato metanólico dos galhos de V. cymosa por interferir em mais de 40% na
sobrevivência dos adultos pelo método de ingestão, por apresentar valor estimado
para a CL50 promissor e por reduzir em aproximadamente 40% o número de
indivíduos na primeira geração filial (F1), é o extrato mais promissor;
- Ensaios futuros devem ser realizados com os extratos aquoso das folhas e
diclorometânicos das folhas e flores de V. cymosa e aquoso dos galhos de E.
pedicellata frente a porcentagem de indivíduos mortos pelo método de ingestão.
Atenção maior deve ser dada ao extrato aquoso dos galhos de E. pedicellata por
este reduzir em mais de 60% a emergência de indivíduos na geração F1;
- Os indivíduos de S. zeamais utilizados no presente trabalho são mais sensíveis
aos extratos expostos pela via de ingestão em comparação a via de contato;
62
- Considerando os resultados de ingestão mais promissores em comparação aos
observados por contato em superfície contaminada, conclui-se que, para a espécie
V. cymosa os extratos metanólico dos galhos e diclorometânico das folhas
alcançaram bons resultados, enquanto que para a espécie E. pedicellata melhor
resultado foi obtido com o extrato aquoso dos galhos;
- Os extratos metanólico dos galhos, diclorometânico das folhas e flores de V.
cymosa e aquoso dos galhos de E. pedicellata podem ser considerados melhores
candidatos no controle do gorgulho S. zeamais em comparação ao extrato aquoso
das folhas de V. cymosa por causar efeito negativo sobre os adultos e imaturos de
S. zeamais;
6.1. Consideração final
Associar os efeitos observados nos ensaios de mortalidade e repelência a
utilização imediata por agricultores não é coerente, pois, é necessária a realização
de outros bioensaios para validação dos efeitos, considerando que os resultados
apresentados são decorrentes de estudo pioneiro com ambas as espécies vegetais.
É evidente a necessidade de bioensaios posteriores com os extratos utilizados no
presente trabalho em associação a estudos fitoquímicos, principalmente ao
considerarmos que qualquer substância química em contato com insetos-teste tende
a provocar efeitos comportamentais e biológicos não comuns à espécie estudada.
Assim, sugere-se que bioensaios posteriores utilizando os mesmos extratos sejam
realizados em associação a análises fitoquímicas, são viáveis e mais, necessários,
para entendimento a cerca da constituição química das plantas em consórcio ao
efeito observado no inseto-alvo.
63
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