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INSTITUTO DO ALGODÃO DE MOÇAMBIQUE
RELATÓRIO DO PONTO DE
SITUAÇÃO DO SUBSECTOR DO ALGODÃO E OUTRAS FIBRAS TÊXTEIS
IV TRIMESTRE DE 2018 (Campanhas 2016/17 e 2017/18)
MAPUTO, JANEIRO DE 2018
1
Conteúdo Página
I. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 1
II. BALANÇO CAMPANHA 2017/18, NO ÂMBITO DOS ELEMENTOS DO PES ... 3
III. RESUMO DAS ACÇÕES REALIZADAS NO IV TRIMESTRE DE 2018, NO
ÂMBITO DO PES DO SUBSECTOR DO ALGODÃO ................................................ 8
IV. PRODUÇÃO DE OUTRAS FIBRAS TÊXTEIS ................................................... 15
V. RESUMO DAS ACÇÕES A SEREM REALIZADAS NO I TRIMESTRE DE 2019,
NO ÂMBITO DO PES DO SUBSECTOR DO ALGODÃO ........................................ 18
VI. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 19
LISTA DOS ANEXOS: ............................................................................................. 20
1
I. INTRODUÇÃO
1. O relatório retrata o ponto de situação das actividades desenvolvidas no IV trimestre
pelo subsector do algodão e outras fibras têxteis no período de Outubro a Dezembro do
corrente ano, para partilhar com os vários intervenientes da cadeia de valor.
2. De referir que, apresenta as acções estratégicas para a operacionalização do Plano
Operacional para o Desenvolvimento Agrário (PODA) e Programa de Revitalização da
Cadeia de Valor do Algodão (PRCVA), alinhado com Plano Estratégico para o
Desenvolvimento do Sector Agrário (PEDSA) e Plano Quinquenal do Governo (PQG).
3. No presente relatório, são descritas as actividades realizadas durante o IV Trimestre
de 2018 (Outubro a Dezembro), baseando na avaliação quantitativa e qualitativa da
campanha, mostrando os dados estatísticos que espelham a evolução destes indicadores
na campanha em análise.
4. No período em alusão, o Instituto do Algodão de Moçambique (IAM), esteve envolvido
na finalização da comercialização de algodão caroço, classificação e exportação da fibra
e semente do algodão, assim como na mobilização dos produtores para a preparação e
arranque da campanha seguinte (2018/19).
5. Sobre a produção do algodão caroço para a campanha 2017/18, os indicadores do
PES apontam que das 80,000 toneladas de algodão caroço projectadas, foram
produzidas 65,697 toneladas de algodão caroço, o que representa um grau de realização
de 83% em relação ao plano.
6. Importa referir que desta produção, um total de 44 toneladas de algodão caroço foram
perdidas por queimadas nas empresas SAN/JFS e Olam AVZ, ficando com a produção de
65,653 toneladas de onde será extraído cerca de 24,948 toneladas de fibra com uma
taxa de descaroçamento de 38% e 39,418 toneladas de semente. Da fibra extraída, até
ao momento, foram exportadas 9,450 toneladas à um preço medio de 1,870 USD/TON
sendo que, o país arrecadou cerca de 16.2 milhões de USD, havendo um saldo de 15,498
toneladas por exportar.
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7. Esta produção é resultante do envolvimento de um total de 218 mil famílias produtoras
que semearam o algodão numa área de 180 mil hectares e alcançaram o rendimento
médio de campo de 365 Kg/ha. E desta produção, os produtores geraram ganhos/receitas
em torno de 1.510 milhões de Meticais, resultante da venda do algodão caroço ao preço
de 23,00 Meticais da primeira qualidade e 16,50 Meticais da segunda.
8. Este nível de produção é aproximadamente o dobro da produção alcançada na
campanha 2016/17 (35 mil Ton). No entanto, o rendimento subiu de 314 Kg/ ha
produzidos na campanha passada para 365 Kg/ha produzidos na presente campanha.
9. O alcance desta produção justifica-se pelo aumento do número de produtores e
consequentemente aumento de áreas, pela continuidade na implementação de programas
inovativos (adensamento de plantas, maneio integrado de pragas, produção do melhor
algodão - BCI), aliado a melhoria do preço doméstico do algodão e a previsão
meteorológica que estimulou a aderência dos produtores para o aumento de áreas de
produção de algodão.
3
II. BALANÇO CAMPANHA 2017/18, NO ÂMBITO DOS ELEMENTOS DO
PES
10. Para a campanha 2017/2018, projectou-se uma produção de cerca de 80.000
toneladas contra as 35,832 toneladas alcançadas na campanha 2016/2017.
11. Em resumo, as realizações dos indicadores do PES, para a campanha 2017/18
apontam o seguinte:
Tabela 1: Dados de produção da campanha 2017/18.
Descrição Unidade % de Crescimento em relação
a camp. 2016/17
Área semeada 180,835 Hectares 58 %
Número de produtores 218,983 Famílias 28 %
Algodão caroço produzido 65,697 Toneladas 83 %
Algodão Comercializado 65,653 Toneladas 83 %
Algodão perdido por queimadas 44 Toneladas
Fibra exportada (ano 2018 9,450 Toneladas
12. Importa referir que na presente campanha, o algodão produzido foi comprado ao
preço de 23 Mt/kg de algodão caroço de primeira qualidade e 16.50 Mt/Kg de algodão
caroço de segunda qualidade, de acordo com os preços de algodão aprovados pelo
Conselho de Ministros para a campanha 2017/18.
13. Nas zonas fronteiriças das províncias de Tete e Manica, o algodão foi comprado a
um preço que variou de 25,00 MT/Kg à 27,00 MT/Kg como forma de desencorajar o
contrabando do algodão para os países vizinhos como a Zâmbia e Zimbabwe.
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2.1. Produção por Região e Empresas
14. Os dados de produção de algodão por região indicam que a região Norte do País
detém a maior produção, com um total de 51,921 toneladas de algodão caroço produzido,
seguido da região Centro com 13,709 toneladas e por último a região Sul com 23
toneladas, conforme ilustra a figura 1.
Figura 1- Produção do algodão por região, campanha 2017/18.
15. No ranking das empresas fomentadoras de algodão, para a presente campanha, a
empresa SAN/JFS destacou-se com o maior volume de produção de algodão, tendo
produzido um volume de 14,955 Ton, seguido da empresa SANAM com 14,324 Ton e
PLEXUS com 13,766 Ton, conforme ilustra a figura 1.
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Figura 2- Produção do algodão por empresas algodoeiras, campanha 2017/18.
16. Desta produção, cerca de 218 mil famílias rurais encontram no algodão uma fonte segura
de rendimento para o seu auto-sustento, sendo que cerca de 96% da produção é
proveniente do sector familiar, 3 % é contributo das associações de produtores e 1%
advêm do sector privado, vide tabela 1.
Tabela 1- Sectores de produção de algodão em Moçambique, campanha 2017/18.
Área (Ha) Nr. Produtores Algodão Produzido (Ton)
Produção Directa 931 350 588
Familiar 173,229 213,254 63,571
Associações 6,400 5,377 1,398
Produtores Autónomos 275 2 96
TOTAL 180,835 218,983 65,653
2.2 Exportação da fibra do algodão, campanha 2016/17 e 2017/18.
17. Os volumes de exportação, em termos de saldos da campanha 2016/17, foram os
seguintes:
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a) De Janeiro a Junho- foram exportados um total de 8,446 toneladas de fibra
de algodão.
b) De Junho a Outubro- foram exportados um total de 2,724 toneladas de fibra.
c) De Outubro a Dezembro- foram exportados um total de 2,776 toneladas de
fibra.
18. Em resumo, no presente ano foram exportadas um total de 23,396 toneladas de fibra
de algodão, dos quais 13,946 toneladas de fibra de algodão que correspondem a saldos
da campanha 2016/17 e 9,450 toneladas que correspondem a produção da campanha
2017/18. O maior volume de fibra da campanha 2017/18 (15,498 toneladas) será
exportado em 2019.
19. No período de Janeiro a Junho foi exportada a fibra do algodão a um preço médio de
1.680 dólares/ tonelada e no período de Agosto a Dezembro foi exportada a um preço
médio de 1.870 dólares/ tonelada correspondente a um crescimento de 11.3%.
20. Em termos de arrecadação de receitas, o país arrecadou um total de 34.9 milhões de
dólares americanos (USD), dos quais 18.7 milhões de USD foi resultado da produção
da campanha 2016/17 e os restantes 16.2 milhões de USD resultantes da parte da
produção de fibra da campanha 2017/18.
21. A indústria nacional (Mozambique Cotton Manufacturers), absorveu um total de 157
toneladas de fibra da campanha 2016/18 e 436 toneladas de fibra da campanha
2017/18, perfazendo um total de 593 toneladas de fibra consumidas internamente em
2018, que corresponde a 4 % do total da fibra produzida no país.
22. Em termos de exportação da fibra produzida na campanha 2017/18, 87% da fibra foi
destinada aos países da África (Moçambique e Maurícias) e 13 % aos países da Ásia
(India, Singapura e Malásia).
23. Para melhor detalhe, abaixo é apresentado a figura 3 que ilustra o destino da fibra do
algodão por países, em volumes percentuais correspondentes a produção da campanha
2017/18.
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Figura 3- Destino da fibra do algodão da campanha 2017/18.
24. As figuras abaixo mostram a qualidade da fibra obtida por tipos e comprimento:
Figura 4- Algodão fibra classificado por comprimento.
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Figura 5- Algodão fibra classificado por tipo.
III. RESUMO DAS ACÇÕES REALIZADAS NO IV TRIMESTRE DE 2018, NO ÂMBITO DO PES DO SUBSECTOR DO ALGODÃO
Durante o período de Outubro à Dezembro, o subsector do algodão esteve envolvido na
realização de várias actividades que concorrem para a operacionalização das actividades
assumidas no PES para 2018 (anexo 4), dentre elas destacam-se:
25. Realização de missões de mobilização dos produtores para o arranque da campanha
algodoeira, que consistiu na transmissão da mensagem sobre a preparação de terra
e distribuição de semente para o início da sementeira. As missões decorreram ao nível
das Delegações do IAM (Sofala, Nampula, Cabo Delgado e Manica), em coordenação
com os técnicos das empresas de fomento.
26. Durante o processo de mobilização dos produtores, segundo o prognóstico das chuvas
o IAM, recomendou para a região sul, sementeiras tardias a partir da terceira década
de Novembro e para as regiões Norte e Centro recomendou-se sementeiras tardias,
a partir da segunda década de Novembro.
27. Como é tradição a nível do sector agrário, o IAM participou na cerimónia de
lançamento da campanha agrária 2018/19, realizada no dia 25 de Outubro do ano em
9
curso, na província de Cabo Delgado, distrito de Montepuez, na localidade de Balama,
aldeia de Magaia sob o lema ‘’Moçambique pelo Aumento da Produção e
Produtividade Rumo a Fome Zero”. Durante o evento foram premiados os actores que
melhor se destacaram na campanha 2017/18, dentre eles o melhor produtor do
algodão, o Senhor Rafael Adamo, residente no Posto Administrativo de Netia, no
Distrito de Monapo, Província de Nampula.
28. Em parceria com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura
(FAO), uma delegação do IAM, composta pelo Director Geral acompanhado pelo
Director de Serviços de Inovação Tecnológica e Projectos, participou nos dias 13 a 15
de Novembro, em Roma/ Itália, no fórum do grupo intergovernamental das fibras duras
tal como o sisal, juta e Kenaf. Este encontro serviu para o país filiar-se a esta
organização, também manteve encontro separado com a FAO, para mobilizar parceria
técnica- financeira para desenvolvimento do estudo do socioeconômico do sisal em
Moçambique.
29. Celebração do dia do algodão, no dia 20 de Novembro, o dia do Algodão, as
celebrações decorreram ao nível das delegações junto dos produtores de algodão,
como forma de despertar aos produtores da importância socioeconómica do algodão
no país.
30. O IAM, recebeu entre os dias 24 a 30 de Novembro uma delegação vinda da Turquia,
que tinha como objectivo apoiar no estabelecimento do ensaio de adaptabilidade e
rendimento de variedades provenientes da Turquia, no Posto Administrativo de
Namialo, distrito de Meconta, Província de Nampula, em sequência da parceria
estabelecida com a Agência Turca de Cooperação e Coordenação- TIKA.
31. Como membro do Comité Internacional Consultivo para Aconselhamento do Algodão
(ICAC), o IAM, representado pelo Director Geral acompanhado pelo Director de
Serviços de Inovação Tecnológica e Projectos, participaram na 77a Reunião Plenária
do ICAC, decorrido nos dias 02 a 06 de Dezembro na cidade de Abidjan na Costa do
Marfim, sob o lema ‘’Desafios do Algodão: soluções inovadoras e sustentáveis’’.
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32. O IAM, desde 2018 está a beneficiar de apoio do projecto TRF (Facilidades
Relacionadas com o Comércio), no âmbito do protocolo de trocas comerciais e do
SADC/APE. Este projecto visa essencialmente apoiar tecnicamente e financeiramente
aos membros estados da SADC, reforçar o processo de integração regional e melhor
o acesso ao mercado Europeu.
33. Assim o IAM está a beneficiar de apoio para: (a) elaboração da estratégia dos sectores
de algodão, têxtil e de vestuário e desenho do plano de implementação;(b) concepção
e desenho da base de dados central Informatizada para Resultados de Laboratório da
fibra (c) Identificação de condições para aumentar a produtividade e a competitividade
do algodão; (d) Estabelecimento e apetrechamento do centro de treinamento em
processamento artesanal; (e) Realizar missões de intercâmbio; e (f) Desenvolvimento
de política industrial e de gestão).
34. Importa referir as acções/actividades acima mencionadas estão em curso, sendo que
para o período em análise, em meados de Outubro iniciou-se com o estudo para o
aumento da produtividade e a competitividade das empresas algodoeiras.
35. Para o presente período, o IAM esteve envolvido nos seguintes treinamentos:
i. Quatro (4) técnicos participaram no treinamento sobre boas práticas agrícolas da
cultura do algodão, decorrido entre os dias 02 a 06 de Outubro de 2018, em
Mali/Bamako. Este treinamento surge no âmbito da implementacao do projecto Shire
– Zambeze.
ii. Dois (2) técnicos participaram no treinamento sobre princípios e critérios do BCI
Better Cotton Iniciative, decorrido nos dias 11 a 17 de Novembro de 2018, na
província e cidade de Nampula.
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3.1 Diálogo no Subsector do Algodão
3.1.2 Lançamento da campanha de comercialização
36. Realizou-se no dia 08 de Junho do ano corrente, o lançamento oficial da campanha de
comercialização do algodão caroço 2017/18 em todo País. As cerimônias centrais
tiveram lugar no Posto Administrativo de Etatara, Distrito de Cuamba, Província do
Niassa e em representação do Governo Provincial foi presidida pelo Director Provincial
de Agricultura e Segurança Alimentar, sob lema “Promovendo a transparência e
celeridade na comercialização do Algodão caroço.”
37. O evento tinha como objectivos: (a) sensibilizar as empresas algodoeiras a criarem a
logística à tempo necessária para acomodar os volumes do previsto da produção e
comercialização; (b) apelar aos produtores a colherem algodão e levar cedo para os
mercados e (c) divulgar o Preço Mínimo aprovado para esta campanha.
38. Para testemunhar o acto oficial, a cerimônia contou com a participação do Senhor
Administrador do Distrito de Cuamba, SDAE's dos Distritos de Cuamba, Senhor
Director Geral da SAN-JFS, representantes do FONPA Provincial, SDAE’s, Líderes
Comunitários e Religiosos e produtores de algodão e de outras culturas.
3.1.3 I Conselho Consultivo do Algodão e Outras Culturas para Fins Têxteis
39. Em exercício das novas atribuições, o IAM realizou no dia 18 de Outubro de 2018, na
cidade de Nampula, o I Conselho Consultivo do Algodão e Outras Fibras Têxteis-
CCAFT, sob o lema “ revitalizemos a produção do algodão e outras fibras têxteis” e
contou com cerca de 80 participantes. O evento foi aberto pela Exma. Senhora
Secretária Permanente Provincial e dirigido pelo Director Geral do Instituto do Algodão
de Moçambique.
40. Antecedido ao CCAFT, realizou-se no dia 17 de Outubro, na Delegação do IAM em
Nampula o Colectivo Técnico do IAM com objectivo de debater matérias em apreciação
para apresentação no CCAFT e discutir matérias inerente a produção de semente do
algodão com vista a desenvolver um plano concreto de actividade para o
desenvolvimento do sistema nacional de produção de semente no país.
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3.2 Programa de produção e multiplicação de Semente do algodão
41. Para a campanha 2017/18, projectou-se produzir 1,156.50 toneladas de semente de
algodão, numa área de 884 ha, para produzir as categorias pré-básica, básica,
certificada 1 e certificada 2, conforme detalha a tabela 3.
42. Desta projecção, foram produzidas 136 toneladas de semente de algodão, o que
representa 11% de realização em relação a produção planificada. Esta produção
justifica-se pela irregularidade das chuvas, incumprimento das normas técnicas de
produção, tendo sido observado campos com elevado nível de infestantes e baixo nível
de controlo de pragas, associado a redução de áreas de produção de semente visto
que, a empresa Mocotex não estabeleceu o campo de produção de semente.
Tabela 3: Produção de semente de algodão para a campanha 2017/18.
INSTITUIÇÃOFonte da
sementeVariedade
Categoria
produzida
Área
semeada
(ha)
Produção
Planificada
(Kg)
Produção
Obtida
(Kg)
Destino de
semente
CIMSAN-2 3 750.00 400 OLAM
CA-324 10 3750.00 1660 MOZACO
13 4,500.00 2,060.00
EMPRESAS VariedadeCategoria
produzida
Área
semeada
(ha)
Produção
Planificada
(Ton)
Qtdade
Produzida
(Ton)
Destino de
semente
CA-324 C1 220 100 60 MOCOTEX/PLEXUS
220 100 60
CA-324 C1 200 275 0
Albar-SZ-9314 C1 200 5470
400 822 0
CA-324 C1 186.00 170 42.0
Albar-SZ-9314 C2 65.00 6032
251.00 230 74.0
871.00 1,152.00 134.0
884.00 1,156.50 136.0* Considera-se zero pois a produção foi destinada à indústria de produção de óleos e sabão
FOMENTO
*
Total/Empresas
Subtotal
MOCOTEX
PLEXUS
MOZACOSubtotal
CIMSAN
TOTAL INVESTIGAÇÃOE EMPRESAS
Subtotal
PLEXUS
IAM/GURO
MOZACO
CIMSANPre-Basica
Subtotal Investigação
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43. No entanto, para fazer face ao défice de semente no país, para a presente campanha
foram importadas 1,000 toneladas de sementes de algodão provenientes da Zâmbia
e Zimbabwe, destinadas ao fomento conforme ilustra a tabela 4.
Tabela 4: Importação de semente de algodão para o fomento.
44. Para efeitos de investigação no Centro de Investigação e Multiplicação de Sementes
do Algodão de Namialo – CIMSAN, foram importadas um total de 47.5 Kg de semente
de algodão, dos quais 11 variedades são provenientes da Turquia e 02 variedades
provenientes do Zimbabwe, conforme a tabela 5.
Tabela 5: Importação de semente de algodão para a investigação.
Instituição
Importadora
País de
Origem Variedade
Categoria
Importada Quantidade (KG)
Objectivo da
importação
Instituto do Algodão
de Moçambique-
IAM
Turquia
ES 1, SC 2079, SC
2009, SEZENER 76,
GSN 12, ERGÜVEN,
HAREM 1, Nazilli 84 S,
Şahin 2000
1,5 Kg* 9 variedades
= 13.5
Turquia MAY 344, MAY 505
10 Kg * 2 variedades
= 20
Zimbabwe CRI-MS1, CRI-MS2
7 Kg * 2 variedades =
10
47.5
C1
Klein Karoo Seed
Marketing
Total de semente importada para Investigação
Investigação
3.2.1 Constrangimentos observados
Os constrangimentos identificados na implementação das actividades de produção de
semente, destacam-se em:
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45. As sementeiras realizadas no primeiro período (Outubro, Novembro e Dezembro)
foram afectadas pelo défice hídrico, devido à irregularidade na queda de
precipitação registada em quase toda a extensão da província de Nampula.
Todavia, já no segundo período da época chuvosa (Janeiro, Fevereiro e Março),
registou-se alguma melhoria do estado vegetativo das plantas, devido à melhoria
da distribuição da precipitação na província.
46. Fraco domínio técnico na produção de semente do algodão ao nível das empresas
MOZACO e PLEXUS, devido a desvinculação do pessoal técnico treinado em
matéria de semente desta cultura, actualmente as tais empresas estão a operar
com pessoal não treinado para o efeito de produção de semente do algodão, o que
traz as consequências abaixo, ao nível das empresas MOCOTEX, MOZACO e
PLEXUS:
a. Incumprimento do princípio de formação de blocos de 10 hectares de
produção de semente desta cultura e o respectivo espaçamento entre eles,
para constituição dos lotes de semente;
b. Elevado nível de infestação por jassídeos, e como consequência disso, há
baixo número de cápsulas por planta, o que baixa a produtividade e a
produção de algodão caroço para a respectiva semente do algodão;
c. Baixo nível de controlo de infestantes, o que vai afectar grandemente a
pureza física da semente do algodão;
d. Elevada insensibilidade aos aspectos técnicos de produção de semente do
algodão no campo por parte do técnico responsável por sector de semente
do algodão ao nível das empresas.
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IV PRODUÇÃO DE OUTRAS FIBRAS TÊXTEIS
47. Para a presente campanha 2017/18, o sector sisaleiro projecta produzir em uma área
de 12,352 hectares de sisal, e alcançar uma produção de cerca de 7,185 toneladas,
nos distritos de Monapo, Angoche, Mossuril, Ilha de Moçambique e Memba, na
província de Nampula, conforme ilustra a tabela 6.
48. Neste ano, foram plantados um total de 4,170 hectares e a produção está prevista
para dentro de 3 a 5 anos, visto tratar-se de uma cultura de ciclo perene.
49. O subsetor do algodão, esta a organizar-se para revitalizar a produção do sisal em
Moçambique, sendo que para o efeito foram desenvolvidas as seguintes acções:
i. Uma delegação do IAM, deslocou-se a República Unida da Tanzânia nos
dias 22 a 27 de Novembro, afim de realizar uma visita técnica e troca de
experiência soluções para a revitalização do sisal em Moçambique e
identificar potenciais parceiros para o desenvolvimento da industria
sisaleira em Moçambique.
ii. Uma equipa técnica do IAM, esteve reunida nos dias 09 a 15 de Dezembro
de 218, afim de elaborar o draft sobre o regulamento para a cultura do sisal
em Moçambique.
4.1 Exportação da fibra do sisal
50. Neste momento, a maior parte do sisal produzido, após o seu processamento, tem
como destino o mercado internacional, em países como Espanha, Inglaterra, China,
India, Marrocos e Nigéria.
51. O sisal é comercializado em preços que variam desde os 500 à 1.200 USD/tonelada
da fibra, sendo por isso fonte segura para captação de divisas e contribuir para a
balança de pagamento.
52. O sisal é exportado em fardos que variam entre 100 a 250 kg, e de acordo com a
classificação do sisal feita pela empresa Gani Comercial, o sisal é classificado em 5
categorias ou tipos nomeadamente:
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a) Tipo Extra - comprida acima de 90 cm e limpa
b) Tipo I - comprimento acima de 80 cm
c) Tipo II - 65/70 cm
d) Tipo III - fibra suja seja cumprida ou curta
e) Estopa fibras muito fina resultado desperdícios
Tabela 6 – produção de sisal para a campanha 2017/18.
Distrito Empresa Localização Área Plantada
(ha)
Novas
Plantações (ha)
Monapo
Satar Farming Micuco 3.000 150
Ramiane 500
Agral Abacassamo Jagaia 2.380 120
SANAM Miserepane 200 800
Gani Comercial 350*
Angoche Gani Comercial Natiri 2.705 200
Mirrere 1.155 150
SIMA Namitoria 12 0
Mossuril Kennedy Mugeia 500 1.000
Medinho 150 250
Ilha de
Moçambique
Ca Agrícola/JFS Muchelia 1.050 500
Memba Ca Agrícola/JFS Geba 750 500
Total 12.352 4.170
* Plantação em estado de abandono com indícios de ter sofrido queimada na última época.
53. Para a produção de sisal em Moçambique, são usadas 2 variedades, a híbrida e a
Sisalana. A variedade hibrida ocupa 99 % das áreas de exploração de sisal, com um
ciclo curto que varia de 3 a 4 anos para início da primeira colheita (primeiro corte).
54. Esta variedade é caracterizada por folhas estreitas, maior rendimento em termos de
fibra (3,5 a 4%) e a produção destina-se exclusivamente para o mercado internacional
(exportação). A variedade Sisalana ocupa menos de 1% de exploração da área,
carateriza-se por apresentar folhas mais largas, menor rendimento fabril, usada
somente para o fabrico de corda artesanal para o funcionamento das fábricas
(coronas).
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4.2 Constrangimentos observados
Destacam-se como principais constrangimentos observados, durante o processo
de produção de sisal, os seguintes:
55. Escassez de mão-de-Obra, em detrimento das culturas de interesse dos produtores,
ou seja o período em que as famílias devem ser contratadas para trabalhos nos campos
de sisal as mesmas estão a desenvolver outras actividades de campo.
56. Elevados custos de produção, uma vez que as famílias contratadas são pagas em
jornas com base no salário mínimo para o sector de agricultura (126 Mts/jorna).
57. Para minimizar estes constrangimentos, as empresas tem apostado na mobilidade de
mão-de-obra para fechar as lacunas deixadas por outros, produção de culturas
alimentares entre as linhas do sisal e treinamento massivo e rotineiro do pessoal para
desempenhar as suas actividades.
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V. RESUMO DAS ACÇÕES A SEREM REALIZADAS NO I TRIMESTRE DE
2019, NO ÂMBITO DO PES DO SUBSECTOR DO ALGODÃO
Para o I Trimestre, compreendido de Janeiro a Março, o subsector do algodão
compromete-se em realizar as seguintes actividades:
58. Continuar com a exportação da fibra de algodão produzido na campanha 2017/18;
59. Continuar a mobilizar os produtores para sementeiras e amanhos culturais no
campo do algodão;
60. Participar no treinamento laboratórios e Análise do solo, a decorrer na Turquia, em
Ankara para princípios de Janeiro;
61. Realizar missões de supervisão e monitorias nas zonas algodoeiras, os campos de
produção de semente de algodão e nos campos de produção de sisal;
62. Realizar a assistência técnica aos distritos prioritários de produção de algodão;
63. Reclassificar amostras da fibra no âmbito do programa de troca das amostras;
64. Realizar o Conselho Técnico do algodão, no âmbito das novas atribuições e
competências;
65. Realizar a reunião técnica do algodão, prevista para meados de Março;
66. Continuar com a procura de financiamentos para a implementação de projectos em
cortesia do IAM;
67. Continuar com a implementação do programa de processamento artesanal;
68. Realizar missões internacionais de treinamento e troca de experiência sobre a
cultura do algodão, sisal e outras fibras têxteis.
69. Realizar seminários/encontros de concertação para a elaboração do regulamento
para a produção do sisal em Moçambique;
70. Desenvolver o plano estratégico para revitalização da cultura do Sisal em
Moçambique.
19
VI. CONSIDERAÇÕES FINAIS
71. O IAM na campanha 2017/18, do total de 09 actividades planificadas para PES, 07
actividades foram realizadas com sucesso, o que representa um grau de
cumprimento de 77 %, apenas 01 actividade é contínua, prevendo-se realizar na
sua totalidade em 2019 e 01 actividade não foi realizada por indisponibilidade
financeira.
72. Como término da campanha foram produzidas 65,697 toneladas de algodão caroço,
o que representa um crescimento de 83 % em relação a campanha 2016/17 que
registou a produção de 35,863 toneladas de algodão.
Assim, damos por terminada a informação que tínhamos a prestar sobre o balanço do
PES - 2018 do subsector do algodão e outras culturas para fins têxteis.
20
LISTA DOS ANEXOS: ANEXO 1 – Balanço dos elementos do PES- IV TRIMESTRE de 2018
ANEXO 2- Evolução do preço mínimo do algodão caroço – Camps. 1992/93 a 2016/17
ANEXO 3 - Comparação das médias mensais do preço do futuro e index˝ A ̏: 2016 - 2018
ANEXO 4- Evolução diária do Índex A
ANEXO 5- Controlo da comercialização da campanha 2017/18
ANEXO 6- Balanço das actividades do IAM no âmbito do PES – IV Trimestre de 2018
ANEXO – 3 a
21
Balanço dos Elementos do PES, Referente ao IV Trimestre de 2018
Nota: Está em curso a exportação do algodão fibra produzido na campanha 2017/18, sendo que prevê-se exportar
15,498 toneladas de fibra por exportar, resultando deste modo na variação da receita de exportação.
ANEXO - 1
Realizado
Item 2016/17 2017/18
Variação (+/-
%) 2017/18
Variação (+/-
%)
Número de famílias produtoras 170,094 175,000 2.88 218,983 28.74
Área total (Ha) 114,068 145,500 27.56 180,835 58.53
Rendimento unitário (Kg/Há) 314 550 74.88 365 16.09
Produção total algodão caroço (Toneladas) 35,863 80,000 123.07 65,697 83.19
Total do algodão caroço comercializado (Toneladas) 35,863 80,000 123.07 65,653 83.07
Receita do camponês (1.000.00 Mt) 824,849 1,840,000 123.07 1,510,019 83.07
Taxa de descaroçamento (%) 38% 38% 0.00 38% 0.00
Produção total de algodão fibra (Toneladas) 13,628 30,400 123.07 24,948 83.07
Total de algodão fibra Exportado (Toneladas) 13,946 30,400 117.98 9,450 -32.24
Preço medio por tonelada de fibra (USD) 1,680 1,680 0.00 1,720 2.38
Receita total da exportação da fibra (USD) 23,429,280 51,072,000 117.98 16,254,000 -30.63
Produção total da semente (toneladas) 21,518 48,000 123.07 39,392 83.07
Preco medio por tonelada da semente (USD) 120.00 140.00 16.67 140 16.67
Receita total da exportação da semente (USD) 2,194,816 5,712,000 160.25 4,687,624 113.58
RealizadoProjecção
22
ALGODÃO
CAROÇO 94/95 95/96 96/97 97/98 98/99 99/00 00/01 01/02 02/03 03/04 04/05 05/06
De 1ª 1,500.00 3,900.00 3,300.00 2,950.00 2,300.00 2,500.00 2,700.00 3,000.00 3,800.00 5,000.00 5,000.00 5,300.00
De 2ª 1,200.00 3,000.00 3,100.00 2,600.00 1,950.00 2,100.00 2,100.00 2,200.00 3,000.00 3,500.00 3,500.00 3,700.00
ALGODÃO
CAROÇO 06/07 07/08 08/09 09/10 10/11 11/12 12/13 13/14 14/15 15/16 16/17 17/18
De 1ª 5.30 6.35 5.30 8.10 15.00 10.50 11.25 11.75 10.25 14.50 23.00 23.00
De 2ª 3.70 4.75 3.95 6.00 11.50 8.00 8.25 8.70 9.00 10.50 16.50 16.50
EVOLUÇÃO DO PREÇO DO ALGODÃO-CAROÇO AO PRODUTOR
CAMPANHAS 1994/95 - 2017/18( Meticais / Kg )
C A M P A N H A S
C A M P A N H A S
-
5.00
10.00
15.00
20.00
25.00
94/95 95/96 96/97 98/99 99/00 00/01 01/02 02/03 03/04 04/05 05/06 06/07 07/08 08/09 09/10 10/11 11/12 12/13 13/14 14/15 15/16 16/17 17/18
Algodão de 1ª.
Algodão de 2ª.
ANEXO – 2
23
ANEXO – 3
24
ANEXO – 4
25
ANEXO- 3
ANEXO – 5
ANEXO - 5
26
Matriz do Balanço das Actividades do IAM no âmbito do PES – IV Trimestre de 2018
Nr. Actividades Indicador Grau de Realização (IV Trimestre/2018)
1
Realizar a reunião de
negociação do preço
mínimo do algodão caroço
Proposta de preço
alcançada
Realizada: a reunião teve lugar no dia 03 de Maio do ano
em curso, na cidade e província da Nampula. Foi
aprovado o preço de 23.00Mt para o algodão da primeira
qualidade e 16.5 Mt para o algodão da segunda
qualidade.
2
Promover o
processamento local da
fibra do algodão na forma
de fiação e tecelagem
artesanal (handlooms)
Formados 10 produtores
associados
Em curso: esta é uma actividade contínua, no entanto,
de momento, está em curso a importação de
equipamentos de fabricação de têxteis artesanais para o
apetrechamento de 2 centros de treinamento previsto a
serem estabelecidos um em Montepuez com fundos do
estado e outro em Namialo-Nampula com fundos do
projecto Trade Related facility (TRF). Igualmente foram
identificadas as associações de produtores e o seu
treinamento está previsto para o ano de 2019.
3
Organizar o Conselho
Consultivo do algodão -
2018
Evento realizado e
respectivo relatório
produzido
Realizada: o I Conselho Consultivo do Algodão e Outras
Fibras Têxteis- CCAFT, decorreu no dia 18 de Outubro
na cidade e Província de Nampula. o evento juntou
actores das cadeias de valor do sisal e algodão, onde
debateu-se vários assuntos de interesse destes dois
sectores.
ANEXO – 6
27
4
Inspecionar o processo de
comercialização do
algodão caroço nos
mercados de compra e
venda
Pelo menos 12 empresas
inspencionadas e 1360
mercados fiscalizados
Realizada: inspecionados 12 empresas algodoeiras e
fiscalizados 1153 mercados.
5
Assistir tecnicamente os
distritos prioritários do
algodão e sisal
30 Distritos prioritários
assistidos
Realizada: foram realizadas 02 assistências técnicas nos
distritos prioritários de produção de algodão.
6
Reclassificar amostras da
fibra no âmbito do
programa de troca das
amostras
300 Amostras
reclassificadas
Realizada: reclassificadas 250 amostras no âmbito de
programa de troca de amostras a nível dos laboratórios
de classificação do algodão da Beira, Nampula e
Montepuez e prevê-se o término do processo de
classificação para Finais de Novembro.
7
Monitorar os campos de
produção de semente
certificada
3 Monitorias realizadas nos
campos de produção de
semente
Realizada: pelo menos 1 monitoria e inspecção aos
campos de produção de semente de algodão nas
empresas MOCOTEX (Mocuba), Plexus (Balama),
CIMSAN (Namialo), SAN JFS (Cuamba), MOZACO
(Malema) e PLEXUS (Balama).
8 Adquirir semente
certificada de algodão
260 Toneladas de semente
certificada
Realizada: Foram adquiridas um total de 1000 toneladas
de semente certificada1 (C1) pelas empresas de fomento:
Olam Moçambique (400 Ton), San/JFS (100 Ton) Plexus
(25 Ton) e China África (475 Ton), provenientes da
Zâmbia e Zimbabwe.
9
Produzir e divulgar o
programa radiofónico
sobre boas práticas do
cultivo do algodão
Programa radiofónico
produzido e divulgado em
línguas locais
Não realizada: Actividade não realizada por
indisponibilidade financeira.