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INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA INPA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA DE ÁGUA DOCE E PESCA INTERIOR BADPI DIETAS PRÁTICAS COM DIFERENTES NÍVEIS DE PROTEÍNA E ENERGIA NA ALIMENTAÇÃO DE JUVENIS DE PIRARUCU Arapaima gigas (SCHINZ, 1822) DURANTE A ENGORDA EM TANQUE-REDE PAULO ADELINO DE MEDEIROS Manaus-AM Julho/2014

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INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA – INPA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA DE ÁGUA DOCE E

PESCA INTERIOR – BADPI

DIETAS PRÁTICAS COM DIFERENTES NÍVEIS DE PROTEÍNA E ENERGIA

NA ALIMENTAÇÃO DE JUVENIS DE PIRARUCU Arapaima gigas (SCHINZ, 1822)

DURANTE A ENGORDA EM TANQUE-REDE

PAULO ADELINO DE MEDEIROS

Manaus-AM

Julho/2014

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i

PAULO ADELINO DE MEDEIROS

DIETAS PRÁTICAS COM DIFERENTES NÍVEIS DE PROTEÍNA E ENERGIA

NA ALIMENTAÇÃO DE JUVENIS DE PIRARUCU Arapaima gigas (SCHINZ, 1822)

DURANTE A ENGORDA EM TANQUE-REDE

Orientadora: Dra. Elizabeth Gusmão Affonso

Manaus-AM

Julho/2014

Dissertação apresentada ao

Programa de Pós-graduação em

Biologia de Água Doce e Pesca

Interior BADPI/INPA, como parte dos

requisitos para obtenção do título de

Mestre em Biologia de Água Doce e

Pesca Interior - BADPI

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ii

M488 Medeiros, Paulo Adelino de

Dietas práticas com diferentes níveis de proteína e

energia na alimentação de juvenis de pirarucu Arapaima

gigas (SCHINZ, 1822) durante a engorda em tanque-rede /

Paulo Adelino de Medeiros. --- Manaus: [s.n.], 2015.

viii, 52 f. : il. color.

Dissertação (Mestrado) --- INPA, Manaus, 2014.

Orientador : Elizabeth Gusmão Affonso.

Área de concentração : Ecologia

1. Aquicultura. 2. Pirarucu. I. Título.

CDD 639.31

Sinopse:

Neste estudo foi avaliado o desempenho produtivo, o

rendimento da carcaça, a composição do filé e as respostas

fisiológicas de juvenis de pirarucu Arapaima gigas alimentados com

diferentes níveis de proteína bruta e energia na engorda em sistema

de tanques-rede.

Palavras chaves: Aquicultura, Nutrição, Exigência proteica.

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iii

Dedico

A Deus, a luz divina que rege o universo e nos concede tantas

coisas boas. A Energia que atrai para junto de nós nosso maior

tesouro, a família e os amigos.

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iv

AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a Deus por guiar minha vida sempre pelo melhor caminho; por me dar força, coragem e empenho para realizar esse trabalho diante de tantas dificuldades;

A minha família por ser meu porto seguro, pela confiança e apoio incondicional em todas as situações e decisões da minha vida;

A Professora Elizabeth Gusmão por toda confiança e conhecimentos transmitidos; pela força e motivação nos momentos difíceis, ajudando sempre a me manter firme e seguindo em frente;

Ao Professor Eduardo Ono por todos os ensinamentos e pela disposição em contribuir no que fosse necessário, sempre;

A amiga Elenice Brasil pela grande ajuda e companheirismo em todos os momentos da longa trajetória desse trabalho;

Aos membros da Associação dos Moradores da Comunidade do Santana Dona Margarete, Seu Freitas, Dona Gilda, Cardoso, Rosieli, Greicy e Juscelino pela ajuda, confiança, companheirismo e receptividade;

Aos técnicos Valdelira e Daniel pela ajuda essencial na logística da compra de ingredientes e preparação do experimento;

A Professora Ligia por todo auxílio, ensinamentos e por sempre estar disposta a ajudar;

Aos funcionários do INPA Seu Agromar, Seu Atílio, Gabriel, Seu Joaquim, Seu Fininho, Seu Roberto e Walnir, sou muito grato pela ajuda nos trabalhos manuais, apesar do desgaste físico a alegria era constante! O duro era levantar da cama no outro dia!

Aos amigos do laboratório Edimar, Marieta, Jaqueline, César, Amanda, Renata, Jeffson, Andressa, Tamara, Marcela e Guto pelo apoio, companheirismo e auxílio ao longo do mestrado;

A Dona Susana e Tia Fatinha pelo cuidado, conselhos, preocupação e pela ótima comida que me nutriu durante esse tempo;

A Dona Inês pela amizade, aconselhamentos, dedicação e eficiência na realização nas análises de composição;

Ao amigo Raoni pelo esforço e força depositada na montagem dos tanques-rede e aos amigos Elenice, César, Edimar e Erix no preparo das rações;

Aos amigos da turma de mestrado Murilo, Jefferson, Morena, Paula, Dani, Moema, Edimar, Alen, Fernando, Suzanne, Fernanda e Rosa pelo companheirismo e amizade ao longo desses dois anos;

Ao Programa de Pós-Graduação em Biologia de Água Doce e Pesca Interior (PPG-BADPI), e seu corpo docente, pela oportunidade e ensinamentos;

Aos projetos ADAPTA (CNPq/FAPEAM) e ao Projeto Desenvolvimento da Aquicultura e de Recursos Pesqueiros na Amazônia – DARPA, pelo suporte financeiro.

Ao INPA pelo apoio e oportunidade na realização do mestrado e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e tecnológico - CNPq, pela bolsa concedida;

Por fim, meus sinceros agradecimentos a todos que contribuíram direta ou indiretamente com a realização desse trabalho. Nunca se vence uma guerra lutando sozinho! Muito obrigado a todos.

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v

RESUMO

O pirarucu, Arapaima gigas, é considerado uma das espécies mais promissoras da

aquicultura, tanto pelo seu desempenho quanto pelo excelente rendimento e

qualidade da carne. Devido ao hábito carnívoro, depende de dietas com altos teores

de proteína, tornando essencial, para aperfeiçoar sua produtividade, a determinação

de níveis ideais deste nutriente. Nesse estudo foi avaliado o efeito de dietas práticas

com níveis crescentes de proteína e energia no desempenho zootécnico, nas

respostas fisiológicas, no rendimento de carcaça e composição do filé de juvenis de

pirarucu na fase de engorda em sistema intensivo de tanque-rede. Seguindo um

delineamento inteiramente casualizado, foram distribuídos 225 juvenis de pirarucu,

com peso médio inicial de 2.025±335 g, em 15 tanques-rede com volume útil de 5,3

m3 instalados em um lago de água branca da Amazônia Central. Durante 88 dias, os

peixes foram alimentados até a saciedade aparente com dietas extrusadas contendo

37,4; 40,8; 43,9; 45,5 e 47,1% de proteína bruta (PB) e relação energia:proteína de

10 kcal.g-1. Diariamente, a qualidade de água e o consumo de cada unidade

experimental foram monitorados. Ao final do experimento, realizou-se uma biometria

para determinação dos parâmetros de desempenho e coleta de sangue para

determinação da concentração de hemoglobina [Hb]; hematócrito (Ht); número de

eritrócitos (RBC), índices hematimétricos de Wintrobe, glicose, colesterol,

triglicérides, proteínas totais, albumina e cortisol plasmático. A dieta com 37,4% PB

proporcionou maior taxa de eficiência proteica (TEP) (p<0,01), maior concentração

de proteína no filé (p<0,01), menor porção lipídica no filé (p=0,02) e colesterol no

sangue (p<0,01), além de possuir o menor custo da ração em relação ao ganho de

peso (p<0,01). Foi observado aumento do índice viscerossomático (p=0,02) e de

gordura visceral (p<0,01) dos peixes alimentados com dietas a partir de 43,9% PB,

esse acréscimo está relacionado com o aumento do metabolismo lipídico nos peixes

em consequência do excesso de energia nessas dietas. Os resultados obtidos

indicam que a dieta com menor nível de proteína, entre as dietas testadas (37,4%

PB), proporcionou maior aproveitamento proteico e menor concentração de gordura

nos tecidos e na corrente sanguínea dos peixes, além de apresentar menor custo da

ração por kg de pirarucu produzido na fase de engorda em tanque-rede.

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vi

ABSTRACT

The arapaima, Arapaima gigas, is considered one of the most promising species to

the aquaculture, due to its fast growth, performance and excellent flesh quality and

dress out yield. As a carnivore, it depends on diets with high levels of protein and, in

order to have the use of this nutrient optimized, its dietary optimal levels need to be

determined. This study evaluated the effect of increasing protein and energy levels in

practical diets on the performance, physiological responses, body yield and fillet

composition of juvenile arapaima during the grow out stage in net cage intensive

system. Following a randomized design, 225 arapaima juveniles with initial weight of

2025±335 g were distributed in 15 net cages with 5.3 m3 each installed in a white

water lake of Central Amazonia. Fishes were fed to apparent satiation during 88 days

with extruded diets containing 37.4, 40.8, 43.9, 45.5 and 47.1% of crude protein (CP)

and energy/protein ratio fixed at 10 kcal.g-1. Water quality parameters and feed intake

of each experimental unit were measured daily. At the end of the experiment, fish

biometric measurements were taken for performance parameters determination.

Hemoglobin concentration [Hb]; hematocrit (Ht); number of erythrocytes (RBC) and

red cells indices were measured. In the plasma, concentrations of glucose,

cholesterol, triglycerides, total protein, albumin and cortisol were determined. The

37.4% CP diet resulted in the best protein efficiency ratio (PER) (p<0.01), highest

concentration of protein in the fillet (p<0.01), lowest lipid in the fillet (p=0.02) and

lowest blood cholesterol (p<0.01), as well as the lowest cost compared in relation to

weight gain (p<0.01). There was observed increased viscerossomatic index (p=0.02)

and visceral fat (p <0.01) of fishes fed with 43.9% CP diet, due to the increase of lipid

metabolism in the fish in consequence of excess energy in the most protein diets.

The results indicate that dietary protein level less, between the diets tested (37.4%

CP), provided better protein utilization and lower fat concentration in the tissues and

bloodstream of the fish, and have lower cost of feed per kg of the produced pirarucu

in the grow out stage in net cages.

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SUMÁRIO

RESUMO ............................................................................................................................... v

ABSTRACT .......................................................................................................................... vi

LISTA DE TABELAS .......................................................................................................... viii

1- Introdução ..................................................................................................................... 1

2- Objetivos ....................................................................................................................... 7

2.1- Objetivo Geral .......................................................................................................... 7

2.2- Objetivos Específicos .............................................................................................. 7

3- Material e Métodos ....................................................................................................... 8

3.1- Área de estudo ........................................................................................................ 8

3.2- Obtenção e aclimatação dos peixes ........................................................................ 8

3.3- Desenho Experimental ............................................................................................ 9

3.4- Elaboração das rações e análise da composição proximal ...................................... 9

3.5- Qualidade da água ................................................................................................ 10

3.6- Avaliação dos parâmetros zootécnicos .................................................................. 11

3.7- Coleta e análise sanguínea ................................................................................... 12

3.8- Análise estatística .................................................................................................. 12

4- Resultados .................................................................................................................. 14

4.1- Qualidade da água ................................................................................................ 14

4.2- Desempenho ......................................................................................................... 14

4.3- Composição Proximal ............................................................................................ 17

4.4- Respostas Fisiológicas .......................................................................................... 17

5- Discussão .................................................................................................................... 19

6- Conclusões ................................................................................................................. 31

7- Referências bibliográficas ......................................................................................... 32

8- Anexos ........................................................................................................................ 45

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viii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Ingredientes e composição proximal das rações experimentais com

diferentes níveis de proteína bruta (PB) e energia bruta (EB). .................................. 10

Tabela 2 - Variáveis físicas e químicas da água ao longo do sistema de tanques-

rede, em três pontos de coleta, no período da manhã e da tarde durante 88 dias de

experimento1. ............................................................................................................ 14

Tabela 3 - Desempenho de juvenis de pirarucu alimentados com dietas práticas

contendo diferentes níveis de proteína e energia, após 88 dias criados em sistema

de tanque-rede1 2. ...................................................................................................... 15

Tabela 4 - Índices corporais de juvenis de pirarucu alimentados com diferentes

níveis de proteína bruta (PB) e energia bruta (EB)1 2. ............................................... 16

Tabela 5 - Composição proximal do filé de juvenis de pirarucu alimentados com

dietas práticas com diferentes níveis de proteína e energia 1 2. ................................ 17

Tabela 6 - Parâmetros hematológicos de juvenis de pirarucu alimentados com dietas

contendo diferentes níveis de proteína e energia 1 2 ................................................. 18

Tabela 7 - Parâmetros bioquímicos de juvenis de pirarucu alimentados com dietas

práticas contendo diferentes níveis de proteína e energia1 2 ..................................... 18

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1- Introdução

A aquicultura é a atividade de produção animal que mais cresce no cenário

mundial (FAO, 2013). Em três décadas, a produção dessa atividade passou de

valores insignificantes para superar a marca de 60 milhões de toneladas, com um

incremento médio anual de 8% nesse período. Esse crescimento está relacionado

com a crescente demanda por produtos pesqueiros e as inovações tecnológicas do

setor, que tem se aperfeiçoado para atender às necessidades mundiais (FAO, 2012;

2013).

Como resultado desta atividade, tem sido gerada uma receita de 125 bilhões

de dólares e cerca de 24 milhões de empregos, fornecendo metade de todo o

pescado consumido no mundo, equiparando a pesca em termos produtivos. Com a

estagnação da captura devido ao declínio dos estoques naturais, estima-se que no

ano de 2020 irá ocorrer um déficit global de proteína e que a aquicultura será uma

das atividades que mais contribuirá para amenizar esse problema (Hall et al., 2011;

FAO, 2012; Bush et al., 2013).

O continente asiático representa 88,5% da produção aquícola mundial,

entretanto, o estágio de desenvolvimento e a distribuição da produção são variáveis

em todas as regiões do mundo. Alguns países dos continentes asiático, africano e

sulamericano, em desenvolvimento, têm feito progressos consideráveis nos últimos

anos e estão se tornando importantes produtores em nível local e global (FAO, 2012;

2013).

O Brasil, nos últimos anos, apresentou um crescimento superior à média

mundial, ocupando o 12° lugar na produção aquícola. Em 2011, com cerca de

629.309 toneladas, apresentou um incremento superior a 30% em relação ao ano

anterior (FAO, 2013; MPA, 2013). Esse aumento está relacionado às características

favoráveis à aquicultura, dentre as quais, podemos citar: clima tropical em 85% de

seu território; concentra 12% das reservas de água doce do planeta, 8.000 km de

litoral e elevado número de espécies com potencial de criação em cativeiro (Cyrino e

Fracalossi, 2012).

A viabilidade da aquicultura depende da disponibilidade de espécies

adaptadas e adaptáveis aos sistemas de produção, onde, critérios biológicos,

mercadológicos, socioeconômicos e ambientais devem ser levados em consideração

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na seleção de uma espécie (Leung et al., 2007; Cyrino e Fracalossi, 2012; Oliveira et

al., 2012). Notadamente, o Brasil possui várias espécies nativas com tais critérios, e

muitas já se destacam na produção nacional. Exemplo disso são os peixes

redondos: tambaqui (Colossoma macropomum); pacu (Piaractus mesopotamicus);

pirapitinga (Piaractus brachypomus) e seus híbridos, que no ano de 2011 atingiram

um total de 206.776 toneladas, representando mais de 30% de toda a produção

nacional da aquicultura (MPA, 2013).

O pirarucu (Arapaima gigas) é outra espécie nativa que tem se destacado e

sido apontada como uma das mais promissoras para a aquicultura (Fogaça et al.,

2011; Freitas-Júnior et al., Oliveira et al., 2012). Essa espécie tem rápido

crescimento e altos índices de sobrevivência no período de engorda (SEBRAE,

2010; Tavares-Dias et al., 2010; Ono, 2011, Oliveira, 2012), ausência de canibalismo

nas fases iniciais (Cyrino e Roubach, 2003), pode ser condicionada a aceitar

alimentos inertes (Cavero et al., 2003; Ono, 2011; Pereira, 2014), suporta altas

densidades de estocagem, devido ao comportamento gregário, e tolera altas

concentrações de compostos nitrogenados na água (Cavero et al., 2004).

É o peixe mais emblemático da ictiofauna amazônica, cuja pesca

indiscriminada ocasionou um grande declínio dos estoques naturais. Em resposta a

isso, foi proibida a captura do pirarucu em ambientes naturais, com exceção de

áreas de pesca manejada (Castello e Stewart, 2010; Stewart, 2013). Essa espécie

pode alcançar até 3 m de comprimento e mais de 200 kg de peso, além de

apresentar características biológicas importantes para o cultivo, tais como: hábito

exclusivamente carnívoro, carne de excelente qualidade e respiração aérea

obrigatória, subindo à superfície a cada 15 min para capturar o ar atmosférico

(Santos et al., 2006; Stone, 2007).

Com este cenário, o cultivo do pirarucu se reveste de importância, não

apenas pela capacidade de produzi-lo em escala industrial, mas também pelo fato

de amenizar a pressão sobre seus estoques naturais na Amazônia (Kubitza, 2010).

Entretanto, sua criação em larga escala enfrenta algumas barreiras que devem ser

superadas com a intensificação dos estudos e consequentes avanços tecnológicos.

A falta de domínio sobre a reprodução artificial desta espécie resulta na baixa oferta

e elevado custo de suas formas jovens (Nuñez et al., 2011). Outra limitação é o alto

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custo das rações utilizadas e a ausência de dietas processadas, específicas para a

espécie, com níveis ideais de nutrientes para as diferentes fases de crescimento.

Em geral, nutrição e alimentação são os principais gargalos da aquicultura

mundial, considerando a alta fração que a ração ocupa dentro dos custos de

produção (Lovell, 1998; Cyrino e Fracalossi, 2012). Em função disso, os estudos

sobre as necessidades nutricionais são importantes para a consolidação de uma

espécie na aquicultura. Rações balanceadas promovem o crescimento, a

manutenção da saúde e são mais eficientes do ponto de vista econômico e

ambiental (Portz e Furuya, 2012; Jirsa et al., 2014).

Dentre os macronutrientes presentes em uma dieta, a proteína é o mais

importante pela sua influência no ganho de peso, sobrevivência e reprodução dos

peixes, assim como, componente de maior custo da dieta (Meyer e Fracalossi, 2005;

Rahimnejad, 2013). As proteínas são as macromoléculas mais versáteis nos

organismos vivos e possuem papel crucial em todos os processos biológicos,

representando 65 a 75% do total da matéria seca corporal. Atuam como

catalisadores, transportadores, alojam outras moléculas, promovem apoio mecânico

e proteção imunológica, geram movimento e controlam o crescimento e a

diferenciação celular (Devlin, 1998; Wilson, 2002).

É necessário que os peixes ingiram proteínas regularmente, pois os

aminoácidos são exigidos continuamente pelo organismo do peixe, tanto para a

formação de novas proteínas quanto para a reposição das proteínas degradadas

para as funções de manutenção de tecidos e órgãos (Millward, 1989; Portz e Furuya,

2012). Ao exemplo das demais espécies carnívoras, a otimização do desempenho

do pirarucu em confinamento está condicionada ao uso de dietas com altos teores

de proteína. Essa exigência está relacionada à capacidade inata que esses peixes

possuem em utilizar a proteína dietética como fonte de energia (Tacon e Cowey,

1985) e por possuírem adaptações morfo-fisiológicas que fazem com que seja

limitada a capacidade de metabolizar alimentos energéticos com alta concentração

de carboidratos (Cho et al., 2005; Borba et al., 2006; Polakof et al., 2012).

A concentração ótima de proteína em rações é regulada pelo balanço entre as

concentrações de energia digestível (ED) e proteína bruta (PB) (Cho, 1992). A

energia dietética é de fundamental importância para o efeito economizador de

proteína, no qual são incorporados lipídios e carboidratos nas formulações das

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rações para obter um efeito poupador da proteína, destinando-a, principalmente, à

construção de tecidos. Recomenda-se que as concentrações de energia digestível,

em rações para peixes, sejam estimadas, anteriormente, à fixação dos níveis de

proteína dietética (Regost et al., 2001; Portz e Furuya, 2012). Uma relação

energia:proteína adequada deve suprir os níveis mínimos de proteína para atender a

exigência em aminoácidos e a energia necessária para o crescimento e

desenvolvimento dos peixes, sem influenciar no consumo alimentar, visto que

rações com alto teor de energia inibem a ingestão voluntária de rações pelos peixes

(Cho, 1992; NRC, 1993, 2011).

Ono et al. (2005) testaram o desempenho de juvenis de pirarucu (96,8 g)

alimentados com diferentes relações energia:proteína e concluíram que a relação de

9 kcal/g (45% PB) resulta no maior ganho de peso, e dietas com 8 kcal/g (48% PB)

ocasionam melhor conversão alimentar para peixes nessa fase de desenvolvimento.

Ono et al. (2008) testaram a digestibilidade de nutrientes e energia em rações com

diferentes níveis de energia:proteína, para peixes na mesma faixa de peso, e

concluíram que as diferentes relações afetam a digestibilidade de nutrientes dos

peixes, sendo que, a dieta com 11 kcal/g (36,6% de PB e 4.021 kcal de ED)

apresentou maior digestibilidade de proteína, lipídeos e energia.

As informações disponíveis na literatura sobre nutrição do pirarucu em

condições de cultivo são, ainda, bastante modestas (Cyrino et al., 2012),

principalmente, quando se trata de ensaios que avaliam a exigência proteica em

peixes com maior faixa de peso. O consumo de ração, na fase final do cultivo,

representa cerca de 75 a 85% do consumo total de alimento em espécies carnívoras

(Einen e Roem, 1997) sendo, por isso, importante a determinação da exigência

nessa fase. Os experimentos de nutrição com peixes de maior porte demandam

maior tempo de execução e infraestrutura, o que os tornam mais custosos e de difícil

realização (Fracalossi et al., 2012), sendo limitada às informações da literatura sobre

nutrição de espécies nativas em fase de engorda.

Ituassú et al. (2005) testou o efeito de dietas peletizadas com diferentes níveis

de proteína bruta (30, 36, 42 e 48%) no desempenho de juvenis de pirarucu (120,6

g) durante 45 dias em tanques-rede e observaram que os peixes alimentados com

48% de proteína bruta na dieta apresentaram maior ganho de peso, taxa de

crescimento específico e rendimento de carcaça. Del Risco et al. (2008) testaram

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três rações com diferentes níveis de proteína (35, 40 e 45%) para juvenis de

pirarucu (86,84 g), durante 84 dias de ensaio e concluíram que 40% foi o nível

proteico mais adequado para peixes nesta faixa de peso. Castillo (2012) testou cinco

níveis crescentes de proteína bruta (36%, 39%, 42%, 45% e 48%), com uma relação

energia:proteína de 9 kcal.g-1, em dietas para juvenis de pirarucu (68,75 g) criados

em condições laboratoriais durante 75 dias e observou que uma dieta com 44,9%

PB proporcionou o melhor desempenho zootécnico, além da melhor qualidade de

carcaça e condições fisiológicas.

Os experimentos na área de nutrição e alimentação de peixes são,

inicialmente, conduzidos em ambientes controlados, ou seja, sob condições

laboratoriais, onde o controle das variáveis ambientais e de qualidade da água é

mais facilmente realizado. Entretanto, esses resultados devem ser validados em

condições de campo, onde as variáveis bióticas e abióticas, inerentes ao ambiente,

poderão interagir com o animal (Fracalossi et al., 2012).

A complexa interação entre fatores endógenos, exógenos e ambientais,

relacionados à diversidade de espécies, ingredientes utilizados e abordagens

metodológicas utilizadas dificultam os estudos no campo da nutrição de peixes (Hua

e Bureau, 2009). Fatores como tamanho do peixe, composição e forma da dieta,

manejo alimentar, sistema e regime de produção podem influenciar os resultados

sobre as exigências nutricionais de uma espécie (Portz et al., 2000; Pezzato et al.,

2004).

Por muito tempo, os estudos sobre nutrição de peixes focavam apenas na

determinação da necessidade mínima dos nutrientes para o melhor crescimento de

diferentes espécies. Porém, a dieta é essencial para o crescimento e manutenção

das funções vitais dos peixes, cuja composição pode alterar sua homeostase

durante o cultivo. É fundamental determinar os níveis ótimos de cada nutriente da

dieta, avaliando, além do desempenho zootécnico, os parâmetros fisiológicos e de

qualidade do produto final. (Resende, 2009; Merrifield et al., 2010; NRC, 2011;

Castillo, 2012; Santos et al., 2013).

O estudo dos parâmetros sanguíneos é uma importante ferramenta para

entender como o sistema fisiológico interage com as mudanças físicas, químicas,

biológicas e de manejo que ocorrem no ambiente natural e de cultivo (Wedemeyer,

1996; Harper e Wolf, 2009). Áreas como hematologia e imunologia têm auxiliado no

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entendimento dos estudos sobre nutrição de peixes, contribuindo com novos

procedimentos para mitigar os efeitos do estresse e aumentar a resistência

imunológica dos animais, necessários em situações adversas nas quais são

expostos em sistemas intensivos de produção (Oliva-Teles, 2012; Pohlenz e Gatlin

III, 2014).

Atualmente, a criação em tanque-rede é um sistema intensivo de produção de

grande destaque na aquicultura. Esse sistema tem contribuído para o crescimento

acelerado da piscicultura mundial, suprindo a crescente demanda de alimentos para

a população mundial. É um sistema de baixo custo, maior versatilidade e rapidez de

implantação (Beveridge, 2004; Diemer et al., 2010; Demétrio et al., 2012). No Brasil,

a outorga de áreas em reservatórios públicos destinadas à criação em tanque-rede,

os chamados parques aquícolas, tem difundido e aumentado à produção de peixes

nesse sistema. O pirarucu é uma das espécies que se adapta à criação em tanques-

rede, principalmente porque não depende do oxigênio dissolvido na água, fator

limitante em alguns ecossistemas amazônicos, e pelo comportamento gregário

(Oliveira et al., 2012).

Os avanços na produção de peixes carnívoros na aquicultura brasileira

dependerão dos resultados dos estudos sobre as exigências nutricionais e de

processamento das dietas para estas espécies (Cyrino e Fracalossi, 2012). Nesse

contexto, para se consolidar como importante espécie da aquicultura, o pirarucu

deverá ter bem definido suas exigências nutricionais em diferentes fases de

desenvolvimento, o que requer estudos laboratoriais e de campo. Deste modo, o

objetivo desse estudo foi avaliar o efeito de dietas práticas com diferentes níveis de

proteína e energia no desempenho zootécnico, nas respostas fisiológicas, no

rendimento da carcaça e na composição do filé de juvenis de pirarucu na fase de

engorda em sistema intensivo de tanque-rede.

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2- Objetivos

2.1- Objetivo Geral

Avaliar o efeito de dietas práticas contendo níveis crescentes de proteína e

energia na alimentação de juvenis de pirarucu durante a engorda em sistema

intensivo de tanque-rede.

2.2- Objetivos Específicos

Avaliar o desempenho zootécnico de juvenis de pirarucu alimentados com

dietas práticas com diferentes níveis de proteína e energia;

Verificar o efeito de dietas práticas com diferentes níveis de proteína e

energia sob os parâmetros fisiológicos de juvenis de pirarucu;

Avaliar o rendimento da carcaça e a composição do filé de juvenis de pirarucu

alimentados com dietas práticas contendo diferentes níveis de proteína e energia.

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8

3- Material e Métodos

3.1- Área de estudo

O experimento foi realizado nas instalações da Associação dos Moradores de

Santana (AMOS), localizada no km 55 da Rodovia AM 070, município de

Manacapuru, AM. O sistema de tanques-rede foi instalado no Lago do Santana

(Figura 01), localizado na margem esquerda do Rio Solimões (S 03°17.679` W

060°28.130`). Esse é um lago formado através do processo de barragem de

afluentes e é caracterizado como um ambiente de água branca, de acordo com a

classificação de Sioli (1984).

Figura 1 - Lago do Santana e sistema de tanque-rede.

3.2- Obtenção e aclimatação dos peixes

Para a realização do experimento, foram adquiridos 250 juvenis de pirarucu

com peso médio de 220 g, os quais foram mantidos em tanques de alvenaria na

Estação Experimental de Piscicultura da Coordenação de Tecnologia e Inovação

(COTI) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Manaus-AM.

Durante 60 dias, os peixes foram alimentados duas vezes ao dia (8:00 e 16:00 h) até

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a saciedade aparente com ração comercial para peixes carnívoros (40% proteína

bruta) até atingirem o peso aproximado de 2.000 g. Após isso, os peixes foram

transportados até o sistema de tanque-rede localizado na AMOS, onde passaram

por um período de aclimatização de 15 dias até o início do experimento.

3.3- Desenho Experimental

Em um delineamento experimental inteiramente casualizado, foram utilizados

225 juvenis de pirarucu com peso médio de 2.025±335 g criados em sistema de

produção de tanque-rede com volume útil de 5,3 m³, numa densidade de estocagem

inicial média de 5.732 g/m³. Foram distribuídos ao acaso 15 peixes por tanque, após

isso, foi verificado a homocedasticidade entre as unidades experimentais, que se

apresentaram homogêneas (p=0.176). Os peixes foram alimentados duas vezes ao

dia (08:00 e 17:00h) até a saciedade aparente por um período de 88 dias. Foram

utilizadas dietas práticas extrusadas contendo cinco níveis de proteína bruta e três

repetições cada, totalizando 15 tanques-redes. A quantidade de alimento consumida

de cada tanque foi aferida em ambas as alimentações.

3.4- Elaboração das rações e análise da composição proximal

Foram utilizados os seguintes níveis de proteína bruta (PB) e energia bruta

(EB) na dieta: 37,4% (4036,3 kcal); 40,8% (4411,8 kcal); 43,9% (4551 kcal); 45,5%

(4870,2 kcal) e 47,1% (5021,1 kcal), seguindo os resultados encontrados por Ono et

al. (2005, 2008) que apontam a relação energia:proteína próximo a 10 kcal/g como a

mais adequada para a espécie, e que resulta no maior aproveitamento de proteína.

As dietas foram formuladas com ingredientes convencionais (Tabela 1) de ampla

utilização no mercado, como principal fonte proteica foi utilizada farinha de salmão

do chile de qualidade conhecida e alto valor biológico. Para a formulação das rações

experimentais, os ingredientes foram moídos, peneirados, pesados, misturados e,

finalmente, extrusados em peletes de 15 mm, numa extrusora monorosca com

condicionador duplo e injeção d’água (Marca INBRAMAQ, Modelo MX80). Após isso,

a fração lipídica da ração foi aquecida e aspergida com auxilio de bomba

pressurizada. Finalmente, as rações foram embaladas e armazenadas a 24°C.

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Tabela 1 - Ingredientes e composição proximal das rações experimentais com diferentes níveis de proteína bruta (PB) e energia bruta (EB).

Ingredientes (%) Níveis de Proteína Bruta (%)

37,4 40,8 43,9 45,5 47,1

Farinha de peixe1

28,5 34,7 43,0 56,5 64,6

Farinha de carne2

15,0 14,0 11,0 0,0 0,0

Farelo de soja2

16,0 14,5 12,0 9,0 5,0

Farinha de trigo3

28,0 26,5 25,4 23,7 18,0

Celulose4

6,5 3,0 0,0 0,0 0,0

Gordura animal5

5,2 6,5 7,8 10,0 11,6

Premix vitamínico e mineral6

0,8 0,8 0,8 0,8 0,8

Composição proximal (%)

Umidade (UM) 8,5 9,6 9,3 8,3 6,3

Proteína Bruta (PB) 37,4 40,8 43,9 45,5 47,1

Extrato etéreo (EE) 8,1 10,6 11,5 14 16,6

Cinzas (CZ)

13,6 12,1 14,7 9,8 10,7

Fibra Bruta (FB) 5,45 5,3 6,8 7,3 7,2

Extrato não nitrogenado (ENN) 26,95 21,6 13,8 15,1 12,35

Energia Bruta (Kcal) 4036,385 4411,808 4551,015 4870,216 5021,143

EB:PB (kcal/g-1

)7 10,79 10,81 10,36 10,70 10,66

1Farinha de Salmão Pacific Star

® ;

2 Ingredientes adquiridos no mercado local;

3 Farinha de trigo Dona

Maria®;

4 Celulose Valdequímica

®;

5 Gordura suína Aurora

®;

6 Premix Nutron, Enriquecimento de

microminerais e vitaminas em mg/kg: manganês (26); zinco (140); ferro (100); cobre (14); cobalto (0,2); iodo (0,6); selênio (0,6), Vit. A (10.000 UI); Vit D3 (4.000 UI); Vit E (100); Vit K (5); Vit B1 (25); Vit B2 (25); Vit B6 (25); Vit B12 (30); niacina (100); ácido fólico (5); ácido pantotênico (50); biotina (0,8); colina (2000); inositol (50); Vit C (350)..

7 Energia Bruta (kcal) / Proteína bruta (g/100g).

As amostras dos ingredientes, das rações experimentais e do filé dos peixes,

no início e no final do experimento, foram analisadas quanto à composição proximal

no Laboratório de Nutrição de Peixes/COTI/INPA, seguindo as normas da AOAC

(1999). A energia das mesmas foi medida através da incineração da amostra em

bomba calorimétrica.

3.5- Qualidade da água

Diariamente, nos dois períodos de alimentação (08:00 e 17:00h), foram

determinadas as concentrações de oxigênio dissolvido, temperatura, condutividade

elétrica e pH. Quinzenalmente, foram analisadas as concentrações de amônia,

nitrito, alcalinidade, dureza e CO2. As amostras foram coletadas em três pontos

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distintos, localizados a montante (Ponto 01), no centro (Ponto 02) e à jusante (Ponto

03) do sistema de tanque-rede.

Para as concentrações de oxigênio dissolvido, temperatura e condutividade

elétrica foi utilizado um medidor multiparamétrico de oxigênio digital marca YSI

modelo 85. O potencial hidrogeniônico (pH) foi determinado com pH-metro digital da

marca YSI modelo 60. As concentrações de amônia total (NH3 + NH4+) e nitrito (NO2)

foram determinadas pelo método colorimétrico segundo Verdouw et al. (1978) e

Boyd e Tucker (1992) respectivamente. A alcalinidade total foi determinada por meio

de titulação, usando o indicador metil-laranja, e a dureza total pelo método do

indicador eriocromo-negro. O gás carbônico (CO2) foi determinado seguindo

metodologia proposta por Boyd e Tucker (1992).

3.6- Avaliação dos parâmetros zootécnicos

A avaliação do desempenho zootécnico dos juvenis de pirarucu, submetidos à

alimentação com diferentes níveis de proteína na ração, foi realizada a partir de

coleta de dados biométricos e de composição proximal, no inicio e no final do

experimento, e foram calculadas as seguintes variáveis resposta:

Taxa de Sobrevivência - TS (%): (NPi/NPF)x100

Ganho em peso - GP (g): GP=Pf-Pi

Ganho em peso diário – GPD (g/dia): GP/Número de dias

Taxa de crescimento específico - TCE (% dia -1): TCE= [(ln(Pf) – ln(Pi)/t)x100]

Ingestão Alimentar em peso vivo ao dia - IA (% peso vivo dia-1): IA=[I/

(Pf+Pi/2/t/15)]x100

Conversão Alimentar Aparente - CAA: CAA=I/GP

Custo médio da ração¹ - (CMR): CMR= IxCR/GP

Taxa de Eficiência Proteica - TEP (%): TEP= (GP/IP)x100

Taxa de Retenção Proteica Aparente no filé - TRP (%): TRP= [(RFfxPCFf)-

(RFiXpcfi)/IP)]x100

Índice Viscerossomático - IVS (%): IVS= (Pv/Pf)X

Índice Hepatossomático - IHS (%): IHS= (Pfg/Pf)x100

Índice de Gordura Visceral - IGS (%): IGS= (Pg/Pf)x100

Rendimento de Filé2 - RF (%): (PFL/Pf)x100

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Onde: Pf: Peso Final (g, peso úmido); Pi: Peso Inicial (g, peso úmido); t: período de alimentação (dias); I: Ingestão total de alimento (g, peso original); IP: Ingestão total de proteína (g kg

-1, peso

original); PCF: Proteína corporal inicial ou final do filé (g Kg-1

, peso úmido); NP: Número de peixes inicial ou final; Pfg: Peso fígado (g; peso úmido); Pg: Peso gordura visceral (g, peso úmido); Pv: Peso Vísceras; PFL: Peso Filé (g, peso úmido); CR: Custo Ração (Reais).

1Os custos foram calculados a

partir dos valores dos ingredientes no mercado local, com exceção da farinha de peixe cujo o valor foi calculado a partir da média dos valores de fornecedores (N=10) de produtos de origem similar ao utilizado e acrescidos dos valores de transporte.

2Filé com pele e sem escamas.

3.7- Coleta e análise sanguínea

Para a avaliação dos parâmetros fisiológicos foi realizada coleta de sangue

(n=6, por unidade experimental) no final do experimento. A coleta foi feita por meio

da punção do vaso caudal utilizando agulhas rinsadas com o anticoagulante EDTA

(10%). As amostras de sangue foram destinadas a determinação da série vermelha:

concentração de hemoglobina [Hb], pelo método da cianometahemoglobina,

hematócrito (Ht), pelo método de microhematócrito, número de eritrócitos (RBC), em

câmera de Neubauer, utilizando a solução de Natt e Herrick (1952). Foram

calculados também os índices hematimétricos de Wintrobe: Volume Corpuscular

Médio – VCM= Ht*10/RBC; Hemoglobina Corpuscular Média – HCM= Hb*10/RBC e

CHCM (%) = [g/dL]*100/Ht.

Após a centrifugação do sangue, o plasma foi utilizado para determinação da

glicose, pelo método enzimático colorimétrico, sem desproteinização; proteínas

totais pelo método da reação com o biureto; colesterol e triglicérides pelo método

enzimático-colorimétrico com fator clareante de Lípides (LFC); albumina pela reação

do verde de bromocresol, todos utilizando kit comercial In Vitro. A análise de cortisol

foi feita pelo método de Eliza, utilizando kit comercial.

3.8- Análise estatística

Os resultados dos parâmetros zootécnicos, fisiológicos e de composição

proximal, assim como as variáveis físicas e químicas da água, foram testadas

estatisticamente por análise de variância (ANOVA) uma entrada e quando

observado diferença significativa realizou-se o teste de Tukey (5% de probabilidade)

para comparação das médias. Para a estimativa da concentração de proteína e

energia na dieta que resulte no maior ganho de peso, taxa de eficiência proteica e

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custo por quilo de peixe produzido foi utilizado regressão do tipo linear. Todas as

análises foram realizadas utilizando o programa Statistica 7.0®.

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4- Resultados

4.1- Qualidade da água

Nenhuma das variáveis físicas e químicas da água analisada diferiu

significativamente (p>0,05) entre os três pontos de coleta (montante, centro e

jusante) do sistema de tanque-rede, durante os 88 dias de experimento (Tabela 02).

Tabela 2 - Variáveis físicas e químicas da água ao longo do sistema de tanques-rede, em três pontos de coleta, no período da manhã e da tarde durante 88 dias de experimento

1.

Pontos T (°C)

CE (µS) OD

(mg/L) pH (H

+) Alcalinidade

(mg/L) Dureza (mg/L)

Amônia Total

(mg/L)

P1 30,23±0,8 25,64±7,7 5,60±0,84 5,84±0,42 10,21±2,9 7,47±2,84 0,20±0,18

P2 30,19±0,8 25,56±7,8 5,39±0,85 5,76±0,40 10,06±2,8 7,76±2,13 0,21±0,18

P3 30,23±0,8 25,46±7,7 5,34±0,86 5,79±0,38 10,33±3,2 8,12±2,31 0,21±0,20

Valor de p

2 0,9549 0,9985 0,1297 0,4423 0,9855 0,8862 0,9925

1P1= montante; P2= centro; P3= jusante. T= temperatura; CE = condutividade elétrica; OD= oxigênio

dissolvido. Média ± Desvio padrão.2“p” ANOVA 5% de probabilidade.

4.2- Desempenho

Os resultados do desempenho dos juvenis de pirarucu, alimentados com

diferentes níveis de proteína na dieta, estão representados na tabela 03. O ganho

em peso (GP), ganho em peso diário (GPD) e a taxa de crescimento específico

(TCE) não apresentaram diferenças significativas entre os tratamentos (p>0,05). A

ingestão alimentar (IA) foi maior na dieta com 40,8% de PB, que apresentou valores

significativamente maiores (p=0,02) que aqueles da dieta com 45,5% PB, e os

demais tratamentos não apresentaram diferença significativa. A conversão alimentar

aparente (CAA) foi menor na dieta com 45% PB (1,46±0,06) e diferente

estatisticamente (p=0,03) da dieta com 40,8% PB, que apresentou a pior conversão

(1,74±0,09); os demais tratamentos não apresentaram diferença estatística para esta

variável. A taxa de sobrevivência, ao final do período experimental, foi de 97,7%

para o tratamento com 37,4% PB, os demais tratamentos apresentaram

sobrevivência de 100%.

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Tabela 3 - Desempenho de juvenis de pirarucu alimentados com dietas práticas contendo diferentes níveis de proteína e energia, após 88 dias criados em sistema de tanque-rede

1 2.

Proteína Bruta

(g/100g) GP (g)

3 GPD

4

TCE (% dia

-1)5

IA (% peso

vivo dia-

1)6

CAA7

TEP (%)8 CRM

(R$/Kg)9

37,4 4654,16±527,70

52,89±6,00 1,34±0,09 2,00±0,04

ab 1,67±0,12

ab 1,77±0,03

a 5,51±0,69c

40,8 4526,89±293,83

51,44±3,34 1,33±0,06 2,08±0,05

a 1,74±0,09

b 1,62±0,05

ab 6,16±0,30

b

c

43,9 5167,78±567,42

58,72±6,45 1,44±0,09 1,95±0,08

ab 1,53±0,14

ab 1,51±0,06

ab 6,09±0,55

b

c

45,5 5116,89±175,38

58,15±1,99 1,43±0,02 1,86±0,10

b 1,46±0,06

a 1,40±0,19

bc 6,83±0,30

a

b

47,1 5147,11±231,76

58,49±2,63 1,45±0,03 1,96±0,04

ab 1,52±0,06

ab 1,15±0,15

c 7,69±0,28a

Valor de p

10 0,1992 0,1992 0,0978 0,0222 0,0301 0,0007 0,0016

1Média e desvio padrão de três réplicas. Valores médios seguidos de letras diferentes em uma

mesma coluna apresentam diferença significativa (p<0,05). Valores em porcentagem transformados em ARC SEN para posterior análise;

2Peso Médio Inicial: 2025,3±335,4;

3Ganho de Peso;

4Ganho em

peso diário; 5axa de Crescimento Específico;

6Ingestão Alimentar;

7Conversão Alimentar Aparente;

8Taxa de Eficiência Proteica;

9Custo Médio da Ração;

10“p” ANOVA 5% de probabilidade.

A taxa de eficiência proteica (TEP) diminuiu significativamente com o aumento

dos níveis de proteína (p<0,01), sendo os maiores e menores valores de eficiência

proteica obtidos nas dietas com 37,5% PB (1,77±0,03) e 47,1% PB (1,15±0,15)

respectivamente. Os valores de custo médio da ração (CMR) aumentaram

significativamente de acordo com a concentração de proteína na dieta (p<0,01),

sendo o menor (5,51±0,69) e o maior valor (7,69±0,28) observados em 37,4 e 47,1%

PB respectivamente. Os resultados encontrados para essas variáveis não se

enquadraram em uma regressão do tipo polinomial. Os valores responderam ao

aumento da concentração de proteína de forma linear, no qual a TEP diminuiu

significativamente (p<0,01) com o aumento da concentração de PB, apresentando

uma correlação negativa (R²=0,73). Para o CMR houve correlação positiva (R²=0,62)

entre o aumento do nível de proteína e o valor da dieta (p<0,01) em razão do ganho

de peso (Figura 02). Os resultados de GP e GPD apresentaram diferença estatística

entre as dietas (p=0,03) e (p=0,03) quando testados através de regressão linear.

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16

CM

R (

R$

)(E

sq

ue

rda

)

TE

P(D

ire

ita

)

36 38 40 42 44 46 48

Nív el de Proteína (%)

4.5

5.0

5.5

6.0

6.5

7.0

7.5

8.0

8.5

0.9

1.0

1.1

1.2

1.3

1.4

1.5

1.6

1.7

1.8

1.9

Nív el de Proteína (%):TEP: R2 = 0.7378; p = 0.00003; y = 3.971 - 0.0578*x

Nív el de Proteína (%):CRM (R$): R2 = 0.6201; p = 0.0003; y = -1.8758 + 0.194*x

Figura 2 - Regressão linear da Taxa de Eficiência Proteica (TEP) e Custo Médio da Ração (CMR) em resposta a diferentes níveis de proteína e energia na dieta.

Os índices corporais são descritos na tabela 04. Os peixes alimentados com

dietas contendo 37,4 e 40,8% de PB apresentaram valores significativamente

inferiores que as demais dietas (p= 0,02 e 0,00) para o índice viscerossomático (IVS)

e índice de gordura visceral (IGV), enquanto dietas com 43,9, 45,5 e 47,1% PB

resultaram em maior proporção de vísceras e gordura em relação peso corporal. O

índice hepatossomático (IHS) não apresentou diferença estatística entre os

tratamentos (p=0,23). O rendimento de filé (RF) aumentou em consonância com o

nível de proteína, no qual a dieta com 47,1% PB apresentou valor significativamente

maior (p=0,01) que os demais tratamentos.

A taxa de retenção proteica aparente no filé (TRP) não foi afetada pela

concentração de proteína na dieta, os valores mais elevados foram observados na

dieta com 37,4% PB. Os valores não apresentaram resposta quadrática, ou seja,

não se ajustaram ao modelo de regressão polinomial.

Tabela 4 - Índices corporais de juvenis de pirarucu alimentados com diferentes níveis de proteína bruta (PB) e energia bruta (EB)

1 2.

Proteína Bruta

(g/100g)

Índices Corporais

IVS (%)3

IGV (%)4

IHS (%)5

RF (%)6

TRP (%)7

37,4 7,18±0,29b

2.57±0,18c

0,95±0,07 54,67±1,20b

20,36±1,36

40,8 7,28±0,24b

2.64±0,32bc

0,95±0,07 55,35±1,04b

17,90±0,73

43,9 7,44±0,12ab

2.82±0,18abc

0,96±0,03 56,16±1,37ab

18,92±2,11

45,5 8,04±0,42a

3.41±0,26a

1,02±0,01 56,68±0,53ab

19,35±1,89

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17

47,1 7,52±0,13ab

3.23±0,19ab

0,92±0,03 58,04±0,47a

18,16±0,71

Valor de p8

0,0219 0,0059 0,2391 0,0160 0,3219 1Média e desvio padrão de três réplicas. Valores médios seguidos de letras diferentes em uma

mesma coluna apresentam diferença significativa (p<0,05). 2Valores em porcentagem transformados

em ARC SEN para posterior análise; 3Índice Víscerossomático;

4Índice de Gordura Visceral;

5Índice

Hepato Somático; 6Rendimento de Filé;

7Taxa de Retenção Proteica do filé;

8“p” ANOVA 5% de

probabilidade.

4.3- Composição Proximal A composição proximal do filé dos peixes foi alterada significativamente pela

concentração de proteína na ração (Tabela 05). Os teores de matéria seca e cinzas

não apresentaram diferença estatística entre os tratamentos (p>0,05). As

concentrações de PB e extrato etéreo (EE) no filé foram influenciadas pela

concentração de proteína na ração, sendo 37,4% PB a dieta com o maior nível de

proteína muscular (p=0,003) e a menor deposição de gordura no filé (p=0,02). Ao

contrário dessa, dietas com os maiores níveis de proteína (43,9, 45,1 e 47,1%)

ocasionaram maior deposição de gordura no músculo.

Tabela 5 - Composição proximal do filé de juvenis de pirarucu alimentados com dietas práticas com diferentes níveis de proteína e energia

1 2.

Proteína Bruta (g/100g) Composição proximal do filé (%)

MS3

PB4

EE5 CZ

6

37,4 24,91±1,24 77,13±0,71a

11,50±0,85b

4,72±0,08

40,8 25,06±0,66 76,57±0,43ab

14,11±1,98ab

4,63±0,37

43,9 25,98±1,12 73,89±1,07c

15,79±0,90ab

4,51±0,20

45,5 25,81±1,40 74,53±1,35bc

15,90±2,26ab

4,42±0,05

47,1 25,86±0,74 73,82±0,96c

17,01±2,11a

4,73±0,61

Valor de p7 0,6381 0,0038 0,0230 0,7432

1Média e desvio padrão de três réplicas. Valores de PB e EE em % na matéria seca. Valores médios

seguidos de letras diferentes em uma mesma coluna apresentam diferença significativa (p<0,05). 2Valores em porcentagem transformados em ARC SEN para posterior análise;

3Matéria Seca;

4Proteína Bruta;

5Extrato Etéreo;

6“p” ANOVA 5% de probabilidade.

4.4- Respostas Fisiológicas

Os parâmetros hematológicos estão representados na tabela 06. Os valores

de [Hb], RBC, VCM, HCM e CHCM não apresentaram diferenças estatísticas

(p>0,05) entre os tratamentos. Dos valores de Ht obtidos, somente 47,1% PB

(33,36±0,34) apresentou diferença estatística em relação a 37,4% PB (28,89±0,80).

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18

Tabela 6 - Parâmetros hematológicos de juvenis de pirarucu alimentados com dietas contendo diferentes níveis de proteína e energia

1 2

Dieta (%)

Parâmetros Hematológicos

[Hb] (g/dL)3 Ht (%)

4 RBC (x10

6/µl)

5 VCM (fL)6

HCM (pg)7 CHCM

(g/dL)8

37,4 12,80±1,85 28,89±0,80b 1,66±0,26 178,07±22,42 78,09±5,26 44,31±5,35

40,8 13,54±1,02 30,92±0,96ab

2,05±0,10 153,78±3,27 67,37±6,28 43,92±4,69

43,9 12,67±0,08 29,94±2,22ab

1,85±0,04 162,85±8,89 69,24±1,88 42,52±3,19

45,5 13,95±0,85 31,31±1,35ab

1,85±0,16 161,51±6,42 72,34±5,15 44,79±4,85

47,1 13,74±0,78 33,36±0,34a

1,94±0,14 174,51±15,13 71,67±4,57 41,27±2,39

Valor de p

9 0,5259 0,0180 0,1066 0,2199 0,1556 0,8403

1Média e desvio padrão de três réplicas. Valores médios seguidos de letras diferentes em uma

mesma coluna apresentam diferença significativa (p<0,05); 2Valores em porcentagem transformados

em ARC SEN para posterior análise; 3Concentração de Hemoglobina;

4Hematócrito;

5Contagem de

Eritrócitos; 6Volume Corpuscular Médio;

7Hemoglobina Corpuscular Média;

8Concentração de

Hemoglobina Corpuscular Média; 9“p” ANOVA 5% de probabilidade.

Os parâmetros bioquímicos dos peixes estão representados na tabela 07. As

concentrações de glicose, triglicérides, albumina e cortisol no plasma sanguíneo dos

juvenis de pirarucu não diferiram significativamente entre os diferentes níveis de

proteína dietária (p>0,05). Os valores de colesterol aumentaram de acordo com o

nível de proteína na dieta, sendo 47,1% PB a dieta com maior concentração deste

parâmetro em relação aos demais tratamentos (p<0,01). A concentração de proteína

total da dieta com 47,1% PB foi significativamente maior (p<0,01) em relação à dieta

com 37,4% PB; os demais níveis não apresentaram diferença estatística (p>0,05).

Tabela 7 - Parâmetros bioquímicos de juvenis de pirarucu alimentados com dietas práticas contendo diferentes níveis de proteína e energia

1 2

Proteína Bruta

(g/100g)

Parâmetros Bioquímicos

Cortisol (g/dL)

Glicose (mg/dL)

Colesterol (mg/dL)

Triglicérides (mg/dL)

Proteína Total (g/dL)

Albumina (g/dL)

37,4 18,44±7,57 61,20±13,01 96,48±6,94b

99,81±33,67 2,86±0,32b

1,20±0,10

40,8 29,27±2,51 74,83±5,68 110,68±3,62b

98,11±15,84 3,16±0,09ab

1,26±0,03

43,9 21,68±4,14 73,56±4,30 110,42±8,31b

121,22±40,19 3,26±0,02ab

1,27±0,03

45,5 20,00±6,28 67,75±9,05 115,24±13,2b

150,12±67,49 3,22±0,18ab

1,27±0,04

47,1 17,53±7,82 74,61±4,47 142,38±5,22a

170,90±37,42 3,58±0,07a

1,32±0,02

Valor de p

3

0,2032 0,2442 0,0006 0,2019 0,0069 0,1644

1Média e desvio padrão de três réplicas. Valores médios seguidos de letras diferentes em uma

mesma coluna apresentam diferença significativa (p<0,05); 2Valores em porcentagem transformados

em ARC SEN para posterior análise; 3“p” ANOVA 5% de probabilidade.

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19

5- Discussão

Apesar das alterações no nível da água do rio, as condições ambientais,

durante todo o período amostral, estiveram dentro dos limites considerados

aceitáveis para espécies tropicais (Boyd, 1990; Boyd e Tucker, 1992; Kubitza, 2003;

Beveridge, 2004) e para o pirarucu (Cavero et al., 2004; SEBRAE, 2010; Ono, 2011;

Oliveira et al., 2012).

Os diferentes níveis de proteína na dieta influenciaram a retenção de

nutrientes, a composição do filé, os aspectos metabólicos e bioquímicos importantes

na manutenção da saúde e, consequentemente, o desempenho produtivo dos

juvenis de pirarucu na engorda em tanques-rede. A dieta com 37,4% PB obteve

maior taxa de eficiência proteica, maior concentração de proteína e menor porção

lipídica no filé, além do menor custo da ração por kg de peixe produzido.

As dietas com 37,4 e 40,8% PB proporcionaram um ganho de peso inferior às

dietas com maiores níveis proteicos, entretanto, os elevados níveis energéticos nas

dietas, a partir de 43,9% PB, influenciaram o metabolismo lipídico dos peixes. O

excesso de energia dietética diminuiu a eficiência da utilização proteína e aumentou

a quantidade de gordura depositada, tanto na cavidade estomacal quanto no

músculo. Esses resultados são corroborados pelos índices de gordura visceral,

viscerossomático e pela composição proximal do filé dos peixes.

A energia dietética é de fundamental importância nas formulações de dietas,

onde incorporam-se lipídios e carboidratos às rações para obter um efeito poupador

da proteína, destinando-a, principalmente, à construção de tecidos (Portz e Furuya,

2012). Não há informações a respeito da exigência energética do pirarucu na

literatura, sendo referência a relação energia/proteína determinada por Ono et al.

(2005, 2008), que obtiveram o desempenho máximo com o maior aproveitamento

proteico e energético nas dietas com relação entre 9 e 11 kcal/g para pirarucus com

96,8 g de peso inicial.

O ganho em peso, em todas as dietas testadas, supera os valores descritos

na literatura para o pirarucu. Ituassú et al. (2005) testaram o efeito de dietas

peletizadas com diferentes níveis de proteína para juvenis de pirarucu, com peso

médio inicial de 120,6 g, e obtiveram melhor ganho em peso (233,5 g) nas dietas

com 48,6% PB. Del Risco et al. (2008) testaram três rações com diferentes níveis de

proteína para juvenis de pirarucu, com peso médio inicial de 86,84 g, durante 84 dias

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20

de ensaio e concluíram que 40% PB é o nível proteico que resulta no maior ganho

em peso (368,7 g) para peixes nessa fase de crescimento. Castillo (2012) testou

níveis de proteína para juvenis de pirarucu com peso médio inicial de 68,75 g,

durante 75 dias, e os peixes obtiveram maior ganho de peso (167 g) quando

alimentados com 44,9% PB na dieta. Oliveira et al. (2012), testando duas taxas de

estocagem (10 e 12,5 peixes/m³) para juvenis de pirarucu, com peso médio inicial de

113,5 e 94,7 g, durante 140 dias, observaram ganho em peso médio de 2630,4 g na

menor densidade de estocagem.

A diferença observada no ganho em peso e na eficiência de utilização de

proteína entre este estudo e os demais descritos na literatura, pode estar

relacionada à fase de crescimento dos peixes utilizados nos ensaios e a forma de

processamento das dietas. As variações na necessidade em proteína ao longo da

história natural de uma espécie se devem ao ritmo biológico de crescimento, onde,

formas jovens apresentam um incremento de biomassa mais acelerado e exigem

uma concentração maior de proteína na dieta (El-Sayed e Teshima, 1991; Pezzato

et al., 2004). Abdel-Tawwab et al. (2010) avaliaram a exigência proteica de tilápias

(Oreochromis niloticus), em três fases de criação, e observaram que a demanda

diminui com o desenvolvimento dos peixes, nesse estudo o nível ótimo de proteína

observado para larvas foi de 45% PB, enquanto para pós larvas e juvenil avançado

foi de 35% PB. Teixeira et al. (2010) encontraram o mesmo padrão para alevinos de

dourado (Salminus brasiliensis), que apresentaram uma exigência de 57,6% PB na

faixa de peso entre 0,75 a 3,04 g, enquanto alevinos com peso inicial de 5,68 g

exigem 45,4% PB.

A utilização de rações extrusadas neste trabalho, diferente dos estudos da

literatura que utilizaram dietas peletizadas, pode ter aumentado a biodisponibilidade

dos nutrientes otimizando, assim, a utilização da proteína e energia nas dietas

(Furuya et al., 1998; Mustapha et al., 2013). Além do tamanho do peixe e o

processamento da dieta, diversos outros fatores influenciam a exigência proteica em

peixes, tais como a qualidade da proteína, sistema de cultivo e a quantidade de

energia na dieta (NRC, 1993; 2011). A maior parte dos experimentos de exigência

proteica é realizada com formas jovens, ou seja, peixes com baixo peso inicial e

maior resposta em um curto espaço de tempo. Isso faz com que haja uma carência

de informações a respeito da exigência nas fases finais de cultivo para muitas

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espécies. Para o pirarucu não há informações na literatura a respeito da exigência

em idades mais avançadas.

Mihalka et al. (2010), testando o crescimento e a utilização alimentar de truta

arco íris (Oncorhynchus mykiss), com peso médio inicial de 268 g, durante 308 dias

de experimento, encontraram os maiores valores em ganho de peso (1313 g) na

dieta com 46% PB. Einen e Roem (1997) testaram dietas extrusadas com altos

níveis de energia e diferentes relações energia:proteína para juvenis de salmão do

atlântico (Salmo salar), com peso médio inicial de 1,0 e 2,5 kg, durante 138 dias,

constataram que dietas com 48% PB e 5.899 kcal resultaram em melhor

desempenho e composição de carcaça, enquanto peixes de 2,5 a 5 kg responderam

melhor às dietas com 42,5% PB e 6.042 kcal, observando, assim, uma redução na

exigência em proteína com o aumento do peso dos peixes.

O pirarucu apresentou maior eficiência proteica nas dietas com menos de

40% de PB, ao contrário da maioria das espécies carnívoras cultivadas. Esse fato

pode estar relacionado ao comportamento e história de vida dessas espécies. O

pirarucu é um peixe sedentário que habita ambientes lênticos e não realiza grandes

movimentações, ao contrário, os salmonídeos são mais ativos e, ao longo de sua

vida realizam migrações reprodutivas e enfrentam alterações bruscas de ambiente.

Isso resulta numa maior demanda de energia e, peixes carnívoros, em geral,

apresentam a capacidade inata de utilizar proteína dietética como fonte energética

(Tacon e Cowey, 1985).

A digestibilidade dos ingredientes das dietas também pode ter influenciado a

exigência dos pirarucus, uma vez que, como ingrediente proteico, foi utilizado farinha

de salmão de alta qualidade e valor biológico, o que certamente melhorou o

desempenho dos peixes, mesmo nas dietas com menor valor de PB.

A taxa de crescimento específico não diferiu entre os níveis proteicos. Ituassú

et al. (2005) encontrou valores de TCE de 2,4% para peixes alimentados com 48%

de PB na ração; Del Risco et al. (2008) relataram valores de 0,86% em peixes

alimentados com dietas com 45% PB e Oliveira et al. (2012) encontraram valor de

TCE de 2,25% para juvenis de pirarucu alimentados com ração comercial com 40%

PB. Os valores encontrados no presente estudo estão abaixo daqueles descritos na

literatura para essa espécie, o que pode estar relacionado ao peso inicial inferior ao

do presente estudo. Segundo Abdel-Tawwab et al. (2010), a taxa de crescimento

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diminui com o aumento do peso dos peixes, o que é corroborado pelos trabalhos de

Lanari e D’Agaro (2002) e Teixeira et al. (2010) que encontraram esse mesmo

padrão para truta arco íris e dourado respectivamente.

A ingestão alimentar foi maior nos tratamentos com menores níveis de

proteína. Como em outros animais, peixes regulam a ingestão de alimentos para

suprir suas necessidades energéticas (Kaushik and Mendale, 1994; McGoogan e

Gatlin III, 1999; Borba et al., 2006). O excesso de lipídeo pode ter inibido o consumo

de ração nos peixes dos tratamentos a partir de 43,9% PB, padrão semelhante aos

encontrados por Manjappa et al. (2002) para Cyprinus carpio e Almeida et al. (2011)

para o tambaqui (C. macropomum).

O alto consumo e o baixo ganho de peso dos peixes alimentados com 40,8%

PB resultou na pior conversão alimentar aparente (CAA) neste tratamento,

respondendo contrariamente, os peixes alimentados com 45,5% PB apresentaram

baixo consumo e melhor conversão. Castillo (2012) encontrou CAA de 1,85 em

pirarucus mais jovens alimentados com dietas peletizadas com 45% PB. Itaussú et

al. (2005) obtiveram melhor conversão de 2,3 em peixes alimentados com dietas

peletizadas com 48% PB. As diferenças encontradas no presente estudo, e os

citados anteriormente, podem estar relacionados à forma de processamento das

dietas e/ou a fase de crescimento dos peixes. Oliveira et al. (2012) encontraram

conversão de 1,2 para juvenis de pirarucu alimentados com ração comercial

extrusada com 40% PB.

No presente estudo foi utilizada a metodologia de alimentação até a

saciedade aparente, esse fato pode ter influenciado no aumento da CAA nos peixes.

As dietas testadas foram bem aceitas e altamente palatáveis, isso pode ter

ocasionado a ingestão de alimento em quantidade superior à necessária para

manutenção das suas funções vitais, piorando a CAA dos peixes que foi maior do

que a de outras espécies carnívoras citadas na literatura. Chou et al. (2001)

testaram níveis de proteína para juvenis de cobia (Rachycentron canadum) e

encontraram conversão de 1,09 em dietas com 52% PB. Cho et al. (2005), testando

níveis de proteína e energia para juvenis de turbot (Scophthalmus maximus L),

obtiveram conversão de 0,8 em dietas com 60% PB e 6,9% de lipídeo. Os resultados

do presente estudo são corroborados por Einen e Roem (1997) que testaram níveis

de energia e proteína para juvenis de salmão e observaram melhor CAA com

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maiores níveis proteico e energético. Os valores de CAA encontrados para os

salmonídeos são reflexo de vários anos de estudo, em que o uso de dietas

altamente processadas reduziu a CAA de 3,5 para 1,2 nos cultivos de salmão do

atlântico ao longo desses anos (Austreng, 1994).

Nem sempre a dieta que apresenta menor CAA representa a melhor ração

testada, portanto, outras variáveis devem ser consideradas na determinação da

exigência de um nutriente. Tuan e Williams (2007), testando níveis de proteína e

energia para juvenis de garoupa (Epinephelus marginatus), encontraram melhor

crescimento e conversão alimentar na alimentação com 55% de proteína e 12% de

lipídeo, entretanto, os altos níveis energéticos dessas dietas causaram redução na

retenção de nitrogênio e aumento nos níveis de lipídeo na composição corporal dos

peixes, sendo sugerido pelos autores dietas com níveis de proteína e energia

inferiores.

O rendimento de filé aumentou com o nível de proteína. Os peixes

alimentados com 47,1% PB renderam 58,04% de seu peso total em filé com pele e

sem escamas. Imbiriba (2001) encontrou rendimento de 57% para pirarucus com

peso médio entre 30 e 40 kg, no entanto, peixes provenientes de cultivo são

abatidos com menor porte e seu rendimento varia entre 50 e 57% do peso total.

Fogaça et al. (2011) observaram que o rendimento de filé de pirarucu não é

influenciado significativamente pelo tamanho dos peixes, sendo o rendimento

máximo de 49,79% de filé verificado em peixes com 15 kg, porém, os autores

sugerem o abate dos peixes com peso médio entre 7 e 9 kg, devido a otimização do

tempo de cultivo.

As taxas de eficiência proteica (TEP) e retenção proteica aparente do filé

(TRP) decresceram com o aumento do nível de proteína, como descrito na literatura,

em que o aproveitamento proteico normalmente diminui com o aumento dos níveis

desse nutriente na dieta (De Silva et al., 2002; Sá et al., 2006). A dieta com 37,4%

PB, além de proporcionar os melhores valores de TEP e TRP, resultou também nas

menores concentrações de vísceras, gordura cavitária e filé, além, da maior

concentração corporal de proteína e no menor custo da ração em razão do ganho de

peso dos peixes. A oxidação da proteína dietética em excesso para a obtenção de

energia é inviável do ponto de vista nutricional, ambiental e econômico (Médale et

al., 1991; Furuya et al., 2005; Almeida et al., 2011).

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Os valores de TEP e TRP para pirarucu, apresentados neste estudo, foram

menores do que os descritos para outras espécies carnívoras na literatura. Chou et

al. (2001) encontraram TEP de 2,06 em para juvenis de cobia alimentados com 44%

PB. Cho et al. (2005) descreveram TEP de 2,1 para juvenis de turbot alimentados

com 60% PB e 16,8% de lipídeos na ração. Tuan e Williams (2007) observaram TRP

de 32% para juvenis de garoupa alimentados com 49% PB. Teixeira et al. (2010)

relataram TRP de 35,94% para juvenis de dourado alimentados com 40,32% PB na

dieta. Cornélio et al. (2014) determinaram que dieta com 45% PB e 4.600 kcal EB

proporcionou maior TRP (36,79%) em juvenis de cachara (Pseudoplatystoma

reticulatum) com peso inicial de 16,08 g. Os peixes retêm proteína de acordo com

seu potencial de crescimento, idade ou peso corporal e disponibilidade de

aminoácidos nos alimentos, uma vez que espécimes jovens depositam menos

gordura e mais proteína corporal que aqueles de maior porte (Verstegen e

Jongbloed, 2003; Portz e furuya, 2012). Segundo Lee et al. (2006), a máxima TEP

ocorre quando a exigência proteica dos peixes é atingida. Assim, as correlações

lineares negativas dos valores de TEP e TRP para pirarucu mostraram que menores

níveis de proteína podem aumentar o aproveitamento desse nutriente nesta espécie.

Os custos de produção de peixes podem ser reduzidos com a substituição, ao

máximo possível, do uso de fontes proteicas de alto valor como a farinha de peixe,

pelo uso de fontes de energia e proteína de baixo custo (Tibbetts et al., 2006; Collins

et al.; Da et al.; Hu et al., 2013). O pirarucu apresentou demanda proteica inferior

aos descritos na literatura para espécies carnívoras, o que pode ser considerada

uma vantagem, tendo em vista que a proteína é o nutriente mais oneroso das dietas.

A redução da proteína na dieta, ao mínimo exigido, pode ter consequências

importantes para o meio ambiente, minimizando os efluentes de nitrogênio e

maximizando a economia dos recursos disponíveis (Company et al., 1999; Abimorad

e Carneiro, 2007).

Neste estudo, as dietas apresentaram um custo acima dos valores de rações

comerciais encontradas no mercado. Foi utilizada farinha de salmão de alta

qualidade e valor biológico, compradas a preço de varejo, o que aumentou

consideravelmente o valor das dietas. Em experimentos de nutrição é importante a

utilização de fontes proteicas de alto valor biológico, garantindo a alta qualidade das

dietas. Essas devem suprir a demanda de aminoácidos essenciais e não essenciais

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dos peixes cultivados durante todo o experimento (Gonçalves et al., 2009; Deng et

al., 2011).

No processo fisiológico da digestão, a proteína é hidrolisada, liberando

aminoácidos livres, os quais são absorvidos pelo trato intestinal e distribuído pelo

sangue para órgãos e tecidos. O contínuo suprimento deste nutriente nas

quantidades ideais é necessário para o máximo crescimento dos peixes (Lovell,

1998; NRC, 2011; Portz e Furuya, 2012). Os aminoácidos são importantes na

formação de novos tecidos e na reposição de proteínas degradadas e uma

quantidade inferior dessa macromolécula na dieta pode resultar na redução ou

parada do crescimento, devido à degradação de proteína dos tecidos para a

manutenção das funções vitais. Ao contrário, o excesso desse nutriente na dieta

será convertido em energia de armazenamento ou eliminado, resultando em danos

ambientais e perda econômica (Millward, 1989; Wilson, Yang et al., 2002).

Durante muitos anos a formulação de dietas balanceadas era voltada apenas

para a otimização da utilização dos ingredientes e para o máximo ganho produtivo

de uma espécie (NRC, 2011). Entretanto, nos últimos anos, o campo da nutrição de

peixes busca, cada vez mais, se aprofundar no conhecimento da fisiologia

nutricional e na influência da alimentação sobre a saúde dos organismos cultivados,

com o objetivo de diminuir a dependência de quimioterápicos e reduzir as perdas

econômicas (Kiron, 2012; Oliva-Teles, 2012).

Neste contexto, os parâmetros sanguíneos (hematológicos e bioquímicos)

estão sendo, cada vez mais, utilizados na avaliação do estado de saúde dos peixes

submetidos a experimentos de nutrição (Abdel-Tawwab et al., 2010; Castillo, 2012;

Mouriño et al., 2012; Sado et al., 2013; Silva, 2013). A alimentação é um dos fatores

que influencia, diretamente, na homeostase do organismo, entretanto, se fornecida

com deficiência ou com excesso de nutrientes, pode se tornar um agente estressor

e, consequentemente, causar prejuízos à saúde do animal (Gatlin III, 2002; Urbinati

e Carneiro, 2004, Pohlenz e Gatlin III, 2014). O estresse pode ser definido como

uma condição em que o equilíbrio dinâmico do organismo, ou homeostase, é

ameaçado ou perturbado em decorrência da ação de estímulos extrínsecos (Barton,

2002; Killen et al., 2013).

Os agentes estressores produzem efeitos que ameaçam ou perturbam o

equilíbrio homeostático e também provocam um conjunto de respostas

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comportamentais e fisiológicas, como ação compensatória e/ou adaptativa,

habilitando o animal a superar as ameaças (Wedemeyer et al., 1990; Wendeelar-

Bonga ,1997; Chrousos, 1998). Essas respostas variam de acordo com o tempo e a

intensidade da exposição à situação adversa, sendo classificadas em respostas

primárias, secundárias e terciárias (Pickering e Pottinger, 1995; Barton, 2002).

A resposta primária compreende a ativação dos centros cerebrais, resultando

na liberação dos hormônios catecolamina (adrenalina e noradrenalina) e cortisol na

circulação (Barcellos et al.; Koakoski et al., 2012; Árnason et al., 2013). Esses dois

hormônios, em conjunto, aumentam a concentração de glicose sanguínea nos

peixes, resultando no aumento de energia para os tecidos, uma forma de compensar

o elevado gasto desta pelo organismo em situação de perigo (Mathilakath et al.,

1997).

No presente estudo, os valores de [Hb] e RBC não foram alterados

significativamente pelos diferentes níveis de proteína na dieta. Em geral, o aumento

de [Hb], Ht e RBC, frente um estímulo estressante, pode ser uma resposta à

necessidade em aumentar o transporte de oxigênio, decorrente do aumento da

demanda energética (Nikinmaa et al., 1983; Ranzani-Paiva e Silva-Souza, 2004;

Fiúza et al., 2013). Castillo (2012), testando níveis crescentes de proteína para

juvenis de pirarucus, com cerca de 70 g, observou elevação nos valores de [Hb] e Ht

em peixes alimentados com 40% PB. Morales et al. (2005) e Houston (1996)

mencionam que o aumento nos valores de Ht indica uma hemoconcentração

ocasionada por distúrbios osmorregulatórios em condições de estresse, uma vez

que a função principal dos eritrócitos é o transporte de oxigênio desempenhado pela

hemoglobina (Tavares-Dias e Moraes, 2004). Nesse estudo, a dieta com a maior

porcentagem de proteína (47,1% PB) apresentou valor médio de Ht superior às

demais concentrações, sugerindo que a alta demanda energética, para o

catabolismo do excesso de proteína, pode ter alterado o consumo de oxigênio dos

peixes. Como resposta ao aumento na atividade respiratória, é possível que tenha

ocorrido uma liberação de eritrócitos do baço, órgão que tem a função de armazenar

as células sanguíneas, e cuja atividade pode ser influenciada pelo nível de proteína

na dieta (Vijayan e Leatherland, 1989; Pulsford et al., 1994). Embora sem diferenças

significativas, o RBC demonstrou uma tendência em aumentar com o aumento de Ht

no sangue dos peixes.

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Além dos parâmetros sanguíneos supracitados, VCM, HCM e CHCM

contribuem para o entendimento da condição fisiológica dos peixes (Lopes et al.,

2007). O VCM está relacionado com a dinâmica cardíaca e com o fluxo sanguíneo, o

HCM e o CHCM demonstram a condição da função respiratória (Houston, 1996).

Neste trabalho, não foram observadas alterações significativas nos valores dessas

variáveis. Apesar do aumento na porcentagem de Ht na dieta com 47,1% PB, os

parâmetros hematológicos descritos, nesse estudo, sugerem que não houve

comprometimento das funções respiratórias dos peixes, e que as dietas testadas

supriram a quantidade mínima de nutrientes necessários à hematopoese dos peixes.

Os níveis de cortisol plasmático, neste estudo, não variaram

significativamente entre as dietas. A concentração desse glicocorticóide no plasma

sanguíneo dos peixes tem sido amplamente utilizada como indicador da resposta de

estresse (Barton, 2002; Barcellos et al., 2006; Inoue et al., 2011). Jutfelt et al. (2007)

observaram que os níveis de cortisol plasmático aumentaram significativamente em

juvenis de salmão do atlântico alimentados com dietas contendo óleo de girassol,

em comparação àquele cuja dieta continha o tradicional óleo de peixe, apesar de

não ter diferenças significativas na taxa de crescimento de ambos os grupos.

Montero et al. (2003) observaram o mesmo padrão para “seabream” (Sparus aurata)

alimentados com dietas contendo óleo de linhaça em relação aos alimentados com

dietas a base de óleo de peixe. Ambos os autores sugerem que essas fontes de

lipídios de origem vegetal podem atuar como um fator de estresse crônico para

esses peixes. A estabilidade dos valores de cortisol, encontrados nesse estudo,

demonstra que não foi observada resposta do estresse nos peixes alimentados com

as diferentes dietas.

Em peixes, sob condições de estresse, é comum a hiperglicemia no sangue

ocasionada pelo aumento na liberação de cortisol, que induz à quebra do glicogênio

hepático (Vijayan et al., 1997; Mommsen et al., 1999; Urbinati e Carneiro, 2001;

Reeder e Kramer, 2005; Baker et al.; Fiúza et al., 2013). Nesse estudo, não foram

observadas alterações nos níveis glicêmicos entre as dietas utilizadas, corroborando

outros trabalhos da literatura com resultados positivos para dietas que atendam às

exigências nutricionais desta espécie. Castillo (2012) observou que dietas com

diferentes níveis de proteína não alteram os valores de glicose plasmática em

juvenis de pirarucu. Da mesma forma, Silva (2013), estudando a substituição parcial

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de farinha de peixe por farelo de soja em dietas para pirarucu, não observou

diferenças na concentração de glicose plasmática, cujos resultados de desempenho

dos peixes foram considerados satisfatórios. Assim, pode-se sugerir que dietas que

atendam a exigência nutricional do peixe, certamente não produzem alterações

neste indicador, considerado um dos mais importantes nos estudos de estresse

fisiológico.

Apesar disto, as dietas com altos níveis de proteína e energia influenciaram o

metabolismo lipídico dos peixes, ocasionando alterações nos níveis de nutrientes no

plasma sanguíneo e nos tecidos. O metabolismo das proteínas está relacionado com

enzimas do metabolismo energético, e ambos estão ligados ao estado nutricional

dos peixes. O aumento do metabolismo proteico, devido à alta proteína dietética, é

detectado por meio das concentrações plasmáticas de metabólitos livres (Baanante

et al., 1991; Bonamusa et al., 1992; Melo et al., 2006; Corrêa et al., 2007). As dietas

com maiores níveis proteicos causaram aumento nas concentrações plasmáticas de

colesterol, proteínas totais, e triglicerídeos. Além disso, podem ter contribuído com a

inibição da síntese proteica no músculo, o que foi observado na composição

proximal do filé.

Os valores de colesterol plasmático, neste estudo, aumentaram em

conformidade com o nível proteico na dieta. A alta concentração de gordura na dieta

com 47,1% PB elevou os níveis de colesterol no plasma sanguíneo, e também, os

de triglicérides, apesar de não ter sido constatada diferença significativa para esta

variável. Castillo (2012) relatou que dietas a partir de 49,6% PB proporcionam

aumento significativo nos valores de colesterol e triglicérides, sendo isto um reflexo

do alto valor energético nestas dietas. Hansen et al. (2007) observaram redução nos

níveis de colesterol no plasma sanguíneo do “atlantic cod” Gadus morhua L.

alimentados com dietas com níveis crescentes de fontes vegetais de proteína. O

colesterol é onipresente dento dos peixes, influência, diretamente, no metabolismo e

transporte dos lipídeos, na atividade cardiovascular, além de ser um precursor na

formação de hormônios esteroides e ácidos biliares importantes na digestão e

absorção de lipídeos na dieta (Stickney, 2010).

As proteínas plasmáticas, responsáveis pelas principais funções vitais de

defesa, coagulação e transporte, são indispensáveis para a manutenção da

homeostase nos vertebrados. A albumina é uma das principais proteínas

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encontradas no plasma sanguíneo, que é produzida pelos hepatócitos, no fígado, e

vital para a manutenção do equilíbrio osmótico e distribuição de fluídos no corpo,

agindo como um carreador no plasma (Jha et al., 2007; Satake et al., 2009; Talpur e

Ikhwanuddin, 2012). Para pirarucus deste estudo, as concentrações de albumina

não diferiram significativamente entre as dietas testadas, apesar disso, foi observada

uma tendência de aumento nos níveis deste nutriente com o incremento da proteína

na dieta. Silva (2013), testando a substituição de até 30% de farinha de peixe por

farelo de soja na alimentação de juvenis de pirarucu, não observou diferença

significativa nos níveis de albumina e sugere que a estabilidade na concentração

deste nutriente, aliado aos valores de bilirrubina no plasma sanguíneo, indica que a

substituição não influenciou a atividade hepática dos peixes. Wang et al. (2014),

testando níveis de lipídeo para juvenis de carpa Carassius auratus gibelio,

observaram aumento significativo nos valores de albumina em dietas com mais de

11,5% de lipídeo, sugerindo que o excesso de gordura nestas dietas causaram lesão

no fígado dos peixes. Os valores de albumina nesse estudo foram superiores ao

descritos para jundiá Rhamdia quelen (0,6 g/dL) alimentados com dietas com 36%

PB (Rossato et al., 2012) e para juvenis de esturjão Huso huso (0,6 g/dL)

alimentados com dietas com 42% PB (Taati et al., 2012). Por outro lado, foram

inferiores aos descritos para juvenis de Catla catla (1,61 g/dL), alimentados com

dietas com 36% PB (Jha et al., 2007) e para “asian sea bass” Lates calcifer (2,2

g/dL) alimentados com 41,6% PB (Talpur e Ikhwanuddin, 2012). A estabilidade nos

valores de albumina, para pirarucu, sugere que não houve comprometimento no

transporte de metabólitos no plasma sanguíneo destes peixes alimentados com as

diferentes dietas.

As concentrações de proteínas plasmáticas totais aumentaram em

consonância com os níveis de proteína na dieta, em que 47,1% PB apresentou

maior concentração em relação a 37,4% de PB. Altas concentrações desse nutriente

no plasma de peixes, alimentados com níveis crescentes de proteína, é um padrão

observado em estudos com diferentes espécies, como truta arco íris (Cowney et al.,

1977; Moyano et al., 1991; Yamamoto et al., 2002), matrinxã (Vieira et al., 2005) e

pacu (Abimorad et al., 2007; Bicudo et al., 2009). Castillo (2012) observou aumento

significativo desses metabólitos na corrente sanguínea de pirarucus alimentados

com dietas a partir de 49,6% de PB. Segundo Barcellos et al. (2003), o aumento na

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concentração das proteínas plasmáticas totais, em razão da elevação da proteína na

dieta, pode estar relacionado com a mobilização de proteína como substrato para a

gliconeogênese hepática, o que é indesejável do ponto de vista ambiental e

econômico.

As alterações dos parâmetros fisiológicos, relacionados ao metabolismo

energético e proteico, observadas neste estudo para juvenis de pirarucu alimentados

com 47,1% PB e 5.021 kcal de EB, indicam que o excesso de lipídios,

principalmente de gordura saturada, pode ter causado o acúmulo de níveis elevados

de colesterol e triglicerídeos no sangue dos peixes. Além disso, o excesso de

proteína dietética, não utilizada na síntese muscular, pode ter sido catabolizada e

reaproveitada como fonte energética por meio da gliconeogênese, resultando na

utilização do esqueleto carbônico dos aminoácidos na síntese de lipídios e

carboidratos que são depositados nos tecidos do animal. As demais dietas não

apresentaram alterações significativas no perfil fisiológico avaliado, o que leva a

suposição que o tratamento com 37,4% PB e 4.036 kcal de EB, em comparação aos

demais testados, representa a melhor dieta para o pirarucu, nesta fase de

desenvolvimento, pois apresenta o menor custo, a menor concentração de gordura

muscular e no sangue, além da maior deposição de proteína no filé.

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6- Conclusões

Com os resultados obtidos pode-se sugerir que a dieta com menor nível de

proteína (37,4% PB) proporciona, entre as dietas testadas, melhor aproveitamento

proteico, menor custo da ração por kg de peixe produzido, menor concentração de

gordura e maior porção proteica no filé de pirarucus na fase de engorda em tanque-

rede;

A dieta com 47,1% PB, devido o alto valor energético, ocasionou alteração no

metabolismo de proteínas e lipídios nos peixes, o que foi corroborado pelas

concentrações de metabólitos presentes no plasma sanguíneo. As demais dietas

não proporcionaram alterações significativas nos parâmetros hematológicos e

bioquímicos dos peixes cultivados;

As correlações lineares entre o aumento do nível de proteína e as variáveis

relacionadas ao aproveitamento proteico e metabolismo lipídico dos peixes indicam

que dietas com menor concentração de proteína podem vir a aperfeiçoar a produção

de juvenis de pirarucu nessa fase de desenvolvimento;

Níveis mais baixos de proteína, com diferentes níveis energéticos, em um

delineamento fatorial, devem ser testados para peixes nessa faixa de tamanho, a fim

de encontrar o padrão quadrático da curva e estimar o nível ideal de proteína e

energia para essa espécie.

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8- Anexos

Pré experimento - Fase de crescimento e aclimatização dos peixes

Montagem dos tanques-rede

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Preparo das dietas experimentais

Dietas experimentais

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Sistema de tanques-rede (Seca)

Sistema de tanques-rede (Cheia)

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r

Transporte dos juvenis de pirarucu e biometria inicial

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Alimentação diária e controle da qualidade da água

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Biometria final

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Coleta de sangue e filetagem

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Coleta de material biológico e análise de parâmetros fisiológicos em campo