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Direito Previdenciário – Aula 4 Prof. Fernando Aprato www. concursovirtual .com.br

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Direito Previdenciário – Aula 4

Prof. Fernando Aprato

INSS

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Direito previdenciário

ORGANIZAÇÃO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

A gestão da seguridade social é quadripartite, de índole democrática e descentralizada, envolvendo os trabalhadores, os empregadores, os aposentados e o Poder Público, seguindo a tendência da moderna administração pública na inserção de membros do corpo social nos seus órgãos colegiados, a teor do artigo 194, parágrafo único, inciso VII, da Constituição Federal.

A organização da Previdência Social encontra-se a cargo do Poder Executivo, mais especificamente ao Ministério do Desenvolvimento Social – MDS.

As áreas da Saúde, Previdência Social e Assistência Social serão organizadas em conselhos setoriais, com representantes da união, dos Estados, do Distrito Federal, dos municípios e da sociedade civil.

São órgão colegiados da Seguridade Social:

1) o Conselho Nacional da Previdência – CNP;2) os Conselhos de Previdência Social – CPS;3) o Conselho de Recursos do Seguro Social – CRSS;4) o Conselho de Assistência Social – CNAS; e5) o Conselho Nacional de Saúde – CNS.

Conselho Nacional de Previdência – CNP

Lei nº 8.213/91 – Art. 3º

O CNP é órgão superior de deliberação colegiada, composto por representantes do Governo Federal e da sociedade civil, num total de quinze membros. Sendo 6 ( seis) representantes do Governo Federal e 9 (nove) representantes da sociedade civil, sendo destes:

3 (três) representantes dos aposentados e pensionistas, 3 (três) representantes dos trabalha-dores em atividade e 3 (três) representantes dos empregadores.

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Composição do CNP

Aqui está materializada o princípio da GESTÃO QUADRIPARTITE.

Aqui está materializada o princípio da GESTÃO QUADRIPARTITE.

C N P

6 representantes do GOVERNO FEDERAL

9 representantes da SOCIEDADE CIVIL

3 representantes dos aposentados e pensionistas

3 representantes dos trabalhadores em atividade

3 representantes dos empregadores

Cabe ao Presidente da República nomear os membros do CNP e seus respectivos suplentes, tendo os representantes titulares da sociedade civil mandato de 2 (dois) anos, podendo ser reconduzidos, de imediato, uma única vez.

A indicação dos representantes dos trabalhadores em atividade, dos aposentados, dos empregadores e seus respectivos suplentes é feita pelas centrais sindicais e confederações nacionais.

!! SE LIGA !!

Os representantes do GOVERNO FEDERAL não possuem mandato.

Competência do CNP

De acordo com o art. 296, do RPS, Compete ao Conselho Nacional de Previdência Social:

I – estabelecer diretrizes gerais e apreciar as decisões de políticas aplicáveis à previdência social;

II – participar, acompanhar e avaliar, sistematicamente, a gestão previdenciária;

III – apreciar e aprovar os planos e programas da previdência social;

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IV – apreciar e aprovar as propostas orçamentárias da previdência social, antes de sua consolidação na proposta orçamentária da seguridade social;

V – acompanhar e apreciar, mediante relatórios gerenciais por ele definidos, a execução dos planos, programas e orçamentos no âmbito da previdência social;

VI – acompanhar a aplicação da legislação pertinente à previdência social;

VII – apreciar a prestação de contas anual a ser remetida ao Tribunal de Contas da União, podendo, se for necessário, contratar auditoria externa;

VIII – estabelecer os valores mínimos em litígio, acima dos quais será exigida a anuência prévia do Procurador-Geral ou do Presidente do Instituto Nacional do Seguro Social para formalização de desistência ou transigência judiciais;

IX – elaborar e aprovar seu regimento interno;

X – aprovar os critérios de arrecadação e de pagamento dos benefícios por intermédio da rede bancária ou por outras formas; e

XI – acompanhar e avaliar os trabalhos de implantação e manutenção do Cadastro Nacional de Informações Sociais.

Competência dos Órgãos Governamentais

De acordo com art. 297, do RPS, Compete aos órgãos governamentais:

I – prestar toda e qualquer informação necessária ao adequado cumprimento das competências do Conselho Nacional de Previdência, fornecendo inclusive estudos técnicos; e

II – encaminhar ao Conselho Nacional de Previdência, com antecedência mínima de dois meses do seu envio ao Congresso Nacional, a proposta orçamentária da previdência social, devidamente detalhada.

Periodicidade das Reuniões e Publicidade das Resoluções do CNP

O Conselho Nacional de Previdência Social reunir-se- á, ordinariamente, uma vez por mês, por convocação de seu Presidente, não podendo ser adiada a reunião por mais de quinze dias se houver requerimento nesse sentido da maioria dos conselheiros.

Poderá ser convocada reunião extraordinária por seu Presidente ou a requerimento de um terço de seus membros, conforme dispuser o regimento interno do Conselho Nacional de Previdência.

As reuniões do Conselho Nacional de Previdência serão iniciadas com a presença da maioria absoluta de seus membros, sendo exigida para deliberação a maioria simples de votos.

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As ausências ao trabalho dos representantes dos trabalhadores em atividade, decorrentes das atividades do Conselho Nacional de Previdência, serão abonadas, computando-se como jornada efetivamente trabalhada para todos os fins e efeitos legais.

As resoluções tomadas pelo Conselho Nacional de Previdência deverão ser publicadas no Diário Oficial da União.

Estabilidade no Emprego dos Representantes dos Trabalhadores

Aos membros do Conselho Nacional de Previdência Social, enquanto representantes dos trabalhadores em atividade, titulares e suplentes, é assegurada a estabilidade no emprego, da nomeação até um ano após o término do mandato de representação, somente podendo ser demitidos por motivo de falta grave, regularmente comprovada mediante processo judicial.

!! SE LIGA !!

Trata-se de uma ESTABILIDADE PROVISÓRIA.

Conselhos de Previdência Social – CPS RPS – Art. 296-Aº

Os CPS são unidades descentralizadas do CNP. Funcionam junto às Gerências Executivas do INSS.

Nas cidades onde houver mais de uma Gerência- Executiva, o Conselho será instalado naquela indicada pelo Gerente Regional do INSS cujas atribuições abranjam a referida cidade

Os CPS terão caráter consultivo e de assessoramento, competindo ao CNP disciplinar os procedimentos para seu funcionamento, suas competências, os critérios de seleção dos representantes da sociedade e o prazo de duração dos respectivos mandatos, além de estipular por resolução o regimento dos CPS.

Composição dos CPS

Os CPS serão compostos por 10 (dez) conselheiros e respectivos suplentes, designados pelo titular da gerência executiva na qual for instalado.

Os representantes dos trabalhadores, dos aposentados e dos empregadores serão indicados pelas respectivas entidades sindicais ou associações representativas.

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C P S

4 representantes do GOVERNO FEDERAL

6 representantes do SOCIEDADE CIVIL

2 representantes dos aposentados e pensionistas

2 representantes dos empregados

2 representantes dos empregadores

Periodicidade das Reuniões do CNP

As reuniões serão mensais ou bimensais, a critério do respectivo CPS, e abertas ao público, cabendo a sua organização e funcionamento ao titular da Gerência- Executiva na qual for instalado o colegiado.

Conselhos de Recursos do Seguro Social – CRSS

RPS – Arts. 303 e 304

O Conselho de Recursos do Seguro Social – CRSS, colegiado integrante da estrutura do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), é órgão de controle jurisdicional das decisões do INSS, nos processos referentes a benefícios a cargo desta Autarquia.

O CRSS tem sede em Brasília e jurisdição em todo o território nacional.

O CRSS é um tribunal administrativo que tem por atribuição solucionar, no âmbito administrativo, os conflitos entre a Autarquia Previdenciária e os beneficiários do RGPS (quando a matéria em questão é a concessão, a manutenção, a revisão ou o cancelamento de benefício ou serviço), sendo que suas decisões não têm força julgada para o particular, mas somente para o INSS, para o qual surge para alguns o “efeito vinculante”.

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Vale dizer, o litigante pode recorrer à via judicial, mesmo após ter sido a parte vencida perante os órgãos do CRSS. Também não é obrigatório o esgotamento da instância administrativa para o ingresso em Juízo, pelo particular.

O prazo máximo para que seja proferida a decisão administrativa em quaisquer petições, defesas ou recursos em processos administrativos é de 360 (trezentos e sessenta dias) – Lei nº 11.457/07, art. 24.

Composição do CRSS

O Conselho de Recursos do Seguro Social compreende os seguintes órgãos:

I – vinte e nove Juntas de Recursos, com a competência para julgar, em primeira instância, os recursos interpostos contra as decisões prolatadas pelos órgãos regionais do INSS, em matéria de interesse de seus beneficiários;

II – quatro Câmaras de Julgamento, com sede em Brasília, com a competência para julgar, em segunda instância, os recursos interpostos contra as decisões proferidas pelas Juntas de Recursos que infringirem lei, regulamento, enunciado ou ato normativo ministerial;

III – Conselho Pleno, com a competência para uniformizar a jurisprudência previdenciária mediante enunciados, podendo ter outras competências definidas no Regimento Interno do Conselho de Recursos da Previdência Social.

C R S S

29 Juntas de Recursos – tendo cada uma a

seguinte composição

4 Câmaras de Julgamento – tendo cada uma a seguinte

composição

1 Conselho Pleno

2 representantes do governo

1 representante das empresas

1 representante dos trabalhadores

2 representantes do governo

1 representante das empresas

1 representante dos trabalhadores

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O CRSS é presidido por representante do Governo, com notório conhecimento da legislação previdenciária, nomeado pelo Ministro de Estado da Previdência Social, cabendo-lhe dirigir os serviços administrativos do órgão.

O mandato dos membros do Conselho de Recursos do Seguro Social é de dois anos, permitida a recondução, atendidas às seguintes condições:

I – os representantes do Governo são escolhidos entre servidores federais, preferencialmente do INSS ou Ministério ao qual o INSS está vinculado, com curso superior em nível de graduação concluído e notório conhecimento da legislação previdenciária, que prestarão serviços exclusivos ao CRSS, sem prejuízo dos direitos e vantagens do respectivo cargo de origem;

II – os representantes classistas, que deverão ter escolaridade de nível superior, exceto representantes dos trabalhadores rurais, que deverão ter nível médio, são escolhidos dentre os indicados, em lista tríplice, pelas entidades de classe ou sindicais das respectivas jurisdições, e manterão a condição de segurados do Regime Geral de Previdência Social; e

III – o afastamento do representante dos trabalhadores da empresa empregadora não constitui motivo para alteração ou rescisão contratual.

O conselheiro afastado por qualquer das razões elencadas no Regimento Interno do CRSS, exceto quando decorrente de renúncia voluntária, não poderá ser novamente designado para o exercício desta função antes do transcurso de cinco anos, contados do efetivo afastamento.

Juntas de Recursos

As Juntas de Recursos compete julgar em primeira instância, os recursos interpostos contra as decisões prolatadas pelos órgãos regionais do INSS, em matéria de benefícios previstos na legislação previdenciária, dos benefícios assistenciais de prestação continuada (art. 20, Lei nº 8.742/93), e, ainda, da aplicação das regras do nexo epidemiológico (§ 13, art. 337, do RPS).

Trata-se de recurso ordinário e o prazo para interposição do mesmo, por parte do beneficiário, é de 30 (trinta) dias a contar da data da ciência pessoal ou da data de recebimento da decisão do INSS que lhe foi desfavorável, aposta no Aviso e Recebimento – AR.

As Juntas de Recursos, presididas por representante do Governo, são compostas por quatro membros, denominados conselheiros, nomeados pelo Ministro de Estado da Previdência e Assistência Social, sendo dois representantes do Governo, um das empresas e um dos trabalhadores.

Câmaras de Julgamento

As Câmaras de Julgamento, com sede em Brasília, com a competência para julgar, em segunda instância e última instância, os recursos interpostos contra as decisões proferidas pelas Juntas de Recursos que infringirem lei, regulamento, enunciado ou ato normativo ministerial.

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Trata-se de recurso especial e o prazo para interposição do mesmo, por parte do beneficiário, é de 30 (trinta) dias a partir da intimação do interessado ou de seu representante legal.

As Câmaras de Julgamento, presididas por representante do Governo, são compostas por quatro membros, denominados conselheiros, nomeados pelo Ministro de Estado da Previdência e Assistência Social, sendo dois representantes do Governo, um das empresas e um dos trabalhadores.

Conselho Pleno

Ao Conselho Pleno compete:

I – uniformizar, em tese, a jurisprudência administrativa previdenciária e assistencial, mediante emissão de Enunciados;

II – uniformizar, no caso concreto, as divergências jurisprudenciais entre as Juntas de Recursos nas matérias de sua alçada ou entre as Câmaras de julgamento em sede de Recurso Especial, mediante a emissão de Resolução; e

III – decidir, no caso concreto, as Reclamações ao Conselho Pleno, mediante a emissão de Resolução.

Cabe pedido de uniformização da jurisprudência em tese para encerrar divergência jurisprudencial administrativa ou para consolidar jurisprudência reiterada no âmbito do CRSS, mediante a edição de enunciados.

O pedido de uniformização de jurisprudência em matéria de direito (caso concreto) pode ser requerido pela parte interessada quando a decisão da Câmara de Julgamento do CRSS, em matéria de direito, for divergente da proferida por outra unidade julgadora em se de recurso especial.

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Resumos

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Questões

1. (INSS – Técnico do Seguro Social – CESPE – 2008 – Caderno Azul)

Acerca dos princípios da seguridade social, julgue o item a seguir.

O Conselho de Previdência Social é um dos órgãos de deliberação coletiva da estrutura do Ministério do Desenvolvimento Social, cuja composição, obrigatoriamente, deve in-cluir pessoas indicadas pelo governo, pelos empregadores, pelos trabalhadores e pelos aposentados.

( ) Certo   ( ) Errado

2. (ABIN – Oficial de Inteligência – Direito – CESPE – 2010)

Acerca da organização da seguridade social, do custeio e dos benefícios do regime geral de previdência social (RGPS), julgue o item subsequente.

Compete ao Conselho de Previdência Social, órgão superior de deliberação colegiada, apreciar e aprovar as propostas orçamentá-rias da previdência social, antes de sua con-solidação na proposta orçamentária da segu-ridade social.

( ) Certo   ( ) Errado

3. (DPE-ES – Defensor Público – CESPE – 2012)

No tocante à seguridade social, julgue o item subsequente.

Contando com a participação de represen-tantes da sociedade civil e do governo, o Conselho de Previdência Social , órgão su-perior de deliberação colegiada, é exemplo do caráter democrático e descentralizado da administração da seguridade social no Brasil.

( ) Certo   ( ) Errado

4. (CPRM – Analista em Geociências – Direito – CESPE – 2013)

O Conselho de Previdência Social (CPS), ór-gão superior de deliberação colegiada, é composto por representantes do governo e da sociedade civil (aposentados e pensio-nistas, trabalhadores em atividade e em-pregadores), sendo correto afirmar que a composição do CPS representa uma forma de concretização do caráter democrático e descentralizado da administração da previ-dência social.

( ) Certo   ( ) Errado

5. (DPU – Analista – Assistente Social – CE-BRASPE – 2016)

Com base nas normas contidas na legislação social relativa à seguridade social, julgue o próximo item.

Ao Conselho Nacional de Seguridade Social — composto por representantes dos gover-nos federal e estaduais, da sociedade civil e dos conselhos setoriais — compete estabele-cer as diretrizes gerais e a política de integra-ção das diferentes áreas.

O CNSS foi extinto pela medida provisória nº 2.216-37/2001 No entanto, era um órgão su-perior de deliberação colegiada, composto por representantes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e da so-ciedade civil. Sua regulamentação estava contida nos arts. 6º e 7º da Lei nº 8.212/91.

( ) Certo   ( ) Errado

Gabarito: 1. C 2. C 3. C 4. C 5. E

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LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA

Lei e Legislação

Lei, é um princípio, um preceito, uma norma, criada para estabelecer as regras que devem ser seguidas, é um ordenamento. Do Latim "lex" que significa "lei" – uma obrigação imposta.

Em uma sociedade, a função das leis é controlar os comportamentos e ações dos indivíduos de acordo com os princípios daquela sociedade.

No âmbito do Direito, a lei é uma regra tornada obrigatória pela força coercitiva do poder legislativo ou de autoridade legítima, que constitui os direitos e deveres numa comunidade.

A lei advém de atos do Poder Legislativo e visa disciplinar condutas objetivando o melhor interesse da coletividade, de forma a proporcionar uma coexistência pacífica entre os membros da sociedade.

Lei em sentido estrito

a lei somente poderia ser assim considerada quando fosse fruto de elaboração do Poder Legislativo apenas e contasse com todos os requisitos necessários, tanto os que dizem respeito ao conteúdo, que indicaria a descrição de uma conduta abstrata, genérica, imperativa e coerciva, quanto relativos à forma, que se verificam no processo de sua elaboração dentro do Poder Legislativo, bem como na forma de sua introdução no mundo jurídico.

Lei em sentido amplo

por essa classificação a expressão lei poderia ser utilizada em sentido abrangente, pois todo e qualquer ato que descrever e regular uma determinada conduta, mesmo que esse ato não vier do Poder Legislativo, seria considerado como lei. É o caso das medidas provisórias, sendo atribuição do Presidente da República, que, diante de uma situação de urgência e relevância, edita uma norma, para somente depois passará pela avaliação do Poder Legislativo.

A palavra legislação é entendida como sendo um conjunto de leis acerca de determinada matéria. Já a palavra lei possui dois sentidos:

Legislação é o conjunto de leis que vigoram no ordenamento jurídico de um país; é formada, portanto, pela reunião dos códigos, das leis especiais, das normas, portarias, resoluções, etc. Assim, a legislação previdenciária é o conjunto de normas referentes ao funcionamento do sistema previdenciário, tais como: os dispositivos constitucionais, as leis, os regulamentos, os decretos, portarias, instruções normativas, as circulares, as resoluções, etc.

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Autonomia do Direito Previdenciário

O Direito Previdenciário, ramo do Direito Público, tem por objeto estudar, analisar e interpretar os princípios e as normas constitucionais, legais e regulamentares que se referem ao custeio da Previdência Social – que no caso do ordenamento estatal vigente, também serve como financiamento das demais vertentes da Seguridade Social, ou seja, Assistência Social e Saúde – bem como os princípios e normas que tratam das prestações previdenciárias devidas a seus beneficiários.

DIREITO PÚBLICOÉ o que regula a relação jurídica Estado com os particulares. O estado exerce seu Poder de Império, fixando regras e comandos jurídicos. O particular, por exemplo, é compelido a pagar os tributos, independente da sua vontade..

DIREITO PRIVADOÉ o que marca a relação entre os particulares que optem por firmar um vínculo jurídico. Os particulares optam pela relação jurídica e a partir daí sujeitam-se às normas pré-definidas pelo estado.

Do ponto de vista científico, não se deve falar em autonomia de nenhum ramo do Direito, que é uno. Didaticamente, porém, é conveniente dividir-se o Direito em ramos, com o objetivo de facilitar o estudo.

A autonomia científica de uma ramo do Direito, segundo critérios pacificamente aceitos pela doutrina, e creditados a Alfredo Rocco, é observada quando a matéria a ser disciplinada contém: um conteúdo vasto de estudo e pesquisa; princípios gerais ou institutos peculiares; e método ou processo próprio.

Existem duas teorias a cerca da autonomia da legislação da Previdência Social, a “teoria monista” que a coloca no âmbito do Direito do Trabalho, como simples apêndice deste último e a “teoria dualista” que festeja a autonomia do Direito Previdenciário e mostra como esse novo ramo do direito não de confunde com o Direito do Trabalho.

A maioria dos autores, atualmente, reconhece a autonomia do Direito Previdenciário, haja vista, que o mesmo possui normas próprias, princípios próprios, institutos específicos, objeto próprio, métodos específicos, enfim reúne os requisitos necessários para tanto.

A Constituição Federal de 1988 acaba com tal celeuma, ao estatuir um capítulo próprio para a seguridade social.

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Questões

1. (Câmara dos Deputados Consultor Legisla-tivo – Área XXI – CESPE – 2014)

Acerca da legislação previdenciária, espe-cialmente no que se refere às suas fontes, autonomia, vigência e interpretação, julgue os itens que se seguem.

O direito previdenciário é classificado como ramo do direito privado, tendo reconheci-da, pela doutrina majoritária, sua autono-mia didática em relação a outros ramos do direito.

( ) Certo   ( ) Errado

2. (SENADO FEDERAL – Consultor Legislativo – DT e DP – 2002 – CESPE)

O direito previdenciário constitui ramo au-tônomo da ciência jurídica, para fins didáti-cos, contemplando um número significativo de normas, conceitos e princípios próprios.

( ) Certo   ( ) Errado

Gabarito: 1. E 2. C

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Fontes do Direito Previdenciário

O termo provém do latim fons, fontis, que implica o conceito de nascente de água. Entende-se por fonte tudo o que dá origem, o início de tudo. Fonte do Direito nada mais é do que a origem do Direito, suas raízes históricas, de onde se cria (fonte material) e como se aplica (fonte formal), ou seja, o processo de produção das normas.

Fontes são os modos de expressão do direito. Nos sistemas de direito escrito, como o nosso, a principal fonte do direito é a lei, entendida como ato emanado do Poder Legislativo. As outras fontes apenas subsidiam a fonte principal.

As fontes podem ser materiais ou formais.

Fontes Materiais

Por fontes materiais deve-se ter em mente as variáveis sociais, econômicas e políticas que, num determinado momento, ou durante a evolução histórica de uma sociedade, informam a produção das normas jurídicas.

Como afirma Délio Maranhão, “em cada sociedade, em cada cultura, vários serão os fatores sociais que, em cada momento histórico, contribuirão para fornecer a matéria, a substância de determinada norma ou de determinado sistema de normas do direito. Esses fatores são as fontes materiais do direito.” (Manual de Direito Previdenciário, Marco André Ramos Vieira).

Kelsen e Recaséns Siches, declaram: “a única fonte material do direito seja a vontade do Estado, ou a vontade do legislador.”

As fontes materiais do Direito Previdenciário são os fatores que interferem na produção de suas normas jurídicas. Pode-se apontar, que por fontes materiais deste ramo se encontram os fundamentos do surgimento e da manutenção dos seguros sociais.

Fontes Formais

Sendo o Direito Previdenciário composto por normas de Direito Público, deve-se afirmar, de plano, que todas as suas fontes formais – as normas que regem as relações em questão – emanam do Estado. É dizer, embora movido por inúmeros fatores sociais, econômicos e políticos, o conjunto de normas do Direito Previdenciário contempla, tão-somente, regras decorrentes da atividade legiferante: constitucional, legal ou regulamentar. Não há lugar para se entender como fonte formal do Direito Previdenciário, por exemplo, o costume.

O Direito Previdenciário tem como fontes principais a Constituição Federal, as emendas constitucionais, as leis complementares, as leis ordinários, as leis delegadas, as medidas provisórias, os decretos legislativos e as resoluções do Senado Federal.

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Os tratados, convenções e outros acordos internacionais também são fontes do Direito Previdenciário.

A Constituição, segundo sistema kelseniano, ocupa o topo da pirâmide normativa. É a lei suprema do Estado, a fonte irradiadora do todo o direito. Em vista disso, todas as normas jurídicas devem submeter-se a ela.

A Constituição, ou seja, os princípios e preceitos insculpidos no texto constitucional, são as fontes de maior hierarquia. É do texto da Lei Magna que se retira o fundamento de validade das normas infraconstitucionais. É decorrente do poder constituinte originário.

No atual texto constitucional se estabelecem, taxativamente, os eventos cobertos pela Previdência Social, limites mínimos de benefícios substitutivos dos salários, e no artigo 7º, até mesmo, alguns benefícios em espécie.

As Emendas à Constituição previstas no art. 59, I, da Constituição, por seu turno, são espécies legislativas decorrentes do chamado Poder Constituinte derivado, detentor de poderes inferiores ao Poder Constituinte dito originário, uma vez que ao emendar o texto constitucional, o legislador não pode invadir matérias consideradas intocáveis pela própria Constituição Federal – as cláusulas pétreas, previstas no art. 60,§ 4º, da Constituição vigente. As emendas, uma vez que transformadas em parte do texto constitucional, adquirem o status de norma constitucional.

As leis, previstas nos incisos II e III do art. 59 da Constituição da República, são por excelência, os veículos normativos da explicitação da vontade popular.

Somente as leis têm o condão de criar direitos e obrigações. A intenção do povo, manifestada pelo poder constituinte originário ou derivado, não é suficiente para criar direitos; é somente a partir da lei que se passa à efetividade. A não ser, é claro, que se trate de norma constitucional de eficácia plena e aplicabilidade imediata, que por si só produz efeitos imediatos. Porém, esse tipo de norma é exceção; a Constituição é geralmente composta de normas de eficácia limitada de cunho programático.

As leis criam direitos e obrigações. Para sua efetivação, entra em cena o Poder Executivo, que tem a função precípua de executar as leis. Para tanto, utiliza instrumentos que tornam exequível, administrativamente, o comando emanado do Poder Legislativo. Essas espécies normativas compõem as normas infralegais. São os decretos, regulamentos, circulares, ordens de serviços, instruções normativas, etc.

Assim, a lei editada ou a ser editada tem de ter como fonte a Constituição. Deve obediência aos princípios ali elencados. Se isso não ocorrer, a lei será declarada inconstitucional por meio da competente ação direta de inconstitucionalidade, por não estar em consonância com a vontade do povo.

As leis delegadas serão elaboradas pelo presidente da República, que deverá solicitar delegação ao Congresso Nacional (art. 68, da CF).

A Constituição veda a delegação ao Presidente da República para expedir leis cuja matéria seja reservada a lei complementar.

Em caso de relevância e urgência, o presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional (CF. art. 62).

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Verificamos, pois, que caberá ao Congresso Nacional a palavra final sobre as medidas provisórias, seja para rejeitá-las, seja para convertê-las em lei.

As medidas provisórias perderão a eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei ordinária no prazo de sessenta dias, prorrogável uma única vez por igual período (CF, art.62, §§ 3º e 7º).

Os decretos legislativos são editados pelo Congresso Nacional, no uso de sua competência exclusiva, não se sujeitando a sanção do presidente da República.

Em matéria previdenciária, os decretos legislativos mais importantes são aqueles que aprovam os tratados internacionais firmados pelo presidente da República (CF, art.49, I).

De acordo com o art. 85-A, da Lei nº 8.212/91, os tratados, convenções e outros acordos internacionais de que Estado estrangeiro ou organismo internacional e o Brasil sejam partes, e que versem sobre matéria previdenciária, serão interpretados como lei especial.

Resolução é norma jurídica que integra o processo legislativo (previstas no art. 59, VII, da CF/88). Não se sujeitam a sanção do Presidente da República. Em matéria previdenciária, as resoluções do senado mais importantes são aqueles que suspendem a execução no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal (art. 52, X, CF/88).

Como exemplo podemos citar a resolução nº 10, de 30 de março de 2016 que suspendeu o art. 22, IV, da Lei º 8.212/91.

Lei 8.212/91

Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social, além do disposto no art. 23, é de: [...]

IV – quinze por cento sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, relativamente a serviços que lhe são prestados por cooperados por intermédio de cooperativas de trabalho.

RESOLUÇÃO Nº 10, DE 2016

Suspende, nos termos do art. 52, inciso X, da Constituição Federal, a execução do inciso IV do art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991.

O Senado Federal resolve:

Art. 1º É suspensa, nos termos do art. 52, inciso X, da Constituição Federal, a execução do inciso IV do art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, declarado inconstitucional por decisão definitiva proferida pelo Supremo Tribunal Federal nos autos do Recurso Extraordinário nº 595.838.

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Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Senado Federal, em 30 de março de 2016

Senador RENAN CALHEIROSPresidente do Senado Federal

As fontes secundárias do Direito Previdenciário são os atos normativos emanados do Poder Executivo e compreendidos na legislação previdenciária, tais como decretos, regulamentos, portarias, ordens de serviço, instruções normativas, orientações normativas, circulares, resoluções, os pareceres normativos, etc.

Esses atos são normas complementares à lei. Diz-se que são complementares porque se destinam a completar o texto das leis. São regras jurídicas de categoria inferior, limitam-se a completar, portanto, não podem inovar ou de qualquer forma modificar os textos da norma que complementam.

Os Tratados e Convenções Internacionais Sobre Direitos Humanos, previstos no art. 5, § 3º da Constituição Federal se forem aprovados, em cada casa do do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.

Os Tratados, Convenções Internacionais Gerais, são ajustes bilaterais ou multilaterais celebrados entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e o Brasil, tratando especificamente de Previdência Social, e que regulam as relações jurídicas entre as Nações em matéria de direitos em vias de aquisição ou adquiridos, quando o trabalhador deixa um território e passa a trabalhar em outro.

No Brasil de acordo com o art. 84, inciso VIII, da CF/88, é de competência privativa do Presidente da República “celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional”. Essa regra deve ser associada ao art. 49 da CF/88, que estabelece como sendo de competência exclusiva do Congresso Nacional, materializada através da elaboração de decreto legislativo (art. 59, VI, da CF/88), resolver, definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional.

Os tratados internacionais em geral dependem, para efeito de sua ulterior execução no plano interno, de uma sucessão causal de caráter político-jurídico.

Os tratados internacionais em geral, que não versam sobre direitos humanos, são incorporados ao nosso ordenamento pelo rito ordinário (aprovação definitiva por decreto legislativo do Congresso Nacional e promulgação por decreto do Presidente da república) e têm hierarquia ordinária (legal), isto é, numa situação de paridade hierárquica com as leis em geral.

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FONTES SEGUNDÁRIAS DO DIREITO PREVIDENCIÁRIO

ATOS ADMINISTRATIVOS NORMATIVOS

Decreto

O decreto é ato administrativo normativo, segundo Hely Lopes Meirelles, que contém um comando geral do Executivo visando à correta aplicação da Lei. O objetivo imediato de tais atos é explicitar a norma legal e ser ob-servada pela administração e pelos administrados. Ato privativo do Chefe do Poder Executivo, é inferior a lei, não podendo contrariá-la, sob forma de ferir o princípio da legalidade.

Regulamento

Segundo Hely Lopes Meirelles, “Os regulamentos são atos administrati-vos, postos em vigência por decreto, para especificar os mandamentos da lei ou prover situações ainda não disciplinadas por lei. Desta conceituação ressaltam os caracteres marcantes do regulamento: ato administrativo (e não legislativo); ato explicativo ou supletivo da lei; ato hierarquicamente inferior a lei; ato de eficácia externa”O regulamento tem a missão de explicar a lei e de lhe prover detalhes não alcançados pela norma geral editada pelo legislativo. É ato administrativo normativo.

Instruções

“Instruções normativas são atos administrativos expedidos pelos Minis-tros de para a execução das leis, decretos e regulamentos (CF, art. 8º, parágrafo único, II), mas também são também utilizadas por outros ór-gãos superiores para o mesmo fim”, segundo a definição de Hely Lopes Meirelles.No âmbito da Previdência Social, a instrução normativa é emitida exclusi-vamente pela diretoria colegiada para normatizar e disciplinar a aplicação de leis, decretos, regulamentos e pareceres normativos de autoridade do Poder executivo.

Resoluções

Segundo Hely Lopes Meirelles, “Resoluções são atos administrativos nor-mativos expedidos pelas altas autoridades do Executivo (mas não pelo Chefe do Executivo, que só deve expedir decretos) ou pelos presidentes de tribunais, órgãos legislativos e colegiados administrativos, para disci-plinar matéria de sua competência específica.No âmbito da Previdência Social, tal instrumento normativo é utilizado para fixar diretrizes gerais de orientação da ação dos órgãos do INSS, com o intuito de dar fiel aplicação à política e à programação do órgão e dispor de matéria de sua competência exclusiva.

ATOS ADMINISTRATIVOS ORDINÁRIOS

Segundo Hely Lopes Meirelles, “Atos administrativos ordinários são os que visam disciplinar o funcio-namento da Administração e a conduta funcional de seus agentes. São provimentos, determinações ou esclarecimentos que se endereçam aos servidores públicos a fim de orientá-los no desempenho de suas atribuições. Tais atos emanam do poder hierárquico, razão pela qual podem ser expedidos por qualquer chefe de serviço ao subordinado, desde que o faça nos limites de sua competência”.Têm eficácia somente nos limites internos da Administração Pública de determinado setor. Não obri-gam os particulares, nem os funcionários subordinados a outras chefias. São atos inferiores, a lei, ao decreto, ao regulamento e ao regimento.No âmbito da previdência social, no que tange ao direito previdenciário os seguintes instrumentos dessa natureza são comumente encontrados: instruções, circulares e ordens de serviço.

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CFEC

TISDH

LeisMedidasProvisórias

OutrosTratadosInternacionaisDecretosLegislativosResoluçõesdoSenado

DecretosRegulamentos

PortariasOrdensdeServiço

InstruçõesNormativasOrientaçõesNormativas

Circulares;Resoluções,etc.

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Doutrina e Jurisprudência

A jurisprudência e a doutrina não podem ser consideradas como fontes formais do Direito Previdenciário, porém, exercem importante papel ao analisar as disposições da Previdência Social.

A doutrina é a produção de doutores, juristas e estudiosos do direito, constituída pela elaboração de conceitos, explicação de institutos jurídicos, métodos de interpretação, enfim, de sistematização que vamos encontrar na literatura relativa ao direito e que influenciam e fundamentam as decisões judiciais.

A jurisprudência é o conjunto de soluções dadas pelo Poder Judiciário às questões de direito, no mesmo sentido, ou seja, uniforme.

Não pode ser considerada como fonte formal do Direito Previdenciário, pois não se configura como norma obrigatória, mas apenas como caminho predominante em que os tribunais entendem aplicar a lei, suprimindo, inclusive, eventuais lacunas desta última.

Súmula e Súmula Vinculante

Súmula é um verbete que registra a interpretação pacífica ou majoritária adotada por um Tribunal a respeito de um tema específico, a partir do julgamento de diversos casos análogos.

Serve de referência para os magistrados, julgarem futuros casos similares. E não possui teor obrigatório, prevalece a livre convicção do juiz.

Ambas são referências para os juízes de casos análogos. A Súmula não interfere na Livre Convicção do Magistrado e podem ser criadas por diversos Tribunais como síntese da Jurisprudência.

Enquanto a Súmula Vinculante é dotada de teor obrigatório, e diferente da Súmula, ela só pode ser criada pelo STF mediante decisão de dois terços de seus membros.

A súmula simples, por si só, serve como parâmetro para decisões posteriores, não constituindo obrigatoriedade em ser seguida, uma vez que não possui força de lei, mas apenas qualidade legal.

Quanto à súmula vinculante, podemos dizer que é quase um tipo especial daquela, haja vista suas características peculiares, qual seja, a força de vincular as decisões. O que significa isto?

Significa dizer que tanto o Judiciário quanto os órgãos da Administração Pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, ao se depararem com questões sobre as quais haja súmula vinculante, não poderão decidir de modo diverso, devendo seguir o enunciado sumulado. Isto ocorre porque há, no bojo da vinculação da súmula, as características imperatividade e coercibilidade.

Contudo, neste ponto é necessário um cuidado todo especial: apesar de a súmula vinculante ter as características supramencionadas, vinculando o Poder Judiciário e a Administração Pública em todas suas esferas, o mesmo não ocorrerá com o Poder Legislativo na sua atividade legiferante.

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Significa dizer, pois, que há possibilidade de haver a edição de lei com conteúdo diverso do qual dispõe a Súmula vinculante, tendo em vista o exercício da atividade legislativa.

Todavia, de acordo com a Emenda Constitucional nº45 de 08/12/2004, o Supremo Tribunal Federal poderá editar enunciado de súmula com efeito vinculante.

Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.

Lei nº 8.213/91

Art. 131.O Ministro da Previdência e Assistência Social poderá autorizar o INSS a formalizar a desistência ou abster-se de propor ações e recursos em processos judiciais sempre que a ação versar matéria sobre a qual haja declaração de inconstitucionalidade proferida pelo Supremo Tribunal Federal – STF, súmula ou jurisprudência consolidada do STF ou dos tribunais superiores.

Esse artigo (Art. 103-A, da CF) foi regulamentado pela Lei nº11.417/2006.

Assim as súmulas vinculantes do STF também passam a integrar o rol das fontes principais do Direito, já que o poder judiciário, quando do julgamento das lides, está obrigado a aplicá-las.

Há, porém, diferença entre a “Súmula Comum”, que o STF edita comumente, e as “Súmulas Vinculantes”. A primeira é uma mera síntese de decisões da Corte sobre normas. Já a segunda é uma norma de decisão, ou seja, elas têm poder normativo.

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Questões

1. (SENADO FEDERAL – Consultor Legislativo – DT e DP – 2002 – CESPE)

Julgue o item seguinte, relativos à legislação previdenciária.

Qualificam-se como fontes materiais do di-reito previdenciário, além da Constituição, os fatores econômicos e históricos que justi-ficam e condicionam o processo legislativo.

( ) Certo   ( ) Errado

2. (TRF 5 – Juiz Federal Substituto – CESPE – 2004)

A respeito das regras de interpretação e de eficácia das normas previdenciárias, julgue o item a seguir.

Embora incorporados à ordem jurídica in-terna com status de leis ordinárias, os tra-tados, as convenções e outros acordos in-ternacionais de que sejam partes Estado estrangeiro ou organismo internacional e o Brasil, e que versem acerca de matéria pre-videnciária, serão considerados, para fins de interpretação, como leis especiais.

( ) Certo   ( ) Errado

3. (Câmara dos Deputados – Consultor Legis-lativo – Área XXI – CESPE – 2014)

Acerca da legislação previdenciária, espe-cialmente no que se refere às suas fontes, autonomia, vigência e interpretação, julgue o item que se segue.

As fontes formais do direito previdenciário incluem a CF e as Leis nº 8.212/1991 e nº 8.213/1991.

( ) Certo   ( ) Errado

Gabarito: 1. E 2. C 3. C

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Aplicação – Antinomia das Normas

Os conflitos de normas ocorridos durante o processo de interpretação denominam-se Antinomias.

Pode ocorrer de existir, num mesmo ordenamento jurídico e momento histórico, mais de uma norma vigente e eficaz, todas supostamente disciplinadoras do mesmo caso concreto.

Havendo duas ou mais normas válidas sobre a mesma matéria, começa a surgir o problema de qual deve ser aplicada.

Por isso, ante a antinomia jurídica o sujeito, ou seja, o aplicador do direito, ficará num dilema, pois terá que escolher, e sua opção por uma das normas conflitantes implicaria a violação da outra. A ciência jurídica, por essa razão e ante o postulado da coerência do sistema, aponta critérios a que o aplicador deverá recorrer para sair dessa situação anormal.

Esses conflitos podem ocorrer entre normas de mesma espécie (por exemplo: conflito entre duas leis ordinárias) ou de espécies distintas (por exemplo: conflito entre lei ordinária e lei complementar) são resolvidos através dos critérios da: hierarquia, da especialidade e da cronologia (H,E,C).

A resolução do conflito segue a ordem citada: primeiro aplica-se o critério da hierarquia; não sendo possível a resolução do conflito através deste critério, utiliza-se o critério da especialidade; ainda não sendo possível a resolução do conflito, utiliza-se então, o critério da cronologia.

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Questões

1. (SENADO FEDERAL – Consultor Legislativo – DT e DP – 2002 – CESPE)

Julgue o item seguinte, relativos à legislação previdenciária.

Como regra geral, no âmbito do direito pre-videnciário, o conflito de normas jurídicas é resolvido pela aplicação da regra que me-nos custos acarrete ao INSS.

( ) Certo   ( ) Errado

Gabarito: 1. E