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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO NORTE CAMPUS NATALCENTRAL DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA DE RECURSOS NATURAIS CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO AMBIENTAL LEANDRO GOMES DOMINGOS REARBORIZAR: O OITAVO “R” NATALRN 2009

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO NORTE

CAMPUS NATAL­CENTRAL DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA DE RECURSOS NATURAIS

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO AMBIENTAL

LEANDRO GOMES DOMINGOS

REARBORIZAR: O OITAVO “R”

NATAL­RN 2009

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D671r Domingos, Leandro Gomes. Rearborizar: o oitavo “R” / Leandro Gomes Domingos – Natal,

2009.xx f.

Orientador (a): Ms. Nubelia Moreira da Silva. Monografia (Graduação em Tecnologia em Gestão Ambiental).

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte. Diretoria de Educação e Tecnologia de Recursos Naturais.

1. Gestão Ambiental – Monografia. 2 – Arborização Urbana – Monografia. 3. Projeto Plantando o Futuro. I. Silvia, Nubelia Moreira. II Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte. III Título

IFRN/BSF CDU 502

Divisão de Serviços Técnicos. Catalogação da publicação na fonte. IFRN / Biblioteca Sebastião Fernandes

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LEANDRO GOMES DOMINGOS

REARBORIZAR: O OITAVO “R”

Monografia apresentada ao Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte, em cumprimento às exigências legais como requisito parcial à obtenção título de Tecnólogo em Gestão Ambiental.

Orientadora: Ms. Nubelia Moreira da Silva.

NATAL­RN 2009

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LEANDRO GOMES DOMINGOS

REARBORIZAR: O OITAVO “R”

Monografia apresentada ao Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte, em cumprimento às exigências legais como requisito parcial à obtenção título de Tecnólogo em Gestão Ambiental.

Apresenta à comissão examinadora integrada pelos seguintes membros:

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A minha querida mãe

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus por ter me dado a graça de viver e de me dar a chance de mover as

engrenagens do mundo;

À minha Mãe, Maria Lucia Gomes, que sempre me incentivou nos estudos sendo a verdadeira

mecenas na minha formação de vida;

À minha Irmã, Luanda Gomes Domingos, pelas valiosas contribuições e incentivos;

À Prof a . Nubelia Moreira, minha orientadora, pela sua contribuição, idéias, orientações, e

incentivos para a formação deste trabalho;

À Vera Lúcia de Melo Rodrigues Filgueira, minha ex­chefe, por me receber como seu

estagiário, me dando valiosas contribuições para esse estudo e por permitir usar os

documentos do Projeto Plantando em Natal;

Ao Rondinelle Oliveira, funcionário do setor de Arborização, por ter me esclarecido diversos

assuntos do Projeto Plantando em Natal e também por ter tirado diversas dúvidas sobre o

assunto em questão;

Ao Prof. Josivan Cardoso por ter me dado seu relato sobre o Projeto;

Ao Richard Marinho pelos seus depoimentos valiosos.

Ao Professor Adalberto Trindade, mestre em biologia, por ter revisado a parte de botânica da

minha monografia.

Ao Pedro Gomes, estagiário e companheiro de setor, pelas dúvidas respondidas;

À Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo – SEMURB bem como a Prefeitura

do Natal por ter disponibilizado as Ortofotocartas além de me aceitar como estagiário;

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A Todos os funcionários e estagiários do Núcleo de Educação Ambiental – NEA, local onde

trabalhei, pelo convívio e vários momentos de confraternização;

Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do RN – IFRN, antigo Centro Federal

de Educação Tecnológica RN – CEFET­RN, pela formação nesses três anos de curso superior

e três de ensino médio;

Aos professores do IFRN, André Calado, Alexandre Rocha da Rocha, Leci Reis, Milton

Aoqui, Luis Eduardo, dentre outros, que ajudaram na minha formação;

Aos funcionários e terceirizados do IFRN que nos ajudou direta e indiretamente nos meus

estudos.

À Biblioteca do IFRN e a Biblioteca Central da UFRN pelos livros que me serviram de base

para elaboração desse trabalho;

À Biblioteca do Centro de Ciências Humanas, Letras e Arte (CCHLA) pelo espaço silencioso

e confortável onde pude escrever vários parágrafos desse estudo;

À sala de informática do Laboratório de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental

(LAHRISA) pelo ótimo espaço onde pude finalizar a monografia.

Aos moradores pelas suas opiniões e, com isso, me dando suporte para a concretização desse

trabalho;

Aos meus colegas de trabalhos acadêmicos, José Lotero, Flávia Monalisa e Lígia Tomaz,

pelos vários trabalhos realizados com sucesso e também pelas várias horas de convívio;

Ao Robson Garcia, colega de sala do IFRN, por ter me indicado para substituí­lo no Setor de

Arborização;

À Karísia Franco, colega de estágio e de IFRN, pelas diversas caronas até o IFRN me

livrando do Sol quente do meio dia;

Ao Alessandro, meu cunhado, por ter me lavado a uma das áreas de estudo;

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Aos meus amigos de Igreja por me incentivarem e acompanharem os meus estudos.

MUITO OBRIGADA!

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Infeliz é aquele que mata uma árvore depois de se saciar dos seus frutos

(Autor desconhecido)

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................................... 15

2 O TEMA: BASE DE UMA OBRA. ................................................................................ 18

3 PLANO DE ARBORIZAÇÃO URBANA E OUTROS ASSUNTOS............................ 26

4 PLANTANDO EM NATAL ........................................................................................... 32

4.1 O PROJETO................................................................................................................... 32

4.2 O PLANTIO E SEUS RESULTADOS............................................................................ 46

4.3 DEPOIMENTOS DOSMORADORES .......................................................................... 51

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................... 59

REFERÊNCIAS................................................................................................................. 62

APÊNDICE ........................................................................................................................ 67

ANEXO .............................................................................................................................. 80

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RESUMO

Os ambientes urbanos caracterizam­se por possuir diversos problemas ambientais. Todavia, alguns desses problemas podem ser mitigados com o plantio de árvores, pois são muitos os benefícios positivos trazidos com a adoção dessa medida. O Projeto Plantando em Natal, realizado pelo Setor de Arborização (SA), da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (SEMURB), realizou o plantio de mudas de árvores nativas em três regiões administrativas do município há quase três anos visando aumentar à cobertura arbórea da cidade e, com isso, melhorar a qualidade de vida dos citadinos. O objetivo deste trabalho é verificar qual é o estado dessas mudas após esses anos. Para tanto, optou­se como procedimento metodológico a realização de visitas em campo. O trabalho também recolheu opiniões dos técnicos responsáveis pela execução do projeto e dos moradores que residem próximo às áreas que receberam essa intervenção e buscou­se fazer uma fundamentação teórica baseada na análise da literatura e em documentos disponíveis sobre a temática. O levantamento mostrou que sobreviveram cerca de 60% das árvores sendo que a maioria não ter recebido nenhuma forma de manutenção em boa parte dos três anos. O trabalho também discute sobre arborização urbana, plano diretor de arborização urbana, índices relacionados ao tema e conflito entre definições do que realmente seria uma área verde. Por fim, percebeu­se a necessidade de se criar maior interação entre população e poder público para que projetos dessa natureza cumpram seus objetivos.

Palavras­chave: Gestão ambiental urbana. Arborização urbana. Projeto Plantando o Futuro.

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ABSTRACT

The urban environments are characterized by having various environmental problems. However, some these problems can be mitigated with the planting of trees, because there are many positive benefits brought to the adoption this act. The Projeto Plantando o Futuro, of Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (SEMURB), made the planting of seedlings of native trees in three administrative regions of the city almost three years ago to increase the tree cover the city and thereby improve the quality of life them. The objective of this work is to check what the status of the seedlings is after those years. Thus, we decided as a methodological procedure in the conduct of field visits. This work also had views of the technicians responsible for implementing the project and the residents who live near the areas that received the intervention and we sought to make a theoretical foundation based on the analysis of literature and documents available about the subject. The survey showed that about 60% survived the trees and although the majority had not received any form of maintenance in most three years. This work also discusses urban forestation, the director of urban forestation, indexes related to the theme and conflicting definitions of what actually would be a green space. Finally, we realized the need to create more interaction between population and public authorities for such projects meet their objective.

Keywords: Urban Environment Management. Urban Forestation. Projeto Plantando o Futuro

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1– FORMA COMO FOI MEDIDO AS ÁRVORES................................................................ 50

FOTOGRAFIA 1 – ATUAL SITUAÇÃO DA PRAÇA PARQUE DOS EUCALIPTOS. .............................. 20

FOTOGRAFIA 2 – EM A ÁRVORE NIM E EM B SUA FOLHA, AMBOS NAAE 12. ........................... 29

FOTOGRAFIA 3 – EVENTO NA AE 04. ..................................................................................... 34

FOTOGRAFIA 4 – PLANTIO DE MUDA NO EVENTO DAAE 04. ................................................... 34

FOTOGRAFIA 5 – EM A UM ANGICO, EM B SUA FOLHA E EM C SEU TRONCO, AMBOS NA AE 04. 36

FOTOGRAFIA 6 – EM A ÁRVORE DA AE 11 E EM B FOLHA DESSA ESPÉCIE DE OUTRO EXEMPLAR

NA AE 16...................................................................................................................... 37

FOTOGRAFIA 7 – EM A EXEMPLAR DE UM IPÊ ROXO E EM B SUA RESPECTIVA FOLHA, AMBOS NA

AE 04. .......................................................................................................................... 38

FOTOGRAFIA 8 – EM A ÁRVORE IPÊ AMARELO E EM B SUA RESPECTIVA FOLHADA, AMBOS NA AE

11................................................................................................................................. 39

FOTOGRAFIA 9 – EM A EXEMPLAR DE UM JUCÁ E EM B SUA RESPECTIVA FOLHA, AMBOS DA AE

02................................................................................................................................. 40

FOTOGRAFIA 10 – EM A ÁRVORE DE PAU­BRASIL NA AE 04 E EM B SUA FOLHA E VAGEM DE

OUTRO EXEMPLAR DAAE 16. ........................................................................................ 41

FOTOGRAFIA 11 – EM A ESPÉCIE DE SABÃO DE SOLDADO E SUA FOLHA EM B, AMBOS DA AE 14.

..................................................................................................................................... 42

FOTOGRAFIA 12 – EM A ÁRVORE CATINGUEIRA DAAE 10 E SUA FOLHA, FLOR E VAGEM EM B DE

OUTRO EXEMPLAR DAAE 13. ........................................................................................ 43

FOTOGRAFIA 13 – EM A UM CHICHÁ DA AE 13 E EM B FOLHA DE OUTRO EXEMPLAR DA AE 16.

..................................................................................................................................... 44

FOTOGRAFIA 14 – JUCÁ COM CRESCIMENTO PREJUDICADO POR NÃO POSSUIR TUTOR. .............. 51

FOTOGRAFIA 15 – A ESQUERDA PARTE DA PRAÇA CUIDADA POR ALGUNS MORADORES E A

DIREITA PARTE DA PRAÇA SEM MANUTENÇÃO. ............................................................... 54

FOTOGRAFIA 16 – PROBLEMA DE RESÍDUO SÓLIDO NA AE 03. ................................................ 57

FOTOGRAFIA 17 – RESTOS DE TELEVISORES E QUE ESTÃO ACUMULANDO ÁGUA NA AE 10....... 58

GRÁFICO 1 – RANKING DAS ÁREAS ONDE HOUVE PERDAS DE MUDAS. ..................................... 48

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GRÁFICO 2 – RANKING DAS MUDAS QUE POSSUI MAIOR RELAÇÃO DE MUDAS PLANTADAS EM

RELAÇÃO ÀS RESTANTES................................................................................................ 49

GRÁFICO 3 – PLUVIOSIDADE MÉDIA NOS ÚLTIMOS ANOS......................................................... 49

GRÁFICO 4 – OPINIÃO DOS MORADORES ACERCA DO PLANTIO. ............................................... 53

GRÁFICO 5 – PORCENTAGEM DE PESSOAS QUE ADOTARAM E NÃO ADOTARAM AS MUDAS. ....... 55

GRÁFICO 6 – OPINIÃO DOS MORADORES QUE ACHARAM POSITIVO OU NEGATIVO O PROJETO. ... 56

MAPA 1 –MAPA DAS ÁREAS DE ESTUDO................................................................................ 35

MAPA 2 – LOCALIZAÇÃO DA AE 15....................................................................................... 52

QUADRO 1 –ÁREA DE ESTUDO. ............................................................................................ 33

QUADRO 2 –DADOS DAS ÁREAS ESCOLHIDAS. ...................................................................... 33

QUADRO 3 –QUANTIDADE DE ENTREVISTADOS E DIA DA ENTREVISTA. .................................. 54

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1 INTRODUÇÃO

A problemática ambiental está sendo evidenciada constantemente na mídia através

dos jornais, telejornais, revista, rádios, em fim, em várias formas de comunicação, mesmo que

essas mídias não sejam direcionadas exclusivamente para esse tipo de assunto. Nesse

contexto, problemas como o aquecimento global, desequilíbrio ecológico e desmatamento são

exemplos de fenômenos amplamente divulgados pela imprensa. Tais termos, que antes eram

mais utilizados no meio científico e acadêmico, estão paulatinamente sendo incorporados ao

cotidiano popular porque seus efeitos, embora em intensidade diferentes, estão atingindo a

todos. Todavia, um desses efeitos, aquecimento global, pode ser atenuado localmente como a

ajuda das árvores porque elas transformam o microclima local deixando­o mais agradável

porque ameniza as temperaturas, isso sem citar na captura do dióxido de carbono.

Tanto os estudos científicos como a vivência de qualquer cidadão comprovam os

benefícios de uma boa sombra de árvore. Dentre esses benefícios destacam­se: conforto

térmico, sonoro e lúmnico, redução da poluição do ar, e, em termos gerais, abrigo da fauna,

manutenção dos recursos hídricos e quebra do desconforto térmico causado pelas massas

edificadas. Infelizmente, todas essas benfeitorias podem ser perdidas quando as árvores

cedem seus lugares para as edificações. A maneira que os arquitetos e urbanistas encontraram

para manter ou trazer tais benefícios para os ambientes urbanos foi destinando parte do

território das cidades para praças e canteiros, por exemplo, ou, de maneira bem mais ampla,

não edificando determinados espaços.

Natal, capital do Rio Grande do Norte (RN), também conhecia como “A Cidade do

Sol”, possui diversos espaços destinados ao uso coletivo com a função de melhorar a

qualidade de vida dos citadinos porque são espaços destinados a recreação, ao plantio de

árvores, à recarga do aqüífero, a melhoria do conforto térmico, dentre outros. Alguns desses

espaços foram escolhidos pelo Projeto Plantando em Natal, que foi elaborado e executado

pelo Setor de Arborização (SA), em parceria com o Setor de Educação Ambiental (SEA),

ambos do Departamento de Planejamento Urbanístico e Ambiental (DPUA), da Secretaria

Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (SEMURB), para arborizar dezesseis áreas

divididas nas Regiões Administrativas Norte, Sul e Oeste do município. Esse projeto também

contou com a parceria da Companhia de Serviços Urbanos de Natal (URBANA), Exército

Brasileiro e da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SEMSUR).

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Na Região Administrativa Norte foram escolhidas cinco áreas verdes e uma praça no

Bairro de Pajuçara, duas praças e uma área verde no Bairro de Potengi e uma praça no Bairro

de Igapó. Já na Região Administrativa Sul foram selecionadas três praças no Bairro de Ponta

Negra, uma área verde no Bairro de Candelária e outra no Bairro de Capim Macio. E, por fim,

na Região Administrativa Oeste foi escolhido somente uma praça que fica localizada no

Bairro Cidade da Esperança.

O presente trabalho analisou dez dessas áreas porque existem diversos dados sobre o

dia de plantio nesses locais, a quantidade e o tipo de mudas que foram plantadas bem como o

número de mudas restantes após esse dois anos e meio de projeto foi significativas e porque

em boa parte dessas áreas foram realizadas entrevistas com os moradores vizinhos a esses

locais após o plantio. As outras seis áreas, cinco receberam intervenções antrópicas e uma não

possui dados suficientes.

Muitos dos projetos executados por órgão públicos ou privados são abandonados

com o passar do tempo por diversos motivos. Todavia, investigar o resultado dessas ações,

mesmo após serem abandonadas, é uma boa forma de identificar quais medidas devem ser

tomadas quando forem lançados novos projetos similares ou iguais, isso porque, através da

análise desses resultados, é que ações preventivas podem ser encaminhadas para que novos

projetos alcancem o objetivo almejado, ao invés de serem novos exemplos de fracassos.

O presente estudo se baseia nessa premissa, pois analisa as várias vertentes do

projeto com entrevistas com os técnicos envolvidos na elaboração e execução do projeto e dos

moradores que habitam perto das áreas escolhidas. Com relação à entrevista com os

moradores, foi utilizado um questionário base no qual foi respondido através de entrevista

direta possibilitando coletar informações mais completas, pois as perguntas do questionário

serviram como catalisador para o diálogo. Foram utilizados também diversos recursos para

embasar o estudo como decibelímetro, máquina fotográfica digital, aporte teórico de revistas,

monografias, dissertações, tese, livros e artigos, imagens de aéreas fornecidas pela SEMURB,

além de muitos outros materiais.

Uma barreira encontrada neste estudo foi a dificuldade de encontrar bibliografias

diretas sobre o assunto como, por exemplo, livros, outra dificuldade foi o registro de conflitos

entre definições, principalmente no conceito de área verde. Todavia, os artigos, monografias,

tese e dissertações utilizados ajudaram bastante na formação de diversas ideias. Em Natal o

tema ainda é pouco abordado ao contrario de cidades como São Paulo, Porto Alegre, Goiânia,

Belo Horizonte, por exemplo. Algumas dessas cidades já possuem o plano de arborização, em

outras palavras, o plano diretor de arborização.

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A escolha do tema foi impulsionada por uma das diversas ações do Setor de

Arborização da SEMURB no qual visitou todas as áreas citadas objetivando saber como

estavam as mudas após esses dois anos e meio. Na condição de estagiário no Setor de

Arborização participei dessas visitas e encontrei um nicho ainda pouco explorado, decidi com

isso aprofundar mais este tema, arborização e áreas verdes, para buscar resultados mais

concretos. O objetivo desse trabalho é analisar o Projeto Plantando em Natal através dos

resultados encontradas após sua implementação e, com base nessas informações propor

medidas para melhorar os seus resultados. Os dados do projeto que foram coletados junto ao

acervo do SA ajudaram bastante na formulação deste trabalho, sem essa disponibilidade de

pesquisa e permissão para utilizar esses dados este trabalho estaria inviabilizado.

O título da monografia foi inspirado em uma palestra proferida pelo filósofo

Leonardo Boff em dezembro de 2008 no auditório do Centro Federal de Educação

Tecnológica do RN (CEFETRN), atual Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia

do RN (IFRN). O tema da palestra foi Educação e Sustentabilidade, mas o palestrante também

falou rapidamente do R da rearborização. O oitavo “r” é uma evolução dos 7Rs: Reduzir,

Reutilizar, Reaproveitar, Reciclar, Repensar, Recusar e Recuperar, que, por sua vez, é o

desenvolvimento dos 5Rs, Reduzir, Reutilizar, Reaproveitar, Reciclar e Repensar.

O conteúdo deste ensaio está exposto em mais três seções, além desta inicial, as

quais se inter­relacionam. O segundo capítulo discute­se a importância do Plano de

Arborização Urbana (PDAU) e suas implicações, assim como se faz uma análise a respeito

dos índices relacionados a áreas verdes e arborização urbana. O terceiro capítulo inicia­se

descrevendo o Projeto Plantando em Natal não só com base no projeto, mas também com

entrevista com algumas pessoas que participaram dessa ação. É apresentado também um

catálogo com fotos e descrições das espécies plantadas e, no final desse capítulo, são

discutidos tanto dos resultados das árvores que sobreviveram após esses dois anos e meio

quanto às entrevistas com os técnicos e moradores. Por fim, o último capítulo trata das

considerações finais onde também são expostas ideias para melhorar o projeto e as soluções

para os problemas encontrados.

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2 O TEMA: BASE DE UMA OBRA.

Em música, após ser exposto o tema principal, a tonalidade e o ritmo, por exemplo, o

compositor tece a trama baseado no tema principal. A exemplo do 1° movimento da 5º

sinfonia de Ludwig Van Beethoven, o simples tema com apenas quatro notas, sendo as três

primeiras de igual tonalidade, é exposto no primeiro compasso da obra e é através dela que

toda trama será tecida. Da mesma forma não poderia falar sobre o tema deste ensaio sem antes

tecer alguns comentários sobre o principal tema desta obra.

Plantar uma árvore pode ser um bom gesto, mas, assim como qualquer ação, ela pode

causar tanto benefícios quanto verdadeiros estragos e, até mesmo, destruir a biodiversidade

local. Esse gesto, também chamado de rearborização é uma ação de extrema importância

quando é realizado em ambiente urbano, pois são muitos os benefícios trazidos com essa

árvore. Isso não significa que se tal gesto for repetido em meio rural a árvore possuirá menor

valor e pouca significância. A questão é que um ponto verde de vida em meio ao concreto re­

traz a aquele espaço a “vida” perdida quando o verde cedeu lugar às construções. Quando

uma árvore está inserida em uma cidade, quer em áreas públicas quer em particulares, ela

participa do conjunto de vegetação de porte arbóreo e junto com as demais árvores citadinas

tal conjunto é conceituado como arborização urbana (SBAU, 2004). É importante lembrar que

esse conceito está de acordo com a Lei Complementar n. 82 de 21 de junho de 2007, a Lei

Orgânica do município, na verdade a lei fez uma compilação completa do conceito da

Sociedade Brasileira de Arborização Urbana (SBAU) (2004).

Segundo Kerbauy (2004), cerca de 95% da água absorvida pelas plantas é perdido

através da transpiração, os outros cinco é utilizado para o metabolismo e crescimento. Desta

forma as árvores transformam o ambiente ao seu entorno deixando o ar mais úmido e, com

isso, a qualidade de vida é melhor em ambientes arborizados. Kerbauy afirma que essa alta

taxa de transpiração “é resultado da evolução dos estômatos e, consequentimente, das folhas,

para a absorção de dióxido de carbono para a fotossíntese”. (KERBAUY, 2004. p. 30).

Além desse benefício Pivetta e Silva Filho (2002) assim como Tudini (2006)

destacam que as árvores em meio urbano trazem melhorias como:

a) redução na velocidade dos ventos;

b) amortecimento do som, amenizando a poluição sonora;

c) purificação do ar através da geração de oxigênio na atmosfera;

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d) preservação da fauna e flora;

e) reduz o impacto da água da chuva no solo e do seu escoamento superficial;

f) melhoria do bem está físico e psicológico do homem;

g) em alguns casos, emissão de fragrância no ar.

Uma única árvore pode trazer esses benefícios, mas um grupo de árvores juntas

potencializa positivamente cada um dessas melhorias, principalmente no que diz respeito à

mudança do clima local (GREY; DENEKE, 1978 apud ROSSET, 2005). Segundo Mock

(2004), foi demonstrado que a partir de 1972 em Atlanta, Estados Unidos, houve um aumento

de 9°F (12,5°C) na temperatura média da cidade ocasionado pela perda de 65% da cobertura

formada pela copas das árvores na cidade.

Velasco (2003, 2007), tanto na sua dissertação de mestrado quanto na sua tese de

doutorado, mostra os benefícios econômicos trazidos com a arborização com base na

economia de energia com refrigeração. Casas que possuem mais árvores economizam em

energia elétrica, pois os refrigeradores de ar são menos utilizados. A pesquisadora utilizou

uma estação meteorológica móvel para medir as temperaturas de locais que são pouco e muito

arborizados na cidade de São Paulo. Em uma das conclusões de sua tese de doutorado, a

pesquisadora afirmou que “a área que continha maior porcentagem de cobertura vegetal foi a

que apresentou menor necessidade de refrigeração artificial” (VELASCO, 2007, p.110).

Velasco (2007) também mostra que pesquisas realizadas pelo Departamento de

Energia dos Estados Unidos evidenciaram a economia de energia proporcionada pelas árvores

pode ser significativa e naquele país uma casa arborizada chega economizar anualmente cerca

de 20 a 25% de energia se for comparada a uma casa não arborizada.

Hanna et al (1994 apud VELASCO 2003) afirmam ainda que uma árvore de 40 anos

de vida propicia a economia de 20 dólares por ano de energia, 75 dólares na conservação de

água e solo e de 50 dólares na melhoria da qualidade de ar. Ao todo, uma árvore nessas

condições traz benefícios de 145 dólares por anos. Os valores são ainda maiores se fosse

contabilizado a captação anual de dióxido de carbono que poderiam ser negociados nas bolsas

de valores como créditos de carbono. Porém, quando uma árvore cai em cima de vários

carros? De fato, os valores ganhos não poderiam cobrir os danos, mas com a criação do plano

de arborização esses danos podem ser evitados – mais adiante esse assunto será comentado.

Assim como a vegetação arbustiva, as árvores, classificadas como vegetação arbórea,

conforme já foi citado, auxilia no controle da velocidade dos ventos (CARVALHO, M., 2001;

NOWAK, 2000 apud BEALEY et al, 2007). Natal, conhecida como cidade do sol, também é

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caracterizada por ser uma cidade no qual “as velocidades médias máximas diárias são

elevadas ao longo de todo o ano, com oscilações entre 8,3 a 10,03 m/s” (NATAL, 2008,

p.134). Dessa forma, as árvores no município de Natal podem auxiliar no controle dos

regimes dos ventos, pois elas podem barrar as rajadas maiores evitando que outros problemas

aconteçam como, por exemplo, que as casas sejam soterradas por areia. Esse problema é

conhecido na literatura como erosão eólica e as árvores, além de muitos outros vegetais, são

amplamente utilizadas para barrar esse tipo de erosão (ARAUJO; ALMEIDA; GUERRA,

2005).

Um exemplo local desse método foi utilizado em uma área verde do Bairro de

Candelária, na cidade do Natal, na década de 1980 no qual os moradores do entorno dessa

área plantaram mudas de eucaliptos (Eucalyptus spp.) para que a areia não entrasse em suas casas (LIMA, 1981). O gesto dos moradores resolveu o problema (Foto 1), mas pode ter

gerado outro quando introduziu uma espécie exótica na região – tema que também será

comentado mais adiante.

A cobertura vegetal igualmente evita outros tipos de erosão. A energia das gotas de

chuva é suficiente para arrastar diversos grãos de areia, efeito splash (PEREIRA, 2008), ocasionando problemas como voçorocas, por exemplo. Logo, a preservação de árvores e

gramíneas “melhoram as condições de infiltrabilidade e reduzir a velocidade do fluxo

vertical” (CARVALHO et al, 2006, p. 431) no solo das gotas da chuva.

Fotografia 1 – Atual situação da Praça Parque dos Eucaliptos. Fonte: Acervo do autor – Jan. 2009.

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Para comprovar o potencial de redução da poluição sonora, realizou­se um teste com

o auxílio de um decibelímetro. Tal ação teve como objetivo medir o nível de decibéis no

cruzamento da Avenida Salgado Filho com a Avenida Bernardo Viera e no bosque do

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN). Esses

locais foram escolhidos porque no referido cruzamento passam diariamente milhares de

veículos automotores. Outro fato justifica a escolha desse local, foi porque o bosque do IFRN

estar localizado exatamente em uma das esquinas do cruzamento entre as avenidas citadas e

caracteriza­se por possuir uma massa verde densa com árvores de grande porte.

A metodologia utilizada na medição baseou­se nas recomendações da Norma

Brasileira (NBR) n. 10.152 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Foram

coletados 17 valores a cada um minuto nos dois locais sendo as primeiras medições realizadas

ente às 13h30min até as 14h10min, primeiramente no cruzamento e logo em seguida no

bosque, e a segunda medição foi realizada nos mesmos locais e na mesma ordem sendo agora

entre às 17h até as 17h40min. Para que o resultado final seja mais confiável foram

descartados o menor e o maior dos valores coletados.

Os resultados encontrados não foram o esperado, pelo menos em parte. A média

aritmética das medições no local do cruzamento foi 83,48 dB (A) na primeira medição e 87,

25 dB (A) na segunda. Já o valor no bosque foi o mesmo nas duas medições, isto é, 68,39 dB

(A). Este foi realmente o resultado inesperado porque, mesmo com o aumento do ruído no

cruzamento, os ruídos no bosque se mantiveram estáveis, isso sem contar com a diferença do

barulho nos dois locais. Contudo, os valores poderão ser maiores se as medições fossem feitas

em épocas com bastante movimentos de carros, pois janeiro é o mês das férias escolares e é o

mês em que boa parte das pessoas entram em férias. Todavia, o objetivo desse teste foi

simplesmente medir através de um aparelho eletrônico o que já é percebido na prática. Não se

buscou aprofundar nessa questão.

Durante as medições e também pelo convívio no IFRN foi percebido que a qualidade

do ar nos locais pesquisados apresentou uma singular diferença. Não houve nenhuma medição

no local em relação a esse assunto, mas a percepção foi o indicador dessa melhoria. Segundo

Bealey et al (2007), é através da fotossíntese que as árvores capturam carbono da atmosfera

ajudando a reduzir o efeito estufa e melhorando a qualidade do ar.

Um estudo realizado em duas cidades do Reino Unido, através de modelos

estatísticos, mostraram que as árvores podem reduzir a quantidade de particulados no ar tanto

em parques industriais quanto em áreas residenciais (BEALEY et al, 2007).

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Esse teste sonoro mostrou também a importância de outro elemento bastante citado

nos trabalhos de arborização urbana: as áreas verdes. O conceito de área verde foi e é muito

discutido atualmente porque as definições podem gerar problemas sérios e que pode até

prejudicar o meio ambiente. Todavia, antes de entrar nesse assunto é melhor mostrar o que os

teóricos e a lei municipal falam sobre o mesmo.

Llarden (1982 apud LOBODA; DE ANGELIS, 2005), destaca que equipamentos

verdes, espaços verdes, zonas verdes e áreas verdes é qualquer espaço livre onde predomina a

vegetação e correspondem aos parques, praças e jardins.

Lima et al (1994), especifica melhor o conceito afirmando que é a área onde

predomina a vegetação arbórea e engloba parques, jardins públicos e parques urbanos. Esses

autores ainda acrescentam que se os canteiros centrais de avenidas, trevos e rotatórias

exercem apenas função estética e ecológica, também devem ser considerados como áreas

verdes. Lima et al (1994) ainda conceituam praça como sendo uma espécie de área livre no

qual não havendo vegetação e estando impermeabilizada não pode ser considerada como área

verde e também revelam que algumas cidades brasileiras consideram determinados locais

como áreas verdes mesmo não existindo nenhuma árvore. Por exemplo, a famosa praça dos

três poderes em Brasília seria, segundo o referido autor, somente considerada uma área livre

porque ela é totalmente calçada não existindo se quer uma árvore.

A Sociedade Brasileira de Arborização Urbana (SBAU) (2004) antes de conceituar

área verde dá o conceito de espaços livre que é todo espaço não edificado de uma cidade, quer

seja público ou privado. Quando tais espaços são destinados à implantação de vegetação ou ao

lazer público, são enquadrados como área verde. Esses espaços são praças, parques, jardins

públicos, verde de acompanhamento viário ou verde complementar, bosques, cemitérios

quando recebem tratamento paisagístico e estádios de futebol. A SBAU propõe que o sistema

de áreas verde de uma cidade seja definido como:

O conjunto de espaços livres formado por parques, praças, verde de acompanhamento viário, orla marítima, lacustres e fluviais, arborização de ruas, avenidas e grandes extensões de jardins privados, bem como de unidades de conservação existentes na malha urbana e proteção integral ou de uso sustentável públicas ou privadas. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE ARBORIZAÇÃO URBANA, 2004, p. 5).

A lei orgânica do município do Natal adotou integramente tal conceito no inciso

XXXVII, do artigo 06, capítulo III, porém essa mesma lei não conceitua áreas verdes

tornando, com isso, difícil dizer o que seria uma área verde no município de Natal mesmo que

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esses espaços tenham sido utilizados para o plantio de mudas. Para efeito de compreensão, o

que se pode perceber em Natal é que as áreas verdes são espaços vazios que ainda não se

transformaram em praças. Geralmente são locais arborizados pelos cidadãos que moram perto

a essas áreas, apresentam quantidade significativa de resíduos sólidos e além de muito mato,

isso quando os mesmo moradores não limpam tais espaços.

Já no artigo 45, título III, capítulo V, da mesma lei, o Sistema de Área Verde do

Município acrescenta alguns espaços como área de preservação permanente e espaços

destinados a áreas verdes nos planos de loteamentos e condomínios no sistema de áreas

verdes. Um artigo interessante desse mesmo título da referida lei é que somente o Poder

Executivo poderá realizar ou delegar terceiros para podar ou transplantar árvores localizadas

em logradouros públicos.

Dentre os conceitos encontrados, o que pareceu ser bastante completo foi o de

Cavalheiro et al (1999) no qual percebeu­se que também há uma discordância no conceito da

lei. Antes de entrar na problemática, os autores dizem que a zona urbana está dividida em três

sistemas: espaços em construção, espaços livres de construção e espaço de integração urbana.

Pensando a respeito, o espaço de integração urbana é a unidade territorial reservada para a

ligação com os outros sistemas. Desta forma, os autores não consideram os pequenos jardins

de ornamentação, canteiros e rotatórias como sendo áreas verdes, mas se enquadrando no

verde de acompanhamento viário e, assim como as calçadas, se enquadram na categoria de

espaços construídos ou espaços de integração urbana.

Para ser uma área verde, segundo os autores, o espaço tem que ter elemento

fundamental de composição a vegetação; satisfazer três objetivos principais: estético,

ecológico­ambiental e de lazer; a vegetação e o solo devem ocupar 70% do espaço e deve

servir a população com o intuito de uso para recreação. Caso a área não atenda a esses

quesitos, ela está enquadrada em como sendo espaço livre. É importante lembrar que os

autores não dizem que um determinado espaço é área verde se atingir todos os quesitos ou

apenas alguns.

O problema que um conceito mal colocado pode gerar é quando os loteadores

consideram os canteiros de seus condomínios como sendo os 20% de área verde obrigatório

segundo a lei n. 4.771 de 15 de setembro de 1965, intitulada como Código Florestal. Porém,

Segundo o técnico engenheiro agrônomo do Setor de Arborização (SA), o problema é que a

referida lei não específica o que deve ser feito nesses 20% exigidos legalmente podendo os

arquitetos seguirem a mesma linha dos loteadores, isto é, destinar os 20% para canteiros de

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vias de circulação interna. Logo, um simples conceito de área verde pode destruir o próprio

meio ambiente.

Essa demasiada preocupação com o conceito de áreas verdes vai de encontro como

os benefícios trazidos por esses espaços. Os benefícios são praticamente os mesmos citados

das árvores em ambientes urbanos, logo, quando tais espaços são suprimidos a qualidade de

vida nas cidades é desprezada. Cavalheiro e Del Picchia (1992) citam o exemplo da República

Federal da Alemanha onde de 40 a 50% do seu território é constituído por espaços livres de

construção, 10 a 20% são espaços de integração viária e de 40 a 50% são espaços construídos

mesmo não havendo qualquer tipo de lei ou norma obrigando que se siga certa

proporcionalidade.

Infelizmente, o conceito proposto por, Cavalheiro et al (1999), que por sua vez, foi

publicado em um boletim informativo da SBAU, não é mais adotado pela mesma

organização, pois o conceito adotado pela lei, conforme já foi exposto, segue na integra o que

foi proposto pela SBAU em 2004. Mesmo assim, esse conceito foi usado nos municípios de

São Paulo (NUCCI, 2004 apud BUCCHERI FILHO; NICCI, 2006) e Curitiba (NUCCI et al,

2003 apud BUCCHERI FILHO; NICCI, 2006).

Com base na classificação de Cavalheiro et al (1999) Nucci (2004, apud BUCCHERI

FILHO; NICCI, 2006) fez um organograma que ilustra bem o caso e que se segue abaixo.

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Organograma 1 – Classificação de Verde Urbano. Fonte: (NUCCI, 2004 apud BUCCHERI FILHO; NICCI, 2006).

Município Cobertura Vegetal

Zona Urbana Zona de Expansão Urbana Zona Rural

Sistema de Espaços Construídos

Sistema de Espaços de Integração

Sistema de Espaços Livres

Parques

Públicos

Parque de Vizinhança Cemitério Área para Esportes Balneários Horto Comunitário Campos Universitários Outros...

Verde Viário

Potencialmente Coletivos Privados

A vegetação é um elemento fundamental de composição? Cumpre função: ecológico, estético e de lazer? Área com 70% de cobertura vegetal em solo permeável (sem laje)? Serve à população? Propicia condições para recreação?

SIM NÃO

Área Verde Espaço Livre

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3 PLANO DE ARBORIZAÇÃO URBANA E OUTROS ASSUNTOS

Segundo Chiavenato (2004, p. 192) o planejamento “é a função administrativa que

define os objetivos e decide sobre os recursos e tarefas necessárias para alcançá­las

adequadamente”. O planejamento na atualidade é uma responsabilidade social de qualquer

órgão ou empresa. Ações bem planejadas geralmente alcançam o sucesso porque os

problemas que poderiam prejudicar o bom desempenho destas, são sanados antes mesmo que

ocorreram. O Plano Diretor de Arborização Urbana (PDAU) é um excelente exemplo disso.

Contudo, planejar não é simplesmente prever as decisões que serão tomadas futuramente, mas

sim tomar “decisões que produzirão efeitos e conseqüências futuras” (CHIAVENATO, 2004,

p.193).

Goiânia, assim como Porto Alegre e Vitória, são exemplos de cidades que já

possuem esse instrumento de ordenação urbana. Segundo o PDAU de Goiânia, esse

instrumento é “o conjunto de métodos e medidas adotados para a preservação, manejo e

expansão das árvores nas cidades, de acordo com as demandas técnicas pertinentes e as

manifestações de interesse das comunidades locais” (GOIÂNIA, 2008, p.10).

Antes que o PDAU seja elaborado é feito um inventário das árvores localizadas no

perímetro urbano georeferenciando cada uma delas com o objetivo de saber os tipos, a

quantidade, a localização, o porte e o diâmetro da copa das árvores existentes além de saber a

saúde do indivíduo, se o local onde ele está causa algum transtorno como, por exemplo, se

atrapalha a rede elétrica e ou se as raízes estão dificultando a circulação de pedestres.

Também é levantado o Diâmetro do troco a Altura do Peito (DAP) e muitos outros dados, isso

depende do objetivo de cada inventário, mas, no geral, são coletados os dados citados.

Um resultado interessante encontrado graças ao inventário, que nada mais é do que

um levantamento da arborização urbana, é saber quais áreas são carentes de cobertura arbórea.

Logo, o PDAU irá se deter mais nessas áreas através de plantios de mudas e criação de áreas

verdes, por exemplo. Quanto à criação de áreas verdes, o município pode se amparar na lei

Federal n. 10.257/01, conhecida com Estatuto das Cidades, através do artigo 26, inciso VI, em

outras palavras, por meio do direito de preempção. Por exemplo, o plano diretor estratégico da

Cidade de São Paulo, lei 13.430/02, na seção III, diz que o município exercerá tal direito para

aquisição de imóvel urbano objeto de alienação onerosa entre particulares quando o Poder

Público necessitar de áreas para a criação de espaços públicos de lazer e áreas verdes, mas

também se necessitar de área para regularização fundiária, execução de programas e projetos

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habitacionais de interesse social, constituição de reserva fundiária, ordenamento e

direcionamento da expansão urbana, implantação de equipamentos urbanos e comunitários,

dentre outros (SÃO PAULO, 2002).

Outro importante resultado desse levantamento é a substituição de árvores que

possuem problemas fitossanitários graves, isto é, apresentam cupins, formigas, lagartas,

ácaros, besouros, pulgões, dentre outros.

Em Porto Alegre o Conselho Municipal de Meio Ambiente (COMAM) instruiu,

através da resolução nº 05, de 28 de Setembro de 2006, o PDAU do município. Nessa

resolução são tratadas a produção de mudas e plantios, manejo e conservação da arborização

urbana, a poda, plano de manejo, transplantes e da vegetação em áreas privadas. No seu anexo

é mostrado também como deve ser plantado a muda no que diz respeito à profundidade e

tamanho da cova, distancia do meio fio, colocação de tutor e o tamanho do fuste. Quanto ao

conceito de tutor e fuste, o primeiro se refere a uma estaca de madeira fixada junto a muda

com o intuito de direcionar o crescimento da planta (NATAL, 2007b), já o segundo é a

“porção inferior do tronco de uma árvore, desde o solo até a primeira inserção de galhos”

(NATAL, 2006, Anexo I). Infelizmente, o PDAU de Porto Alegre não está disponível ao

público dificultando uma análise mais aprofundada sobre esse plano.

Após o levantamento é feito o diagnóstico onde são levantados diversos problemas

ocasionados pela falta de planejamento na arborização urbana. A exemplo de Goiânia que,

após a conclusão do seu inventário, foi diagnosticado a necessidade de se retirar 7.079 árvores

das 133.061 inventariadas porque apresentavam problemas fitossanitários, isso representando

5,32% das árvores encontradas. Contudo, o inventário dessa capital só foi catalogado 14% das

árvores existentes, logo e provavelmente, os valores de abate das árvores poderiam ser ainda

maiores. Sanches, Costa e Silva Filho (2008) criticam o inventário de Goiânia pelo fato de seu

levantamento só ter sido feito em 70 setores da capital inventariando as demais áreas através

de levantamento amostral com base nos dados coletado nos 70 setores. O problema em si é

que tais setores são mais centrais e são caracterizados por possuir a mesma política de

arborização levando com isso a existir uma vegetação mais homogênea (SANCHES; COSTA;

SILVA FILHO, 2008).

A maioria das árvores de Goiânia no qual foi constada a necessidade de remoção, em

torno de 54% são da espécie Monguba (Pachira aquatica Aubl.). Essa espécie ocorre naturalmente em áreas úmidas da Região Amazônica levando com isso a outro assunto

bastante preocupante em se tratando de arborização urbana: as espécies exóticas. Segundo São

Paulo (2004), o plantio de árvores exóticas em ambientes fragilizados, a exemplo de

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ambientes urbanos, é na atualidade considerado a segunda maior ameaça mundial à

biodiversidade. De acordo com Santos, Bergallo e Rocha (2008) uma árvore não é

considerada exótica somente quando ela é introduzida em um país estrangeiro, mas sim

quando ela é plantada em um bioma diferente da sua origem, logo, árvores do sul do Brasil

são consideradas exóticas se forem introduzidas no bioma da caatinga e vice­versa.

As árvores exóticas não trazem somente problemas de extinção da biodiversidade,

mas também problemas de ordem econômica e bem estar. Segundo o PDAU de Goiânia

(2008), as mongubas apresentaram grande incidência do inseto serra­pau (Euchroma gigantea), responsável por atacar o tronco e o sistema radicular da árvore causando grande

podridão das mesmas. Nas épocas chuvosas geralmente são as árvores dessa espécie que

tombam, cerca de 95% das que caem, causando diversos transtornos e estragos à população.

Outras espécies exóticas como flamboyants (Delonix regia) e os fícus (Ficus benjamina) também causam problemas em Goiânia (GOIÂNIA, 2008).

Trazendo para a realidade local, o Nim (Azadirachia indica), árvore de origem asiática, é hoje a árvore exótica mais disseminada em todo o estado do RN (Foto 2), segundo

observações feitas pelo autor nas maiores cidades potiguares como Natal, Mossoró, Caicó e

Currais Novos. O plantio dessa árvore é uma ótima medida para amenizar os microclimas

mais quentes, pois possui crescimento rápido e copa densa, mas o Nim possui hábito muito

agressivo com outras culturas (NEVES; OLIVEIRA; NOGUEIRA, 2003). Além disso, essa

árvore “e seus derivados chegam a afetar mais de 400 espécies de insetos” (NEVES;

OLIVEIRA; NOGUEIRA, 2003, p.9). Desta forma é possível imaginar como o Nim pode

modificar todo um nicho ecológico.

Outra questão acerca da biodiversidade é a adoção de diversas espécies, nativas, para

o plantio. Segundo Bruno et al (2005 apud ROPPA, 2007) é recomendado que não se

ultrapasse 15% do total a quantidade de determinada espécie, pois se houver algum problema

com pragas essa doença se espalhará facilmente podendo ocasionar a morte de vários

indivíduos levando com isso a diminuição da cobertura vegetal naquele local.

Toledo Filho e Parente (1988 apud MARTO 2006) também defendem uma

heterogeneidade das espécies na implantação de uma arborização urbana, uma vez que é uma

forma de difundir, proteger e valorizar a flora brasileira, quando se utiliza espécies nativas,

pois favorece a sobrevivência de animais que constituem importantes elementos do equilíbrio

ecológico.

Em relação à proteção contra eventuais fenômenos climáticos ou ataques de alguma

praga ou doença, Mock (2004) aconselha que na arborização urbana deva conter no máximo

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10% de qualquer espécie, não mais de 20% do mesmo gênero e não mais de 30% da mesma

família.

Fotografia 2 – Em A árvore Nim e em B sua folha, ambos na AE 12. Fonte: Acervo do autor – fev. 2009.

De acordo Seara (2008) existe um Projeto de Lei nº. 2897/08 no Congresso Nacional

que modifica o Estatuto das Cidades e propõe que os municípios passem a elaborar o PDAU

com o objetivo de estabelecer normas sobre o plantio e a conservação de árvores nos espaços

públicos das cidades. Natal foi pioneira nesse assunto, pois, antes que esse projeto de lei fosse

ao congresso, já estava instituído, no artigo 45, da Lei Complementar n. 82 de 21 de junho de

2007 o qual instrui o novo Plano Diretor de Natal, a criação PDAU do município após 180

dias contados a partir da publicação da referida lei.

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Contudo e segundo o chefe do Departamento de Planejamento Urbanístico e

Ambiental (DPUA) da SEMURB, Daniel Nicolau Vasconcelos Pinheiro, em uma entrevista

concedida ao jornal Tribuna do Norte, do dia 18 de dezembro de 2008, o PDAU do Município

ainda não foi feito porque também o inventário florístico da cidade ainda nem se quer foi

iniciado. A justificativa desse atraso, segundo esse técnico, é porque nenhuma empresa se

interessou em fazer o inventário nas duas licitações que foram abertas. Felizmente e ao que

tudo indica, o Plano Diretor de Arborização Urbana de Natal será concretizado na gestão 2009

­ 2012, pois a realização desse plano foi uma das metas de campanha da prefeita eleita para

esse pleito.

Por fim, uns dos assuntos bastante controversos e polêmicos quando se refere à

arborização urbana é o tão falado Índice de Áreas Verdes (IAV) por habitante, mas também

existem outros como o índice de cobertura vegetal e índice de árvore por habitante. O

primeiro índice soma todas as áreas verdes do município e se divide pela população gerando

um dado em m 2 /hab. O primeiro problema nesse indicador é o que realmente se configura

como área verde. Como já foi exposto, não existe um consenso a não ser se for adotado o

conceito da SBAU. Cavalheiro et al (1999) revelam que em alguns cálculos do IAV são

incluídos verde urbano e cobertura vegetal, por exemplo, como área verde mostrando

resultados absurdos do IAV na ordem de 50 a 90 m 2 /hab., enquanto que algumas cidades tal

índice chega ser menor que 5 m 2 /hab.

Fazendo um rápido cálculo para Natal e só considerando as áreas de 08 das 10 Zonas

de Proteção Ambiental (ZPAs) esse valor é de cerca de 50m 2 /hab., valor bem acima dos

12m 2 /hab. recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) ou Organização das

Nações Unidas (ONU), ou ainda a Organização das Nações Unidas para Agricultura e

Alimentação (FAO). Todavia, Cavalheiro e Del Picchia (1992) dizem que esse dado bastante

divulgado na mídia e por alguns estudiosos é uma farsa. De acordo com os autores, foram

enviados cartas para tais instituições pedindo esclarecimento sobre esse dado e as mesmas

responderam que esse índice não é conhecido. De fato, eu também fiz uma pesquisa exaustiva

sobre esse assunto e nada foi encontrado, principalmente nos sites oficiais em inglês dessas

organizações, também os autores que citam esse índice nunca mostram a referência de onde

foi tirada a informação sobre o assunto. Também Macedo (1995 apud SILVA FILHO, 2003)

abandona esse índice.

Apesar do que foi exposto, a Sociedade Brasileira de Arborização Urbana (1996

apud HARDER; RIBEIRO; TAVARES, 2006) adotou o valor mínimo de 15m 2 /hab. de áreas

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verdes públicas destinadas a recreação. Todavia o que seria e qual é o significado desse

índice?

Esse índice nada mais é do que uma tentativa de estipular um número mínimo que

represente um menor valor para que haja uma qualidade de vida aceitável. Porém, cada cidade

possui características próprias de clima, relevo e vegetação nativa, logo, como pode ser

estipulado um valor genérico se um mesmo índice pode ser perfeito para uma cidade e

insuficiente para outra? Por exemplo, cidades de clima severamente frio temperaturas mais

elevadas não são um problema, pois o calor é bem vindo, mas cidades que possuem clima

temperado e ou mais quente possivelmente os benefícios ocasionados pela cobertura vegetal

nesses locais são bem mais relevantes e significativos. Não estou propondo a abolição de tais

índices, pois eles podem nortear políticas publicas, mas acho que eles podem mascarar a

realidade em determinados locais e servir mais como “eco enganação”.

Um exemplo desse caso já é real em uma determinada capital brasileira O slogan de

cidade mais verde do Brasil pode ser motivo de competição entre as cidades brasileiras e os

meios para conseguir esse título muitas vezes são duvidosos. A referida cidade, Goiânia,

conforme já foi exposto, só fez o levantamento arbóreo em 70 setores ou bairros dos 627

existentes o que corresponde somente 15,15% da área total do município.

Goiânia também se apóia em outro índice, o de árvore por habitante que é

simplesmente a quantidade de árvore por habitante, para se intitular como a cidade mais verde

do Brasil. Todavia, os dados para esse índice não são seguros, pois são somadas as árvores

catalogadas mais a quantidade estimada de árvore com base no primeiro dado mais a

quantidade de mudas plantadas pela prefeitura a partir de 2005, expondo em números,

133.061 mais 516.939 mais 300.000 igual a 950.000 (novecentos e cinqüenta mil) árvores

(GOIÂNIA, 2008). Logo e ciente que, por mais que as condições sejam favoráveis, não é

possível que se sobrevivam 100% das mudas plantadas, esse estudo também mostrará isso.

Por fim, o índice de cobertura vegetal é a mensuração, com o auxílio de imagens de

satélite, da copa das árvores por habitantes. Esse índice também gera um valor em m 2 /ha.

Quanto maior for esse índice possivelmente maior será também a quantidade de árvores e ou

o tamanho das copas das árvores. O problema é qual é a árvore responsável por essa copa? Se

os governantes quisessem aumentar esse índice nas suas cidades era só plantar várias mudas

de Nim, pois os resultados, tamanho da copa das árvores, seriam o mesmo se fossem de

árvores nativas, porém em curto prazo e com geração de diversos outros problemas, conforme

já foi exposto.

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4 PLANTANDO EM NATAL

Neste capítulo serão abordadas a princípio as características do projeto no que diz

respeito aos locais onde foi implementado, suas ações e alguns resultados gerados antes deste

trabalho. Em seguida, são analisados os resultados deste estudo com bases nos dados

coletados nas visitas in loco. Todo este capítulo está ilustrado com fotos e gráficos que foram gerados para fundamentar as análises. Contudo, vale relembrar que os dados brutos estão em

anexos para futuras consultas se for necessário.

4.1 O PROJETO

Como relatado anteriormente, o Projeto Plantando em Natal foi elaborado e

executado pelo Setor de Arborização (SA) em parceria com outro setor da Secretaria

Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (SEMURB), além de outras secretarias do

município e do Exército Brasileiro. O objetivo desse projeto foi de arborizar dezesseis áreas

divididas nas Regiões Administrativas Norte, Sul e Oeste do município.

Segundo o Engenheiro Agrônomo responsável pelo projeto, a metodologia de

escolha das áreas para a execução do projeto teve como primeira ação um levantamento por

imagens de satélite para a identificação das áreas que apresentavam espaços disponíveis para

o plantio. Após essa etapa, foi solicitado ao Setor de Cartografia e Toponímia (SCT)

pertencente à mesma secretaria do SA, informações específicas sobre tais áreas. Entre as

informações solicitadas configuram: se estas pertenciam ou não ao Município e se já havia

algum projeto de urbanização ou construção de postos de saúde destinados para essas áreas.

Com base na resposta do SCT foram feitas intervenções nas áreas escolhidas: quatro

praças e seis áreas verdes na Região Administrativa Norte, duas áreas verdes e três praças na

Região Administrativa Sul e somente uma praça na Região Administrativa Oeste (Mapa 1).

Para facilitar o entendimento quando forem citadas as áreas, foram elaborados dois

quadros e um mapa: o quadro 1 mostra a lista das áreas plantadas que foram incluídas no

trabalho, o quadro 2 um resumo com a data do plantio e da sensibilização e a quantidade de

mudas que foram plantadas nos locais, e o mapa de localização das áreas plantadas.

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Número Identificação Endereço Bairro

AE 02 Praça Sorocaba Rua Campo Largo com Rua Ubatuba Potengi AE 03 Praça Itaituba Rua Araçuaí com Rua sem denominação Potengi AE 04 Área Verde Rua Guadalupe com Rua Itapajé Potengi AE 10 Praça São Simão Rua Arnaldo Vieira com Campo Novo Pajuçara

AE 11 Praça Ministro Aluízio Alves Rua Campina Grande com Rua Adolfo Gordo Cidade da Esperança

AE 12 Praça da Caixa D'água Pequena Rua Praia de Barreta com Rua Rio Fogo Ponta Negra AE 13 Praça Varela Barca Rua Jardim de Alá com Rua Praia de Cabedelo Ponta Negra AE 14 Praça do Conjunto Alagamar Rua da Lagosta x Rua das Algas Ponta Negra

AE 15 Área Verde Rua Nascimento de Castro (entre os condomínios fechados Green Wood e Green Village) Candelária

AE 16 Área Verde Rua Mª Lama Farachis com Avenida Praia de Genipabu Capim Macio Quadro 1 – Área de estudo. Fonte: Quadro elaborado pelo autor.

Quadro 2 – Dados das áreas escolhidas. * Não encontrado nenhum documento que mostre se houve visita. **Não houve sensibilização após o plantio nessa área. + A sigla AE refere­se à abreviação de Área Escolhida. Fonte: Quadro elaborado pelo autor.

Ao analisar a tabela percebe­se que a maioria dos plantios ocorreu no mês de maio,

principalmente na semana do meio ambiente. É notório ressaltar que o projeto englobou mais

seis áreas, porém, como uma dessas seis não há dados suficientes para o estudo e as cinco

restantes foram tomadas para obras de drenagem, a presente pesquisa deteve­se nas dez áreas,

como dito anteriormente.

As áreas AE 04, AE 11 e AE 12, se destacam das demais porque houve muito mais

que o plantio de mudas no dia do evento. A AE 04, por exemplo, alunos da rede municipal de

ensino plantaram mudas, houve teatro de sensibilização ambiental, armaram tendas no local

além de contar com a presença de representantes políticos e comunitários no dia do evento

(Fotografia 3 e 4).

Identificação Data do Plantio Data da Sensibilização N° de Mudas

AE + 02 26/05/2006 25/07/06 23 AE 03 26/05/2006 25/07/06 18 AE 04 31/05/2006 10/08/06 29 AE 10 14/07/2006 08/08/06 34 AE 11 01/06/2006 04/08/06 17 AE 12 03/06/2006 02/08/06 47 AE 13 21/06/2006 02/08/06 43 AE 14 19/05/2006 * 09 AE 15 12/07/2006 ** 45 AE 16 25/07/2006 09/08/06 26

Total 291

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Fotografia 3 – Evento na AE 04. Fonte: Arquivos do Setor de Arborização – mai. 2006.

Fotografia 4 – Plantio de muda no evento da AE 04. Fonte: Arquivos do Setor de Arborização – mai. 2006.

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Mapa 1 – Mapa das áreas de Estudo.

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Fonte: Mapa elaborado pelo autor – fev. 2009.

As espécies utilizadas no plantio estão catalogadas abaixo com suas características

morfológicas. Segundo o técnico biólogo do SA na época do projeto, o tamanho médio das

mudas utilizadas pelo projeto foi de 1,8 metros. Todas as fotos são das mudas atualmente,

desta forma e como não sobreviveu nenhum exemplar de gameleira (Ficus Calayptroceras (Miq.) Miq.), não há fotos de todos os tipos de muda . Os dados técnicos foram retirados na

íntegra de Harri (2002a e b).

• Angico – Anandenanthera colubrina (Vell.) Brenan

Dessa árvore foram plantadas 35 mudas. A altura de um indivíduo adulto é de 10­12

metros, com tronco de 30­50 centímetros de diâmetro. As folhas são compostas bipinadas,

com 15­20 jugas; folíolos oposto, de 4­6 milímetros de comprimento, com 20­80 jugos. Flores

brancas, dispostas em inflorescências terminais. Fruto legume deiscente.

Fotografia 5 – Em A um angico, em B sua folha e em C seu tronco, ambos na AE 04. Fonte: Acervo do autor – fev. 2009.

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• Craibeira ­ Tabebuia aurea (Silva Manso) Benth. & Hook. f. ex S. Moore

Foram plantados 43 indivíduos dessa espécie. Altura de uma árvore adulta é de 12­20

metros, mas no cerrado a altura fica 4­6 metros. O tronco é tortuoso e revestido por casca

grossa, de 30­40 centímetro de diâmetro. As folhas são compostas 3­7 foliadas (Foto 5­B),

glabras, subcoriáceas, de 18­28 cm de comprimento por 4­6 cm de largura.

Fotografia 6 – Em A árvore da AE 11 e em B folha dessa espécie de outr o exemplar na AE 16. Fonte: Acervo do autor – mar. E fev. 2009 respectivamente.

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• Ipê roxo – Tabebuia impetiginosa (Mart. ex DC.) Standl.

Foram plantadas 20 árvores dessa espécie. Altura de 8­12 metros nos indivíduos

adultos, mas no interior da floresta a altura fica entre 20­30 metros. O tronco é de 60­90

centímetros de diâmetro. As folhas são compostas 5­folioladas (Foto 6­B); folíolos coriáceos,

pubescentes em ambas as faces, de 9­18 cm de comprimento e 4­10 cm de largura.

Fotografia 7 – Em A exemplar de um ipê roxo e em B sua respectiva folha, ambos na AE 04. Fonte: Acervo do autor – fev. 2009.

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• Ipê amarelo – Tabebuia serratifolia (Vahl.) G. Nicholson

Dessa espécie foram plantadas 19 unidades. A altura é de 8­20 metros e o tronco é de

60­80 centímetros de diâmetro nos indivíduos adultos. As folhas são compostas 5­folioladas,

mas eventualmente são 4 (Foto 7­B); folíolos glabros ou pubescentes, de 6­17 cm de

comprimento por 3­7 cm de largura. Inflorescência uma panícula de corimbros, com flores

amarelas.

Fotografia 8 – Em A árvore ipê amarelo e em B sua respectiva folhada, ambos na AE 11. Fonte: Acervo do autor – mar. 2009.

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• Jucá – Caesalpinia ferrea Mart. ex Tul. var ferrea

Desse tipo de árvore foram plantados 29 indivíduos. A altura de uma árvore adulta é

de 10­15 metros e o tronco é curto de 40­60 cm de diâmetro. As folhas são compostas binárias

de 15­19 cm de comprimento, com 5­11 pinas opostas; folíolos em número de 8­24 por pina.

Fruto legume (vagem) (Fotos 8­B) indeiscente, muito dura e cor escura.

Fotografia 9 – Em A exemplar de um jucá e em B sua respectiva folha, ambos da AE 02. Fonte: Acervo do autor – fev. 2009.

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• Pau­brasil – Caesalpinia echinata Lam.

A mais conhecida das espécies utilizadas pelo projeto. Foram plantadas 35 mudas de

Pau­brasil. Planta espinhenta de 8­12 metros de altura, mas a literatura cita exemplares de até

30 metros que existiu no passado, com tronco de 40­70 centímetros de diâmetro. As folhas

são compostas bipinadas de 10­15 cm de comprimento, com 5­6 pares de pinas de 8­14

centímetros de comprimento (Foto 9­B); folíolos em número de 6­10 pares por pina, de 1­2

cm de comprimento.

Fotografia 10 – Em A árvore de pau­brasil na AE 04 e em B sua folha e vagem de outro exemplar da AE 16. Fonte: Acervo do autor – ambos em fev. 2009.

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• Sabão­de­soldado – Sapindus soponaria L.

Dessa espécie de nome singular foram plantadas 15 unidades. A altura é de 5­9

metros e com tronco cilíndrico de 30­40 centímetros de diâmetro em indivíduos adultos. A

Copa é densa e perfeitamente globosa. E as folhas são compostas imparipenadas com 7

folíolos glabros de 10­16 cm de comprimento por 3­4 cm de largura. Fruto drupa globosa.

Fotografia 11 – Em A espécie de sabão de soldado e sua folha em B, ambos da AE 14. Fonte: Acervo do autor – fev. 2009.

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• Catingueira (Caesalpinia pyramidalis Tul.)

É uma árvore de porte médio, com 4­6 m de altura, podendo atingir 12 m. Apresenta

copa irregular, com ramos verdes, com grande número de lenticelas. A casca do fuste adulto

apresenta cor cinza, largando a camada superficial em lâminas, o que constitui a formação de

ritidomas. Suas folhas são bipinadas, com 5­11 folíolos alternos ou opostos, oblongos,

levemente ondulado. As flores são amarelas, dispostas em racimos curtos reunidos em

panículas piramidais, cujo fruto é vagem séssil e coriácea, achatada, medindo 8­11 cm de

comprimento, contendo 5­8 sementes, que são sacudidas a longas distâncias. É uma espécie

que vegeta em lugares pedregosos e que, durante a seca, serve de alimento para o gado. A

catingueira é uma das espécies de mais ampla dispersão no Nordeste semi­árido.

Fotografia 12 – Em A árvore catingueira da AE 10 e sua folha, flor e vagem em B de outro exemplar da AE 13. Fonte: Acervo do autor – ambos de fev. 2009.

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• Chichá – Sterculia chichi A. St.­Hil. ex Turpin

Foram plantadas 9 unidades dessa espécie. A altura é de 10­20 metros, com tronco

provido de sapopemas basais de 40­50 centímetros de diâmetro em árvores adultas. As folhas

são simples, trilobadas, coriáceas, glabras, de 15­20 centímetros. O fruto é cápsula lenhosa

grande, deiscente, que ao abrir­se em três pastes forma uma estrutura semelhante a um trevo,

expondo na parte interna as sementes de cor negra ainda afixada.

Fotografia 13 – Em A um Chichá da AE 13 e em B folha de outro exemplar da AE 16. Fonte: Acervo do autor – ambos em fev. 2009.

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• Gameleira – Ficus calayptroceras (Miq.) Miq.

A única espécie que não sobreviveu nenhum indivíduo dos 24 plantados. A altura é

de 8 ­12 metros e é dotado de copa arredondada ampla e rala. O tronco curto e profundamente

sulcado, de 80­120 centímetros de diâmetro, com casca quase lisa de cor grisácea. As folhas

alternadas, simples, inteiras, cartáceas, ásperas na face superior e pubescentes na inferior, de

margens geralmente inteiras, de 8­12 centímetros de comprimento por 6­9 centímetros de

largura, sobre pecíolo glabro de 5­5,5 centímetros de comprimento com 5­8 pares de nervuras

secundárias evidentes. Estípulas pubescentes, de coloração vinácea nos indivíduos novos e

esverdeada nos mais velhos, de 12­15 milímetros de comprimento. Fruto sincônio (figo)

globoso, de 10­15 milímetros de diâmetro, séssil, germinativo nas axilas foliares, glabro ou

pubescente, de cor vermelha e amarela quando maduro.

Observa­se a ausência da adoção de espécies não frutíferas não por questões de

logística, mas sim porque tais árvores geram diversos problemas urbanos em locais públicos,

segundo revelou o técnico engenheiro agrônomo. A começar pela sujeira causada pelos seus

frutos, essas árvores podem causar danos econômicos diretos quando seus frutos danificam os

carros que aproveitam da sua sombra, e indiretos quando os artefatos que as pessoas lançam

para retirar o fruto atingem algum bem de valor econômico. Todavia, elas não precisam ser

abolidas, mas deverão ser plantadas em ambientes propícios como, por exemplo, em terrenos

privados onde a responsabilidade por algum dano recairá sobre o dono do terreno.

Quanto à ação de Educação Ambiental, o tecnólogo em Meio Ambiente e na época

chefe do Setor de Educação Ambiental (SEA) da SEMURB; Arquiteta técnica na época chefe

do Setor de Planejamento Urbanístico e Ambiental (SPUA) da secretaria referida; e o técnico

Engenheiro Agrônomo do SA, se reuniram com moradores e lideranças comunitárias nas

associações dos bairros e também nas casas de alguns moradores em horários fora do

expediente para falar sobre o projeto e seus objetivos. Infelizmente não foi encontrado

nenhum documento dizendo em quais áreas ocorreram essas reuniões. Por incrível que pareça,

segundo a arquiteta técnica, alguns moradores se posicionaram contra o projeto porque as

árvores iriam deixar os locais mais escuros à noite propiciando o aumento da criminalidade

além das copas das árvores servirem de local para consumo de drogas e atos lascivos ou

libidinosos. Em contrapartida, os técnicos argumentavam que tais problemas dizem respeito à

segurança pública e que as árvores não são problemas. Todavia, a maioria dos que estavam

presentes nessas reuniões se posicionaram a favor do plantio.

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Nos locais onde essas reuniões prévias não foram possíveis os estagiários e alguns

funcionários dos Setores de Educação Ambiental e Arborização foram sensibilizar a

população casa por casa no dia e após o plantio, conforme disse o técnico biólogo em um

depoimento dado para o trabalho. Tais visitas tinham como objetivo saber se os residentes

estavam interessados em ajudar o projeto através da adoção das mudas, quer seja aguando ou

dando qualquer tipo de assistência às árvores. Depois dos plantios cada área recebeu uma

placa indicando a ação no local. Segundo o biólogo, as placas só foram colocadas bem depois

dos plantios por causa de questões burocrática, pois foi necessário abrir processo de licitação

para a compra das mesmas.

Após o plantio o Setor de Arborização ficou acompanhando todas as áreas

identificando o desenvolvimento de cada muda, substituindo as que estavam mortas e dando

apoio necessário para o crescimento da árvore como, por exemplo, substituindo os tutores e

retirando o mato que crescia perto da muda. Infelizmente técnico biólogo revelou que esse

acompanhamento durou um ano e meio e foi interrompido por falta de infraestrutura.

4.2 O PLANTIO E SEUS RESULTADOS

As áreas escolhidas pelo estudo foram visitadas primeiramente em outubro de 2008

em uma das ações do Setor de Arborização gerando através dessa visita, conforme já foi

exposto, o interesse e de fazer essa pesquisa. Todavia, as fotos e os demais registros desse

trabalho foram feitos de novembro de 2008 até o começo de março de 2009. A princípio

foram colhidas informações de cada muda como altura, comprimento da circunferência do

tronco, posição geográfica e presença de tutores. Felizmente foi possível fotografar cada

muda, diagnosticar se possuíam tutor e observar o seu tamanho e se apresentavam bom

desenvolvimento. Assim foi possível criar um banco de imagens com mais de 1.100 fotos no

qual cada uma das 172 mudas sobreviventes possui em média três fotos em anglos distintos.

A ideia de se medir a alturas das árvores era para compara se houve algum

crescimento vertical nos últimos anos, pois o Setor de Arborização acompanhava todas as

mudas não somente verificando as condições fisiológicas de cada planta, presença de folhas e

brotos novos, por exemplo, mas também medindo a alturas das mudas. Todavia, não foram

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encontrados documentos que demonstre que todas as áreas escolhidas por este trabalho

receberam esse acompanhamento.

Não foi possível georreferenciar todas as mudas porque não pude ficar de posse do

aparelho de GPS durante o tempo que estava sendo feito o levantamento, pois o equipamento

é de uso coletivo para os alunos da Diretoria de Educação e Tecnologia de Recursos Naturais

do IFRN, e porque era preciso de mais tempo e uma equipe de no mínimo duas pessoas para

fazer tanto esse levantamento quanto o das medições. O objetivo de todas essas ideias era de

se fazer um banco de dados georreferenciado de cada muda constando informações do dia do

plantio e dos acompanhamentos, altura e estado fitossanitário da planta, em fim, todos os

dados que possam ajudar no manejo arbóreo. Isso se justifica porque um projeto de

arborização não termina após o plantio de mudas, mas sim somente quando as árvores deixam

de ser uma muda para se tornar um indivíduo de maior porte. Mesmo assim elas ainda terão

que ser acompanhadas, sendo com menos freqüência, para a poda, por exemplo.

Apesar dessas barreiras, segue abaixo os resultados do levantamento, mas estão em

anexo na forma de quadros os resultados brutos.

Das 291 mudas plantadas foi observado que 172 delas sobreviveram após esses dois

anos e meio, isso representa quase 59,31% do total. Correlacionando esse dado com o número

de pessoas que disseram cuidar das mudas plantadas pelo projeto, esse dado é bastante

significativo, pois pôde­se perceber que a maioria das mudas sobreviveram praticamente sem

nenhuma ajuda antrópica, sem, é claro, considerar os carros que aguavam as mudas de

algumas áreas no início do projeto. É notório ressaltar que essa contagem foi feita

considerando somente as mudas plantadas nos dias dos plantios descartando as árvores que

foram plantadas posteriormente, as mudas que substituíram as árvores mortas.

Entre as áreas estudadas, a AE 04 é que mais se destaca por ter apresentado o menor

número de perdas de mudas, 17,24%, conforme revela o gráfico 1. Em visita aos moradores

do local para buscar respostas desse resultado, isto é, tentar entender a razão de quase todas as

mudas terem sobrevivido, foi identificado, conforme uma moradora, que nenhuma pessoa,

inclusive a entrevistada, cuida das árvores. Isso também foi confirmado pela ex­vice

presidente do Conselho Comunitário de Panatins.

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Gráfico 1 – Ranking das áreas onde houve perdas de mudas. Fonte: Gráfico elaborado pelo autor.

Já a causa da AE14 perder tanta muda não foi possível identificar. As casas ao redor

dessa área forma visitadas, mas nenhum morador apareceu para responder a entrevista.

Possivelmente esse dever ter sido a razão do Setor de Arborização não ter consultado os

moradores locais. Já na AE 10 descobriu­se que as mudas foram mortas por cabras que vivem

naquela praça. Isso foi revelado pelos próprios moradores no momento da entrevista que

gostariam que esses animais fossem removidos do local. Eles revelaram também que não

falam com o dono dos animais para resolver esse impasse por medo de represálias. Como a

única forma de resolver o problema sem que haja confusão entre os visinhos, decidi ligar para

a linha verde da SEMURB denunciando o caso. Porém, como era necessário pelo menos saber

o número da casa do morador, a denuncia provavelmente não foi atendida.

Também foi possível fazer um ranking da espécie de árvore que houve maior relação

de mudas plantadas com mudas sobreviventes (Gráfico 2).

AE 14 AE 10 AE 13 AE 03 AE 15 AE 16 AE 02 AE 11 AE 12 AE 04

77,78% 73,53%

62,79%

44,44% 35,56% 34,62%

30,43% 23,53% 23,40%

17,24%

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Gráfico 2 – Ranking das mudas que possui maior r elação de mudas plantadas em relação às r estantes. Fonte: Gráfico elaborado pelo autor.

A provável justificativa da sobrevivência das mudas foi por causa da elevada

pluviosidade nos últimos anos, a média anual ficou acima de 130 mm (Gráfico 3), e a média

de chuva durante maio de 2006 a fevereiro de 2009 ficou acima de 150 mm, sendo a maior

média no ano de 2008 (206,8 mm). Os dados de pluviosidade foram adquiridos do site da

Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN).

Gráfico 3 – Pluviosidade média nos últimos anos. Fonte: EMPARN, 2009.

Como revelado anteriormente, não foi possível medir todas as mudas com fita

métrica, mas como é necessário avaliar em que estado estão essas mudas, optou­se por adotar

75,86%

74,42%

71,43%

70,37%

61,54%

60%

60%

51,43%

50,00%

0,00

%

2006 2007 2008

131,9 mm 145,2 mm

206,8 mm

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uma metodologia subjetiva. Verificou­se através da percepção em que tamanho as árvores se

enquadrariam, isto é, se possuíam menos de um metro, entre um e dois metros ou se estava

acima de dois metros (Figura 1). Dessa forma foi possível diagnosticar a altura das árvores.

Figura 1– Forma como foi medido as árvores. Fonte: Figura elaborada pelo autor.

De acordo com o levantamento verificou­se que 66,86% das mudas possuem de um a

dois metros, 13,95% estavam com menos de um metro e 19,19% possuíam mais que dois

metros. Segundo o técnico biólogo, a alturas das mudas que foram plantadas estava em média

de 1,8 metros, conforme foi exposto, logo, por que há mudas menores que um metro? A

explicação para isso é que algumas mudas sofreram vandalismo prejudicando, dessa forma, o

crescimento da árvore.

Em relação às espécies com maior estatura a craibeira e o jucá foram as duas

espécies que apresentaram mais exemplares acima de dois metros, cada um com 4% do total.

Já as que apresentaram tamanho médio, entre um e dois metros, três espécies apresentaram

quantidades acima de 10%: catingueira, craibeira e pau­brasil. Isso pode parecer duvidoso

porque as mudas de pau­brasil apresentam crescimento demorado, mas a explicação é porque

a faixa entre um e dois metros é bastante extensa, logo, os valores seriam outros se fosse

considerados intervalos de um a um e meio metros e entre um metro e meio a dois metros.

Nesse levantamento foi possível verificar quais mudas possuem tutores e se eles

precisam ser substituídos. O resultado encontrado é que 81% não possuem o tutor e dessa

porcentagem a maioria das mudas precisam de novos tutores. Existe também uma

porcentagem significativa que necessita do tutor, mais de 50%. Os valores do crescimento

vertical foram influenciados justamente porque na ausência dos tutores as árvores têm maior

crescimento horizontal que vertical (Fotografia 14).

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Fotografia 14 – Jucá com crescimento prejudicado por não possuir tutor . Fonte: Acervo do autor – fev. 2009.

A última observação que se buscou no levantamento em campo foi identificar se

ainda estavam nos locais dos plantios as placas que foram colocadas em cada área indicando o

plantio de mudas. Verificou­se que três áreas não possuem placa, uma das placas restantes

estava derrubada porque cupins comeram a madeira que a sustentava e um estar com o letreiro

pouco legível por causa de ações de vândalos.

Todavia, somente algumas placas estão em bom estado, somente três.

4.3 DEPOIMENTOS DOS MORADORES

Conforme o quadro número 2 nem todas as áreas receberam um trabalho de

sensibilização e a opinião de cada morador do entorno destas só foi coletada após o plantio. A

AE 15 não necessitou dessa ação porque ela fica entre dois condomínios fechados que, por

sua vez, não estão de frente a essas áreas e praticamente nenhum morador desses condomínios

tem acesso a essa área (Mapa 2). Já a AE 14 não foi encontrado nenhum documento que

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explicasse o porquê de não ter sido visitada. Neste sub­tópico será primeiramente apresentado

os resultados das entrevistas realizadas em 2006 e depois a pesquisa por ocasião deste ensaio.

Mapa 2 – Localização da AE 15. Fonte: Acervo do autor – fev. 2009.

Segundo o técnico biólogo, as equipes se dirigiam a cada casa em duplas recolhendo

a opinião das pessoas acerca da área em frente a sua casa e se elas estavam interessadas em

adotar as mudas plantadas. Desta forma, não foi feito um questionário específico para os

entrevistados. Essas visitas eram feitas pelos estagiários, pois o biólogo ficava orientando o

funcionário do Horto Pitimbu que ficava dando serviços de manutenção nas mudas. Ao todo

foi coletada a opinião de 122 pessoas nas áreas escolhidas, 81 na Região Administrativa Norte

(RAN), 31 na Região Administrativa Sul (RAS) e 08 na Região Administrativa Oeste –

(RAO).

O gráfico 4 mostra a quantidade de pessoas que eram a favor ou contra o plantio e as

que não se posicionaram.

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Gráfico 4 – Opinião dos moradores acerca do plantio. Fonte: Gráfico elaborado pelo autor segundo o levantamento feito pelo SEA e SA em 2006 – jan. 2009.

Poucas pessoas que mencionaram ser a favor se comprometeram em cuidar das

árvores, somente 26%. A maioria só disse que o projeto é bom e aceitou o plantio. Segundo a

arquiteta técnica, atual chefe do SA, não basta somente plantar as árvores, é necessário manter

essas plantas para que elas não morram. Desta forma, o sucesso do projeto depende também

da população.

Investigando afundo nas respostas que a população deu para a equipe da SEMURB,

percebeu­se que muitos moradores gostariam que fosse construída uma praça no local e foi

encontrado também muitas reclamações de ordem sanitária, isto é, os moradores reclamavam

do lixo existente no local.

A segunda entrevista especificamente feita para esse estudo foi realizada

pessoalmente no período de dezembro de 2008 a início de março de 2009. Ela difere da

primeira porque como metodologia optamos por elaborar um questionário totalizando 09

perguntas como o objetivo de iniciar um diálogo com cada morador. Outra diferença dessa

pesquisa é que foram entrevistados menos pessoas, 44 residentes (Quadro 3). Essa quantidade

reduzida se deve à dificuldade de conversar com os moradores uma vez que parte dos que

residem perto das áreas de estudo não estavam em casa no momento da entrevista. Na maioria

das casas na RAS só estavam presentes as secretárias domésticas. Outro destaque foi o fato de

que objetivou­se entrevistar os moradores que residem em frentes as mudas que estão vivas

após esses dois anos e meio.

A Favor 61%

Contra 3%

Sem Posicionamento

36%

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Área Entrevistados Data da Entrevista AE 02 9 13/01/2009 AE 03 11 13/01/2009 AE 04 2 11/02/2009 AE 10 7 11/02/2009 AE 11 9 04/03/2009 AE 12 2 16/12/2008 AE 13 2 16/12/2008 AE 16 2 16/12/2008

Quadro 3 – Quantidade de entrevistados e dia da entr evista. Fonte: tabela elaborada pelo autor.

A explicação dessa medida foi porque buscou­se correlacionar sobrevivência das

mudas e manutenção dos moradores. Todavia, foram pouquíssimas casas, por assim dizer,

desprezadas, pois a maioria das residências vizinhas a essas áreas foram entrevistadas. Mesmo

assim, e isso já é fato, as pessoas só mantêm as plantas que estão próximas as suas casas,

muitas vezes por que foram plantadas por elas representando praticamente um anexo de seus

jardins. Isso pode ser observado em qualquer praça de qualquer bairro do município onde há

locais bem arborizados e outros não. Isso foi visto na prática na entrevista realizada na AE 11

no qual parte da praça está limpa e bem cuidada a outra não. A moradora que reside próximo

a essa área disse que só dá manutenção na parte próxima a sua casa (Fotografia 14).

Fotografia 15 – A esquerda par te da Praça cuidada por alguns moradores e a dir eita par te da Praça sem manutenção. Fonte: Acervo do autor – mar. 2009.

Das 44 pessoas que foram entrevistadas somente uma não morava a mais de dois

anos perto do local dos plantios e dos entrevistados 93% sabem que houve plantio perto de

suas casas. Um fato interessante encontrado foi que 10% dos que sabem do plantio atribui a

ação ao Exército Brasileiro demonstrando que a Prefeitura não ganhou o crédito. Também

10% dos entrevistados disseram que houve consulta a comunidade perguntando se os mesmos

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queriam as árvores, a grande maioria, 87,5%, informaram que não foi consultado antes do

plantio, os outros 2,5% se refere a uma pessoa que não soube informar. Isso demonstrou a

necessidade de consultar a comunidade não somente nas associações dos bairros, mas também

nas casas ao redor dessas áreas uma vez que nem sempre os moradores participantes das

reuniões comunitárias moram perto das áreas contempladas e que nem sempre o morador

pode ir a essas reuniões.

Em relação às pessoas que disseram cuidar ou não das mudas, segue um gráfico

abaixo ilustrando o resultado:

Gráfico 5 – Porcentagem de pessoas que adotaram e não adotaram as mudas. Fonte: Gráfico elaborado pelo autor.

Infelizmente, a maioria dos entrevistados disseram que não dão nenhuma forma de

manutenção as mudas como, por exemplo, aguar ou não deixar que pessoas depredem a

planta. O surpreendente foi encontrar uma porcentagem significativa de pessoas que

afirmaram não saber que era para adotar a muda, 14%. A área onde houve maior adesão,

segundo a entrevista, foi a AE 02, todavia isso é pouco relevantes porque, conforme a tabela

3, a quantidade de entrevistados por área foi diferente.

Quando foi indagado aos entrevistados se eles sabiam da importância de projetos de

arborização para a cidade 84% disseram saber, mas somente 41% desses adotaram alguma

muda. Isso mostra que, apesar dessa conscientização louvável, as pessoas não abdicam parte

do seu tempo para cuidar das árvores. Contudo, as respostas dos moradores que alegaram

saber da importância dos projetos de arborização foram bastante interessantes: 32% disseram

que as sombras feitas pelas árvores são boas; 30% gostam das árvores por deixar o ar mais

Adotou ‐ 36%

Sem Resposta ‐ 7%

Cuida de outras plantas ‐ 9%

Sem tempo, 9%

Opiniões Adversas ‐ 9% Não soube

dizer ‐ 16%

Não sabia que era para adotar

‐ 14%

Não adotou ‐ 57%

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puro; e 11% gostam da beleza paisagística ocasionada por elas. Isso mostra que a população

pesquisada não sabe dos vários benefícios. Provavelmente se soubessem da maioria dos

benefícios o número de mudas adotadas seria bem maior.

Também foi perguntado aos moradores se eles acharam positivo ou negativo o

projeto. O resultado pode ser mais bem visualizado no gráfico 7:

Gráfico 6 – Opinião dos moradores que acharam positivo ou negativo o projeto. Fonte: Gráfico elaborado pelo autor.

Entre as pessoas que acharam negativo o projeto, uma argumentou que com o

crescimento das árvores o local irá ficar mais perigoso porque as árvores deixaram o local

bastante escuro à noite, e outra disse que as árvores plantadas não possuem um bom aspecto.

De fato AE 04 possui iluminação precária se comparada às outras áreas, excluindo­se a AE

15.

Por fim, a última pergunta feita procurou saber o que deve ser feito para melhorar o

desempenho do projeto. Das 95% pessoas que opinaram 33% acha que precisa de manutenção

e ter uma pessoa para cuidar; 5% acham que a Prefeitura é quem deve cuidar do local; 14%

opinaram que a área deve ser limpa e a mesma porcentagem mencionou lixo; 17% querem

uma praça; 23% acham que devem ser plantadas mais árvores; e 5% opinaram que devem ser

plantadas árvores frutíferas. A quantidade expressiva das pessoas que opinaram querer

manutenção se deve pela imagem de abandono aparente demonstrado pela prefeitura. Isso é

justificado quando alguns mencionaram que a prefeitura deveria dar cuidar do local e alguns

ainda sugeriram que deveria ser colocado um jardineiro, mas isso não é o objetivo do projeto.

Os que mencionaram que a área deveria ser limpa simplesmente citaram um

problema sério encontrado em áreas verdes no município, a presença de resíduos sólidos. Esse

Acharam Positivo; 80% Acharam

Negativo; 5%

Nenhuma das Opeções; 16%

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problema é recorrente nas áreas analisadas onde não houve nenhuma intervenção da prefeitura

no sentido de urbanizá­la e o local mais grave encontrado foi a AE 03 (Fotografia 16), mas as

AE 02, 04, 10 e 16 também sofrem com isso sendo com menor intensidade, porém todas as

áreas sofrem com esse problema. Através das visitas pôde­se perceber visivelmente que 5

dessas áreas possuem pouco lixo, 4 uma quantidade média e uma, justamente a AE 03, possui

quantidade elevada de lixo.

Fotografia 16 – Problema de resíduo sólido na AE 03. Fonte: Acervo do autor – fev. 2009.

Analisando visivelmente os resíduos, isso sem nenhuma análise gravimétrica mais

precisa, verificou que 70% desses resíduos são formados por restos de poda; 50% por lixo

domiciliar e 20% por metralhas. De todas as áreas destaco a AE 10 cujo lixo pode ser

considerado perigoso, segundo a Norma Brasileira (NBR) 10.004:2004, pois os resíduos,

restos de televisões, possuem chumbo em sua composição, isso sem mencionar que são

verdadeiros criadores de larvas do mosquito Aedes Aegypti (Fotografia 17).

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Fotografia 17 – Restos de televisores e que estão acumulando água na AE 10. Fonte: Acervo do autor – fev. 2009.

Os 17% que disseram querer uma praça são reflexos do problema exposto

anteriormente, alguns até falaram que as mudas incitaram as pessoas que despejam dejetos

nas áreas a não fazer mais isso. Apesar desses gargalos, parte significativa dos entrevistados

acharam que deveria ser plantado mais árvores e ainda sugeriram que deveria ser plantadas

árvores frutíferas.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O tema Arborização Urbana ainda é pouco estudado localmente se comparado a

outros locais, mas isso poderá mudar quando a população em geral der maior valor às árvores

não somente no sentido estético, mas também como uma ótima forma de amenizar o clima

local. Contudo, os benefícios não só se resumem a esses quesitos.

O teste feito com o decibelímetro serviu somente para ilustrar um dos benefícios

ocasionados pelas árvores. Para se ter valores exatos e mais precisos recomendam­se repetir o

teste em horários e épocas diferentes, caso se queira fazer um estudo técnico detalhado sobre

esse tema específico.

As várias definições de áreas verdes encontradas mostram como tema é polêmico

necessitando de muitos cuidados quando for utilizado nos planos diretores municipais, pois,

se for empregado de forma dúbia, pode gerar diversos transtornos futuros para toda a

sociedade. Infelizmente, o município de Natal não conceitua o que é em si uma área verde,

mesmo copiando na integra os conceitos de sistema de áreas verdes recomendados pela

Sociedade Brasileira de Arborização Urbana (SBAU). Contudo isso poderá ser resolvido com

a criação da Lei sobre cobertura vegetal do município que, quando estava estagiando no Setor

de Arborização, estava sedo estudada.

O conceito de área verde exposto por Cavalheiro et al (1999) aparentou ser o mais

completo e também porque não considera os canteiros como sendo área verde. A

problemática em si circula nesse impasse: o que fazer com o 20% obrigatórios do terreno

estipulado pelo código Florestal? A lei só diz que é o local para preservação, então, os

arquitetos podem descontar essa porcentagem nos canteiros de circulação. Dessa forma, os

benefícios citados advindos com as áreas verdes são perdidos. Espera­se que esse impasse

seja resolvido também com a lei de cobertura vegetal.

Os planos diretores de arborização urbana (PDAU) são uma boa forma de evitar os

problemas ocasionados pelas árvores, pois esses planos impõem diretrizes que devem ser

seguidas em todo o município em relação a esse tema. As capitais brasileiras que utilizam

esse instrumento de gestão conseguiram diversos benefícios como, por exemplo, a cidade de

Goiânia que está removendo diversas árvores que foram diagnosticadas como problemáticas.

Em Natal esse instrumento pode se tornar realidade nos próximos anos caso a promessa feita

pela atual gestora municipal se cumpra.

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Em relação aos índices é preciso tomar cuidado para que eles não sejam utilizados de

forma incorreta, pois valores altos desses índices podem mascarar muitas verdades e mentiras.

Mais especificamente, o índice de área verde por habitante de 12 m 2 /hab., que dizem ser o

recomendado pela ONU, é uma farça e deve ser esquecido, uma vez que não se sabe quais são

as forma para chegar a esse valor.

O Projeto Plantando em Natal foi uma ótima ideia de arborizar a cidade, mas é

preciso modificar algumas ações antes de ser novamente implantado. Pelo que pude perceber

e segundo a fala dos moradores é necessário saber o que os moradores almejam para as áreas

perto de suas casas antes de fazer qualquer intervenção nos locais escolhidos porque, por mais

que toda a sociedade usufrua daquele benefício, os locais são mais usados pela população

mais próxima. A forma que essa ação foi feita demonstrou ser falha sendo necessário ser

revista. O que recomendo é ouvir os moradores diretamente afetados entrevistando cada um

casa por casa. Em algumas áreas os moradores gostariam mesmo é de uma praça que poderia

resolver o problema dos resíduos sólidos que são colocados naquelas áreas porque, segundo

os próprios moradores, as pessoas que despejam dejetos no local deixariam de fazer isso se

houvesse uma praça. É interessante observar que isso foi diagnosticado tanto nas entrevistas

feitas pela equipe da SEMURB quanto nas entrevistas realizadas por ocasião do estudo.

A entrevista tanto com os técnicos quanto com os moradores se mostrou bastante

proveitoso apesar de que não foi possível entrevistar todos os técnicos que participaram do

projeto e os moradores de algumas áreas. Os motivos são diversos em ambos os casos, mas o

trabalho não ficou prejudicado por causa disso.

Em relação ao monitoramento e continuidade do projeto, antes de pesquisar a fundo

todo o projeto a professora Nubelia Moreira já me alertou a causa da interrupção de projetos

feitos pela iniciativa pública: a falta de infraestrutura. No começo do Plantando em Natal

havia muitas visitas ao local, replantio de mudas que morreram, etc, segundo técnico biólogo,

mas por diversos motivos o monitoramento foi encerrado. Mesmo assim, muitas mudas estão

vivas até hoje apesar da maioria delas não receber nenhum cuidado da população que vive

próximo a elas.

Recomenda­se pelo menos recolocar os tutores nas mudas que necessitam e também

amarar algumas mudas nos tutores que existem, principalmente nas mudas da AE 15.

Algumas mudas estão com o crescimento não uniforme por causa desse simples problema.

Com relação às condições das árvores, elas estão se desenvolvendo bem, principalmente as

craibeira, os angicos, as catingueiras, alguns cichás e os jucás. As chuvas no início do ano

estão ajudando nesse desenvolvimento. Todavia, os ipês amarelos são as mudas que mais

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sofrem com a ausência prolongada da chuva. Isso foi percebido porque os registros

fotográficos começaram a ser feitos nos dois últimos meses do ano de 2008, época que ainda

não estava chovendo com maior freqüência. As árvores restantes, pau­brasil e ipê roxo,

apresentaram resultados médios.

Os problemas de resíduos sólidos nas áreas são graves e precisam ser resolvidos

porque são ótimos criadores do mosquito da dengue, além de outros vetores como ratos e

baratas.

Seria bom também que o SA voltasse a acompanhar as mudas periodicamente para

pelo menos dar uma manutenção básica, conforme foi exposto. Não acho que seja ideal

replantar as mudas que morreram, mas creio ser necessário atender os anseios da população

como limpar a áreas, colocar poste de iluminação, construir praças, etc. Não creio que fazer

uma nova conscientização ambiental com esses moradores poderia mudar a situação atual ao

ponto de mais pessoas adotarem as mudas, mas não descarto essa alternativa apesar de já

saber as respostas desses moradores.

A ideia de fazer um banco de dados para acompanhar o crescimento e

desenvolvimento das mudas só é possível com uma equipe maior, de duas a três pessoas.

Contudo aconselho que seja feito, pois servirá de base para outros projetos de arborização.

Espero que as cabras que são criadas na AE 10 sejam removidas, pois esses animais

estão gerando vários problemas não só para a vegetação existente no local mas também para a

população que reside próximo a área.

A realização deste trabalho foi consideravelmente árdua porque foi necessário

fotografar todas as mudas sobreviventes diversas vezes além de entrevistar as várias pessoas

que estavam envolvidas nesse projeto, isso demonstra que foi necessário visitar as áreas de

estudo muitas vezes. Mesmo assim pude aprender muito tanto com os técnicos quanto a

população e com os teóricos também.

Por fim, essa sinfonia não pode terminar no segundo movimento, pois a obra

possivelmente não conseguirá o sucesso almejado em apenas dois movimentos. Espero que

outros compositores possam dar continuidade a essa peça da mesma forma que fiz. Alguns

temas para o terceiro movimento já lancei ao longo deste movimento, mas isso não quer dizer

que eles precisam ser ouvidos novamente. Contudo, espero que, se ela ficar inacabada, faça

tanto sucesso quanto a sinfonia inacabada do compositor Franz Schubert.

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APÊNDICE APÊNDICE A – Questionário feito por ocasião do trabalho.

N°:______Local:_____________ Morador:__________ Casa N°:__________

1.Há quanto tempo mora nessa casa?

a) Menos de dois anos;b) Mais de dois anos?

2.O senhor (a) sabe do plantio que houve há dois anos?

a) Sim b) Não

3.O senhor (a) sabe dizer se houve um trabalho de consulta ou envolvimento da comunidade?

a) Sim b) Não

3.1Caso sim, o senhor adotou alguma muda? Por quê?

a) Sim b) Não

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

4.O senhor (a) sabe da importância de projetos de arborização para a cidade?

a) Sim b) Não

5.Qual a sua opinião acerca do projeto?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

6.O senhor acha que foi positivo ou negativo o projeto? Por quê?

a) Positivob) Negativo

___________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

7.Qual a sua opinião para melhorar o desempenho projeto?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

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APÊNDICE B – Tabelas das mudas que foram plantadas.

Fonte: Tabela elaborada pelo autor com base nos acervos do Setor de Arborização.

Mudas Plantadas

N° Espécie AE 02 AE 03 AE 04 AE 10 AE 11 AE 12 AE 13 AE 14 AE 15 AE 16

Quantidade 1 Angico 2 3 3 0 3 10 11 1 0 2 2 Craibeira 5 3 5 0 5 10 0 0 9 6 3 Jucá 8 3 7 0 1 3 8 0 1 1 4 Pau­brasil 0 1 4 8 4 8 0 0 7 3 5 Catingueira 1 2 3 10 1 6 9 3 8 6 6 Ipê amarelo 0 1 2 0 3 4 0 0 0 0 7 Chichá 0 1 0 7 0 1 4 1 10 3 8 Sabão­de­soldado 4 2 0 0 0 5 0 4 0 0 9 Ipê roxo 3 2 5 0 0 1 11 0 0 0 10 Gameleira 0 0 0 9 0 0 0 0 10 5

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APÊNDICE C – Tabela das mudas que sobreviveram.

Fonte: Tabela elaborada pelo autor.

Mudas Sobreviventes

N° Espécie AE 02 AE 03 AE 04 AE 10 AE 11 AE 12 AE 13 AE 14 AE 15 AE 16 Quantidade

1 Angico 1 0 2 0 3 5 5 0 0 2 2 Craibeira 3 3 4 0 4 8 0 0 5 5 3 Jucá 6 2 5 0 1 3 3 0 1 1 4 Pau­brasil 0 0 4 3 2 8 0 0 6 2 5 Catingueira 1 2 3 2 0 6 4 0 8 6 6 Ipê amarelo 0 0 1 0 3 1 0 0 0 0 7 Chichá 0 1 0 4 0 0 4 0 9 1 8 Sabão­de­soldado 2 1 0 0 0 4 0 2 0 0 9 Ipê roxo 3 1 5 0 0 1 0 0 0 0 10 Gameleira 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

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APÊNDICE D – Resultado das medições

N° Local

Identificação

Espécie

Altura

Sofreu

Vandalismo

Falta de Tutor

Colocar Tutor Área Com Resíduo Sólido

Presença de

Placa

1 < X 1 ≤ X ≤ 2 X > 2

Pouco

Médio

Muito

Lixo

Dom

iciliar

Restos de

Poda

Metralha

1 AE 02 1 Craibeira 1 1

­ ­ 1 1 1 ­ ­

2 AE 02 2 Craibeira 1 1 3 AE 02 3 Jucá 1 1 4 AE 02 4 Jucá 1 1 5 AE 02 5 Ipê roxo 1 1 6 AE 02 6 Jucá 1 1 7 AE 02 7 Jucá 1 1 8 AE 02 8 Ipê roxo 1 1 9 AE 02 9 Ipê roxo 1 1 10 AE 02 10 Jucá 1 1

11 AE 02 11 Sabão­de­ soldado 1 1

12 AE 02 14 Craibeira 1 1 1

13 AE 02 15 Sabão­de­ soldado 1 1 1

14 AE 02 17 Catingueira 1 1 15 AE 02 21 Angico 1 1 16 AE 02 22 Jucá 1 1 1 17 AE 03 1 Ipê roxo 1 1

­ 1 ­ 1 1 1 1

18 AE 03 3 Sabão­de­ soldado 1 1

19 AE 03 6 Craibeira 1 1 1 1 20 AE 03 7 Catingueira 1 1 21 AE 03 8 Catingueira 1 1 22 AE 03 9 Jucá 1 * 23 AE 03 10 Craibeira 1 1 24 AE 03 11 Jucá 1 1 25 AE 03 13 Chichá 1 1 1 26 AE 03 18 Craibeira 1 1 27 AE 04 1 Pau­brasil 1 1

1 ­ ­ 1 1 ­ 1

28 AE 04 2 Ipê roxo 1 1 1 29 AE 04 3 Jucá 1 1 30 AE 04 4 Craibeira 1 1 31 AE 04 6 Jucá 1 1 32 AE 04 8 Craibeira 1 1 33 AE 04 9 Ipê amarelo 1 1 1 34 AE 04 10 Ipê roxo 1 1 35 AE 04 11 Pau­brasil 1 1 1 36 AE 04 12 Jucá 1 1 37 AE 04 13 Pau­brasil 1 1 1 38 AE 04 14 Jucá 1 1 39 AE 04 15 Catingueira 1 1 40 AE 04 16 Jucá 1 1 1

41 AE 04 17 Angico 1 1 42 AE 04 19 Pau­brasil 1 1 1 43 AE 04 20 Angico 1 1 1 44 AE 04 21 Craibeira 1 1 45 AE 04 22 Craibeira 1 1 46 AE 04 23 Catingueira 1 * 47 AE 04 24 Ipê roxo 1 1 1 48 AE 04 25 Ipê roxo 1 1 49 AE 04 27 Ipê roxo 1 1 50 AE 04 29 Catingueira 1 1 51 AE 10 2 Catingueira 1 1 1

­ 1 1 1

*(restos de tv)

1

52 AE 10 19 Chichá 1 1 1 53 AE 10 23 Chichá 1 1 54 AE 10 24 Pau­brasil 1 1 55 AE 10 26 Pau­brasil 1 1 1 56 AE 10 27 Chichá 1 1 57 AE 10 28 Chichá 1 1 58 AE 10 29 Catingueira 1 * 59 AE 10 31 Pau­brasil 1 * 60 AE 11 1 Craibeira 1 *

1 ­ ­ ­ ­ ­ 1

61 AE 11 2 Ipê amarelo 1 1 1 62 AE 11 3 Angico 1 * 63 AE 11 4 Pau­brasil 1 1 1 64 AE 11 5 Angico 1 1 1 65 AE 11 6 Craibeira 1 * 1 66 AE 11 7 Pau­brasil 1 * 67 AE 11 8 Ipê amarelo 1 1 1 1 68 AE 11 9 Craibeira 1 1 69 AE 11 10 Catingueira 1 * 70 AE 11 11 Craibeira 1 1 71 AE 11 12 Ipê amarelo 1 * 72 AE 11 14 Angico 1 * 1 73 AE 12 1 Craibeira 1 1 1

1 ­ ­ ­ 1 ­ ­

74 AE 12 2 Angico 1 1 1 75 AE 12 3 Craibeira 1 1 1 76 AE 12 4 Pau­brasil 1 1 77 AE 12 5 Craibeira 1 1 78 AE 12 6 Catingueira 1 1 1 79 AE 12 7 Catingueira 1 1 1 80 AE 12 8 Craibeira 1 1 1 81 AE 12 9 Pau­brasil 1 1 1 82 AE 12 10 Angico 1 1 83 AE 12 11 Ipê amarelo 1 1 1 1 84 AE 12 12 Catingueira 1 1 85 AE 12 13 Pau­brasil 1 1 86 AE 12 14 Angico 1 1 87 AE 12 15 Craibeira 1 1 1 88 AE 12 16 Pau­brasil 1 * 89 AE 12 17 Angico 1 1

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90 AE 12 18 Sabão­de­ soldado 1 1

91 AE 12 19 Craibeira 1 1 92 AE 12 20 Craibeira 1 1

93 AE 12 21 Sabão­de­ soldado 1 1

94 AE 12 22 Pau­brasil 1 1 95 AE 12 23 Pau­brasil 1 1 1

96 AE 12 24 Sabão­de­ soldado 1 1 1

97 AE 12 25 Craibeira 1 1 1 98 AE 12 26 Jucá 1 1 1 99 AE 12 27 Pau­brasil 1 1 1 100 AE 12 28 Jucá 1 1 101 AE 12 29 Catingueira 1 1 1 102 AE 12 30 Pau­brasil 1 1 103 AE 12 31 Catingueira 1 1 1 1 104 AE 12 32 Ipê roxo 1 1 1

105 AE 12 33 Sabão­de­ soldado 1 *

106 AE 12 34 Jucá 1 1 1 107 AE 12 36 Catingueira 1 1 1 108 AE 12 37 Pau­brasil 1 1 1 109 AE 13 10 Catingueira 1 1 1

­ ­ ­ ­ ­ ­ 1

110 AE 13 11 Jucá 1 1 111 AE 13 13 Catingueira 1 1 112 AE 13 20 Chichá 1 1 113 AE 13 22 Chichá 1 1 114 AE 13 23 Chichá 1 1 115 AE 13 28 Jucá 1 1 116 AE 13 29 Jucá 1 1 117 AE 13 33 Angico 1 1 118 AE 13 34 Angico 1 1 119 AE 13 37 Angico 1 1 120 AE 13 38 Chichá 1 1 121 AE 13 40 Angico 1 1 1 122 AE 13 41 Angico 1 1 1 123 AE 13 42 Catingueira 1 1 124 AE 13 43 Ipê amarelo 1 1

125 AE 14 1 Sabão­de­ soldado 1 1

1 ­ ­ ­ ­ ­ 1

126 AE 14 2 Sabão­de­ soldado 1 1

127 AE 15 1 Catingueira 1 * 1

1 ­ ­ 1 ­ 1

128 AE 15 2 Catingueira 1 1 1 129 AE 15 5 Chichá 1 1 1 130 AE 15 6 Catingueira 1 1 1 131 AE 15 7 Pau­brasil 1 1 132 AE 15 8 Chichá 1 * 133 AE 15 9 Catingueira 1 * 134 AE 15 10 Craibeira 1 1 1 135 AE 15 12 Craibeira 1 *

136 AE 15 14 Pau­brasil 1 * 137 AE 15 15 Chichá 1 * 138 AE 15 16 Chichá 1 * 139 AE 15 18 Craibeira 1 1 1 140 AE 15 20 Chichá 1 * 141 AE 15 21 Pau­brasil 1 * 142 AE 15 22 Chichá 1 * 143 AE 15 23 Pau­brasil 1 * 144 AE 15 26 Craibeira 1 1 1 145 AE 15 27 Chichá 1 * 146 AE 15 28 Catingueira 1 1 1 147 AE 15 30 Catingueira 1 1 1 148 AE 15 31 Craibeira 1 1 149 AE 15 32 Chichá 1 1 1 150 AE 15 33 Pau­brasil 1 * 151 AE 15 35 Pau­brasil 1 1 152 AE 15 36 Catingueira 1 1 1 153 AE 15 37 Chichá 1 1 1 154 AE 15 39 Catingueira 1 155 AE 15 40 Jucá 1 1 1 156 AE 16 2 Craibeira 1 1 1

­ 1 ­ 1 1 1 1

157 AE 16 3 Chichá 1 1 1 158 AE 16 5 Catingueira 1 * 159 AE 16 6 Catingueira 1 * 160 AE 16 7 Pau­brasil 1 * 1 161 AE 16 9 Catingueira 1 1 162 AE 16 10 Angico 1 1 1 163 AE 16 11 Craibeira 1 1 164 AE 16 14 Pau­brasil 1 1 1 165 AE 16 16 Catingueira 1 * 166 AE 16 19 Craibeira 1 1 167 AE 16 20 Catingueira 1 1 168 AE 16 21 Craibeira 1 1 169 AE 16 22 Catingueira 1 * 1 170 AE 16 23 Craibeira 1 1 1 171 AE 16 24 Angico 1 1 172 AE 16 25 Jucá 1 1 Fonte: Tabela elaborada pelo autor.

* Possui tutor.

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APÊNDICE E – Tabela do gráfico 1

Fonte: Acervo do autor.

Espécie Mudas Plantadas Mudas Sobreviventes % de Vivas Angico 35 18 51,43 Craibeira 43 32 74,42 Jucá 29 22 75,86 Pau­brasil 35 25 71,43 Catingueira 52 32 61,54 Ipê amarelo 10 5 50,00 Chichá 27 19 70,37 Sabão­de­soldado 15 9 60,00 Ipê roxo 20 10 50,00 Gameleira 24 0 0,00 Total 290 172

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APÊNDICE F – Tabela do gráfico 2

Local Mudas Plantadas Mudas Sobreviventes % de Vivas AE 02 23 16 69,57 AE 03 18 10 55,56 AE 04 29 24 82,76 AE 10 34 9 26,47 AE 11 17 13 76,47 AE 12 47 36 76,60 AE 13 43 16 37,21 AE 14 9 2 22,22 AE 15 45 29 64,44 AE 16 26 17 65,38 Total 291 172 Fonte: Acervo do autor.

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APÊNDICE G – Tabela do gráfico 6

Adotou Muda 16 36% Sem Resposta 3 7% Não Adotou ­ Cuida de outras plantas 4 9% Não Adotou ­ Sem tempo 4 9% Não Adotou ­ Opiniões Adversas 4 9% Não Adotou ­ Não soube dizer 7 16% Não Adotou ­ Não sabia que era para adotar 6 14% Fonte: Acervo do autor.

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APÊNDICE H – Valores do decibelímetro

N° 1° Medição 2° Medição Cruzamento Bosque Cruzamento Bosque

1 74,1 63,1 74,6 65,9 2 75,8 63,5 78 66,5 3 78,1 65,5 83 66,7 4 78,3 65,9 83,5 67,1 5 79,2 67,2 83,6 67,6 6 80,3 67,5 85 67,8 7 82,3 67,8 86,1 68,1 8 82,3 68 86,9 68,2 9 83,4 68,4 87,2 68,4 10 84,9 68,8 87,7 68,8 11 85,3 70 88,2 68,9 12 85,8 70,1 88,6 68,9 13 86,4 70,2 88,9 69,2 14 86,6 70,4 89,9 69,6 15 88 70,6 95,5 69,9 16 95,5 71,9 96,6 70,2 17 95,9 74,2 97 72

Médias 83,48 68,39 87,25 68,39 Fonte: Acervo do autor.

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APÊNDICE I – Respostas das perguntas 3 e 3.1

Especificação

Quantidade

Morador

Sim, sabe do plantio

Não sabe do Plantio

Sim houve consulta da Co

munidade

Não Houve

consultada Com

unidade

AE 12 1 Ana Paula 1 AE 12 2 Maria do Socorro 1 1 AE 13 3 Eurico 1 1 AE 13 4 Marílha 1 1 AE 16 5 Empregada 1 1 AE 16 6 Lurdes 1 1 AE 03 7 Segunda 1 1 AE 03 8 Paulo Alencar 1 1 AE 03 9 Luciano 1 1 AE 03 10 Júlio Cesar 1 1 AE 03 11 Josefan 1 1 AE 03 12 Maria José 1 1 AE 03 13 Solange 1 1 AE 03 14 Rosângela 1 1 AE 03 15 Taisiane 1 1 AE 03 16 Antônio 1 1 AE 03 17 Paulo 1 1 AE 02 18 Tereza 1 AE 02 19 Graça 1 1 AE 02 20 Gledes Cavalcante 1 1 AE 02 21 Roseane 1 1 AE 02 22 Cleide 1 1 AE 02 23 Thiago 1 1 AE 02 24 Rucia 1 1 AE 02 25 Aldo 1 AE 02 26 Lília 1 1 AE 04 27 Patrícia 1 1 AE 04 28 Luzia 1 1 AE 10 29 Domingos 1 1 AE 10 30 Núbia 1 1 AE 10 31 Jodete 1 1 AE 10 32 Joselha 1 1 AE 10 33 Salete 1 1 AE 10 34 Raquel 1 1 AE 10 35 Rosiana 1 1 AE 11 36 Alessandra 1 1 AE 11 37 Ednalva 1 AE 11 38 Anderlândia ­ ­ ­ ­ AE 11 39 Vera 1 1 AE 11 40 Dalva 1 1 AE 11 41 Lucia 1 1 AE 11 42 Sebastiana 1 1 AE 11 43 Maria Pereira 1 1 AE 11 44 Jasmin 1 1 Fonte: Acervo do autor.

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APÊNDICE J – Respostas das perguntas 4 e 5 do questionário

Fonte: Acervo do autor.

N° Morador Sabe da Importância dos

Projetos de Arborização Não sabe da Importância dos Projetos de Arborização Opinião Acerca do Projeto

1 Ana Paula ­ 2 Maria do Socorro 1 Mais e mais em outros cantos 3 Eurico 1 ­ 4 Marílha 1 ­ 5 Empregada 1 Não conhece 6 Lurdes 1 Gás carbônico, etc. 7 Segunda 1 Sombra, Ar mais limpo 8 Paulo Alencar 1 Bom, Manutenção 9 Luciano 1 Sombra, oxigênio 10 Júlio Cesar 1 Sombra, plantar árvores com frutos, Fica bonito, melhor que deserto 11 Josefan 1 Limpar o ar; a favor, Mais bonito 12 Maria José 1 Há necessidade de Plantar umas árvores sempre 13 Solange 1 Sombra; melhorar o ar 14 Rosângela 1 Está muito quente, mais ventilado, árvores frutíferas 15 Taisiane 1 ­ 16 Antônio 1 Tem que ter, com planta é melhor, Clima fica bom 17 Paulo 1 Sombra 18 Tereza 1 Faz sombra 19 Graça 1 Bom para a cidade, mundo por causa do aquecimento global 20 Gledes Cavalcante 1 Mas não sabe o porquê, sombra é bonito 21 Roseane 1 Sombra 22 Cleide 1 Melhora o clima, ar, gosta das plantas 23 Thiago 1 Importante, qualidade do ar, bonito 24 Rucia 1 Bom para o ar, mais pelo gosto, ornamento,quentura 25 Aldo 1 Oxigênio, para tudo bom 26 Lília 1 Bom em sombra; ótimo mais ventilado 27 Patrícia 1 Bom 28 Luzia 1 ­ 29 Domingos 1 Melhorar o meio ambiente 30 Núbia 1 Coisa boa é importante 31 Jodete 1 É bonito, faz bem a saúde, diminui a quentura 32 Joselha 1 Ar puro, sombra 33 Salete 1 Bom, respirar, ar puro 34 Raquel 1 Neutralizar os gases emitidos; bom se a população ajudasse 35 Rosiana 1 Mais sombra 36 Alessandra 1 Bom para a Natureza 37 Ednalva 1 Bom é interessante 38 Anderlândia 1 Bom a arborização é boa, ar puro 39 Vera 1 Bom porque sem as árvores seria pior 40 Dalva 1 Faz sombra e enfeite 41 Lucia 1 É bom porque era muito quente, tem sobra 42 Sebastiana 1 Muda o visual da rua 43 Maria Pereira 1 Pela sombra, local mais ventilado 44 Jasmin 1 Aquecimento global

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APÊNDICE K – Resposta da pergunta 6 do questionário

N° Morador Na sua opinião, o projeto foi positivo?Na sua opinião, o projeto foi negativo? Opinião

1Ana Paula ­ 2Maria do Socorro 1 Mais assistidos 3 Eurico Sem posicionamento 4Marílha 1 ­ 5 Empregada Sem posicionamento 6 Lurdes 1 Bem 7 Segunda 1 Deveria continuar ser feito 8 Paulo Alencar 1 ­ 9 Luciano 1 Ajuda a ter menos lixo 10 Júlio Cesar 1 Fica bonito, melhor que deserto 11 Josefan 1 Mais bonito 12Maria José 1 Lixo não, pra que fez 13 Solange 1 Foi bom 14Rosângela 1 ­ 15 Taisiane Ideia boa 16Antônio 1 Clima fica bom 17 Paulo 1 ­ 18 Tereza 1 Mudas 19Graça 1 ­ 20Gledes Cavalcante 1 Consciência do povo 21Roseane 1 Põe lixo a prefeitura tira 22Cleide 1 Se não tivesse árvores seria pior 23 Thiago 1 Não há manutenção 24Rucia 1 Quentura 25Aldo Sem posicionamento 26 Lília Sem posicionamento 27 Patrícia 1 Melhor seria uma área de lazer; ficam as árvores 28 Luzia 1 Nesse local por causa da escuridão 29Domingos 1 Melhora em tudo 30Núbia 1 ­ 31 Jodete 1 Traz saúde, cortar é o mesmo que judiar com uma pessoa 32 Joselha 1 ­ 33 Salete 1 Bom, planta faz bem a população 34Raquel 1 Iniciativa de estar pensando no futuro 35Rosiana Não sabe por que não sabia 36Alessandra 1 Mas para ficar abandonado fica ruim 37 Ednalva 1 ­ 38Anderlândia 1 ­ 39Vera 1 Porque as plantas parecem matos 40Dalva 1 ­ 41 Lucia 1 ­ 42 Sebastiana 1 Muda o visual da rua 43Maria Pereira 1 Pela sombra, local mais ventilado 44 Jasmin 1 Ajuda ao MA

Fonte: Acervo do autor.

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APÊNDICE L – Respostas da pergunta 7 do questionário

Fonte: Acervo do autor.

N° Morador Qual a sua opinião para melhorar o Projeto? 1 Ana Paula Não tem 2 Maria do Socorro Mais Assistência, Manutenção 3 Eurico Manutenção, reforma 4 Marílha Preservar 5 Empregada Fazer uma praça

6 Lurdes Limpar a área, não só cuidar lá na frente. Frutíferas para alimentar os pássaros e andarilhos, mais limpo

7 Segunda Fiscalização, pessoal não destruísse 8 Paulo Alencar Colocar um jardineiro 9 Luciano Todos cuidassem, mais árvores que não dessem frutos 10 Júlio Cesar Falta colocar bancos, brinquedos; uma praça não só as plantas 11 Josefan Que o governo tome conta 12 Maria José Conscientizar a importância da comunidade 13 Solange Conservação 14 Rosângela Tirar o lixo, problema sério é o lixo 15 Taisiane Conscientização 16 Antônio Plantar mais, há lixo em todo canto 17 Paulo Todos se juntarem

18 Tereza Limpasse e fazer uma praça, muito lixo virou uma lixeira, não adianta só as árvores

19 Graça Árvores e áreas de lazer 20 Gledes Cavalcante Lixo;absurdo colocar o lixo; praça de verdade; importante plantar

21 Roseane Colocar um parque, limpasse; ser mais arrumado o local; Plantas são iguais a gente

22 Cleide Que deixasse as árvores, colocar árvore onde não tem, lá já em muito 23 Thiago Plantar mais, mais manutenção, conscientizar os moradores para manter

24 Rucia Sempre vir para melhorar, manutenção, colocar uma calçada e quadra de esportes no meio, manutenção

25 Aldo Deveria ser melhorado; procurar plantar e os outros ajudassem 26 Lília Lixo; politicagem; lixo dos outros; não coopera não há zelo 27 Patrícia Plantar mais 28 Luzia Manutenção iluminação, podação 29 Domingos Sempre tenha alguém para tomar conta 30 Núbia Fiscalizar o local, retirar as cabras 31 Jodete As pessoas cuidem mais, que tenha um caminhão pipa para aguar as plantas 32 Joselha Limpeza, vir o carro pipa para aguar, as cabras estão comendo 33 Salete Plantar mais, ter carro que viesse aguar as plantas 34 Raquel Maior divulgação, população ficar sabendo mais 35 Rosiana Não sabe dizer

36 Alessandra Mais cuidado, pessoa vir para cuidar, perguntar a população se elas querem uma praça, cuidar e orientar as pessoas a cuidar

37 Ednalva Alguém para cuidar pois nem todos mundo tem tempo, só plantar não adianta de nada

38 Anderlândia Continuar zelando, falta alguém que mantenha 39 Vera Ponto de água mais próximo da plantas 40 Dalva Precisa de vigilância 41 Lucia Mais cuidado da Prefeitura (fazer limpeza da praça) uma pessoa 42 Sebastiana Deveria acontecer em outros locais 43 Maria Pereira A prefeitura tem que cuidar se refere às árvores sem tutor, falta cuidado 44 Jasmin Plantar mais

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ANEXO ANEXO A ­ Planta baixa da Praça Sorocaba (AE 02).

Fonte: Acervo do Setor de Arborização.

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ANEXO B – Planta baixa da Praça Itaituba (AE 03).

Fonte: Acervo do Setor de Arborização.

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ANEXO C – Planta baixa da Área Verde em Frente ao Fórum (AE 04).

Fonte: Acervo do Setor de Arborização.

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ANEXO D – Planta Baixa da Praça São Simão (AE 10).

Fonte: Acervo do Setor de Arborização.

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ANEXO E – Planta Baixa da Praça Aluízio Alves (AE 11).

Fonte: Acervo do Setor de Arborização.

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ANEXO F – Planta Baixa da Praça Da Caixa D’água Pequena (AE 12).

Fonte: Acervo do Setor de Arborização.

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ANEXO G – Planta Baixa da Praça Varela Barca (AE 13).

Fonte: Acervo do Setor de Arborização.

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ANEXO H – Planta Baixa da Praça em Alagamar (AE 14).

Fonte: Acervo do Setor de Arborização.