inquérito 2474 parte 6

40
) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) J ,. - ,,', ' '-, "-'>~'iI:l;ifi!t ?if' 4foi'i:!!tt I~~ I ):'~Vi'i~;~~-,~.~,<,,"'·':>f!f0'_~~t'i:' '-,"-,.', 1?:o571' L a MJ - DEPARTAMENTO tiE POLtCIA FEDERAL DIRETORlA DE COMBAlE AO CRIME ORGANIZADO DlVlSAo DE REPREssAo A CRIMES FINANCEIRO$ LTDA e MULTI-ACTION ENTRETERIMENTOS LTDA, realizados pelas empresas TELEMI' CELUlAR S.A, AMAZ6NIA CELULAR SIA e oulras empresas as~ociados as lelef6nicos enlao '---" oontroladas pelo GRUPO OPPORTUNITY, apr€sentam carac!eristicas de operaifi.ies CQrrt€rciais normais, vinculadas a servicos de publicidade com apa~ncla de legalidade. Contudo, conlorme sera abordado no pr6~imo ponto deste r€iaIOrio,foram identificados diversos elementos de prova que indicamque S<3TVi<fOs contratos pela empresa BAASIL TELECOM SA junto as ag~ncias de publicidade DNA PROPAGANDA LTDA e SMP&B COMUNICAyAO LTDA forum simulados com 0 ohjetivo de promover a capta9iio de recursos de empresa e suadislribui'fao para !erceiros. Assim, cahe ao Ministerio Publico Federal a declda quanta a necessidade de verlfica9iio da efetiva prestayao dos servl~os mencionados n03 doeurri&ntas envladas pelas empresas TElEMIG CElULAR S.Ae AMAZONIA CELULAR SA 3.3.2.1- DO CASO BRASil TELECOM I A empresa BRASIL TELECOM SA (BT) encaminhau informayao relacionada a lodos os o:mtralos de presla'fao de smir;os firmados com as empresas ~inCtlladas aos invesiigados, tendo side formalizado 0 Apenso 35 do Inqueri!o 2474-1/140 (apensa V do Inquerilo 00212007 ·DFIN/DCQR/DPF) oom 0 rela\6rio descritilji) do caso em questao, elaborado pela empresa de telecomunicacoes, accmpanhada de looa do~umenta'faa comprobat6ria pertinente. Foi vertficado peta BRASILTELECOM, em auditoria intema realizada, que as vesperas de cclodir 0 cscandalo polilico que culminou na instalal(iio da CPMI "DOS CORREIOS', momento em que a disputa sccieta~a envolvendo a Companhia eletivamente ameaQava a permanencia do GRUPO OPPORTUNITY no comando de suagestao, as 8!]encias DNA PROPAGANDA LTOA e SMP&B COMUNICAQAO lTOA Imam agraciadas com contralos '"

Upload: xeque-mate-noticias

Post on 25-Jul-2015

713 views

Category:

News & Politics


5 download

TRANSCRIPT

Page 1: Inquérito 2474   parte 6

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

))

)

)

)

)

)

)

)

)

J

,. - ,,',''-,"-'>~'iI:l;ifi!t ?if' 4foi'i:!!ttI~~ I):'~Vi'i~;~~-,~.~,<,,"'·':>f!f0'_~~t'i:' '-,"-,.', 1?:o571'

LaMJ - DEPARTAMENTO tiE POLtCIA FEDERAL

DIRETORlA DE COMBAlE AO CRIME ORGANIZADODlVlSAo DE REPREssAo A CRIMES FINANCEIRO$

LTDA e MULTI-ACTION ENTRETERIMENTOS LTDA, realizados pelas empresas TELEMI'

CELUlAR S.A, AMAZ6NIA CELULAR SIA e oulras empresas as~ociados as lelef6nicos enlao '---"

oontroladas pelo GRUPO OPPORTUNITY, apr€sentam carac!eristicas de operaifi.ies CQrrt€rciais

normais, vinculadas a servicos de publicidade com apa~ncla de legalidade.

Contudo, conlorme sera abordado no pr6~imo ponto deste r€iaIOrio,foram

identificados diversos elementos de prova que indicam que S<3TVi<fOscontratos pela empresa

BAASIL TELECOM SA junto as ag~ncias de publicidade DNA PROPAGANDA LTDA e SMP&B

COMUNICAyAO LTDA forum simulados com 0 ohjetivo de promover a capta9iio de recursos de

empresa e sua dislribui'fao para !erceiros.

Assim, cahe ao Ministerio Publico Federal a declda quanta a necessidade

de verlfica9iio da efetiva prestayao dos servl~os mencionados n03 doeurri&ntas envladas

pelas empresas TElEMIG CElULAR S.A e AMAZONIA CELULAR SA

3.3.2.1- DOCASO BRASil TELECOM

I

A empresa BRASIL TELECOM SA (BT) encaminhau informayao relacionada a

lodos os o:mtralos de presla'fao de smir;os firmados com as empresas ~inCtlladas aos

invesiigados, tendo side formalizado 0 Apenso 35 do Inqueri!o 2474-1/140 (apensa V doInquerilo 00212007·DFIN/DCQR/DPF) oom 0 rela\6rio descritilji) do caso em questao, elaborado

pela empresa de telecomunicacoes, accmpanhada de looa do~umenta'faa comprobat6ria

pertinente.

Foi vertficado peta BRASIL TELECOM, em auditoria intema realizada, que asvesperas de cclodir 0 cscandalo polilico que culminou na instalal(iio da CPMI "DOS

CORREIOS', momento em que a disputa sccieta~a envolvendo a Companhia eletivamente

ameaQava a permanencia do GRUPO OPPORTUNITY no comando de sua gestao, as 8!]encias

DNA PROPAGANDA LTOA e SMP&B COMUNICAQAO lTOA Imam agraciadas com contralos

'"

Page 2: Inquérito 2474   parte 6

..- ....,-'.'-''....-'--_!:1lm~... .' _"<' ,0' ',.,-," ""'~~. -', ''r'F,rg*itff}~~-~~'~t~jgg?9!h;2:-'"_':;-',-'.,',..,.'~ ~~ ~ ~', ~~ ~~ ~~~~~~~ j3578I ,~ ,

: a') MJ - DEPARTAMENTO DE POLiClA FEDERAL) DIRETORIA DE COMBATE AD CRIME ORGANlZADO) DlVISA,O DE REPRESSAO A CRIMES FiNANCEIROS

))

)

)

)

)

)

)

)

)

))

)

)

))

)

)

)

))

)b)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

))

da ordem de R$ 50.000,000,00, garanfinoo, assim, 0 status de principais

publicidade da BT. responsiweis sozinhas por cerca de 40% do o~amBntoda lirea.

agl'mcias de

Os referidos conlratos (Contralo nO DMS-M 330D010273 e Contra\o nO DMS-M

33000104.1.4), alem das comissll€s usuais por conta da veicula<;ao de mldia, conlemplam ainda,

Gada urn deles, uma remunera~o mensal e fixa no ~alor de R$ 187,500,00. Tamtlem foi

infonnado pela BRASIL TELECOM que ap6s inctagarem a respeito das referldas conlrata,iies, a

area de marketing da Companhia simplesmen!e inlormou q~e os oon!ratos em queslao faram

encaminhados pela enta~ presidente CARLA CICO, prontos e assinooos, com a ordem para a

sua eXECll93.o.

Reilerou-se, ainda, que a area de marireting da BRASIL TELECOM sequer foi

ouvida na ccntratayao das empresas, que passaram a ser as principais agencias de publiddade

que preslariam'esses serviyos, sendo que, em razao do or9amenlo da cornpanhia nao oomportaras montantes estimados nos contratos firmados ccm a DNA PROPAGANDA LTDA e SMP&'S

COMUNICACAO LTDA, fai rescindido, por conta e ordern de CARLA CICO, urn contrato que

hal'ia side celebrado com outra agencia de publicidade, que jil vinha alendendo a empresa de

lelalonia de forma salislat6ria.

Pelos elementos de prova reunidos no presente InqueritoHi, constata-se que

MARCOS VALERIO atuava como interlocutor do GRUPO OPPORTUNITY junto arepresentantes do PARTIDO DOS TRABALHADORES, sendo possivel conciuTr que os Contralos

n' DMS-M 3300010273 e n' DMS-M 3300010414 realmente Ioram firmados a titulo deremuiierayao pela intermediat;ao de interesses junto a inst~ncias govemamentais. Segue 0

resultado de tais apurar;oes:

". NDinkio da< inv<slie'~o" u::,"amidas ""ves do Inq"o,ilo n° 2245A/14Q·STF, foram vcri/ic,do, naa~e"da apte,,"o'aa. por FERNANDA KARINA RAMOS SOMAGGlO, ex-sec,diria do MARCOSVA.LER10, tre, !egislros de ""oo"lro, enlle 0 empresar;o 0 CARWS BERNADO TORRESRODEMIlURG, «icio do BANCO QPFQRT1JNITY, dont,. eJ"" , reunffioocorrid. no <Ii. 22/07n(Hl3 noHolel 81"" Throe em D,.,ilia/DF, d. qu.! lamh.", p.rticipllru. DELUmO SOARES, le,ou,eiro dDPARTIDO DOS TIl.ABALHADORES,

222

Page 3: Inquérito 2474   parte 6

I)

)

)

JIJ)

)

J)

)

J)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

),

faMJ -DEPARTAMENTO DE POLICIA FEDERAL

DIRETORlA DE GOMBATE AO CRIME ORGANIZAOODIVISAO DE REPRESslo A CRIMES FINANCEIROS

DANIEL VALENTE DANTAS, sGcio conlrolador do GRUPO OPPORTUNITY,

que detinha 0 controle acionano da empresa BRASIL TELECOM desde 0 ano de 1998, afirmou

em sua, declara¢es oonstanles as fls. 8628/81332do volume 40 do presente inqueri10, que a

partir do ano- 2000, com a absol'9ao da TELECOM IlALIA pela empresa OLIVETTI, a BRASIL

TELECOM passou a solrnr pressil€s da empresa ilaliana TELECOM IlALlA, que huscava 0

objetivo de controlar aquela empresa de lelecomunica98o (Bn. Ap6s relatar alguns falesrelacionados as pressoes que lena sofrido ainda durante 0 Govemo do Presidente FERNANDO

HENRIQUE CARDOSO, di5se 0 declarante que no inicio dO Govemo do PARTIDO DOS

TRA8ALHADORES, no ana de 2003, !oi acionado pelo CITIGROUP de Nova lorquelEUA, um

dos investidores do GRUPO OPPORTUNITY, para que esclarecesse as raz6es de alguns

ataques empresariais sofridos pelo CITIGROUP no Brasil. Affrmou que, dianle dessa solicita~aoprovenienle de Nova ]orquelEUA, agendou uma reuniao com 0 president!! do CITYBANK do

Brasil, ocorrida na sede da empresa no dis 03105/2003, oportunidade na qual teria esclarecido as

atitudes tomadas pela BRASIL TELECOM e pelo OPPORTUNrr( em defesa dos GOntralos ja

estabelecidos.

1

Afirmou DANIEL DANTAS que, ao sair do predio do CITYBANK em Sao

Paulo!S?, recebeu um telefooema de sua secretaria informando que havia sido agendada ums

reuniao com 0 enliio Ministro da Casa Civil, JOSE DIRCEU, tendo ficado surpreso com tal

informa~Q, ja que nao tinha solicitado qualquer encontro cem aquela autoridade. Assim, no dia

0410512003 reuniu-se em BrasiliaIDF com JOSE DIRCEU, oporlunidade em que 0 Ministroinformou ao declarante que 0 Governo considerava impmtoote que fossem resolvidos os

problemas sc-cietMos da BRASil TELECOM, problemas estes relacionados aos furldos depensM que se queixavam de que ~ao mandavam na companhia, e que CASSIO CASSEB, na

epoca prcsidenle do BANCO DO BRASil, teria sida designado pekJ Govemo para resolver esle

assunto.

Oeste modo, DANIEL DANTAS marcou um enconlro cem CASSIO CASSEB nasede do BANCO DO BRASIL em Brasilia, quando 0 presidente da instifuir;2o flnanceira eslatel

·leria solicitado que abrisse mao de todos os conlralos que co~leriam controle do gr1.JpOde

7n

Page 4: Inquérito 2474   parte 6

l. .,.-'-"":1/£¥i!l!.' ->"- ,-,-.l"""-""" .'-"--""~-' .' .. .')1_fr;~ _.' ",' ,.,c'," :_,;'--_.-: .' ,.",' -~- ." -) ~~~"",,#!"i~<~~~f_T_J ~ ~~ ~~ ~~~ ~) a i35:ik>) L

)

)

)

)

I)

)

J)

JI)

)

)

))

)

)

)

)

)

)

)) ~) )

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

J)

MJ - DEPARTAMENTO DE POLicL\ FEDERALOIRETORIA DE COMBATE AO CRIME ORGAN[ZADODIVtSAO DE REPRESS'&'O A CRIMES FINANCEIROS

investldoras que representa!/3. Ao explicar que nao te~a poder€s para tomar tal decisao antes de

consullar $eus investidores, CASSia CASSES the deu urn pram ds Ires dias, sendo que ap6s

oonversar com 0 CITY BANK em Nova lorquelEUA, retomou 30 Br8sil determinado a oao ceder

as pressOes. Oisse que, posleriormenie, CASSIO GASSES enoonlrou-se com seu socia

ARTHUR CARVALHO, quando 0 enffio presidente do BANCO DO BRASIL lena falado em 10m

ame8lfador 'voces viio ver", AfiITllou 0 declaranle que, a partir de entilo, as empresas do

OPPORTUNITY e a BRASIL TELECOM, bem como 0 proprio CIll'BANK, pessaram a wIrerdiversas formas de press~o e hostilidade por parte do Govemo, tais como a nilo liberagao de

financiamento junto ao aNDES e investigayiies instauradas pele CVM e ANATEL, 6rgaos

publicos de controle e fiscaliza~ao. Ao ser ques~onado se lena documen!cs oomproba!6riosacerca das press{)es sofrldas pela BRASIL TELECOM, se CIlmprometeu a apresenta·los apos a

oblem;;iia de aulorizar;aoexpressa da Justivo Americana.

DANIEL DANTAS afirmou que no ano de 2003 seu Meia, CARLOS

RODEMBURG, loi procurado por DELUBIO SOARES, que Bstav3 acompanhado de MARCOS

VALERIO, quando 0 enl1io tesoureiro do PT mencionou que 0 partido possula urn deficit de US$

50.000.000,00 (cinquenta milh6es de d6Iares), tendo perguntado em seguida se 0 partido

poderia ser ajudado de alguma maneira. Par eslar preocupado com as passivei, retalialfOes quepoderiam advir em razao da frustra,<lo da uma expec1a~va, 0 declarante deddiu, da mesma

forma, ir ale a sede do CITYBANK em Nova torque visaodo dividir a responsabilidade pela

negavao dQ pedido que the fora feilo. Disse que tanto 0 OPPORTUNITY quanta a BRASILTELECOM nunca contribuiram com 0 PT. AlimlOu, pOI fim, que MARCOS VAL~RIO tambem

nunca the solicitou qualquer lipo de vanlagem au recursos financeiros, com excer;8o do pe<:lidoque DELUBIO SOARES fizera a CARLOS RODEMBURG, ressaitando, ponlm, que 0 lesoureiro

do PT nao teria promeUdo nada em troca da eventual contribuivao solicitada.

DANIEL VALENTE DANTAS, ao fmal de suss declarai(Oes, apresentou para ser

juotooa aos autos a copia da carta encaminhada peto CITIGROUP a CASSIO CASSEB emrela9i\o 11proposta de r.egocia~M, em nome dos fundos de pensac, dos contratos de adonistasqua organizam 0 contrale des empresas nas quais estes fundos investem, junto como 0 CVe.

224

Page 5: Inquérito 2474   parte 6

I

)

)

)

))

)

J)

)

)

>))

)

)

)

)

)

>)

)

J)

)

)

)

)

)

)

)

)

JJ)

)

>

)

)

J)

)

aMJ- DEPARTA,lI-fENTO DE POLioA FEDERAL

OIRETORIA DE COMBATE AO CRIME ORGANIZADOD)VJSAO DE REPRESSAO A CRIMES FINANCEIROS

OPPORTUNITY, bern como c6pia da mensagem elelronicas €rlCaminhada em 1410512003 a

MARY LYNN PUTNEY, do CITIGROUP em Nova larque/EUA, alrav~s da qual 0 conlrolador do

GRUPO OPPORTUNITY leria relatado a reuniiio oconida com CASSIQ CASSAB em maio

1410512003.

Posleriormenle, a!raves da pe~giio cuja originalenconlra-se as fig. 868518687

dos aulos (volume 40 do Inquenla 247~1/140), DANIEL VALENTE DANTAS tambem

apresentou documentos para suporte probal6rio de SUBSdedar~i5es, denim 03 quais se

destacam copias de mensagens elelr6nicss, ~ncaminhadas a direiores do CITIGROUP,

re1atando que fundos de pensM estariam prepaiados para iniciar ao;;iles agresswas contra a

atua~ao do OPPORTUNITY como geren!e de seus investimentos.

Em outro depoimento constanta as fis. 3751377 do apenso 32 (volume II do

InquerttoPolicial n" 002l2007-DFINIDCOR), DANIEL VALENTE DANTAS Ioi fIOvamente inquirido

a respeito das trata!ivas envolvendo MARCOS VAL~RtO na busca da solu~ao dos problemas

corporalivos que alegava estar solrendo em ratiio da pressao exercida por membra, do

Govemo Federal,

)Devem ser r€ssaltadas, nes!e ponto, as contradi¢es vermcadas qu,mto II

iniGiativa da se acionar MARCOS VAL~RIO como intermedii\rlo dO$ intarosses do GRUPO

OPPORTUNITY junto a.rede de influencia politica que 0 empresario mantJnha. Segundo DANIEL

DANTAS (~s. 3751377), MARCOS VALtRIO lena se oferecido a CARLOS BERNADO TORRES

RODEMBURG, s6cio do BANCO OPPORTUNITY, para marcar uma reuniil.o com DELUBIO

SOARES visando esdarecer que nilo Maveria nenhuma anTmosidade enlre 0 grupo e 0PARTIDO DOS TRABALHADORES. Por sua vel, conforme depoTme~toque se encontra as ns.

378/3Sj do apenso 32 (volume II do Inquerito Policial n' 002J2007-DFINIDCOR), CARLOS

225

Page 6: Inquérito 2474   parte 6

,- - '--, -- "_,~_,'C_,_ .. ' .. ,-, "-~'- ,,~-, "- - dl@wUS :;WW%i TUff'#",t, .':iiB,[1i*'~~J.$%'~.t*rtQ\til~h'!'~J;;,","(:.::,;..",-,:.:-'1"~':5~~i-'I} -, '''<;''::-:'''';'.:.',':,'''' -:,::-···,t.:·:-: ... -:,.~:,;:-",-,-", ·"f;;-,,"_T\i.·~~'·'..,_"-,, ~ .. '

I •)

)

IJ)

)

)

)

)

JI)

)

)

))

I)

J)

))

J)

I)

I)

I))

))

)

)

I)

J)

)

MJ - DEPARTAMENTO DE POLicIA FEDERAL (1DIRETORIA DE COMBATE AO CRIME ORGANIZADODlVISAO DE REPRESSAO A CRIMES FINANCEIROS

RODEMBURG afirmou ter ligado para MARCOS VALERIO dizendo que estava com problemas

com 0 PT, uma vez que sabia queo empresano era proximo aQ partido'"",

De urn mOOo geral. verifica·:re que 0 depoimento de DANIEL DANTAS esta

repleto de respostas e~asivas e esquecimenlos de dalas e detalhes dos fatos, irl(!icando todoesu inc5modo em relalar toda a verdade dos acontecimentos, 0 banqueiro nao soube

esclarecel, por exemplo, quando,. como e onde CARLOS RODEMBURG !eria conhecidoMARCOS VALt.R!O, 6e limilando a afirmar que teri~ sido em um 'neg6cfo de cavalos'. Por sua

Vel, CARLOS RODEMBURG alegou tersido apresentado a MARCOS VALt:RIO por alguem que

nao se rocordava, enconlrando-.se com 0 empresario de forma lolalmen!e casual em um eventode hipismo. Da mesma forma, CARLOS RODEMBURG afirmou nao se lembraroomo teria ficado

sabelldoque MARCOS VAU~RIO eslaria proximo do PARTIDO DOS TRABAlHADORES - PT.

)

DANIEL DANTAS reafirmou que na reuniao da qual participara CARLOS

RODEMBURG, juntamente com MARCOS VALERIO, foi dito por DELUBIO SOARES que aPARTIDO DOS TRA8ALHAoORES possuia um deflCn de US$ 50.000.000,00, tendo sido

sugelido ao s6cio do BANCO OPPORTUNITY que fosse resolvida esta dlvida. CARLOSRODEMBURG lambern lelia relalado a DANIEL DANTAS que, nesse encontro, DELUBIO

SOARES sugeriu que tal ajuda poderia cessar as hostilidades de fac9Des do governo"l. AfirmouDANIEL DANTAS que ponderou com CARLOS RODEMBUG que a reuniao e 0 pedido feilo pOI

DELUBIO SOARES nao lelia sido conveniente, pais poderia ter g€rado uma expectativa ao PT,Guja fruslraQ.3(} e:mcerbaria as hostindades, moli\'<) pero qual resolveu procurar a diretoria do

CITIGROUP em Nova lorqueJEUA, visando compartilhar cern os donoo dos ~cursos do lund(}

adminislrado pelo OPPORTUNll'f a decisilo negando a solici!a900 de recursos. Disse que emNova lorquelEUA se reuniu com MARY LYNN PUTNEY, direlora d(} banG(} respons<'we] pela

"" Foi ,nm,d, n, agenda de FERNANDA KARINA RAMOS SOMAGGIO uma ,eunlOO entreMARCOS YALtlRIO • CARLOS RODENBURG que lerh owrrido na sed. do OPPORTUNITY 1sII,OOhdo di. 1510512003.L>l Re"alle-SO a conlradi",o entre e,to .fi",,,,,,n e as decl,,,,,,« conslanl.. no p,i",eiro dcpo;rnenlopresl>do a Polfc.i. Federal por DANl(lL VALF..NTEDANJ"AS, no qual e,le afi'nmu que 0 looo""iro doPT ".0 promeleu na~a em lroo, de oventual ""nlribui.,ao ,olicitad, • CARLOS RODEMBURG.

Page 7: Inquérito 2474   parte 6

)

)

)

)

)

)

)

)

J)

)

)

)

)

)

))

)

))

)))

)

)

)

))

)

))

)

)

)

)

•)

)

)

)

)

I

aMJ-DEPARTAMENTODEPOLiClAFEDERAL (~

DIRETORIA DE COMBATEAO CRIME ORGANIZADODIVlSAO DE REPRESSAO A CRIMES FINANCEIROS

area de mveslimenios mjemaclonslS, que aulo~zou 0 depoente a Informal a DELOBIO SOARE~

que nao poderTa ajuda-Io a cohrir 0 deficit do PT sem conlra~3r a legislac;ao americana, tendo a

direto.'a do CITIGROUP ficada espan!ada com 0 valor infmmado. DANIEL DANTAS tambem

relaloo que, ~o relomar ao Brasil, solicilou a CARLOS RODEMBURG que informasse DELUSiO

SOARES de que nao havia condii{Oasde atend~·lo, nilo sabendo dim sa MARCOS VALERIOleria participado desla segunda reunHio.

CARLOS BERNARDO TORRES RODEMBURG afirmou em seu depoimenlo (fis,

3781381 do IPL 002l2Q07·DFINIDCOR) que ligou para MARCOS VALERIO haja vista sua

percepyao de que 0 PT leria problemas poli~cos e ideol6gfoos com 0 GRUPO OPPORTUNITY,que eSlava enlrenlando dificuldades em sua mla~ao com os lundos de pensao e empresas

estalais. Assim, solicitou a MARCOS VALERIO que proporcionasse um encon!ro com DELOSIO

SOARES; vez que asdivergcocias com 0 PT seriam proveniemes de um mal entendido causadopela devoluyoo do kit de contribui~a{) de campanha do partido. Relatou ter de lata S(l ena.mlrado

GO!ll DELOBIO SOARES e MARCOS VALt:RIO na suite ocupada pBio pomeiro no Holel BlueThree em Brasilia/OF, em data que nilo soube precisar. Disse que nessa reuniao DElUBID

SOARES relalou eo depoente que 0 PT esta~a com um detil.;it em caixa que aICa/19ava 0 valorde US$ 50.000.000,00, lendo solicilada ao depoente que rornecesse !al quan!ia para 0 ajuste de

caixa do partido, sem mencionar, entretanto, se refelida doalf<l.oseria realizada oficialmenle ou

m'io. CARLOS RODEMBURG afirmou leT reportado tal propas!a a DANIEL DANTAS, controlador

do GRUPO OPPORTUNITY, que ap6s consultaro CITIGROUP de Nova larque/EUA, oomunicou

ao depoente que a proposta de DELUSIO SOARES havia sido considerada ilegal. Assim,CARLOS RODENBURG telelonou novamente para MARCOS VALERIO solicitando que

marcasse uma nova reuniao com DELUSIO SOARES, ocorrida em urn Hal nos JardinslSP, tendonesse encon!ro inlarmado ao leS\lureiro do PT que sua solicila~ao nao poderia ser atendida. POI

fim, ralatau que DELUBIO SOARES e MARCOS VALERIO ficaram visivelmenle chateados Gam

a res posta dada, mas, entretanla, oM fizeram nenhuma contraproposta ao depoenle.

Oullido pela pollcr'l Federal nQ ambito do Inquerilo 224541140-STF, MARCOSVALERIO FERNANDES DE SOUZA canftrmou ter sido procurado por CARLOS ROD EMBURG,

221

Page 8: Inquérito 2474   parte 6

,IIJ)

I)

)

)

)

JJ)

II))

)

I)))

J)

)

),)

)

)

))

)

)

))

)

IIJ))

aMJ - DEPARTAMENTO DE POLicIA FEDERAL

DIRETOR!ADE COMBAIE AO CRIME ORGANIZADODWiSAO DE REPRESSAO A CRIMES FlNANCEIROS

\.que alegava BSlar enfrentando problemas de relacionamenlo no Govemo Fe\leral, tendo Bsle'

solicjtado seu 8'Jxllio para inlermediar urn enconlro C<JmDELUBIO SOARES. Afirmou MARCOS

VALERIOque em tal reuniao, oconida na cidade de Sao PaulolSP"2, CARLOS RODENBURG

pediu a DELUSID SOARES que tentasse "aparar as arestas" que 0 GRUPQ OPPORTUNITY

mantinha com 0 Govemo do PT, mas, en\retanio, niio loi leila qualquer proposta entre os dois

inte~oculores, As declara9iJes de MARCOS VALt:RIO loram, tambilm, confirmadas pelo pr6pJioDELUBIO SOARES.

\

-,.-

Pelo reSUffiO dog depoimentos presiados por DANIEL VALENTE DANTAS e

CARLOS BERNARDO TORRES RODEMBURG, veriHca-se que ambos negaram terem aceilado

a proposta de financiamento polltiC\l no valor de US$ 50.000.000,00 (cinquenta milh5es de

d6lares americanos) feita par MARCOS VALERIO e DElUSIO SOARES no ana de 2.003.

Entretanlo, 0 m:ame das caracteristicas dos contratos n' DMS"M 3300010273 e nO DMS-M3300010414, flrmados no ano de 2005 entre a BRASIL TElECOM e as empresas SMP~B

COMUNICACAO LTDA e DNA PROPAGANDA LTDA, respeciivamente, que alcancaram 0montanle de R$ 50.000.000,00 (cinqilenla milhoes de reaisj, bern como as dilig<'mcias realizadas

no presente Inquerilo voltadas as circunst~ncias que envolvemm a negociayao e elaborayao delais avenl,as, indicam claramenle que, por algum motivo, 0 GRUPO OPPORTUNITY alterou seu

posiGionamenlO inicial e decidiu efetuar os repasses solicitados por DEU)810 SOARES,utilizando-se, para lanto, as empresas vinculadas ao ESQUEMA MONTADO POR MARCOSVALERIO como mecanismo de dissimula~oo dos pagamentos.

~)

Como ja mencionado no presente relat6rio, MARCOS VALERIO utilizaVll suas

empresas como velculo de c~pta9ao de recursos, doa(Xles ilegais au suborn os, e distJibuic;ao apartidos politicos a~ agentes pliblicos. Por sua vel, a utiliza~ao pelo esquema da sofislicada

tecnica de lavagem de dinheiro conhecida como commingling (mescla), com a realiza9ao de

opera(Xles i!icitas no ambito das atividades normais de empresas que desempenhavamtransa90es comerciais legais, tamb6m permitia que oulms cmpresas privadas pudessem valer·0<> •

l'CSUl, aOClO!'~6es,colhid, no dj. 29/06/2005, MARCOS VALERIO naG fa. goalgu.r men,ao a,"un;;;o oconida no hotel B(.UE TIlREE ern B"sfliO/DF, conform. vetificarlo"as .00'"0"~"'gOJld,do FERNANDA KARINA c rclatado pOtCARLOS RODEMBURG.

Page 9: Inquérito 2474   parte 6

))

J))

)

)

)

J)

)

))

)

J)

)

)

J)

)))

))

)

)

) ") j

)

))

)

)

)

))

)

)

•I

aMJ -DEPARTAMENTO DE POLicIA FEDERAL

OIRETORIA DE COMBATEAO CRJME ORGANIZADO \ L,\DIV!sAO DE REPRESSAO A CRIMES FINANCEIROS \ ~

se de igual mecanismo, com a simula9llo au superiaturamento de coniralo$ de publicldade 1Yol~

encoMr repasses au desvios de lecursos em proveilo de lerceiros au dos pr6prios

adminislradores. Tais conlratos serviriam, assim, para juslificar 0 rogistra de debitos em livros

conlab€is e documento$ fiscais, cujos valores posteriormente eram repassados aos veldadeims

dssUnatiirios pelas ag~nclas de propagarlda, sam despertar, assim, maiores queslionamentos

face aos diversos controlas societmios existentes, tais como aqueles a que soo submeUd~s as

companhias de capital aberto.

Esse e, precisamente, 0 caso eovo)vendo 03 c.:mtl1ltos n' DMS·M 3300010273 eConlralo nO DMS·M 3300010414, como sera demonstrndo em delalhes.

Ambos as oontratcs pcssuBm objelo semelhante, relacionados a servil;OS de

coord"ena~ab de terceiros, previa e expressamente indicados pela BRASIL TELECOM,

contralados para·a~6es relacionadas com promG9atl de vendas e eventos, incilISive de servi~osvinculados a midia fjomais, emissores de rMio, carros da som e mala·direta eletmnica atravesde e--mail), acompanhando Q cumprimenlo das ayiies das contratadas e administrando 0

pagamento DOSservil{Os prestados, servil{Os de planejamento 8 d8 cri~o de publicidade, de

material promocional e pegas de comuniCB9~oem geml (cliiusula prlmeira - item 1.1).

Cada oontral(} poS$ula 0 valor tolal es~mad(} de R$ 25.000.000,00 (clausula

segwnda - item 2.2). com os impostos incidentes inclusos, sendo que para os servi~os queexigiam a contratayao de terceiros para a sua execu~ao, as age~cias receooMam, a ti~Jlo de

remunera~~o pelo trabalho de supervls~o, 0 mcntanle de 5% sobre 0 valor contratado"l (item2,5). Alem do montan\e acima meOGionado,havia nos conlratos a prel'isao do pagamento as

agencias do valor fixo mensal de R$ 187.500,00 (item 2,1), referente II prestayiio dos serviyos de

midia e produ~ao.

1>.1 Co(Il() verjfic,do no, con,,,ta. firmad", i"n'a '0 DANCO DO BRASU., contan<locom a coni,'cndadD' ge<tore:; d. BRASIL TELECOM, as "zl!nclas de publicidade podcriam f.dImcnie .im"]ar •suboontra[a<;aode ,ervi,os para viobiliz>T" do"i" de ,"cur,,," <Jaemp"" •

119

Page 10: Inquérito 2474   parte 6

No depoimento oonstante as fis. 375f377 do apenso 32 (volume II do Inquerito

Pclicial n' G02l2007·DFlNIOCOR), DANIEL VALENTE DANTAS alll<Jouque nunca parlicipou da

adminisu-a~ao da BRASIL TELECOM S.A., nao possuindo, assim, condi«oes de preslar qualquer

informaGM a respeito dos contratos filTllados entre a empresa e as agencias de publicidade

vinculadas. a.MARCOS VALERtO FERNANDES DE SOUZA.. Tendo em vista a postura de

sil~ncio adolada pelo con!rolador do GRUPO OPPORTUNITY, realizou·se as oitivas dos

empregados da BRASIL TELECOM que de alguma forma participaram des enigmaticoscontralos relebrados com as agMcias SMP&B COMl!NICAQAo LTDA e DNA PROPAGANDA

LTDA. quando foi possivel oomproV(lf que a indica~o das agendas nM seguiu os par~metros

naturais das oontrala<;:5esrealizadas pela setor de marne/ing da telewnica.

o contrato n' DMS-M 3300010273 fOi frrmado entre a BRASIL TELECOM e a

SMP&BCOMUNICACAo UDA em 2510412005, tendo side lan~adas as assinalura.s oonstant€s

no recol1e abaixo'

I,.

~.@,

''"

Page 11: Inquérito 2474   parte 6

J " ',",".H}"'" ..',.j ,'~"3';W·¥;$i)!

J)

)

JJJJ)

)

)

)

)

)

J)

)

)

)

)

)

)

)

)))

)

))

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

J

faMJ - DEPARTAMENTO DE POLiCIA FEDERAL

DIRETORIA DE COMBATE AO CRIME ORGANIZADOOIVlsAO DE REPRESSAO ACRIMES FINANCEIROS ~/

POI sua vez, 0 conlrato n' DMS·M 3300010414!oi celebrado com a agenda

DNA PROPAGANDA LTDA em 2010512005, constando as seguintes assinaluras dcs

represenlantes das empresas em queslao:

)

,~,,,,,,,,,:;,,,,,,,,,,, ,,,,,"",,

(J

Consla as fis. 852118624 do volume 40 do Inquerito nO 2474-11140 - STF 0

Termo de Decl~ra<iies de CARLA CICO, preSiden!e da BRASIL TELECOM SA no perlotio

compreeroklo entre marva de 2001 a selembro de 2005. Em suas declara<;6es, a presiclente da

BRASIL TELECOM a ep!Jca dos falos negou qualquer participagao ou influencia na contra\a~aodas agencias DNA PROPAGANDA LTDA e SMP&B COMlINICA<;AO LTDA, apesar ds admitir

lerassioado 05 respectivos contratos, Afirmou CARLA CICO, tambem, que esteve em uma unicaoportunidade com MARCOS VALtRIO FERNANDES DE SOUlA, quando lena sido realizada

)~1

Page 12: Inquérito 2474   parte 6

~~;~-~~-",,->t' '''' - ~) ~ ~~!1'~~----

" "-, .., ..<,,,,-,-,' >"~ - ,'0_. _,'"'''' __''_~''-!-';'-''' --'_""H'~'" _'*iit1:'~') ~ ~~~" ~) 13P

)

)

)

J)

)

)

)

)

)

)

)

)

)))

)

)

)

)

)

)

)

)

))--)

)

)

)

))

)

)

))

)

)

)

)

aMJ - DEPARTAMENTO DE POLICIA FEDERAL

D1RETORIA DE COMBATE Ao CRIME ORGANIZADODIVlsAo DE REPREssAo A CRIMES FINANCEIROS

uma reunioo de lrabalho da qual teria partidpado toda a Diretoria da DNA PROPAGANOA LTDA

Alegou a decJarante que nunca foi procurada pDr MARCOS VALtRIO au por quatquer um dos

sodos das agencias invesligadas para Ihe ofer€cer servi,os de publicidade, sendo que, em sua

opiniao, os contratos <:elebrados pela BRASil TELECOM foram negociados pela area demarlieting. eJou comercial da G(lmp~nhja,

Verifica·se, assim, que CARLA CICO negou qualQuer partlcip1lCao na

contrata~ao das empresas DNA PROPAGANDA LTDA e SMP&B COMUNICAQAo LTDA,

a\ribuindo toda a respcnsabilidade pela indica~M das agencias e negociac;6es reatizadas as

areas de publicidade e comercial da campanhia. Errtrelanto, as diOCtaracoes prestadas pelaenHio presidente da BRASIL TELECOM perdem credibilidade aa serem ronlrontadas com os

demais elementos de prove l'I)unidos, como sera demonslrado em detalMes.

As fis. 106511068 dos autos (votume VI do IPL n° 002l2oo7·DFINIDCORJDPF)foram colhid~s as declar~oes de LUCIANO JOSE PORTO FERNANDES, Diretor de Materiais e

Servi«os (DMS) cia BRASil TELECOM no perlodo, tendo ele canfirmado serem suas as

assinaturas tan~adas nos contratos nO DMS·M 3300010273 e nODMS-M 3300010414 ao ladodas assinaturas da entao presidenie CARLA CICO, Afirmou LUCIANO JOSE PORTO

FERNANDES que m'lo p~rticipou das negocia~oes que resultaram na elaboraQso dos referidos

cantralos, quo fmam celebrados µor detenninaqao de CARLA CICO_ Ao ·ser perguntado seconsiderava usual a €Iaooragilo e aS5inatura do canlrato n° DMS·M 3300010414, finnado com a

DNA PROPAGANDA LTDA, ocorrer tres dias arGs ~ elaborayao da Solicital(ao para aCantratayao ssm Conconencia nO1000116218, LUCIANO JOSt: respoMeu que leria havido um

pedido de ufllencia por parte da presidencia da empresa. Relatou 0 Diretor de Mate~ais e

Serviqos da ElRAStL TELECOM que nao era comum a requisj~ao de contrata\'<'ies diretamenfe

pela presid~ncia da empresa 8 que nao sabeIia dizer quem fai 0 re:;ponsavel por lais tratativas,desconhecendo a origem dos delalhes das propostas, Ategou LUCtANO JOSE nM se recordar

de ter ccmver:;ado com CARLA CICO a respeito ,dos contratos e que noa discutiu esse assunlo

com nenhum representante das agencias DNA PROPAGANDA LTDA e SMP&BCOMUNICAQAO LTDA, sendo que acredila que a indica~aD de tai$ ag~nGias partiu de

232

Page 13: Inquérito 2474   parte 6

':o",ttwnwC'rtr '")~',0.. '" "'_,.,"_" ',_ '''''''_;_' ''_'__.'''''_'~_'''',,', __II' ,:--" ,- -'"-,--'-_'H",·~_,)':,:,-,,-,,,,,:,;-,,·,,·,,,,:-,,-:':i;?:1'.':"""~'-<'_":;~",-_ "- 13S9(J'~

i fa ~ ~M.J - DEPARTAMENTO DE POLiclA FEDERAL

) DIRETORIA DE COMBATE AO CRIME ORGAN!ZADO ~) DIVISAQ DE REPRESSAO A CRIMES FINANCEIROS

; HUMBERTO BRAZ 0 declarante ni'lo soube lamoom informar sa houye a participa9ao da area

) de marketing cia empresa nas nll9D<:la;iies e dlscuss6es que resultaram na assinatura dos

) conlratas, fato que nao seria compatiyel com a rotina de gesl50 cia BRASIL TELECOM. Porflm,

) afirmou 0 ex-diretof que 0 pessoal da lirea de marketing da BRASIL TELECOM comentou que os

) servi1;(ls prestados pelas agencias, ref~rente5 a elaborao;:~ode seis trabalhos espedflcos, denlro

) da politica de 'contratay6es paralelas" au "QRlens diretas' por CARLA CICO, teriam fic;ado

~ abaixo do raroavel.

)

)

)

)

)

)

)

)

J)

)

)

)-)J)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

))

Percebe·sa. asslm, que LUCIANO JOSt PORTO FERNADES da mesma fomm

negou seu envolvimento na conlrata~ao cia, ag~ncias, tendo afirmado que lais empresas foramindicadas por HUMBERTO BRAZ, um dos prirn:ipais auxlliares de DANIEL DANTAS no GRUPOOPPORTUNITY,

Realmente interessante a men~ao do nome de HUMBERTO BRAZ leila porLUCIANO JOSE PORTO FERNADES, que inclusive Ihe atribuiu sua contra9ilo para assumir aarea de lidta~1ies e contratos da BRASIL TELECOM, apesar de nunca ter atuado na area de

telefonia, fato a indk;ar a ascer.d~ncia daquele sabre 0 Diretor de Materiais de Servi~os dacompanhia,

Por sua vel, depolmento5 prestados por outros empregados da BRASILTELECOM confirmam 0 enl'Olvimento direto de LUCIANO JOSE PORTO FERNADES nas

contrata,oes am questao, haja vista que 0 sstor de marketing da empresa, que natural mente

deveria ter participado das tratativas, leria fic;ada lotalmente alheio ao processo de escolha da,

agencias de publicidade e propaganda, como sera demonsirado.

As fis, 104ilJ1051 consta dejXlimenlo de PAULO PEDRAo RIO BRANCO,

Diretor Financeiro da BRASIL TELECOM, que apesar de ter reconhecido sua assinatura nos

dCi;umentos, afirmou que nao leu ou analisou 05 co~tratos nO DMS·M 3300010273, ftrmado coma empresa SMP&B COMUNICA~Ao LTOA e nO OMS·M 3300010414, ceJebrado com a ag~ncia

DNA PROPAGANDA LTDA, tendo alegado q'Je, oogundo a r<ltin3 administrat;va da BRASIL

233

Page 14: Inquérito 2474   parte 6

<;;":<""_'5.-S;.~~Sqt10{al'T-Trtni¢Y·Y8nr,,:vr'~"'-S,,= . '/'}"<i._';~;';" ,ci ,-!ZT-fH~';-_'-\'':"'~'_'!';':',:L~'~t,?>;:;,::-":,;)!,:\~y,,,- ':'13590 I

i a ~) MJ -DEPARTAMENTO DE POLiCIA FEDERAL

DlRETORlA DE COMBATE AO CRIME ORGANIZADO) DIVISAO DE REPRESSAO A CRlMES FINANCBROS)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

))

)

)

)

)

)

) ";

)J)

))

)

I)

J)

TELECOM, as contrata0es eram negociados pela Dire!olia de Materiais e Serviyos·DMS, que'

em 2005 Unha como encarregado LUCIANO JOSt PORTO FERNANDES.

As fls, 110511107 consta 0 lermo de depaimer.lo de ROsANGELA SILVA

OUARTE, Coordenadora de Elabor~ao de Contra!os da BRA.Sll TELECOM, que foi

mencionada por LUCIANO JOS~ PORTO FERNANDES como a responsavel pela elabora~ao

das,minutas dos contratos nO DMS"M 3300010273 e n' DMS·M 3300()10414. A empregada daBRIISIL TElECOM responsiival pela elabo~o de contratos afirmou que oonfeccionou os

documentos em quesf,lo u~lizando como modelo umas das (immas contrata¢es de a,genciade

publicidade da BRASIL TELECOM. ROSANGELA DUARTE disse tambt'lm que as minutas dos

contralos Imam elaboradas antes mesmo da solicita~o fO!Tllalda Diretoria de Marketing daempresa, sando esla uma inversfu) incomum da rotina, haja ~islo que 0 normal selia uma pr(wia

requisil{lio de compras pela area solicilanle. Contou a depoente que recebeu de LUCIANO JOSt

PORTO FERNANDES as informa0es sobre os valores e vig~nclas dos contratos, tendoencaminhado para 0 Oiretor de MaleTiais e Serviyos-DMS a versM final dos documentos via e-.mall Aiirmou que LUCIANO JOSt tambem licou encarregado de envlar os documentos para as

empresas contralantes para serem impressos e assinados, nao sendo este urn procedimentolambem comum, pois geralmente a equipe de elabor~il.o de contratos era a em::arregada pelo

envio dos dOGumentos para a coleta e assinatura das contraladas, Disse, par lim, que os

contratos foram submetidos a diretoria da BRASIL TELECOM para assinatura somente ap6s a

regulariza,ao do pmcesso de comprn, ou saja, com a elabora~ao da requisi900 de compra, do

formulario de solicits9il.o sem concorrcncia a a aprova,il.o do processo de compras pela OMS,

De grande rele~~ncia, tambem, 0 depoimenlo prestado par CARLOS SEARA.DACOSTA PINTO, Diretor de Matkenlig da BRASIL TELECOM SA II epoca da celebrayao dos

contralos sob analise. CARLOS SEARA afirmou nas deciara0es de ffs, 1386113B9(apenso VlI

do IPL nO002i2007-DFINIDCORj que de fata nao sa envolveu nas negQciaC{5ese discussoes

que acarrelaram na assinatura dos contratos ~. DMS-M 3300010273 e nOOMS-M 330GD10414,participando apenas da defini9~o do escopa lecnico das referidas ave~,as, tendo par base 0

-modelo padrao utilizado pela empresa de leleoomunica9aes nas conlrata'fl'.ies de agencias de

234

Page 15: Inquérito 2474   parte 6

)

))

I)

)

)

)

)

J)

)

))

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

))

))

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

aMJ - DEPARTAMENTO DE POLtCIA FE:DERAI.

DIRETORIA DE COMBATEAO CRIME ORGANlZADODIVISAO DE REPRESSAO A CRIMES F1NANCEIROS

publicidade anteriormente r1Jalizadas. Relalou nilo ter side 0 respons!wel pela esoolha'das

agencias SMP&B,COMUNICACAo LTDA e DNA PROPAGANDA LTDA, partindo da presidencia

da BRASIL TELECOM, na pessoa de CARLA. CICO, a determina~M para que as rerendas

agencias fossem oonlraladas para a presta900 de servi,os a empresa. CARLOS COSTA PINTO

disse nao saher por qual mo~vo a presidencia da companhia fez refe!ida deiermina;ao.

acrescentando que nao h04va qualquer partici~o da area de marketing da lelef6nica no

processo de escoiha das agencias. Disse 0 depoenle que CI,lnsideroua contrata~ao dasempresas SMP&B COMUNICA<;:AO LTDA e DNA PROPAGANDA LTDA urns imposiyilo da

presid~ncia da companhia, em um procedimento fara dos padr6es adotados na Diretolia de

Marketing, uma vez que ni!o havia ocolrido nenhum fata que justificasse a substltui~ao das

agliocias que ateenti!o prestavam ~ervi~o a BRASIL TELECOM.

TamMm foi realizada a oitiva de LEONARDO GOULART AZEVEDO, Diretar. AdjunbdeComunica~ao de Marketing da BRASIL TELECOM no ana de 2005 e que atuava 11

epoca dos fatos em subGrdina,iio a CARLOS SEAM DA COSTA PINTO.

LEONARDO GOULART afirrnou desconhecer es detalhes des co~tratos n'DMS-M 3300010273 e n' DMS-M 3300010414, possuinda apenas conhecimentos genericos

quanto II contrala,au dss empresas SMP&B COMUNICACAO lTDA e DNA PROPAGANDA

LTDA, haja vista que nao participou das negocia~oes que resultaram na assinatura dos referidos

contratos e tampouco discutiu os termos des ajustes com algum dos representantes dasegfmcias em questao. Relatou, iguatmente, desconhecer alguma requlsi~ao formal por parte da

diretoria adjunta de comunic~o de marketing para a con!rata9so pela dil"e9i!o da BRASilTELEOM de I10vasagendas de publicidade. Disso 0 depoente nao saber quem foi 0 responsavel

pela inciica9ao das agencias SMP&8 COMUNICACAo lTDA e DNA PROPAGANDA lTDA,

desconhecendQ q~alquer prublsma relacionado aos s€rvio;;osque estavam sendo prestados

p€las agencias que a\endiam a conta da BRASIL TELECOM. Por Hm, afirmou LEONARDO

AZEVEDO que nao considerava nonnal a poliUca de contra\a90es paralelas ou ordens diret<ls

estabelecidss e gerenciadas pela presid,s.nciacia rompanhia, senua que, em sua percepG~O,

235

Page 16: Inquérito 2474   parte 6

'"",,'~.<i_fi;,\&t:t$;j;ffi-.¥t'_%;@"m~~i1it:!<'w-~#;'V~~'k,"/, _'" i',ie' ,:~;' ,", Ci/f'i:S?,":,: ,~~::r'-:';;';--,!;Wp~y?':i,":':"':::'j'!}sisi'!I ~ a ~~'I ~)

) ~ IMJ~DEPARTAMENTO DE POL CIA FEDERAL) DIRETORIA DE CaM BAlE AO CRIME ORGANIZADO) DNiSAO DE REPRESsAO A CRIMES FINANCEIROS)

)

I)

)

)

)

)

)

I))

)

)))

)

)

))

)

) 'i-I ~~))

)JI))

)

I)

I)

ha~ia uma i~gemncia direla de eSC<iI5essupsriores na area de marketing, vel que decis5es

nesla sema devcriam ~r disculides com os sBiores teCilicosda empresa.

As fts, 1140/1143 consla 0 depo:rnento de JOSE ROBERTO SANTOS

BORGES, que ccupou 0 cargo de Gerente de Acompanhamento e Contrale de Conlratos da

BRASIL TELECOM entre 0 periodo de maio de 2000 ate feverei~ de 2007.

Foi verificado pela uocumenrngao encaminhada pela BRASIL TELECOM que

JOsE: ROBERTO foi 0 responsavel p81a assinatwa dos documen\os de CONFIRMA9Ao DECADASTRO DE CONTRATOS _ SAP dos oontratos n' DMS-M 3300010273 e nO DMS-M

3300010414 (ffs. 045 e 072 do apenso V do IPl n' 002l2Q07-DFINIDCOR - apenso 35 do

Inqinito2474-11140), tendo 0 gerente da BRASIL TElEeON afirmado que tais documentos se

referemlilo somente 11 oonfrrma900 de ~adastm de oon1fato no sistema operacionai da empress,procedimenlo formal em que sao registradas as caracterislil:as oonstantes fIOS documentos. Por

fim, afirrnou 0 depoente que nilo possui quatquer informa~ao de relevo para as investiga¢es.

Ressal!e·se que em rel1l9ilo ao oonlrato nODMS·M 3300010414, cetebrado com

a agencia DNA PROPAGANDA LTOA em 2010512005, loi elaborado com data de 1710512004 0

documento denominado Solic:ita~o para a Contrata9ao ,em Concorrencta n'·1000116218154,assinado par CARLA Cleo e CARLOS COSTA PINTO, Diretor de Markefing da empresa, ~uja

c6pia segue abaixo:

lH Niio foi 'p""enllld, pot. BRAS!l.. TELECOM, Solicit.,aD para" Conl"t.",o ,em Concorrencinreforentc ao COn!ra!o rf' DMS-M 33UOO102n.

Page 17: Inquérito 2474   parte 6

,)

)

I)

))

)

)

))

IJ)

I)

)

))

)

)))

))))

))

))

))

)I))))

J)

)

I

aMJ - DEPARTAMENTO DE POLtCJA FEDERAL

D!RETORIA DE COMBATEAO CRIME ORGANlZADODMSAo DE REPREssAO A CRIMES flNANCEIROS

.;;p"";,,~ '.C" <

i¥dl:t'i~-_.'~"""id,5gd

,,~~ ,. c ~". ,~'" ~""., • ~~"" ,. ": ". ~m ~"""M".m•._ ......u~~~'"-~""..-~-.........,....

, "_."" "','".- .,

Em mla,lio a este docurnenlo, destaca·se a afirma~aQfsila po~ ROSANGELASILVA DUARTE (fts. j10511107) de que ~s minulas dos contra!os foram preparadas antes dasolicita<,:aoformal cia Diretoria de Marketing cia empresa, sendo esta uma inversilo incomum darotina, haja viola que 0 normal seria uma previa requisi,ao de compras pela area solicil3llle.

"....

A responsavel pelo setor enc3rregado da elaoor~ao dos instrumentosconlratuais disse, tamblim, que depois de !erem sido assinado$ pelos represenlantes dasag8ncias de publicidacle, os contratos foram submetidos a diretori3 da BRASIL TELECOM para

coleta das respectivas assinaluras somente apas a regulanzac;ao do proOOSSQde comprl!, au

seia, com a elabof3(:M da requisi,~o do setor de marketing, do fOll1lulario de oolicitagao semconcorr~ncia e a aprovayiio do processo de compras pela DMS. Assim, pode-se afirmar que 0

documento acima loi elaboRldo com a data retroativa de t 710512005, ou seja, ap6s a reali~ilo

237

Page 18: Inquérito 2474   parte 6

) ,,-c. _>:c __"'<"'~~tiW&qtt1.¥*~Y1Y¢Wj'n.nhr¥f#;,,;;,,'#d;;~~~/<,:_,_-, ','''''>-''i;~;-::';_''\-:':,-''r''''',:t''-'' - --.;-;\t~,: ','::',-' ;'}54-

i ta L

) MJ- DEPARTAMENTO DE POLtCIA FEDERALDIRETORIA DE COMBATEAO CR!ME ORGANIZADO

I DIVISAO DE REPRESSAO A CRIMES FINANCEIROS)

)

)

)

)

)

)

)

)

1'''\)

)))

)

)

))

)

)

)

)) ,,))

)))

)

)

))

))

)

)

)

de todas as tralalivas e conSBquente lanl(amenlo no conlrato das 3ssinaturas das responsaveis

pela DNA PROPAGANDA LTDA, que leriaQcorrida nadia 2DI05f2005,

CARLOS SEARA DA COSTA PINTO, Direlor de Marketing cia cornpanhia,

alirmoo que de lale assineu a Solicilar;ao para a Contralal'ao sem Concorrencia nO1000116218,sendo tal dOGumenlo parte integrante dQ pmcedimento inlemo da BRASIL TELECOM para

implemenlar a modalidade de contrata«iio em questao, Relatou, porem, qua a assinatura do

referido documenlo ooorreu por de!erminayao da Diretoria de Suprimenlos Ina verdade DMS) e

da presidenda da BRASIL TELECOM.

Ao ser queslionado se considerava usual ter a elabora~ e assinalura doconlrato nO DMS-M 3300010414 ocorrido Ires dias ap6s a e1abora<;iloda Solicila.ao para a

Conlrata~,sem Concorrencia n' 1000116216, LUCIANO JOSE PORTO FERNANDES, ent1!oDireror de, Matert8is e Servir;os (OMS) da BRASIL TELECOM, area resp-onsavel pela con]rayaodas agencias de publicidade, e um dos 8Ilvolvidos na indical(iio das agencias vinculadas a

MARCOS VALERIO, alegQu que deveria !er ocomdo um pedido de urgencia por parte dapresid~ncia da empresa. Prosseguindo os questionamentos nessa linha de alega(,Xies, LUCIANO

JOSt: PORTO FERNANDES respondeu que, caso 0 pedido de urgenGia da presidenGia foose

realizado, ele seria dirncionado ao pr6prio dedarante, acroscentado logo em seguida, de forma

inusilada, que nao se rOO)rdava de nenhum pedido do urgencia elilborado par CARLA CICO.

Po: lais elementos de µrova reunidos, COIlclui·se que a deGisilo de sa contralar

as empresas DNA PROPAGANDA lTDA e SMP&B COMUNICA(,":AO LTDA nao eslaria

reladonada il criterios comerciais normais, mas sim, a in~uencias e inleresses negociados emum ambiente a:heio aos quadros adminislrativos da BRASIL TELECOM, haja vista que niio loi

possi~el identlficar qualquar alto executive da companhia, ou mesmo empregadosinlermooiarios, que leriam partici~do das discuss6es envolvendo a COIltrata~~edas agencias de

publicidade vinculadas a MARCOS VALt:RIO FERNANDES DE SOUZA1\.\.

to, Como .fim,.oa por LUCIANO lOSE PORTO, • in"ica(~o Uil5agen,"" de poblicidode DNAPROPAGANDA erDA" SMP&B CQMUNICAGAO erDA partiu tie llUMBERTO lOSE ROCHA

238

Page 19: Inquérito 2474   parte 6

l .' ,-,_.,--, -."., ...-~.. ' ,-,"'-,.-.''..,. "7:li&f~M'#t¥:tt:d#&ffXMF~;B"~~~,:*(,)~.'<,':"'" 13595)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

))

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

))

)

)

)

)

)

))

)

)

)

)

)

)

)

)

)

aMJ - DEPARTAMENTO DE rOLicIA FEDERAL

DIRETORIA DE COMBAlE AO CRIME ORGANIZAOOOIVISAO DE REPRESsAO A CRIMES FINANCEIROS

Tan\o CARLA Cleo, presidente da BRIIS1LTELECOM, quanto LUCIANO JOStPORTO FERNANDES, Diretor de Materiais e Servi~os da companhia, negaram em suns

declaf2~oes qualquer responsabilidade na indic8yao das agencias de publicidade em queslao,

Oessa forma, ainda que os ex-diretores da companhia telef6nica allerem suas l'ers08S em sede

judi~al em razao dos elementos de prova iodicados neste mlaiorlo, passando a afirmar que as

agendas DNA PROPAGANDA LTDA e SMP&B COMUN1CACAo LTDA foram contratadas

devido ao 6Umo desempenho que demonstraram nos servi~os de propaganda e publicidacie

prestados as empresas TELEMIG CELULAR S,A e AMAZONIA CELUlARES SA tambem

controladas pel0 GRUPO OPPORTUNITY, ainda assim permaneceria sem resposta 0 faw dos

estudos e ne9ocia~lles que levararn a cootrata"iio das empresas vinculadas a MARCOSVALtRIO nao terem eO'lOIl'ido qua!quer representante do setor de markoting da BRASIL

TELECOMSIA.

Da mesma fOlllla, nada pede justific~r a r~pidez vermcada entre a expedi9ao da

Solicita~o para a Contreta<;:aosem Concorr.;ncia nO 1000116218 e a elabora~ao de urn

complexo contrato no valor de R$ 25,000,000,00 en'lOlvendo e DNA PROPAGANDA LTDA.

IComo mencionado anteriormente, DANiEL VALENTE DANTAS: controlador do

GRUPO OPPORTUNITY que detinha 0 controle acionMo da empresa SRIISIL TELECOM desde

() ano de 1998, retatou que passou a sofrer diverse, formas de pressila e ilaslitidacie do Govemodesd~ sua recusa em renegociar os termos dos con\ratos que conferiam ao seu grupo de

investidores 0 comando cia empresa, vel que os lundos de pensao que participavem do quadro

de acionistas se queixavam da falta de participa~ao na aqminisfragiio da BRASIL TELECOM,

Os mesma forma, DANIEL VALENTE DMHAS disse tel recebido, ainda flO ana

de 2003, a proposta de flnanciamento politico colocada por DELUBIO SOARES, com amedia~ao de MARCOS VALERIO, ne qual fora so!icltado 0 pagarnento da quantia de US$

BRAZ. coautor do divors.. ;u;<iescriroinolas objola do d.",lnci" of.,edd .. pelo Min;sl.';o PUblicoFed.,,1 do Estado de S.o P,ulo, '

Page 20: Inquérito 2474   parte 6

'~~1_~#f~lllMft&iiJti"'iill't!M\£', ' ,~_, ' , '_ ,.j""':.'"", _, :'\','7"':"" ,,'_ ",- _f'

) 13596

)

)

)

)

)

JJ)

)

)

J)

)

J)

)

)

)

)

)

)

))

))

)

)

)

)

)

))

)

)

)

)

)

)

)

)

aMJ - DEPARTAMENTO DE POLtCIA FEDERAL

DIRETORlA DE COMBATE AO CRIME ORGAUlZADOOJVISA.ODEREPRESsAO A CRIMES FINANCEIROS

5D.O()O.QOO,OOpara sanar 0 deficit do PARTIDO DOS TRABALHADORES. Afirmou, laml

que lena side sugelido pOTDELUBIO SOARES que a ajuda ao seu partido poderia cessar a,hoslilidadesde ''racyOes"do Govemo.

Na verdade 0 dflfd do PT !oi assumido pOT MARCOS VAL~RIO atraves do

repasse de recufSOs originadOSde suas fontes pnma!ias (excedentes de lucro de seus contraloso empresiimos oblidos junto a inst~ui¢es flnanceiras), conlorme anteriormente mencionado,

passando 0 empresil.rto a busC8r em IIOme do partido lontes de recursos para cobrir 0

investimento poli~co que havia realizado.

Devido a postura de silencio adotada pelos envolvidos1S5,n1!o e passivel defrnircom precisi'io os moUvos que teriam levado 0 GRUPO OPPORTUNITY, por intermedio de

_empresa BRASIL TELECOM, a finalmente concordar em repassar os recursos solicHados porDaOBla SOARES ainda no ano de 2003, com a utilizaG~o das empresas vinculedas ao

ESQUEMA MONTADO paR MARCOS VALERIO como mecanismo de captaQao e dissimula9ao

dos pagamentos,

Entrelanto, 0 exame das caracteristicas dos contratos n" DMS-M 3300010273 enODMS·M 3300010414, firmados no ano de 2005, respectivamente, com as aa~ncias SMP&B

COMUNICAyAo lTDA e DNA PROPAGANDA LTDA, no valor total de'R$ 50,000.000,00(cioquenta milhDes), leva;l condusao de que a proposla de financiJmento apresentada no ano

de 2003 pelo entso tesoureiro do PARTIDO DOS TRABALHADORES, com a intermedia~~a dQ

empresilrio MARCOS VALERIO, nilo sornente loi aceita, como devidamente lormalizada e

concretizada a partir da elabofa~ao dos cootrato. segundo determinat;aa da presidente CARLACleO, que era a responsavel par executar os cornandos e olientayiles ernanados de DANIEL

DANTAS, banqueiro controladordo GRUPO OPPORTUNITY.

,,. MARCOS VALERIO foi o"vido no pres.nl. Inquerito a respdl" dos f"os relOclonados """ 00"'",,0'nO OMS-M 3300010273 0 n° DMS-M 3300010414, tendo ,0 ,o""vado .0 cli,dto do penn,n"""" em,ilertclo 'ob a ,lega,'o do que i'responde a (livOJ,,",''0°s re"'i,

240

Page 21: Inquérito 2474   parte 6

)

J)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

J)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

-)

aMJ-DEPARTAMENTO DE POLiCIA FEDERAL

DIRETORIA DE COMBATEAO CRIME ORGAN1ZADO ,DlVISAO DE REPRESSAO A CRIMES FINANCE1ROS (

A for~~des provas acima mendonadas pmvem da percept;ao das clrcunstimc'if \;

que envolveram a elaborayao 60s contralos n~ DMS·M 3300010273 e nO DMS-M 330001041~

independentemente de qualquer eslor\X) de recioclnio, uma vez excluidas todas as hip6teses

Que poderiam explicar os inslrumentos contratuai, como nao resultanles de innuiincias e

interesses negociados em urn amblente aiheio (l. adminislr<l9ao da BRASIL TElECOM. Por sua

vez, mesmo em fa8e da complexidade dos latoo inI'Bstlgados, que resuitaram de trala~vas

conduzidas ao longo de aproximadamente 2 (dois) enos, 0 posslvel demOllstrar Ioda a hip6tese

criminosa a partir da prova real direla representada pelos contratos aludidos, ainda que seja

somente urna frar;ao do evenlo investigado. Isto porque, tendo as fra¢es de urn eventocriminoso uma rela~ilo l6gica entre si, segue~e que de uma Ira~~o se µode passer 11oulre [XIf

maio de argumenlos racionais, ale alcancar a verd~de concrela qua se queira verificar, in casu, asimulayao de conlralos de publicidade com 0 objetivo de mascarar repasses de recurso3 para

atendef pE<Jidosde financiamenlo politico.

t impartante ressaltar, por sua vez, que os yalares que seriam gerados a p<lrtir

dos contratos nO DMS,M 330(){)10273 e nO DMS-M 3300010414, no lotal de R$ 50,000.000,00,de lata nao chegaram a ser dEstinados em sua totalidade as agllncias de publicidade

contratadas, vez que leis acordos loram celebrados apenas alguns dias antes das primeirasnoticias a respeito do envolvimento de MARCOS VAltRIO no esquema de" ffnaneiamenlo

politico objeto de investiga0es par parte da Polieis Federal e da CMPI"DOS CORREIOS',

Como jll menGionooo, 0 contrato entre a BRASIL TELECOM e a SMP&B

COMUNICAyAO lTDA (OMS-M 3300010273) loi fimmdo em 25J()412005, sando datado de

2010512oo5 0 Go~trato celebrado fHila companhia lelef5nica com a agencia DNA PROPAGANDA

LTDA (DMS-M 3300010414). Entretanto, em 1210612005 ii publicada a primeira materiaiornalistica na qual 0 entao Deputado Federal ROBERTO JEFFERSON revela que 0 empresMo

MARCOS VALERIO seria 0 operador, por meia de suas agendas de publicidade, da dislribui{jilo

de recurso3 comandada por DELOSIO SOARES, inionna98o posterionnente reafirmadas pela

par1amenlar em depoimento prestado em 14106/2005 ao Conselho de ttiea da C~mara dos. O€putados,

?41 '

Page 22: Inquérito 2474   parte 6

M.J - DEPARTAMENILiCIA FEDERALDIRETORIA DE COMBATE AD CRIME ORGANIZADODIVIsAO DE REPRESsAO A CRIMES FINANCEIROS

A partir das revelayiles do envolvimenlo de MARCOS VALERIO no esquema de

financiamento politico, lima sline de evidenciJS foram reunidas tanto pala Pollcia Federal,

inclusive com a realiza~ao de buscas e <lpreenSaes nas agencias de publicidade vinculadas ao

empres8.iio, quanto pela eMPI "DOS CORREIOS', que hallia side instalada em 0910612()Q5.

Assim, atr(lves de cmrespond!lncias daladas de 24/0612005, assinooa porCARLA CICO e SAMIARAP SOBRINHO, as agencias SMP&B COMUNICAyAO LTDA e DNA PROPAGANDA LTDA

Joram comunicadas dasuspens~o pela BRASIL TELECOM de lodos os direitos e obriga~oes

decorrentes dos conlratos n' DMS·M 33Q(J010273 e n" DM&-M 3300010414, respectivamente.

Contudo, deve ser considerado que 0 iter criminis do evento deliluoso chegouem sua lase de exaulimento com a realjza~ilo, no dia 1610612005, do pagamento da quantia de

R$187.500,OO, raferenle ao honorario fixo mensai previsto no item 2.1 do contrato n' DMS·MJ3GOO.10273J!1.

)

Ressalte·se, par sua vez, que foram identificados outros pagamenios realizadospela BRASIL TELECOM em beneficio das ag~ncias de publicidade SMP&B COMUNICAyAo

LTDA e DNA PROPAGANDA LTDA, relacionados a servi'fOs avulsos simulados que tambiimtoram canlratados diretamente »or CARLA CICO no periodo inv€s~gado. Em r<llaylio a lais

r<lpasses, os elementos criminosos r<lunidos no presenlo inquerito resultam-na certeza da

uliliza,ao das empr<lsas vinculadas deslitui,ao a MARCOS VALERITO como instrumenta de

capt~ao e distribui,ao de recursos onuMos da BRASil TELECOM, oonforme seril abordado not6µioo S€9uinte

3.3.2.2-DO RASTREAMNTO DOS PAGAMENTOS REALIZADOS PELA BRASIL TELECOM

'" CARLA CleO u<d.,QU is fls. 86Zl/8624 (volume 40 do lngucrito ;f' 2474·1/140 _ STl') que em,.la<;auaO' conl,,!os em quest,o, somento • qu,,!ia de RS 180.UOO,00 foi paga pel. BRASIL TELECOMem co"trajl<e'I.~1io p,la prod"9'O do um fIIme d. pUbli<:idadcdo porlal M band. I.. ga I.!RTURBO,deoomin"do "CARACOL". Entrd:m!O, nllo foi enoontrado qu.lg"er rogistro do". trab.lho pela auditori.intern. ro.lizad •• p6s , d",!itui~iio doORUPO OPPORTUNITY do pod., de admini,trac;io do BRASILTELECOM.

\

242

Page 23: Inquérito 2474   parte 6

- - c. - . a -,,~t(frWJw;'-wrtY'c:t'ij"WfWi~c"'!'h~¥i;:&4-#d%1~1t#Jf~'1~.!.7t7:1r::'_e~}~r_hj?")/"·_''Y','>:.', --"'~ - l'i~9§'I)

I)

)

I)

))

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

))

)

)

)

)

J)

))

)

)

)

)

)

)

)

J)

aMJ- DEPARTAMENTO DE POLicIA FEDERAL

OIRETORIA DE COMBATE AO CRIME ORGANIZAOODlVISAo DE REPRESsAo A CRIMES FINANCEIROS

Seg~ndo audiloria inlema realizada pela BRASIL TELECOM S/A (apenso 35

Inquerito 2474-11140), 0 inici() do relacionamento com as ~enciils DNA PROPAGANDA LTDA e

SMP&S COMUNICA~AO LTDA ocorreu em julho de 2003, com a veiculayao de programas de

utilidade publica ~or ordem da presid~ncia da companhia telel6ni~

j

Um ano depois, em julho de 2004, foi eocomendado direlamen!e pela

presid~ncia da BRASIL TELECOM, ou seja, por CARLA CICO, sem a ciancia ou participa~o

dos funcionilrios da area de marl<.eling da em~resa, a elabora,oo de seis trabalho5 especiflC08,

denlro da politica estabelecida e gerenciada na: sua gestM da realizao;ilo de ·conlralal;Oss

pmalelas" au ·omens direlas". Ainda segundo a audiloria realizada, a contrala~ao paralelatamMm veio com a instru~o de que os respecftvos p<lgamanlo8,que somaram a quantia de R$

3.500.000,00, fossem realizados anlElS da enlrega dos servil,m conlratados. Segue 0

delalharrn:mlo·dos seis lrabalhos especlf~os conlralados:

l' • Idenlificm;ao, levanlamento e analise mcn::adol6gica de o~rtunidadElS para

desenvolvimento de progrnmas de eventos vollados para captaQao de novosclienles corporativos no 2T/o4 e lS/05, compreendendo planejamenloorganizacional, logistico e operacional • 27107104,no valor de R$ 1.150.000 (um

milMo, CGnloe cinquenla mil reais):

2' • Desenvolvimento !€cnico e monitora~o da idenlidade visual corporalivapara a BT, abra~endo diagn6sticos, croqui, lay·o~ts,mat~les para a impressao

e manulen~ao em todas os nove mercados da instilui~(r 29/07104, no valor de

R$ 566,305 (quinhentos e sessBllla a seis mil, tre:zenlose cinco reais);

3' - Aluali<a~ao e elaiJo~ao do planejamenlo estrategioo de markeling para

2D0412(}05, denlro do novo cenario polltico/econ6mioo ap6s as elei90es

municipais, para todas os naves eslados de coberturalopera9ao de BT -

29/0712004, no valor de R$ 650.000,00 (oitocentos e cinqtrenta mil reais);

243

Page 24: Inquérito 2474   parte 6

2,::·J;'~f'%-~~1t&t'&MW~'W!@tIel" ",'''#1ttr.MWS@J,li'(>;w'i6''\\ ~ __ ,"""';-,i' .,' "·c·'··," :_:' ..: . '.:.-,:----~!n·.:··.::·C-., ,,-.' .", i·,i/*;l/":'~.--,,:--', , ,.,,- - "19600

i a ~) MJ -DEPARTAMENTO DE POLicIA FEDERAL) DIRETORIA DE COMBATEAO CRIME ORGANtzADO) DIVlsAO DE REPRESSAO A CRIMES FINANCEIROS

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)J)

))

)))

))

)

)

))

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

4' - Pesquisa e identificayilo de opyOes de mldias altemalivaslnao

convencionais. com analise de custoibeneficio, visando maior rentabilidade dos

recursos de investimento em mld!a em loda area de cobertura da BT-

3010712004, no valor de R$ 460,000,00 (quatrocentos e sessenta reais);

5' • Delalhamento e aprolundamento tecnico da auditoMa de opiniilo sobre

imagem da BT nos glandes capitais- 30J0812004,~0 valor de R$ 335.520,93

(tre:<entos e Wnta e cinco mil, quinhenlos 8 vi~te [eais, noventa e tr~s centavos);~.SO- Varredula fotograflca na capital do Rio de Janeiro - 03109/2004, no valol de

R$15.000,OO (quinze mn leais);

as 8udilores da BRASIL TELECOM tamoem inforrnaram que os trabalhos em

relerencia loram encaminhados a area da marketing da oompanhia somente em 2005, quandoas agencias vinculadas a MARCOS VALERIO jll eram alvo das mais vanadas suspeitas, dentre

elas de receber por ser.r~ inexislentes OU, aD menos, 'diferen!es" dos declarados nos

respeclivos conlratos. Da mesma lorma, na apiniao cia area de marKeting, a quafidade dostrab~lhos ftcou muito aquem do razo!wel, nilo fazendo jus aos significalil'Qs valores que teriam

sido pagos,

De Mo, a simples analise da c6pia digitalizada dos 'servicos' produzidos pelas

ag~cias, conforme midia CD conslaote as fis. ,1092 DOSautos (1'Qlume II do IPL n' 0212007-DFINIDCORIDPF), demonstra a elemenlalidade dos produtos oferecidos pelas agencias,

ifldicandD a repetic~o da iii conhecida melodoloaia uUlizada pol MARCOS VAL~RIO depromovel 0 desvio de recursos medianle a simul~ao ou superfaturamento de servi90s de

publicidade 1!ill,

]53 Aind. 'Iue. doh, do, ;ove,l;g.do, alegue quo 0' conlr.IOS n' DMS-M 3300010273 0 0" DMS·M3)00010414, no tolal de R$ )0,000.000,00, ,oIi"", n. ,ttdade aC<ll"do,«gu=Ia-ohuv.", au ,oj., 0'p,s.m,"IO' rc,li<ado, pd. BRASIL TllLCOM depetldon.m do ca~. ,erv;~ aulorhado • ,ealiz.do,exi,t;,;,m d;vCI"" mceanism"" de dcsv;o de ""'urso. pel" 'gCnci,," de pnb~cid,d., lllvesligadas,confonno metodologi. aprimomd. por MARCOS VALliR10 .0 longodo, ""0'-

244

Page 25: Inquérito 2474   parte 6

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

))

)

))

)

)

)

))

))

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

o Direlor de MaIkeling da BRASIL TELECOM SIA. CARLOS SEARA DA

COSTA PINTO, tambem confirmou a que, de lato, nao participou das contratacQes dos 6 (seis)

trabalhos especlficos prestaGos peJa SMP&B COMUNiCA9Ao LTDA e DNA PROPAGANDA

LTDA, dentro da pollUca de "contra\al;Oes dlreles", que regultaram em p3gamenlos na ordem deR$ 3,5 milhOes para as ag~ncias, sendo que nao [eve sequer conheclmento da DJntrala~M dos

seNfyOS.

Da mesma forma, tanto 0 entao Dire\Qr Financeiro PAULO PEoMo RIO

BRANCO (fis. 1048/1050). quanta ROSANGELA SILVA DUARTE GOLLARES (fls. 110511107),

Coordenadora de Elabora9ao de Contratos da BRASIL TELECOM SIA, igualmente declararam

nao lerem participado da discussao, eiabora"ao e con!ia9ao desses 06 (seis} trabalhos

especincos quesUonados pela auditoria da companhia,

Assim, nilo /oi ide~tificado qualquer empregado da companhia conlrolada peloGRUPO OPPORTUNITY que tenha participado ou tornado conhecJmento das tratativas que

levaram Ii etabora~o de seis trattalho5 especiflcos e os respectivos pagamentos que somaram

a quantia de R$ 3.500.000,00. Entrelanto, visando exaurir todas as hip6teses que poderiam

indicar sarem os pagamentos reoobido$ pelas a9~ncias SMP&B COMUNICACAO LTDA eDNAPROPAGANDA LTDA de fato resultantes de servi~os de puttlicioade contratados pela BRASIL

TELECOM, foi realizado 0 rastreamenlo dos valores repass ados a partir das aniilises financeir~sconsubstanciadas no Laudo nO 145Q/2D07·INCIOPF,

245

:';'_;'j''''.<;')C~.i,.~~?ig~, ..t#~~~~~~~~~'''~~~~m~~"",~~!,,!!'o" ""~~:~A,,,'j"""_i: ,',' '" ..::,:,,' ':,',:;,,;",>':n;;;~;<;"'--:', '~";"J~,2jri !

i a ~MJ - DEPARTAMENTO DE POLicIA FEDERAL

DlRETORIA DE COMBATE AO CRIME ORGANiZADODIVISAo DE REPREssAo A CRIMES FlNANCEIROS

LUCIANO Jost: PORTO FERNANDES, Diretor de Materiais e Servi~os (OMS)

da BRASIL TELECOM no periodo investigado, JfirmQu as fis, 1%5/1068 (volume VI do IPL n'

002J2007·DFIN/DCOR/DPF) que nao PJrticipou da C<Jntrat<J9ilodos 06 (seis) trabalhc~

especlficos, elaborados denIm da r;olitica de "C<Jntrata?OO5paralelas' ou 'ordens diretal

estabeJecido por CARLA CICO, seooo que 0 pessoal da area de marketing da companhia havi

C<Jmenladoque os serviyos prestado5 pelas agencias teriam ticado abaixo do razoavel.

Page 26: Inquérito 2474   parte 6

aMJ -DEPARTAMENTO DE l'OLICIA FEDERAL

DIRETORIA DE COMBATE AD CRIME ORGANIZADODlVlSAo DE REPRESsAO ACRIMES FINANCEIROS

A BRASil TElECOM SIA efetuou em 30107120040 credito de R$ 2.566.305,00

em favor da SMP&8 COMUNICACAo LTDA. valor referente aos 3 (tres) plimeiros trabalhcespecificos acima mencionados, dep6sito esse que lei acrescido da quantia de R$ 870,000,0'

oriunde da empresa TELEMIG CELULAR SfA. A soma dos erMitos otiundos das companhias ~

teJef6nic;ls entao controladas pelo GRUPO OPPORTUNtTY aicanwam 0 valor total de R$

3.436.305,00, tendo suportado no mesmo dia 3010712005Iransferencias realizadas em favor dasempresas ATHENAS TRADING SfA, no valor de R$ 1.967.403,00 e BY BRASIL TRADINGLTDA, no montao!e de R$ 976,BS7,OO.

Os elementos de pmva reunidos no presenle inquMto compmvaram que osreculWS Iransleridos pela SMP&B COMUNICACAo LTDA em favor das empresas ATHENASTRADING SIA e BY BRASil TRADING LTDA foram submetidoo a processo de lavagem de

dinheiro, para. a ocultaltiio do verdadeiro destina e beneficiarias dos recu'rsas, atraves deopera¢es de c1lmbio e Iransfe~fICias intemacionais (evasao de divisas) irregulares.

Par m€io da peti9ao constante as fis. 14S011482,foi informado por CRISTIANPOLO, sOcio controlador da €mpres~ BY BRASil TRADING LTDA, que a quantia de R$

976,887,00 foi repassada pela LIRA SIA CORRETORA DE CAMBIO para a aquisi~ao de moedaestrangeira (d6lar arnencanos), em opera9ao de cambio realizada junto ao BANCO DO BRASIL,

Por sua vez, referido c1lmbio tetia sido uUlizado no pagamento de importa¢es de files de peixe

congelados (salmoes) ~o Chile, no interesse da empresa MARSUR COMERCIAL IMPORTACAO

E EXPORTACAO LlOA. Alegou CRI8TIAN POLO que descoohecia porcomplelo a provenienciae origem dos recursos depositados pela LIRA SfA CORRETORA DE cAMBIO. I€odo

apresentado a dox:umenlal;iio referente as importa¢es realiladas junto as empreSBS chilenas

SALMONES PACIFIC STAR SA e SALMONES MAINSTREAM SA Entretanto, nan foiencaminhado a este 6rgao policial qualQuer dOGumento indicativo da exisi&ncJa do

correspondente registm SISCOMEX de desembara90 das mercadQrias importadas.

,I

A informaltiio prestuda pela BY BRASIL TRADING lTDA demonstra que a LIRASIA CORRETORA DE CAMBIO realizou uma opera'(iio triangular de cambio para converter em

246

Page 27: Inquérito 2474   parte 6

"","'-d\1"~~~~t'iiypiW'l"ii&'i'k""'''?;l?''M-r .."_)i:;:,:'it!i,fp~' " .. ,:-,;:..,-,,,",:", :"1-" .,', "'·':,',"','<,:;",',;",U:':?"· ".",':.".;"; "',' 17~o7

! a ~) MJ -DEPARTAMENTO DE POLicIAFEDERAL

DIRETOR!A DE COMBATE AO CRIME ORGANIZADO) DrYlSAO DE REPRESSAO A CRIMES FINANCEIROSJ))

JJJ,)

)

)

)

)

))

)

)

)

J)

J),J)

)

)

rnoeda est(Jogeiraos Vdlores lraosferlaos pela SMP&B COMUNICACAO LTDA, promovend(l'em

seguida sua remcssa ao exterior em tipica op€ra9ao utilizada para oGUlliir 0 verdjldeiro \,

beneiiciiirio dos recursos. I ~\,

A empresa LIRA SIA CORRETORA DE CAMBIO esta envolvida em inumeras

op€rac;iles irregulares de cambia inves!igadas pela Delegacia de Repressao a CrimesFinanceiros da Superintend~ncia da Policia Federal no Estado de Sao Paulo'59, atraves das

quais promoveu a sistematica evasao de divisilS' em benelldo de lerceiros nile identificados,colaborondo de forma eS5enciai para a ocul[a~o em contes no exterior de vullosas somas de

dinheiro.

MARCELO RIBEIRO DA SILVA preslou declara900s a Pollcia Federal em que

afumo.'J.ler.sido socio e adminislfador da LIRA SIA CORRETORA DE CAMBIO;juntemente com

CEZAR MAURIcIO COSSENZA. atl'! a venda de sua partidpa9~o acionMa para ALEXANDRE

DE MENEZES LENCIONI e PAULO SERGIO ROMERO, ocorrida em 17/05/2004. En!retanto,

!

relalou 0 ex-s6cio de LIRA SlA que, por lall~ de capacidade tecnica e financeira, 0 BANCO

CENTRAL DO BRASIL nao acei!ou e inclusao de ALEXANDRE DE MENEZES LENCIONI ePAULO SERGIO ROMERO M dir€yao da correlora de c~mbio, Alirmou MARCELO RIBEIROque ap6s sua salde de empresa tomou conhecimento que os socios remanescentes. inclusive

CEZAR MAURICIO COSSENZA, eslavam pra~Glindo alos illcilos em nome da correlora, [ais

como a emissao de cheques sem limdos, opera,ilo de G~mbio marginal e importac;6es

irregulares. Em reta~ao as importa900s irregulares, informou 0 declarante que os weios da LIRA

CORRETORA alteravam os benefi~arios dos ~alores que eram remelidos eo exterior em raz.'lo

de conlra\os de c~mbio fechados ~as impo~ac;iles, fa!o esse denunciado espontaoeamente no27' Op de Sao Pau!o/SP, Por fim, afirmou 0 MARCELO RIBEIRO que na epoca em que estava

na LIRA SIA, a correlora nao realizou nenhum neg6cio com a empresas MARSUL COMERCIAL

IMPORTAGAo E EXPORTA~Ao LTDA e BY BRASIL TRADING LTDA, sendo que a

m A oor""O," de dimhio URA SIA responde, d,,,,," QU[eo,. ao Inqo"ito n' 04S/Z01O-11. em tr,mita¢o"' DELEFlNfSRJDPF/SP.

Page 28: Inquérito 2474   parte 6

)

))

)

I)

)J)

)

J))

)

)

)

)

)

))

))

))

)

)

)

), )

)

))

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

faMJ - DEPARTAMENTO DE POLIcIA FEDERAL

DIRETORIA DE COMBATE AO CRIME ORGANIZADODIVlsAO DE REPRESSA.O A CRIMES FINANCEIROS

disponjbiliza~ao de recursos para a empresa exportadora no exterior era realizada pelo bancoque havia fechado 0 cambio.

For~m apresenlados por MARCELO RIBEIRO SILVA c6pias de documenlosrelacionados aD seu arasrnmento da LIRA SfA CORRETORA DE cAMBIO (Inslrumen(o

PilJ1icularde Promessa de Cessao de Direilos, Obrig~5e5, A¢es e Particip~o SocielMa e

Ala de Assembleia Geral EKlraordiniiria realizada em 17/0512004, dentre oulros), bern como das

declara9i\es prest<ldas ao '}]' Distrito Policial de Siro PauIOISP.

Ouvido em serle policial, PAULO SEoRGIO ROMERO afirmou que passou a 5ersocia da LIRA SlA CORRETORA DE CAMBIO em 2004, Junlamen!e com ALEXANDRE DE

MENEZES LENCIONI e CEZAR MAURIcIO COSSENZA, tendo adquirtdo porR$ 142.000,00 ascotas. entao.pertencentes a MARCELO RIBEIRO DA SILVA. Declarou PAULO S~RGIO que

ifIgr€ssou na empresa como investidor davido ao seu interesse em receber os dlvldendo$ da

corretorn, mas que n~o chegou a receber qualquer qua~tia da LIRA S/A CDRRETORA' DE

CAMBIO, da qual se refimu ao vender suas qwlas para uma pessoa apresentada pelo s6cio

ALEXANDRE, cujo nome nao se recorda, haje vista que n~Q leria guardado nenhuma c6pia daalterac;ao contratual que conste a sua re~mda da socie;Jade, Em rela~ao ~ opern,ao de cambia

no valor de R$ 976.887,00, realizada pela empresa BY BRASIL TRADING LTDA com recursosda agencia SMP&B COMUNICAQAo LTOA, PAULO StRG10 ROMERO alegou nada saber a

respeil0, sendo que, de falo, os responsaveis pelas oper~Ms de clImbio na LIRA

CORRETORA emm ALEXANDRE DE MENEZES LENCIONI e CEZAR MAURIcIO COSSENZA

JUNIOR. Alegou PAULO StRGIO nao conhecer a cmpresa SMP&B COMUNICACAo LTDA,

mas ao ser questionado a respeito de dols pagamenlos realizados pela agencla DNAPROPAGANDA LTDA em beneficio da emprssa MERCAVIX IMPORTAQAo E EXPORTAI';:Ao

LTOAliO, de qual tambem era socio, ° declaranle afirmou que aceitou recebe-Ios devido a

solicita~ao feila ror ALEXANDRE DE MENEZES, Mo sabendo dizer, entretanto, do que 5elratavam essas opera~bes. Por fim, PAULO SERGIO ROMERO sa oompromeleu a apresentar a

"" Os pagamelll<), ,.-eoido, pcla MERl'AVlX lMfORTAy\.O E EXPORTAc;Ao oriundo. <I. DNAPROPAGANDA LTDA forum Obi'IQde 'n!H,. d"lelt .. T. U do ponlo 3.1,2.2.2 ~op",,"nIO ruu.16,io.

248

Page 29: Inquérito 2474   parte 6

)

)

)

)

)

)

)

)

)

))))

)

)

)

))))))

))

)

)

)

) ))

))

)

)

)

)))

)

)

)

)

eMJ- DEPARTAMENTO DE POLiCIA FEDERAL

OIRETORIA DE GOMBAlE AD CRIME ORGANIZAOQDJVISAO DE REPRESSAo A CRIMES FINANCEIROS

esle 6rgao policiai a documenta<;ilo que comprovmia sua salda da LIRA S/A CORRETORA DE ~CAMBIO, bern como informayoos noorca dos molivos pe!os quais a MERCAVIX lena recebicto ~

em sua conla bancana dep6sHos provenienies cia DNAPROPAGANDA LTOA.

Ressalte·se, enlreianlo, que ale a presente data nenhuma infonnar;ao

compiemen\arfoi apresentada a Policia Federal porPAULO SERGIO ROMERO.

Tambem loi proc.e{jid~a oi~va de CEZAR MAURIcIO COSSENZA JUNIOR,

diretor da LIRA SIA CORRETORA DE CAMBIO ale agosto de 2005. D:sse Q declarante que emabril au maio de 2004 0 diretor da correiora, MARCELO RIBEIRO DA SILVA, vendeu suas a~fl.e5

de LIRA SfA para ALEXANDRE MENEZES LENCIONI e PAULO SERGIO ROMERO. AflrmouCEZAR MAURicIO ler sido apresentado a PAULO SERGIO por ALEXANDRE LENCIONI, que jil

IrabalhavanaLIRA SfA CORRETORA OE CAMBIO como operador de cambio e na capta~ao de

clientes antes de integrar 0 quadro social da empresa. Enlre\anto, os novas s6cios da correlora

!laO foram admitidos como dlretores pelo BANCO CENTRAL 00 BRASIL, devido a lalta decapacidade tecnica, ap6s impugna~o apresenlada por MARCELO RIBEIRO DA SILVA junto ~aotarquia federal. Alegou CEZAR MAURIcIO que ap6s a salda de MARCELO RIBEIRO a LIRA

CORRETORA passou a ser adminis\rada por ALEXANDRE LENCIONI e PAULO ROBERTO,

exercendo 0 declarante a fun"ao de relayi.ies publicas com 0 mercado, vez que era 0 unico

diretor da corretora aprova® pelo BACEN. Em relavao a opera~o de camblo no valor de RS

976.8117,1)O,realizada pela empresa BY BRASIL TRADING LTDA com recursos da agenciaSMP&S COMUNICACAO LTDA, alegou, em respostas eVasivas, nao se recordar de nenhuma

des empresas invesligadas. Afirmou, lamMm, desconhecer qualquer envolvimen\o comercial daLIRA CORRETORA com a empresa SMP&B COMUNICAQAo LTDA. afirmando nao possuir

nenhuma relaQao' com MARCOS VALERIO. Entretanto, ao ser confrontado com a c6pia dos

contratos de c~mbio rea~zados pela OOl"retoraLIRA SfA em nome da empresa BY BRASIL

TRADING LTDA, respondeu, de forma inusitade, seT 0 responsave! pele opera~ao, pols era 0

diretorda empresa

249

Page 30: Inquérito 2474   parte 6

t.~,~tl}f~;~lf~J~_:?YS77~'/;"::;'+';'" ..:,,:,,·,.o;Ji;;';J;:,.,-,::t:·,: :"::\~';J-:'' .. " , "."",'""''---,'''''''' "_",-",-,,..~;, , .'" "-- .. '-f'l"'.o r

J ~))

)))

))

))

)))

)

)

)

)

J)))

))))

))

)

)))))

)

)

)))

)

)

)

\

aMJ- DEPARTAMENTO DE POLiclA FEDERAL

OIRETORIA DE COMBATEAO CR1MEORGANlZAOODIVlsAQ DE REPRESsAo A CRIMES FINANCEIROS

Nao Ioram colhidas as rleclarayaes de ALEXANDRE DE MENEZES LENCIONI, \:;:/

que deixou de oomparecer a este 6rgiio policial muito embma tenna sido regulmmente intimado.

De qU81quer forma, as caraclerlsticas irregulares da opera,lio de dlmbio

ccnduzida pels LIM S/A CORRETORA DE CAMBIO oonstitui 0 pr6pria evento material

criminoso que se busca demonstrar no presente caw. A tria~gula(:il:o ilegal dos rerursos

originados cia SMP&B COMUNICAyAO LTDA. com a uliliza~~o. voluntaria ou ni!o, cia empresa

BY BRASIL TRAOING LTDA para a conversllo dos valores em moeda estrangeira e suaconseq(iente remessa ao exte~or, consiste na prova matenal da ocultacao do verdadeiRl destine

e beneficiMo de recurses d€S1/iados da BRASIL TELECOM SfA, independentemente de

qualquer exerclcio dedutivo de razao ou mesmo informa~5e5 complementares.

A iMxislencia de colabora~~o dos res~nsaveis pela administr~Qao da corretora

LIRA SlA em rela9ao a toda verdade que se busca veIificar, com a identifica~ ~r complejo do

caminho perronido pelo dinneiro, nllo diminui a !orca da prova reunida, cuja conclusao QbjeUva

da ilicjtude da opera9lio resulta da afilTI111Qao,pUla e simples. do que fol conslalado.

Esse racioclnto tambem pode seTaplicado em rela.,oo a Iransfeltncia no valor

de R$1.967.403,OO, realizada no dia 3010712004pela SMP&B COMUNICAyAo·LTDA em favor

da empresa ATHENAS TRADING SIA.J

WlJIDIMIR SANTOS SANCHES. s6cio nacional da ATHENAS TRADING SfA,afirmou em sede policial que receoou a quantia de R$ 1.967.403,00 a Iitulo de emprestimolamado funlo it empr€sa TLACH CORRETORA E cAMBIO, cuja destina~iio selia a aquisi~~o de

resina~ ~os ESlados Unidos. Segundo WlJIOIMIR SANTOS SANCHES, esle emprestimo fai

illiermediado por ALMIR CORREA, pessoa cujo nome completo e demais dades qualificativos

olio souoo informar, desconhecendo, tambiim, qualquer endereyo em que seu parceiro de

negocios pudesse seT encontrado pela Policia Federal. Contou WLADIMIR SANCHES que nao

ofereceu qualqueT garantia para a obten~ao do emprestimo, concadido com laxas de jurosbas1ante lavoraveis em relaGiio eo mercado. sendo que tambem nao saberia dizer a origem dos

Page 31: Inquérito 2474   parte 6

.-,-'" -,-, ',"" ""'-'-",-'~' ',-.. ' ~T®W'i"¥\I_~~~~~~,.-,}.-,\t%¥t£i;:';:!~~ " ,~---,,-''-'''':'i~"~~'"'::'i'i:_'.:" --",''. '1"2-6" 01 'F"'"'" ", ",.,.," ,',,:--".':_"_':':'''_,''_''''''',~''_'' /.) L))

)

)

)

)

))

)

J)

J)

)

)

)))

)

)

)

)

))

)

)J)

)

J)

)

))

)

)

)

)

)

)

J

MJ - DEPARTAMENTO DE POLlclA FEDERALDIRETORIA DE COMBATE AO CRIME ORGANIZADOOIVISA,O DE REPRESsAo A CRIMES FINANCEIROS

recursos quslhe !oram repassados pela oorre!Qra. Diose 0 declaranle que logo ap6s a QblenGiio

dos recursos na TLilCH CORRETORA E CAMBIO desistiu de realizar a CIlmpra das resin as, fato

que 0 molivou a efeluar a quilaGao do emprilstimo. Assim, conkirme orienla<;ao de ALMIR

CORREA, 0 declarante aftrmou que realizou 0 pagam€nto do emprestimo por meio de deposito

banclirio em fa'ior da empresa APlO TRADING SfA, tendo WLADIM1R SANTOS SANCHES

alcgooo por fim, q~e nunca manle~e negocios com MARCOS VALERIO a~ com qualquer de

suas empresas, desoonhecendo por completo 0 de~sito de R$ 41.000,00 realilado pela 28PARTICIPAQOES LTDA em favor da ATENAS TRADING SlA no dia 11105/2005'61,

A simples leitura das dil'clara96es prestadas por WLADIMIR SANTOS

SANCHES demonstra $eU envolvimenlo na lavagem dos recursos oriundos da BRAStL

TELECOM, que Icram desviados da emPfesa de lelelonia par meia da simula9ao de ser'ligos de

publicidade supostamente prestados pela SMP&B COMUNICAQAO LlOA,

)

Mesmo que fesse verdadeira a hist6iia do empr~slimo obtido na correlora

TlACH CORRETORA E cAMBia atraves de um certa ALMIR CORREA, ainda assim a

opera'(1io desCTita por WLADIMIR SANTOS SANCHES poderia Sel considerada 0 proprioelemenlo delitlloso cia lavagem de dinheiro, independentemente de qualquer argumentayllo de

raciocinio, constituindo em 3i 0 evento material .que propiciaria a disslmula9~o cia origem e

destino dos recurso5 movimentados, Entretanto, vanas contradi~6es e omiss6es dsmonsiram a

inverossimilhan~a das declara90es prestadas pelo s6cJo da ATHENAS TRADING SIA.

Primeirarnenle, WLADIMIR SANTOS SANCHES afirmou que, visando quitar a

divida de R$ 1.967.403,00 perante a TLACH CORRETORA, transferiu para a APLO TRADING

SJA o. monlante obtido M emprestimo acrescido de um celio valor. Entretanl0, ao ser

cenfrontado cem os registros bancarios obtidos pela CPMI "00$ CORREIOS', que

demonslraram que 0 V<ltordepositado na conla da APlO TRADING S/A foi exatamente RS

1.967.403,00, a proprietario cia ATHENAS TRADING SIA alterou sua l'ersao dizendo que 0

101 Apesar do silfncio do decl.",nt .. esse dopO,;,oco",uOstanciada, n<J u.udo if 1450[.!OO7-INC/DPF.

fai identifie,dopel.. analises financ,bs

251

Page 32: Inquérito 2474   parte 6

l. ,,',_"< ....~,', " ,.~ - >. ".-''." - '-,' ,0", '~'"" 5~?Wi*,'&5@¥&i~i!#SI:;&'i!fR1;"rqT7aw'3Al1@~~~~,.;,t:;_·:-"·:}':'?:-'_>h~;-::"'1:'\j":Y':;-~~"~""')i":::;~,":(,-.'-'-"]'l.Gb9;-- " ", '" /\..'

I)

)

)

I)

)

)

J)

)

)

)

I)

)

)

)

)))

))

)I)

)

)

))

)

)

)

)

)

))

)

)

)

J

aMJ - DEPARTAMENTO DE POLICIA FEDERAL

DIRETORIA DE COMBAlE AO CRIME ORGANIZADODIVISAO DE REPREssAo A CRIMES FINANCEIROS

$uposlo acn\scimo leria sido depositado em momento posterior. Alegando nao se lembrar

valvr acrescido a di~ida, WLADIMIRSANCHES se comprometeu a coosultar esse dado em S\lUS'

regislros para em seguida informar il Polict" Federal, nao sendo preciso mencionar que esse

dado complemeniar ainda nao loi apresenlado.

Do mesmo modo, lambem mio e posslvel acreditar que WLADIMIR SANTOSSANCHES tenha obtido 0 empr€stimo no valor de R$._1_967.403,OOvisandQ a aquisigao de

resinas nos Es!ades Unidos, mas que, ao tentar adquirir 0 produto e veriftcar sua escassez a

cons~(jente alta dos pregos mercado, desisliu da trarlSa930 comercial e resolveu pagar de ~olla

o emprestimo meDiante def!6sito em fav<Jrda APlO TRADING SfA, Ora, decorreram apenas IrEis

dias enlre a oblen~ao do swposlo empresiimo, que Ioi deposilado em 3010712004 na conta daATHENAS TRADING SfA, a 0 repasse do valor am favor da empl€Sa APLO TRANDING SfA,

mediante transferencia bancaria realizada no dia 0210812004.

POI fim, WLADIMIR SANTOS SANCHES afirmou possuir 0,01% das colas daATHENAS TRADING SfA, sendo as demais colas de propriedade da emprasa uruguaia de nome

LEIGGER S/A, lendo afirmado nao sa lamblar do nome dos antigos slicios dos quats adl1uiriu

sua participa9ao acionMa. Na verdade, a ATHENAS TRADING SfA loi constituida com 0 auxiliodo escrit6rio OLlVElRA NEVES & ASSOCIAOOS, alvo de investiga~M da Opera~M MONTE

EDEN conduzida pela Pollcla FEderal, tendQ skto realizadas buscas na casa de WLADIMIRSANTOS SANCHES em ratiio dessas n9a~es. Como resullado da dilig~ncia loram apreendktos

documentos que indicariam ser WlJ\DIMIR SANCHES 0 verdadeiro proprietario da empresa

LEIGGER SfA, que €ra utili;:ada como velculo corporative para a remessa de capitais ao exterior.

Assim, pode-1;e afirmar, resumidamenta, que os elementos leunidos no presenle

inquiJrilo oompwvam que os valores pagos pela BRASIL TELECOM em favor das empresas

vinculadas ao ESQUEMA MONTADO paR MARCOS VALERIO, relacionados a suposlostrabalhos especlficcs de publicidade enoomendados em julhQ de 2004 diretamente por CARlJ\

252

Page 33: Inquérito 2474   parte 6

,~~ ~ ~'J?6oq

")

)

J)

)

)

)

)

)

)

))

)

)

)

)

)

))

)

))

)

J)

)

)

)

))))

)

))

)

)

)

)

)

)

)

MJ- DEPARTAMENTO DE POLICIA FEDERALDIRETORIA DE GOMBATE AO CRIME ORGANlZAOODIVlsAO DE REPRESsAO A CRIMES FINANCEIROS

CICOtS!,entao presidente ciaoompanhiatelefOnica, foram na verdade repassados as empre5a~

LIM S/A CORRETORA DE CAMBIO e ATHENAS TRADING SIA para serem submetidos a urn

complexo proceS50 de la~agem de dinheiro, com a co~sequenle eliminaQiio do paper trail (lrilMa

do dinheiro) para impedir a iden1iflca~M dos verdadeiros eeneficiiuios'f<l. Pasta forma, cabe ao

Minish\rioPublico Federal a decisao quanto II necessldade da in$taura~~o de inqueriloespeciffco v(litado ao rastreamenlo do destino final dado a05 recul'$O$ desvlados da

BRASIL TELECOM SIA, podendo ser verificada, igualmente, a viabilidads. de 5~promover

tais diligiinc1as em urn dOlOInqu~ritos ou a~oes panais ja em curso,

)

Assim, compmvado est!! que a BRASIL TELECOM SIA, ent~controlada pelo

GRUPO OPPORTUNITY, se valia d03 veiculo3 corporalivos estmlurados pelo ESQUEMA

MONTAOO POR MARCOS VALERIO para promover, por mei(l da simula9M de servi~os de

pubiicidade, a captar;;a.ode recursos e sua posterior dislribui~ao a iercelros, agentes publicos ou

nao,t<, Essa constata~oo corrobora ainda mais as conclusoes expostas no ponto 3.3.2.t (DOCASO BRASIL TELECOM) do presenle relat6Mo, que demonslraram as evid~ncias de que os

contralos n' DMS"M 3300010273 e n' DMS-M 3300010414, no valor total de R$ 50.000,000,00

(cinquenw milh6es), fmam celebrados entre a BRASil TELECOM SIA e as ag€lncias SMP&8

COMUNICACAO LTOA e DNA PROPAGANDA LTDA apooas com a objetivo de cooferir a

fachada de legalidade necessaria para a disliibu~ao de recursos, na forma de doa¢esclandestinas ou mesmo subomo, ne;gociados ao iongo de 2 (dais) anos entre representa~tes do

•., Como ji. m<nciop.do "otetio<",ento. em julho d. 2001, fui o"comenoado dirc!amcnte pela presidCnciada BRASIL TELECOM, au scja, po, CARIA DCO, sem a d~nda ou partic;pa.,ao do, fundomidos da,roo d. marlceling da cmpresa, • cla""",,,"o de .d. !rob.lho, e'pecificos, donl>'Od. poUt"" e,,,,bckcid ••f,eronciaoa nUua g€Sti!o do realiuC'!o cle ",oo","l<>1\es parolelas" ou "ord,n, dir.Ias","Tambim 6 importante "",altar nov,monte que;,o cr1dilOd. R$ 2566.305,00, oriundo da BRASILTELECOM SIA. loi aCf=id., 0 monl,nte de R$ 870.000,00 rop... ,dQ • SMP&IJ COMUNlCA<;AOLmAjlel. TilEMfG CfL1JIARSIA.'" Pcla wmploxiJ.do dn "",cani,mo de di";mul.,",," 0 oc'Ul!a~fio"mp,egad<>no """" em quesno, corn,ptOv~vd utiH",,~iiode con"" ,cer,"" 10<,1;>04., ott, pai,", cond,scenccn!os corn a lavagem do dinheiroin!em.cion.I, a ldentifioa•• o dos benefid.,io, fin,;s do, recUTSo,movimen"dos pcb .mpre,," URASIA CORRETORA DE CAMBIO e ATIlENAS TRADING S[A deJl<odemd, ooJ,I>o.. "o volun,;iri. do.!in,·ostig.do" n"tad'mente do proprio MARCOS VALERIO. dos control,doteS do GRUPOOPPORTUNlTY, re.>poo,"veis pela ,dmini,",,,,o da BRASIL TELECOM SIA " or""" do, fatos.Ro"".lte-se que MARCOS VALERIO foi nOviUIl,olo OUY;UOpel. PoUc;" Foderal sobrc OS fato,"lacion,do, aos CO"'ralOSn" DMS-M 3300010273 e n° DMS·M 3300010414, tondo ,0 rMe,y,do '0dirdlo de permancc", om ,ilk1cio po, ji "'ponder. '<;"0' po""i,.

Page 34: Inquérito 2474   parte 6

: ,_,' ." '" "." _' ~_m, ,~eitii$1"'§mjl!aMt'f'"r*t4*",:""-"'--i:%"'~' ''''"'_'' ,-,c, " -- ,"" , '''"r""''''~·~:<$!;Y(:J{400:I:-',': ---,;":":'-~")?"'-">::'j'~~-(;/'I

,- ,) ")

)

)

)

)

I)

)

)

J)

J)

)

)

)

)

)

)

)

)))

)

J)

)) -) )

)

)

)

)

)

)

)

)

JII

MJ_DEPARTAMENI,LicIA FEDERALDIRETORIA DE COMBATE AO CRIME ORGANIZADOOIVISAO DE REPRESsAOA CRIMES FINANCEIROS

GRlJPO OPPORTUNITY e do PARTIDO DOS TRABALHADORES, sempre com a indel<~ve~

intermediaQao do empresiirio MARCOS VAU~RIO FERNANDES DE SOUZA.

Finalizado 0 detalhsmento das apur~es relacionadas a i~telmediaQao de

Interesses privados oonduzicla pela rede de influ~ncia pollUca. montada pe!o empresario

MARCOS VALtRlO, seriio abordadas a partir do proximo 16pioo,conforrne liona de investigaQoo

detenninada pela Procuradoria-Geral da Repub!ica, as diligencias relerentes aos novos

beneff~iartos, pessoas fisicas e jurldicas, identifica.dos a partir de dadoo reunidos no presenta

inquerito.

4 - DOS DEMAIS BENEFICIARIOS IOENTIFICADOS

De uma forma geral, as i~vesligai,Xiesconduzidas pm meio do Inquoa.iton' 2245-

41140-STF reuniram os subsidias de prava dos principais pagamentos realizados pelo esquema

investigado, representados, prineipalmente, pelaslislas disponibilizadas por MARCOS VALERIO

FERNANDES DE SOUZA 8 SIMONE REIS LOBO DE VASCONCELOS com a rela~o dosdestioatarios dos recursos distribuldos no periodo, bern como pelos documentos fae-slmile e e"

mails intemos do BANCO RURAL SlA com a indica~ao dos verdadeiros beneficiarios doscheques nominais e endossados que eram emilidos pelas empresas envoMdas, documenlos

esses que fOr<lmorganizados e apresenlados pela pr6pria insmuiQ(io financeira no momenta em

que a PoliciaFederal ~umpria medida de busca e apreensM deleFida pela Justi9a Feder<ll doEstado de Minas Gerais em sua sede, la!o que viabilizou a identilica~o dos responsaveis pelos

saques especie ocorridos na ag~ncia Brasilia do BANCO RURAL.

Enlretanto, atraves do presenle inquerilo Imam iderrtiflcados novos beneficiarios

dos recuroos movimentados pela complex<l rede financeira conlrolada pelo ESQUEMAMONTAOO POR MARCOS VALERIO, com base em oulros elementc$ de informavao que ainda

n~o haviam sido plenamente exploradas em invesUga90asanteriores, lais como:

?~4

Page 35: Inquérito 2474   parte 6

-- '-. -·'~~.4Wi:i:WMyNiili#0i%&;W\'",-,. . .,,-,,- ,-,-- '.,,,,-'-"",-,, ,-, , ..... ,' N,'-'- .. ,_ "', .... .. _', .. _")4:i~<ilFj;:~~£~~~~7 -, --.. ,-J3&J) r

-' ',.. .. " ,, - .. ,.. I,

I)

)

)

)

)

)

)

)

)

JJ)

)

)

))

)

)

))

)

)

)

)

)

))

)

)

)

)

)

)

)

)

)

),),

aMJ - DEPARTAMENTO DE POLtCIA FEDERAL

DIRETORIA DE COMBAlE AO CRIME ORGANJZADO WDIVISAO DE RE?RESSAO A CRIMES FINANCEIROS

a) a planllha elaborada pele Comissao Parlamenlllr Mista de InquMtos dos ~/Corre;os com S6r.1ldcres do Congressa Nacional CUjOS names fcram

veriiicados nos regislros de entrada no edificio do Brasilia Shopping,

endere~o da agencia ckI BANCO RURAL em B[(lsilia, local de entrega da

maiaria dos pagamentos deslinados a agentes p\lbJicos - Oflcia nO 73112Q06-

CPMI DOS CORREIOS:

b) os Relat6rios de Analise elatxlrados pela Procuradoria·Gerai de Republica e

juntados nos apensos n' 01 a 11;

c) as informay(\es prestadas pelo Deputado Federal JOSE MENTOR como

justincativa dos rep~sses recebidos; e

d) a rela~ilo de beneficiarios constantes nos anexos dos Laudos de Exame

Financeiro (moviment~o financeira) nO 144912007-INCiDPF e nO145012007-INCIDPF, que a~allsaram as movimenta¢es fioanceiras dos

empresas invesUgadas entre os anes de 2000 a 2005.

Ressalte-se que os anexos d05 Laudos de Exame Financeiro" (mavimen!a~ao

financeira) nO 144g12007·INCIDPF e nO 145012007·INClDPF aprestmtam - inumeras pessoasfistcas e juridicas destinata!i~s de valores distribuidos pelas empresas integranles do esquema,

lato que inviabilizaria a coleta de elementos relaclonados a lodos esses beneficiarios. Assim,

foram priorizadas as oilivas de pessoas relacionadas a operayiies que apresentavam certas

car8clerlsticas, com base na analise e cmzamento dos dados venftC<ld05, tais como ainexistencia aparenle de vinculos comerciais ou empregalicios, 0 volume de dinheiro recebido,

as lonnas de pagamento, denim outras peculiaridades.

Igualrnente, atraw'is de urn, analise prthia fcram idenUficados os principais

pagamentos em favor de empresas, ou pessoas jurldicas em geml, realizados por meio docircuilo financeiro investigado, sendo as opera<;iles selccionadas objeto de diligMcias volladas a

Page 36: Inquérito 2474   parte 6

,.'.,'-,-- -,~~~ge¥$:'tK"fntd;>'~~~. Ik·:-:·",y,wW, ..'~""''':~'':' . ,-' "",'.--",",." '_ .' -/7(,(2j"·".,,,,zql.'_ .'.' .' :":","-'''>,'':''' ,-,' ,''''''.''-',-,." ,-'.' :.,.- ", ", ,_.' 1..;

),),)

)

)

),)

)

)

)

J)

)

)

))

)

))

I)

)

))

))

)

)

)

))

)

))

)

))

)

aMJ - DEPARTAMENTO DE POLICIA FEDERAL

DlRETORIA DE COMBATEAO CRIME ORGANIZADO WDIVlsAO DE REPRESsAo A CRIMES F1NANCEIROS

definlf a natureza dos negooos subjaGenteo Dessa forma, para a distinvao dos pagament~ \11!eliosdoqueles relaclonados as atlvldades comerClalSnormalS,loram sollcitados e examinado~_"os documenlos de suporte das Iransa9iies realizadas p€las empre5as vinculadas ao esquema

com as diversas pessoas juridicas, !ais como contratos, notas fiscais, registros contabeis e

compro~antes em gef<ll.

Assim, sera detalhado a partir do proximo ponto 0 resuitado das diligencias

realizadas em rel~ao 005 novos beneficiarios idenliftCados nesta segunda elilpa das

invesliga¢es, com exceyao dos recebedores, pcssoas flsicas OU empresas, que ~ foram

mencionados no presente relaloIio OIl em imestiga¢es anteriores, caiJel1do a Procuradoria-Geral da Republica eSlabelecer a responsabitirlade desses envolvidos dentfo da tligica criminal

definida na denuncia que originou aAyao Penal 0'470,

4.1 - PAS PESSOAS FfslCAS tDENTIFICADAS

.J

Inici~lmente, realizou-se 0 levantamento junlo ao Congresso Nacional visando Ii

correta qualifical'ao des servidores mencionados na planilha enviada pela Comissao Mista deInquerito dos Coneios por meio do Oneio nO 73112000, que trouxe 0 nome de posstveis

recebedores de valores idenlificados atraves do cruzamento das registros de enfrada da agencia

Brasilia do BANCO RURAL, na epoca localizada na terre wmercial do Ediffcio BrasTiia

Shopping, e os saques efetuados nas contas bancarias movimentadas pela esquema.;015Consta11fl. 41 dos autos (IPL n' 002l2007-DFINIDCOR!DPF) a relac;ilo dos /unciomirios identifiC<ldos na

planilha elaborada pela CPMI <DOS CORREIOS', tendo sido expedido aftGio a C~mara dos

Deputados para que promovessem a apresenta9iio na PoliGia Federal dos servidores que

efetivamenfe prestavam se(1li90naquela casa iagislaljva.

Foram tambiim relaGionadas as pessoas mencionadas nos Relat6rio de Analises

elabarados pela Procuradoria-Geral da Replibnco (apensos n' 1111do STF), com a iden\ificacao

H" Rc&;alle-,. que a CM?l "DOS CORRElOS" fom,e"LI 'teU"' nornO' incoropl,to' ou ,om dOCtlll1cnt03de ;tlenlifk"~"o ,e],c;on,do" lala que difioullou a <onfi!1l1>9l0 d" vis"'" rogi"rad .. "" porlari, <10Ediffcio do Bra,ilia Sl,oppi"~_.

Page 37: Inquérito 2474   parte 6

,

aMJ - DEPARTAM:ENTO DE poLiCIA FEDERAL

DIRETORIA DE COM8ATE AD CRIME ORGANIZADODIVlsAo DE REPRESSAO A CRIMES FINANCEIROS

)

)

)

)

J)

)

)

)

>>J>>)))

)

>.))

)

I)

)

)

)))

))

))

))

))

I)

I

daqueles que jil haviam sido ouvidos no decorrer das invesUga96es canduzidas atraVlls do

Inquerito nO 2245-41140. Com base nessa planilha (fis. 42/45 do Inquelito n' 00212007-

DFINIDCORJOPF) pmcedeu-se a localiza~ilo € oitiva dos novos iJeneficiMos identificados,

inclusive com a expedicao de cartas precal6tias para as oi\ivas dos residentes em outras

localidados.

Da mesma forma, fDram qualincados 03 beneficiarios constantes no Anexo II

(Debitos Consolidados por BeneflCiarios) e no Anexo IV (DeMos Discriminados por

Beneficiarios) dos Laudo. de Exame Financeiro n' 144912007~NCIDPF e nO 145012007·INClDPF, que analisaram as movimen\a9iles financeiras das empresas investigadas entre os

anos de 2000 a 2005, tendo sido procedida a locallza~l\o e oiliva de beneflciarios pessoas fisicas

que ainda Iillo haviam sido ouvidos nas investigar;eies anteliores .

Segue 0 resumo das oiUvas realizadas1Of>,' em oroom crollOl6gica, inclusive

aquelas formalizadas por carla precat6lia, com exteliao dos depoimentos jil citados no decorrer

do plesenle relat6rio ou que nao possuem reta~ao direta com 0 ESQUEMA MONTADO POR

MARCOS VALERIO:

\'--'

1) LUIZ CARLOS DE PAULA {lis. 0911092): irmao do Depula\fo Federal

ARACELY DE PAULA, a~rmou nao tel comparecido na agenda do 8ancoRural {agimcia 8fllsllia) nos dias 2&/0912004 e 05/l0/20()4, conforme

informayOes da CMPI "DOS CORREIOS". Alegau tflltar·se de caso dehomonimia, fato comprovado pela velifica<;:ao do nlimero do documento

infOrlnado nos registros de aces.so it agencia bartCana {Ioi j@hldo

documenlo elaborado pele C~mar<l dos Deputados informando que os

registros do controle de vigiliincia do Br<lsilia Shopping dizem respeilo a urn

hom6nimo do filncionario do Deputado Feder<llARACELY DE PAULA).

L66Em algum"" o;l;vas tamN'm (oram ,]>!"",nt.dos """um<tltos oomprobat6rio. das <locb<a\;Oe5, qu<£oram jun1.do •• os aU((l,.

Page 38: Inquérito 2474   parte 6

,)

)

)

)

1)

)

JJ)

1)

)

),) )

)

))

)

)

)

JI))

)

\))

)

)

)

))

)

I)

)

)

J

M'-DEPARTAMENILiClAFEDERALO!RETORIA DE COMBATEAO CRIME ORGANIZADODIYlSAO DE REPRESSAO A CRIMES FlNANCEIROS

2) MARCOS ANT6NIO DOS SANTOS (fig. 093/094): oocrernrio pariamentardo Oeputado Federal MILTON MONTI, afirmou nunca ler ido a qualquer

agencia do BANCO RURAL, sando urn hom6nimo a pessoa indicada nos

registros de acesso a ins1iluiQij.oa~alisado5 pela CPMI "DOS CORREIOS".

3) AIRON HAMILTON VASCONCELOS (fig. 0951097): assessor especial do

Deputado Fdeml LUIZ PIAUHYLlNO, dedarou ter compareGid() na ag~ncia

Brasilia do BANCO RURAL RaTa lratar de assuntos relaciOflados a conlabancMa do condomlnfo do BlOC{)K da 80s 403, do qual era s6cio

(apresentou documentos comprovando a exlstencia da con!;l). Dfsse AIRON

que nunca reoebeu qualquer P!l9amento de qualquer emp<esa vmculada ao

empresanQ MARCOS VAll RIO com a finalidade de beneficial 0 Oepul<ldo

LUll PIAUKYLINO.

4) ANTONIO DE SOUSA FIIJ-IO (fls. 139/140): assessor do Deputado Fe\Jeral

RODRIGO MAlA, afirmou ler comparecido na aa~ncia Brasilia do BANCO

RURAL para eleluar dep6sitos dccorrenles de pagamcnto de combusU\lelutilizado pelas via/ura, do gabinete de representaQlm da pa~amentar em

seu estado de origem, vez que 0 poslo de combustl\lel denominado MEGA

VEMO, siluado no Ria de Janeiro, mantinha conl<l" nsquela instituiyav

financeira (foram apresentaclas c6pias de recebidos de dep6sitos efetuados

no BANCO RURAL).

5) CHARLINGTON FERREIRA ALMEIDA (fls. 16611(7): assessor panamenlsido Deputado Faderal PEDRO PINHEIRO CHAVES, afinnou que 0 registro

de acesso il lorre comercial do Edificio Brasilia Shopping, dalado de08111/2004, diz respeito a visila que rea:~ou na empresa denominada

AMBIENTAL, situada no 4' aortar, com 0 obje\ivo de tratar assuntosrelacionados il execugao de um projeto amoien!al na Lagoa Feia. localizada

no Municipio de FOfTnQ.\alGO.

Page 39: Inquérito 2474   parte 6

,00. c' '>'--".' -,' "-'wrtYnil\~.f-%i*i'ia;,.' '-"'i_'"''''':'-'::',ii~!''' ''' '5--.,;ti~,t--i0t;'Bf;;".~:tlwt~",,_-_:,"-"'H~P)...:i":;' '!'{:'~'<::',t:;;W5:,~R ' -" ' -' ", 1_" f

l,)

))

)

)

)

)

J),)

))

)

)

)

)

)

)

)

))

)

)

)

)

))

))

)

))

)

)

)

)

)

)

)

aMJ -DEPARTAMENTO DE POLicIA FEDERAL

DIRETORlA DE COMBATEAO CRIME ORI3ANIZADODIVISAo DE REPRESSAo A CRIMES FINANCEIROS

6) CARLOS ROBERTO OA SILVA (ffs. 1711172): chele de gabinete da ex-'

Deputada Federal NAIR LOBO ate 0 ano ds 2003, tendo sido transferido em

2004 para 0 gabinete do Depulado Federal LEANDO VILELA, onde

pennaneceu ate junho de 2006. Afinnou CARLOS ROBERTO que nunca loi

a agencia Brasilia do BANCO RURAL, a!Iibuindo a um caso de homo~imia 0

nome iodicado na planilha enviada pela CPMI'OOS CORREIOS".

7) CEFAS DE OLIVEIRA SOUZA (fls, 173/174): funclonfuio lotado no gabinete

do OBputado Federal JOSE MlliTAo, afirmou que €I registro de sua

presen~a na lorre comercia! do EMlcio Brasilia Shopping esta relacionado adiversos pagamentos de natureza particular que realizou, tais como 0 cart:lode credito de sua esposa e as mensalidades de universidade e escola de

seus fllhos (apresootou documentos). Disse ter Ido ao BANCO RUAL ~mvirtude de manter uma equipe de competiGiio automornllstice e 0 Aul6dromoInlemacional de Brasilia ser localizado pr6ximo ao Ediflcio Brasilia

Shopping,

B) CLAUDIO GUIMARAES LESSA (fis, 1831184): analista legislativo da

C~mare dos Deputados concursado, mas exercendo 0 cargo de assessor de

imprensa do Depulado Federal INOCENCIO OLIVEIRA desde 24111120G4,afinnou ter comparecido a ag~ncia Brasilia do BANCO RURAL com a

finalidade de desconlaf um cheque da CNT - Confedera~ao Nacional dos

Transportes, referenle ao, pagamenlo por serviyos de r{HIin que lenapreslado_ Esclmeceu que na epcca em que loi realizado 0 regisiro de sua

visita ao BANCO RURAL, dia 05l03/20()4, ainda nao era servidor da Cilmarados Depulados.

9) EDVALDO PEREIRA ROCHA (fls, 1851186): motorista de C~mara dos

Oeputados lolado no gabinete do Deputedo Federal ATlLA LlNS, disse ler

, 259

Page 40: Inquérito 2474   parte 6

)

I)

)

)

J)

)

J)

)

)

)

JJ)

)

)

)

)

)

J)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

)

))

)

)

)

)

)

)

oomparecido na agencia Brasflia do BANCO RURALpara eletuar dep-6SitU;Lt.,\e pag~mBntDsreferenles a bOlelGSbam:inios em nome da eSp:lsa d

pariamenlar, tendo como beneftciario a empresa COLUMBIA ENGEN HARIA

LTDA (foram apresentadas documentos comprobat6nos dcs pagamentos,

bem como con!ralo de promessade compra e venda de im6vel Jocalizado no

Condomlnio Edif1cio Tropical Executive & Residence Hotel).

faMJ -DEPARTAM:ENTO DE POUCIA FEDERAL

D!RETORIA DE COMBATE AO CRIME ORGANIZADODIVISAD DE REPRESSAo A CRIMES FINANCEIROS

\ 10) FRANCISCO OA SILVA NEIVA FILHO (lis. 1981200): secretMo pariamentar

dQ Deputado Federal PAULO DELGADO, afirmou ter compareddo ao

BANCO RURAL para efetuar pagamentos em beneficia dB urn marceneiro

que havia prestado servi<;:os para 0 congressista (apresentou comprovanlesde depositos em nome da IlSfXlsa do marceneiro rcalizados no BANCO

RURAL nDSdias 27/0212003, 0410412003 e 16/0512003),

)

11) CLEIDE DE FREITAS LIMA (fis_ 2021203): secre\ilria parlamenlar do

Deputado Federal MOACIR MICHELETTO, afirmou que eventualmente

efetuava pagamentos na agencia Brasilia do BANCO RURAL por ser um

banco sem fila e que aceitava receber pagamentos de contas de energia

elelrica, iJgua e condominio de nao correnlistas. Afirmou, -enlretanto, nao

possuir nenhum comprovanle de pagamentos realizado no BANCO RURAL,tendo negado Q recebimento de qualquer qoaotia das empresas vinculada5

a MARCOS VAltRIO.

12) JOSE APARECIDO ALVES DINIZ (fts, 2041206): secretario parjamentar do

Deputado Federal OLAVO CALHEIROS, relatou tel oomparecido it agtmciado BANCO RURAL na tOfTe comercial do Ediflcio Brasilia Shoppin9 com a

finalidade de levar dinheiro para AMERICO FILHO, propnetilrio da empresaSEMENTES FERANDES LTDA, que vendia semeotes de capim para 0

congress!sta. Afirmoo que no dia 29/1212004 se enoontrou casualmenle como dono da empresa na sajd~ do Brasilia Shopping, tendo oombinado que iria

,eo