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Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo Priscila Machado Beldi Estudo para a redução de energia de um processo de produção de anidrido ftálico São Paulo 2013

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Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo

Priscila Machado Beldi

Estudo para a redução de energia de um processo de produção de anidrido ftálico

São Paulo

2013

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Priscila Machado Beldi

Estudo para a redução de energia de um processo de produção de anidrido ftálico

Dissertação apresentada ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas - IPT como parte dos requisitos para obtenção do Título de Mestre em Processos Industriais

Data da aprovação: ____/____/________

Prof. Dr. Efraim Cekinski (orientador) IPT- Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo

Dr. Valdir A. de Freitas (co-orientador)

Membros da Banca Examinadora:

Prof. Dr. Efraim Cekinski (Orientador) IPT- Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo Prof. Dr. Silas Derenzo (Membro) IPT- Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo

Prof. Dr. Marcelo Seckler (Membro) USP – Universidade de São Paulo

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Priscila Machado Beldi

Estudo para a redução de energia de um processo de produção de anidrido ftálico

Dissertação apresentada ao Instituto de Pesquisas Tecnológicas - IPT como parte dos requisitos para obtenção do Título de Mestre em Processos Industriais

Área de concentração: Desenvolvimento e Otimização de Processos Industriais

Orientador: Prof. Dr. Efraim Cekinski

Co-orientador: Dr. Valdir A. de Freitas

São Paulo Outubro/2013

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Ficha Catalográfica Elaborada pelo Departamento de Acervo e Informação Tecnológica – DAIT do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo - IPT

B427e Beldi, Priscila Machado

Estudo para a redução de energia de um processo de produção de anidrido ftálico. / Priscila Machado Beldi. São Paulo, 2013.

150p. Dissertação (Mestrado em Processos Industriais) - Instituto de Pesquisas

Tecnológicas do Estado de São Paulo. Área de concentração: Desenvolvimento e Otimização de Processos Industriais.

Orientador: Prof. Dr. Efraim Cekinski Co-orientador: Dr. Valdir A. de Freitas

1. Produção de anidrido ftálico 2. Economia de energia 3. Eficiência energética 4. Tese I. Cekinski, Efraim, orient. II. Freitas, Valdir A. de, co-orint. III. IPT. Coordenadoria de Ensino Tecnológico IV. Título 13- 78 CDU 547.584:620.9(043)

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AGRADECIMENTOS

Agradeço A Deus por sempre colocar em meu caminho pessoas

iluminadas.

Aos meus pais, Fernando e Fátima, aos meus irmãos, Taisse e Vinicius e

ao Bruno Saito por sempre me apoiarem e confortarem.

Aos meus sobrinhos, Gustavo e Lorenzo, por simplesmente fazerem parte

da minha vida.

À amiga Suelena Noguer pela atenção e carinho e, também, aos amigos

que torceram por mim e me apoiaram.

Aos meus colegas de trabalho que muito contribuíram com as discussões

dos resultados ao longo da caminhada.

Ao meu co-orientador, Dr. Valdir A. Freitas, por todo o apoio, paciência e

dedicação que foram essenciais para a realização deste trabalho.

Ao Professor Dr. Efraim Cekinski pela orientação.

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RESUMO

O anidrido ftálico é um importante intermediário da indústria química. Por ter uma vasta e diversificada aplicação como matéria-prima intermediária na fabricação de plastificantes, resinas e corantes, sua produção tem aumentado significativamente nos últimos anos. Sendo uma commodity, seu preço é determinado em função do mercado internacional, sofrendo flutuações. Uma das maneiras de favorecer a competitividade é reduzir o custo operacional através da diminuição do consumo de utilidades, atribuindo-se, assim, um diferencial vinculado ao produto. Nesse contexto, o presente trabalho teve por objetivo analisar o projeto de uma planta de fabricação de anidrido ftálico, visando aumentar os ganhos de fabricação do produto através da redução do custo operacional e através de investimentos atrativos. Para tal, foi estabelecido um caso base para estudo a partir de informações disponíveis em literatura. Então, feita a análise desse caso base, buscou-se alternativas atrativas para a redução do consumo de energia. O foco principal da análise foram as interfaces energéticas dos sistemas de separação (refervedores, condensadores e condições de alimentação), rede de trocadores de calor, rede de expansão e distribuição de vapor e sistema de utilidades. As análises energéticas foram realizadas buscando-se alternativas de configurações com taxas de retorno de investimento atrativas, favorecendo-se, assim, a competitividade dessa commodity no mercado.

Palavras-chave: anidrido ftálico; análise energética; sistema de utilidades.

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ABSTRACT

Study to phthalic anhydride process production energy reduction

The phthalic anhydride is an important chemical intermediates. Due to its many and diversified applications, such as raw material for plastificants, resin and dyes production, its production has increased significantly in recent years. As with any commodity, its cost is defined as a function of the international market. One way to be competitive is to reduce operating costs and utility consumption, thereby ensuring a differential linked to the product. In this context, the goal of this work was to analyze the proposal for a plant for the production of phthalic anhydride, aiming to maximize the profit of the product by reducing the utility and equipment costs. For this purpose it was used a case study from information available in the literature and then this base case was analysed, searching for attractive alternative to reduce energy consumption. The main focus of the analysis was the energy separation systems interface (reboiler and condenser and column feed condition), heat exchangers network, expansion and distribution of the steam and the utility system. Energy analysis was conducted in an attempt to find alternative configurations with attractive rates of return, increasing the competitiveness of this commodity in the market.

Keywords: phthalic anhydride; energetic analysis; utility system.

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Lista de Ilustrações

Figura 1 – Diagrama da “cebola”..............................................................................19

Figura 2 – Aplicação predominante do anidrido ftálico na indústria química............21

Figura 3 – Produção mundial de diversos intermediários orgânicos em 2004.........23

Figura 4 – Etapas do processo de produção de PAN..............................................25

Figura 5 – Esquema simplificado do processo de produção de PAN.......................26

Figura 6 - Esquema simplificado de um reator multitubular industrial......................27

Figura 7 - Imagem do trocador de calor switch condenser.......................................29

Figura 8 – Construção das curvas compostas.........................................................33

Figura 9 - Curvas compostas...................................................................................34

Figura 10 - Determinação das metas mínimas de consumo de energia e da

recuperação máxima de energia a partir das curvas compostas.............................35

Figura 11 - Construção da grand composite curve...................................................37

Figura 12 - Grand composite curve para as correntes da Tabela 1.........................38

Figura 13 – Construção da GCCC............................................................................42

Figura 14 - GCCC e as possibilidades de melhoria..................................................43

Figura 15 - Esquema de produção de anidrido ftálico – Caso A..............................48

Figura 16 - Esquema de produção de anidrido ftálico – Caso B..............................48

Figura 17 – Composite curve para o estudo de SMITH (2005) ...............................50

Figura 18 – Grand Composite curve para o estudo de SMITH (2005).....................50

Figura 19 – Diagrama de influência..........................................................................53

Figura 20 - “Árvore de decisão” (parte 1): Seleção de propriedades físicas............60

Figura 21 - “Árvore de decisão” (parte 2): Sequência para escolha de componentes

polares......................................................................................................................61

Figura 22 - “Árvore de decisão” (parte 3): Opções para cálculo na fase vapor com

modelos utilizando coeficiente de atividade...................................................................62

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Figura 23 – Fluxograma de processo de produção PAN (40.000 t / ano)................68

Figura 24 – Etapas de operação do switch condenser E-106..................................72

Figura 25 – Etapas de operação do switch condenser E-107..................................72

Figura 26 – Gráfico de Pareto para trocadores de calor (aquecimento das correntes

de processo).............................................................................................................79

Figura 27 – Gráfico de Pareto para trocadores de calor (resfriamento das correntes

de processo).............................................................................................................80

Figura 28 – Cargas térmicas necessárias para aquecimento das correntes de

processo...................................................................................................................81

Figura 29 – Cargas térmicas necessárias para resfriamento das correntes de

processo...................................................................................................................81

Figura 30 – Diagrama de vapor e água (caso base)................................................84

Figura 31 – Diagrama de óleo térmico (caso base).................................................85

Figura 32 – Diagrama de água de resfriamento (caso base)...................................86

Figura 33 – Diagrama de água fria (caso base).......................................................86

Figura 34 – Esquema de Integração com recuperação de condensados................91

Figura 35 – Redução da pressão de vapor utilizando válvulas................................93

Figura 36 – Redução da pressão do vapor utilizando turbinas de contrapressão ............93

Figura 37 – Curvas compostas para o caso base....................................................96

Figura 38 – Composite curve com identificação dos trocadores .............................97

Figura 39 – Composite curve com geração e distribuição de vapor.......................101

Figura 40 – Grand Composite Curve para o caso base.........................................102

Figura 41 – Correntes disponíveis e geração de vapor (situação do caso base)...103

Figura 42 – Esquema de Integração original..........................................................104

Figura 43 – Esquema de Integração com recuperação de condensados e utilização

dos condensadores............................................................................................................105

Figura 44 – Correntes disponíveis e geração de vapor (configuração final)..........106

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Figura 45 – Diagrama de vapor e água (configuração final)..................................110

Figura 46 – GCCC condição original (Perfil estágio teórico versus Delta H para a

coluna T-101)..........................................................................................................112

Figura 47 – GCCC condição original (Perfil temperatura versus Delta H para a

coluna T-101)..........................................................................................................112

Figura 48 – Razão de refluxo em função do estágio de alimentação (coluna T-101)......113

Figura 49 – Carga térmica condensador e reboiler em função do estágio de

alimentação.............................................................................................................114

Figura 50 – Gráfico da carga térmica do reboiler e condensador em função da

temperatura (T-101).................................................................................................115

Figura 51 – GCCC condição original (Perfil estágio teórico versus Delta H para a

coluna T-102)..........................................................................................................121

Figura 52 – GCCC condição original (Perfil temperatura versus Delta H para a

coluna T-102)..........................................................................................................121

Figura 53 – Razão de refluxo em função do estágio de alimentação (coluna T-

102)...........................................................................................................................123

Figura 54 – Carga térmica condensador e reboiler em função do estágio de

alimentação (coluna T-102) ........................................................................................123

Figura 55 – Gráfico da carga térmica do reboiler e condensador em função da

temperatura de alimentação (T-102).........................................................................124

Figura 56 - Curva do condensador (E-111) da coluna T-101.................................139

Figura 57 - Curva do condensador (E-112) da coluna T-102.................................139

Figura 58 – Custo do trocador de calor em função da área de troca térmica........149

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Lista de Tabelas

Tabela 1 - Exemplo de correntes de processo para construção de curvas

compostas..................................................................................................................33

Tabela 2 – Ferramentas utilizadas.............................................................................57

Tabela 3 - Resumo dos custos adotados para utilidade............................................58

Tabela 4 – Reações químicas e seletividade de oxidação adotadas ........................64

Tabela 5 – Informações RAY e SNEESBY (1998b) X simulação das colunas

T-101..........................................................................................................................65

Tabela 6 – Informações RAY e SNEESBY (1998b) X simulação das colunas

T-102..........................................................................................................................65

Tabela 7 – Parâmetros modificados para adaptação da simulação .........................66

Tabela 8 - Balanço de massa obtido a partir da simulação.......................................69

Tabela 9 – Informações das dimensões das colunas................................................75

Tabela 10 – Informações sobre os trocadores de calor envolvidos no processo de

fabricação de PAN......................................................................................................78

Tabela 11 – Comparativo do custo de utilidade e investimento para acionamento do

compressor.................................................................................................................92

Tabela 12 – Dados da corrente de processo.............................................................95

Tabela 13 - Consumo energético mínimo para processo sem integração.................96

Tabela 14 – Matriz de alternativas para integração térmica .....................................98

Tabela 15 – Comparativo de consumo e geração de vapor....................................107

Tabela 16 – Variação do custo dos trocadores de calor com a integração.............108

Tabela 17 – Economia com utilidade.......................................................................109

Tabela 18 – Comparação entre as configurações original e final para a coluna

T-101.......................................................................................................................118

Tabela 19 – Síntese das ideias analisadas..............................................................127

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Tabela 20 - Resultado do cálculo do recheio coluna T-101.....................................134

Tabela 21 - Resultado do cálculo recheio coluna T-102 .........................................135

Tabela 22 – Premissas e resultado do cálculo da potencia do compressor............136

Tabela 23 – Premissas e resultado do cálculo da vazão de vapor para acionamento

da turbina de condensação......................................................................................137

Tabela 24 – Resultado do cálculo da potencia das bombas ...................................138

Tabela 25 - % Vapor (m/m) - alimentação no 3° estágio.........................................140

Tabela 26 - % Líquido (m/m) - alimentação no 3° estágio.......................................140

Tabela 27 – Vazão de líquido e vapor em cada estágio com alimentação no 3°

estágio......................................................................................................................141

Tabela 28 - % Vapor (m/m) - alimentação no 14° estágio.......................................141

Tabela 29 - % Líquido (m/m) - alimentação no 14° estágio.....................................142

Tabela 30 - % Vapor (m/m) - alimentação no 14° estágio.......................................142

Tabela 31 - Reações químicas e seletividade de oxidação .......................................143

Tabela 32 – Reações propostas por RAY e SNEESBY (1998d)..................................144

Tabela 33 – Coeficientes dos custos de utilidades.........................................................146

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Lista de Abreviaturas

CAPEX Capital Expenditure

CEPCI Chemical Engineering Plant Cost Index

CC Composite Curves

CGCC Column Grand Composite Curves

CL chave leve

CP chave pesada

FRI Fractionation Research Inc.

GCC Grand Composite Curves

HPS High pressure steam

LPS Low pressure steam

MAN anidrido maleico

MPS Medium pressure steam

OPEX Operational Expenditure

PAN anidrido ftálico

PNMTC Pratical Near-Minimum Thermodynamic Condition

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Lista de Símbolos

cp calor específico a pressão constante (J.kg-1.K-1)

cv calor específico a volume constante (J.kg-1.K-1)

d dia d

∆H variação de entalpia (kW)

D Vazão de destilado (kmol.h-1)

∆T variação de temperatura (ºC)

∆Tmín mínima variação de temperatura (ºC)

� Vazão molar do fundo da coluna (mol.s-1)

� cp.cv-1

�� entalpia (kW)

� vazão de líquido na coluna (kmol.s-1)

�� vazão mássica (kg. h-1)

ηad rendimento adiabático

ηt rendimento termodinâmico

⍴ massa específica (kg.m-3)

P pressão (kPa ou bar)

p taxa de compressão

ppm partes por milhão

q vazão (kg.s-1 ou kg.h-1)

Q carga térmica (kW)

Q�� � demanda mínima de utilidade no condensador (kW)

Q�� � demanda mínima de utilidade no refervedor (kW)

t tonelada

T temperatura (ºC)

�� temperatura inicial

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�� temperatura final

Tr temperatura de saída real (ºC)

U coeficiente global de troca térmica (kcal.h-1m-2 ºC-1)

� vazão de vapor na coluna (kmol.s-1)

x título do vapor

� fração molar da fase líquida

� fração molar da fase vapor

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 18

2 OBJETIVO ...................................................................................................... 20

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................... 21

3.1 Generalidades e relevância do anidrido ftálico no contexto da indústria química ...................................................................................................................... 21

3.2 Descrição do processo de produção do Anidrido Ftálico ................................ 25

3.2.1. Oxidação ......................................................................................................... 26

3.2.2. Purificação ...................................................................................................... 30

3.3 Algumas ferramentas de análise energética ................................................... 31

3.3.1. Análise Pinch .................................................................................................. 31

3.3.1.1. Análise termodinâmica de colunas de destilação .................................. 39

3.4 Estudos e análises energéticas realizadas em plantas de anidrido ftálico...... 43

4 MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................................. 52

4.1 Premissas adotadas para o estudo ................................................................ 55

4.2 Ferramentas utilizadas.................................................................................... 57

4.3 Informações de entrada para avaliação das melhorias .................................. 58

4.3.1. Preço das utilidades ....................................................................................... 58

4.3.2. Custos de equipamentos e investimentos ...................................................... 59

4.4 Simulação do caso base ................................................................................. 59

4.5 Cálculo dos equipamentos .............................................................................. 74

4.5.1. Cálculo das colunas de destilação .................................................................. 74

4.5.2. Cálculo dos trocadores de calor ..................................................................... 76

4.5.3. Cálculo do compressor e bombas .................................................................. 82

4.6 Balanço de utilidades ...................................................................................... 83

4.7 Análise da configuração do projeto ................................................................. 87

4.7.1 Análise de senso comum ................................................................................ 87

4.7.2 Análise Pinch .................................................................................................. 88

4.7.3 Análise termodinâmica das colunas de destilação ......................................... 88

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................... 89

5.1 Análise de senso comum ................................................................................ 89

5.1.1 Correntes de processo.................................................................................... 89

5.1.2 Correntes de utilidade ..................................................................................... 90

5.1.3 Acionamento do compressor e rebaixamento de vapor .................................. 91

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5.2 Análise Pinch .................................................................................................. 94

5.3 Análise termodinâmica das colunas de destilação ....................................... 111

5.3.1 Coluna T-101 ................................................................................................ 111

5.3.2 Coluna T-102 ................................................................................................ 120

5.4 Resumo final ................................................................................................. 126

6 CONCLUSÃO ............................................................................................... 128

7 EXPECTATIVAS FUTURAS ......................................................................... 130

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 131

APÊNDICES ............................................................................................................ 134

ANEXOS ................................................................................................................. 143

ANEXO A – REAÇÕES QUÍMICAS ....................................................................... 143

ANEXO B – FOLHA DE DADOS DO O-XILENO (BRASKEM) ............................... 145

ANEXO C - ESTIMATIVA DE CUSTOS DAS UTILIDADES E MATÉRIA PRIMA .. 146

ANEXO D - VALORES TÍPICOS DE ����� PARA VÁRIOS TIPOS DE PROCESSOS (MARCH, 1998) ............................................................................... 148

ANEXO E – CÁLCULO DOS CUSTOS DOS EQUIPAMENTOS ........................... 149

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18

1 INTRODUÇÃO

O anidrido ftálico (phthalic anhydride ou PAN), importante intermediário na

indústria química (SHREVE; BRINK, 1997), é utilizado na fabricação de

plastificantes, resinas poliésteres e alquídicas e, também, corantes. Em função de

sua diversificada aplicação, é o anidrido mais utilizado em todo o mundo (OGATA,

2004) e um dos trinta intermediários orgânicos mais produzidos, sendo a produção

mundial da ordem de 3,8 milhões de toneladas por ano (IEA, 2007)1.

Por ser uma commodity2 petroquímica e, como todo produto deste grupo,

apresentar tecnologia largamente conhecida (PERP, 1990), com pouca

diferenciação entre os fabricantes, o seu preço é determinado em função do seu

mercado internacional (GONZALEZ; NOGUEIRA, 2008). Dessa forma, para garantir

a competitividade, é necessário ter diferenciais vinculados ao produto, como por

exemplo, custo de fabricação reduzido.

Uma forma de favorecimento da competitividade é propor projetos para

reduzir o custo operacional e, consequentemente, o consumo específico de

utilidades como vapor, energia elétrica e água de resfriamento. Esta opção é

adequada no caso do processo de produção de PAN pois este envolve liberação

significativa de energia.

Diante do exposto, o presente trabalho é focado no estudo de alternativas

para melhoria energética de um caso base, realizado a partir de um projeto de

instalação de uma planta com capacidade para 40 mil

toneladas de anidrido ftálico por ano, produzido a partir do o-xileno, dentro de um

site industrial existente.

Para uma síntese de processo, a metodologia apresentada por DOUGLAS

(1988) diz que, primeiramente, devem-se desenvolver soluções abrangentes e

simples e, depois, adicionar sucessivas camadas de detalhes, a fim de se obter

1 IEA: Internacional Energy Agency é um órgão autônomo criado em 1974 para implemetação de um programa internacional de energia. 2Commodity: termo inglês utilizado para designar mercadorias para as quais há procura sem atender diferenciação de qualidade do produto no mercado e entre vários fornecedores ou marcas.

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19

informações mais precisas do projeto. Tal método divide o processo em camadas,

comumente representado na forma de diagrama da “cebola”, conforme mostrado na

.

Figura 1 – Diagrama da “cebola”

Fonte: Adaptado de KEMP (2007)

Nesse trabalho, foram focadas as duas camadas externas do “diagrama da

cebola”. Partindo-se da configuração estabelecida para o sistema de reação,

objetiva-se analisar as interfaces energéticas dos sistemas de separação

(refervedores, condensadores e condições de alimentação), rede de trocadores de

calor, rede de expansão e distribuição de vapor e sistema de utilidade. Os sistemas

de tratamento de gases e efluentes não serão abordados aqui.

Foram realizados comparativos entre configurações e parâmetros de

processo com plantas similares apresentadas na literatura e, com o auxílio da

análise energética, foram feitas análises técnico-econômicas para alternativas de

melhoria, indicando-se as mais atrativas quanto à taxa de retorno, aumentando a

possibilidade de competitividade dessa commodity no mercado.

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20

2 OBJETIVO

O objetivo global deste trabalho é identificar melhorias no projeto de uma

planta nova de anidrido ftálico que resultem na redução do seu consumo de

utilidades. Este objetivo divide-se em duas partes específicas:

• Desenvolver um projeto de processo de uma planta de anidrido ftálico

a partir de informações disponíveis na literatura, confirmando se os

resultados são consistentes e estabelecendo este projeto como caso

base.

• Identificar, no caso base estabelecido, propostas de modificações que

reduzam o consumo de utilidades, considerando para tal, investimentos

economicamente atrativos.

O caso base a ser estabelecido não terá a modelagem do reator e serão

considerados o sistema de utilidades, redes de trocador de calor e o sistema de

separação devido à interface relevante com o consumo de utilidades.

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3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Generalidades e relevância do anidrido ftálico no contexto da indústria química

Anidrido ftálico (C6H4(CO)2O), um anidrido do ácido ftálico (C6H4(COOH)2),

apresenta peso molecular igual a 148,1 g.mol-1, ponto de ebulição a 284,5 °C, ponto

de fusão a 132 °C e densidade de 1545 kg.m-3 (MCKETTA, 1991). Pode ser

encontrado naturalmente no estado sólido ou líquido. Na forma sólida, é branco

cristalino e, na forma líquida, incolor, assemelhando-se à aparência da água. Tem a

propriedade de sofrer sublimação, é tóxico em baixas concentrações (2 ppm),

podendo causar irritações à pele, olhos e trato respiratório e, ainda, pode formar

misturas explosivas com o ar em concentrações entre 1,7 a 10,5% em volume em

temperatura acima de 140 ºC.

O anidrido ftálico, um dos mais importantes intermediários na indústria

química (SHREVE; BRINK, 1997), é uma commodity do setor petroquímico (PERP,

1990). Possibilitou a instalação da indústria de corantes na América do Norte, sendo

intermediário na fabricação de eosina, rodamina, eritrosina, quinolina amarela,

ftalocianina de cobre, fenolftaleína e antraquinona. No entanto o seu emprego

expandiu-se muito além da fabricação de corantes e cerca de três quartos (2,9

milhões tonelada por ano) é voltado para a fabricação de plásticos e plastificantes

(SHREVE; BRINK, 1997), como representado na Figura 2.

Figura 2 – Aplicação predominante do anidrido ftálico na indústria química

Fonte: MENDES e SEITA (2009)

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O anidrido ftálico é o anidrido mais utilizado em todo o mundo em função de

sua diversificada aplicação (OGATA, 2004). Suas principais aplicações são

(SHREVE; BRINK, 1997):

• Plastificantes: devido às características de desempenho e baixo custo de

produção, os ésteres do anidrido ftálico dominam o mercado de plastificantes,

principalmente na plastificação de cloreto de polivinila.

• Resinas poliésteres insaturadas: são utilizadas na fabricação de plásticos

reforçados e vernizes para madeira. São obtidas pela condensação de ácidos

dibásicos saturados e insaturados com glicóis. Pelas sucessivas

copolimerizações com agentes de reticulação, transformam-se em produtos

duros e não fundíveis.

• Como o anidrido ftálico apresenta boas características de processibilidade e

custo, é o ácido ftálico saturado mais utilizado. Pode ser ainda utilizado sob a

forma de éster (ou éter) etílico como agente de reticulação em substituição ao

estireno, apresentando como vantagens menor volatilidade, maior tempo de

conservação das resinas catalisadas e não catalisadas, além de menor

contração durante a polimerização das resinas. As resinas poliésteres

insaturadas são empregadas na fabricação de plástico reforçado com fibra de

vidro.

• Resinas alquídicas puras e modificadas: são obtidas a partir da condensação

do anidrido ftálico com poliálcoois e com ácidos graxos superiores saturados

ou insaturados como soja e coco. Essas resinas, usadas para a fabricação de

vernizes, são solúveis em solventes e formam filmes resistentes e insolúveis.

• Demais aplicações: o anidrido ftálico também é empregado na preparação da

antraquinona e seus derivados, ftalocianinas, fenolftaleína, fluorescina e

outros corantes.

O consumo da PAN é fortemente influenciado pelo mercado mundial,

dependendo significativamente da construção civil e produção automotiva. Em 1965,

a capacidade mundial era de 220 mil toneladas de PAN por ano (SHREVE; BRINK,

1997). A partir de 1980, a capacidade mundial passou a ser de 2 milhões de

toneladas por ano (KEUNECKE; MITCHEM, 1982), sendo ampliada para 3,8 milhões

de toneladas por ano em 2004. Acredita-se que a Ásia Pacífica terá taxa de

crescimento mundial, 4 a 4,5 % ao ano até 2014, maior que a média mundial, 3 a

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3,5 %, para o mesmo período (MENDES; SEITA, 2009). A tendência de crescimento

é confirmada com a inauguração de três novas fábricas até 2014. Duas serão na

China, com capacidade para 50 e 80 mil toneladas por dia e a terceira no Taiwan,

com capacidade para 140 mil toneladas por dia (ICIS, 2012).

O gráfico da Figura 3 mostra a produção mundial dos principais intermediários

orgânicos, dentre os quais está o anidrido ftálico.

Figura 3 – Produção mundial de diversos intermediários orgânicos em 2004

Fonte: Adaptado de INTERNATIONAL ENERGY AGENCY - IEA (2007)

De acordo com SHREVE E BRINK (1997), originalmente o anidrido ftálico

era produzido a partir do naftaleno. A redução do suprimento originário do alcatrão

do carvão fez com que fossem desenvolvidas fontes de derivados de petróleo e,

assim, o o-xileno passou a ser empregado como matéria-prima. Posteriormente,

passou a ser utilizado o pentóxido de vanádio (V2O5) como catalisador em leito

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fluidizado ao invés de leito fixo e a operação com o-xileno em ambos os processos.

A modificação mais recente no processo foi o desenvolvimento de outros

catalisadores capazes de operar com ambas as matérias-primas, naftaleno e o-

xileno e a remoção do calor de reação gerando vapor de água, visto que

antigamente a remoção do calor era baseada na vaporização do mercúrio. Os

principais processos de fabricação de anidrido ftálico são:

• Alusuisse – Ftalital: nesse processo, que também é conhecido como LAR

(Low Air Ratio), desenvolveu-se um catalisador (em forma de meio anel), para

trabalhar com carburação acima de 135 g de insumo / Nm³ de ar. Com a

melhoria é possível operar o reator de leito fixo com o-xileno, naftaleno ou a

mistura dos dois (VIRGILIS; GERUNDA, 1982), proporcionando rendimento

de 1,1 kg de PAN / kg de o-xileno ou 1,04 a 1,06 PAN / kg de naftaleno.

Nessas condições, houve aumento de produtividade do catalisador em 40 %,

além de reduções significativas em investimento em equipamentos, aumento

de 70 % na quantidade de energia recuperada na reação e economia de 60 %

da energia elétrica necessária para o compressor de ar (VERDE; NERI,

1984).

• Wacker-von Heyden (VH): devido ao desenvolvimento do pentóxido de

vanádio como catalisador é possível operar com o-xileno, naftaleno ou a

mistura dos dois insumos em fase gasosa. A modificação feita no projeto do

reator para tubular de leito fixo, permitiu a operação com taxas maiores de

carburação (100 g de o-xileno e ou naftaleno / Nm³ de ar), reduzindo-se em

cerca de 80 % a energia elétrica necessária para acionamento do compressor

(WIEDMANN; GIERRER , 1979).

A diferença entre as tecnologias é que no LAR, o gás de saída do reator

passa por resfriamento no qual ocorre condensação de cerca de 50 % do anidrido

ftálico presente devido à maior concentração o-xileno, promovendo o aumento da

qualidade do produto, uma vez que reduz a concentração de impurezas presentes

na corrente de entrada dos switch condensers (RAY e SNEESBY, 1998b). Ainda de

acordo com RAY e SNEESBY (1998b), apesar do VH ser o processo mais

empregado, o LAR apresenta menor custo operacional e maior taxa de retorno de

investimento já que os equipamentos são menores, devido à maior carburação.

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25

3.2 Descrição do processo de produção do Anidrido Ftálico

Segundo MCKETTA (1991), o processo de produção de anidrido ftálico pode

ser divido em duas etapas principais: Oxidação (também chamada de Reação por

RAY e SNEESBY (1998b)) e Finalização (também chamada de Purificação por RAY

e SNEESBY(1998b)). Na primeira etapa, há formação de anidrido ftálico bruto e, na

segunda, forma-se anidrido líquido (200 °C) e transparente com pureza de 99,8 %

no mínimo (MCKETTA, 1991). Um esquema simplificado do processo de produção

de PAN pode ser visto na Figura 4.

Figura 4 – Etapas do processo de produção de PAN

Fonte: Adaptado de MCKETTA (1991)

A mostra um esquema simplificado de processo de produção de PAN,

contendo as etapas de oxidação e purificação.

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Figura 5 – Esquema simplificado do processo de produção de PAN

Fonte: RAY e SENESBY (1998c) adaptado

3.2.1.Oxidação

Inicia-se a Oxidação com a compressão do ar, 79% N2 e 21% O2 m/m,

(MCKETTA, 1991), pressurizado até de 200 kPa. PERP (1990) propõe pressão de

compressão de 180 kPa enquanto RAY e SNEESBY (1998c), 350 kPa. Na

sequência, o ar é preaquecido e o o-xileno também é preaquecido até a

vaporização. A resistência do PAN em oxidação a temperaturas elevadas é mais um

motivo de sucesso da reação em fase vapor (MCKETTA, 1991). As duas correntes

gasosas são misturadas e seguem para o reator tubular de leito fixo.

Outra possível matéria-prima é o naftaleno, mas apresenta menor

rendimento em relação ao o-xileno. Quando a matéria-prima de uma planta existente

é substituída por o-xileno, há economia de 25 % na própria matéria-prima e 30 % em

utilidade. Esse fato se deve ao menor custo, maior seletividade e maior pureza do o-

xileno. Algumas empresas mantêm a operação com naftaleno e o-xileno por questão

de flexibilidade comercial (RAY; SNEESBY, 1990b).

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Segundo SRI3 (1968), as principais diferenças ao utilizar o-xileno ao invés do

naftaleno são: uma maior quantidade de vapor de alta pressão gerado, o tratamento

químico do PAN bruto pode ser alterado ou substituído por um tratamento simples

por aquecimento e a segunda coluna de destilação na seção de Purificação pode

não ser necessária.

O tipo de reator mais utilizado é o multitubular de leito fixo que é semelhante a

um trocador de calor tipo casco e tubo vertical (). O catalisador é suportado nos

tubos e uma mistura eutética de sais formada, geralmente, por nitrato de potássio e

nitrito de sódio (WIEDMANN; GIERRER , 1979), no casco. A mistura de sal tem a

função de remover do calor de reação (MCKETTA, 1991), permitindo controle de

temperatura no interior do reator.

Figura 6 - Esquema simplificado de um reator multitubular industrial

Fonte: Rosa (2007) adaptado

3SRI (Stanford Research Institute) é um instituto de pesquisas que tem como missão a descoberta e aplicação da ciência e tecnologia para empresas privadas e órgãos governamentais.

Água

Vapor

Ar + o-xileno

PAN bruto

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A temperatura ideal de reação está entre 370 e 400 °C na presença de

catalisadores como pentóxido de vanádio ou dióxido de titânio (PERP, 1990). Ao

entrar nos tubos, a mistura ar / o-xileno é aquecida pela transferência de calor do sal

até a temperatura de reação. Quando a reação prossegue, a remoção do calor

realizada pela mistura de sais continua a aumentar devido à diferença de

temperatura entre o sal e o processo. Quando o calor retirado dos tubos está

próximo ao gerado pela reação, a temperatura pode atingir um pico que é chamado

de hot spot, o que não é desejável. Após o término da reação, não há mais geração

de calor e a temperatura do processo aproxima-se da temperatura do sal. O sal

trabalha na faixa de 325 a 425°C (MCKETTA, 1991) e é resfriado pela circulação de

água, que é evaporada gerando vapor, de suma importância econômica.

Pelo fato de as reações serem altamente exotérmicas e rápidas (tempo de

reação aproximado de apenas 1 s) (MCKETTA, 1991), o maior desafio no processo

é a remoção de calor da reação para evitar superaquecimento e, consequente,

desativação do catalisador, o que ocasiona redução do rendimento da reação

(PERP, 1990). A reação de o-xileno, produzindo anidrido ftálico, é comumente

descrita como uma série de reações paralelas. Tolualdeído (C8H8O) e ftalida

(C6H6(CO)2) são os principais intermediários e anidrido maleico, monóxido e dióxido

de carbono, os principais produtos secundários (MCKETTA, 1991).

Na Tabela 31, do Anexo A, são apresentados os principais produtos

formados a partir de reações utilizando o-xileno, com respectivas seletividades

(PERP, 1990). De acordo com MARX et al (2009), a formação de subprodutos é

ainda uma questão em aberto e alguns deles podem até ser desconhecidos.

O calor gerado na reação principal (reação 1 da Tabela 31) é de 16.800 kJ.kg-1

de o-xileno (KEUNECKE; MITCHEM, 1982).

O gás de exaustão do reator é resfriado e cerca de 50 % do PAN produzido

será recuperado se a alimentação do processo tiver taxa de 135 g o-xileno / Nm³ de

ar. O restante será recuperado nos switch condensers, e uma pequena fração,

carregado com o ar na saída daqueles equipamentos. Caso o processo utilize taxa

menor que 135 g o-xileno / Nm³ de ar, o PAN será recuperado apenas nos switch

condensers que são trocadores de calor especiais.

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Os switch condensers (), trocadores tipo casco e tubo, são projetados

horizontalmente de modo a permitir grande superfície de contato do lado casco por

onde passa o gás.

Figura 7 - Imagem do trocador de calor switch condenser

Fonte: Technobell5

Na primeira etapa de operação do switch condenser, a mistura gasosa é

resfriada durante 3 horas, até 70 °C (PERP, 1990), causando a solidificação do PAN

diretamente da fase vapor. Isso é possível porque os efluentes produzidos

apresentam ponto de orvalho inferior ao ponto de ebulição do PAN (131°C). O fluido

utilizado para a troca é, geralmente, óleo térmico que circula dentro dos tubos

(MCKETTA, 1991) por ser menos corrosivo em relação à água (RAY; SNEESBY,

1998c). O PAN bruto é retirado do switch condensers. A seguir, o óleo térmico é

resfriado para retornar ao processo (MCKETTA, 1991) e a corrente gasosa é

enviada para tratamento.

Na segunda etapa, o PAN será fundido, elevando-se a temperatura para

200 °C (SRI, 1968) através do calor cedido pelo óleo térmico quente durante uma

hora. Após etapa de fusão, o PAN líquido é enviado por gravidade ao tanque pulmão

no qual será aquecido até 260 °C (PERP, 1990) para que impurezas sejam

decompostas ou transformadas em compostos de ponto de ebulição elevado,

facilitando a purificação nas colunas de destilação. Outra função do tanque pulmão é

converter ácido ftálico remanescente da reação em anidrido ftálico.

5 http://www.technobell.info/web/chemical-process-technologies/references, Acesso 21.01.13

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Na terceira etapa, o equipamento é resfriado e “alinhado” ao sistema,

voltando a receber gás. Para isso, utiliza-se óleo térmico frio durante 30 minutos

(PERP, 1990).

Geralmente trabalha-se com trocadores em paralelo de modo a permitir

operação contínua. SRI (1968) sugere trabalhar com dez equipamentos dos quais

seis estarão em resfriamento, três em fusão e um recebendo o gás. Já PERP (1990)

sugere operar com três trocadores. Quanto aos tanques pulmões, trabalha-se com

dois para permitir operação contínua, sendo o tempo de residência o de 16 a

24 horas.

3.2.2.Purificação

O PAN bruto, proveniente do condensador, apresenta 98 % de pureza, sendo

que a maior parte da impureza é o ácido ftálico formado pelo anidrido ftálico e vapor

de água presente na corrente pós-reator. As impurezas com ponto de ebulição

menor, também chamadas de leves, são o ácido benzoico e o anidrido maleico

(C2H2(CO)2O); as com maior ponto de ebulição, também chamadas de pesados, são

os diversos ácidos carboxílicos (MCKETTA, 1991).

Durante a seção de Purificação, a corrente de leves deverá ser removida e

tratada a níveis aceitáveis ambientalmente.

Na sequência, o produto bruto passa por um tanque intermediário aquecido

com o objetivo principal de decompor impurezas que darão cor ao produto final ou

para convertê-las em compostos coloidais que serão mais facilmente separados nas

colunas de Purificação.

A fim de controlar a qualidade do produto, a quantidade de ftalida é

cuidadosamente monitorada, por causar coloração ao PAN quando em

concentrações maiores do que 0,12 % em massa (PERP, 1990). Produtos químicos

e catalisador poderão ser adicionados para adequação da cor e para promover

estabilidade ao produto final.

Outra função do tanque intermediário é a remoção de compostos leves como,

por exemplo, a água que pode ser formada na reação ou durante a adição de

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produtos químicos ao tanque (SRI, 1968). Após 16 a 24 horas no tanque

intermediário, o PAN segue pela seção de remoção dos leves (ácido benzoico e

anidrido maleico, principalmente) através de uma coluna de destilação que pode

operar sob vácuo ou pressão atmosférica (SRI, 1968). O produto de fundo da

primeira destilação segue para a próxima coluna que, operando sob vácuo, remove

os pesados (PERP, 1990). Geralmente, os resíduos das destilações são incinerados

juntamente com os resíduos removidos nos switch condensers. Como resultado das

etapas de purificação, é obtido PAN com pureza de 99,8 % (MCKETTA, 1991).

3.3 Algumas ferramentas de análise energética

Existem algumas ferramentas disponíveis para a análise energética de

processos químicos, tais como:

• Análise Pinch

• Análise termodinâmica de colunas de destilação (Column Target)

• Análise exergética

• Análise exergoeconomica

Uma revisão sobre estes dois últimos métodos, suas aplicações e limitações

pode ser encontrada no livro escrito por BEJAN, TSATSARONIS e MORAN (1996).

Aqui serão utilizadas as análises de senso comum, a Análise Pinch e Análise

Column Targets.

3.3.1. Análise Pinch

De acordo com RAVAGNANI (1994), na indústria química, um dos fatores

importantes na composição do custo final dos produtos é o consumo energético.

Uma maneira de estudar possibilidades de redução do consumo energético é a partir

da integração energética, ou seja, através da recuperação de calor das correntes de

processo.

A análise Pinch consiste, essencialmente, numa metodologia sistemática para

a recuperação de calor de processos químicos (KEMP, 2007), na qual são

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estabelecidas metas mínimas de consumo energético, possibilitando identificar

mudanças do processo que permitem otimizar esse consumo. A partir daí é possível

projetar redes de trocadores de calor que atendam a essa demanda mínima,

tornando plantas químicas mais competitivas.

O primeiro passo para a análise é identificar, a partir de um balanço de massa

e energia, todas as correntes do processo que necessitem de resfriamento ou

aquecimento. Correntes que são fontes de calor e que necessitam de resfriamento

são denominadas de “correntes quentes”. Analogamente, correntes consideradas

como sorvedouros de calor e que necessitam de aquecimento são intituladas de

“correntes frias”. Assume-se, inicialmente, que qualquer corrente quente do

processo está disponível para trocar calor com qualquer corrente fria. Identificam-se,

também, as temperaturas iniciais (T�) e finais (T�) de cada corrente e as cargas

térmicas (�) ou taxas de entalpias (H� ) necessárias para atender à demanda de cada

uma dessas correntes ou, equivalentemente, o produto entre a vazão mássica (m� ) e

a capacidade calorífica específica ( c" ), assumida como sendo constante, das

correntes de processo. Estabelece-se um valor para a diferença mínima de

temperatura (ΔT$�%) desejada, que corresponde à menor diferença de temperatura

encontrada entre duas correntes de processo, uma quente e outra fria. A partir

dessas informações, a Análise Pinch fornece as metas para consumo mínimo de

energia. Essas metas energéticas podem ser obtidas através da construção das

curvas compostas.

As curvas compostas (composite curves ou CC) são perfis de temperatura

versus entalpia que representam a energia disponível no sistema (hot composite

curve ou curva composta quente) e a curva composta de demanda de energia do

sistema (cold composite curve ou curva composta fria). Cada curva composta é uma

única curva equivalente, em termos de entalpia e temperatura, à somatória das

curvas individuais, quentes ou frias. Com a finalidade de exemplificação para a

construção da CC, pode-se considerar um processo constituído das quatro correntes

conforme Tabela 1.

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Tabela 1 - Exemplo de correntes de processo para construção de curvas compostas

Corrente �� (°C) �� (°C) �� &' (kW/°C) Tipo �� (kW)

1 185 55 10 Quente 1.300

2 125 65 40 Quente 2.400

3 30 155 20 Fria 2.500

4 40 120 15 Fria 1.200

Fonte: Elaborada pela autora

Para tornar viável a troca térmica entre essas correntes, é necessário que as

temperaturas das correntes quentes sejam sempre mais altas que as temperaturas

das correntes frias, em toda sua extensão. Especifica-se 10°C para o valor de ΔT$�%

e plotam-se as correntes da Tabela 1 em um diagrama de temperatura versus taxa

de entalpia. A construção das curvas compostas é feita pela alocação da variação

da entalpia correspondente a cada intervalo de temperatura considerado. O valor de

m� c" de cada intervalo é igual à inclinação da reta correspondente. Se mais de uma

corrente estiver presente neste intervalo, então a inclinação da reta é igual à soma

dos m� c"’s das correntes presentes (Figura 8).

Figura 8 – Construção das curvas compostas

Fonte: Elaborado pela autora

Plotando-se todos os intervalos da Tabela 1, obtém-se um gráfico como ao

ilustrado pela Fonte: .

Tem

per

atu

ra (

°C)

Tem

per

atu

ra (

°C)

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Figura 9 - Curvas compostas

Fonte: Elaborado pela autora

Primeiramente, inicia-se a construção da curva composta quente no valor de

abscissa igual a zero. No intervalo de 55 a 65°C, está presente apenas a corrente 1,

então �� &' neste intervalo é igual ao da corrente 1, 10 kW / °C. Já no intervalo de 65

a 125 °C, as correntes 1 e 2 estão presentes. Portanto, �� &' neste intervalo

corresponde à soma das correntes 1 e 2. Por fim, no intervalo entre 125 e 185°C,

apenas a corrente 2 está presente, por isso �� &' neste intervalo é igual ao da

corrente 2.

A construção da curva composta fria é feita de maneira semelhante. A

posição relativa entre essas curvas pode ser modificada movendo-se

horizontalmente a curva composta fria (em azul) no gráfico, uma vez que a entalpia

de referência dessas curvas pode ser modificada de forma independente. Move-se a

curva composta fria até que esta esteja distante da curva composta quente o

equivalente a 10 °C, correspondente ao ΔT$�% . Normalmente, o valor de ΔT$�% é

observado em apenas em um ponto entre as duas curvas compostas, que é o ponto

Pinch. Esse ponto determina a localização relativa das curvas compostas quente e

fria no diagrama. A diferença mínima de temperatura, dentro da análise energética,

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

0 1.000 2.000 3.000 4.000

Tem

pe

ratu

ra (

°C)

Entalpia (kW)

Correntes quentes

Correntes frias

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estabelece que nenhum trocador de calor da rede proposta irá realizar troca térmica

a uma diferença de temperatura menor do que aquela.

A região de sobreposição das duas curvas compostas indica a máxima

recuperação de energia possível para o processo. O diagrama também indica a

quantidade remanescente de calor a ser fornecida e a ser retirada do processo,

equivalentes à demanda mínima de utilidade quente (Q�� � ) no refervedor e fria

(Q�� � ) no condensador, respectivamente. Maximizando-se a energia recuperada,

minimiza-se o consumo de utilidades para resfriamento e aquecimento. Todos esses

valores de carga térmica dependem do valor de ΔT$�% escolhido e estão

representados esquematicamente na Fonte: .

Figura 10 - Determinação das metas mínimas de consumo de energia e da recuperação máxima de energia a partir das curvas compostas

Fonte: Elaborado pela autora

O ponto Pinch é formado pelas temperaturas de 115 °C (corrente fria) e

125 °C (corrente quente). O trecho da curva composta fria que não é sobreposta

pela curva composta quente, à direita (Fonte: ), não possui potencial para ser

aquecida por integração energética e, por isso, requer consumo de alguma utilidade

quente. Esta é a quantidade mínima de utilidade quente. De forma semelhante, o

trecho da curva composta quente que não sobrepõe nenhum trecho da curva

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composta fria, à esquerda (Fonte: ), também não possui potencial para ser resfriada

por integração energética e, por isso, requer a utilização de alguma utilidade fria. As

cargas térmicas de aquecimento e resfriamento que não podem ser satisfeitas por

integração devem ser fornecidas por utilidades externas.

Para atingir a meta mínima de energia calculada, a metodologia estabelece

três regras necessárias e suficientes que devem ser seguidas (KEMP, 2007);

violando-se quaisquer dessas regras, ter-se-á um desequilíbrio no balanço de

entalpia em cada subsistema, ocasionando consumo de energia maior do que o

mínimo previsto pela teoria. São elas:

• Não deve haver transferência de calor através do ponto Pinch.

• A utilidade quente deve ser utilizada somente acima do ponto Pinch.

• A utilidade fria deve ser utilizada somente abaixo do ponto Pinch.

Pelas curvas compostas apresentadas na Fonte: , é possível determinar as

metas de consumo energético. Porém, essas curvas não permitem fazer a seleção

das utilidades e nem quantificar a energia a ser suprida por cada nível de utilidade.

Para esse fim, utiliza-se a grand composite curve (GCC).

A GCC é uma curva construída a partir das curvas compostas, utilizada como

ferramenta na determinação de múltiplos níveis de utilidades. A construção dessa

curva é feita conforme esquematizado na . Primeiramente, a curva composta quente

é deslocada () ΔT$�% para baixo, enquanto a curva composta fria é deslocada

() ΔT$�%

para cima, no gráfico. As curvas resultantes do deslocamento são as curvas

compostas deslocadas (ou shifted composite curves), que se tocam exatamente no

ponto Pinch. Esse deslocamento garante que a diferença entre as correntes de

processo quente e fria, na grand composite curve, seja, no mínimo, igual a ΔT$�%.

Também garante que ΔT$�% seja obedecido entre a corrente de processo e a

corrente de utilidade, pois esta também está deslocada () ΔT$�%.

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Figura 11 - Construção da grand composite curve

Adaptado de MARCH, 1998

A partir da b, tomam-se as diferenças de entalpia entre essas curvas

compostas deslocadas e constrói-se a grand composite curve com esses valores. Os

valores das temperaturas no gráfico da grand composite curve são valores de

temperatura deslocada, e não de temperatura real de cada ponto da corrente. A

GCC indica o consumo da mesma quantidade de utilidade quente e fria que as

curvas compostas, ou seja, esses valores de energia são idênticos na a e na c.

Para o processo descrito pelas correntes da Tabela 1, a GCC obtida é

apresentada na Fonte: . O ponto que encosta o eixo de temperatura deslocada é o

ponto Pinch a as cargas térmicas das utilidades (Q�� � e Q�� �) estão indicadas no

topo e na base da Fonte: .

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Figura 12 - Grand composite curve para as correntes da Tabela 1

Fonte: Elaborado pela autora

Também se identifica na Fonte: a presença de áreas de recuperação de

energia, que correspondem às áreas hachuradas no gráfico. São regiões onde há

transferências de calor adicionais no processo: um excesso de energia local é

utilizado para satisfazer um déficit de energia local, caracterizando regiões

autossuficientes energeticamente.

A grand composite curve possibilita escolher múltiplas utilidades para atender

às demandas energéticas do processo. O perfil gráfico indica o consumo energético

total, mas também permite que seja identificada a possibilidade de utilização de mais

de uma utilidade quente e mais de uma utilidade fria, pois algumas regiões do

processo são satisfeitas com utilidades quentes a menores temperaturas e utilidades

frias a maiores temperaturas. Essa escolha adequada de utilidades reduz o custo

operacional com as mesmas.

Te

mp

era

tura

de

slo

cada

( °

C)

Taxa de entalpia ( kW)

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3.3.1.1.Análise termodinâmica de colunas de destilação

De acordo com SANTANA (2004), a análise termodinâmica de colunas de

destilação, Column Targeting, teve sua origem na aplicação da tecnologia Pinch

para redes de trocadores de calor e, semelhantemente à análise Pinch, tem como

objetivo a otimização energética do sistema, reduzindo o consumo de utilidades

quente e fria. Enquanto a GCCC (grand column composite curve) indica o nível de

temperatura da utilidade necessária em função da variação de entalpia (cargas

térmicas), as curvas compostas da coluna (column composite curves ou CCC)

referem-se às correntes de líquido e vapor que trocam energia internamente à

coluna, sinalizando deficit de energia em função dos estágios e, consequentemente,

em função da temperatura.

A metodologia Column Targeting, combina a primeira e a segunda leis da

termodinâmica e possibilita identificar modificações adequadas através dos perfis de

distribuição de déficit de entalpia em cada estágio ou em cada intervalo de

temperatura da coluna.

Processos de destilação operam com perdas termodinâmicas inevitáveis

devido a transferências de calor e de massa, misturas, quedas de pressão e pela

própria configuração de projeto da coluna. A análise térmica baseia-se na

aproximação da mínima condição termodinâmica (PINTO et al, 2011), também

chamada de PNMTC (Practical Near-Minimum Thermodynamic Condition). Essa

condição estabelece uma coluna de destilação operando à taxa de refluxo mínima,

com infinitos números de estágios e condensadores e refervedores com cargas

térmicas apropriadas alocadas em cada um dos estágios, ou seja, as cargas do

condensador e do refervedor são distribuídas ao longo do intervalo de temperatura

de operação da coluna. Por essa aproximação, a coluna é considerada reversível

(SANTANA, 2004).

A construção das column grand composite curves é feita em quatro

etapas. Primeiramente faz-se o cálculo das vazões molares mínimas das fases

líquida e vapor. Definem-se os componentes chave leve (CL) e chave pesada (CP).

Para sistemas multicomponentes, considera-se que os componentes mais leves que

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o chave leve e os componentes mais pesados que os chaves pesados são

agrupados e geram um sistema chamado de pseudobinário (SANTANA, 2004).

As linhas de operação variam se o estágio considerado localiza-se acima ou

abaixo da alimentação e são descritas pelas equações de 1 a 4. Para estágios

acima da alimentação, consideram-se as Equação 1 e Equação 2. Já para estágios

na alimentação ou abaixo dela, podem ser consideradas as Equação 3 e Equação 4

(DEMIREL, 2006).

��-. − ��-. = 1-. (chave leve)

Equação 1

��-2 − ��-2 = 1-2 (chave pesada) Equação 2

��-. + ��-. = �-. (chave leve) Equação 3

��-2 + ��-2 = �-2 (chave pesada) Equação 4

Na condição PNMTC, a curva de equilíbrio (perfil ideal) e a linha de operação

(perfil real) coincidem. As Equações 1 a 4 devem ser resolvidas simultaneamente

com as equações da curva de equilíbrio. As vazões molares mínimas são obtidas

quando as composições forem consideradas como sendo as composições de

equilíbrio. As Equações 5 e 6 descrevem o estágio acima da alimentação e as

Equações 7 e 8 descrevem os estágios na alimentação ou abaixo dela. Nas quatro

equações, o asterisco (*) representa o equilíbrio (DEMIREL, 2006).

�4�5�-.∗ − �4�5�-.∗ = 1-. (chave leve) Equação 5

�4�5�-2∗ − �4�5�-2∗ = 1-2 (chave pesada) Equação 6

�4�5�-.∗ + �4�5�-.∗ = �-. (chave leve) Equação 7

�4�5�-2∗ + �4�5�-2∗ = �-2 (chave pesada) Equação 8

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Resolvendo-se essas equações para todos os estágios, obtêm-se as vazões

molares mínimas da fase líquida e da fase vapor para cada estágio / intervalo de

temperatura.

Na segunda etapa, calculam-se as entalpias mínimas das fases líquidas e

vapor, correspondentes às vazões mínimas das fases líquidas e vapor, dadas pela

Equação 9 e pela Equação 10, assumindo proporcionalidade molar (DEMIREL,

2006).

�.,4�5 = �.∗ 8�4�5�∗ 9

Equação 9

�:,4�5 = �:∗ 8�4�5�∗ 9

Equação 10

De acordo com DEMIREL (2006), em seguida, faz-se o cálculo do déficit de

entalpia em cada estágio / intervalo de temperatura que podem ser obtidos pela

Equação 11 (para estágios acima da alimentação) e Equação 12 (para estágios na

alimentação ou abaixo dela).

�;<� = �.,4�5 − �:,4�5 + �= Equação 11

�;<� = �.,4�5 − �:,4�5 + �= − �> Equação 12

Finalmente, para cada estágio, soma-se o valor da carga térmica do

condensador ao déficit de entalpia calculado, �;<�. A GCCC é obtida plotando-se

esses valores no eixo das abscissas e o estágio/intervalo de temperatura da coluna

no eixo das ordenadas. A indica como se escalona as deficiências de entalpia para

a construção da GCCC (SANTANA, 2004).

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Figura 13 – Construção da GCCC

Fonte: SANTANA, 2004.

No perfil representado pela Figura 14, é possível identificar melhorias que

podem ser realizadas na coluna. Segundo SANTANA (2004), a distância entre o

ponto pinch e o eixo da temperatura indica que é possível reduzir a taxa de refluxo.

O patamar formado abaixo do ponto de alimentação (ponto pinch) sinaliza que a

alimentação está alocada em estágio incorreto. A grande variação de entalpia acima

do ponto de alimentação sinaliza que a corrente deveria ser preaquecida. Caso a

variação fosse abaixo do ponto Pinch, a corrente de alimentação deveria ser

resfriada. Por último, ao longo da coluna poder-se-ia alocar trocadores

intermediários, consumindo-se utilidades de nível inferior e reduzindo-se o consumo

de utilidades nobres.

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Figura 14 - GCCC e as possibilidades de melhoria

Fonte: SANTANA, 2004.

Diante da GCCC construída, a análise das alternativas de redução do

consumo energético pode ser realizada conforme sequência recomendada pela

ASPEN TECH (2005):

• Estágio de alimentação

• Taxa de refluxo

• Condição térmica da alimentação

• Alocação de trocadores laterais

3.4 Estudos e análises energéticas realizadas em plantas de anidrido ftálico

Este item discute projetos e análises energéticas disponíveis na literatura,

realizadas para plantas e projetos de processo de produção de PAN.

Três estudos apresentam as melhorias ocorridas no processo von Heyden

para economia de energia. No primeiro, HELLMER e KEUNECKE (1977)

apresentaram o consumo de utilidade para o processo comparando o uso de energia

elétrica, óleo combustível e exportação de vapor como altenativas para o

acionamento do compressor: com motor elétrico (alternativa 1), com turbina de

contrapressão (alternativa 2) e turbina de condensação (alternativa 3). Considerando

energia elétrica como referência, o consumo para as alternativas 2 e 3 são iguais e

70 % menor em relação à alternativa 1. Para o óleo combustível, o consumo é igual

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para as alternativas 1 e 2 e não há consumo para a alternativa 3. Quanto à

exportação de vapor, a menor exportação é realizada na terceira alternativa e, a

maior, na alternativa 1. Os autores ainda informam que houve redução de 24 % de

consumo de energia elétrica com as melhorias ocorridas no processo VH.

No segundo estudo, WIEDMANN e GIERRER (1979) apresentam o custo

para instalação e operação para uma fábrica de 30 mil toneladas de PAN por ano e

afirmam que, devido às mudanças no projeto do reator do processo VH, permitindo

operar com 100 g de o-xileno por Nm³ de ar e, pelo fato de compressor passar a ser

acionado por turbina de condensação alimentada com vapor gerado no processo, o

consumo de energia caiu de 850 para 150 kWh / t PAN

Semelhantemente ao estudado por WIEDMANN e GIERRER (1979),

KEUNECKE e MITCHEM (1982) afirmam que, devido às melhorias ocorridas no

processo VH, houve economia de 340 dos 760 kW / t de PAN. No mesmo artigo, são

apresentados fluxogramas de processo e de vapor para uma planta com produção

de 96 mil toneladas de PAN por ano, na qual há possibilidade de geração de vapor

de 100, 40, 7 e 4 bar, sendo que os dois primeiros níveis de vapore podem ser

gerados a partir do calor de reação. Já o vapor de 7 bar pode ser gerado através de

uma turbina de contrapressão (40 / 7 bar) ou válvula redutora de pressão (20 / 7

bar). Vapor com pressão de 20 bar, rebaixado a partir dos vapores de 100 ou 40 bar,

é utilizado para aquecimento de óleo térmico. Quanto ao vapor de 4 bar, esse é

gerado através da troca térmica dos condensadores das colunas com água

pressurizada.

Os autores ainda apresentam um resumo entre o consumo energético anterior

e posterior às inovações e concluem que o processo de anidrido ftálico é um

exemplo relevante de como a melhoria de tecnologia combinada com uma análise

de parâmetros de processo que podem influenciar significativamente o balanço

energético, podem reduzir o consumo de energia, com investimentos relativamente

baixos.

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Dois estudos sobre a economia de energia proporcionado pelo processo LAR

são apresentados por VIRGILIS e GERUNDA (1982) e VERDE e NERI (1984). No

primeiro caso, segundo os autores, a melhoria no catalisador aliado ao revamping no

projeto do reator permitiu reduzir o consumo de energia elétrica em 35 % e o

consumo específico de o-xileno em 5 %, aumentando a produtividade em 30 % em

uma planta com capacidade para 35 mil toneladas por ano. A redução no consumo

de energia elétrica, tornando a planta autossuficiente, foi possível pelo aumento da

quantidade de vapor de alta pressão (10 MPa) gerado no reator, que passou a

fornecer mais energia para acionar turbina de contrapressão, gerando mais energia

elétrica. E, também, a redução de perda de carga no reator, possibilitou a

alimentação das matérias-primas em pressões mais baixas.

Os reboilers das colunas de destilação da planta em questão são alimentados

por vapor de alta pressão. Já o excedente (3 t / t de PAN) de vapor de média

pressão, gerado através da turbina, é exportado.

VERDE e NERI (1984) apontam como vantagens da nova tecnologia (LAR

process) o aumento da produtividade do catalisador em mais de 40 % e o aumento

da carburação (65 para 134 g o-xileno / Nm³ ar) reduzindo o custo operacional e de

investimento em equipamentos. Para uma planta com produção de 40 mil toneladas

por ano é possível exportar 4,3 t vapor de média pressão (1,5 MPa) / t de produto

final produzido, além da planta tornar-se autossuficiente em energia elétrica.

Semelhantemente à planta relatada por VIRGILIS e GERUNDA (1982), o vapor de

média pressão é produzido a partir da expansão do vapor de alta pressão (6 MPa)

produzido pelo calor gerado na reação. Quanto ao investimento em equipamentos

houve redução total de 16 %, sendo que a redução mais relevante ocorreu na seção

de reação (19 %) seguida da purificação (8 %) que representam 65 % e 25 % do

total do investimento, respectivamente.

RAY e SNEESBY (1998c) desenvolveram um projeto seguindo o processo

LAR para a produção de 40 mil toneladas por ano de anidrido ftálico a partir da

oxidação do o-xileno em reator tubular de leito fixo. Um esquema simplificado pode

ser visto na .

Neste projeto, ar comprimido a 350 kPa e o-xileno (100 % puro) preaquecidos

com vapor de 2 MPa alimentam o reator a 205 °C. Com a compressão do ar nas

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condições informadas pelos autores, a temperatura da entrada do ar no reator seria

atingida pela compressão, dispensado aquecimento. Nada é informado sobre a

forma de acionamento do compressor de ar.

No reator ocorrem as reações indicadas na Tabela 32 do Anexo A.Com o

calor das reações, há geração de 18,3 MW e essa energia é retirada do reator

através de uma corrente de salmoura que circula pelo casco, transferindo tal energia

para uma corrente preaquecida de água desmineralizada e, assim, gerando vapor

superaquecido de 6 MPa e 315 °C.

Após reação, a corrente gasosa de saída do reator encontra-se a 370 °C e é

resfriada até 138 °C por dois trocadores em série que preaquecem água

desmineralizada que será utilizada para gerar vapor. Com o resfriamento do gás,

cerca de 50 % da massa do PAN é condensada e armazenada no tanque pulmão

que antecede a purificação.

A corrente gasosa segue para os switch condensers nos quais o PAN será

separado do gás através da solidificação, utilizando-se óleo térmico frio como meio

de refrigeração. O gás de saída segue para tratamento e o PAN bruto, fundido a

140 °C, vai para o tanque pulmão juntamente com o condensado no resfriamento

anterior.

No tanque pulmão o PAN é aquecido com vapor de 6 MPa até 250 °C e

alimenta a primeira coluna de destilação que trabalha a vácuo. Nessa coluna,

denominada stripping, ocorre a separação do MAN que é o produto principal do topo

da coluna (15 kPa e 46 °C) e PAN, produto principal do fundo (20 kPa e 206 °C).

Nessas condições, o anidrido ftálico apresenta pureza de 99,3 % e alimentará a

segunda coluna de destilação que também opera a vácuo.

Já na segunda coluna de destilação, o produto final será retirado pelo topo

que opera a 10 kPa (201 °C). Os autores não indicaram perda de carga nesta coluna

que terá como produto de fundo um resíduo pesado a 262 °C.

Em ambas as colunas, os refervedores são aquecidos com vapor de 6 MPa

e os condensadores com água de torre de resfriamento.

PEROLD (2001) estudou a integração de uma turbina acionada pelo gás da

saída do reator em três processos distintos envolvendo reações exotérmicas. No

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processo de anidrido ftálico, duas simulações (Caso A e Caso B) foram realizadas

utilizando Aspen Plus® (modelo SRK) como ferramenta, ambas envolvendo ciclo

Rankine para produção de energia elétrica, sendo que na segunda simulação foi

incluída uma turbina para produção adicional de energia elétrica.

O autor optou por trabalhar com reator de leito fluidizado por apresentar

vantagem de operar com pressões mais altas (3,4 a 35 bar) em relação ao reator

multitubular de leito fixo. Além disso, o autor afirma que, apesar do reator tubular

apresentar maior conversão, o controle de temperatura é bem mais complicado e o

risco de explosão é maior.

Em ambas as simulações (Casos A e B) foi utilizado como insumo o naftaleno

para produzir 90 mil toneladas de PAN 99,7 % por ano. A formação de naftoquinona

foi desconsiderada, o que exclui a operação da segunda coluna de Purificação e o

condensador (pós-reator) e switch condenser foram considerados como uma “caixa

preta”. Houve variação da pressão (8, 12 e 16 bar) e da temperatura (320 °C, 365 °C

e 400 °C) do reator.

No caso A, mostrado na , a energia proveniente do reator e resfriador de

gases é aproveitada para geração de energia elétrica. A válvula de expansão após

resfriamento é utilizada para reduzir a pressão do gás até a pressão de operação do

condensador (1,8 bar).

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Figura 15 - Esquema de produção de anidrido ftálico – Caso A

Fonte: PEROLD (2001)

No caso B, mostrado na , a energia proveniente do reator e resfriador de

gases é aproveitada para geração de energia elétrica (semelhante ao Caso A) e a

energia da corrente gasosa da saída do reator é utilizada para acionar uma turbina

para geração de energia elétrica, reduzindo-se a pressão do gás para a pressão

próxima da operação do condensador. A válvula de expansão de gás, após

resfriamento, é usada apenas para ajustar a pressão na entrada do condensador.

Figura 16 - Esquema de produção de anidrido ftálico – Caso B

Fonte: PEROLD (2001)

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Comparando-se os dois casos acima citados quanto à energia consumida

para acionamento da bomba de alimentação de naftaleno e compressor e a energia

produzida, o autor conclui que em ambos os casos, quanto maior a temperatura,

maior a sobra de energia. Conclui também que em algumas condições do Caso A,

havia necessidade de compra de energia e, no Caso B, há sobra de energia para

todas as condições estudadas.

Foi estudada também a eficiência da conversão térmica em função da

temperatura de reação e da pressão de operação do reator. Assim, o autor concluiu

dois fatos relevantes: o Caso B apresentou maior eficiência em relação ao Caso A e

quanto maior a pressão e temperatura, maior a eficiência alcançada para o Caso B.

Para a melhor configuração estudada nos Casos A e B, ou seja, operação a

16 bar e 400 °C, o autor fez uma análise exergética. Em ambos os casos, o reator

seguido do condensador apresenta maior irreversibilidade termodinâmica e a

terceira maior taxa de irreversibilidade ocorre na válvula de expansão que é

largamente mais solicitada no Caso A. Com a análise de exergia, o autor concluiu

que há potencial de melhoria em 4,5 % com a instalação da turbina quando

comparado à utilização da válvula de expansão.

SMITH (2005) apresenta uma análise Pinch de uma planta de PAN produzido

a partir de o-xileno. Embora não tenha citado a capacidade de produção de PAN na

planta proposta, ao fornecer a quantidade de calor (200 kW) e o ∆T (20 para 130 °C)

para aquecimento de o-xileno e, sabendo-se que para cada kg de o-xileno é possível

produzir, aproximadamente, 1,1 kg de PAN, infere-se que é possível produzir 35 mil

toneladas de PAN por ano.

Na mesma planta, o autor considera vapor superaquecido de 40 bar (270 ºC)

e 10 bar (180 °C), mas não informa qual a fonte de geração do vapor e em quais

trocadores são utilizados. Provavelmente, o vapor de alta pressão é produzido a

partir do calor gerado pela reação.

Conforme mostrado na Figura 17, sem haver integração no processo

apresentado, estaria disponível 14,2 MW de utilidade quente e seria necessário

4,2 MW de utilidade fria. Com a quantidade de calor e temperatura inicial e final de

cada trocador, foi construída a composite curve e, considerando ∆T mínimo de

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10 ºC, a Grand Composite Curve (Figura 18). A partir dessas informações, o autor

conclui que a planta em questão não necessita de utilidade quente quando

integrada, ou seja, é considerada threshold6 pela metodologia Pinch; porém, não são

apresentadas propostas de integração entre as correntes do processo.

Figura 17 – Composite curve para o estudo de SMITH (2005)

Fonte: SMITH (2005)

Figura 18 – Grand Composite curve para o estudo de SMITH (2005)

Fonte: SMITH (2005)

6Pela metodologia Pinch, considera-se que é possível integrar as correntes de processo não sendo necessária uma das utilidades (quente ou fria).

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O estudo publicado por MENDES e SEITA (2009) prevê produção de 80 mil

toneladas de PAN / ano com carburação de 34 g de o-xileno / Nm³ de ar. Os autores

basearam-se no SRI (1968) para definir o caso base. A simulação do processo foi

realizada no Aspen Plus 2006.5®, mas o modelo termodinâmico utilizado não foi

informado.

Nas reações consideradas, não há formação de compostos pesados. A

primeira coluna opera a pressão atmosférica e a segunda coluna opera a vácuo (0,5

bar). É apresentado o balanço mássico desenvolvido através de simulação no Aspen

Plus 2006.5® e, pelas condições de operação, a primeira coluna separa somente as

impurezas do o-xileno como m-xileno e benzeno do MAN e gases formados na

reação que não foram totalmente retirados da corrente do PAN que seguem para a

segunda coluna, na qual há separação do MAN (produto de topo) do PAN (produto

de fundo).

Pelo fato de haver geração de vapor de 20 bar com o calor reacional e do

processo não consumir todo o vapor gerado, o vapor excedente também é vendido.

Para cada trocador de calor, os autores apresentam o tipo, vazão e custo das

utilidades a serem fornecidos.

Os autores publicaram, também, as características básicas de

dimensionamento das duas colunas de destilação, as áreas dos trocadores e cálculo

básico do reator considerado como trocador casco e tubo. A partir das

características básicas dos equipamentos, estimaram o custo da instalação da

planta, levando em consideração estimativa para as tubulações, sistema elétrico,

edificações, instrumentação e controle, engenharia, licenças legais e terreno. A partir

das estimativas de investimento e retorno, obteve-se um payback entre 5 e 6 anos, o

que foi considerado aceitável pelo autor.

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4 MATERIAIS E MÉTODOS

As etapas realizadas neste trabalho foram planejadas como mostrado no

diagrama de influências (Figura 19) que indica o fluxo de atividades necessárias, a

interdependência entre elas e as decisões tomadas na sequência das atividades. O

planejamento foi dividido em quatro etapas: a Pesquisa Bibliográfica, Análise das

Informações Disponíveis, Desenvolvimento e Resultados, conforme indicado na

Figura 19.

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Figura 19 – Diagrama de influência

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A primeira etapa refere-se à busca na literatura por uma planta modelo que

seja a mais completa e que, juntamente com possíveis hipóteses complementares

assumidas, sirva de referencia para nortear a definição do caso base. Neste sentido,

foram encontradas as plantas projetadas por MENDES e SEITA (2009), PERP

(1990) e RAY e SNEESBY (1998).

O primeiro trabalho, como já descrito no item 3.3.1.1 desta Dissertação,

aborda uma planta com capacidade para produção de 80 mil toneladas por ano de

PAN a partir da oxidação do o-xileno. O processo proposto foi simulado no Aspen

Plus® e, apesar de não informarem o modelo termodinâmico utilizado, fornecem o

balanço de massa, consumo de utilidades, informações sobre as colunas de

destilação (número de estágios teóricos, estágio de alimentação, taxa de refluxo)

além dos custos de utilidades e insumos. Também apresentam algumas diferenças

em relação aos processos convencionais como, por exemplo: não apresentarem

resíduo pesado na composição das correntes, as colunas não operam sob vácuo, e,

com isso, oferecem como produto de topo da segunda coluna, o anidrido maleico e

como produto de fundo, o anidrido ftálico. Além disso, os autores trabalham com

excessivo volume de ar (taxa de carburação: 34 g o-xileno / Nm³ de ar) na oxidação,

o que acarreta em um projeto com maior OPEX 7 e CAPEX 8 em relação aos

processos como o VH e LAR.

Já o segundo trabalho (PERP, 1990) produz 45 mil toneladas por ano de

PAN a partir da oxidação do o-xileno (135 g o-xileno / Nm³ de ar). Apresenta

diversas reações (conforme demostrado na Tabela 31 do Anexo), oferece balanço

de massa, porém não informa sobre as especificações dos equipamentos principais

utilizados no processo. É a referência mais completa, dentre as três em questão

quanto às informações de utilidades, apresentando consumo, origem e custo de

utilidades.

7OPEX: Operational Expenditure. Refere-se às despesas operacionais, ou seja, custos de

produção, energia, entre outros para uma planta industrial.

8CAPEX: Capital Expenditure. Refere-se aos investimentos em equipamentos e instalações

para uma planta industrial.

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RAY e SNEESBY (1998c) é a referência mais completa quanto a

informações do processo que já nasce otimizado quanto ao volume de ar na

oxidação. Os autores apresentam o balanço de massa, consumo de utilidades e as

especificações preliminares dos equipamentos principais, o que é essencial para

propor futuras melhorias.

Diante do apresentado foi adotado como modelo para o caso base o híbrido

do processo da planta de anidrido ftálico estudada por RAY e SNEESBY (1998c) e o

sistema de utilidade apresenta no PERP (1990). Foram necessárias algumas

modificações que serão informadas posteriormente.

Após definição, deve-se testar a consistência do caso base realizando

simulações de modo a obter o balanço de massa e energia (etapa 2). Na sequência,

haverá o cálculo dos equipamentos principais que, juntamente com informações dos

balanços de massa e energia, pode-se obter o consumo de utilidades para

determinação do custo operacional de utilidades (etapa 3). No presente trabalho, o

foco principal de cálculo serão as colunas de destilação e sistema de vácuo,

trocadores de calor, compressores e bombas, não sendo abordado o cálculo do

reator e tratamento dos gases.

Além da análise de senso comum, serão utilizadas as ferramenta de análise

Pinch e Column Targeting como referência para redução do custo operacional de

utilidades e consequente aumento do lucro da planta modelo. Serão calculados os

equipamentos e paybacks simples para as sugestões de melhoria mais atrativas.

4.1 Premissas adotadas para o estudo

Para a realização do estudo foram adotadas as premissas a seguir.

a) Objetivo das modificações: redução do uso de energia a níveis

atrativos de investimento.

b) Quanto ao projeto: a planta nova a ser inserida em um site existente,

que necessita vapor nos níveis de pressão do item d.

c) Quanto ao processo:

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56

o Tecnologia LAR e o-xileno como matéria-prima, conforme RAY e

SNEESBY (1998a) e PERP (1990).

o O tratamento de gases, tratamento de efluentes e recuperação

de anidrido maleico não serão o foco deste trabalho.

d) Quanto às utilidades:

o Uso de vapor nas pressões de 5, 2,5 e 0,6 MPa (PERP,1990).

o O vapor gerado superaquecido a 315 °C e 5 MPa (PERP,1990).

o É desejável maximizar a exportação e minimizar a importação

de vapor.

o É desejável maximizar a exportação e minimizar a importação

de energia elétrica.

o A água de resfriamento disponível a 30 °C e retornando a 40 °C.

o A água fria disponível a 5 °C e retornando a 10 °C.

o O óleo térmico frio disponível a 60 °C e retornando a 50 °C

o O óleo térmico quente é disponível a 300 °C e retorna a 280 °C

o No site de implantação, há disponibilidade de água de

resfriamento, água desmineralizada, água fria, óleo térmico

(73 % óxido de bifenilo e 23 % de bifenilo), salmoura e vapor.

o Não será adotada margem de projeto para o cálculo do

consumo de utilidades.

o Não haverá retorno de condensado à fábrica de PAN quando o

vapor for exportado para outros consumidores do site.

o O preço de venda de utilidade é igual ao preço de compra.

o As bombas de água de resfriamento assim como as torres de

resfriamento são escopo do Departamento de Utilidades do site.

e) Quanto à operação:

o A planta opera em regime contínuo, 330 dias no ano.

o Não serão avaliadas modificações para aumento de produção.

o Modificações no reator não serão focadas e as perdas de

catalisador não serão consideradas.

f) Quanto aos equipamentos:

o Não será adotada margem de projeto para o dimensionamento.

o Os trocadores de calor serão do tipo casco e tubo.

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57

o Equipamentos expostos ao anidrido devem ser construídos em

inox AISI 316 para evitar corrosão.

g) Quanto ao produto:

o Será produzido PAN apenas na fase líquida.

o A pureza mínima do PAN final será, no mínimo, de

99,8 % m / m.

4.2 Ferramentas utilizadas

Foram elaboradas diversas ferramentas de cálculo para o desenvolvimento

deste trabalho, muitas delas utilizando o Microsoft Excel TM. A Tabela 2 apresenta

um resumo das principais ferramentas empregadas para o cálculo dos

equipamentos bem como as análises de melhorias.

Tabela 2 – Ferramentas utilizadas

Atividades Softwares

Simulação do Processo Aspen Plus v7.2

Fluxograma de Processo Visio

Cálculo das colunas de destilação Aspen Plus v7.2 / Excel

Cálculo dos trocadores de calor Excel

Cálculo do compressor Excel

Balanço de utilidades Excel

Fluxogramas de utilidades Excel

Cálculo Pinch Excel (ICHEME Pinch Analysis Spreadsheet®)

Column Targeting Aspen Plus v7.2

Custo dos equipamentos Aspen Economics

Fonte: Elaborada pela autora

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58

4.3 Informações de entrada para avaliação das melhorias

Serão apresentados, a seguir, os dados de entrada utilizados para as sugestões de melhorias e concepção de uma nova planta.

4.3.1.Preço das utilidades

O resumo do custo das utilidades é apresentado na Tabela 3 e as referências utilizadas encontram-se no Anexo C.

Tabela 3 - Resumo dos custos adotados para utilidade

Utilidade Condição Unidade Preço

Energia elétrica - US$ / kWh 0,122

Água de resfriamento

- US$ / m³ 0,11

Água fria - US$ / kWh 0,01

Água desmineralizada

- US$ / m³ 0,52

Óleo térmico 60 °C US$ / GJ 7,3

Óleo térmico 300 °C US$ / GJ 16,2

Vapor 600 kPa US$ / t 17,2

Vapor 2500 kPa US$ / t 18,5

Vapor 5000 kPa US$ / t 19,1

Gás natural US$ /GJ 4,5

Fonte: Elaborada pela autora

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59

4.3.2. Custos de equipamentos e investimentos

Para avaliar se as ideias de melhoria de processo são atrativas, além da

economia envolvida em utilidade, é necessário avaliar o investimento que possibilita

o ganho e o tempo de retorno deste investimento. A melhor alternativa de

configuração é a que apresenta o maior potencial econômico, com payback mais

atrativo.

Serão estimados os custos dos equipamentos e investimentos necessários

para as ideias e selecionadas as que forem mais promissoras. As premissas para

cálculo do custo dos equipamentos estão mostradas no Anexo E.

4.4 Simulação do caso base

Para realizar a simulação do processo do caso base, foi utilizado o software

Aspen Plus® v 7.2 (estado estacionário).

O primeiro passo para o início da simulação foi a definição do modelo

termodinâmico que melhor representasse o processo de produção de anidrido

ftálico. Para auxiliar na escolha, CARLSON (1996) aconselha a utilização da “árvore

de decisões” apresentada nas Figuras 20 a 22.

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60

Figura 20 - “Árvore de decisão” (parte 1): Seleção de propriedades físicas

Fonte: CARLSON (1996)

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61

Figura 21 - “Árvore de decisão” (parte 2): Sequência para escolha de componentes polares ou apolares

Fonte: CARLSON (1996)

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62

Figura 22 - “Árvore de decisão” (parte 3): Opções para cálculo na fase vapor com modelos utilizando coeficiente de atividade

Fonte: CARLSON (1996)

Considerando-se que há existência de substância polar (formação de água

durante reação) no sistema estudado, que não há formação de eletrólitos e que a

pressão de trabalho é menor que 10 bar, seria possível trabalhar com os modelos

Wilson, NRTL, UNIQUAC ou UNIFAC ().

Inicialmente foram testados os três primeiros modelos, porém não havia no

banco de dados daqueles modelos, as propriedades para alguns binários do sistema

como: anidrido maleico e ftálico, anidrido ftálico e água, anidrido ftálico e oxigênio,

anidrido ftálico e monóxido de carbono, anidrido ftálico e nitrogênio, anidrido ftálico e

o-xileno e anidrido ftálico e dióxido de carbono.

A fim de que as propriedades de tais binários fossem inseridas em um dos

três primeiros modelos, buscaram-se dados experimentais publicados em literatura

como o livro de autoria de GMEHLING, ONKEN e GRENZHEUSER (1982) e

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63

websites como DECHEMA 9 e NIST 10 (National Institute of Standards and

Technology), mas não houve sucesso. A próxima proposta foi trabalhar com o

UNIFAC (UNIQUAC Functional Group Activity Coefficients) como modelo

termodinâmico, inserindo no banco de dados do modelo as fórmulas moleculares

dos seguintes componentes: antraquinona, anidrido maleico e anidrido ftálico.

No processo de fabricação de PAN, há uma pequena quantidade de resíduo

purgado do processo como produto de fundo da segunda coluna de destilação. Uma

das hipóteses da origem deste resíduo pesado é que o o-xileno pode apresentar

como impureza compostos com pesos moleculares maiores em relação ao PAN, por

exemplo, compostos com mais de 9 átomos de carbono na sua composição (Folha

de dados apresentada no Anexo B). Outra hipótese é que, como mostrado na

reação 6 da Tabela 31, pode haver formação de “outros compostos orgânicos”, isto

é, subprodutos não conhecidos até o momento (MARX et al, 2009). Por não haver

informação em relação à composição do resíduo, assumiu-se que tal resíduo seria a

antraquinona (C14H8O2, produto químico formado a partir da reação do anidrido

ftálico e benzeno) por possuir peso molecular (208,2 kg.kmol -1) maior em relação ao

PAN (148,1 kg.kmol-1), inserindo-a como impureza do o-xileno.

Diante disso, iniciou-se a simulação do processo de fabricação de PAN. Para

a oxidação, foram utilizadas as reações e respectivas seletividades apresentadas na

Tabela 4. Devido à formação do ácido-benzoico, ácido o-toluico e monóxido de

carbono representarem uma pequena quantidade em relação aos demais

compostos, foram desconsiderados da simulação. Apesar da formação da ftalida ser

irrelevante quanto à quantidade formada, aquela foi considerada na reação por ser

um parâmetro acompanhado na produção de PAN por provocar coloração ao

produto final.

9 http://dechema.de/en/CDS.html Acesso 25.08.12 10 http://www.nist.gov/index.cfm Acesso 30.08.12

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64

Tabela 4 – Reações químicas e seletividade de oxidação adotadas

Número da reação

Reação química Seletividade

molar (%)

1

78,80

2

6,50

3

0,08

4

14,62

Total 100,0

Fonte: Elaborado pela autora

Na etapa de purificação, foram utilizadas informações publicadas por RAY e

SNESSBY (1998b) para nortear a simulação. Para a primeira coluna, os autores

definem que serão construídas com 20 a 30 estágios com eficiência de 70 % (14 a

21 estágios teóricos) e, para a T-102, são definidos 20 a 30 estágios com eficiência

de 60 % (12 a 18 estágios teóricos). As informações fornecidas por RAY e

SNESSBY (1998b) e as obtidas na simulação das colunas de destilação são

mostradas nas Tabelas 5 e 6.

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65

Tabela 5 – Informações RAY e SNEESBY (1998b) X simulação das colunas T-101

Situação RAY e

SNESSBY

Parâmetros adotados / Simulado

Número de estágios teóricos 14 - 21 1511

Estágio de alimentação não informado 5

Taxa de refluxo (massa) 5 - 10 6,35

Temperatura condensador (º C) 46 46

Temperatura reboiler (º C) 206 215

Pressão condensador (kPa) 10 13

Pressão reboiler (kPa) 20 18

Fonte: Elaborada pela autora

Tabela 6 – Informações RAY e SNEESBY (1998b) X simulação das colunas T-102

Situação RAY e

SNESSBY

Parâmetros adotados / Simulado

Número de estágios teóricos 12 - 18 10

Estágio de alimentação não informado 6

Taxa de refluxo (massa) 0,1 – 0,15 0,1

Temperatura condensador (º C) 201 201

Temperatura reboiler (º C) 262 268

Pressão condensador (kPa) 10 11

Pressão reboiler (kPa) 10 17

Fonte: Elaborada pela autora

Além das modificações acima citadas, outras adaptações no processo foram

necessárias e estão indicadas na Tabela 7.

11 O número de estágio teórico considera um estágio para o condensador e um

estágio para o reboiler.

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66

Tabela 7 – Parâmetros modificados para adaptação da simulação

Par

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67

O balanço de massa e energia é o ponto inicial para proceder a análise para

otimização do consumo de energia. Da simulação tem-se como resultado as

correntes de processo, suas composições, temperaturas, pressões, além de ser

possível obter as cargas térmicas dos equipamentos e potência das máquinas

utilizadas.

O balanço de massa, obtido a partir da simulação realizada cujo fluxograma

está exposto na Figura 23, apresenta-se na Tabela 8 .

Figura 23 – Fluxograma de processo de produção PAN (40.000 t / ano)

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68

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69

Tabela 8 - Balanço de massa obtido a partir da simulação (colocar na vertical)

Co

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70

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71

Após passar por filtragem (F-101) para retenção de impurezas, 44,65 t/h de ar

atmosférico (corrente 1), 79% de N2 e 21% de O2 m/m, é comprimido até 180 kPa e,

através da compressão, preaquecido até 106 °C (corrente 2A). Para atingir a

temperatura necessária para a entrada na oxidação (205 °C), o ar é aquecido com

vapor na pressão de 2.500 kPa no trocador de calor E-102. O o-xileno líquido

(4,7 t/h) com 99,4 % de pureza e pressão de 180 kPa (corrente 3) é preaquecido e

vaporizado até 205 °C (corrente 4) utilizando vapor de 2.500 kPa. A mistura de ar e

o-xileno (corrente 5) segue para a oxidação no reator tubular de leito fixo, R-101.

O R-101, equipamento semelhante a um trocador tipo casco-e-tubo vertical,

recebe através dos tubos preenchidos vanádio (leito fixo) com o catalisador

pentóxido de vanádio a corrente pré-aquecida de ar. As reações que ocorrem no R-

101 estão descritas na Tabela 4. Como a reação de oxidação é exotérmica, uma

mistura eutética de sal (nitrito e nitrato de potássio) circula pelo casco, retirando o

calor gerado e mantendo constante a temperatura de reação. Após o término da

reação, a corrente gasosa (corrente 6) composta por aproximadamente 71,5 % de

N2, 10,4 % de PAN, 6,5 % de O2, 5,6 % de CO2, 5,4 % de H2O, 0,6 % de MAN e

0,1 % de CO, ftalida e antraquinona (composição m/m), é retirada do R-101 a 370°C

e 160 kPa e resfriada através dos trocadores de calor E-104 (370 para 205 °C),

corrente 7, e E-105 (205 para 138 °C). Após o E-105, a corrente estará a 130 kPa.

Com o resfriamento da mistura a 138 °C, cerca de 60% do PAN (3,2 t/h) da

corrente 7 é condensado (corrente 9) e enviado para ao trocador de calor (E-108)

com cerca de 98 % de pureza. A corrente 8 (46 t/h) da saída do E-105, composta

por 76,6 % de N2, 6,9 % de O2, 6,0 % de CO2, 4,2% de PAN, 5,8 % de H2O, 0,5% de

MAN e 0,1% de CO, ftalida e antraquinona (composição m/m) é enviada para os

switch condensers (E-106/107) os quais estão conectados em paralelo e operam em

3 etapas conforme mostra as Figuras 24 e 25.

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72

Figura 24 – Etapas de operação do switch condenser E-106

Fonte: Elaborada pela autora

Figura 25 – Etapas de operação do switch condenser E-107

Fonte: Elaborada pela autora

Na primeira etapa de operação do switch condenser (E-106), a mistura

gasosa é resfriada de 138 °C para 70 °C durante três horas com óleo térmico frio

(50°C) e, com isso, o PAN é “dessublimado” (temperatura de “dessublimação é igual

a 131 °C), formando um sólido que é separado do gás (correntes 10A/B). Há perda

de aproximadamente 50 kg/h de PAN (0,1 % m/m da corrente gasosa) nessa etapa

e a corrente gasosa (corrente 10 A/B ou 10) a 70 °C e 110 kPa, rica em N2 (80%), é

enviada para tratamento.

1 2 3 4 5 Tempo (h)

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131138

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280

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ETAPA 2

Switch condenser

(E-107)

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Óleo térmico G - GásS- SólidoL - Líquido

Legenda

G

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73

Uma vez solidificado, o PAN é fundido (Etapa 2), elevando-se a temperatura

para 200 °C através do calor cedido pelo óleo térmico quente (300 ºC) durante 1

hora. Após etapa de fusão o PAN líquido 92 % puro (corrente 11 A/B) é enviado ao

E-108.

Na terceira e última etapa, para que o switch condenser seja “alinhado” ao

sistema, é necessário resfriá-lo de 200 a 70 °C, para que esteja em condições de

receber gás novamente. Para isso, utiliza-se óleo térmico frio (50°C) durante 30

minutos (Etapa 3). Trabalha-se com um dos switch condensers recebendo o gás (E-

107), enquanto o outro estará operando nas etapas 1, 2 e 3 e vice-versa, de modo a

permitir operação contínua.

O trocador E-108 tem a função de aquecer, utilizando óleo térmico, a corrente

de PAN bruto (corrente 12) até 260 °C. Após aquecimento, a corrente 13 segue para

o tanque pulmão (TK-201 A/B) e, depois de dezesseis horas para estabilização do

produto, é enviado para as colunas de purificação que operam sob vácuo.

A primeira coluna, T-101, recebe PAN bruto (5,3 t/h com 95,5 % de pureza) e

fornece PAN (5,1 t/h com 98,8 % de pureza) a 215 °C e 18 kPa como produto de

fundo para a T-102. Como produto de topo da T-101, tem-se 7 kg/h de

incondensáveis (corrente 15) e 230 kg/h de condensado (75 % MAN), corrente 16, a

46 °C e 13 kPa.

Na coluna T-102 o PAN é purificado a 99,9% de pureza a 200 °C e 11 kPa,

sendo o produto de topo. No fundo da coluna, tem-se os pesados a 268 °C e 17 kPa.

Os produtos de fundo e topo da T-102 são resfriados com água de torre de

resfriamento para 160 °C, antes de serem estocados.

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74

4.5 Cálculo dos equipamentos

Os cálculos aqui apresentados foram realizados para caracterizar os

equipamentos e tem o objetivo de obter o consumo de utilidades e, caso alguma

ideia de redução do consumo energético envolva a mudança das características do

equipamento, ter ferramenta para o comparativo com o caso base. Cálculos

detalhados e especificações técnicas não são objetos dessa dissertação.

4.5.1.Cálculo das colunas de destilação

Inicialmente levantou-se o diâmetro das colunas utilizando como ferramenta a

própria simulação desenvolvida no Aspen Plus® v 7.2 a partir das informações das

Tabelas 5 e 6. O simulador Aspen Plus® v 7.2 baseia-se nas equações publicadas

por FAIR et al (1984) e KISTER (1992).

Ainda com a finalidade de dimensionamento das colunas, estudou-se o

desempenho de diversos tipos de recheio, levando-se em consideração o diâmetro

obtido através da simulação, HETP (Height Equivalent to one Theoretical Plate),

perda carga e “fator de capacidade” (Cs) da coluna informado pelos fornecedores

para cada modelo de recheio. Foram considerados os recheios estruturados e

randômicos e o resultado comparativo pode ser visto nas Tabelas 20 e 21 do

Apêndice A.

Uma vez definido o tipo de recheio (Intalox 1.0T), estimou-se a altura das

colunas assim como o volume de recheio. Os resultados podem ser vistos na Tabela

9.

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75

Tabela 9 – Informações das dimensões das colunas

RAY e

SNESSBY Caso base

T-101

Diâmetro (mm) 1.200 750

Modelo de recheio

Não informado

Intalox 1.0T

Volume de recheio (m³)

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Altura de enchimento

(mm)

Não informado

11.200

T-102

Diâmetro (mm) 1.200 1.100

Modelo de recheio

Não informado

Intalox 1.0T

Volume de recheio (m³) - 3,6

Altura de enchimento

(mm)

Não informado

9.200

Fonte: Elaborado pela autora

Para ambas as colunas, a melhor desempenho hidráulico (∆P adequado e

“fator de capacidade”, Cs) foi obtido com o recheio estruturado Intalox 1.0T da

Norton (Tabelas 20 e 21). Com isso, é necessário 2,6 m³ de recheio para a T-101 e

3,6 m³ para a T-102. Adotaram-se, para ambas as colunas, uma altura adicional de

1,5 m para instalação dos distribuidores e redistribuidores.

Quanto ao sistema de vácuo, foram considerados ejetores de simples estágio

para ambas as colunas de destilação e as vazões de vapor motriz para os ejetores

foram calculadas de acordo com as equações apresentadas por LUDWIG (1990).

Com o objetivo de obter insights para propor melhoria e eficiência energética

das colunas e periféricos (condensador e refervedor), foram analisados os perfis

termodinâmicos das duas colunas (T-101 e T-102) nas condições de pressão do

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76

caso base (13 kPa para a pressão no topo e 18 kPa para a pressão no fundo da T-

101 e 11 kPa para a pressão no topo e 17 kPa para a pressão no fundo da T-102) e

à pressão atmosférica.

4.5.2.Cálculo dos trocadores de calor

O cálculo das áreas dos trocadores bem como as respectivas cargas

térmicas e consumos de utilidades são primordiais para que as sugestões de

melhoria possam ser avaliadas.

Diante disso, foram estimadas as áreas dos principais trocadores de calor

envolvidos no processo (Tabela 10), com exceção dos switch condensers (E-106 /

E-107) que são trocadores de tecnologia muito particular.

De acordo com KAKAÇ e LIU (2002), a área de troca térmica de cada

trocador de calor foi calculada de acordo com a Equação 13.

? = @ABCDE;CBFG�4H

Equação 13

Sendo que @ABCDE;CB é a carga térmica do trocador, F é o coeficiente global de

troca térmica e G�4H é a média logarítmica das temperaturas de entrada e saída dos

fluidos no trocador, dada pela Equação 14 (KAKAÇ e LIU, 2002).

G�4H = I�<,JK<5A< − �L,�B�CM − (�L,JK<5A< − �<,�B�C)OP Q�<,JK<5A< − �L,�B�C

�L,JK<5A< − �<,�B�CR Equação 14

O subscrito S indica entrada no trocador, ao passo que o subscrito T indica

saída do trocador. Os subscritos UVSPWS e XYZ[ referem-se aos fluidos quente e frio,

respectivamente.

O cálculo de consumo de utilidades dos switch condensers foi obtido

utilizando planilha do Microsoft ExcelTM nas seguintes etapas: resfriamento de gás

(corrente 8) de 138 para 70 °C, fusão do PAN de 70 até 200°C e resfriamento do

equipamento de 200 até 70 °C.

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77

Os valores dos coeficientes globais de troca térmica (F) foram adotados

conforme média para trocadores de calor casco e tubo, utilizando fluidos diferentes

no lado casco e no lado tubo, segundo SINNOTT (2005d). Já as cargas térmicas,

foram obtidas da simulação em Aspen Plus v7.2 para o caso base.

A Tabela 10 apresenta a estimativa de área, carga térmica, coeficiente de

troca térmica, G�4H e tipo de utilidade adotada para cada trocador de calor.

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78

Tabela 10 – Informações sobre os trocadores de calor envolvidos no processo de fabricação de PAN

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Page 79: Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulocassiopea.ipt.br/teses/2013_PI_Priscila_Beldi.pdf · maneiras de favorecer a competitividade é reduzir o custo operacional

79

Para que as configurações de economia de energia sejam estudadas

buscando-se integração, é necessário conhecer os maiores consumidores de

energia e utilidade. Dessa maneira, o gráfico da

Figura 26 compara as cargas térmicas dos trocadores cujas correntes

necessitam de aquecimento, obtidas pelas simulações Aspen Plus v7.2. Nota-se que

o maior consumidor é o E-102, que contribui com mais de 40 % do total da carga

térmica. Já os reboilers das colunas T-101 e T-102, E-109 e E-110, consomem,

aproximadamente, 24 % da carga total.

Figura 26 – Gráfico de Pareto para trocadores de calor (aquecimento das correntes de processo)

Fonte: Elaborada pela autora

Analogamente, o gráfico da 27 representa as cargas térmicas dos trocadores

cujas correntes necessitam ser resfriadas, também obtidas pelas simulações Aspen

Plus v7.2. Sabendo que o maior consumidor é o E-103 (resfriador do reator) e, que é

responsável pela geração do vapor de alta pressão (5 MPa), não é interessante

reduzir a sua carga térmica. Dessa maneira, o E-103 não será considerado no

comparativo das cargas térmicas. Na sequencia de consumo energético estão o E-

0%

20%

40%

60%

80%

100%

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

1,4

E-102 E-101 E-110 E-106 / 107 E-109 E-108P

orc

en

tagem

acu

mula

da

Ca

rga t

érm

ica

(M

W)

Equipamento

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80

105 e E-104 que são trocadores que participam da integração energética original,

aquecendo a água para geração de vapor e resfriando a corrente de gás que sai do

reator.

O trocador E-118 não será considerado no comparativo, por possuir carga

térmica baixa em relação às demais que serão resfriadas e, por isso, não apresentar

relevância para integração térmica. Já os condensadores das colunas T-101 e T-

102, E-111 e E-112, apresentam consumo da ordem de 5 % do total da carga.

Figura 27 – Gráfico de Pareto para trocadores de calor (resfriamento das correntes de processo)

Fonte: Elaborada pela autora

Nas Figuras 28 e 29 são apresentados os comparativos entre as cargas

térmicas obtidas pela simulação do caso base e informadas por RAY e SNEESBY

(1998b).

0%

20%

40%

60%

80%

100%

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

E-104 E-105 E-106 /107

E-112 E-111A E-111B E-117

Po

rce

nta

ge

m a

cum

ula

da

Carg

a té

rmic

a (

MW

)

Equipamento

Page 81: Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulocassiopea.ipt.br/teses/2013_PI_Priscila_Beldi.pdf · maneiras de favorecer a competitividade é reduzir o custo operacional

81

Figura 28 – Cargas térmicas necessárias para aquecimento das correntes de processo

Fonte: Elaborada pela autora

Figura 29 – Cargas térmicas necessárias para resfriamento das correntes de processo

Fonte: Elaborada pela autora

Pelo gráfico da Figura 28, referente às correntes de processo que necessitam

de aquecimento, pode-se dizer que o trocador de calor com maior carga térmica (E-

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

E-101 E-102 E-106/107

E-108 E-109 E-110

Car

ga

térm

ica

(M

W)

Equipamento

RAY e SNEESBY

Caso base

02468

101214161820

Ca

rga

rmic

a (

MW

)

Equipamento

RAY e SNEESBY

Caso base

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82

102) apresentou resultado diferente ao informado por RAY e SNEESBY (1998c) pelo

fato dos autores considerarem que o a temperatura inicial no trocador seria de

25 °C, desconsiderando o ganho de temperatura com a compressão. Para os

trocadores de menores cargas térmicas, a diferença é maior em relação ao caso

base, chegando a 50 %, para o trocador E-109. RAY e SNEESBY (1998c) não

informaram a carga térmica para os switch condensers.

Analogamente, na Figura 29 são apresentados trocadores que necessitam de

resfriamento. Nota-se que as cargas térmicas obtidas pela simulação e informadas

(RAY; SNEESBY, 1990b) são semelhantes.

4.5.3.Cálculo do compressor e bombas

A estimativa da potência do compressor de ar foi feita a partir das

informações de pressão obtidas pelo balanço de massa, com o auxílio da planilha

elaborada em Microsoft ExcelTM. Foi considerada compressão adiabática com

eficiência termodinâmica de 70 %, conforme sugerido por ZUNFT et al (2006). As

informações e fórmulas foram baseadas no livro de SINOTT (2005a). Tem-se como

resultado uma potencia da ordem de 1 MW e uma temperatura do ar, na saída do

compressor, de 106 °C. A Tabela 22 do Apêndice B mostra os resultados aqui

descritos bem como as premissas adotadas.

Para o acionamento do compressor, foi adotada turbina de condensação e

gerador, baseado no projeto apresentado por PERP (1990). Como premissa,

adotou-se que a turbina de condensação será acionada com vapor de 5000 kPa

expandindo para 20 kPa e com título de 0,88, que segundo PAZ (2002), é o limite

para evitar erosão nas palhetas da turbina. Adotou-se 45 % de eficiência

termodinâmica, conforme sugerido por Onsite Sycom Energy Corporation12 (2000)

12

http://www1.eere.energy.gov/manufacturing/distributedenergy/pdfs/chp_industrial_market_potential.pdf Acesso em 20.05.2013

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83

para turbinas de condensação. As equações utilizadas para cálculo da vazão de

vapor podem ser encontradas MORAN et al (2003). A Tabela 23 do Apêndice B

mostra os resultados aqui descritos bem como as premissas adotadas

Semelhantemente ao compressor, a estimativa da potência das bombas foi

calculada a partir das informações e fórmulas do livro de SINNOTT (2005b),

utilizando-se o Microsoft ExcelTM. A vazão, altura manométrica e rendimento

adotado como premissa, assim como a estimativa de potência obtida para cada

bomba podem ser vistos na Tabela 24 do Apêndice B.

4.6 Balanço de utilidades

Com base nos cálculos dos equipamentos e tipo de utilidade (Tabela 10),

foram levantados os consumos das utilidades envolvidas no processo: água de

resfriamento, água fria e água desmineralizada, óleo térmico, salmoura, vapor e

energia elétrica. Os diagramas de utilidades, contendo as vazões, foram

elabomrados a partir do balanço de utilidades, com o auxílio da planilha elaborada

em Microsoft ExcelTM, porém foi necessário adaptar, em relação ao PERP (1990) a

pressão do vapor utilizado para aquecimento do o-xileno de 600 kPa para 2500 kPa.

Tal modificação foi necessária porque a corrente de processo tem que ser aquecida

até 205 °C, temperatura superior à temperatura de saturação do vapor de 600 kPa

(165 °C).

O balanço de utilidades foi obtido a partir da simulação dos trocadores

realizada com referência no caso base, cujo diagrama indicando as vazões e níveis

de temperatura e pressão, está exposto na Figura 23 . Para os switch condensers

(E-106 e E-107), calculou-se a vazão de utilidade considerando a dessublimação do

PAN (etapa 1) e a fusão do PAN e resfriamento dos trocadores (etapa 2).

Quanto à vazão de vapor de 6 kPa, necessária para manter as tubulações

aquecidas, considerou-se 4 t/h, conforme indicado por PERP (1990).

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84

O diagrama de vapor e água referente para a situação original (caso base) é

mostrado na Figura 30. Nota-se que ao utilizar turbina de condensação acoplado a

um gerador para acionamento do compressor é necessário rebaixar 12,5 t / h vapor

de 5000 kPa (HPS ou high pressure steam). A vazão de vapor para os níveis

inferiores de 2500 kPa (MPS ou medium pressure steam) e 600 kPa (LPS ou low

pressure steam) é realizado através de válvulas de redução de pressão que utilizam

água desmineralizada para dessuperaquecimento. Nessa situação, após abastecer

os consumidores, é possível exportar 8,5 t/h de vapor de 5000 kPa.

Figura 30 – Diagrama de vapor e água (caso base)

Fonte: Elaborada pela autora

Da mesma maneira, foram elaborados os diagramas de consumo de óleo

térmico quente e frio, mostrados na Figura 31. O óleo quente térmico

LEGENDA

AT - ÁGUA DE RESFRIAMENTO

E-105

Água desmi

Água dessuper

E-104E-103

E-113

E-102E-101

Aquec. Tub e equip.

Água dessuper

Ejetor T-101

Ejetor T-102

28,1

25 °C 71 °C 146 °C 315 °C

5000 kPa 315 °C

2500 kPa 226 °C

600 kPa 165 °C

20 kPa 60 °C

Cond. 600 kPa 165 °C

Cond. 2500 kPa226 °C

28,128,128,1

12,5

12,5

1,7

1,7

2,5

2,5

0,1 0,1 4,0

0,1

4,1

4,2

8,3

1,2

7,1

Vapor

Vazão em t/h

8,5SAL PR PR

PR PR

AT

PR - PROCESSO

SAL - SALMOURA

PR PR

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85

(aproximadamente 140 t/h) opera a 300 °C, sendo resfriado para 280 °C após trocar

calor. Para voltar ao circuito, o óleo térmico é reaquecido em uma caldeira a gás

natural.

No caso do circuito do óleo térmico frio, a temperatura inicial é de 50 °C,

sendo aumentada para 60 °C após trocar calor. A vazão de óleo térmico para

resfriamento é de, aproximadamente, 248 t/h, sendo resfriado com água de torre de

resfriamento através dos trocadores E-114 e E-115 antes de voltar ao circuito

(Figura 31).

Figura 31 – Diagrama de óleo térmico (caso base)

Fonte: Elaborada pela autora

A Figura 32 ilustra a distribuição da água de torre de resfriamento para os

trocadores. Considerando temperaturas inicial e final de 30 °C e 40 °C,

respectivamente, e considerando as perdas do circuito, tem-se o consumo horário

de 898 t de água.

CaldeiraE-

109E-

108E-

110E-106/

107 (fusão)

30

30

Gás Natural

25

25

21

21

64

64

140300 °C

280 °C

238

238

10

10

E-106/107

(Dessub.)

E-106/107 (Resfr. equip)

50°C 248

60°C

Vazão em t/h

E-115E-114

238

238

10

10

LEGENDA

AT AT

PR PR

PR PR PR PR

AT - ÁGUA DE RESFRIAMENTO

PR - PROCESSO

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86

Figura 32 – Diagrama de água de resfriamento (caso base)

Fonte: Elaborada pela autora

Quanto à água fria (Figura 33), o único consumidor é o condensador da

coluna T-101. Por conter uma pequena quantidade de incondensáveis que não

foram purgados do processo antes da corrente chegar na coluna T-101, a corrente

do topo da coluna passará por dois trocadores, sendo que o primeiro (E-111A)

trabalha com água de resfriamento e, o segundo (E-111B), com água fria.

Figura 33 – Diagrama de água fria (caso base)

Fonte: Elaborada pela autora

E-113E-112 E-114E-111A

24,0

24,0

54,0

54,0

714,0

714,0

95,0

95,0

898,030 °C

40 °C

E-115

4,0

4,0

E-117

7,0

7,0

E-118

0,1

0,1

Reposição

25,0

Perdas

25,0

Vazão em t/h

LEGENDA

AT - ÁGUA DE RESFRIAMENTOPR - PROCESSOOL - ÓLEO TÉRMICO

MPS - VAPOR / COND. (2.500 kPa)

AT AT MPS SAL SAL PR PR

E-111B

11

11

115 °C

10 °CVazão em t/h

LEGENDA

Chiller

AF

AF - ÁGUA FRIA

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87

4.7 Análise da configuração do projeto

4.7.1 Análise de senso comum

A primeira análise que auxilia na geração de ideias para economia de

utilidade e consequente favorecimento de competitividade do PAN é a de senso

comum. Com essa análise é possível a identificação de oportunidades de melhoria

que são aparentes, tais como: correntes em condições (temperatura e pressão)

favoráveis para serem fonte de energia e correntes de utilidade recuperáveis e com

capacidade para fornecer energia em níveis inferiores.

Pelo fato do processo consumir vapor em níveis de pressão menores do que

o nível de pressão do vapor gerado no reator, foram simuladas turbinas de

contrapressão, partindo-se do nível de maior pressão e reduzindo-se a pressão do

vapor para os níveis intermediário (2500 kPa) e de baixa pressão (600 kPa). Nesses

casos, partiu-se da vazão de vapor necessária para o processo, obtendo-se a

potência nas turbinas, considerando-se eficiência termodinâmica de 35 % para

aquelas. Paralelamente, tais turbinas foram comparadas com válvulas redutoras de

pressão, utilizadas inicialmente na concepção do sistema de utilidade, verificando-se

em qual situação há menor perda de trabalho.

Após a análise de senso comum, será realizada a análise para rede de

trocadores do processo através da metodologia Pinch além da análise do consumo

de energia nas duas colunas do processo através da metodologia Column Targeting.

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88

4.7.2 Análise Pinch

Conhecendo-se as correntes frias e as correntes quentes do processo,

conforme descrito no item 3.3.1 e, com base nas cargas térmicas dos trocadores de

calor e nas temperaturas (iniciais e finais) de cada corrente de processo, iniciou-se o

estudo de análise Pinch, inserindo os dados no software ICHEME Pinch Analysis

Spreadsheet®.

As correntes de utilidades (água de torre, água para geração de vapor, óleo

e salmoura) não foram inseridas. Estipulou-se um ∆T mínimo de 10 K, baseado em

informações publicadas por MARCH (1998) que são mostradas no Anexo D.

A partir desses dados, foram geradas a Composite Curve (CC), Shifted

Composite Curve (GCC) e Grand Composite Curve (GCC).

Ideias de integrações energéticas poderão surgir a partir da análise das

curvas com a intenção de demanda mínima de utilidades. É importante que seja

levado em consideração as premissas propostas pelo método, conforme indicado no

item 3.3.

4.7.3 Análise termodinâmica das colunas de destilação

As colunas de destilação foram analisadas termodinamicamente através da

ferramenta Column Targeting da Aspen Plus v7.2, conforme explicado no item

3.3.1.1. A análise permite identificar metas de consumo de energia em função dos

níveis de temperatura e dos estágios das colunas de destilação.

A primeira etapa da análise Column Targeting é a determinação dos

componentes chave leve (CL) e chave pesada (CP). O CL será o componente mais

pesado dentre os componentes leves. Similarmente, o CP é o componente mais leve

dentre os componentes pesados.

Existem quatro maneiras de seleção dos componentes chaves: definição

pelo próprio usuário, baseado nas frações de separação, nos valores de K (fração

de molar de vapor sobre fração molar de líquido) e ainda baseado no perfil de

composição da coluna (ASPEN TECH, 2005). Nas três últimas maneiras, o próprio

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89

software define os componentes chaves a partir de informações do perfil da coluna.

Na presente dissertação, escolheu-se o MAN como CL e a ftalida como CP para as

duas colunas, T-101 e T-102, do processo analisado.

Foram plotados os perfis gráficos de estágio versus variação de entalpia e

de temperatura versus variação de entalpia, denominados de Column Grand

Composite Curves (CGCC), baseadas na aproximação PNMTC. Tais perfis

representam as cargas de aquecimento e resfriamento teóricas mínimas para cada

estágio ou intervalo de temperatura. Na condição de PNMTC, a curva de equilíbrio

(perfil ideal) e a linha de operação (perfil real) coincidem.

Para as tentativas de melhoria do consumo energético das colunas, foram

consideradas as seguintes análises, conforme recomendação da ASPEN TECH

(2005):

• Estágio de alimentação

• Taxa de refluxo

• Condição da alimentação (aquecimento ou resfriamento)

• Trocadores intermediários na coluna

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Análise de senso comum

5.1.1 Correntes de processo

Para que fossem identificadas as possíveis oportunidades de redução do

consumo de utilidades, foram analisadas as condições (temperatura e pressão) das

correntes de processo.

Nesse sentido, a corrente 6 da Figura 23 (saída do reator que alimentará o

trocador E-104) apresenta temperatura elevada (370 °C), porém a pressão é baixa e

está sendo utilizada para o preaquecimento da água que irá gerar vapor de

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90

5000 kPa. O mesmo ocorre com a corrente 7 que se encontra a 205 °C e é resfriada

até 138 °C, preaquecendo a água que irá para o E-104.

Outra possível recuperação de energia é a corrente de gás que sai dos switch

condensers que se encontra a 70 °C. Por trabalhar com pressão de 110 kPa, caso

fosse utilizada para aquecer outra corrente de processo, teria que ser comprimida, o

que tornaria a alternativa não atrativa.

5.1.2 Correntes de utilidade

Analisando-se o diagrama de água e vapor do caso base (Figura 30), nota-se

os desperdícios listados na abaixo:

o a recuperação do condensado da turbina de condensação (12,5 t/h a

60 °C) e incorporação à água que será enviada para geração de vapor.

o o envio do condensado de vapor de 2500 kPa para um pote de flash a

600 kPa, gerando vapor e condensado nesta pressão. Na presente

situação, pode-se recuperar 3,6 t/h de condendado a 165 °C que será

misturado à corrente de água para geração de vapor. O vapor (0,6 t/h)

será incorporado à rede de 600 kPa.

Com a recuperação dos condensados, reduz-se a quantidade de água

desmineralizada necessária para a geração de vapor de 28,1 para 13,5 t/h, havendo

elevação da temperatura da corrente na entrada do trocador E-104 (25 °C para

57 °C), conforme mostrado na Figura 34. Com essas modificações, a geração de

vapor aumenta em 2,0 t/h, ou seja, há acréscimo de 0,4 t vapor / t de PAN.

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91

Figura 34 – Esquema de Integração com recuperação de condensados

Fonte: Elaborada pela autora

5.1.3 Acionamento do compressor e rebaixamento de vapor

Conforme descrito no item 4.7.1, comparou-se o acionamento do compressor

a partir da turbina de condensação, adotada inicialmente, com motor elétrico. A

descrição da estimativa do cálculo dos equipamentos pode ser vista no Anexo E.

Para a estimativa do custo de utilidades, foi considerada para a configuração

original (turbina a vapor), a vazão de vapor de 5000 kPa gerada e exportada, vazão

de água de resfriamento no trocador de calor para a condensação do vapor. Já para

o acionamento com motor elétrico, foi considerado o vapor de 5000 kPa gerado e

exportado e consumo de energia elétrica.

A Tabela 11 mostra o comparativo do custo anual com utilidade para as duas

situações de acionamento. Pelo fato do investimento do compressor com turbina de

condensação e motor elétrico ser da mesma ordem de grandeza (kUS$ 700,

aproximadamente) e, por haver diferença entre o custo com consumo de utilidade, o

payback simples mais atrativo é para o acionamento por motor elétrico. Porém, o

retorno do investimento é baixo para ambas as situações.

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92

Tabela 11 – Comparativo do custo de utilidade e investimento para acionamento do compressor

Fonte: Elabora pela autora

Quanto ao rebaixamento do vapor de alta pressão para consumidores de

menor pressão haveria rebaixamento e dessuperaquecimento de 7,1 t/h de vapor de

5000 para 2500 kPa, através de válvula redutora, dos quais 4,2 t/h seriam

consumidos e 4,1 t/h, rebaixados para o nível de 600 kPa. Com a adição de água

desmineralizada para dessuperaquecimento, haveria perda de trabalho de eixo da

ordem de 0,22 MW (35).

Turbina de condensação Motor elétrico

Invenstimento (kUS$) 689,4 716,0

Geração de vapor V50 (kUS$ / ano) 4579,5 4460,6

Gasto com Vapor de 5000 kPa (kUS$ / ano) 1858,6 -

Gasto com energia elétrica (kUS$ / ano) - 951,1

Vapor 5000 kPa exportado (kUS$ / ano) 1263,8 3122,4

Água para resfriamento (kUS$ / ano) 603,0 -

Total (kUS$ / ano) 3381,8 6631,9

Payback simples anos 0,2 0,1

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93

Figura 35 – Redução da pressão de vapor utilizando válvulas

Fonte: Elaborado pela autora

Na segunda situação (Figura 36), seria necessária a instalação de duas

turbinas de contrapressão sendo que a primeira receberia 8,4 t/h de vapor de

5000 kPa, rebaixando-o 4,2 t/h para 2500 kPa e, a segunda, reduziria a pressão do

vapor de 2500 para 600 kPa. Dessa maneira, haveria geração elétrica de 0,16 MW

mas o trabalho perdido seria de 0,30 MW.

Figura 36 – Redução da pressão do vapor utilizando turbinas de contrapressão

Fonte: Elaborado pela autora

0,14 MW

8,4 t/h

8,4 t/h

0,02 MW

4,2 t/h

4,2 t/h7 bar

165 ºC

CONSUMIDORES

5000 kPa

2500 kPa

4,2 t/h

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94

5.2 Análise Pinch

Na Tabela 12 são apresentadas as correntes de processo (quentes e frias)

que foram utilizadas na análise Pinch com as respectivas temperaturas iniciais e

finais e cargas térmicas. Supondo-se que não haja nenhuma recuperação de

energia por integração térmica, a partir destas correntes, sabe-se a carga térmica de

utilidade quente e fria necessárias para satisfazer esse processo, conforme a Tabela

13.

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95

bela 12 – Dado da corrente de processo

Cor

rent

eE

quip

amen

toD

escr

ição

Tipo

Fas

eT 1

(°C

)T 2

(°C

)∆

H (

kW)

1 -

2E

-102

Pré

-aqu

ecim

ento

de

arfr

iaG

106

205

1.26

0

3 -

4E

-101

Pré

- aq

ueci

men

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e o-

xile

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iaL

→ G

2520

590

0

-E

-103

Res

fria

men

to d

o re

ator

quen

teG

385

370

-18.

370

6 –

7 E

-104

R

esfr

iam

ento

dos

gas

es d

a ox

idaç

ãoqu

ente

G37

020

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8E

-105

Res

fria

men

to d

os g

ases

da

oxid

ação

quen

teG

205

138

-1.3

00

8 –

10 A

/B

E-1

06 /

E-1

07Switch condenser

quen

teG

→ S

138

70-1

.100

8 –

11 A

/BE

-106

/ E

-107

Switch condenser

fria

S →

L70

200

360

12 -

13

E-1

08A

quec

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257

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101

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L

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ida

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96

Tabela 13 - Consumo energético mínimo para processo sem integração

Tipo de utilidade Consumo (kW)

quente 3.613

fria 24.335

Fonte: Elaborada pela autora

Lançando as informações da Tabela 12 no software ICHEME Pinch Analysis

Spreadsheet®, foram geradas as curvas compostas quente (em vermelho) e fria (em

azul) e obtidas as metas de energia (Figura 37).

Figura 37 – Curvas compostas para o caso base

Fonte: Elaborado pela autora, gerado no Software ICHEME Pinch Analysis Spreadsheet®.

A meta de energia para a utilidade fria é de 20,9 MW e a meta de utilidade

quente é 0,0 MW. Tais metas são menores que o consumo mínimo de utilidade

indicado na Tabela 13 porque, em princípio, seria possível fazer integrações entre

todas as curvas quentes e frias do processo. Nota-se que o processo de produção

0

50

100

150

200

250

300

350

400

0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000

Tem

pera

tura

(°C

)

Entalpia (kW)

Metas de energia:

- Utilidade quente: 0,0 MW

- Utilidade fria: 20,9 MW

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97

de PAN é do tipo threshold segundo a metodologia Pinch, ou seja, integrando-se

todas as corrente disponíveis, haverá necessidade de apenas um tipo de utilidade

(no caso, utilidade fria).

Para facilitar a análise das correntes que poderiam ser integradas, foram

identificados os trocadores de calor presentes nas curvas compostas, próximos aos

seus respectivos intervalos de temperatura, conforme indicado na Figura 38.

Figura 38 – Composite curve com identificação dos trocadores

Fonte: Elaborado pela autora, gerado no Software ICHEME Pinch Analysis Spreadsheet®.

0

50

100

150

200

250

300

350

400

0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000

Tem

pe

ratu

ra (

°C)

Entalpia (kW)

E-103

E-104

E-105

E-112

E-117

E-118

E-106/107 (dessubl.)

E-111A/B

E-110

E-109

E-102

E-106/107 (fusão) E-101

E-108

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98

A partir da Tabela 12 e da Figura 38, foi gerada uma matriz de alternativas de

troca térmica entre as correntes frias e quentes (Tabela 14).

Tabela 14 – Matriz de alternativas para integração térmica

Fonte: Elaborada pela autora

Na busca pela escolha da melhor configuração, é importante que sejam

analisadas as restrições tecnológicas e a simplicidade operacional.

O trocador E-103, cuja temperatura varia de 385 °C a 370 °C e possui carga

térmica de 18,37 MW poderia ser utilizado para integração com corrente de processo

fria, porém, sabendo-se que aquele trocador deve resfriar o reator através da

circulação de salmoura por restrição tecnológica (controle de fluxo preciso), não

seria interessante integrá-lo com outras correntes de processo.

No caso dos switch condensers (E-106/107), a dessublimação e fusão do

PAN e resfriamento dos equipamentos é realizada com óleo térmico frio e quente,

Correntes

quentesE-101 E-102 E-106/107 E-108 E-109 E-110

água desmi

(geração de vapor)

E-103 X X X X X X �

E-104 � � X � � � �

E-105 � � X � � � �E-106/107 X X X X X X X

E-111A � � X � � � �E-111B X X X X X X X

E-112 � � X � � � �

E-117 • • • • • • •E-118 • • • • • • •

Legenda: X Restrição tecnológica

� Integração possível

• Baixa carga térmica

Correntes frias

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99

passando pelo mesmo lado do trocador (tubo), conforme descrito no item 4.4. Por

esse motivo, esses trocadores não serão considerados para a integração.

Os trocadores com baixas cargas térmicas não apresentam vantagem para

integração pelo fato de as correntes necessitarem de resfriamento em mais de uma

etapa, dificultando a operação e aumentando o investimento em equipamentos.

Dessa maneira, serão descartados os trocadores E-117, E-118 e E-111B como

alternativa de integração.

Realizadas estas análises, pode-se dizer que seria possível integrar as

correntes frias dos trocadores E-104, E-105, E-111A e E-112 com as correntes

quentes dos trocadores E-101, E-102, E-108, E-109 e E-110. É importante ressaltar

que os trocadores E-104 e E-105 são utilizados, no caso base (Figura 30), para

fornecer energia para o aquecimento da água desmineralizada que gerará vapor de

5000 kPa. Portanto, se forem utilizados para aquecer as correntes de processo,

haverá redução da geração de vapor e, em contrapartida, se houvesse integração

com os consumidores de óleo térmico (E-108, E-109 ou E-110) haveria redução do

consumo de gás natural.

A energia disponível no condensador E-111A da coluna T-101 ou E-112 da

coluna T-102 poderia ser utilizado para preaquecer de o-xileno ou ar comprimido.

Porém, devido à carga térmica da corrente quente ser menor em relação às

correntes frias, seria necessário instalar trocadores para completar o aquecimento,

consumindo utilidade quente, aumentando o custo de investimento em

equipamentos e dificultando a operação.

Quanto aos refervedores das colunas T-101 e T-102, (E-109 e E-108,

respectivamente), se fossem aquecidos com a energia da corrente quente da saída

do reator (E-105 ou E-104), poderia haver instabilidade operacional das colunas por

que estas dependeriam da estabilidade operacional do reator.

Sendo o processo autossuficiente em energia térmica quente (utilidades

quentes), é necessário identificar qual configuração apresenta maior atratividade. Há

oportunidade de geração de vapor (28,1 t/h) no nível de pressão de 5000 kPa

(Figura 30), e após abastecer os consumidores nos três níveis de pressão

(5000 kPa, 2500 kPa e 600 kPa) parte deste vapor é exportado (8,5 t/h). Se for

aplicada outra utilidade para os consumidores por questão de tecnologia, por

exemplo, a exportação de vapor aumentaria. Da mesma maneira, se houver

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100

integração da energia produzida no reator com correntes frias de processo, a

exportação de vapor prevista no caso base seria reduzida.

A configuração mais simples e atrativa é a utilização da energia das correntes

quentes para geração de vapor. A Figura 39 representa, na parte 1, a CC (composite

curve) das correntes quentes (vermelho) juntamente com a curva de água

desmineralizada e pressurizada a 5000 kPa sendo aquecida, vaporizada e

superaquecida para gerar vapor de alta pressão (HPS, high pressure steam).

Ao deslocar a CC das correntes frias (parte 2 da Figura 39) e HPS disponível,

nota-se que, mesmo se todas as correntes frias fossem satisfeitas com o HPS,

haveria sobra de vapor (HPS) para exportação.

Por questão de restrição tecnológica como já citado anteriormente, alguns

trocadores são abastecidos com óleo térmico, o que faz com que haja mais sobra de

vapor. Na parte 3 da Figura 29, são apresentados os consumos de vapor (MPS e

LPS) para os trocadores de calor, bem como HPS para o abastecimento da turbina

de condensação e o excedente para exportação (conforme definido no caso base,

Figura 30).

Figura 39 – Composite curve com geração e distribuição de vapor

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101

050

100

150

200

250

300

350

400

450

050

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150

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(kW

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ICHEME Pinch Analysis Spreadsheet®

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102

O próximo passo é avaliar a geração de vapor está sendo realizada de

maneira eficiente. Para isso, utiliza-se a Grand Composite Curve (GCC), , gerada a

partir da curva composta que é apresentada na .

Figura 40 – Grand Composite Curve para o caso base

Fonte: Gerado através do software ICHEME Pinch Analysis Spreadsheet®.

A GCC da foi construída considerando deslocamento de 10 °C (“shift”) nas

temperaturas; portanto, as temperaturas indicadas no eixo das ordenadas são

valores de temperaturas modificadas, ou seja, deve-se acrescer 5 ºC para as

correntes quentes.

Pelo fato do processo não necessitar de fonte externa de energia quente, não

é possível identificar a oportunidade de utilizar níveis menores deste tipo de

utilidade. Por outro lado, é necessário o consumo de utilidade fria externa que, no

caso base, é suprido com água desmineralizada para gerar vapor. A apresenta a

curva das correntes quentes sendo resfriadas, juntamente com a corrente de vapor a

ser gerada (integração original do caso base).

0

50

100

150

200

250

300

350

400

0 5000 10000 15000 20000 25000

Tem

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a (°

C)

Entalpia (kW)

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103

Figura 41 – Correntes disponíveis e geração de vapor (situação do caso base)

Fonte: Elaborada pela autora

Na condição de integração térmica do caso base, tem-se água

desmineralizada e pressurizada (5000 kPa) sendo aquecida e vaporizada

através de três trocadores (E-105, E-104 e E-103) como mostrado no

esquema da . Nessa configuração, cerca de 20 % da energia disponível nas

correntes quentes dos trocadores E-103, E-104 e E-105 é utilizada para

aquecimento de água para geração de vapor a 5000 kPa, antes do início da

vaporização. Após o aquecimento da água até 265 °C, através do

resfriamento indireto do reator (salmoura), há geração de 28,1 t/h de vapor

superaquecido (315 °C) de 5000 kPa.

Aquecimento

Vaporização

0

50

100

150

200

250

300

350

400

0 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000

Tem

pe

ratu

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°C)

Entalpia (kW)

GCC

Integração original

Superaquecimento

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104

Figura 42 – Esquema de Integração original

Fonte: Elaborada pela autora

Aproveitando-se a energia quente disponível no processo, pode-se

preaquecer a corrente de água desmineralizada misturada aos condensados a partir

dos condensadores de topo das colunas T-101 e T-102 (E-111A e E-112A), antes de

seguir para os trocadores que faziam parte da integração do caso base (E-105, E-

104 e E-103). No condensador da coluna T-101 (E-111ª), a corrente é aquecida até

64 °C, utilizando 300 dos 345 kW disponíveis no condensador. Não é possível

aproveitar toda a energia do E-111A por limitação de temperatura (vide curva de

condensação da Figura 56 do Apendice C).

A corrente segue para o condensador da coluna T-102 (E-112), no qual é

aquecida até 81 °C, consumindo os 620 kW disponíveis. As curvas dos

condensadores são mostradas na do Apêndice C. Na sequencia, a corrente é

aquecida até 120 °C no E-105 e até 192 °C no E-104. No E-103, há geração de

vapor de 30,8 t/h (). Com isso, há uma geração de 2,7 t/h de vapor em relação à

integração original do caso base, ou seja, há um aumento de 0,6 t vapor por t de

PAN.

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105

Figura 43 – Esquema de Integração com recuperação de condensados e utilização dos condensadores

Fonte: Elaborada pela autora

A ilustra a GCC juntamente com a corrente de geração de vapor,

comparando a situação da integração original (caso base), recuperação de

condensado e a integração final (recuperação de condensado e integração com os

condensadores das colunas de destilação). Pode-se observar que na configuração

final, há redução da energia utilizada para aquecimento da água e aumento da

energia disponível para a vaporização, possibilitando o aumento da geração de

vapor.

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106

Figura 44 – Correntes disponíveis e geração de vapor (configuração final)

Fonte: Elaborada pela autora

A Tabela 15 compara o consumo de vapor nos diversos equipamentos do

processo nos três níveis de vapor utilizados (5000, 2500 e 600 kPa) para a

configuração original do caso base, configuração com a recuperação de

condensados e configuração com recuperação de condensado e integração

energética. Para as três situações, também são comparadas as vazões de vapor

exportado (t/h) e taxa específica de exportação de vapor (t vapor / t PAN).

Aquecimento

Vaporização

0

50

100

150

200

250

300

350

400

0 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000

Tem

pe

ratu

ra (

°C)

Entalpia (kW)

GCC

Integração original

Recuperação decondensado

Integração final

Superaquecimento

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107

Tabela 15 – Comparativo de consumo e geração de vapor

Elaborada pela autora

Original

Com recuperação

de condensado e

flash

Com recuperação

de condensado,

flash e integração

E-103 Resfriador do reator t/h -28,1 -30,1 -30,8

E-109 Reboiler T-101 t/h - - -

E-110 Reboiler T-102 t/h - - -

TG-101 Turbina do compressor t/h 12,5 12,5 12,5

t/h -15,6 -17,6 -18,3

E-101 Pré aquecimento do o-xileno t/h 1,7 1,7 1,7

E-102 Aquecedor de ar t/h 2,5 2,5 2,5

Total t/h 4,2 4,2 4,2

Fator para converter 2500 kPa em 5000 kPa t/h 1,17 1,17 1,17

Vapor de 2500 kPa equivalente 5000 kPa t/h 3,6 3,6 3,6

G-101 Ejetor T-101 t/h 0,1 0,1 0,1

G-102 Ejetor T-102 t/h 0,1 0,1 0,1

Flash t/h - -0,6 -0,6

- Aquecimento tubulação e equip. t/h 4,0 4,0 4,0

Total t/h 4,2 3,7 3,7

Fator para converter 600 kPa em 5000 kPa t/h 1,19 1,19 1,19

Vapor de 600 kPa equivalente 5000 kPa t/h 3,5 3,1 3,1

Total de vapor (5000 kPa) exportado (t/h) 8,5 11,0 11,7

Total de vapor (5000 kPa) exportado (t vapor / t PAN) 1,7 2,2 2,3

Configuração

Vapor 5000 kPa (315 °C)

Total

Vapor 2500 kPa (Tsat: 226 °C)

Descrição

Vapor 600 kPa (Tsat: 165 °C)

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108

Para avaliar a viabilidade econômica de utilizar a energia dos condensadores

para aumentar a exportação de vapor de 5000 kPa, calcularam-se as novas áreas

dos trocadores de calor utilizados para a integração energética, conforme descrito no

item 4.5.2. Para os condensadores das colunas de destilação (E-111A/B e E-112),

foi considerada como a soma das áreas dos trocadores no caso base e da

integração por não ser possível operar com integração no start up da fábrica (no

início das operações não há energia suficiente disponível tanto em termos de carga

térmica como de níveis de temperatura), sendo necessário trabalhar com a situação

do caso base. Calculou-se também o custo dos trocadores para as situações inicial e

com integração, conforme descrito no Anexo E. Os resultados são mostrados na

Tabela 18, sendo o ∆ Custo de investimento da ordem de kUS$ 822.

Tabela 16 – Variação do custo dos trocadores de calor com a integração

Trocador Área inicial

(m²)

Área com

integração (m²)

Custo inicial -

instalado (US$)

Custo final -

instalado (US$)

Δ Custo -

instalado (US$)

E-111 A/B 12 28 153.389 283.271 129.882

E-112 11 18 140.164 202.779 62.615

E-105 71 128 529.396 813.733 284.337

E-104 93 127 643.735 810.255 166.520

E-103 462 517 2.086.501 2.265.340 178.839

Total 822.193

Fonte: Elaborada pela autora

A economia em utilidades (redução do consumo de água fria e de

resfriamento e o aumento da geração de vapor) alcançada está descrita na Tabela

17, totalizando US$ 472.986 por ano. Assim, o payback simples é da ordem de 21

meses (US$ 822.193 / US$ 472.986 por ano).

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109

Tabela 17 – Economia com utilidade

HPS Água fria Água de torre

Economia específica

0,5 t/t 1,0 t/t 15,2 t/t

Ganho 2,7 t/h 30 kW 900 kW

5,16 t/h 77,4 t/h Custo 19 $/t 0,01 US$/kWh 0,11 US$/m³

Economia 404.449 US$/ano 2.342 US$/ano 66.194 US$/ano

Economia total

472.986 US$/ano

Fonte: Elaborada pela autora

A configuração final do sistema de vapor, com a integração prevista,

distribuição de vapor para os níveis inferiores (2500 e 600 kPa) pode ser visto no

diagrama da Figura 45.

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110

Figura 45 – Diagrama de vapor e água (configuração final)

Fonte: Elaborada pela autora

E-105

Água desmi

Água dessuper

E-104E-103

E-113

E-102E-101

Aquec. Tub e equip.

Água dessuper

Ejetor T-101

Ejetor T-102

30,8

56 °C 120 °C 192 °C 315 °C

5000 kPa 315 °C

2500 kPa 226 °C

600 kPa 165 °C

20 kPa 60 °C

Cond. 600 kPa 165 °C

Cond. 2500 kPa226 °C

12,5

12,5

1,7

1,7

2,5

2,5

0,1 0,1 4,0

3,6

3,7

7,2

0,5

6,7

Vapor

E-112A E-111C

81 °C 64 °C

30,830,830,830,830,8

Vazão em t/h

11,7

3,6

0,6

LEGENDA

0,1

AT - ÁGUA DE RESFRIAMENTO

PR - PROCESSO

SAL - SALMOURA

SAL PR PR PR PR

AT

PR PR

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111

5.3 Análise termodinâmica das colunas de destilação

5.3.1 Coluna T-101

Os gráficos representados pelas Figuras 46 e 47 mostram os perfis CGCC

gerados pela análise termodinâmica do software Aspen Plus v7.2. para a coluna T-

101 (Condição original). As condições de operação e consumo energético da T-101

são:

• Número de estágios teóricos: 15

• Estágio de alimentação: 5

• Taxa de refluxo: 6,35

• Temperatura de alimentação: 260 °C

• Temperatura do topo: 46 °C

• Temperatura do fundo: 215 °C

• Carga térmica do condensador: 345 kW

• Carga térmica do refervedor: 200 kW

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112

Figura 46 – GCCC condição original (Perfil estágio teórico versus Delta H para a coluna

T-101)

Fonte: Elaborado pela autora através do Aspen Plus v7.2.

Figura 47 – GCCC condição original (Perfil temperatura versus Delta H para a coluna

T-101)

Fonte: Elaborado pela autora através do Aspen Plus v7.2.

Est

ágio

de

alim

enta

ção

Delta H (kW)

3,0

5,0

7,0

9,0

11,0

13,0

15,0

0,0 30,0 60,0 90,0 120,0 150,0 180,0 210,0 240,0 270,0 300,0 330,0 360,0

Perfil Ideal

Perfil Real

Tem

pera

tura

( °

C)

Delta H (kW)

80,0

120,

016

0,0

200,

024

0,0

0,0 30,0 60,0 90,0 120,0 150,0 180,0 210,0 240,0 270,0 300,0 330,0 360,0

Perfil Ideal

Perfil Real

Estágio de alimentação: 5°

Taxa de refluxo: 6,35

Estágio de alimentação: 5°

Taxa de refluxo: 6,35

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113

Fazendo-se uma análise preliminar, observa-se que:

o A GCCC () apresenta um patamar em torno do prato de

alimentação sugerindo que a localização do estágio de

alimentação não é o mais adequado.

o A distância entre o eixo da temperatura e o ponto Pinch ( e )

sugere a possibilidade de redução da carga térmica do

refervedor e condensador.

Com esta avaliação preliminar, as análises podem ser iniciadas, seguindo a

sequencia descrita no item 3.3.1.1. A primeira modificação é o estágio de

alimentação da coluna porém, como não é interessante que a corrente de fundo, que

alimenta a próxima coluna tenha menor concentração de PAN, o que faria com que

houvesse maior gasto de energia para atender à especificação do produto final

(99,8%) na coluna T-102, realizaram-se simulações e fixando-se a concentração de

PAN em 99,3 % (conforme caso base), variou-se o estágio de alimentação,

mantendo-se o mesmo número de estágios teóricos em relação à situação inicial,

obtendo-se taxa de refluxo mínima para cada situação.

Para essa condição, não foi possível alimentar a coluna no 2° estágio pelo

fato do jet flooding ser maior que 80 %, o que não é recomendado. Os resultados

são mostrados nos gráficos das Figuras 48 e 49.

Figura 48 – Razão de refluxo em função do estágio de alimentação (coluna T-101)

Fonte: Elaborada pela autora

56789

101112131415

3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

Ra

zão

de

re

flu

xo

Estágio de alimentação

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114

Figura 49 – Carga térmica condensador e reboiler em função do estágio de alimentação (coluna T-101)

Fonte: Elaborado pela autora

Para a alimentação da coluna no 5° estágio (configuração original), obtem-se

taxa de refluxo de 5,97 contra 6,35 predefinida no caso base. Nessa situação há

redução de 5 % na carga térmica do condensador e 8% na carga térmica do reboiler.

A economia com a carga térmica do condensador não alteraria a integração térmica

prevista no item 5.2.

Nota-se que ao alimentar a coluna no 3° estágio há aumento significativo das

taxas de refluxo e, por conseguinte, nas cargas térmicas que são aumentadas em,

aproximadamente, 50 % e 90 %, no condensador e refervedor, respectivamente.

De igual modo, ao alimentar a coluna no 14° estágio há aumento significativo

das taxas de refluxo e, consequentemente, nas cargas térmicas que são

aumentadas em, aproximadamente, 120 % e 210 %, no condensador e refervedor,

respectivamente.

Os aumentos nas cargas térmicas acima citadas são justificados pela grande

diferença da composição entre a corrente e estágio de alimentação, e também pela

150,0

250,0

350,0

450,0

550,0

650,0

750,0

3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

Ca

rga

rmic

a (

kW

)

Estágio de alimentação

Condensador

Reboiler

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115

grande mudança de temperatura, conforme mostra na Tabela 25 a Tabela 30 do

Apêndice D.

Dentre os estágios 5 a 9 não há variação significativa das cargas térmicas.

Para o reboiler, a diferença de carga máxima é de 8%, enquanto que para o

condensador, a diferença é de 5%. Tal resultado indica que se poderia trabalhar com

a coluna sendo alimentada em qualquer estágio dentre aqueles.

Analisando-se os perfis das Figuras 46 e 47, observa-se que há um patamar

com pouca variação de temperatura entre os estágios 4 e 6, indicando a

possibilidade da corrente de alimentação estar superaquecida.

A fim de melhorar a distribuição das cargas térmicas na coluna T-101,

simulou-se a coluna, variando-se a temperatura da corrente de entrada de 260 °C

(caso base) a 205 °C. Os resultados podem ser vistos no gráfico da .

Figura 50 – Gráfico da carga térmica do reboiler e condensador em função da temperatura de alimentação (T-101)

Fonte: Elaborado pela autora

140,0

160,0

180,0

200,0

220,0

240,0

260,0

280,0

300,0

320,0

340,0

205 215 225 235 245 255 260

Ca

rga

rmic

a k

W)

Temperatura de alimentação (°C)

Reboiler (kW)

Condensador (kW)

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116

Nota-se pelo gráfico da que, em temperaturas próximas à temperatura de

fundo da coluna (215 °C), as cargas térmicas do condensador e refervedor são

menores e apresentam comportamento mais linear em relação às temperaturas mais

altas.

Devido à necessidade de se manter o PAN bruto a 260 ºC conforme descrito

no item 3.2.1, caso fosse feita opção por resfriar essa corrente de alimentação da

coluna T-101, haveria necessidade de se instalar um trocador de calor após o

tanque pulmão TK-201 A/B. Porém, uma vez que a carga térmica deste trocador

(aproximadamente 100 kW) seja pequena para integração (vide Análise Pinch),

haveria necessidade de completar o aquecimento da corrente sendo integrada com

outro trocador. Outra opção seria utilizar água de torre para tal resfriamento, porém o

custo não compensaria o benefício. Dessa forma, a corrente da alimentação da

coluna T-101 será mantida a 260 °C.

O próximo e último passo será avaliar a possibilidade de instalar trocadores

intermediários na coluna.

Observa-se pelo perfil da curva do refervedor que não há possibilidade para

instalação de refervedor intermediário porque não há utilidade ou corrente para

integração disponível a um nível de temperatura entre 260 °C (temperatura de

alimentação) e 215 °C (temperatura do fundo).

Já para o condensador, há um grande patamar de temperatura próximo à

190 °C e uma variação de entalpia de 255 kW, aproximadamente, indicando que se

poderia inserir um trocador intermediário próximo à este nível de temperatura (3°

estágio). Conforme estudado na análise Pinch (item 5.2), não há corrente de

processo que seja completamente satisfeita com a carga térmica e temperatura

disponíveis no 3° estágio da coluna. Caso esta energia fosse aproveitada para

geração de vapor, seria possível gerar cerca de 0,4 t/h a 600 kPa (ganho anual de

kUS$ 54, aproximadamente), sendo necessário o investimento em um novo trocador

de calor e aumento da altura da coluna para a instalação de mais um distribuidor de

líquido e redistribuidor de vapor, dificultando a operação. Dessa maneira, o ganho

com vapor não justificaria o investimento com equipamentos.

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117

Concluídas as análises da colun T-101, pode-se afirmar que, dentro do

contexto que tal coluna será instalada, a melhor configuração a ser adotada é a

alimentação no 7° estágio a 260 °C.

A comparação entre as configurações original e final pode ser vista na Tabela

18. Pode-se dizer que houve redução na carga térmica no condensador e refervedor

da ordem de 6 % e 10 %, respectivamente, o que representa economia de 0,42 t de

óleo térmico / t PAN e 0,48 t de água de resfriamento / t PAN.

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118

Tabela 18 – Comparação entre as configurações original e final para a coluna T-101

Configuração

caso base Configuração

final

Número de estágios 15 15

Estágio de alimentação

5 7

Carga térmica condensador (kW)

345,0 322,9

Carga térmica refervedor (kW)

200,0 179,4

Taxa de refluxo 6,35 5,87

(em massa)

Consumo de óleo térmico (t/h)

21,0 18,8

Redução consumo de óleo térmico (t / t

PAN) - 0,42

Consumo de água de resfriamento (t/h)

24,0 21,5

Consumo de água fria (t/h)

11,0 10,3

Redução consumo de água de

resfriamento (t / t PAN)

- 0,48

Aumento do consumo de água fria

(t / t PAN) - 0,14

Gasto com água de resfriamento (kUS$/ano)

20,3 18,2

Gasto com água fria (kUS$/ano)

5,1 3,3

Gasto com gás natural (kUS$/ano)

7,1 6,4

Fonte: Elabora pela autora

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119

Considerando-se a configuração otimizada para a coluna T-101, simulou-se

tal coluna para trabalhar com pressão atmosférica. A finalidade dessa análise foi de

verificar o impacto no investimento de equipamentos (variação no diâmetro da

coluna, exclusão do sistema de vácuo) e utilidade (variação das cargas térmicas do

condensador e refervedor, temperaturas de topo e fundo).

Nesta condição, a temperatura do fundo da coluna aumenta

significativamente em relação à configuração final da coluna operando à vácuo

(215 °C para 286 °C), não havendo utilidade disponível, conforme premissas

definidas no item 4.1, para atender a essa nova temperatura do refervedor. Quanto à

carga térmica, há aumento da ordem de 80 % no refervedor e redução de 5 % no

condensador.

Do ponto de visto de investimento em equipamentos, haveria redução de

aproximadamente 15 % no diâmetro da coluna (750 para 650 mm), o que geraria

também, redução da ordem de 25 %, no investimento com recheio. Por outro lado, o

aumento da carga térmica no refervedor faz com que a área do equipamento e o

consumo de utilidade aumentem.

Uma vez que a redução no diâmetro da coluna não é relevante, haverá

aumento do investimento e do consumo de utilidade no refervedor e, como não há

utilidade disponível para essa condição, foi descartada a opção de operar a coluna

T-101 em pressão atmosférica.

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120

5.3.2 Coluna T-102

Os gráficos representados pelas Figuras 51 e 52 mostram os perfis GCCC

gerados pela análise termodinâmica do software Aspen Plus v7.2. para a

configuração original da coluna T-102 nas seguintes condições:

• Número de estágios teóricos: 10

• Estágio de alimentação: 6

• Temperatura de alimentação: 215 °C

• Temperatura do topo: 200°C

• Temperatura do fundo: 268 °C

• Carga térmica do condensador: 620 kW

• Carga térmica do refervedor: 590 kW

• Taxa de refluxo: 0,10

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121

Figura 51 – GCCC condição original (Perfil estágio teórico versus Delta H para a coluna

T-102)

Fonte: Elaborado através do Aspen Plus v7.2.

Figura 52 – GCCC condição original (Perfil temperatura versus Delta H para a coluna

T-102)

Fonte: Elaborado através do Aspen Plus v7.2.

Est

ágio

de

alim

enta

ção

Delta H ( kW)

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

8,0

9,0

10,0

11,0

0,0 40,0 80,0 120,0 160,0 200,0 240,0 280,0 320,0 360,0 400,0 440,0 480,0 520,0 560,0 600,0 640,0

Perfil Ideal

Perfil Real

Tem

pera

tura

( °

C)

Delta H (kW)

220,

024

0,0

260,

028

0,0

0,0 40,0 80,0 120,0 160,0 200,0 240,0 280,0 320,0 360,0 400,0 440,0 480,0 520,0 560,0 600,0 640,0

Ideal Profile

Perfil Real

Estágio de alimentação: 6°

Taxa de refluxo: 0,10

Estágio de alimentação: 6°

Taxa de refluxo: 0,10

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122

Fazendo-se uma análise preliminar, observa-se que:

o A GCCC não apresenta patamar em torno do prato de

alimentação sugerindo que a localização do estágio de

alimentação está correta.

o O ponto Pinch das curvas indicado nas Figuras 51 e 52

encontra-se no eixo zero entre o 3° e 5° estágio (temperaturas

entre 214 °C e 209 °C), o que indica que a curva não representa

a possibilidade de redução da razão de refluxo

A partir dessa análise preliminar, podem -se iniciar as análises, seguindo a

sequência descrita no item 3.3.1.1. Inicialmente foram analisados os estágios de

alimentação da coluna, mantendo-se fixa a especificação inicial do produto (99,9 %

de PAN) e a produção, obtendo-se as cargas térmicas para o condensador e

refervedor e a taxa mínima de refluxo para cada situação.

A pior situação em termos de carga térmica ocorreria se a coluna fosse

alimentada no 2 ° estágio devido ao relevante aumento da carga térmica (10 vezes

maior em relação à alimentação no 6° estágio, aproximadamente) . Excluindo-se da

análise a simulação que utiliza o 2 ° estágio para alimentação da coluna, tem-se os

resultados indicados nas Figuras 53 e 54.

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123

Figura 53 – Razão de refluxo em função do estágio de alimentação (coluna T-102)

Fonte: Elaborada pela autora

Figura 54 – Carga térmica condensador e reboiler em função do estágio de alimentação

(coluna T-102)

Fonte: Elaborado pela autora

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

0,50

0,60

3 4 5 6 7 8 9

Ra

zão

de

re

flu

xo

Estágio de alimentação

500,0

550,0

600,0

650,0

700,0

750,0

800,0

850,0

900,0

3 4 5 6 7 8 9

Ca

rga

rmic

a (

kW

)

Estágio de alimentação

Condensador

Reboiler

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124

Conforme se esperava pela análise preliminarmente realizada, quando a

coluna T-102 é alimentada no 6° estágio, há menor refluxo e menores cargas

térmicas para o condensador e refervedor. No entanto, ao alimentar a coluna nos

estágios de 5 a 7, o aumento das cargas térmicas para ambos os trocadores de

calor é irrelevante, sendo da ordem de 1,5 % o maior aumento.

Para a alimentação no 3° estágio, haveria aumento da ordem de 40 % para as

cargas térmicas do refervedor e condensador. Caso a coluna fosse alimentada no 9°

estágio, haveria aumento de, aproximadamente, 17 % para as cargas térmicas do

refervedor e condensador.

Dessa maneira, a coluna continuará a receber a corrente de alimentação no

6° estágio.

Quanto à temperatura de alimentação da coluna, analisando-se os perfis da ,

observa-se que há descontinuidade da carga térmica no perfil do refervedor, o que

indica que a alimentação está sub aquecida. A fim de melhorar a distribuição das

cargas térmicas na coluna T-102, simulou-se a coluna, variando-se a temperatura da

corrente de entrada de 215 a 270 °C. Os resultados podem ser vistos no gráfico da

Figura 55.

Figura 55 – Gráfico da carga térmica do reboiler e condensador em função da temperatura de alimentação (T-102)

Fonte: Elaborado pela autora

0,0

100,0

200,0

300,0

400,0

500,0

600,0

700,0

800,0

215 220 230 240 250 260 270

Ca

rga

rmic

a (

kW

)

Temperatura da alimentação (°C)

Condensador

Reboiler

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125

Observa-se que, a menor carga térmica do refervedor é obtida quando a

temperatura da alimentação está próxima à temperatura do fundo da coluna

(268 °C), havendo redução significativa em relação à configuração original. Por outro

lado, quanto mais se aumenta a temperatura da corrente de alimentação, mais se

aumenta a carga térmica do condensador.

Para que a coluna seja alimentada na mesma temperatura do fundo, seria

necessário investir em um trocador de calor para elevar a temperatura de 215 a

268 °C. Nessa condição, a corrente seria totalmente vaporizada e, como não há

corrente de processo disponível para trocar calor e elevar a temperatura (vide

Análise Pinch), haveria necessidade de consumir óleo térmico nas mesmas

condições do que é aplicado no reboiler da coluna (300 a 280 °C). Além disso,

haveria aumento da carga de 620 kW (utilizada no reboiler) para 713 kW (carga

térmica utilizada no preaquecedor da coluna e reboiler). Diante disso, a coluna

continuará sendo alimentada conforme configuração original.

O próximo e último passo será avaliar a possibilidade de instalar trocadores

intermediários na coluna cujo perfil é dado pelo gráfico das Figuras 51 e 52. Nota-se

que não há variação de entalpia relevante em função dos níveis de temperatura e,

portanto, não há escopo para instalação de condensadores intermediários.

Quanto ao refervedor, há um grande patamar no 9° estágio da coluna (cuja

temperatura é torno de 230 °C e um variação de entalpia de 600 kW,

aproximadamente, indicando que se poderia inserir um trocador intermediário. No

entanto, no processo não há corrente para aquecimento disponível e, portanto, seria

necessário consumo de utilidade. Para a instalação no 9° estágio (temperatura

209 °C), seria possível aquecer o trocador intermediário com vapor de 5000 kPa

(temperatura de saturação: 265 °C) ou com óleo térmico (temperatura inicial 300 °C).

Considerando que o óleo térmico já é utilizado na configuração original para aquecer

o refervedor e que utilizando vapor, haveria redução da exportação do mesmo,

conclui-se que não seria interessante a instalação de um refervedor intermediário.

Concluídas a análise da coluna T-102, pode-se dizer que não haverá

modificação em relação à configuração preliminarmente definida e, portanto, não

haverá alteração quanto ao investimento em equipamentos e consumo de utilidades.

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126

Operando com pressão atmosférica, a temperatura de fundo aumenta

significativamente em relação à configuração original (268 °C para 350 °C), não

havendo utilidade disponível, conforme premissas definidas no item 4.1, para

atender a essa nova temperatura do refervedor. Portanto, não será considerada

como opção a operação da coluna T-102 em pressão atmosférica.

5.4 Resumo final

A Tabela 19 apresenta a síntese das ideias avaliadas através da análise de senso comum, Pinch e Column Targeting com respectivos comentários e ganhos.

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127

Tabela 19 – Síntese das ideias analisadas

Item

Ide

iaF

err

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ent

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om

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anh

o

1C

ond

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128

6 CONCLUSÃO

Foi desenvolvido e estabelecido como caso base o projeto de uma planta de

produção de anidrido ftálico com capacidade para 40 mil toneladas por ano.

O projeto do caso base foi comparado com casos equivalentes disponíveis da

literatura e considerado como consistente. Realizou-se uma análise energética para

este caso base utilizando as ferramentas de análise de senso comum, Análise Pinch

e análise termodinâmica de colunas de destilação (Column Targeting), envolvendo

sistemas de redes de trocadores de calor do processo e sistema de separação

(colunas de destilação).

A análise de senso comum identificou a possibilidade de recuperação de

condensados do vapor d’água que alimentam a turbina de condensação que aciona

o compressor de ar. O flasheamento do condensado do vapor de 2500 kPa na

pressão de 600 kPa, incorporando-o à água que servirá para gerar vapor também foi

identificado como um possível ganho. Estas medidas resultam em um incremento de

2 t / h na geração de vapor (5000 kPa), ou seja, 0,4 tonelada de vapor por tonelada

de PAN.

Analisando-se o rebaixamento de vapor de 5000 kPa para os níveis inferiores

de pressão (2500 e 600 kPa), pode-se dizer que há menor perda de trabalho quando

se opera com válvulas redutoras (caso base) ao invés de turbinas de contrapressão.

Para o compressor, a taxa de retorno para acioná-lo através de uma turbina

de condensação mostrou-se menos vantajosa que acioná-lo eletricamente. Porém,

para os dois cenários, o retorno do investimento é inferior a três meses, o que é

considerado atrativo para a indústria.

A Análise Pinch mostrou que, caso todas as correntes disponíveis fossem

integradas, não haveria necessidade de utilidade quente, ou seja, o processo é

autossuficiente em energia quente. No entanto, devido a restrições do processo,

como, por exemplo, a utilização de óleo térmico pelos switch condenser, não é

possível trabalhar apenas com o vapor produzido através a energia do reator.

Analisando-se as diversas configurações possíveis para integração, a mais atrativa

foi a utilização da energia dos condensadores das duas colunas de destilação para

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129

aquecimento da corrente de água desmineralizada que é utilizada para gerar vapor

de 5000 kPa a partir da energia do reator. Essa opção, aliada à recuperação do

condensado proveniente da turbina e o aproveitamento do condensado do vapor a

600 kPa, aumenta a produção de vapor de 5000 kPa em 10 %, aproximadamente.

Nessa condição, após alimentar os consumidores de vapor, é possível exportar

2,2 toneladas de vapor por tonelada de PAN ao invés de 1,7 toneladas de vapor por

tonelada de PAN que, inicialmente, poderia ser exportado.

A análise termodinâmica das colunas (Column Targeting) possibilitou a

identificação de um potencial de redução de 6 % e 10 %, aproximadamente, das

cargas térmicas do condensador e refervedor da coluna T-101, respectivamente. Isto

foi possível através da redução da taxa de refluxo da coluna. Para a coluna T-102,

não foi possível reduzir as cargas térmicas, uma vez que a coluna já operava com

baixa taxa de refluxo e a corrente de alimentação encontrava-se no estágio

adequado. Para ambas as colunas a alteração das condições de temperatura da

corrente de alimentação e instalação de trocadores intermediários não se mostrou

interessante.

Caso as colunas operassem em pressão atmosférica, constatou-se que os

perfis de temperatura ao longo das colunas aumentaram significativamente e,

portanto, não haveria utilidade disponível na temperatura necessária para alimentar

os refervedores. Além disso, haveria aumento relevante das cargas térmicas dos

refervedores em ambas as colunas, redução irrelevante para o condensador da

coluna T-101 e aumento significativo no condensador da coluna T-102. Dessa

maneira, mesmo com a potencial diminuição no investimento pela redução do

diâmetro das colunas e exclusão do sistema de vácuo, a operação das colunas na

pressão atmosférica não poderia ser considerada como uma opção atrativa para o

sistema definido nas condições do caso base desse trabalho.

As análises energéticas foram realizadas e pode-se concluir que, a partir dos

métodos utilizados (senso comum, Análise Pinch e Column Targeting), é possível

encontrar alternativas atrativas de melhoria para favorecer a competitividade do

anidrido ftálico.

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7 EXPECTATIVAS FUTURAS

A partir dos conhecimentos adquiridos, sugere-se para trabalhos futuros, os

seguintes estudos para as colunas de destilação: uma vez que a segunda coluna

tem a função de ajustar a composição da corrente de PAN para que o produto

alcance a especificação, recomenda-se estudar o processo operando com apenas

uma coluna de destilação, verificando-se a variação no investimento em

equipamento e consumo de utilidade; a segunda sugestão é estudar a influencia da

redução do número de estágios teóricos da segunda coluna na taxa de refluxo e

cargas térmicas, analisando-se a atratividade desta opção.

Sugere-se também a realização de uma análise de sensibilidade para o custo

das utilidades com a finalidade de conhecer qual seria mais ou menos relevante

para a redução do custo operacional.

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131

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133

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134

APÊNDICES

Apêndice A – Resultado do cálculo do recheio das colunas de destilação

Tabela 20 - Resultado do cálculo do recheio coluna T-101

Fonte: Elaborado pela autora

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(m

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135

Tabela 21 - Resultado do cálculo recheio coluna T-102

Fonte: Elaborado pela autora

2º e

stág

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est

ágio

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stág

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/m)

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Apêndice B – Resultado do cálculo de potencia do compressor e bombas

Tabela 22 – Premissas e resultado do cálculo da potencia do compressor

Condições de entrada Unidade

Vazão (q) kg/s 12,4

Temperatura de entrada (Te) ºC 25

Calor específico ar úmido (cp) J/kg/K 1046

Pressão de entrada bara 1

Pressão de saida bara 1,8

cp/cv=κ

1,4

Rendimento adiabatico(ηad) 0,7

Massa específica (⍴) kg/m³ 1,1

Massa específica CNTP kg/m³ 1,2

Cálculos

Taxa de compressão (p) 1,8

Temperatura de saída isoentropico ºC 81,5

Potencia para compressão

Pot=q*cp*Te(π(κ−1)/κ−1)/1000/ηad MW 1,0

Q=q*cp*(Tr-Te) / 1000 MW 1,0

Δtreal = ∆Tiso / ηad K 81,0

Temperatura de saida real (Tr) ºC 106 Fonte: Elaborada pela autora

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137

Tabela 23 – Premissas e resultado do cálculo da vazão de vapor para acionamento da turbina de condensação

Condições de entrada Unidade Pressão vapor bar 50

Temperatura vapor ºC 315 Entalpia (h1) kJ/kg 2971

Condições de saída Pressão vapor bar 0,2

Temperatura vapor ºC 60 Entalpia vapor (h2) kJ/kg 2609,2 Entalpia liquid (h3) kJ/kg 251

Título do vapor - 0,88 Potência MW 1,0

Rendimento termodinamico (ηt) 0,45

Cálculo Vazão V50 kg/s 3,5 t/h 12,5

Fonte: Elaborada pela autora

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138

Tabela 24 – Resultado do cálculo da potencia das bombas

TAG Função Vazão (kg/h)

∆H (mcl)

Rendimento Potência (kW)

P-101 O-xileno para pré-aquecimento

4700 30 60% 0,6

P-102 PAN bruto TK-201A/B para T-101

5323 30 60% 0,7

P-103 Refluxo condensador da T-101

1782 30 60% 0,2

P-104 Reboiler T-101 60000 50 60% 13,7

P-105 Refluxo condensador da T-102

5559 30 60% 0,8

P-106 Reboiler T-102 137384 50 60% 31,4

P-107 PAN purificado para reservatório

5063 30 60% 0,7

P-108 Água desaerada para E-105

28800 530 60% 56,6

P-109 Bomba óleo térmico (dessublimação PAN)

248000 30 60% 33,9

P-110 Bomba óleo térmico (fusão PAN)

30000 30 60% 4,1

P-111 Bomba óleo para E-108 / E-109 / E-110 e E-106/E-07

146000 30 60% 33,3

P-112 Recirculação de salmoura 295000 30 60% 40,3

Total 216,3

Fonte: Elaborada pela autora

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139

Apêndice C – Curva dos condensadores

Figura 56 - Curva do condensador (E-111) da coluna T-101

Elaborado pela autora

Figura 57 - Curva do condensador (E-112) da coluna T-102

Elaborado pela autora

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

0 40 80 120 160 200 240 280 320 360

Tem

p (

°C)

Carga térmica (kW)

200,0

201,0

202,0

203,0

0 40 80 120 160 200 240 280 320 360 400 440 480 520 560 600 640

Tem

p (

°C)

Carga térmica (kW)

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140

Apêndice D – Perfis da coluna T-101 obtidos para alimentação no 3° e e14° estágios

Tabela 25 - % Vapor (m/m) - alimentação no 3° estágio

Fonte: Elaborada pela autora

Tabela 26 - % Líquido (m/m) - alimentação no 3° estágio

Fonte: Elaborada pela autora

ÁGUA N2 O2 PAN MAN CO2 FTALIDA ANTRAQ.

1 57,9% 12,0% 2,6% 0,0% 5,5% 22,0% 0,0% 0,0%

2 0,9% 0,0% 0,0% 12,2% 86,7% 0,1% 0,0% 0,0%

3 0,0% 0,0% 0,0% 36,3% 63,6% 0,0% 0,1% 0,0%

4 0,0% 0,0% 0,0% 37,2% 62,7% 0,0% 0,1% 0,0%

5 0,0% 0,0% 0,0% 39,0% 60,9% 0,0% 0,1% 0,0%

6 0,0% 0,0% 0,0% 42,6% 57,4% 0,0% 0,1% 0,0%

7 0,0% 0,0% 0,0% 48,7% 51,2% 0,0% 0,1% 0,0%

8 0,0% 0,0% 0,0% 58,1% 41,8% 0,0% 0,1% 0,0%

9 0,0% 0,0% 0,0% 69,6% 30,3% 0,0% 0,2% 0,0%

10 0,0% 0,0% 0,0% 80,4% 19,3% 0,0% 0,2% 0,0%

11 0,0% 0,0% 0,0% 88,6% 11,1% 0,0% 0,2% 0,0%

12 0,0% 0,0% 0,0% 93,8% 5,9% 0,0% 0,2% 0,0%

13 0,0% 0,0% 0,0% 96,8% 2,9% 0,0% 0,2% 0,0%

14 0,0% 0,0% 0,0% 98,4% 1,3% 0,0% 0,2% 0,0%

15 0,0% 0,0% 0,0% 99,3% 0,5% 0,0% 0,2% 0,0%

ÁGUA N2 O2 PAN MAN CO2 FTALIDA ANTRAQ.

1 0,7% 0,0% 0,0% 12,2% 87,0% 0,0% 0,0% 0,0%

2 0,0% 0,0% 0,0% 59,4% 40,4% 0,0% 0,1% 0,0%

3 0,0% 0,0% 0,0% 80,5% 19,1% 0,0% 0,1% 0,4%

4 0,0% 0,0% 0,0% 80,9% 18,7% 0,0% 0,1% 0,4%

5 0,0% 0,0% 0,0% 81,7% 17,8% 0,0% 0,1% 0,4%

6 0,0% 0,0% 0,0% 83,4% 16,2% 0,0% 0,1% 0,4%

7 0,0% 0,0% 0,0% 85,9% 13,6% 0,0% 0,1% 0,3%

8 0,0% 0,0% 0,0% 89,3% 10,3% 0,0% 0,1% 0,3%

9 0,0% 0,0% 0,0% 92,7% 6,9% 0,0% 0,1% 0,3%

10 0,0% 0,0% 0,0% 95,4% 4,1% 0,0% 0,1% 0,3%

11 0,0% 0,0% 0,0% 97,3% 2,3% 0,0% 0,1% 0,3%

12 0,0% 0,0% 0,0% 98,4% 1,2% 0,0% 0,1% 0,3%

13 0,0% 0,0% 0,0% 99,0% 0,6% 0,0% 0,1% 0,3%

14 0,0% 0,0% 0,0% 99,3% 0,3% 0,0% 0,1% 0,3%

15 0,0% 0,0% 0,0% 99,3% 0,1% 0,0% 0,1% 0,5%

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141

Tabela 27 – Vazão de líquido e vapor em cada estágio com alimentação no 3° estágio

Fonte: Elaborada pela autora

Tabela 28 - % Vapor (m/m) - alimentação no 14° estágio

Fonte: Elaborada pela autora

Estágio Temperatura (°C) Vazão de líquido (kg/h) Vazão de vapor (kg/h)

1 46 2.647 7

2 157 3.406 2.654

3 178 7.310 2.271

4 179 7.335 2.217

5 181 7.373 2.242

6 184 7.436 2.281

7 188 7.537 2.343

8 193 7.682 2.445

9 199 7.851 2.589

10 205 8.009 2.758

11 209 8.131 2.917

12 212 8.213 3.038

13 214 8.266 3.121

14 215 8.301 3.174

15 216 5.093 3.208

ÁGUA N2 O2 PAN MAN CO2 FTALIDA ANTRAQ.

1 0,7% 0,0% 0,0% 12,2% 85,9% 0,0% 1,1% 0,0%

2 0,0% 0,0% 0,0% 56,6% 39,6% 0,0% 3,8% 0,0%

3 0,0% 0,0% 0,0% 86,1% 10,3% 0,0% 3,6% 0,0%

4 0,0% 0,0% 0,0% 94,9% 2,7% 0,0% 2,4% 0,0%

5 0,0% 0,0% 0,0% 97,5% 1,1% 0,0% 1,4% 0,0%

6 0,0% 0,0% 0,0% 98,4% 0,8% 0,0% 0,8% 0,0%

7 0,0% 0,0% 0,0% 98,8% 0,7% 0,0% 0,5% 0,0%

8 0,0% 0,0% 0,0% 99,0% 0,7% 0,0% 0,3% 0,0%

9 0,0% 0,0% 0,0% 99,1% 0,7% 0,0% 0,2% 0,0%

10 0,0% 0,0% 0,0% 99,1% 0,7% 0,0% 0,1% 0,0%

11 0,0% 0,0% 0,0% 99,2% 0,7% 0,0% 0,1% 0,0%

12 0,0% 0,0% 0,0% 99,2% 0,7% 0,0% 0,1% 0,0%

13 0,0% 0,0% 0,0% 99,2% 0,7% 0,0% 0,1% 0,0%

14 0,0% 0,0% 0,0% 99,2% 0,5% 0,0% 0,1% 0,3%

15 0,0% 0,0% 0,0% 99,3% 0,2% 0,0% 0,0% 0,5%

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142

Tabela 29 - % Líquido (m/m) - alimentação no 14° estágio

Fonte: Elaborada pela autora

Tabela 30 – Vazão de líquido e vapor em cada estágio com alimentação no 14° estágio

Fonte: Elaborada pela autora

ÁGUA N2 O2 PAN MAN CO2 FTALIDA ANTRAQ.

1 57,9% 12,0% 2,6% 0,0% 5,4% 22,0% 0,0% 0,0%

2 0,9% 0,0% 0,0% 12,2% 85,7% 0,1% 1,1% 0,0%

3 0,1% 0,0% 0,0% 54,6% 41,5% 0,0% 3,7% 0,0%

4 0,1% 0,0% 0,0% 83,2% 13,2% 0,0% 3,5% 0,0%

5 0,1% 0,0% 0,0% 91,8% 5,7% 0,0% 2,3% 0,0%

6 0,1% 0,0% 0,0% 94,3% 4,1% 0,0% 1,4% 0,0%

7 0,1% 0,0% 0,0% 95,2% 3,8% 0,0% 0,9% 0,0%

8 0,1% 0,0% 0,0% 95,6% 3,8% 0,0% 0,5% 0,0%

9 0,1% 0,0% 0,0% 95,8% 3,7% 0,0% 0,3% 0,0%

10 0,1% 0,0% 0,0% 95,9% 3,7% 0,0% 0,2% 0,0%

11 0,1% 0,0% 0,0% 95,9% 3,7% 0,0% 0,2% 0,0%

12 0,1% 0,0% 0,0% 96,0% 3,7% 0,0% 0,1% 0,0%

13 0,1% 0,0% 0,0% 96,0% 3,7% 0,0% 0,1% 0,0%

14 0,0% 0,0% 0,0% 97,6% 2,3% 0,0% 0,1% 0,0%

15 0,0% 0,0% 0,0% 99,1% 0,8% 0,0% 0,1% 0,0%

Estágio Temperatura (°C) Vazão de líquido (kg/h) Vazão de vapor (kg/h)

1 46 3.806 7

2 158 5.022 3.814

3 188 5.669 5.252

4 202 5.957 5.899

5 206 6.037 6.187

6 207 6.059 6.267

7 208 6.067 6.289

8 209 6.071 6.297

9 210 6.074 6.301

10 211 6.077 6.304

11 211 6.079 6.307

12 212 6.081 6.309

13 213 6.083 6.311

14 215 10.273 5.084

15 216 5.093 5.180

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143

ANEXOS

ANEXO A – REAÇÕES QUÍMICAS

Tabela 31 – Reações químicas e seletividade de oxidação

Número da reação

Reação química Seletividade

molar (%)

1

78,80

2

5,00

3

0,70

4

0,40

5

0,08

6

0,10

7

11,05

8

3,87

Total 100,0

Fonte: Adaptado de PERP (1990)

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144

Tabela 32 – Reações propostas por RAY e SNEESBY (1998d)

Número da reação

Reação química Seletividade

molar (%)

1

78,80

2

6,50

3

14,70

Total 100,0

Fonte: Adaptado de RAY e SNEESBY (1998d)

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145

ANEXO B – FOLHA DE DADOS DO O-XILENO (BRASKEM)

Fonte: http://www.braskem.com.br/site.aspx/Consultar-Produtos?codProduto=352 Acessado em 22.08.12

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146

ANEXO C - ESTIMATIVA DE CUSTOS DAS UTILIDADES E MATÉRIA PRIMA

Para que uma análise técnico-econômica seja coerente, é importante conhecer

os custos reais das utilidades. O cálculo da estimativa do preço das utilidades (energia

elétrica, água de resfriamento, água desmineralizada, água fria, óleo térmico e vapor) foi

baseado na seguinte equação (ULRICH; VASUDEVAN, 2006):

Onde:

• a e b são coeficientes dos custos de utilidades (indicados na Tabela 33)

• Cs,f é o preço do combustível ($ / GJ)

• CEPCI é o parâmetro de inflação para projetos dos Estados Unidos

Tabela 33 – Coeficientes dos custos de utilidades

Utilidade a b

Água de resfriamento 0,00007 + 2,5 X 10-5 X q-1

q é a vazão de água (m³/s) 0,003

Água fria 0,6 X Qc-0,9 X T-3

T é a temperatura da água (K)

1,1 X 106 X T-5

T é a temperatura da água (K)

Água desmineralizada 7,0 X 10-4 +3,0 X 10-5 X q-0,6

q é a vazão de água (m³/s) 0,02

Óleo térmico 7,0 X 10-7 X QH-0,9 X T-5 6,0 X 10-8 X T0,5

Vapor 2,7 X 10-5 X ms

ms é a vazão de vapor (kg/s)

0,0034 X p0,05

p é a pressão do vapor (barg)

Fonte: ULRICH; VASUDEVAN (2006)

O preço do gás natural, utilizado como combustível, foi obtido na página da

internet da EIA (Energy Information Administration), no período de 2005 a 2012.

Desse modo, adotou-se o valor médio de 4,5 US$/GJ para o cálculo da estimativa do

preço dos insumos.

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147

CEPCI (Chemical Engineering Plant Cost Index) é um índice para ajuste de

custos de construção de plantas de um período para outro. O valor adotado para o

presente trabalho foi de 584,6, baseado no ano de 2012.

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148

ANEXO D - VALORES TÍPICOS DE ����� PARA VÁRIOS TIPOS DE PROCESSOS (MARCH, 1998)

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149

ANEXO E – CÁLCULO DOS CUSTOS DOS EQUIPAMENTOS

• Trocador de calor

O custo dos trocadores de calor foi realizado tomando-se como base curva

apresentada por SINNOTT (2005c), mostrada na .

Figura 58 – Custo do trocador de calor em função da área de troca térmica

Fonte: SINNOTT (2005c)

Utilizou-se a curva 4 (casco e tubo em aço inoxidável) para cálculo do custo

dos trocadores. A partir daquela curva, aplicou-se a fórmula abaixo e obteve-se a

estimativa de custo com precisão de 25 %, segundo SINNOTT (2005c).

Custo do trocador = Y * Tf *Pf * CEPCI 2012

CEPCI 2004

Y = custo retirado do gráfico, em dólares.

Tf = tipo de trocador (0,8 para tubo fixo e 0,85 para tubos em U).

Pf = fator com relação à pressão (1 para pressões entre 1 e 10 bar).

CEPCI 2012= 584,6.

CEPCI 2004 = 444,2.

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150

Foi utilizado fator de instalação de 5,7 (fator de Lang utilizado para plantas de

processamento de fluidos, segundo PETER e TIMMERHAUS (1991)) para os

trocadores de calor acima mencionados acima. Ao multiplicar o preço dos

equipamentos pelo fator de instalação, tem-se o investimento total.

• Turbina a vapor

A estimativa do custo das turbinas a vapor foi obtida através do software

Aspen Capital Cost EstimatorTM v7.2.114. Considerou-se turbina em aço carbono,

acionada com vapor de 5.000 kPa (g), com condensação (operando com pressão

final de 20 kPa) e rotação de 3.500 rpm.

Foi utilizado fator de instalação de 3,0 para a instalação das turbinas, de

acordo com a experiência industrial. Ao multiplicar o preço dos equipamentos pelo

fator de instalação, tem-se o investimento total.

• Motor elétrico

A estimativa do custo dos motores elétricos foi obtida através do software

Aspen Capital Cost EstimatorTM v7.2.113. Uma vez que o anidrido ftálico é líquido

inflamável, foi considerado motor à prova de explosão. A rotação considerada foi de

3500 rpm.

Foi utilizado fator de instalação de 2,5 para a instalação do motor elétrico, de

acordo com a experiência industrial. Ao multiplicar o preço dos equipamentos pelo

fator de instalação, tem-se o investimento total.

14 Acesso em 28.07.13.