instituto federal de educaÇÃo, ciÊncia e tecnologia do cearÁ prÓ-reitoria de ... · 2020. 4....

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO CEARÁ PRÓ-REITORIA DE ENSINO DIRETORIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - DEaD CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ELABORAÇÃO E GERENCIAMENTO DE PROJETOS PARA A GESTÃO MUNICIPAL DE RECURSOS HÍDRICOS FRANCISCO IRLAM SÁ SAMPAIO REMOÇÃO DE FÓSFORO SOLÚVEL REATIVO E CONTROLE DE CIANOBACTÉRIAS TÓXICAS EM UM ECOSSISTEMA LACUSTRE DE FORTALEZA CE: LAGOA DE PARANGABA FORTALEZA CE 2018

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO CEARÁ

PRÓ-REITORIA DE ENSINO

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - DEaD

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ELABORAÇÃO E GERENCIAMENTO

DE PROJETOS PARA A GESTÃO MUNICIPAL DE RECURSOS HÍDRICOS

FRANCISCO IRLAM SÁ SAMPAIO

REMOÇÃO DE FÓSFORO SOLÚVEL REATIVO E CONTROLE DE

CIANOBACTÉRIAS TÓXICAS EM UM ECOSSISTEMA LACUSTRE DE

FORTALEZA – CE: LAGOA DE PARANGABA

FORTALEZA – CE

2018

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i

FRANCISCO IRLAM SÁ SAMPAIO

REMOÇÃO DE FÓSFORO SOLÚVEL REATIVO E CONTROLE DE

CIANOBACTÉRIAS TÓXICAS EM UM ECOSSISTEMA LACUSTRE DE FORTALEZA

– CE: LAGOA DE PARANGABA

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado

ao curso de Especialização em Elaboração e

Gerenciamento de Projetos para a Gestão Municipal

de Recursos Hídricos do Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará – IFCE –

Campus de Fortaleza, como requisito parcial à

obtenção do Título de Especialista.

Orientadora: Profa. Dra. Helba Araújo de Queiroz

Palácio.

FORTALEZA

2018

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ii

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Instituto Federal do Ceará - IFCE

Sistema de Bibliotecas - SIBI

Ficha catalográfica elaborada pelo SIBI/IFCE, com os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

S192r Sampaio, Francisco Irlam Sá.

REMOÇÃO DE FÓSFORO SOLÚVEL REATIVO E CONTROLE DE CIANOBACTÉRIAS

TÓXICAS EM UM ECOSSISTEMA LACUSTRE DE FORTALEZA - CE: LAGOA DE

PARANGABA / Francisco Irlam Sá Sampaio. - 2018. 74 f. il. color.

Trabalho de Conclusão de Curso (especialização) - Instituto Federal do Ceará,

Especialização em Elaboração e Gerenciamento de Projetos para Gestão Municipal de Recursos

Hídricos, Campus Fortaleza, 2018.

Orientação: Profa. Dra. Helba Araújo de Queiroz Palácio.

1. Ecossistemas Aquáticos. 2. Eutrofização. 3. Recuperação. I. Titulo.

CDD 333.91

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iii

FRANCISCO IRLAM SÁ SAMPAIO

REMOÇÃO DE FÓSFORO SOLÚVEL REATIVO E CONTROLE DE

CIANOBACTÉRIAS TÓXICAS EM UM ECOSSISTEMA LACUSTRE DE FORTALEZA

– CE: LAGOA DE PARANGABA

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado

ao curso de Especialização em Elaboração e

Gerenciamento de Projetos para a Gestão Municipal

de Recursos Hídricos do Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará – IFCE –

Campus de Fortaleza, como requisito parcial à

obtenção do Título de Especialista.

Aprovado em: 12/07/2018.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________

Profa. Dra. Helba Araújo de Queiroz Palácio (Orientadora)

Instituto Federal do Ceará (IFCE) – Campus de Iguatu

_________________________________________

Prof. Me. Jonathan Alves Rebouças

Instituto Federal do Ceará (IFCE) – Campus de Iguatu

_________________________________________

Dr. José Ribeiro de Araújo Neto

Instituto Federal do Ceará (IFCE) – Campus de Iguatu

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iv

A Deus!

Para

Carlos e Marli, meus pais;

Luiza Maria, minha filha;

Ana Cristina, minha companheira;

Franco Andrei, Rangel, Alexsandro e Joana D’arc, meus irmãos.

Dedico

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v

AGRADECIMENTOS

A Deus, pela vida, perseverança e força;

Aos meus pais, familiares e amigos, o incentivo;

A Luiza Maria, minha princesa, o apoio;

A Ana Cristina, o amor, carinho, dedicação e compreensão durante essa etapa da

minha vida;

A Professora Helba Araújo, a orientação e dedicação;

A todos os amigos que, de forma direta e indireta, contribuíram para a conclusão desse

trabalho.

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vi

“Seja quem você for, seja qual for a posição

social que você tenha na vida, a mais alta ou

a mais baixa, tenha sempre como meta

muita força, muita determinação e sempre

faça tudo com amor e com muita fé em

Deus, que um dia você chega lá. De alguma

forma, você chega lá”.

(Ayrton Senna, 1993)

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vii

RESUMO

Os ecossistemas aquáticos superficiais vêm sofrendo constantemente com o

aceleramento do processo de eutrofização provocados pelo enriquecimento de

nutrientes, principalmente o Nitrogênio (N) e o Fósforo (P), sendo este ultimo o fator

limitante para o crescimento de cianobactérias tóxicas capazes de produzir toxinas e

tornando as águas do manancial impróprias para o consumo humano. A lagoa de

Parangaba é um dos recursos hídricos mais importantes de Fortaleza - CE e vem

sofrendo com o processo de eutrofização provocada por diversas ações antrópicas.

Como forma de remover a quantidade de Fósforo Solúvel Dissolvido (FSD) e,

consequentemente, reduzir a floração de cianobactérias, propõe-se utilizar a argila

modificada ionicamente por Lantânio, como uma nova alternativa para recuperar

sistemas aquáticos eutrofizados.

Palavras-chave: Ecossistemas aquáticos. Eutrofização. Recuperação.

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viii

ABSTRACT

Superficial aquatic ecosystems are constantly suffering from the acceleration of the

eutrophication process, caused by the enrichment of nutrients, mainly Nitrogen (N) and

Phosphorus (P), the latter being the limiting factor for the growth of toxic cyanobacteria

capable of producing toxins making the spring waters unfit for human consumption. The

Parangaba lagoon is one of the most important water resources in Fortaleza - Ce and

has been suffering from the eutrophication process caused by several anthropogenic

actions.

As a way to remove the amount of Dissolved Soluble Phosphorus (FSD) and

consequently reduce the flowering of cyanobacteria, it is proposed to use the ionically

modified clay by Lanthanum as a new alternative to recover eutrophicated aquatic

systems.

Keywords: Aquatic ecosystems. Eutrophication. Recovery.

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ix

RÉSUMÉ

Les écosystèmes aquatiques superficiels souffrent constamment de l'accélération du

processus d'eutrophisation, causée par l'enrichissement en nutriments, principalement

l'azote (N) et le phosphore (P), ce dernier étant le facteur limitant de la croissance des

cyanobactéries toxiques capables de produire des toxines rendre les eaux de source

impropres à la consommation humaine. La lagune de Parangaba est l'une des plus

importantes ressources en eau de Fortaleza - Ce et souffre du processus

d'eutrophisation causé par plusieurs actions anthropiques.

Afin d'éliminer la quantité de Phosphore Soluble Dissous (FSD) et de réduire ainsi la

floraison des cyanobactéries, il est proposé d'utiliser l'argile modifiée ioniquement par

Lanthanum comme nouvelle alternative pour récupérer les systèmes aquatiques

eutrophisés.

Mots-clés: Écosystèmes aquatiques. Eutrophisation. Récupération

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x

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Pag.

Figura 1. Análise Química das amostras de águas de mananciais.... 17

Figura 2. Análise dos resultados laboratoriais..................................... 18

Figura 3. Robô verificador de esgotos clandestinos............................ 18

Figura 4. Aplicação da argila modificada por Lantânio........................ 19

Figura 5. Mata ciliar da Lagoa de Parangaba...................................... 20

Figura 6. Monitoramento da qualidade da água da lagoa.................... 21

Figura 7. Exemplificação da cadeia e rede alimentar em

ecossistema aquático........................................................... 28

Figura 8. Argila ionicamente modificada por Lantânio......................... 33

Figura 9. Processo de atuação da argila modificada por Lantânio.... 34

Figura 10. Divisão das bacias hidrográficas de Fortaleza-Ceará........... 36

Figura 11. Sub-bacia C 3.1.................................................................... 38

Figura 12. Lagoa de Parangaba............................................................ 38

Figura 13. Batimetria da Lagoa de Parangaba...................................... 39

Figura 14. Riacho sangradouro da Lagoa de Parangaba. Fortaleza –

Ceará.................................................................................... 39

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xi

LISTA DE TABELAS

Pag.

Tabela 1. Detalhes dos custos a que a execução implicará 47

Tabela 2. Custos da contratação de serviços 54

Tabela 3. Custos da compra de material 55

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xii

LISTA DE QUADROS

Pag

Quadro 1. Descrição e distribuição temporal das atividades (ações de

intervenção), prazo, tempo de duração de cada atividade....... 50

Quadro 2. Coordenadas UTM e Geográficas dos pontos de amostragem

da Lagoa de Parangaba............................................................ 51

Quadro 3. Critérios de julgamento da proposta técnica............................. 58

Quadro 4. Prazo e condições de pagamento............................................. 62

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xiii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT

AGEFIS

ART

CAGECE

CAPES

CONAMA

CREA

FUNDEMA

FGTS

Associação Brasileira de Normas Técnicas

Agência de Fiscalização de Fortaleza

Anotação de Responsabilidade Técnica

Companhia de Água e Esgoto Ceará

Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

Conselho Nacional de Meio Ambiente

Conselho Regional de Engenharia e Agronomia

Fundo de Defesa do Meio Ambiente

Fundo de Garantia por Tempo de Serviço

IFCE Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará

INSS

LABLIM

LIAMAR

ONG

PMF

RFB

SEPOG

SEUMA

Instituto Nacional do Seguro Social

Laboratório de Limnologia

Laboratório Integrado de Águas de Mananciais e Residuárias

Organização Não Governamental

Prefeitura Municipal de Fortaleza

Receita Federal do Brasil

Secretaria do Planejamento, Orçamento e Gestão

Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente

UFC

ONU

Universidade Federal do Ceará

Organização das Nações Unidas

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xiv

SUMÁRIO

Pag.

1. INTRODUÇÃO............................................................................................... 14

1.1 Identificação do Problema................................................................... 14

1.2 Justificativa.......................................................................................... 15

1.3 Objetivos............................................................................................. 16

1.3.1 Geral..................................................................................... 16

1.3.2 Específicos........................................................................... 16

1.4 Metodologia......................................................................................... 17

2. REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................. 22

2.1 Poluição dos Recursos Hídricos......................................................... 24

2.2 Água no meio urbano: Crescimento não planejado das grandes

metrópoles e seus impactos causados sobre os recursos hídricos... 28

2.3 Água no meio urbano: Técnicas de despoluição de lagoas................ 29

2.4 Água no meio urbano: Técnica de despoluição de lagoas utilizando

a argila modificada iônicamente por Lantânio..................................... 31

3. DESCRIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO.......................................................... 34

3.1 O ecossistema aquático...................................................................... 37

4. PROPOSTA DE INTERVENÇÃO................................................................... 41

4.1 Identificação do problema................................................................... 41

4.2 Justificativa.......................................................................................... 41

4.3 Objetivos............................................................................................. 42

4.3.1 Geral.................................................................................... 42

4.3.2 Específicos........................................................................... 42

4.4 Resultados e impactos esperados...................................................... 42

4.5 Ações de intervenção.......................................................................... 43

4.6 Atores envolvidos................................................................................ 43

4.7 Recursos necessários......................................................................... 44

4.8 Orçamento........................................................................................... 47

4.9 Viabilidade........................................................................................... 49

4.10 Riscos e dificuldades........................................................................... 49

4.11 Cronograma........................................................................................ 50

4.12 Gestão, acompanhamento e avaliação............................................... 51

5. TERMO DE REFERÊNCIA............................................................................ 52

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xv

5.1 Objeto.................................................................................................. 52

5.2 Justificativa.......................................................................................... 52

5.3 Descrição do objeto............................................................................. 53

5.3.1 Área de abrangência............................................................ 53

5.3.2 Atividades a serem desenvolvidas....................................... 53

5.3.3 Produtos esperados............................................................. 53

5.4 Fundamentação Legal......................................................................... 54

5.5 Estimativa de custos........................................................................... 54

5.6 Critérios de julgamento....................................................................... 55

5.6.1 Memorando de solicitação do material ou serviço............... 55

5.6.2 Justificativa da situação de inexigibilidade de licitação:....... 55

5.6.3 Especificação do objeto e, nas hipóteses de material, das

unidades e quantidades a serem adquiridas........................ 56

5.6.4 Projeto Básico (apenas para serviços)................................. 56

5.6.5 Propostas comerciais:.......................................................... 56

5.6.6 Justificativa de preço:........................................................... 56

5.6.7 Declaração de exclusividade quanto à inexigibilidade de

licitação:............................................................................... 56

5.6.8 Documentos de habilitação da empresa:............................. 56

5.6.9 Tradução de documentos em língua estrangeira................ 57

5.6.10 Se o bem ou serviço for destinado exclusivamente para

pesquisa, devem ser anexados ao processo:...................... 57

5.6.11 Inclusão de quaisquer outros documentos necessários à

caracterização da contratação direta:.................................. 57

5.7 Prazo, local e condições de entrega................................................... 59

5.7.1 Do prazo da entrega............................................................. 59

5.7.2 Do local da entrega.............................................................. 59

5.7.3 Condições de entrega.......................................................... 60

5.8 Obrigações das partes........................................................................ 60

5.8.1. São obrigações do empreendedor....................................... 60

5.8.2. São obrigações do contratado............................................. 60

5.9. Acompanhamento e fiscalização........................................................ 61

5.10. Pagamento.......................................................................................... 62

5.11. Subcontratação................................................................................... 62

5.12. Sanções.............................................................................................. 62

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xvi

5.13. Informações complementares............................................................. 63

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................... 64

7. REFERÊNCIAS.............................................................................................. 66

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14

1. INTRODUÇÃO

Os ecossistemas aquáticos superficiais vêm sofrendo com o processo de

enriquecimento de nutrientes causados por ações antrópicas (SMITH e SHINDLER,

2009). O Fósforo (P) e o Nitrogênio (N) são os mais importantes nutrientes

responsáveis pelo processo de eutrofização das águas superficiais, sendo o Fósforo

o fator limitante para o crescimento dos fitoplânctons e a floração de cianobactérias

(SHINDLER et al, 2008). As cianobactérias podem causar problemas na qualidade

da água através da produção de cianotoxinas, tornando a água do manancial

imprópria para o consumo humano (HUSZAR e SILVA, 1999 & PEARL et al, 2011).

Dada à gravidade do problema, iniciaram estudos sobre possíveis estratégias e

técnicas para o controle da floração dessas bactérias tóxicas e do aporte de

nutrientes, bem como propor ações mitigadoras para a recuperação ambiental dos

ecossistemas aquáticos.

Algumas lagoas apresentam resistência à restauração, principalmente

aquelas com grande parte de seus nutrientes armazenados nos sedimentos e

sujeitos à resuspensão; assim, os métodos físico, químicos e biológicos têm sido

aprimorados para acelerar o processo de restauração dos ecossistemas aquáticos

eutróficos (JEPPESEN et al, 2007). Como resultado desses aprimoramentos, temos

como alternativa para a recuperação de sistemas eutróficos a aplicação de uma

argila modificada ionicamente por Lantânio, que atua na remoção do Fósforo

Solúvel Dissolvido (FSD), capturando-o e, em seguida, solidificando-o na parte

inferior do manancial (FERREIRA e MARQUES, 2009). Quando essa redução

atinge valores menores que 30µg/L provoca a limitação da floração de

cianobactérias e a morte gradual de algas, possibilitando o processo de

recuperação natural (REMER,2017).

1.1. Identificação do problema:

A Lagoa de Parangaba é um dos recursos hídricos mais importantes da bacia

hidrográfica do Maranguapinho. Está localizada no bairro de mesmo nome em uma

área extremamente urbanizada e tem suas águas tombadas pela Lei municipal n˚

6.201/87, com o intuito de contribuir com a preservação do local. Em visita rápida no

local verifica-se a falta de preservação dos espaços. Na lagoa, há ocupações

irregulares, no seu entorno; além da realização de uma feira popular, aos domingos,

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15

que nunca foi ordenada. Há lixo jogado na sua margem e no espelho d água; bem

como a existência casas que também despejam seus esgotos no local. Em alguns

trechos, há um forte mau cheiro.

De acordo com análises das águas da lagoa realizada pelos laboratórios do

LIAMAR/IFCE e LABLIM/DEP/UFC foi comprovado que o manancial está

classificado como Eutrofizado e com uma concentração média de Coliformes

Termotolerantes de 7.501NMP 100 ml-¹, enquadrando as suas águas, de acordo

com a resolução CONAMA 357, como Classe 4, sendo apenas destinada para

harmonia paisagística.

1.2. Justificativa:

A Lagoa de Parangaba é o principal recurso hídrico do bairro homônimo.

Além de sua importância histórica e cultural, serve também como área de captação

de águas pluviais, controlando os alagamentos na região, assim como local de

contemplação paisagística, em razão de sua beleza cênica, e com enorme potencial

para atividades de lazer e visitação turística.

Como a maioria dos mananciais de Fortaleza, a lagoa vem sofrendo,

constantemente, com a poluição e a degradação desenfreadas, limitando a sua

utilização para outros fins e tornando-a destinada, apenas, à contemplação

paisagística.

Dessa forma, esse trabalho tem relevância por contribuir com a melhoria das

condições ambientais da lagoa; tornar suas águas aptas aos mais diversos usos;

devolver à sociedade fortalezense um ecossistema mais equilibrado em uma área

extremamente urbanizada e carente de ambientes naturais; proporcionar mais uma

alternativa de lazer, contemplação paisagística e visitação turística; possibilitar um

incremento significativo aos setores de comércio e serviço da região; bem como

produzir informações científicas atualizadas que servirão como fonte de dados para

o gerenciamento sustentável do manancial.

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16

1.3. Objetivos:

1.3.1. Geral:

Melhorar as condições ambientais da Lagoa de Parangaba utilizando a argila

modificada ionicamente por Lantânio para reduzir a quantidade de Fósforo reativo

dissolvido e de Cianobactérias tóxicas como forma de melhorar a qualidade da água.

1.3.2. Específicos:

Identificar os principais pulsos poluidores aos quais o manancial está

submetido;

Avaliar os aspectos físicos, químicos e biológicos atuais da água da Lagoa de

Parangaba como consequência dos pulsos poluidores a que está submetida;

Analisar os níveis de Fosforo Reativo Dissolvido e verificar a presença de

Cianobactérias tóxicas no manancial;

Utilizar a argila modificada ionicamente por Lantânio para reduzir a

quantidade de Fósforo reativo dissolvido e de Cianobactérias tóxicas no corpo

hídrico;

Realizar o monitoramento e o gerenciamento da Lagoa de Parangaba.

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17

1.4. Metodologia:

Para atingir os objetivos propostos no projeto de intervenção serão

necessárias as seguintes etapas:

Etapa 01: Verificação da qualidade da água da Lagoa de Parangaba.

Processo 01: A Prefeitura de Fortaleza deverá realizar acordo de cooperação

técnica com o Instituto Federal de Educação Tecnológica do Ceará (IFCE) e/ou com

a Universidade Federal do Ceará (UFC) para que os laboratórios especializados em

limnologia, LIAMAR/IFCE e/ou LABLIM/DEP/UFC possam realizar análises

semanais das águas da Lagoa de Parangaba nas seguintes variáveis físico-

químicas: Oxigênio Dissolvido (O2D); Salinidade (S); Condutividade Elétrica (CE);

Alcalinidade Total (AlcT); Dureza Cálcica (DurCa); PH; CO2 Livre (CO2L); Fósforo

reativo (Pr); Amônia Total (NH3T), Nitrito (NO2-); Ferro Total (FeT), concentração de

Escherichia coli, Clorofila a e fitoplânctons.

Figura 01 – Análise química das amostras de águas de mananciais

Fonte: Grupo de Estudo Tapajós

Processo 02: Após resultados laboratoriais, montar banco de dados

atualizado para que seja realizado o comparativo dessas variáveis após o processo

de despoluição.

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18

Figura 02 – Análise dos resultados laboratoriais

Fonte: www.engequimica.com.br

Etapa 02: Verificar o lançamento de esgoto clandestino na Lagoa de

Parangaba.

Processo 01: A Prefeitura de Fortaleza (PMF) deverá formalizar um acordo

de cooperação técnica com o Governo do Estado do Ceará, por meio da Secretaria

Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (SEUMA) e a Companhia de Água e

Esgotos do Estado do Ceará (CAGECE), para utilizar materiais e técnicas

específicas para a identificação de esgotos clandestinos carreando para a lagoa.

Figura 03 – Robô verificador de esgotos clandestinos

Fonte: Lourenço Pinto

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19

Processo 02: Em caso positivo, a Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio

Ambiente deverá notificar as residências e outros estabelecimentos para que

regularizem a situação em um prazo definido, mediante aplicação de multas em

caso de descumprimento.

Etapa 03: Utilização da Argila Modificada por Lantânio como processo

de despoluição da lagoa.

Processo 01: A prefeitura de Fortaleza abrirá o processo de licitação para

contratação de empresas que possuam a tecnologia da Argila Modificada por

Lantânio para que possa ser aplicada no espelho d’água da lagoa.

Figura 04 – Aplicação da argila ionicamente modificada por Lantânio

Fonte: hydroscience.com.br

Etapa 04: Recuperação da mata ciliar.

Processo 01: A Prefeitura, por meio da SEUMA, realizará o levantamento

das espécies vegetais nativas do manancial.

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20

Figura 05 – Mata ciliar da Lagoa de Parangaba

Fonte: mapa.cultura.ce.gov.br

Processo 02: A SEUMA, em conjunto com o Horto Municipal, realizará o

plantio de mudas de vegetação nativa à margem da lagoa como forma de auxiliar na

recuperação natural do recurso hídrico.

Etapa 05: Monitoramento da qualidade da água da lagoa.

Processo 01: Os laboratórios conveniados na etapa 01 realizarão a análise

das águas do manancial e conforme parâmetros elencados na etapa 01 farão o

comparativo entre os dados coletados, verificando as possíveis mudanças.

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Figura 06 – Monitoramento das águas

Fonte: https://www.labnetwork.com.br

Processo 02: Caso os dados tenham mudado para melhor, realizar o

enquadramento conforme os parâmetros da resolução CONAMA 357.

Processo 03: No caso de os dados não serem satisfatórios, deverão ser

realizados outros estudos para nova tomada de decisão.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

A água, elemento vital e indispensável para os seres vivos; e na promoção

do desenvolvimento sustentável é crucial para a organização de uma sociedade.

(S.R.H.-CE, 2006)

O termo água refere-se, em geral, ao elemento natural desvinculado de

qualquer utilização. Por sua vez, o termo recurso hídrico é a consideração da

água como bem econômico passível de utilização para tal fim. (REBOUÇAS,

1999).

A água doce é elemento essencial ao abastecimento humano, ao

desenvolvimento de suas atividades industriais e agrícolas e de importância vital

aos ecossistemas das terras emersas.

Conforme levantamentos realizados pela UN DESA (2011), a pressão

humana sobre os recursos hídricos vem aumentando, consideravelmente. Estima-

se que entre 2011 e 2030 a população mundial aumentará cerca de 30%, podendo

passar de 7 bilhões para 9,3 bilhões de pessoas. Esse aumento irá impactar

diretamente nos recursos hídricos, projetando-se um risco de escassez de água

até 2050, quando 2,3 bilhões de pessoas estarão vivendo em áreas com graves

restrições hídricas. Hoje, se estima que 1,8 bilhão de pessoas não tem acesso à

água com condições mínimas para o consumo humano (UNICEF, 2015).

O lançamento de esgotos não tratados nos corpos d’água utilizados para o

abastecimento, a não coleta de lixo urbano doméstico e industrial, a deposição

inadequada do resíduo coletado contribuem também com os problemas no

abastecimento da água. Caberá à sociedade, por seu turno, compreender que

não será possível continuar com a conduta de desperdício atual de usar e jogar

fora, como se a água fosse um recurso ilimitado e de propriedade particular,

individual.

As relações entre sociedade e recursos hídricos foram se transformando

com o decorrer dos anos. O que anteriormente servia como fonte de

abastecimento de água e alimento para a população, após o processo de

urbanização, transformou-se em áreas de ocupações irregulares e extremamente

poluídas, comprometendo a qualidade de vida das comunidades do seu entorno.

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O processo de urbanização, no Brasil, começou no século XVIII com o ciclo

da mineração. Essa atividade provocou a transferência da capital colonial Salvador

para o Rio de Janeiro e o deslocamento do eixo produtivo do Nordeste açucareiro

para o Sudeste aurífero, originando vilas e cidades como: Vila Rica, Mariana, São

João Del Rei, Diamantina, Cuiabá, dentre outras, e promovendo a interiorização e

o crescimento do país. (TESCA, 2011). No final do século XIX, quando os escravos

libertos pela Lei Aurea foram expulsos da zona rural, migraram para as cidades

como Rio de Janeiro e São Paulo (MOTTA, 2010); esse processo resultou em

amplas mudanças na morfologia e expansão das cidades brasileiras e na

constituição da sociedade (SANTOS, 2009).

Costa (2008) afirma que no Ceará o processo de urbanização foi marcado

pela natureza. Os longos processos de estiagem no meio rural fizeram o espaço

desestruturar, provocando a migração de parte da população rural para a capital

cearense em busca de melhores condições de vida.

Essas secas periódicas fizeram com que houvesse o deslocamento de

grande contingente de trabalhadores rurais e suas famílias para Fortaleza,

sobrecarregando os equipamentos urbanos existentes e proporcionando a

ocupação das áreas periféricas da cidade próximas aos recursos hídricos, das

áreas propícias a alagamentos e outras áreas não habitadas da capital cearense,

promovendo, dessa forma, um processo de crescimento desordenado da cidade.

Durante a seca ocorrida entre os anos de 1877 a 1879, a cidade de

Fortaleza recebeu um contingente de mais de cem mil sertanejos que migravam à

procura de auxílio. A maior parte dessas pessoas famintas ficou alocada nas zonas

periféricas, em casebres de madeira e palha ou em abarrancamentos erguidos

pelo governo, ou ainda debaixo de árvores ou perambulando pela cidade. Em torno

de 52.000 pessoas morreram por conta de uma fulminante epidemia de varíola,

ocasionada pela falta de condições sanitárias aliadas ao calor intenso e à grande

aglomeração de pessoas, se alastrou pela cidade inteira entre o período

compreendido dos já citados anos (BRUNO e FARIAS, 2011).

Segundo Bruno e Farias (2011), com o fim da estiagem a maioria dos

retirantes retornaram para o interior; contudo, vários continuaram ainda na cidade,

especialmente as viúvas, órfãos e mulheres abandonadas em decorrência da

mortalidade e da migração de muitos homens para a região amazônica.

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A urbanização desordenada de Fortaleza iniciou na década de 1930, sem

plano urbanístico que fornecesse soluções convenientes para os diversos

problemas da cidade. Nesse período, a capital sofreu com o crescimento de

favelas, em decorrência, sobretudo, da grave questão agrária surgida no

estado e das secas que forçaram o êxodo rural (BRUNO e FARIAS, 2011).

O crescimento urbano desordenado fez aumentar a degradação do

meio ambiente provocado pelo avanço das ocupações irregulares nas áreas

verdes da cidade e alterando o sistema natural da drenagem fluvial e

pluvial. Essas ocupações ocorreram, principalmente, às margens de rios ou

nas áreas de preservação das lagoas, provocando a impermeabilização do

solo impedindo a infiltração da água, acentuando os problemas de erosão

urbana e o aumento do risco de cheia, além de contribuir com o lançamento

de resíduos sólidos e efluentes nesses locais, provocando reações diversas

na saúde da população (BISPO e LEVINO, 2011).

Na capital cearense, a maioria das lagoas está poluída, desfavorecendo o

aproveitamento de suas diversas funções pela população fortalezense, como um

todo; e pelas comunidades próximas desses mananciais, em particular. A Lagoa

de Parangaba é um exemplo de meio aquático poluído, apesar da sua

importância para a comunidade, da sua beleza cênica e do seu potencial para a

área de visitação pública e de lazer. (P.M.F - SEMAM, 2003).

2.1. Poluição dos corpos hídricos.

Os ecossistemas aquáticos vêm sofrendo, ao longo do tempo, problemas

causados por diversos usos antropogênicos. Esses meios aquáticos recebem,

continuamente, os mais variados tipos de poluentes, originários de fontes

naturais ou por consequência das atividades humanas (JØRGENSEN et al,

2000)

Segundo Branco (1986), poluição é a alteração das propriedades físicas,

químicas ou biológicas, ou mesmo do regime hidrológico, que venha a produzir

desequilíbrio no ciclo biológico normal, contribuindo para alterar a biosfera, em

decorrência das ações isoladas ou combinadas de poluentes, causando prejuízo

às características ecológicas do meio. Atualmente, os subprodutos das atividades

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humanas estão provocando alterações de grandes proporções na biosfera,

afetando, muitas vezes, o processo normal da evolução das espécies, no qual a

interferência acentuada nos ciclos biogeoquímicos pode causar grande impacto

nos ecossistemas aquáticos.

Varela (1987) comenta que os poluentes são classificados em dois tipos:

a) Degradáveis: aqueles compostos que podem ser degradados

naturalmente na água ou através de mecanismos físicos, químicos ou

bioquímicos adequados. Podem ser reduzidos em quantidade e

intensidade.

b) Não degradáveis: aqueles que podem ser diluídos ou mudar de forma

nas águas receptoras, mas não tem sua massa reduzida apreciavelmente.

Quanto à poluição, suas fontes são divididas em:

a) Poluição natural: ocorre quando a matéria orgânica e a inorgânica são

carreadas para os corpos hídricos por meio de enxurradas ou precipitações

pluviométricas.

b) Poluição antropogênica: são provenientes das atividades humanas.

São as principais fontes de poluição dos meios aquáticos e podem ser oriundas

dos esgotos domésticos, dos despejos industriais e das águas de retorno de áreas

agropastoris.

Com o processo de urbanização intensificada tem ocorrido um aumento

significativo na produção de efluentes domésticos. Estes se caracterizam pela

presença de compostos orgânicos, especialmente rico em nitrogênio e fósforo, e

contribuem significativamente com o aumento dos nutrientes nos meios aquáticos,

favorecendo o florescimento de espécies fitoplânctônicas, principalmente as

cianobactérias, provocando a eutrofização artificial nos meios aquáticos

(TUNDISI et al, 1999). Esse processo é prejudicial aos corpos aquáticos, pois

provocam profundas alterações nos círculos químicos e biológicos, ocasionando o

crescimento excessivo de plantas aquáticas até níveis que podem causar um

desequilíbrio nas cadeias tróficas dos corpos d’água. (CAMPOS, 2002).

Tundisi et al (1999) afirma que nas atividades industriais há um aumento

considerável no uso de substâncias tóxicas. Esses materiais, ao serem lançados

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nos ecossistemas aquáticos, aportam compostos químicos não existentes na

hidrosfera, como íons tóxicos, compostos inorgânicos sintéticos ou materiais de

difícil degradação, provocando a contaminação do meio aquático e dos

sedimentos, e o aumento de nutrientes e, consequentemente, o aumento da

eutrofização artificial.

A atividade agrícola é uma das principais fontes de fósforo e nitrogênio

para o ecossistema lacustre. A perda de nutrientes da terra e as constantes pragas

que assolam os diversos tipos de cultivo desencadearam o uso indiscriminado de

fertilizantes e defensivos orgânicos ou biocidas, conhecidos como praguicidas,

formicidas, herbicidas etc, à base de organoclorados, organofosforados e

carbamatos. Esses compostos vêm provocando o aumento da toxicidade de

todos os ecossistemas aquáticos. A água que retorna desses locais para o meio

aquático produz modificação na biota e a contaminação dos sedimentos

(ESTEVES, 1988).

As descargas de resíduos humanos e animais transportam grandes

variedades de organismos patógenos como bactérias, vírus, protozoários e

helmintos, que podem causar doenças gastrointestinais. Entre as espécies

bacterianas, comumente detectadas em águas contaminadas, estão a

Escherichia coli e a Salmonella typhi; surgem ainda fungos, vírus como o da

hepatite, rotavírus e protozoários patogênicos como a Giardia sp e Entamoeba sp.

Todos esses organismos são aportados ao manancial a partir de águas não

tratadas (esgotos domésticos), por contribuição de animais infectados da

pecuária e por animais silvestres (TUNDISI, 2002). Esses organismos patógenos

provocam a disseminação de várias doenças, tais como: cólera, febre tifóide,

febre amarela, hepatite, leptospirose, dentre outras (HESPANHOL, 1999).

Outro problema comumente detectado nos ecossistemas urbanos é a

eutrofização, que consiste no envelhecimento natural dos corpos hídricos. Esse

processo pode ocorrer de duas maneiras: naturalmente ou artificialmente. A

eutrofização natural ocorre devido ao carreamento de nutrientes para os corpos

hídricos pelas águas pluviais. A eutrofização artificial dá-se pelo enriquecimento

artificial dos corpos hídricos, sobretudo N e P, resultando em aumento de

biomassa como as algas tóxicas, infestação de plantas aquáticas flutuantes ou

submersas, produzindo mudanças na qualidade da água, reduzindo a

biodiversidade aquática provocada, principalmente, pela diminuição do oxigênio

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dissolvido na água, ocasionando mortandade de peixes e liberação de substâncias

tóxicas ou fosfato do fundo, bem como o aumento da floração de microalgas,

principalmente as cianobactérias (HUSZAR et al, 2005).

Os efeitos da eutrofização artificial acarretam diversas dificuldades,

principalmente no que diz respeito ao elevado custo com o tratamento da água

para o consumo. Implicam também na redução da navegação e na capacidade de

transporte nesses locais (TRINDADE e MENDONÇA,2014).

A consequência da eutrofização no meio aquático pode levar a mudanças

nos produtores secundários como peixes e zooplânctons. A grande quantidade de

matéria orgânica produzida, quando decomposta, provoca a redução drástica do

oxigênio no hipolimnio, tornando-o anaeróbio e, consequentemente, ocorrendo a

liberação de gases tóxicos como o metano e o gás sulfídrico. Nessas condições,

ocorrem no sedimento a liberação de íons e o fósforo, por difusão, e alcança

a zona eufótica, contribuindo ainda mais com a eutrofização. (VON SPERLING,

1996).

As cianobactérias são microrganismos unicelulares procarióticos e

fotossintetizantes que crescem naturalmente em ecossistemas de águas doces ou

salgadas. Podem se multiplicar intensamente, passando de poucas centenas de

células por litro para milhões por litro; a esse crescimento dá-se o nome de

floração (OLIVEIRA e MOLICA, 2017).

Ainda segundo Oliveira e Molica,(2017), a floração de cianobactérias no

ecossistema aquático provoca mudanças na coloração da água, passando a

apresentar uma cor bastante esverdeada, muitas vezes com odores

desagradáveis, o que torna o ambiente impróprio para a recreação e dificulta

bastante o tratamento da água para o consumo humano. Quando ocorre a floração,

há o aumento na concentração de cianotoxinas que representa grade e risco para

os animais e os seres humanos. Essas toxinas podem causar dermatites,

gastroenterites, atacar outras bactérias no ecossistema e até inibir o crescimento

de microalgas e de plantas aquáticas. As cianobactérias podem produzir moléculas

extremamente tóxicas que requerem muita atenção, são elas: Neurotoxinas:

saxitoxinas, anotoxina-a. Hepatoxinas: microsistina, nodularina e

cilindrospermopsina.

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As cianobactérias provocam a deterioração da água, principalmente durante

o período de decomposição, quando ocorre uma demanda expressiva de oxigênio

causando déficit no recurso hídrico e aumentando, dessa forma, a concentração de

Amônia (NH3), que é extremamente tóxica para os organismos aquáticos. Além da

Amônia, as cianobactérias produzem outras toxinas que causam estresse físico em

peixes e camarões, podendo alterar a natação e o comportamento dos peixes.

Figura 07 – Exemplificação da cadeia e rede alimentar em ecossistema aquático

Fonte: www.phoslock.com.br

2.2. Água no meio urbano: crescimento não planejado das grandes

metrópoles e seus impactos causados sobre os recursos hídricos.

Como visto anteriormente, a maioria das cidades surgiram próximas a

ecossistemas aquáticos, onde tiveram um processo intenso de crescimento devido

a um sistema de relações que envolveram fluxos de pessoas, de mercadorias,

serviços e informações proporcionados por uma boa rede de transportes. Esses

fatores, aliados a grande influência que algumas cidades exercem, provocaram a

migração das pessoas para os centros urbanos, vindas principalmente do meio

rural (ALMEIDA & RIGOLIN, 2003).

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O crescimento urbano intensificado e desordenado, sem planejamento

ambiental, resultou em prejuízos significativos à sociedade, provocando impactos

consideráveis aos ecossistemas aquáticos (TUCCI, 1999).

Nas grandes cidades brasileiras, o crescimento urbano vem ocorrendo de

maneira não planejada, processo esse que começou na década de cinquenta e

intensificou-se na década de sessenta, coincidindo com o período de crescimento

da industrialização do país, sendo que em 1970, pela primeira vez, a população

urbana superou a população rural (ALMEIDA & RIGOLIN, 2003).

Esse crescimento desordenado, juntamente com a implantação de

infraestrutura inadequada, provocou diversos impactos nos ambientes aquáticos.

Dentre esses, destacaram-se:

a) Aumento de elementos antrópicos nas bacias hidrográficas;

b) Aumento da temperatura, ocasionado pela impermeabilização do solo

por meio de concretos e asfaltos, os quais absorvem energia solar, provocando

elevação de temperatura;

c) Aumento de sedimentos e materiais sólidos, provocados pela limpeza

de terrenos para novos loteamentos, construção de ruas, avenidas, rodovias,

pontes, taludes, causando a obstrução do escoamento das águas e provocando o

assoreamento com a redução da capacidade de escoamento de rios e lagos

urbanos;

d) Enchentes em áreas ribeirinhas, devido à ocupação irregular do leito

dos rios e margem de lagoas, contribuindo para a degradação da qualidade do

ambiente aquático; além de gerar importantes consequências sociais negativas;

e) Perdas e desperdício da água devido a vazamentos nos sistemas

públicos de abastecimento nas residências; na utilização inadequada da água de

boa qualidade nas regas de jardins; nas descargas de sanitários; lavagem de

automóveis e calçadas. (MOTA, 2002).

2.3. Água no meio urbano: Té cn ica s de des po lu iç ã o de

La goa s .

A poluição dos recursos hídricos é um fenômeno que vem se intensificando

nas ultimas décadas, ocasionada por diversas ações antrópicas e provocando

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consequências negativas e irreparáveis ao meio ambiente e aos seres vivos. Para

diminuir o efeito desse fenômeno, torna-se necessário tomar medidas

emergenciais para reverter esse quadro.

A despoluição dos recursos hídricos dá-se por um conjunto de métodos e

técnicas utilizados para eliminar substancias poluentes dos mananciais que são

empregados de acordo com as características do local e das especificidades das

substâncias poluentes.

São inúmeras técnicas e métodos de despoluição existentes, como por

exemplo:

• Sistema de flotação e remoção de flutuantes:

São injetadas substâncias coagulantes na água que juntam os resíduos, tornando-

os mais fáceis de remover. É feito em 5 fases:

• Retenção de resíduos sólidos;

• Aplicação dos agentes químicos coagulantes/floculantes (que juntam a

sujidade e proporcionam a filtração química da água);

• Microaeração (através da injeção de água e ar por equipamentos

específicos, permitindo a flotação ou elevação dos flocos acima da

superfície da água);

• Remoção dos detritos através de um sistema rotativo;

• Desinfecção da água resultante, aplicando-se cloro.

• Eliminar as fontes de poluição (desvio dos esgotos, proteção que impeça a

população de atirar lixo para a água, etc.);

• Barreira superfície com redes e outros instrumentos que tirem

os detritos maiores e que estão à superfície;

• Renovação da água (através de dutos ou do aumento da passagem

da água existente);

• Utilização de produtos químicos não evasivos;

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• Decomposição natural (que já não resulta devido ao cenário atual de

degradação do meio ambiente);

• Métodos de tratamento biológico (arejamento da água e remoção de

nutrientes);

• Separação de sólidos suspensos através de processos de sedimentação;

• Remoção, por via biológica, de matéria orgânica solúvel através de

microrganismos que a utilizam como substrato (sistema de biomassa fica

suspenso, ou sistema de lagoas);

• Separação dos flocos biológicos através da decantação;

• Digestão anaeróbia, espessamento e desidratação;

• Filtração, osmose reversa, desinfecção;

• Biotecnologia dos jardins filtrantes;

• Utilização da argila modificada ionicamente por Lantânio, dentre outros.

2.4. Água no meio urbano: Técnicas de despoluição de Lagoas utilizando

a argila modificada iônicamente por Lantânio.

A argila modificada por Lantânio é composta por Bentonita e Lantânio. A

Bentonita pertence a um grupo de argila formada pela cristalização das cinzas

vulcânicas vitrozas, não sendo tóxicas aos seres humanos e ao meio ambiente.

O Lantânio (La+³) é um metal reativo que forma inúmeros compostos

químicos com os mais diversos elementos, podendo ser utilizado na fabricação de

vários materiais, tais como: pedra de isqueiro, eletrodos de baterias, lentes de

telescópio, bem como no tratamento de água. No ecossistema aquático, o Lantânio

(La+³) quando ligado iônicamente ao Ortofosfáto (PO4), forma o composto insolúvel

Rabdofânio (LaPO4).

O produto foi desenvolvido, exclusivamente, para capturar e imobilizar o

principal nutriente responsável pela eutrofização, o Ortofosfato. Com a redução

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desse nutriente nas águas e no sedimento dos corpos hídricos, controla-se a

floração de algas e cianobactérias tóxicas que oferecem riscos aos organismos

aquáticos e humanos.

Em vários países foram realizadas diversas pesquisas com o objetivo de

atestar a eficácia e os efeitos da argila modificada sobre o meio ambiente e a saúde

humana. Dentre essas, merecem destaque: Investigando a recuperação forçada de

lagoa eutrofizados, de Sebastian Meis da University of Queensland, Austrália; O

controle de cianobactérias tóxica, efeito da drenagem e ligação da argila ao Fósforo

em cianobactérias e microcistina, de Miquel Lϋrlig e Elizabeth J. Farsen da

Wageningen University, Holanda; Avaliação de toxicidade de Phoslock e Lantânio

na saúde humana, de Anisul Afsar e Sarah Groves da Phoslock Water Solution

Limited, dentre outros, que testaram a argila modificada por Lantânio quanto a sua

toxicidade, em vários organismos aquáticos, e não foi constatada nenhuma

alteração tóxica. Quanto aos seres humanos, observou-se que o Lantânio tem

efeito benéfico. O Carbonato de Lantânio é utilizado como remédio para tratar

pacientes com deficiência crônica em eliminar fósforo do organismo (FERREIRA &

MARQUES, 2009).

Com base nesses estudos, diversos órgãos atestaram a eficiência da argila

na recuperação de ecossistemas aquáticos eutrofizados, dos quais se pode

destacar:

Registro 475/12-63 no Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos

Naturais Renováveis (IBAMA);

Certificado NSF/ANSI 60 (Associação de Qualidade das Águas dos Estados Unidos)

para uso em águas de abastecimento público;

Certificação ambiental da Agência de Meio Ambiente da Escócia;

Certificado WQA Golden Label para o método de produção industrial;

Atestado de atoxicidade e certificado de que a argila não é um algicida.

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Figura 08 – Argila Ionicamente modificada por Lantânio

Fonte: www.phoslock.com.br

A argila, quando aplicada no manancial, sedimenta e absorve o Ortofosfato

em mais de 95% na massa de água, formando uma fina camada de poeira

insolúvel e estável, de 1 a 2 mm, dentro de uma faixa de PH (4 a 11); ou em

condições anaeróbias, é capaz de complexar os influxos naturais de fosfato do

sedimento em ambiente eutrofizado, eliminando assim a contribuição interna desse

composto no sistema. Com a limitação do fosfato na massa d’água, o processo de

eutrofização é revertido e elimina-se a floração excessiva das algas, possibilitando

a reestruturação da cadeia trófica.

Após a aplicação da argila modificada no manancial pode reduzir,

efetivamente, a concentração por mais de quatro meses de cianobactérias,

mantendo baixa a densidade destes organismos (0-400 células/ml), permitindo,

dessa forma, que outras espécies de algas (benéficas) se restabeleçam,

possibilitando a recuperação da estrutura trófica no ecossistema.

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Figura 09 – Processo de atuação da argila modificada por Lantânio

Fonte: www.phoslock.com.br

3. DESCRIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

O meio ambiente de Fortaleza tem características semelhantes às de

todo o litoral do Brasil. Apesar de está localizada no semiárido nordestino, com

um clima tropical quente e sub-úmido, sua localização ameniza essa realidade. Por

se localizar entre serras próximas e um litoral com uma extensão de 34 km, faz

com que as chuvas de verão ocorram com maior frequência na cidade. A

temperatura média da cidade fica em torno de 26° a 28°C, sendo dezembro o mês

mais quente e julho o mês mais frio. Segundo Silva e Cavalcante (2000), a

média pluviométrica fica em torno de 1338 mm, aproximadamente, com seu

período chuvoso ocorrendo no primeiro semestre do ano, sendo o mês mais

chuvoso o de abril (348 mm) e o período de escassez ocorrendo no segundo

semestre, sendo o mês mais seco o de novembro (13 mm). Fortaleza está

inserida na planície litorânea e em tabuleiros pré-litorâneos, com uma vegetação

característica do litoral, contendo áreas de restingas encontradas nas

proximidades das dunas, ao sul da cidade, e próximo à foz dos rios Ceará, Cocó

e Pacoti. No leito desses rios a mata predominante é a de mangue. (IPECE, 2017)

Com relação ao aproveitamento dos recursos hídricos, o fortalezense teve

por muito tempo uma relação muito forte, pois utilizava para o seu abastecimento

as águas dos rios, lagoas e poços. Com a implantação do sistema de

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abastecimento Pacoti/Riachão, cerca de 75% da população fortalezense passou

a contar com o abastecimento de água tratada, o que provocou um completo

descaso por parte da população e do poder público quanto aos recursos hídricos.

(VASCONCELOS et al, 1995)

Segundo Vasconcelos et al (1995), os recursos hídricos de Fortaleza

estão divididos em quatro bacias:

a) A bacia da Vertente Marítima, com uma área de 23,6 km², ocupa 7%

da área do município de Fortaleza, correspondendo à faixa de dunas

localizadas entre as bacias do sistema Cocó/Coaçú e do sistema

Ceará/Maranguapinho. Possui uma topografia favorável ao escoamento

das águas para o oceano. É uma das bacias que possui uma maior

concentração populacional, ocorrendo uma ocupação generalizada da área,

principalmente nos locais de escoamento de águas proporcionada pela

especulação imobiliária que é responsável pelo aterramento de riachos e

lagoas, em Fortaleza;

b) A bacia do sistema Cocó/Coaçú, com uma área de 215,9 Km², ocupa

64,3% da área do município de Fortaleza. É a principal bacia hidrográfica

da cidade. O rio Cocó nasce na serra da Aratanha, no município de

Pacatuba, e drena uma área de 304,6 Km²; é o principal rio da bacia e

sofre o efeito da subida e descida das marés que penetram até 13 Km de

sua foz. Possui várias ramificações, tendo em média 30 afluentes, sendo o

principal o rio Coaçú, que se desenvolve ao longo de 32,5 Km drenando

uma área de 194,8 Km²,16 açudes e 36 lagoas, muitas delas em processo

de desaparecimento. As margens dessa bacia encontram-se a maior

diversidade populacional com ocupações bem diversificadas, desde

famílias de baixa a alta renda.

c) A bacia do sistema Ceará/Maranguapinho, apresenta uma configuração

especial retangular. É formada pelo rio Ceará, que drena uma área de

555,9 Km², se desenvolvendo no sentido sudoeste – norte ao longo de

52,5 Km e pelo seu tributário mais significante, o rio Maranguapinho.

Nasce na serra de Maranguape e possui uma área de 96,5 Km² e uma

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extensão de 34 Km, dos quais 15,5 Km estão na área de Fortaleza e vai

depositar suas águas a 5 Km da foz do rio Ceará. Esse sistema localiza- se

em uma zona predominantemente residencial onde há uma elevada

densidade demográfica e uma população de baixa renda, o que

contribui significativamente para a poluição nessa bacia.

d) A bacia do rio Pacoti é a de menor área dentre todas, representa uma

pequena área do município de Fortaleza. O rio Pacoti é o principal

manancial da região metropolitana de Fortaleza. Nasce na serra de

Baturité e percorre 112,5 Km, em geral no sentido sudoeste – nordeste. É

uma área de preservação protegida por lei e apresentando um elevado

grau de integridade da flora e da fauna e uma vasta paisagem natural com

uma cobertura florestal em 104,99 há, em sua maioria mangue e o restante

de vegetação de dunas e de dunas móveis e fixas. (P.M.F, 2003).

Figura 10 - Divisão das bacias hidrográficas de Fortaleza-Ceará

Fonte: Prefeitura de Fortaleza

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3.1. O ecossistema aquático

A Lagoa de Parangaba está localizada no bairro homônimo, nas

coordenadas geográficas, 3°33'977''S/ 38°46'85''W. inserida na bacia

hidrográfica Ceará/Maranguapinho, mais especificamente na sub-bacia C 3.1

(Figura 11) funcionando como superfície coletora de águas, com um espelho

d’água de aproximadamente 30,32ha quando referida à cota 17m. (OLIVEIRA,

2013).

Ainda segundo Oliveira (2013), a Lagoa de Parangaba (Figura 12) é o maior

recurso hídrico lêntico em volume de água de Fortaleza, com 1.190.000 m³ de

água, com 2.700 m de perímetro e profundidades média e máxima,

respectivamente, de 2,77 m e 4,92 m. (Figura 13). Apresenta uma elevação suave

com uma topografia de 5 m em relação às áreas circunvizinhas a lagoa. Sua

cobertura vegetal é composta por mata ciliar lacustre de tabuleiro pré-litorâneo

divididos em três comunidades: primitiva, secundária e antrópica.

Por estar inserida na bacia hidrográfica do rio Maranguapinho, apresenta

solo com domínio de tabuleiros que apresentam as feições típicas do sítio urbano

da Região Metropolitana de Fortaleza, composto por sedimentos plio-quaternário

da formação barreira que estão sobre o embasamento cristalino (SOARES, 2016).

O solo está degradado devido à expansão urbana, possuindo uma tonalidade

escura, que pode ser proveniente do grande acumulo de matéria orgânica, comuns

em áreas lacustres. (OLIVEIRA,2013).

Suas águas alimentam o açude Santo Anastácio (açude da Faculdade

deAgronomia da UFC), sendo interligado pelo riacho do sangradouro da Lagoa

de Parangaba (Figura 14) que possui uma extensão de 2,62km, em um percurso

que se encontra em parte canalizada e outra a céu aberto.

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Figura 11 – Sub-bacia C 3.1

Fonte: Prefeitura de Fortaleza

Figura 12 – Lagoa de Parangaba.

Fonte: Google Maps.

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Figura 13 – Batimetria da Lagoa de Parangaba

Fonte: SEMAM - 2006

Figura 14 – Riacho sangradouro da Lagoa de Parangaba. Fortaleza - Ceará

Fonte: SEMAM - 2006

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Os usos do ecossistema aquático são diversos, destacando-se:

1) Atividades desenvolvidas no entorno: comércio; casas de shows;

feiras; venda de veículos automotores; atividades de lazer, como

encontro de estudantes e pessoas idosas nas proximidades da lagoa; e

atividades físicas como a caminhada, dentre outras.

2) Usos diretos: Construção de residências na área de preservação da

lagoa; a pesca; a exploração agrícola de subsistência; banho de animais

como bovinos e equinos.

Portanto, devido aos diversos usos, a Lagoa de Parangaba vem sofrendo a

ação de vários pulsos poluidores que vêm contribuindo com o incremento do

processo de eutrofização do manancial.

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4. PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

4.1. Identificação do Problema:

A Lagoa de Parangaba é um dos recursos hídricos mais importantes da bacia

hidrográfica do Maranguapinho. Está localizada no bairro de mesmo nome, em uma

área extremamente urbanizada. Esse manancial vem sofrendo com inúmeros

problemas, tais como: ocupações irregulares em sua margem; lançamento de

efluentes domésticos e resíduos sólidos em suas águas; lavagem de automóveis e

animais com as águas do manancia;l e o comércio irregular na Feira dos Pássaros

que contribui com o aumento da poluição local e, consequentemente, com a

contaminação da água.

Análises das águas da lagoa realizada pelos laboratórios do LIAMAR/IFCE e

LABLIM/DEP/UFC comprovaram que o manancial está classificado como

Eutrofizado e com uma concentração média de Coliformes Termotolerantes de

7.501NMP 100 ml-1, enquadrando as suas águas, de acordo com a resolução

CONAMA 357, como Classe 4, sendo apenas destinada para harmonia paisagística.

Esse processo de Eutrofização ocorre pelo aumento de nutrientes,

principalmente o Nitrogênio e o Fósforo, e vem sendo acelerado por ações

antrópicas, como o lançamento de efluentes domésticos e industriais, e provoca

também o aumento de cianobactérias tóxicas que contaminam ainda mais os

recursos hídricos.

4.2. Justificativa:

A Lagoa de Parangaba é o principal recurso hídrico do bairro que, além de

grande importância histórica e cultural, serve como local de captação das águas

pluviais controlando os alagamentos na região, e é utilizada como área de lazer e

contemplação paisagística.

Como a maioria dos mananciais de Fortaleza, a lagoa vem sofrendo

constantemente com a poluição e a degradação, limitando a sua utilização para

outros fins, tornando-a destinada apenas à contemplação paisagística.

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Portanto, essa proposta de intervenção é relevante para que a população

fortalezense tenha de volta um ecossistema equilibrado e enquadrado de acordo

com a lei para os usos mais nobres.

4.3. Objetivos:

4.3.1. Geral:

Reduzir a quantidade de Fósforo Reativo Dissolvido e de Cianobactérias

tóxicas na Lagoa de Parangaba.

4.3.2. Específicos:

Avaliar os níveis de Fosforo Reativo Dissolvido nas águas da Lagoa de

Parangaba, antes e depois do uso da argila modificada iônicamente;

Analisar a floração de Cianobactérias tóxicas no manancial, antes e depois do

uso da argila modificada;

Avaliar o Índice de Estado Trófico (IET) da Lagoa de Parangaba, antes e

depois da utilização da argila modificada.

4.4. Resultados e impactos esperados:

Como resultado, espera-se a redução do aporte de nutrientes, principalmente

do Fósforo Reativo Dissolvido, como forma de reduzir a floração de cianobactérias,

bem como as toxinas que provocam a degradação da qualidade da água e o mau

cheiro no manancial. Almeja-se também a melhoria no nível do estado trófico,

tornando o ambiente aquático mais adequado e, consequentemente, diminuir

doenças veiculadas ao uso direto da água da lagoa, como dermatites e

gastroenterites, podendo proporcionar o uso direto do ambiente, criando uma área

de lazer natural para as comunidades do entorno e para toda população

fortalezense. Criar também um ambiente de visitação turística devido a sua

importância sociocultural e sua beleza cênica, incrementando a economia local,

principalmente as atividades comerciais e de serviços.

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4.5. Ações de intervenção:

Para atingir os objetivos desse projeto de intervenção, será necessário

caracterizar as condições físicas, químicas e biológicas da lagoa antes da utilização

da argila modificada, formando um banco de dados para comparação com

informações coletadas após o uso do produto. Utilizar a argila modificada por

Lantânio para reduzir o aporte de Fósforo Reativo Dissolvido e de Cianobactérias

nas águas do manancial e após, fazer o levantamento das condições físicas,

químicas e biológicas para verificar as alterações ocorridas depois do uso do

produto.

4.6. Atores envolvidos:

Para realizar as ações de intervenção, é necessário o envolvimento de vários

atores, tais como representantes dos poderes públicos (municipal, estadual e

federal), instituições privadas, além da sociedade civil organizada para validar as

propostas de intervenções.

Quanto aos representantes dos poderes públicos, podemos destacar:

Governo Municipal:

SEUMA: Responsável por analisar a viabilidade do projeto de intervenção e pela

captação de recursos (FUNDEMA) ou outras fontes de financiamento;

AGEFIS: Responsável pela fiscalização da área de intervenção, verificando as

fontes dos pulsos poluidores e realizando as intervenções necessárias para coibir

atos que sejam danosos ao recurso hídrico;

Gabinete do Prefeito / SEPOG: Responsável pela autorização da contratação da

empresa fornecedora do serviço, após o vencimento do processo licitatório, e dos

acordos de cooperação técnica.

Governo Estadual:

CAGECE: Responsável pelo levantamento e fiscalização dos esgotos que carreiam

clandestinamente para o corpo d água e realizar o tamponamento dos mesmos.

Realizará também o levantamento dos corpos hídricos tributários que recarregam a

lagoa.

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Governo Federal:

UFC / LABLIM e IFCE / LIAMAR: Laboratórios responsáveis pela coleta e análise

das águas da lagoa e por identificar as alterações físico-química e biológicas,

criando banco de dados que serão utilizados para avaliar as alterações ocorridas

após a aplicação do produto para a recuperação da lagoa e avaliar a qualidade da

água dos corpos hídricos tributários.

Instituição Privada:

Empresa Privada: Empresa contratada por meio de licitação, detentora da

tecnologia e dos equipamentos necessários para a aplicação da argila modificada

ionicamente por Lantânio no manancial e por promover capacitação quanto a

aplicação e os resultados que o produto gera.

Sociedade civil organizada:

ONGs: Pode contribuir na elaboração do diagnóstico socioambiental da área em

estudo para subsidiar o poder público na tomada de decisões que nortearão o

projeto de intervenção.

4.7. Recursos necessários:

Durante todo o processo de intervenção na Lagoa de Parangaba serão

utilizados diversos recursos distribuídos em três etapas: antes, durante e após a

intervenção.

Recursos necessários antes da intervenção:

• Humanos: Nessa etapa do projeto de intervenção será necessária a atuação

de diversas equipes especializadas que vão desde o transporte de

equipamentos para a coleta; equipes técnicas responsáveis pela coleta e

análise da qualidade de água do manancial; e pessoal técnico responsável

para investigar a presença de esgoto clandestino lançado no local;

• Materiais: Para a realização da coleta de água no manancial será necessária

a utilização de um barco de metal alumínio com capacidade para seis

pessoas, veículo para transporte do barco e reboque. Será necessário

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também material laboratorial para a análise físico-química e biológica da água

e um robô especializado na verificação de esgotos clandestinos;

• Estruturais: Laboratórios credenciados para análise das águas do recurso

hídrico;

• Financeiro: Serão necessários recursos financeiros para a contratação /

convênio com laboratórios para a realização das análises da água; para

manutenção ou substituição de equipamentos com defeitos; gasto com

combustível e alimentação das equipes que trabalharem in loco.

Recursos necessários durante a intervenção:

• Humanos: Nessa etapa do projeto de intervenção será necessária a atuação

da equipe técnica contratada para a aplicação da argila modificada

ionicamente por Lantânio e da equipe responsável pelo deslocamento dos

equipamentos e materiais para a área de aplicação;

• Materiais: Para a aplicação da argila no manancial será necessário o uso de

barco ou balsa com os equipamentos de diluição e aplicação desse material;

veículo com reboque responsável pelo transporte do barco ou balsa; e os

equipamentos necessários à aplicação do produto na lagoa;

• Estruturais: Local adequado para acondicionar e resguardar o material e os

equipamentos adequados para o processo de intervenção;

• Financeiro: Serão necessários recursos financeiros como suprimento de

fundos para serem utilizados de forma emergencial com o intuito de sanar

algumas dificuldades, durante o processo de intervenção.

Recursos necessários após a intervenção:

• Humanos: Nessa etapa do projeto de intervenção será necessária a atuação

de diversas equipes especializadas desde o transporte de equipamentos para

a coleta a equipes técnicas responsáveis pela coleta e análise da qualidade

de água do manancial para produzir relatórios com as modificações ocorridas

no corpo hídrico, atestando a eficiência do produto a fim de realizar o novo

enquadramento da lagoa, dentro dos padrões da resolução CONAMA 357;

• Materiais: Material laboratorial para análise da água bem como material de

escritório, computadores e impressora para elaboração de relatórios,

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contendo as alterações sofridas na lagoa após o uso da argila, e aquisição de

mudas de árvores nativas para recompor a mata ciliar local;

• Estruturais: Laboratórios credenciados para análise das águas e elaborar

relatório das alterações ocorridas no recurso hídrico;

• Financeiro: suprimento de fundos para serem utilizados de forma

emergencial com o intuito de sanar algumas dificuldades, durante o processo

de intervenção.

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4.8. Orçamento:

Tabela 01 - Detalhes dos custos preliminares que a execução das ações implicará.

Etapa 01 – Análise da Qualidade da água da Lagoa de Parangaba antes da aplicação da argila modificada

Descrição do Material Unidade

Quantidade Valor

unitário Valor total

Barco UND 01 R$ 4.650,00 R$ 4.650,00

Aluguel Veículo para transporte do barco UND 01 R$ 800,00 R$ 800,00

Reboque UND 01 R$ 3.200,00 R$ 3.200,00 Frascos de vidro com capacidade para 800 ml de

boca larga para óleos e graxas. UND 10 R$ 125,00 R$ 1.250,00

Frascos de DBO, em borosilicato com capacidade

em torno de 300mL para Oxigênio Dissolvido UND 10 R$ 20,00 R$ 200,00

Frasco de vidro com âmbar com capacidade para

500mL para sulfeto UND 10 R$ 7,99 R$ 79,90

Frasco de plástico com capacidade de 2L

completamente cheio UND 10 R$ 4,99 R$ 49,90

Baldes plásticos com capacidade de 5L, com

fecho hermético previamente descontaminados

com HCl 10% por 24 h para demais parâmetros

UND 10 R$ 9,99 R$ 99,90

Refrigerador para acondicionamento das

amostras. UND 01 R$ 2.259,00 R$ 2.259,00

Computador UND 03 R$ 2.299,00 R$ 2.299,00

Impressora UND 01 R$ 799,00 R$ 799,00

Papel Caixa 01 R$ 220,00 R$ 220,00

Total Etapa 01 R$ 15.906,70

Etapa 02 – Retirada das Macrófitas do Espelho d`água.

Descrição do Material Unidade Quantidade Valor unitário Valor total

Hidrotractor UND 01

R$ 18.999,00 R$

18.999,00

Aluguel Caminhão Caçamba UND 03 R$ 2.500,00 R$ 7.500,00

Total etapa 02 R$

26.499,00

Etapa 03 – Verificação dos Esgotos Clandestinos

Descrição do Material Unidade Quantidade Valor unitário Valor total

Robô para verificar esgotos clandestinos UND 01 R$ 6.000,00 R$ 6.000,00

Total etapa 03 R$ 6.000,00

Etapa 04 – Uso da Argila Modificada por Lantânio

Descrição do Material Unidade Quantidade Valor unitário Valor total

Catamarã UND 01 R$ 4.650,00 R$ 4.650,00

Aluguel Veículo para transporte do catamar UND 01 R$ 800,00 R$ 800,00

Argila modificada por Lantânio Kg 2.000 R$ 30.000,00 R$

60.000,00

Total etapa 04 R$

65.450,00

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Etapa 05 – Análise da Qualidade da água da Lagoa de Parangaba após da aplicação da argila modificada

Descrição do Material Unidade

Quantidade Valor

unitário Valor total

Barco UND 01 R$ 4.650,00 R$ 4.650,00

Aluguel Veículo para transporte do barco UND 01 R$ 800,00 R$ 800,00

Reboque UND 01 R$ 3.200,00 R$ 3.200,00 Frascos de vidro com capacidade para 800 ml de

boca larga para óleos e graxas. UND 10 R$ 125,00 R$ 1.250,00

Frascos de DBO, em borosilicato com capacidade

em torno de 300mL para Oxigênio Dissolvido UND 10 R$ 20,00 R$ 200,00

Frasco de vidro com âmbar com capacidade para

500mL para sulfeto UND 10 R$ 7,99 R$ 79,90

Frasco de plástico com capacidade de 2L

completamente cheio UND 10 R$ 4,99 R$ 49,90

Baldes plásticos com capacidade de 5L, com

fecho hermético previamente descontaminados

com HCl 10% por 24 h para demais parâmetros

UND 10 R$ 9,99 R$ 99,90

Refrigerador para acondicionamento das

amostras. UND 01 R$ 2.259,00 R$ 2.259,00

Computador UND 03 R$ 2.299,00 R$ 2.299,00

Impressora UND 01 R$ 799,00 R$ 799,00

Papel Caixa 01 R$ 220,00 R$ 220,00

Total Etapa 05 R$ 15.906,70

Etapa 06 – Monitoramento da Qualidade da água

Descrição do Material Unidade Quantidade Valor unitário Valor total

Barco UND 01 R$ 4.650,00 R$ 4.650,00

Aluguel Veículo para transporte do barco UND 01 R$ 800,00 R$ 800,00

Reboque UND 01 R$ 3.200,00 R$ 3.200,00 Frascos de vidro com capacidade para 800 ml de

boca larga para óleos e graxas. UND 10 R$ 125,00 R$ 1.250,00

Frascos de DBO, em borosilicato com capacidade

em torno de 300mL para Oxigênio Dissolvido UND 10 R$ 20,00 R$ 200,00

Frasco de vidro com âmbar com capacidade para

500mL para sulfeto UND 10 R$ 7,99 R$ 79,90

Frasco de plástico com capacidade de 2L

completamente cheio UND 10 R$ 4,99 R$ 49,90

Total etapa 06 R$

10.229,80

Total Geral R$ 139.992,20

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4.9. Viabilidade:

O projeto de intervenção se torna viável quanto aos aspectos técnicos,

econômicos e financeiros, da seguinte forma:

• Quanto à viabilidade técnica, a aplicação da argila ativada ionicamente com

Lantânio tem sua eficiência comprovada, nacional e internacionalmente, visto

que vários lagos e reservatórios foram tratados e/ou recuperados usando

essa técnica;

• Quanto à viabilidade econômica, espera-se que com o uso da argila no

manancial ocorra a melhoria da qualidade da água, podendo ser enquadrada,

segundo a resolução CONAMA 357, para os usos mais nobres como o

abastecimento e atividades que são exigidas o contato primário com a água,

tornando-a em um atrativo turístico e apta a receber visitantes;

• Quanto à viabilidade financeira, o projeto irá prever custos com laboratório

com a finalidade de caracterizar as condições físicas, químicas e biológicas

da água antes e depois da utilização da argila, para verificar a eficiência do

produto e a real condição de recuperação da lagoa, e custo com contratação

de empresa especializada para a aplicação do produto.

4.10 Riscos e dificuldades:

Para alcançar os objetivos propostos no projeto, devem-se avaliar algumas

dificuldades que podem travar o processo de implantação das intervenções

necessárias para a recuperação do recurso hídrico, em destaque:

Obtenção de informações técnicas:

Atualmente, não existe um banco de dados conciso e de fácil acesso sobre a

qualidade e o processo de eutrofização do manancial. Dessa forma, pode gerar

discrepância entre a quantidade ideal do produto a ser utilizado e a quantidade real

utilizada, por se embasar em informações antigas.

Financiamento do Projeto:

A proposta prevê financiamento pelo Fundo Municipal de Defesa do Meio

Ambiente (FUNDEMA) que, em sua legislação, viabiliza que seu aporte financeiro

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pode ser utilizado para projetos de recuperação de recursos hídricos. Todavia,

poderá haver falta de recursos financeiros para contratação da empresa que possua

a tecnologia necessária à implantação do projeto.

Poderá haver também dificuldades em captação de recursos de outras fontes,

como o Governo Estadual e/ou Federal.

Pessoal Qualificado:

A contratação da empresa especializada no uso da argila subentende que

haverá pessoal qualificado na aplicação do material, bem como no monitoramento

do recurso hídrico. Na falta desses recursos humanos, deverá haver pessoas

qualificadas que possam substituir essas falhas ocasionais.

Instalações:

A falta de local adequado para acondicionar o material e os equipamentos

necessários na execução do projeto contra as intempéries pode prejudicar.

4.11 Cronograma:

Quadro 01 - Descrição e distribuição temporal das atividades (ações de Intervenção), prazo e tempo

de duração de cada atividade.

Cronograma das atividades

Nº Atividades / Mês 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12

1. Verificação da qualidade da água

da lagoa de Parangaba.

2. Retirada das Macrófitas da lagoa

de Parangaba.

3. Verificação e retirada dos esgotos

clandestinos da lagoa de

Parangaba.

4. Uso da argila modificada por

Lantânio

5. Monitoramento da água da lagoa

de Parangaba após o uso da

argila.

6. Diagnóstico final da qualidade da

água da lagoa após o uso da

argila.

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4.12 Gestão, acompanhamento e avaliação:

Após a aplicação da argila modificada por Lantânio, na Lagoa de Parangaba,

deverá ser realizado o monitoramento limnológico a fim de coletar a água da lagoa

em três pontos: PA 01- entrada do tributário principal, PA 02 – centro e PA 03 –

Sangradouro.

Quadro 02 - Coordenado UTM e Geográficas dos pontos de amostragem da lagoa de

Parangaba

LAGOA

PONTOS DE AMOSTRAGEM COORDENADAS

UTM GEOGRÁFICAS

Parangaba

Ponto1 (PA1)-Entrada Tributário Principal 0547936 / 9583392 3º46'140" S / 38º34'090"W

Ponto2 (PA2)-Centro 0548166 / 9583492 3º33'977" S/ 38º46'085"W Ponto3 (PA3)-Sangradouro 0548242 / 9583890 3º45'870" S / 38º33'932"W

O monitoramento deverá ocorrer entre 2 e 24 horas após a aplicação do

produto, seguidas de amostragem semanal no primeiro mês e, posteriormente, com

frequência mensal até fechar um ciclo anual. Deverão ser analisados os seguintes

componentes: Oxigênio Dissolvido (OD), Turbidez, Condutividade elétrica, PH,

Fósforo (P), Nitrogênio (N), Clorofila-a e transparência da água.

Para avaliar a eficiência do produto, deverá ser observado o nível de Fósforo

Solúvel Dissolvido (FSD) e os níveis de biomassa de Cianobactérias e compará-los

com os dados coletados, antes da aplicação do produto.

Após o período inicial de avaliação, deverão ser realizadas duas coletas

anuais, distribuídas entre os períodos de estiagem e o chuvoso, verificando

principalmente as variações de Fosforo(P), Nitrogênio(N), e a presença de floração

de Cianobactérias, produzindo banco de dados que seja referência para a gestão

sustentável do recurso hídrico.

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5. TERMO DE REFERÊNCIA

5.1. Objeto:

O presente Termo de Referência tem como objeto a contratação de serviços

para a aplicação de argila modificada com Lantânio, com o objetivo de reduzir os

níveis de Fósforo Reativo e Cianobactérias tóxicas nas águas da Lagoa de

Parangaba, através da inexigibilidade de licitação, com fulcro na Lei nº 8.666/93

Art.25, inciso I, por motivo de a empresa ser fornecedora exclusiva do serviço a ser

adquirido, comprovada através de documentos comprobatórios.

5.2. Justificativa:

A maioria das cidades brasileiras vem passando por processo de urbanização

sem planejamento que vem provocando uma sobrecarga nos recursos naturais.

Essa evolução tem promovido a perda gradativa do espaço natural em favor do

antropizado que visa suprir as necessidades imediatas da população, como:

moradia, saúde, educação, espaço para lazer, dentre outras.

Com esse modelo de urbanização, vários problemas vão surgindo ao longo

do tempo, como por exemplo o aumento da geração dos resíduos sólidos, de gases

tóxicos e líquidos contaminados que provocam a degradação dos ecossistemas

naturais, principalmente os aquáticos.

As águas superficiais, que representam aproximadamente 0,029% das águas

totais da Terra, estão presentes em rios, lagos, lagoas e reservatórios artificiais,

podem ser utilizados para o consumo humano desde que estejam em boa

qualidade. Sendo assim, surge a preocupação em manter os recursos hídricos

protegidos da poluição.

Os ecossistemas aquáticos urbanos vêm sofrendo constantemente com o

processo de degradação, provocados pelo aporte constante de poluentes oriundos

das diversas atividades antrópicas, como o lançamento de resíduos sólidos e

efluentes domésticos e industriais em mananciais. Essas ações vêm provocando o

aceleramento do processo natural da eutrofização, que consiste no enriquecimento

das águas desses recursos hídricos por Nitrogênio (N) e Fósforo (P), tendo como

fator limitante a ocorrência de Fósforo e de Cianobactérias.

A Lagoa de Parangaba é o exemplo de corpo d água poluída. Faz parte da

bacia hidrográfica do rio Maranguapinho, sendo seu recurso hídrico lêntico mais

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importante. Está localizada em uma área extremamente urbanizada e, por isso,

sofre com vários pulsos poluidores que ocasiona o aumento considerável de

nutrientes como o Nitrogênio (N) e o Fósforo (P) e de Cianobactérias tóxicas,

provocando, dessa maneira, o aceleramento do processo natural de eutrofização,

tornando suas águas impróprias para os diversos usos, sendo classificada segundo

a resolução CONAMA 357.

5.3. Descrição do Objeto:

5.3.1– Área de abrangência:

A argila modificada iônicamente com Lantânio deverá ser aplicada na Lagoa

de Parangaba, no Município de Fortaleza – Ceará.

5.3.2– Atividades a serem desenvolvidas:

A aplicação da argila modificada deverá ser nas águas do manancial,

utilizando barco a motor ou balsa, com os equipamentos necessários para o

transporte, diluição e lançamento do material.

5.3.3– Produtos esperados:

A utilização da argila tem como produto final a redução do Ortofosfato (PO4),

Fósforo (P), Cianobactérias tóxicas (Clorofila – A) e algas na Lagoa de Parangaba,

além da criação de relatório de acompanhamento.

Esse relatório deverá conter:

• Toda informação sobre as condições físico-químicas e biológicas da Lagoa de

Parangaba, antes da utilização da argila;

• As condições físico-químicas e biológicas da Lagoa de Parangaba, após a

utilização da argila;

• As alterações ocorridas no manancial, após o uso da argila;

• O comparativo entre os resultados obtidos, antes e após do uso do produto;

• Montar banco de dados para o monitoramento e a gestão da lagoa,

subsidiando as tomadas de decisões.

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5.4. Fundamentação legal:

A execução do serviço, objeto desse termo de referência, deverá ser através

da inexigibilidade de licitação pelo motivo de a empresa ser fornecedora exclusiva

do serviço a ser adquirido, com fulcro na Lei nº 8.666/93, conforme critérios abaixo:

A Inexigibilidade de Licitação ocorre nos casos de:

a) Inviabilidade de competição decorrente da natureza do objeto a ser

adquirido ou da pessoa a ser contratada (Lei nº 8.666/93 - art. 25, caput);

b) Aquisição de bens através de fornecedor exclusivo (Lei nº 8.666/93 - art.

25, inciso I);

c) Contratação de serviços especializados (Lei nº 8.666/93 - art. 25, inciso II).

5.5. Estimativa de custos:

Os custos preliminares na contratação do serviço e materiais para a aplicação

da argila modificada ionicamente na Lagoa de Parangaba serão divididos em duas

etapas. A primeira, será a contratação de serviços; e a segunda, será a contratação,

conforme tabelas abaixo.

Tabela 02 – Custo preliminar de contratação de serviços

Serviço 01 - Análise da Qualidade da água da Lagoa de Parangaba antes da aplicação da argila modificada

Total 01 R$ 15.906,70

Serviço 02 - Retirada das Macrófitas do Espelho d`água.

Total 02 R$ 26.499,00

Serviço 03 - Verificação dos Esgotos Clandestinos

Total 03 R$ 6.000,00

Serviço 04 - Uso da Argila Modificada por Lantânio

Total 04 R$ 5.450,00

Serviço 05 - Análise da Qualidade da água da Lagoa de Parangaba após da aplicação da argila modificada

Total 05 R$ 15.906,70

Serviço 06 - Monitoramento da Qualidade da água

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Total 06 R$ 10.229,80

Total dos custos com serviços R$ 79.992,20

Tabela 03 – Custo preliminar da compra de material

Argila Modificada Ionicamente por Lantânio

Total dos custos com material R$

60.000,00

Total dos custos de contratação de serviços e material R$

139.992,20

5.6. Critérios de julgamento:

Para o julgamento, no caso da contratação dos serviços de aplicação da argila

modificada ionicamente com Lantânio, deverá constar no envelope de proposta

entregue, os seguintes documentos:

5.6.1 - Memorando de solicitação do material ou serviço, contendo:

• Descrição clara do objeto;

• Justificativa da necessidade do objeto;

• Indicação dos recursos para a cobertura da despesa;

• Razões da escolha do fornecedor do bem, executante da obra ou prestador

do serviço.

5.6.2 - Justificativa da situação de inexigibilidade de licitação:

• Deve estar acompanhada dos elementos que a caracterizem (deixar claro se

é uma situação de inviabilidade de competição, aquisição de bem de

produtor, empresa ou representante comercial exclusivo ou contratação de

serviço técnico de natureza singular e prestado por profissional ou empresa

de notória especialização).

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5.6.3 - Especificação do objeto e, nas hipóteses de material, das unidades e

quantidades a serem adquiridas.

5.6.4 - Projeto Básico (apenas para serviços).

5.6.5 - Propostas comerciais:

• Deverão ser originais ou cópias autenticadas em cartório ou por servidor da

Instituição;

As propostas (orçamentos) deverão conter:

• Todos os dados da empresa proponente: CNPJ, Razão Social, endereço

completo e telefone de contato;

• Data de emissão;

• Validade da proposta/orçamento (no mínimo, 30 dias);

• Detalhamento: identificação do bem ou serviço; preços unitários e preço total,

com valores em reais, já inclusos todos os custos do fornecedor, como fretes,

impostos, carga e descarga; condições e prazo de pagamento; condições e

prazo de entrega ou execução;

• Nome e assinatura do emitente.

5.6.6 - Justificativa de preço:

• É a comprovação de que a empresa pratica no mercado o preço ofertado –

pode ser através de cópias de notas fiscais, site, publicação no D.O.U.

5.6.7 - Declaração de exclusividade quanto à inexigibilidade de licitação:

• Deve ser fornecida pelo registro do comércio no local onde será realizada a

contratação dos bens, obras ou serviços, ou pelo Sindicato, Federação,

Confederação Patronal ou entidades equivalentes com abrangência nacional;

• Deve ser registrada em cartório.

5.6.8 - Documentos de habilitação da empresa:

• FGTS;

• INSS/RFB;

• Justiça Trabalhista;

• Portal da Transparência:

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• Conselho Nacional de Justiça.

5.6.9 - Tradução de documentos em língua estrangeira, se houver.

5.6.10 - Se o bem ou serviço for destinado exclusivamente para pesquisa,

devem ser anexados ao processo:

• Documento comprobatório da aprovação dos projetos de pesquisa para os

quais os bens serão alocados;

• Cópia do subprojeto do programa de pesquisa;

• Declaração de destinação exclusiva para pesquisa;

• Documento da CAPES informando aos programas o valor do recurso

disponibilizado.

5.6.11 - Inclusão de quaisquer outros documentos necessários à

caracterização da contratação direta:

Levar em consideração tanto a proposta técnica quanto a proposta de preço,

cada uma com seu respectivo peso (T) e (P). Para tanto, serão atribuídas notas

para cada proposta.

Proposta Técnica:

No julgamento da proposta técnica, devem ser contemplados os seguintes

critérios e aspectos:

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Quadro 03 – Critérios para Julgamento da Proposta Técnica.

Critério Pontos

Experiência da empresa

ou da equipe técnica

Experiência geral em estudos e projetos

para aplicação da argila ionicamente

modificada por Lantânio em recursos

hídricos lênticos.

10

Conhecimento do

problema

Conhecimento do problema e

conhecimento geral do escopo dos

serviços e atividades a serem

desenvolvidas.

30

Estrutura organizacional

da empresa ou da

equipe

Técnica

Organograma, dimensionamento da

equipe, atribuições e responsabilidades

dos técnicos e cronograma de atividades

para execução dos serviços.

10

Currículo da equipe

técnica

Currículo e experiência da equipe-chave

e apresentação da equipe de apoio.

50

TOTAL 100

A proposta técnica tem nota (Nt) máxima de 100 pontos.

A nota mínima para considerar a proposta técnica elegível é de 70 pontos.

Proposta de Preço:

Para avaliação das propostas de preço, serão atribuídas notas financeiras (Nf),

por proposta, conforme descrição que se segue.

A nota financeira (Nf) será calculada multiplicando por 100 a divisão do valor

da proposta financeira mais baixa (Fmin) pelo valor da proposta financeira em

avaliação (F), mediante a fórmula a seguir, utilizando duas casas decimais e

desprezando a fração remanescente:

Nf = 100 x Fmin/F

Em que:

Nf = Nota financeira;

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Fmin = valor da proposta financeira mais baixa;

F = valor da proposta em avaliação.

Proposta Vencedora:

Com base nas notas técnicas (Nt) e financeiras (Nf) apuradas, será atribuída a

nota final (N) de cada licitante, com base na formula a seguir:

N = (Nt x T) + (Nf x P)

Em que:

N = nota final;

Nt = nota técnica;

T = peso atribuído a proposta técnica;

P = peso atribuído a proposta de preço.

Sendo: T = 0,8 e P = 0,2.

Será considerado vencedor o proponente que obtiver a maior nota final.

5.7. Prazo, local e condições de entrega:

5.7.1– Do prazo de entrega:

O prazo total das atividades contratadas será de 12 meses

5.7.2– Do local de entrega:

O objeto contratual deverá ser entregue em conformidade com as

especificações estabelecidas nesse instrumento, no prazo de 90 dias úteis, contado

a partir do recebimento da nota de empenho ou instrumento hábil na Av. Dep.

Paulino Rocha, 1343 - Cajazeiras, Fortaleza - CE, 60864-310, nos seguintes

horários e dias da semana,de 08h00minh as 16h30minh, de segunda a sexta-feira

(exceto feriado).

Os atrasos ocasionados por motivo de força maior ou caso fortuito, desde que

justificados até 2 dias úteis antes do término do prazo de entrega, e aceitos pela

contratante, não serão considerados como inadimplemento contratual.

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5.7.3– Condições de entrega:

Os produtos deverão ser entregues em conformidade com as especificações

contidas no edital de licitação, em embalagens próprias, a fim de evitar avarias e

deteriorações.

5.8. Obrigação das partes:

5.8.1- São obrigações do empreendedor:

• Colocar a disposição do contratado os elementos e informações

necessários à execução desse termo de referencia;

• Aprovar as etapas de execução dos serviços pertinentes, desde o

planejamento ate sua efetiva concretização;

• Acompanhar e fiscalizar o andamento dos serviços, promovendo o

acompanhamento e a fiscalização.

Sob os aspectos quantitativo e qualitativo:

• Impedir que terceiros executem os serviços objeto desse termo de referência;

• Rejeitar qualquer serviço executado equivocadamente ou em desacordo com

as especificações constantes no termo de referência;

• Atestar a execução dos serviços e receber a nota fiscal/fatura correspondente,

na forma estabelecida nesse termo de referência;

• Efetuar os pagamentos devidos ao contratado, nos termos definidos por esse

termo de referência;

• Deduzir e recolher os tributos na fonte sobre os pagamentos efetuados ao

contratado;

• Aplicar ao contratado as penalidades regulamentares, caso sejam explicitadas

em contrato.

5.8.2 - São obrigações do contratado:

• Executar os serviços descritos em sua proposta, em conformidade com as

especificações e nas condições exigidas nesse termo de referência;

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• Discutir previamente com o empreendedor a sequencia dos trabalhos a ser

desenvolvidos, bem como qualquer alteração que se torne necessária;

• Comunicar ao empreendedor qualquer anormalidade de caráter urgente e

prestar os esclarecimentos solicitados;

• Assumir inteira responsabilidade pela execução, bem como por quaisquer

eventuais danos ou prejuízos causados ao empreendedor ou a terceiros, no

cumprimento desse termo de referência;

• Apresentar Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), obtida no Conselho

Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) referente à execução dos

serviços-objeto dessa contratação;

• Mandar desfazer ou refazer qualquer serviço que, a juízo do empreendedor,

não esteja de acordo com o ajustado nesse termo de referência;

• Responder pelas obrigações de natureza tributaria trabalhista, previdenciária

ou resultante de acidente no trabalho, bem como pelas relacionadas à

alimentação, saúde, transporte, uniformes ou outros benefícios, de qualquer

natureza, decorrentes da relação de emprego no âmbito da contratação;

• Não transferir a terceiros, por qualquer forma, nem mesmo parcialmente, a

execução dos serviços objeto desse termo de referência;

• Manter, durante a execução dos serviços, as condições de habilitação e

qualificação exigidas por esse termo de referência;

• Não divulgar informações a terceiros ou realizar publicidade acerca dos

serviços, salvo com expressa autorização do empreendedor;

• Atuar dentro dos prazos estabelecidos.

5.9. Acompanhamento e fiscalização:

As inspeções e os estudos, visando à definição do estado geral da lagoa, a

ser desenvolvidos pela equipe técnica, podem ser acompanhados pelo

empreendedor e/ou por especialistas por ele contratados, para assegurar a

necessária boa qualidade dos serviços prestados.

O contratado deve comunicar ao empreendedor, e eventualmente solicitar sua

presença, sempre que detectar alguma anomalia que assim justifique, mesmo

antes da conclusão da inspeção.

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5.10. Pagamento:

O pagamento será efetuado pelo empreendedor no fim da execução de cada

etapa do contrato, conforme tabela a seguir, em parcelas calculadas a partir do

valor do contrato (ou estipulado neste termo de referência), mediante

apresentação de nota fiscal/fatura, no prazo de ate 30 dias uteis, contados a partir

da data do atesto dos serviços efetivamente prestados.

Quadro 04 – Prazos e condições de Pagamentos.

PARCELAS VALOR R$ PRAZOS E CONDIÇÕES

1ª parcela 7 % Em 01 (um) mês após assinatura do Termo de Parceria, entrega e

aprovação do serviço 01.

2ª parcela 10 % Em 04 (quatro) meses após assinatura do Termo de Parceria,

entrega e aprovação dos serviços 2 e 3.

3ª parcela 33 % Em 07 (sete) meses após assinatura do Termo de Parceria,

entrega e aprovação dos serviços 4 e 5.

4ª parcela 50 % Em 10 (dez) meses após assinatura do Termo de Parceria, entrega

e aprovação do serviço 6 – Relatório final.

5.11. Subcontratação:

O empreendedor poderá contratar laboratórios credenciados para acompanhar

as alterações ocorridas nas águas do manancial, atestando a eficiência do produto

utilizado na recuperação da lagoa.

5.12. Sanções:

5.12.1 - A Comissão de Avaliação do Termo de Parceria, ao tomar

conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade na utilização de recursos

ou bens de origem pública pela OSCIP/Parceira, dará imediata ciência ao Tribunal

de Contas, respectivo, e ao Ministério Público, sob pena de responsabilidade

solidária;

5.12.2 - Sem prejuízo da medida a que se refere o art. 12 da Lei nº 9.790, de

23 de março de 1999, havendo indícios fundados de malversação de bens ou

recursos de origem pública, os responsáveis pela fiscalização representarão ao

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Ministério Público, à Advocacia-Geral da União, para que requeiram ao juízo

competente a decretação da indisponibilidade dos bens da entidade e o sequestro

dos bens dos seus dirigentes, bem como de agente público ou terceiro, que

possam ter enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público, além

de outras medidas consubstanciadas na Lei nº 8.429, de 02 de junho de 1992, e

na Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990;

5.12.3 - O pedido de sequestro será processado de acordo com o disposto

nos arts. 822 e 825 do Código de Processo Civil;

5.12.4 - Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o

bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações mantidas pelo demandado no

país e no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais;

5.12.5 - Até o término da ação, o Poder Público permanecerá como

depositário e gestor dos bens e valores sequestrados ou indisponíveis e velará

pela continuidade das atividades sociais da OSCIP/Parceira;

5.12.6 - Qualquer alteração da finalidade ou do regime de funcionamento da

OSCIP, que implique mudança das condições que instruíram sua classificação,

deverá ser comunicada a SEUMA, acompanhada de justificativa, sob pena de

cancelamento do Termo de Parceria;

12.7 - Vedado o anonimato, e desde que amparado por fundadas evidências

de erro ou fraude, qualquer cidadão, respeitadas as prerrogativas do Ministério

Público, é parte legítima para requerer, judicial ou administrativamente, a perda da

qualificação instituída pela Lei Federal nº 9.790/99;

5.12.8 - Perde a qualificação de Organização da Sociedade Civil de Interesse

Público – OSCIP, a pedido ou mediante decisão proferida em processo

administrativo ou judicial, de iniciativa popular ou do Ministério Público, no qual

serão assegurados, ampla defesa e o devido contraditório, por decisão do

Ministério da Justiça.

5.13. Informações complementares:

Ao término da prestação de serviço da empresa vencedora da licitação, a

Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente, emitirá certificado de

conformidade, atestando a prestação de serviço e certificado de capacitação

técnica, que poderão ser utilizados para comprovação de participação no projeto;

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Os materiais gerados, tais como: relatórios, material de apoio pedagógico,

deverão ser entregues pela empresa à SEUMA, para compor o acervo da sua

biblioteca;

As atividades a serem desenvolvidas deverão ter aprovação dessa Secretaria

de Urbanismo e Meio Ambiente;

Todas as ações executadas estão sujeitas à fiscalização da SEUMA;

A supervisão dos trabalhos será realizada pela SEUMA, por meio de equipes

especializadas, responsáveis pela promoção de políticas relacionadas à gestão de

recursos hídricos e de cada uma das metas de trabalho proposto.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os ecossistemas aquáticos superficiais vêm sofrendo com o processo de

eutrofização causados por ações antrópicas que provocam o incremento de

nutrientes nos mananciais, principalmente o Fósforo (P) e o Nitrogênio (N), sendo o

Fósforo o fator limitante para o crescimento dos fitoplânctons e a floração de

cianobactérias. Essas ações podem causar problemas na qualidade da água, na

saúde humana e animal, provocadas pela produção de cianotoxinas.

A Lagoa de Parangaba é um ecossistema bastante degradado e para

melhorar as condições ambientais e a qualidade de sua água deve-se, em primeiro

lugar, identificar os principais pulsos poluidores que contribuem com a degradação

do manancial, bem como avaliar os aspectos físicos, químicos e biológicos atuais

como consequência da poluição a que está submetida. Em segundo lugar, será

necessário reduzir a quantidade de nutrientes em excesso, principalmente o Fósforo

Reativo Dissolvido e a floração de Cianobactérias tóxicas.

Dada à gravidade do problema, iniciaram estudos sobre possíveis estratégias

e técnicas para o controle da floração dessas bactérias tóxicas e do aporte de

nutrientes, bem como propor ações mitigadoras para a recuperação ambiental dos

ecossistemas aquáticos.

A utilização da argila modificada por Lantânio surge como mais uma

alternativa para promover a melhoria e recuperação de ecossistemas aquáticos

eutrofizados. Essa argila tem a capacidade de imobilizar e capturar o Fósforo

Solúvel Dissolvido (FSD) presente no manancial, reduzindo a presença desse no

corpo hídrico, controlando a floração das Cianobactérias, e melhorando a água do

manancial a fim de tornar possível o seu uso direto.

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A argila, quando aplicada no manancial, irá sedimentar e absorver em mais

de 95% o FSD na massa de água, formando uma fina camada de poeira, insolúvel e

estável de 1 a 2 mm dentro de uma faixa de PH de 4 a 11.

A aplicação desse produto na Lagoa de Parangaba irá reduzir a

disponibilidade do FSD e, consequentemente, a redução das Cianobactérias

tóxicas, fazendo com que outras populações fitoplanctônicas consigam se

reestabelecer, aumentando sua diversidade e devolvendo o equilíbrio ao

ecossistema. Com o manancial equilibrado, a qualidade da água melhorará,

tornando-se apta aos diversos usos.

A redução da floração de bactérias tóxicas na lagoa proporcionará a melhora

no seu estado trófico e na qualidade da sua água. Eliminando doenças que

possuem ligações diretas com as cianobactérias, tais como: gastroenterite e

dermatite, contribuirá com um ambiente mais equilibrado, em que o uso direto da

água do manancial se tornará mais segura, proporcionando o resgate de uma área

natural de beleza cênica na qual a população poderá usufruir novamente da lagoa

como área de lazer e de visitação turística, incrementando a economia local,

principalmente, as atividades comerciais e de serviços.

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______.NBR 6023: Informação e documentação: referências: elaboração. Rio de

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______.NBR 6027: informação e documentação: sumário: apresentação. 2. ed. Rio

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BARROS, Mariluza de Souza. Análise dos impactos ambientais decorrentes

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lagoa de Parangaba. Dissertação (Mestrado em Geografia). Universidade

Estadual do Ceará. Fortaleza. 2010. Pag. 14, 15.

BEZERRA, N. F. Água no semiárido nordestino: Experiências e desafios. In:

Seminário. Água e desenvolvimento sustentável no semi-árido. Fortaleza.

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